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[...] acompanhado por alterações significativas na composição, estrutura e
fisiologia dos sistemas orgânicos e do indivíduo como um todo, sendo a
pessoa idosa biologicamente tão diferente do adulto jovem, quanto este o é
da criança pré-adolescente, e acrescenta que nos últimos anos de vida são
também marcados por mudanças profundas na composição familiar e
doméstica que pode ser resultado da viuvez. Somando-se a isso problemas
importantes de privações de ordem econômica associadas a aposentadorias
insatisfatórias, que podem juntamente com outros fatores psicossociais
como solidão, estar diretamente relacionados às mudanças no estado de
saúde das pessoas.
Ferrari (1999) destaca o enfoque da IV Organização Pan Americana de
Saúde (OPAS), que apresentou um novo paradigma do envelhecimento,
considerando os idosos como participantes ativos da sociedade, e que oferece base
para um novo enfoque na promoção da saúde, pressupondo que o envelhecimento
bem-sucedido depende muito mais da prevenção de doenças e deficiências, da
manutenção de altas funções físicas e cognitivas e da participação constante de
atividades sociais e produtivas.
Mudanças importantes começaram a surgir na década de 1980, com a
realização de Conferências Internacionais, nas quais a saúde passou a ser
mencionada como fator essencial para o desenvolvimento humano, sendo um dos
campos propostos pela promoção de saúde a criação de ambientes favoráveis
mediada pela ação conjunta do Estado, da comunidade e dos indivíduos, dos
sistemas de saúde e de parcerias intersetoriais (BUSS, 2003).
A Primeira Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde se
realizou no Canadá, em 1986, na qual a promoção de saúde foi definida como a
capacitação da comunidade para atuar na melhoria da qualidade de vida e saúde,
incluindo maior participação no controle desse processo, para que fosse atingido um
estado de completo bem-estar físico, mental e social dos indivíduos e grupos,
quando estes identificam suas aspirações, satisfazem suas necessidades e
modificam favoravelmente o meio ambiente (BRASIL, 1996).
De acordo com essa Conferência, os princípios básicos para saúde são
paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, justiça social e
eqüidade, sendo que, para alcançar esses princípios, deve haver alguns pré-