Download PDF
ads:
OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MICROCÁPSULAS
DE ÓLEO VEGETAL POR GELIFICAÇÃO DO SISTEMA
QUITOSANA/TRIPOLIFOSFATO DE SÓDIO
Bianca Natividade Barreto
Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de
Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em
Ciências MSc, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação da Professora
Cristina Tristão de Andrade.
Rio de Janeiro
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
Dissertação de Mestrado:
Obtenção e caracterização de microcápsulas de óleo vegetal por gelificação do
sistema quitosana/ tripolifosfato de sódio.
Autor: Bianca Natividade Barreto
Orientador: Cristina Tristão de Andrade
Data da defesa: 21 de julho de 2008
Aprovada por:
Professora Cristina Tristão de Andrade, DSc
Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano – IMA/UFRJ
Orientadora/Presidente da Banca Examinadora
Professor Luis Cláudio Mendes, DSc
Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano – IMA/UFRJ
Professor Joab Trajano Silva, DSc
Instituto de Química – Universidade Federal do Rio de Janeiro -
IQ/UFRJ
Professor Orlando Marino Gadas de Moraes, DSc
Escola de Nutrição - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
EN/UNIRIO
Rio de Janeiro
2008
ads:
iii
FICHA CATALOGRÁFICA
Barreto, Bianca Natividade.
Obtenção e caracterização de microcápsulas de óleo vegetal por
gelificação do sistema quitosana/ tripolifosfato de sódio. – Rio de
Janeiro, 2008.
xix, 80 fl.: il.
Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de
Polímeros) – Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ,
Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA, 2008.
Orientador: Cristina Tristão de Andrade.
1. Polissacarídeos. 2. Quitosana. 3 Gelificação iônica.
4. Microcápsulas. 5 Microencapsulação. 6. Polímeros
hidrossolúveis. 7. Polímeros. I. Andrade, Cristina Tristão (Orient.).
II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de
Macromoléculas Professora Eloisa Mano. III. Título.
iv
Esta Dissertação de Mestrado foi desenvolvida nos
Laboratórios do Instituto de Macromoléculas Professora
Eloisa Mano (IMA) da Universidade Federal do Rio
Janeiro (UFRJ), com apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
v
CRÉDITOS
O apoio financeiro dado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
vi
“On ne fait jamais attention à ce qui a
été fait ; on ne voit que ce qui reste à faire”
(Nunca observe o que foi feito;
veja somente o que permanece a ser feito)
Marie Slodowska Curie
vii
AGRADECIMENTOS
A Deus por iluminar meus caminhos e decisões, sempre.
À professora Dr. Cristina Tristão de Andrade pela paciência, dedicação e
disposição em ajudar, me orientando neste trabalho.
Aos professores Joab Trajano Silva, Luis Cláudio Mendes e Orlando M. G. de
Moraes por terem aceito o convite de participação na banca Examinadora.
Aos professores do IMA, que muito contribuíram para meu desenvolvimento
acadêmico;
A todos os meus familiares, sobretudo à minha mãe, Zélia, por toda a dedicação.
Sem ela eu jamais teria conseguido.
Ao meu namorado e grande amigo, Felipe Fortes de Lima, agora também “colega
de trabalho”. Obrigada por acreditar e estar comigo em todos os momentos
À aluna de iniciação científica Amanda B. da Rocha e Silva, cuja ajuda foi
imprescindível na elaboração deste trabalho.
Aos amigos do laboratório de Polímeros Hidrossolúveis (J-123): Amanda Bouças,
Carlos Ivan Ribeiro, Érica Faria, Felipe Lima, Fernanda Gonzalez, Gisela Kloc,
Jorge Benildo, Márcia Cristina, Natália Magalhães, Patrícia Reis e Regina
Felippe.
Aos funcionários: Beatriz Chagas, Léa Lopes, Márcia Benzi, Maria das Graças,
Valquíria, Glória, Eduardo Mendez, Alice, Sr. Wilson e todos aqueles sempre se
mostraram prestativos;
Aos colegas de turma: Adriano, Cínthia, Débora, Elaine, Érica, Flávia, Jaciene,
Juliana L., Juliana B., Lidiane, Loretta, Mª do Socorro e Rodrigo.
A todos aqueles que direta ou indiretamente me ajudaram.
viii
Resumo da Dissertação apresentada no Instituto de Macromoléculas Professora
Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (MSc), em Ciência e
Tecnologia de Polímeros.
Obtenção e caracterização de microcápsulas de óleo vegetal por gelificação do
sistema quitosana/ tripolifosfato de sódio
Orientador: Cristina Tristão de Andrade
O objetivo deste estudo foi produzir e caracterizar microcápsulas de óleo vegetal
formadas por gelificação iônica do sistema quitosana/tripolifosfato de sódio (TPP). A
quitosana empregada neste trabalho foi obtida a partir de cascas de camarão por
tratamento de desacetilação alcalina da quitina e o óleo vegetal microencapsulado
foi o óleo de girassol. Foram investigadas a influência de variáveis como a relação
quitosana/TPP, o pH da solução de TPP e o tempo de agitação da mistura reacional
sobre o rendimento das microcápsulas e a eficiência de microencapsulação. O perfil
de liberação do óleo de girassol microencapsulado sob condições digestivas
simuladas também foi avaliado. Inicialmente, foram obtidas partículas quitosana/TPP
e as melhores condições de obtenção foram empregadas para a microencapsulação
do óleo de girassol. As microcápsulas foram caracterizadas por espectroscopiaiu de
absorção na região do infravermelho, análise termogravimétrica, por microscopia
óptica e microscopia eletrônica de varredura. O rendimento das microcápsulas
variou entre 26% e 1% e a eficiência de microencapsulação (retenção do óleo) foi de
51% para a melhor condição de microencapsulação. Esses resultados sugerem que
o sistema quitosana/TPP pode ser empregado na microencapsulação de outras
substâncias lipídicas como fármacos, vitaminas lipossolúveis, óleos essenciais, entre
outros.
Rio de Janeiro – 2008
ix
Abstract of Dissertation presented to Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa
Mano of Universidade Federal do Rio de Janeiro, as partial fulfillment of the
requirement for the degree of Master in Science (MSc), Science and Technology of
Polymers.
Bianca Natividade Barreto
Advisor: Cristina Tristão de Andrade
Obtenção e caracterização de microcápsulas de óleo vegetal por gelificação do
sistema chitosan/sodium tripolyphosphate
The aim of this study was to produce and to characterize vegetal oil microcapsules
formed by ionotropic gelation of chitosan/sodium tripoliphosphate (TPP) system. The
chitosan used in this work was obtained from shrimp shells by alkaline deacetilation
of chitin. Sunflower oil was chosen as the vegetal oil to be microencapsulated. The
variables such as chitosan/(TPP) ratio, TPP solution pH, and reaction time were
investigated about their influence in microcapsules yield and efficiency of
microencapsulation. The microencapsulated oil released in simulated digestive
conditions was also evaluated. Initially, chitosan/TPP particles were obtained, and
the best conditions for particle formation were used for sunflower oil
microencapsulation. The microcapsules were characterized by optical microscopy,
scanning electron microscopy, infrared espectofotometry and termogravimetric
analysis. Microcapsules yield varied between 26% and 1% and the efficiency of
microencapsulation (retention of oil) were 51% for the best microencapsulation
condition. These results suggest that chitosan/TPP system can be used for
microencapsulation of hydrophobic substances, such as drugs, vitamins, essential
oils, and other non-hydrophilic substances.
Rio de Janeiro – 2008
x
Parte desta Dissertação de Mestrado foi apresentada no seguinte congresso:
“Chitosan/TPP particles for olive oil encapsulation", Barreto, B.N., Silva, M.C.,
Neto, L.O., Andrade C.T., SIAQ, 2007, Natal – RN, Brasil.
“Formação de partículas quitosana/TPP para encapsulação de β-caroteno e
sua liberação sob condições digestivas simuladas", Barreto, B.N., Silva, M.C.,
Silva A.B.R., Andrade C.T., VII Simpósio Latino Americano de Ciências de
Alimentos, 2007, Campinas – SP, Brasil.
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Estrutura linear (a) e tridimensional da quitosana (b) (TORRES,2006) 11
Figura 2: Esquema simplificado do processo de obtenção da quitina e quitosana
(Braek et al., 1989) 11
Figura 3: Estrutura química do retinol (ROSS, 1999) 18
Figura 4: Síntese da Vitamina D (Premaor, 2006) 20
Figura 5: Estrutura química da vitamina E, na forma de α–tocoferol (BRIGELIUS
FLOHÉ e TRABER, 1999) 21
Figura 6: Estrutura das formas biologicamente ativas da vitamina K (Modificado de
Dores, 2001) 22
Figura 7: Obtenção de quitosana a partir da desacetilação parcial da quitina. (LE
DUNG et al., 1994) 29
Figura 8: Diagrama de obtenção da quitina 40
Figura 9: Espectro de absorção da quitina na região do infravermelho 41
Figura 10: Termograma da amostra de quitina 42
Figura 11: Difração de raios-X da amostra de quitina 42
Figura 12 (a): Espectros de
1
H NMR da amostras de quitosana BNBq – 05, DA
1,56% 45
Figura 12 (b): Espectros de
1
H NMR da amostra de quitosana BNBq – 06, DA
22,62% 45
Figura 12 (b): Espectros de
1
H NMR da amostra de quitosana BNBq – 07, DA
6,96% 46
Figura 13: Curvas de viscosidade da amostra BNBq – 05 47
Figura 14: Curvas de viscosidade da amostra BNBq – 06 48
Figura 15: Curvas de viscosidade da amostra BNBq – 07 49
Figura 16: Espectro de absorção da quitosana (a) e da quitina (b) na região do
infravermelho 50
Figura 17: Termograma da quitina (a) e da amostra final de quitosana (b) 51
Figura 18: Difração de raios-X da amostra final de quitosana 52
xii
Figura 19: Fotografia das reações BNB–20 (a), BNB–21 (b), BNB–23 (c), BNB–25
(d), BNB–26 (e) e BNB–27 (f) 54
Figura 20: Fotografia das partículas formadas em soluções de TPP (a) pH 8,6; (b) pH
9,5 e (c) pH 10,5. 54
Figura 21: Fotografia das micropartículas quitosana/TPP 56
Figura 22: Micrografia óptica da solução BNB-41: (a) aumento de 10x; (b) aumento
de 50x 57
Figura 23: Micrografia óptica da solução BNB-43: (a) aumento de 5x; (b) aumento de
10x; (c) aumento de 20x 57
Figura 24: Micrografia óptica da reação BNB-43 após secagem sob temperatura
ambiente: (a) aumento de 5x; (b) aumento de 10x; (c) aumento de 50x, sob luz
polarizada 58
Figura 25: Micrografia eletrônica de varredura das partículas 59
Figura 26: Espectro de absorção na região do infravermelho da quitosana (a), das
partículas quitosana/TPP (b), do óleo de girassol (c) e das microcápsulas de óleo de
girassol (d) 60
Figura 27: Termograma da quitosana (a); micropartículas (b) e microcápsulas de
óleo de girassol (c) 61
Figura 28: Teor de umidade das microcápsulas de óleo de girassol em função da
concentração e pH das soluções de TPP 62
Figura 29: Rendimento de microcápsulas de óleo de girassol em função da
concentração e pH das soluções de TPP 64
Figura 30: Curva de calibração da concentração de óleo de girassol versus
absorbância 64
Figura 31: Eficiência de microencapsulação do óleo de girassol em função da
concentração e pH das soluções de TPP 65
Figura 32: Eficiência de microencapsulação do óleo de girassol em função do tempo
de reação 66
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Condições empregadas na desacetilação da quitina 30
Tabela 2: Obtenção e solubilidade das amostras de quitosana 43
Tabela 3: Dados viscosimétricos obtidos para as amostras de quitosana em solução
tampão ácido acético/acetato de sódio pH 4,5 a 25°C 47
Tabela 4: Grau de acetilação e [η] das amostras iniciais de quitosana 49
Tabela 5: Relação quitosana/TPP e observação visual do meio reacional 53
Tabela 6: Condições de obtenção das microcápsulas de óleo de girassol 56
Tabela 7: Teor de umidade das microcápsulas de óleo de girassol 79
Tabela 8: Rendimento em massa de microcápsulas em relação à concentração e ao
pH da solução 63
Tabela 9: Detecção de óleo de girassol liberado em fluidos digestivos simulados 67
xiv
SUMÁRIO
p.
1 – INTRODUÇÃO
1
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2
2.1 – HIDROGÉIS DE BIOPOLÍMEROS 2
2.2 – MICROENCAPSULAÇÃO 3
2.2.1 - Funções da Microencapsulação
5
2.2.2 - Materiais de Revestimento e Metodologias de Preparo de
Micropartículas
6
2.3 – APLICAÇÕES PARA MICROCÁPSULAS 8
2.3.1 – Setor alimentício
8
2.3.2 – Setor agropecuário
8
2.3.3 –Setor médico-farmacêutico
9
2.3.4 – Setor cosmético
9
2.3.5 – Setor têxtil
9
2.3.6 – Outros setores
10
2.4– QUITINA E QUITOSANA 10
2.4.1 - Microcápsulas de quitosana
13
2.4.2 - Preparação de micropartículas de quitosana
14
2.5 – TPP (TPP) 14
xv
2.6 – GELIFICAÇÃO IÔNICA 15
2.6.1 – Obtenção de partículas quitosana/TPP por gelificação iônica
16
2.7 – ÓLEO DE GIRASSOL 17
2.8 - VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS 18
2.9 - DIFUSÃO E LIBERAÇÃO CONTROLADA 23
3 – OBJETIVO
26
3.1 - OBJETIVO GERAL 26
3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS 26
4 – MATERIAIS
27
4.1 - REAGENTES 27
4.2 - EQUIPAMENTOS 27
5 – METODOLOGIA
28
5.1 - OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE QUITINA 28
5.2 - OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA QUITOSANA 29
5.2.1 – Grau de acetilação
30
5.2.2 – Viscosidade Intrínseca [η]
31
5.2.3 – Espectroscopia de absorção na região do infravermelho
32
5.2.4 – Difração de Raios X
32
xvi
5.2.5 – Análise termogravimétrica (TGA)
32
5.3 – OBTENÇÃO DAS PARTÍCULAS QUITOSANA TPP 33
5.3.1 – Parâmetros que influenciam a formação das partículas
33
5.3.1.1 – Relação quitosana/TPP 33
5.3.1.2 – pH da solução de TPP 33
5.3.1.3 – Ordem de adição dos componentes reacionais 34
5.3.1.4 – Tempo de agitação da mistura reacional 34
5.4 – OBTENÇÃO DE MICROPARTÍCULAS QUITOSANA/TPP 34
5.5 – ENCAPSULAÇÃO DE ÓLEO DE GIRASSOL EM PARTÍCULAS
QUITOSANA/ TPP
34
5.6 – MICROENCAPSULAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL 35
5.7 – CARACTERIZAÇÃO DAS MICROCÁPSULAS DE ÓLEO DE GIRASSOL 36
5.7.1 – Microscopia óptica
36
5.7.2 – Microscopia eletrônica de varredura (SEM)
36
5.7.3 – Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR)
36
5.7.4 – Análise termogravimétrica TGA
37
5.8 – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE 37
5.9 - CÁLCULO DO RENDIMENTO DE FORMAÇÃO DE MICROCÁPSULAS 38
5.10 - EFICIÊNCIA DE MICROENCAPSULAÇÃO 38
xvii
5.11 – LIBERAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL MICROENCAPSULADO 38
6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
39
6.1 – OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA QUITINA 39
6.1.1 – Cálculo de rendimento na obtenção de quitina
39
6.1.2 – Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) para
a amostra de quitina
40
6.1.3 – Análise termogravimétrica (TGA) da amostra de quitina
41
6.1.4 - Difração de raios X para a amostra de quitina
42
6.2 - OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS DE QUITOSANA 43
6.2.1 – Obtenção da quitosana a partir da quitina
43
6.2.2 – Determinação do grau de acetilação das amostras iniciais de
quitosana por (
1
H NMR)
44
6.2.3 – Determinação da viscosidade Intrínseca das amostras iniciais de
quitosana
46
6.2.4 – Caracterização da amostra Final de quitosana
49
6.2.4.1– Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) para a
amostra final de quitosana
49
6.2.4.2– Análise termogravimétrica (TGA) da amostra final de quitosana 50
6.2.4.3 - Difração de raios X da amostra final de quitosana 51
6.3 – OBTENÇÃO DAS PARTÍCULAS QUITOSANA/ TPP 52
6.3.1 – Influência da relação quitosana/TPP na formação das partículas
52
xviii
6.3.2– Influência do pH da solução de TPP na formação das partículas
54
6.3.3 – Influência da ordem de adição dos componentes reacionais na
formação das partículas
55
6.3.4 – Influência do tempo de agitação da mistura reacional na formação e
aparência das partículas
55
6.4 – OBTENÇÃO DAS MICROPARTÍCULAS QUITOSANA TPP 55
6.5 – MICROENCAPSULAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL 56
6.6 – CARACTERIZAÇÃO DAS MICROCÁPSULAS DE ÓLEO DE GIRASSOL 57
6.6.1 – Microscopia óptica
57
6.6.2 – Microscopia eletrônica de varredura (SEM)
58
6.6.3 – Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) para
as microcápsulas de óleo de girassol
59
6.6.4 – Análise termogravimétrica TGA das microcápsulas de óleo de
girassol
60
6.7 – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE 61
6.8 - CÁLCULO DO RENDIMENTO DE FORMAÇÃO DE MICROCÁPSULAS 62
6.9 - EFICIÊNCIA DE MICROENCAPSULAÇÃO 64
6.9.1 – Influência do tempo de reação sobre a eficiência de
microencapsulação
66
6.10 – LIBERAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL MICROENCAPSULADO 67
7 – CONCLUSÕES
68
xix
8 – SUGESTÕES
68
9 – BIBLIOGRAFIA
69
10 – APÊNDICE
79
1 – INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o estudo de biopolímeros como alternativa ao uso de polímeros
sintéticos apresentou um grande avanço na indústria de materiais. Embora possuam
menor resistência mecânica e térmica, os biopolímeros são provenientes de
recursos renováveis e são biodegradáveis (ROGOVINA, 1998).
Os biopolímeros são especialmente recomendados e aceitos como materiais
formadores de parede em sistemas de liberação controlada e na proteção de
materiais ativos. Essa aplicação deve-se à estrutura de suas cadeias, que permitem
mobilidade e controle da porosidade. Ingredientes ativos e modificadores adequados
podem ser incorporados física ou quimicamente. Em geral, polímeros naturais, ou
biocompatíveis, têm pouca ou nenhuma toxicidade. Apresentam diversidade de
aplicações, que incluem atuar como membranas ou envelopes, em matrizes nas
quais o ingrediente ativo é disperso ou dissolvido (JACOBS e MASON, 1993).
O uso de sistemas biopoliméricos como carreadores de fármacos tem despertado
particular interesse. Estes sistemas podem ser usados na forma de polímeros
solúveis (no qual o fármaco pode ser ligado de alguma forma ao polímero) ou
microesferas biodegradáveis (no qual o fármaco é incorporado) (ILLUM e DAVIS,
1988).
As vantagens potenciais de utilizar sistemas de liberação incluem: (1)
manutenção contínua dos níveis do fármaco no sangue na faixa terapêutica
desejada; (2) redução de efeitos colaterais prejudiciais, devido à liberação vetorizada
a algum tecido ou tipo de célula; (3) potencialmente diminuem a quantidade de
fármaco necessário; (4) diminuem o número de administrações do medicamento,
levando a um maior comprometimento do paciente ao tratamento; e (5) facilidade na
administração de fármacos com meia-vida biológica curta, por exemplo, proteínas e
peptídeos. Por outro lado, ao desenvolvimento de cada sistema de liberação estão
também associados outros aspectos como a toxicidade dos polímeros e seus
produtos de degradação, o desconforto causado pelo sistema ou meio de inserção e
o custo do sistema devido aos materiais de encapsulação ou técnicas de preparação
(LANGER, 1998).
2
A quitosana é um aminopolissacarídeo obtido a partir da desacetilação alcalina da
quitina, a qual pode ser produzida de resíduos da indústria pesqueira. É crescente a
importância da quitosana como adsorvente em processos de recuperação e/ou
purificação de bioprodutos de alto valor agregado, como as proteínas. Uma
vantagem dessa utilização está na disponibilidade da quitina na natureza. Outra
característica importante da quitosana está na possibilidade de modificações
estruturais de modo a obter diversas formas de interação química e resistência
mecânica. Como a quitosana é solúvel em soluções ácidas, é possível a sua
moldabilidade na forma desejada (TORRES, 2006).
Uma das mais recentes linhas de pesquisa sobre a quitosana diz respeito ao
desenvolvimento de suportes para imobilização de células, fármacos e biomoléculas.
Neste contexto, o polímero é utilizado como matéria-prima no desenvolvimento de
membranas, filtros e microesferas (beads), os quais podem ser utilizados em
diversos ramos da biotecnologia (GUIBAL et al., 2005).
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – HIDROGÉIS DE BIOPOLÍMEROS
Os hidrogéis compreendem um grupo de materiais poliméricos reticulados por
ligações iônicas, ou covalentes, que incham e podem ser definidos como polímeros
reticulados, que absorvem e retêm água e soluções aquosas em quantidades
elevadas. Normalmente, o termo hidrogel é utilizado para designar um polímero,
sintético ou natural, macio, com consistência elastomérica e que incha em água
sem dissolver (KORSMEYER, 1986; PEPPAS, 2002). Assim, quando as moléculas
de água migram para os volumes livres existentes entre as cadeias do polímero
reticulado, elas induzem o sistema ao inchamento, caracterizado por um volume de
equilíbrio. Por isso, aliado a outros fatores, os hidrogéis tem atraído considerável
interesse como biomateriais.
O princípio químico marcante da maioria dos hidrogéis utilizados como
biomateriais é seu caráter hidrofílico, atribuído à presença em sua estrutura de
grupos que absorvem água, tais como –OH, –COOH, –CONH
2
, –SO
3
H, entre outros.
3
Esses grupos funcionais interagem fortemente com a água por meio de ligações de
hidrogênio. Desta forma, podem reter uma significativa fração de água no interior da
rede tridimensional, formada por ligações covalentes ou físicas (KORSMEYER,
1986).
Antes do inchamento, as cadeias estão em equilíbrio; portanto, é natural que elas
ofereçam certa resistência às mudanças impostas. Desse modo, o inchamento é
acompanhado por um estiramento das cadeias. Durante o processo de absorção de
água, a pressão osmótica no sistema, que provoca a penetração da água na massa
do polímero, será contrabalanceada pela pressão contrária das cadeias poliméricas
que tentam resistir à expansão. Nesse ponto, o equilíbrio de inchamento é
alcançado. Além disto, a insolubilidade destes materiais deve-se à presença de uma
rede tridimensional estabilizada por ligações cruzadas, também responsáveis por
suas propriedades no estado inchado. No caso de sistema de liberação controlada,
o transporte de medicamento dentro do meio polimérico, e sua migração para o meio
aquoso, implica em um processo de absorção de água e outro simultâneo de
dessorção do medicamento, por mecanismo de difusão controlada pelo inchamento
do polímero (ANDREOPOLUS, 1989).
Qualquer polímero solúvel em água que adquira insolubilidade por ligações
cruzadas, ou por incorporação de um copolímero em bloco, onde um dos
componentes apresente caráter hidrofóbico, poderá ser usado como um hidrogel
para a difusão controlada.
Normalmente, as características de liberação de medicamentos são pouco
influenciadas pela natureza química do polímero, a não ser que exista alguma
afinidade entre a matriz e o fármaco; portanto, o fator mais importante consiste no
controle de seus parâmetros físicos. Por exemplo, grau de umidade, reticulações,
cristalinidade e morfologia (HARTING, 1984).
2.2 – MICROENCAPSULAÇÃO
O conceito de microencapsulação surgiu da idealização do modelo celular. Nesse
modelo, a membrana que envolve e protege o citoplasma e os demais componentes
4
exerce ao mesmo tempo várias funções, como controlar a entrada e a saída de
material na célula (RÉ, 2000). Os primeiros relatos da utilização de microesferas
datam da década de 30. Porém, a indústria farmacêutica só começou a aproveitar
este sistema com maior intensidade a partir dos anos 60 (BURGESS e HICKEY,
1994)
A microencapsulação é o processo por meio do qual são envolvidas quantidades
microscópicas de matéria (sólidos, gotículas de líquido ou mesmo material gasoso)
em um fino filme de polímero. Esses sistemas dão origem a micropartículas,
denominadas microesferas ou microcápsulas, que podem liberar seu conteúdo sob
velocidades e condições específicas, e morfologicamente apresentam dimensões de
no máximo 1 mm (MAGILL, 1991; JATO, 1997; SANTOS, FERREIRA e GROSSO,
2000). O que torna o processo de microencapsulação único, além do tamanho
reduzido das partículas, é a sua versatilidade e adaptação a uma grande variedade
de substâncias ativas. Na microencapsulação, o material revestido é denominado
núcleo ou material encapsulado, e o material que forma o revestimento é conhecido
como matriz, material de parede ou encapsulante (RISH, 1995).
O termo microencapsulação abrange a obtenção de diferentes produtos, como
microcápsulas, microesferas, micropartículas e aprisionamento de substâncias
ativas, as quais diferem entre si quanto à distribuição do ativo na matriz
encapsulante. Segundo Pothakamury e Barbosa-Cánovas (1995), as microcápsulas
possuem o ativo concentrado próximo ao centro, envolvido por um filme contínuo e
definido do material de parede; microesferas possuem o ativo distribuído
uniformemente em uma matriz; micropartícula é um termo que pode ser aplicado em
ambas as situações, quando se trata apenas das partículas sem o princípio ativo a
ser englobado. O tipo de distribuição do núcleo também pode variar de acordo com
a técnica de microencapsulação (ZELLER, SALEEB e LUDESCHER, 1999) e
depende ainda das propriedades físico químicas da substância ativa e do material
de revestimento (JATO, 1997). O material polimérico de revestimento forma uma
rede tridimensional, onde o fármaco pode ser adsorvido, incorporado ou ligado
covalentemente à superfície da partícula, formando sistemas de dissolução,
dispersão ou sistemas porosos (CECHINEL FILHO, BRESOLIN, 2003). Na escolha
do método de microencapsulação, é importante conhecer as características físico-
químicas e químicas do fármaco e do polímero. Quanto ao fármaco, devemos
5
conhecer a polaridade, a solubilidade e a estabilidade (à luz, ao oxigênio, ao calor
etc) e, com relação aos polímeros, devemos conhecer a polaridade, a solubilidade, a
taxa de degradação, a estabilidade e o ponto de fusão. Essas características
auxiliam na escolha do método de encapsulação (LOURENÇO, 2006).
2.2.1 - Funções da Microencapsulação
A microencapsulação é um procedimento utilizado em farmacotecnia para
promover melhor penetração intracelular do fármaco, proteção contra a inativação
enzimática antes de atingir seu local de ação no organismo, e direcionamento do
fármaco através da corrente sangüínea ou do trato gastrointestinal. Isso permite
maior especificidade acompanhada por distribuição corporal mais restrita, separação
de incompatibilidades nas preparações, melhoria da estabilidade de produtos por
conferir proteção ambiental, conversão de líquidos em sólidos, redução da
volatilidade ou inflamabilidade de líquidos, mascaramento de sabor desagradável,
redução de toxicidade de fármacos, melhoria da manipulação de insumos durante a
preparação, controle do tamanho das partículas e controle da liberação de insumos
em geral (MAGILL, 1991; GASPAR, 1991; DUCHÊNE, WOUESSIDJEWE e
GILLES,1999).
Nesse contexto, são formados então vetores farmacêuticos, visto que a
vetorização pode ser considerada como uma operação visando modular e, se
possível, dominar totalmente a distribuição de um princípio ativo no organismo,
associando-o a um sistema apropriado chamado vetor da substância em questão
(LE HIR, 1997).
Os vetores tornam a distribuição da substância no organismo o mais
independente das suas propriedades, porém submetida às propriedades do vetor,
em função do alvo a ser atingido. Didaticamente, os vetores podem ser classificados
em: (a) vetores de primeira geração, capazes de liberar progressivamente seu
conteúdo que apresentam tamanho de cerca de 200 μm, como exemplos podem ser
citadas as microesferas e as microcápsulas; (b) vetores de segunda geração,
capazes de atingir o alvo independentemente da forma como são administradas, e
que apresentam tamanho coloidal (menor que 1 μm), e como exemplos podem ser
6
citadas as nanoesferas e nanocápsulas, assim como os lipossomas; (c) vetores de
terceira geração, capazes de reconhecer o alvo desejado, destacando-se neste
grupo os vetores coloidais dotados de proteínas ou substâncias passíveis de
reconhecimento por receptores contidas em seu revestimento, como por exemplo
nanoesferas, nanocápsulas ou lipossomas pilotados por um anticorpo monoclonal
(LE HIR, 1997). A estrutura das micropartículas depende do material e dos métodos
envolvidos na sua preparação.
2.2.2 - Materiais de Revestimento e Metodologias de Preparo de
Micropartículas
São inúmeros os materiais utilizados para o revestimento. Os mais usados são
os polissacarídeos naturais (o amido, a celulose, a quitosana, a goma arábica, a
carragenana e o alginato) ou modificados (dextrinas, carboximetilcelulose,
etilcelulose, metilcelulose, acetilcelulose e nitrocelulose), proteínas (glúten, caseína,
gelatina e albumina), ceras e lipídios (parafina, triestearina, ácido esteárico,
monoglicerídeos e diglicerídeos) e um grande número de polímeros sintéticos
(derivados do acrilato). Por sua vez, as técnicas utilizadas para a microencapsulação
de substâncias ativas podem ser divididas em métodos físicos (spray drying,
pulverização em banho térmico e leito fluidizado), químicos (inclusão molecular,
polimerização interfacial, salting out) e físico-químicos (coacervação, separação por
fase orgânica, pulverização em agente formador de reticulação – gelificação iônica e
envolvimento lipossômico) (SILVA e FERREIRA, 1998; SANTOS, FERREIRA e
GROSSO, 2000).
Além dos parâmetros inerentes ao processo de encapsulação, a retenção do
agente ativo nas cápsulas é governada por fatores relacionados à natureza química
do recheio, incluindo o peso molecular, a funcionalidade química, a polaridade, a
volatilidade relativa e sua difusividade (SANTOS, FERREIRA e GROSSO, 2000).
O revestimento das micropartículas pode ser impermeável, permeável ou
semipermeável (VOIGT e BORNSCHEN, 1982). Dentre os seus componentes
demonstram importância aqueles constituídos de lipídios fisiológicos e
biodegradáveis, sólidos a temperatura ambiente, capazes de transportar moléculas
7
hidrofílicas, lipofílicas ou pouco solúveis em água. A principal vantagem oferecida
por este tipo de micropartículas é o fato que os lipídios são bem tolerados pelo
organismo e não apresentam citotoxicidade como a maioria das matrizes
poliméricas. No entanto, a metodologia de preparação pode envolver a utilização de
solventes orgânicos, cujos traços presentes na preparação final podem acarretar em
toxicidade (MÜHLEN, SCHWARZ e MEHNERT, 1998; MÜLLER, MÄDER e GOHLA,
2000; SCHUBERT e MÜLLER-GOYMANN, 2003). Os perfis de liberação dos
fármacos obtidos por micropartículas lipídicas são moduláveis de acordo com a
concentração de surfactantes e a composição da matriz lipídica, além de parâmetros
de produção, mas não são afetados pelo tamanho e forma da partícula (MÜLLER,
MÄDER e GOHLA, 2000). O método padrão de produção de micropartículas
lipídicas é a homogeneização a alta temperatura. No entanto, existem ainda as
técnicas de precipitação de emulsões e microemulsões contendo solventes
orgânicos, polimerização de microemulsões, além da injeção de solvente
desenvolvida por SCHUBERT e MÜLLER-GOYMANN (2003).
Tendo em vista que a capacidade de incorporação de micropartículas de lipídios
sólidos convencionais é limitada pela solubilidade do fármaco no lipídio fundido, pela
estrutura e pelo estado polimórfico da matriz lipídica (a utilização de moléculas
similares e com cristalização perfeita reduz a incorporação de fármacos, pois estes
se instalam entre as imperfeições cristalinas, cadeias de ácidos graxos e camadas
lipídicas), foram desenvolvidas microestruturas para superar estas dificuldades das
nanopartículas de lipídios sólidos (SLN): carreadores lipídicos nanoestruturados
(NLC) e o conjugado fármaco-lipídio (LDC). As NLC são compostas de misturas de
lipídios sólidos e líquidos e/ou diferentes estericamente, formando imperfeições
cristalinas e espaços onde podem ser acomodadas as moléculas de fármaco. No
entanto, é necessário que a substância ativa seja lipofílica. Contudo, as LDC são
capazes de incorporar drogas hidrofílicas com capacidade superior a 33%, por meio
da formação de um conjugado fármaco-lipídio insolúvel por formação de sal (de
ácido graxo, por exemplo) ou por ligação covalente (WISSING, KAYSER e MÜLLER,
2004).
Quanto ao material de revestimento polimérico, pode ser destacada a quitosana,
um derivado desacetilado da quitina, a qual é encontrada na carapaça de
crustáceos, cutículas de insetos e na parede celular de alguns fungos. Por não ser
8
tóxica e ser biodegradável, tem sido usada como matriz de micropartículas e
sistemas reticulados para imobilização e liberação de fármacos. GONÇALVES e
colaboradores (2005) utilizaram a capacidade seletiva da quitosana de capturar
metais de transição por meio de troca iônica, sorção e quelação, para produzir
micropartículas de ferro (III) passíveis de serem utilizadas no tratamento de anemia
ferropriva. O uso da quitosana promove a liberação em condições similares às do
estômago. Reticuladas com epicloridrina ou glutaraldeído, as micropartículas
apresentam aumento na estabilidade.
2.3 – APLICAÇÕES PARA MICROCÁPSULAS
2.3.1 – Setor alimentício
Na indústria de alimentos, é usual a incorporação de ingredientes (temperos,
vitaminas e minerais) e aditivos em produtos alimentícios. A técnica da
microencapsulação é aplicada como forma de reter compostos voláteis, proteger os
ingredientes de perdas nutricionais (efeitos de evaporação e umidade, oxigênio e luz
ultravioleta), auxiliar na mistura e preservar, ou mascarar cor e sabores (inibindo a
reação com outros materiais), além de incorporar aos alimentos mecanismos de
controle na liberação de certos componentes (GOUIN, 2004).
2.3.2 – Setor agropecuário
No setor agropecuário, a microencapsulação pode ser aplicada no envolvimento
de pesticidas químicos (herbicidas, inseticidas e parasiticidas), o que significa
reduzir a contaminação ambiental e sua toxicidade por contato. No caso de
biopesticidas, a microencapsulação prolonga a sua atividade biológica até que sejam
ingeridos pela praga-destino (lagartas, insetos adultos etc.) (FREDERIKSEN,
KRISTENSEN e PEDERSEN, 2003).
9
2.3.3 – Setor médico-farmacêutico
Na área farmacêutica, fórmulas de liberação gradual e direcionada a órgãos-alvo
tornou-se corriqueira. O transporte seletivo de um agente terapêutico no local de
ação pode aperfeiçoar a resposta biológica (BRAZEL, 1999). Além disso, com a
microencapsulação, consegue-se melhorar o desempenho do produto por mascarar
o odor e o sabor de medicamentos. As microcápsulas também aumentam a
resistência de materiais frágeis às condições de processamento e empacotamento e
previnem reações indesejáveis com outros componentes do medicamento, quando
armazenado por um período prolongado. Um exemplo clássico de liberação
controlada é o caso do anticoncepcional de dose única, que mantém o nível de
hormônio no corpo da mulher sem a necessidade de fornecer de uma só vez uma
carga muito grande de hormônios (POPPLEWELL et al.,1995).
2.3.4 – Setor cosmético
Vários produtos para tratamento facial e capilar usam as microcápsulas para,
entre outros benefícios, preservá-los. É o caso da vitamina C, usada nos produtos
antienvelhecimento, com a função de inativar radicais livres. Nesse segmento, o
mais comum é o uso de partículas menores que 1 µm, chamadas de nanocápsulas,
cujo diminuto tamanho permite uma penetração facilitada na pele.
2.3.5 – Setor têxtil
Em têxteis, o maior interesse em microencapsulação atualmente é a aplicação de
fragrâncias duráveis e para conferir maciez. Outras aplicações incluem tintas e
materiais com mudança de fase (FREDERIKSEN, KRISTENSEN e PEDERSEN,
2003). Porém, os biopolímeros são pouco empregados como material encapsulante
na área têxtil, uma vez que a hidrossolubilidade e a biodegradabilidade, neste caso,
seriam características indesejáveis.
10
2.3.6 – Outros setores
A técnica de microencapsulação é aplicada ainda, em produtos utilizados na
limpeza doméstica, como sabões em pó, que apresentam enzimas e outros ativos
microencapsulados, o que permite sua liberação no ambiente aquoso, ou sob
rompimento por ação mecânica. Pesquisas recentes têm mostrado ainda outras
aplicações para as microcápsulas, como, amálgamas dentários com mercúrio
microencapsulado e retardantes de chama.
2.4 – QUITINA E QUITOSANA
A quitina é um polímero natural de grande importância, e que foi identificado em
1884. Este biopolímero é sintetizado por um enorme número de organismos vivos e,
considerando-se a produção anual mundial, é o polissacarídeo mais abundante
depois da celulose. A quitina, normalmente ordenada em forma de microfibrilas
cristalinas, é o componente formador do exoesqueleto dos artrópodes e de paredes
celulares de fungos e leveduras. É ainda produzido, embora em menor quantidade,
por seres dos reinos vegetal e animal para funções de reforço e proteção
(RINAUDO, 2006). A quitina é obtida principalmente do exoesqueleto de crustáceos,
como o caranguejo e o camarão, e até há pouco tempo era um resíduo descartável
da indústria pesqueira. Sua estrutura química é formada por mais de 50% de
unidades constitucionais repetitivas de 2-acetamida-2-desoxi-β-(1,4)-D-glicose (N-
acetil-D-glicosamina), diferenciando-se da celulose pelo grupo N-acetila. A quitina
pode ser encontrada nas formas α, na qual a sua estrutura é formada por cadeias
antiparalelas, ou na forma β, na qual as cadeias apresentam arranjo paralelo. A
forma γ também foi descrita, com uma estrutura não totalmente definida. Todas
essas formas são encontradas na natureza.
No exoesqueleto de crustáceos, além da quitina existem quantidades de
carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, pigmentos e proteínas. A parcial
desacetilação das cadeias poliméricas de quitina por tratamento alcalino dá origem à
quitosana.
11
A quitosana é um polissacarídeo linear resultante da substituição parcial dos
grupos N-acetila presentes na quitina quando em presença de solução alcalina.
Quando o grau de desacetilação é maior ou igual a 50%, o produto é denominado
quitosana. Sua estrutura química é formada por unidades constitucionais repetitivas
de 2-amino-2-desoxi-β-(1,4)-D-glicose (poli(D-glicosamina)) e 2-acetamida-2-desoxi-
β-(1,4)-D-glicose (N-acetil-D-glicosamina), conforme mostra a Figura 1.
Figura 1: Estrutura linear (a) e tridimensional da quitosana (b) (TORRES, 2006)
O processo de obtenção da quitosana a partir da quitina está esquematizado na
Figura 2.
Figura 2: Esquema simplificado do processo de obtenção da quitina e quitosana
(Braek et al., 1989)
12
A quitina é insolúvel em solução aquosa e em solventes orgânicos devido a sua
alta cristalinidade. No entanto, a solubilidade, a reatividade e o processamento da
quitina aumentam consideravelmente após as modificações químicas (LAPASIN e
PRICL, 1995). Já a quitosana, diferentemente da quitina, apresenta solubilidade em
soluções ácidas. Este biopolímero possui três grupos reativos funcionais, um grupo
amino na posição C-2, e duas hidroxilas, uma primária e outra secundária, nas
posições C-6 e C-3, respectivamente (FURUSAKI et al., 1996). O grupo amino é o
responsável por sua natureza policatiônica, com a sua protonação quando em
contato com soluções ácidas. A massa molar das cadeias poliméricas da quitosana,
com grau de desacetilação (a) em torno de 85%, foi determinada pelo método de
cromatografia de permeação em gel de alta eficiência (CPGAE) por VIEIRA, 2004,
que obteve valores da ordem de 10
5
Da. Os principais fatores que afetam o grau de
desacetilação são: tempo de reação e concentração da solução de álcali
(CAMPANA e SIGNINI, 2001).
Através de técnicas desenvolvidas nos últimos anos, é possível conhecer a
estrutura e a funcionalidade da quitosana com a possibilidade de alterá-la
quimicamente. Isso permite modificar suas características iniciais para um
determinado propósito. Esses estudos, realizados principalmente na área de
biomateriais, têm a seu favor o fato de a quitosana ser proveniente de fonte
renovável, principalmente em países com extenso litoral como é o caso do Brasil,
além de ser um material biodegradável.
Entre as inúmeras aplicações da quitosana, podemos destacar a purificação de
água, processamento de alimentos, proteção de frutas e sementes, indústria
papeleira, cosméticos entre outras. Especificamente, na área médica e de fármacos,
podemos destacar o uso da quitosana como adsorvente, em lentes de contato, em
pele artificial e na regeneração de ferimentos. MI e SHYU, (1999), realizaram
estudos sobre a quitosana aplicada na liberação controlada de fármacos.
YAMAGUCHI e colaboradores (2003) investigaram a formação de compósitos de
quitosana e suas aplicações na regeneração de nervos.
As soluções de quitosana, obtidas por meio de procedimentos simples de
solubilização, normalmente possuem características hidrofílicas (grupos amino). A
partir das alterações de sua estrutura elas podem intensificar a sua natureza
13
hidrofílica, por desacetilação com o emprego de bases, ou começar a apresentar
características hidrofóbicas. DESBRIÈRES e colaboradores (1996) estudaram as
interações hidrofóbicas envolvidas na estabilização das estruturas reticuladas. Essas
interações são influenciadas pelo grau de desacetilação da quitosana, através da
distribuição dos grupos N-acetil e amino ou imino, aumento da concentração do
reticulado, aumento da temperatura da amostra, pH do meio, com a ionização do
grupo amino quando em solução ácida, grau de reticulação, com a reação do grupo
amino de características hidrofílicas com o grupo aldeído formando base de Schiff
com características hidrofóbicas, entre outros fatores (TORRES, 2006).
2.4.1 - Microcápsulas de quitosana
Microcápsulas de quitosana têm sido usadas como potencial carreador para
liberação prolongada de fármacos e macromoléculas, vetorização, aumento de
biodisponibilidade de substâncias degradáveis e aumento da absorção de
substâncias hidrofílicas através de camadas epiteliais.
Microesferas de quitosana, como um sistema de liberação prolongada de
progesterona, foram preparadas por meio da técnica de reticulação química com
glutaraldeído (JAMEELA et al., 1998). O estudo da biodisponibilidade in vivo depois
da administração intramuscular mostrou a manutenção da concentração plasmática
(1-2 μg/ml) por até um período de cinco meses. KOCHISCH e colaboradores (2003)
estudaram o potencial de vetorização in vitro de microesferas poliméricas na
cavidade oral, e avaliaram o potencial mucoadesivo. No experimento in vitro, eles
prepararam um produto com características da saliva, denominado “saliva artificial”.
As microesferas de quitosana ficaram retidas sobre a mucosa oral por muito mais
tempo que as microesferas produzidas com poli(ácido acrílico). Os autores
atribuíram esses resultados ao comportamento do inchamento das microesferas de
quitosana e sua natureza catiônica, e sugeriram o uso dessas partículas como
sistemas mucoadesivos. Um estudo realizado com insulina em microesferas de
quitosana, administrada por via oral mostrou um efeito anti-hiperglicêmico em ratos
com diabete induzida (HUANG et al., 2001), o que demonstrou o potencial dessas
partículas em aumentar a biodisponibilidade de substâncias degradáveis.
14
A eficácia da quitosana como promotor de aumento na absorção de calcitonina de
salmão através do epitélio nasal foi confirmada in vivo por meio de um modelo em
ratos (TENGAMNUAY e MITRA, 1997). A biodisponibilidade da calcitonina foi
ligeiramente maior em animais tratados com microcápsulas de quitosana a 1%
quando comparados com ratos que receberam dimetil-β-ciclodextrina a 5%. Os
autores notaram que os efeitos deletérios na mucosa foram muitos menores com a
quitosana, e produziram apenas irritação leve a moderada.
2.4.2 – Preparação de micropartículas de quitosana
O processamento da quitosana para a preparação de micropartículas tem sido
extensamente estudado desde a década de 80. Dentre as inúmeras técnicas
possíveis, somente quatro técnicas principais têm sido citadas na literatura: (a)
gelificação iônica com um polieletrólito de carga oposta, tais como o tripolifosfato
(TPP) ou glutaraldeído; (b) coacervação simples ou complexa; (c) emulsificação com
evaporação de solvente; e (d) secagem por atomização (KAS, 1997).
2.5 – TRIPOLIFOSFATO DE SÓDIO (TPP)
O tripolifosfato de sódio (TPP) é um sal aniônico multivalente, de fórmula
Na
5
P
3
O
10
, com peso molecular de aproximadamente 368 g/mol, cuja aplicação
principal é como agente integrante na formulação de detergentes e produtos para
limpeza doméstica. O tripolifosfato é ainda, largamente empregado no
processamento de alimentos e bebidas e também, em outros setores da indústria
alimentícia como, por exemplo, no tratamento de água de caldeiras (ICIS
CHEMICAL BUSINESS, 2007).
O tripolifosfato de sódio (TPP) é ainda o poliânion mais empregado na área
farmacêutica por não causar efeitos indesejáveis, como irritações nas mucosas e
membranas. O TPP apresenta vantagem sobre agentes químicos promovedores de
ligação cruzada como o glutaraldeído e outras moléculas orgânicas, devido ao fato
de ser uma substância não-tóxica (LOPEZ-LEÓN et al., 2005)
15
2.6 – GELIFICAÇÃO IÔNICA
A gelificação iônica consiste na obtenção de um gel físico obtido a partir de um
polímero, neste caso um polieletrólito, e um agente reticulante com carga oposta à
do polímero. O agente reticulante promove ligações cruzadas a partir da
complexação com os grupos ionizáveis do polímero.
Alguns polímeros, quando em contato com íons, sofrem gelificação. A preparação
de microcápsulas por meio de gelificação iônica envolve uma solução polimérica
aquosa, com íons de baixa massa molar. Desta maneira, polieletrólitos de cargas
opostas interagem entre si e formam um complexo. Para o sucesso da
encapsulação através de gelificação iônica, deve ocorrer a formação de uma
estrutura amorfa metastável, onde a redução do teor de água aumenta a
temperatura de transição vítrea, e resulta em uma matriz impermeável para certos
compostos orgânicos, bem como para o oxigênio. A permeabilidade à água mantém-
se finita (THIES, 1995).
A elasticidade das cápsulas aumenta conforme a afinidade do cátion/poliíon, e
este parâmetro também é responsável pelo comportamento quanto à sinérese. A
concentração de cátion, a força iônica e o pH determinam a cinética da formação do
gel, bem como o volume e estabilidade das cápsulas (AXELOS et al., 1998).
A técnica de formação de partículas por gelificação iônica têm sido desenvolvida
principalmente com base em biopolieletrólitos como o alginato e a quitosana. O
processo de obtenção das partículas por gelificação iônica consiste em dissolver um
biopolímero em solvente apropriado formando uma solução viscosa que é
adicionada gota a gota na solução do agente reticulante (SENGUPTA, 2007).
A reatividade dos grupos iônicos, a conformação das cadeias e a solubilidade dos
polieletrólitos dependem da força iônica e do pH da solução. A flexibilidade da
cadeia determina a estabilidade do complexo e as propriedades de membrana. A
força iônica do contra-íon empregado e a capacidade de gelificação do polieletrólito
afeta a formação e a homogeneidade das partículas (NEDOVIC E WILLAERT,
2004). Ou seja, a relação entre os grupos aniônicos e catiônicos do polieletrólito e do
contra-íon afetam a porosidade e a permeabilidade de membrana e dão forma à
superfície da partícula (SENGUPTA, 2007).
16
As partículas formadas por gelificação iônica podem ser compostas por dois
polímeros, onde inicialmente há um processo de coacervação a partir da adição da
solução de um polieletrólito a outra solução de um polieletrólito com carga oposta.
Posteriormente estas partículas coacervadas são reticuladas em uma solução de um
agente que promoverá ligações cruzadas (NEDOVIC e WILLAERT, 2004). Como
exemplo, pode ser citada a formação de partículas gelatina/quitosana reticuladas
com tripolifosfato de sódio (SHU e ZHU, 2002).
As partículas poderão ainda ser formadas por gelificação iônica de um único
polímero. Neste caso, a solução do polieletrólito é adicionada a uma solução com o
agente reticulante, que deve apresentar carga oposta àquela do polieletrólito, dando
forma, por ligação cruzada, às partículas propriamente ditas (NEDOVIC e
WILLAERT, 2004), um exemplo são as partículas formadas por quitosana e TPP
(BODMEIER et al., 1989).
2.6.1 – Obtenção de partículas quitosana/TPP por gelificação iônica
A obtenção de partículas e micropartículas de quitosana por gelificação iônica
para a liberação de substâncias ativas pode ser controlada porcrosslinking” da
matriz, com um agente químico de reticulação (“cross-linker”), tais como o
glutaraldeído (JAMEELA e JAYAKRISHNAN, 1995; GENTA et al., 1997, 1998;
BLANCO et al., 2000), NaOH (CHANDY E SHARMA, 1996; LIM et al., 1997;
VASUDEV et al., 1997) e o éter diglicídico glicol etilênico (MI et al., 1999).
Entretanto, estes agentes reticulantes podem provocar efeitos indesejáveis. O
glutaraldeído quimicamente sintetizado pode causar irritação às mucosas devido à
sua toxidez (LIM et al., 1997; MI et al., 2001; SHU et al., 2001). Para superar esta
desvantagem, podemos empregar a interação por ligações cruzadas iônicas. Por
exemplo, podem ser usados citrato (SHU e ZHU, 2000; 2001) e tripolifosfato de
sódio (TPP) (BODMEIER et al., 1989; SHIRAISHI et al., 1993; CALVO et al., 1997;
KO, 2002).
Neste método, a solução de quitosana é preparada e extrusada através de uma
agulha em uma solução aquosa de TPP. As esferas são removidas da solução,
lavadas com água destilada e secas a temperatura ambiente (KO et al., 2002).
17
2.7 – ÓLEO DE GIRASSOL
O girassol (Helianthus annus) é uma planta originária do México e cresce bem na
Europa central e na Rússia meridional, necessitando de muito sol e de umidade
(WENDT, 2005).
O óleo de girassol pode ser produzido industrialmente e artesanalmente.
Industrialmente, o óleo de girassol passa por um processo de prensagem seguido de
extração por solvente, normalmente o hexano (derivado do petróleo) em extratores
apropriados. Artesanalmente, em pequena escala, pode-se obter o óleo de girassol
a partir de prensagem contínua dos grãos, seguida por filtração ou decantação para
separação dos resíduos. Pode-se prensar os grãos em prensas domésticas
(contínuas ou hidráulicas) ou em semi-industriais de pequeno porte (WENDT, 2005).
O óleo de girassol possui alta proporção de ácidos graxos poli-insaturados,
principalmente o ácido linoléico (MUSSI, 2005). Para CASTRO et al. (1997), dentre
os óleos vegetais, o óleo de girassol destaca-se por suas excelentes características
físico-químicas e nutricionais. Possui alta relação de ácidos graxos poli-
insaturados/saturados (65,3%/1,6%), sendo que o teor de poli-insaturados é
constituído, na sua quase totalidade, pelo ácido linoléico (65%), em média.
O valor nutritivo do óleo de girassol é importante devido à presença de vitaminas
lipossolúveis A, D e E, sendo esta última a mais importante substância antioxidante
dos óleos vegetais, e também um importante conservante da vitamina A.
Considerando a presença de um porcentual maior de colesterol no organismo
humano, como o responsável pela freqüência de doenças cardiovasculares, e o
aumento dessa porcentagem ligado à assimilação de ácidos graxos saturados,
espera-se que, reduzindo-se a participação desses ácidos graxos saturados em
relação aos insaturados, e poli-insaturados (especialmente o linoléico), possa haver
uma redução dessas doenças. A questão tem levado o óleo de girassol a ser
reconhecido como excelente para ser utilizado na preparação de alimentos por
portadores de problemas cardiovasculares (ROSSI, 1998).
18
2.8 - VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
As vitaminas são um grupo de compostos orgânicos que, em quantidades muito
pequenas, são essenciais para o funcionamento normal do corpo humano.
Apresentam extensa variedade de funções químicas e fisiológicas e estão
amplamente distribuídas em alimentos naturais. Treze vitaminas são reconhecidas
como essenciais na nutrição humana. Elas podem ser classificadas em dois grupos,
de acordo com a sua solubilidade. As vitaminas lipossolúveis são as vitaminas A, D,
E e K (BALL, 2006).
As vitaminas lipossolúveis podem ser microencapsuladas utilizando-se as
mesmas técnicas empregadas para a microencapsulação do óleo de girassol.
Vitamina A
Vitamina A é um termo genérico que designa qualquer substância que possua
atividade biológica de retinol. O retinol possui peso molecular de 286,46 g/mol e um
grupo funcional hidroxila, ligado ao átomo de carbono 15 (Figura 3). Esse grupo
hidroxila que pode estar esterificado com ácido graxo de cadeia longa, em geral
palmitato e estearato, o que confere grande estabilidade ao retinol (ROSS, 1999).
Figura 3: Estrutura química do retinol (ROSS, 1999)
A Vitamina A participa de várias funções primordiais ao organismo humano,
atuando na acuidade visual, na proliferação e diferenciação celular e na atividade
imunológica (IOM, 2001). O retinol e os carotenóides têm recebido destaque pela
sua atuação contra os radicais livres. Protegem o organismo contra o estresse
oxidativo e, conseqüentemente, previnem danos e lesões teciduais relacionados a
diversas doenças crônicas não transmissíveis (DELPORT et al., 1998).
O papel fisiológico da vitamina A é bastante diversificado. No mecanismo visual,
essa vitamina tem função primordial, já que faz parte da molécula dos pigmentos
19
visuais responsáveis pela visão. No tecido epitelial, por mecanismos ainda não bem
elucidados, mantém a integridade e a diferenciação de epitélios especializados
(ROSS, 1999). Um dos epitélios, severamente afetado nos casos de carência grave,
é o do revestimento ocular, sendo a cegueira irreversível (xeroftalmia e
ceratomalácia) uma das seqüelas graves (SOMMER et al., 1987; WILLET, 1990).
Estudos em animais e humanos têm indicado que a deficiência de vitamina A pode
também comprometer o sistema imunológico (ROSS, 1999).
A deficiência de vitamina A, com sua mais grave conseqüência, a xeroftalmia,
constitui um dos maiores problemas de saúde pública em nível mundial,
principalmente nos países do Sudeste Asiático (BAUERNFEIND, 1996) e nos outros
países em desenvolvimento (FAO/WHO, 1992; WHO, 1994). A vitamina A é
conhecida, sobretudo, pelos catastróficos efeitos de sua carência sobre a visão.
Contudo, os transtornos associados à deficiência dessa vitamina não se restringem
à cegueira. Estão relacionados também ao aumento da mortalidade infantil
(TONASCIA, 1992; BEATON, 1993; FAWZI et al., 1193; GLASZIOU e
MACKERRAS, 1993; MARTINS et al., 2004).
Vitamina D
A vitamina D é um importante regulador do metabolismo do cálcio e é essencial
para a mineralização óssea. Ela é considerada um pró-hormônio esteróide
disponível em duas formas moleculares: vitamina D3 (colecalciferol) e vitamina D2
(ergocalciferol). Poucos alimentos a fornecem em quantidades adequadas (peixes
gordurosos, gema de ovo, shitake, entre outros) (HOLICK, 2006). Durante a
exposição solar, a radiação ultravioleta B é absorvida na pele através do 7-de-
hidrocolesterol para formar a pré-vitamina D3, que se converte em colecalciferol e
chega aos capilares da pele ligado à proteína ligadora de vitamina D (Vitamin D
binding protein-DBP) (DeLUCCA, 2004). No fígado, após ser liberado pela DBP, o
colecalciferol sofre hidroxilação pela vitamina D25hidroxilase transformando-se em
25OHD (HOLICK, 2006), que é a principal forma circulante e o melhor indicador do
estoque da vitamina D (YOUNG et al., 2005). Nos rins, a 25OHD sofre ação da
vitamina D 1α hidroxilase (1OHase), e produz a 1,25-di-hidroxivitamina D
[1,25(OH)
2
D ou calcitriol)], forma biologicamente ativa da vitamina D (Figura 4).
20
Figura 4: Síntese da Vitamina D (PREMAOR, 2006)
O calcitriol inibe a 1OHase e estimula a enzima 25hidroxivitamina D 24hidroxilase,
que nos rins degrada o calcitriol em ácido calcitróico (HOLICK, 2006). A 25OHD
apresenta menor atividade biológica em comparação ao calcitriol, mas a sua
concentração é maior. Sua ação foi demonstrada no músculo, onde eleva o ATP,
fósforo e cálcio intracelular e estimula a síntese de troponina C, actina e proteínas
do retículo sarcoplasmático (GLEURUP et al., 2000). Nos enterócitos, a 25OHD age
diretamente na captação celular de cálcio (PHADNIS et al., 2003), nas paratireóides,
inibe a síntese de PTH (RITTER et al., 2006) e nos rins, conforme alguns autores,
ela pode aumentar a reabsorção de fósforo e cálcio (KUMAR, 1997).
A deficiência de vitamina D leva ao raquitismo (HOLICK, 2006), osteomalácia e
hiperparatireoidismo secundário (McKENNA et al., 1998), acelerando a perda óssea
e aumentando a chance de quedas por alterações neuromusculares, o que contribui
para um risco aumentado de fraturas (BOONEN et al., 2006). A reposição de
vitamina D e cálcio pode reduzirr o hiperparatireoidismo secundário, a reabsorção
óssea e aumentar a massa óssea e força muscular (RAISZ, 2005; BOONEN et al.,
2006).
21
Vitamina E
O termo vitamina E abrange um grupo de antioxidantes lipossolúveis. A análise
estrutural dessas moléculas demonstrou que existem dois grupos: os tocoferóis (α,
β, γ, δ ) e tocotrióis (α, β, γ, δ ). O α-tocoferol (Figura 5) é a forma mais abundante
na natureza e a que tem maior atividade biológica (BRIGELIUS-FLOHÉ e TRABER,
1999).
Figura 5: Estrutura química da vitamina E, na forma de α–tocoferol (BRIGELIUS-
FLOHÉ e TRABER, 1999)
As principais fontes de vitamina E são sementes e óleos vegetais e o seu
transporte no plasma ocorre através das lipoproteínas, como a lipoproteína de baixa
densidade (LDL) (KOGA et al., 1998). Sua estrutura é responsável pela habilidade
de recolher radicais livres e de incorporar-se em local adequado na bicamada
lipídica da membrana celular, para recolher os radicais peroxila (KOGA et al., 1998).
DUTTA-ROY (1999) caracterizou uma proteína na membrana plasmática, que se
liga ao α–tocoferol para incorporá-lo na bicamada lipídica da membrana eritrocitária.
Até então não se sabia ao certo porque o eritrócito mantinha baixas concentrações
de α–tocoferol dentro da célula, mesmo com concentrações altas no plasma.
A vitamina E é o mais importante antioxidante da membrana celular. Em
experimentos in vivo e in vitro demonstrou-se que a vitamina E coleta radicais livres
e H
2
O
2
, protege a membrana eritrocitária da peroxidação lipídica e da hemólise. A
vitamina E age como um “antioxidante quebrador de cadeia” por meio da doação de
um átomo de hidrogênio, principalmente ao radical peroxila, prevenindo assim a
propagação de radicais livres. A concentração de vitamina E presente na membrana
22
é inversamente proporcional à extensão da hemólise oxidativa (MAY, 1998; LII et al.,
1998; AZZI e STOCKER, 2000).
Vitamina K
Vitamina K é o nome dado a um grupo de várias substâncias relacionadas, que
têm em comum uma estrutura 2-metil-3-fitil-1,4 naftoquinona (Figura 6). A vitamina
K1, hoje chamada de filoquinona, é o único análogo da vitamina presente em
plantas; é encontrada em hortaliças e óleos vegetais, os quais representam a fonte
predominante da vitamina. A forma sintetizada por bactérias, as menaquinonas,
originalmente chamadas de K2, foram subseqüentemente caracterizadas (Dowd et
al., 1995).
Figura 6: Estrutura das formas biologicamente ativas da vitamina K (Modificado de
DORES, 2001)
A vitamina K tem uma relação direta com a coagulação sanguínea. Diversas
investigações conduzidas de meados dos anos 60 a meados dos anos 70
culminaram com a descoberta de fatores de coagulação (protrombina, fatores VII, IX,
e X) que continham um aminoácido, o ácido gama carboxiglutâmico (Gla). Outras
duas proteínas adicionais contendo Gla, a proteína S e C, atuam como inibidoras do
mecanismo de coagulação (SUTTIE, 1992). A vitamina K atua como cofator
essencial na reação de carboxilação de resíduos específicos de ácido glutâmico
(Glu), e leva à formação de Gla. A carboxilação capacita as proteínas de coagulação
a se ligarem ao cálcio, o que permite assim a interação com os fosfolipídios das
membranas de plaquetas e células endoteliais, o que, por sua vez, possibilita o
23
processo de coagulação sangüínea normal. Uma fonte importante de filoquinona é
representada pelos óleos e pelas gorduras. As manteigas contêm aproximadamente
10 μg por 100 gramas, enquanto há grande variação nos óleos vegetais, sendo que
os mais ricos, que contêm de 200-400 μg por 100 gramas, são os óleos de soja e
oliva (BOOTH e SUTTIE, 1998). Vegetais de folhas verdes contêm maior teor de
filoquinona e contribuem com 40-50% da ingestão total (FENTON et al., 1997). Os
altos valores encontrados nesses vegetais confirmam a conhecida associação da
filoquinona com tecidos capazes de realizar a fotossíntese (SHEARER et al., 1996).
A distribuição de filoquinona nas plantas não é uniforme; maiores concentrações da
vitamina são encontradas nas folhas externas quando comparadas às folhas mais
internas. A casca das frutas e dos vegetais parece ter maiores concentrações da
vitamina do que a polpa. Fatores como a estação do ano, o clima, o local geográfico
e a fertilização do solo afetam as concentrações de vitamina K1 nos alimentos
(BOOTH et al., 1993).
Diversos fatores protegem os adultos da deficiência de vitamina K, como a
distribuição ampla de vitamina K nos alimentos, o ciclo endógeno da vitamina e a
própria flora intestinal. A deficiência de vitamina K é caracterizada por manifestações
hemorrágicas e pela osteoporose, entre outros sintomas.
2.9 - DIFUSÃO E LIBERAÇÃO CONTROLADA
A liberação do conteúdo das microcápsulas pode ocorrer através de vários
mecanismos, como a ruptura mecânica ou dissolução, por efeitos da temperatura,
do pH, da solubilidade no meio; a biodegradação; e a difusão (REINECCIUS, 1995).
A liberação do material de recheio pode ocorrer de diferentes formas, podendo
representar quatro modelos teóricos de curva de liberação. O primeiro mecanismo
considera a existência de um mecanismo de disparo (calor, luz, pH e degradações
químicas da cápsula) que inicia a liberação. O segundo assume que a parede da
cápsula atue como reservatório, onde a taxa de liberação é constante. O terceiro
modelo pressupõe a migração através da parede, mas considera um efeito adicional
de liberação, ocasionado por pequenos rompimentos na estrutura da cápsula. O
24
quarto modelo considera a parede como uma membrana semipermeável e seletiva
de diferentes pesos moleculares (THIES, 1995).
Não existe um único tipo de perfil de liberação que satisfaça todas as
necessidades. Os dados de liberação reais tendem a se desviar dos perfis de
liberação idealizados. As cápsulas desenvolvidas para liberação controlada tendem
apresentar liberação de primeira ordem (CARDOSO, 2000).
A cinética de liberação de primeira ordem ocorre quando o material do núcleo é,
na verdade, uma solução e este tipo de processo é o mais comum. A cinética de
liberação de materiais do recheio, tanto de matrizes poliméricas hidrofílicas, quanto
hidrofóbicas, tem sido estudada experimentalmente (PAPADOKOSTAKI et al.,
1998).
No campo da bioencapsulação, muitas aplicações são baseadas nas
propriedades de difusão de diferentes solutos para dentro e para fora da matriz
gelificada. Suportes gelificados de policarboxilatos são freqüentemente usados como
uma matriz para conter moléculas de importância biológica (MESTDAGH e AXELOS,
1998).
A difusão é regida por um gradiente de concentração e de forças atrativas
intermoleculares, tais como: pontes de hidrogênio e interações de van der Waals
(SHAHIDI e HAN, 1993), controlada pela solubilidade do componente encapsulado
na matriz e pela sua permeabilidade através da mesma (REINECCIUS, 1995). A
difusão depende do tamanho, forma e polaridade da molécula penetrante, bem
como da cadeia do polímero, grau de ligações e quantidade de cristalinidade
(TANAKA et al., 1984).
A maioria dos efeitos de difusão relatada em géis pode ser explicada com base na
mudança da tortuosidade ou porosidade, mudança no coeficiente de partição,
interação de moléculas grandes com a rede da matriz do gel, interação entre solutos
com diferentes difusões e efeitos da temperatura (WILLAERT e BARON, 1996).
A expansão do volume de microcápsulas, devido á hidratação, é um fator
importante no controle da taxa de liberação de um agente bioativo, assim como na
25
permeabilidade da cápsula, da área de superfície em contato com o meio aquoso e
na concentração intracapsular do agente ativo diluído dentro da cápsula.
De acordo com KOIDA e colaboradores (1987), o mecanismo de transporte do
agente ativo através da microcápsula pode ocorrer: a) através de uma fase
polimérica contínua (FLYNN et al., 1974); b) através de canais interconectados,
como poros minúsculos ou pequenos rompimentos; ou c) paralelamente, através da
fase polimérica contínua, e através de canais interconectados (BARRIE, 1968), a
partir do qual modelos matemáticos de fluxo através da cápsula podem ser
estabelecidos.
O processo de liberação em meios aquosos envolve a absorção de água pela
cápsula, a dissolução do material de recheio, eventuais quebras das pontes de
hidrogênio e, simultaneamente a difusão do composto encapsulado. Mecanismos de
liberação de um recheio encapsulado e sua modelagem matemática em sistemas
que podem sofrer erosão não permitem o tratamento como uma difusão simples ou
uma difusão provocada pelo inchamento controlado da matriz, considerando assim,
somente o fenômeno de transporte de massa (CRANK, 1975; SPIEPMANN e
PEPPAS, 2001).
O tipo de polímero e os diferentes processos físico-químicos envolvidos
determinam o controle da liberação, que podem ser afetados pelo tipo de erosão.
Em geral, dois tipos são observados: uma erosão de superfície, com predominância
nas camadas mais externas poliméricas e uma de volume, mais lenta, que ocorre no
sistema todo, dependente da taxa de inchamento da cápsula. Como comportamento
básico, polímeros com grupos funcionais mais reativos tendem a apresentar uma
degradação de superfície rápida, enquanto polímeros com grupos funcionais menos
reativos tendem a apresentar erosão de volume. Em contraste, o aumento de
caminhos de difusão com o tempo dos sistemas de liberação, regidos
exclusivamente pela difusão, pode ser compensado pelo aumento da
permeabilidade/porosidade do sistema erodido, o que provoca uma saída constante
ou crescente do recheio com o tempo (FAISANT, SIEPMANN e BERNOIT, 2002).
26
3 – OBJETIVO
3.1 – OBJETIVO GERAL
Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de microcápsulas, à base de
quitosana, capazes de reter substâncias lipídicas, e formadas por gelificação iônica
do sistema quitosana/ tripolifosfato de sódio.
3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Obter e caracterizar quitosana a partir de cascas de camarão.
- Produzir micropartículas de quitosana e tripolifosfato de sódio.
- Microencapsular o óleo de girassol.
- Avaliar do rendimento do processo de microencapsulação (rendimento das
microcápsulas).
- Avaliar a eficiência de microencapsulação do óleo de girassol pelo sistema
quitosana/ tripolifosfato de sódio (porcentagem de retenção).
- Avaliar o comportamento de liberação do óleo microencapsulado sob condições
digestivas simuladas.
27
4 – MATERIAIS
4.1 - REAGENTES
A quitosana utilizada neste trabalho foi obtida a partir de carapaças de camarão
da espécie Penaeus schmitti (camarão cinza), adquiridas no mercado São
Sebastião, localizado no município de Niterói - RJ. Os reagentes acetona, ácido
acético, ácido clorídrico (HCl),álcool etílico, boroidreto de sódio, diclorometano,
emulsificante Tween 80 e hidróxido de sódio (NaOH) foram adquiridos na Vetec
Química Fina Ltda. (Rio de Janeiro,RJ, Brasil). O reagentes acetato de sódio e
tripolifosfato de sódio (TPP), foram fornecidos pela Sigma Chemical Co. (Saint Louis,
MO, USA). Os reagentes ácido clorídrico deuterado (DCl) e água deuterada foram
comprados da Tedia Company Inc. (Fairfield, OH, USA). O óleo de girassol da marca
LIZA foi adquirido em um supermercado local.
4.2 - EQUIPAMENTOS
Todos os equipamentos utilizados foram do IMA/UFRJ analisador
termogravimétrico modelo TGA-7 da marca Perkin Elmer (Norwalk, USA); bomba
peristáltica marca Milan, modelo BP-200; calorímetro diferencial de varredura TA
Instruments, modelo Q-1000( New Castle, Delaware, USA); centrífuga refrigerada Hit
CR22GII da Hitachi Koki Co., Ltd. (Hitachinaka City, Japan); difratrômetro de raios-X
Rigaku modelo RU200R (Osaca, Japão); dispersador de alta performance marca
IKA Works, modelo Ultra Turrax T50 (Wilmington, North Carolina, USA);
espectrofotômetro de absorção na região do infravermelho da Varian, modelo
Excalibur 3100 FT-IR (Mugrave, Victoria, Austrália); espectrofotômetro Thermolyne
Turner modelo SP-870 (Dubuque, USA); espectrofotômetro UV-Vis Varian, modelo
CARY100 (Mulgrave,Victoria, Austrália); espectrômetro Varian Mercury 300 (Palo
Alto, CA, USA); homogeneizador de ultra-som 500 W Cole Parmer (Vernon Hills,
USA); liquidificador industrial da marca General Electric. modelo H238; medidor de
pH microprocessado marca Analyser, modelo 300M (São Paulo, SP, Brasil);
microscópio eletrônico de varredura, modelo 5610LV (Akishima-shi, Japão);
28
microscópio óptico Olympus modelo BX50 (Olympus America Inc., New York, USA),
acoplado a uma câmara digital Olympus; moinho de bolas Retsch D-42781, modelo
S1000 (Germany, 1995).
5 – METODOLOGIA
5.1 - OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE QUITINA
A quitina foi obtida a partir de carapaças de camarão da espécie Penaeus schmitti
(camarão cinza). As cascas foram limpas e lavadas em água corrente.
Posteriormente, foram submetidas a lavagens sucessivas em água destilada e
deixadas de molho sob temperatura ambiente para a retirada de sais. A última
lavagem foi realizada em banho de álcool 70° para redução da carga microbiana.
As cascas foram, então, secas a 50°C em estufa por cerca de 10 horas, trituradas
em liquidificador industrial e posteriormente submetidas à moagem em moinho de
bolas. A fração de pó foi passada por peneira com tamanho de poro de 2 mm.
Posteriormente, a farinha de cascas de camarão foi submetida à
desmineralização e à desproteinização (PERCOT et al., 2003 modificado). A
desmineralização foi realizada por tratamento com ácido clorídrico 0,25 M na razão
1/40 (m/v), durante 30 minutos, sob agitação constante e a temperatura ambiente.
O material resultante da desmineralização foi neutralizado por sucessivas lavagens
em água deionizada. A desproteinização foi realizada por meio de tratamento com
solução de NaOH 1 M na razão 1/40 (m/v), sob agitação constante a temperatura
ambiente, durante 24 h. O material obtido foi, então, neutralizado por sucessivas
lavagens em água deionizada e seco em estufa a 70°C.
O produto final foi despigmentado para a retirada do corante natural do camarão,
a astaxantina. Para essa despigmentação, foram realizadas lavagens sucessivas em
banho de álcool etílico e de acetona na proporção de 1:1 (v/v).
Ao final, foi obtida uma quitina de aspecto flocular e insolúvel na maioria dos
solventes orgânicos (CANELLA e GARCIA, 2001).
29
A caracterização da quitina foi realizada por meio de análise termogravimétrica,
espectroscopia de absorção na região do infravermelho e difração de raios X.
5.2 – OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA QUITOSANA
Para a obtenção de quitosana, o tempo, a temperatura e a basicidade do meio
têm efeito sobre o grau de desacetilação (LE DUNG et al., 1994). A Figura 7 mostra
as estruturas da molécula de quitina e de quitosana (quitina parcialmente
desacetilada).
Figura 7: Obtenção de quitosana a partir da desacetilação parcial da quitina. ( LE
DUNG et al., 1994)
A desacetilação da quitina foi realizada em duas etapas. A primeira etapa foi
realizada em meio heterogêneo e em presença de solução aquosa de NaOH a 10 %
e 30% na razão 1:50 (m/v), a temperatura ambiente durante 5 horas e sob
agitação lenta constante (Tabela 1). O material resultante foi neutralizado até pH 7,
por meio de sucessivas lavagens em água deionizada, e, posteriormente, foi seco a
50ºC por cerca de 12 horas para ser submetido à segunda etapa da desacetilação.
A segunda etapa foi realizada sob agitação e sob fluxo de gás inerte (nitrogênio).
Visando minimizar a ocorrência simultânea de degradação do polímero
(despolimerização), foi empregado o boroidreto de sódio em uma proporção de 0,1 g
por grama de quitosana (LE DUNG et al., 1994; TOLAIMATE et al., 2000; SORLIER
et al., 2002). Condições diferentes de concentração de NaOH, temperatura e tempo
foram avaliadas nessa etapa (Tabela 1).
30
Os diferentes produtos obtidos foram recuperados por lavagens sucessivas em
água deionizada para permitir total neutralização a pH 7 e, por fim, foram lavados
com álcool etílico, secos a 50ºC por 12 horas, macerados e armazenados em
dessecador.
Tabela 1: Condições empregadas na desacetilação da quitina
Experimento
1ª Etapa 2ª Etapa
NaOH (%) NaOH (%) Temp. (°C) Tempo (h)
BNBq-01
10 50 80 8
BNBq-02
10 50 90 8
BNBq-03
10 50 100 8
BNBq-04
10 50 100 12
BNBq-05
10 50 80 18
BNBq-06
10 60 100 5
BNBq - 07
30 60 100 5
5.2.1 – Grau de acetilação
O grau de acetilação (DA) das amostras de quitosana foi determinado por
ressonância magnética nuclear de hidrogênio (
1
H NMR). Os espectros foram
obtidos de um espectrômetro Varian Mercury VX 300 (300 MHz for
1
H) (Palo Alto,
USA), equipado com probes de 5 mm de detecção inversa. As amostras de
quitosana (15 mg) foram dissolvidas em uma mistura de 1,96 mL de D
2
O com 0,023
mL de DCl a 35% sob agitação constante por 6 horas a temperatura ambiente.
Os espectros foram adquiridos a 70°C com pulso de 90° (o qual corresponde a
um pulso com 11 μs), 6 s de tempo de relaxação e tempo de aquisição de 2 s. Para
cada análise, o tubo com a amostra foi inserido no probe e a análise foi iniciada após
10 minutos, de modo a atingir o equilíbrio térmico. Um mínimo de 64 corridas foram
31
adquiridas para cada espectro. O cálculo do DA foi feito de acordo com a Equação
1.
DA (%) =
6
3
'62
3
HH
CH
I
I
Equação 1
Na equação, I
CH3
corresponde à intensidade do sinal dos átomos de hidrogênio do
grupo metila dos resíduos de β-(1,4)-2-acetoamida,2-desoxi-D-glicose, e I
H2-H6’
é a
soma das intensidades do sinal de H-2 do resíduo desacetilado e dos sinais de H-2
a H-6’ de ambos os resíduos, desacetilados e acetilados (LAVERTU et al,.2003).
5.2.2 – Viscosidade Intrínseca [η]
Para a determinação da viscosidade intrínseca, [η], cerca de 55 mg de cada uma
das amostras de quitosana foi dissolvido em 20 mL de uma solução-tampão ácido
acético/acetato de sódio pH 4,5 sob agitação constante por 24 horas. Cada solução
foi, então, centrifugada por 20 minutos a 2000 rpm e o sobrenadante filtrado em filtro
Millipore com 0,5 μm. Uma alíquota de 10 mL do filtrado foi colocada em
viscosímetro capilar do tipo Ubbelohde (diâmetro igual a 0.58 mm), termostatizado a
25 ± 0,1°C para a diluição seriada. Seis diluições foram realizadas, acrescentando-
se a cada vez 1,5 ml de solução-tampão, previamente centrifugada, filtrada e,
também, termostatizada a 25 ± 0,1°C. A média de quatro determinações de tempo
de escoamento foi considerada, para cada uma das diluições.
A concentração real de cada amostra analisada foi calculada a partir de alíquotas
da solução. A análise foi realizada em triplicata e consistiu em determinar o teor de
sólidos totais por meio de secagem até peso constante em estufa a 105ºC.
A equação de Huggins (Equação2) foi usada para o cálculo da viscosidade
intrínseca
CK
2
sp
][][
C
ηη
η
+= Equação 2
32
Na equação 2, η
sp
é a viscosidade específica; η
sp
/C é a viscosidade reduzida
(g/dl); [η] é a viscosidade intrínseca (g/dL); K é a constante de Huggins e C é a
concentração da solução (g/dL).
5.2.3 – Espectroscopia da região do infravermelho
A espectroscopia de absorção no infravermelho (FTIR) é uma das técnicas mais
usadas para a caracterização e determinação do grau de acetilação de amostras de
quitosana (LAVERTU et al., 2003).
Algumas amostras de quitosana foram submetidas a FTIR no modo de
transmitância, com acúmulo de 20 varreduras e resolução de 2 cm
1
. Cada amostra
foi macerada e homogeneizada com KBr para a formação de pastilhas usadas para
a aquisição dos espectros.
5.2.4 – Difração de Raios X
De forma a confirmar a origem e a investigar a variação da cristalinidade das
amostras de quitina e de quitosana, foram conduzidas análises de difração de raios-
X (XRD). Medidas de XRD foram realizadas em um difratômetro de raios X, a
voltagem e a corrente utilizadas foram de 30 kV e 15 mA, respectivamente. Essas
medidas foram realizadas no intervalo de 5-40° (2θ), com velocidade de varredura
de 1°/minuto em etapas de 0,05°.
5.2.5 – Análise termogravimétrica (TGA)
Amostras de quitina e quitosana secas (aproximadamente 3 mg) foram
submetidas à análise termogravimétrica em analisador termogravimétrico na faixa de
25 a 700°C com varredura de 10°C/min.
33
5.3 – OBTENÇÃO DAS PARTÍCULAS QUITOSANA TPP
Inicialmente, partículas macroscópicas de quitosana e TPP, formadas por
gelificação iônica, foram obtida por gotejamento da solução de quitosana com auxílio
de uma bomba peristáltica sobre a solução de TPP sob agitação magnética
constante de aproximadamente 200 rpm (BODMEIER, OH e PRAMAR, 1989
modificado).
5.3.1 – Parâmetros que influenciam a formação das partículas
A gelificação iônica entre o TPP e a quitosana é dependente de fatores físicos,
como a relação entre os componentes, o pH da solução de agente reticulante (TPP),
adição dos componentes e tempo reacional.
5.3.1.1 – Relação quitosana/TPP
A concentração ideal de cada um dos componentes reacionais foi determinada
pela variação da concentração de QS e de TPP nas soluções. A concentração da
solução de quitosana variou na faixa de 0,05 a 0,5% (p/v) e a concentração da
solução de TPP na faixa de 0,5 a 10,0% (p/v). A relação TPP/CS variou de 1:1 a
20:1. As misturas reacionais foram avaliadas visualmente quanto à turvação e ao
aparecimento de partículas gelificadas no meio.
5.3.1.2 – pH da solução de TPP
As soluções de TPP foram preparadas em água deionizada e tiveram seu pH
ajustado com soluções diluídas de ácido clorídrico (HCl) 0,1M e hidróxido de sódio
(NaOH) 0,1M. O pH foi ajustado com auxílio de pH-metro.
34
5.3.1.3 – Ordem de adição dos componentes reacionais
A influência da ordem de adição dos componentes sobre a formação das
partículas gelificadas também foi avaliada. Para isto, a solução de quitosana foi
gotejada sobre a solução de TPP e, posteriormente, inverteu-se a ordem gotejando-
se uma outra solução de TPP sobre uma solução de quitosana. Todas as adições
foram feitas sob agitação magnética constante à baixa velocidade
(aproximadamente 100 rpm).
5.3.1.4 – Tempo de agitação da mistura reacional
A avaliação da influência do tempo de agitação magnética, após a mistura dos
componentes, foi feita por meio da variação do período de tempo em que as
misturas eram mantidas sob agitação. Foram realizados experimentos sob agitação
constante em períodos que variaram de 15 minutos a 4 horas.
5.4 – OBTENÇÃO DE MICROPARTÍCULAS QUITOSANA/TPP
A metodologia para a formação das micropartículas foi a mesma utilizada para a
obtenção das partículas maiores, diferindo apenas na velocidade de agitação
durante a mistura das soluções. Para a obtenção de micropartículas, a solução de
quitosana foi vertida sobre a solução de TPP, sob agitação de aproximadamente
8000 rpm. Esta velocidade foi alcançada com auxílio de um dispersor do tipo Turrax.
Após a adição, a mistura reacional foi mantida sob agitação magnética lenta e
constante (aproximadamente 100 rpm) por períodos de 15 a 120 minutos.
5.5 – ENCAPSULAÇÃO DE ÓLEO DE GIRASSOL EM PARTÍCULAS
QUITOSANA/ TPP
A incorporação de óleo de girassol foi feita às partículas obtidas por gelificação
iônica. Para isso, foram adotadas as melhores condições de obtenção de partículas
quitosana/ TPP.
35
As soluções de quitosana foram preparadas e, após total dissolução, foi
adicionado emulsificante Tween 80 em uma proporção de 2% (v/v) em relação ao
volume final da reação. A solução de quitosana foi então deixada sob agitação por
cerca de 20 minutos para garantir a total dispersão do emulsificante. Após este
tempo, 1,0 mL de óleo de girassol foi adicionado à solução e a solução foi mantida
sob agitação magnética rápida (aproximadamente 500 rpm) até completa
homogeneização do sistema.
A solução de quitosana com óleo de girassol foi então gotejada, com auxílio de
bomba peristáltica, a uma vazão de aproximadamente 1,0 mL por minuto sobre a
solução de TPP. A solução de TPP foi mantida durante e após a mistura sob
agitação magnética constante até o término do tempo reacional.
Ao final da reação, as partículas foram separadas com auxílio de uma tela de
nylon apropriada para filtração, lavadas com água deionizada para a retirada de
resíduos de surfactante e secas em estufa a 50°C por cerca de 12 horas.
5.6 – MICROENCAPSULAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL
As microcápsulas de óleo de girassol foram obtidas por gelificação iônica entre o
TPP e a quitosana. Soluções de quitosana a 0,5% (p/v) foram preparadas em ácido
acético a 1% (v/v). As soluções eram deixadas sob agitação até dissolução completa
e a elas adicionava-se o emulsificante Tween 80 e o óleo de girassol seguindo a
metodologia empregada para a obtenção de partículas com óleo de girassol.
As soluções de TPP com pH previamente ajustado foram postas sob agitação de
aproximadamente 8000 rpm e a solução de quitosana com óleo de girassol foi
vertida lentamente sobre a solução de TPP para total homogeinização e mantida sob
agitação magnética constante por tempo determinado. Após o término do tempo
reacional as misturas foram submetidas a tratamento por ultra-som a uma amplitude
de 40% por 5 minutos, para a desagregação das microcápsulas formadas (TANG,
HUANG e LIM, 2003).
36
As microcápsulas foram separadas da mistura reacional por centrifugação a 5000
rpm por 15 minutos a 15°C, lavadas com água deionizada, submetidas a nova
centrifugação e secas em estufa a 50° C por aproximadamente 12 horas.
5.7 – CARACTERIZAÇÃO DAS MICROCÁPSULAS DE ÓLEO DE GIRASSOL
As microcápsulas de óleo de girassol foram caracterizadas quanto à sua
morfologia por microscopia óptica, microscopia eletrônica de varredura (MEV) e,
quanto à incorporação do composto ativo, por espectroscopia de absorção na região
do infravermelho (FTIR) e por análise termogravimétrica (TGA).
5.7.1 – Microscopia óptica
A análise por microscopia ótica foi realizada com a amostra ainda em solução,
onde uma gota da mistura reacional, após submetida ao tratamento por ultra-som,
era posta em uma lâmina para microscopia, coberta por uma lamínula e analisada
logo em seguida por um microscópio óptico,cujo aumento variou de 20 a 40 vezes
com uma lente objetiva n°7. A fim de facilitar visualização do óleo microencapsulado
uma pequena quantidade (20μL) de β-caroteno foi adicionado ao óleo de girassol
antes do processo de microencapsulação.
5.7.2 – Microscopia eletrônica de varredura (SEM)
As microcápsulas secas foram posteriormente recobertas por uma fina camada de
ouro e observadas ao microscópio eletrônico de varredura a fim de se estudar sua
morfologia.
5.7.3 – Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR)
As microcápsulas de óleo de girassol obtidas por gelificação iônica foram
caracterizadas por espectroscopia de absorção na região do infravermelho por
pastilhas de KBr.
37
5.7.4 – Análise termogravimétrica TGA
As microcápsulas foram analisadas também por termogravimetria em analisador
termogravimétrico TGA-7. Cerca de 3mg de amostra foram analisados. A corrida foi
obtida por aquecimento da amostra de 25 a 700°C, aplicando-se uma taxa de
aquecimento de 10°C/min.
5.8 – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE
O teor de umidade das microcápsulas foi calculado a partir do método para
análise de peso seco (PIERUCCI, 2005), no qual a massa de microcápsulas úmida
era definida e levada à estufa a 105°C até peso constante. Após 4 horas de
secagem, a massa de microcápsulas foi retirada da estufa, pesada, levada
novamente à estufa e pesada, após atingir a temperatura ambiente em dessecador,
a cada 30 minutos em balança analítica até peso constante.
5.9 – CÁLCULO DO RENDIMENTO DE FORMAÇÃO DE MICROCÁPSULAS
O cálculo do rendimento das microcápsulas foi feito de acordo com a Equação 3,
proposta por FU, SHYU e YU (2002).
Equação 3
Na Equação 3, MM é a massa coletada de microcápsulas ao final do processo,
MN a massa do material ativo e MMP a massa do material de parede.
5.10 – EFICIÊNCIA DE MICROENCAPSULAÇÃO
A eficiência de microencapsulação foi calculada a partir da análise do teor de óleo
de girassol encontrado nas microcápsulas secas de acordo com TRINDADE e
GROSSO (2001).
38
Equação 4
Na Equação 4 TAs é o teor do ativo (óleo de girassol) em base seca das soluções
encapsulantes e TAm o teor do ativo em base seca das microcápsulas.
O teor de óleo de girassol contido nas microcápsulas foi quantificado a partir de
análise por UV. Inicialmente, foi determinada a curva absorbância versus
concentração (solução padrão). Para isso, 30 μL de óleo de girassol foram
dissolvidos em 10 mL de diclorometano, a solução permaneceu sob agitação até
completa dissolução. Foram realizadas sete dissoluções a partir da solução-mãe.
Cada uma dessas soluções correspondia à metade da concentração daquela que
lhe deu origem.
O óleo de girassol contido no pó de microcápsulas secas foi extraído por
diclorometano. Uma alíquota de aproximadamente 35 mg da amostra foi posta em
50 mL de diclorometano em um recipiente hermeticamente fechado, para evitar a
evaporação, e deixado sob agitação magnética constante por 48 h. Ao final deste
período, uma alíquota de 1,0 mL da solução foi retirada, avolumada em balão
volumétrico a 10 mL e submetida à leitura em espectrofotômetro de absorção no UV,
para a análise a 268 nm.
5.11 – LIBERAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL MICROENCAPSULADO
A observação do comportamento de liberação do óleo de girassol
microencapsulado foi realizado sob condições digestivas simuladas in vitro, sem o
uso de enzimas. Para o fluido gástrico simulado, foi usada a solução de HCl 0,1N
com pH ajustado para 1,2; para o fluido intestinal simulado, foi usado tampão fosfato
pH 6,8 (NANTHARAT et al., 2004; TORRES, 2006).
Uma alíquota de aproximadamente 60 mg da amostra foi posta em 10 mL de
fluido gástrico simulado e mantido sob agitação lenta (cerca de 50 rpm) ao abrigo da
luz e a temperatura constante de 37ºC. Alíquotas de 2,0 mL do fluido gástrico
simulado foram retiradas a cada intervalo de 60 minutos durante 4 horas
39
consecutivas. Ao término deste período, a massa de microcápsula foi submetida à
ação do fluido intestinal simulado e mantido sob agitação lenta (cerca de 50 rpm) ao
abrigo da luz e sob temperatura constante de 37ºC. Alíquotas de 1,0 mL do fluido
intestinal simulado foram retiradas a cada intervalo de 60 minutos durante 8 horas
consecutivas.
Cada alíquota era posta em tubo de ensaio ao qual foram adicionados 5 mL de
diclorometano. Os tubos sofriam agitação em vórtex por aproximadamente 1 minuto
e as amostras foram então deixadas para decantar. Após separação total das fases,
a alíquota hidrofóbica foi avolumada, com diclorometano, para 10 mL em balão
volumétrico, e submetida à leitura em espectrofotômetro para observação da
absorção em 268 nm.
6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 – OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA QUITINA
6.1.1 – Cálculo de rendimento na obtenção de quitina
No processo de obtenção de quitina, o total de 17,5 kg de resíduos de camarão
foram tratados para a eliminação de impurezas, que incluíram gelo e outros restos
orgânicos. A Figura 8 mostra o diagrama de obtenção de quitina a partir desses
resíduos.
Conforme mostra o diagrama, menos de 10% (1,2 Kg) do peso inicial de resíduos
correspondia às cascas de camarão e essas apresentavam 66% de umidade. Desta
forma, apenas 3% (528 g) da massa inicial de resíduos foi utilizada para a extração
de quitina. O procedimento de moagem apresentou uma perda de aproximadamente
6,5% exclusivamente devido à manipulação e transferência de recipientes, como por
exemplo, a ação de peneirar a farinha para garantir uma granulometria
monodispersa.
A extração da quitina a partir da farinha das cascas de camarão apresentou um
rendimento de 70,8%.
6
.
am
o
A
car
a
esp
e
regi
õ
cm
-1
CO-
sido
ban
d
em
3
ao
e
.
1.2 – Esp
o
stra de q
u
espectro
s
a
cterizaçã
o
e
ctro de
a
õ
es de 16
5
- deform
a
NH e ao
g
denomin
a
d
a fina a
1
3
110 cm
-1
e
stirament
o
Fi
ectrosco
p
u
itina
s
copia de
a
o
da quiti
n
a
bsorção
5
9 cm
-1
-
e
a
ção N-H
-
g
rupo CH
3
a
da band
a
1
379 cm
-1
é atribuíd
a
o
O-H (CA
R
Desmi
gura 8: Di
a
p
ia de ab
s
a
bsorção
n
n
a obtida
da quitin
a
e
stirament
-
banda d
e
3
, que oc
o
a
de ami
d
é atribuíd
a
a
à vibraç
ã
R
VALHO,
Fari
n
neralizaçã
o
Cascas
Cascas
d
Resíd
u
a
grama d
e
s
orção na
n
a região
d
das cas
c
a
com as
o C=O -
c
e
amida II
e
o
rre à me
s
d
a III, dev
i
a
à defor
m
ã
o de esti
r
2006).
Quitina
n
ha de ca
m
o
, desprotei
de camar
ã
Moa
g
d
e camarã
o
Secagem
e
u
os de Ca
m
Limpeza +
e
obtençã
o
região d
o
d
o infrave
r
c
as de ca
m
bandas
c
c
onhecida
c
e
de 1315
s
ma freqü
ê
i
do à def
o
m
ação sim
amento N
-
(342g)
m
arão (48
3
nização e
d
ã
o secas
g
em
o
úmidas
(
e
m estufa
m
arão (17,
Lavagens
o
da quitin
a
o
infraver
m
r
melho (F
T
m
arão. A
c
aracterís
t
c
omo ban
d
cm
-1
- atr
i
ê
ncia. Es
s
o
rmação
d
étrica do
g
-
H, e a ob
s
3
g)
d
espigment
(528g)
(
1,2 Kg)
5 Kg)
a
m
elho (FT
T
IR) foi us
a
Figura 9
t
icas da
a
d
a de ami
i
buída à d
e
s
a última
b
d
o grupo
C
g
rupo CH
3
s
ervada a
ação
4
0
IR) para
a
a
da para
a
mostra
o
a
mida na
s
da I; 155
9
e
formaçã
o
b
anda te
m
C
O-NH.
A
3
. A band
a
3446 cm
-1
0
a
a
o
s
9
o
m
A
a
41
Figura 9: Espectro de absorção da quitina na região do infravermelho
6.1.3 – Análise termogravimétrica (TGA) da amostra de quitina
A termogravimetria é uma técnica que permite a observação das variações de
massa sofridas pela amostra em função da temperatura (PINHO, 1999) e é
considerada um método simples e preciso para avaliar a estabilidade térmica e o
comportamento de decomposição térmica de polímeros (ATHAWALE e LELE, 2000).
Na Figura 10, é possível observar a perda de massa da amostra de quitina durante a
análise termogravimétrica.
Inicialmente, houve uma perda de aproximadamente 5% em massa da amostra,
referente à presença de umidade. A degradação da quitina foi iniciada à temperatura
de 342 ºC e a degradação total ocorreu a 383 ºC. Ao final da análise, a 700°C, foi
detectado cerca de 10% (m/m) de resíduo mineral na amostra de quitina.
42
Figura 10: Termograma da amostra de quitina
6.1.4 – Difração de raios X para a amostra de quitina
A difração de raios-X (XRD) é empregada para determinar a origem da amostra
de quitina com base no tipo de cristalinidade. Na natureza, é possível encontrar
amostras de quitina α-, β-, e γ-, que diferem entre si pelo arranjo de suas cadeias em
diferentes regiões cristalinas. Amostras de quitina provenientes de crustáceos são
do tipo α-, possuem duas cadeias antiparalelas com fortes ligações de hidrogênio. A
Figura 11 mostra o difratograma de raios-X obtido para a amostra de quitina.
Figura 11: Difração de raios-X da amostra de quitina
43
Na Figura 11 é possível observar dois picos principais característicos da quitina;
um pico em 2θ = 9,5º e o outro pico em 2θ = 19,5º reflete a alta cristalinidade da α-
quitina (ANDRADE et al., 2002).
6.2 – OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS DE QUITOSANA
6.2.1 – Obtenção da quitosana a partir da quitina
A quitosana foi obtida a partir da desacetilação da quitina por tratamento com
NaOH. Uma notável diferença entre a quitina e a quitosana consiste na solubilidade
da quitosana em ácido acético. Após a segunda etapa de desacetilação a quitosana
foi lavada, neutralizada, seca e submetida a teste de solubilidade em solução de
ácido acético a 1% (v/v). A Tabela 2 mostra o comportamento de solubilidade das
amostras iniciais de quitosana.
Tabela 2: Obtenção e solubilidade das amostras de quitosana
Experimento
Etapa
2ª Etapa
Solubilidade em
ácido acético 1%
(v/v)
NaOH
(%)
NaOH
(%)
Temp. (°C)
Tempo
(h)
BNBq-01
10 50 80 8 Insolúvel
BNBq-02
10 50 90 8 Insolúvel
BNBq-03
10 50 100 8 Insolúvel
BNBq-04
10 50 100 12 Insolúvel
BNBq-05
10 50 80 18 Solúvel
BNBq-06
10 60 100 5 Solúvel
BNBq-07
30 60 100 5 Solúvel
44
O tempo, a temperatura e a concentração de NaOH influenciam o processo de
desacetilação da quitina (CAMPANA e SIGNINI, 2001) e, portanto, na solubilidade
da quitosana. Ao compararmos as amostras BNBq – 01, BNBq – 04 e BNBq – 05
podemos observar que o tempo teve maior influência sobre a solubilidade das
amostras do que a temperatura (METHACANON et al., 2003). A comparação das
amostras BNBq – 05, BNBq – 06 e BNBq – 07 mostra uma maior influência da
concentração do NaOH em relação ao tempo (METHACANON et al., 2003) sobre a
solubilidade das amostras, já que a amostra BNBq – 05 foi tratada durante 18 horas,
na segunda etapa de desacetilação, enquanto as outras duas amostras sofreram o
mesmo processo durante 5 horas .
As amostras solúveis foram então caracterizadas para comparação e escolha do
melhor procedimento de obtenção da amostra final de quitosana.
6.2.2 – Determinação do grau de acetilação das amostras iniciais de
quitosana por (
1
H NMR)
A técnica de RMN requer uma quantidade de amostra muito pequena, não
necessita de padrões para calibração com grau de acetilação conhecido e fornece
espectros caracterizados por uma boa resolução dos picos (LAVERTU et al., 2003).
Além disso, a técnica de
1
H NMR tem demonstrado ser a mais precisa,
principalmente na determinação de baixos graus de acetilação (SORLIER et al.,
2002). As Figuras 12 (a), 12 (b) e 12 (c) apresentam os espectros de
1
H NMR de
cada uma das três amostras de quitosana. É possível verificar a diferença na
intensidade do pico –CH
3
do grupamento acetila das três amostras, a qual varia de
acordo com o grau de acetilação (DA). Esses espectros de
1
H NMR foram obtidos
em DCl/D
2
O, a 70°C, e a atribuição dos pico foi baseada em dados, previamente
reportados na literatura (VARUM et al., 1991).
45
Figura 12 (a): Espectros de
1
H NMR da amostras de quitosana BNBq–05,
DA = 1,56%
Figura 12 (b): Espectros de
1
H NMR da amostra de quitosana BNBq–06,
DA = 22,63%
46
Figura 12 (c): Espectros de
1
H NMR da amostra de quitosana BNBq–07,
DA = 6,96%
A amostra BNBq–05 foi a que apresentou o maior grau de desacetilação,
(98,44%), em seguida a amostra BNBq–07 (93,04%) e BNBq–06 (77,87%). Esses
valores confirmam que os resultados encontrados estão de acordo com o relatado
por METHACANON (2003), em relação à influência do tempo e da concentração de
NaOH sobre o grau de desacetilação.
6.2.3 – Determinação da viscosidade Intrínseca das amostras iniciais de
quitosana
O coeficiente de Huggins é aceito como uma medida das interações entre
polímero e solvente. Resultados experimentais indicam que quanto maior a afinidade
entre polímero e solvente, menor o valor de k
H
. Experimentalmente, valores de k
H
entre 0,25 e 0,50 são encontrados quando os polímeros estão em bons solventes
(ELIAS, 1977; KRIGBAUM e WALL, 1949).
As amostras BNBq–05, BNBq–06 e BNBq–07 apresentaram valores de k
H
dentro
do intervalo citado (Tabela 3).
47
Tabela 3: Dados viscosimétricos obtidos para as amostras de quitosana em
solução tampão ácido acético/acetato de sódio pH 4,5 a 25°C
Amostra [η]
H
(dL/g) R
2
k
H
[η]
K
(dL/g) R
2
k
K
BNBq–05 7,91 0,95 0,32 7,90 0,89 -0,17
BNBq–06 7,30 0,96 0,49 7,44 0,94 -0,07
BNBq–07 14,52 0,97 0,40 14,58 0,90 -0,13
Os valores determinados na Tabela 3 estão representados graficamente nas
Figuras 13, 14 e 15.
Figura 13: Curvas de viscosidade da amostra BNBq–05
48
Figura 14: Curvas de viscosidade da amostra BNBq–06
Figura 15: Curvas de viscosidade da amostra BNBq–07
49
A massa molar viscosimétrica média não foi calculada por falta de parâmetros
confiáveis para valores das constantes da equação de Mark-Houwink, uma vez que
estas constantes são influenciadas pelo grau de acetilação de cada amostra.
6.2.4 – Caracterização da amostra Final de quitosana
A partir dos resultados das análises de
1
H NMR, quanto ao grau de acetilação e
da determinação da viscosidade intrínseca, a amostra BNBq–07 foi escolhida para
ser empregada neste estudo por apresentar grau de acetilação (DA) aceitável, com
um tempo de obtenção menor do que a amostra BNBq-05 e maior viscosidade
intrínseca (Tabela 4). Essa amostra foi então submetida às demais análises para
caracterização.
Tabela 4: Grau de acetilação e [η] das amostras iniciais de quitosana
Amostra DA [η]
H
(dL/g) [η]
K
(dL/g)
BNBq–05 1,56 7,91 7,90
BNBq–06 22,63 7,30 7,44
BNBq–07 6,96 14,52 14,58
6.2.4.1 – Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) para a
amostra final de quitosana
A técnica de espectroscopia de absorção na região do infravermelho é útil para
comprovar a hidrólise dos grupamentos acetila da estrutura da quitina, por meio da
redução da banda de estiramento da carbonila da amida. Dessa forma, a Figura 16
mostra o espectro da quitosana (b) utilizada na elaboração deste trabalho. Embora
os espectros no infravermelho de quitina e de quitosana apresentem semelhanças
(Figura 16), podem ser observadas diferenças, que são atribuídas a diferentes
teores de grupos acetamida, principalmente nas regiões correspondentes aos
grupos de acetamida nas regiões de 1659 cm
-1
- conhecida como banda de amida I;
50
1559 cm
-1
- banda de amida II e de 1315 cm
-1
- denominada banda de amida III,
devido à deformação do grupo CO-NH. De fato, A banda fina a 1379 cm
-1
, atribuída
à deformação simétrica do grupo CH
3
apresentou-se com menor intensidade no
espectro de quitosana do que no de quitina.
Figura 16: Espectro de absorção da quitina (a) e da quitosana (b) na região do
infravermelho
6.2.4.2 – Análise termogravimétrica (TGA) da amostra final de quitosana
A Figura 17 mostra a curva termogravimétrica obtida para a amostra final de
quitosana. Nesse termograma, há uma perda inicial de aproximadamente 9%
referente à presença de umidade na amostra. A retirada de grupamentos acetila
diminuiu a estabilidade térmica da amostra, já que a degradação da quitosana teve
início à temperatura de 288ºC, enquanto que a temperatura inicial para degradação
da quitina foi de 342ºC. A degradação total da quitosana ocorreu a 306ºC, enquanto
que a degradação da amostra de quitina se deu em 383 ºC. Ao final da análise, a
700º C, foi detectada na amostra de quitosana cerca de 15% (m/m) de resíduo
mineral. Essa quantidade, um pouco maior do que a encontrada para a amostra de
51
quitina, provavelmente se deve a resíduos de sódio, remanescentes na amostra de
quitosana decorrente do tratamento com NaOH para desacetilação.
Figura 17: Termograma da quitina (a) e da amostra final de quitosana (b)
6.2.4.3 – Difração de raios X da amostra final de quitosana
A Figura 18 mostra o difratograma de raios X obtido para a amostra final de
quitosana. Nesse difratograma, o pico em 2θ = 9,5ºencontrado na amostra de quitina
foi desviado para 2θ = 10,3º. O outro pico em 2θ = 19,5º, para a quitina, foi desviado
para 2θ = 19,9º, um novo pico próximo a 2θ = 22,0º, ausente no difratograma da
quitina, aparece no difratograma da quitosana. Este deslocamento nos picos decorre
da modificação na cristalinidade provocada pela desacetilação da molécula de
quitina.
52
Figura 18: Difração de raios-X da amostra final de quitosana
6.3 – OBTENÇÃO DAS PARTÍCULAS QUITOSANA/ TPP
6.3.1 – Influência da relação quitosana/TPP na formação das partículas
A formação de partículas depende, entre outros fatores, da relação
quitosana/TPP. Em meios reacionais cuja concentração do polímero e do poliânion
eram muito baixas, não houve a formação de partículas. O TPP, usado como contra-
íon, deve estar presente no meio em quantidade. Esta relação deve levar em conta a
diferença de massa molar entre os componentes (NEDOVIC e WILLAERT, 2004).
Os experimentos realizados para a observação da influência da relação
quitosana/TPP são apresentados na Tabela 5.
53
Tabela 5: Relação quitosana/TPP e observação visual do meio reacional
Reação
Concentração
da solução de
quitosana
(%, p/v)
Concentração
da solução
de TPP
(%, p/v)
Análise visual
BNB–08
0,05 0,5 Sem turvação
BNB–09
0,05 1 Sem turvação
BNB–10
0,05 3 Pouca turvação
BNB–11
0,05 5 Turvação
BNB–12
0,05 10 Turvação
BNB–13
0,1 0,5 Sem turvação
BNB–14
0,1 1 Pouca turvação
BNB–15
0,1 3 Pouca turvação
BNB–16
0,1 5 Pouca turvação
BNB–17
0,1 10 Turvação
BNB–18
0,3 0,5 Sem turvação
BNB–19
0,3 1 Pouca turvação
BNB–20
0,3 3 Turvação
BNB–21
0,3 5 Turvação
BNB–22
0,3 10
Turvação + separação de
fases
BNB–23
0,5 0,5
Turvação + separação de
fases
BNB–24
0,5 1
Turvação + separação de
fases
BNB–25
0,5 3 Turvação + partículas
BNB–26
0,5 5 Formação de partículas
BNB–27
0,5 10 Formação de partículas
A Figura 19 mostra a fotografia das reações BNB–20, BNB–21, BNB–23, BNB–
25, BNB–26 e BNB–27.
As melhores condições para a formação das partículas são aquelas nas quais a
concentração de quitosana é 0,5% (p/v) e cuja concentração de TPP é de 5% ou
10% (p/v), porém a solução de TPP a 3% (p/v), além da turvação também apresenta
a formação de partículas no meio reacional.
54
Figura 19: Fotografia das reações BNB–20 (a), BNB–21 (b), BNB–23 (c), BNB–25
(d), BNB–26 (e) e BNB–27 (f)
6.3.2– Influência do pH da solução de TPP na formação das partículas
O melhor pH é aquele que leva à ionização total dos grupos fosfato do TPP (KO
et al., 2002). O pH das soluções de TPP é naturalmente 8,6 e, com a elevação do
pH, as partículas formadas adquirem forma mais esférica e aparência mais uniforme.
A Figura 20 mostra a fotografia de partículas formadas em soluções de TPP com
diferentes valores de pH.
Figura 20: Fotografia das partículas formadas em soluções de TPP (a) pH 8,6; (b)
pH 9,5 e (c) pH 10,5
As partículas formadas em solução de TPP a pH 8,6 apresentaram algumas
partículas irregulares (não esféricas), com aparência translúcida e consistência
pouco firme. Com o aumento do valor de pH, as partículas mostraram-se opacas e
55
com consistência mais firme. Além disso, para a solução de TPP a pH 10,5, as
partículas apresentaram tamanho um pouco menor. Com o aumento do pH o grau
de ionização da molécula de TPP aumenta, o que favorece a formação de ligações
eletrostáticas entre moléculas de TPP e quitosana (KO et al., 2002).
6.3.3 – Influência da ordem de adição dos componentes reacionais na
formação das partículas
As partículas formadas por gelificação iônica entre a quitosana e o TPP foram
obtidas apenas quando a solução de quitosana foi vertida ou gotejada sobre a
solução de tripolifosfato de sódio (TPP). Porém, não ocorreu nenhuma modificação
desejável no meio reacional quando a mistura foi realizada pela adição da solução
de TPP à solução de quitosana.
6.3.4 – Influência do tempo de agitação da mistura reacional na formação e
aparência das partículas
As partículas quitosana/TPP formam-se imediatamente após a mistura dos dois
componentes por um mecanismo de associação chamado “self-assembly” (JANES,
CALVO e ALONSO, 2001). Após 15 minutos de reação, as partículas, que antes
apresentavam aparência de bolhas irregulares translúcidas passaram a apresentar
uma forma esférica esbranquiçada e opaca. As partículas mantiveram a mesma
aparência por um período de 4 horas quando algumas partículas começaram a
perder a forma desfazendo-se em pequenos fragmentos.
6.4 – OBTENÇÃO DAS MICROPARTÍCULAS QUITOSANA TPP
As micropartículas, formadas por agitação mais intensa do que aquela usada na
formação das partículas maiores, apresentaram aparência de suspensão com cor
esbranquiçada, imediatamente após a adição da solução de quitosana sobre a
56
solução de TPP (Figura 21). Esta mesma aparência foi observada em misturas
reacionais com tempo superior a 6 horas.
Figura 21: Fotografia das micropartículas quitosana/TPP
6.5 – MICROENCAPSULAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL
As microcápsulas de óleo de girassol foram obtidas empregando-se aquelas
condições que permitiram a formação das partículas e micropartículas. A Tabela 6
mostra as variáveis das condições de obtenção das micropartículas.
Tabela 6: Condições de obtenção das microcápsulas de óleo de girassol
Reação
Concentração
da solução de
quitosana
(%, p/v)
[C%] TPP pH TPP
Banho de
ultra-som
BNB-28
0,5 1 8,6 -
BNB-29
0,5 1 10,5 -
BNB-30
0,5 1 8,6 5 min. 40%
BNB-31
0,5 1 10,5 5 min. 40%
BNB-32
0,5 3 8,6 -
BNB-33
0,5 3 10,5 -
BNB-34
0,5 3 8,6 5 min. 40%
BNB-35
0,5 3 10,5 5 min. 40%
BNB-36
0,5 5 8,6 -
BNB-37
0,5 5 10,5 -
BNB-38
0,5 5 8,6 5 min. 40%
BNB-39
0,5 5 10,5 5 min. 40%
BNB-40
0,5 10 8,6 -
BNB-41
0,5 10 10,5 -
BNB-42
0,5 10 8,6 5 min. 40%
BNB-43
0,5 10 10,5 5 min. 40%
57
6.6 – CARACTERIZAÇÃO DAS MICROCÁPSULAS DE ÓLEO DE GIRASSOL
6.6.1 – Microscopia óptica
As micrografias ópticas das microcápsulas de óleo de girassol são apresentadas
nas Figuras 22, 23 e 24. A Figura 22 mostra a fotografia da micrografia óptica das
microcápsulas em solução sem tratamento de ultra-som (BNB-41).
Figura 22: Micrografia óptica da solução BNB-41: (a) aumento de 80x; (b)
aumento de 300x
A Figura 23 mostra a micrografia óptica das microcápsulas após o tratamento de
ultra-som (BNB-43). Em comparação à reação BNB-41, sem tratamento de ultra-
som, percebe-se que o tratamento desagrega as micropartículas.
Figura 23: Micrografia óptica da solução BNB-43: (a) aumento de 50x; (b)
aumento de 100x; (c) aumento de 160x
Após a secagem, as soluções com as microcápsulas apresentaram a formação de
estruturas organizadas, provavelmente devido ao sal remanescente no meio, o que
dificultou a visualização das microcápsulas por micrografia óptica. Na Figura 25 (c),
58
é possível observar a presença das microcápsulas em meio aos cristais formados
após secagem da solução com auxílio da luz polarizada.
Figura 24: Micrografia óptica da reação BNB-43 após secagem sob temperatura
ambiente: (a) aumento de 50x; (b) aumento de 100x; (c) aumento de 160x, sob luz
polarizada
6.6.2 – Microscopia eletrônica de varredura (SEM)
A microscopia eletrônica de varredura foi feita em um aparelho de microscopia
eletrônica de varredura a vácuo, portanto não foi possível realizar a análise em
microcápsulas de óleo de girassol já que a amostra era bastante higroscópica. Além
disso, foi necessário secar bem as amostras para a realização das análises. Esse
procedimento dificultou a visualização de estruturas esféricas, provavelmente devido
à baixa estabilidade das paredes das partículas. Após a secagem, foi observada a
formação de um filme na placa de Petri, o qual pode ser visualizado na Figura 25.
Na Figura 25 (c) é possível visualizar com mais detalhes os cristais formados
após a secagem das amostras (como mostrado anteriormente na Figura 24 (c)). Nas
Figuras 25 (e) e (f) é possível a visualização de algumas estruturas esféricas. Talvez
a observação das partículas em um aparelho de microscopia eletrônica de varredura
sob baixo vácuo (ambiental).sem secagem drástica das amostras, permita uma
melhor observação das partículas em sua forma esférica.
59
Figura 25: Micrografia eletrônica de varredura das partículas quitosana/TPP
6.6.3 – Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) para
as microcápsulas de óleo de girassol
A espectroscopia de absorção na região do infravermelho é uma técnica
amplamente empregada na caracterização de microcápsulas bem como na detecção
de ativos incorporados pela microcápsula (MLADENOVSKA et al., 2007). A Figura
26 mostra os espectros de infravermelho para a quitosana (a), para as partículas
quitosana/TPP (b), para óleo de girassol (c) e para as microcápsulas de óleo de
girassol (d). O espectro das microcápsulas de óleo de girassol (d) mostram picos na
60
região de 2840-2920 cm
-1
e 1740 cm
-1
, além daqueles da região entre 880 cm
-1
e
1450 cm
-1
, característicos do óleo de girassol (c).
Figura 26: Espectro de absorção na região do infravermelho da quitosana (a), das
partículas quitosana/TPP (b), do óleo de girassol (c) e das microcápsulas de óleo de
girassol (d)
A presença dos picos característicos do óleo de girassol no espectro das
microcápsulas de óleo de girassol (d) confirmam a presença do óleo nas
microcápsulas, provando que a técnica foi eficiente na retenção do composto
lipídico.
6.6.4 – Análise termogravimétrica TGA das microcápsulas de óleo de
girassol
As análises de TGA, realizadas para a quitosana e para as micropartículas
revelaram a perda de água e de massa (Figura 27). Já para as microcápsulas de
óleo de girassol, não houve perda de água. Nos termogramas, verifica-se que a
61
temperatura de decomposição da quitosana (a) foi de 288 ºC, enquanto o
termograma das micropartículas (b) apresentou dois eventos térmicos: o primeiro em
114ºC, com uma perda de massa de aproximadamente 9%, em virtude da
desidratação e o segundo pico em 243ºC, correspondente à decomposição do
sistema quitosana/TPP com aproximadamente 25% de perda de massa. O valor
elevado de mineral remanescente da amostra (aproximadamente 75%) provém do
tripolifosfato de sódio que por ser mineral, não sofre degradação nesta faixa de
temperatura e comprova a interação quitosana/TPP. Ao observarmos a temperatura
de decomposição das microcápsulas de óleo de girassol (c) a 363ºC, constata-se um
elevado aumento da estabilidade térmica do sistema quitosana/TPP em presença de
óleo. O termograma confirma a incorporação do óleo de girassol pelo sistema de
microencapsulação e mostra que as microcápsulas de óleo de girassol formam um
complexo com alta estabilidade térmica quando comparadas à quitosana e às
micropartículas.
Figura 27: Termograma da quitosana (a); micropartículas (b) e microcápsulas de
óleo de girassol (c)
6.7 – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE
As microcápsulas de óleo de girassol apresentaram uma média de 65% de
umidade. A Tabela 7 (apêndice) mostra o teor de umidade das microcápsulas em
função do pH e da concentração das soluções de TPP.
62
As alterações nos valores de pH e a concentração das soluções de TPP não
influenciaram o teor de umidade, todas as seis composições de microcápsulas
apresentaram médias semelhantes à média final de umidade Figura 28.
Figura 28: Teor de umidade das microcápsulas de óleo de girassol em função da
concentração e pH das soluções de TPP
O elevado teor de umidade encontrado para as microcápsulas de óleo de girassol,
65,49 ± 0,22%, está de acordo com a técnica de gelificação iônica, uma vez que o
método é realizado em solução.
6.8 – CÁLCULO DO RENDIMENTO DE FORMAÇÃO DE MICROCÁPSULAS
O cálculo de rendimento foi obtido com base na massa de microcápsulas secas. A
Tabela 8 mostra a média do rendimento em massa para cada uma das seis
composições de microcápsulas. Os dados da Tabela 8 mostram que o rendimento
das microcápsulas é influenciado tanto pelo pH da solução de TPP quanto pela
concentração dessa solução.
A Figura 29 ilustra esses resultados e compara as amostras em porcentuais. É
possível notar que para uma mesma concentração, a alteração no valor do pH causa
uma diferença de aproximadamente 3,6 pontos porcentuais para a solução de TPP a
10% (p/v) e aproximadamente 7,0 pontos porcentuais para a solução de TPP a 5%
63
(p/v). Já a influência da concentração da solução do TPP pode ser observada ao
compararmos soluções com 5% e 10% em pH 10,5 onde há entre elas um diferença
de aproximadamente 6 pontos porcentuais em rendimento.
Tabela 8: Rendimento em massa de microcápsulas em relação à concentração e
ao pH da solução
Concentração
de TPP
pH da solução
Massa de
Microcápsulas (g)
10% 10,5 0,93584 ± 0,04
10% 8,6 0,906 ± 0,009
5% 10,5 0,807088 ± 0,04
5% 8,6 0,6799 ± 0,02
3% 10,5 0,197771 ± 0,05
1% 10,5 0,027233 ± 0,01
Ao compararmos as soluções com 5% e 10%, sem ajuste de pH (pH 8,6), entre as
quais a diferença foi de quase 10 pontos porcentuais. Pelo gráfico da Figura 30, é
possível constatar que o rendimento das microcápsulas de girassol diminui com a
concentração da solução de TPP, e que esta diminuição não é linear, uma vez que
as microcápsulas preparadas com solução de TPP a 10% (p/v) pH 10,5
apresentaram um rendimento médio de 27% e as microcápsulas preparadas com
solução de TPP a 5% (p/v) pH 10,5 apresentaram um rendimento médio de 23%.
Por outro lado, as microcápsulas preparadas com solução de TPP a 3% (p/v) pH
10,5 apresentaram um rendimento médio de 6% e as microcápsulas preparadas
com solução de TPP a 1% (p/v) pH 10,5 apresentaram um rendimento médio menor
do que 1%.
64
Figura 29: Rendimento de microcápsulas de óleo de girassol em função da
concentração e pH das soluções de TPP
6.9 – EFICIÊNCIA DE MICROENCAPSULAÇÃO
Para avaliar a eficiência da microencapsulação, a solução obtida da extração do
óleo de girassol foi analisada em espectrofotômetro UV/Vis. A Figura 30 mostra a
curva-padrão de óleo de girassol que foi construída para que se obtivesse a
equação da reta {[óleo de girassol]=(absorbância-0,05)/0,456}, a partir da qual foi
possível o cálculo da concentração de óleo de girassol no solvente de extração.
Figura 30: Curva de calibração da concentração de óleo de girassol versus
absorbância
65
A eficiência de encapsulação, ou eficiência de retenção, foi calculada
comparando-se a quantidade de óleo de girassol extraída por solvente das
microcápsulas e a quantidade de óleo de girassol posta em meio reacional. A Figura
31 mostra o percentual de microencapsulação para cada uma das seis composições
de microcápsulas. A composição que apresentou melhor eficiência de
microencapsulação foi aquela na qual foi empregada soluções de TPP a 10% (p/v)
em pH 10,5 com um valor médio porcentual de retenção de 51% do óleo de girassol.
Para as microcápsulas preparadas com soluções de TPP a 3% e 1% não foi
possível detectar a presença de óleo de girassol no solvente de extração pela
técnica de ultravioleta. Desta forma, foi considerado que não houve retenção do óleo
por parte dessas duas formulações. Comparando-se as outras quatro formulações,
pode-se afirmar que a eficiência de microencapsulação sofre influência tanto da
concentração quanto do pH da solução de TPP. Porém, ao observarmos
formulações de concentrações idênticas, com valores de pH diferentes, nota-se uma
diferença maior do que aquela observada para o rendimento. Aproximadamente 10
pontos porcentuais de diferença para as soluções de TPP a 10% e mais do que 15
pontos porcentuais para as soluções de TPP a 5%. Deste modo, é possível afirmar
que a eficiência de microencapsulação do óleo de girassol pelo sistema
quitosana/TPP é mais influenciado pelo valor de pH do que pela concentração da
solução de TPP.
Figura 31: Eficiência de microencapsulação do óleo de girassol em função da
concentração e pH das soluções de TPP
66
6.9.1 – Influência do tempo de reação sobre a eficiência de
microencapsulação
A influência do tempo de reação sobre a eficiência de microencapsulação também
foi avaliada. Para isso, misturas reacionais formadas por solução de TPP a 10% com
pH 10,5 foram submetidas a períodos de tempo que variaram de 15 a 180 minutos.
A Figura 32 mostra a eficiência de microencapsulação do óleo de girassol pelo
sistema quitosana/TPP em função do tempo que a reação fica em agitação após a
mistura. A eficiência de retenção média foi de 47,5% para o tempo reacional de 15
minutos, 51,7% para o tempo reacional de 30 minutos, 50,6% para o tempo de 60
minutos, 48,4% para o tempo de 120 minutos e 43,3% para o tempo de 180 minutos.
De acordo com o observado no gráfico, apesar de não haver uma grande diferença
entre os valores, há um aumento de 3 pontos porcentuais na eficiência de
encapsulação quando o tempo de agitação aumentou de 15 para 30 minutos. Ao
deixar-se a mistura reacional sob agitação por 60 minutos, houve uma leve queda na
eficiência e o mesmo ocorreu para períodos superiores a 60 minutos. Desta forma,
30 minutos é um período de tempo suficiente para que as microcápsulas
apresentem estabilidade e eficiência de microencapsulação e este dado está de
acordo com outros trabalhos da literatura (SHU e ZHU, 2002; TANG, HUANG e LIM,
2003).
Figura 32: Eficiência de microencapsulação do óleo de girassol em função do
tempo de reação
67
6.10 – LIBERAÇÃO DO ÓLEO DE GIRASSOL MICROENCAPSULADO
A quantificação do óleo de girassol liberado ao longo do tempo em fluidos
digestivos simulados foi feita por análise em UV. As absorbâncias determinadas,
para cada uma das amostras, nos ensaios gástrico e entérico, são apresentadas na
Tabela 9.
Tabela 9: Detecção de óleo de girassol liberado em fluidos digestivos simulados
Meio Amostra 1
Gástrico BNB-87 BNB-88 BNB-89
1 hora 0,1634 - 0,0234
2 horas - - 0,0187
3 horas 0,0632 0,1275 -
4 horas 0,2958 - -
Entérico BNB-87 BNB-88 BNB-89
1 hora - 0,0538 -
2 horas 0,0486 - 0,0387
3 horas - - 0,0647
4 horas - - -
5 horas - 0,0865 -
6 horas 0,0356 - -
7 horas - - 0,0723
8 horas 0,1978 0,1658 -
- Absorbância não detectável
De acordo com os dados da Tabela 9, a liberação média do óleo de girassol em
fluido gástrico simulado seria de 39% e a liberação média em fluido entérico
simulado seria de 43%. Deste modo, a média da liberação total de óleo de girassol
ao longo das 12 horas seria de 82%. Porém, a metodologia empregada não foi
adequada para a quantificação de óleo de girassol liberado. Usualmente, A liberação
de substâncias lipídicas microencapsuladas deve ser preferencialmente quantificada
pela técnica de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) (BUSTOS et al.,
2003; PIERUCCI, 2005; AHN et al., 2008).
68
7 – CONCLUSÕES
1. As partículas quitosana/TPP só foram formadas por gelificação iônica quando
o TPP encontrava-se no meio reacional em concentrações bem mais elevadas do
que a quitosana.
2. O melhor valor de pH para a solução de TPP para que houvesse a formação
de partículas foi de 10,5.
3. As partículas só foram formadas quando a solução de quitosana foi vertida ou
gotejada sobre a solução de tripolifosfato de sódio (TPP). O mesmo não foi
observado quando a solução de TPP foi gotejada ou vertida sobre a solução de
quitosana.
4. A velocidade de agitação controla o tamanho das partículas.
5. A variação do pH e da concentração da solução de TPP interferiu tanto no
rendimento quanto na eficiência de microencapsulação.
6. As melhores condições para a microencapsulação foram aquelas nas quais a
concentração do TPP foi de 10% e o pH da solução foi de 10,5. Sob essas
condições, a eficiência de retenção do óleo de girassol foi de 51%.
7. O sistema quitosana/TPP formado por gelificação iônica foi capaz de
microencapsular o óleo de girassol e pode ser empregado na microencapsulação
de outras substâncias lipídicas como fármacos, vitaminas lipossolúveis, óleos
essenciais, entre outros.
8- SUGESTÕES
1. Analisar a amostra final de quitosana por meio da técnica de cromatografia de
permeação em gel (GPC), para determinar a distribuição da massa molar.
2. Analisar as microcápsulas por microscopia eletrônica de varredura sob baixo
vácuo (SEM ambiental).
3. Analisar as microcápsulas quanto à distribuição de tamanho, por técnica de
espalhamento de luz.
4. Quantificar o óleo liberado em fluidos digestivos simulados por técnica de
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC).
69
10- BIBLIOGRAFIA
ATHAWALE, V.D., LELE, V. Syntheses and Characterization of graft copoplymers of
maize starch and methacrylonitrile. Carbohydrate Polymers, v.41, p. 407-416, 2000.
AGNIHOTRI, S., MALLIKARJUNA, N., AMINABHAVI, T. Recent advances on chitosan-
based micro-and nanoparticles in drug delivery. Journal of Controlled Release, v. 100,
5-28, 2004.
AHN, J.H., KIM Y.P., SEO E.M., CHOI,Y.K., KIM, H.S. Antioxidant effect of natural plant
extracts on the microencapsulated high oleic sunflower oil. Journal of Food
Engineering, v. 84, p. 327-334, 2008.
ANDRADE, C.T., SILVA, K., TAVARES, M., SIMÃO, R., ACHETE, C., PÉREZ, C.
Comparative study on structural features of a-quitina from Xiphopenaeus kroyeri and its
precipitated product from phosphoric acid solution. Journal of applied polymer
science, v. 83, 151-159, 2002.
ANDREOPOLUS, A.G. Preparation and Swelling of Polymeric hydrogels, Journal
Applied Polymer Science, v. 37, p. 2121-2131, 1989.
AXELOS M.A.V., OUWERX, C., VELINGS, N., MESTDAGH, M.M. Physico-chemical
properties and rheology of alginate gel beads formed with various divalent cations.
Polymer Gels and Networks, v. 6, p. 393-408, 1998.
AZZI, A., STOCKER, A. Vitamin E: non-antioxidant roles. Progress in Lipid Research,
v. 39, p. 231-255, 2000.
BALL, G.F.M. Vitamins in Foods: Analysis, Bioavailability, and Stability. Taylor &
Francis Group CRC, 2006, p. 3.
BARRIE, J.A., BARRER, R.M., WONG, P.S.-L. The diffusion and solution of gases in
highly crosslinked copolymers. Polymer, v. 9, p. 609-627, 1968.
BAUERNFEIND, G. Actual and potential denitrifiation rates by acetylene-inhibition
technique. Springer, p. 151-155, 1996.
BEATON G.H.; MARTORELL, R.; L'ABBE, K.A. Effectiveness of vitamin A
supplementation in the control of young child morbidity and mortality in
developing countries: Final report to CIDA. Toronto: Universidade de Toronto, 1993.
BLANCO, M.D., GÓMEZ, C., OLMO, R., MUNÍZ, E., TEIJIÓN, J.M. Chitosan
microspheres in PLG films as devices for cytarabine release. International Journal of
Pharmaceutics, v. 202, p. 29-39, 2000.
BODMEIER, R., OH, K.H., PRAMAR, Y. Preparation and Evaluation Of Drug-Containing
Chitosan Beads. Drug Development and Industrial Pharmacy, v. 11, p. 323-334,
1989.
BOONEN, S. BISCHOFF-FERRARI, H.A., COOPER, C., LIPS, P., LJUNGGREN, O.,
MEUNIER, P.J., REGINSTER, J.Y. Addressing the musculoskeletal components of
fracture risk with calcium and vitamin D: review of the evidence. Calcified Tissue
International, v. 78, p. 257-270, 2006.
70
BOOTH, S.L., SADOWSKI, J.A., WEIHRAUCH, J.L., FERLAND, G. Viatmin K1
(phylloquinone) content of foods: a provisional table. Journal of Food Composition
and Analysis, v. 6, p. 109-120, 1993.
BOOTH, S.L., SUTTIE, J.W. Dietary intake and adequacy of vitamin K. Journal of
Nutrition, v.128, p.785-788, 1998.
BRAEK, S., ANTHONSEN, T., SANDFORD, P. Chitin and Chitosan. Elsevier: London,
835p, 1989.
BRAZEL, C.S. Microencapsulation: offering solutions in the food industry. Cereal
Foods World, v.44, p. 388-393, 1999.
BRIGELIUS-FLOHÈ, R.; TRABER, M. Vitamin E: function and metabolism. Federation
of American Societies for Experimental Biology Journal, v. 13, p. 1145-1153, 1999.
BURGESS, D.J., HICKEY, A.J, Microsphere Technology and Applications. Em:
SWARBRRICK, J., BOYLAN, J.C. Encyclopedia of Pharmaceutical Technology.
Nova Iorque: Marcel Dekker, Vol. 10, p. 1-29, 1994.
BUSTOS, R., ROMO, L., YÁÑEZ, K., DÍAZ, G., ROMO C. Oxidative stability of
carotenoid pigments and polyunsaturated fatty acids in microparticulate diets containing
krill oil for nutrition of marine fish larvae. Journal of Food Engineering, v. 56, p.289-
293, 2003.
CALVO, P., REMUNÃN-LÓPEZ, C. VILA-JATO, J.L., ALONSO, M.J., Novel hydrophilic
chitosan-polyethylene oxide nanoparticles as protein carriers. Journal Applied Polymer
Science, v. 63, p. 125-/132, 1997.
CAMPANA, S. P. F., SIGNINI, R. Efeito de Aditivos na Desacetilação de Quitina.
Polímeros: Ciência e Tecnologia, v. 11, p. 169-173, 2001.
CANELLA, K.M.N.C., GARCIA, R.B., Caracterização de quitosana por cromatografia de
permeação em gel – Influência do método de preparação e do solvente. Química Nova,
v. 24, p.13-17, 2001.
CANOTILHO, J., SOUSA, A.T.B., PINTO, J.A.M. Análise térmica: interesse em
tecnologia farmacêutica. Revisão do conjunto. Revista Portuguesa de Farmácia, v. 42,
p. 5-12, 1992.
CARDOSO, F.S.N. Produção de microencapsulados de amido com recobrimento
em leito fluidizado. Dissertação de Mestrado – Universidade Estadual de Campinas,
São Paulo, 55 p., 2000.
CARVALHO FILHO, M.A. Preparação e estudo termoanalítico dos cinamatos de
terras raras, exceto (Escandio), no estado sólido. 2000. Tese (Doutorado em
Química) – Instituto de Química de Araraquara, Universidade Estadual Paulista,
Araraquara, 2000.
CARVALHO, T.V. Biomateriais à base de quitosana de camarão e bactérias para
remoção de metais traços e petróleo. 2006 Dissertação (mestrado) – Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza, 2006.
CASTRO, C., CASTIGLIONI, V.B.R., BALLA, A. Cultura do girassol – tecnologia de
produção. Londrina: EMBRAPA – CNPSo, p.20,1997.
71
CECHINEL FILHO, V., BRESOLIN, T. M. B. Ciências Químico-Farmacêuticas:
Contribuição ao Desenvolvimento de Novos Fármacos e Medicamentos. Univali
Editora: Itajaí, 2003.
CHANDY, T., SHARMA, C.P. Effect of liposome-albumin coatings on ferric ion retention
and release from chitosan beads. Biomaterials, 17, p. 61-/66, 1996.
CRANK, J. The mathematics of diffusion, Oxford: Claredon, 2 th Ed., 414p., 1975.
DELPORT, R., UBBINK, J.B., HUMAN, J.A., BECKER, P.J., MYBURGH, D.P.,
VERMAAK, W.J.H. Antioxidant vitamins and coronary artery disease risk in South
African males. Clinica Chimica Acta, v. 278, n. 1, p. 55-60, 1998.
DeLUCCA, H.F. Overview of general physiologic features and functions of vitamin D.
American Journal of Clinical Nutrition, v. 80, p. 1689-1696, 2004.
DESBRIÉRES, J., MARTINEZ, C., RINAUDO, M. Hydrophobic derivatives of chitosan:
characterization and rheological behavior. Biological Macromolecules, v. 19, p. 21-28,
1996.
DÔRES, S.M.C., PAIVA, S.A.R., CAMPANA, A.O. Vitamina k: metabolismo e nutrição.
Revista de Nutrição, v. 14, p. 207-218, 2001.
DOWD, P., HERSHLINE, R., HAM, S.W., NAGANATHAN, S. The mechanism of action
of vitamin K. Annual Review of Nutrition, v.15, p.419-440, 1995.
DUCHÊNE, D; WOUESSIDJEWE, D; GILLES, P. Cyclodextrins and Carrier Systems.
Journal of Controlled Release, v. 62, p. 263-268, 1999.
DUTTA-ROY, A.K. Molecular mechanism of cellular uptake and intracellular
translocation of α–tocopherol: role of tocopherol-binding proteins. Food and Chemical
Toxicology, v. 37, p. 967-971, 1999.
ELIAS, H. Macromolecules 1 - Structure and properties, Plenum Press, New York, p.
343-352, 1977.
Faisant, N., Siepmann, J., Bernoit, J.P. PLGA-based microparticles: elucidation of
mechanisms and new, simple mathematical model quantifying drug release. Europeans
Journal of Pharmaceutical Sciences, v.15, p. 355-366, 2002.
FAO/WHO, Requirements of vitamin A, iron, folate and vitamin B12; report of a joint
FAO/WHO expert consultation. FAO Food and Nutrition Series 23. Rome, 1988.
FAWZI, W.W., CHALMERS, T.C., HERRERA, G.M., MOSTELLER, F. Vitamin A
supplementation and child mortality. A meta-analysis, The Journal of American
Medical Association, v. 269, p. 898-903, 1993.
FENTON, S.T., PRICE, R.J., BOLTON-SMITH, C., HARRINGTON, D., SHEARER, M.J.
Nutrient sources of phylloquinone in Scottish men and women. Proceedings of the
Nutrition Society, v. 56, p. 301, 1997.
FLYN, G.L., YALKOWSKY, S.H., ROSEMAN, T.J. Mass transport phenomena and
models: theoretical concepts. Journal of Pharmacological Sciences, v. 63, p. 479-
509, 1974.
72
FREDERIKSEN, H.K., KRISTENSEN, G.H., PEDERSEN, M. Solid lipid microparticle
formulations of the pyrethroid gamma-cyhalothrin - Incompatibility of the lipid and the
pyrethroid and biological properties of the formulations. Journal of Controlled
Release, v. 86, p. 243-252, 2003.
FU, Y.J., SHYU, S.S., SU, F.H., YU, P.C. Development of biodegradable co-poly(D,L -
lactic/glycolic acid) microspheres for the controlled release of 5-FU by the spray drying
method. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, v. 25, p. 269-279, 2002.
FURUSAKI, E., UENO, Y., SAKAIRI, N., NISHI, N., TOKURA, S. Facile preparation and
inclusion ability of a chitosan derivative bearing carboxymethyl-b-cyclodextrin.
Carbohydrate Polymers, v. 29, p.29-34, 1996.
GASPAR, R. Vectorização de Medicamentos com Nanopartículas de
Polialquilcianoacrilato (PACA). Revista Portuguesa de Farmácia 41 (3), 1991.
GENTA, I., COSTATINI, M., ASTI, A., CONTI, B., MONTANARI, L. Influence of
glutaraldehyde on drug release and mucoadhesive properties of chitosan microspheres.
Carbohydate Polymers, v. 36, p. 81-/88, 1998.
GENTA, I., PERUGINI, P., CONTI, B., PABANETTO, F. A multiple emulsion method to
entrap a lipophilic compound into chitosan microspheres International Journal of
Pharmaceutics, v.152, p. 237-246, 1997.
GLASZIOU, P.P., MACKERRRAS, D.E.M. Vitamin A supplementation in infectious
diseases: A meta-analysis; BMJ, v. 306, p. 366-370, 1993.
GLEURUP, H., MIKKELSEN, K., POLUSEN, L., HASS, E., OVERBECK, S.,
ANDERSEN, H., CHARLES, P., ERIKSEN, E.F. Hypovitaminosis D myopathy without
biochemical osteomalacic bone involvement. Calcified Tissue International, v. 66, p.
419-424, 2000.
GONÇALVES, V.L., LARANJEIRA, M.C.M.; FÁVERE, V., DRAGO, V. Liberação de ferro
(III) de microesferas reticuladas de quitosana. Visão Acadêmica, v. 6, p. 15-24; 2005.
Disponível em: <http://www.visaoacademica.ufpr.br/v6n1/lferro.htm> Acesso em: 07
jun.2008.
GOUIN, S. Microencapsulation: industrial appraisal of existing technologies and trends.
Trends in Food Science & Technology, v.15, p. 330-347, 2004.
GUIBAL, E., VINCENT, T., SPINELLI, S. Environmetal of chitosan-supported catalysts:
Catalytic hollows fibers for the degradation of phenolic derivates. Separation Science
and Technology, v. 40, p. 633-657, 2005.
HARTING, G.W., DUCHEYNE, P. Macromolecular Biomaterials. CRC Press: Boca
Raton, Flórida, 1984.
HOLICK, M.F. Ressuction of vitamin D deficiency and rickets. The Journal Clinical
Investigation, v.116, p. 2062-2072, 2006.
HUANG, H., TIAN, H., LI, X., ZHAO, G. Hypoglycemic effect of
chitosanmicroencapsulated insulin on the blood glucose level of streptozotocin-diabetic
Wistar rats. Sheng Wu Yi Xue Gong Cheng Xue Za Zhi, v. 18, p. 425-427, 2001.
ICIS Chemical Business, 8 Oct 2007, Focus on Surfactants, Volume 2007, Issue 12, p.
3, dezembro/2007.
73
ILLUM, L., DAVIS, S.S. Polymeric microspheres as drug carriers. Biomaterials, v. 9,
p.111-112, 1988.
INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). Vitamin A. EM: Dietary reference intakes for
vitamina A, vitamin K, arsenic, boron, chrominum, copper, iodine, iron,
manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington: National
Academy Press, 2001, p. 82-161.
JACOBS, I.C., MASON, N.S., EL-NOKAKY, M.A., PIATT, D.M. CHARPENTIER, B.A.
Polymer delivery systems concepts, Polymeric delivery systems. American Chemical
Society: Washington, 1993, p. 1-17.
JAMEELA, S.R., JAYAKRISHNAN, A. Glutaraldehyde crosslinked chitosan
microspheres as a long acting biodegradable drug delivery vehicle: studies on the in
vitro release of mitoxantrone and in vivo degradation of microspheres in rat muscle.
Biomaterials v. 16, p. 769-/775, 1995.
JAMEELA, S.R., KUMARY, T.V., LAL, A.V., JAYAKRISHANAN, A. Progesteroneloaded
chitosan microspheres: a long acting biodegradable controlled delivery system. Journal
of Controlled Release, v. 52, p. 17-24, 1998.
JANES K.A., CALVO, P., ALONSO, M.J. Polysaccharide colloidal particles as delivery
systems for macromolecules Advanced Drug Delivery Reviews, v. 47, p. 83–97, 2001.
JATO, J.L.V. Tecnologia farmacéutica: formas farmacéuticas. Editorial Sintesis:
Madrid, p. 577-608, 1997.
KAS, H.S; Chitosan: properties, preparations and application to microparticulate
systems. Journal of Microencapsulation, v. 14, p. 689-711, 1997.
KO, J.A., PARK, H.J., HWANG, S.J., PARK, J.B., LEE, J.S. Preparation and
characterization of chitosan microparticles intended for controlled drug delivery.
International Journal of Pharmaceutics, v. 249, p. 165-174, 2002.
KOCHISCH, S., REES, G.D., YOUNG, S.A., TSIBOUKLIS, J., SMART, J.Dmicrospheres
for drug delivery to the oral cavity: an in vitro evaluation for mucoadhesive potential.
Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 92, p. 1614-1623, 2003.
KOGA, T.; MORO, K.; TERAO, J. Protective effect of vitamin E analog,
phosphatidylchromanol, against oxidative hemolysis of human erythrocytes. Lipids, v.
33, p. 589-595, 1998.
KOIDA, Y., TAKAHATA, H., KOBAYASHI, M., SAMEJIMA, M. Studies on dissolution
mechanism of drug from ethylcellulose microcapsules. Chemical & Pharmaceutical
Bulletin, v. 35, p. 1538-49, 1987.
KORSMEYER, R. W., JUSTIG, S.R., PEPPAS, N. A. Solute and Penetrant Diffusion in
Swellable Polymer I. mathematical Modeling. Journal Polymer Science, v. 24, p.395-
407, 1986.
KRIGBAUM, W.; WALL, F. Viscosity of binary polymer mixtures. Journal of polymer
Science, v. 5, p. 505-514, 1949.
KUMAR, R. Vitamin D and the kidney. Em: FELDMAN, D. Vitamin D. Academic Press:
San Diego, p-17, 1997.
74
LANGER, R. Drug delivery and targeting. Nature, v. 392, p. 5-10, 1998.
LAPASIN, R., PRICL, S. Rheology of industrial Polysaccharides: Theory and
Applications. Elsevier: London, 620p, 1995.
LAVERTU, M., XIA, Z., SERREQI, A.N., BERRADA, M., RODRIGUES, A., WANG, D.,
BUSCHMANN, M.D., GUPTA, A. A validated
1
H NMR method for the determination of
the degree of deacetylation of chitosan, Journal of Pharmaceutical and Biomedical
Analysis, v. 32, p. 1149-1158, 2003.
LE DUNG, P., MILAS, M., RINAUDO, M., DESBRIÈRES, J. Water soluble derivatives
obtained by controlled chemical modifications of chitosan, Carbohydr. Polymers, v. 24,
p. 209- 214, 1994.
LE HIR, A. Noções de Farmácia Galênica. Organização Andrei Editora Ltda.: São
Paulo, 6 ed., p. 224-227, 1997.
LII, C.K., KO, Y., CHIANG, M., SUNG, W., CHEN, H. Effects of dietary vitamin E on
antioxidant status and antioxidant enzyme activities in Sprague-Dawley rats. Nutrition
and Cancer, v. 32, p. 95-100, 1998.
LIM, L.Y., WAN, L.S.C., THAI, P.Y Chitosan microspheres prepared by emulsification
and ionotropic gelation. Drug Development and Industrial Pharmacy, v. 23, p. 981-
/985, 1997.
LÓPEZ-LEÓN, T., CARVALHO, E.L.S., SEIJO, B. ORTEGA-VINUESA, J.L., BASTOS-
GONZÁLEZ, D. Physicochemical characterization of chitosan nanoparticles:
electrokinetic and stability behavior. Journal of Colloid and Interface Science, v. 283,
p. 344-351, 2005.
LOURENÇO, V.A. Desenvolvimento e avaliação de micropartículas de quitosana
para veiculação de dimetilaminoetanol (DMAE) na pele. Tese de Doutorado em
Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2006.
MAGILL, M. Microencapsulamento. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) n.
3, p. 54-57,1991.
MARTINS, M.C., SANTOS, L.M.P., ASSIS, A.M.O. Prevalência da hipovitaminose A em
pré-escolares no Estado de Sergipe. Saúde Pública, v. 38, p. 537-542, 2004.
MAY, J.M. Ascorbate function and metabolism in the human erythrocyte. Frontiers in
Bioscience, v. 2, p. 1-10, 1998.
McKENNA, M.J.; FREANEY, R. Secondary hyperparathyroidism in the elderly: means to
defining hypovitaminosis D. Osteoporosis International, v. 8, p. 3-6, 1998.
MESTDAGH, M.M., AXELOS, M.A.V. Physico-chemical properties of
polycarboxylate gel phase and their incidence on the retention/release of solutes.
Biopolymer Science: food and non-food applications, Montpellier, p. 303-314, 1998.
METHACANON, P., PRASITSILP, M., POTHSREE, T., J., PATTARAARCHACHAI,J.
Heterogeneous N-deacetylation of squid chitin in alkaline solution. Carbohydrate
Polymers, v. 52, p. 119–123, 2003.
75
MI, F.M., SHYU, S.S., CHEN, C.T., SCHOUNG, J.Y.- Porous chitosan microsphere for
controlling the antigen release of Newcastle disease vaccine: preparation of antigen-
adsorbed microsphere and in vitro release. Biomaterials, v. 20, p.1603-1612, 1999.
MI, F.L., SUNG, H.W., SHYU, S.S. Release of indomethacin from a novel chitosan
microsphere prepared by naturally occurring crosslinker: examination of crosslinking and
polycation anionic drug interaction. Journal Applied Polymer Science, v. 81, 1700-
1711, 2001.
MLADENOVSKA, K., RAICKI, R.S., JANEVIK, E.I., RISTOSKI, T., PAVLOVA, M.J.,
KAVRAKOVSKI, Z., DODOV, M.G., GORACINOVA, K. Colon-specific delivery of 5-
aminosalicylic acid from chitosan-Ca-alginate microparticles. International Journal of
Pharmaceutics, v. 342, p. 124-136, 2007.
MÜHLEN, A., SCHWARZ, C., MEHNERT, W. Solid lipid nanoparticles (SLN) for
controlled drug delivery – Drug release and release mechanism. European Journal of
Pharmaceutics and Biopharmaceutics, v. 45, p. 149-155, 1998.
MÜLLER, R.H., MÄDEN, K., GOHLA, S. Solid lipid nanoparticles (SLN) for controlled
drug delivery – A review of the state of the art. European Journal of Pharmaceutics
and Biopharmaceutics, v. 50, p. 161-177, 2000.
MUSSI, M.M. GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE GIRASSOL (Helianthus
annuus L.) SUBMETIDAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE CO
2
, PERÍODOS
DE EXPOSIÇÃO E EMBALAGENS. Dissertação de Mestrado em Agronomia, Setor de
Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005.
NANTHARAT, P., DASHEVSKY, A., BODMEIER, R. Improvement in the desintegration
of shellac-coated soft gelatin capsules in simulated intestinal fluid. Journal of
Controlled Release, v. 94, p. 313-321, 2004.
NEDOVIC, V., WILLAERT, R. Fundamentals of Cell Immobilisation Biotechnology,
editor Springer, 2004.
PAPADOKOSTAKI, K.G.; AMARANTOS, S.G.; PETROPOULOS,J.H. Kinectics of
release of particulate solutes incorporated in cellulosic polymer matrices as a
function af solute solubility and polymer swellability. Sparingly soluble solutes
Journal of Applied Polymer Science, New York, v.67, n.2, p.277-287, 1998.
PEPPAS, N.A. Hydrogels for biomedical applications, Advanced Drug delivery
reviews, v. 43, p. 3-12, 2002.
PERCOT, A., VITON, C., DOMARD, A. Optimization of chitin extraction from shrimp
shells, Biomacromolecules, v. 4, p. 12-18, 2003.
PHADNIS, R., NEMERE, I. Direct, rapid effects of 25-hydroxyvitamin D3 on isolated
intestinal cells. Journal Cellular Biochemistry, v. 90, p. 287-293, 2003.
PIERUCCI, A.P.T.R. MICROENCAPSULAMENTO DE VITAMINAS ANTIOXIDANTES
PARA FORTIFICAÇÃO DE UM SUPLEMENTO ENERGÉTICO PARA ATLETAS. Tese
(Doutorado em Ciências de Alimentos) – Instituto de Química, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.
PINHO, J. Desenvolvimento de comprimidos de cloridrato de metformina de
liberação convencional e modificada: influência dos excipientes sobre o perfil de
76
dissolução e avaliação termoanalítica. 1999. Tese (Doutorado em Fármaco e
Medicamentos) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo.
São Paulo, 1999.
POPPLEWELL, L.M., BLACK, J.M., NORRIS, L.M., PORZIO, M. Encapsulation system
for flavors and colors. Food Technology, v.49, p. 76-82, 1995.
POTHAKAMURY, U. R & BARBOSA-CÁNOVAS, G. V. Fundamental aspects of
controlled release in foods. Trends in Food Science Technology, v. 6, p. 397-406,
1995.
PREMAOR, M., FURLANETTO, T.W. Hipovitaminose D em Adultos: Entendendo Melhor
a Apresentação de Uma Velha Doença. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia
Metabólica, v. 50 , p. 25-37, 2006.
RAISZ, L.G. Screening for Osteoporosis. New England Journal of Medicine, v. 353, p.
164-71, 2005.
Ré, M.I. Microencapsulação: em busca de produtos ‘inteligentes’, Ciência Hoje, v. 27,
p. 24-29, 2000.
RÉ, M.I. Microencapsulation by spray drying. Em: Drying Technology, cap. 16,
p.1195-1236, 1998.
REINECCIUS, G.A., Risch, S.J. Controlled release techniques in food industry, in
Encapsulation and controlled release of food ingredients. Ed. Acs Symposium
series n 590. Journal of American Chemical Society, Washington, DC, 1995.
RIGUETO, A.M. Caracterização físico-química e estabilidade de suco de acerola
verde microencapsulado por atomização e liofilização. 2003 Dissertação - Unicamp
faculdade de engenharia de alimentos departamento de planejamento alimentar e
nutrição, 2003.
RINAUDO, M. Chitin and chitosan: Properties and applications. Progress in Polymer
Science, v. 31, p. 603-632, 2006.
RISCH, S. J. Encapsulation: overview of uses and techniques. Em: Encapsulation
and Controlled Release of Food Ingredients, Risch, S. J. & Reineccius, G. A, p. 2-7.
ACS Symposium Series 590, American Chemical Society: Washington, D. C., 1995.
RITTER, C.S., ARMBRECHT, H.J., SLATOPOLSKY, E., BROWN, A.J. 25-
Hydroxyvitamin D3 suppresses PTH synthesis and secretion by bovine parathyroid cells.
Kidney International, v. 70, p. 654-659, 2006.
ROGOVINA, L.Z. Approaches to multicomponent systems of biopolymers. Food
Hydrocolloids, v.12, p. 325-331, 1998.
ROSS, A.C. Vitamin A and retinoids. Em: Shils, M.E., Olson, J.A., et al. Modern
Nutrition in Health and Disease. Willians & Wilkins: Baltimore, 1999.
ROSSI, R. O. Girassol. Curitiba: Edt.Tecnoagro, p.333, 1998.
SANTOS, A.B., FERREIRA, V.P., GROSSO, C.R.F. Microesferas – Uma Alternativa
Viável. Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento, v. 16, p. 26-30, 2000.
77
SCHUBERT, M.A., MÜLLER-GOYMANN, C.C. Solvent injection as a new approach for
manufacturing lipid nanoparticles – Evaluation of the method and process parameters.
European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics, 55, p. 125-131, 2003.
SHAHIDI, F., HAN, X. Encapsulation of food ingredients. Critical Reviews in food
Science and Nutrition, v. 33, p. 501-547, 1993.
SHEARER, M.J., BACH, A., KOHLMEIER, M. Chemistry, nutritional sources, tissue
distribution and metabolism of vitamin K with special reference to bone health. Journal
of Nutrition,v. 126, p.1181S-1186S, 1996.
SHIRAISHI, S., IMAI, T., OTAGIRI, M. Controlled release of indomethacin by
chitosanpolyeletrrolyte complex: optimization and in vivo/in vitro evaluation, Journal of
Controlled Release, v. 25, p. 217-225, 1993.
SHU, X.Z., ZHU, K.J. A novel approach to prepare tripolyphosphate/chitosan complex
beads for controlled drug delivery. International Journal of Pharmaceutics, v. 201, p.
51-/58, 2000.
SHU, X.Z., ZHU, K.J. Chitosan/gelatin microspheres prepared by modified emulsification
and ionotropic gelation. Journal of Microencapsulation, v. 18, p. 237-245, 2001.
SHU, X.Z., ZHU, K.J. Controlled drug release properties of ionically cross-linked
chitosan beads: the influence of anion structure. International Journal of
Phamaceutics, v. 233, p. 217-225, 2002.
SIEPMANN, J., PEPPAS, N.A. Modeling of drug release from system based on
hydroxypropyl methylcellulose (HPMC). Advanced Drug Delivery Reviews, v. 48, p.
139-157, 2001.
SILVA, J.P.S., FERREIRA, J.P.M. Microencapsulação: Técnicas e Aplicações. Revista
Portuguesa de Farmácia, v. 48, p. 97-104, 1998.
SOMMER, A., TARWOTJO, I., KATZ, J. Increased risk of xerophthalmia following
diarrhea and respiratory disease. American Journal of Clinical Nutrition, v. 45, p. 977-
980, 1987.
SORLIER, P., VITON, C., DOMARD, A. Relation between solution properties and
degree of acetylation of chitosan: role of aging. Biomacromolecules, v. 3, p. 1336-
1342, 2002.
SUTTIE, J.W. Vitamin K and human nutritrion. Journal of the American Dietetic
Association, v.92, p.585-590, 1992.
TANAKA, T., MILON, A., RICKA, J., NAKATANI, Y., OURISSON, G. Precise
determination of the hydrodynamic radius of phospholipid vesicles near the phase
transition. Biochimica et Biophysica Acta, v. 777, p. 331-333, 1984.
TANG, E.S.K., HUANG, M., LIM, L.Y. Ultrasonication of chitosan nanoparticles.
International Journal of Pharmaceutics, v. 265, p. 103-114, 2003.
TENGAMNUAY, S.P., MITRA, A.K; Bile salt-fatty acid mixed micelles as nasal
absorption promoters of peptides. II. In vivo nasal absorption of insulin in rats and effects
of mixed micelles on the morphological integrity of the nasal mucosa. Pharmaceutical
Research, v. 7, p.370-375, 1997.
78
THIES, C. How to make microcapsules. Lecture and Laboratory Manual: St. Louis,
Missouri, Cap 2, p.28-31,1995.
THIES, C.A. Gelation. How to make microcapsules combined lecture and laboratory
manual. Em: Thies Technology, cap.8, Saint Louis. Missiouri, 1995.
TOLAIMATE, A., DESBRIÈRES, J., RHAZI, M., ALAGUI, A., VINCENDON, M.,
VOTTERO, P. On the influence of deacetylation process on the physicochemical
characteristics of chitosan from squid chitin. Polymer, v. 41, p. 2463-2469, 2000.
TONASCIA, J.A, Metaanalysis of published community trials: Impact of vitamin A on
mortality. Em: Bellagio Meeting on Vitmain A Deficiency and Childhood Mortality;
Proceedings, 1992, p. 3. Bellagio: Rockefeller Foundation.
TORRES, M.A. PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MICROESFERAS DE
QUITOSANA NATURAL E MODIFICADA QUIMICAMENTE E O SEU USO NA
ADSORÇÃO DAS PROTEÍNAS BSA E LISOZIMA. 2006, Tese de doutorado –
UNICAMP. v. 19, p. 21-28, 1996.
TRINDADE, M. A., GROSSO, C. R. The Stability of ascorbic acid microencapsulated in
granules of rice and in gum arabic. Journal of Microencapsulation, v. 17, p. 169-76,
2000.
VARUM, K.M., ANTOHONSEN, M.W., GRASDALEN, H., SMIDROD, O. Determination
of the degree of N-acetylation and the distribution of N-acetyl groups in partially N-
deacetylated chitins (chitosans) by high field NMR spectroscopy. Carbohydrate
Research, v. 211, p. 17-23 1991.
VASUDEV, S.C., CHANDY, T., SHARMA, C.P. Development of chitosan/polyethylene
vinyl acetate co-matrix: controlled release of aspirin_/heparin for preventing
cardiovascular thrombosis. Biomaterials, v. 18, p. 375-381, 1997.
VOIGT, R., BORNSCHEIN, M. Tratado de Tecnologia Farmacéutica. 3 ed. Zaragoza :
Editorial Acribia. p. 265-268. 1982.
WENDT, S.B.T. COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA DA CALENDULA E DO ÓLEO DE
GIRASSOL NA CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO DE FERIDAS EM
PEQUENOS ANIMAIS. Dissertação de Mestrado em Ciências Veterinárias, Setor de
Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005.
WILLAERT, R.G., BARON, G.V. Gel entrapment and micro-encapsulation: Methods,
applications and engineering principles. Reviews in Chemical Engineering, v.12, p.5-
205, 1996.
WILLET, W. Nutritional epidemiology. New York, Oxford University Press,1990.
WISSING, S.A., KAYSER, O., MÜLLER, R.H. Solid lipids nanoparticles for parenteral
drug delivery. Advanced Drug Delivery Reviews, v. 56, p. 1257-1272, 2004.
YAMAGUCHI I., ITOH S., SUZUKI M., Osaka A., Tanaka J. The chitosan prepared from
crab tendon: II. The chitosan/apatite composites and their application to nerve
regeneration. Biomaterials, v. 24, 19, p.3285-3292, 2003.
YOUNG, A.R., WALKER, S.L. UV radiation, vitamin D and human health: an unfolding
controversy. Photochemistry Photobiology, v. 81, p. 1243-1245, 2005.
79
ZELLER, B. L., SALEEB, F. Z., LUDESCHER, R. D. Trends in development of porous
carbohydrate food ingredients for use in flavor encapsulation. Trends in Food Science
& Technology, v. 9, p. 389-394, 1999.
11 – APÊNDICE
Tabela 7: Teor de umidade das microcápsulas de óleo de girassol
pH da
solução de
TPP
Concentração da
solução de TPP
Peso úmido
(g)
Peso
seco (g)
Teor de
umidade (%)
10,5 10%
BNB-44
2,792018643 0,9585 65,67
BNB-45
2,612269208 0,8772 66,42
BNB-46
1,160682755 0,3944 66,02
BNB-47
1,548258138 0,5422 64,98
BNB-48
2,871395617 0,9958 65,32
BNB-49
2,650073206 0,905 65,85
BNB-50
2,711245326 0,9427 65,23
BNB-51
1,771477176 0,6248 64,73
BNB-52
1,218618954 0,4359 64,23
10,5 5%
BNB-53
2,731670216 0,8979 67,13
BNB-54
2,554483541 0,9002 64,76
BNB-55
0,890233362 0,309 65,29
BNB-56
2,65760709 0,8996 66,15
BNB-57
2,53137146 0,9118 63,98
BNB-58
4,751278195 1,5798 66,75
BNB-59
2,722567288 0,9205 66,19
BNB-60
1,806918983 0,6111 66,18
8,6 10%
BNB-61
2,835962145 0,9889 65,13
BNB-62
1,393242476 0,4907 64,78
BNB-63
2,239764359 0,7604 66,05
BNB-64
2,631706578 0,8682 67,01
BNB-65
2,095474614 0,7594 63,76
BNB-66
2,442895283 0,8235 66,29
BNB-67
2,387254902 0,8279 65,32
8,6 5%
BNB-68
2,047972587 0,7172 64,98
BNB-69
2,283846601 0,7861 65,58
BNB-70
0,992415403 0,3402 65,72
BNB-71
2,142011834 0,724 66,2
80
BNB-72
2,094360385 0,7613 63,65
BNB-73
2,235259083 0,7506 66,42
BNB-74
0,804925833 0,2876 64,27
BNB-75
1,449096645 0,5053 65,13
BNB-76
1,319308357 0,4578 65,3
10,5 3%
BNB-77
0,577955454 0,2024 64,98
BNB-78
0,315641674 0,1124 64,39
BNB-79
0,703425481 0,2341 66,72
BNB-80
0,536371868 0,1777 66,87
BNB-81
0,861547411 0,2962 65,62
BNB-82
0,482319661 0,1705 64,65
BNB-83
0,550403226 0,1911 65,28
10,5 1%
BNB-84
0,058458813 0,0198 66,13
BNB-85
0,114706732 0,0397 65,39
BNB-86
0,065083553 0,0222 65,89
Média
/
65,49 ± 0,22
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo