Dianas, Bonacinas, Tamburinos,
Moias, Sanches, Molinas, e Larragas.
135 Criminosa Moral, que em surdo ataque
Fez nos muros da Igreja horrível brecha,
Moral, que tudo encerra, e tudo inspira,
Menos o puro amor, que a Deus se deve.
Aparecei famosa Academia
140 De humildes, e Ignorantes, Eva, e Ave,
Báculo pastoral, e Flos Sanctorum,
E vós, ó Teoremas predicáveis,
Não tomeis o lugar, que é bem devido,
Ao Kess, ao Bem Ferreira, ao Baldo, ao Pegas,
145 Grão-Mestre de forenses subterfúgios.
Aqui Tibúrcio vê o amado Aranha,
O Reis, o bom Supico, e os dois Suares:
Dum lado o Sol nascido no Ocidente,
E a Mística Cidade, doutro lado,
150 Cedem ao pó, e a roedora traça.
Por cima o Lavatório da consciência,
Peregrino da América, os Segredos
Da natureza, a Fênix renascida,
Lenitivos da dor, e os Olhos de água:
155 Por baixo está de Sam Patrício a cova,
A Imperatriz Porcina, e quantos Autos
A miséria escreveu do Limoeiro
Para entreter os cegos, e os rapazes.
Rudes montões de Gótica escritura,
160 Quanto cheirais aos séculos de barro!
Falta ainda uma Estante; mas Amaro
Seguindo os passos da roubada filha
Caminha aflito, e de encontrar receia
O valente esquadrão, que procurava.
165 Tanto a fama das bélicas proezas
O seu nome fazia respeitado!
Que novas desventuras se preparam!
O povo cerca da Viúva as portas;
Quando a triste Ignorância, que deseja
170 Arrancar dentre os ásperos perigos
Aos seus Heróis, por boca de Gonçalo
Começou a falar. Se tantas vezes
Mais que heróico valor tendes mostrado,
É este o campo, ide a cortar os loiros
175 Para cingir a vencedora frente.
Não se diga que fostes oprimidos
Por fraca, e rude plebe: este combate
Não se pode evitar: só dois caminhos
Em tanto aperto aos olhos se oferecem.
180 Escolhei ou a Índia, ou a Vitória.
Disse, e depois abrindo uma janela,
Arroja de improviso sobre o povo
De informe barro uma espantosa talha.