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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL – CPDOC
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM BENS
CULTURAIS E PROJETOS SOCIAIS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO POR
ROSE MARY GUERRA AMORIM
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Professora Orientadora: Alzira Alves de Abreu
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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL – CPDOC
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM BENS
CULTURAIS E PROJETOS SOCIAIS
O Governo JK e a revista Manchete: a criação do mito dos anos dourados
Rose Mary Guerra Amorim
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de
Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do
Brasil CPDOC Para a obtenção do grau de Mestre em
Bens Culturais e Projetos Sociais.
Rio de Janeiro, outubro de 2008
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Amorim, Rose Mary Guerra.
O governo JK e a revista Manchete: a criação do mito dos
anos dourados/Rose Mary Guerra Amorim.-
Rio de Janeiro: [s.n] 2008. 131 p. : il.
Dissertação (mestrado em Bens Culturais e Projetos
Sociais) - Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro,
2008.
Orientadora: Profª.Drª. Alzira Alves de Abreu
I – Título
1.Kubitschek, Juscelino, 1902-1976 2. Manchete (Revista)
3. Brasil – História – 1945-1964. 4. Imprensa e política-Brasil.
CDD 981.06
RESUMO
Os anos entre 1956 a 1961 foram pródigos para o desenvolvimento do Brasil. O
governo JK consolidou a industrialização brasileira, criou Brasília e foi considerado um
caso singular na política contemporânea, por ser o único governo civil que começou e
terminou seu mandato segundo as regras constitucionais, até o período da ditadura
militar. Através da rememoração, lembramos de fatos históricos, que através da
narrativa da revista Manchete, contribuíram para a criação de uma imagem positiva de
Juscelino Kubitschek e de seu governo.
As edições constantes de sua imagem de grande estadista justificam a existência, na
memória coletiva, do mito político. Sua trajetória foi caracterizada por sua simpatia, seu
poder de persuasão e pela força de sua oratória durante o seu governo e posteriormente
calada pela ditadura militar, implantada no Brasil em 1964. Manchete deu forma,
através de suas fotorreportagens, aos acontecimentos de um país em acelerado processo
de desenvolvimento, contribuindo desta maneira, com a criação do mito dos anos
dourados.
ABSTRACT
The years between 1956 and 1961 were prodigal for the development of Brazil. The JK
government consolidated the country’s industrialization process, created Brasilia and is
regarded as a single case in national contemporary politics, as it was the only civilian
government to start and end its mandate according to constitutional rules, up to the
military dictatorship period. Employing a recollection process, the present dissertation
intends to remember historical fatcs which, through the narration of Manchete
magazine, have contributed for the creation of a positive image both of president
Juscelino Kubitschek and his own government.
The magazine issues bringing his image of a great statesman justify the existence of that
political myth in the collective memory. Kubitschek’s trajectory was characterized by
his sympathy, his persuasion power and by the unique strenght of his argument, against
which silence was imposed after the 1964 military coup. Through its stories, Manchete
shaped what happened at that time, in a country under an accelerated developing
process, thus contributing to bringing forth the myth of the golden years.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela minha fé, que possibilitou a superação das minhas limitações.
Aos meus filhos queridos, Ana Carolina e Bruno Vinícius, pela compreensão por
minhas ausências constantes nos últimos tempos.
Ao Carlos Contreras que mesmo distante se fez presente através dos seus e-mails e da
sua força.
À minha orientadora, Professora Doutora Alzira Aves de Abreu, que num primeiro
momento pensei austera e rígida, para logo depois descobrir uma pesquisadora
preocupada, atenta e que muito me auxiliou no decorrer desta jornada.
À Fundação Biblioteca Nacional através da Senhora Carmen Moreno, diretora do
Centro de Referência e Difusão, pela força, compreensão e auxílio nos meus momentos
de cansaço e dúvidas.
Ao meu amigo e companheiro de trabalho Joaquim Marçal, por sua ajuda constante
através das leituras dos meus textos, fazendo críticas e me mostrando caminhos.
À Rosangela Von Helde e a Isther de Souza Areias, pela força que me deram durante as
minhas ausências na Coordenadoria de Acervo Especial da FBN, para que pudesse
desenvolver a minha pesquisa.
Ao Carlos Juvêncio da Silva e Elizabeth Carvalho, pelo auxílio e presença constante no
desenvolvimento da pesquisa.
Ao Cláudio Xavier e ao Hélio José Gonçalves, por todos os “clics” e todo o trabalho
que dei para fotografar a revista Manchete.
A todos os meus amigos e colegas da Fundação Biblioteca Nacional e da Fundação
Getúlio Vargas que de alguma forma me ajudaram no decorrer deste trabalho.
E sinceramente volto a agradecer a Deus por ter muito a agradecer e muito pouco a
pedir.
Alguns segredos da sociedade se revelam
melhor precisamente na forma pela qual ela
aparece na fantasia. As vezes a fantasia pode
ser um momento superior da realidade.
Otávio Ianni
SUMÁRIO
Introdução........................................................................................................
p. 7-12
Capítulo 1 – A importância das revistas ilustradas..........................................
p.13-14
1.1 A trajetória da revista Manchete................................................. p.14-
21
Capítulo 2 – O mito e sua construção..............................................................
p.22-25
2.1 A mitificação de Juscelino: sua imagem e a importância do
seu governo na memória do brasileiro........................................
p.25-35
Capítulo 3 - O governo JK na revista Manchete............................................. p.35
3.1: O governo: 1955-1961...............................................................
p.36-
46
3.2: Candidatura, Eleição e Senado..................................................
p.47-
54
3.3: Campanha 1965.........................................................................
p.55-62
3.4: Cassação e Exílio.......................................................................
p.63-70
3.5: Retorno do Exílio e Morte.........................................................
p.71-83
3.6: Memorial JK..............................................................................
p.84-86
Conclusão.........................................................................................................
p.87-
90
Bibliografia......................................................................................................
p.91-94
Pesquisa Revista Manchete............................................................................. p.95-138
7
I – Introdução
Algumas questões orientadoras podem direcionar o percurso das reflexões deste
trabalho. Os anos 1950 foram pródigos na imprensa brasileira; novas demandas
surgiram com a urbanização e tornou-se necessário adequar a antiga estrutura da
imprensa ao quadro político que se instaurara com o retorno de Getulio Vargas e que
permaneceria até 1964.
Qual o contexto social da década de 50, no qual se pretende analisar a relação da revista
Manchete com o governo JK? Qual a importância das revistas ilustradas em um
período marcado por transformações sociais? De que forma a imagem de Juscelino foi
veiculada através da revista Manchete? Que importância o governo JK tem na memória
do povo brasileiro, a ponto de ser lembrado como o período dos “anos dourados?”.
Procurei responder estas questões traçando um panorama geral do que foi o Brasil da
segunda metade da década de 1950 até 1961, mostrando como a revista Manchete
registrou estes acontecimentos, e como se comportou posteriormente ao governo
Juscelino com relação à imagem de JK. Cumpre adiantar a hipótese que norteia este
trabalho: a revista Manchete teve um papel fundamental na criação do mito “anos
dourados”. Esta hipótese parte do pressuposto que todas as realizações do governo,
divulgadas através das fotorreportagens da revista Manchete, contribuíram efetivamente
para a criação deste mito.
Muito se tem escrito sobre o governo de Juscelino Kubitschek, vários aspectos já foram
abordados sobre o percurso de seu governo. O tema propõe uma reflexão a respeito dos
acontecimentos históricos que envolviam a sociedade brasileira naquele período;
quando o País sofria influência direta das transformações ocorridas no mundo, como
explica Hobsbawm:
Durante os anos 50, sobretudo nos países desenvolvidos, cada vez mais prósperos,
muita gente sabia que os tempos tinham de fato melhorado, especialmente se suas
lembranças alcançavam os anos anteriores à Segunda Guerra Mundial. (...) O
mundo, em particular o mundo do capitalismo desenvolvido, passara por uma fase
excepcional de sua história; talvez uma fase única. Buscaram nomes para descrevê-
la: “os trinta anos gloriosos” dos franceses, a Era de Ouro de um quarto de século
dos anglo-americanos (...) O dourado fulgiu com mais brilho contra o pano de
fundo baço e escuro das posteriores Décadas de Crise (...) O mundo industrial se
expandiu por toda à parte; nas regiões capitalistas e socialistas e no “Terceiro
Mundo”. No velho Ocidente, houve impressionantes exemplos de revolução
industrial, como a Espanha e a Finlândia (...). No Terceiro Mundo, o fato mais
espetacular dos chamados “países em recente industrialização” ocorreu depois da
Era do Ouro, mas por toda parte diminuiu acentuadamente o número de países que
dependiam da agricultura, pelo menos para financiar suas importações do resto do
mundo. Com exceção da Nova Zelândia, todos estavam na África e na América
Latina. (Hobsbawm, 1995, p.253 e 256).
Neste período, o Brasil entra na era da modernização especialmente com a arrancada
desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitschek.
A idéia de Estado forte, voltado ao desenvolvimento, surgiu com o Estado Novo, em
1937. Desde então, iniciou-se o processo de formação de uma sociedade mais urbana e
industrial, com grande fluxo de pessoas partindo do meio rural rumo às cidades. A
criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Companhia Vale do Rio Doce
demonstrou a preocupação do governo em implantar a indústria de base no Brasil, que
8
foi fortalecida durante o segundo mandato de Vargas (1951-54), com a fundação da
Petrobras, da Eletrobrás e do BNDE.
Na primeira metade do Governo JK, a ideologia desenvolvimentista, cuja finalidade era
fazer com que todos se interessassem pelo desenvolvimento, alocou recursos e valores
tanto no plano interno como no externo, conseguindo controlar as tensões sociais e
políticas, como explica Benevides:
No plano interno a crença no desenvolvimento mobilizou toda a sociedade. Para a
burguesia industrial em expansão, o desenvolvimento evitava a ênfase na intervenção
estatal da economia. A classe trabalhadora foi mobilizada através do exercício do
trabalho pela crença num futuro melhor. Para as Forças Armadas, em termos de defesa
nacional (transporte, comunicação, energia, material bélico em geral), o
desenvolvimento econômico era indispensável. E quanto à esquerda, o próprio Partido
Comunista defendia uma posição de aliança e conciliação, uma vez que a política
econômica de JK era um mal bem menor do que a oposição udenista. No plano externo,
o desenvolvimento convergia com os interesses dos países do primeiro mundo, que
se fundamentava na associação estreita com o capitalismo internacional e no
alinhamento automático com os EUA em termos econômicos. (BENEVIDES, 1979,
p.239-241).
A característica principal da economia brasileira no período em foco consistia na
consolidação da industrialização brasileira, quando se instala a indústria pesada,
principalmente a automobilística, ao mesmo tempo em que a indústria de base ganha
novo impulso com a instalação de novas indústrias siderúrgicas
1
e o desenvolvimento
acelerado da indústria de construção naval.
O núcleo da política econômica de Kubitschek consistiu na congregação da iniciativa
privada acrescida substancialmente de capital e tecnologia estrangeira - com
intervenção contínua do Estado, como orientador dos investimentos através do
planejamento.
Charles Monteiro em seu artigo “imagens sedutoras da modernidade urbana” afirma
que:
Nos anos 50 ocorreu no Brasil o que alguns economistas chamaram de “revolução verde”,
ocasionada pela introdução de novas técnicas agrícolas e pelo desenvolvimento capitalista
no campo, provocando a expulsão de um vasto contingente de trabalhadores para os
centros urbanos.
O período foi marcado, também, por migrações em massa das regiões brasileiras agrícolas
para os estados mais industrializados e para as novas frentes de colonização: do Nordeste
para o Sudeste e o Centro-Oeste e do Sul, para o Centro-Oeste. O deslocamento da
população do Nordeste para a construção de Brasília é um exemplo marcante desse
fenômeno de redistribuição da população no território nacional.
Os trabalhadores do campo não estavam amparados na nova legislação do trabalho e não
possuíam uma série de direitos conquistados pelos trabalhadores urbanos sindicalizados e
politicamente mobilizados dentro do jogo político dos partidos criados no período
imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial e ao Estado Novo.
A cidade afigurava-se para essa população flagelada pelas sucessivas secas, sem direitos
trabalhistas e submetida ao poder dos latifundiários, como uma nova terra de promissão.
Esse contingente populacional foi atraído pela promessa de emprego na indústria em
crescimento, de amparo da previdência social, de educação para os filhos e uma série de
outras oportunidades de trabalho informal e de lazer.
1
BRESSER PEREIRA. Desenvolvimento e crise no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1968. p.113.
9
Tanto a política populista-nacionalista de Vargas como o discurso desenvolvimentista de
Juscelino Kubitschek baseava-se no fenômeno da expansão do eleitorado urbano e na
organização de partidos de massa.
2
O período também foi marcado pela transformação dos espaços urbanos, com a criação
de edifícios com estilo arquitetônico modernista e, nas periferias, a construção de
conjuntos habitacionais que tinham como objetivo abrigar o contingente populacional
oriundo do campo e sem qualificação profissional. Com o fim da Segunda Guerra e o
desenrolar da Guerra Fria, o capitalismo crescia e os investimentos circulavam com
facilidade.
A cultura e as artes também explodiam no Brasil, com o segundo movimento
modernista, o cinema novo, a bossa nova, o teatro de vanguarda e os novos métodos de
ensino. A indústria cultural brasileira começava a se consolidar, e um dos marcos desse
processo é a chegada da televisão, em 1950.
Neste período também acontece a modernização da imprensa, dominada por algumas
famílias ricas, proprietárias de jornais e rádios, que passam a monopolizar o setor de
comunicação.
A história da imprensa, como afirma Marialva Carlos Barbosa no seu artigo Imprensa e
Poder no Brasil pós-1930
3
, passa pelas narrativas dos próprios homens de imprensa
como o momento mais singular de sua trajetória, quando uma série de mudanças
introduzidas no processo de produção dos jornais diários transforma inteiramente a face
do jornalismo que se faz no País.
No caso do jornalismo carioca, a busca por certo distanciamento em relação à literatura
e à política passou pela incorporação de uma série de práticas discursivas advindas,
sobretudo, do jornalismo norte-americano. Através desse modelo, a linguagem
jornalística começou a adquirir uma sistematização interna, e o jornalismo obteve certa
dose de autonomização, se transformando numa comunidade discursiva própria.
4
As mudanças nos periódicos ocorreram na tipografia, nas medidas, formatos, material
de impressão, organização administrativa, técnicas da notícia; os jornais tornaram-se
mais agradáveis na diagramação, mais técnicos na produção da matéria e mais bem
organizados, em termos empresariais.
Procurava-se atrair os leitores, dinamizar a leitura das notícias, valorizando o conteúdo e
o leitor ao mesmo tempo, de forma a poder manter ou expandir seu público. Dentro
deste espírito otimista voltado para a modernidade, vivenciando mudanças culturais e
políticas, iniciava-se o processo de reforma. Na imprensa diária, dois jornais que
fizeram a história da imprensa no país, nasceram no Rio de Janeiro: O Globo e o Diário
Carioca.
2
MONTEIRO, Charles. Imagens sedutoras da modernidade urbana: reflexões sobre a construção de um
novo padrão de visualidade urbana nas revistas ilustradas da década de 1950. Revista Brasileira de
História. São Paulo, v.27, nº53, p.159-176. 2007.
3
BARBOSA, Marialva Carlos. Imprensa e Poder no Brasil pós-1930. In: Em Questão. Porto Alegre: v,
12, nº. 2, p. 215-234, jun./dez. 2006.
4
RIBEIRO, Ana Paula Goulart. Jornalismo, Literatura e Política: a modernização da imprensa carioca
nos anos de 1950. Estudos Históricos, Mídia. Rio de Janeiro: CPDOC/FGV, n.31,2003/1.
10
O Globo, fundado em 1925 por Irineu Marinho, junto com Herbert Moses e Justo de
Morais, tinha como objetivo renovar os padrões dominantes da imprensa carioca.
O Diário Carioca, fundado em 1928, foi um dos mais influentes jornais do País e o
responsável pela modernização técnica da imprensa brasileira. Caracterizava-se desde o
primeiro número por sua natureza essencialmente política. Foi o primeiro jornal
brasileiro a adotar, de forma sistemática, as técnicas norte-americanas. Em março de
1950, lançou o primeiro manual de redação jornalística e estilo, escrito por Pompeu de
Souza. Introduziu o lead nas matérias e instituiu na sua redação o copidesque, cuja
função era revisar e, se necessário, reescrever as matérias para dar-lhes uma unidade de
estilo.
Outros jornais importantes surgiram no Rio de Janeiro no final da década de 1940 e
início da década de 1950. A Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda surge em 1949 e o
nome do jornal deve-se à coluna Da Tribuna da Imprensa que Lacerda escreveu no
Correio da Manhã de 1946 a 1949, quando foi afastado deste jornal mas manteve o
direito ao nome
.
“(...) Inovou principalmente na cobertura jornalística e na linguagem.
Nela trabalhou Zuenir Ventura, que identifica o jornal como uma verdadeira escola de
jornalismo. Lembra que a Tribuna da Imprensa nos anos de 1956/57 era um jornal
experimental, um laboratório (...). A Tribuna e o Diário Carioca foram responsáveis
pelo enxugamento da linguagem do jornal, uma depuração da linguagem e a
substituição da subjetividade pela objetividade.” (ABREU, Alzira. 2006; p. 4).
A Ultima Hora aparece em 1951, sob o comando de Samuel Weiner, como diário de
apoio a Getulio Vargas. Em poucas edições, torna-se um jornal popular e ousado. Além
de contar com excelentes colunistas, foi o primeiro a pagar salários dignos aos seus
profissionais. A Ultima Hora não apenas inovou na forma e no conteúdo, mas também
promoveu uma verdadeira revolução, com a utilização pela primeira vez, da
fotorreportagem nos diários brasileiros
5
.
As revistas ilustradas formavam um segmento diferenciado, visando um público de
maior poder aquisitivo e construindo as matérias sob um ângulo novo. Lidavam com a
temporalidade de modo diferente dos jornais cotidianos. Enquanto os jornais
trabalhavam com o imediato, as revistas semanais trabalhavam com a atualidade,
oferecendo uma nova abordagem dos acontecimentos.
A revista O Cruzeiro e a revista Manchete construíram um novo tipo de reportagem e de
narrativa baseada no uso de imagens fotográficas. Algo que vinha sendo feito na Europa
desde a década de 20, mas que atinge a sua maturidade, no Brasil, nos anos de 1950.
O Cruzeiro foi a primeira revista semanal, de fatos diversos e circulação nacional a
introduzir a linguagem da fotorreportagem. Fundada por Assis Chateaubriand, teve um
importante papel na conformação de um imaginário sobre o Brasil nas décadas de 1940
e 50 através de suas fotorreportagens. Criada em 1928 e reformulada em 1945,
revolucionou a técnica e o espírito do jornalismo ao romper com a influência européia
5
MUNTEAL, Oswald; GRANDI, Larissa. A imprensa na História do Brasil: foto jornalismo no século
XX.
Rio de Janeiro: Ed. PUC - Rio, 2005
.
11
na imprensa brasileira. As inovações vieram com o fim da censura do Estado Novo, em
1945. Foi possível começar um jornalismo mais crítico, e isso se refletiu nas fotos.
A Revista Manchete, fundada em 1952 por Adolpho Bloch, se tornou a mais importante
revista semanal brasileira, no momento em que se introduzia uma nova estética na
distribuição das fotografias e ampliava-se o espaço para as grandes reportagens.
Este estudo, portanto, tem como proposta mostrar através da pesquisa na revista
Manchete, a relação da revista com o governo Juscelino Kubitschek, em um período
marcado por profundas mudanças econômicas, políticas, culturais e sociais, com a
entrada do país em fase de industrialização e urbanização intensivas.
Neste contexto, o olhar distanciado para um período repleto de realizações nos reporta,
com certa nostalgia, aos “bons tempos” carregados de conteúdos míticos os quais
alimentaram o imaginário do povo brasileiro no período posterior a ditadura militar
período nebuloso e complexo onde, diante da diversidade e das dificuldades, buscava-se
no passado a esperança de dias melhores e recolocava-se, nesta expressão, a imagem
enobrecida dos “anos dourados”.
Segundo Ângela de Castro Gomes, “não é fortuito que a memória coletiva venha
consagrando a identificação desse tempo com a expressão os anos dourados”.
6
Compreender as formas de construção mítica mais recorrentes e a adjetivação dos
“anos” ou “décadas” que, definidos pela mídia, expressam um comportamento social,
será esclarecedor, quando falarmos de Juscelino Kubitschek.
A partir dessas observações surge o interesse em analisar a revista veículo de
comunicação da Empresa Bloch, até meados dos anos 2000 e inferir se esta revista
contribuiu positivamente para a criação desse mito.
A investigação está centrada nos editoriais e principais notícias, pois suas
fotorreportagens mostravam imagens de impacto geradas pelo governo Juscelino,
principalmente sobre Brasília. Várias foram suas reportagens especiais sobre a
construção da capital, desde o início da obra até a grande inauguração.
A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida a partir de outubro de 1955, período de
campanha para a Presidência da República, até 1976, ano de morte de Juscelino
Kubitschek. O levantamento de dados foi feito na Biblioteca Nacional e na Biblioteca
da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
As informações foram coletadas da seguinte maneira:
1955/1961 pesquisa exaustiva todas as informações encontradas na revista
sobre o governo JK;
1962/1964 pesquisa parcial informações sobre sua candidatura ao Senado
Federal, sua cassação e exílio;
1965/1976 pesquisa parcial informações sobre o comportamento da revista
em relação à memória do governo JK.
6
Gomes, Angela de Castro.(org.) O Brasil de JK. Rio de Janeiro: Ed. FVG, 2002. p.11.
12
A dissertação não está centrada na análise da imagem, o trabalho usa a imagem, a
fotografia, para reforçar o discurso da mitificação de JK e a criação do mito dos “anos
dourados” e, sob este aspecto, foram considerados os seguintes períodos:
Durante o governo a posse, as reportagens publicadas na revista sobre a escolha dos
ministérios, a reação da oposição, o plano de metas, a construção de Brasília, a
transmissão do cargo a Jânio Quadros;
Pós-governo o senado, a cassação, o exílio, análise do comportamento da revista em
relação à sua imagem durante a Ditadura até 1976.
Incluímos nesta dissertação, todo o material da pesquisa - as reportagens localizadas na
revista que tratam do assunto que é o objeto deste trabalho. Optamos em disponibilizá-
lo por acreditarmos que desta forma, estaremos contribuindo com os pesquisadores que
porventura se interessem por alguma linha de investigação onde este material seja
representativo, poupando-os do enorme esforço e tempo de pesquisa.
Além dos resultados da pesquisa propriamente dita, apresentamos um capítulo sobre a
trajetória da revista Manchete e conceituamos, em outro, o mito e sua construção,
relacionando-o com a idéia de “anos dourados” que, acreditamos, guarda estreita
relação com a mitificação da figura de Juscelino Kubitschek, que passou a ser visto
como um visionário e que virou símbolo da modernidade de uma época.
13
Capítulo 1 –
A importância das revistas ilustradas
Falar sobre a revista Manchete implica em situar a utilização da fotografia no Brasil, nas
revistas ilustradas. No início do século XX, a fotografia passaria a ocupar o lugar das
ilustrações nos veículos jornalísticos, basicamente nas revistas ilustradas, em grande
parte por conta do desenvolvimento das técnicas de reprodução e multiplicação das
imagens fotográficas. Utilizava-se a fotografia como forma de registro de um
acontecimento, sem a preocupação da leitura das imagens como é feito na atualidade.
Esta utilização de fotos nas revistas semanais traz uma nova abordagem da utilização
dessas imagens no contexto da informação, o que se denominou como fotorreportagem.
Segundo Helouise Costa, a fotorreportagem fundou uma nova relação entre texto e
imagem e criou uma narrativa própria. “A foto não se limita mais a ilustrar o texto, mas
apresenta um ponto de vista especificamente visual sobre os acontecimentos. Nesse
sentido, texto e imagem ampliam reciprocamente o seu potencial semântico e o
conjunto ganha particular coesão através de uma narrativa bem estruturada”. (Costa,
1998. p.138).
É a partir da década de 1920 que a fotorreportagem no Brasil também tem seu marco,
atingindo a sua maturidade no país na década de 1950. A fotografia jornalística tem um
novo papel nos veículos de informação, tendo como característica a contextualização de
um acontecimento, noticiado através da foto.
A fotorreportagem é, portanto, a relação da imagem com o texto escrito, possibilitando
ao leitor a decodificação dessa imagem na transmissão dessa informação. Além de tudo,
como afirma Munteal, a fotografia é o atestado de veracidade da notícia, na sua relação
especular com a realidade, que através da fotorreportagem registra e eterniza a vida, na
plena construção da memória, desde os grandes acontecimentos à vida cotidiana,
captando alegrias e tristezas e momentos importantes da história. (Munteal. 2005, p.9).
Com a consolidação do mercado cultural no Brasil, as revistas ilustradas surgem para
responder a esta nova demanda, contribuindo no processo de conscientização e
informação da sociedade brasileira, mostrando através da imagem as diversas faces do
Brasil. “Desempenham toda uma nova pedagogia social sobre as elites vindas do
campo, as camadas médias provenientes das pequenas cidades do interior e os próprios
habitantes das capitais em processo de expansão e transformação do espaço urbano”.
(Monteiro, 2007, p.163).
A revista Cruzeiro, fundada pelo jornalista e empresário Assis Chateaubriand, foi uma
revista semanal ilustrada, com sede na cidade do Rio de Janeiro e seu primeiro número
data de 10 de novembro de 1928. A revista passaria a se chamar O Cruzeiro em 8 de
junho de 1929, por ocasião de sua edição de mero 31.
P
ossuia agentes em todas as
cidades do Brasil e correspondentes em Lisboa, Paris, Roma, Madri, Londres, Berlim e
Nova York. Suas páginas eram repletas de anúncios, transformando-se em um espaço
sempre muito concorrido pelos anunciantes. Poucos meses depois de seu lançamento,
torna-se a grande revista nacional.
14
O Cruzeiro se consolidou no mercado editorial na década seguinte; teve seu apogeu
nos anos de 1950 e em meados daquela década, atingiu a média de 550 mil exemplares,
tiragem que seria mantida até o início dos anos de 1960. Em 1954, dois dias depois do
suicídio de Vargas, chegou a setecentos mil exemplares. O Cruzeiro foi editada
também para outros países, em espanhol, entre 1957 e 1965
7
. Foi pioneira ao abrir suas
páginas às imagens do homem simples, do negro, do índio, abandonando a fotografia
oficial, sisuda, do início do século, e adotando uma fotografia mais criativa e com
beleza plástica. Com um jeito próprio de abordar os diferentes temas, muitas vezes
nunca antes apresentado para um público de massa. Era através de imagens, que para
além da intenção documental, colocava-se como veículo de certas idéias. Segundo
Helouise Costa, o conjunto dessas imagens constitui um verdadeiro patrimônio
simbólico do país. (Costa, 1998, p.138).
Os fotógrafos Jean Manzon e José Medeiros foram peças-chave nessa mudança. Muitos
outros fotógrafos fizeram parte da equipe da revista, e entre eles se pode destacar: Henri
Ballot, Indalécio Wanderley, Salomão Scliar, Jean Solari, Eugênio Silva, Luís Carlos
Barreto e Flávio Damm A partir de 1956, com a reformulação da política editorial da
revista Manchete, O Cruzeiro é suplantado pela Manchete.
1.1 - A trajetória da revista Manchete
A Manchete começou a circular em abril de 1952, um ano depois de Adolpho Bloch ter
apresentado o projeto de criação de uma revista a Henrique Pongetti e Raimundo
Magalhães Júnior, amigos intelectuais, e a Pedro Bloch, seu primo.
Imigrante russo naturalizado brasileiro que aqui chegou com a família em 1922, homem
de personalidade complexa, segundo Heitor Cony são várias as abordagens que se pode
fazer a respeito da personalidade de Adolpho Bloch:
“Temos o russo, o russo telúrico, sentimental e complicado, capaz de grandes
prantos e lera. Temos o judeu típico, o judeu de anedotas que atravessou os
séculos, sobrevivendo e levando a todos os povos a sua mensagem que criou o
Ocidente. E temos o carioca, quase malandro, o sujeito de bem com a vida que sabe
extrair de um mínimo o máximo de alegria e gratificação (...). Adolpho foi uma
figura chagalliana, colorida e imensa, que flutuava sobre as misérias humanas e,
muitas vezes, era obrigado a delas tomar conhecimento. Soube ser amigo como
poucos (...)”
8
Era filho de Joseph Bloch. O patriarca da família tivera uma gráfica em Kiev, além de
uma filial em Jitomar, ambas na Ucrânia. Apaixonado pela tipografia, conduzia a sua
vida com seus nove filhos quando teve que deixar para trás a revolução bolchevique e o
conturbado panorama político de seu país. Foram para Nápoles e posteriormente vieram
para o Rio de Janeiro. Neste país enfrentaram inúmeras dificuldades, mas Joseph
insistiu no trabalho tipográfico e instalou à Rua Vieira Fazenda, no Rio de Janeiro, uma
pequena impressora onde trabalhava com os filhos. Adolpho Bloch seguiu a profissão,
7
Dados retirados do verbete O Cruzeiro do Dicionário histórico-biográfico brasileiro pós-
1930 / Coordenação: Alzira Alves de Abreu... [et al.]. 2 ed. Rio de Janeiro: FGV; CPDOC,
2001, p. 1727-1729
8
CONY, Carlos Heitor. O menino de 120 mil-réis. REVISTA DE COMUNICAÇÃO. Rio de Janeiro, n°
43, 1996. p.9.
15
pois ainda na Rússia trabalhara ao lado do pai e seus irmãos imprimindo libretos de
ópera e colocando affiches nos quiosques de jornais. A gráfica vingou e rendeu bons
frutos, e Adolpho passou a sonhar com a publicação de uma revista brasileira. Mesmo
com dificuldades, lançou a revista Manchete que sintetizava o trabalho e a paixão de
uma família. Apostava que havia lugar no mercado para mais uma revista de circulação
nacional, ou seja, que poderia concorrer com O Cruzeiro. Com base na experiência
adquirida nas tipografias da família, acreditava nas possibilidades de introduzir
inovações editoriais na publicação e aprimoramentos técnicos nos equipamentos
gráficos para vencer o desafio da concorrência.
O nome Manchete foi sugerido pelo seu primo Pedro Bloch, como conta Adolpho
9
:
“Em 1950, a minha mesa na Frei Caneca era perto da telefonista e de eu vigiava
a entrada do prédio. Meu primo, o escritor e médico Pedro Bloch, apareceu para me
visitar. Disse-lhe que, cansado da lupa para ver o corpo 4, cansado de ser gráfico,
desejava editar uma revista no gênero da Paris-Match. Precisava de um bom título
para ela. Pedro Bloch sugeriu: MANCHETE! “Veja bem, Adolpho: se o seu nome
aparecer na manchete, isso significa que você é notícia!...” Imediatamente mandei
registrar o título”.
Em texto publicado no seu primeiro número, intitulado “Um momento, leitor” encontra-
se explicitada a proposta editorial da revista:
Depois de trinta anos de trabalho como gráficos resolvemos condensar numa
revista semanal os resultados da nossa experiência técnica convocando, para
aproveitá-la, uma equipe de escritores, jornalistas, fotógrafos e ilustradores de
primeira ordem. Manchete nasce no momento exato em que nos consideramos
aparelhados para entregar ao Brasil uma revista de atualidades, correta e
modernamente impressa. Em todos os números daremos páginas e cores – e
faremos o possível para que essas cores se ponham sistematicamente a serviço da
beleza do Brasil e das manifestações do seu progresso. O Brasil cresceu muito,
suas mil faces reclamam muitas revistas, como a nossa, para espelhá-las. Manchete
será o espelho escrupuloso das suas faces positivas, assim como do mundo
trepidante em que vivemos e da hora assombrosa que atravessamos. Neste
Momento, os fatos nacionais e internacionais se sucedem com uma rapidez
nunca antes registrada. Os jornais nunca tiveram uma vida tão curta dentro
das vinte e quatro horas de um dia. Este é o grande, o sonhado momento dos
fotógrafos e dos repórteres exercitados para colher o instantâneo, o irrepetível.
Depois virão os historiadores. E agora prossiga, leitor... (Manchete, n. 1, 26 de
abril de 1952).
prenunciando em seu primeiro número uma das características da revista
velocidade editorial – Manchete iniciou as suas atividades alicerçadas em grandes
nomes da imprensa brasileira; Henrique Pongetti e Dirceu Nascimento foram seus
primeiros diretores, depois veio Otto Lara Resende. Seu investimento inicial foi
pequeno e o custo de produção baixo, pois as máquinas da tipografia da família ficavam
ociosas três dias na semana, e podiam imprimir edições semanais de 200 mil
exemplares. Em poucos anos, a Manchete ocupava um prédio próprio na Rua Frei
Caneca, no bairro da Lapa, onde estavam instalados rios jornais e a revista O
Cruzeiro.
9
BLOCH, Adolpho. Mil e quinhentas semanas. COMUNICAÇÃO. Rio de Janeiro, n° 30,1987. p. 13.
16
Henrique Pongetti relembra, na revista Comunicação, as dificuldades dos anos iniciais:
a falta de capital para um projeto ousado e com um agravante, a concorrência de alta
qualidade da revista O Cruzeiro, já consolidada no mercado.
Não podendo competir com o volume de matéria da revista dominante eu só
poderia tomar um caminho jornalístico: As reportagens originais, os fatos de
impacto, a grande colaboração literária, a alta caricatura, os serviços fotográficos
exclusivos das agencias estrangeiras. Muito menos, mas muito bom. Bossa, bossa e
mais bossa. Bossa, modéstia à parte, nunca me faltou, mas bossa sem dinheiro bota
a gente na situação de comprar o refugo do fotógrafo nas agencias secundárias e de
solancar dia e noite para escrever como escrevi quarenta por cento dos
primeiros números.
10
Posteriormente, foram adquiridas novas máquinas e um terreno no subúrbio de Parada
de Lucas, onde se construiu o parque gráfico. Inversamente à estratégia de O Cruzeiro
de alardear tiragens inacreditáveis, a Manchete não revelava essa informação. A
estimativa só poderia ser feita com base no relato de Adolpho Bloch sobre a capacidade
das rotativas
11
.
O investimento em equipamentos e instalações foi simultâneo à
reformulação da política editorial de 1956. A mudança abrangeu todos os setores da
publicação, transformando a paginação e atualizando o texto, com o objetivo de
fornecer ao leitor elementos necessários à compreensão dos acontecimentos.
A equipe de redação foi reforçada. Do quadro de jornalistas, redatores e colaboradores
selecionados entre pessoas de destaque no meio intelectual de fato, a equipe que
compunha aquele semanário era composta por profissionais notoriamente competentes.
A exemplo disso cito alguns nomes, sem querer ser injusta com o quadro editorial que
foi de primeira grandeza: Henrique Pongetti, Dirceu Nascimento, Otto Lara Resende,
citados anteriormente, e Raimundo Magalhães Junior, que começaram com a revista;
Nahum Sirotsky, Newton Carlos e Murilo Melo Filho, Carlos Drummond de Andrade,
Rubem Braga, Joel Silveira, Orígenes Lessa, Guilherme Figueiredo, Otto Maria
Carpeaux, Manuel Bandeira, Fernando Sabino, Antônio Maria, Nelson Rodrigues,
Marques Rebello, Paulo Mendes Campos, Lígia Fagundes Telles, Antônio Callado,
Heitor Cony, Sérgio Porto, Ciro dos Anjos, Olegário Mariano, Jânio de Freitas e muitos
outros. Entre os vários editores, Justino Martins, que ocupou tal cargo de 1959 até sua
morte, em 1983. Jean Manzon, que trabalhou para a Paris Match e O Cruzeiro, foi o
principal fotógrafo. Ao seu lado, estiveram Darwin Brandão, Gil Pinheiro, Gervásio
Baptista, Fúlvio Roiter, Jader Neves e outros.
A partir da revista nº. 219 de junho de 1956, a página do editorial aparece com uma
nova imagem gráfica. Antes era composta apenas pelo editorial, assinado por Henrique
Pongetti, que ocupava a maior parte de página, e um pequeno quadro Atualidades”,
ilustrado por uma ou duas fotos na parte inferior. Nesta revista a página conta, além do
editorial (que ainda ocupa a maior parte da página), com um sumário, um quadro com
dados da revista como endereço e representantes (diretor, redator...) e uma foto
miniatura da capa da revista destacando o nome do fotógrafo e da imagem retratada.
10
PONGETTI, Henrique. Tudo começou como uma bela e louca aventura. Comunicação. Rio de Janeiro,
Ano 6.(22): p.6, 1977.
11
ANDRADE, Ana Maria Ribeiro; CARDOSO, José Leandro Rocha. Aconteceu, virou manchete. In:
Revista Brasileira de História. São Paulo, V.21, nº41, p. 243-264. 200. (apud) Bloch, Adolpho. De Kiev
ao Rio. Manchete. Rio de Janeiro. Ed. Especial, p.242-253 e 256. nov. 1997.
17
Pequenas mudanças também são observadas na parte final da revista: as últimas
páginas, que antes terminavam com o “Flash”, a foto da capa com o nome do fotógrafo,
um quadro com dados da revista e “O leitor em Manchete” passaram a encerrar com
quadros de humor e propagandas apenas.
na revista nº. 244 de dezembro de 1956 aparecem modificações na página do
editorial, que é de Henrique Pongetti, embora Nahum Sirotsky apareça como diretor-
redator chefe. A composição é a mesma; o que mudou foi a disposição: o sumário, o
quadro com dados da revista e a foto da capa com o nome do fotógrafo saíram da parte
inferior para o canto esquerdo da página enquanto o editorial ocupa todo o resto. No
quadro de profissionais, Henrique Pongetti aparece como colaborador.
Na revista nº. 261 abril de 1957 aparece nova diagramação na capa: o título ficou
menor, restrito a uma caixa de texto. Estas modificações vão acontecendo na medida em
que vão mudando os editores e estes, ao que me parece, colocam a sua marca pessoal.
A revista de 01de junho de 1957 tem editorial assinado por Rubem Braga informando
que Henrique Pongetti deixou o comando da revista para “rodar o mundo”. Nas últimas
páginas aparece a “Conversa com o leitor” assinada por Nahum Sirotsky, com
promessas de uma nova Manchete para julho em rotogravura, como é esclarecido
posteriormente na revista de 22 de junho do mesmo ano:
“Desde que surgiu, Manchete se caracteriza pela presteza com que cobre os grandes
acontecimentos e tudo informa sobre eles. Esse, o sentido de nossa revista: atualidade
em fotografias e texto. É esta equipe que se prepara para mais uma fase de Manchete.
Em julho próximo estaremos em rotogravura, com impressão nova, nova paginação,
atualidade ainda maior.”
Em entrevista à Comunicação, edição em comemoração aos 25 anos da Manchete,
Nahum Sirotsky relembra a sua passagem pela revista. Sua participação marcou a
mudança da publicação para a rotogravura. Foi convidado por Adolpho Bloch, que o
conhecia desde criança, para ocupar o lugar de diretor da revista que Otto Lara deixara
vago. Sirotsky considerava a revista com Otto muito literária e embora o admirasse, este
perfil não correspondia ao estilo da revista. Reuniu profissionais para embarcarem neste
trabalho. Propôs não mais se equiparar ou mesmo superar O Cruzeiro, definindo-a
como uma revista de repórteres, onde estes é que são a principal notícia.
“A minha experiência em Visão indicava que as classes médias mais prósperas, e os
setores mais responsáveis queriam informação. A nossa fórmula seria, então, uma
mistura de Time e Life. As nossas reportagens não teriam o repórter como estrela e, sim,
os seus próprios assuntos centralizando tudo. Incluiriam a informação mais completa
possível devidamente interpretada de forma a que seu significado para o leitor ficasse
evidente. Seria um serviço. As fotos seriam imaginadas e utilizadas com o mesmo
sentido. Fotos e textos comporiam o todo.”
12
Nesta formulação, criou a seção Posto de
Escuta, além de partes destinadas à culinária, moda, arte e beleza.
“Tentaríamos mudar a tradição de capas com jovens de belas formas para utilizar
fotografias dos principais eventos cobertos em cada edição”. De uma revista de
12
SIROTSKY, Nahum. A Passagem para a rotogravura. Comunicação. Rio de Janeiro, Ano 6 (22): p.14,
1977.
18
cronistas com Otto para uma revista de reportagens com Sirotsky, permaneceram apenas
Rubem Braga e Henrique Pongetti e somaram Paulo Mendes Campos e Guilherme de
Almeida. Com essas mudanças a Manchete estava pronta para a rotogravura, afirma
Sirotsky. Todos esperavam por uma alternativa ao O Cruzeiro. Nahum Sirotsky ficou
apenas dois anos na direção e deixou a revista em outubro de 1958.
A partir de 1959, Justino Martins assume a direção da Manchete e relata a maneira
como chegou, como foram feitas as modificações na revista e fala sobre Bloch.
13
Informa que Henrique Pongetti desde 1952, cansado com a aventura de dirigir a
publicação, ofereceu-lhe a tarefa. “Em todo caso, olhando para trás e no que toca à
minha atividade em Manchete ocorre-me à imagem de Henrique Pongetti a dizer-me,
numa obscura salinha das antigas instalações de Bloch Editores na Rua Frei Caneca,
com um ar de desolação e cansaço: Justino fica fazendo esta revista. Eu não posso
mais. Confesso que tomei um susto. Estávamos em 1952 e eu de férias no Rio, vindo
de Paris, onde morava. Adolpho Bloch me convocara para uma conversa. Eu queria
continuar em Paris. Só aceitei mesmo, sete anos mais tarde, em 1959. Adolpho me
chamou pelo telefone. Desembarquei no Galeão e fui direto para a redação. Nunca mais
saí da empresa”.
Respondendo a pergunta de que modificação teria feito na revista, Justino Martins
respondeu que começou pela forma gráfica e passou a dar personalidade à revista, coisa
que a seu ver ela não tinha.
Sobre Adolpho Bloch, de sua ousadia elemento, aliás, que temperou a aventura da
Manchete desde seu início – relata a experiência em Paris quando Adolpho Bloch
comprou uma imensa rotativa mesmo sem ter o capital necessário dizendo que iria
arranjar o que lhe faltava.
O entrevistador, dizendo que o sucesso da revista “estourou na sua mão”, pergunta
sobre os motivos da mesma. Justino defende que o sucesso da Manchete deve-se ao
sucesso de Brasília e da administração de JK. Antes da forma de abordagem como era
feita pela Manchete, a imprensa falava pouco da grandiosidade da nova capital porque
enxergava nela motivo para a inflação.
Na sua edição de 30 de abril de 1960, a revista publica em seu editorial:
Oito anos atrás, a 26 de abril, surgia o primeiro número de MANCHETE, com a
promessa de tornar-se uma revista do Brasil para o mundo. Os irmãos Bloch foram os
seus idealizadores e Henrique Pongetti o seu primeiro diretor. Naqueles dias de 1952,
tinha apenas 40 páginas, mas contava a atualidade em vibrantes reportagens. De
então para cá, o ritmo dinâmico que tem impulsionado a imprensa brasileira exigiu para
MANCHETE a construção de um moderno parque gráfico, que, hoje, se estende por
mais de 50 mil metros
quadrados, em Parada de Lucas. Nossos objetivos, porém, ainda
são mais amplos. Dentro de três meses começaremos a imprimir 32 páginas em cores
nas novas rotativas eletrônicas que estão sendo montadas. Ao mesmo tempo,
passaremos a dispor de uma fábrica própria de tintas de impressão, a "Blocolor", o que
nos possibilitará tiragens de 500 mil exemplares diários. MANCHETE poderá, assim,
atingir os mais distantes pontos do País e do estrangeiro. A promessa do primeiro
editorial está, portanto, sendo cumprida: uma revista do Brasil para o mundo.
14
13
MARTINS, Justino. Jornalismo é uma arte inteira. Comunicação. Rios de Janeiro, Ano 6 (22): p.16,
1977.
14
Manchete, nº 419. 30 de abril de 1960.
19
Do final dos anos 50, até meados dos anos 70, Manchete foi a maior revista brasileira.
Tudo o que não acontecia nela era como se não tivesse acontecido. Desde a própria era
JK, que teve nela seu evangelista e apóstolo principal, até os movimentos mais
expressivos daquela época, como a Bossa Nova e o Cinema Novo. Nas suas páginas
Vinícius de Moraes escreveu um de seus melhores poemas: “Receita da mulher amada”
e Rubem Braga imortalizou uma crônica intitulada “Ai de ti, Copacabana!”.
15
Como
linha editorial, a Manchete e o conglomerado de empresas da família Bloch sempre se
destacaram pelo bom relacionamento com o governo, empregando uma concepção
moderna do fotojornalismo, como principal forma de linguagem. Segundo Munteal, o
objetivo da revista era fazer com que até os analfabetos pudessem “ler os artigos,
trazendo uma narrativa visual, independente do texto de suas reportagens. (Munteal,
2005, p.93). Estava voltada, prioritariamente, para mostrar temas variados como
política, personalidades, religião e o cotidiano da realidade brasileira. Mantinha
correspondentes e representantes nas principais capitais do Brasil e em cidades
importantes do mundo, tais como: Paris, Lisboa, Londres, Nova York, Montevidéu,
Tóquio.
Em agosto de 1999, Roberto Muggiati no editorial do número 2000, nos uma visão
do que foi a revista:
“O importante não é ser, ter ou parecer. O importante é fazer, construir, desenvolver”.
A frase de Adolpho Bloch define a sua filosofia de vida e também a revista que ele
criou (...). Manchete foi o começo de uma empolgante aventura cultural que
transformou uma empresa gráfica num grande sistema de comunicação jornalística,
atuando nas áreas da imprensa, do rádio e da televisão. Quando a revista nasceu, em 26
de abril de 1952, o mundo vivia as incertezas da Guerra Fria e a ameaça do holocausto
nuclear; e o Brasil ainda era uma pequena província, dilacerada por pequenas
divergências e grandes ódios políticos. O homem foi à lua, derrubou o Muro de Berlim
e continua buscando obstinadamente a paz, apesar da ira e do fanatismo dos últimos
tiranos. O Brasil se desenvolveu, construiu Brasília, superou vinte anos de governos
militares e procura hoje, através da democracia, conquistar toda a felicidade a que tem
direito. Manchete não se limitou a registrar tudo isso. Empenhou-se em causas como as
de JK – o desenvolvimentismo e a nova capital atuou também sobre a nossa realidade
(...) fiel ao lema da revista: “Aconteceu, virou Manchete”.
Adolpho Bloch era amigo de Juscelino e dedicou irrestrito apoio ao seu governo,
ajudando a tornar o presidente uma figura popular. “Brasília e Manchete cresceram
juntas”, disse seu criador. Nela, JK era apresentado como homem simples, do povo, que
transmitia confiança no destino do País. Essa confiança se fazia presente de forma
concreta, já que JK era mostrado como um homem de ação, empreendedor e inovador
16
.
Manchete participou ativamente de momentos decisivos da vida política nacional,
acompanhando a cada edição, a construção de Brasília como afirma Adolpho Bloch:
“Realmente, Brasília e Manchete cresceram juntas. Acompanhamos dia a dia a
construção da capital. Fomos os primeiros a instalar ali, durante as obras, uma sucursal
jornalística. Mandei para lá o meu amigo Murilo Melo Filho e Jader Neves. Todas as
15
CONY, Carlos Heitor. O menino de 120 mil-réis. Revista de Comunicação. Rio de Janeiro, n° 43, p 11,
1996.
16
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. In:
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/O_Brasil_de_JK/O_governo_JK_na_Manchete.asp
20
semanas eles enviavam reportagens que mostravam ao Brasil a epopéia que se erguia no
Planalto Central. Nossas edições se esgotavam rapidamente.”
17
.
Em seu artigo “Mil e quinhentas semanas” publicado pela revista Comunicação
18
Adolpho Bloch relembra o início da sua amizade com Juscelino:
Na campanha eleitoral de 1955, eu ouvia os discursos de Juscelino Kubitschek.
Conheci-o como governador de Minas Gerais. Mais tarde, como presidente da
República, estive com ele quatro vezes. A primeira foi quando, entusiasmado
com as suas metas, mandei imprimir dez mil cartazes com o seu slogan “50 anos
em 5”, que eu tirara de um de seus discursos proferidos pelo interior do país. Fiquei
surpreendido quando ouvi críticas ao cartaz. Fui procurá-lo no Palácio do Catete.
(...) Disse-lhe que havia sido eu o responsável pelos cartazes. Mandara-os fazer e
entregara os mesmos ao chefe de sua campanha eleitoral, o Dr. Negrão de Lima,
(...) Perguntei a JK se desejava que eu desse uma declaração pública assumindo a
responsabilidade pelos cartazes que lhe estavam provocando críticas, JK me
respondeu sorrindo: “E você pensa que eu não vou fazer este país caminhar 50 anos
em 5?” Saí do Catete reconfortado e dormi uma das minhas melhores noites.
Em conformidade a que se propunha, a revista Manchete acompanhou de perto toda a
trajetória do governo, do nº. 182, de 15/10/1955, onde a capa da revista estampa JK
eleito, e na reportagem Juscelino comenta seus planos para o futuro governo, até a
edição especial de 21 de abril de 1960, sobre a inauguração de Brasília, quando foram
editados 760 mil exemplares que se esgotaram em 48 horas, mostram situações
emblemáticas que através da trajetória da revista semana a semana com comentários,
notas, reportagens, imagens, exerceu papel importante na construção e consolidação da
imagem de JK.
A amizade entre JK e Adolpho Bloch começou no início do governo e foi solidificada
através da profunda admiração que Adolpho sentia por Juscelino, como afirma Alvimar
Rodrigues, um dos editores de Manchete:
(...) inegavelmente, o Adolpho tinha uma admiração profunda pelo Juscelino e o
Juscelino retribuía isso à altura; eram realmente amigos. (...) Ele [Bloch] era um
homem sentimental até o último fio de cabelo, embora não perdesse por esse
sentimentalismo a noção pragmática, a noção do negócio, a noção de ganhar
dinheiro; mas era um sentimental. (...) Esse sentimento de crença no futuro que JK
também tinha, eu falo com a maior tranqüilidade, havia. Outras relações, políticas,
econômicas, possivelmente. Mas que havia uma relação de sentimento, de amizade e
mútua admiração, não há nenhuma dúvida.
19
Bloch declara que durante os onze anos de exílio e ostracismo de Juscelino, nunca o
ouviu falar com ressentimento sobre a sua situação política. Costumava apenas dizer:
‘Esta revolução foi feita contra o Jango no primeiro dia. Mas do terceiro dia em diante
ela se voltou contra mim.’
“Em 1964 acompanhei o Presidente em todos os seus
17
BERG, Marly. Bloch: os pés no chão e os olhos voltados para o ano 2000. REVISTA DE
COMUNICAÇÃO. Rio de Janeiro, v.2 n°5, p.19, 1986.
18
BLOCH, Adolpho. Mil e quinhentas semanas. COMUNICAÇÃO. Rio de Janeiro, n° 30, p.14, 1987.
19
Alvimar Rodrigues, em entrevista à Georgy Pontes Vieira de Aragão. In: ARAGÂO, Georgy Pontes
Vieira. Meios de Comunicação como construtores de uma imagem pública: Juscelino Kubitschek através
das revistas Manchete e O Cruzeiro. Rio de Janeiro: FGV/CPDOC. Programa de Pós-Graduação em
História, Política e Bens Culturais e Projetos Sociais, 2006, p.50.
21
momentos difíceis. Verifiquei que estava diante de um líder, de um ser humano
extraordinário. Não o abandonei um dia. lhe fiz um pedido ao longo de tantos
anos de amizade e convívio,” afirma Bloch, “que ele fosse o cronista de sua própria vida
e de sua obra”. Assim as memórias de JK foram publicadas pela Editora Bloch em
quatro volumes: A Experiência da Humildade; Porque construí Brasília; A Escalada
Política e 50 anos em 5. (BLOCH, op.cit, p.15). Foi no prédio da Rua do Russel, no 11º
andar, o último gabinete de Juscelino Kubitschek, posteriormente transformado em
Museu JK. O Escritório guardava entre outras lembranças, a mesa e a cadeira que o
Presidente usou durante os cinco anos de seu mandato. Juscelino Kubitschek faleceu
vítima de acidente de automóvel em agosto de 1976, seu corpo foi velado na sede da
Bloch Editores no Rio de Janeiro e enterrado no Campo da Esperança em Brasília.
Adolpho Bloch morre em novembro de 1995. De 26 de abril de 1952, quando é lançado
o primeiro número da revista Manchete e começa a construção de um dos maiores
impérios de mídia da América Latina, até agosto do ano 2000, quando a falência da
Bloch Editores é decretada, a revista Manchete circulou semanalmente. Em dezembro
de 2002, os títulos das revistas da Bloch Editores Manchete, Pais e Filhos, Ele e Ela e
Fatos& Fotos foram leiloados. O comprador foi Marcos Dvoskin, ex-diretor geral da
Editora Globo. A revista Manchete voltou a circular ainda em edições pesquisa, sobre
temas como agronegócio, carnaval e os dez anos da morte de Ayrton Senna.
22
Capítulo 2 –
O mito e sua construção
Os conteúdos míticos sempre repercutiram de forma direta ou indireta nos
acontecimentos da vida cotidiana. Para entendê-los melhor verificaremos através da
literatura, o modo como se cria o mito e que mecanismos são utilizados para sua
consolidação, pois estes mitos construídos ou em construção alimentam o imaginário
humano e permeiam crenças e ações. Neste sentido, a conceituação do mito é necessária
para clarificar o que se quer dizer.
No dicionário Novo Aurélio Século XXI
20
existe dez acepções para a palavra mito:
1- (do grego mythos, fábula, pelo latim mythu). Narrativa dos tempos fabulosos ou
heróicos. 2- Narrativa na qual aparecem seres e acontecimentos imaginários, que
simbolizam forças da natureza, aspecto da vida humana, etc. 3- Representação de fatos
ou personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela tradição, etc. 4- Pessoa
ou fato assim representado ou concebido: para muitos, Rui Barbosa é um mito, nesta
acepção “monstro sagrado”. 6- Representação (passada ou futura) de um estágio ideal
da humanidade: o mito da idade do ouro. 7- Imagem simplificada de pessoa ou de
acontecimento, não raro ilusória, elaborada ou aceita pelos grupos humanos, e que
representa significativo papel em seu comportamento. 8- Coisa inacreditável, fantasiosa,
irreal; utopia: a perfeição absoluta é um mito, 9- Antrop. Narrativa de significação
simbólica, transmitida de geração em geração e considerada verdadeira ou autêntica
dentro de um grupo, tendo gerado a forma de um relato sobre a origem de determinado
fenômeno. Instituição, etc. e pelo qual se formula uma explicação da ordem natural e
social e de aspectos da condição humana. 10- Filos. Forma de pensamento oposta à do
pensamento lógico e científico.
Para Marcelo Perine, a explicação que recolhe maior adesão entre os especialistas
remete a palavra mito a uma raiz indo-européia meudh ou mudh, com significados
diversos, mas próximos de “recordar-se”, “aspirar”, “preocupar-se”. Essa etimologia
levaria a palavra grega mythos ao significado fundamental de “pensamento”, o que é
convalidado pelo uso dos termos mytholomai, muythologeo, mythologia em Ésquilo,
Sófocles e Homero (...). O campo semântico do vocábulo mythos, no sentido geral de
“palavra formulada”, inclui os seguintes sentidos: notícia, mensagem, conto, estória,
boato, narração à qual se dá crédito, fábula, saga, lenda.
21
Na linguagem corrente, a palavra "mito", designa uma idéia falsa ou, então, a imagem
simplificada e ilusória de uma realidade, porém, a sua temporalidade é sempre algo
vivido e presente no momento. Como forma de comunicação humana, o mito está
obviamente relacionado com questões de linguagem e também da vida social do
homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de uma comunidade e de uma
tradição comum.
Para Eliade, o mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser
abordada e interpretada em perspectivas múltiplas e complementares. “O mito conta
uma história sagrada, relata um acontecimento que teve lugar no tempo primordial, o
20
FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua
portuguesa. 3.ed. totalmente revista e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
21
PERINE, Marcelo. Mito e Filosofia. In: Philosophos 7 (2): 35-56, 2002
http://www.cefetgo.br/pensar/pages/textos/mito_e_filosofia.pdf
23
tempo fabuloso dos começos (...) o mito conta graças aos feitos dos seres sobrenaturais,
uma realidade que passou a existir, quer seja uma realidade, o Cosmos, quer apenas um
fragmento, uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano; é sempre,
portanto, uma narração de uma criação, descreve-se como uma coisa foi produzida,
como começou a existir...”
22
Para Roland Barthes
23
a narrativa pode ser sustentada pela linguagem articulada, oral ou
escrita, pela imagem, fixa ou móvel, pelo gesto ou pela mistura ordenada de todas estas
substâncias; está presente no mito, na lenda, na fábula, no conto, na novela, na
epopéia... Além disto, sob estas formas quase infinitas, a narrativa está presente em
todos os tempos, em todos os lugares e em todas as sociedades.
Esta percepção de mito como uma forma de mistificação está presente na teoria de
Barthes (1989), que buscou rastrear a presença de "mitos" modernos na imprensa, nas
artes e propagandas comerciais francesas dos anos 50. uma inversão do conceito
antropológico, que mostra o mito remetendo a natureza à vida dos homens (ou de
deuses ou heróis antropomórficos), através da narrativa de origem. O caráter explicativo
da narrativa primitiva lugar a seu avesso. O mito-mistificação procura impedir o
acesso às explicações possíveis. Para Barthes, o mito é um "sistema semiológico
segundo” que faz uma cadeia semiológica completa preexistente se transformar no
primeiro termo (significante) de uma nova cadeia.
24
.
Segundo Barthes apud Miguel:
“[...] no mito existem dois sistemas semiológicos, um deles deslocado em relação
ao outro: um sistema lingüístico, a língua (ou os modos de representação que lhe
são assimilados), a que chamarei linguagem-objeto, porque é a linguagem de que
o mito se serve para construir o seu próprio sistema; e o próprio mito, a que
chamarei metalinguagem, porque é uma segunda língua, na qual se fala da
primeira" (1989:137). A duplicidade, que o leitor ignora ao captar no mito uma
"totalidade inextricável" (idem: 149), é o mecanismo mesmo do mascaramento,
ou melhor, da desfiguração, já que "o mito não esconde nada: tem como função
deformar, não fazer desaparecer" (idem: 143).
Os mitos são pistas para os anseios e potencialidades espirituais da vida humana, aquilo
que os seres humanos têm em comum revela-se neles. Para Campbell, eles são histórias
da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos.
Daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o
relato, a experiência da vida. Eles ensinam que nós podemos voltar-nos para dentro. Os
mitos estão perto do inconsciente coletivo e por isso são infinitos na sua revelação
25
Segundo Lopes, “Uma historiografia preocupada com mitos e utopias pretende
compreender os significados das sacralizações emanadas das realidades que compõem
os mesmos tecidos narrativos que os dos conhecimentos históricos propriamente ditos.
22
ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1994.
23
BARTHES, Roland et alii.Análise Estrutural da Narrativa:pesquisas semiológicas. Trad.Maria Zélia
Barbosa Pinto. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1971. Col. Novas Perspectivas de Comunicação. p. 18.
24
MIGUEL, Luis Felipe. Em torno do conceito mito político. Dados, v.41, nº3. Rio de Janeiro, 1998. In:
Scielo Brasil.
25
CAMPBEL, Joseph. O Poder do Mito: com Bill Moyers. Org. por Betty Sue Flwers. Trad. Por Carlos
Felipe Moisés. São Paulo: Falas Athena. 1990.
24
Ainda que os mitos pretendam retornar aos espíritos primordiais, e as utopias,
referirem-se a uma posteridade refletida no tempo presente, não se deve considerá-las
meras fábulas, mas construções de memórias coletivas, entendidas como forma de
representação social.”
26
Neste contexto, é necessário verificarmos o que podemos entender sobre memória. Os
elementos que constituem a memória, seja ela individual ou coletiva são: os
acontecimentos vividos pessoalmente e/ou pelo grupo ou pela coletividade à qual a
pessoa sente pertencer. Além desses acontecimentos, a memória é constituída por
pessoas, personagens e lugares. Esses três critérios estabelecidos por Pollak
acontecimentos, personagens e lugares podem dizer a respeito de fatos concretos ou
de transferências ou projeções. Isso é explicado, como pode ser observado na citação a
seguir:
“Se levarmos em conta certo número de conceitos usados frequentemente na história da
França mas é claro que eu poderia me referir a qualquer outro país –, há algumas
designações, atribuídas a determinados períodos, que aludem diretamente a fatos de
memória, muito mais do que a acontecimentos ou fatos históricos não trabalhados por
memórias. Por exemplo, quando se fala nos “anos sombrios”, para designar a época de
Vichy, ou quando se fala nos “trinta gloriosos”, que são os trinta anos posteriores a 1945,
essas expressões remetem mais a noções de memória, ou seja, à percepção da realidade,
do que à factualidade positivista subjacente a tais percepções. A priori, a memória parece
ser um fenômeno individual, algo relativamente íntimo, próprio da pessoa. Mas Maurice
Halbwachs, nos anos 20-30, já havia sublinhado que a memória deve ser entendida
também, ou, sobretudo, como um fenômeno construído coletivamente e submetido a
flutuações, transformações, mudanças constantes.” (Pollak, 1992, p. 201).
Isso nos mostra que a memória pode ser organizada em função das preocupações
pessoais e políticas; por conseguinte, é um fenômeno construído social e
individualmente, sugerindo algumas características de que o passado recordado pode ser
transformado em mito. “A lembrança do passado informa o grupo sobre o seu presente,
de forma que passado e presente se constroem mutuamente são socialmente
percebidos por meio de informações que um projeta sobre o outro. Na sua função de
explicar o presente, a memória (que às vezes se apresenta na forma de relatos míticos)
equivale à herança de uma « lente cultural » que define a visão e a interpretação que o
grupo pode ter sobre os fatos que vivencia”. (LIMA e ALENCAR, 2001, p. 29).
Trazendo esta idéia para o objeto de estudo que é a revista Manchete, podemos afirmar
que através de suas fotorreportagens sobre o governo JK, mostrando a imagem de um
país em acelerado processo de desenvolvimento, focalizando essencialmente a
transformação e modernização da sociedade brasileira, e ainda, deixando em plano
secundário as críticas e as contradições que acompanhavam esse processo, deu forma à
utopia do país progressista, moderno e promissor. Deu corpo a esse projeto de
modernidade voltado para o futuro, mas que fincava suas raízes no presente. Esta
disseminação das realizações do governo através do modelo noticioso da
fotorreportagem cumpriu um papel fundamental na construção da imagem de Juscelino
como um mito político: um homem de força, de caráter, de ação, um realizador, o
construtor do Brasil.
26
LOPES, Gustavo Esteves. Gerações: mídia e (re) construções míticas e utopias. In:
www.anpuh.uepg.br//xxiii-simposio/anais/textos/gustavo esteves lopes. PDF
25
Girardet propõe três formulações para clarificar o termo “mito”. Segundo ele, os
antropólogos e historiadores do sagrado, afirmam que o mito deve ser concebido como
narrativa: narrativa que se refere ao passado (“naquele tempo...”, “era uma vez...”), mas
que conserva no presente um valor eminentemente explicativo, na medida em que
esclarece e justifica certas peripécias do destino do homem ou certas formas de
organização social. Num outro sentido, a noção do mito permanece confundida com a
de mistificação: ilusão, fantasma ou camuflagem, o mito altera os dados da observação
experimental e contradiz as regras do raciocínio lógico; interpõe-se como uma tela entre
a verdade dos fatos e as exigências do conhecimento; e por final, Girardet nos esclarece
a terceira acepção citando Georges Sorel em seu livro intitulado Réflexions sur la
violence”, onde coloca que o mito é essencialmente apreendido em sua função de
animação criadora: “conjunto ligado de imagens motrizes”; segundo a própria fórmula
de Sorel, ele é apelo ao movimento, incitação à ação e aparece em definitivo como
estimulador de energias de excepcional potência. Neste sentido, cada uma dessas
formulações parece efetivamente corresponder a alguns dos principais aspectos do mito
político, onde conclui que “o mito político é fabulação, deformação ou interpretação
objetivamente recusável do real. Mas, narrativa legendária, é verdade que ele exerce
também uma função explicativa, fornecendo certo número de chaves para a
compreensão do presente (...) De fato, é em cada um desses planos que se desenvolve
toda a mitologia política. É em função dessas três dimensões que ela se estrutura e se
afirma...” (GIRARDET, 1987, p.13).
Se levarmos em consideração a visão antropológica do mito concebido como narrativa e
que se equipara a mistificação, ao apelo ao movimento, à ação como estimuladora de
energias; esses aspectos ganham corpo ao verificarmos que a Manchete produziu
elementos míticos identificáveis que veremos posteriormente, de acordo com essa
perspectiva, emoldurando as realizações de JK através de suas narrativas, uma vez que
suas reportagens retratavam o discurso político, expondo as realizações e as projeções
de um futuro fabuloso. Podemos dar como exemplo a sua maior realização Brasília
com sua imagem forjada pelo mito e pela idéia, que se conclui com a execução do seu
projeto modernista, evocando no inconsciente coletivo a representação do futuro.
2.1 A mitificação de Juscelino: sua imagem e a importância do seu
governo na memória do brasileiro.
Para falar sobre o governo JK é necessário entender o Brasil da cada de 1950, que
estava voltado para o desenvolvimento da indústria que naquele momento,
representava 22% da produção nacional, graças ao predomínio da política
industrializante do final do governo Dutra e que em 1951, com a volta de Getúlio
Vargas ao poder, tinha sido retomada sob a bandeira nacionalista.
O nacionalismo varguista propunha em termos econômicos, preservar para o capital
estatal, os setores estratégicos da economia do país tais como a exploração mineral e
as indústrias de base. Ao capital estrangeiro ficavam reservadas áreas não prioritárias
para o governo, como a indústria de bens de consumo.
Tinha como meta essencial a industrialização, atuando em dois níveis, como explica
Alencar:
- Investindo diretamente em setores básicos (expansão da Companhia Siderúrgica
Nacional, criação de usinas hidrelétricas e da Companhia Nacional de Álcalis, etc.) e
26
ampliando a rede de infra-estrutura (criação do Plano Nacional de Reaparelhamento
Econômico, do Plano Nacional de Rodovias e do Fundo Nacional de Eletrificação,
além da implementação do Plano Salte, do governo Dutra).
- Regulando a economia de modo a assegurar as condições financeiras do
desenvolvimento (manutenção do confisco cambial, fundação do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico).
(ALENCAR, 1996. p. 358-359).
Mas, o instrumento principal do novo Estado getulista era a política de massa. Em busca
da sustentação para a política industrializante e progressista, as forças nacionalistas e
getulistas mobilizavam as massas valendo-se do controle dos sindicatos e do Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB).
Esta política populista nacionalista contava com o apoio dos trabalhadores e de sua
máquina sindical, dos setores nacionalistas das forças armadas, sobretudo do Exército,
dos setores nacionalistas empresariais e intelectuais. A oposição vinha principalmente
dos liberais, que tinham se oposto ao Estado Novo, agrupados no principal partido de
oposição, a União Democrática Nacional (UDN); dos militares anticomunistas e do
empresariado brasileiro ligado ao capital internacional, e do próprio capital
internacional, representado na época pelas grandes multinacionais do petróleo.
Segundo José Murilo de Carvalho, a Guerra Fria, o petróleo, a política sindical e
trabalhista foram as causas dos principais enfrentamentos políticos do governo Vargas.
Em torno desses três cavalos de batalha alinharam-se amigos e inimigos do
presidente (...). De um lado ficavam nacionalistas, defensores do monopólio estatal
do petróleo e de outros recursos básicos, como energia elétrica, partidários do
protecionismo industrial, da política trabalhista, da independência da política
externa. Do outro lado estavam os defensores da abertura do mercado ao capital
externo, inclusive na área de recursos naturais, os que condenavam a aproximação
entre governo e sindicatos, os que queriam uma política externa de estreita
cooperação com os Estados Unidos. (CARVALHO, 2007, p. 128).
A batalha pelo monopólio estatal do petróleo durou de 1951, quando o projeto foi
enviado ao Congresso, até 1953, quando a lei foi assinada. A campanha pela
nacionalização da pesquisa, exploração e refino do petróleo, que culminou com a
criação da Petrobrás, foi um dos exemplos importantes da política de Vargas.
Quanto à política sindical e trabalhista, esta exercia duplo efeito sobre a luta dos
trabalhadores; de um lado, como era conduzida pelos pelegos ou por líderes sindicais e
políticos, que estavam comprometidos com o populismo, limitava a atuação e a
formação ideológica da classe trabalhadora; de outro, levava a conquistas nacionalistas
e sociais que não deixavam de interessar ao povo brasileiro em geral.
Quem não via com bons olhos a política de emancipação nacional e a ascensão das
classes trabalhadoras eram as forças de oposição. “A UDN era a favor de uma política
econômica liberal, opondo-se à intervenção estatal em benefício da indústria. Achava
que a indústria e a agricultura deveriam desenvolver-se livremente, de acordo com as
forças do mercado, além de valorizar o capital estrangeiro, atribuindo-lhe o papel de
suprir as dificuldades naturais do país. Quanto à política externa, o partido, ao lado de
27
correntes das Forças Armadas, era o maior defensor do alinhamento com o bloco
“ocidental”, liderado na Guerra Fria pelos Estados Unidos”.
27
Os aumentos da inflação e do custo de vida contribuíram para intensificar as tensões
sociais e o descontentamento da classe média e do operariado do governo Vargas.
Diante desta conjuntura e com a necessidade de adotar políticas antiinflacionárias, em
1953, Vargas decide fazer uma reforma ministerial, quando convida João Goulart para o
Ministério do Trabalho e Oswaldo Aranha para o Ministério da Fazenda
28
, que defendia
estabilidade econômica através de um programa antiinflacionário. João Goulart era a
principal liderança do Partido Trabalhista (PTB) e próximo dos sindicatos. A oposição
logo o acolheu como alvo principal de críticas, por suas ligações com o sindicalismo. O
ano de 1954 foi marcado por greves dos trabalhadores pressionando pelo aumento do
salário mínimo.
A proposta de João Goulart em aumentar em 100% o salário mínimo causou reações
contrárias de empresários e militares, o que acarretou na demissão do Ministro do
Trabalho. Vargas adota a sugestão de Goulart e proclama o aumento do salário mínimo
no dia primeiro de maio. A partir daí, a conspiração para derrubar o presidente,
envolvendo civis e militares ganhou força, o que se agravou com a tentativa dos
responsáveis pela guarda pessoal do presidente Vargas de assassinar o udenista Carlos
Lacerda, resultando na morte de um oficial da Aeronáutica o major Rubem Vaz. Este
fato tomou proporções incontroláveis, o que culminou na exigência das Forças Armadas
para a renuncia de Getúlio Vargas e posteriormente, a crise de agosto, com o suicídio do
presidente.
A reação popular foi imediata e mostrou que mesmo na morte o prestígio do ex-
presidente mantinha-se intato. Multidões foram para as ruas, jornais da oposição
foram destruídos, e Carlos Lacerda, vitorioso na véspera, teve que se esconder e sair
do país. O antigo ditador, que nunca se salientara pelo amor às instituições
democráticas, tornara-se um herói popular por sua política social e trabalhista. O
povo identificara nele o primeiro presidente da República que o interpelara
diretamente, que se preocupara com os seus problemas. O fato de ser preocupação
paternalista era irrelevante para os que se sentiram valorizados e beneficiados pelo
líder morto. A influência de Vargas projetou-se ainda por vários anos na política
nacional. (CARVALHO, op.cit. p. 131).
Com o choque da morte de Getúlio e toda a comovente e violenta manifestação popular,
as forças de oposição retrocederam a marcha para o golpe e a presidência do país é
assumida pelo então vice-presidente Café Filho. O novo Governo comprometia-se a
assegurar a realização das eleições parlamentares em 1954 e presidenciais no ano
seguinte. Segundo ALENCAR, “o governo conservador de Café Filho favoreceu a
recuperação da UDN, que procurou de todo o jeito impugnar as candidaturas de origem
getulista”. (ALENCAR, op.cit. p.364)
Diante dessa pressão, os grupos dirigentes, representados em nível partidário pelo PSD
e pelo PTB, ignoraram as divisões de 1954 e restabeleceram a aliança entre diferentes
grupos. Esses partidos indicaram para a presidência um candidato tido como popular:
27
ALENCAR, Francisco, RAMALHO, Lucia, RIBEIRO, Venício. História da Sociedade Brasileira. Rio
de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1996. p.359.
28
VER FGV/CPDOC In: http: //www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
28
Juscelino Kubitschek de Oliveira, mineiro, ex-prefeito de BH durante o Estado Novo,
ex-deputado e governador de Minas Gerais. Para vice, João Goulart, o Ministro do
Trabalho de Getúlio.
Neste contexto político social surge a figura de Juscelino Kubitschek como candidato à
presidência da República, através da coligação PTB/PSD, sendo identificado tanto pelos
seus correligionários como pelos seus adversários políticos como um dos herdeiros de
Getúlio Vargas.
Juscelino era um homem de origem modesta, descendente de Johann Kubitschek,
imigrante da Boêmia que chegara ao Brasil na primeira metade do século XIX e se
instalara em Diamantina. Sua e Julia Kubitschek era professora primária e casou-se
com João César de Oliveira, inspetor fiscal, filho de um negociante de pedras preciosas.
João César morreu ainda moço, deixando aos cuidados da viúva os dois filhos do casal
– Maria da Conceição e Juscelino, nascido a 12 de setembro de 1902.
Desde jovem mostrava-se de caráter firme e trabalhador. Estudou medicina em Belo
Horizonte, formando-se em 1929, e posteriormente complementou seus estudos de
medicina na França, Alemanha e Áustria. Ao retornar para Belo Horizonte, desenvolveu
suas atividades profissionais em uma clínica da cidade, cuja direção lhe foi sendo
gradualmente confiada. Casou-se em 1931 com Sara Gomes Lemos, de uma tradicional
família mineira.
29
Em 1940 chega à prefeitura de Belo Horizonte: era o seu primeiro cargo executivo, e o
exerceu com o mesmo estilo enérgico que viria a caracterizá-lo, mais tarde.
Belo Horizonte na época tinha 250.000 habitantes, viu seu abastecimento de água dobrar,
sua rede de esgoto triplicar e o número de ruas calçadas aumentar consideravelmente.
Juscelino construiu Pampulha, bairro modelo da classe alta, além de uma escola de belas-
artes, o museu da cidade, o hospital da cidade, restaurantes para trabalhadores e
maternidades nos bairros pobres. Contribuiu para a expansão do desenvolvimento industrial
do estado, concentrado em Belo Horizonte. Desenvolvimento que foi especialmente intenso
durante a guerra, em virtude da expansão do mercado agrícola e dos obstáculos à
importação. A industrialização, praticamente inevitável dada às jazidas de minérios da
região, iria tornar-se a obsessão do estado no s-guerra. Em 1945, com o fim do Estado
Novo, terminou também a prefeitura de Kubitschek. (Riedinger, op. cit. P.38).
Em 1946 retorna à vida política como deputado federal pelo PSD. Ajudou a instalar o
partido em Minas, sendo o secretário de coordenação do partido no estado. É neste
período que viaja por todo o interior, criando diretórios municipais, familiarizando-se
com as raízes partidárias e tornando-se conhecido em todos os recantos mineiros.
Posteriormente foi candidato ao governo de Minas pelo PSD, em coalizão com o PR e
PTB. Esta coalizão lhe garantiu a vitória e ele tomou posse no Palácio da Liberdade em
31 de janeiro de 1951. Teve, como plano de governo, a modernização do estado através
do desenvolvimento da energia e do transporte.
Como homem de ação e mentalidade progressista, começou as suas realizações pela
criação da Companhia Estadual de Energia Elétrica de Minas Gerais Cemig –,
29
Dados biográficos retirados do livro RIEDINGER, Edward Anthony. Como se faz um presidente: a
campanha de JK. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
29
reorganizou o Departamento Estadual de Estradas e Rodagem, ampliou a rede
rodoviária, unindo o sudeste e o norte do estado com a capital. A indústria siderúrgica
foi ampliada com a construção da usina de fabricação de aço, a Mannesman e da usina
belga do Grupo Jofret. Em relação à parte social, construiu escolas, foram instaladas
faculdades de medicina, farmácia, direito e odontologia. Esta intensa atividade de
construção alterou consideravelmente o caráter econômico e político do estado.
O governo de Kubitschek foi economicamente e politicamente benéfico ao estado de
Minas; sua trajetória de governador a presidente da República veio através do processo
sucessório para a presidência em 1955, com a morte de Getúlio Vargas. Entretanto, se
observarmos a trajetória de JK, poderemos perceber que, desde o início de seu governo
em Minas Gerais, ele veio abrindo espaço no cenário político nacional até ser candidato
à Presidência da República. Várias obras foram escritas para trazerem à memória do
povo brasileiro sua jornada política marcada pelo otimismo, ousadia e valorização do
novo. Como afirma Ângela de Castro Gomes, referindo-se a JK, “a trajetória da
República brasileira, cheia de golpes e governos de exceção, explica em boa parte o
lugar de destaque reservado ao presidente civil que conseguiu ser eleito, tomar posse e
empossar seu sucessor, atravessando todo o seu mandato como um líder que soube e
pôde absorver e neutralizar conflitos dentro da legalidade institucional do país”
(GOMES, 2002, p.11).
A posse de JK foi antecedida por inúmeras turbulências. Sua eleição em 1955, ocorrida
logo depois do suicídio de Getúlio Vargas, encontra o país em uma conjuntura de
intensa efervescência política. Foi duramente combatida por setores antigetulistas e por
civis ligados a UDN , como explica BENEVIDES:
A oposição civil, liderada pela UDN, visava obstar a “restauração”, ou seja, o retorno dos
políticos afastados em 1954. Sua tática “legalista” (Afonso Arinos) consistia na “tese da
maioria absoluta” (Kubitschek recebera 36% do total de votos, correspondendo a pouco
mais de 1/3 do montante de todo o país), e na revisão do pleito sob pretexto de fraude
eleitoral e nulidade dos votos comunistas. A tática “golpista” (Carlos Lacerda) defendia
abertamente um “estado de exceção”, confiante no apoio dos meios militares jovens,
principalmente da Aeronáutica. A perspectiva de golpe parecia iminente até que o “episódio
Mamede” (2/11/55) provocou a intervenção do General Lott; foi o golpe preventivo do 11
de novembro (deposição do presidente em exercício, Carlos Luz) “legitimado pelo
congresso no mesmo dia e consolidado a 21 de novembro, quando Café Filho foi igualmente
impedido pelo Exército de retornar ao governo. Estava garantida a posse dos eleitos, que
assumem a presidência e a vice-presidência a 31 de janeiro de 1956; a aliança PSD/PTB
passa a dominar a cena política. (Benevides, p.23/24; 1979).
Apesar da oposição civil e de revoltas militares, a habilidade de Juscelino permitiu-lhe
dirigir o governo mais dinâmico e democrático da história republicana. “Não foram
somente os militares que tiveram o papel de desencadeadores de conflitos, mas de forma
inteiramente diversa e com desdobramentos distintos, estudantes e trabalhadores
pressionaram o presidente JK. O que se mantém na memória sobre o período é a
resistência das instituições políticas democráticas, ou seja, o funcionamento dos
mecanismos eleitorais; a atuação dos partidos políticos e do Congresso, a presença do
Judiciário e o papel do Executivo. Mesmo que se discuta, como se discute, o grau de
30
Democracia então vigente, a questão da legalidade institucional permanece como um
trunfo na rememoração”. (Gomes, op.cit, p.12).
Juscelino Kubitschek ao ser entrevistado por Maria Victoria Benevides, no Rio de
Janeiro, em 1º de abril de 1974, falava sobre o tema “estabilidade política”:
“... a glória do meu governo foi manter o regime democrático malgré tout, apesar de
todas as tentativas, todos os esforços para derrubá-lo. Em 40 anos de vida republicana
eu fui o único governo civil que começou e terminou no dia marcado pela Constituição.
Este é um dos títulos de maior benemerência para mim. Sei o que isto significou de
esforço continuado, de vigilância constante”.
A democracia, a liberdade para que todos expressassem sua opinião sem que ela fosse
considerada um delito, foi tema recorrente nos discursos de Juscelino Kubitschek, desde
sua campanha para presidente e por todo o seu governo. Foi o presidente que mobilizou
a esperança como recurso de poder, combinando desenvolvimento econômico com
democracia, mantendo-se, assim, no imaginário político brasileiro como um exemplo e
um legado dos quais os atores políticos procuram se apropriar.
“Como ponto de partida considerou-se o Governo Kubitschek um caso singular na
política contemporânea, isto é, foi efetivamente estável, no sentido mais usual da
“estabilidade constitucional” e ademais as virtualidades do sistema combinando
eficácia com legitimidade foram levadas ao seu “ponto ótimo”. Mas essa estabilidade
foi marcada por crises profundas, no começo e no fim do período, justificando certa
perplexidade, o que não deve ser visto como um contra-argumento... estabilidade
política não significa, necessariamente, ausência de crises.” (Benevides, 1979, p.47).
A proposta de desenvolvimento econômico de JK pretendia realizar “50 anos em
cinco”. A ordem era condição indispensável para o êxito do programa de governo. A
efervescência política, civil e militar do período levou JK a manter o aparelho militar
nos órgãos do Estado e exigiu uma política conciliatória quanto à atuação partidária e
quanto à política econômica.
Para Benevides, surge neste período, o contraste entre a imagem de um “governo
estável” e a realidade do Governo Kubitschek. Qual o caráter daquela estabilidade? A
“aparência” de estabilidade era dada pelo desenvolvimento continuado, pelo otimismo
generalizado com o Programa de Metas e a euforia de Brasília e, principalmente, pela
manutenção do regime democrático, incluindo participação política, eleições livres,
liberdade de imprensa, anistia aos rebeldes militares, liberdade de reunião e associação,
direitos de greve etc.
Várias crises marcaram o Governo JK; porém, até 1958 essas crises não iam de
encontro aos interesses da política de desenvolvimento acelerado, que obteve sucesso e
proporcionou o que ficou denominado de “milagre” desenvolvimentista.
A manutenção da ordem tornou-se condição indispensável para o fortalecimento do
sistema político e da consolidação do sistema democrático. Kubitschek não recorreu a
medidas de exceção, as preocupações governamentais em termos de censura davam-se
apenas com os discursos de Carlos Lacerda, cujas aparições no rádio e na televisão
ficaram proibidas por dois anos, sob pena de sanção financeira aos veículos que
desrespeitassem a medida. As crises durante o governo não prejudicaram o vasto
31
programa de industrialização, além do planejamento e execução da transferência da
capital do Rio de Janeiro para Brasília. Foi à época áurea do “desenvolvimentismo”
palavra criada por Juscelino. O desenvolvimentismo de JK, ao contrário da política
nacionalista de Vargas, não excluía a cooperação do capital estrangeiro; o Estado
investiu pesado em obras de infra-estrutura, sobretudo estradas e energia elétrica, atraiu
o capital privado, nacional e estrangeiro, para promover a industrialização do país. A
indústria automobilística que floresceu no seu governo foi desenvolvida pelas grandes
multinacionais que se beneficiavam dos incentivos governamentais.
Segundo Otávio Ianni, durante o Governo Kubitschek verificou-se o desenvolvimento
de mais uma etapa no processo de hipertrofia do Executivo. A manipulação dos
ministérios, autarquias, grupos executivos, empresas e conselhos, além de todos os
instrumentos regulares e excepcionais da política financeira, fiscal tarifária, cambial e
salarial, conferiram novas dimensões ao Poder Executivo. Numa democracia
representativa de estilo presidencialista, o presidente da República detinha e exercia a
maior parcela de poder.
30
Como a realização mais importante do governo – embora Brasília seja, concretamente, o
seu símbolo mais visível – o Programa de Metas merece consideração especial. O
objetivo principal do Programa de Metas era acelerar o processo de acumulação
aumentando a produtividade dos investimentos existentes e aplicando novos
investimentos em atividades produtoras
31
. Estabelecia 30 objetivos a serem alcançados,
priorizando os seguintes setores
32
: energia, transportes, alimentação, indústria de base e
educação.
O sucesso do plano pode ser ilustrado pela taxa média de crescimento do PIB de 8,27%
no período 1957-61; contra 6,06% no qüinqüênio 1952-56; e 3,49% no período de
1962-66.
Segundo Nelson Mello e Souza, o Programa de Metas pode ser considerado uma vitória
da tecnologia politicamente amparada pela motivação desenvolvimentista do presidente;
representou um esforço de “racionalidade” sem o que dificilmente o governo teria
logrado o êxito que logrou e deixado a imagem pública positiva com a qual passou
para a Historia.
33
A prioridade dada pelo governo ao crescimento e desenvolvimento econômico do país
recebeu apoio de importantes setores da sociedade, incluindo os militares, os
empresários e sindicatos trabalhistas. O acelerado processo de industrialização
registrado no período, não deixou de acarretar uma série de problemas de longo prazo
para a economia brasileira. O governo realizava investimentos no setor industrial a
partir da emissão monetária e da abertura da economia ao capital estrangeiro. A emissão
monetária ocasionou um agravamento do processo inflacionário, enquanto que a
30
IANNI, Otávio. Estudo e Planejamento no Brasil (1930-1970). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1971, p.178.
31
KUBITSCHEK, Juscelino. Diretrizes Gerais do Plano de Desenvolvimento, p.39.
32
Para maior detalhamento do Programa de Metas ver: LAFER, Celso. JK e o programa de metas (1956-
1961):processo de planejamento e sistema político no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2002; FARO,
Clovis de; SILVA, Salomão L. Quadros da. A década de 50 e o Programa de Metas. In: O Brasil de
JK/Ângela de Castro Gomes. (org.); Clovis de Faro et al. Rio de Janeiro: Ed. FGV/CPDOC, 1991.
33
MELLO e SOUZA, Nelson. O Planejamento econômico no Brasil. In: Revista de Administração
Pública, nº 4, 1968. p. 83-93.
32
abertura da economia ao capital estrangeiro gerou uma progressiva desnacionalização
econômica, porque as empresas estrangeiras passaram a controlar setores industriais
estratégicos da economia brasileira. Portanto, se por um lado o Plano de Metas alcançou
os resultados esperados, por outro, foi responsável pela consolidação de um capitalismo
extremamente dependente que sofreu muitas críticas e acirrou o debate em torno da
política desenvolvimentista.
Encarado como um período de pleno funcionamento da democracia, neste governo,
nasce um novo tipo de nacionalismo, que se distanciava do nacionalismo getulista,
principal motivo da crítica da esquerda ao governo. A fundamentação ideológica do
nacionalismo desenvolvimentista vinha do pensamento da Comissão Econômica para a
América Latina (CEPAL) e foi elaborado no país pelo Instituto Superior de Estudos
Brasileiros (ISEB), órgão ligado ao Ministério da Educação. Segundo José Murilo de
Carvalho, o ISEB era o equivalente funcional da ESG, mas seu antípoda na ideologia.
Buscou elaborar uma identidade nacional, encarada ainda como meta a ser alcançada e
difundi-la por meios de cursos e conferências. Contava com um corpo de intelectuais de
prestígio, como Guerreiro Ramos, Álvaro Vieira Pinto e Hélio Jaguaribe. Para esses
intelectuais, o Brasil poderia ultrapassar a sua fase de subdesenvolvimento pela
intensificação da industrialização. A política de desenvolvimento deveria ser uma
política nacionalista, a única capaz de levar à emancipação e à plena soberania
34
como
explica Alzira Alves de Abreu:
O ISEB foi um dos centros mais importantes de elaboração da ideologia “nacional-
desenvolvimentista”, que marcou todo o processo político brasileiro do início da
década de 1950 até a queda do governo constitucional de João Goulart em 1964.
Embora o nacionalismo o tenha sido o projeto político que prevaleceu na
orientação do desenvolvimento, nesse período, como ideologia ele desempenhou uma
função importante, na medida em que serviu para o amortecimento das tensões
sociais. Isso ocorreu através do apelo à colaboração de classes (portanto, da negação
do conflito de classe) em prol do desenvolvimento da nação. No quadro político de
“democracia ampliada” de caráter populista vigente na época, a manutenção das
estruturas de poder dependia do êxito de uma política de compromisso que, de um
lado, atendesse aos interesses econômicos dos diversos setores dominantes da
sociedade agrário, exportador-importador, financeiro, mercantil, industrial e, de
outro, permitisse a participação limitada das massas urbanas na renda nacional e no
processo político. A ideologia nacional-desenvolvimentista” sobreviveu a 1964
como meio de legitimação desse estado de compromisso, na medida em que trouxe
ao populismo um instrumento de mobilização popular que, através da manipulação e
do apelo a símbolos nacionais, conseguiu cumprir a função de tornar compatível um
máximo de capitalização com um mínimo de tensão social.
35
Mas vale ressaltar que houve divergências ideológicas dentro do ISEB durante o
governo JK. “Os intelectuais do ISEB formulavam um projeto baseado essencialmente
na preeminência e no controle, por parte dos nacionais, do processo de
desenvolvimento, o grupo de tecnocratas que assessorava Juscelino Kubitschek
formulava um projeto desenvolvimentista baseado na cooperação internacional o que
significou o deslocamento do controle das decisões fundamentais para os grupos sociais
identificados com o capitalismo internacional”. (ABREU, op.cit. 104-105).
34
Ver ABREU, Alzira Alves de. O ISEB e o Desenvolvimentismo. In:
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/htm/o_Brasil_de_JK/o_iseb_e_o_desenvolvimentismo.asp
35
ABREU, Alzira Alves. A Ação Política dos Intelectuais do ISEB. In: TOLEDO. Caio Navarro de.
(org.). Intelectuais e Política no Brasil: a experiência do ISEB. Rio de Janeiro: Revan, 2005. p.98.
33
O projeto político desenvolvimentista legitimou-se na necessidade de extirpar o mal
crônico que afligia secularmente a Nação: o atraso/subdesenvolvimento; e assim obter o
consenso à empreitada da modernidade. O desenvolvimento nacional era representado
como um imperativo histórico, sem o qual ficaria a reboque da marcha do tempo.
Possuía vantagens que o tornavam atraente. Foi incentivada a política de cooperação
internacional; o governo deu amplo apoio aos empresários nacionais e facilitou
investimentos do capital nacional, deu ênfase a propostas nacionalistas, como a de
intervenção do Estado no planejamento do desenvolvimento do Nordeste como meio de
atenuar as diferenças regionais, criando a Sudene. Embora não tenha sido dominante na
política de JK, o nacionalismo desempenhou como ideologia, uma função importante
nos anos 1950 até 1964, na medida em que serviu como instrumento de mobilização
política.
no final de seu governo, surgiam sinais de dificuldades, pois os nacionalistas mais
radicais mostravam insatisfação com a abertura ao capital estrangeiro e se opunham a
acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A esquerda alegava que o pacto
desenvolvimentista beneficiava mais a burguesia que o operariado. Começaram a surgir
exigências de que as reformas fossem estendidas ao setor agrário. Mas como falamos
anteriormente, JK teve o mérito de encerrar seu mandato em paz e passar a faixa
presidencial ao seu sucessor.
O entendimento dos anos JK através da perspectiva do discurso mítico traz à memória a
idéia de anos dourados, de bons tempos, do período em que o Brasil mudou a sua face.
Através da rememoração, lembramos de fatos históricos que através da narrativa da
imprensa, contribuíram para a criação de uma imagem positiva, frente às múltiplas
possibilidades de encontro entre política e cultura. Neste sentido, o reconhecimento da
imagem mitificada através do imaginário dos homens em dado espaço-tempo, oferece
múltiplas ressonâncias e numerosas significações. O governo desenvolvimentista de JK
foi um divisor de opiniões, usado como exemplo para corroborar as mais variadas
correntes políticas. Isto fica comprovado quando o olhar posterior detecta que a figura
de JK se transformou num símbolo político a que todos os presidentes do Brasil pós-
redemocratização quiseram se agarrar – de Fernando Collor a Lula, passando por
Fernando Henrique Cardoso ao citarem JK como símbolo de modernidade e
desenvolvimento.
Isto nos leva a crer que esta narrativa mítica cumpre a finalidade de explicar e mobilizar
anseios, expectativas e desejos dos homens, formatando identidades. Através desses
discursos os mitos invadem a política e imbricam-se à memória coletiva, exaltando,
como por exemplo, a unidade/identidade de uma “nação em perigo”, a fim de fabricar
uma imagem heróico/messiânica para o governante, como é fundamentado na proposta
de Girardet:
Os mitos políticos de nossas sociedades contemporâneas não se diferenciam muito, sob
esse aspecto, dos grandes mitos sagrados das sociedades tradicionais. A mesma e
essencial fluidez os caracteriza ao mesmo tempo em que a imprecisão de seus
respectivos contornos. Imbricam-se, interpenetram-se, perdem-se por vezes um no
outro. Uma rede ao mesmo tempo sutil e poderosa de liames de complementaridade não
cessa de manter entre eles passagens, transições e interferências. A nostalgia das idades
de ouro finda desemboca geralmente na espera e na pregação profética de sua
ressurreição. É bem raro, inversamente, que os messianismos revolucionários não
alimentem sua visão do futuro com imagens ou referências tiradas do passado. O passo
é rapidamente dado, por outro lado, da denuncia dos complôs maléficos ao apelo ao
34
Salvador, ao chefe redentor; é a este que se acha reservada a tarefa de livrar a Cidade
das forças perniciosas que pretendem estender sobre ela a sua dominação. Do mesmo
modo que o mito religioso, o mito político aparece como fundamentalmente polimorfo;
é preciso entender com isso que uma mesma série de imagens oníricas pode encontrar-
se veiculada por mitos aparentemente os mais diversos; é preciso igualmente entender
que um mesmo mito é suscetível de oferecer múltiplas ressonâncias e não menos
numerosas significações.
36
A imagem pública de JK, multifacetada e mitificada, não estava pronta antes de sua
posse e tampouco foi finalizada com a sua saída do poder. As edições constantes da sua
imagem de grande estadista reafirmaram a existência, na memória coletiva, do mito
político. Neste sentido, volto a me valer da proposta de Pollak
37
quando ele afirma que é
perfeitamente possível que, por meio da socialização política, ou da socialização
histórica, ocorra um fenômeno de projeção ou identificação com determinado passado,
tão forte que podemos falar numa memória quase que herdada. Esta memória também
sofre flutuações, em função do momento em que ela é articulada, em que ela está sendo
expressa, constituindo um elemento de estruturação dessa memória. A sua organização,
em função das preocupações pessoais e políticas do momento, mostra que a memória
pode ser um fenômeno construído. A construção dessa memória envolve múltiplas
batalhas simbólicas pela apropriação de acontecimentos do passado que devem ser
lembrados e o mesmo acontece aos homens que devem ser transformados em heróis,
criando uma relação estreita entre memória e sentimento de identidade.
A lembrança da trajetória política de JK foi caracterizada pela sua simpatia, pelo seu
poder de persuasão e pela força de sua oratória durante o seu governo e posteriormente
calada pela ditadura militar, implantada no Brasil, em 1964, interrompendo seu discurso
que representava o sentimento do povo brasileiro. Juscelino nos apontou um horizonte
em que se desencadeou uma transformação instigante do cenário brasileiro. Todas estas
transformações foram comprovadas pelas imagens divulgadas através da revista
Manchete. Sua imagem de presidente que trabalhou durante cinco anos com
intensidade e devotamento ao desenvolvimento do país, sua imagem veiculada pela
revista durante a campanha presidencial para a sua sucessão, demonstrava que o Brasil
suportava perfeitamente, sem riscos de ameaça, uma campanha sucessória. Nada
parecido com o que se procurou fazer durante a campanha e a posse de JK à presidência
da República.
Mesmo nos momentos de crise nacional, Juscelino Kubitschek é lembrado como o
estadista que construiu Brasília e desenvolveu o país num clima de democracia e de
entusiasmo do povo. O que ficou na memória do brasileiro foi a imagem enobrecida de
um presidente que exerceu seu mandato com plena vigência democrática, conseguindo,
em grande parte, unir o povo brasileiro em torno da ideologia desenvolvimentista.
Em agosto de 1976, Juscelino Kubitschek morre tragicamente em um acidente
automobilístico, o que gerou comoção nacional. “A morte de Juscelino desencadeou
ostensiva manifestação popular em seu louvor, tanto no Rio como em Brasília. No Rio,
onde o corpo foi velado, três mil pessoas o acompanharam da Editora Bloch, na praia do
Russel, Flamengo, até o aeroporto Santos Dumont, de onde foi transportado para o
Galeão, com destino a Brasília, onde seria sepultado. Em Brasília, 30.000 pessoas
36
GIRARDET, Raoul. Mitos e Mitologias Políticas. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p.15.
37
Pollak, Michael. Memória e Identidade. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p. 200-
212.
35
aguardaram a chegada do corpo do ex-presidente e uma multidão de cem mil seguiu o
féretro desde a Catedral até o cemitério do Campo da Esperança, entoando durante o
percurso de oito quilômetros, além do Hino Nacional, o Peixe-Vivo, canção do folclore
mineiro pela qual Juscelino tinha especial preferência. O presidente da República,
Ernesto Geisel, determinou luto oficial por três dias, primeira homenagem prestada
neste sentido pelo
governo a um elemento cassado”
38
. Sua morte trágica contribuiu
efetivamente para sua mitificação. Manchete publica no nº. 1272, de 04 de setembro de
1976 uma edição especial sobre sua morte, onde estampa em sua capa a imagem
sorridente de Juscelino Kubitschek com a manchete “O adeus de JK”. Nas pp. 4-13, a
primeira reportagem de toda a cobertura de sua morte, intitulada “Brasília o adeus de
JK” é iniciada com uma foto de página dupla do caixão de Juscelino coberto pela
bandeira do Brasil, sendo levado por uma multidão, em frente à catedral de Brasília. Em
sua homenagem, foi erguido um monumento em Brasília, inaugurado em 12 de
setembro de 1981. O Memorial JK, museu projetado por Oscar Niemeyer, teve
contribuição efetiva de Adolpho Bloch e Sarah Kubitschek. No local, encontram-se os
restos mortais de JK e a sua biblioteca pessoal.
3 – O Governo JK na Revista Manchete.
A proposta deste capítulo com imagens da revista é a possibilidade de visualização da
trajetória de JK. Manchete estampou toda a vida política de Juscelino. A grande
amizade com Adolpho Bloch, já registrada nesta dissertação, possibilitou a JK um
espaço irrestrito nas páginas da revista, como poderemos visualizar através dos
resultados da pesquisa. Selecionamos fotos que consideramos emblemáticas, no
decorrer da sua vida pública e que poderão dar a idéia da construção do mito dos anos
dourados e da mitificação de Juscelino.
Manchete acompanhou o dia-a-dia do governo, a construção da nova capital e continuou
divulgando a imagem e as idéias de JK depois de seu período presidencial e até mesmo
depois do longo período que se seguiu ao seu mandato de senador por Goiás.
Ao longo da crise da renúncia de Jânio Quadros, da fase parlamentarista, do governo de
João Goulart, do movimento de 1964, e até mesmo durante o período de forte censura
que veio em seguida onde ocorre a cassação de seu mandato e a suspensão de seus
direitos políticos Manchete continuou a lhe dar espaço em suas páginas. Os dias de
exílio, a divulgação de seu retorno para responder aos inquéritos policiais-militares, sua
imagem como divulgador do Brasil no exterior, enfim, todo o período de sucessivas
perdas políticas foi devidamente divulgado, mas sempre com a preocupação de exaltar a
extraordinária força humana do ex-presidente, enfatizada pela revista até a sua morte.
38
PANTOJA, Silvia. In: http://www.cpdoc.fgv.br/dhbb/verbetes_htm/2670_17.asp.
36
01
(nº 194, 07/01/1956. p.16
-
17)
Em 07 de janeiro de 1956, Manchete divulgava os nomes mais cotados para o
futuro ministério de JK. Neste momento ainda não se tinha certeza da posse de Juscelino em 31 de janeiro.
Foto emblemática na medida em que denota uma hierarquização através das imagens: a foto de JK em tamanho maior
e parcialmente sangrada; posteriormente, em tamanho médio os ministros militares e por último, os civis.
3.1Governo: 1955-1961
37
02 e 03 –
(nº 198, 04/02/1956. pp.5
-
6)
Posse festiva no Palácio Tiradentes.
Estavam presentes senadores e deputados em sua maioria (da UDN pouquíssimos
representantes compareceram), ministros de Estado e demais autoridades. Cinqüenta
chefes de Estado compareceram a posse de JK.
38
04- (
199, 11/02/1956. pp.16
-
17)
A imprensa e o ministério. Opinião de quatro jornais importantes da época (Diário
Carioca, Correio da Manhã, O Jornal e Tribuna da Imprensa) sobre o ministério de JK. Na página ao lado, o programa de
Juscelino em números. Embaixo, algumas fotos que revelam o lado humano e íntimo de JK.
39
05 –
(nº 234, 13/10/1956. p.4; nº 238, 10/11/1956, p.4; nº 247, 12/
01/1957. p.3; nº
264, 11/05/1957,pp.8-9). Estas imagens mostram o início das mudanças.
Niemeyer constrói no
Brasil central. Primeira
construção em Brasília,
uma casa com seis quartos
para abrigar os
orientadores da obra.
JK na Amazônia: regime consolidado.
Reproduz a fala de JK na Amazônia, onde
declara que o 1º ano de seu governo foi
para consolidar a pacificação política e que
agora o Brasil seguirá para o
desenvolvimento.
Brasília: segunda primeira
missa. Retrata a primeira
missa realizada em Brasília.
Início da construção de Brasília, através da nomeação
de Israel Pinheiro para presidir a Companhia
Urbanizadora da nova capital.
40
06
(nº 317, 17/05/1958. p.4; nº 324, 05/07/1958. p.12; 366, 25/04/1959. p. 93)
Manchete mostra o desenvolvimento da indústria no Brasil. A
primeira imagem fala a respeito do desfile em o Paulo de cinqüenta carros de passeio, dez jipes e dez camionetas, mostrando o desenvolvimento da
indústria automobilística nacional. Nesta mesma revista, na p.32, a coluna “Posto de Escuta” traz a informação de que JK ganhou um automóvel de
fabricação nacional, mas doou-o à frota do Palácio do Catete.
Uma curiosidade: até as propagandas veiculadas pela Manchete tinham a preocupação de enfatizar a ideologia desenvolvimentista de JK, e amenizar as
críticas ao governo, como podemos verificar nas outras duas imagens.
41
07
(nº 360, 14/03/1959. p.5)
Um nome em Manchete - Mário Meneghetti,
Ministro da Agricultura, comenta o que o Brasil, graças ao seu presidente, está
evoluindo e projetando um futuro melhor.
42
08 –
(nº 387, 19/09/1959. pp. 20
-
37; nº 409, 20/02/1960. pp. 16
-
31.)
Nestas imagens,
Manchete ressalta as realizações de JK. A primeira, uma reportagem fotográfica sobre Brasília,
“a capital da esperança”, aborda o que ela será e o que representa. Nas demais, destaque para as
realizações no setor rodoviário no Brasil de JK, através da abertura da rodovia Belém-Brasília e
da “carreata de integração nacional”.
43
09 –
(nº 410, 27/02/1960. pp. 86
-
87.
)
, A fotografia mostra JK na intimidade (a humanidade do presidente). “A estrela sobe”
mostra como JK enfrentou dificuldades em seu governo e como conseguiu vencê-las; como sua estrela ofuscou e ofusca a
dos outros, mesmo em ano eleitoral.
44
10
(nº 416, 0
9/04/1960. pp. 68
-
71)
Edição especial, contendo alguns artigos de
grande repercussão publicados nos números 407-409. Produzida para o estrangeiro, a
capa enfatiza as cores nacionais e superpõe a figura de JK ao mapa do Brasil – um
gigante adormecido que foi despertado pelo seu presidente.
45
11-
(nº 416, 09 /04/1960. pp. 6
-
12)
“Brasília já é capital” apresenta imagens marcantes da nova
capital e nos revela a emoção de JK, durante a celebração da missa pela inauguração da nova
capital.
46
12 –
(
Nº 460, 11/02/1961. p.8)
“A primeira posse em Brasília” nos revela o momento histórico da posse de Jânio Quadros,
que recebeu a faixa de um elegante Juscelino, de fraque e cartola.
47
3.2: Candidatura, Eleição e Senado
13 -
(Nº 455 07/01/1961 pp.28
-
29)
Reportagem sobre a candidatura de JK ao Senado defendendo que a vitória está garantida,
visto que ele encerra seu mandato desfrutando de imensa popularidade. Este apoio popular está sempre presente nas matérias
sobre o presidente, publicadas pela revista MANCHETE. A reportagem tem, como foto central, JK sorridente acenando para o
povo e embora a manchete seja “O senador JK”, em todas as imagens e no próprio texto de Murilo Melo Filho a mensagem que
se passa é a de uma futura eleição presidencial que já está ganha.
48
14 -
(Nº 473 13/05/1961 pp.16
-
17
) Cobertura do retorno de JK ao Brasil, depois de passar férias na Europa. Antes de entregar a faixa a Jânio,
sabendo-se de sua candidatura ao Senado, todos consideravam certo que Juscelino seria eleito por Goiás. Junto com a foto de JK sorridente,
frases em destaque justificam tal reconhecimento como um fruto de Brasília: “JK levou a capital a Goiás. Goiás o levará para o Senado”.
49
15 -
(Nº 474
20/05/1961 pp.10
-
11)
Aclamado pelo povo, ainda no aeroporto, JK é recebido por uma multidão. Disputavam um lugar mais próximo de
Juscelino personalidades políticas e populares que aguardaram horas para receber o ex-presidente. As imagens de JK neste período remetem sempre para uma
figura com aceitação máxima seja pelo povo, seja pelo meio político o que lhe garantiria permanência na vida política do país. Em junho, veio a
confirmação de uma vitória histórica que pode ser comparada com a pequena porcentagem que o elegeu para a presidência: se antes fora eleito sem grande
vantagem, encerrou seu mandato e selou sua eleição ao Senado demonstrando a evolução da sua imagem política, que ganhou imensa popularidade.
50
16 -
(Nº 490 09/09/1961 p.38)
– Tendo sido instaurado, com a
renuncia do presidente Jânio Quadros em agosto de 1961, um
cenário político instável que ameaçava a posse de Jango, a
revista publica uma foto de JK de página inteira acompanhada
de pequeno texto. Esta pequena matéria refere-se ao governo de
JK como aquele que resistiu a uma ameaça de golpe, que
defendeu a constituição, e defendeu acima de tudo a
democracia. Confere essa vitória ao personagem Juscelino, à
sua “fortaleza de caráter” e à sua “energia cívica”.
51
17 -
(Nº 499 11/11/1961 p.68)
Em setembro de 1961 JK partiu
de férias pelo mundo, visitando o Japão, a Índia, a França entre
outros países. No seu roteiro estava Israel, onde foi recebido pelo
premier Ben-Gurion que quis saber tudo sobre a construção de
Brasília. A figura de JK e suas realizações o antecediam e
alcançavam diversas partes do mundo.
52
18 -
(Nº 520 07/04/1962 pp.24
-
25)
– Como intelectual e grande divulgador do seu país, JK aparece em foto de página dupla na New York University,
dando conferência sobre o Brasil. No canto superior da página, foto menor de Juscelino de beca, com o diploma de Honoris Causa, título que recebeu
da Universidade da Califórnia, acompanhado de dizeres que emocionaram o ex-presidente. Em frase de destaque, a reportagem comenta que apenas
quatro pessoas receberam este título, dando a dimensão do prestígio desfrutado por JK além de suas fronteiras e em instituições de grande tradição.
53
19 -
(Nº 547 13/10/1962 p.98)
– Anunciando uma reportagem
concedida pelo ex-presidente, a revista refere-se à importância que JK
tem no cenário político, mesmo como senador, e ao papel fundamental
que desempenha para reverter a crise que permeia o governo de Jango.
Juscelino defende o retorno ao presidencialismo e explica as razões que
já começam a elevar seu nome para a campanha JK-65.
54
20 -
(Nº 562 26/01/1963 p.16)
Sob a legenda de “Embaixador da amizade” jornais portugueses comentaram a repercussão da visita de JK a
Portugal. Desde seu desembarque uma multidão o acompanhou, numa recepção que teve as mesmas proporções de quando estivera no país em visita
oficial como Presidente da República. JK parece já estar em campanha para 1965
e junto com ele, a revista MANCHETE.
55
3.3. Campanha 1965
21 -
(Nº 477, 10/06/1961.
pp.96
-
97)
– Enquanto Juscelino ainda estava empenhado na sua eleição para o Senado, uma multidão o acolhia pedindo em
coro: “JK 65, JK 65, JK 65”. Antes mesmo que ele levasse o assunto a público, já havia um apelo para que retornasse em 1965 como presidente da
República. Prudente, JK respondia a todos que antes de pensar na futura campanha, precisava que apoiassem sua candidatura ao Senado.
55
56
22 -
(Nº 566, 23/02/1963. p.8
2
-
83)
– A agenda de JK nos últimos meses de 1962 e em 1963 está voltada para sua estratégia de, em 1965,
voltar à presidência. Realiza viagens para diferentes países, demonstrando seu prestígio internacional e freqüentando reuniões com
personalidades. A revista MANCHETE sempre cobre os eventos em que JK está presente, como um encontro com artistas da televisão, do
cinema e do rádio.
57
23 -
(Nº 567, 02/03/1963. p.84
-
85)
– Engajado no projeto da Operação Pan-Americana, JK visitou a Bolívia onde foi aclamado pelo povo. A
cena se repetia por todos os países em que JK passava. Como a reportagem afirma, ele se transformou numa figura de projeção continental.
58
24 -
(Nº 575, 27/04
/1963. p.53)
– Os aniversários de Brasília,
assim como a sua construção, sempre tiveram destaque na
revista MANCHETE. As reportagens acompanharam desde os
primeiros projetos até a sua inauguração, e a cada ano
continuavam dando cobertura completa à nova capital,
enaltecendo obra e criador. Para as comemorações de 1963 a
revista publicou uma grande reportagem em cores escrita por
Juscelino. A MANCHETE estava abrindo espaço para que JK
pudesse fazer propaganda dos seus feitos enquanto presidente,
pensando na campanha de 1965. Era uma maneira de lembrar
a todos quem foi o realizador do milagre que era a nova
capital no interior do Brasil. A primeira página trazia o ex-
presidente ao lado da escultura do seu rosto, a qual eternizava
sua imagem no seio da cidade: mesmo que o tempo passasse,
não poderiam esquecer quem realizou tamanha obra.
59
25 -
(Nº 597, 28/09/
1963. p.4
-
5)
– Pela primeira vez aparecia na revista uma postura oficial de JK sobre a possível candidatura a presidência em
1965. A reportagem A volta do Candango trazia a confirmação da indicação de Juscelino como candidato do PSD pelo Distrito Federal, e
confirmava para a Convenção Nacional do partido em dezembro a oficialização da candidatura. Em foto de página inteira, Juscelino aparecia
sorridente e acenando entre Baeta Neves, do PTB, e Amaral Peixoto, presidente do PSD, sob a faixa “JK - 65”.
60
26 -
(Nº 603, 09/11/1963. p.12
-
13)
As reportagens da MANCHETE davam cobertura a cada fato novo na campanha de Juscelino, como a
articulação por novos apoios e a possível parceria com Jango. Nos primeiros anos do governo JK, encontrávamos com maior freqüência
artigos de oposição. Depois da construção de Brasília, praticamente nenhuma palavra que atacasse o “candango” era publicada na revista; as
matérias passaram a contribuir para a construção do mito JK e neste momento apoiavam abertamente a campanha JK-65.
61
27 -
(Nº614, 25/01/1964, p.4
-
5)
Ao ser consultado sobre o panorama político brasileiro, JK deu uma “Mensagem de esperança”,
como disse Murilo Melo Filho. Assumindo um discurso de quem está em campanha, Juscelino ao falar da atualidade política do
Brasil – comentou sobre os principais aspectos e os problemas da sua candidatura. Era um espaço aberto que poucos desfrutavam numa
revista de tamanha circulação, e sabendo aproveitar a oportunidade, JK aparecia como o possível salvador de um cenário político
instável, embora ele defendesse que não acreditava, naquele momento, na possibilidade de um golpe
62
28 -
(Nº 624, 04/04/1964. p 6
-
7)
– Enfim a confirmação oficial da indicação de JK, como candidato do PSD à presidência, foi anunciada.
Embora a campanha tenha precedido a decisão da Convenção Nacional do partido, quando foi confirmada sua candidatura Juscelino foi
aclamado por uma multidão no Palácio Tiradentes. As imagens da MANCHETE revelam a agitação em torno da possibilidade de eleger
novamente JK como presidente, que já anunciava algumas de suas propostas como programa de governo.
63
3.4 - Cassação e Exílio
29 -
(Nº 625, Manchete extra, 11/04/1964).
As fotos da
revolução”
capa com o
então governador Carlos Lacerda. Naquele momento, Lacerda parecia o beneficiário
mais ostensivo da situação. Existem duas edições do 625; a primeira estava pronta,
quando aconteceu o golpe militar.
64
31-
(Nº 636, 27/06/1964
). Edição especial Os dez anos que abalaram o Brasil: 1954 de
Vargas a Castelo – 1964”. Nesta revista, onde a reportagem da capa traz um histórico sobre os
últimos dez anos da política nacional (pp. 108-110), faz-se uma homenagem a JK com a
reportagem “O adeus de JK”. Nela, JK é homenageado por admiradores na porta de seu
apartamento em Ipanema e no aeroporto do Galeão, onde mais de mil pessoas cantaram o
Hino Nacional e Peixe Vivo, sendo ele carregado nos ombros até a plataforma de embarque,
de onde partiu para a Espanha.
65
32 –
(Nº 637, 04/07/1964. p. 112
-
115.
) “Juscelino acusa”. Entrevista a David
Sales, onde declara que sua cassação foi um jogo político, pois sua vitória em
1965 era certa.
66
33 (Nº 654, 31/10/1964. p. 40-41.) A revista publica no “Posto de Escuta” parte da carta
de JK escrita a Adolpho Bloch, quando estava exilado em Paris.
67
34 –
(Nº 664, 09/01/1965. p.4
-
7)
“JK: a voz do ausente”. Murilo Melo Filho descreve
como é a vida de JK em Paris e transcreve mensagem ao Brasil.
35 (Nº 681, 08/05/1965. p.102-103)
“Paris, abril, 21: homenagem ao
fundador de Brasília.” Na reportagem
de capa da edição especial, JK é
homenageado por personalidades
francesas, pelos cinco anos de
Brasília. Segundo a reportagem,
recebe inúmeros elogios e ao final
fala, por telefone, com Israel Pinheiro
que estava em Brasília e todos cantam
Peixe Vivo em homenagem a JK e
parabéns para Brasília.
68
36 – (Nº 704, 16/10/1965. p. 4-11)
Capa: JK volta ao lar. Na coluna
“Conversa com o leitor”, na p. 3,
Justino Martins informa que JK volta
ao Brasil (Rio) para depor e servir
como testemunha em inúmeros
inquéritos. Nas pp. 4-11, Murilo Melo
Filho assina a reportagem sobre a
volta de JK para depor em inquéritos.
Mostra imagens de Juscelino durante
o exílio. “Mesmo afastado de seu
país, continua trabalhando por ele,
como o grande divulgador do Brasil”.
37 –
(Nº. 739, 18/06/1966. p. 16
-
22)
Matéria da capa: “JK volta sem alegria”. Foto de JK
recebendo a notícia da morte de sua irmã. Há poucas pessoas no aeroporto. Fotos de JK
em Belo Horizonte, no enterro da irmã, acompanhado por uma multidão.
69
38 –
(Nº 763, 03/12/1966. p.6)
Reportagem de capa “Encontro JK - Lacerda”, com foto de
página dupla. JK aparece apertando a mão de Lacerda, com texto de Murilo Melo Filho, onde
tece comentários sobre os dois adversários políticos e informa sobre o projeto de criarem um
novo partido.
39 –
(Nº. 803, 09/09/1967. p.136)
“Diamantina: uma canção para JK”. “A cidade natal de JK
ofereceu-lhe comovente e inesquecível serenata”. Foto de JK cantando no meio dos
populares e com os violeiros, sendo homenageado pelo povo.
70
40 – (Nº 919, 29/11/1969. p.36-37) “Os dez anos que abalaram o Brasil”. A reportagem faz análise da década de 1960 e se refere
a “JK, que no início desta década inaugurou Brasília e passou a faixa presidencial para Jânio”. Fotos da inauguração de Brasília,
do monumento em homenagem a JK e da posse de Jânio.
71
3.5. Retorno do exílio e morte
(Nº 979, 23/01/1971. p.60
-
62
)
Tendo fortalecido sua amizade com Adolpho Bloch depois de
seu governo e sendo uma personalidade de grande prestígio, Juscelino por vezes teve a
oportunidade de escrever na revista MANCHETE. Em “JK escreve 21 razões para confiar no
Brasil”, uma matéria com mais de vinte páginas, o autor se propõe a apresentar vinte e um
símbolos (grandes realizações) que representem conquistas do Brasil A primeira razão é
Brasília, a segunda a indústria automobilística, a terceira a transamazônica...Embora não tenha
fotos de JK a reportagem traz diversas imagens de suas realizações consideradas por ele em
razões para confiar no Brasil.
72
(Nº 996, 22/05/1971. p.18)
– Em matéria que Juscelino escreveu sobre
sua mãe, podemos destacar aspectos de sua história que contribuíram
para a construção do mito: menino de infância pobre, que enfrentou e
superou dificuldades para completar os estudos, mas que teve uma mãe
sempre presente que lhe ensinou valores imprescindíveis para que se
tornasse uma homem de caráter.
73
(Nº 1021, 13/11/1971. p.134)
– Desfrutando do espaço que lhe é oferecido na revista, JK
escreve a história da primeira construção em Brasília: “O Catetinho”. Além da foto da
primeira construção, traz a imagem de uma escultura sua, oferecida por amigos e intitulada
“O Fundador”.
(N
º 1119, 29/09/1973. p.140
-
141)
Cobertura do banquete realizado no prédio da
Manchete, oferecido por Adolpho Bloch, em comemoração ao aniversário de JK. O evento
contou com a presença de 150 convidados, tendo Josué Montello pronunciado o discurso
oficial da noite. Em agradecimento, JK revelou: “o aniversário mais bonito da minha vida”.
74
(Nº 1193, 01/03/1975. p.46-47) – A reportagem escrita por JK fala das dificuldades que
enfrentou para construir Brasília, dando a esta sentido de sonho realizado, e de ter se
dedicado com afinco a uma missão que era considerada quase impossível, mas que foi
magistralmente concluída por ele. Fotos de Juscelino no descampado aonde viria a
erigir
-
se a nova capital, retratada ao lado.
(Nº 1229 08/11/1975. p.20-21) – Reportagem de Carlos Heitor Cony sobre Juscelino. O texto
fala da trajetória de JK e de sua candidatura para a Academia Brasileira de Letras,
transparecendo a percepção deste como de um mito.
75
(Nº 1248, 20/03/1976. p.36-37) – Em sua coluna, David Nasser fala de sua amizade
com Juscelino, sem poupar elogios ao ex-presidente.
(Nº 1254, 01/05/1976. pp.34-35) – JK escreve sobre a fazenda que comprou,
próxima a Brasília. Na foto, aparece montado a cavalo, contemplando as terras que
se tornaram na su
a mais nova paixão.
76
(Nº 1263, 03/07/1976. pp.138-139) Reportagem sobre homenagem que JK recebeu da
União Brasileira de Escritores, sendo considerado o Intelectual do ano de 1975. Neste
sentido foi premiado com o Troféu Juca Pato, como retratam as imagens das
comemorações.
(Nº 1265, 17/07/1976. pp.36-37) – Trata de realizações de JK como o presidente que trouxe
o desenvolvimento ao país, assim como da sua nova vida de fazendeiro, mas com um
detalhe: é um fazendeiro no cerrado, em terras que “profetizou” que seriam férteis para o
Brasil.
77
(Nº 1272, 04/09/1976. Capa) – A capa do
primeiro número de setembro de 1976 trazia
JK sorridente, mas a revista tratava do “Adeus
a JK”.
(Nº 1272, 04/09/1976. p.3) Editorial de
Roberto Muggiati fazendo referência à
história compartilhada entre a revista
MANCHETE e a personagem pública de
JK. Apresenta uma montagem com as
capas da revista protagonizadas por
Juscelino desde sua eleição para
Governador de Minas Gerais até a Edição
histórica da inauguração de Brasília. Traz
ainda as capas dos livros lançados pelo ex-
presidente.
78
(Nº 1272, 04/09/1976. p.4-13) A primeira reportagem de toda a cobertura da morte de JK,
intitulada “Brasília O adeus a JK”, é iniciada com uma foto de página dupla do caixão de
Juscelino coberto pela bandeira do Brasil, sendo levado por uma multidão em frente à catedral em
Brasília. Na seqüência, imagens do chão da catedral coberto por coroas de flores e fotos da sua
família. Todas as fotografias deixam claro a comoção popular e a tristeza dos amigos, como
Adolpho Bloch, visivelmente abalado.
79
(Nº 1272, 04/09/1976. pp. 14-23)
Depoimentos de várias personalidades
tentando reconstruir os últimos
momentos de JK, ilustrado pela foto do
carro depois do acidente.
80
Nº 1272, 04/09/1976. pp26B-26C
Adolpho Bloch escreve sobre sua
admiração por JK que acabou
impulsionando uma grande amizade
entre os dois.
A comoção com a morte de JK foi tão grande que atingiu inclusive um antigo crítico seu, Carlos
Lacerda, que tanto atacou JK e seu governo. Lacerda escreveu um artigo exaltando a figura de
Juscelino. Seguindo os artigos de personalidades que prestaram homenagem a JK, David Nasser
reproduz a última carta que recebeu do ex-presidente.
81
Nº 1273,
11/09/1976.Capa; p.4.
A segunda revista do mês
de setembro também
dedica sua capa à memória
de JK. Foto da missa de
sétimo dia realizada na
Igreja da Candelária no
Rio de Janeiro.A p.4
mostra o interior da
catedral com a presença de
sua família e amigos que
disputavam um lugar na
igreja para participar da
celebração.
82
Nº 1273, 11/09/1976. Na mesma revista com a capa da missa de sétimo dia,
Manchete apresentou várias reportagens com amigos de JK, homenageando o ex-
presidente.
Ainda no nº 1273. pp.12-13. Destaque para a coluna de Adolpho Bloch que escreve uma carta para o amigo falando da falta que ele
faz. Em seguida reproduz a última carta de JK para ele.
3.6. Memorial JK
Nº 1535, 19/09/1981. Capa.
Imagem em capa dupla do Memorial JK. Inaugurado em 12 de setembro de 1981, data de aniversário de nascimento de Juscelino
Kubitschek.
85
A reportagem de capa “Memorial JK: a consagração da história”, mostra nas pp 4-11
imagens internas do Museu, inaugurado pelo presidente João Figueiredo, em pleno
regime militar. Museu projetado por Oscar Niemeyer, dedicado ao ex-presidente
Juscelino. No local encontra-se o corpo de JK, diversos pertences e sua biblioteca
pessoal.
86
“O memorial expõe a biblioteca de JK tal qual foi criada por ele”. p.4.
Na p. 5. Imagem do monumento, com a manchete: “...Ver de longe o memorial, a
figura de JK que, sorridente, se despede do visitante”.
87
4 – Conclusão
Os anos JK foram pródigos para o desenvolvimento do Brasil na medida em que a “era
da modernização”, especialmente a arrancada desenvolvimentista deste governo
transformou a face do país. Criou Brasília, consolidou a industrialização brasileira, deu
ênfase à indústria automobilística e impulsionou a indústria de base com a instalação de
novas indústrias siderúrgicas, ao mesmo tempo em que acontecia os movimentos
expressivos na arte brasileira, como o Cinema Novo a Bossa Nova, o segundo
movimento modernista, o teatro de vanguarda. A própria imprensa brasileira tem aí, o
seu período de modernização. Parecia que tudo acontecia no Brasil ao mesmo tempo,
em um período de intensa ebulição e criatividade.
As questões orientadoras para a reflexão deste trabalho nos mostraram que a revista
Manchete deu forma, através de suas fotorreportagens, aos acontecimentos do país em
acelerado processo de modernização e desenvolvimento e que através do olhar
distanciado nos trouxe a imagem dos “anos dourados”. Esta representação visual deu
força e constituiu no imaginário e na imaginação coletiva, a representação da
manutenção do poder, através da produção de todas as imagens e textos referentes aos
anos JK.
Este poder não estava centrado somente na figura do político, mas principalmente nas
suas idéias e ações, como podemos visualizar através das imagens no terceiro capítulo
desta dissertação. A imagem de JK foi veiculada sistematicamente pela revista,
mostrando através de uma relação imagética as diversas faces de Juscelino, tais como:
do “homem simples”, do “homem transformador”, do “homem que amava o Brasil”.
Nas reportagens sobre os aniversários de Brasília era constante a veiculação da idéia de
um período de governo de paz, desenvolvimento e exercício democrático. Neste sentido,
quando nos voltamos para a idéia de mitificação, verificamos que a Manchete registrou
acontecimentos que teve lugar no passado, através de uma narrativa sempre direcionada
para a exaltação dos feitos e idéias de Juscelino Kubitschek. Acreditamos que a amizade
e admiração que seu proprietário sentia e mantinha pelo ex-presidente, foram fatores
preponderantes para que suas realizações e idéias tivessem espaço irrestrito e tamanha
divulgação através deste veículo.
Ao mesmo tempo, para enfatizar o que estava subentendido na trajetória da Manchete
durante os anos JK, verificamos que o registro desta trajetória foi construído em função
das preocupações políticas daquele momento e gerou, por conseguinte, um fenômeno
social. O que nos parece é que a revista separava a política partidária e as preocupações
políticas do governo de outras atuações desse mesmo governo. Podemos exemplificar:
Na revista nº. 196, de 21 de janeiro de 1956, vemos Juscelino encontrando-se com
Eisenhower nos Estados Unidos, reis e rainhas na Europa e o vemos, ainda,
conversando com Israel Pinheiro sobre a crise econômica. Através dessas imagens, ele é
associado aos problemas políticos nacionais e, ao mesmo tempo, aparece como o
político que mantinha relações internacionais, sempre divulgando o Brasil. Ficava clara
a preocupação da revista em manter a imagem positiva do presidente.
88
Muitas situações semelhantes, referentes a este comportamento da revista foram vistas
no decorrer da pesquisa. No nº. 490, de 09 de setembro de 1961, tendo sido instaurado,
com a renuncia do presidente Jânio Quadros em agosto de 1961, um cenário político
instável que ameaçava a posse de Jango, a revista publica uma foto de JK de gina
inteira acompanhada de pequeno texto, referindo-se ao governo JK como aquele que
resistiu a uma ameaça de golpe, que defendeu a constituição, e defendeu acima de tudo
a democracia. Confere essa vitória ao personagem Juscelino, à sua “fortaleza de caráter”
e à sua “energia cívica”.
Na revista nº. 614, de 25 de janeiro de 1964, ao ser consultado sobre o panorama
político brasileiro, assumiu um discurso de quem estava em campanha para a
presidência em 1965. Comentou sobre os principais aspectos de sua candidatura.
Gozava de um espaço aberto que poucos desfrutavam numa revista de tamanha
circulação.
Em abril deste mesmo ano, quando acontece o golpe militar e é instalado na presidência
da República o General Castelo Branco, Juscelino teve seus direitos políticos cassados e
é exilado do país. Em seu nº. 636, de 27 de junho de 1964, Manchete publica uma
edição especial sobre “os dez anos que abalaram o Brasil” e nesta mesma revista,
publica uma reportagem intitulada “o adeus de JK”. Nela, JK é homenageado por
admiradores na porta do seu apartamento em Ipanema e no aeroporto do Galeão. A
imagem de “homem do povo” foi ratificada, mostrando nas entrelinhas da reportagem a
injustiça feita pelo governo de então, quando da cassação de seus direitos políticos.
Além disso, Manchete acompanhou, mesmo em plena ditadura, todo o percurso de
exílio de JK. Publicou cartas escritas a Adolpho Bloch, mostrando toda a tristeza do ex-
presidente exilado; mostrou seu trabalho no exterior como intelectual e divulgador do
país, deu cobertura às festividades dos aniversários de Brasília; enfim, possibilitou ao
povo brasileiro a constante presença de JK através das páginas da revista.
Depois de suas idas e vindas ao Brasil para depor e servir como testemunha em
inúmeros inquéritos ou para tratar de assuntos pessoais como a morte de sua irmã em
1966, Juscelino Kubitschek voltou definitivamente ao Brasil a 25 de outubro de 1967,
enfrentando a ameaça de Gama e Silva de confiná-lo por 60 dias, caso se envolvesse em
atividades políticas. Fixou domicílio no Rio de Janeiro e passou a presidir o conselho de
administração do Banco Denasa de Investimentos.
Sua amizade com Adolpho Bloch foi sempre explícita, mesmo durante o regime
ditatorial. Vale transcrever aqui, a título de enfatizar esta amizade o que Cláudio
Bojunga escreve
39
:
O carnaval de 1968 caiu na última semana de janeiro. O festeiro JK comentou com
Adolpho Bloch que gostaria de ir ao baile do Municipal. A revista Manchete tinha uma
frisa alugada e ficaria orgulhosa em recebê-lo. Levasse as filhas.
Os salões haviam sido decorados com o tema Amor à Margarida. Foram vendidos quatro
mil ingressos individuais, 500 mesas e 22 camarotes e frisas. (...) Uma hora depois
chegava dona Iolanda Costa e Silva acompanhada do ministro dos Transportes, Mário
Andreazza. Ocuparam o camarote presidencial. (...) JK chegou discretamente à frisa
oposta ao camarote presidencial, na companhia de Márcia e Maristela. Levado por amigos
39
BOJUNGA, Cláudio. JK: o artista do impossível. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
p.855-856.
89
a uma posição mais evidente, começava a ser identificado quando o pessoal que pulava o
viu sorrindo, começou a cantoria:
“Como pode um peixe vivo viver fora d’água fria?/Como po-de-rei viver? Sem a tua, sem
a tua, sem a tua companhia?”. E depois arremeteram com o Ó Minas Gerais, arrancando
acenos e sorrisos de prazer e de emoção. Quando começou o coro “Volta! Volta!”, JK
murmurou em voz baixa: “Vou pagar por isso”.
A primeira-dama e Andreazza foram as duas únicas personagens no Municipal que não
entoaram o “Peixe Vivo”. A primeira-dama considerou a manifestação ofensa pessoal e
retirou-se furibunda do baile. (...) Andreazza contou mais tarde a Murilo Melo Filho que,
ao chegar no Hotel Glória, Iolanda telefonou ao marido para se queixar do “judeu
Adolpho Bloch que havia alugado quinhentos smokins na Casa Rollas para uma claque
aplaudir Juscelino”. (...) Na quarta-feira de cinzas, a linha de crédito de Manchete para
desconto de duplicatas no Banco do Brasil e no BEG (Banco do Estado da Guanabara)
havia sido cortada. O governo ia fechar em poucos dias a revista do amigo de JK. Bloch
foi salvo pelo bom senso de Delfim Neto, que se recusou a liquidar uma revista para
satisfazer um capricho da primeira-dama.
Esta amizade perdurou aa sua morte. Adolpho Bloch, sempre que teve oportunidade,
divulgou esta amizade e sentia prazer em falar sobre Juscelino. “A amizade a Juscelino
resistiu a tudo, inclusive à maledicência”, como afirma Carlos Heitor Cony no artigo “O
menino de 120 mil-réis”. (Revista de Comunicação. Rio de Janeiro, n° 43, 1966. p10.).
Depois do exílio, quando retorna ao Rio de Janeiro, JK por vezes teve a oportunidade de
escrever na revista. Em “JK escreve –21 razões para confiar no Brasil”, uma matéria
com mais de vinte páginas, (ver cap.3, p.67) se propõe a apresentar vinte e um símbolos
(grandes realizações) que representassem conquistas brasileiras. Enumera, em primeiro
lugar, Brasília; em segundo, a indústria automobilística, depois a transamazônica...
O mesmo acontece em uma outra reportagem escrita por ele, na revista de nº. 1193, de
01/03/1975. pp. 46-47. Fala sobre as dificuldades que enfrentou para construir Brasília
dando a esta, um sentido de sonho realizado, e que foi magistralmente concluída por ele.
Nesta reportagem mostra-se a foto de Juscelino no descampado aonde viria a erigir-se a
nova capital e ao lado, a capital está retratada em toda a sua magnitude. Todo este
espaço para divulgar suas realizações durante o seu governo, em pleno período de
ditadura militar propiciava ao público leitor a rememoração dos “bons tempos”.
O primeiro número do mês de setembro, de 1976 é dedicado a JK (nº. 1272,
04/09/1976), traz na capa a imagem de Juscelino sorridente, mas com a manchete
“Adeus a JK”. A reportagem é iniciada com uma foto de página dupla do caixão de
Juscelino coberto pela bandeira do Brasil sendo levado por uma multidão, em frente à
catedral em Brasília. Neste número, Roberto Muggiati no editorial, faz referência à
história compartilhada entre a revista Manchete e a personagem pública de JK.
Apresenta uma montagem com as capas da revista protagonizadas por Juscelino desde
sua eleição para Governador de Minas Gerais até a Edição histórica da inauguração de
Brasília, traz ainda as capas dos livros lançados pelo ex-presidente. Nas páginas 24 e 25,
na reportagem intitulada “Em ritmo de JK 50 anos em 5” por Ivan Alves, aborda o
jargão criado na administração de Juscelino. Ritmo este, no qual ele dizia continuar
vivendo mesmo depois de seu governo, como demonstram as fotos de JK conduzindo
um trator e inaugurando Três Marias. Ainda neste mesmo número, Adolpho Bloch
escreve sobre sua admiração por JK, que acabou impulsionando uma grande amizade
entre os dois. Acompanham o texto fotos de Adolpho Bloch cumprimentando JK na
inauguração de Brasília, ambos em um encontro com amigos e, ainda, a sala de
90
Juscelino no prédio da Manchete, a qual Bloch anunciava que seria o primeiro Museu
JK.
A segunda revista do mês de setembro (nº. 1273, 11/09/1976) também é dedicada à
memória de JK. Neste número, nas páginas 24 a 26, David Nasser escreve o artigo
“Doze anos triste” sobre a vida de JK depois da cassação e do exílio. É mais uma
reportagem que exalta a personalidade carismática de JK, enfatizando a lembrança do
passado recordado e transformado, através dos relatos, na mitificação de Juscelino
Kubitschek. Neste mesmo número, às pp.22-23, Olavo Drummond escreve o artigo
“Memórias de um amigo extraordinário” e Adolpho Bloch continua a dedicar sua
coluna a JK, onde escreve como se fosse uma carta para o amigo, falando da falta que
ele faz. Em seguida reproduz a última carta de JK para ele.
A maneira como JK morreu veio corroborar com toda a narrativa mítica produzida pela
revista durante a vida de Juscelino. Ficou a dúvida fatalidade ou assassinato? pois
todos sabiam que ele era uma força que sempre teve seu nome lembrado para retornar
ao centro do poder. Seu corpo foi velado na sede da Manchete, onde aconteceu a maior
homenagem popular prestada pelo Rio de Janeiro a um político desde a morte de
Getúlio Vargas. O governo militar não sabia como se posicionar direito diante da
tragédia, como explica Bojunga:
O presidente Ernesto Geisel convocou o ministro do Exército, Silvio Frota, e o
ministro da Justiça, Armando Falcão, às 11horas, no palácio do Planalto. Estava
irritado porque não havia sido avisado da morte de JK na véspera. Ninguém quis
assumir a responsabilidade de estragar seu domingo. Depois de debater o assunto na
reunião das 9:30h com o ministro Golbery do Couto e Silva, Hugo Abreu e João
Paulo dos Reis Velloso, Geisel disse a Falcão:
“É para tratar do problema da morte de Juscelino. Tanto pedi a Deus que esse homem
não morresse no meu governo! Agora, vamos enfrentar o caso. Acho que devemos
decretar o luto oficial por três dias. Entendendo que é de direito o luto oficial.” Frota
manifestou-se contra: “Sou contra qualquer homenagem a esse homem. Era um
contra-revolucionário, que foi cassado, punido pela Revolução. Posso informar a
Vossa Excelência que a repercussão no Exército será negativa.” Geisel cortou: “Eu
sei Frota, mas compreenda a posição do governo, que tem de ver o quadro geral.
Honras militares, de jeito nenhum. Também ponto facultativo, não. Mas luto oficial
devemos conceder. Frota disse que seu voto era contrário, mas que não discutia
ordens do presidente. Depois que Frota saiu, Geisel ligou o telefone para outros
ministros militares, almirante Geraldo Henning e brigadeiro Araripe Macedo,
consultando-os acerca do luto oficial. Não houve objeções. E o regime vestiu um luto
relutante. (BOJUNGA, 2001. p. 707).
O
corpo de Juscelino saiu da sede da revista e foi conduzido por mais de três mil pessoas
ao aeroporto Santos Dumont. A massa popular cantava o Hino Nacional, o Hino à
Bandeira, a “Valsa do Adeus” e o “Peixe Vivo”. Em Brasília cerca de 30 mil pessoas
lotavam o aeroporto e as redondezas; seu corpo foi levado pelos populares, depois da
missa de corpo presente, ao cemitério do Campo da Esperança, onde foi sepultado.
Posteriormente foi transferido para o Memorial JK, inaugurado em 12 de setembro de
1981.
Os anos JK realmente tiveram uma conotação especial na vida política nacional anos
de esperança e oportunidades espremidos entre o Estado Novo e o sombrio período
militar. JK nos contagiou com seu ânimo, a sua tenacidade e alegria e Manchete soube
muito bem retratar através das reportagens publicadas todo o espírito de uma época,
contribuindo efetivamente para a criação do mito dos “anos dourados”.
91
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95
Pesquisa Revista Manchete
Nº 180 – 01/10/1955
Editorial (p.b)
Henrique Pongetti discorre sobre suas impressões sobre as eleições.
Reportagem das páginas 13-17
P.13 Faz um balanço da campanha, tais como: de cidades visitadas, KM
percorridos, nº de discursos proferidos, etc...
P. 13-17 - trás informações sobre os candidatos à presidência (Juarez Távora, JK,
Ademar de Barros e Plínio Salgado).
A reportagem mostra em destaque o perfil de JK, informando sobre seus hábitos: Que é
um homem sem vícios, dorme pouco e se interessa por leituras relativas à política; não
ataca seus adversários e apenas mostra o seu projeto de governo.p.30-33 caricatura
dos candidatos à presidência
Nº 181 – 08/10/1955
Editorial (p.b) Henrique Pongetti comenta sobre o estado de saúde de JK (estava
gripado) e, sobretudo a contagem de votos.
p. 10 – foto de JK votando.
Nº 182 – 15/10/1955
p.6-10
Reportagem de Evandro de Andrade; fotos de Gervásio Batista.
Manchete: Juscelino com um pé no Catete: Não venho em nome do ódio.
Entrevista concedida onde fala sobre alguns de seus planos para o futuro governo
(REPORTAGEM DE CAPA)
Nº 184 – 29/10/1955
Política (p.16-17) Pedro Gomes.
O ministério de Juscelino: especulações e palpites sobre o futuro ministério do Dr.
Juscelino Kubitschek.
Nº 185 – 05/11/1955
Política. P.16, Pedro Gomes.
Nota declarando que a crise política continua, como esperado, mesmo com a eleição de
JK.
Nº 186 – 12/11/1955
Política (p.16) Pedro Gomes.
Os baixinhos de Juscelino:
Destaca os principais nomes que ajudaram JK a se eleger. Dentre eles: Lucas Lopes,
José Maria Alkimin e Tancredo Neves.
Nº 189 – 03/12/1955
Política (p.17) Notas sobre o fato político.
Declara que da tentativa de golpe, JK e JG saíram vitoriosos pois passaram a ser vistos
como continuadores da gestão Vargas.
96
Nº 192 – 24/12/1955
Política (p.44) Pedro Gomes.
Notas breves: declara que, ao que indica, JK indicará um desconhecido para o
Ministério da Fazenda.
Entrevista a Paulo Mendes Campos – p.54-55.
Juscelino, alheio à política, encara os problemas de governo e anuncia uma orientação:
democracia social; trabalhismo produtivo; nacionalismo cooperativo.
JK discorre sobre os seus planos de governo, principalmente sobre as metas de
desenvolvimento da indústria, energia e reforma agrária.
Nº 193 – 31/12/1955
Política (p.23) Pedro Gomes. Notas Breves
Noticia que JK só tem as reformas na cabeça, mesmo nos momentos de distração.
Nº 194 – 07/01/1956
Murilo Melo Filho – P.16-17.
O Ministério de Juscelino: cogita os prováveis nomes que comporão os ministérios do
governo JK.
Nº 195 – 14/01/1956
P. 6-9 Juscelino toma café com o presidente dos EUA
Relata acontecimentos da viagem que JK fez aos EUA. Seu encontro com Nixon.
p.42 – Governo de Juscelino;
Especulação sobre prováveis nomes que ocuparão os ministérios.
Nº 196 – 21/01/1956
p.6-11 (muitas fotos) As 4 rainhas do mundo recebem Juscelino:
Retrata as visitas de JK às rinhas da Holanda, Inglaterra, Luxemburgo e Bélgica.
-A última palavra sobre o ministério de Juscelino:
Novas especulações sobre os nomes dos futuros ministros.
Política – Pedro Gomes (p.16-17).
A viagem de Juscelino:
Faz um balanço da viagem de JK à Europa e EUA, esclarecendo os reais motivos pelos
quais ele viajou.
Os ministérios:
Especulações acerca dos nomes que comporão o governo.
Nº 197 – 28/01/1956
Editorial – Henrique Pongetti – Carta da Serra.
Lamenta a ausência do presidente da República no Palácio Rio Negro e comenta como
anda o cotidiano em Petrópolis.
P.4-15 – fotos de Luís Pinta, Armando Rosário, Gervásio Batista e faria de Azevedo.
Juscelino volta de sua maratona.
Relata como Juscelino foi recebido com festa no seu retorno à cidade, após 20 dias fora
do país. Traz flashes de suas visitas a Europa e EUA, como seu encontro com o Papa e
outros.
97
Nº198 - -4/02/1956
Capa: JK e Jango se abraçam no Catete.
Editorial: (p.b) Êxodos.
Declara que de acordo com o local de nascimento do governante, a cidade em que
nasceu, sofre com a saída de seus naturais em busca do poder. Usa JK como exemplo,
pois quando ele se tornou governador, houve um enorme êxodo de Diamantina para BH
de pessoas em busca de favores do conterrâneo, também tece comentários sobre o
serviço público.
P.4-10: Posse festiva de Juscelino e Jango – imagens da posse.
P.67-73: De Rolles-royce rumo ao Catete:
A sacada histórica do Catete apresenta o novo presidente. JK um beijo e recebe a
faixa
Imagens da posse.
Nº. 199 – 11/02/1956
Política (p.16-17) – Pedro de Andrade Gomes
O presidente JK à imprensa:
Metas de JK (20) e declarações – contém foto,
p.29-31 – Pedro Gomes.
O primeiro ministério de JK:
Comenta as escolhas de JK e faz um balanço acerca dos novos ministérios,
p.32-43 – J-J recebem no Catete.
Recepção do presidente às delegações estrangeiras.
Noite de gala no Palácio dos Cisnes.
Fotos do banquete a 140 autoridades.
O banquete foi o primeiro prato da oposição. Nota comentando que a oposição
questionou e criticou os custos das comemorações feitas pela posse de JK.
Nº. 201 – 25/02/1956
Política – Pedro de Andrade Gomes (p.16-17).
Notas diversas: O drama de Juscelino.
Comenta que devido às coligações feitas para sua eleição, JK não tem livre arbítrio na
escolha dos membros de seu futuro governo.
Juscelino por dentro:
Comenta o perfil de JK publicado na revista Time.
Nº. 202 – 03/03/1956
Política (p.30-31) Juscelino e a situação nacional: Difícil, mas não desesperadora.
Reproduz falas de JK sobre a economia do país, que se encontra em péssima situação
devido à inflação e ao rombo nos cofres públicos. JK diz que a única maneira de lidar
com isso é contendo os gastos. Programa de enriquecimento pela reestruturação.
Nº. 203 – 10/03/1956
Política (p.26) – Pedro Andrade Gomes.
Como vai o governo? JK é visto pela oposição e pelo situacionismo.
Vieira de Melo e Juraci Magalhães falam que no país não há legenda.
1º. Diz que JK é uma figura na presidência e que quem comanda realmente são os
ministros. Critica a escolha para os ministérios. Ironiza o plano de desenvolvimento.
98
2º. Declara que o governo conseguiu se acertar e que poderá, agora, lançar-se ao
encontro dos seus objetivos. Diz que JK tem energia e coragem para mudar o país.
Nº. 205 – 17/03/1956
O Brasil em manchete (p.4).
Flores na incerta de JK.
Comenta a visita, que deveria ser surpresa, ao SAM Serviço de Assistência ao Menor
- Declara que JK não consegue fazer surpresas às instituições e obras.
Nº. 206 – 24/03/1956
Política (p.16-17). Pedro Andrade Gomes.
Composição administrativa do governo Kubitschek
-relaciona os nomes e cargos do governo.
Nº. 208 – 14/04/1956
Editorial (p.b, p.3) Henrique Pongetti.
Vizinhanças - Comenta sobre os inconvenientes de ser vizinho do presidente. Explica o
motivo pelo qual se mudou para Copacabana. Declara que os ex-vizinhos querem a
volta de JK para o Catete, pois anda causando muito tumulto em Laranjeiras.
p.7 –Newton Carlos (reportagem) e Luis Pinto (fotos)
Juscelino e Jânio: novo J-J?
Relata o encontro de JK com JQ na cidade de Assis (S.P).
Política – Pedro de Andrade Gomes (p.16).
Como vai o governo? JK é visto pela oposição e pelo situacionismo.
Falam Oscar Corrêa e Sérgio Magalhães.
1º. Critica o Governo e a falta de atitude diante dos problemas econômicos e sociais.
2º. Declara que o governo está preparando o caminho para as futuras reformas.
Reforma Constitucional: O grande assunto do momento político
- lista os problemas encontrados por JK desde o inicio do governo e declara que a crise
agora se deve a reforma constitucional proposta por JK e que está servindo de motivo
para mais uma crise política.
p.46 JK foi ver o ballet do tri-campeonato. JK assistiu a vitória do Flamengo sobre o
América e a conquista do tri-campeonato carioca.
Nº. 209 – 21/04/1956
Política – Pedro Andrade Gomes (p.68).
Como vai o governo? Herbert Luiz. “O governo não tem política financeira”.
Nº. 210 – 28/04/1956
P.3-10 . Evandro C. Andrade (reportagem) e Luis Pinto (fotos).
JK rompe a cortina do petróleo
Visita de JK aos poços de petróleo da Amazônia.
Nº 212 – 12/05/1956
P.4 O Brasil em Manchete.
JK estreou no 1º. De maio.
Política (p.58). Juscelino sem Jango, mas com o salário mínimo:
JK declarou durante as comemorações de de maio que o salário mínimo será
aumentado em até 30 dias.
99
Como vai o governo?
Fernando Ferrari (deputado) declara que para o governo ir bem terá que fazer reformas
estruturais, como a reforma da constituição, além de controlar a inflação que, segundo
ele, é o que mais ameaça o governo.
Nº. 213 – 19/05/1956
Política – Pedro Andrade Gomes (p.28).
Governo e oposição:
Comenta e critica as atitudes tomadas pela oposição para dificultar o governo JK, e que
muitas vezes são contra o país, de forma cega,apenas para se opor contra o governo,
sem levar em conta ao que se opõem.
Como vai o Governo?
Deputado declara que apesar da fase difícil em que o país se encontra, JK é o homem
para agir e reestruturar o país.
p.64-65. Newton Carlos
Nova capital: só falta mudar.
Comenta que o projeto da nova capital está pronto, informa como será a cidade, onde
estará localizada, sua infra-estrutura, etc...
Nº. 214 – 26/05/1956
P.6-7 Célio Santos – JK despacha nas nuvens
Relata que JK, assim como prometera, viaja pelo país, ao invés de ficar apenas no
Catete. Comenta que JK despacha enquanto viaja.
Política – p.14 – Como vai o governo?
José Joffily declara que o governo vai bem em seus planos, principalmente no combate
a inflação, mas ressalta que a oposição é impiedosa. Diz confiar em JK.
João Sobrinho declara que o governo deve programar métodos urgentes de combate a
inflação. Diz que JK leva o país para a crise.
Nº. 215 – 02/06/1956
O Brasil em Manchete – p.5 - JK abre o jogo (de boliche).
JK joga boliche na inauguração da casa da Suíça.
Política (p.32-33) – Pedro Andrade Gomes –
Convocação branca do Presidente da Republica
- transcreveu algumas perguntas feitas ao presidente, pelos deputados, através da
revista.
Como vai o governo?
Ulysses Guimarães (deputado) Governo passa por sérias dificuldades, mas as superará.
Nº. 216 – 09/06/1956
Política p.34
Foto de JK discursando com legenda, declarando que agora a oposição reconhece JK
como presidente e que discorda somente de Lott como ministro do governo.
Como vai o governo?
Nestor Fost declara que confia em JK e que ele conseguirá estabilizar a economia apesar
da inflação.
P.48 – JK realizará, o clero vigiará.
Declara que o clero está de olho se JK cumprirá o que prometeu.
100
Nº. 217 – 16/06/1956
Política – Pedro Andrade Gomes – p.16-17.
Como vai o governo?
Cid Carvalho acha que apesar das dificuldades o governo vai bem.
Luis Vianna Filho declara que o governo prometeu e não pode cumprir, principalmente
devido as alianças, e que falta liderança.
Juscelino no Supremo.
Transcreve a fala de JK no Supremo Tribunal onde declara que não tolerará atentados
ao seu governo.
Nº. 218 – 23/06/1956
O Brasil em Manchete – p.4 –
Juscelino a favor de Lacerda (Jorge)
JK declara-se contra o pedido de anulação da eleição de Jorge Lacerda para governador
de Santa Catarina.
Política – p.17 – Como vai o governo?
Fellinto Muller declara que o governo está preparando o terreno para as mudanças, e
que ainda é cedo para comentar.
Nº.219 – 30/06/1956 (diagramação diferente)
Política (p.16-17) Pedro Andrade Gomes
Como vai o governo?
Bilac Pinto diz que o governo vai mal e que sua política financeira prejudica as massas
populares.
Foto de Juscelino discursando e legenda que diz que JK declarou que o Brasil deve estar
aberto ao capital estrangeiro sem medo de ser explorado.
Notas em tom melhor: Legalidade
Reproduz fala de Rondon Pacheco, que declara que a oposição deve esperar o governo
se desgastar por si próprio, ao invés de dar um golpe.
Nº. 220 – 07/07/1956
Editorial – Henrique Pongetti (p.3)
O Anarquista.
Relata a prisão de dois estrangeiros suspeitos de tramar contra a vida de JK, mas que
falharam devido à inquietação de JK, que não fica no Catete.
Política (p.62-63).
Contém nota onde Gustavo Capanema declara que não acredita que JK promoverá a
mudança da capital.
Como vai o governo?
Queiroz Filho (deputado) - Declara que o governo vai mal e está estagnado, envolvido
em seu próprio conflito por causa das alianças que fizera.
Nº. 221 – 14/07/1956
Política
Pedro Andrade Gomes (p.49).
Como vai o governo?
Martins Rodrigues – O governo vai bem e está preparando o terreno para as mudanças.
Nº. 222 – 21/07/1956
101
Política
Pedro Andrade Gomes (p.34-35).
O encontro JK e JQ
Como vai o governo?
Bruzzi de Mendonça diz que o governo vai mal e que cometeu um grande erro ao
submeter-se aos interesses dos empresários estrangeiros.
Nº.223 – 28/07/1956
Política.
Pedro Andrade Gomes (p.62-63).
Como a oposição guarda o governo
Declara que graças a inoperância da oposição, o governo se sustenta.
Como vai o governo?
Ernani Sátiro declara que o governo vai mal e não tem feito nada para modificar essa
situação.
JG substitui JK.
Foto e nota – JG substitui JK enquanto este está no Panamá.
Nº. 227 – 25/08/1956
Editorial
Henrique Pongetti (p.3).
Traça um perfil da imprensa brasileira e critica a sua ânsia por notícias más e a
vergonha por boas notícias.
Nº. 228 – 01/09/1956
O Brasil em Manchete (p.5).
Dia do soldado: Grão Cruz e fotos.
Nas comemorações do dia do soldado JK recebe o Grão Cruz.
P.67 – Manchete viu de perto o QG secreto de JK
Reportagem sobre a equipe formada por JK ministros, técnicos, e os presidentes do
BB e BNDE, para discussão de planos relativos ao desenvolvimento do Brasil, como
mostra a reportagem sobre o debate acerca do fornecimento de crédito para a compra de
tratores.
Nº. 229 – 08/09/1956
O Brasil em Manchete (p.4).
De volta a primeira dama
JK recebe a Dama. Esteve por três meses na Europa, acompanhando a filha Márcia,
para tratamento de saúde.
Política (p.32).
Como vai o governo?
Afonso Arinos declara que o governo vai mal e sofre com a carência de comando.
Nº230 – 15/09/1956
Política (p.32).
Como vai o governo?
Renato Archer diz que o governo está agindo, mas que os resultados dessas ações
poderão ser vistos depois de algum tempo.
Nº. 231 – 22/09/1956
102
Política (p.17).
Como vai o governo?
Ivete Vargas diz que o governo vai bem e que não vai melhor por causa da oposição
e da burocracia.
Nestor Duarte diz que vai mal e que se sustenta graças aos militares.
Nº. 232 – 29/09/1956
Faria de Azevedo (p.68).
JK a 100 Km para ver Três Marias.
Relata a visita de JK a Minas com o objetivo de conhecer o local da futura instalação da
barragem de Três Marias.
Nº. 233 – 06/10/1956
Política – Pedro Andrade Gomes - (p.16)
JK recebe e enfrenta jornalistas: jantar controverso.
Relata os bastidores do encontro.
Nº. 234 – 13/10/1956
O Brasil em Manchete (p.4).
JK deu início à mudança.
Início da construção de Brasília, através da nomeação de Israel Pinheiro para presidir a
Companhia Urbanizadora da nova capital.
Política (p.32).
Como vai o governo?
Miguel Leuzzi Governo vai bem e os alicerces para as mudanças estão prontos,
agora é necessário inicia-las.
Nº. 236 – 27/10/1956
Editorial – Henrique Pongetti – (p.3).
Brasília
Comenta o início da construção da cidade e declara como seria a sua Brasília.
Nº. 237 – 03/11/1956
Política (p.74).
Pedro Andrade Gomes.
Operações políticas.
Fotos com as seguintes legendas:
“JK+JG = governo JJ” ; “JQ+JT = Sucessão 1960” ; “Lott – Brigadeiro = Crise Militar”.
Como vai o governo?
Vai bem apesar dos problemas e afirma que , se JK conseguir construir Brasília, seu
governo será conhecido como um dos maiores do Brasil.
Nº. 238 – 10/11/1956
O Brasil em Manchete (p.4).
Niemeyer constrói no Brasil Central.
Inauguração da construção em Brasília, uma casa com 6 quartos para abrigar os
orientadores da obra.
Nº. 239 – 17/11/1956
P.74-77.
103
Uma democracia em 3 dimensões: O Cel. Nuno Canabarro explica o que é e o que
pretende a frente de Novembro.
- Com JK até o último homem (subitem).
Declara que a frente de Novembro apoiará JK enquanto este adotar uma política
desenvolvimentista.
Nº. 240 – 24/11/1956
Editorial – Henrique Pongetti – (p.3).
O Mangue é nosso.
Declara que as mudanças no Brasil podem ser vistas a olho nu, ainda mais pelos
estrangeiros, o que faz com que o sentimento nacionalista aflore.
Nº. 241 – 01/12/1956
O Brasil em Manchete (p.4).
As lembranças de novembro agitam o mundo político.
Comenta os fatos que seguiram a prisão do Cel. Canabarro, devido as declarações dadas
no 239 da Manchete. Também cita a proibição por JK de militares darem qualquer
declaração.
Nº. 242 – 08/12/1956
Política – Pedro Gomes – (p.30-32).
Ulisses Guimarães com a palavra: A oposição não pode exercer-se em nome do ódio.
Declaração que JK tem pouco apreço pelo Congresso, apesar deste agir conforme ele
pede.
Nº 243 – 15/12/1956
O Brasil em Manchete (p.4).
O Professor JK foi ver como vai Brasília.
JK foi a Maceió receber o título Honoris Causa” da Faculdade de Direito e a Brasília
vistoriar a obra.
Nº. 244 – 22/12/1956 (NOVA DIAGRAMAÇÃO)
Brasil em Manchete (p.5).
Espadim de ouro para JK
JK recebe o “Espadim Tiradentes” na Escola de Formação de Oficiais da Polícia
Militar.
Nº. 245 – 29/12/1956
O Brasil em manchete (p.4).
Juscelino condecora e é condecorado.
Nº.246 – 05/01/1957
P.22-25
1956 um ano de tensão política
Refere-se ao ano conturbado politicamente, os problemas enfrentados por JK e as
perspectivas para 1957, onde se espera um avanço substancial das metas de JK (contém
retrospectiva dos fatos que marcaram cada mês de 1956).
104
Nº. 247 – 12/01/1957
O Brasil em Manchete (p.3)
JK na Amazônia: regime consolidado
Reproduz a fala de JK na Amazônia, onde declara que o 1º. Ano de seu governo foi para
consolidar a pacificação política e que agora o Brasil seguirá para o desenvolvimento.
Nº. 249 – 26/01/1957
O Brasil em Manchete.
Mão forte para JK.
Inauguração do cais Marcílio Dias, em Porto Alegre, r JK, que quase cai no rio
Guaíba ao desembarcar.
Nº. 250 – 02/02/1957
“Venci porque nunca tive medo” (p.10-11).
Traça um perfil de JK e sua família.
Entrevista sobre o governo e seus planos (p.12-13).
Como vemos JK: depoimento de Geraldo Carneiro, encarregado de... (p.14-17).
Fala da rotina de JK.
Depoimento de José Moraes, secretário de imprensa.
Fala da personalidade de JK, sua simpatia, amabilidade, paixão pelo Brasil, vigor físico,
etc.
Nº251 – 09/02/1957
Brasil em Manchete (p.4).
“Virginia deu show sem JK”
Relata que o presidente faltou a uma comemoração oferecida por seu 1º. Ano de
governo, com show da cantora Virginia Lane.
As classes produtoras homenageiam.
Banquete oferecido pelas classes produtoras nacionais a JK.
Nº. 256 – 16/03/1957
O Brasil em manchete (p.4-5).
JK e o coração artificial.
Relata que JK assistiu a primeira intervenção cirúrgica feita no Brasil por médicos
americanos, que utilizam um coração artificial.
Nº. 257 – 23/03/1957
O Brasil em Manchete (p.4-5).
Encontro de presidentes.
JK encontra-se em Santana do Livramento, com o presidente uruguaio Arturo Lezama
JK recebe os artistas.
JK recebe atrizes de Hollywood.
Nº. 260 – 13/04/1957
O Brasil em manchete (p.6-7).
Cartier (com JK ) viu Brasília.
JK recebeu o repórter francês Raymond Cartier e o levou para ver as obras de Brasília.
105
Nº. 261 – 20/04/1957 (Nova diagramação na capa).
Nº. 264 – 11/05/1957
P.8-9 Brasília: segunda primeira missa.
Retrata a 1ª. Missa realizada em Brasília.
Nº. 266 – 25/05/1957
O Brasil em manchete (p.4-5).
JK, libertador.
JK é condecorado pelo governo venezuelano com o “Colar da Ordem do Libertador”.
Nº. 268 – 08/06/1957
O Brasil em Manchete (p.4-6).
JK e o cinema: protetor.
JK recebe propostas da Comissão Federal de Cinema para incentivar o florescimento da
indústria nacional.
Nº. 269 – 15/06/1957
Várias imagens de JK com o presidente português Craveiro Lopes, mas nenhuma
reportagem sobre JK.
Nº. 270 – 22/06/1957
JK foi recebido em sua própria casa (p.60-66).
O presidente português, Craveiro Lopes, recebeu JK no Palácio Laranjeiras (cedido a
este pelo presidente para sua estada no Rio), para um banquete.
Edição Especial – 30/06/1957
Edição especial sobre a visita de Craveiro Lopes ao Brasil.
Contém muitas fotos com JK.
Nº. 272 – 06/07/1957
JK teleguiado em Fernando de Noronha
Visita de JK a Fernando de Noronha.
Nº. 276 – 03/08/1957
Nahum Sirotsky (diretor redator-chefe).
Conversa com o leitor (p.11).
Diz que JK recebeu de Adolpho Bloch a nova Manchete e ponderou: “É uma revista que
poderemos apresentar ao mundo”.
Nota interessante pois trata de como a revista está se modernizando.
Nº. 277 – 10/08/1957
O Brasil em Manchete (p.14-15).
JK presta conta de seu governo: 18 meses
Nº. 278 – 17/08/1957
Nahum Sirotsky – Conversa com o leitor (p.13).
Declara que a revista apóia as palavras de Oswaldo Aranha sobre a situação do país:
“Não sei desde quando dizem que marchamos para o desastre, enquanto, na verdade,
caminhamos sempre para frente”; e que está confiante no futuro do país.
106
O Brasil de amanhã na palavra dos representantes de todas as correntes de opinião
enquête de Niwton Carlos (p.20-24).
Falam:
General Lott; Senador Juraci Magalhães; Gustavo Corção; Deputado Vieira de Melo;
Deputado Raul Pilla; Plínio Salgado; Deputado Carlos Lacerda; Mário Pedrosa;
DeputadoBatista Ramos.
Nº. 279 – 24/08/1957
Nahum Sirotsky – Conversa com o leitor (p.11).
Traça um novo perfil da revista (agora é nacional e não apenas carioca), e fala dos
objetivos dessa nova fase.
Nº. 284 – 28/09/1957
O Brasil em Manchete (p.12).
JK abre a maior mostra de arte do século: A Bienal.
JK inaugura a IV Bienal de Arte Moderna de São Paulo.
Nº. 287 – 19/10/1957
O Brasil em Manchete (p.30).
O “trailer” da sucessão: desponta a chapa Lott-Jango.
Reúne no almoço de aniversário de Armando Falcão toda a base do governo: Lott,JK.
Jango, Tancredo, Ulisses, Alkimin...
Nº. 290 – 09/11/1957
JK na Remington Rand: Prossigam sua tarefa.
JK inaugura a 1ª. Fábrica de máquinas de escrever no Brasil, o que segundo dados,
reduzirá gastos com as importações.
Nº. 291 – 16/11/1957
O Brasil em Manchete (p.62-63).
O governo janta em família sem casaca e sem protocolo.
Relata o jantar na casa de Cunha Melo que contou com a presença de JK.
Nº. 292 – 23/11/1957
Posto de escuta (p.18).
Nota declarando que Ademar de Barros não acreditava na posse de JK, depois que seu
governo não duraria 6 meses, e que agora desinteressa-se pela indicação do ministro do
PSD.
Nº. 293 – 30/11/1957
Gil Pinheiro, Jankul, Carlos Kerr e Nicolau Dru (p.14).
JK entrou na era supersônica.
JK voa acima da velocidade do som junto com esquadrilha americana.
Nº. 296 – 21/12/1957
Posto de Escuta (p.72).
Nota dizendo que JK mostrou entusiasmo com a idéia do deputado Bastos B... de tornar
obrigatório o ensino da Constituição nos quartéis militares.
107
Nº. 297 – 28/12/1957
O Brasil em Manchete (p.66-67).
Na capital de amanhã as saudades de ontem.
JK reúne-se na futura capital com sua antiga turma de faculdade em comemoração aos
30 anos de formatura. Durante o encontro mostrou as obras de Brasília.
Nº. 298 – 04/01/1958
Nahum Sirotisky – Conversa com o leitor.
Comenta reportagem publicada na revista, onde oposição e situação dão opinião sobre o
ano de 57.
Declara que não há motivos para pessimismo e que o país caminha para dias melhores.
Murilo Melo Filho
Vieira de Melo (governo) analisa 57: otimismo, progresso e esperança.
Afonso Arinos (oposição) vê o ano de 57: desconfiança, desalento e opressão.
Critica a estrutura do governo e o pedido de empréstimo para controle inflacionário e
ataca o presidente.
Henrique Pongetti (p.29).
O tempo e o obelisco.
Tece comentários sobre as mudanças que estão ocorrendo no Brasil e no mundo, e
declara que está vivenciando o começo de uma nova era.
Nº. 299 – 11/01/1958
P.50-51 – Umas e outras, rindo.
Seqüência de fotos de JK com a seguinte legenda:
“Realmente impagável haver gente que não acredita em Brasília. Só mesmo rindo, rindo
às gargalhadas, rindo até quase as grimas. E em Brasília o que é melhor, vendo a
cidade brotar do chão com a rapidez de um cogumelo, mas por um milagre devido à
terrível vontade dos homens de fé”.
Nº. 302 – 1º/02/1958
Murilo Melo Filho (p.10-17).
JK sopra duas velinhas no bolo da legalidade.
Comenta as metas de JK para cada área e informações sobre o que fora prometido e
como está. Entre os assuntos abordados está a educação, malha rodoviária e ferroviária;
Brasília, economia, etc.
Posto de Escuta (p.21).
JK fará inúmeros programas na TV para informar a população sobre suas realizações.
Nº. 303 – 08/02/1958
Posto de Escuta (p.15).
Informa que JK está fazendo curso de teatro para aprimorar suas apresentações na TV.
O Brasil em Manchete (p.20-21).
Na Pampulha cheia de gente, JK paga promessa; uma promessa feita aos belo-
horizontinos.
Nº. 310 – 29/03/1958
O Brasil em Manchete (p.16-17).
José Moraes morreu e JK levou flores.
108
JK compareceu ao enterro do jornalista e seu secretário, José Moraes.
Nº. 313 – 19/04/1958
Umas & Outras (p.64).
O pioneiro dos pioneiros.
JK almoçou no 1º estabelecimento comercial de Brasília.
Nº. 317 – 17/05/1958
Posto de Escuta (p.32).
Informa que JK ganhou um automóvel de fabricação nacional, mas doou-o à frota do
Palácio do Catete.
Nº. 320 – 07/06/1958
JK ok? (p.18).
Pesquisa IBOP para avaliar o governo. Resultados:
- Bom, porém, não concordam com a mudança da capital; as viagens são necessárias; o
custo de vida não baixará e os preços não se estabilizarão.
Nº. 321 – 14/06/1958
O Brasil em Manchete (p.71).
Organizações religiosas de imigração vão ao Presidente JK.
JK é homenageado pelas organizações religiosas Israelita, Católica e Protestante.
Nº. 323 – 28/06/1958
Rosa Cases; Jankiil (p.24-31).
Kubitschek: uma família muito feliz.
Entrevista com D. Sarah, onde esta fala da família e das “Pioneiras”.
Murilo Melo Filho; Gervásio Batista (p.33-37).
Ike e JK no eixo Washington-Rio.
Declara que o governo americano e brasileiro estão trocando correspondências com o
intuito de se aproximarem mais e no futuro planejam realizar a integração Pan-
americana.
Nº. 324 – 05/07/1958
Conversa com o leitor - Nahum Sirotsky - (p.5).
Traça um perfil da atual situação do país e da gênese do desenvolvimento durante a
Guerra, mas sem desenvolver-se no plano administrativo. Conclui que os dirigentes
devem favorecer a inteligência e por isso a escola deve ser valorizada, já que ela
formará os futuros “donos” do país. (p.12).
Anuncio de ar-condicionado (fabricados no Brasil) com o slogan:
“A meta que JK esqueceu”.
Murilo Melo Filho; Carlos Kiir (p.86-89).
“O Brasil vai bem, obrigado”.
Entrevista de Oswaldo Aranha, onde este declara apoio as ações governistas e que
acredita que o Brasil será uma das 3 potências do mundo em alguns anos.
Nº. 325 – 12/07/1958
Posto de Escuta.
109
JK convidou Lucas Lopes para substituir José Maria Alkimin como ministro e o convite
foi aceito.
JK coloca máscara, assim que chega em Brasília, para evitar a poeira, mas acabou
ganhando o apelido de “o mascarado”.
Canaã paralelo 20 (p.70-75).
Reportagem sobre o andamento das obras de Brasília.
Nº. 326 – 19/07/1958
Posto de escuta (p.14-15).
JK não gosta de ser fotografado sem paletó
Os primos pobres de Canaã (p.30-34).
Fala das cidades no entorno de Brasília.
P.69 Uma reportagem sobre a conquista da copa, encontramos a seguinte manchete
com cinco fotos:
“JK, o torcedor nº. 1, vibrou com a rapaziada”.
Nº. 327 – 26/07/1958
Nahum Sirotsky
Operação Pan-americana: base de luta contra a pobreza e o avanço vermelho.
Fala dos planos de JK para a integração pan-americana que ele tenta articular.
Nº. 330 – 16/08/1958
Posto de escuta
JK não quis falar com argentinos sobre possíveis acordos petrolíferos.
Nº. 331 – 23/08/1958
Conversa com o leitor – Nahum Sirotsky – (p.5).
Diz que a “Declaração de Brasília” assinada por Brasil e EUA, é uma vitória para a
América Latina, uma vez que os EUA só vencerão a Rússia com o apoio latino.
Ike frente a frente (p.22-24).
Entrevista onde declara que as cartas de JK demonstram profundo interesse na
integração continental.
Nº. 332 – 30/08/1958
Conversa com o leitor – Nahum Sirotsky – (p.5).
Declara confiança no futuro do país e que acredita no pleno desenvolvimento apesar das
dificuldades.
Posto de Escuta (p.16).
Diz que JK pediu empréstimo a Foster Dulles (representante do governo americano)
para auxiliar a Petrobras, no entanto, o pedido foi negado sob o pretexto de que assuntos
relativos ao petróleo devem ser tratados com empresas particulares.
Henrique Pongetti (p.58).
“Uma azeitona para a nossa empada”.
Fala da tradição brasileira de iniciar e não terminar obras, de inaugurar sem estar pronto
e questiona se acontecerá isso com Brasília, e ainda se o sucessor de JK fará uma obra
maior ainda.
110
Nº. 333 – 06/09/1958
O Brasil em Manchete (p.36).
“O maior túnel contínuo”.
JK inaugura no Rio o maior túnel contínuo da América do Sul, que levará água do Rio
Guandu até a Zona Sul.
Nº. 336 – 27/09/1958
Posto de escuta (p.14).
Declara que JK pediu ao Presidente da Itália que faça propaganda do café brasileiro em
seu país.
Nº. 337 – 04/10/1958
Conversa com o Leitor – Nahum Sirotsky – (p.5).
Nahum se despede da direção da revista e faz considerações acerca da revolução da
Manchete.
JK liberou Machado de Assis (p.76-80).
JK aprova parecer que diz que as obras de Machado de Assis estão em domínio
público.
Umas & outras (p.33). Luís Lobo.
Contém a seguinte foto: Juscelino ao lado do pianista Bené Nunez: “Não sei quem
inventou essa história de Peixe Vivo”. A música que eu mais gosto é “Conceição”.
Nº. 338 – 11/10/1958
Conversa com o Leitor (p.5).
Editores da revista falam sobre a evolução desta e sobre sua nova sede, seus planos, etc.
Terminam o editorial com a seguinte frase: “Desculpem os pessimistas, mas nos
acreditamos no Brasil”.
Nº. 339 – 18/10/1958
Um nome em Manchete (p.7).
Francisco Negrão de Lima.
Tece comentários sobre a operação Pan-americana, e elogia o dinamismo com que JK
trata do assunto.
Posto de Escuta (p.72).
Denominação dada por intelectuais mineiros a JK: “Ícaro de Diamantina”.
Nº. 340 – 25/10/1958
Márcia, a debutante (p.32-34).
Comenta como será a festa de aniversário da filha mais nova de JK, Márcia, e traça um
perfil desta.
Paulo Mendes Campos
Viagem ao Amazonas (p.41).
Narra a viagem que JK fez a Manaus e outras cidades do Amazonas.
Os números 341 a 349 encontram-se em processo de microfilmagem.
Nº. 350 – 03/01/1959
Um nome em Manchete (p.5).
Geraldo Magella Pires de Mello.
111
Comenta que o país precisa investir na estrutura para que não falte matéria prima para o
seu desenvolvimento.
Nº. 352 – 17/01/1959
Ponto de Escuta (p.12-13).
“Sobremesa predileta do Sr. Juscelino Kubitschek: jabuticaba”.
Nº. 353 – 24/01/1959
JK preside cerimônia medieval no Sí. (p.72-73).
Nº 355 – 07/02/1959
Murilo Melo Filho (p.6-11).
Terra, mar e ar nas metas de JK.
Balanço dos três anos de governo JK.
Nossos presidentes nas canções de carnaval (p.70-75).
Mais 5 letras de músicas sobre JK.
Nº. 360 – 14/03/1959
Um nome em manchete - (p.5).
Comenta que o Brasil, graças ao seu presidente, está evoluindo e projetando um futuro
melhor.
Comida não é luxo: JK manda conter (p.6-11).
O congelamento dos preços foi a indicação adotada por JK para conter os efeitos da
inflação.
Nº. 361 – 21/03/1959
Henrique Pongetti (p.21).
O Presidente JK e a meta-pão.
Tece comentários sobre a inflação, elogios a JK, mas adverte que a inflação deve ser
combatida com severidade, pois ela age como o câncer, enraizando-se e espalhando-se.
Nº. 363 – 04/04/1959
JK na Argentina: panorama visto do quarto (p.58-61).
Retrata as boas condições da embaixada brasileira na Argentina e a espera pela visita de
JK, que já foi adiada duas vezes.
Nº. 364 – 11/04/1959
Posto de Escuta (p.12-13).
Nº. 366 – 25/04/1959 (nova diagramação)
Anuncio p.93.
As Companhias Aéreas Reunidas (REN, PANAIR, LOIDE AEREO e SADIA),
resolveram baixar seus preços em até 40% em apoio a política de JK.
Nº. 367 – 02/05/1959
Posto de Escuta (p.14-15).
Nota na qual se atribui frase de JK à D.Sarah, onde este diz querer imitar Rodrigues
Alves, que foi eleito presidente por 2 vezes.
Novamente a propaganda das Companhias Aéreas Reunidas.
Nº. 369 – 16/05/1959
112
O Brasil em Manchete (p.12-13).
Primeiro posto de gasolina em Brasília.
JK inaugura o 1º posto de gasolina de Brasília, pertencente a transnacional ESSO.
Posto de Escuta
Ao saber que JK operaria a vesícula do locutor Carlos Frias, o deputado Nestor Duarte
declarou:
“Como presidente, o tolero. Como médico não lhe entregaria o meu calo do mindinho”.
Nº. 370 – 23/05/1959
Mais cinco anos para JK. (p.66-68). Murilo Melo Filho.
Entrevista com o deputado Maurício de Andrade, um dos grandes defensores de uma
emenda constitucional que permita a reeleição.
Seu argumento é que somente quem iniciou o Plano de Metas pode levá-lo adiante.
Nº. 372 – 06/06/1959
O Brasil em manchete (p.36).
JK e Sukarno: Brasília.
Em recepção ao presidente indonésio, Sukarno, JK o condecorou com o colar Grande
Ordem do Cruzeiro do Sul e falou sobre Brasília.
Nº. 376 – 04/07/1959
Posto de Escuta (p.22-23).
Diz que existem três homens com quem JK se aconselha e conversa na intimidade:
Geraldo Carneiro e Autran Dourado.
Caio de Freitas (p.68-72).
Juscelino fala e o Brasil anda.
Mini biografia de JK.
Nº. 377 – 11/07/1959
Posto de Escuta (p.8-9).
Os líderes do PSD consideram imprescindível que JK entre na campanha eleitoral ao
lado de Lott.
Nº. 378 – 18/07/1959
Na hora “H” da sucessão.
Governadores emitem opiniões sobre os prováveis candidatos: Lott e Jânio.
O Brasil em manchete (p.28-29).
JK, Miss e Orfeu.
JK recebe a Miss Brasil, Vera Ribeiro, os atores do filme “Orfeu Negro” e Vinicius de
Morais, autor do longa.
Nº. 379 – 25/07/1959
O Brasil em Manchete (p.27).
Rádio e Revista
Artistas da Rádio Nacional visitam as oficinas gráficas da Manchete em Parada de
Lucas.
Os automóveis assombram o Brasil (p.86-89).
O crescimento das montadoras fez o Brasil chegar em quatro anos a um patamar que os
EUA demoraram 50 e o Japão 30 anos.
113
Nº. 381 – 08/08/1959
O Brasil em Manchete (p.76-77).
Adeus às armas
Cerimônia em que o Coronel-médico JK de Oliveira é reformado em sinal de
reconhecimento por excelentes serviços prestados.
Nº. 382 – 15/08/1959
Posto de Escuta (p.8-9).
Cassiano Ricardo, autor de Marcha para o Oeste, entregou um exemplar de seu livro a
JK e declarou que o autografara para o bandeirante de Brasília.
O Brasil em manchete (p.86).
Marlene e JK se entenderam em francês.
JK recebe Marlene Dietrich.
Nº. 384 - 29/08/1959
Posto de Escuta (p.9-10).
JK visitou Villa-Lobos no hospital, o que segundo a revista, é uma demonstração de
apreço aos artistas e intelectuais.
Nº. 385 – 12/09/1959
O Brasil em manchete (p.77).
JK no Rotary de São Paulo.
JK discursa no almoço do Rotary Club.
Nº. 387 – 19/09/1959
A capital da esperança (p.20-37).
Reportagem fotográfica sobre Brasília. O que ela será e o que representa.
O Brasil em Manchete (p.78).
Isto é um dia do Presidente.
Tece referências ao costume de JK madrugar e trabalhar até altas horas, mas sempre de
bom humor, cumprindo suas obrigações e atendendo a todos.
Nº. 388 – 26/09/1959
Em que pé se encontram as 30 metas de JK (p.83-89).
Nº. 389 – 03/10/1959
Ensaio fotográfico realizado em Brasília (página central).
Modelos posam nas ruas e obras de Brasília.
Nº. 390 – 10/10/1959
Posto de escuta (p.8-9).
Diz que JK ficou muito chateado com as vaias recebidas no Jockey Club de São Paulo.
A viagem maravilhosa de Márcia e Maristela (p.16-18).
Entrevista sobre a viagem de cinco meses das filhas de JK à Europa e Estados Unidos.
Brasília: operação mudança.
Reportagem sobre a situação das obras do conjunto residencial de Brasília.
114
Nº. 396 – 21/11/1959
Por que denunciei Brasília.
Deputado faz denuncias contra superfaturamento e roubos em Brasília.
Nº. 397 – 28/11/1959
A Condessa que se fez jornalista (p.74-75).
Entrevista com a Condessa Pereira Carneiro, responsável pela reestruturação do JB.
Nº. 398 – 05/12/1959
Franceses debatem Brasília (p.102-103).
Relata alguns comentários sobre Brasília em um debate organizado pela imprensa
francesa.
Nº. 400- 19/12/1959
A rebelião de Aragarças (p.6-16).
Os rebeldes esperavam prender JK em Belo horizonte.
*reportagem fotográfica.
Nº. 402 - 02/01/1960
Perfil de 1959 (p.54-59).
Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Destaca a perseverança de JK em construir Brasília e cita aspectos positivos (Furnas,
Belém-Brasília, indústria) e negativos (inflação, desabastecimento, agricultura) de seu
governo em 1959.
Nº. 404 – 16/01/1960
Murilo Melo Filho (p.66-67).
1960: Novas eleições, novo governo, nova capital.
Perspectivas do ano político segundo o autor:
O ano será de Brasília, as eleições ficarão em segundo plano até para o presidente.
Traça um panorama de como serão as eleições através da análise de seus concidadãos.
Nº. 405 – 23/01/1960
Rio: capital do Brasil há 197 anos, qual será novo destino? (p.6-13).
Comenta como está a cidade e o que espera do futuro.
JK recebe Ike (p.28-29).
Descreve como será a visita do presidente americano ao Brasil, no final de fevereiro.
Murilo Melo Filho (p.66-68).
O lado humano da operação mudança.
Relata como está sendo preparada a mudança dos funcionários públicos federais para
Brasília.
Nº. 406 – 30/01/1960
Três candidatos no raio X. (26-27).
Raio X de Ademar de Barros, Lott e Jânio.
O Brasil em Manchete (p.28).
Baretta nacional de ouro para JK.
Jk recebe 1ª espingarda Baretta inteiramente fabricada no Brasil.
115
Nº. 407 – 06/02/1960
Brasil e México num só ideal (p.6-9).
Visita do presidente mexicano Lopes Mateos ao Brasil.
JK condecora o presidente mexicano com o Grande Colar do Cruzeiro do Sul e é
condecorado com o Grande Colar da Ordem Asteca.
JK presta contas (p.30-73).
Entrevista e reportagem fotográfica.
IBOPE sonda e Manchete revela quem ganharia hoje.
Pesquisa IBOPE para a corrida presidencial.
Nº. 408 – 13/02/1960
Conversa com o leitor (p.3).
Ressalta a repercussão do último nº. da revista que trouxe uma entrevista de 44 páginas
com JK e o quanto este, agradeceu a Adolpho Bloch o apoio quando recebeu de suas
mãos a revista.
O editor, Justino Martins, ressalta novamente o compromisso da revista com o
desenvolvimento e a atitude positiva.
Segunda descoberta do Brasil (p.6-13).
Reportagem fotográfica sobre Brasília e a rodovia que liga o futuro DF à Belém.
Três vices em carne e osso (p.70-71).
Raios-X de três candidatos a vice-presidência.
Nº. 409 – 20/02/1960
Brasil de JK (p.16-31).
Reportagem sobre as realizações de JK no setor rodoviário. Destaque para a Belém-
Brasília e a Rio - Brasília.
Posto de Escuta (p.32-33).
Em inauguração de um túnel, Abelardo Juruna diz a JK: “Presidente, V. Exa. Acaba de
varar não apenas um morro, mas também o coração da UDN”.
Explicação: Copacabana é reduto da UDN.
Nº. 410 – 27/02/1960
JK: a estrela sobe (p.86-87).
Fala de como JK enfrentou dificuldades em seu governo e como conseguiu vence-las;
como sua estrela ofuscou e ofusca a dos outros, mesmo em ano eleitoral.
Nº. 411 – 05/03/1960
Conversa com o leitor (p.5). Justino Martins.
Ressalta as qualidades de Ike e JK como chefes de Estado.
A escola e a indústria nas metas de JK (p.70-72).
Planos de uma escola técnica em São Bernardo do Campo com a finalidade de abastecer
a indústria com profissionais qualificados.
Nº 412 – 12/03/1960
Márcia e Maristela puxaram o cordão. p. 24 e 25.
Henrique Pongetti – Monólogo diante de IKE. p. 41.
Capa: IKE conquistou o Brasil. p.50.
Nº. 414 – 26/03/1960
Posto de Escuta.
116
Os primeiro 60 automóveis que sairão da Fábrica Nacional de Motores com o nome
“JK” o acompanharão na inauguração de Brasília.
D. Sara caiu do céu (p.60-69).
Dona Sara visita ações sociais das “Pioneiras”.
Nº. 415 – 02/04/1960
Posto de Escuta.
“O Sr. JK irá a Portugal em junho. Na volta pretende submeter-se a um severo
tratamento médico...”.
P. 24 reportagem com fotos em página dupla: “Vou-me embora pra Brasília: o
problema da mudança”.
P. 32 – “O Brasil não pode parar: FURNAS”.
Reportagem de Ivan Alves, fotos de Jader Neves sobre FURNAS informando que será a
maior usina da América do Sul e uma das maiores do mundo. Fotos de JK “alvo de
carinhosa manifestação popular em Furnas”. JK é cumprimentado pelo povo.
“Furnas marcará época e consagraria qualquer governo”.
Nº. 416 – 09/04/1960
Capa: Brasília: o despertar de uma nação.
O Catete já é museu.
Reportagens: Brasília já é capital. P. 6;
Brasília em sociedade p. 14;
Catete vira museu. P. 58.
Nº. 417 – 16/04/1960
Capa: Todos os caminhos levam a Brasília.
Reportagens: A pé para Brasília. p. 14;
Show de Brasília. p. 52;
O Senado de malas prontas. P.58.
Posto de Escuta, p. 20 – Quando resolveu transformar o Palácio do Catete no Museu da
República, JK telefonou para o escritor Josué Montello, que vai dirigi-lo:
“Josué, pode vir tomar conta. A casa é sua”. E o escritor: “Só mesmo assim, Presidente,
eu poderia sucede-lo nesse Palácio”.
21/04/1960 Edição Especial.
Brasília: edição histórica.
Informações completas sobre a inauguração de Brasília.
Nº. 418 – 23/04/1960
Capa: Brasília na hora zero.
Reportagem: Brasília: hora zero. P. 24.
Nº. 419 – 30/04/1960
Capa: Brasil capital Brasília: a maior reportagem sobre o Distrito Federal.
Reportagem: Nova era: Brasília. p.6. “Cinematografistas do mundo inteiro disputam os
melhores ângulos de Brasília”.
Brasil capital Brasília. p. 34.
117
Manchete Especial
Edição especial Jk Awakes the giant - o editorial justifica essa publicação especial
dizendo que alguns números anteriores haviam tido uma procura muito grande, tendo os
exemplares alcançado valores altos em certos lugares do país. Neste sentido a revista
recebeu um grande volume de pedidos dos referidos números (nº 407-408-409),
decidiram então fazer esta edição especial contendo os artigos mais comentados destes
números, os quais tratam justamente do desenvolvimento do Brasil no governo JK,
sendo a capa inclusive deste presidente como o responsável por acordar o gigante.
O editorial diz ainda que esta edição teve uma tiragem de mais de 200 mil exemplares
sendo estes em português e em inglês. O que o editorial não fala é que a edição especial
foi lançada à ocasião da visita do presidente dos EUA, Eisenhower, ao Brasil. Esta
edição foi na verdade um instrumento de divulgação do Brasil e de propaganda do
governo de Juscelino.
Nº. 420 – 07/05/1960
Capa: Brasília Ano I: a reportagem do século.
Reportagem: Brasília ano I. p.8.
Inauguração, missa à meia-noite. P.10.
Aeronáutica abre a parada. P. 12.
Candangos marcham com os soldados. P. 14.
Fogos de artifício no céu de Brasília. p. 16.
E o Presidente chorou. P. 20.
Primeira reunião do Congresso. P.26.
O grande baile. P.28.
O novo Brasil. P. 36
(Todas as reportagens com muitas fotos).
Nº. 421 – 14/05/1960
Um dia de JK. P. 24.
Reportagem de Murilo Melo Filho, fotos de Jader Neves.
“Na cidade-livre, os operários abraçam-se com ele”.
“Eu também sou candango”.
Nº. 422 – 21/05/1960
Brasília bucólica: nova cidade, vida nova.
Reportagem de Murilo Melo Filho e fotos de Jader Neves.
Nº. 423 – 28/05/1960
Capa: Brasília: a palavra de ordem vem do Planalto.
Reportagens: JK rumo a Bananal. P.6.
Nº. 424 – 04/06/1960
Capa: Sete dias em Brasília.
Reportagens: 7 dias na capital. P.24.
Em Brasília a escola é diferente. P. 30.
118
Nº. 425 – 11/06/1960
Brasília vista por Raymond Cartier. P. 74.
“Raymond Cartier diz: Brasília talvez mude a face do mundo”.
“Ninguém melhor que Raymond Cartier poderia fixar o impacto da construção de
Brasília no estrangeiro. Está no Paris Mach em circulação, este artigo do famoso
comentarista na capital francesa. É uma opinião abalizada que Manchete se apressa em
levar aos seus leitores”.
Nº. 426 – 18/06/1960
Capa: Juscelino e Jango: entrevistas exclusivas.
Brasil em manchete – A catedral sem andaimes. p..67.
Nº. 428 – 02/07/1960
Em Brasília, o aeroporto do século. p.64.
Nº. 430 – 16/07/1960
Juscelino: cacique dos Carajás. p.74.
Nº. 431 – 23/07/1960
A Bahia recebe JK. p. 74.
Nº. 433 – 06/08/1960
Uma noite em Brasília. p.14.
Nº. 434 – 13/08/1960
JK e JQ em manchete. p.70.
O presidente JK congratula-se com Adolpho Bloch pela inauguração da sucursal de
Manchete em Brasília.
Nº. 435 – 20/08/1960
Capa: Portugal aclama o infante JK.
“JK, ao lado do presidente Américo Tomás, atravessa Lisboa”.
Reportagem: O Infante JK. p.10.
Murilo Melo Filho: “Assisti Lisboa aclamar vibrante de emoção o infante JK”.
Encontro de Salazar com Juscelino. p.17.
Portugal em continência a JK. p. 18.
O coração de Portugal bate pelo Brasil. p. 28.
“Toda Lisboa veio para as ruas aclamar o presidente JK, que se emocionou até as
lágrimas em várias ocasiões do trajeto”.
Nº. 436 – 27/08/1960
Portugal abraça JK. p.10.
Nº. 437 – 03/09/1960
Capa: Como ficará o Brasil depois de JK? p.10
119
“Murilo Melo Filho provoca importante debate entre oposição e governo sobre como
ficará o Brasil depois de JK”.
Nº. 438 – 10/09/1960
JK salvou a cidade-livre.
“No meio de casarios desativados e rudes, enquanto o asfalto avança, a poeira recua”.
Informações sobre a urbanização da cidade-livre em Brasília.
Nº. 440 – 24/09/1960
Capa: JK apaga 58 velhinhas.
Brasília no dia da Independência. p. 10
Reportagem sobre as festividades de comemoração do 7 de setembro em Brasília.
O aniversário do presidente. p. 22.
“Juscelino, meigo, envolveu D. Júlia, sua mãe, nas homenagens que lhes prestavam”.
Nº 441 – 01/10/1960
Capa: Recife ouviu JK
Reportagem: Pernambuco adotou JK. p.10.
Nº. 442 – 08/10/1960
Capa: Quem será o candango? Ademar, Jânio, Lote.
Nº. 443 – 15/10/1960
Capa: JK: o voto da legalidade.
Foto de JK de corpo inteiro votando.
Reportagem: Eleições – Meta 31: Juscelino a todos garantiu a liberdade de eleger e ser
eleito.
“Chega ao fim do mandato com unânime respeito”. p.12, 13.
Nº. 446 – 05/11/1960
Capa: Exclusivo – Sensacional pronunciamento de JK. p. 10. Entrevista.
Conversa com o Leitor. p.6.
Foto de JK com Murilo Melo Filho – Encontro em Brasília.
Nº. 450 – 03/12/1960
Homenagem de “O Cruzeiro” a JK. p. 85.
Nº. 451 – 10/12/1960
Márcia e Maristela doutoras em “society”. p.43.
Reportagem sobre as filhas de JK.
Nº 453 – 24/12/1960
JK: mensagem de natal. p. 90.
Brasília: Academia sem fardão. p. 93.
120
Nº. 454 – 31/12/1960
Paes de Almeida, o tesouro de JK. p.65.
Nº 455 - 07/01/1961
Colhendo frutos: na “Conversa com o leitor” a revista colocou uma foto de JK ao fundo
para justificar imagem do cartão de final de ano que foi da efígie de Brasília.
“Em 1961 os goianos elegerão: O Senador JK” p.28-29. (fala da candidatura de JK para
o senado e da popularidade com que encerrara seu mandato).
Nº 456 - 14/01/1961
“JK cidadão de Goiás” p.44. (boa foto de JK com o diploma honorífico de cidadão
honorário de Goiana)
nº 457 (21/01/1961)
“JK inaugura Orós” – manchete na capa mas sem fotos de JK. A matéria no interior da
revista tem a seguinte manchete “Orós um mar no deserto”, representa um feito de JK
que tomou caráter quase de um milagre. Mesmo sem aparecer uma foto de Juscelino sua
imagem se faz presente, seu nome é o de maior destaque na matéria.
Nº 458 (28/01/1961) – RELEITURA DO GOVERNO DE JK
Capa – “JK missão cumprida” (boa foto)
Na “Conversa com o leitor” JK aparece com uma máquina fotográfica na mão e com
legenda dizendo que ele é amigo da imprensa.
“Missão cumprida” – boa imagem de JK na inauguração da barragem de Três Marias.
Boa foto de JK relacionada às rodovias que construiu. Muitas fotos: de Brasília; de JK e
Jânio; JK sorrindo com legenda “Missão Cumprida”; pq. foto de JK assediado pelo
povo; várias fotos de construções realizadas por JK (refinaria de Duque de Caxias);
fotos de fabricação de carros.
Nº 459 (04/02/1961)
Capa Jânio assume o comando (fotos de um presidente muito popular)
“JK em Manchete” ótima foto com manchete e imagem de JK abraçando Adolpho
Bloch p.27 (fotos que demonstram rede de relacionamento de JK)
“Brasil em manchete” – pq. foto de JK na inauguração da refinaria de Duque de Caxias.
Nº 460 (11/02/1961)
Capa com foto de Jânio: “Serei Escravo do povo” (cobertura da Posse).
“Conversa com o leitor” – foto de JK passando faixa para Jânio.
“O adeus de JK” – foto de JK apelo popular.
“Aponta da Amizade” JK e Stroessner (presidente do Paraguai) inauguração da ponte
da Amizade.
“São Paulo ficou 113 Km mais perto de Curitiba” – foto de JK e mais uma realização de
seu governo.
Nº 461 (18/02/1961)
Manchete na capa fala de JK em Paris, matéria não tem fotos interessantes.
Nº 462-469 Sem imagens interessantes, Brasília aparece mais do que JK, ou seja, a obra
ganha mais destaque que o seu criador!!!
121
Nº 470 (22/04/1961)
Capa foto de JK mais foto de Jânio na paisagem de Brasília com a seguinte manchete
“Brasília: primeiro aniversário”.
Matéria da capa: foto de JK página inteira “Creio em Brasília” consta uma mensagem
sua para a ocasião enviada da França onde ainda está em viagem. Constam muitas fotos
de Brasília, muitos prédios em construção. “Juscelino construiu Brasília Jânio vai
consolidá-la” p. 58. (Os: EUA primeira embaixada em Brasília)
Nº 472 (06/04/1961)
“Brasília em festas” “Jânio e Juscelino estiveram presentes através de mensagens”
foto panorâmica de Brasília com muitas pessoas.
Nº 473 (13/05/1961)
Manchete na capa - “A volta de JK”.
Matéria “JK a estrela volta” foto de página inteira de JK acenando para o povo. “JK
levou a capital para Goiás...Goiás o levará para o Senado” p. 16-17.
Nº 474 (20/05/1961)
Manchete de capa “JK retorno ao Planalto”.
“JK na rota da esperança” p.10-17. foto (duas g. Inteiras) em meio a multidão,
popularidade, fotos de aclamação popular e com personalidades (embaixador do Japão),
ótima foto de JK aclamado pelo povo sorrindo e acenando com a seguinte manchete
“Sua despedida em Janeiro foi nos braços do povo e a volta também”.
Nº 475 (27/05/1961)
Foto de JK cumprimentado Afonso Arinos (ministro) p.93 no casamento das famílias
Negrão de Lima e Carvalho de Mendonça. Foto de JK e Jango, aquele foi padrinho dos
noivos. p. 95.
Nº 477 (10/06/1961)
Capa “Márcia e Maristela rumo a Goiás” – foto das duas jovens.
Matéria da capa - “A volta ao lar” mulher e filhas de Jk desembarcaram em Goiás e são
recebidas pelo povo p. 24-27. (apoio a campanha de JK).
“JK primeiro passo para 65” p. 96-99 – foto de JK ao fundo multidão de seguidores que
clamam pela sua candidatura em 1965 à presidência.
Nº 478 (17/06/1961)
“JK impulso firme no Senado” p. 38-39 foto de JK conversando e seguido de legenda
onde afirma o PSD como seu partido, fala da eleição com total apoio e tem a vitória
mais certa de toda a história.
Nº 480 (01/07/1961)
Pq foto de JK padrinho de casamento Freire e Newlands.
Pq foto de JK dançando com Maristela e sua festa de noivado.
Nº 481 (08/07/1961)
122
“JK obrigado São Paulop. 24-25 impressionante homenagem popular prestada a JK
em São Paulo (boa foto JK acenando no meio do povo que aclamava mais pelo
candidato de 1965 que pelo senador).
Nº 484 (29/07/1961)
“O senador JK” p. 84-87 – retorno triunfal à Brasília, primeiro discurso defendeu
política de desenvolvimento. Foto central JK em carreata acompanhado pelo povo, foto
recebendo diploma do TER, foto de Sara na diplomação, fotos de representantes, e
ótima foto de JK discursando no Senado.
Nº 487 (19/08/1961)
“A número um de Brasília” – JK é padrinho da primeira criança nascida no DF (pq. foto
de JK padre, mãe e a criança).
Nº 490 (09/09/1961)
Revista com cobertura da renuncia de Jânio.
“Juscelino defendeu a Constituição” foto de JK de cabeça baixa, pequeno texto fala
que seu governo foi sólido e conseguiu defender-se da ameaça de golpe. p.38.
Nº 491 (16/09/1961)
JG em Brasília em meio a cobertura das agitações da posse de Jango, JK ataca o
parlamentarismo. (p.32) .
Nº 492 (23/09/1961)
“JK férias no Japão” (Japão, Índia, Líbano, Israel, e França).
Nº 493 (30/09/1961)
“JK no país das cerejeiras” p.59 pq. foto de Sara embarcando e JK despedindo-se de
amigos políticos e circulo social.
Nº 499 (11/11/1961)
“JK em Israel” p. 68 foto com o premier Ben-Gurion, que quis saber tudo sobre a
construção de Brasília.
Nº 501 (25/11/1961)
“Conversa com o leitor” – foto de JK fala da volta de sua viagem.
Matéria “A volta de JK” – foto de JK desembarcando e acenando, foto de JK em meio a
políticos, foto ao telefone, foto sorrindo, caminhando com personalidades que foram
recebê-lo no aeroporto.
“Juscelino descobriu o Brasil no exterior” foto de JK com olhar cansado (entrevista a
Murilo Melo Filho).
Nº 503 (09/12/1961)
“JK o embaixador da boa vontade” p. 124- fotos de JK em visita a Buenos Aires.
Nº 505 (23/12/1961)
Em “Conversa com o leitor” foto de JK se abraçando com Adolpho Bloch felicitando-o
pelo novo prédio da Manchete.
123
“As novas metas de JK” depoimento exclusivo, foto pág. Inteira acenando para o
povo.
Nº 506 (30/12/1961) “61 o ano louco” – boa foto com JK-Jânio-Jango-Raniere Manzzili
(os presidentes deste ano) mais Tancredo Primeiro Ministro.
Nº 507 06/01/1962
Os dez mais elegantes – Ibrahim Sued, p.15.
Posto de Escuta – p.20
Apoio a Gilberto Marinho p/ governador da Guanabara.
Os três Jotas pregam a paz. P. 56/57.
Mensagem de Natal e Ano Novo
JK entrevistado pela TV (nota) p.66.
Nº 508 13/01/1962
Posto de Escuta – p.26
Nota do ex-candidato p/ governador Juracy Magalhães
JK chegando à Paris – p. 27.
As pioneiras não podem parar – p. 56/57.
Nº 509 20/01/1962
Jango no país dos Carajás – p.11
Texto de Murilo Melo Filho.
Posto de Escuta – p. 28
As melhores frases de 1961.
Nº 510 – 27/01/1962
Como vivem os ex-presidentes do Brasil – p. 14
Juscelino ainda trabalha em ritmo presidencial – p. 18
Brasil 62 – p. 30/31
Fiel ao regime democrático e sensível às reformas de base, o Brasil prosseguirá no seu
programa de expansão econômica.
Posto de Escuta – p. 70
O Brasil está no tempo dos Jotas.
Caiu o muro do silêncio – p. 72
Operação Pan-Americana idealizada durante o governo do Sr. JK.
Nº 511 – 03/02/1962
Posto de Escuta – p. 26
JK lamenta que o período do seu governo não tenha sido junto com Kennedy.
Um ano de Fatos e Fotos – p. 73
Imagem de JK na comemoração do 1º aniversário da revista Fatos e Fotos.
Nº 512 – 10/02/1962
O leitor em Manchete – p.4
Pessoas mais simpáticas da vida pública – Edgar de Souza.
Posto de Escuta – p.20
Comenta-se a série de conferências que JK fará à América.
124
Nº 513 – 17/02/1962
Sinfonia a Brasília para JK – p. 64.
Fala sobre a música feita para Brasília
Posto de Escuta – p. 22 Repete que JK fará conferência nos Estados Unidos.
Nº 514 – 23/02/1962
A Mancha do Amanhecer por João Pinheiro Neto – p.71/73.
Revela alguns trechos do primeiro livro do senador JK.
Nº 515 – 3/3/1962
O leitor em Manchete – p. 4 .
Leitor comenta matéria sobre o livro de JK.
Posto de Escuta – p. 22
JK: Um camponês está a sua espera.
O sobrinho favorito de JK – p. 69
Brasil em Manchete – p. 74
Juscelino gostou da eloqüência.
Nº 516 – 10/03/1962
Posto de Escuta – p. 32
Lançada a candidatura de JK a Deputado Federal por MG.
Nº 519 – 31/03/1962
Política Nacional
5 empates em sete dias – p.22
A primeira mensagem de Jango.
Palavras de JK sobre o Palácio da Alvorada – p. 48
Nº 520 (07/04/1962)
“JK explica o Brasil aos americanos”p. 24 – foto de JK discursando na New York
University e foto de beca por ter recebido o diploma da Universidade da Califórnia de
Honoris causa.
Nº 521 – 14/04/1962
Posto de Escuta – p. 32
JK presenteia menina da Filadélfia
Gente que faz Manchete – p. 38
JK – Missão cumprida nos Estados Unidos.
Nº 523 – 28/04/1962
Brasília – O milagre faz dois anos – mencionado. p.44/49
Nº 524 – 05/05/1962
Conversa com o leitor – p. 5-13
Brasília em festa.
Nº 525 – 12/05/1962
A festa dos dez anos de Manchete – p.10/11.
JK faz a saudação a Manchete.
125
Posto de Escuta – p 24
Assunto: candidatura de JK ao governo de São Paulo; breve conferência na cidade de
Ribeirão Preto.
A Associação Comercial de Brasília homenageia o ex-presidente. P. 77
Juscelino, criador e criatura de Brasília.
Nº 531 (23/06/1962)
Homenagem a JK (pequena foto) p. 91 promovida por admiradores no Jockey com
presença de personalidades. (Brasil em Manchete).
Nº 536 (28/07/1962)
Casamento de Maristela fotos com JK p. 42-49.
Nº 543 (15/09/1962)
No “Brasil em Manchete” lideres do plebiscito – JK em jantar de João Pinheiro Neto
com outras personalidades discutindo sobre o plebiscito. (Pq. Foto).
Nº 547 (13/10/1962)
“JK: Nunca me iludi com o parlamentarismo” p. 98-99 fala do ressurgimento de JK
no 1
º
plano do cenário político a favor do presidencialismo.
Nº 549 (27/10/1962)
“Assim falaram as urnasum balanço dos pleitos, na foto de JK “JK, trânsito livre” e
afirma que “escancararam-se as portas para o retorno de Juscelino”.
Nº 552 ( 17/11/1962)
“Catete, museu da República” fala de sua história e que JK foi o idealizador deste
museu quando transferiu a capital para Brasília com foto do quadro de JK pintado por
Portinari p.48.
Nº 557 (22/12/1962)
“JK: porque sou contra o parlamentarismo” entrevista concedida quando estava de
partida para os EUA para reformular a Aliança para o Progresso, foto de pág. Inteira de
JK com Augusto Frederico Schmidt e foto pequena com a família a bordo do avião.
Nº 558 (29/12/1962)
“Os diálogos da Aliança” fotos de Bob Kennedy com Jango e JK que retornou ao Rio
confiante (foto pequena.) p. 14-17.
Nº 561(19/01/1963)
“Dona Sara a pioneira” empenho desta em dinamizar obra assistencial das Pioneiras. p.
64.
Nº 562 (26/01/1963)
“Lisboa – De Cabral a JK” (manchete na capa).
No “Conversa com o leitor” foto de JK em Portugal com faixa “VIVA JK”.
126
Na matéria “JK embaixador da amizade” foto de JK na sacada aclamado por multidão
de Lisboa ao Porto; foto de JK inaugurando estátua de Pedro Álvares Cabral (pág.
inteira ); foto de JK caminhando sob chuva de papel acenando para o povo; foto de JK
recebido por estudantes; foto com bandeiras do Brasil e de Portugal na sacada de uma
casa Matéria compara esta visita com a que JK fez oficialmente como presidente,
ambas tiveram a mesma receptividade.
Nº 563 ( 02/02/1963)
“JK peregrino em Fátima” fala sobre promessa que pagou com Sara e que renovou
contatos com o Primeiro Ministro Salazar, foto de JK no Palácio de Belém com Salazar
e o presidente Américo Tomas; foto de JK com Sara e ao fundo Santuário de Fátima.
Nº 565 (16/02/1963)
Na matéria sobre os primeiros choques no congresso antagonismo PTB-UDN foto
de JK sorrindo na p.10 e legenda dizendo que senador é sempre sorridente/ simpático
destituído de rancores. No “Brasil em Manchete” p.67 peq. foto de JK recebendo de
presente da Mercedes Benz o primeiro carro produzido em 1963.
Nº 566 (23/02/1963)
“JK-65 Encontro com os artistas” fotos do candidato JK-65 com figuras do cinema,
TV e rádio. P.82-83.
Nº 567 (02/03/1963)
“JK aclamado na Bolívia” – foto pág. inteira de JK em carro aberto aclamado do
aeroporto ao centro de La Paz. P. 84-85.
Nº 570 (23/03/1963)
No Brasil em Manchetefoto de JK com Leras em banquete no Rio oferecido a este,
seu companheiro na coordenação da Aliança para o Progresso.
Nº 575 (27/04/1963)
“Brasília em cores, texto de JK” (manchete da capa sem foto).
“... E assim criei Brasília” (em cores) por Juscelino em comemoração ao
aniversário da nova capital, foto de JK ao fundo Palácio da Alvorada com monumento
em granito de seu rosto (muitas fotos).
Nº 587 (20/07/1963)
“JK: da Casa Branca ao Vaticano” p. 60- foto de JK (cores) com papa Paulo VI, fotos
de JK passeando e em jantar em Roma.
Nº 595 (14/09/1963)
“Juscelino” p. 82 foto de JK ao lado do monumento em Brasília e peq. foto dele
beijando sua mãe.
Nº 597 (28/09/1963)
“A volta do candango” foto de JK sob a faixa “JK-65”, foto de JK com sua mãe,
Maristela e seu netinho.
Nº 602 (02/11/1963)
127
“O destino do PSD” inicia-se com o PSD uma série de reportagens por Murilo Melo
Filho sobre os partidos brasileiros, ao centro foto de JK ao lado d Amaral Peixoto
(presidente do PSD).
Nº 603 (09/11/1963)
“Aliança no Planalto” “JK – JG 65: veremos novamente esta cena? p. 12 – foto
pequena de JK e JG se abraçando e sorrindo.
Nº 608 (14/12/1963)
“JK fala ao mundo” p. 110 conferência pronunciada por JK em reunião na Escola
Militar de Paris do Colégio de Defesa da OTAN, foto de JK em conferência e foto com
membros deste colégio.
Nº 612 – 11/01/1964
Ano Novo com Jussara – p.10
JK passou o ano novo em Ipanema com sua neta Jussara, filha de Maristela.
Posto de Escuta – p. 26
JK diz a Gilson Amado na TV Continental: “Brasília custou várias vezes mais barata do
que o preço que o país pagou pelas crises políticas verificadas em séries depois que
deixei o governo”.
Nº 613 – 18/01/1964
Posto de Escuta – p. 24
JK tem ouvido de diversos comandantes e generais, pronunciamentos a favor de
eleições livres em 1965.
Samba composto em homenagem a JK.
Nº 614 – 25/01/1964
JK: mensagem de esperança.
Entrevista à Murilo Melo Filho, onde fala das eleições, possibilidades de golpe,
JANGO, etc.
Nº 615 – 01/02/1964
Posto de Escuta – p.22
Jango declara que seus prováveis sucessores dividem-se em: “reforma” (JK) e “anti-
reforma” (Lacerda).
San Tiago Dantas diz que o PSD deu total apoio à JK, mas não tem feito o mesmo com
Jango.
Nº 618 – 22/02/1964
Posto de Escuta
JK visitou a escola de samba União de Jacarepaguá e ouviu diversos sambas em
homenagem à Brasília.
Nº 619 – 29/02/1964
Posto de Escuta
Slogan para JK 65: “Desenvolvimento e Reforma”.
Nº 624 – 04/04/1964
A volta de JK – p.6.
128
JK é confirmado como candidato à presidência pelo PSD. Murilo Melo Filho fala sobre
o que isso representa.
Nº 625 – 11/04/1964
EXTRA – As fotos da Revolução.
Existem duas edições 625, creio que a estava pronta quando aconteceu o Golpe
Militar.
Nº 626 – 18/04/1964
Os labirintos da Revolução – p.4-9.
JK surge novamente como um traço de união entre psebistas e trabalhistas.
JK pode se beneficiar do movimento, uma vez que sem Jango o PTB irá apoiá-lo.
Nº 627 – 25/04/1964
Posse de Castelo Branco
Posto de Escuta – p.110-111.
JK apoiou a candidatura de Castelo Branco depois de receber informações de que eram
falsas as intenções de censura aos seus direitos políticos.
Edição Histórica
Sobre a “Marcha da família com Deus pela liberdade”, em homenagem às forças
armadas.
Trás relatos e entrevistas sobre os motivos e tramas da Revolução (golpe).
Nº 632 – 30/05/1964
Posto de Escuta – p. 106/107.
JK declarou que acreditava na palavra de Castelo Branco quando este diz que ocorrerão
as eleições de 65.
JK diz não acreditar que os militares queiram acabar com Brasília uma vez que eles
apoiaram a sua construção.
Nº 634 – 13/06/1964
Manchete: a festa dos doze anos – p. 32-37
Festa na nova sede (ainda em construção) na Glória.
Descreve como será o novo prédio.
Nº 635 – 20/06/1964
Último discurso de JK – p. 12/15.
Murilo Melo Filho
O jornalista narra como se deu a cassação de JK.
Primeiramente tentou-se achar algo irregular em seus governos, não encontrando restou-
lhes caçar os seus direitos mesmo assim.
Posto de escuta – p.16/17.
PSD romperá com o governo devido a cassação de JK.
Nº 636 – 27/06/1964
Edição Especial: Os dez anos que abalaram o Brasil: 1954 De Vargas a Castelo
1964.
Adeus a JK – p. 108/110.
JK é homenageado por admiradores na porta de seu apartamento em Ipanema e no
aeroporto do Galeão, onde mais de mil pessoas cantaram o Hino Nacional e Peixe Vivo
129
em sua homenagem, sendo carregado nos ombros até a plataforma de embarque, de
onde partiu para a Espanha.
Posto de Escuta – p. 134/135.
Solidários à JK, demitiram-se o presidente e diretor da Caixa, que ocupavam os cargos
desde a fundação do banco.
Nº 637 – 04/07/1964
Juscelino acusa – p. 112/115.
Entrevista a David Sales, onde declara que sua cassação foi um jogo político, pois sua
vitória em 65 era certa.
Nº 643 – 15/08/1964
Márcia: o mais belo dia – p. 110/125
Casamento de Márcia, filha de JK, em Lisboa (reportagem fotográfica).
Nº 645 – 29/08/1964
Posto de escuta – p. 112/113.
JK vai trabalhar em Paris, auxiliando na construção de uma cidade para cientistas.
Nº 650 – 03/10/1964
Posto de Escuta – p. 102/103
JK em carta ao embaixador Augusto Frederico Schimit: “Aproxima-se o frio . Eu não
nasci para viver no frio, pois tenho necessidade do sol. As filhas já estão regressando ao
Brasil. Os amigos que vieram para o casamento também. Agora vai chegar o inverno
para mim. Por dentro e por fora”.
Nº 654 – 31/10/1964
Posto de Escuta – p. 40/41
JK em carta a Adolpho Bloch: “Depois do meio-dia, quando à tarde se anuncia, é
triste e é duro ficar longe do céu e da terra em que sempre se viveu, dos amigos que
compõem nosso patrimônio. Esta é a razão de me sentir em Paris como se estivesse na
mais remota aldeia do mundo, procurando ar para respirar e buscando para cima as
estrelas que iluminam os telhados do Brasil”.
Nº 656 – 14/11/1964
O brasileiro Kubitschek – p. 24/25.
Augusto Frederico Schimit
A pedido de Adolpho Bloch, o autor escreveu uma crônica sobre JK e sua infelicidade
por estar longe do Brasil. Reproduz trechos de conversas e encontros com JK.
Nº 663 – 02/01/1965
130
O Brasil em Manchete – p.90/91
A alegria de Maristela
Nasce o 2º neto de JK, filho de Maristela e Rodrigo Lucas Lopes.
Nº 664 – 09/01/1965
JK: a voz do ausente p. 4/7.
Murilo Melo Filho
Descreve como é a vida de JK em Paris e transcreve mensagem ao Brasil.
Nº 674 – 20/03/1965
Assim falou JK – p. 84.
Juliano Palha
Reproduz falas de JK em almoço em sua homenagem nos Estados Unidos. Fala do que
fez no Brasil, tece comentários sobre a sua cassação, declara que não quer se vingar e
que o EUA deveria confiar no Brasil.
Nº 676 – 03/04/1965
JK explica o Brasil aos americanos – p. 80/83.
Jean Pierre Frankenhuis
Comenta as palestras que JK proferiu nos Estados Unidos e Canadá. Observa o quanto
JK exalta o Brasil e se nega a falar de política enquanto estiver exilado. . (foto de página
inteira).
Nº 678 (17/04/1965)
IKE-JK: diálogo de amigos – p.27
Ao saber que JK estava nos Estados Unidos, Eisunhower enviou-lhe cumprimentos
através de um telegrama.
N° 680 (01/05/1965)
Ed. Especial de aniversário de Brasília – foto peq. de JK p. 58.
Nº 681 – 08/05/1965
131
Paris, abril, 21: homenagem ao fundador de Brasília.
JK é homenageado por personalidades francesas pelos cinco anos de Brasília. Recebe
inúmeros elogios e ao final fala, por telefone, com Israel Pinheiro que estava em
Brasília e todos cantam Peixe Vivo em homenagem a JK e parabéns para Brasília
Nº 692 (24/07/1965)
“JK cidadão da França” p. 98 JK foi homenageado em várias cidades , foto de JK em
sacada com bandeira do Brasil, fotos de JK com pessoas com roupas folclóricas, fotos
ao lado de personalidades destas cidades e com Sara , foto de JK discursando.
Nº 693 (31/07/1965)
“Lacerda em rota de JK” p.26 – (sem fotos de JK fala da rivalidade entre os dois)
“O neto de JK” “Um dia na vida do vovô Juscelino” p. 67 (duas fotos peq.) batismo
de seu neto.
Nº 702 – 02/10/1965
Posto de Escuta – p. 32/33
Ligações para JK em Paris são interceptadas e gravadas no Rio.
JK – 63 na cidade radiosa p. 108/109
JK passou o seu aniversário de 63 anos na “Cidade-Radiosa” em homenagem ao seu
criador, Lê Carbusier.
Nº 704 (16/10/1965)
Capa foto de JK com Sara na janela de apt.º “JK volta ao lar”.
Foto no “Conversa com o leitor” de JK desembarcando e acenando.
Grande reportagem: foto página dupla de JK desembarcando, foto de JK e Sara
acenando para Multidão, pequenas fotos (3) mostram momento de tensão quando oficial
da aeronáutica se apresenta a JK com intimação para ele depor, foto da comoção
popular com a volta de JK, JK acenando da janela de seu apartamento, foto de JK
saindo do quartel da polícia do Exército depois de depor.
Murilo Melo Filho.
Reportagem sobre a volta de JK para depor em inquéritos.
JK: retrato do Brasil na Escandinávia – p. 42/42.
Jorge Cordeiro narra como foi a visita de JK e suas conferências na Escandinávia.
Posto de Escuta
132
JK não quis voltar antes para não tumultuar as eleições e declarou apoio a Negrão de
Lima e Israel Pinheiro.
Nº 705 – 23/10/1965
Posto de Escuta
JK recebeu uma ligação de amigos e familiares pedindo que retornasse após as eleições,
mas a todo o momento a telegrafista os interrompia com a seguinte exclamação: “Volte
JK! Volte logo!!”.
Nº 707 (06/11/1965)
Na matéria sobre os 20 anos de crise fala-se de JK. Em diversos tópicos como “Café
Filho não conseguiu evitar a eleição de Juscelino” e ‘A volta de JK coincide com as
eleições em 11 estados” p. 20
Nº 721 (12/02/1966)
“Cinco anos terríveis” (1961-1966) fala do cenário político deste período, muito
conturbado aliás foto em página dupla .JG-Jânio-JK quando JK passou a faixa
presidencial para Jânio.
Nº 731 (23/04/1966)
“Brasília tem coração” sobre o aniversário da capital (sem foto de JK nem mesmo
aparece seu nome no texto de Muniz Sodré).
Nº 738 (11/06/1966)
“O professor JK” p. 18-19 reportagem fala de dezenas de conferências pronunciadas
por JK nos EUA divulgando o Brasil, fotos de JK dando conferência.
N° 739 (18/06/1966)
Na capa manchete “JK volta sem alegria”.
Matéria da capa “JK volta sem alegria” p. 16-22 foto de JK recebendo a notícia da
morte de sua irmã, poucas pessoas no aeroporto, fotos de JK em BH no enterro de sua
irmã acompanhado por uma multidão, foto de Márcia com a nova neta de JK (Anna
Christina, nome escolhido pelo ex-presidente).
N° 740 (25/06/1966)
“A partida de JK” p. 24-27 “JK: o difícil do exílio é a solidão” – fala das dificuldades
de estar longe do Brasil. Foto com a família (sem sorrisos), foto em frente ao prédio da
ONU nos EUA, foto nas ruas de New York com turistas brasileiros.
N° 754 (01/10/1966)
“A frente Ampla dos Contrários – conseguirão unir-se os líderes políticos que se
encontram no ostracismo?” – foto de 31/01/1961 com Jango Jânio e JK este ainda com a
faixa presidencial referência que todos da foto, ex-presidentes foram cassados, foto de
133
JK com Brizola, foto de JK com Jânio, JG e Brizola, Jânio e Lacerda, Jânio e Lott,
Brizola e Lott, Jango e Kruel.
N° 756 (15/10/1966)
Capa “Porque o povo não vota? De Juscelino a Costa e Silva” fotos de JK, Jânio,
Jango, Castelo Branco e Costa e Silva. Na matéria foto da eleição de Costa e Silva e
lamentos por não poderem votar em JK (reportagem sem fotos de JK).
N° 757 (22/10/1966)
“Brasília um triunfo do homem” pelo historiador inglês Arnold Toynbee créditos à
JK (sem fotos de JK só de Brasília)
N° 761 (19/11/1966)
“Os Estados Unidos por dentro” por JK p. 6 foto de JK na Universidade do Texas e
foto peq. De JK com um senador Democrata.
N° 762 (26/11/1966)
“JK o que faz a grandeza dos EUA” p. 130 resto da publicação do resumo do livro
de JK sobre os EUA, foto de JK dando conferência na Universidade de Tucson
(Arizona), fotos peq. De JK entre estudantes e políticos norte americanos.
Nº 763 (03/12/1966)
Manchete na capa “Encontro JK Lacerda” p. 6 foto página dupla JK apertando a
mão de Lacerda, foto de JK lendo documento com a sua assinatura e de Lacerda para
jornalistas, foto de JK e Lacerda caminhando juntos. Fala do projeto de criar um novo
partido.
N° 764 (10/12/1966)
Manchete na capa “JK explica o encontro em Lisboa” p. 22 foto de JK e Lacerda
sorrindo (há quantas fotos não víamos JK sorrir?!)
Nenhuma informação importante, nenhuma manchete sobre JK até setembro de 1967.
Nº 803 (09/09/1967)
“Diamantina: uma canção para JK” p. 136 fala que sua cidade natal ofereceu-lhe
comovente e inesquecível serenata, foto de JK cantando no meio dos populares, foto de
JK cantando na sacada, foto com violeiros (uma multidão o homenageia).
PS: Acho que é a primeira vez que JK regressa ao Brasil e seu desembarque não é
noticiado pela Manchete com as fotos de sempre.
Nº 806 (30/09/1967)
“Frente Ampla” (Carlos Lacerda escreve) p. 18busca explicar o que é a Frente Ampla
e o que não é. Foto p. 21 JK abraçando no embarque para EUA na semana passada,
Lacerda afirma “Seu governo foi uma fase decisiva da transformação do Brasil em
Nação Industrial.”, foto de JK tomando café com Lacerda e nova citação deste
“Juscelino foi um exemplo de respeito à idéia simples, mas eminentemente democrática,
de que todo presidente deve dar posse a seu sucessor eleito pelo povo.”
Nº 807 (07/10/1967)
Nesta revista aparece uma reportagem de Lacerda e Jango pela Frente Ampla.
134
Nº 824 (03/02/1968)
“JK não quer anistia” p.12 – foto de JK sentado (fumando), foto de JK na sede da ONU-
NY, fala de JK enumerando elogios (aquele que perdoa seus “inimigos”, que não guarda
mágoas, que não tem defeitos e erros na sua história, que não se vende para o governo
militar numa anistia unilateral, o propulsor do progresso brasileiro, que tornou Brasília
uma realidade).
Nº 848 (20/07/1968)
D. Júlia como uma das maiores damas do Brasil.
Nº 856 (14/09/1968)
“O que faz JK?p. 24 reportagem por Murilo Melo Filho fala da rotina de JK, que
está escrevendo seu livro, as memórias e que embora queira ajudar o Brasil a retomar a
seu progresso, não quer mais a vida política. Foto de JK ao centro escrevendo (página
dupla).
Nº 861 (19/10/1968)
Em “Diálogos possíveis com Clarisse Lispector” Dona Sara que diz “O que mais desejo
é paz de espírito”. Foto de página inteira de Sara com JK ambos sorrindo.
Nº 889 (03/05/1969)
Reportagem sobre o nono aniversário de Brasília, nesta apareceu o nome de JK como
idealizador e quem realizou/inaugurou a nova capital.
Nº 900 (19/07/1969)
“Um livro revelador 14ª parte” o Brasil caminha sobre rodas ao falar da indústria
automobilística, Murilo Melo Filho coloca JK como realizador deste “sonho”.
OBS: Devemos fazer uma observação para a postura da revista neste período que se
revela profundamente tendenciosa. Um exemplo é a parte “Brasil em Manchete” que
deixa de cobrir eventos da sociedade em geral para dar maior atenção aos membros do
governo e seus colaboradores, sociedade em foco muda para a ala militar.
Nº 919 (29/11/1969)
“Os dez anos que abalaram o Brasil” p. 34 reportagem faz análise da década de 1960,
p. 36-37 fotos de JK que no início desta década inaugurou Brasília e passou a faixa
presidencial para Jânio (fotos JK na inauguração de Brasília, de monumento em
homenagem a JK e foto de posse de Jânio).
Nº 940 (25/04/1970)
Brasília ano 10 reportagem sobre os dez anos de Brasília, fala em JK mas não tem
fotos dele e parte que fala de pioneiros da capital não tem foto de JK mas tem foto dos
referidos pioneiros ao lado do monumento JK.
Nº 942 (09/05/1970)
“O Brasil de 1960 a 1970 – a história política que ninguém contou”- foto de JK na posse
Jânio p. 36.
135
Nº 961 (19/09/1970)
“JK uma nova história” JK comenta livro “O desafio Brasileiro” de Murilo Melo
Filho.
PS: de setembro a dezembro de 1970 não tem nada de importante, nenhuma manchete
nem reportagem.
Nº 979 (23/01/1971)
“JK escreve – 21 razões para confiar no Brasil” p. 60-82 – se propõe a apresentar vinte e
um símbolos (grandes realizações) que representem conquistas do Brasil (da Usina de
Volta Redonda a Transamazônica) A primeira razão é Brasília, a segunda a indústria
automobilística, a terceira a transamazônica, a quara a indústria pesada (usina de Volta
Redonda)... Não tem fotos de JK, apenas dos “monumentos”, das “maravilhas”
enumeradas por ele.
Nº 996 (22/05/1971)
“Juscelino Kubitschek escreve Mestre Júlia, minha mãe” p. 18-21 subtítulo “Tudo
que fui devo aos sacrifícios que ela fez para que eu estudasse” foto de JK beijando a
mãe e foto de página inteira de dona Júlia.
Nº 1021 (13/11/1971)
“O Catetinho marco de um Brasil novo” por JK p. 134 “Nas vésperas do 15º
aniversário de Brasília, seu criador relembra a história da primeira construção da
capital” foto de escultura em homenagem ao seu fundador, JK, fotos da construção,
pequena foto de JK tomando café com alguns pioneiros.
Nº 1045 (29/04/1972)
“Brasília ano 13” – “Os dois blocos geminados do Congresso alçam-se no espaço, como
se quisessem simbolizar aquela imagem que o construtor da cidade desejou emprestar-
lhes: a de serem as vozes mais altas de todo o Planalto. E a escultura dos dois
candangos entrelaçados encerram toda a simbologia da bravura de um povo que
escreveu naqueles descampados uma das mais heróicas e inesquecíveis páginas da nossa
história.”
Neste mesmo número Adolpho Bloch escreve sobre Brasília e a partir deste podemos ter
uma idéia de como ele aborda JK.
Nº 1059 (05/08/1972)
Em longa reportagem sobre Minas e BH fala dos mineiros que saíram do silêncio, fala
então dos esforços de JK em sua educação e que o talento destes referidos era muito
grande para ficarem só em Minas.
Nº 1069 (14/10/1972)
“Juscelino Kubitschek do zero ao infinito” JK: “Eu ainda trabalho em ritmo de
Brasília” – reportagem por Pery Cotta - fotos de JK (várias de seu rosto)
“Em cinco anos realizou, o que muitas empresas com cinqüenta anos de existência ainda
não conseguiram. Tem sede em Brasília e foi inaugurada em 1967, com um capital de
500 mil cruzeiros”. Fala sobre o sucesso do Banco Denasa, do qual JK é o presidente do
Conselho de Administração.
Frases destacadas dessa reportagem: “Administração é uma atividade técnica” –
Queria emprego de caixeiro e não achou O primo emprestou a calça para a viagem
136
Gosto pela política veio pelo telegrafo Como médico, no front da Revolução de 32
“A nova capital foi um desafio do povo” – “Política é destino. Eu já cumpri o meu.”
Nº 1097 (28/04/1973)
“Brasília 13 anos 600 mol habitantes” p. 70-81 por Juliano Palha coloca JK como
seu realizador “Brasília nasceu do destino primário de quem assinala um lugar ou dele
toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio Sinal da Cruz.’
Foi assim que Lúcio Costa explicou o seu plano urbanístico para a nova capital, que
Oscar Niemeyer traduziu em formas poéticas e que Juscelino Kubitschek transformou
em concreto, asfalto e vida. Comemorando agora o seu 13º aniversário, Brasília venceu
as etapas de sua construção e de sua implantação como capital. E, de quebra, constituiu-
se um dos acontecimentos mais importantes do nosso século”.
A reportagem conta com muitas fotos em cores de Brasília.
“Com apenas 13 anos de funcionamento, Brasília provou que os seus idealizadores e
construtores estavam certos quando a consideravam como o verdadeiro ponto de partida
para a integração nacional, a plataforma que serviria de base para a união de todos os
nossos esforços. Aquilo que parecia uma audácia ou uma loucura deslocar para o
interior do nosso território a gigantesca máquina de um governo – logo se revelou como
uma das epopéias do nosso desenvolvimento. Além de viável, a nova capital era um
imperativo de progresso brasileiro. Hoje, o centro de decisões da vida política e
administrativa do país está eqüidistante de todos os rincões e, numa primeira etapa, as
grandes rodovias que se construíram a partir de seu asfalto já se constituem numa
efetiva conquista do nosso chão. Irradiando-se em todas as direções, Brasília não é uma
simples cidade, mas símbolo do próprio Brasil”.p. 75
“Antes de rasgar a terra para erguer a nova capital, o governo do ex-presidente Juscelino
Kubitschek fez rezar ali uma missa. Era o cumprimento de uma tradição que nos
acompanha desde a época do descobrimento. Por isso mesmo, os construtores de
Brasília sabiam que a catedral da nova cidade deveria ser um monumento todo especial,
que falasse ao mundo intero da nossa e que reunisse todos os brasileiros sob a cruz
que nos viu nascer e que acompanha cada passo de nosso progresso”.
A reportagem fala dos artigos de jornais que consideravam Brasília uma missão
impossível e que estão reunidos no museu da cidade e fala ainda da importância dessa
obra que tem toda uma nação engajada. “Construída e inaugurada pelo ex-presidente
Juscelino Kubitschek, Brasília foi consolidada como cidade e capital do país pelos
governos revolucionários, que desde cedo compreenderam a necessidade, o patriotismo
e o alcance daquela obra”.p. 76.
Nº 1119 (29/09/1973)
“Aniversário de Juscelino Kubitschek” p. 140 – “JK: o aniversário mais bonito da
minha vida” cobertura do banquete no prédio da Manchete oferecido pelo seu
aniversário contando com 150 convidados tendo Josué Montello pronunciado o discurso
oficial da noite. Transcrição de carta de JK a Adolpho Bloch agradecendo a festa. (fotos
de mesa de jantar e JK com Sara e várias personalidades).
Nº 1136 (26/01/1974)
“Os ex-seminaristas” p. 71 fala de personalidades que iniciaram na vida religiosa mas
não deram continuidade, estes contam os frutos dessa experiência. Fotos de JK.
“Espírito pioneiro e empreendedor, destacou-se no setor político, inicialmente em
Minas Gerais, onde chegou ao governo de estado, transformando-se, a seguir, em
personalidade marcante da vida nacional, quando como presidente da República criou e
137
construiu Brasília, marco do desenvolvimento do Brasil. Empresário por vocação, é
hoje presidente do Conselho Administrativo do Banco Denasa, com sede na Guanabara.
A simples menção de seu nome dispensa maiores detalhes biográficos, pois trata-se de
um dos mais ilustres ex-seminaristas brasileiros.” p. 53.
Nº 1144 (23/03/1974)
Em reportagem sobre o Brasil de Geisel fala da imagem de um país engajado no ideal
do progresso e desenvolvimento. “Trata-se de uma nação embalada, estável, segura,
tranqüila e confiante, que está transformando em concretas realidades do presente os
sonhos seculares do passado, como o de Brasília (na foto), que o ex-presidente Juscelino
Kubitschek inaugurou e que os três presidentes da Revolução consolidaram. Custará
assim mais barato e será mais fácil prosseguir no impulso do que detê-lo.”
Nº 1149 (27/04/1974)
Reportagem sobre o 14º aniversário de Brasília (sem fotos de JK) “Construída no
governo do Presidente Juscelino Kubitschek, consolidada e engrandecida nos governos
da Revolução de 64, Brasília chega ao seu décimo quarto aniversário como a mais alta
expressão do gênio realizador do Brasil atual. Todos os que contribuíram para realizá-la
(e é preciso não esquecer Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Israel Pinheiro) tinham em
vista não apenas construir uma nova cidade, mas dar a essa cidade a força de uma nação
jovem, como síntese de poder de criação de seu povo”.p. 72.
Nº 1185 (04/01/1975)
Reportagem “Universidade de Brasília – um jardim da Ciência” fala de JK – “A história
da Universidade de Brasília começou a ser escrita ainda nos anos pioneiros, quando as
escavadeiras e tratores rasgavam a terra vermelha do planalto onde um visionário
lúcido, Juscelino Kubitschek, decidira plantar a capital.”
Nº 1189 (01/02/1975)
“JK exclusivo Os privilégios do Brasil” p. 26 sobre a conjuntura internacional e a
posição do Brasil.
Nº 1190 (08/02/1975)
“JK exclusivo Liberdade um negócio da China” p. 21 aprovação da nova Carta
Magna de Mao na China “uma revolução dentro da Revolução” comenta sobre a
liberdade na China.
Nº 1193 (01/03/1975)
“JK exclusivo Porque construí Brasília” p. 46-51 foto de JK com seguinte legenda :
“1956. JK olhando imenso descampado do Planalto Central em sua primeira visita à
região, sentiu o enorme desafio que tinha que vencer. Ao lado a tarefa cumprida.” (ao
lado tem foto de Brasília construída).
Nº 1221 (13/09/1975)
No “Posto de Escuta”, onde, depois de anos quase sem aparecer, tem tido mais espaço,
fala da especulação sobre sua morte e da sua candidatura a ABL. (sem foto)
Nº 1229 (08/11/1975)
“O imortal JK” por Carlos Heitor Cony – foto de JK, logo após resultado da ABL, com
Sara, Olavo Drumond, Ana de Melo Franco e Afonso Arinos. p. 20-21 – fala da
138
trajetória de JK com um tom de um mito “Ele chegou a prefeito de Belo Horizonte, a
governador de /minas e ocupou a presidência da República num qüinqüênio que se
tornou histórico.” Fala ainda dos livros que escreveu por sugestão de um professor dos
EUA de escrever a história de Brasília “Meu caminho para Brasília” e “Porque construí
Brasília” (que tornaram-se best sellers)
Nº 1248 (20/03/1976)
“David Nasser especial Juscelino 44 anos de amizade” p. 36-39 foto de JK com
David Nasser (frase destacada do texto “Um bisturi que a política roubou da medicina”
e “Ele soube pagar o tributo à sua geração”).
Nº 1254 (01/05/1976)
Manchete na capa “JK escreve Brasília 16 anos depois” foto de JK montado a cavalo
dizendo que ele comprou uma fazenda próxima à Brasília. (frase destacada do texto “A
integração do cerrado à economia nacional” “O governo federal consolidou a nova
capital”).
Nº 1263 (03/07/1976)
“JK o intelectual do ano” p. 138-139 reportagem sobre homenagem a JK concedida
através União Brasileira de Escritores com o prêmio o intelectual do ano 75, em São
Paulo fotos da premiação, JK recebe o troféu Juca Pato, e fotos de JK com
personalidades. (presença inclusive de Adolpho Bloch e a festa foi na casa da
MANCHETE em São Paulo).
Nº 1265 (17/07/1976)
“JK-76 uma revolução no cerrado” p.36-40 reportagem sobre fazenda de JK, fotos
deste na referida Fazenda. Por Joel Silveira.
Nº 1267 (31/07/1976)
“O batizado de uma neta de JK” p. 136 foto de convidados para o batizado entre estes
Adolpho Bloch.
Nº 1272 (04/09/1976)
Capa foto de JK em Brasília sorrindo e acenando com o chapéu com a seguinte
manchete “O adeus a JK”.
Editorial:
“JK e MANCHETE trilharam juntos boa parte destes quase vinte e cinco anos, desde
que Adolpho Bloch lançou a sua revista, em abril de 1952. Já em setembro daquele ano,
Juscelino Kubitschek, então governador de Minas, saia pela primeira vez na capa da
MANCHETE. Outras capas lhe seriam dedicadas, ao longo destas três décadas
decisivas para o Brasil por força do critério maior de nossa profissão: o interesse
jornalístico. Primeiro a gravar na mente dos brasileiros o conceito de desenvolvimento,
JK marcou e modificou todo uma sociedade e uma época. MANCHETE, além de
documentar a sua brilhante carreira, partilhou sempre da mesma confiança no futuro do
país. E esse futuro principalmente por obra de JK está bem mais próximo. Esta
MANCHETE é uma homenagem à memória de Juscelino Kubitschek. E, certamente,
está longe de ser a última.” Por Roberto Muggiati p. 3 nesta página fotos de várias
capas da MANCHETE com JK e capa de seus dois livros.
139
“Brasília O adeus a JK” p.4 foto do caixão com a bandeira do Brasil em meio a
multidão em frente a catedral de Brasília; foto de muitas coroas de flores; foto de
Adolpho Bloch com Ulisses Guimarães; homenagem de jovens em Brasília;
homenagem até mesmo do presidente da ARENA...
No Rio de Janeiro o corpo sendo velado na sede da Manchete.
“Os últimos momentos” p. 14 – foto do carro depois do acidente, depoimentos de
Carlos Heitor Cony, de Salomão Schartzman, de Ronaldo Hein, de Perry Vidal, de José
Pereira Neto e de Paulo Vieira.
Fotos de JK desde sua juventude p. 16-17
“Sempre eleito pelo voto” lembra uma frase em destaque. p.18
Fotos com personalidades, dos melhores momentos de sua vida política.
Fotos da construção de Brasília. p.22
“Em ritmo de JK – 50 anos em 5” por Ivan Alves p. 24-26
“Depoimentos”p. 26
A
“Adolpho Bloch escreve – JK meu amigo inesquecível” p.26B-26C
“Carlos Lacerda escreve – Cordialidade e imaginação” p.26D-26E
“David Nasser exclusivo Julguem-no agora” ele fez o brasileiro acreditar no Brasil p.
26F-26H.
Nº 1273 (11/09/1976)
Capa com a foto da missa e manchete: “O Brasil reza por JK” (matéria p.4-11).
“Adolpho Bloch escreve A alma de Brasília” p. 12-13 (nesta transcreve carta de JK a
AB).
“A Academia homenageia JK imortal” p. 14-16
“O último jantar” p. 17
“JK o homem sem medo” p.18 por Rodrigo Paulo de Pádua Lopes.
“Depoimentos” p. 19 “JK um cliente inesquecível” p. 20-21 por Aloysio Salles Fonseca.
“Memórias de um amigo extraordinário” por Olavo Drumonnd.
“Doze anos tristes” por David Nasser. P. 24-26.
Nº 1274 (18/09/1976)
“As metas de JK” p. 20
“JK na Academia mineira” p. 164
“São Paulo – a oração por JK” p. 180
“Rio-Kadish por JK” p.182.
Nº 1535 (19/09/1981)
Capa: Imagem em capa dupla do Memorial JK. Inaugurado em 12 de setembro de 1981,
data de aniversário de nascimento de Juscelino Kubitschek.
A reportagem de capa Memorial JK: a consagração da história”, mostra nas pp 4-11
imagens internas do Museu, inaugurado pelo presidente João Figueiredo, em pleno
regime militar. Museu projetado por Oscar Niemeyer, dedicado ao ex-presidente
Juscelino. No local encontra-se o corpo de JK, diversos pertences e sua biblioteca
pessoal.
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