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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE ALFACE CRESPA
PRODUZIDAS EM HIDROPONIA TIPO NFT EM DOIS
AMBIENTES PROTEGIDOS EM RIBEIRÃO PRETO (SP)
Sergio Veraguas Sanchez
Engenheiro Agrônomo
JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL
Janeiro de 2007
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Sanchez, Sergio Veraguas
S211a Avaliação de cultivares de alface crespa produzidas em
hidroponia tipo NFT em dois ambientes protegidos em Ribeirão Preto
(SP) / Sergio Veraguas Sanchez. – – Jaboticabal, 2007
xiii, 63 f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007
Orientador: Jairo Augusto Campos de Araújo
Banca examinadora: Glauco Eduardo Pereira Cortez, Luiz Vitor
Egas Villela Junior
Bibliografia
1. Alface crespa-cultivares. 2. Alface crespa-hidroponia-NFT .
3.Alface crespa-ambientes de cultivo I. Título. II. Jaboticabal-
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 631.589:635.52
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento
da Informação Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP,
Câmpus de Jaboticabal.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE ALFACE CRESPA
PRODUZIDAS EM HIDROPONIA TIPO NFT EM DOIS
AMBIENTES PROTEGIDOS EM RIBEIRÃO PRETO (SP)
Sergio Veraguas Sanchez
Orientador: Prof. Dr. Jairo Augusto Campos de Araújo
Co-orientadora: Dra. Sally Ferreira Blat
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias - UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como
parte das exigências para obtenção do título de Mestre
em Agronomia (Produção Vegetal).
Jaboticabal -São Paulo - Brasil
Janeiro de 2007
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
Sergio Veraguas Sanchez, nascido em Ribeirão Preto no dia 04 de março
de 1958, filho do maquinista Antônio Veraguas Sanchez e da alfabetizadora Hilda
Cassiolato Sanchez, concluiu o Grau em Ribeirão Preto pela EEPSG “Otoniel
Mota”, em dezembro de 1976. Iniciou o Curso de Agronomia em fevereiro de
1977, na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias-Câmpus de Jaboticabal,
formando-se em janeiro de 1981. Em agosto de 2004 iniciou o Curso de Pós-
Graduação em Agronomia (Produção Vegetal), na FCAV-UNESP, Câmpus de
Jaboticabal. Ocupa atualmente o cargo de Diretor substituto do EDR/Ribeirão
Preto-CATI/SAA-SP, e atua como monitor do Programa Estadual de Microbacias
Hidrográficas (PEMH).
ii
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Aprendei de mim que sou manso e humilde de
coração, e achareis descanso para as vossas
almas. (Jesus Cristo).
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iv
HOMENAGEM ESPECIAL
Ao Prof. Dr. Jairo Augusto Campos de Araújo,
professor, colega e amigo, com quem pude contar, no
decorrer dos anos, com a sua valiosa experiência na
plasticultura, tanto nesses experimentos do meu mestrado,
quanto em palestras a produtores, consultas, dias de campo,
publicações e vídeos, como prática da extensão rural;
levando a plasticultura como ciência e sistema de produção,
com agregação de
valor, para a grande região de Ribeirão Preto,
São Paulo e Brasil.
v
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao pesquisador Dr. Denizart Bolonhezi pela cessão das estufas,
laboratório e equipamentos e idéias para a realização dos experimentos, sem
os quais não seria possível a realização desse trabalho.
À pesquisadora Dra. Sally Ferreira Blat, co-orientadora, com quem
dividi as responsabilidades e o trabalho no dia a dia na condução dos
experimentos, pelas idéias e soluções no decorrer do ensaio e pela correção
dos manuscritos.
Ao Prof. Dr. Paulo Affonso Bellingieri, pelas idéias, incentivo e apoio
de longa data, e pelas análises químicas dos experimentos de alface, no
Laboratório do Departamento de Tecnologia.
À pesquisadora Dra. Carla Léa Vianna Cruz, pelas idéias, sugestões,
e ajuda no ensaio.
À Bióloga M.Sc. Sheila Bolonhezi Verdade, pelas idéias, sugestões, e
apoio durante as pesquisas.
Ao meu amigo e sogro, Sr. João Alfredo Muller, pela ajuda na
implementação dos experimentos.
Ao colega e amigo Eng
º
Agr
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Carlos Alberto Patriarcha, pela
montagem da estufa convencional, pelo conserto de moto-bombas, pelo acerto
dos filtros e outros equipamentos, em momentos cruciais, para o bom
desenvolvimento dos experimentos.
Ao Prof. Dr. Cyro Paulino da Costa / ESALQ - USP, pela doação das
sementes de alface utilizadas no presente trabalho.
vi
AGRADECIMENTOS
À CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, na pessoa
do Sr. Coordenador, Engº Agrº JoCarlos Rossetti, que apoiou a realização
deste trabalho, e o curso de mestrado.
A Srta. Beatriz Cantusio Pazzinato, nutricionista, Diretora do
CETATE (Centro de treinamento da CATI), pelo apoio, estímulo e
encaminhamento do projeto de pesquisa viabilizando nosso objetivo.
Aos companheiros e funcionários da CATI/Regional de Ribeirão
Preto, na pessoa do Sr. Diretor Engº Agrº Carlos Gaeta Filho, que muito nos
apoiou e incentivou em toda essa jornada.
À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, da UNESP,
Jaboticabal, pelas condições indispensáveis para o sucesso do curso, na Pós-
graduação em Produção vegetal (Agronomia).
À coordenação da Pós-graduação (Produção Vegetal) e aos seus
funcionários, na pessoa do seu coordenador Prof. Dr. Jairo Osvaldo Cazetta,
amigo de longa data e conselheiro durante todo o curso de mestrado.
Aos Profs. Drs. José Carlos Barbosa e Dilermando Perecin, pelas
análises estatísticas, sugestões e interpretação dos resultados, e também pela
amizade e atenção nos momentos mais difíceis.
Aos Profs. Drs. Dilermando Perecin e Renato Mello Prado, pelas
participações e valiosas sugestões apresentadas no exame geral de
qualificação, e posteriormente em consultas realizadas.
Aos Profs. Drs. Glauco Eduardo Pereira Cortez e Luiz Vitor Egas
Villela Junior., pelas valiosas contribuições e correções realizadas na
dissertação.
Aos professores e funcionários do Departamento de Engenharia
Rural, em especial a Sra. Míriam, pelo apoio e atenção durante a realização do
curso de mestrado.
Aos professores e funcionários do Departamento de Produção
Vegetal, em especial ao Prof. Dr. Arthur Bernardes Cecílio Filho, que muito
vii
colaborou com sugestões, material didático, e valiosas idéias durante o curso
de mestrado, e para o presente trabalho.
A todos os funcionários do EDR-Ribeirão Preto e do Pólo Centro-
Leste (IAC/APTA/SAA-SP), que auxiliaram na condução e apoio na
realização dos experimentos, em especial ao Srs. Antonio Galasso, Nilton
Pataquini, e Ernesto Maracia, Euclides Perruco e a Sra. Hilda, e aos técnicos
da UNESP, José Carlos, Plínio e Maurícia, pelas análises químicas, os quais
foram fundamentais no apoio às atividades de campo e laboratoriais,
essenciais na realização do presente trabalho.
Á Maria, secretaria da Diretoria do EDR/Ribeirão Preto, e aos
estagiários de Agronomia: Mariana, Otávio e Victor, pelo estímulo e ajuda na
realização dos manuscritos.
Aos colegas de trabalho, Álvaro Jo Mussolin, Paulo Henrique
Pereira, Luiz Fernando Zanetti Seixas e Luiz Fernando Zorzenon, pelo apoio e
auxílio nos textos da dissertação.
Aos colegas Clodoaldo e Patrícia Pizetta pelo apoio e estímulo
durante todo o período do mestrado.
Ao Prof. Dr. Nelson Moreira Carvalho, pela correção e sugestões no
Summary.
viii
SUMÁRIO
Página
RESUMO........................................................................................................X
SUMMARY.................................................................................................... XI
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 01
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................... 03
2.1. Situação atual da cultura ................................................................... 03
2.2. Botânica e grupos de alface .............................................................. 05
2.3. Influência das condições ambientais na produção de alface ........ 06
2.4. Consumo de água em alface hidropônica ..................................... 08
2.5. Extração de nutrientes em alface hidropônica ................................ 09
2.6. Sistemas de cultivo hidropônico ...................................................... 12
2.6.1. A técnica do fluxo laminar de nutrientes (NFT) ............................ 14
2.7. Comportamento de cultivares em ambiente hidropônico (NFT) .... 15
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................... 18
3.1. Localização dos experimentos ......................................................... 18
3.2. Cultivares ............................................................................................ 18
3.3. Caracterização dos ambientes e sistemas hidropônicos de
Cultivo ................................................................................................. 19
3.4. Preparo e manejo de solução nutritiva ............................................ 21
ix
3.5. Instalação e condução dos experimentos ....................................... 22
3.6. Delineamento experimental ............................................................... 23
3.7. Características avaliadas .................................................................. 23
3.7.1. Massa da matéria fresca da parte aérea ........................................ 23
3.7.2. Massa da matéria fresca das folhas, caules e raízes ................... 23
3.7.3. Massa da matéria seca da parte aérea, folhas, caules e
raízes ............................................................................................... 24
3.7.4. Número total de folhas ................................................................... 24
3.7.5. Número de folhas com comprimento superior a 10
centímetros ..................................................................................... 24
3.7.6. Estimativa de consumo de água por alface hidropônica ............. 24
3.7.7. Absorção e acúmulo de nutrientes nas folhas de alface
hidropônica .................................................................................... 24
3.8. Análise estatística ............................................................................. 25
3.9. Dados meteorológicos ...................................................................... 26
4. RESULTADOS E DICUSSÃO ............................................................. 28
4.1. Análise das características agronômicas da planta ................... 28
4.2. Estimativa do consumo de água em alface hidropônica (NFT)........33
4.2.1. Consumo de água em estufa climatizada ..................................... 34
4.2.2. Consumo de água em estufa convencional ............................... 35
4.3. Avaliação do estado nutricional das cultivares de alface em cultivo
hidropônico (NFT)................................................................................ 37
5. CONCLUSÕES .................................................................................. 47
6. REFERÊNCIAS ................................................................................... 48
x
AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE ALFACE CRESPA PRODUZIDAS EM
HIDROPONIA TIPO NFT EM DOIS AMBIENTES PROTEGIDOS EM RIBEIRÃO
PRETO (SP)
RESUMO - Devido a mudanças no hábito alimentar o consumo de alface
vem aumentando, sendo seu fornecimento diário, o ano todo. Sendo assim, o
cultivo hidropônico tem sido adotado por muitos produtores. Apesar disso, muitas
cultivares ainda não são adaptadas a essa tecnologia. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o desempenho de cinco cultivares de alface em dois ambientes de cultivo
no sistema hidropônico, tipo NFT, no período de 06/02 a 07/04 de 2006 em
Ribeirão Preto, estado de São Paulo, Brasil. Para isso as cultivares Pira Roxa,
Pira Vermelha, Locarno, Crespona gigante e Verônica foram avaliadas em casa de
vegetação convencional e climatizada em sistema NFT (Técnica do fluxo laminar
de nutrientes). O delineamento experimental foi em blocos casualizados, sendo
cinco cultivares em três blocos. A colheita foi realizada aos 61 dias da semeadura
sendo avaliadas a massa fresca e seca da parte aérea, caule e raízes; número de
folhas maiores que 10 cm e número total de folhas. A cultivar Crespona gigante
não diferiu da cv. Verônica em massas fresca e seca da parte aérea, mas foi
superior às cultivares Pira Vermelha, Pira Roxa e Locarno. As cultivares Pira Roxa
e Pira Vermelha sugeriram melhor adaptação, indicando maior resistência ao
pendoamento. Não houve efeito significativo para a interação, cultivares e
ambientes, mostrando que as cultivares comportaram-se de forma semelhante nos
dois ambientes. Houve um maior consumo de água pelas plantas de alface na
casa de vegetação convencional em relação à climatizada, provavelmente devido
às maiores temperaturas e à menor umidade relativa do ar. A extração de
nutrientes pelas folhas de alface (média de cinco cultivares) obedeceu a seguinte
ordem decrescente: K>N>Ca>Mg>P>S>Fe>Mn>Zn>Cu.
xi
Palavras-chave: ambientes, cultivares, cultivo sem solo, Lactuca sativa L.,
sistema hidropônico-NFT
EVALUATING CRISPY LETTUCE CULTIVARS PRODUCED UNDER THE NFT-
HYDROPONIC SYSTEM IN TWO TYPES OF ENVIRONMENTALS IN RIBEIRÃO
PRETO, STATE OF SÃO PAULO, BRAZIL
SUMMARY - Due to changes in feeding habits, lettuce consumption has
been increasing and must be supplied daily throughout the year. As a result, many
producers have adopted hydroponics’ cultivation. In spite of this, many cultivars are
not yet adapted to this technology. The objective of this study was to evaluate the
performance of five lettuce cultivars grown in two environmentals in NFT (“Nutrient
Film Technique”) hydroponic system in the period from Feb/06 to Apr/07 2006 in
Ribeirão Preto, state of São Paulo, Brazil. To accomplish this, cultivars Pira Roxa,
Pira Vermelha, Locarno, Crespona gigante, and Verônica were evaluated in
conventional and climatizated greenhouse in the NFT system. A randomized-block
experimental design was used, consisting of five cultivars in three blocks. Harvest
was performed 61 days after seeding. Evaluations were made for fresh and dry
mass of the aerial part, stem, and roots; number of leaves larger than 10 cm; and
total number of leaves. Cultivar Crespona gigante in fresh weight and dry matter of
the aerial part did not differ from cultivar Verônica, but it was superior to them
cultivars Pira Roxa, Pira Vermelha and Locarno.The cultivars Pira Roxa and Pira
Vermelha suggested a better adaptation, showing better resistance to bolting.
There was no significant effect of the cultivars × environments interaction,
demonstrating that the cultivars had similar behaviors in both environments. There
was a larger consumption of water by the lettuce plants under the conventional
greenhouse conditions in comparison to the acclimated one, probably due to their
higher temperatures and lower air relative humidities. The extraction of nutrients by
leaves lettuce plants (average five to cultivate) obeyed to the followed the
decreasing order: K>N>Ca>Mg>P>S>Fe>Mn>Zn>Cu.
xii
Keywords: cultivars, environments, Lactuca sativa L., NFT-hydroponic system,
soilless cultivation.
1
1. INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa L.) é a folhosa de maior importância no Brasil com
uma área plantada de aproximadamente 35mil ha. Seu cultivo é intensivo e
atualmente o mercado de sementes de alface é estimado em torno de US$ 2
milhões.ano
-1
(COSTA & SALA, 2005).
A alface predominante no Brasil é do tipo crespa, liderando com 70% do
mercado. O tipo americana detém 15%, a lisa 10%, enquanto outras (vermelha,
mimosa, etc) correspondem a 5% do mercado (SALA & COSTA, 2005). É uma
hortaliça que merece especial interesse, não pela sua importância alimentar
como também pelo seu valor nutracêutico, apresentando elevados teores de
vitaminas e sais minerais, e com baixo teor calórico (RICK, 1978; KATAYAMA,
1993; CASALI et al., 1979; OSHE et al., 2001), sendo a hortaliça folhosa de maior
aceitação pelo consumidor brasileiro (YURI, 2000).
Devido às mudanças no hábito alimentar do consumidor que vem
preocupando-se mais com a saúde, o consumo de alface vem aumentando a cada
ano sendo necessário sua produção diária durante todo o ano. Desta maneira, nos
últimos anos têm sido desenvolvidos e adotados sistemas de cultivo protegido
(SOUZA et al., 1994), principalmente o hidropônico. Essas técnicas viabilizam a
produção durante o ano todo, facilitam o manejo da cultura, melhoram o
aproveitamento dos insumos, controlam parcialmente as condições ambientais
adversas. Além disso, o produto final é muito mais limpo, proporcionando ao
consumidor maior praticidade na limpeza do produto antes do consumo
(CASTELLANE & ARAÚJO; 1994, LOPES et al., 2002). O cultivo hidropônico no
Brasil é bastante recente e tem crescido, principalmente, nos cinturões verdes das
capitais, interior e em regiões próximas aos grandes centros consumidores
(SEDIYAMA et al., 2000).
Com a utilização de diversos ambientes de cultivo torna-se necessário
avaliar o desempenho produtivo de cultivares nos diversos sistemas de cultivo
para auxiliar os produtores nas tomadas de decisões (FIGUEIREDO et al., 2002).
2
Além disso, a própria existência de inúmeras cultivares de alface no
mercado de sementes no Brasil, o freqüente lançamento e introdução de novas
cultivares, com comportamentos desconhecidos, torna necessária a avaliação
desses materiais em diversos locais e ambientes de cultivo. Os ensaios de
competição de cultivares efetuados sob as mais diversas situações têm
demonstrado uma considerável diversidade de comportamento.
Algumas cultivares no mercado estão adaptadas ao cultivo protegido,
enquanto para outras não existem recomendações, principalmente, para cultivo
hidropônico (GUALBERTO et al., 2002). A ausência de cultivares selecionadas ou
melhoradas para ambiente protegido, aliada à falta de climatização do ambiente
de cultivo e, conseqüentemente, às temperaturas elevadas, tem-se constituído em
fatores limitantes ao desenvolvimento dessa modalidade de exploração em
determinadas regiões (OLIVEIRA et al., 2004; CAETANO et al., 2000).
A alface é a espécie mais difundida entre os produtores hidropônicos,
provavelmente devido ao seu pioneirismo como cultura hidropônica no país, bem
como, por se tratar de cultura de manejo mais fácil e por ser de ciclo curto (45 a 60
dias) garantindo assim retorno de capital mais rápido.
Ribeirão Preto situa-se no Nordeste do estado de São Paulo. No verão, a
temperatura média mensal é de cerca de 33
o
C com um índice pluviométrico
mensal superior a 200 mm e umidade relativa do ar em torno de 80%
(INFRAESTRUTURA, 2005). Sendo assim, o conhecimento do comportamento de
cultivares sob cultivo protegido principalmente nas épocas mais quentes do ano
nessa região é de grande importância.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de cultivares de alface
crespa em dois ambientes de cultivo (casa de vegetação convencional e
climatizada) cultivadas em sistema hidropônico-NFT (Técnica do Fluxo Laminar de
Nutrientes), no verão, em Ribeirão Preto (SP).
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Situação atual da cultura
A alface (Lactuca sativa L.), segundo RYDER & WITAKER (1976) tem
como provável centro de origem o sul da Europa e o oeste da Ásia. Depois de ser
difundida por toda Europa, foi introduzida nas Américas, sendo então trazida ao
Brasil, no ano de 1647, com a vinda dos portugueses.
Nos Estados Unidos a alface é considerado o vegetal mais importante
para ser consumido em forma de salada, tendo uma demanda per capita de 11,3
kg.ano
-1
Atualmente, mais de 95% da produção de alface nos Estados Unidos
estão concentrados nos estados da Califórnia e Arizona, que participam com
70,67% e 28,51%, respectivamente, das receitas com alface produzida nos E.U.A.
Estes valores não computam a agregação de valor posterior com o
processamento, “fresh cut”, e embalagens diferenciadas para o consumo final.
Nestes estados são cultivados aproximadamente 80mil ha, produzindo
cerca de 3.480.000 toneladas.ano
-1
, com produtividade dia de 43,5 t.ha
-1
e
movimentando uma receita de mais de 1,18 bilhões de dólares (RHODES, 1999;
USDA, 2006).
Na região do cinturão verde, nas proximidades da capital do Estado de
São Paulo, os municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e
Suzano, são os maiores produtores desta hortaliça. No ano de 2.000 estes
municípios apresentaram uma produção diária de 1,5 milhões de pés, 141.000
t.ano
-1
e uma produtividade média de 30 t.ha
-1
em uma área de 4.700 ha. No ano
de 2005 estas áreas totalizaram 3.400,6 ha cultivados, revelando uma redução de
27,65 % na área plantada (CARDOSO, 2000; IEA/CATI, 2006).
Os municípios de Piedade, Ibiúna e São Miguel Arcanjo formam outra
região de destaque na produção de alface, onde são cultivados aproximadamente
4.000 ha (BRANCO, 2001). No entanto, em levantamento do IEA/CATI (2006)
verifica-se que o panorama destes municípios mudou, passando a ter em 2005,
4
uma área cultivada de 330 ha, com redução de 92,33 % da ocupação do solo com
a cultura, demonstrando uma provável substituição por outras hortaliças de maior
rentabilidade.
Seu consumo “per capita” anual ainda é relativamente baixo sendo que na
região metropolitana de São Paulo este índice fica em torno de 3,1 kg. De acordo
com os dados da CEAGESP-SP, esse volume de comercialização de alface no
ano de 1997 ficou em torno de 9.780 toneladas (AGRIANUAL, 2000). O volume
comercializado para o ano de 2004 foi de 26.407 toneladas, sendo que a alface
crespa foi responsável pela produção de 12.364 toneladas, correspondendo a
46,82% do volume comercializado no estado (AGRIANUAL, 2006).
No entanto, neste valor não é contabilizado o volume comercializado
diretamente entre produtor e varejo, que é uma rota de comercialização de alface
que tem tido um ganho significativo nos últimos anos (BRANCO, 2001).
Até o início da década de oitenta, o cultivo da alface no Brasil era restrito
às regiões de clima ameno, próximas aos grandes centros urbanos, as quais
possibilitavam o cultivo durante todo ano (BRANCO, 2001).
O melhoramento genético da alface possibilitou a adaptação da espécie
ao clima tropical, com plantas resistentes a temperaturas mais elevadas, sem
acarretar prejuízos ao crescimento e ao sabor (NAGAI, 1980).
Outra tecnologia que proporcionou aumento da produção dessa folhosa foi
o cultivo protegido, possibilitando a oferta do produto nos períodos de entressafra.
Devido a essas duas grandes evoluções técnicas que ocorreram na
cultura da alface, aliadas ao aumento de consumo no país, seu cultivo se
expandiu para todo o território nacional, principalmente, próximo aos grandes
centros urbanos como Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, capitais do nordeste e
grandes cidades do interior de São Paulo que no passado dependiam da produção
do cinturão verde da capital do estado (BRANCO, 2001).
A limitação do cultivo de verão são as altas temperaturas associadas à
pluviosidade intensa, o que promove o aparecimento e grande disseminação de
5
pragas e doenças, induzindo a produtos de baixa qualidade que elevam o preço
nesse período (DELISTOIANOV, 1997).
A vantagem de se plantar alface em cultivo protegido, em especial na
hidroponia-NFT, está na redução de mão de obra, precocidade de produção, custo
de produção e na qualidade do produto final, com uma padronização adequada,
limpeza, gerando uma maior agregação de valor. A época onde se obtém os
melhores preços para venda de alface crespa é no verão. A primavera é a pior
época do ano para a alface, onde os preços caem demasiadamente, e no outono-
inverno é uma época intermediária quanto a preços (AGRIANUAL, 2006)
2.2. Botânica e grupos de alface
A alface pertence à classe Magnoliopsida, ordem Asterales, família
Asteraceae, subfamília Cichorioideae, tribo Lactuceae, e gênero Lactuca
(WIKISPECIES, 2006).
É uma planta anual e de porte herbáceo, caule reduzido e não ramificado
com folhas grandes, lisas ou crespas, fechando-se ou não na forma de uma
cabeça. Possui um sistema radicular pivotante de ramificações finas e curtas,
podendo atingir até 60 cm de profundidade, explorando efetivamente de 15 a 20
cm do perfil do solo (CAMARGO,1984; MAROUELLI et al.,1994; GOTO, 1998)
Espécie típica de inverno, desenvolve e produz melhor sob condições de
temperaturas amenas. Seu ciclo é anual, encerrando a fase vegetativa quando a
planta atinge o maior desenvolvimento das folhas. A fase reprodutiva consiste na
emissão do pendão floral, sendo favorecida pelas épocas de elevadas
temperaturas e dias longos (FILGUEIRA, 1982).
As cultivares comercialmente utilizadas podem ser didaticamente
agrupadas, considerando-se as características das folhas, bem como o fato destas
se reunirem ou não, formando uma cabeça repolhuda (FILGUEIRA, 2000). Assim,
obtêm-se seis grupos ou tipos de alface, a seguir apresentados:
6
Repolhuda-manteiga: apresentam folhas lisas, muito delicadas,
“amanteigadas”, formando uma típica cabeça repolhuda, bem compacta. A cultivar
típica é a tradicional White Boston, que foi considerada padrão de excelência
em alface, porém com a diversificação nos hábitos de consumo dos brasileiros ela
foi substituída por outras cultivares, como Brasil 303, Carolina e Elisa.
Solta-lisa: possui folhas lisas e soltas, mais ou menos delicadas, não
formando uma cabeça compacta. A cultivar típica é a tradicional Babá de Verão,
sendo que atualmente, existem novas cultivares, entre elas ‘Monalisa’ e ‘Regina’.
Repolhuda-crespa (Americana): as folhas são caracteristicamente
crespas, bem consistentes, com nervuras destacadas, formando uma “cabeça”
compacta. É uma alface altamente resistente ao transporte e adequada para o
preparo de sanduíches. A cultivar típica é a tradicional Great Lakes, da qual
várias seleções. Outras cultivares têm sido desenvolvidas, ou introduzidas como a
Tainá, Iara, Madona, Lucy Brown e Lorca.
Romana: As folhas são alongadas e consistentes, com nervuras
protuberantes, formando “cabeças” fofas. Alguns exemplos são as cultivares
Romana Branca de Paris e Romana Balão.
Mimosa: As folhas são delicadas e com aspecto “arrepiado”. Alguns
exemplos são as cultivares Salad Bowl e Greenbowl.
Solta-crespa: as folhas são bem consistentes, crespas e soltas, não
formando cabeça. A cultivar típica é a tradicional Grand Rapids. Entre as cultivares
modernas destacam-se Verônica, Vera, Marisa e Vanessa. Este grupo foi
escolhido para teste no presente trabalho, por ser líder de mercado.
2.3. Influência das condições ambientais na produção de alface
A alface é uma planta muito sensível às condições climáticas. Fatores
como fotoperíodo, intensidade de luz, concentração de dióxido de carbono (CO
2
),
e, particularmente, a temperatura influenciam acentuadamente no crescimento e
no desenvolvimento da planta de alface (PANDURO,1986; MULLER,1991). Para
7
KNOTT (1962), a faixa de temperatura mais adequada ao crescimento e produção
da alface situa-se entre 15 e 24
0
C, sendo a mínima de 7
0
C. O melhor
desenvolvimento tem sido observado em temperaturas oscilando entre 15 e 20
0
C
(BRUNINI et al., 1976; CÁSSERES, 1980).
Temperaturas acima de 20ºC estimulam o pendoamento que é acelerado
à medida que a temperatura aumenta. Dias longos associados às temperaturas
elevadas, aceleram o processo, o qual é também dependente da cultivar (NAGAI,
1980; RYDER, 1986; CERMEÑO, 1996). A planta nestas condições emitirá o
pendão floral precocemente, tornando-se imprópria para comercialização e
consumo. A origem mediterrânea da alface explica este comportamento, que
nesta região as temperaturas médias são mais amenas que nos países tropicais.
Segundo ROSENBERG et al. (1989), o aumento de temperatura afeta
primeiramente a evapotranspiração, com o aumento da capacidade do ar para
receber vapor de água. Para CERMEÑO (1990), os processos metabólicos das
plantas possuem temperaturas críticas que os impedem ou dificultam, sendo que
para a maioria das espécies, a temperatura ótima para germinação, brotação,
desenvolvimento, floração, fecundação e frutificação, situa-se entre 20 e 30 °C.
MALORGIO et al. (1990) verificaram um aumento no peso da matéria
fresca de alface em NFT, com temperatura de 25 °C na área do sistema radicular,
comparado com temperaturas mais baixas.
Segundo SGANZERLA (1990) a temperatura máxima tolerável pela
cultura do alface, está em torno de 30 °C e a mínima por volta dos 6 °C. ZONTA et
al. (1997), afirmam que o aumento de temperatura acima dos 40 °C retarda
gradativamente a absorção de nutrientes, enquanto que a maior absorção é
conseguida entre 25 e 35 °C. Baixas temperaturas noturnas (inferiores a 15ºC)
são mais importantes, em relação às diurnas (FILGUEIRA, 1982).
Com relação à temperatura no sistema hidropônico de cultivo, BLISKA
JÚNIOR & HONÓRIO (1996), recomendam que a temperatura da solução nutritiva
não deva ultrapassar os 30 °C sob pena de causar danos às plantas e que as
temperaturas diurna e noturna devem ficar próximas de 16 °C e 10 °C,
8
respectivamente, durante a época fria e 24 °C e 15 °C na época quente, fazendo
uma ressalva que deve ocorrer variação com a espécie e cultivar usada.
O fotoperíodo também afeta a cultura da alface, pois esta exige dias
curtos para se manter na fase vegetativa e dias longos para que ocorra o
pendoamento (ROBINSON et al., 1983). Sabe-se que os valores críticos, para
temperatura e fotoperíodo, variam amplamente, entre as diferentes cultivares.
WAYCOTT (1995), trabalhando com diferentes genótipos de alface,
condições fotoperiódicas e temperaturas verificou que a temperatura isoladamente
não é suficiente para induzir o pendoamento, ao contrário do fotoperíodo. Concluiu
também que existe uma série de respostas genéticas para vários comprimentos
de dia entre genótipos de alface.
MELÉM et al. (1999) obtiveram baixa produção em número de folhas por
planta e massa fresca da parte aérea para a cultivar Great Lakes devido às altas
temperaturas da região Macapá (AP), no período da condução do experimento.
Segundo CONTI (1994) o comprimento do dia não é problema para o
cultivo de verão no Brasil, pois as cultivares européias importadas estão
adaptadas a dias mais longos do que os que ocorrem no país. Entretanto, em
condições de menores latitudes, verifica-se o aumento da temperatura.
2.4. Consumo de água em alface hidropônica
O consumo médio de água no planeta é de 644 m
3
.ano
-1
.habitante
-1
. Com
as expectativas de que a população mundial dobre até 2025, a demanda por
recursos naturais, e principalmente hídrico, será de grande preocupação.
(VERDADE et al., 2006).
para a América do Sul este consumo anual por habitante é estimado
em 478 m
3
, com a produção agrícola representando 59% dos requerimentos de
água. O uso indiscriminado e a escassez no futuro, sugere a utilização de
sistemas de produção mais intensivos, e que reduzam o consumo de água pelas
culturas (STANGUELLINI, 2003).
9
VAN OS (1999) verificou que a hidroponia possibilita a economia de 15 %,
21 %, 29 % na água requerida para a produção de crisântemo, pepino e rosas,
respectivamente, em comparação com a produção no solo. LORENZO (2003)
conseguiu reduzir em 32% o consumo de água no tomateiro, através do uso de
cortinas de sombreamento de alta reflexão, instaladas sobre a casa de vegetação.
Pode-se reduzir ainda mais o consumo hídrico com o uso individual e/ou
conjunto de instalação de sistemas de resfriamento, telas de sombreamento
externo, exaustores, entre outros, no cultivo de plantas em ambiente protegido
(VERDADE et al., 2006).
O cultivo sem solo, principalmente o sistema NFT, vem colaborar com
estas expectativas de sustentabilidade dos sistemas de produção através da
redução do consumo de água, eficiência no uso de nutrientes e agrotóxicos.
Além disso, controlam-se os efeitos de descarte de solução nutritiva
(efluentes), e o acúmulo de nitrato no produto final através do manejo das
soluções nutritivas e momento da colheita. Estes últimos fatores considerados
negativos tem sido motivo de inúmeras pesquisas em nossos institutos e
universidades.
A técnica NFT promove a recirculação da solução nutritiva e possibilita
uma maior eficiência na utilização da água (MONTEZANO et al., 2002). LÓPEZ-
GALVEZ & PEIL (2000) compararam a produção de frutos e resíduos na cultura
de tomate em sistema NFT e em substrato, concluindo que a técnica NFT
melhorou a eficiência no uso da água em 62%. Nas pesquisas com as culturas de
pepino e feijão-vagem (PEIL et al.,1998; PEIL et al., 1999) observaram alta
eficiência no consumo da água em sistema NFT.
2.5. Extração de nutrientes em alface hidropônica
A alface é considerada uma hortaliça exigente em nutrientes, mesmo
absorvendo pequenas quantidades, quando comparada às outras culturas.
10
O período de maior consumo é na fase final de produção, devido ao seu
ciclo curto e à pequena exigência em nutrientes pelas cultivares disponíveis no
mercado (TERRA et al., 2001).
Esta intensificação de absorção de macronutrientes, principalmente, está
relacionada com a produção de matéria seca, a qual é lenta no início de
desenvolvimento das plantas, ocorrendo uma aceleração no processo a partir do
trigésimo dia do ciclo cultural, chegando a valores elevados na época da colheita
GARCIA et al. (1982). Os mesmos autores verificaram que a partir do
quadragésimo dia do ciclo cultural, a alface apresenta a tendência de acumular
mais rapidamente matéria seca, consequentemente com uma maior absorção de
nutrientes.
Segundo FURLANI et al. (1978) a alface é dentre as folhosas, a que
apresenta teores mais elevados de nitrogênio e cálcio sendo que, a extração
destes nutrientes por tonelada produzida de alface é de, respectivamente, 2,51 kg
e 0,82 kg. De acordo com SHEAR (1975), o nitrogênio é o nutriente que mais
interfere no crescimento vegetativo da alface, sendo que a sua falta inibe a
absorção de cálcio. A alface responde mais ao fornecimento de nitrogênio, pois é
basicamente composta por folhas. Entretanto, a fisiologia da planta não é eficiente
na utilização deste macronutriente, tendo uma taxa de utilização sempre menor
que 50% (ALEXANDER, 1965). ALVARENGA (1999) observou que diversos
trabalhos, sob as mais variadas situações, têm mostrado, invariavelmente, uma
resposta quadrática à aplicação de nitrogênio e que a partir de uma determinada
dose há um decréscimo na produção. Segundo KATAYAMA (1993) a absorção de
aproximadamente 80% do N-total se dá nas últimas semanas do ciclo da cultura.
O nutriente mais exigido por esta cultura é o potássio, que embora não
faça parte de nenhuma substância é o mais importante elemento em quantidade
absorvida. O potássio age na planta principalmente como ativador enzimático,
regulador da abertura e fechamento dos estômatos, resistência dos vegetais às
geadas, regulador do turgor celular e responsável pela qualidade dos produtos
agrícolas em geral. Em experimentos conduzidos em hidroponia este nutriente foi
11
o mais absorvido. VERDADE et al. (2003) observaram que a extração de
macronutrientes seguiu a seguinte ordem decrescente: K>N>Ca>P>Mg,
concordando com as pesquisas conduzidas em condições de solo (GARCIA et al.,
1982) e em hidroponia (FURLANI, 1995; CORTEZ, 1999).
O cálcio é fundamental para a estrutura e funcionamento de membranas
celulares, absorção iônica, constituinte do pectato (lamela média) e como
constituinte ou ativador enzimático, como na ATPase (apirase). É um eventual
causador do “tip burn” (queima doas bordos das folhas) na cultura de alface
(quando constatada a sua deficiência), descrito por MALAVOLTA et al. (1997).
Os mesmos autores relatam a importância do macronutriente fósforo como
fundamental para o crescimento das plantas, principalmente do sistema radicular,
constituinte da molécula de ATP, transportadora de solutos pelas membranas das
células, do DNA, RNA, nucleotídeos, ácido fítico, coenzimas e participa também
da fotossíntese, respiração, sínteses, absorção iônica, multiplicação e divisão
celular, na fixação biológica do nitrogênio e no armazenamento e transferência de
energia.
O magnésio é fundamental para a fotossíntese, sendo constituinte da
molécula de clorofila, participa de inúmeras reações como ativador enzimático, da
respiração, absorção iônica e transporte de energia, balanço eletrolítico e confere
estabilidade aos ribossomas (MALAVOLTA et al., 1997).
MALAVOLTA et al. (1997), consideram o enxofre fundamental para as
plantas e seres humanos, pois, é constituinte dos aminoácidos cistina, metionina e
cisteína, presente também em proteínas, sulfolipídeos, coenzimas e também age
como ativador enzimático.
Os micronutrientes avaliados no presente trabalho são participantes do
grupo ativo de enzimas, da fotossíntese e exercem outras funções importantes
como: transportadores de elétrons, biossíntese de clorofila e proteínas (Fe),
metabolismo de ácidos orgânicos e redutase de nitrito (Mn), sínteses protéica, do
ácido indol acético (AIA) e componente dos ribossomas (Zn), constituinte /ativador
enzimático da polifenol oxidase que atua na respiração e da plastocianina que
12
atua na fixação de nitrogênio (Cu), conforme descrição de MALAVOLTA et al.
(1997).
2.6.Sistemas de cultivo hidropônico
O termo hidroponia significa o cultivo de plantas em meio líquido. É
derivado de duas palavras de origem grega: hydro, que significa água, e ponos
que significa trabalho. Esta definição foi proposta pelo Professor William Frederick
Gericke, da Universidade da Califórnia, nos E.U.A., nos anos 30, quando utilizou
esta técnica em escala comercial. Posteriormente, com o advento da II Guerra
Mundial, foi usada para fins militares (RESH, 1985).
Fazendo uma retrospectiva da hidroponia, RESH (1985) cita como
exemplos de cultivo de plantas sem solo os jardins suspensos da Babilônia, os
jardins flutuantes dos Astecas e da China, todos datados como anteriores à era
cristã. Os experimentos com cultivo hidropônico iniciaram-se na França e
Inglaterra durante o século XVII, sendo que os estudos científicos relacionados ao
ajuste da solução nutritiva tiveram início na Alemanha, por volta de 1699
(JENSEN, 1997).
No século XX muitos pesquisadores dedicaram-se aos estudos de
soluções nutritivas através da dissolução de sais em água destilada. Entre eles
podemos destacar HOAGLAND (1920) e ARNON (1950), citados por BLISKA
JÚNIOR (1998), cujas soluções propostas são utilizadas até os dias de hoje, com
pequenas alterações.
No entanto, o grande marco no desenvolvimento da hidroponia econômica
e comercial foi o conceito de NFT (“Nutrient Film Technique”), traduzido como
Técnica do Fluxo Laminar de Nutrientes, por Allen Cooper em 1965 (JONES
JÚNIOR, 1983; SANTOS, 1998).
No Brasil, o cultivo hidropônico tem sido utilizado como ferramenta por
diversos pesquisadores: CARDOSO (1975), SARRUGE (1975), MALAVOLTA
(1980) e HAAG (1982), citados por BLISKA JÚNIOR (1998).
13
Com o pioneirismo do engenheiro Shigueru Ueda, entre 1985 e 1987,
quando utilizou a cultura de morango e posteriormente a de alface, em sistema
hidropônico-NFT, esta tecnologia de produção ganhou grande destaque e
posteriormente outros pesquisadores como CASTELLANE & ARAÚJO (1987),
FURLANI (1994), CARMELLO (1994) e MARTINEZ (1995), citados por BLISKA
JÚNIOR (1998), voltaram suas atenções para a aplicação comercial desta
tecnologia.
O cultivo hidropônico possui diversas vantagens como: possibilidade de
aproveitamento de áreas inaptas ao cultivo convencional, tais como zonas áridas e
solos degradados (TEIXEIRA, 1996); independência do cultivo às intempéries tais
como veranico, geadas, chuvas de granizo, ventos, encharcamentos, e às
estações climáticas, permitindo o cultivo durante todo o ano (FAQUIN et al., 1996);
redução do uso de mão-de-obra nas atividades “braçais” tais como, capina e
preparo de solo, além das atividades na hidroponia possam ser consideradas mais
suaves (CASTELLANE & ARAÚJO, 1994). Além disso, ocorre a antecipação da
colheita devido ao encurtamento do ciclo da planta (FAQUIN et al., 1996); rápido
retorno econômico (FAQUIN et al., 1996) dispensa a rotação de culturas
(TEIXEIRA, 1996) e economia de água (CASTELLANE & ARAÚJO, 1994).
Por outro lado, possui algumas desvantagens como: o alto custo de
instalação dos sistemas (SANTOS, 1998; TEIXEIRA, 1996; FAQUIN et al., 1996);
necessita acompanhamento permanente do funcionamento do sistema,
principalmente do fornecimento de energia elétrica e controle da solução nutritiva
(CASTELLANE & ARAÚJO, 1994; FAQUIN, 1996); necessidade de mão-de-obra e
assistência técnica especializada (SANCHEZ, 1996; TEIXEIRA, 1996; SANTOS,
1998); e novos produtos e técnicas adequadas no controle de pragas e doenças,
pois, os agrotóxicos convencionais podem diminuir a qualidade biológica do
produto (TEIXEIRA, 1996). Torna-se essencial, portanto, para elaboração de
projetos, a consulta a técnicos especializados, sejam das universidades e/ou
consultores experientes, tendo em vista os custos e o grau de complexidade do
empreendimento (SANCHEZ, 1996).
14
2.6.1. A técnica do fluxo laminar de nutrientes (NFT)
Esta técnica desenvolvida por Allen Cooper em 1965 e originalmente
denominada “Nutrient Film Technique” (NFT) consiste na passagem de uma
lâmina de solução nutritiva por uma canaleta contendo as plantas (CASTELLANE
& ARAÚJO, 1994; FURLANI, 1995; JONES JÚNIOR, 1983). Os sistemas de
produção hidropônica comercial sem substratos sólidos, em sua maioria, usam
atualmente a técnica NFT.
O sistema consiste em uma canaleta (bancada), em geral suspenso (em
torno de 1,0 m), podendo ser fabricado com diversos materiais: telha de cimento
amianto ou fibrocimento; tubos de PVC; entre outros (ZANOTELLI & MOLINO,
1997). As bancadas têm uma inclinação de 2 % para permitir a circulação normal
da solução (FAQUIN, 1996; JONES, 1983). Os canais (canaletas) podem conter
substratos, usualmente pedra brita ou argila expandida, para sustentação das
plantas. No entanto, estes substratos não estão sendo utilizados devido à
necessidade de uma limpeza trabalhosa que se faz necessária após cada cultivo.
Atualmente os canais de cultivo não utilizam substratos e a sustentação
das plantas é feita através de uma cobertura com orifícios (isopor, lona plástica de
dupla face e “tetrapack”) que também previne contra a entrada de luz e
aquecimento do sistema radicular das plantas (TEIXEIRA, 1996). Algumas
empresas têm colocado no mercado canais de cultivo em forma de tubos de
polipropileno achatados com orifícios para a fixação das plantas.
Hoje o sistema NFT é o mais utilizado comercialmente, e dentre as
vantagens proporcionadas além das anteriormente descritas para os sistemas
hidropônicos e temos ainda: redução de custos, em relação aos que utilizam
substratos; maior rapidez e custo de implantação; e possibilidades de ajuste para
a cultura. Permite o acompanhamento do crescimento do sistema radicular e a
injeção de substâncias reguladoras de crescimento, bem como a aplicação de
inseticidas e fungicidas via solução nutritiva.
15
Cuidados especiais devem ser tomados quanto à energia elétrica,
devendo, se possível, possuir um conjunto gerador para suprimento automático
nas emergências. O controle de doenças deve ser bem planejado tomando-se
medidas profiláticas preventivas, ou, logo que as plantas apresentem os sintomas,
para que não ocorra uma rápida disseminação dos patógenos na solução nutritiva.
O uso de luz ultravioleta (CARRUTHERS, 1998), ozônio (JONES JÚNIOR,
1983), a ultra filtração e o tratamento térmico podem ser utilizados para a
eliminação dos patógenos, no entanto, são inviáveis pelos seus altos custos para
o hidroponicultor.
A praticidade no manejo, limpeza, higiene e versatilidade desta
modalidade de cultivo conferem ótimas condições para ocorrer uma diminuição na
utilização de produtos químicos usados no controle das principais doenças que
afetam as hortaliças, principalmente as folhosas. Também ocorre aumento do
rendimento da mão-de-obra na operação de colheita (PAIVA, 1998).
2.7.Comportamento de cultivares em ambiente hidropônico - tipo NFT
Atualmente existem dados relativos à cultura de alface cultivada em
sistemas hidropônicos, principalmente para o tipo NFT.
MONDIN (1996) verificou que a cultivar Verônica foi superior a cultivar
Elisa, obtendo um valor de 225,75 g para massa fresca da parte aérea (MFPA).
VAZ & JUNQUEIRA (1998) não encontraram diferença para a
característica MFPA, entre as cultivares Elisa, Verônica e Tainá no cultivo
hidropônico em Brasília. Em relação ao número de folhas, a cultivar Elisa foi
superior.
Em Viçosa (MG), SEDYIAMA et al. (2000) não encontraram diferença de
MFPA entre cultivares do grupo crespa em cultivo hidropônico no verão-outono.
No grupo das crespas, ‘Salad Bowl’ e ‘Brisa’ emitiram maior número de folhas.
Também em cultivo hidropônico no município de Viçosa (MG), Brisa’ foi a
cultivar do grupo crespa que emitiu maior número de folhas sem se diferenciar das
16
cultivares Elba e Marisa (crespas). Dentro do grupo das lisas e das crespas não
ocorreu diferença entre as cultivares para massa fresca da parte aérea e no grupo
das americanas ‘OGR’, ‘Madona’, ‘Tainá’ e Iara’ foram superiores à Lucy Brown’
e ‘Great Lakes’ (CAETANO et al., 2000).
Entre cultivares de alface avaliadas na hidroponia em Santa Maria (RS) no
inverno, SCHIMIDT et al. (2000) verificaram que as cultivares Aurora, Regina,
Elisa, Brisa e Deisy foram superiores à cultivar Vera em massa fresca e massa
seca das folhas. A cultivar Regina apresentou maior número de folhas sem diferir
das cultivares Aurora e Elisa. Também em Santa Maria, no mesmo sistema de
cultivo. BONNECARRÈRE et al. (2000) verificaram que a cultivar Maravilha de
Inverno foi superior em massa fresca sem diferir da ‘Aurora’, ‘Elisa’, ‘Regina’,
‘Deisy,’ ‘Hortência’ e Verônica’. Com relação à massa seca, apenas a cultivar
Quatro Estações apresentou-se inferior às demais e para número de folhas
‘Regina’ foi superior sem diferir apenas da cultivar Elisa.
De acordo com os resultados apresentados por VASCONCELOS et al.
(2000), em experimento de avaliação de cultivares de alface em cultivo
hidropônico em Rio Branco (AC), a cultivar Verônica foi superior às cultivares
Great Lakes, Elisa e Regina nas características massa fresca da parte aérea e
número de folhas por planta.
Em Santa Maria (RS) as cultivares avaliadas mostraram desempenhos
diferenciados com relação às variáveis massa fresca da planta e número de
folhas. As cultivares Hortência, Verônica e Great Lakes destacaram-se quando se
analisou a massa fresca da planta. Quando foi analisado a massa seca, a cultivar
Verônica obteve melhor resultado em relação às demais. Quanto ao número de
folhas a cultivar Regina, foi a que apresentou maior número. Quando se comparou
as médias de massa fresca, massa seca e número de folhas colhidas aos 25 e 30
dias, não se constatou diferença significativa (PILAU et al., 2000).
GUALBERTO et al. (2002) observaram os valores de 128,1 a 173,8
(g.planta
-1
) para o grupo das alfaces crespas, em hidroponia-NFT, no período de
outono. A cultivar Verônica obteve 167,5 g.planta
-1
de MFPA e 195,41 g.planta
-1
17
de MFPA, na média geral para nove épocas de plantio. GUSMÃO et al. (2004) em
Belém do Pará (PA), região de clima tropical úmido, obtiveram os valores de 95, 3
g.planta
-1
para peso fresco da planta e 14,7 para número total de folhas (NTF),
para a cultivar Verônica que superou as cultivares americanas nestas
características. No ensaio de 12/02/04 a 03/03/04, obtiveram 90,6 g.planta
-1
para
peso fresco da planta (PFP) e 27,38 para NTF. Essas colheitas foram realizadas
de 21 a 25 dias após o transplante, para que as plantas adaptadas às altas
temperaturas não tivessem um aumento dos níveis de ácido lacturônico, o qual
produz um sabor amargo.
18
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Localização dos experimentos
Os experimentos foram instalados no Pólo Regional Centro-Leste /APTA
(Antiga Estação Experimental do IAC) em Ribeirão Preto (SP), localizado
geograficamente a 21º15`22``de latitude sul e 48º1`58``de longitude oeste, com
uma altitude de 544,800m, situando-se na região Nordeste do Estado de São
Paulo, com precipitação média anual de 1.463,9 mm e temperatura média anual
de 22,8ºC. O tipo climático é Tropical-AW, pela classificação de KÖPPEN,
caracterizado pelo verão chuvoso e inverno seco.
3.2. Cultivares
As cultivares do grupo de folhas crespas utilizadas foram:
Verônica: Apresenta boa produtividade; líder e padrão de mercado; pode
ser cultivada durante o ano todo, em especial no verão; pois apresenta resistência
ao pendoamento precoce. Empresa produtora: Agroflora Sakata (SHOW ROOM,
1997). O comportamento da cultivar tem sido bastante estudado em condições
hidropônicas, sendo portanto, incluída neste experimento como cultivar padrão.
Pira Roxa: Cultivar de alface desenvolvida pelo melhorista Prof. Dr. Cyro
Paulino da Costa, da ESALQ/USP, recém lançada no mercado. Possui plantas
vigorosas, com folhas crespas, semi-eretas, de coloração vermelho amarronzada
(magenta) e brilhante na parte superior. Apresenta pendoamento lento nas
condições de cultivo de verão. Seu ciclo é de 35 a 45 dias, após o transplante,
dependendo da região e da época de cultivo. Apresenta resistência ao vírus do
19
mosaico da alface (patótipo II), à raça de Bremia lactucae (míldio) de ocorrência
no Brasil e à Thielaviopsis basicola (murchadeira).
Pira Vermelha: Progênie irmã da cultivar Pira Roxa, cultivar de alface
desenvolvida pelo melhorista Dr. Cyro Paulino da Costa, da ESALQ/USP, e que
difere apenas no tom da coloração avermelhada. Possui plantas vigorosas, com
folhas crespas, semi-eretas e de coloração vermelha intensa e brilhante na parte
superior. Apresenta pendoamento lento nas condições de cultivo de verão. Seu
ciclo é de 35 a 45 dias, após o transplante, dependendo da região e da época de
cultivo. Apresenta resistência ao vírus do mosaico da alface (patótipo ll), à raça de
Bremia lactucae de ocorrência no Brasil e à Thielaviopsis basicola (murchadeira).
Crespona gigante: Material experimental avançado, geração F7,
resultado do cruzamento da cultivar Vera com uma alface americana de nome
Niner. Alface tipo crespa, de porte grande, plantas vigorosas de coloração verde.
Locarno: variedade da empresa Rijk Zwaan, possui pendoamento lento,
recomendada para cultivo no campo. Possui folhas verdes claras, brilhantes,
intensamente recortadas e com alto grau de crespicidade. Suas plantas são
uniformes sob condições de temperatura elevada. Possui resistência a Bremia
lactucae, raças: 1-16, 21, 23.
3.3. Caracterização dos ambientes e sistemas hidropônicos de cultivo
Os cultivos hidropônicos foram instalados e conduzidos em duas casas de
vegetação, denominadas: convencional e climatizada. As duas casas de
vegetação foram instaladas com o eixo longitudinal no sentido leste - oeste, para
reduzir o sombreamento interno.
O ambiente convencional consistiu de uma casa de vegetação modelo
Hidrogood®, confeccionada com arcos de polipropileno, filme plástico na cobertura
20
(150 µ, aditivada contra raios ultravioleta) e tela tipo sombrite na lateral, tendo as
seguintes dimensões: direito de 2,8 m de altura, largura de 7,0m e
comprimento de 8,0m (Figura 1).
A casa de vegetação climatizada é de fabricação da Van der Hoeven,
modelo Poly House, com área de 140,80 m
2
, com cobertura e fechamentos
laterais em filme de polietileno duplo e inflado por micro-ventilador, antecâmara
com sistema automático de resfriamento, exaustores e cortina de sombreamento
externo com fechamento e abertura motorizados (Figura 2).
Em cada casa de vegetação foram construídas três bancadas de plantio
com declividade de 2%, nas quais foram posicionados sete canais de cultivo
espaçados em 0,25m e com comprimento de 6,00m. Nos canais foram
transplantadas 22 plantas de alface, seguindo espaçamento de 0,25m entre
plantas.
Cada canal era interligado a um reservatório de plástico rígido com
capacidade de 50 litros e um conjunto moto-bomba. As eletro bombas de ½ HP
foram instaladas na casas de vegetação convencional e climatizada, o que
permitia uma vazão de no mínimo 1,5 L.minuto
-1
,
Os conjuntos foram completados com mangueiras, emissores e um
temporizador, que foi regulado para o período de 15 minutos de circulação das
soluções nutritivas e 15 minutos desligados durante o período diurno. No período
noturno eram desligados. O sistema NFT (“Nutrient Film Technique”) foi
individualizado para cada um dos canais de cultivo, constituídos por tubos de
polipropileno específicos fabricados pela empresa Hidrogood®.
21
Figura 1. Vista interna da casa de vegetação convencional modelo Hidrogood
®
.
Figura 2. Vista interna da casa de vegetação climatizada modelo Van der Hoeven
®
.
3.4. Preparo e manejo da solução nutritiva
O preparo e manejo da solução nutritiva foram efetuados conforme
recomendação de FURLANI et al. (1999), com monitoramento diário da
condutividade elétrica (CE) e respectiva correção com uma solução de ajuste.
22
A análise da solução nutritiva inicial preparada apresentou as seguintes
concentrações dos nutrientes em (mg.L
-1
): P (54,6), K (240,0), Ca (142,2), Mg
(19,8), S-SO
4
-2
(28,9), Fe (0,96), Mn (0,98), Cu (0,55), Zn (0,25), B (0,54) e pH de
6,3. Na fase de desenvolvimento das mudas foi adotada a condutividade elétrica
das soluções nutritivas de 1,4 mS, e depois do transplante para a bancada
definitiva, utilizou-se 1,7 mS. Estas condutividades elétricas das soluções
nutritivas foram determinadas com condutivímetro portátil modelo CON 100
(OAKTON
®
).
Diariamente foram retiradas alíquotas da solução nutritiva para
determinação de pH (peagâmetro modelo GEHAKA
®
) e a condutividade elétrica.
Os valores de temperatura e umidade relativa do ar (máximas e nimas)
foram anotados diariamente nas duas casa-de-vegetação, utilizando-se de termo
higrômetros digitais.
3.5. Instalação e condução dos experimentos
O comportamento das cinco cultivares em dois ambientes de cultivo foram
avaliados no período de verão - outono de 2006.
A semeadura foi realizada no dia 06/02/06 em espuma fenólica,
previamente lavada e irrigada com água até completa emergência das plântulas.
Quando as mudas obtiveram de 6 a 8 folhas definitivas, no dia 10/03/06,
foram transplantadas para as bancadas definitivas. Em cada bancada havia sete
canais, sendo que os cinco centrais foram utilizados para cada uma das cinco
cultivares ou tratamentos, e os dois periféricos deixados como bordadura. Além
desses foram deixadas como bordadura duas plantas de cada canal, das parcelas
úteis, sendo estas a primeira e a última de cada canal. Pretendeu-se com isso que
as plantas tivessem o mesmo nível de competição por luz e espaço para o seu
crescimento normal. Em cada parcela (canais centrais) foram transplantadas 22
plantas de cada tratamento. Não foi necessária a aplicação de agrotóxicos
(inseticidas e fungicidas) durante o período de condução do experimento.
23
3.6. Delineamento experimental
Utilizou-se delineamento em blocos casualizados, com cinco tratamentos
(cultivares Pira Vermelha, Pira Roxa, Locarno, Crespona gigante e Verônica), e
três repetições.
Cada parcela foi composta por um canal hidropônico contendo 22 plantas,
e cada uma das três bancadas caracterizou-se como uma repetição.
3.7. Características avaliadas
As plantas foram colhidas aos 61 dias após a semeadura, quando
atingiram o máximo desenvolvimento vegetativo, antes de iniciarem o processo de
pendoamento. Foram coletadas três plantas centrais de cada parcela, onde foram
tomadas as seguintes características:
3.7.1. Massa da matéria fresca da parte aérea
A parte aérea de cada planta foi separada das raízes e pesada em
balança digital. Portanto, foram considerados as folhas e os caules, como
usualmente é vendido no comércio. Removeram-se apenas as folhas exteriores
em processo de senescência.
3.7.2. Massa da matéria fresca das folhas, caules e raízes
Folhas, caules e raízes foram separados e cada parte foi pesada
individualmente, por planta.
24
3.7.3. Massa da matéria seca da parte aérea, folhas, caules e raízes
Foram obtidos pela pesagem das partes individualizadas após secagem
em estufa com circulação de ar forçado a 65ºC por 72 horas. Para se obter a
massa da matéria seca da parte aérea foram apenas somadas as massas secas
de folhas e caules.
3.7.4. Número total de folhas
O número total de folhas foi obtido pela contagem do número de folhas de
cada planta.
3.7.5. Número de folhas com comprimento superior a 10 centímetros
O número de folhas com comprimento superior a 10 centímetros foi obtido
pela contagem dessas folhas dentro do total.
3.7.6. Estimativa de consumo de água por alface hidropônica
A quantificação da água consumida pelas plantas, de cada canal de
cultivo, foi efetuada diariamente, completando o volume do reservatório até o nível
de 50 litros, utilizando uma proveta graduada em mililitros. Considerou-se o
consumo a cada cinco dias (5, 10, 15, 20, 25 e 30 dias) após o transplante como
uma variável quantitativa para estabelecer uma análise de regressão polinomial.
3.7.7. Absorção e acúmulo de nutrientes nas folhas de alface hidropônica
Após a secagem das folhas em estufas realizou-se a moagem das
mesmas para determinar a concentração de macro e micronutrientes. Em seguida
determinaram-se os teores de nutrientes seguindo metodologia proposta por
BATAGLIA et al. (1992).
25
3.8. Análise estatística
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância pelo teste F,
de acordo com o delineamento em blocos casualizados, utilizando o programa
Statistical Analysis System (SAS).
Para a comparação das médias obtidas, foi aplicado o teste de Tukey, ao
nível de 5% de probabilidade.
Foi realizada a análise conjunta dos experimentos visando a possibilidade
de interação entre os fatores ambiente de cultivo e cultivares. Para análise do
efeito de ambientes utilizou-se do esquema de análise de variância para grupos de
experimentos (Tabela 1).
Tabela 1. Esquema de análise de variância para grupos de experimentos
conduzidos em casas de vegetação convencional e climatizada, com cinco
cultivares de alface crespa.
Fontes de variação GL
Experimentos 1
Tratamentos 4
Experimentos x Tratamentos 4
Blocos dentro de casas de vegetação 4
Resíduos dentro de casas de vegetação 16
Total 29
26
3.9. Dados meteorológicos
Os dados de temperaturas mínimas e máximas diárias, temperatura às 10
horas e umidade relativa do ar nas duas casas de vegetação onde foram
conduzidos os experimentos estão apresentados nas Figuras 3, 4, 5 e 6.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 5 10 15 20 25 30 35
Dados diários de temperatura do ar após transplante
Tempratura do ar (ºC)
Tmáx
Tmin
T 10hs
Figura 3. Dados de temperatura do ar em casa de vegetação convencional,
durante o período experimental. Pólo Centro-Norte/APTA/SAA, Ribeirão
Preto (SP), 2006.
Figura 4. Dados de temperatura do ar em casa de vegetação climatizada, durante
o período experimental. Pólo Centro-Norte/-APTA/SAA, Ribeirão Preto
(SP), 2006.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 5 10 15 20 25 30 35
Dados diários de temperatura do ar após transplante
Temperatura do ar (ºC)
Tmax
Tmin
T 10hs
27
0
20
40
60
80
100
120
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28
Dias após transplante
UR (%)
UR-máx
UR-n
Figura 5. Dados de umidade relativa do ar em casa de vegetação convencional,
durante o período experimental. Pólo Centro-Norte/-APTA/SAA, Ribeirão
Preto (SP), 2006.
0
20
40
60
80
100
120
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28
Dias após transplante
UR (%)
UR-máx
UR-mín
Figura 6. Dados de umidade relativa do ar em casa de vegetação climatizada,
durante o período experimental. Pólo Centro-Norte/-APTA/SAA, Ribeirão
Preto (SP), 2006.
28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Análise das características agronômicas da planta
Pelas Tabelas 2 e 3 observou-se efeito significativo do fator cultivar sobre
todas as características avaliadas, exceto para número total de folhas. Da mesma
forma, o fator ambiente de cultivo não foi significativo para as características
massa fresca e seca de caule e número de folhas maior que 10 cm. para a
interação cultivares e ambientes de cultivo não houve efeito significativo,
mostrando que as cultivares comportaram-se de forma semelhante nas duas
casas de vegetação.
Tabela 2. Valores em (g.planta
-1
) médios de massas fresca e seca da parte aérea
(MFPA e MSPA), folhas (MFF e MSF) e caule (MFC e MSC) de
cultivares de alface em dois ambientes de cultivo no sistema
hidropônico-NFT, Ribeirão Preto (SP), 2006.
Características
agronômicas
MFPA MSPA MFF MSF MFC MSC
Ambientes (A)
Ambiente convencional
130,66a
6,51a 115,83a 5,6293a
14,829a 0,8773a
Ambiente climatizado 74,59b 3,91b 61,64b 3,0280b 12,951a 0,8867a
Teste F
10,79** 14,88** 13,43** 21,68**
0,51
ns
0,00
ns
D.M.S. (5%) 36,186 1,4245 31,349 1,1843 5,5879 0,3385
Cultivares (C)
Pira vermelha (C
1
) 65,61b 3,47b 57,11b 2,9283b 8,502b 0,545b
Pira roxa (C
2
) 60,41b 3,91b 53,43b 3,2917b 6,983b 0,6233b
Locarno (C
3
) 89,22b 3,95b 77,38b 3,2883b 11,848ab 0,66b
Crespona gigante (C
4
)
179,17a 8,31a 161,52a 7,3917a
17,65ab 0,9167ab
Verônica (C
5
) 118,72ab
6,41ab 94,25ab 4,7433ab
24,467a 1,665a
Teste F
6,49** 7,67** 7,05** 8,76** 5,96** 6,62**
D.M.S. (5%) 82,687 3,2551 71,634 2,7062 12,769 0,7736
Interação (AxC)
Teste F p/ int. A X C 0,47
ns
0,68
ns
0,44
ns
1,04
ns
1,02
ns
0,51
ns
CV (%) 45,55 35,31 45,64 35,34 51,97 49,58
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P
<
0,05). ** :significativo ao nível de 1% de probabilidade. *: significativo ao
nível de 5% de probabilidade. NS: não significativo
.
29
Verifica-se pelas Tabelas 2 e 3 que o ambiente de cultivo casa de
vegetação convencional apresentou melhores resultados para o cultivo de alface
crespa se comparado ao climatizado para todas as características significativas,
principalmente no que se refere à produção de massa fresca. Este fato
provavelmente ocorreu pela maior transpiração das plantas na casa de vegetação
convencional e em virtude da maior incidência da radiação solar e temperaturas
(Figura 3), traduzindo em maior fotossíntese e conseqüentemente maior produção
de biomassa.
Tabela 3. Valores em (g.planta
-1
) médios de massas fresca e seca da parte aérea
(MFPA e MSPA), de raízes (MFR e MSR), número de folhas maiores
que 10 cm e total de folhas (NF 10 e NTF) de cultivares de alface em
dois ambientes de cultivo no sistema hidropônico-NFT, Ribeirão Preto
(SP), 2006.
Características
agronômicas MFPA MSPA MFR MSR NF 10 NTF
Ambientes (A)
Ambiente convencional 130,66a
6,51a 33,368a 1,6407a
11,287a
28,914a
Ambiente climatizado 74,59b 3,91b 16,987b 0,8427b 9,954a 21,648b
Teste F
10,79** 14,88** 39,59** 40,40**
1,04
ns
12,17**
D.M.S. (5%) 36,186 1,4245 5,519 0,2662 2,7699 4,4146
Cultivares (C)
Pira vermelha (C
1
) 65,61b 3,47b 16,908b 0,8917b 7,888b 22,307a
Pira roxa (C
2
) 60,41b 3,91b 18,922b 0,795b 10,498ab
27,62a
Locarno (C
3
) 89,22b 3,95b 29,47ab 1,3783ab
8,553b 22,477a
Crespona gigante (C
4
)
179,17a 8,31a 33,417a 1,7817a 16,442a
30,208a
Verônica (C
5
) 118,72ab
6,41ab 27,172ab
1,3617ab
9,722b 23,793a
Teste F
6,49** 7,67** 5,84** 8,21** 5,44**
2,24
ns
D.M.S. (5%) 82,687 3,2551 12,611 0,6082 6,3293 10,088
Interação (A x C)
Teste F p/ int. A X C 0,47
ns
0,68
ns
1,68
ns
2,87
ns
1,42
ns
1,02
ns
CV (%) 45,55 35,31 28,32 27,69 33,69 22,56
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey
(P<0,05). **:significativo ao nível de 1% de probabilidade. *: significativo ao vel de 5% de
probabilidade
NS: não significativo.
30
Na casa de vegetação climatizada o filme de polietileno duplo faz com que
a radiação solar seja menor. Esses resultados concordam com os obtidos por
VERDADE et al
.
(2003), os quais obtiveram em seu experimento, em época de
verão, dia de massa fresca de folhas de 133 g.planta
-1
em casa de vegetação
convencional e 112 g.planta
-1
na climatizada.
Percebe-se pela tabela 2 que as cultivares que mais se destacaram em
massa fresca e seca da parte aérea, indicando uma produção dentro dos padrões
comerciais para a espécie, foram as cultivares Crespona gigante, com
179,17g.planta
-1
e 8,31g.planta
-1
e Verônica com 118,72g.planta
-1
e 6,41g.planta
-1
respectivamente. Entretanto, a única cultivar que diferiu estatisticamente das
demais para esses parâmetros foi Crespona gigante. GUALBERTO et al
.
(2002)
também verificaram em seus experimentos que a cultivar Verônica destacou-se
entre as demais apresentando uma das melhores massas da matéria fresca da
parte aérea, classificando-a ainda como a de maior adaptabilidade geral nos
ambientes de cultivo. Já nos experimentos realizados por SCHMIDT et al. (2006) a
cultivar Verônica apresentou os piores resultados com uma massa fresca de
99,41g.planta
-1
e seca 4,41g.planta
-1
.
Analisando-se separadamente os componentes da parte aérea (Tabela 2)
quando se refere à massa fresca e seca de folhas, mais uma vez as cultivares
Crespona gigante e Verônica apresentaram os melhores desempenhos, sendo
que somente a cultivar Crespona gigante diferiu estatisticamente das cultivares
Pira Vermelha, Pira Roxa e Locarno, apresentando valores de 161,52g.planta
-1
para massa fresca e 7,39g.planta
-1
para massa seca. Resultados semelhantes
para a cultivar Verônica foram obtidos por OLIVEIRA et al. (2003), e CHURATA-
MASCA & GOMES (2004).
Em relação à massa fresca e seca do caule a cultivar Verônica apresentou
as maiores massas, 24,47g.planta
-1
e 1,66g.planta
-1
, respectivamente, diferindo
das cultivares Pira Vermelha e Pira Roxa (Tabela 2). Esses resultados concordam
com os obtidos por SEDIYAMA et al. (2000), OLIVEIRA et al. (2003) e CHURATA-
MASCA & GOMES (2004). No caso do caule, esse maior valor torna-se um
31
aspecto negativo, sugerindo que a cultivar possa ter maior susceptibilidade ao
pendoamento. Sendo assim, inferindo-se com base no peso do caule, as
cultivares que sugeriram maior resistência ao pendoamento foram, principalmente,
as cultivares Pira Vermelha e Pira Roxa, concordando com os resultados obtidos
por SALA & COSTA (2005).
Pela tabela 3 percebe-se que as cultivares mesmo tendo diferido em
massa de folhas, o número total de folhas foi estatisticamente igual para todas
elas, em média 25 folhas. Pode-se inferir pelos resultados, que “Crespona gigante”
tem folhas maiores que “Pira Vermelha”, “Pira Roxa” e “Locarno”. Esse fato pode
ser confirmado pelo número de folhas maiores que dez centímetros, sendo na
cultivar Crespona gigante significativamente maior que nas demais, em média 16
folhas. O tamanho exagerado de folhas muitas vezes é indesejável pela
dificuldade de embalagem pelos danos causados às folhas (SEDIYAMA et al.
2000).
O presente trabalho apresentou como melhores resultados obtidos para
massa fresca da parte aérea, os da cultivar Crespona gigante que obteve a maior
massa fresca e seca de raiz, apresentando 33,42g.planta
-1
de massa fresca e
1,78g.planta
-1
de massa seca. OLIVEIRA et al
.
(2003) também avaliando a cultivar
Verônica obteve uma das maiores matérias frescas de raízes em relação as
demais cultivares avaliadas. Para matéria seca, os autores não observaram
diferenças significativas diferindo dos resultados do presente experimento.
Concordando com os resultados obtidos por SCHIMIDT et al. (2006)
avaliando cultivares no estado de Rondônia, observa-se que as médias de massa
fresca e seca alcançadas neste experimento estão abaixo das médias obtidas em
experimentos desse mesmo tipo verificadas por outros autores já citados. Deve-se
considerar que as condições climáticas nesses locais o extremamente elevadas
prejudicando o crescimento da cultura da alface. Segundo BRANCO et al. (2000)
comparando-se as melhores épocas do ano para o plantio, verifica-se que as
plantas de alface acumulam menos matéria seca na parte aérea nas épocas mais
32
quentes, principalmente no plantio de verão devido ao estresse térmico por altas
temperaturas.
Se a escolha da melhor cultivar for analisada apenas levando-se em
consideração os resultados de massa seca de parte aérea e raiz, pode-se afirmar
que as cultivares Crespona gigante e Verônica foram as que apresentaram
melhores rendimentos. Porém é interessante levarmos em consideração também
a constituição genética da cultivar em si. As cultivares Pira Roxa e Pira Vermelha
são naturalmente de constituição menor, mais compactas que Crespona gigante e
Verônica. Nas condições ambientais de Ribeirão Preto, onde o calor é excessivo e
especificamente da época de realização do experimento, uma característica
importante é a resistência ao pendoamento. Nesse aspecto no ato da colheita
observou-se que as cultivares Pira Roxa e Pira Vermelha destacaram-se para
essa característica.
33
4.2. Estimativa do consumo de água em alface hidropônica - NFT
O verão na região de Ribeirão Preto é caracterizado por um clima úmido e
por altas temperaturas, condições observadas no período de condução dos
experimentos.
Durante o experimento, observou-se que na casa de vegetação
convencional, as médias de temperaturas máximas foi de 37,01ºC e das mínimas
foi de 19,81ºC. Na casa de vegetação climatizada, as médias de temperaturas
máximas foi de 30,55ºC e das mínimas foi de 20,36ºC.
A média da umidade relativa mínima do ar, na casa de vegetação
convencional não atingiu 39 %, enquanto na casa de vegetação climatizada a
média registrada foi de 63 %. Estes valores segundo VERDADE et al. (2006), que
em ensaios com alface, cultivar Verônica, obtiveram valores semelhantes, indicam
que o sistema de nebulização foi eficiente para manutenção da umidade relativa
do ar em patamares aceitáveis.
Os valores de temperatura do ar mostraram expressivo contraste entre os
dois ambientes de cultivo, principalmente, quanto às temperaturas máximas
atingidas, como pode ser observado nas Figuras 3 e 4. Os dados de temperatura
mínima foram sempre mais baixos na casa de vegetação convencional, pois, na
climatizada o calor armazenado não se perde para a atmosfera no período
noturno, pois esta permanece fechada com os seus exaustores desligados.
Pela análise de regressão polinomial, utilizando-se o programa SAS
(Statistical Analysis System), verificou-se o comportamento diferenciado das
cultivares testadas quanto ao consumo de água, tanto na casa de vegetação
convencional, como na climatizada. Os dados de significância obtidos pelo teste F
para médias de consumo médio de água a cada cinco dias são mostrados na
Tabela 4.
34
Tabela 4. Teste F para análise de regressão para o consumo médio estimado de
água de alface hidropônica NFT em ambientes convencional (A.conv.)
e climatizado (A.clim.), Ribeirão Preto (SP), 2006.
Ambientes Cultivares
Teste F
Linear Quadrática Cúbica
A. conv. Pira Vermelha
97,53
**
0,08
NS
0,02
NS
A. conv. Pira Roxa
991,69
**
0,21
NS
0,37
NS
A. conv. Locarno 1191,23
**
14,66
**
0,04
NS
A. conv. Crespona gigante 635,74
**
5,38
*
0,02
NS
A. conv. Verônica
203,07
**
0,51
NS
0,02
NS
A. clim. Pira Vermelha
203,71
**
1,34
NS
0,33
NS
A. clim. Pira Roxa
213,01
**
0,18
NS
0,00
NS
A. clim. Locarno
180,27
**
1,31
NS
0,02
NS
A. clim. Crespona gigante
103,39**
0,30
NS
0,01
NS
A. clim. Verônica
204,73
**
0,91
NS
0,09
NS
4.2.1.Consumo de água em casa de vegetação climatizada
Na casa de vegetação climatizada, devido à existência da cortina de
Aluminet
®
, a média da temperatura máxima foi cerca de 6,5ºC mais baixa que a
observada na convencional (Figuras 3 e 4). Nos ensaios conduzidos por
VERDADE et al. (2006) este valor foi de 5
o
C mais baixa.
O consumo de água, pelas cultivares, neste ambiente de cultivo,
apresentou um crescimento linear, ou seja, com aumentos proporcionais ao longo
do tempo (Figura 7).
O consumo médio em L.pl
-1
.dia
-1
, no período de 28 dias após o
transplante, de cada cultivar, em ordem decrescente foi: Verônica (0,102), Pira
Roxa (0,102), Pira Vermelha (0,098), Crespona gigante (0,095) e Locarno (0,089).
Estes dados foram ligeiramente superiores aos verificados por VERDADE
(2005), com um consumo acumulado de 2.416 mL.planta
-1
, ou 0,097 L.pl
-1
.dia
-1
,
35
em 25 dias após o transplante para a cultivar Verônica no plantio de primavera e
2451 mL.planta
-1
ou 0,098 L.pl
-1
.dia
-1
, para o plantio de verão.
4.2.2. Consumo de água em casa de vegetação convencional
O consumo de água pela planta está relacionado com o acúmulo de
matéria seca, e apresentou os maiores valores para este ambiente de cultivo aos
28 dat para todas as cultivares.
As cultivares Crespona gigante e Verônica atingiram, no período de 5 a 15
dat aproximadamente 0,20 L.pl
-1
.dia
-1
, e um outro grupo composto pelas cultivares
Pira Vermelha, Pira Roxa e Locarno, com valores próximos a 0,13 L.pl
-1
.dia
-1
(Figura 8).
No período de 20 e 28 dat onde houve um aumento significativo no
consumo, caracterizando bem a diferença entre as cultivares testadas, atingindo
uma faixa situada entre 0,47 a 0,63 L.pl
-1
.dia
-1
, para as cultivares Locarno e
Crespona gigante (Figura 8).
O consumo médio (L.pl
-1
.dia
-1
), no período de 28 dat, de cada cultivar em
ordem decrescente foi: Crespona gigante (0,327), Verônica (0,242), Locarno
(0,215), Pira Vermelha (0,165) e Pira Roxa (0,149).
Estes resultados foram superiores aos citados por ANTÔNIO (1998), que
encontrou 0,128 L.pl
-1
.dia
-1
para a cv. Verônica. VERDADE et al. (2003)
obtiveram valores de consumo médio (L.pl
-1
.dia
-1
), para as cultivares de alfaces
crespas: Rubra (0,22), Hortência (0,22) e Vera (0,21). Estes valores foram
semelhantes aos observados no presente trabalho, superados pela cv.
Crespona gigante, devido às suas características genéticas (maior porte).
VERDADE (2005) relatou um valor de 0,169 L.pl
-1
.dia
-1
, como consumo
médio , para a cv. Verônica, no cultivo de verão, valor este inferior ao obtido pela
mesma cultivar no presente trabalho.
FERNANDES et al. (2002) obtiveram como consumo de água para a cv.
Regina (alface lisa), o valor de 11,9 litros por planta, aos 35 dat. Isto dá em média
36
0,34 L.pl
-1
.dia
-1
, valor compatível com os dados obtidos de MFPA, de 233,33 g.pl
-1
,
comparando-se com outros relatados na literatura.
As Figuras 7 e 8, apresentam as curvas de tendência para as cultivares de
alface, nos dois ambientes de cultivo, para o consumo estimado de água.
Figura 7. Consumo médio de água, a cada cinco dias para as cultivares de alface crespa, em
casa de vegetação climatizada, em Ribeirão Preto (SP), 2006.
Figura 8. Consumo médio de água, a cada cinco dias para as cultivares de alface crespa, em
casa de vegetação convencional, em Ribeirão Preto (SP), 2006.
y Loc = 0,004x + 0,0189
R
2
= 0,6464
y Cresp G = 0,0042x + 0,0214
R
2
= 0,8006
y Verôn = 0,005x + 0,014
R
2
= 0,9068
y Piraver = 0,0051x + 0,0087
R
2
= 0,85
y Pirarox = 0,0061x - 0,0047
R
2
= 0,9031
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0 5 10 15 20 25 30 35
Dias após transplante
Consumo de água(L.planta
-1
)
PIRAVER
PIRAROX
LOCARN
VERÔNIC
CRESPG
y Cresp G = 0,0007x
2
- 0,0045x + 0,1402
R
2
= 0,9734
y Pirarox = 0,0063x + 0,0391
R
2
= 0,8838
y Loc = 0,0007x
2
- 0,0091x + 0,1124
R
2
= 0,995
y Verôn = 0,0171x - 0,0581
R
2
= 0,9415
y Piraver = 0,0082x + 0,0217
R
2
= 0,9183
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 5 10 15 20 25 30 35
Dias após transplante
Consumo de água(L.planta
-1
)
PIRAVER
PIRAROX
LOCAR
VERONI
CRESP G
37
As equações de regressão linear (para as cultivares. Verônica, Pira
Vermelha e Pira Roxa), e quadrática (para as cultivares. Crespona gigante e
Locarno) foram as que melhor explicaram a variação no consumo médio de água
a cada 5 dias. O maior consumo de água na casa de vegetação convencional
indica uma maior evapotranspiração, com aumento da taxa fotossintética e uma
maior produção de fitomassa.
4.3. Avaliação do estado nutricional das cultivares de alface em cultivo
hidropônico - NFT
Após a análise conjunta dos dois experimentos, observou-se que o fator
ambiente de cultivo proporcionou diferenças nos teores dos macronutrientes
nitrogênio, fósforo e cálcio, e para os micronutrientes cobre, manganês e zinco.
Para o fator cultivar houve efeito significativo para todos os
macronutrientes. Não houve, porém, diferença significativa entre as cultivares
testadas quanto às concentrações dos micronutrientes avaliados.
Os dados referentes às concentrações de macronutrientes, e
micronutrientes em folhas de alface do tipo crespas, testadas no presente ensaio,
estão descritos nas Tabelas 5 e 6.
38
Tabela 5. Valores médios dos teores de macronutrientes em (g.kg
-1
), nas folhas
de cultivares de alface, em dois ambientes de cultivo, no sistema
hidropônico-NFT, Ribeirão Preto (SP), 2006.
Nutrientes N P K Ca Mg S
Ambientes (A)
Ambiente
convencional
35,77a
3,58b 74,75a
12,21a
11,287a
1,37a
Ambiente climatizado
34,09b
4,15a
62,90a 9,57b 4.09a 1,21a
Teste F
7,06* 29,27**
2,56
NS
9,66**
2,26
NS
1,67
NS
D.M.S. (5%) 1,11 0,18 12,93 1,48 0,39 0,21
Cultivares (C)
Pira vermelha (C
1
) 33,40b 3,46c 61,97ab
8,42b 3,75ab 0,90cd
Pira roxa (C
2
) 33,30b
4,44a
50,72b 9,38b 3,72b 0,76d
Locarno (C
3
) 35,40ab
3,63c 71,83ab
11,70ab
4,58ab 1,30bc
Crespona gigante
(C
4
)
36,13a
3,67bc
92,00a 13,15a
4,53ab 1,58ab
Verônica (C
5
)
36,42a
4,10ab 67,62ab
11,80ab
4,70a 1,93a
Teste F
4,41* 11,62**
3,36* 4,17* 3,63* 12,23**
D.M.S. (5%) 2,70 0,45 31,51 3,60 0,96 0,52
Interação (A x C)
Teste F p/ int. A X C 1,62
NS
12,46**
1,49
NS
0,59
NS
1,41
NS
0,35
NS
CV (%) 4,98 7,47 29,47 21,31 14,55 25,90
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P
<
0,05).
** :significativo ao nível de 1% de probabilidade. *:significativo ao nível de 5% de probabilidade
NS: não significativo.
Nota-se pela Tabela 5 que a cultivar Crespona gigante apresentou valor
superior a cultivar Pira Roxa, em relação ao macronutriente potássio (K), diferindo
estatisticamente também das cultivares Pira Vermelha e Pira Roxa, quanto ao
elemento cálcio (Ca). “Crespona gigante”, e “Verônica” diferiram
estatisticamente das cultivares Pira Vermelha, e Pira Roxa quanto ao
macronutriente nitrogênio (N). “Verônica” diferiu estatisticamente apenas da cv.
Pira Roxa, quanto ao macronutriente magnésio (Mg), e das cultivares Pira
Vermelha, Pira Roxa e Locarno em relação ao elemento enxofre (S).
39
Tabela 6. Valores dios dos teores de micronutrientes em (mg.kg
-1
), nas folhas
de cultivares de alface, em dois ambientes de cultivo, no sistema
hidropônico-NFT, Ribeirão Preto (SP), 2006.
Nutrientes Fe Cu Mn Zn
Ambientes (A)
Ambiente convencional 183a 19,40b
231,40a
107,53a
Ambiente climatizado 2.025a
43,33a
153,53b
89,33b
Teste F 2,37
NS
9,92** 7,23*
3,39
NS
D.M.S. (5%) 2.088,5 13,27 50,57 17,25
Cultivares (C)
Pira vermelha (C
1
) 2.317a 45,67a 153,67a
90,83a
Pira roxa (C
2
) 107a 26,33a 130,83a
86,50a
Locarno (C
3
) 1.085a 30,83a 208,83a
111,17a
Crespona gigante (C
4
) 1.841a 27,33a 220,50a
112,50a
Verônica (C
5
) 168a 26,67a 248,50a
91,17a
Teste F 0,54
NS
0,93
NS
2,26
NS
1,26
NS
D.M.S. (5%) 5.088,50
32,33 123,22 42,03
Interação (A x C)
Teste F p/ int. A X C 0,53
NS
0,52
NS
1,38
NS
0,20
NS
CV (%) 296,82 66,36 41,22 27,49
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
** :significativo ao nível de 1% de probabilidade. *significativo ao nível de 5% de probabilidade
NS: não significativo.
A cultivar Pira Roxa foi superior em relação às cultivares Pira Vermelha,
Locarno e Crespona gigante em relação ao elemento fósforo (Tabelas 5 e 7).
Quanto à interação cultivar x ambiente, constatou-se diferença significativa
ao nível de 1% de probabilidade, para o macronutriente fósforo. Apresentou-se,
então, o desdobramento desta interação estudando o efeito de cultivares dentro
de cada ambiente, como mostra a Tabela 7.
40
Tabela 7. Concentração do macronutriente fósforo (P) na massa seca das folhas
de alface, com o desdobramento cultivares dentro de cada ambiente.
Cultivares Ambiente
convencional
Ambiente
climatizado
Pira Vermelha 3,49 b 3,43 c
Pira Roxa 3,56 ab
5,32 a
Locarno
3,65 a
3,62 bc
Crespona gigante
3,65 a
3,69 bc
Verônica 3,54 b 4,67 ab
Teste F
9,86 ** 12,06 **
DMS (5%) 0,1078 1,146
CV (%) 1,07 9,79
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
**:significativo ao nível de 1% de probabilidade.
Os resultados do desdobramento revelaram que a cultivar Pira Roxa foi
superior à maioria das cultivares testadas, excluindo-se a cv. Verônica na casa de
vegetação climatizada, quanto ao acúmulo do nutriente fósforo. No entanto, na
casa de vegetação convencional, os teores de fósforo nas cultivares Locarno e
Crespona gigante, superou as cultivares Pira Vermelha e Verônica, quanto ao
acúmulo do mesmo nutriente.
Os teores de nitrogênio obtidos no presente trabalho, podem ser
considerados baixos, quando comparados aos obtidos por GARCIA et al. (1982),
para as cultivares Brasil 48 e Clause’s Aurélia, que obtiveram valores entre 40 e
50 g.kg
-1
para amostragens entre 20 e 62 dias após a semeadura e aos de HAAG
& MINAMI (1988), que encontraram valores próximos a 48 g.kg
-1
aos 50 dias após
a semeadura.
No entanto, estes mesmos resultados estão dentro da faixa de 30 a 50
g.kg
-1
, considerada adequada por TRANI & RAIJ (1996), e de 30 g.kg
-1
preconizada por MALAVOLTA et al. (1997). NOGUEIRA FILHO et al. (2003)
41
obtiveram 40,25 g.kg
-1
, em experimento realizado com aquaponia, no período de
primavera, em Santa Maria (RS).
Os teores de fósforo podem ser considerados baixos se comparados aos
recomendados por TRANI & RAIJ (1996), que estão na faixa de 4 a 7 g.kg
-1
, no
entanto, são considerados adequados por MALAVOLTA et al. (1997) que
recomendam 3,5 g.kg
-1
. NOGUEIRA FILHO et al. (2003) obtiveram para este
macronutriente o valor de 4,12 g.kg
-1
.
Quanto aos teores de potássio, os valores estão dentro da faixa
encontrada por GARCIA et al. (1982), que citam teores de 70 a 84 g.kg
-1
, sendo
semelhantes aos obtidos pelas cultivares Crespona gigante e Locarno, e dentro da
faixa recomendada por HAAG & MINAMI (1988) que estão entre 40 e 65 g.kg
-1
,
como ideal para a cultura de alface. para TRANI & RAIJ (1996), os resultados
obtidos estão dentro da faixa preconizada que está entre 50 a 80 g.kg
-1
, e estes
mesmos valores estão bem acima dos recomendados por MALAVOLTA et al.
(1997) que é de 50 g.kg
-1
. NOGUEIRA FILHO et al. (2003) obtiveram o valor de
91,1 g.kg
-1
.
O cálcio tem uma faixa de recomendação adequada para folhas que está
entre 15 a 25 g.kg
-1
, segundo TRANI & RAIJ (1996). Os resultados obtidos no
presente trabalho foram inferiores aos verificados por estes pesquisadores, mas
para a cultivar Crespona gigante com valor de 13,15 g.kg
-1
, o teor deste elemento
nas folhas está próximo à faixa considerada adequada, e superior ao valor de 12,5
g.kg
-1
recomendado por MALAVOLTA et al. (1997). No entanto, comparando com
os resultados obtidos pelos autores GARCIA et al. (1982) e HAAG & MINAMI
(1988) os valores podem ser considerados baixos. NOGUEIRA FILHO et al.
(2003) obtiveram 10,4 g.kg
-1
.
O magnésio teve valores observados entre os limites 3,7 g.kg
-1
para a cv.
Pira Roxa e 4,7 g.kg
-1
para a cv. Verônica, que concordam com os encontrados
por GARCIA et al. (1982) e HAAG & MINAMI (1988) que estão situados entre 3 e
5 g.kg
-1
. As cultivares Verônica, Locarno e Crespona gigante, estão na faixa
considerada adequada para TRANI & RAIJ (1996), que situa-se entre 4 e 6 g.kg
-1
.
42
As cultivares Pira Vermelha e Pira Roxa com um valor de 3,7 g.kg
-1
estão
próximas à faixa de referência. NOGUEIRA FILHO et al. (2003) obtiveram 2,4
g.kg
-1
.
O enxofre foi encontrado em valores considerados baixos segundo TRANI
& RAIJ (1996), que tem como faixa adequada os valores entre 1,5 e 2,5 g.kg
-1
, e
MALAVOLTA et al. (1997) que preconizam o teor de 2,5 g.kg
-1
para a cultura de
alface. As cultivares Crespona gigante e Verônica com os teores de 1,58 g.kg
-1
e
1,92 g.kg
-1
, respectivamente, foram as que se enquadraram dentro dos limites
propostos como adequados por estes autores. NOGUEIRA FILHO et al. (2003)
obtiveram 3,12 g.kg
-1
.
Com relação aos micronutrientes, observou-se neste trabalho que o cobre,
o ferro, o manganês e o zinco ficaram dentro das faixas recomendadas por TRANI
& RAIJ (1996). No entanto algumas cultivares apresentaram valores bem acima da
faixa recomendada. Não foram observados sintomas de fitotoxicidade nas folhas
de alface, durante o período de condução do presente trabalho, para os
micronutrientes.
O ferro teve valores entre 107 a 2.317 mg.kg
-1
, sendo superiores aos
observados por GARCIA et al. (1982), com teores entre 200 e 500 mg.kg
-1
e
HAAG & MINAMI (1988), com a faixa de 300 a 1.600
mg.kg
-1
.
Os valores altos, bem acima da faixa recomendada podem ser explicados
pela contaminação das amostras em uma das repetições, por um erro na análise,
por um erro na leitura dos resultados, ou outro distúrbio qualquer que tenha levado
as plantas a tais valores. No entanto há registros na literatura de valores altos para
o elemento ferro em cultivos de alface hidropônica como os observados pelos
autores CORTEZ (1999), com valores entre 227 a 5.015 mg.kg
-1
e ANTÔNIO
(1998) com valores entre 900 e 1.150 mg.kg
-1
. registros de valores menores
como os observados por BEZERRA NETO et al. (2003), com teores entre137 e
139 mg.kg
-1
, para um pH entre 5,5 e 6,5. NOGUEIRA FILHO et al. (2003)
obtiveram 146 mg.kg
-1
. Deve-se ressaltar que as plantas no presente ensaio não
apresentaram sintomas de excesso de ferro.
43
No caso do micronutriente cobre os resultados variaram na faixa de 26,33
a 45,67 mg.kg
-1
, sendo superiores aos recomendados por TRANI & RAIJ (1996),
que fica na faixa entre 7 a 20 mg.kg
-1
e também aos obtidos por GARCIA et al.
(1982) e HAAG & MINAMI (1988). Estes dados foram também superiores aos
observados por BEZERRA NETO et al. (2003), com teores entre 34 a 44 mg.kg
-1
,
para um pH entre 5,5 e 6,5. NOGUEIRA FILHO et al. (2003) que obtiveram 8,5
mg.kg
-1
.
Quanto ao micronutriente manganês observou-se no presente trabalho
valores de 130,83 a 248,5 mg.kg
-1
, teores que o superiores aos considerados
como adequados para TRANI & RAIJ (1996), com valores entre 30 a 150 mg.kg
-1
.
Foram também superiores aos observados por BEZERRA NETO et al. (2003) com
valores entre 82,7 a 86,7 mg.kg
-1
, para um pH de 5,5 a 6,5. NOGUEIRA FILHO et
al. (2003) obtiveram 158 mg.kg
-1
.
O micronutriente zinco teve valores na faixa de 86,5 a 112,5 mg.kg
-1
,
valores estes dentro da faixa recomendada por TRANI & RAIJ (1996) com valores
entre 30 e 100 mg.kg
-1
. Deve-se ressaltar que as cultivares Verônica e Locarno
ultrapassaram o limite superior da faixa proposta por aqueles pesquisadores.
BEZERRA NETO et al. (2003) obtiveram valores entre 111 e 121 mg.kg
-1
para um pH entre 5,5 e 6,5. NOGUEIRA FILHO et al. (2003) obtiveram 54,8
mg.kg
-1
.
Os dados observados para macro e micronutrientes no presente trabalho
sugerem que haja uma diferenciação na absorção e acúmulo destes nutrientes
nas alfaces do grupo crespas. Isto poderia ser confirmado por meio de curvas de
resposta para nível crítico e estudos de eficiência nutricional.
FURLANI (2003) relata os dados nutricionais obtidos em análise foliar por
RAIJ et al. (1997), os quais fornecem um equilíbrio nutricional para as plantas por
uma correlação direta dos macronutrientes com o potássio, sendo este fixado
como valor de referência (1,00). Comparou-se, portanto, estes dados com os do
presente ensaio. A única cultivar que apresentou uma relação N/K satisfatória foi a
44
cv. Pira Roxa, com o índice 0,66, superior ao obtido por RAIJ et al. (1997), citado
por FURLANI (2003) que é de 0,62.
Com relação ao fósforo, repetiu-se o fato, ou seja, somente a cv. Pira
Roxa atingiu o mesmo índice da relação P/K satisfatório de 0,09. Os valores do
potássio obtidos pelas cultivares testadas aos 28 dias após o transplante, foram
em ordem decrescente, em g.kg
-1
: 92,00, 71,83, 67,62, 61,97 e 50,72, para as
cultivares Crespona gigante, Locarno, Verônica, Pira Vermelha e Pira Roxa,
respectivamente.
O cálcio que tem uma relação Ca/K considerada satisfatória, com um
índice de 0,31, não foi observado pelas cultivares testadas, no entanto, a cultivar
que obteve o valor mais próximo foi a cv. Pira Roxa com 0,185. Quanto ao
macronutriente magnésio, a relação Mg/K de 0,08 não foi atingida por nenhuma
das cultivares, mas as cultivares Pira Roxa e Verônica obtiveram 0,07, valores
bem próximos ao índice considerado ideal. Todas as cultivares testadas obtiveram
índices menores em relação ao apresentado por RAIJ et al. (1997) para a relação
S/K, que é de 0,03. A cultivar Verônica foi a que obteve um índice mais próximo,
que foi de 0,028 (0,03).
Nestas considerações sobre as relações dos macronutrientes com o
potássio, deve-se lembrar que os dados obtidos no presente ensaio foram das
coletas de amostras utilizando-se todas as folhas de três plantas por cultivar, aos
28 dias após o transplante, ou seja, na colheita do ensaio; e não uma análise foliar
com parâmetros bem definidos a serem seguidos, ou seja, folhas recém-
desenvolvidas, de metade a 2/3 do ciclo, e amostras de 15 plantas, conforme
recomendações de RAIJ et al. (1996), para a cultura de alface. Portanto os valores
obtidos foram comparados para se ter visão geral do estado nutricional das
plantas testadas no momento da colheita. Este é um dos fatos que provavelmente
explica as diferenças encontradas no presente trabalho em relação aos citados na
literatura.
Com respeito à possível variação na relação de absorção entre nutrientes
em função da idade das plantas, estudos relativos à marcha de acúmulo de
45
nutrientes em plantas cultivadas em hidroponia realizados por FAQUIN et al.
(1996), citado por FURLANI (2003), com a cultura de alface, obteve para os 30
dias após o transplante, os seguintes valores: N/K= 0,85, P/K= 0,14, Ca/K= 0,29,
Mg/K= 0,11 e S/K= 0,06.
Compararam-se também os dados obtidos no presente ensaio com
colheita realizada aos 28 dias após o transplante, e observou-se que os índices
obtidos para as cultivares de alface estudadas foram inferiores aos obtidos por
FAQUIN et al. (1996) aos 30 dias após o transplante. Vale aqui a mesma
consideração feita com relação aos dados obtidos por RAIJ et al. (1996), quanto à
metodologia de amostragem e sua avaliação.
Em soluções nutritivas com relações constantes entre os nutrientes, mas
com concentrações salinas diferentes, a relação entre os nutrientes acumulados
na planta não sofre muitas mudanças (FURLANI, 2003).
Os dados obtidos no presente trabalho tiveram como valor adotado a
condutividade elétrica de 1,7 mS.cm
-1
, recomendada para regiões quentes,
proposta por FURLANI et al. (1999), ou seja, situa-se no intervalo entre1,5 e 2,0
mS.cm
-1
observados por FURLANI (2003), que utilizou a cv. Verônica. A cultivar
Verônica foi também testada no presente trabalho e obteve como resultados os
seguintes índices: 0,53, 0,06, 0,17 e 0,07 para as relações N/K, P/K, Ca/K, Mg/K,
respectivamente, com valores próximos aos obtidas por este autor.
No cultivo hidropônico as quantidades totais absorvidas pelas plantas
apresentam importância secundária, porque neste sistema deve-se proporcionar
soluções nutritivas diluídas e procurar manter relativamente constantes as
concentrações dos nutrientes no meio de crescimento (FURLANI, 2003).
As relações entre os teores de potássio e demais macronutrientes devem
ser consideradas com cautela, necessitando outros estudos, pois, a variação nas
concentrações encontradas em outros experimentos é grande (FERNANDES et
al., 1981; GARCIA et al., 1982; GARCIA et al., 1988), citados por MENEZES
JÚNIOR et al. (2004).
46
As cultivares testadas obedeceram a seguinte ordem decrescente quanto
ao seu acúmulo nas folhas: K>N>Ca>Mg>P>S>Fe>Mn>Zn>Cu.
Os dados obtidos por FURLANI (1995) e CORTEZ (2000), ambos
cultivando em sistema hidropônico-NFT obedeceram a seguinte ordem para a
extração de macronutrientes: K>N>Ca>P>Mg, sendo esta mesma sequência
também obtida por GARCIA et al. (1982), que em condições de solo. Percebe-
se pelos dados que as sequências são semelhantes as do presente trabalho, com
exceção para a posição entre o magnésio e o fósforo, que estão invertidas.
Somente a cv. Pira Roxa é que seguiu a mesma ordem citada pelos autores que
trabalharam com hidroponia, para os macronutrientes.
Quanto aos micronutrientes VERDADE et al. (2003) informam que a
sequência: Fe>Zn>Mn>Cu é a mais comumente mencionada na literatura. No
entanto, no presente trabalho as cultivares Pira Roxa e Verônica apresentaram a
seguinte sequência: Mn>Fe>Zn>Cu. Estas diferenças podem ser explicadas por
cultivos realizados em diferentes épocas, locais e cultivares testadas.
47
5. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos e nas condições de realização desta
pesquisa é possível concluir que:
As cultivares comportaram-se de forma semelhante quanto às
características agronômicas avaliadas.
As cultivares obtiveram os melhores resultados na casa de vegetação
convencional em relação à climatizada para as características: massa fresca da
parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA), massa fresca de folha
(MFF), massa seca de folha (MSF), massa fresca de raízes (MFR), massa seca de
raízes (MSR) e número total de folhas (NTF), provavelmente devido à uma maior
demanda evapotranspiratória ocorrida nesse ambiente, resultando em maior taxa
fotossintética.
A cultivar Crespona gigante foi superior às cultivares Pira Vermelha, Pira
Roxa e Locarno quanto às características massas fresca e seca da parte aérea
(MFPA e MSPA).
Houve um maior consumo de água pelas plantas de alface no ambiente
convencional em relação ao climatizado, provavelmente devido às maiores
temperaturas e à menor umidade relativa do ar.
A extração de nutrientes pelas folhas de alface (média de cinco cultivares)
obedeceu a seguinte ordem decrescente: K>N>Ca>Mg>P>S>Fe>Mn>Zn>Cu.
48
6. REFERÊNCIAS
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FNP Consultoria & Comércio, 2000.
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Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1999.
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49
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