protege de qualquer estrutura que lhes ofereça perigo espiritual ou carnal. Aderir à IURD, é
portanto, revestir-se de uma armadura que defende o fiel de todos os tipos de situações em
que o demônio tenta enganá-los com falsas doutrinas e outras adesões. Isso se confirma na
afirmação de Macedo a respeito das religiões afro-brasileiras e do espiritismo kardecista:
“Com nomes bonitos e cheios de aparatos, os demônios vêm enganando as
pessoas com doutrinas diabólicas. Chamam-se orixás, caboclos, pretos-
velhos, espíritos familiares, espíritos de luz, etc.”. (...) “Quando satanás
ganha um convertido para o espiritismo, seu passo seguinte é alimentá-lo
com suas próprias doutrinas, que são mentiras absurdas. Doutrinas,
ensinamentos, cerimônias, reuniões de caridade e tantas outras coisas são
artifícios usados pelos demônios para prender os incautos. Daí para frente é
quase impossível evitar contatos mais íntimos com os espíritos, que levam
essas pessoas ao ponto de abrirem a vida, totalmente, à ação de satanás e
seus demônios.”(...)“O amado leitor pode notar, que quando um espírita quer
deixar o espiritismo, sem a devida proteção do Espírito Santo, os demônios
atual de tal maneira que procuram levá-lo ao desespero, à loucura, ou a
morte. “Tenho certeza de que o Espírito do Senhor nos tem dirigido, razão
pela qual estamos pisando na cabeça de satanás. “Em nossas reuniões, os
demônios são humilhados e até mesmo achincalhados, numa prova de que o
Senhor está conosco”. (...) “As pessoas são libertas e se tornam novas
criaturas para Deus” (MACEDO, 2006: 80; 81; 89; 123).
Patrícia Birman afirma que a IURD "fez do combate à possessão (de entidades afro-
brasileiras) o centro de sua atividade ritual e o instrumento maior de conquista de novos
adeptos" (BIRMAN, 1986: 93). Ou seja, a IURD busca através do discurso de demonização
das religiões afro-brasileiras construir uma identidade que, no entanto, se mostra ameaçada
pelas religiões que como ela, oferecem experiências emocional e mágica. Tal conexão
provoca o surgimento de uma interdependência entre o discurso literário de Macedo e a
pregação da Igreja que ele ajudou a fundar.
“O diabo tem tentado confundir o povo e até certo ponto tem sido bem-
sucedido. O Brasil, por exemplo, tem mais de um terço da sua população nas
suas garras. São mais de 40 milhões de espíritas (sic) que estão enganados e
precisam conhecer a verdade só revelada por Jesus. O que sobra da
população brasileira, ora vive consultando os guias, nos terreiros, ora vive
amedrontada e escondida”. (...) “As pessoas, normalmente, agem como as
águas, que procuram sempre o caminho mais fácil para o seu escoamento.
Procuram um caminho mais fácil, mais rápido e menos complicado para
resolverem seus problemas e, por causa disso, muita gente está atolada no
mais profundo lamaçal. Na verdade, todos os que procuram soluções a curto
prazo, sem se importar coma as conseqüências, acabam se deparando com o
diabo. É aqui que entra a umbanda, a quimbanda, o candomblé e as religiões
e práticas espíritas de modo geral, que são os principais canais de atuação
dos demônios, principalmente em nossa Pátria” (MACEDO,2006:71;
101;102).