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rádio, uma TV, mas desse entorno de informação em que tudo está
mesclado. Há muitas coisas a repensar radicalmente. (BARBERO, 2009)
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Um novo modelo para a aquisição do conhecimento é proposto. Crescem as
redes sociais virtuais de aprendizagem. Neste novo quadro, o professor figura como
um condutor do processo de aprendizagem, alguém que motiva a reflexão do que se
tem disponível no mundo. Ele tem a seu dispor a hipermídia
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que converge o
conteúdo de livros, revistas, jornais, TV, rádio, biblioteca, bancos de dados de todos
os tipos para a Internet.
(...) o espaço cibernético está se tornando um lugar essencial, um futuro
próximo de comunicação humana e de pensamento humano. O que isso
vai se tornar em termos culturais e políticos permanece completamente em
aberto, mas, com certeza, dá para ver que isso vai ter implicações muito
importantes no campo da educação, do trabalho, da vida política, das
questões dos direitos, como por exemplo, no direito de propriedade. Hoje
não se pode ter um projeto técnico se você não tiver uma visão cultural
organizadora desse projeto, assim como não se pode ter um projeto
cultural sem incluir a técnica. Por isto, é difícil estar distinguindo essas
dimensões sociais, culturais e técnicas. (LÉVY, 1994)
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Vale a pena refletir sobre qual seria uma boa forma de lidar com este
novíssimo cenário. Produzir aulas presenciais ou interativas no intuito de entreter os
alunos contribui para a Educação, aumenta a capacidade de o aluno construir e
coletivizar o saber de forma madura e crítica, tendo em vista que a tecnologia, por si
só, não garante um ensino de qualidade, é preciso mudar o modelo de educação,
para que as tecnologias possam estar a serviço de um projeto pedagógico. O ensino
precisa da Internet como instrumental de apoio. Soares (1999) vê “a necessidade da
inclusão dos usos da tecnologia de informação na educação, mas também a
promoção de sua reflexão como um fenômeno cultural emergente”.
(...) ou fazemos dos meios nossos aliados ou os MCM seguirão sendo
nossos inimigos e competindo conosco, deslealmente, fazendo-nos perder
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Entrevista de Jesús Martín-Barbero à Folha de S. Paulo, Caderno Mais, 23/08/2009.
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Hipermídia vem de um termo criado pelo sociólogo, filósofo e pioneiro de sistemas de informação estadunidense. Ted Nelson
em 1960 promoveu a fusão dos vários tipos de mídia – como o áudio, vídeo, texto e gráficos – para criar um meio de
comunicação único, de leitura não-linear, com características próprias e gramática peculiar, o hipertexto.
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Pierre Lévy - A emergência do cyberspace e as mutações culturais - Palestra realizada no Festival Usina de Arte e Cultura,
promovido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em Outubro, 1994. Tradução Suely Rolnik. Revisão da tradução
transcrita por João Batista Francisco e Carmem Oliveira. Disponível em: http://www.sociologia.de/soc/index1.htm. Acesso em
11/09/2003.