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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
AVALIAÇÃO DE CAUSAS INFECCIOSAS DE BAIXO
DESENVOLVIMENTO EM SUÍNOS NAS FASES DE RECRIA E
TERMINAÇÃO
EVANDRO NOTTAR
PORTO ALEGRE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
AVALIAÇÃO DE CAUSAS INFECCIOSAS DE BAIXO
DESENVOLVIMENTO EM SUÍNOS NAS FASES DE RECRIA E
TERMINAÇÃO
EVANDRO NOTTAR
PORTO ALEGRE
2007
Autor: EVANDRO NOTTAR
Dissertação apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Ciências Veterinárias, na área de Medicina
Veterinária Preventiva - Medicina de Suínos.
Orientador: PROF. DR. DAVID E. S. N. DE BARCELLOS
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FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINARIAS
APROVADO POR:
Prof. Dr. Geraldo Camilo Alberton
Membro da Banca.
Prof. Dr. Sérgio José de Oliveira
Membro da Banca.
Prof. Dr. David Driemeier
Membro da Banca.
UFRGS
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO GRANDE DO SUL
A Deus, sentido de todas as coisas.
À minha amada e querida família, por
todo o apoio e exemplo de vida.
AGRADECIMENTOS
Ao meu Orientador Prof. Dr. David Emílio Santos Neves de Barcellos, pela oportunidade
concedida, incentivo, dedicação, amizade e conhecimentos repassados.
Aos Prof. Dr. Ivo Wentz e Fernando Bortolozzo, pela amizade e constantes ensinamentos;
À Prof. Dra. Mari Lourdes Bernardi, pelas suas valiosas contribuições e atenção dedicada;
Ao Prof. Dr. David Driemeier pela colaboração neste projeto e os conhecimentos
repassados;
Aos colegas e amigos William Asanome e Fabiano B.Carregaro pela grandiosa ajuda
concedida neste projeto;
À Doutoranda do Setor de Patologia da UFRGS, Priscila Zlotowski pela realização dos
exames de imunohistoquímica e histopatologia;
Aos colegas da pós-graduação do Setor de Suínos da UFRGS pela amizade e ajuda sempre
que necessário;
Aos estagiários e bolsistas do setor de suínos pela convivência neste período;
Aos doutorandos, mestrandos, estagiários e bolsistas do Setor de Patologia Veterinária da
UFRGS, pela significante ajuda e realização conjunta das necropsias;
À todos os integrantes do PPGCV da UFRGS;
Ao Médico Veterinário, MSc e amigo Jandir Pilotto pela colaboração com este projeto;
À Prof. Dra. Andréa Moreno pela ajuda nos exames de PCR realizados;
À minha família por todo o apoio e incentivo neste período;
As agroindústrias que confiaram neste projeto e cederam os animais para os estudos;
À Empresa Elanco pela confiança depositada e financiamento do projeto;
RESUMO
Nas fases de recria e terminação espera-se que os suínos tenham um bom crescimento,
representado por adequado ganho de peso diário e baixa conversão alimentar. Além disso,
devem chegar ao abate dentro do tempo programado, atendendo as necessidades da
indústria em peso, qualidade de carcaça e pouca variação no desenvolvimento dos animais
de um mesmo lote, ou seja, apresentando uma uniformidade adequada. Até recentemente
não era dado valor ao crescimento uniforme de suínos nas fases de recria e terminação, o
que acarretava grandes perdas não só para a indústria, mas também para os produtores, pois
havia queda na produtividade e renda. Existem muitas informações sobre o impacto
econômico que a falta de uniformidade causa para a cadeia da suinocultura, mas poucos
estudos investigaram quais as causas que poderiam levar a este problema. Um ponto já
reconhecido é a influência dos problemas sanitários para um adequado crescimento. Uma
das infecções que pode afetar o crescimento é causada pelo circovírus suíno tipo 2 (PCV2).
Uma das formas dessa infecção viral cursa numa forma clínica de definhamento, com
marcantes e evidentes prejuízos ao desenvolvimento dos animais. Com relação à
possibilidade dessa infecção incidir numa forma clínica pouco evidente, mas com queda no
desenvolvimento dos animais, inexistem dados para análise. O trabalho atual avalia o PCV2
como uma das causas potencialmente envolvidas no atraso do desenvolvimento de suínos
nas fases de recria e terminação. Para tal, foram realizadas necropsias em 143 leitões dessas
fases de seis diferentes Agroindústrias do Estado do Rio Grande do Sul. Destes 119
apresentavam baixo desenvolvimento, embora fossem animais clinicamente saudáveis e 24
apresentavam desenvolvimento normal, analisados como controles. De todos foram
coletados materiais para realização de exames de histologia e imunohistoquímica para
diagnóstico da infecção pelo PCV2. Foram realizados diagnósticos diferenciais para
diversas infecções bacterianas e virais, usando técnicas de bacteriologia, histopatologia e
PCR. Dos suínos com baixo desenvolvimento avaliados 87 (73%) apresentaram evidências
da infecção pelo PCV2 e entre aqueles com desenvolvimento normal ou controles o número
de afetados foi significativamente menor (5 animais, 20,8%). Com base nos dados obtidos,
foi concluído que o PCV2 pode infectar os suínos numa forma subclínica, mas com
impacto no seu desenvolvimento.
ABSTRACT
A good growth is expected from pigs in growing and finishing phases, represented by good
weight gain and low feed conversion rate. Moreover, they must reach slaughter weight
inside the expected age, attending the industry needs regarding weight, carcass quality and
small variation in weight of pigs from the same group, meaning adequate uniformity. Until
recently, little emphasis was placed in uniformity in growing and finishing pigs. This could
pose big losses not only to the pig industry, but also for the producer, as it can cause losses
in productivity and profit. A lot has been published about the economical impact of
unevenness (attrition) to the pork production chain, but few studies analyzed the causes
associated with the problem. A point recognized as significant is the influence of health
problems in attaining a good growth. A form of pathology that can deeply impact in growth
is the infection with porcine cirvovirus type 2 (PCV2 infection). One clinical form of
infection with this agent is characterized by wasting, causing marked and evident
impairment in growth. Regarding the possibility of this infection manifest itself in a
clinically silent form, there are no data to be analyzed. The present work analyzed porcine
circovirus (PCV2) as a cause potentially involved in attrition in growing and finishing pigs.
Necropsies were performed in 143 pigs in growing and finishing pigs from 6 pig industries
from the State of Rio Grande do Sul, Brazil, in pig farms with positive diagnosis of PCV2
infection. Among them, 119 showed attrition when compared with pigs of the same age in
the farm, in spite of the fact that they did not present any clear signs of known pathologies.
Other 24 pigs were included as controls. Materials were collected from all animals for
histopathological and immuno-histochemistry aiming PCV2 diagnosis. Differential
diagnosis for several bacterial infections was also carried out, using bacteriological
techniques, histopathology and PCR in 24 control (healthy) animals. From pigs with
attrition, 87 (73%) presented evidences of PCV2 infection and from normal pigs (controls)
the number of affected pigs was significantly lower (5 animals, 20,8%). Based in the data
obtained, we conclude that circovirus may infect swine in a sub-clinical form, but with
impact in growth.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA....................................... 9
1.1 Importância e Estrutura da Suinocultura Brasileira..................................... 9
1.2 Importância da Uniformidade dos Leitões para a Produtividade em
Suinocultura....................................................................................................... 10
1.3 Importância da sanidade dos leitões para a produtividade em
suinocultura........................................................................................................ 12
1.4 A circovirose e a imunodepressão induzida pelo circovírus........................ 15
2. ARTIGO CIENTÍFICO................................................................................. 20
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 40
9
1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
1.1 Importância e estrutura da suinocultura brasileira
A indústria suinícola no Brasil e em muitos outros países onde representa uma
atividade economicamente importante tem sofrido profundas mudanças nas últimas três
décadas, com aceleração continuada durante os últimos anos (SESTI & SOBESTIANSKY,
1998). Esta importante cadeia produtiva brasileira apresenta um dos melhores desempenhos
econômicos do cenário internacional, com um aumento expressivo nos volumes e valores
produzidos e exportados (MIELE & MACHADO, 2006). Segundo Knudson (2006), o
custo de produção do Brasil é atualmente o menor do mundo (US$ 0,72), confirmando a
eficiência do nosso setor produtivo.
Em 2005 as exportações da carne suína pelo Brasil atingiram 625 mil toneladas,
com um crescimento de 23,1% sobre 2004. Deve-se isso à oferta mundial mais equilibrada
com a demanda, o deslocamento de consumidores da carne de aves para a suína e a
necessidade crescente de importação por parte de nossos clientes. Esta situação conjuntural
aliada ao aumento das vendas de cortes e produtos de alto valor agregado explicam o bom
desempenho das receitas, que atingiram US$ 1,18 bilhão e cresceram mais de 50,9% sobre
2004. No curso da expansão das exportações, a estrutura produtiva do País vem se
modernizando de forma gradativa. Na medida em que esta estrutura se prepara para
exportar ganham os consumidores nacionais, pois a segurança alimentar tende a
acompanhar os progressos tecnológicos exigidos pelos mercados externos e implantados
pelo setor produtivo dos países exportadores (MIELE & MACHADO, 2006).
O eixo do crescimento produtivo envolve necessariamente o conhecimento técnico
de manejo, alimentação e reprodução de animais geneticamente melhorados (ARAÚJO et
al., 2002). Além disso, este crescimento vem sendo caracterizado pela intensificação dos
processos de criação, pelo aumento nos volumes de produção e pela demanda de
maximização da eficiência técnico-econômica do investimento. Na medida em que se
concretizou essa tendência da atividade suinícola pela intensificação e pelo crescimento em
escala, fez-se necessário o desenvolvimento e a aplicação de técnicas que combatessem
com eficácia os crescentes desafios sanitários que, quase sempre, acompanham os modelos
10
de produção intensivos. Embora fossem direcionados para propósitos específicos, todas
essas técnicas tinham por objetivo comum reduzir o grau de contato dos animais
produzidos com diversos agentes potencialmente patogênicos (MACHADO & FONTES,
2005).
A obtenção de uma excelente produtividade, com melhorias contínuas e
identificação das causas limitantes para que fossem atingidos esses índices, tornaram-se
fundamentais para produtores e técnicos ligados à suinocultura. Assim, índices como a
conversão alimentar (CA), ganho de peso diário (GPD), rendimento de carcaça no
frigorífico, ausência de doenças em forma epidêmica e baixa mortalidade em todas as fases
de produção são índices apontados como críticos na suinocultura moderna. Nas fases de
recria e terminação, esses índices apresentam uma enorme relevância, mas muitas vezes são
negligenciados pelos produtores, pondo em risco a viabilidade econômica da atividade.
Nestas fases se deseja que o suíno ganhe o máximo de peso no menor espaço de tempo
possível, consumindo o mínimo ração (MORES et al., 1998). O ganho de peso acelerado
significa a obtenção de resultados de abate no menor espaço de tempo possível e, dessa
forma, que o produtor venha a conseguir um rápido retorno do seu investimento (VOS et
al., 2000).
1.2 Importância da uniformidade dos leitões para a produtividade em suinocultura
Um problema que pode comprometer a produtividade e o retorno do investimento
nas fases de recria e terminação é a desuniformidade dos animais por ocasião do abate,
ocasionada pelo baixo crescimento, ou variação entre os suínos de um mesmo lote (DEEN,
2000). Este problema causa freqüentemente perda em quantidade e qualidade da produção,
sendo de difícil mensuração (DEEN, 2004).
A fase de recria e terminação, conhecida também como fase de engorda ou
simplesmente terminação, tem início no período em que o leitão é retirado das instalações
de creche e alojado nas terminações (por volta dos 65 dias de vida e 22 kg de peso vivo).
Nessa fase completa seu ciclo de vida e ao chegar ao abate espera-se que tenha tido um
bom crescimento, representado por adequado ganho de peso diário e baixa conversão
alimentar (SESTI & SOBESTIANSKY, 1998). Além disso, deve chegar ao abate dentro do
tempo programado, atendendo as necessidades da indústria em peso, qualidade de carcaça e
11
pouca variação no desenvolvimento dos animais de um mesmo lote, ou seja, apresentando
uma uniformidade adequada (DEEN et al., 1998).
Os animais que chegam à idade de abate com o peso abaixo do esperado causam
muitos problemas e podem aumentar significativamente os custos na produção de suínos
(DEEN & LARRIESTRA, 2004), pois necessitam ser classificados para atender as
exigências da indústria e, esta, ao mercado. Como os consumidores vêm se tornando cada
vez mais exigentes, existe uma pressão crescente para que os produtores venham a reduzir
as variações de peso dos leitões por ocasião do abate (GRAU et al., 2001).
Assim, para serem abatidos no mesmo peso que os animais de bom crescimento, os
leitões com menor taxa de desenvolvimento vão necessitar de um período adicional de
permanência nas instalações de recria e terminação antes de serem enviados para a
indústria. Num sistema de produção de suínos em que se trabalha com o manejo “todos
dentro - todos fora”, esse tempo adicional nas instalações não pode ser realizado, pelo fato
de que todos os animais necessitam sair das instalações em um mesmo momento e, com
isso, os de menor crescimento deverão ser abatidos com o peso inferior aos de bom
crescimento (METZ & HARTOG, 2001).
Nos sistemas de produção de suínos, antes da criação do manejo “todos dentro –
todos fora”, a diferença no crescimento e a conseqüente desuniformidade dos lotes e seus
custos passavam desapercebidos pelos produtores. Os animais nas instalações de
terminação eram selecionados, para que fossem enviados ao abate aqueles com peso
adequado para o mercado ou para as necessidades do frigorífico. Outros animais desses
lotes com menor crescimento eram mantidos por um período adicional de tempo, até que
atingissem o peso necessário para o abate (GRAU et al., 2001). Nesse tipo de manejo o
tempo adicional de uso das instalações não era valorizado e sim o fato de que os animais
viessem a atingir o peso do abate e fossem enviados ao frigorífico. Quando da adoção do
manejo “todos dentro - todos fora” e produção em sítios separados em substituição ao fluxo
contínuo de produção, o impacto do baixo crescimento de alguns animais e a falta de
uniformidade dos lotes produzidos começou a aparecer mais claramente e seus prejuízos
puderam ser melhor contabilizados (DEEN, 2004).
Para a indústria, os prejuízos gerados pela desuniformidade são grandes, porque
incluem a modificação dos processos de produção para compensar a variabilidade no peso
12
dos animais, atendendo as necessidades de produção. Já para os produtores, além dos
prejuízos técnicos de produtividade (como pioras no ganho de peso diário - GPD e
conversão alimentar - CA), devem ser contabilizadas as perdas nos custos de oportunidade,
retorno do investimento e perda da otimização no uso das instalações (DEEN &
ROBERTS, 1995).
Alguns autores vêm dando bastante importância aos aspectos econômicos das
perdas relacionadas a desuniformidade nos lotes de suínos (DEEN et al., 1998). Com
relação às causas que potencialmente poderiam levar a este baixo desenvolvimento, poucas
informações existem na literatura. Segundo Dewey et al. (2001), uma variável muito
relevante para determinar o peso dos suínos ao abate é o peso de nascimento. Esta
importância ficou demonstrada no trabalho de Vos et al. (2000), onde foi observado que os
suínos que alcançaram o peso de abate mais rápido apresentaram um alto GPD do
nascimento até o desmame, rápido crescimento na fase de creche e, conseqüentemente,
continuaram a se desenvolver adequadamente nas fases posteriores de recria e terminação.
O efeito do peso ao desmame sobre o número de dias para o abate foi demonstrado por
Carvalho et al. (2005) e Mc Cuiston (2006) verificando que os animais com pesos iniciais
menores por ocasião da desmama ganharam menos peso nas fases subseqüentes, em
comparação com animais desmamados mais pesados. Com isso houve uma grande
diferença em dias para que os animais atingissem o peso de abate, onde os leitões
desmamados com maior desenvolvimento atingiram o peso de abate aos 145 dias de idade e
os que foram desmamados mais leves aos 153 dias (CARVALHO, 2005).
1.3 Importância da sanidade dos leitões para a produtividade em suinocultura
O crescimento do suíno é estimulado pelo fornecimento de nutrientes, pelo tempo
de vida (idade), pela genética e pelas condições sanitárias das instalações (PENZ Jr &
VIOLA, 1998). Para Deen (2000), as variações no crescimento dos suínos podem ser
causadas principalmente por diferenças no genótipo, na sanidade e por práticas inadequadas
de manejo. Neste contexto as doenças são provavelmente uma das causas mais importantes
para a variação nas taxas de crescimento e aumento no tempo de uso das instalações
(GRAU et al., 2001).
O suíno, em condições de vida livre, tinha a liberdade de escolher, entre muitas
alternativas ambientais, aquela que lhe propiciava o maior conforto. Nos atuais sistemas de
13
produção, o animal perdeu essa liberdade e é obrigado a se adaptar às limitações do sistema
utilizado. Quando essas limitações determinam isoladamente ou em conjunto desconforto
para o animal, induzem no mesmo uma situação fisiológica de estresse. Esses estressores
ambientais determinam certas síndromes de múltiplas causas, conhecidas como doenças
multifatoriais (PIFFER et al., 1998).
Alguns autores previamente reconheceram que animais doentes não se alimentam
de forma adequada e, conseqüentemente, não crescem de acordo com o seu potencial.
recentemente a relação entre crescimento e doenças foi melhor descrita (JOHNSON, 1997).
Alguns estudos têm apontado o efeito das doenças no comprometimento do GPD e,
conseqüentemente, aumentando a variação de peso dos suínos por ocasião do abate (DEEN
et al., 1998). Quando alguma doença for introduzida em rebanho não previamente exposto
numa forma aguda, os efeitos podem ser muito significativos. A mesma enfermidade, se
introduzida após um prévio contato de forma que o rebanho já tenha desenvolvido
imunidade contra a mesma (forma endêmica), pode comprometer de uma maneira menos
aparente, mas poderá prejudicar em até 50% a expressão do potencial genético dos animais
(GRAU et al. 2001). Um exemplo disto são as doenças respiratórias que podem afetar os
suínos de diferentes formas, causando mortalidade, reduzindo o GPD e piorando a CA.
Estes efeitos poderiam ocorrer apenas durante um curto período de tempo em que o animal
viesse a estar clinicamente doente, mas também poderiam repercutir por períodos maiores,
enquanto estivesse ocorrendo uma infecção subclínica (TOFT et al., 2005). Tão importante
quanto a avaliação clínica dos animais, o acompanhamento dos índices de produção se
torna essencial para detecção de problemas presentes nas granjas, principalmente se
tratando de doenças subclínicas (GUEDES, 2005).
Está claro que os fatores que afetam a sanidade dos suínos podem interferir
diretamente no crescimento, aumentando a variação de peso em um determinado rebanho
de recria e terminação, quando alguns destes animais evidenciam sinais clínicos de certas
doenças ou mesmo quando esta não é percebida no plantel, como nos casos de infecções
crônicas ou sub-clínicas (DIAL et al., 2002). A ativação do sistema imune poderia ocorrer
com um conseqüente aumento do gasto metabólico, que se traduziria por redução na taxa
de crescimento e piora da conversão alimentar (JOHNSON, 1997). Os autores concluem
que há um aumento na demanda de aminoácidos para a síntese protéica comandada pela
14
reposta imune. Essa demanda protéica estaria sendo abastecida pela liberação de
aminoácidos do tecido muscular, evidenciando o catabolismo que ocorre nesse tecido e a
interação complexa entre a resposta imune e o metabolismo animal como um todo
(MACHADO & FONTES, 2005).
Grau et al., (2001) relacionaram diretamente a ocorrência de maior coeficiente de
variação no peso dos suínos quando os rebanhos estavam afetados por doenças. Em granjas
com melhor padrão sanitário e que adotavam o manejo “todos dentro – todos fora”, a
desuniformidade no peso dos animais foi significativamente menor, pois estes puderam
expressar de forma adequada o seu desempenho zootécnico. Existem sistemas de produção
de suínos considerados deficientes, como granjas com fluxo contínuo, onde uma correta
limpeza, desinfecção e um posterior vazio sanitário não podem ser realizados ou são
realizados deficientemente. Nesses sistemas os desafios sanitários são grandes e os suínos
mais jovens são expostos constantemente a agentes patogênicos presentes na granja,
facilitado pelo contato com os animais mais velhos. Quando isso corre não é permitida a
quebra do ciclo de muitas doenças, gerando um desafio contínuo ao sistema imune do
rebanho, aumentando os seus gastos energéticos e metabólicos e reduzindo a taxa de
crescimento (METZ & HARTOG, 2001).
Apesar da ocorrência de microorganismos e de doenças multifatoriais variar de
granja para granja, o fator desencadeante na maioria dos casos é o número de organismos
presentes no meio ambiente. Neste contexto, vários autores demonstraram que a sanidade e
a produtividade das criações intensivas dependem fundamentalmente dos níveis de
contaminação presentes em seus ambientes (SOBESTIANSKY et al., 1998).
Assim para que a suinocultura brasileira amplie sua capacidade competitiva, é
preciso uma perfeita interação entre genética, nutrição, instalações, manejo e recursos
humanos, de maneira a controlar e minimizar os efeitos negativos à produção,
representados por ambientes adversos e problemas sanitários (SESTI & SOBESTIANSKY,
1998).
Algumas doenças são de grande importância para a suinocultura, podendo causar
perdas significativas. Uma delas é a enteropatia proliferativa suína (EPS), também
conhecida como ileíte, cujo agente etiológico é uma bactéria intracelular obrigatória,
Lawsonia intracellularis (LAWSON & GEBHART, 2000). Essas perdas são devido a
15
redução no ganho de peso e diarréia nos animais em crescimento (forma crônica) e
mortalidade nos animais em reposição ou próximos à idade de abate (forma aguda)
(McORIST & GEBHART, 1999). Um ponto importante a ser considerado é que animais
infectados, mesmo que não apresentem diarréia, podem sofrer redução de performance
durante algum período da infecção. Seria a forma crônica da doença, afetando leitões em
crescimento, entre 2 e 4 meses de idade, os quais apresentam redução do ganho de peso,
com conseqüente desuniformidade dentro da mesma idade e atraso na idade de abate
(GUEDES, 2003).
Outra doença que causa significativas perdas para a suinocultura é a circovirose. É a
principal doença infecciosa atual a interferir com a produção de suínos (ZANELLA, 2005).
A circovirose suína é causada pelo circovírus suínos tipo 2 (PCV2), um vírus patogênico
para suínos e que está disseminado em rebanhos suínos no mundo todo (SEGALES &
DOMINGO, 2002-b; SEGALES et al., 2003; ZANELLA & MORES, 2003). Os grandes
prejuízos causados são devido à mortalidade, refugagem ou atraso significativo no
crescimento, resultando em animais que não atingem o peso esperado, com conseqüente
desuniformidade dos lotes (CHADD, 2003; RODRIGUEZ-BUENFIL et al., 2006).
1.4 A circovirose e a imunodepressão induzida pelo circovírus
O PCV2 tem sido incriminado na ocorrência da Síndrome Multissistêmica do
Definhamento dos Suínos (SMDS), da Síndrome da Dermatite e Nefropatia dos Suínos
(SDNS) e em outras patologias associadas a problemas reprodutivos, pneumonias e
enterites, mas ainda não se sabe com certeza se ele é o único agente envolvido (MORES,
2005).
Os circovírus pertencem à família Circoviridae, que são vírus pequenos com cerca
de 17nm, não-envelopados, icosaédricos, apresentando DNA circular de fita simples no
genoma (ZANELLA, 2005; SEGALÉS, 2006). Existem dois tipos de circovírus suíno: o
PCV1 e o PCV2, os quais são geneticamente diferentes, com seqüências genômicas se
assemelhando em menos de 80%. O PCV1, diferentemente do PCV2, não é patogênico para
suínos (ZANELLA, 2005). A análise do genoma de vários isolados patogênicos do PCV da
Europa, América do Norte, sudeste Asiático e Brasil mostrou que todos eram PCV2 e
muito semelhantes, em média com 96% de homologia entre os isolados (ZANELLA,
2006).
16
As primeiras notícias sobre a circovirose suína datam de 1991, ano em que foi
descrita como um problema clínico restrito a poucas granjas da província de Saskatchewan,
zona oeste do Canadá (SEGALÉS & DOMINGO, 2002) e atingiu granjas de alto padrão
sanitário, provocando definhamento e palidez dos leitões na fase de creche, causando lesões
em múltiplos órgãos, principalmente em tecidos linfóides. Devido a isso passou-se a
utilizar o termo “multissistêmico” (HARDING & CLARK, 1997). Entretanto, em estudos
retrospectivos, foi constatado que a infecção por PCV2 nos suínos era muito mais antiga:
estava presente na Bélgica desde 1969, na Irlanda desde 1973 e no Canadá e Espanha desde
1986 (MORES, 2005).
No Brasil, a circovirose suína foi diagnosticada pela primeira vez no ano 2000 no
Laboratório de Sanidade da Embrapa Suínos e Aves em Concórdia, SC. Desde então vários
casos novos de suspeita clínica com confirmação laboratorial foram identificados em
rebanhos suínos brasileiros (ZANELLA & MORES, 2003), apresentando-se principalmente
na forma de definhamento (refugagem) nas fases de crescimento e terminação. A
mortalidade nestes casos tem variado entre 3 a 25%, na maioria dos casos mantendo-se na
faixa de 3 a 7% (BARCELLOS, 2006). Entretanto, em estudo retrospectivo sobre tecidos
de suínos estocados em blocos de parafina, o PCV2 foi identificado no Brasil desde 1988.
Por esse estudo, fica claro que o PCV2 está presente no Brasil há longo tempo, mas só a
partir do 2000 a SMDS e a SDNS apresentaram-se de forma clinicamente evidente,
ocasionando prejuízos maciços à suinocultura. Não se sabe a razão da mudança da infecção
de um estado silencioso para uma forma epidêmica. Entre outras especulações, cogita-se da
presença de outro agente envolvido na manifestação destas síndromes ou na variação na
virulência de cepas do circovírus, com emergência de variantes mais patogênicas (MORES,
2005).
Pela grande prevalência de casos da doença em nosso meio, a circovirose suína
não pode mais ser considerada exótica no Brasil. A partir da abundância de formas clínicas
e da disseminação da enfermidade no país, a circovirose adquiriu o “status” de doença
emergente (ARAÚJO et al., 2002). Além dos suínos a doença já foi demonstrada em
javalis. Barbosa et al., (2005) realizaram um trabalho para investigar a presença de
anticorpos para o PCV2 em 1322 soros de javalis provenientes de 199 criatórios localizados
em vários estados brasileiros. Observou-se que todos os criatórios estudados foram
17
positivos para o PCV2 e a prevalência calculada nos animais positivos foi de 84,9%. A alta
prevalência nos diferentes estados sugere que a infecção pelo PCV2 em javalis no Brasil é
endêmica. Suínos domésticos e selvagens são susceptíveis ao PCV2 e, quando criados
intensivamente, podem desenvolver a doença clínica (ZANELLA et al., 2005).
No mundo a SMDS é descrita em todos os tipos de granjas de suínos, incluindo as
de ciclo completo, as de produção em vários sítios e rebanhos com diferentes tamanhos e
tipos de estruturas de produção (SEGALÉS & DOMINGO, 2002).
Em suínos os dois quadros clínicos principais causados pelo PCV2 são a Síndrome
Multissistêmica do Definhamento dos Suínos (SMDS) e a Síndrome da Dermatite e
Nefropatia (SDNS) (SEGALÉS & DOMINGO, 2000; BARCELLOS & PESCADOR,
2003). São comuns os quadros de infecções bacterianas secundárias, como a doença de
Glässer, pasteurelose pulmonar, colibacilose e salmonelose, entre outras (BARCELLOS,
2006). A severidade da doença nos rebanhos infectados varia muito de granja para granja e
até de país para país (OPRIESSNIG et al., 2005).
Na SMDS os animais são afetados principalmente na creche e recria - terminação,
onde o definhamento é considerado o mais importante sinal clínico da doença e um grande
número de lesões podem ser encontradas nos animais afetados pela infecção (SEGALES,
2006). Os sinais clínicos mais freqüentes incluem desidratação, dispnéia, tosse discreta,
linfoadenopatia periférica evidente, diarréia, palidez cutânea e icterícia, embora muitas
vezes o PCV2 possa se apresentar de forma subclínica (DRIEMEIER, 2006). Foram
também encontradas granjas em que uma alta porcentagem de suínos está infectada com
PCV2, mas mantém-se clinicamente saudáveis (OPRIESSNIG et al., 2005). Análises e
comparação de cepas de PCV2 isoladas de suínos afetados em diferentes países, com maior
ou menor intensidade da doença, permitem agrupar as cepas em dois “clusters” distintos
(OLVERA et al., 2006). Não está clara a relação entre essas diferenças genéticas e
patogenicidade, embora alguns autores tenham especulado essa possibilidade
(OPRIESSNIG et al., 2006).
No Brasil ainda não estão disponíveis dados de prevalência da SMDS e/ou SDNS,
tanto em rebanhos como por região ou Estado, dificultando avaliação do impacto
econômico ao setor produtivo. Não se sabe porque a SMDS se disseminou rapidamente nas
criações brasileiras, principalmente a partir de 2003, ou como a infecção pelo PCV2 se
18
manteve presente nas criações de suínos por vários anos, sem evoluir para uma forma
clinicamente evidente. A crise na suinocultura brasileira a partir de 2001, até o primeiro
semestre de 2004, provavelmente tenha contribuído para exacerbação da doença nesta
época (MORES, 2005), pela piora de muitos parâmetros higiênicos e sanitários nessa
época.
A transmissão da doença de suínos clinicamente doentes para saudáveis foi
comprovada por Botner et al. (2006), onde suínos provenientes de granjas livres da
infecção pelo PCV2 foram colocados em contato com suínos clinicamente doentes e
desenvolveram a doença clinicamente.
A doença pode ser exacerbada por alguns fatores estressantes como, mudanças na
temperatura, superlotação das baias, qualidade inadequada do ar, mistura de animais com
idades diferentes (HARDING & CLARK, 1998).
Do ponto de vista clínico, três fatores básicos (fatores de risco) poderiam explicar a
grande variabilidade no número de animais afetados por lote: o efeito individual, o efeito
leitegada e o efeito manejo. O efeito individual é decorrente da genética do suíno, a herança
imunitária, sua capacidade de responder adequadamente à infecções. Pesquisas nesta área
visando a comprovar estas hipóteses estão em andamento (ZANELLA, 2005). O efeito
leitegada já foi comprovado experimentalmente, uma vez que muitos dos leitões afetados se
originam de poucas leitegadas (MORES, 2005) e sugere um importante papel da porca
como possível reservatório do vírus e/ou na transferência de proteção passiva aos leitões
em relação à doença. O efeito manejo ou os fatores de risco causadores de estresse, como
densidade elevada, baixa qualidade do ar, água e ração, misturas de lotes com procedência
e idades diferentes, falha na limpeza e desinfecção e a não realização de vazio sanitário são
muito importantes para desencadear ou predispor a infecção (CHADD, 2003; ZANELLA,
2005).
O controle da SMDS é difícil e muitas vezes frustrante. O PCV2 é resistente ao
meio ambiente e a muitos desinfetantes e não existe tratamento efetivo para os suínos
afetados. Os melhores resultados para seu controle são obtidos atuando-se na correção de
fatores de risco e na redução de fatores de estresse (Mores, 2005), baseando-se em
procedimentos zootécnicos e de manejo. Tais procedimentos foram desenvolvidos
principalmente para o controle da forma de infecção caracterizada por definhamento
19
(SMDS), que é a forma de infecção associada ao circovírus mais difundida e de maior
importância econômica (SEGALÉS & DOMINGO, 2002-b).
Como na circovirose os mecanismos de defesa dos suínos estão afetados e alguns
fatores no manejo das granjas poderiam predispor ou desencadear surtos da infecção, foram
propostos procedimentos zootécnicos que diminuíssem a pressão de infecção pelo PCV2 ou
pelos patógenos associados (CHADD, 2003). Estes procedimentos constituem
principalmente melhorias nas condições de higiene e diminuição do estresse nas diversas
etapas de produção. Estas medidas incluem a redução na mistura de leitões, adequado fluxo
de animais (rigorosas práticas de manejo “todos dentro – todos fora”) e controle da
densidade nas baias, cuidado especial na castração, melhoria na qualidade do ar e conforto
pós-desmame e no período de crescimento (MADEC & WADDILOVE, 2002). Como toda
infecção viral, o controle da circovirose é multifatorial, complexo e envolve, acima de tudo,
uma eficiente ativação do sistema imune, com geração de imunidade protetora. No entanto
até que estejam disponíveis vacinas com comprovada eficiência, existe a necessidade da
adoção das medidas paliativas (BARCELLOS, 2006).
20
3. ARTIGO CIENTÍFICO
Verificação da associação entre infecção por Círcovírus Suíno (PCV2) e por outros
agentes e o baixo desenvolvimento de leitões nas fases de recria e terminação.
O trabalho será submetido à Pesquisa Veterinária Brasileira (Brazilian Journal of
Veterinary Research) do Colégio Brasileiro de Patologia Animal.
Título em inglês
Porcine Circovirus (PCV2) and other infectious agents as cause of attrition in growing
and finishing pigs
ABSTRACT
An experiment was performed to analyze the hypothesis that infection with PCV2 could
run in a sub-clinical form and impair growth, resulting in attrition. Necropsies were
performed in 143 pigs in growing and finishing pigs from 6 pig industries from the State of
Rio Grande do Sul, Brazil. Other 24 pigs were included as controls. From all animals,
materials were collected for histopathology and imunohistochemistry, to assess of the
relationship between attrition and PCV2 infection, comparing with non-affected controls.
Differential diagnosis for several bacterial infections was also carried out, using
bacteriological techniques, histopathology and PCR. Among pigs with attrition, 87 (73%)
showed evidences of PCV2 infection. Among pigs with normal growth, this number was
smaller (5 animals, 20,8%). Besides PCV2, other agents and lesions that could explain
attrition were identified, as enteric problems, especially caused by Lawsonia intracellularis,
positive in 46/119 (38,7%) of pigs with attrition. Other significant findings were respiratory
lesions (pneumonia and pleurisy), present in 24/119 (20,2%) of pigs with attrition.. From
pigs with attrition, 87 (73%) presented evidences of PCV2 infection and from normal pigs
(controls) the number of affected pigs was significantly lower (5 animals, 20,8%). Among
pigs with Lawsonia intracellularis infection, 34 (73,9% showed simultaneous infection
with PCV2 and amog respiratory infections 16 (66,6%), suggesting a role of PCV2 in
predisposing to secondary infections. Based in the data obtained, we conclude that
circovirus may infect swine in a sub-clinical form, but with significant effects on its
development.
21
KEY WORDS
Attrition, growing and finishing pigs, circovirus, histopathology,
immunohistochemistry
Verificação da associação entre infecção por Círcovírus Suíno (PCV2) e por outros
agentes e o baixo desenvolvimento de leitões nas fases de recria e terminação.
RESUMO
Foi realizado um experimento para analisar a hipótese de que a infecção com o circovírus
pudesse incidir de uma forma clínica pouco evidente e prejudicar o crescimento de suínos,
gerando desuniformidade. Para tal foram realizadas necropsias em 143 leitões das fases de
recria e terminação de seis diferentes Agroindústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
Destes, 119 apresentavam baixo desenvolvimento e 24 eram controles, com
desenvolvimento normal. De todos os animais foram coletados materiais para realização de
exames de histologia e imunohistoquímica, para tentar associar o circovírus suíno tipo 2
(PCV2) com o baixo desenvolvimento em suínos, através da comparação dos resultados
encontrados nos controles. Dos suínos com baixo desenvolvimento avaliados 87 (73%)
apresentaram evidências da infecção pelo PCV2. Entre os suínos com desenvolvimento
normal ou controles este número foi menos significativo (5 animais, 20,8%, p<0,001).
Além do PCV2 foram encontrados outros agentes ou lesões que poderiam explicar o baixo
desenvolvimento dos leitões analisados como os problemas entéricos, principalmente
devido a Lawsonia intracellularis, presente em 46/119 animais afetados (38,7%). Outro
achado importante foram lesões respiratórias (pneumonias e pleurisias), presentes em
24/119(20,2%) dos leitões com baixo desenvolvimento. Entre os leitões com infecção com
Lawsonia intracellularis, 34 (73,9%) apresentavam infecção simultânea com circovírus e
entre os com infecções respiratória 16 (66,6%), sugerindo a possibilidade de um papel do
PCV2 na patogenia destas infecções. Mediante os resultados obtidos, foi concluído que o
circovírus pode infectar suínos de forma sub-clínica, mas com efeitos significativos no
crescimento.
22
PALAVRAS-CHAVE: Baixo desenvolvimento, recria e terminação, suínos, circovírus,
histologia, imunohistoquímica.
INTRODUÇÃO
Um dos principais objetivos da recria e terminação de suínos é o bom crescimento
dos animais. O elevado ganho de peso diário (GPD) nessa fase possibilita chegar ao ponto
de abate no menor espaço de tempo possível e, dessa forma, o produtor consegue um rápido
retorno do seu investimento (Vos et al. 2000). A falta de uniformidade dos animais no final
da terminação é um fator importante que pode afetar o crescimento e atrasar o abate e suas
causas podem ser um deficiente desenvolvimento ou variação de peso entre os suínos de
um mesmo lote (Deen 2000). Só recentemente foi medido o impacto econômico causado
por esta variação (Deen et al. 1998) e sugerido que se fossem corrigidos problemas nessa
área haveria oportunidade significativa para otimizar o uso das instalações e o retorno do
capital investido (Hunsberger 1999).
Para Deen (2000), as variações no crescimento dos suínos podem ser causadas
principalmente por diferenças no genótipo e sanidade e por práticas inadequadas de
manejo. As doenças são provavelmente uma das causas mais importantes para a variação
nas taxas de crescimento e o aumento no tempo de uso das instalações para que os animais
atinjam o peso de abate (Deen et al. 1998, Grau et al. 2001).
Entre as doenças capazes de afetar o crescimento dos suínos, presentemente a
circovirose é a doença infecciosa mais prevalente e importante nos rebanhos mundiais
(Zanella 2005). A causa é a infecção pelo circovírus suíno tipo 2 (PCV2), um vírus
patogênico para suínos e que está disseminado mundialmente (Segales & Domingo 2002;
Segales et al. 2003, Zanella & Mores 2003). Os grandes prejuízos causados pela infecção
são devidos ao aumento da taxa de mortalidade, refugagem ou atraso significativo no
crescimento, resultando em animais que atingem o tempo de abate em tempos diferentes, o
que gera, entre outros problemas, a desuniformidade dos lotes ao abate (Chadd 2003;
Rodriguez-Buenfil et al. 2006). O PCV2 tem sido relacionado à ocorrência da Síndrome
Multissistêmica do Definhamento dos Suínos (SMDS), à Síndrome da Dermatite e
Nefropatia dos Suínos (SDNS) e outras patologias associadas com problemas reprodutivos,
pneumonias e enterites, mas pode não ser o único agente envolvido (Mores 2005). No
Brasil, a circovirose suína foi diagnosticada pela primeira vez em 2000 em Concórdia (SC)
23
e desde então difundiu-se a outros estados brasileiros (Zanella & Mores 2003). Além do
PCV2, outros agentes como a Lawsonia intracellularis, Brachyspira spp. (Lawson &
Gebhart 2000), micotoxicoses, pneumonias, diarréias e causas não infecciosas como
hérnias, prolapsos e canibalismo podem estar associados com atraso de crescimento de
animais de recria e terminação (Sobestiansky et al. 1999).
O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar o envolvimento de alguns agentes
infecciosos em animais apresentando crescimento retardado nas fases de recria e
terminação em 24 terminações de seis Agroindústrias do Estado do Rio Grande do Sul com
diagnostico positivo para PCV2. Foi analisada a hipótese de que o PCV2 estaria envolvido,
de forma isolada ou em associação com outros agentes infecciosos, na causa do problema
de atraso no crescimento.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram avaliados suínos de seis distintas Agroindústrias do Estado do Rio Grande do
Sul com histórico da infecção pelo PCV2 e diagnóstico clínico e laboratorial prévio da
ocorrência de doenças associadas com a infecção pelo PCV2. De cada Empresa, foram
escolhidos aleatoriamente quatro terminações e, em cada uma, selecionou-se através de
exame clínico seis leitões, sendo cinco com baixo desenvolvimento e um com crescimento
normal (controle). No total foram selecionados cento e quarenta e três suínos (cento e
dezenove com baixo desenvolvimento e vinte e quatro controles), de ambos os sexos, com
idades entre 90 e 130 dias. O critério utilizado na seleção dos animais foi pelo peso vivo,
sendo que os animais com baixo desenvolvimento apresentavam peso pelo menos 30%
inferior aos animais controles.
O trabalho com os animais foi realizado no Setor de Patologia da Faculdade de
Veterinária da UFRGS, onde procedeu-se a eutanásia através do atordoamento elétrico com
posterior sangria. A seguir realizou-se a necropsia e coleta de materiais para a realização
dos exames de histopatologia, imunohistoquímica e microbiologia.
Para exame histológico coletaram-se fragmentos de, linfonodos inguinais,
linfonodos mesentéricos, timo, tonsila, baço, íleo, cólon, fígado, rim, pulmão, coração e
cérebro. Logo após a coleta, foram fixados em formalina 10%. As peças foram processadas
pelas técnicas convencionais de rotina histológica que incluem desidratação, clareamento,
impregnação, inclusão em parafina e coloração pela técnica de hematoxilina e eosina (HE),
24
PAS (Ácido periódico de Schiff) e PTAH (Hematoxilina fosfotúngstica de Mallory)
(Prophet et al. 1992) e observados em microscopia óptica.
Para o exame de imunohistoquímica os cortes de linfonodos mesentéricos, pulmão,
rim e intestinos foram submetidos à técnica adaptada de Sorden et al. (1999). Como
controle positivo foi utilizada uma lâmina de um caso anterior comprovadamente positivo e
como controle negativo foi utilizado PBS (phosphate buffered saline) no lugar do anticorpo
anti-PCV2 durante a realização da técnica.
Além dos exames realizados para o PCV2, procederam-se testes para verificar a
ocorrência de outros agentes e/ou infecções isoladas ou em conjunto com o circovírus.
Exames histopatológicos sistemáticos foram realizados nas principais vísceras usando
técnicas de rotina (Prophet et al. 1992). Os exames bacteriológicos para pesquisa de
Brachyspira spp. constaram da bacterioscopia direta de raspado de mucosa de cólon e fezes
em microscopia de contraste de fase para pesquisa de Brachyspira spp. (Hampson & Trott
1999) e em conteúdo do cólon usando a técnica de PCR, conforme Barcellos (2000). A
pesquisa de Lawsonia intracellularis em segmentos de íleo foi realizada através da prova
de imunohistoquímica seguindo a técnica de Guedes & Gebhart (2003), e por PCR,
conforme Moreno et al. (1998). A bacteriologia do conteúdo intestinal para o isolamento de
outros patógenos entéricos dos suínos (Salmonella spp., E. coli e Yersinia spp.) foi
realizada por meio do cultivo em meios de rotina bacteriológica (Ágar Sangue e Mac
Conkey), incubados em aerobiose e as bactérias isoladas foram classificadas segundo as
técnicas descritas por Barrow & Feltham (1999).
Foi realizada bacteriologia em casos de infecções purulentas localizadas, abscessos
ou infecções sistêmicas, e também de pulmões em casos de pneumonia purulenta ou
abscessos pulmonares, usando meios e técnicas de rotina para o isolamento de Pasteurella
multocida, Haemophilus parasuis e Actinobacillus pleuropneumoniae (Barrow & Feltham
1999).
A freqüência de animais com diagnóstico positivo ou lesões e agentes encontrados
foi analisada pelo procedimento FREQ do SAS. A avaliação da significância foi realizada
com o teste qui-quadrado.
25
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Os resultados dos exames laboratoriais para PCV2 constam da Tabela 1. Observou-
se a presença do PCV2 em todas as Empresas e terminações que foram amostradas no
estudo e, entre os animais avaliados, 64,3% foram positivos para o PCV2, sendo 73,0%
entre os animais com baixo desenvolvimento e 20,8% entre os animais controle (p<0.001).
Pela grande prevalência de casos da doença em nosso meio, a circovirose suína já não pode
mais ser considerada exótica no Brasil, e a partir da abundância de formas clínicas e da
disseminação da enfermidade no país, a circovirose adquiriu o “status” de doença
emergente (Araújo et al. 2002). Dados não publicados de ocorrência da SMDS em 2003,
em 50 creches e 258 terminações localizadas no sul do Brasil, apontaram uma freqüência
da doença em 62,0% das creches e em 66,7% das terminações, com taxas de mortalidade
variando entre 2 a 10% em cada fase (Mores 2006).
Nos animais com baixo desenvolvimento, 41/119 (34%) evidenciaram a doença em
uma forma clinicamente silenciosa, com lesões histológicas da infecção por circovírus, mas
com resultados do exame de imunohistoquímica negativos, apresentando apenas as lesões
residuais, sem a presença do agente. Outros 44/119 (37%) apresentaram lesões histológicas
e confirmação de imunohistoquímica positiva, caracterizando uma infecção ativa. Dois
animais (1,7%) que apresentaram infecção para o PCV2 pelo exame de imunohistoquímica
não apresentaram lesões histológicas compatíveis com a infecção. Isso poderia caracterizar
uma infecção viral recente ou tratar-se de animais portadores assintomáticos, sem que
tivessem desenvolvido lesões nos tecidos.
O PCV2 tem sido apontado como associado à refugagem de leitões em crescimento
(Segalés & Domingo 2002). No entanto não há estudos demonstrando o envolvimento do
agente no atraso do crescimento, sem a manifestação clínica da SMDS, como sugerem os
resultados encontrados neste trabalho, considerando que 81/119 (73%) dos leitões com
baixo desenvolvimento foram positivos para o PCV2 e apenas 5/24(20,8%) dos animais
controle mostraram positividade. Apesar do PCV2 poder ser encontrado em suínos
saudáveis (Opriessnig & Yoon 2006), conforme também demonstrado neste trabalho
através dos animais controles, a positividade maior para os animais com baixo
26
desenvolvimento foi bastante significativa, sugerindo haver relação entre o baixo
crescimento e a presença do PCV2 nos animais analisados.
Os demais resultados encontrados nos animais com baixo desenvolvimento constam
na Tabela 2. Infecções e/ou lesões entéricas estavam presentes em 54/119 (45,4%) dos
leitões com baixo desenvolvimento avaliados e o diagnóstico mais freqüente foi para
Lawsonia intracellularis (46/119 - 38,7%). Comparando os resultados obtidos por PCR e
histopatologia, observou-se que 46/119 (38,7%) dos materiais de leitões com baixo
desenvolvimento foram positivos através do exame de PCR (Tabela 3). Entre esses, apenas
7/119 (5,55%) apresentaram lesão histológica compatível com a infecção pela Lawsonia
intracellularis. Isso poderia indicar a natureza focal da lesão ou um resultado
histopatológico falso-negativo; poderia também indicar a presença de animais portadores
sadios, sem lesão histopatológica ou animais já recuperados, apenas portadores. Poderia
indicar também a maior sensibilidade do teste de PCR, ou a detecção de DNA de bactérias
já mortas, não detectáveis no exame histopatológico. Os efeitos da infecção sub-clínica com
a L. intracellularis foram demonstrados por Paradis et al. (2005) em infecção experimental
com várias diluições do agente, onde demonstraram um impacto negativo sobre o
crescimento dos animais desafiados, havendo decréscimo no GPD proporcional ao aumento
da dose infectante. Bane et al. (2001) realizaram um estudo nos Estados Unidos da América
em granjas com e sem histórico clínico da doença, demonstrando que fatores estressantes
como o transporte de animais para novas instalações, misturas e mudança de antibiótico na
ração aumentaram significativamente o risco para novos casos da doença. Estas
observações reforçam a idéia da presença de animais carreadores ou subclinicamente
infectados que poderiam eliminar a L. intracellularis através das fezes.
Outro dado importante relacionado à L. intracellularis foram os diferentes
resultados encontrados entre as seis Empresas. Respectivamente, a prevalência para o
agente foi 5%. 0%, 0%, 90%, 80% e 57,9% (Tabela 2). Estes números poderiam representar
variações nos níveis de infecção nos rebanhos, presença ou ausência de fatores estressantes,
diferenças de manejo, diferentes programas de medicações e grau de infecção e imunidade
trazidos a partir da origem dos leitões. A grande dispersão dos resultados influenciou na
análise geral destes, com três Empresas apresentando resultados muito altos de infecção
com a L. intracellularis. É possível que nas mesmas estivesse ocorrendo um surto da
27
doença em forma subclínica, já que nenhum dos rebanhos que participaram do estudo
apresentava problemas relevantes de diarréia numa forma clinicamente evidente.
Entre os materiais positivos para Lawsonia intracellularis nos animais com baixo
desenvolvimento, 34 (73,9%) tiveram evidências da infecção simultânea com o PCV2
(Tabela 4), sugerindo interação entre os agentes na patogenia das infecções intestinais.
Segundo Ellis et al. (2004), o PCV2 é o agente responsável pela SMDS, mas outros fatores,
incluindo alguns agentes infecciosos como parvovírus suíno e M. hyopneumoniaeo
necessários para a completa manifestação da doença. Neste sentido, Pallarés et al. (2002)
realizaram estudo em suínos com sintomas clínicos de SMDS, verificando a concomitância
de outros agentes patogênicos em 98,1% dos casos positivos para o circovírus. Os autores
concluíram que isso seria um forte argumento a indicar que o PCV2 desenvolveria o seu
completo potencial patogênico apenas na presença de outros agentes patogênicos. Embora o
PCV2 tenha sido encontrado muitas vezes causando doenças associado a outros agentes
infecciosos, o mecanismo que leva a essa interação em suínos ainda não está bem elucidado
(Ellis et al. 2004). Uma hipótese seria a de que, ao estimular determinadas células do
sistema imune, o circovírus atrairia células-alvo para sua multiplicação. Uma outra
possibilidade seria a de que a infecção por circovírus compromete a função dos tecidos
linfóides gerando imunodepressão, facilitando o processo infeccioso com outros agentes
(Segalés et al. 2004).
Infecções entéricas por Brachyspira spp. foram detectadas em 5/119 (4,2%) dos
animais de 3 diferentes Empresas por bacterioscopia direta e em 2/119 (1,7%) por PCR. A
infecção pela bactéria é muito influenciada pelo tratamento antimicrobiano preventivo das
rações (Barcellos 2005) e é possível que os programas de medicação adotados nas empresas
amostradas tivessem influenciado os resultados.
As lesões respiratórias (pneumonias e pleurisias) estavam presentes em 24/119
(20,2%) dos leitões com baixo desenvolvimento (Tabela 2). Entre estas, o PCV2 estava
presente em 16 (66,6%) dos casos (Tabela 5). Os agentes bacterianos mais freqüentemente
associados aos casos de pneumonia foram o Arcanobacterium pyogenes e Pasteurella
multocida tipo A. A Pasteurella é o mais freqüente invasor do pulmão associado a outros
agentes como vírus e micoplasmas (Christensen et al. 1999). Neste caso a infecção pelo
PCV2 parece ter dado as condições para a infecção secundária pela P. multocida. O A.
28
pyogenes é uma causa comum de lesões supurativas em suínos em todo o mundo. É um
agente oportunista que pode provocar doença clínica como abscessos na coluna vertebral,
subcutâneo, artrite, endocardite, mastite e pneumonia (Taylor 1999).
Outras patologias encontradas foram focos infecciosos purulentos em 23,5% dos
leitões com baixo desenvolvimento, com destaque para os abscessos dentários, que
representaram quase a metade dos casos (46,4%), com isolamento bacteriano em alguns
deles. Entre os animais que apresentaram lesões infecciosas purulentas, 82% também eram
positivos para o circovírus. No estudo de Koller et al. (2006) em 280 leitões com sinais
clínicos de SMDS, 58 (21%) apresentaram ao menos um abscesso dentário, mostrando a
importância da infecção na suinocultura e sua provável associação com o PCV2. Entre os
animais controles estas infecções purulentas estavam presentes em 3 animais (12,5%),
sendo que abscesso dentário foi encontrado em apenas um leitão (4,16%).
Ao analisar todas as causas na Tabela 2, pode ser verificado que, entre os animais
do grupo com baixo desenvolvimento, 110/119 (92,4%) apresentavam lesão ou presença de
agente patogênico capaz de explicar o mau crescimento. Entre os animais com
desenvolvimento normal, (Tabela 6) somente 12 dos 24 leitões analisados (50%),
apresentavam evidência da infecção pelo PCV2 ou de outro agente patogênico. Houve
diferença estatisticamente significativa entre os resultados (p<0,001).
CONCLUSÕES
Dentro da amostragem de leitões na fase de recria e terminação, o PCV2 esteve
relacionado com o baixo desenvolvimento de animais que apresentavam peso inferior a
outros da mesma idade, mas que não mostravam as características de definhamento típicas
da infecção pelo PCV2.
Os agentes infecciosos detectados com maior freqüência em animais com baixo
desenvolvimento foram o PCV2 e a Lawsonia intracellularis.
Os dados gerados no trabalho não permitiram definir com precisão o papel da
infecção pelo PCV2 e outros agentes bacterianos associados na patogenia do baixo
desenvolvimento dos leitões.
29
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33
Tabela 1: Resultados dos exames para o PCV2 (circovírus suíno tipo 2) em suínos provenientes
de seis Agroindústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
Empresa
1
Empresa
2
Empresa
3
Empresa
4
Empresa
5
Empresa
6
Total
Exame
Bd² Ct³ Bd Ct Bd Ct Bd Ct Bd Ct Bd Ct Bd Ct
PCV2
positivo
11/20
(55%)
0/4
(0%)
16/20
(80%)
1/4
(25%)
13/20
(65%)
0/4
(0%)
15/20
(75%)
0/4
(0%)
15/20
(75%)
1/4
(25%)
17/19
4
(89,5)
3/4
(75%)
87/119
(73%)
5/24
(20,8%)
PCV2: com
lesões
histológicas
e IHQ-¹
6/20
(30%)
0/4
(0%)
9/20
(45%)
1/4
(25%)
5/20
(25%)
0/4
(0%)
8/20
(40%)
0/4
(0%)
5/20
(25%)
0/4
(0%)
8/19
(42%)
2/4
(50%)
41/119
(34%)
3/24
(12,5%)
PCV2:
sem lesões
histológicas
e IHQ+¹
0/20
(0%)
0/4
(0%)
0/20
(0%)
0/4
(0%)
1/20
(5%)
0/4
(0%)
1/20
(5%)
0/4
(0%)
0/20
(0%)
0/4
(0%)
0/19
(0%)
0/4
(0%)
2/119
(1,7%)
0/24
(0%)
PCV2: com
lesões
histológicas
e IHQ+
5/20
(25%)
0/4
(0%)
7/20
(35%)
0/4
(0%)
7/20
(35%)
0/4
(0%)
6/20
(30%)
0/4
(0%)
10/20
(5%)
1/4
(25%)
9/19
(47,4%)
1/4
(25%)
44/119
(37%)
2/24
(8,3%)
¹Resultado do exame de imunohistoquímica para PCV2, IHQ- = negativa e IHQ+ = positiva
²Bd=
Leitões com baixo desenvolvimento
³Ct=
Leitões controle
4
Na Empresa 6 foi selecionado um leitão a menos do que nas outras Empresas.
34
Tabela 2: Demais resultados encontrados em suínos apresentando baixo desenvolvimento,
provenientes de seis Agroindústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
LESÕES
Empresa
1
Empresa
2
Empresa
3
Empresa
4
Empresa
5
Empresa
6
Total:
Empresas
1 a 6
Infecções e/ou
lesões entéricas
4/20
(20%)
1/20
(5%)
1/20
(5%)
19/20
(95%)
16/20
(80%)
12/19
(63,2%)
54/119
(45,4%)
Lawsonia
1/20
(5%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
18/20
(90%)
16/20
(80%)
11/19
(57,9%)
46/119
(38,7%)
Salmonella
1/20
(5%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
0/19
(0%)
1/119
(0,8%)
E. coli
0/20
(0%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
1/19
(5,3%)
1/119
(0,8%)
Espiroquetas
/campo
2/20
(10%)
1/20
(5%)
0/20
(0%)
2/20
(10%)
0/20
(0%)
0/19
(0%)
5/119
(4,2%)
PCR/Brachyspira
0/20
(0%)
0/20
(0%)
1/20
(5%)
0/20
(0%)
1/20
(5%)
0/19
(0%)
2/119
(1,7%)
Pneumonia/
Pleurisia
7/20
(35%)
5/20
(25%)
5/20
(25%)
1/20
(5%)
2/20
(10%)
4/19
(21%)
24/119
(20,2%)
Bronco pneumonia
2/20
(10%)
2/20
(10%)
1/20
(5%)
0/20
(0%)
0/20
(0%)
0/19
(0%)
6/119
(5%)
Pneumonia interst.
5/20
(25%)
2/20
(10%)
4/20
(20%)
0/20
(0%)
1/20
(5%)
2/19
(10,5%)
15/119
(12,6%)
Pleurisia
0/20
(0%)
1/20
(5%)
1/20
(5%)
1/20
(5%)
1/20
(5%)
2/19
(10,5%)
6/119
(5%)
Foco infeccioso
purulento
4/20
(20%)
5/20
(25%)
3/20
(15%)
4/20
(20%)
9/20
(45%)
3/19
(15,8%)
28/119
(23,5%)
Polisserosite
0/20
(0%)
1/20
(5%)
1/20
(5%)
1/20
(5%)
1/20
(5%)
0/19
(0%)
4/119
(3,4%)
35
Tabela 3: Resultados dos exames para pesquisa de Lawsonia intracellularis em suínos
apresentando baixo desenvolvimento e suínos com crescimento adequado (controles)
provenientes de seis Agroindústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
Exames Baixo
desenvolvimento
Controles
Lawsonia
46/119
(38,7%)
7/24
(29,2%)
Histologia
7/119
(5,8%)
1/24
(4,2%)
Imunohistoquímica
9/119
(7,6%)
2/24
(8,3%)
PCR
46/119
(38,7%)
6/24
(25%)
Tabela 4: Resultados comparativos em suínos provenientes de seis Agroindústrias do
Estado do Rio Grande do Sul, para a pesquisa de circovírus e que foram positivos no exame
de PCR para Lawsonia intracellularis.
Animais Histologia - e IHQ -*
circovírus
Histologia + e IHQ –
Circovírus
Histologia + e IHQ +*
Circovírus
Baixo desenvolvimento 12(26,1%) 18(39,1%) 16(34,8%)
Controles 3(50%) 2(33,3%) 1(16,7%)
*
IHQ= resultado da prova de imunohistoquímica e histologia, + = positiva ou - = negativa.
36
Tabela 5 : Resultados comparativos em suínos provenientes de seis Agroindústrias do
Estado do Rio Grande do Sul, entre os exames de histologia e imunohistoquímica (IHQ)
para circovírus e que apresentaram lesões de penumonia e/ou pleurisia.
Suínos Histologia - e IHQ -*
circovírus
Histologia
e/ou IHQ +*
Circovírus
Baixo desenvolvimento 8(33,3%) 16(66%)
Controles 2(100%) 0(0%)
*
IHQ= resultado da prova de imunohistoquímica e histologia, + = positiva ou - = negativa.
37
Tabela 6: Resultados encontrados em suínos apresentando crescimento adequado
(controles), provenientes de seis Agroindústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
LESÕES
Empresa
1
Empresa
2
Empresa
3
Empresa
4
Empresa
5
Empresa
6
Total:
Empresas
1 a 6
PCV2¹
0/4
(0%)
1/4
(25%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
1/4
(25%)
3/4
(75%)
5/24
(20,8%)
PCV2: com lesões
histológicas e IHQ-²
0/4
(0%)
1/4
(25%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
2/4
(50%)
3/24
(12,5%)
PCV2: sem lesões
histológicas e IHQ+
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/24
(0%)
PCV2
b
: com lesões
histológicas e IHQ+
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
1/4
(25%)
1/4
(25%)
2/24
(8,3%)
Infecções e/ou
lesões
entéricas
1/4
(25%)
1/4
(25%)
0/4
(0%)
3/4
(75%)
1/4
(25%)
3/4
(75%)
9/24
(37,5%)
Lawsonia
0/4
(0%)
1/4
(25%)
0/4
(0%)
3/4
(75%)
1/4
(25%)
2/4
(50%)
7/24
(29,2%)
Salmonella
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
1/4
(25%)
1/24
(4,2%)
E.
coli
1/4
(25%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
1/24
(4,2%)
Espiroquetas
/campo
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/24
(0%)
Brachyspira
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/24
(0%)
Pneumonia/
Pleurisia
0/4
(0%)
0/4
(0%)
2/4
(50%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
2/24
(8,3%)
Bronco
pneumonia
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/24
(0%)
Pneumonia
intersticial
0/4
(0%)
0/4
(0%)
2/4
(50%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
2/24
(8,3%)
Pleurisia
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/24
(0%)
Foco infeccioso
purulento
0/4
(0%)
2/4
(50%)
0/4
(0%)
1/4
(25%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
3/24
(12,5%)
Polisserosite
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/4
(0%)
0/24
(0%)
*
PCV2= circovírus suíno tipo 2;
**
IHQ= resultado da prova de imunohistoquímica , += positiva ou -=negativa
38
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a suinocultura, torna-se indispensável uma excelente produtividade, associada
à busca por melhorias contínuas e identificação das causas que comprometem estes
objetivos para uma possível correção. Neste sentido índices como a CA, GPD e
mortalidade já são há algum tempo apontados por técnicos e produtores como fundamentais
para a viabilidade econômica da atividade. Além disso, recentemente, têm se chamado a
atenção de toda a cadeia suinícola para a questão da desuniformidade dos lotes de recria e
terminação. Esta variação, embora negligenciada por muitos, causa significativos prejuízos,
que podem comprometer a produtividade e o retorno do investimento nas fases de recria e
terminação. Os animais devem chegar ao abate dentro do tempo programado, atendendo as
necessidades da indústria em peso, qualidade de carcaça e pouca variação no
desenvolvimento entre indivíduos de um mesmo lote, ou seja, espera-se que apresentem
uma uniformidade adequada.
Em média, o prejuízo econômico por um animal que chega ao abate abaixo do peso
esperado (por exemplo, 95Kg ao invés de 113Kg) foi calculado em U$11.00. Sendo assim,
existe uma grande oportunidade para aumentar os ganhos, que é a diferença entre o que os
produtores recebem por um lote e o que eles poderiam ter recebido se os suínos tivessem
atingido o valor potencial de mercado.
As variações no crescimento dos suínos são estimuladas principalmente pela
nutrição, genética, manejo e sanidade. Neste contexto, os fatores que afetam a sanidade dos
suínos podem interferir diretamente no crescimento, aumentando a variação de peso em um
determinado rebanho de recria e terminação, quando alguns destes animais evidenciam
sinais clínicos de certas doenças ou mesmo quando esta não é percebida no plantel, como
no caso de infecções crônicas ou sub-clínicas. Isto ficou demonstrado neste trabalho, onde a
maioria de uma amostragem de animais com baixo desenvolvimento (92,4%), embora
clinicamente saudáveis, apresentaram lesões e/ou tiveram presença de agentes patogênicos
que poderiam estar associados ao mau desenvolvimento. Nos animais controle este número
foi significativamente menor (50%), o que contribuiu para validar os resultados
encontrados nos leitões com baixo desenvolvimento.
Entre os agentes detectados destacou-se o PCV2, que tem causado significativas
perdas para a suinocultura e é apontado como o principal causador de doença infecciosa na
39
produção atual de suínos. O vírus têm sido incriminado na etiologia da SMDS, na SDNS e
em outras patologias associadas com problemas reprodutivos, pneumonias e enterites. Além
disso, conforme demonstrado neste estudo, o PCV2 pode também estar associado ao baixo
desenvolvimento de animais nas fases de recria e terminação, cursando de forma sub-
clínica ou crônica, sem a manifestação clássica da doença (SMDS). Não foram encontrados
na literatura registros anteriores dessa forma de apresentação do circovírus em rebanhos de
suínos.
Outros agentes importantes, capazes de explicar a desuniformidade do
desenvolvimento também foram identificados, como a Lawsonia intracellularis, afetando
os animais de forma sub-clínica. O agente vem há bastante tempo sendo apontado pelos
pesquisadores como importante causa de prejuízo ao crescimento dos suínos, nas formas de
apresentação aguda e crônica. No presente estudo foram encontradas diferenças
significativas em relação à prevalência para o agente (0% a 90%). As variações podem
estar relacionadas a diferentes níveis de infecção nos rebanhos, presença ou ausência de
fatores estressantes, diferenças de manejo, diferentes programas de medicações e grau de
infecção e imunidade dos leitões e do rebanho de origem. A grande dispersão destes
resultados influenciou na análise geral para a infecção por L. intracellularis. Nas Empresas
com resultados significativos deveria estar ocorrendo um surto da doença em uma forma
sub-clínica, já que nenhum dos rebanhos que participaram do estudo apresentava problemas
clínicos relevantes.
Outra observação importante nos animais positivos para a L. intracellularis foi o
fato de que em 73,9% houve infecção simultânea com o PCV2, sugerindo haver alguma
relação entre os agentes. Isto talvez decorra pelo fato de que o circovírus seja capaz de
afetar o sistema imune dos suínos, onde as lesões nos tecidos linfóides e a imunossupressão
já foram descritas.
Outro achado significativo foram lesões respiratórias (pneumonias e pleurisias),
presentes em 24/119 (20,2%) dos leitões com baixo desenvolvimento. Entre estes, o PCV2
estava presente em 16 (66,6%) dos casos. Os agentes bacterianos mais freqüentemente
associados aos casos de pneumonia foram o Arcanobacterium pyogenes e Pasteurella
multocida tipo A. A Pasteurella multocida normalmente é o mais freqüente e mais
patogênico invasor do pulmão, no entanto é um agente secundário e causa problema quando
40
apenas quando associado a outros microorganismos, como vírus e micoplasmas. Neste caso
a infecção pelo PCV2 parece ter dado as condições para a infecção secundária pela P.
multocida. O A. pyogenes é uma causa comum de lees supurativas em suínos em todo o
mundo. É um agente oportunista que pode causar doença clínica como abscessos na coluna
vertebral ou subcutâneo, artrite, endocardite, mastite e pneumonia.
Outras patologias encontradas foram focos infecciosos purulentos em 23,5% dos
leitões com baixo desenvolvimento, com destaque para os abscessos dentários, que
representaram quase a metade dos casos (46,4%). Entre os animais que apresentaram lesões
infecciosas purulentas, 82% também eram positivos para o circovírus.
Em menor número, foram encontrados 4 leitões (3,4%) com polisserosite. É
provável que essas lesões tivessem comprometido o estado geral dos leitões afetados e
interferido com o crescimento.
Ao analisar todas as causas encontradas, pode ser verificado que, entre os animais
do grupo com baixo desenvolvimento, 110119 (92,4%) apresentavam lesão ou presença de
agente patogênico capaz de explicar o mau crescimento. Entre os animais com
desenvolvimento normal, somente 12 dos 24 leitões analisados (50%), apresentavam
evidência da infecção pelo PCV2 ou de outro agente patogênico. Estes resultados sugerem
existir relação entre as infecções e o baixo crescimento, pois houve uma prevalência
significativamente menor de infecções nos animais controle.
Na comparação dos resultados entre os animais com baixo desenvolvimento e
controles , percebe-se que nos animais controles apenas nas causas entéricas houve um alto
percentual de animais afetados, mas mesmo neste caso permaneceu abaixo dos índices
presentes nos animais com baixo desenvolvimento. No caso das infecções entéricas, os
resultados para os animais controles foram influenciados principalmente pelos resultados de
PCR positivo para Lawsonia intracellularis, entretanto a maioria dos diagnósticos foram de
animais portadores sadios do agente ao ser realizada a comparação dos resultados de PCR
com a análise histopatológica e imunohistoquímica.
Apesar de alguns autores apontarem o peso dos leitões ao nascimento e ao
desmame, como importantes causas dos suínos não atingirem o peso de abate no tempo
esperado, neste trabalho isto não pode ser acompanhado, haja vista as Empresas amostradas
não possuírem estes dados.
41
Os resultados do experimento atual demonstram a importância do correto
diagnóstico e controle de variadas infecções subclínicas, em especial as infecções por
PCV2 e L. intracellularis, como forma de reduzir os problemas de atraso de
desenvolvimento e desuniformidade de suínos nas fases de recria e terminação.
42
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