intolerância, com a intransigência, com a desonestidade, com o desrespeito, que são coisas que a
machucam e obscurecem. A nova vida propõe uma nova caminhada, num sincero propósito de
fazer as coisas direito, respeitando as pessoas, a natureza e a própria santidade de Deus.
(§4) Aí está justamente o princípio maior que pode fazer brotar e surgir o Reino da paz, que todos
nós tanto almejamos. Quem de nós não quer viver num ambiente feliz, equilibrado, tranqüilo, de
muita confiança e cooperação? Que bom se nosso ambiente familiar fosse assim, que bom se
nosso ambiente profissional fosse assim, que bom se todos os ambientes fossem assim, não é
mesmo? Mas aí é que está a beleza e a radicalidade da mensagem cristã. Tudo pode ser assim,
certamente não de forma plena, mas já com bastante consistência e satisfação. Penso que é um
pouco disso que nos fala o apóstolo Paulo na epístola de hoje, quando diz: “Tenham sempre
alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria!” E é verdade, quando unidos com o Senhor,
não há como não ter alegria, pois o Senhor vem a nós, nos ama e nos ajuda a ser amáveis com
todos. É por isso também que não nos preocupamos, a ponto de perder a alegria, pois sabemos
que o senhor está conosco e cuida de nós, providenciando para que nada nos falte. É por isso
também que andamos em paz. Não de qualquer paz, mas daquela paz que vem da manjedoura,
que passou pela cruz e se apresentou vitoriosa no domingo de Páscoa. Trata-se da paz que vem
de Cristo, que nós é dada de graça e que nos garante o perdão e a vida em amor que dura para
sempre.
(§5) Quão bela, maravilhosa e consoladora mensagem temos mais uma vez revelada nos textos
de hoje. Mensagem que não permite que fiquemos imóveis, diante do sofrimento e da desventura
de tantos e tantos irmãos e irmãs. O convite do Senhor está feito através do apóstolo. “Ponham
em prática o que vocês receberam e aprenderam de mim.” (Filipenses 4.9) Trata-se de um convite
amoroso, cheio de estímulo para a promoção da vida e da paz. Somos convidados a interferir na
vida das pessoas, das instituições, nos processos que fazem andar a história, para instaurar aquilo
que é bom, que é verdadeiro, que é digno, que é correto, que é puro, que é agradável, que é
decente. Não devemos, não podemos e, certamente, não queremos nos omitir.
(§6) Conta a história que um pai teve que levar consigo o filho ainda criança para o escritório.
Surgira um imprevisto e agora o menino estava com ele em seu local de trabalho. Havia muito por
fazer, mas a criança queria atenção e companhia. O pai deu-lhe algumas tarefas a fim de entretê-
lo, mas com muita rapidez o menino completava todas elas. Ficou a pensar como poderia ocupar
o menino, a fim de poder fazer o seu trabalho. Viu então um grande calendário, no qual estava
desenhado um grande mapa do mundo. Pegou uma tesoura, cortou o calendário em centenas de
pedaços e disse ao menino: “Filho, sente-se aqui, junte os pedacinhos, encaixando todas as
pecinhas, e vamos ver se consegues conservar o mundo que recortei!” O pai imaginou que o
menino levaria horas, mas para sua surpresa, em poucos minutos, o menino alegremente veio
correndo ao seu encontro. “Pai, já consertei o mundo. Todas as peças estão encaixadas!” O pai,
completamente perplexo, verificou e percebeu que de fato o grande quebra-cabeça estava
montado. Mas como fora possível? Então o menino lhe explicou que do outro lado do mapa havia
a figura de um homem simples e fácil de ser montado. “Pai, consertei o homem e, ao consertar o
homem, consertei o mundo!”
(§7) Deus veio morar no meio do seu povo para consertar o coração do homem. Somente o seu
amor, que é nosso pela fé, pode transformar, dando nova vida e novo jeito de viver. Não há outra
maneira. Não há outro caminho. Por isso Jesus veio e por isso, mais uma vez, queremos recebê-
lo com muito amor. Queremos muito que ele, Jesus, conserte o nosso coração, para que
possamos ajudá-lo a consertar outros corações, na instauração de seu Reino, que não tem fim.
Esse é um serviço que vale a pena, um serviço que emociona, um serviço que faz brotar sorrisos,
na paz que vem do Senhor. Amem.
Sermão 3 (Portas Abertas, 2006, p. 105)
Período: Primeiro Domingo após o Natal
Leituras bíblicas: Sl 111; Jr 31.10-13; Hb 2.10-18; Lc 2.41-52
Texto-base: Lucas 2.41-52
Tema: Aproveitando as oportunidades
(§1) Amigos no Salvador Jesus, unidos pelo amor de Deus!
(§2) Ainda vivemos o clima festivo do Natal. Deus em seu infinito amor, na pessoa de Jesus, veio
visitar a humanidade e trazer salvação.
(§3) No texto do evangelho de hoje, Jesus, já com doze anos de idade, vai a Jerusalém para a