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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA
AVALIAÇÃO DE EMISSÕES DE CO
2
NA CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO DE
CASO DA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO PARANÁ
THEODOZIO STACHERA JÚNIOR
Dissertação apresentada como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Tecnologia. Programa de Pós-
Graduação em Tecnologia, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.
Orientador: Prof. PhD Eloy Fassi
Casagrande Jr.
CURITIBA
2006
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THEODOZIO STACHERA JÚNIOR
AVALIAÇÃO DE EMISSÕES DE CO
2
NA CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO DE
CASO DA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO PARANÁ
Dissertação apresentada como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Tecnologia. Programa de Pós-
Graduação em Tecnologia, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.
Orientador: Prof. PhD Eloy Fassi
Casagrande Jr.
CURITIBA
2006
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Em memória de Dona Edith, minha
querida mãe.
iv
AGRADECIMENTOS
À Ymembui, minha querida esposa, pela grande paciência e compreensão.
Ao Prof. Eloy Fassi Casagrande Jr. pela valiosa orientação para a realização
desse trabalho.
Aos Professores Aguinaldo, Décio e Cerri pelas correções e sugestões para
conclusão dessa pesquisa.
Aos Professores do PPGTE/UTFPR pela dedicação.
À Companhia da Habitação do Paraná, em especial ao Sr. Aparecido Tassi
pelo apoio e incentivo.
Aos meus amigos, em especial ao Sérgio Graboswi pelos conselhos e pela
grande ajuda.
À Ana Carolina, pois tudo tem sua importância.
Aos meus familiares que sempre me incentivaram e acreditaram nas minhas
iniciativas.
A Deus, pois sem ele nada seria possível.
v
“...que importância tem se a
eletricidade dos letreiros em néon
devora os combustíveis fósseis
arrancados do coração da Terra para
irem, queimados, saturar a atmosfera
com gás carbônico, com compostos
sulfurados, com metano e óxido de
nitrogênio! Que importância tem se
as centrais nucleares acumulam em
seu centro resíduos radioativos que
não interessam às gerações futuras –
e isso se daqui até lá essas centrais
não explodirem...a dívida ecológica
será paga em dia, eis as chuvas
ácidas que matam as florestas, eis
que se cava o buraco na camada de
ozônio, eis que os gases de
combustão, num efeito estufa,
aquecem a atmosfera, alargando os
desertos, condenando Veneza e
Bangladesh” (LIPIETZ, 1991, p.80).
vi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................. xii
LISTA DE TABELAS............................................................................................ xiv
RESUMO.............................................................................................................. xviii
ABSTRACT.......................................................................................................... xix
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 20
1.1 O MEIO AMBIENTE NO CENÁRIO ATUAL........................................... 20
1.2 PROBLEMÁTICA DE PESQUISA......................................................... 23
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA................................................................. 24
1.4 OBJETIVO GERAL............................................................................... 25
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................. 25
1.6 JUSTIFICATIVA.................................................................................... 26
1.7 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO........................................................ 26
2 O PENSAMENTO SISTÊMICO X PENSAMENTO CARTESIANO. O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, A CRISE AMBIENTAL, O
AQUECIMENTO GLOBAL E O PROTOCOLO DE KIOTO......................... 28
2.1 O PENSAMENTO SISTÊMICO X O PENSAMENTO
CARTESIANO....................................................................................... 28
2.2 A EVOLUÇÃO DO HOMEM E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
NATURAIS .......................................................................................... 31
2.3 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL........................................... 34
2.3.1 O Desenvolvimento Econômico e o Meio Ambiente....................... 36
2.3.2 O Equilíbrio Ambiental e as Indústrias............................................ 38
vii
2.3.3 A Poluição do Ar........................................................................... 44
2.3.3.1 História da poluição do ar..................................................... 46
2.3.3.2 Os principais poluentes do ar............................................ 47
2.3.3.3 Efeitos da poluição............................................................... 49
2.3.3.4 Classificação física dos poluentes atmosféricos.................. 49
2.4 A MUDANÇA CLIMÁTICA COM O AQUECIMENTO GLOBAL E
O PROTOCOLO DE KIOTO............................................................... 50
2.4.1 Aquecimento Global..................................................................... 50
2.4.2 O Efeito Estufa............................................................................. 53
2.4.2.1 Os gases do efeito estufa........................................................ 56
2.4.2.1.1 Dióxido de Carbono - CO
2
.............................................. 58
2.4.3 Prováveis Conseqüências do Aumento da Temperatura.............. 62
2.4.4 O Protocolo de Kioto..................................................................... 63
2.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO............................................................ 67
3 TECNOLOGIAS APROPRIADAS, A PRODUÇÃO MAIS LIMPA E A
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E AS EMISSÕES DOS GASES
DO EFEITO ESTUFA ................................................................................. 69
3.1 TECNOLOGIAS APROPRIADAS ..................................................... 69
3.1.1 Tecnologias Apropriadas na Construção Civil............................. 72
3.2 A PRODUÇÃO MAIS LIMPA............................................................. 74
3.3 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E A PRODUÇÃO DE
SEUS PRINCIPAIS PRODUTOS - A EMISSÃO DE CO
2
NA
FABRICAÇÃO E NO TRANSPORTE ..................................................... 75
3.3.1 A Indústria da Construção Civil no Cenário Atual ........................ 75
3.3.2 Impactos Ambientais dos Materiais de Construção ..................... 77
3.3.2.1 Os produtos básicos mais utilizados na indústria da
construção civil ............................................................................. 78
3.3.3 Produção de Resíduos e a Emissão de Gases na Indústria da
Construção Civil ................................................................................. 80
viii
3.3.3.1 Cimento ...................................................................................... 82
3.3.3.1.1 Processo de fabricação do cimento.................................... 85
3.3.3.2 Cal............................................................................................... 88
3.3.3.2.1 Fabricação do cal................................................................ 90
3.3.3.3 Tijolos cerâmicos........................................................................ 91
3.3.3.3.1 Perfil da indústria de cerâmica vermelha............................. 91
3.3.3.3.2 O processo de produção..................................................... 92
3.3.3.3.3 As matérias primas mais utilizadas no processo produtivo 93
3.3.3.4 PVC ............................................................................................ 96
3.3.3.5 Agregados: areia e brita.............................................................. 98
3.3.3.6 O aço........................................................................................... 99
3.3.3.6.1 A produção do aço.............................................................. 100
3.3.3.6.2 A produção do aço e a indústria do carvão vegetal............ 100
3.3.3.6.3 O uso da lenha e o desmatamento .................................... 102
3.3.4 Emissão dos Gases do Efeito Estufa no Transporte................... 104
3.3.4.1 Metodologia para o cálculo de emissões de CO
2
no
transporte........................................................................................... 106
3.3.4.2 Adição de álcool ao diesel..................................................... 109
3.4 REFERÊNCIAS PESQUISADAS PARA CÁLCULO DE EMISSÕES
DE GASES DO EFEITO ESTUFA......................................................... 110
3.4.1 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculadas Segundo
Cybis e Santos (2000) .......................................................................... 111
3.4.2 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculados Segundo
Cruz et al (2003).................................................................................... 112
3.4.3 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculados Segundo
o IDD - Institut Wallon – VITO (2001).................................................... 112
3.4.4 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculados Segundo
Isaia e Gastaldini (2004)....................................................................... 114
3.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO............................................................ 115
ix
4 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................... 116
4.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA................................................... 116
4.2 MÉTODO DE PESQUISA .................................................................... 116
4.3 COLETA DE DADOS ............................................................................ 117
4.4 A ANÁLISE DA PESQUISA .................................................................. 118
5 ESTUDO DE CASO: O MODELO DE CONSTRUÇÃO PÚBLICA DE
INTERESSE SOCIAL MAIS DESENVOLVIDO NO ESTADO DO
PARANÁ E A EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA .................... 119
5.1 A COMPANHIA DE HABITAÇÃO DO PARANÁ.................................... 119
5.1.1 Missão da Companhia da Habitação do Paraná .......................... 119
5.1.2 Metas da Empresa......................................................................... 119
5.1.3 O Déficit Habitacional no Estado do Paraná.................................. 120
5.2 AS UNIDADES HABITACIONAIS CONSTRUÍDAS PELA
ESTATAL PARANAENSE...................................................................... 122
5.3 DISTÂNCIAS PERCORRIDAS PARA O TRANSPORTE DOS
PRINCIPAIS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NOS
EMPREENDIMENTOS POPULARES DESENVOLVIDOS PELA
COHAPAR NO ESTADO DO PARANÁ.............................................. 126
5.4 EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA NO MODELO
DE HABITAÇÃO PÚBLICA DE INTERESSE SOCIAL MAIS
CONSTRUÍDO NO ESTADO DO PARANÁ.......................................... 130
5.4.1 Emissões de Gases do Efeito Estufa no Processo de Produção de
Materiais de Construção Utilizados na Construção Pública de Casas de
Interesse Social no Estado do Paraná................................................. 130
5.4.2 Emissões de CO
2
Devido ao Transporte Rodoviário de
Materiais de Construção para Execução Pública das Casas no
Interior do Estado do Paraná............................................................... 135
5.5 ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RESULTADOS.......... 137
5.5.1 Relação entre os Materiais mais Utilizados na Execução
Pública de Casas com Interesse Social e a Emissão de CO
2
.............. 139
x
5.5.2 Cálculo da Quantidade Total de CO
2
que está sendo
Emitido e que Poderá ser Emitido na Construção Pública
da Habitação de Interesse Social no Estado do Paraná.................. 140
6 RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES ................................................... 143
6.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO.................................................................. 146
6.2 PESQUISAS FUTURAS....................................................................... 147
REFERÊNCIAS................................................................................................ 148
ANEXOS........................................................................................................... 165
A PRODUÇÃO HISTÓRICA DE HABITAÇÕES DA COHAPAR.............. 165
B RELAÇÃO DE MATERIAIS DA CASA PADRÃO 40 – CASA MAIS
UTILIZADA NAS CONSTRUÇÕES DA COHAPAR.............................. 166
C RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS COM CASAS EM OBRAS E O
NÚMERO DE UNIDADES EM CONSTRUÇÃO EM 08/08/2005........... 169
xi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - HISTÓRIA DA POLUIÇÃO DO AR ................................................. 47
FIGURA 2 – PRODUÇÃO INDUSTRIAL GLOBAL DE CO
2
................................ 55
FIGURA 3 – GRÁFICO DA CONTRIBUIÇÃO DOS GASES DO EFEITO
ESTUFA PARA O AQUECIMENTO GLOBAL.............................................. 59
FIGURA 4 - EMISSÕES GLOBAIS DE CO
2
RESULTANTE DAS ATIVIDADES
HUMANAS (bilhão de toneladas de carbono por ano)................................. 61
FIGURA 5 - GRÁFICO DO PRINCIPAIS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NO
QUE SE REFERE AS EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA......... 79
FIGURA 6 – ESQUEMA DE PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS MATERIAIS
DE CONSTRUÇÃO...................................................................................... 81
FIGURA 7 – ESQUEMA REPRESENTANDO O PROCESSO DE
FABRICAÇÃO DO CIMENTO ..................................................................... 87
FIGURA 8 – PROCESSO PRODUTIVO BÁSICO DE PRODUTOS DE
CERÂMICA VERMELHA ............................................................................. 92
FIGURA 9 – EXTRAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA (ARGILA) NA REGIÃO DE
CURITIBA.................................................................................................... 93
FIGURA 10 – RECEBIMENTO DE MADEIRAS PARA QUEIMA EM UMA
OLARIA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA............................ 94
FIGURA 11 – ESQUEMA DE EMISSÕES DE CO
2
NO PROCESSO DE
PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA........................ 95
FIGURA 12 – GRÁFICO DO CONSUMO X PLANTIO DE ÁRVORES PARA
MADEIRA .................................................................................................... 102
FIGURA 13 – FOTOS DO TRANSPORTE DE BARRAS DE AÇO.................... 109
FIGURA 14 - EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
POR ÁREA CONSTRUÍDA........... 113
FIGURA 15 - ESCRITÓRIOS REGIONAIS DA COMPANHIA DA
HABITAÇÃO DO PARANÁ ......................................................................... 122
xii
FIGURA 16 – PROJETO ARQUITETÔNICO DA CASA PADRÃO 40M² .......... 124
FIGURA 17 – FOTOS DAS ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DA CASA DE
40 M² ........................................................................................................... 126
FIGURA 18 - MAPA DO PARANÁ COM ESQUEMA DE TRANSPORTE DE
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ................................................................ 129
FIGURA 19 - EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
POR CASA (MATERIAIS +
TRANSPORTE) .......................................................................................... 138
xiii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – CARTESIANO X SUSTENTÁVEL ................................................ 30
TABELA 2 – PROBLEMAS AMBIENTAIS E SUAS PRINCIPAIS CAUSAS...... 33
TABELA 3 – PRINCÍPIOS QUE REGEM AS ATUAIS CONDUTAS NA
SOCIEDADE DE CONSUMO...................................................................... 38
TABELA 4 – PARADIGMAS NAS RELAÇÕES ENTRE EMPRESAS E O
MEIO-AMBIENTE........................................................................................ 41
TABELA 5 – ATIVIDADES E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS......................... 43
TABELA 6 – CONCENTRAÇÃO DE CO
2
E A TEMPERATURA DA TERRA
SEGUNDO ALGUNS PESQUISADORES.................................................... 56
TABELA 7 – CONCENTRAÇÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA NA
ATMOSFERA................................................................................................ 57
TABELA 8 – VARIAÇÃO NAS CONCENTRAÇÕES DOS GASES DO EFEITO
ESTUFA NA ATMOSFERA........................................................................... 58
TABELA 9 – EMISSÕES NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS POR SETOR ........ 60
TABELA10 – INDICADORES DE EMISSÕES DE CO
2
NOS PAÍSES
DESENVOLVIDOS E EM DESENVOLVIMENTO........................................ 62
TABELA 11 - COMPARAÇÃO ENTRE TECNOLOGIA APROPRIADA E
TECNOLOGIA DE GRANDE ESCALA.......................................................... 71
TABELA 12 – TÉCNICAS TRADICIONAIS X TECNOLOGIAS MODERNAS X
TECNOLOGIAS APROPRIADAS ................................................................. 73
TABELA13 - EMISSÕES DE CO
2
NA INDÚSTRIA DO REINO UNIDO EM
1998.............................................................................................................. 80
TABELA14 – EMISSÕES DE GASES NA INDÚSTRIA DE CIMENTO DA
TURQUIA .................................................................................................... 83
xiv
TABELA 15 – EMISSÕES DE CO
2
NA PRODUÇÃO DE CIMENTO.................. 84
TABELA 16 – PRODUÇÃO DE CIMENTO NO BRASIL (1990 A 1994).............. 84
TABELA 17 – PRODUÇÃO DE CAL NO BRASIL (1990 – 1994)....................... 89
TABELA 18 – EMISSÕES DE CO
2
NA PRODUÇÃO DE CAL BRASILEIRA.... 89
TABELA 19 – EMISSÕES DE CO
2
DA PRODUÇÃO DE CAL CALCÍTICA,
MAGNESIANA E DOLOMÍTICA.................................................................. 90
TABELA 20 – EMISSÕES DE CO
2
POR DESTINAÇÃO DE TRANSPORTE
DE 1990 A 1998 NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.................................. 107
TABELA 21 - PROJEÇÃO DE EMISSÕES DE CO
2
REFERENTE AOS
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS (Gg/ano)............................................................ 108
TABELA 22 – EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA POR METRO
QUADRADO DE ALVENARIA SEGUNDO CYBIS E SANTOS (2000)......... 111
TABELA 23 – ESTIMATIVA DE EMISSÕES DE CO
2
POR METRO
QUADRADO DE CONSTRUÇÃO SEGUNDO CRUZ ET AL (2003)............ 112
TABELA 24 – VALORES REFERENCIAIS DE EMISSÕES DE CO
2
POR
PRODUTO NA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA BÉLGICA......... 113
TABELA 25 – VALORES REFERENCIAIS DE EMISSÕES DE CO
2
POR
PRODUTO NA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL SEGUNDO ISAIA
E GASTALDINI (2004).................................................................................. 114
TABELA 26 - NÚMERO DE FAMÍLIAS SEM HABITAÇÃO NO ESTADO DO
PARANÁ POR FAIXA DE RENDA MÉDIA.................................................... 120
TABELA 27 – QUANTIDADES TOTAIS DE EMPREENDIMENTOS E
UNIDADES EM OBRAS DA COHAPAR........................................................ 121
TABELA 28 – DADOS SOBRE A CASA PADRÃO UTILIZADA PELA
COHAPAR NO ESTADO DO PARANÁ....................................................... 123
TABELA 29 – QUANTIDADE DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO DA CASA PADRÃO 40.. .................................................... 123
TABELA 30 – FASES E ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DE UM
EMPREENDIMENTO HABITACIONAL.......................................................... 125
xv
TABELA 31 – DISTÂNCIAS MÉDIAS PERCORRIDAS PARA O
TRANSPORTE DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO (INDÚSTRIA/
CURITIBA ATÉ O LOCAL DA OBRA DA COHAPAR)................................. 128
TABELA 32 – QUANTIDADE DE EMISSÕES DEVIDO AO
PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO CALCÁRIO EM CAL
UTILIZADO NA EXECUÇÃO PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE
SOCIAL NO ESTADO DO PARANÁ.............................................................. 130
TABELA 33 - QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS NA FABRICAÇÃO E EXTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO
PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO
VALORES DE REFERENCIA DE CYBIS E SANTOS (2000) ....................... 131
TABELA 34 – QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS NA FABRICAÇÃO E EXTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO
PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO
VALORES DE REFERENCIA DE CRUZ ET AL (2003) ............................... 132
TABELA 35 – QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS NA FABRICAÇÃO E EXTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO
PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO VALORES
DE REFERÊNCIA DE IDD – INSTITUT WALON - VITO (2001) ............... 133
TABELA 36 – QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS NA FABRICAÇÃO E EXTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO
PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO
VALORES DE REFERÊNCIA DE ISAIA E GASTALDINI (2004).................. 133
TABELA 37 – EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
POR CASA (SEGUNDO OS
VALORES REFERENCIAIS DOS AUTORES PESQUISADOS)................... 134
xvi
TABELA 38 – QUANTIDADES UNITÁRIAS E TOTAIS DE EMISSÕES
DE CO
2
REFERENTES AO TRANSPORTE DE MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO DE CASAS PADRÃO
DA COHAPAR, SEGUNDO VALORES DE REFERÊNCIA DE CYBIS
E SANTOS (2000), IDD - INSTITUT WALLON VITO (2001) E IPCC........... 135
TABELA 39 – EMISSÕES POR PRODUTO (PADRÃO COMERCIAL DE
COMPRA) .................................................................................................... 139
TABELA 40 – EMISSÕES TOTAIS APROXIMADAS DE CO
2
NA EXECUÇÃO
PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE SOCIAL EM CONSTRUÇÃO NO
ESTADO DO PARANÁ ................................................................................. 140
TABELA 41 – PROVÁVEIS EMISSÕES TOTAIS APROXIMADAS DE CO
2
NAS CASAS DE INTERESSE SOCIAL NECESSÁRIAS PARA ZERAR
DO DÉFICIT HABITACIONAL NO ESTADO DO PARANÁ........................... 141
TABELA 42 - EMISSÕES DE CO2 POR SETOR (Gg/ano).................................. 142
xvii
RESUMO
A indústria da construção civil é uma das mais importantes do cenário brasileiro, não
só pela grande quantidade de recursos financeiros que movimenta e geração de
empregos, mas pelo enorme volume de recursos naturais e energéticos que utiliza.
Discutem-se atualmente, em nível mundial, ações em prol do desenvolvimento
sustentável, como o Protocolo de Kioto que pretende reduzir os níveis de emissões
dos gases causadores do efeito estufa. O setor da construção civil, com raras
exceções, está “a margem” desse processo de redução dos gases que provocam o
aquecimento global. Nesta pesquisa se analisa como a construção de habitações de
interesse social desenvolvida no Estado do Paraná, tão importante e necessária
diante do grande número de famílias sem casa, tem contribuído para a emissão de
gases do efeito estufa, seja na utilização de materiais com altos índices de emissões
no seu processo de produção, seja no sistema de logística que utiliza o transporte
rodoviário com grandes distâncias percorridas para distribuição dos materiais nas
obras. Através da revisão da literatura dos sistemas de produção dos principais
materiais de construção utilizados no modelo padrão de habitação popular mais
utilizado no Estado, foi possível quantificar o CO
2
, principal gás causador do efeito
estufa e lançado na atmosfera pelo setor. Por fim, concluí-se que há necessidade de
uma mudança gradativa no modelo construtivo e de distribuição de materiais através
de ações sistêmicas visando a redução do impacto ambiental desse importante
setor.
Palavras-chaves: Materiais de Construção; Transporte; Efeito Estufa; CO
2
;
Habitação de Interesse Social.
Áreas de conhecimento: Edificações, Multidisciplinar, Desenvolvimento e Meio
Ambiente.
xviii
ABSTRACT
The civil construction industry is one of the more important in the Brazilian scenery,
not only by the big quantity of financial resources that move and generation jobs, but
by the great energy volume and natural resources that utilize. Actually it’s discuss, in
global level, actions for the sustainable development as The Kioto Protocol that
aspire to reduce the emissions levels of the greenhouse gases. The civil construction
sector, with rare exceptions in The Brazil, is in “the margin” of process to reduction
the gases emission that provoke the global warm. In this researches is analyzed how
the social construction developed in The Paraná State, so important and necessary
faced with the great number of families without home, has contributed to the
greenhouse gases emission, using building materials with high indices of emissions
in its production process and in the material transportation system that use the road
transport to do the houses in different places in The Paraná State. Through
bibliographical revision of the main building material process systems utilized in a
popular project model more use in that State, was possible quantify the CO
2
, main
greenhouse gas that provoke the global warm. Finally concluded that is necessary a
gradual change in the construction and logistic model through systematic action look
for the reduction of the environmental impact of that important sector.
Key words: Building Material; Transportation; Global Warm; CO
2;
Social
Construction
Knowledge Areas: Construction, Multidisciplinary, Development and Environment
xix
20
1 INTRODUÇÃO
1.1 O MEIO AMBIENTE NO CENÁRIO ATUAL
O crescimento econômico a qualquer custo, voltado para o desenvolvimento
imediato, têm comprometido o meio ambiente e as vidas futuras. A exploração não
racional dos recursos naturais reduziram suas reservas de uma forma nunca antes
vista na história. Conseqüentemente a essa demanda por matérias-primas, maior
produtividade e bens materiais por parte do mundo industrializado, tem provocado
sérios impactos sobre o meio ambiente: desastres ambientais, uma série de
acidentes graves, derrames de quantidades consideráveis de petróleo no mar,
extinção de espécies animais e vegetais além dos problemas globais como o efeito
estufa e a destruição da camada de ozônio.
Quando o planeta foi visto do espaço pela primeira vez, observou-se que a
Terra é dominada, não pela ação e pela obra do homem, mas por um conjunto
ordenado de nuvens, oceanos, vegetação e solos. O fato da humanidade ser
incapaz de agir conforme essa ordenação natural, está alterando fundamentalmente
o planeta Terra. Muitas dessas alterações acarretam ameaças à vida e esta
realidade nova, da qual não há como fugir, tem de ser reconhecida e enfrentada.
Em um passado próximo as atividades humanas e seus efeitos estavam
nitidamente confinados em nações, setores (energia, agricultura, comércio) e amplas
áreas de interesse (ambiental, econômico, social). Esses compartimentos
começaram a se diluir. Isto se aplica em particular às várias “crises” globais que
preocuparam a todos, sobretudo nos últimos 10 anos. A Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento - CMMAD (1988) afirma que não são crises
isoladas: crise ambiental, crise do desenvolvimento, crise energética são uma só.
O meio ambiente sempre foi considerado um recurso abundante e
classificado na categoria de bens livres, ou seja, daqueles bens para os quais não
há necessidade de trabalho para sua obtenção. Isto dificultou a possibilidade de
estabelecimento de critérios em sua utilização e tornou disseminada a poluição
ambiental, passando a afetar a totalidade da população, através de uma apropriação
socialmente indevida do ar, da água e do solo. (DONAIRE, 1999, p.39).
21
Como conseqüência da poluição vê-se o aquecimento global causado pela
grande quantidade de emissões de gases lançados na atmosfera, que tem
preocupado muitos países e que gera, também, muita discussão quanto à sua real
existência. A comunidade internacional assinou em 1997 o Protocolo de Kioto
1
(exceto os Estados Unidos), que tem como intenção diminuir a emissão dos gases
lançados na atmosfera. Esse acordo propõe a redução gradativa das emissões de
gases, principalmente o dióxido de carbono - CO
2
. No entanto, há dúvidas quanto a
sua eficácia, para que haja uma redução significativa a ponto de reverter a atual
situação.
As indústrias, as queimadas, a utilização de combustíveis fósseis nos
sistemas de transporte e na geração de energia, são os grandes emissores de gases
causadores do efeito estufa que provocam o aquecimento global. Lacasta (2005)
afirma que somente o transporte aumentará as emissões dos gases causadores do
efeito estufa em 140% no período entre os anos de 1990 a 2010 nos países da
União Européia. Já no ano de 1988 a CMMAD alertava que a queima de
combustíveis fósseis espalharia CO
2
na atmosfera, o que provocaria um gradual
aquecimento do planeta. Ainda o aquecimento global deve diminuir
significativamente a oferta de alimentos em muitos países e aumentar o número de
famintos no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação - FAO (2005). A FAO afirma ainda que o aquecimento global aumentará
a proporção das terras considerada áridas ou semi-áridas nos países
subdesenvolvidos. Acredita-se que o aumento da temperatura global contribuiu para
a ocorrência de mais de 600 inundações mundiais nos últimos dois anos e meio, que
mataram cerca de 19 mil pessoas e provocaram prejuízos de US$ 25 bilhões - sem
contar o tsunami de dezembro/2004 na Ásia, que matou mais de 180 mil pessoas.
A organização não governamental Fundo Mundial para a Natureza - WWF
(2005), alertou que os cinco principais países emergentes - Brasil, China, Índia,
México e África do Sul - também "aumentarão a emissão de gases de efeito estufa à
medida que suas economias crescerem". O WWF (2005) afirma ainda que as
emissões de CO
2
aumentaram 8,4% desde 1990 nos países industrializados e as
mudanças climáticas e fatores meteorológicos ocorridos na Europa, como a
1
O Protocolo de Kioto será explicado no item 2.4.4
22
abundância de desastres dos últimos anos no continente, colaboram para as
previsões científicas mais pessimistas sobre as conseqüências do aquecimento
global.
Emanuel (2005) afirma que o aquecimento global também aumenta a
quantidade de furacões. Pela primeira vez as maiores tempestades registradas no
Atlântico e no Pacífico, desde 1970, aumentaram sua duração e intensidade em
cerca de 50%. Para Emanuel (2005) este dado está diretamente ligado ao aumento
das temperaturas médias da superfície do oceano e também corresponde ao
aumento da temperatura atmosférica no mesmo período.
Este cenário que se observa hoje não é recente, já no ano de 1992 se
discutia os problemas ambientais na ECO92, Conferência realizada na Cidade do
Rio de Janeiro. Nessa Conferência foram discutidas ações para minimizar os
problemas ambientais que estavam ocorrendo e comprometendo as vidas futuras.
Como um dos principais resultados dessa Conferência, foi divulgado a Carta do Rio
ou Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (apud VALLE,
2002, p. 157) que, em seu princípio número um está escrito:
Os seres humanos são o ponto focal dos esforços pelo desenvolvimento sustentável. Têm
direito a uma vida saudável e produtiva e em harmonia com a natureza.
Até que ponto se estamos deixando um mundo saudável para as futuras
gerações diante dos desastres ambientais que são vistos quase todos os dias?
No Princípio Oito está escrito:
Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para
todos os indivíduos, os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção
e consumo e promover políticas demográficas adequadas.
Até que ponto são eliminados sistemas industriais ou modelos tradicionais
que causam malefícios à vida atual e futura?
23
1.2 PROBLEMÁTICA DE PESQUISA
A ameaça à sobrevivência humana e a procura de uma melhor imagem para a
sociedade fez com que alguns setores se mobilizassem procurando alternativas.
Destacam-se algumas organizações como a Empresa Natura (MAIA e VIEIRA,
2004) do setor de cosméticos, que analisa e se preocupa com as questões
ambientais e sustentáveis, mas, em outros setores muito importantes da economia
como o da construção civil, pouco se faz ou a responsabilidade é transmitida para os
Governos, seja no desenvolvimento de novos produtos ambientalmente mais
corretos, seja no processo produtivo, seja na utilização do produto ou no seu
aproveitamento pós-vida-útil. (MAIA e VIEIRA, 2004).
A indústria da construção civil, também chamada de construbusiness, tem
grande parcela de contribuição na situação atual, apontada como um dos setores da
economia que maior impacto gera sobre o ambiente natural. (GRIGOLETTI e
SATTLER, 2003). Ela consome algo em torno de 50% dos recursos naturais
disponíveis no planeta, segundo John (2000), ou até 75%, segundo Agopyan et al
(2005) e é responsável por grande parte dos resíduos, consumo de energia e
emissões atmosféricas produzidas.
Somente o setor de produção de cimento que integra a indústria da
construção civil é responsável por 2% de todas as emissões de CO
2.
(SOARES,
1998). Já Toledo Filho e Rego (2002) afirmam que 7% das emissões de CO
2
são
provenientes das indústrias cimenteiras. O concreto como exemplo, já é o material
mais utilizado nas obras civis, é o segundo material mais consumido pela
humanidade após a água. (ISAIA e GASTALDINI, 2004). Nas cidades européias,
segundo estudos de Presco (1999, apud BARBOSA et al, 2003), as emissões de
CO
2
da indústria da construção correspondem, aproximadamente, a 30% do total
das emissões.
Nesse contexto observa-se alguma mobilização para tentar reduzir, ou pelo
menos minimizar este grande problema; mas, aliado a esta mobilização, as questões
econômicas ditam as mudanças e ou interesses. A construção civil no modelo atual,
além de consumir uma enorme quantidade de recursos naturais não renováveis,
24
produz resíduos e desperdiça grande parte desses recursos no seu processo de
produção. Estima-se que os resíduos de construção e demolição representam mais
de 50% da massa dos resíduos sólidos urbanos. (JOHN, 2000). A grande
quantidade de materiais desperdiçados na obra também causa poluição além da
necessidade de grandes áreas para depósitos desses materiais. As emissões
atmosféricas causadas pela fabricação e transporte desses materiais também é um
grande agente de poluição para nosso habitat.
No Brasil, Grigoletti e Sattler (2003) afirmaram que existem poucos estudos
que avaliam os impactos ambientais relacionados à produção e transporte de
materiais de construção. No que se refere às emissões provenientes da
operação/funcionamento das edificações, há menos estudos ainda. Como exemplo,
no Japão, as emissões de CO
2
na operação/funcionamento das edificações são três
vezes maior do que as emissões provenientes das construções. (SHUZO et al,
2005).
Neste contexto, esta pesquisa faz uma análise do paradoxo entre a grande
quantidade de emissões de gases causadores do efeito estufa emitidos na produção
e no transporte dos principais materiais de construção utilizados na construção
pública de habitação pública de interesse social, desenvolvida no Estado do Paraná,
e a necessidade de mais habitações, principalmente para as famílias mais carentes.
A motivação para este estudo está no fato de que no Brasil estima-se um déficit
habitacional em torno de 5,3 a 13 milhões, sem considerar as moradias
inadequadas. (IPEA
2
, 1996 e Rede de Mobilização pela Moradia, 2000). Segundo a
Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR, em números absolutos em 2005
este déficit era mais de 167.000 moradias no Estado do Paraná.
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA
A indústria da construção civil é de grande importância para o Brasil diante da
necessidade da construção de habitações e infra-estrutura, contudo, até que ponto a
indústria da construção civil, no setor de produção e transporte de materiais de
2
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
25
construção, está emitindo gases causadores do efeito estufa na construção pública
da habitação de interesse social no Estado do Paraná?
Havendo a emissão de gases do efeito estufa na construção pública de
habitação de interesse social no Estado do Paraná, quais as quantidades desses
gases lançados na atmosfera?
É possível aumentar a oferta de habitação de interesse social sem aumentar
as emissões de CO
2
na mesma proporção?
1.4 OBJETIVO GERAL
Avaliar o principal modelo de habitação de interesse social desenvolvido no
Estado do Paraná pela COHAPAR, no que se refere a emissões dos gases que
contribuem para o efeito estufa relacionados com os materiais de construção
utilizados e no transporte desses materiais até as obras.
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Apresentar índices de emissões de gases seja:
- na fabricação dos principais materiais de construção;
- no sistema de distribuição desses materiais para execução dos
empreendimentos da COHAPAR.
2) Criar um modelo matemático que possa auxiliar a quantificar a emissão de
CO
2
na construção pública de habitação de interesse social.
3) Discutir estratégias para construção de habitação, principalmente para
famílias mais carentes no Estado do Paraná, contudo sem poluir o meio
ambiente num modelo de habitação mais ecologicamente adequada e com
uma produção mais limpa.
26
1.6 JUSTIFICATIVA
No Brasil convive-se com grandes problemas e desigualdades sociais e a
construção de casas com fins sociais firma-se como uma ação e possibilidade de
inclusão social às famílias mais carentes.
A construção civil é importante, não só pela possibilidade de propiciar
cidadania às famílias mais carentes, mas para propiciar ainda, a criação de
empregos a trabalhadores, em grande parte, sem formação.
A indústria da construção civil é uma das indústrias que mais utilizam
materiais não-renováveis e energia nos seus processos de produção. No modelo
construtivo mais utilizado e tradicional, a grande maioria dos materiais de construção
são transportados via transporte rodoviário.
Vive-se em um período de transformações climáticas e iniciativas para a
redução das emissões de gases, principalmente o CO
2
, que contribui sensivelmente
para o aquecimento global e a indústria da construção civil deve apresentar sua
contribuição para essas ações.
A necessidade da construção de habitações, principalmente para as famílias
mais carentes, a necessidade de materiais de construção e sistemas de transportes
para esses materiais e a emissão dos gases causadores do efeito estufa, torna
necessária uma reflexão desse paradigma sobre as reais necessidades e
possibilidades de uma intervenção imediata.
1.7 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta pesquisa apresenta conceitos da literatura e faz um estudo de caso
sobre o principal modelo público de habitação de interesse social desenvolvido no
Estado do Paraná. Foram feitas revisões na literatura, pesquisas e entrevistas com
técnicos da Companhia de Habitação do Paraná. Foram desenvolvidos estudos
envolvendo a produção e o transporte de cimento, cal, tijolos, aço, PVC, areia e
27
brita, calculando as emissões de gases causadas através do principal modelo
público de habitação de interesse social desenvolvido no Estado do Paraná.
A pesquisa está subdividida em 6 capítulos que apresentam o tema da
seguinte forma:
No Capítulo 1 são apresentados a introdução dessa pesquisa, bem como o
problema de pesquisa, objetivos, justificativa e estrutura da pesquisa.
Os Capítulos 2 e 3 são destinados às revisões da literatura objetivando
apresentar conceitos da literatura:
- No Capítulo 2 sobre o pensamento sistêmico, a utilização de recursos
naturais, o desenvolvimento sustentável, sobre as mudanças climáticas ocasionadas
pela grande quantidade de emissões atmosféricas e ações como o Protocolo de
Kioto, que pretende obrigar a redução da quantidade de gases lançados na
atmosfera.
- No Capítulo 3 sobre tecnologia e técnica e suas relações com alguns
conceitos de Tecnologias Apropriadas, inclusive para a construção civil. Conceitos
de Produção Mais Limpa. A indústria da construção civil e o modelo de produção dos
principais materiais de construção utilizados na construção tradicional e a geração
de resíduos gasosos.
No Capítulo 4 é apresentada a metodologia de pesquisa.
O Capítulo 5 é destinado ao estudo de caso sobre o principal modelo de
construção pública de habitação de interesse social desenvolvido pela COHAPAR
no Estado do Paraná e as emissão dos Gases do Efeito Estufa - GEE. Neste
capítulo é feita também uma análise desse modelo.
No Capítulo 6 são apresentadas as recomendações, conclusões, limitações
dessa pesquisa e pesquisas futuras.
28
2 PENSAMENTO SISTÊMICO X PENSAMENTO CARTESIANO. O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, A CRISE AMBIENTAL, O
AQUECIMENTO GLOBAL E O PROTOCOLO DE KIOTO
Quanto mais estudamos os principais problemas de
nossa época, mais somos levados a perceber que
eles não podem se entendidos isoladamente.
(CAPRA, 1996, p.23).
2.1 O PENSAMENTO SISTÊMICO X O PENSAMENTO CARTESIANO
A racionalidade instrumental tem se consolidado como premissa em favor do
cálculo racional e do "utilitarismo", a partir dos séculos XVII e XVIII. Faz parte da
cultura moderna, do culto à razão acima de todas as coisas e tudo leva aos
processos e padrões. O mecanicismo e a simplificação das coisas leva a uma
análise errônea do todo e de suas inter-relações; a vida não pode ser isolada e
entendida como um fato isolado e divisível.
Rene Descartes em seu Discurso do Método apregoava o pensamento
cartesiano e reducionista, que consiste em quatro regras. (SILVA, 1993, p. 31):
a) Clareza e distinção: só devo acolher como verdadeiro o que se apresenta
ao meu espírito de forma tão clara e distinta que eu não tenha como
duvidar.
b) Análise: em presença de dificuldades no conhecimento, devo dividi-las em
tantas parcelas quantas forem necessárias para chegar às partes claras e
distintas e, assim, solucionar o problema.
c) Ordem: devo conduzir meus pensamentos por ordem, começando pelos
mais simples e prosseguindo na direção dos mais complexos ou
compostos. Devo estabelecer uma ordem entre as idéias quando elas não
se apresentam naturalmente ordenadas.
d) Enumeração: proceder a revisões e enumerações completas, para ter a
certeza de que todos os elementos foram considerados.
29
Das características que o Método de Descartes impõe ao conhecimento
verdadeiro decorre, como conseqüência, que tudo aquilo que a razão não reconhece
como portador de tais características deve ser colocado em dúvida. Aquele que
busca a verdade na evidência, só pode aceitar o que aparece como claro e distinto,
usando única e exclusivamente a razão para determinar, dessa forma, o
conhecimento. (SILVA, 1993).
Quando se muda a forma de pensar do pensamento mecanicista para o
pensamento sistêmico, a relação entre as partes e o todo é invertida. A ciência
cartesiana de Descartes acreditava que em qualquer sistema complexo o
comportamento do todo podia ser analisado em termos das propriedades de suas
partes. A ciência sistêmica mostra que os sistemas vivos não podem ser
compreendidos por meio da análise. As propriedades das partes não são
propriedades intrínsecas, mas só podem ser entendidas dentro do todo maior. Pode-
se dizer que o pensamento sistêmico é pensamento ambientalista. (CAPRA, 1996).
O antigo paradigma que dominou a cultura por várias centenas de anos
consiste em várias idéias e valores entrincheirados, entre os quais, a visão do
universo como um sistema mecânico composto de blocos de construção elementar,
a visão do corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade como
uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado, a ser
obtido por intermédio de crescimento econômico e tecnológico.
O novo paradigma pode ser chamado de uma visão de mundo holística, que
concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes
dissociadas. (SEQUINEL, 2002). Capra (1996) afirma que também pode ser
denominado visão ecológica e reconhece a interdependência fundamental de todos
os fenômenos, e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedade, estão todos
encaixados nos processos cíclicos da natureza.
Segundo o entendimento do pensamento sistêmico, um sistema não pode ser
caracterizado apenas pelas partes que o compõem, mas, principalmente, pelas inter-
relações entre elas. A dinâmica de sistemas procura, justamente, elucidar as
características gerais dos sistemas, partindo dos padrões de comportamento entre
as partes, e das estruturas determinantes destes padrões, tomando por base a teoria
de feedback e dos servomecanismos. (SENGE, 1990). “A mudança de paradigmas
30
requer uma expansão não apenas de nossas percepções e maneiras de pensar,
mas também de nossos valores”. (CAPRA, 1996, p. 27).
Almeida (2002) propõem a idéia de integração e interação, uma nova maneira
de olhar e transformar o mundo, baseada no diálogo entre saberes e conhecimentos
diversos. No mundo sustentável, uma atividade não pode ser pensada ou praticada
em separado, porque tudo está inter-relacionado, em permanente diálogo.
Na TABELA 1, Almeida (2002) apresenta algumas considerações sobre
diferença entre o velho e os novos paradigmas.
TABELA 1 – CARTESIANO X SUSTENTÁVEL
CARTESIANO SUSTENTÁVEL
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo.
Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados
Preceitos éticos desconectados das práticas
cotidianas
Ética integrada ao cotidiano
Separação entre o objetivo e o subjetivo Interação entre o objetivo e o subjetivo
Seres humanos e ecossistemas separados, em
uma relação de dominação
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas,
em uma relação de sinergia
Conhecimento compartimentado e empírico Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo.
Relação linear de causa e efeito Relação não linear de causa e efeito
Natureza entendida como descontínua, o todo
formado pela soma das partes
Natureza entendida como um conjunto de
sistemas inter-relacionados; o todo maior que a
soma das partes
Bem-estar avaliado por relação de poder
(dinheiro, influência, recursos)
Bem-estar avaliado pela qualidade das inter-
relações entre os sistemas ambientais e sociais
Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida)
Análise Síntese
Centralização do poder Descentralização do poder
Especialização Transdisciplinaridade
Ênfase na competição Ênfase na cooperação
Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela sustentabilidade
Fonte: Almeida (2002).
Na TABELA 1, Almeida (2002) apresenta contrapontos entre o pensamento
cartesiano e o sustentável. Torna-se necessário afirmar que um não é melhor ou
31
superior ao outro. Os problemas podem ser analisados por ambos sistemas e a
solução pode se ampla e complexa, porém, adequada.
Para Senge (1990) o pensamento sistêmico é uma técnica prática para a
compreensão de questões complexas, para a ação e aprendizado, que vem
preencher esta lacuna. No entanto, o autor adverte que o pensamento sistêmico
precisa ser considerado em três diferentes aspectos: a prática, os princípios e a
essência.
Todos estes aspectos devem ser considerados simultaneamente, além de um
conjunto de atividades e ferramentas, são também um conjunto de princípios
teóricos que ajudam a entender os seus fundamentos lógicos. Para Senge (1990), a
essência é diferente. Esforços empreendidos na essência proporcionariam novas
visões de mundo. No caso do pensamento sistêmico, a experiência de vivenciar
interligações ajudaria a perceber a importância do todo.
Ainda, segundo Senge (1990), a essência da disciplina do pensamento
sistêmico reside numa mudança de mentalidade:
- ver inter-relacionamentos, em vez de cadeias lineares de causa-efeito;
- ver os processos de mudança, em vez de simples fatos instantâneos.
Um novo tipo de pensamento apresenta-se como necessário, pois a maioria
das estratégias de ação são resultado de uma visão-de-mundo. Uma visão-de-
mundo é construída a partir de modelos mentais, que são crenças e pressupostos
dos indivíduos a respeito da realidade. Assim, uma nova forma de pensamento
deveria ajudar a mapear, desafiar e melhorar os modelos mentais, visando ações
mais efetivas na realidade organizacional a partir de uma nova visão-de-mundo.
(SENGE e STERMAN, 1994, apud ANDRADE, 1998).
2.2 A EVOLUÇÃO DO HOMEM E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS
O modelo de desenvolvimento imposto ao mundo pela cultura ocidental
moderna, cartesiana e imediatista, tem sido responsável por uma avalanche de
problemas sócio-ambientais.
32
Ao longo da sua história, segmentos das sociedades humanas apropriaram-
se cada vez mais da natureza, transformando-a. (HELENE e BICUDO, 1994, p. 03).
O crescimento da população humana na Terra é, por si só, uma causa muito
importante para a transformação das relações homem/homem e homem/natureza.
Com o crescimento populacional humano, especialmente a partir do final do
século XVII, se conheceu uma transformação radical no âmbito da cultura e da
tecnologia. Nessa fase, ajudada pelos avanços médicos e pela Revolução Industrial,
a população humana explodiu, alcançando 1 bilhão de pessoas em 1850, 2 bilhões
por volta de 1930, 4 bilhões em 1975 e 5,3 bilhões em 1990. (HELENE e BICUDO,
1994) e atualmente conta com mais de 6 bilhões de pessoas.
No meio ambiente no qual vivemos sempre ocorreram mudanças. As
estações do ano são as mais evidentes mudanças, principalmente nas regiões de
grandes latitudes. A vida sobre a Terra tem mostrado uma resistência surpreendente
em suportar as variações e a humanidade, em particular, tem-se adaptado bem às
mudanças do clima após a última glaciação. (GOLDEMBERG e VILLANUEVA, 2003,
p. 71).
No entanto, apesar das mudanças antropogênicas
3
terem sido insignificantes
no passado, com a Revolução Industrial no final do século XIX e, particularmente no
século XX, as agressões ao meio ambiente tornaram-se mais evidentes devido à
esse aumento populacional e ao grande aumento no consumo per capita.
Atualmente não apenas alteramos o meio ambiente mas o degradamos, por vezes,
de maneira irreversível, destruindo os nossos próprios habitats e provocando a
extinção maciça de plantas e animais. (HELENE e BICUDO, 1994).
Na TABELA 2, Goldemberg e Villanueva (2003, p. 72) apresentam novos
tipos de problemas ou áreas de interesse no campo ambiental que se tornaram
objeto de estudo e de muita preocupação.
3
Mudanças causadas pela ação do homem
33
TABELA 2 – PROBLEMAS AMBIENTAIS E SUAS PRINCIPAIS CAUSAS
PROBLEMA PRINCIPAL CAUSA
LOCAL
Poluição urbana do ar.
Poluição do ar em ambientes
fechados.
Uso dos combustíveis fósseis
para transporte.
Uso de combustíveis sólidos
(biomassa e carvão) para
aquecimento e cocção.
REGIONAL
Chuva ácida. Emissões de enxofre e
nitrogênio, matéria particulada,
e ozônio na queima de
combustível fóssil
principalmente no transporte.
GLOBAL
Efeito Estufa.
Desmatamento.
Degradação costeira e marinha
Emissões de CO
2
na queima de
combustíveis fósseis.
Produção de lenha e carvão
vegetal e expansão da fronteira
agrícola.
Transporte de combustíveis
fósseis.
Fonte: Goldemberg e Villanueva (2003).
Na TABELA 2 se pode observar uma divisão entre problemas locais, regionais
e globais segundo estudos de Goldemberg e Villanueva (2003). Esta separação
entre os problemas é discutível e, para um mundo sustentável, o ideal é que os
problemas sejam discutidos e sofram intervenções de modo amplo.
No contexto dos problemas ambientais globais, prepondera o papel das
grandes cidades industriais, precisamente em função do enorme impacto que
exercem sobre os diversos ecossistemas, não apenas no próprio espaço que
ocupam, mas também nos lugares de onde importam recursos (energia, alimentos e
bem de consumo) ou para onde exportam seus dejetos. Dados preliminares para
cidades industriais sugerem que a terra “consumida” por regiões urbanas é, de forma
geral, pelo menos dez vezes maior do que aquela contida dentro das fronteiras
políticas, ou associadas à sua área construída. (HELENE e BICUDO, 1994). Senge
(1990) ressalta que a maioria dos problemas verificados hoje no mundo, está ligada
à incapacidade do homem de entender e controlar os sistemas cada vez mais
complexos. O autor contribuiu para a divulgação do "pensamento sistêmico" como
34
um método para compreensão, diagnóstico e melhoria em diferentes áreas, como
administração, educação, saúde e política, entre outras.
2.3 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Araujo (2002) afirma que a busca por um mundo mais equilibrado do ponto de
vista social, ambiental e econômico fez surgir à idéia de que, as questões
ambientais, bem como as questões sociais deveriam ser incorporadas aos princípios
do crescimento econômico como uma saída para a manutenção da qualidade de
vida. A preocupação com o meio ambiente, juntamente com a melhoria das
condições socioeconômicas da população, fez surgir o conceito de
ecodesenvolvimento, depois chamado de desenvolvimento sustentável.
(MONTIBELLER FILHO, 2001).
A Organização das Nações Unidas – ONU, criava em 1983, a Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento como um organismo
independente. Em 1987, a Comissão sob a presidência de Gro Harlem Brundtland,
primeira-ministra da Noruega, materializa um dos mais importantes documentos do
nosso tempo, o relatório “Nosso Futuro Comum” (1988), responsável pelos primeiros
conceitos oficiais sobre o desenvolvimento sustentável. Nesse relatório o
desenvolvimento sustentável é definido como sendo aquele que atende às
necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem às suas próprias necessidades.
O desenvolvimento sustentável também é um processo de transformação no
qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional, se harmonizam e reforçam o
potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações
humanas. (CMMAD, 1988, p. 49).
Em 1992, no Rio de Janeiro, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, reconheceu-se à importância de assumir a idéia de
sustentabilidade em qualquer programa ou atividade de desenvolvimento. Donaire
(1999) afirma que o desenvolvimento sustentável, além de equidade social e
equilíbrio ecológico, apresenta, como terceira vertente principal, a questão do
35
desenvolvimento econômico. Nesse sentido o desenvolvimento da tecnologia deverá
ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da
capacidade de inovação dos países em desenvolvimento. O progresso será
entendido como fruto de maior riqueza, maior benefício social eqüitativo e equilíbrio
ecológico. (KRAEMER, 2003).
Dentre os conceitos de sustentabilidade mais difundidos está a “manutenção
da base da qualidade de vida”, o que compreende a prevenção da poluição, a
redução do lixo e das emissões. Além disso, cumpre tomar medidas a fim de garantir
os habitats dos homens, animais e plantas, o que demanda a proteção da
biodiversidade e a conservação de um espaço vivo onde o homem possa gozar de
bem-estar físico e mental. A sustentabilidade do desenvolvimento está diretamente
ligada à dinâmica do crescimento populacional. (CMMAD, 1988, p. 60).
O desenvolvimento sustentável é mais que crescimento, ele exige uma
mudança no teor do crescimento, a fim de torná-lo menos intensivo de matérias-
primas e energia, e mais eqüitativo em seu impacto. Tais mudanças precisam
ocorrer em todos os países, como parte de um pacote de medidas para manter a
reserva de capital ecológica, melhorar a distribuição de renda e reduzir o grau de
vulnerabilidade às crises econômicas. (CMMAD, 1988).
O tema comum à estratégia do desenvolvimento sustentável é a necessidade
de incluir considerações econômicas e ecológicas no processo de tomada de
decisões. Afinal, economia e ecologia estão integradas nas atitudes do mundo real.
Para tanto será preciso mudar atitudes e objetivos e chegar a novas disposições
institucionais em todos os níveis. (CMMAD, 1988). “O desenvolvimento sustentável
deve conciliar, por longos períodos, o crescimento econômico e a conservação dos
recursos naturais”. (EHLERS, 1999, p.103, apud GOMES, 2004).
Segundo Sachs (apud, GRIGOLETTI e SATTLER, 2003), o desenvolvimento
sustentável é multidimensional, e questões de sustentabilidade podem ser
abordadas em cinco possíveis dimensões: a social, a econômica, a ecológica ou
ambiental, a espacial e a cultural. Sachs (2000) preconiza que apenas por meio da
modificação do paradigma social, econômico, ambiental, espacial e cultural da atual
sociedade, o desenvolvimento sustentável poderá ser implantado com êxito.
Dependendo do contexto da sociedade que se propõe a seguir o novo
paradigma, algumas das dimensões terão maior prioridade sobre outras. Para
36
países desenvolvidos, questões sociais, em geral, estão bem resolvidas e não são
obstáculos à adoção de paradigmas ambientais, por exemplo. Já em países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, a dimensão social não poderá ser
secundária. (GRIGOLETTI e SATTLER, 2003).
O significado de sustentabilidade pode também ser entendido sob o termo
“Capital Natural” que foi cunhado por economistas ecológicos. Para Helene e Bicudo
(1994) são três as propriedades do Capital Natural a serem preservadas:
- os recursos não renováveis, como minérios e combustíveis fósseis;
- a capacidade finita dos sistemas naturais de produzir “recursos
renováveis” (colheita de alimentos, produtos florestais e suprimento de
água);
- a capacidade dos sistemas naturais de absorver as emissões e os
poluentes advindos das atividades humanas, sem que seus efeitos
colaterais possam impor pesados ônus sobre as gerações futuras, como o
buraco na camada de ozônio ou o efeito estufa.
2.3.1 O Desenvolvimento Econômico e o Meio Ambiente
A cada ano aumenta o número de seres humanos, mas permanece finita a
quantidade de recursos naturais destinados ao sustento dessa população, à
melhoria da qualidade de vida humana e à eliminação da pobreza generalizada.
(CMMAD, 1988). A demanda de matérias-primas, maior produtividade e bens de
materiais, por parte do mundo industrializado, tiveram sério impacto sobre o meio
ambiente, contudo se observam grandes avanços ocorridos na área ambiental,
principalmente no que se refere aos instrumentos técnicos, políticos e legais. As leis
e as diretrizes foram e estão sendo discutidas pela sociedade, que tenta sistematizar
a questão ambiental como se fosse uma questão numérica racional.
Kraemer (2003) afirma que o desenvolvimento da tecnologia deverá ser
orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade
de inovação dos países em desenvolvimento. Será atendido como fruto de maior
riqueza, maior benefício social e eqüitativo, e equilíbrio ecológico. Donaire (1999)
afirma que o retorno do investimento, antes entendido simplesmente como lucro e
37
enriquecimento de seus acionistas, passa atualmente, pela contribuição e criação de
um mundo sustentável.
As questões ambientais não devem ser tratadas apenas como forma de
promoção e melhora da imagem externa das empresas, mas, num sentido mais
amplo, como uma forma de manutenção da vida futura.
Mais do que procurar brechas nas leis, como afirma Donaire (1999), nas quais
algumas empresas podem ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente, mesmo não
sendo uma organização que atua no chamado “mercado verde”, desde que as
empresas possuam certa dose de criatividade e condições internas, podem
transformar as restrições e ameaças ambientais em oportunidades de negócio. Para
se ter um ambiente sustentável é necessário um comprometimento maior de todos,
sejam instituições, empresas e sociedade para se transpor a visão de lucro que a
grande maioria tem.
Apenas a inclusão da proteção do ambiente entre os objetivos das
organizações modernas amplia conceitos de administração, mas não propicia uma
sociedade sustentável. Administradores, executivos e empresários introduzem em
suas empresas programas de reciclagem, medidas para poupar energia, e mais
recentemente, programas para negociação de seqüestro de carbono, desde que
tenham retorno financeiro, o que acaba restringindo ações ambientais somente ao
que dá lucro e retorno financeiro.
A TABELA 3 apresenta o conjunto de princípios que regem as atuais
condutas verificadas na sociedade de consumo (sociedades não sustentáveis), em
contraposição ao conjunto de princípios observados pelas comunidades tradicionais
(sociedades sustentáveis).
38
TABELA 3 – PRINCÍPIOS QUE REGEM AS ATUAIS CONDUTAS NA SOCIEDADE
DE CONSUMO
SOCIEDADES NÃO SUSTENTÁVEIS SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Domínio sobre a natureza. Harmonia com a natureza.
Meio ambiente como recurso. Natureza constituída por seres vivos com direito
à vida, independentemente de seu valor de uso.
Objetivos materiais / crescimento econômico. Objetivos não materiais / sustentabilidade
ecológica.
Recursos naturais ilimitados. Recursos finitos.
Soluções baseadas exclusivamente na
tecnologia avançada / consumismo.
Soluções adaptadas a cada situação e
ecossistema / satisfação das necessidades
básicas / reciclagem.
Centralização / grande escala. Descentralização / pequena escala.
Autoritarismo / estruturas / repressivas /
desigualdade.
Estruturas democráticas / participação social /
igualdade.
Fonte: Helene e Bicudo (1994).
O gerenciamento tradicional, focalizado apenas na produção, no consumo e
na eficiência é limitado na sua aplicação em questões ambientais, podendo
obscurecer a compreensão da complexa interface entre organização e meio
ambiente. (SHRIVASTAVA, 1995, apud NARDELLI e GRIFFITH, 2003).
2.3.2 O Equilíbrio Ambiental e as Indústrias.
As primeiras indústrias materializaram as necessidades humanas com seus
produtos distribuídos em larga escala. Elas surgiram numa época em que os
problemas ambientais eram de pequena expressão, principalmente pelas reduzidas
escalas de produção se comparadas aos dias atuais. As exigências ambientais eram
poucas e a fumaça ainda era vista como um sinal de progresso e desenvolvimento,
sendo inclusive utilizada como símbolo em propagandas de inúmeras indústrias.
(DONAIRE, 1999).
A indústria é fundamental nas economias das sociedades modernas e fator indispensável ao
crescimento. É essencial nos países em desenvolvimento, a fim de ampliar a base de seu
desenvolvimento e atender às suas crescentes necessidades. (CMMAD, 1988, p. 230).
39
A busca frenética por parte da indústria no desenvolvimento de novos
produtos, expressa na criação de novas necessidades, fez surgir uma corrida
desenfreada para se ganhar o mercado consumidor. O sucesso das empresas é
medido pelo tempo de desenvolvimento de novos produtos e processos de
produção.
A concepção de novos produtos no que se refere às implicações ambientais e
sustentáveis, na maior parte dos casos, não são consideradas quando se projeta um
novo produto. Contudo, há um grande movimento, principalmente a partir da Agenda
21
4
, para mudar essa visão consumista e focada no lucro.
A poluição causada em grande parte pela produção gigantesca, tem
provocado grandes desastres que são vistos constantemente nos jornais, como
resultado de alguma falha no processo de produção, também como resultado de
sistemas industriais conservadores, como o utilizado na indústria de material de
construção.
As conseqüências mais importantes da poluição, em longo prazo, são os
impactos ambientais de produtos que não podem ser reciclados e processos que
consomem grande quantidade de energia, da mesma forma, ambos são parte das
responsabilidades mais amplas da produção. (SLACK et al, 2002). A resposta das
empresas às questões ambientais não podem estar condicionadas as pressões da
legislação, órgãos fiscalizadores, consumidor e comunidade, mas sim, a uma
preocupação ambiental mais ampla e que vise a manutenção sustentável de todos
os ecossistemas.
Segundo Slack et al (2002), atingir a sustentabilidade significa reduzir, ou pelo
menos, estabilizar a carga ambiental. A Carga Ambiental (CA) que mede a totalidade
das atividades de produção, considera a multiplicação entre o tamanho da
população X afluência da população (consumo) X tecnologia (no sentido mais
amplo, a maneira com que produtos e serviços são feitos e entregues; em outras
palavras, administração da produção).
4
Foi realizada no Rio de Janeiro em 1992 a Conferência Mundial sobre Gestão Ambiental e
Desenvolvimento Sustentável, denominada “Eco 92” ou “Rio 92”, com representantes governamentais
de todo o mundo e seus principais resultados foram: A Carta da Terra (rebatizada de Declaração do
Rio) e a Agenda 21. (OLIVEIRA FILHO, 2004).
40
A diminuição da Carga Ambiental pode ser conseguida com a diminuição da
população humana, ou diminuição do consumo, ou mudando a tecnologia usada
para se criar produtos e serviços. Diminuir a população não é possível, diminuir o
consumo é uma medida muito impopular como também causaria outros problemas.
Portanto, a maneira com que são criados produtos e serviços parece ser a melhor
opção para se diminuir a Carga Ambiental.
Como exemplo de mudança dos padrões de serviços para o consumidor, têm-
se iniciativas onde o consumidor utiliza um bem por um determinado período, sem
contudo, ser proprietário desse bem. Essas iniciativas do mercado são uma grande
possibilidade para se reduzir a Carga Ambiental já que o bem/produto pode ser
utilizado por muitas pessoas sem a necessidade da produção desse bem de modo
individual ou para atender a todos os interessados.
Entretanto, Casagrande Júnior (2003) ressalta que investimentos em design,
inovação e marketing (uso intensivo da mídia falada e escrita) tem como objetivo
principal o aumento de vendas de produtos, ou o estímulo ao consumo, baseado,
muitas vezes, naquilo que não nos serve. Pessoas compram coisas, sem as quais
viviam muito bem, induzidas por intensas e sofisticadas campanhas de publicidade
para aumentar o lucro daqueles que monopolizam o capital.
A busca por induzir o consumo fez, em alguns casos, as tecnologias de
processo serem eficientes do ponto de vista operacional, mas grandes causadoras
de poluição. Esse custo ambiental e social, reflexo do sistema consumista, é pago
pela sociedade ou protelado para ser pago no futuro. Os conflitos que surgem desse
sistema são, normalmente, resolvidos mediante leis e regulamentos. Entretanto,
esses mecanismos não são sempre eficientes – há evidências de que os princípios
consagrados pelo sistema industrial como just in time
5
, o qual, ao mesmo tempo
produziram significativos ganhos econômicos para as empresas japonesas que os
adotaram, causaram índices crescentes de congestionamento e poluição no sistema
rodoviário do Japão. (SLACK et al, 2002).
5
Fabricar e entregar produto apenas a tempo de ser vendido, submontá-los apenas a tempo de
montá-los nos produtos acabados, para fazer peças a tempo de entrar nas sub-montagens e,
finalmente adquirir materiais apenas a tempo de serem transformados em peças fabricadas.
(SCHOENBERGER, 1992, p. 13).
41
Slack et al (2002) apontam ainda a prevenção como uma abordagem mais
barata e, fundamentalmente, mais rigorosa para a administração ambiental, ao invés
da contenção. O conceito é interromper qualquer poluição na fonte por medidas de
prevenção, como:
Reformulação de produto: usando diferentes matérias-primas para reduzir
o efeito poluente dos produtos.
Modificações de processos: mudando fisicamente a tecnologia de
processos de produção para reduzir a criação de subprodutos e poluentes.
Redesign de equipamentos: mudando o design de ferramentas e
equipamentos para que possam ser operados mais eficazmente sob as
condições específicas de produção em que são usadas.
Recuperação de recursos: reciclando resíduos e subprodutos, vendendo-
os para outras organizações ou usando-os nos produtos da própria
empresa.
Algumas mudanças de paradigma nas relações empresa e meio ambiente
podem ser melhor entendidas através das informações da TABELA 4.
TABELA 4 – PARADIGMAS NAS RELAÇÕES ENTRE EMPRESAS E O MEIO
AMBIENTE
OS VELHOS PARADIGMAS O AMBIENTALMENTE CORRETO
A responsabilidade ambiental corrói a
competitividade
A Ecoestratégia empresarial gera novas
oportunidades de negócio
Gestão ambiental é coisa apenas para grandes
empresas
A pequena empresa é até mais flexível para
introduzir programas ambientais
O movimento ambientalista age completamente
fora da realidade
As ONG’s consolidam-se tecnicamente e
participam da maioria das comissões de
certificação ambiental
A função ambiental na empresa é exclusiva do
setor de produção
A função ambiental está em diversos setores do
planejamento estratégico da empresa.
Fonte: Gazeta Mercantil 1996, apud ARAUJO (2002).
Não deve existir dicotomia entre o ecossistema natural e o ecossistema
industrial, as atividades industriais não devem se opor à natureza. Preservar a
42
natureza é tão importante quanto administrá-la de maneira responsável e, a partir
daí, introduzir nela a gestão responsável da empresa. Numa empresa, há uma
distinção muito sutil quando se compara este ecossistema com o ecossistema
natural. Trata-se de um ecossistema inerte, enquanto o ecossistema natural é vivo.
O setor de maior crescimento industrial é o de biotecnologia, cuja primeira
técnica é a fermentação, que é um exemplo de um ecossistema natural. Não se
pode negar que os ecossistemas industriais devem ser tratados de maneira
especialmente responsável. O grande embate entre indústrias poluidoras e
ambientalistas, provavelmente continuará durante muito tempo, o que levará os
empresários a incluir o fator ambiental em suas empresas. (SILVA, 2005).
Como um todo, a produção industrial é responsável por, aproximadamente,
20% da poluição total do ar. Nos países industrializados da Organization for
Economic Co-operation and Development - OECD, as últimas duas décadas viram
uma queda marcante nas quantidades absolutas e na fração percentual de quase
todos os poluentes do ar produzidos pela indústria. (GOLDEMBERG e
VILLANUEVA, 2003, p. 119).
Goldemberg e Villanueva (2003) apresentam em seus estudos, os principais
sistemas que causam grande impacto em nosso meio ambiente os quais estão
relacionados no TABELA 5.
Na TABELA 5, abaixo, se pode verificar que as atividades com grande
impacto ambiental estão relacionadas à mineração, à obtenção de energia e à
produção industrial. Com as informações da TABELA 5 pode-se afirmar que a
indústria da construção tem grande parcela de contribuição na degradação
ambiental porque utiliza produtos das principais atividades com maior impacto
ambiental.
43
TABELA 5 – ATIVIDADES E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS
ATIVIDADE DE MAIOR POTENCIAL DE
IMPACTO AMBIENTAL
TIPO DE DEGRADAÇÃO
Garimpo de ouro Assoreamento e erosão nos cursos d’água.
Poluição das águas, aumento da turbidez e metais
pesados.
Formação de núcleos populacionais com grandes
problemas sociais.
Degradação da paisagem.
Degradação da vida aquática com conseqüências
diretas sobre a pesca e a população.
Mineração industrial, Ferro, Manganês,
Cassiterita, Cobre, Bauxita, etc.
Degradação da paisagem.
Poluição e assoreamento dos cursos de água.
Esterilização de grandes áreas.
Impactos sócio-econômicos.
Agricultura e pecuária extensivas (grandes
projetos agropecuários)
Incêndios florestais, destruição da fauna e flora.
Contaminação dos cursos de água por agrotóxicos.
Erosão e assoreamento dos cursos de água.
Destruição de áreas de produtividade natural.
Reservas extrativistas .
Grandes Usinas Hidrelétricas Impacto cultural.
Impacto sócio-econômico.
Inundação de áreas florestais, agrícolas, vilas, etc.
Impacto sobre a flora, fauna e ecossistemas
adjacentes.
Pólos industriais e/ou grandes indústrias Poluição do ar, água e solo.
Geração de resíduos tóxicos.
Conflitos com o meio ambiente.
Caça e pesca predatória Extinção de mamíferos aquáticos e diminuição de
peixes.
Drástica redução de animais de valores
econômicos e ecológicos.
Crescimento populacional vertiginoso
(migração interna)
Problemas sociais graves, chegando em alguns
casos, a um aumento de 40% da população entre
1970 e 1980.
Ocupação desordenada do solo com sérias
conseqüências sobre os recursos naturais.
Indústrias de Alumínio Poluição atmosférica.
Poluição marinha.
Impactos indiretos pela enorme demanda de
energia elétrica.
Fonte: Adaptado de Goldemberg e Villanueva (2003).
44
2.3.3 A Poluição do Ar
Há poucos anos atrás a poluição do ar era relegada a um segundo plano,
entre as preocupações da sociedade e tratada como um tema pouco importante.
Havia até uma correlação entre progresso e fuligem, sendo as chaminés os símbolos
mais expressivos para caracterizar o desenvolvimento de uma região ou país.
(VALLE, 2002, p. 64).
O problema geral da ação humana, prejudicial à atmosfera, tornou-se
marcante a partir da industrialização, quando esta trouxe um ar mais sujo, assim
como doenças para as populações a ela submetidas. Num primeiro momento, cada
país procurou estabelecer legislações próprias para enfrentar os efeitos negativos
que a poluição atmosférica, provocada por suas indústrias, trouxe ao seu território.
Entretanto, o problema de poluição do meio ambiente não é limitado por fronteiras e
no final da década de 1970, foi estabelecida a Convenção sobre Poluição
Transfronteiriça a Longa Distância (IBAMA, 2005), como um documento
internacional voltado para controlar os problemas afetos à poluição atmosférica.
Dentre as causas de poluição do ar e seus efeitos nocivos, têm-se as
chamadas “emissões”, que significam as liberações de gases de efeito estufa e/ou
seus precursores na atmosfera numa área específica e num período determinado,
sendo “gases de efeito estufa” os constituintes gasosos da atmosfera, naturais e
antrópicos que absorvem e reemitem radiação infravermelha. (MMA, 2005).
Esses gases têm suas fontes, sumidouros e reservatórios
6
sendo
fundamentalmente em torno dessas questões, aparentemente simples em sua
explicação, que gira a Convenção-Quadro e a complexidade que tornou-se a
solução do problema. (SCARPINELLA, 2002).
O ar que se respira é composto basicamente de nitrogênio (78%), oxigênio
(20,95%), argônio (0,93%), gás carbônico (0,03%) e outros compostos (0,09%)
6
“Reservatórios” significa um componente ou componentes do sistema climático no qual fica
armazenado um gás de efeito estufa ou um precursor de um gás de efeito estufa.
“Sumidouro” significa qualquer processo, atividade ou mecanismo que remova um gás de Efeito
Estufa, um Aerossol ou um precursor de um gás de efeito estufa da atmosfera. (Informações
extraídos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. (Ministério da Ciência
e Tecnologia, 2005).
45
(HERNANDES E KAMINSKI, 2004). As constantes emissões provenientes de
diversos processos de combustão vêm aumentando os teores de alguns
componentes da atmosfera, como o gás carbônico (CO2), e diminuindo os teores de
Oxigênio na sua forma pura (O2), além de gerar outros compostos poluentes, dentre
os mais comuns, material particulado, Dióxido de Enxofre (SO2), Óxidos de
Nitrogênio (NOx), Hidrocarbonetos e Ozônio.
Estas emissões provocam desequilíbrio e contribuem para o aparecimento de
diversos problemas ambientais em âmbito global, tais como: chuva ácida, efeito
estufa, inversão térmica, entre outros, e em âmbito local, como: doenças
respiratórias, alergias e outras. (HERNANDES e KAMINSKI, 2004).
Segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
(2005), embora a industrialização tenha um peso forte na poluição das grandes
metrópoles, as causas mais apontadas foram: queimadas (64%), vias não
pavimentadas (41%), atividade industrial (38%), atividade agropecuária, com poeira,
pulverização de agrotóxicos (31%) e veículos (26%). O estudo do IBGE (2005)
analisou as respostas dos 5.560 municípios brasileiros sendo que a poluição do ar
atinge 22% dos municípios. As localidades que enfrentam o problema concentram
quase metade da população (85 milhões) e 54% dos municípios afetados estão
localizados no Sudeste. (IBGE, 2005).
Ainda, segundo o estudo do IBGE (2005), na maioria dos casos, a poluição
do ar é resultado de fatores múltiplos. Em 70% dos municípios, o problema é
causado por dois ou mais fatores, a média é de 2,5 razões que contribuem para a
poluição do ar. No Brasil as queimadas predominam entre as cidades menores,
poluem o ar e atingem 61% das localidades com até 20 mil habitantes. Entre os
municípios de 20 mil a 100 mil moradores, este percentual sobe para 69%. Entre os
municípios com mais de 100 mil habitantes, as queimadas ficam em terceiro lugar no
ranking de causas, atrás da atividade industrial e dos veículos automotores. A
poluição do ar é ainda mais freqüente entre as grandes cidades e atinge 75% dos 33
municípios com mais de 500 mil moradores. (IBGE, 2005).
46
2.3.3.1 História da poluição do ar
A poluição do ar com as emissões de gases é um fato muito anterior à
Revolução Industrial. (BOUBEL et al, apud ROSA et al, 2001). A fabricação de peças
cerâmicas datam de 4000 A.C. e já eliminavam CO
2
através da queima de lenha e
carvão. A maior parte das técnicas metalúrgicas já eram conhecidas antes de Cristo
e usavam muito mais o carvão vegetal do que o carvão mineral ou coque.
A história antiga registra que em Roma, há 2 mil anos, surgiram as primeiras
reclamações a respeito do assunto. No século XIII (1273), o Rei Eduardo da
Inglaterra assinou as primeiras leis de qualidade do ar, proibindo o uso de carvão
com alto teor de enxofre. Além disso, ele proibiu a queima de carvão em Londres
durante as sessões do Parlamento, devido à fumaça e ao odor produzidos. Em
1300, o Rei Ricardo III fixou taxas para permitir o uso do carvão. (BRAGA et al,
2002).
Devido à intensa queima de madeira, as florestas inglesas reduziram-se
rapidamente. A despeito dos esforços do reinado, o consumo de carvão aumentou.
Nos séculos XVII e XVIII, surgiram os primeiros planos para transferir as indústrias
de Londres. Os problemas continuaram crescendo até que, em 1911, ocorreu o
primeiro grande desastre decorrente de poluição atmosférica em Londres: mil cento
e cinqüenta mortes devido à fumaça produzida pelo carvão. Nesse ano, o Dr. Harold
Dês Voeux propôs o uso da palavra “smog” para designar a composição de “smoke
e “fog” (fumaça e neblina). Smog é hoje uma palavra que designa episódios críticos
de poluição do ar. (BRAGA et al, 2002).
No ano 1952 morreram em Londres, aproximadamente, 4 mil pessoas devido
à poluição do ar. Merecem ainda destaque outros eventos: em 1956, 1957 e 1962,
morreram aproximadamente 2500 pessoas em Londres. Em 1948, nos Estados
Unidos na cidade de Donora, Pensilvânia, morreram 30 pessoas e cerca de 6 mil
internadas com problemas respiratórios. Em 1963, na cidade de Nova York, 300
pessoas morreram e milhares ficaram adoecidas pela poluição do ar. Em certas
cidades, como Los Angeles, São Paulo e Cidade do México, são conhecidos os
eventos críticos de poluição do ar provocados pelos gases emitidos por veículos.
(BRAGA et al, 2002).
47
Na FIGURA 1 se pode observar que apesar do desenvolvimento industrial,
como o apresentado na figura (no lado direito) o princípio básico da queima e
emissão de gases atmosféricos ainda é o mesmo se comparado a figura do lado
esquerdo.
FIGURA 1 - HISTÓRIA DA POLUIÇÃO DO AR
Fonte: UNFCCC (2004)
2.3.3.2 Os principais poluentes do ar
Para Braga et al (2002), os principais poluentes do ar são os apresentados a
seguir:
- Monóxido de Carbono (CO) - composto geralmente nos processos de
combustão incompleta de combustíveis fósseis e outros materiais que
contenham carbono em sua composição.
48
- Dióxido de carbono (CO
2
) - o dióxido de carbono é o principal composto
resultante da combustão completa de combustível e de outros materiais
combustíveis que contenham carbono, além de ser gerado no processo
de respiração aeróbica dos seres vivos, que utilizam o oxigênio para
poder liberar a energia presente nos alimentos que são ingeridos.
- Óxidos de Enxofre (SO
2
e SO
3
) - Os óxidos de enxofre são produzidos
pela queima de combustível que contenham enxofre em sua composição,
além de serem gerados em processos biogênicos naturais, tanto no solo
quanto na água.
- Oxido de nitrogênio (NO
X
) - Considerando-se que a maior parte dos
processos de combustão ocorre na presença de oxigênio, que o mais
comum é utilizar o oxigênio presente no ar para realizar esses processos
e que no ar o composto mais abundante é o nitrogênio, então verifica-se
que a principal fonte dos óxidos de nitrogênio são os processos de
combustão, além de ele poder ser gerado por processos de descargas
elétricas na atmosfera.
- Hidrocarbonetos - Os hidrocarbonetos são resultantes da queima
incompleta dos combustíveis, bem como da evaporação desses
combustíveis e de outros materiais como, por exemplo, os solventes
orgânicos.
- Oxidantes fotoquímicos.
- Material Particulado.
- Asbestos.
- Metais.
- Gás fluorídrico.
- Amônia.
- Gás sulfidrico.
- Pesticidas e herbicidas.
- Substancias radioativas.
- Calor.
- Som.
49
2.3.3.3 Efeitos da poluição
Os principais problemas globais da poluição do ar são:
- o efeito estufa;
- a destruição da camada de ozônio na estratosfera;
- a chuva ácida.
Nesse estudo, o efeito estufa e o que provoca este efeito, serão os assuntos
mais citados, entretanto, a poluição do ar provoca outros problemas com grandes
impactos ambientais.
2.3.3.4 Classificação física dos poluentes atmosféricos
Segundo Costa et al (2005), os agentes poluentes atmosféricos, segundo o
seu estado físico, podem apresentar sob várias formas: sólidas, líquidas ou gasosas,
das seguintes maneiras:
a) Poeiras - São pequenas partículas sólidas, com diâmetro de 0,1 a mais de
100 microns, originada de parcelas maiores, por processos mecânicos de
desintegração, como lixamento, moagem, etc., ou poeiras naturais como o
pólen, esporos, etc. Exemplos: partículas de rochas, de metais, de
cimento, etc. Pode também ser definido como um aerosol de partículas
sólidas
b) Fumos - São partículas sólidas com diâmetro inferiores a um mícron,
formadas pela condensação de vapores de materiais sólidos, geralmente
metais, e conseqüentemente, solidificação. Normalmente este mecanismo
é acompanhado de oxidação. Os fumos são inorgânicos. Exemplo: fumos
de óxidos de chumbo, de zinco, etc.
c) Fumaça - São partículas, geralmente mas não obrigatoriamente, sólidas
em suspensão no ar, e oriundas da combustão incompleta de materiais
orgânicos. As fumaças industriais de importância são formadas por
partículas com diâmetros inferiores a meio mícron.
50
d) Neblina - A neblina é constituída de partículas líquidas de pequeníssimas
dimensões, em suspensão no ar, originada de um processo mecânico de
subdivisão, como a nebulização.
e) Nevoeiro - São também partículas líquidas de pequeníssimas dimensões,
em suspensão no ar, mas resultante da condensação de vapores.
f) Vapores - É a forma gasosa de substâncias que se encontram sob a
forma líquida ou sólida, a 25ºC de temperatura e a uma atmosfera de
pressão.
g) Gases - São substâncias que se encontram em estado gasoso à
temperatura de 25ºC e sob uma atmosfera de pressão. Os gases são
fluidos sem forma própria e que possuem a tendência de ocupar qualquer
espaço inteira e uniformemente.
h) Aerossol - São substâncias sólidas ou liquidas de tamanho microscópico,
em suspensão no meio gasoso, sob forma particulada.
i) Névoa Fotoquímica - São produtos de reação fotoquímicas, geralmente
combinados com água. As partículas são geralmente menores que 1,5
micrômetros.
2.4 A MUDANÇA CLIMÁTICA COM O AQUECIMENTO GLOBAL E O
PROTOCOLO DE KIOTO
2.4.1 O Aquecimento Global
O aquecimento global é um fenômeno causado pela retenção de calor acima
do nível considerado normal pela atmosfera, sem que ele se dissipe
adequadamente, algo semelhante com a ação de tampar uma panela para manter o
alimento quente. Esse fenômeno acontece, principalmente, por causa de uma
elevação nos níveis de CO
2
na atmosfera, que aumentam devido a queima de
combustível fóssil, além do crescimento progressivo na emissão de gases e outros
produtos químicos produzidos pelo homem durante os últimos cem anos. Isso
alterou as características da atmosfera, fazendo com que o calor ficasse
concentrado como numa estufa.
51
Cientistas do mundo todo pesquisam os efeitos e as conseqüências dessas
alterações na atmosfera. No começo do ano de 2005, segundo Black (2004)
cientistas da Agência Espacial Norte-Americana - NASA, confirmaram mais uma vez
que o mundo está esquentando. Utilizando satélites, os pesquisadores constataram
que a temperatura média global aumentou 0,43ºC por década, entre os anos de
1981 e 1998. Dados obtidos anteriormente por estações terrestres haviam mostrado
um aumento inferior, de 0,34ºC por década - uma diferença de 26%. (BUENO,
2005).
Para Helene e Bicudo (1994) esse aumento de temperatura média – de 2º C a
5º C ocorreria dentro de 30 a 90 anos e provocaria grandes alterações climáticas. Já
estudos apresentados no Third Assessment Report do Painel Intergovernamental
para Mudanças Climáticas - IPCC (apud CHANG, 2004) afirmam que a temperatura
média global da superfície ao longo do século XX, aumentou 0,6ºC, e o nível global
indica que 1990 foi a década mais quente, sendo 1998 o ano mais quente. Chang
(2004) afirma ainda, baseado no Third Assessment Report do IPCC (2005), que os
impactos da mudança climática recaem de forma desproporcional sobre os países
em desenvolvimento e as populações mais pobres de todos os países, por serem
estes mais vulneráveis, em função de sua capacidade mais limitada de adaptação,
acentuando a iniqüidade na situação de saúde e no acesso a alimentos adequados,
água limpa e outros recursos.
Mudanças climáticas sempre ocorreram no planeta, considerando as escalas
de tempo de milhares de anos. Entretanto, a velocidade e intensidade com que
estão ocorrendo as alterações no sistema climático do planeta Terra, a partir da
Revolução Industrial é que tem sido objeto de preocupação de cientistas e líderes
mundiais, principalmente nas duas últimas décadas. (CHANG, 2004). Vive-se a
inquietação causada pelo grande desequilíbrio ambiental que vem provocando
evidentes mudanças climáticas.
O terceiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
– IPCC (2001, apud GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003, p. 86) apresenta as
seguintes conclusões:
- A temperatura média de superfície terrestre aumentou desde o fim do
século XIX:
52
A temperatura média subiu de 0,4 a 0,8º C a partir de
1860.
Globalmente, as temperaturas mínimas cresceram, a
partir de 1950, com o dobro da velocidade com que
cresceram até 1950.
- O aumento da temperatura média da superfície da Terra deverá se situar
entre 1,5 e 4,5ºC, quando a concentração de CO
2
dobrar.
- O nível dos oceanos continua a subir:
O nível dos oceanos subiu de 10 a 20 centímetros no
século XX, devido à expansão da água. O aumento foi
maior no século XX do que no século XIX.
O aumento do nível dos oceanos deverá se situar entre
0,14 a 0,70 metros até o ano de 2100, com um valor
médio de 0,47 metros.
- A precipitação de chuvas continua a aumentar em muitas regiões.
- A cobertura de neve e gelo sobre os continentes continua a decrescer.
- Está havendo mudanças nos padrões de circulação da atmosfera bem
como o aumento do número de eventos climáticos extremos.
- Os dados da temperatura média da superfície terrestre e das
temperaturas da atmosfera a alguns quilômetros de altura, obtidos por
satélite, são consistentes.
O relatório do IPCC estabeleceu ainda que em 2001, existiam evidências
mais fortes da influência humana no clima global, do que na ocasião na qual o
segundo relatório do IPCC (1995) foi publicado, sendo muito provável (de 90 a 99%)
que o aumento das concentrações de “gases do efeito estufa” contribuam
substancialmente para o aquecimento global nos últimos anos. (GOLDEMBERG,
VILLANUEVA, 2003, p. 87).
Segundo publicação do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e o
Ministério da Ciência e Tecnologia (apud ROSA et al, 2001), nos últimos 70 anos,
registrou-se um aumento médio de 0,6 graus Celsius na temperatura da superfície
da terra e projeta-se um aumento entre 1 e 3,5 graus Celsius para os próximos 100
anos.
53
As mudanças climáticas estão ocorrendo, conforme se pode observar nos
desastres ambientais que acontecem constantemente. Muitos órgãos
governamentais e não governamentais alertam que esse problema é provocado, em
grande parte, pela elevação dos níveis de CO
2
na atmosfera.
2.4.2 O Efeito Estufa
A atmosfera do planeta Terra é quase totalmente transparente à radiação
solar incidente, uma pequena fração dessa radiação (principalmente luz visível) é
refletida de volta para o espaço, mas a maior parte dela atinge a superfície da Terra,
onde é absorvida e reemitida em todas as direções como radiação térmica (raios
infravermelhos). A radiação ultravioleta, conhecida como UV
7
, faz parte da luz solar
que atinge o nosso planeta e é essencial para a preservação do calor e a existência
da vida. No entanto, em função dos buracos na camada de ozônio provocados pela
nossa civilização, estamos expostos a esta radiação sem qualquer proteção. (LIMA,
2004).
A atmosfera contém também gases que não são transparentes à radiação
térmica. Como conseqüência disso, ela fica mais quente do que ficaria na ausência
desses “gases do efeito estufa”. Eles atuam como um “cobertor” ao redor da Terra e
a aquecem, da mesma forma que uma estufa permanece suficientemente quente no
inverno para permitir o crescimento de vegetais e flores das estações.
(GOLDEMBERG e VILLANUEVA, 2003, p. 85).
O efeito estufa é determinado por quantidades muito pequenas de certos
gases normalmente presentes na atmosfera. O homem, entretanto, vem alterando
esse quadro nas últimas décadas, ao despejar na atmosfera enormes quantidades
desses gases, o que poderá agravar o efeito estufa e aquecer o planeta além do
normal.
7
A radiação UV que atinge a Terra se divide em radiação UVA e UVB, embora haja também os raios
UVC, que não chegam até o nosso planeta
54
O efeito estufa também é responsável por manter a temperatura média do
planeta próximo dos 15ºC e se transformou em um assunto muito discutido pela
comunidade científica, principalmente pelos efeitos catastróficos previstos para a
ecosfera, se não forem tomadas medidas urgentes para evitar sua intensificação.
(BRAGA et al, 2002).
Ainda segundo Braga et al (2002), a concentração de CO
2
na atmosfera de
1958 a 1984 aumentou de 315 ppmv (partes por milhão em volume) para 343 ppmv.
Estima-se que o aumento absoluto de CO
2
, desde a Revolução Industrial até o
momento, seja de aproximadamente 25 por cento. Na FIGURA 2 pode-se observar o
aumento do CO
2
segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia (2002).
O aquecimento causado pelo efeito estufa e as mudanças climáticas estão
relacionados à queima, principalmente, dos combustíveis fósseis. A forte
industrialização, o desmatamento e a degradação do solo também influenciam o
aquecimento global. (GOLDEMBERG e VILLANUEVA, 2003, p. 73). Segundo
Christianson (apud ROSA et al, 2001), o efeito estufa foi observado pela primeira vez
por Fourier
8
durante a Revolução Francesa. Para o autor, Fourier foi o primeiro a
conceber o planeta Terra como uma estufa gigante viabilizando a vida de plantas e
animais na superfície do planeta.
8
Filósofo natural Jean-Baptiste-Joseph Fourier. Tornou-se mais popular pela invenção da guilhotina.
55
FIGURA 2 – PRODUÇÃO INDUSTRIAL GLOBAL DE CO
2
Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT (2002).
A TABELA 6 apresenta a relação entre a concentração de CO
2
e a
temperatura da Terra para diferentes modelos matemáticos. (apud BRAGA et al,
2002, p. 176).
56
TABELA 6 – CONCENTRAÇÃO DE CO
2
E A TEMPERATURA DA TERRA
SEGUNDO ALGUNS PESQUISADORES
ESTUDO PROJEÇÃO FUTURA
PARA CONCENTRAÇÃO
DE
CO
2
FÓSSIL (10^9 t
CARBONO/ANO)
ALTERAÇÃO DE
CONSUMO DE
COMBUSTÍVEL
PREVISTA (ppmv)
ALTERAÇÃO DE
TEMPERATURA
(ºC)
WCP (1981) 13,6 em 2025 450 em 2025 1,5 – 3,50
CDAC (1983) 10,0 em 2025 428 em 2025 1,5 – 4,50
EPA (1983) 10,0 em 2025 440 em 2025 1,5 – 4,50
CLARK (1982) 2% até 2030 371 – 657 em 2030 2,0 – 3,00
JULICH (1983) 1 – 16 em 2030 400 em 2030 1,0 – 3,00
UNEP (1985) 2 – 20 em 2050 380 – 470 em 2025 1,5 – 5,50
Fonte:Braga et al (2002)
WCP – Word Climate Programme
CDAC – Carbon Dioxide Assessment Committee
EPA – US Environmental Protection Agency
UNEP – United Nations Environmental Program
ppmv – partes por milhão volume
Para a United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC
(2005), a temperatura média da superfície da Terra elevou-se em 0,6 graus Celsius
deste o século XIX e é esperado um aumento entre 1,4 a 5,8 Celsius até o ano de
2100. Este aumento, ainda que mínimo, será o maior dos últimos 10.000 anos e
trará muitas conseqüências, algumas delas citadas no item 2.4.3.
2.4.2.1 Os gases do efeito estufa.
A atmosfera é composta, como já citado, de oxigênio (21%) e nitrogênio
(78%). Os principais gases do efeito estufa são o vapor de água, o dióxido de
carbono - CO
2
, o metano (CH
4
) e o óxido nitroso (N
2
O). O vapor de água é o “Gás do
Efeito Estufa – GEE” mais volumoso, no qual as atividades humanas têm pouca
interferência direta. Os GEEs, que se concentram naturalmente na atmosfera,
representam menos de um milésimo da atmosfera total. Sem esses gases a
57
superfície do planeta seria atualmente 33°C mais fria do que é hoje (CHANG, 2004),
e, na ausência do GEE, impossibilitaria a existência de vida humana no planeta.
Nas TABELAS 7 e 8 são apresentadas as concentrações dos gases do efeito
estufa na atmosfera, segundo estudos de Rosa et al (2001) e o IPCC (2003).
TABELA 7 – CONCENTRAÇÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA NA
ATMOSFERA.
CO
2
N
2
O CH
4
Concentração pré-
industrial
Cerca de 280 ppm Cerca de 270 ppb Cerca de 700 ppb
Concentração em
1998
365 ppm 314 ppb 1745 ppb
Taxa de mudança
na concentração
1.5 ppm/ano 0,8 ppb/ano 7.0 ppb/ano
Tempo de vida na
atmosfera
5 para 200 anos 114 anos 12 anos
Fonte: ROSA et al (2001)
Obs.: Os gases do efeito estufa
N
2
O – óxido nitroso
CH
4
– gás metano
CO
2
- dióxido de carbono
Os valores apresentados na TABELA 7 demonstram que desde o período pré-
industrial está havendo um gradativo aumento nas concentrações dos gases
causadores do efeito estufa.
58
TABELA 8 – VARIAÇÃO NAS CONCENTRAÇÕES DOS GASES DO EFEITO
ESTUFA NA ATMOSFERA
CO
2
CH
4
N
2
O CFC-11 HCF-22 CF4
Concentração pré-
industrial
280 ppm 700 ppbv 275 ppbv Zero Zero 40 pptv
Concentração em
1992
365 ppm 1745 ppbv 3114 ppbv 268 pptv 14 pptv 80 pptv
Taxa de variação
da concentração
por ano
1,5 ppmv 8,4 ppbv 0,8 ppbv -1,4 pptv 0,5 pptv 1 pptv
Variação por ano
(ao longo da
década de 1980)
0,4% 0,8% 0,25% 4% 7% 2%
Tempo de vida na
atmosfera (anos)
(50 – 2000) 12 114 45 257 50.000
Emissões
antropogênicas
anuais
6,0 + ou – 1,5 Gt
(combustível
fósseis) 1,6 + ou –
1,0 Gt
(desmatamento)
215-255
Tg
3-4 Tg
Fonte: Climate Change, The IPCC Scientific Assessment, Cambridge University Press, Cambridge,
UK (apud GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003, p. 90)
Nota:
Ppmv = partes por milhão por volume
Ppbv = partes por bilhão por volume
Pptv = partes por trilhão por volume
Gton = gigatoneladas
Tg = teragramas (1012 gramas)
2.4.2.1.1 Dióxido de carbono - CO
2
O dióxido de carbono ou gás carbônico é o gás mais importante no sentido de
regulação do efeito estufa, além de ser o gás mais liberado dentre as emissões de
origem antrópica. Os volumes despejados de CO
2
na atmosfera provindos das
atividades humanas representam de 6 a 12 vezes superior aos volumes de CH
4
e
N
2
O. (ROSA et al, 2001). Na FIGURA 3 são apresentadas as contribuições
percentuais dos gases do efeito estufa para o aquecimento global, adaptado de
estudos de Goldemberg e Villanueva (2003).
59
FIGURA 3 – GRÁFICO DA CONTRIBUIÇÃO DOS GASES DO EFEITO ESTUFA
PARA O AQUECIMENTO GLOBAL
60%
20%
14%
6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
CO
NT
RI
BUI
ÇÃ
O
CO2
CH4
HALONS
N20
Fonte: Goldemberg e Villanueva (2003)
Já para o IPCC (apud ALVARES JUNIOR e LINKE, 1999), o CO2 é
responsável por mais de 97% das emissões totais de gases do efeito estufa de
fontes móveis. Os especialistas do IPCC julgam que a incerteza dos cálculos para
esse gás é da ordem de 5%, oriunda principalmente da operação, mais do que das
imprecisões nos fatores de emissão. Por sua vez, o N
2
O e o CH
4
contribuem com
cerca de até 3% e 1%, e as incertezas são de cerca de 50% e 40%,
respectivamente, devidas principalmente aos fatores de emissão.
O dióxido de carbono (CO
2
), circula entre quatro principais estoques de
carbono: a atmosfera, os oceanos, os depósitos de combustível fóssil e a biomassa
terrestre e solo. No balanço global de carbono na atmosfera do planeta, dos
6,3 Gt C/ano emitidos no período de 1989 a 1998, 3,3Gt C permanecem na
atmosfera, provocando o aumento do efeito estufa. O restante é reabsorvido pelos
oceanos e pela biota terrestre, aproximadamente em partes iguais. (CHANG, 2004).
A queima de combustível fóssil e, em menor grau, a perda de cobertura
vegetal, sobretudo de florestas, devido ao crescimento urbano-industrial, aumenta o
acúmulo de CO
2
na atmosfera. (CMMAD, 1988). Para Rosa et al (2001), o CO
2
está
60
presente na maioria das atividades humanas e é emitido através de processos
industriais como a queima de combustíveis renováveis (álcool, bagaço de cana,
óleos vegetais e outros), por processos de produção (cimento, cal, pedra calcária,
produção e uso de carbonato de sódio, amônia, carboretos, aço e ferro, alumínio,
magnésio, etc) e mudança do uso do solo e silvicultura.
Atualmente as atividades do homem estão acentuando as concentrações
desses gases na atmosfera, ampliando assim, a capacidade que possuem de
absorver energia.
A concentração pré-industrial era de cerca de 280 partes de dióxido de
carbono por 1 milhão de partes de ar por volume. Essa concentração chegou a 340
ppm em 1980. Os cientistas calculam que, mantidas as tendências atuais, a
concentração de CO
2
e dos outros gases do efeito estufa na atmosfera,
possivelmente já na década de 2030, será o dobro dos níveis de CO
2
da era pré-
industrial, o que poderia ocasionar aumento das temperaturas médias globais maior
do que qualquer outro já verificado na história da humanidade. (CMMAD, 1988).
Na TABELA 9 são apresentados os percentuais de Emissões dos GEE nos
países desenvolvidos em cada setor segundo estudos de Rosa et al (2001).
TABELA 9 – EMISSÕES NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS POR SETOR
Consumo total de combustíveis fósseis 83%
Totais de mudança do uso de solo e silvicultura 12%
Totais de processos industriais 3%
Total dos Bunkers
9
internacionais 2%
Totais de emissões fugitivas dos combustíveis fósseis 0,49%
Totais de resíduos 0,18%
Totais de agricultura 0,05%
Totais dos solventes e uso de outros produtos 0,04%
Outros 0,01%
Fonte: ROSA et al (2001).
9
Consumo de querosene, de gasolina e de óleo combustível usados para aviação e navegação
internacional, interestadual e intermunicipal.
61
Na TABELA 9 pode-se observar que o consumo de combustíveis fósseis é o
maior emissor dos GEE nos países industrializados. Esta emissão está relacionada
ao modelo de geração de energia que utiliza os combustíveis fósseis, principalmente
nos países europeus.
Os níveis de gás carbônico emitidos para a atmosfera tem atingido grandes
quantidades de concentração. Na FIGURA 4 pode-se observar as concentrações
deste o ano de 1850 até o ano 2000.
FIGURA 4 - EMISSÕES GLOBAIS DE CO
2
RESULTANTE DAS ATIVIDADES
HUMANAS (bilhão de toneladas de carbono por ano).
Fonte: Sterman e Sweeney (2000)
Pode-se observar na FIGURA 4 que as concentrações de CO
2
vêm
aumentando de modo contínuo desde o ano de 1850 o que contribui para o
agravamento do efeito estufa.
Segundo Braga et al (2002), o controle do efeito estufa passa
necessariamente pelo controle da emissão do CO
2
e os principais emissores de
carbono são os países industrializados: Estados Unidos, China, países integrantes
da ex-União Soviética, Japão, Índia, Alemanha entre outros. (GOLDEMBERG,
VILLANUEVA, 2003, p.92). Na TABELA 10 são apresentados indicadores de
emissões de CO
2
por países no ano de 1993 conforme estudos de Ferreira (2005).
62
TABELA 10 – INDICADORES DE EMISSÕES DE CO
2
NOS PAÍSES
DESENVOLVIDOS E EM DESENVOLVIMENTO
INDICADORES DE EMISSÃO DE CO
2
- Ano de referência: 1993
ESPECIFICAÇÃO BRASIL USA JAPÃO AMÉRICA* EUROPA**
t CO
2
/ hab
1,5 19,6 8,9 4,0 9,3
t CO
2
/ tempo de
oferta interna de
energia
1,6 2,4 2,3 2,3 2,6
t CO
2
/ 10³
US$(85) de PIB
0,88 1,04 0,62 1,72 1,07
t CO
2
/ km² de
superfície
27 539 2918 131 1522
* Chile, México e Venezuela **Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália
Fonte: Ferreira (2005)
Na TABELA 10 pode-se verificar que os Estados Unidos são os maiores
emissores de CO
2
. Ao se comparar os valores americanos com os valores do Brasil,
observa-se que a contribuição nacional é bem menor no que se refere aos índices
de emissões.
2.4.3 Prováveis Conseqüências do Aumento da Temperatura
De acordo com o World Meteorological Organization
10
(apud BRAGA et al,
2002), temperaturas de inverno, em altas e médias latitudes, poderão crescer mais
que duas vezes a média mundial, enquanto as temperaturas de verão não irão se
alterar muito. Esse aumento de temperatura pode induzir a uma elevação dos níveis
dos mares, numa faixa que varia de 20 a 165 cm, trazendo problemas de erosão
litorânea, inundação, danificação de portos e estruturas costeiras, enchentes,
destruição de charcos, elevação de lençóis de água e intrusão salina em aqüíferos
de abastecimento. Locais como as Ilhas Malvinas poderão desaparecer. Além disso,
70% das costas marítimas do mundo estarão sofrendo processos de erosão.
10
Em 1988, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA e a Organização
Mundial de Meteorologia - OMM (ou WMO) constituíram o IPCC - Painel Intergovernamental sobre
Mudança do Clima, encarregado de apoiar com trabalhos científicos as negociações da Convenção
(Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005).
63
Em contraste com os desastres anteriormente referidos, o aumento de teor de
CO
2
, poderá proporcionar um maior rendimento de determinadas culturas como: o
milho, o sorgo e a cana-de-açúcar (10%); arroz, trigo, soja e batata (em
aproximadamente 50%). Por outro lado, as mudanças climáticas serão intensas,
alterando regimes de chuvas e secas. Essas mudanças poderão influenciar muitos
processos biológicos como pragas de insetos, multiplicação de organismos
patogênicos, entre outros. (BRAGA et al, 2002).
Já para o Ministério da Ciência e Tecnologia (2005), como conseqüência do
aumento das temperaturas, extensas regiões do planeta ficam mais secas e os
desertos se alastram. Em outras áreas, o aumento do índice de chuvas provoca
enchentes. Os oceanos esquentam e se expandem, inundando ilhas e litorais.
Tempestades violentas acontecem onde nunca antes haviam acontecido. Colheitas
são perdidas e comunidades vulneráveis abandonam suas casas, migrando para
outro lugar.
O Ministério da Ciência e Tecnologia (2005) afirma ainda, que à medida em
que o clima muda mais rápido do que em qualquer outra época da história da
humanidade, um mundo super populoso e atormentado luta para adaptar-se.
Embora o clima tenha sempre variado naturalmente, na atualidade, os
cientistas acreditam que as emissões agrícolas e industriais de dióxido de carbono e
outros gases podem provocar uma mudança permanente e irreversível no clima. As
concentrações atmosféricas desses gases aumentaram drasticamente o que pode
gerar temperaturas mais altas e novos padrões climáticos nas próximas décadas e
séculos. (Ministério da Ciência de Tecnologia, 2005).
2.4.4 O Protocolo de Kioto
O Protocolo de Kioto é um tratado que estabelece compromissos mais rígidos
para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa. É o resultado
da reunião da Conferência das Partes no Japão, em 1997. O compromisso do
Protocolo estabelece que os países desenvolvidos terão a obrigação de reduzir a
quantidade de gases efeito estufa em pelo menos 5,2%, em relação aos níveis de
1990. A partir de do ano de 2015, países em desenvolvimento também poderão ser
obrigados a reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa.
64
Os países têm que colocar em prática o plano para reduzir os gases entre
2008 e 2012. As reduções das emissões dos gases vão acontecer em várias
atividades econômicas. Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia (2005), o
Protocolo estimula os países a cooperarem entre si através de algumas ações
básicas, como:
- reformar os setores de energia e transportes;
- promover o uso de fontes energéticas renováveis;
- eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da
Convenção;
- limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos
sistemas energéticos;
- proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
Mais de 150 Estados assinaram a Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima em Junho de 1992 na "Cúpula da Terra", no Rio. Esses
países reconheceram, assim, a mudança do clima como "uma preocupação comum
da humanidade". Eles se propuseram a elaborar uma estratégia global "para
proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras" e o Protocolo de
Kioto é conseqüência da Convenção de 1992. Os Governos que se tornaram Partes
da Convenção tentarão atingir o objetivo final de estabilizar "as concentrações de
gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência
antrópica perigosa no sistema climático". (Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005).
Ao tornarem-se Partes da Convenção, tanto os países desenvolvidos quanto
os em desenvolvimento, assumiram um certo número de compromissos. Entre eles:
- Submeter para apreciação informações sobre as quantidades de gases
de efeito estufa que eles emitem, por fontes, e sobre seus "sumidouros"
nacionais (processos e atividades que absorvem gases de efeito estufa
da atmosfera, em especial, florestas e oceanos).
- Desenvolver programas nacionais para a mitigação da mudança do clima
e adaptação a seus efeitos.
- Fortalecer a pesquisa científica e tecnológica, estabelecer a observação
sistemática do sistema climático e promover o desenvolvimento e a
difusão de tecnologias relevantes.
65
- Promover programas educativos e de conscientização pública sobre
mudança do clima e seus efeitos prováveis.
Os países desenvolvidos assumem um certo número de compromissos
adicionais que cabem somente a eles. Os mais importantes são:
- Adotar políticas destinadas a limitar suas emissões de gases de efeito
estufa, proteger e aumentar seus "sumidouros" e "reservatórios" de gases
de efeito estufa. Eles se comprometeram a retornar suas emissões aos
níveis de 1990 até o final desta década e também submeterão
informações detalhadas sobre seu progresso. A Conferência das Partes
revisará a implementação geral e a adequação desse compromisso pelo
menos duas vezes durante a década de 90.
- Transferir recursos tecnológicos e financeiros para países em
desenvolvimento, além da assistência que já seja por eles oferecida, e
apoiar os esforços desses países no cumprimento de suas obrigações
sob a Convenção.
- Ajudar países em desenvolvimento que sejam particularmente vulneráveis
aos efeitos adversos da mudança do clima, para fazer frente aos custos
de adaptação.
Em 23 de julho de 2002, o Brasil ratificou o Protocolo de Kioto. Antes dele,
diversos outras Nações também se comprometeram com os compromissos nele
previstos. Em 31 de maio de 2002, a União Européia, congregando seus 15 (quinze)
Estados-membros, ratificou, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), o
referido Protocolo. Tais fatos foram também noticiados pela mídia com um maior
isolamento dos Estados Unidos da América (EUA), frente à sua postura de não
aderir ao referido Protocolo. Os EUA são responsáveis, sozinhos, por cerca de 25%
das referidas emissões globais – e cerca de 36,1% das emissões dos países
industrializados – daí a importância desse Estado em aderir aos compromissos do
documento internacional. (MUYLAERT, 2000).
Durante a terceira Conferência dos países signatários da Convenção
Internacional sobre Melhoria Climática (elaborada durante a ECO-92) que foi
realizada em Kioto, em 1997, foi desenvolvido o chamado Clean Development
66
Mechanism (CDM), ou Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL, visando uma
nova abordagem para reduzir a concentração de gases causadores do efeito estufa,
principalmente o CO
2
. Essa nova proposta leva em conta o elevado nível de
emissões de gases dos países industrializados e a capacidade de os países em
desenvolvimento absorvê-los por meio de processos naturais. (BRAGA et al, 2002).
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecido no artigo 12 do
Protocolo de Kioto, consiste na possibilidade de um país que tenha compromisso de
redução contido no Anexo I do Protocolo, em adquirir certificados de redução de
emissões de gases de efeito estufa em projetos gerados em outros países de forma
a cumprir parte de seus compromissos. A idéia consiste em que um projeto gere
certificados de reduções de emissões. Tais projetos devem implicar reduções de
emissões adicionais àquelas que ocorreriam na ausência do projeto, garantindo
benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo para a mitigação da mudança do
clima. (Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005).
Contudo, Casagrande Júnior (2003) afirma que o Protocolo de Kioto com o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL retarda a implementação de
tecnologias limpas e investimentos em energias renováveis por parte das empresas,
tornando o ar limpo numa commodity que pode ser negociado em Bolsas de Valores
como qualquer outra mercadoria.
Ao ratificar a Convenção, o Brasil aceitou algumas obrigações iniciais, entre
elas de identificar qual sua contribuição geral para os problemas de alteração
climática. Desta forma, está em fase de elaboração o seu “Comunicado Nacional”
para a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Trata-se
de um documento técnico contendo o invenrio das emises produzidas por ação
humana, por fontes, e das remoções, por sumidouros, de todos os gases de
efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal
11
.
Também traz uma descrição geral das providências, tomadas ou previstas,
para a implementação da Convenção no País. Para tanto, foi criado, através de
Decreto Presidencial de 7 de julho de 1999, a Comissão Interministerial de
Mudança Global do Clima, com a finalidade de articular as ações de governo
11
O Protocolo de Montreal exigia cortes nas substâncias que destroem a Camada de Ozônio,
adotado em Montreal em 16 de setembro de 1987 e com os ajustes e emendas adotados
posteriormente (ONU, 2005).
67
decorrentes da Convenção-Quadro da Nações Unidas sobre Mudança do Clima e
seus instrumentos subsidiários de que o Brasil seja parte. (Ministério da Ciência e
Tecnologia, 2005).
O Protocolo de Kioto entrou em vigor no ano de 2005 com a inclusão da
Rússia e, finalmente, as metas estabelecidas no Tratado terão que ser cumpridas.
No momento, 141 nações confirmaram a adesão ao Tratado, sendo que elas
representam 61.6% de toda a emissão de gases do efeito estufa do planeta.
Entretanto, o grande emissor, os Estados Unidos, omitiu-se da ratificação e não
segue as regras impostas pelo Protocolo. (Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005).
2.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO
Os padrões e modelos mentais têm contribuído para uma visão cartesiana do
mundo, envoltos por paradigmas tradicionais onde todas as situações têm respostas
objetivas e racionais.
A clareza, a análise e a ordem parecem suplantar a complexidade das inter-
relações, o que torna tudo parte indissociável de um todo - a razão está acima de
tudo.
O desenvolvimento sustentável parece ser o conceito que impera, mais do
que pela necessidade de uma visão abrangente dos sistemas, e sim por uma
melhoria na imagem externa das instituições.
Nesse cenário, a poluição atmosférica, com a intensa industrialização, é vista
como necessária para o desenvolvimento, onde a legislação ou a possibilidade de
retorno financeiro é mais importante do que “mudanças estruturais” ou de
conciliação das necessidades reais com a conservação ambiental.
O aquecimento global é uma realidade, apontada por instituições nacionais e
internacionais como um fato que está ocorrendo e que trás grandes influências à
vida do planeta.
68
O Protocolo de Kioto aparece como uma possibilidade de diminuir os efeitos
das altas concentrações de gases que provocam o efeito estufa, principalmente o
CO
2
, contudo, sem a adesão dos Estados Unidos o Protocolo perde muito sua
importância.
Diante do quadro atual, o futuro da vida na Terra torna-se incerto, as reações
de adaptação á esta era de mudanças são imprevisíveis. Muitos sistemas vivos
(animais e vegetais) devem desaparecer e outros sistemas podem se desenvolver
alterando o equilíbrio ambiental existente.
69
3 AS TECNOLOGIAS APROPRIADAS, A PRODUÇÃO MAIS LIMPA E A
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E AS EMISSÕES DOS GASES DO
EFEITO ESTUFA
3.1 TECNOLOGIAS APROPRIADAS
Para melhor entender os conceitos de Tecnologia Apropriada é necessário
uma visão do que é tecnologia e o que é técnica:
Tecnologia é a disciplina que descreve e ordena os ofícios e as indústrias
existentes. De modo amplo, pode-se dizer que tecnologia é a maneira pela
qual as pessoas fazem as coisas. A Tecnologia não reconhece fronteiras
cronológicas nem geográficas. (GAMA,1985). Charles Laboulaye, citado
por Gama (1985), definiu tecnologia como a ciência dos processos
segundo os quais o homem emprega forças e age sobre as matérias-
primas fornecidas pela natureza para, utilizando essas forças, obter das
matérias-primas o que convém à satisfação de suas necessidades e de
seus desejos.
Técnica é uma habilidade humana de fabricar, construir e utilizar
instrumentos. A técnica é tão antiga como a humanidade e surgiu,
provavelmente, com o surgimento do homem e a linguagem. (VARGAS,
1994). As técnicas modernas, nas quais já são incorporados os
conhecimentos de origem científica, apareceram durante o Renascimento,
quando homens, como Leonardo da Vinci, não as distinguem das Belas
Artes e nem hesitam em ampliar, na solução de seus problemas, alguns
conhecimentos científicos obtidos das experiências diretas. (VARGAS,
1994).
O conceito “Tecnologia Apropriada” nasceu na década de 60 com a obra
“Small is Beautiful” do economista E.F. Schumacher na qual se definia uma
tecnologia “com uma face humana”. (KRUGER, 2000). Abiko (2003) afirma que
Schumacher introduziu o termo “Tecnologia Apropriada” a partir de seu interesse e
70
identificação com as obras de Ghandi na Índia e enfatiza quatro critérios para esta
tecnologia:
Pequeno – a Tecnologia Apropriada não precisa ser necessariamente
grande para resolver todos os problemas. Precisa ser adequada à
realidade local e seus recursos.
Simples – a Tecnologia Apropriada deve ser de fácil acesso e passível de
ser replicada/transmitida de modo simples.
Barato – a Tecnologia Apropriada é facilmente obtida e utiliza insumos
abundantes e locais.
Pacífico – a Tecnologia Apropriada não visa à dominação tecnológica,
mas a sinergia entre as pessoas tentando resolver ou minimizar os
conflitos. A Tecnologia Apropriada deve ser aplicada localmente. Sua
utilização em determinada região pode não ser a mais adequada para um
outro local.
Entende-se ainda como Tecnologia Apropriada àquela que é mais adequada
as necessidade e aspirações, e que seja eficaz, engenhosa e utilize os recursos
naturais disponíveis, levando em consideração os fatores sociais e culturais.
(SHAFA et al, 2000).
A tecnologia tem tido uma importância cada vez maior nas sociedades e o
conceito de Tecnologia Apropriada traz uma visão particular e estimulante de como
esta tecnologia pode ser pensada de outra forma que não a convencional ou a
chamada “high technology”. Tecnologia Apropriada é um termo que representa um
ponto de vista particular acerca da sociedade e da tecnologia.
Assim conceituada, a tecnologia traz em si uma grande carga ideológica,
demonstrando que a Tecnologia Apropriada está definitivamente atrelada a um
determinado modelo de desenvolvimento que se almeja. Este modelo de
desenvolvimento está atrelado, por sua vez, a um determinado modelo de
desenvolvimento político e econômico. (ABIKO, 2003).
A Tecnologia Apropriada se coloca em alguma posição entre a mais primitiva
técnica da idade da pedra e a mais sofisticada tecnologia da informática.
Schumacher (1977) afirma ainda que a Tecnologia Apropriada deve ser compatível
71
com as leis da ecologia sensível no uso de recursos escassos e planejada para
servir à pessoa humana.
Na TABELA 11 pode-se observar comparações entre Tecnologias
Apropriadas e Tecnologias de Grande Escala segundo Shafa et al (2000).
TABELA 11 - COMPARAÇÃO ENTRE TECNOLOGIA APROPRIADA E
TECNOLOGIA DE GRANDE ESCALA
TECNOLOGIA PELAS MASSAS;
(Apropriada, Adequada)
TECNOLOGIA PARA AS MASSAS;
(Moderna, Ocidental)
Mobiliza preciosos recursos do homem, seu
cérebro e suas mãos.
Auto-destruidora em termos de recursos não-
renováveis, desprestigia o ser humano.
Faz uso de potenciais criativos, conduzindo à
autonomia e descentralização.
Age como um corpo estranho, com claros sinais
de rejeição.
Compatível com as leis da ecologia. Ecologicamente destruidora.
Destinada a servir a pessoa humana. Torna o homem servo das máquinas.
È superior às tecnologias primitivas, mas ao
mesmo tempo simples, mais barata e mais livre
do que a alta tecnologia.
Nos últimos 200 anos (Revolução Industrial)
gerou mais problemas (sócio-econômicos e
ambientais) do que resolveu.
Tecnologia com rosto humano. Tecnologia inerentemente violenta.
Fonte: SHAFA et al, 2000.
As Tecnologias pelas massas (Apropriadas) apresentadas na TABELA 11,
devem ser analisadas com muito critério. Afirmações como “destinada a servir a
pessoa humana” em contraponto com “torna o homem servo das máquinas” não
devem ser entendidas de forma linear ou absoluta. Afirmações como a “tecnologia
inerentemente violenta” tem sentido de sua aplicação e intensidade de mudanças,
na qual, o resultado final é o mais importante.
As tecnologias para as massas tem sua importância para o desenvolvimento,
principalmente no que se refere à melhoria na qualidade e expectativa de vida, como
no desenvolvimento da indústria farmacêutica. A tecnologia para as massas também
não é só utilizada pelos países ocidentais, a China, como exemplo, é um país
oriental que utiliza a tecnologia moderna de forma muito intensa.
72
A Tecnologia Apropriada pode atender grandes massas, porém, o homem e o
meio ambiente são o centro e utilizam as máquinas como instrumento de auxílio.
3.1.1 Tecnologias Apropriadas na Construção Civil
A técnica tradicional da construção civil continua sendo largamente utilizada,
principalmente nas habitações unifamiliares desenvolvidas no interior do Brasil, onde
se emprega mão-de-obra com pouca qualificação e utiliza-se materiais de
construção de forma indiscriminada, sem critérios e com baixa eficiência.
A Tecnologia Apropriada na construção não visa o retorno às velhas tradições
do construir e também não se apóia na construção em escala, que tem produzido
empreendimentos monótonos, com uma qualidade projetual duvidosa, pouco
agradável de se ver e de se conviver (ABIKO, 2003). O processo apropriado utiliza
recursos existentes nas comunidades e, com os mesmos, capital, materiais e mão-
de-obra, procuram criar uma forma construída que esteja ao alcance desta
comunidade e que haja em sua elaboração uma efetiva participação dos elementos
desta mesma comunidade.
Na TABELA 12 estão apresentadas características das Técnicas Tradicionais,
da Tecnologia Moderna e da Tecnologia Apropriada na construção civil, segundo
estudos de Abiko (2003).
73
TABELA 12 – TÉCNICAS TRADICIONAIS X TECNOLOGIAS MODERNAS X
TECNOLOGIAS APROPRIADAS
TRADICIONAL MODERNO APROPRIADO
MATERIAIS
Simples. Matérias
primas locais.
Retirados ou
produzidos no local.
Utilização de poucos
componentes
Sofisticados. Matérias
primas de diversos
locais. Produzidos fora
do canteiro. Freqüente a
pré-fabricação de
componentes
Simples ou sofisticados.
Matérias primas locais.
Produzido de forma
racionalizada no
canteiro. Pré-fabricados
que não necessitam de
equipamento pesado
PRODUÇÃO
Escala muito pequena.
Entendida, controlada
e mantida pelo
usuário. Decisões
individuais
Grande escala.
Entendida e controlada
por especialistas.
Decisões centralizadas
Escala pequena.
Entendida, controlada e
mantida pelo usuário.
Decisões individuais ou
coletivas
MÃO-DE-OBRA
Intensiva. Usuário ou
pequenos construtores
Parcialmente substituída
por equipamentos.
Empregada e
terceirizada
Intensiva. Usuário ou
pequenos construtores
ENERGIA
Pouca. Não
comercializada e local
Muita . Comercializada Pouca. Comercializada
e local
EQUIPAMENTOS
Ferramentas simples Equipamentos
especializados
Ferramentas simples
CAPITAL
Pouco ou nenhum Intensivo Pouco
ORGANIZAÇÃO
Simples Complexa, só
parcialmente, no
canteiro
Complexa, na maioria
no canteiro
TRANSPORTES
Homem e animais Máquinas
especializadas
Máquinas leves
Fonte: Abiko (2003)
As afirmações apresentadas na TABELA 12 devem ser entendidas de forma
ampla e geral. Contudo, há situações onde a intervenção “apropriada” e melhor pode
ser uma intervenção em “grande escala”, característica de uma tecnologia
considerada “moderna”. Tecnologias Apropriadas também podem ser em escala
muito pequena (características das técnicas tradicionais), entendida por
especialistas (características das tecnologias modernas) e decididas de forma
coletiva (Tecnologias Apropriadas).
Cabe reafirmar ainda que a Tecnologia é Apropriada a um determinado
modelo de desenvolvimento que se espera de uma sociedade. Na TABELA 12, a
tecnologia apropriada pressupõe um desenvolvimento baseado na ampliação das
oportunidades para a maioria da população dos países em desenvolvimento,
74
contemplando aspectos de geração de emprego, melhoria da qualidade de vida,
otimização de recursos naturais e sustentabilidade ambiental. (ABIKO, 2003).
Outro conceito muito importante que auxiliar o desenvolvimento das
Tecnologias Apropriadas é a Produção mais Limpa.
3.2 A PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Para Furtado (1983), a Produção Mais Limpa representa o estágio de
excelência para a indústria que deseja aumentar seu grau de responsabilidade
econômico/competitivo, social e ambiental, a partir da adoção de quatro grandes
princípios:
- Precaução (melhor estar seguro, prevendo possíveis problemas e suas
conseqüências);
- Prevenção do resíduo na fonte (não produzir resíduos ou minimizar os
mesmos – ganhos econômicos);
- Integração total da produção (visão holística), com base na avaliação do
ciclo-de-vida (ACV);
- Participação democrática, traduzida pelo direito de acesso público às
informações sobre os riscos de produtos e processos para o homem e o
ambiente.
Para a organização não governamental Greenpeace (2005), a Produção Mais
Limpa implementa o Princípio Precautório - uma nova abordagem holística e
integrada para questões ambientais centradas no produto. Essa abordagem assume
como pressuposto o referencial que a maioria de nossos problemas ambientais - por
exemplo: aquecimento global, poluição tóxica, perda de biodiversidade - é causada
pela forma e ritmo no qual são produzidos e consumidos os recursos. Também
considera a necessidade da participação popular na tomada de decisões políticas e
econômicas.
Segundo Phillip e Erdmann (2005), a Produção Mais Limpa é um instrumento
dos conceitos e dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável e é uma forma de
75
conceber a produção. A Produção Mais Limpa busca evidenciar as dimensões social
e ecológica e em segundo plano as econômicas.
Os benefícios decorrentes da Produção Mais Limpa são destacados por Lora
(2000) focando a minimização de resíduos na fonte:
- controle de resíduos na fonte leva à diminuição radical da quantidade
gerada. Conseqüentemente, se reduz o custo de produção devido à
utilização mais eficiente das matérias-primas e da energia, bem como
custos de tratamento;
- a prevenção de resíduos, diferentemente do tratamento de resíduos,
implica em benefício econômico, tornando-a mais atrativa para as
empresas;
- melhoria da imagem ambiental;
- maior facilidade em cumprir as novas leis e regulamentos ambientais, o
que implica em um novo segmento de mercado.
3.3 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E A PRODUÇÃO DE SEUS
PRINCIPAIS PRODUTOS – A EMISSÃO DE CO
2
NA FABRICAÇÃO E NO
TRANSPORTE
3.3.1 A Indústria da Construção Civil no Cenário Atual
A construção civil desempenha um papel importante no crescimento das
economias industriais e no desenvolvimento dos países. Constitui-se em um dos
elementos-chave na geração de emprego e na articulação de diferentes setores
industriais que produzem insumos, equipamentos e serviços para seus diferentes
subsetores.
Convenciona-se sua divisão nos três grandes campos de atuação, a saber:
a) Edificações;
b) Construção Pesada;
c) Montagem Industrial.
76
Apesar do sucesso obtido em outras áreas do conhecimento, não houve
muito sucesso na tecnologia da construção civil. (SPENCE et al, 1993, apud ABIKO,
2005). Existem várias razões para estas dificuldades. Em primeiro lugar deve-se
considerar a dificuldade de introduzir qualquer inovação tecnológica na construção
civil, quer seja ela de um novo processo ou produto, pois este setor é refratário às
mudanças. A razão deste fato, principalmente no setor habitacional, pode estar
relacionada com hábitos culturais de apego a uma determinada forma de morar, que
evolui muito lentamente ao longo dos séculos. (ABIKO, 2005).
Diante do quadro tradicionalista e imediatista da indústria da construção civil,
a exploração exagerada dos recursos naturais reduziu em grande quantidade as
reservas de materiais e de água potável. O setor também tem sido foco constante de
críticas da mídia, especialmente com relação aos desperdícios de matéria-prima e
insumos (ARAUJO, 2002). Em publicação da Caixa Econômica Federal (2001, apud
ARAUJO, 2002), estima-se que o setor seja responsável por cerca de 40% dos
resíduos gerados na economia.
Apesar da maior consciência e preocupação ambiental verificados atualmente
em muitos setores industriais, há setores tradicionais da economia que estão longe
do que seria um processo de uma Produção Mais Limpa (observar item 3.2) que
desenvolva produtos ecologicamente corretos. A indústria da construção civil
enquadra-se nesse setor, tradicional e reticente às necessidades de uma maior
conservação ecológica.
A indústria da construção civil com a forte industrialização do país no início do
século XX proporcionou a aceleração do êxodo rural, conseqüentemente
aumentando sua necessidade e importância sendo responsável por algo em torno
de 14,5% do PIB brasileiro. (JOHN, 2000). O setor de construção civil, diante de sua
participação na economia, também é de extrema importância para o meio ambiente,
pois: retira/utiliza recursos naturais, emite resíduos (sólidos e gasosos) nos seus
processos de produção, gasta energia (construção e funcionamento das edificações)
e contribui com grandes volumes de materiais pós-vida útil.
77
3.3.2 Impactos Ambientais dos Materiais de Construção Civil
A Agenda 21 para a Construção Sustentável (CIB, 1999, apud, GRIGOLETTI
e SATTLER, 2003) aponta diretrizes que devem ser perseguidas pelo setor da
construção civil para reduzir os impactos ambientais e sociais relacionados às suas
atividades. Entre as que dizem respeito à produção de materiais de construção
estão:
- redução do consumo de energia no processo de produção;
- eliminação ou redução de emissões aéreas; (grifo do autor)
- redução do consumo de recursos naturais e de geração de resíduos;
- geração de empregos;
- possibilidades de aperfeiçoamento;
- qualidade do ambiente de trabalho;
- promoção da economia local.
No que se refere às emissões dos gases causadores do efeito estufa na
indústria da construção civil e na produção de materiais de construção, os impactos
ambientais são problemas, tanto em países desenvolvidos como em
desenvolvimento. No Japão as emissões de CO
2
referente às construções
residenciais e não residenciais correspondem a 7,8% do total daquele país. (SHUZO
et al, 2005). No Reino Unido as emissões de CO
2
da indústria da construção civil
representavam 4% de toda atividade econômica em 1998 (SMITH et al, 2002). Já na
Índia o setor de construção é responsável por 17% do total das emissões de CO
2 .
(TIWARI et al, 1996). No Brasil não se têm estudos específicos sobre os impactos e
quantidades de emissões dos gases causadores do efeito estufa da indústria da
construção civil.
78
3.3.2.1 Os produtos básicos mais utilizados na indústria da construção civil
Segundo John (1999) o setor de construção civil consome, aproximadamente,
50% dos recursos naturais e apresentam grande quantidade de emissões de gases
do efeito estufa, principalmente o CO
2
, seja na fabricação ou na retirada do material
da natureza, nesse sentido foram pesquisados as indústrias de:
- Cimento;
- Cal;
- Aço (ferro);
- Areia e brita (retirada e transporte);
- Cerâmica vermelha;
- PVC.
Esta consideração sobre os materiais de construção que apresentam maiores
índices de emissões dos gases causadores do efeito estufa podem ser confirmados
em trabalhos apresentados nos trabalhos de John (2005) e do Instituto IDD – Institut
Wallon – VITO (2001), (FIGURA 5). Ainda segundo John (2005), a contribuição da
Indústria da Construção Civil para a emissão dos gases do efeito estufa está na:
- Queima de combustíveis fósseis:
Produção de materiais: aço, cerâmica, cimento...;
Transporte de materiais;
Uso de edifícios.
- Decomposição de calcário:
1000kg de calcário = 440 kg de CO
2
Cimento, cal, aço.
79
FIGURA 5 - GRÁFICO DO PRINCIPAIS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO NO QUE
SE REFERE AS EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA
EMISSÕES DE CO2 POR MATERIAIS
33%
20%
20%
22%
5%
concreto
aço
plásticos
tijolo
outros
Fonte: IDD – Institut Wallon – VITO (2001)
Obs: o concreto é o material de construção proveniente, na grande maioria das vezes, da adição
de um agregado graúdo (brita), um agregado miúdo (areia), cimento e água.
Na FIGURA 5 se pode observar que, segundo estudos do IDD – Institut
Wallon – VITO (2001) que estuda a indústria da construção da Bélgica, o concreto
apresenta a maior quantidade de emissões de CO
2
para os principais materiais de
construção utilizados em uma casa.
Nos estudos desenvolvidos no Reino Unido por Smith et al (2002), se pode
observar na TABELA 13 as quantidades totais de emissões dos principais produtos
utilizados na indústria da construção civil daquele país.
80
TABELA 13 - EMISSÕES DE CO
2
NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO
REINO UNIDO EM 1998
CO
2
(k t) %
PRODUTOS DE PEDREIRA / EXTRAÇÃO MINERAL 513 3,22
PRODUTOS PLÁSTICOS 1.023 6,43
PRODUTOS CERÂMICOS 700 4,39
PRODUTOS BÁSICOS DE BARRO 995 6,24
CIMENTO E CONCRETO 12.033 75,55
FABRICAÇÃO DE MATERIAIS 664 4,17
TOTAL 15928 100,00
Fonte: adaptado de Smith et al (2002)
Na TABELA 13 se pode observar que as indústrias de cimento e concreto no
Reino Unido apresentam os maiores índices de emissões de CO
2.
3.3.3 Produção de Resíduos e a Emissão de Gases na Indústria da Construção
Civil.
Na FIGURA 6 é apresentado um esquema que procura demonstrar onde
ocorre a emissão dos gases que provocam o efeito estufa na produção dos
principais materiais de construção civil, segundo estudos do autor dessa dissertação.
81
FIGURA 6 – ESQUEMA DE PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO
AREIA
NATURAL
(LEITO DE RIOS)
CIMENTO
TIJOLOS E
TELHAS
CERÂMICAS
RETIRADA D
A
AREIA COM
BALSAS, SISTEMAS
DE SUCÇÃO, ETC.
TRANSPORTE DA
AREIA A O LOCAL
DA OBRA
UTILIZAÇÃO DA
AREIA COM
BETONEIRA
PRODUÇÃO DO
CIMENTO:
MISTURA, ALTO
FORNOS,
MOAGEM
TRANSPORTE DO
CIMENTO ATÉ O
LOCAL DA OBRA*
UTILIZAÇÃO DO
CIMENTO
ATRAVÉS USO DE
BETONEIRAS
RETIRADA D
A
ARGILA COM USO
DE
TRATORES E
CAMINHÕES
PROCESSO DE
FABRICÃO
DOS TIJOLOS E
TELHAS
TRANSPORTE DOS
TIJOLOS E TELHAS
ATÉ O LOCAL DA
OBRA
AÇO E
ESQUADRIAS
RETIRADA DOS
MINÉRIOS PARA
PRODUÇÃO DO
AÇO
PROCESSO DE
FABRIÇÃO DO
AÇO
PROCESSO DE
PRODUÇÃO DE
AÇO EM BARRAS
E JANELAS
RETIRADA DOS
INSUMOS
NATURAIS PARA
FABRICÃO DO
CIMENTO
TRANSPORTE DAS
PEÇAS ACABADAS
ATÉ A OBRA
Fonte: Autor
Obs.: (*) Há casos em que o concreto é feito em usinas específicas, contudo, no estudo de caso
dessa pesquisa esta situação não é comum.
82
3.3.3.1 Cimento
A produção de cimento é um processo energo intensivo. O consumo de
energia pela indústria de cimento é calculado em aproximadamente 2% do consumo
primário global de energia, ou quase 5% do consumo industrial global total de
energia. (WORRELL et al, 2003).
Em 1995 a produção global de cimento foi calculada em 1453 milhões de
toneladas (Mt). Por causa da importância de cimento como um material de
construção, e por causa da abundância geográfica das matérias-primas principais, o
cimento é produzido em praticamente todos países. A produção global de cimento
cresceu de 594 Mt em 1970 a 1453 Mt em 1995 num índice anual médio de 3,6%. A
produção de cimento na China aumentou dramaticamente entre 1970 e 1995,
crescendo de 27 Mt a 475 Mt, numa taxa de crescimento anual média de 12,2%.
(WORRELL et al, 2003).
A intensidade mundial média de emissões de carbono na produção de
cimento é 222 kg de C/t. Embora a China seja o maior emissor, a região com maior
intensidade de emissões de carbono por tonelada produzido é a Índia (253 kgC/t),
seguido por América do Norte (242 kgC/t), e então China (240 kgC/t). (WORRELL et
al, 2003). As emissões de CO
2
estão presentes em todas as indústrias cimenteiras
mundias, o que altera a quantidade de emissões é o tipo de combustível utilizado
(carvão, óleo combustível, gás natural, coque de petróleo, combustíveis de
alternativa).
Em 1994, o Brasil ocupava a 11ª posição na produção de cimento no mundo,
com 1,9% da produção mundial. (Ministério da Ciência e Tecnologia, 2002). A
fabricação do cimento envolve uma série de atividades estendendo muito o
acompanhamento de toda a sua produção. Para isso esta pesquisa restringiu este
acompanhamento a apenas alguns dados, tais como o consumo de energia elétrica
onde se relaciona que para a produção de uma tonelada de cimento são
consumidos 5,8GJ de energia. (UNEP IE, 1996, apud CYBIS e SANTOS, 2000), e a
quantidade de poluentes emitidos para a atmosfera tais como materiais particulados,
SOx, NOx e CO
2
.
Conforme já citado anteriormente, a poluição do ar tem sido um sério
problema com o incremento do desenvolvimento do setor industrial, principalmente
83
nas últimas décadas do século passado e início deste século. Nesse contexto, a
indústria do cimento é considerada como uma das mais potencialmente poluentes.
(CANPOLAT et al, 2001).
Somente a indústria do cimento é responsável por 10% de todas as emissões
de CO
2
no Brasil (JOHN, 2005), já para Isaia e Gastaldini (2004) o cimento consome
5,5 GJ de energia e libera, aproximadamente, 1 t de CO
2
por tonelada de clinquer
correspondendo entre 5 e 8% do total emitido anualmente para atmosfera. Para
Soares (1998) a indústria do cimento consumiu cerca de 4,4% da energia do setor
industrial e constitui-se num dos grandes contribuintes às emissões de CO
2
. Para o
CNPq (2005) a indústria do cimento responde por cerca de 7% da emissão anual de
gás carbônico (CO
2
). Somente o Brasil, com uma produção anual de 38 milhões de
toneladas de cimento Portland (comum), libera para a atmosfera aproximadamente
22,8 milhões de toneladas/ano de gás carbônico. (CNPq, 2005).
O Brasil e México dominam a produção de cimento na América Latina, sendo
responsáveis por 54% da produção do continente. O Brasil experimentou um
crescimento rápido em produção de cimento entre 1970 e 1980, ao passo que na
década seguinte devido à crise econômica, houve uma redução da produção de
27 Mt em 1980 para 19,5 Mt em 1984, subindo lentamente para 28 Mt em 1995
(SOARES, 1998). A produção mexicana de cimento cresceu de 7 Mt em 1970 a 24
Mt em 1995, num índice anual médio de 5,0%. (WORRELL et al, 2003).
Para comparação com os valores da indústria cimenteira brasileira, na
TABELA 14 são apresentados os valores referenciais das emissões dos gases
causadores do efeito estufa na indústria de cimento da Turquia segundo estudos de
Canpolat et al (2001).
TABELA 14 – EMISSÕES DE GASES NA INDÚSTRIA DE CIMENTO DA TURQUIA
Emissões em t/t(cimento)
Dióxido de carbono (CO
2
) 1.609
Dióxido de Nitrogênio (NO
2
) 0.596
Dióxido de Enxofre (SO
2
) 0.060
Fonte: Canpolat et al (2001)
84
Segundo informações da TABELA 14 a indústria de cimento da Turquia emite
1,609 t de CO
2
por tonelada de cimento produzido. Esta valor é bem superior aos
citados pelo CNPq para o Brasil que são de 0,6 t CO
2
/t cimento.
Contudo, ao se comparar as emissões de CO
2
na indústria cimenteira dos
vários autores pesquisados, se verifica que a quantidade varia muito. Para Santi e
Sevá Filho (2004) a indústria de cimento apresenta elevado potencial poluidor. Em
todas as etapas do processo produtivo do cimento há fontes de poluição e os níveis
e as características das emissões dos poluidores dependem das características
tecnológicas e operacionais do processo industrial.
No processo de calcinação do calcário em um dos componentes do clínquer,
ocorre a emissão de CO2. Essas emissões foram estimadas com base nos dados de
produção anual de clínquer, fornecidos pelo Sindicato Nacional das Indústrias de
Cimento – SNIC, e são apresentadas na TABELA 15 e 16. (apud Ministério da
Ciência e Tecnologia, 2002)
TABELA 15 – EMISSÕES DE CO2 NA PRODUÇÃO DE CIMENTO
1990 1991 1992 1993 1994
10224 10881 9000 9334 9337
Unidade: Gg
Fonte: Primeiro Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa - Ministério
da Ciência e Tecnologia (2002)
TABELA 16 – PRODUÇÃO DE CIMENTO NO BRASIL (1990 a 1994).
ANO PRODUÇÃO DE
CIMENTO
PRODUÇÃO DE
CLÍNQUER
CLÍNQUER/CIMENTO
1990 25.848.359 20.161.401 78,0%
1991 27.490.090 21.458.207 78,1%
1992 23.902.730 17.747.749 74,2%
1993 24.842.915 18.407.115 74,1%
1994 25.229.609 18.412.262 73,0%
Unidade: t
Fonte: Primeiro Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa - Ministério
da Ciência e Tecnologia (2002)
85
Existem vários tipos de cimento, o Portland é o mais comum e é basicamente
uma mistura de clínquer e gesso. O clínquer, por sua vez, é uma mistura de óxidos
de silício, alumínio, ferro e cálcio. O cimento Portland é um dos mais importantes
materiais de construção a serviço da engenharia, com um vastíssimo campo de
aplicação. As matérias-primas para fabricação do cimento são:
- Calcário;
- argila;
- minério de ferro;
- gesso.
3.3.3.1.1 Processo de fabricação do cimento
A) Preparação da mistura crua:
Os componentes que mais interessam na fabricação do cimento são: CaO,
SiO
2
, Fe
2
O
3
, Al
2
O
3
.
O calcário e argila são misturados e moídos a fim de se obter uma mistura
crua para descarbonatação e clinquerização. No processo de moagem o material
entra no moinho encontrando em contra corrente o ar ou gás quente (~220°C),
propiciando a secagem do material. O material que entra com umidade em torno de
5% sai com umidade em torno de 0,9% a uma temperatura de final de 80 graus.
O processo de fabricação de cimento, caracteriza-se pelo elevado consumo
de energia térmica e elétrica, que atualmente gira em torno de 700 kcal e 100 kWh
por tonelada de cimento produzida. (HERNANDES e KAMINSKI, 2004).
O atual estágio tecnológico do processo de fabricação de cimento permite que
se produzam os mais variados tipos de cimento, respeitando as exigências de
qualidade dos consumidores, com um elevado aproveitamento de recursos, tanto
naturais quanto residuais, derivados de outros processos através do co-
processamento, também chamados de co-incineração. (HERNANDES e KAMINSKI,
2004).
86
Ainda no processo de produção do cimento há a emissão de poluentes como:
material particulado, dióxido de carbono (CO
2
), óxidos e enxofre de nitrogênio e,
nitrogênio. Segundo o Code Federal Regulations – Protection of Environment, o
órgão ambiental norte-americano, as plantas de fabricação de cimento estão entre
as maiores fontes de emissão de poluentes atmosféricos perigosos, dos quais
destacam-se as dioxinas e furanos; os metais tóxicos como mercúrio, chumbo,
cádmio, arsênio, antimônio e cromo; os produtos de combustão incompleta e os
ácidos halogenados. (USA, 1991; USEPA, 1996, apud SANTI e SEVÁ FILHO, 2004).
B) Processo de clinquerização:
No processo de clinquerização, os combustíveis mais utilizados para elevar a
temperatura de clinquerização (~1400°C) são: óleo pesado, coque de petróleo,
carvão mineral ou vegetal.
Para que ocorra o aquecimento do material cru, o mesmo é lançado numa
torre de ciclones onde em fluxo contrário, corre os gases quentes da combustão.
Nos ciclones ocorrem as separações dos gases e material sólido. Os gases são
lançados na atmosfera após passarem por um filtro eletrostático onde as partículas,
ainda presentes dos gases são precipitadas e voltam ao processo. Após passagem
pelos ciclones o material entra no forno rotativo onde ocorrem as reações de
clinquerização. Após a clinquerização o clínquer formado é bruscamente resfriado
com ar frio em contra corrente. O clínquer daí é estocado em silos para a produção
do cimento.
C) Etapas do processo de clinquerização:
(a) Evaporação da água livre;
(b) Decomposição do carbonato de magnésio;
(c) Decomposição do carbonato de cálcio;
Esta reação tem início em temperatura acima de 805°C, sendo
894°C a temperatura crítica de dissociação do carbonato de
cálcio puro a 1 atm de pressão.
(d) CaCO3 (sólido) CaO (sólido) + CO2 (gás) - 393 cal/g
87
(e) Desidroxilação das argilas;
(f) Formação do 2CaO.SiO2;
(g) Formação do 3CaO.SiO2;
(h) Primeiro resfriamento;
(i) Segundo resfriamento;
(j) Termoquímica da calcinação;
Na FIGURA 7 é apresentado um esquema de como é o processo de
fabricação do cimento.
FIGURA 7 – ESQUEMA REPRESENTANDO O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO
CIMENTO
Fonte: DCMM – PUC RIO
88
3.3.3.2 Cal
O óxido de cálcio, mais conhecido como cal, é produzido a partir da
calcinação do calcário (processo em que o calcário é submetido a altas
temperaturas, em fornos), gerando emissões de CO2, como mostra a equação
abaixo (Ministério de Ciência e Tecnologia, 2002):
CaCO3 + aquecimento = CaO + CO2
O calcário (CaCO3 ) é a matéria prima que se emprega na fabricação da cal. A
sílica, os óxidos de ferro, óxidos de alumínio e óxidos de magnésio são impurezas
mais freqüentes das rochas calcáreas. A calcinação da cal é feita entre 850º a
900º C, quando todo o CO2 deverá estar eliminado, ficando o óxido de cálcio. A
reação que se passa é a seguinte (ALVES,1987):
CaCO 3 + calor CaO + CO2
100 56 44
Pela equação acima se verifica que teoricamente a perda do calcário é de
44% em peso. Ocorre também uma perda de volume de 12 a 20% (ALVES,1987).
Pode-se afirmar então que 1000 kg de calcário = 440 kg de CO
2
(JOHN, 2005)
considerando apenas a transformação química.
Em 1994, o Brasil era o sétimo maior produtor mundial de cal, antecedido pela
ex-URSS, China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e México, nessa ordem. No ano
de 1994, a produção de cal no Brasil estava localizada, principalmente, nos estados
de Minas Gerais, São Paulo, Sergipe, Rio Grande do Sul e Bahia. (Primeiro
inventário brasileiro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa - Ministério de
Ciência e Tecnologia, 2002). Na TABELA 17 são apresentados os valores referente
a produção de cal no Brasil entre os anos de 1990 até 1994.
89
TABELA 17 – PRODUÇÃO DE CAL NO BRASIL (1990 – 1994)
ANO PRODUÇÃO
TOTAL PT-
SM (t)
CAL VIRGEM
(t)
CAL
HIDRATADA
(t)
TOTAL DE
CAL (t)
% DA PT –
SM
1990 4.900.000 2.383.194 978.765 3.361.959 69%
1991 5.000.000 2.366.658 1.067.414 3.434.072 69%
1992 5.240.000 2.587.157 1.012.741 3.599.898 69%
1993 5.634.000 2.702.451 1.051.399 3.753.850 67%
1994 5.425.267 2.875.532 1.122.159 3.997.691 74%
ABPC= 65% do mercado
Fonte: Primeiro Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa - Ministério
da Ciência e Tecnologia (2002)
Obs.: no inventário do MCT de 2002, são apresentado somente valores para os anos de 1990 a 1994.
No processo produtivo da cal, ocorre a calcinação de calcário, gerando, como
na produção de cimento, emissões de CO2. Essas emissões foram estimadas a
partir dos valores anuais de produção de cal fornecidos pela Associação Brasileira
de Produtores de Cal – ABPC, que reúne a maioria das grandes e médias indústrias
do setor, complementada por informações do Sumário Mineral do Ministério das
Minas e Energia (DNPM
12
, 1995 e 1997). As estimativas das emissões são
apresentadas na TABELA 18 (Ministério da Ciência e Tecnologia, 2002).
TABELA 18 – EMISSÕES DE CO2/ANO NA PRODUÇÃO DE CAL BRASILEIRA
1990 1991 1992 1993 1994
3.743 3.807 4.009 4.312 4.152
Unidade: Gg
Fonte: Primeiro Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa - Ministério
da Ciência e Tecnologia (2002)
12
Departamento Nacional de Produção Mineral.
90
Na TABELA 19 são apresentados os valores de emissões de CO
2
na
produção de cal calcítica, magnesiana e dolomítica entre os anos de 1990 até 1994.
TABELA 19 – EMISSÕES DE CO
2
/ANO DA PRODUÇÃO DE CAL CALCÍTICA,
MAGNESIANA E DOLOMÍTICA
ANO CALCÍTICA MAGNESIANA DOLOMÍTICA EMISSÕES
TOTAIS
1990 2.960 480 304 3.743
1991 2.954 522 331 3.807
1992 3.200 496 314 4.009
1993 3.445 530 336 4.312
1994 3.315 512 325 4.152
Unidade: Gg
Fonte: Primeiro Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa - Ministério
da Ciência e Tecnologia (2002)
Na TABELA 19 pode-se observar que no processo de produção da cal, ocorre
emissões de CO2.
3.3.3.2.1 Fabricação do cal
O calcário é fragmentado em blocos de 6 a 8 cm para cozimento em forno
vertical. Quando o cozimento for em forno rotativo, a rocha deve ser britada até a
dimensão de 1 cm. Os fornos verticais empregados para fabricação de cal são de
forma variada, com diâmetro máximo de 2 m e altura de 8 m, podendo existir fornos
maiores. Os fornos podem ser constituídos de uma capa cilíndrica de chapa de ferro,
revestida interiormente com material refratário resistente a abrasão e a corrosão. Os
refratários magnesianos são os mais indicados para estes fornos.
A carga do forno é feita intercalando as camadas de calcários e as de
combustível. O consumo de combustível é da ordem de 150 kg de carvão vegetal
por tonelada de cal. (ALVES,1987).
Para Gulin (2005) as indústrias de cal do Paraná produzem cerca de um
milhão de toneladas de cal por ano, o que representa o consumo de 40 milhões de
91
árvores (aproximadamente 4 milhões de metro cúbicos). Para produzir 1,0 t de cal
usam-se 2 m³ de lenha, o que equivale a 20 árvores bracatinga com sete anos. Com
o objetivo de reverter este quadro de depredação da mata nativa e buscar uma nova
fonte de energia para os fornos de cal, o Sindicato das Indústrias de Cal (Sindical)
começou a buscar alternativas. Após vários testes, descobriu-se que a serragem
seca tem alto poder calorífico. Com este estudo, a indústria produz, com 275 mil t de
serragem beneficiada, a mesma quantidade anual de cal, sem necessitar cortar
árvores. Dez mil hectares de floresta que são preservados."Hoje, todas as indústrias
de cal do Paraná estão utilizando a serragem em seus fornos, por se tratar de uma
vantajosa fonte de energia à disposição das empresas", afirma Gulin (2005).
Contudo, apesar da utilização da serragem, que em muitos casos é proveniente de
madeira nativa, o processo de queima utilizada nos fornos de cal, continuam
ocorrendo, provocando emissões de CO2 e outros gases.
3.3.3.3 Tijolos cerâmicos
O tijolo cerâmico é um material de construção tradicional e sua utilização data
de muitos séculos atrás. Os tijolos e telhas cerâmicas são utilizados em larga escala
nas obras civis principalmente por existirem em quase todas as localidades.
3.3.3.3.1 Perfil da Indústria de cerâmica vermelha
A indústria cerâmica no Brasil constitui um importante setor industrial e,
segundo a Associação Brasileira de Cerâmica - ABC (2005) o segmento da cerâmica
vermelha conta com aproximadamente 7.000 empresas, em sua maioria micro ou de
pequeno porte com estrutura simples e familiar.
No Estado do Paraná existem, aproximadamente, 1.300 estabelecimentos
que trabalham na transformação da argila, sejam devidamente registrados ou os
considerados clandestinos (BOICO e SCHIMIDT, 2004). A principal matéria-prima
utilizada na cerâmica vermelha é a argila.
A argila é um material natural de textura terrosa, baixa granulometria e que
adquire, quando umedecida, grau de plasticidade suficiente para ser moldada. Esta
92
característica é perdida temporariamente pela secagem, e permanentemente pela
queima adquirindo resistência mecânica.
3.3.3.3.2 O processo de produção
Após o recebimento da argila nas olarias, as etapas do processo de
fabricação de blocos são os seguintes:
a) mistura de diferentes tipos de argila para se obter a plasticidade
necessária;
b) laminação;
c) extrusão da argila;
d) corte;
e) secagem;
f) queima.
Na FIGURA 8 é apresentado um esquema de como é o processo de
produção da grande maioria das indústrias cerâmicas no Brasil
FIGURA 8 – PROCESSO PRODUTIVO BÁSICO DE PRODUTOS DE CERÂMICA
VERMELHA
Fonte: SECTME
13
, apud do Relatório Parcial I/IV (2002).
13
SECTME – Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, das Minas e Energia do Governo do
Estado de Santa Catarina.
93
Na FIGURA 9 é apresentado uma foto da extração de areia inicialmente,
depois é retirado a argila utilizada nas indústrias de cerâmica vermelha de
Curitiba/PR. Na FIGURA 9 é possível observar o que representa o termo “bem livre”
citado nessa pesquisa, onde os recursos naturais são explorados
indiscriminadamente por alguns setores causando degradação do meio ambiente.
FIGURA 9 – EXTRAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA (ARGILA) NA REGIÃO DE
CURITIBA
Fonte: Autor
3.3.3.3.3 As matérias-primas mais utilizadas no processo produtivo
O combustível para a queima dos tijolos também é uma importante matéria-
prima e é proveniente da biomassa (lenha de árvores, cascas de árvores e
serragem) e da energia elétrica.
Segundo Cybis e Santos (2000) na queima da lenha utilizada para produção
de tijolos são eliminados os seguintes gases: CO
2
, CO, NOx e o SOx.
94
Na FIGURA 10 é apresentada uma foto do recebimento de madeira que será
utilizado como combustível para a queima de tijolos em Curitiba ou na R.M.C.
FIGURA 10 – RECEBIMENTO DE MADEIRAS PARA QUEIMA EM UMA OLARIA
DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.
Foto: Autor
Grigoletti e Sattler (2003), afirmam que em todo o processo de produção e
transporte da cerâmica vermelha existem a emissão de gases causadores do efeito
estufa, principalmente o CO
2 .
Na FIGURA 11 pode-se observar um esquema representando o processo de
produção da indústria de cerâmica vermelha e a emissão de CO
2.
95
FIGURA 11 – ESQUEMA DE EMISSÕES DE CO
2
NO PROCESSO DE
PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA
Fonte: GRIGOLETTI e SATTLER (2003)
As emissões geradas no processo de produção da indústria de cerâmica
vermelha são devidas principalmente à queima. Segundo Grigoletti e Sattler (2003),
em relação à queima da lenha e do refil, o CO
2
gerado na combustão é absorvido
pela própria biomassa cultivada para produzir a madeira. Nesse sentido, o uso da
lenha como energético apresenta um melhor desempenho do ponto de vista
ambiental quando a própria indústria produz sua lenha.
Segundo estudos de Grigoletti e Sattler (2003) o uso da lenha como principal
energético pode ser um fator positivo para a indústria cerâmica se ela se utiliza
dessa fonte de energia, uma vez que esse recurso é renovável, pode ser produzido
localmente e colabora na assimilação de CO
2
. Além disso, a plantação de árvores no
local favorece a economia dos municípios e gera empregos.
Em Curitiba e R.M.C o combustível utilizado para a queima nas olarias
provém da biomassa, sendo 50% de mata nativa e 50% de serragem. (STACHERA
JR, 2005). Cabe afirmar então que nenhuma olaria nessa região possui
reflorestamento para cultivo e posterior queima da lenha em olarias segundo esse
autor.
96
Manfredini e Sattler (2004) afirmam que há um grande consumo de energia
no processo de produção da indústria de cerâmica vermelha no Brasil, algo em torno
de 21% a menos que a indústria do cimento, considerada uma das indústrias com
maior consumo energético do setor industrial. No Estado do Rio Grande do Sul que
tem a produção similar ao Estado do Paraná, mais de 90% da energia consumida
nas olarias provêm de biomassa (lenha, serragem, cascas de árvore, etc). No
Estado de Santa Catarina, segundo Relatório Parcial I/IV (2002) realizado sobre o
setor, a produção de cerâmica teve um consumo de lenha estimado em torno de
1.400.000 m³/ano, o que eqüivale a 8.000 ha de Eucaliptos. Deste total, 78% da
lenha é oriunda de mata nativa e apenas 22% de mata implantada. Dentre os
energéticos consumidos pelo setor de Cerâmica Vermelha no Estado de Santa
Catarina, o que tem maior evidência em todas as regiões é a lenha.
3.3.3.4 PVC
Nesta pesquisa inicialmente se pretendia fazer uma análise da indústria do
PVC já que esse material é largamente utilizado na construção civil, contudo não
foram encontradas muitas informações que pudessem ser referenciadas e somente
são apresentadas as que estavam disponíveis.
A indústria brasileira consumiu mais de 600 mil toneladas de resina de PVC
no ano de 1998 (PIVA, 2004). PVC é um polímero
14
utilizado em uma grande
quantidade de produtos na indústria. Na indústria de construção civil, o PVC é
utilizado nas tubulações e conexões de água fria e de esgoto, instalação elétrica,
esquadrias, forros e acabamentos.
O PVC contém, em peso, 57% de cloro (derivado do cloreto de sódio - sal de
cozinha) e 43% de eteno (derivado do petróleo). O petróleo, que representa 43%
desta resina é uma destilação do óleo cru, obtendo-se aí a nafta leve. Esta passa,
então pelo processo de craqueamento catalítico (quebra de moléculas grandes em
moléculas menores com a ação de catalisadores para aceleração do processo),
14
Polímeros: Os polímeros são materiais com moléculas de cadeia longa.
97
gerando-se o eteno. Tanto o cloro como o eteno estão na fase gasosa e eles
reagem produzindo o DCE (dicloro etano).
A partir do DCE, obtém-se o MVC (mono cloreto de vinila, unidade básica do
polímero. O polímero é formado pela repetição da estrutura monomérica). As
moléculas de MVC são submetidas ao processo de polimeração, ou seja, elas vão
se ligando formando uma molécula muito maior, conhecida como PVC (policloreto de
vinila), que é um pó muito fino, de cor branca, e totalmente inerte. (Instituto do PVC,
2005).
Na União Européia, aproximadamente, 12% de toda a produção de PVC é
utilizada em tubulações e conecções de água e esgoto, 57% do PVC produzido na
Europa é utilizado em construções. Nos estudos e pesquisas desenvolvidos pela
União Européia é demonstrado que em todo ciclo de vida do PVC há emissões dos
gases causadores do efeito estuda como o CO, CO
2
, SO
2
, NOx e hidrocarbonetos
.(COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).
A Organização não Governamental Greenpeace (2000), afirma que o PVC
cria problemas ambientais em todo o seu ciclo de vida. Afirma ainda que produção
do plástico PVC são gerados resíduos perigosos como as dioxinas
15
, que podem
causar câncer e problemas nos sistemas nervoso e reprodutivo e que essa poluição
química não pode ser remediada: uma vez liberada no meio ambiente, torna-se uma
ameaça constante e sem fronteiras. (GREENPEACE, 2000).
Os gases que contêm o cloro e são utilizados na fabricação do PVC são
potentes gases causadores do efeito estufa como afirma Santamarta (2001).
Somente da Europa, 40% do cloro é destinado à produção de PVC e com a redução
do consumo de cloro para a fabricação de produtos perigosos como o DDT, o
Lindano, as PCBs e os CFCs que também destroem a camada de Ozônio, o PVC se
converteu no sumidouro para os excedentes de cloro. (SANTAMARTA, 2001).
15
Dioxina refere-se a uma família de 75 compostos químicos, cuja toxidade está determinada pela
quantidade e posição do cloro; a 2,3,7,8–tetraclorobibenzeno–p– dioxina (TCDD) é o composto
químico mais tóxico de quantos tenham sido sintetizados pelo homem.
98
3.3.3.5 Agregados: areia e brita
A areia
16
é utilizada na maioria das obras de construção civis no Estado do
Paraná e é proveniente dos leitos dos rios. A areia artificial é pouco utilizada nas
obras paranaenses visto que na maior parte dos municípios existem rios de onde
são retiradas a areia utilizando dragas
17
movidas á óleo diesel.
Em estudos desenvolvidos por Cybis e Santos (2000) os quais efetuaram
visitas a empresas fornecedoras de areia na Região de Porto Alegre - RS, verificou
que o motor a diesel utilizado na balsa (movimentação e sucção) tem um consumo
calculado em torno de 1km/l onde se percorre em média 120km em uma viagem
completa.
A brita
18
é retirada de pedreiras e as principais etapas da exploração,
segundo Alves (1987) são:
- Perfuração da rocha – a perfuração é feita mecanicamente com emprego
de perfuradores de brocas ou martelos pneumáticos.
- Estabelecimento das linhas de fogo.
- Fogo – após a colocação dos explosivos.
- Transporte – través de caminhões, vagonetes e ou esteiras.
- Britagem.
- Transporte até a obra.
Os principais impactos relacionados ao uso de areia e brita dizem respeito: à
degradação das áreas de extração da matéria-prima, ao esgotamento do recurso
uma vez que não é renovável, à geração de rejeitos lançados ao solo ou corpos
d’água, contaminando-os ou degradando-os e as emissões de gases provenientes
16
Areia – segundo a NBR-7211 (ABNT): agregado miúdo é a areia natural quartzosa ou artificial
resultante do britamento de rochas estáveis, de diâmetro máximo igual ou inferior a 4,8mm.
17
Draga – aparelho com que se tira areia, lodo, entulho, etc. do fundo de rios ou do mar.
18
Brita – segundo a NBR 7217 (ABNT), brita é um agregado graúdo, produto da fragmentação de
rochas estáveis, de diâmetro superior a 4,8mm.
99
dos equipamentos para atirada e britagem que, na maioria das vezes é feito com
motores de combustão.
Segundo estudos de Knijinik (apud CYBIS e SANTOS, 2000) verificou-se que
as emissões de poluentes geradas pelo óleo diesel são os materiais particulados, o
CO2 , o CO, o NOx e o SOx e serão estudados no item 3.3.4 – Transportes.
Todas as obras civis utilizam desse tipo de agregado em maior ou menor
quantidade. Há regiões no Brasil que já apresentam falta desses materiais e os
mesmos são substituídos por produtos sintéticos ou subprodutos da própria indústria
de agregados.
3.3.3.6 O Aço
O aço é utilizado na construção civil, principalmente como barras para as
armaduras das estruturas, nas portas e nas esquadrias. Todas as construções
utilizam aço em maior ou menor quantidade. O aço é obtido através de processo
siderúrgico em que o minério de ferro é reduzido na presença de coque (carvão
mineral ou vegetal).
O aço é uma liga metálica que utiliza o minério de ferro e o carbono. O ferro é
encontrado na natureza em forma de óxido. A magnetita, Fe3O4, é o óxido com maior
teor de ferro, 72% de ferro, a seguir vem a hematita, Fe2O3, com 70% de ferro. A
hematita é o minério mais empregado no Brasil (ALVES,1987) e as principais jazidas
se localizam no Estado de Minas Gerais. A extração do ferro é uma fusão do
minérios nos altos fornos. O combustível empregado é o coque ou carvão de
madeira. O produto da primeira fusão é o ferro gusa com teor de carbono de 4% e 2
a 3% de silício.
A combustão do coque fornece calor e CO
2
que, ao encontrar um excesso de
carvão nas camadas superiores, se transforma em CO que efetua a redução do
minério de ferro. A reação química que se passa é a seguinte:
Fe
2
O
3
+ 3CO = 2Fe + 3CO
2
100
3.3.3.6.1 A produção do aço
Na produção do aço utiliza-se o minério de ferro e o carvão vegetal e/ ou
mineral. O uso do carvão vegetal na siderurgia está intimamente relacionado ao
processo de industrialização do Brasil. Na época em que a estrutura viária não
permitia o emprego do carvão mineral, importado ou produzido no país, o carvão
vegetal, de fácil produção e de baixo custo, viabilizou a implantação de usinas de
pequena capacidade de produção, compatíveis com o nascente mercado de aço. Na
década de 50, com a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta
Redonda, consumindo coque de carvão mineral importado, iniciou-se um período de
competição entre os dois combustíveis-redutores, observando-se, nos últimos anos,
o declínio acentuado do uso do carvão vegetal. (FERREIRA, 2001).
3.3.3.6.2 A produção do aço e a indústria do carvão vegetal.
O setor siderúrgico é o principal consumidor de carvão vegetal. No setor
siderúrgico, além de melhorias nos processos de coqueificação do carvão e de
redução do minério de ferro, desenvolve-se a reciclagem do aço em fornos elétricos
a arco, usando sucata de aço e uma carga adicional de até 40% de metal virgem. As
fontes de metal virgem serão o ferro gusa e os pré-reduzidos produzidos por
redução direta utilizando o gás natural ou o carvão vapor. Ferreira (2001) estima que
a emissão de CO
2
na produção em forno elétrico reciclando 40% de sucata
corresponda a 25% da emissão observada na produção tradicional (alto-forno e
forno básico a oxigênio).
Especialistas do setor siderúrgico identificam oportunidade para o ferro-gusa
produzido em fornos a carvão vegetal, cujas propriedades seriam superiores às de
fontes de metal primário concorrentes. Análise elaborada a partir do balanço de
massa indica que o déficit de metal primário poderá atingir 63 milhões de toneladas
em 2010. (FERREIRA, 2000).
101
A madeira usada na produção de carvão, no início da indústria siderúrgica,
provinha exclusivamente de matas nativas. Madeiras nobres, como o jacarandá e o
angico, eram carbonizadas segundo a tecnologia da época, com baixo rendimento
em carvão. Na década de 40, iniciaram-se, em Minas Gerais, as práticas de plantio
de eucalipto destinadas ao suprimento de carvão das usinas siderúrgicas do Estado
que já produziam cerca de meio milhão de toneladas de aço por ano. (FERREIRA,
2000).
O carvão vegetal pode representar sumidouro importante para o CO
2,
depende obviamente de sua competitividade em face dos concorrentes produzidos
com combustíveis fósseis, visto que o critério econômico ainda é o prioritário na
maioria das análises. Assim, as vantagens ecológicas e sociais da produção e do
uso do carvão vegetal, como absorvedor de CO
2
dentre todos os combustíveis-
redutores usados na indústria siderúrgica e como empregador de mão-de-obra de
menor qualificação, deverão ser exploradas pelas empresas e governos
interessados. (FERREIRA, 2000).
Contudo, para se usar o carvão vegetal têm-se, atualmente, um déficit de
reflorestamento em relação ao consumo de madeira, como mostra a FIGURA 12,
elaborado a partir de dados do Anuário ABRACAVE
19
(FERREIRA, 2000) para o ano
de 1999. A descompensação entre consumo e plantio iniciou-se em meados da
década de 80, podendo estar relacionada com a queda do preço do petróleo e a
conseqüente queda do preço de exportação do carvão metalúrgico que, entre 88 e
97, passou de cerca de 50 para cerca de 32 dólares por tonelada. A vinculação entre
os preços desses dois combustíveis fósseis observada até a poucos anos parece
estar sendo quebrada pela entrada do gás natural, inclusive no setor siderúrgico
através da redução direta com CO2 gerado externamente ao forno de redução.
(FERREIRA, 2000).
19
Associação Brasileira de Florestas Renováveis
102
FIGURA 12 – GRÁFICO DO CONSUMO X PLANTIO DE ÁRVORES P/ MADEIRA
Fonte: Ferreira (2000)
3.3.3.6.3 O uso de lenha e o desmatamento
O desmatamento contribui de modo significativo para as emissões de gases
do efeito estufa em alguns países e principalmente no Brasil. As emissões
provenientes do desmatamento e queima das florestas da Amazônia correspondem
a mais do dobro das emissões resultantes do uso de combustíveis fósseis. O Brasil
é o 17º país em emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis
fósseis. Quando as emissões de carbono resultantes da variação da cobertura
florestas são adicionadas, o Brasil passa a ser o 7º maior emissor. (GOLDEMBERG,
VILLANUEVA, 2003, p. 94).
Rosa et al (2001) afirma que a questão do desmatamento também é um
motivo de discussões sobre sua contribuição para o efeito estufa. Segundo o autor,
estudos mostram que o Brasil ocupa o primeiro lugar, com 20% em termos de
emissão de CO
2
, relativos ao desmatamento de suas florestas resultando em
103
pressões políticas para que o Brasil venha e se comprometer com as metas do
Protocolo de Kioto.
Castro (2004) afirma que além da perda de biodiversidade, a derrubada das
florestas (principalmente árvores novas em crescimento) leva a uma perda da
reservas de carbono seqüestrado, sobretudo nas plantas e árvores vivas, liberado
em forma de CO
2
, através da decomposição das árvores derrubadas não
aproveitadas ou das queimadas. O Brasil produz entre 4% a 5% das emissões
globais de gases de efeito estufa, sendo dois terços desse número proveniente do
setor florestal. Caso fosse feito um esforço de diminuição do ritmo dos
desmatamentos, o país poderia dar importante contribuição na redução das
emissões globais desses gases.
O uso da lenha não é a principal causa do desmatamento e da conseqüente
desertificação nos países em desenvolvimento. A informação obtida por meio de
estudos específicos indica que a coleta de lenha é responsável por apenas,
aproximadamente, 30% da desertificação da China com exemplo. (GOLDEMBERG,
VILLANUEVA, 2003). A causa mais importante do corte de árvores e do
conseqüente desaparecimento das florestas, levando a degradação da terra e à
desertificação é a necessidade de tornar acessível uma maior quantidade de terra
para a agricultura e pastagens, seguida por outros usos das árvores, incluindo o
consumo comercial de lenha pelos usuários urbanos e industrias como a de
cerâmica vermelha, cal e siderurgia. (GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003).
O desmatamento e a desertificação são causados por uma combinação da
intensa exploração humana e da fragilidade ecológica da fonte (terra ou floresta).
Para Goldemberg e Villanueva (2003, p. 123), as causas do desmatamento e da
desertificação podem ser resumidas em:
- aumento populacional;
- substituição de cultivos (estima-se que isso explica 45% da perda de
floresta tropical de 1976 e 1980);
- estratégia de desenvolvimento nacional que priorizam excessivamente a
produção de colheitas e de carne para exportação;
- problemas políticos (principalmente na África) que impedem a migração
sazonal dos criadores de gado pelas fronteiras provinciais e nacionais;
104
- esquemas frustrados para promover a relocação de populações (reforma
agrária), porque as condições do solo e outras eram inapropriadas (a
principal causa do desmatamento na Amazônia brasileira).
A produção de carvão vegetal também pode causar a degradação de vastas
áreas de florestas, como ocorreu no Estado de Minas Gerais, que produz carvão
vegetal para a indústria do aço (GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003). Além da
desertificação, o desmatamento contribui significativamente para o aquecimento
global pela emissão de CO
2
como afirma o mesmo autor.
3.3.4 Emissão dos Gases do Efeito Estufa no Transporte
Os problemas ambientais em grande parte estão relacionados diretamente com a obtenção
de energia: poluição do ar (urbana e em ambientes fechados), chuva ácida e aquecimento
pelo efeito estufa que se origina na queima de combustível fósseis (ou da biomassa) seja
para cozinhar, nos processos industriais, na geração de eletricidade ou no transporte. O
transporte de petróleo causa a degradação costeira e marinha e o desmatamento leva não
apenas a emissões de CO
2
, mas também à degradação da Terra e à desertificação.
(GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003, p. 101).
Um dos problemas ambientais de maior relevância é o crescimento das
emissões de CO
2
provenientes do setor de transportes. Essas emissões cresceram
de 19,3% para 22,7% na década de 1990, e as previsões são que sua participação
deverá se expandir nas próximas duas décadas a 26% do total das emissões.
(GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003).
Para Costa et al (2005), a emissão de gases tóxicos por veículos automotores
é a maior fonte de poluição atmosférica, nas cidades, esses veículos são
responsáveis por 40% da poluição do ar. Em 1999, o setor de transporte era a fonte
de, aproximadamente, 24% das emissões globais de gás carbônico relacionados a
fontes de energia (IEA
20
2001, apud GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003), isso
representa um aumento total de 1,17 milhão de toneladas de gás carbônico e um
aumento de 2,4% desde 1990.
Mundialmente, projeta-se que emissões de gás carbônico no setor de
transporte crescerão à taxa de 2,5% a cada ano até 2020. O crescimento da taxa de
20
Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.
105
emissões de carbono no setor de transporte nos países em desenvolvimento e em
economias em transição foi projetada para ser até mais alto, 4% por ano e 3,3% por
ano, respectivamente. (IEA, apud GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003).
Além das emissões de gases, os sistemas de transporte podem afetar
desfavoravelmente o meio ambiente de outras formas, tais como desfigurando a
paisagem e gerando poluição sonora. No entanto, o impacto mais sério é a sua
grande contribuição à poluição atmosférica. Como resultado da combustão interna
nos motores, os veículos automotores geram durante o seu funcionamento
diferentes gases poluidores, sendo os mais representativos CO
2
, NOx, CO, HC,
benzeno e o chumbo.
Assim podemos atribuir ao transporte (GOLDEMBERG, VILLANUEVA, 2003,
p.117):
- Mais de 70% das emissões mundiais de monóxido de carbono (CO).
- Mais de 40% das emissões mundiais de óxidos de nitrogênio (NOx).
- Quase 50% dos hidrocarbonetos totais (HCs).
- Em torno de 80% de todas as emissões de benzeno.
- Pelo menos 50% das emissões atmosféricas de chumbo.
Ainda segundo Goldemberg e Villanueva (2003, p. 117), os impactos das
emissões dos automóveis e caminhões podem ser:
- impactos locais principalmente em grandes cidades (ex.: Cidade do
México, Bangcoc, Los Angeles, etc.). Durante o período de pico de
tráfego a poluição do ar pode atingir proporções de crise e afetar
seriamente a população local. O problema é agravado algumas vezes por
uma combinação de condições topográficas e meteorológicas locais que
aprisionam os poluentes ao solo por longos períodos de tempo.
- impactos regionais devido, principalmente, à chuva ácida que é causada
pelas emissões de óxido de nitrogênio.
- Impactos globais causados devido principalmente as frotas de veículos
motorizados que são responsáveis atualmente por entre 14% e 16% das
emissões mundiais de CO
2
.
106
Como já informado o CO
2
é emitido em grande escala pelo setor de transporte
através da queima de combustíveis fósseis como a gasolina e o óleo diesel
21
. Para
Ribeiro e Mattos (2005) a queima de combustíveis fósseis em todo o mundo é a
principal causa das emissões de CO
2
. Para Moura (1999), em Portugal os
transportes são responsáveis por 30% das emissões nacionais daquele país.
Apesar das grandes emissões, o transporte rodoviário é de extrema
importância para a construção civil. Com exceção de água e energia elétrica todos
os insumos necessários para a execução de uma obra são transportados por via
rodoviária.
3.3.4.1 Metodologia para o cálculo de emissões de CO2 no transporte
Segundo Alvares e Linke (1999), uma vez que não existem fatores de
emissão levantados localmente, a estimativa das emissões de gases do efeito estufa
da frota diesel de ônibus, microônibus e caminhões em circulação no Brasil deve ser
feita preferencialmente a partir dos fatores de emissão de CO2 para veículos
europeus pesados com autonomia/consumo assumido de 3,3 km/l ou 29,9 l/100km,
conforme apresentados pelo IPCC (1996) uma vez que a tecnologia de motorização
utilizada no Brasil se assemelha mais à dos veículos que circulam na Europa do que
a dos veículos americanos.
- Fator de emissão de
CO2 para pesados a diesel: 770 g/km;
- Fator de emissão de
CO2 para pesados a diesel: 3140 g/kg de
combustível;
- Fator de emissão de CO2 para pesados a diesel: 74 g/MJ.
Para fins de conversão dos fatores de emissão acima em base de volume de
combustível consumido, a densidade do diesel comercial no Brasil está na faixa de
0,82 a 0,88 kg/l. A menos que exista informação precisa sobre a densidade média
21
O combustível diesel é uma mistura de hidrocarbonetos de moléculas mais pesadas do que as dos
hidrocarbonetos da gasolina e, em conseqüência, de menor razão de massas hidrogênio/carbono, o
que determina elevada emissão de compostos de carbono por unidade de Energia Final entregue ao
motor. (Parâmetros de Emissão de Gases de Efeito Estufa por Veículos Pesados no Brasil, 2001).
107
do lotes de diesel consumidos, sugere-se a adoção do valor central da faixa, a
saber, 0,85 kg/l. (ALVARES e LINKE, 1999).
Cybis e Santos (2000) em seus estudos consideraram para todos os
transportes rodoviários um consumo médio de diesel igual a 3,0 km/l.
Para Ribeiro e Mattos (2005), as emissões de CO
2
também podem ser
calculadas de acordo com a metodologia do IPCC (Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas) apresentada nas Diretrizes para Inventários Nacionais de
Gases de Efeito Estufa de 1996 e oficialmente adotada pelo governo brasileiro para
a elaboração do inventário nacional de gases de efeito estufa. (RIBEIRO e MATTOS,
2005).
A quantidade de carbono é calculada levando-se em conta o consumo de
combustível em unidade de energia e o fator de emissão:
QCO
2
= CC x FE
QCO
2
: quantidade de carbono (tC)
CC: consumo de combustível (TJ)
FE: Fator de emissão (tC/TJ)
Para um melhor entendimento referente a quantidade de CO
2
lançados
devido ao transporte em cidades brasileiras, na TABELA 20 são apresentadas
emissões do uso de combustíveis fósseis para a cidade do Rio de Janeiro.
TABELA 20 – EMISSÕES DE CO
2
POR DESTINAÇÃO DE TRANSPORTE DE 1990
a 1998 NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.
Percentual que representa do mercado de
CO
2
(ano de 1998 na Cidade do Rio de
Janeiro).
Transporte Individual 32,0%
Transporte coletivo e de cargas 28,6%
Geração de Energia 16,5%
Industrial 12,6%
Residencial + comercial + serviços 9,5%
Refinaria da Marquinhos 0,7%
Outros <0,1%
Fonte: Ribeiro e Mattos (2005)
108
Na TABELA 20 pode-se observar que o transporte coletivo e de cargas
emitem, aproximadamente 28,6% e a indústria, 12,6%. Esses valores somados
representam mais de 40% das emissões totais de CO
2
na cidade do Rio de Janeiro.
Na TABELA 21, são apresentados valores estudados por Ferreira (2001)
sobre projeção de emissões de CO
2
por ano.
TABELA 21 - PROJEÇÃO DE EMISSÕES DE CO
2
REFERENTE AOS
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS (Gg/ano)
2000 2005 2010 2015 2020
GÁS NATURAL 324 377 604 830 1.037
TOTAL PRIMAR 324 377 604 830 1.037
ÓLEO DIESEL 72.996 83.675 96.182 111.968 137.137
ÓLEO COMBUSTÍVEL 2.292 2.787 3.821 4.357 4.800
GASOLINA 48.032 58.132 69.629 83.143 105.564
QUEROSENE 8.876 10.151 12.067 14.638 18.434
ELETRICIDADE 0 0 0 0 0
ÁLCOOL ETÍLICO* 13.285 11.921 13.150 14.707 18.006
TOTAL SECUNDÁRIA 145.481 166.666 194.850 228.812 283.941
Total Sem Biomassa 132.520 155.123 182.303 214.936 266.971
TOTAL 145.805 167.044 195.453 229.643 284.978
(*) Valores não contabilizáveis por se tratar de combustível renovável (biomassa)
Fonte: Ferreira (2001)
Na TABELA 21 pode-se ter uma estimativa para projeção das emissões de
CO
2
até o ano de 2020. Observa-se que o óleo diesel, combustível mais utilizado nos
caminhões que transportam cargas, aumentarão entre os anos de 2000 até 2020
em, aproximadamente 87,89%.
Na FIGURA 13 são apresentados fotos de barras de aço sendo transportadas
na região de Curitiba. Como exemplo, o aço utilizado nas obras da COHAPAR são
distribuídos para o Estado do Paraná via transporte rodoviário.
109
FIGURA 13 – FOTOS DO TRANSPORTE DE BARRAS DE AÇO
Fonte: Autor
3.3.4.2 Adição de álcool ao diesel
De particular interesse para o Brasil, é a adição de álcool ao diesel que
poderia atuar como substituto de derivados de petróleo para o sistema de
suprimento de combustível automotivo. O Ministério de Ciência e Tecnologia
coordena o Programa Álcool-Diesel que considera duas modalidades de adição:
álcool hidratado em emulsão (emulsificante importado) e álcool anidro em solução. O
álcool anidro em solução apresenta os melhores resultados com co-solvente
derivado do óleo de soja, produzido no Brasil. A versão emulsificada foi abandonada
principalmente pela ocorrência de carbonização na bomba injetora. Ensaios
realizados no Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, mostraram que para a
mistura com 10% de álcool anidro há redução significativa de cerca de 20% de
fumaça (índice Bosch), de 12% em CO e 6-7 % em HC hidrocarbonetos.
(Parâmetros de Emissão de Gases de Efeito Estufa por Veículos Pesados no Brasil,
2001).
Além dos gases de efeito estufa, o motor Diesel emite material particulado
que consiste em partículas de carbono e hidrocarbonetos. A massa de particulados
emitida por um motor típico é da ordem de 0,1% da massa de CO
2
. Assim, como a
legislação não exige a análise do material particulado e como a proporção é
pequena, consideramos esse material como incorporado ao CO
2
para os fins de
110
balanço. (Parâmetros de Emissão de Gases de Efeito Estufa por Veículos Pesados
no Brasil, 2001).
A importância dos combustíveis a partir da biomassa para o abatimento do
carbono lançado na atmosfera como CO
2
, CO e CH
4
é reconhecida pelas nações
que participam das reuniões internacionais relativas ao clima. Propostas de
modalidades de incentivo ao uso da biomassa nos países em desenvolvimento, com
compensações a cargo dos países industrializados, têm sido apresentadas, mas
ainda não se chegou a consenso sobre a questão, apesar do reconhecimento geral
do agravamento do efeito estufa.
Os combustíveis fósseis tem sido muito utilizados, principalmente a partir da
queda do preço do petróleo em meados da década de 80. Isto vem favorecendo o
transporte internacional de mercadorias e contribuiu fortemente para o aumento da
emissão dos gases de efeito estufa em todos os setores da atividade produtiva,
tanto pela emissão por veículos de transporte quanto pelo consumo de
combustíveis fósseis na indústria (FERREIRA, 2001). Atualmente, apesar dos
combustíveis fósseis terem um valor elevado, a dependência da economia desse
modelo de transporte fez com que o consumo não sofresse grandes alterações.
3.4 REFERÊNCIAS PESQUISADAS PARA CÁLCULO DE EMISSÕES DE GASES
DOS EFEITO ESTUFA
Foram realizadas revisões na literatura com o objetivo de se obter valores
referenciais para o cálculo das emissões de gases do efeito estufa provenientes dos
processos de produção dos principais materiais de construção. Chegou-se aos
seguinte autores pesquisadores:
- Cybis e Santos (2000).
- Cruz et al (2003).
- IDD – Institut Wallon – VITO (2001).
- Isaia e Gastaldini (2004)
111
3.4.1 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculadas Segundo Cybis e Santos
(2000)
Nos estudos desenvolvidos por Cybis e Santos (2000), a fabricação de tijolos
responde pelo maior consumo de energia, bem como pela maior emissão
atmosférica de poluentes e pela maior quantidade de resíduos sólidos. Na TABELA
22 são apresentados os valores referenciais dos estudos desenvolvidos por Cybis e
Santos (2000).
TABELA 22 – EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA POR METRO
QUADRADO DE ALVENARIA SEGUNDO CYBIS E SANTOS (2000)
FABRICAÇÃO
DE CIMENTO
EXTRAÇÃO
DE AREIA
FABRICAÇÃO
DE TIJOLOS
TRANSPORTE
RODOVIÁRIO
TOTAL
Energia
ENERGIA
GJ 0,10885 0,00234 0,24348 0,01857 0,37324
Emissões para o ar
CO
2
kg 9,3874 0,1750 136,4360 1,3922 147,3906
CO
kg 0,0024 1,1933 0,0199 1,2156
HIDROCARBO
NETOS
kg 0,0004 1,3922 0,0032 1,3958
NOx
kg 0,0597 0,0020 0,3978 0,0135 0,4730
SOx
kg 0,0251 0,0008 0,0621 0,0064 0,0943
MATERIAL
PARTICULADO
kg 0,0159 0,0004 0,3978 0,0012 0,4153
Fonte: Cybis e Santos (2000)
Segundo Cybis e Santos (2000) a emissão dos gases acima referidos
contribui para a formação de seis principais impactos ambientais. Destes, o NOx
interage juntamente com o SOx para a formação da chuva ácida; o CO, NOx e SOx
contribuem para a toxicidade ao ser humano; o NOx atua também no aumento dos
níveis de nutrientes; as grandes quantidades de CO
2
produzido são responsáveis
112
pelo efeito estufa; os hidrocarbonetos atuam para a formação do ozônio a baixas
altitudes e as diversas fontes energéticas utilizadas causam a depleção energética.
3.4.2 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculados Segundo Cruz et al (2003)
Nos estudos de Cruz et al (2003) as emissões de gases do efeito estufa foram
calculadas considerando a área total da edificação em projeção, chegando-se aos
valores apresentados na TABELA 23.
TABELA 23 – ESTIMATIVA DE EMISSÕES DE CO
2
POR METRO QUADRADO DE
CONSTRUÇÃO SEGUNDO CRUZ ET AL (2003)
MATERIAIS
EMISSÕES DE CO
2
. tCO
2
/m²
Tijolo cerâmico 0,029
Cimento 0,059
Agregados 0,019
Aço 0,004
Telha 0,016
Fonte: Cruz et al (2003).
3.4.3 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculados Segundo o IDD – Institut
Wallon – VITO (2001)
O IDD – Institut Wallon – VITO (2001), que estuda as emissões na construção
de casas na Bélgica, considera as emissões por tonelada de produto produzido,
conforme pode-se observar na TABELA 24.
113
TABELA 24 – VALORES REFERENCIAIS DE EMISSÕES DE CO
2
POR PRODUTO
NA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA BÉLGICA
MATERIAIS EMISSÃO DE CO
2
t/t
Aço 1,7
Cimento 1,07
Tijolo 0,16
Fonte: O IDD- Institut Wallon – VITO (2001)
Nos estudos desenvolvidos pelo IDD são apresentados relações entre a área
construída e as emissões de CO
2
que correspondem a 235 kg de CO
2
/m² de
construção (FIGURA 14).
FIGURA 14 - EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
POR ÁREA CONSTRUÍDA
Fonte: IDD – Institut Wallon – VITO (2001)
Nos estudos desenvolvidos pelo IDD (2001), foram estimadas emissões entre
0,02 a 0,07 t CO
2
por tonelada transportada de materiais de construção.
114
3.4.4 Emissões de Gases do Efeito Estufa Calculados Segundo Isaia e Gastaldini
(2004).
A TABELA 25 apresenta os valores estudados por Isaia e Gastaldini (2004) e
refere-se ao consumo de energia (MJ/t) e emissões de CO
2
(kg/t). A distância de
transporte dos materiais foi arbitrada para cidade de porte médio, para simular uma
obra realizada em centro urbano. Todos os valores de energia e emissão de CO
2
incluem frete na distância indicada, ida e volta.
TABELA 25 – VALORES REFERENCIAIS DE EMISSÕES DE CO
2
POR PRODUTO
NA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL SEGUNDO ISAIA E
GASTALDINI (2004)
MATERIAIS TRANSPORTE (km) CONSUMO DE
ENERGIA – MJ/t
EMISSÃO DE CO
2
– kg/t
Cimento 200 5780 1090 + 574
Areia 60 90 3
Brita 60 140 4
Fonte: Isaia e Gastaldini (2004)
Ainda segundo Isaia e Gastaldini (2004), para o cimento, o consumo médio de
energia é a média para fornos via seca e úmida, a emissão média de CO
2 é
proveniente do calcário, do combustível e da eletricidade quando produzidas por
termoelétricas. Para a areia e a brita foram considerados somente os consumos de
energia de extração tendo sido arbitrado o valor de 0,1 kg de CO
2
/h para a extração
de ambas.
115
3.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO
A busca pela mais adequada tecnologia para a utilização dos recursos
naturais, principalmente às não renováveis, deve ser constante. As Tecnologias
Apropriadas podem e devem ser voltadas para as soluções dos problemas locais, a
interferência muitas vezes pode ser distinta para problemas similares, contudo o
resultado final deve ser o melhor para a conservação da vida.
A economia ambiental pode ser obtida com a utilização adequada dos
recursos naturais e da tecnologia devem estar disponível como ferramenta de auxílio
sem qualquer restrição.
A Indústria da Construção Civil é de extrema importância, principalmente em
países em desenvolvimento como o Brasil que necessita muitas edificações (casas,
rodovias, escolas, etc.). Contudo, a utilização por parte dessa Indústria de novas
tecnologias e novos materiais ainda é tímida diante de um modelo mais
tradicionalista de construir.
Materiais como o cimento, cal, aço, tijolo, PVC, areia e brita são largamente
utilizados no Brasil e sem substitutos em muitos casos. Os impactos dos processos
da fabricação desses materiais, principalmente no que se refere as emissões de
gases, são relegados em segundo plano.
O desmatamento contribui para a desertificação e também aumenta as
concentrações dos gases causadores do efeito estufa. Este aumento está
relacionado a utilização de madeira como combustível nos fornos de siderúrgicas,
olarias, indústrias cimenteiras e outras. O desmatamento, diante das necessidades
econômicas de mais áreas para a agricultura e pastagens, acaba sendo mais
importante que suas conseqüências para os sistemas vivos.
O transporte, num modelo de economia onde quase tudo é transportado
através de rodovias, principalmente as cargas industriais, também agride o meio
ambiente e contribui para o agravamento do aquecimento global.
116
4 METODOLOGIA DE PESQUISA
Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos para a
realização dessa pesquisa
4.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA
Segundo Gil (1999) a pesquisa pode ser definida como o processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico com o objetivo fundamental de
descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos
científicos.
Nesse sentido, esta pesquisa utiliza-se da abordagem qualitativa já que é a
mais adequada para atingir seu objetivo sendo o estudo exploratório e descritivo.
Esta pesquisa também é exploratória, já que o problema é pouco conhecido e
as hipóteses ainda não foram claramente definidas, e uma pesquisa teórica, já que
tem por objetivo ampliar generalizações, definir conceitos mais amplos, estruturar
sistemas e modelos teóricos, relacionar e reunir hipóteses, numa visão mais unitária
dos sistemas, além de gerar novas hipóteses por força de dedução lógica. (RUIZ,
2002). Esta pesquisa utiliza literatura já elaborada, constituída principalmente de
livros e artigos científicos.
4.2 MÉTODO DE PESQUISA
No presente trabalho, utilizou-se o método de Estudo de Caso. Segundo Gil
(1999, p. 72) o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de
um ou de poucos objetivos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e
detalhado, tarefa praticamente impossível mediante outros tipos de delineamentos
considerados.
O estudo de caso escolhido para desenvolvimento dessa pesquisa foi analisar
as construções de casas populares desenvolvido pela Companhia de Habitação do
117
Paraná – COHAPAR. O setor de construção civil de casas com fins sociais
desenvolvido no Estado do Paraná tem um modelo particular e limitado onde às
casas são desenvolvidas em vários locais do Estado utilizando um mesmo projeto
arquitetônico. Essas casas são “replicadas” várias vezes o que possibilita generalizar
as emissões para todas as casas construídas, ou seja, a emissão de gases do efeito
estufa que ocorre em uma casa podem ser considerada iguais a emissão que
ocorrem em uma mesma casa construída em outro local.
4.3 COLETA DE DADOS
Na coleta de dados para o estudo de caso, foram utilizados:
- informações documentais da unidade analisada;
- pesquisa juntos aos responsáveis técnicos da COHAPAR
As informações documentais foram obtidas junto A COHAPAR e referem-se:
- informações sobre a COHAPAR, suas características e atuação;
- informações sobre os projetos mais desenvolvidos;
- informações sobre as características da casa mais desenvolvida;
- informações sobre os locais/Municípios onde são desenvolvidos as obras;
- produção histórica da COHAPAR;
- déficit habitacional segundo cadastro da COHAPAR;
A pesquisa realizada junto aos Técnicos responsáveis pelas obras nos vários
municípios teve o caráter de uma simples coleta de dados onde foi perguntada ao
responsável regional da COHAPAR a distância percorrida para o transporte de
materiais de construção (cal, cimento, PVC, areia, brita, tijolos e telhas, aço) desde
seu local de produção até o local da obra.
118
4.4 A ANÁLISE DA PESQUISA
A análise foi feita através da utilização dos dados referencias obtidos dos
autores pesquisados, onde foram calculadas as emissões utilizando o modelo de
casa mais executado pela COHAPAR.
Foram comparados os valores encontrados com outros setores da economia,
feitas generalizações sobre a produção atual de futura de casas conforme déficit
habitacional do Estado do Paraná. Também são apresentados uma relação das
emissões por produto conforme são comercializados no Brasil e uma fórmula que
auxilia na quantificação das emissões de CO
2
conforme a quantidade de materiais
de construção e a distância da obra.
119
5 ESTUDO DE CASO: O MODELO DE CONSTRUÇÃO PÚBLICA DE
INTERESSE SOCIAL MAIS DESENVOLVIDO NO ESTADO DO PARANA E A
EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA
5.1 A COMPANHIA DE HABITAÇÃO DO PARANÁ
A Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR é a empresa Estatal paranaense
responsável pela maior parte de construção pública de habitação com interesse social no
Estado do Paraná.
A COHAPAR tem sua sede na cidade de Curitiba – PR e conta com 13 escritórios
regionais nas principais cidades paranaenses. A COHAPAR atua na construção de
habitação, principalmente para famílias mais carentes e constrói, desde casas unifamiliares
até edifícios multifamiliares.
5.1.1 Missão da Companhia da Habitação do Paraná - COHAPAR
Atuar de forma ampla no âmbito da habitação
5.1.2 Metas da Empresa:
- Equacionar e resolver o déficit habitacional do Estado, prioritariamente à
população de baixa renda, contudo buscando soluções para toda a
sociedade;
- Buscar a auto-sustentação, como empresa, gerando suas receitas para
cobrir o custo operacional, e o lucro, para reinvestimento no setor;
- Manter atendimento as moradias já entregues, definindo e coordenando
todas as atividades necessárias para manter o nível de moradia
adequado ao mutuário e sua integração à cidade.
120
5.1.3 O Déficit Habitacional no Estado do Paraná
A Companhia da Habitação do Paraná - COHAPAR tem construído diversos
empreendimentos em mais de 40 anos de existência. No Anexo A são apresentadas
as produções anuais de habitação da COHAPAR deste a sua criação.
O déficit habitacional, apesar da produção apresentada no Anexo A, ainda é
muito grande com, aproximadamente, 177 mil famílias sem moradia segundo a
COHAPAR (2005), TABELA 26. Este número considera apenas as famílias
interessadas em adquirir uma moradia e que estão inscritas no cadastro da referida
Empresa, contudo há famílias que não fazem parte desse cadastro e que têm a
necessidade de uma casa.
TABELA 26 - NÚMERO DE FAMÍLIAS SEM HABITAÇÃO NO ESTADO DO
PARANÁ POR FAIXA DE RENDA MÉDIA
RENDA FAMILIAR Nº DE FAMÍLIAS PERCENTUAL (%)
até 1 s.m. com lote 1.141 0,64
até 1 s.m. sem lote 25.906 14,58
1,01 a 2,00 s.m. com lote 1.641 0,92
1,01 a 2,00 s.m. sem lote 57.649 32,44
2,01 a 3,00 s.m. com lote 1.503 0,85
2,01 a 3,00 s.m. sem lote 38.823 21,85
3,01 a 5,00 s.m. com lote 1.680 0,95
3,01 a 5,00 s.m. sem lote 32.851 18,49
5,01 a 10,00 s.m. com lote 1.204 0,68
5,01 a 10,00 s.m. sem lote 13.534 7,62
Acima de 10 s.m. com lote 237 0,13
Acima de 10 s.m. sem lote 1.548 0,85
TOTAL 177.717 100,00
Fonte: Companhia da Habitação do Paraná (2005)
Observações:
a) s.m. = salário mínimo.
b) Com lote = a família possui lote urbano necessitando financiar/construir a casa. Sem lote = a
família necessita da casa juntamente com o lote.
121
Atualmente a estatal paranaense esta construindo diversos empreendimentos
em vários locais, conforme apresentado no Anexo C. Na TABELA 27 são
apresentadas de forma resumida, as quantidades totais de empreendimentos e
unidades em construção.
TABELA 27 – QUANTIDADES TOTAIS DE EMPREENDIMENTOS E UNIDADES EM
OBRAS DA COHAPAR
Nº EMPREENDIMENTOS EM OBRA Nº DE UNIDADES EM OBRA
281 7503
Fonte: Companhia da Habitação do Paraná (2005)
Número de unidades habitacionais em obra em 08/08/2005
Para um melhor gerenciamento dos empreendimentos em obras, a
COHAPAR possui 13 Escritórios Regionais e cada município do Estado do Paraná
pertence a um Escritório Regional. Na FIGURA 15 é apresentada a divisão dos
Escritórios Regionais e seus respectivos municípios.
122
FIGURA 15 - ESCRITÓRIOS REGIONAIS DA COMPANHIA DA HABITAÇÃO DO
PARANÁ
Fonte: Companhia de Habitação do Paraná (2005)
5.2 AS UNIDADES HABITACIONAIS CONSTRUÍDAS PELA ESTATAL
PARANAENSE
A COHAPAR tem construído diversas unidades habitacionais (casas) de
diversos tamanhos e formas. Atualmente a unidade habitacional mais construída
pela estatal no Estado do Paraná, com aproximadamente 70% de todas as
construções, é a casa Padrão 40 com 40m
² de área construída. Na TABELA 28 são
123
apresentadas as principais características arquitetônicas dessa casa e na TABELA
29 são apresentadas as quantidades dos principais materiais de construção.
TABELA 28 – DADOS SOBRE A CASA PADRÃO MAIS UTILIZADA PELA
COHAPAR NO ESTADO DO PARANÁ
CASA POPULAR PADRÃO
ÁREA DE PROJEÇÃO = 40
m²
ÁREA DE PAREDE
83
m²
NÚMERO DE QUARTOS 2
BANHEIRO 1
Fonte: Companhia de Habitação do Paraná (2005)
TABELA 29 – QUANTIDADE DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
DA CASA PADRÃO 40
DESCRIÇÃO UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIA/CASA
CIMENTO saca (50kg) 55
CAL saca (20kg) 45
TIJOLO und 4.200
TELHA und 1.150
AÇO/FERRO kg 135
AREIA
13,5
BRITA
7,0
ESQUADRIA und 10
PCV und *
Fonte: Companhia de Habitação do Paraná (2005)
Obs: no Anexo B estão relacionado todos os materiais necessários para construção da Casa Padrão
40
Na FIGURA 16 pode-se observar o projeto arquitetônico básico da casa com
40m² que é a mais executada no Estado.
124
FIGURA 16 – PROJETO ARQUITETÔNICO DA CASA PADRÃO 40m²
125
Fonte: Companhia da Habitação do Paraná (2005).
A TABELA 30 apresenta as fases e etapas do desenvolvimento de um
empreendimento Habitacional (conjunto de casas). Via de regra, os
empreendimentos habitacionais seguem as fases da TABELA 30.
TABELA 30 – FASES E ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO
HABITACIONAL
FASES ETAPAS
Planejamento
Identificação da demanda
Seleção da área
Projeto
Construção
Terraplanagem
Edificação e demais obras
Bota-fora
Paisagismo
Ocupação Uso (manutenção)
Ampliação
Fonte: Freitas et al, apud Florim e Quelhas (2002).
126
Na FIGURA 17 estão representadas fotos de todas as fases de execução de
uma casa desenvolvida pela Companhia da Habitação do Paraná, desde sua
fundação, alvenaria de elevação, cobertura, acabamentos e as casa acabadas.
FIGURA 17 – FOTOS DAS ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DA CASA DE 40 m²
Fonte: Autor
5.3 DISTÂNCIAS PERCORRIDAS PARA O TRANSPORTE DOS PRINCIPAIS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NOS EMPREENDIMENTOS
POPULARES DESENVOLVIDOS PELA COHAPAR NO ESTADO DO PARANÁ
As obras realizadas pela COHAPAR são desenvolvidas em vários locais no
Estado, conforme já informado e indicado no Anexo C. Para se obter as distâncias
127
percorridas para a distribuição dos materiais de construção, foi elaborado coleta de
dados através de pesquisa com os técnicos executores dos empreendimentos no
interior do Estado/Escritórios Regionais e os dados obtidos estão indicados na
TABELA 31.
As distâncias obtidas nas entrevistas com os técnicos da COHAPAR dizem
respeito às distâncias de transporte somente no Estado do Paraná. Há materiais de
construção utilizados nas obras da COHAPAR, que são fabricados em outros
Estados como o PVC e as barras de aço.
Essas distâncias do local de sua fabricação (quando feito em outros Estados)
até Curitiba (local de onde são distribuídos esses materiais) não são consideradas
nesse estudo devido, principalmente, a diversidade de local de fabricação,
diversidade de obras e a dificuldade em rastear esses locais.
Há outros materiais que são transportados através de transporte rodoviário
como a madeira de cobertura, materiais elétricos e de pintura, contudo, esta
pesquisa não faz a análise das emissões resultante desses transportes.
128
TABELA 31 – DISTÂNCIAS MÉDIAS PERCORRIDAS PARA O TRANSPORTE DE
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO (indústria/Curitiba até o local da
obra da COHAPAR)
DISTÂNCIAS MÉDIAS PERCORRIDAS PARA O TRANSPORTE DOS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO (INDÚSTRIA/CURITIBA X OBRA) (km)
ESCRITÓRIOS
AREIA BRITA CAL CIMENTO AÇO PVC (ELÉTRICO
/ HIDRÁULICO)
TIJOLOS
E TELHAS
Escr. Reg. De
Cornélio Procópio
50 60 300 250 150 150 90
Escr. Reg. De
Cascavel
170 50 500 500 500 500 165
Escr. Reg. De
Apucarana
50 20
Escr. Reg. De
Maringá
20 20
Escr. Reg. De
Londrina
20 20
Escr. Reg. De
Umuavama
100 20 600 600 600 600 20
Esc. Reg. de União
da Vitória
20 80 350 280 280 280 80
Esc. Reg. De
Paranavaí
100 20 600 600 120 10
Escr. Reg. De
Francisco Beltrão
150 20 500 500 500 500 20
Esc. Reg. De
Guarapuava
100 20 250 250 250 250 20
Esc. Reg. de Ponta
Grossa
20 20 120 120 120 120 20
Esc. Reg. de Campo
Mourão
20 40
Esc. Reg. Curitiba
20 40 100 100 100 150 40
Valor adotado (km)
20 20 250 250 250 250 25
Fonte: Pesquisa junto aos Engenheiros dos Escritórios Regionais da COHAPAR
Observações:
1. Os campos em branco da tabela acima devem-se à falta de resposta ou desconhecimento do
responsável pelo Escritório Regional.
2. O “valor adotado (km)” refere-se ao valor mais comum das distâncias percorridas para o transporte
dos materiais de construção nas obras da Companhia da Habitação do Paraná.
Na FIGURA 18 está representado do Estado do Paraná, os Escritórios
Regionais da COHAPAR e desenhos representando, esquematicamente, de onde
partem os materiais de construção para execução das obras da COHAPAR.
129
FIGURA 18 - MAPA DO PARANA COM ESQUEMA DE TRANSPORTE DE
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Fonte: Companhia de Habitação do Paraná (2005)
130
5.4 EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA NO MODELO DE HABITAÇÃO
PÚBLICA DE INTERESSE SOCIAL MAIS CONSTRUÍDO NO ESTADO DO
PARANÁ
5.4.1 Emissões de Gases do Efeito Estufa no Processo de Produção de Materiais
de Construção Utilizados na Construção Pública de Casas de Interesse Social
no Estado do Paraná
Nessa pesquisa, foram calculadas as emissões de gases do efeito estufa,
baseados nos estudos desenvolvidos por:
- CYBIS e SANTOS (2000) – TABELA 33,
- CRUZ et al (2003) – TABELA 34,
- IDD INSTITUT WALLON VITO (2001) – TABELA 35,
- ISAIA e GASTALDINI (2004) – TABELA 36.
Na TABELA 32 são apresentados os valores unitários por casa para a
emissão de CO
2
no processo de fabricação do cal. Apesar de haver consumo de
combustível (madeira/lenha) no processo de transformação do calcário em cal, esse
trabalho não referencia essa quantidade de energia e suas emissões atmosféricas.
TABELA 32 – QUANTIDADE DE EMISSÕES DEVIDO AO PROCESSO DE
TRANSFORMAÇÃO DO CALCÁRIO EM CAL UTILIZADO NA
EXECUÇÃO PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE SOCIAL NO
ESTADO DO PARANÁ.
1 kg de cal 56% DO VOLUME DE CALCÁRIO
1 kg de CO
2
44% DO VOLUME DE CALCÁRIO
SENDO ASSIM PARA 1 kg DE CAL EMITE-SE 0,786 kg DE CO
2
PARA EXECUÇÃO DE UMA CASA UTILÍZA-SE
900 kg DE CAL
707,14 kg de CO
2
Fonte: Autor
131
Na TABELA 33 são apresentados valores sobre as emissões dos principais
gases do efeito estufa na execução de paredes de alvenaria de cerâmica segundo
estudos e referências de Cybis e Santos (2000). A pesquisa desses autores é bem
detalhada e considera todo o processo de fabricação, contudo só refere-se a
execução das paredes. Apesar das paredes representarem o maior volume de uma
construção, não são o único elemento construtivo que utilizam materiais com
emissões de gases causadores do efeito estufa.
Cybis e Santos (2000) apresentam valores não só para o CO
2
, mas para os
demais gases causadores do efeito estufa. Esses demais gases não foram
consideramos nesse estudo, principalmente devido ao fato de que não se tem
referências desses gases nos demais pesquisadores apresentados.
TABELA 33 - QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS
NA FABRICAÇÃO E EXTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO PÚBLICA DE CASAS
DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO VALORES DE REFERÊNCIA
DE CYBIS E SANTOS (2000)
CONSUMO
/ CASA
CO
2
(kg) CO (kg) Hidrocarbo-
netos (kg)
NOx
(kg)
SOx
(kg)
mat.
Particulado
(kg)
CIMENTO 2750 (kg) 779,1542 4,9551 2,0833 1,3197
CAL 900 (kg) 707,14
AÇO 135 (kg)
TIJOLOS/
TELHAS
5350 (und) 11324,52 99,0439 115,5526 3,30174 5,1543 33,0174
EXTRAÇÃO
DE AREIA
13,5 (
)
14,525 0,1992 0,0332 0,166 0,0664 0,0332
TRANSPORTE 1,6517 0,2656 1,1205 0,5312 0,0996
TOTAIS POR
CASA
12.825,34
100,89 115,85 9,54 7,84 34,47
Fonte: Autor
Obs: os campos em branco devem-se a falta de referência sobre essas emissões de gases ou devido
não haver a emissão desses respectivos gases.
132
No cálculo das emissões segundo Cruz et al (2003), chegou-se aos
resultados apresentados na TABELA 34. Esses autores calculam as emissões de
CO
2
por área de construção que pode levar a valores incorretos conforme o estudo
que esteja sendo feito. Contudo, são valores que podem ser utilizados nessa
pesquisa, principalmente por serem valores similares aos apresentados por outros
pesquisadores.
TABELA 34 – QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS
NA FABRICAÇÃO E EXTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO PÚBLICA DE CASAS
DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO VALORES DE REFERÊNCIA
DE CRUZ ET AL (2003)
CONSUMO / CASA CO
2
(kg)
CIMENTO 2750 (kg) 2360
CAL 900 (kg) 707,14
AÇO 135 (kg) 160
TIJOLOS/TELHAS 5350 (und) 1800
EXTRAÇÃO DE AREIA 13,5 (m³) 760
TOTAIS POR CASA
5787,14
Fonte: Autor
Na TABELA 35 são apresentados valores calculados através das pesquisas
do IDD – Institut Wallon – VITO (2001) para a indústria de materiais de construção
da Bélgica. Os estudos desse Instituto foram feitos para casas com mais de 200
metros quadrados de área, onde as emissões provenientes dos materiais de
construção são calculadas por tonelada produzida.
133
TABELA 35 – QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS
NA FABRICAÇÃO E EXTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO PÚBLICA DE CASAS
DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO VALORES DE REFERÊNCIA
DE IDD – INSTITUT WALON – VITO (2001)
CONSUMO / CASA CO
2
(kg)
CIMENTO 2750 (kg) 2942,5
CAL 900 (kg) 707,14
AÇO 135 (kg) 229,5
TIJOLOS/TELHAS 5350 (und) 2140
EXTRAÇÃO DE AREIA 13,5 (m³)
TOTAIS POR CASA
6019,14
RELAÇÃO PELA AREA*
9400
Fonte: Autor
Na TABELA 36 são apresentados os valores pesquisados por Isaia e
Gastaldini (2004) que calculam os valores para o cimento, areia e brita e são valores
que podem ser considerados como referencial em nosso estudo.
TABELA 36 – QUANTIDADES UNITÁRIAS DE EMISSÕES DE CO
2
PRODUZIDAS
NA FABRICAÇÃO E ESTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO PÚBLICA DE CASAS
DE INTERESSE SOCIAL, SEGUNDO VALORES DE REFERÊNCIA
DE ISAIA E GASTALDINI (2004)
CONSUMO / CASA CO
2
(kg)
CIMENTO 2750 (kg) 4576
CAL 900 (kg) 707,14
AÇO 135 (kg)
TIJOLOS/TELHAS 5350 (und)
EXTRAÇÃO DE AREIA 13,5 (m³) 141,75
TOTAIS POR CASA
5424,89
Fonte: Autor
134
Na TABELA 37 estão apresentados todos os valores calculados pelos autores
pesquisados. Se compararmos os valores pesquisados por Cybis e Santos (2000) e
os valores apresentados por IDD – Institut Wallon - VITO (2001) se observa,
inicialmente, que os valores brasileiros são superiores aos da Bélgica. Contudo,
como em uma construção são muitos itens e materiais empregados, não podemos
afirmar com certeza que a indústria brasileira de materiais de construção é mais
poluidora que a indústria belga no que se refere a emissão de CO
2
.
TABELA 37 – EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
POR CASA (segundo os valores
referenciais dos autores pesquisados)
CYBIS e
SANTOS
(2000)
CRUZ et al
(2003)
IDD –
INSTITUT
WALLON –
VITO (2001)
ISAIA e
GASTALDINI
(2004)
CO
2
(
MÉDIA/CASA)
CO
2
(MÉDIA/m²)
CIMENTO 779,1542 2360 2942,5 4576 2664,41 66,61
CAL 707,14 707,14 707,14 707,14 707,14 17,68
AÇO 160 229,5 194,75 4,87
TIJOLOS/
TELHAS
11324,52 1800 2140 5088,17 127,20
EXTRAÇÃO
DE AREIA
14,525 760 141,75 305,43 7,64
TOTAIS
(kg)
12.825,34 5787,14 6019,14 5424,89
8959,90 224,00
Fonte: Autor
Obs.: os valores médios são calculados somente onde hajam valores referências de pesquisa e não
pela média do número de autores.
Analisando os valores unitários da TABELA 37, observa-se que para os
valores calculados através de Cybis e Santos (2000), a fabricação dos tijolos e
telhas emitem mais CO
2
que na fabricação do cimento. Esta consideração é
contrária aos demais autores pesquisados que apontam o cimento como o maior
emissor de CO
2.
O valor total calculado através dos índices referencias de Cybis e Santos
(12.825,34 kg de CO
2
) também são bem superiores aos apresentados e calculados
através dos demais autores pesquisados. Cabe ressaltar que os valores referencias
135
estudados por Cybis e Santos (2000) são criteriosos assim como os valores dos
demais pesquisadores, motivo pelo qual são utilizados e considerados nessa
pesquisa.
5.4.2 Emissões de CO
2
devido ao Transporte Rodoviário de Materiais de
Construção para Execução Pública das Casas no Interior do Estado do
Paraná
Na TABELA 38, estão apresentados de forma resumida os valores calculados
das emissões de CO
2
para o transporte através dos autores pesquisados.
TABELA 38 – QUANTIDADES UNITÁRIAS E TOTAIS DE EMISSÕES DE CO
2
REFERENTES AO TRANSPORTE DE MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA EXECUÇÃO DE CASAS
PADRÃO DA COHAPAR, SEGUNDO VALORES DE REFERÊNCIA
DE CYBIS E SANTOS (2000), IDD - INSTITUT WALLON VITO
(2001) E IPCC
CYBIS e SANTOS
(2000)
IDD – INSTITUT
WALLON - VITO (2001)
IPCC
EMISSÕES DE
CO
2
NO
TRANSPORTE
1,3920 kg de CO
2
por
metro quadrado de
parede construída
20 a 70 kg de CO
2
por
tonelada transportada(*)
0,770 kg de CO
2
por km
EMISSÕES DE
CO
2
/TOTAL
POR CASA EM
CONSTRUÇÃO
0,1155 t 0,045(**) x 54,77 = 2,464t 0,870(***) t
Fonte: Autor
* Considerando os seguintes materiais transportados:
Materiais Tonelada por casa
Areia 20,25
Brita 17,5
Cimento 2,75
Cal 0,9
Tijolo e telha 13,375
Total/casa 54,775
Fonte: Autor
136
**
Valor médio (20 para 70 kg dividido por 1000)
***
Considerando os seguintes materiais e distâncias (TABELA 31):
Materiais Distância km (ida/volta)
Qtidade. CO
2
(IPCC)
Areia 40 30,8
Brita 40 30,8
Cimento 500 385
Cal 500 385
Tijolo e telha 50 38,5
Total/casa 1130 870,1
Fonte: Autor
Os valores apresentados na TABELA 38 para as emissões devido ao
transporte de materiais de construção por casa, para Cybis e Santos (2000) são de
0,1155 t de CO2 enquanto que para o IDD - Institut Wallon – VITO (2001)
aproximadamente 2,464 t e para o ICPP de 0,870 t. Os valores de Cybis e Santos
referem-se ao transporte de materiais somente para construção das paredes,
enquanto que os valores do IDD – Institut Wallon – VITO são calculados por
tonelada transportada. Para o ICPP os valores são calculados por quilômetro rodado
para veículo pesado.
Os materiais Aço e PVC, utilizados nas obras desenvolvidas pela COHAPAR,
não foram considerados nesse estudo para o cálculo das emissões referente ao
transporte. Esses materiais foram desconsiderados por não serem fabricados no
Estado do Paraná e assim, para cálculo das distâncias reais, seria necessário
conhecer todos os locais e distâncias desde seu local de fabricação até a obra.
Considerando que Cybis e Santos (2000) calculam os valores de emissões
para o transporte apenas para os materiais para execução das paredes de uma
casa, esses valores forem desconsiderados para a composição do valor médio das
emissões referente ao transporte para execução dos empreendimentos da
COHAPAR no Estado do Paraná. Utilizando os valores obtidos através de valores
referenciais do IDD (2001) e do IPCC, chega-se a um valor médio de 1,667 t de CO
2
emitido por casa construída.
137
Como os valores apresentam muita diferença é prematuro fazer uma análise
dos resultados. Contudo, observa-se inicialmente, que o transporte na indústria
Belga polui mais a atmosfera no que se refere à emissão de CO
2
do que o transporte
no Brasil, talvez, um dos motivos seria a adição de álcool no diesel.
O Ministério de Ciência e Tecnologia coordenou o Programa Álcool-Diesel
(principal combustível utilizado no Brasil para o transporte rodoviário comercial) onde
pesquisas
22
mostraram que para a mistura com 10% de álcool anidro há uma
redução significativa de cerca de 20% de fumaça (índice Bosch) já citado nessa
pesquisa, conseqüente a redução dos gases do efeito estufa segundo estudos
apresentados nos Parâmetros de Emissão de Gases de Efeito Estufa por Veículos
pesados no Brasil (2001). A adição de álcool ao diesel pode contribuir de modo
positivo para a redução das emissões, mas as péssimas condições dos veículos e
das rodovias brasileiras contribuem desfavoravelmente para o aumento das
emissões dos gases causadores do efeito estufa, contudo, são necessários mais
estudos para uma análise mais precisa.
5.5 ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RESULTADOS
Na FIGURA 19 estão apresentados os valores totais e médio para as
emissões de CO
2
, seja no processo de fabricação dos principais materiais de
construção somados aos valores e emissões do transporte dos mesmos até o local
da obra.
22
Ver item 3.3.4.2 - Adição de álcool ao diesel
138
FIGURA 19 - EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
POR CASA (MATERIAIS +
TRANSPORTE)
14,492
7,454
7,686
7,091
9,181
0,000
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000
14,000
16,000
VALORES EM t DE
CO2
1
PESQUISADORES
EMISSÕES TOTAIS DE CO2 POR CASA (materiais
+ transporte)
CYBIS E SANTOS
CRUZ ET AL
IDD - INSTITUT
WALON
ISAIA E GASTALDINI
VALOR MÉDIO
Fonte: Autor
O valor médio de 9,181 toneladas de CO
2
lançadas na atmosfera por casa de
interesse social construída pela COHAPAR no Estado do Paraná que eqüivale a 229
kg CO
2
/m², deve ser entendido com algumas ressalvas. Inicialmente neste valor não
estão inclusos todos os materiais de construção utilizados para a execução de uma
casa com 40m
² (modelo mais utilizado pela COHAPAR) e também o transporte de
todos os materiais de construção utilizados em uma casa não estão considerados.
Outro fator que deve ser considerado é que a produção dos materiais de
construção não é homogênea, exceto para o cimento. Como exemplo uma olaria
pode gastar mais energia do que a outra para fazer um produto similar. Também no
transporte de um determinado material pode-se emitir mais ou menos CO
2
dependendo da rodovia, do caminhão, do motorista etc. Contudo, em todos os
resultados apresentados, procura-se demonstrar que está havendo emissões de
CO
2
.
139
5.5.1 Relação Entre os Materiais Mais Utilizados na Execução Pública de Casas
com Interesse Social e a Emissão de CO
2
Na TABELA 39 são apresentados de forma resumida, as emissões de CO
2
dos principais materiais de construção pesquisados. Abaixo da tabela é apresentado
uma fórmula para o cálculo de emissões por casa, considerando também a distância
de transporte. Esta fórmula pode ser útil na elaboração de um projeto para se
quantificar as emissões de CO
2
dos principais materiais necessários para execução
dessa casa.
TABELA 39 – EMISSÕES POR PRODUTO (PADRÃO COMERCIAL DE COMPRA)
EMISSÃO DE CO
2
POR SACA DE CIMENTO (50 kg): 48,44kg
EMISSÃO DE CO
2
POR SACA DE CAL (20kg) 15,71kg
EMISSÃO DE CO
2
POR kg DE AÇO 1,45kg
EMISSÃO DE CO
2
POR TIJOLO (unidade) 0,95kg
EMISSÃO DE CO
2
POR m³ DE ÁREIA 22,62kg
Fonte: autor
Fórmula para cálculo das emissões de CO
2
por casa:
EMISSÃO TOTAL DE CO
2
/CASA (kg) = (CIMENTO (nº de sacas) X
48,44) + (CAL (número de sacas) X 15,71) + (AÇO (kg) X 1,45) +
(TIJOLOS (número) X 0,95) + (AREIA (volume em m³) X 22,62) +
(NÚMERO DE VIAGENS
23
X DIST
Â
NCIA DA OBRA (ida+volta em km) X
0,770)
Fonte: autor
Obs: Cimento = CPII 32
Cal = cal virgem
Tijolo = 6 furos (9 x 14 x 19 cm)
Areia = média natural de rio
Transporte – caminhão pesado movido a diesel
23
Número de viagens para transportar todos os materiais necessários para execução de uma casa
140
5.5.2 Cálculo da Quantidade Total de CO
2
que está Sendo Emitido e que Poderá
ser Emitido na Construção Pública da Habitação de Interesse Social no
Estado do Paraná
Baseados no número de unidades atualmente em construção, que estão
relacionados no Anexo C, e nos valores médios apresentados na FIGURA 19,
chegamos à quantidade total aproximada de emissões de CO
2
, conforme
apresentado na TABELA 40.
TABELA 40 – EMISSÕES TOTAIS APROXIMADAS DE CO
2
NA EXECUÇÃO
PÚBLICA DE CASAS DE INTERESSE SOCIAL EM
CONSTRUÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ
EMISSÕES DE CO
2
POR CASA 9,181 t (média)
NÚMERO DE UNIDADES EM OBRA 7503
EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
68.885,03 t
Fonte: Autor
Na TABELA 41 são apresentadas as prováveis quantidades que seriam
emitidas de CO
2
se forem construídos todas as unidades habitacionais necessárias
para zerar o déficit habitacional no Estado do Paraná. Estes números são baseados
no cadastro de déficit habitacional apresentado na TABELA 26 e na quantidade de
emissões por unidade construída, FIGURA 19.
141
TABELA 41 – PROVÁVEIS EMISSÕES TOTAIS APROXIMADAS DE CO
2
NAS
CASAS DE INTERESSE SOCIAL NECESSÁRIAS PARA ZERAR DO
DÉFICIT HABITACIONAL NO ESTADO DO PARANÁ
EMISSÕES DE CO
2
POR CASA 9,181 t (média)
NÚMERO DE UNIDADES NECESSÁRIAS 177.717
EMISSÕES TOTAIS DE CO
2
1.631.620,00 t
Fonte: Autor
O valor de 1.631.620 t de CO
2
, representa um valor aproximado que poderia
ser lançado na atmosfera para construção de casas com 40 m². Contudo a intenção
desse estudo não é apresentar um número definitivo para as emissões de gases
causadores do efeito estufa, principalmente o CO2, na fabricação e no transporte de
materiais de construção.
Conforme se pode ver na TABELA 40, na construção atual de todas as casas
de interesse social no Estado do Paraná tem-se uma emissão de CO
2
de,
aproximadamente 68.885,03 toneladas. Este número representa, na opinião do
pesquisador, a quantidade mínima de CO
2
lançada na atmosfera já que não
considera todos os processos de fabricação de materiais de construção e todos os
transportes realizados para distribuição dos materiais no Estado do Paraná, o que
torna necessário uma reflexão sobre esse modelo de construção e transporte. Para
um resultado mais apurado, seriam necessária a comprovação das emissões
apresentadas.
O valor de 68.885,03 t de CO
2
(TABELA 40) pode ser comparado aos demais
setores da economia brasileira através da TABELA 42, adaptada do MCT (2003).
Como exemplo, pode-se observar que o valor emitido na construção pública de
interesse social no Estado do Paraná é 335% superior ao emitido no setor
agropecuário no ano de 2002.
142
TABELA 42 EMISSÕES DE CO
2
POR SETOR (Gg/ano)
1995 2000 2002
SETOR ENERGÉTICO 12,6 15,9 17,1
RESIDENCIAL 15,9 17,0 17,1
COMERCIAL 1,6 2,1 2,2
PÚBLICO 2,1 2,1 2,6
AGROPECUÁRIO 13,4 14,1 15,8
TRANSPORTES (TOTAL) 103,2 125,1 131,1
INDUSTRIAL (TOTAL) 78,3 95,5 96,1
Fonte: MCT (2003)
Obs: sem CO
2
da biomassa
O valor médio de 229 kg CO
2
/ m² emitido no processo de produção e
transporte dos principais produtos (ver FIGURA 19) utilizados na construção pública
de habitação de interesse social desenvolvido no Estado do Paraná é bem próximo
dos valores apresentados pelo IDD – Institut Walon – VITO (2001) que é de 235 kg
de CO
2
(FIGURA 14). Pode-se concluir então que, num primeiro momento, a
indústria brasileira de materiais de construção emite tanto quanto a indústria da
Bélgica.
143
6 RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES
Uma das características fortes da indústria do futuro estará na “Produção
Mais Limpa”. Esta produção propõe o uso de conceitos que aumentem a eficiência e
previnam a poluição na fonte, reduzindo ou evitando riscos para a população
humana, em especial, e o ambiente em geral. Ambas propõem que o sistema de
produção industrial adote o estudo do produto e processo do berço-à-cova, com o
emprego de técnicas de avaliação do ciclo-de-vida. Assim, poderão ser introduzidos
melhoramentos ambientais expressivos. O setor de materiais de construção da
indústria da construção civil está longe do que seria uma indústria com Produção
Mais Limpa já que emite uma grande quantidade de gases.
Esta pesquisa chegou a conclusão que o modelo mais utilizado na construção
pública de habitação social no Estado do Paraná e desenvolvido pela COHAPAR,
contribui para a emissão dos gases causadores do efeito estufa, principalmente o
CO
2
, gás mais referenciado nessa pesquisa. Na construção de uma casa com 40m²
emite-se, aproximadamente, 9,181 toneladas de CO
2
, equivalente a 229 kg CO
2
/ m²,
isto quer dizer que estavam sendo emitidos, aproximadamente, 68.885,03 toneladas
de gás carbônico se somarmos todas as construções que estavam em execução
durante a coleta de dados para essa pesquisa.
É necessário utilizar tecnologias adequadas para uma Produção Mais Limpa
para o setor da indústria de materiais de construção. A pergunta é: existe tecnologia
disponível para inovar com processos de produção e produtos que agridam menos o
meio ambiente? Se não existe, ou se são muito caras, é preciso criar mecanismos
para o desenvolvimento de pesquisas neste setor onde as universidades teriam seu
papel.
Nos processos de produção de materiais de construção são emitidos
poluentes aéreos como foi demonstrado nesta pesquisa. Esses poluentes aéreos
geram impactos como o efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e a chuva
ácida. Essas poluentes estão relacionados às emissões nos transportes, fontes de
energia que utilizam combustíveis fósseis e à liberação de gases durante o processo
produtivo desses materiais. A redução de emissões passa, portanto, pelo uso de
Tecnologias Apropriadas, ou seja:
144
redução das distâncias a serem percorridas no transporte, através do
uso e consumo de insumos gerados localmente;
uso de fontes de energia não poluentes, ou cuja emissão seja
controlada;
alteração dos processos produtivos e escolha de produtos que
minimizem tais impactos;
mudança nos projetos de habitação popular com estudos aprofundados
sobre as questões acústicas, térmicas, análise do ciclo-de-vida e a
utilização de materiais ecológicos e locais com análise do ciclo de vida.
A resposta da indústria à poluição e à deterioração dos recursos não tem sido
nem deve ser limitada ao cumprimento das regulamentações. A reação da indústria
deve comportar um amplo senso de responsabilidade social e garantir a
conscientização das questões ambientais em todos os níveis.
A captura e a remoção de CO
2
na própria fonte, antes de ele ser lançado na
atmosfera, é uma grande opção técnica a ser considerada quando a principal
preocupação é o efeito estufa. Os custos com a implantação de Tecnologias
Apropriadas como esta, serão mínimos, diante dos benefícios de tornar esse setor
mais ambientalmente correto.
Esta captura propicia uma menor quantidade de emissões atmosféricas que,
em curto prazo, podem ser benéficas, contudo, a grande mudança deve ser no
sistema de produção dos materiais utilizados atualmente.
O meio ambiente não deve ser visto apenas como uma “oportunidade
econômica” e atrelado ao retorno de investimentos. As questões ambientais devem
ser contabilizadas nos custos de produção e a sociedade não pode ter receio de
mudar seus sistemas produtivos e prol da vida. Com isto o controle das emissões de
gases do efeito estufa não devem ficar atrelados apenas a remuneração através de
mecanismos como o de Desenvolvimento Limpo previsto no Protocolo de Kioto. A
busca por novas tecnologias de Produção Mais Limpa deve ser uma constante,
independente dos lucros com crédito de carbono ou de iniciativas atrelados ao
retorno de investimentos.
Melhorar o sistema de logística para a distribuição de materiais também é
uma opção que deve ser levado em conta para minimizar as quantidades de
145
emissões provenientes do transporte de materiais de construção. A utilização de
centros de distribuição em determinados locais estratégicos no Estado do Paraná
pode diminuir as distâncias de transporte e proporcionar uma racionalização dessa
importante ferramenta.
A indústria de cimento é um grande contribuinte das emissões globais CO
2
. O
CO
2
emitido no seu processo de produção do cimento não pode ser freado? O
cimento é um dos materiais mais utilizados no planeta, mas ele pode ser substituído
ou pelo menos ter seu consumo reduzido? A resposta para esta pergunta é
afirmativa, o cimento pode ser substituído ou ter seu consumo reduzido com a
utilização de materiais menos agressores ao meio ambiente como a utilização de
solo-cimento para a execução de paredes onde o cimento é utilizado em
quantidades reduzidas e acrescido à argila utilizando Tecnologias Apropriadas.
Muitos dos autores pesquisados afirmaram que a principal causa dos
problemas de aquecimento através do efeito estufa é o uso de combustíveis fósseis.
Apesar de indústria de materiais da construção civil não ser o principal ator quanto à
responsabilidade pelas emissões, isso não justifica a inércia desse setor diante de
questões como o aquecimento global. O problema não deve ser analisado de forma
pontual cartesiana, mas com um enfoque global.
A forma utilizada para a análise do problema dessa pesquisa foi cartesiana
para se chegar aos números de quantidades emissões, contudo, a interpretação dos
resultados que envolvem o aquecimento global, a contribuição da Indústria da
Construção Civil e as prováveis soluções para este problema devem ser feitas de
modo amplo - holístico, não atrelado à pré-conceitos ou paradigmas tradicionais.
A indústria da construção civil, no modelo apresentado e utilizado no Estado
do Paraná na construção pública de interesse social, não tem usado Tecnologias
Apropriadas. As indústrias de cimento, cal, cerâmica vermelha, aço e brita/areia são
agressoras do meio ambiente e, apesar do entendimento de muitos setores da
sociedade sobre os malefícios que esses setores provocam a vida do planeta, pouco
se faz ou se discute o assunto. Os modelos apresentados onde são percorridos mais
de 600 Km de distância para transportar o cimento como exemplo, também é uma
forma pouco sustentável e contrária ao que seria uma Tecnologia Apropriada.
Hoje, o pensamento sistêmico é mais necessário do que nunca diante da
complexidade existente. Hoje, talvez, pela primeira vez na história, a humanidade
146
tenha a capacidade de criar mais informações do que o homem pode absorver, de
gerar uma interdependência muito maior do que o homem pode administrar e de
acelerar as mudanças com uma velocidade muito maior do que o homem pode
acompanhar. Certamente a escala de complexidade é sem precedentes. Tudo à
nossa volta é exemplo de “colapsos sistêmicos” – problemas como o aquecimento
global, a diminuição da camada de ozônio, o tráfico internacional de drogas e o
déficit comercial e orçamentário – problemas que não possuem uma simples causa
local. Somos forçados a tomar decisões e, de modo geral, sempre se procura
simplificar e dividir os problemas como se as coisas pudessem ser resolvidas
separadamente. Os problemas que envolvem a indústria da construção civil no Brasil
não são simples, essa indústria tem ramificações em muitos outros setores e
envolve muitos interesses, contudo, a busca por propiciar uma indústria menos
agressora e que atue na conservação ambiental deve ser uma constante.
Como afirma Lipietz (1991, p. 80):
Que ninguém me acuse de afirmar que qualquer progresso é hoje impossível, que a
“maravilha do universo” atingiu um muro, um obstáculo intransponível à extensão de seu
gênero criativo. Pelo contrário. O desafio que o homem se propõem hoje é assumir o
destino do planeta todo, em vez de construir seu futuro como espécie, sobre o saque do
resto do universo. Hoje a humanidade é chamada a um progresso “em profundidade”: a um
acréscimo de organização, de reflexão, de humanização da natureza.
6.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O estudo ficou limitado nos seguintes pontos:
- Necessidade de comprovação dos valores obtidos das emissões de CO
2
por
casa construída;
- Rastear todas as distâncias percorridas para o transporte dos materiais de
construção utilizados nas casas da COHAPAR;
- Incluir no estudo, todos os materiais de construção utilizados nas obras da
COHAPAR e suas respectivas emissões dos gases causadores do efeito
estufa, se houver;
- Não falar do ciclo de vida da habitação;
147
- Calcular as emissões dos gases causadores do efeito estufa provenientes da
utilização e manutenção das casas;
- A falta de mais referências bibliográficas para validar os valores obtidos.
6.2 PESQUISAS FUTURAS
A questão primordial para novos estudos está em se confirmar e validar os
valores e quantidades obtidas nessa pesquisa, com isto é possível um
aprofundamento das informações podendo propor ações específicas que propiciem
ganhos ambientais como:
- Substituição dos materiais utilizados por outros, como exemplo por solo-
cimento, bambu, telhas ecológicas de fibras vegetais, cimento ecológico e
outros;
- Mudança nos projetos e concepções utilizadas atualmente;
- Interferências nos sistemas de distribuição dos materiais;
- Definição de quais seriam as tecnologias mais apropriadas para a construção
de habitação de interesse social no Paraná.
- Aprimoração da equação para cálculos das quantidades de CO
2
lançados na
atmosfera.
148
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ANEXOS
A - PRODUÇÃO HISTÓRICA DE HABITAÇÕES DA COHAPAR
ANO DE CONCLUSÃO Nº DE
EMPREENDIMENTO
Nº UNIDADES
2005 122 562
2004 141 1.508
2003 95 2.093
2002 216 5.445
2001 118 3.546
2000 161 6.420
1999 190 7.021
1998 153 6.819
1997 190 10.375
1996 159 9.538
1995 98 6.966
1994 131 10.586
1993 139 7.478
1992 162 8.454
1991 13 437
1990 12 1.109
1989 136 8.152
1988 297 10.289
1987 143 4.931
1986 76 3.380
1985 75 3.720
1984 23 1.466
1983 70 3.101
1982 124 9.369
1981 119 11.942
1980 45 3.058
1979 31 8.270
1978 25 4.495
1977 14 1.060
1976 7 646
1973 3 188
1972 4 186
1971 5 292
1970 5 108
1969 8 889
1968 10 1.053
1967 17 1.636
1965 1 92
166
1963 2 51
1962 2 113
1960 1 59
1959 3 160
1958 3 249
1956 1 92
1954 1 80
1952 1 50
1951 1 48
TOTAIS
3.353 167.582
Fonte: COHAPAR - Companhia de habitação do Paraná
B - RELAÇÃO DE MATERIAIS DA CASA PADRÃO 40 – CASA MAIS UTILIZADA
NAS CONSTRUÇÕES DA COHAPAR.
ítem: discriminação: un: qtdade:
I - MATERIAIS EM GERAL:
1 aguarrás mineral l 6,0
2 arame recozido - 18 BWG kg 4,0
3 areia lavada m3 13,5
4 arruelas redondas - 3/8" un 24,0
5 barra com rosca - 3/8" m 3,0
6 brita nº 1 m3 7,0
7 cal fino - 18 kg sc 11,0
8 cal virgem - 20 kg sc 45,0
9 cimento portland - 50 kg sc 55,0
10 cumeeira de barro un 30,0
11 ferro - CA-50 - 6,3 mm kg 100,0
12 ferro - CA-60 - 4,2 mm kg 35,0
13 forro de pinus m2 62,0
14 fundo branco fosco gl 3,0
15 impermeabilizante a base de asfalto l 2,0
16 janela de ferro basculante - (60 x 60) cm un 1,0
17 janela de ferro de correr - (120 x 100) cm un 3,0
18 janela de ferro de correr - (150 x 100) cm un 1,0
19 líquido selador para tinta látex gl 5,0
20 lixa para ferro nº 80/100 un 20,0
21 lixa para madeira nº 120 un 10,0
22 madeira para caixaria - PINUS m3 0,55
23 madeira para cobertura - PINHO ou LEI m3 1,50
24 madeira para tarugamento - 1" x 2" - PINUS m 175,0
25 massa corrida acrílica l 14,0
26 meia-cana - (2,0 x 2,5) cm - PINUS m 112,0
27 porca sextavada - 3/8" un 24,0
28 porta metálica - chapeada - (60 x 210) cm - completa un 1,00
29 porta metálica - chapeada - (80 x 210) cm - completa un 3,00
30 porta metálica, com vidro - (80 x 210) cm, completa un 1,00
167
31 prego - 12 x 12 kg 5,0
32 prego - 17 x 27 // 18 x 36 // 20 x 42 kg 13,0
33 rufo metálico m 6,5
34 tábua - madeira de lei - p/ apoio do reservatório - 1"
x 8" - 120 cm
un 5,0
35 telha de barro, tipo francesa un 1.150,0
36 telha de barro, tipo paulistinha un 75,0
37 thinner l 5,0
38 tijolo furado - 6 furos - (9 x 14 x 19) cm un 4.200,0
39 tinta esmalte sintético gl 2,5
40 tinta látex - PVA gl 10,0
41 tinta óleo gl 7,0
42 tubo - PVC rígido, para pilares da varanda - 150 mm m 4,5
43 vidro canelado m2 0,4
44 vidro liso - transparente - 3 mm m2 6,0
45 viga - madeira de lei - para apoio do reservatório - 2"
x 4" - 150 cm
un 2,0
46 vista de beiral, c/rebaixo-cepilhada-1"x 8"-madeira
de LEI
m 42,0
ÁGUA :
1 adaptador soldável, com bolsa e rosca - 25 mm x
3/4"
un 4,0
2 adaptador soldável, com flange fixo - 25 mm x 3/4" un 2,0
3 adaptador soldável, com flange fixo - 32 mm x 1" un 1,0
4 bisnaga de adesivo plástico - 75 g un 2,0
5 filete de massa para calafetar un 4,0
6 joelho - 90° - soldável c/ bucha de latão - 25 mm x
1/2"
un 3,0
7 joelho - 90° - soldável c/ bucha de latão - 25 mm x
3/4"
un 1,0
8 joelho soldável - 25 mm un 7,0
9 joelho soldável - 32 mm un 2,0
10 lixa para madeira - nº 120 un 1,0
11 luva soldável com bucha de latão - 25 mm x 3/4" un 1,0
12 luva soldável com rosca - 25 mm x 3/4" un 1,0
13 te soldável - 25 mm un 4,0
14 tubo - PVC rígido - soldável - 25 mm m 24,0
15 tubo - PVC rígido - soldável - 32 mm m 4,0
16 tubo de descarga embutido, para caixa de sobrepor un 1,0
17 veda-rosca - 19 mm - (rolo com 10 m) un 2,0
ESGOTO :
1 caixa sifonada - (100 x 100 x 40) mm un 1,0
2 curva - 90° - raio curto - 100 mm un 1,0
3 curva - 90° - raio longo - 75 mm un 1,0
4 joelho - 90° - 40 mm un 6,0
5 sifão flexível de borracha - 1.1/2" un 3,0
6 tubo - PVC rígido, com ponta e bolsa com virola -
100 mm
m 15,0
7 tubo - PVC rígido, com ponta e bolsa soldável - 40 m 10,0
168
mm
8 válvula de PVC, para lavatório, com unho un 1,0
9 válvula de PVC, para pia, com unho un 1,0
10 válvula de PVC, para tanque un 1,0
LOUÇAS, METAIS E COMPLEMENTOS :
1 bacia auto-sifonada, de louça un 1,0
2 balcão p/ pia, em aglomerado, chapeado - (110 x 53)
cm
un 1,0
2 bolsa de ligação, para bacia - 1.1/2" un 1,0
3 cabide com 1 gancho un 1,0
4 caixa de descarga de sobrepor - 7 litros un 1,0
5 chuveiro plástico - elétrico un 1,0
6 engate flexível - mangueira de PVC - 30 cm un 2,0
7 haste metálica, para chuveiro - 1/2" un 1,0
8 lavatório de louça, tamanho médio, com coluna un 1,0
9 meia-saboneteira un 1,0
10 papeleira un 1,0
11 parafuso para fixação de vaso e lavatório un 6,0
12 registro de gaveta - Fo. Go. - 3/4" - bruto un 1,0
13 registro de pressão - Fo. Go. -3/4" - bruto un 1,0
14 reservatório de fibro-cimento, com tampa - 500 litros un 1,0
15 tampo de pia, em mármore sintético - (110 x 53) cm un 1,0
16 tanque de concreto, sem esfregador - 30 litros un 1,0
17 torneira de bóia - PVC - 3/4" un 1,0
18 torneira metálica - cromada - 1/2" - (para lavatório) un 1,0
19 torneira metálica - cromada - 3/4" - longa - (parede) un 2,0
ACESSÓRIOS GERAIS:
1 caixa estampada - 4" x 2" un 15,0
2 condutor de cobre - 1,5 mm2 - 750 V m 90,0
3 condutor de cobre - 10,0 mm2 - 750 V m 35,0
4 condutor de cobre - 2,5 mm2 - 750 V m 90,0
5 condutor de cobre - 6,0 mm2 - 750 V m 10,0
6 conector em barra, com parafusos imperdíveis, para
fio 10 mm2
un 2,0
7 curva - PVC - 90º - 3/4" un 2,0
8 disjuntor termomagnético - quick leg - 15A -
monopolar
un 1,0
9 disjuntor termomagnético - quick leg - 20A -
monopolar
un 1,0
10 disjuntor termomagnético - quick leg - 40A -
monopolar
un 1,0
11 eletroduto de PVC rígido - roscável - anti-chama -
3/4"
m 12,0
12 espelho com furo central - 4" x 2" un 1,0
13 fita isolante - 3/4 " m 40,0
14 interruptor de 1 T.S - 4" x 2" un 4,0
15 interruptor de 1 T.S., conjugado com tomada - 4" x 2" un 1,0
16 interruptor de 2 T.S - 4" x 2" un 2,0
169
17 isolador roldana - PVC - (30 x 30), com prego un 45,0
18 luva - PVC - 3/4" un 7,0
19 mangueira preta - 1/2" m 25,0
20 quadro de luz para 4 disjuntores un 1,0
21 soquete de porcelana ou PVC, com parafuso un 8,0
22 tomada de corrente monofásica e espelho - 4" x 2" un 7,0
C - RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS COM CASAS EM OBRAS E O NÚMERO DE
UNIDADES EM CONSTRUÇÃO EM 08/08/2005.
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
APUCARANA APUCARANA - ERAP MORADIAS PARQUE DAS
CEREJEIRAS
213
APUCARANA APUCARANA - ERAP RESIDENCIAL CIDADE NOVA I -
MÓDULO 3
20
APUCARANA APUCARANA - ERAP RESIDENCIAL- AFONSO ALVES
CAMARGO III
9
APUCARANA ARAPONGAS - ERAP MORADIAS ALTO DA BOA VISTA -
MÓDULO 10 (R.T/L.C)
73
APUCARANA ARAPONGAS - ERAP RESIDENCIAL ARAPONGAS I -
SANTA EFIGÊNIA
213
APUCARANA ARAPUÃ - ERAP ARAPUÃ RURAL I 14
APUCARANA ARIRANHA DO IVAÍ - ERAP ARIRANHA DO IVAÍ RURAL I 12
APUCARANA ARIRANHA DO IVAÍ - ERAP RESIDENCIAL ARIRANHA DO IVAÍ I 27
APUCARANA ARIRANHA DO IVAÍ - ERAP RESIDENCIAL ARIRANHA DO IVAÍ I -
ALECRIM
4
APUCARANA ARIRANHA DO IVAÍ - ERAP RESIDENCIAL ARIRANHA DO IVAÍ II 14
APUCARANA BOM SUCESSO - ERAP RESIDENCIAL BOM SUCESSO II 20
APUCARANA BORRAZÓPOLIS - ERAP BORRAZÓPOLIS 29
APUCARANA GODOY MOREIRA - ERAP GODOY MOREIRA RURAL I 15
APUCARANA IVAIPORÃ - ERAP MORADIAS JACUTINGA 33
APUCARANA LIDIANÓPOLIS - ERAP RESIDENCIAL LIDIANÓPOLIS I 19
APUCARANA LUNARDELLI - ERAP LUNARDELLI RURAL I 13
APUCARANA MARILÂNDIA DO SUL - ERAP MARILÂNDIA DO SUL RURAL I 14
APUCARANA RIO BOM - ERAP RESIDENCIAL RIO BOM I 26
APUCARANA RIO BOM - ERAP RESIDENCIAL RIO BOM I - STO
ANTONIO DO PALMITAL
8
APUCARANA RIO BRANCO DO IVAÍ - ERAP RIO BRANCO DO IVAÍ RURAL I 13
APUCARANA ROSÁRIO DO IVAÍ - ERAP ROSÁRIO DO IVAÍ RURAL I 14
APUCARANA SÃO PEDRO DO IVAÍ - ERAP RESIDENCIAL SÃO PEDRO DO IVAÍ I 80
SÃO PEDRO DO IVAÍ RURAL I 9
23 892
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
CAMPO MOURÃO BARBOSA FERRAZ - ERCM MORADIAS OURO PRETO 12
CAMPO MOURÃO BARBOSA FERRAZ - ERCM MORADIAS PERDIZES II 22
CAMPO MOURÃO ENGENHEIRO BELTRÃO -
ERCM
RESIDENCIAL DOMINGOS
MACHADO DE OLIVEIRA
82
CAMPO MOURÃO MARILUZ - ERCM MARILUZ RURAL I 5
CAMPO MOURÃO NOVA CANTU - ERCM NOVA CANTU RURAL I 11
CAMPO MOURÃO PEABIRU - ERCM PEABIRU RURAL I 20
CAMPO MOURÃO RONCADOR - ERCM RESIDENCIAL RONCADOR I 65
CAMPO MOURÃO RONCADOR - ERCM RONCADOR RURAL I 51
170
8 581
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
CASCAVEL ANAHY - ERCA C.E. JOSÉ BONIFÁCIO (CZ) 1
CASCAVEL ANAHY - ERCA RESIDENCIAL ANAHY II 16
CASCAVEL ASSIS CHATEAUBRIAND - ERCA C.E. SEN. TEOTONIO VILELA (CZ) 1
CASCAVEL CAFELÂNDIA - ERCA C.E. ALBERTO SANTOS DUMONT 1
CASCAVEL CAPITÃO LEÔNIDAS MARQUES
- ERCA
RESIDENCIAL CAP. LEÔNIDAS
MARQUES I
21
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. CARMELO PERRONE 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. JARDIM SANTA CRUZ (CZ) 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. JARDIM SANTA FELICIDADE 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. JOSÉ ÂNGELO B. ORSO 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. MARCOS SCHUSTER (CZ) 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. OLINDA T. DE CARVALHO (CZ) 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. OLÍVIO FRACARO (CZ) 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA C.E. VICTÓRIO E . ABROZINO 1
CASCAVEL CASCAVEL - ERCA E.E. SÃO JOÃO 1
CASCAVEL CATANDUVAS - ERCA C.E. JOÃO F. NEVES (CZ) 1
CASCAVEL CATANDUVAS - ERCA C.E. PROFª MARIA L.V.
ANDRADE(CZ)
1
CASCAVEL CATANDUVAS - ERCA C.E. THOMAS P. DOS SANTOS (CZ) 1
CASCAVEL CATANDUVAS - ERCA CATANDUVAS RURAL I 23
CASCAVEL CATANDUVAS - ERCA RESIDENCIAL CATANDUVAS I 53
CASCAVEL CORBÉLIA - ERCA C.E. AMANCIO MORO (CZ) 1
CASCAVEL CORBÉLIA - ERCA RESIDENCIAL CORBÉLIA I 39
CASCAVEL DIAMANTE DO OESTE - ERCA TECOAHA AÑETETE /GUARANI 21
CASCAVEL DIAMANTE DO OESTE - ERCA TEKOHÁ-ANETETE / GUARANI 5
CASCAVEL DIAMANTE DO SUL - ERCA MPA 22
CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU - ERCA C.E. ARNALDO BUSATO (CZ) 1
CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU - ERCA C.E. DOM PEDRO II (CZ) 1
CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU - ERCA C.E. JORGE SCHIMMELPFENG (CZ) 1
CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU - ERCA C.E. JUSCELINO K. DE OLIVEIRA
(CZ)
1
CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU - ERCA C.E. PAULO FREIRE (CZ) 1
CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU - ERCA C.E. PROF. FLAVIO WARKEN (CZ) 1
CASCAVEL FOZ DO IGUAÇU - ERCA FOZ DO IGUAÇU 92
CASCAVEL GUARANIAÇU - ERCA GUARANIAÇU RURAL I 28
CASCAVEL LINDOESTE - ERCA LINDOESTE RURAL I 12
CASCAVEL MARECHAL CÂNDIDO RONDON
- ERCA
C.E. FRENTINO SACKSER (CZ) 1
CASCAVEL MARECHAL CÂNDIDO RONDON
- ERCA
MORADIAS BRITÂNIA 26
CASCAVEL MARECHAL CÂNDIDO RONDON
- ERCA
MORADIAS PARQUE DOS
CIPRESTES
125
CASCAVEL MARIPÁ - ERCA C.E. CASTRO ALVES (CZ) 1
CASCAVEL MATELÂNDIA - ERCA MATELÂNDIA 39
CASCAVEL MERCEDES - ERCA C.E. LEONILDA PAPEM (CZ) 1
CASCAVEL OURO VERDE DO OESTE -
ERCA
C.E. DE OURO VERDE (CZ) 1
CASCAVEL PALOTINA - ERCA C.E. DOMINGOS F. ZARDO (CZ) 1
CASCAVEL QUATRO PONTES - ERCA C.E. QUATRO PONTES (CZ) 1
CASCAVEL SANTA TEREZINHA DE ITAIPU -
ERCA
C.E. CARLOS ZEWE COIMBRA(CZ) 1
CASCAVEL SANTA TEREZINHA DE ITAIPU -
ERCA
RESIDENCIAL SANTA TEREZINHA
DE ITAIPU I
119
171
ERCA DE ITAIPU I
CASCAVEL SÃO MIGUEL DO IGUAÇU -
ERCA
OCOÍ / GUARANI 10
CASCAVEL SÃO MIGUEL DO IGUAÇU -
ERCA
OCOÍ / GUARANI 20
CASCAVEL TERRA ROXA - ERCA RESIDENCIAL TERRA ROXA I 15
CASCAVEL TERRA ROXA - ERCA RESIDENCIAL TERRA ROXA II 20
CASCAVEL TOLEDO - ERCA C.E. ANTONIO JOSÉ REIS (CZ) 1
CASCAVEL TOLEDO - ERCA C.E. JARDIM EUROPA (CZ) 1
CASCAVEL TOLEDO - ERCA C.E. JARDIM MARACANÃ (CZ) 1
CASCAVEL TOLEDO - ERCA C.E. SEN. ATTILIO FONTANA (CZ) 1
CASCAVEL TOLEDO - ERCA MORADIAS NOVO PANORAMA I 6
CASCAVEL TOLEDO - ERCA RESIDENCIAL UNIVERSITÁRIO 37
CASCAVEL TOLEDO - ERCA TOLEDO - JACUTINGA 22
CASCAVEL TRÊS BARRAS DO PARANÁ -
ERCA
TRÊS BARRAS DO PARANÁ RURAL I 43
CASCAVEL VERA CRUZ DO OESTE - ERCA C.E. VITAL BRASIL (CZ) 1
57 2.683
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
CORNÉLIO PROCÓPIO ANDIRÁ - ERCP C.E. BARBOSA FERRAZ (CZ) 1
CORNÉLIO PROCÓPIO ANDIRÁ - ERCP RESIDENCIAL ANDIRÁ I 110
CORNÉLIO PROCÓPIO BANDEIRANTES - ERCP MORADIAS PARQUE DAS DÁLIAS 172
CORNÉLIO PROCÓPIO BANDEIRANTES - ERCP RESIDENCIAL BANDEIRANTES I 102
CORNÉLIO PROCÓPIO CAMBARÁ - ERCP CAMBARÁ RURAL I 27
CORNÉLIO PROCÓPIO CAMBARÁ - ERCP RESIDENCIAL CAMBARÁ I 182
CORNÉLIO PROCÓPIO CARLÓPOLIS - ERCP CARLÓPOLIS RURAL I 23
CORNÉLIO PROCÓPIO CARLÓPOLIS - ERCP RESIDENCIAL CARLÓPOLIS I 106
CORNÉLIO PROCÓPIO CORNÉLIO PROCÓPIO - ERCP RESIDENCIAL PIONEIRO JOÃO
ROCHA
216
CORNÉLIO PROCÓPIO GUAPIRAMA - ERCP RESIDENCIAL GUAPIRAMA I 70
CORNÉLIO PROCÓPIO IBAITI - ERCP RESIDENCIAL IBAITI II - CARVALHO 170
CORNÉLIO PROCÓPIO ITAMBARACÁ - ERCP RESIDENCIAL ITAMBARACÁ I 95
CORNÉLIO PROCÓPIO JACAREZINHO - ERCP C.E. ANESIO DE ª LEITE (CZ) 1
CORNÉLIO PROCÓPIO JACAREZINHO - ERCP C.E. LUIZ SETTI 1
CORNÉLIO PROCÓPIO JACAREZINHO - ERCP E.E. PADRE MAGNO (CZ) 1
CORNÉLIO PROCÓPIO NOVA SANTA BÁRBARA - ERCP RESIDENCIAL NOVA SANTA
BÁRBARA II
72
CORNÉLIO PROCÓPIO RIBEIRÃO CLARO - ERCP C.E. SEBASTIÃO L. DA SILVA (CZ) 1
CORNÉLIO PROCÓPIO RIBEIRÃO DO PINHAL - ERCP RIBEIRÃO DO PINHAL RURAL I 18
CORNÉLIO PROCÓPIO SANTA AMÉLIA - ERCP LARANJINHA / GUARANI 25
CORNÉLIO PROCÓPIO SANTA CECÍLIA DO PAVÃO –
ERCP
RESIDENCIAL SANTA CECÍLIA DO
PAVÃO I
58
CORNÉLIO PROCÓPIO SANTA CECÍLIA DO PAVÃO –
ERCP
RESIDENCIAL SANTA CECÍLIA DO
PAVÃO II
13
CORNÉLIO PROCÓPIO SÃO JERÔNIMO DA SERRA –
ERCP
BARÃO DE ANTONINA / KAINGANG 20
CORNÉLIO PROCÓPIO SÃO JERÔNIMO DA SERRA –
ERCP
RESERVA BARÃO DE ANTONINA-
ALD. PEDRINHAS /KAIGANG
20
CORNÉLIO PROCÓPIO SÃO JERÔNIMO DA SERRA –
ERCP
RESIDENCIAL SÃO JERÔNIMO DA
SERRA 4
146
CORNÉLIO PROCÓPIO SÃO JERÔNIMO DA SERRA –
ERCP
RESIDENCIAL TERRA NOVA I 16
CORNÉLIO PROCÓPIO SÃO JERÔNIMO DA SERRA –
ERCP
SÃO JERÔNIMO / GUARANI 10
CORNÉLIO PROCÓPIO SÃO JERÔNIMO DA SERRA –
ERCP
SÃO JERÔNIMO / KAINGANG 10
172
CORNÉLIO PROCÓPIO SÃO JERÔNIMO DA SERRA –
ERCP
SÃO JERÔNIMO / KAINGANG
10/GUARANI 10
20
CORNÉLIO PROCÓPIO SERTANEJA - ERCP RESIDENCIAL SERTANEJA I 63
CORNÉLIO PROCÓPIO SIQUEIRA CAMPOS - ERCP E.E. MARIA APARECIDA C. SALCEDO
(CZ)
1
CORNÉLIO PROCÓPIO TOMAZINA - ERCP PINHALZINHO / GUARANI 10
31 1.905
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
CURITIBA AGUDOS DO SUL - ERCT AGUDOS DO SUL RURAL I 7
CURITIBA ALMIRANTE TAMANDARÉ –
ERCT
E.E. ROSA F. JOHNSON (CZ) 1
CURITIBA COLOMBO - ERCT C.E. JARDIM MONZA (CZ) 1
CURITIBA COLOMBO - ERCT C.E. JULIA CAVASSIN (CZ) 1
CURITIBA CURITIBA - ERCT C.E. JOSÉ FRESSATTO (CZ) 1
CURITIBA CURITIBA - ERCT C.E. MILTON CARNEIRO (CZ) 1
CURITIBA CURITIBA - ERCT C.E. PROF. CLETO (CZ) 1
CURITIBA FAZENDA RIO GRANDE - ERCT RESIDENCIAL FAZENDA RIO
GRANDE I
221
CURITIBA LAPA - ERCT C.E. JUVENAL B. DA SILVEIRA (CZ) 1
CURITIBA MORRETES - ERCT MORRETES RURAL I 21
CURITIBA PARANAGUÁ - ERCT C.E. HELENA V. SUNDIN (CZ) 1
CURITIBA PIRAQUARA - ERCT C.E. VILA MACEDO (CZ) 1
CURITIBA QUATRO BARRAS - ERCT C.E. ANDRE ANDREATTA (CZ) 1
CURITIBA RIO NEGRO - ERCT RESIDENCIAL RIO NEGRO I 60
CURITIBA SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - ERCT C.E. JUSCELINO .K. OLIVEIRA 1
C.E. PROF. LINDAURA R. LUCAS 1
16 728
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
FRANCISCO BELTRÃO BARRACÃO - ERFB C.E. DR. MARIO A.T. DE FREITAS
(CZ)
1
FRANCISCO BELTRÃO BARRACÃO - ERFB E.E. PROF. LEONOR CASTELLANO
(CZ)
1
FRANCISCO BELTRÃO BOM JESUS DO SUL - ERFB C.E. BOM JESUS (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO BOM SUCESSO DO SUL - ERFB C.E. CASTELO BRANCO (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO CAPANEMA - ERFB MORADIAS PARQUE DOS
JACARANDÁ
46
FRANCISCO BELTRÃO CHOPINZINHO - ERFB ALDEIA PALM IGUAÇU /GUARANI 7
FRANCISCO BELTRÃO CHOPINZINHO - ERFB CHOPINZINHO RURAL I 24
FRANCISCO BELTRÃO CHOPINZINHO - ERFB RESERVA MANGUEIRINHA ALDEIA
MATO BRANCO - KAINGA
3
FRANCISCO BELTRÃO CHOPINZINHO - ERFB RESERVA MANGUEIRINHA ALDEIA
PALM. DO IGUAÇU/GUARAN
7
FRANCISCO BELTRÃO CHOPINZINHO - ERFB RESERVA MANGUEIRINHA ALDEIA
PASSO LISO / KAIGANG
9
FRANCISCO BELTRÃO CHOPINZINHO - ERFB RESERVA MANGUEIRINHA/PASSO
LISO/KAIGANG
7
FRANCISCO BELTRÃO CLEVELÂNDIA - ERFB C.E. CASTELO BRANCO (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO CORONEL VIVIDA - ERFB C.E. ARNALDO BUSATO (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO CORONEL VIVIDA - ERFB C.E. TANCREDO NEVES (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO CORONEL VIVIDA - ERFB CORONEL VIVIDA RURAL I 44
FRANCISCO BELTRÃO CORONEL VIVIDA - ERFB RESERVA MANGUEIRINHA/KAIGANG 5
FRANCISCO BELTRÃO DOIS VIZINHOS - ERFB C.E. DOIS VIZINHOS (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO ENÉAS MARQUES - ERFB C.E. CASTRO ALVES (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO FLOR DA SERRA DO SUL -
ERFB
C.E. BAR DO RIO BRANCO (CZ) 1
173
FRANCISCO BELTRÃO FLOR DA SERRA DO SUL -
ERFB
FLOR DA SERRA DO SUL RURAL I 24
FRANCISCO BELTRÃO FLOR DA SERRA DO SUL -
ERFB
RESIDENCIAL FLOR DA SERRA DO
SUL I
27
FRANCISCO BELTRÃO FRANCISCO BELTRÃO - ERFB C.E. ARNALDO FAIVRO BUSATO(CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO FRANCISCO BELTRÃO - ERFB C.E. DA CANGO (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO FRANCISCO BELTRÃO - ERFB C.E. TANCREDO NEVES (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO FRANCISCO BELTRÃO - ERFB RESIDENCIAL FRANCISCO
BELTRÃO I
82
FRANCISCO BELTRÃO HONÓRIO SERPA - ERFB C.E. PROJETO RONDON (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO MANGUEIRINHA - ERFB ALDEIA ÁGUA SANTA/KAIGANG 2
FRANCISCO BELTRÃO MANGUEIRINHA - ERFB ALDEIA PAIOL QUEIMADO/KAIGANG 4
FRANCISCO BELTRÃO MANGUEIRINHA - ERFB RES.MANGUEIRINHA/SEDEKAIGANG 16
FRANCISCO BELTRÃO MANGUEIRINHA - ERFB RESERVA MANGUEIRINHA ALDEIA
ÁGUA SANTA / KAINGANG
1
FRANCISCO BELTRÃO MANGUEIRINHA - ERFB RESERVA MANGUEIRINHA ALDEIA
CAMPINAKAIGANG
12
FRANCISCO BELTRÃO MANGUEIRINHA - ERFB RESIDENCIAL MANGUEIRINHA I -
COVÓ
29
FRANCISCO BELTRÃO MARMELEIRO - ERFB C.E. TELMO OCTAVIO MULLER (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO NOVA PRATA DO IGUAÇU -
ERFB
NOVA PRATA DO IGUAÇU RURAL I 17
FRANCISCO BELTRÃO NOVA PRATA DO IGUAÇU -
ERFB
RESIDENCIAL NOVA PRATA DO
IGUAÇU I
51
FRANCISCO BELTRÃO PATO BRANCO - ERFB E.E CRISTO REI (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO PATO BRANCO - ERFB MORADIAS PARQUE DAS
QUARESMEIRAS
31
FRANCISCO BELTRÃO PATO BRANCO - ERFB RESIDENCIAL PATO BRANCO I 54
FRANCISCO BELTRÃO PÉROLA DO OESTE - ERFB PÉROLA DO OESTE RURAL I 13
FRANCISCO BELTRÃO PÉROLA DO OESTE - ERFB RESIDENCIAL PÉROLA DO OESTE I 47
FRANCISCO BELTRÃO PLANALTO - ERFB RESIDENCIAL PLANALTO I 40
FRANCISCO BELTRÃO PRANCHITA - ERFB PRANCHITA RURAL I 14
FRANCISCO BELTRÃO RENASCENÇA - ERFB C.E. RENASCENÇA (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO SALGADO FILHO - ERFB C.E. PE. ANCHIETA (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO SALTO DO LONTRA - ERFB C.E. IRMÃ MARIA MARGARIDA (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO SALTO DO LONTRA - ERFB E.E. BARRA DO LONTRA (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO SÃO JOÃO - ERFB C.E. TANCREDO NEVES (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO SÃO JORGE DO OESTE - ERFB SÃO JORGE DO OESTE RURAL I 16
FRANCISCO BELTRÃO SAUDADE DO IGUAÇU - ERFB SAUDADE DO IGUAÇU RURAL I 10
FRANCISCO BELTRÃO SULINA - ERFB C.E. NESTOR DE CASTRO (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO VERÊ - ERFB C.E. ARNALDO BUSATO (CZ) 1
FRANCISCO BELTRÃO VITORINO - ERFB RESIDENCIAL VITORINO I 35
52 2.678
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
GUARAPUAVA CÂNDIDO DE ABREU - ERGP CÂNDIDO DE ABREU RURAL I 30
GUARAPUAVA CÂNDIDO DE ABREU - ERGP FAXINAL / KAIGANG 20
GUARAPUAVA CÂNDIDO DE ABREU - ERGP FAXINAL / KAINGANG 10
GUARAPUAVA CÂNDIDO DE ABREU - ERGP MORADIAS COSTA AZUL III 11
GUARAPUAVA CANTAGALO - ERGP MPA 40
GUARAPUAVA ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU -
ERGP
RESERVA RIO DAS COBRAS-ALD.DO
PINHAL/GUARANI
5
GUARAPUAVA ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU -
ERGP
RESIDENCIAL ESPIGÃO ALTO DO
IGUAÇU I
74
GUARAPUAVA GOIOXIM - ERGP MPA 14
GUARAPUAVA INÁCIO MARTINS - ERGP RIO DÁREIA / GUARANI 14
174
GUARAPUAVA IRATI - ERGP MORADIAS PARQUE DOS
FLAMBOYANTS
21
GUARAPUAVA IRATI - ERGP MORADIAS SÃO JOÃO - MÓDULO III 17
GUARAPUAVA LARANJEIRAS DO SUL - ERGP LARANJEIRAS DO SUL RURAL I 14
GUARAPUAVA LARANJEIRAS DO SUL - ERGP MPA 17
GUARAPUAVA LARANJEIRAS DO SUL - ERGP RESIDENCIAL LARANJEIRAS DO
SUL I
57
GUARAPUAVA MANOEL RIBAS - ERGP IVAÍ / KAINGANG 24
GUARAPUAVA MARQUINHO - ERGP MPA 15
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA AGUA SANTA/GUARANI 5
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA CAMPO DO DIA/KAIGANG 7
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA LEBRE/GUARANI 6
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA SEDE/KAIGANG 8
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA TAQUARA/KAIGANG 6
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA TREVO/KAIGANG 8
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA VILA
ENCRUZILHADA/KAIGANG
5
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP ALDEIA VILA NOVA/KAIGANG 5
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP MPA 41
GUARAPUAVA NOVA LARANJEIRAS - ERGP NOVA LARANJEIRAS RURAL I 32
GUARAPUAVA NOVA TEBAS - ERGP NOVA TEBAS RURAL I 20
GUARAPUAVA NOVA TEBAS - ERGP RESIDENCIAL NOVA TEBAS I -
CATUPORANGA
21
GUARAPUAVA NOVA TEBAS - ERGP RESIDENCIAL NOVA TEBAS II 21
GUARAPUAVA PALMITAL - ERGP MORADIAS BOCAIUVA 16
GUARAPUAVA PALMITAL - ERGP PALMITAL RURAL I 16
GUARAPUAVA PINHÃO - ERGP PINHÃO RURAL I 13
GUARAPUAVA PORTO BARREIRO - ERGP PORTO BARREIRO I 12
GUARAPUAVA PRUDENTÓPOLIS - ERGP MORADIAS CASTRO ALVES II 48
GUARAPUAVA QUEDAS DO IGUAÇU - ERGP MORADIAS PARQUE DOS
GERÂNIOS
57
GUARAPUAVA RIO BONITO DO IGUAÇU -
ERGP
MPA 32
GUARAPUAVA SANTA MARIA DO OESTE -
ERGP
SANTA MARIA DO OESTE RURAL I 17
GUARAPUAVA TURVO - ERGP MARRECAS / KAINGANG 15-
GUARANI 5
20
GUARAPUAVA TURVO - ERGP MARRECAS/ GUARANI 5
GUARAPUAVA TURVO - ERGP MARRECAS/ KAINGANG 14
GUARAPUAVA VIRMOND - ERGP MORADIAS COLINA VERDE 12
41 2.633
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
LONDRINA ALVORADA DO SUL - ERLD RESIDENCIAL ALVORADA DO SUL I 45
LONDRINA ALVORADA DO SUL - ERLD RESIDENCIAL ALVORADA DO SUL I 46
LONDRINA ASSAÍ - ERLD RESIDENCIAL ASSAÍ I 286
LONDRINA FLORESTÓPOLIS - ERLD MORADIAS ALECRIM III 38
LONDRINA IBIPORÃ - ERLD C.E THEOTHONIO VILELA 1
LONDRINA JATAIZINHO - ERLD C.E.ADÉLIA ANTUNES (CZ) 1
LONDRINA LONDRINA - ERLD C.E. ANTONIO DE MORAES BARROS
(CZ)
1
LONDRINA LONDRINA - ERLD E.E. TIRADENTES (CZ) 1
LONDRINA LONDRINA - ERLD V.R - LONDRINA III-IRERÊ 2
LONDRINA LONDRINA - ERLD V.R - LONDRINA IV-GUARAVERA 1
LONDRINA PITANGUEIRAS - ERLD PITANGUEIRAS RURAL I 9
175
LONDRINA PITANGUEIRAS - ERLD RESIDENCIAL PITANGUEIRAS I 65
LONDRINA PRIMEIRO DE MAIO - ERLD RESIDENCIAL PRIMEIRO DE MAIO I -
IBIACI
39
LONDRINA PRIMEIRO DE MAIO - ERLD RESIDENCIAL PRIMEIRO DE MAIO II 133
LONDRINA ROLÂNDIA - ERLD RESIDENCIAL ITÁLIA 30
LONDRINA ROLÂNDIA - ERLD ROLÂNDIA RURAL I 14
LONDRINA SANTO INÁCIO - ERLD RESIDENCIAL SANTO INÁCIO I 41
LONDRINA TAMARANA - ERLD APUCARANINHA / KAINGANG 40
LONDRINA TAMARANA - ERLD RESIDENCIAL TAMARANA I 38
19 776
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
MARINGÁ DOUTOR CAMARGO - ERMA DOUTOR CAMARGO RURAL I 8
MARINGÁ MARIALVA - ERMA RESIDENCIAL MARIALVA I (NOSSA
CAIXA)
68
MARINGÁ MARINGÁ - ERMA ITEPA 10
MARINGÁ MARINGÁ - ERMA LOTE ISOLADO 1
MARINGÁ MARINGÁ - ERMA MORADIAS JARDIM UNIVERSO 19
MARINGÁ PARANACITY - ERMA PARANACITY RURAL I 15
6 542
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
PARANAVAI NOVA LONDRINA - ERPV NOVA LONDRINA RURAL I 6
PARANAVAI NOVA LONDRINA - ERPV RESIDENCIAL NOVA LONDRINA I 120
PARANAVAI PARAÍSO DO NORTE - ERPV PARAÍSO DO NORTE RURAL I 7
PARANAVAI PARANAVAÍ - ERPV MORADIAS SANTOS DUMONT -
MÓDULO 3
11
PARANAVAI PARANAVAÍ - ERPV MORADIAS SANTOS DUMONT -
MÓDULO 4
6
5 528
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
PONTA GROSSA CASTRO - ERPG MORADIAS PARQUE DAS
GREVÍLEAS
20
PONTA GROSSA FERNANDES PINHEIRO - ERPG FERNANDES PINHEIRO RURAL I 12
PONTA GROSSA PALMEIRA - ERPG MORADIAS PARQUE DOS PAPIROS 113
PONTA GROSSA PONTA GROSSA - ERPG COMUNIDADE SUTIL 27
PONTA GROSSA SÃO JOSÉ DA BOA VISTA -
ERPG
SÃO JOSÉ DA BOA VISTA RURAL I 20
PONTA GROSSA TEIXEIRA SOARES - ERPG TEIXEIRA SOARES RURAL I 12
PONTA GROSSA WENCESLAU BRAZ - ERPG WENCESLAU BRAZ RURAL I 19
7 554
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
UMUARAMA CRUZEIRO DO OESTE - ERUM RESIDENCIAL CRUZEIRO DO OESTE
I
73
UMUARAMA DOURADINA - ERUM DOURADINA RURAL I 8
UMUARAMA IPORÃ - ERUM RESIDENCIAL IPORÃ I 30
UMUARAMA JAPURÁ - ERUM JARDIM PUGIN II 8
UMUARAMA JARURÂ PARQUE OURO VERDE 59
UMUARAMA NOVA OLÍMPIA - ERUM RESIDENCIAL NOVA OLÍMPIA I-7ª
ETAPA
27
UMUARAMA PÉROLA - ERUM PÉROLA RURAL I 19
UMUARAMA PÉROLA - ERUM RESIDENCIAL PÉROLA I 15
176
UMUARAMA TAPEJARA - ERUM MORADIAS FRATERNIDADE 61
UMUARAMA TAPIRA - ERUM TAPIRA RURAL I 21
UMUARAMA UMUARAMA - ERUM UMUARAMA 126
UMUARAMA XAMBRÊ - ERUM RESIDENCIAL CASA BRANCA I 16
12 648
ESCRITÓRIO REGIONAL MUNICÍPIO NOME DO EMPREENDIMENTO Nº UDS
UNIÃO DA VITÓRIA CORONEL DOMINGOS SOARES
- ERUV
C.E. SANTA CATARINA (CZ) 1
UNIÃO DA VITÓRIA CRUZ MACHADO - ERUV CRUZ MACHADO RURAL I 15
UNIÃO DA VITÓRIA MALLET - ERUV RESIDENCIAL MALLET I 35
UNIÃO DA VITÓRIA PALMAS - ERUV PALMAS / KAINGANG 25
4 315
TOTAL DE
EMPREENDIMENTOS
281
TOTAL DE UNIDADES
HABITACIONAIS
7503
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