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graduação, que se deu sob a batuta norte-americana, objetivando a formação de
lideranças para o capital internacional. Esses cursos de pós-graduação, no Serviço
Social, aproximaram assistentes sociais – professores universitários e profissionais – de
diversos pontos do país e, de acordo com Rauta Ramos (2007, p.38-39), “dentre estes,
os mais combativos e engajados nas organizações da categoria e em movimentos
sociais”.
Os assistentes sociais professores iniciaram as primeiras discussões criticas sobre
a formação profissional do assistente social, em âmbito local, na PUC/SP
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que se
espraia para outras unidades de ensino da capital paulista indo rebater nas convenções
da Abess no período que vai de 1975 a 1979. Estas se permearam de confrontos, pois
estiveram presentes as diversas tendências e a Abess, de acordo com Myriam Veras
Baptista (1989), no período de 1975 a 1977 era dirigida pela profa Raquel Maeder
Gonçalves, assumidamente integralista
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. De outro lado, os profissionais que tinham
como opção a ruptura com o conservadorismo, buscavam reconstruir a sua organização
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Segundo o representante do Conselho Editorial da Revista Serviço Social e Sociedade, Sérgio
Fuhrmann (1989) as reflexões presentes no interior da categoria, afirmado por Carmelita Yazbek vai
crescendo e sendo percebido na “movimentação de grupos diferentes na dinâmica do processo: um grupo
que trabalhou para assumir o CRAS rompendo com a tradição, outro agindo na rearticulação da APASSP
para acabar com a situação anterior, outro ainda que busca sair do esquema da Revista Debates Sociais,
para criar uma outra [revista], outro movimento de busca no sentido de trazer profissionais do mais alto
nível, e de países diferentes, que discutiam a Reconceituação para coloca-los juntos e possibilitar um
debate, e, finalmente, algo que veio com tudo isso, que foi a PUC-SP assumir uma posição de destaque
em relação ao que acontecia nas outras faculdades. Nesse momento eu, com outro grupo, estava na
Faculdade Paulista de Serviço Social, de certa forma um tanto acomodado, de repente... sentimos o
questionamento da PUC-SP às nossas posições. Como é que esse movimento interno da PUC-SP, se liga
esses outros movimentos? Na verdade, a PUC-SP, bem ou mal, acabou provocando ruptura dentro de
serviço social, um choque junto às outras faculdades tradicionalistas, superadas etc. ... Logo em seguida
vem a virada da Abess; em São Luiz era um grupo e na outra convenção tudo mudou”. Raquel Raichelis
dando continuidade a discussão de Sergio Fuhrmann destaca a existência de uma outra frente que discutia
o tipo de profissional que estava sendo formado. “Essa população que está se organizando, está
questionando o Estado, que está tendo uma outra interlocução com o Estado em termos de reivindicação,
não mais como benesse, outorga, como instancia acima da sociedade, mas que toma o Estado como um
interlocutor político, é a mesma população que vai para as instituições, que começa a questionar as prática
sociais e, evidentemente, isso vai repercutir no ensino” (FUHRMANN, 1989, p.13-14).
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A Ação Integralista Brasileira (AIB) constituiu-se, segundo Forjaz (1988) em uma forma de
representação política das camadas médias urbanas nos anos 1930. Caracterizou-se, juntamente com a
Aliança Liberal Nacional (ALN), “pela rápida mobilização nacional (pela primeira vez no Brasil
movimentos políticos assumiram âmbito nacional segnificativo e não se restringiram ao âmbito regional)
e pelo radicalismo ideológico (de direita e esquerda). A Ação Integralista Brasileira, que foi fundada em
1932, tem um programa fascista adaptado às condições nacionais, que rejeita simultaneamente o
comunismo e o liberalismo e que se define mais por oposição a eles do que pela afirmação de princípios
independentes. O discurso integralista tem a classe média como destinatária e sua composição social
confirma esses laços ideológicos com as camadas urbanas. Segundo Marilena Chauí, (...) [para] os vários
pesquisadores que ultimamente se dedicaram à análise do integralismo, a razão principal da adesão das
camadas médias ao movimento integralista é o medo da ascensão operária e comunista. Entre os
argumentos que sustentariam essa tese a autora afirma: - a tônica anticomunista da AIB; - a efetiva
ampliação do movimento operário nos anos trinta, que teria assustado a classe média; - o efetivo
recrudescimento do Partido Comunista Brasileiro e o aumento de sua influência sobre a organização da
classe operária” (FORJAZ, 1988, p.37-38).
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