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PABLO THIEL DELLA CRUZ
VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE SISTEMAS SILVIPASTORIS
COM Eucalyptus spp. NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO PARANÁ
MARINGÁ
PARANÁ
BRASIL
ABRIL
2007
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PABLO THIEL DELLA CRUZ
VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE SISTEMAS SILVIPASTORIS
COM Eucalyptus spp. NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO PARANÁ
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Maringá, como parte das
exigências do Programa de Pós-
graduação em Agronomia, área de
concentração em Produção Vegetal,
para obtenção dotulo de Mestre.
MARINGÁ
PARANÁ
BRASIL
ABRIL
2007
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ii
Dedico este trabalho com todo meu carinho
e eterno agradecimento à minha mãe Sirlei
Thiel Della Cruz e à minha irmã Gisele Thiel
Della Cruz e, em especial, aos que partiram
ao longo dessa caminhada deixando
saudade, meu pai Wilton Rodrigues Della
Cruz (in memorian) e avó Celina Rodrigues
Della Cruz (in memorian), em nome de tudo
o que representam para mim, pelo amor,
incentivo, motivação, dedicação, formação e
apoio constante.
A Deus, por permitir a concretização de mais
uma etapa da minha vida.
iii
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Maringá, que tornou possível a realização
deste curso e a todos os professores do Departamento de Agronomia, pela
colaboração no meu aprendizado e crescimento.
À Profª. Drª. Sueli Sato Martins, pela orientação, paciência, confiança
depositada e, sobretudo, amizade e apoio nas horas difíceis.
Ao Prof. Dr. Ivan Crespo Silva, pelo constante acompanhamento em
todas as etapas de elaboração deste estudo, com atenção e disposição,
contribuindo de forma importantíssima com sua experiência para a conclusão
deste trabalho.
A todos os produtores rurais da região noroeste do Estado do Paraná,
principalmente, ao Sr. Aleixo Maioli, ao Sr. Farina, ao Sr. Domingos Vela e ao
Zootecnista da EMATER-PR do município de Tapejara, Sr. João Baptista Barbi,
que forneceram informações fundamentais para elaboração deste trabalho.
Ao colega e amigo, o Engenheiro Agrônomo, Anízio Menarim Filho, da
EMATER-PR do município de Cianorte, pelo auxílio e intercâmbio constante de
informações sobre a atividade silvipastoril.
Aos colegas e grandes amigos, os Engenheiros Florestais Aline
Nikosheli Nepomuceno e Luciano De Bortolo, pelo companheirismo, apoio em
todas as horas, auxílio e troca de informações durante toda a caminhada
acadêmica.
Aos amigos, que mesmo à distância sempre estiveram presentes:
Raphael Dutra, Isis Pinto, Gian Paim, Thiago Magalhães, Luís Drevnovicz,
Fábio Dutra, Giovanni Caruso, Rafaela Polli, Wagner dos Santos, Giselle
Mattge, Valdemar Neto, Roberta Brandi, entre tantos outros.
À Luciana Pereira Bernd, pela ajuda, carinho, amor e principalmente,
compreensão ao longo da caminhada.
E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste trabalho.
iv
BIOGRAFIA
PABLO THIEL DELLA CRUZ, filho de Wilton Rodrigues Della Cruz (in
memorian) e de Sirlei Thiel Della Cruz, nasceu no dia 03 de julho de 1979, na
cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul.
Concluiu o ensino médio, no ano de 1997, em Rio Grande - RS, no
Liceu Salesiano Leão XIII.
Em abril de 1999, ingressou no curso de graduação em Engenharia
Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), na cidade de Curitiba,
Paraná, concluído em abril de 2004.
Durante a graduação, participou de estágios em empresas florestais e,
no ano de 2002, foi eleito membro conselheiro da Empresa Júnior de
Consultoria e Planejamento Florestal (COPLAF-UFPR) e, posteriormente, em
2003, eleito Diretor de Projetos da mesma Empresa Júnior.
Em março de 2005, ingressou no programa de Pós-graduação em
Agronomia da Universidade Estadual de Maringá, em nível de mestrado, área
de concentração em Produção Vegetal (UEM) e apresentou defesa em 20 de
abril de 2007.
v
Ao se caminhar para um objetivo,
sobretudo um grande e distante
objetivo, as menores coisas se tornam
fundamentais. Uma hora perdida é uma
hora perdida, e quando não se tem um
rumo definido é muito fácil perder
horas, dias ou anos, sem se dar conta
disso.
(Amyr Klink)
vi
ÍNDICE
LISTA DE TABELAS ................................................................................... viii
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................
x
RESUMO ......................................................................................................
xi
ABSTRACT ..................................................................................................
xiii
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 4
2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS ........................................................ 4
2.2 SISTEMAS SILVIPASTORIS .............................................................. 7
2.2.1 Efeitos no solo .............................................................................
9
2.2.2 Efeitos na temperatura ............................................................... 12
2.2.3 Pastagem ..................................................................................... 14
2.3 ATIVIDADE SILVIPASTORIL NO BRASIL ..........................................
15
2.4 ATIVIDADE SILVIPASTORIL NO PARANÁ ........................................
19
2.5 MERCADO FLORESTAL .................................................................... 22
2.6 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS SILVIPASTORIS .......... 24
2.7 INVENTÁRIO FLORESTAL ................................................................ 27
3 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................ 29
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO ................................ 29
3.2 CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES ..................................... 34
3.2.1 Propriedade A ..............................................................................
34
3.2.2 Propriedade B ..............................................................................
35
3.2.3 Propriedade C ..............................................................................
36
3.2.4 Propriedade D ..............................................................................
37
3.2.5 Propriedade E .............................................................................. 38
3.2.6 Propriedade F .............................................................................. 39
3.3 AVALIAÇÃO DO VOLUME DE MADEIRA .......................................... 40
3.4 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS SISTEMAS SILVIPASTORIS .........
42
3.4.1 Valor presente líquido (VPL) ...................................................... 42
3.4.2 Valor esperado da terra (VET) ....................................................
43
vii
3.4.3 Taxa interna de retorno (TIR) ..................................................... 43
3.4.4 Relação benefício-custo (B/C) ................................................... 43
3.5 ANÁLISES TÉCNICA E ECONÔMICA ............................................... 44
3.6 CUSTOS E RECEITAS ....................................................................... 44
3.6.1 Custos de implantação e manutenção dos sistemas silvipastoris ....
45
3.6.2 Receitas obtidas com a comercialização dos produtos ..........
47
3.7 CENÁRIOS DE MANEJO FLORESTAL ..............................................
48
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................
49
4.1 AVALIAÇÃO DO VOLUME DE MADEIRA .......................................... 49
4.2 ANÁLISE ECONÔMICA DAS PROPRIEDADES ................................ 55
4.2.1 Fluxo de custos e receitas ......................................................... 55
4.2.2 Valor presente líquido (VPL), razão benefício-custo (B/C),
valor esperado da terra (VET), taxa interna de retorno (TIR) ...
64
4.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ECONÔMICA ....................................
67
5 CONCLUSÕES ......................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ............................................................................................
72
APÊNDICE ...................................................................................................
80
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Características dos sistemas silvipastoris de cada
propriedade estudada ..............................................................
33
Tabela 2 Coeficientes técnicos, custos de mecanização, insumos e
mão-de-obra dos sistemas avaliados ......................................
47
Tabela 3 Valores de comercialização para cálculo de receitas por
produto ....................................................................................
48
Tabela 4 Dados obtidos pelo inventário florestal para volume total por
hectare para as propriedades estudadas, de acordo com a
espécie plantada e idade do plantio ........................................
49
Tabela 5 Dados obtidos pelo inventário florestal para volume individual
para as propriedades estudadas, de acordo com a espécie
plantada ...................................................................................
50
Tabela 6 Simulação de volume total de madeira para diferentes
manejos florestais ....................................................................
53
Tabela 7 Resumo unificado da movimentação financeira nominal das
propriedades ao final do ciclo de 14 anos no manejo atual
(valores para 1 ha) ..................................................................
55
Tabela 8 Valores e participação dos componentes dos custos total nos
sistemas silvipastoris por propriedade analisada no manejo
atual (valores para 1 ha) ..........................................................
56
Tabela 9 Resultados dos indicadores econômicos, à taxa de juros de
8% ao ano, para as propriedades avaliadas ...........................
64
Tabela 10 Resultado da análise de sensibilidade nos indicadores
econômicos .............................................................................
70
Tabela 1A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas
da Propriedade A ..........................................................................
81
Tabela 2A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas
da Propriedade B .....................................................................
82
Tabela 3A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas
da Propriedade C ....................................................................
84
ix
Tabela 4A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas
da Propriedade D ....................................................................
86
Tabela 5A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas
da Propriedade E .....................................................................
88
Tabela 6A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas
da Propriedade F .....................................................................
90
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Localização geográfica da região noroeste do Estado do
Paraná ........................................................................................
29
Figura 2 Imagem de satélite de propriedade com sistema silvipastoril
em curva de nível, no município de Cianorte (latitude
23o4107’’S e longitude 52o4108’’W) ........................................
31
Figura 3 Imagem da mesma propriedade, com sistema silvipastoril em
curva de nível no município de Cianorte/PR, vista do seu
interior .........................................................................................
31
Figura 4 Plantio de mandioca (a) e de milho (b) entre as curvas de nível
com Eucalyptus spp. na reforma da pastagem ..........................
32
Figura 5 Comportamento dos volumes totais das simulações dos
manejos florestais propostos ......................................................
54
Figura 6 Participação dos componentes do custo total nos sistemas
silvipastoris por propriedade analisada no manejo atual ............
57
Figura 7 Participação dos componentes da receita total nos sistemas
silvipastoris por propriedade analisada no manejo atual ............
59
Figura 8 Fluxo acumulado de caixa das propriedades ............................. 63
xi
RESUMO
DELLA CRUZ, Pablo Thiel, M.S., Universidade Estadual de Maringá. Abril de
2007. Viabilidade técnica e econômica de sistemas silvipastoris com
Eucalyptus spp. na região noroeste do Estado do Paraná. Professora
Orientadora: Profª. Drª. Sueli Sato Martins. Professor Conselheiro: Prof. Dr.
Osvaldo Hidalgo da Silva.
A região noroeste do Estado do Paraná, cuja formação do solo é de Arenito
Caiuá, desenvolveu cultivos agrícolas e pecuários que acarretaram redução da
cobertura vegetal natural e conseqüente processos erosivos eólicos e hídricos.
Para controle desses processos em pastagem, foi disseminado o uso de
sistemas silvipastoris como ferramenta de conservação de solos, além de
método de pecuária à sombra. Dentre as espécies florestais utilizadas nessa
região, destacam-se o Eucalyptus grandis e o E. camaldulensis, por sua
adaptabilidade ao clima e solos, valor econômico e mercado consumidor. Por
sua importância, objetivou-se quantificar, por meio de inventário florestal, o
volume de madeira existente das espécies florestais em questão, em seis
propriedades rurais da região; definir e comparar custos de implantação e
manutenção, concomitantemente com as receitas das propriedades nos
manejos atuais e propostos (madeira para energia e para serraria), com adição
de fator florestal nas receitas; avaliar cenários de sensibilidade econômica, com
aumentos nos custos e diminuição da receita florestal em 5%, 10% e 20%,
respectivamente. Em relação ao inventário florestal, comprovou-se o melhor
rendimento do E. grandis em relação ao E. camaldulensis porque apresentou
melhores valores de incremento médio anual (IMA), volume individual e volume
total estimado aos sete e 14 anos nos manejos propostos. Quanto ao fluxo de
caixa das propriedades, a aquisição de insumos teve a maior participação,
principalmente nas propriedades de engorda do gado, nas quais a aquisição de
bezerros ao longo dos 14 anos dos sistemas variou de 68,66% a 83,06% dos
custos totais. Já, as receitas foram basicamente da pecuária, sendo 100% das
receitas na propriedade com produção leiteira, e variando de 92,67% a 95,29%
nas propriedades com finalidade de engorda que tiveram cultivo agrícola no
xii
período de implantação do sistema. Mediante cálculo dos índices econômicos
de valor presente líquido (VPL), relação benefício custo (B/C), valor esperado
da terra (VET) e taxa interna de retorno (TIR), constatou-se viabilidade
econômica de todas as propriedades a uma taxa de juros de 8% a.a. no
manejo atual, bem como o incremento econômico com o fator florestal nos
manejos propostos. A análise de sensibilidade comprovou que, a um aumento
de 20% dos custos nos manejos atuais, algumas propriedades tornaram-se
inviáveis. No entanto, a introdução dos manejos propostos viabilizou-as, exceto
em uma propriedade com E. camaldulensis, em virtude do baixo rendimento da
espécie em relação ao E. grandis. Apesar do manejo para serraria oferecer
uma madeira de melhor qualidade, adquirida com tratos culturais e maior valor
de mercado, não se obteve índices econômicos muito superiores ao manejo
exclusivamente para energia, visto que a região ainda não apresentar um
mercado para este fim, ocasionando baixo valor ao produto. De uma maneira
geral, os resultados obtidos demonstram a viabilidade técnica e econômica dos
sistemas silvipastoris para a região noroeste do Paraná.
Palavras-chave: eucalipto, sistema silvipastoril, produção de madeira
xiii
ABSTRACT
DELLA CRUZ, Pablo Thiel, M.S., Universidade Estadual de Maringá. April
2007. Technical and economical feasibility of forest and pastoral systems
with Eucalyptus spp. in the northwestern region of the state of Paraná,
Brazil. Supervisor: Dr. Sueli Sato Martins. Councilor: Prof. Dr. Osvaldo Hidalgo
da Silva.
Owing to its Arenite soil formation, the northwestern region of the state of
Paraná, Brazil, developed agricultural and cattle-breeding cultures with reduced
native vegetation and wind- and water-produced erosion processes. Agricultural
and forest systems have been introduced for the control of the above-
mentioned processes in pasturelands. The systems are tools for soil
conservation and for shade cattle-breeding. Eucalyptus grandis and E.
camaldulensis, greatly adapted to soil and climate, are the main forest species
used in the region, owing to their economic value and market availability.
Estimates of timber volumes of the above-mentioned forest species were
undertaken through a forest inventory in six rural homesteads in the region;
implantation costs and maintenance were defined and compared to income of
properties according to current and suggested management (timber for energy
and sawmilling), coupled to forest factor in income; economic sensitiveness
models were evaluated with their rise in costs and decrease in forest income at
5, 10 and 20% respectively. E. grandiss yield was found to be higher that that
of E. camaldulensis when forest inventory was undertaken. This was due to
higher rates in mean yearly increase (MYI), individual volume and total volume
estimated at seven and fourteen years of management. Acquisition of defensive
productions and inputs was preponderant in homesteads costs, especially
those specialized in cattle fattening. Throughout the 14-year system costs in the
acquisition of young bulls ranged from 68.66% to 83.06% of total. Whereas
income came from cattle breeding in all dairy homesteads, it varied from 92.67
to 95.29% in cattle fattening homesteads with agriculture throughout the system
introduction. Economical viability in all homesteads at the rate of 8% interest in
current management and an economical rise with regard to the forest factor in
xiv
suggested managements were established through profits-costs, expected
value of land and internal return tax. Sensitivity analysis showed their inviability
when a 20% rise in costs within current management occurred in certain
properties. With the exception of a homestead featuring E. camaldulensis (due
to the speciess low yield), the introduction of suggested managements made
them viable. Although sawmilling management produced a better quality wood,
acquired through rational cultivation and higher market values, economical
indexes were not higher to energy-exclusive management. This is due to the
fact that the regional market is underdeveloped, featuring low incomes from the
products. Results show the technical and economical viability of forest and
cattle-breeding systems for the northwestern region of the state of Paraná.
Key words: eucalyptus, forest and cattle-breeding systems, wood production
1
1 INTRODUÇÃO
Na região noroeste do Paraná, como resultado do avanço agrícola e
pecuário que teve seu ápice nas décadas de 1940 e 1950, pode-se perceber
diminuição drástica da cobertura vegetal original existente, de Floresta
Estacional Semidecidual. A exploração desses recursos naturais de forma
irracional e intensiva, sempre imediatista, levou à escassez natural de madeira.
Atualmente, o interesse pelo reflorestamento tem aumentado em razão dessa
falta de oferta de matéria-prima florestal e do incremento da demanda regional
de produtos de base florestal.
Análises sobre o mercado futuro florestal apontam para sua
valorização, em virtude do déficit na oferta de produtos de base florestal e ao
aumento da demanda de diversos setores da indústria consumidora dessa
matéria-prima.
Com base neste cenário atual e com o recente reconhecimento e a
conscientização da importância dos valores ambientais, econômicos e sociais
das florestas, percebe-se forte tendência para mudanças significativas na
forma de uso da terra, com a utilização de sistemas produtivos sustentáveis
que considerem a produtividade biológica, socioeconômica e ambiental.
Para tanto, este cenário aponta para a oportunidade de inserir novas
propriedades rurais no mercado florestal, não como fonte de renda principal,
mas como incremento de produção na propriedade, como uma atividade
lucrativa e de relativo baixo custo de implantação, que o amortizados com a
cultura principal, que no caso dos sistemas silvipastoris, é a pecuária.
A importância dos sistemas silvipastoris na região noroeste do Estado
do Paraná foi primordialmente utilizada como uma técnica para a diminuição
dos efeitos degradantes ao solo e às pastagens, que passou a ser muito
preocupante, pois diminuía drasticamente a rentabilidade econômica das
propriedades rurais, gerando prejuízos não nas pastagens, mas também na
infra-estrutura auxiliar, como: estradas, pontes e cursos dágua. Após a
instalação de espécies arbóreas com a única finalidade de conservação dos
2
solos, pode-se observar aumento significativo na produção pecuária nas
propriedades que se utilizaram dessa técnica (SILVA; MAZUCHOWSKI, 1999).
A região noroeste do Paraná situa-se numa zona de transição entre a
zona tropical e temperada onde existem extensas áreas areníticas que vêm
sofrendo grande pressão antrópica por causa do aumento dos níveis de
utilização, seja por meio do excesso de pastejo ou pelo avanço da agricultura
sem medidas de conservação. Esse uso resulta na degradação do ecossistema
regional, em virtude da diminuição da cobertura vegetal, facilitando assim o
processo erosivo, tanto hídrico quanto eólico (RIBASKI et al., 2006).
O sistema silvipastoril já se apresenta como alternativa para a
conservação de solos na região noroeste do Paraná, uma região formada pelo
Arenito Caiuá, que são solos arenosos e com alta propensão à erosão hídrica e
eólica caso não se aplique um manejo adequado, independente da cultura
utilizada.
Uma vez que esta técnica está aprovada por alguns pecuaristas da
região noroeste para a conservação dos solos, resta apresentar a estes
produtores uma forma de agregar valor aos produtos obtidos, demonstrando
sua viabilidade econômica de implantação, ou seja, o incremento financeiro
proporcionado por meio de um manejo florestal adequado nessas áreas. Dessa
forma, pode-se disseminar este sistema como uma alternativa de produção
madeireira e com retorno financeiro ao produtor pecuarista.
Pesquisas já realizadas com outras modalidades de sistemas
agroflorestais, e também com os sistemas silvipastoris, indicam que a interação
de cultivos agrícolas e florestais, com ou sem a presença de animais, são
economicamente viáveis e rentáveis, além de proporcionar inúmeros outros
benefícios sociais e ambientais. Em relação especificamente ao cultivo de
árvores, Rodigheri (2000) ressalta que esta é uma atividade rentável para
produtores rurais, aumenta a renda da propriedade por meio da racionalização
do uso do solo, além de constituir uma poupança verde aos proprietários.
Os sistemas silvipastoris já são formas produtivas inseridas no contexto
cultural da região noroeste paranaense, mas não com finalidades madeireiras e
por isso não possuem manejo adequado para suprir a demanda de madeira de
qualidade. Neste estudo as análises são direcionadas para informar a atual
situação econômica das propriedades que se utilizam desse sistema, quais as
3
suas atuais potencialidades e quais as futuras perspectivas com um arranjo
produtivo florestal adequado.
Dessa forma, é de suma importância reconhecer o real valor que a
atividade florestal nos sistemas silvipastoris exerce nas propriedades rurais do
noroeste do Paraná e ponderar qual seu impacto econômico atual e futuro,
caso a atividade venha a ser difundida com maior amplitude e com técnicas
silviculturais adequadas para a agregação de valor.
O objetivo do presente trabalho foi analisar a viabilidade econômica
dos sistemas silvipastoris com Eucalyptus grandis e E. camaldulensis na região
noroeste do Paraná, cuja finalidade deste estudo é:
estimar a quantidade atual de madeira em pé, existente em
algumas propriedades com sistema silvipastoril, e o seu valor no
mercado, a fim de agregar valor ao sistema de produção praticado;
definir e comparar custos de implantação e manutenção,
juntamente com os ganhos financeiros do sistema de produção
com Eucalyptus grandis e E. camaldulensis;
projetar cenários diferenciados de viabilização econômica com
base em possíveis modificações de custos e receitas de madeira
ao longo do ciclo de cultivo.
4
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS
Para atender à progressiva demanda de produtos agropecuários e
florestais, com as características exigidas pelo mercado, o uso do solo foi
intensificado. Por causa disso, novas fronteiras foram abertas com a
degradação dos recursos naturais, ao promover drástica redução da
biodiversidade, em substituição a monoculturas. As monoculturas sucessivas
provocaram queda da fertilidade natural dos solos e, conseqüentemente,
produtividade incompatível com o esperado (VALE, 2004).
O uso indiscriminado dos solos, que ocasiona produções vegetais
muito aquém das desejadas, exigiu esforços consideráveis dos pesquisadores
no sentido de definir técnicas para se obter produção vegetal com rendimento
economicamente viável, de maneira que a sociedade como um todo tenha
disponível no mercado produtos vegetais com qualidade e preços compatíveis
com as suas exigências e possibilidades (VALE, 2004).
Assim, é desejável o uso de técnicas de produção que otimize o uso da
terra, do mesmo modo que atinja o máximo resultado de cada cultura utilizada,
ao mesmo tempo sem degradar o solo e o ambiente, aumenta a biodiversidade
e produção a preços compatíveis com o mercado. Surgem então os sistemas
agroflorestais como alternativa (RODIGHERI, 2000; TORQUEBIAU, 2000;
SANTOS et al., 2002; PALMA et al., 2006; MOSQUERA-LOSADA et al., 2006).
Os sistemas agroflorestais, designados comumente como SAFs, de
modo geral são definidos como sistemas ou técnicas de uso da terra, que
implicam na combinação de espécies florestais com cultura agrícola e/ou
pecuária. Esses sistemas oferecem meios de produção menos impactantes ao
meio ambiente e reversão de processos de degradação, que contribuem com a
biodiversidade, bem como com as condições de vida das populações rurais da
região (RODIGHERI, 2000; TORQUEBIAU, 2000; SANTOS et al., 2002;
PALMA et al., 2006; MOSQUERA-LOSADA et al., 2006).
5
As combinações de produções ocorrem por razões tanto ambientais
quanto socioeconômicas, com a interação de dois ou mais fatores, por
estimularem e acarretarem na conservação e proteção de recursos naturais,
como a conservação de solos e produção otimizada em pequenas e médias
propriedades, com utilização mais eficiente do espaço, técnicas estas que
podem ser utilizadas também em grandes áreas (MEDRADO, 2000;
TORQUEBIAU, 2000; PINTO et al., 2005; PALMA et al., 2006). Esses sistemas
mostram o grau de integração mais íntimo entre as atividades florestais e
agropecuárias (SILVA, 1998).
O grau de utilização da terra agricultável é muito alto, principalmente
nas regiões sul e sudeste do Brasil, o que limita o crescimento horizontal da
produção. As pequenas propriedades são de maneira geral as responsáveis
pela produção de alimentos, prejudicadas de diversas maneiras pela falta de
recursos e assistência, tanto no plantio quanto na comercialização de seus
produtos (SCHREINER, 1992; MEDRADO, 2000).
No plano microeconômico, as atividades florestal, pecuária e agrícola
se completam, uma vez que os custos de implantação de florestas comerciais
são amortizados nos primeiros anos pela cultura agrícola ou pecuária. Por sua
vez, os setores agrícola e pecuário, além de proverem condições ambientais
mais propícias para sua atividade, garantem fonte alternativa de renda ou para
suprimento interno da propriedade (SCHREINER, 1992; MEDRADO, 2000).
Pequenas propriedades rurais são cada vez mais pressionadas a
diversificar a produção, de forma a reduzir riscos de perdas, por meio de usos
alternativos de mercados especializados como os orgânicos ou optarem por
arrendamentos, de maneira a garantir renda à sua propriedade ou
simplesmente à venda da terra. A variação de combinações árvore-cultivo-
animais mantém ou melhora a produtividade, a sustentabilidade e renda. Logo,
é exeqüível a transformação do cultivo agrícola anual, efetuado em terras
marginais para a produção florestal ou outros cultivos agrícolas perenes em
sistemas agroflorestais (SILVA, 1998).
Visualiza-se como base do desenvolvimento rural o uso de SAFs, com
a integração e interação dos componentes pecuários, agrícola e florestal, todos
permitindo a máxima produção, com uso adequado do solo, com finalidades
ambientais de conservação e preservação dos recursos naturais e a maior
6
biodiversidade, constituindo-se numa opção viável de manejo sustentado da
terra (RIBASKI et al., 2002; ROSA, 2005).
Em regiões onde o processo de desenvolvimento social é mais
avançado, como a região sul do Brasil, os SAFs tendem a oferecer alternativas
às questões ecológicas, econômicas e sociais (NAIR, 1993). Nessas regiões, a
agricultura e os recursos naturais estão sob crescente pressão para a
implementação de práticas que promovam o bom uso do solo e
ambientalmente favoráveis. Os SAFs como meio de produção estimulam estas
questões, e promovem de forma mais eficaz a biodiversidade do que as
monoculturas (SILVA, 1998).
Entre os benefícios ambientais dos SAFs, destaca-se o melhor controle
da temperatura, da umidade relativa do ar e da umidade do solo. Esses
elementos climáticos alteram-se bastante em condições de áreas abertas, sem
árvores. Nos SAFs, a presença do componente arbóreo contribui para regular a
temperatura do ar, reduzindo sua variação ao longo do dia e,
conseqüentemente, tornando o ambiente mais estável, o que traz benefícios às
plantas e aos animais componentes desses sistemas (RIBASKI, 2002; PALMA
et al., 2006)
Os SAFs auxiliam também no controle da erosão potencializadas pelas
chuvas, no seqüestro de carbono da atmosfera, acréscimo de nitrogênio no
solo por meio da fixação biológica do N
2,
quando do uso de leguminosas, na
recuperação de nutrientes abaixo do sistema radicial de culturas agrícolas e/ou
pastagens, da redução das perdas de nutrientes por processos como lixiviação
e erosão e do aumento da disponibilidade de nutrientes pela sua maior
liberação na matéria orgânica do solo. As raízes profundas das árvores podem
interceptar os nutrientes que foram lixiviados das camadas superficiais e se
acumularam no subsolo, geralmente fora do alcance do sistema radicial das
culturas agrícolas e/ou pastagens, e permitir que estes sejam disponibilizados
na superfície do solo na forma de serrapilheira (RIBASKI, 2002; PALMA et al.,
2006)
De acordo com Nair (1989), os sistemas agroflorestais podem ser
classificados com base em aspectos estruturais, funcionais, socioeconômicos e
ecológicos. Estruturalmente, deve-se considerar a mistura espacial dos
componentes lenhosos, a estratificação vertical dos componentes e o arranjo
7
temporal dos mesmos. Funcionalmente, a categorização depende da função do
sistema, seja de produção ou de serviço. Economicamente podem diferir em
relação aos benefícios ou às escalas de manejo e aos objetivos finais de
produção. Cada classificação segue critérios diferenciados, tendo sua
aplicabilidade em situações específicas.
Para Schreiner (1992), os SAFs são formados a partir de dois
procedimentos básicos: o primeiro caracteriza-se com a introdução ou
aproveitamento de culturas agrícolas ou pastagens no plantio ou durante o
desenvolvimento de povoamentos florestais. A floresta é o componente
principal e o plantio agrícola é realizado apenas nos primeiros anos de floresta,
enquanto o sombreamento não chega a ponto de concorrência entre as
culturas, de água, nutrientes e luz e a produção pecuária nos anos seguintes,
de modo que o gado não prejudique a árvore no início do ciclo, mas com uso
limitado de tempo também, por causa da entrada de luz no povoamento
florestal.
Outro procedimento básico para formação de SAFs é a introdução de
árvores em lavouras e pastagens, invertendo a prioridade, em que a agricultura
ou pecuária são as principais atividades ou de mesma importância. As árvores
exercem outras funções, não só econômicas, mas propiciando ambientes mais
favoráveis, faixas para sombreamento de algumas culturas, controle de erosão,
quebra-vento, abrigos para gado, entre outros, podendo gerar receitas
periódicas (SCHREINER, 1992).
Quanto à natureza de sua composição, os SAFs são classificados em
sistemas silviagrícolas ou agrissilvicultural (associação árvore e lavoura),
sistemas silvipastoris ou silvipastorais (árvores e pastagem) e sistemas
agrossilvipastoris ou agrissilvipastoris (árvores, lavouras e pastagens)
(SCHREINER, 1992; DANIEL et al., 1999; TORQUEBIAU, 2000).
2.2 SISTEMAS SILVIPASTORIS
Os sistemas silvipastoris, modalidade dos sistemas agroflorestais,
consistem na interação do uso florestal e pecuário em um mesmo sítio, a fim de
otimizar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, como também,
8
o aumento da rentabilidade do sistema (SEVERINO, 1989; PACIULLO et al.,
2006).
As árvores associadas à pastagem e aos animais, com espécies
florestais com potencial madeireiro; são opções viáveis para alcançar o manejo
sustentável da propriedade rural, podendo ser utilizadas áreas com boa
capacidade produtiva e/ou degradada, bem como aquelas que não o
utilizadas em qualquer atividade agropecuária ou florestal (SILVA;
MAZUCHOWSKI, 1999).
Citado no Capítulo 11, da Agenda 21 de 1992, os sistemas
agroflorestais, entre eles os silvipastoris, podem se tornar os métodos de
manejo mais rentáveis e ainda promover aumento significativo em florestas
plantadas, diversificando a produção (MOSQUERA-LOSADA et al., 2006).
Inúmeras são as vantagens dos sistemas silvipastoris como forma de
produção, destacando-se o favorecimento de reciclagem de nutrientes e
conseqüente sustentabilidade do sistema; melhora da estrutura do solo e sua
conservação; menor proliferação de plantas invasoras e conseqüente redução
de custos para seu controle; aumento de serrapilheira, aumentando o teor de
matéria orgânica e retenção de água no solo, além de efeitos benéficos para
melhor infiltração de água no solo; maior diversidade biológica e possibilidade
de fixação biológica de nitrogênio atmosférico, por meio de bactérias
especializadas e/ou utilização de nutrientes não disponíveis, por intermédio de
micorrizas; reserva de capital, por meio da utilização do potencial madeireiro
das árvores; redução dos custos de implantação de florestas comerciais, por
intermédio da receita pecuária; melhora na distribuição da demanda de mão-
de-obra ao longo do ano (CASTRO; CARVALHO, 1999).
Neste contexto, os sistemas silvipastoris constituem numa ferramenta
de equilíbrio e rentabilidade econômica das atividades florestal e pecuária
(CASTRO; CARVALHO, 1999).
Por representarem uma modalidade de uso do solo com exploração
mais complexa do que atividades florestais plantadas e de pastagens
cultivadas de maneira solteira, os sistemas silvipastoris exigem a manutenção
do equilíbrio entre seus componentes, árvores, forrageiras e herbívoros,
aliando ao grande número de interações possíveis entre os fatores de clima e
solo, aumentando a necessidade de um planejamento rigoroso, incluindo
9
mercado, produtos, espécies, arranjo e manejo, e as dificuldades gerenciais na
condução da atividade (ANDRADE et al., 2003).
Os sistemas silvipastoris pesquisados ou adotados por produtores
iniciaram-se com os sistemas silvipastoris denominados eventuais. Esses
sistemas, muito utilizados no plantio de eucaliptos e pinus, priorizam o
componente arbóreo. O animal é utilizado para controlar o estrato herbáceo
nas fases iniciais de formação do cultivo arbóreo, com o objetivo de reduzir
custos com capinas e o risco de incêndios. Ultimamente, as pesquisas se
concentram nos sistemas silvipastoris denominados verdadeiros, onde árvores
e pastagens são planejadas desde o icio para serem integrantes
permanentes do sistema. Esse é o sistema mais desejável, permitindo a melhor
obtenção dos benefícios agroecológicos decorrentes da maior interação entre
componentes bióticos e abióticos, e eleva a produção animal a níveis sicos e
economicamente significativos (PEREIRA et al., 2005).
Além dos impactos favoráveis ao meio ambiente, a arborização de
pastagens se constitui numa prática barata para incentivar o repovoamento
florestal de forma parcial e ordenada e com a possibilidade de representar
incremento da produção pecuária e florestal (MONTOYA et al., 1994).
Os sistemas silvipastoris têm sido visualizados como uma importante
alternativa de uso sustentado da terra, principalmente naquelas áreas
potencialmente sujeitas à degradação e, também, como fonte de agregação de
valor à terra, agregando valor econômico na propriedade rural por meio da
exploração madeireira (RIBASKI et al., 2006).
2.2.1 Efeitos no solo
O solo é a base da sustentabilidade de qualquer sistema agrícola
sustentável e sadio, sendo que sua preservação é de vital importância para
manutenção da produtividade e qualidade ambiental. A recuperação de um
solo não é um processo rápido, portanto, minimizar impactos na estrutura e em
sua composição é extremamente importante, mas se sabe que para haver
estabilidade estrutural mais acelerada deve-se ter alto teor de matéria orgânica
no solo (REINERTL, 1998).
10
Diversos trabalhos realizados confirmam essa tendência de promover o
uso sustentado da terra, aliando a capacidade do componente arbóreo em
proteger o solo e melhorar sua fertilidade à capacidade das gramíneas de
facilitar o controle da erosão no solo e o acúmulo de matéria orgânica
(WILSON, 1998; CASTRO; CARVALHO, 1999; CARVALHO et al., 1999).
A diminuição da cobertura do solo em função do consumo de biomassa
e do rebaixamento da altura das pastagens provocado pelo pastejo excessivo
deixa o solo descoberto e sujeito à energia erosiva da chuva e da enxurrada. A
compactação do solo, com a conseqüente diminuição do volume de poros, em
especial dos macroporos, bem como a desagregação dele pelo casco dos
animais, facilita o selamento superficial pela ação da energia cinética das gotas
da chuva e, conseqüentemente, diminui a infiltração de água no solo,
acarretando, a erosão hídrica (BETOL et al., 2006).
Uma das práticas para conservação do solo se refere à sua cobertura
com biomassa vegetal, tendo a função de proteção contra os impactos diretos
das gotas de chuva, que desagregam e selam a superfície do solo e diminui o
escoamento superficial; serve também de proteção contra pressão mecânica
do pisoteio animal, que provoca a compactação e desagregação superficial,
diminui a capacidade de infiltração do solo; aumentar a capacidade de retenção
superficial e de infiltração e de adicionar matéria orgânica (BETOL et al., 2006).
O controle de erosão lica e hídrica pode ser atenuado e controlado
por meio da implantação de árvores no sistema produtivo. Em regiões propícias
à ocorrência de erosão eólica, o controle é obtido por meio do plantio de
quebra-ventos constituídos de árvores ou arbustos e manutenção da cobertura
vegetal sobre o solo. Já, o controle de erosão hídrica pelas árvores é obtido por
meio da redução da intensidade da chuva sobre o solo (interceptação pelas
copas), aumento da capacidade de infiltração de água (ação mecânica das
raízes), manutenção do teor adequado de matéria orgânica na superfície e
efeito degradador das partículas, fatores que concorrem para reduzir o
escorrimento superficial de água no solo (deposição de biomassa) (PACIULLO
et al., 2006).
No que se refere
à interação de árvores, pastagens e animais podem
ser observados alguns pontos positivos, tais como: a melhoria no fluxo de
11
nutrientes no solo, umidade no solo, melhor interação dos ventos, restrições à
radiação solar sobre os animais e o conforto térmico animal (SILVA, 2000b).
O uso integrado de árvores e de culturas agropecuárias pode resultar
numa utilização mais eficiente de água, nutrientes e radiação solar do que é
possível em monocultivos agrícolas, pecuários ou florestais. Uma das
características biológicas vantajosas dos sistemas agroflorestais é que as
árvores usam porções de terra no perfil do solo, que as plantas agrícolas
normalmente não usam, resultando numa maior produção de biomassa total,
considerando, evidentemente a análise da zona agroecológica para a
implantação do sistema (MACKDICKEN; VERGARA, 1990).
O componente arbóreo pode beneficiar as pastagens em relação à
proteção do solo e a disponibilização de nutrientes, pois com raízes mais
profundas, parcial ou totalmente ativas no solo, as árvores permitem a
estabilização da massa do solo. Isso pode ocorrer pelo efeito direto de
aproximação das partículas, seja por influência indireta da adição de matéria
orgânica sobre as propriedades físicas do solo; a ciclagem de nutrientes
situados em profundidades maiores no perfil para a superfície do solo; a
reserva temporária de nutrientes, imobilizados nas raízes e parte aérea,
evitando sua perda por erosão e/ou lixiviação; redistribuição de carbono (C) e
outros nutrientes em profundidade, favorecendo a atividade microbiana e da
fauna do solo, com conseqüências benéficas em termos de aeração e
permeabilidade e o aumento do nível de C seqüestrado da atmosfera (RIBASKI
et al., 2001; BALIEIRO et al., 2004; PACIULLO et al., 2006).
Os sistemas silvipastoris têm o potencial de melhorar os solos por
numerosos processos. Em síntese, as árvores podem influenciar na quantidade
e disponibilidade de nutrientes dentro da zona de atuação do sistema radicular
das culturas associadas, principalmente pela possibilidade de recuperar
nutrientes abaixo do sistema radicular das pastagens e reduzir as perdas por
processos como lixiviação e erosão, que conseqüentemente aumenta a
disponibilidade desses nutrientes pela sua maior liberação na matéria orgânica
do solo, ciclagem de nutrientes, além de contribuir para a fixação do carbono
(RIBASKI et al., 2006).
As esp
écies arbóreas, principalmente as leguminosas, influenciam a
quantidade e a disponibilidade de nitrogênio na zona de atuação do seu
12
sistema radicial a partir da fixação biológica de N
2
(RIBASKI et al., 2001;
PACIULLO et al., 2006). A sombra produzida pelas árvores é um dos fatores
responsáveis pelo aumento da disponibilidade de nitrogênio do solo. A melhoria
do ambiente do solo, sob as copas das árvores, possibilita atividade microbiana
mais efetiva na decomposição da matéria orgânica, o que resulta em maior
liberação do nitrogênio mineralizado (PACIULLO et al., 2006).
Com relação aos efeitos das árvores, em áreas de pastagem, foram
observados aumentos nos teores de cálcio, magnésio, fósforo e potássio, em
amostras de solo coletadas sob copa de leguminosas arbóreas, em relação
àquelas coletadas em áreas de pastagem a céu aberto (ALVIM et al., 2004).
Aumentos nos teores de fósforo, saturação de bases e matéria orgânica
também foram encontrados em pastagens de Brachiaria decumbens com
sombreamento de Acacia mangium (XAVIER et al., 2003).
2.2.2 Efeitos na temperatura
Dentre os fatores benéficos dos sistemas silvipastoris, a cobertura
arbórea em pastagens, além do sombreamento direto sobre os animais,
influencia a termorregulação comportamental para obter a regulação fisiológica,
minimiza as trocas energéticas por radiação, reduz o ganho total de calor pelo
animal, ocorre também um isolamento térmico ao solo, que evita seu
aquecimento excessivo pela radiação solar e alterna a reflexão desta sobre os
animais (KELLY et al., 1950). O estresse causado pelos efeitos climáticos, que
pode ser medido pelo equilíbrio térmico animal, acarreta alterações na
eficiência produtiva e/ou reprodutiva (SILVA; MAZUCHOWSKI, 1999; SILVA,
2000b).
As árvores afetam o microclima, principalmente, por interceptarem a
radiação solar. As temperaturas do ar e do solo são reduzidas e as umidades
do ar e do solo aumentadas à medida que se aumenta o nível de
sombreamento (GUTMANIS, 2002).
O aumento da produção, na pecuária, pode ser verificado em alguns
trabalhos científicos, onde se constatou que os animais utilizam os indivíduos
arbóreos como abrigo, em extremos climáticos, tanto nas horas mais quentes
do dia ou quando há incidência de ventos frios, Em pesquisa desenvolvida pela
13
EmaterParaná, demonstrou-se que vacas leiteiras com acesso à sombra
produziram 20% a mais de leite (SILVA, 2000b; SILVA; MAZUCHOWSKI,
1999).
Em estudos realizados nos Estados Unidos e Arizona, o gado sob o
efeito da sombra ganhou 0,23 kg/dia a mais do que os animais fora da sombra
(CHILES; PAHNISH
1
, 1952 citados por BALIEIRO et al., 2004). Analisando
vacas holandesas, no sudeste australiano, a produção de leite aumentou em
1,45 l
-1
vaca
-1
dia
-1
nos animais que tinham acesso à sombra (SILVER
2
, 1987
citado por BALIEIRO et al., 2004).
Os sistemas silvipastoris não servem apenas para a diminuição dos
efeitos causados pelo calor excessivo, auxiliam também nas regiões ou épocas
mais frias, em que no inverno alcança baixas temperaturas causando estresse
térmico capaz de matar os animais. Em trabalho na Nova Zelândia, realizado
por Sturrock
3
(1988 citado por SILVA; MAZUCHOWSKI, 1999),constatou a
diminuição da mortalidade de animais durante o inverno, além da capacidade
do aumento do rebanho do estudo, que anteriormente era de 1.200 animais,
para 5.000 animais, por meio da introdução de renques arbóreos juntamente
com bosquetes arbóreos.
Em estudo realizado por Hawke e Wedderburn
4
(1994 citados por
GUTMANIS, 2002), foi observado que a velocidade do vento foi a variável mais
afetada pelas árvores, ocorre uma redução na média anual de 78, 45 e 44%,
respectivamente, nas densidades de 400, 200 e 100 árv/ha., quando
comparadas as médias da área sem árvores. As variações das temperaturas
máximas e mínimas médias do ar foram respectivamente 1,3 e 1,5
o
C, entre as
densidades testadas de árvores, não apresentando efeito sazonal. Por outro
lado, a temperatura mínima ao nível do solo apresentou padrão sazonal,
aumentando à medida que aumentava a densidade de árvores, com uma
variação de 2,5-3,0
o
C.
1
CHILES, A.C.; PAHNISH, O.F. The effect of shade location on summer gains of faltling cattle.
Proc. West Sect. Am. Soc. Prod., n. 3, p. 23, 1952.
2
SILVER, B.A. Shade is important for milk production. Queensland Agricultural Journal,
Brisbane, v. 113, n. 2, p. 95-96, 1987.
3
STURROCK, J.M. Shelter: its management and promotion. Agriculture, Ecosystems and
Environment, v. 22/23, p. 1-13, 1988.
4
HAWKE, M.F.; WEDDERBURN, M.E. Microclimate changes under Pinus radiate agroforestry
regimes in New Zealand. Agricultural and Forest Meteorology, v. 71, p. 133-145, 1994.
14
2.2.3 Pastagem
Na implantação e manutenção de sistemas silvipastoris, um dos fatores
que deve ser analisado com maior relevância é a forrageira a ser utilizada.
Diversos estudos têm sido realizados com o intuito de encontrar forrageiras que
se adaptem ao sombreamento.
Para tanto, Silva e Mazuchowski (1999) relatam, em seu trabalho, que
as árvores contribuem para o aumento da produção de forragem em pastagens
cultivadas, desde que sejam observadas condições específicas, como um
sombreamento moderado, forrageira tolerante ao sombreamento e baixo nível
de nitrogênio no solo.
A tolerância de plantas ao sombreamento pode ser definida como o
crescimento delas à sombra, sob a influencia de desfolhações regulares, em
relação àquela obtida em condições de luminosidade plana. A tolerância ao
sombreamento, condição essencial em associações de pastagens com
árvores, pode variar sensivelmente entre espécies (PACIULLO et al., 2006).
Carvalho et al. (2002), avaliando o desempenho de gramíneas
(Panicum maximum cvs. Aruana, Makiveni, Mombaça e Tanzânia), frente ao
sombreamento de 30-60%, detectaram diferenças nas respostas das cultivares,
mas todas apresentaram tolerância considerada intermediária à sombra.
Em estudo realizado no Campo Experimental da Embrapa, no Acre,
com gramíneas, entre elas Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum
maximun cv. Massai, comprovou a boa tolerância ao sombreamento e à alta
capacidade produtiva destas espécies (ANDRADE, 2004).
Em seus estudos, Pereira et al. (2005) salientam que as gramíneas
Panicum maximum, Brachiaria decumbens e B. brizantha são as que mais se
adaptam à sombra, no que diz respeito a forrageiras e a pastagens de sistemas
agroflorestais. Outro estudo realizado por Andrade et al. (2003), com
gramíneas Brachiaria brizantha cv Marandu. B. decumbens cv Basilisk e
Panicum maximum cv Mombaça, demonstrou a boa capacidade produtiva das
espécies e que constitue boas alternativas para compor sistemas silvipastoris.
Existem espécies forrageiras que, mesmo sendo utilizados em
sistemas sombreados, sistemas silvipastoris no caso, não são adaptados ao
sombreamento, é o que comprovaram Del Pozo et al. (1998) com o Cynodon
15
nlemfuensis, associado à Leucaena leucocephala, num estudo de
comportamento da forragem a sombreamento permanente, em que obteve
resultados pouco significativos, e sombreamento temporário, com produtividade
um pouco melhor, do que o sombreado permanente e em determinadas épocas
do ano, obteve rendimentos semelhantes ao do pleno sol.
Para cada situação o necessários estudos específicos sobre qual a
melhor associação, em função da espécie florestal, do grau de sombreamento,
do solo e do clima. Mesmo assim, algumas espécies testadas parecem ser
mais promissoras, podendo citar as gramíneas Panicum maximum var
Trichoglume (Greenpanic), P. maximum (Colonião), Brachiaria humidicola
(Quicuio), B. brizantha (Brizantão) e Melinis minutiflora (Gordura), e as
leguminosas Calopogonium mucunóides (Calopogônio), Macrotyloma axillare
(Dólicos) e M. atropurpureum cv Siratro (Siratro). De forma geral, o autor
observa que as gramíneas são mais afetadas pela presença das árvores ou
pelo sombreamento do que as leguminosas (GUTMANIS, 2002).
Outro fator que pode ser observado no que diz respeito à pastagem
sombreada, é que esta apresenta maior teor de nitrogênio (%N). Observa-se
também que outros nutrientes na planta forrageira também aumentam com o
sombreamento: P, K, Ca, Mg, S, B e Cu, enquanto outros diminuem, como é o
caso do Mn, Zn e Mo. Quanto aos componentes estruturais dos tecidos, os
teores de lignina aumentam e os de celulose e hemicelulose praticamente não
se alteram ou diminuem muito pouco, ao passo que teores de carboidratos
solúveis diminuem significativamente em condições de baixa luminosidade
(GUTMANIS, 2002).
2.3 ATIVIDADE SILVIPASTORIL NO BRASIL
As atividades silvipastoris, no Brasil, são realizadas na busca de
viabilidade florestal e zootécnica e eventualmente econômica.
Preferencialmente, as pesquisas a respeito do tema incluem avaliações
referentes à produção de forragem e ao ganho de peso animal, à eficiência de
recuperação de áreas degradadas, à distribuição espacial e ao espaçamento
entre as espécies arbóreas e ao manejo do rebanho e da floresta.
16
Empresas particulares de reflorestamento possuem 5,5 milhões de
hectares de florestas plantadas, algumas dessas empresas utilizam gado para
controlar a vegetação do sub-bosque, empregado com grande sucesso. Um
exemplo de empresa que utiliza o sistema silvipastoril é a CMM Companhia
Mineira de Metais, empresa pertencente ao Grupo Votorantin, que pratica
plantios com baixas densidades de eucalipto, no espaçamento 4 x 10 m. Para
utilizar as ruas largas entre as linhas, a CMM faz dois anos de lavoura e
introduz gramínea forrageira em seguida, com pastejo em meio à floresta até o
corte dos eucaliptos no 11
o
ano, quando recomeça o ciclo (GUTMANIS, 2002).
Esse sistema teve início em 1993, e continua sendo implantado pela
empresa, com cultivo de arroz e soja até o segundo ano do sistema. Ao
contrário do que se pensa sobre o espaçamento utilizado pala CMM, houve
aumento em 40% a produção de madeira por hectare e a redução de 51% dos
custos (TSUKAMOTO FILHO, 2003).
Oliveira e Macedo
5
(1996 citados por TSUKAMOTO FILHO, 2003),
concluíram que o sistema utilizado pela CMM é viável economicamente, com
base nos indicadores valor presente líquido (VPL), relação benefício/custo
(B/C) e taxa interna de retorno (TIR). Também verificaram que o sistema é
bastante sensível a aumento de custos. Nas simulações realizadas na época,
constatou-se aumento de 15% tornaria o sistema inviável.
Uma outra análise, na mesma empresa, mostrou que níveis baixos de
produtividade do eucalipto inviabilizam economicamente o investimento no
sistema agrossilvipastoril rotativo e que a lucratividade do sistema aumenta
significativamente à medida que se eleva a proporção da quantidade de
madeira vendida para serraria em relação proporção da quantidade de madeira
vendida para energia (OLIVEIRA et al., 1996).
No seu trabalho, Dubé (1999) concluiu que implantar sistemas
silvipastoris com eucalipto no cerrado é viável economicamente, desde que
pelo menos 5% da madeira produzida tenha como finalidade a serraria e o
restante para energia ou outro fim de valor igual ou maior de mercado.
Na Zona da Mata, em Minas Gerais, Franco (2000) relata, em seus
estudos, que a introdução de espécies arbóreas e/ou arbustivas, madeiráveis
5
OLIVEIRA, A.D.; MACEDO, R.L.G. Sistemas agroflorestais: considerações técnicas e
econômicas. Varzante: CMM, 1996, 32p. (Projeto de Consultoria).
17
e/ou frutíferas, nas áreas de pastagem ajudam a intensificar a produção animal
e auxilia na expectativa de uma atividade pecuária mais sustentável e rentável.
As espécies madeireiras e frutíferas aumentam as perspectivas de retorno
econômico em médio e em longo prazo, fornecem sombra e abrigo ao gado e
protegem ou adubam a terra. O autor sugere dois tipos de manejo para a área,
com o manejo da regeneração natural, com a roçada das espécies sem
proveito à produção e deixando as espécies de interesse do produtor.
No mesmo estudo, o outro manejo proposto por Franco (2000) seria o
plantio em faixas, com árvores e arbustos intercalados, recortando toda a
pastagem, com inclusão de espécies leguminosas, como alternativa de
alimentação ao gado.
Outro estudo realizado na Zona da Mata, em Minas Gerais, mostrou
que os sistemas silvipastoris com eucalipto são: técnica, econômica, social e
ambientalmente viável, isto é, representa uma alternativa viável para o
desenvolvimento sustentável da região. Os sistemas silvipastoris, com pecuária
leiteira e plantio de eucaliptos apresentaram melhores índices econômicos do
que os monocultivos de eucaliptos e pecuária leiteira. Além disto, o consórcio
proporcionou a obtenção de maiores receitas e ainda contribuiu para a
manutenção do potencial produtivo dos recursos naturais, ou seja, otimizou a
produção por unidade de superfície (VALE, 2004).
Existem outros trabalhos realizados na região sudeste e norte do
Estado mineiro. Desses estudos, constatou-se que o consórcio de bovinos e
ovinos com plantio de eucalipto reduz de 52-93% no custo de implantação e de
manutenção dos povoamentos florestais e que a adoção do sistema silvipastoril
não afetou o desenvolvimento da espécie florestal, no que diz respeito ao
incremento de altura e do diâmetro à altura do peito (GARCIA; COUTO, 1992).
No Estado de São Paulo, Schreiner (1988) estudou a viabilidade dos
sistemas silvipastoris com Eucalyptus grandis e a presença de Brachiaria
decumbens nos aceiros e estradas. Com a introdução de bovinos na área,
pôde-se concluir que a presença dos animais na área foi benéfica para o
controle e rebaixamento da braquiária, diminuindo riscos e custos com controle
de incêndio, não prejudicando a estrutura dos solos, nem o desenvolvimento do
eucalipto, além de fornecimento de receita suplementar pela produção de
carne.
18
Estudos realizados, no Pará, demonstraram a potencialidade dos
sistemas silvipastoris. No município de Paragominas, pesquisas revelaram que
o uso dos sistemas silvipastoris pode render ao produtor receitas adicionais
pela venda de madeira na ocasião da renovação das pastagens, com destaque
para a utilização do Schyzolobium amazonicum (Paricá), componente arbóreo
promissor para esses sistemas na região. , em Belterra, o Cordia goeldiana
(Freijó), plantado no espaçamento 5 x 5 m e associado com Brachiaria
humidicola e Desmodium ovalifolum e em outra área com Andropogon gayanus
e Pueraria phaseoloides, apresentou elevada potencialidade econômica no
sistema silvipastoril para região (CASTRO; CARVALHO, 1999).
No nordeste brasileiro existem os relatos mais antigos dos sistemas
silvipastoris no Brasil: revelam a utilização de uma grande variedade de
espécies arbóreas e arbustivas, como as do gênero Eucalyptus e da família
Leguminosae, como a Prosopis juliflora (Algaroba), Leucaena leucocephala
(Leucena), Gliricidia sepium (Gliricídia) e Mimosa caesalpiaefolia (Sabiá)
(CASTRO; CARVALHO, 1999).
A algaroba é uma espécie leguminosa que se adaptou muito bem ao
semi-árido nordestino, pela sua elevada rusticidade e resistência à seca, porém
uma série de fatores como a variabilidade genética, a idade, o espaçamento,
as pragas e doenças, a qualidade de tio, entre outros, podem determinar a
maior ou menor produção de frutos, uma vez que suas vagens forrageiras são
utilizadas na suplementação alimentar, ainda mais que sua principal
característica é a frutificação na época mais seca do ano. Assim, o emprego
dessa leguminosa em reflorestamento, visando à produção de madeira e
forragem para a pecuária, por meio de sistemas silvipastoris, constitui
importante alternativa econômica e social para a região (RIBASKI, 1992).
No nordeste brasileiro, Ribaski (1992) relata estudos realizados com
Eucalyptus camaldulensis em consórcio com gramíneas forrageiras adaptadas
da região e presentes na área de maneira espontânea, entre eles o Panicum
maximum. O estudo contava com a inclusão da criação de novilhos na área,
com uma lotação de 2,7 cabeças/ha, e demonstrou com resultados
preliminares um incremento no peso do animal, acima da média em sistemas
convencionais da região.
19
Na região centro-oeste, o sistema silvipastoril tradicional dos cerrados
consiste basicamente na criação extensiva, aproveitando a vegetação rasteira
e as espécies arbustivas e arbóreas, principalmente em épocas criticas.
Enquanto a estação seca avança (maio), o gado passa a consumir mais
espécies não-gramíneas, chegando a 5% no mês de setembro, entretanto,
mesmo no auge das chuvas (fevereiro), o consumo de espécies não-gramíneas
é próximo a 32%. Nessa região, é comum a prática da queima da vegetação
nativa, para rebrota e aumento da oferta de forragem, porém prejudica a oferta
de madeira pelas espécies arbóreas e arbustivas (BAGGIO; CARPANEZZI,
1988).
Na região sul do Brasil, no que se faz referência aos custos de
implantação, manejo, perda de área de pastagem por sombra, competição por
água, luz e nutrientes e infestação da pastagem via sementes, entre outros, e
dos benefícios, como atenuação do frio ou calor pelo sombreamento,
suplementação de alimento, oferta de produtos e subprodutos lenhosos, entre
outros, a introdução de árvores em pastagens, isto é, sistemas silvipastoris, é a
atividade mais recomendada para a prática da pecuária nesta região, de
acordo com estudos de Montoya et al. (1994).
2.4 ATIVIDADE SILVIPASTORIL NO PARANÁ
As primeiras atividades silvipastoris estudadas economicamente no
Paraná foram realizadas no início dos anos 1980 pelo Centro Nacional de
Pesquisas Florestais (CNPF), com um experimento completo sobre a recria e
terminação de bovinos em pastagens nativas suprimidas sob povoamento de
Pinus elliottii, plantado num espaçamento inicial de 3 x 3 m. Constatou-se,
nesse estudo, que o crescimento do pinus não foi significativamente afetado
pela presença do gado, embora se tivesse registrado tendência na diminuição
do incremento volumétrico da ordem de 4,5%. A produção de peso vivo do
gado por hectare foi abaixo da média da região, a céu aberto, no mesmo
período de estudo, fator esse compensado pela diminuição nos custos de
controle do sub-bosque e prevenção de incêndios florestais. Pode-se assim
concluir que a introdução do gado nos povoamentos florestais proporciona
20
produção e economicidade melhores que as obtidas na manutenção pura e
simples plantios florestais (SCHREINER, 1994).
Destacam-se também, no Estado do Paraná, estudos desenvolvidos
com cultivo de Ilex paraguariensis St. Hil., tanto na forma de ocorrência nativa,
quanto no plantio, o método que apresentou melhores resultados econômicos
foi o mesmo utilizado para o plantio de mudas de erva-mate, cultivo agrícola
anual (arroz no primeiro ano, feijão ou milho nos anos subseqüentes) e pastejo
no período de inverno (SILVA; SILVA, 1994a).
Na região definida Faxinal, área que se estende do centro-sul do
Estado do Paraná, até o norte gaúcho, passando pelo centro catarinense, que
são as matas mistas de latifoliadas e araucárias de ocorrência no sul do Brasil
(Floresta Ombrófila Mista) existem sistemas de criação comunitária. Esses
sistemas surgiram acompanhando o tipo de colonização desta região,
aproveitando a floresta nativa, principalmente os vales, impróprios para a
agricultura, para a criação animal de uso comum. Nessas áreas, há diversidade
de animais, bovinos, suínos, eqüinos, caprinos, ovinos e aves, os quais se
alimentam exclusivamente de recursos naturais, isto é, pasto nativo, frutos,
arbustos e árvores forrageiras. Destaca-se nessas áreas a presença de 80
espécies florestais com potenciais madeireiros, passiveis de manejo (BAGGIO;
CARPANEZZI, 1988).
No norte do Paraná, a Grevillea robusta, introduzida para a proteção
dos cafezais, é encontrada eventualmente em pastagens, para a arborização
ou quebra-ventos, sendo indicada para esses fins, por não competir com a
vegetação rasteira, ser perenefólia, ter caule flexível e produzir boa madeira
(BAGGIO; CARPANEZZI, 1988; SILVA; MAZUCHOWISKI, 1999).
Da mesma forma que no norte do Estado paranaense, na região
noroeste também existe a presença da grevílea, tanto em renques,
remanescentes do sombreamento do café, quanto em curvas de nível, para
conservação do solo contra erosão hídrica e eólica do arenito Caiuá.
Estudos realizados por Silva (1994b) e Silva e Mazuchowiski (1999),
com o plantio de grevílea em curvas de nível no município de Tapejara,
noroeste do Paraná e constataram que a pastagem sombreada suportou maior
carga animal/ha/ano, de até 50% a mais, e um adicional de 122,6 m
3
de
madeira/ha. A prática, inicialmente utilizada para proteção do solo, possibilitou
21
ao produtor uma produção pecuária em níveis superiores a média do município
e até regional.
A conversão de 21,8 ha de pastagem convencional para sistema
silvipastoril, também no município de Tapejara, com árvores de Peltophorum
dubium (Canafístula) e grevílea utilizando cultivos de mandioca, aveia preta e
milho com mucuna, no período de implantação sem haver a presença de
animais, proporcionou uma renda bruta de 184%, o que foi suficiente para o
custeio de implantação do sistema (BARBI, 1993)
Para Silva e Mazuchowiski (1999), a eficiência técnica e econômica
dos sistemas silvipastoris está confirmada para região noroeste do Paraná,
pois seus estudos com grevílea apresentaram aumento de 30% na taxa de
lotação das pastagens daquela região, além da ampliação no ciclo de reforma
das pastagens, amenização das condições climáticas extremas, geração de
empregos e serviços e diminuição do intervalo de tempo entre uma cria e outra.
Na região noroeste do Estado do Paraná, Ortêncio Filho et al. (2001),
realizaram experimentos com ovinos em meio a bosques com grevíleas e
eucaliptos, que se constatou aumento da produção, uma vez que no período
diurno de maior incidência de radiação solar, os animais procuravam áreas
sombreadas pelas árvores. Segundo os autores, as raças de ovinos analisadas
apresentaram-se adaptadas à região e destaca o favorecimento dos bosques a
este fato.
No Estado do Paraná, também existem trabalhos com outras espécies
florestais exóticas, como a Hovenia dulcis (Uva-do-japão), a Acacia mearnsii
(Acácia-negra), a Casuarina equisetifolia (Casuarina), o Paulownia tomentosa
(Kiri), e o Eucalyptus sp. são encontradas esporadicamente sob diferentes
formas de plantio. A última, especialmente, é comum em quebra-ventos e em
bosquetes de proteção (pequenos bosques puros no meio do pasto, para
proteção contra o frio ou calor). Os bosquetes são pouco utilizados em nosso
meio, apesar de sua potencialidade para proteção e produção (BAGGIO;
CARPANEZZI, 1988).
Apesar dos estudos econômicos realizados na região noroeste do
Paraná com sistemas silvipastoris, estes foram realizados com base no ganho
animal e de forragem utilizando a espécie florestal grevílea.
22
2.5 MERCADO FLORESTAL
Atualmente, o setor florestal brasileiro conta com aproximadamente
cinco milhões de hectares de florestas plantadas, tendo como principais
espécies as do gênero Pinus (1,8 milhões), Eucalyptus (3 milhões) e o restante
com outras espécies em menor escala. As demais áreas do setor florestal
brasileiro estão distribuídas em 530 milhões de hectares de florestas nativas e
43,5 milhões de hectares em unidades de conservação (EMBRAPA, 2003;
VALVERDE, 2006).
Segundo dados estatísticos da ABRAF (2006), o Brasil tem 3.407.205
ha do gênero eucalipto plantado e a participação do Estado do Paraná nesse
cenário são de 114,996 ha, sexto colocado em plantio do gênero no país, que
por sua vez tem a primeira posição no que diz respeito à área plantada de
pinus, com 677.772 ha. O plantio anual, entre reformas e novos plantios, o
Estado do Paraná teve participação de 54 mil ha, de plantios de pinus e
eucaliptos.
Em 2005, o setor florestal teve participação de 6,3% das exportações
brasileira, comercializando U$ 7,4 bilhões, tornando-se o terceiro complexo em
exportações nacionais, ficando atrás apenas dos complexos soja e carnes, com
participação de 8,5% no superávit da balança comercial. Somente as florestas
plantadas tiveram participação de U$ 4,7 bilhões, perfazendo o total de 63,5%
do total exportado pelo setor florestal (ABRAF, 2006).
As atividades da cadeia produtiva, que abrange as florestas plantadas
e os diversos processos industriais da transformação da madeira, resultam em
uma significativa geração de empregos no país. Estimativas mostram que a
cadeia produtiva do setor de florestas plantadas (primário e transformação
industrial), em 2005, foi responsável por cerca de 4,1 milhões de empregos:
entre diretos (676 mil), indiretos (1,7 milhão) e empregos resultantes do efeito-
renda (1,8 milhão) (ABRAF, 2006).
O aumento de área dos plantios comerciais, principalmente com
eucaliptos são viáveis e sustentáveis, tanto economicamente, quanto
ambientalmente, pois atendem três fatores importantes. O primeiro diminui a
pressão sobre os poucos fragmentos florestais nativos ainda existentes. O
segundo apresenta uma fonte de renda alternativa para pequenos e médios
23
produtores rurais. E o terceiro representa fontes de matéria-prima excelente
para a indústria consumidora, e mais próxima do que as florestas nativas
(HARRISON et al., 2000).
Nos últimos anos, várias instituições nacionais como o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil (BB), o
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério do Meio Ambiente
(MMA) têm criado e desenvolvido programas de financiamento ao setor
florestal com a liberação de empréstimos a produtores e empresas florestais.
Estimativas indicam que, em 2005, somente o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF Florestal) e o Programa de
Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (PROPFLORA) desembolsaram
cerca de R$ 51 milhões para a atividade de florestas plantadas (ABRAF, 2006).
A madeira do eucalipto é a mais utilizada para o abastecimento da
indústria de base florestal no Brasil. Em 2004, a madeira do eucalipto
apresentou um consumo aproximado de 34.113.000 m
3
para o setor de papel e
celulose, 2.475.000 m
3
pelo setor de geração de energia e 340.000m
3
pelo
setor de madeira serrada (ABRAF, 2006).
Além desses setores, existe um grande consumo de madeira em
pequena escala que não é devidamente quantificado, mas que somado atinge
valores de consumo significativo. Como é o caso do uso da lenha e da madeira
tratada para diversos usos (FEARNSIDE, 1998).
A participação das florestas plantadas, nos diversos segmentos
industriais de transformação da madeira, tem-se tornado cada vez mais
significativa em virtude da crescente demanda por matéria-prima florestal,
principalmente por parte dos segmentos de celulose e papel, siderurgia, painéis
e móveis (ABRAF, 2006).
A demanda anual de madeira, no Brasil, é estimada em 350 milhões de
metros cúbicos, sendo que a produção de florestas plantadas, principalmente,
com espécies dos neros Eucalyptus e Pinus, não atinge a metade dessa
necessidade. Há, portanto, déficit significativo de madeira que vem sendo
suprido por meio do corte de florestas naturais. Além da utilização da madeira
para fins diversos, destaca-se também a crescente demanda por produtos não-
madeiráveis, como resinas, látex, produtos alimentícios, taninos, matéria-prima
para a indústria farmacêutica e plantas medicinais (RIBASKI et al., 2002).
24
Pode ser observado que para atingir a sustentabilidade da pecuária e
também como auxílio à oferta de madeira, o sistema silvipastoril se apresenta
como excelente alternativa. A adoção do sistema depende também da
disponibilidade de informações das potencialidades agroeconômicas,
especialmente do componente arbóreo e dos fatores que envolvem o mesmo,
tal como: mercado, políticas públicas, entre outros. É necessária a quebra de
paradigmas tanto dos produtores rurais quanto de técnicos envolvidos, visando
à propriedade como um todo e mudar a visão deles sobre o componente
arbóreo, para enxergar uma fonte de renda, por meio de técnicas silviculturais
e de manejo adequado (SILVA; MAZUCHOWSKI, 1999; SILVA, 2000b).
2.6 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS SILVIPASTORIS
O planejamento realizado para uma propriedade rural tem por objetivo
traçar cenários, identificar pontos fortes e fracos, assim como minimizar as
incertezas geradas pelos fatores internos e externos (DOSSA et al., 2000).
Para a realização bem sucedida de um planejamento, é necessária a análise
econômica, a qual se baseia em seu fluxo de caixa, o que é definido como a
relação dos custos e das receitas, distribuídos ao longo da vida útil do
empreendimento (REZENDE; OLIVEIRA, 1995).
A aplicação dos critérios de análise econômica, na área florestal, é
fundamental para se decidir qual o melhor projeto e/ou alternativa de manejo a
serem adotados. Assim, a determinação da idade econômica de corte, o
espaçamento, a adubação, a época e a intensidade de tratamentos
silviculturais e a espécie, dentre outras decisões, podem ser tomadas de forma
mais segura quando feitas as simulações baseadas nos critérios técnico-
econômicos (SILVA; FONTES, 2005).
A condição econômica representa um dos enfoques mais significativos
na consideração de um sistema produtivo. Em geral, é tida como um elemento
balizador para as atividades voltadas para o mercado (SILVA, 2000a).
A função das análises econômico-financeiras é apoiar o processo de
tomada de decisão, tanto dos produtores como dos pesquisadores que
desenvolvem novos projetos e tecnologias no setor. É por meio dessas
análises que será possível assegurar os recursos destinados à produção e
25
formular recomendações de opções produtivas mais vantajosas de se
implementar (RODRIGUES, 2005).
A determinação econômica das atividades produtivas pode ser
realizada para atender diferentes necessidades, entre as quais se destaca a
avaliação financeira aplicada ao dia-a-dia dos agricultores e ao seu universo de
trabalho.
A análise econômica e social, em projetos agroflorestais, deve ser
considerada uma das etapas fundamentais nas pesquisas de crescimento
florestal para o desenvolvimento sustentável (MASCHIO et al.
6
, 1994 citados
por RODRIGUES, 2005).
Para analisar a viabilidade econômica de projetos agroflorestais, a
análise e a interpretação do movimento financeiro das atividades, que
contemplam ingressos e saídas de recursos (fluxo de caixa) têm papel
particularmente importante (SILVA, 2000a). Para análise mais completa, o
usados os indicadores básicos de análise financeira, valor presente líquido
(VPL), valor esperado da terra (VET), relação beneficio custo (B/C) e taxa
interna de retorno (TIR) (DUBÉ, 1999; DOSSA et al., 2000; SILVA, 2000a).
O método do valor presente líquido (VPL) pode ser definido como o
resultado da soma algébrica dos valores financeiros movimentados
descontados, a uma dada taxa de juros, do fluxo de caixa a ele associado
(REZENDE; OLIVEIRA, 1995; OLIVEIRA; MACEDO
7
, 1996 citados por DUBÉ,
1999), em outras palavras: é a diferença do valor presente das receitas menos
o valor presente dos custos (SILVA; FONTES, 2005). Um projeto será
economicamente viável se o seu VPL for maior que o valor do investimento, ou
seja, positivo, de acordo com determinada taxa de desconto. Quanto maior o
VPL, mais economicamente atrativo será o projeto (DUBÉ, 1999; SILVA;
FONTES, 2005).
O VET, por outro lado, é um termo florestal usado para representar o
valor presente liquido de uma área de terra nua a ser utilizada para a produção
de madeira, calculado com base numa série infinita de rotações. A expressão
6
MASCHIO, L. et al. A agrofloresta na ótica da teoria dos sistemas. In: CONGRESSO
BRASILEIRO SOBRE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 1., 1994, Porto Velho. Anais...
Colombo: EMBRAPA, 1994. v. 2, p.373-383.
7
OLIVEIRA, A.D.; MACEDO, R.L.G. Sistemas agroflorestais: considerações técnicas e
econômicas. Lavras: UFLA, 1996. 255p. (Projeto de Consultoria).
26
normaliza o retorno liquido dos investimentos e possibilita a composição anual
do cálculo da receita liquida para o período de corte da atividade (DOSSA et
al., 2000; SILVA; FONTES, 2005). Tal critério é mundialmente conhecido e
utilizado para determinar a rotação econômica e o preço máximo de compra de
terra nua, considerando-se uma série infinita, bem como para selecionar
projetos alternativos. O VET, por considerar o horizonte infinito, é amplamente
utilizado na análise econômica de projetos florestais, pois elimina o problema
de se compararem projetos com diferentes durações (SILVA et al., 2002;
SILVA; FONTES, 2005).
A TIR é definida como uma taxa de desconto que faz com que o valor
atualizado dos benefícios seja igual ao valor atualizado dos custos, sendo um
método que depende exclusivamente do fluxo de caixa do sistema de produção
(SILVA, 2000a). É uma taxa de desconto no qual o VPL dos benefícios é igual
aos custos econômicos, ou seja, nulo. Ela representa a eficiência marginal do
capital e corresponde à taxa de lucratividade esperada dos projetos de
investimento. Essa variação é conseqüência do volume de investimentos
iniciais e do fluxo de retornos de cada projeto (DOSSA et al., 2000). A
aceitação de um projeto avaliado por esse critério, isto é, sendo
economicamente viável, ocorrerá se a sua TIR for superior a uma taxa de juros
correspondente à taxa básica de remuneração ou taxa mínima de atratividade
(DUBÉ, 1999; DOSSA et al., 2000; SILVA, 2000a).
A relação custo/benefício (B/C), é uma medida que faz referência direta
à magnitude dos ingressos em relação às inversões financeiras praticadas
(SILVA, 2000a), a B/C de um projeto representa a divisão do valor presente
dos benefícios futuros pelo valor presente dos custos futuros para uma
determinada taxa de desconto (AZEVEDO FILHO, 1996). Indica quantas
unidades de capital recebido como benefício é obtido para cada unidade de
capital investido (DOSSA et al., 2000). Valores de B/C iguais ou maiores que a
unidade, ou seja, 1, indica que o modelo analisado ou projeto é viável
economicamente (SILVA, 2000a). Quando o valor da B/C é igual a 1, a taxa de
desconto utilizada é a própria taxa interna de retorno do empreendimento
(REZENDE; OLIVEIRA, 1995).
27
2.7 INVENTÁRIO FLORESTAL
Para qualquer planejamento de uso dos recursos florestais, o inventário
florestal apresenta-se como uma prática de suma importância, pois por meio
dele é possível a caracterização de uma determinada área e o conhecimento
quantitativo e qualitativo das espécies que a compõe.
No dizer de Machado e Figueiredo Filho (2003), a medição de todas as
árvores de uma floresta para conhecer seus volumes é uma tarefa impraticável,
para isso é necessária a realização de um inventário florestal.
Inventário florestal varia sua metodologia de acordo com seus objetivos
em cada caso específico, podendo informar diversos detalhes sobre a floresta,
tais como: volume total, volume comercial e também os volumes para várias
categorias de uso, tais como: serraria, laminação, celulose e etc. Simplificando,
inventário florestal é uma atividade que visa obter informações qualitativas e
quantitativas dos recursos florestais existentes em uma área pré-específicada
(PÉLLICO NETTO; BRENA, 1997).
A fim de realizar o inventário florestal, primeiramente deve-se fazer
uma amostragem, que nada mais é do que a parte de uma determinada
população, constituída de indivíduos que apresentam características comuns
que identifiquem o universo ao qual pertencem. A amostra deve ser
representativa, devendo possuir as mesmas características básicas da
população, no que se refere à variável a ser estimada. As unidades amostrais
de inventários florestais podem ser constituídas por parcelas de área fixa, na
forma circular, retangular ou faixas, de pontos amostrais ou árvores (PÉLLICO
NETTO; BRENA, 1997).
O posicionamento e instalação das unidades amostrais, num inventário
florestal, exigem critérios que podem ser facilitados com a utilização de
equipamentos de navegação global, o GPS que é uma ferramenta muito
importante para o setor florestal, pois se pode realizar diversas operações com
seu uso, desde mapeamentos para usos de inventário florestal, até sobrevôos
em povoamentos florestais para identificação de doenças ou incêndios, e
facilita o deslocamento e agiliza o reconhecimento de posicionamento
geográfico (WATZLAWICK et al., 2002).
28
A fim de realizar o manejo florestal, é necessário o conhecimento do
volume sólido de um determinado povoamento, que pode ser estimado por
meio do inventário florestal, consistindo na medição de parte da população, isto
é, de unidades amostrais ou parcelas, e extrapolar os resultados para a área
total, têm-se assim estimativas da quantidade e distribuição da madeira
disponível (LEITE; ANDRADE, 2002).
Dentre as variáveis a serem mensuráveis em uma árvore e no
povoamento florestal, o diâmetro é o mais importante e por extensão, a
circunferência. O diâmetro constitui uma medida básica e necessária para o
cálculo da área transversal, área basal, volume, crescimento e quocientes de
forma. As medidas são tomadas a 1,30 m do nível do solo, conhecido como
diâmetro ou circunferência à altura do peito (DAP ou CAP), as razões da
definição desse ponto como medida do DAP são a necessidade de
padronização do ponto de medida, não sendo influenciada pela altura do
operador e nessa altura o tronco da maioria das árvores, pelo menos das
regiões frias e temperadas, está livre da influência da dilatação da base ou
das sapopemas (MACHADO; FIGUEIREDO FILHO, 2003).
29
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO
O estudo foi realizado em propriedades rurais assistidas pela
EMATER-PR nos municípios de Cianorte (latitude 23
o
39S e longitude 52
o
36
W
e altitude média de 545 m s.n.m.) e Tapejara (latitude 23
o
43S e longitude
52
o
52W e altitude média de 515 m s.n.m.), localizados na região noroeste do
Estado do Paraná, região de ocorrência da formação Arenito Caiuá.
Os solos da região noroeste do Estado do Paraná apresentam
predominância de três classes de solos, sendo elas: os Latossolos Vermelho,
os Argissolos Vermelho e os Neossolos Flúvicos (SIFLOR, 2003).
Figura 1 Localização geográfica da região noroeste do Estado do Paraná.
Fonte: Wikipédia (2007).
30
O clima desta região do Estado do Paraná é predominantemente Cfa,
segundo classificação de Köppen. A precipitação média anual entre 1.400 e
1.500 mm e evapotranspiração potencial média anual entre 1.200 e 1.400 mm.
Os meses mais chuvosos se concentram no verão, e o período mais seco nos
meses de julho e agosto. A temperatura média anual é de 21 a 24
o
C e com
ocorrência rara de geadas (SIFLOR, 2003).
Segundo o IBGE (1992), as áreas de estudo estão inseridas na
formação florestal primária de Floresta Estacional Semidecidual, na região
fitogeográfica de Floresta Atlântica. A cobertura florestal foi retirada,
principalmente para dar lugar às lavouras de café e atualmente utilizado para
criação extensiva de gado, para engorda e leiteiro e mais recentemente sofre
conversões dessas áreas para cultivo de cana-de-açúcar para usinas de cana.
Os sistemas encontrados no noroeste do Paraná, descritos e
analisados neste trabalho, são classificados como sistemas silvipastoris, pois
apesar de possuírem a prática de lavoura anual no período de implantação, de
maneira a acrescentar valor a terra num período sem pastoreio, é um conceito
e uma classificação já usual na região, com receitas das propriedades sendo
proveniente em sua maioria do fator pecuário.
Na região noroeste do Paraná, os sistemas silvipastoris encontram-se
dispostos nas formas de renques em linha, renques em nível, bosquetes e
maciços florestais. Apesar de haver tal variação de utilização das áreas o mais
utilizado, aceito e que se enquadra no perfil do produtor local, são os dispostos
em renques em nível, ou seja, plantios florestais realizados em linhas sobre a
curva de nível, conforme se pode observar nas Figuras 2 e 3, com finalidade
primordial de controle de erosão hídrica e em segundo plano como
sombreamento para o gado.
Todas as propriedades avaliadas tiveram o sistema silvipastoril
implantado no período de reforma da pastagem, que ocorreu na região em
questão, em média, após 15 anos de uso intensivo. As árvores foram plantadas
no período da reforma, juntamente com cultura agrícola anual, variando a
cultura, o tempo e a quantidade de ciclos produzidos de propriedade para
propriedade. Geralmente, a introdução novamente da pastagem ocorreu após
dois anos de uso agrícola, coincidindo com o plantio florestal em altura ideal
para não sofrer danos mecânicos pelo gado, conforme Figura 4.
31
Figura 1 Imagem de satélite de propriedade com sistema silvipastoril em
curva de nível, no município de Cianorte, PR (latitude 23
o
4107S e
longitude 52
o
4108W).
Fonte: Google Earth (2006).
Figura 2 Propriedade, com sistema silvipastoril em curva de nível no
município de Cianorte - PR.
32
(a) (b)(a) (b)
Figura 3 Plantio de mandioca (a) e de milho (b) entre as curvas de nível com
Eucalyptus spp. na reforma da pastagem.
Os estudos deste trabalho foram realizados em propriedades com este
tipo de sistema silvipastoril, com variações e avaliações de duas espécies
florestais, sem levar em consideração na análise dos dados as espécies
forrageiras, raça de gado e finalidades de cada propriedade. Em todas as
propriedades, não houve a inclusão de custos de implantação de benfeitorias,
uma vez que a propriedade já atua no setor pecuário, apenas com a inclusão
de árvores em áreas onde já existia o pastejo intensivo.
As espécies florestais cultivadas, nos sistemas silvipastoris analisados,
foram Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden e Eucalyptus camaldulensis
Dehnh. As forrageiras utilizadas foram Brachiaria brizantha Stapf (Brizantha),
Panicum maximum Jacq. cv. Mombaça (Mombaça) e Cynodon nlemfuensis
Van derys (Capim-estrela) e com raças bovinas de Nelore, Holandês, Red
Angus e Mestiços. As culturas agrícolas anuais utilizadas foram Manihot
esculenta Crantz (Mandioca) e Zea mays L. (Milho).
A Tabela 1 mostra, de forma resumida, a relação das propriedades
estudadas, sua localização, área com sistema silvipastoril, idade do sistema no
período avaliado, composição cultural, tempo de rotação e objetivo central de
produção.
Tabela 1 Características dos sistemas silvipastoris de cada propriedade estudada
Propriedade
Município
Espécie
Florestal
Cultura
Agrícola
Número de
rotações
Espécie
Forrageira
Espécie de
Gado
Área do Sistema
Silvipastoril (ha)
Idade do Sistema
Silvipastoril (anos)
Atividade
A Cianorte E. grandis - - Brizantha Holandês 6,10 5 Leite
B Tapejara E. grandis Mandioca 2 (1 ano cada) Mombaça Nelore 9,71 5 Engorda
C Cianorte E. grandis Mandioca/Milho 1/1 (1 ano e
meio e 6 meses)
Capim-estrela Nelore 4,84 8 Engorda
D Cianorte E. camaldulensis Mandioca/Milho 1/1 (1 ano e
meio e 6 meses)
Capim-estrela Nelore 12,10 4 Engorda
E Cianorte E. camaldulensis Mandioca/Milho 1/1 (1 ano e
meio e 6 meses)
Capim-estrela Nelore 7,26 8 Engorda
F Cianorte E. camaldulensis Mandioca 1 (1 ano e meio)
Brizanta Red Angus
e Nelore
29,04 7 Engorda
33
34
3.2 CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES
3.2.1 Propriedade A
A Propriedade A está inserida no município de Cianorte, sendo a sua
principal atividade a criação de gado leiteiro, com raça holandesa e mestiça, a
espécie forrageira utilizada foi a Brachiaria brizantha Stapf (Brizantha) e a
espécie florestal cultivada o Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden. Sua área
total de sistema silvipastoril analisada foi de 6,10 hectares, com seis anos de
idade no período de avaliação.
Realizou-se, nessa propriedade, no período de introdução das árvores
no sistema de pastagem, ocorrido nos primeiro dois anos do sistema
silvipastoril, o cultivo de Manihot esculenta Crantz (Mandioca), por meio de
parceria com arrendatário. A parceria consistiu na utilização da área para
cultivo agrícola e, em troca, o arrendatário se responsabilizou pelo plantio da
forrageira na pastagem. Por isso, não foram considerados, no estudo de fluxo
de caixa da Propriedade A, os custos de implantação da pastagem e nem as
receitas derivadas do cultivo agrícola, apenas o preparo de solo e plantio da
espécie florestal.
Houve apenas o controle de formiga e o preparo de solo para o plantio
no ano zero de implantação, sendo estes os tratos culturais realizados no
plantio florestal. No ano seguinte, o ano 1, seguiu-se com o controle de
formigas e a manutenção de cercas, de currais e de aguadas. As demais
atividades que foram realizadas na propriedade ficaram a cargo do
arrendatário.
No início do ano dois, houve correção de solo com adição de calcário a
cargo do proprietário, além do plantio das forragens feito pelo arrendatário. As
atividades de pastejo foram iniciadas no ano dois, passando a ter custos no
tratamento e prevenção de doenças no gado, alimentação e suplementos
minerais que se seguiram nos anos subseqüentes.
Foram considerados também, no ano dois, custos de aquisição de
gado leiteiro, considerando um ciclo de vida produtiva ao animal de 12 anos,
encerrando sua produtividade no ano 14 do sistema. A carga animal utilizada
pelo proprietário é de 1,5 cabeças por hectare. Quanto à mão-de-obra
35
empregada, menciona-se aquela utilizada em toda propriedade, em período
integral, com salário mínimo, cujo valor estimado para os cálculos é a área total
por hectare e não somente a área do sistema.
Nos anos três e seis do sistema, foram realizadas podas para
aumentar a altura dos fustes e evitar a quebra de seus galhos pelo gado.
As atividades com custos e receitas por hectare ano, da Propriedade A
estão relacionados na Tabela 1A.
3.2.2 Propriedade B
A Propriedade B localiza-se no município de Tapejara, com uma área
de sistema silvipastoril de 9,7 ha. Sua produção é destinada para criação de
engorda de bovinos da raça Nelore. A espécie forrageira utilizada é de
Panicum maximum Jacq. Cv. Mombaça (Mombaça) e a espécie arbórea do
sistema é o Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden, com idade de cinco anos.
No processo de plantio das árvores, na curva de nível, foram realizadas
duas rotações de cultura anual, com um ano de duração cada, de Manihot
esculenta Crantz (Mandioca). O plantio da mandioca nas duas rotações foi
realizado por meio de parceria, com 80% dos rendimentos para o arrendatário
e os 20% restantes das receitas para o proprietário. Sendo assim, os 80%
provenientes da colheita agrícola foram computados como custos de produção
dos anos zero e um, e os 20% que ficaram com o proprietário foi considerado
receitas dos anos um e dois. Além desses custos, no ano zero, foram
realizados preparo de solo para o plantio florestal e combate às formigas e no
ano um apenas o combate às formigas.
Manutenção de itens do sistema silvipastoril, como de cercas, de
currais e aguadas e salário de funcionário foi realizada em todos os anos. Os
salários pagos à mão-de-obra utilizada no sistema foram calculados de acordo
com o descrito na Propriedade A, com divisão do valor pago por toda área da
propriedade.
Foi realizada, no ano dois, uma poda nas
árvores, com intuito de obter
toras de melhor qualidade para uso futuro. Também foi efetuado o plantio da
pastagem, com o preparo de solo, adubação e correção, os três mecanizados e
uso de sementes para o plantio.
36
A partir do ano dois, começou a utilização do sistema para a criação de
gado para engorda, com compra de bezerros. Foram considerados os
ingressos de duas remessas de animais e a venda de outras duas remessas
por ano, ou seja, com a carga animal de cinco cabeças por hectare ao ano,
rotacionados na propriedade, considerou-se que por ano entraram duas
remessas de 2,5 cabeças de bezerros ou novilhos por hectare e foram
comercializadas outras duas de 2,5 cabeças de gado, boi gordo, por hectare,
totalizando uma carga animal para esta propriedade de cinco cabeças de
gado/ha/ano.
Foram realizadas a partir do início da criação animal, atividades de
manutenção do sistema, como adubação formulada, calcária para correção do
solo, alimentação e suplemento mineral, prevenção e tratamento de doenças,
além dos salários e manutenção de cercas, de currais e de aguadas.
As atividades com quantidade, custos e receitas por hectare/ano, da
Propriedade B estão relacionadas na Tabela 2A.
3.2.3 Propriedade C
É localizada no município de Cianorte e sua principal atividade é a
criação de bezerros para engorda, cuja raça de criação é a Nelore. Em uma
área correspondente a 4,84 ha para o sistema silvipastoril, que possuía 8 anos
de idade no período de avaliação, a espécie florestal plantada é o Eucalyptus
grandis W. Hill ex. Maiden e forrageira utilizada é o Cynodon nlemfuensis Van
derys (Capim-estrela).
As árvores foram plantadas no ano zero da implantação do sistema,
concomitante com o plantio de Manihot esculenta Crantz (Mandioca). Esse
processo utilizou uma rotação de um ano e três meses, sendo seguido com a
colheita da mandioca de forma manual e com duração de cerca de três meses.
Realizou-se, no ano um, uma poda nas árvores com a finalidade de
limpar o solo para a colheita da mandioca e, posteriormente, introduzir uma
nova cultura agrícola anual e pastagem. No mesmo ano, foram assimiladas,
ainda, atividades relacionadas ao preparo de solo, à adubação e à aquisição de
sementes para uma nova atividade agrícola a ser implantada, além de serem
consideradas as receitas adquiridas com a colheita e a venda da mandioca.
37
Ao longo do ano um, realizou-se o plantio de Zea mays L. (Milho),
juntamente com o plantio da espécie forrageira de capim-estrela na entrelinha.
A forrageira utilizada foi plantada manualmente por meio de mudas, colhidas
em outras áreas do mesmo produtor, com custos da tonelada calculados pelos
gastos em colheita e transporte das mudas, fixando o valor da tonelada de
mudas de capim-estrela ao produtor em R$ 1,98.
No início do ano dois, realizou-se a colheita e a silagem do milho, com
receitas calculadas pelo preço pago no mercado local sobre a tonelada do
produto. O milho foi utilizado para suplemento na alimentação do gado em
confinamento na propriedade, mas inserido neste estudo como receita. Iniciou-
se também, a criação de gado com o processo de compra de bezerros para
engorda e venda de boi gordo ano a ano. A partir desse ano, os tratos com o
gado passam a ser os mesmos em todos os anos: aplicação anual de adubo
orgânico, manutenção das cercas, de currais e de aguadas, alimentação e
suplemento mineral aos animais e salário a funcionário próprio. Para a
correção do solo, foi feita a aplicação de calcário na pastagem, durante o ano
quatro.
Nessa fazenda, o produtor cria 3,3 cabeças de animais, em média, por
hectare, com dois ciclos por ano, perfazendo um total de 6,6 cabeças/ha/ano,
rotacionados na propriedade. Ainda nessa propriedade, ocorreu um período de
engorda de gado em confinamento em todas atividades, com quantidade,
custos e receitas por hectare ano, cujos dados estão mostrados na Tabela 3A.
3.2.4 Propriedade D
Com uma lotação de 3,3 cabeças de gado em média por hectare,
rotacionados duas vezes ao ano, totalizando 6,6 cabeças/ha/ano rotacionados
na propriedade, a atividade na Propriedade D é a criação de gado para
engorda da raça Nelore, numa pastagem de Cynodon nlemfuensis Van derys
(Capim-estrela).
Para criação do sistema silvipastoril na Propriedade D, localizada no
município de Cianorte, no ano de 2002, numa área de 12,1 ha, a espécie
florestal plantada foi Eucalyptus camaldulensis Dehnh.
38
No ano zero, com rotação aproximada de um ano e três meses, foi
realizado o plantio da cultura agrícola anual de Manihot esculenta Crantz
(Mandioca). A colheita da mandioca foi realizada por mão-de-obra da região
por 10 pessoas, levando um tempo aproximado de três meses. Nesse ano, as
atividades culturais praticadas na propriedade foram relacionadas ao plantio
florestal, como: o preparo do solo para o plantio das mudas florestais, aplicação
de calcário na cova das mudas, compra de muda e duas roçadas após o
plantio e ao plantio da mandioca, com adubação e combate à formiga e
manutenção de benfeitorias na área toda.
Ao longo do ano, além das atividades de manutenção de cercas, de
currais e de aguadas, combate à formiga e uma roçada nas linhas das árvores,
foi realizado o plantio de Zea mays L. (Milho) e capim-estrela. Os custos
envolveram preparo de solo, aplicação de adubo orgânico e formulado,
combate à formiga e à silagem do milho. Da mesma forma que na Propriedade
C, o milho foi calculado como receita e utilizado na propriedade como
suplemento alimentar para o gado.
As atividades produtivas tiveram seu início no ano dois, após a colheita
do milho e repetida ano a ano, com custos de manutenção da pastagem com
adubo formulado, o primeiro com duas aplicações ao ano, manutenção de
cercas, de currais e de aguadas, alimentação e suplemento alimentar e
prevenção e tratamento de doenças, além de salário pago a funcionário.
Na Propriedade D, foram realizados períodos de engorda em
confinamento e com rendimentos de ganho de peso superior aos demais.
Todas as atividades, bem como quantidade e custos e receitas por hectare
ano, da Propriedade D estão mostradas na Tabela 4A.
3.2.5 Propriedade E
A área total do sistema silvipastoril é de 7,26 ha e localiza-se no
município de Cianorte. A forrageira cultivada foi Cynodon nlemfuensis Van
derys (Capim-estrela) e a raça de gado utilizada foi a Nelore.
O manejo do sistema silvipastoril utilizado na Propriedade E, é idêntico
ao desenvolvido na Propriedade C, cuja única diferença é a espécie florestal
39
utilizada e a densidade do plantio. A espécie florestal cultivada na Propriedade
E, foi o Eucalyptus camaldulensis Dehnh e avaliada com oito anos de idade.
Todas atividades, bem como quantidade e custos e receitas por
hectare ano, da Propriedade E, estão relacionados na Tabela 5A.
3.2.6 Propriedade F
A Propriedade F está localizada no município de Cianorte e
caracteriza-se pela criação de bovinos das raças Nelore e Red Angus, ambos
para engorda em pastagem de Brachiaria brizantha Stapf (Brizantha),
sombreadas pela espécie florestal de Eucalyptus camaldulensis Dehnh,
apresentando sete anos de idade no período avaliado.
No período de implantação do sistema silvipastoril, no ano zero, foi
realizado além do plantio das árvores para sombreamento o cultivo de Manihot
esculenta Crantz (Mandioca), com duração de dois anos do plantio. O cultivo
da mandioca foi realizado por meio de parceria, com apenas custos referentes
ao preparo de solo a encargo do proprietário, os demais custos de
responsabilidade do arrendatário, em troca de 50% dos rendimentos.
Outrossim, foram considerados para esse estudo 100% do valor de colheita
como receitas e 50% como custos, referentes ao valor pago ao arrendatário.
As atividades realizadas, no ano zero, correspondem ao preparo do
solo mecanizado para o plantio agrícola e das árvores e aplicação de
herbicidas, bem como sua aquisição.
Para o ano um ocorreram apenas custos referentes à manutenção de
cercas, de currais e de aguadas e pagamento de salário de funcionário, itens
realizados também no ano zero e nos anos subseqüentes do sistema.
No ano dois, ocorreu o preparo mecanizado do solo para o plantio por
semeadura da pastagem, aplicação mecanizada de calcário e aplicação
manual de adubo formulado. Por causa do plantio da forragem ter sido
realizado no início do ano dois, houve apenas metade da produção animal,
sendo assim, três cabeças de bezerros entraram no sistema e saíram, como
receita, três cabeças de boi gordo.
A partir do ano tr
ês, foram realizadas atividades de manutenção da
pastagem, com adubação manual, custos com suplemento alimentar para o
40
gado, prevenção e tratamento de doenças, compra de bezerros para engorda e
combate à formiga no quarto ano. A partir desse ano, a receita foi obtida
exclusivamente da venda de boi gordo, com lotação de seis cabeças de
gado/ha/ano e período de confinamento de 30 dias a cada seis meses.
As atividades relacionadas à produção, com sua quantidade, custos e
receitas por hectare ano, da Propriedade E estão mostradas na Tabela 6A.
3.3 AVALIAÇÃO DO VOLUME DE MADEIRA
Para a análise florestal de povoamentos para fins comerciais, como é
no caso deste estudo, estimou-se o volume das árvores, por meio de um
inventário florestal.
Assim, optou-se em calcular volume total para obtenção de dados tanto
para fins energéticos quanto para madeira serrada.
Em virtude das diferenças de espécies, de espaçamento entre
indivíduos na linha, distância entre as linhas (curvas de nível) e idade entre as
propriedades estudadas, foi elaborada uma metodologia para amostragem, que
consistiu em unidades amostrais lineares de 30 metros, com trena.
O princípio da metodologia utilizada foi de acordo com as amostragens
propostas por Péllico Netto e Brena (1997), com amostras de parte da
população constituídas por indivíduos que apresentam características comuns
que identificam a população a que pertencem. A partir das unidades amostrais
lineares de 30 m e com o conhecimento do somatório do tamanho de todas as
linhas de árvores do sistema levantado, por meio de GPS modelo SR-20 e da
área total, é possível definir o número de indivíduos por hectare e assim se
calcular o volume total por hectare.
Nas unidades amostrais, foram coletados dados necessários para o
cálculo de volume total, de acordo com recomendações de Machado e
Figueiredo Filho (2003), medindo as variáveis de DAP - diâmetro à altura do
peito, utilizando-se fita diamétrica e altura total das árvores, com hipsômetro de
Blume-Leiss. As alturas foram medidas de 20% dos indivíduos, ou seja, 10%
dos primeiros de cada unidade amostral e outros 10% de indivíduos
dominantes, que pode ser considerada como média das alturas das 100
árvores mais grossas por hectare, para ajustes de equações hipsométricas.
41
As unidades amostrais ou parcelas foram distribuídas ao longo dos
sistemas silvipastoris de forma sistemática, de maneira a abranger toda área e
possíveis diferenças topográficas, falhas, entre outros, de forma a representar
toda a população.
Entre os vários modelos hipsométricos, para se estimar altura em
função do diâmetro, optou-se por quatro, sendo: (1) h = b0 + b1 (1 / d
2
); (2) h =
b0 + b1 (1 / d
2
); (3) h = b0 + b1 logd; (4) logh = b0 + b1 log d e logh = b0 + b1 /
d. Por meio de estudo de parâmetros estatísticos F e erro-padrão
8
, a equação
que se mostrou mais indicada para as situações do inventário em questão foi:
Log h = b
0
+ b
1
1/d
em que
Log = logaritmo da variável considerada
h = altura em metros
b
0
e b
1
= parâmetros da equação
d = diâmetro em centímetros
Com as informações de diâmetro e a altura total de todos os indivíduos
florestais, o cálculo de volume total de madeira existente em cada propriedade
estudada foi realizado com a equação:
V=
ð
(d
2
) h
t
40000
. 0,7
V=
ð
(d
2
) h
t
40000
. 0,7
em que
V = volume em metros cúbicos
ð = 3,1416
h
t
= altura total em metros
0,7 = fator de forma (f), valor comumente utilizado na região noroeste
do Paraná.
8
Maior F e menor Erro-padrão. Valores calculados por meio de estatística de regressão, teste
de ANOVA.
42
Para o cálculo do IMA (Incremento Médio Anual), dividiu-se o volume
total por hectare obtido pela idade do sistema silvipastoris, com os valores de
IMA calculados, foi possível fazer as projeções de volume para os anos e
manejos desejados.
3.4 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS SISTEMAS SILVIPASTORIS
A composição múltipla dos cultivos agroflorestais, a natureza das
combinações e os gastos apropriados para as diferentes culturas são fatores
que podem influenciar na obtenção das receitas e dificultar as análises
econômicas final, ocorrendo igualmente desta maneira nos sistemas
silvipastoris.
Com o objetivo de avaliar a rentabilidade do sistema silvipastoril em
cada propriedade, com diferentes espécies florestais, plantadas em densidades
variadas, com tratos culturais e com manejos diferenciados entre si, optou-se
para a análise de viabilidade econômica dos sistemas os seguintes critérios e
fórmulas:
3.4.1 Valor Presente Líquido (VPL)
Para determinar a viabilidade econômica por meio do VPL, a diferença
entre os benefícios e os custos atualizados, deverá ser positiva, para uma
determinada taxa de descontos (SILVA et al., 2002).
A fórmula para o cálculo do VPL é:
VPL = [Ó R
j
(1+i)
-j
] - [Ó C
j
(1+i)
-j
]
em que
R
j
= receita líquida no final do ano ou do período j considerado;
C
j
= custos no final do ano ou do período j considerado;
j = período (anos); e
i = taxa de desconto anual.
43
3.4.2 Valor Esperado da Terra (VET)
O VET representa o valor presente líquido de uma área de terra nua,
utilizada para produção de madeira.
A fórmula para o cálculo do VET é:
VET =
[(1+i)
P
- 1]
RLP
VET =
[(1+i)
P
- 1]
RLP
em que
RLP = receita líquida ao fim de cada P anos;
P = duração de cada ciclo produtivo da floresta; e
i = taxa de desconto anual.
3.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR é a taxa de retorno que constitui uma medida relativa que reflete
o aumento no valor do investimento ao longo do tempo, com base nos recursos
requeridos para produzir o fluxo de receitas, sendo calculado:
Ó
R
j
- C
j
(1 + i)
j
= 0
Ó
R
j
- C
j
(1 + i)
j
= 0
em que
R
j
= receita líquida no final do ano ou do período j considerado;
C
j
= custos no final do ano ou do período j considerado;
j = período (anos); e
i = taxa de desconto anual.
3.4.4 Relação Benefício-Custo (B/C)
A relação B/C consiste em relacionar valor presente dos benefícios e o
valor presente dos custos a uma determinada taxa de juros ou descontos,
sendo calculada:
44
[Ó C
j
(1+i)
-j
]
[
Ó R
j
(1+i)
-j
]
B/C =
[Ó C
j
(1+i)
-j
]
[
Ó R
j
(1+i)
-j
]
B/C =
/
/
[Ó C
j
(1+i)
-j
]
[
Ó R
j
(1+i)
-j
]
B/C =
[Ó C
j
(1+i)
-j
]
[
Ó R
j
(1+i)
-j
]
B/C =
/
/
em que
R
j
= receita líquida no final do ano ou do período j considerado;
C
j
= custos no final do ano ou do período j considerado;
j = período (anos); e
i = taxa de desconto anual.
3.5 ANÁLISES TÉCNICA E ECONÔMICA
Com o objetivo de melhor analisar os dados, foram simuladas
alternativas técnicas e econômicas de produção de uso de sistemas
silvipastoris, sem e com receitas do fator florestal. As rotações foram estimadas
aos sete anos de idade e corte final aos 14 anos com finalidade para energia, e
cujo objetivo é a obtenção de madeira para serraria, com desbastes de 75%
aos sete anos para energia e aos 14 anos 75% para energia e os 25%
remanescentes do primeiro corte para serraria e variação do preço obtido no
produto florestal de até 20%.
3.6 CUSTOS E RECEITAS
Para a montagem dos quadros de custos e receitas, foram utilizados
dados obtidos com os produtores rurais de cada sistema analisado, com preços
atualizados, praticados na região e/ou obtidos da média do último ano no
mercado.
Como medida de compensação para os valores financeiros investidos
ao longo da implantação e funcionamento dos sistemas, a taxa de
remuneração ou taxa mínima de atratividade utilizada foi de 8% a.a. (oito por
cento ao ano), taxa de juros aplicada pelo PRONAF Programa Nacional de
45
Fortalecimento da Agricultura Familiar
9
, para médias propriedades rurais para o
plantio florestal.
Para simulação de mercado, foi acrescido a cada ano aumento nos
custos da produção. As variáveis impostas para cada cenário foram aumentos
de 5%, 10% e 20% nos custos totais de cada ano da produção e, nos cenários
de manejo, foram decrescidos, respectivamente, 5%, 10% e 20% do preço da
madeira em pé.
Com isso, ao serem modificados os valores, procurou-se determinar
como se comportariam os resultados econômico-financeiros do sistema, de
maneira a se ter um prognóstico diante de cenários extremos de variações de
custos e receitas. Os valores utilizados nas variações de custos e receitas de
5%, 10% e 20% são variações que no decorrer dos 14 anos propostos dos
sistemas silvipastoris podem ocorrer.
Para este estudo não foram considerados o Valor da Terra (VT) e o
Custo Anual da Terra (CAT), pois são valores que se incluso no estudo tornaria
inviável a prática de qualquer atividade nas propriedades envolvidas, além de
serem valores sazonais, ou seja, não apresentam, para a região de estudo, um
valor de equilíbrio, pois são valores que têm altas e baixas de acordo com o
mercado agrícola e com especulações eventuais estabelecidas.
3.6.1 Custos de implantação e manutenção dos sistemas silvipastoris
Os custos de implantação e manutenção foram divididos em
mecanização, insumos e mão-de-obra, das quais incluem as seguintes
operações:
Mecanização: preparo do solo para árvores, preparo de solo
agrícola, preparo de solo para pastagem, sulcamento/adubação,
aplicação de herbicidas, aplicação de calcário, plantio da pastagem
e silagem.
Insumos: mudas florestais, mudas de pastagem, sementes de
pastagem, mudas de mandioca, sementes de milho, formicidas,
9
O PRONAF é um programa de desenvolvimento rural, criado pelo governo federal em 1996,
com a finalidade fortalecer e estimular a agricultura familiar em todo território nacional, com
taxas de juros que variam de acordo com a finalidade e tamanho da propriedade rural.
46
herbicidas, adubo formulado, adubo orgânico, calcário, manutenção
de cercas/currais/aguadas (valor estipulado de acordo com valores
da região e de forma igual em todas as propriedades),
alimentação/ração/minerais, tratamento de doenças e compra
animal.
Mão-de-obra: combate às formigas, adubação florestal, adubação
agrícola, adubação pastagem, coveamento e plantio florestal,
plantio agrícola, plantio da pastagem, capina, roçada, poda,
silagem milho, salário de funcionário (considerado valor pago por
ano para funcionário assalariado, caso não haja, mão-de-obra
familiar, valor total de um ano/área total da propriedade), colheita
agrícola, desbrota, corte final, arrendamento mandioca.
As atividades utilizadas variaram de propriedade para propriedade e a
intensidade de uso também, mas todos os valores de custos foram
padronizados. O valor de cada custo foi multiplicado pelo tempo ou quantidade
utilizado em cada hectare por ano.
Os valores utilizados em cada item foram obtidos por meio de
pesquisas com fornecedores de insumos e valores pagos por produtores da
região referentes a maquinário e à mão-de-obra.
No oitavo ano, nos cenários de manejos propostos pelo trabalho, foram
acrescidos aos custos totais R$ 50,00, referentes a duas diárias por hectare
pelo manejo da rebrota do Eucalyptus spp., após um ano do corte, como é
mostrado na Tabela 2. Não foram considerados custos das operações
florestais, uma vez que o preço adotado para a madeira no mercado da região
foi da venda em pé, ou seja, custos a cargo do comprador do produto.
Foram acrescidos, no cenário proposto do manejo 2, com madeira de
finalidade para serraria, custos de R$ 25,00 no ano dois e R$ 25,00 no ano
quatro, nas propriedades que não possuem podas no manejo convencional,
valores referentes a uma diária de mão-de-obra de um homem/dia, com a
finalidade de produzir madeira sem nós, isto é, de qualidade, para a serraria.
47
Tabela 2 Coeficientes técnicos, custos de mecanização, insumos e mão-de-
obra dos sistemas avaliados
Variáveis Unidade Valor por Unidade (R$)
Mecanização
Preparo de solo para plantio de árvores Hora/trator
1
55,00
Preparo de solo agrícola Hora/trator 55,00
Preparo de solo para pastagem Hora/trator 55,00
Sulcamento/Adubação Hora/trator 55,00
Aplicação de herbicidas Hora/trator 55,00
Aplicação de calcário Hora/trator 55,00
Plantio da pastagem Hora/trator 55,00
Silagem Hora/máquina 55,00
Insumos
Mudas florestais Unidade 0,18
Mudas pastagem t 125,00
Sementes pastagem Kg 3,50
Ramas de mandioca m
3
10,00
Sementes de milho Kg 4,15
Formicida Kg 5,00
Herbicida L 15,00
Adubo formulado Kg 0,65
Adubo orgânico t 80,00
Calcário t 55,00
Manutenção cercas/currais/aguadas Ha 30,00
Alimentação/ração/minerais Kg 0,50
Tratamento de doenças Unidade 2,55
Compra animal
2
(Leiteiro) Cabeça 1.400,00
Compra animal
3
(Bezerro) @ (arroba) 57,6
Mão-de-obra
Combate à formiga Homem/dia
2
25,00
Adubação florestal Homem/dia 25,00
Adubação agrícola Homem/dia 25,00
Adubação da pastagem Homem/dia 25,00
Coveamento/plantio florestal Homem/dia 25,00
Plantio agrícola Homem/dia 25,00
Plantio pastagem Homem/dia 25,00
Capina Homem/dia 25,00
Roçada Homem/dia 25,00
Poda Homem/dia 25,00
Salário de funcionário Homem/ano
4
4200,00
Colheita agrícola Homem/dia 25,00
Desbrota Homem/dia 25,00
Corte final Homem/dia 25,00
Arrendamento mandioca t 88,04
(1) Refere-se ao aluguel e uso do trator e máquina.
(2) Refere-se a valores m
édios pagos na região noroeste do Estado do Paraná.
(3) Valor médio entre dez/2005 e dez/2006. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/ bezerro/>
(4) Cálculo com base no salário mínimo de R$ 350,00 por mês.
3.6.2 Receitas obtidas com a comercialização dos produtos
As receitas obtidas variaram de produção em cada propriedade
analisada, mas os produtos trabalhados para análise dos resultados foram:
mandioca, milho, boi gordo, leite, madeira para energia, madeira para serraria.
48
A produção média de cada produto por hectare por ano é multiplicada
pelo preço de venda correspondente praticado no mercado regional para
obtenção da receita do produto como é mostrada na Tabela 3.
Tabela 3 Valores de comercialização para cálculo de receitas por produto
Variáveis Unidade Valor por unidade (R$)
Mandioca
(1)
t 88,04
Milho
(2)
t 58,50
Animal vivo (Boi Gordo)
(3)
@ (arroba) 53,52
Leite
(4)
L 0,42
Madeira
(5)
para energia em pé m
3
50,00
Madeira para serraria em pé m
3
80,00
(1) Valor médio entre dez/2005 e dez/2006. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/mandioca>.
(2) Valor médio pago pela Cocamar/Cianorte.
(3) Valor m
édio entre dez/2005 e dez/2006. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/xls/SBOI.XLS>.
(4) Valor médio entre dez/2005 e dez/2006. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/seab/deral/pmrp.xls>.
(5) Valor médio comercializado na região noroeste do Estado do Paraná.
3.7 CENÁRIOS DE MANEJO FLORESTAL
Foram utilizadas, para a análise do fator florestal nos sistemas
silvipastoris, duas alternativas de manejo florestal. O manejo florestal foi proposto
de acordo com os dados do inventário florestal, com volume total de madeira atual
e por meio do cálculo de IMA projetado para os anos sete e 14 dos sistemas.
O primeiro cenário proposto, denominado manejo 1, constituiu na
estimativa de volume total de madeira obtido com corte raso do sistema aos
sete anos de idade e com manejo da rebrota. Foi considerado o corte da
rebrota no décimo quarto ano do sistema, isto é, sete anos após o corte raso,
com um rendimento de 90% em relação ao primeiro corte. Ambos os cortes
com cálculos de valores destinados para energia.
Para o segundo cenário proposto, manejo 2, a partir do volume total do
sistema estimado para o sétimo ano, foi estipulado um desbaste seletivo de
75% dos indivíduos, destinados para venda para energia. Após o desbaste, os
25% restantes foram estimados para venda final aos 14 anos de idade e
destinados para serraria, com valores de venda pagos na região. Os 75% das
cepas do desbaste foram estimadas para corte aos sete anos, ou seja, no ano
14 do sistema, com um rendimento de 90% do volume obtido no desbaste.
49
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1
AVALIAÇÃO DO VOLUME DE MADEIRA
As propriedades avaliadas possuem populações florestais com idades
e densidades de plantio distintas entre si, o que leva à obtenção de volumes de
madeira atuais distintos, conforme Tabela 4.
Tabela 4 Dados obtidos pelo inventário florestal para volume total por hectare
para as propriedades estudadas, de acordo com a espécie plantada
e idade do plantio
Propriedades Espécie
Idade
(anos)
Volume
total
(m
3
/ha)
DAP
médio
(cm)
Altura total
média (m)
IMA
(m
3
/ha/ano)
Propriedade A E. grandis 5 36,59 20,8084 16,23 7,32
Propriedade B E. grandis 5 60,59 21,2940 16,79 12,11
Propriedade C E. grandis 8 100,40 18,0579 17,05 12,55
Propriedade D E. camaldulensis 4 28,85 13,2147 12,81 7,21
Propriedade E E. camaldulensis 8 49,63 15,2507 14,71 6,20
Propriedade F E. camaldulensis 7 24,08 14,4032 14,62 3,44
DAP: diâmetro à altura do peito.
IMA: incremento m
édio anual.
As propriedades que apresentaram melhores volumes totais atuais
foram aquelas que utilizaram E. grandis, a Propriedade C, com um volume de
100,40 m
3
/ha e a Propriedade B, apresentando um volume de 60,59 m
3
/ha. As
propriedades com E. camaldulensis apresentaram os volumes por hectare
menores, com 24,08 m
3
/ha na Propriedade F e 28,85 m
3
/ha na Propriedade D.
Os maiores valores de DAP e altura total médios também ficaram com
as propriedades com E. grandis, com a maior média de DAP a Propriedade B,
com 21,2940 cm e maior altura total média a Propriedade C, com 17,05 m e as
piores médias a Propriedade D, de E. camaldulensis, com DAP de 13,2147 cm
e altura total média de 12,81 m.
Os valores de IMA também apresentaram melhores resultados nos
sistemas silvipastoris que empregaram o E. grandis, como é o caso da
Propriedade B, com IMA de 12,11 m
3
/ha/ano e a Propriedade C, com IMA de
50
12,55 m
3
/ha/ano e os resultados mais baixos com as propriedades de E.
camaldulensis, de 3,44 m
3
/ha/ano e de 6,20 m
3
/ha/ano, nas Propriedades F e
E, respectivamente.
Para esses valores discrepantes, deve-se considerar que os plantios
têm idade e densidade diferentes. Mas, considerando estudos realizados com
E. grandis, em solos arenosos, no Estado de São Paulo, por Gonçalves et al.
(1990), os DAPs e alturas totais médias dos indivíduos com idades variando de
3,9 a 7,3 anos de idade, não diferenciam, na média, dos obtidos nos sistemas
silvipastoris nesse estudo.
Os estudos realizados por Gonçalves et al. (1990) apresentaram
valores que variaram de DAP com 12,7 cm e alturas totais médias de 17,3 m
com 3,9 anos de idade à DAP de 16 cm e alturas totais médias de 25,4 m.
As alturas encontradas nas propriedades silvipastoris estudadas
podem apresentar uma altura total média inferior por causa do fato de estarem
plantados com densidades muito inferiores, com uma densidade de indivíduos
por hectare de 86,7, desde o menos denso, até 239,2, e o de maior densidade,
conforme Tabela 5, enquanto nos estudos realizados por Gonçalves et al.
(1990) apresentou uma densidade média de 1723,37 árvores por hectare.
Tabela 5 Dados obtidos pelo inventário florestal para volume individual para
as propriedades estudadas, de acordo com a espécie plantada
Propriedades Espécie
N
o
de árvores
(ind/ha)
Vt
(m
3
/árvore)
Vt aos 7
anos*
(m
3
/árvore)
Vt aos 14
anos*
(m
3
/árvore)
Propriedade A E. grandis 86,7 0,4220 0,5910 1,1820
Propriedade B E. grandis 118,9 0,5096 0,7129 1,4259
Propriedade C E. grandis 239,2 0,4197 0,3673 0,7345
Propriedade D E. camaldulensis 208,7 0,1382 0,2418 0,4836
Propriedade E E. camaldulensis 221,8 0,2238 0,1926 0,3913
Propriedade F E. camaldulensis 115,5 0,2085 0,2082 0,4169
Ind/ha: individuo por hectare
Vt: volume total
* Volume estimado com base no IMA
51
Em estudos realizados por Couto
10
(1977 citado por MACEDO et al.,
2006), em cinco espaçamentos diferentes com E. urophylla, verificou-se que a
altura e o diâmetro médio das plantas aumentaram de acordo com o
espaçamento. O autor considerou que na maioria das espécies florestais de
rápido crescimento, as respostas crescentes em crescimento diamétrico,
geralmente, foram relacionadas com o aumento nos espaçamentos do plantio.
O mesmo foi observado nas espécies de E. grandis e E. camaldulensis
avaliados.
Os plantios florestais, nos sistemas silvipastoris analisados, foram
realizados em curva de nível, com distância entre linhas variando de 15 m a
50 m uma da outra, dependendo de cada propriedade e da declividade em
pontos diversos dentro do sistema. Os espaçamentos entre as árvores na
mesma linha variaram também na mesma propriedade, decorrentes da
mortalidade e da concorrência de indivíduos da mesma espécie por nutrientes
e luz. Em decorrência desse fator, o inventário foi realizado de maneira
sistemática, de forma a abranger todas as situações e densidades no mesmo
plantio. As distâncias entre plantas variou em média de 0,4 m a 3 m,
dependendo da propriedade, o que ocasionou a densidade verificada, como é
mostrada na Tabela 5, com densidades variando de 86,7 ind/ha na Propriedade
A a 239,2 ind/ha na Propriedade C.
O número de indivíduos por hectare influencia diretamente o volume
total por hectare, sendo assim, para melhor observação do crescimento
individual das árvores, estimou-se o volume total por árvore. O volume
individual das árvores auxilia na escolha do manejo a ser realizado na
propriedade, pois áreas com indivíduos de volume individual maior podem ser
comercializadas com finalidades mais nobres, como madeira para serraria,
obtendo valor de mercado mais elevado, como é o caso da Propriedade B e A,
que apresentam volumes individuais mais elevados nas estimativas do ano
sete e ano 14, com 0,8913
m
3
/árvore e 1,7826 m
3
/árvore, e 0,5910 m
3
/árvore e
1,1820 m
3
/árvore, respectivamente.
10
COUTO, L. Influência do espaçamento no crescimento de Eucalyptus urophylla de
origem híbrida, cultivada na região de Coronel Fabriciano. 1977. 54 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências Florestais)Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1977.
52
Os volumes individuais em clones de E. grandis, estudados por Santos
et al. (2006), apresentaram volumes individuais de 0,3146 m
3
/árvore a 0,6382
m
3
/árvore com sete anos de idade, num espaçamento inicial de 3m x 2m, o que
está dentro da média estimada para o sétimo ano nas Propriedades A, com
0,5910 m
3
/árvore e C, com 0,3673 m
3
/árvore, e com rendimento superior da
Propriedade B, com volume individual de 0,7129 m
3
/árvore.
Os volumes individuais atuais calculados, para os sistemas que
adotaram o E. camaldulensis, foram de 0,2238 m
3
/árvore, na Propriedade E, de
0,2085 m
3
/árvore, na Propriedade F, e de 0,1382 m
3
/árvore, na Propriedade D.
De acordo com o IMA, os volumes individuais estimados para o ano sete, em
ordem decrescente, de 0,2418 m
3
/árvore, de 0,2082 m
3
/árvore e de 0,1926
m
3
/árvore, para as Propriedades D, F e E, respectivamente. Macedo et al.
(2006) realizaram pesquisa com clones de E. camaldulensis apresentando
elevada taxa de sobrevivência de campo e crescimento inicial alto, chegando a
0,1097 m
3
/árvore aos 28 meses de idade, o que poderá acarretar num volume
individual superior aos encontrados no presente estudo. Essa diferença pode
ser explicada pelo fato do material genético do estudo, adequado para o
ambiente do estudo do autor, o que pode não ter ocorrido na escolha de
sementes e mudas das árvores plantadas pelos produtores da região noroeste
do Paraná.
No presente trabalho, constatou-se volume individual superior (Tabela
5) ao avaliado por Quiqui et al. (2001), em estudo realizado no noroeste do
Paraná. Os autores trabalharam com espécies e procedências distintas de
Eucalyptus. O E. grandis apresentou, aos sete anos de idade, volume individual
inferior aos calculados para o sétimo ano do presente estudo, de 0,295
m
3
/árvore, e em comparação aos resultados encontrados nas procedências de
E. camaldulensis, também foram inferiores. As duas procedências de E.
camaldulensis apresentaram volumes individuais de 0,139 m
3
/árvore e
0,176 m
3
/árvore.
No trabalho de Quiqui et al. (2001), durante o preparo de solo, foram
realizadas apenas uma aração e uma gradagem, sem aplicação de adubo, o
que pode explicar o rendimento superior nos sistemas silvipastoris aqui
estudados. Além da densidade de árvores serem inferiores, os que conforme já
mencionado melhora o rendimento individual, as aplicações de adubo
53
realizadas pelos proprietários deste estudo aplicam nas áreas ou na cova,
adubo formulado e correção de solo com calcário, o que pode influenciar
positivamente o desenvolvimento das plantas.
O manejo florestal proposto apresentou os volumes totais de madeira,
conforme é mostrado na Tabela 6. As propriedades que apresentaram maiores
rendimentos, independente do manejo a ser adotado são as com plantio da
espécie florestal de E. grandis, ou seja, Propriedades C, B e A,
respectivamente.
Tabela 6 Simulação de volume total de madeira para diferentes manejos
florestais
Manejo 1 Manejo 2
Propriedades Espécies
Vt aos
7anos
(m
3
/ha)
Vt da
rebrota no
ano 14
(m
3
/ha)
Vt
desbaste
75% aos
7 anos
(m
3
/ha)
Vt rebrota
no ano 14
(m
3
/ha)
Vt de
25% no
ano 14
(m
3
/ha)
Propriedade A E. grandis 51,24 46,12 38,43 34,59 25,62
Propriedade B E. grandis 84,77 76,29 63,57 57,21 42,38
Propriedade C E. grandis 87,85 79,07 65,89 59,30 43,92
Propriedade D E. camaldulensis 50,47 45,42 37,85 34,06 25,23
Propriedade E E. camaldulensis 43,4 39,06 32,55 29,29 21,7
Propriedade F E. camaldulensis 24,08 21,67 18,06 16,25 12,04
Rendimento da rebrota de 90% do volume inicial;
Vt: volume total estimados com base no invent
ário florestal.
Com base nessa simulação de manejos, observa-se na Tabela 6 e na
Figura 5, que independente da floresta a ser manejada, o manejo 2 apresenta-
se como melhor alternativa para volumes totais por hectare no ano 14, em que
os volumes de madeira superam o do manejo 1.
No manejo 2, observa-se na Figura 5 o somatório dos volumes de 25%
remanescentes do primeiro desbaste e o da rebrota manejada com 90% de
rendimento sobre a primeira, constituindo volume superior ao do rendimento
total da rebrota do manejo 1, em todas as propriedades analisadas.
No gráfico da Figura 5, com base nos dados mostrados na Tabela 6,
auxiliam-se para a análise dos resultados dos manejos, verificando um
rendimento em volume inferior nas propriedades que utilizam o E.
camaldulensis, com rendimentos menores na Propriedade F, subseqüente às
Propriedades E e D, respectivamente.
54
Os valores de volume total inferiores para as mesmas espécies, como
é o caso da Propriedade A em relação às Propriedade B e C, com E. grandis e
da Propriedade F com relação às Propriedades D e E, com E. camaldulensis, é
explicado pelo número de indivíduos por área estar abaixo das demais
densidades da mesma espécie, conforme é mostrado na Tabela 5.
A baixa densidade encontrada na Propriedade A deve-se ao fato do
produtor ter optado por um plantio com espaçamentos dentro da mesma linha
maior, em torno de 4 m.
Já, a Propriedade F apresenta uma densidade muito abaixo em
comparação às demais propriedades com E. camaldulensis, fato que pode ter
sido causado pela não utilização de tratos culturais com as mudas,
ocasionando elevada mortalidade observada no campo.
51,24
84,77
87,85
50,47
43,4
24,08
46,12
76,29
79,07
45,42
39,06
21,67
38,43
63,57
65,89
37,85
32,55
18,06
60,21
99,59
103,22
59,29
50,99
28,29
0
20
40
60
80
100
120
1 2 3 4 5 6
Volume (m
3
/ha)
Propriedades
Manejo 1 Ano 7
Manejo 1
Ano 14
Manejo 2
Ano 14
Manejo 2
Ano 7
Legenda:
A B C D E F
51,24
84,77
87,85
50,47
43,4
24,08
46,12
76,29
79,07
45,42
39,06
21,67
38,43
63,57
65,89
37,85
32,55
18,06
60,21
99,59
103,22
59,29
50,99
28,29
0
20
40
60
80
100
120
1 2 3 4 5 6
Volume (m
3
/ha)
Propriedades
Manejo 1 Ano 7
Manejo 1
Ano 14
Manejo 2
Ano 14
Manejo 2
Ano 7
Legenda:
A B C D E F
Figura 4 Comportamento dos volumes totais das simulações dos manejos
florestais propostos.
55
4.2 ANÁLISE ECONÔMICA DAS PROPRIEDADES
4.2.1 Fluxo de custos e receitas
O fluxo de custos e receitas das propriedades analisadas é mostrado
na Tabela 1A até a Tabela 6A no Apêndice A. Os valores foram estimados com
custos e receitas acumulados, nominais e atualizados, relativos a 1 hectare.
Neste contexto, na Tabela 7, de acordo com cada propriedade, podem
ser visualizados os custos e receitas acumulados ao longo de 14 anos de
sistema silvipastoril sem a inclusão do fator árvore nas receitas.
Tabela 7 Resumo unificado da movimentação financeira nominal das
propriedades ao final do ciclo de 14 anos no manejo atual
(valores para 1 ha)
Fluxo de Caixa (R$) Propriedades
Custos Receitas Rendimentos
Propriedade A 8.087,55 10.804,17 2.716,62
Propriedade B 41.077,13 48.050,24 6.973,11
Propriedade C 50.384,73 57.825,64 7.440,91
Propriedade D 49.816,42 68.074,92 18.258,50
Propriedade E 50.381,59 57.825,64 7.444,05
Propriedade F 46.812,26 56.486,15 9.673,89
Com exceção da Propriedade A, na qual a atividade principal é
produção leiteira, mesmo com a aquisição de animais no ano dois, os custos
não ultrapassaram os valores de R$ 8.087,55 e as receitas ficaram em torno de
R$ 10.804,17. Apesar do rendimento inferior às demais propriedades, a
Propriedade A é viável economicamente.
As demais propriedades, sendo todas elas de engorda de gado, ou
seja, de compra de bezerros e venda de boi gordo, os custos acumulados
ficaram acima de R$ 40 mil, com valores entre R$ 41.077,13 para a
Propriedade B e de R$ 50.384,73 na Propriedade C. Entre essas propriedades,
a margem de diferença foi de 18,47% do menor para o maior custo. Por outro
lado, incluindo-se a Propriedade A no cálculo de diferença, essa margem sobe
para 83,68%.
56
A aquisição de bezerros pelas propriedades representa a maior parte
dos custos totais do sistema silvipastoril. Na Propriedade B, a aquisição de
bezerros tem participação em 72,92% sobre o total dos custos ao longo dos 14
anos do sistema; na Propriedade C, a compra de bezerros tem participação de
68,66%; na Propriedade D de 69,44%; na Propriedade E, de 68,67% e na
Propriedade F, uma participação de 83,06% dos custos referentes à aquisição
de bezerros para engorda.
A receita obtida ao longo dos 14 anos dos sistemas considerou os
ganhos obtidos, principalmente, com a criação do gado, mas também de
culturas de milho e mandioca na fase inicial dos sistemas, com objetivo de
amortizar custos de implantação. As receitas tiveram variações que foram
desde R$ 10.804,17, da Propriedade A, até R$ 68.074,92 da Propriedade D,
com uma variação de 84,13% nas receitas totais acumuladas ao longo do
período.
Nas Propriedades B, C, D, E e F, com criação de gado para engorda, a
variação das receitas ficou entre R$ 48.050,24 na Propriedade B e de
R$ 68.074,92 na Propriedade D, perfazendo uma percentagem de 29,42% na
diferença entre elas. Essa diferença foi ocasionada pelos diferentes manejos
adotados em cada propriedade, o que acarretou diferença na produtividade.
Na Figura 6 e na Tabela 8, é mostrado que a maior participação dos
custos concentrou-se na aquisição dos insumos, com participação superior a
70% dos custos totais. Na Propriedade A, foi de 73,62% dos custos e
chegando a 89,97% da participação dos custos de implantação e manutenção
da Propriedade F.
Tabela 8 Valores e participação (%) dos componentes dos custos total nos
sistemas silvipastoris por propriedade analisada no manejo atual
(valores para 1 ha)
Mecanização Insumos Mão-de-obra Totais
Propriedades
Valor
(R$)
% Valor
(R$)
% Valor
(R$)
% Total (R$) %
Propriedade A 170,50 2,11 5.954,06 73,62 1.962,99 24,27 8.087,55 100,00
Propriedade B 1.471,25 3,58 35.530,35 86,50 4.075,53 9,92 41.077,13 100,00
Propriedade C 1.150,83 2,28 42.319,36 83,99 6.914,54 13,72 50.384,73 100,00
Propriedade D 1.498,25 3,01 40.481,17 81,26 7.837,00 15,73 49.816,42 100,00
Propriedade E 1.150,64 2,28 42.316,30 83,99 6.914,65 13,72 50.381,59 100,00
Propriedade F 466,95 1,00 42.116,68 89,97 4.228,63 9,03 46.812,26 100,00
57
Insumos
73,62%
Mecaniza
ção
2,11%
M
ão-de-obra
24,27%
Mecanização
3,23%
M
ão-de-obra
9,00%
Insumos
87,77%
Mecanização
2,36%
M
ão-de-obra
14,18%
Insumos
83,46%
Mão-de-obra
14,18%
Insumos
83,46%
Mecaniza
ção
2,36%
Mecanização
1,00%
M
ão-de-obra
9,03%
Insumos
89,97%
Propriedade A Propriedade B
Propriedade E Propriedade F
Mecanização
2,36%
M
ão-de-obra
14,18%
Insumos
83,46%
Mecanização
3,10%
M
ão-de-obra
16,21%
Insumos
80,70%
Propriedade C Propriedade D
Insumos
73,62%
Mecaniza
ção
2,11%
M
ão-de-obra
24,27%
Mecanização
3,23%
M
ão-de-obra
9,00%
Insumos
87,77%
Mecanização
2,36%
M
ão-de-obra
14,18%
Insumos
83,46%
Mão-de-obra
14,18%
Insumos
83,46%
Mecaniza
ção
2,36%
Mecanização
1,00%
M
ão-de-obra
9,03%
Insumos
89,97%
Propriedade A Propriedade B
Propriedade E Propriedade F
Mecanização
2,36%
M
ão-de-obra
14,18%
Insumos
83,46%
Mecanização
3,10%
M
ão-de-obra
16,21%
Insumos
80,70%
Propriedade C Propriedade D
Figura 5 Participação dos componentes do custo total nos sistemas
silvipastoris por propriedade analisada no manejo atual.
A mecanização das propriedades teve pouca participação nos custos
totais, ficando restrita apenas no período de implantação do sistema, no
preparo de solo e adubação em alguns casos. A propriedade que teve
mecanização com maior importância nos custos totais foi a Propriedade B,
motivado pela adubação formulada e adição de calcário anual para
manutenção da pastagem.
As Propriedades A e F que terceirizaram suas produções anuais, no
período de implantação, igualmente na Propriedade B, mas não realizaram
manutenção mecanizada, tiveram menor participação de mecanização, com
2,11% e 1,00%, respectivamente.
58
Já, as propriedades que não tiveram sua produção agrícola
terceirizada, isto é, as Propriedades C, D e E, a mecanização no período inicial
e durante a manutenção teve participação de 2,28%, 3,01% e 2,28%,
respectivamente.
Os custos relativos aos gastos com mão-de-obra ao longo do período
de 14 anos tiveram relevância relativamente baixa se comparado a outros
estudos com sistemas agroflorestais. No estudo realizado por Silva (2000a),
em que a mão-de-obra teve participação de 97,00% dos custos totais, da
mesma forma que nos trabalhos de Gama (2003) e nas fases de manutenção
dos sistemas no trabalho de Dubé (1999), isto deve, provavelmente, à não-
utilização de mecanização no processo produtivo, apenas de manutenção
eventual.
No estudo realizado por Dubé (1999), na fase de implantação do
sistema, os custos referentes com mecanização ficaram com 55% da
participação total dos custos, reduzindo para 16% no período de manutenção,
ocorrendo o contrário com a mão-de-obra, que teve participação de 16% no
período de implantação, passando para 68% dos custos totais no período
considerado pelo autor de manutenção do sistema.
Conforme pode ser observado na Figura 7, a prática pecuária nas
propriedades é responsável por praticamente todos os ganhos de receitas,
principalmente na Propriedade A, onde as receitas são todas provenientes da
pecuária de leite, mas que teve seus custos de implantação da pastagem
eliminados por meio da terceirização da área para a cultura anual de mandioca,
em troca do preparo de solo e plantio das forrageiras.
59
Leite
100%
Boi gordo
95,29%
Mandioca
4,40%
Milho
0,30%
Boi gordo
94,44%
Milho
1,79%
Mandioca
3,77%
Boi gordo
95,29%
Milho
0,30%
Mandioca
4,40%
Mandioca
5,49%
Boi gordo
94,51%
Boi gordo
92,67%
Mandioca
7,33%
Propriedade A Propriedade B
Propriedade C
Propriedade D
Propriedade E Propriedade F
Leite
100%
Boi gordo
95,29%
Mandioca
4,40%
Milho
0,30%
Boi gordo
94,44%
Milho
1,79%
Mandioca
3,77%
Boi gordo
95,29%
Milho
0,30%
Mandioca
4,40%
Mandioca
5,49%
Boi gordo
94,51%
Boi gordo
92,67%
Mandioca
7,33%
Propriedade A Propriedade B
Propriedade C
Propriedade D
Propriedade E Propriedade F
Figura 6 Participação dos componentes da receita total nos sistemas
silvipastoris por propriedade analisada no manejo atual.
As Propriedades C, D e E tiveram participação de milho nas suas
receitas, que posteriormente foi utilizado como suplemento alimentar ao gado
das próprias propriedades. A participação do milho nas receitas destas
propriedades foi de 0,30%, 1,79% e 0,30%, respectivamente.
Excetuando a Propriedade A, todas as demais propriedades analisadas
tiveram o cultivo de mandioca nos primeiros anos do sistema, com participação
7,33% na Propriedade B, 4,40% na Propriedade C, 3,77% na Propriedade D,
4,40% na Propriedade E e 5,49% na Propriedade F.
Apesar da participação da mandioca nos rendimentos das
propriedades, vale ressaltar que o preço da mandioca em questão foi de
R$ 88,04/tonelada, média dos últimos 12 meses no período de dezembro de
2005 a dezembro de 2006, mas com variações que foram de R$ 73,74 no mês
60
de julho de 2006 a R$ 153,20 na cotação de dezembro de 2006, segundo
preços de mercado descritos no site (www.cepea.esalq.usp.br/mandioca).
Com base no fluxo de caixa levantado a campo e descrito no Apêndice
A, os rendimentos líquidos das propriedades no final do período de 14 anos
são mostrados na Tabela 7. Os rendimentos líquidos foram de R$ 2.716,62 na
Propriedade A até R$ 18.258,50 na Propriedade D, ou seja, uma variação de
85,86% nos rendimentos entre as propriedades.
Os custos referentes ao fator florestal nos sistemas silvipastoris
estudados foram de R$ 223,10, R$ 354,15, R$ 194,91, R$ 1.025,49, R$ 191,77
e R$ 119,84, nas Propriedades A, B, C, D, E e F, respectivamente, valores que
variaram dependendo do manejo adotado em cada propriedade. No período de
implantação dos sistemas, foram realizadas atividades como preparo de solo,
coveamento, plantio e aquisição de mudas e adubação das covas, como foi o
caso da Propriedade D. Para a manutenção das florestas, houve apenas o trato
da poda nas propriedades, com exceção à Propriedade F que não realizou este
trato cultural, e para a Propriedade D a realização de roçadas ao longo dos
anos 0 e 1, as demais atividades para manutenção de um plantio florestal,
como o replantio, não foi realizado por nenhuma das propriedades.
Estes custos representam valores de 2,71% para a Propriedade A,
0,78% para a Propriedade B, 0,40% para a Propriedade C, 2,06% para a
Propriedade D, 0,39% para a Propriedade E e 0,26% para a Propriedade F.
A Propriedade D teve maior gasto com relação às árvores do sistema,
com custos referentes à adubação e à roçada, além da poda, sendo esta a
propriedade que teve melhor volume total e individual entre as propriedades
que utilizaram E. camaldulensis.
Por sua vez, a Propriedade A, de maior investimento proporcional em
floresta das propriedades avaliadas, teve o segundo melhor rendimento em
volume individual e o terceiro em volume total por área das propriedades com
E. grandis. O volume total por área entre as propriedades de mesma espécie,
deve-se ao fato da Propriedade A ter realizado um plantio com densidade
inferior às demais.
Na Figura 8, s
ão apresentados os rendimentos comparativos dos
sistemas, o atual e os propostos (manejo 1 e manejo 2), tendo como base os
volumes obtidos no inventário florestal (Tabela 5). Foram considerados os
61
valores de receitas com base nos preços de mercado da madeira, ou seja, de
R$ 50,00/m
3
para energia e de R$ 80,00/m
3
para serraria. No manejo 2, foram
considerados os custos de rebrota e de podas, uma vez que a madeira será
destinada para serraria.
Observa-se na Figura 8 que o primeiro ano e em alguns casos o
segundo ano, apresentaram rendimentos negativos devido à falta de produção,
ou produção abaixo do que seria necessário para obtenção de valores iguais
aos investimentos.
Na Propriedade F, pode ser observado no ano dois acréscimo
significativo dos rendimentos oriundos da colheita agrícola de mandioca de
35,21 t, que teve produção acima da média dos demais, que no máximo atingiu
29,17 t na Propriedade D, o que pode ter influenciado nos resultados de
rendimentos desta propriedade na fase inicial.
Os custos referentes ao manejo da rebrota no ano oito tiveram baixo
impacto nos rendimentos das Propriedades B, C, D, E e F no ano em questão,
com perdas de 9,15%, 7,28%, 3,25%, 7,28% e 6,615, respectivamente,
referentes ao investimento de R$ 50,00 estipulados para o manejo da rebrota.
Já, a Propriedade A teve uma queda mais expressiva nos seus rendimentos,
com 11,98% de diminuição na renda por hectare no oitavo ano de produção.
Apesar dos custos relevantes à realização das podas, no manejo 2 e
da condução da rebrota em ambos os manejos, pode ser analisado que,
independente do manejo utilizado ao fator florestal, o incremento nos
rendimentos nos anos sete e 14 são significativos em todas as propriedades
estudadas.
A Propriedade A obteve um rendimento mais significativo em sua
propriedade do que as demais no que diz respeito ao ganho com o fator
florestal ao final do período de 14 anos, com aumentos de 277,35% no manejo
1 e 308,54% no manejo 2.
As demais propriedades analisadas também obtiveram ganhos nos
rendimentos ao final do período de estudo, porém menos expressivos com
relação à A.
No manejo 1, os ganhos ficaram 214,77% na Propriedade B, 211,49%
na Propriedade C, 113,55% na Propriedade D, 154,71% na Propriedade E e de
123,34% para a Propriedade F.
62
Por sua vez, o manejo 2 também teve saldo positivo em relação ao
manejo atual, com aumento nos rendimento nas Propriedades B, C, D, E e F
de 234,15%, 230,335, 130,20%, 163,855 e 126,65%, respectivamente.
Esses valores de aumento de rendimento em todas as propriedades
avaliadas são justificados para atestar a viabilidade no fluxo de caixa da
utilização do fator florestal como alternativas econômicas para incrementar a
renda da pecuária das propriedades rurais.
Salienta-se também, com base nesses valores o incremento no
rendimento das propriedades maior naquelas que utilizam a espécie
Eucalyptus grandis, em relação à outra espécie avaliada.
-3000
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-1 000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 12 1 3 14 15
-3000
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-1000
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Prop riedade A
Prop riedade B
Pro p riedade D
Prop riedad e E Prop riedad e F
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
-2 000
-1 000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Prop riedad e C
R$
R$
R$
R$
R$
R$
Idade
Idade
Idade
Idade
Idade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Idade
-3000
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-1 000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 12 1 3 14 15
-3000
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-1000
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Prop riedade A
Prop riedade B
Pro p riedade D
Prop riedad e E Prop riedad e F
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
-2 000
-1 000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Prop riedad e C
R$
R$
R$
R$
R$
R$
Idade
Idade
Idade
Idade
Idade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Idade
Figura 7 Fluxo acumulado de caixa das propriedades (valores para 1 ha).
Manejo Atual
Manejo Proposto 1
Manejo Proposto 2
Manejo Atual
Manejo Proposto 1
Manejo Proposto 2
63
64
4.2.2 Valor presente líquido (VPL), relação benefício-custo (B/C), valor
esperado da terra (VET), taxa interna de retorno (TIR)
Com uma taxa anual de desconto de 8% a.a. utilizada no período
considerado, os resultados obtidos de Valor Presente Líquido (VPL), da
Relação Benefício/Custo (B/C), do Valor Esperado da Terra (VET) e da Taxa
Interna de Retorno (TIR), para as diferentes propriedades analisadas e com
seus respectivos manejos florestal propostos, podem ser visualizados na
Tabela 9.
Tabela 9 Resultados dos indicadores econômicos, à taxa de juros de 8% ao
ano, para as propriedades avaliadas
Indicadores Econômicos
Propriedades Espécie Indicadores
Atual Manejo 1 Manejo 2
VPL 679,36 2.932,36 3.060,16
B/C 1,13 1,54 1,56
VET 1.030,06 4.446,07 4.639,85
Propriedade A E. grandis
TIR (%) 13,64% 25,33% 24,35%
VPL 3.837,75 7.582,55 7.775,18
B/C 1,16 1,31 1,32
VET 5.818,84 11.496,75 11.788,8
Propriedade B E. grandis
TIR (%) 91,31 97,77 96,10
VPL 3.555,13 7.437,12 7.637,77
B/C 1,12 1,25 1,25
VET 5.390,33 11.276,23 11.580,46
Propriedade C E. grandis
TIR (%) 34,59 43,96 42,39
VPL 9.483,26 11.701,87 11.787,69
B/C 1,31 1,39 1,39
VET 14.378,62 17.742,51 17.872,62
Propriedade D E. camaldulensis
TIR (%) 53,18 55,72 54,90
VPL 3.558,27 5.462,36 5.552,16
B/C 1,12 1,18 1,18
VET 5.395,09 8.282,08 8.418,25
Propriedade E E. camaldulensis
TIR (%) 34,65 39,85 38,88
VPL 5.304,13 6.360,78 6.368,75
B/C 1,20 1,24 1,24
VET 8.042,17 9.644,28 9.656,37
Propriedade F E. camaldulensis
TIR (%) 82,74 84,41 83,07
No manejo adotado, atualmente, obteve-se VPL positivo em todas as
propriedades, indicando que são financeiramente viáveis nos moldes do
manejo atual. Considerando uma situação de mercado em equilíbrio, a
Propriedade D foi a que se apresentou mais rentável de acordo com esse
critério de avaliação, com um VPL de R$ 9.483,26/ha. A Propriedade A
65
apresentou o menor VPL, de R$ 679,36/ha, mas se apresentando igualmente
viável.
Nos cálculos de B/C do manejo atual, as propriedades que obtiveram
menor rendimento foram a C e E, que apresentam valor de 1,12 em ambas as
propriedades, isto é, o sistema produz uma receita média de R$ 1,12 para cada
R$ 1,00 investido. Por sua vez, a Propriedade D, seguindo o mesmo preceito,
produz uma receita média de R$ 1,31 para cada R$ 1,00 investido, sendo a
melhor propriedade nesse índice calculado. Para todas as propriedades
analisadas pelo cálculo do B/C, o manejo atual apresenta-se viável.
É mostrado na Tabela 9 que a Propriedade D apresentou o maior VET
(14.378,62), referente ao manejo atual, e a Propriedade A (1.030,06), o menor.
O VET positivo encontrado em todas as propriedades significa que o valor
presente líquido das rotações periódicas infinitas é positivo, corroborando com
os resultados obtidos por Dubé (1999). Para Silva e Fontes (2005), o VET
indica o valor máximo a ser pago pela terra para a atividade em questão, e, a
Propriedade D é a que apresenta melhor preço a ser pago pela terra. A
melhora do VET nos manejos propostos em relação ao manejo atual foi o
menor, proporcionalmente, na Propriedade F.
No manejo atual os resultados encontrados para a TIR foram
superiores à taxa de desconto de 8% a.a. A Propriedade B apresentou maior
TIR entre as propriedades avaliadas, de 91,31%. A Propriedade A teve a
menor TIR, 13,64%, mas também apresentandose viável, assim como as
demais propriedades.
Nesses resultados, todas as propriedades avaliadas são
economicamente viáveis se mantiverem seus manejos atuais, desde que o
mercado mantenha-se estável.
Resultados apresentados por Vale (2004), comparando viabilidade de
três sistemas distintos, de monocultura de eucalipto, pecuária leiteira
convencional e sistema silvipastoril, com o consórcio desses dois sistemas, o
terceiro sistema mostrou-se o mais rentável entre os analisados.
Nesta pesquisa, reafirma os resultados encontrados por Rodrigues
(2005), em trabalho semelhante em que observou que as diferenças entre as
propriedades são decorrentes das práticas adotadas por cada produtor, uma
66
vez que as condições de sítio são semelhantes em todas as áreas, não sendo
o responsável pelo sucesso ou fracasso da produção.
Com base no fluxo de caixa já apresentado e discutido, foram
realizados estudos financeiros de VPL, B/C, VET e TIR para os dois manejos
propostos, resultados que são mostrados também na Tabela 8.
Do mesmo modo que no manejo atual, nos dois manejos propostos a
Propriedade D foi a que apresentou melhor desempenho geral em relação às
demais, apresentando para o manejo 1 um VPL = R$ 11.701,87/ha; B/C = 1,39,
VET = R$ 17.742,51/ha e TIR = 55,72% e para o manejo 2 proposto
encontraram-se como resultados VPL = 11.787,69/ha, B/C = 1,39, VET =
17.872,62/ha e TIR = 54,90%.
Nos desempenhos específicos, no cálculo do B/C, a Propriedade A foi
a que obteve melhor desempenho, com valores de 1,54 e 1,56 para o manejo
um proposto, e manejo 2 proposto, respectivamente, e os valores da TIR
apresentando resultados superiores nas das Propriedades B e F, que
apresentaram para o manejo 1 um valor da TIR de 97,77% e 84,41% e para o
manejo 2 um valor da TIR de 96,10% e 83,07%, respectivamente.
A Propriedade A teve uma melhora no seu B/C de 36,3% no manejo 1
e de 38,1% no manejo 2, ambos em relação ao manejo atual. Esse aumento na
relação B/C, nesta propriedade, maior que as demais indica que a introdução
do manejo florestal na Propriedade A causa um impacto econômico maior do
que nas demais propriedades, proporcionalmente.
Na Propriedade F foram encontrados os desempenhos mais baixos dos
manejos propostos com relação ao manejo praticado atualmente, ocorrendo
um incremento do VPL e igualmente do VET de 16,61% do manejo 1 proposto
em relação ao manejo atual e de 16,71% do manejo 2 proposto também em
relação ao atual.
Todas as propriedades avaliadas tiveram em todos seus índices
calculados um incremento significativo com a inserção dos manejos propostos
nos fluxos de caixa da produção, o que demonstra a viabilidade dos manejos,
ou seja, da inserção de árvores na cultura econômica das propriedades.
Com base nos resultados encontrados nos manejos propostos e
realizando a comparação entre os manejos 1 e 2, é indicado um desempenho
melhor para o manejo 2 proposto para todas as propriedades com relação ao
67
VPL e ao VET e melhora ou igual rendimento na relação B/C. Contudo, o valor
obtido pela TIR mostrou a rentabilidade anual do capital investido melhor para
o manejo 1 proposto em todas as propriedades avaliadas, provavelmente por
apresentar um retorno maior do capital investido no ano sete, enquanto o
manejo 2 apresenta retorno maior ao final dos 14 anos.
Esses resultados mostram que os sistemas silvipastoris, embora com
desempenhos diferenciados em relação aos valores evidenciados, quando
comparados ao manejo tradicional das propriedades de estudo, são
alternativas promissoras, capazes de incrementar a pecuária na região
noroeste do Paraná. Mesmo para as propriedades que ainda não implantaram
árvores em suas pastagens, conforme resultados do item 4.2.1, com custos
representando entre 0,26% a 2,71% dos custos totais ao longo de 14 anos de
sistema, têm participação relativamente baixa se levar em consideração os
resultados e benefícios futuros.
Em seu trabalho, Montoya et al. (1994) mostram que o sistema
silvipastoril somente será compensado quando o rebanho for comercializado a
uma média de 16,37 arrobas/cabeça, o que no estudo dos autores seria
alcançado somente quando o sombreamento influencia no ganho de peso do
animal, por causa dos custos de implantação das árvores no sistema.
Constatou-se, no presente estudo, a comercialização do gado com um
máximo de 14 arrobas/cabeça na Propriedade D, que obteve os melhores
índices econômicos, e no mínimo de 12 arrobas nas Propriedades C e D, que
também tiveram índices econômicos positivos. Esses resultados positivos
encontrados na avaliação destas propriedades podem ter ocorrido por uma
maior lotação por hectare ou pela venda de novilhos mais jovens.
4.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ECONÔMICA
Os resultados da análise de sensibilidade, realizada com base em
aumentos nos valores gerais dos custos de 5%, 10% e 20% e de redução nos
preços de venda madeira em pé, de 5%, 10% e 20%, respectivamente ao
aumento dos custos e mantendo as taxa de juros de 8% a.a. As simulações
realizadas aqui apresentam mudanças nos indicadores econômicos do VPL,
B/C, VET e TIR, valores mostrados na Tabela 10. Esses resultados
68
encontrados auxiliam na reafirmação ou contestam o desempenho das
propriedades nas etapas de avaliação a que foram submetidas.
No cenário de aumento de 5% dos custos totais no manejo atual e
manejos propostos e queda de 5% no preço da madeira nos manejos
propostos, verifica-se queda dos valores dos índices econômicos, mas mesmo
desse modo mantendo uma viabilidade econômica para todas propriedades
avaliadas no manejo atual, e conseqüentemente, apresentando um ganho de
rendimento em ambos manejos propostos.
Com esse cenário de aumento de 5% sobre os custos de produção do
manejo atual, pode-se observar nas Propriedades C e E uma maior
sensibilidade a esse aumento, com queda do VPL de R$ 3.555,13 para
R$ 2.056,46 na Propriedade C e de R$ 3.558,27 para R$ 2.059,76 na
Propriedade E. Na relação B/C há redução de R$ 1,12 para R$ 1,07 nas
Propriedades A, C e E.
Com a inserção dos manejos propostos, mesmo com esse aumento
dos custos e a queda nas receitas da floresta, a Propriedade E passa a ter
rendimentos de R$ 1,12 e R$ 1,13 para cada 1,00 investido, nos manejos
propostos 1 e 2, respectivamente, proporcionando rentabilidade viável e melhor
para a propriedade em questão. A Propriedade C, por ter rendimentos
melhores de volume de madeira em relação à Propriedade E, passa a ter
relação B/C de 1,18 e 1,19 para os manejos propostos, mesmo com a
sensibilidade de 5%. Já, a Propriedade A, com plantio de E. grandis, com
volume de madeira superior, apresentou incremento na relação B/C para 1,45
no manejo 1 e de 1,47 no manejo 2, o que demonstra maior rentabilidade da
espécie.
As Propriedades A, C e E passam a atuar no limite, com retorno de
apenas R$ 1,02 para cada R$ 1,00 investido com aumento de 10% sobre os
custos totais no manejo atual. Apesar desse cenário, continuam sendo viável
economicamente e mantém rendimentos satisfatórios com a adoção dos
manejos florestais propostos para sua propriedade, principalmente, a
Propriedade A.
Por sua vez, o aumento em 20% dos custos totais de produ
ção
inviabiliza os manejos atuais nas Propriedades A, B, C, E e F. As Propriedades
A e F apresentam resultados inferiores à taxa de atratividade de 8% a.a.
69
Mesmo com os manejos propostos, a Propriedade E não seria viável
economicamente num cenário de aumento de 20% dos custos e redução de
20% sobre o preço da madeira comercializada, com valores de VPL e VET
negativos, B/C menor que zero e TIR inferior à taxa de 8% a.a. Esse resultado
demonstra que o volume de madeira não foi suficiente para manter a
propriedade viável, o que poderia ser diferente se a espécie escolhida fosse
outra.
A Propriedade D continua viável economicamente com a adição de
20% sobre os custos totais, isso pode ser explicado pelo fato da propriedade
trabalhar com os melhores rendimentos entre as propriedades avaliadas, o que
dá a essa propriedade uma margem de segurança que garante sua viabilidade
em situações pessimistas.
Dos acréscimos nos valores dos custos aplicados nessa análise e ao
decréscimo das receitas proporcionais obtidas com o comércio da madeira nos
manejos propostos, o sistema silvipastoril mostrou-se sensibilizado apenas
quando submetido a uma variação considerável de 20% nos custos e receitas.
Com esse cenário, deve-se atentar para o controle da variável custo, de
maneira que possa ser mantida a condição superavitária dos sistemas,
conforme mencionado por Silva (2000a) em seus estudos.
Dados os resultados mostrados na Tabela 10, em caso de quedas das
receitas e/ou acréscimos dos custos, o fato de haver árvores no sistema
produtivo, com ênfase para espécies de aceitação no mercado, potencializa
manter a propriedade economicamente viável em períodos pessimistas.
Tabela 10 Resultado da análise de sensibilidade nos indicadores econômicos
Sensibilidade econômica
Atual Manejo 1 Manejo 2
P.* Espécie I**
5% 10% 20% 5% 10% 20% 5% 10% 20%
VPL 409,22 139,08 -401,20 2546,86 2161,37 1390,39 2668,28 2332,46 1660,81
B/C 1,07 1,02 0,94 1,45 1,36 1,21 1,47 1,39 1,25
VET 620,47 210,88 -608,30 3861,58 3277,10 2108,12 4045,68 3536,50 2518,14
P. A
E. grandis
TIR(%) 11,29% 9,08% 5,03% 22,68% 20,18% 15,56% 21,89% 19,86% 16,13%
VPL 2.619,28 1.400,80 -1.036,14 6.174,14 4.765,72 1.948,89 6.355,29 4.935,41 2.095,64
B/C 1,10 1,05 0,96 1,24 1,18 1,07 1,25 1,18 1,07
VET 3.971,38 2.123,90 -1.571,01 9.361,29 7.225,80 2.954,93 9.635,96 7.483,12 3.177,43
P. B
E. grandis
TIR(%) 63,95 38,04 - 74,73 55,10 24,69 72,37 52,19 22,73
VPL 2.056,46 557,79 -2.439,55 5.741,64 4.046,17 655,22 5.930,42 4.223,08 808,39
B/C 1,07 1,02 0,93 1,18 1,12 1,02 1,19 1,13 1,02
VET 3.118,03 845,73 -3.698,88 8.705,54 6.134,85 993,46 8.991,77 6.403,08 1.225,70
P. C
E. grandis
TIR(%) 23,62 12,47 - 35,04 26,75 11,05 33,54 25,50 11,17
VPL 7.976,75 6.470,24 3.457,22 10.081,73 8.461,59 5.221,30 10.159,27 8.530,86 5.274,03
B/C 1,25 1,20 1,10 1,32 1,26 1,14 1,32 1,26 1,15
VET 12.094,42 9.810,25 5.241,87 15.286,88 12.829,55 7.916,59 15.403,60 12.934,58 7.996,54
P. D E. camaldulensis
TIR(%) 44,99 37,40 23,47 47,88 40,65 27,55 47,04 39,81 26,84
VPL 2.059,76 561,24 -2.435,79 3.865,93 2.269,51 -923,33 3.949,41 2.346,66 -858,33
B/C 1,07 1,02 0,93 1,12 1,07 0,97 1,13 1,07 0,98
VET 3.123,03 850,96 -295,45 5.861,57 3.441,06 -1.399,96 5.988,14 3.558,04 -1.302,17
P. E
E. camaldulensis
TIR(%) 23,66 12,51 - 30,18 21,01 2,32 29,29 20,37 3,51
VPL 3.965,20 2.626,28 -51,58 4.954,68 3.560,83 1.603,36 4.969,91 3.571,07 878,77
B/C 1,14 1,09 1,00 1,18 1,12 1,05 1,18 1,12 1,03
VET 6.012,08 3.981,99 -78,20 7.512,34 5.398,97 2.431,03 7.535,44 5.414,50 1.332,41
P. F
E. camaldulensis
TIR(%) 67,29 51,04 6,47 69,62 54,52 46,39 68,13 52,81 20,15
*Propriedades
**Indicadores
70
71
5 CONCLUSÕES
No noroeste do Paraná, o componente animal é o principal fator de
investimento e receitas dos sistemas silvipastoris.
Comparativamente com E. camaldulensis, E. grandis é a espécie de
melhor desempenho para compor sistemas silvipastoris no noroeste do Paraná.
O uso de práticas culturais como adubação, roçadas periódicas e
podas influencia positivamente no rendimento volumétrico de E. grandis e E.
camaldulensis.
Sistemas silvipastoris são tecnologias técnica e economicamente
viáveis para a região noroeste do Paraná.
O componente florestal, agregando valor com a comercialização da
madeira, é capaz de viabilizar economicamente os sistemas silvipastoris
paranaenses.
O planejamento e o manejo adequado, em sistemas silvipastoris,
podem propiciar redução dos custos de manutenção, aumento de produtividade
e rentabilidade e redução de efeitos prejudiciais ao meio ambiente.
O estabelecimento de espécies florestais manejadas adequadamente
para atender mercados de serraria, potencializa elevação de retorno
econômico em sistemas silvipastoris no noroeste do Paraná.
72
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80
APÊNDICE
81
APÊNDICE A
ATIVIDADES
Tabela 1A Demonstração de índices cnicos, dos custos e das receitas da
Propriedade A
Atividade Unidade Qde/ha Custo
(R$/ha/ano)
Receita
(R$/ha/ano)
Rendimento
(R$/ha/ano)
Ano 0
Preparo de solo para árvores h/t 2,6 143
Mudas florestais Unidade 86,7 15,61
Formicida Kg 0,1 0,5
Manutenção
cercas/currais/aguadas Ha 1 30
Combate à formiga h/d 0,17 4,25
Coveamento/plantio florestal h/d 0,81 20,49
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Total parcial 339,85 -339,85
Ano 1
Formicida Kg 0,1 0,5
Manutenção
cercas/currais/aguadas ha 1 30
Combate à formiga h/d 0,17 4,25
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Total parcial 160,75 -160,75
Ano 2
Aplicação de calcário h/t 0,5 27,5
Calcário t 0,63 34,62
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1 30
Alimentação/ração/minerais Kg 508,15 254,08
Tratamento de doenças Unidade 1,5 3,83
Compra animal (Leiteiro) Unidade 1,5 2100
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Leite L 1978,78 831,09
Total parcial 2576,03 831,09 -1744,94
Ano 3
Manutenção
cercas/currais/aguadas ha 1 30
Alimentação/ração/minerais Kg 508,15 254,08
Tratamento de doenças Unidade 1,5 3,83
Poda h/d 0,88 22
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Leite L 1978,78 831,09
Total parcial 435,91 831,09 395,18
Ano 4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1 30
Alimentação/ração/minerais Kg 508,15 254,08
Tratamento de doenças Unidade 1,5 3,83
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Leite L 1978,78 831,09
Total parcial 413,91 831,09 417,18
82
Tabela 1A, Cont.
Ano 5
Manutenção
cercas/currais/aguadas ha 1 30
Alimentação/ração/minerais Kg 508,15 254,08
Tratamento de doenças Unidade 1,5 3,83
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Leite L 1978,78 831,09
Total parcial 413,91 831,09 417,18
Ano 6
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1 30
Alimentação/ração/minerais Kg 508,15 254,08
Tratamento de doenças Unidade 1,5 3,83
Poda h/d 0,88 22
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Leite L 1978,78 831,09
Total parcial 435,91 831,09 395,18
Ano 7
Manutenção
cercas/currais/aguadas ha 1 30
Alimentação/ração/minerais Kg 508,15 254,08
Tratamento de doenças Unidade 1,5 3,83
Salário de funcionário h/ano 0,03 126
Leite L 1978,78 831,09
Total Parcial 413,91 831,09 417,18
Total geral até Ano 14 8.087,55 10.804,17 2.716,62
Tabela 2A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas da
Propriedade B
Atividade Unidade Qde/ha Custo
(R$/ha/ano)
Receita
(R$/ha/ano)
Rendimento
(R$/ha/ano)
Ano 0
Preparo de solo para árvores h/t 5,0 275,0
Mudas florestais Unidade 155,0 27,9
Formicida Kg 1,17 5,85
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Combate à formiga h/d 0,58 14,5
Coveamento/plantio florestal h/d 1,17 29,25
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Total parcial 459,30 - 459,30
Ano 1
Formicida Kg 1,17 5,85
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Combate à formiga h/d 0,58 14,5
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Arrendamento mandioca t 16,0 1408,64
Mandioca t 20,0 1760,8
Total parcial 1535,79 1760,8 225,01
83
Tabela 2A, Cont.
Ano 2
Preparo de solo para pastagem h/t 2,0 110,0
Sulcamento/Adubação h/t 0,25 13,75
Aplicação de calcário h/t 1,5 82,5
Plantio da pastagem h/t 1,0 55,0
Sementes pastagem Kg 25,0 87,5
Formicida Kg 0,2 1,0
Adubo formulado Kg 270,0 175,5
Calcário t 2,0 110,0
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 88,0 44,0
Tratamento de doenças Unidade 5,0 12,75
Bezerro @ 40 2304,00
Poda h/d 0,88 22,0
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Arrendamento mandioca t 16,0 1408,64
Mandioca t 20,0 1760,8
Boi gordo @ 64 3425,28
Total parcial 4533,44 5186,08 652,62
Ano 3
Sulcamento/Adubação h/t 0,75 41,25
Aplicação do calcário h/t 0,75 41,25
Formicida Kg 0,2 1,0
Adubo formulado Kg 420,00 273,00
Calcário t 1,0 55,0
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 88,0 44,0
Tratamento de doenças Unidade 5,0 12,75
Bezerro @ 40 2304,00
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Boi gordo @ 64 3425,28
Total parcial 2879,05 3425,28 546,23
Ano 4
Sulcamento/Adubação h/t 0,75 41,25
Aplicação do calcário h/t 0,75 41,25
Formicida Kg 0,2 1,0
Adubo formulado Kg 420,00 273,00
Calcário t 1,0 55,0
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 88,0 44,0
Tratamento de doenças Unidade 5,0 12,75
Bezerro @ 40 2304,00
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Boi gordo @ 64 3425,28
Total parcial 2879,05 3425,28 546,23
Ano 5
Sulcamento/Adubação h/t 0,75 41,25
Aplicação do calcário h/t 0,75 41,25
Formicida Kg 0,2 1,0
Adubo formulado Kg 420,00 273,00
Calcário t 1,0 55,0
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 88,0 44,0
Tratamento de doenças Unidade 5,0 12,75
Bezerro @ 40 2304,00
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Boi gordo @ 64 3425,28
Total parcial 2879,05 3425,28 546,23
84
Tabela 2A, Cont.
Ano 6
Sulcamento/Adubação h/t 0,75 41,25
Aplicação do calcário h/t 0,75 41,25
Formicida Kg 0,2 1,0
Adubo formulado Kg 420,00 273,00
Calcário t 1,0 55,0
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 88,0 44,0
Tratamento de doenças Unidade 5,0 12,75
Bezerro @ 40 2304,00
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Boi gordo @ 64 3425,28
Total parcial 2879,05 3425,28 546,23
Ano 7
Sulcamento/Adubação h/t 0,75 41,25
Aplicação do calcário h/t 0,75 41,25
Formicida Kg 0,2 1,0
Adubo formulado Kg 420,00 273,00
Calcário t 1,0 55,0
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 88,0 44,0
Tratamento de doenças Unidade 5,0 12,75
Bezerro @ 40 2304,00
Salário de funcionário h/ano 0,01 76,80
Boi gordo @ 64 3425,28
Total parcial 2879,05 3425,28 546,23
Total geral até Ano 14 41077,13 48050,24 6973,11
Tabela 3A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas da
Propriedade C
Atividade Unidade Qde/ha Custo
(R$/ha/ano)
Receita
(R$/ha/ano)
Rendimento
(R$/ha/ano)
Ano 0
Preparo de solo para árvores h/t 2,47 135,35
Preparo de solo agrícola h/t 8,23 452,65
Sulcamento/adubação h/t 2,0 110,0
Aplicação de calcário h/t 0,4 22,0
Mudas florestais Unidade 239,2 43,06
Ramas de mandioca m
3
4,13 41,30
Formicida Kg 0,82 4,1
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Calcário t 1,64 90,2
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Combate à formiga h/d 0,48 12,0
Coveamento/plantio florestal h/d 0,33 8,25
Plantio agrícola h/d 1,98 49,5
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Total parcial 1455,85 -1455,85
85
Tabela 3A, Cont.
Ano 1
Preparo de solo agrícola h/t 2,06 113,3
Sulcamento/Adubação h/t 2,06 113,3
Mudas de pastagem t 1,98 247,93
Sementes de milho Kg 16,53 68,6
Formicida Kg 1,16 5,8
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Manutenção
cercas/currais/aguadas
há 1,0 30,0
Plantio de pastagem h/d 4,96 124,0
Combate à formiga h/d 1,24 31,0
Poda h/d 0,33 8,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Colheita agrícola h/d 50,0 1250,0
Mandioca t 28,93 2546,0
Total parcial 2449,62 2546,0 96,38
Ano 2
Silagem h/maq. 3,3 181,64
Formicida Kg 0,82 4,1
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
há 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,20
Combate à formiga h/d 0,48 12,0
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Colheita agrícola h/d 0,41 10,25
Milho t 3,0 175,5
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3813,84 4414,28 600,44
Ano 3
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
há 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Ano 4
Aplicação de calcário h/t 0,41 22,55
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Calcário t 0,33 18,15
Manutenção
cercas/currais/aguadas
há 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3592,76 4238,78 646,02
86
Tabela 3A, Cont.
Ano 5
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Ano 6
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Ano 7
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Total geral até Ano 14 50384,73 57825,64 7440,91
Tabela 4A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas da
Propriedade D
Atividade Unidade Qde/ha Custo
(R$/ha/ano)
Receita
(R$/ha/ano)
Rendimento
(R$/ha/ano)
Ano 0
Preparo de solo para árvores h/t 2,47 135,35
Preparo de solo agrícola h/t 8,26 454,30
Aplicação de calcário h/t 0,4 22,0
Mudas florestais Unidade 223 40,14
Ramas de mandioca m
3
4,13 41,30
Formicida Kg 1,16 5,8
Adubo formulado Kg 174,2 113,23
Calcário t 1,65 90,75
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Combate à formiga h/d 2 50
Adubação da floresta h/d 2 50
Coveamento/plantio florestal h/d 2 50
Roçada h/d 20 500
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Total parcial 1932,87 -1932,87
87
Tabela 4A, Cont.
Ano 1
Preparo de solo agrícola h/t 2,06 113,3
Sulcamento/Adubação h/t 2,06 113,3
Sementes de milho Kg 16,53 68,6
Mudas pastagem t 1,98 247,93
Formicida Kg 1,16 5,8
Adubo formulado Kg 161,32 104,86
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Combate à formiga h/d 1,24 31,0
Adubação agrícola h/d 1,0 25,00
Plantio pastagem h/d 5 125,0
Roçada h/d 10 250
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Colheita agrícola h/d 50,0 1250,0
Mandioca t 29,17 2568,12
Total parcial 2714,79 2568,12 - 146,67
Ano 2
Silagem h/maq. 12 660
Formicida Kg 1,16 5,8
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 176 88
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Combate à formiga h/d 1,25 31,25
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Colheita agrícola h/d 2,5 62,5
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Milho t 20,83 1218,55
Boi gordo @ 92,4 4945,25
Total parcial 4277,32 6163,8 1886,48
Ano 3
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,5 12,50
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 92,4 4945,25
Total parcial 3407,62 4945,25 1537,63
Ano 4
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,5 12,50
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 92,4 4945,25
Total parcial 3407,62 4945,25 1537,63
88
Tabela 4A, Cont.
Ano 5
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,5 12,50
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 92,4 4945,25
Total parcial 3407,62 4945,25 1537,63
Ano 6
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,5 12,50
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 92,4 4945,25
Total parcial 3407,62 4945,25 1537,63
Ano 7
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,5 12,50
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 92,4 4945,25
Total parcial 3407,62 4945,25 1537,63
Total geral até Ano 14 49816,42 68074,92 18258,5
Tabela 5A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas da
Propriedade E
Atividade Unidade Qde/ha Custo
(R$/ha/ano)
Receita
(R$/ha/ano)
Rendimento
(R$/ha/ano)
Ano 0
Preparo de solo para árvores h/t 2,47 135,35
Preparo de solo agrícola h/t 8,23 452,65
Sulcamento/Adubação h/t 2,0 110,0
Aplicação de calcário h/t 0,4 22,0
Mudas florestais Unidade 221,8 39,92
Ramas de mandioca m
3
4,13 41,30
Formicida Kg 0,82 4,1
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Calcário t 1,64 90,2
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Combate à formiga h/d 0,48 12,0
Coveamento/plantio florestal h/d 0,33 8,25
Plantio agrícola h/d 1,98 49,5
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Total parcial 1452,71 -1452,71
89
Tabela 5A, Cont.
Ano 1
Preparo de solo agrícola h/t 2,06 113,3
Sulcamento/Adubação h/t 2,06 113,3
Mudas pastagem t 1,98 247,93
Sementes de milho Kg 16,53 68,6
Formicida Kg 1,16 5,8
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Plantio pastagem h/d 4,96 124,0
Combate à formiga h/d 1,24 31,0
Poda h/d 0,33 8,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Colheita agrícola h/d 50,0 1250,0
Mandioca Ton 28,93 2546,0
Total parcial 2449,62 2546 96,38
Ano 2
Silagem h/maq. 3,3 181,64
Formicida Kg 0,82 4,1
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,2
Combate à formiga h/d 0,48 12,0
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Colheita agrícola h/d 0,41 10,25
Milho t 3,0 175,5
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3813,84 4414,28 600,44
Ano 3
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Ano 4
Aplicação calcário h/t 0,41 22,55
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Calcário t 0,33 18,15
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3592,76 4238,78 646,02
90
Tabela 5A, Cont.
Ano 5
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Ano 6
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Ano 7
Adubo formulado Kg 165,29 107,44
Adubo orgânico t 2,48 198,4
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,6 16,85
Bezerro @ 46,2 2661,12
Adubação da pastagem h/d 0,49 12,25
Salário de funcionário h/ano 1,0 350,0
Boi gordo @ 79,2 4238,78
Total parcial 3552,06 4238,78 686,72
Total geral até Ano 14 50381,59 57825,64 7444,05
Tabela 6A Demonstração de índices técnicos, dos custos e das receitas da
Propriedade F
Atividade Unidade Qde/ha Custo
(R$/ha/ano)
Receita
(R$/ha/ano)
Rendimento
(R$/ha/ano)
Ano 0
Preparo de solo para árvores h/t 1,66 91,3
Preparo de solo agrícola h/t 4,26 234,3
Aplicação de herbicida h/t 0,28 15,4
Mudas florestais Unidade 115,5 20,79
Herbicida Kg 0,68 10,2
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Coveamento/plantio florestal h/d 0,31 7,75
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Total parcial 577,74 -577,74
Ano 1
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Total parcial 198,00 -198,00
91
Tabela 6A, Cont.
Ano 2
Preparação de solo para
pastagem
h/t 2,08 114,4
Aplicação de calcário h/t 0,21 11,55
Sementes de pastagem Kg 16,53 57,85
Adubo formulado Kg 247,93 161,15
Calcário t 1,66 91,3
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 176,00 88,00
Tratamento de doenças Unidade 3,0 7,65
Bezerro @ 27,0 1555,2
Adubação da pastagem h/d 0,42 10,5
Plantio pastagem h/d 0,42 10,5
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Arrendamento mandioca h/d 17,61 1550,38
Mandioca Ton 35,21 3099,89
Boi gordo @ 39,9 2135,45
Total parcial 3856,48 5235,35 1378,87
Ano 3
Adubo formulado Kg 6,88 4,47
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,0 15,3
Bezerro @ 54,0 3110,4
Adubação da pastagem h/d 0,42 10,5
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Boi gordo @ 79,8 4270,90
Total parcial 3514,67 4270,90 756,23
Ano 4
Formicida Kg 0,1 0,5
Adubo formulado Kg 6,88 4,47
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,0 15,3
Bezerro @ 54,0 3110,4
Combate à formiga 0,14 3,5
Adubação da pastagem h/d 0,42 10,5
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Boi gordo @ 79,8 4270,90
Total parcial 3518,67 4270,90 752,23
Ano 5
Adubo formulado Kg 6,88 4,47
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,0 15,3
Bezerro @ 54,0 3110,4
Adubação da pastagem h/d 0,42 10,5
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Boi gordo @ 79,8 4270,90
Total parcial 3514,67 4270,90 756,23
Ano 6
Adubo formulado Kg 6,88 4,47
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,0 15,3
Bezerro @ 54,0 3110,4
Adubação da pastagem h/d 0,42 10,5
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Boi gordo @ 79,8 4270,90
Total parcial 3514,67 4270,90 756,23
92
Tabela 6A, Cont.
Ano 7
Adubo formulado Kg 6,88 4,47
Manutenção
cercas/currais/aguadas
ha 1,0 30,0
Alimentação/ração/minerais Kg 352,0 176,0
Tratamento de doenças Unidade 6,0 15,3
Bezerro @ 54,0 3110,4
Adubação da pastagem h/d 0,42 10,5
Salário de funcionário h/ano 0,04 168,0
Boi gordo @ 79,8 4270,90
Total parcial 3514,67 4270,90 756,23
Total geral até Ano 14 46.812,26 56.486,15 9.673,89
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