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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC/SP
Edna dos Santos Marini
O ensino de língua inglesa para crianças
por meio da internet
Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem
SÃO PAULO
2010
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC/SP
Edna dos Santos Marini
O ensino de língua inglesa para crianças
por meio da internet
Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem
Dissertação apresentada à Banca Examinadora
da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, como exigência parcial para obtenção
do título de mestre em Linguística Aplicada e
Estudos da Linguagem, sob a orientação da
Prof.ª Doutora Heloisa Collins.
SÃO PAULO
2010
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BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
Para Ricardo, meu grande amor, o qual nunca permitiu que eu desistisse.
Para meus pais, Luzinete e Luiz, por me ensinarem a viver.
AGRADECIMENTOS
À Professora Doutora Heloisa Collins, pela orientação deste trabalho, pela
amizade e paciência.
Às Professoras Doutoras Solange Gervai e Maria Paula Wadt pelas
preciosas sugestões dadas no exame de qualificação.
Aos Professores Doutores do programa de Linguística Aplicada e Estudos da
Linguagem, da PUC/SP, com os quais tive oportunidade de conviver e aprender:
Tony Berber Sardinha e Ângela Lessa.
As minhas irmãs e seus respectivos esposos, Elizabete e Elenice e aos meus
amigos que incentivaram e torceram por esta conquista: Regina, Ricardo Rocha,
Tatiana Dourado e Leila Cristina.
Aos meus amigos:Jasiel Junior, Marcela, Mariângela e Stael pela paciência
que por muitas vezes deixaram que eu escolhesse e definisse nosso horário, de
acordo com as minhas necessidades.
A minha prima Regina Rocha pelo trabalho árduo que teve na correção desta
dissertação.
Ao meu esposo Ricardo, pelo amor, apoio, compreensão e paciência nos
momentos de incertezas e dificuldades.
Aos meus pais, pelo carinho, apoio e confiança depositados na realização
deste trabalho.
Agradeço a Deus o privilégio de conviver e aprender com todas as pessoas
mencionadas, sem as quais não realizaria este trabalho.
O ensino de língua inglesa para crianças por meio da internet
Edna dos Santos Marini
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo observar se a utilização da internet em aulas de língua
inglesa afeta positivamente a aprendizagem, a participação e o engajamento, comparando
uma situação de ensino-aprendizagem de língua inglesa mediada pela internet com uma
situação mediada por materiais analógicos (revistas, flashcards, livros). Com base na
análise em duas turmas, uma da rede particular e outra da rede pública, conduzi uma
reflexão sobre o uso da internet ou não, não aulas de inglês para crianças das séries iniciais
do ensino fundamental. Para desenvolver esse trabalho, fundamentamos a investigação
pelas bases teóricas vygotskyanas, considerando a interação, aprendizagem e a zona
proximal de desenvolvimento. Traçamos um relato sobre a abordagem comunicativa, a
aprendizagem por meio da internet e o processo de ensino de língua estrangeira para
crianças (LEC). A análise e discussão dos resultados mostram que tanto a utilização da
internet quanto as aulas por meio de materiais analógicos autênticos facilitam a motivação, o
engajamento e o aprendizado, desde que haja uma mediação do professor.
PALAVRAS-CHAVE: ensino de línguas para crianças, lúdico, internet
O ensino de língua inglesa para crianças por meio da internet
Edna dos Santos Marini
ABSTRACT
This study aims to observe whether the use of the Internet in English language lessons
positively affects learning, participation and engagement, by comparing a teaching-learning
English language mediated through the internet with a situation mediated by analog
materials (magazines, flashcards, books). Based on the analysis into two classes, in a
private school and in a public school, I conduct a discussion about using the Internet or not,
English classes for children from lower grades of elementary school. To develop this work,
we base Vygotskian theoretical research by considering the interaction, learning and the
zone of proximal development. We followed a report on the communicative approach,
learning through the Internet and the process of foreign language education for children
(LEC). The analysis and discussion of the results show that both, the use of the Internet as
the classroom through authentic materials analogue facilitate motivation, engagement and
learning, provided there is a mediation of the teacher.
KEY-WORDS: language education for children, playful, internet
“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”
Guimarães Rosa
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 16
1.1 Ensino de inglês para crianças ......................................................................... 17
1.1.1 Interação, aprendizagem e desenvolvimento ......................................... 17
1.1.2 A zona proximal de desenvolvimento ..................................................... 20
1.1.3 A abordagem comunicativa .................................................................... 26
1.1.4 O processo de ensino de língua estrangeira para crianças .................... 30
1.2 Interação e aprendizagem: o lúdico e as diferentes tecnologias ....................... 34
1.2.1 O lúdico em aulas analógicas ................................................................. 34
1.2.2 Jogos educativos computadorizados ...................................................... 36
1.2.3 A Web no ensino de inglês ..................................................................... 37
CAPÍTULO II
METODOLOGIA DE PESQUISA .............................................................................. 45
2.1 Abordagem metodológica ................................................................................. 45
2.2 Contexto da pesquisa ........................................................................................ 47
2.2.1 As escolas .............................................................................................. 48
2.2.2 Os participantes ...................................................................................... 49
2.3 Objetivos e perguntas de pesquisa ................................................................... 49
2.4 Coleta de dados ................................................................................................ 50
2.5 Procedimentos de análise dos dados ................................................................ 60
2.5.1 Questionários ......................................................................................... 61
2.5.2 Relatos dos blogs ................................................................................... 63
2.5.3 Notas ...................................................................................................... 65
CAPÍTULO III
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................... 66
3.1 A internet nas aulas de língua inglesa ................................................................. 67
3.1.1 Questionários ........................................................................................... 67
3.1.2 Relatos do blog ........................................................................................ 75
3.2 O uso de materiais autênticos nas aulas de língua inglesa ................................. 79
3.2.1 Questionários ........................................................................................... 79
3.2.2 Relatos nos diários .................................................................................. 82
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 89
ANEXOS ................................................................................................................... 94
Lista de abreviaturas e siglas
EF – Ensino Fundamental
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LE – Língua Estrangeira
LEC – Língua Estrangeira para Crianças
MEC – Ministério da educação
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
11
INTRODUÇÃO
Vivemos numa sociedade globalizada, em que o contato com diferentes
culturas e línguas é cada vez mais habitual. A comunicação entre essas culturas
acontece, muitas vezes, por meio de uma língua estrangeira e da internet. Nesse
contexto, o ensino de inglês assume papel fundamental, já que esse idioma é
considerado língua universal. Dessa forma, torna-se cada vez maior e mais precoce
o interesse pela aprendizagem da língua inglesa e, por isso, tem sido crescente e
mundial a importância conferida ao ensino-aprendizagem de língua estrangeira para
crianças, nos mais variados contextos (ROCHA, 2008), o que leva alguns teóricos
1
a
afirmarem o surgimento de uma área promissora. De fato, apesar de facultativo,
segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), é cada vez mais
comum encontrarmos o ensino de inglês no primeiro e segundo ciclos
2
em escolas
particulares, estando, também, em expansão nas escolas públicas.
O contexto social em que vivemos é marcado pela rapidez e imediatismo
proporcionados por novas modalidades de acesso, armazenamento e intercâmbio
de informações. Essa caracterização não apenas nos coloca diante de
possibilidades únicas de construção e manipulação de conhecimentos, mas,
também, origina formas distintas de trabalho, comunicação e interação com o meio,

1
Ellis, 2004; Cameron, 2001; Luz, 2003.
2
O primeiro e o segundo ciclos correspondem às séries iniciais do ensino fundamental de nove anos,
do primeiro ao quinto ano e, anteriormente denominado de primeira à quarta série.
12
com o outro e com o próprio indivíduo (FREIRE, 2009, p. 14). Nesse cenário social
intrincado e em contínua transformação, surgem novas perspectivas educacionais e,
consequentemente, novos papéis e responsabilidades são atribuídos a professores
e alunos.
Nessa perspectiva, o aluno revela-se possuidor de necessidades,
expectativas, habilidades e comportamentos distintos dos tradicionalmente definidos
(PALLOFF e PRATT, 2004) e, ao professor, são atribuídos os papéis de interlocutor,
pesquisador reflexivo e intérprete crítico de sua prática.
Há inúmeras investigações sobre a utilização do computador como suporte
para o ensino de línguas. Podemos verificar a existência de vários trabalhos de
qualidade, tais como os volumes organizados por PAIVA (2001) e COLLINS e
FERREIRA (2004), ou o número 2 da Revista Brasileira de Linguística Aplicada
dedicado ao assunto (Volume 3, número 2, 2003). Mesmo diante de uma produção
extensa, contudo, percebemos que há pouco material sobre ensino-aprendizagem
de inglês para crianças, mediado pelo computador, o que aponta para a importância
de investigações que discutam as possibilidades e potencialidades para a utilização
da internet nas aulas de inglês para crianças das séries iniciais.
Em resposta a essa necessidade, tomamos como norteador desta pesquisa a
seguinte questão: Quais possíveis benefícios o uso de diferentes tecnologias, seja a
utilização da internet ou de materiais autênticos, traz para o ensino de inglês para
crianças? Para respondê-la, esta pesquisa tem como objetivo observar se a
utilização de tecnologia em aulas de Língua Estrangeira para crianças afeta
positivamente a aprendizagem, a participação e o engajamento, comparando uma
situação de ensino-aprendizagem mediada pelo uso da internet, na escola particular,
com outra situação mediada pelo uso de materiais autênticos (revistas, flashcards,
13
livros), na escola pública. Com base nessas reflexões e na análise das observações
colhidas nas duas turmas, conduzirei uma discussão sobre as razões para o uso, ou
não, da internet no ensino de língua inglesa para crianças.
Para isso, selecionamos os ciclos iniciais, do primeiro ao quinto ano do
Ensino Fundamental, o qual, apesar de facultativo, encontra-se consolidado no
currículo de escolas particulares e em constante expansão no setor público. A
pesquisa será realizada com alunos do quinto ano do ensino fundamental
3
(entre 9 e
10 anos de idade), de duas escolas, uma da rede particular de ensino e outra da
rede pública. Com base nessas reflexões e na análise das aulas das duas escolas,
conduziremos uma discussão sobre as razões para o uso da internet no ensino de
língua inglesa para crianças.
A utilização de material da web na sala de aula encontra respaldo na teoria
sócio-histórica (VYGOTSKY, 2003) e na abordagem de ensino comunicativa
4
. A web
é local de interações, colaborações e compartilhamento de informações. Segundo
Vygotsky, os “Signos e palavras constituem para as crianças, primeiro e acima de
tudo, um meio de contato social com outras pessoas.” (2000, p.38) É por meio da
linguagem e da interação que as crianças ampliam seus conhecimentos. Na
aprendizagem de língua estrangeira a interação é essencial.
Na abordagem comunicativa, o aluno deixa de ser mero receptor e torna-se o
responsável pelo seu aprendizado. O professor conduz a participação e aceita
sugestões dos alunos. Nunan (2005) sugere na abordagem comunicativa o uso dos
“4Ps” (present, practice, produce and perform). Primeiro, os alunos são
apresentados à nova língua em um contexto; depois, praticam a nova língua num

3
Quinto ano equivale à quarta série do ensino fundamental.
4
Nunan (1987; 2000; 2005), Portela (2006) e Almeida Filho (2008).
14
ambiente de apoio e são solicitados a produzir texto de forma significativa. Por fim,
os aprendizes recebem o suporte que precisam para usar a língua e desempenhar
seu papel.
Para Richards (1998), o material disponível na web apresenta várias
características da abordagem comunicativa, pois oferece diversas fontes de
informações e também a oportunidade para aprender a língua através do uso da
língua. Os textos são contextualizados e a leitura torna-se rica devido aos recursos
áudio-visuais multimidiáticos disponíveis. Para Debski (1997), a utilização da
tecnologia constitui-se em uma versão forte da abordagem comunicativa, que se
caracteriza pelo papel do professor como o facilitador e do aprendiz como
responsável pela aprendizagem. A sala de aula deixa de ser um espaço rígido e pré-
definido.
Para respondermos a pergunta de pesquisa e alcançarmos o objetivo
proposto, organizamos esta dissertação em três capítulos. No primeiro,
apresentamos os fundamentos teóricos deste trabalho: o conceito de zona proximal
de desenvolvimento (ZPD) de Vygostsky, a teoria de ensino de inglês para crianças
de Cameron (2001) e as teorias de abordagem comunicativa e ensino de língua e
tecnologia de Nunan (1987).
A abordagem metodológica desta pesquisa é apresentada no capítulo dois,
que traz o contexto de pesquisa que inclui as escolas, os participantes, os objetivos,
as ferramentas utilizadas nas aulas oferecidas, os instrumentos e procedimentos de
coleta de dados, além dos procedimentos de análise.
15
No capítulo três, discutimos os dados de natureza tecnológica e analógica,
coletados na pesquisa, procurando dialogar com a fundamentação teórico-
metodológica desenvolvida a partir do primeiro capítulo.
16
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O objetivo desta pesquisa é observar se a utilização de tecnologia digital, em
aulas de inglês para crianças, afeta positivamente a aprendizagem, a participação e
o engajamento, comparando uma situação de ensino-aprendizagem de língua
estrangeira mediada pela tecnologia (internet) e uma situação em que a
aprendizagem é mediada por materiais analógicos e autênticos (revistas, flashcards,
livros). Para promover esta reflexão, o capítulo visa discutir os referenciais teóricos
que embasam a investigação, subdivididos em cinco partes.
Primeiramente, apresentamos um sucinto estudo sobre interação,
aprendizagem e desenvolvimento, fundamentando-se na teoria sociointeracionista
de aprendizagem e desenvolvimento de Vygotsky (2000), com a finalidade de
mostrar brevemente o papel do professor como agente de socialização capaz de
estimular a motivação de aprender no aluno. A segunda parte tem como foco o
conceito de zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky (2000, para explicar
como ocorre a aprendizagem social e participativa, conectando duas perspectivas:
uma psicológica geral, sobre o desenvolvimento da criança, e uma pedagógica,
sobre o ensino. Na terceira parte, traçamos um breve histórico da abordagem
comunicativa, no qual tratamos das teorias de abordagem comunicativa de David
Nunan (1987; 2000; 2005), Portela (2006) e Almeida Filho (2008). A quarta seção
17
discute as implicações da interação e aprendizagem por meio da Web, dos usos da
informática e da tecnologia na educação escolar. E, finalmente, na quinta seção,
argumentaremos sobre o ensino de língua estrangeira e o fator idade, na teoria de
ensino de inglês para crianças de Cameron (2001), Ellis (2004), Nunan (1999),
Rocha (2006) e Vygotsky (1978; 1987; 2000).
1.1 Ensino de inglês para crianças
1.1.1 Interação, aprendizagem e desenvolvimento
O sucesso do ensino de língua estrangeira para crianças depende das
interações realizadas em sala de aula para um resultado efetivo, pois a interação da
criança com o meio e com os outros é fundamental para sua aprendizagem e
desenvolvimento (VYGOTSKY, 1987). Para Mendes (2008), o processo de
aprendizagem, mediado pela interação, leva à construção de conhecimento entre o
aluno e o professor ou entre o aluno e seus colegas. Segundo a autora, esse
processo de interação envolverá dificuldades e sucessos na compreensão e
negociação das diferentes perspectivas dos participantes e no controle da interação
por parte deles.
A construção de interações reforça a necessidade de investigarmos fatores
relacionados à afetividade, à motivação e à autoestima do aprendiz-criança
(CAMERON, 2001), considerando a língua materna como instrumento de mediação
no ensino de uma nova língua (VYGOTSKY, 2000).
18
No Brasil, ensinar língua estrangeira no primeiro ciclo do ensino fundamental
é permitir que a criança amplie o conhecimento de si própria e do mundo em que
vive, fortalecendo-a com uma visão positiva e crítica das diferenças culturais e
sociais, para integrá-la a uma nova sociedade constituída pela tecnologia e pela
informação, a fim de solidificar sua autoestima, capacitando-a a agir e a comunicar-
se em língua estrangeira no meio social plurilíngue e pluricultural em que está
inserida. Segundo Jorge (2000), a língua estrangeira faz parte do currículo da
Educação Fundamental como um saber importante para o exercício pleno da
cidadania do educando, já que ele vive em um mundo globalizado e necessita ter
acesso às informações em um idioma que não é o dele.
Segundo a visão sociointeracionista, a língua se desenvolve em diferentes
contextos sociais, no centro dos quais está a criança. Pela convivência com os
adultos, a criança aprende muito de sua língua materna e também de um segundo
idioma, à medida que interage, verbalmente ou não, com as pessoas e os objetos,
ou seja, as suas habilidades linguísticas crescem por meio da interação
(VYGOTSKY, 1987). Para o autor, a aprendizagem, por ser um processo social,
permite ao aprendiz mais experiente compartilhar seu conhecimento com um
aprendiz menos experiente.
Rogoff (1990), seguindo a posição vygotskyana, enfatiza a aprendizagem
como uma colaboração conjunta entre os sujeitos em atividades culturais. Nessa
atividade colaborativa, os processos intrapessoais são gerados através de
processos interpessoais (sociais), sendo mediados pelo instrumental da linguagem
por meio da interação.
Para Allwright (1984), a aprendizagem de uma língua em sala de aula é
inerentemente interativa, pois envolve pessoas agindo, quer cooperativamente ou
19
não, em um espaço físico partilhado – a sala de aula – no qual os aprendizes
poderão sofrer influência do outro no seu próprio comportamento. O autor passa a
considerar que o importante é entender o papel especial que a interação pode
assumir na pedagogia da linguagem, observando os meios de oportunidades de
aprendizagem que são criados em cada lição e como os aprendizes fazem suas
próprias contribuições para a sua própria aprendizagem e para a aprendizagem dos
outros, mediados pelo professor.
Moita Lopes (1996) destaca o fato de que a aprendizagem é um processo
essencialmente social mediado pela linguagem, ou seja, as bases da cognição são
sociais. Para o autor, a aprendizagem tem sido cada vez mais entendida como o
resultado da co-participação social entre professores e alunos, mediada pela
linguagem.
A interação é, portanto, de extrema importância, pois além de mobilizar a
participação conjunta de professores e alunos, permite a troca de conhecimentos no
processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira e a atribuição de um
papel fundamental ao outro. Sob essa visão, educadores e aprendizes podem
transformar as situações e desenvolver diferentes maneiras de agir e compreender
as ações que ocorrem.
É importante que o professor se veja como agente de socialização, capaz de
motivar o aluno a aprender. A construção da motivação é um dos pilares para um
bom aprendizado. Para isso, o professor pode usar estratégias de ensino que
possibilitem aos alunos conquistar algo importante no ato simples de cumprir tarefas.
Desse modo, cabe considerar que a aprendizagem da criança está relacionada com
a sua zona proximal de desenvolvimento, de acordo com as suas relações sociais
(VYGOTSKY, 2000).
20
1.1.2 A zona proximal de desenvolvimento
O conceito de ZPD (Zone of Proximal Development) foi criado por Vygotsky
(1987) como uma metáfora para ajudar a explicar como ocorre a aprendizagem
social e participativa. A lei genética geral de desenvolvimento cultural confirma a
primazia do social no desenvolvimento. Vygotsky (1987) estava interessado em
discutir os humanos “fazendo a si mesmos a partir do exterior” (DANIELS, 2003,
p.76-77), ou seja, os humanos moldam significados e são moldados por eles. Esse
processo ocorre na ZPD, que, segundo Hedegaard (2002), consiste na diferença
entre o grau de dificuldade empregado nas tarefas desempenhadas com orientação
de pares mais experientes e nas tarefas resolvidas de modo independente.
A ZPD conecta uma perspectiva psicológica geral sobre o desenvolvimento
da criança com uma perspectiva pedagógica sobre o ensino. O pressuposto é que o
desenvolvimento psicológico e o ensino são socialmente enquadrados; para
entendê-los, é preciso analisar a sociedade circundante e suas relações sociais.
Nesse âmbito, Hedegaard (2002) explicou o conceito do seguinte modo:
A criança é capaz de imitar uma série de ações que ultrapassam suas
próprias competências, mas somente dentro de limites. Por meio da
imitação, a criança é capaz de desempenhar muito melhor quando
acompanhada e guiada por adultos do que quando deixada sozinha, e pode
fazer isso com entendimento e independência. (HEDEGAARD, 2002, p.200)
De acordo com Vygotsky (2000), precisamos definir os níveis de
desenvolvimento da criança, se quisermos saber a relação entre o processo de seu
desenvolvimento e as possibilidades do ensino. O teórico enfatizou que a principal
característica do ensino é criar a zona proximal de desenvolvimento, estimulando
21
uma série de processos internos. Assim, a ZPD é uma ferramenta analítica
necessária para planejar o ensino e explicar seus resultados:
Dessa perspectiva, o ensino não pode ser identificado como
desenvolvimento, mas o ensino adequadamente organizado resultará no
desenvolvimento intelectual da criança, fará surgir toda uma série desses
processos de desenvolvimento, que não seriam possíveis de modo algum
sem o ensino. Assim, o ensino é um fator necessário e geral no processo de
desenvolvimento da criança- não dos traços naturais, mas dos traços
históricos do ser humano. (HEDEGAARD, 2002, p.200)
A zona proximal de desenvolvimento inclui os aspectos normativos do
desenvolvimento que, por sua vez, é guiado pelo ensino dos conceitos científicos
considerados importantes pelos planejadores curriculares e pelo professor. Por meio
do ensino, os conceitos científicos se relacionam com os conceitos corriqueiros da
criança e se tornam esses conceitos corriqueiros (HEDEGAARD, 2002).
Vygotsky (2000) esclarece que as crianças aprendem melhor quando são
responsáveis pelo seu trabalho, tendo a oportunidade de vivenciar experiências
próprias. Na perspectiva vygotskyana da teoria sociocultural, a construção do
conhecimento é mediada por instrumentos ou símbolos, sendo que, para a
construção do conhecimento, a linguagem se revela como o principal. Cameron
(2001) afirma que o adulto medeia o mundo para torná-lo mais acessível à criança, o
que deve também ocorrer na aula de línguas.
Segundo Rocha (2008), a concepção de mediação deu origem à ZPD, um
conceito de fundamental importância no ensino de língua estrangeira para crianças
(LEC). Para Vygotsky (2000), a criança tem conhecimento prévio, denominado de
conhecimento cotidiano, que deve ser levado em conta quando o professor inicia o
processo de construção do conhecimento. O aprendizado começa antes das
22
crianças frequentarem a escola, estando a aprendizagem e o desenvolvimento
“inter-relacionados desde o primeiro dia de vida” (VYGOTSKY, 2000, p.110).
É na interação com o outro, por meio da linguagem, que os conhecimentos
são construídos. Hoje, o que é zona proximal de desenvolvimento será o nível de
desenvolvimento real amanhã, ou seja, aquilo que a criança consegue fazer com
assistência, hoje, será capaz de fazer sozinha amanhã (VYGOTSKY, 2000, p.49). É
nessa ZPD que a aprendizagem vai ocorrer. A função de um educador é mediar o
conhecimento entre a criança e o mundo.
Por meio das relações com o outro, a criança terá condições de construir suas
próprias estruturas. É desse modo que os aprendizes se desenvolvem, com a ajuda
de parceiros mais habilitados, até que suas habilidades passem de parciais a totais.
Esses princípios são relevantes para a nossa pesquisa, já que entendemos que a
aprendizagem de língua estrangeira deve ocorrer por meio de interações sociais.
Segundo Vygotsky, (2000), o desenvolvimento humano é caracterizado pela
habilidade de adquirir ferramentas psíquicas. Vygotsky (2000) não nega o
desenvolvimento biológico, no entanto, o desenvolvimento biológico humano é
formado e concretizado através do desenvolvimento social e histórico. Numa cultura
específica, ele pode ser historicamente caracterizado como o desenvolvimento de
tradições por meio da atividade humana. O desenvolvimento de tradições tem seu
paralelo no desenvolvimento ontogenético (HEDEGAARD, 2002), embora o
desenvolvimento ontogenético possa ser caracterizado por estágios de atividade
determinados pela capacidade biológica da criança tanto quanto pelas tradições
históricas em que a cultura envolve a criança.
23
De acordo com Vygotsky (1987), todas as funções psíquicas superiores,
incluindo aprendizagem e soluções de problemas, emergem primeiro em um plano
social ou interpessoal e então, mais tarde, em um plano interno ou intrapessoal.
Portanto, a participação no plano social ou interpessoal envolve interação social
entre duas ou mais pessoas. Para ele, a aprendizagem e o desenvolvimento são
atividades colaborativas que não podem ser ensinadas. É o aluno que constrói o seu
próprio entendimento em sua mente e é durante este processo que o professor age
como mediador.
Conforme Cameron (2001), uma implicação prática para o ensino de língua
estrangeira para crianças é a noção desenvolvida da relevância das “rotinas”. Para a
autora o conceito da rotina na aula de línguas pode criar um elo de equilíbrio entre a
segurança do hábito e a excitação do novo, sendo esse ambiente propício para o
crescimento, facilmente relacionado à ZPD. As rotinas favorecem que repetições
ocorram, fator considerável apropriado para o desenvolvimento da aprendizagem da
criança. A autora enfatiza que a importância das rotinas traz para o ensino de LE a
relevância de se modelar, por meio de práticas, o uso da linguagem trabalhada no
processo.
Cameron (2001) confirma o pensamento de Vygotsky de que a interação
exerce um impacto decisivo na aprendizagem. A autora propõe o modelo de ensino
de línguas para crianças tendo como base a linguagem em uso, em favor da prática
natural da linguagem, sem fragmentar as quatro habilidades (ouvir, falar, escrever e
ler). O sucesso das atividades de ensino de línguas depende da qualidade da
interação durante a aula e de atividades que maximizem a aprendizagem da língua
alvo (ROCHA, 2007).
24
Trabalhar com a zona proximal de desenvolvimento no ensino de LE em sala
de aula implica o conhecimento do professor em torno dos estágios de
desenvolvimento das crianças, sendo capaz de planejar mudanças qualitativas no
ensino em direção a determinada meta. Além disso, é importante considerar que,
embora cada criança seja única, elas compartilham traços comuns com outras
crianças, que integram a mesma sala de aula (HEDEGAARD, 2002). O ensino pode
ser construído com base nesses aspectos comuns, ao relacionarmos à ZPD as
etapas planejadas para o ensino e as etapas do processo de aprendizagem das
crianças.
No quadro abaixo Damianovic (2009) propõe algumas definições essenciais
para compreensão da zona proximal de desenvolvimento (ZPD):
Quadro 1 – Zona proximal de desenvolvimento (DAMIANOVIC, 2009, p. 112)
Autor Definição de ZPD
Vygotsky
(1978)
Distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma
determinar através da solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas
sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais
capazes.
Newman &
Holzman
(1993)
Representa a unidade aprendizagem-e-desenvolvimento e, portanto, a
unidade psicológica da história, o lugar da atividade revolucionária.
Bernstein
(1993)
Palco para batalhas ideológicas, para novas pautas de trabalho.
Engestrom
(1996)
Um terreno a ser habitado e explorado, por meio de um movimento
multidirecionado dentro de possibilidades. Essa zona cria traços
intersecionados que permitem a cada um movimentar-se de forma mais
efetiva, independentemente da direção a ser tomada. Nessa zona de
interseções e de fronteiras com outros, carregada de histórias e poder,
cada qual procura se adaptar e, simultaneamente, lutar para superar essas
fronteiras, o que leva a conflitos críticos. Esses conflitos críticos, por sua
25
vez, induzem a novas trilhas que expandem a compreensão coletiva da
zona de desenvolvimento e criam significados temporariamente
estabilizados. Quando os sujeitos alcançam certo nível de domínio dessa
zona, o processo de produção de novas zonas recomeça.
A
ZPD é a distância entre as ações presentes no cotidiano dos indivíduos
e as novas formas de atividade, social e historicamente constituídas, que
podem ser coletivamente geradas como solução para situações de
impasse que fazem parte das ações cotidianas.
Clot
(2006)
A
ZPD não consiste em ajudar o sujeito a realizar o que foi previsto para
ele; a ZPD consiste em criar um quadro no qual o sujeito poderá acordar o
impossível na sua própria atividade. A ZPD é um lugar, de certa forma, no
qual o psicológico ou o social favorece o sujeito para que ele encontre
possibilidades não realizadas.
Magalhães
(2007a)
(2007b)
A
ZPD é uma zona de ação criativa, uma atividade transformadora
prático-crítica”, em que a colaboração e a criticidade são imprescindíveis
às possibilidades de criação de “novas trilhas(desenvolvimento). O foco
está na criação de novos significados em que as mediações sociais são
“pré-requisito” (instrumento) e “produto” (desenvolvimento). (grifos da
autora).
A
ZPD é entendida como um espaço para uma transformação radical do
sistema de atividade, que pode acontecer quando um dos participantes
estabelece um conflito e o desenvolvimento é alcançado através da
resolução desse conflito, de uma forma que transcende suas contradições.
A ZPD é um espaço de vida que é inseparável de nós que a produzimos.
Szundy
(2008)
Zona de conflito em que o conhecimento é construído em espiral, o que
implica a criação de práticas e situações em sala de aula que permitam o
engajamento dos alunos em atividades colaborativas que levem em conta
os processos interativos existentes nos mais variados contextos sociais.
Tomando como norteador as postulações teóricas apresentadas, discutiremos
a abordagem comunicativa e sua relação com o ensino de inglês para crianças,
refletindo sobre as possibilidades teórico-metodológicas que podem ser
26
desenvolvidas e considerando a interação, em sala de aula, como fator primordial
para a aprendizagem e desenvolvimento do aluno.
1.1.3 A abordagem comunicativa
Nas décadas de 1960 e 1970, surgiram as novas tendências que favoreceram
e focalizaram o aprendiz em uma interação social. A abordagem comunicativa ou
método comunicativo (communicative approach) foi desenvolvido na Inglaterra, após
o surgimento do mercado comum europeu, quando as pessoas precisavam aprender
a falar Inglês para que os acordos comerciais tivessem sucesso. Na década de
1990, as aulas de línguas estrangeiras passaram a focar as habilidades de
comunicação e interação, nas quais os professores deveriam buscar distintos
métodos, pelos quais os alunos estivessem mais expostos à língua a ser aprendida
(CELANI,1997).
A abordagem comunicativa, segundo Richards e Rodgers (1998), propõe que
a língua estrangeira seja ensinada por meio de situações cotidianas comuns ao
universo do aluno. O método visa uma variedade de atividades, com as quais se
espera que os alunos expressem seus pensamentos e emoções. Uma variada gama
de jogos, propagandas, jornais, jogos da memória, quebra-cabeças, mímicas, além
de promover interação social, favorece o aprendizado, pois o ser humano cresce em
um ambiente social.
Na abordagem comunicativa, o aluno deixa de ser mero receptor e se torna o
responsável pelo seu aprendizado. O professor conduz a participação e recebe
sugestões dos alunos. Esse método incentiva os alunos a se comunicarem em sua
27
nova língua. Segundo Portela (2006), é na aprendizagem centrada no aluno, não só
em termos do conteúdo, mas também de técnicas usadas em sala de aula, que o
professor deixa de exercer seu papel de orientador devendo subordinar seu
comportamento às necessidades de aprendizagem dos alunos, mostrando
sensibilidade aos seus interesses, conduzindo-os à participação e aceitando
sugestões. O aluno se torna responsável pela sua própria aprendizagem e, por isso,
técnicas de trabalhos em grupo são muito encorajadoras para que haja uma maior
troca de conhecimentos entre os alunos sem a participação direta do professor.
Nunan (2005) sugere na abordagem comunicativa o uso dos “4Ps” (present,
practice, produce and perform). Primeiro, os alunos são apresentados à nova língua
em um contexto. Depois, praticam a nova língua num ambiente de apoio e são
solicitados a produzir texto de forma significativa. Após a produção, os aprendizes
recebem o suporte que precisam para usar a língua e desempenhar seu papel.
Ao listar as características da abordagem comunicativa, Nunan (1992),
enfatiza que a comunicação em língua estrangeira ocorre através da interação,
considerando a utilização de textos autênticos na situação de aprendizagem. Para o
autor, esse tipo de abordagem oferece aos alunos oportunidades para pensar no
processo de aprendizagem e não só na língua, dando importância às experiências
pessoais dos alunos como elementos que contribuem para sua própria
aprendizagem. Para isso, a aula relaciona a língua aprendida com atividades
realizadas fora dela.
Nunan (1981) define língua, na abordagem comunicativa, como “um sistema
para a expressão de significado; com função primária de interação e comunicação.”
Quanto à teoria de aprendizagem, o autor expressa que as atividades devem
envolver “comunicação real”, para que o uso da língua possa promover
28
aprendizagem, sendo assim, os objetivos da abordagem comunicativa são aqueles
que refletirão as necessidades do aprendiz. A ordem curricular será guiada pela
necessidade do aluno, de modo que os estudantes sejam engajados em atividades
que os envolvam em processos de dar e pedir informações, por exemplo.
Nunan (1987) sugere que uma verdadeira comunicação é caracterizada pela
distribuição de informação e pela negociação de significado. Com relação à
informação, na comunicação real, as decisões sobre quem diz o que e quando estão
disponíveis aos interlocutores. O significado, por sua vez, pode ser negociado de
maneira mecânica ou autêntica. Para o autor, quando o professor faz uma entrevista
com seus alunos, por meio de perguntas para as quais já sabe a resposta (nome,
idade, se é casado, quantos filhos tem), ocorre uma “pseudo-comunicação”
(NUNAN, 1987, p.4). As questões referenciais
5
, contudo, são aquelas em que o
professor não sabe a resposta e elas, desse modo, estimulam a comunicação
verdadeira.
Segundo Almeida Filho (2008), um professor comunicativo se preocupa mais
com o próprio aluno enquanto sujeito e agente no processo de aprendizagem de
uma língua estrangeira. Isso implica enfatizar as práticas sociais que conferem
sentido para a vida do aprendiz e fazem diferença para o seu futuro como cidadão.
Há algumas práticas compatíveis com a postura comunicativa de aprender e
ensinar língua estrangeira na escola. Entre elas, Almeida Filho (2008) sugere
destacar a significação dos textos, diálogos e exercícios, de modo que a prática
social da língua seja reconhecida pelo aluno como experiência válida de formação e
crescimento intelectual. Além disso, o pesquisador aponta para a necessidade de

5
Conferir referential questions (NUNAN, 1987).
29
explicitar a tolerância sobre a utilização da língua materna como apoio, na
aprendizagem de outra língua.
Almeida Filho (2008) esclarece que o método comunicativo pode oferecer
condições para aprendizagem consciente de regularidades linguísticas,
especialmente quando solicitadas ao aluno, buscando representar temas e conflitos
do seu universo na forma de problematização e ação dialógica. Durante a aula, o
professor pode permitir que o aluno tome a palavra muito mais frequentemente, já
que nessa abordagem o aprendiz tem coisas a perguntar, a dizer, a opinar e a
questionar.
Ao aproximarmos as concepções apresentadas sobre a abordagem
comunicativa com as postulações vygotskyanas, entendemos que é por meio da
linguagem que o pensamento abstrato (verbal) se forma e evolui. Para Vygotsky
(2000), a aprendizagem é um processo social de apropriação da cultura criada
sócio-historicamente pelo homem, na qual a interação entre a criança e o adulto (ou
alguém mais experiente) permite o contato com o conhecimento humano e a
apropriação, por parte da criança, das experiências acumuladas pela sociedade ao
longo de sua história.
Desse modo, Vygotsky (2000: p.65) afirma que “o conhecimento que não
passou pela experiência pessoal não é conhecimento coisa nenhuma”. Nesse
sentido, cabe ao professor proporcionar um ambiente que possibilite a construção
dos conceitos aprendidos no âmbito escolar. Tal observação ratifica-se na fala do
autor: “A educação se faz através da própria experiência do aluno, a qual é
inteiramente determinada pelo meio, e nesse processo o papel do mestre consiste
em organizar e regular o meio” (2000: p.67).
30
Por ser social, para Vygotsky (1987), a aprendizagem da criança se inicia a
partir do momento em que interage com o outro e com o meio, ou seja, a partir do
seu primeiro dia de vida. Assim, as situações de aprendizado propostas no âmbito
escolar já possuem uma história prévia, calcada nas atividades cotidianas da
criança, na qual ela tem contato com seu meio social e cultural. Esse conhecimento
prévio servirá de sustentação para os conceitos escolares que se construirão no
decorrer da vida escolar da criança.
1.1.4 O processo de ensino de língua estrangeira para crianças
Nesta seção, discutiremos brevemente a relação entre o ensino de LE e o
fator idade. Segundo Wood (1998, p.1), “teorias sobre como a criança pensa e
aprende têm sido colocadas e debatidas por filósofos, educadores e psicólogos por
muitos séculos”. Não é nova, portanto, as discussões em torno das diferenças entre
o aprendiz criança e o adulto, considerando que o pensamento e a aprendizagem no
que se refere à criança entre cinco e onze anos não são tópicos fáceis de serem
investigados. Isso decorre, segundo o autor, pela ligação desses estudos com as
teorias de desenvolvimento adotadas.
O ensino para as crianças dessa faixa etária (5 a 10 anos) apresenta
especificidades no tocante ao aprendizado. Esses aprendizes são movidos pela
curiosidade e pela receptividade e estão sempre dispostos a encarar novos desafios,
já que possuem facilidade em motivar-se, favorecendo a aplicação das mais
variadas propostas pedagógicas voltadas para o ensino do idioma. Conforme Ellis
(2004), um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança é aquele que propicia
31
o cultivo da atenção, da vontade, da inteligência, da imaginação criativa, como
também da educação moral.
Pujol-Busquets e Vallet (2003) afirmam ainda que o processo educacional
deva estar voltado para o desenvolvimento psíquico da criança, para o sentido
musical, para a educação da personalidade, bem como para o estudo de dados
físicos, sociais, morais, entre outros. Nesse sentido, destacamos a importância de o
ensino de LEC estar vinculado ao desenvolvimento psicológico, afetivo e
sociocultural do aprendiz, além de seu desenvolvimento linguístico (ELLIS, 2004;
CAMERON, 2001).
Entre outros fatores, Vilaplana (2003) destaca que as crianças aprendem
quando se engajam na ação. O envolvimento afetivo é uma das formas mais
profundas de aprendizado. O autor salienta que educar significa “dar palavra ao
aluno, partir dele, de suas necessidades de comunicação e cooperação”
(VILAPLANA, 2003, p. 76).
Segundo Cameron (2001), as crianças, além de curiosas, apresentam um
imenso potencial de aprendizagem, podendo se interessar por tópicos difíceis e
também abstratos, sendo que, as atividades propostas para o ensino de LEC devem
estar embasadas na construção de sentido, mobilizando a aprendizagem
significativa, princípio válido para o ensino de línguas em todas as demais fases.
Entre as características dessa faixa etária mencionadas por Cameron (2001),
ressaltamos que as crianças são entusiasmadas, cheias de vida, participativas e
desinibidas; tendem a perder o interesse com facilidade, especialmente em atividade
que julgam difíceis; possuem menor capacidade de fazer uso da metalinguagem e
mostram-se menos temerosas frente aos erros.
32
Moon (2000:09), por sua vez, destaca que as crianças são normalmente
muito falantes e tendem a usar a língua com criatividade, sendo que, ao fazê-lo,
priorizam sempre o sentido. O autor destaca, ainda, que a criança aprende línguas
por meio da ação e ressalta a importância da mesma sentir-se segura durante o
processo, uma vez que “os alunos têm sentimentos em relação à aprendizagem de
línguas” (MOON, 2000, p.10).
Ellis (2004) ressaltam que as crianças aprendizes de uma LE, pelo fato de
apresentarem muita energia física, necessitam estar sempre engajadas em
atividades diversificadas. Os autores apontam outras características como o fato de
que as crianças têm uma variada gama de necessidades emocionais, aparentam
aprender mais vagarosamente e tendem a esquecer as coisas com facilidade, pois
estão mais preocupadas com seu próprio mundo e ficam entediadas com facilidade.
Ellis (2004) afirma que a criança, além de curiosa, desinibida e interessada, é
livre de preconceitos, extremamente observadora, capaz de fazer comparações
entre culturas diversas, apresentando um forte desejo de se comunicar com pessoas
de outros países.
Cameron (2001) e Ellis (2004) destacam o fato das crianças estarem ainda,
desenvolvendo-se cognitivamente, e, portanto, apresentarem-se em processo de
desenvolvimento de seu letramento em língua materna (LM). Tais pressupostos
encontram respaldo na teoria sócio-histórica vygotskyana, que enfatiza ser a
“relativa maturidade da língua materna, um fator importante para o desenvolvimento
da língua estrangeira” (VYGOTSKY, 2000, p.266).
Embora as crianças compartilhem características no que se refere ao seu
perfil como aprendizes de uma nova língua, elas não apresentam uma maneira
33
uniforme de aprendê-las. Moon (2000) salienta que são diversas e variadas as
formas pelas quais as crianças podem aprender uma LE, sendo restrita a visão de
que elas mesmas aprendem somente “repetindo, imitando ou traduzindo” e,
acrescentamos, brincando sem propósito específico.
Conforme ressaltam Nunan (1999), Assis-Peterson e Gonçalves (1999), a
facilidade inata da criança para aprender outras línguas é uma hipótese sobre a qual
resultados de estudos empíricos estão longe de convergir. Ellis (2004, p.21)
enfatizam que “por si só”, o início da aprendizagem de línguas na infância “não pode
ser, automaticamente, considerado uma vantagem”. Segundo Rocha (2006), muitos
outros fatores, dentre eles confiança, motivação, autoestima e personalidade,
influenciam decisivamente no processo de ensino de LE. Os autores citados
justificam que uma das mais importantes considerações feitas, em relação às
vantagens de iniciar a aprendizagem de LE na infância, recai no fato de que os
benefícios aparecerem somente após um longo período de tempo.
Por meio de condições favoráveis e apropriadas de aprendizagem Johnstone
(1994) destaca algumas vantagens do início do ensino de línguas na infância.
Primeiramente, os aprendizes mais jovens aparentam ter melhores condições de
adquirir o sistema sonoro da língua-alvo, lidando, assim, mais facilmente com a
pronúncia e com a entonação, além do que as crianças tendem a ser menos
ansiosas e, portanto, conseguem adquirir a língua-alvo com mais facilidade, sem
bloqueios. O autor ainda considera que os aprendizes mais jovens dispõem de mais
tempo para a aprendizagem de uma LE ao longo da vida, proporcionando resultados
positivos no que concerne ao desenvolvimento da consciência linguística e do
letramento. Por fim, Johnstone (1994) conclui que o início da aprendizagem de LE
na infância influencia beneficamente a criança, no que diz respeito ao seu
34
desenvolvimento global (cognitivo, emocional e cultural), bem como no que se refere
à formação de uma identidade multilíngue e intercultural.
Considerando as características da faixa etária em questão, Vygotsky (1987)
postula que o lúdico influencia enormemente o desenvolvimento da criança. Para o
autor, é por meio do jogo que a criança aprende a agir, adquire iniciativa e
autoconfiança e sua curiosidade é estimulada, proporcionando o desenvolvimento
da linguagem, do pensamento e da concentração. A partir disso, discutiremos, a
seguir, uma possibilidade teórico-metodológica para a mediação no ensino de LE
por meio do lúdico e de diferentes tecnologias, conforme aponta Wertsch (1985;
1996), ao expor que a aprendizagem e o desenvolvimento são resultados de uma
atividade mediada por diferentes ferramentas, entre as quais estão os livros,
computadores, estratégias instrucionais, telecomunicações e multimídia.
1.2 Interação e aprendizagem: o lúdico e as diferentes tecnologias
1.2.1 O lúdico em aulas analógicas
Considerando o lúdico como uma abordagem psicocognitiva, Passerino
(1998) evidencia a capacidade, desse método, de absorver o participante de
maneira intensa e total, por meio do clima de entusiasmo, exatamente, por mobilizar
sentimentos de exaltação e tensão, seguidos por um estado de alegria e
envolvimento emocional. A autora ressalta a atmosfera de espontaneidade e
criatividade que envolve as atividades propostas, que, por sua vez, são organizadas
35
com limitação de tempo, ou seja, há uma organização cronológica, já que o jogo tem
um estado inicial, um meio e um fim.
Passerino (1998) destaca, também, nessa abordagem, a possibilidade de
repetição e a limitação do espaço, considerando que há um “local” reservado para
que se assuma um mundo temporário e fantástico, permeado pela existência de
regras, já que cada jogo se processa de acordo com certas normas que determinam
o que “vale” ou não dentro desse mundo imaginário. Para o autor, esses
procedimentos auxiliam a criança no seu processo de integração social e estimulam
a imaginação, a autoafirmação e a autonomia.
O jogo pode ser considerado como um importante meio educacional, pois
propicia um desenvolvimento integral e dinâmico nas áreas cognitiva, afetiva,
linguística, social, moral e motora, além de contribuir para a construção da
autonomia, criticidade, criatividade, responsabilidade e cooperação. Um jogo pode
ser útil no processo educacional, pois pode promover situações interessantes e
desafiadoras para a resolução de problemas, permitindo aos aprendizes uma
autoavaliação, quanto aos seus desempenhos, além de fazer com que todos os
jogadores participem ativamente de todas as etapas.
Se o ensino for lúdico e desafiador, a aprendizagem prolonga-se fora da
sala de aula, fora da escola, pelo cotidiano, até as férias, num crescendo
muito mais rico do que algumas informações que o aluno decora porque vão
cair na prova. (Neto,1999, p.80)
É na ação do jogo que o sujeito, mesmo que venha a ser derrotado, pode
conhecer-se, estabelecer o limite de sua competência enquanto jogador e reavaliar o
que precisa ser trabalhado, desenvolvendo suas potencialidades, para evitar uma
próxima derrota. A competição inerente aos jogos garante o dinamismo, o
36
movimento, desencadeando o interesse e o envolvimento naturais do aluno e
contribuindo para o seu desenvolvimento social, intelectual e afetivo.
1.2.2 Jogos educativos computadorizados
O jogo computadorizado promove o interesse e a motivação, aumentando a
atenção do aluno, por criar a sensação de que aprender é divertido. Com esse tipo
de jogo, o jogador desenvolve a capacidade de processar fatos e fazer inferências
lógicas durante a resolução de um problema. Aliam-se a essa dinâmica processos
de entretenimento, possibilitando a aquisição de novos conhecimentos. De acordo
com Stahl (1990), as características básicas de um jogo educativo incluem
orientação, diretrizes para participação, regras do jogo, contexto de jogo ou cenário
e alguma conclusão.
Stahl (1990) elucida que os jogos educativos computadorizados apresentam
várias características específicas, como permitir um envolvimento homem-máquina
gratificante e estimular a criatividade do usuário, incentivando-o a crescer e a tentar,
sem se preocupar com os erros. Para isso, o jogador precisa ter clareza dos
objetivos e procedimentos e o jogo deve promover interações para facilitar o alcance
dessas metas, uma vez que o jogador pode mudar os parâmetros, variando o
ambiente e podendo, assim, enfrentar dificuldades diversificadas, conforme o
andamento das jogadas.
O jogo educativo computadorizado pode, segundo Stahl (1990), propiciar um
ambiente rico e complexo para a resolução de problemas, através da aplicação de
regras lógicas, da experimentação de hipóteses e antecipação de resultados e
37
planejamentos de estratégias, trabalhando também com representações virtuais de
uma forma coerente. Para isso, o pesquisador aponta a necessidade de fornecer
diretrizes no início do jogo e disponibilizá-las ao jogador até a sua finalização, sem
apresentar instruções equivocadas, exceto quando a descoberta das regras for parte
integrante do jogo. Isso não impede que o aluno seja desafiado, através de
interações consecutivas que o conduzam a um resultado preciso, incorporando
níveis variáveis de solução de problemas, feedback do progresso, registro de pontos
e análise do desempenho.
O elo entre computador e jogo se torna eficiente, pois associa a riqueza dos
jogos educativos com o poder de atração que os computadores exercem nas
crianças. O computador é usado de forma lúdica e prazerosa, além de trabalhar com
algumas habilidades, como, por exemplo, destreza, associação de ideias e
raciocínio lógico e indutivo.
Desse modo, Pais (2008) explica que a inserção dos recursos tecnológicos da
informática na educação escolar, inclusive o uso da Web, pode contribuir para a
melhoria das condições de acesso à informação, minimizar restrições relacionadas
ao tempo e ao espaço e facilitar a comunicação entre professores, alunos e
instituições.
1.2.3 A Web no ensino de inglês
O uso da informática tende a ser uma das características principais do
período contemporâneo, tal como a invenção da imprensa ampliou a comunicação a
partir do Renascimento. A facilidade de manipulação e a eficiência possibilitada pela
38
técnica da digitalização trazem transformações significativas em diversos setores da
vida social como a cultura, a ciência e a educação (PAIS, 2008).
A sociedade vivencia mudanças na organização geral da vida cotidiana e a
escola não pode estar à margem desse processo evolutivo. Pais (2008) expõe que o
contexto social da escola está pulverizado por inovações tecnológicas, emergentes
da sociedade da informação, descrevendo novas competências, sem o domínio das
quais é praticamente impossível o pleno exercício da cidadania. Entre as novas
competências exigidas pela sociedade da informação, está o uso da Internet, que é
uma das mais importantes criações dos últimos tempos para a melhoria dos
sistemas de informação e de comunicação, o que, consequentemente, possibilitou
ampliar as formas de aprender e ensinar, já que, segundo o autor, uma das
vantagens do uso da rede é o aumento da interatividade quando o usuário encontra-
se diante do computador.
A tecnologia se revela muito importante para acessar materiais autênticos e
fazer pesquisas. De acordo com Erben (2009), a prática docente precisa estar aliada
à criação de tarefas adequadas ao potencial de aprendizagem e ao nível de
conhecimento dos alunos. Se há alunos na turma que estão acostumados a baixar
músicas, usam iPods com vídeos, será fácil relacionar o que eles costumam utilizar
no computador com alguma atividade. O autor explica que tarefas contextualizadas
incentivam os alunos a aplicarem seu conhecimento de mundo ao conteúdo e à
aprendizagem da língua, acentuando, nessa perspectiva, o potencial educativo das
atividades mediadas por tecnologia.
Erben (2009) considera extremamente importante, para aprendizes de língua
inglesa no nível de pré-produção (básico), a escolha de tecnologia que dê suporte
ao texto, como imagens, gráficos, tabelas que liguem o texto à representação visual.
39
Já para aprendizes num nível de produção iniciante, o autor aponta a escolha de
tarefas que promovam vocabulário, gramática e aquisição de listening, como
exercícios com histórias digitais, áudio podcasts, vídeos online.
Em função do foco de nossa pesquisa estar nas especificidades que o meio
digital oferece enquanto espaço de ensino e aprendizagem, faz-se necessário um
levantamento de suas características físicas, diferenciando-as do suporte analógico.
Segundo Tenório (2001), a distinção entre analógico e digital que permeia o senso
comum, tende a reduzir o primeiro conceito a tudo o que percebemos como antigo e
ultrapassado, enquanto o segundo é visto como sinônimo de modernidade e avanço
tecnológico. O autor lembra que mesmo a diferenciação feita entre modelos de
informação analógicos e os modelos digitais também reduz as potencialidades dos
analógicos. Tenório (2001) alerta para os riscos desse reducionismo no plano
educacional, que acaba por subvalorizar as características analógicas e
sobrevalorizar as digitais, desconhecendo a sua frequente integração em nosso
cotidiano, principalmente, no dia a dia de educadores.
Contrapondo-se a essa visão reducionista, Tenório (2001) afirma que a
característica definidora de um meio, de uma forma ou de um conteúdo digital é o
fato de eles terem um campo discreto, isto é, quando apresentamos dados ou
realizamos ações em meio digital podemos distinguir cada elemento constituinte
desses dados ou ações. Um exemplo é o texto digitalizado, no qual podemos contar
o número de caracteres que o constituem, incluídos aí os espaços entre as
palavras/letras, porque o meio digital “lê” uma sequência numérica por vez. Essa
característica permite, por exemplo, que se faça um levantamento de palavras
repetidas, recorrências lexicais, localização de determinados trechos e/ou palavras
de maneira rápida e precisa.
40
Em contrapartida, as características do meio analógico seriam, por sua vez,
complementares às digitais, justamente por serem indiscriminadas, contínuas, não
sendo passíveis de identificação por meio de cada elemento constituinte, mas
apenas a partir de um todo. É o que acontece quando olhamos uma foto, uma figura,
ou ainda uma página da Internet na tela do computador. Nesse caso, não seria
desejável ou necessário conhecer os códigos de HTML
6
, ou ainda, saber o número
de pixels utilizados na digitalização da foto/figura, já que o tempo gasto nessa tarefa
seria imenso e, provavelmente, em nada contribuiria para sua recepção ou fruição
por parte do usuário de computador. O objetivo seria apenas fazer uma figura
“aparecer” na tela de uma determinada maneira, o que permitiria sua percepção no
plano analógico.
A digitalização de imagens e informações, portanto, não transforma a sua
percepção num processo essencialmente digital, já que uma foto ou um texto, em
suas formas impressas (no filme ou no papel), seriam vistos, ou recebidos, da
mesma maneira pelo olhar humano. Em outras palavras, poderíamos dizer, de
acordo com Tenório (2001), que sua fruição foi essencialmente analógica, ou seja,
houve a percepção de um todo contínuo sobre um objeto. Mas, a possibilidade de
fazer modificações nessas imagens e textos, tornando-os passíveis de alterações
em sua estrutura visual (as cores na foto e o tamanho da fonte no texto, por
exemplo), inaugura novas formas de se trabalhar as características constitutivas de
um objeto em meio digital, transformando sua recepção.
As práticas educacionais vigentes no Brasil refletem uma crescente adoção
de ferramentas educacionais para promover aprendizagem colaborativa na Web. Os
e-mails, fóruns e blogs são as ferramentas mais comuns para a troca de mensagens

6
Sigla de hypertext markup language; linguagem de marcação de hipertexto.
41
online entre alunos e professores, por meio da comunicação textual. Comunicações
textuais permitem que todo episódio colaborativo seja armazenado e construído. Os
alunos aprendem melhor quando estão ativamente engajados em oportunidades de
aprendizagem interativas (NUNAN, 2005).
A possibilidade de comunicação é uma grande qualidade da Web. O pequeno
aprendiz tem a oportunidade de participar de uma série de formas de comunicação
autêntica. Richards (1998) confirma a interação e a abordagem comunicativa nos
materiais da Web. Para o autor, o material disponível na rede apresenta muitas
características típicas da abordagem comunicativa, dentre elas, o fato da Web
oferecer diversos gêneros de texto e as mais variadas fontes de informação.
Segundo Almeida Filho (2008), intervir comunicativamente é objetivar um
desempenho de uso real da língua estrangeira, com tarefas que mobilizem o
interesse e a necessidade do aluno, ou seja, que capacitem o aprendiz a usar língua
estrangeira para realizar ações de verdade na interação com os outros falantes-
usuários dessa língua.
Warschauer (2000) lista algumas razões para o uso da Internet no ensino do
inglês: contextos autênticos; aumento de letramento através da leitura, escrita e
oportunidade de publicação na Internet; vitalidade obtida pela comunicação em um
meio flexível e multimídia; e empowerment (empoderamento), pois o domínio das
ferramentas da Internet pode formar aprendizes autônomos para outras dimensões e
áreas que não sejam somente a aprendizagem do ensino de inglês. Deixar
mensagens em livros de visitas, participar de salas de bate-papo, jogos virtuais,
enviar e receber e-mails são exemplos de atividades que podem ser realizadas via
Internet, promovendo a aquisição da LE em tempo real e de maneira interativa e
criativa.
42
Erben (2009) lista alguns princípios para criar um ambiente de aprendizagem
de língua estrangeira por meio da tecnologia. O primeiro é dar muitas oportunidades
aos alunos de ler, escrever, ouvir, discutir, por meio da escrita e oralmente, em
inglês. Para isso, a proposta pode sugerir navegar na web, criar blogs relacionados
aos tópicos estudados, ler as mensagens deixadas pelos colegas da turma, etc. Em
segundo lugar, o autor aponta a necessidade de criar atividades de gramática online
e outros exercícios de escrita por meio do editor de texto ou power-point, utilizando
e-mails para comunicação assíncrona.
Outro princípio, apontado por Erben (2009), consiste em fornecer um
determinado tempo para os alunos utilizarem o inglês produtivamente, por meio de
atividades que utilizem variadas tecnologias simultaneamente, como criar projetos e
relatórios específicos do assunto estudado, usar uma webpage builder para construir
um website ou utilizar um software de edição de vídeo online para criação de filmes
e blogs. O autor também recomenda um momento de autoavaliação, no qual o aluno
tenha oportunidades de perceber os erros e corrigi-los.
Para finalizar, Erben (2009) explica que o ambiente a ser criado para o ensino
de LE deve utilizar atividades que maximizem as oportunidades de interação, em
inglês, entre os aprendizes e outros falantes. Como, por exemplo, organizar
atividades colaborativas síncronas e assíncronas com e-mail, mensagem
instantânea, vídeo conferência, quadro de avisos e fórum de discussão.
Para isso, é importante saber qual é a familiaridade dos alunos com a
tecnologia, ou seja, com qual tecnologia ou equipamento os alunos estão mais
acostumados, já que muitos baixam músicas da internet, outros produzem blogs e
sites. Erben (2009) sugere que o professor produza uma pesquisa rápida para saber
quais são as afinidades e interesses dos alunos, com o objetivo de relacionar as
43
atividades preparadas com os seus conhecimentos prévios em torno de
determinadas tecnologias. Se os alunos já demonstram interesse em ouvir Mp3 ou
produzir blogs, o professor pode criar atividades que envolvam essas tecnologias,
mobilizando, portanto, mais interesse e prazer durante as atividades.
Fazendo uma conexão com a teoria sócio-histórica vygotskyana,
compreendemos que a aprendizagem, por ser um processo social, permite ao
aprendiz mais experiente compartilhar seu conhecimento com um aprendiz menos
experiente, ou seja, há uma colaboração conjunta entre os sujeitos em atividades
culturais. Nessa colaboração conjunta, as diferentes tecnologias, digitais e
analógicas, podem mediar o processo de aprendizagem, potencializando a interação
entre os aprendizes.
De acordo com a faixa etária pesquisada, uma proposta teórico-metodológica
que considere o lúdico e o uso das tecnologias apontadas pode contribuir para
estimular as crianças a conhecer a língua inglesa, sendo que, por meio do brincar, é
possível inserir na sala de aula a prática social real, ou seja, mostrar como as
pessoas usam a linguagem para interagir socialmente.
Segundo Leffa (2009), no ensino de língua inglesa, sempre há algo do gosto
do aluno e que sirva para seduzi-lo e incluí-lo em uma determinada comunidade. As
diferentes tecnologias, portanto, permitem ir além do livro didático, pois trazem para
a sala de aula as diferentes linguagens que circulam nas inúmeras práticas sociais.
Se considerarmos que vivemos em um mundo multimidiático, verbal, visual e sonoro,
ignorar a dinamicidade dos usos da língua que falamos e ensinamos é inserir nas
aulas de inglês apenas atividades mecanizadas, reduzindo seu vínculo com a vida
real e, desse modo, com os usos reais da língua.
44
Após as acepções teóricas apresentadas, entendemos ser primordial
considerar a individualidade da criança e a possibilidade de inseri-la em práticas
sociais significativas em a que língua inglesa se concretiza, mediando a
aprendizagem por meio do uso de diferentes tecnologias. Desse modo, no próximo
capítulo, apresentamos o percurso metodológico desenvolvido, descrevendo o
contexto situacional de cada escola e de seus alunos, bem como as atividades
desenvolvidas.
45
CAPÍTULO II
METODOLOGIA DE PESQUISA
Nesta parte, o objetivo é apresentar como a pesquisa se caracteriza do ponto
de vista metodológico. Para isso, o capítulo discute cinco aspectos: a) situar esta
pesquisa em termos de sua base interpretativista e sua filiação às linhas de análise
em Linguística Aplicada e as implicações metodológicas desses fatores; b)
descrever o contexto em que se desenvolve a pesquisa; c) apresentar os objetivos;
d) descrever o corpus e os sujeitos de pesquisa selecionados; e) apresentar as
categorias e os procedimentos de análise para responder à pergunta de pesquisa.
2.1 Abordagem metodológica
A pesquisa é de base qualitativa e interpretativista segundo a natureza de
seus dados. Nessa perspectiva, a investigação procura compreender e interpretar os
fenômenos ou acontecimentos nos limites da sala da aula. Larsen-Freeman e Long
(1986) definem metodologia qualitativa como aquela que apresenta um estudo
etnográfico, ou seja, o estudo do sentido social de um determinado aspecto em
contextos particulares. No caso deste trabalho, o contexto particular é a sala de aula,
no qual os pesquisadores observam e analisam os dados ao invés de testar
46
hipóteses. Seu foco está no professor, com o intuito de investigar sua prática e como
ela pode ser direcionada aos alunos de forma mais significativa.
O pesquisador não pode se eximir de sua condição de pessoa localizada
sócio-historicamente e o pesquisado é atuante em suas circunstâncias e
experiências. Logo, o pesquisado não pode ser observado como se fosse um objeto
isolado do pesquisador e da pesquisa em certa instância (CAMERON, 2001).
De acordo com Telles (2002), dependências do pesquisado em relação ao
pesquisador não devem ser alimentadas; tal relação deve sim promover contextos
que possibilitem a prática da reflexão e o desenvolvimento de ações voltadas para a
melhoria de seu trabalho pedagógico em sala de aula.
Trata-se, então, de uma pesquisa-ação colaborativa cujo processo pode ser
compreendido como uma busca pela compreensão mais elaborada de perguntas ou
problemas previamente identificados. A pesquisa-ação pode ser definida como
pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita
associação com uma ação, na qual pesquisadores e os participantes estão
envolvidos de modo cooperativo ou participativo (LAVILLE e DIONE, 1999). Nunan
(1992) define pesquisa-ação, como um estudo de caso escolar, feita por professores
que usam o status de participantes como base para desenvolver habilidades de
observação e análise da prática docente.
Lakatos e Marconi (2001) discutem a pesquisa-ação como aquela que
envolve um plano de ação baseado em objetivos, em um processo de
acompanhamento e controle da ação planejada, além de um relato desse mesmo
processo. A pesquisa-ação está compreendida como uma modalidade de pesquisa
47
participativa, pois propõe um trabalho que engloba a participação efetiva de uma
população pesquisada no processo de geração de conhecimento.
Thiollent (1988) delimita que a pesquisa-ação é uma estratégia metodológica
da pesquisa social na qual há uma ampla e explícita interação entre pesquisador e
pessoas implicadas na situação investigada. Desta interação, resulta a ordem de
prioridade dos problemas a serem pesquisados, sendo que o objeto de investigação
não é constituído pelas pessoas e sim pela situação social e pelos problemas de
diferentes naturezas encontrados nesta situação.
A pesquisa não se limita a uma forma de ação, segundo Thiollent (1988), mas
pretende-se aumentar o conhecimento dos pesquisadores e o conhecimento ou o
“nível de consciência” das pessoas e grupos considerados. Este estudo caracteriza-
se por pesquisa-ação, uma vez que o pesquisador e os participantes estão
envolvidos de modo participativo, conforme descrevemos a seguir.
2.2 Contexto da pesquisa
O cenário da pesquisa é composto por uma escola da Rede Particular e outra
da Rede Municipal do Ensino Fundamental do primeiro ciclo, localizadas na Grande
São Paulo. Apesar dos dois cenários serem distintos, eles apresentam
características comuns, possibilitando que os resultados desta investigação sejam
comparados, em busca de possíveis semelhanças e diferenças. Para a escolha dos
cenários, consideramos o contexto profissional em que a pesquisadora encontra-se
inserida, através de sua atuação como professora em ambas as escolas.
48
2.2.1 As escolas
A escola municipal localiza-se em Barueri na Grande São Paulo, foi
inaugurada em 2003 e atende cerca de mil alunos distribuídos em dois períodos. O
foco da escola está na educação infantil, atendendo a faixa etária entre 3 e 6 anos,
e, também, no primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental, constituído pela
faixa etária entre 7 a 10 anos. Há um laboratório de informática com 20
computadores. A pesquisa foi realizada com uma turma de 27 alunos do quinto ano,
que estudam inglês desde o terceiro ano. As aulas foram realizadas na sala de aula
da turma. Os alunos apresentam muito interesse e prazer em aprender a língua
inglesa, pois sempre participam da aula, falando ou apresentando dúvidas e
curiosidades.
A escola particular está situada em Carapicuíba na Grande São Paulo, atende
da educação infantil, faixa etária entre 2 a 5 anos, e alunos do ensino fundamental,
primeiro a quarto ciclos, faixa etária entre 6 a 15 anos. Há cerca de 250 alunos
matriculados e todos têm aulas de inglês. A escola é equipada com um laboratório
de informática com 15 computadores com acesso a internet. A pesquisa foi realizada
com uma turma do quinto ano com 12 alunos. Segundo relato dos alunos, o
laboratório é utilizado para a digitação de trabalhos, pesquisas na internet, sendo
que alguns professores utilizam a Web para ampliar assuntos estudados em sala de
aula e outros professores utilizam softwares didáticos.
49
2.2.2 Os participantes
Os alunos pesquisados, da rede municipal, moram no mesmo bairro ou ao
redor dele. Eles têm entre 9 a 10 anos e a maioria dos alunos pesquisados, estão
inseridos em outras atividades oferecidas pelo município, no parque próximo à
escola, como teatro e esportes em geral. A maioria dos alunos não possui
computadores em casa e, consequentemente, não acessam a internet.
Os alunos pesquisados, da rede particular, tem entre 9 e 10 anos de idade e
moram distantes da escola. Dentre os doze alunos pesquisados, quatro estudam
inglês em escolas de idiomas, e outros dois alunos já fizeram curso. Eles
apresentam muito interesse durante as aulas, são participativos, gostam de encenar
pequenas peças, participar de jogos em inglês e cantar músicas. Os alunos têm
computadores conectados à internet, possuem e-mail e participam de redes de
relacionamento.
2.3 Objetivos e perguntas de pesquisa
Para desenvolver este estudo, partimos da seguinte questão: Quais possíveis
benefícios o uso de diferentes tecnologias, seja a utilização da internet ou de
materiais autênticos, traz para o ensino de inglês para crianças? Para respondê-la,
selecionamos os ciclos iniciais, do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental, o
qual, apesar de facultativo, encontra-se consolidado no currículo de escolas
particulares e em constante expansão no setor público.
50
Esta pesquisa tem como objetivo observar se a utilização de tecnologia em
aulas de Língua Estrangeira para crianças afeta positivamente a aprendizagem, a
participação e o engajamento, comparando uma situação de ensino-aprendizagem
mediada pelo uso da internet, na escola particular, com outra situação mediada pelo
uso de materiais autênticos (revistas, flashcards, livros), na escola pública. Com
base nessas reflexões e na análise das observações colhidas nas duas turmas,
conduzirei uma discussão sobre as razões para o uso, ou não, da internet no ensino
de língua inglesa para crianças.
2.4 Coleta de dados
Os procedimentos para a coleta dos dados foram organizados em três
momentos: a organização dos dados, o seu estudo comparativo, seguido da
interpretação e apresentação dos resultados.
Para isso, os dados foram colhidos durante a aplicação do projeto nas duas
escolas, considerando o uso da internet, na escola particular, e o uso de materiais
autênticos, na escola pública, para, desse modo, realizarmos a comparação entre as
aulas com recursos digitais e as aulas com recursos analógicos.
A utilização da internet considerou o acesso a sites, blogs e dicionários online.
Propusemos a escrita de um diário no blog da turma. O blog foi utilizado com a
finalidade de registrar, em português, os relatos e as experiências das atividades
realizadas durante as aulas. Com relação aos recursos analógicos, utilizamos
revistas, flashcards e jogos educativos. Para registrar as experiências, propusemos
a escrita, em português, de um diário de bordo.
51
A seguir, descrevemos um quadro com as tarefas realizadas, organizado a
partir dos recursos tecnológicos utilizados: turma A, o contexto digital, e turma B, o
contexto analógico.
QUADRO DE TAREFAS
Turma A: Contexto Digital Turma B: Contexto Analógico
Aula 1: Jogo com flashcards,
reconhecimento do novo vocabulário.
Aula 1: Jogo com flashcards,
reconhecimento do novo vocabulário.
Aula 2: Acesso ao site <a4esl.org>; jogo
clothes and accessories
Aula 2: Atividade que propõe denominar a
figura, falando o nome correto da roupa
em inglês; jogo do hangman (forca), entre
grupos de 2 a 3 alunos.
Aulas 3 e 4: Acesso ao site <a4esl.org>
para jogar crossword, em seguida acesso
ao blog da turma para início do diário
digital, com os comentários dos alunos.
Aulas 3 e 4: “Monte seu boneco com as
roupas que você ouvir”; início do diário,
com as palavras que aprendeu.
Aula 5: Expressar preferências sobre
roupas para irem a lugares pré-
estabelecidos na tarefa.
Aula 5: Expressar preferências sobre
roupas para irem a lugares pré-
estabelecidos na tarefa. Anotações no
diário.
Aulas 6 e 7: Acesso ao blog
<www.chocolatefashionblog.com>; enquete
sobre o que os membros da família devem
ou não usar. Registro das opiniões no blog.
Aulas 6 e 7: Olhar as revistas Teen Vogue
(americanas novembro e dezembro de
2009).
Aula 8 : Término do registro no blog. Aula 8: Registro nos diários analógicos
sobre as atividades com a revista vogue
teen.
Aula 9: Acesso ao site de relacionamento
e-pals, para contato com garotos norte-
americanos.Para descobrir preferências
Aula 9: Questionário
52
sobre as vestimentas deles.
Aula 10: Questionário ________
Por semana, a turma A possui duas aulas seguidas, totalizando cem minutos.
Já as aulas da turma B acontecem uma vez por semana com duração de cinquenta
minutos.
Na primeira atividade, utilizamos alguns jogos com flashcards para a
introdução do novo vocabulário (clothes), nas duas turmas. O objetivo da atividade
foi iniciar o aprendizado do tema “clothes”, de maneira lúdica, para estimular o
interesse dos alunos.
Na sequência, com a turma A, entramos no site <a4esl.org> para acessar
primeiramente, o linkvocabulary easy with pictures”, e, depois, o linkclothes and
accessories”. Os participantes tiveram a oportunidade de exercitarem o que
aprenderam e ampliaram o vocabulário com as palavras novas. O site apresenta as
opções de respostas, mostrando se o jogador acertou ou não (Figura 3), trazendo
também o total (score) com a porcentagem de acertos. Quando o aluno escolhe a
resposta errada o site automaticamente mostra a resposta correta. A atividade foi
feita em duplas e cada participante jogava uma vez. Houve também farão atividades
de “jig-saw” para ligar figuras de roupas aos nomes corretos em inglês. Ao final das
atividades, os alunos escreverão no blogA learning diary”, quais as palavras que
aprenderam e o que praticou.
53
Figura 1: Página inicial do site <a4esl.org>
54
Figura 2: Atividade de vocabulário sobre roupas
Figura 3: Atividade de vocabulário sobre roupas
55
A LEARNING DIARY
Hoje eu aprendi……….
Hoje eu pratiquei……….
Hoje eu usei inglês nestas situações
Algo que eu disse muito bem hoje….
Um erro que eu cometi hoje………..
Minhas dificuldades ……
Na atividade seguinte, os alunos tiveram a oportunidade de expressar suas
preferências sobre roupas e acessórios. Fizemos uma enquete sobre quais roupas
que eles preferem para irem a alguns lugares pré-estabelecidos na atividade. Os
alunos registraram as preferências num painel elaborado pela professora da
seguinte forma:
OUR GROUP FAVORITE CLOTHES
What do you like wearing to go to ….
Students Park Church Home Club Movie Supermarket
Larissa
Shorts
and
Sandals
Dress pijama Skirt Dress
t-shirt and
legging
Ana
T-shirt
shorts
Sandals
Skirt pijama Bikini
Jeans and
coat
dress
Júlia
Dress
sandals
White
dress
pijama
t-shirt
and
shorts
Dress
shoes
t-shirt and
jeans
Letícia
t-shirt
shorts
sneakers
dress
Mini skirt
and shirt
Dress
Jeans and
shirt
Jeans and
t-shirt
Paulo
T-shirt
jeans
Jeans and
polo
Pants and t-
shirt
_____
Jeans and
polo
Jeans and
pólo
Victor
T-shirt
jeans
Pants and
shirt
t-shirt and
shorts
t-shirt
and
shorts
Pants and
t-shirt
Pants and shirt
or sweater
56
Otávio
t-shirt
and shorts
_____
t-shirt and
shorts
t-shirt
and
shorts
shirt and
jeans
Shirt and pants
João
t-shirt
and shorts
Pants and
polo
t-shirt,
shorts and
slippers
t-shirt
and
shorts
Shirt ,
jeans and
shoes
Polo and pants
Maria
t-shirt
and skirt
Dress Shorts, shirt Dress
Dress and
shoes
Dress and
boots
Caio
Polo
and shorts
Polo and
jeans
Pijama Shorts
Shirt and
jeans
Polo and jeans
Paula
t-shirt
and shorts
Shirt and
skirt
t-shirt and
shorts
Dress
Skirt and
shirt
Dress
Alexandre
t-shirt
and jeans
Polo,
jeans and
shoes
t-shirt and
shorts
Shorts
Jeans and
shirt
Jeans and
shirt
As roupas mais frequentes:
T-shirt 23 vezes
Jeans 17 vezes
Shorts 15 vezes
Shirt 12 vezes
Dress 11 vezes
Polo 08 vezes
Skirt 05 vezes
Shoes 04 vezes
Pijama 04 vezes
Pants 04 vezes
Sweater 01 vez
Coat 01 vez
Legging 01 vez
Slippers 01 vez
Sneakers 01 vez
Boots 01 vez
57
Na atividade seguinte, acessamos um blog (figura 4) norte-americano
7
sobre
moda, estilo e acessórios. O objetivo da atividade foi permitir que os alunos
acessassem outras culturas. Para isso, analisamos o item: “Boys, should never wear
pink and green”. A autora do blog sugere que o menino da foto, que está usando
uma camisa rosa e um sweater verde, troque as cores por azul e amarelo.
Primeiramente, os alunos observaram, discutiram e registraram no blog da turma a
opinião, sobre as cores que meninos devem ou não usar, e depois fizemos a
seguinte enquete:
1.) Mothers should never wear...................
2.) Grandmothers should never wear.............
3.) Fathers should never wear................
4.) My sister ( or brother ) should never wears………
Figura 4: Página do blog www.chocolatefashionblog.com

7
<http://www.chocolatefashionblog.com/2009/05/little-boys-should-never-wear-pink-and.html>
58
Cada aluno escreveu sua opinião no nosso blog e ao final de cada aula
escreveram o Learning diary. No site <www.epals.com>, é possível encontrar
pessoas de diversas partes do mundo, para manter contato ou simplesmente treinar
a língua inglesa por meio da escrita. Nós entramos em contato com um grupo de
três crianças dos Estados Unidos, entre 5 a 10 anos, para sabermos mais como
gostam de se vestir. As questões foram devidamente orientadas pela professora,
sendo que os alunos fizeram as perguntas, a professora as corrigiu e os alunos
enviaram às crianças norte-americanas.
Figura 5: Página inicial do site: www.epals.com/
59
Nas aulas analógicas, fizemos a atividade introdutória com os flashcards, para
reconhecimento de vocabulário. Em seguida, grupos de alunos analisaram revistas
Teen Vogue , na seção checklist, com as roupas e acessórios, divididas por grupos:
school day; the weekend, at party. Nessas seções, os participantes tiveram a
oportunidade de observar e conhecer palavras novas e de as exercitarem, além de
observarem quais são as vestimentas para cada momento, de acordo com o
contexto sócio-cultural dos adolescentes. Depois de observadas as revistas, fizemos
um jogo, dividindo a turma dividida em grupos, para praticar o vocabulário sobre
clothes. Ao final da atividade, os alunos escreveram no seu diário (a learning diary),
quais as palavras que aprenderam e o que praticou.
A LEARNING DIARY
Hoje eu aprendi……….
Hoje eu pratiquei……….
Hoje eu usei inglês nestas situações
Algo que eu disse muito bem hoje….
Um erro que eu cometi hoje………..
O que mais gostei...
Algo que detestei...
Minhas dificuldades ……
Na próxima atividade, os alunos tiveram a oportunidade de expressar suas
preferências sobre roupas. Fizemos uma enquete sobre quais roupas que eles
preferem para irem a alguns lugares pré-estabelecidos na atividade. Os alunos
registraram as preferências no diário e para completar a atividade entrevistaram pelo
menos um colega de classe, também sobre suas preferências:
60
What do you like wearing to go to …. (Park, church, club, movie,
supermarket?)
Alguns grupos observaram uma foto, na revista Vogue Teen, de um rapaz
vestindo uma camiseta rosa e calça jeans e outros observaram a imagem de um
rapaz vestindo camisa, gravata, calça jeans e tênis, com o objetivo de responder às
questões: Boys should never wear Pink t-shirt? Boys should never wear tie and
tennis? Primeiramente, os alunos observaram e discutiram, para, depois, registrar no
diário as opiniões. Após essa sequência, fizemos a seguinte enquete:
1.) Mothers should never wear...................
2.) Grandmothers should never wear.............
3.) Fathers should never wear................
4.) My sister ( or brother ) should never wears………
2.5 Procedimentos de análise dos dados
Esta seção tem por objetivo analisar os dados a partir das atividades
apresentada. Na realização desta pesquisa, utilizamos os seguintes instrumentos de
coleta de dados: questionários, relatos dos diários e relatos do blog. A seguir,
apresentamos cada instrumento utilizado, bem como procedimentos de coleta.
Os relatos publicados no blog foram transportados para o Word, por meio dos
comandos selecionar, copiar e colar. Para armazenar os arquivos, criamos uma
pasta e subpastas com os nomes dos alunos. Os arquivos foram gravados com
nomes dos conteúdos. Os relatos foram organizados periodicamente. Procedemos
61
com uma leitura mais detalhada, colocando em negrito alguns pontos importantes,
que poderiam ser utilizados na análise de dados.
Em relação ao questionário, fizemos uma transcrição das repostas, na qual
destacamos em negrito as respostas que poderiam ser discutidas na análise de
dados, como, por exemplo, os momentos em que os alunos mencionaram o que
aprenderam, o que gostaram, as suas dúvidas e o que não foi satisfatório. Esse
instrumento pôde confirmar as percepções dos alunos referentes a alguns aspectos
do aprendizado linguístico e do uso da tecnologia, especificamente a internet,
durante as aulas.
Após a organização e leitura de cada instrumento, dividimos os dados em
duas categorias: aulas com tecnologia digital e aulas com materiais analógicos.
2.5.1 Questionários
Os questionários foram elaborados para recolher, na escola particular,
indícios e opiniões sobre leitura na tela, os hábitos de uso da Internet, as
expectativas e motivações dos alunos, já na rede pública, buscamos verificar as
expectativas com relação ao uso de materiais autênticos e a inserção de jogos
educativos, considerando, também, os aspectos motivacionais.
Questionário nº1
1) O que você acha de ler na tela do computador?
( ) a mesma coisa que ler no papel
62
( ) bem diferente de ler no papel
( ) bom
( ) ruim, porque doem os olhos
( ) ruim, porque às vezes me perco
( ) outros motivos
2) Quando usa a Internet, quais atividades que faz?
( ) pesquisa
( ) jogos
( ) escreve e lê e-mails
( ) blogs
( ) sites de relacionamentos
( ) outros
3) O que você acha de ler, jogar e fazer atividades, na internet, em inglês?
4) O que você espera aprender durante as aulas?
O questionário nº2, coleta de opinião, foi aplicado após a 8ª aula aos alunos
da turma A. O objetivo foi fazer uma avaliação das aulas, verificar a percepção dos
alunos em relação à motivação e à aprendizagem e as vantagens e desvantagens
do uso do computador para aprendizado do inglês. As respostas foram redigidas no
processador de textos Word.
63
Questionário nº2 - coleta de opinião
1) Você vê mais vantagem ou desvantagem em estudar inglês usando o
computador? Explique.
2) Acessar o site com as atividades e jogos em inglês ajudou a memorizar as
palavras novas? Dê exemplos.
3) Trabalhar com o blog norte-americano ajudou aprender inglês? Você gostou da
experiência ? Explique.
4) O que você acharia se as aulas fossem só com material impresso?
5)Qual foi sua maior motivação para participar das atividades?
6.) Quais sites que você costuma acessar em seu tempo livre?
7) Como você acha que foi sua participação durante as aulas? Como você acha que
se saiu?
8) Até agora o que foi melhor nas aulas? E o que foi pior?
2.5.2 Relatos dos Blogs
A criação do blog teve como objetivo obter um espaço para tomada de
consciência do aprendizado da língua inglesa. A proposta foi permitir que os alunos
escrevessem suas percepções sobre as atividades feitas durante as aulas. Os
relatos foram escritos em português e publicados no blog. Normalmente, os relatos
eram redigidos no final das aulas e o conteúdo buscava esclarecer o que os alunos
aprenderam, o que gostaram ou não e quais dúvidas e dificuldades existiam em
relação à língua inglesa. A função do blog foi, na verdade, um diário de experiências.
64
No primeiro relato, os alunos descreveram a experiência do primeiro acesso
ao site <a4esl.org>. Seguindo a orientação do Learning Diary descrita anteriormente.
Os alunos relataram o aprendizado dessa aula com relação ao novo vocabulário e a
diversidade de palavras novas da atividade. O segundo relato foi sobre uma
atividade de “crossword” no mesmo site, assim foi inclusa no relato nº1. Para cada
relato, fizemos alguns comentários e alguns questionamentos.
No segundo relato, os alunos escreveram sobre a atividade das preferências
de roupas para ir a determinados lugares. E, ao final, terminamos a enquete com um
quadro com as roupas mais utilizadas por eles.
Os alunos, no relato da experiência n.º3, comentaram o item, do blog
chocolate fashion, “boys should never wears Pink and Green”. Após esse relato, os
alunos fizeram uma enquete, respondendo o que os membros da sua família nunca
deveriam usar. As respostas dessa enquete eles escreveram em inglês. Após a
escrita, fizemos alguns comentários e foi solicitado que os alunos fizessem algumas
correções. A discussão resultou em uma continuação do terceiro relato.
O relato da experiência nº4 consistiu em escrever as questões que os alunos
fizeram, no site de relacionamento e-pals, às crianças norte-americanas. Os alunos
relataram como questionaram, quais respostas foram dadas, as conclusões a que
chegaram em relação às roupas que crianças de outras culturas gostam de usar.
Pedimos, também, que detalhassem a experiência de entrar em contato com uma
criança estrangeira, se gostaram ou não, quais dificuldades. O questionário foi feito
informalmente numa conversa entre professor-pesquisador e participantes, sendo
gravado.
65
2.5.3 Notas
Procuramos fazer um registro a cada aula. Em alguns momentos, registramos
as nossas angústias com relação às dificuldades enfrentadas e suas consequências.
Em outros momentos, relatamos algumas opiniões de alunos ou a nossa percepção
quanto à motivação, ao engajamento e ao aprendizado. Anotamos, também,
algumas questões ou dúvidas dos alunos, em relação à atividade e as suas
dificuldades. Essas notas foram feitas à mão.
66
CAPÍTULO III
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo, apresentamos e discutimos os resultados de nossa pesquisa.
Reiteramos que o nosso objetivo foi observar se a utilização de tecnologia em aulas
de Língua Estrangeira para crianças afeta positivamente a aprendizagem, a
participação e o engajamento, comparando uma situação de ensino-aprendizagem
de ensino de inglês mediada pela internet com outra situação por materiais
autênticos (revistas, flashcards, livros). Para isso, buscamos responder à seguinte
questão: Quais possíveis benefícios o uso de diferentes tecnologias, seja a
utilização da internet ou de materiais autênticos, traz para o ensino de inglês para
crianças?
Para organizar a apresentação dos resultados, dividimos o capítulo em duas
seções: na primeira são focalizados e discutidos aspectos relacionados aos
benefícios das aulas de língua inglesa mediadas pelo uso da internet; na segunda,
são evidenciados aspectos em relação às aulas mediadas pela utilização de
materiais autênticos.
67
3.1 A internet nas aulas de língua inglesa
Nesta seção, o foco da análise é o uso da internet nas aulas de inglês, sendo
discutidos e apresentados os resultados relacionados à experiência de
aprendizagem vivida por meio do usos desse recurso digital.
3.1.1 Questionários
A questão número 1 teve como objetivo verificar as expectativas, hábitos de
usos da internet, opiniões sobre jogos e leitura na internet. Para verificar se as
expectativas e motivações foram atingidas ou até modificadas, elaboramos o
questionário de coleta de opinião. Como trabalhamos leitura no blog, julgamos
interessante saber o que pensavam sobre a leitura no computador.
O que você acha de ler na tela do computador? Número de alunos
A mesma coisa que ler no papel 8
Bem diferente de ler no papel 2
Bom, podem navegar para diversos lugares 4
Ruim 0
Ruim, porque me perco 0
outros 0
Os resultados referentes às opiniões dos alunos demonstraram que não
houve uma opinião contrária à leitura, pois os alunos já tinham o hábito de ler na tela
68
do computador e ninguém assinalou as alternativas ruim ou ruim porque me perco.
Para oito dos doze alunos, a leitura na tela é igual à leitura do papel. Apenas dois
alunos disseram que há diferença entre a leitura no papel e na tela do computador.
Outros quatro alunos disseram que ler na tela é bom, o que demonstra como eles
estavam motivados e também acostumados a ler na tela.
Quando usa a Internet, quais atividades que faz? Número de alunos
Pesquisa (sites de busca,pesquisas escolares) 12
Jogos 08
Escreve e lê e-mails 10
Blogs 09
Sites de relacionamentos (Orkut,MSN) 12
Outros 0
Essa questão buscou investigar os hábitos de uso e mostrar a familiaridade
dos alunos com a internet. Os índices mostraram que os doze alunos utilizam a
internet para fazer pesquisas escolares ou utilizar sites de relacionamentos. Dez
alunos leem e escrevem e-mails, nove visitam blogs e oito jogam na internet. Os
resultados indicaram que os alunos utilizam a internet para fins educativos,
entretenimento e relacionamento. No que se refere à motivação e às expectativas
dos alunos em relação às aulas, os resultados são apresentados abaixo:
A questão três é de cunho motivacional e a questão quatro foi feita para saber
as expectativas dos alunos.
3) O que você acha de ler, jogar e fazer atividades, na internet, em inglês?
4) O que você espera aprender durante as aulas?
69
Razões Número de alunos
Motivação Aprender inglês
Aprender
Diversão enquanto aprende
5
4
3
Expectativa Inglês
Aprender mais
7
5
De acordo com esses resultados, observamos que, com relação à motivação,
cinco alunos tinham interesse no aprendizado do inglês. Quatro alunos responderam
aprender sem especificar, podem se referiram ao aprendizado linguístico ou algo
relacionado à tecnologia, já que a internet fez parte das aulas. Outros três alunos
indicaram a diversão como um dos fatores motivacionais para as aulas.
Com relação às expectativas, sete alunos afirmaram que tinham expectativas
de aprenderem a língua inglesa e cinco de aprenderem mais do que já haviam
aprendido nas séries anteriores, já que esses alunos estudam a língua inglesa
desde a educação infantil.
O objetivo do questionário nº2 foi fazer uma avaliação das aulas, para verificar
a percepção dos alunos em relação à motivação e à aprendizagem, considerando as
vantagens e desvantagens do uso da internet para aprendizado inglês e a
participação durante as aulas.
70
QUESTIONÁRIO
Você vê mais vantagem ou desvantagem em estudar inglês usando o computador?
Acessar o site com as atividades e jogos em inglês ajudou a memorizar as palavras novas?
Dê exemplos.
Trabalhar com o blog norte-americano ajudou aprender inglês?
Você gostou da experiência ? Explique.
O que você acharia se as aulas fossem só com material impresso?
Qual foi sua maior motivação para participar das atividades?
Como você acha que foi sua participação durante as aulas? Como você acha que se saiu?
Até agora o que foi melhor nas aulas? E o que foi pior?
1) Você vê mais vantagem ou desvantagem em estudar inglês usando o
computador?
João: Eu acho legal a aula com o computador, o jogo é divertido. É muito difícil o
blog todo em inglês. A gente aprende.
Letícia: A gente aprende mais. Eu gosto mais. Mais rápido as atividades.
Otávio: É mais vantagem a gente gosta de ficar no computador. Tem mais figuras.
Paula: Eu gosto da internet, mas prefiro ficar com minha colega.
Caio: Bem legal no computador. Eu prefiro. Só não gosto de escrever muito.
Observamos a resposta do João, que achou o blog norte-americano difícil,
que declara também que aprende mais, utilizando a internet. Segundo Daniels
(2003), agindo sobre algo no mundo, nesse caso o blog em inglês, os alunos se
envolvem com os significados que o blog assumiu na atividade social.
71
De acordo com esses relatos, notamos que os alunos gostaram da aula, pois
estão familiarizados com o computador e a internet. Os jogos ofereceram
dinamicidade e rapidez às aulas, inserindo imagens e figuras que ajudam a
compreensão global do jogo ou do conteúdo do blog. A aluna Paula prefere fazer
todas as atividades em dupla, por isso diz preferir com a colega. De acordo com as
concepções vygotskyanas estudadas, a aprendizagem por ser um processo social
permite ao aprendiz mais experiente compartilhar seu conhecimento com um
aprendiz menos experiente, enfatizando a aprendizagem como uma colaboração
conjunta entre os sujeitos em diferentes atividades, como ocorreu com a aluna
Paula.
Pelas repostas, pudemos analisar como os alunos se sentem motivados
devido ao aspecto visual da internet, bem como, qual é a sua reação em responder
uma atividade ou um jogo em grupo.
2) Acessar o site com as atividades e jogos em inglês ajudou a memorizar as
palavras novas? Dê exemplos.
Caio: Ajudou porque quando eu errava, aparecia o certo no jogo.
Victor: Sim. Eu vi outras coisas no jogo. O site tem as palavras que tem nos outros
jogos, start, restart. Gostei.
Larissa: Sim. Eu aprendi “belt”, e “decorei” outras.
Os alunos não apresentaram dificuldades com a tela do jogo, pois possuem
um conhecimento prévio das palavras que aparecem nos jogos virtuais. Segundo o
72
relato de Caio, ele aprendeu, porque recebeu a resposta correta instantaneamente,
o que não acontece com exercícios resolvidos por escrito. Destacamos a agilidade e
rapidez na obtenção de resultados por meio do jogo na internet. Erben (2009)
pontua o potencial das atividades mediadas por tecnologia, para aprendizes do nível
básico, pelo suporte com imagens, tabelas, que liguem o vocabulário ou texto à
representação visual.
3) Trabalhar com o blog norte-americano ajudou aprender inglês? Você gostou da
experiência? Explique.
Larissa: O blog é difícil, muita coisa tudo em inglês. Gostei da pergunta sobre a
roupa do menino. A experiência foi boa, porque não tinha visto na internet alguma
coisa tudo em inglês.
Victor: É diferente. Eu fico na internet em casa jogando, às vezes, vou nos blogs.
Eu fiz os jogos em inglês, foi fácil. No blog, tudo em inglês fica um pouco difícil, é
diferente.
Os alunos sentiram um pouco de dificuldade no primeiro acesso ao blog.
Depois, sentiram-se um pouco mais familiarizados e gostaram da experiência.
Segundo Erben (2009), as atividades digitais, por meio da internet, promovem
muitas oportunidades aos alunos de ler, escrever ouvir, discutir por meio da escrita e
oralmente, navegar na web, criar blogs relacionados aos tópicos estudados, ler as
mensagens deixadas pelos colegas da turma.
73
4) O que você acharia se as aulas fossem só com material impresso (livros,caderno,
revistas..)?
Paula: Normal.
Letícia: Bom também. A gente precisa do livro. Mas na internet tem tudo.
Alexandre: Igual. A internet tem mais coisas. Dicionário.
Maria: A gente aprende também. Na internet eu vou e volto o jogo. Acho que posso
errar. Mas também acerto.
Os alunos gostam da aula analógica, mas preferem a tecnologia. Segundo
esses relatos, a internet tem mais opções de mediação, como o dicionário online,
por exemplo. A aluna Maria relata que se sente mais a vontade para errar na
internet, pois pode se corrigir automaticamente no jogo ou receber comentários no
blog.
5.)Qual foi sua maior motivação para participar das atividades?
Larissa: Fazer atividade no computador é mais legal que fazer no livro. Não é
cansativo. Gostei.
Paulo: Agente quer acertar bastante, no jogo.
Maria: Gosto das figuras e fotos. É mais bonito.No jogo a resposta aparece.
Caio: Não gosto de escrever, mas gostei do jogo, vou jogar em casa.
74
O aluno Paulo demonstra sua vontade de acertar e, no jogo, pode tentar
quantas vezes forem necessárias. Os alunos querem aprender mais e a motivação e
interesse reincide sobre a parte gráfica da internet que desperta interesse nas
crianças. Para Nunan (2005), os alunos aprendem melhor quando estão ativamente
engajados em oportunidades de aprendizagens interativas.
6.) Como você acha que foi sua participação durante as aulas? Como você acha que
se saiu?
Paula: Eu participei do jogo, e das perguntas. Fui bem.
Maria: A minha participação foi boa. Eu fiz as atividades. Aprendi as coisas.
Larissa: Gostei. Fui bem.
Caio: Eu participei de tudo. Me saí bem. Participei dos jogos, do blog e das
questões.
A partir desses relatos, pudemos observar que os alunos participaram e
gostaram de fazer as atividades propostas.
7.) Até agora o que foi melhor nas aulas? E o pior?
Caio: O melhor foram os jogos. Pior o blog todo em inglês.
Larissa: O melhor foi o blog com o menino de camisa rosa e verde.
Letícia: O melhor foram os jogos. Gostei do jogo. O pior foi lembrar e escrever o que
aprendi.
75
Maria: O melhor foi falar o que nossa família deve ou não usar. O mais difícil foi ver
o blog.
Paulo: O melhor foram os jogos. Aprende brincando.
As crianças demonstram gostar de aprender por meio do jogo. O acesso ao
blog foi mais complicado para eles, pois, a atividade seguinte, na qual os alunos
discutiram quais roupas os membros de sua família devem ou não usar, foi
considerada divertida.
3.1.2 Relatos do blog
Relato nº 1
O primeiro relato foi feito após o acesso ao site <www.4esl.org>, sendo que
os alunos fizeram as atividades e, em seguida, redigiram as suas percepções.
Larissa: O jogo foi um pouco fácil, a minha dificuldade era quando aparecia um
desenho diferente que eu errei. Consegui aprender uma palavra diferente belt.
Júlia: A aula foi na sala de informática. Eu gostei, nós jogamos em inglês. Era fácil,
e quando eu errei apareceu o correto. É bom assim a gente aprende. Aprendi nomes
das roupas e acessórios
Victor: Foi bom. Tinha algumas coisas diferentes tipo: colar, carteira, cinto, anel.
Maria: Hoje eu aprendi outras coisas novas. Aprendi umas palavras diferentes, mas
não sei escrever agora. E tinha acessórios. Legal.
76
Nesse relato, observamos que os alunos gostaram da atividade e
identificaram palavras diferentes das estudadas nos flashcards, a primeira atividade
de reconhecimento de vocabulário, reconhecendo que expandiram o vocabulário.
Assim, nesse primeiro momento, temos relatos positivos em relação ao jogo, os
alunos demonstraram engajamento e motivação durante a atividade, pois
participaram, auxiliaram o seu companheiro de dupla, pediram auxílio à professora
de acordo com as necessidades.
Relato n.º2
O segundo relato refere-se ao site <esl.org>, o qual os alunos acessaram para jogar
o “crossword”.
Caio: Nós entramos no site para jogar, o melhor foi ter que fazer em menos tempo
que meus colegas. Tivemos que lembrar as palavras para preencher e terminar
rápido. Primeiro foi difícil, depois fui lembrando.
Maria: A cruzadinha foi difícil, porque se errar uma letra não dá certo. Eu fui
fazendo, até o fim. Achei bom, tive que lembrar das roupas em inglês.
Otávio: Hoje nós fizemos uma cruzadinha todinha em inglês, era com as palavras
que aprendemos. Tinha que terminar mais rápido que os outros. Então foi muito
legal. Se errar uma letrinha, pronto tem que fazer tudo certo.
João: Hoje eu gostei, nunca tinha feito cruzadinha no computador e era em inglês. É
diferente. Tive que lembrar as palavras.Teve uma competição, eu acabei mais
rápido. Legal.
77
Larissa: Eu achei difícil o jogo de hoje. A cruzadinha é legal, mas tem que saber as
palavras direito. Então eu demorei para acabar.
Letícia: O jogo foi uma cruzadinha na internet, eu estou gostando porque a gente
pode também jogar essas coisas em casa. Assim eu aprendo e me divirto.
Os participantes gostaram da atividade, pois conseguiram lembrar o que
aprenderam, porém acharam difícil. As crianças se sentiram motivadas pela
competição. Podemos observar que as dificuldades podem atrapalhar a motivação e
o engajamento na execução das atividades, ao mesmo tempo pode também ser
tratada como um desafio. Para Rocha (2006) fatores como motivação, confiança,
autoestima influenciam muito o processo de ensino de uma língua estrangeira.
Relato n.º 3
O relato número 3 foi realizado após a enquete sobre as preferências de
roupas de cada participante, considerando o que gostam de usar para irem a lugares
pré-estabelecidos na atividade.
Ana: É muito bom saber as roupinhas que minhas amigas gostam, e falar das
minhas também. Adoro!
Júlia: As roupas que gostamos são parecidas, é gostoso falar das minhas roupas
favoritas.
Victor: Eu gostei da atividade, os jogos são mais legais.
78
João: Eu e meus amigos gostamos de roupas parecidas. A atividade foi boa. No
final, vimos as roupas mais usadas, repete bastante.
Nesses relatos, observamos que o interesse pela atividade foi maior por parte
das meninas, pois elas gostaram de falar de suas preferências e participaram
efetivamente, perguntando mais, querendo saber mais a respeito das preferências
de seus colegas. Os meninos preferem as atividades de competição e os jogos na
internet, porque consideram mais interessantes os desafios.
Para Figueira (2002), a criança aprende muito à medida que interage,
verbalmente ou não, com as pessoas e com os objetos, ou seja, as suas habilidades
linguísticas crescem por meio da interação.
Relato n.º4
Na atividade seguinte, os participantes acessaram o blog
<www.chocolatefashionblog.com>, para observarem o item “Boys should never wear
pink and green”.
João: Eu não usaria verde e rosa, muito feio. A atividade foi fácil, o blog é todo em
inglês, mas a foto ajuda. A professora ajudou também.
Otávio: O menino pode usar rosa, cada um usa a roupa que gosta, eu tenho
camiseta rosa, eu gosto. O blog tá todo em inglês, é difícil. Gostei de dar minha
opinião, os meus colegas não gostam de rosa.
79
No primeiro relato, o aluno declarou como fator importante a ajuda da
professora para compreensão do blog e da atividade. Considerando as postulações
vygotskyanas, a função do educador é favorecer a aprendizagem, servindo de
mediador entre a criança e o mundo. No conceito de ZPD, as crianças com
habilidades parciais, desenvolvem-se com a ajuda de parceiros mais habilitados até
que tais habilidades passem de parciais a totais.
3.2 O uso de materiais autênticos nas aulas de língua inglesa
Nesta seção, o foco está na aula analógica, ou seja, com a mediação de
materiais autênticos como revistas, livros e flashcards. Para isso, discutimos e
apresentados os resultados relacionados à essa experiência de aprendizagem.
3.2.1 Questionários
O questionário um teve como objetivo verificar as expectativas em relação às
aulas de língua inglesa e os usos da língua inglesa fora da aula.
Você fala ou utiliza a língua inglesa fora da sala de aula? Número de alunos
Vídeo game 14
Computador/ Internet 08
Revistas/ livros 0
Histórias em quadrinhos 0
80
Filmes 01
Com familiares 0
Outros 0
Não utilizo 07
Os resultados demonstraram que os alunos têm hábito de jogar no vídeo
game ou no computador e acabam utilizando algumas palavras em inglês nos
comandos dos equipamentos. Percebemos também que eles nunca viram ou leram
revistas, gibis e livros em inglês. Sete dos vinte e nove alunos declararam não
utilizarem a língua inglesa fora da escola.
O que você acha de ler revistas e jogar durante as
aulas de inglês?
Número de alunos
Motivação Aprender mais inglês
Diversão enquanto aprende
09
20
Expectativa Bom
Ruim
Fácil
Difícil
Não sei
17
04
03
13
03
Os resultados demonstraram que vinte alunos indicaram a diversão como um
dos fatores motivacionais para as aulas. Enquanto nove declararam o desejo de
aprender mais. Os participantes tiveram a oportunidade de escolher mais de uma
alternativa em relação às suas expectativas. Os resultados demonstraram que a
81
maioria acredita ser agradável a leitura de revistas e a realização de jogos durante
as aulas, mas quase a mesma quantidade de alunos considerou esses
procedimentos difíceis. Concluímos que os participantes têm expectativas positivas,
apesar de acharem que o andamento das aulas seria difícil. Apenas três alunos
responderam não saber, e outros três consideraram fácil as atividades de leitura e
uso de jogos durantes as aulas.
O objetivo do questionário número dois foi fazer uma avaliação das aulas,
para verificar a percepção dos alunos em relação às vantagens e desvantagens para
o aprendizado do inglês, considerando a sua participação durante as aulas.
1) Os jogos (memória, forca, competição e montar o boneco) em inglês ajudaram a
memorizar as palavras novas? Dê exemplos.
Participante 1: Os jogos ajudaram. A gente acaba aprendendo mais. É muito legal.
Participante 2: Legal. Eu memorizei as palavras, principalmente para a competição
com o tempo marcado!
Participante 3: Gostei! A gente fica nervosa, mas acaba aprendendo, com as figuras.
Participante 4: Ajudaram a memorizar . É bom treinar jogando.
De acordo com esses relatos, observamos que os participantes gostaram da
aula, e, principalmente, conseguiram memorizar o vocabulário estudado na primeira
etapa. Pelas respostas, analisamos a motivação dos participantes, devido aos
aspectos interacionais e competitivos dos jogos.
82
2.) Ler as revistas em inglês ajudou aprender inglês? Você gostou da experiência?
Explique:
Participante 1: É difícil, depois a gente vai se acostumando, a professora ensina,
ajuda. Gostei.
Participante 2: Achei difícil. Mas é diferente, as revistas são em inglês, as figuras
ajudam, a professora também ajuda. A revista parece com as nossas revistas em
português.
Participante 3: Gostei . É tudo em inglês, achei legal! Não tinha visto uma revista
para adolescente em inglês! Queria pra mim.
Participante 4: Um pouco difícil, mas gostei. É legal, ver coisas diferentes, tudo em
inglês.
3.2.2 Relatos nos diários
O diário foi proposto aos participantes para relatarem as experiências que
tiveram durante as aulas. Os relatos foram escritos em português, sendo redigidos
ao final das aulas. Os participantes deveriam relatar o que aprenderam, o que
gostaram, como foi a participação, descrevendo as angústias e dificuldades que
tiveram.
No primeiro relato, os alunos foram orientados a escrever livremente o que
aprenderam e o que gostaram da aula. Os alunos relataram o aprendizado dessa
aula com relação ao vocabulário e à motivação. O segundo relato estava
83
relacionado à atividade sobre as preferências de roupas a ser utilizadas em
determinadas ocasiões.
O relato número três se referiu às atividades de leitura realizadas com a
mediação da revista Vogue Teen.
Relato n.º1
Participante 1: As palavras que o rádio falou eram roupas que nós estudamos, só
que tinha que pensar rápido para montar o boneco. Fiquei no maior desespero! Eu
gostei! Aprendi “Cap”, não lembrava.
Participante 2: Eu gostei, era tipo um jogo para montar meu boneco. Só que as
roupas eram em inglês. Tinha que lembrar... Eu esqueci algumas. Foi legal.
Participante 3: O rádio fala muito rápido, então quando a professora colocou de
novo, eu consegui entender mais. Foi bom. Muito rápido. Foi um pouco difícil.
Participante 4: Eu sabia algumas roupas em inglês, porque estudamos antes com os
“cards”, eu entendi “skirt”, então coloquei na menina. Muito legal!
Segundo esses relatos, os alunos se sentiram desafiados pela atividade, pois
foram estimulados a tentar compreender, mesmo que na segunda tentativa quais
eram as roupas que deveriam utilizar para montar o boneco. Segundo Rocha (2006),
fatores como motivação, confiança e autoestima influenciam muito o processo de
ensino de uma língua estrangeira.
84
Relato n.º2
Participante 1: Tivemos que dizer as roupas que mais gostamos, eu gostei muito
porque falamos um pouco em inglês, e o que não sabia em português.
Participante 2: É bom falar do que a gente gosta. Nós tivemos que falar das nossas
roupas preferidas. E eu falei da minha cor favorita “Pink”!. I Love Pink!
Participante 3: Eu falei com meus amigos do que gostamos para sair, ou vir à
escola. Eu falei um pouco em inglês. Eu prefiro falar tudo em português.
Participante 4: Nós falamos as roupas preferidas em inglês. Eu gosto de falar em
inglês .
Um fator estimulante para aprendizagem é expressar suas preferências. As
crianças gostaram muito de falar do que gostam e saber as opiniões dos colegas,
considerando que a interação com os colegas pode ampliar significativamente a
aprendizagem.
Relato n.º3
Participante 1: Achei interessante ver a revista em inglês, nunca tinha visto uma
antes. É uma chance de ver coisinhas em inglês, numa revista.
Participante 2: A revista parece com as revistas que tem aqui no Brasil. Só que está
em inglês. Eu achei diferente, é difícil. Mas dá para entender um pouco.
Participante 3: Tudo em inglês na revista, gostei. Eu acho que não tem no Brasil.
Nunca vi na banca. Eu achei legal, apesar de entender pouco.
85
Umas das características da abordagem comunicativa, para Nunan (1992), é
a introdução de textos autênticos na situação da aprendizagem. Os alunos acharam
difícil ou diferente visualizar uma revista toda em inglês. Para eles, foi uma primeira
oportunidade de ter contato com esse tipo de material, aproximando os alunos de
outras culturas e contextos sociais. As imagens auxiliaram muito na compreensão
geral da revista, interligando com o conhecimento prévio em torno de revistas
brasileiras similares.
86
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A nossa pergunta de pesquisa questionou sobre os possíveis benefícios em
torno da utilização da internet, comparando também com o uso de materiais
autênticos. Como professora de inglês, partimos do pressuposto de que a internet
traria mais benefícios do que a utilização de livros, revistas e flashcards.
Após a análise das aulas em escolas com diferentes contextos, entendemos
que a mediação pelo uso da internet não é a única maneira de oferecer uma
aprendizagem cooperativa nas aulas de língua inglesa, pois a inserção de materiais
autênticos contribui de maneira equivalente para tornar a aula bem sucedida no que
se refere à aprendizagem do idioma. Considerando a faixa etária semelhante dos
participantes, a mediação da professora pesquisadora foi o mais relevante, por
utilizar diferentes tecnologias e oferecer aulas igualmente significativas a perfis
sociais diferentes.
O lúdico influencia o desenvolvimento da criança, pois, por meio do jogo, a
criança aprende a agir, adquire iniciativa e autoconfiança e sua curiosidade é
estimulada, proporcionando o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração. Com a turma do contexto digital, o lúdico foi mobilizado pela utilização
dos jogos virtuais, pelos quais os alunos aprenderam vocabulário, estratégias
linguísticas, formulação de frases curtas, em uma prática social real. O mesmo
ocorreu com o acesso aos blogs, o que permitiu conhecer diferentes culturas e
87
entrar em contato com crianças da mesma idade, possibilitando uma reflexão sobre
diferentes contextos sociais.
Com relação à turma do contexto analógico, o lúdico foi mobilizado pela
utilização de jogos com flashcards e competições, considerando essa abordagem
como uma forma de proporcionar uma participação do aluno de maneira intensa e
total, por meio do clima de entusiasmo, exatamente, por mobilizar sentimentos de
exaltação e tensão, seguidos por um estado de alegria e envolvimento emocional. O
jogo propicia um desenvolvimento integral e dinâmico nas áreas cognitiva, afetiva,
linguística, social, moral e motora, além de contribuir para a construção da
autonomia, criatividade, responsabilidade e cooperação.
Nas duas situações de aprendizagem, a criança aprende mais à medida que
interage, verbalmente ou não, com as pessoas e com os objetos, ou seja, as suas
habilidades linguísticas crescem por meio da interação. Pensando nos autores da
nossa fundamentação teórica, o uso da internet proporcionou tarefas
contextualizadas que incentivaram os alunos a aplicarem seu conhecimento de
mundo ao conteúdo e à aprendizagem da língua, acentuando, nessa perspectiva, o
potencial educativo das atividades mediadas por tecnologia digital. Com relação à
utilização de materiais autênticos, as características do meio analógico
possibilitaram, por sua vez, o uso da língua em atividades que mobilizaram o
interesse e a necessidade do aluno, ou seja, que capacitaram o aprendiz a usar o
inglês para realizar ações, na interação com os outros falantes-usuários dessa
língua. O desenvolvimento da criança se deu com pares ou em atividades em
grupos, aprimorando a aprendizagem e a interação das crianças com o meio e com
os outros.
88
O resultado demonstrou que ambas as situações de ensino-aprendizagem
foram motivadoras, enriquecedoras e proporcionaram momentos de contato com
uso da língua, em situações que existem interlocutores reais. O resultado nos
mostrou que a mediação do professor é tão fundamental quanto o material utilizado
para que o ensino seja motivador e eficiente.
89
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94
ANEXOS
PROGRAMAÇÃO DE UMA UNIDADE DE ENSINO – TURMA A – CONTEXTO
DIGITAL
OBJETIVOS GERAIS
Proporcionar desenvolvimento intelectual e social, para que o indivíduo possa ter
acesso à informações e a novos conhecimentos.
Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso da língua inglesa,
refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir , e as visões do seu
próprio mundo, possibilitando maior entendimento de um mundo plural.
Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o acesso a
bens culturais da humanidade construídos em outras partes do mundo.
AULA 1
Material : Flashcards com “clothes”
Objetivo: Iniciar o aprendizado do tema “clothes”, de maneira lúdica por meio do
jogo, respeitando o conhecimento prévio dos alunos. Identificar as roupas em inglês,
e estimular os interesses dos alunos relacionados ao tema “clothes”. Nunan (2005:8)
sugere na abordagem comunicativa, o uso dos 4Ps (present, practice produce and
perform) . Assim, o warm up trata-se do primeiro P= presentation , a apresentação
do assunto a ser estudado.
Situação Didática:
- Professora mostra os flashcards, alunos olham atentamente e verificam quais
palavras já sabem em inglês. Em seguida professora fala o nome das roupas que
os alunos não sabem;
- Professora mostra novamente os flashcards eles falam em inglês.
- A professora distribui jogo da memória para os alunos encontrarem os pares de
roupas. E falarem em inglês os pares que formaram.
- Depois do primeiro treino, os grupos terão 5 minutos para formarem pares com as
cartas. O grupo que tiver mais pares e falarem em inglês os pares que formaram, é o
vencedor.
- Em seguida deverão jogar sem marcar o tempo, o grupo que formar pares primeiro
é vencedor.
95
AULA 2
Material: Computadores conectados à internet
Objetivo: Proporcionar o desenvolvimento e aperfeiçoamento do vocabulário
apresentado na atividade anterior. Os participantes terão a oportunidade de
exercitarem o que aprenderam e ampliarem o vocabulário com palavras novas.
Situação Didática:
- Acessaremos o site <a4esl.org>, as primeiras instruções são de usabilidade do -
site.
- Os alunos poderão navegar na primeira tela para conhecê-la. Após alguns minutos
Acessaremos o jogo com o vocabulário “clothes and acessories”.
- Jogarão uma vez em duplas sem tempo pré-determinado.
- A próxima jogada vencerá quem terminar primeiro.
- Depois jogarão com tempo pré determinado, vencerá quem acertar mais ( o jogo
mostra o resultado).
AULAS 3 e 4
Material: Computadores conectados à internet
Objetivo: Proporcionar o desenvolvimento e aperfeiçoamento do vocabulário. Os
participantes terão a oportunidade de escreverem no blog para iniciarmos um diário
digital, com os comentários dos alunos sobre o que aprenderam, praticaram e as
dificuldades.
Situação Didática:
- Acessaremos o site <a4esl.org>, para fazermos uma cruzadinha contendo as
palavras sobre vestimentas em inglês.
- Acesso ao blog para iniciar os relatos.
- Estarão livres para escrever em português, visto que não é uma escola bilíngue.
96
AULA 5
Material: CADERNOS PARA ANOTAÇÕES, TABELAS
Objetivo: Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso da língua
inglesa, refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir , e as visões do
seu próprio mundo.
Situação Didática
- Deverão perguntar aos amigos as preferências sobre as roupas para irem a
lugares pré estabelecidos.
- Anotar na tabela para verificarmos depois as roupas preferidas.
AULAS 6 , 7 e 8
Material: Computadores conectados à internet
Objetivo: Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso da língua
inglesa, refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir , e as visões do
seu próprio mundo, possibilitando maior entendimento de um mundo plural.
Situação Didática
- Atividade em duplas.
- Acesso ao blog WWW.chocolatefashionblog
.
- Primeiro momento poderão navegarem livremente.
- Visitar o link : Little boys should never wear Pink and green.
- Os alunos darão a opinião sobre o menino da foto no blog.
- A seguir faremos uma enquete sobre o que os membros da família de que aluno
deve ou não usar.
- Registrar as opiniões da enquete no blog, em duplas.
97
AULAS 9
Material: Computadores conectados à internet
Objetivo: Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso da língua
inglesa, refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir , e as visões do
seu próprio mundo, possibilitando maior entendimento de um mundo plural.
Situação Didática
- Acessaremos o site WWW.e-pals.com.
- Entraremos em contato com três garotos norte-americanos.
- Realizaremos algumas perguntas para sabermos quais as roupas e cores que
gostam de usar.
- Os alunos registraram no blog.
98
PROGRAMAÇÃO DE UMA UNIDADE DE ENSINO – TURMA B – CONTEXTO
ANALÓGICO
OBJETIVOS GERAIS
Proporcionar desenvolvimento intelectual e social, para que o indivíduo possa ter
acesso à informações e a novos conhecimentos.
Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso da língua inglesa,
refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir , e as visões do seu
próprio mundo, possibilitando maior entendimento de um mundo plural.
Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o acesso a
bens culturais da humanidade construídos em outras partes do mundo.
AULA 1
Material : Flashcards com “clothes”
Objetivo: Iniciar o aprendizado do tema “clothes”, de maneira lúdica por meio do
jogo, respeitando o conhecimento prévio dos alunos. Identificar as roupas em inglês,
e estimular os interesses dos alunos relacionados ao tema “clothes”. Nunan (2005:8)
sugere na abordagem comunicativa, o uso dos 4Ps (present, practice produce and
perform) . Assim, o warm up trata-se do primeiro P= presentation , a apresentação
do assunto a ser estudado.
Situação Didática:
- Professora mostra os flashcards, alunos olham atentamente e verificam quais
palavras já sabem em inglês. Em seguida professora fala o nome das roupas que
os alunos não sabem;
- Professora mostra novamente os flashcards eles falam em inglês.
- A professora distribui jogo da memória para os alunos encontrarem os pares de
roupas. E falarem em inglês os pares que formaram.
- Depois do primeiro treino, os grupos terão 5 minutos para formarem pares com as
cartas. O grupo que tiver mais pares e falarem em inglês os pares que formaram, é o
vencedor.
- Em seguida deverão jogar sem marcar o tempo, o grupo que formar pares primeiro
é vencedor.
99
AULA 2
Material: Revista Teen Vogue, Cadernos
Objetivo: Proporcionar o desenvolvimento e aperfeiçoamento do vocabulário
apresentado na atividade anterior. Os participantes terão a oportunidade de
exercitarem o que aprenderam e ampliarem o vocabulário com palavras novas.
Situação Didática:
- Os alunos poderão olhar a revista para conhecê-la.
- Observar as pessoas na revista e descrever as roupas em inglês.
- Jogo da forca entre grupos de 2 a 4 alunos.
AULAS 3 e 4
Material: Bonecos , roupas.
Objetivo: Proporcionar o desenvolvimento e aperfeiçoamento do vocabulário. Os
participantes terão a oportunidade de escreverem no blog para iniciarmos um diário
digital, com os comentários dos alunos sobre o que aprenderam, praticaram e as
dificuldades.
Situação Didática:
- Cada receberá seu boneco e algumas roupas.
- Deverão vestir o boneco com as roupas que a professora disser pausadamente.
- Após a primeira jogada, a professora dirá uma sequência de roupas diferentes sem
pausa, vencerá quem vestir primeiro e corretamente.
- Registro no diário, em duplas, das experiências das aulas.
AULA 5
Material: CADERNOS PARA ANOTAÇÕES, TABELAS
Objetivo: Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso da língua
inglesa, refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir, e as visões do
seu próprio mundo.
100
Situação Didática
- Deverão perguntar aos amigos as preferências sobre as roupas para irem a
lugares pré estabelecidos.
- Anotar na tabela para verificarmos depois as roupas preferidas.
AULAS 6 , 7 e 8
Material: Revistas Teen Vogue
Objetivo: Vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso da língua
inglesa, refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir , e as visões do
seu próprio mundo, possibilitando maior entendimento de um mundo plural.
Situação Didática
- Atividade em ou grupos.
- Olhar as resvistas teen vogue livremente.
- Primeiro momento poderão navegarem livremente.
- Analisar a seção checklist.
- Os alunos darão a opinião sobre o menino da foto com camiseta rosa.
- A seguir faremos uma enquete sobre o que os membros da família de cada aluno
deve ou não usar.
- Registrar as opiniões da enquete no diário, em duplas.
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