
156
1856 – Em 10 de abril, Nísia Floresta segue para a segunda viagem à Europa
acompanhada apenas por Lívia. Augusto Américo permanece no Rio,
estudando. Só após dezesseis anos tornará a ver a paisagem carioca de que
tanto gostava, bem como os parentes que ficaram no cais. O Colégio
Augusto anuncia pela última vez seus cursos e, após dezoito anos de
funcionamento, fecha definitivamente suas portas. A escritora recebe o
filósofo Auguste Comte em sua residência parisiense, primeiro à Rue d’
Enferm, 11, depois à Rue Royer Collard, 9, próxima do Jardim de Luxem-
burgo, da Sorbonne e do endereço de Auguste Comte, à Rue Monsieur Le
Prince, 10. Também é desse ano a correspondência trocada entre eles,
ainda hoje guardada pelos positivistas, num total de treze cartas.
1857 – Em 5 de setembro morre Auguste Comte. Nísia Floresta é uma das quatro
mulheres que acompanham o cortejo fúnebre até o Père Lachaise, junto de
Sophie Bliaux, a filha adotiva de Comte, a irmã mais velha de Sophie, mme.
Laveyssière e mme. Maria Robinet. Publicação em Paris de Itinéraire d’un
Voyage en Allemagne, pela Typographia de Firmin Didot Frères, assinado
mme. Floresta A. Brasileira. O livro, sob a forma de cartas ao filho e aos
irmãos, contém as impressões e comentários da autora sobre as cidades
alemãs que conheceu. A primeira carta é de Bruxelas, de 26 de agosto de
1856 e, a última, de Estrasburgo, de 30 de setembro do mesmo ano.
1858 – Primeira edição de Consigli a mia figlia, com tradução para o italiano da
própria autora. A publicação se dá em Florença pela Stamperie Sulle
Logge del Gren, e os quarenta pensamentos em verso da edição brasileira
aparecem agora em prosa. A crítica jornalística logo se manifestou:
L’Imparziale Fiorentino, de Florença, de 26 de outubro e L’Etá Presente, de
Veneza, de 14 de agosto do mesmo ano, foram pródigos em elogios.
1859 – A Associação da Propaganda de Valença imprime a segunda edição
italiana do Consigli a mia figlia, que é recomendado pelo bispo de Mandovi
para uso nas escolas de Piemonte. Publicação da edição francesa de
Conseils à ma fille, em Florença, pela Impr. de Monnier, traduzido por
Braye Debuysé. Publicação, pela Typographia Barbera, Bianchi e Cia, de
Florença, de Scintille d’ un’ Anima Brasiliana, assinado Floresta Augusta
Brasileira, reunindo cinco ensaios: “Il Brasile”, “L’Abisso sotto i fiori
della civilità”, “La donna”, “Viaggio magnético”, “Una passeggiata al
giardino di Lussemburgo”.
1860 – Ao completar 50 anos, Nísia Floresta instala-se em Florença. Nessa
cidade, tem oportunidade de acompanhar cursos de botânica ministrados
por Parlatore, antigo colaborador de Humboldt. Em Paris ela já havia
assistido a aulas dessa matéria no Collège de France e no Musée d’ Histoire
Naturale. Em Florença, sai a edição italiana de Le lagrime de un caeté,
traduzido por Ettore Marcucci e com prefácio elogioso à autora. Ao final
Nísia Floresta_fev2010.pmd 21/10/2010, 08:29156