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UNIVERSIDADEDESÃOPAULO
FFCLRPDEPARTAMENTODEBIOLOGIA
PROGRAMADEPÓSGRADUAÇÃOEMBIOLOGIACOMPARADA
Ontogeniacomparadadoesplancnocrânio,aparelhodeWebereesqueletocaudalde
trêsespéciesdeOtophysi,comênfaseemSiluriformes(Pisces,Teleostei)
VolumeI(TextoeApêndice)
MurilodeCarvalho
Tese apresentada à Faculdade de Filosofia,
CiênciaseLetrasdeRibeirãoPretodaUSP,como
partedasexigênciasparaaobtençãodotítulode
DoutoremCiências,Área:BiologiaComparada.
RIBEIRÃOPRETOSP
2010
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UNIVERSIDADEDESÃOPAULO
FFCLRPDEPARTAMENTODEBIOLOGIA
PROGRAMADEPÓSGRADUAÇÃOEMBIOLOGIACOMPARADA
Ontogeniacomparadadoesplancnocrânio,aparelhodeWebereesqueletocaudalde
trêsespéciesdeOtophysi,comênfaseemSiluriformes(Pisces,Teleostei)
MurilodeCarvalho
Orientador:Prof.Dr.FlávioAlicinoBockmann
Tese apresentada à Faculdade de Filosofia,
CiênciaseLe
trasdeRibeirãoPretodaUSP,como
partedasexigênciasparaaobtençãodotítulode
DoutoremCiências,Área:BiologiaComparada.
RIBEIRÃOPRETOSP
2010
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ADVERTÊNCIA
Estetrabalhoé apresentadocomopartedosrequerimentosparaobtençãodograude
doutor, e não é pretendido ser uma publicação científica. Portanto, os novos dados,
opiniõese hipótesesexpressasaquiNÃOestãodisponíveisnaliteraturazoológica.Os
leitores são advertidos que a cópia ou a pública referência à este documento na sua
presente forma, sem a prévia concordância do seu autor, será feita contrária ao seu
desejo.
NOTICE
This work is presented in partial fulfillment of the dissertation requirement for the
Ph.D.degree,andisnotintendedasascientificpublication.Therefore,thenewdata,
opinions,
and hypotheses expressed herein are NOT available in the zoological
literature. Readers are advised that further copying or public reference to this
documentinitspresentform,withoutpreviousagreementofhisauthor,willbedone
inviolationofhiswill.

ÀminhaamadaesposaLuciana,pelo
imensurávelapoioecompanheirismo.

Allthatwecallphylogenyistoday,and
everhasbeen,ontogenyitself.Ontogenyis,
then,theprimary,thesecondary,the
universalfact.Itisontogenyfromwhichwe
departandontogenytowhichwereturn.
Phylogenyisbutanameforthelineal
sequencesofontogeny,viewedfromthe
historicalstandpoint
Whitman,1919
‘Fourmyopicevolutionistslookedat
evolution.Onesaid,‘Itissurvivalofthe
fittest’.Onesaid,‘Itisdifferential
reproduction’.Onesaid,‘Itischangeingene
ratios’.Andonesaid,‘Itisamolecular
process’.Theyallsawsomethingreal,but
eachmagnifiedwhathesaw,andnonesaw
evolutionasawhole’.
Darlington,1980
‘Thebodyofevolutionarytheorythatcurrently
occupiesadominantpositioninbiological
thoughtisneoDarwinism.Whilethetheoryhas
considerableexplanatorypower,itiswidely
recognizedasbeingincompleteinthatitlacksa
componentdealingwithindividual
development,orontogeny’
Arthur,1997
Resumo
i
R ESUMO
A superordem Ostariophysi inclui os peixes popularmente conhecidos como
carpas, matrinxãs e lambaris, bagres e cascudos, peixes elétricos, além daqueles
incluídos na ordem Gonorynchiformes. Otophysi é um subclado que inclui somente
quatroordensdepeixes,emsuamaioriadeáguadoce(Cypriniformes,Characiformes,
SiluriformeseGymnotiformes),excluindoosGonorynchiformes.Algunsestudossobre
asrelaçõesentreestasordenstêmsidofeitos.Noentanto,éunânimeaposiçãomai
s
basal da ordem Cypriniformes. Os Otophysi compartilham um complexo morfológico
único,oaparelhodeWeber.OaparelhodeWeberéconstituídodeelementosósseos
homólogos aos arcos neurais e parapófises das vértebras mais anteriores. Estas
estruturas são fortemente conectad
as umas às outras por ligamentos e servem de
ligação entre a bexiga natatória e o ouvido interno. Dentre as ordens citadas acima,
Siluriformes é uma das mais diversificada, com várias modificações anatômicas
fisiológicas e comportamentais. Os seus membros possuem ampla distribuição por
todos os continentes, inclusive o Antártico (como representantes fósseis), mas sua
maior diversidade se encontra na região Tropical. Existe pouco consenso sobre as
relaçõesinterfamiliares,masDiplomystidaeéreconhecidacomoalinhagemmaisbasal
da ordem. Raros são os estudos ontogenéticos que possuem um enfoque evolutivo,
ondecomparaçõessãofeitasafimdesesolucionardúvidasmaisgeraiscomrelaçãoàs
homologias e filogenias. Adicionalmente, trabalhos com ontogenia podem fornecer
dados diretamente aplicados em taxonomia. Com a utilização de caracteres
ontogenéticos, o presente fornece dados inéditos que ajudam no esclarecimento de
homologiasdecertasestruturasdosesplancnocrânio,aparelhodeWebereesqueleto
caudaldeexemplaresdeOtophysi.

Abstract
ii
A BSTRACT
The superorder Ostariophysi includes fishes popularly known as carps, tetras,
catfishes, armored catfishes, electric fishes, beyond those included in the order
Gonorynchiformes. Otophysi is a subclade that includes only four orders of fishes,
mostly freshwater (Cypriniformes, Characiformes, Siluriformes and Gymnotiformes),
excluding Gonorynchiformes.Somestudiesontherelationshipbetweentheseorders
have been made. However, it is unanimous the most basal position in the order
Cypriniformes. The Otophysi share a unique morphological complex, the Weberian
apparatus. This apparatus is formed by bony elements homologous to the neural
archesandparapophysisofanteriorvertebrae.Thesestructuresarestronglyattached
to each other by ligaments linking the swim bladder to the inner ear. Among the
orders mentioned above, Siluriformes is one of the most diverse, with many
anatomical physiological and behavioral changes. Its members are widely distributed
on all continents, including Antarctica (as fossil representatives), but its greatest
diversity is found in tropical region. There is little consensus about interfamilial
relationships,butDiplomystidaeis recognizedasthe most basallineageofthe order.
The ontogenetic studies having an evolutionary approach are rare, with comparisons
beingmadeinordertoaddressmoregeneralquestionsregardingthehomologiesand
phylogenies.Additionally,workingwithontogenymayprovidedatadirectlyappliedin
taxonomy. With the use of ontoge netic characters, the present study provides new
data that help in clarifying homologies of some structures of splanchnocranium,
Weberianapparatusandcaudalskeletonofotophysanspecies.

Agradecimentos
iii
A GRADECIMENTOS
Expressomeussinceros agradecimentos àsInstituiçõesepessoasque, mesmo
queindiretamente,colaboraramparaarealizaçãodestetrabalho.Emespecial:
Aos meus pais, Julio César e Dalva que me deram toda a formação inicial,
possibilitandoqueeudesenvolvessemeucarátereminhas responsabilidadessempre
deformalivreecomtotalsuporte,visandoarealizaçãodemeuideal.
À minha esposa Luciana. Sem dúvida a pessoa mais ativa em minha vida e a
quem devo inúmeros agradecimentos, tanto durante essa tese quanto em nossas
experiências pessoais conjuntas. Seu grande amor, carinho, companheirismo,
compreensãoeapoioincondicionaisforam(esão)deextremaimportânciaparameus
projetosprofissionaisepessoais.
A todos os parentes adquiridos após o casamento, meus sogros Ari e Vera,
cunhadoe“primos”,especialmenteEstelaeAdriano.
Ao meu orientador Prof. Dr. Flávio Alicino Bockmann, a quem serei
eternamente grato. É simplesmente impossível citar a quantidade adquirida de
conhecimento biológico e amadurecimento pessoal durante nosso (longo) convívio.
Isso, sem dúvida, é devido ao fato de ser uma pessoa de índole extremamente
positiva,acessível,incentivadoreabertoàsdiscussões.
Ao Dr. Yoshimi Sato, responsável pela Estação de Piscicultura de Três Marias
(CODEVASF/CEMIG),MG.Semesta amávelpessoal,estatesenãoseriapossívelemsua
totalidade,umasvezqueamaioriadomaterialanalisadofoiprovenientedestecentro
dereproduçãodepeixes.
AoDr.LaerteBatistadeOliveiraAlves,diretordoCentroNacionaldePesquisae
Conservação de Peixes Continentais (CEPTA) que autorizou minha participação no
grupo coordenado pelo Dr. José Augusto Senhorini com reprodução de peixes. Esta
vivencia me proporcionou um conhecimento mais amplo sobre técnicas de cultivo e
reproduçãodepeixes,além de valiosa torça de experiênciascomoutrasáreas,como
genéticaeembriologiadepeixes.
Agradecimentos
iv
AosDrs.OsvaldoT.OyakawaeMárioC.C.dePinna(MZUSP)porpermitireme
auxiliarem minhas visitas à coleção de peixes, com especial agradecimento a este
último pelas discussões adicionais e motivação. Estendo esta gratidão a todos os
(ex)alunos da seção de peixes do MZUSP: pela ajuda, amizade, empréstimos de
literatura e inúmeras discussões. Em especial ao Dr. Flávio Lima que me forneceu
material adicional que foi utilizado no presente estudo e será de extremo valor em
trabalhosfuturos.
Aosegressos doMZUSP Drs.FábiodiDarioeCristianoMoreira.Estaspessoas,
de cuja amizade muito me orgulho, contribuíram de forma ímpar nesta tese, me
apontandopontosdevistadiferentesedisponibilizandoliteraturasdiversasatéentão
desconhecidaspormim.
UmagradecimentomuitoespecialeudedicoàcnicaemhistologiaVaniM.A.
Corrêa, do Laboratório de Histotecnologia do Departamento de Biologia Celular e
Molecular de Bioagentes Patogênicos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
USP.Alémdeseruma pessoaexemplar,elafeze meorientouem todaa preparação
histológica presente neste estudo. Com isso, meu conhecimento de técnicas em
histologiafoilargamenteampliado.
OutrapessoaaquemsouextremamentegratoéoProf.Dr.PauloTambascode
Oliveira, professor associado do Departamento de Morfologia, Estomatologia e
Fisiologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP. Sempre
disposto a ajudar, mesmo que não tenha relação direta com seus estudos, sua
participaçãoemminha formaçãofoiímpar,colaborando naidentificaçãodas
estruturas histológicas e mecanismos de ossificação, inserção de musculatura em
ossos,etc.
AoDr.RalfBritzeseualunoPeterKonstantinidisdoNaturalHistoryMuseumde
Londres, Inglaterra auxiliando em minha visita a esta instituição, além de diversas
conversassobrepeixes,comportamento, cultivo,desenvolvimentoeanatomia
comparada,que abriramhorizontesnosníveisdediscussãodestatese,evidenciandoa
importânciadeantigosestudosdeanatomia,osquaissão,atualmente,negligenciados
namaioriadosartigos.
Agradecimentos
v
Ao Thomas Grünbaum, doutorando do Département de Biologie, Chimie et
GéographiedaUniversitéduQuébec.Nossaconvivência,aindaquelimitadaàduração
docongressointernacionaldeIctiologiaeHerpetologiadaASIH,possibilitoudiscussões
profundas a respeito do desenvolvimento, em especial, de estruturas do esqueleto
caudal e, como este pesquisador lida com táxons basais, o conhecimento de tais
táxonsaumentousignificativamenteasdiscussõesdestatese.
BoapartedasimagensdestatesefoiobtidanolaboratóriodoProf.Dr.Dalton
S. Amorim, sob assistência deste docente e sua técnica Maria Isabel P. de Andrade
Balbi (Bel). Agradeço também a todos os alunos daquele laboratório que dividiram
suasexperiênciasetempocomigo.
Agradeço especialmente à Nair Silva de Oliveira, funcionária da Biblioteca
Central do campusda USPde RibeirãoPreto,atuandonoserviço de empréstimosde
literatura entre diversas instituições(COMUT). Sua ajuda (e de todo o COMUT) foi, e
tem sido, de valor inestimável. Sem a vasta quantidade de artigos obtidos por este
sistema,asdiscussõesteriamsidomuitoinferiores.
A todos meus amigos de laboratório, sem exceção e cujos nomes não citarei
individualmente para evitaresquecimentos. Ressalto, no entanto, um especial
agradecimento a alguns, cuja convivência foi mais próxima: Hertz F. dos Santos,
Micheli Beccari, Adriana Takako, Alexandre Ribeiro, Katiane Ferreira e Marcel
Cavallaro.Alémdenossalongaamizade,citoonomedoAléssioSilva,poispartilhamos
interesses comuns sobre anatomia de peixes e tivemos muitas conversas sobre o
assuntoemuitomeajudounasidentificaçõesdosmúsculos.
AoMarceloR.deCarvalhoesuaesposaMary,cujaamizadeecompan
heirismo
foramfundamentaisemminhavidapessoaleprofissional.
AoAlanHadley,pelodesenvolvimentoedisponibilizaçãográtisdosoftwarede
montagem de imagens CombineZP, sem o qual seria impossível a obtenção das
imagensaquipresentes.
Agradecimentos
vi
AograndeamigoLuizOmarGonçalvesque,comsuashabilidadesímparescomo
torneiromecânicoconfeccionouoadaptadordacâmeradigitalparaalupa,
possibilitandoaaquisiçãodeimagensdigitais.
À Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros DIFAP/IBAMA que concedeu a
licença de coleta e transporte de material biológico (Processo IBAMA/MMA
02027.001524/200649).
Ao programa de pósgraduação em Biologia Comparada da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto USP por ajuda no financiamento em
participaçõesemeventos, comooXVIIEncontro BrasileirodeIctiologia, realizadoem
Itajaí.RessaltoaimportânciadoscoordenadoresProfs.Drs.JohnCampbellMcNamara
e Márcia Maria Gentile Bitondi, além da secretária Renata Aparecida de Andrade
Cavallari e funcionários da secretaria de pósgraduação Míriam Cristina Osório de
Souza e Carlos Augusto C. de Carvalho Almada por invariavelmente auxiliarem nos
assuntosadministrativos.
Ao Departamento de Biologia da FFCLRPUSP, por oferecer espaço para o
desenvolvimentodoatualprojeto,assimcomo a todos osdocentes,cujaconvivência
foidevalorsubstancialparameucrescimentopessoaleprofissional.
Por fim, mas com a mesma importância, ao Conselho Nacional de
DesenvolvimentoCientíficoeTecnológico(CNPq)doMinistériodaCiênciaeTecnologia
(MCT),pelaconcessãodoProgramadeCapacitaçãoemTaxonomia,aoqualabolsade
doutorado(pr
oc.140415/20068)estávinculada.
Conteúdo
vii
C ONTEÚDO
RESUMO................................................................................................................................I
ABSTRACT.............................................................................................................................II
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................III
CONTEÚDO..........................................................................................................................VII
INTRODUÇÃO........................................................................................................................1
Ostariophysi..................................................................................................................1
OntogeniaeEvolução...................................................................................................4
TrabalhosontogenéticosemOstariophysi,comênfaseemSiluriformes..................12
Sinapomorfiasdecrânio,aparelhodeWebereesqueletocaudaldeOstariophysi..15
CrâniodosSiluriformes...............................................................................................17
OBJETIVOS..........................................................................................................................29
MATERIALEMÉTODOS.........................................................................................................31
MaterialExaminado....................................................................................................31
Fasesdedesenvolvimento..........................................................................................36
Técnicasdepreparação..............................................................................................39
ProtocolosdeHistologia.............................................................................................42
Procedimentoinicial...............................................................................................42
ColoraçãocomHE...................................................................................................43
ColoraçãocomTricrômicodeMallory....................................................................44
ColoraçãodeVonKossa..........................................................................................45
Ilustraçõesefotografias.............................................................................................47
Terminologiaanatômica.............................................................................................49
RESULTADOSDESENVOLVIMENTO DOESPLANCNOCRÂNIO..........................................................54
Desenvolvimento do esplancnocrânio de Prochilodus argenteus, incluindo
condrocrânioeosteocrânio........................................................................................54
Desenvolvimento do esplancnocrânio de Pseudoplatystoma coruscans, incluindo
condrocrânioeosteocrânio........................................................................................91
Desenvolvimento do esplancnocrânio de Lophiosilurus alexandri, incluindo
condrocrânioeosteocrânio......................................................................................113
DISCUSSÃOECONCLUSÕESDESENVOLVIMENTODOESPLANCNOCRÂNIO.....................................128
Conteúdo
viii
Consideraçõesgerais.............................................................................................128
Condrocrânio............................................................................................................131
Arcoprémandibular.............................................................................................131
Arcomandibular....................................................................................................132
Arcohioide............................................................................................................135
Arcosbranquiais....................................................................................................137
Elementosmedianosdosarcosbranquiais.......................................................137
Elementospareadosdosarcosbranquiais........................................................140
Osteocrânio...............................................................................................................156
Arcoprémandibular.............................................................................................158
Arcomandibular....................................................................................................158
Arcohioide............................................................................................................166
Elementosmedianosdacestabranquial..............................................................167
Sériesopercularepreopercular............................................................................170
Arcosbranquiais....................................................................................................171
RESULTADOSDESENVOLVIMENTO DOAPARELHODEWEBER.....................................................174
DesenvolvimentodosossículosdoaparelhodeWeberemProchilodusargenteus.174
Desenvolvimento dos ossículos do aparelho de Weber em Pseudoplatystoma
coruscans..................................................................................................................184
Desenvolvimento dos ossículos do aparelho de Weber em Lophiosilurus alexandri.
..................................................................................................................................194
DISCUSSÃOECONCLUSÕESDESENVOLVIMENTODOAPARELHODEWEBER..................................210
Consideraçõesgerais.............................................................................................210
Scaphium...............................................................................................................213
Intercalarium.........................................................................................................214
Claustrum..............................................................................................................217
Tripus.....................................................................................................................220
Ossuspensoriumeparapófisedaquartavértebra...............................................223
Complexoneural...................................................................................................226
Porçãodorsaldacinturapeitoral..........................................................................229
RESULTADOSDESENVOLVIMENTO DOESQUELETOCAUDAL.......................................................232
DesenvolvimentodoselementosdoesqueletocaudalemProchilodusargenteus.232
Conteúdo
ix
Desenvolvimentodos elementosdo esqueletocaudal emPseudoplatystoma
coruscans..................................................................................................................240
Desenvolvimento dos elementos do esqueleto caudal em Lophiosilurus alexandri.
..................................................................................................................................247
DISCUSSÃOECONCLUSÕESDESENVOLVIMENTODOESQUELETOCAUDAL....................................254
Consideraçõesgerais.............................................................................................254
Formaçãodocentrovertebralcomplexodoesqueletocaudal............................255
Espinhosneuraiseepurais....................................................................................260
Arcosneuraiscaudaiseuroneural........................................................................262
Arcoshemaisearcodoparipural.........................................................................265
Espinhoshemais,paripuralehipurais..................................................................265
Finfolderaiosdanadadeiracaudal......................................................................270
APÊNDICE.........................................................................................................................271
Esqueletodérmicoeendoesqueleto........................................................................271
Esqueletocranianoepóscraniano..........................................................................271
Componentesdoesqueletocraniano...................................................................272
Condrocrânio.....................................................................................................272
Esplancnocrânio.................................................................................................273
Dermatocrânio...................................................................................................274
Esqueletopóscraniano.........................................................................................275
CartilagenseOssosdetalhamento........................................................................278
LITERATURACITADA...........................................................................................................284
FIGURAS..........................................................................................................................329
Introdução
1
I NTRODUÇÃO
Ostariophysi
A superordem de Teleostei, Ostariophysi (Fig. 1) possui 5 ordens, 68 famílias,
1.075 gêneros e mais de 7.931 espécies descritas. Isto representa 68% da ictiofauna
mundialdeáguadoceou28%dototaldeespéciesconhecidasdepeixes(Fink&Fink,
1981, 1996; Lauder & Liem, 1983; Nelson, 1994; 2006). Suas espécies ocorrem em
todas as massas de terras ao redor do mundo, exceto Antártica,Groenlândia e Nova
Zelândia (na Austrália estão presentes algumas poucas espécies de bagresderivados,
secundariamente, de grupos marinhos), sendo praticamente restritas à água doce,
com apenas 123 espécies marinhas (Nelson, 2006). Uma série de espécies são
encontradas em ambientes subterrâneos, conforme reportado por Proudlove (2006)
quelistoucercade135espécieshipógeasdescritasatéaanode2004.
Regan (1911a, 1911b) propôs uma classificação para Ostariophysi, que incluía
quatro grandes grupos, hoje elevados a categoria de ordens: Cypriniformes (carpas,
dojôs), Characiformes (tetras, lambaris, pacus, piranhas), Siluriformes (bagres,
cascudos) e Gymnotiformes (tuviras, sarapós, poraquês). Greenwood et al. (1966)
concluíram que Gonorynchiformes e os então Ostariophysi compartilhavam um
“padrãocomum”,sugerindo ummesmoancestral“salmoniforme”.Maistarde,Rosen
& Greenwood (1970), em um estudo mais extenso sobre as relações filogenéticas
destes dois grupos concluíram que Gonorynchiformes e Ostariophysi seriam grupos
irmãos. Então, criaram o nome Anotophysi para os Gonorynchiformes, que seria o
grupoirmão do clado Otophysi, que incluiria as ordens que compartilhavam entre si
complexas modificações nas quatro vértebras anteriores, que adquiriram estreita
associação com o ouvido interno, chamadas coletivamentedeaparelhodeWeber (v.
abaixo). Esta nova hipótese foi criticada por alguns autores (e.g. Gosline, 1973;
Roberts, 1973a), que diziam que as evidências apresentadas não eram conclusivas,
tornando,destemodo,Ostariophysiumgrupoartificial.Fink&Fink(1981)estudaram
as intrarrelações dos Ostariophysi com uma abordagem cladística, corroborando seu
monofiletismo e postulando algumas mudanças nas suas relações internas. Algumas
hipótesessobrerelaçõesentreseusgrupos queeramamplamenteaceitas,comopor
Introdução
2
exemplo, os ‘gimnotoides’ serem considerados ‘caracídeos’ altamente derivados (e.g.
Regan, 1922; Weitzman, 1962), foram refutadas por estes autores. Segundo Fink &
Fink (1981), Cypriniformes seria a ordem mais basal de Otoph ysi, seguido por
Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes, comogruposirmãos menos inclusivos,
sucessivamente(Fig.1).
Entre os principais caracteres compartilhados pelos representant
es de
Ostariophysi estão as modificações das vértebras e costelas anteriores. Nos
Gonorynchiformes, a primeira costelapleural,que articula com a terceira vértebra,é
expandida e suporta um peritônio espessado, que contata anteriormente a bexiga
natatória(Lauder&Liem,1983).EstegrupofoiextensamenteestudadoporGrande&
PoyatoAriza (1995, 1999) que corroboraram seu monofiletismo. Supõese que estas
modificações nas vértebras mais anteriores sejam precursoras daquelas que
configuramoaparelhodeWeber,presentenos
Otophysi.OcomplexodeWeber(Fig.
2)éconstituídoporelementosósseoshomólogosaosarcosneurais,costelaspleuraise
suas parapófises (Rosen & Greenwood, 1970). Estas estruturas são fortemente
conectadas umas às outras por ligamentos e servem de ligação entre a bexiga
natatória e o ouvido interno. Com isso, movimentos diferenciais da membrana da
bexiga natatória causam oscilações no complexo de Weber que são transmitidas ao
ouvidointerno,permitindoaospeixesperceberemvibraçõesdiferenciadas.
Patterson (1984) conclui que o táxon por ele descrito, a espécie fóssil
Chanoidesmacropoma,doEocenodaItália,seriaogrupomaisbasaldeOtophysi,pois
apresentariamodificaçõesnasquatroprimeirasvértebraseestruturasassociadasque
seriam precursoras do aparelho de Weber, numa condição mais avançada do que
aquelapresentenosGonorynchiformes.
Em uma série de trabalhos, Gayet (e.g. 1980, 1982a, 1982b) criticou as
hipóteses de Fink & Fink (1981), postulando diversas origens independentes do
aparelho de Weber em Ostariophysi. Estas suposições não tiveram respaldo de
nenhum outro trabalho e foram refutadas por Fink et al. (1984). Além disso, Fink &
Fink (1996), em uma reanálise de seu trabalho prévio de 1981, reafirmaram suas
hipótesessobreomonofiletismodeOstariophysiesesuasinterrelações.
Introdução
3
Algunstrabalhosposteriores,emqueforamanalisadoscaracteresmoleculares
(e.g. Dimmick & Larson, 1996; Ortí, 1997; Saitoh et al., 2003), propuseram relações
diferentes entre os Ostariophysi, com Gymnotiformes e Characiformes formando um
clado,oqualseriaogrupoirmãodeSiluriformes.Contudo,estesconcordaramcoma
posiçãobasaldeCypriniformes.Saitohetal.(2003)sugeriram,ainda,queOstariophysi
não seria monofilético, uma vez que Gonorynchiformes seria o grupoirmão de
Clupeomorpha e estes, juntos, constituiriam o grupoirmão de Otophysi. Porém, este
clado possui baixa sustentação, como citado pelos próprios autores. Di Dario (2004)
concordou que Ostariophysi seria parafilético, porém, demonstrou, com base em
caracteres morfológicos, que Clupeomorpha seria o grupoirmão de Otophysi
tambémrelatadoporLecointre(1995),baseadoemdadosmoleculareseporLecointre
& Nelson (1996) e que Gonorynchiformes seria o grupoirmão do clado
Clupeomorpha+Otophysi.
Dentre os Ostariophysi, Siluriformes é uma das ordens mais diversificadas e
com várias modificações anatômicas fisiológicas e comportamentais. Vulgarmente
conhecidos como bagres, cascudos, piraíbas, filhotes, jaús, mandis etc., esta ordem
inclui 36famílias,commaisde478 gênerosaproximadamente3.093espéciesválidas
(Ferraris, 2007). Os seus membros possuemampla distribuiçãopor todos os
continentes, inclusive o Antártico, com representantes fósseis (Grande & Eastman,
1986).Contudo,amaiordiversidadeencontrasenaregiãoTropical,principalmentena
AméricadoSul,ÁfricasubSaharianaesudestedaÁsia(dePinna,1998).Somentenas
Américas registramse cerca de 1.727 espécies (Nelson, 2006). As espécies habitam
principalmenteáguasdoces,masduasfamíliassãoprimariamentemarinhas(Ariidaee
Plotosidae), cujos representantes também são encontrados
em águas salobras e,
secundariamente, em água doce (alguns Ariidae). Algumas espécies que possuem
sabidamente glândulas de veneno, que podem infligir rios problemas, decorrentes
deferimentoscomseusespinhos(principalmenteosdanadadeirapeitoral).Oveneno
é produzido por células glandulares no tecido da epiderme que recobre os espinhos.
Destacam
seasespéciesHeteropneustesfossilisdaÍndia,quetemumcomportamento
agressivo e cuja perfuração pelo espinho causa terríveis dores. Adicionalmente,
Introdução
4
ferimentos pelos espinhos de Plotosus lineatus podem ser fatais (Perrière & Goudey
Perrière,2003).
Emboraomonofiletismodaordemsejaumahipótesemuitobemcorroborada,
existe pouco consenso sobre as relações interfamiliares. São também aceitas as
hipóteses sobre a posição de Diplomystidae como a linhagem mais basal de
siluriformes(e.g.Arratia,1987),arela
çãodeHypsidoridaecomogrupoirmãodetodos
osbagresexcetoDiplomystidae(Grande,1987,aindaquecontestadaporMo,1991),e
omonofiletismodassuperordensLoricarioideieDoradoidei(e.g.dePinn a,1993,1998;
Britto, 2003). No entanto, apenas a primeira hipótese é amplamente aceita, e
dificilmenterefutável.Alguns autoresaquestionaram (cf.Diogo,2005;
Sullivanet al.,
2006)masestesquestionamentosnãoforam seguidospordeficiênciasnasevidências
apresentadas.Asprincipaishipótesessobreasintrarrelaçõesdossiluriformes,comoos
trabalhos citados acima são baseadas exclusivamente em caracteres anatômicos.
Recentemente, novas hipóteses para as intrarrelações desta ordem têm sido feitos
baseados em dados moleculares (e.g. Hardman,2005;Sullivan etal.,2006, 2008). As
hipóteses baseadasem morfologiae emDNA mitocondrial sãoamplamente
divergentesentresi.
OntogeniaeEvolução
ComoreportadoporGilbert& Levit(2007),aideiade que o desenvolvimento
está intimamente relacionado com evolução data dos tempos da proposta formal da
teoria da evolução por Darwin. Thomas H. Huxley, em 1893, pensava em um nível
diferente deDarwin,assumindoquemudanças anatômicasnosorganismosdeveriam
resultar de mudanças durante seus desenvolvimentos. Podese dizer que a atual
abordagem entre a ontogenia e filogenia teve início após o livro de Gould (1977)
OntogenyandPhylogenynoqualoautordescreveosprocessosdodesenvolvimento
conforme foram sendo conhecidos, assim como os paralelos traçados historicamente
entreeleseoentendimentodasrelaçõesdeparentescodosorganismos.
A metodologia cladística é hoje o paradigma para o estabelecimento de
hipóteses sobre as relações filogenéticas entre os organismos. O conhecimento do
sentido das transformações entre os diferentes estados, ou seus diferentes níveis de
Introdução
5
homologia, é um aspecto fundamental para a construção de hipóteses sobre as
relações filogenéticas entre os organismos. Complementando o tema levantado por
Gould (1977), Humphries (1988) edita o livro Ontogeny and Systematics, onde a
discussão do tema ont ogenia e seu uso para os estudos evolutivos é feita sob a
perspectiva cladística da época. Destacamseo capítulo de Kluge (1988) que sumaria
conceitos do desenvolvimento e o capítulo de Roth (1988), no qual são discutidos
definições e problemas de homologia. O tema homologia em si é tratado de forma
detalhada em um livro mais recente editado por Hall (1994) Homology: The
Hierarchical Basis of Comparative Biology. Discutese a homologia desde contextos
históricos,conceitosrelacionadoscommorfologia,função,desenvolvimentoebiologia
molecular. Este tema nunca alcançou uma opinião unânime e continua sendo
debatido. Como apontado por Wiley (2008), “os conceitos de homologia são como
conceitos de espécies; o debate parece durar eternamente sem qualquer resolução
real”. A discussão de conceitos de homologia, principalmente aliada a estudos de
biologiacomparadadodesenvolvimento,voltouàtonaemdiversosartigospublicados
em números especiais da revista Theory in Biosciences (e.g. Ghiselin, 2005; Richter,
2005;Rutishauser&Moline,2005;Scholtz,2005),entreoutros(e.g.Haszprunar,1992;
Shubin, 1994). Estes artigos mantêm a discussão da relação entre homologia e
ontogenia. Neste aspecto a ontogenia é normalmente vista como uma sequência de
estágiosevolutivosindependentes(e.g.Brigandt,2007;Graham,2010).
A informaçãoontogenéticapossuitrêsusos básicos. Pode esclarecer questões
de homologias primárias (Wiley, 1981; Mabee, 1989), servir como fonte adicional de
caracteres para se elucidar as relações históricas ou servir para a polarização das
transformações dos caracteres. Esta última muito mais usada na cladística (Kluge,
1985;Williamsetal.,1990),aindaqueoesclarecimentodashomologiasprimáriasseja
o seu uso mais comum. Independente do usodaontogenia para se inferir filogenias,
sempreasuposiçãoqueosestadossãosempremodificados umporvez,atravésde
adiçõesoudeleçõesduranteasequênciadeformação(Mabee,1989).Algunsautores
postulam ainda que a ontogenia propriamente dita constitui o único critério válido
para a obtenção de cladogramas que é totalmente livre de suposições apriorísticas
Introdução
6
sobre o monofiletismo do grupointerno ou sobre as relações em níveis mais
abrangentes(cf.Nelson&Platnick,1981;Pinna,1994).
Para a determinação da polaridade dos caracteres, algumas metodologias
forampropostas.Dentreestasmetodologias,oscritériosontogenéticos(acessodireto
ao tempo) e de grupoexterno (acesso indireto ao tempo) são as mais utilizadas e
aceitas como logicamente válidas (cf. Nelson, 1978; Watrous & Wheeler, 1981;
Weston,1988).controvérsiassobrequantoométodoontogenéticopodesermais
precisoqueométododogrupoexterno(“acessoindiretoaotempo”)( e.g.deQueiroz,
1985;Kluge,1985).Historicamente,ocritérioontogenético, asemelhançadométodo
do grupoexterno, foi mais frequentemente abordado como um método de
polarizaçãoindividual de caracteres para seraplicadoantesda análise de parcimônia
(Ferrarezzi & Marques, 1997). Contudo, Pinna (1994) propôs que sua aplicação
também pode ser vista sob uma perspectiva de enraizamento de árvores. De acordo
com este autor, a incorporação de informações sobre sequências de transformações
ontogenéticas, impõe restrições aos possíveis pontos de enraizamento,
preferencialmenteaumaúnicaposiçãoquesejaamaisinclusiva.
Para a avaliação da polaridade dos estados dos caracteres é frequentemente
recomendado analisar o curso do desenvolvimento ontogenético do caráter (Kluge,
1985;Wägele,2005).EstaideiapodeseratribuídaaocritériodaLeiBiogenética(ouLei
daRecapitulação),propostaporHaeckel(1866):“ontogeniaéumarecapitulaçãocurta
e rápida da filogenia”. De acordo com este critério, um estado embrionário de um
caráterpodeserconsideradomaisprimitivoqueemestadoqueocorremaistarde
no
desenvolvimentodoindivíduo.Narealidade,arelaçãodaontogenia comosendouma
recapitulação das transformações evolutivas, havia sido proposta por von Baer no
final dadécada de 1820,que observouque as característicasdos estágios
embrionários iniciais seriam compartilhadas por um grande grupo que
compartilhassem o mesmo ancestral e que as caracterís
ticas mais tardias, seriam
exclusivas de um grupo mais restrito. Como discutido por Løvtrup (1978), uma
generalizaçãodasleisdeVonBaerpoderiaserdequeoembrião,duranteaontogenia,
passasse por mudanças graduais a partir de um estágio mais geral para um mais
especializado. A discussão sobre as leis da recapitulação de Haeckel e Von Baer é
Introdução
7
amplaetemsidomantidapordécadas,estandoforadoobjetivodopresenteestudo.
Sugiro o acesso a alguns artigos e às referências citadaspara um aprofundamento
nestetema(e.g.Holmes,1944;Løvtrup,1978;Poe,2006).
Destaco,adicionalmente,aimportânciadoanatomistaalemãoCarlGegenbaur
(18261903) em seus estudos sobre anatomia e desenvolvimento comparados. A
grandereputaçãodeGegenbaurfoibaseadamaisemsuasideiassintéticasqueemsua
pesquisa anatômica propriamente dita. Seus ideais eram estudos de morfologia
comparada baseados nas teorias evolutivas de Darwin e nos métodos comparativos
desenvolvidospreviamentepor pesquisadorescomoGeorge Cuvier,JohannesMüller,
entre outros(Hofeldetal.,2003). Entre suas inúmeras contribuiçõesparaa ciência,
destacase a fundação do periódico “Morphologische Jahrbücher”, no qual foram
publicados diversosartigossobremorfologiacomparada,além de suasideiassobrea
segmentação da cabeça dos vertebrados. Fora isso, com sua linha de pesquisa
integrando dados de diversas áreas do conhecimento, com colaborações com outros
grandes pesquisadores da época, como Haeckel, foi fundada a “Gegenbaur school”.
Esta escola teve fundamental importância na formação de estudos comparados,
integrando anatomia comparada e embriologia sob uma perspectiva evolutiva. Os
desdobramentos da influencia de Gegenbaur fogem ao escopo do presentetrabalho,
mas recomendo a consulta a diversos artigos sobre o tema (e.g. Di Gregorio, 1995;
Breidbach, 2003; Ghiselin, 2003; Hofeld et al., 2003; Laubichler, 2003; Mitgutsch,
2003;Nyhart,2003).
As leis de ‘recapitulação’, no entanto, não o válidas, necessariamente, para
todos os caracteres nem para todos os organismos, uma vez que modificações
ontogenéticas, como heterocronia, podem levar a interpretações errôneas sobre
polaridade dos estados (e.g. Fink, 1982; Mabee, 1993; Kovác, 2002). Nelson (1978)
propôsqueparaumadadatransformaçãoontogenéticadeumcaráter,deumestado
mais geral para um estado menos geral, a condição mais geral seria a primitiva e a
menos geral, a derivada, seguindo, de certo modo, o proposto por von Baer. Vário s
trabalhostratamdestepostulado(e.g.Watrous&Wheeler,1981;Meier,1997).
Introdução
8
EmumarespostaàLeiBiogenética,Garstang(1922)lançaafrase“aontogenia
não recapitula a filogenia, ela a cria”. Com isso, fica clara a mudança de perspectiva
com relação à interpretação de mudanças durante o desenvolvimento e seus
significados evolutivos. Northcutt (1990; 1992) em um artigo com abordagem
filogenética atual reafirma o postulado de Garstang, no sentido em que toda
ontogeniaevoluieafilogeniarealdeveserbaseadanastransformaçõesevolutivasna
ontogenia. O sucesso de Garstang em unir informações de áreas até então distantes
entre si em um único esquema foi um dos principais responsáveis pelo atual
entendimento, em última instância, da origem dos vertebrados e relações com os
gruposmaispróximose.g.equinodermas(cf.Gee,1996).
Durante o progresso do pensamento relacionando as informações
ontogenéticas com as relações de parentesco, alguns pontos de discussão foram
levantados. Destaco a lei de Dollo, tratando sobre a irreversibilidade da perda de
caracterescomplexos,ouseja,aimpossibilidadedeumorganismoretornaraoestado
idêntico à condição ancestral, e a lei de Cope, dos estados não especializados que
seriam novidades evolutivas em novos táxons e que aparentemente derivariam de
ancestrais mais generalizados ao invés de ancestrais mais especializados. A regra de
Cope, de que uma tendência dos animais aumentarem em tamanho durante a
evolução carrega conotações de progresso, tendências e aumento na complexidade,
enquantoaregradeWilliston(1914,1925)sugerequeumadiminuiçãononúmero
de partes serialmente repetidas conforme as diferentes partes dos indivíduos se
especializam durante a evolução No entanto, os conceitos básicos estavam
presentestemposnospensamentosdenaturalistascomoTreviranus,MeckeleVon
Baer (década de 1820). Adicionalmente, várias exceções a estas regras foram
reportadasparaváriosgruposdeorganismosconformecomentadoporMinelli(2003)
eindicoaconsultaaestaliteraturaparaumaprofundamento.
Dollo(1893)propôs queórgãos,outras estruturascomplexase,logo,
organismos como um todo, não podem retornar auma condição idêntica à condição
ancestral. Este princípio foi também enunciado pelo anatomista e zoólogo Hans
Gadow.ApropostadeDolloeraaaplicaçãodeseuprincípioparaaperdadeestruturas
Introdução
9
complexas e órgãos inteiros. No entanto, atualmente, a lei de Dollo é geralmente
aplicadaparaqualqueraspectodereversibilidadenaevolução.
A lei de Dollo se aplicava particularmente à paleontologia, que estuda, quase
queexclusivamente,amorfologiaeinterpreta suasaparentestendênciasdemudanças
evolutivas.Oreaparecimentodeestruturas perdidas nosancestrais(como o segundo
molar em felídeos), estruturas atavísticas (como membros em serpentes, membros
posterioresembaleiasedígitosadicionaisemcavalos), ou reversões filogenéticasde
caracteresdeixamclaroqueaperdadeumaestruturanãonecessariamentesignificaa
perda da capacidade de se formar tal estrutura. Logo, a lei de Dollo tem uma
implicaçãoontogenéticafundamental:traçosde estágios de desenvolvimentopodem
estarretidosnosdescendentes,especialmentecomoestruturasancestraisemestágio
iniciaisdaontogenia(Hall,1999).
AregradeCope,propostaporEdwardCopeemtrabalhosnasdécadasde 1870
e 1880, postula que os animais tendemaaumentarde tamanho durante a evolução.
Cope via as leis da evolução firmemente apoiadas em mudanças regulares da
embriologia,aoinvésdevariaçõesaleatórias.
Aideiadequeosprocessosevolutivos,culminandoemeventosdeespeciação,
frequentementeocorrammaisrapidamenteemespéciesanimaisdepequenoportefoi
testadaecorroboradaporalgunstrabalhosmaisatuais.Stanley(1973)levantaaideia
dequenovaslinhagenssãofundadaspororgani smosdetamanhoreduzido.Emoutro
trabalho (Arnold et al., 1995), os autores concluíram que o aumento de tamanho
proposto pela regra de Cope seria uma consequência de uma maior resposta
adaptativa das espécies de menor porte com gerações curtas. O tamanho estaria
relacionado com as mudanças evolutivas, mas não as causava. As características
ontogenéticasde geraçõescurtasenãoaadaptaçãorelacionadaaotamanhodocorpo
emsi,resultarianospadrõesdeaumentodocorpoduranteaevolução.
A lei de Dollo ilustra como, no nível dos mecanismos do desenvolvimento, as
transformaçõesontogenéticasproduzemmudançasfilogenéticas.Diantedetaisleise
regras lidando mais com desenvolvimento que com evolução, Patterson (1983)
argumenta que a ontogenia difere da filogenia por ser “conservadora”, enquanto a
Introdução
10
filogenia seguiria “trilhas aleatórias”. Este autor, em sua extensa revisão sobre as
discussõesdorelacionamentodaontogeniacomafilogenia,enfatizaqueamaioriadas
leisevolutivastambémenglobaaontogenia,poistratamdecrescimento,tamanhose
especializações dos indivíduos. Atavismos, reversão de caracteres filogenéticos, e a
reativação de genes “silenciados”, também indicam como o conhecimento dos
processosdodesenvolvimentorevelaabaseontogenéticadaleideDollo.
Alguns aspectos da evolução dos organismos são mediados pelo
desenvolvimento, incluindo o desenvolvimento em si, estágios e processos
embrionários, morfologia (seja embrionária, larval ou de adultos) e plasticidade
fenotípica(Hall,1999).Aplasticidadefenotípica,incluindoasmudançasresultantesde
interações entre tecidos embrionários (cf. Maderson, 1975), tem sido alvo de vários
estudos recentes para secompreender seu papel nas respostas a mudanças
ambientaisque, emumaescalamaisampla,estádiretamenterelacionadaàevolução
dosorganismos(e.g.Fusco&Minelli,2010etodaliteraturacitada).
Todoindivíduoé criadodurantesuaontogenia,conformeelasedesenvolvede
umprimórdiofenotipicamente homogêneopara umadultocomplexoeheterogêneo,
de acordo com o programa genético, herdado dos pais e de acordo com leis
(independentes do tempo) de geometria, física e química. Originalmente, o termo
evoluçãosereferea todo desdobramentoontogenético.Porém,atualmente,seu uso
implica em um processo filogenético de transformação (cf. Bowler, 1975). Ontogenia
cria complexidade estrutural e, ao fazê lo traduz um programa genético que inclui
informações históricas, em relações físicoquímicas e posicionais. Os genes servem
comotransmissoresdestainformaçãodeumageraçãodeorganismosparaapróxima,
querepresentaumalinhagemevolutiva.Logo,osignificadoduplodotermo‘evolução’
mostra a relação de reciprocidade entre ontogenia e filogenia (Rieppel, 1988; 1990).
Rieppel(1990)sintetizaemumparágrafo:“Qualquermudançanas‘leisdaconstrução’,
mudanças nos padrões de desenvolvimento, causam uma mudança filogenética na
linhagem representada pelo desenvolvimento do(s) organismo(s): ontogenia cria a
filogenia.Cadamudançafilogenéticaqueafetaumalinhagemevolutivaé refletidana
mudançadaontogeniado(s)organismo(s)querepresentamaquelalinhagem:filogenia
criaontogenia”.
Introdução
11
Emboraaontogeniasejaodesenvolvimentoindividualeafilogenia,asrelações
evolutivas, uma vez que se consideram os mecanismos das mudanças através do
tempo em diferentes organismos, as duas estão conectadas. Esta “nova” abordagem
científica foi sintetizada por Hall (1999) dentro da “biologia evolutiva do
desenvolvimento” ou evolutionary developmental biology”, mais conhecida como
“evodevo”.Estaescolamultidisciplinarsintetizaoconhecimentogenômicoebiologia
molecular do desenvolvimento doorganismo(comoopapeldosgenesHoxCarroll,
1995), da população e abordagens de seleção natural para o entendimento das
mudanças evolutivas. Esta área tem recebido muita atenção nos últimos anos, com
tentativas de propostas que unifiquem o conhecimento evolutivo (cf. Carroll, 2000).
Como normalmente acontece com propostas novas em ciência, o assunto tem sido
debatidoequestionado(cf.Sandvik,2000;Pigliucci,2007;Müller,2007).
Dentreasdiscussõesmaisrecentessobreoentendimentododesenvolvimento
comparado no intuito de se recuperar possíveis transformações históricas, está a
questão da modularidade. As mudanças envolvidas no desenvolvimento podem ser
vistas em quase todos os níveis hierárquicos, desde padrões anatômicos até genes e
suas funções nos programas de desenvolvimento. A noção da modularidade é vista
recentemente como umpossível complemento entre os genes e o resultado
fenotípico. Os módulos são definidos como “unidades semiautônomas” conectadas
entre si formando o sistema final (e.g. Klingenberg, 2008; Kuratani, 2009). Estes
módulos são definidos em diferentes contextos, como genéticos, morfológicos,
desenvolvimentoefuncionais.Alémdisso,osmódulosfrequentementepodemevoluir
(no sentido de sofrerem mutações) independentemente. Por exemplo, as asas dos
morcegos como sendo uma modificação de um módulo da cintura peitoral,
ou a
mandíbuladosgnatostomadossendoumamodificaçãodomódulodeumarcovisceral
(arcomandibular).
O conceitode homologia morfológicaestáprofundamente associadoà
modularidade. Os corpos dos animais são modificados a partir de um plano básico
corporal, que é, por sua vez, constituído de elemento
s comparáveis que o
entendidos como módulos homólogos (cf. Hall, 1999). Logo, entender como as inter
relações entre os diferentes tipos de módulos e como eles se modificaram com os
Introdução
12
processosevolutivos,passaaseropontodemaior interessenestaabordagem,sendo
alvodediversosestudosatuais(e.g.Bolker,2000;Schlosser&Thieffry,2000;Amodeo
et al., 2001; Gilbert & Bolker, 2001; Beldade et al., 2002; Kuratani, 2009). O
entendimento desta questão ainda não pode ser concluído, mas o conceito de
modularidade deixa claro que a evolução tende a ser muito sutil e lenta e sempre
modificando estruturas previamente presentes, sem a necessidade deexplicaçõesde
grandessaltosdetransformaçãoou“macroevolução”nosentidomaisamplo.
TrabalhosontogenéticosemOstariophysi,comênfaseemSiluriformes
Trabalhos que utilizam a informação ontogenética são produzidos muito
tempo,masemsuagrandemaioria,comumenfoquenabiologiadodesenvolvimento
ou biologia molecular, nos quais os objetivos são voltados para o conhecimento de
expressões de genes ou de como determinadas proteínas demarcam os eixos ou
posições nos embriões (e.g. Burke et al., 1995; Ahn & Gibson, 1999; Jeffrey et al.,
2000; Davis et al., 2004; Davis et al., 2007; Keller et al., 2008; Ghosh et al., 2009).
Existem,poroutrolado,algunstrabalhosdecunhodescritivo,deimportânciaparaas
indústrias da piscicultura e pesca que são focalizados principalmente no
reconhecimentodamorfologiaexternadealgunsestágioslarvares(e.g.MagoLecciaet
al., 1986; Moser, 1996; Nakatani et al., 2001; Arockiaraj et al., 2003; Richards, 2006;
Fahay, 2007; Taguti et al., 2009) ou ainda em alimentação das larvas (e.g. Cobcroft,
2002). Outros se restringem aos aspectos da morfologia externa, como o estudo de
Lundbergetal.(2004),quedescrevem,pelaprimeiraeúnicavez,jovensdeum bagre
primitivo da família Diplomystidae. Sob abordagem cladística, a maioria dos estudos
ontogenéticos são realizados com intuito de esclarecer problemas particulares de
homologia de determinadas estruturas (e.g. Britz & Johnson, 2002, 2003, 2005a,
2005b; Johnson & Britz, 2005; Pinna & Grande, 2003). Fora isso, os grupos mais
estudadosnão sãorepresentantes deOstariophysi. algunstrabalhos mais
descritivos de desenvolvimento embrionário e/ou morfologia de larvas, até mesmo
cominformaçõessobreososurgimentograndescomplexosanatômicos(formaçãoda
boca, SNC, olho, etc.), porém pouco ou nada é comentado sob aspecto de biologia
comparadaoumesmodecunhototalmentedescritivo(p.ex.descrevendoemdetalhes
os tecidos que formam determinadas estruturas) (cf. Godinho et al., 1978; Santos &
Introdução
13
Godinho, 1994, 2002; Borçato et al., 2004; NinhausSilveira et al., 2006; Alexandre et
al.,2009;GuimarãesCruzetal.,2009;Gomesetal.,2010).
Rarossãoosestudosontogenéticosquepossuemumenfoqueevolutivo,onde
comparaçõescomgrandesgrupossãofeitasafimdesesolucionardúvidasmaisgerais
com relação às filogenias. Além disso, alguns destes trabalhos são meramente
descritivosanatomicamente(ainda quebem elaborados)enão utilizamuma
metodologia cladística, a qual foi proposta por Hennig (1950), mas que foi
largamente utilizada após a tradução e revisão de sua obra (Hennig, 1966, 1968).
Exemplos de alguns trabalhos importantes sobre ontogenia de Ostariophysi são
arroladosaseguir.Kindred(1919)estudouaspectosdodesenvolvimentodocrâniode
Amiurus [=Ameiurus], um bagre ictalurídeo. Outra grande contribuição foi a de
Bamford(1947),comseuestudodedesenvolvimentocranianodeGaleichthys[=Arius]
felis,umbagreariídeomarinho.Bertmar(1959),estudandocrâniosdecaracídeoscom
enfoque filogenético muito próximo do atual (sintetizado por Hennig) também
elucidou várias lacunas no conhecimento do desenvolvimento de certas estruturas.
Posteriormente, alguns autores indianos publicaram vários estudos importantes com
representantesdealgumasfamíliasdebagres(e.g.Srinivasachar,1955,1956a,1956b,
1958,1959a,1959b).Maisrecentementeumcentroquetemsedestacadoemestudos
ontogenéticos mais descritivos é a Ghent University, na Bélgica, de onde são
publicadostrabalhosprincipalmentecom um bagreafricanoqueé criadonestelocal,
dogêneroClarias(e.g. Adriaensetal.,1997;Adriaens&Verraes,1994,1996;1997a;
1997b; 1997c; 1997d; 1997e, Geerinckx et al., 2005, 2007a, 2007b; 2008, 2009;
Geerinckx&Adriaens,2007,2008;Huysentruytetal.,2008,2009a;2009b).Foraestes,
um grupolideradoporRalfBritz também colaboracomoaumento do conhecimento
nestaárea(e.g.Bartsch&Britz,1997;Britz,1994;Britz,1996;Britz,1997;Britzetal.,
2000; Britz & Bartsch, 1998; Britz & Bartsch, 2003; Britz & Hoffmann, 2006; Britz &
Johnson,2002;Britz&Johnson,2003;Britz&Johnson,2005a;Britz&Johnson,2005b;
Britz&Johnson,2010;Gemballa&Britz,1998;Hiltonetal.,2007a;Hoffmann&Britz,
2006;Johnson&Britz,2005;Johnson&Britz,2010;Moritz&Britz,2005;Rüberetal.,
2007; Schnell et al., 2010), assim como trabalhos isolados de outros autores (e.g.
Grande&Pinna,2004;Pinna&Grande,2003;Pinna&Ng,2004;Royero,1987).
Introdução
14
Adicionalmente, trabalhos com ontogenia podem fornecer dados diretamente
aplicados em taxonomia, principalmente para os grupos que possuem
desenvolvimento indireto e as formas larvais não são conhecidas. Existem espécimes
queforamdescritoscomonovasespéciesouatémesmonovosgênerosefamílias,mas
que na verdade não passam de formas juvenis ou larvais de adultos previamente
descritos. Destacase o trabalho de Johnson et al. (2009) que descreve um exemplo
extremode metamorfoseempeixesmarinhosdeprofundidade.Com isso,osautores
concluem que espécies, originalmente descritas em três famílias distintas, são, na
verdade,formaslarvais, machoefêmeada mesma espécie.Nestamesmalinhapode
sercitadoo trabalho deIwatsukiet al.(2001)quesinonimizaram espéciesdeGerres,
após constatarem que eram variações de forma que ocorriam durante o
desenvolvimento. Outro exemplo de estudos de desenvolvimento em peixes é o de
Baldwin & Johnson (1995), no qual o conhecimento da morfologia de estágio iniciais
dodesenvolvimentoajudanoentendimentodasrelaçõesentreosBeryciformes.Entre
os siluriformes, um exemplo é o pimelodídeo Pteroglanis manni, descrito por
Eigenmann&Pearson(1924)comoumnovogêneroeespécie.Lundbergetal.(1989)
verificaramque este peixe tratavase de um representantejuvenilde Sorubimichthys
planiceps (Agassiz, in Spix & Agassiz, 1829). Neste mesmo trabalho os autores
reafirmam a importância de estudos na sistemática filogenética, que enfatizem
informaçõesdedesenvolvimento.
ÉrelevantemencionarqueamorfologiadosSiluriformesadultos,em
particular,é,quandocomparadaàsdosdemaisOtophysi,maissimplificada.Assumese
quemuitoselementosusualmentep
resentesnosdemaisOtophysiforamperdidosou
estãofundidosaoutroselementosnosbagres.Éocaso,porexemplo,doparietal,que
seacreditaestarcoossificadoaosupraoccipital(Bamford,1947),edaausênciadoosso
simplético (Fink & Fink, 1981). No entanto, estas generalizações são baseadas em
poucos trabalhos, especialmente naqueles de Kindred (1919) e Bamford (1947). Mais
rece
ntementealgunstrabalhostêmcontribuídoemespecialparaoentendimentodas
transformações nos bagres.DestacoasériesdeartigosdeArratia(e.g.Arratia, 1982;
1990;2003a;2003b;2003c; Arratia&Schultze,1990; 1991;Schultze&Arratia, 1989)
osquaissãodiscutidosnopresenteestudo.
Introdução
15
Sinapomorfiasdecrânio,aparelhodeWebereesqueletocaudaldeOstariophysi.
Aseguirsãoenunciadasediscutidasalgumascaracterísticassinapomórficasdo
crânio e do esqueleto póscraniano dos Ostariophysi, com especial ênfase naqueles
atributos que são passíveis de ser investigados sob a perspectiva da ontogenia
comparada.
O aparelho de Weber, originalmente descrito por Weber (1820) é
sinapomórfico do subgrupo Otophysi (sensu Rosen & Greenwood, 1970). O aparelho
deWeberéderivadodeumasériedemodificaçõesdoscentrosvertebraisanteriorese
elementosassociados, comoosarcosneurais, supradorsais,supraneuraise processos
transversosqueterminamporconectarabexiganatatóriaaoouvidointerno.
Desteselementos,destacamsequatroparesdeossículos,emsequêncialinear,
dispostoscontralateralmentenaporçãoanteriordacolunavertebraleconectadospor
ligamentos interossiculares: claustrum, scaphium, intecalarium e tripus (Chranilov,
1926; Alexander, 1962). Alguns experimentos demonstraram como esses ossículos
atuam, possibilitando a audição nos peixes, através da condução de vibrações da
bexiga natatória ao ouvido interno (e.g. von Frisch, 1923; 1938; Stetter, 1929; von
Frisch&Stetter,1932).Otripuscaptaasvibraçõesdabexiganatatóriaeastransmite
ao intercalarium. Deste, as vibrações são transmitidas ao scaphium e, finalmente, ao
ouvidointerno(Rosen&Greenwood,1970;Ladich&Wysocki,2003).Oclaustrumestá
posicionado dorsalmente ao scaphium. Sua origem é controversa e discutida em
alguns trabalhos recentes (e.g. Pinna & Grande, 2003; Grande & Young, 2004;
Hoffmann&Britz,2006;Britz&Hoffmann,2006).
As origens durante o desenvolvimento e homologias do aparelho de Weber
têm sido debatidas desde sua descrição, em 1820 por Weber. Bamford (1947), por
exemplo, reportou que o scaphium em siluriformes seria formadopelo basidorsal do
primeirocentrovertebral,enquantoVandewalleetal.(1990)disseramqueoreferido
ossículoseriaformado,emcipriniformes,peloprimeirobasidorsalcomadiçãodeuma
ossificação do mesênquima do crânio. Alguns trabalhos atuais até mesmo sugerem
que,emalgunsgrupos,oaparelhodeWeberpodenãoserestruturalmentehomólogo
(e.g.Coburn&Futey,1996;Chardon&Vandewalle,1997;Grande&Shardo,2002).No
Introdução
16
entanto,admitirqueumaestruturatãocomplexacomoessatenhasurgido,durantea
evolução,diversasvezes,semprecoma mesmafunçãoearticulações,oéahipótese
maisparcimoniosa e,consequentemente, nãoteve aceitaçãona comunidade
científica. Diante disso, o atual estudo vem adicionar mais informações sobre o
desenvolvimentodestecomplexoestrutural,visandoajudaroseuentendimento.
A literatura sobre os padrões de desenvolvimento do crânio (compreendendo
condrocrânioeesplancnocrânio)edoesqueletoaxial (incluindoaparelhodeWebere
esqueleto caudal), compartilhados pelos Ostariophysi é relativamente escassa. Com
relação aos complexos morfológicos acima mencionados, os seguintes caracteressão
considerados sinapomórficos de Ostariophysi (e.g. Fink & Fink, 1981; 1996): ausência
da porção dérmica do palatino (ou dermopalatino). Nos teleósteos primitivos, como
Elops e Denticeps, o palatino consiste de uma porção condral (autopalatino) e uma
porçãodérmica(dermopalatino)queestãofundidas.Ausênciadosupraneuralanterior
ao arco neural da vértebra mais anterior (supraneural 1). Ausência do arco neural
destacado,anterioraoarcodoprimeirocentrovertebral.Fusãodetodososespinhos
hemaisanterioresaoespinhodosegundocentropréuralaosseusrespectivoscentros.
OcladodosOtophysié sustentadoporalgumassinapomorfiascomo:oformato
da porção condral do metapterigoide em forma de machado, com duas cabeças
(maioria dos cipriniformes e caraciformes) ou uma, quando a parte posterior foi
perdida (siluriformes e gimnotiformes). Em teleósteos primitivos, o metapterigoide
tem forma aproximadamente retangular com uma borda cartilaginosa contínua ao
longo da hiomandíbula, simplético e quadrado. A formação do complexo neural
(“neural complex”, sensu Nelson, 1948), a partir de modificações da área acima do
cordão nervoso; modificação do primeiro arco neural, formando o scaphium e o
claustrum. O claustrum seria formado pela porção dorsomedial deste arco neural,
tambémconhecidacomoprimeirosupradorsal(Britz&Hoffmann,2006).Oclaustrum
está secundariamente ausente em gimnotiformes. O segundo arco neural está
modificado e reduzido, tendo perdido seu respectivoespinho.Assupostasestruturas
que derivam desta modificação estão voltadas ventralmente e contribuiriam para a
formação do intercalarium (i.e. Coburn & Futey, 1996). As duas parapófises mais
anteriores, quando presentes, estão fundidas aos centros. Nos teleósteos primitivos,
Introdução
17
essas parapófises estão presentes como elementos livres. A costela e parapófise do
terceiro centro são alongadas anteriormente. A costela está truncada distalmente e
um processo posterior fino e curvado posteriormente (processo transformador)
contataa bexiganatatória.Aossificaçãoresultanteformaotripus.Acostelapleuralda
quarta vértebra está reduzida e fundida à parapófise, apresentando um processo
mediano,oossuspensorium.Oesqueletocaudalpossuiumcentroterminalcomplexo,
consistindo da fusão doprimeiro centro préural, primeiro e segundo centros urais e
umpardeuroneurais.
Parao cladoCharaciphysi(Characiformes+Siluriformes+Gymnotiformes)são
consideradas sinapomorfias: o único supraneural modificado está inclinado
anteriormente e se articula com a margem posterior do crânio. O scaphium se
estendendo anteriormente até a borda do primeiro centro vertebral. A margem
anteriordoterceiro arconeuralsituandosepróximada bordaposteriordo
neurocrânio, devido ao encurtamento das primeiras três vértebras. Fusão do arco
neural da quinta vértebra ao seu centro. Tal fusão não é observada nas vértebras
anterioresànadadeiradorsalnamaioriadosteleósteosprimitivos.Ligaçãodaporção
que corresponde à parapófise do tripus ao centro vertebral por uma fina e flexível
lamelaósseaque seprojetapósterodorsalmentedocentro.Fusão doespinho hemal
do primeiro centro préural, juntamente com o paripural e o primeiro hipural ao
centrovertebralcomplexo.
OcladodosCharaciformesésustentadopelapresençadeumprocessoântero
dorsaldoterceiroarconeural,queseprojetalateralmenteaoprocessoascendentedo
intercalarium. Outros teleósteos normalmente possuem uma pequena prézigapófise
nestaposição.Ohipural1encontraselivredocentrocomplexo.
NosGymnotiformesoclaustrumestáausente.
CrâniodosSiluriformes
Geralmente, o estudo do crânio de vertebrados, particularmente, de peixes
Osteichthyes é restrito a partes do esqueleto de animais adultos. Compilações das
Introdução
18
contribuições ao conhecimento da ontogenia do condrocrânio de peixes podem ser
encontradasemalgunsestudos(cf.deBeer,1937;Daget,1964).
Ocrâniodosbagres(Siluriformes)apresentasemuitomodificadoeclaramente
distintosecomparadoàquelesdeoutrospeixesteleósteos(e.g.clupeomorfos,outros
ostariofisianosetc.).Apesar das variações,ocrânio derepresentantesdesiluriformes
apresentam um padrão de depressão dorsoventral, com consequente redução dos
olhos(cf.Adriaens&Verraes,1997d).
O “achatamento” precoce do crânio faz com que as barras trabeculares
contralaterais permaneçam separadas da região orbitotemporal durante a maior
parte dodesenvolvimento. Uma placaintertrabecularas une, anteriormente,
formandoumagrandefenestrahipofisal(“hypophyseal”)(cf.Arratia,2003a).Estetipo
decrânioéchamadodeplatibásico(=platitrabecular),quediferedotipotropibásico
(=tropidotrabecular)encontradona maioriadosteleósteos(Daget,1964).Otetodo
crânioégeralmenteespessoe possuisomenteumelementoalinhadocomosfrontais
posteriormente, o osso supostamente complexo parietosupraoccipital (cf. Bamford,
1947; Fink & Fink, 1981; 1996). Acreditase que o parietal se funde ao supraoccipital
duranteodesenvolvimento(cf.Bamford,1947),porémaindanãonenhumtrabalho
conclusivoa esse respeito. Juntoa issoum característicoosso achatado
anteriormente,omesetmoide,comoqualaprémaxila,tambémachatada,seconecta.
O osso maxilar está geralmente atrofiado e, com exceção de Diplomystidae e
Hypsidoridae,nãoportadentes,característicatambémderivadadaordem.
Acreditase que a maior parte das mudanças estruturais no crânio platibásico
estão associadas, de alguma forma, às adaptações ao modo de vida bêntico,
aumentando a estabilidade quando o peixe fica no fundo, ajudando também a
diminuir o arrasto nas águas com maior correnteza (Alexander, 1965). Adriaens &
Verraes(1994)citamtambéma perda,duranteaontogenia,dointerhialemalgumas
linhagenscomosendooutraadaptaçãodosbagresparaavidaemambientesbênticos.
Aliaseaissoohábitonoturno,implicando,emalgunscasosnareduçãodosolhosou
atémesmosuaperda,caráteressecompartilhadopelosgimnotiformes.Areduçãoda
capacidade visual é provavelmente compensada pela presença de um grupo de
Introdução
19
barbilhõesorais, que possuem órgãos gustativos e sensoriais (Alexander, 1965; Ghiot
& Bouchez, 1980). Os barbilhões maxilares fazem parte do mecanismo palatino
maxilar, que possibilita uma mobilidade controlada. Esse mecanismo se desenvolve
pelaseparaçãotantodoselementosesqueléticosquantomuscularesdapartepalatina
nopalatoquadrado(Gosline,1975;Fink&Fink,1981;Arratia,1992)(vidediscussão).
Outrasestruturasósseasdocrâniosãomuitodistintasnosbagres,comoasdo
suspensóriomandibular. Em Teleostei, o suspensório e o arco palatoquadrado,
juntos, correspondem a sete ossos: a hiomandíbula, o simplético, o quadrado, o
metapterigoide, o entopterigoide (também referido como mesopterigoide), o
ectopterigoide(referidotambémcomopterigoide)eopalatino.Destes,sãoossospré
formados em cartilagem (condrais), a hiomandíbula, o quadrado, o simplético e o
metapterigoide. O ecto‐ e entopterigoide se ossificam dentro da fascia palatal (ossos
membranosos)eopalatinotemorigemdupla.NosSiluriformes,oquadradonuncase
desenvolve como um elemento separado, sendo mantido fundido à hiomandíbula
(Srinivasachar,1958;1959b).
EmSiluriformes,o“ectopterigoide”eoentopterigoide,segundoArratia(1992),
exceto em Diplomystidae, possuem uma origem ontogenética diferente de seus
homônimosnosdemaisteleósteos,sendoformadosporossificaçõesmembranosasde
um ligamento. O ectopterigoide se ossifica como uma placa, ventralmente à porção
média da cartilage
m pterigoquadrada (de Beer, 1937). Somente Diplomystidae
apresenta um verdadeiro ectopterigoide dérmico, homólogo ao ectopterigoide dos
outros Teleostei (Arratia & Schultze, 1991). O chamado “ectopterigoide” dos outros
Siluriformes(‘ectopterygoid’ type1,sensuArratia,1992)seria umanovaformação.O
entopterigoide é uma ossificação “mem branodérmica” ao longo da borda dorsal da
cartilag
em palatopterigoide (Howes & Teugels, 1989). O entopterigoide de
Diplomystidae foi considerado homólogo ao seu homônimo nos peixes teleósteos e
nãoteleósteos (Arratia & Schultze, 1991). Posteriormente (Arratia, 1992), o
“entopterigoide” dos demais Siluriformes foi também considerado homólogo ao de
Diplomystidae e, consequentemente, ao dos demais peixes (vide discussão para
detalhes).
Introdução
20
O osso palatino, referindo à ossificação mais anterior do palatoquadrado
primordial, em Teleostei, é constituído de dois elementos distintos: o autopalatino,
queéa partederivadadacartilagem palatoquadradaqueseossifica, eo
dermopalatino, que é uma ossificação dérmicase desenvolve ventrolateralmente ao
autopalatino e porta dentes. Em Siluriformes, o dermopalatino está ausente (cf.
Arratia,1992)restandosomenteoautopalatino.
Com relação à cesta branquial, também características marcantes em
Siluriformes. somente dois basibranquiais e acreditase que o primeiro
basibranquial foi perdido ou está reduzido a um bastão cartilaginoso. Com isso, o
primeiro cilindro ossificado é tido como o segundo basibranquial (cf. Pinna, 1989;
1993; Bockmann, 1998). Quanto ao primeiro e segundo faringobranquiais dos
Siluriformes
1
,aindanãoexisteconsensonaliteratura.Oprimeirofaringobranquialdos
siluriformes adultos é costumeiramente identificado como sendo uma estrutura
cilíndrica, ossificada na maior parte de sua extensão, usualmente disposta
paralelamente ao epibranquial I e unida à extremidade mesial deste osso e à face
internadohiomandibular(Bockmann,1998).Arratia(1992)rejeitouahomologiadeste
elemento com o primeiro faringobranquial dos caraciformes e gimnotiformes e
considerouestaestruturacomosendoneomórficadebagres.Entretanto,Pinna(1993)
considerou sua posição diferenciada como sinapomorfia da ordem, não invalidando
suahomologiacomoprimeirofaringobranquialdosdemaisteleósteos(cf.Bockmann,
1998). O segundo faringobranquial dos siluriformes é, na maior parte das vezes,
reconhecidocomosendoumamassacartilaginosalocalizadapróximaàsextremidades
mesiais dosepibranquiais Ie II eàextremidadeanteriordoterceirofaringobranquial
(e.g. Fink & Fink, 1981). Esta identificação baseiase no fato que o segundo
faringobranquial típico, i.e., com aspecto de haste tal como o primeiro
faringobranquial, é incomum nos siluriformes (cf. Pinna, 1993). Conforme apontado
peloreferidoautor,emborararo,osegundofaringobranquial,comformatodehaste,
está presente em alguns representantes de siluriformes. Logo, a interpretação que o
nódulo cartilaginoso seja homólogo ao referido faringobranquial está errada, pois

1
O nome faringobranquial, se referindo aos elementos esqueléticos mediais e dorsais dos arcos
branquiais, é comumente usado por conveniência (cf. Springer & Johnson, 2004), sendo uma
“abreviação”deinfrafaringobranquial,sériehomólogadaslinhagensprimitivas.
Introdução
21
nestes exemplares o típico segundo faringobranquial e o nódulo cartilaginoso
coexistem. Segundo Bockmann (1998), como o elemento com formato de haste é,
morfologicamente e topograficamente, mais similar ao segundo faringobranquial dos
demais membros de Euteleostei, é mais parcimonioso considerálo como sendo seu
homólogo nos siluriformes. Consequentemente, o nódulo cartilaginoso, presente em
todosossiluriformeséconsideradoneomórfico,sendoumaprovávelautapomorfiada
ordem(Bockmann,1998).
Uma cartilagem nodular situada próxima às extremidades distais dos
ceratobranquiais IV e V é comumente identificada como sendo o epibranquial V (cf.
Lundberg & McDade, 1986; Bockmann et al., 2004; Bockmann & Sazima, 2004; Di
Dario, 2004; Pinna & Di Dario, 2010). No entanto, este elemento está conectado à
extremidade distal do ceratobranquial IV, sendo, de acordo com Bockmann (com.
pess.)possivelmenteumelementoneomórfico.
O urohial é outro elemento que merece comentários. O chamado “urohial”,
em sarcopterigianos é préformado em cartilagem e não é considerado homólogo a
seuhomônimoemteleósteos.Nestes,ourohialformasecomoumaossificaçãoúnica
do tendão do músculo sternohyoideus, sem precursores cartilaginosos (Arratia &
Schultze,1990).Nossiluriformes,foiverificadaumasupostanovaestruturadeorigem
complexa,o“parurohial”,que se forma a partir de umaossificaçãodupladotendão
domúsculosternohyoideus e suaregiãoânteromediana dorsalossifica
seapartirde
uma invasão de células cartilaginosas da região anterior ao segundo basibranquial
(Arratia & Schultze, 1990). Apesar de sua natureza complexa, esta sim sinapomórfica
de Siluriformes, o parurohial foi considerado pelos refe
ridos autores (Arratia &
Schultze,op.cit.)comohomólogoaourohialdosdemaisteleósteos.Oparurohialde
siluriformes se articula com o hipial ventral, embora em alguns bagres, como
Diplomystidae e Ictaluridae, seja articulado com os hipiais dorsal e ventral e com a
região basibranquial. Outra característica única dos Siluriformes é a presença do
forâmenhipobranquial,parapassagemdaartériahipobranquial,alémdaausênciado
ossobasihial(Arratia&Schultze,1990).
Introdução
22
Nosbagres,umasériedeossostipicamentepresenteemoutrosostariofisianos
foi perdida ou se encontra fundida a outros ossos. A seguir são citadas algumas
sinapomorfias do clado Siluriformes + Gymnotiformes e algumas sinapomorfias de
Siluriformes, que estão relacionadas a estes processos ontogenéticos,
costumeiramenteencontradasnaliteratura:
‐ Perdadeossos:o intercalar,oprocessobasipterigoide,oparietal,
supraesfenoide,parededacâmaratrigêmeofacial,supraorbital,ossosescleróticos,
um
“verdadeiro” ectopterigoide e/ou entopterigoide, simplético, subopérculo. Destas
perdas,aausênciadointercalar,supraorbitaleossosescleróticossãosinapomorfiasdo
cladoSiluriformes+Gymnotiformes(cf.Fink&Fink,1981;Arratia,2003a).
‐ Redução da série infraorbital, na maioria dos bagres, à pa
rte portadora do
canal. Logo, a lâmina infraorbital e os ossos infraorbitais presentes nos outros
teleósteosestãoreduzidosouausentes(cf.Bockmann,1998;Arratia,2003a).
‐Reduçãodequatropara apenas umaplacadentígera faringobranquial; fusão
de 24 centros vertebrais anteriores formando o centro complexo do aparelho de
Weber;parapófisedosegundocentroausente.
umaextensalistadetrabalhosqueforamfeitos comestudosdescritivos
sobreaosteologiacranianaemSiluriformes,sendo,amaioria,baseadaemespécimes
adultos (e.g. Kindred, 1919; Hubbs & Miller, 1960; Tilak, 1961; 1963a; 1963c; 1963d;
1964;1965b;1965c;1967b;1970;Rastogi,1963;Gauba,1966;1967;1970;Lundberg,
1975; Srinivasa Rao & Lakshmi, 1984; Pinna, 1988; Kobayakawa, 1992; Chen &
Lundberg, 1995; Pinna & Vari, 1995; Schaefer, 1987; 2003; Huysentruyt & Adriaens,
2005;Schaefer&Provenzano,2008)
As mudanças esqueléticas que ocorreram durante a história evolutiva dos
Otophysi, que originaram o aparelho de Weber, estão entre as mais complexas
modificaçõesestruturaisdosvertebrados.
Este complexoósseo,localizadoanteriormentenacolunavertebraldos peixes
ostariofisanos,foiprimeiramentedescritoporWeber(1820).Esteautorpostulavaque
este complexo de ossículos que conectavam a bexiga natatória ao ouvido interno
Introdução
23
estivesse relacionado com a transferência de vibrações sonoras. Deste modo, propôs
que estas modificação eram “análogas” [= homólogas nos dias atuais, v. Rieppel &
Kearney, 2002) aos ossículos auditórios dos mamíferos, incluindo o homem. Esta
relação direta entre os ossículos do aparelho de Weber e aqueles dos mamíferos foi
rejeitada poucos anos depois (cf. Huschke, 1822; GeoffroySaintHilaire, 1824). A
contribuição de Weber (1820) foi importante no sentido de se postular que estes
elementos estivessem, de algum modo, desempenhando uma atividade na audição
destes peixes. No entanto, Fischer (1795) havia especulado que estes pequenos
elementospudessemserresponsáveispelaconduçãodasvibraçõessonoras,massem
uma ampla descrição como aquela de Weber. Uma detalhada revisão histórica a
respeitodadescriçãodosossículosdoaparelhodeWeber,assimcomosuafunçãona
audiçãodospeixes,foifeitaporHoffmann(2006)emsuatese,demodoquenãoserá
repetidaaqui.Refiramseaelaparadetalhamento.
Emboratenhasidoobjetodeestudodeváriospesquisadoresesobrediferentes
perspectivas,ahomologiadosdiferenteselementosenvolvidosnoaparelhodeWeber
éaindadebatida,semumconsenso.Destacamseasseguintesdiscussões:
‐NúmerodevértebrasquecontribuemparaaformaçãodoaparelhodeWeber.
O aparelho de Weber, que consiste de modificações das vértebras anteriores e
elementos associados, é compartilhado por cerca de 7000 espécies de peixes (i.e.
Otophysi).Apesardesuaestruturasermuitoconsistentenestegrupo,cercade1520%
dospeixesotofisianos,incluindomuitosSiluriformes,apresentamváriascaracterísticas
redutivas. Como reportado por Coburn & Grubach (1998), essas características são
muito marcantes em Loricarioidea (i.e. Loricariidae, Astroblepidae, Scoloplacidae,
Callichthyidae, Trichomycteridae e Nematogenyidae; sensu Pinna, 1992), como, por
exemplo, a ausência de um primeiro centro distinto nos adultos (cf. Chardon, 1968;
Baskin, 1973). Ao que se parece, apenas Diplomystidae possui quatro vértebras
integradas ao aparelho de Weber (Arratia, 1987; Pinna, 1993), enquanto os demais
siluriformes possuem cinco vértebras envolvidas. Apesar disso, é possível que esta
condiçãoplesiomórficaseja compartilhadapelosLoricarioidei (Bockmann,com. pess.;
Hoffmann&Britz,2006).
Introdução
24
‐Homologiadoclaustrum.Estaestruturaéoprimeiroossículo(omaisanterior)
doaparelhodeWebere,originalmente,nãofoiincluídaporWeber(1820)comosendo
parte da série ossicula auditoria”. Conforme discutido acima, apesar de ter sido
objeto de estudo de vários trabalhos, ainda não existe um pleno consenso sobre a
homologia do claustrumnosOstariophysi (e.g.Pinna&Grande,2003;Bird&Mabee,
2003;Coburn&Chai,2003;Grande&Young,2004;Grande&Pinna,2004;Hoffmann
&Britz,2006;Britz&Hoffmann,2006).ComoresumidoporBritz&Hoffmann(2006),
seishipótesesforam propostasporestudos anterioresparaa origemdoclaustrum: I)
sendo parte da região occipital do crânio; II) representando o espinho neural
modificadodoprimeiroarco; III) sendo o primeirosupraneuralmodificado;IV)sendo
partesdissociadasdoprimeiroarco neural; V) representandooarconeuralacessório
modificado; VI) sendo supradorsais modificados. O referido estudo conclui que a
hipótese mais provável é que o claustrum seja homólogo ao primeiro supradorsal
modificado.
‐Homologiadotripus.Poucoseconhecesobrea homologiaeorigemdotripus
nosOtophysi.Alguns trabalhoscomoos deRosen&Greenwood(1970)e Fink&Fink
(1981)reportaramqueotripusseriaformadopordoiscomponentes,aparapófiseea
costela da terceira vértebra. Grande & Young (2004) concluem que, em Danio rerio
(Cypriniformes),amaiorcontribuiçãoparaaformaçãodotripusvemdaparapófise(i.e.
basiventral)doterceirocentro.Grande&Pinna(2004)tambémsustentamahipótese
de homologia entre a parapófise do terceiro centro de alguns Clupeomorpha (i.e.
Pristigasteroidea)comaqueladosOtophysi.
‐ Homologia do complexo neural (sensu Nelson, 1948), evidenciando que
primórdios estruturais cartilaginosos estão envolvidos em sua formação. Como
resumido por Hoffmann & Britz (2006), seis hipóteses foram lançadas na literatura
sobrea homologiadocomplexoneural:I)seriaformadoporespinhosneurais;II)seria
formado pelo segundo arco neural e pelo segundo e terceiro espinhos neurais; III)
formado exclusivamente por arcos neurais; IV) formado exclusivamente por
supraneurais; V) formado por arcos neurais e supraneurais; VI) formado por uma
contribuição de supraneurais. Esta última hipótese foi corroborada pelos referidos
autores.Ascartilagenssupradorsais,sãocartilagensautógenas,bilateralmente
Introdução
25
pareadas, que se desenvolvem medialmente nos topos dos arcos neurais. Em
Otophysi, ossupradorsaissedesenvolvem somente nosarcosneurais1, 3 e 4, sendo
que ossupradorsais3e4sãoosmaisimportantes na formação do complexoneural.
No entanto, a significância desta contribuição para a formação do complexo neural
varia entre os Otophysi. Em alguns Siluriformes o complexo neural está ausente e o
quarto arco neural está fundido com o “occiput” (parte posterior do crânio que se
articula com a coluna vertebral). Aliado a isso, os Siluriformes apresentam a maior
variação, entre os Otophysi, na estrutura e no desenvolvimento do complexoneural.
Esse estudo adiciona informações importantes sobre esta estrutura em táxons não
estudadosatéomomento(e.g.Hoffmann&Britz,2006).
Apesardeumagrandevariaçãodentrodaordem(normalmentesinapomorfias
de clados menos inclusivos), o esqueleto caudal dos Siluriformes apresenta várias
características que o distingue dos demais teleósteos (cf. Lundberg & Baskin, 1969;
Arratia,2003b):
‐ Arcos neurais e hemais das vértebras préurais são fundidos com os
respectivoscentros.
‐ O primeiro centro préural e, possivelmente, um ou dois centros urais
fundidos no centro complexo, nos primórdios do desenvolvimento. No entanto, não
estáclaroseafusãoocorresemprecomoprimeirocentrouralouseosegundocentro
ural também está fundido. Isto parece variar entre os bagres (cf. Lundberg & Baskin,
1969;Arratia,1982;Schultze&Arratia,1989).
‐ O arco neural do centro complexo é normalmente incompleto dorsalmente
(cf.Lundberg&Baskin,1969;Arratia,1983).
‐Umsegundocentro,pequenoeseparadoéencontradoemcertosbagres.Este
segundo centro ural pode corresponder ao centro ural 3, ou centro ural 3+4 (na
terminologia poliural) (cf. Schultze & Arratia, 1989). Em certos casos, este centro
aparece como centro independente em estágios iniciais do desenvolvimento, mas se
funde ao centro complexo, podendo ou não permanecer no adulto (cf. Pinna & Ng,
2004).
Introdução
26
‐Oparipuraleoshipurais1e2estãofundidosaocentrocomplexo.
‐Presençadehipurapófisesnassuperfícieslateraisdoarcohemaldoparipural
que servem como ponto de origem da porção ânterolateral do músculo longitudinal
hipocordal(Nursall,1963).
‐ Máximo de seis hipurais. O lobo dorsal tem um máximo de quatro hipurais
independentes. A maioria dos bag
res possui três hipurais dorsais, que podem ser
independentes ou estarem fundidos entre si. uma tendência de redução nos
númerosdehipuraisporperdaoufusão,quepodeenvolveroparipuraleouroneural
(cf.Lundberg&Baskin,1969).
‐ Um uroneural fundido com a parte dorsoposterior do centro complexo,
formandoopleuróstilo
(sensuMonod,1968).
‐Umúnicoepuralsobreoarconeuraldocentrocomplexo.
‐Nadadeiracaudalcom9raiosdorsaise9ventrais(Diplomystidae).Amaioria
dos bagres possuem 8 raios dorsais e 9 ventrais. No entanto esta contagem é muito
variável,podendoserinconsistenteatéemnívelintraespecífico.
O estudo ontogenético pode esclarecer dúvidas sobre a presença ou ausência
de ossos, uma vez que possibilitam a obtenção de informações sobre fusões ou
reduções destes elementos durante os estágios iniciais de vida. Por outro lado, o
desenvolvimentodeestruturasósseaspareceestarrelacionadoàsdemandasdomodo
devidadaslarvasdecadaespécie(e.g.Weisel,1960;1967;Verraes,1977;Verraes&
Ismail, 1980; Hunt von Herbing et al., 1996a; 1996b; Mabee &Trendler, 1996). Além
disso, estudosontogenéticosdetalhadosdediferentesestruturas em diversos grupos
sãonecessárioscombaseparaumafuturainterpretaçãofilogenéticadasrelaçõesdas
famíliasdeSiluroidei.(Arratia,1987).
Alguns trabalhos descrevem a ontogenia craniana de determinados grupos de
Siluriformes: Ictaluridae (Kindred, 1919; Arratia, 1992), Callichthyidae (Hoedeman,
1960a,Howes&Teugels,1989,Huysentruytetal.,2008),Loricariidae(Geerinckxetal.,
2005),Ariidae(Bamford,1947;Srinivasachar,1959b;Tilney&Hecht,1993),Plotosidae
(Srinivasachar, 1959b), Schilbeidae (Srinivasachar, 1956a), Bagridae (Srinivasachar,
Introdução
27
1956b); Clariidae (Surlemont & Vandewalle, 1991; Adriaens & Verraes, 1997e; 1998;
Vandewalle et al., 1997), Heteropneustidae (Srinivasachar, 1958, 1959a); Claroteidae
(Vandewalle et al., 1995; 1999); Siluridae (Kobayakawa, 1992); Pangasiidae
(Srinivasachar,1956a).Outrosartigoslidamapenascommorfologiaexterna(i.e.Ward,
1957; Chaves, 1994; Watanabe, 1994; Reis et al., 1998). Alguns artigos descrevem a
ontogenia de estruturas póscranianas (Radermaker et al., 1989; Vandewalle et al.,
1990; Fujita, 1992c; Tilney & Hecht, 1993; Coburn & Grubach, 1998) ou de tecidos,
comomusculatura(Surlemont&Vandewalle,1991;Geerinckx&Adriaens,2007;2008;
Geerinckx et al., 2009) e nervos (Bamford, 1947; Roth, 2003). também toda uma
gama de estudos feitos com períodos embrionários (préeclosão), porém, diante do
escopodopresenteestudo,estalinhanãoseráabordada.
Osestágiosparaa eclosãodaslarvas de Siluriformesvariamsubstancialmente
paracadaespécie,assimcomootamanhoeaduraçãodoperíodopréeclosão(cf.Sato
etal.,2003;Adriaens&Vandewalle,2003).Oscasosdeeclosãomaisrápidastendema
serodasespéciesmigradoras,cujosovosnãosãoadesivosenãocuidadoparental,
como em Pseudoplatystoma coruscans (Cardoso et al., 1995; obs. pess.) e Clarias
gariepinus(cf.Legendre&Teugels,1991),ondeesteintervaloédemenosde24horas
após a fertilização. O oposto a isso, em Siluriformes, pode ser encontrado nos
representantes da família Loricariidae, como em Sturisoma aureum (Riehl & Patzner,
1991),Pterygoplichthysetentaculatuse Rhinelepisaspera(Godinho&Godinho, 2003;
obs. pess.) e Liposarcus pardalis (Leite et al., 2007). Em casos extremos, como nos
bagresmarinhos Ariidae Galeichthys(cf.Tilney& Hecht,1993),pode levar até75
diasparaaeclosão.Logicamente,otempodeeclosãorefletediretamentenaformação
das estruturas larvais. Nas larvas das espécies de eclosão rápida, não indício ao
menos de estruturas cartilaginosas. em Ariidae, p. ex., a larva recémeclodida
assemelhase muito ao adulto, até mesmo com ossificações em estágios tardios de
formação,assimcomonadadeirasdesenvolvidaseatuantesparaanataçãoativa.
Assim como o tempo de eclosão, também variações expressivas entre as
espéciesdebagresquantoaotamanhoeduraçãodosacovitelínico.Há,emgeral,uma
correlaçãoentreotamanhoe duraçãodosacovitelínico,assimcomoaimplicaçãode
sua perda. Normalmente, quanto menor o saco vitelínico mais rapidamente ele é
Introdução
28
consumido(absorvido),“forçando”alarvaaumaalimentaçãoexógena.Paratanto,
a necessidade de que várias estruturas estejam formadas ou em fase avançadade
formação, que incluem musculatura em especial o músculo adutor mandibular
alémdeossificaçõesquefortalecemaregiãobucal/faringianae “ancoram”ostendões
e ligamentos. No entanto, é sabido que variáveis ambientais e variações metabólicas
espécieespecíficasinfluenciemnesteintervalo(cf.Kamleretal.,1994;Arratia,1983).

Objetivos
29
O BJETIVOS
Gerais: Descrever em detalhes o desenvolvimento do esplancnocrânio,
aparelho de Weber e esqueleto caudal de três espécies de Otophysi (Prochilodus
argenteus, Pseudoplatystoma coruscans e Lophiosilurus alexandri) em cada estágio
obtido,comintuitodetestarhipótesesdehomologiaprimariasobrecertoselementos,
bem como levantar novas proposições de homologia com base nas observações
originaisdesteestudo.
Específicos:
‐ Investigar o número de vértebras que contribuem para a formação do
aparelhodeWeber;
‐Investigarahomologiadoclaustrum;
‐Investigarahomologiadotripus;
‐ Investigar a homologia do complexo neural (sensu Nelson, 1948),
evidenciando que primórdios estruturais cartilaginosos estão envolvidos em sua
formação;
‐ Investigaraconstituiçãodoelemento cilíndrico daporçãoanteriordocrânio
dosbagres,chamadodeautopalatino;
‐Investigaraorigemcomplexadourohial(ouparurohialemSiluriformes);
‐InvestigarahomologiadoectopterigoideeendopterigoideemSiluriformes;
‐ Investigar as estruturas originadas da cartilagem hiosimplética
pterigoquadrada (sensu Arratia, 1992) em Siluriformes: hiomandíbula, quadrado e
metapterigoide;
‐Investigarahomologiadaplacacartilaginosamedialventraldacestabranquial
dosSiluriformes,identificadacomoquartobasibranquial;
Objetivos
30
‐Investigarodestinodoquartohipobranquialedosdoisfaringobranquiaismais
anterioresnosSiluriformes;
‐Investigarahomologiadoelementochamadodequintoepibranquial;
‐Investigarodestinodocentroural2;
‐Investigarahomologiadouroneural;
‐ Investigar a homologia dos espinhos hemais e neurais, associados com a
nadadeiracaudal;
‐Investigaracomposiçãoehomologiadasplacashipurais;
‐Investigaracomposiçãodocentrocaudalcomplexo.

MaterialeMétodos
31
M ATERIAL E M ÉTODOS
MaterialExaminado
AEstaçãodePisciculturadeTrêsMarias(CODEVASF),MGfoiamaiorfontedas
séries ontogenéticas aqui estudadas. Nesta estação foram realizadas induções para
desova e o desenvolvimento dos ovos e alevinos, a partir de matrizes selvagens
(coletadas na natureza) e sem qualquer hibridização. Esta etapa foi feita sob
supervisão do Dr. Yoshimi Sato que, gentilmente cedeu o material, o qual foi
posteriormente tombado na coleção ictiológica do Laboratório de Ictiologia de
RibeirãoPreto(LIRP).
Na fase inicial, as larvas foram fixadas no intervalo de 24 horas. A fixação foi
feita,principalmente,comformoltamponadoa4%por24a48horasdependendodo
tamanhodalarva.Foiutilizadootampãofosfato
2
porsuaspropriedadesconhecidasde
perfeita preservação estrutural das células e até receptores celulares, possibilitando,
até mesmo, futuros estudos com técnicas de imunohistoquímica (i.e. Markle, 1984).
Saliento a importância da fixação por este método, pois uma preservação quase
perfeitadosestágios iniciais deossificação.Sefor utilizado formolnãotamponado,o
pHficarámuitobaixoeosácidosreagemcomosdepósitosmineraisprincipalmente
o carbonato de cálcio. Em espécimes maiores a perda de minerais ósseos (que serão
coradosposteriormente)émínima,masemestágiosiniciaisdodesenvolvimento,esta
perda pode levar a resultados “falsos negativos”, onde os inícios da ossificação não
serãopercebidos.
Em seguida o material foi conservado em álcool 70%. Adriaens (1998)
descreveudetalhadamentediversastécnicasdefixaçãoepreservação,assimcomoas
composições dassoluçõese critériosde utilização. Estereferido trabalhoé
extremamente útil para preparação de exemplares muito delicados, como larvas de
peixes.

2
Para a preparação do tampão fosfato, utilizamse dois sais: o NaH
2
PO
4
.H
2
O (fosfato de sódio
monobásico) e Na
2
HPO
4
(fosfato de sódio dibásico anidro). Para o volume final de 1 litro de solução
(0,2M),diluir5,52g defosfatomonobásico e22,72gde fosfatodibásicoanidro.É recomendadofazer
esta diluição com 800 mL de água destilada levemente aquecida (apx. 50ºC), com agitador. Após,
completepara1litro.Ofor
mollíquidode
veserdiluídoem1partepara9partesdotampão.Asolução
finalpossuiumpH6,8(neutro).
MaterialeMétodos
32
Alistagemdomaterialquefoiutilizadonopresenteestudosegueabaixo:
AMIIFORMES
Amiidae
Amia calva, MZUSP 46123 (sem dados de coleta). 5 ex. Exemplares
juvenis(31,234,9mmCP);MZUSP104454(semdadosdelocalidade).1ex.Exemplar
jovem(66,8mmCP);
CHARACIFORMES
Anostomidae
Leporinus obtusidens, LIRP 5990 (Rio São Francisco, represa de Três
Marias (CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 14 ex. Séries de
desenvolvimento.aodias,mais8estágiossemdatação;
Characidae
Brycon orthotaenia, LIRP 5983 (Rio São Francisco, represa de Três
Marias (CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 10 ex. Séries de
desenvolvimento.aoe15ºdia.SérieduplicadafixadaemBuan;
Salminus sp., LIRP 5991 (Rio São Francisco, represa de Três Marias
(CEMIG/CODEVASF),TrêsMarias,MGBrasil).3ex.Sériesdedesenvolvimento.4º,e
dias;
Prochilodontidae
Prochilodus argenteus, LIRP 5993 (Rio São Francisco, represa de Três
Marias (CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 20 ex. Séries de
desenvolvimento.aodias,maisdias:9,10,12,15,16,18,19,21,25,28,36,46e
49; MZUSP 42718 (Riacho e Lagoa de Mocambinho, margem direita do Rio São
Francisco,ProjetoJaiba,Manga,MG,Brasil17a22/07/1990).2ex.c&sjuvenis.
MaterialeMétodos
33
GYMNOTIFORMES
Gymnotidae
Gymnotus carapo, LIRP2126(ÁguasClaras,trechoMédio,AltoParaná,
TeodoroSampaio,SP,Brasil).10ex.;
Gymnotussylvius,MZUSP85947(córregoafluentedocórregoBatistade
Ferraz,DistritodeFerraz,RioClaroSP,Brasil);
Hypopomidae
Brachyhypopomussp.,LIRP2080 (ChácaraJunqueira,Jd.dasPalmeiras.
Nascenteetanques,várzeas(esq.)RioPardo,RibeirãoPreto,SP,Brasil).21ex.;
Hypopomidae sp., LIRP 3845 (Primeiro riacho após Vila União, na
estradaprincipal(RiodasMortes‐Araquaia),PrimaveradoLeste,MT,Brasil)3ex.;
Hypopomidae sp., LIRP 3955 (Riacho aproximadamente 20 Km após o
VilarejoSãoJosé(B.Xingu),MT,Brasil).7ex.;
Gymnotussylvius,MZUSP85947(córregoafluentedocórregoBatistade
Ferraz,distritodeFerraz,RioClaro,SP,Brasil).23ex.larvasejuvenis;
SILURIFORMES
Incertaesedis
Conorhynchusconirostris,MZUSPnãocatalogado(semdadosdecoleta)
1ex.esqueletoseco.
Doradidae
Franciscodoras marmoratus, LIRP 5988 (Rio São Francisco, represa de
Três Marias (CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 1 ex. Séries de
desenvolvimento.65ºdia;
MaterialeMétodos
34
Loiricariidae
Pterygoplichthysetentaculatus,LIRP5986(RioSãoFrancisco,represade
Três Marias (CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 10 ex. Séries de
desenvolvimento.adia,mais7estágiosseminformaçãoprecisadedata;
Rhinelepisaspera,LIRP5985(RioSãoFrancisco,represadeTrêsMarias
(CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 1 ex. Séries de desenvolvimento. 61º
dia;
Pimelodidae
Bergiariasp.,MZUSP85627(coletafeitadodia2831deagostode2004
nascidadesdeBuritizeiroePirapora,MG,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Brachyplatystoma filamentosum, MZUSP 92020 (comprado de
pescadoresemBelém,PA,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Brachyplatystomavaillanti,MZUSP92019(compradodepescadoresem
Belém,PA,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Calophysusmacropterus,MZUSP 91666(portodo CEASA,Manaus,AM,
Brasil)1ex.esqueletoseco.
Hemisorubimplatyrhynchus,MZUSP91980(RioCuluene,nafuturaárea
daPCHParanatingaII,Paranatinga,MT,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Leiarius sp., MZUSP 91664 (porto do CEASA, Manaus, AM, Brasil) 1 ex.
esqueletoseco.
Phractocephalus hemioliopterus, MZUSP 100027 (Rio Teles Pires, a
jusantedasSetesQuedas,Jacareacanga,PA,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Pimelodus maculatus , LIRP 5984 (Rio São Francisco, represa de Três
Marias(CEMIG/CODEVASF),TrêsMarias,MG,Brasil).1ex.Sériesdedesenvolvimento.
66º dia; MZUSP 85624 (coleta feita do dia 2831 de agosto de 2004 nas cidades de
BuritizeiroePirapora,MG,Brasil)1ex.esqueletoseco.
MaterialeMétodos
35
Pinirampus pirinampu, MZUSP 100024 (Rio Teles Pires, a jusante das
SetesQuedas,Jacareacanga,PA,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Platynematichthys notatus, MZUSP 91662 (Belo Monte do Xingu, PA,
Brasil)1ex.esqueletoseco.
Propimelodus eigenmanni, MZUSP 91554 (Abaetetuba, PA, Brasil) 2 ex.
esqueletoseco.
Pseudoplatystoma sp., MZUSP 91664 (Rio Verde, afluente do rio
Araguaia, Luís Alves Tocantins, GO, Brasil) 1 ex. esqueleto seco; MZUSP 91667(porto
doCEASA,Manaus,AM,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Pseudoplatystoma coruscans, LIRP 5987 (Rio São Francisco, represa de
Três Marias (CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 14 ex. Séries de
desenvolvimento.aodia,mais13º,16º,19º, 25º,26º e39º dias;MZUSP 96283
(Tanquesdepsicultura daCODEVASF,RioSão Francisco,represadeTrês Marias,Três
Marias,MG,Brasil).1ex.juvenil(118,9mmCP).
Steindachneridionparahybae,MZUSP103722(exemplarprovenientedo
ParquedaLuz,SãoPaulo,SP,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Sorubim lima, MZUSP 91668 (Rio Tocantins, na UHE de Serra da Mesa,
Minaçu,GO,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Sorubim trigonocephalus, MZUSP 94965 (Rio Culuene, fazenda do Sr.
Zezé(ca.2Kmacimadaponte),GaúchadoNorte,MT,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Zungaro zungaro, MZUSP 100023 (Rio Teles Pires, a jusante das Sete
Quedas,Jacareacanga,PA,Brasil)1ex.esqueletoseco.
Pseudopimelodidae
Lophiosilurus alexandri , LIRP 5992 (Rio São Francisco, represa de Três
Marias (CEMIG/CODEVASF), Três Marias, MG, Brasil). 42 ex. Séries de
desenvolvimento. ao25ºdias, mais dias: 26, 28,33,35,38,42,44, 47, 50, 56, 61,
MaterialeMétodos
36
71,82,88,99,105,116;MZUSP40223(semdadosdecoletamaterialantigo).1ex.
esqueletoseco.
Microglanis cottoides, MZUSP 101311 (Rio Batatal, afl. Ribeira de
Iguape,naSP165(EldoradoIporanga),apósaViladeItapeúna,Eldorado,SP,Brasil)3
exs.esqueletoseco.
Pseudopimeloduscharus,LIRP5989 (RioSãoFrancisco,represa de Três
Marias(CEMIG/CODEVASF),TrêsMarias,MG,Brasil).1ex.Sériesdedesenvolvimento.
Somente1estágio,semdatação.
Fasesdedesenvolvimento
Para os estudos de desenvolvimento é necessária a definição dos diferentes
estágios (fases) dos ovos e larvas. Existem diversos tipos de estudos sobre as fases
iniciais de desenvolvimento de peixes, sob diversas perspectivas. Alguns estudos
focalizam exclusivamente em embriologia, ontogenia tardia, morfologia funcional,
estruturaslarvais,aplicaçãode característicaslarvais àtaxonomia,ecologia deovose
larvas etc. Todos esses estudos têm a necessidade de subdividir as diversas fases do
desenvolvimento para poderem comunicar os eventos que ocorrem durante todo o
processo até o estágio adulto. Na literatura envolvendo desenvolvimento de peixes
existeumaenormequantidadedetermos,muitossemdefiniçãoclaraeváriosoutros
que são quase sinônimos. Kendall Jr. et al. (1984) faz uma revisão das terminologias
para os estágios iniciais de desenvolvimento em peixes, disponíveis até aquele
momento(Fig.3).Éimportantequeaterminologiautilizadareflitaaspectosdahistória
devidadospeixes,tantomorfologicamente comofuncionalmenteequeoslimitesdos
estágios sejam os mais claros possíveis. Entre as mais utilizadas, principalmente em
estudosdedesenvolvimentocomenfoquepesqueiro,estãoaspropostasporAhlstrom
& Moser (1976), que se baseia nas mudanças primárias da nadadeira caudal
homocerca,edeSnyder(1976),baseadanamorfogênesedasnadadeirasembrionárias
atéqueestassetransformememnadadeirasindependentes.Existemoutrostrabalhos
que propõem terminologias distintas para a descrição dos estágios larvais em peixes.
MaterialeMétodos
37
Destacamse entre esses os estudos de Hubbs (1943; 1958 ), Sette (1943), Nikolsky
(1963),Balon(1975)Bartschetal.(1997).Nogeral,podemseresumirosperíodosde
desenvolvimentonasseguintesfases:embrionária,larval,juvenil, adultoesenescente
(Balon,1975;Helfmanetal.,2009).Valedestacarqueafaselarval(amaisimportante
nos estudos de ontogenia comparada) é delimitada do período de eclosão até sua
metamorfose (cf. Helfman et al., 2009). A aplicação deste termo é um problema em
potencial para os grupos que possuem o desenvolvimento direto i.e. não passam
peloestágiodemetamorfosecomoasespéciesaquiestudadas.
Mesmo para espécies de um mesmo grupo monofilético, p.ex. Siluriformes,
ainda é muito difícil definir o limite mais tardio do estágio larval. Logo, é mais
interessante,doaspectocomparativo,utilizaroaumentodecomplexidade estruturale
nãoocrescimentoemsi(cf.Adriaens&Vandewalle,2003).Diantedisso,nopresente
estudo,as terminologiasutilizadas seguem, comgrandeproximidade, aquelas
adotadasporAdriaens (1998), que utilizouconceitosdevários estudos,comenfoque
nosprocessosontogenéticoseremodelagemdocorpo.Tambémfoiadotada,quando
necessária,a subdivisãodoestágio larval,comosugeridoporKendall Jr.et al.(1984),
possibilitandoumacomparaçãomaisprecisaentreasespécies:
‐ Estágio de ovo, que inclui a desova (fertilização) até a eclosão
3
. Adriaens
(1998)tambémserefereaesteestágiocomo“estágioembrionário”,caracterizadopor
processosembrionários,comoclivagens,estágiodemórula,blástula,gástrula,nêurula
e formação de somitos. Entretanto, como discutido por K endall Jr. et al. (1984), o
termo “estágio de ovo” é preferível ao termo “estágio embrionário”, uma vez que
existem car
acteres adicionaispresentes nesteestágio, além dos propriamente
embrionários,como,porexemplo,aquelesassociadosaoenvelopedoovo.
‐ Estágio de larva, que ocorre entre a eclosão e a perda total dos caracteres
embrionários. Neste estágio os raios das nadadeiras estão formados, iniciando a
escamação. Um dos eventos mais marcantes no desenvolvimento da maioria dos
peixes é a fle
xão dorsal da notocorda, que induz o desenvolvimento hipocordal da
nadadeira caudal homocerca. Portanto, é conveniente subdividir o estágio larval em

3
vários autores que subdividem este estágio (cf. Nakatani et al., 2001). Porém, isso não será
detalhado,umavezquefogeaoescopodopresentetrabalho.
MaterialeMétodos
38
estágiodepréflexão,flexãoepósflexão.Osestágiosdeflexão,namaioriadospeixes,
éacompanhadodeumrápidodesenvolvimentodosraiosdasnadadeiras,mudançana
forma do corpo, mudanças na habilidade de locomoção e em técnicas alimentares
(KendallJr.etal.,1984).
‐ Larva no estágio de préflexão: fase que vai da eclosão até o
surgimento dosprimeiros raiosdanadadeira caudal.Nestafase serão
enquadradasaslarvasquesemantémcomviteloouresíduosdomesmo,com
boca parcial ou totalmente aberta e que ainda não apresentam vestígios dos
elementosquedarãosuporteànadadeiracaudal.
‐ Larva no estágio de flexão: compreende o estágio em que se inicia a
flexão dorsal da notocorda. Nesta fase começam a surgir os elementos
secundáriosdesuportedanadadeira caudal eaindanãoocorreuosurgimento
dosraiosdasdemaisnadadeiras.
‐ Larva no estágio de pósflexão: são consideradas as larvas que
apresentam a nadadeira caudal formada e que apresentam pelo menos
vestígios dos elementos de suporte das nadadeiras dorsal, anal, peitorais e
pélvicas. Quando as larvas apresentam apenas os raios da nadadeira anal são
denominadascomolarvaseminíciodepósflexão.
‐Estágiojuvenil:imediatamenteapósotérminodoprocessolarval,emquese
encerram os processos de remodelagem larval (sensu Copp & Kovác, 1996). Estes
processospodemserrestritosàdiferenciaçãodasnadadeiras(comodesenvolvimento
dosraios) eescamação.KendallJr.etal.(1984)tambémincluinessa lista,amudança
nasproporçõesdo corpo, pigmentaçãoehábitos de um adulto.Adriaens(1998) opta
pela utilizaçãodaremodelagemdo
sprocessoscraniais.Dessemodo,o períodolarval
coincidecomomomentoemqueamorfologiadocrânioseassemelhaàdeumadulto,
emtamanhoreduzido,envolvendoa presençadetodasasestruturas,assimcomosuas
ossificações. Neste contexto, o final da fase larval acaba sendo mais longa do que o
propostoporoutroscritérios.
MaterialeMétodos
39
‐Estágioadulto,comoadefiniçãogeralmenteaceita,esteestágiocorresponde
ao início da gametogênese. Este estágio não fez parte deste estudo, mas, de acordo
com a literatura, aparentemente não ocorrem eventos de metamorfose (como os
presentes em salmão) nas espécies estudas, dificultando a precisão do início deste
estágio.
Técnicasdepreparação
Apreparaçãodosexemplaresparaanálisesdesuasestruturasinternasfoifeita
através do método de diafanização compilado por Taylor & Van Dyke (1985). Tal
processo consiste em clarear o material através de enzimas proteolíticas e corar
cartilagem através do corante Azul de Alcian 8GX (vide Redfern et al., 2007 para
discussões e usos das diferentes variações do corante azul de Alcian) e ossos através
do corante AlizarinaS Vermelha. Quando ne cessário, foi seguida a modificação
proposta por Springer & Johnson (2000) com relação à diluição da Alizarina, que ao
invés de ser diluída em hidróxido de potássio (KOH) (que destrói a musculatura) foi
diluídaemálcooletílico(quepreservamelhoramusculatura).
Na prática, os trabalhos que descrevem procedimentos de diafanização são
destinados, principalmente, a animais de maior porte. O único trabalho que faz uma
menção e algumas recomendações para preparações de larvas é aquele de Taylor &
Van Dyke (1985). Quando os protocolos existentes foram seguidos precisamente, os
resultados obtidos foram insatisfatórios, em alguns casos ocasionando perda deste
raro material, devido à sua fragilidade. Como decorrência desse fato, foi feita uma
extensa revisão na literatura, incluindo trabalhos dirigidos para preparação de
pequenosanimais,embriõeselarvas(cf.Bechtol,1948;Burdi&Flecker,1968;Cason,
1950;Conn&Cunningham,1932;Dingerkus,1981;Dingerkus&Uhler,1977;Gavaiaet
al.,2008;Hanken&Wassersug,1981;Jensh&Brent,1966;Knox,1954;Markle,1984;
Miller&vanLandingham,1969;Ojedaet al.,1970; Park& Kim,1984;Potthoff,1984;
Redfern et al., 2007; Song & Parenti, 1995; True, 1948; Vandewalle et al., 1998;
Williams, 1941) para o entendimento de cada passo dos processos a fim de se obter
variaçõesnosintervalosdetempoemcadaetapa,assimcomonasquantidadesetipos
dosreagentesaseremutilizados.
MaterialeMétodos
40
Abaixoestãodescritosasequênciaemqueosprocedimentosdevemserfeitos
(coluna “Passos”), solução utilizada em cada passo (coluna “Solução”) e o tempo em
que os exemplares devem permanecer nas mesmas (coluna “Tempo”). Apesar deste
tempo funcionar para a maioria dos exemplares, para alguns, de tamanho muito
reduzido(estágioimediatamentepóseclosão)eexemplaresmaiores(jovens),otempo
de permanência nas soluções devem ser alterados para menos ou para mais,
respectivamente. Os passos que devem ser ajustados são o 4º, o 10º, que são
respectivamente, etapas de coloração de cartilagens, digestão de musculatura e
coloraçãodeestruturasmineralizadas.Paraexemplaresemestágiopóseclosão,deve
sediminuirotempodepermanênciaemsoluçãoácida(4ºpasso)esoluçãobásica(10º
passo).Paraestesmesmosexemplares,opassodedigestãodamusculatura(8º)pode
até mesmo ser descartado, uma vez que esses exemplares possuem um corpo
transparente e muito delicado que seria facilmente destruído pela enzima. Saliento
alguns pontos que são muito importantes nesta preparação: a desidratação tem que
ser a mais perfeita possível (por isso as 2 trocas de álcool absoluto), pois qualquer
quantidadedeágua,pormínimaqueseja,iráreagircomoácidonoprocesso4eisso
resultará em perda do material mineralizado. A quantidade de corante azul deve
respeitaros10mg/100mldesolução,afimdeseevitarquetecidosoutrosquenão
cartilaginososfiquemmarcados.Opasso7paraclareamentodeveserfeitocommuito
cuidado e com pouco água oxigenada para não formar bolhas internas. O passo da
enzima(8‐maceração)damusculaturapodeserfeitocomKOH,oqueéindicadopara
exemplaresrecémeclodidos.
O corante vermelho, como está ligado a tecidos cuja mineralização é mínima,
se desprende facilmente sob agitação e/ou exposição à luz. Recomendo cuidado ao
transportar os exemplares e estocálos em local escuro. Para evitar essa perda, as
larvasforamestocadasemumamisturade6partesde glicerina100%para1partede
alizarina (sol. KOH 0,5%). Para fotografias, se necessário, podese colocar em uma
mistura mais forte de alizarina por algumas horas e deixar “descansar” em glicerina
100%atéatransparênciaretornar.Após,aestocagemdeveserfeitanovamentecomo
citadaacima.
MaterialeMétodos
41
Podese, opcionalmente, utilizar xilol para a remoção de tecido gorduroso. O
xilol possui propriedades de dissolver, eficientemente material oleoso. Seu uso, no
processo de diafanização se em alguns pontos específicos, conforme consta na
tabelaabaixo,podendo,atémesmo,serusadomaisdeumavez,senecessário.Utilizá
lo sempre em recipientes de vidro, uma vez que o xilol dissolve material plástico. O
xilolpodeserutilizadopuroouemsolução1:1comálcoolabsoluto.Foiverificadoum
melhor efeito quando o material estava bem desidratado antes da solução de xilol.
Após,reidratarparacontinuacomospassosseguintes(3:1,1:1,1:3).
Passos Solução Tempo(h)
Álcool80%(1a3h) 1:30
Álcool90%(1a3h) 1:30
Álcoolabsoluto(1a3h)2trocas 1:30
Opcional:Xilol,banhoatéclareamento(cf.Taylor& VanDyke,1985).
Azul de Alcian 20% ac. ("overnight" 10 mg corante/100 ml sol.) (9 a
16h)
13:30
Solução Saturada de Bórax (várias trocas ‐com 'lavagem' inicial)‐
Deixarsoluçãodescansarparaeliminaçãodebolhas
1:30
H
2
ODestilada 0:30
Clareamento‐10~20% H
2
O
2
(3%) + 80~90% KOH (0,5~1%) somente
paralarvascompigmentação(cromatóforos)
0:00
Enzima (30% S.S. Bórax + 70% H
2
O de stilada) ¼ colher chá tripsina
/100mlsol.Paralarvasmenores,deixarpoucotempo(20min.)36ºC
1:15
EnxáguerápidoemH
2
Odestilada 0:10
Opcional:Xilol,banhoatéclareamento.
10º
Vermelho de Alizarina + KOH (0,5 ~ 1%)‐"vermelho escuro"‐se
necessáriaapreservaçãodemusculatura,diluiremálcool
11:30
Opcional:Xilol,banhoatéclareamento.
11º
LavagememH
2
O destiladaouvolta rápida para enzima pararemoção
doexcessodecorante‐opcional
0:00
12º
Para remoção de guanina, solução KOH 2 a 4%, algumas horas,
acompanhando...Opcional
0:00
13º
Glicerina25%(1:3)emH
2
O,ouKOH(0,5~1%)paramaisclareamento
Todasassoluçõesde glicerinadevemdescansarpara aeliminação das
bolhas
3:00
14º Glicerina50%(1:1)emH
2
O,ouKOH(0,5~1%)paramaisclareamento. 3:00
15º Glicerina75%(3:1)emH
2
O,ouKOH(0,5~1%)paramaisclareamento. 3:00
16º Glicerina100%emH
2
O+timol
4
3:00


4
O timol pode ser diluído em uma gota (literalmente) de álcool absoluto e, então, adicionado à
glicerina.Destemodo,melhoraseasolubilizaçãodotimolsemalteraçãoaconcentraçãodaglcerina.
MaterialeMétodos
42
ProtocolosdeHistologia
Procedimentoinicial
Oprotocoloabaixoserefere asequênciade preparação que antecedeascolorações.
Foiutilizadoindependentementedotipodetécnicadecoloraçãoempregada.
Desidratação
Álcool50% 1h
Álcool70% 2h
Álcool80%(
2h(podeserdeixadoovernight/ouatépor2dias,
poisnãoémuitoconcentrado)
Álcool90% 2h
Álcool95% 2h
ÁlcoolAbsoluto1,2e3 2hcada
Misturaálcoolabsoluto+benzol (overnight oupor2dias)
Benzol1,2e3 2hcad
a
Incl
usão
Parafina1 2h(Estufa)
Parafina2 2h (58ºC60ºC)
Blocagem
*Osblocosprontosparaseremcortadosecoradosoupodemserarmazenados
Cortesepreparaçãodaslâminas 6µm
*UsaralbuminadeMayer
5
paradistenderoscortesnalâmina,emcimadeplacaaquecida
Lâminasnaestufa 2h
Desparafinização
Xilol1e2 5mincada
Hidratação
ÁlcoolAbsoluto+xilol 3min
ÁlcoolAbsoluto 3min
Álcool95% 3min
Álcool90% 3min
Álcool80% 3min
Álcool70% 3min
Álcool50% 3min
Colocaremágu
adetorneira,corrente 5min
Colocar
emáguadestilada
Coloração(escolherotipo)
Desidratação
Álcool95%,comácidoacético1% 2min
Álcool95% 2min
ÁlcoolAbsoluto1e2 2mincada
ÁlcoolAbsoluto+xilol 2min
Xilol 2min
Diafanização
Xilol1,2e3 5mincada
MontagemdaLâmina
LâminacomPermount

5
AsoluçãodealbuminadeMayerpodeserpreparadacomamisturade50%declaradeovose50%de
glicerina100%.Bateremliquidificador,comumpoucodetimol.Paraouso,diluiraproximadamente10
gotasdasoluçãomãeemáguadestilada.Asoluçãodiluídadeveserdescartadaacad
adia.
MaterialeMétodos
43
ColoraçãocomHE
Preparodassoluçõescorantes
HematoxilinadeHarris
1) Dissolver2gdeHematoxilinaem20mldeálcoolabsoluto24h
2) AlumendePotássioSulfato20g.Dissolverem400mldeáguadestilada24h
3) Para o dia seguinte pesar: 1g de Hidragirum oxidatum rubrum cryst (óxido de
mercúriovermelho)
Preparo:
‐Juntarassoluções1e2,misturarbem.Adicionara3.
‐Colocarparaferver.Quandoestiverfervendo,deixarpor5min.
Eosina‐Floxina
A) SoluçãostockdeeosinaYa1%,emáguadestilada
B) SoluçãostockdeFloxinaa1%emáguadestilada
Soluçãocorante:
SolucaoA50ml
SolucaoB5ml
Álcool95º‐390ml
Ácidoacéticoglacial2ml
Coracom30a40seg.
SequênciadebanhosparaacoloraçãocomHE:
HematoxilinaEosina(HE)
Hematoxilina
(filtrarantesdeusar) 1min
Águadetorneira,corrente 10min
Águadestilada lavagem
Eosina
2min
Águadetorneira,corrente 10min
Águadestilada lavagem

MaterialeMétodos
44
ColoraçãocomTricrômicodeMallory
Preparodassoluçõescorantes(Sols.AeB)
A) Fucsinaácida0,5g
Águadestilada100ml
B) Azuldeanilina0,5g
LaranjaG2g
Ácidofosfotungstico1g
Águadestilada100ml
Obs. O ácido fosfotungstico pode ser substituído por ácidofosfomolibídico 1g
ouácidooxálico2g.
SequênciadebanhosparaacoloraçãocomTricrômicodeMallory:
TricrômicodeMallory
CoraroscortesnasoluçãoA 2min
PassardiretamentenasoluçãoB 15min
Águadetorneira,corrente 10min
Águadestilada lavagem
Nota:comacoloraçãocomTricrômicodeMallory,asfibrascolágenas,retículo
de tecidoconjuntivo, substância amiloidee muco coramem Azul.Núcleos:
protoplasmafibroglia,neurogliacoramemvermelho.Eritrócitosebainhademielina
coramemamarelo.Fibrasdeelastinacoramemrosapálido.

MaterialeMétodos
45
ColoraçãodeVonKossa
Esta técnica foi compilada e adaptada de algumas fontes (cf. Sheehan &
Hrapchak, 1987; Crookham & Dapson, 1991). Também foi utilizado o sítio de
protocolos de histologia http://www.protocol online.org. A técnica final que foi
utilizadanopresentetrabalho,encontrasedescritaabaixo.
Descrição: Esta técnicadestinaseademonstrar depósitos de cálcioousaisde
cálcio. Não é especifica para íons de cálcio. Neste método, seções de tecido são
tratadascomsoluçãodenitrato de prata e a prataédepositadapelasubstituiçãodo
cálcio reduzido pela luz, e então, visualizada como prata metálica. Pode ser utilizada
para encontrar depósitos anormais de cálcio em qualquer área do corpo. Método
muitomaiseficientequeacoloraçãodeHE,ondeecálcioaparececomoumazullilás
escuro. É importante ter um material “controle” tecido contendo conhecidos
depósitospositivosdecálcio,ouossonãodescalcificado.
Na coloraçãode Von Kossa, os ossos ou elementos mineralizados com sais de
cálcio apresentamse pretos (ou marrom escuro), osteoides (núcleos) em vermelho e
citoplasmaemrosa.Esteéométodomaiseficiente esimplesparasepoderafirmara
presençadetecidosósseos.
Fixação: fixação em formalina (salina) 10%, cortes dos tecidos incluídos em
parafinaoufixaçãoemálcool,cortescongelados.Fixadoresácidosdevemserevitados,
poistendemadescalcificarasestruturas.
*Trataroscortescomsoluçãosaturadadecarbonatodelítiopararemoveruratos,se
presentes(20min.)
Preparodassoluções:
VANGIESON
‐Fucsinaácida1%‐7,5ml
‐Ácidopícricosaturado92,5ml
‐Águadestilada100ml
SoluçãodeNitratodePrata1%
6
:
NitratodePrata1g

6
Existemvariaçõesdométodoutilizandosoluçãodenitratodeprataa5%.
MaterialeMétodos
46
Águadestilada100ml
Misture bem, Colocar em garrafa marrom, limpa com ácido. Armazenar na
geladeira.Soluçãoéestáveldurante1ano.
ATENÇÃO:Eviteocontatoeainalação.
Nitrato de prata é um severo irritante da pele e olhos. Ingestão irá produzir
violentosproblemasgastrointestinais.Oncogenicidade.Oxidante.
Tiossulfatodesódio5%:
Tiossulfatodesódio5g
Águadestilada100ml
Useluvas,óculoselaboratóriocasaco.Evitarocontactoeainalação.
Otiossulfatodesódioé umirritanteaosolhos,peleesistemarespiratório.A
ingestãopodecausardistúrbiosgastrointestinais.
SoluçãoNuclearFastRed0,1%:
Nuclearfastred0,1g
Sulfatodeamônia5g
Águadestilada100ml
Dissolver o sulfato de amônia em água. Adicionar nuclear fast red e aquecer
lentamenteatéfervuraeresfrie.Filtreaadicionetimolcomoconservante.
SequênciadebanhosparaacoloraçãodeVonKossa:
‐ Incubar os cortes em solução de nitrato de prata 1% (ou 5%) em um recipiente de
vidro sob luz ultravioleta (por 20 a 45 min), ou sob sobluzbrilhante(60100Watts)
direta (por 30 min a 1h ou mais). Podese usar folhas de papel branco, espelhos ou
papelalumín
iopararefletiraluz,diminuindootempodepermanêncianestesolução.
Aofinal,ocálciodeveseapresentarpretonomaterialcontrole;
‐Lavaremváriastrocasdeáguadestilada;
‐ Remover a prata não reagida com tiossulfato de sódio 1% ( ou 5%), em água
destilada,por5min;
‐Lavaremáguadestilada;
‐Contracorarcomalgumasdassolu
ções
*
1
vanGiesonpor5min,ou
MaterialeMétodos
47
*
2
nuclearfastredpor5min,ou
*
3
vermelhoneutro1%emáguadestilada
‐Lavaremágua;
‐Prosseguircomasequênciapadrão(desidratando)atéamontagempermanente.
Ilustraçõesefotografias
O processo de ilustração e fotografias começa com o correto posicionamento
dos exemplares. Além disso, uma vez posicionados, devem manter sua posição
estática,semqualqueroscilação.Paraoestudodelarvasdepeixes,istoéumgra
nde
desafio.Paracontornaresteproblemaforamutilizadasduastécnicasdistintas,asquais
foram igualmente muito úteis durante as dissecções. No caso de exemplares recém
eclodidos, estes foram posicionados sobre o gel de KY® (lubrificante), pois esta
substânciaémuitoviscosaeosmantêmimóveis.Contudo,nãoérecomendadodeixar
muitotempo, umavezqueomaterialpodesofrerdeformações.Paraexemplar
esum
pouco maiores ou estruturas isoladas foi utilizado silicone industrial totalmente
transparente (Sylgard® 184 fabricado por Dow Corning ) para formar uma base nas
placas de Petri. Deste modo, os exemplares podem ser fixados com alfinetes micro
entomológicos(0,1x9mme0,2x15mm)semqualquerprejuízoquantoàiluminação.
Osexemplaresforamfotografadossobváriasampliaçõesembasicamentedois
métodos,deacordocomacomplexidadedomaterial.
Para o material de tamanho diminuto (recémeclodido a poucos dias pós
eclosão)foinecessárioequipamentoespecial,comgrandequalidadeópticaesistema
de captura eficiente, além de possibilidade de mudança da incidência da luz para a
visualizaçãodeestruturasnãocoradas.Nestecaso,omaterialfoifotografadocomum
estereomicroscópioLeicaMZ16,acopladocomumacâmeradigital paramicroscópios
Leica DC 500, conectada a um computador PC. Devido à pequena profundidade de
campo em grandes ampliações, foram feitas varias fotografias, em diferentes planos
focais. Então, estas imagens foram alinhadas emontadasutilizandoosoftwareAuto
MaterialeMétodos
48
Montage®, resultando em uma imagem completamente focada e preservando a alta
resolução.
Parao materialmaiscorado foiutilizado acaptura apartir deum
estereomicroscópio Coleman XTB3AT. A este equipamento foi acoplado um tubo
confeccionado em alumínio para a sustentação de uma câmera Sony Cybershot DSC
P72. Com isso, as fotografias são fei
tas exatamente na mesma ampliação que está
sendo observada pelas oculares.Igualmente, foram feitas várias fotos, em diferentes
planos focais. Estas imagens foram então alinhadas e montadas com o auxílio do
software CombineZP, desenvolvido e distribuído gratuitamente (GNU Public Licence)
por Alan Hadley (http://www.hadleyweb.pwp.blueyonder.co.uk/). Neste programa,
apósoalinhamentodasimagens foiutilizadaa macro“softstack”queapresentou os
melhores resultados finais. O arquivo
gerado foi exportado em alta resolução no
formatoTIFF,semperdadequalidade.
As fotografias das lâminas histol ógicas foram feitas com microscópio Leica
(DM2500),acopladocomacâmeradigitalparamicroscópiosLeicaDC500,conectadaa
um computador PC. Quando necessário, várias imagens, em diferentes planos focais
foramfeitasemontadascomosoftwareAutoMontage®.
Todas as imagens foram tratadas no programa Adobe Photoshop® CS4 para a
eliminação de “resíduos” e melhora no “foco”
7
. Em seguida, no programa Adobe
Illustrator®CS4,asimagensreceberamaslegendas.
As ilustrações foram sempre feitas a partir de fotografias, as quais não eram
clarasapontodeserempublicadas,comoprogramaAdobeIllustrator®CS4
8
.
Omaterialmuitodelicadodevesermantidoomínimotempopossívelexposto
à luz, principalmente a luz transmitida (por baixo), devido ao aquecimento. Tal fato
podedanificarirreversivelmenteosespécimes.Umavezque,duranteasdissecçõeso

7
Esteajustede“foco”temumefeitoexcelentenaqualidadedaimagemfinal,realçandoainteiramente.
Oprocedimentoésimples:geraseumacópiadacamadadaimagem>atribuiseaestanovacamadao
blendmode,overlay>selecionaseofiltroother,highpass>ajusteatéoresultadoideal.
8
Emalgunscasosfoitestado,comsucesso,aimportaçãodedesenhos“tradicionais”noIllustrator®CS4,
possibilitando sua edição vetorial precisa. Uma vez inseridos no programa foi utilizado a metodologia
live trace, com os parâmetros em default, exceto: mode=black&White; threshold: 200; fills e strokes:
ativadoseminimumar
ea:0.
MaterialeMétodos
49
tempo é longo, esse “problema” foi contornado pelo uso de um negatoscópio
(MedalLightLP100),funcionandocomoumamesadeluzfria,oquetambémfacilitaa
fixação de balanço de branco em fotos digitais, uma vez que a temperatura de cor é
conhecidaehomogênea.
Terminologiaanatômica
Uma vez que os exemplares foram devidamente diafanizados foi possível a
observação de sua anatomia. Nos exemplares menores, especialmente os recém
eclodidose/oucompoucos dias apósaeclosão,não énecessáriasua dissecção.Para
os exemplares de tamanho maior, a dissecção se dava pela remoção da cesta
branquial,sendosuficienteparaoestudocompletodocrânio.Nosexemplaresjuvenis
adissecçãoseguia,namedidadopossível,atécnicapropostaporWeitzman(1974).
Osnomesdeestruturaseórgãosnosanimaisnãoé coordenadoporumcódigo
internacional,fazendocomquenovostermossejamcriadosexcessivamente.Estefato
pode gerar várias confusões, principalmente pelas traduções das várias línguas.
Ultimamente, tem sido adotada a criação de novos nomes latinizados, a fim de se
evitar traduções errôneas. Desse modo, o presente estudo emprega, na medida do
possível,anomenclaturaexistentenaliteraturaparaocontextoontogenético.
AterminologiaparaoscanaisláterosensoriaiséfeitadeacordocomNorthcut
t
(1989).Anomenclaturaeashomologiasdossistemasdecanaissensoriaissupraorbital
e infraorbital são aquelas de Arratia & Huaquin (1995). A terminologia anatômica
osteológica seguem aquelas propostas por Weitzman (1962), Lundberg & Baskin
(1969),Schaefer(1987)e Mo(1991).Paraanomenclaturadamusculaturafoiseguida
a proposta de Winterbottom (1974). A identificação das artérias branquiais foi
baseada,principalmente,notrabalhodeAnker(1984).
Anomenclaturadasestruturasassociadasànotocorda,
especialmenteaquelas
presentes na porção anterior, relacionadas ao desenvolvimento do aparelho de
Weber, seguiu a proposta primariamente por Hoffman (2006). Este autor analisou a
diversa nomenclatura aplicada a estes elementos que estava disponível na literatura
MaterialeMétodos
50
compilandoa. Abaixo segue a transcrição desta, traduzida para o português. Para
referencia ilustrativa vide a figura 4, que foi retirada e adaptada deste mesmo
trabalho.
Osbasidorsais sãoestruturascartilaginosaspareadas localizadasdorso
lateralmenteaoscentros vertebrais.Os arcos neuraisconsistemde metades direitae
esquerda, resultantes de ossificação (pericondral, membranosa) dos basidorsais da
direita e esquerda, r
espectivamente. Os espinhos neurais se referem à parte da
vértebra que está situada dorsalmente à medula espinhal e aos supradorsais. Ele se
projeta do ponto de contato mediano entre as partes contralaterais do arco neural,
sendoumaestruturaímpareformadaporossificaçãomembranosa[aolongodosepto
mediano] nas vértebras anteriores dos Ostari
ophysi. Os espinhos neurais podem
tambémserpréformadosemcartilageme sedesenvolveremapartirdotopodecada
arco e podem, inclusive, ser pareados nos teleósteos basais (cf. Hoffmann, 2006;
Hoffmann & Britz, 2006). Gadow & Abbott (1895) usam o termo supradorsal para as
cartilagens autógenas pareadas bilateralmente que se condrificam medialmente nas
extremidadesdorsaisdecada metadedosarcosneuraisaabaixo doligamentodorsal
longitudinal.Esteselementosossificamseduranteodesenvolvimentoefundemseàs
facesmediaisdosarcos respectivosneurais(Grassi,1883). Entreosteleósteosbasais,
os supradorsais estão presentes nos arcos neurais das vértebras abdominais e,
geralmente, naqueles das vértebras caudais anteriores, variando nos táxons. Nos
otofisianos, os supradorsais somente se desenvolvemnasvértebras1, 3e4.Aqueles
dasvértebras3e4contribuemparaaformaçãodocomplexoneural.Ossupraneurais
(Goodrich,1930)sãoelementosóss
eosímpares,préformadosemcartilagemnosepto
mediano,entre doisespinhosneuraisdasvértebrasabdominaisenãosãohomólogos
aosradiaisdospterigióforosdanadadeiradorsal(Mabee,1988).Ocomplexoneuralfoi
originalmentepropostoporNelson(1948;1949)comoumtermoparadesignaroosso
que,emalgunsOtophysi,cobreocanalneural
acimadasvértebras3e4.Hoffmann&
Britz (2006) estendem ousodeste termo para designar também apeça cartilaginosa
acima das quatro vértebrasmaisanteriores,precursora do complexo neural ósseo. A
formaçãodestaestruturaécomplexaenvolvendoelementoseprocessosdeformação
distintosnosváriosgrupos,conformediscutidopelosreferidosautoreseapresentado
MaterialeMétodos
51
no presente trabalho. O termo ossificação membranosa segue o sugerido por
Patterson (1977), designando um elemento ósseo que não é préformado em
cartilagem.
Ostermosparapófiseeprocessotransversomerecemesclarecimentos.Ambos
referemse, tradicionalmente, às abas que se projetam lateralmente dos centros
vertebrais.Patterson(1984)e Fink&Fink(1981; 1996)propuseramqueeste
stermos
seriam sinônimos. Bird & Mabee (2003) definiram parapófise como um tipo de
processotransversoprojetadoventralmenteservindodepontodearticulaçãoparaas
costelas. Estes autores também definiram o processo lateral (transverso)
propriamente dito, como sendo uma parapófise modificada que se estende
lateralmente, partindo do centro vertebral. No entanto, conforme discutido por
Mayrinck(2010ecom.pess.)epelosresultadosdopresenteestudo,asparapófisese
os processos transversos têm origens ontogenéticas distintas, assim como
desempenham funções nos indivíduos adultos, invalidando as suposições previasque
seriamsinônimos.Mayrinck(2010)reportaque,analisandooexpostoporHoffmann
&
Britz (2006), a parapófise teria uma origem préformada em cartilagem, enquanto o
processo transverso seria formado por ossificação lamelar (=dérmica). Outro aspecto
seria que as parapófises servem para articulação das costelas e os processos
transversos, para inserção de tendões. Estas últimas afirmações foram, de fato,
observadasnopresenteestudoereportadasporBritz&Bartsch(2003).Otrabalho
deHoffmann&Britz(2006)nãode
ixaclaro,notexto,asdiferençasexatasemambas
estas estruturas, mas, analisando as imagens ali presentes (cf. Fig. 5 daquele artigo),
podese observar a formação do processo transverso aproximadamente na linha
mediana horizontal docentrovertebral,enquantoaparapófiseseformaaoredorda
cartilagembasiventral.Osresultadosdopresentetrabalhosugeremqueaparapófise,
apesar de se relacionar com a cartilagem basiventral, tem início como um filamento
ósseo dérmico e esta ossificação progride “cobrindo” o basiventral e se fundindo ao
centro vertebral. Com isso, o basiventral te
rmina por se degenerar completamente.
Nãoficaclaro,portanto,seessaformaçãopode,defato,serconsideradapericondral.
Um estudo anatômico completo destas estruturas foi feito por Gamble (1922), em
salamandras, suportando o discutido acima. No entanto, esse estudo foi
MaterialeMétodos
52
aparentemente ignorado pelos vários autores acima citados, uma vez que este
trabalhonãoconstanasreferênciasutilizadas.
Os nomes dos ossículos relacionados ao aparelho de Weber foram mantidos
emlatim(claustrum,scaphium,intercalarium,tripuseossuspensorium),semtradução
para o português, seguindo o exposto por Britto (2003). Estes nomes seguem a
nomenclaturamaistradicionalparaesteselementos,aqualfoipropostaporBridge&
Haddon (1889) e difere daquela originalmente descrita por Weber (1820). Devido ao
fatodeostextosdeBridge&Haddonserememinglês(agrandemaioriadaliteratura
anatômica no início do século XX era em alemão) a nomenclatura foi amplamente
utilizada na comunidade americana. Alémdisso, comorelatadopor Krumholz(1943),
ela evita quaisquer possíveis confusões com os ossículos auditórios, não homólogos,
demamíferos
9
.
Para a identificação e nomenclatura das estruturas presentes nas lâminas
histológicas foi utilizada, na medida do possível, a escassa literatura específica para
peixes(Hibiya,1982;Gentenetal.,2009).
A tradução da nomenclatura para o português seguiu, na medida do possível,
aquela proposta por Castro & Castro (1987) para Characiformes com modificações
propostasporBritto(2003).Todososnomesdeestruturascitadasnotextoseguema
grafia no novo acordo ortográfico da língua portuguesa (e.g. Azeredo, 2008), que
entrou em vigor em de janeiro de 2009. De acordo com esta nova ortografia são
feitosalgunscomentáriogerais.
Pelasnovasregrasdehifenação,apropostadeCastro&Castro(1987)continua
válidaparapalavrascomprefixos“pré“,“póse“pró(e.g.prémaxilar;póscleitroe
próótico).Paraamaioriadosprefixos,somenteusaseohífenquandoapalavraqueo
sucede começar com “h” ou com vogal igual à última do prefixo. Então, continua

9
AnomenclaturadeWeber(1820)utilizavaosmesmosnomes,emlatim,queaquelesdesignadospara
osossículosauditóriosdemamíferos.Naquelaépocaerausualacomparação(“homologias”)dacoluna
vertebral, incluindo todas as modificações Weberianas com a dos demais vertebrados e postulavase
que os ossículos de Weber “correspondessem” aos do ouvido inter
n
o dos mamíferos (humanos) (cf.
Mueller,1842;Müller,1853).Noentanto,poucosanosapósapublicaçãodotrabalhodeWeber,alguns
autores postulavam que os ossículos de Weber não seriam homólogos àqueles auditórios dos
mamíferos(cf.Huschke,1822;GeoffroySaintHilaire,1824).
MaterialeMétodos
53
correto a grafia basihial, ceratohial, interhial, urohial e perdem o hífen as demais
(e.g.extraescapular;faringobranquial;infraorbital; supraoccipital).Britto(2003)
propõe ceratohial; pteroesfenóide e retroarticular. Porém hífen nesses casos
também deixa de existir. A grafia de hipohial está correta, assim como hipial e
considero de livre escolha. Aqui foi adotada hipial. Também é correta a grafia
interopérculo (para o prefixo “inter o hífen é utilizado somente quando a palavra
seguinte começa com “h” ou “r”). Seguindo Britto (2003), as palavras suspensor e
suspensóriosãosinônimos(cf.Houaissetal.,2001)eescolheseoúltimoporsermais
semelhanteàgrafiaemlatimeinglês(suspensorium).
Quantoàacentuação,amaiormudançaparaostermospropostosporCastro&
Castro (1987) é sua perda nos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (e.g.
coracoide;ectopterigoide;metapterigoide).
As discussões do presente estudo foram feitas, em sua totalidade, sob o
enfoque cladístico (Hennig 1950, 1966, 1968), conforme previamente discutido
(Introdução>TrabalhosontogenéticoscomOstariophysi).
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
54
R ESULTADOS DESENVOLVIMENTO DO ESPLANCNOCRÂNIO
Desenvolvimento do esplancnocrânio de Prochilodus argenteus, incluindo
condrocrânioeosteocrânio.
‐diaapóseclosão(3,2mmCP):
Nenhuma estrutura esquelética, cartilaginosa ou óssea (i.e. dentes) pode ser
vista. Mesmo em cortes histológicos verifica que somente células mesenquimais
(indiferenciadas)(Fig.5).Acabeçaaindanãoestádespendidadosacovitelínico.
‐diaapóseclosão(4,4mmCP,Fig.6):
A região ocular está definida, mas o olho ainda não está formado. Apesar de
fracamente corada, é possível observar a cartilagem de Meckel, como barras
cilíndricas,emambososladosdabordaposteriordaboca(queaindanãoestáaberta),
masnão secontatammedianamente.Posteriormente, alinhadascomacartilagemde
Meckel, surgem, sutilmente mais coradas, as cartilagens pares primordiais da cesta
braquial‐cartilagemdoarcohioideedosceratobranquiaisIIV.Acartilagemdoarco
hioideéamaisespessadestasequasesecontatammedianamente.Ascartilagensdos
ceratobranqu
iais têm forma de bastões, e estão dispostas diagonalmente ao eixo
transversal do corpo. A cartilagem do primeiro ceratobranquial é a maior delas e o
tamanho das mais posteriores reduz progressivamente, sendo a menor delas, a
cartilagemdoquartoceratobranquial(muitosutile fracamentecorada).Talfatoindica
a sequência de formação na direção ânteroposterior. Os demais elementos da cesta
branquial,i.e.hipobranquiais,epibranquiais,faringobranquiais,assimcomoourohial
eoshipiaisestãoausentesnesteestágio.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
55
‐diaapóseclosão(5,1mmCP,Fig.7):
A região ocular está definida e o olho está formado, com a retina (escura)
definida. A boca está aberta. A cartilagem de Meckel está bem definida (corada),
possuindo um formato cilíndrico, em ambos os lados da mandíbula (maxila inferior).
Estão mais desenvolvidas que no estágio anterior, se curvando (acompanhando a
borda da boca) e se contatam medianamente. A região mais anterior é mais fina e
menoscorada,indicandoserumaestruturacompoucamatrizcartilaginosa.Articulase
comolimiteposteriordacartilagemdeMeckel,umabarra cartilaginosacilíndricamais
delgada que aquela, alinhada longitudinalmente. Tratase da cartilagem palato
quadrado. Na sequência, evidenciase uma placa cartilaginosa diferenciada das
demais, cujo eixo principal está disposto dorsoventralmente e seu limite posterior
(mais expandido) articulase com a região da cápsula ótica (que está bem
delimitada).Estaéacartilagemhiosimplética,comocaracterísticoforâmenlocalizado
na região central desta, permitindo a passagem do ramo hioideomandibular ( sensu
Arratia, 1992) do sétimo par de nervos cranianos (n. facial). Dorsalmente, na borda
posterior, o processo, opercular. No limite mais ventral, esta placa cartilaginosa
afinaeestendeseligeiramenteàfrente,ficandoventralmenteàmetadeposteriordo
palatoquadrado.Estaéaregiãodaporçãosimplética(parssymplectica)
Surge um elemento cartilaginoso, articulado com o limite ventral da borda
posterior da cartilagem hiosimplética e com o limite distal da barra cartilaginosa do
arco hioide. Tratase do interhial, que possui um formato elíptico e encontrase
fracamentecorado.
Acestabranquialestámaisbemformada.Asestruturasmaisevidentessãoas
barrascartilaginosasdoarcohioide, comaproximadamenteodobrodaespessuradas
cartilagens posteriormente subsequentes (ceratobranquiais). As cartilagens do arco
hioide estão dispostas diagonalmente ao eixo longitudinal e estão muito próximas
entre si na linha mediana. No limite proximal, na face dorsal, existe um pequeno
processodorsal (regiãodosfuturoshipiais). Ascartilagensparesdosceratobranquiais
têmformadebastões,eestãodispostasparalelamenteàsdoarcohioide.Acartilagem
do primeiro ceratobranquial é a maior e mais corada de todas. O tamanho das
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
56
cartilagensmaisposterioresreduzprogressivamente.Nesteestágioestãopresentese
coradas as cartilagens dos quatro ceratobranquiais mais anteriores, sendo, a menor
delas, a cartilagem do quarto ceratobranquial. Articulandose na extremidade medial
das cartilagens dos ceratobranquiais I e II nódulos cartilaginosos pares sutilmente
corados.SãoascartilagensprecursorasdoshipobranquiaisIeII,respectivamente.
Osdemaiselementosda cestabranquial,i.e.,epibranquiais,faringobranquiais,
assimcomoourohialeoshipiaisestãoausentesnesteestágio.
Osteocrânio:Nabordabucalsuperiorencontramsealgunsdentescônicos(3
5). Estão ancorados, em um filamento ósseo sutil e não corado, o os prémaxilar,
localizadonaregiãoanteriordacabeça(regiãodacartilagemetmoidal),logoabaixodo
neurocrânio.Namaxilainferior tambémalgunspoucosdentes(36),suportados
porumaossificaçãodérmicaquecircundaacartilagemdeMeckel(semsefundiraela),
oosdentário,queseestendedesdequase asínfiseatéoterçoanteriordacartilagem
deMeckel.
Naindíciosdosraiosbranquiostégios.
‐diaapóseclosão(5,6mmCP,Fig.8):
A cartilagem de Meckel está mais robusta (espessa) se comparada com o
estágio anterior e o processo, voltado ventralmente, em seu limite posterior, está
evidente(regiãoarticularcomopalatoquadrado).
O palatoquadrado sofre algumas mudanças importantes. A barra cilíndrica
primordial está mais espessa, pouco mais alongada e ligeiramente curvada
dorsalmente.Permanecena mesma posição. Estaporçãoprimordial agora constitui a
porção ventral do palatoquadrado, uma vez que uma nova região de cartilagem se
desenvolve em sua face dorsal (porção dorsal do palatoquadrado). Esta nova
cartilagem inicia seu desenvolvimento anteriormente, próximo à articulação com a
cartilagem de Meckel, e se estende dorsomedialmente e, então, contata a parte
posterior da porção ventral do palatoquadrado. Com isso, delimitase a fenestra
pterigoide(oufenestrametapterigoidequadrado,sensuRoberts,1969;Gosline,1973;
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
57
Varietal., 1995; Zanata&Vari, 2005). Nasequência,surge um finoprocessoa partir
desuafaceânterodorsalqueseestendeanteriormente,nosentidodaplacaetmoidal.
Este é o chamado processo pterigoide. Todas estas novas estruturas cartilaginosas
associadasàporçãodorsaldopalatoquadradosãomuitosutisefracamentecoradas.
A placa hiosimplética também está ligeiramente modificada. Sua porção
dorsal, articulando com oneurocrânio (região da capsula ótica) está mais expandida,
principalmentenaregiãoanterior.Suaporçãoventral(porçãosimplética)tambémestá
mais alongada anteriormente. O processo oper cular está ligeiramente mais alonga
posteriormente.Ointerhialestámaislongonoeixodorsoventralemaiscorado.
Acestabranquialapresentanovoselementoscartilaginosos.Naporçãomedial
dasbarrasdoarcohioide,sedesenvolveumaflangedorsalqueseráosprimórdiosdos
hipiais (dorsais). As cartilagens dos ceratobranquiais I a IV estão mais nítidas e bem
coradas e surge a cartilagem do ceratobranquial V. Apesar de fracamente corada é
possível definir seus limites. Possui em sua face medial, uma expansão, tomando
forma grosseiramente triangular. Surge o terceiro hipobranquial, na extremidade
medial do ceratobranquial III. Os hipobranquiais I a III ainda não está perfeitamente
definidos, e permanecem conectados aos respectivos ceratobranquiais e à cópula
anteriorporumtecidocartilaginosomuitodelicadoetransparente.Nalinhamediana,
estãodefinidasduasbarrascartilaginosasímpares.Amaisanteriorseestendedoarco
hioide até o terceiro arco branquial. Esta é a cópula anterior e, posteriormente a ela
encontraseacópulaposterior.Apesarseestarcomseuslimitesdefinidos,encontrase
conectada, como uma massa cartilaginosa contínua, ao quarto e quinto arcos
branquiais.
Nas extremidades distais dos ceratobranquiais I a IV, se desenvolvem os
respectivosepibranquiais.OsepibranquiaisIaIIIsãofinashastes,fracamentecoradas,
enquantooquarto epibranquialestábemdefinido, apesardenãotãocoradoquanto
os ceratobranquiais. O epibranquial IV possui um formato grosseiramente triangular,
comsuafacemedialexpandida.Nãosinaldosfaringobranquiais.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
58
Osteocrânio:Osdentesassociadosàbordabucalsuperior(osprémaxila)estão
maisnumerosos(57).Posteriormente,surgeumnovofilamentoósseo,nãocorado.
Localizaseparaleloàprémaxila.Tratasedoosmaxilarenãoportadentes.
Namaxilainferiortambémsurgemmaisalgunsdentesassociadosaodentário.(68).
Este permanece circundando a cartilagem de Meckel em quase toda sua extensão,
com exceção da sínfise e da região articular com o palatoquadro. No entanto, não
estáconectadoeela.
A borda posterior do processo opercular está no início de ossificação e
aparecemosprimeirosfilamentosósseos,precursoresdoosopérculo.
Surgem os dentes faringianos (2) associados à placa dentígera suprafaríngea,
que, neste estágio, é um simples filamento ósseo na base destes dentes. Um único
dente, maior que os faringianos, está presente na face dorsal do quinto
ceratobranquial.
Encontrase1 a2 raiosbranquiostégios namembrana branquiostégia,
associadosàbordaposteriordoarcohioide.Oprimeiroasurgiréomaislaterale,em
seguida,surgeomaismedial.Sãodelicadosfilamentosósseosnãocorados.
‐ediasapóseclosão(5,96,3mmCP):
A únicanenhuma mudança nasestruturascartilaginosas é muitosutilavisível
somente em alguns exemplares. Consiste na formação de uma pequena barra
cartilaginosa na linha medial da cesta branquial. Está alinhada anteriormente com a
cópula anterior e se projeta até logo após o limite anterior da cartilagem do arco
hioide.No entanto,estáposicionadaemum planomaisdorsalqueeste.Esteéoinício
de formação da cartilagem do basihial. As estruturas tanto cartilaginosas quanto os
processos de ossificação dérmica estão ligeiramente aumentados e surge, em alguns
exemplares,umraiobranquiostégioadicional.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
59
‐diasapóseclosão(10,9mmCP,Fig.9):
Neste estágio destacamse as mudanças nas ossificações tanto dérmicas
quantocondrais,alémdoiníciodedegeneraçõesdascartilagensprimordiais.
AcartilagemdeMeckelnãosofrevariaçõesemseuformatonememespessura.
No entanto, a região mais anterior, logo após a sínfise está mais transparente,
indicando que esta re
gião está se degenerando. Posteriormente, na região articular,
umpequenoprocessocartilaginososurgenafacedorsal.
A porção ventral da cartilagem do palatoquadrado apresenta uma área de
cartilagem degenerada (transparente) logo após sua articulação com a cartilagem de
Meckel.Aporçãodorsalestácontínuacomaporçãoventral,sendodifícilsepararseus
limites,pr
incipalmentenaregiãoposterior.Oprocessopterigoide também apresenta
certa degeneração em seu terço médio. A extremidade anterior deste processo se
espessadelimitandoaáreadeformaçãodacartilagemdoautopalatino.
Na placa hiosimplética são percebidas mudanças em duas regiões. A porção
dorsal (hiomandibular) se alonga no eixo dorsoventral, fazendo perder o formato
triangularinicial.Sua porçãoventral,regiãosimplética,tambémsealonga,porém,no
eixo ânteroposterior. O processo opercular, na face posterior da cartilagem hio
simpléticaestámaisdesenvolvido.
A cartilagem do interhial continua praticamente imutável com rel
ação ao
estágioanterior,semsinaldedegeneração.
Na cesta branquial surgem as cartilagens dos demais elementos, ausentes no
estágio anterior. Na extremidade medial das barras do arco hioide, as flanges
cartilaginosas, precursoras dos hipiais estão mais evidentes, quase se contatando
medialmente.Evidenciaseumapequenasaliência,localizadaânteroventralmente,na
extremidad
emedialdacartilagemceratohial,nopontoondeseiniciaaflangemedial.
Estaésaliênciacartilaginosaprecursoradohipialventral.
As cartilagens dos ceratobranquiais I a V estão praticamente imutáveis,
destacandoumaligeiradegeneraçãonopontomédiodacartilagemdoceratobranquial
I. Os hipobranquiais I a III continuam muito sutis e fracamente corados, mas estão
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
60
praticamente destacados dos respectivos ceratobranquiais. Os epibranquiais I a IV
estãomaisalongadosecomseuslimitesbemdefinidos.O epibranquialIVpermanece
sendo diferente dos demais, com sua extremidade medial expandida. Localizada
posteriormente e no mesmo plano que o epibranquial IV, surge, intimamente
associada à extremidade lateral do ceratobranquial IV, uma cartilagem cilíndrica,
sutilmente corada. Esta éa cartilagemdo pseudoepibranquial V (usualmente
identificada como epibranquial V v. discussão). Nas extremidades mediais dos
epibranquiaisIIaIV,surgemosfaringobranquiais.Sãoestruturasdedifícilvisualização
devido à sua delicadeza e transparência. O faringobranquial II e III são finas hastes
cartilaginosas,enquantooIVéumcilindromais“robusto”.
Nos elementos medianos da cesta branquial, destacase a completa formação
dacartilagemdo basihial.Apesardemuitopróxima,elaé umacartilagem
independente da cópula anterior. Sua extremidade anterior apresenta
prolongamentos laterais, conferindo um formato de “T”. Esta região situase em um
plano mais dorsal que as cartilagens do arco hioide a região posterior se curva
ventralmente,sealinhado,nomesmoplano,comacópulaanterior.Acópulaanterior
permanece como uma estrutura contínua, enquanto a cópula posterior permanece
maissutil.
Osteocrânio
: Os dentes, tanto os bucais quanto os faringianos permanecem
indiferenciados,comformatocônico.
A prémaxila, apesar de não apresentar crescimento significativo em seu eixo
principal,apresentaumafinalâminaósseaemsuafacedorsal,comformatosemilunar,
voltada posteriormente. A maxila está mais robusta, com a extremidade mais dorsal
maisespessa.
Na maxila
inferior, o dentário se expande notadamente, principalmente na
regiãodorsal,ondesuperaemaproximadamenteduasvezesaespessuradacartilagem
de Meckel. Esta, apresentar regiões mais claras. No entanto, não se define zonas de
ossificação (i.e. os mentomeckeliano). Na extremidade posterior da cartilagem de
Meckel,oprocessovoltadoventralmentecomeçaasofrerumaossificaçãopericondral
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
61
que tem início ventralmente e se expande pela cartilagem. Este é o primórdio do os
retroarticular.
Nacartilagemarticuladaposteriormente(palatoquadrado)oosquadradoestá
seformandonoterçoanterior.Suaformaçãoderivadedoisprocessosdeossificação,
os quais, neste estágio, estão independentes. Ossificase um fino filamento
lateralmente e ventral à cartilagem palatoquadrado, que se esten
de do ponto de
articulação com a cartilagem de Meckel até a extremidade anterior da porção
simplética da cartilagem hiosimplética. Em seguida, ossificase endocondralmente a
cartilagempalatoquadrado,aproximadamenteemseuterçoanterior(Fig.10).
Nas séries opercular e préopercular surgem alguns elementos. Todos muito
sutis
e delicados, praticamente transparentes, como fina camada de pele. O os
opérculo é o mais desenvolvido com seus limites bem definidos, ainda que muito
fracamente corado e sem rigidez. Sua região mais anterior, articular com o processo
opercular da cartilagem hiosimplética, está mais corada, indicando o ponto onde se
iniciaaossificação.Lateralmenteeacompanhandoolimiteposteriordoopérculoestá
o subopérculo. Inicia sua ossificação na região ventral, que está maisdesenvolvida,e
expande pósterodorsalmente, alcançando pouco acima da metade do opérculo. O
interopérculoestápresentesituadoemumplano lateral,ventralà porçãosimplética
da cartilagem hiosimplética. Possui um formato triangular, com a extremidade
posteriormaisampla.
Estápresentetambém opréopérculo.Com um formatoligeiramentecurvado
anteriormente, situase no eixo dorsoventral, se estendendo desde o processo
opercularatéaregiãosimplética.Suaossificaçãoteminícioventralmente,regiãomais
definidaeseespalhadorsalmentee,emseguida,posteriormente.
Na barra do arco hioide, dois centros de ossificação são distintos. Um dos
centros, bem evidente, localizase na região média, sendoo primórdio do ceratohial
anterior. Na extremidade lateral da barra do arco hioide está o outro centro, bem
pequeno, responsável pela formação do ceratohial posterior. Na borda medial
anteriordaflange cartilaginosamedial,localizada naextremidademedial dabarrado
arcohioide,teminícioaossificaçãodohipial ventral.Nesteestágio estaossificaçãoé
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
62
muito sutil e difícil de ser detectada. Esta região de ossificação coincide exatamente
comopontodeinserçãodotendãodomúsculosternohyoideus.
Posteriormente à barra do arco hioide, em um plano mais dorsal, surge um
filamento ósseo pareado, que se estende,aproximadamente,da extremidade medial
do primeiro ceratobranquial até a extremidade medial do terceiro ceratobranquial.
Este elemento, precursor do urohial, é resultado de uma ossificação do tendão do
músculo sternohyoideus. (Fig. 11). Este tipode ossificaçãoé denominada de
sesamoide. Para um detalhamento sobre a formação de ossos sesamoides, sugiro a
consultaaorecentetrabalhodeJerezetal.(2010)eàliteraturacitada.
Surgemmaisalgunsdentesfaringianostotalizando3a5associadosàplaca
dentígera suprafaríngea. Esta, apesar de ainda ser um simples filamento ósseo, está
intimamenteassociadaàplacacartilaginosadoquartofaringobranquial.
Encontramsequatroraiosbranquiostégios,bemespaçadosentresi.
‐diaapóseclosão(12,9mmCP,Fig.12):
Neste estágio o condrocrânio está completamente formado e as cartilagens
primordiaisestão,demodogeral,emprocessodedegeneraçãodevidoaoseventosde
ossificação.
A cartilagem de Meckel está completamente degenerada no seu terço mais
anterior, restando um pequeno nódulo na região sinfiseana. Este nódulo, ainda que
normalmentecoradocomazul,nãoéumacartil
agempropriamenteditaesimcélulas
mesenquimais em constante processo mitótico, produzindo células precursoras de
cartilagem. Este é o processo que permite o crescimento da maxila inferior. A
cartilagem de Meckel propriamente dita se afina na extremidade anterior, mas a
porçãoposteriorpermaneceinalt
erada.
A porção ventral da cartilagem do palatoquadrado está quase totalmente
degeneradaanteriormente,naregiãoarticularcomacartilagemdeMeckel.Preserva
se uma região cartilaginosa no ponto de articulação. A porção dorsal, totalmente
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
63
fundida com a ventral, também está se degenerando, ficando palidamente corada,
principalmente na região do processo pterigoide. A extremidade anterior deste
processo,regiãodoautopalatino,permanecebemcorada.
As degenerações na placa hiosimplética são mais evidentes em sua região
média, se estendendo desde logo ventral à sua articulação com o neurocrânio (na
região da casula ótica) até quase a articulação com o interhial. A cartilagem na
extremidade dorsal está preservada na região articular com o neurocrânio. Também
está quase imutável a região entre a porção dorsal e a porção ventral região
simplética. O processo ventral, apontado anteriormente da cartilagem hiosimplética
(região simplética) está quase transparente, indicando início de degeneração
cartilaginosa.
A cartilagem do interhial se mantém sem modificações, se comparada ao
estágioanterior.
Na cesta branquial, a cartilagem da barra do arco hioide está altamente
degenerada em seus centros de ossificação, principalmente na região média. A
extremidademedial,regiãodoshipiais,estáinalteradaemrelaçãoaoestágioanterior.
As cartilagens dos ceratobranquiais I V, assim como dos epibranquiais I IV
estão em início de ossificação e, consequentemente,bemdegeneradas. Em especial,
as cartilagens primordiais dos ceratobranquiais estão restritas às extremidades. as
cartilagens dos epibranquiais estão mais conservadas, exce
to por uma área
transparente na região média. Adicionalmente, todos os epibranquiais estão com os
processos uncinados cartilaginosos bem evidentes. Estes processos localizamse na
face ânterodorsal das barras, na região mais medial. O pseudoepibranquial V
(usualmente identificado como epibranquial V v. discussão) está mais alongado,
quase alcanç
ando o processo uncinado do epibranquial IV. Mesmo neste estágio, a
íntima ligação (em nível histológico) do pseudoepibranquial V com o ce ratobranquial
IVaindapodeserobservada(Fig.13).
As cartilagens dos hipobranquiais I a III estão bem definidas e sem sinal de
degeneração. A extremidade medial da barra cartilaginosa do ceratobranquial IV se
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
64
estende anteriormente. No detalhe, é possível perceber, no entanto, que esta
extensão não é homogeneamente continua com o ceratobranquial. uma pequena
área de densidade de matriz cartilaginosa menor, que se cora mais sutilmente. Isto
indicaqueestaextensãoseja,naverdade,ohipobranquialIVquenãosedesprendeno
seurespectivoceratobranquial.
Dorsalmente, nas extremidades dos epibranquiais II a IV, as cartilagens dos
faringobranquiais estão evidentes. Neste estágio surge também o faringobranquial I,
sendo um pequeno nódulo cartilaginoso. Os faringobranquiais II e III são maiores e
mais espessos. O quarto faringobranquial é menor, ainda que mais espesso que os
maisanteriores.
A cartilagem do basihial está bem nítida e corada com seus limites bem
definidos. Existe uma continuidade com a cópula anterior, porém completamente
transparente. A cópula anterior apresenta degeneração em dois pontos distintos,
alinhadoscomo segundoeterceiroarcosbranquiais.Acartilagemdacópulaposterior
também está bem corada se estendendo desde a extremidade posterior da cópula
anterioratéolimiteanteriordascartilagensdosceratobranquiaisV.Posteriormentea
ela, está presente uma barra cartilaginosa mais sutil, porém independente, que se
estende na linha mediana, por entre os ceratobranquiais V, sendo identificada como
cartilagempósceratobranquial (sensu Engeman et al.,
2009). Esta barra cartilaginosa
seposicionaemumplanoligeiramentemaisventralqueacópulaposterior.
Osteocrânio:Osdentes,tantoos bucais quantoosfaringianos continuam com
formatocônico(indiferenciados).
A lâmina óssea dorsal da prémaxila está mais desenvolvida posteriormente,
conferindoàestaestruturaumformatogrosseiramentetriangularemvistaventral.A
maxila está mais espessa (não tão corada quanto a prémaxila) e se alonga
ventralmente.Aregiãodorsalcontinuamaisdesenvolvidaqueaventral.
Na maxila inferior, o dentário está mais espesso em toda sua extensão,
notadamente,naregi
ãoanterior,localemqueacartilagemdeMeckeldesapareceue
este osso se solidificou. Na extremidade posterior, o centro de ossificação do
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
65
retroarticularcontinuaimutável.Estáposicionadonoexatopontoemqueseinserem,
ao menos, dois ligamentos (mandíbulointeropérculo e mandíbulohioideo).
Adicionalmente, surge dorsalmente um filamento ósseo na região côncava de
articulaçãocomopalatoquadrado(osquadrado,nesteestágio).Esteéoprimórdiodo
osânguloarticular.
Na porção ventral da cartilagem palatoquadrado, o os quadrado está mais
desenvolvido,comaadi
çãodaossificaçãonaporçãodorsal.Ofilamentoósseolateral
se expande e alcança até o terço posterior da porção dorsal do palatoquadrado. Na
porção dorsal do palatoquadrado tem início as ossificações dos elementos da série
pterigoide.Oosmetapterigoideiniciaaossificaçãopericondralnaparteposterior.Esta
ossificação é muito sutil neste estágio. Anteriormente, acompanhando o processo
pterigoide,duasossifica
çõesdérmicassãovisíveis.Ventralmente formaseoinício do
ectopterigoide,cujaossificaçãoémuitofinaeseestendedesdearegiãoarticularatéo
terçoanterior.Oentopterigoideseformadoladodorsomedialdoprocessopterigoide
e se estende da região anterior à ossificação do metapterigoide até o terço mais
anteriordoprocessopterigoide.Nãosinaldaossificaçãodoautopalatino.
Na placa hiosimplética, um centro de ossificação ao redor do forâmen
central e circundando a região dorsal desta placa (pericondral). Este é o início da
formação do oshiomandibular. A região simplética está muito degenerada em sua
região central, indicando a formação do ossimplético. No entanto, nos exemplares
desteestágio,nãoevidencia(coloração)dedeposiçãodecamadamineralizada.
Nas séries opercular e préopercular os elementos estão mais corados e com
seuslimitesbemdefinidos.Oosopérculocontinuasendooelementomaisdestacado,
mantendo o formato anterior, porem se tornando mais espesso, principalmente na
extremidade articular com o processo opercular e em sua borda anterior. O
subopérculo,queacompanhaamargemventroposteriordoopérculo,permanecesem
alteraçõessignificativas.Ointeropérculo,que ficasituadolateralmente aoselementos
condrais e medialmente ao préopérculo, também permanece inalterado. O pré
opérculo, apesar de não se alongar anteriormente, se desenvolve rapidamente na
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
66
borda posterior, conferindo um formato triangular. Esta extremidade alcança o
subopérculo.
Nabarrahioide,oscentrosdeossificaçãotantodoceratohialanterior,quanto
doposteriorestãomaisdesenvolvidos.Nocentromedial(ceratohialanterior),naface
dorsal, surgem pequenas dobras ósseas, conferindo a esta região um aspecto
tridimensional mais complexo. A ossificação do hipial ventral está mais nítida, ainda
que seja
um simples “ponto” ósseo na borda medialanterior da flange cartilaginosa
medialdabarradoarcohioide,coincidindocomopontodeancoragemdotendãodo
músculo sternohyoideus. Ainda ao longo da extensão deste tendão, localizada,
posteriormente,aossificaçãodourohialestámaisnítidaecorada.Distinguemsedois
filamentosnaextremid
adeanteriordestaossificaçãoquesecontatam medianamente,
aproximadamentenaalturadoprimeiroarcobranquialeseestendemposteriormente
(como um filamento ímpar) até o nível da extremidade medial do terceiro arco
branquial.Comrelaçãoaoestágioanterior,umpequenoespessamentodourohial
Nosarcosbranquiais,ascartilagensdosceratobranquiaisIV,assimcomodos
epibranquiais I IV estão em início de ossificação. O processo de ossificação nestas
estruturasteminícionaregiãodiade cadabarraeseestendeatéasextremidades.
As cartilagens dos ceratobranquiais estão mais ossificadas, com tecido mineralizado
sendo corado na região média. A partir deste ponto, até as extremidades, as
cartilagensestãotransparentes,indicandodegeneração.
Medianamente, a cópula anterior apresente dois centros distintos de
ossificação.Umanterioreoutroposterior,coincidindocomolimitemedialdosegundo
e terceiro arcos branquiais, respectivamente. São os centros responsáveis pela
formaçãodosbasibranquiaisIIeIII,respectivamente.
Existem inúmeros dentes faringianos, cônicos. A borda posterior do
ceratobranquial V está bem ossificada servindo de base sólida para o suporte dos
dentes. Dorsalmente a ela, os dentes suprafaringianos, também são suportados pela
ossificaçãodaplacadentígerasuprafaríngea,associadaàfaceanteriordaextremidade
medialdoquartoepibranquialeextremidadeposteriordoquartofaringobranquial
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
67
Os quatro raios branquiostégios estão mais grossos devido à constante
ossificaçãolateralemedialemcadaum.
‐10ºdiaapóseclosão(13,0mmCP):
Nenhumamodificaçãorelevantenascartilagensouossificações.
‐12ºdiaapóseclosão(14,1mmCP,Fig.14):
Neste estágio as cartilagens primordiais do condrocrânio estão em fase
avançada de degeneração, enquanto as ossificações progridem, sejam dérmicas ou
condrais.
A cartilagem de Meckel está praticamente como descrita no estágio anterior,
i.e., terço anterior degenerado. O nódulo na região sinfiseana também permanece,
ainda que muitosutilmentecorado.Emcortehistológico suapresençaficaclara(Fig.
15).
Aporçãoventraldacartilagemdopalatoquadrado,na regiãodaossificaçãodo
quadrado foi totalmente degenerada, assim como a cartilagem da porção dorsal, na
regiãoda ossificaçãodo metapterigoide,queestámuitodegenerada.Acartilagemna
extremidade articular com a cartilagem de Meckel está intacta. As demais regiões,
incluindo o processo pterigoide permanecem pouco degeneradas. A região do
autopalatino(extremidadeanterior)nãoapresentaqualquermudança.
A cartilag
em primordial da placa hiosimplética, principalmente na região
dorsal, onde se ossifica o hiomandibular e na região ventral simplético quase
desapareceu.Portransparênciaépossívelverum resquíciosempreao longodalinha
média. A cartilagem primária (da placa hiosimplética) preservase dorsalmente
(articulação com o neurocrânio), entre a ossificação do hiomandibular e simplético e
anteriormenteaosimplético.Nestasregiõesapresentamserazoavelmentecoradas.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
68
A cartilagem do inter hial continua sem modificações, nem sinal de processos
deossificação.
Nacestabranquial,nãomuitasmodificaçõesnascartilagens.Estastambém
continuamdesaparecendoconformeavançamosprocessosdeossificação.
Nos cerato e epibranquiais as cartilagens primordiais se restringem às
extremidades articulares. Nos epibranquiais I a III, as cartilagens dos processos
uncinados também permanecem inalteradas. No processo uncinado do epibranquial
IV, a cartilagem fica preservada somente na extremidade. A cartilagem do
pseudoepibranquial V (usualmente identificado como epibranquial V v. discussão)
está mais evidente e mais alongada, sem nenhum sinal de degeneração e/ou
ossificação.
As cartilagens dos hipobranquiais I a III estão bem definidas e sem sinal de
degeneração. A expansão anterior na extremidade medial do ceratobranquial IV
continua não segmentada (i.e. sem delimitação do hipobranquial IV). Além disso, ela
estácomcoloraçãomaisuniforme,dificultandoaidentificaçãodossupostoslimitesdo
hipobranquialIV.
Na regiãodorsal da cestabranquial,as cartilagensdosfaringobranquiaisIaIII
estãoimutáveis.oquartofaringobranquialapresentaumasutildegeneração.
A cartilagem do basihial está bem nítida e corada com seus limites bem
definidos. Desapareceucompletamente a delicada cartilagem que aconectavacoma
cópula anterior. Ambas as cópulas não apresentam maiores modificações quando
comparadas ao estágio anterior. Em corte histológico evidenciase que a cópula
anterior,naalturadoprimeirobasibranquialéumaestruturacilíndrica,semnenhuma
extensãoventral(comoencontradoembagres) (Fig.16).A barracartilaginosaquese
estende na linha mediana, por entre os ceratobranquiais V cartilagem pós
ceratobranquialestámalcorada,aindaqueevidenteecomlimitesdefinidos.Não
sinaisdedegeneração.
Osteocrânio:Osdentes,tantoos bucais quantoosfaringianos continuam com
formatocônico(indiferenciados)ealinhadosemsomenteumafileira.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
69
O prémaxilar está mais desenvolvido, se aproximando da forma no adulto. A
extremidademedialestábemexpandidadorsoventralmente,conferindoumformato
grosseiramente triangular. O maxilar está mais alongado e com várias projeções
ósseas, de formas irregulares, principalmente na face posterior. Com isso, esse
elementonãotemmaisumaespessurahomogênea.
Na maxila inferior, o dentário está mais robusto e com os limites posteriores
bem definidos. A região anterior está consolidada e evidenciase a abertura medial
(sensu Castro & Vari, 2004) com formato elíptico, longitudinalmente localizada na
região dorsal. Na extremidade posterior da cartilagem primordial de Meckel, os
centros de ossificação estão bastante modificados. O centro ventral, origem do osso
retroarticular, está estendido anteriormente, com esta extremidade mais expandida
que a posterior, conferindo um formato cônico. No entanto, esta ossificação é ainda
muito delicada e fina. No centro dorsal, localizado na articulação com o palato
quadrado, origem do osso ânguloarticular, a ossificação se estende em dois ramos
principais,dorsalmenteeanteriormente.Oreferidoossopossuiumaformairregulare,
apesardeaindamuitodelicado,émaisrobustoqueoretroarticular.Nafacemedialda
cartilagem de Meckel, na borda dorsal, parcialmente coberto pelo dentário (mais
lateral) observase um centro de ossificação. Este centro, relativamente bem corado,
localizase exatamente no ponto onde se insere o tendão de um ramo do músculo
adductormandibulae(provavelmenteramoA3,Datovo,com.pess.).Tratasedoinício
da formação do osso coronomeckeliano. Não nenhuma fusão entre os ossos
associadosàcartilagemdeMeckel.
O osso quadrado está consolidado em sua porção anterior. O processo
longitudinal lateral desta ossificação está fundindo (ao menos anteriormente) com o
quadrado. O osso metapterigoide, formado pela ossificação da região posterior da
porção dorsal da cartilagem palatoquadrado está mais evidente e consolidado
somentenaregiãocentraldestaossificação.Estendeseporquasetodaabarradorsal.
Lateralmente e medialmente ao processo pterigoide, as ossificações dos
ectopterigoide e entopterigoide respectivamente estão praticamente imutáveis.
Em alguns exemplares, o ectopterigoide está ligeiramente mais espessado e corado
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
70
que o entopterigoide. A região do autopalatino continua sem sinais de processos de
ossificação.
O osso hiomandibular está quase totalmente consolidado, com exceção das
extremidades.Adicionalmente,umalâminaóssea de origem provavelmente dérmica,
se formou na borda anterior, torando o hiomandibular mais largo. Ao redor do
forâmen deste osso, especialmente na região posterior, formamse várias lâminas
ósseas finas
perpendiculares, conferindo um formato tridimensional mais complexo.
Algumasdestaslâminas parecemestarfundidastambém como préopérculo. Oosso
simplético se desenvolve, avançando ao longo da cartilagem da região simplética e
consolidase, exceto por suas extremidades. Neste estágio, se estende desde a parte
anterior (exc
eto pela extremidade, que permanece cartilaginosa) até a curvatura
dorsaldaplacahiosimpléticasem,contudo,contatarohiomandibular.
Oossoopercularestámaiscoradoqueoestágioanterior esuaregiãoarticular
com o processo opercular da hiomandíbula apresenta várias lâminas mediais,
definindo a cavidade articular. O subopérculo não sofre alterações significativas,
conservandoseuformato.Contudo,estámaiscoradoeespesso.Ointeropérculo,cuja
visualização é difícil, pois fica sob (medial) ao préopérculo, está alongado
posteriormente, quase alcançando o opérculo. Seu formato permanece inalterado,
com a extremidade posterior larga e afinandose anteriormente. Opréopérculoestá
mais consolidado, especialmente na borda posterior do canal préopercular, a qual é
nitidamenteumalinhaósseabemespessa.Seuformatoetamanhopermanecemcomo
noestágioa
nterior.
Aossificaçãodoceratohialanteriornafacedorsalapresenta,especialmentena
facedorsal,um númeromaior depequenasdobrasósseas.Algumasdestasdobras se
fundem,contribuindoparaaconsolidação
desteelemento.Aossificaçãodoceratohial
posterior,localizadanaporçãoposterior,cujaorigemfoinabordaposterior,continua
tímida,semestruturasmineralizadassendocoradas.
O hipial ventral está mais desenvolvido. Seu ponto inicial de ossificação (i.e.
local de ancoragem do tendão do muscular) está mais ossificado são observadas
ossificações laterais côncavas (anteriores) e retilíneas (posteriores) partindo deste
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
71
centroinicialdeossificaçãoeseestendendosobreacartilagem.Seguindootendãodo
tendão do músculo sternohyoideus posteriormente, encontramse ossificações
pareadassobreeleatéoníveldapassagemdoramoanteriordaartériahipobranquial,
que irriga a maxila inferior. A partir deste ponto, estas ossificações de fundem,
formando uma única estrutura medial, o urohial. Neste estágio, este elemento
apresentaumafinaedelicadaquilhadorsal,alémdeossificaçõeslateraisaolongode
seu limite ventral. Isso confere a este elemento um aspecto de “T” em um corte
transversal. Histologicamente, observase a grossa camada óssea nos tendões do
referidomúsculo(Fig.17).
As ossificações dos ceratobranquiais I a V cobrem toda a extensão das barras
cartilaginosa
s primordiais, com exceção das extremidades articulares. Ao redor da
região central de cada elemento, a ossificação está consolidada. Adicionalmente, o
ceratobranquial V possui uma lâmina óssea na borda medial, suportando os dentes
faringianos. Os epibranquiais I a IV seguem o mesmo padrão de ossificação dos
ceratobranqu
iais.OprocessouncinadodoepibranquialIestáossificadoemsuabase.
Osprocessosdosdemaisepibranquiaispermanecemcartilaginosos.Aplacadentígera
suprafaríngeaestá associadaprincipalmenteàextremidademedialdoepibranquial IV
eportainúmerosdentescônicos.
Medialmente, os centros de ossificação da cópula anterior, precurso
res dos
basibranquiais II e III, permanecem inalterados quanto a extensão, estando somente
maiscorados(maiorossificação)
Existem inúmeros dentes faringianos, cônicos. A borda posterior do
ceratobranquial V está bem ossificada servindo de base sólida para o suporte dos
dentes. Dorsalmente a ela, os dentes suprafaringianos, ta
mbém são suportados pela
ossificaçãodaplacadentígerasuprafaríngea,associadaàfaceanteriordaextremidade
medialdoquartoepibranquialeextremidadeposteriordoquartofaringobranquial
Os quatro raios branquiostégios continuam a se alargar pelos processos
constantesdeossificaçãolateralemedialemcadaum.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
72
‐15ºdiaapóseclosão(21,4mmCP,Fig.18):
As cartilagens primordiais do condrocrânio restritas somente aos pontos de
articulação.Norestante,estãototalmentedegeneradas.
AcartilagemdeMeckelaindapodeservistaportransparência,comoumafina
barra,naregiãoposteriordamaxilainferior.Onódulocartilaginosonasínfisenãoestá
corado.
Acartilage
mprimordialdopalatoquadrado está restritaàregião posteriorda
porção ventral. O processo anterior desta cartilagem (processo pterigoide) não está
maisvisível,tendosedegeneradototalmenteaolongodeseueixo(desdesuabase,na
porção dorsal do palatoquadrado, até quase a extremidade anterior), exceto pela
porçãomaisanterior,região doautopalatino.Estac
artilagem,precursorado
autopalatino,estáisolada,bemcoradaemaisexpandida,grosseiramentecircular.
A cartilagem primordial da placa hiosimplética está restrita à extremidade
dorsal região de articulação da hiomandíbula com o neurocrânio região central
articulaçãodahiomandíbulacomosimpléticoeregiãoanterioraosimplético.
Acartilagemdointerhialserestringeàextremidadedorsaldesteelemento.
As degenerações das cartilagens primordiais acontecem também na cesta
branquial.
Nos cerato eepibranquiais ascartilagens primordiaisse restringem às
extremidades articulares, como no estágio anterior e se manterão assim mesmo no
adulto.
As cartilagens nos processos uncinados dos epibranquiais I a IV estão
ligeiramentedegeneradas. Acartilagem dopseudoepibranquialV (usualmente
identificado como epibranquial V v. discussão) continua imutável e ligeiramente
maiorquenoestágioanterior.
AscartilagensdoshipobranquiaisIaIIIestãomenoscoradas,indicandoqueos
processosdedegeneraçãoiniciaram.Aexpans
ãoanteriornaextremidademedialdo
ceratobranquialIVestáuniforme,semlimitesparadefinirosupostohipobranquialIV.
Noentanto,comparandocomohipobranquialIII,notaseomesmopadrãodeinserção
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
73
de ligamentos na região anterior de ambas as estruturas. Dois finos ligamentos são
bem evidentes (Fig. 19A). Ambos compartilham o mesmo ponto de inserção nos
hipobranquiais. O ligamento medial se liga na borda posterior do hipobranquial
anterior e o ligamento lateral ligase ao limite posterior da cartilagem medial do
ceratobranquial anterior. Este padrão repetese, exatamente conforme descrito, nos
demais hiporanquiais, evidenciando sua homologia serial. Este é mais um forte
argumentodequeohipobranquialIVestápresente,porémnãosesegmentouapartir
daextremidademedialdoceratobranquialIV.
Naregiãodorsal da cestabranquial,ascartilagens dosfaringobranquiaisIa IV
estãosedegenerando,principalmentenaregiãocentraldecadabarra,ondenãomais
sãoobservadostraçoscartilaginosos.
A cartilagem do basihial continua bem definida anteriormente. Porém, na
extremidadeposterior(articulando com a cópula anterior)umadegeneraçãomais
forte,peloiníciodeossificação.Emdetalhe,aindaobservaseumtecidosupostamente
cartilaginoso conectando a cartilagem do basihial à cópula anterior (Fig. 19B). No
entanto,asegmentaçãodeambasé clara.Acartilagem pósceratobranquialcontinua
evidente e aumenta de tamanho anteriormente, se estendendo além do limite
posteriordacópulaposterior.Todavia,estabarracartilaginosasesituaventralmenteà
cópula posterior e observase que ambas estão fundidas na região de sobreposição
(Fig.19C).
Osteocrânio
: os dentes bucais sofremgrandes modificações. Os dentes
indiferenciados,cônicosforam substituídospelosdentes“definitivos”,ouseja,dentes
especializados, característico da família, com a extremidade exposta, expandida. Os
dentes, não estão mais associados aos ossos prémaxilares e dentários. Ficam
implantados no lábio que está bem desenvolvido, como no adulto. Poss
uem
somenteumafileiradedentesdereposição.Estesdentesdereposiçãosãocônicosea
a morfologia característica do dente funcional (exposto) é adquiria à medida que
migramanteriormente(Fig.19D).Noentanto,apesarde seremcônicos,suaorigemé
distinta dos dentes cônicos (indiferenciados) dos estágios anteriores. Não dentes
associadosaomaxilar.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
74
Oprémaxilarestá bemdesenvolvido,sendo umabarra ósseacom a
extremidade dorsomedial expandida e afinase em direção à extremidade ventro
lateral, com exceção de uma lamina óssea que se projeta posteriormente. O maxilar
alongase e expandese ventralmente, além de uma pequena projeção triangular
anterior.Émaioremaislargoqueoprémaxilar.
Na maxila inferior, o dentário está mais sólido, especialmente na região
anterior. Sua borda dorsal está evidente e bem corada, se estendendo dorsalmente,
além da linha horizontal que passa pela abertura da boca. Sua extremidade ventro
posterior quase atinge o limite da cartilagem de Meckel, exceto pelos centros de
ossificaçõesposteriores.Estescentrosforamoossoretroarticular,ventralmente.Este
osso possui um formato grosseiramente triangular, com seu ápice voltado
anteriormente.Estáemíntimocontatocomoossoânguloarticular(maisdorsal).Este
se alonga enormemente na região dorsal, conferindo uma forma de lança. Sua base
bem mais larga que seu ápice dorsal, que se alinha com a borda dor sal do dentário
(lateralaesse).Oossocoronomeckeliano,nafacemedialdacartilagemdeMeckel,na
borda dorsal, não apresenta mudanças significativas em comparação com o estágio
anterior
O osso quadrado está consolidado em sua porção anterior, incluindo o
processolongitudinallateral,queseestendeposteriormenteatéolimiteposteriordo
simplético,estandomaislateralqueesteelemento.Aporçãodorsaldoquadradoestá
expandida e voltada ligeiramente para trás, mantendo ainda a posição da antiga
cartilagemdaporçãodorsaldopalatoquadrado.Oossometapterigoideocupa todaa
região superior da porção dorsal do palatoquadrado, se estendendo desde o limite
anteriordahiomandíbulaatéalinhaverticalquepassapelamargemanteriordaórbita
ocular.
Oectopterigoideeento
pterigoideestãobemformados.Oectopterigoideainda
mais robusto que o entopterigoide. Ambos se tocam ao longo do eixo do processo
pterigoide, cuja cartilage
m não mais existe. Não fusão entre estes elementos. O
ectopterigoide,curvadoanteriormente,seestende desdeolimiteventraldo
quadrado, estando medial a ele, até a cartilagem do autopalatino. O entopterigoide,
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
75
curvado dorsalmente, articulase com o metapterigoide e também se estende até a
cartilagemdoautopalatino.Aregiãodoautopalatino,apesardeisolada(segmentada)
continuasemsinaisdeprocessosdeossificação.
O osso hiomandibular está quase formado e consolidado. A lâmina óssea
anterior também se fundiu, fazendo com que este elementotenha um formato mais
retangular.Aregiãoaoredordoforâmenparaapassagemdoramohiomandibulardo
nervo fácil é a que apresenta mais “ornamentações” ósseas, conferindo um aspecto
tridimensional mais complexo. O osso simplético está totalmente desenvolvido
anteriormente, ao longo da cartilagem primordial, que se conserva na extremidade.
Porém posteriormente, ainda uma área cartilaginosa relativamente grande,
permitindo a expansão do simplético, posteriormente, e da hiomandíbula, ântero
ventralmente.
Oossoopercularestámaiscoradonãoapresentamodificações.Osubopérculo
está mais largo, aumentando ventralmente e se estendo ligeiramente na região
posterior, sem, contudo, ultrapassar o limite posterior do opérculo. O interopérculo,
medialmente posicionado em relação ao préopérculo, está mais largo e maior,
posteriormente, alcançando o limite anterior do opérculo. O préopérculo está
ligeiramente mais expandido na borda posterior, acompanhando o limite anterior do
opérculo em toda sua extensão. Surge uma nova ossificação, ao longo do canal pré
opercular, anterior ao limite ânte
roventral do préopérculo. Este é o início da
formação do subpréopérculo (sensu Roberts, 1973b) ou porção anterior do pré
opérculo(sensuWinterbottom,1980;Vari, 1983; Castro&Vari, 2004). Nesteestágio,
esteelementoéumpequenoefinocilindrooco.
A ossificação do ceratohial anterior está consolidada no ponto médio e se
estende ante
rior e posteriormente, ocupando aproximadamente metade do
comprimento do arco hioide. A ossificação do ceratohial posterior se expande
ventralmente, porém ainda restam áreas cartilaginosas nas margens deste centro de
ossificação.Ospontosdemaiordeposiçãomineral(locaisondeseiniciouaossificação)
coincidemcomoslocaisdeinserçãode ligamentose/ou tendões(Fig.20A),incluindo
os ligamentosarticulares(i.e.entreo ceratohial posterior e ointerhial).Ointerhial
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
76
está quase totalmente ossificado, exceto pela extremidade dorsal e tem formato
cilíndrico(Fig.20A).
Ohipialventralestámaisdesenvolvido.Apartirdopontoinicialdeossificação
(i.e.localdeancoragemdotendãodomuscular)esteprocessoseestendedorsalmente
atéoforâmenparapassagemdeartériahioideaferente(cf.Allis,1908b;Berril,1925;
Bertmar, 1962; Arratia & Schultze, 1990; MuñozChapuli et al., 1993) (Fig. 19B).
Dorsalmenteaeste elementoossificaseo hipial dorsal.Estaossificaçãoestáem fase
inicialdeformação,não passandodeumapequenaregiãoarredondadaao redordos
pontos de ancoragemdosligamentosentre este elementoea extremidadeposterior
do basihial. A região posterior do basihial também está em início de ossificação, a
qualseoriginanaextremidadeposterior(regiãodeinserçãodoligamentoop.cit.)ese
estende anteriormente, todavia, não ultrapassando a linha vertical que passa pela
bordaanteriordoarcohioide(Fig.19B).Vari(1983)reportaeilustraduasossificações
distintasnobasihial:umaposterior, chamadadebasihial,na linhamedianae outra,
portadoradedentes,queabrangetodaaáreadeexpansãolateral(emformade“T”)e
se sobrepõe dorsalmente ao basihial, chamada de placa dentígera basihial. Neste
estágionãoindíciosdedentesoudeossificaçõesanterioresnacartilagembasihial.
O urohial, que se desenvolve sobre o tendão e músculo sternohyoideus
propriamente dito, está bem consolidado, especialmente em sua porção anterior. Os
doisramosanteriores,queseossificam sobreotendão,nãose fundemmedialmente
(Fig. 20B). Posteriormente, este elemento se estende pouco além do limite posterior
do arco hioide. Em vista lateral, evidenciase sua lâmina medial que se projeta
dorsalmente,partindodopontoposterioraoforâmenhipobranquialeseestendendo
alémdolimitedafaceventral(Fig.20C).
AsossificaçõesdosceratobranquiaisIaVpermanecem conformedescritasno
estágio anterior, com mineralizações adicionais partindo do centro em direção às
extremidades. Este mesmo padrão é encontrado nos epibranquiais I a IV. Nestes
elementos a ossificação se estendetambém aos processos uncinados dorsais, exceto
naextremidade,quepermanececartilaginosa.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
77
A placa dentígera suprafaríngea está mais associada com a extremidade
posteriordofaringobranquialIVquecomaextremidademedialdoepibranquialIVNão
sinaldecoossificação, umavezquenenhumdoselementosassociadosapresentam
qualquersinaldemineralizaçãonestaspartes.
Nacópulaanterior,osbasibranquiaisIIeIII,permaneceminalteradosenão
sinaldeossificaçãodaextremidadeanteriordacópula.
Osquatroraiosbranquiostégios estãomaislargos.Porém énítidoqueaoeixo
centraldecadaumémaisespesso,ficandomaisfinonasbordas.
‐25ºdiaapóseclosão(30,6mmCP,Fig.21):
AcartilagemdeMeckelpodeservistaportransparência,tendosidoreduzidaa
uma fina barra, na região posterior da maxila inferior. Este estado permanecerá
mesmonosadultos.
Acartilagemprimordialdopalatoquadradoestámaisreduzidaquenoestágio
anterior, se restringindo à região ventral, na articulação do quadrado com o
metapterigoide. A cartilagem do autopalatino resquício do processo pterigoide
permanececomformatonodular,semqualquersinaldeossificação.
A cartilagem primordial da placa hiosimplética permanece nas extremidades
originais (i.e., extremidade anterior do simplético e dorsal da hiomandíbula). Além
destes pontos, ainda está presente entre as suas duas ossificações (i.e. simplético e
hiomandibular),unindoas(cf.cartilagemsimplética).
A cartilagem do interhial continua restrita à extremidade dorsal deste
elem
ento.
Nos cerato e epibranquiais as cartilagens primordiais se restringem às
extremidadesarticulares, incluindoasextremidadesmediaisdosprocessosuncinados
dos epibranquiais. Esta condição que permanecerá mesmo nos adultos. O
pseudoepibranquial V (usualmente identificad
o como epibranquial V v. discussão)
permanece cartilaginoso e nunca sofre qualquer processo de ossificação mesmo em
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
78
adultos. Apesar de ligeiramente maior que no estágio anterior, não sofre qualquer
alteraçãodeforma,tendoalcançadosuaformafinal(estágioadulto).Evidenciaseum
delicado ligamento partindo do limite dorsal do pseudoepibranquial V e se inserindo
nafaceventroposteriordoprocessouncinadodoquartoepibranquial.
As cartilagens dos faringobranquiais I a IV, localizadas nas extremidades
mediais (região dorsal) dos respectivos epibranquiais continuam se degenerando.
Somentesãoperceptíveisnasextremidadesdecadaelemento.A cartilagemdoquarto
faringobranquial é a mais preservada e mais longa de todas. Nenhuma alteração de
formaéobservada.
As cartilagens dos hipobranquiais I a III continuam se degenerando, como
descritonoestágioanterior.Aexpansãocartilaginosaanteriornaextremidademedial
do ceratobranquial IV, suposto hb IV + cb IV permanece uniforme (i.e. sem
segmentação)esemdegeneraçãoaparente.
A cartilagem do basihial apesar de estar anda bem definida (com sua forma
primordial)apresentapontosdedegeneração sendo o posterior, omaisevidenteeo
anterior,maissutil,emsuaregiãocentral.(Fig.22).Posteriormente,noeixomedial,a
extremidadeposteriordacópula anterioriniciasuadegeneração,assimcomoacópula
posterior. Nesta última estrutura, a degeneração é muito sutil e predominante em
uma fina linha mediana na face dorsal (Fig. 23A). A cartilagem pósceratobranquial
continuaconformedescritanoestágioanterior,semsinaisdegenerativos.
Osteocrânio:osdentesbucais,assimcomonoestágioanterior,seencontram
implantados no lábio carnoso e não nos ossos (dentário e/ou prémaxilar). Neste
estágio são observadas 2 fileiras de dentes de reposição. Na fileira mais interna
(posterior),osdentespossuemum formato mais cônico e, conformesemovemmais
anteriormente (fileira mais exposta), suas cúspides se expandem. Desse modo, os
dentes,quandoemergem,estãototalmentediferenciadosnoformatocaracterístico
dafamília(Fig.23B).
O prémaxilar está mais desenvolvido, com algumas “ornamentações”,
principalmenteem suaface lateral, devido aocontínuo espessamentoósseo.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
79
Evidenciase a expansão dorsomedial em sua borda posterior. O maxilar, bem mais
pronunciado que o prémaxilar, situase medialmente a este e expandese
ventralmente, excedendo os limites dorsais do dentário. Possui várias fenestras e
algumas delicadas quilhas em sua face lateral. Com um formato grosseiramente
trapezoidal,destacase,emsuafaceanterior,umprocessodelgado,euma expansão
arredondada em sua face posterior. Dorsalmente, afinase abruptamente formando
umprocessodelgado(Fig.23B).
Na maxila inferior, os elementos ósseos estão praticamente com os formatos
finais,encontradosnoadulto.Odentárioéoelementopredominante.Está
consolidado, com sua abertura medial (sensu Castro & Vari, 2004) bem evidente,
localizadaabaixodaborda dorsal, noterçoanterior.Suabordadorsalcurvadadorso
posteriormente, se expande pouco além do limite médio da abertura bucal e se
projeta posteriormente até uma linha vertical que passa pela articulação da maxila
inferiorcomosuspensório.Naregiãoventraldaextremidadeposteriorencontraseo
ossoretroarticular.Tratasedeumelementodiminuto,grosseiramentetriangular.Sua
face dorsal ligeiramente arredondada. Articulase ventralmente com o dentário e
dorsalmente com o ânguloarticular. O osso ânguloarticular situase dorsalmente na
extremidadeposteriordamaxilainferior.Alongasedorsalmenteatéolimitedorsaldo
dentário, situandose lateral e este e afinando em seu terço mais dorsal. No terço
médio, evidenciase uma expansão anterior, que se posiciona medialmente ao
dentárioeseestendeventralmenteatéa basedesteelemento.Suabordaposterioré
relativamentelisa,excetopelocôndiloarticularlocalizadopróximoàsuabaseventral.
Esteéopontodearticulaçãocomoquadrado(suspensório)(Fig.23B).Oossocorono
meckeliano não apresenta mudanças significativas em comparação com o estágio
anterior,sendoumfilamentoósseonosentid olongitudinal,localizadonafacemedial
da maxila inferior, dorsalmente ao processo medial do dentário. Evidenciase a
inserção do tendão de um ramo, provavelmente o ramo A3, do músculo adutor
mandibular, reforçando a hipótese de que este elemento seja originado de uma
ossificaçãosesamoidedestetendão(Fig.23C).
Nosuspensório,oselementosósseosestãomuitopróximosdesuaformafinal,
encontrada nos exemplares adultos. O osso quadrado possui um formato
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
80
grosseiramente triangular, cujo vértice principal é a extremidade anterior, que se
articulacomamaxilainferior.Posteriormentetrêsprocessos,cujasbases,próximas
aovérticeprincipalsecoossificam.Osprocessosdorsalqueéomaisrobusto(largo)
e o longitudinal são os préformados em cartilagem (condrais). O processo mais
lateralediagonalmentevoltadoparabaixo(ventral)édeorigemdérmica.Esteúltimo
processo começou a se coossificar na região anterior e, neste estágio, evidenciase
uma fina lâmina óssea entre seu terço médio e o restante do osso quadrado.
Posteriormente ao processo longitudinal do osso quadrado encontrase o osso
metapterigoide, também condral (cartilagem palatoquadrado). Este elemento se
estende até o limite anterior da hiomandíbula. Dorsalmente, cobre toda a área
inicialmente delimitada pela cartilagem palatoquadrado e, anteriormente, alcança o
limite anterior da órbita ocular. Observase a formação de duas delicadas lâminas
ósseas que se fundem ao osso préexistente unido a porção transversal às duas
extensõeslongitudinais(anterioreposterior).
Oectopterigoideeentopterigoideestãobemformadosemaisextensosqueno
estágio anterior. O ectopterigoide continua mais largo que o entopterigoide e se
estendemedialmenteaoprocessodorsaldoossoquadrado.Aregiãodoautopalatino
continuasemapresentarsinaisdeprocessosdeossificação.
Oossohiomandibularalcançaseuformatofinal.Estáconsolidadocomformato
de um bloco retangular, alinhado transversalmente ao eixo do corpo. Possui várias
ornamentaçõesemsuafacelateraldevidoaoscontínuosprocessosdeossificaçãoque
formam finase delicadas lâminas ósseas.Este ossose estende dorsalmente,
articulandose com o neurocrânio, até, ventralmente,alcançaroosso
simplético. Sua
região ventral é ligeiramente expandida posteriormente, região na qual se articula,
ventralmente,ointerhial.Oosso simplético, situadoanteriormenteaolimite ventral
dohiomandibularestáquasetotalmentedesenvolvido,restandoumapequenaregião
cartilaginosaentreesteosso eohiomandibular.Seuformato,mesmonoadulto,éde
umcilindroliso,alinhado
longitudinalmente.
Os ossos da série opercular estão todos completamente formados, sem
alteraçõesemseus formatos comrelaçãoao estágioanterior.As diferençassefazem
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
81
naespessura,queaumentaráconformeocrescimentodoindivíduo.Oossoopercular
é o elemento mais evidente desta série, articulandose anteriormente com a
hiomandíbula. O subopérculo situase medial ao opérculo e tem um tamanho bem
reduzidoemcomparaçãoàquele.Anteriormenteaambos,localizaseointeropérculo,
que se estende desde a região do osso quadrado até alcançar o limite anterior do
opérculo.
O préopérculo também atingiu seu formato final. Sua face lateral permanece
lisa. Localizase anteriormente ao opérculo, margeando toda a borda anterior deste
osso e se estendendo, afinando anteriormente, até a região do quadrado.
Anteriormente,aolongodocanalpréopercular,encontramsetrêspequenoscilindros
ocos. O mais posterior, próximo ao préopérculo, está ligeiramente mais corado,
indicando talvez uma maior consolidação óssea. Neste estágio surgem os dois mais
anteriores. Estes elementos constituem os subpréopérculos (sensu Roberts, 1973b)
ou porção anterior do préopérculo (sensu Winterbottom, 1980; Vari, 1983; Castro &
Vari,2004)epermanecerãoimutáveisemformaenúmeromesmonosadultos.
Os elementos do arco hioide encontramse praticamente em seus formatos
finais.
Oceratohialanteriorestáconsolidadonopontomédioe,medialmente,quase
alcança os hipiais. Sua extremidade medial apresenta a morfologia descrita nos
adultos (cf. Vari, 1983; Castro & Vari, 2004), sendo bifurcada, com os dois ramos
ósseos parcialmente circundando o forâmen para a passagem da artéria hioide
aferente,nafacedorsolateraldoshipiais.Estaartéria,apósapassagempeloforâmen,
correlateralmenteaoceratohialanteriore, sequencialmente,penetranesteossona
região bifurcada. Na realidade, nos estágios anteriores, essa artéria corre
externamentee,comoavançodaossificação,esta“cobre”aartéria,criandoumduto
(Fig. 23D). O ceratohial posterior está totalmente consolidado, não sendo mais
possíveldistinguiroscentrosdeossificaçãoprimordiais(principaisecomplementares),
que eram os pontos de inserção dos ligamentos e/ou tendões. O interhial com seu
formatocilíndrico,estátotalmenteformado,ossificandoseaoredordesuacartilagem
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
82
primordial e, posteriormente, consolidado, exceto pela extremidade dorsal, com
ossificaçãosomenteaoredordacartilagem.
Os hipiais ventral e dorsal estão totalmente formados. O hipial dorsal, sendo
mais evidente que o ventral. Ambos, a partir dos respectivos centros principais de
ossificação, crescem e se expandem até o forâmen da artéria hioide aferente,
circundandoo(Figs.22e23D).
Na linha mediana, o basihial apresenta algumas modificações importantes. A
ossificação do basihial propriamente dito, conforme relatado no estágio anterior, se
inicianaextremidadeposteriordacartilagemprimordial,nopontoemqueseinsereo
ligamentoentreobasihialeoprimeirobasibranquial,eseestendeprogressivamente
paraaregiãoanterior.Estaossificaçãoencontrasemaismineralizadaemcomparação
com o estágio anterior, porém ainda não se estende além dos limites anteriores do
hipialdorsal(Fig.22C eD).Neste estágioapareceaossificação da placadentígera do
basihial ( sensu Vari, 1983). Nos exemplares de 24,4 mm CP ainda está muito sutil,
apesardelevementecorada(Fig. 22A).Tem inícionaface dorsaldaregiãoanteriore
centraldacartilagemprimordial dobasihial(Fig.22Ae C)ese espalhaemtrêseixos
principais:lateraise posterior.Nosexemplarescom30,6mmCPesta ossificaçãoestá
mais mineralizada (consequentemente mais corada) e mais expandida, alcançando,
posteriormenteolimitedaossificaçãodobasihial.Lateralmente,aoalcançaraborda
dacartilagemprimordial, seestendeventralmente, mantendosesempreaoredorda
cartilagem. Não sinais de ossificação endocondral nesta estrutura. Apesar de ser
reportadacomoplacadentígera,nãoindíciosdedentesnestaestrutura.
O urohial mantém seu formato conforme descrito no estágio anterior, sem
modificaçõessignificativas,exceto,comoesperado,deumaumentoemsuaespessura.
Aossificaçãodos hipobranquiais IaIII, que se iniciounaextremidade anterior
das cartilagens primordiais, principalmente nos pontos de inserção dos ligamentos
anteriores se estende, pericondralmente, posterior e lateralmente. No entanto, não
ultrapassando o terço anterior. Não sinal de ossificação do hipobranquial IV que,
presumese,estejafundidocomacartilagemdistaldoceratobranquialIV.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
83
Os ceratobranquiais I a V alcançam seu formato definitivo. Os quatro mais
anteriorespossuemum formatocilíndrico.Noentanto,emsuaface ventral,devidoà
passagem das respectivas artérias e nervos branquiais eferentes, a ossificação se
estendedorsalmenteemineralizaasbordasdestasestruturas,criandosulcosparasua
passagem. Estes sulcos não são observados no quinto ceratobranquial que, como
descrito anteriormente, possui uma lâmina óssea medial, portando os dentes
faringianos inferiores. Os epibranquiais I a IV seguem o padrão descrito para os
ceratobranquiais, porém, as artérias e nervos branquiais eferentes, correm na
superfície dorsal destes elementos, local onde se encontram os sulcos ósseos. Os
epibranquiais ainda não estão tão consolidados quanto os ceratobranquiais. Nos
processos uncinados, não sulcos e a ossificação está ligeiramente mais delicada,
principalmentenasextremidadesdistais(Fig.23DeE).
Todos os elementos faringobranquiais iniciaram os processos de ossificação
pericondral. O primeiro faringobranquial, o menor elemento desta série, está
ossificado apenas em uma pequena região na extremidade próxima à extremidade
medial primeiro epibranquial. Os faringobranquiais II e III são os elementos mais
ossificados neste estágio.Com exceçãode suasextremidades, o restante foi
mineralizado. No quarto faringobranquial, apesar de ser o maior elemento (ainda
cartilaginosoemsuamaioria),aossificaçãoserestringeàfacemedial,sendoumafina
linhaóssea(Fig.23DeE).
A placa dentígera suprafaríngea apresenta formato grosseiramente circular,
portandoinúmerosdentesdetamanhoreduzido,emsuafaceventral.Suafaceventral
está fundida com a extremidademedial do epibranquial IV e intimamente associada,
semfusão,comaextremidadeposteriordofaringobranquialIV
Nacópulaanterior,osbasibranquiaisIIeIII,estãoligeiramentemaislongosque
noestágioanterior.Ofatomarcantedesteestágioéoiníciodeossificaçãodoprimeiro
basibranquial. Sua ossificação tem início sequencialmente à ossificação do basihi al e
ocorre principalmente no ponto de inserção do ligamento entre a extremidade
anterior da cópula anterior e a extremidade posterior do basihial, provavelmente
devido ao mesmo motivo: fortalecimento deste ponto onde se ancora o ligamento
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
84
(Fig.22CeD).Umaveziniciada,aossificação(pericondral)seestendeposteriormente,
aoredordacartilagemprimordial.
Na cópula posterior evidenciase o início de uma ossificação, restrita à face
dorsal da cartilagem primordial. Esta ossificação, de origem dérmica,formaráaplaca
dentígera do quarto basibranquial. Neste estágio encontrase muito delicada, sendo
uma fina e delgada “placa” óssea que se estende aproximadamente, por uma linha
imaginária que passa pelas extremidades anteriores das cartilagens mediais do
ceratobranquialIV(aqualincluitambémohipobranquialIV,quenãosesegmenta)até
suas extremidades posteriores (Fig. 23A). Não quaisquer sinais de formação de
dentes.
Os quatro raios branquiostégios alçaram o característico formato final,
encontradonosexemplaresadultosdafamíliaProchilodontidae(cf.Vari,1983;Castro
&Vari,2004),comoalargamentotransversalemambososladosdecadaraio.
‐46ºdiaapóseclosão(39,6mmCP,Fig.24):
Neste estágio todas as estruturas cartilaginosas primordiais desapareceram,
restando somente as cartilagens entre as articulações ósseas, conforme descritas no
estágio anterior. Serão mencionadas somente as estruturas,cartilaginosasouósseas,
que sofreram alguma mudança significativa em comparação ao estágio anterior. As
demaispermaneceramsemmudançasem suaformatendo, contudo, aumentadoem
tamanhoconformeoexemplarcresce.
A cartilagem do interhial continua restrita à extremidade dorsal deste
elemento,naregiãoarticularcomosuspensório(regiãohiomandibular).Contudoestá
reduzida em comparação com o estágio anterior, se apresentando como uma fina
“capa”sobreoossointerhial.
AscartilagensdoshipobranquiaisIaIIIcontinuam sedegenerando,conformea
ossificação pericondral avança. Estão restritas aos limites pósteromediais de cada
elemento.Noslimiteslaterais articulaçãocomosrespectivos ceratobranquiais
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
85
uma fina linha cartilaginosa, quase imperceptível. A cartilagem medial do
ceratobranquialIV(supostohbIV+cbIV)nãoapresentasinaisdegeneração.
Acartilagemdobasi hialapresentacertadegeneraçãonasuaporçãoposterior,
naregiãoquefoienvolvidapelaatividadeósseadeformaçãodoossobasihial.
Osteocrânio
: neste estágio são observadas várias fileiras de dentes bucais
implantadasnolábio.Noentanto,cadafileira nãoéisolada,sesobrepondoàsdemais.
Os dentes mostram uma nítida progressão em seu desenvolvimento conforme
caminham das fileiras mais profundas e posteriores até sua completa formação (e
diferenciação),estantesantesdeemergirem(Fig.25A).
A região mediana do prémaxilar es
mais extensa e apresenta um processo
pontiagudodirigidomedialmente,alcançandoalinhamediana.Nãosenotanenhuma
modificaçãonomaxilar(Fig.25A).
Na maxila inferior, destacase o aumento do osso ânguloarticular,
principalmente pelo desenvolvimento de seu processo dorsal, ultrapassando
ligeiramenteolimite dorsal dodentário.Esta é acondiçãodefinitiva deste elemente.
Na região medial da maxila inferior, o osso coronomeckeliano está claramente mais
espesso,comformadeclava,cujaregiãoanteriorésutilmentemaisgrossa(Fig.25B).
Nosuspensório,algumasmudançassubstanciaispodemsernotadas(Fig.24B).
O processo mais lateral (de origem dérmica) do osso
quadrado está completamente
fundidocomoossopropriamentedito,sendoimpossíveldelimitaloindividualmente.
As lâminas ósseas do osso metapterigoide também estão totalmente fundidas ao
referidoosso.Oectopterigoidedesenvolveuma“quilha”ósseadirigidaanteriormente
em seu terço mais ventral (processo ânteroventral sensu Vari, 1983; Castro & Vari,
2004), aumentando substancialmente sua espessura ness
a região. Na região central
desteelemento,umprolongamentodeseuslimiteslaterais,envolvendooresquício
cartilaginoso do processo pterigoide primordial (Fig. 25C). O entopterigoide também
desenvolveumagrandeefinalâminaósseadorsalmente.Destemodo,passandoa ser
maisespessoeevidentequeoectopterigoide.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
86
Destacase,neste estágio,aossificação doautopalatino.Ela teminícionaface
lateral da cartilagem expandida na extremidade anterior do processo pterigoide
(regiãoautopalatino).Opontoondeseiniciaaossificaçãoéaregiãoondeseinsereo
ligamento que une esta estrutura (e toda a parte ânterodorsal do suspensório) ao
neurocrânio,especificamente,àfaceventraldoossomesetmoide.Apartirdesteponto
inicialdeossificação,queseencontramaiscoradoeespesso,aossificaçãoseespalha,
pericondralmente, em todas as direções. No entanto, o osso autopalatino ainda não
passadeumpequenonóduloósseo.(Fig.25C).
Ocasionalmente, alguns indivíduos, apresentam os dois elementos subpré
operculares mais posteriores, localizados anteriormente ao opérculo, fundidos, como
apresentado na Fig. 24B. No entanto, isto não é consistente em todos os indivíduos
deste estágio que foram analisados. A maioria apresenta os três subpréopérculos
separados, mesmo que muito próximos entre si. Esta morfologia é apresentada
tambémemindivíduosjovens,completamenteformados(cf.MZUSP4271897,9mm
CP).
Dentre os elementosdo arco hioide, o único a sofrer algumamodificação é o
basihialesuacoossificaçãoaplacadentígeradobasihial(sensuVari,1983).
A ossificação do basihial continua sua progressão pericondral anteriormente,
ultrapassando,sutilmente,olimiteanteriordoshipiaisdorsais,i.e.alcançandooterço
posterior da placa dentígera do basihial. Somente em sua extremidade posterior
observasesuaconsolidação,com substituiçãodacartilagemportecidoósseo(Fig.25D
eE).Aossificaçãodaplacadentígeradobasihialestáclaramente visívelecobretodaa
face dorsal da cartilagem primordial, com exceção da margem anterior. Está mais
espessa,especialmentenaslaterais.Com oespessamentodorsaldesigual,formamse
váriasdepressões(pequenas“crateras”)(Fig.25DeE).Nãoindíciosdedentesnesta
estrutura,mesmoemexemplaresjovenseadultos.
O urohial atinge seu formato geral definitivo, presente em adultos, com as
suas abas laterais, em vista dorsal, formando um triângulo, com a base voltada
posteriormente (Fig. 26A). Porém, ainda não estão fusionados os dois processos
anterioresdesteelemento.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
87
Os hipobranquiais I a III estão totalmente ossificados pericondralmente, com
vários pontos, em cada elemento, de ossificação mais interna, substituindo a
cartilagem e consolidando o osso. Não sinal de ossificação do hipobranquial IV
(presumesequeestejafundidocomacartilagemdistaldoceratobranquial IV).Apesar
de haver um fino processo ósseo que acompanha toda a face lateral da extensão
anteriordacartilagemdoceratobranquial IV, esteprocessoem nada envolvecentros
deossificaçõesnaregiãoanteriordestacartilagem(quepudessemrepresentaroinício
deformaçãodohipobranquialIV).Tratasedeumaossificaçãotardiaqueseoriginano
próprioceratobranquialeseestendeanteriormente.
Osossosfaringobranquiais Ia IIIatingem
suaformafinal,apesardeaindanão
estarem consolidados em suas extremidades. O processo de consolidação, i.e.
substituição interna da cartilagem por tecido ósseo, tem a mesma sequência da
ossificação perindral, se iniciando no centro de cada elemento e estendendose para
aslaterais.Oquartofaringobranquialestácomaossificaçãorestrita
aoredorcentroda
cartilagemprimordial.Aolongodesuacurvaturaventral,otecidoósseoquasealcança
asextremidades.(Fig.26B).
A placa dentígera suprafaríngea chega à sua forma definitiva, com formato
grosseiramente circular e portando inúmeros dentes de tamanho reduzido, em sua
faceventral.AsuafusãocomoprocessomedialdoepibranquialIVéfracaefacilmente
separamseesteselementos.
Os ossos basibranquiais I a III, que se originam pericondralmente em três
centros distintos na cópula anterior estão evidentes e distintos. O basibranquial I se
estende posteriormente e está consolidado somente na extremidade anterior. Os
basibranquiaisIIeIIIestãomaislongos,comasbordasdorsaismaisdesenvolvidasque
as ventrais. Estão consolidados em seus centros e esta substituição de matriz
cartilaginosaporósseaseestendeparaasextremidades(Fig.26C).
A ossificação da placa dentígera do basibranquial IV, que se origina na face
dorsal da cópula posterior, se restringe a esta posição, nunca se desenvolvendo
lateralmente ou substituindo a cartilagem primordial por osso, uma vez que tratase
de uma ossificação dérmica. se encontra com seu formato definitivo, não
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
88
alcançando as extremidades anterior ou posterior da cartilagem da cópula posterior
(Fig. 26C). Nãoapresenta sinaisde formaçãode dentes,os quaisnunca se
desenvolvemmesmoemindivíduosadultos.
‐49ºdiaapóseclosão(57,2mmCP)ejuvenil(97,9mmCP):
Estes estágios são representados para ilustrar a completa formação dos
elementos do esplancnorânio, os quais ainda não estavam completamente
desenvolvidosnosestágiosanteriores.
Naregiãomaxilarsuperior,os ossosestãototalmenteformados,alcançandoa
morfologia dos adultos (sensu Vari, 1983; Castro & Vari, 2004 e obs. pess.). A pré
maxilaagorapossui,nitidamente,oprocessoânterodorsalparaocontatocom oosso
mesetmoide e maxila se caracteriza pelo seu formato característico dos
Prochilodontidae,comumgrandedesenvolvimentodacurvaturalongitudinalevertical
dolimiteposterior(Fig.27A).
Na região medial da maxila inferior, o osso coronomeckeliano apresenta sua
forma definitiva, com sua porção posterior alinhada horizontalmente e
adicionalmente,suaossificaçãoseestendeânterodorsalmente,acompanhandotodaa
inserção do tendão do ramo (A3?) do músculo adutor mandibular (Fig. 27B),
conferindo um formato de “L” invertido (supostamente caracteres derivados de
Prochilodus+IcthyoelephassensuCastro&Vari,2004).
Nosuspensório(Fig.27C),todososelementosósseoshaviamalcançadoseus
respectivosformatosdefinitivos.Log
onãoserãocomentadosnovamente.Odestaque
é para o avanço do desenvolvimento da autopalatino. Sua ossificação começou na
região lateral e se estende, pericondralmente, por toda a área cartilaginosa da
extremidade anterior do processo pterigoide primordial. Além de recobrir toda a
cartilagemprimordial,aossificaçãoseintensificanoponto
lateral,criandoumaampla
e resistente área para a sua articulação com o mesetmoide (Fig. 28A). Esta base
articular continua se desenvolvendo acompanhando o crescimento do indivíduo (Fig.
28B).Apartirdesteponto,apresentaamorfologiadefinitiva.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
89
Os elementos do basihial são os últimos a atingirem sua forma definitiva. O
basihial propriamente dito está totalmente formado, com a aparência de um cone,
cujoápiceselocalizaposteriormente,nalinhamediana,entreoshipiaiscontralaterais.
Estátotalmenteconsolidadoatéoterçomaisposterior.Anteriormentenãosinalde
ossificação interna à cartilagem, a qual permanece mesmo nos jovens e adultos. Sua
extremidade anterior se estende além dos limites anterior dos hipiais. Sobre a
cartilagembasihialprimordial,encontrase,cobrindoa totalmente,aplaca dentígera
do basihial, também em sua forma definitiva característica de um “T” apontado
anteriormente. Não qualquer sinal de invasão da ossificação na parte interna da
cartilagem.Esteelementoafinaposteriormentesobrepõeseaobasihial(Fig.28C).
O urohial está totalmente formado, com suas amplas abas ventrais. Neste
estágioosdoisprocessosanteriores,quesedesenvolvemsobreotendãodomúsculo
sternohyoideus,fundemsemedialmente,delimitandooforâmenhipobranquial,paraa
passagem do ramo ventral da artéria hipobranquial que se dirige anteriormente,
irrigandoamaxilainferior(Fig.28C).
Todooesqueletodosarcosbranquiaisestáemsuaformadefinitiva(Fig.28D),
semalteraçõescomrelaçãoaoestágioanterior.Contudo,oprocessodeossificaçãodo
quarto faringobranquial completa sua formação e este elemento destacase como o
maior de toda esta série. A ossificação se estende desde sua curvatura ventral, onde
teve início, espalhandose dorsalmente (Fig. 29A) e finalmente consolidando o osso
(Fig.29B).
Os ossos basibranquiais derivados da cópula anterior i.e. I a III estão
totalmenteformados,assimcomonoestágioanterior.Porémestãomaisconsolidados
etalmudançaacontecerádurantetodaavidadosindivíduos,assimcomonosdemais
ossos. Destacamse os dois processos dorsais, alinhados medianamente, do
basibranquial II. O processo dorsal anterior se sobrepõe ligeiramente sobre a porção
posterior do basibranquial I e o processo posterior, sutilmente na região anterior do
basibranquialIII(Fig.29C).
AplacadentígeradobasibranquialIV,resultadodeumaossificaçãodérmicana
face dorsal da cartilagem da cópula posterior, permanece como descrita
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
90
anteriormente, sendo somente uma lâmina óssea sobre a face dorsal da cópula
posterior(Fig.29C).

Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
91
Desenvolvimento do esplancnocrânio de Pseudoplatystoma coruscans, incluindo
condrocrânioeosteocrânio.
‐diaapóseclosão(3,8mmCP,Fig.30):
A cartilagem do autopalatino está presente, com formato grosseiramente
arredondado, porém seu limite não é evidente. Está situada na base do barbilhão
maxilar. Este elemento possui uma estrutura cartilaginosa, com uma fileira de
condrócitos achatados, separados entre si por uma pequena quantidade de matriz.
Nestaespécie,osbarbilhões sãomuitodesenvolvidos, mesmoemestágiosiniciaisdo
desenvolvimento. O barbilhão maxilar, neste estágio, alcança quase a metade do
comprimento total da larva. Encontrase ancorado superficialmente (aparentemente
napele)eestásituadodorsalmenteàcartilagemdeMeckelaproximadamenteemseu
terço mais posterior, próximo da articulação com a cartilagem hiosimplética. As
cartilagensdosbarbilhõesmentonianosexternostambémestãopresentes,porémem
umgraudedesenvolvimentoinferior.Mesmoassim,paraesteestágio,aindasãobem
desenvolvidos.Originamseaproximadamentesobalinhamédiadacadacartilagemdo
arco hioide e se alongam até a cintura peitoral. Os barbilhões mentonianos internos
estãopresentessomentecomo“brotos”,aindanãotêmformafilamentosa.Localizam
se próximos à linha mediana, na região ventral da cabeça, justamente sob o arco
hioide.Nenhumaplacacartilaginosaassociadaaessesbarbilhõesfoiobservada.
Acápsulaótica,localizadadorsoposteriormentenoneurocrânio,estáformada
bem definida. Em sua região anterior, articulase, ventralmente, uma placa
cartilaginosadispostalateralmente.Estaplaca, deformatogrosseiramente triangular,
apresenta um forâmen na parte mais dorsal e mais anterior. Tratase da hio
simpléticapterigoquadrada (sensu Arratia, 1990), sendo o referido forâmen, para a
passagem para o ramo hiodeomandibular (sensu Arratia, 1992) do sétimo par de
nervoscranianos(n.facial).Naporçãodorsaldesuabordaposterior,umprocesso,
voltadoposteriormente.Este éoprocesso opercular.Ventralmenteaeleseencontra
um “prolongamento” cartilaginoso. Este elemento, identificado como interhial, é
contínuo (fundido) com a placa hiosimplética e com a barra cartilaginosa do arco
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
92
hioide.Apesardestafusãoépossívelnotarquesetratadeumaestruturadiferenciada
estruturalmente, apresentando os condrócitos menores e em maior quantidade de
matriz,quandocomparadaàestruturadoarcohioideoudaplacahiosimplética.
Na extremidade ventral da placa hiosimplética esta placa está articulase,
anteriormente, outra barra cartilaginosa, disposta longitudinalmente. Esta barra
sustenta a parte inferior da mandíbula. É a chamada cartilagem de Meckel. Neste
estágio,acartilagemdeMeckelestá formadaecircundaa borda bucaldamandíbula
(maxila inferior) em toda sua extensão (ambos os lados), como uma barra contínua,
fundindose medialmente. Neste ponto, existe uma área arredondada,
estruturalmentedistinta,ondeaconcentraçãode“condrócitos”émenosdensadoque
aencontradanorestanteda cartilagemdeMeckel.Estabarracartilaginosaapresenta
umprocessorudimentardeformatriangular,fracamentecorado,queestásituadono
terço posterior, próximo à articulação com a cartilagem hiosimplética e voltado
dorsalmente.Tratasedoiníciodoprocessocoronoide.
Posteriormente à cartilagem de Meckel, em vista ventral, encontrase a
cartilagemprecursoradoarcohioide,sucedidapelascartilagensdosprimeirosquatro
paresmaisanterioresdeceratobranquiais.Acartilagemdoarcohioideéformadapor
umpardebarras,maisespessassecomparadasàscartilagensdosceratobranquiaise
articulase (fundese) distalmente, ao interhial. Apesar de estarem muito próximas
medialmente,podemse notarseus limites(nafusãomedialmente).Oarcohioide,
em vista ventral, tem um formato mais côncavo em comparação à cartilagem de
Meckel.
As cartilagens dos ceratobranquiais são cilindros cartilaginosos (bastões)
delicados, e estão dispostas diagonalmente à linha mediana. Os três pares mais
anteriores são praticamente de mesmo tamanho e espessura. O qua rto par (mais
posterior)estámuitosutilemenor.Oslimitesdistaisdestascartilagenssãoclaramente
definidos. No entanto, medialmente, estas barras cartilaginosas estão fundidas com
outramassacartilaginosaímpar,grosseiramenteovalada,localizadanalinhamediana.
Tratasedacópulaanterior.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
93
Não indícios dos hipobranquiais. Os epibranquiais I a IV estão presentes,
sendobastõescartilaginososlisosefinos,comaproximadamentemetadedaespessura
e um terço do comprimento dos ceratobranquiais. Articulamse com estes nas suas
extremidades distais. A cartilagem nodular do pseudoepibranquial V (usualmente
identificadocomoepibranquialVv.discussão)estáausente.
Osteocrânio
: Em toda borda bucal encontramse inúmeros dentes cônicos.
Estão ancorados, dorsalmente, no os prémaxilar que surge como um filamento, não
corado, na região anterior da cabeça (região da cartilagem etmoidal), logo abaixo do
neurocrânio. O osso maxilar também está presente em estágio iniciais do
desenvolvimento. Também possui forma filamentosa e não está corada. Circunda o
limite ante
rior da cartilagem do autopalatino (pars autopalatina de Arratia, 1990) e
suportaacartilagemdobarbilhãomaxilar.Ventralmente,osdentesseancoramnoos
dentário,queseformaaoredordacartilagemdeMeckel.Aindaestámuitosutil,não
corado,seestendendo logoapósasínfisedacartilagemdeMeckelatéquase oinício
doprocessocoronoide.
Naindíciosdosraiosbranquiostégios.
‐diaapóseclosão(4,2mmCP,Fig.31):
A cartilagem do autopalatino está evidente, com um formato grosseiramente
triangular.Suaporçãomais posterior,voltadamedialmente,searticulacomaporção
anteriordoneurocrânio,naregião nasal(solumnasi). Nãomudançassignificativas
nos comprimentos dos barbilhões maxilares e mentonianos externos. O barbilhão
mentoniano interno se desenvolve um pouco mais, sendo um pouco mais saliente,
masaindanãopassadeumapequenapregadepele,filiforme.
A porção mais dorsal da cartilagem hiosimplética expande no sentido eixo
ânteroposterior. O processo opercular está mais nítido, ficando mais alongado
posteriormente.Surgeoprocessopterigoide,localizadonabordaanteriordestaplaca
cartilaginosa. Neste estágio, essa estrutura tem formato arredondado, com pequena
projeçãoanterior,cujoslimitesanterioresnãosãototalmentedefinidos.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
94
Oprocessocoronoide,dacartilagemdeMeckelestáligeiramentemaisextenso
que no estágio anterior, exibindo o formato triangular, com uma base larga. No
entanto,oslimitesdorsaisnãosãoprecisos.
um alongamento distal e espessamento dos ceratobranquiais I IV. Os
quatro primeiros tendo, aproximadamente, o mesmo comprimento. Surge o
ceratobranquial V, pouco mais longo que a metade do comprimento do quarto
ceratobranquialemaisfino.
Acópulaanterior aindapersistecomoumamassa cartilaginosauniforme,sem
indíciosdelimitaçãodoshipobranquiais.
Os quatro epibranquiais se alongam, mantendo a espessura ainda fina em
comparaçãoaos respectivosceratobranquiais.Aexceçãoéoquartoepibranquial que
aumenta muito sua espessura, principalmente na extremidade medial, com quase o
dobrodaespessuradoquartoceratobranquial.
Osteocrânio: o osso maxilar está mais desenvolvido, aumentando em
comprimento. O dentário e a prémaxila continuam quase imutáveis. No limite
posteriordaextensãoqueformao processoopercular uma“capa”óssea formada
por uma ossificação pericondral deste processo. Posteriormente a ele, um
filamento mais rígido, de ossificação dérmica. Apesar de não haver nenhuma
coloração,tratasedoiníciodosfilamentos(“splints”)ósseos,precursoresdoopérculo.
Na cesta branquial surge, dorsalmente, uma placa óssea, suportando dentes
cônicos. É a placa dentígera, localizada próxima à extremidade medial do quarto
epibranquial.
‐diaapóseclosão(4,5mmCP,Fig.32):
Nãomudançassignificativasnacartilagemdoautopalatino.umpequeno
aumento no comprimento dos barbilhões maxilares, que alcançam pouco mais da
metadedocomprimentototaldalarva.Osbarbilhõesmentonianosexternostambém
estão mais longos, com aproximadamente metade do comprimento do barbilhão
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
95
maxilar.Obarbilhãomentonianointernodobraseucomprimentoeficaevidente,mas
ainda é muito sutil e mais fino que os demais e não alcança a base do barbilhão
mentonianoexterno.
A placa cartilaginosa hiosimplética se mantém quase inalterada, com relação
aoestágioanterior,excetopelopequenoalongamentodoprocessoopercular, devido,
principalmente,aoaumentodaossificaçãoenãodacartilagem.Oprocessopterigoide
continuasutil,comlimitesnãomuitoclaros,nãopassandodeumpequeno“bulbo”.
O processo coronoide, da cartilagem de Meckel está mais extenso que no
estágioanterior.Apesardeseuslimitesdorsaisnãoseremmuitoevidentes,épossível
observar que mantém o formato triangular e uma base larga. Seu ápice quase
alcançandoalinhahorizontalemquesesituaoautopalatino.
Ascartilagensdoarcohioidedesenvolvemacurvaturaposteriorcaracterística.
Esta se situa principalmente em sua porção mediana, atingindo quase o terceiro
ceratobranquial. Estendese para ambos os lados, diminuindo progressivamente. Na
porçãodistal,atingequaseateopontodearticulaçãocomointerhial.Medialmente,
terminapoucoantesdaregiãodoshipiais.
Os três primeiros pares de ceratobranquiais mantêm o mesmo formato do
estágio anterior. O quarto e o quinto ceratobranquiais se alongam distalmente. O
quinto,nãoalcançandoocomprimentodosdemais.
A cópula anterior persiste como uma massa cartilaginosa. Porém, os
hipobranquiais I, II e III estão claramente distintos em suas extremidades distais.
Apesardisso,aindaestãoconectados,distalmente,aosrespectivosceratobranquiaise,
medialmente,àcópula anterior.Posteriormenteao terceiro hipobranquial, iniciase a
separaçãodacópulaposterior,umamassacartilaginosauniforme.Nacópula anterior,
em sua região mediana, destacase uma área central (cópula anterior sensu Nelson,
1969). Os epibranquiais IIV se alongam mais e atingem cerca de dois terços do
comprimento dos respectivos ceratobranquiais. Ainda permanecem como bastões
lisos. Nas extremidades mediais do terceiro e quarto epibranquiais surgem duas
massas cilíndricas, dispostas longitudinalmente. A mais posterior, corresponde ao
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
96
quartofaringobranquialeestáintimamente associado àplacadentígerafaringiana.A
massa cartilaginosa anterior está conectada a ela, porém seus limites não são
definidos.Essaporçãomaisanteriorémenor,com cercademetadedocomprimento
doquartofaringobranquial.
Osteocrânio: o osso prémaxilar está mais alongado posteriormente, portanto
mais dentes, assim como o dentário. Este mantém sua razão de ossificação, não
chegando à base do processo coronoide. No entanto, está maior que no estágio
anterior, devido ao contínuo aumento da cartilagem de Meckel na região mediana,
servindodesuporteparaaossificaçãododentário.Amaxilaestámaisdesenvolvida,se
alongandonabasedobarbilhãomaxilar.
A ossificação pericondral do processo opercular continua imutável.
Posteriormente a ele, um segundo filamento ósseo, voltado ventralmente. Está
localizado próximo à base do filamento anterior, com cerca de um quinto de seu
comprimento.Amembranadofuturoopérculoaindanãopodeserobservada.
Na cesta branquial surge, a placa dentígera faringiana porta somente três
dentes cônicos. Em adição e eles, surge um dente na região medial do quinto
ceratobranquial, sem, contudo, estar claro uma ossificação dérmica ou pericondral
nestaregião.
Em um dos exemplares foi observado um raio branquiostégio, localizado
lateralmenteaolimiteposteriordoarcohioide.
‐diaapóseclosão(4,8mmCP):
Nenhuma modificação relevante. Somente aumento de todas as estruturas
existentesnoestágioanterior.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
97
‐diaapóseclosão(5,0mmCP,Fig.33):
Olimiteposteriordoautopalatinoestámaior,voltadoligeiramenteparaalinha
mediana.Emvistadorsal,ultrapassaamargemposteriordacartilagemdeMeckel.
Os barbilhões maxilares não apresentam um alongamento significativo em
relação ao estágio anterior e, com o aumento do comprimento do corpo, sua
proporção diminui, não alçando a metade do comprimento padrão. Os barbilhões
mentonianosexternos estãomaislongos,ultrapassandoametadedocomprimentodo
barbilhão maxilar. O barbilhão mentoniano
interno também está mais longo, com
cercadodobrodotamanhonoestágioanterior.Seupontomédionalinhadabasedo
barbilhãomentonianoexterno.
A região dorsal da placa hiosimplética está mais alongada ântero
posteriormente.Oprocessopterigoidesealong
aanteriormente,tomandoaformade
uma fina haste. Seus limites são de difícil distinção, mas é possível ver, pela reflexão
diferencial da luz, que seu ponto mais anterior não alc ança o limite posterior do
processocoronoide.
Na cartilagem de Meckel, o processo coronoide continua a crescer,
ultrapassandoalinhahorizontalquepassapelabase(ventral)doautopalatino.
Na cesta branquial, as cartilagensdoarcohioideestãonitidamenteseparadas
na linha mediana. Mesmo assim, ainda tecido cartilaginoso unidoas, e com a
cópulaanterior.
Acópulaanteriorpropriamente dita(sensuNelson,1969)estámaisevidentena
linha median
a. Consiste de uma região alongada medianamente, contatando as
cartilagensdoshipobranquiaisIIIImaisacópulaposterior.Oquintoceratobranquial
quase alcança, em comprimento, o quarto ceratobranquial. Os hipobranquiais I III
estão ainda mais definidos, mas continuam fundidos com os respectivos
ceratobranqu
iais (distalmente) e com a cópula anterior (medialmente). A massa
cartilaginosa presente anteriormente ao quarto faringobranquial se alonga
anteriormentee seucontata asextremidades distais do primeiroe segundo
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
98
epibranquiais. O quart o faringobranquial está mais alongado longitudinalmente,
fazendocontatocomasextremidadesdoterceiroequartoepibranquiais.
Osteocrânio: o osso prémaxilar se alonga posteriormente, portando mais
dentes, não alinhados. Quase contata a maxila. Esta está mais espessa e pouco mais
longa,acompanhandoacartilagemdobarbilhãomaxilar.Odentárioporta maisdentes
e está maior devido ao aumento da cartilagem de Meckel. Seu limite posterior
chegandoaindaàbase do processocoronoide.O“splint” ventralopercularestámais
longo,quasedomesmocomprimentodoo“splint”horizontal.Amboscontinuambem
finoseamembranadoopérculopodeserdelimitada.
Aplaca dentígerafaringianaacompanhaacrescimentodacartilagemdoquarto
faringobranquialesealongaanteriormente,portandocincodentes.
Os raios branquiostégios ainda não estão presentes, porem em alguns
exemplares podese observar, com dificuldade devido à delicadeza da estrutura, um
únicoraio,lateralmenteassociadoàbordaposteriordacartilagemdoarcohioide.
‐diaapóseclosão(5,2mmCP,Fig.34):
A cartilagem do autopalatino, apesar de manter sua forma grosseiramente
triangular,estáproporcionalmentemaiorquenoestágioanterior.Emvistadorsal,seu
limite posterior ultrapassa a margem posterior da cartilagem de Meckel, quase
alcançandoolimiteanteriordoarcohioide.
Tanto os barbilhões maxilares quanto os mentonianos (externos e internos)
mantémsuasproporções,conformedescritasnoestágioanterior.
Na região dorsal da placa hiosimplética a extremidade anterior se expande
ligeiramente. O processo pterigoide está mais fino em comparação com o está gio
anterior.Tambémestámaisalongadaanteriormente,ultrapassandoabordaposterior
doprocessocoronoide.Estemantémsuasproporções.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
99
Na cesta branquial, as cartilagens do arco hioide estão agora completamente
separadas na linha mediana. O tecido cartilaginoso que as une, e com a cópula
anterior,aindapersiste,porémbemmaissutil.
A cópula anterior está cada vez mais nítida. Em sua extremidade anterior
evidenciase, na face ventral, um “processo” cartilaginoso. Sua visualização é difícil,
poisémuitosutilefracamentecorado.Noentanto,talestruturaéaconsideradapor
Arratia & Schultze (1990) como a “invasão” cartilaginosa no urohial, a partir do
primeirobasibranquial.
Nos arcos branquiais, não modificações em comparação com o estágio
anterior: as cartilagens dos hipobranquiais I III se mantém conectadas aos
respectivos ceratobranquiais e, medialmente, à cópula anterior. Os cinco pares de
ceratobranquais e os quatro de epibranquiais mantém suas proporções. A massa
cartilaginosa presente anteriormente ao quarto faringobranquial persiste e o quarto
faringobranquialtambémestáinalterado.
Osteocrânio: as estruturas ossificadas e as proporções de suas ossificações
permanecem inalteradas, com exceção da maxila, que aumenta seu tamanho,
principalmenteemseulimiteposterior.
Omesmovale para regiãoopercular,quenão apresentadiferenças
significativasemrelaçãoaoestágioanterior.
São observados três raios branquiostégios emcada lado do arco hioide. Esses
raiossãoformados comoossificaçõesdérmicas namembrana branquiostégia,
proporcionando suporte à mesmas. Essas ossificações acontecem ventralmente à
cartilagemdoceratohial(arcohioide)eficamintimamenterelacionadaseela.Oraio
branquiostégio mais lateral é o maior. O tamanho dos raios decresce
progressivamente,conforme seaproximamda linhamediana, indicandouma
sequênciadesurgimentoláteromedial.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
100
‐13ºdiaapóseclosão(6,5mmCP,Fig.35):
Neste estágio não acontecem maiores transformações nas cartilagens do
esplancnocrânio.
Osbarbilhõesmantêm,comopadrãogeral,asproporções.Obarbilhãomaxilar
pouco ultrapassando a abertura cloacal. Os barbilhões mentonianos externos com
cerca de dois terços do comprimento dos maxilares e os mentonianos internos,
alcançandoaporçãoanteriordacinturapeitoral.
Oprocessopterigoideestámaisalongadoanteriormente,persistindosuaforma
deumafinabarra.umdelicadoligamento,visívelsomentenesteestágio,saindoda
extremidade anterior do processo pterigoide, no entanto, não está claro se ele se
insere no etmoide lateral (provável). Na cartilagem de Meckel, o processo coronoide
está mais alto, quase alcançando a linha horizontal que passa pela borda superior
(dorsal)doautopalatino.
Na cesta branquial, as barras cartilaginosas do arco hioide estão agora
completamenteseparadasnalinhamediana.Otecidocartilaginosoqueasunianãoé
mais observado. A borda posterior destas barras se curva ventralmente, formando
algocomoumaconchaemvistalateral.
A cópula anterior está nítida, com sua forma alongada na linha mediana. Em
sua extremidade anterior evidenciase, na face ventral, um “processo” cartilaginoso
(“invasão” do urohial). A cópula posterior, localizada na linha mediana, logo
posteriormenteàcópulaanterior,tambémestácomseuslimitesevidentes.Possuium
formato grosseiramente poligonal, estando intimamente associada às extremidades
mediaisdosparesdeceratobranquiaisIVeV.
As cartilagens dos hipobranquiais I III, apesar de ainda estarem muito
próximas àcópula anterior e aos respectivos ceratobranquiais, estão “soltas”, com
seus limites definidos. Continuam menos coradas que as cartilagens ao redor,
indicando, possivelmente, que possuem uma quantidade menor de matriz
extracelular.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
101
Os cinco pares de ceratobranquais, apesar de aumentarem de tamanho,
mantêm suas proporções. Os epibr a nquiais I IV se alongam mais, ultrapassando de
dois terços o comprimento dos respectivos ceratobranquiais. A massa cartilaginosa
presente anteriormente ao quarto faringobranquial persiste e destacase um nódulo
cartilaginoso em seus limites. Ele é evidenciado, pois tem uma coloração mais
marcantequeamassaqueocircunda.Estenódulosurgenolimiteanteriordoquarto
faringobranquial, bem na extremidade medial do terceiro epibranquial. No entanto,
aindanãoestáclarodeestaestruturaéoterceirofaringobranquial,ouumaestrutura
novadeSiluriformes.
Osteocrânio: destacase o aumento posterior da prémaxila,quase, tocando o
limite anterior da maxila. O número de dentes portados por ela e pelo dentário
continuaaumentando.
Na região opercular, ainda somente 2 “splints” ósseos, sustentando a
membrana opercular. Esta membrana está evidente, com limites bem definidos. Sua
visualizaçãoéfeitasomente polarizandose aluzno estéromicroscópio, poissetrata
deumamembranamuitofinaetransparente.
Sãoobservados,claramente,cincoraiosbranquiostégiosemcadaladodoarco
hioide.Osurgimentodestesraiosésempremedialeosmaislaterais,existentes,se
espessamesealongamposteriormente.
‐19ºdiaapóseclosão(12,1mmCP,Fig.36):
As proporções dos barbilhões mudam neste estágio. De modo geral, as
proporções com relação ao tamanho do corpo diminuem consideravelmente se
compradas aos estágios anteriores. O barbilhão maxilar mal ultrapassa o limite
posterior da cintura pélvica, não alcançando a abertura cloacal. Os barbilhões
mentonianos externos ultrapassam o meio do abdômen e os mentonianos internos,
atingemoiníciodasnadadeiraspeitorais.
Asestruturascartilaginosas,demodogeral,nãoapresentammaismodificações
nasformaseproporções.Alémdisso,váriasapresentamvariaçõesnastonalidadesde
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
102
coloração, indicando que a matriz cartilaginosa está sendo degenerada pelo início de
ossificaçãopericondral.
A cartilagem do processo pterigoide, que está mais alongada anteriormente,
ficando próxima da extremidade posterior do autopalatino. Neste estágio é possível
observar que o ligamento que se origina anteriormente à cartilagem do processo
pterigoide, se insere na região do osso etmoide late
ral. Logo, esse é o ligamento,
identificadousualmentecomoligamentometapterigoideetmoidelateral.
O interhial ainda se mantém intimamente ligado dorsalmente à placa hio
simplética e ventralmente, ao limite pósterolateral do arco hioide. No entanto, seus
limites ficam bem definidos, indicando os primeiros estágios na separação
(individualização)destaestrutura.
Nacestabranquial,asbarrascartilagi
nosasdoarcohioideapresentam,emseus
limites mediais, um “processo” cartilaginoso, fracamente corado se estendendo
medialmentenafacedorsal.
Ascartilagensdascópulasanterioreposterioredoshipobranquiaisestãomais
evidentesetotalmente individualizadasentresi.O núcleo cartilaginoso que contribui
paraaformaçãodourohial(parurohial)podeservistoemvistaventral.
Os quatro pares mais anteriores de ceratobranquiais apresentam um
crescimentodiferenciadoemrelaçãoaoquinto.Issofazcomqueoquinto
ceratobranquial se torne proporcionalmente menor que os demais, pouco
ultrapassandoa metadedo comprimentodoquarto ceratobranquial. Não
mudançasnasproporçõesdosepibranquiais.
A massa cartilaginosa presente anteriormente ao quarto faringobranquial
persiste, porém muito sutil e de difícil visualização. A cartilagem nodular anterior ao
quartofaringobranquialestámaior,abrangendoasextremidadesdosepibranquiaisI
III e é usualmente identificada como sendo o terceiro faringobranquial. No entanto,
nãoestáclaroserealmenteéestaestruturaoualgoneomórficopraSiluriformes.
Osteocrânio: Os processos de ossificação pericondral estão intensos, com a
maioria das estruturas cranianas tendo modificações. As cartilagens vão sendo
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
103
reabsorvidas e a ossificação pericondral substitui seus limites. Este processo é, em
geral, iniciado na região média das barras cartilaginosas e se estendem até as
extremidades.
Oautopalatinoseossificanaregiãomédia.Nestaregião,restaumpequeno
“fio” da cartilagem inicial. Essa ossificação se estende para as extremidades, no eixo
ânteroposterior. Cerca da metade da estrutura está coberta por uma camada
mineralizada. O autopalatino adquiri uma forma próxima do adulto, sendo uma
estruturacilíndrica.
Aprémaxilaeamaxilaaumentamdetamanho,massemalteraçõesdeforma.
OdentárioseespessaerecobretodaacartilagemdeMeckel,sem,contudo,seaderir
a ela. Somente a porção sinfiseana da cartilagem de Meckel continua exposta, sem
cobertura óssea (região de intensa atividade mitótica formadora de tecidos que
permitemocrescimentodamaxilainferiorcomumtodo, acompanhandoo
crescimentodoindivíduo).AcartilagemdeMeckelsetambémossificaanteriormente,
formando os ossos mentomeckelianos. outra região de ossificação, próxima ao
limite posterior desta cartilagem. Na região da placa cartilaginosa hiosimplética
existem três centros distintos de ossificação. Todos com o característico formato
circular, indicando que este processo possui um ponto de início e se expande
radialmente. Um localizado anteriormente, na borda dorsal do processo pterigoide.
Esteformaráofuturoosmetapterigoide(“tipo
1”,deArratia,1990paraaformaçãodo
metapterigoide em Siluriformes, i.e., surge como uma ossificação da projeção
cartilaginosa quese estende anteriormente entrea futurahiomandíbula e o
quadrado).
Outro na borda ventral da placa hiosimplética propriamente dita, próximo à
região de articulação com a cartil
agem de Meckel, que formará o os quadrado. O
terceiro centro circunda o forâmen da placa hiosimplética e se estende
posteriormente até o processo opercular, e formará o os hiomandibular. O processo
operculartambémestámaisrobustoecomsuaossificaçãomaisespessa.
Na região opercular, ainda somente 2 “splints” ósseos, sustentando a
membrana
branquiostégia. Estes filamentos estão mais alongados e a membrana
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
104
opercular está com seus limites claros, com um formato triangular, com uma
extremidadeemcontatocomoprocessoopercular.
Na cesta branquial, as cartilagens do arco hioide estão com dois centros
evidentes de ossificação e, nestas regiões, a cartilagem inicial não pode mais ser
observada. Um centro localizado na região média, mais anterior, em cada barra do
arco hioide, formará o os ceratohial anterior. No meio desta estrutura se formam
cristas ósseas em vista dorsal. O centro localizado quase no limite posterior do arco
hioide,naregiãoarticularcomointerhial,formaráoosceratohialposterior.
Todos os elementos cerato e epibranquiais se também estão se ossificando.
Ainda é possível evidenciar as cartilagens precursoras, por transparência, como finos
filamentosnointeriordestesossos.Nãosinaldeossificaçãonasdemais estruturas
cartilaginosasbranquiais.Oquintoceratobranquialportainúmerosdentesemsuaface
dorsal.Omesmoacontecenasuperfícieventraldaplacadentígerafaringiana.
Em vista ventral na cesta branquial, podem ser observados os tendões do
músculo sternohyoideus. A porção anterior destes tendões está se ossificando,
formandodoisfilamentosósseoslongitudinais.Essaossificaçãopareada(i.e.ambosos
lados) se estendeda região lateral à passagem da veia jugular inferior até,
aproximadamente, o primeiro terço da barra hioide. Este é o início da formação do
“urohial” (=parurohial). A extensão cartilaginosa ventral do primeiro basibranquial
(núcleocartilaginosodoparurohial)aindaestáevidente.
São observados, claramente, 13 raios branquiostégios em cada lado do arco
hioide,suportandoamembranabranquiostégia.um gradientedetamanho,sendo
omaior,oraiolocalizadomaislateralmente.
‐26ºdiaapóseclosão(20,1mmCP,Fig.37):
Asproporçõesdosbarbilhõesnãosofremmudançasconsideráveis.Mantêmse
conformedescritasnoestágioanterior.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
105
As estruturas cartilaginosas, de modo geral, estão bem degeneradas pelo
avanço das ossificações. Muitas não se coram mais, dificultando a visualização, a
qualpodeserfeitaatravésdemudançasnaincidênciadaluz.
As cartilagens do autopalatino estão somente presentes nas extremidades
desteelemento.
AcartilagemdeMeckelestámuitoreduzida,ficandorestritaàáreadoprocesso
coronoideeseestendendoanteriormenteatéametademandíbula.
Na placa hiosimplética, as cartilagens originais ficam restritas à extremidade
dorsal, local de articulação da hiomandíbula com o neurocrânio; na região média,
entre a hiomandíbula e o quadrado; anteriormente, na base do processo pterigoide,
entre o quadrado e o metapterigoide. Também se mantém, mesmo no adulto, na
extremidadeposteriordoprocessoopercular
O interhial se mantém cartilaginoso, embora fracamente corado, indicando
que os eventos de ossificação podem ter se iniciado. Este elemento está
completamente isolado, com seus limites bem definidos. Mesmo assim continua
fortemente articulado dorsalmente à placa hiosimplética e ventralmente, ao limite
pósterolateraldoarcohioide.
Na cesta branquial, as barras do arco hioide apresentam, em seus limites
mediais,uma“extensão”cartilaginosa,quecontataolimiteposteriordoshipiaiscoma
cópula anterior. Esta extensão cartilaginosa é muito sutil e está fracamente corada
(região dos hipiais dorsais). A cópula posterior e os hipobranquiais I III se mantêm
cartilaginosos e bem corados. As cartilagens dos ceratobranquiais I V e os
epibranquiaisIIVestãorestritassomenteàsextremidadesdesteselementos.Mesmo
por transparência, não podem mais serem vistas na região ossificada. O núcleo
cartilaginosodourohialnãopodemaisservisto.
Surge uma nova cartilagem localizada posteriormente à articulação do quarto
ceratobranquial com o quarto epibranquial (extremidades laterais). Tem formato
grosseiramente cilíndrico e é muito sutil e delicada. Tratase do elemento aqui
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
106
denominadopseudoepibranquialV(usualmenteidentificadocomoepibranquialVv.
discussão).
Persiste, mesmo que muitosutil e não corada, a massa cartilaginosa presente
anteriormente ao terceiro faringobranquial. Nessa massa, evidenciase uma nova
cartilagem nodular, presente na extremidade medial dos epibranquiais I e II. No
entanto, não está claro se realmente é esta estrutura ou algo neomórfico pr
a
Siluriformes.
Osteocrânio
:Asossificaçõespericondrais,demodogeral,estãobemavançadas
em todas as estruturas préformadas em cartilagem. Algumas ossificações dérmicas
tardiastambémpodemserobservadas.
O autopalatino, com formato cilíndrico está quase todo ossificado e a
cartilagem original, com exceção das extremidades, não pode mais ser vista. Sua
articulaçãocomoneurocrânio(regiãodoetmoidelateral)estámaisrígida.
A prémaxila aumenta de tamanho, se estendendo mais posteriormente e de
espessura,adquirindo,emvistadorsal,umformatotriangular,comasbordaslaterais
maislargasqueasmediais.Amaxilapermanecesemmudançasconsideráveis.
Odentárioseespessamaisqueoestágioanteriorrecobrindotodaacartilagem
de Meckel (com exceção da sínfise) se estendendo até o processo coronoide, com
exceçãodesuaextremidadedorsal.Napartemaisanterior,odentáriodefundecoma
ossificaçãoda cartilagemde Meckel(osso mentomeckeliano),formando uma
estrutura maciça. A ossificação posterior desta cartilagem (ânguloarticular) está
continua(fundida)comporçãoanterior(dentário).
As ossificações na placa cartilaginosa hiosimpléticapterigoquadrada estão
avançadas.Ocentromais dorsal, futurohiomandibular,abrange acartilagemoriginal
em toda a extensão ânteroposteior. Com exceção na porção dorsal que permanece
cartilaginosa. Na região anterior da hiomanbíbula, evidenciase uma fina ossificação
dérmica,fracamentecorada,dandoumaspectogrosseiramentequadradoaesseosso.
Ventralmente,aossificaçãodoquadradoestábemdesenvolvida,comexceção
dopontodearticulaçãocomacartilagemdeMeckel(regiãodoânguloarticular).Essa
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
107
ossificação de estende ate a base do processo pterigoide. Na porção anterior deste
processo, o futuro metapterigoide permanece o menor de todos. Sua extremidade
anterioréumafinabarra.
A ossificação ao redor do canal préopercular se iniciou, formando o os pré
operculo, com formato longo e fino, situado no limite láteroposterior da placa hio
simplética. Este osso ainda não está fundido com as ossificações da placa hio
simplética.
Aossificaçãodérmica,emtodaaextensão,na antigamembranaopercularestá
concluída.Mesmoque aindabemfino,oosso opercularestámais evidente,com seu
contornomaisnítido.Anteriormente àbordaventraldo opérculo,surgeaossificação
dérmica do interopérculo, com uma formato grosseiramente triangular, sendo que a
bordaposterior,quasecontatandooopérculo,émaislargaqueaanterior.Esta,muito
próximadolimiteventraldoosquadrado.
Nacestabranquial,asextremidadesmediaisdabarrahioideestãoossificadas,
indicando a formação dos hipiais. A ossificação do ceratohial anterior é a mais
desenvolvida, se estendendo, na região mediana. A extremidade anterior do cerato
hialposteriorsealongasutilmente.
Nacópulaanterior evidenciamsedoiscentros deossificação.O maisanterior,
próximo ao segundo arco branquial, formará o segundo basibranquial e o mais
posterior, o terceiro.Nenhuma evidência de ossificações maisanteriores que
pudessemcorresponderaoprimeirobasibranquial.Oshipobranquiais Iestãocomseus
limites anteriores um pouco mais claros, indicando certa degeneração da cartilagem,
possivelmentedevidoaoiníciodeossificação.
Os cerato e epibranquiais estão bem ossificados, em toda sua extensão, com
exceção das extremidades, que permanecem com cartilagem mesmo nos adultos. A
porção mediana do quinto ceratobranquial se expande lateralmente, possivelmente
Poeacréscimodeossificaçãodérmica.Comisso,esteelementoficalargo,aumentando
consideravelmente onumerodedentessuportadosnaface dorsal. Aplacadentígera
faringeanatambémestámaiorecommaisdentesnasuperfícieventral.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
108
Em vista ventral na cesta branquial, as ossificações pareadas dos tendões do
músculo sternohyoideus estão mais alongadas longitudinalmente. Além disso, na
regiãoanterior,estasossificaçõesseexpandemlateralmenteesefundemaoredorda
passagem da veia jugular inferior. Com isso, o urohial fica mais próximo de seu
formatonoadulto.
São observados 14 raios branquiostégios em cada lado do arco hioide. O
gradientedetamanhoaindaémantidoesepreservamesmonoadulto.
‐39ºdiaapóseclosão(35,4mmCP,Fig.38):
As proporções dosbarbilhões não sofrem mudançasconsideráveis, se
mantendoconformedescritasanteriormenteepermanecerãoatéoestágioadulto.
As estruturas cartilaginosas iniciais não são mais observadas, ficando
reduzidassomenteàsáreasdearticulação.
As cartilagens do autopalatino estão somente presentes nas extremidades
desteelemento.
AcartilagemdeMeckelestáaindamaisreduzidaquandocomparadaaoestágio
anterior, ficando restrita ao “meio” do dentário e se estendendo pelo meio do
processocoronoideatésuaextremidadedorsal.
Naplacahiosimplética, ascartilagensorig
inaisestãopresentesna
articulação do quadrado com a hiomandíbula (cartilagem simplética ou sincondral
sensu Lehmann A., 2006) e desta com o neurocrânio. Além destas, mantémse a
cartilagemnoprocessoopercular.
Nas barras do arco hioide, duas regiões cartilagin
osas permanecem.
Anteriormente, nas articulações do hipial com o ceratohial anterior e,
posteriormente,destecomoceratohialposterior.
A cópula posterior e os hipobranquiais I III se mantêm cartilaginosos e bem
corados. Os ceratobranquiais I V e os epibranquiais I IV possuem cartilagens
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
109
apensas nas extremidades. O pseudoepibranquial V (usualmente identificado como
epibranquialVv.discussão)continuacomoumpequenocilindrocartilaginoso.
Em nenhum exemplar examinado neste estágio foi encontrada a cartilagem
nodularanterioraoterceirofaringobranquial.
Osteocrânio
: O autopalatino se alonga, acompanhando o crescimento dos
indivíduos.
Aprémaxilamantémoformatodescritonoestágioanterioreseexpandemais
medialmente.Emvistadorsal,quasesetocamnalinhamediana.
A maxila inferior está totalmente ossificada. O dentário consolidado com a
cartilagemdeMeckele,posteriormente,comoânguloarticular.
As ossificações na placa hiosimpléticapterigoquadrada estão bem
desenvolvidas.
O os quadrado se funde com o metapterigoide na região ventral. O
metapterigoide está mais largo, com a adição de ossificações dérmicas laterais nessa
estrutura.
Surgem, como mineralizações de um ligamento (tendon bone), os
mesopterigoides(= ectopterigoides) e“entopterigoides” (sensu Arratia,1990).
Aparentemente, seguem o tipo 5 de Arratia, 1992. O “entopterigoide” se ossifica no
terço anterior do ligamento que se estende entre o metapterigoide e o etmoide
lateral. Possui uma forma alongada, se estendendo paralelamente ao autopalatino e
sendomenorqueesse.Emvistalateral,esteelementoé aproximadamenteduasvezes
mais espesso que o autopalatino. Inúmeros dentes estão presentes em sua face
ventral. O ectopterigoide (= mesopterigoide) se ossifica lateralmente ao
“entopterigoide” (não está claro se o ligamento indireto, sugerido por Arratia,
1992).Possuiumformato“vermiforme”eficaposicionadonaextremidadeanteriordo
metapterigoide.Seuformatoéconsideradosinapomórfcoparaogênero.
O os préopérculo, com formato longo e fino, está fundido com os ossos do
suspensório,derivadosdaplacahiosimplética.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
110
O opérculo e o interopérculo estão mais espessos e possuem, em suas faces
laterais,inúmerasranhuras.Ambosmantémasformasdescritasanteriormente.
Conectando o arco hioide ao sistema suspensor, o interhial começa a se
ossificar.Suaossificaçãoteminíciona extremidadeventral eseestendedorsalmente.
Nesteestágio,aregiãoventralestátotalmenteossificadaeacartilagemprimordial
évisívelnaextremidadedorsal,articulandocomfacemesialdahiomandíbula.
A ossificação dos ceratobranquiais anteriores e posteriores e dos hipiais
aumentasuaextensão.Váriossulcoseranhurassãoobservadosnassuperfíciesdestes
elementos.
A ossificação do parurohial está mais desenvolvida se estendendo
anteriormente, quase tocando, pósteroventralmente, os hipiais. Suas duas metades
estãofundidasnaregiãodocanalparaapassagemdaveiajugular.Posteriormente,se
estende até aproximadamente um quinto do comprimento do músculo
sternohyoideus. A porção lateral esta mais ossificada que a porção mediana. Esta, se
extende mais posteriormente, conferindo ao urohial um formato grosseiramente
“losangular”.
Na cópula anterior, os basibranquiais II e III estão se formando. Continuam
sutis,masdefinidos.
Osceratoeepibranquiaisestão aindamais ossificados,emtodasuaextensão,
comexceçãodasextremidades,quepermanecemcomcartilagem mesmonosadultos.
Estes elementos não são mais como barras lisas, possuindo inúmeras ranhuras
alinhadasaoeixoprincipal.Oterceiroepibranquialapresentaoprocessouncinadoem
suasuperfíciedorsal,voltadoposteriormente.
As porções mediana dos ceratobranquiais V continuam se expandindo com
acréscimo de ossificação dérmica. O número de dentes na face dorsal também
aumenta. A placa dentígera faringiana também aumenta sua área e a quantidade de
dentesnasuperfícieventral.
Sãoobservados15raiosbranquiostégiosemcadaladodoarcohioide.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
111
‐Exemplarjuvenil(111,8mmCP,Fig.39):
Este estágio foi usado para evidenciar a ossificação final de alguns elementos
dacestabranquial.
No arco hioide, os hipiais se fundiram aos ceratohiais anteriores, sobrando
uma pequena área cartilaginosa na borda posterior. Os ceratohiais anteriores se
fundem aos posteriores através de extensos ósseas (dérmicas). As cartilagens
primordiaisficamrestritasalinhamédia.OsbasibranquiaisIIeIIIestãoossificados.O
segundo(maisanterior)bemmais desenvolvido,comcerca dodobrodotamanho do
terceiro. No limite posterior da cópula posterior evidenciase uma área distinta, em
formaelípticalocalizadamedianamente.Estaestruturaestáconectadaàcartilagemao
redor e permanece assim mesmo nos adultos. Possivelmente é um resquício da
cartilagem pósceratobranquial, a qual está presente nos caraciformes (vide
discussão).
Os hipobranquiais I e II estão ossificados, sendo que a ossificação se inicia
primeiramente no mais anterior (I). Em ambos, o processo de ossificação se inicia na
anterior desteselementoseseestendendoposteriormente. Oterceirohipobranquial
permanececartilaginoso.
Os ceratobranquiais e epibranquiais estão totalmente ossificados, com as
cartilagens primordiais restritas às suas extremidades, que se articulam com os
epibranquiais e com os hipobranquiais. Esta condição permanece no adulto. O
processo uncinado do terceiro epibranquial está completamente formado, com uma
formadeflangevoltadoposteriormente.
Umapequenacartilagem,muitosutil,deformagrosseiramentecilíndrica,está
presente anteriormente ao terceiro faringobranquial. Tratase do chamado segundo
faringobranquialearticulasecomasextremidadesmediaisdosepibranquiaisIeII.O
terceiro e quarto faringobranquiais estão completamente ossificados, preservando
cartilagensnasextremidades.Oquartofaringobranquialestácompletamentefundido
comaplacadentígerafaringiana.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
112
O parurohial está mais desenvolvido, principalmente em sua extremidade
posterior, indicando que a ossificação se estende sempre pelo tendão do músculo
sternohyoideus.
Surge mais um raio branquiostégio, o mais medial, totalizando 16 raios
branquiostégiosemcadaladodoarcohioide.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
113
Desenvolvimento do esplancnocrânio de Lophiosilurus alexandri, incluindo
condrocrânioeosteocrânio.
‐diaapóseclosão(4,9mmCP):
Nãoevidênciasdecartilagensnesteestágio.Mesmoemcorteshistológicos
verificaquesomentecélulasmesenquimais(indiferenciadas) (Fig.40).A larvaestá
aderidaaosacovitelínico.
‐diaapóseclosão(5,0mmCP,Fig.41):
Presença de alguns precursores cartilaginosos. Neste estágio as estruturas
observadasapresentam acoloraçãomuitosutil,sendopossívelidentificálassomente
pela polarização diferencial da luz. Superficialmente, uma prega de pele que se
estendeventralmente, localizadanolimiteposterior damaxila superior.Acreditoque
este seja o primórdio do barbilhão maxilar. No entanto, não nenhum indício de
precursor cartilaginoso desta estrutura. Notase a existência dos primórdios da
cartilagemdeMeckel,do arcohioidee dascartilagensdosprimeirosquatroparesde
ceratobranquiais.Acápsulaótica estáeminíciodeformaçãoe seuslimites nãoestão
bem definidos. A cartilagem de Meckel, localizada em ambos os lados da mandíbula
(maxil
a inferior), tem forma de um bastão. As cartilagens de Meckel estão dispostas
transversalmente ao eixo principal do corpo, ao longo da borda da mandíbula e se
contatam medianamente. Posteriormente a elas encontrase a cartilagem precursora
do arco hioide, em um nível mais superficial que as demais. Esta tem forma
ligeiramente elíptica. As cartilag
ens dos ceratobranquiais têm forma de bastões, e
estão dispostas diagonalmente ao eixo dorsoventral. A cartilagem do prim eiro
ceratobranquialéamaiordelas.Otamanhoreduzprogressivamentepartrás,sendoa
menordelas,a cartilagemdoquartoceratobranquial.Issopodeserumindicadorquea
sequência de formação da cartilagem é da frente para trás. Os demais elementos da
cesta branquial, i.e. hipobranquiais, epibranquiais, faringobranquiais, assim como o
urohialeoshipiaisestãoausentesnesteestágio.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
114
‐diaapóseclosão(7,7mmCP,Fig.42):
Nesteestágio,algumaspartescartilaginosassãoclaramentevisualizadas.
A cartilagem do autopalatino está presente, mas fracamente corada. Não é
possível determinar com precisão as limites nem seu local de articulação com o
neurocrânio.
A cartilagem de suporte do barbilhão maxilar está presente e bem
desenvolvida,sendoseucomprimentoligeiramente menorqueo tamanhodocrânio.
Esteelementoconsistedeumafileiradecondrócitosachatados,separadosentresipor
uma pequena quantidade de matriz. Está ancorada superficialmente (aparentemente
napele)eestásituadadorsalmenteàcartilagemdeMeckelaproximadamenteemseu
terço mais posterior, próximo da articulação com a cartilagem hiosimplética. As
cartilagensdesuportedosbarbilhõesmentonianosinternoseexternostambémestão
presentes, porém em um grau de desenvolvimento inferior. Os barbilhões
mentonianos externos se localizam ventralmente à cartilagem de Meckel e logo
anteriormente à articulação desta cartilagem com a cartilagem hiosimplética. Os
barbilhões mentonianos internos são mais curtos e fracamente corados (quase uma
simples prega de pele), localizamse próximos à linha mediana, na região ventral da
cabeça,justamentesob oarcohioide. Nenhuma placacartilaginosaassociada a esses
barbilhõesfoiobservada.
Uma placa cartilaginosa, de formato grosseiramente triangular,estápresente,
emvistalateral,articulandosecomoneurocrânio,naregiãoanteriordacartilage
mda
cápsulaótica.Esta placaapresentaumforâmennapartemaisdorsale maisanterior.
Esse forâmen é um indicador que esta placa cartilaginosa se trata da cartilagem hio
simplética (hiosimpléticapterigoquadrada, sensu Arratia, 1990). O referido forâmen
passagemparao ramohioideomandibular(sensu Arrati
a,1992)dosétimo parde
nervos cranianos (n. facial). Em seu limite ventroposterior, se encontra uma haste
cartilaginosa.Tratase,da cartilagemdointerhial.Estacartilagemseencontrafundida
à placa hiosimplética e à barra cartilaginosa do arco hioide. Apesar desta fusão é
possível notar que se trata de uma estrutura individualizada, pois apresenta os
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
115
condrócitos menores e em maior densidade do que aqueles encontrados tanto na
barrahioidecomonaplacahiosimplética.
A placahiosimpléticaapresentaumprocessorudimentaremseu terço distal,
voltado anteriormente. Tratase do início da formação do processo pterigoide. Esta
placa está articulada anteriormente com outra barra cartilaginosa, disposta
longitudinalmente. Esta barra, que sustenta a parte inferior da mandíbula, é a
chamadacartilagemde Meckel.Nesteestágio,a cartilagemdeMeckelestá
desenvolvida em ambos os lados e contatamse na extremidade anterior do
esplancnocrânio. Neste ponto de união existe uma concentração de “condrócitos”
menosdensadoqueaencontradanascartilagensdeMeckel.Estabarracartilaginosa
apresentaumprocessorudimentarde formatriangular,fracamentecorado, que está
situado no terço posterior, próximo à articulação com a cartilagem hiosimplética e
voltadodorsalmente.Tratasedoiníciodoprocessocoronoide.
Abarrahioidetemseucontornobemdelimitadoeestábemcorada.Apresenta
uma expansão em seu contorno, localizada posteriormente, aproximadamente no
primeiro terço de seu comprimento, próximo à extremidade que se articula com o
interhial.Ambasasplacasdoarcohioideseaproximamnalinhamediana.Noentanto,
nãoépossívelvisualizaraqualquer algumtecidounindoas.Nalinha mediana, quase
tocando as barras do arco hioide uma cartilagem ímpar, disposta
longitudinalmente. Tratase da cópula anterior, que formará os basibranquiais. Nas
extremidades proximais de ambas as barras hioide um processo cartilaginoso,
grosseiramente cilíndrico, que se origina na face dorsal e se estende até a linha
mediana.Essassão,possivelmente,ascartilagen
sprecursorasdohipialdorsal.
OsceratobranquiaisIa Vestãopresentesebemcorados.O quinto
ceratobranquial (mais posterior) não está corado tão intensamente quanto os outros
mais anteriores, indicando que a ordem de surgimento destes elementos seja no
sentidoânteroposterior.Nãoindíciosdoshipobranquiais. EpibranquiaisIaIVestão
presentes,
sendo que o epibranquial IV está fortemente corado, evidenciando seus
limites, enquanto o III, II e I estão fracamente corados e de difícil visualização. A
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
116
cartilagem nodular do pseudoepibranquial V (usualmente identificado como
epibranquialVv.discussão)estáausente.
‐diaapóseclosão(9,3mmCP,Fig.43):
Acartilagem doautopalatino estáevidente, bemcorada.De formato
grosseiramente elíptico, possui em sua região mediana uma expansão triangular
voltada dorsomedialmente. Esta extremidade se articula com a porção anterior do
neurocrânio,naregiãonasal(solumnasi).
Surge o processo opercular, como uma pequena expansão arredondada, na
bordaposteriordacartilagemhiosimplética.Oprocessopterigoide estámaiordoque
noestágioanterior,exibindooformatodebarrafinaapontadaanteriormente.
Oprocessocoronoide,dacartilagemdeMeckelestánotadamentemaisaltodo
quenoestágioanteriorebemcorado,comformatriangular,apontandodorsalmente.
Todos os ceratobranquiais (I a V) estão igualmente bem corados. O primeiro
ceratobranquialé umpoucomaislongoqueosegundo.Osegundo,terceiroequarto
são aproximadamente de mesmo tamanho. o quinto é pouco mais longo que a
metadedocomprimentodoquartoceratobranquial.
As cartilagens dos hipobranquiais I e II estão presentes, porém estas estão
menos coradas do que as dos ceratobranquiais. Se conectam com as extremidades
proximais e com à cópula anterior. A cartilagem do terceiro hipobranquial está
conectada, em sua extremidad
e medial, à cópula anterior e à placa cartilaginosa
posterior.AscartilagensdoshipobranquiaisIVeVestãotodasinterligadas,formando
umaplacacartilaginosaúnica.OepibranquialIIcontinuafracamentecoradoeuma
melhorvisualizaçãodoepibranquial I. Nãonenhumsinal do pseudoepibranquialV
(usualmente identificado
como epibranquialV v. discussão). umaplaca
cartilaginosa, localizada dorsalmente na cesta branquial, associada com o qua rto
epibranquial. Essa placa se estende anteriormente até a extremidade proximal do
terceiro epibranquial. Tratase, presumivelmente, do precursor do quarto
faringobranquial(faringobranquial).
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
117
Osteocrânio: no limite posterior do processo opercular, existem filamentos
mais rígidos que a prega de pele que o circunda. Apesar de não haver nenhuma
coloração,supõesequesejaoiníciodosfilamentos(“splints”)ósseos,precursoresdo
opérculo. Na borda da boca, futura localização dos dentários (parte inferior) e pré
maxilas (parte superior) observamse os primórdios de dentes. São estruturas sem
coloração,deformatriangular,nãoancoradasemnenhumacartilagem.
Observamse alguns raios branquiostégios. Esses raios são formados como
ossificaçõesdérmicasnamembranabranquiostégia,ventralàcartilagemdoceratohial
(arcohioide).Nesteestágiocincoraios.Oraiolocalizadomaislateralmenteéomais
longo, e os demais são progressivamente menores conforme se aproximam da linha
mediana.Issoindicaumasequênciadesurgimentoláteromedial.
‐diaapóseclosão(10,5mmCP,Fig.44):
Ascartilagensdos hipobranquiais I, II e IIIaindaestãoconectadasdistalmente
aos respectivos ceratobranquiais e proximalmente, à copula anterior. No entanto, o
sítiodecontatoestáfracamentecoradoemaisdelgadoqueoestágioanterior,sendo
possívelevidenciaroslimitesdesteshipobranquiais.Ascartilagensdoshipobranquiais
IV e V continuam fundidas entre si e com os ceratobranquiais IV e V, formando uma
massa cartilaginosa mais clara, que contacta anteriormente a cópula anterior. Assim
como as cartilagens hipobranquiais mais anteriores, os pontos de contato com os
ceratobranquiaisecomacópulasãobemmenoscorados.Osegundoepibranquialestá
bem nítido e ainda não sinal do pseudoepibranquial V (usualmente identificado
como epibranquial V v. discussão). Uma placa cartilagin
osa, de formato elíptico,
anterior à placa do quarto faringobranquial está presente. Sua extremidade anterior
contata lateralmente o segundo epibranquial e a extremidade posterior se aproxima
daplacadoquartofaringobranquial.Lateralmenteaessepontodecontatoentreelas,
encontraseoterceiroepibranquial.Tratasedaplacadoterceirofaringobranquial.
Osteocrânio
: os filamentos (“splints”) ósseos, precursores do osso opercular
estãomaisevidentes,apesardeaindanãoestaremcorados.Observamsedoisdestes
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
118
filamentos, conectados entre si na parte proximal, mais anterior, quase tocando o
processoopercular.
Oosprémaxilasurgecomoumfilamento,nãocorado,naregiãodacartilagem
etmoidal, logo abaixo do neurocrânio. Esse elemento porta os dentes da parte
superiordaboca.Surgeoprimórdiodoosmaxila.Tambémpossuiformafilamentosae
não está corada. Suporta a cartilagem do barbilhão maxilar, estando paralela a esse.
Sua extremidade proximal está em contato com a cartilagem do autopalatino (pars
autopalatinadeArratia,1990).
Surgemmaisdoisraiosbranquiostégioslocalizadosmedialmenteaosdemaise
seguindo a ordem decrescente de tamanho (láteromedial). A superfície dorsal do
quinto ceratobranquial apresenta alguns dentes. A placa dentígera, associada ao
quartofaringobranquialapresentadentículosemsuafaceventral,voltadaparadentro
dacestabranquial.Onúmerodedentesvariaentre7e11enãoestãoalinhados.
‐diaapóseclosão(10,9mmCP,Fig.45):
Neste estágio não acontecem maiores transformações nas cartilagens do
esplancnocrânio. Na extremidade anterior do processo pterigoide está presente uma
fina barra cartilaginosa, transparente, sem coloração, sendo visível somente pela
incidênciadiferencialdaluz.
A cópula anterior está reduzida no comprimento e mais fina, em comparação
com o estágio anterior. Dorsalmente à extremidade ante
rior da cópula anterior,
evidenciaseumtecidocartilaginoso,nãocorado.Épossívelver,emvistaoblíqua,que
esta cartilagem é a extremidade ventral de uma extensão cartilaginosa projetada a
partir da extremidade anterior da cópula anterior e é considerada como a “invasão”
cartilaginosa no urohial, a partir do primeiro basibranquial (cf. Adriaens, 1998). As
cartilag
ens dos hipobranquiais I, II e III ainda estão conectadas aos respectivos
ceratobranquiaise,proximalmente,àcópula anterior,quasesemalteraçãoaoestágio
anterior.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
119
Osteocrânio:acartilagemdeMeckel,emsuaporçãomedianaestáfracamente
corada, exceto pelo ponto de contato entre as duas metades. O os dentário está
presente,apesar de não corado, circundando a cartilagem de Meckel. Porta cerca de
dezdentes.Surgemaisumraiobranquiostégioemcadalado.Aossificaçãodourohial
aindanãoestápresente.
‐diaapóseclosão(11,2mmCP,Fig.46):
A extensão cartilaginosa anterior do processo pterigoide está claramente
evidente,bemcorada.AcartilagemdeMeckelapresentaumaáreanãocorada,emsua
extremidadeanterior,excetopelasua extremidadedecontato com seusimétrico,na
linha mediana. Verificase, histologicamente, que esta é uma região de intensa
atividade mitótica,produzindo células que irão formare expandircartilagens
adjacentespermitindoocrescimentodoindivíduo(Fig.47).
Na cesta branquial, destacase a “invasão” cartilaginosa ventral, derivando a
partirdaextremidadeanteriordacópula anterior(regiãodopossível basibranquialI).
Esteprocessoventralseestendeatéostendõesdomúsculosternohyhoideus(Fig.48).
OshipobranquiaisIaIIIaindaapresentamlocaisdecontatocartilaginosos,tantocoma
cópulaanteriorquanto comseusrespectivosceratobranquiais. Todavia,esses
“contatos” cartilaginosos não estão corados. Logo, os três primeiros hipobranquiais
estão evidentes. Ainda não sinal de individualização dos demais hipobranquiais,
embora a cartilagem mediana posterior estej
a separada da cópula anterior e dos
ceratobranquiaisV.
Osteocrânio
: as prémaxilas estão mais longas, quase contatando a região do
autopalatino e portam mais dentes. Os dentes ainda detém o formado cônico (=
indiferenciados). Em corte histológico é possível evidenciar a íntima relação dos
dentículoscoma prémaxilasem,contudo,estaremaderidosaela(Fig.49).Osdentes
neste estágio, chamado de dentes epiteliais, não são formados por processos de
ondontogênese propriamente ditos (i.e. não o homólogos aos dentes definitivos).
Estes dentes epiteliais estão suportados pelos ossos, mas ficam aderidos no tecido
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
120
epitelialqueoscircundam(Figs.49,50AeB).Aformaçãodosdentes“reais”presentes
em estágios mais tardios depende da interação entre células do tecido epitelial com
célulasdo ectomesênquima subjacente. Estainteração pode ser evidenciada,
histologicamente, neste estágio (Figs. 50A e B). A maxila possui um primórdio da
facetaarticularcomacartilagemdoautopalatino.
Oosdentárioestámais desenvolvidoeclaramenteconectadoà cartilagemde
Meckel,aqualtambémestáseossificando,formandoosossosmentomeckelianos.Os
dentários estão maisdesenvolvidos (= mais espessos) posteriormente. Evidenciase o
contornodoossoopercular,quepossuiumformatotriangular,comumaextremidade
em contato com o processo opercular. Nesse elemento identificase uma barra
horizontalmaisespessa,que tangenciaolimitedorsal, eoutra,quasevertical,quese
dirigeventralmente,emdireçãoaoraiobranquiostégiomaisexterno,tangenteaoseu
limiteanterior.
Emcorteshistológicosnaregiãodacestabranquialevidenciaseaformaçãode
filamentosósseosaoredordostendõesdomúsculosternohyoideus.Esteéoiníciodo
futurourohial(Fig.48).
‐diaapóseclosão(11,7mmCP,Fig.51):
AáreanãocoradadacartilagemdeMeckelseestendedesdesuaextremidade
mediana de contato (que ainda se apresenta corado) até quase a região do processo
pterigoide. Surge, ventralmente à extremidade ânteroventral da cartilagem do
autopalatino,acartilagemsubmaxilar,deformatoligeiramentecircular.
A conexão medial entre ambas as barras do arco hioide ainda é mantida por
uma extensão dorsal na região dos hipiais, que contata a cópula anterior. Esta
extensão cartilaginosa é muito sutil e está fracamente corada (região dos hipiais
dorsais).OshipobranquiaisIaIIIestãolivres,semconexãocartilaginosacomacópula
anterior ou com os ceratobranquiais. Uma nova cartilagem surge localizada
posteriormente ao local de articulação do quarto ceratobranquial com o quart o
epibranquial.Émuitosutileseuslimitesnãoestãoclaramentedefinidos.Noentanto,
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
121
tratase do elemento aqui denominado pseudoepibranquial V (usualmente
identificado como epibranquial V v. discussão). De fato, apesar de não estar
articuladocomoquintoceratobranquial,aparentementeestáassociadoaeleporum
delicado ligamento, somente visto alterandose a incidência da luz. Em cortes
histológicos podese evidenciar sua íntima relação com a cartilagem distal do
ceratobranquialIV,comaqualcompartilhaopericôndrio(Fig.52).
Osteocrânio: A ossificação da cartilagem de Meckel está mais ampla. Se
estendendo, aproximadamente, desde quase o ponto de contato medial até o
processo coronoide. Outro centro de ossificação surge na região posterior da
cartilagem de Meckel próximo à sua articulação com a cartilagem hiosimplética
pterigoquadrada (futuro ânguloarticular). A ossificação do dentário de estende
ventralmente,especialmentenoterço maisanteriordamaxila inferior. Estaextensão
proporciona o “ancoramento” dos futuros tendões do músculo intermandibularis. O
consequente aumento na ossificação do dentário ao redor da cartilagem de Meckel
causatambémsuadegeneração,poisimpedeatrocadenutrientes,umavezquenão
vasosinternosàcartilagem.Oprocessodemortecelularéevidenciadopelogrande
aumento (hipertrofia) dos condrócitos (Fig. 53). Presença de inúmeros dentes, de
formato cônico (epiteliais), na prémaxila e dentário. Apesar de difíceis de serem
visualizadas,foidetectadoumosteócitonabasedeumdosdentes“epiteliais”,quase
em contato com o dentário. Isto é uma evidência de como estas estruturas o
formadas(Fig.54).
Na placa cartilaginosa hiosimpléticapterigoquadrada surgem alguns centros
deossificaçãopericondral.Aextremidadeanteriordoprocessopterigoidecomeçaase
ossificar.Esteéoiníciodometapterigoide(“tipo1”,deArratia,1990paraaformação
do metapterigoide em siluriformes, i.e., surge como uma ossificação da projeção
cartilaginosa quese estende anteriormente entrea futurahiomandíbula e o
quadrado). Outro centro de ossificação está na região dorsal desta cartilagem, ao
redordoforâmenparaoramomandibulardonervofacialseestendendoatéolimite
posterior, na região do processo opercular. Está é a ossificação do hiomandibular. O
terceiro centro de ossificação situase na região ventral da placa cartilaginosa, quase
emcontatocomacartilagemdeMeckel.Esteéoprimórdiodoquadrado.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
122
O osso opercular está mais evidente, com seu contorno mais nítido. O pré
opérculoeinteropérculoaindanãopodemservisualizados.
Distinguemse asregiõesdeossificaçãodos elementos originários da barrado
arco hioide: ceratohial anterior e posterior. Em nível histológico, distinguemse os
processos iniciais de surgimento do hipial, com a formação de um filamento ósseo
pareado,recobrindonaregiãomedianadabarrahioide.Esteiníciodeossificaçãoainda
não apresenta qualquer efeito sobre a cartilagem da barra hioide, que continua
íntegra, com células (condrócitos) em tamanho normal e com grande quantidade de
matrizextracelular(Fig.55).
O interhial permanece cartilaginoso mesmo no estágio adulto. Os
ceratobranquiais e os epibranquiais também apresentam nítidos centros de
ossificação.Esteprocessoseinicianaregiãomedianadecadaelementoeseestende
até suas extremidades. O quinto ceratobranquial porta inúmeros dentes cônicos em
sua região mediana, na face dorsal. Estes dentes, assim como aqueles presentes na
região bucal, são praticamente espículas ósseas, não homólogos aos dentes bucais
definitivos(formadosporprocessosodontogênicos)(Fig.56).
Ambos os faringobranquiais permanecem cartilaginosos, porém uma placa
dentígeraassociadaaoquartofaringobranquial.
‐diaapóseclosão(12,0mmCP,Fig.57):
Nenhumamodificaçãonasestruturascartilaginosaséencontradaneste estágio
.
Acoloraçãodestasestruturasficamaisfracaàmedidaqueaossificaçãosedesenvolve.
A conexão medial entre as barras cartilaginosas do arco hioide, na região dos
hipiais,nãoémaisvisível.Issotornaindividualabarradoladodireitoeesquerdo.
Osteocrânio
: O processo de ossificação está mais avançado. Porém, nenhum
novocentrodeossificaçãosurgenoesplancnocrânio.
Naregiãodacestabranquialtornaseevidente(aoestereomicroscópio)oinício
de ossificação dos tendões do músculo sternohyoideus. Essa ossificação pareada (i.e.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
123
ambos os lados) se estende da região lateral à passagem da veia jugular inferior até,
aproximadamente,àmetadedabarrahioide.Esteéoiníciodaformaçãodo“urohial”
(=parurohial).Aextensãocartilaginosadoprimeirobasibranquialaindaestáevidente.
‐10ºdiaapóseclosão(12,1mmCP):nenhumamudançarelevante
‐11ºdiaapóseclosão(12,3mmCP):nenhumamudançarelevante
‐12ºdiaapóseclosão(12,6mmCP,Fig.58):
Osteocrânio: Neste estágio tem início o processo de achatamento do crânio,
queémuitopeculiar nestaespécie.Iniciaseaossificaçãopericondraldoautopalatino.
O processo começa na região mediana da cartilagem autopalatina e se estende até
ambasasextremidades.Completaseaossificaçãodaprémaxila.Aregiãoanteriordo
dentáriotambémestácompletamenteformadaefusionadaàcartilagemdeMeckel.O
processocoronoidepermanececartilaginoso,semsinaldeossificação.A ossificaçãona
região posterior da cartilagem de Meckel, que formará o ânguloarticular, está
avançada, se estende anteriormente até o início do processo coronoide. A placa
cartilaginosahiosimpléticapterigoquadradaestáfracamentecorada,umavezqueos
centros de ossificação dos três elementos do suspensório estão mais avançados.
Apesarnãoestaremclaramentecorados(emvermelho),épossíveldefinirseuslimites.
O metapterigoide se estende anteriormente até próximo à base do autopalatino. O
hiomandibular está quase completamente formado. A ossificação do quadrado ainda
estáemfaseinicial.
Evidenciaseopréopérculo, comformatolongoefino,situadono
limite lateroventral da placa hiosimplética, ao redor do canal préopercular. O
interopérculotambémévisível,deformatogrosseiramentetriangular.Situadoentreo
limiteventraldaregiãodoquaradoatéabordaanteriordoopérculo.
Aumento da extensão da ossificação dos ceratobranquiais, tanto o anterior
quantooposterior.Aossificaçãodoparurohialestámaisdesenvolvidaseestendendo
anteriormente, quase tocando, póst
eroventralmente, os hipiais. Suas duas metades
estãofundidasnaregiãodocanalparaapassagemdaveiajugular.Posteriormente,se
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
124
estende até aproximadamente um quinto do comprimento do músculo
sternohyoideus. Ainda evidenciase seu “núcleo” cartilaginoso, sem sinal de
ossificação.Osdemaiselementosdosarcosbranquiaispermanecemsemmodificações
visíveis.
‐13ºdiaapóseclosão(12,8mmCP):nenhumamudançarelevante
‐28ºdiaapóseclosão(15,1mmCP,Fig.59):
Osteocrânio: O prémaxilar aumenta posteriormente, com a adição de um
flange,deossificaçãomembranosa.Aregiãodamaxilainferior,eambososlados,está
totalmente coberta tecido ósseo, restando apenas a extremidade dorsal do processo
coronoide a ser ossificada. A ossificação pericondral do metapterigoide está mais
avançada na região anterior, ficando mais espessa. O préopérculo (ossificação ao
redor do canal préopercular) está mais desenvolvido. Sua extremidade anterior se
aproximando doquadrado e a extremidade pósterodorsal,do hiomandibular.
Contudo ainda não está fundido a nenhum elemento. O interopérculo, igualmente
mais desenvolvido, está próximo de seu formato no adulto, com uma aparência
grosseiramente cônica, com a extremidade “pontiaguda” voltada anteriormente,
contatandoolimiteventraldoquadrado.
Uma ossificação membranosa é adicionada à parte ossificada
(pericondralmente) dos ceratohiais, conferindolhe um formato irregular (não mais
roliço), com sulcos e cristas. Ossificamse os hipiais. Os ceratobranquias e
epibranquiais estãoquaseplenamenteossificados,restandoapenas as extremidades,
cartilaginosas, que permanecerão assim no adulto. O terceiro epibranquial apresenta
umprocesso uncinado,localizadomedialmente, emsuafacedorsal, voltado
posteriormente,formadoporossificaçãomembranosa.Comoiníciodaossificaçãonas
porçõesmédiasdeambosos lados do (par)urohial, esteatingeumformatopróximo
desuaformafinal,noadulto.Entretanto,seunúcleocartilaginosoaindaestáevidente,
semsinaldeossificação.
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
125
‐56ºdiaapóseclosão(33,0mmCP):nenhumamudançarelevante
‐61ºdiaapóseclosão(33,5mmCP,Fig.60):
O desenvolvimento diferenciado da maxila inferior em relação à maxila
superior resultando na morfologia peculiar desta espécie, com uma boca prognata
bemevidente.Osossosquecompõemasmaxilas(superioreinferior)seencontram
naformaapresentadapeloadulto,porémemescalamenor.Acartilagempresentena
sínfisenãoémaisevidente.AcartilagemdeMeckelévistaportransparência,pois
está completamente recoberta por tecido ósseo. Os ossos autopalatinos estão
completamenteformados,restandotecidocartilaginosoapenasemsuasextremidades
rostral(quese articulacomamaxila) ecaudal.Uma camadamuito finatambémestá
presente, em seu processo mediano, que se articula com o neurocrânio (porção
ânterolateral do etmoide lateral, no nível da lâmina orbitonasal). Os limites do
suspensóriocartilaginoso(placahiomandibularpterigoquadrada)nãosãomaisvistos,
umavezqueaossificaçãomembranosafoiadicionaàossificaçãopericondralinicial.As
cartilagens desta placa ainda permanecem (e serão mantidas no adulto) como as
cartilagens simpléticas (nas articulações do quadrado com a hiomandíbula e o
metapterigoide), cartilagens de articulação com o neurocrânio (pteróticos) e com o
opérculo. Os préopérculos estão fundidos com os ossos do suspensório. Surgem,
comomineralizações deum ligamento(tendon bone),os mesopterigoidese
“entopterigoides” (sensu Arratia, 1990). Aparentemente, seguem o tipo 5 de Arratia,
1992. O “entopterigoide” se ossifica no terço anterior do ligamento que se estende
entreometapterigoideeoetmoidelateral.Omesopterigoideseossificalateralmente
a esse, ficando entre o autopalatino e o mesopterigoide (não esta claro se o
ligamentoindireto,sugeridoporArratia,1992).
Onúcleocartilaginosodoparurohialnãoémaiscorado,tendosidoossificado.
Osceratohiaiseoshipiaisatingemseuformatoencontradonoadulto.Apartirdeste
estágio nenhuma mudança de formato é observada, somente um aumento de
tamanhodestes elementos.Ossificamse oshipobranquiais, iniciandoem sua
extremidadeanterior,seestendendo posteriormente.Oprimeiroestáemumestágio
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
126
mais avançado que o segundo. O terceiro permanece cartilaginoso. Os
ceratobranquiais e epibranquiais estão totalmente ossificados. Cartilagens
permanecem nas extremidades, que se articulam com os epibranquiais e com os
hipobranquiais.Estacondiçãopermanece noadulto.Oprocessouncinadodoterceiro
epibranquialtemaspectodeflange,comaadiçãodeumaossificaçãoacessóriaemsua
porção lateral. Uma pequena cartilagem, de forma grosseiramente circular, surge
anteriormente ao terceiro faringobranquial. Tratase do chamado segundo
faringobranquial.Noentanto,elanãosurgejuntamentecomascartilagensdosdemais
faringobranquiais, mas sim, se “destaca” da extremidade mediana da cartilagem do
segundoepibranquial.Talfatopodeserobservadodesdeexemplarescom16,0mmCP
(44ºd). O terceiro e quarto faringobranquiais está completamente ossificados,
preservandocartilagensnasextremidades.
‐116ºdiaapóseclosão(62,0mmCP,Fig.61):
Acartilagemde Meckelse reduzaumfilamento internonamaxilainferior.As
ossificações membranosas(adicionais) dosuspensório resultam emestruturasósseas
maiores e fundidas entre si. As cartilagens simpléticas se reduzem uma vez que a
ossificaçãopericondralcontinua.Asossificaçõesmembranosasdometapterigoideedo
hiomandibular se contatam. Logo, o suspensório assume um formato de um único
elemento.
OshipobranquiaisIeIIestãomaisossificados.Oprimeiroapresentacartilagens
apenas nas extremidades medial e lateral. O centro de ossificação do segundo
basibranquial está evidente na cópula anterior. Esse centro de ossificação é
observado aos 37,2 mm CP (82ºd). O centro de ossificação doterceirobasibranquial,
apesardedifícilvisualização,tambémestápresente.Elesurgeemestágiosposteriores
ao surgimento do centro anterior (basibranqiual II), em indivíduos com cerca de 47
mm CP (88ºd). Em um dos indivíduos deste estágio é possível observar um pequeno
nódulo cartilaginoso adicional ao chamado segundo faringobranquial. Todavia, esta
estrutura aparece em somente um lado da cesta branquial, sendo considerada uma
“anomalia” (não é consistente). Todavia, o surgimento desta estrutura parece ser
Resultados
desenvolvimentodoesplancnocrânio
127
semelhante ao do segundo faringobranquial, ou seja, se “destaca” do respectivo
epibranquial.Issoevidenciamaneiracomoestasestruturasdevemsurgir em
Siluriformes.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
128
D ISCUSSÃO E C ONCLUSÕES DESENVOLVIMENTO DO
ESPLANCNOCRÂNIO
Consideraçõesgerais
Como reportado por Sato et al. (2003), os ovos de Prochilodus argenteus e
Pseudoplatystoma coruscans são livres (não adesivos). Este fato é usual em espécies
migradoras (i.e. aquelas que efetuam a ‘piracema’), que também incluem, entre
outras, espécies dos gêneros Brycon, Salminus (Characidae, Characiformes) Leporinus
(Anostomidae, Characiformes) e Conorhynchos (insertae sedis, Siluriformes). Estas
mesmasespéciestambémnãoapresentamnenhumtipocuidadoparentaleproduzem
um número imenso de ovos (ca. 200.000 ovócitos vs. ca. 5.000 em espécies
sedentárias). Este mesmo padrão é reportado de inúmeras espécies de peixes,
incluindoespéciesmarinhase/oucomdesenvolvimentoindireto(Kunz,2004).
Muitospeixesmarinhos,assimcomoa grandemaioriadospeixesdeáguadoce,
possuem ovos demersais, que são geralmente maiores, contendo maisvitelo, que os
ovospelágicos.Nestetipodeovos,odesenvolvimentodesdeaeclosãoatéosestágios
juvenis é, geralmente, direto. A larva gradualmente assume caracteres dos adultos,
como forma, pigmentação e merística. Os ovos demersais frequentemente são
adesivosepostosemalgum tipo deninho.Ocuidado parentaldoninhoé observado
emmuitasespécies,eessecuidadopodesemantermesmoapósaeclosão,comoem
ciclídeosquecarregamaslarvasnaboca,eemalgunsariídeos(KendallJr.etal.,1984) .
Em outros casos, o desenvolvimento das larvas até a completa absorção do saco
vitelínico,senointeriordosováriosequandoaslarvassãoliberadassãocapazes
de alimentação ativa (estágio com a “boca aberta”). Como mostrado por Wourms
(1981),casosdeviviparidade,evoluíramindependentementeemdiversaslinhagensde
peixes,incluindocondríctis,celacantoseteleósteos.
A maioria das espécies que apresenta ovos adesivos, não possui
comportamentomigratório, comoAstyanax, Tetragonopterus,Hoplerythrinus,e
Lophiosilurusouapresentam pequenasmigraçõescomoSchizodon,Steindachnerinae
Curimatella (cf. Agostinho et al., 2003; Sato & Godinho, 2003). Adicionase o fato de
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
129
que todas as espécies que apresentam qualquer tipo de comportamento de cuidado
parental possuem ovos adesivos (Sato et al., 2003). Este é o caso de Lophiosilurus
alexandriqueapresentacuidadoparentaleovosadesivos.Emambientenatural,esta
espécie faz ninhos circulares em regiões rasas de bancos de areia. A fêmea desova
várias vezes na estação reprodutiva, de agosto a março. Os ovos ficam aderidos uns
aosoutros,formandoumamassadepositadanocentrodoninho.Osmachosguardam
osninhos,mantendoseapoiadossobre osmesmos(Sato etal.,2003).Estesmesmos
autoresdestacamapresençadeumacapagelatinosaenvolvendoosovosdetodasas
espéciesdeSiluriformeseasuaausênciaemquasetodasasespéciesdeCharaciformes
que foram estudadas (com exceção de Astyanax). Mesmo não sendo o foco do
presenteestudo,talfatofoiigualmentecorroboradonasespéciesanalisadas.Otermo
“capa gelatinosa” não deixa clara a qual camada externa do ovo (“egg envelope”) a
que os autores se referem. Tal fato é importante para a determinação de qual
estruturaembrionáriaa origina (cf.membranasprimáriassão formadaspelosoócitos
dentro dos ovários; membranas secundárias são formadas por células do folículo,
membranas terciárias são formadas pelo oviduto ou outras estruturas não
imediatamente conectadas como ovo). Estas evidências possibilitam uma melhor
sustentação de possíveis hipóteses de homologias entre as espécies que apresentam
taiselementos.Todavia,onúmerodecamadasno“envelope”doovoévariáveletem
sido estudada em inúmeras espécies de peixes, marinhos e de água doce, muito
tempo(Kunz,2004p.5152ereferênciascitadas).
O tempo de eclosão das larvas é um fator importante para a estratégia
reprodutiva daespécie. As variações encontradas por Sato et al. (2003) são
significativas,comoeradese esperar,entreocomportamento eestratégia
reprodutiva de cada espécie, independente de proximidade filogenética ou grupos
monofiléticos (cf. Characiformes vs. Siluriformes). Foi verificado que as espéciescom
ovosadesivos,comcuidadoparentalenãomigradoras(comoLophiosilurusalexandri)
apresentamumamaiordemoraparaaeclosãoemcomparaçãocomasespéciescujos
ovossão livres, sem cuidado parental e migradoras (comoPseudoplatystoma
coruscans e Prochilodus argenteus). Isso se reflete na quantidade de vitelo presente
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
130
nos ovos, uma vez que a demora na eclosão resulta em maior necessidade de
suprimentoenergéticodentrodoovo(endógeno).
OlongotempoparaaeclosãodosovosdeLophiosilurusalexandri,assimcomo
emváriasespéciescomestepadrão,i.e.Hoplerythrinusunitaeniatus,resultaemlarvas
recémeclodidas em um estágio mais avançado de desenvolvimento, com algumas
estruturas cartilaginosas ou até mesmo ósseas em desenvolvimento e com maior
comprimento.Essaslarvassão,nagrandemaioria,capazesdemovimentosnatatórios
ativos. No entanto, como normalmente o saco vitelino ainda apresenta uma grande
quantidade de energia armazenada (vitelo) mesmo após a eclosão, estas larvas
tendemademorarmaisparaaalimentaçãoexógena.
O contrário desta situação, ou seja, larvas com eclosão rápida possuem um
tamanho pequeno e praticamente nenhuma estrutura cartilaginosa formada, sendo,
naturalmente,incapazesdemovimentaçãoativa.Este tambéméocasodeProchilodus
argenteusePseudoplatystomacoruscans(objetosdopresenteestudo),alémdeoutras
espéciesdeSiluriformes, comonasfamíliasClariidaeeClaroteidae (cf. Vandewalle et
al.,1997,1999; Adriaens&Verraes,1997e).A regrageralpara estepadrãolarvaléa
eclosão com quantidade de vitelomuito reduzida, levando a reduzir drasticamente o
tempo necessário para atividades de alimentação exógena, o que, por conseguinte,
exigequedeterminadasestruturastenhamsidopreviamenteformadas.
Noentanto,exceçõesaestasregrasacontecem,comonocasodeAncistruscf.
triradiatus, estudado por Geerinckx et al. (2005). Esta espécie apresenta um curto
período préeclosão, porém a larva recémeclodida possui estruturas cartilaginosas
cranianasbemdesenvolvidas.
Outra exceção, desta vez contrária ao padrão encontrado em Ancistrus cf.
triradiatus,ocorrenaslarvasdaespécieemestudo,Lophiosilurusalexandri.Apesarde
serem reportadas como as maiores em tamanho e com longo tempo de eclosão no
estudodeSatoetal.(2003),foiverificadoqueestaseclodemsemnenhumaestrutura
cartilaginosa aparente, mesmo em níveis histológicos (vide Fig. 40). Isso resulta em
larvasincapazesdemovimentação.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
131
Condrocrânio
Arcoprémandibular
Em Prochilodus, o palatino surge na extremidade anterior do processo
pterigoidedaporçãodorsaldopalatoquadrado(e.g.Fig.9).Esteéopadrãoprimitivo
de surgimento desta estrutura, sendo amplamente encontrado nos grupos basais
comoCypriniformes(cf.Pashine&Marathe,1977;Vandewalleetal.,1992;Cubbage&
Mabee, 1996; Engeman et al., 2009). O surgimento do palatino, do arco pré
mandibular, independente do processo pterigoide do pterigoquadrado (arco
mandibular), como elemento distinto, é considerado como caráter sinapomórfico de
Siluriformes(cf.Fink&Fink,1981;Arratia&Schultze,1990;Arratia,1992;Vandewalle
et al., 1999). Esta disjunção propiciou o desenvolvimento do mecanismo palatino
maxilar, altamente especializado para a movimentação dos barbilhões maxilares (cf.
Alexander,1965;Gosline,1975).EsteéocasoencontradoemLophiosilurusalexandrie
Pseudoplatystomacoruscans,nasquaisospalatinossemantêmisoladosesearticulam
com a prémaxila, maxila e o etmoide lateral (e.g. Figs. 30, 38, 43, 61).
Excepcionalmente,fusõessecundáriasentreopalatinoe opterigoquadrado(processo
pterigoide) estão presentes em Ariidae: Galeichthys [=Arius] felis (Bamford, 1947) e
Arius(Srinivasachar,1958),podendosetratardeumanovasinapomorfiadestafamília.
Vale ressaltarque,conformeobservado por Adriaens & Verraes(1997),Srinivasacha
r
(1956a;1956b;1958;1959a;1959b)serefereaopalatinocomo“processopterigoide”
(pterygoid process), o qual, o mesmo autor distingue do processo pterigoide real do
pterigoquadrado (processus pterygoideus). O palatino, considerado homólogo ao
elementoepiprémandibular(primeiramentepropostoporAllis,1923aeaceito,entre
outros,porDaget,1964)se articulacomalaminaorb
itonasalis,peloprocessoetmo
palatino (Srinivasachar, 1958). Adriaens & Verraes (1997e) fazem correspondência
destaarticulaçãocom aarticulaçãoetmopalatinadosdemaisteleósteos. Osmesmos
autores concordam que o isolamento do palatino em siluriformes, como uma
separaçãosecundáriaentreosarcosprémandibularemandibular,poderiasuportara
hipótese de que o palatino seria realmente derivado do arco prémandibular. Esta
abordagem aparentemente é correta, mas é necessária uma análise comparada mais
extensa incluindo outros grupos de Actinopterygii e Chondrichthyes. A priori as
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
132
posições dos vasos sanguíneos serviriam como um forte marcador para estas
homologias na tentativa de elucidação deste debate (vide Allis, 1897; 1903; 1915;
1917;1918;1919;1923a;1923b).
O surgimento de uma cartilagem arredondada, ventralmente à extremidade
anterior da cartilagem do autopalatino em Lophiosilurus alexandri (ca. 11,7 mm CP,
8ºd), chamada de cartilagem submaxilar (Fig. 51A) é descrita por Vandewalle et al.
(1993) e Adriaens & Verraes (1997e) como sendo uma nova estrutura (ao menos na
espéci
e por eles estudada) do mecanismo palatinomaxilar, que facilita a articulação
entre o palatino e o maxilar, suportando um maior estresse mecânico. No entanto,
esta estrutur
a, supostamente sinapomórfica de Siluriformes, não foi encontrada em
Pseudoplatystoma coruscans, assim como também não foi encontrado nenhum
registro desta estrutura na literatura examinada, exceto em Sibbing (1982), que
menciona e ilustra este elemento, em Cyprinus carpio, articulandose com a região
anteriordocrânio,palatinoemaxila.Todavia, essacartilagemnãoécitadanotrabalho
de Pashine & Marathe (1977) sobre a ontogenia desta mesma espécie. Ao mesmo
tempo, este elemento é consistente em vários indivíduos de vários estágios (em
Lophiosiluris e Clarias) deixando dúvida quanto à sua generalidade em Siluriformes e
mesmoemOtophyisi,assimcomosuarealfunção.Estacartilagemnãofoiencontrada
emnenhumexemplardeProchilodusouPseudoplatystoma.
Arcomandibular
EmProchilodusargenteusascartilagensdeMeckelsurgememposiçãoanterior
ao cilindro cartilaginoso ventral do palatoquadrado. São curvadas medialmente,
porém não se fundem. A porção posterior desta cartilagem somente completa seu
desenvolvimentoconformearegiãoanteriordacartilagempalatoquadradotambémo
faz,proporcionandoaarticulaçãoentreeles.Estepadrão,consideradoprimitivoparaa
formaçãodacartilagemdeMeckel,tambéméencontradoemCypriniformes(Cyprinus
carpio Pashine & Marathe, 1977; Barbus barbus Vandewalle et al., 1992; Danio
rerio Cubbage & Mabee, 1996; Catostomus Engeman et al., 2009). Fora de
Ostariophysi também foi reportado em Salmo fario (de Beer, 1927) e Salmo letnica
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
133
(Ristovska et al., 2006) e em grupos basais de Actinopterygii como Acipenser (Jollie,
1980),Polypterus(Jollie,1984c)eAmia(Jollie,1984b).
Em Pseudoplatystoma coruscans e em Lophiosilurus alexandri, por outro lado,
as cartilagens de Meckel surgem conectadas entre si, medialmente (e.g. Figs. 30,
42).Permanecemconectadasatéestágiostardiosdodesenvolvimento,mesmoapóso
processo de ossificação. A conexão cartilaginosa mediana desaparece tardiamente,
porém auniãoentreas duasmetadesé mantida por um tecidoconectivo.Esteé,na
maioria dos Siluriformes, o padrão geral, encontrado em Ariidae (Arius jella),
Plotosidae (Plotosus canius), Ictaluridae (Ameiurus nebulosus), Claroteidae
(Chrysichthysauratus)eClariidae(Clariasgariepinus)(cf.Kindred,1919;Srinivasachar,
1958;Adriaens&Verraes,1997e;Vandewalleetal.,1999).Nasúltimasduasespécies,
esta cartilagem também se funde, posteriormente, com a placa hiosimplética
pterigoquadrada. Esta fusão pode ser considerada uma apomorfia, mas o grau de
generalidade deve ser investigado mais profundamente em diversos grupos. Este
padrão geral também pode ser encontrado em Ariidae (Ariopsis felis), Schilbeidae
(Silonia silondia), Pangasiidae (Pangasius pangasius), Bagridae (Mystus vittatus, Rita
sp.),Callichthyidae(Callichthyscallichthys)eHeteropneustidae(Heteropneustes
longifilis)(cf.Bamford,1947; Srinivasachar,1956a; 1956b;Hoedeman,1960b;
Vandewalle et al., 1997). Nestas espécies as cartilagens de Meckel nunca se fundem
posteriormente com a placa hiosimplética. Uma condição ainda diferente destas é
encontrada em Ancistrus cf. triradiatus, no qual as cartilagens de Meckel surgem
independentemente,sefundem medianamentee,durante oprocessodeossificação,
se separam (Geerinck
x et al., 2005). Fora isso, os cascudos apresentam ainda as
cartilagens de Meckel apontadas medialmente, ao invés de rostralmente, como a
maioria dos bagres. Geerinckx et al. (2005) postula que tais modificações são
necessáriasparaafuncionalidade dosmecanismosderaspageme de ventosa.Talvez
estasériedetransformaçãosejaúnic
adestaespécie[ouatémesmodeLoricariidae+
Astroblepidae, devido ao formato da boca em forma de ventosa]. Apesar da
proximidadeevolutiva,asituaçãoemCallichthydaeseassemelhamaisaopadrãogeral
dos Siluriformes, com ambas as cartilagens de Meckel apontando rostralmente, em
estágiosiniciaisdodesenvolvimento(Huysentruyt,2008).Afusãomedialdacartilagem
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
134
deMeckeléclaramenteumpadrãoderivado,porém,apesardeocorrernamaioriadas
espécies de Siluriformes, não éconsistente nesta ordem. Homoplasticamente,
também ocorre em grupos derivados de Teleostei como Pleuronectiformes (Berril,
1925),Anabantidae(Marathe&Bal,1957)ePercomorpha(Mabee&Trendler,1996).
O desenvolvimento do suspensório em Prochilodus remonta a condição basal
desteselementos,sendoformado,demodogeral,porestruturasindependentes(não
fundidas entresi)i.e.cartilagempalatoquadradoehiosimplética (Fig.7).Opalato
quadrado surge com um bastão ligeiramente curvado dorsalmente, representando a
porção ventral do futuro osso quadrado. Em seguida, a porção dorsal se desenvolve,
definindo a fenestra pterigoide, assim como o processo pterigoide que se estende
anteriormente (Fig. 8). Toda esta estrutura se mantém íntegra, não segmentada,
mesmo em estágios mais avançados do desenvolvimento. A segmentação, quando
acontece, separa a porção mais anterior do processo pterigoide, onde se formará o
autopalatino.
EmSiluriformes,odesenvolvimentoinicialdosuspensórioapresentamudanças
marcantes em comparação aos demais teleósteos, com fusões(pelomenosparciais),
i.e.,hiosimpléticocomoquadrado, sendosinapomórficasparaaordem(Arratia,1990)
(e.g. Fig. 30). Arratia (1990) sugere que a perda do osso simplético nos bagres possa
serexplicadapelaconexãocartilaginosaentre
ohiosimpléticoeopterigoquadradoem
estágios iniciais do desenvolvimento. Isso resulta no surgimento de uma única placa
que pode, até mesmo, estar fundida com a cartilagem de Meckel. De fato, não foi
verificadonopresenteestudonenhumsinal,mesmoemnívelhistológico,daformação
de qualquer estrutura óssea na suposta posição onde de
veria ser formado o osso
simplético.Emalguns casos,comoem Galeichthys[=Arius]felis (Ariidae)estasfusões
sãotardias,comaplacahiosimpléticaea cartilagempalatoquadradasurgindo como
elementos separados (Bamford, 1947) Mesmo neste caso, não indicação de
formação autógena do elemento simplético. Em alguns outros Siluriformes, uma
tendência defusõesadicionais entre aplacahiosimpléticapterigoquadradae ointer
hial, comonas espéciesde bagresaqui estudadas Lophiosilurusalexandri e
Pseudoplatystoma coruscans, Ictaluridae (Kindred, 1919; Arratia, 1992), Schilbeidae,
Pagasiidae (Srinivasachar, 1956a), Heteropneutidae (Srinivasachar, 1959a),
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
135
Callichthyidae(Hoedeman,1960b;Howes&Teugels,1989),Trichomycteridae(Arratia,
1990). Em outras espécies estas fusões se estendem ao neurocrânio, como, por
exemplo, em Callichthyidae (Hoedeman, 1960b; Howes & Teugels, 1989),
Trichomycteridae (Arratia, 1990) e Clariidae (Adriaens & Verraes, 1997e). Em alguns
siluriformes o interhial é contínuo com a cartilagem do arco hioide (no nível do
ceratohialposterior),comoéocaso de L. alexandrieP.coruscans,enquanto outros
apresentamumaarticulaçãonestaposição.Uminterhial,inicialmentefundidocomo
hiosimplético também foi reportadoem outros Ostariophysi, como Chanos chanos
(Gonorynchiformes, Chanidae)(Arratia, 1990)e Hepsetus odoe (Characiformes,
Hepsetidae) (Bertmar, 1959). Claramente esta fusão ocorre homoplasticamente em
diversosgrupos.
Arcohioide
Aporçãosimplética(parssymplectica)daplacahiosimpléticasurgejuntamente
com a porção mais dorsal a da referida placa. Postulase que este elemento
cartilaginoso tenha sido primariamente independente, sendo um elemento médio
hipertrofiadodoarcomandibular(Allis,1918).Engemanetal.(2009)reportaaporção
simplética surgindo pouco antes da porção dor sal em Catostomus. Talvez esta seja a
realsequênciadeformação,masoprocessoéextremamenterápido,cujaobservação
dependedacoletadeumexemplarqueestejanessecurtointervalodetempo,oqueé
uma tarefa pouco provável. Nas séries analisadas, não foi possível a observação do
surgimento independente deste elemento. Mesmo em Catostomus, este elemento é
rapidamente fundido com a porção hiomandibular (dorsal) desta placa. O processo
opercular se forma como uma extensão posterior na borda pósterodorsal da placa
hiosimplética.Aplacahiosimpléticanuncasesegmenta,mesmoemestágiostardiosdo
desenvolvimento. Conforme progridem as ossificações dos centros, esta placa se
degenera restando, relictualmente,cartilagemapenasnasáreas articulares dosossos
formados (i.e. quadrado, hiomandibular e metapterigoide) chamadas, às vezes, de
cartilagem simplética (cf. Teugels et al., 1991; Schilling et al., 1996). Este é
sabidamente um padrão primitivo, encontrado até mesmo em Amia (obs. pess.;
Grande&Bemis,1998).
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
136
Nas espécies analisadas no presente estudo (Prochilodus, Pseudoplatystoma e
Lophiosilurus),oforâmenparaoramohiomandibulardonervofacialestápresenteno
centro da placa cartilaginosa hiosimplética (ou hiosimplética–pterigoquadrada, nos
Siluriformes)desdeseusurgimento.Esteéocasogeralduranteacondrogênesedeste
elemento em peixes, embora várias espécies apresentem variações, nas quais este
ramo podeestarpresente anteriormenteàplaca hiosimplética,sendoenglobadopor
estaplacacartilaginosa,conforme estaaumentadetamanhoduranteaontogenia(cf.
Kindred, 1919; Srinivasachar, 1956a; Adriaens & Verraes, 1997e). Bamford (1947)
descreve que inicialmente, em Galeichthys [=Arius] felis (Ariidae), este nervo passa
posteriormente àquela placa cartilaginosa, mas que também é englobado durante a
sequênciadeeventosontogenéticosquelevamaoaumentodaplaca.
A barracartilaginosadoarcohioide(oucartilagemceratohialsensu Engeman
etal.,2009)éumadasprimeirasa sedesenvolverentreosarcosfaringianos.Surgeno
eixo transversal, aproximadamente na altura da extremidade anterior da notocorda,
crescendo internamente (ânteromedialmente) e externamente (póstero
lateralmente). As extremidades mediais não se fundem. No entanto, podem surgir,
secundariamente,extensõescartilaginosasunindoas.Estasextensõessãoclaramente
um tecido cartilaginoso distinto do tecido que forma as barras propriamente ditas,
possuindo células menores, mais numerosas e com menos matriz extracelular. Tanto
nos Characiformes quanto nos Siluriformes, asbarrashioide surgem bem delicadas e
seespessamrapidamente,setornandoaestruturamaisevidente(bemdesenvolvida)
na cesta branquial. Possuem uma grande quantidade de matriz extracelular, mesmo
quandocomparadasàsbarrascartilaginosasdosceratobranquiais.
Nas espécies analisadas, a extremidade medial da barra hioide (região dos
ceratohiais)écontínuacomacartilagemformadoradoshipiaise,emváriasespécies,
são contínuos também com o interhial, como no caso de Lophiosuilurus alexandri e
Pseudoplatystoma coruscans (e.g. Figs. 30 e 42). Vandewalle et al. (2005) ilustram as
cartilagens mediais,formadoras doshipiais como estruturas distintasdo arco
branquial. No entanto, esta condição não foi verificada em nenhum exemplar
observadoenemmesmoemdadosdeliteratura.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
137
Emalgumasespécies,comoemAriusjella(Ariidae),estudadaporSrinivasachar
(1959b),éreportadaapresençadeumforâmennoshipiaisparaapassagemdaarteria
mandibularis. Todavia, nas espécies analisadas, a extremidade mediana na barra
hioide (regiãodoshipiais)nãoapresenta nenhum sulco ou forâmenparaapassagem
doreferidovaso.
Nas espécies de Siluriformes analisadas, a morfologia da barra hioide se
assemelha àquela descrita por Adriaens & Verraes (1997) de Clarias gariepinus. As
regiões medianas das barras (hipiais), nos estágios iniciais, estão fundidas entre si,
assim como com a extremidade anterior da cartilagem mediana da cesta branquial
(cópulaanterior).Duranteodesenvolvimentoontogenético,aconexãoentreoshipiais
desaparece primeiro que a conexão da cópula anterior com a barra hioide. Esta
sequência é oposta àquela reportada de Clarias gariepinus por Adriaens & Verraes
(1997) e de Plotosus canius por Srinivasachar (1959b), nos quais primeiro a
separação da cópula anterior e depois a separação entre os hipiais. Na realidade,
mesmoemestágiosmaisavançadosnodesenvolvimento(exemplaresjuvenis)aindaé
possívelevidenciara ligaçãocartilaginosaentrea cópula anterior comabarra hioide,
ainda que muito sutil. Não está clara a consequência morfológica desta ligação, nem
mesmoseelaépersistenteemindivíduosadultos.Comonaliteraturanãonadaque
serefiraaestaestrutura,podesesubentenderqueouelarealmenteestáausenteem
todas as espécies estudadas, ou que esteja presente, mas não foi devidamente
documentada, uma vez que, em estágios tardios do desenvolvimento, é muito sutil,
corandopoucocomAzuldeAlcian.EmProchilodus(representantedeCharaciformes),
amorfologiaémuitosimilaràdescritaacima,excetopelofatodacópulaanteriorestar
totalmentelivredoarcohioidepropriamentedito.
Arcosbranquiais
Elementosmedianosdosarcosbranquiais
Os elementos ímpares medianos da cesta branquial merecem alguns
comentários. Mesmo o primeiro elemento desta série aparece após todos os
elementosparesventraisdosarcosbranquiais(cartilagensdoarcohioide e
ceratobranquiais) terem surgido. Este padrão é amplamente é conservado em peixes
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
138
(e.g.Engemanetal.,2009),efoiobservadonasespéciesestudadas.Nosgruposbasais,
aqui ilustrado por Prochilodus, a sequência de aparecimento é a seguinte: surge
primeiro a cópula anterior, seguida da cópula posterior e, em seguida, aparece a
cartilagemmaisanterior, a do basihial. Em Catostomus(Cypriniformes),a cartilagem
basihial se origina fundida à cartilagem da cópula anterior, se segmentando em
seguida (cf. Engeman et al., 2009). No entanto, este padrão não é consistente com
outros dados da literatura sobre o desenvolvimento de espécies desta ordem (cf.
Cubbage & Mabee, 1996), cujo padrão de desenvolvimento se assemelha ao
encontradoemProchilodus.Apesardisso,éclaraaligaçãodacartilagembasihialcom
aextremidadeanteriordacópulaanterior(videfig.19B),masotecidodestaconexão
nãoécaracterizadocomocartilagem.EmProchilodus,espécieanalisadaqueapresenta
a cartilagem basihial, este elemento possui um formato característico, com sua
extremidade anterior expandida lateralmente, conferindo um formato de “T”. Esta
morfologia é considerada sinapomórfica da família Prochilodontidae (Vari, 1983;
Castro&Vari,2004).
Após o surgimento da cartilagem basihial, surge uma barra cartilaginosa
posterior à cópula posterior,se estendendo por entre os ceratobranquiais V
(cartilagem pósceratobranquial) (e.g. Fig. 12). Esta cartilagem se desenvolve
anteriormente,seestendendoventralmentesobacópulaposterioràqualsefundeem
seguida.Estepadrãoaparentementepodeserconsideradocomoprimitivo,aomenos
emOstariophysi,umavezqueestápresenteapartirdeCypriniformes(Engemanetal.,
2009)atéSiluriformes(aindaquereduzida).Naliteraturanãoécomumsuamençãoou
ilustração, provavelmente porque, nos estágios mais avançados de desenvolvimento,
esta estrutura, apesar de persistir com a mesma morfologia e relações topográficas,
apresenta pequena quantidade de matriz extracelular, ocasionando uma coloração
muitotênue(muitasvezesnãocorada).
Nos Siluriformes não a cartilagem ímpar anterior ao arco hioide.
Srinivasachar(1959b)postulaqueacópula anterior (=cartilagembranquialmediana)
poderia ser o resultado da fusão do basihial e do primeiro basibranquial. Todavia, a
posição do basihial seria anterior aos hipiais e não posterior a eles, que é a posição
ocupada pela cópula anterior (Nelson, 1969). Esta posição anterior do basihial,
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
139
mesmo em estágios iniciais do desenvolvimento, é claramente observada em
Prochilodusedemaispeixesbasais,comoCypriniformes(Engemanetal.,2009).Logo,
éamplamenteaceitoqueacópulaanteriorcorrespondesomenteàsériebasibranquial
e que o basihial está ausente nos siluriformes (Arratia & Schultze, 1990). A cópula
anterior não se segmenta durante do desenvolvimento. O postulado acima foi
totalmentecorroboradopelosresultadosdopresenteestudo.
Nos peixes basais, a cópula posterior se segmenta durante os estágios iniciais
do desenvolvimento, isolando as porções cartilaginosas que originarão os
basibranquiaisIVeV(cf.Engemanetal.,2009).IssonãofoiverificadoemProchilodus
enosSiluriformesanalisados. Tambémnãoforam encontrados registrosnaliteratura
de que tal fato ocorresse nestes grupos. Em ambos os grupos a cópula posterior se
mantém contínua mesmo em adultos. Analisando a posição desta estrutura em
relação,principalmenteaosceratobranquiaisIVeV,podesedizerqueahipótesemais
provável é que o quinto basibranquial não esteja ausente nestes grupos, como
comumente reportado (e.g. Chen & Lundberg, 1995; Bockmann & Sazima, 2004;
Ribeiro et al., 2004; OrtegaLara & Lehmann A., 2006; Paixão & ToledoPiza, 2009) e
simfundidoaoquartobasibranquialformandoacópulaposterior.
Nos Siluriformes não qualquer evidência, mesmo na extensa literatura
descritiva do grupo, de que exista uma cartilagem pósceratobranquial. No entanto,
existe uma haste cartilaginosa associada à cópula posterior que tem levado a várias
discussões. Tratase de uma “barra cartilaginosa” ventralmente fundida ao terço
posterior da cópula posterior. Em vis
ta dorsal, esta haste aparenta estar “envolvida”
pela cópula posterior. Alguns autores consideram esta estrutura como o terceiro
basibranquial(e.g.BuitragoSuárez&Burr,2007).Estainterpretaçãoécondizentecom
asdemais,umavezqueaconsideramcomooelementobasibranquialmaisposterior.
No entanto, um equívoco quanto à homologia, pois estes mesmos autores,
nomeiam o basibranquial mais anterior como basibranquial I, quando, na realidade,
seria homólogo ao basibranquial II. Esta estrutura presente em alguns bagres á
considerada, diante dos resultados ontogenéticos aqui apresentados (que mostram a
surgimentotardiodestaestruturanafaceventraldacópulaposterior),comosendoo
resquício (anterior) da cartilagem pósceratobranquial presente nos grupos mais
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
140
basais. Mesmo em nível histológico, a sua fusão com a cópula posterior é clara, não
apresentando nenhum tecido diferente de cartilagem (Fig. 62). Esta hipótese se
sustenta no fato de que nas espécies que a possuem, como Prochilodus, a região
anterior da cartilagem pósceratobranquial está localizada ventralmente à cópula
posterior, se fundindo a ela. Nos Siluriformes, a posição é exatamente a mesma,
inclusivecomrelação àsextremidadesmediais dosceratobranquiaisIV eV.Quantoà
homologia seriada da cartilagem pósceratobranquial, seja em grupos onde se
apresente individualizada, seja em Siluriformes, é provável que se trate de um
basibranquial “supranumerário” (ou basibranquial 6), uma vez que mesmo em
Cypriniformes,quepossuemoscincobasibranquiais,estacartilagemestápresente.
Elementospareadosdosarcosbranquiais
Primitivamente, os peixes mandibulados possuem cinco arcos branquiais, os
quais são derivados do terceiro ao sétimo arcos viscerais (cf. Liem et al., 2001). Os
primeiro quatro arcos se situam na base das brânquias. O último arco se situa na
cavidade faringiana podendo ser muito reduzido. Normalmente estes arcos são
compostosporumasériedebastõescartilaginosos.Daregiãoventralàdorsal,existem
os basibranquiais (ímpares), hipobranquiais, ceratobranquiais, epibranquiais e
faringobranquiais (cf. Nelson, 1969; Jollie, 1973, 1986; Reilly & Lauder, 1988; Janvier,
1996, Liem et al., 2001). Os basibranquiais dos arcos adjacentes frequentemente se
fundem. As cartilagens ceratobranquiais são serialmente homólogas à cartilagem de
Meckeleàcartilagemhioideeascartilagensepibranquiaissãoserialmentehomólogas
aopalatoquadradoeàhiomandibular(Liemetal.,2001).
Conforme descrito na literatura (e.g. Adriaens & Verraes, 1997e), o padrão
geraldedesenvolvimentodosarcosbranquiaissenosentidoânteroposterior.Cada
arco inicia a sequência de condrificação com os ceratobranquiais, seguido pelos
hipobranquiais e, eventualmente, pelos epibranquiais e faringobranquiais (cf.
Srinivasachar,1959a;Vandewalleet al.,1997;Engemanetal.,2009).Este padrão,ao
menoscom relaçãoaos elementosventraisdosarcosbranquiaisse aplicaàs espécies
estudadas (Prochilodus argenteus, Pseudoplatystoma coruscans e Lophiosilurus
alexandri). Nestas mesmas espécies, as cartilagens dos epibranquiais surgem
praticamentetodasaomesmotempo.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
141
A cartilagem dos epibranquiais mais anteriores I a IV são todas virtualmente
idênticas entre si, com aspecto de bastão (e.g. Figs. 7 e 30), mantendo suas formas
durante todo o desenvolvimento até começarem os processos de degeneração
causados pelas atividades de ossificação. A cartilagem do ceratobranquial V, por sua
vez, é sutilmente diferente logo que se forma, sendo ligeiramente curvada
posteriormente. Duranteseu desenvolvimento, sua região anteriorse alarga,
conferindo um formato de “clava” e sua região média se expande posteriormente e
medialmente,quasetocandoacartilagemcontralateral.
A formação das cartilagens dos hipobranquiais é sutilmente diferente em
Prochilodus (Characiformes) e em Pseudoplatystoma e Lophiosilurus (Siluriformes). O
padrão encontrado em Prochilodus reflete aquele considerado primitivo ao menos
paraaformaçãodoshipobranquiaismaisanteriores(IaIII)tambémencontradoem
Cypriniformes(cf.Engemanetal.,2009).Neste,ascartilagensdoshipobranquiaisIaIII
surgem conectadas às extremidades mediais das respectivas cartilagens
ceratobranquiaisecoma cópula anterior, segmentandose emseguida.Apesardesta
fusão, a região dos hipobranquiais propriamente ditos apresenta claramente mais
matriz extracelular, consequentemente corando mais intensamente que suas
extremidadesfundidasaoselementoscitados(e.g.Figs.7A;9A,B).EmSiluriformes,os
hipobranquiais dos três primeiros arcos branquiais se separam dos ceratobranquiais
durante a ontogenia (e.g. Adriaens & Verraes, 1997e; Srinivasachar, 1959b;
Vandewalle et al., 1997). Na maioria dos bagres,os hipobranquiais I e II se articulam
comamargemlateraldacópulaanterior,enquantooterceirosesituaentreacópula
anterior e aposterior (e.g. Fig. 33A). Ocasionalmente, ambos os hipobranquiais III
se
fundem medianamente (e.g. Pangasius pangasius, Plotosus canius Srinivasachar,
1957a,1958a),ouaindapermanecemfundidoscomosceratobranquiais(e.g.Ancistrus
cf. triradiatus Geerinckx et al., 2005). Em Pseudoplatystoma coruscans e
Lophiosilurusalexandri,nosestágiosiniciais,oshipobranquiaisIIIestãofundidoscoma
cópulapost
erior,formandouma massacartilaginosaúnica(Figs.31A; 43B,C).Durante
seudesenvolvimento,ascartilagensdoshipobranquiaisIIIsesegmentametornamse
isoladas(Figs.35A,46D).
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
142
o hipobranquial IV, nunca foi observado como um elemento separado em
Cypriniformes,CharaciformeseSiluriformesadultos,detalmaneiraqueesseelemento
éconsideradoperdidonestesgrupos(cf.Bockmann&Miquelarena,2008;Schaefer&
Fernández, 2009). Porém, estudando a ontogenia é possível supor um cenário para
este elemento. Alguns autores (cf. Lundberg & McDade, 1986; Adriaens & Verraes,
1997e)supõemquea diferenciaçãodaextremidademedialdo ceratobranquialIV(se
“curvando” anteriormente) e a ausência de ossificação nesta região, sugerem que o
quarto hipobranquial esteja presente, porém fundido com a extremidade medial
cartilaginosa do quarto ceratobranquial. Esta condição é, de fato, encontrada nos
Siluriformes.Todavia,mesmoemestágiosiniciaisdodesenvolvimentonãoseobserva
nenhum sinal de possíveis segmentações entre estas duas estruturas (e.g. Fig. 36).
Analisandogruposmaisbasais,comoProchiloduseCatostomus(Engemanetal.,2009),
começa a ficar clara a sequência de acontecimentos. Nestes grupos, nos estágios
iniciais, é possível definir uma região de coloração pálida na cartilagem medial do
ceratobranquialIV(Figs12Ae14A).Talfatoéumaforteevidênciadequeaseparação
destaestruturafoi“truncada”.EmCypriniformesesta“separação”podeserobservada
duranteumlongoperíodonosestágiosiniciaisdedesenvolvimento(cf.Engemanetal.,
2009).EmCharaciformes,a“janela”paraestaobservaçãoémaiscurta.Emseguidao
supostohipobranquialIV sefunde definitivamenteàextremidademedialdo
ceratobranquial IV. Em Siluriformes não se observa a situação descrita acima em
nenhum estágio, possivelmente correspondendo a um estágio derivado terminal na
sériedetransformaçãoiniciadaemCypriniformes.Adicionalmente,quandoanalisadaa
extremidad
e anterior dos hipobranquiais I e II verificase que possu em um padrão
conservado de ligamentos. Existem sempre dois ligamentos, um mais medial e outro
mais lateral, que se inserem praticamente no mesmo ponto na região anterior das
cartilagens dos hipobranquiais (Fig. 19A). O ligamento medial conectase na borda
posterior do hipobranquial mais anterior e o ligamento lat
eral, à borda posterior da
cartilagem medial do ceratobranquial anterior. No caso do primeiro hipobranquial
estesligamentosseconectamnacartilagemdoarcohioide, naregiãodohipialdorsal.
Este padrãoé claramenteobservadonaextremidade anteriorda cartilagem distal do
ceratobranquial IV, fortalecendo a hipótese de que esta região seja, na realidade, o
hipobranquialIVnãodiferenciado(Fig.19A).Entendeseentão,queohipobranquialIV
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
143
está realmente presente, porém fundido à cartilagem medial do ceratobranquial IV
nuncaseossificando.
Os epibranquiais são os principais elementos dorsais dos arcos branquiais. As
extremidadesventrolateraisdosepibranquiaissearticulamcomosceratobranquiaise
as extremidades dorsomediais, com os faringobranquiais. Os epibranquiais podem
suportarplacasdentígerasfaringianasouváriaslâminasparainserçãodemusculatur
a.
Osepibranquiaistambémdesenvolvemváriosprocessosparainserçãodemusculatura
dorsaldosarcosbranquiais(cf.Springer&Johnson,2004).
Os quatro primeiros elementos epibranquiais estão sempre presentes nos
Actinopterygii. Odesenvolvimento deste epibranquiais nãoapresenta grandes
variaçõesemOtophysi.Estas cartilagenssurgemsimultaneamente, sedesenvolvendo
na porção dorsolateral das extremidades dis
tais das cartilagens ceratobranquiais.
Possuem, ao menos nos estágios mais iniciais uma quantidade menor de matriz
extracelular, conferindolhes uma coloração mais pálida. Geralmente, a extremidade
medial destes elementos é mais expandida que a extremidade lateral que se articula
com os respectivos ceratobranquiais. Esta situação é mais evidente no quarto
epibranquialquepossuiformade“clava”depoisqueoprocessodecondrificaçãoestá
concluído. Nos Characiformes, a formação de processos uncinados, voltados
dorsalmenteemtodososelementosepibranquiais,masemSiluriformesosprocessos
uncinados ocorrem,em geral,somente noepibranquial III, podendo,menos
frequentemente, ocorrer no epibranquial IV. Estes processos uncinados fornecem
superfície para inserção de ligamentos/músculos que conectam a cesta branquial à
basedoneurocrânio.
Oelemento,usualmentechamadodeepibranquialV”mereceumcomentário
especial, destacando sua homologia com a série epibranquial. Este último arco
branquial é reduzido, perdendo os elementos dorsais (epibranquiais,
faringobranquiais), os quais nunca são encontrados (ossificados ou o) mesmo nos
peixes actinopterigianos mais basais, como Polypteriformes (cf. Wacker et al., 2001),
Acipenseriformes (cf. Grande & Bemis, 1991), e Amiiformes (cf. Grande & Bemis,
1998).
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
144
Entretanto, um pequeno elemento cartilaginoso encontrado associado ao
quartoceratobranquiale/ouquartoepibranquialétradicionalmenteidentificadocomo
“quinto epibranquial”. Em Siluriformes, este elemento é normalmente nodular (cf.
Lundberg & McDade, 1986; Bockmann et al., 2004; Bockmann & Sazima, 2004). No
entanto, não é conhecido o seu nível de generalidade. Bockmann & Miquelarena
(2008),reconhecemquetalelementopodenãoserumverdadeiroepibranquial,sendo
supostoserumelementoneomórficonosbagres.
A ocorrência e interpretaçãodo chamado “quinto epibranquial” tem recebido
considerávelatenção(cf.Nelson,1967;Greenwood&Rosen,1971;Rosen,1974;Fink
& Fink, 1996; Johnson & Patterson, 1996, 1997; Springer & Johnson, 2004). Porém,
ainda não está estabelecido se este elemento é de fato um epibranquial ( i.e.
serialmentehomólogoaosepibranquiaisIaIV)(Springer&Johnson,2004).
Independente deestaestruturaexistirounão grupos mais basais, epor quais
grupos ela é compartilhada, está claro que o chamado epibranquial V parece ser
homólogo entre grupos (apomorficamente em algum nível). Adicionalmente, com os
dadosontogenéticosdopresenteestudo,nãooconsiderohomólogo(serialmente)aos
epibranquiaismaisanterioresouàquelesque ocorrememChondrichthyes. Poroutro
lado,presumese queseu padrão dedesenvolvimento emoutros gruposde
Actinopterygii,foradaquelesaquianalisados,sejaomesmo,podendo,estadiscussão,
ser aplicada a todos eles. Desse modo, adoto o nome de pseudoepibranquial V para
designar esta cartilagem associada à extremidade distal do ceratobranquial IV e
diferenciáladoverdadeiroepibranquialVpresenteemChondrichthyes.
Os resultados mostram uma clara “disrupção” temporal referente ao
surgimento do pseudoepibranquial V. Este é um elemento de formação tardia. No
estágioemquepodeserobervado,acestabranquialestácompletamente formada,
com todos os elementos bem definidos, estando a maioria exceto os basi e
hipobranquiaisossificados.Quandofinalmentesecondrifica,opseudoepibranquialV
está intimamente ligado à extremidade lateral do ceratobranquial IV (e não do
ceratobranquial V). Surge como uma peça delicada que não cora com azul de Alcian,
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
145
podendo ser visto somente quando se muda a incidência da luz no estéreo
microscópio.Seutamanhopodevariarnosdiferentesgrupos,masnuncaseossifica.
Nos cortes histológicos verificase a íntima ligação da cartilagem lateral do
ceratobranquialIVcomoepibranquialIV(Figs.13e52).Podeserobservadoquecada
um deles, apesar de sua proximidade, possui uma camada própria de células
formadoras de cartilagem, os condroblastos, separados por uma camada de células
mesenquimais, que originarão os condroblastos. Conforme os condroblastos se
dividem e produzem matriz extracelular, as células ficam (aprisionadas) no interior
desta cartilagem, se diferenciando nas efetivas células formadoras de cartilagem, os
condrócitos. Obervando a cartilagem do pseudoepibranquial V, podemos ver que
existe umaíntima conexão com o ceratobranquial IV. Esta conexão é tão “forte” que
ambas as estruturas compartilham a mesma camada unicelular de condroblastos
(células achatadas) (Fig. 52). Portanto, os condrócitos do pseudoepibranquial V e do
ceratobranquialIVsãoambosderivadosdamesmacamada.
Uma comparação com os demais grupos de “peixes” fazse necessária para a
avaliaçãomaisprecisadanaturezadesteelementopseudoepibranquialV.
Nos condrictis, o quinto epibranquial é também um elemento modificado se
comparadoaosmaisanteriores.Todavia,nestegrupo,oaparecimentodesteelemento
segue a ordem do surgimento dos demais epibranquiais, assim como se desenvolve
como uma peça cartilaginosa independente (cf. Hamdy, 1965; Gillis et al., 2009).
Baseadonisso,podemosdizerqueo quinto epibranquial de condrictis é,defato,um
epibranquialverdadeiro,serialmentehomólogoaosmaisanteriores.
Aparentemente, nos condrictis, o epibranquial V está relac
ionado com a
articulação da cesta branquial à cintura peitoral. Ao mesmo tempo, ele nunca é
encontrado como um elemento isolado, estando sempre fundido com o
faringobranquial V (ou faringobranquiais IV e V). Os padrões de fusão entre os
diferentes grupos de elasmobrânquios variam e foram compilados por Carvalho
(1996). Uma situação similar é encontrada nos peixes quimeroides (cf. Didier,
1995).
Estaestruturacomplexa éhomólogaentre osChondrichthyes(Holocephali+
Elasmobranchii),podendoserfacilmenteevidenciada pelasualocalização topográfica
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
146
einserçãodo músculo cucularisprofundus.(Didier,1995). Estemúsculo se originada
fascia dorsal da parte cranial da musculatura epaxial do corpo e se estende ventro
caudalmente para inserir no epibranquial do último arco branquial (ou na estrutura
complexanestaposição),assimcomonaporçãoescapulardacinturapeitoral(Liem &
Summers,1999).
Nos Actinopterygii parece que o quinto arco branquial está primitivamente
incompleto, perdendo o epibranquial V. Realmente, não qualquer evidência de
nenhumaestruturaemseulugar,mesmonosgruposbasais: Polypteriformes(cf.Jollie,
1984c; Bartsch, 1997; Wacker et al., 2001) and Acipenseriformes (cf. Jollie, 1980;
Grande & Bemis, 1991; Findeis, 1997). Em Lepisosteus, representando
Lepisosteiformes,grupoirmãodeHalecostomi(Amia+Teleostei),oepibranquialVnão
foireportado(Jollie,1984a).
NosTeleosteiviventes,opseudoepibranquialVpodeserencontradoemvários
grupos não proximamente relacionados. Este elemento é sempre uma estrutura
cartilaginosa localizado na extremidade distal do ceratobranquial IV, como descrito
acima. A porção pósterodorsal dos arcos branquiais nos representantes das maiores
linhagens de Teleostei foi ilustrada por Nelson (1967). Suas figuras indicam que na
condiçãodosteleósteosprimitivos,oquartoepibranquiale pseudoepibranquialVsão
separados,sendo, esteúltimo, umacartilagemreduzida articuladaao quarto
epibranquial e o quarto epibranquial um osso
relativamente simples, com sua
extremidade medial expandida. O quarto epibranquial é, no entanto, um osso que
assume uma grande variedade de formas e sua relação com o quinto epibranquial é
característica de diversas linhagens (cf. Rosen, 1974). Frequentemente, as distintas
modificaçõessãoassociadascomodesenvolvimentodeestruturasparticulares,como
o órgão epibranquial, cuja função não está totalmente esclarecida, mas,
aparent
emente está relacionando com a concentração de pequenas particular de
comida(cf.Nelson,1967;Menin&Mimura,1991;Bauchotetal.,1993).
Entre os euteleósteos o quarto epibranquial primitivamente possui várias
características: 1) pósteroventralmente, acima de sua articulação com o quarto
ceratobranquial,elesuportaoquintoepibranquial;2)ânteroventralmente,suportaa
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
147
quinta placadentígerasuperior,adentiçãoque,juntamente com aquelepresentena
placa do quarto faringobranquial forma a principal dentição suprafaringiana; 3) se
articula anteriormente diretamente com o quarto faringobranquial; 4) dorsalmente
formaumaelevaçãoouprocessoparainserçãodoquartomúsculolevatorexternoe5)
anterioraestaelevaçãonafacedorsal,umprocessouncinadoquesuportaotecido
conectivo que o une ao processo uncinado do terceiro epibranquial. Logo, o quarto
epibranquialémecanicamenteconectadoaoterceiroviaprocessouncinadoeligadoá
base do crânio pelo quarto músculo levator externo e suporta a parte principal da
dentiçãosuprafaringiana(Rosen,1974).
Springer & Johnson (2004) descrevem o pseudoepibranquial V variando de
completamente autógeno a parcialmente fundido com a extremidade distal do
epibranquialIVou,nãofrequentemente,comaextremidad
edistaldoceratobranquial
IV.IstocorroboraaasserçãodeRosen(1974),deque,primitivamente(nosteleósteos
basais), ele colabora para formar um entalhe para a passagem da quinta artéria
branquialeferent
e.
A ocorrência do pseudoepibranquial nos grupos mais derivados de Teleostei,
conformedadosdaliteratura,segueabaixo:
NotrabalhodeGrande&Bemis(1998),analisandofilogeneticamenteafamília
Amiidae (Amiiformes),umafigurados arcos branquiais de um indivíduo adulto de
Amia. Nesta figura está evidente que o limite posterior da cartilagem distal do
ceratobranquial IV é expandido posteriormente se comparado aos outros
ceratobranquial,incluindooceratobranquialV.Osautoresilustramosarcosbranquiais
de indivíduos mais jovens. Embora os arcos não estejam completamente
desenvolvidosnesteespécime,osceratobranquiaisestão.Analisandoaextremidade
distal do ceratobranquial IV percebese que não qualquer modificação, ou seja,
segueexatamenteomesmopadrãodeformadosdemaisceratobranquiais.Omesmo
foi confirmado nos exemplares juvenis de Amia analisados no presente estudo.
Considerotalfatocomoumindicativodequeaexpansãoposteriordacartilagemdistal
doceratobranquialIVéumeventoqueacontecetardiamentenodesenvolvimentodos
arcosbranquiais.Logo,esteestado(expansãodacartilagemdistaldoceratobranquial
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
148
IV) poderia ser considerado como o precursor para o surgimento do
pseudoepibranquialVautógeno(Jollie,1984b).
Em Osteoglossomorpha, a condição é como se segue: Em Hiodon
(Hiodontiformes), Hilton (2002) não descreve qualquer sinal de um
pseudoepibranquial V.Acartilagemdistaldoceratobranquial IV é cônica.Entretanto,
noseugrupoirmão,Osteoglossiformes,oepibranquialVcartilaginosoébemevidente
nas ilustrações de Hilt
on (2003) de Heterotis e Pantodon e a descrição é de um
elementoquecontataoquartoarcobranquialnaporçãodistal,ondeoepibranquialIV
eoceratobranquialIVsearticulam.
Em Elopomorpha, Albula e Pterothrissus são descritos como possuindo um
epibranquialV.EmAlbula,oepibranquialVsefundeaoceratobranquialIV
(Springer&
Johnson,2004).EstasespéciespertencemàordemAlbuliformes(Albulidae),umclado
basaldeElopomorpha(sensuWangetal.,2003).Nosgruposmaisderivados,aordem
Anguiliformes, que compreende quase 95% da diversidade taxonômica de
Elopomorpha, Nelson (1966) não menciona (no texto ou nas figuras) nenhum
elementocartilaginosonaposiçãodopseudoepibranquialV.Emalgunstrabalhosmais
recentes, estudando os arcos branquiais em espécies desta ordem, também não
nenhumregistrodetalelemento(cf.Mehta&Wainwright,2008).
Em Clupeomorpha, Di Dario (2004) descreve o pseudoepibranquial V
cartilaginosocomopresenteemtodasasespéciesestudadas, incluindo Denticeps(cf.
Pinna & Di Dario, 2010). O elemento pode estar fundido ao epibranquial IV tanto
dorsal como ventralmente. A completa fusão cria um entalhe para a passagem da
artéria eferente. Este entalhe também foi identificado por Nelson (1967) em alguns
Clupeomorpha.
Em Ostariophysi, o pseudoepibranquial Vtambém está primitivamente
presente. Foi amplamente documentado na literatura de vários grupos. Na ordem
basal, Gonorynchiformes, o chamado “epibranquial V” é descrito e ilustrado por Taki
etal.(1987)noseuestudodedesenvolvimentodefunçõesnatatóriasealimentaresde
Chanos. Adicionalmente, de Chanos, existe uma ilustração muito clara na tese de
Thomas (2003) que também é uma das poucas autoras que cita ‘epibranquial V’
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
149
entre aspas, claramenteduvidando da sua homologia com os demais epibranquiais
naqualépossívelobservarsuaíntimarelaçãocomaarticulaçãodoceratobranquialIV
comooepibranquialIV.Entretanto,opseudoepibranquialVnãofoireportadoparaum
Kneriidae africano “miniatura” (Britz & Moritz, 2007). Em Otophysi, tal elemento
também está presente e relativamente bem documentado. Engeman et al. (2009)
descrevem o desenvolvimento dos arcos branquiais em Catostomus (Cypriniformes),
ondeodesenvolvimentodopseudoepibranquialVéricamentedocumentadonotexto
enasfiguras. Váriosoutrosartigostambém documentameste elementoem espécies
destaordem(cf.Siebert,1987;Conway&Mayden,2007;Conwayetal.,2008;Britz&
Conway, 2009). Em Characiformes, o chamado “epibranquial V” é documentado em
texto e ilustrações de vários trabalhos (cf. Bertmar, 1959; Vari, 1989; Ribeiro et al.,
2004). Em Siluriformes, uma cartilagem nodular às extremidades distais do
ceratobranquialIV eepibranquialIVéreportadacomo“epibranquialV” (cf.Lundberg
& McDade, 1986; Bockmann et al., 2004; Bockmann & Sazima, 2004) ou ainda,
reconhecida como um elemento neomórfico da ordem (Boc kmann & Miquelarena,
2008). Pinna (1993) também reporta o chamado “epibranquial V” como sendo
ossificado em um indivíduo de grande porte de Helogenidae [tal situação não foi
observado em nenhum exemplar nem em qualquer outro artigo científico]. O autor
tambémdescrevequeemSiluriformes,o “remanescente”doepibranquialV
[=pseudoepibranquialV]estáprimitivamentepresentecomoumapequenacartilagem
arredondada.Emalgumaslinhagensdestaordem,esteelementofoiapomorficamente
perdido,comoemalgunsLoricariidaedasubfamíliaHypostomiae,Callichthyidae,entre
outros. Estas condições foram confirmadas por Britto (2003). Em Gymnotiformes, a
presençadopseudoepibranquialVéigualmenteverdadeira(cf.CamposdaPaz,1997;
Santana,2002;Triques,2005;Hiltonetal.,2007b).
Euteleostei, grupoirmão de Ostarioclupeomorpha (Ostariophysi +
Clupeomorpha), compreende o grupo chamado “Protacanthopterygii” (sensu
Greenwoodetal.,1966)+Neoteleostei.Os“protacantopterigianos”sãochamadosde
“euteleósteos basais” (“lower euteleosts”) (sensu Johnson & Patterson, 1996) e as
hipótesesdeinterrelaçõesnãosão consensuais (cf.Rosen&Patterson, 1969;Rosen,
1982; Fink & Weitzman, 1982; Lauder & Liem, 1983; Johnson & Patterson, 1996;
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
150
Ishiguro et al.,2003;Diogo et al.,2008).Oschamados euteleósteosbasais
compreendem as ordens Argentiniformes, Osmeriformes, Salmoniformes e
Esociformes (sensu Nelson, 2006). O pseudoepibranquial V está presente em muitas
espéciesnestegrupo,sendodescritoemváriosartigos(cf.Greenwood&Rosen,1971;
Rosen, 1974; Roberts, 1984; Stein & Bond, 1985; Begle, 1992; Johnson & Patterson,
1996;Sanford,2000;Springer&Johnson,2004).Entretanto,Jollie(1975)estudandoo
desenvolvimento de Esox, reporta “… in actinopterygians generally there is no
epibranchial V [=pseudoepibranquial V]”. Como geralmente acontece em outros
gruposnãoproximamenterelacionados,opseudoepibranquialVpodeestarassociado
comaúltima artériabranquial eferente,formando umentalhe.Logo,é deseesperar
queentretodososgruposestudados,opseudoepibranquialVpossaestarfundidocom
o epibranquial IV, circundando a referida artéria. Os padrões destas fusões variam e
sãoindependentesemcadagrupo(vejaJohnson&Patterson,1996).
O clado mais derivado de Teleostei (Euteleostei), os Neoteleostei ou
Neoteleostei+Esociformes,sensuJohnson&Patterson(1996)foidiagnosticadopor
Rosen (1973) como um grupo monofilético, incluindo Stomiiformes, Aulopiformes,
Myctophiformes e Acanthomorpha, em ordem filogenética sucessiva (Stomiiformes
sendoomais basal).Asinterrelaçõesentre estescladosfoilargamenteestudada (cf.
Stiassny, 1986; Rosen, 1985; Johnson, 1992). Esta discussão foge ao âmbito deste
trabalhoeseráaceita(como geralmenteé) ahipótesede Rosen(1973)paraasinter
relaçõesdeNeoteleostei.
Em Stomiiformes não fica clara a presença do pseudoepibranquial V
cartilaginoso.Estudos derevisãodestaordem(Fink,1985; Harold& Weitzman,1996)
não informa nem apresença nem a ausência deste elemento. Porém, em
Aulopiformes, a presença de um pseudoepibranquial V cartilaginoso expandido é
consideradaprimitiva,sendosecundariamentereduzidoouperdidoemalguns grupos
(Baldwin&Johnson,1996).
O clado dos ctenosquamados inclui os mictofiformes + acantomorfos. Este
último sendo o “crown group” com a maior radiação dos peixes viventes (Teleostei).
Com cerca de 300 famílias e mais de 14.000 espécies, compreendem a maioria dos
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
151
teleósteos viventes (Wiley et al., 2000). O pseudoepibranquial V cartilaginoso é tido
como ausente em todos os ctenosquamados (Baldwin & Johnson, 1996). Realmente,
nenhuma estrutura similar ao pseudoepibranquial V é comentado no texto ou em
figuras por Stiassny (1996) em seu estudo sobe os ctenosquamados. Porém,
recentemente, um artigo publicado por Hilton et al. (2010) descreve e ilustra uma
diminuta peça cartilaginosa localizada posteriormente àextremidade distal do
epibranquial IV, a qual é identificada como sendo uma “cartilagem acessória”, em
espécies de Carangidae (Perciformes). Percebese, nos arcos branquiais onde os
elementos dorsais não foram desarticulados dos ventrais, que esta cartilagem
acessóriaestáintimamenteconectadaàextremidadedistaldoceratobranquialIV.Não
razãoaparente paranãoreconhecer a homologia desta estruturacomochamado
pseudoepibranquial V. Os autores podem ter escolhido esta nomenclatura, uma vez
que reconhecemqueonome“epibranquial V” nãosejaapropriadocomodiscutido
nopresenteestudo.Deste modo,estefato“derruba”oquefoipostuladoporStiassny
(1996).Umarevisãode maisgruposdesteclado deveserfeita,de modo averificara
presença do pseudoepibranquial V. Mesmo se verificando que entre os
ctenosquamados apenas Carangidae possui o pseudoepibranquial V, sua morfologia,
posição e associações são exatamente iguais àquelas dos demais teleósteos, de tal
maneira que é possível que o código genético que forma esta cartilagem tenha sido
“desligado”nosctenosquamadose“religado”nosCarangidae.
AnalisandohistologicamenteosurgimentodopseudoepibranquialV,juntocom
o desenvolvimento de cartilagens (vide apêndice), temos que os epibranquiais I a IV
surgem muito próximos aos ceratobranquiais, mas mesmo assim, apresentam uma
camada de células mesenquimais separando as cartilagens primordiais umas das
outras.Cadacartilagem(i.e.ceratobranquialIVeepibranquialIV)possuisuaprópriae
independente camada de condroblastos. O pseudoepibranquial V surge intimamente
conectado ao ceratobranquial IV. Entretanto, nesse caso, este elemento não possui
suaprópriacamadadecondroblastos.Aocontrário,elecompartilhaamesmacamada
de condroblastos do ceratobranquial IV (Fig. 52). Isto significa que não existe um
desenvolvimento completamente autógeno. Outro aspecto importante é que o
pseudoepibranquial V surge tardiamente no desenvolvimento, não respeitando a
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
152
sequênciadesurgimentodosceratoouepibranquiais.QuandoopseudoepibranquialV
podeserdetectado,acestabranquialestáquasetotalmenteformada,atémesmocom
oprocessodeossificaçãoadiantado.
DiantedoexpostoparaopseudoepibranquialV,concluisequeesteelemento
possa estar relacionado (ao menos primitivamente) ao suporte para a quinta artéria
branquial eferente, como postulado por autores previamente citados. Além disso, a
interpretaçãodaocorrênciaedesenvolvimentodopseudoepibranquialVpresenteem
Actinopterygii indica que esta seja uma nova estrutura, não relacionada (não
homóloga)aoepibranquialVdosgnatostomadosprimitivosouserialmentehomóloga
aosepibranquiaisIaIV.Duasrazõesprincipaisparaestaconclusão:odesenvolvimento
tardio do pseudoepibranquial V é consistente em todo trabalho que reportatal fato;
surgimento compartilhando a camada de condroblastos do ceratobranquial IV.
Igualmente, podese levantar a hipótese de que o pseudoepibranquial V seja um
elemento“filogeneticamentedestacado”doceratobranquialIV.
Apesardadifícilcomprovação,estimoquea morfologiaapresentadaem Amia
possa representar o estágio inicialparaoaparecimentodopseudoepibranquialVem
Teleostei. Isto é baseado na presença de uma expansão distal do ceratobranquial IV,
queemboranãodestacada,diferedamorfologiadascartilagensterminaisdosdemais
ceratobranquiais. Também, a formação tardia da expansão posterior do
ceratobranqu
ial IV de Amia, após a cesta branquial estar formada, é um indicador
adicionalquesetratedeumelementoneomórficoehomólogoaopseudoepibranquial
V.
Com essas interpretações é mais parcimonioso assumir que o
pseudoepibranquial V cartilaginoso (autógeno ou não) seja uma sinapormorfia de
Teleostei.Adem
ais, ospadrõesdefusão com o epibranquial IV ouceratobranquialIV
permanecemosmesmos,emváriosgruposnãorelacionados.Então,secundariamente
(e independentemente), este elemento foi perdido em vários grupos, supostamente
emquasetodaalinhagemmaisderivadadeTeleostei,osctenosquamados.
Adicionalmente, ao contrário da afirmação de Jollie’s (1975) (“… in
actinopterygians generally there is no epibranchial V [=pseudoepibranquial V]”), o
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
153
pseudoepibranquial V deve estar presente em muitas espécies. Esta observação
“subestimada”podeserdevidoao fato destaestruturasercartilaginosae,emalguns
grupos,reduzida,oufracamentecorada,mesmoemindivíduosmaiores.
Nos gnatostomados, os elementos ossificados (ou não), articulados
dorsalmente com os epibranquiais são os faringobranquiais. Nelson (1969) faz uma
padronização dos nomes aplicados a estes elementos. Reconhece os problemas de
homologia destas estruturas e, ainda, o fato de vários autores frequentemente
confundirem e,consequentemente,chamaremasplacasdentígerasassociadas e eles
defaringobranquiais.
Os faringobranquiais de Prochilodus (Characiformes) se desenvolvem em uma
sequência própria, diferente daquela do surgimento dos ceratobranquiais e dos
epibranquiais. Os três mais posteriores surgem quase simultaneamente, sendo, o
quarto faringobranquial o mais bem corado. Mais tardiamente surge o primeiro
faringobranquial, o menor e mais delgado de todos. Esta situação é a encontrada
primitivamentenaslinhagensbasaisdeTeleostei,sendoasituaçãotambémobservada
em Cypriniformes (cf. Engeman et al., 2009). Todos estes elementos cartilaginosos
surgem articulados à extremidade medial dos respectivos epibranquiais,
proporcionando uma maior fixação da cesta branquial à base do neurocrânio. Foi
verificado que o primeiro e segundo faringobranquiais em alguns indivíduos de
Prochilodus, nos estágios mais avançados do desenvolvimento, podem sofrer uma
rotação (ou surgem nessa posição), posicionandose mais anteriormente e quase
paralelamenteaosepibranquiais(e.g.Fig.14A).
O número de faringobranquiais, nos Siluriformes, varia de dois a quatro,
variação esta que pode, talvez, serexplicada por eventos de redução. Em
Diplomystidae estão presentes, e ossificados, quatro destes elementos (cf. Nelson,
1969; Arratia, 1987). Os dois primeiros são finos ficam paralelos aos epibranquiais,
enquanto o terceiro e quarto são maiores e ficam transversais aos epibranquiais
posteriores. Quanto ao primeiro e segundo faringobranquiais dos Siluriformes, ainda
não existe consenso. O primeiro faringobranquial dos siluriformes adultos é
costumeiramente identificado como sendo uma estrutura cilíndrica, ossificada na
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
154
maior parte de sua extensão, usualmentedisposta paralelamente ao epibranquial I e
unidaà extremidademedialdesteossoeàfaceinternadohiomandibular(Bockmann,
1998). Arratia (1992) rejeitou a homologia deste elemento com o primeiro
faringobranquialdoscaraciformesegimnotiformes econsiderouesta estruturacomo
sendo neomórfica de bagres. Entretanto, Pinna (1993) considerou sua posição
diferenciada como sinapomorfia da ordem, não invalidando sua homologia com o
primeiro [= talvez o segundo] faringobranquial dos demais teleósteos (cf. Bockmann,
1998).
O segundo faringobranquial dos siluriformes é, na maior parte das vezes,
reconhecidocomosendoumamassacartilaginosalocalizadapróximaàsextremidades
mediaisdosepibranquiais IeII eàextremidadeanteriordo terceirofaringobranquial
(e.g. Fink & Fink, 1981). Esta identificação baseiase no fato que o segundo
faringobranquial típico, i.e., com aspecto de haste tal como o primeiro
faringobranquial, é incomum nos siluriformes (cf. Pinna, 1993). Conforme apontado
peloreferidoautor,emborararo,osegundofaringobranquial,comformatodehaste,
está presente em alguns representantes de siluriformes. Logo, a interpretação que o
nódulo cartilaginoso seja homólogo ao referido faringobranquial está errada, pois
nestes exemplares o típico segundo faringobranquial e o nódulo cartilaginoso
coexistem. Segundo Bockmann (1998), como o elemento com formato de haste é,
morfologicamente e topograficamente, mais similar ao segundo faringobranquial dos
demais membros de Euteleostei, é mais parcimonioso considerálo como sendo seu
homólogo nos siluriformes. Desse modo, o nódulo cartilaginoso, presente em alguns
siluriformeséconsideradoneomórfico,sendoumaprovávelautapomorfiadaordem.
Outra discussão sobre as interpretações desta massa cartilaginosa,
interconectandoasbasesdosfaringobranquiaisIeIIcomosrespectivosepibranquiais
e com a extremidade anterior do terceiro faringobranquial, é feita por Adriaens &
Verraes (1997e). Os autores revisando a literatura, juntamente com seu estudo do
desenvolvimento de Clarias gariepinus, concluem que, devido à posição e à relação
desta massa cartilaginosa com os epibranquiais, ela representa os remanescentes
faringobranquialIeII.Considerotalinterpretaçãoerrônea,umavezquerelatosde
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
155
presença em Diplomystidae, um grupo que possui os quatro faringobranquiais
verdadeiros,destascartilagensnodulares(cf.Azpelicueta,1994).
Noestudo dodesenvolvimentode Lophiosilurusalexandri,essamassa
cartilaginosanãofoi observada.Noentanto,em estágios tardiosdestaespécie,surge
umnódulocartilaginosolocalizadonaextremidademedialdosegundoepibranquial.É
possívelobservarestági
osemqueaextremidademedialdosegundoepibranquial está
“esticada”eemoutrosestágios,umaclaralimitaçãodestenódulocomacartilagem
do referido epibranquial, mantendo ainda sua ligação a esse. Além disso, essa
sequência acontece após o total desenvolvimento dos faringobranquial III e IV. Estes
fatossugeremque,narealidade,onóduloidentificadocomosegundof
aringobranquial
sejarealmenteneomórficodaordem.
Outropontoasercomentadoésobreareferidamassacartilaginosa(cf.Fink&
Fink,1981;Adriaens&Verraes,1997e).Estaregiãocartilaginosaéformadanamesma
sequênciadasdemaiscartilagensdofaringobranquiais(IIIeIV).Apesarseestaremem
contatocomasextremidadesdosrespectivosepibranquiais,aindaépossívelobservar
seus limites, indicando que são estruturas distintas. Mesmo assim, é pouco provável
que a interpretação de Adriaens & Verraes (1997e), de que sejam os remanescentes
dos faringobranquiais I e II, esteja correta, diante, por exemplo, da situação relatada
emDiplomystidade(Azpelicueta,1994).
Porém, vale ressaltar que em alguns indivíduos de Pseudoplatystoma
analisados foi verificada a formação de áreas nodulares coradas nessa “massa
cartilaginosa” anterior ao faringobranquial III. Apesar de não ser consistente para a
espécie, tal fato pode ser uma evidência de que os faringobranquiais I e II se
desenvolvamnessaregião,validandoahipótesedeBockmann(1998).
Esta discussão somente poderá ser elucidada com dados de ontogenia destes
elementos.Noentanto, os dadosdopresente estudosãoinconclusivos, uma vezque
asespéciesdebagresestudadasnãodesenvolvemosfaringobranquiaisIeII.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimento doesplancnocrânio
156
Osteocrânio
Aparentemente,asequênciadeeventosontogenéticosquelevaàsossificações
das estruturas cranianas está relacionada ao estresse que as diferentes estruturas
estão sujeitas. Portanto, diferentes hábitos de vida das larvas de diferentes espécies
resultarãoempressõesformativasdistintassobredeterminadasestruturas.Comisso,
esperamse variações nos tempos e nas sequências em que estas estruturas são
formadas. Mabee&Trendler(1996)comparam estas sequências entre algunsgrup
os
depeixeseconcluíramqueelasnãorepresentamasrelaçõesevolutivas,i.e.variamem
todososgrupos,podendo,omesmopadrão,estarpresenteemgruposdistintos,não
proximamente relacionados evolutivamente. Consequentemente, diferenças na
históriadevid
adospeixesporexemplo,diferençasnosmodosdecapturaetiposde
alimentostêmumpapeldiretonadiferenciaçãodecertosossos(Kohnoetal.,1996).
Como apontado por Adriaens & Verraes (1998), as primeiras ossificações estão
relacionadas com o início da respiração e à formação dos primórdios dos elementos
associados à alimentação, durante a fase de transição de alimentação de fonte
endógenapara aexógena (cf.Adriaens, 1998).Outropadrãogeral,também
encontradonasespéciespresentemente estudadas, é aossificação ocorrendo
primeiramente nos elementos do esplancnocrânio e posteriormente no neurocrânio.
Este fato foi reportado em várias espécies (e.g. de Beer, 1937; Bamford, 1947,
Surlemont & Vandewalle, 1991; Vandewalle et al., 1995; 1997; Adriaens & Verraes,
1998;Geerinckxetal.,2007a).
Quanto aos locais de início das ossificações, principalmente naquelas
ocorrentespericondralmente,ficamuitoclaroquecoincidem,consistentemente,com
ospontosdeinserçãodemusculatura(ligamentooutendões,que,geralmente,ainda
não estão diferenciados nessa fase). O processo completo necessita de investigação
maisprofunda,masdevesermuitosimilaraoqueocorrenaformaçãodosdentesem
mamíferos, o qual está muito bem documentado na literatura (cf. Johnston, 2001;
Nanci&Bosshardt, 2006; Abeetal., 2010).Emresumo, doisprocessos“distintos”
de ossificação. Um ocorrendo no ligamento/tendão em si, ao redor das fibras
colágenas, e outro ocorrendo pericondralmente. Ao longo da ontogenia, ambas as
estruturasfundemse,“ancorando”oligamentoaoosso.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
157
A formação dos dentes é outro ponto importante a se destacar. Conforme
detalhadamente discutido por Schaeffer (1977), os “dentes” primordiais se
desenvolvem por processos distintos daqueles que formam os dentes definitivos, i.e.
odontogênese. Em suma, estes dentes primordiais ou “epiteliais” aparentemente
derivamdiretamentedotecidoepitelial,aindaquepossamseapoiaremalgunsossos
mandibulares. Este processo deve, de certo modo, p ossibilitar a rápida formação de
denteslogoapósaeclosãodaslarvas.Sãoestruturasmaissimples,semaformaçãode
camadas distintas, incluindo o esmalte. Contudo, não podem ser considerados
homólogos aos dentes definitivos, cujas morfologias são características em diversos
grupos de peixes. O processo de desenvolvimento dos dentes definitivos, segue o
padrão conhecido de odontogênese de diversos grupos, especialmente humanos (cf.
Teafordetal.,2000;Torres,2008),originandoseapósainteraçãodecélulasepiteliais
comcélulasdoectomesênquima,localizadasmaisprofundamentenapele(cf.Fig.50A
e B). Este tema tem sido debatido desde o final de século XIX (cf. Tomes, 1876), foi
extensamente estudado por alguns autores posteriormente (i.e. MoyThomas, 1934;
Schaeffer, 1977; Ørvig, 1977; Fink, 1981), até mesmo sob a perspectiva de que estes
dentes sejam derivações de ossificações dérmicas (cf. Moss,1968; Sire & Huysseune,
2003). Mais recentemente, outros estudos foram feitos isoladamente em algumas
espécies, porém sem a abordagem comparativa necessária para a elucidação destes
complexoseventos(cf.Trapanietal.,2005;Geerinckxetal.,2007b).ApesardeTrapani
(2001) ter conduzido uma revisão sobre a evolução dos dentes de reposição nos
Teleostei,
estetrabalhonãoabordou aformaçãohistológicadosdentes. Umarevisão
sobreaorigemda dentiçãonosvertebradosfoirealizadaporHuysseuneetal.(2009),
contestaram a hipótese de que os dentes tenham surgido como “invasões dos
odontódeos na cavidade bucal,acontecido na cladogênese dosmandibulados.
Entretanto, esse estudo não discrimina a rela
ção dos dentes “cônicos”, primordiais,
dos peixes com os dentes definitivos, estes sim, certamente homólogos entre os
vertebrados. Um estudo mais aprofundado neste tema, comparando os eventos
odontogênicosdospeixes,comaquelesquesãolargamenteconhecidosemmamíferos
deve ser feito para o entendimento de quais estágios são homólogos aos dentes
definitivos e quais processos formam os “destes” cônicos presentes nos estágios
iniciaisdaslarvas.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
158
Arcoprémandibular
Aossificação doautopalatino ocorrepericondralmente naextremidade
anterior do processo pterigoide da cartilagem hiosimplética, em Prochilodus ou
cartilagem isolada do autopalatino, em Siluriformes como discutido anteriormente.
Tem início no ponto médio, na face ânterodorsal, desta cartilagem, na região de
inserção de um delicado ligamento (não identificado, mas que proporciona a
sustentação com o neur
ocrânio) (conforme ilustrado na Fig. 25C). Em seguida, esta
ossificação se espalha concentricamente, invadindo também a cartilagem. O
dermopalatinonãoseformaemOstariophysi(cf.Fink&Fink,1981;Arratia&Schultze,
1991).
Arcomandibular
Asequênciadeossificaçõesnoarcomandibularestárelacionadacomamaioria
dos ossos portadores de dentes, tendo início, então, a ossificação das prémaxilas e
dentários(edasplacasdentígerassuprafaringianas,nosarcosbranquiais).Aformação
dos dentes em si tem início anterior à ossificação destas estruturas que os portam.
Todavia, como comentado por Geerinckx et al. (2007a), estes dentes em início de
formação estão ainda recobertos de tecido epidérmico, podendo não ser funcionais.
Na sequência do desenvolvimento, se a passagem da vida endógena (com o
consumodovitelo)paraavidaexógena.Estas sequênciasrelacionadasàalimentação
podem apresentar variações. Adriaens & Verraes (1998) fazem uma correspondência
entreostemposeassequênciasdesurgimentodosossosportadoresdedentescomo
hábito alimentar de diversas espécies. Se este hábito varia, portanto, se espera
também que haja diferenças entre o aparecimento das estruturas relacionadas à
obtençãodealimento.
Em Characiformes, a maxila, que está intimamente relacionada à
movimentação da prémaxila, inicia sua ossificação simultaneamente à primeira,
começando como um filamento de ossificação dérmica, o qual se desenvolve
principalmente nafaceventrale posterior, alcançando osformatoscaracterísticosde
cadaespécie,osquaisforamdescritosnosresultados(e.g.Fig.8).Conformereportado
anteriormente, a maxila, em Siluriformes, está associada ao mecanismo de
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
159
movimentação dos barbilhões maxilares, se desenvolvendo na base deste (e.g. Figs.
30A, 44A). Sua homologia em relação aos nãoSiluriformes em nada é contestada. A
prémaxilasedesenvolve,igualmenteàmaxila,apartirdeumfilamentodeossificação
dérmica, localizado anterior e dorsalmente à prémaxila. Em seguida ossificase,
expandidoventralmenteelateralmente.
O dentário, cuja ossificação é de origem dérmica formase, ao redor da
cartilagemdeMeckel.Inicialmente,emboramuitopróximos,nãoqualquercontato
mediano entre os elementos contralaterias (vide os resultados). Em seguda, a
cartilagemdeMeckelseossificaemsuaregiãoanterior.Aossificaçãonacartilagemde
Meckel tem início com um evento de ossificação pericondral, com posterior invasão
para o interior da cartilagem (endocondral) (Fig. 47). Com isso, formase o osso
mentomeckeliano, que, com o desenvolvimento do dentário, fundese e este, sendo
impossível distinguilos em estágios mais avançados. De modo geral, as ossificações
derivadas, ao menos, da cartilagem de Meckel apresentam indícios de formação
pericondraleendocondral,comodetalhadamentereportadoporHaines(1937).
Com o aumento de pressão exercida na articulação mandibular, essa região
ossificase pericondralmente em dois centros distintos, formando os ossos
retroarticulareoânguloarticular,quereforçamamaxila inferior.Odesenvolvimento
do osso retroarticular não fica totalmente claro nas espécies de bagres estudadas,
mas, segundo Nelson (1973) este osso está primariamente presente e coossificado
com o osso ânguloarticular em Diplomystes. Arratia (1987) encontrou espécimes
adultosdeDiplomystesemqueestesossosnãoestavamtotalmentefundidosentresi.
Pinna (1993) e Bockmann (1998) consideram a fusão, mes
mo que parcial, destes
elementos como sendo sinapomórficas em Siluriformes. Aparentemente, em alguns
indivíduos,foiverificadaumapequenaáreacoradanaregiãodeformaçãodesteosso.
Se isso realmente acontecer, o que me parece muito provável, este elemento acaba
por se fundircomoosso
ânguloarticularqueéoelementodominante na porção da
maxila inferior. Em Prochilodus, que claramente desenvolve ambos os ossos, o
retroarticular se desenvolve na superfície articular ventral (com o palatoquadrado),
ficando restrito à essa posição e não aumenta muito em tamanho nem espessura,
sendo um elemento grosseiramente triangular. O ânguloarticular inicia seu
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
160
desenvolvimentonafaceposteriorelateraldaarticulaçãocomopalatoquadradoese
expande ao longo da concavidade articular. Deste ponto a ossificação se espalha
dorsalmente,conformedescritonosresultados.AcartilagemdeMeckelacabaporser
quase completamente substituída por ossific ações, restando um pequeno cilindro,
localizadomedialmenteaodentário.
Umaossificaçãoadicionalemaistardiasedesenvolvemedialmenteaodentário
bem formado. Tratase do osso coronomeckeliano (e.g. Fig. 23C, ). Certamente,
assim como todo o processo de ossificação, o desenvolvimento deste osso é uma
respostaaoaumentodapressãoexercidapelosmecanismosdecapturadealimento.É
uma ossificação sesamoide no tendão da seção A2 (ou A2/A3) do músculo aductor
mandibulae,proporcionandoumamaioremaisrígidasuperfícieparao“ancoramento”
destemúsculo.Oossocoronomeckelianoésempreumpequenocilindro.
As ossificações dos elementos do suspensório se iniciam nas suas facetas
articulares, com a formação do quadrado para a articulação mandibular e do
hiomandibularparaaarticulaçãocomoneurocrânioecomoopérculo.Oquadradose
ossificaemduaspartesdistintas,aomenosempeixesnãoSiluriformes.Umfilamento
deossificaçãodérmica,localizadoventrale lateralàcartilagemdopalatoquadradoea
ossificaçãoendocondralda porçãoanterior(regiãoarticularcom amaxilainferior) da
cartilagempalatoquadrado( cf.Fig. 10vide descriçãocompletanosresultados).Estas
ossificaçõesfundemseemestágiosmaistardios.Emsiluriformes,acartilagempalato
quadrado está fundida com a cartilagem hiosimplética, conforme discutido
anteriormente.Nestegrupo, o quadradoéum dos centrosdeossificação desta placa
cartilaginosa complexa
(hiosimpléticapterigoquadrada). Localizase ântero
ventralmenteesuaossificaçãoseexpandeeinvadea cartilagemconcentricamente,na
direçãoposterior atéopontodecontatocomasossificações dosdemaiscentros(i.e.
hiomandíbulaemetapterigoide).
O surgimento do metapterigoide também é su
gerido como um “reforço” do
processo pterigoide, por ossificação pericondral (Adriaens & Verraes, 1998). Este
elementoseossifica,nospeixesnãosiluriformes,naregiãoposterior daporçãodorsal
dopalatoquadradoeseestendeanteriormenteeventralmente aoredorda fenestra
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
161
pterigoide até contatar o quadrado. Nos Siluriformes, com a fusão das cartilagens e
surgimento da placa hiosimpléticapterigoquadrada, o metapterigoide forma se a
partirdocentrodeossificaçãomaisdorsaleanterior(e.g.Fig.12C;36C,51A).
Na “série pterigoide” estão presentes mais dois elementos anteriores e
justapostos ao metapterigoide. São eles o ectopterigoide e entopterigoide. Na
condição primitiva, encontrada em Prochilodus, o processo pterigoide que se
estende anteriormente definindo a região palatina. O ecto e o entopterigoide o
ossificações sesamoides de músculos localizados ventrolateralmente e dorso
medialmente ao processo pterigoide, respectivamente. O surgimento do
entopterigoide também pode estar relacionado ao aumento de tensão exercida no
ligamento que conecta o suspensório à região etmoidal. Existe na literatura grande
divergência na utilização de nomes, refletindo em hipóteses de homologia
controversas destes elementos. Arratia (1992) esclareceu boa parte dessa confusão,
elucidando as homologias destes ossos nos diferentes grupos de peixes. A maior
problemática remanescente está relacionada ao elemento mais medial, o
entopterigoide dos Siluriformes, que recebeu nomes de ‘mesopterigoide’ (cf.
Alexander,1965)e‘endopterigoide’(cf.Lundberg,1982;Lundbergetal.,1991).
No entanto, em siluriformes, como discutido, o palatino está separado do
processo pterigoide, que por sua vez, se mantém
vestigial na placa hiosimplética
pterigoquadrada. A despeito destas diferenças, a semelhança dos Characiformes, os
Siluriformestambém possuemdoiselementospterigoides.Arratia (1992)propõeque
estes elementos sesamoides se formem sobre o tendão desta regiao, ou seja, eles
surgemapartir depequenosnódulosósseosinseridosnestetendãoe,essesnódulos,
fornecemabaseparaaformaçãocompletadoelemento.
Howes & Teugels (1989) sugerem a existênci
a de ento e ectopterigoides de
origem dérmica próximos ao metapterigoide (pericondral) em alguns bagres. No
entanto,estavisãoéopostaàquelaadotadapordiversosautores(cf.Alexander,1965;
Gosline,1975;Arratia,1990;1992;Fink& Fink,1996;Adriaens &Verraes, 1998),que
reportam que somente o metapterigoide tem origem pericondral e que este pode
possuir crescimento membranoso ao redor. Esse fato foi verificado nas espécies
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
162
analisadas, incluindo Prochilodus, indicando que o crescimento membranoso do
metapterigoidedevaserumacaracterísticabasal.
Nossiluriformesanalisados,ambososelementos(entoeectopterigoides)estão
presentes,assimcomotambémsãoreportadosemalgumasoutrasfamíliasdebagres
(cf. Lundberg et al., 1991; Arratia, 1992; Kobayakawa, 1992; Diogo et al., 2001). No
entanto, Arratia (1992) considerou o entopterigoide como sendo um elemento
neomórfico de Siluriformes. O “real” entopterigoide, de origem dérmica, seria
somente encontrado em Diplomystidae. Este entopterigoide dérmico é homólogo ao
dos demais teleósteos e nãoteleósteos (Arratia & Schultze, 1991). Em
Pseudoplatystoma, uma condição particular é identificada, com o elemento mais
interno(medial)portandodentes.Isso foidocumentado previamentenaliteratura,
tendo sido erroneamente identificado como ‘dermometapterigoide’ (cf. Buitrago
Suárez & Burr, 2007). O referido elemento originase como descrito anteriormente,
sendo claramente homólogo ao entopterigoide. A única diferença, essa sim, uma
característicaderivada,éapresençadedentes,que,porsuavez,sãosustentadospor
uma placa dentígera que se funde ao entopterigoide. Tal característica é comum em
algunsgênerosdebagres( cf.Lundberg&Akama,2005).Arratia(1992)denominaeste
elemento complexo de “ectopterigoide + placa dentígera subpalatina”. Porém,
analisando sua ontogenia, este elemento é homólogo ao entopterigoide e não ao
ectopterigoide, uma vez que se forma mais medialmente. A referida autora também
aplica esta denominação aos trabalhos de Tilak (1961) e Gosline (1975). Diante das
evidências e analisando estes trabalhos, concordo com a autora que estes sejam
elementoscomplexos.Noentanto,discordoquesejaumafusãoentreoectopterigoide
com a placa dentígera, mas sim entre o entopterigoide e a placa dent
ígera. Estas
mesmascondiçõessãotambémencontradasemSchilbeidae(Tilak,1961,1964),onde
o autor os reconhece somente como ‘ectopterigoide’. Adicionalmente,
Pseudoplatystoma apresenta o elemento mais lateral, o ectopterigoide, com uma
forma peculiar, extr
emamente reduzido (cf. BuitragoSuárez & Burr, 2007). Esta
mesmacondiçãoéencontradatambémnosSchilbeidae(Tilak,1961,1964).Osautores
citadosse referem eeste elemento comosendo o‘entopterigoide’, quando
provavelmentesãohomólogosaoectopterigoide.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
163
Diantedisso,ficaclaroqueamorfologiadistintadosuspensóriodebagrestem
causado problemas quanto à identificação e homologias de seus elementos. Com o
conhecimento atual da morfologia dos adultos, aliado aos dados de ontogenia em
diferentes grupos, o cenário mais provável é o exposto acima. No entanto, alguns
autorespropuseraminterpretaçõesalternativas,asquaisserãodiscutidas:
Starks (1926) e Hoedeman (1960b) propuseram que o metapterigoide em
Siluriformes seja parte da ossificação hiomandibular. Essa interpretação foi seguida
por Howes (1983), que diz que a chamada hiomandíbula dos demais autores,
corresponderia ao metapterigoide + hiomandíbula dos demais teleósteos e que o
metapterigoide daqueles autores seria resultado da fusão do ecto com o
entopterigoideeoutrospequenoselementosósseossesamoidesnestaregião.Howes
(1985)matevesuainterpretaçãodahiomandíbula+metapterigoideemencionouque
o metapterigoide (de outros autores) seria a fusão do entopterigoide com outras
pequenas ossificações sesamoides. Posteriormente, Howes & Teugels (1989)
consideram que o chamado metapterigoide seria uma fusão de parte do
metapterigoide com o ecto e com o entopterigoide, sendo os ossos mais anteriores
interpretados como “fragmentos” de ossos dérmicos, não reconhecendo sua
homologiacoma“sériepterigoide”.
Estasinterpretações“alternativas”foramadotadasporDiogoetal.(2001eem
todosostrabalhos/livrossubsequentesdoprimeiroautor),
quetambémpropuseramo
seguinte: 1) a hiomandíbula dos siluriformes representa a hiomandíbula +
metapterigoide dos demais teleósteos; 2) o quadrado dos siluriformes representa o
quadrado + simplético dos demais teleósteos; 3) o metapterigoide dos siluriformes
corresponderia ao “entopterigoide” dos gimnotiformes que, por sua vez, é um
elemento cuja homologia não é unânime ent
e os pesquisadores. O referido autor
concluiu, baseado nas suas próprias observações, que o ‘metapterigoide’ de bagres
seriaoresultadodafusãodoento+ectopterigoidedosdemaisteleósteos.
Diversos pontossãolevantadosnoreferidoartigoparavalidarsuashipóteses,
incluindo a citação de inúmeras fontes, inclusive de estudos ontogenéticos. No
entanto,os dadosdeliteraturautilizadosforaminterpretadosequivocadamente,pois
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
164
mesmo os autores prévios que propuseram estas homologias não foram categóricos.
As evidências de desenvolvimento do suspensório em bagres, como discutido acima,
em nada sustentam estas hipóteses. Não entrarei em detalhes sobre o artigo para
questionarcadapontolevanto,umavezqueissoseriaumtrabalhoaparteaserfeito.
Porém,emresumo,temosqueometapterigóideeahiomandíbulasedesenvolvemem
centros distintos na cartilagem hiosimpléticapterigoquadrada. Com o crescimento
estes elementos acabam se articulando, restando uma cartilagem entre eles, a
chamadacartilagemsimplética,quepodetambémdesaparecerdevidoaocrescimento
da hiomandíbula e metapterigoide, os quais se fundem, ainda que apresentem
suturas. A hiomandíbula dos Siluriformes é claramente homóloga àquela dos demais
teleósteos, pois se ossifica, inicialmente, ao redor do forâmen para a passagem do
ramohiomandibulardonervofacial,oqueéconsistenteemtodososActinopterygii.O
metapterigóide,emgruposbasais,seossificana porçãopósterodorsalda cartilagem
palatoquadrada, incluindo a ossificação no processo pterigoide. Esta cartilagem, por
sua vez, apresenta uma segunda ossificação na porção ventral, o quadrado. Como
discutido,em Siluriformes, esta placa cartilaginosaestá fundidacom aplaca
hiosimplética. A placa hiosimpléticapterigoquadrada apresenta outro centro de
ossificação anteriormente, no processo pterigoide, que formará o metapterigoide.
Portanto, este elemento em Siluriformes é claramente homólogo àquele nos demais
teleósteos (há outras evidências, como o padrão de inserção de musculatura), assim
como o é a hiomandíbula. A hipótese de fusão de ambos levaria obrigatoriamente a
aceitar que uma nova estrutura devesse ser formada na posição anterior na placa
hiosimpléticapterigoquadrada, assumindo ainda que as relações com a musculatura
doneurocrânioepalatinotambémfossehomoplástica.
A hipótese de que o quadrado dos siluriformes seja resultado da fusão do
quadrado + simplético dos demais teleósteos também não parece devidamente
embasada.Estahipóteseémaiscomplicadadeavaliarcomdadosontogenéticos,uma
vezquenãoqualquersinaldosimplético,nemaomenosaparteformadoradoosso
(pars simplectica da cartilagem hiosimplética) existe nos bagres. A homologia do
quadradonãopodesercontestada,poissuaposição,articulaçãocomamaxilainferior
epadrãodeinserçãomuscularsãoosmesmospresentesnosnãosiluriformes.Mesmo
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
165
que o simplético esteja presente nos Gymnotiformes, grupoirmão de Siluriformes, e
que o quadrado desse grupo seja modificado (p.ex. sem o entalhe para articulação
com o simplético) isso não necessariamente é um indicativo de que este elemento
estejafundidocomoquadradonosbagres,comoosautoresconsideram.Umaanálise
maisfinademarcadoresadicionais,comoinserçãodemusculatura,deveserfeitaafim
depoderestabelecerseosmúsculosprimariamenteinseridosnosimpléticotenhamse
modificado, se inserindo no quadrado, condição difícil de aceitar inicialmente. Logo,
consideroinapropriadaainterpretaçãodequadrado+simpléticoembagres.
A última hipótese de Diogo et al. (2001), de que o “metapterigoide” dos
siluriformessejadeformaçãodérmica,supondoquesejaresultadodafusãodoento+
ectopterigoide é igualmente inválida, pois como extensamente comentado, sua
formação é claramente condral, na região anterior (processo pterigoide) da placa
hiosimpléticapterigoquadrada. Não qualquer evidência de origem dérmica. É
sabidoqueemindivíduosadultospodemocorreossificaçõesadicionaisqueaumentam
oosso,masqueemnadainvalidamsua“origem”condral.Ofatodeometapterigoide
ocuparumaposiçãomaisanteriornosbagreséusadopelosautorescomoumsuporte
às suas hipóteses. Contudo, isso é simplesmente um reflexo da grande modificação
causada pelo achatamento do crânio, causando uma modificação espacial e
morfológica não nos elementos do suspensório, mas do crânio como um todo.
Outra“evidência”queosautoresapresentaméofatodeometapterigoideemalguns
bagresapresentarumaplacadentígeraassociadaedizemqueometapterigoide,queé
“endocondral” não portaria placas dentígeras (dérmicas), citando Jollie (1985).
Primeiramente,Jollie(1985)disse que ometapterigoideseriadérmico.Segundo,não
qualquerimpedimentodeumaestruturadeorigemcondralestarassociadaaplacas
dentígerasdérmicas.Narealidade,issoocorreemváriosgrupos,comoemProchilodus,
aqui apresentado, em Osteoglossomorpha (Nelson, 1968) entre outros. Outros
argumentos, incluindo questionamento de estruturas em Hypsidoris (Grande, 1987),
foram também levantados, porém são aqui igualmente considerados interpretações
equivocadas,contráriasàsevidências,principalmenteasontogenéticas.
Como os autores consideram que o metapterigoide de bagres seja dérmico e
resultado da fusão do ento + ectopterigoide, os ossos anteriores são interpretados
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
166
simplesmentecomo“ossossesamoides”,sendo,portanto,suahomologiacomosento
eectopterigoidesdosdemaisteleósteosnãoreconhecida.Asevidênciasapresentadas
baseiamse, principalmente, em pontos levantados por autores, cujas interpretações
foram igualmente equivocadas sobre outras estruturas do suspensório de bagres (cf.
Howes; Howes & Teugels). Novamente, não qualquer suporte de que estes
elementos não sejam homólogos àqueles homônimos em Teleostei (vide resultados
apresentadosnopresentetrabalhoediscussãoda“sériepterigoide”).
Arcohioide
As ossificações da placa hiosimpléticapterigoquadrada, i.e. simplético (pars
symplectica)eahiomandíbula, apesardeseremelementos derivadosdoarco hioide,
foramdiscutidaanteriormentenocontextodehomologiasdosuspensório.
A barra cartilaginosa do arco hioide, conforme detalhado nos resultados,
apresenta, primariamente, quatro centros de ossificação distintos que formarão os
hipiais (dorsal e ventral) e os ceratohiais
(anterior e posterior). Adicionalmente,
ossificações dérmicas (intramembranosas) estão presentes sustentando a membrana
branquiostégiaosraiosbranquiostégios.
Conforme especulado por Adriaens & Verraes (1998), a ossificação do hipial
podeestarrelacionadaàinserçãodosligamentosdomúsculosternohyoideus.Defato,
como previamente discutido, não somente os hipiais, mas a maioria dos elementos
condrais iniciam suas respectivas ossificações exatamente nas áreas de inserção de
tendões/ligamentos, provavelmente sinalizadas por aumento de estresse mecânico
nestespontos.Nasossificaçõesda cartilagemdoarcohioideissoficamuitoclaro. Em
Characiformes, desenvolvemse os hipiais dorsal e ventral. O hipial ventral inicia sua
ossificação (pericondral) no ponto
de inserção do tendão do músculo sternohyoideus
(Fig. 14C), se espalha lateralmente e, em seguida, dorsalmente, definindo o forâmen
para a passagem da artéria hioide aferente (sensu Allis, 1908a; 1908b; 1908c) (Fig.
19B), contatando o hipial dorsal. A ossificação do hipial dorsal tem início no local de
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
167
inserção de um ligamento (ou tecido conectivo)
10
unindo a extremidade posterior da
cartilagem basihial com a cartilagem do arco hioide. Esta ossificação se espalha
ventralmente, até o contatar o hipial ventral. A maioria dos siluriformes apresenta
somente um único hipial, sendo este homólogo ao ventral, pois sua ossificação tem
inícionainserçãodotendãodosternohyoideus.
O ceratohial anterior tem um padrão de ossificação que se assemelha a uma
ossificação epifiseana, com início no centro da cartilagem, provavelmente
pericondralmente,seguidoporossificaçãoendocondral,emigraparaasextremidades,
até se fundir, nos adultos, aos ceratohial posterior e hipial (is). Especulando, a
semelhançanopadrãodeossificação, poderepresentaruma evidênciadehomologia
serial entre os ceratobranquiais, e arcos viscerais, sendo os hipiais, homólogos aos
hipobranquiais. o ceratohial posterior, tem ossificação claramente pericondral, se
iniciandoeminserçõesdeligamentos(Fig.20A),e,maisfortemente,naregiãoarticular
com o interhial. Por sua vez, o interhial tem sua ossificação iniciada no ponto
articular mais forte,coma regiãodoceratohialposterioreseestendeparaaregião
dorsal, podendo consumir totalmente a cartilagem primordial. No entanto, como
reportadoanteriormente,adultosde algumasespéciesdebagrespodemapresentálo
cartilaginosoouaindaestarausente.
Elementosmedianosdacestabranquial
Seguindoopadrão comentadoanteriormente, asossificações dobasihialtem
inícionaextremidadeposterior,seestendendoanteriormente.Opont odeossificação
inicial coincide com o tecido conectivoque une esta cartilagemàcópulaanterioreà
barra hioide (Fig. 19B). O basihial, como discutido, está ausente nos Siluriformes.
Em Prochilodus, aind
a uma peculiaridade, considerada sinapomórfica da família
Prochilodontidae, que é a expansão lateral dacartilagem basihial e o surgimento de
uma ampla placa dentígera anterior ao basihial (cf. Vari, 1983; Castro & Vari, 2004),
[ainda que não se formem dentes nessa região]. Roberts (1973b) não reconhece a

10
Um ligamento(ou tendão) é caracterizadopela presença de fibras colágenas alinhadas ao longode
seu eixo principal. Os componentes celulares são poucos. Fibras elásticas também podem estar
presentes.Ostendõesfuncionamcomojunçõesentreossosemúsculoseosligamentos,entremúsculos
e músculos ou ossos e ossos (Hibiya, 1982). Como
o foi analisada a
histologia desta área, não é
possívelcaracterizarestetecido.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
168
distinção entre o basihial propriamente dito e a placa dentígera associada a ela.. A
formaçãodeplacasdentígerasassociadasaelementosdacestabranquialébasalefoi
detalhadamentereportadanaliteratura(cf.Nelson,1968;Hilton,2001),ocorrendoem
vários grupos não proximamente relacionados, como em Hoplias (Oyakawa, 1990;
Oyakawa&Mattox,2009).
Aossificaçãodoselementosdacópulaanterior(oucopulasensuNelson,1969)
merecemcomentários,poissuasmodificaçõesemSiluriformeslevamaproblemasem
estabelecerashomologias.Primariamente,estãopresentestrês elementosderivados
destaárea:basibranquiaisI,IIeIII.
Os basibranquiais II e III surgem primeiro e simultaneamente. Este padrão
também ocorre em Cypriniformes (cf. Engeman et al., 2009) sugerindo que seja um
padrão basal para Otophysi. Suas ossificações parecem ser endocondrais. O
surgimento do epibranquial I ocorre tardiamente, conformediscutidoanteriormente.
Claramente pericondral (Fig. 16), se inicia na inserção do ligamento que une à
cartilagembasihialeseespalhaposteriormente(Figs.22CeD).
Umahipótese,levantadanopresenteestudo,équecomaperdadacartilagem
basihial,osligamentos queaunem àcópulaanterior eàregião dorsaldacartilagem
doarcobranquial,deixemdeexistir.Comisso,asáreasdeativaçãoparaosprocessos
de ossificação do basibranquial I e do hipial dorsal também não existem.
Consequentemente,ambososelementosnuncaseossificam.Podeseconcluir,então,
quetantoobasibranquialI,quantoohipialdorsalestejampresentescomoelementos
cartilaginososnãosegmentados,nuncaseossificando.
Diversos autores (e.g. Nawar, 1954; Srinivasachar, 1959b; Lundberg, 1982;
Pinna & Vari,
1995; Pinna et al., 2007) sugerem que, baseandose nas evidências do
condrocrânioeosteocrânio,acópulaanteriordosbagresrealmenterepresenteostrês
basibranquiais anteriores, ainda que somente o segundo e o terceiro se ossifiquem.
Outros autores consideram que estes basibranquiais mais anteriores seriam os
basibranquiaisIeII
[=ossabasibranquialia](e.g.Teugelsetal.,1991;SrinivasaRao&
Lakshmi, 1984; Vandewalle et al., 1997). Ou ainda, como primeiro e segundo
basibranquiais para os elementos formados na cópula anterior, enquanto o terceiro
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
169
basibranquial seria formado na cópula posterior (cf. BuitragoSuárez & Burr, 2007).
Esta última abordagem não é usual. Todavia, Nelson (1969) estabelece que aos
basibranquiais deveriam ser dados um nome ou número da estrutura pareada do
mesmo arco, respeitando assim suas homologias. Diante disso, interpretamse os
ossos basibranquiais dos bagres como sendo partes do segundo e terceiro arcos.
Arratia (1987) descreve, em Diplomystidae, a redução do primeiro basibranquial e a
separação do segundo e terceiro (já ossificados). Nawar (1954) descreve que o
primeiro basibranquial está ausente em Clarias. Adriaens & Verraes (1998), com o
estudoontogenéticodeClarias,concluemqueesteelementodevaestarincorporado
aoparurohial.EstahipóteseécorroboradaporGeerinckxetal.(2007a),queverificam
que o primeiro basibranquial se desprende dos basibranquiais próximos e é reduzido
durante a ontogenia. Todavia, os referidos autores descrevem que ele fica unido ao
núcleo cartilaginoso do parurohial, sendo difícil dizer se o primeiro basibranquial
desapareceouseformaaparte maisdorsalda quilhamedianadorsal doparurohial,
anterioraoforâmenparaapassagemdaartériahipobranquial.Asituaçãoencontrada
nos Siluriformes analisados é similar aos padrões descritos acima, porém não a
separação da parte mais anterior da cópula anterior (região do primeiro
basibranquial). No entanto, é evidente que uma projeção ventral desta região no
sentidodofuturoparurohialeque,duranteaontogenia,seossificaecontribuiparaa
formaçãodestaestrutura.
Srinivasachar (1956a) faz uma relação de homologia, em Silonia silonia e
Pangasius pangasius, da cópula posterior com somente o quinto basibranquial. No
entanto, não qualquer indício do quinto basibranquial ocorrendo neste grupo. Os
elementosdacópulaposteriornuncaseossificamemCharaciformeseSiluriformes.O
elementoósseopresentenesta regiãoemProchilodus,porexemplo,éumaossificação
de origem dérmica “apoiada” na face dorsal da cópula posterior. Ainda que não
apresentedentes,estaestruturaéprovavelmentehomólogaàsplacasdentígerasdos
gruposbasais(cf.Nelson,1968)
O padrão de ossificação do urohial é conservado em todos os grupos que o
possuem. Sua ossificação é sesamoide (Fig. 11), ocorrendo no tendão do músculo
sternohyoideus. Iniciase imediatamente após a abertura para passagem da artéria
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
170
hipobranquial eseestendeposteriormentesobreoreferido músculo (Fig. 12B). Mais
tardiamente se estende sobre ramos dos tendões do sternohyoideus que se inserem
nos hipiais ventrais, conferindo um formato de “U”. Em estágios mais avançados, a
ossificaçãoocorredorsalmente,entreosternohyoideus,formandoumaquilhadorsale
conferindo um aspecto de “T”, em perfil transversal. Também ocorre a fusão dos
ramosanteriores,delimitandooforâmenparaaartériahipobranquial.
Em Siluriformes, conforme detalhadamente reportado Arratia & Schultze
(1990),oelementodemesmaposiçãopossuiumaorigemcomplexa,comaadiçãode
uma “invasão” cartilaginosa que ocorre ventralmente a partir da regiãodo
basibranquial I (Figs. 45C, 48), que se ossifica e fundese com a ossificação anterior.
Esta estrutura é então chamada de parurohial, sendo resultado desta ossificação
dupla:parte,comodescritoacima,dotendãodomúsculosternohyoideus,esuaregião
ânteromedianadorsal,deumainvasãodecélulascartilaginosasdaregiãoanteriorao
segundobasibranquial,queseriaocupadapeloprimeirobasibranquial(casoestivesse
ossificado).
Sériesopercularepreopercular
Oopérculoéoprimeiroelementoaseformarnestasérie,seformaapartirde
filamentosósseosdérmicossemelhantesaraiosbranquiostégiosqueseestendem
posteriormenteapartirdoprocessooperculardaregiãohiomandibulardacartilagem
hiosimplética(emProchilodusepeixesbasais),ouhiosimpléticapterigoquadrada,(em
Siluriformes) (e.g Figs. 8A, 31B, 43A). A ossificação progride, fundindo os filamentos
primordiaise formandoumafinaplacaósseagrosseiramentetriangularquesearticula
com o processo opercular. Esta placa é de formato virtualmente idêntico em
praticament
e todos os peixes e, com o avanço no desenvolvimento, um aumento
de sua espessura. A fo
rmação em estágios relativamente iniciais deste elemento
certamente proporciona um fortalecimento no bombeamento de água para
respiração.
O interopérculo tem origem, aparentemente, a partir de uma ossificação
dérmica (sesamoide) de um ligamento que se insere da região posterior da maxila
inferior (e.g.Figs.9C,37C, 58A). Aossificaçãoprossegueposteriormenteaté a região
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
171
da cartilagem do arco hioide e, em estágios mais tardios, se expande dorsal e
ventralmente, especialmente na região poste rior, conferindo um formato de “clava”,
condição comumente encontrada nos bagres. Em Prochilodus, a região posterior
apresenta maior expansão na parte dorsal, curvandose ligeiramente para a região
dorsal,conferindoumformatode“L”.
O subopérculo, em Prochilodus, assim como o opérculo, inicia sua formação
como um filamento ósseo dérmico, semelhante a raios branquiostégios. Porém seu
tamanhoficarestrito.Localizaseventralmenteaoopérculoesuaossificaçãoexpande
se ventral e posteriormente. Com o grande desenvolvimento do opérculo, este se
sobrepõe ao subopérculo, que fica mais interno (medial). Anteriormente, se estende
atéocontatocomointeropérculo.Ausênciadosubopérculoéumadassinapomorfias
deSiluriformes(cf.Grande&Lundberg,1988;Nelson,1994,2006;Fink&Fink,1996).
Opréopérculo,emProchilodus,começae seossificaremumtecidoconectivo
posterioràregiãosimplética(regiãoventral)dacartilagemhiosimplética(ou
hiosimpléticapterigoquadrada, em Siluriformes) ao longo do canal sensorial pré
opercular. Este canal desce do neurocrânio, passando posteriormente à região
hiomandibularecurvaseanteriormente,acompanhandooslimitesdestascartilagens.
A ossificação progride posteriormente e dorsalmente, preenchendo o espaçoentre a
hiomandíbula e o opérculo, e, anteriormente e ventralmente, até o quadrado. Nos
siluriformes, a situação é ligeiramente distinta. A ossificação do préopérculo é
igualmenteiniciadanocanalpréopercular.Noentanto,esteelementorestringeseao
limite posterior da região hiomandibular, sem apresentar extensões anteriores. Em
estágios mais avançados ele se funde ao osso hiomandibular (cf. Lundberg, 1982;
Grande&Lundberg,1988).
Arcosbranquiais
A ossificação dos ceratobranquiais tem início na região dia das respectivas
cartilagens primordiais e se estendem ânteromedialmente e pósterolateralmente,
até a completa consolidação óssea da cartilagem, com exceção das extremidades
articulares. O ceratobranquial V, como descrito anteriormente, apresenta uma
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
172
modificaçãonaregiãomédiaeposterior,sendoalongadoposteriormente.Estaregião
portadentes,queserãosuportadospelasuaossificação.
Os epibranquiais apresentam exatamente o mesmo padrão de ossificação
descrito acima. Estas evidências sugerem que este tipo de ossificação seja
endocondral, classificado como crescimento epifisial. De fato, Haines (1934) havia
elegantemente demonstrado que este é realme
nte o tipo de crescimento ósseo
presentenoselementosdoesqueletobranquial.
A ossificação dos hipobranquiais tem início na extremidade anterior das
respectivas cartilagens. Seguindo o padrão discutido anteriormente, a área inicial de
ossificação coincide com a inserção de ligamentos, certamente fortalecendo toda a
estrutura e iniciando os processos de “anc
oramento” destes ligamentos no osso em
formação (Figs. 19A, 22D). A ossificação pericondralmente na direção posterior. Não
necessariamente toda a cartilagem é substituída por osso. Esta, quando presente,
sempre situase na borda posterior. O hipobranquial IV, como discutido nunca se
ossifica. Em alguns siluriformes, o terceiro hipobranquial pode permanecer
cartilaginoso(e.g.Ribeiroetal.,2005).
Osfaringobranquiais, elementosmediaisdorsaisde cestabranquialse
ossificam pericondralmente, iniciando na região média das respectivas cartilagens
primordiais,emgeral,nafacelateral.Emseguida“cobrem”acartilagemeconsolidam
o osso, em estágios tardios do desenvolvimento. Em Prochilodus, o quarto
faringobranquial é o último a ossificarse, se articulando fortemente (sem fusão
aparente)àplacadentígeradoquartoarcobranquial.Destacaseofatodeoprimeiro
faringobranquial,detamanhoreduzido,poderrotacionarse,ficandoemumaposição
mais “paralela” ao epibranquial I. Tal fato pode ocorrer também em siluriformes,
elucidando a dúvida se o elemento dorsal articulado com o primeiro epibranquial é
homólogo ao primeiro faringobranquial ou não. No entanto, este é um aspecto para
estudos posteriores, uma vez que as espécies estudadas não desenvolvem os
faringobranquiais I e II. Nos siluriformes a placa dentígera se funde ao quarto
faringobranquial.Entretanto, nãoéclaroseestaplacaéarealmenteaplacadoquarto
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesplancnocrânio
173
faringobranquial ou se é uma placa complexa, resultante da fusão da terceira e da
quartaplaca[comosugere,porexemplo,Tilak,1970](Fink&Fink,1981).
A ossificação de toda a cesta branquial, como se espera, é resultado de um
intenso aumento no estresse mecânico, ocasionado pelo crescimento do indivíduo,
que requer uma capacidade aumentada de bombeamento de água para respiração e
transporte de alimentos. Esta atividade de transporte de alimentos ao esôfago
também requer um aumento na atividade de sucção, na qual a barra hioide tem um
papel importante(cf.Liem,1990;Aerts, 1991; Verraes,1975).Aossificaçãoposterior
dabarrahioidecontribuiparaessereforçoadicional,especialmenteparaafixaçãode
ligamentos(Verraes,1975;Adriaens&Verraes,1998).

Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
174
R ESULTADOS DESENVOLVIMENTO DO APARELHO DE W EBER
DesenvolvimentodosossículosdoaparelhodeWeberemProchilodusargenteus.
‐diaapóseclosão(9,3mmCP,Fig.63e64):
OsprimeirossinaisdaformaçãodoaparelhodeWeberpodemservistosneste
estágio. A extremidade anterior da notocorda apresenta sinais de segmentação,
delimitandooscentrosdas futurasvértebras.Posteriormente(regiãocaudal),
encontraseligeiramenteflexionadadorsalmente.Nossegmentosanteriores,sinais
deumafinacamadadeossificaçãodoscentros,chamadoprotocentro(protocentrum,
Grande&Bemis,1998).
São visíveis sete elementos basiventrais mais anteriores, sendo, os três
primeiros mais bem corados. O basiventral mais anterior está situado logoabaixodo
terceiro basidorsal. Encontramse três basidorsais bem corados, associados aos três
primeiroscentrosda notocorda.Posteriormente aestes,maisseteelementospodem
ser identificados (não estão corados) por mudança na incidência da luz. Fica clara a
sequência de ânteroposterior paraosurgimentode ambos os elementos (ventrais e
dorsais). Estendendose dorsalmente, as cartilagens precursoras dos respectivos
arcos neurais, sem nenhuma diferenciação entre si. Na extremidade dorsal da
cartilagem do quarto arco neural, encontrase, medialmente, uma área de
condrificação muito sutil, ainda o corada uma vez que a quantidade de matriz
extracelular é mínima. Esta é a cartilagem do quarto supradorsal, uma estrutura
pareada.
Outraáreadecondrificaçãoigualmentesutilpodeseridentificadadorsalmente
aosegundoeterceirocentros.Seuslimitesnãopodemseridentificadosprecisamente
e não apresenta coloração. Esta é uma estrutura ímpar, identificada como o
supraneural3(cf.Coburn&Futey,1996;Hoffmann&Britz,2006).Posteriormente
maisquatroáreasdecondrificaçãoemestágioiniciaisdeformação,representandoos
supraneuraisposteriores.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
175
As cartilagens dos basidorsais do segundo ao quarto centro se estendem
dorsalmente e verticalmente, em formato cilíndrico e não completamente
condrificadas.
Ainda neste estágio, alguns indivíduos apresentam algumas estruturas em
iníciodeossificação.Um filamentoósseoé encontradodorsalmenteaobasidorsaldo
segundo centro, se ossificando pericondralmente à cartilagem daquele arco neural,
sendo o formad
or do intercalarium. Arcos neurais (pareados) também começa a
ossificarse a partir do terceiro centro, sendo que, a partir do arco neural do quinto
centro, não nenhuma modificação estrutural. Filamentos ímpares de ossificação
dérmica são encontrados dorsalmente aos arcos neurais, sendo o estágio inicial da
formaçãodosespinhosneurais.Nãofusãoentreoespinhoeosarcosneurais.
No basiventral do terceiro centro um filamento ósseo ventral, for
mado
inicialmente por uma ossificação membranosa (parapófise do terceiro centro),
identificadocomooformadordoprocessotransformadordotripus.Aindanãosepode
encontrar sua ligação comabexiganatatória,mas observase o ligamentoentreeste
elementoeointercalarium.Aproximadamentenaregiãomediana doterceiro centro,
evidenciaseaossificaçãodérmicadoprocessotransversodestecentro,queoriginará
a porção anterior do tripus. No basidorsal quatro uma estrutura ligeiramente maior
estápresentecomduaspartesdistintas,ambascontatandoabexiga natatória.Oramo
curvado anteriormente é maior e mais largo que o posterior, formando o os
suspensori
um enquanto o ramo curvado posteriormente formará a parapófise da
quartavértebra,a qualrecobrirá(pericondralmente) o basiventral.Naregião ventral,
associados aos basiventrais posteriores ao do quarto centro encontra
mse costelas,
cujo comprimento atinge dois terços da altura do corpo. São muito delicados e
fracamenteossificados.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
176
‐diaapóseclosão(12,9mmCP,Fig.65):
A notocorda está totalmente flexionada (caudalmente) e toda sua extensão
está ossificada, delimitando precisamente os centros vertebrais. Esta ossificação se
estendeatéoselementoscaudais.
Os elementos do aparelho de Weber estão com os processos de ossificação
consideravelmentemaisadiantados.Conformereportadonoestágioanterior,otripus
eoossuspensoriumsãoos primeirosaseossificare,consequentemente, estãomais
desenvolvidosqueosdemaiselementos.
Asossificaçõesdosbasidorsaisanterioresumaquatroquetiveraminíciona
base,sealongam dorsalmente,comgradualdegeneraçãodas cartilagensprimordiais.
Somenteosbasidorsais doisetrês aindamantêm resquíciosdas cartilagens
primordiais fracamente coradas, localizadas nas respectivas bases. Os demais não
apresentammaisqualquermarcaçãoparacartilagens.Apartirdoquintobasidorsal,
a formação dos arcos neurais ‘tradicionais’, pareados, sem qualquer modificação
morfológica, em comparação com os demais peixes, incluindo os nãoostariofisianos.
Claramente os elementos destes centros não estão envolvidos com a formação do
complexodeWeber.
Ascartilagensdos basiventrais estão maisevidentes,incluindo aquelas
associados ao terceiro e quarto centros que se situam na base do tripus e do os
suspensorium + parapófise da quarta vértebra. Não sinal dos basiventrais do
primeiro e segundo centros.Posteriormente a el
es sãoencontrados mais 15
basiventrais, até o limite da região abdominal. Nesta região,apartirdos basiventrais
formamse as costelas abdominais em sequência ânteroposterior. Posteriormente a
estes centros, onde não basiventrais, existem os arcos hemais delimitando a
passagemdaartériaaorta dorsal.Nãosinaldeformaçãodas costelasdorsais,que
sedesenvolveriam
nalinhadoseptohorizontal.
O scaphium se desenvolve a partir de uma ossificaçãomembranosa na região
dorsaldoprimeirocentro,serialmentehomólogaàqueladosarcosneurais.Emseguida
acontece a ossificação de sua porção dorsal (‘concha scaphium’) em um tecido
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
177
conectivomesenquimal(entreoexoccipitaleacartilagemcomplexa,sensuGrande &
Young,2004). Issoresulta emumaestrutura comum formatoligeiramente
arredondado. Sua ossificação se inicia na região ventral e progride dorsalmente.
Consequentementeoslimitesdorsaissãofracamenteossificados.Naregiãodorsaldo
segundo centro, encontrase o intercalarium, cuja formação é como descrita para o
scaphium, com exceção da parte arredondada dorsal que nunca se desenvolve. Está
ligeiramente mais espesso e alongado dorsalmente em comparação com o estágio
anterior,mantendo,ainda,suaformacilíndrica,afinandodistalmente.
Na região dorsal e posteriormente ao scaphium e anteriormente à cartilagem
complexa,encontraseumfilamentode umaossificaçãomembranosa,sendoaorigem
doclaustrum(oclaustrumemCharaciformesnãopossuiprecursorcartilaginosovide
discussãodesteelemento).
O tripus, como anteriormente mencionado está em faseadiantada de
formação, não sendo mais possível identificar o processo transformador. Possui um
característico formato triangular. Apesar de, neste estágio, ser uma estrutura quase
equilátera, evidenciase um pequeno processo voltado posteriormente, por entre os
ramosdoossuspensoriumequasecontatandoabexiganatatória.Ficamevidentesos
ligamentosentreotripuseointercalariumeestecomoscaphium.
O os suspensorium cresce se estendendo medialmente, contatando a face
dorsaldabexiganatatóriaequasealcançandosuapartecontralateral.Seramificando
apartirdomesmopontodeorigemdoossuspensorium,está oprocessotransversoda
quartavértebra(ouramoexternodoossuspensorium,sensuBogutskaya,1991)quese
estendelateralmente.Émaissutilqueoramomedialecontataabexiganatatória.
Neste estágio também se observa a formação da cartilagem complexa (ou
‘massa cartilaginosa’, sensu Watson, 1939) que formará o complexo neural. Esta
cartilagem complexa é formada pela fusão da cartilagem autógena do supraneural
três,ligadaàcoluna vertebralpelosarcosneuraisdasvértebrastrêsequartoecomos
respectivossupradorsais.Esta cartilagemcomplexaforma uma “ponte”sobreocanal
neural. Os elementos desta cartilagem complexa estão totalmente fundidos entre si
através das junções sincondrais e a visualização de cada um, individualizado, é
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
178
extremamente difícil. No entanto, devido às diferenças na quantidade de matriz
extracelular (quanto mais matriz, melhor a coloração) podese verificar o centro de
formaçãodoterceiroequartosupraneurais.Issocorroboraasobservaçõesdeautores
prévios (cf. Coburn & Futey, 1996; Grande & Young, 2004; Hoffmann & Britz, 2006)
sobre centros de condrificação distintos na formação do complexo neural. No limite
posterior da cartilagem complexa encontrase um prolongamento de ossificação
dérmica do arco neural do quarto centro. Posteriormente à cartilagem complexa, na
região dorsal, encontramse quatro cartilagens autógenas associadas anteriormente
aosespinhoshemaisdoquintoaooitavocentrovertebral,sendoidentificadoscomoos
respectivos supraneurais. Estes supraneurais formamse independentemente dos
demaiselementos vertebraise sãoconsideradosossupraneuraistípicosuma vezque
sedesenvolvemnosepto“skeletogenous”mediano(Mabee,1988).
‐12ºdiaapóseclosão(13,9mmCP,Fig.66):
Os basidorsais não são mais vistos nesse estágio e os basiventrais mais
anteriores estão degenerados. Observase somente a partir do quinto basiventral
(maisdegenerado)emumgradientecrescentedecoloração(i.e.integridade
estrutural).
Oscaphiumestápraticamenteinalteradoemrelaçãoaoestágioanterior,ainda
quemaisconsolidado,mantendoseuformatoarredondadodorsalmente.Aindapode
sedistinguiraporçãoconchascaphium’.Abordaposteriordoscaphiumossificação
derivada do arco neural se alonga dorsalmente e expande lateralmente, formando
umprocesso.Oclaustrum,localizadonaregiãodorsaleposteriormenteaoscaphiume
anteriormente à cartilagem complexa, permanece um simples cilindro ósseo, ainda
quemaisconsolidado.Nãosofrealteraçõesdeforma,tamanhoouespessura.
Naregiãodorsaldosegundocentro,ointercalariumapresentanitidamenteum
ramovoltadolateraleanteriormenteconferindoumformatode“L”aeste elemento.
Observaseoprocessoarticularcomocentrovertebral.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
179
O tripus está mais consolidado e apresenta algumas lâminas ósseas laterais,
conferindo um formato tridimensionalmente maiscomplexoque no estágio anterior.
Seu tamanho não sofreu muita alteração, apenas uma sutil expansão posterior,
contatandoabexiganatatóriaporentreoossuspensorium(medial)eaparapófiseda
quartavértebra(lateral).
O os suspensorium e a parapófise da quarta vértebra não apresentam
modificações de forma, estando ape nas mais consolidados. A parapófise se alo
nga
ligeiramentenosentidoventral,contandoabordalateraldabexiganatatória.
A cartilagemcomplexa, formadorado complexoneural nãoapresenta
alterações na forma. Seus constituintes ainda permanecem fundidos entre si através
de uma junç
ão sincondral, podendo ser individualizados pela alteração na coloração
(i.e.quantidadedematrizextracelular).Nenhumdesteselementossofremodificações
deforma.Acartilagemcomplexa,principalmente aregiãodorsal(supraneural 3)está
mais degenerada que no estágio anterior. Na borda anterior da região dorsal desta
cartilagemencontraseumfilamentoósseoqueéoiníciodaossificaçãopericondraldo
terceirosupraneural.
Asossificaçõesestãomaisavançadasnaregiãoventraldacartilagemcomplexa.
Oarcodoterceirocentroestámaisossificado,eapresentao“processotransverso”
daterceiravértebra(sensuRoberts,1973b),oqualseoriginadabasedoarconeurale
não é homólogo ao processo transverso originado do próprio centro e que contribui
para a formação do tripus. O basidorsal do terceiro centro não está mais evidente,
indicando que deva ter sido degenerado pela ossificação que culminará na fusão do
arco neural com o centro vertebral. A extremidade dorsal permanece cartilaginosa
formandoumajunçãosincondralcomoterceirosupraneural.
Ossupraneuraisposteriores,associadosaosespinhosneuraisdaquintaàoitava
vértebrapermanecemcartilaginosos,semsinaldedegeneraçãoouossificação.
Iniciase a fusão dos espinhos neurais propriamente ditos com os respectivos
arcos neurais. Suas ossificações apicais ainda não estão completas. Este evento
acontecesimultaneamenteemtodoo corpo,até aregião caudal.Ascostelaspleurais
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
180
estão ligeiramente mais alongadas e mais consolidadas, em um gradiente ântero
posterior.
‐15ºe16ºdiasapóseclosão(19,1a22,9mmCP,Figs.67e68):
Neste estágio, os ossículos do aparelho de Weber estão praticamente todos
formados,tendoalcançadoseuscompletosdesenvolvimentos.Ossinaiscartilaginosos
permanecemsomentenasextremidadesdossupraneuraiseextremidadesdorsaisdos
supradorsais (vide figura 68, na qual o exemplar foi ligeiramente descalcificado no
processodediafanização,melhorandoacoloraçãodascartilagens)
Os basiventrais foram totalmente degenerados e as costelas estão articuladas
comosrespectivoscentros.
O scaphium completa sua formação, consolidandose em um formato
grosseiramente arredondado dor salmente. O processo pósterodorsal, voltado
lateralmente,doscaphiumestáigualmenteformadoe consolidado,quasealcançando
a ossificação do terceiro arco neural. Este processo “abriga” o claustrum, localizado
medialmente. O claustrum desenvolveu uma pequena expansão na extremidade
posterior. Esta é a morfologia típica deste elemento nos exemplares adultos tendo,
então,alcançadoseuformatodefinitivo.
O processo transverso da segunda vértebra está bem desenvolvido, voltado
anteriormenteecomumnítidoligamentoqueseestendeatéoprocessotransversoda
quartavértebra.
O intercalarium, localizado na região dorsal do segundo centro, continua com
sua forma característica de ‘L’, apresentando o processo articular vertebral
completamenteformado.Está ligeiramentemaisespessoquenoestágioanterior.Este
éoformatodefinitivodesteelemento.Comoreportadoanteriormente,umclaroe
forteligamentoentreoscaphiumeointercalariumeentreesteeotripus.Estessãoos
principais ligamentos para a condução das vibrações da bexiga natatória ao ouvido
interno (e.g. Chranilov, 1926; Evans, 1930; Krumholz, 1943; Ladich, 2000; Ladich &
Wysocki,2003).
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
181
Otripustambématingesuaformadefinitiva,apenasestandomaisespessoque
noestágioanterior,mantendosuaformagrosseiramentetriangulareemcontatocom
abexiganatatória.
Tanto o os suspensorium quanto a parapófise da quarta vértebra estão
totalmente formados. O os suspensorium está ligeiramente mais alongado, voltado
medialmente, que no estágio anterior e contata a face dorsal da bexiga
natatória. O
processo transverso da quarta vértebra situase lateralmente “abrigando” o tripus.
Interessanteressaltarapresençadeumligamentoentreesteprocessotransversocom
a costela pleural adjacente (articulada com o quinto centro). Este padrão de
ligamentos ocorre serialmente em todas as costelas, sempre se originando no
processo posterior e se inserindo na costela adjacente. Com isso, alguns autores o
considerara
m como um “resquício evolutivo” que sustentaria a hipótese de que o os
suspensorium seriahomólogo às costelaspleurais. Esta interpretaçãonão foi
corroboradanopresenteestudo(vidediscussãodesteelemento).
A grande modificação está na ossificação da cartilagem complexa, que se
iniciounabordaanterioredorsale seestendepericondralmenteportodaacartilagem
primordial, exceto a extremidade dorsal, degenerandoa. A parte de ossificação mais
avançadaéaregiãocentral.Lâminasdeossificaçõesmembranosassãoencontradasna
porção posterior e anterior, aind
a não totalmente fundidas com a ossificação
pericondral.Os arcosneurais do terceiroe quarto centros vertebraisestão
completamente ossificados e fundidos aos respectivos centros. O arco neural do
quarto centro apresenta uma expansão óssea dorsal, voltada posteriormente, em
posiçãosemelhanteaumespinhoneural.TalvezessesejaomotivoquelevouRoberts
(1973b) aconside
rar que esteelementofosse a fusão do espinhocomoarconeural.
No entanto, este prolongamento é pareado, enquanto o espinho seria um elemento
ímpar. Ambos os arcos neurais citados estão muito próximos entre si, mas não
fusão, mesmo nos adultos. O terceiro centro está com o processo transverso
totalmentedesenvolvidoeconsolidado.Umajunçãosincondralentreosarcosneurais
comaregiãodorsal(i.e.supraneural3)aindapodeserobservada.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
182
Ossupraneuraisposteriores(5a8)estãoemfaseinicialdeossificação.Este se
inicia na região central e se estende até as extremidades. Porém é uma ossificação
pericondral. A cartilagem primordial se degenera conforme a ossificação progride.
Neste estágio ainda está intacta nas extremidades dorsal e ventral. Adicionalmente,
ossificações membranosas se desenvolvem, no septo mediano, associadas à
ossificaçãopericondral. Oquinto supraneuralapresenta estaossificaçãomais
desenvolvida.
Os espinhos neurais propriamente ditos estão fundidos e totalmente
desenvolvidosaolongodoeixodocorpo.Omesmoéválidoparaascostelaspleurais,
na região ventral, que recobrem toda a cavidade abdominal e articulamse com as
vértebras.
‐Apartirdo18ºdiaapóseclosão(21,4mmCP)atéoadulto(Figs.69e70):
A partir deste estágio todo o complexo de Weber está formado, incluindo os
ossículos,cujamaioriatemorigem dérmica(ossificaçõesmembranosas)eos
elementos condrais. Os tamanhos e formas das estruturas são mantidos como
descritos anteriormente, mesmo durante o contínuo crescimento (aumento de
tamanho) do indivíduo. Os sinais cartilaginosos diminuem até desaparecer quase
totalmentenosindivíduosjovens,excetopelaregiãodajuncaisincondralnocomplexo
neural(Fig.70).
Os elementos cuja completa ossificação é mais tardia são os supraneurais.
Todos são elementos ossificados pericondralmente, incluindo o supraneural 3, que
estáenvolvidonaformaçãodocomplexoneural(sensuNelson,1948)aindaépossível
visualizartraçosdacartilagemprimordialdesteselementosnointeriordoossorecém
formado, uma vez que a ossificação ainda não se consolidou. Tal evento somente
ocorrerános indivíduosjovens (acima de 87 mmCP, aproximadamente).Os
supradorsais e 3 4 não são mais vistos uma vez que as cartilagens foram totalmente
degeneradas.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
183
Destacase o aumento considerável nas lâminas de ossificações membranosas
dos supraneurais. Estas ossificações, apesar de presentes em todos os supraneurais,
sãomaisevidentesnosupraneural5e,emgradientedecrescente,atéooitavo.
Os espinhos neurais propriamente ditos estão fundidos com os respectivos
arcosneuraiseestes,comoscentrosvertebrais.Ascostelaspleuraisestãoigualmente
desenvolvidas, protegendo a cavidade abdominal e articulandose com as vértebras.
Conforme relatado no estágio anterior, é interessante destacar o padrão encontrado
nosligamentosproximaisdascostelas.Sempreumligamentoinseridonoprocesso
posterior de uma costela e conectado com a face anterior da costela subsequente.
Este padrão de ligamentos, embora modificado é encontrado entre a parapófise da
quartavértebrae afaceanteriordacosteladaquintavértebra.Outroligamentoestá
presente entre o processo lateral do segundo centro e a face medial do tripus. No
entanto,aparentementeesteligamentonãoéserialmentehomólogo àqueles
descritosacima.

Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
184
Desenvolvimento dos ossículos do aparelho de Weber em Pseudoplatystoma
coruscans.
‐16ºdiaapóseclosão(8,0mmCP,Figs.71e72):
Nesteestágiopodemserencontradasasprimeirasevidênciasparaaformação
doselementosdoaparelhodeWeber.
A notocorda apresenta certa flexão dorsal em sua extremidade posterior
(caudal). também sinais de segmentação, delimitando os centros das futuras
vértebras (regiões com ligeira constrição), ao longo de todo seu comprimento. No
entanto,nãoqualquerevidênciadeossificaçõesdestescentros.
Oselementospareadosbasidorsaisebasiventraissãovisíveisaolongodetoda
aextensãodanotocorda,dorsaleventralmente,respectivamente.Noentanto,um
claro gradiente decrescente de tamanho no sentido ânteroposterior. São mais sutis
queaquelesencontradosemProchilodus,sendoigualmentemenoscorados.
Os elementosassociados aosfuturoscentrosmaisanteriores(queformarãoo
complexo de Weber) são significativamente maiores, tanto os basidorsais quanto os
basiventrais.umtotalde quatroparesdebasidorsaismaisdesenvolvidos,indicando
queosquatroprimeiroscentrosvertebraisestãodiretamenteenvolvidosnaformação
do aparelho de Weber. O primeiro e o segundo basidorsais são mais sutis e com
formatosgrosseiramentenodulares.Emalgunsexemplaresumapequenaexpansão
dorsaldestascartilagens.Ventralmenteaosegundobasidorsalumfilamentoósseo
dérmico, direcionado
anteriormente,sendoidentificadocomo o primórdio da porção
anterior do intercalarium (manubrium). O terceiro e quarto basidorsais apresentam
expansões cartilaginosas dorsais, sendo sequencialmente maiores que os mais
anteriores. Nas extremidades dorsais do terceiro e quarto basidorsais encontramse
nódulos cartilaginosos autógenos (pareados) fracamente corados, localizados
medialmente. Seus limites não podem ser prec
isamente delimitados, mas tratamse
dosprecursoresdosrespectivossupradorsais.Oterceirosupradorsalnãofoi
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
185
encontrado em alguns indivíduos deste mesmo estágio, indicando que sua origem é
ligeiramentetardiaaoquartosupradorsal.
Naregiãomaisdorsaldocorpo,encontramseascartilagensdosradiaisbasais
da nadadeira dorsal (sensu Royero, 1987), que formarão os radiais proximais e, em
algumasespécies,a extremidadedorsal destabarrasesegmenta,podendoformaros
radiais mediais. O radial distal é formado por um nódulo cartilaginoso autógeno,
originadonabasedosraios.
Os basiventrais do primeiro e segundo centros estão ausentes. Porém, os do
terceiro e quarto centros estão claramente visíveis, sendo maiores que aqueles
localizados a partir do quinto centro e possuindo uma expansão cartilaginosa látero
ventral. Esta expansão é maior no quarto basiventral. Filamentos não corados
resultantes do início de uma ossificação membranosa (dérmica) são encontrados
nesteselementos.Noterceirobasiventralexistemdoisfilamentosósseos,precursores
do tripus. Um dos filamentos, voltado anteriormente, está mais associado ao futuro
centro vertebral que com a cartilagem basiventral e é identificado como sendo uma
modificaçãodoprocessotransverso do terceiro centroecontribuirápara a formação
da porção anterior do tripus. O outro filamento se volta ventral e posteriormente,
quasealcançandoabexiganatatória.Apesardesuaossificaçãoinicial serdérmica,está
intimamente associado ao terceiro basiventral e esta ossificação recobrirá,
preicondralmente este elemento, sendo considerado uma modificação da parapófise
doterceirocentroeformaráaporçãoposteriordotripus.Noquartobasiventraloutro
filamento ósseo, maior que aqueles presentes no terceiro basiventral é encontrado,
associadointimamentecomoquartobasiventral,sendoidentificadocomo a
parapófise do quarto centro vertebral. Este filamento de volta lateralmente, mas,
aparentementenãocontataabexiganatatória.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
186
‐19ºdiaapóseclosão(11,4mmCP,Fig.73e74):
A notocorda estátotalmenteflexionadanaregiãocaudal, permanecendo com
as constrições sinalizando a formação dos futuros centros vertebrais. No entanto,
aindanãoossificaçõesaparentesdestescentros.
Os elementos basidorsais e basiventrais ainda são visíveis ao longo de toda a
extensãoda notocorda,estando osbasidorsais mais corados.Os basidors
ais
posteriores ao quinto centro vertebral apresentam delicada ossificação pericondral
(nãocorada)emsuas extremidadesdorsais.Essaossificaçãoprogrideventralmentee
consolida a estrutura, substituindo a cartilagem e formando os arcos neurais. Este
mesmopadrãoéencontradonosbasiventrais,porémformandoosarcoshemais.Após
o limite da abertura anal,
estes filamentos se encontram medialmente, formando o
arco hemal fechado, característicos das vértebras posteriores. Não sinal de
ossificaçãodosespinhos,sejamneuraisouhemais.
Oprimeirobasidorsalapresentaumapequenaextensãocartilaginosadorsale,
em sua extremidade um filamento de ossificação membranosa, sendo identificado
comooprocessoascendente do scaphium. Dorsalmenteaesteelemento,observase
um aglomerado de condrócitos, fracamente corado, de formato cilíndrico. Este é o
precursor do claustrum (nos bagres, o claustrum tem precursor cartilaginoso vide
dicussãodesteelemento).
O segundo basidorsal permanece nodular e fracamente corado, indicando
degeneração. Este nódulo cartilaginoso apresenta dois filamentos ósseos dérmicos,
um voltado anteriormente e outro dorsalmente, que formarão o manubrium e o
processo ascendente do intercalarium
. O terceiro basidorsal se expande mais
dorsalmente, com fraca coloração, indicando que o processo de ossificação
pericondral,conformedescritoparaaformaçãodosarcosneurais.Oquartobasidorsal
permanece conforme descrito no estágio anterior, co
m a mesma degeneração
encontrada no terceiro. Os supradorsais 3 e 4 se expandem rapidamente. Neste
estágio,são observadosindivíduosdiversosgraus dedesenvolvimentodestes
elementos. Com esta expansão os supradorsais se fundem, assim como com suas
contrapartes, formando a cartilagem complexa. Esta cartilagem forma uma ‘ponte’
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
187
sobre a medula espinhal (vide Fig. 74). A região anterior e dorsal de alonga
dorsalmente,quantoaporção apresenta umentalhe,indicandoqueafusãoentreos
supradorsais 4 contralaterais não é completa. Na região desta cartilagem complexa,
nenhuma estrutura ímpar, autógena, formada no septo mediano que possa ser
identificada como supraneural apresentase condrificada em nenhum exemplar.
Logo, corroborandoopostuladoporHoffmann&Britz(2006), o complexo neural em
siluriformeséformadopelafusãodossupradorsais(vidediscussão).
Noterceirocentro,osfilamentosventraissefundeme,aliadoaumaossificação
dérmica secundária, formam o tripus, com seu característico formato triangular. A
porçãomaisposterior,oprocesso transformador,nãoultrapassa os limitesdo centro
vertebral. No quarto centro, encontrase uma estrutura, bipartida no ponto de
inserção com o basidorsal, identificada como o os suspensorium, localizada
medialmenteevoltadaventralmente,contatandoabexiganatatóriaeaparapófisedo
quartocentro,maislateral.
Umsupraneuralpodeseridentificadoposteriormenteàcartilagemcomplexae
anteriormenteaoprimeiroradialbasaldanadadeiradorsal.Noentanto,nãoficaclara
ahomologiadesteelementoaumcentrovertebral(cf.Royero,1987).
‐26ºdiaapóseclosão(21,4mmCP,Figs.75e76):
Asossificações dacoluna vertebral seiniciam, comcamadassutis de
ossificações ao redor dos centros, formando os protocentros (protocentrum, sensu
Grande&Bemis,1998).
Os basidorsais do primeiro a segundo centros ainda podem ser visualizados,
aindaqueemdegeneração.Osdemais,assimcomoosbasiventrais,foramtotalmente
substituídos por ossificações. Os arcos neurais a partir do terceiro centro estão
totalmenteformados,contatandoseusrespectivoscontralateraisnalinhamediana.A
ossificação pericondral degenerou totalmente os precursores cartilaginosos. No
entanto,aquantidade de mineralizaçãoé pequena,deixandoacoloraçãomuitosutil.
Nãosinaldeossificaçãodosespinhos,sejamneuraisouhemais.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
188
O scaphium está com seus processos ascendente e o voltado anteriormente
mais espessadose apresentauma lâminaóssea circular entre eles,com o
característicoformatoencontradonos indivíduosadultos. A cartilagemdoclaustrum,
localizadodorsaleposteriormenteaoscaphiumnãosofremodificaçõesemsuaforma,
se comparada ao estágio anterior.Porém está mais corada, indicando maior
quantidadedematrizextracelular.
O intercalarium, formado no segundo centro, está ligeiramente mais
espessado. No entanto, este elemento nunca se desenvolve além desta forma,
mantendose umadiminuta barraóssea. Seu processoascendente sereduz,
praticamentedesaparecendo.
O terceiro, quarto e quinto centros apresentam os respectivos arcos neurais
significativamentemaisespessosqueosdemais.
Acartilagemcomplexa,resultadodafusãodascartilagensdossupradorsais3e
4, está em fase inicial de ossificação, evidentemente na região ventral, próximo aos
arcosneurais.
O tripus está mais desenvolvido, apesar de não estar totalmente consolidado.
Mesmo contando a bexiga natatória, ainda não apresenta o processo transformador
característico deste gênero. No quarto centro, uma grande modificação é observada
com relação ao estágio anterior. O os suspensorium fica restrito a um pequeno
elemento, voltado ventralmente, em contato com a bexiga natatória. No entanto, a
parapófise deste centro, voltada lateralmente, se estende e expande
consideravelmente, quase atingindo os elementos da cintura peitoral. No quinto
centro observase que a respectiva parapófise está muito expandida em relação à
parapófises das demais vértebras posteriores. Nas extremidades laterais das
parapófises, a partir do quinto centro, encontramse costelas articuladas, as quais
estãoemestágioinicialdeossificação.
O supraneural, assim como os radiais basais da nadadeira dorsal se ossificam
pericondralmente,degenerandoascartilagensprimordiais.Estaossificaçãoseiniciana
regiãomédiaeseexpandeparaasextremidades.Comadelimitaçãomaisprecisados
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
189
centros,podesevisualizararelaçãodosupraneuralcomoquintocentro.Issopermite
proporahomologiadesteelementocomosupraneural5.
‐39ºdiaapóseclosão(28,736,4mmCP,Figs.77e78):
As ossificações da coluna vertebral estão completas, com os arcos (neurais e
hemais) igualmente ossificados e fundidos aos respectivos centros, formandos as
vértebras, propriamente ditas. Na extremidade anterior, a primeira vértebra
apresentase livre, condição comumente encontrada nos adultos das espécies da
ordem Siluriformes. Posteriormente à primeira vértebra uma vértebra complexa,
resultado da fusão dos centros 2, 3 e 4. Nesta vértebra complexa não é possível
individualizar seus constituintes. O quinto centro vertebral também faz parte deste
complexo, uma vez que está firmemente em contato com a vértebra complexa
propriamentedita.Porém,nesse caso,umasutura, sendopossívelindividualizaro
quintocentro.Apartir dasextavértebraexistemosdiscosintervertebraisenenhuma
alteraçãoestruturaléencontrada.
Todas as cartilagens primordiais estão extremamente degeneradas. A maioria
desapareceu completamente, sendo substituída por ossificações. Espinhos neurais e
hemais estão presentes, ainda que não totalmente ossificados e encontramse
fundidoscomosrespectivosarcos.
O scaphium não sofre alterações de forma em comparação com o estágio
anterior. No entanto está totalmente consolidado, tendo alcançado seu formato
definitivo. O claustrum se ossifica, iniciando ventralmente. Neste estágio resta uma
pequenaáreacartilaginosa,nãoossificadanaextremidadedorsal.
O intercalarium, conforme reportado anteriormente, atingiu seu formato
definitivo, sendo restrito auma pequena barra óssea ligeiramente flexionada
dorsalmente.
Os arcos neurais do terceiro, quarto centros se expandem significativamente,
fundindose uns aos outros. O mesmo acontece com o arco neuraldoquinto centro.
Noentanto,suafusãocomosdemaiséparcial.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
190
A cartilagem complexa encontrase em avançado processo de ossificação, o
qualteminícioventralmenteeprogridedorsalmente.Acartilagemprimordialsomente
pode ser observada na extremidade ânterodorsal. O restante da estrutura está
ossificada e fundida aos arcos neurais do terceiro e quarto centros, formando um
‘capuz’ ósseo sobre a medula espinhal, chamada de complexo neural. No limite
posterior do complexo neural, encontramse dois processos dorsais voltados
posteriormente.Esteselementossãoresultadodagrandeexpansãopósterodorsaldo
quartoarconeural.
Ventralmente àvértebra complexa, o tripus alcança seu formato final,
mantendose triangular, conforme reportado anteriormente. No entanto, neste
estágio, se completa a formação de seu processo transformador, em formato
semicircular, voltado medialmente, permanecendo seu íntimo contato com a bexiga
natatória.
Aparapófisedaquartavértebraexpandesehorizontalmente,alémdoslimites
doseurespectivocentro,ocupando todaaextensãodavértebra complexa.
Adicionalmente,“processostransversos”,partindo dabasedos arcosneurais 3e4se
estendem láteroventralmente. Todos estes elementos ‘superdimensionados’ (arcos
neurais3e4,processostransversoseparapófises)fundemse,criandoumaestrutura
que envolve o canal neural dorsal e a vértebra complexa, terminando em uma
plataformasobrea bexiganatatória.Estaaindaseestende lateralmente,articulando
se com elementos da cintura peitoral (supracleitro) e com o ligamento ossificado de
Baudelot.Nosindivíduosmaiores,estassuturasdesaparecem,tornandoseimpossível
a individualização dos elementos. O os suspensorium, derivado do quarto centro se
restringe a uma barra óssea orientada verticalmente, contatando medialmente a
bexiganatatória.
O quinto centro, que se encontra fortemente suturado à vértebra complexa
apresentaum processotransversoexpandidoem relaçãoàmesma estrutura
encontrada nas vértebras posteriores. Neste estágio, apesar de muito próxima à
estruturaexpandidaderivadadaparapófisedoquartocentro,esteselementosnãose
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
191
fundem.Emumdosindivíduosdesteestágio, umacostela,apenasnoladodireito,
emestágioinicialdeformação,articuladacomaparapófisedoquintocentro.
A partir do sexto centro e posteriormente, as vértebras apresentam as
parapófises não expandidas e, associadas lateralmente a estas, existem costelas por
todaaregiãopleural.
Dorsalmenteeposteriormenteaocomplexoneural,osupraneural,assimcomo
os radiais basais se ossificam e suas extremidades ventrais ficam firmemente
associadasàregiãoposteriordo complexoneural.Aextremidadedorsaldo
supraneural, achatada e de formato triangular em vista dorsal, fica sobre a pele
formando uma ‘placa’ óssea, também chamada de escudo da nadadeira dorsal. As
ossificações dos radiais basais também são chamadas de pterigióforos da nadadeira
dorsal.
‐exemplarjovem(115,7mmCP,Fig.79)eadulto(ca.394mmCP,Fig.80):
Esteestágioilustraacondiçãoencontradanosexemplaresadultos,nosquaisa
região anterior da couna vertebral apresenta uma série de estruturas complexas,
resultantesdefusõesentreelementosderivadosdecentrosvertebraisdistintos,assim
comoformadospordiferentesprocessosdeossificação.
Assim como no estágio anterior, todas as estruturas estão formadas e
consolidadasaolongodetodaaextensãodacolunavertebral.,incluindoapresençade
espinhosneuraisehemaisfundidosaosrespectivosarcose,estes,aoscentros.
A primeira vértebra, originalmente livre, apresentase fundida à vértebra
complexa. No entanto, esta fusão não é inicialmente completa, sendo possível
observar a sutura entre elas. Em indivíduos maiores é praticamente impossível
delimitar seus antigos centros. A vértebra complexa, sequencialmente posterior à
primeira,formadapelafusãodoscentros2,3e4,nãosofrealteraçõesemcomparação
ao estágio anterior. Na sequência posterior, a quinta vértebra se funde à vértebra
complexa e, assim como a primeira vértebra, essa fusão inicialmente não é total,
sendo possível observar a sutura de fusão (Fig. 80). Da sexta vértebra em direção
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
192
posterior, não mais fusões, sendo todas livres e com discos intervertebrais entre
elas.
Não sinais das cartilagens primordiais, indicando que foram totalmente
substituídaspelasossificações.
O scaphium e o intercalarium, ossículos anteriores e dorsais do complexo de
Weber, permanecem inalterados, ainda que ligeiramente mais consolidados. Única
alteração significante é a do claustrum, que está totalmente formado, ossificado e
consolidado,nãorestandoqualquervestígiodesuacartilagemprimordial.Seuformato
émantidocomoodeumabarraósseavertical,localizadapósterodorsalaoscaphium
eânteroventralaocomplexoneural.
Ocomplexoneuralestáinteiramenteossificado,resultadodafusãodediversos
elementos derivados das vértebras 3 e 4 (como previamente descrito), não sofre
alteração,excetopelaligeiraextensãoanterior,quasealçandooclaustrum.
As extensões dorsais do quarto arco neural ficam maiores e mais largas,
fornecendo superfície para a inserção de ligamentos que fixam os elementos
anterioresdanadadeiradorsal,incluindoosupraneural.
Otripuseoossuspensorium,ossículosderivadosdoterceiroequartocentros,
respectivamente,semantéminalterados,aindaqueotripusestejaligeiramentemaior
devido a crescimento do indivíduo. Ambos então em contato direto com a bexiga
natatória
Uma alteração importante é a fusão entre a grande lâmina óssea horizontal,
partindodocentrovertebralcomplexoecobrind
oabexiganatatóriaeaparapófisedo
quinto centro. Isso torna esta estrutura ainda maior e mais robusta, até mesmo
fundindoosrespectivoscentros.Suaarticulaçãocomoselementosdacinturapeitoral
ecrâniopermanece,comfortesligamentosconectandoas.
Surgem costelas articul
adas com as parapófises da quinta vértebra. Neste
estágio estão totalmente ossificadas, não diferindo, em forma, das demais costelas
pleurais.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
193
Nos elementos da nadadeira dorsal (pterigióforos), especialmente os mais
anteriores e o supraneural as ossificações dérmicas secundárias formam lâminas no
septo mediano, deixando estes elementos mais robustos, favorecendo a inserção
muscular. O supraneural desenvolve, tardiamente, dois processos voltados
anteriormente e sua face dorsal. Estes processos quase alcançam o processo do
supraoccipital. Isto provavelmente fortalece essa região com os vários ligamentos
presentes.

Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
194
DesenvolvimentodosossículosdoaparelhodeWeberemLophiosilurusalexandri.
‐diaapóseclosão(9,3mmCP):
Neste estágio ainda não existe nenhum sinal da formação dos elementos do
aparelhodeWeberpropriamenteditos.Noentanto,se observa os estágiosiniciais
deformaçãodascartilagensprimordiais.
A notocorda se mantém como uma estrutura cilíndrica lisa, sem sinais de
segmentaçãodosfuturoscentros.Suaextremidadeposterior(caudal)apresentauma
ligeiraflexãodorsal.
Os elementos basidorsais e basiventrais são visíveis ao longo de toda a
extensãodanotocorda,sendoque,aqueleslocalizadosapósaregiãoabdominalestão
fracamente corados. Tal fato evidencia a sequência ânteroposterior no surgimento
desteselementos.
Obasidorsalmaisanterior nãosesituajustamenteapósa região craniana.
certo intervalo, sem nenhuma estrutura cartilaginosa entre o crânio e o primeir o
elemento basidorsal. No entanto, como não segmentação da notocorda é
virtualmente impossível estipular aqual centroestaria associadoeste elemento mais
anterior. Os basidorsais mais anteriores (nove primeiros) estão bem corados. Os
demaissãovisíveisatravésdadiferenciaçãodacondrificação,ouseja,observaseuma
textura diferenciada. Os dois primeiros basidorsais apresentam um alongamento
dorsal (vertical) em formato cilíndrico, sendo identificados como os precursores dos
arcosneurais.
O basiventral mais anterior, por sua vez, se situa logo abaixo do ba sidorsal
(contado em sequência crescentenosentidoânteroposterior),aproximadamenteno
meio da região abdominal. Existem sete basiventrais até a região alinhada com a
abertura anal e, posteriormente, mais sete elementos, cujas colorações ficam
extremamente fracas e suas distinções somente são possíveis observandose a
diferençadedensidadenasáreasdecondrificação.Todosesteselementosbasiventrais
permanecemcomformatosnodulares.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
195
‐diaapóseclosão(10,5mmCPFigs.81e82):
Nesteestágio,poucasmudançassignificativassãoencontradasaolongodoeixo
danotocordaedasestruturasassociadas.Anotocordaseencontramaisflexionadana
região caudal. Porém, a flexão ainda não está completa. Observamse também os
primeirossinaisdesegmentaçãoqueaindadelimitatotalmenteosfuturoscentros.
Surgem basidorsais na região anterior da notocorda, justamente posterior ao
limite do crânio. Esta região não apresentava nenhum elemento no estágio anterior.
Neste estágioépossível,umavezque anotocordaestáiniciandosuasegmentação e
por comparação com os estágios seguintes, definir a quais centros vertebrais estes
elementos estão associados. Logo, o único basidorsal que não está presente é o do
primeirocentro.
Com isso, o basidorsal mais anterior, imediatamente posterior ao crânio, é o
associado ao segundo centro. Este é menor que os posteriores e não apresenta a
expansãocartilaginosadorsal,precursoradosarcosneurais.Posteriormenteaesse,os
demais basidorsais possuem a referida expansão cartilaginosa, precursora dos arcos
neurais,sendoqueamaisdesenvolvidaencontraseassociadaaobasidorsaldoquarto
centro.Não evidência,nesteestágio, de umsupradorsalassociadomedialmente a
estequartoarconeural.
Surgem mais alguns elementos basiventrais em sentido pósteroanterior. Os
mais anterioressãomenoresefracamentecorados, sendo que o mais anterior nesta
sequência está associado ao futuro nono centro vertebral. Anteriormente, um
intervalo sem a presença de basiventrais até a posição do quarto centro, onde se
encontra um basiventral. Consequentemente, este basiventral est
á localizado
ventralmenteaoquartobasidorsal(que possuiamaiorcartilagemdearconeural).Este
basiventralapresentaumaexpansãoemsuabaseeestendeselateralmente.Emvista
dorsalpossuiumaformagrosseiramentetriangulareapresentaumpequenofilamento
ósseodeorigemdérmicaemsuaextremidadelateral(videFig.82),sendoidentificado
comooiníciodaformaçãodaparapófisedoquartocentro.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
196
A maioria dos basiventrais, com exceçãodomaisanterior(basidorsal4)edos
três primeiros da região abdominal, apresenta delicadas expansões cartilaginosas
dirigidasventroposteriormente.Estasexpansõessãoosprimórdiosdosarcoshemais.
‐diaapóseclosão(10,9mmCPFig.83e84):
Anotocordapropriamenteditanãoapresentaalteraçõesemrelaçãoaoestágio
anterior, exceto pelo fato de estar sutilmente mais flexionada na região caudal. No
entanto, neste estágio ainda não é caracterizada sua flexão total. Não sinais de
ossificaçõesaoredordosfuturoscentros.
Surgem, na região dorsal da extremidade anterior da notocorda, logo após o
limitedocrânio,maisumbasidorsal.Esteéobasidorsalassociadoaoprimeirocentro.
Esteelementoapresentaseumdelicadoprolongamentocônicodirigidodorsalmente,
que é a cartilagem precursora do processo ascendente do scaphium. O segundo
basidorsal mantém sua forma nodular. Contudo, um diminuto filamento de
ossificação dérmica associado a ele. Este filamento ósseo se estende anteriormente,
nãoultrapassandoolimite dosegmentoqueformaráosegundocentrovertebral.Este
elemento corresponde ao início de formação do intercalarium (manubrium). Os
demais basidorsais apresentam as expansões cartilaginosas dorsais, formadoras dos
arcosneurais,assimcomodiscretosanteriormente.Oterceiroequartobasidorsaissão
osmaisdesenvolvidos, sendoqueo quartoencontrasemais corado(maior
quantidade de matriz extracelular). Observase também um elemento cartilaginoso
autógeno nãocorado (visualizado por reflexãodiferencial da luz), localizado
medialmenteàextremidadedorsaldestaextensãodorsaldoquartobasidorsal.Esteé
oiníciodeformaçãodoquartosupradorsal.
Toda a região ventral da notocorda apresenta os elementos basiventrais. Os
últimosasurgiremsãoaquelesassociadosaoscentros5a7,que,consequentemente,
sãoosmaisdelicadosefracamentecorados.Todososbasiventraisposterioresapartir
do quinto centro apresentam expansões cartilaginosas delicadas, dirigidas ventro
posteriormente,quesãoosprecursoresdosarcoshemais.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
197
Surge também o basiventral do terceiro centro, que estará envolvido no
aparelhodeWeber,assimcomoobasiventral4.Ambosesteselementosapresentam
se expandidos lateralmente, em formato grosseiramente triangular em vista dorsal
(videFig.84).Associadosàscartilagensbasiventrais3e4,encontramsefilamentosde
ossificações dérmicas. No terceiro basiventral dois filamentos, sendo um voltado
anteriormenteeoutrovoltadoventroposteriormente.Sãoosprecursoresdotripus.O
filamento anterior de origem dérmica que formará a região anterior do tripus é
derivadodoprocessotransversodoterceirocentroe estámaisrelacionadoaocentro
doquecomacartilagembasiventral.ofilamentoposterior,éderivadodaparapófise
do terceiro centro, cuja ossificação tem origem dérmica intimamente associada à
cartilagemdobasiventraleexpandeproximalmenteepericondralmenteatéfundirse
comocentro.Noquartobasiventralsomenteumdestesfilamentos,dirigidolátero
posteriormente, sendo identificado como a parapófise do quarto centro. Nenhum
destesfilamentosestáemcontatocomabexiganatatória.
‐diaapóseclosão(11,2mmCP,Fig.85):
Anotocordacompletasuaflexãonaregiãocaudal,aindasemapresentarsinais
deossificaçõesaoredordosfuturoscentros.
As formações dos ossículos do aparelho de Weber estão mais avançadas.
Associadoaoprimeirobasidorsalumfilamentoósseovoltadoanteriormente,além
de um alongamento da extensão cartilaginosa dorsal, presente anteriormente. Estas
estruturasoasformadorasdoscaphium,oqualaindanãopossuiaporçãodorsal
conchascaphium.
Osegundobasidorsalapresentaseemformatonodular,oqualnuncasealtera
durante o desenvolvimento. O filamento ósseo associado a ele, formador do
intercalarium,sealongasutilmentenadireçãoanterioredorsalmente,comaspectode
‘L’‘deitado.Suacoloraçãoépraticamentenula.
Na extremidade dorsal das cartilagens do arco neural do terceiro centro
vertebral surgem, medialmente, os respectivos supradorsais. São muito sutis e
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
198
transparentes. O arco neural do quarto centro não sofre alteração em relação ao
estágioanterior.Porém,ossupradorsaisdestecentro,aindaquefracamentecorados,
seexpandemdorsalmente,contatandosemedialmenteedealongamanteriormente.
Estafusãonãoétotal,deixandoumentalhenabordaposterior.Aparentementeainda
nãoestãofundidoscomossupradorsais3.Ascartilagensdosarcosneuraisdosdemais
centrosaumentamdetamanho,dorsalmente,massemcontatarsuacontraparte.Não
sinaisdeespinhosneuraisaolongodocorpo.
Os basiventrais do primeiro e segundo centro estão ausentes e nunca se
formam. No basiventral do terceiro centro, que, como reportado anteriormente, é
umaestruturamodificadaexpandidalateralmente,osfilamentos ósseos previamente
presentes se fundem, formando o tripus, com seu formato triangular. Seu processo
posterior (processotransformadordotripus) é evidenteecontataabexiganatatória.
Neste estágio, esse elemento é extremamente delicado e sem coração. É possível
observar,emalgunsexemplares,um finoligamentoentreotripuseointercalariume
enteesseeoscaphium.
Noquartobasiventralofilamentoósseopréexistente,precursordaparapófise
do quarto centro, está sutilmente mais robusto, ainda que transparente. Notase
também um segundo filamento ósseo na base deste, voltado ventralmente, quase
contatandoabexiganatatória.Tratasedoiníciodaformaçãodoossuspensorium.
Na região ventral da notocorda, os basiventrais posteriores apresentam
expansõeslateraise,associadosaeles,filamentosdeossificaçãodérmica,formadores
dasfuturascostelaspleurais.Sãomuitodelicadosesemqualquercoloração.
Em um exemplar deste estágio é possível ver uma formação cartilaginosa
autógena,
nalinhamediana,anterioraoprimeiroradialdanadadeiradorsal.Esseé o
primórdio da cartilagem do supraneural, possivelmente o supraneural associado ao
quartocentro.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
199
‐diaapóseclosão(11,7mmCPFigs.86e87):
Os elementos do aparelho de Weber estão em fase mais avançada de
ossificação,aindaqueacoloraçãosejamuitofraca.
O basidorsal do primeiro centro continua corado em sua base, porém sua
extremidade dorsal apresenta sem sinais de degeneração, indicando o início de
ossificação pericondral. Esta se estende ventralmente. O filamento ósse
o de origem
dérmica,voltadoanteriormente,assimcomoaconchascaphiumpropriamenteditase
fundemdelimitandooformatodoscaphiumnoadulto,arredondadodorsalmente.
Emalgunsexemplaresdesteestágioépossível distinguirumaregiãodorsalao
scaphium onde um tecido, grosseiramente circ
ular, sem limites claramente
definidos.Noentanto,trataseaformaçãodacartilagemprecursoradoclaustrum.
Acartilagemdosegundobasidorsalcontinuacomaspectonodulareestámais
degeneradaqueasdemais,com umacoloraçãomuitopálida.Ointercalariumaindaé
se restringe a um filamento ósseo, com o formato conforme descrito anteriormente.
Porém, o ramo horizontal deste filamento se estende anteriormente, até o limite
anteriordoprimeirocentro,naarticulaçãocomabasedoneurocrânio.Oramodorsal,
nãosofrealteração,serestringindoaolimitedorsaldosegundocentrovertebral.
Na extremidade dorsal das cartilagens do terceiro arco neural, os respectivos
supradorsaisseexpandemdorsalmente,fundindoseaosexpandidossupradorsais4
e seus contralaterais, formando a cartilagem complexa do complexo neural. Os
supraneurais4completamsuafusãocomsuacontraparte,nãosendomaisobservado
oentalhe posterior nacartilagemcomplexa.Também, nãoépossívelindividualizaras
estruturasconstituintesdessacartilagem,aqualforma umapontecartilaginosasobre
amedulaespinhal,desdeolimiteposteriordoneurocrânioatéoquintoarconeural.O
quarto arco neural ossificase pericondralmente na extremidade dorsal, e essa
ossificação estendese dorsalmente, além dos limites da cartilagem primordial,
voltandoseposteriormente(videFig.86).
Os arcos neurais dos centros posteriores igualmente iniciam as respectivas
ossificações, as quais também de prolongam dorsalmente, além dos limites
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
200
cartilaginosos, fundindose medialmente com suas contrapartes. Notamse também,
em alguns indivíduos os primórdios dos espinhos neurais que se formam ventro
dorsalmenteapartiropontodefusãodosrespectivosarcosneurais.
O basiventral do terceiro centro encontrase fracamente corado, indicando
estágio avançado de degeneração. O tripus ainda está conectado a esta cartilagem e
estámaisespessoemaisalongadoanteriormente,quasealcançandoolimite anterior
do primeiro centro, ficando alinhado verticalmente ao intercalarium e scaphium. Os
ligamentosentreestesossículosficammaisrobustos.
Acartilagemdoquartobasiventralestápreservadaebemcorada.Aparapófise
doquartocentrosealargaealongalateralmente,alcançandooselementosdacintura
peitoral (cleitro). O os suspensorium, fica restrito a um pequeno elemento cilíndrico,
ventralaoquartocentro,quecontataabexiganatatória.
Naregiãoventral da notocorda,osdemaisbasiventrais posteriorescontinuam
expandidos lateralmente, com costelas pleurais mais desenvolvidas associadas. Estas
costelasnãoultrapassamolimiteverticaldalinhalateral.
A cartilagem do supraneural se torna evidente, de formato grosseiramente
arredondado,anterioraoprimeiroradialdanadadeiradorsal.
‐10ºdiaapóseclosão(12,1mmCP,Fig.88):
Neste estágio não ocorre praticamente nenhuma alteração com relação à
forma ou desenvolvimento das estruturas associadas à extremidade anterior da
notocorda e/ou aparelho de Weber, com exceção do avanço das ossificações que
progridemininterruptamentecomocrescimentodoindivíduo.
No entanto, este período é descrito para ilustrar a completa condrificação da
cartilagem do claustrum. Esta cartilagem possui uma forma cilíndrica e localizase
dorsaleanteriormenteaoscaphium.Ficaclaratambémsuaposiçãomaislateralentre
os elementos do aparelho de Weber (vide Fig. 88A). Uma pequena região em sua
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
201
extremidade ventral apresentase ligeiramente transparente, indicando que o
processodeossificaçãopericondralseiniciounestaárea.
Acartilagemdocomplexoneuralestáemsutilmentedegeneradaemsuaborda
anterior, indicando que os processos de ossificação pericondral se iniciam nesta
porção.
Aparapófisedaquartavértebraexpandesecomoconsequênciadeadiçõesde
lâminas ósseas secundárias de origem dérmica. O os suspensorium permanece
reduzidoesemalterações.
‐11ºdiaapóseclosão(12,3mmCP,Figs.89e90):
Os primeiros sinais de ossificações ao redor dos centros vertebrais são vistos
neste estágio. Existe uma fina camada óssea delimitando os centros, chamado
protocentro(protocentrum,sensuGrande&Bemis, 1998). Apesardeos protocentros
ocorreremaolongodetodaaextensãodanotocorda,osmaisanteriores, envolvidos
comavértebracomplexadoaparelhodeWeber,estãomaisconsolidados.Oscentros
vertebrais2,3e4nãoapresentamintervalos emsuasossificações,fundindoseentre
si mesmo nos estágios iniciais de ossificação e formando a vértebra complexa do
aparelhodeWeber.
Os basidorsais dos dois primeiros centros vertebrais ainda estão corados. A
cartilagemdobasidorsal dosegundocentroestá maisdegenerada,refletindoem sua
coloraçãopálida.
O processo ascendente do scaphium, formado pela ossificação pericondral da
extensão cartilaginosa dorsal do primeiro basidorsal, está bem ossificado, ainda que
não totalmente consolidado. O processo anterior deste elemento, assim como a
conchascaphiumestãotodosossificadosefundidosentresi,constituindooscaphium
emsuaformafinal,comoencontradonosexemplaresadultos.
Acartilagemdoclaustrum,localizadadorsalmenteaoscaphium,estácomsinais
de degeneração desde sua extremidade ventral até a metade de sua extensão. Isto
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
202
indica o início da ossificação pericondral em sua extremidade ventral e seu avanço
dorsal.Esteelementolocalizaseemumplanomaislateralqueosdemaisossículosdo
aparelhodeWeber.
O intercalarium está totalmente formado, se alongando anteriormente até o
limiteanteriordoprimeiro centro.Seuformato nãosofrealteraçãoeémantidocom
uma fina haste óssea, com um pequeno processo dorsal em sua extremidade
posterior,articuladacomocentrovertebral,mesmonosadultos.
Os arcos neurais do terceiro e quarto centros vertebrais estão ossificados
pericondralmente em toda sua extensão. As cartilagens primordiais ainda podem ser
vistas,por transparênciaemseusinteriores,umavezqueaindanãoestão
consolidados. O quartoarco neuralapresenta lâminasde ossificação dérmica
secundária em sua face lateral. Estas lâminas se estendem ventralmente fundindose
com o processo transverso deste mesmo centro. A extensão dorsal da ossificação
dérmicadoquartoarconeuralnãoultrapassaoterçoventraldoprimeiroradialbasal
danadadeiradorsal.
Acartilagemdocomplexoneuralestáfundidacomasextremidadesdorsaisdos
arcos neurais 3 e 4 e degenerada ventralmente. Verificamse, em sua borda ventral,
ossificaçõespericondraisqueseestendemdorsalmente.
Assim como reportado anteriormente, o avanço dorsal e medial das
ossificaçõesdosarcosneuraisdoscentrosposterioresaocomplexodeWeber(apartir
do quinto centro) forma totalmente estas estruturas, fundindo medialmente suas
partes contralaterais. Também são observados os espinhos neurais, que estão
igualmente fundidos medialmente com seus respectivos arcos e se alongam dorsal e
posteriormente.Ventralmenteexistemosprocessostransversosdoscentros, voltados
láteroposteriormente.umgradientede“fechamento”medialdestesprocessosnos
centrosmaisposteriores,ou seja,se dirigemmaismedialeposteriormente.Aolongo
da cavidade abdominal, encontramse costelas pleurais associadas ventralmente às
suas extremidades laterais. Após p cavidade pleural, encontramse arcos hemais
totalmente formados (i.e. suas contrapartes fundidas medialmente) assim como
espinhoshemaisassociados.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
203
O basiventral do terceiro centro continua evidente, ainda que fracamente
corado(degenerado).Otripusestátotalmenteformadoepermanececonectadoaesta
cartilagem, articulandose que o terceiro centro (ainda que este centro esteja em
fusão com os centros 2 e 4). apresenta o formato encontrado nos adultos. Seu
processotransformadorseestendeposteriormente ecurvasemedialmente,nolimite
do quarto centro, sob a parapófise do mesmo centro e está conectado à bexiga
natatória. Estas vibrações são transmitidas aos demais ossículos, intercalarium e
scaphiumpelosligamentosinterossiculares,osquaisestãoformadoserobustos.
Acartilagemexpandidadoquartobasiventralaindaestápreservadaapesarde
ter se iniciada sua degeneração. A parapóifise do quarto centro cobre totalmente
esta cartilagem e está mais largo que o estágio anterior. A extensão lateral deste
elementoélimitada pela sua articulaçãocom o cleitro(elementodacinturapeitoral)
com o qual se articula. Observase também o ligamento de Baudelot, que conecta o
primeirocentroàcinturapeitoral,eminíciodeossificação.Estaossificaçãosesamóide
teminícioemsuaextremidadeláteroposterior,naregiãoarticulardacinturapeitoral,
eprossegueânteromedialmente.
Oossuspensorium,assimcomonoestágioanteriorserestringeaumpequeno
prolongamento ósseo voltado medialmente, contatando a bexiga natatória, logo
abaixodacoluna vertebral.O processotransformadodotripuspassalateralmente ao
ossuspensorium.umligamentoportodaaextensãodoprocessotransformadosdo
tripus que se insere na extremidade ventral do os suspensorium. Sua função não é
reportadanaliteratura,masespeculoquedevaaumentar
substancialmenteaáreade
contatodesteselementoscomabexiganatatória.
Acartilagemdosupraneuralpermaneceinalterada,semsinaisdedegeneração.
Osradiaisbasaisdanadadeiradorsalossificamsecomconsequentedegeneraçãodas
cartilagens primordiais. Suas ossificações de iniciam na região central de cada haste
cartilaginosaeprogrideparaasextr
emidades.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
204
‐22ºdiaapóseclosão(13,0mmCP,Figs.91e92):
Mesmo não estando totalmente consolidados, todos os centros da coluna
vertebral estãoossificados. O mesmo á valido para os arcos hemais e neurais que se
fundem ao centro, delimitando a vértebra propriamente dita. As rtebras mais
anteriores, associadas ao complexo de Weber, estão quase totalmente consolidadas.
Os limites individuais das vértebras 2, 3 e 4, que se fundem formando a vértebra
complexasãodificilmentevisíveis.Oprimeiroeoquintocentrosvertebrais,adjacentes
à vértebra complexa, permanecem livres. Na face ventral da vértebra complexa,
evidenciaseosulcoaórtico,formadoporossificaçõesdérmicaspartindoventralmente
docentrovertebralaoredordaaortadorsal.
O primeiro basidorsal, na base do scaphium, permanece corado, ainda que
sutilmente degenerado. O scaphium está mais consolidado e sem alterações em sua
forma,conformereportadoanteriormente.
Aossificaçãodoclaustrumprogridedorsalmente.Suacartilagemprimordialse
restringeàextremidadedorsal.Mesmoossificado,este elementonãosofrealteração
deforma,mantendosecomoumahastealinhadaverticalmentelogoacima(dorsal)ao
scaphium.
O segundo basidorsal não é mais observado e o intercalarium articulase
diretamente com a face láterodorsal do segundo centro (parte anterior da vértebra
complexa).Esteelementonãosofremodificaçõesemseuformato.
Oterceiroequartoarcosneurais estãototalmenteconsolidados, sendoqueo
quartoarconeuralestá igualmenteconsolidadocomoprocessotransversodomesmo
centro através da fusão das lâminas ósseas secundárias. A ossificação se estende à
cartilagem do complexo neural, que esta ossificada em toda sua superfície, com
degeneraçãocartilaginosa,excetonoápicedorsal.
A cartilagem do supraneural ossificase pericondralmente. Apesar de em
estágio inicial de ossificação se observam lâminas acessóriade ossificação dérmica
que se estendem até o limite dos radiais basais da nadadeira dorsal. Estes radiais
encontramseemavançadoprocessosde ossificaçãoesuascartilagensprimordiaisse
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
205
restringem às extremidades dorsal e ventral. Assim com o reportado para o
supraneural,ossificaçõesdérmicasadicionaisfundemesteselementosentresi.
Ascartilagensbasiventraisdoterceiroequartocentrosvertebraisnãosãomais
visíveis. Foram totalmente degeneradas. O tripus, que não sofre alteração de forma,
articulasediretamentecomafaceláterodorsaldoterceirocentro(aproximadamente
o meio da vértebra complexa). No quarto centro, a consolidação da ossificação da
parapófisesubstituiutotalmenteacartilagembasiventral.Oreferidoelementoalarga
sedevidoàsossificaçõesdérmicassecundáriasemseuslimitesanterioreposterior.Em
seu limite lateral articulamse o cleitro, o ligamento de Baudelot, cuja ossificação
sesamoide do progride ânteromedialmente, mas ainda não alcança o neurocrânio e
umaossificaçãoaoredordoramodocanalsensorialquesedirigeparaalinhalateral.
Esta ossificação dérmica voltada ânterodorsalmente pode representar o surgimento
dosupracleitro(vidediscussão).
O os suspensorium, está mais consolidado destacandose, em vista ventral,
comoum“ramo”partindoventralmentedoprocessotransversoecontatandoa bexiga
(videFig.92)Noentanto,comoanteriormentemencionado,esteelementoéformado
juntamentecoma parapófise,associadoaoquartobasiventral. Comadegeneração e
ossificação da cartilagem basiventral, o os suspensorium fundese ao processo
transverso. Seu ponto de contato com a bexiga natatória está ligeiramente alongado
em relação ao estágio anterior, oferecendo uma maior superfície para a inserção do
ligamentoentreesteextremoventraldoossuspensoriumeoprocessotransformador
do tripus . Contudo, não fica claro se esta expansão do ponto
de contato do os
suspensorium com a bexiga natatória aumentou devido a uma possível ossificação
sesamoidedesteligamento.
‐28ºdiaapóseclosão(16,0mmCP,Fig.93):
Todos os ossículos do aparelho de Weber alcançaram sua configuração final,
como presentes nos exemplares adultos, conforme reportado no estágio anterior. A
única exceção
é o claustrum que ainda apresenta a cartilagem primordial em sua
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
206
extremidade dorsal. Neste estágio somente serão discutidas as modificações
relevantesqueocorremnaregiãoanteriordanotocorda.
A vértebra complexa do aparelho de Weber está consolidada. Suas vértebras
constituintes somente podem ser individualizadas por transparência. Não sinal de
fusãodaprimeiraou quinta vértebrascoma vértebra complexa.Osulco aórticoestá
ligeiramente mais ‘profundo’ e não sofrerá mais alterações, tendo alcançado sua
formadefinitiva.
Oterceiroequartoarcosneuraisestãomuitomodificadospordecorrênciasdas
ossificaçõessecundárias.Oquartoarconeuralnãopodemaisserindividualizado.Está
totalmente fundido com o processo transverso da quarta vértebra e com as
ossificações do complexo neural e da extremidade ventral dos pterigióforos da
nadadeira dorsal. A cartilagemdocomplexoneuralsomentepode servista na região
dorsal.Todasuaextensãooriginalestásendosubstituídapormatrizossificada.
A cartilagem do supraneural foi totalmente degenerada pela ossificação
pericondral e lâminas de ossificação dérmica acessórias. No entanto, a ossificação
desteelementoaindanãoestáconsolidada.Ospterigióforosdanadadeiradorsalestão
ossificadosemquasetodasuaextensão.Pequenasáreascartilaginosassãovisíveisem
suasextremidadesventraledorsal,mesmoaparteventralestejafundidacomoarco
neural4ecomplexoneural,épossívelobservalaportransparência.Naporçãodorsal
do primeiro e segundo pterigióforos da nadadeira dorsal são observadas lâminas
ósseaslateraisemformadeabas.Issoémaisevidentenosegundopterigióforo.
A parapófise da quarta vértebra continua se alargando anterior e,
principalmente, posteriormente através do contínuo crescimento das lâminas de
ossificaçãodérmicaacessórias.Emsuaregiãoproximalumcontatocomoprocesso
transverso da quinta vértebra que, por sua vez, também se expande através das
ossificaçõesdérmicas.Entretanto,ambasasestruturasaindanãoestãofundidas.
AossificaçãosesamoidedoligamentodeBaudelot,queseinserenaarticulação
lateral do processo transverso da quarta vértebra com o cleitro, avança atingindo o
terçoanteriordesteligamento.Aossificaçãoaoredordocanalsensorialquesedirige
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
207
paraalinhalateralocupaumaáreasutilmentearredondadacomumprocessovoltado
anteriormente. Esta ossificação deve representar o supracleitro. Neste estágio, todos
os elementosarticuladosnestaposiçãoaindapodem ser isolados sob umacuidadosa
dissecção,i.e.aindanãoestãofundidosentresi.
O comprimento do os suspensorium se mantém inalterado com relação ao
estágio anterior. Contudo, conforme reportado anteriormente, seu ponto de contato
com a bexiga natatória continua alargandose em um eixo voltado anteriormente,
conferindoumformatode“L”aesteelemento.
‐estágiostardiosatéjuvenileadulto(apartirde17,0mmCP,Figs.94e95):
Conforme reportado anteriormente, o aparelho de Weber está totalmente
formado e não apresentará mais alterações em formatos ou tamanhos de seus
elementos.Oclaustruméoúltimoossículoaseformareoresquíciodesuacartilagem
primordialnasuaextremidadedorsalémantidomesmonosadultos,aindaquemuito
sutil.
Comocontínuocrescimentodosindivíduos,oquintocentrovertebralsefunde
comavértebracomplexa.Istoseiniciaemexemplarescomaproximadamente48mm
CP(ca.88d).Eventualmente,oprimeirocentrotambémpodefundirsecomavértebra
complexa em indivíduos jovens e/ou adultos, acima de 57 mm CP (mais de 116d).
Assim como ocorre com a fusão da quinta vértebra
, surgem suturas laterais que
progridem ao redor do centro, terminando por fundilo à vértebra complexa. Em
indivíduosmaiores(ca.280mm)épraticamenteimpossíveldelimitaroprimeirocentro
vertebral(Fig.95).Estafusãopodeseestenderatéà sextavértebraesuasparapófises,
asquaissefundemàquelaformadapelosprocessostransver
sosdavértebra4e5.
As maiores modificações estão relacionadas à região dorsal ao aparelho de
Weber, envolvendo o complexo neural. Praticamente todas as estruturas dorsais,
incluindo o supraneural e primeiros dois pterigióforos acabam por fundiremse
resultando, nos adultos, em um monobloco ósseo nesta região. Este é o motivo das
várias nomenclaturas atribuídas a esta região e aos elementos que supostamente a
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
208
formariam (vide discussão em Hoffmann, 2006 e nos artigos publicados pelo mesmo
autor).Conformerelatonoestágioanterior,aossificaçãodoquartoarconeuralfunde
se com a ossificação do complexo neural e com os dois primeiro pterigióforos. A
ossificação do complexo neural se completa nos exemplares com 52 mm (99d) e
fundese posteriormente com os pterigióforos da nadadeira dorsal. Em seguida, a
ossificação do supraneural termina por se fundir a toda a região formada
anteriormente à nadadeira dorsal, fazendo parte desta estrutura complexa nos
adultos.
A parapófise da quarta vértebra é outro elemento que se integra a este
‘monobloco’ da região anterior da coluna vertebral dos adultos. Adicionalmente,
fundese à parapófise do quinto centro (vide Fig. 94A e 95 adulto), conforme
reportado previamente. Nos estágios mais tardios, lâminas ósseas acessórias
estendem esse processo anteriormente, terminando por formar uma grande lâmina
ósseacobrindoabexiganatatóriaemtodaaextensãodavértebracomplexa(incluindo
oquintocentro).
Aossificaçãosesamoidedo ligamentodeBaudelot continuasedesenvolvendo
lentamenteatécontataresefundiraobasioccipital(emexemplarescommaisde57
mmCPmaisde116d)(Fig.95).Nestesestágiosaossificaçãodocanal(supostamente
o supracleitro) fundese à ossificação do ligamento de Baudelot. Na região do
rsal,
articuladocomopteróticoencontraseoutroelementoportadordecanal,identificado
comoextraescapular.Esteelementoformaseporossificaçãodoramocanalqueparte
dopteróticoesedirigeparaalinhalateral(nosindivíduosapartirde17mmCP35d).
Nosadultospodefundirseaoprópriopterótico,assimcomoaosupostosupracleitro.
O os suspensorium permanece como uma delicada haste óssea partindo da
superfícieventraldalâminaformada pelosprocessostransversosdasvértebras4e5.
Noentanto,nosindivíduosacimade52mm(99d)notasequeseuformatopréviode
“L”émodificadopelacontínuaossificaçãocirc
ularnaregiãodoligamentoentreesua
extremidadeventral(emcontatocomabexiganatatória)eoprocessotransformador
dotripus,formandoumdiscoósseoquecontataabexiganatatória.
Resultados
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
209
Nãoestáclaroseeste“disco”ósseoventraldoossuspensoriumseriahomólogo
àquele presente em Doradidae, o qual foi identificado como “ramo Mülleriano” (cf.
Birindelli et al., 2009). Esta dúvida surge do fato de que em outros exemplares de
bagres “produtores de som”, o ramo Mülleriano está presente mais anterior e
lateralmente, intimamente associado à extremidade lateral da aba óssea da vértebra
complexa, situada dorsalmente à bexiga natatória (cf. Tavolga, 1962). O ramo
Mülleriano, descrito por Mueller [=Müller] (1842) se refere a um músculo pareado
associadoàsextremidadeslateraisdasparapófisesdavértebracomplexadoaparelho
deWeber.Estaestrutura,associadacomoutrosmúsculosetendões,estádiretamente
envolvidacomaproduçãodesompordeterminadosbagres(cf.Fine&Ladich,2003)e
foi descrita em exemplares de várias famílias de Siluriformes como Doradidae,
SynodontidaeeMalapteruridae(Mueller,1842);Pangasiidae(Bridge&Haddon,1893)
eAriidae(Burkenroad,1931).

DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
210
D ISCUSSÃO E C ONCLUSÕES DESENVOLVIMENTO DO
APARELHO DE
W EBER
Consideraçõesgerais
A comunicação entre a bexiga natatória e o ouvido interno, com a função de
transmissão de sons foi reportada em diversos grupos de peixes, os quais não são
proximamente relacionados, como em Notopterus (Osteoglossomorpha) (cf. Bridge,
1900;Dehadrai,1957;Greenwood,1963)ouciclídeos(Dehadrai,1959).Portanto,fica
claroqueacondiçãoencontradanosOtophysi(aparelhodeWeber)éumavariaçãode
umpadrãoexistentepreviamente.
Assim como previamente discutido nos tópicos sobre o desenvolvimento do
esplancnocrânio, a sequência de desenvolvimento dos elementos associados com a
porção anterior da notocorda, incluindo aqueles do aparelho de Weber, está mais
correlacionada com o tamanho das larvas do que com o tempo póseclosão. Na
verdade, essa parece ser a regra no surgimento de estruturas durante o
desenvolvimentodalarvaaté oestágioadulto. Estudos prévios reportaramisso de
outrosgruposdepeixes(e.g.Cubbage&Mabee,1996).Tambémficaevidentequeos
tamanhos das larvas, nos diferentes estágios, variam muito, estando relacionados às
condiçõesemqueestassedesenvolvemecomoosdiferentesindivíduossealimentam
(cf.Fowler,1970;Grande&Young,2004).
Odetalhamentodosmecanismosdodesenvolvimentodoscentrosvertebrais(e
vértebras) não será discutido neste estudo. Este tópico, por si, seria outro grande
trabalho,umavezqueaformaçãodestescentrospodeenvolverdiversosprocessosde
ossificação. Além disso, muita informação está disponível na literatura sobre vários
grupos de peixes e recomendase recorrer a elas (cf. Mookerjee, 1936; Kamel, 1953;
Mookerjee,1953;François,1966;Laerm,1976,1982;Arratia&Schultze,1992;Nordvik
et al., 2005; Nordvik, 2007; Schnell et al., 2010) e às referências contidas para
maioresinformações.
A formação dos ossículos do aparelho de Weber foi tema de debates na
literatura desde sua descrição formal por Weber (1820). Os trabalhos mais antigos,
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
211
incluindoodopróprioWeber,consideravamosossículosdoaparelhodeWebercomo
“homólogos” aos ossículos auditórios de mamíferos. Uma interpretação paralela,
considerando os ossículos de Weber distintos daqueles dos mamíferos estava
presentemesmonaépocadeWeber(i.e.Huschke,1822;GeoffroySaintHilaire,1824),
e foi amplamente seguida por autores subsequentes (cf. Mueller, 1842; Baudelot,
1868; Sagemehl, 1884; Bridge & Haddon, 1889; 1892; 1893; Nusbaum, 1881;
Nusbaum, 1908), os quais consideravam estes ossículos totalmente derivados das
vértebrasanteriores.
Outra hipótese surgiu nessa mesma discussão sendo suportada por vários
autores (i.e. Wright, 1884; 1885; Sörensen, 1895; Bloch, 1900; Reis, 1905; Matveiev,
1929;Watson,1939;Nelson,1948;Mookerjeeetal.,1952;1954),osquaispostulavam
queosossículosdoaparelhodeWeberseriamrealmenteformadospelasmodificações
das vértebras anteriores, mas incluíam a participação de ossificações dos ligamentos
alipresentes.
Mais recentemente, Grande & Young (2004) propuseram que os ligamentos
interossicularesdefatonãocontribuemparaaformaçãodosossículosdoaparelhode
Weber (vide discussão sobre o intercalarium), resultado este, sustentado pelo
presenteestudo.
Grande & Young (2004) reportam que o desenvolvimento dos elementos do
aparelhodeWeberemumaespéciedeCypriniformesteminícioapósaflexãototalda
notocordaedepoisdosurgimentodasquatroplacascartilaginosasquedarãoorigens
aos hipurais, na nadadeira caudal. No presente estudo, esta relação direta não foi
observada. Asespécies apresentaram osprimeiro sinais decondrificação dos
basidorsaisebasiventraisasprimeirasestruturasasurgiremassociadasànotocorda
ainda no estágio de flexão da região caudal da notocorda. Ao mesmo tempo,
estavam presentes as cartilagens precursoras dos hipurais. Os dados disponíveis na
literatura não permitem uma precisa relação entre o início do desenvolvimento do
aparelho de Weber com a flexão da notocorda, mas acredito, baseado no material
analisado, que esta relação seja muito plástica nas espécies. No entanto, nunca foi
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
212
observada qualquer estrutura na porção anterior da notocorda nos indivíduos em
estágiosdepréflexão.
Asequênciadesurgimentodascartilagensnodularesbasidorsaisebasiventrais,
assim como seu prolongamento vertical, formando os arcos neurais e hemais,
respectivamente, segue, a sequência descrita por Matsuoka (1982) de Pagrus major
(Sparidae, Perciformes). O autor sugere que uma sequência de apareci
mento das
cartilagens dorsais e outra sequência para as cartilagens ventrais. Com variações
mínimas nas espécies aqui analisadas, os padrões de aparições destes elementos
foramosmesmos,indicandodevamserextremamenteconservadosnosTeleostei.
O padrão mais consistente foi o surgimento dos basidorsais associados aos
centros vertebrais mais anteriores, o que é especia
lmente interessante, pois em
Pagrus,nãoa formaçãodocomplexodeWeber.Dessemodo,podeseinterpretaro
complexodeWeber comoumavariação de umaestruturapreviamente existente (cf.
Matveiev, 1929). Após o surgimento dos primeiros basiventrais e basidorsais nos
centrosvertebraisanteriores,surgemosbasiventraisnofinaldaregiãoabdominal,em
sentidoposterior,atéoiníciodaregiãocaudal.Emseguida,surgemascartilagensdos
radiais basais da nadadeira dorsal e, posteriormente, o último bloco de basidorsais
associadosàsvértebrascaudaismaisanteriores.
Osbasidorsaisebasiventraiscartilaginososservirãodebaseparaosurgimento
dosarcosesinalizarãooslocaisparaaformaçãodasparapófises.Apesardosprocessos
transversos não serem ossos condrais, é provável que estas cartilagens, de algum
modo, contribuam para a formação estas estruturas. Esse fato se observa, conforme
reportado por Emelianov (1939), em elementos ósseos de origem primariamente
condral que perderam seus precursores cartilaginosos e que continuam se
desenvolvendo perfeitamente. Um padrão muito similar a esse, acima descrito,
tambémfoiencontradoporKoumoundourosetal.(1999),estudandooutraespéciede
Sparidae(Dentexdentex).
Comodito anteriormente,ascartilagensbasidorsaissãoprecursoras dosarcos
neurais. A formação destes arcos parece ser extremamente conservada nas diversas
linhagens de peixes, mesmo naquelas não ostariofisanas (cf. François, 1966), com a
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
213
ossificação se iniciando na extremidade distal (dorsal). Cada arco neural consiste de
duas metades contralaterais (esquerda e direita) associadas a um mesmo centro
vertebral, que resultam da ossificação pericondral das cartilagens primordiais. No
entanto,essasestruturasnasprimeirasquatrovértebrasencontramseextremamente
modificadas nos Ostariophysi, formando estruturas relacionadas ao aparelho de
Weberoucomplexoneural.
Scaphium
Como descrito no desenvolvimento dos ossículos do aparelho de Weber, a
cartilagemdo primeiro basidorsal contribui para a formação do processo ascendente
do scaphium, o qual é ossificado pericondralmente. Alguns autores postularam que
este elemento seria formado exclusivamente pelo primeiro basidorsal [ou primeiro
arconeural]modificado(cf.Bamford,1947;Butler,1960;Rosen&Greenwood,1970).
No entanto, o padrão encontrado nas espécies aqui analisadas, sugere uma
origem complexa do scaphium. Tanto em Prochilodus (Characiformes) quanto nos
Siluriformesaquianalisadoséapresentadaumacondiçãocomoaquelareportada,em
detalhes, nos Cypriniformes (cf. Chranilov, 1926; Matveiev, 1929; Watson, 1939;
Kulshrestha, 1977), com a concha scaphii porção ânterodorsal do scaphium, de
formato semicircular tendo uma origem dérmica, a partir de modificações do
mesênquima, “independente” do processo ascendente, o qual possui uma origem
condral. Em seguida, se funde à parte do scaphium préformada na cartilagem
basidorsal (processo ascendente). Devido à delicadeza
e sutileza da ossificação
dérmicadaconchascaphii,osestágiosiniciaisdeformaçãosãomuitodifíceisdeserem
observados.Logo,quanto essaestruturafoi detectada,seencontravaintimamente
conectada ao processo ascendente, levando a interpretações equivocadas sobre sua
origem. Diogo (2009) menciona, erroneamente, que Radermaker et al. (1989) e
Vandewalleetal.(1990)corroboramaorigemcomplexadoscaphium
nossiluriformes.
Noentanto,estesautorespostulamque odesenvolvimentoo scaphiumnestaordem
teriaumaorigem“única”,comaconchascaphiisedesenvolvendoapartirdoprocesso
ascendente.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
214
Grande & Pinna (2004) corroboram esta afirmação e consideram que o
scaphium dos Cypriniformes seria derivado principalmente do primeiro arco neural
com uma contribuição “mesenquimal” [ossificação dérmica derivada de modificações
dotecidomesenquimalcircundante],aqualpoderiarepresentarosremanescentesdas
cartilagens que, primitivamente, estariam posicionadas entre os exoccipitais e o
primeiroarconeural(condiçãoencontradaemGonorynchiformes).Noentanto,não
qualquerevidênciaontogenética (reportadapelosautores,disponívelnaliteraturaou
no presente estudo) de diferenciação das células mesenquimais desta região em
células formadoras de cartilagem (osteoblastos). Isso não invalida esta hipótese, mas
umestudodedesenvolvimentodestaregião,emexemplaresdeAnatophysieOtophysi
deve ser feito mais detalhadamente para uma possível elucidação. Mesmo assim, a
perdadosprecursorescartilaginosos(cf.Emelianov,1939)nãoinvalidariaaspropostas
previasdehomologiasdestaestrutura.
Intercalarium
A discussão sobre a origem do intercalarium possui duas vertentes que,
diretamente, influenciam o entendimento do surgimento do aparelho de Weber.
Diogo(2009)asdenominadehipótesesindiretaedireta[aindaqueambasnãosejam
mutuamente excludentes]. A primeira, proposta por Rosen & Greenwood (1970),
postula que, primitivamente, o tripus estaria conectado através de ligamentos ao
terceiro arco neural e que este, estaria conectado por outro ligamento ao segun d
o
arconeuralmodificadoe ainda outro ligamentooconectariaaoprimeiroarconeural
modificado.Nodecorrerdaevolução,aconexãoentreotripuseoterceiroarcoteria
sido perdida, permanecendo as demais, cujos
arcos neurais se modificariam nos
ossículos anteriores do aparelho de Weber (intercalarium e scaphium,
respectivamente). A segunda hipótese (“direta”) (cf. Watson, 1939; Chardon et al.,
2003) postula que o tripus estaria, primariamente, conectado diretamente ao
scaphium, por um único ligamento. Posteriormente, uma ossificação [sesamoide]
deste ligamento daria origem ao manubrium do intercalarium. Este, somente mais
tarde, se conectaria ao segundo arco neural modificado, formando o intercalarium
propriamentedito.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
215
Em Cypriniformes é reportado que o manubrium se ossifica a partir dos
ligamentos interossiculares do aparelho de Weber e, posteriormente, se funde ao
corpo do intercalarium (cf. Watson, 1939; Butler, 1960; Kulshrestha, 1977). Esta
sequência de desenvolvimento foi sugerida por Patterson (1984) em seu estudo com
fósseis de Chanoides, grupo basal de Otophysi. No entanto, isso foi baseado em
somente um exemplar que apresentava o intercalarium “solto”. O autor interpretou
esta condição não como um artefato de fossilização, mas com uma condição que
estaria realmente presente, uma vez que não identificou uma possível “fratura” no
fóssil,queindicariaodesprendimentodointercalarium.ComodiscutidoporMayrinck
(2010), que revisou o mesmo material de Patterson, a condição encontrada neste
únicoexemplar,nãoseriaconvincenteparasuportaraquelaconclusão.
Os resultados do presente estudo mostram que o desenvolvimento do
intercalarium, nas espécies analisadas, possui um padrão conservado. Inicialmente
formase a porção alinhada com a notocorda e dirigida ânterolateralmente partindo
da cartilagem do segundo basidorsal, o manubrium incudis. No entanto, toda sua
formação é de origem dérmica e a cartilagem primordial do segundo basidorsal é
degenerada nos estágiosontogenéticosmaistardios, coincidindo com a formação do
diminuto “processo ascendente”. Os ligamentos interossiculares somente são
observadosapósosossículosdoaparelhodeWeberestarememestágioadiantadode
formação.
Diogo(2009)argumentaqueumaevidênciaontogenéticaqueapontasseparao
surgimentodointercalariumderivandodo segundoarconeurale,posteriormente,se
conectandoaosligamentos,seriaumsuporteàhipótese"direta".Alternativamente,o
intercalarium se originando de duas partes distintas, uma ossificação do ligamento e
outraderivadadoarconeural,asquaissefundissemtardiamentenodesenvolvimento,
suportariaahipótese“indireta”.
O referido autor discorre sobre alguns aspectos deste elemento encontrado
nos fósseis e conclui que, mesmo que os ligamentos interossiculares não estejam
preservados nos fósseis, o intercalarium teria sido derivado, em grande parte, do
segundoarconeural.Estaconclusãobaseiasenofatodealgunsfósseisapresentarem
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
216
um grande intercalarium, com foramens para a passagem de nervos, condição
comumente encontradanosarcosneuraisnãomodificadosdasvértebrasposteriores
ao aparelho de Weber. Esta inform ação foi originalmente proposta por Patterson
(1984),quetambémidentificaummanubriumdointercalarium“solto”(independente)
do corpo principal do intercalarium, levando à interpretação que tal estrutura teria
umaorigemsesamoide.
Diogo (2009), seguindo Chardon et al. (2003), interpreta que as informações
dos fósseis suportam a origem “direta” do aparelho de Weber, mesmo porque, a
origem“indireta”(sensu Rosen&Greenwood,1970) causaria umaparelhode Weber
nãofuncional(cf. Chardonetal.,2003). Estaafirmaçãomeparece plausíveldoponto
devistademorfologiafuncional(vidediscussãoemChardonetal.,2003).Diogo(2009)
termina por concluir que o intercalarium propriamente dito teria uma origem dupla,
com parte derivando de modificações do segundo arco neural e parte (manubrium)
derivandodeossificaçõessesamoidesdoligamentointerossicular.Adicionaaindaque
asinformaçõesontogenéticasdisponíveissãoinconclusivasnessadiscussão.
Diferentemente do exposto acima, os resultados apresentados no presente
estudo tornam esta discussão mais clara, permitindo concluir que: Inicialmente, uma
origemdupladointercalariumésuportadaumavezqueumaclaraheterocroniaem
seu desenvolvimento, com o manubrium surgindo anteriormente ao “processo
ascendente”.O“processoascendente”parece ser derivado, de fato, demodificações
do segundo arco neural. Seu apareci
mento está intimamente relacionado com a
cartilagem basidorsal do segundo centro, a qual, secundariamente, não se expande
dorsalmente, permanecendo nodular. O que é verificado nos demais arcos neurais é
uma ossificação pericondral que,
não raramente, se estende além dos limites da
cartilagem primordial. Com isso, podese assumir que mesmo sem os precursores
cartilaginosos,umaossificação,inicialmentepericondral,continueasedesenvolver(cf.
Emelianov,1939).
A ossificação do manubrium é, certamente, de origem dérmica, não
diretamenterelacionadaàcartilagemdosegundobasidorsal.Todavia,nãomeparece
plausívelassumirquesejadotiposesamoide.Comoévistoemvárioselementoscuja
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
217
origeméclaramentedestetipo(i.e.urohial),a musculaturaouligamentosprimordiais
estão presentes em estágios anteriores ao início dos eventos de ossificação. Estes
parecem ser iniciados pelo aumento constante das forças de tração. No caso da
ossificaçãodomanubrium,aossificaçãoévistaemestágiosonde,claramente,não
qualquer tipo de ligamento formado. Na melhor das hipóteses haveria sinais das
primeiras fibras de colágeno, as quais somente seriam detectadas por técnicas de
imunohistoquímica (cf. Uji et al., 2010). Os ligamentos interossiculares surgem
posteriormenteàossificaçãoquasecompletadestaestrutura,coincidindocomafusão
destacomo“processoascendente”,formandoointercalariumpropriamentedito.
Claustrum
O claustrum, como previamente reportado (v. introdução), não havia sido
incluído na série ‘ossicula auditoria’, por Weber (1820). As questões de homologia
deste elemento têm sido extensamente debatidas (cf. Pinna & Grande, 2003; Bird &
Mabee, 2003; Coburn & Chai, 2003; Grande & Young, 2004; Grande & Pinna, 2004;
Hoffmann&Britz,2006;Britz&Hoffmann,2006).
Osdadosdopresenteestudoestãototalmentedeacordocomaquelespadrões
encontradosedescritosporBritz&Hoffmann(2006).EmProchilodus(Characiformes)
não qualquer vestígio de precursores cartilaginosos no desenvolvimento do
claustrum, que surge como uma ossificação membranosa dorsal ao scaphium e
anterior e ventralmente à cartilagem complexa (que formará o complexo neural). O
claustrumsedesenvolvecomumfilamentoósseoenãosofrealteraçõesdeformaaté
o estágio adulto. Mesmo após sua consolidação, seu formato permanece com um
diminuto cilindro ósseo na extremidade dorsal do scaphium. O claustrum sempre
aparece tardiamente no desenvolvimento do aparelhodeWebercomseusprimeiros
sinais podendo ser vistos somente após a maioria dos ossículos estar em estágios
avançadosdeossificação(e.g.Fig.65).Estepadrãoparecetambémestápresentenas
espéciesdeCharaciformesanalisadasporBritz&Hoffmann(2006).
EmPseudoplatystomaeLophiosilurus (Siluriformes)ospadrões parao
desenvolvimento do claustrum se mantém como reportados por Britz & Hoffmann
(2006). Nos bagres, o claustrum possui claramente um precursor cartilaginoso, cuja
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
218
localizaçãoésimilaremtodososOstariophysi,i.e.dorsalaoscaphium,imediatamente
posterioraoneurocrânioeânteroventralmenteàcartilagemcomplexa(e.g.Figs.75e
86). Inicialmente, um desenvolvimento de condrócitos formando uma massa
cartilaginosa cilíndrica que se expande na região média conferindo um formato
grosseiramenteelíptico.DiferentementedosCharaciformes, emSiluriformeso
precursor cartilaginoso do claustrum posicionaseem sentido dorsoventral.A
ossificação pericondral se inicia na extremidade ventral e “cobre” a matriz
cartilaginosasedirigindodorsalmente.
Umaampladiscussãofoifeita porBritz& Hoffmann(2006)sobreo
desenvolvimento doclaustrum em diversosgrupos de Ostariophysi. Conforme
relatado por esses autores, a maioria dos estudos sobre o desenvolvimento do
aparelho de Weber ficaram restritos aos Cypriniformes, outros poucos descreveram
seudesenvolvimentonosSiluriformesevirtualmentenenhumofezdeCharaciformes
ou Gymnotiformes (vide referências naquele artigo). Os autores discutem que os
primeiros pesquisadores, estudando o desenvolvimento do claustrum em
Cypriniformes,relataramqueesteseriaderivadodeossificaçõesmembranosas(=sem
precursorescartilaginosos).Todavia,autoressubsequentesdemonstraramclaramente
que uma matriz cartilaginosa precursora do claustrum estava presente neste grupo.
Como em Siluriformes o precursor cartilaginosoestá presente, a situação de
Characiformes é considerada uma redução sinapomórfica da ordem, com perda do
precursor cartilaginoso. Tal fato parece ser comum na história evolutiva dos peixes,
onde o precursor
cartilaginoso desaparece, mas o elemento ósseo continua se
desenvolvendo, consequentemente, como uma origem dérmica (Emelianov, 1939;
Patterson,1975,1977;Britz&Johnson,2002;2005a;Hoffmann&Britz,2006).
NosSiluriformes,aindaqueoclaustrummantenhaseuprecursorcartilaginoso,
uma condição possivelmente sinapomórfica da ordem
é encontrada, na qual o
claustrum alinhase verticalmente e sua ossificação pericondral progride ventro
dorsalmente. Esta situação é descrita em todos (ainda que poucos) trabalhos que
analisaram o desenvolvimento, mesmo que em parte, do aparelho de Weber nos
Siluriformes (Ballantyne, 1930, Bamford, 1947; Mookerjee et al., 1954; Hoedeman,
1960b; Radermaker et al., 1989; Ichiyanagi et al., 1993, 1997; Fink & Fink, 1996;
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
219
Coburn&Grubach,1998;Grande&Shardo,2002;Britz&Hoffmann,2006).Contudo,
oclaustrumestáausenteemCallichthyidae(Huysentruyt&Adriaens,2005),condição
que parece ser verdadeira para toda a superfamília Loricarioidea, na qual não se
formamnemmesmoosestágiosiniciaisdetalelemento(cf.Britz&Hoffmann,2006).
OclaustrumestáausentenosGymnotiformes,sendoum carátersinapomórficodesta
ordem(Fink&Fink,1981)e,nemmesmoduranteaontogenia,épossívelverqualquer
sinaldeformaçãodesteelemento(Britz&Hoffmann,2006).
Quanto à homologia seriada do claustrum, muito tem sido debatido. Britz &
Hoffmann (2006) realizaram uma ampla revisão na literatura, levantando todas as
hipóteses existentes sobre sua homologia: I) sendo parte da região occipital do
crânio; II) representando o espinho neural modificado do primeiro arco; III) sendo o
primeiro supraneural modificado; IV) sendo partes dissociadas do primeiro arco
neural; V) representando o arco neural acessório modificado; VI) sendo supradorsais
modificados. Os autores concluem que a hipótese mais provável é que o claustrum
sejahomólogoaoprimeirosupradorsalmodificado.Aampladiscussãosobrecadauma
destas hipóteses é encontrada naquele artigo e não será repetida aqui. Porém,
algumasinformaçõesdopresenteestudodevemseradicionadasàestedebate.
Uma das hipóteses acima, de que o claustrum seria homólogo ao arco neural
acessório (ANA) dos teleósteos basais foi recentemente levantada (Pinna & Grande,
2003;Grande&Pinna,2004).Estesautoresapresentamalgunspontosparasustentar
estahipótese,osquaissãobemdiscutidosporBritz&Hoffmann(2006)e,novamente,
não serão abordados aqui, com exceção do ponto que trata sobre o “atraso” na
formaçãodoclaustrum.Pinna&Grande (2003,2004)argumentamqueoclaustrumé
uma estrutura que se forma tardiamente no desenvolvimento “depois que todos os
centros vertebrais, espinhos neurais e parapófises estão diferenciados”. Como
reportado por Britz & Hoffmann (2006), essa situação não é verdadeira para os
cipriniformes,massimparaoscaraciformes.Estepontofoiabordadoacima,como
presente estudo indicando que nos caraciformes o claustrum se forma tardiamente.
Contudo,Britz&Hoffmann(2006)nãoconseguemestabelecerestarelaçãodetempo
para Silurus, que foi o representante de Siluriformes que Pinna & Grande (2003)
analisaram.Issose deve aofatode Silurus nãoapresentarum elementosupraneural,
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
220
quefoiutilizadocom umdosmarcadoresparaaescaladetempodedesenvolvimento.
As espécies analisadas no presente estudo possuem um elemento supraneural
associado à porção anterior nadadeira dorsal, no adulto. Nestas espécies, é possível
estabelecer que a cartilagem do claustrum se forma praticamente ao mesmo tempo
que a cartilagem supraneural, refutando o desenvolvimento tardio do claustrum em
Siluriformes. Esta informação vem a sustentar a hipótese de que o claustrum dos
Otophysisejahomólogoaoprimeirosupradorsal.
O trabalho de Diogo (2009), apesar de publicado após aqueles de Britz &
Hoffmann (2006), ignora estes trabalhos e toda a vasta literatura sobre o assunto,
conduzindoadiscussãodeformasuperficial.Diogo(2009)utilizaosdadosdisponíveis
sobrefósseisnointuitodeesclarecerashomologiasdoclaustrum,concluindoqueeste
material não ajuda neste sentido, uma vez que o claustrum não estaria presente
nestes espécimes. Este é um grande equívoco, pois, como claramente disposto por
Mayrinck(2010),váriosfósseisdosOtophysibasaispossuemsimoreferidoelemento,
aindaqueemuma posição e formatodistintosdaquelesapresentados pelasespécies
viventes.Nomais,ofatodosfósseisapresentaremoclaustrumnãoajudanadiscussão
sobre a homologia deste elemento, a qual somente pode ser elucidada com
informaçõesontogenéticas.
Tripus
Otripusé um dosossículosdoaparelho de Weber que contatadiretamente a
bexiga natatória. Seu formato triangular, com uma extensão posterior curvada
medialmente o processo transformador, é conservado em Otophysi. O processo
transformador contata diretamente a bexiga natatória, enquanto na extremidade
anterior se insere um ligamento interossicular que está conectado com o
intercalarium. O desenvolvimento do tripus é outro ponto muito discutido na
literatura. um cons
enso de que este elemento seja derivado de estruturas
associadas ao terceiro centro vertebral. No entanto, a questão de quais são as
estruturasprecursorasdotripus,aindapermanece.
Postulouse que o tripus poderia ser formado a partir da costela da terceira
vértebra (Sagemehl, 1884; Bridge & Haddon, 1892; Bloch, 1900; Reis, 1905; Kindred,
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
221
1919)oudamodificaçãodoarcohemaldomesmocentro(Wright,1884,1885).Outras
hipóteses combinando diversas estruturas que préformariam o tripus também
surgiram: Baudelot (1868) e Nusbaum (1881) interpretaramno como surgindo do
processo transverso e costela do terceiro centro vertebral; Grassi (1883), como o
processo transverso da terceira vértebra; Sörensen (1895), como costela da terceira
vértebrajuntamentecomossificaçõesdoligamentointerossicular;Hora(1922)comoo
processo transverso e costela da terceirae quarta vértebras. Bamford (1947) sugeriu
que derivaria dos basiventrais, costelas e supradorsais da terceira vértebra. Watson
(1939)ointerpretoucomotendo suamaiorparte derivadadobasiventraldoterceiro
centro, a parapófise do mesmo centro originaria o processo articular e a costela
formaria o processo transformador (associado com a bexiga natatória). Também de
acordo com Watson (1939), o processo anterior seria formado pela ossificação
[sesamoide] do ligamento interossicular. Esta hipótese foi suportada por Kulshrestha
(1977) e Bogutskaya (1991). Mookerjee et al. (1954) também o consideraram como
elemento de origem complexa. No entanto, surgiria da ossificação das costelas e
tecidoconectivoassociado.
Maisrecentemente,osestudossobreotripusaindadivergemquantoàsuaorigem
ontogenética. Alguns sustentam que o tripus seria uma estrutura derivada de
modificações unicamente da parapófise da terceira vértebra ( cf. Radermaker et al.,
1989; Vandewalle et al., 1990; Fukushima et al., 1992; Ichiyanagi et al., 1993, 1997).
Outros, que o tripus seria composto dos precursores da parapófise e da costela da
terceiravértebra(cf.Rosen&Greenwood,1970;Grande&Young,2004).
A discussão se estende ainda mais quando surge a questão sobre a que,
exatamente,osautoressereferiramquandodenominavamoprocessotransversoea
parapófisedoscentrosvertebrais.Havia ainda aquelesque,mesmotrabalhandocom
peixesnãoostariofisanos,consideravamambasestruturascomosinônimos(cf.Paulin,
1988).Conformediscutidonopresenteestudo(MaterialeMétodos>Terminologia
anatômica),estasestruturaspossuemorigensontogenéticasdistintaseosdadosaqui
presentesapontamqueambasestãoenvolvidasnaformaçãodotripus.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
222
AparentementeotripusseformadeummodoconservadonosOtophysi.Osdados
das espécies aqui analisadas apontam que o tripus seria derivado da ossificação do
processo transverso e da parapófise do terceiro centro vertebral. O processo
transverso surge como uma ossificação dérmica, associada à superfície médiolateral
do centro vertebral (e.g. Figs. 63, 64). Esta condição é facilmente observada nos
Characiformes.NosSiluriformes, aindaque oprocessotransversosedesenvolvamais
ventralmente,intimamenteassociadoàcartilagemdoterceirobasiventral(Figs.71,72,
83,84),suaorigemnãoé contestada.aparapófisesurge,inicialmente,tambémcom
uma ossificação dérmica associada à extremidade lateral do basiventral (Figs. 71, 72,
83, 84). Contudo, sua ossificação progride “cobrindo” o basiventral e fundindose ao
processotransverso.Apesardedifícildelimitação,oprocessotransversocontribui para
a formação da porção anterior do tripus, que servirá de ponto de inserção para o
ligamento interossicular. A parapófise forma principalmente a porção posterior e
ventral. Não foram encontradas evidências de que a costela da terceira vértebra
pudesse estar presente, contribuindo para a formação do processo transformador,
nemmesmoqueesteprocessofosseformadopelaossificaçãodasuperfíciedorsalda
bexiga natatória. O processo transformado apresenta um crescimento linear, se
estendendo da parte mais posterior do tripus, até mesmo antes da ossificação das
costelas pleurais. Assim como discutido na formação do intercalarium, o ligamento
interossiculartambémnãopareceterpartenaformaçãodotripus.Seuaparecimento
aconteceapósesteelementoestartotalmenteformado(aindaquenãototalmente
consolidado).Adicionalmente, nãoquaisquerevidênci
asquesugiramaparticipação
de elementos (basiventrais, processos transverso ou parapófise) do quarto centro
vertebralnaformaçãodotripus.
Em Santanichthys, um fóssil proximamente relacionado a Otophysi (cf. Mayrinck,
2010),sãoencontradasduasestruturasassociadasàterceiravértebra.Estasestruturas
são identificadas como a parapófise e costela desta vértebra e postulado que seria a
condição inicial da evolução do tri
pus (Filleul & Maisey, 2004). Aparentemente, a
estrutura denominada de parapófise, me parece ser, na realidade, o processo
transverso,eachamadadecostela,aparapófise(nãofundidaaocentro).Issosedeve
ao fato de o processo transverso se desenvolver exatamente naquela posição, sendo
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
223
uma estrutura filiforme. a estrutura chamada de costela, localizada látero
dorsalmente à vértebra, me parece mais provável se tratar da parapófise, tendo em
vista sua posição e o formato da extremidade medial que se articula à vértebra. Os
autores ilustram uma ramificação medial em forma de “C” neste elemento. Esta
condiçãoéencontradaduranteodesenvolvimentodasparapófise,previamenteàsua
fusão com o centro vertebral. Diante disso, considerando aquelas estruturas como
processotransversoeparapófise,a condição de Santanichthys passa a refletir,muito
provavelmente,oestadoinicialdaevoluçãodotripus.
Ossuspensoriumeparapófisedaquartavértebra
O os suspensorium é um delicado elemento associado ventralmente à quarta
vértebra e que contata diretamente a bexiga natatória. Adicionalmente, possui
ligamentos que se inserem em toda a face medial do processo transformador do
tripus. Assim como os demais elementos associados às vértebras anteriores (=
aparelhodeWebernosOtophysi),oossuspensorium(=“radialenodule”,sensuTilak,
1967a) e a parapófise da quarta vértebra foram sujeito a diversas discussões sobre
suasorigens.
O os suspensorium era tido como um processo transverso modificado ou
parapófise [erroneamente sinonimizados conforme discutido anteriormente em
Material e Métodos > Terminologia anatômica] da quarta vértebra (cf. Wright, 1884,
1885; Sörensen, 1890; Bloch, 1900).Outros autores o derivavam de costelas
modificadas(cf.Nusbaum,1881;1908;Sagemehl,1884).Watson(1939)propôsqueo
os suspensorium seria, indubitavelmente, homólogo à hemapófise daprimeira
vértebra. Esta estrutura na primeira vértebra é descrita naquele estudo como sendo
derivada doprimeirobasiventral,assimcomooéaparapófise. Com os dados atuais,
acreditoqueoautorserefira àformaçãodosulco(ou canal)aórtico.Este éformado
porexpansãodaossificaçãodocentrovertebralaoredoraartériaaortadorsale não é
homólogoàformaçãodeparapófises.
Mookerjee et al. (1952; 1954) consideraram o os suspensorium como um
processo adicional o qual se desenvolve a partir dos basiventrais contralaterais e
fundemse medianamente, formando um tipo de arco sobre a aorta dorsal, sendo
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
224
então postulados como “processos hemais”. Rosen & Greenwood (1970) atribuem a
diferenciação do os suspensorium tanto à costela quanto à parapófise. Porém, estes
autores não diferenciam a parapófise da quarta vértebra. Os possíveis formadores
desteelementosãorepresentadosnosestágiosiniciaisdedesenvolvimentodeBrycon,
ilustradoporRosen&Greenwood(1970),masosautoresoidentificaramcomosendo
parte da formação do os suspensorium. Em Characiformes, a parapófise da quarta
vértebraémuitoreduzidaquandocomparadaàquelapresentenosbagres.Talvezesta
tenha sido a razão da não diferenciação entre a parapófise e o os suspensorium,
levando os autores a estabelecerem que o os suspensorium teria uma origem
complexa.
Trabalhos mais recentes apontam o os suspensorium como um elemento
derivado de modificações da parapófise da quarta vértebra (cf. Vandewalle et al.,
1990;Fukushimaetal.,1992;Ichiyanagietal.,1993)
Estudos sobre o desenvolvimento do aparelho de Weber, incluindo os dados
aqui presentes, apontam, de fato, que o os suspensorium seja derivado dos
basiventrais do quarto centro vertebral (cf. Kulshrestha, 1977). No entanto, discordo
da interpretação de que estes elementos atuem como um “arco hemal”. Os arcos
hemaisapresentamumdesenvolvimentoligeiramentediferente.Nosestágiosiniciais,
um alongamento ventral dos basiventrais, os quais
são ossificados
pericondralmente, formando os arcos ao redor da aorta dorsal. Estes arcos podem
fundirse medianamente nas vértebras mais posteriores e ainda apresentarem
espinhoshemaisassociados.
Durante o desenvolvimento do os suspensorium, os basiventrais do quarto
centro não apresentam expansão ventral. Ao contrário, são estruturas largamente
aumentadaslateralmente,ficandoclaroqueoossuspensori
umnãoépréformadoem
cartilagem(cf.Fig.64).Seucrescimentolimitaseaocontatocomasuperfíciedorsalda
bexiga natatória e, em estágios mais avançados, surgem ligamentos entre ele e o
processotransformador dotripus (cf.Figs. 90B,92). Estes ligamentosforam
identificados porWatson (1939)comotensor tripodis”.Logo, interpretosua
participação no aparelho de Weber como sendo um acessório para esse ligamento,
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
225
que,porsuavez,aumentamexponencialmenteaáreadecontatodetodoosistemade
Weber(especialmenteotripus)comabexiganatatória.
Quantoàsua homologia,meparece maisparcimoniosoassumirahipótese de
Mookerjee et al. (1952; 1954), sendo considerado um processo acessório da quarta
vértebra.Suahomologiacom oarcohemalmepareceequivocada,pois,alémdeo
ter precursor cartilaginoso derivado do basiventral [o que não necessariamente
invalidaahomologia],osarcoshemaisnuncaestãopresentesnasvértebrasanteriores,
mesmo nos grupos basais, como Amia. Com relação às homologias com as costelas,
são igualmente pouco prováveis, visto que as costelas destas vértebras anteriores
estãopresentes,consistentementenosOtophysi, somenteapartirdaquintavértebra.
Além disso, as costelas ficam dispostas perpendicularmente ao centro, ainda que
possam voltarse ventralmente em posição distal. Por último, as costelas são
usualmente préformadas em cartilagem e ossificamse tardiamente no
desenvolvimento(cf.Britz&Bartsch,2003).
A parapófise da quarta vértebra formase como as demais parapófises das
vértebrasposterioresàregiãodoaparelhodeWeber.Suaossificaçãoteminíciocomo
um filamento ósseo associado à extremidade lateral do basiventral do quarto centro
vertebral (e.g. Figs. 64, 71, 84). A ossificação progride, nos estágios seguintes, no
sentido medial, em direção ao centro, pericondralmente à cartilagem basiventral, a
qual é consequentemente degenerada. A identificação deste elemento, conforme
comentadoanteriormente,temsidoconfundidacomoprocessolateral(i.e.Chardon,
1968; Masurekar, 1962; Vandewalle et al., 1990). Todavia, o processo lateral é um
elementodeorigemdis
tinta,sedesenvolvendoindependentementedobasiventrale,
normalmente, em uma posição mais dorsal a este. Adicionalmente, a parapófise
funcionadepontodearticulaçãoparaascostelaspleurais.
NosCharaciformes,aparapófisedaquartavértebraserestringea umelemento
de tamanho reduzido, dificilmente ultrapassando os limites laterais dos ossículos do
aparelhodeWeber.Nasvértebrasposteriores,asparapófisessãomenoresqueaquela
encontrada no quarto centro e possuem uma costela articulada, lateralmente
, por
ligamentos.Duranteodesenvolvimento,aparapófisedaquartavértebrapodefundir
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
226
se, na região próxima ao centro vertebral, com o os suspensorium, levando à
interpretaçãodequeestesejaumaestruturaderivadadaprópriaparapófise.
NosSiluriformes,umacondiçãopeculiaréencontradanosadultos.Asvértebras
anteriores, normalmente fundidas entre si formando a chamada vértebra complexa,
apresentam uma grande aba lateral sobre a bexiga natatória, se estendendo
lateralmenteatéoslimitesdoselementosdorsaisdacinturapeitoral(i.e.supracleitro).
A formação desta estrutura foi discutida em alguns trabalhos, levando os autores a
interpretaremna com resultado de uma grande expansão dos processos laterais. Os
resultadosdopresenteestudomostramqueestaconclusãopareceserfundamentada.
No entanto, como discutido, a estrutura expandida não é o processo transverso e
sim a parapófise, cuja formação tem a participação dos basiventrais. Nos bagres
analisados, a parapófise da quarta vértebra sofre uma rápida expansão na direção
lateral,seguidaporexpansõesnosentidoânteroposterior.Olimitelateraléalcançado
no ponto onde se formam os elementos dorsais da cintura peitoral (i.e supracleitro),
incluindoainserçãodoligamentodeBaudelot.Estamesmaexpansãoéobservadana
parapófise da quinta rtebra, que,nos estágios avançados da ontogenia, fundese à
quartaparapófise,contribuindonaformaçãodaabalateraldavértebracomplexa.
umacontribuiçãodeelementosderivadosdaterceira vértebra.Noentanto,aindao
estáclaro,comosdadosatuais,qualelementoseria.Aparentemente,tratasedeuma
expansão(processo)lateral(nãohomólogoaoprocessolateralpropriamenteditodas
demais vértebras) da base do terceiro arco neural. Esta expansão fundese à
parapófisedaquartavértebra,sendoresponsávelpelaformaçãodaregiãoanteriorda
abalateral.
Complexoneural
O chamadocomplexo neuralse referea umaestrutura quese situa
dorsalmente na região anterior na coluna vertebral, “cobrindo” a medula espinhal
(Nelson, 1948). Este complexo é um dos resultados das modificações que ocorreram
nasvértebrasanterioresdosOtophysi,relacionadasàformaçãodoaparelhodeWeber
(Nelson, 1948). A composição do complexo neural nos diferentes grupos de peixes
otofisanosfoimuito debatida naliteratura,comtrabalhos estudando material adulto
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
227
(Sagemehl, 1884; Bridge & Haddon, 1889; 1893; Sörensen, 1890, 1895; Bloch, 1900;
Sachs, 1912; Ramaswami, 1952a; 1952b; 1953; Tilak, 1961; 1963a; 1963b; 1963c;
1963d;1964;1965a;1965c;1967b; 1970;Fink&Fink,1981;Bird&Hernandez,2007)
ou ontogenia (Müller, 1853; Wright, 1884, 1885; Nusbaum, 1908; Watson, 1939;
Butler,1960;Rosen&Greenwood, 1970;Kulshrestha,1977;Radermakeret al.,1989;
Vandewalle et al., 1990; Bogutskaya, 1991; Fukushima et al., 1992; Ichiyanagi et al.,
1993; 1997; Coburn & Futey, 1996; Coburn & Grubach, 1998; Bird & Mabee, 2003;
Grande & Young, 2004). A grande maioria destes trabalhos foi centrada em
exemplares de Cypriniformes e, em seguida, Siluriformes. As hipóteses sobre a
formaçãodocomplexoneuralcontinuaram válidas,comevidênciassustentandocada
uma, sem um consenso. Hoffmann, em 2006, com sua tese e subsequentes artigos
(Britz&Hoffmann,2006;Hoffmann &Britz,2006),analisandoexemplaresdas quatro
ordensdeOtophysi,discutiramashipótesesatéentãolevantadas.Umavezquetodaa
informação e discussão estão disponíveis na literatura acima mencionada, não serão
repetidas aqui. Somente são abordados os pontos diretamente relacionados com os
dadospresentementelevantados.
Emsuma,oqueBritzeHoffmannconcluíraméqueoselementossupradorsais
dos arcos 3 e 4 desempenham um papel importante na formação da cartilagem
complexa nos Otophysi. Os supradorsais, como discutido na metodologia deste
trabalho, são cartilagens autógenas bilateralmente pareadas, condrificando
medialmente à ambas metades do arco neural e abaixo do ligamento longitudinal
(Gadow & Abbott, 1895). No entanto, o papel destes elementos varia nas diferentes
ordens (Hoffmann &Britz, 2006).Nos Otophysi,os supradorsaissomente se
desenvolvem, primitivamente, associados aos primeiro, terceiro e quarto arcos
neurais, estando,oprimeirosupradorsal, modificado e contribuindo paraaformação
doclaustrum.Osdadoslevantadosnopresentetrabalhoestãoemtotalconcordância
comoexpostoporHoffmann&Britz(2006).
EmProchilodus,acondiçãopropostaemCharaciformesfoicorroborada,coma
cartilagemcomplexa,que se ossificará formando ochamadocomplexoneural, sendo
formadapelafusãodossupradorsais3e4comaúnicacartilagemsupraneural(cf.Fig.
65).Comopreviamentecomentado,osupraneuraléumelementoímpar,préformado
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
228
em cartilagem, localizado na linha mediana dorsal, entre dois espinhos neurais das
vértebras abdominais (Goodrich, 1930). Todavia, não é homólogo aos radiais da
nadadeira dorsal (Mabee, 1988). A cartilagem do terceiro supraneural em
Characiformes,oúnicopresente,seapresentaexpandidaemrelaçãoàqueles(2ºe3º)
encontradosemCypriniformes (cf.Hoffmann&Britz,2006).Hoffmann &Britz(2006)
encontraram, nos Characiformes, que ambos os pares de supradorsais (3º e 4º)
surgem praticamente ao mesmo tempo que a cartilagem do supraneural. Em
contraste,emProchilodus,surgeapósoaparecimentodacartilagemsupraneural.
Nos Siluriformes, o terceiro supraneural está ausente segundo Hoffmann &
Britz (2006) e somente os supradorsais 3 e 4 participam da formação da cartilagem
complexa, fundindoseentre si ecom suascontrapartes.Estes achadosfora
confirmado no presente estudo (cf. Figs. 71, 72, 73, 83, 85). O supradorsal 4 é o
elemento cujo crescimento é mais significativo. Em Pseudoplatystoma, a fusão dos
supradorsais 4 contralaterais não é completa, resultando em um entalhe no limite
pósterodorsal da cartilagem complexa (Fig. 74). Esta característica também foi
relatada por Hoffmann & Britz (2006) em Silurus. Todavia, em Lophiosilurus esse
entalhenãofoiobservado,estandoacartilagemcomplexacomseulimiteposteriorna
região dorsal totalmente alinhado, indicando fusão completa dos supradorsais 4
contralaterais.
Como citado acima, Hoffmann & Britz (2006) postularam que o terceiro
supraneural estaria ausente nos Siluriformes, não participando da formação do
complexoneural.Defato,nãonenhumaestruturaímparque participedaformação
da cartilagem complexa neste grupo. No entanto, claramente um supraneural, o
qual está envolvido com a porção anterior da nadadeira dorsal, fundindose, em
estágios avançados do desenvolvimento, aos radiais basais da nadadeira dorsal. Este
supraneural,oqual,especulo,sejahomólogoaosupraneural4dosdemaisOtophysi,é
oresponsávelpelaformaçãodaplacanucal,aqualseprojetasobreacamadaepitelial
dorsal. Este supraneural, que se associa intimamente à quarta vértebra, culmina por
fundirse com as extensões dorsais do quarto arco neural “travando” a nadadeira
dorsalàcolunavertebral.Aestruturaprimordialdestesupraneural,tantoacartilagem
quando os estágios iniciais de ossificação, possui um peculiar formato de “T”. Um
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
229
supraneuralcomesteformatoéencontradonosfósseisquerepresentamaslinhagens
basais dos Otophysi, como nas espécies de Chanoides, Lusitanichthys,
Santanichthys eClupavus,oqualé identificado comosendooterceirosupraneural
(cf. Taverne, 1995; Mayrinck, 2010). Com isso, podese especular que o supraneural
dos Siluriformes seria homólogo ao terceiro supraneural, mudando ligeiramente a
interpretaçãodasreduçõesdesteselementosnosrepresentantesviventesde
Otophysi. Os Cypriniformes possuem claramente os supraneurais 2 e 3, os quais
participam da formação do complexo neural (cf. Hoffmann & Britz, 2006). Nos
Characiformes somente o terceiro supraneural, que também está envolvido na
cartilagemcomplexa.NosSiluriformes,quenãopossuemsupraneuraisrelacionadosà
formaçãodacartilagemcomplexa,este poderia ter sido “deslocado” posteriormente,
participandodasustentaçãodanadadeiradorsal.Destemodo,contrariamenteaoque
foi postulado por Hoffmann & Britz (2006), este elemento não estaria perdido em
Siluriformes. No entanto, esta afirmação precisa de mais estudos, comparandose o
desenvolvimento dos supraneurais em diversas linhagens viventes, aliado a
informaçõesprovenientesdaslinhagensfósseisdeOtophysi,paraummelhorsuporte.
Porçãodorsaldacinturapeitoral
Esteúltimotópico,apesardenãoterrelaçãodiretacomoaparelhodeWeber
foi aqui incluído, pois sua discussão se iniciou com o estudo da formação das “abas
laterais” [= parapófises da vértebra complexa] nos bagres, as quais apresentam uma
condiçãodeexpansãolateral,contatandooselementosdorsaisdacinturapeitoral.
A porção superior (dorsal) da cintura peitoral dos Siluriformes e sua relação
(articulação)comelementosdocrânioocomaslâminasósseasdavértebracomplexa
do aparelho de Weber é debatida na literatura. Isso se deve ao fato de os bagres
adultos possuírem somente dois elementos (“platelike”) nesta posição, enquanto os
caraciformes, por exemplo, possuem três (osso extraescapular, póstemporal e
supracleitro). Portanto, podemse interpretar fusões ou perdas em várias
combinações. Hipóteses sobre as homologias destes elementos foram discutidas em
detalheporLundberg(1975).Esteautorconcluiqueoextraescapularestariaperdidoe
o póstemporalestaria deslocado anteriormente,com o supracleitroestando
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
230
aumentado em relação à condição encontrada em caraciformes, “preenchendo” o
espaçoprimitivamente ocupadopelopóstemporal.Estainterpretaçãofoiseguidapor
Gosline(1977).
Observando as articulações da extraescapula nos caraciformes verificase que
esteossosearticulatantocomoossoepióticoquantocomopterótico.Amaioriados
siluriformes possui um osso nesta mesma configuração, o qual Lundberg (1975)
denominadepóstemp
oral.Noentanto,me parecemaisparcimoniosoassumirquea
extraescapula não tenha sido perdida neste grupo, correspondendo, de fato, a este
elemento (cf. Arratia & Huaquin, 1995; Arratia, 2003a). Com isso, o elemento
posterior,querecebe oramoprincipaldocanalcefálicoquesedirigeàlinhalateral,
é
interpretadocomosendoafusãodopóstemporalesupracleitro(cf.Arratia&Gayet,
1995;Diogo,2006;LehmannA.,2006).Porém,nãoevidênciasnaliteraturaqueesta
fusãoocorraduranteodesenvolvimento.
Apesar de não ser o foco principal do presente estudo, o material aqui
analisadonãoapresenta,emnenhumestágio,doiscentrosdeossificaçãonestaregião
osquaispudessemcorresponderaopóstemporaleaosupracleitro.Estesdoiscentros
de ossificação distintos, que formarão o póstemporal e supracleitro estão presentes
mesmo nas linhagens mais basais de Teleostei (cf. Jollie, 1975; 1980; 1984a; 1984b;
1984c; 1984d). Ao contrário, somente uma ossificação ao redor do ramo do canal
sensorial cefálico que se dirige à linha lateral é encontrada. Logo, somente um dos
ossos,opóstemporal ouosupracleitro, estariapresente.Asequênciadesurgimento
mostraqueessaossificaçãoéamaisinicialdestasérie,ocorrendologoapó
soinícioda
ossificação do ligamento de Baudelot. Ela se inicia exatamente no local em que se
insereoligamentodeBaudelot,naregiãodearticulaçãodocleitroeprogrideântero
medialmente.Portanto,meparecesermaisparcimoniosoassumirqueaossificaçãodo
referido canal corresponda à formação do supracleitro e que o póstemporal tenha
sido perdido. Alguns autores identificaram o referido element
o como sendo
somente o supracleitro (cf. Lakshmi & Srinivasa Rao, 1989), mas sem discutir a
formaçãodesteelemento.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoaparelhodeWeber
231
Essa discussão será objeto de um estudo futuro envolvendo a análise do
desenvolvimento da porção superior (dorsal) da cintura peitoral nos bagres, com a
comparaçãodestedesenvolvimentoemespéciesdediferentesgrupos,natentativade
elucidaraformaçãoeashomologiasdoselementosósseosalilocalizados.

Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
232
R ESULTADOS DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO CAUDAL
DesenvolvimentodoselementosdoesqueletocaudalemProchilodusargenteus.
‐diaapóseclosão(7,2mmCP,Fig.96):
Este estágioilustraamorfologiada regiãocaudal no períododepréflexãoda
notocorda. Não qualquer estrutura do esqueleto da nadadeira caudal aparente
nesteperíodo.
‐diaapóseclosão(9,3mmCP,Fig.97):
A formação dos elementos do esqueleto caudal em Prochilodus é
extremamenterápidasecomparadaàsoutrasespécies.Nosexemplaresanalisadosno
presente estudo, os quais foram coletados diariamente, não é possível observar a
sequênciadesurgimentodoselementospresentesnesteestágio.Noentanto,talfato
emnadaafetaainterpretaçãodestashomologias.
A larvaseencontranoestágiode flexão (Cubbage & Mabee,1996),noquala
notocorda curvase dorsalmente. Observase alguma constrição, especialmente no
limiteventraldanotocorda,indicandoasregiõesdosfuturoscentrosvertebrais.
Vários elementos do esqueleto caudal podem ser visualizados, em diferentes
grausdecondrificação.
Os basidorsais são obs
ervados alongados pósterodorsalmente, formando os
precursores dos arcos neurais. Em vista oblíqua (láterodorsal Fig. 97B) podese
evidenciarqueas cartilagensdosarcosfundemse medialmente.Adicionalmente,são
encontradososprimeirossinais da formação das cartilagensdosespinhosneurais, as
quais ainda não são coradas devido à pequena quantidade de matriz extracelular. O
basidorsalmaisposteriorencontrasecomform
atonodular.Partindodesteelemento,
em direção posterior, acompanhando o limite dorsal da notocorda, o início de
ossificaçãodouroneural,quetambémestátransparente.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
233
Na região ventral, anterior ao ponto de flexão da notocorda, são encontrados
osbasiventrais.Assimcomoosbasidorsais,esteselementosestãoalongadospóstero
ventralmente,comcoloraçãomuitosutil,formandoosarcoshemais.Aquelessituados
maisposteriormente,naregião de flexãodanotocorda, estãomaisevidentes.Hastes
cartilaginosas dos espinhos hemais articulamse a eles. O arco hemal mais posterior,
localizado na região de bifurcação da artéria, articulase com a cartilagem ímpar do
paripural, sendo identificado como arco do paripural. O paripural propriamente dito
nãoapresenta nenhumamudança morfológicaem relaçãoao espinhohemal
localizadoemposiçãoimediatamenteanterior.
Posteriormente ao paripural, na porção da notocorda curvado dorsalmente,
localizamse cinco elementos ímpares articulados diretamente à notocorda, i.e. não
existem arcos hemais. São as cartilagens dos hipurais, numeradas de 1 a 5, sendo o
primeiroomaisanterior(ouventral,devidoàflexãodanotocorda).Todososhipurais
estão igualmente espaçados entre si. O hipural 1 é o que possui a morfologia
diferenciadas dos demais. Sua porção distal é alargada, conferindo um formato
grosseiramentetriangular.Osdemaishipuraissãobarrascartilaginosasquediminuem
progressivamentedetamanho,sendo, ohipural5omenor.Esteétambémoúltimoa
se formar. Tal fato e constatado pelo atraso na condrificação, evidenciado pela
coloração pálida, uma vez que a quantidade de matriz extracelular é pequena, se
comparadaaosoutros.
A finfold, membrana epitelial longitudinal, presente na região caudal,
circundando a extremidade posterior do indivíduo funciona fonte propulsora das
larvas, transmitindo os movimentos gerados pelos músculos axiais. Esta “prega de
pela” é sustentado, inicialmente, por estruturas colágenas, as quais podem ser
observadas por difração da luz. Neste estágio, encontramse as actinotríquias que
promovem uma maior sustentação,consequentemente, conferindouma maior
capacidadedenataçãoativa.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
234
‐diaapóseclosão(12,9mmCP,Fig.98):
Os processos de ossificação estão evidentes neste estágio. As regiões que
apresentavam constrições na notocorda estão circundadas por ossificações,
delimitando os protocentros. Os centros poster iores ao segundo centro préural não
estão claramente separados. No entanto, é possível observar que quatro regiões
com constrições distintas. Nestas áreas, as constrições limitamse à região ventral da
notocorda,sinalizandoaformaçãodecentrosvertebraisdistintos.Ocentroaoqualse
associaoparipuraléidentificadocomoprimeirocentropréural.Estecentroéomais
evidentedentre oscentrosvertebraisposteriores.Sequencialmenteposteriora ele,
mais trêsossificações que, embora muitosutis, são distintas entre si.Estão
grosseiramente associadas aos hipurais 1 a 3, correspondendo, respectivamente,aos
centros urais 1 a 3. Em indivíduos deste mesmo estágio, com ossificação mais
avançada ainda que virtualmente com o mesmo comprimento padrão estes
centros fundemse entre si. Mesmo assim, ainda é possível identificar dois
grupamentos: um mais anterior, sendo formado, supostamente, pela fusão dos
centrosPU1+U1+U2eumposterior,correspondendoaocentroU3,queseexpande
nosestágioscomossificaçãomaisavançada.
As cartilagens basidorsais e basiventrais são observadas somente na
extremidade proximal, associadas ao centro vertebral em formação. Suas expansões
dorsaiseventrais,respectivamente,foramossificadaspericondralmente.Estas
ossificações originamse distalmente progridem proximalmente, degenerando as
cartilagens primordiais à medida que as circundam, consolidandose em seguida.
Dorsalmente, na porção posterior da notocorda, dois pares de arcos neurais que
não se fundem medialmente com suas contrapartes. Estes arcos possivelmente
estariam associados aos centros préural 1 e ural 1 e, devido à posição deslocada
destes centros, estes arcos terminam por situaremse muito próximo entre si,
perdendoarelaçãooriginalcomosrespectivoscentros.
Ascartilagensímparesdosespinhosneuraisehemaistambémestãoeminício
deossificação,a qualteminícionasextremidadesproximaiseprogridemdistalmente.
São encontradas somente três cartilagens de espinhos neurais e duas cartilagens de
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
235
espinhos hemais, as quais estão associadas com as primeiras vértebras préurais. As
demais vértebras do tronco apresentam somente os arcos. As ossificações dos
espinhos fundemse àquelas dos respectivos arcos. Neste estágio, somente as
extremidadesproximaisestãoconsolidadas.Todavia,oavançodaossificaçãoaolongo
dasbarrascartilaginosaspodesernotadopelaconsequentedegeneraçãoda
cartilagemprimordial. Estas cartilagens somente estão presentes, semqualquer sinal
dedegeneração,naporçãodistal.Estãopresentestrêsbarrascartilaginosasautógenas
ímpares na região posterior e dorsal à notocorda, representando a formação dos
epurais.Destas,aprimeira(maisanterior)barracartilaginosaémaiscurta.A segunda,
apesardeseramaislonga,é muitopróxima,emtamanhoàterceira(maisposterior).
Estascartilagensestãoíntegras,indicandoquenãoossificaçõesocorrendo.
Partindo da base do último arco neural (cuja fusão medial não é completa)
estendese, posteriormente, um filamento ósseo pareado acompanhando o limite da
notocorda. Este elemento, identificado como uroneural, está consolidado e mais
espesso que no estágio anterior. Adicionalmente, é encontrado um par de finas e
achatadas barras ósseas associadas à face lateral da porção posterior da notocorda,
apósaregiãodoúltimoprotocentro.Estaestruturaéchamadadesegundouroneural
(cf. Roberts, 1973b) e possui um tamanho reduzido, com cerca de um terço do
comprimentodo uroneural1.O uroneural2nãotemassociaçãocomnenhum centro
ouarconeural,sendoumelementodeorigemautógenaedérmica(nãocondral).
Ventralmente,nanotocorda, e posterioraoarco e espinhohemaldo segundo
centro préural, o paripural iniciou sua ossificação, seguindo o padrão exposto dos
espinhos hemais e fundese do seu arco. Na porção ascendente da notocorda, os
hipurais ossificamse na extremidade proximal. O terceiro hipural apresent
a sua
porção distal expandida em relação ao estágio anterior. Em adição aos demais
hipurais,surgeumapequenabarracartilaginosaposicionada dorsalmenteaohipural5,
representan
do o hipural 6. Este elemento não apresenta qualquer sinal de
degeneração, indicando que não ossificação ocorrendo. Evidenciase um
espaçamento maior que os demais entre o hipural 2 e 3 região do diastema da
caudaloquedelimitaoslobosdorsaleventraldestanadadeira.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
236
Asbarrasdeactinotríquiaspresentesnafinfoldcaudal“guiam”aformaçãodas
lepidotríquias,formandoosraiosdanadadeiracaudal.
‐12ºdiaapóseclosão(13,9mmCP,Figs.99e100):
Este estágio ilustra a condição de quase total formação do esqueleto da
nadadeira caudal. Em Characiformes não são observadas placas ósseas complexas,
formadas por fusões de elementos primariamente distintos. Ao contrário, a maioria
dos elementos de suporte à nadadeira caudal apresentase livre. As exceções se
reservam,especialmente,aoscentrosvertebraisposterioresque,nosadultosfundem
seentresi.Esta é umacondiçãosupostamentesinapomórficadeTeleostei (cf.Pinna,
1996).Nesteestágiosãoobservadosindivíduosque apresentamdoisgrandescentros
vertebraisposteriores, osquais,por suavez,resultamdefusõesentreoutroscentros
(conforme reportado no estágio anterior) (Fig. 99A). Esta condição, tradicionalmente
chamada de diural, modificase em seguida. Estes dois elementos fundemse
formando o centro vertebralcomplexo da nadadeira caudal o centro localizado em
posiçãoterminalnacolunavertebral.Estafusãoteminícionafacedorsaleestendese
ventralmente(Figs.99Be100A).
As cartilagens basidorsais e basiventrais foram totalmente degeneradas pela
consolidaçãodosarcos,osquaissefundiramaocentrovertebral,formandoavértebra
propriamentedita.
Dorsalmente,naporçãoposteriordanotocorda,trêsparesdearcosneurais.
Estes arcos não possuem espinhos neurais associados e somente o mais anterior
destes fundese medialmente. Por estarem muito próximos entre si, em alguns
indivíduoselespodemsefundir,formandolâminasósseaspareadas.
O primeiro uroneural está fundido à base do arco neural mais posterior (Fig.
100B), enquanto o segundo par permanece como elemento livre, se alteração de
posiçãooutamanhoemrelaçãoaoestágioanterior.Estão,porém, maisconsolidados
emconsequênciadocrescimentocontínuodosindivíduos.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
237
A ossificaçãodosespinhos neuraisestámaisconsolidada noterçoproximal.A
extremidadedistaldacartilagemprimordialestátotalmentepreservada.Ascartilagens
dos epurais continuam sem sinal de ossificação. Os espinhos hemais apresentam
significativo aumento de ossificações. Esta, em alguns exemplares deste estágio, se
consolidou nos dois terços proximais, com degeneração total, nessa parte, das
cartilagensprimordiais.
Este mesmo padrão dos espinhos hemais com a ossificaçãoseconsolidando
até dois terços do comprimento dacartilageméobservadotambémnoparipurale
hipurais. O paripural, adicionalmente, apresenta uma lâmina de ossificação dérmica
bem evidente em sua face anterior. Esta lâmina também é encontrada nas faces
anteriores do primeiro e segundo hipurais estando, sequencialmente, mais sutis. O
hipural 5 apresenta ossificação consolidada somente em seu terço proximal e no
hipural 6 é observado somente uma sutil ossificação pericondral na extremidade
proximal.
Todososraiosdanadadeiracaudalestão evidentes e bemcorados,indicando
que as lepidotríquias se consolidaram. As barras de actinotríquias não são mais
observadas.
‐16ºdiaapóseclosão(22,9mmCP,Fig.101):
Neste estágio todos os centros vertebrais posteriores ao segundo centro pré
ural estão totalmente fundidos entre si formando o chamado uróstilo. O primeiro
uroneural,assimcomoostrêsparesmaisposterioresdearcosneuraisestãofundidos
aouróstilo.
Os espinhos, tanto neurais quanto hemais, que estavam fundidos aos
respectivos arcos, estão ossificados por quase toda sua extensão, excetuandose as
extremidadesdistais.Nestaposiçãoacartilagempermanece econtinuaráse
desenvolvendo à medida que os indivíduos aumentam de tamanho, proporcionando
uma “matriz” para a extensão da ossificação. Os três epurais ossificamse,
apresentando o mesmo padrão. A ossificação pericondral tem início na extremidade
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
238
ventral(proximal)eprosseguedorsalmente(distal).Nenhumdos epuraisapresentaa
ossificaçãoconsolidada.
Aossificaçãodoparipuralehipurais,assimcomoosespinhos,estáconsolidada
aolongo detodaa extensãodascartilagensprimordiais, comexceção das
extremidades distais. Destacase o fato de o primeiro hipural perder sua articulação
com o uróstilo. Tal fato devese à degeneração do terço proximal deste el
emento.
Apesarde,noestágioanterior,estaregiãoestarossificada,nesteestágiodegenerase
totalmente.Comisso,ohipural1ficasendoumelementoaparentementeautógeno.O
hipural 2 fundese ao uróstilo. Os hipurais do lobo dorsal do esqueleto da nadadeira
caudalpermanec
emnãofundidos,aindaquearticuladoscom our óstilocomexceção
doshipurais5e6.
‐estágiostardiosatéadulto(apartirde23,1mmCP,Fig.102):
O esqueleto caudal está completamenteformado e consolidado a partir do
estágio de 19d (ca. 23,1). É considerada a total formação, uma vez que alcança a
mesmamorfologiaexibidapelosindivíduosjovenseadultos.
Naalteraçõessignificantesnasformasdoselementos,secomparadoscomo
estágioanterior.Destacamsesomentealgumasossificaçõesdérmicasadicionais.
Os arcos neurais posteriores fundemse entre si pela ação de ossificações
dérmicassecundárias.
Os espinhos neurais quanto hemais estão totalmente consolidados, restando
cartilagem somente nas extremidades distais. Os epurais estão igualmente
consolidados. Ressaltase o fato do surgimento tardio dos espinhos neurais e hemais
associadosàsvértebrasanterioresaoterceiroce ntropréural.Nestasvértebrasnão
oaparecimentosdecartilagensímparesassociadasaosarcos.Osespinhossurgemcom
ossificações membranosas e possuem um tamanho reduzido, cerca de um terço do
tamanhoapresentadopelosespinhosmaisposterioresosquaissãopréformadosem
cartilagem. Lâminas de ossificações dérmicas secundárias se desenvolvem,
especialmente nas faces anteriores, somente nos espinhos neurais e hemais que se
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
239
préformaramemcartilagemenoparipural.Tambéméobservadaumadestaslâminas
ósseas fundidas aos arcos neurais mais posteriores, se estendendo até a base dos
epurais.
Não alteração de forma no paripural ou hipurais, mas, em alguns
exemplares,é possívelobservarumpequeno“processo”naextremidadeproximaldo
hipural 1 (Fig.102B).Esteéore
sultado na degeneração incompletadesta região. No
entanto,essasituaçãoéincomumnestaespécie.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
240
Desenvolvimento dos elementos do esqueleto caudal em Pseudoplatystoma
coruscans.
‐diaapóseclosão(4,8mmCP,Fig.103A):
Este estágio é o primeiro no qual é possível identificar as estruturas do
esqueletocaudal emformação.Alarvaseencontranoestágiopréflexão(Cubbage&
Mabee, 1996), no qual a notocorda é ainda retilínea (não começou a se curvar
dorsalmente). São observadas um total de cinco áreas em início de condrificação na
porçãoventraldaextremidadecaudaldanotocorda.Todasestasáreassãomuitosutis,
não tendo acumulado quantidade suficiente de matriz extracelular para poder se
definir precisamente seus limites. A mais anterior é uma estrutura pareada, sendo
identificada como o início do arco do paripural. Posteriormente, observamse
elementos ímpares mais alongados ventralmente, os quais diminuem
progressivamente de tamanho. Estes sãoos precursores dos hipurais 1 a 4,
respectivamente. O mais posterior (cartilagem do hipural 4) é o menor e mais
transparente, cuja observação somente é possível por difração diferencial da luz do
estéreomicroscópio. Notase, na finfold, a presença de actinotríquias, sustentando
esta“pregadepele”e,consequentemente,possibilitandoanatação.
‐diaapóseclosão(5,2mmCP,Fig.103B):
A condição encontrada neste estágio somente difere daquela do estágio
anteriorquantoaograudecondrificaçãodoselementospresentesanteriormente.
A notocorda continua no estágio de préflexão.
O arco do paripural, assim
comoascartilagensdoshipurais1a4permanecemconformedescritasanteriormente.
Iniciase a condrificação na extremidade posterior da notocorda, formando a
cartilagemopistural.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
241
‐diaapóseclosão(5,7mmCP,Fig.104A):
Anotocordamantémsenoestágiodepréflexão.
Nesteestágiodestacaseoaparecimentodosprimeirostraçosdacondrificação
doelementoímparanterioraoprimeirohipural.Esteelemento,quesearticulacomo
arcodoparipuraléoprecursordoparipuralpropriamented
ito.Emum exemplardeste
estágiopodeseobservar,ainda queextremamentesutil,umúnicopardebasiventrais
anterioresàquelequeformaoarcodoparipural.
As cartilagens do hipurais 1 a 4 não sofrem alterações de forma ou tamanho.
Evidenciase,noentanto,umespaçamentomaiorentreascartilagensdoshipurais1e
2 (mais anteriores) com os demais posteriores (3 a 5). Iniciase a condrificação da
cartilag
emdohipural5,sendo,este,oelementomaisposteriordestasérie.
A cartilagem opistural, assim como as actionotríquias da nadadeira caudal,
estãoligeiramentemaiscoradasquenosestágiosanteriores.
‐13ºdiaapóseclosão(6,5mmCP,Fig.104B):
Anotocordainiciaumaleveflexãodorsalnaparteposterior,sendoidentificado
comoestágiodeflexão.
A cartilagem do arco paripural, assim como a do paripural propriamente dito
não apresentam variações significativas em forma, estado levemente mais
condrificadas. Anteriormente a estes elementos, encontramse os primeiros
basiventrais, ainda muito sutis. Os dois pares imediatamente anteriores ao arco do
paripuralapresentamsealongadosventralmente,delimitandoosfuturosarcoshemais
dos centros préurais. Posteriormente ao paripural, todas as cartilagens dos hipurais
estão mais alongadas que no estágio anterior, sendo que a do hipural 1 está mais
larga. Adicionalmente, esta se funde, na extremidade proximal, com o arco do
paripural.
O intervalo entre os elementos hipurais 2 e 3, delimitando as futuras regiões
ventral e dorsal, respectivamente, da nadadeira caudal está aumentado. Notase
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
242
também que a cartilagem do hipural 4 voltase posteriormente, ao contrário das
demais, que apontam ventralmente. A cartilagem do hipural 5, ainda que mais
condrificadaecomlimitesdefinidos,permanececomformatogrosseiramentenodular.
Asactinotríquiasdanadadeiracaudalestãoligeiramentemaiscoradasquenos
estágios anteriores, indicando que houve um aumento de espessura, fornecendo um
suporteàmembranadanadadeiracaudal,aqualestámaisalongada.
‐19ºdiaapóseclosão(12,1mmCP,Fig.105A):
Neste estágio a notocorda completa a flexão dorsal em sua extremidade
caudal. Observamse as contrições na notocorda, delimitando as regiões dos futuros
centros.umapequenaárea,fracamente corada,emalgunsexemplares,indicando
que uma fina camada de ossificação ao redor dos centros, os chamados
protocentros(sensuGrande&Bemis,1998).
Osbasidorsaissurgemealongamsedorsalmentedelimitandoosarcosneurais.
Estes alongamentos são muito finos em comparação com aquele encontrados em
Lophiosilurus. A extremidade distal destes arcos encontrase transparente, indicando
queosprocessosdeossificaçãopericondralseiniciaram,degenerandoacartilagem.
Noentanto,aindasãomuitosutisenãosecoram.
Formamse também as cartilagens ímpares situadas dorsalmente aos arcos
neurais. Estas são as precursoras dos espinhos neurais. Todos os arcos neurais do
situadosnotroncopossuemsuarespectivacartilagemdoespinhoneural,comexceção
dosdoisarcosneuraismaisposteriores,osquais,adicionalmente,nãocompletamsua
formação, i.e. não se fundem medialmente. Um único elemento cartilaginoso ímpar,
deformatocilíndrico,éencontrado,isolado, naextremidadeposteriordaregiãodorsal
ànotocorda.Esteelementoéidentificadocomsendoacartilagemdoepural.
Um delicado filamento ósseo é encontrado estendendose posteriormente,
partindodobasidorsalmaisposterior.Talestruturaéaprecursoradouroneural.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
243
Naregiãoventral,osbasiventrais,alongadosventralmente,delimitamosarcos
hemais, os quais, assim como os arcos neurais, iniciaram as ossificações, partindo
das extremidades distais. Ainda o estão fundidos medialmente com suas partes
contralaterais. São encontradas as cartilagens dos espinhos hemais. Estão são finas
barras,maislongasqueaquelasdosespinhosneurais.Arelaçãodeumacartilagemde
espinhohemalpara cadaarcohemaléobservada emtodos oscentrospréurais.Nos
futuroscentrosurais,somenteascartilagensímparesdoshipurais.
As cartilagens dos hipurais, assim como a do paripural, presentes
anteriormente estão mais alongadas posteriormente, em relação aoestágio anterior.
O destaque para acartilagem do hipural 5 que alongase posteriormente,conferindo
umformatogrosseiramenteretangular.Emadiçãoàfusãoentreascartilagensdoarco
doparipuralcomadohipural1,nesteestágiomaisduasfusõessãoobservadas.Amais
ventral,entreoshipurais1e2eumamaisdorsal,entreoshipurais3e4.
‐26ºdiaapóseclosão(20,1mmCP,Fig.105B):
A ossificação dos centros vertebrais da região caudal e do tronco está
avançada,praticamenteconsolidandoasvértebras,asquaisresultamdaossificaçãodo
centrovertebral,fundidoaosarcosneuraisehemais.
Na região de flexão da notocorda são encontrados três centros vertebrais em
formação. Estes centros possuem uma associação direta (1:1) com os elementos
ventrais.Ocentrovertebralassociadoaoparipuraléchamadodeprimeirocentropré
ural. Posteriormente a este, o centro associado ao primeiro hipural, chamado de
primeiro centro ural e, sequencialmente, um terceiro centro, associado aos
segundo hipural, o segundo centro ural. Após um pequeno intervalo sem ossificação
na notocorda, encontrase uma ossificação semelhante a um centro vertebral. Não
estáclaradeestaossificaçãoseriahomólogaaoscentrosmaisposteriores.Noentanto,
estáclaramenteassociadacomoterceirohipural.
Os processos de ossificação pericondral dos arcos neurais e hemais estão
adiantados, tornando estas estruturas evidentes pela coloração. Estas ossifciação,
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
244
como relatado anteriormente, têm início nas extremidades distais, progredindo para
as extremidades proximais. Uma vez que estas ossificações alcançam o centro
vertebral, os arcos fundemse ao centro, delimitando a vértebra. Os arcos, tanto
neuraisquantohemaisestãofundidos comsuascontrapartes,medialmentee comas
cartilagensdos respectivos espinhos. Os arcos neurais mais posteriores não possuem
espinhos associados e não sefundem medialmente. O uroneural se alonga
posteriormente,acompanhandoolimite dorsal danotocordaatéalcançar abasedos
raios da nadadeira caudal. Este elemento, que está mais consolidado e fundese ao
segundocentroural.
A ossificação das cartilagens dos espinhos, tanto neurais quanto hemais, têm
inícionasextremidadesproximaiseprogridemdistalmente.Estasossificaçõesfundem
os espinhos aos seus respectivos arcos. O epural também inicia sua ossificação,
seguindoo padrãoapresentadopelosespinhos neurais.Acartilagemnaextremidade
distal destes elementos está totalmente preservada, enquanto na extremidade
proximalfoitotalmentedegeneradapelaossificação.
Na região ventral, conforme descrito acima, os arcos hemais ossificamse e
fundemse aos espinhos hemais. O mesmo é observado no arco do paripural, que se
fundeàcartilagemdoparipural. Esta,assim comooshipuraisossificamsenomesmo
padrão dos espinhos, iniciando proximalmente em direção distal, degenerando as
cartilage
nsprimordiais.
Observase o início da fusão entre o hipural 1 e 2 ao longo de seus
comprimentos. Também estão em íntimo contato dos hipurais 3 a 5, sendo que o
hipural 3 e 4 estão coossificados proximalmente e estes, com a ossificação mais
posteriordanotocorda.Acartilage
mopisturalpermaneceinalterada.
Osraiosdanadadeira caudalossificamsepelasformaçõesdalepidotríquiasao
longodabarradeactinotríquiaprimordial.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
245
‐estágiostardiosatéadulto(apartirde35,4mmCP,Figs.106e107):
Oesqueletocaudalestáemumestágioavançadodeossificaçãoesuaforma
em muito se assemelha àquela encontrada nos indivíduos adultos, com exceção das
fusõestotaisdoshipurais(Fig.106A).
Éobservadoumavançorápidodosprocessosdeossificação,comconsequente
degeneração das cartilagens primordiais, as quais
estão presentes nos adultos
somente nas extremidades distais, proporcionando o contínuo crescimento do
esqueletoàmedidaqueoindivíduo“envelhece”.
Os arcos e espinhos neurais e hemais estão totalmente coossificados e
consolidados.Ascartilagensdosbasidorsaisbasiventraisnãosãomaisobservadas.Nos
espinhos, as cartilagens primordiais ficam
restritas às extremidades distais. O epural
segue o padrão dos espinhos neurais, apresentandose totalmente ossificado (com
exceçãodaextremidadedistal).
Formase o centro vertebral complexo do esqueleto caudal pela coossificação
dos centros PU1, U1 e U2. Não é mais possível visualizalos individualmente. O
uroneural, que estava fundido ao centro U2, encontrase integrando o centro
complexo, conferindo a toda esta estrutura o nome de uróstilo. O elemento mais
posterior, semelhante a um centro vertebral, permanece isolado do uróstilo. Mesmo
nosestágiosmaisavançadosdo desenvolvimento,esseelemento,apesarde
intimamente associado ao uróstilo, não se funde completamente, sendo possível
individualizálo.Dorsalmente,tantoouróstilo quantoocentropréural2apresentam
vestígiosdearcosneuraissemosrespectivosespinhos.Evidenciasequeoarconeural
docentropréural2écompletofundindosemedialmente.oarconeuralassociado
aouróstilotemumaformaçãoincompleta,nãosefundindomedialmente(Fig.106B).
Destaca
se a fusão do paripural e hipurais 1 e 2 ao uróstilo. Estes elementos
fundemse, tardiamente, formando a placa “hipural” ventral da nadadeira caudal.
Igualmente, os hipurais 3 a 5 fundemse formando a placa hipural dorsal.
Primeiramente, fundemse os hipurais
3 e 4 e, em seguida, o hipural 5. Esta placa
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
246
hipuraldorsalfundese,então,àsestruturasposterioresdacolunavertebral(Figs.107
e108).
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
247
DesenvolvimentodoselementosdoesqueletocaudalemLophiosilurusalexandri.
‐diaapóseclosão(7,7mmCP,Fig.109A):
Este é primeiro estágio em que as preparações permitiram evidenciar as
estruturas internas que formarão o esqueleto caudal. A larva se encontra no estágio
préflexão (Cubbage & Mabee, 1996), no qual a notocorda é ainda retilínea (não
começou a se curvar dorsalmente). é possível visualizar as matrizes cartilaginosas
dosprimeiroselementosdesuportedanadadeiracaudal.Oelementomaisevidenteé
uma placa cartilaginosa, grosseiramente triangular, articulada diretamente com a
notocorda.Nãoevidênciasdedoiscentrosdecondrificação.Noentanto,essaplaca
formará o elemento “complexo” tradicionalmente chamado de hipural 1+2.
Anteriormente a esta placa, encontrase o início de formação do arco neural, o qual
estará envolvido na formação do paripural, região a bifurcação arterial.
Posteriormente àplacadadohipural1+2outra cartilagem, ligeiramente maisfina,
mantendo oformato alongado,identificada comoa formadora do hipural3.
Praticamente transparente e de formato não precisamente definido, encontrase,
posteriormenteàcartilagemdoterceirohipural,acartilagemdohipura l4.Notase,na
finfold, a presença de actinotríquias, que servem para sustentação desta “prega de
pele”,possibilitandoanatação.
‐diaapóseclosão(9,3mmCP,Fig.109B):
A notocorda inicia uma leve flexão dorsal na parte posterior. O precursor
cartilaginoso do hipural 4 está claramente corado, assim como a cartilagem
acessóriaprecursoradoarcohemalquesuportaoparipural.umclaroaumentonos
tamanhos das cartilagens dos hipurais 1+2 e 3.Na região précaudal, surgem os
basiventraisqueapresentamsealongadosventralmente,formandoosprimóridosdos
arcoshemais.Acartilagemímpardoparipuralpropriamenteditosurgefundidacomo
arcohemalqueasuporta(i.e.associadoaoprimeirocentropréural).Asactinotríquias
estãomaisadensadas.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
248
‐diaapóseclosão(10,5mmCP,Fig.110A):
Neste estágio a notocorda completa a flexão dorsal em sua extremidade
caudal. As cartilagens dos hipurais, presentes anteriormente, não sofrem nenhuma
alteração de forma. Como era de se esperar estão mais consolidadas e mais coradas
(maior quantidade de matriz extracelular). Adicionalmente, surge a cartilagem do
hipural 5. Esta cartilagem é a menor de todas as cartilagens hipurais, com formato
grosseiramente arredondada e localizase na extremidade posterior da notocorda.
Evidenciase a fusão, na porção proximal, entre a cartilagem do paripural com a do
hipural1+2.Osbasidorsaissetornamevidentes,alongadosdorsalmenteformandoas
cartilagens precursoras dos arcosneurais. Posteriormente,o último basidorsal
alongado possui um tamanho menor que os demais e o basidorsal mais posterior
mantémsearredondado,semqualquerprojeçãodorsal.Umdelicadofilamentoósseo
estendeseposteriormente,partindodestebasidorsaleéidentificadocomooinício de
formação do uroneural. Uma cartilagem ímpar condrificase medialmente, localizada
dorsalmenteànotocordae posteriormenteao últimobasidorsal.Tratase da
cartilagem precursora doepural. Ascartilagens dos arcos hemais, localizados
posteriormentenanotocordafundemsemedianamente,“fechando”osarcos.
Sequencialmente, evidenciase a formação das cartilagens precursoras dos espinhos
hemais.
‐diaapóseclosã
o(10,9mmCP,Fig.110B):
Esseestágionãoapresentaalteraçõessignificativascomrelaçãoàsestruturas
observadas no estágio anterior. No entanto, está representado para ilustrar as
cartilagens dos basidorsais, precursoras dos arcos neurais mais posteriores que se
fundem medialmente. Esse processo se estende anteriormente. Ainda não são
observadasascartilagensdosespinhosneurais.

o início de ossificação dos raios da nadadeira caudal (formação das
lepidotríquiais), que se inicia na região médiadorsal. Neste estágio, somente o raio
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
249
posicionada no limite posterior da notocorda e o raio ventral a esse se encontram
corados(mineralizados).
‐diaapóseclosão(11,2mmCP,Fig.111A):
Nãosãoobservadasmudançasdeformatonoselementospréexistentes.Neste
estágiosomente destacase osurgimento dascartilagens dosespinhosneurais.Assim
como as dos espinhos hemais, são elementos ímpares, localizadas medialmente e
associamse com o ponto de fusão (medial) dos arcos neurais, se estendendo
dorsalmente. Na região ventral, as cartilagens dos espinhos hemais estão mais
evidentes,sendo,asmaisposteriores,asmaisconsolidadas.Ascartilagensdoshipurais
3 e 4 fundemse em suas extremidades proximais à notocorda, mantendose
individualizadasaolongodoseixosprincipais.Aossificaçãodosraios,aindaquemuito
sutil,évisívelemmaisquatroraioslocalizadosventralmenteàquelesemossificação.
‐diaapóseclosão(11,7mmCP,Fig.111B):
As cartilagens dos espinhos neurais estão evidentes em todos os arcos
posteriores da notocorda, sendo mais finas que as dos espinhos hemais. Não
nenhumaalteraçãonaformadoselementospréexistentes.
Iniciase a ossificação dos centros vertebrais ao longo da notocorda, ainda no
estágio de uma fina camada mineralizada circundando a notocorda ou protocentros
(sensu Grande & Bemis, 1998). Na região de flexão da notocorda encontramse,
claramente três centros em formação. Aquele associado ao paripural é chamado de
primeiro centro préural; outro, associado ao primeiro hipural, chamado de primeiro
centro ural. Mais posteriormente, após um intervalo sem qualquer ossificação, o
centro maisposterior.Estecentroéusualmenteidentificadocomoosegundocentro
ural.Porém,estáassociadoaoshipurais3e 4.Iniciasetambémaossificaçãodosarcos
neurais e hemais, assim como dos hipurais. São ossificações pericondrais que
começam nas extremidades proximais à notocorda e se estendem distalmente. A
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
250
ossificação dos arcos está mais avançada que as demais, tendo degenerado as
cartilagensprimordiais.
Destacaseoaumentosignificativoda ossificaçãodouroneural, queapesarde
ainda ser um filamento ósseo, está mais consolidado que no estágio anterior,
adquirindocoloraçãoquepermitedefinirprecisamenteseuslimites.
Com exceção dos mais anteriores, tanto ventral quanto dorsal, os raios da
nadadeiracaudalestãoossificados.
‐14ºdiaapóseclosão(12,9mmCP,Fig.112):
O esqueleto caudal alcançou sua conformação final. A partir deste estágio
observase um avanço rápido dos processos de ossificação, com consequente
degeneração das cartilagens primordiais, as quais estarão totalmente ausentes nos
adultos, com exceção da cartilagem opistural, no limite posterior da notocorda.
Destacase o início da coossificação dos centros PU1 e U1, sendo difíceis suas
individualizações. O centro vertebral mais posterior, possui uma característica forma
arredondada anteriormente (“knoblike”), sendo tradicionalmente identificado como
segundocentroural(Lundberg&Baskin,1969).
Esteestágioilustraodesenvolvimento dasestruturaslocalizadasdorsalmente,
naporçãoterminaldanotocorda,associadascom aformaçãodouroneural.Conforme
detalhe da Fig. 112B, evidenciase dois elementosbasidorsaisassociados ao primeiro
centro ural, os quais são identificados como sendo aqueles relacionados,
primariamente, ao primeiro de segundo centros urais. Também fica clara a presença
de arcos neurais vestigiais nesta região, correspondendo aos arcos dos centros pré
ural1(maisanterior)eural1(maisposterior).Associadoaobasidorsal maisposterior,
relacionado, inicialmente, ao centro ural 2, desenvolvese o uroneural, o qual se
estendeposteriormenteatéolimiteposteriordoesqueletocaudal.
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
251
‐17ºdiaapóseclosão(13,0mmCP,Fig.113):
Destacamse a consolidação das ossificações dos arcos neurais e hemais, com
suas cartilagens primordiais sendo totalmente degeneradas. As ossificações dos
espinhos,quetiveraminícionaporçãomédiadecadabarracartilaginosa,seestendem
para as extremidades. Isso fica evidente pela degeneração gradual da cartilagem
primordial.Essemesmopadrãoéobservadonoepural.
Noshipurais dolobodorsal,aossificaçãoestámaisavançadaquenoshipurais
doloboventral,comacartilagemevidentesomentenaextremidadedistal.Observase
também uma fusão entre a placa hipural 1+2 com o paripural, especialmente na
porçãodistal,aindacartilaginosa.
Nodetalhe(Fig.113B)podeseobservarumelementobasidorsalalongado,que
éinterpretadocomosendooresultadodafusãodosbasidorsaisdoscentrosPU1eU1.
Associado a este elemento de origem complexa, encontrase o uroneural, que não
apresentaalteraçõescomrelaçãoaoestágioanterior.
Os centros PU1 e U1 estão totalmente fundidos entre si e, suas ossificações
progridem posteriormente, aproximandose do centro ural mais posterior
(supostamenteoU2).
‐35ºdiaapóseclosão(17,4mmCP,Fig.114A):
Neste estágiodestacamseascoossificações dos espinhoscomosarcos,tanto
neurais quanto hemais. A ossificação dos espinhos, apesar de progredir para as
extremidades, desenvolvese mais rapidamente para a extremidade proximal,
culminando com a coossificação com os arcos, no ponto de fusão medial. As
cartilagens somente se preservam na extremidade distal. O mesmo evento acontece
comoepural,queapresentasuaextremidadeproximaltotalmenteossificada.
Os centros vertebrais préurais estão totalmente formados e fundidos com os
respectivos arcos, formando as vértebras propriamente ditas. Na região posterior, os
centrosPU1eU1,osquaishaviamsecoossificado,alcançamocentroU2,fundindo
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
252
se na porção dorsal. Adicionalmente, o uroneural se coossifica com esta estrutura
complexa,nãosendomaispossívelevidenciarseuslimitesanteriores.
‐44ºdiaapóseclosão(18,0mmCP,Fig.114B):
Aossificaçãode todososelementosprogridecomdestaqueparaosespinhose
hipurais, os quais iniciam a consolidação nas respectivas extremidades proximais,
degenerando totalmente as cartilagens primordiais nestas áreas. No exemplar
utilizado como exemplo para este estágio, pode ser observada uma cartilagem
arredondadanaregiãodorsaldanadadeiracaudal,imediatamenteanterioraoepural.
Este elemento ímpar é identificado como um epural adicional. Esta condição,
considerada um atavismo, é anômala, não sendo mais observada em nenhum dos
outrosexemplarespreparadosnopresenteestudo.
Os centros vertebrais PU1, U1 e U2 estão totalmente fundidos. No entanto,
devido à forma diferenciada do chamado U2, é possível observar, por transparência,
suaprojeçãoanteriorarredondada.
A ossificação do hipural 5, na extremidade proximal à notocorda, estende na
direção do hipural 4, em um primeiro estágio que culminará na fusão destes
elementos.
‐estágiostardios(Fig.115):
Nos estágios subsequentes, os elementos do esqueleto caudal fundemse
culminandoemumaplacaósseacomplexaapresentanosindivíduosadultos.
Asalteraçõessignificativasapresentamsenoselementoshipuraisqueformam
duas placas distintas, uma dorsal e outra ventral. A placa dorsal formase pela fusão
inicialdoshipurais3+4 (Fig.115A),com o hipural5fundindosetardiamente.A placa
ventralformasepelafusãodoshipurais 1+2comoparipural.Conformereportadonos
estágios anteriores, a placa hipural 1+2 fundese ao paripural na extremidade
proximal. Posteriormente, acontece a fusão na extremidade distal, delimitando uma
Resultados
desenvolvimentodoesqueletocaudal
253
área “vazada” nesta estrutura. Lâminas de ossificações dérmicas adicionais (vide Fig.
115A)preenchemestalacuna,consolidandoestaplaca.
Nosindivíduosadultos(Fig.115B)asplacashipuraisventraledorsalfundemse
umaàoutra.Noentantoestafusãonãoétotal,permanecendoum“entalhe”nolimite
posterior,usualmenteidentificadocomodiastemadanadadeiracaudal.
Os centros vertebrais PU1+U1+U2, que se apresentavam fundidos entre si
consolidamessafusão,nãosendomaispossívelestabelecerseuslimitesiniciais.Atéo
estágio de 88d (ca. 47,8 mm CP) ainda é possível observar, com certa dificuldade, o
centroural2associadoàextremidadeposteriordocentrocomplexo.Ouroneural,que
se encontrava fundido ao centro complexo consolidase. Com isso, o último
elementovertebralconsistedeumaestruturacomplexa,denominadauróstilo.

DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
254
D ISCUSSÃO E C ONCLUSÕES DESENVOLVIMENTO DO
ESQUELETO CAUDAL
Consideraçõesgerais
Os teleósteos possuem um esqueleto caudal curto, com os centros urais
terminandoanteriormenteaosraiosprincipaisdanadadeiracaudal,comumapequena
flexãodorsaldacolunavertebral.Ospeixesactinopterigianosmaisprimitivospossuem
umanotocordaprolongadanolobodorsal,comoemAmiaeLepisosteus(cf.Schultze&
Arratia, 1989). A maioria dos elementos do complexo da nadadeira caudal é
constituída de ossos condrais (i.e. préformados em cartilagem), como os hipurais,
epuraisearcosneuraisehemais(e.g.Koumoundourosetal.,1999; Gavaiaetal.,2002;
Ristovskaetal.,2007).
Nybelin (1963) dividiu os tipos de esqueletos caudais em diural (possuindo
somente dois centros urais), presente nos teleósteos e poliural (possuindo vários
centros urais), presente nos actinopterigianos basais. Os centros urais são definidos
como aqueles centros presentes posteriormente à bifurcação da artéria e da veia
caudal.Oprimeirocentropréuraléaquelesituadonopontoondeestabifurcação
dosvasossanguíneoscaudais.Estabifurcaçãodosvasossanguíneos,i.e.localizaçãodo
primeirocentropréural,foipropostaporNybelin(1963)comosendoummarcoparaa
identificação de um elemento homólogo entre as diversas linhagens de peixes
actinopterigianos. Esta proposta foi posteriormente seguida por Monod (1968) e
amplamente aceita nos trabalhos subsequentes. Associado ventralmente ao primeiro
centro préural encontrase o paripural, que é constituído de elementos pareados
(homólogos aos arcos hemais) e elemento ímpar (homólogo aos espinhos hemais),
contribuindoparaasustentaçãodosraiosdanadadeiracaudal.
Como mencionado por Schultze & Arratia (1989), os primeiros trabalhos a
utilizaremoesqueletocaudalparacaracterizargruposdeteleósteosforamaquelesde
Hollister(1936;1937a;1937b;1940;1941)e,apartirdostrabalhosdeGosline(1960;
1961), a anatomia do esqueleto caudal se tornou uma ferramenta amplamente
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
255
utilizadaparaadelimitaçãodegruposdepeixesteleósteos.Porém,oestudodescritivo
doesqueletocaudaldosTeleosteiprecedeHollister(e.g.Whitehouse,1910).
Os caracteres mais utilizados no esqueleto caudal são o número de centros
urais,númerodehipurais esuasrelaçõescomoscentros,opadrãodefusãoentreos
hipurais e/ou com os centros, presença ou ausência de arcos neurais, número de
epuraise uroneurais,crescimentomembranosodouroneural1formando oestegural
(sensuMonod,1968)ecaracterísticasdoselementosdorsaiseventraisassociadosaos
centros préurais 1 e 2. Tais elementos possuem uma ampla variação nos diversos
grupos de peixes (cf. Monod, 1968; Fujita, 1990; Grande & Bemis, 1998; Britz &
Johnson, 2005a). Estas variações resultam de fusões, perdas ou aquisições de
elementosduranteodesenvolvimentoontogenético(Schultze&Arratia,1989;Arratia
& Schultze, 1992; Schultze & Arratia, 1986; Schultze & Arratia, 1988).
Consequentemente, a observação da morfologia encontrada nos exemplares adultos
dificulta a inferência de homologias primárias. Mesmo diante destas dificuldades, o
esqueleto caudal se tornou uma grande fonte de informações nas reconstruções
filogenéticas dos grupos de Teleostei (cf. Patterson & Rosen, 1977; Lauder & Liem,
1983;Arratia,1999).
Formaçãodocentrovertebralcomplexodoesqueletocaudal
Existem vários trabalhos sobre o desenvolvimento do complexo caudal, desde
Huxley(1859)atéosmaisatuais(e.g.Matsuoka,1982;Kohno&Taki,1983;Takietal.,
1986; Koumoundouros et al., 1999; Liu, 2001; Gavaia et al., 2002; Hilton & Johnson,
2007; Ristovska et al., 2007), mas, em sua grande maioria, são de espéciesde peixes
nãootofisianos.
AformaçãodoscentrosvertebraisfoimuitoamplamentediscutidaporSchultze
& Arratia (1989), com base nas teorias de Gadow & Abbott (1895) sobre quais
elementos originariam os centros vertebrais. Tal discussão não será repetida no
presente trabalho. Mais recentemente o trabalho de Nordvik (2007) detalhou a
formação dos centros, deixando claro quais precursores colaboram na formação do
centrovertebrale,posteriormente,davértebra.DestacoostrabalhosdeHay(1895)e
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
256
Ramanujam(1929)comoumdosprimeirosaestudaraformaçãovertebralempeixes
actinopterigianos.
A estrutura da nadadeira homocerca dos teleósteos é amplamente aceita de
ser composta por dois centros urais, sendo que, nas linhagens mais derivadas, estes
centrospodemsereduzirasomenteumouaindaestaremfundidosaocentropréural
1.Nybelin(1963)nomeiaestescentrosvertebraisposteriorescomocentrosurais1 e
2,respectivamente.Noentanto,estainterpretaçãonãoconsideraquepossíveisfusões
entre elementos primariamente distintos possam ter ocorrido, atribuindo nomes
iguais a estruturas não necessariamente homólogas. Patterson (1968) e Greenwood
(1970) postularam que o primeiro centro ural (o mais anteriormente localizado) dos
teleósteos seria, de fato, resultante da fusão entre dois centros primariamente
distintosedivergiramdanomenclaturaadotadaporNybelin.Todavia,oNybelin(1963)
discordou que nomear os centros como primeiro e segundo causaria problemas nas
interpretações de“homologias”. Mesmoatualmente algunsautores continuam
ignorandotaisfusões,adotandoopropostoporNybelin.ComolevantadoporSchultze
& Arratia (1989), tal fato não seria um “problema” se as homologias fossem
constantes,i.eoprimeirocentrouralsempreresultariadafusãodosdoiscentrosurais
maisanteriores.Contudo,observasequeacondição diural de adultosdediferentes
linhagens possivelmente resultou de fusões de diferentes elementos (cf. Schultze &
Arratia,1989).
Greenwood (1970) e Patterson & Rosen (1977), estudando linhagens basais
fósseis de actinopterigianos postularam que haveria, primariamente, uma relação de
“umparaum”entreoselementosdorsaiseventraisassociadosaoscentrosvertebrais,
enquanto que nas linhagens mais derivadas, alguns centros teriam sido perdidos e,
consequentemente, esta relação “umparaum”. Alguns autores discordaram desta
hipótese(videhistóricoemSchultze&Arratia,1989),mas,comasnovasinformações
sobre as ordens basais viventes de peixes actinopterigianos, a hipótese inicial parece
ser válida. No entanto, apesar de amplamente aceita a hipótese de que os centros
uraisdosteleósteossejamresultadosdefusões,seuspré formadoresvariamentreas
diferentes linhagens. Deste modo, é imprescindível a identificação de quais centros
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
257
compõem oscentros caudais dos adultos para formular hipóteses sólidas de
homologiasprimárias.
Nas espécies analisadas no presente estudo podese atestar que os centros
vertebraiscaudaisapresentadosnosadultos sãoresultantesdefusõesentre
elementosprimariamentedistintos.Nesteestudosobreaontogeniadestasestruturas
podese constatar a suposta condição “basal” de que vários centros vertebrais es
tão
envolvidos na formação dos centros urais dos adultos, uma vez que, ao menos nos
estágios iniciais do desenvolvimento, foi possível observar a delimitação de mais de
dois centros urais. Como reportado acima, nas linhagens mais derivadas, como os
Ostariophysi, os centros vertebrais posteriores nunca se desenvolvem de forma
totalmenteindividualizada,nem aomenos comossificaçõesiniciais. Estesestágiosde
desenvolvimento foram totalmente perdidos durante a evolução. Todavia,
resta um
“resquício”daformaçãodoscentrosvertebraisprimários destaregião.Estaevidência
éaconstriçãoda notocordanospontosondesearticulamascartilagensdoshipurais.
Tal deformação da notocorda é apresentada em toda sua extensão, correspondendo
ao local exato aonde o centro vertebral irá se formar, de tal modo que fica clara a
homologia serial dos centros. Comparando com grupos externos basais, como em
Amia,oscentrosuraisapresentamomesmopadrãodescritoacima,sendooprimeiro
estágio, o de constrição da notocorda (cf. Grande & Bemis, 1998; Fig. 116). Deste
modo, fica claro que tal critério pode ser utilizado para se inferir os centros que se
formariamprimariamentenaregiãocaudal.
EmProchilodus,apartirdaconsolidaçãodascartilagensdoshipurais,épossível
identificar tais constrições na notocorda nos exatos pontos onde as cartilagens dos
hipurais e do arco do paripural se articulam (Fig. 97). Os locais
de articulação dos
hipurais mais posteriores (5 e 6) não apresentam tal constrição na notocorda. Em
algunsindivíduosondefusãodaextremidadeproximaldohipural1com oarcodo
paripural,éinteressante notarqueumaúnica eamplaáreadeconstrição é aparente
(Fig. 97A), indicando, possivelmente, que dois “précentros” (PU1 e U1) estivessem
presentesefundidosentresi,mesmonesteestágioinicialdaontogenia.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
258
Asossificaçõestêminícioaoredordasáreasconstritasdanotocorda,demodo
que, nas larvas, observase, ainda que intimamente associados entre si, os centros
PU1,U1eU2(Fig.97B)eapósumpequenoespaço(quecorrespondeaodiastemada
nadadeira caudal), uma área de ossificação mais ampla correspondendo à formação
doscentrosU3eU4(Fig.98).Esteúltimocentrosomenteseformanaporçãoanterior
dohipural4efundeseimediatamenteaocentroU3.Nosestágiossubsequentes,dois
grandescentrossão observados,sendoque omaisanterioréaqui consideradocomo
correspondendo à fusão entre os centros PU1+U1+U2, e o mais posterior, à fusão
entre os centros U3 e U4 (Fig. 100). Por fim, nos estágios tardios, todos os centros
fundemseentresi,formandoouróstilo,demodoqueoreconhecimentodeseuspré
formadoresficaimpossível(Figs.101e102).
AcondiçãoapresentadanosSiluriformesanalisadosseguefielmenteodescrito
acimaefoireportadopreviamente,comasmesmasconclusões(e.g.Fujita,1992c).
EmPseudoplatystoma ,aconsolidaçãodascartilagensdoshipurais(cf.Figs.103e104)
desencadeia as constrições da notocorda nos locais de articulação destas. O local de
articulação do hipural mais posterior (hipural 5) é o único onde a notocorda não
apresenta tal constrição. Com a subsequente formação do paripural, outro ponto de
constriçãosurgenaregiãodearticulaçãodesteelemento(Fig.104A).Comoobserv ado
emProchilodus,notasequeafusãoentreoarcodoparipuraleohipural1resultaem
uma área de constrição mais ampla (Fig. 104B), correspondendo à “fusão” dos “pré
centros”PU1eU1.Estemesmoacontecimentoéobservadonoestágioseguinte,com
a fusão proximal entre cartilagens dos hipurais 1 e 2, na região ventral do esqueleto
caudaleentreoshipurais3e4,napartedorsal(Figs.105AeB).
As ossificações dos centros, que ocorrem nestas constrições, representam,
ainda que intimamente associados entre si, os centros PU1, U1 e U2, e após um
pequenoespaço,ocentrocomplexomaisposterior,quesupostamentecorresponderia
aoscentrosU3eU4presentesprimitivamente(Fig.105).Nosestágiosmaistardios,os
centros caudais anteriores (PU1+U1+U2) fundemse formando o uróstilo e o centro
complexo mais posterior (U3+U4) fundese às bases dos hipurais 3 e 4, ficando,
durante algum período separado do uróstilo (Fig.106A).Posteriormente,estecentro
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
259
associase, na face anterior e medial, ao uróstilo, acabando por se fundir a ele nos
estágiosavançadosdodesenvolvimento(Fig.107e108).
Em Lophiosilurus, a situação é exatamente como aquela apresentada em
Pseudoplatystoma. Porém, as fusões entre os hipurais acontecem rapidamente nos
estágios iniciais, de modo, que a compreensão do desenvolvimento dos respectivos
centrosficaclaraapósacomparaçãocomPseudoplatystomaeProchilodus.
ComodiscutidoporPinna&Ng (2004) ocentroU2 (sensuLundberg&Baskin,
1969) está presente como elemento distinto em adultos de diversos grupos de
Siluriformes. Nestesgrupos, mesmos nos indivíduos adultos, este centro está
associadoaoshipurais 3e4, sendoqueemalgunsgrupos,o hipural5está fundidoà
placahipuraldorsal.Combasenosdadosdopresenteestudo,suponhoqueosegundo
centro ural(sensuPinna &Ng,2004)sejatambémum centrocomplexoresultadoda
fusãoentreoscentrosU3eU4.Umaanálisededesenvolvimentodestesgruposdeverá
serfeitacomointuitodesetestarahipótesedehomologiaformuladaanteriormente.
Contudo, a discussão de Pinna & Ng (2004) não é invalidada, pois o padrão de
formaçãodo centro complexomais posteriorparece serhomólogoentre os
Ostariophysi.
Conformediscutidoacima,umpadrãoconservadoé claramenteobservadonas
espécies das ordens Characiformes e Siluriformes analisadas: a existência de dois
grupos de centros vertebrais posteriores, sendo que o mais anterior, usualmente
identificadonosbagrescomosendoafusãoentreoPU1+U1(sensuLundberg&Baskin,
1969), na realidade corresponderia aos centros PU1+U1+U2, e o mais posterior,
usualmente identificado como sendo o centro U2 (sensu Lundberg & Baskin, 1969),
seriaafusãoentreoU3eU4.
OsdadosdeBird&Mabee(2003)reforçamestepadrãonosOstariophysi,uma
vezquenoreferidoartigo,comanálisede umaespéciedeCypriniformes,asimagens
do desenvolvimento da nadadeira caudal mostram as áreas de constrição na porção
caudaldanotocorda,sustentandooexpostoacima.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
260
ComorecentetrabalhodeGrünbaum&Cloutier(2010),opadrãodeformação
doscentrosvertebraiscomplexos doesqueletocaudalpode ser aindamaisprimitivo.
No referido estudo, os autores analisam o desenvolvimento do esqueleto caudal em
Salmonidae e, com base nas imagens apresentadas, observase o padrão de
constrição da notocorda associado aos elementos ventralmente articulados. Ficam
claras estas constrições associadas com os futuros paripural e hipurais 1 a 4, assim
comoobservadosnosOstariophysiaquianalisados.
Algunstrabalhoscomentamsobreaformaçãodoesqueletocaudalemdiversos
grupos de peixes. No entanto, a grande maioria destes artigos apresenta somente
desenhos simplificados e não fotografias, de tal forma que a reinterpretação fica
comprometida. Não seria surpresa se a composição dos centros vertebrais caudais
discutidaacimafossecompartilhadaporumgrupomaisamplodepeixes,abrangendo
tambémaslinhagensmaisderivadas,comoPerciformes(cf.Hilton&Johnson,2007).
Espinhosneuraiseepurais
Osespinhosneuraisdasvértebrasmais posteriores,na regiãocaudal,sãopré
formados em cartilagem. Estas barras cartilaginosas ímpares tem formação autógena
e, posteriormente, fundemse medialmente aos respectivos arcos neurais. O número
destascartilagensvariamuitoentreasdiferentesordensdospeixesactinopterigianos.
Nas espécies estudadas, esta variação foi verificada. Prochilodus apresenta espinhos
neurais préformados em cartilagem associados aos centros préurais 2 e 3. Nesta
espécie, as cartilagens destes espinhos são finas barras, cujo comprimento não
ultrapassaotamanhomédiodosepurais.Emalgunsindivíduos,podemserobservadas
pequenas cartilagens associadas aos arcos neurais do centro préural 4 (Fig. 98B).
Apesardeestascartilagensserem,semdúvida,préformadorasdosespinhosneurais,
esta condição é anômala nesta espécie. Os espinhos neurais localizados nas demais
vértebras, anteriores ao centro PU4 o apresentam, em nenhum estágio do
desenvolvimento,oprecursorcartilaginoso.Sãoformadosporossificaçõesdérmicase
possuem um tamanho reduzido se comparado aos espinhos mais posteriores. Este é
um claro exemplo de estruturas que perderam seus precursores cartilaginosos e
continuam se desenvolvendo (cf. Emelianov, 1939). A perda de um precursor
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
261
cartilaginosonãoinvalida a homologiaserialdoelemento.A ossificaçãodosespinhos
quesãopréformadosemcartilagemépericondral.Estaossificação,comodiscutido
no presente trabalho, ocorre a partir de diferenciações de células mesenquimais
relacionadas à cartilagem (diferente da ossificação endocondral). Desse modo, a
cartilagem, apesar de atuar como um “guia”, não interfere nesta ossificação. Um
padrãoconsistente,porém,équeumespinhoneuralprimariamentepréformadoem
cartilagem, quando não desenvolve este precursor, termina por apresentar um
tamanhoreduzido.
Nos Siluriformes analisados, vários espinhos neurais são préformandos em
cartilagem.Aformaçãodesteselementossegueoexpostoacima.Umaconclusãogeral
aponta que a manutenção evolutiva dos precursores cartilaginosos dos espinhos
neurais esteja intimamente relacionada com a sustentação dos raios da nadadeira
caudal. Logo, não é coincidência que Prochilodus apresente poucas cartilagens de
espinhos neurais. Isso se deve ao número reduzido de raios da nadadeira caudal,
quandocomparadoaonúmeroderaiosdasnadadeirascaudaisdePseudoplatystomae
Lophiosilurus.
O elemento do esqueleto caudal denominado epural foi definido por Monod
(1968) como sendo um elemento ímpar e livre, posicionado entre o último espinho
neural do centro préural e o eixo dorsal do esqueleto caudal. Tal elemento
comumente suporta as lepidotríquias. A origem do epural foi debatida na literatura,
conforme discutido por Schultze & Arratia (1989) e não será repetida aqui. Estes
autores, baseados nos dados presentes, restringem o termo epural aos elementos
derivadosdaseparaçãodosespinhosneuraisdeseusrespectivosarcos.Bird&Mabee
(2003),assimcomoos dadosdopresente estudo,sustentamestahipótese. A origem
autógena do epural, além de sua localização, no septo mediano, segue o padrão
apresentado pelos espinhos neurais caudais préformados em cartilagem. Porém,
ressalto umevento nítido de heterocronia no surgimento deste elemento. A
cartilagemdoepuralsecondrificaemestágiosdedesenvolvimentoondenãosinais
das cartilagens dos espinhos neurais. Tal fato talvez possa ter sido responsável pela
divergência entre as hipóteses de homologia levantadas. A primitiva relação dos
epurais com centro vertebrais específicos é praticamente impossível de ser
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
262
recuperada, uma vez que estes elementos têm origem totalmente distinta dos
espinhos e dos arcos neurais. Todavia, como elegantemente discutido por Hilton &
Johnson (2007), a comparação com grupos externos próximos (i.e. exemplares da
mesma ordem ou família) pode resolver problemas de homologia, revelando quais
destas estruturas foram perdidas. Em Prochilodus, estão presentes três epurais,
enquantoque emPseudoplatystoma eLophiosilurus apresentamsomente um
(condição geral para os Siluriformes). A homologia deste único elemento dos bagres
comaquelespresentesnosCharaciformesnãopodeserfeita,comodiscutidoacima.A
condição de Prochilodus pode ser interpretada como primitiva, considerando que
conserva mais “espinhos neurais” destacados associados aos centros urais, enquanto
nosSiluriformes,todosesteselementosforamperdidos,comexceçãodeum.
Arcosneuraiscaudaiseuroneural
Os arcos neurais da região caudal se desenvolvem da mesma maneira que os
arcos neurais associados aos centros mais anteriores, não caudais. Seus
desenvolvimentosforamdiscutidosanteriormenteanãoserãodetalhadosnovamente.
Em suma, são estruturas préformadas em cartilagem, cuja ossificação tem início nas
extremidades distais e progridem proximalmente. As cartilagens são resultantes das
extensões dorsais dos basidorsais elementos nodulares pareados e fundemse
medialmente,eemsequênciafundemsetambémàcartilagemdoespinhoneural.
Destacase a formação dos arcos neurais localizados mais posteriormente.
Estes arcos são normalmentemenores que os mais anteriores. Em algumasespécies,
especial
mente nos exemplares de maior porte, os arcos neurais mais posteriores,
associadosaocentrocomplexo,possuemumformatototalmentedistintodosdemais.
Isso se deve ao fato de ossificações dérmicas acessóriase tardias se formarem entre
estes elementos, podendo até mesmo causar a fusão total, formando lâminas
pareadas na região dorsal do uróstilo. Desse modo, tornase virtualmente impossível
acessarashomol
ogiasdoselementosenvolvidos.
A formação dos arcos neurais mais posteriores não apresenta um padrão
consistente em Ostariophysi, variando entre os grupos distintos. Em Prochilodus são
formados,inicialmente,trêsarcosneuraislocalizadosnaregiãodecurvaturadorsalda
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
263
notocorda (Fig. 98). Pela relação “umparaum” comentada anteriormente, podese
inferir que estes arcos seriam primariamente associados aos centros PU1, U1 e U2.
Devido à torção da notocorda tambémum deslocamento anteriordestes
elementos,quandocomparadaàsituaçãopresenteemAmia,porexemplo.Duranteo
desenvolvimento, estes arcos fundemse entre si através de lâminas de ossificação
dérmicaquesurgemtardiamente.
Em Pseudoplatystoma, também três arcos neurais na região posterior que
nãopossuemespinhosassociados(Fig.105B),sendoque,omaisposterioréreduzidoe
nãosefundemedialmente comsuapartecontralateral.Sugeresequeasassociações
primitivas destes arcos neurais com os respectivos centros vertebrais sejam
sequenciais,umavezquenenhuma perda(centrosemocorrespondentearconeural)
é observada. Diante disso, estes últimos arcos seriam aqueles derivados dos centros
PU1, U1 e U2, respectivamente. Estes arcos, durante o desenvolvimento, fundemse,
conforme relatado em Prochilodus, ficando reduzido a um arco neural dorsalmente
associadoaouróstilo(Fig.108).
Em Lophiosilurus, os dois arcos mais posteriores estariam associados aos
centros PU1 e U1. O centro PU2 possui um arco completo, com espinho neural. Em
alguns exemplares, no entanto, o arco neural do centro PU2 não apresenta espinho,
sendo uma condição anormal (fig. 125A). Outros exemplares apresentam uma
condiçãoondeoarcodocentroPU2nãopossuiespinhoeumacartilagemnodular
anterioraoepural.Estacartilagemdeve,provavelmente,representaroespinhoneural
doarcoPU2quenãosedesenvolveu.
Osuroneuraissãoossospareadosalongados,localizadosdorsolateralmentena
porção caudal da notocorda, posteriormente ao último arco neural. Regan (1910)
considerou os uroneurais como sendo arcos neurais modificados, seguindo autores
prévios.Talhipótesetemsido amplamenteaceita (cf.Nybelin,1963; Monod, 1968[=
‘urodermais’];Schultze&Arratia,1989;Bird&Mabee,2003),assimcomoa presença
de uroneurais é tida como sinapomorfia de Teleostei (cf. Pinna, 1996). Patterson
(1968) considerou os uroneurais como ossos membranosos, uma vez que
normalmente não são pré formados em cartilagem. Esta informação foi suportada
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
264
recentemente por Witten & Huysseune (2007). Porém, nos grupos basais, como em
Salmoniformes, os uroneurais ainda possuem precursorescartilaginosos como
demonstradoporGrünbaum&Cloutier(2010)emSalvelinus.Onúmerodeuroneurais
variaamplamente,sendo,claramentereduzidoduranteaevolução.Nosgruposbasais,
comonofóssilAnaethalion,sãoencontradosatécincoeestenúmeroégradualmente
reduzidoemlinhagensmaisderivadas,desaparecendonaslinhagens‘apicais’comoem
vários acantopterigianos (cf. Schultze & Arratia, 1989). Conforme discutido por
Schultze & Arratia (1989) os uroneurais de adultos de diferentes grupos não o
necessariamente derivados de arcos primariamente associados com o mesmo centro
ural.Destemodo,paraseconhecerahomologiadesteselementosdeveserecorrera
dados de ontogenia. Monod (1968) diferencia condições específicas dos uroneurais
como o pleuróstilo e estegural.Segundo este autor, o pleuróstilo corresponderia aos
processos[uroneurais]dorsolateraisfundidosàvértebrapréural.Porém,mesmoque
estejafundidoaestecentro,ouroneuralpodeserderivadodeoutroscentros.Ouseja,
ahomologiadospleuróstilosemgruposdistintospodenãoserreal.
Em Prochilodus dois pares de uroneurais estão presentes, sendo o par mais
anterior,omaisevidenteerobusto.Oparmaisposterior,localizadomaislateralmente
e com cerca de metade do comprimento do uroneural 1, não apresenta nenhuma
relaçãocomquaisquercentrosurais.Analisandoasrelaçõesdosarcosneuraiscomos
centrosuraisépossívelespecular que os arcosneuraisposterioresaoarco docentro
PU2 sejam primitivamente associados aos centros PU1, U1 e U2, respectivamente.
Com isso, o uroneural 1 corresponderia ao arco neural modificado do centro U3 e o
uroneural 2, do centro U4. De fato, o uroneural 1 possui uma íntima conexão com o
último arco neural (U2) (Fig. 100B), o que poderia indicar sua homologia serial com
estasérie.
NocasodosSiluriformes,acondiçãogeraldogrupoéapresentarsomenteum
único par de uroneurais. A série de desenvolvimento de Lophiosilurus talvez possa
apontararelaçãoprimitivadoarcomodificadoquetenhaoriginadoouroneural.Nesta
espéciefoipossívelobservarquedoisbasidorsaisestãoassociadoscomaformaçãodo
centroposterioraocentroPU1(Fig.112B).Estecentrocomplexo,conformediscutido
anteriormente, corresponderia à fusão dos centros U1 e U2. Sendo assim, os
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
265
basidorsaisalilocalizadosrepresentamacondiçãoprimitiva,sendoidentificadoscomo
basidorsais dos centros U1 e U2, respectivamente. Analisando o desenvolvimento
destes basidorsais, observase que o basidorsal mais anterior (U1) possui uma
ossificação que se desenvolve pericondralmente, voltada dorsalmente, formando o
iníciodoarconeuraldocentroU1.Estecentro,comodiscutido,é‘incompleto’,nãose
fundindo medialmente com sua contraparte. Outra ossificação, voltada
posteriormente,sedesenvolveassociadaaobasidorsalmaisposterior(U2),formando
ouroneural.Comisso,épossívelinferirqueouroneuralsejahomólogoaoarconeural
modificado do centro U2. No estágio de desenvolvimento seguinte, estas cartilagens
basidorsaissefundementresi,apagandoostraçosdodesenvolvimentodouroneural
(Fig.113B).
Arcoshemaisearcodoparipural
Os arcos hemais são elementos pareados que se desenvolvem da expansão
ventral dos basiventrais. Estas cartilagens fundemse medialmente e, em seguida,
conectamse com as cartilagens dos espinhos hemais. Os arcos hemais estão
presentes, associados a todos os centros vertebrais, mesmo os mais posteriores,
constituintes do esqueleto caudal. O arco hemal mais posterior localizase associado
ao primeiro centro préural, sendo identificado, principalmente, pelo ponto de
bifurcaçãodaartériaeveiacaudais.Estearcocontribuiparaaformaçãodoparipurale
é aquichamadodearcodo paripural para distinguilo deseushomólogosanteriores.
Asossificaçõesdosarcoshemaissãovirtualmente idênticasàquelasdosarcosneurais,
iniciandose nas extremidades distais (ventrais) e progredindo proximalmente, até
fundiremseaocentrovertebral.
Espinhoshemais,paripuralehipurais
Espinhos hemais são elementos ímpares, primariamente préformados em
cartilagem,conformepodeserobservadoemAmia(Fig.116;Grande &Bemis,1998).
Estes elementos o de origem autógena e se fundem aos respectivos arcos hemais,
assim que estes completam sua formação cartilaginosa (i.e. fundemse medialmente
com suas contrapartes). Após a fusão e com início da ossificação dos arcos hemais,
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
266
ossificamse os espinhos hemais. A ossificação pericondral tem início no ponto de
fusão com os arcos (extremidade proximal) e progride distalmente, degenerando a
cartilagemeconsolidandoaossificação.
Assimcomoocorrenosespinhosneurais,osespinhoscaudaismaisposteriores
apresentamascartilagensprimordiais.Osespinhosanterioresaestessedesenvolvem
semosprecursorescartilaginosos,sendo,consequentemente,maiscurtosedelgados.
Os espinhos que apresentam precursores cartilaginosos estão associados com a
sustentação de alguns raios da nadadeira caudal. Desse modo, como a nadadeira
caudaldeProchilodusémenorsecomparadaàdosbagres,nestaespéciesomentedois
espinhoshemaissãopréformadosemcartilagem,osespinhosdoscentrosPU2ePU3.
Nos siluriformes, vários espinhos possuem cartilagens primordialmente, uma vez que
os raiosdanadadeiracaudalseestendemmais para frente, tantodorsalmentecomo
ventralmente.
O espinho associado ao arco hemal mais posterior é identificado
tradicionalmentecomparipural,sendoesteopontoanatomicamentemaisimportante
do esqueleto caudal, pois, sendo homólogo nos Teleostei, serve como marco para a
identificação dos demais componentes caudais. O desenvolvimento do paripural é
exatamenteaqueledescritodosespinhoshemais.
Posteriormente ao paripural encontramse os elementos de suporte dos raios
caudais principais (lepidotríquias). Estes elementos, tradicionalmente identificados
comohipurais,sãoímpares,préformadosemcartilagemecomorigemautógena.
Bird & Mabee (2003) consideram os hipurais como sendo arcos hemais
expandidos, lateralmen
te achatados e que se fundem aos espinhos hemais. No
entanto, nenhum precursor pareado, que pudesse corresponder aos arcos hemais,
podeseridentificadoemqualquerestágioontogenético.Dessemodo,oshipuraissão
aqui considerados como serialmente homólogos aos
espinhos hemais sendo que os
respectivosarcoshemaisdoscentrosuraisforamperdidos.Estamesmainterpretação
haviasidopropostaporArratia&Schultze(1992).
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodo esqueletocaudal
267
O número de hipurais tem sido considerado como um importante caráter
filogenético para diagnosticar vários grupos de peixes. Um padrão reducional é
novamentenotadonaevoluçãodesteselementos,ouseja, gruposbasaisapresentam
umnúmeromaiordesteselementos,osquais,aindaseapresentamlivres.Tyler(1970)
observou este padrão reducional na ordem Plectognathi, mas isso pode ser, sem
dúvida, estendido a Teleostei. Este número é reduzido durante a evolução dos
Teleostei através de perdas e fusões entre os elementos restantes. Arratia (1997,
1999) reporta sete elementos hipurais noteleósteo jurássico Orthogonikleithrus.Nos
Clupeocephala, uma redução para seis hipurais ou menos é considerada uma
característicasinapomórfica(Patterson&Rosen,1977).Diantedissoeconsiderandoos
diversospadrõesdefusõesdesteselementosentresiecomoscentrosurais,ficaclara
aimportânciadeseconhecerquaishipuraisestãopresentes,resultandonaschamadas
“placashipurais”.Estasfusõespodemchegaragrausextremos,comoafusãodetodos
oshipurais,juntamentecomocentrocomplexo,formandoumaúnicaplaca(cf.Fujita,
1990). Além disso, ressalto que os padrões de fusões, embora característicos de
determinados clados de Teleostei, são eventos homoplásticos, com o mesmo tipo de
fusão encontrada nos adultos acontecendo independentemente em grupos não
proximamenterelacionados.
As cartilagens do primeiro e segundo hipurais são as primeiras a serem
condrificadas,sendoestasasprimeirasestruturasdoesqueletocaudalcomoumtodo.
Estepadrãopode serverificado emdiversosgrupos deteleósteosnãoproximamente
relacionados(e.g.Barrington,1937;Peckham&Dineen,1963;Mook,1977;Fritzsche &
Johnson, 1980; Potthoff, 1980; Taki et al., 1986; Fujita, 1992a; 1992b, 1992c;
Matsuoka, 1982; Kohno, 1997; Koumoundouros et al., 1997; Gavaia et al., 2002;
Grande & Shardo, 2002; Grünbaum & Cloutier, 2010). Em sequência, se formam as
cartilagens dos hipurais mais posteriores (dorsais), cujo tamanho diminui
progressivamente. A ossificação dos hipurais segue o padrão apresentado nos
espinhoshemais,iniciandobasalmenteeseestendendodistalmente.
Em Prochilodus, assim como na maioria dos Characiformes, os hipurais se
mantém livres entre si mesmo nos indivíduos adultos (e.g. Weitzman, 1962; Roberts,
1973b; Vari, 1982; Vari, 1983; Weitzman & et al., 1988; Weitzman & Ortega, 1995;
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
268
ToledoPiza, 2000). Todavia, nesta espécie, alguns pontos podem ser ressaltados. O
hipural 1 perde sua articulação com o centro U1 que contribui na formação do
uróstiloumavezquesuaextremidadeproximalsedegeneraduranteaontogenia.O
hipural2sefundeaouróstilo. Os hipuraisdolobodorsalda nadadeira caudal(3a 6)
nãosefundemaocentrocomplexoesomenteohipural3semantémarticuladoaele.
Uma análise mais ampla deve serfeita a fim de se propor hipóteses sobre o grau de
generalidadedeste padrão.Nopresente estudo,este padrãose restringiuà
Prochilodus.
NosSiluriformes,somente Diplomystidae,alinhagem maisbasal destaordem,
apresenta a condição primitiva dos hipurais, sendo estes, elementos individualizados
entre si e em número de seis (cf. Arratia, 1987). Diversos padrões de fusões são
encontradosnosgruposdestaordem(cf.Lundberg&Baskin,1969;Arratia,1982).Em
Pseudoplatystoma, ainda que os adultos apresentem as placas hipurais ventral e
dorsal, é possível, identificar os seus constituintes. Com os dados ontogenéticos tal
informação se torna evidentemente mais precisa. As cartilagens dos hipurais 1 e 2
fundemse nas extremidades proximais nos estágios iniciais do desenvolvimento,
seguidopelafusão entre oshipurais3e 4(Fig.115A).Ascartilagens não apresentam
mais fusões. Porém, após as ossificações pericondrais estarem em estado avançado
(Fig. 106A), ossificações dérmicas acessórias, se formam, terminando por fundir os
hipurais do lobo dorsal e do lobo ventral. No lobo dorsal, o hipural 5 é o ultimo
elementoasefundireestafusãopodenãoser
completa(Fig.108).
Os exemplares adultos de Lophiosilurus possuem uma fusão completa dos
elementosconstituintesdasplacashipurais,deixandovirtualmentenenhumtraçoque
possa identificar seus precursores. A ontogenia novamente esclarece esta questão.
Notase que, desde os estágio mais precoces, os hipurais 1 e 2 em
ergem fundidos
entresi,comoumaúnicaplaca cartilaginosa. Estaplacapossuipraticamente o dobro
dalarguradaplacadohipural3.Umavezquenãoseobservaa “fusãoontogenética”
entreoshipurais1e2,poderiatambémsesuporque algumdestes2elementosteria
sidoperdido.Noentanto,não considero estaopçãocomo amaisparcimoniosapelos
seguintesaspectos:
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
269
‐Aplacahipural1+2fundeseàcartilagemdoparipural.Estafusãosomenteé
observada entre o hipural 1 e o paripural, de modo que deveria se admitir que ao
menosohipural1estariapresente;
‐Osurgimentodoshipuraisobedeceumasequênciadefrenteparatrás,detal
formaqueseriaimprováveladmitiraperdadeumapeçaintermediária(hipural2).De
fato, aperdasempreocorreentreoselementoshipuraisterminais,quesurgem mais
tardiamente(hipural5,6,etc.);
‐ Os hipurais 1 e 2, mesmo nos Characiformes, sempre se fundem, ao menos
nas extremidades proximais e nos Siluriformes esta fusão ocorre em quase todas as
espécies.Portanto,meparecemaisparcimoniosoassumiruma“fusãoevolutiva”total
desteselementosaoinvésdeassumiraperdadehipural2eposterioralargamentodo
hipural1.
Aidentidadedohipural3eposterioresnãoapresentamuitadúvida,poisum
claro intervalo entre aplaca hipural 1+2 e o hipural 3, que corresponde ao diastema
formado entre os lobos da nadadeira caudal. Este padrão é observado mesmo nos
gruposbasaiscomoCharaciformeseCypriniformes(cf. Bird & Mabee,2003)alémde
grupos não ostariofisanos (cf. Grünbaum et al., 2003; Grünbaum & Cloutier, 2010).
Adicionalmente, o hipural 3 fundese ao hipural 4. Esta fusão também é sempre
observadanosbagres,podendoohipural5semanterlivre.NocasodeLophiosilurus,o
hipural5fundesetardiamenteàplacadorsal.
A placa hipural ventral fundese ao centro complexo da nadadeira caudal
enquanto a placa hipural dorsal fundese ao “centro complexo posterior”, formado
pelos centros urais 3 e 4. Este conjunto dorsal, incluindo o centro, cujo tamanho é
reduzidosecomparadoaodouróstilo,fundeseaouróstilotardiamente(Fig.125).Nos
adultos, um único centro vertebral posterior pode ser identificado e ambas as placas
hipurais estão fundidas a ele e entre si, através de ossificações dérmicas. Esta fusão
não é completa, restando um entalhe posterior, usualmente identificado como
diastemadanadadeiracaudal.
DiscussãoeConclusões
desenvolvimentodoesqueletocaudal
270
Finfolderaiosdanadadeiracaudal
Apesar deste não ser o tema central desta tese, uma breve menção a estas
estruturas deve ser feita. A dobra primordial (finfold) consiste em “prega de pele”
apical, formada por uma camada dupla de células epidérmicas, dentro das quais se
desenvolverãoasactinotríquias(Wood&Thorogood,1984;vanEedenetal.,1996).As
actinotríquiassãoraiosnãosegmentadoscompostosporcolágeno(Bouvet,1974)que
propiciam a sustentação das nadadeiras nos estágios iniciais da ontogenia. Na dobra
primordial (finfold) surgem as actinotríquias, ao redor das quais se desenvolvem as
lepidotríquias,componentes ósseosdas nadadeiras, bilateralmentepareados e
segmentados(Lauder&Liem,1983).SegundoSmithetal.(1994),aslepidotríquiasda
nadadeiracaudaltêmorigemdecélulasderivadasdacristaneuraldotronco.Segundo
estes autores o mesmo fato deve ser verdadeiro para as demais nadadeiras,
evidenciando o papel fundamental da crista neural na interação com outros tecidos,
desencadeando eventos de diferenciação celulares que propiciam a formação de
tecidosdistintos.
As lepidotríquias se formam, inicialmente, nas extremidades proximais das
actionotríquias e se estendem distalmente. Durante sua formação as actinotríquias
vãosendogradualmentedegeneradas.Nãoéclaroquaismecanismosestãoenvolvidos
nesta degeneração, mas é provável que seja similar à degeneração de matrizes
cartilaginosa
s causadas pelas ossificações pericondrais. Estas ossificações impedem a
difusão de nutrientes e trocas gasosas entre a cartilagem e os vasos, levando a
processos de apoptose celular. Ressalto um padrão interessante observado nas
espécies do presente estudo, com os raios caudais (formação das lepidotríquias) se
iniciandonolocaldofuturoraiopri ncipal maisdorsal.Em
seguida,desenvolvemseos
raios ventrais, sequencialmente, assim como os procurrentes dorsais. Porém, não é
claro se este padrão pode ser considerado válido para toda a ordem ou níveis
hierárquicos mais gerais, necessitando que esta característica seja investigada com
umamaiorabrangênciaxica.
Apêndice
271
A PÊNDICE
Esqueletodérmicoeendoesqueleto
O esqueleto dos Craniata pode ser dividido em duas partes: a integumentar
superficial, ou esqueleto dérmico, e o endoesqueleto, mais profundo. Embora
separados por posições distintas no corpo, eles também diferem no modo de
desenvolvimentoembrionário.Oesqueletodérmico consiste de placas ósseasquese
desenvolvemcomoossosmembranososdentrooulogoabaixodapele.Noentanto,a
maioriadoesqueletodosCraniataédeumesqueletomaisprofundo(endoesqueleto)
composto de cartilagem ou cartilagem substituída por osso. A problemática de
distinção entre os dois tipos de esqueletos é bem mais ampla e, na prática, tornase
difícil a separação entre os dois tipos. Isso acontece porque alguns elementos
superficiais se movem mais profundamente durante o desenvolvimento, ficando
intimamente associados com os elementos do endoesqueleto. Durante o
desenvolvimento os ossos podem se desenvolver de um precursor cartilaginoso
(“cartilage bone”) ou diretamente de uma condensação mesenquimal (“membrane
bone”ou“dermalbone”).Osossoscartilaginosospodemserformadosdedoismodos:
endocondralmente, com a ossificação começando dentro do molde cartilaginoso, ou
pericondralmente, com a ossificação começando no pericôndrio que circunda a
cartilagem(Patterson,1977).Peixesteleósteosprimitivos,incluindoOstariophysi,não
possuemossosacelulares(Parenti,1986).
Esqueletocranianoepóscraniano
Usualmente, o esqueleto é dividido arbitrariamente em duas regiões no eixo
ânteroposterior: o esq
ueleto craniano, para a região da cabeça, e o esqueleto pós
craniano, para o restante do corpo. O esqueleto craniano inclui elementos do
endoesqueleto que encapsulam e protegem o encéfalo, órgão olfa tório e ouvido
interno (condrocrânio); arcosviscerais endoesqueléticos (esplancnocrânio) e os
elementosdérmicosquecircundamasoutraspartes(dermatocrânio).
Apêndice
272
O esqueleto póscraniano pode ser dividido novamente em esqueleto axial e
apendicular. O esqueleto axial, incluindo as partes situadas ao longo do eixo
longitudinal do corpo: a notocorda; coluna vertebral (que se desenvolve ao redor da
notocorda); costelas; nadadeiras medianas (ou ímpares) e esterno. o esqueleto
apendicular se refere às partes localizadas lateralmente ao esqueleto axial e é
compostodeelementospareadosesuasrespectivascinturasdesustentação.
Componentesdoesqueletocraniano
Oesqueletocranianopossuidistintasorigensembrionáriasepodeserdivididoemtrês
partes:condrocrânio,esplancnocrânioedermatocrânio.
Condrocrânio
Ocondrocrânio,tambémchamadodeneurocrânio,temafunçãodeproteção.
Sãocartilagens eossos préformadosemcartilagem quecobrem oencéfalo
ventralmente,caudalmenteeparcialmentelateralmente.Tambémencapsulaoouvido
internoeórgãosolfatórios.
A maior parte do condrocrânio surge de células da crista neural. Um par de
cilindroscartilaginosos,chamadoscartilagensparacordais,sedesenvolvemaoladoda
extremidade rostral da notocorda, que, em estágios embrionários precoces, se
estendem até logo abaixo do encéfalo. As cartilagens paracordais se desenvolvem e
fundemse na base do neurocrânio, formando a placa basa
l. Um par de cartilagens
cilíndricas, chamadas trabéculas, estendemse rostralmente fundindose às cápsulas
nasais. As trabéculas formam o fundo da parte rostral da caixa craniana. Sua
extremidaderostralpodefundirse,formandoaplacaetmoide,queficaentre oparde
cápsulasnasais.
Caudalmente, vários elementos occipitais
circundam a notocorda e a porção
posterior do encéfalo. Sua união forma o arco occipital. O forâmem magno é uma
aberturadoarcooccipital,permitindoapassagemdamedulaespinhal.
Ascápsulasnasaiscartilaginosassedesenvolvemaoredordossacosnasaisese
unemàplacaetmoide.Ascápsulasóticas,primariamenteformadasporcartilagem,se
desenvolvem ao redor de partes do ouvido que ficarão no interior do condrocrânio
Apêndice
273
(ouvido interno). Esta estrutura é composta dos dutos semicirculares e sacos
associadosquecontemcélulasreceptivasparaequilíbrio.Cápsulasópticascomeçama
seformaraoredordosolhos,masnãoseunemaorestodocondrocrânio.
Asparedeslateraisdocondrocrânio,entreosolhos,sedesenvolvemapartirde
umcomplexodecartilagenscilíndricas,chamadascartilagensorbitais.Estascartilagens
coalescemumas com as outras,deixandoespaçosentre elas, permitindoapassagem
do nervo óptico e outros nervos cranianos. Na maioria dos vertebrados, a porção
dorsaldoencéfaloécobertaporossosdérmicos.
Na sequência do desenvolvimento, as cartilagens começam a ser substituídas
porossos.Opadrãobásicoconsistedequatroelementosoccipitaisossificadosnoarco
occipital, ao redor do forâmen magno: um basioccipital, um par de exocipitais e um
supraoccipital. Dois ossos óticos surgem cobrindo a cápsula ótica, o próótico,
rostralmente, e o opistótico, caudalmente. Um osso basisfenoide forma o fundo e
partedaparedelateraldocondrocrâniorostralmenteaosossosbasioccipitaiseóticos.
Esplancnocrânio
A função doesplancnocrânio, ou esqueletovisceral(=branchiocranium, sensu
Gregory, 1933), está intimamente vinculada à respiração e aos mecanismos de
alimentação,suportandoosarcosbranquiaisemovimentandoaáguaatravésdeles.O
esplancnocrânio consiste de uma rie de arcos de cartilagem e ossos préformados
em cartilagem de origem derivada de células da crista neural situada na parede da
faringe, entre as aberturas branquiais (faríngeas). O esplancnocrânio é bem
desenvolvido nos peixes, nos quais os arcos suportam as brânquias e promovem
flexibilidadeeelasticidadeàfaringe.
A composição do esplancnocrânio, em sua condição primitiva (e.g.
Chondrichthyes) está ilustrada na Fig. 117. O arco visceral completo mais anterior
(erroneamente chamadodeprimeiro arco visceral, pois existem elementosdosarcos
prémandibulares), conhecido como arco mandibular, consiste da cartilagem palato
quadrado, que formará a maxila superior, e uma cartilagem inferior, a cartilagem de
Meckel,que formaráamaxilainferioroumandíbula.Oarcoimediatamenteposterior
(“segundo arco visceral”), conhecido como arco hioide, se situa logo atrás do arco
Apêndice
274
mandibular.Seusegmentodorsal,ahiomandíbulasearticulacoma cartilagempalato
quadrado e ajuda a suspensão das mandíbulas. O arco hioide continua ventralmente
no fundo da boca e faringe. É composto de segmentos articulados: o ceratohial, o
hipialeobasihial. Emalgunsgrupos,encontrase uma fendafaríngeaentreos arcos
mandibularehioide,chamadadeespiráculo.
Os demais arcos viscerais estão associados com o aparelho branquial e são
conhecidoscomoarcos branquiais. Primitivamente,ospeixesmandibulados possuem
5 arcos branquiais, mas, secundariamente, determinados grupos perderam alguns ou
adquiriramoutrosarcos.Osprimeirosquatroarcossituamsenabasedasbrânquias.O
último situase caudalmente à última abertura branquial, sendo, às vezes, muito
reduzido. Esses arcos são compostos de uma série de bastões cartilaginosos
articulados.Ascartilagens epibranquiaissãoseriamentehomólogasao hiomandibular
e palatoquadrado e as cartilagens ceratobranquiais são serialmente homólogas à
cartilagemdeMeckel(cf.Liemetal.,2001).
Dermatocrânio
Dermatocrânio é um nome para designar os ossos dérmicos superficiais que
completam a cobertura do condrocrânio, esplancnocrânio, musculatura associada e
olho. A figura 118 ilustra seus componentes. Sua origem embrionária vem
primordialmente de célulasderivadas da crista neural (ectomesênquima), mas
também tem contribuições de células mesodérmicas. Os ossos do dermatocrânio
podemseragrupadosemseisséries:
‐Tetodérmicoquecobreotopodacabeça,logoacimadocondrocrânio.Entre
ocondrocrânioe otetodérmicosituaseamusculaturadamandíbula,dosolhoseda
cartilagempalatoquadrado. O limite ventral do teto dérmico contribui para a maxila
superior.Caudalmente,otetoseunecomoossoquadrado.
‐Sériepalatal, ossosdérmicosquesedesenvolvemnocéudabocae cobrema
maior parte da superfície ventral da cartilagem palatoquadrado, deixando uma
abertura,conhecidacomofenestrasubtemporal.Estafenestrapermiteapassagemda
musculaturamandibular.
Apêndice
275
‐Ossoparesfenoide,fino,situadonasuperfícieventraldocondrocrânio.
‐ Série maxilar ventral encapsula a cartilagem de Meckel e se une ao osso
articular.
‐Sérieopercular,nospeixesósseos,cobrelateralmentearegiãobranquial.
‐ Série gular, nos peixes ósseos, cobre ventralmente a região branquial. Os
ossosopercularegularparticipamdosmovimentosderespiraçãoaalimentação.
Alguns peixes mandibulados possuem dentes associados às mandíbulas e, às
vezes, também aos ossos palatais e paresfenoide. Os dentes também podem estar
associados aos arcos branquiais, principalmente nos peixes teleósteos, onde muitos
grupos perderam os dentes das mandíbulas. A estrutura e fixação dos dentes variam
conformeadietaemecanismosdealimentação.
Esqueletopóscraniano
NosCraniatabasais,anotocordaembrionáriapersistecomoseuúnicosuporte
axial.Noentanto, pelomenostraçosdecentrosvertebraisestãopresentesemtodos
os Vertebrata adultos. Apesar destas estruturas variarem significativamente, podese
descreverumavértebrapadrãocomopossuindo:arconeural(ouarcovertebral) que
se estende dorsalmente ao cordão nervoso; foramens intervertebrais, através dos
quais passam os nervos espinhais; arco hemal (presente na região caudal de vários
peixes) que se estende ventralmente circundando a artéria e veia caudais. Algumas
espéciespossuemumaestruturaparecidacomespinhodeestendendodosápicesdos
arcos,aumentandoaáreadefixaçãomuscular:sãoosespinhosneuraisehemais.
A maioria dos vertebradospossuicorpos vertebrais (ou centros) em for
ma de
disco que substituem parcial ou completamente a notocorda durante o
desenvolvimento. Normalmente somente um centro ocorre por segmento (condição
monospondílica). Porém algumas espécies aprese ntam, principalmente na região
caudal, dois centros por segmento (condição diplospondílica). Os formatos das
superfícies dos centros também são muito variáveis entre os vertebrados. Ambas as
superfíciesdoscentrosemváriospeixesetetr
ápodesbasaissãocôncavas(anficélicas).
Apêndice
276
Nessas concavidades se situam discos intervertebrais, derivados da notocorda. Estes
discos consistem emuma bainha fibrosa circundando célulasvacuoladas,similaresàs
encontradasnanotocorda e espaçoscentrais extracelularespreenchidoscom fluidos.
Opapeldestesdiscoséprotegerasvértebrasdascompressõesque estãosujeitaspela
ação muscular (Schmitz, 1995). Em alguns vertebrados os centros podem apresentar
uma conformação diferente, possuindo uma forma de maçaneta (“knoblike bump”)
que se encaixa na concavidade do centro anterior. Este calombo é normalmente
formadopelaossificaçãodos discosintervertebraise fusãoao centro.Sea
concavidade estiver na superfície craniana é chamada de procélica e se estiver na
superfíciecaudal,opistocélica.Algunsanfíbioserépteisapresentamestacondição.
Asvértebrassedesenvolvemembriologicamentedecélulasmesenquimaisque
migram do esclerótomo dos somitos e se condensam lateralmente à notocorda e ao
cordão nervoso, entre os nervos espinhais (Gilbert, 2003). Estes grupos celulares
formam os primeiros componentes dos arcos. Associados com algumas vértebras,
principalmenteas mais anteriores e mais posteriores,estão os basidorsais e
basiventrais.Sãoestruturascartilaginosaspareadasquedãoorigemaosarcosneurai s
ehemais,respectivamente(Gadow &Abbott,1895). Conformeosarcos de
diferenciam, eles primeiro formam placas cartilaginosas, coletivamente chamadas
arcualia.Emalgunscasos,ascélulasdomesênquimasetransformamdiretamenteem
células formadoras de ossos. Ossificação membranosa também pode ser adicionada
perifericamente ao osso préformado em cartilagem. O modo com que o centro se
desenvolve, que é simultâneo à formação dos arcos, é muito variável. Nos peixes
actinopterigianos,outras célulasmesenquimaisdo esclerótomose condensam
formandoum tubopericordal
ao redordanotocordaesuabainha.Noscondricties,o
centro se desenvolve pela condrificação de células mesenquimáticas que invadem a
bainhadanotocordaemintervalosintersegmentais.Estessãooscentroscordais.Nos
actinopterigianos, os centros não passam por um estágio cartilaginoso, se
desenvolvendodadiretadeposiçãoósseaintersegmentalporcélulasmesenquimaisao
redor
do tubo pericordal. Estes são os centros pericordais. Conforme os centros em
ossificaçãosedesenvolvem,elessefundemàsbasesdosarcoshemaiseneurais.
Apêndice
277
Na maioria dos peixes a coluna vertebral pode ser dividida em duas grandes
regiões:aregiãodotronco,queocupadesdeocrânioatéacloacaearegiãocaudal.As
primeirasvértebrasdotroncosãomodificadasesearticulamcomotronco,orestante
é basicamente indiferenciado. As vértebras caudais diferem por apresentarem arcos
hemaisencapsulandoaartériaeveiacaudais.
O eixo vertebral dos peixes termina em uma nadadeira caudal expandida que
proporciona a maior força propulsora para a natação. Assim como as demais
nadadeiras, também é suportada distalmente por finos raios que se desenvolvem na
pregadepele,decadaladodanadadeira.OsraiosdasnadadeirasdosActinopterygiie
dos Sarcopterygii sãoconstituídos de pequenas placas ósseas pareadas em ambos os
lados ealinhadasemcolunas,chamadas lepidotríquias (Fig. 119).Estas lepidotríquias
se formam ao redor das actinotríquias, cuja completa constituição é ainda
desconhecida,aindaquesesaibaqueo colágeno éumdos seus constituintes(Zhang
et al., 2010). As homologias entre as lepidotríquias e outros elementos do esqueleto
integumentário foram abordadas amplamente por Johanson et al. (2005), de modo
que não serão repetidas aqui. Nas bordas ventral e dorsal podem existir espinhos
rígidos. Estes espinhos derivam do desenvolvimento de uma única placa óssea e não
são ramificados. Os raios da nadadeira caudal de articulam com os elementos
vertebrais, enquanto os raios das demais nadadeiras (pares e ímpares) se articulam
com elementos coletivamente chamados de pterigióforos, que às vezes se estendem
entreosespinhosneuraisehemais.
O formato da nadadeira caudal varia entre os peixes. Osteostraci (pei
xes
agnatos),amaioriadoscondríctieseosactinopterigianosesarcopterigianosprimitivos
têm uma nadadeira heterocerca, na qual o eixo vertebral é curvado dorsalmente.
Osteichthyes possuem uma nadadeira simétrica externamente. Internamente, na
extremidade caudal, os centros reduzidos fundemse formando o uróstilo. Grande
partedanadadeiracaudalé compa
radacomaparte ventraldanadadeiraheterocerca,
sendosuportadaporgrandesespinhoshemaisconhecidoscomoossoshipurais.Ossos
epurais(espinhosneurais)suportamsomenteumapequenapartedanadadeira,dorsal
ao uróstilo. Este tipo de nadadeira é conhecido como nadadeira homocerca. As
homologias acima citadas (hipurais e epurais são ainda motivos de debates na
Apêndice
278
literaturaesãocomentadosnopresenteestudov.discussão).Neopterygiiprimitivos,
como Amia e Lepisosteus, têm um tipo de nadadeira chamada de heterocerca
abreviadaqueéumtipointermediárioentreaheterocercaeahomocerca(Fig.120).
Anadadeiracaudaléumadasgrandesfontesdeinformaçãoparaosestudosde
relações evolutivas dos Teleostei. Foi primeiramente utilizado por Hollister (1936;
1937a; 1937b; 1940; 1941) para caracterizar subgrupos de teleósteos. Após os
trabalhos de Gosline (1960; 1961) começou a ser usado como uma fonte para a
definição de grandes grupos dentro de Teleostei e para se propor hipóteses de
relaçõesfilogenéticas.Sãocaracterísticasimportantesdoesqueletocaudal:onúmero
decentrosesuasligaçõescomoshipurais(númerodehipuraisporcentro,fusãoentre
hipurais,incluindoounãofusãocomoscentros),presençaouausênciadearcosneural
sobreocentroural,origemdeepuraiseuroneurais(Schultze&Arratia,1989).Nybelin
(1963; 1977)eMonod(1968)sistematizarama terminologia que éatualmenteusada
para a maioria das estruturas do esqueleto caudal. Nybelin (1977) distinguiu entre
esqueletocaudalpoliuralediural.Oesqueletocaudalpoliuralpossuivárioscentros,
comumenteumparacadahipural.oesqueletodiuralpossuisomentedoiscentrose
arelaçãodeumparaumfoiperdida.
CartilagenseOssosdetalhamento
Cartilagens(compiladodeLiemetal.,2001,Junqueira&Carneiro,1999eHall,
2005)
Cartilagem e osso são densos tecidos conectivos (tecidos em que materiais
extracelulares predominam sobre os componentes celulares), cujas estruturas os
tornammaisrígidos queligamentosetendões. Estarigidezconfere àcartilagemeao
ossoumagranderesistênciaàcompressão,tornadoasestruturasdesuporte.
Acartilagemsedesenvolvequandocélulasdomesênquimasetransformamem
condroblastosecomeçama secretar adepositarmatriz extracelular.Comoaumento
da matriz, os condroblastos se afastam uns dos outros e acabam isolados e cercados
por matriz. Neste estágio, são chamados de condrócitos, que ficam restritos a
pequenos espaços chamados de lacunas. Os condrócitos sintetizam e renovam as
Apêndice
279
macromoléculas da matriz cartilaginosa. A matriz cartilaginosa contém fibras de
colágenotipoIIqueficamimersasnasubstânciaaoredor.Estasubstânciaécomposta
de altas concentrações de moléculas proteoglicanas, tornadoa muito firme. Cada
molécula de proteoglicana consisteem uma parte central protéica, de onde irradiam
numerosas moléculas não ramificadas e relativamente curtas de glicosaminaglicanas
sulfatadas,principalmenteosulfatodecondroitinaeosulfatodequeratina.Ascargas
negativas nas terminações laterais destas moléculas se ligam a moléculas de água
(águadesolvatação)(Fig.121).Quandoacartilagemécomprimidaaáguaéexpelida,
contribuindo para a lubrificação das articulações. E quando a força de compressão
cessa,ascargasnegativasatraemasmoléculasdeáguadevolta.Anaturezada“rede”
elásticadascartilagensfoirecentementedescritamaisdetalhadamenteemumestudo
utilizando técnicas de imunohistoquímica onde foi revelado claramente o padrão de
distribuiçãodasfibrasdeelastinaedasmicrofibrilas(verYu&Urban,2010).
As cartilagens são envolvidas por um tecido conjuntivo denso, denominado
pericôndrio (Fig. 122). Além de ser uma fonte de novos condrócitos para o
crescimento, o pericôndrio é responsável pela nutrição da cartilagem, por sua
oxigenação e pela eliminação dos resíduos metabólicos, uma vez que os vasos
sanguíneos e linfáticos se encontram nesta camada e são inexistentes no tecido
cartilaginoso.
O crescimento das cartilagens se em sua superfície, pelo recrutamento de
condroblastos, alguns dos quais permanecem na parte interna do pericôndrio, que
recobre a superfície exposta da cartilagem. Intersticialmente, os condrócitos se
dividemmitoticamente,seseparameformammaismatriz.Estecrescimentoereparo
simples e rápido das cartilagens as tornam um excelente material para o esqueleto
embrionário. Depois, durante o desenvolvimento, a maioria destas cartilagens é
substituída por ossos. Porémascartilagenspermanecememalgumasáreas,comoas
articulares(Fig.123).
O padrão relatado acima é uma generalização da formação de cartilagens do
tipo hialinas. Embora este tipo de formação seja encontrado nos peixes teleósteos,
tambémsãoconhecidostiposdecartilagensadicionais,aparentementerestritasaesse
Apêndice
280
grupo. As relações evolutivas destes tipos cartilaginosos em peixes com os demais
tiposencontradosnos vertebradossuperiores aindanãoestáclaro.Benjamin(1989a)
fezumestudosobreadistribuiçãodascélulasdecartilagensdotipohialinanacabeça
dos teleósteos. Neste estudo foi identificado um tipo de cartilagem, onde as células
são separadas por pequena quantidade de matriz extracelular e esta possui baixa
afinidadecomocoranteazuldealcian.Oautoraindacriadoissubtipos:“fibrohyaline
cellcartilage”,ondeasfibrasdecolágenosãoevidentesnamatriz,ea“lipohyalinecell
cartilage”, onde gordura e células hialinas estão entremeadas. Posteriormente
(Benjamin,1990)é publicadauma classificaçãoparaos tiposde cartilagens
encontradosespecialmentenacabeçadosteleósteos.Amaioriadostiposescritos
havia sidodescritaanteriormentepelo mesmo autor(Benjamin,1986;1989a;1989b)
que, adicionalmente, comenta sobre as interrelações entre elas. O referido autor
tambémproduziutodooconhecimentoatualsobrea estruturadostecidosconectivos
em geral (Benjamin & Ralphs, 1991), além de identificar os tipos cartilaginosos em
peixesteleósteos,presentesnaregiãoposterior(troncoenadadeiras)(Benjaminetal.,
1992).
Ossos(compiladodeLiemet al.,2001;Junqueira& Carneiro,1999;Patterson,
1977eHall,2005).
Ossossãodensostecidosconectivos,altamentevascularizadosemineralizados.
Sãomuitoresistentesecapazesdemudançaslentasemsuaestruturaconformeforças
sãoaplicadasduranteavidadoindivíduo.Osmineraisconferemarigidezeresistência
àcompressão,enquantooscomponentesfibrososfornecemflexibilidadeeresistência
àtensãoetorção.Comonãoexistedifusãodesubstanciasatravésdamatrizcalcificada
doosso,anutriçãocelulardependedoscanalículosqueexistemnamatriz.
As células formadoras do osso, os osteoblastos, produzem uma matriz de
polissacarídeos e várias fibras colágenas do tipo I. O osso se torna calcificado pela
ligaçãodefosfatodecálcio,naformadecristaisdehidróxiapatita,àsfibrascolágenas.
Umavezaprisionadopelamatrizrecémsintetizada,oosteoblastopassaaserchamado
de osteócito.A matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus
prolongamentos, formando as lacunas e canalículos. A matriz óssea, recémformada,
Apêndice
281
adjacenteaososteoblastosativos,equenãoestaaindacalcificada,recebeonomede
osteoide. As fibras de colágeno tipo I compreendem cerca de 40% do peso seco de
muitosossos.Elasseformamaleatoriamenteemossosjovenseseorganizam,durante
o desenvolvimento, como fileiras paralelas (lamelas), com filas de osteócitos entre
elas.
Conforme detalhado no trabalho de Parenti (1986) (e todas as referências
citadas), os teleósteos possuem dois tipos principais de ossos. Os ossos celulares e
acelulares. Os ossos celulares são caracterizados por possuírem osteócitos na matriz
ósseaemlocaischamadosdelacuna,enquantonosossosacelularesestascélulasnão
estão presentes. Os telósteos basais (sensu Greenwood et al., 1966) como os
osteoglossomorfos,elopomorfos, clupeomorfoseostariofisanos possuemossos
celulares. os teleósteos mais derivados (sensu Rosen, 1973), como percomorfos,
aterinomorfoseparacantopterigianos,possuem ossosacelulares.Como discutidopor
Parenti (op. cit.) os ossos acelulares são considerados como derivados
(ontogeneticamente) dos ossos celulares. Ambos os tipos de ossos (celulares e
acelulares), em estágios iniciais do desenvolvimento, possuem os osteoblastos ou
osteócitos. A diferença está no fato destas células persistirem nos ossos celulares,
enquanto nos acelulares elas morrem e rapidamente seu espaço é preenchido pela
matriz circundante. Essa obliteração destas células durante a formação do osso
acelularocorrecomoresultadodeacúmulointracelulardesaisdecálcioouaindapor
mineralização extracelular (Moss, 1961a). Existem vários estudos sobre os padrões
evolutivos e processos de formação dos ossos acelulares (cf. Moss, 1961b; 1962a;
1962b; 1963; 1965; Meunier & Huysseune, 1992) e recomendase rec
orrer a esta
literatura para maioresdetalhes.Hall&Witten(2007)descrevemaindaaplaticidade
entre ostecidosesqueléticos,mostrandoque ascélulasdediferentestecidos podem
produzir matrizes de outro, diante de pressões ambientais e funcionais. Com isso,
abreseumagrandepossibilidadedosurgimentodetecidosintermediáriosentreossos
ecartilagen
s,porexemplo,quepodemterdesempenhadopapelcrucialnaevoluçãod
s vertebrado. Como mostrado, entre os vertebrados viventes, os peixes são os que
possuem maior complexidade na formação de ossos, resultando em diferentes tipos
detecidoósseos.Noentanto,ostecidosdosAgnathadoperíodoOrdoviciano,revelam
Apêndice
282
umadiversidadeaindamaiordetiposósseos.Então,ficaclaraatendênciaevolutivade
reduçãonaquantidadeetiposde diferentestecidosósseosnosvertebradosviventes
(cf.Hall,1975).
Crescimentodoosso
Oossopodeseformardiretamentedentrodeumtecidoconectivooudentroe
ao redor de uma cartilagem, a qual é gradualmente destruída e substituída. Quando
ele seformaemumtecido conectivoéchamado de osso membranoso(=ossificação
intramembranosa). Como a maioria dos ossos membranosos se desenvolve perto da
superfíciedocorpo,oulogoabaixodapele,eletambéméchamadodeossodérmico.
O osso membranoso se forma quando células do mesênquima se transformam em
célulasformadorasde ossos,ouosteoblastos.Ososteoblastossealinhamecomeçam
aproduzirumamatrizdefibrasesubstânciadeadesãonãomineralizada,chamadade
osteoide.Oosteoidelogocomeçaasemineralizar,englobandoososteoblastos(quese
transformam em osteócitos) e forma pequenas barras chamadas trabéculas. As
trabéculassefundemquandosecontatam.Comodesenvolvimento,camadasdeosso
sãodepositadasaoredordaperiferiadaredetrabecular(Figs.124e125).
Outro processo de ossificação ocorre nos ossos que se formam (geralmente
mais profundamente no corpo) em associação com primórdios cartilaginosos (Fig.
126).Esteéumprocessocomplexo.Oossocomeçaaseformardentroeaoredorda
periferia dos primórdios cartilaginosos. O osso formado dentro da cartilagem, que a
substitui gradualmente, é chamado de osso endocondral. O que forma um tecido
conectivo na superfície é chamado de osso pericondral. Tecnicamente, o osso
pericondral é um tipo de osso membranoso que se forma mais profundamente no
corpo. Todos os tipos de ossos são formados pelos mesmos tipos celulares, mas os
ossos préformados em cartilagem possuem uma arquitetura mais complexa, sendo,
normalmente,maisresistentes(cf.Shapiro,1992).
Inicialmente, o primeiro tecido ósseo surge por ossificação do pericôndrio.
Formase,então,umcilindroósseooco.Opericôndriopreexistentepassaentãoaser
chamadodeperiósteo.Esteprocessoocorre,normalmente,naporçãomédiadamatriz
cartilaginosa primordial, ou diáfise. Enquanto se forma o cilindro ósseo (ou colar
Apêndice
283
ósseo) pericondral, a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos
condrócitos (uma vez que os suprimentos nutricionais são cortados), redução da
matrizcartilaginosa,suamineralizaçãoeamortedoscondrócitos.Emseguida,células
“préosteoblastos” são recrutadas para estas partes onde a matriz cartilaginosa e os
condrócitos mortos foram reabsorvidos, assim como a invasão de capilares
sanguíneos, ambos vindos do periósteo. Estas células se proliferam, margeiam as
espículascartilaginosasnão reabsorvidas esediferenciamem osteblastosprodutores
de colágeno tipo I (cf. Roach, 1997; Blumer et al., 2005). Então, se alinham com a
matrizextracelular(osteoide)edepositammatrizósseasobreela,formando
trabéculasósseasqueseconectam.Neste processo estas célulassãocompletamente
aprisionadasdentrodamatrizósseaesãochamadas,então,deosteócitos(Mentonet
al., 1984). Kato et al. (2001) propôs um modelo sobre a transformação
(desenvolvimento)dososteoblastosemosteócitos.Parainformaçõesadicionaissobre
omodo comoascélulasinvademotecidocartilaginoso,desdeaformaçãodoscanais
cartilaginososaté aentradadefinitivadascélulasesuadiferenciação,algunstrabalhos
recentes(eliteraturacontida)podemserconsultados(e.g.Shapiro,1998;Blum eret
al.,2005;2006).
Desde o início da formação do centro primário de ossificação surgem os
osteoclastos (células gigantes, móveis e multinucleadas que reabsorvem o tecido
ósseo, participando nos processos de remodelação óssea) e ocorre a absorção do
tecidoósseo formadono centroda cartilagem,surgindo ocanalmedular(Fig.127).A
atividade clástica destas células foi reportada em vários tipos ósseos em teleósteos.
Suamorfologiatambémpodediferirdaquelaencontradanosdemaisvertebrados,com
célulassendomononucleadas(Sireetal.,1990).
Aossificaçãoendocondralprocededocentrodadiáfiseatéasextremidadesda
matriz cartilaginosa. Toda a cartilagem inicial acaba sendo substituída por osso, com
exceção das extremidades, chamadas epífises. Centros de ossificação secundários
surgem,tardiamente,nasepífisesdosmamíferos. Ocrescimentoemdiâmetroocorre
pela contínua formação de osso ao redor de sua periferia. Este tipo de ossificação,
chamadodecrescimentoepifisário,tambéméencontradonoesqueletobranquialdos
peixes,conformedocumentadoporHaines(1934).
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