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com limitação de tempo, ou seja, há uma organização cronológica, já que o jogo tem
um estado inicial, um meio e um fim.
Passerino (1998) destaca, também, nessa abordagem, a possibilidade de
repetição e a limitação do espaço, considerando que há um “local” reservado para
que se assuma um mundo temporário e fantástico, permeado pela existência de
regras, já que cada jogo se processa de acordo com certas normas que determinam
o que “vale” ou não dentro desse mundo imaginário. Para o autor, esses
procedimentos auxiliam a criança no seu processo de integração social e estimulam
a imaginação, a autoafirmação e a autonomia.
O jogo pode ser considerado como um importante meio educacional, pois
propicia um desenvolvimento integral e dinâmico nas áreas cognitiva, afetiva,
linguística, social, moral e motora, além de contribuir para a construção da
autonomia, criticidade, criatividade, responsabilidade e cooperação. Um jogo pode
ser útil no processo educacional, pois pode promover situações interessantes e
desafiadoras para a resolução de problemas, permitindo aos aprendizes uma
autoavaliação, quanto aos seus desempenhos, além de fazer com que todos os
jogadores participem ativamente de todas as etapas.
Se o ensino for lúdico e desafiador, a aprendizagem prolonga-se fora da
sala de aula, fora da escola, pelo cotidiano, até as férias, num crescendo
muito mais rico do que algumas informações que o aluno decora porque vão
cair na prova. (Neto,1999, p.80)
É na ação do jogo que o sujeito, mesmo que venha a ser derrotado, pode
conhecer-se, estabelecer o limite de sua competência enquanto jogador e reavaliar o
que precisa ser trabalhado, desenvolvendo suas potencialidades, para evitar uma
próxima derrota. A competição inerente aos jogos garante o dinamismo, o