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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PRODUÇÃO VEGETAL
Cristian Epifânio de Toledo
Avaliação do Desempenho e Manejo de Sistemas de Irrigação por
Pivô Central.
Diamantina
2009
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Cristian Epifânio de Toledo
Engenheiro Agrônomo
Avaliação do desempenho e manejo de sistemas de
irrigação por pivô central.
Dissertação apresentada para obtenção do título
de Mestrado em Agronomia. Área de concentração:
Produção Vegetal/Irrigação e Drenagem.
Orientador: Cláudio Márcio Pereira de Souza
Co-orientador: Paulo Emilio Pereira de Albuquerque
Diamantina
2009
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3
Ao meus pais Saulo Teles de Tolêdo e
Édina Maria de Fátima Tolêdo,
minha irmã Nayara Epifânio de Toledo,
familiares, amigos e mestres.
OFEREÇO
À minha namorada Aneliza Alegria Della Libera,
pelo apoio, compreensão e afeto.
E a todos que um dia me perguntaram pela dissertação
e nunca me deixaram esquecer ou desistir.
DEDICO
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“Sonha e serás livre de espírito.........
luta e serás livre na vida.” Ernesto Che Guevara
“Seja a mudança que você deseja ver no
Mundo.” Mahatma Gandhi
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício
da vida está no amor que não damos, nas forças
que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também
a felicidade.” Carlos Drummond de Andrade
5
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, pela minha existência e saúde.
Á Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), onde cheguei
em 2002 então Faculdades Federais Integradas de Diamantina, pela oportunidade e fé em mim
depositada.
A todos do Departamento de Pós-graduação, dos professores aos funcionários, que
sempre me ajudaram a contornar os problemas, e em especial ao Prof. Enilson de Barros Silva
pelo apoio e preocupação.
Ao Prof. Cláudio Marcio Pereira Souza, pelo ensinamento, orientação, amizade e
incentivo em todas as atividades pertinentes ou não a este trabalho, mas que muito
contribuíram para minha formação profissional e pessoal.
Aos grandes companheiros de mestrado da Pós-graduação em Produção Vegetal, pela
amizade e respeito.
Ao pesquisador Paulo Emílio Pereira de Albuquerque da Embrapa Milho e Sorgo, que
me acolheu no seu trabalho, a quem tenho muita gratidão, e também ao Antonio Carlos
Coutinho, da Cemig, pela confiança na minha pessoa.
À Embrapa Milho e Sorgo, que permitiu a realização dos trabalhos e me recebeu
muito bem. Gostaria de agradecer em especial a todos do NSAM: Ademilsom, Cleber,
Camilo, Gomide, Daniel Guimarães, Ricardo Brito, Sula, Barão, Samira, Isa, Josiane, Tales,
Denise, Patrícia, Vanda, Marcos, Paulo, Valdete, Fernanda e Fernando, onde fiz muitos
amigos.
A todos os proprietários, gerentes e técnicos das fazendas onde foram realizados os
trabalhos, que sempre foram muitos atenciosos. E em especial ao agrônomo Jadir Mauricio e
todos da Fazenda Guaicuí, que contribuíram muito para meu crescimento profissional.
Ao Bruno (Brunão), que acolheu na hora um desconhecido em sua casa, que no final
virou nossa república. E que foi integrada pelos amigos (a): Cristiano, Renan, Michelle e
Valdiney.
Por fim, agradecer todos os parentes e amigos que sempre me deram o maior apoio, e
não poderia deixar de citar o Tio Cassimiro e a Tia Elza que ajudaram e muito a cultivar essa
minha paixão por agricultura, ou no popular, por roça, e também amiga Edwiges, que sempre
me incentivou e acreditou na minha carreira promissora.
A todos vocês o meu muito Obrigado!
6
SUMÁRIO
RESUMO 7
ABSTRACT 8
1. INTRODUÇÃO 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10
2.1. A irrigação 10
2.2. Irrigação por pivô central 13
2.3. Uniformidade de distribuição de água em pivô central 15
2.4. Manejo da Irrigação 22
2.4.1. Métodos climáticos 24
2.4.2. Método do balanço de água no solo 28
2.4.3 Condições de água nas plantas 29
2.4.4 Processos conjugados de controle da irrigação 30
3. MATERIAIS MÉTODOS 31
3.1. Localização e caracterização das propriedades e sistemas avaliados 31
3.2. Características física-hídricas dos solos das propriedades avaliadas 34
3.3. Avaliação dos parâmetros hidráulicos 35
3.4. Uniformidade de distribuição de água 37
3.5. Avaliação do manejo da irrigação 39
3.5.1. Planilha eletrônica para programação da irrigação 40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 42
4.1. Características físico-hídricas do solo 42
4.2. Características e avaliação das condições dos pivôs 45
4.3. Uniformidade de distribuição de água 49
4.4. Parâmetros de eficiência da irrigação 52
4.5. Avaliação do manejo 54
5. CONCLUSÕES 58
6. REFERÊNCIA 59
ANEXOS 64
64
7
RESUMO
Avaliação do desempenho e manejo de sistemas de irrigação por pivôs centrais
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de sistemas de pivôs centrais e
o manejo de propriedades em quatro regiões de Minas Gerais: Triângulo, Alto Paranaíba,
Norte de Minas e Zona Central Mineira. Foram realizados testes de campo para determinação
dos coeficientes de uniformidade de distribuição de água e determinar os parâmetros físico-
hídricos dos solos, que junto com os dados das culturas e a planilha eletrônica para
programação da irrigação, permitiram determinar as eficiências dos pivôs centrais e o manejo
de irrigação das propriedades. Os parâmetros estudados foram: uniformidade de aplicação de
água (Coeficiente de Uniformidade de Christiansen - CUC e Coeficiente de Uniformidade de
Distribuição - CUD), eficiência de irrigação, percentagem de área adequadamente irrigada e o
manejo da irrigação. Os pivôs centrais testados apresentaram em geral níveis aceitáveis de
uniformidade de aplicação de água. Os CUCs e CUDs, 81,81% dos sistemas avaliados
apresentaram valores acima de 80% e 70%, respectivamente. E a eficiência de aplicação de
água também apresentou valores dentro do admissível e normal, que é próximo de 90%,
obtendo uma média de 91,30% de eficiência, sendo considerado também como uma boa
eficiência de aplicação de água. A percentagem de área adequadamente irrigada ficou com
uma média de 48,70 % que pode ser considerada como regular. Assim puderam-se
caracterizar os sistemas avaliados como de bom funcionamento. Já no manejo de irrigação,
72,72 % das propriedades fizeram irrigações deficitárias, e as outras 27,28 % propriedades
fizeram uma irrigação excessiva, caracterizando-se assim a falta de um manejo de irrigação
adequado ou critérios de manejo com bases científicas.
Palavras-chave: Pivô central; uniformidade de irrigação; coeficiente de uniformidade;
eficiência de irrigação
8
ABSTRACT
Evaluation of performance and management of irrigation systems by central pivots
The present work had as objective to evaluate the performance of systems of pivots central
offices and the handling of properties in four regions of Minas Gerais State: Triangle, High
Paranaíba, North of Mines and Mining Central Zone. Tests of field for determination of the
coefficients of uniformity of water distribution had been carried through and to determine the
parameters physicist-hídricos of the ground, that together with the data of the cultures and the
electronic spread sheet for programming of the irrigation, had allowed to determine the
efficiencies of the pivots central offices and the handling of irrigation of the properties. The
studied parameters had been: uniformity of water application (Coefficient of Uniformity of
Christiansen - CUC and Coefficient of Uniformity of Distribution - CUD), efficiency of
irrigation, percentage of area adequately irrigated and the handling of the irrigation. The
tested pivots central offices had in general presented acceptable levels of uniformity of water
application. The CUCs and CUDs, 81.81% of the evaluated systems had presented values
above of 80% and 70%, respectively. E the efficiency of water application also presented
values inside of permissible and the normal one, that are next to 90%, getting a average of
91,30% of efficiency, being also considered as a good efficiency of water application. The
percentage of area adequately irrigated was with a 48,70% average that it can be considered
as to regulate. Thus the systems evaluated as of good functioning had been able to be
characterized. No longer had irrigation handling, 72.72% of the properties made deficit
irrigations, and the others 27.28% properties had made an extreme irrigation, characterizing
thus the lack of a handling of adequate irrigation or criteria of handling with scientific bases.
Keywords: central pivot; irrigation uniformity; uniformity coefficient; irrigation efficiency
9
1. INTRODUÇÃO
Para a otimização da produção mundial de alimento, uma importante estratégia que
vem sendo utilizada é a agricultura irrigada, proporcionando desenvolvimento sustentável no
campo, com geração de empregos e renda de forma estável. Atualmente, mais da metade da
população mundial depende de alimentos produzidos em áreas irrigadas (MANTOVANI et
al., 2007b).
A água é fator indispensável à vida em geral, quer seja vegetal ou animal. E a prática
da agricultura irrigada vem garantir o suprimento da água onde quer que falte, ou seja, onde
ela seja insuficiente para agricultura. Assim, a água vem se tornando em várias regiões o
limitante à implantação de novas áreas de agricultura irrigada, pela indisponibilidade ou baixa
disponibilidade dos recursos hídricos.
Mas fica imprescindível a adoção de medidas ou práticas que possibilitem o uso
adequado dos recursos hídricos disponíveis para irrigação através da melhoria da eficiência do
uso da água, ou seja, um manejo adequado da irrigação. Pois aplicações escassas ou
excessivas resultam em perdas ou prejuízos consideráveis para as plantas e solos.
Uma prática básica para a implantação de qualquer estratégia de manejo de irrigação
consiste em determinar a eficiência de aplicação e a uniformidade de distribuição de água do
sistema de irrigação, pois estes são os melhores indicativos da qualidade da irrigação. Pois é
com base nesses resultados que será possível avaliar e adequar o equipamento a sua
utilização, em relação à necessidade de água das culturas irrigadas.
Nas condições atuais, o futuro da irrigação envolve produtividade e rentabilidade, com
eficiência no uso da água, da energia e de insumos e respeito ao meio ambiente. A busca
desses conceitos é importante, pois tem sido focada do ponto de vista da engenharia e do
manejo. Mas mesmo considerando a melhoria dos sistemas modernos de irrigação, com maior
eficiência de distribuição da água nas mais diversas situações, a falta de um programa de
manutenção destes equipamentos pode levar tudo a perder, seja pela aplicação de água em
excesso ou pela sua falta diminuindo assim a eficiência do uso da água.
Para o produtor irrigante, é de grande importância o conhecimento do desempenho do
seu sistema de irrigação para buscar as estratégias para obter a maior eficiência no uso da
água e um bom manejo. Assim, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar o desempenho
de sistemas de pivôs centrais e o manejo da irrigação de propriedades em quatro regiões de
Minas Gerais: Triângulo, Alto Paranaíba, Norte de Minas e Zona Central Mineira.
10
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. A irrigação
Denomina-se irrigação o conjunto de técnicas destinadas a deslocar a água no tempo
ou no espaço para modificar as possibilidades agrícolas de cada região (LIMA et al., 1999).
Segundo Gomes (1997), a irrigação é uma prática agrícola de fornecimento de água às
culturas, onde e quando as dotações pluviométricas, ou qualquer outra forma natural de
abastecimento, não são suficientes para suprir as necessidades hídricas das plantas. Constitui-
se uma atividade imprescindível para qualquer agricultura rentável, em quase todas as regiões
e climas de nosso planeta.
A irrigação não deve ser considerada isoladamente, mas sim como parte de um
conjunto de técnicas utilizadas para garantir a produção econômica de determinada cultura
com adequados manejos dos recursos naturais. Portanto, devem ser levados em conta os
aspectos de sistemas de plantios, de possibilidades de rotação de culturas, de proteção dos
solos, de fertilidade do solo, de manejo integrado de pragas e doenças, mecanização etc.,
perseguindo-se a produção integrada e a melhor inserção nos mercados (MANTOVANI et al.,
2007a).
A história da irrigação tem muito a ver com a história da civilização humana,
podendo-se dizer que ela começou no antigo Egito, mais de 5.000 anos. Rodeado por
grandes desertos, o Egito reserva apenas uma estreita faixa de terra para o homem viver ao
longo do Rio Nilo. Todos os anos, as águas do Nilo, engrossadas pelas chuvas nas cabeceiras,
cobriam as margens e se espalhavam pelo Egito e, quando baixavam, deixavam uma camada
de húmus fertilíssimo, onde os camponeses plantavam e os animais pastoreavam. Havia,
entretanto, um grave inconveniente: se a cheia era muito alta, causava devastação; se era
fraca, restava menos terra fértil para semear. Tornava-se vital controlar essas cheias. Sob o
comando do faraó Ramsés III, os egípcios ergueram diques que restringiram o rio em um vale
estreito, elevando suas águas e represando-as em grandes reservatórios, de onde desciam aos
campos, através de canais e comportas, na quantidade desejada. O homem começava a
dominar a ciência da irrigação e se dava conta da sua importância para o progresso
(ROTONDANO & MELO, 2002).
Mantovani et al. (2007a) esclarecem que pesquisadores do México e Estados Unidos,
recentemente, encontraram no Peru, na encosta da cordilheira dos Andes, a mais antiga
evidência de agricultura irrigada de que se tem noticia no continente americano. No Vale
Zanã, a cerca de 500 km ao norte de Lima, os pesquisadores puderam confirmar a existência
11
de três canais, usados para o cultivo de campos próximos a antigos sítios residenciais, com
pelo menos 5,4 mil anos de existência.
No Brasil não sinal da prática da irrigação pelos índios. A irrigação foi iniciada
bem tarde, o primeiro projeto de irrigação no Brasil foi em 1881, com a construção do
reservatório Cadro para utilização em lavoura de arroz irrigado, no estado do Rio Grande do
Sul (FUKUDA, 1981, apud CASTRO, 2003) e, logo após em 1912 em Cachoeira do Sul
também para o cultivo de arroz (CASTRO, 2003).
No final da década de setenta e na década de oitenta, houve um crescimento grande
das áreas irrigadas na região dos Cerrados brasileiros, através dos programas de incentivo à
irrigação. As culturas do milho, do feijão, do arroz e do trigo passaram, então, a ser
alternativas nos sistemas de produção de grãos e hortaliças em sucessão e rotação com outras
culturas, principalmente nas áreas irrigadas por aspersão convencional e pivô central. Cabe
ressaltar também o impulso que a irrigação deu à produção de sementes para as culturas de
grãos, que se deslocaram de regiões mais úmidas para as regiões mais secas, com grandes
vantagens nos sistemas de produção e na qualidade dessas sementes. Em outros ecossistemas
das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a irrigação é utilizada principalmente na produção de
frutas, flores e hortaliças, nos cinturões verdes, produção de sementes e mudas. Nessas
regiões, irriga-se no período seco e na época de chuvas faz-se apenas a irrigação suplementar
(RESENDE & ALBUQUERQUE, 2002).
A estimativa do potencial para desenvolvimento sustentável da irrigação no Brasil é de
14,6 milhões de ha em “terras altas” e de 14,9 milhões de ha em “várzeas”, totalizando 29,5
milhões de ha. Desse total, se encontra sob irrigação 3,149 milhões de ha, o que representa
10,7% do potencial de solos aptos para agricultura irrigada sustentável (CHRISTOFIDIS,
2002). Considerando que o setor é responsável por, pelo menos, 1,6 milhão de empregos
diretos e 3,2 milhões de empregos indiretos, fica evidenciado assim o seu grande potencial de
gerar crescimento econômico de uma região, sem falar no aumento da produção de alimento,
através da tendência atual dos agronegócios, em que se ampliam as áreas cultivadas com
culturas irrigadas (MANTOVANI et al., 2007a).
A irrigação é uma alternativa para a melhoria do rendimento de grande parte das
culturas, proporcionando um incremento médio na produtividade da ordem de 200%, e com
isso propicia uma redução dos custos unitários de produção, segundo Gonzaga Neto (2000).
Segundo Mantovani et al. (2007a), a importância da irrigação pode ser sintetizada nas
seguintes vantagens: seguro contra secas, pois na ocorrência de estiagens mais prolongadas a
irrigação permite suprir a falta de água à cultura assegurando a safra; melhor produtividade
12
das culturas aumenta o rendimento da área cultivada e propicia condições para mais de uma
colheita por ano numa mesma área, ou seja, uso intensivo do solo; melhor qualidade do
produto, em virtude de o desenvolvimento vegetal ocorrer em condições mais favoráveis;
possibilidade de fazer um programa de cultivo com colheitas fora da época tradicional,
podendo-se antecipar ou atrasar a safra de certas culturas, o que proporciona melhores
cotações no mercado; maior eficiência no uso de fertilizantes; e introdução de culturas mais
rentáveis, minimizando o risco do investimento.
A aplicação de água no solo, com a finalidade de proporcionar às plantas cultivadas a
umidade ideal para o seu desenvolvimento, pode ser feita por diversos métodos. Não existe
um sistema de irrigação ideal, capaz de atender satisfatoriamente a todas as condições e aos
interesses envolvidos. Em conseqüência, deve-se selecionar o sistema de irrigação mais
adequado para certa condição e para atender aos objetivos desejados. O processo de seleção
requer análise detalhada das condições de cultura, solo, clima, topografia e sócio-econômica,
em função das exigências de cada sistema de irrigação, de forma a permitir a identificação das
melhores alternativas (SCHONS, 2006).
Conforme Andrade & Brito (2007), o método de irrigação é a forma pela qual a água
pode ser aplicada às plantas. Basicamente, são 4 os métodos de irrigação: superfície, aspersão,
localizada e sub-irrigação. Para cada método, dois ou mais sistemas de irrigação, que
podem ser empregados. Entre os métodos de irrigação por aspersão, os mais usados são os
sistemas de aspersão convencional e o pivô central, este último mais acentuadamente em
médias e grandes propriedades.
De acordo com Christofídis (2002), entre os métodos pressurizados por aspersão e
localizado de irrigação, os que irrigam maior área no Brasil são os sistemas de irrigação por
aspersão. De uma área total irrigada em 1999 estimada em 2.950.000 milhões de hectares,
cerca de 1.080.000 milhões, o equivalente a 36,61%, era irrigado por aspersão, incluindo-se
os pivôs centrais. Em Minas Gerais, o total de área irrigada em 2001 era estimado em 313.956
ha, o que corresponde a 10,64% da área irrigada nacional, sendo que desse total 87.950 ha
(28,02%) irrigada pelo sistema pivô central.
Considerando os tamanhos médios de áreas irrigadas por pivô central relatados por
Favetta (1998) e a área irrigada por pivô central no Brasil informada por Christofídis (2002),
pode-se estimar que o número de pivô em operação no Brasil está entre 6.936 e 8.800
unidades (QUEIROZ, 2007). Segundo Schmidt et al. (2004), o número aferido de pivô central
na região Sudeste é de 4.134 unidades, com uma área de 362.618 ha e uma área média por
equipamento de 87,72 ha. Minas Gerais possui 2.485 unidades, uma área 87.950 ha e a área
13
média por equipamento de 35,39 ha, sendo estes pivôs centrais distribuídos principalmente
nas regiões do Noroeste de Minas, Triangulo Mineiro, Alto Paranaíba, Norte de Minas,
Central Mineira e Oeste de Minas, como pode ser visto na Figura 1.
Figura 1. Distribuição espacial dos 2485 pivôs em operação em Minas Gerais (SCHMIDT et
al., 2004).
2.2. Irrigação por pivô central
O primeiro pivô central foi construído em 1948, mas em 1949, seu inventor, Frank
L. Zybach, submeteu o invento para ser analisado e finalmente foi patenteado em 1952, no
Colorado, Estados Unidos. O seu inventor produziu algumas unidades até 1954 quando
vendeu os direitos de fabricação para empresa americana Valley, localizada no estado de
Nebraska (LIMA, 2008).
Segundo Tomazela (1991, apud QUEIROZ, 2007), somente no ano de 1979, é que foi
instalado o primeiro pivô central no território brasileiro, no município de Paracatu/MG.
No inicio eram máquinas simples acionadas por turbinas hidráulicas, movidas pela
própria água a ser aplicada. Naquela ocasião, a uniformidade de aplicação de água sobre a
superfície do solo dependia do relevo e da extensão do pivô. Atualmente, o desenvolvimento
e a incorporação de diversos acessórios e dispositivos permitem a utilização desses
equipamentos nas mais diversas situações (VILELA, 2002; SCHONS, 2006).
14
O pivô central é um sistema de movimentação mecânica, constituído de uma lateral
móvel, com vários aspersores, suspensa por torres sobre rodas, que irriga uma área circular
através da rotação da linha lateral de aspersão em torno de um ponto fixo (FARIA & VIEIRA,
1986, apud QUEIROZ, 2007).
De acordo com Rodrigues et al. (2001), a lateral móvel comporta diversos bocais de
distribuição de água, que podem ser aspersores de impacto (rotativos) ou sprays (fixos ou
rotativos), instalado em espaçamentos regulares. Esta linha lateral é suportada
longitudinalmente por diversas torres. Esta estrutura é responsável pela manutenção dos tubos
com os emissores a uma determinada altura do solo. A ligação entre o vão é feita com
articulações flexíveis, o que torna o pium equipamento capaz de operar em topografias
irregulares.
O raio do pivô pode variar entre 200 a 800 m, sendo o mais comum o de 400 a 600 m.
A área irrigada por unidade de comprimento aumenta com o incremento do raio. Assim, o
custo do sistema por hectare decresce com o aumento do raio do pivô (BERNARDO et al.,
2006).
Ainda, segundo Bernardo et al. (2006), as distâncias entre torres variam entre 24 a 76
m, sendo mais comuns as de 30, 38, 52 e 54 m. Cada torre tem um sistema de propulsão
próprio, sendo que a última torre trabalha como referencia para o controle da velocidade e
alinhamento do pivô. O sistema de propulsão de cada torre é elétrico, com motores de 0,5 a
1,5 cv, os quais permitem melhor controle da velocidade das torres.
O acionamento do motor é feito através de um dispositivo mecânico acoplado à torre
que mede o desalinhamento do vão. Supondo, inicialmente, que todas as torres estejam
alinhadas e apenas a última se movimenta, o acionamento da torre subseqüente se processa
quando o vão em movimento se deflete em relação aos demais. Este processo se repete entre
todos os vãos adjacentes, promovendo, assim, a movimentação de toda a linha de irrigação
pelo funcionamento intermitente dos motores das torres (QUIEROZ, 2007; PEREIRA, 2001).
Segundo Souza (2007), a velocidade de rotação das torres em torno do ponto central é
regulada por meio de um relé percentual situado no painel do equipamento ou da caixa de
controle, que comanda a velocidade de deslocamento da última torre.
Pereira (2001) comenta que, embora a velocidade angular de deslocamento do pi
central seja constante, a velocidade média de deslocamento de cada torre deve ser aumentar
progressivamente a partir do ponto central do pivô, de maneira a induzir o movimento circular
do equipamento na área. Como a área irrigada é progressivamente maior, a vazão dos
emissores também aumenta ao longo da linha lateral do equipamento, de modo que toda a
15
área irrigada receba a mesma lâmina de água de maneira uniforme. Dessa forma, haverá altas
intensidades de aplicação de água na extremidade final do pi e menores intensidades de
aplicação nas proximidades do centro do equipamento.
O pivô central é um dos sistemas de irrigação por aspersão mais automatizada que
existe no mercado. Essa automação pode variar desde simples acessórios a componentes que
permitem colocá-lo em funcionamento a distância, por meio de ondas de rádio ou telefone
celular. Existem também pivôs que são totalmente controlados por estações computadorizadas
capazes de coletar dados como umidade do solo, evapotranspiração, pluviometria, por
exemplo, analisá-los e avaliar o momento ideal e a quantidade exata de água que deverá ser
aplicada para suprir a necessidade da cultura (VILELA et al., 2004).
A irrigação por pivô central tem se expandido de forma mais significativa no Brasil,
em especial nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, devido as suas grandes vantagens, como a
alta uniformidade de distribuição da água; fácil controle da lâmina d’água aplicada; menor
dispêndio de mão-de-obra; possibilidade de fertirrigação e quimigação; manutenção do
mesmo alinhamento e a mesma velocidade de movimentação em todas as irrigações; após
completar uma irrigação, o sistema estará no ponto inicial para começar outra; economia de
tubulação, pois, quando se usa água subterrânea, a linha principal não é utilizada; além de se
ter sempre livre as áreas para os tratos culturais (BERNARDO et al., 2006).
No entanto, muitos problemas relacionados ao pivô são destacado por Bernardo et al.
(2006), tais como: a difícil mudança de área, para poder aumentar a área irrigada, por unidade
de equipamento, quando o modelo é fixo; perda de 20% da área, devido ao formato circular
da área; possui alta intensidade de aplicação de água, necessitando assim tomar cuidado com
o escoamento superficial, necessitando-se fazer o manejo adequado do solo, como uso do
plantio direto, por exemplo.
Costa (2006) destaca que os principais problemas do pivô, estão relacionados ao
dimensionamento dos pivôs e seus sistemas de bombeamento, bem como problemas
ocasionados por falta de manutenção dos equipamentos, os quais promovem a redução na
uniformidade de distribuição de água às plantas.
2.3. Uniformidade de distribuição de água em pivô central
Segundo Carlesso & Zimmermann (2000), de todos os recursos que as plantas
necessitam para crescer, a água é o mais abundante e o mais limitante à produtividade
agrícola. Bernardo et al. (2006) afirmam que a uniformidade tem efeito no rendimento das
16
culturas, sendo considerada um dos fatores mais importantes na operação dos sistemas de
irrigação.
Com a crescente necessidade de uso racional dos recursos hídricos e os altos custos de
energia e demais insumos empregados na produção agrícola, os sistemas de irrigação e os
métodos de manejo da água devem proporcionar uma aplicação uniforme e eficiente. E com a
recente aprovação da cobrança pelo uso da água, os irrigantes deverão otimizar a quantidade
de água a ser aplicada em cada operação (HEINEMANN et al., 1998).
O controle efetivo da irrigação aplicada por equipamentos do tipo picentral pode
ser feito através de ensaios no campo, com o intuito de avaliar a lâmina média e a
uniformidade de distribuição de água e, quando os resultados obtidos não forem satisfatórios,
identificar os componentes que devem ser reparados ou substituídos por componentes novos
(COSTA, 2006).
Cainelli et al. (1997) afirmam que, além de reduzir o consumo de energia pelo sistema
de bombeamento, a manutenção dos componentes avariados aumenta a aproximação entre os
volumes que se deseja aplicar e os efetivamente aplicados pelo equipamento aumentando
assim a eficiência no uso da água.
Uma boa uniformidade de distribuição de água é fundamental para a obtenção da
máxima produtividade da lavoura e/ou rentabilidade. Baixa uniformidade significa que
falta de água em certos pontos do campo e sobra em outros. Para atender as necessidades
hídricas das plantas localizadas em posição crítica, aumenta-se a lâmina de água utilizada na
irrigação da área, aumentando-se assim o consumo de água e custo da irrigação (COSTA,
2006).
Os fatores que afetam a uniformidade de distribuição da água podem ser classificados,
segundo Heinemann et al. (1998), em climáticos e não climáticos. Entre os fatores climáticos
citam-se: evaporação da água, temperatura do ar, umidade relativa e vento. os fatores não
climáticos estão relacionados à correta operação dos equipamentos, podendo ser citados: a
pressão de operação do emissor, velocidade e alinhamento da linha lateral do pie a altura
do emissor. Um fator pode influenciar o outro como a redução da altura do emissor em
relação à cultura que permitirá reduzir as perdas por evaporação e deriva.
Guerra (2004) chama a atenção para o fato de que, em sistemas intensivos de
agricultura irrigada, na maioria dos casos, os equipamentos de irrigação são utilizados por
anos sem a devida manutenção dos sistemas de bombeamento e dos reguladores de pressão.
Estes últimos possuem uma vida útil relativamente reduzida, em torno de 4 a 5 anos e devem
ser repostos simultaneamente em um mesmo equipamento. Rotores danificados, bem como o
17
envelhecimento das paredes internas das tubulações, diminuem a eficiência do sistema. O
autor recomenda ainda que o equipamento seja revisado durante o período de chuvas, quando
a demanda por irrigação diminui.
Keller & Karmeli (1974), comentam sobre a uniformidade dos sistemas de irrigação, e
citam que esta uniformidade depende também da precisão com que os emissores o
fabricados.
Segundo Frizzone & Dourado Neto (2003) há sistemas que, por terem sido mal
projetados, podem apresentam baixa eficiência. Nesses casos e também naqueles sistemas
cuja eficácia nunca foi avaliada, o ensaio constitui a via para o levantamento dos dados
necessários para tomada de decisões sobre melhorias a serem introduzidas para elevar a
eficiência do sistema de irrigação.
Nenhum sistema de irrigação consegue aplicar água com perfeita uniformidade.
Normalmente, o aumento da uniformidade de distribuição da água solicita investimentos na
melhoria do sistema, em manutenção e em mão-de-obra para o manejo racional da irrigação
(DUKE et al., 1992, apud SCHONS, 2006).
um consenso de que, quando a água não é escassa e a cultura é de alto valor
econômico, tende-se a compensar a baixa uniformidade de distribuição de água pela aplicação
de uma lâmina de irrigação maior que a necessária à cultura para se reduzir a área de déficit.
Entretanto, deve-se considerar que o aumento da lâmina de irrigação eleva os custos
operacionais do sistema e aumenta as perdas de nutrientes por lixiviação. Esta representa não
uma perda econômica direta como também reduz a produção e pode contaminar o lençol
freático (FRIZZONE & DOURADO NETO, 2003).
Silva et al. (1997) também mencionam que os sistemas com baixa uniformidade
exigem maiores lâminas d’água, para assegurar que a quantidade de água necessária seja
distribuída por toda a área. Ressaltam que muitos sistemas do tipo pivô central são usados
para aplicação de produtos químicos no solo, via água de irrigação; nesses casos, a pequena
uniformidade de distribuição poderia resultar em danos para as culturas, em função da
aplicação excessiva ou deficiente do produto químico.
Frizzone & Dourado Neto (2003) afirmam que os parâmetros de eficiência mais
comumente utilizados são: eficiência de aplicação, eficiência de distribuição, eficiência em
potencial de aplicação e eficiência de armazenagem. A eficiência de aplicação é a relação
entre a quantidade de água armazenada na zona radicular e a quantidade de água aplicada à
parcela, não provê informações relativas ao grau de adequação e a uniformidade de
distribuição.
18
Para determinação da lâmina média de irrigação e da uniformidade de distribuição de
água em áreas irrigadas por pivô central, faz-se necessário a realização de ensaios de campo.
Esses ensaios, no Brasil, devem seguir a Norma Brasileira 14244 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (1998).
O ensaio consiste na coleta de água em recipientes plásticos de 0,08 m de altura e 0,06
m de diâmetro, instalados a uma determinada altura sobre a superfície do solo ao longo do
raio do pivô. Desta forma, cada volume coletado está associado a uma área irrigada, que será
tanto maior, quanto maior for a distância do coletor ao centro do pivô. Os ensaios devem
ocorrer, de preferência, sem ausência de ventos e a pressão de entrada na linha lateral do pivô
deve ser registrada (NBR 14244 da ABNT, 1998).
Segundo a norma, os coletores devem ser dispostos em linhas radiais com
espaçamento fixo entre 3 a 5 m, sendo o primeiro coletor colocado a uma distância do centro
do pivô equivalente à metade do espaçamento. Assume-se, portanto, que a lâmina coletada em
cada ponto é a própria lâmina média da faixa circular que o coletor representa, e que a lâmina
média global do pivô é obtida através da média ponderada das lâminas coletadas em função
das suas áreas representativas.
A lâmina média (L, mm) aplicada pelo pivô central é calculada a partir da seguinte
equação:
Eq. (1)
em que:
L
- lâmina média, em mm;
Li – lâmina coletada no i-ésimo coletor, em mm;
Si – distância do centro do pivô ao ponto i, em m.
Conhecida a lâmina aplicada pelo pivô central, pode-se ajustar o temporizador no
painel do equipamento para aplicação de uma lâmina (L, mm) desejada qualquer, através da
equação:
Eq. (2)
em que:
L – lâmina aplicada, em mm;
100L
– lâmina média aplicada com RT igual a 100%, em mm;
RT – regulagem do temporizador, em %;
RT
LL
100
100
0
0
=
=
=
=
n
l
Si
n
li
LiSi
L
19
A uniformidade de distribuição de água é quantificada pelo cálculo dos coeficientes de
uniformidade. Segundo Dourado Neto et al. (1994); Bernardo et al. (2006), para sistemas de
irrigação por pi central, os coeficientes mais recomendados são o coeficiente de
uniformidade de Christiansen (CUC), proposto por J.E. Christiansen, que é também o
coeficiente de uniformidade de distribuição recomendado pelo serviço de Conservação do
Solo dos Estados Unidos, e o coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD), proposto
por Criddle et al. (1956).
Além desses dois coeficientes, os ensaios de equipamentos de pivô central podem
fornecer o coeficiente de variação das lâminas, eficiência de aplicação e armazenagem, e
apontar as áreas deficientemente irrigadas (DOURADO NETO et al., 1994; BERNARDO et
al., 2006).
O coeficiente de uniformidade de distribuição de Christiansen é determinado pela
seguinte equação (BERNARDO et al., 2006):
Eq. (3)
em que:
CUC – Coeficiente de distribuição de Christiansen, em %;
Xi – lâmina coletada no i-ésimo coletor, em mm;
X
– lâmina média, em mm;
N – número de coletores.
A equação desenvolvida por Christiansen é aplicada quando cada coletor representa
áreas de mesmo tamanho, como é o caso da aspersão convencional. Na avaliação do pivô
central, os coletores são eqüidistantes e posicionados ao longo de uma linha radial que vai do
centro do pivô para a extremidade, assim cada coletor representa uma faixa irrigada circular
que é função de sua distância radial (KELLER & BLIESNER, 2000).
Desta forma, Heermann & Hein (1968, apud COSTA, 2006), modificaram a equação
original ponderando as lâminas coletadas em relação à área representada por cada coletor,
apresentando a seguinte equação ajustada, denominada de coeficiente de uniformidade radial,
CUC
r
:
=
=
XN
XXi
CUC
n
li
1100
20
Eq. (4)
em que:
CUC
r
– coeficiente de uniformidade radial, em mm;
Si – distância do centro do pivô ao ponto i, em m;
Li – lâmina coletada no ponto i, em mm;
n – número total de pontos coletados.
E para classificar a uniformidade de distribuição de água em pivô central, quanto ao
valor do Coeficiente de Uniformidade de Christiansen, a norma NBR 14244 da ABNT
(1998), recomenda a Tabela 1.
Tabela 1. Classificação da uniformidade de distribuição de água em picentral, de acordo
com a norma NBR 14244 da ABNT (1998) e com Bernardo et al. (2006)
CUC (%) Classificação
<80
80 a 84
85 a 89
>90
Ruim
Regular
Boa
Muito Boa
O coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) é determinado pela equação a
seguir (BERNARDO et al., 2006):
Eq. (5)
em que:
CUD – coeficiente de uniformidade de distribuição, em%;
X
(25)
– lâmina média dos 25% menores valores coletados, em mm;
X – lâmina média, em mm.
Da mesma forma que ocorreu a modificação na equação do CUC, o coeficiente de
uniformidade de distribuição também foi ajustado para incorporar as diferentes faixas
100
)25(
X
X
CUD =
=
=
=
=
=
n
li
n
li
n
li
n
li
r
LiSi
Si
LiSi
LiSi
CUC 1100
21
irrigadas, obtendo-se um coeficiente que expressa a uniformidade de distribuição radial, sendo
o CUD
r
definido por (KELLER & BLIESNER, 2000):
Eq. (6)
em que:
p – primeiro elemento da série crescente de lâminas coletadas;
q – elemento da série crescente correspondente à soma de ¼ da área total.
Si – distância do centro do pivô ao ponto i, em m;
Li – lâmina coletada no ponto i, em mm;
n – número total de pontos coletados.
Segundo Dourado Neto et al. (1994), o conhecimento desses parâmetros é
imprescindível para o manejo econômico do sistema.
Outro parâmetro importante na avaliação de desempenho dos sistemas de irrigação é a
“Eficiência Potencial em Aplicação de Água (Epa)”, que representa a razão entre a lâmina
média coletada e a lâmina aplicada (COSTA, 2006).
Bernardo et al. (2006) descrevem a Epa por meio de medida direta no campo,
considerando as perdas por evaporação e arraste pelos ventos, fornecendo um valor para as
condições específicas do teste.
A Epa proposta por Bernardo et al. (2006) é calculada através da equação:
Eq. (7)
em que:
Epa
Bernardo
– Eficiência em Potencial de Aplicação de água, em %;
L
– Lâmina média coletada, em mm;
Lapli – Lâmina aplicada, em mm.
=
=
=
=
=
n
pi
Si
q
pi
LiSi
n
pi
Si
q
pi
LiSi
CUD 100
Lapli
L
Epa
Bernardo
=100
22
A determinação da Epa proposta por Keller & Bliesner (2000) é descrita pela seguinte
equação:
Eq. (8)
em que:
Epa
Keller
– Eficiência em potencial de aplicação de água, em %;
ETo – Evapotranspiração de referência ou real, em mm dia
-1
;
Vv – Velocidade do vento, em km h
-1
;
CI – Coeficiente adimensional que caracteriza o potencial de evaporação e arraste.
Esse parâmetro, descrito por Keller & Bliesner (2000), permite a estimativa da Epa
para as condições médias do dia da avaliação, fornecendo um valor mais representativo das
condições gerais.
2.4. Manejo da Irrigação
Para que a implantação de um projeto de irrigação atinja seus objetivos é necessário
que, além de um projeto adequadamente dimensionado, haja também um manejo eficiente da
irrigação. O conceito de manejo da irrigação é complexo e, no seu sentido mais amplo,
relaciona tanto o aspecto do manejo da água como também o manejo do equipamento, com o
objetivo de ajustar a quantidade de água e o momento certo desta aplicação. O manejo
eficiente da irrigação não pode ser considerado uma etapa independente dentro do processo de
produção agrícola, tendo por um lado a obrigação com a produtividade da cultura explorada e,
por outro, o uso eficiente da água, promovendo a conservação do meio ambiente
(MANTOVANI et al., 2007a).
Segundo Bernardo et al. (2006) o manejo da irrigação de forma eficiente e precisa,
definindo quanto e quando irrigar, deve se dar com a implantação de um programa com visão
integrada, dentro de um conceito mais amplo, o qual permita a consideração de outros
componentes, além dos aspectos de versatilidade e operacionalidade, considerando a
avaliação e manutenção do sistema de irrigação, a fertirrigação, o controle fitossanitário e o
manejo e condução da cultura. Implementar um programa de manejo significa implantar um
sistema de monitoramento via solo, clima, planta ou associação entre dois deles.
Costa (2006) argumenta que se não houver uma correta definição de quando e quanto
de água aplicar, o irrigante estará fazendo um uso ineficiente da água, seja pela aplicação em
excesso ou aquém das necessidades da planta. Quando a irrigação é excessiva, além do
desperdício da água e o comprometimento na produção da lavoura, a ineficiência na irrigação
)000016,000018,000043,0(
0012,000017,0005,0976,0
2
EToVvVvEToCl
VvEToEToEpa
Keller
++
++=
23
contribui para um maior impacto ambiental sobre o solo e a qualidade dos mananciais que
recebem o excesso de água aplicada. Quanto menor a lâmina de água aplicada na irrigação,
menor o volume de água percolada e drenada que retorna aos mananciais, levando consigo
parte dos insumos aplicados, como fertilizantes e agroquímicos. Assim a quantidade de água a
ser aplicada deve ser aquela que atenda as necessidades da planta, sem provocar excesso de
água no solo.
A irrigação no Brasil é manejada, em sua grande parte, de forma artesanal, gerando
perdas significativas, pois não existe um sistema técnico de controle. A falta de um manejo
adequado na irrigação ocasiona prejuízos como perdas de energia, de água e,
conseqüentemente, de dinheiro. Tais prejuízos afetam diretamente a produtividade e a
rentabilidade comprometendo a produção. Uma análise do manejo da irrigação atualmente
praticado indica uma total carência de resultados, muitas vezes proporcionada pelas
dificuldades de atuação dos técnicos, que não dispõem de instrumental necessário para
tomada de decisão de forma simples, rápida e com base científica (MANTOVANI et al.,
2007a).
Souza et al. (2003) consideram que entre os fatores que levam os produtores a não
adotarem um adequado método de manejo da irrigação, consta o baixo custo da água de
irrigação em relação ao custo de implantação de um programa de manejo. Além disso, a
redução na produtividade por atraso ou falta da irrigação e os impactos ambientais provocados
pelo mau manejo da água não costumam ser facilmente reconhecidos e quantificados.
Muitos produtores avaliam o momento de se fazer a irrigação de forma visual, sem a
utilização de um método de manejo que possibilite uma definição mais precisa (COSTA,
2006).
Segundo Bernardo et al. (2006), a implantação de um programa de manejo de
irrigação requer conscientização, com visão integrada, tecnologia de ponta e
operacionalidade, possibilitando a otimização do uso dos insumos, aumento da produtividade,
rentabilidade e ampliação da área irrigada nos locais com limitação dos recursos hídricos.
Ainda contribui para uma exploração agrícola sustentável, preservando o meio ambiente pela
melhor utilização de água e energia, evitando-se a ocorrência de percolação profunda,
acarretando a lixiviação de produtos químicos e conseqüente contaminação do lençol freático.
O manejo otimizado da irrigação requer uma estimativa sistemática do estado
energético de água no solo para determinar as quantidades apropriadas e o tempo de irrigação
(MORGAN et al., 2001). Existem vários procedimentos que podem ser adotados como
critérios adequados para a realização do manejo da água de irrigação De maneira geral, os
24
critérios existentes baseiam-se em medidas do status da água em um ou mais componentes do
sistema solo-planta-atmosfera (ROTONDANO & MELO, 2002).
Existem quatro processos básicos de se controlar ou quantificar a irrigação: processos
baseados nas condições climáticas ou atmosféricas, nas condições de água do solo, nas
condições de água nas plantas e processo conjugado de controle de irrigação. Pode ser feita
também a conjugação do controle da irrigação via atmosfera e via solo (HERNANDEZ,
1997).
2.4.1. Método climático
O conhecimento dos fatores climáticos é de fundamental importância para o manejo
racional da irrigação (HERNANDEZ, 1997). Sendo a evapotranspiração, juntamente com a
precipitação efetiva, os dois principais parâmetros para estimar a quantidade de irrigação
necessária (BERNARDO et al., 2006).
A evapotranspiração (ET) pode ser definida como a quantidade de água evaporada e a
transpirada por uma superfície como vegetal, durante um determinado período, ou seja, é o
somatório da evaporação da água do solo e a transpiração vegetal durante o processo de
fotossíntese (HERNANDEZ, 1997).
Segundo Bernardo et al. (2006), a quantidade de água evapotranspirada depende
principalmente da planta, do solo e do clima, sendo este último fator predominante sobre os
demais, de modo que a quantidade de água requerida por uma cultura varia com a extensão da
área coberta pelo vegetal e com as estações do ano.
vários métodos para determinar a evapotranspiração, os quais, em sua maioria
estimam a evapotranspiração potencial, ou seja, a que ocorre quando não deficiência de
água no solo que limite seu uso pelas plantas. Mas, por motivos intrínsecos de cada cultura, a
evapotranspiração potencial varia de cultura para cultura, obrigando assim definir uma
evapotranspiração potencial para uma cultura de referência (ETo), e a real (ETc) por cultura
(BERNARDO et al., 2006).
Hoje a Food and Agriculture Organization - FAO (ALLEN et al., 1998) define ETo
como a representação da evapotranspiração de uma cultura hipotética, de porte baixo (<12
cm), com refletividade (albedo) de 0,23 e uma resistência de superfície de 70 s/m. Pode ser
determinada de diversas, porém, para que se chegasse a um consenso nesse resultado, foi
tomada como padrão a equação de Penaman-Monteith.
Os principais métodos diretos para se determinar a ETo são os Lisímetros, Parcela
experimental no campo e Controle da umidade do solo, sendo que estes são habitualmente
25
usados em experimento. Entre os métodos indiretos temos os derivados de equações como a
Equação Penamn-Monteith, Equação Hargreaves e a Equação de Blaney-Criddle, e o método
de evaporímetro que utiliza os Tanque de Evaporação e os Atmômetros (BERNARDO et al.,
2006; MANTOVANI et al., 2007a):
- Lisímetro: são tanques enterrados no solo, dentro dos quais se mede a
evapotranspiração. É o método mais preciso para a determinação direta da ETo, desde que
eles sejam bem instalados (BERNARDO et al., 2006);
- Parcela experimental no campo: é usado para determinar a ETo total ou seja do ciclo
da cultura. É calculada pela soma da quantidade de água aplicada nas irrigações, das
precipitações e a quantidade de água armazenada no solo antes do plantio, menos a
quantidade de água que ficou no solo, após a colheita (BERNARDO et al., 2006);
- Controle da umidade do solo: são feitas avaliações da umidade antes e após uma
irrigação ou precipitação e a diferença seria a ETo (BERNARDO et al., 2006);
- Equação de Penman-Monteith (Método-Padrão): é a equação mais completa e
precisa na estimativa da ETo, porém necessita de muitos dados meteorológicos (temperatura,
umidade relativa, velocidade do vento e radiação ou horas de sol). Com a evolução e maior
disponibilidade das estações meteorológicas automáticas, que coletam e armazenam os dados
meteorológicos, a utilização da equação de Penman-Monteith tem sido potencializada
(MANTOVANI et al., 2007a).
A equação de Penman-Monteith pode ser descrita da seguinte forma (BERNARDO et
al., 2006):
)34,01(
)(
273
900
)(408,0
2
2
2
u
eeu
T
GR
ETo
asn
++
+
+
=
γ
γ
Eq. (9)
em que:
ETo = evapotranspiração de referência, em mm dia
-1
;
R
n
= radiação líquida na superfície da cultura, em MJ m
-2
dia
-1
;
G = densidade do fluxo de calor do solo, em MJ m
-2
dia
-1
;
T
2
= temperatura do ar a 2 m de altura, em °C;
u
2
= velocidade do vento a 2 m de altura, em m s
-1
;
e
s
= pressão de vapor de saturação, em kPa;
e
a
= pressão atual de vapor, em kPa;
e
s
– e
a
= déficit de pressão de vapor de saturação, em kPa;
∆ = declividade da curva de pressão de vapor de saturação x temperatura, em kPa °C
-1
; e
γ = constante psicrométrica, em kPa °C
-1
.
26
Em Bernardo et al. (2006) e Allen et al. (1998) encontram-se diagramas que facilitam
o entendimento e o cálculo da ETo pela metodologia de Penman-Monteith, mas, devido à
complexidade do processo, o ideal é a utilização de algum aplicativo computacional.
Hoje se encontram estações com sensores que integram os dados e fornecem a ETo
diretamente na estação, o que se torna uma facilidade no uso da equação de Penman-
Monteith, como, por exemplo, a estação automática Vantage Pro da Davis
R
o modelo mais
recomendado para o manejo da irrigação (MANTOVANI et al., 2007a);
- Equação de Hargreaves (1985): para a utilização desta equação, são necessários
somente os dados de temperatura e radiação no topo da atmosfera, sendo esse tabelado em
função da latitude do local. Porém, ela tende a superestimar o valor de ETo, principalmente
em clima úmidos, conformea equação 10 (MANTOVANI et al., 2007a).
)8,17()(0023,0
5,0
min
++=
médmáx
TTTRaETo Eq. (10)
em que:
ETo = evapotranspiração de referência, em mmd
-1
;
Ra = radiação extraterrestre, em mm/d
-1
;
Tmáx = temperatura máxima, em °C;
Tmín = temperatura mínima, em °C; e
Tméd = temperatura média, em °C.
- Equação de Blaney-Criddle: foi desenvolvida, relacionando os valores da ET mensal
com o produto da temperatura média mensal pela percentagem mensal das horas anuais de luz
solar, o qual foi modificado pela FAO, incluindo ajustes climáticos locais, conforme a
equação 11 (BERNARDO et al., 2006);
]
100
)13,8457,0[(
P
TcETo += Eq. (11)
em que:
ETo = evapotranspiração de referência, em mm d
-1
;
c = coeficiente regional de ajuste da equação;
T = temperatura média mensal, em °C; e
P = percentagem mensal das horas anuais de luz solar, em %.
- Tanque de evaporação ou Tanque USWB Classe A: o tanque Classe A, em virtude
do custo relativamente baixo e do fácil manejo, tem sido muito empregado nos projetos de
irrigação. Ele tem a vantagem de medir a evaporação de uma superfície de água livre,
associada aos efeitos integrados da radiação solar, do vento, da temperatura e da umidade do
ar (Figura 2). Pelo fato de os processos de evaporação da água livre no tanque (EV) e a ETo
27
serem semelhantes apenas nos seus aspectos físicos, para converter EV em ETo, as condições
meteorológicas da rego e o local em que o tanque está instalado em relação ao meio
circundante devem ser considerados. A ETo pode ser calculada pela seguinte equação 12
(BERNARDO et al., 2006);
EVKtETo *
=
Eq. (12)
em que:
ETo = evapotramspiração de referência, em mm d
-1
;
Kt = coeficiente do tanque; e
EV = evaporação da água no tanque, em mm dia
-1
.
Figura 2. Tanque USWB Classe A.
Fonte: C.E. Toledo.
- Atmômetros: são evaporímetros nos quais a evaporação da água se dá através de uma
superfície porosa, apresentam erro devido a impregnação de sal ou poeira em seus poros, além
de serem mais sensíveis ao vento do que à radiação solar. São três os principais atmômetros:
evaporímetro de Piché, atmômetro de Ligingston e atmômetro de Bellani (BERNARDO et al.,
2006).
Na determinação da evapotranspiração real da cultura (ETc), deve-se multiplicar a
ETo por um coeficiente, chamado coeficiente da cultura (kC). Este é o método padrão FAO
(MANTOVANI et al., 2007a) pode ser calculado pela equação 13:
28
KcEToETc *
=
Eq. (13)
em que:
ETc = evapotranspiração da cultura, em mm d
-1
;
ETo = evapotranspiração de referência, em mm d
-1
; e
Kc = coeficiente da cultura, decimal.
Nessa equação, tem-se a ETo que representa a demanda de uma região qualquer, sendo
variável de local para local; e o Kc, que é um componente representativo da cultura, variando
de acordo com a cultura e com o estádio de desenvolvimento fenológico desta. Sendo que os
valores de Kc são encontrados em tabelas e, ou gráficos que são construídos com base em
resultados de pesquisa (MANTOVANI et al., 2007a).
2.4.2. Método do balanço de água no solo
O solo é constituído de partículas sólidas, liquídas e gasosas. O seu volume sólido
pode ser considerado praticamente fixo, enquanto os gases e a solução dividem o espaço
poroso do solo. Se a quantidade de solução ou a umidade do solo aumentar, a quantidade de
gases diminui. Na realidade, o solo pode ser considerado um grande reservatório, cuja
quantidade de água armazenada varia com a umidade (BERNARDO et al., 2006).
Assim uma maneira simplificada de efetuar o balanço de água no solo em uma área
cultivada é contabilizar a quantidade de água que entra, seja por irrigação e/ou pela chuva, e a
quantidade de água que sai da superfície do solo, pela evapotranspiração (EMBRAPA, 2003)
(Figura 3).
Figura 3.
Balanço
de água
no sistema solo-planta-atmosfera, baseado em Allen et al. (1998).
29
A forma para se contabilizar esta entrada e saída de água do solo consiste na
determinação do teor de umidade no solo, pois a umidade do solo indica em que condições
hídricas ele se encontra. Para a irrigação, a umidade do solo deve ser determinada e servirá de
parâmetro para a quantidade de água a ser aplicada pelo sistema (MANTOVANI et al.,
2007a).
A umidade do solo pode ser determinada de forma direta, pelo método da Estufa ou
Gravimétrico considerado como padrão, método das pesagens, sonda de Nêutrons, e com o
uso da técnica do Domínio da Reflectometria no Tempo (TDR), devendo-se fazer a irrigação
quando o teor de umidade do solo atingir o limite preestabelecido. Através do monitoramento
diário do teor de umidade no solo, determina-se quando a lâmina pré-definida foi consumida
pela cultura e faz-se nova irrigação, se necessário. Outra forma seria a determinação da tensão
de água no solo e posteriormente a umidade, se caracterizando esta metodologia como um
método indireto. São feitos através de tensiômetros, métodos eletrométricos, e curva
característica de água no solo via teor de umidade. O método é fundamentado na
determinação da tensão com que a água está retida no solo, esta tensão é a mesma com que as
plantas encontram a água no solo que será adsorvida por suas radicelas. Por isso, é um método
de análise imediata e muito usado em sistema automatizados de irrigação, principalmente por
aspersão e localizada (BERNARDO et al,. 2006) (Figura 4).
2.4.3. Condições de água nas plantas
O momento de se efetuarem as irrigações pode ser estimado através de sintomas
visuais de déficit hídrico nas plantas, que às vezes são difíceis de ser detectados e às vezes são
muito tardiamente detectados, para fins de manejo de irrigação, isto é, quando observados, os
seus efeitos comprometeram a produção ou a qualidade do produto. Geralmente, esses
sintomas estão relacionados à tonalidade da coloração das folhas, enrolamento de folhas,
ângulo da folha etc. (RESENDE & ALBUQUERQUE, 2002).
O ideal seria monitorar o status de água na planta através do potencial de água na
folha, abertura estomática e outros parâmetros relacionados com o déficit de água como
temperatura das folhas, índices de estresse hídrico, fluxo de seiva, entre outros, mas os
equipamentos são caros e a metodologia é complexa. O monitoramento do status de água na
planta é, portanto, mais utilizado na pesquisa, em que se requer maior precisão (RESENDE &
ALBUQUERQUE, 2002).
30
Figura 4. Estufa de secagem (A); Tensiômetro (B); célula de leitura de um TDR (C); e,
Watermark com cabo conexão (acima) e célula de leitura (abaixo) formando um Bloco de
Resistência Elétrico (D).
Fonte: C.E. Toledo.
2.4.4.
Processo conjugado de controle da irrigação
Geralmente, no controle da irrigação pelo processo conjugado, todos os lculos para
obter a lâmina de água da irrigação são feitas com base na evapotranspiração e o momento de
irrigar é monitorado por tensiômetros instalados no solo ou outros instrumentos que medem o
potencial ou conteúdo de água no solo. Caso se verifique que para uma dada condição, o solo
atingiu a Capacidade de Água Disponível - CAD
1
crítica, se processa a irrigação
(HERNANDEZ, 1996).
1
CAD – Capacidade de Água Disponível. De maneira simples podemos chamar a CAD de "tamanho do
reservatório" e de Água Disponível (AD) a quantidade de água a ser consumida pelas plantas e que deverá ser
reposta pelas irrigações. A CAD é calculada pela diferença entre a umidade na capacidade de campo (q CC)
menos a umidade no ponto de murcha permanente (q PMP), multiplicada pela profundidade efetiva do sistema
radicular (PESR) Também nomeado por Disponibilidade Total de Água (DTA) (Bernardo et al., 2006).
31
3. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho fundamentou-se em duas etapas sicas. A primeira foi a de avaliar o
desempenho dos pivôs centrais com levantamento de campo das características e realização
de testes de uniformidade de distribuição da água dos equipamentos, onde foram levantados
todos os dados de instalação e funcionamento dos equipamentos. E numa outra etapa, foi
realizado à avaliação do manejo empregado pelos proprietários de pivôs centrais.
3.1. Localização e caracterização das propriedades e sistemas avaliados
Este trabalho foi realizado em quatro regiões mineiras: Região Central ou
Metropolitano de Belo Horizonte, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Norte de Minas, de
acordo com a divisão regional do estado de Minas Gerais. A definição dos municípios e das
propriedades foi realizada com base em informações da Cemig (Companhia de Energética de
Minas Gerais) e da Embrapa Milho e Sorgo (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e
os sistemas de irrigação submetidos à avaliação foram escolhidos pelos proprietários, sem
intervenção alguma.
Após um pré-cadastro dos irrigantes, seguindo critérios de representatividade quanto à
área, sistema de irrigação empregada, produção dentre outros, foram definidos onze (11)
propriedades (Tabela 2 e Figura 5), totalizando vinte e um (21) sistemas de irrigação tipo pivô
central (Tabela 3), sendo que os mesmo possuíam cultura, idade, e outras características.
32
Tabela 2. Caracterização das propriedades selecionadas para avaliações nas diferentes regiões
de Minas Gerais
Municípios
Propriedade
Localização
geográfica
Altitude
(m)
Área
Irrigada
(ha)*
Principais
Atividades
Agrícolas
Esmeralda Visual 19°38’24’’S
44°22’01’’W
760 84 Produção de
feno.
Inhaúma True Type 19°26’05’’S
44°29’53’’W
702 520 Prod. de milho
grão e silagem.
Paraopeba Ageo Agrop. 19°14’40’’S
44°29’15’’W
720 530 Prod. de milho
grão e silagem.
Pirapora Guaicuí 17°18’20’’S
44°46’35’’W
490 700 Prod. de milho
grão e silagem.
Paracatu Gilberto Appelt
& Filho
16°56’37’’S
46°22’43’’W
690 560 Prod. de feijão.
Unaí
Santa Maria 16°36’34’’S
47°06’00’’W
580 360 Prod. de feijão.
Morada Nova
de Minas
5 Estrelas 18°42’23’’S
45°20’41’’W
583 300 Prod. de feijão
e milho.
São Gotardo Sekita 19°19’40’’S
46°09’19’’W
1145 1600 Prod. de
cenoura, alho.
Irai de Minas Michells 18°58’55’’S
47°31’30’’W
1007 900 Prod. de milho,
trigo e feijão
Planura Santa Helena 20°02’59’’S
48°41’17’’W
520 500 Prod. de sorgo,
milho e laranja.
Capitão Enéas
Santa Inês 16°16’10’’S
43°48’58’’W
438 300 Prod. de milho
grão e silagem.
* Informação do proprietário ou gerente da fazenda.
33
Figura 5. Mapa com a posição das propriedades selecionadas para avaliações nas diferentes regiões de Minas Gerais.
Fonte: Google Mapa.
34
Tabela 3. Caracterização dos pivôs centrais das propriedades selecionadas para avaliações nas
diferentes regiões de Minas Gerais
Propriedade
Pivô
Marca
Ano de Instalação Cultura
Visual
1
Valley 2003 Capim Tyfton
2
Valley 2003 Capim Tyfton
True Type
3
Valley 2002 Feijão
4
Valley 2005 Feijão
Ageo Agrop.
5
Valley 2001 Milho p/ Silagem
6
Valley 2006 Milho p/ Silagem
Guaicuí
7
Asbrasil 1988 Milho grão
8
Valley 1997 Milho p/ Silagem
9
Asbrasil 1988 Milho grão
Gilberto A. & Filhos
10
Carborundum 1989 Feijão
Santa Maria
11
Asbrasil 1992 Feijão
12
Asbrasil 1990 Feijão
13
Asbrasil 1990 Feijão
5 Estrelas
14
Valley 1998 Milho grão
15
Valley 2000 Feijão
Sekita
16
Valley 2008 Trigo
Michells
17
Valley 1995 Trigo
18
Valley 1995 Trigo
Santa Helena
19
Asbrasil 1989 Milho grão
Santa Inês
20
Asbrasil 1992 Milho p/ silagem
21
Asbrasil 1992 Milho p/ silagem
3.2. Características física-hídricas dos solos das propriedades avaliadas
Foram avaliados os atributos do solo como densidade, umidade na capacidade de
campo, umidade no ponto de murcha permanente e a textura dos solos de todas as
propriedades.
• Densidade do solo (g cm
-3
): necessária ao cálculo de água disponível no solo;
• Umidade na capacidade do campo (% peso): relação entre a massa de água e a massa
de solo, na capacidade de campo;
35
Umidade no ponto de murcha permanente (% peso): relação entre a massa de água e
a massa de solo, no ponto de murcha permanente;
• Textura: determinação da porcentagem de areia grossa, área fina, silte e argila.
A determinação dos atributos: densidades do solo, umidade na capacidade de campo e
umidade de ponto de murcha permanente, foram realizados no laboratório do Departamento
de Solos, da Universidade Federal de Viçosa - UFV. A análise da textura dos solos foram
realizadas no laboratório de Física do Solo da Embrapa Milho e Sorgo.
As amostras foram retiradas em três pontos pré-determinados ao longo da linha lateral
procurando-se obter um valor médio para a área cultivada. Os locais amostrados foram
situados no inicio da linha do pivô, no meio do pivô e no final do pivô central. Essas amostras
foram retiradas nas camadas 0-20 e 20-40 cm partir da abertura de trincheiras.
3.3. Avaliação dos parâmetros hidráulicos
Na avaliação dos pivôs foi feito levantamentos das seguintes características:
Raio irrigado (m): somatório do comprimento da linha lateral e do raio do canhão
final, quando existia, sendo que as medidas foram realizadas com trena de 50 m;
Raio da última torre (m): somatório do comprimento da linha lateral até a última
roda, sendo que as medidas foram realizadas também com uma trena de 50 m;
Velocidade de deslocamento (m h
-1
): é a velocidade com que a última torre se
desloca, quando o percentímetro está a 100 %. A velocidade foi calculada medindo-se o
tempo gasto pela última roda para percorrer uma distância de 50 m. Sendo utilizado a equação
14:
gasto
Deslocam
Tempo
Distância
Veloc =
Eq. (14)
em que:
Veloc
Deslocam
– Velocidade de deslocamento da última roda, em m h
-1
;
Distância – a distância utilizada em todos os testes foi de 50 m, em m; e
Tempo gasto – é o tempo que foi gasto para percorrer os 50 m, em h.
Tempo de revolução (h): Tempo necessário para que a linha lateral do pi desse
uma volta completa, com o percentímetro a 100 %. Conforme a equação 15:
36
Deslocam
eUltimaTorr
revolução
Veloc
Raio
Tempo
)2(
π
××
Eq. (15)
em que:
Tempo
revolução
– Tempo gasto pelo pivô para dar uma volta, em h;
Raio
Última Torre
– a distância até a última torre, em m;
Veloc
Deslocam
– Velocidade de deslocamento da última roda, em m h
-1
; e
Π – 3,141592654.
• Área (ha): área irrigada pelo pivô centra, foi calculada através da equação 16:
10000
2
π
×
=
irrigado
Raio
Área Eq. (16)
em que:
Área – área total irrigada, em ha;
Raio
irrigado
– distancia total irrigada, em m; e
Π – 3,141592654.
Vazão do sistema (m
3
h
-1
): vazão medida do sistema de irrigação, neste caso foi
utilizado à vazão de projeto;
• Lâmina aplicada: é a quantidade de água total aplicada. Conforme a equação 17:
)10( ×
×
=
Área
TempoVaz
Lam
revoluçàosistema
aplicada
Eq. (17)
em que:
Lam
aplicada
– água total aplicada pelo equipamento, em mm;
Vaz
sistema
– vazão do projeto ou medida, em m
3
h
-1
;
Tempo
resolução
– tempo gasto para dar uma volta a 100%, em h; e
Área – área total irrigada, em ha.
Eficiência de condução: expressa as perdas de água na condução, que vai da
admissão ou sucção da água até a subida no pivô central. Foi classificada como: ótimo (sem
perdas ou vazamentos), bom (com poucos vazamentos) e ruim (muito vazamento);
Pressão no ponto do pivô (kgf cm
-2
): a pressão foi medida através de um manômetro
de Bourdon ligado a tubulação de subida da torre central;
Pressão no final da linha lateral (kgf cm
-2
): a pressão também foi medida através de
um manômetro de Bourdon ligado no final da tubulação aérea do pivô;
37
3.4. Uniformidade de distribuição de água
O teste de avaliação da uniformidade de distribuição de água pelos pivôs foi baseado
nas normas da NBR 14244 da ABNT (1998), sobre “Equipamento de irrigação mecanizada
Pivô central e lateral móvel, providos de emissores fixos ou rotativos - Determinação da
Uniformidade de Distribuição de Água”.
Primeiramente, os pivôs centrais, ou seja, todos os equipamentos foram deslocados para
a parte mais alta da área, para realizar as medidas das pressões, e também com intuito de
realizar o ensaio de precipitação neste mesmo local, para salientar alguma deficncia de
pressão do equipamento.
Foi distribuído uma linha radial de coletores uniformes, com espaçamento regular e
constante de 3,0 m, do centro do pivô ao extremo da área irrigada, sendo que os mesmos
foram colocados rente ao solo. Nos testes foram utilizados os kits de avaliação fornecidos pela
Embrapa Milho e Sorgo, que se adequavam as especificações da norma NBR 14244 da ABNT
(1998).
Os testes foram realizados no período da manhã e da tarde, e sempre observando as
condições climáticas, principalmente a da velocidade do vento, que quando excedia 3 m s
-1
o
teste era cancelado.
Visando minimizar os efeitos da evaporação nos coletores durante o ensaio, o volume
de água em cada coletor foi medido com proveta e transcrito assim que os coletores
estivessem fora do alcance dos jatos d’água dos emissores, evitando-se realizar ajustes
relativos as perdas por evaporação. E foi utilizada em todos os testes a velocidade máxima do
sistema, ou seja, percentímetro a 100%.
O desempenho da irrigação foi monitorado pelos seguintes parâmetros:
mina média coletada (mm): é a média das lâminas coletadas no teste de
uniformidade realizado no campo, conforme a equação (1).
• Eficiência de aplicação (%): calculada pela equação 18:
Ea = 100 Larm Lapl
-1
Eq. (18)
em que
Ea – eficiência de aplicação, em %;
Larm – lâmina armazenada na zona radicular, em mm, e;
Lapl – lâmina aplicada, em mm.
CUC – Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (%): é o coeficiente que
caracteriza a uniformidade de distribuição de água, dado pela equação (4), conforme Costa
38
(2006); Oliveira et al. (2004); Vicente et al., (2005); Cainelli et al. (1997); Folegatti et al.
(1998).
CUD Coeficiente de Uniformidade de Distribuição (%): também caracteriza a
uniformidade de distribuição de água, dado pela equação (6), conforme Costa (2006); Vicente
et al., (2005); Folegatti et al. (1998).
Pad Porcentagem de área adequadamente irrigada (%): considera-se a área
adequadamente irrigada aquela que durante o evento da irrigação recebeu uma quantidade de
água igual ou maior que a lâmina media aplicada. Conforme a equação 19:
Coletores
media
Total
LamColN
Pad
°
= Eq. (19)
em que
Pad – Porcentagem de área adequadamente irrigada, em %;
Col.> Lam
media
Numero de Coletores com valor igual ou superior a Lâmina média
aplicada, em decimal;
Total
coletores
– Numero total de coletores, em decimal.
• EpaBernardo (%): eficiência em potencial de aplicação de água, conforme Bernardo
et al. (2006), definida pela equação (7).
EpaKeller (%): eficiência em potencial de aplicação de água, conforme Keller &
Bliesner (2000). Esta metodologia permite a estimativa da Epa para as condições médias do
dia da avaliação, calculada pela equação (8).
Eficiência de distribuição de projeto (%): para se determinar a eficiência de
distribuição de água para a área adequadamente irrigada de projeto foi aplicada a metodologia
apresentada por Keller & Bliesner (2000), que foi calculada pela equação 20:
)1001)(00186,034,09,24606(100
132
++= CUCPadPadPadEDad Eq. (20)
em que:
EDad Eficiência de distribuição de projeto (ED
80
- Eficiência de distribuição de projeto,
decimal, sendo que se considerou um ajuste na lâmina aplicada para o valor referente ao
déficit de água no solo em 80% da área), em %;
Pad Porcentagem de área adequadamente irrigada, %. Escolhida pelo usuário conforme o
nível de uniformidade que deseja, por exemplo: 80%, em %; e
CUC – Coeficiente de uniformidade de Christiansen, em %.
• Eficiência para área adequadamente irrigada de projeto (%): é o valor que foi
utilizado na estimativa da lâmina a ser aplicada em uma condição de manejo adequado do
39
sistema, com a aplicação de uma lâmina que possibilite atingir uma porcentagem de área
adequadamente irrigada preestabelecida. Dada pela equação 21:
EcEpaEDEipad
Keller
*
80
= Eq. (21)
em que:
Eipad – Eficiência para área adequadamente irrigada de projeto, %;
ED
80
– Eficiência de distribuição de projeto, decimal, sendo que se considerou um ajuste na
lâmina aplicada para o valor referente ao déficit de água no solo em 80% da área; e
Ec – Eficiência de condução, em decimal.
3.5. Avaliação do manejo da irrigação
Como a pratica utilizada pelo irrigante para irrigar um sistema é a mesma para irrigar
os demais, se optou por monitorar um pivô central por propriedade, caracterizando assim o
manejo de irrigação praticado pela propriedade. Mas para que isso acontecesse, as avaliações
foram realizadas sem interferência ao momento de irrigar e na quantidade de água a ser
aplicada. Com isso, deixou-se o proprietário ou irrigante manter seu manejo habitual e no
final do ciclo da cultura este manejo foram analisado por um programa de manejo de
irrigação.
Dentro do período de março de 2008 a outubro de 2008, início do ciclo da seca até
meados do período chuvoso, foram monitoradas as irrigações praticadas durante um ciclo
completo de uma cultura determinada pelos proprietários das fazendas, anotando-se para cada
dia a ocorrência de irrigação e respectiva velocidade de deslocamento do sistema. Durante
este período foram anotadas, também, as precipitações coletadas próximas às lavouras, tendo
sido instalados pluviômetros para este fim.
No processamento das informações, foram inseridos dados de campo levantados
relativos ao solo e à cultura, bem como dados de clima, utilizando-se uma estação
climatológica mais próxima. Nas propriedades onde não havia uma estação meteorológica ou
em um local próximo, foram instaladas estações Davis Vantage Pro2 (Anexo 1), que foram
adquiridas pelo Projeto Embrapa/Cemig. Sendo assim a propriedade Visual, Ageo
Agropecuária, Guaicuí, 5 Estrelas e Michells foram agraciadas com essas estações. Nas
propriedades Santa Maria, True Type, Santa Helena e Santa Inês, foram utilizados as estações
da própria fazenda e nas propriedades Sekita e Gilberto Apelt & Filhos foram utilizados
estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia – Rede de Estações.
Após a coleta do manejo praticado pelos irrigantes, foi procedida a simulação das
irrigações através do programa de irrigação proposto por Albuquerque (2007), através de uma
40
planilha eletrônica para programação da irrigação em sistemas do tipo pivô central, visando
obter as irrigações recomendadas com base na necessidade da lavoura, condições de solos e
do clima.
3.5.1. Planilha eletrônica para programação da irrigação
Para realizar a simulação do manejo foi utilizada uma planilha eletrônica para
programar a irrigação desenvolvida e recomendada por Albuquerque (2003).
A técnica empregada na planinha eletrônica para o manejo da irrigação é a do balanço
de água no solo. Um ponto forte da planinha é a flexibilização da tomada de decisão de modo
que, apesar de ser indicada uma data para irrigar, o usuário tem a liberdade de irrigar em
qualquer data escolhida dentro de sua capacidade operacional. Porém, o adiamento do dia de
irrigar implica em um aumento do fator de risco à cultura porque esta pode ser submetida a
déficit hídrico. Dependendo do grau de exatidão que se deseja: estimativas, medições ou
inclusões de variáveis poderão ser efetuadas. Assim, a planilha mostra que uma opção para se
fazer a programação da irrigação é através do uso de características físico-hídricas do solo, da
determinação da evapotranspiração de referência (ETo) e da precipitação pluviométrica.
Albuquerque (2003) utilizou uma planinha eletrônica Excel, da Microsoflt para a
entrada, o processamento e a saída dos dados (Figura 6 e 7). Cada arquivo (pasta de trabalho)
referente a cada um dos três sistemas de irrigação possui três planilhas, segundo os itens:
Dados, Manejo, e Dados-culturas. Além dessas três planilhas, a pasta manejo-irrigação-pivô
possui também uma planilha extra: Dados-pivô.
41
Figura 6. Planinha eletrônica com dados para manejo da irrigação em pivô central do
programa de manejo de irrigação.
(
ALBUQUERQUE, 2003).
Figura 7. Planinha eletrônica com o manejo da irrigação em pi central do programa de
manejo de irrigação
. (
ALBUQUERQUE, 2003).
42
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Características físico-hídricas do solo
Na Tabela 4, são apresentadas as características texturais do solo, onde se pode ver
que de onze (11) propriedades, dez (10) possuem solos com média a alta porcentagem de
argila. As propriedades onde seus solos foram classificados como solos argilosos a muito
argiloso são solos com teores de argila superiores a 35%. Esses solos apresentam maior força
de coesão entre as partículas, o que além de dificultar a penetração, facilita a aderência do
solo aos implementos, dificultando os trabalhos de mecanização. Embora sejam mais
resistentes à erosão. E podem apresentar restrições para o uso da irrigação por aspersão
quando a velocidade de infiltração básica for muito baixa.
Mas na propriedade Guaíçui o seu solo foi classificado como franco-argiloso-arenoso,
ou seja, solo de textura média. Apesar de possui teor de argila de 26% na profundidade de 0-
20 cm e 24% de 20-40 cm. Normalmente, possui boa drenagem, boa capacidade de retenção
de água e índice médio de erodibilidade. Portanto, não necessitam de cuidados especiais,
adequando-se a todos os métodos de irrigação.
Na Tabela 5, são colocados os resultados das características físico-hídricos das
propriedades, que são dados fundamentais para se realizar o manejo de irrigação. Observa-se
que os valores da capacidade de campo variaram de 19,17 a 58,34 %; ponto de murcha de
9,24 a 35,22%; a densidade de 1,18 a 1,90 g cm
-3
e a capacidade total de água disponível
ficou de 13 a 29% nos primeiros 20 cm de solo, e 17,54 a 54,94 %; 9,11 a 34,27%; 1,18 a
1,32 g cm
-3
e 11 a 26 %, respectivamente, da profundidade de 20-40 cm.
Sendo que os resultados obtidos ficaram próximo dos valores colocados por
Vermeiren & Jobling (1997), cujos solos com textura franco argilosa possuem densidade
entre 1,30 a 1,40 g cm
-3
, capacidade de campo entre 25 e 31% peso, ponto de murcha entre 11
e 15% peso e capacidade total de água disponível de 12 e 16%, e solos argilosos com valores
entre 1,20 e 1,30 g cm
-3
, 31 e 39%, 15 e 19% e 16 e 20%, respectivamente.
43
Tabela 4. Análise da textura dos solos das propriedades de diferentes regiões de Minas Gerais
Propriedade
Camada
(cm)
Areia
Grossa
Areia
Fina
Silte
Argila
Classificação
Textural
---------------------%------------------
Visual 0-20
20-40
36
34
13
10
11
11
40
45
Argila Arenosa
Argilosa
True Type 0-20
20-40
20
14
7
10
13
10
60
66
Muito Argiloso
Muito Argiloso
Ageo Agrop. 0-20
20-40
2
1
1
1
11
15
86
83
Muito Argiloso
Muito Argiloso
Guaicuí 0-20
20-40
54
47
27
27
3
2
26
24
Franco Argilo-
Arenoso
Franco Argilo-
Arenoso
Gilberto A. &
Filhos
0-20
20-40
6
4
21
18
16
18
57
60
Argilosa
Muito Argiloso
Santa Maria 0-20
20-40
18
16
10
9
24
24
48
51
Argilosa
Argilosa
5 Estrelas 0-20
20-40
2
2
2
3
10
9
86
86
Muito Argiloso
Muito Argiloso
Sekita 0-20
20-40
4
3
5
5
16
11
75
81
Muito Argiloso
Muito Argiloso
Michells 0-20
20-40
4
4
5
4
23
6
68
86
Muito Argiloso
Muito Argiloso
Santa Helena 0-20
20-40
6
6
17
16
8
8
69
70
Muito Argiloso
Muito Argiloso
Santa Inês 0-20
20-40
10
11
6
5
36
34
48
50
Argilosa
Argilosa
44
Tabela 5.
Características Físico-hídricas dos solos das propriedades de diferentes regiões de
Minas Gerais
Propriedade
Camada
(cm)
CC* PM* Densidade
g cm
-3
CTAD*
%
% peso
Visual 0-20 32,232 20,672 1,36 16
20-40 31,824 21,08 1,30 14
True Type 0-20 39,304 24,616 1,90 28
20-40 37,400 25,704 1,21 14
Ageo Agrop. 0-20 49,504 32,504 1,20 20
20-40 45,696 32,096 1,22 17
Guaicuí – 0-20 19,176 9,248 1,35 13
20-40 17,544 9,112 1,32 11
Gilberto Appelt &
Filho
0-20 35,904 21,76 1,28 18
20-40 38,216 21,624 1,22 20
Santa Maria 0-20 33,048 21,216 1,23 15
20-40 33,456 21,76 1,18 14
5 Estrelas 0-20 58,344 35,224 1,25 29
20-40 54,944 34,272 1,24 26
Sekita 0-20 53,584 32,504 1,26 27
20-40 53,312 32,232 1,21 26
Michells 0-20 51,544 32,232 1,18 23
20-40 47,328 33,048 1,21 17
Santa Helena 0-20 40,256 25,296 1,22 18
20-40 41,888 25,704 1,20 19
Santa Inês 0-20 32,504 20,808 1,29 15
20-40 31,824 21,216 1,25 13
*Umidade do solo na capacidade de campo (CC). Umidade do solo no ponto de murcha (PM).Capacidade total
de água disponível (CTAD).
45
4.2. Características e avaliação das condições dos pivôs
Os resultados dos dados característicos dos pivôs centrais, trabalhando na velocidade
de deslocamento da última torre a 100%, são apresentados na Tabela 6. E na Tabela 7 é
possível visualizar os dados referentes às condições de operação dos pivôs centrais no campo,
no dia da avaliação. Nota-se em ambas as tabelas, uma grande variação de valores, mostrando
que não existe um dimensionamento padrão e sim uma adequação do dimensionamento à
necessidade do produtor e às condições do terreno.
É possível observar na Tabela 6, que o raio irrigado variou de 243 a 584 m, e essa
variação do raio proporcionou tamanhos de áreas que variaram de 18,5 a 107 ha. Os pivôs que
possuíam canhão hidráulico são os pivôs 1, 2 e 10. Isso mostra que alguns detalhes estão de
acordo com as características de cada projetista, buscando-se a melhor adaptação às condições
impostas, seja pelo proprietário ou pelo ambiente. Isso pode ser visto também na vazão, que
variou de 96,5 m
2
h
-1
no pivô 5 a 494,8 m
2
h
-1
no pivô 12. É bom lembrar que no cálculo da
vazão a ser utilizada, deve-se levar em conta as características da cultura ou as possíveis
culturas, do solo e do clima, sendo isso tudo pontual, não devendo se generalizar.
Outro fato importante visto na Tabela 6 foi a eficiência de condução da água aos
pivôs, os quais em sua maioria receberam classificação ótima, pois não se notou nenhuma
perda ou vazamento na tubulação de sucção e de recalque. Os pivôs 7, 8 e 9, foram
classificados como ruim, devido à condução da água ser feita por canais aberto reduzindo-se a
eficiência, devido as perdas por evaporação e a um fator ainda mais preocupante, pois esses
canais são longos, não permitindo um bom controle do volume de água que percorre dentro
dos mesmos. Isso proporciona grandes vazamentos ao longo dos canais, ou ainda falta de
água na base do pivô, onde se encontra o conjunto moto-bomba. Outro problema enfrentado
na propriedade é o grande acúmulo de terra e outras matérias que caem no canal, devido o
canal ter sido construído no nível do terreno, prejudicando a sucção da água pela moto-
bomba, necessitando assim de limpezas constantes.
O pivô 10 foi classificado como bom, pois sua condução também é através de canais
abertos tendo perdas por evaporação. Mas, neste caso, a propriedade possui um bom controle
do nível da água dentro dos canais. Não foi observado vazamento, nem falta de água e muito
menos entupimento da válvula de com crivo, devido os canais serem construídos pouco
acima do nível do terreno, dificultando assim o deslocamento de terra ou outro material para
dentro do canal.
46
Tabela 6. Características dos pivôs centrais das propriedades de diferentes regiões de Minas
Gerais
N° Pivô
Central
RT
(m)*
RUT
(m)*
Área Total
(ha)
Q
(m
3
h
-1
)*
Canhão
Hidráulico
1 401 343 50,4 162,8 Sim
2 243 185 18,5 132,9 Sim
3 372 348 43,5 130,1 Não
4 374 350 43,9 352,6 Não
5 403 387 50,7 96,5 Não
6 330 302 34,2 121,7 Não
7 584 568 107,1 325,2 Não
8 279 256 24,4 151,7 Não
9 556 570 102 487,4 Não
10 474 448 70,5 426,8 Sim
11 354 338 39,4 294,7 Não
12 578 556 104,9 486,5 Não
13 505 490 80 494,8 Não
14 345 312 37,4 202,5 Não
15 468 436 68,9 288,8 Não
16 331 310 34,4 190,2 Não
17 417 391 54,6 195,6 Não
18 342 326 36,7 155,8 Não
19 508 472 81,0 312,1 Não
20 528 510 87,5 471,5 Não
21 408 394 52,3 334,6 Não
*Raio total (RT). Raio da Última Torre (RUT). Área, Vazão (Q).
47
Tabela 7. Características dos dados coletados e calculados dos pivôs centrais das propriedades
de diferentes regiões de Minas Gerais
N° Pivô Central
VD
(m h
-
1
)*
TR
(h)*
PPivô
(kgf cm
-2
)*
PF
(kgf cm
-2
)*
VRP
(kgf cm
-2
)*
LA
(mm)*
1 289 7,44 3,9 1,3 1,05 2,40
2 285 4,09 3,0 1,4 1,05 2,94
3 275 7,95 4,2 1,9 1,05 2,38
4 271 8,11 3,6 1,7 1,05 6,51
5 200 12,63 3,7 1,2 1,05 2,40
6 295 7,02 4,8 1,9 1,05 2,50
7 279 12,77 4,5 2,0 1,05 3,88
8 166 9,68 4,3 2,1 1,05 6,02
9 275 12,70 4,3 2,0 1,05 6,07
10 265 10,60 5,2 1,9 1,05 6,42
11 260 8,16 3,7 1,5 1,05 6,10
12 278 12,56 5,1 1,8 1,05 5,83
13 262 11,74 4,8 1,6 1,05 7,26
14 261 7,51 3,5 1,4 1,05 4,07
15 231 11,80 4,3 1,7 1,05 4,95
16 273 7,13 3,4 1,4 1,05 3,94
17 250 9,82 4,1 1,8 1,05 3,52
18 262 7,82 3,6 1,9 1,05 3,32
19 214 13,85 5,0 1,6 1,05 5,34
20 276 11,60 3,8 1,8 1,05 6,25
21 267 9,26 5,5 2,1 1,05 5,92
*Velocidade de deslocamento à 100% (VD), Tempo de resolução à 100% (TR), Pressão ponto do Pivô (PPivô),
Pressão Final (PF), Valor da Válvula Reguladora de Pressão, quando existente, (VRP) e a Lâmina aplica (LA)
48
A Tabela 7 os valores possuem grande variação tanto na velocidade que vai de 166 m
h
-1
do pivô 8 a 295 m h
-1
do pivô 6, sendo que a maioria dos pivôs possui velocidade acima de
200 m h
-1
, apenas o pivô 8 que ficou abaixo desse valor. Com relação a tempo de revolução,
pode se notar que este é muito dependente da velocidade e, principalmente, do raio da última
torre, pois quanto maior o raio da última torre (Tabela 6) maior o tempo para se dar uma volta
e quanto maior a velocidade mais rápido o pivô fechará a volta.
Por exemplo, comparando dois pivôs 1 e 2, pode se notar que suas velocidades são
semelhantes, 289 e 285 m h
-1
respectivamente, mas como o pivô 1 possui um raio da última
torre quase o dobro do pivô 2, 343 e 185 m, seu tempo de revolução praticamente é o dobro
do tempo gasto pelo pivô 2 para dar uma volta completa, 7,44 e 4,09 horas. os pivôs 6 e 14
possuem raios bem próximos, 302 e 312 m, respectivamente, mas com velocidades diferentes,
295 e 273 m h
-1
, sendo que o pivô 6 gastou 7,02 horas e o pivô 14 gastou 7,51 horas para um
giro completo a velocidade de 100%, ou seja, este último gastou apenas meia hora a mais que
o pivô 6, mesmo sendo 22 m h
-1
mais lento.
Todos os pivôs possuem válvulas reguladoras de pressão de 1,05 kgf cm
-2
. As
válvulas reguladoras são utilizadas devido à variação de pressão ao longo da linha lateral, que
é conseqüência da perda de carga e da variação de nível, que são significativas nos sistemas
de irrigação tipo pivô central, pela sua grande extensão (LIMA, et al., 2003). Quando se
utilizam as mesmas, consegue-se alcançar uma padronização da pressão e aumentar assim a
uniformidade do sistema. Outra coisa é o fato que todos os pivôs chegaram com pressão final
acima de 1 kgf cm
-2
, que é a pressão dos reguladores, alcançando assim uma padronização da
pressão nos aspersores e consecutivamente influenciando positivamente na uniformidade do
sistema. Vale ressaltar que, como as válvulas não foram aferidas, por vários motivos, não se
sabe se esta padronização projetada está realmente sendo exercida.
4.3. Uniformidade de distribuição de água
Na Tabela 8, são apresentados os primeiros parâmetros de avaliação de desempenho
dos pivôs, tais como Lâmina Média Coletada (LMC), Eficiência de Aplicação (EA),
Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC), Coeficiente de Uniformidade de
Distribuição (CUD) e a Classificação da uniformidade de distribuição de água de Christiansen
em pivô central, de acordo com a norma NBR 14244 da ABNT (1998) e com Bernardo et al.
(2006).
49
Tabela 8. Dados da uniformidade dos pivôs centrais das propriedades de diferentes regiões de
Minas Gerais
N° Pivô Central LMC
(mm)*
EA
(%)*
CUC
(%)*
CUD
(%)*
Classificação do CUC *
1
2,19
91,13 80,74 76,51 Regular
2
2,66
90,53 85,10 72,77 Bom
3
2,12
89,16 76,12 65,39 Ruim
4
6,05
92,88 84,71 76,29 Bom
5
2,16
89,85 81,76 70,85 Regular
6
2,28
91,27 85,16 73,86 Bom
7
3,68
94,91 88,24 80,80 Bom
8
5,49
91,22 87,69 75,26 Bom
9
5,71
94,09 87,62 83,71 Bom
10
6,01
93,66 84,66 71,58 Bom
11
5,63
92,24 90,77 86,35 Muito Bom
12
5,33
91,50 90,79 85,42 Muito Bom
13
6,56
90,34 90,05 83,92 Muito Bom
14
3,62
89,03 74,47 62,50 Ruim
15
4,56
92,19 88,36 79,08 Bom
16
3,5
88,78 93,97 87,66 Muito Bom
17
3,11
88,40 86,46 80,12 Bom
18
3,09
93,08 87,69 76,74 Bom
19
4,88
91,45 90,25 83,64 Muito Bom
20
5,6
89,59 88,92 82,82 Bom
21
5,46
92,16 89,93 83,79 Bom
*Lâmina media coletada (LMC), Eficiência de Aplicação (EA), coeficiente de uniformidade de Christiansen
(CUC), coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) e classificação da uniformidade de distribuição de
água. * Classificação da uniformidade de distribuição de água em pivô central de acordo com a norma NBR
14244 da ABNT (1998) e com BERNARDO et al. (2006)
50
Nota-se ainda que a Lâmina média coletada (LMC) variou de 2,12 a 6,56 mm e a
média foi de 4,27 mm. O menor valor foi obtido no pivô 3, da propriedade True Type, e a
maior lâmina foi do pivô 13, da propriedade Santa Maria. Segundo Cainelli et al.(1997), a
lâmina de água média de água aplicada depende diretamente da vazão do pivô, do tempo por
volta e da área irrigada.
Já Dourado Neto et al. (1994), afirmam que a determinação da lâmina média é de suma
importância devido a sua ampla utilização na avaliação do sistema de irrigação, pois a mesma
é utilizada no cálculo do coeficiente de uniformidade de Christiansen, uniformidade de
distribuição, coeficiente de variação, área deficientemente irrigada, eficiência de aplicação e
de armazenagem, e na determinação da lâmina de irrigação.
A Eficiência de aplicação (EA) ficou entre 88,40 a 94,91% e a média foi de 91,30%,
que é considerada normal por Lima (2008). O pivô 7 que obteve a maior eficiência teve
apenas 5,09% da sua água perdida, seja por evaporação ou deriva. o pivô 17 que teve a
menor eficiência, perdeu 11,60% da sua água aplicada. Lima (2008) relata que a eficiência de
aplicação em sistema de pivô central considerada como normal ou ótima deve estar em torno
de 90%, ou seja, admite-se uma perda de 10% da água aplicada, sendo que esta perda se deve
ao arraste pelo vento e evaporação. Analisando-se a EA dos pivôs 3, 5, 14, 16, 17 e 20
constata-se que os seus valores foram menores que 90%, podendo ser considerado como de
eficiência normal.
Com relação ao Coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC), vê-se que os
valores encontrados variaram de 76,12 a 93,97%, com valor médio de 86,35%, considerado
Bom pela Classificação de Christiansen (NBR 14244 da ABNT 1998; BERNARDO et al.
2006). Contudo, apenas os pivôs 11, 12, 13, 16 e 19, obtiveram valores de CUC acima de
90%, que é o valor recomendado por Bernardo et al., (2006) para pivô central, quando a
cultura apresenta alto valor comercial e sistema radicular pouco desenvolvido.
Considerando a Classificação de Christiansen (NBR 14244 da ABNT 1998;
BERNARDO et al. 2006), foram obtida duas avaliações ruins, pivôs 3 e 14, duas regulares,
pivôs 1 e 5, doze (12) bons, pivôs 2, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 15, 17, 19, 20 e 21, e cinco classificados
como Muito Bom, pivôs 11, 12, 13, 16 e 19, correspondendo a 9,5; 9,5; 57,15 e 23,81% dos
pivôs, respectivamente. Os pivôs com CUC baixo são influenciados por problemas na
distribuição de água ao longo da linha lateral, seja esses problemas causados pela diferença de
pressão ou entupimento de bicos ou ainda vazamentos ao longo da linha lateral. Já os CUCs
classificados como bom ou muito bom são resultados que demonstram que os equipamentos
possuem boa manutenção dos seus componentes.
51
Mantovani (1993, apud STONE et al., 2007), verificou que quanto maior o valor do
CUC menor foi a lâmina de irrigação necessária para alcançar a produtividade máxima do
milho (12.000 kg ha
-1
). Em condições de alta uniformidade, CUC de 95%, essa produtividade
foi obtida com lâmina de irrigação próximo a 500 mm; com CUC de 75%, ela foi obtida
com 650 700 mm; e em condições de baixa uniformidade, CUC de 55% foi necessário uma
lâmina de irrigação superior a 1.100 mm, o que pode não ser economicamente viável.
Rezende et al. (2002), ao avaliar o efeito da uniformidade de irrigação sobre o
desenvolvimento da área foliar e produtividade de grãos do feijoeiro, observavam que,
considerando a mesma lâmina bruta de irrigação, o índice de área foliar máxima aumentou
com o aumento do CUC. A produtividade de grãos, por sua vez, apresentou os valores de
2333, 2759, 2423 e 1502 kg ha
-1
, para valores de CUC de 94,1%, 85,6%, 65,6% e 57,9%,
respectivamente.
Com relação à velocidade de deslocamento, Cainelli et al.(1997) avaliando o CUC de
pivôs centrais com diferentes velocidades de deslocamento, obtiveram resultados
semelhantes, indicando que o CUC independe do valor da velocidade de operação para a sua
determinação. E comentam ainda que estes resultados, foram parecidos com os relatados por
Merrian et al. (1973), Bridi (1984) e Cotrim (1988).
Verificando o Coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD), observa-se que em
todos os pivôs este parâmetro obteve valores menores do que os valores obtidos pelo CUC,
resultados semelhante aos encontrados por Mantovani et al. (2007a). O CUD é um coeficiente
mais rigoroso aos problemas de distribuição que ocorrem ao longo da linha do pivô. A
variação do CUD ficou entre 62,50 e 87,66%, com os extremos observados nos pivôs 14 e 16,
respectivamente. A média do CUC foi de 78,24%. Merriam & Keller (1976, apud VICENTE
et al., 2005) afirmam que CUD abaixo de 70% são considerados ruins e inaceitáveis, faixa
onde se encontra os pivôs 3 e 14.
Stone et al. (2007), afirma que quando os valores de CUC ou CUD estão abaixo do
mínimo recomendado, deve-se verificar se a ordem de colocação dos aspersores ou difusores
não está alterada, se entupimentos ou desgaste dos bocais, se falha no funcionamento
dos reguladores de pressão, se a pressão no último aspersor/difusor está correto, se a bomba e
o rotor estão corretamente dimensionados e se altura de sucção esta correta. Constatado o
problema, deve-se saná-lo imediatamente, seja pelo conserto ou substituição dos aspersores
ou difusores com defeito, seja pela adequação da pressão necessária. Nesse último caso, pode-
se verificar a perda de carga e estudar a possibilidade técnico-econômica de substituir a
tubulação por outra.
52
Ainda, segundo os autores, quando a ação do vento for o problema, pode-se minimizá-
la pelo emprego de tubos de descida no pivô (bengalas), o que reduz a distância do
aspersor/difusor ao solo, ou pelo uso de quebra-ventos adequados. Entretanto, que na
utilização de tubos de descida pode haver prejuízo da sobreposição dos jatos, fazendo com
que ocorra decréscimo na uniformidade de distribuição de água.
Nas Figuras 8 a 28 no Anexo 2, podem ser visualizados os gráficos dos perfis de
distribuição das lâminas coletadas ao longo da linha lateral e a lâmina média ponderada para
os vinte e um (21) pivôs avaliados. Assim pode-se observar a variação da lâmina de água em
torno da média e identificar aspersores ou difusores com problemas, bem como observar a
tendência predominante na distribuição de água ao longo da tubulação.
4.4. Parâmetros de eficiência da irrigação
Na Tabela 9 se encontram os valores referentes aos resultados relativos aos demais
parâmetros da avaliação de desempenho da irrigação, que foram semelhante aos encontrados
por MANTOVANI et al. (2007a) e COSTA (2006).
Observa-se que a percentagem de área adequadamente irrigada (Pad) variou de 30,13 a
64,22%, sendo que a média geral ficou em 48,7%, o que significam que em uma área de 100
ha, por exemplo, apenas 48,70 ha estão recebendo a irrigação desejada ou superior, ou seja,
51,30 ha estão recebendo uma irrigação deficitária.
Assim o menor valor encontrado para Pad, do pivô 15, mostra que apenas 20,76 ha
estão recebendo uma lâmina igual ou superior à lâmina média encontrada e 48,14 ha recebem
uma irrigação deficitária. o maior valor encontrado do pivô 16, 22,09 ha estão recebendo
uma irrigação igual ou acima da lâmina média e 12,31 ha recebe uma lâmina deficitária.
Pode-se ver que todos os pivôs avaliados possuem um Pad baixo, pois seus valores estão
longe do ideal, que é 80%, podendo variar com o valor econômico da cultura.
A Eficiência em potencial de aplicação de água, proposta por Bernardo (Epa
Bernardo
),
forneceu resultados iguais aqueles encontrados para a Eficiência de aplicação (EA). Na
Eficiência em potencial de aplicação de água, proposta por Keller
(Epa
Keller
), os valores
variaram de 99,18 a 99,94%.
A eficiência de distribuição de projeto (Edap) variou de 54,64 a 89,29 % e a eficiência
para área adequadamente irrigada de projeto (Eipad) variou de 54,43 a 88,94%.
53
Tabela 9. Parâmetros de avaliação da eficiência de irrigação para os pivôs avaliados nas
diferentes regiões de Minas Gerais
N° Pivô
Central
Pad
(%)*
Epa Bernardo
(%)*
Epa Keller
(%)*
Edap ou ED
80
(%)*
Eipad
(%)*
1 51,44
91,13 99,28 65,78 65,30
2 38,75
90,53 99,18 73,53 72,92
3 43,90
89,16 99,36 57,57 57,20
4 47,58
92,88 99,45 72,83 72,42
5 51,11
89,85 99,66 67,59 67,36
6 63,64
91,27 99,54 73,63 73,29
7 44,33
94,91 99,45 79,10 78,67
8 56,82
91,22 99,94 78,13 78,08
9 41,62
94,09 99,76 78,00 77,81
10 55,03
93,66 99,70 72,74 72,53
11 50,00
92,24 99,87 83,60 83,49
12 48,69
91,50 99,85 83,64 83,51
13 43,45
90,34 99,86 82,32 82,21
14 46,96
89,03 99,61 54,64 54,43
15 30,13
92,19 99,87 79,32 79,21
16 64,22
88,78 99,61 89,29 88,94
17 45,65
88,40 99,40 75,94 75,49
18 43,75
93,08 99,33 78,13 77,60
19 58,73
91,45 98,97 82,68 81,83
20 40,46
89,59 99,41 80,31 79,84
21 43,56
92,16 99,48 82,11 81,68
* Percentagem de área adequadamente irrigada (Pad), Eficiência potencial de aplicação de Bernardo
(Epa Bernardo) e de Keller (Epa Keller), Eficiência de distribuição de projeto (Edap) e Eficiência para área
adequadamente irrigada de projeto (Eipad)
54
4.5. Avaliação do manejo
Neste estudo, procedeu-se o cálculo das irrigações de cada fazenda, cuja
caracterização da cultura encontra-se na Tabela 10. Nas Tabelas 11 e 12 são apresentadas
algumas características utilizadas na planilha eletrônica para realizar a simulação, ou seja, a
avaliação do manejo, além dos resultados da simulação da planilha. Pode-se se ver na Tabela
10 que houve 5 propriedades com produção de milho, 3 de feijão, 2 de trigo e 1 de capim
tyfton e as datas de plantio ficaram dentro dos meses de abril e maio de 2008, ficando entre
08/04/2008 a 15/05/2008. O ciclo variou de 30 a 160 dias conforme a espécie e a variedade
utilizada.
A condição de umidade inicial do solo, ou seja, no plantio é verificada na Tabela 11.
Nota-se que os produtores praticavam irrigações pesadas, elevando assim a umidade do solo
bem rápido. Desta forma, classificados todos os solos das propriedades como úmido, apenas o
solo da propriedade Visual foi classificado como semi-úmido, pois como o tyfton não é
semeado, mas sim rebrotado, não é fácil elevar a umidade do solo, para o início da rebrota. Já
a demanda evaporativa local foi classificada conforme a evapotranspiração média de cada
região, sendo a mesma obtida do programa IrrigaFacil da Embrapa (COELHO et al., 2005),
assim as propriedades foram classificadas como moderada a alta demanda evaporativa.
E na determinação da depleção (f) de cada cultura, foi utilizado o que Bernardo et al.
(2006) recomenda, ou seja, para frutas e forrageiras utilizar-se o valor de 0,5 e para grãos e
algodão utilizar-se 0,6. Um valor de depleção de 0,5 significa que até 50% da água que se
encontra entre CC e o PM, ou seja, água disponível poderá ser utilizada pela planta para suprir
sua demanda hídrica; o valor de 0,6 significa que até 60% da água disponível do solo
poderá ser utilizado pela planta.
Ainda pela Tabela 11, pode-se averiguar os dados coletados do manejo de cada
propriedade. O número de irrigação variou de apenas 23 até 72 aplicações, ou seja, giros do
pivô aplicando água em diferentes velocidades, ao longo do ciclo das culturas. Isso resultou
em 640 a 1919 horas irrigadas. Deve-se lembrar que estes parâmetros são dependentes do
ciclo da cultura e do tempo de revolução de cada pivô central. E com a relação horas/ha/dia
pode-se verificar a quantidade de horas de irrigação gasta por ha/dia, de tal modo que também
se estima o custo da irrigação por ha/dia. Mas analisando a relação horas/ha/dia pode-se
observar que a propriedade Visual foi a que obteve o maior valor da relação horas/ha/dias,
que foi de 0,282 e isso significa que esta propriedade o custo com a irrigação foi maior que as
demais, mas isso não levando em conta se esta irrigação foi a ideal ou não. E a propriedade
Santa Inês que gastou menos com a irrigação obteve um valor de 0,100 horas/ha/dia.
55
Tabela 10. Características das culturas estudadas em cada propriedade avaliada nas diferentes
regiões de Minas Gerais
Propriedade
Cultura
Pivô
Data plantio
Profundidade
da raiz (cm)
Ciclo (dias)
Visual Capim tyfton 1 14/05/2008 25-30 30-60
True Type Feijão 3 10/05/2008 20-30 70-110
Ageo Agrop. Milho Silagem 6 20/04/2008 40-50 90-110
Guaicuí Milho 7 15/05/2008 40-50 120-160
Gilberto Appelt Feijão 10 02/05/2008 20-30 70-110
Santa Maria Feijão 11 08/05/2008 20-30 70-110
5 Estrelas Milho 14 08/04/2008 40-50 120-160
Sekita Trigo 16 22/04/2008 30-40 100-150
Michells Trigo 17 16/04/2008 30-40 100-150
Santa Helena Milho 19 18/04/2008 40-50 120-160
Santa Inês Milho silagem 20 09/05/2008 40-50 90-110
Tabela 11. Dados de entrada na planilha de manejo de irrigação, para cada propriedade
avaliadas nas diferentes regiões de Minas Gerais
Propriedade
C.U.I.S.*
D.E.L.*
Depleção
(decimal)
Qtde. de
Irrigações
Horas
Irrig. (h)
Relação
H/ha/dias
Visual Semi-úmido
Moderada
0,5 23 640 0,282
True Type Úmido Moderada
0,6 61 954 0,246
Ageo Agrop. Úmido Moderada
0,6 69 954 0,255
Guaicuí Úmido Alta 0,6 66 1919 0,144
Gilberto Appelt
Úmido Alta 0,6 29 652 0,102
Santa Maria Úmido Alta 0,6 40 604 0,168
5 Estrelas Úmido Alta 0,6 62 874 0,189
Sekita Úmido Moderada
0,6 59 904 0,202
Michells Úmido Moderada
0,6 72 1606 0,228
Santa Helena Úmido Alta 0,6 59 1174 0,121
Santa Inês Úmido Alta 0,6 36 940 0,100
*Condição da Umidade Inicial do Solo (C.U.I.S.). Demanda evaporativado local (D.E.L.). * Custo por hora de
pivô central sugerido pelo Agrianual 2009.
56
Na Tabela 12, é possível verificar que o ciclo das culturas ficou dentro do esperado, e
variou de 45 a 130 dias de avaliação. Algumas culturas aumentaram um pouco seu ciclo, o
que foi atribuído às baixas temperaturas ocorridas ao longo do ciclo.
Os valores diários da evapotranspiração da cultura (ETc) variou de 1,12 a 7,74 mm
entre todas as fazendas, sendo que a evapotranspiração média de cada fazenda no final do
ciclo ficou entre 3,40 a 4,68 mm e a maior amplitude da evapotranspiração ao longo do ciclo
ocorreu na propriedade Guaicuí que foi de 6,62 mm e a menor da propriedade Santa Maria
com 1,98 mm.
A lâmina requerida ao longo de todo o ciclo ficou entre 153,3 a 629,7 mm e, como não
foi verificada nenhuma precipitação, a lâmina requerida foi igual à evapotranspiração máxima
de cada cultura. A irrigação bruta total ficou entre 190 a 563 mm. Pode-se notar que a
propriedade que obteve a maior lâmina requerida não foi a que irrigou maior volume, o que
implica que a irrigação nesta propriedade Guaicuí não supriu a necessidade de água da
cultura. A irrigação média ficou entre 3,12 a 4,94 mm e, novamente, se compararmos a
irrigação média com a evapotranspiração média, é possível observar as propriedades que
efetuaram irrigações deficitárias e excessivas, pois na otimização do sistema deve-se irrigar
somente o que foi perdido ou evapotranspirado não ocorrendo assim ficit ou excesso de
água no solo.
Confirmando o que foi visto acima, a planilha calcula se houve déficit de água da
relação entre a água utilizada e a água requerida ao longo do ciclo da cultura. Pode-se notar
que 63,63% das propriedades ficaram com suas irrigações deficitárias, sendo que este déficit
variou de 3,3 a 18,3 %. As propriedades, Visual, Michells e Santa Inês estão-nos 36,37 % das
propriedades onde suas irrigações foram suficientes para supri a lâmina requerida pela cultura.
Considerajndo que a comparação da diferença entre a lâmina requerida (Lâm. Req.) e
a irrigação bruta total (IBT) aplicada possa mostrar o déficit ou o excesso da irrigação, notou-
se que todas as propriedades apontadas com déficit pela planinha, também estavam na
comparação (Lâm Req. IBT). A comparação mostra ainda que as propriedades Visual,
Milhells e Santa Inês fizeram irrigações excessivas, pois suas irrigações brutas totais foram
superiores as lâminas requeridas. Deste modo, estas propriedades poderiam ter realizado um
número menor de irrigações ou utilizado lâminas menores em algumas irrigações ao longo do
ciclo das culturas, não faltaria água às culturas e nem haveria água em excesso no solo. Assim
as propriedades Visual, Michells e Santa Inês poderiam ter economizado em lâmina de água:
36,7; 38,3 e 32,2 mm, respectivamente, e consequentemente, diminuiria o valor do fator
hora/ha/dia, diminuindo os custos com a irrigação.
57
as propriedades True Type, Ageo Agrop, Guaicuí, Gilberto A. & Filhos, Santa
Maria, 5 Estrela, Sekita e Santa Helena teriam que ter irrigado uma lâmina maior de água ou
irrigado um número maior de vezes ao longo do ciclo das culturas, pois conforme a
comparação (Lâm Req. IBT), o déficit foi de 42,5; 74,6; 73,1; 28,6; 15,0; 100,5; 30,8 e 98,5
mm respectivamente. Também através da comparação (Lâm Req. IBT), pode-se dizer ainda
que a propriedade Santa Maria foi a que mais ficou próximo da otimização, ou seja, foi a
propriedade que sua irrigação ficou mais próximo da lâmina requerida.
Tabela 12. Resultados obtidos com a simulação da planinha de cada propriedade avaliada nas
diferentes regiões de Minas Gerais
Propriedade
Ciclo
(dias)
ETc
(mm)
ETc
m
(mm)
P.T.
(mm)
Lâm. Req.
(mm)
I.B.T
(mm) *
Irrig. M.
(mm)
Déficit
(%)**
Visual 45 1,74/4,32
3,40 0 153,3 190,0 4,23 0,0
True Type 89 1,75/5,01
3,54 0 330,5 288,0 3,23 11,7
Ageo Agrop.
109 1,75/5,54
3,58 0 414,6 340,0 3,12 15,0
Guaicui 124 1,12/7,74
4,68 0 629,7 556,6 4,49 13,5
Gilberto 90 2,80/5,07
4,25 0 392,6 364,0 4,04 7,7
Santa Maria 91 4,27/6,21
5,15 0 464,4 449,4 4,94 10,7
5 Estrela 123 3,00/5,18
4,35 0 572,5 472,0 3,84 18,3
Sekita 130 2,45/5,37
3,99 0 529,5 498,7 3,83 3,3
Michells 129 2,45/4,98
3,93 0 524,7 563,0 4,36 0,0
Santa Helena
119 3,01/6,04
4,32 0 548,5 450,2 3,78 15,8
Santa Ines 107 2,64/5,48
3,89 0 441,8 474,0 4,43 0,0
Evapotranspiração do ciclo (ETc). Evapotranspiração média (ETc
m
). Precipitação total (C.T). Lâmina requerida
(Lâm. Req.). Irrigação Bruta Total (I.B.T). * Já levando em conta a eficiência da irrigação calculada
anteriormente. ** Déficit durante todo o ciclo da cultura
Nas Figuras 29 a 39 do Anexo 3, podem ser visualizados os gráficos com os valores de
umidade do solo na capacidade de campo (CC), no ponto de murcha permanente (PM), a umidade
de segurança ou nível crítico considerando o fator de depleção (f) e a variação da umidade do solo
(US) ao longo do ciclo de cada cultura avaliada. Pode-se ver ao longo das figuras, que em todas
as propriedades a umidade do solo ficou longe de atingir o ponto de murcha permanente, que é o
ponto onde a cultura não conseguiria absorver água e entraria em murcha permanente, ou seja, as
plantas poderiam morrer. Estas figuras também permitem observar os dias de irrigação em que
ocorreram déficits ou excessos de água no solo ao longo do ciclo da cultura.
58
5. CONCLUSÕES
Os sistemas de irrigação por aspersão tipo pivô central testados apresentaram em geral
níveis aceitáveis de uniformidade de aplicação de água. Os coeficientes de uniformidade de
Christiansen (CUC) e de distribuição (CUD) geraram acima de 80% e 70%, respectivamente,
considerado como um bom resultado. Pois, cerca de 82% dos sistemas testados estavam
dentro dessa faixa de CUC e CUD.
A eficiência de aplicação de água também apresentou valores dentro do admissível
e/ou normal, ficando na média com 91,30%. Podendo ser considerada como de boa eficiência
de aplicação.
A percentagem de área adequadamente irrigada ficou com uma média de 48,70 % que
pode ser considerada como regular.
Podendo assim caracterizar os sistemas avaliados como de bom funcionamento.
no manejo da irrigação, a falta de adoção de um critério, seja ele por processos
baseados nas condições climáticas ou atmosféricas, ou nas condições de água do solo, ou
ainda nos processo conjugado de controle de irrigação, resultou num manejo da irrigação
indesejável e/ou ruim, pois 72,72 % das propriedades fizeram irrigação deficitária.
Caracterizando assim a falta de um manejo de irrigação adequado pelos
irrigantes.
59
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64
ANEXOS
Anexo 1.
Estação meteorológica Davis Vantage Pro2
TM
, utilizada nas propriedades
Fonte: Davis Intruments (2008)
65
Anexo 2.
Figuras 8 a 28, com os gráficos do perfil de distribuição da lâmina coletada ao
longo da linha lateral e a lâmina média dos pivôs avaliados.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 1
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
3
21
39
57
75
93
111
129
147
165
183
201
219
237
255
273
291
309
327
345
363
381
399
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 8. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 1.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 2
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
3
15
27
39
51
63
75
87
99
1
1
1
12
3
13
5
14
7
159
17
1
18
3
195
20
7
21
9
23
1
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 9. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 2.
66
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 3
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
3
21
39
5
7
75
93
11
1
1
2
9
14
7
165
183
20
1
21
9
23
7
25
5
27
3
29
1
3
0
9
327
34
5
36
3
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 10. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 3.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 4
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
3
21
39
57
75
93
111
129
147
165
183
201
219
237
255
273
291
309
327
345
363
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 11. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 4.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 5
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
3
21
39
57
75
93
111
129
147
165
183
201
219
237
255
273
291
309
327
345
363
381
399
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 12. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 5.
67
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 6
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
3
18
33
48
63
78
93
108
123
138
153
168
183
198
213
228
243
258
273
288
303
318
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 13 . Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 6.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 7
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
3
30
57
84
111
138
165
192
219
246
273
300
327
354
381
408
435
462
489
516
543
570
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 14. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 7.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 8
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
3
15
27
39
51
63
75
87
99
111
123
135
147
159
171
183
195
207
219
231
243
255
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 15. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 8.
68
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 9
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
3
30
57
84
111
13
8
16
5
19
2
21
9
24
6
27
3
3
0
0
3
2
7
354
381
40
8
43
5
46
2
48
9
51
6
54
3
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 16. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 9.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 10
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
3
24
45
66
87
108
129
150
171
192
213
234
255
276
297
318
339
360
381
402
423
444
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 17. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 10.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 11
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
3
21
39
57
75
93
11
1
129
14
7
16
5
18
3
20
1
219
23
7
25
5
27
3
29
1
309
32
7
345
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 18. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 11.
69
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 12
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
3
30
57
84
111
138
165
192
219
246
273
300
327
354
381
408
435
462
489
516
543
570
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 19. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 12.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 13
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
3
27
51
75
99
123
147
171
195
219
243
267
291
315
339
363
387
411
435
459
483
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 20. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 13.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 14
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
3
21
39
57
75
93
11
1
12
9
14
7
16
5
183
20
1
21
9
237
25
5
273
29
1
30
9
327
34
5
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 21. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 14.
70
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 15
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
3
24
45
66
87
108
129
150
171
192
213
234
255
276
297
318
339
360
381
402
423
444
465
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 22. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 15.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 16
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
3
18
33
48
63
78
93
108
123
138
153
168
183
198
213
228
243
258
273
288
303
318
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 23. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 16.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 17
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
3
24
45
66
87
108
12
9
15
0
171
19
2
2
1
3
23
4
25
5
27
6
29
7
318
33
9
36
0
381
40
2
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 24. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 17.
71
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 18
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
3
18
33
48
63
78
93
108
123
138
153
168
183
198
213
228
243
258
273
288
303
318
333
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 25. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 18.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 19
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
3
27
51
75
99
123
147
171
195
219
243
267
291
315
339
363
387
411
435
459
483
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 26. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 19.
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 20
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
4
28
52
76
100
124
148
172
196
220
244
268
292
316
340
364
388
412
436
460
484
508
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 27. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 20.
72
Lâmina média coletada ao longo do raio - Pivô 21
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
4
24
44
64
84
104
124
144
164
184
204
224
244
264
28
4
304
324
34
4
36
4
38
4
40
4
Distância da base do pivô (m)
Lâmina coletada (mm)
Figura 28. Perfis de distribuição das lâminas coletadas e lâmina média dos pivôs 21.
73
Anexo 3.
Figuras
29 a 39, com os gráficos da umidade do solo na capacidade de campo (CC),
no ponto de murcha permanente (PM), a umidade de seguraa ou vel crítico considerando o
fator de deplão (f) e a variação da umidade do solo (US) ao longo do ciclo de cada cultura
avaliada.
Umidade do solo ao longo do ciclo - Visual
0
20
40
60
80
100
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
3
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 29. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura
Umidade do solo ao longo do ciclo - True Type
0
20
40
60
80
100
1
1
1
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 30. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura
74
Umidade do solo ao longo do ciclo - Ageo Agro.
0
20
40
60
80
100
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 31. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
Umidade do solo ao longo do ciclo - Guaícui
0
20
40
60
80
100
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 32. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
Umidade do solo ao longo do ciclo - Gilberto
0
20
40
60
80
100
1
1
1
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 33. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
75
Umidade do solo ao longo do ciclo - Santa Maria
0
20
40
60
80
100
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 34. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
Umidade do solo ao longo do ciclo - 5 Estrelas
0
20
40
60
80
100
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 35. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
Umidade do solo ao longo do ciclo - Sekita
0
20
40
60
80
100
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
Fase fisiológica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 36. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
76
Umidade do solo ao longo do ciclo - Michells
0
20
40
60
80
100
1
1
1
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
Fase fisiogica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 37. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
Umidade do solo ao longo do ciclo - Santa Helena
0
20
40
60
80
100
1
1
1
1
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
Fase fisiogica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 38. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
Umidade do solo ao longo do ciclo - Santa Inês
0
20
40
60
80
100
1
1
1
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
Fase fisiogica
Umidade no solo
CC
f
PM
US
Figura 39. Perfis da distribuição da umidade do solo ao longo do ciclo da cultura.
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