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auxiliar crianças e adolescentes, minimizando efeitos negativos da hospitalização, ou pode
tornar essa vivência ainda mais difícil.
O cuidado com os pacientes [...] Dos médicos, das enfermeiras, dos remédios na
hora certa, do almoço, jantar (Sofia-12a-At.6-Fig.83).
Tem umas tias chata. [...] Tem umas que são legal, mas tem umas que são chatas.
[...] Que às vezes elas reclamam. [...] Das coisas, que tem umas... a de hoje, é
muito chata, a que limpa. [...] Uma vez eu fui pegar um negócio na sala, tava
passando o pano, aí eu fui pegar um negócio, ai eu peguei e saí (Júlia-12a-At.14-
Fig.46).
[...] E também eu não gosto de algumas enfermeiras [...] Eu tive raiva um dia
desses, porque a enfermeira que... aquela enfermeira é muito ruim, mas eu acho
que é só comigo. Ela é meia assim, meia chata [...] da outra vez que eu internei,
ela ficou de plantão duas vezes ainda bem que só foi duas, aí ela vinha tirar a
pressão aí ficava calada, com cara feia pro lado da pessoa. Fica um negócio tão
chato. Mas é só umas, eu adoro a enfermeira “Z” (Clara-12a-At.14-Fig.40).
Porque tem pessoas que... sei lá... que não é bem assim... são como se fosse
doutora. Tem umas que é ruim... [...] Umas pessoas que trabalham aqui. Tem uma
que é enfermeira, duas que é enfermeira [...] Não são todas não, só algumas, sabe.
Elas tratar as pessoas melhor, falar direito. Mas tem umas boas também (Clara-
12a-At.7-Fig.36).
[...] as enfermeira foram muito delicadas comigo, [...] me atenderam muito bem, eu
tava muito nervosa na hora de colocar o soro, mas tem uma enfermeira que eu não
gosto muito, ela falou que ia colocar o soro no meu pescoço, aí eu fiquei mais
agitada ainda. [...] Eu tava muito agitada, aí começaram a furar, furar, furar, ela
não tava achando (a veia), eu não gosto do jelco, porque dói muito, só uso o
escalpe, aí eu pedi a ela para não colocar o jelco, aí ela falou “mas o escalpe sai”,
e sempre que coloca o jelco não demora nada já ta fora da veia, o escalpe não,
demora, fica dias sem sair e sempre que dava a injeção aí começava a inchar, aí eu
pedi para não colocar o jelco, aí ela falou que... aí começou a furar com o escalpe,
furou a mão, furou o braço todinho, e não achou (a veia) aí disse “até com esse
bicho é difícil de colocar”, aí a outra enfermeira veio e furou, aí não acertou, aí
colocou o escalpe, aí eu fui pro quarto, aí saiu da veia, aí eu fiquei nervosa, aí a
enfermeira disse “eu coloco o jelco, aí se doer eu venho tirar”, aí a enfermeira
pegou e colocou, só que não achou a veia, ficou furando, furando, furando, aí
devido eu ficar nervosa, porque eu tenho sopro no coração devido a anemia, aí a
veinha ficou batendo aqui (no pescoço) aí ela disse assim, “se você não ficar
quieta eu vou colocar o soro no seu pescoço”, aí eu fiquei mais agitada ainda, aí a
outra enfermeira veio e disse “não, não vai colocar não, eu vou aplicar”, aí pegou
e colocou o soro, aí teve que dar diazepan pra mim dormir (Bruna-13a-At.6-23).
De acordo com Ceccim e Merhy (2009) mesmo profissionais de igual categoria, atuam
de modo distinto, diante da mesma situação de atenção à saúde, parecendo, muitas vezes, que
uns cuidam e outros não. Na situação descrita acima, o estresse provocado pela dificuldade de
acesso venoso da criança levou a profissional da enfermagem a ameaçar a criança com a
aplicação do soro no pescoço, fato que não contribuiu para acalmá-la, pelo contrário, deixou-a
mais agitada dificultando, inclusive, seu sono à noite.