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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
MODELAGEM DE PROCESSOS E A
METODOLOGIA IDEF: PROPOSTA DE UM
AMBIENTE COLABORATIVO NA PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Josele Nara Delazeri de Oliveira
Santa Maria, 2010.
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MODELAGEM DE PROCESSOS E A METODOLOGIA
IDEF: PROPOSTA DE UM AMBIENTE COLABORATIVO
NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL
por
Josele Nara Delazeri de Oliveira
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração em
Qualidade e Produtividade, da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia de Produção
Orientador: Leandro Cantorski da Rosa
Santa Maria, RS, Brasil
2010
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
MODELAGEM DE PROCESSOS E A METODOLOGIA IDEF:
PROPOSTA DE UM AMBIENTE COLABORATIVO NA
PRODUÇÃO DE BIODIESEL
elaborada por
Josele Nara Delazeri de Oliveira
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia de Produção
COMISSÃO EXAMINADORA:
Leandro Cantorski da Rosa, Dr.
(Presidente/Orientador)
Vania de Fátima Barros Estivalete, Drª. (UFSM)
Flavi Ferreira Lisbôa Filho, Dr. (UNIPAMPA)
Santa Maria, 11 de março de 2010.
A
GRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Leandro Cantorski da Rosa pela orientação e paciência, permitindo não
só a apreensão de conhecimentos técnico-científicos, mas conhecimentos para a vida.
Agradeço à Universidade Federal de Santa Maria, e aos professores e funcionários do
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.
Aos professores membros da Banca Examinadora, pela revisão e sugestões, visando à
melhoria deste trabalho.
Aos empresários e especialistas ligados à cadeia de produção de biodiesel pelas
informações que permitiram a realização desta pesquisa.
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Costa pelas informações referentes a ferramenta IDEF.
Aos colegas pela troca de conhecimentos e apoio no decorrer do curso.
À família, pelo carinho e motivação.
"Aquele que tudo adia não deixará nada concluído, nem perfeito".
(Demócrito)
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Universidade Federal de Santa Maria
MODELAGEM DE PROCESSOS E A METODOLOGIA IDEF:
PROPOSTA DE UM AMBIENTE COLABORATIVO NA
PRODUÇÃO DE BIODIESEL
A
UTOR
:
J
OSELE
N
ARA
D
ELAZERI DE
O
LIVEIRA
O
RIENTADOR
:
L
EANDRO
C
ANTORSKI DA
R
OSA
,
D
R
.
Santa Maria, 11 de março de 2010.
O desenvolvimento econômico é de suma importância para qualquer nação ou
localidade, porém, através do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos,
este deve estar associado à preservação ambiental. A maior parte da energia consumida
no mundo provém do petróleo, do carvão e do gás natural. Essas fontes o limitadas e
com previsão de esgotamento no futuro, portanto, a busca por fontes alternativas de
energia é de suma importância. Considerando-se esse cenário, matrizes energéticas que
venham a substituir os combustíveis fósseis tornam-se tema relevante a nível mundial.
O Brasil é o país de maior biodiversidade, o que explica sua riqueza em oleaginosas.
Entretanto, restringe sua cultura para fins alimentícios, desprezando algumas espécies
com alto rendimento lipídico. O biodiesel passa a ser uma alternativa por ser um
combustível renovável e biodegradável. Esta pesquisa teve como objetivo desenvolver
um modelo geral descritivo, tendo como base a metodologia IDEF0 (Integration
Definition Language for Function Modeling) e propor um ambiente colaborativo entre
os diferentes atores da cadeia produtiva do biodiesel. O estudo teve como base a técnica
de modelagem IDEF0, com a finalidade de compreensão e descrição dos principais
processos envolvidos na cadeia produtiva do biodiesel, visando sugestões de melhoria
no relacionamento entre os diferentes atores desta cadeia, a fim de otimizar o processo
de gestão. Os resultados mostraram que a viabilidade da produção de biodiesel em
longo prazo depende de infra-estrutura, mão-de-obra qualificada, prestação de serviços
associados à produção e incentivos governamentais. Diante da realidade apresentada na
pesquisa, identificou-se a transição para o livre mercado como uma forma de redução
nos custos de produção e transporte para as empresas produtoras. E o incentivo a
exportação, a fim de amenizar o excesso de capacidade produtiva, não correspondente à
demanda. Os leilões foram criados como forma de garantir a comercialização do
biodiesel produzido, porém, com o amadurecimento do mercado os mesmos devem ser
repensados. O diagrama IDEF0 por sua característica simples e visual possibilitou a
compreensão da função de cada ator da cadeia produtiva do biodiesel e a identificação
de seus elementos relevantes, permitindo sugestões de melhoria na comunicação entre
as partes envolvidas. Para a agilidade e precisão exigidas na atualidade, pode-se
implantar um sistema informatizado que integre toda a cadeia produtiva. Para isso,
sugere-se além do IDEF0, a utilização do IDEF3, que descreve os processos e suas
inter-relações de forma mais detalhada.
Palavras-chave: biodiesel, cadeia produtiva, IDEF.
ABSTRACT
Master´s Dissertation
Program of Post-Graduation in Production Engineering
Federal University of Santa Maria
PROCESS MODELING METHODOLOGY IDEF: A
COLABORATIVE ENVIRONMENT PROPOSAL IN THE
PRODUCTION OF BIODIESEL
A
UTHOR
:
J
OSELE
N
ARA
D
ELAZERI DE
O
LIVEIRA
T
UTOR
:
L
EANDRO
C
ANTORSKI DA
R
OSA
,
D
R
.
Santa Maria, 11 de março de 2010.
Economic development is of utmost importance for any nation or locality, however,
recognizing that natural resources are finite, such development must be associated to
environment preservation. Most of the energy consumed in the world comes from the
oil, coal and natural gas. These sources are limited and with forecast of exhaustion in
the future, therefore, the search for alternative energy sources is of utmost importance.
With this in mind, energy matrix that are able to substitute fossil fuels become a
relevant world-wide issue. Brazil is the country with the largest biodiversity, which
explains its wealth in oleaginous. However, it´s production is restricted to nutritional
means, disregarding some species with high lipidic content. Biodiesel is a worthy
alternative, being a renewable and biodegradable fuel. This research had the objective of
developing a general descriptive model, having as base the IDEF0 methodology
(Integration Definition Language for Function Modeling) and to propose a cooperative
environment among the different actors of the biodiesel productive chain. The study had
as base an IDEF0 modeling technique, with the purpose of understanding and
describing the main processes involved in the biodiesel productive chain, aiming at
suggestions of improvement in the relationship among the different actors of this chain,
in order to optimize the management process. The results showed that the viability of
long term biodiesel production depends on infrastructure, qualified man power,
governmental rendering of services associated with production and governmental
incentives. Faced with the reality presented in the research, a transition to free market
was identified as a form of reducing costs of production and transportation for the
producing companies. As well as the incentive to export, in order to lessen the excess of
productive capacity not adequate to the demand. The auctions were created as a form of
guaranteeing the commercialization of the biodiesel produced, however, with market
more mature there´s a need to rethink these auctions. The IDEF0 Diagram for its simple
and visual characteristic enabled the understanding of the function of each actor in the
biodiesel productive chain and the identification of important elements, allowing
suggestions of improvement in communication between the involved parts. For the
agility and precision demanded nowadays, a computer system can be implanted,
integrating the entire productive chain. For this, it is suggested in addition to IDEF0,
the use of IDEF3, that describes the processes and its Inter-relations in a much more
detailed form.
Key-words: biodiesel, productive chain, IDEF.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fluxo de informações de um processo ICOMs.............................................. 23
Artigo 1 – Figura 1 – Diagrama IDEF0 – portal colaborativo ........................................ 41
Artigo 2 – Figura 1 – Cadeia produtiva do biodiesel ...................................................... 48
Artigo 2 – Figura 2 – Fluxograma da estrutura metodológica da pesquisa .................... 54
Artigo 2 – Figura 3 – Diagrama IDEF0 – produção de biodiesel ................................... 55
Artigo 2 – Figura 4 – Diagrama IDEF0 (nível superior) – matéria-prima ...................... 56
Artigo 2 – Figura 5 – Diagrama IDEF0 (nível superior) – leilão ................................... 57
Artigo 3 – Figura 1 – IDEF0 diagram (superior level) – biodiesel production .............. 67
Artigo 3 – Figura 2 – IDEF0 diagram (superior level) – auction ................................... 67
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Marcos no desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil e no
mundo ...................................................................................................................... 29
Quadro 2 – Perspectiva do biodiesel no bloco dos países em desenvolvimento ............ 31
Artigo 2 - Quadro 1 – Os 16 métodos IDEF ................................................................... 51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biodiesel
CERBIO – Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis
EIPs - Enterprise Information Portals
EPE – Empresa de Pesquisas Energéticas
FIPS – Federal Information on Processing Standarts
FNQ – Fundação Nacional da Qualidade
ICOMs – Inputs, Controls, Outputs, Mechanisms
IDEF – Integration Definition
IDEF0 – Integration Definition Language for Function Modeling
IDEF1X – Integration Definition Data Modeling
IDEF2 – Integration Definition Simulation Model Design
IDEF3 - Integration Definition Process Description Capture
IDEF4 - Integration Definition Object – Oriented Design
IDEF5 - Integration Definition Ontology Description Capture
IDEF6 - Integration Definition Design Rationale Capture
IDEF7 - Integration Definition Information System Auditing
IDEF8 - Integration Definition Use Interfacing Modeling
IDEF9 - Integration Definition Scenario-Driven IS Design
IDEF10 - Integration Definition Implementation Architecture Modeling
IDEF11 - Integration Definition Information Artifact Modeling
IDEF12 - Integration Definition Organization Modeling
IDEF13 - Integration Definition Three Schema Mapping Design
IDEF14 - Integration Definition Network Design
IEA – Agência Internacional de Energia
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
MME – Ministério de Minas e Energia
NBB – National Biodiesel Board
NIST – National Institute of Standards and Technologies
PNPB – Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel
PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
SADT - Structured Analysis and Design Technique
UBRABIO – União Brasileira do Biodiesel
UNCTAD – Conferências das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................. 05
ABSTRACT ............................................................................................................................ 06
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
1.1 Contextualização do tema ............................................................................................... 13
1.2 Justificativa e relevância ................................................................................................. 13
1.3 O Problema de pesquisa. ................................................................................................. 15
1.4 Objetivos. .......................................................................................................................... 15
1.4.1 Geral ........................................................................................................................ .15
1.4.2 Específicos ............................................................................................................... .15
1.5 Estrutura do Trabalho. ................................................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 17
2.2 Gestão por processos ....................................................................................................... 19
2.3 Modelagem de processos e a informatização ................................................................ 20
2.4 Técnica IDEF – ferramenta integrada para modelagem de funções .......................... 22
2.5 Ambiente colaborativo .................................................................................................... 25
2.6 Biodiesel ............................................................................................................................ 26
3 ARTIGO CIENTÍFICO 1. .............................................................................................. 33
3.1 Modelagem IDEF: proposta de implementação de um portal colaborativo de
gestão do conhecimento em uma instituição de ensino superior ................................. 33
4 ARTIGO CIENTÍFICO 2. .............................................................................................. 46
4.1 Modelagem de processos IDEF: modelo descrito da cadeia produtiva do
biodiesel ............................................................................................................................ 46
5 ARTIGO CIENTÍFICO 3. .............................................................................................. 63
5.1 Process modeling and technique IDEF: proposal of a collaborative
environment in the production of biodiesel................................................................... 63
6 CONCLUSÕES................................................................................................................ 70
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 72
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento econômico é de suma importância para qualquer nação ou
localidade, porém, através do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos, este
deve estar associado à preservação ambiental.
O petróleo é responsável por 37% da energia consumida no mundo, após o carvão,
com 25%, seguido pelo gás natural, 23% (DIAS, 2008). Essas fontes são limitadas e com
previsão de esgotamento no futuro, portanto, a busca por fontes alternativas de energia é de
suma importância. Considerando-se esse cenário, matrizes energéticas que venham a
substituir os combustíveis fósseis tornam-se tema relevante a nível mundial.
O Brasil é o país de maior biodiversidade, o que explica sua riqueza em oleaginosas.
Entretanto, restringe sua cultura para fins alimentícios, desprezando algumas espécies com
alto rendimento lipídico. Existe um grande potencial a ser explorado, tanto em relação ao
aproveitamento energético de culturas temporárias e perenes, quanto ao aproveitamento
energético do óleo residual proveniente da alimentação.
O biodiesel passa a ser uma alternativa por ser um combustível renovável
(biocombustível) e biodegradável, podendo ser extraído de alguns vegetais e da gordura
animal. A produção do biodiesel pode cooperar com o desenvolvimento econômico de
diversas regiões do Brasil, uma vez que é possível explorar a melhor alternativa de matéria-
prima (fontes de óleos vegetais tais como óleo de mamona, de soja, de girassol, dentre outros)
de cada região, resultando em um impacto social com a geração de emprego e renda, pois este
programa volta-se a integrar agricultores familiares à oferta de biocombustíveis.
Quando comparado a África do Sul, Tailândia, Índia, Filipinas, China, Guatemala,
Estados Unidos e União Européia, o Brasil é o país que apresenta maior vínculo
institucionalizado entre biodiesel e fortalecimento da agricultura familiar (UNCTAD, 2006).
Considerando-se que um combustível alternativo deve ser técnica e economicamente viável.
13
1.1 Contextualização do tema
A história econômica brasileira, com suas implicações sociais, políticas e culturais,
tem fortes raízes junto ao agronegócio, uma das mais importantes fontes geradoras de riqueza.
A globalização, interdependência de todos os povos e países, impõe ao agronegócio brasileiro
uma revisão completa de suas práticas e conceitos. Através de significativa revolução
tecnológica houve um aumento da competitividade, produtividade, qualidade e eficiência do
agronegócio brasileiro.
Conceitos de qualidade foram desenvolvidos para o setor industrial e estão presentes
na rotina das empresas, sendo também incorporados ao agronegócio, pois qualquer operação
realizada fora dos padrões planejados traz inúmeras perdas (BONATO, 2004).
Hendrickson et al. (2008) propõem um sistema agrícola integrado – dinâmico. O
aspecto dinâmico desse conceito é a filosofia de gestão que requer a tomada de decisão no
tempo mais oportuno com a melhor disponibilidade de informações.
O biodiesel é uma proposta de solução energética, ambiental e social. Salienta-se o
impacto da inserção do biodiesel na matriz energética brasileira relacionado à geração de
novos postos de emprego, na renda regional e, consequentemente, no processo de
desenvolvimento das economias locais (SOUSA et al., 2005; SOUZA, 2005; JULIATO,
2006; DANTAS, 2006; YON, 2007).
Para a compreensão da cadeia produtiva faz-se necessária a modelagem dos processos
nela envolvidos, utilizando-se uma técnica que ofereça grande visibilidade, através de uma
notação simples, como o IDEF (Integration Definition).
1.2 Justificativa e relevância
Considerando-se a questão ecológica, as fontes alternativas de energia ganham um
espaço cada vez maior, pois, além de não prejudicarem a natureza, são renováveis. O Brasil
tem um imenso potencial para utilização dessas fontes, mas seu aproveitamento ainda é
bastante modesto, sendo de suma importância no cenário econômico e ambiental. Já, as fontes
tradicionais traçam sua trajetória ao declínio, pela característica efêmera e pela ameaça ao
meio ambiente. O biodiesel é uma das principais vertentes da agroenergia, proposta de
14
solução energética, ambiental e social. O desenvolvimento do biodiesel reduz a dependência
da importação de combustíveis fósseis.
Porém, para a eficiente implantação de uma matriz energética é necessária a visão
sistêmica de toda a cadeia produtiva que envolve a mesma. Vários estudos relacionados ao
biodiesel estão sendo desenvolvidos em todo o mundo, mas poucos estão relacionados à
gestão e integração dos diferentes atores envolvidos no processo de produção e distribuição
deste biocombustível.
A sustentabilidade desta matriz energética e a competitividade brasileira a nível global
têm forte dependência da eficiente articulação interinstitucional entre todos os participantes da
cadeia produtiva. a necessidade de maximizar os resultados da atividade produtiva,
buscando o eficiente consumo de energia e matéria-prima e, o máximo aproveitamento dos
subprodutos.
O foco deve estar na qualidade e produtividade de todos os processos envolvidos,
otimizando a utilização dos recursos e aprimorando a comunicação interna e externa das
empresas produtoras. O mesmo profissionalismo com o qual é elaborado o produto deve estar
presente no fornecimento da matéria-prima e na distribuição.
A relevância prática da pesquisa destaca-se na utilização da ferramenta de modelagem
IDEF0 (Integration Definition Language for Function Modeling), que permite através do
aspecto visual, a compreensão das principais dinâmicas existentes na cadeia produtiva. A
partir dessa compreensão, podem ser implantados sistemas informatizados internos e/ou de
relacionamento com o ambiente externo, de forma integral ou parcial. Com a finalidade de
conhecer essa ferramenta, a mesma foi aplicada na implantação de um portal de gestão do
conhecimento em uma instituição de ensino superior, após essa aplicação os estudos foram
direcionados na utilização da mesma na cadeia produtiva do biodiesel.
A contribuição teórica refere-se a três artigos científicos desenvolvidos: Process
modeling and technique IDEF: proposal of a collaborative environment in the production of
biodiesel apresentado e publicado nos anais da International Conference on Manufacturing
and Engineering Systems e, os artigos Modelagem IDEF: proposta de implementação de um
portal colaborativo de gestão do conhecimento em uma instituição de ensino superior,
Modelagem de processos IDEF: modelo descritivo da cadeia produtiva do biodiesel
submetidos a Revista Gepros (Gestão da produção, operações e sistemas e, Revista Gestão
Industrial, respectivamente.
Todo projeto desenvolvido deve estar aliado à sustentabilidade, que envolve três
pilares: econômico, ambiental e social. Este último está diretamente relacionado ao PNPB
15
(Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel), através do Selo Combustível Social,
que deve intensificar as ações de qualificação dos produtores rurais e dos insumos utilizados
nas pequenas propriedades.
A partir de todas essas observações, fica justificada a realização da pesquisa, que
busca a compreensão do setor, de forma global, sugerindo ações que permitam a sua
viabilidade em longo prazo.
1.3 O problema de pesquisa
Esta pesquisa tem como tema principal o estudo da técnica IDEF (Integration
Definition) e sua aplicação na modelagem de processos relacionados à cadeia produtiva do
biodiesel.
Considerando-se a necessidade atual de uma visão estruturada do fluxo de informação
dos diferentes atores envolvidos nos processos produtivos agroindustriais formulou-se o
seguinte problema de pesquisa: “Como utilizar a técnica IDEF na modelagem de processos
através de um ambiente colaborativo?”
1.4 Objetivos
1.4.1. Geral
Desenvolver um modelo geral descritivo, tendo como base a técnica de modelagem
IDEF0 e propor um ambiente colaborativo entre os diferentes atores da cadeia produtiva do
biodiesel.
1.4.2. Específicos
- Realizar um estudo de aplicação prática da metodologia IDEF.
- Estudar a metodologia IDEF, tendo como cenário base a cadeia produtiva do
biodiesel e identificar os diferentes atores do processo.
16
- Oferecer visibilidade aos processos, através de uma metodologia que sirva como
guia definindo por onde começar, que passos seguir, possibilitando consistência na
prática.
- Modelar o processo corrente entre os envolvidos na cadeia produtiva de biodiesel.
1.5 Estrutura do Trabalho
O trabalho desenvolvido está estruturado em 5 (cinco) tópicos, incluindo a introdução.
Na introdução, são abordados: contextualização do tema, justificativa e relevância, o
problema da pesquisa e objetivos (geral e específicos).
O item 2 Fundamentação Teórica faz uma revisão dos principais aspectos necessários
para o conhecimento da cadeia produtiva nacional do biodiesel e das aplicações da técnica de
modelagem IDEF, a fim de possibilitar a proposta de um ambienta colaborativo .
O Artigo Científico 1, submetido a Revista GEPROS - Gestão da Produção, Operações
e Sistemas, explora a aplicação prática da ferramenta IDEF na implementação de um portal
colaborativo de gestão do conhecimento em uma Instituição de Ensino Superior. Após essa
aplicação os estudos foram direcionados à utilização dessa ferramenta na cadeia produtiva do
biodiesel.
O Artigo Científico 2, submetido a Revista Gestão Industrial, discute a cadeia
produtiva do biodiesel brasileira e, emprega a técnica de modelagem IDEF0 para a criação de
um modelo descritivo da mesma.
O Artigo Científico 3, apresentado na MES 2009 International Conference on
Manufacturing and Engineering Systems at National Formosa University, Taiwan, que
ocorreu nos dias 17 a 19 de dezembro de 2009, através de um estudo realizado em uma
empresa localizada no estado do MT, propõe um ambiente colaborativo na produção de
biodiesel.
O tópico 5 apresenta as conclusões obtidas a partir da pesquisa bibliográfica e
pesquisa de campo, que resultou nos três artigos que fazem parte deste trabalho. também
algumas sugestões como extensão dessa pesquisa.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O agronegócio brasileiro
O agronegócio tem destacada relevância no que se refere à economia nacional. O
Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade. Setor
chave para a inclusão do Brasil no cenário mundial (MAPA, 2009).
O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além de elevada tecnologia
utilizada no campo, dados estes que fazem do agronegócio brasileiro um setor moderno,
eficiente e competitivo no cenário internacional (RODRIGUES, 2006).
Batalha (2001) conceitua agribusiness como a soma das operações de produção e
distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do
armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a
partir deles e diz que a competitividade do agronegócio brasileiro somente poderá ser
construída em bases sustentáveis, resultantes de um comportamento complementar entre os
agentes econômicos de uma cadeia e os poderes governamentais.
Agronegócio refere-se à empresas que produzem insumos agrícolas, propriedades
rurais, empresas de processamento e distribuição (CALLADO, 2006). A partir da década de
60 o produtor rural passou a ser um especialista, envolvido quase que exclusivamente com o
cultivo e criação de animais. Desta forma, as funções de armazenar, processar e distribuir
produtos agropecuários, bem como as de suprir insumos e fatores de produção, foram
transferidas para organizações produtivas e de serviços (VILARINHO, 2006).
Segundo Bonato (2004) conceitos de qualidade foram desenvolvidos para o setor
industrial e estão presentes na rotina das empresas, sendo também incorporados ao
agronegócio, pois qualquer operação realizada fora dos padrões planejados traz inúmeras
perdas. Zylbersztajn (2005) afirma que na indústria os processos produtivos são previsíveis,
contínuos e controláveis, enquanto a agricultura está sujeita a sazonalidade da natureza.
O agronegócio está no foco de debates amplos com a sociedade, pois envolve questões
ambientais, fundiárias e sociais (Garcia; Castelo, 2007). Deve buscar o equilíbrio entre
estratégias coletivas (ambientais e sociais) e estratégias econômicas (ALKON, 2008). Pereira
18
(2007) diz que o agronegócio é uma área importante da economia nacional e está relacionada
à produção de flores, alimentos, fibras e biomassa de fim energético. Para Gasques et al.
(2004) este gera riqueza que vem a favorecer a economia nacional. Tem influência
significativa em pequenas e médias cidades, sendo na maioria das vezes, a base econômica
das mesmas.
A agroindústria é elemento estratégico para o desenvolvimento da agricultura e, as
características diferenciais da formação dos sistemas agrários estão principalmente associadas
a fatores históricos de ocupação e a modalidades de valorização das terras (FRANTZ; SILVA
NETO, 2005). Para a eficiência do sistema, as propriedades rurais devem ser mais
competitivas (BARDAJÍ; IRÁIZOZ; RAPÚN, 2009). Canto Neto (2007) cita a importância
do agronegócio brasileiro, que coloca o país entre as nações mais competitivas do mundo na
produção de commodities agroindustriais, resultado da combinação de diversos fatores,
principalmente, investimentos em tecnologia e pesquisa.
Segundo Chiadamrong e Kautummachai (2008) o ambiente competitivo atual requer
foco no cliente e percepção holística da cadeia de suprimentos. Para Dooley, Carter e Carter
(2008) o ambiente requer a inovação. Hendrickson et al. (2008) propõem um sistema agrícola
integrado dinâmico. O aspecto dinâmico desse conceito é a filosofia de gestão que requer a
tomada de decisão no tempo mais oportuno com a melhor disponibilidade de informações.
Araújo (2005) descreve as empresas agroindustriais de forma sistêmica, englobando os
setores denominados: antes da porteira ou montante da produção agropecuária compostos
basicamente pelos fornecedores de insumos e serviços, como: máquinas, implementos,
defensivos, fertilizantes, corretivos, sementes, tecnologia, financiamento; dentro da porteira
ou produção agropecuária propriamente dita – é o conjunto de atividades desenvolvidas
dentro das unidades produtivas agropecuárias, que envolve o preparo e manejo de solos, tratos
culturais, irrigação, colheita, criações e outras; após a porteira ou jusante da produção
agropecuária refere-se às atividades de armazenamento, beneficiamento, industrialização,
embalagens, distribuição, consumo de produtos alimentares, fibras e produtos energéticos
provenientes da biomassa.
Coordenar toda a cadeia produtiva é uma forma de aumentar a eficiência e eficácia na
entrega do produto final (MOURA; MARTINS; MOLLENKOPF, 2009). Paulinelli (2009)
destaca que o Brasil está perdendo um grande espaço, pois detém o maior potencial de
produção de óleo, matéria-prima do biodiesel, sendo fundamental a pesquisa, a ser fomentada
pelo Centro Nacional de Pesquisa em Agroenergia.
19
2.2 Gestão por processos
As atividades produtivas devem ser geridas, ou seja, devem-se reunir todos os recursos
necessários para seu funcionamento, com adequada integração e foco nos resultados
(CHIAVENATO, 2005), como um “sistema de produção”, que se refere a um conjunto de
atividades e operações inter-relacionadas envolvidas na produção de bens ou serviços
(MOREIRA, 2006). Qualquer organização produz bens ou serviços, ou um misto dos dois,
fazendo isso por um processo de transformação. Qualquer atividade em uma empresa envolve
a transformação de inputs em outputs, que atendam as necessidades de seus clientes internos e
externos, que tenham valor para os mesmos, (SLACK; JOHNSTON; CHAMBERS, 1999;
MARTINS; LAUGENI, 2000; ALVAREZ, 2001) clientes internos, outros setores ou
atividades da empresa; externos – usuários, externos à organização, dos bens e serviços
produzidos (CORRÊA; CORRÊA, 2006). Não bem ou serviço que o seja resultado de
um processo empresarial (GONÇALVES, 2000).
As organizações são constituídas por uma complexa combinação de recursos
interdependentes e inter-relacionados, que devem perseguir os mesmos objetivos, e cujos
desempenhos podem afetar positiva ou negativamente a organização em seu conjunto. Gestão
por processos é um conceito com foco na otimização dos resultados das organizações, através
da melhoria dos processos de negócio.
Em geral, significa dar menos ênfase a estrutura funcional e empregar outros modelos
organizacionais (DAVENPORT, 1994). A transição de uma empresa com uma estrutura
funcional para uma gerenciada por processos é difícil e envolve todos os níveis de
colaboradores, exigindo comprometimento, responsabilidade e trabalho em equipe
(SENTANIN, 2004). Com isso, muitas organizações ainda preferem adotar uma estrutura
funcional, a qual pouco informa sobre uma visão ampla e pouco auxilia no desenvolvimento
de novas práticas e métodos para a organização.
Processo é um conjunto de elementos que serve de guia para o início e término de um
trabalho (CRUZ, 2005). É um conjunto de atividades preestabelecidas que, executadas numa
sequência determinada, vão conduzir a um resultado esperado que assegure o atendimento das
necessidades e expectativas dos clientes e outras partes interessadas (FNQ, 2007).
É uma
coleção de tarefas e atividades que juntas e somente juntas transformam entradas em
saídas (GARVIN, 1998). Representa uma particular trajetória em um sistema
(BAEKGAARD, 2009).
Para a adequada gestão por processos é necessário o mapeamento
20
dos mesmos. O mapeamento é fundamental para a identificação dos processos essenciais e
para a análise sistêmica das organizações.
A abordagem por processos fez com que as empresas passassem a ser vistas como um
conjunto de atividades articuladas (CAMPOS, 1996; CARDOSO, 2004; MARANHÃO;
MACIEIRA, 2006). As principais atividades de negócio envolvem movimento, manipulação
e consumo de materiais e informação (DENNING; MEDINA-MORA, 1995). O controle dos
processos permite determinar ou prever possíveis resultados que são, por sua vez,
consequências bem definidas de estímulo nas variáveis de entrada (MARANHÃO;
MACIEIRA, 2006). São fundamentais estratégias integradas para o melhor rendimento dos
processos (PALADINI, 2000; ELLEGAARD, 2008; HOOKER et al., 2008;
HANAFIZADEH; REZAEI; GHAFOURI, 2009). Os processos de negócio não são
executados em contexto local ou isolado, devido a vários fatores, como: globalização,
melhorias na tecnologia da informação e a capacidade de comunicação através dos
computadores. Um sistema integrado envolve componentes, tecnologias, habilidades e
conhecimento das diversas organizações envolvidas (RUTTEN; DORÉE; HALMAN, 2009).
As pressões da competitividade obrigam as organizações a reavaliarem suas
estratégias de negócio (PORTER, 2001; DRUCKER, 2001; KOSKELA; DAVE, 2008).
Algumas empresas não adotam a gestão por processos por: estarem em um mercado pouco
competitivo; paradigmas da visão hierárquica e funcional da estrutura organizacional;
ausência de visão estratégica do negócio; desconhecimento dos clientes e suas necessidades;
inexistência de uma cultura de processos.
Os clientes não estão interessados na estrutura organizacional e nas suas filosofias
gerenciais, mas, sim, nos produtos e serviços produzidos por seus processos (HAMMER,
1997). A Gestão por processos é primordial, para eficácia, eficiência e melhoria das
atividades organizacionais.
2.3 Modelagem de processos e a informatização
Modelagem de processos refere-se ao mapeamento, ou seja, o levantamento e
diagramação do processo como ele é executado e, redesenho, isto é, otimização do processo.
Portanto, um sistema informatizado desenvolvido para dar suporte a uma organização deve
estar alinhado aos processos de negócio onde está inserido.
21
A implementação de formas eficientes de aquisição e troca de informações é
fundamental para a competitividade das empresas.
Muitos erros de projeto e a falta de adequação ao processo produtivo são detectados
somente no produto final, devido à falta de um ambiente que permita a troca e o fluxo de
informações (DARÉ, 2000; DARROCH; AKRIDGE; BOEHLJE, 2002; LAUDON;
LAUDON, 2004; VARGAS, 2004; STAIR; REYNOLDS, 2006; BARDHAN; GUPTA;
TALLON, 2008; JEONG; CHO; PHILLIPS, 2008).
Tonolli Júnior (2003) cita a importância
da comunicação eficiente nas empresas, ou seja, obter as informações necessárias, no tempo
certo e de forma objetiva e organizada.
A falta de uma forma estruturada para a troca de informações pode interferir de
maneira importante no desenvolvimento do processo produtivo. Esta interferência se de
forma mais significativa no tempo de desenvolvimento devido à necessidade de buscar
informações, as quais deveriam estar disponíveis desde o início do processo. A informação,
hoje, pode ser considerada um bem econômico. Nesse sentido, Jeong, Cho e Phillips (2008)
citam a importância da disponibilidade do recurso informação para a realização de diferentes
atividades de um processo.
a necessidade de gerenciar a informação de forma adequada e eficiente, sendo
fundamental a qualidade desta informação (VARGAS, 2004). É importante o
desenvolvimento de estratégias integradas para o melhor rendimento dos processos e uma
visão holística da organização (PALADINI, 2000; HOOKER et al., 2008; HANAFIZADEH;
REZAEI; GHAFOURI, 2009). Ellegaard (2008) destaca a importância de considerar a
variável risco em um ambiente integrado.
As pressões da competitividade e o aperfeiçoamento constante da tecnologia da
informação obrigam as organizações a reavaliarem suas estratégias de negócio (PORTER,
2001; DRUCKER, 2001; KOSKELA; DAVE, 2008). A verificação é fundamental para
identificar problemas potenciais (WYNN et al., 2009). Sistemas de informação permitem um
relacionamento integrado entre cliente, empresa e fornecedores, sendo fundamentais para a
precisão das informações (DARROCH; AKRIDGE; BOEHLJE, 2002; BARDHAN; GUPTA;
TALLON, 2008).
Antes de utilizar as ferramentas baseadas na tecnologia da informação, devem-se
organizar os fluxos de trabalho. A modelagem é uma ferramenta que permite comunicar de
forma simples as funções do negócio.
A modelagem de processos é uma atividade primordial, antes de iniciar qualquer
processo de organização empresarial, tais como, a implantação de sistemas de gestão.
22
2.4 Técnica IDEF – Ferramenta integrada para modelagem de funções
IDEF (Integration DEFinition) é baseada na Técnica de Análise e Projetos
Estruturados SADT (Structured Analysis and Design Techinique), que é uma abordagem
gráfica para a descrição de um sistema, introduzida por Douglas T. Ross na década de 70. Em
1981 a Força Aérea Americana padronizou e levou ao conhecimento do público um
subconjunto do SADT, chamado de IDEF0 (IDEF zero). A necessidade desta padronização
deveu-se ao fato de que a Força Aérea trabalhava com diversas indústrias espaciais e cada
uma trabalhava de uma forma. Isto dificultava o controle e a documentação de seus processos.
Os diagramas IDEF são construídos de uma forma top-down a partir de um diagrama inicial,
A0, que contém uma única atividade que vai sendo detalhada (IDEF0, 1993).
IDEF0 é uma das mais populares técnicas de modelagem de processos de negócio, é
utilizada para modelar decisões, ações e atividades de uma organização ou sistema (IDEF0,
1993; TSIRONIS; ANASTASIOU; MOUSTAKIS, 2009).
A modelagem IDEF0 pode ser usada para modelar uma ampla variedade de sistemas
automatizados e não automatizados (COLOQUHOUN; BAINES; CROSSLEY, 1993).
Os métodos IDEF mostram um excelente poder de comunicação, além de oferecer
grande visibilidade aos processos de negócio, através de uma notação simples. Os resultados
são visões do negócio com um todo, possibilitando diversas abstrações de complexidade.
Segundo Alvarenga (2004) esta técnica é voltada para a modelagem de decisões, ações
ou atividades de uma organização ou sistema, tendo enfoque principal:
Voltado ao negócio;
Priorizando “o que” deve ser feito e não apenas o “como” fazê-lo;
Objetivando eficácia antes da eficiência;
No estabelecimento da abrangência (ou escopo) da análise.
De acordo com a notação IDEF processo é um conjunto de atividades, funções ou
tarefas identificadas, que ocorrem em um período de tempo e que produzem resultado. Para
Melo (2006) o método é uma orientação que através de padrões e critérios de análise, reduz o
nível de dificuldade encontrado, não o grau de complexidade real do sistema, nem sua
integridade.
A técnica IDEF refere-se à modelagem de processos para um desenvolvimento seguro
e sustentado, no qual os processos cumprem o papel de habilitar o relacionamento coerente
entre os dados e as funções. Define-se como a transformação de entradas (inputs), orientadas
23
por controles (controls), em saídas (outputs), usando recursos (mechanisms), conforme Figura
1. A família integrada IDEF foca não somente os processos, mas, também, todo o ciclo de
vida de desenvolvimento de um sistema.
Os ICOMs (Inputs, Controls, Outputs, Mechanisms) ou entradas, controles, saídas,
mecanismos, devem ser corretamente utilizados onde:
Entrada: Reflete informações e/ou materiais que serão transformadas durante o
processo;
Controle: Algo não material, como por exemplo, responsabilidades do operador e
do processo;
Saída: São os resultados obtidos;
Mecanismo: Máquinas, equipamentos e/ou pessoas destinadas à realização da
atividade.
Figura 1. Fluxo de Informações de um processo ICOMs (MICHEL; COSTA, 2002)
Neste tipo de modelagem, diferente de um fluxo tradicional, as setas não representam
a seqüência cronológica dos eventos. Deste modo, as setas representam que dada uma saída
de uma atividade, é a mesma utilizada como entrada ou controle de outra atividade.
No estudo e compreensão de sistemas particulares devem ser utilizadas técnicas de
modelagem particulares (SNOWDON, 2006).
Neste trabalho, será utilizada a IDEF0 (Integration Definition Lanaguage for Function
Modeling), que consiste de uma série hierárquica de diagramas relacionados, na qual o fluxo
de informações existentes entre funções é mapeado, possibilitando uma visão gradativamente
detalhada do processo. Esse detalhamento é feito para cada função ou atividade, através de
24
sucessivas explosões das funções. O primeiro diagrama é o A0, denominado vel superior,
que provém a descrição mais geral da tarefa e no qual as setas indicam a interface entre o
mundo externo e o diagrama. Neste nível está expressa a razão pela qual o modelo foi criado.
O diagrama A0 é seguido por uma série de diagramas filho, representados por A1, A2, A3 e,
assim, sucessivamente, nos quais são descritos maiores detalhes sobre cada tarefa. Desta
forma, permite visualizar como o processo realmente é e propor como o mesmo deve ser.
A técnica IDEF0 tem as seguintes características:
é ampla, explícita e capaz de representar graficamente uma ampla variedade de
negócios, fabricação e qualquer outro tipo de operações empresariais em qualquer
nível de detalhe;
é uma linguagem simples e coerente, provê expressões rigorosas e precisas e
promove consistência no seu uso e interpretação;
ressalta a comunicação entre sistemas analistas, desenvolvedores e usuários por
meio do fácil aprendizado e na ênfase da exposição hierárquica do detalhe;
é testada e aprovada através do uso durante muitos anos na Força rea dos EUA
além do desenvolvimento de outros projetos governamentais, e pela indústria
privada;
pode ser gerada por uma variedade de ferramentas computacionais gráficas.
Desde dezembro de 1993 o NIST (Instituto Nacional de Padronizações e Tecnologias)
reconhece a IDEF0 como um padrão para a modelagem de funções.
O desafio atual é desenvolver um ambiente de comunicação, ambiente colaborativo,
que permita aos diversos sistemas de informação trocar dados de forma eficaz, atendendo à
crescente demanda dos processos de negócio por comunicação instantânea, ou seja, em tempo
real, integração das informações de forma sistêmica (MURPHY, 2003; TONOLLI JÚNIOR,
2003; SOARES; BROCHADO; PITHON, 2007, AHUJA; YANG; SHANKAR, 2009).
Um modelo IDEF0 é composto por uma série hierárquica de diagramas que
apresentam gradativamente, um nível maior de detalhe, descrevendo funções e suas interfaces
no contexto de um sistema (XEXEO, 2004; RYAN; HEAVEY, 2006; DOOMUN; JANGUM,
2008). Liu, Sun e Mahdavian (2008) afirmam que a flexibilidade da IDEF0 reside na
capacidade de permitir a análise de complexos sistemas, onde a necessidade de estudar
múltiplos níveis de detalhamento das atividades de tal forma que o analista possa entender o
sistema. Técnica com a as seguintes características: generalidade (para sistemas variáveis e
complexos); rigor e precisão (modelos corretos e aplicáveis); concisão (facilidade de
25
compreensão e consenso); conceito (representa requisitos funcionais) e flexibilidade (para
várias fases do ciclo de vida de um projeto). Para Choo e Lee (1999) a técnica de modelagem
de funções IDEF0 é usada para garantir a completa captura das informações requeridas.
A modelagem IDEF permite que as informações fiquem organizadas e a disposição de
qualquer envolvido no processo. Pedroso (2008) diz que os processos colaborativos
contemplam as diferentes formas colaborativas de gerenciamento, planejamento e acordos
comerciais entre as empresas.
2.5 Ambiente colaborativo
Ambiente colaborativo é o meio pelo qual os objetos do mundo real são traduzidos
para um sistema de informação e vice-versa. Segundo Siméon (2008) ator representa qualquer
elemento externo que interage com o sistema.
O conhecimento é a chave de todo processo de reformulação organizacional (ROSINI;
PALMISANO, 2008). Mesmo aceitando os fatores clássicos de produção (trabalho, capital e
terra) será o conhecimento o fator de sucesso na nova economia (DRUCKER, 1999).
Tratando-se de gestão organizacional uma grande preocupação sobre como registrar e
armazenar formalmente as informações. O êxito no âmbito dos negócios está fortemente
relacionado com a criação do conhecimento organizacional. Criação do conhecimento
organizacional é a capacidade de uma empresa de criar novo conhecimento, difundi-lo na
organização como um todo e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas (NONAKA;
TAKEUCHI, 1997).
A codificação do conhecimento é, basicamente, um processo de redução e conversão
que implica sua transformação em informação. O conhecimento codificado (conhecimento
explícito) pode ser manipulado como uma informação. Portanto, neste caso, para geri-lo
utiliza-se os parâmetros e as tecnologias de gestão da informação (COSTA; KRUCKEN;
ABREU, 2000).
Desta forma, os portais colaborativos são algumas das ferramentas que podem assumir
este papel de armazenar e registrar este conhecimento. Canalizando estas fontes para a tomada
de decisões em três níveis: estratégico, tático e operacional.
Os portais colaborativos, também chamados de EIP's (Enterprise Information
Portals), são aplicações semelhantes aos portais encontrados na internet. Porém são mais
26
complexos, pois encontram justificativa no apoio à missão, às estratégias e aos objetivos da
organização e colaboram para a criação e o gerenciamento de um modelo sustentável de
negócios (BAX; TERRA, 2003).
Os portais são também local de referência onde os usuários/colaboradores podem
encontrar, extrair, analisar e fornecer a informação que prolifera no ambiente colaborativo.
Nesse contexto, os usuários da informação se beneficiarão de dados e informações,
transferindo-os, minerando-os e reutilizando-os em diferentes cenários e aplicações, como
suporte à tomada de decisão.
É importante considerar que as tecnologias da informação são apenas o sistema de
armazenagem para a troca de conhecimentos, que por si só, não garantem nem promovem a
geração de conhecimento, pois esta depende da cultura organizacional (ROSSINI;
PALMISANO, 2008).
2.6 Biodiesel
Considerando-se a questão ecológica, as fontes renováveis de energia ganham um
espaço cada vez maior, pois, além de não prejudicarem a natureza, são perenes. O Brasil,
devido a sua grande extensão territorial agriculturável e, recursos naturais abundantes, tem um
imenso potencial para utilização dessas fontes, mas seu aproveitamento ainda é bastante
modesto, sendo de suma importância no cenário econômico e ambiental.
Entre as energias renováveis salientam-se: a solar (fotovoltaica e rmica), o biogás
(de lixo, esterco ou esgoto) e a biomassa (restos agrícolas, serragem, biodiesel, álcool e óleos
in natura, a eólica e as centrais hidrelétricas).
O Brasil destaca-se na produção de combustíveis a partir da biomassa. Um exemplo é
o PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel), colocando o Brasil na posição
de um promissor exportador desse biocombustível (GOLDEMBERG et al., 2004;
MACHADO, 2006).
O relato do primeiro biodiesel produzido no mundo foi o do pesquisador belga G.
Chavanne, pela patente belga número 422.877, em 1937 (KNOTHE et al.,2006).
A Lei nº. 11.097, de 13 de setembro de 2005, que introduziu o biodiesel na matriz
energética brasileira, o define da seguinte maneira: “biocombustível derivado de biomassa,
renovável, para uso em motores a combustão interna, com ignição por compressão ou,
27
conforme regulamento para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou
totalmente, combustíveis de origem fóssil”.
Biodiesel é um monoalquil éster de ácidos graxos de cadeia longa, proveniente de
fontes renováveis, como óleos vegetais ou gordura animal, utilizado em substituição aos
combustíveis fósseis em motores de ignição por compressão, do ciclo diesel (NBB, 2009).
Mundialmente, a seguinte nomenclatura é utilizada para identificar a concentração do
biodiesel na mistura com o diesel mineral: biodiesel Bxx, onde xx é porcentagem em volume
do biodiesel à mistura.
O biodiesel pode ser utilizado em sua forma pura (B 100), mas também pode ser
adicionado ao diesel mineral em qualquer concentração. A partir de de julho de 2009,
estabeleceu-se em 4% no Brasil (B4), o percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel
ao diesel mineral (Quadro 2) porém essa obrigatoriedade não ocorre no transporte aquaviário.
As características de desempenho energético do biodiesel são consideradas
semelhantes ao diesel convencional, porém o custo é superior ao diesel de petróleo nas
bombas (NEGRELLO; ZENTI, 2007; EPE, 2007; BARROS; WUST; MEIER, 2008). A
tecnologia e a viabilidade econômica são fatores essenciais na opção por sistemas energéticos.
Para a sustentabilidade do PNPB em longo prazo o mesmo deve ser avaliado sob três
aspectos: econômico, ambiental e social. Gerpen (2005) cita algumas razões para o
desenvolvimento do biodiesel: refere-se a um mercado para o excesso de produção de óleos
vegetais e gordura animal; redução da dependência da importação do petróleo; menos
prejudicial ao meio-ambiente; as emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonos são
menores do que do diesel; com adição de 1-2% no diesel, pode ser utilizado como
combustível motor.
Para a compreensão do aspecto ambiental, além do fato de que o biodiesel produz
menos poluentes do que o diesel mineral após a combustão, faz-se necessário o entendimento
do seu processo produtivo.
Uma das motivações dos países desenvolvidos na produção de biodiesel é a redução
das emissões de CO
2
, atendendo às metas do Protocolo de Kyoto, tratado internacional com
compromisso de redução da emissão de gases de efeito estufa (LIMA; SOGABE;
CALARGE, 2008).
O processo produtivo do biodiesel é a transesterificação do ácido graxo presente no
óleo, com um álcool de cadeia curta (metanol ou etanol), onde se obtém o biodiesel e como
subproduto a glicerina. A reação pode ser realizada tanto em meio ácido quanto alcalino.
28
Deve-se produzir o mínimo de rejeitos com eficiente consumo de energia e matéria-
prima (SOLDI, 2006).
Na fabricação do biodiesel ocorre a reação com etanol ou metanol. O álcool etílico
tem várias vantagens em relação ao metanol, seu concorrente na produção nacional de
biodiesel. É mais limpo, renovável e produzido no Brasil. Mesmo assim, quase não é utilizado
pelas indústrias. Segundo Freitas (2009) um dos fatores é que inicialmente a tecnologia das
usinas era importada e feita para uso de metanol.
O biodiesel é considerado uma fonte de energia renovável porque a principal matéria-
prima para fabricação do mesmo o óleo vegetal - pode ser cultivada e sua produção ajuda a
diminuir os efeitos da emissão de CO
2
(RATHMANN et al.,2007). Para Gopinath, Puhan e
Nagarajan (2009) as propriedades do biodiesel dependem do óleo vegetal utilizado no
processo de transesterificação.
O biodiesel também pode ser produzido com sebo animal. Aranda (2009) cita
algumas vantagens na utilização do mesmo como matéria-prima: não compete com os
alimentos; transforma-se um resíduo em biocombustível; o biodiesel do sebo possui maior
estabilidade à oxidação; emite menos NO
x
(óxidos nitrosos); as análises do ciclo de vida
mostram que o biodiesel de sebo, na maioria das vezes, é ambientalmente mais favorável que
o biodiesel vegetal; tecnologia nacional; o biodiesel de sebo é mais barato e abre caminho
para o biodiesel de palma.
Considerando-se o aspecto econômico, o biodiesel apresenta resultados
significativos para a economia nacional.
Biodiesel significa economia na importação do principal combustível consumido no
Brasil, o óleo diesel. O uso do biodiesel no Brasil evitou a importação de 1,1 bilhões de litros
de diesel de petróleo resultando numa economia de cerca de US$ 976 milhões, gerando
divisas para o País (ANP, 2009).
O petróleo sofre muitas variações de preço, afetando a balança comercial de diversos
países, prejudicando setores de economia e, por consequência, o consumidor final
(BENEDETTI et al., 2006). A cada ameaça de guerra ou crise internacional o preço do barril
de petróleo dispara.
Os agrocombustíveis são uma aposta do governo brasileiro e empresários no pós-crise,
com a expectativa de aumento do preço do petróleo e crescentes preocupações com as
mudanças climáticas (GOMES et al, 2009). Apesar de seu estágio inicial, a indústria de
biodiesel brasileira exporta tecnologia. Inovações tecnológicas são fundamentais para a
29
viabilidade na substituição de combustíveis fósseis a longo prazo (OLIVEIRA 2007;
GAZZONI, 2009).
O maior aproveitamento do biodiesel na matriz energética brasileira tem enorme
importância econômica e estratégica para o país (UBRABIO, 2009). É fundamental viabilizar
o aproveitamento dos co-produtos, o que poderá reduzir o custo de produção do biodiesel e
aumentar sua competitividade (MME, 2008).
O Brasil tem sido apontado como o futuro der na produção de biodiesel, devido às
condições climáticas e solo favorável para a plantação de oleaginosas, além, da imensa
extensão territorial. Porém, atualmente ocupa a 4ª posição na produção mundial (ANP, 2009).
A União Européia é o maior fabricante de biodiesel do mundo, com quase 65% da
produção mundial. Alemanha (possui um amplo parque industrial com plantas distribuídas
por todo o país), Estados Unidos (consomem mais de 864 mil dólares de combustível por
minuto), França (capacidade produtiva de 775 mil toneladas), Brasil e Argentina (o programa
com incentivos fiscais do governo, iniciou em 2001), em ordem decrescente, são os cinco
maiores produtores de biodiesel (LIMA; SOGABE; CALARGE, 2008).
Destacam-se os seguintes marcos no desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil e
no mundo (Quadro 1).
1960/70 Registro de estudos sobre produção de biodiesel no mundo
1970/80 Lançamento do pro – álcool
1980
Depositada a primeira patente de biodiesel no Brasil, pelo Dr. Expedito
Parente
1988 Início da produção de biodiesel na Áustria e na França
1997 O Congresso Americano aprova o biodiesel como combustível alternativo
1998
Setores de pesquisa e desenvolvimento no Brasil retomam os projetos para
uso do biodiesel
2002
A Alemanha ultrapassa a marca de 1 milhão de toneladas anuais de produção
12/2003
Decreto do Governo Federal institui a Comissão Executiva Interministerial
CEI e o Grupo Gestor GG, encarregados da implantação das ações para
produção e uso de biodiesel
06/12/2004
Lançamento do Programa Nacional de Produção e uso do biodiesel: marco
regulatório e metas físicas
Quadro 1 – Marcos no desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil e no mundo
Fonte: ROUSSEF, 2004.
O aspecto social baseia-se no incentivo a pequenos produtores rurais, representado
pelo Selo Combustível Social.
30
Este selo é um componente de identificação concedido pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário aos produtores de biodiesel que promovem a inclusão social e o
desenvolvimento regional, por meio de geração de emprego e renda, aos agricultores
familiares enquadrados nos critérios do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar). Porém, é necessária a sustentabilidade econômica para inserção da
agricultura familiar na cadeia produtiva.
A utilização de biodiesel no Brasil tem sido crescente desde 2004, lançamento do
PNPB (Quadro 1). Negrello e Zenti (2008) citam vantagens e desvantagens brasileiras na
produção de biodiesel.
Vantagens: extensão territorial com aptidão agrícola, clima favorável e capacidade
produtiva; o Selo Combustível Social que promove inclusão e busca o desenvolvimento do
pequeno agricultor, além de dar subsídios para que a produção de biodiesel não tenha a
taxação de alguns impostos.
Desvantagens: problemas nas estradas e falta de infra-estrutura portuária eficiente; os
pequenos produtores não têm preparo; a carga tributária brasileira é muito pesada e os
subsídios são restritos a alguns tipos de matérias-primas e regiões.
O biodiesel pode tornar-se importante fonte de renda no campo, para pequenos
produtores, porém, atualmente, cerca de 80% da produção tem como matéria-prima o óleo de
soja, proveniente, na maioria, de grandes propriedades rurais.
A matéria-prima utilizada será sempre a mais barata, disponível e com a qualidade
necessária, havendo uma flutuação de preços que não atendem o ritmo de organização de uma
cadeia produtiva agrícola (ROSSETTO, 2009), por isso, destaca-se a importância de
mecanismos tangíveis para coordenar as diferentes culturas (CARVALHO, 2009). Nesse
sentido, são importantes medidas governamentais que diversifiquem a matéria - prima,
incentivem a agricultura e compra de equipamentos por pequenos agricultores.
Apesar de ser relativamente nova a participação do biodiesel na matriz energética de
diversos países, alguns autores apresentam considerações sobre o mesmo em contexto
nacional e mundial. O Quadro 2 resume as perspectivas do biodiesel no bloco dos países em
desenvolvimento.
Para Rathmann et al. (2007) as vantagens na utilização do biodiesel são as seguintes:
a) Vantagens ecológicas: O CO
2
liberado durante a combustão dos motores é absorvido
pela fotossíntese da produção agrícola que origina a matéria-prima para o Biodiesel.
31
b) Vantagens macroeconômicas: geração de oportunidades de emprego para a população
rural devido à expansão da demanda por produtos agrícolas; proximidade entre a
produção do Biodiesel e seu uso.
c) Diversificação da matriz energética, através da introdução dos biocombustíveis.
d) Vantagens financeiras: a produção de Biodiesel pode contribuir para atingir as metas
que habilitam o Brasil a participar no mercado de “bônus de carbono” do Protocolo de
Kyoto.
e) Desenvolvimento regional: reestruturação do sistema produtivo, demonstrando a
necessidade por inovações produtivas, inserindo-se a constituição de uma cadeia
competitiva do Biodiesel como resposta de desenvolvimento local ante ao desafio
global.
Brasil
A partir de de julho de 2009 a mistura obrigatória de biodiesel passou
de 3% para 4%. Especialistas calculam que o índice de ociosidade nas
fábricas deve recuar de 60% para 48% a partir da entrada em vigor da
medida. A capacidade de produção instalada é calculada pelas indústrias
do setor em 3,5 bilhões de litros anuais. Com a implantação do B4, a
demanda saltará dos atuais 1,35 bilhões para 1,8 bilhões de litros anuais
(UBRABIO, 2009).
China
O segundo maior consumidor de combustíveis do mundo e, também, o
segundo emissor de CO
2
, ainda não tem uma legislação que defina seu
mercado, mas está investindo em pesquisa e tem algumas unidades de
produção em operação. A república chinesa pretende adotar a mistura de
10% até 2010, o que geraria uma demanda de 22,8 milhões de toneladas
(LIU, 2007).
Malásia
A Malásia é outro país que não tem uma política definida, mas tem um
grande destaque no contexto global por possuir a maior
produção
mundial de palma oleaginosa, planta que detém o maior
índice de rentabilidade para produção de biodiesel (PIPOC in
QUEIROZ, 2007). A Malásia pretende exportar sua produção
principalmente para a Europa.
Outros
países
Índia, Argentina, Austrália e Tailândia, Coréia do Sul, Taiwan
e Filipinas
são outros países com grande potencial de produção ou consumo, mas
que ainda não tem ações concretas para o biodiesel. (MELLO;
PAULILLO; VIAN, 2007).
Quadro 2 – Perspectivas do biodiesel no bloco dos países em desenvolvimento
Fonte: LIMA ; SOGABE; CALARGE, 2008 (adaptado pela autora).
Para que se obtenha a vantagem de utilização do biodiesel sua qualidade deve ser
garantida. Para isso, é necessária a implantação do controle de qualidade em toda a cadeia
produtiva (SOUZA, 2006). O primeiro passo para a configuração da cadeia produtiva é a
definição dos agentes (PIRES, 2004).
32
A cadeia produtiva do biodiesel exige mão-de-obra qualificada para que se alcance:
qualidade na produção, competitividade e custos compatíveis com o mercado (SILVA, 2006).
É necessária a eficiente e rápida articulação interinstitucional de todos os atores envolvidos na
cadeia produtiva (ARRUDA; NOBRE JÚNIOR; MENDES, 2004). A equação central da
produção de biodiesel é o suprimento agrícola, é necessário buscar a eficiência econômica,
atendendo as exigências ambientais e o compromisso social.
O biodiesel é uma proposta de solução energética, ambiental e social. Salienta-se o
impacto da inserção do biodiesel na matriz energética brasileira relacionado à geração de
novos postos de emprego, na renda regional e, consequentemente, no processo de
desenvolvimento das economias locais (SOUSA et al., 2005; SOUZA, 2006; JULIATO,
2006; DANTAS, 2006; YON, 2007). Para ser bem sucedido o setor do biodiesel deve adotar
uma gestão sistêmica, flexível e de alto nível.
3 ARTIGO CIENTÍFICO 1
3.1 Modelagem IDEF: proposta de implementação de um portal colaborativo de gestão
do conhecimento em uma instituição de ensino superior
Artigo submetido ao periódico GEPROS – Gestão da Produção, Operações e Sistemas.
(configurado conforme as normas da revista)
34
Modelagem IDEF: Proposta de implementação de um portal colaborativo de
gestão do conhecimento em uma instituição de ensino superior
Josele Nara Delazeri de Oliveira (UFSM/RS, Brasil) - jo[email protected]m - Av.Roraima, 1000, Bairro
Camobi, CEP 97105-900, Santa Maria-RS, Brasil, fone: (55) 55 3220-8619
Prof. Dr. Leandro Cantorski da Rosa (UFSM/RS,Brasil) - leski78@hotmail.com
Resumo
Este trabalho apresenta a técnica IDEF0 (Integration Definition Language for Function
Modeling) voltada para a modelagem de um portal de gestão do conhecimento em uma
instituição de ensino superior, localizada na região central do Rio Grande do Sul. Para isso,
foram realizadas entrevistas com colaboradores do quadro funcional da instituição. A partir
das respostas obtidas com as entrevistas foi aplicada a técnica de modelagem IDEF0,
identificando-se as funções para o adequado funcionamento do mesmo. O objetivo foi
desenvolver a proposta de um ambiente colaborativo de gestão do conhecimento na referida
instituição. Percebeu-se que a elaboração de um projeto envolvendo a gestão do conhecimento
despertou em todos os funcionários da instituição o interesse pelo tema, incentivou a
criatividade, a responsabilidade e o trabalho em equipe. A utilização da técnica IDEF0
permitiu de forma simples a compreensão sobre o funcionamento do portal. Considera-se que
a gestão do conhecimento eficaz, podeocorrer com a ampla mudança comportamental,
cultural e organizacional, isso implica buscar compreender e considerar usuários-ativos que
estão constantemente construindo significado para as informações que encontram.
Palavras-chave:
gestão do conhecimento; gestão por processos; portal colaborativo; IDEF.
Modeling IDEF: Proposal of implementation of a collaborative portal of
knowledge management in an institution of superior education
Abstract
This work presents the technique IDEF0 (Integration Definition Language for Function
Modeling) directed toward the modeling of a knowledge management portal in an institution
of superior education, located in the central region of Rio Grande Do Sul. For this, interviews
with functional collaborators of the institution were carried out. From the answers acquired at
the interviews the technique of modeling IDEF0 was applied, identifying the functions for
better management. The objective was to develop a proposal of a collaborative knowledge
management environment at the referred institution. It was perceived that the elaboration of a
project involving the management of knowledge sparked in all the employees of the
institution an interest for the subject, stimulated creativity, responsibility and team work. The
use of the technique IDEF0 enabled a simple and easy way the understanding the functions of
the portal. Efficient management of knowledge will only occur with ample behavior, cultural
and organizational changes, this implies seeking to comprehend and to consider user-assets
that are constantly giving meaning to the information encountered.
Key Words: knowledge management; process management; collaborative portal; IDEF.
35
1. INTRODUÇÃO
As organizações atualmente estão inseridas em um ambiente no qual a troca de
informações ocorre de forma constante e imediata. A inclusão, cada vez maior, do
conhecimento na produção de bens e serviços, bem como alterações na arquitetura e estrutura
organizacional, exigem o desenvolvimento de novas competências.
Toda empresa tem uma finalidade definida, seja ela de produzir coisas tangíveis como
bens ou intangíveis como serviços. Seja qual for o ramo, a organização depende de uma série
de atividades para cumprir o seu papel.
A gestão da informação e do conhecimento em empresas, a partir de um ambiente
colaborativo, assume diferentes enfoques, sendo desenvolvido para dar suporte ao processo
decisório nos níveis estratégico, tático e operacional.
As relações entre conhecimento e informação, são ambas dependentes da compreensão
do papel dos mesmos na sociedade atual, como produzi-los, transportá-los e utilizá-los de
forma estratégica para subsidiar os processos de inovação e alavancar a competitividade das
organizações.
O objetivo geral deste trabalho é a proposta de desenvolvimento e implantação de um
portal colaborativo para a gestão do conhecimento em uma instituição privada de ensino
superior, localizada na região central do Rio Grande do Sul. Para a modelagem do mesmo foi
utilizada a técnica IDEF0 (Integration Definition Language for Function Modeling).
Principalmente, por tratar-se de uma instituição de ensino entende-se como fundamental
compartilhar o conhecimento.
2. GESTÃO POR PROCESSOS
As atividades produtivas devem ser geridas, ou seja, devem-se reunir todos os recursos
necessários para seu funcionamento, com adequada integração e foco nos resultados, como
um “sistema de produção”, que se refere a um conjunto de atividades e operações inter-
relacionadas envolvidas na produção de bens ou serviços (CHIAVENATO, 2005;
MOREIRA, 2006).
Qualquer organização produz bens ou serviços, ou um misto dos dois, fazendo isso
por um processo de transformação. Qualquer atividade em uma empresa envolve a
transformação de inputs em outputs, que atendam as necessidades de seus clientes internos e
36
externos e que tenham valor para os mesmos (ALVAREZ, 2001; CORRÊA; CORRÊA,
2006).
Gestão por processos é um conceito com foco na otimização dos resultados das
organizações, através da melhoria dos processos de negócio.
Processo é um conjunto de elementos que serve de guia para o início e término de um
trabalho (CRUZ, 2005). É um conjunto de atividades pré-estabelecidas que, executadas numa
seqüência determinada, vão conduzir a um resultado esperado que assegure o atendimento das
necessidades e expectativas dos clientes e outras partes interessadas (FNQ, 2007).
Representa
uma particular trajetória em um sistema (BAEKGAARD, 2009).
Para a adequada gestão por processos é necessário o mapeamento dos mesmos. O
mapeamento é fundamental para a identificação dos processos essenciais e para a análise
sistêmica das organizações.
A abordagem por processos fez com que as empresas passassem a ser vistas como um
conjunto de atividades articuladas (CAMPOS, 1996; CARDOSO, 2004; MARANHÃO;
MACIEIRA, 2004). As principais atividades de negócio envolvem movimento, manipulação
e consumo de materiais e informação.
Muitos erros de projeto e a falta de adequação ao processo produtivo são detectados
somente no produto final, devido à falta de um ambiente que permita a troca e o fluxo de
informações (DARROCH; AKRIDGE; BOEHLJE, 2002; LAUDON; LAUDON, 2004;
VARGAS, 2004; STAIR; REYNOLDS, 2006; BARDHAN; GUPTA; TALLON, 2008;
JEONG; CHO; PHILLIPS, 2008). São fundamentais estratégias integradas para o melhor
rendimento dos processos (PALADINI, 2000; ELLEGAARD, 2008; HOOKER et al., 2008;
HANAFIZADEH; REZAEI; GHAFOURI, 2009).
Os processos de negócio não são executados em contexto local ou isolado, devido a
vários fatores, como: a globalização, melhorias na tecnologia da informação e a capacidade de
comunicação através dos computadores. Um sistema integrado envolve componentes,
tecnologias, habilidades e conhecimento das diversas organizações envolvidas (RUTTEN;
DORÉE; HALMAN, 2009). Assim a gestão por processos é primordial, para eficácia,
eficiência e melhoria das atividades organizacionais.
37
3. GESTÃO DO CONHECIMENTO
O conhecimento é a chave de todo processo de reformulação organizacional. Nos
indivíduos está sempre crescendo, como igualmente cresce a sua desordem, criatividade e
ordem (ROSINI; PALMISANO, 2003).
Quanto à acessibilidade, divide-se o conhecimento entre tácito e explícito. O
conhecimento tácito, ou implícito, é altamente pessoal e difícil de formalizar, o que dificulta a
sua transmissão e o seu compartilhamento. Está profundamente enraizado nas ações e
experiências dos indivíduos, bem como nas suas emoções, valores ou ideais. o
conhecimento explícito, ou codificado, refere-se àqueles conhecimentos que podem ser
transmitidos através de uma linguagem formal e sistemática (POLANYI, 1966).
O papel da informação na nova sociedade está bem definido, mesmo em suas diversas
vertentes, porém, o principal conceito dessa sociedade é a intangibilidade da base em que ela
se apóia: o conhecimento. Mesmo considerando-se os fatores clássicos de produção (trabalho,
capital e terra) será o conhecimento o fator de sucesso na nova economia.
É importante destacar os conceitos de dado e informação: dados são elementos brutos,
sem significado, desvinculados da realidade, são observações sobre o estado do mundo;
informação é a matéria-prima para o conhecimento. Dados com qualidade levam a
informações e decisões de mesma natureza. Por isso, a necessidade de filtrar, tratar e
disseminar as informações recebidas de acordo com a cultura de cada empresa. O
conhecimento é a informação interpretada, de modo a ser utilizada na tomada de decisão.
Há três elementos fundamentais a serem considerados em projetos de gestão do
conhecimento: pessoas, informações e recursos tecnológicos. Malhorta (2001) focaliza o
papel da gestão do conhecimento na promoção da sinergia entre o homem e a tecnologia da
informação (TI): a gestão do conhecimento supre os assuntos críticos relativos à adaptação, à
sobrevivência e à competência das organizações face à crescente e descontínua mudança
ambiental.
Para que ocorra a gestão do conhecimento, torna-se essencial a formação e o
aprendizado contínuo, do tipo life long learning, que permite aos indivíduos dar respostas
eficazes aos problemas que mudam de momento a momento, do mercado e do emprego.
Formar colaboradores em aprendizado contínuo é fundamental para a efetiva gestão do
conhecimento, onde sistemas informatizados passam a ser apenas ferramentas para o auxilio
na tomada de decisão para o indivíduo, capaz de controlar estratégia para alcançar
determinado resultado.
38
4. PORTAL COLABORATIVO
Tratando-se de gestão do conhecimento há uma grande preocupação sobre como
registrar e armazenar formalmente este conhecimento em um suporte informacional. A
codificação do conhecimento é, basicamente, um processo de redução e conversão que
implica sua transformação em informação. O conhecimento codificado (conhecimento
explícito) pode ser manipulado como uma informação, podendo ser acessado e disseminado
na organização, através do uso de ferramentas tecnológicas.
Desta forma, os portais colaborativos são algumas dessas ferramentas que podem
assumir o papel de armazenar e registrar este conhecimento. Canalizando estas fontes para a
tomada de decisões em três níveis: estratégico, tático e operacional.
Os portais colaborativos, também chamados de EIP's (Enterprise Information
Portals), são aplicações semelhantes aos portais encontrados na internet. Porém são mais
complexos, pois encontram justificativa no apoio à missão, às estratégias e aos objetivos da
organização e colaboram para a criação e o gerenciamento de um modelo sustentável de
negócios (BAX; TERRA, 2003).
Os portais são também local de referência onde os usuários/colaboradores podem
encontrar, extrair, analisar e fornecer a informação que prolifera no ambiente colaborativo.
Nesse contexto, os usuários da informação se beneficiarão de dados e informações,
transferindo-os, minerando-os e reutilizando-os em diferentes cenários e aplicações, como
suporte à tomada de decisão.
É importante considerar que a tecnologia da informação, neste caso, é o sistema de
armazenagem para o processamento de informações, que por si só, não garante nem promove
a geração de conhecimento, pois esta dependerá da cultura organizacional.
5. IDEF - FERRAMENTA INTEGRADA PARA MODELAGEM DE FUNÇÕES
IDEF (Integration DEFinition) é uma técnica de modelagem de processos para um
desenvolvimento seguro e sustentado, que de forma gráfica descreve todo o ciclo de vida de
desenvolvimento de um sistema. Todas as técnicas IDEF estão formalizadas no FIPS (Federal
Information Processing Standarts).
IDEF0 (IDEF zero) provém de Integration Definition Language for Function
Modeling, criada na década de 70 pela força aérea americana. É uma orientação através de
padrões e critérios de análise (MELO, 2006). O IDEF0 é o primeiro conjunto de padrões do
39
IDEF, que compõe 16 métodos (do IDEF0 ao IDEF14, incluindo IDEF1X). Cada um foi
projetado para capturar um tipo de informação particular através da modelagem do processo.
IDEF0, uma das mais populares técnicas de modelagem de processos de negócio, é
utilizada para modelar decisões, ações e atividades de uma organização (COLOQUHOUN;
BAINES; CROSSLEY, 1993; IDEF0, 1993; TSIRONIS; ANASTASIOU; MOUSTAKIS,
2009). Um modelo IDEF0 é composto por uma série hierárquica de diagramas, descrevendo
funções e suas interfaces no contexto de um sistema (RYAN; HEAVEY, 2006; DOOMUN;
JANGUM, 2008; LIU; SUN; MAHDAVIAN, 2008).
O IDEF0 processa uma coleção de atividades e outras ações utilizando-se de ICOMs
(Inputs, Controls, Outputs, Mechanisms, ou entradas, controles, saídas e mecanismos), setas
e caixas. A entrada recebe o dado a ser convertido pela atividade. O controle agrega
responsabilidade de como executar a atividade. A saída é o resultado de como a entrada foi
processada e o mecanismo representa o recurso que irá executar essa atividade (humano,
máquina, equipamento, outra organização).
Cada atividade ou função é conceitualmente representada por uma caixa retangular,
sendo que esta atividade pode ser decomposta em vários níveis. Estes subníveis seguem as
mesmas convenções. Portanto, um modelo completo de IDEF0 é uma representação
hierárquica do processo, decomposta por atividades ou funções em quantos níveis forem
necessários.
Outras aplicações do IDEF têm sido relatadas: na documentação de um modelo
funcional e de informação em um projeto de sistema inteligente de manutenção (SIMEÓN,
2008); em um modelo de gestão e produção para as indústrias cerâmicas (SOARES;
BROCHADO; PITHON, 2007); para projetar e documentar o modelo funcional e de dados de
uma unidade de gerenciamento de uma célula flexível de manufatura (TEIXEIRA, 2006);
como ferramenta de modelagem de um ambiente colaborativo para o apoio ao
desenvolvimento de moldes para injeção de plásticos (TONOLLI JÚNIOR, 2003).
Ambiente colaborativo tem por objetivo a formação de espaços reais e virtuais que
estimulem e permitam a troca de informações, visando aprimorar os processos envolvidos no
sistema produtivo. Para implantação dos mesmos é necessário o uso de ferramentas de
modelagem como o IDEF. As informações são obtidas em tempo real e a possibilidade de
interagir diretamente com quem está gerando a informação.
40
6. MATERIAL E MÉTODO DA PESQUISA
Esta pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino superior presencial,
localizada no município de São João do Polêsine, RS. A referida instituição iniciou suas
atividades em fevereiro de 2008, envolvendo práticas de ensino, em nível de graduação e de
pós-graduação, de pesquisa e de extensão.
O desenvolvimento deste trabalho surgiu na constatação da necessidade da instituição
de fazer um gerenciamento do conhecimento organizacional. Buscou-se através de
referenciais teóricos, num levantamento bibliográfico preliminar, formas de armazenar e
gerenciar este conhecimento. Foi realizada uma pesquisa descritiva, tendo como
procedimento técnico a entrevista. A partir destas informações optou-se em propor a
implantação de um portal colaborativo de gestão do conhecimento.
As entrevistas foram realizadas com colaboradores da instituição de ensino, sendo
estes do quadro funcional, composto por: direção, coordenadores de curso, administração
financeira, secretaria acadêmica, central de relacionamento e biblioteca. Também foi
solicitada aos mesmos uma breve descrição de suas atividades. A partir dos resultados foram
elaborados diagramas e o sistema foi modelado utilizando-se a técnica IDEF0.
7. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS
A análise dos dados foi feita com base nos que foram coletados nas entrevistas,
realizadas com os colaboradores da instituição. Os resultados das mesmas identificaram as
necessidades de cada colaborador e de que maneira otimizar a troca de informações. A criação
de um modelo é um processo dinâmico que geralmente requer a participação de uma equipe.
Para a implantação de um sistema informatizado é necessária a modelagem do mesmo
a fim de que seja compreendido pelo programador, por isso, utilizando-se o IDEF0 foi
modelado o processo Inserir Dados no Portal Colaborativo, (Figura 01). A ferramenta IDEF0
e as competências essenciais serviram de base para estruturar o ambiente colaborativo. O
IDEF0 processa as diversas atividades e ações, permitindo a real visualização de um conjunto
de atividades. A exposição gradual de detalhes facilita o entendimento do diagrama. Foram
identificadas as principais entradas, no nível superior, diagrama A0, que provém à descrição
mais geral da tarefa. As setas indicam a interface entre o mundo externo e o diagrama. Neste
nível está expressa a razão pela qual o modelo foi criado (Figura 01):
- Sobre o Portal: orienta sobre o funcionamento do mesmo;
41
- Projeto: refere-se à discussão de projetos institucionais, incluindo relatório de
acompanhamento e histórico do projeto;
- Fornecedor: cadastro, histórico e documentação dos fornecedores;
- Conhecimento: refere-se a conhecimentos armazenados para acesso de todos os
usuários cadastrados, vídeos, textos, apresentações, informações sobre os discentes.
FIGURA 01. Diagrama IDEF0 – Portal Colaborativo
Fonte: Autores
Inserir Dados
Portal
Colaborativo
A0
Sobre o portal
Informação
Projeto
Direção da
Instituição
Gerenciador Portal
Fornecedor
Conhecimento
A1
Informação
O porquê do Portal
Benefícios da participação
Regulamentos
I1
I2
I3
O1
Sobre o Portal
A1
A1
Informação
Relatório
Biblioteca
O1
Projeto
A2
I1
I2
I3
Histórico
A1
Informação
Cadastro
Documentação
O1
Fornecedor
A3
I1
I2
I3
Histórico
A1
Informação
Aperfeiçoamento
Profissional
Relacionamento Clientes
O1
Conhecimento
A4
I1
I2
I3
Operacional
42
A saída é a informação, resultante de todas as entradas. O item controle é identificado
como Direção da Instituição, no diagrama A0, pois as normas para inserção de dados no
portal serão elaboradas pela direção. O mecanismo Gerenciador Portal, refere-se a um
colaborador responsável pelo controle dos dados inseridos e acesso aos mesmos.
O diagrama A0 é seguido por uma série de diagramas filho, representados por A1, A2,
A3 e A4 (Figura 01), nos quais são descritos maiores detalhes sobre cada tarefa. As entradas
de cada diagrama são as informações necessárias para que seja executada a função
representada no centro de cada caixa, tendo sempre a saída informação, definida no diagrama
de nível superior.
Embora a proposta deste trabalho seja a elaboração de um portal para otimizar a troca
de informação e conhecimento, não se pode deixar de lado o conceito humano, pois entende-
se que a tecnologia isoladamente não transforma uma instituição em criadora do
conhecimento. E a gestão do conhecimento eficaz, poderá ocorrer com a ampla mudança
comportamental, cultural e organizacional.
Para que a gestão do conhecimento possa prosperar, entende-se que a instituição
deverá criar e/ou levantar um conjunto de funções, para desempenhar o trabalho de aprender e
também coletar, distribuir e usar o conhecimento.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração de um projeto envolvendo a gestão do conhecimento despertou nos
funcionários da instituição o interesse pelo tema, incentivou a criatividade, a responsabilidade
e o trabalho em equipe. A participação de todos na proposta e construção do diagrama
demonstrou esses aspectos. Percebeu-se também que as habilidades e a atenção para o
conhecimento, estão presentes na instituição, e desta forma a tecnologia irá contribuir na
coleta, tratamento, acesso e uso deste conhecimento. Espera-se que na implantação do sistema
sejam superados os desafios demonstrados no modelo prático proposto: engajamento;
cooperação; credibilidade; atratividade; confiabilidade das informações e que sejam
alcançados os resultados propostos: sujeito - gera conhecimento e participação; organização -
gera acervo, socialização e cultura do conhecimento.
Percebeu-se também a necessidade da elaboração de um protótipo antes da efetiva
implantação do portal, para que sejam realizados testes, a fim de atender as expectativas de
todos os envolvidos, considerando-se a necessidade constante da busca por fatores
43
motivacionais. Quanto maior o envolvimento do usuário na implantação, mais efetivo seo
uso do sistema.
Os resultados obtidos das entrevistas com os colaboradores revelam um padrão
operacional seguido pelas empresas, onde é fundamental estabelecer uma relação de
confiança entre as pessoas nas ações de formação no local de trabalho, mediante a adaptação
das práticas ao contexto local, para que entendam o conhecimento transferido e incorporem-
no nas atividades de construção do conhecimento com ganhos de competitividade da
instituição.
A utilização da modelagem IDEF0 permitiu a visualização e compreensão do
funcionamento do portal pelos colaboradores, bem como pela empresa que irá desenvolver o
sistema, pois envolve atividades organizadas e sucessivas em níveis distintos. O diagrama
IDEF0, demonstrado neste trabalho, é uma notação para representação gráfica que mostra o
processo e as suas atividades componentes, sendo o primeiro conjunto de padrões do IDEF.
As instituições ainda não conseguem mensurar o quanto se perde, por não haver
adequada gestão do conhecimento, o quanto se perde procurando uma informação que muitas
vezes se encontra contida de forma tácita ou incorporada em cada indivíduo. De fato,
informação e conhecimento utilizam-se da tecnologia da informação, porém, na gestão do
conhecimento é o indivíduo que está mais valorizado.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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4 ARTIGO CIENTÍFICO 2
4.1 Modelagem de processos IDEF: modelo descritivo da cadeia produtiva do biodiesel
Artigo submetido ao Periódico Gestão Industrial.
(Configurado conforme as normas da revista).
47
MODELAGEM DE PROCESSOS IDEF: MODELO DESCRITIVO DA
CADEIA PRODUTIVA DO BIODIESEL
MODELING OF PROCESSES IDEF: DESCRIPTIVE MODEL OF THE
PRODUCTIVE CHAIN OF BIODIESEL
Josele Nara Delazeri de Oliveira
1
; Leandro Cantorski da Rosa
2
1
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – Santa Maria – Brasil
1
Faculdade Antonio Meneghetti – Faculdade AM – São João do Polêsine - Brasil
2
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – Santa Maria – Brasil
Resumo
Este trabalho apresenta a técnica de modelagem IDEF0 (Integration Definition for Function
Modeling) inserida numa abordagem voltada para a compreensão da cadeia produtiva do biodiesel
e identificação de aspectos a serem aprimorados. Com esse propósito, foram visitadas empresas
piloto junto a instituições de ensino superior, foram aplicados questionários a empresas produtoras
de biodiesel e a especialistas na cadeia produtiva, sendo então empregada a técnica de modelagem
IDEF0. O objetivo da pesquisa foi desenvolver um modelo geral descritivo da cadeia produtiva
nacional de biodiesel. Desta forma, houve a compreensão do sistema produtivo, identificando-se
questões relacionadas à matéria-prima e a relação oferta-demanda, como pontos críticos a serem
aprimorados.
Palavras-chave: biodiesel, matriz energética, IDEF.
1. Introdução
O desenvolvimento econômico é de suma importância para qualquer nação ou localidade,
porém, através do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos, este deve estar associado
à preservação ambiental.
O petróleo é responsável por 37% da energia consumida no mundo, após o carvão, com
25%, seguido pelo gás natural, 23% (DIAS, 2008). Essas fontes são limitadas e com previsão de
esgotamento no futuro, portanto, a busca por fontes alternativas de energia é de suma importância.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
Campus Ponta Grossa - Paraná - Brasil
ISSN 1808-0448 / v. 05, n. 01: p. xx-xx, 2009
Revista Gestão Industrial
48
Considerando-se esse cenário, matrizes energéticas que venham a substituir os combustíveis fósseis
tornam-se tema relevante a nível mundial.
O Brasil é o país de maior biodiversidade, o que explica sua riqueza em oleaginosas.
Entretanto, restringe sua cultura para fins alimentícios, desprezando algumas espécies com alto
rendimento lipídico. Existe um grande potencial a ser explorado, tanto em relação ao
aproveitamento energético de culturas temporárias e perenes, quanto ao aproveitamento energético
do óleo residual proveniente da alimentação.
Quando comparado a África do Sul, Tailândia, Índia, Filipinas, China, Guatemala, Estados
Unidos e União Européia, o Brasil é o país que apresenta maior vínculo institucionalizado entre
biodiesel e fortalecimento da agricultura familiar (UNCTAD, 2006).
O biodiesel passa a ser uma alternativa por ser um combustível renovável e biodegradável.
A produção do biodiesel pode cooperar com o desenvolvimento econômico de diversas regiões do
Brasil, uma vez que é possível explorar a melhor alternativa de matéria-prima de cada região.
Resultando em um impacto social com a geração de emprego e renda.
Diante dessa realidade, esse trabalho tem como objetivo desenvolver um modelo geral
descritivo da cadeia produtiva do biodiesel, com foco no elo produção, conforme a Figura 1, tendo
como base a técnica de modelagem IDEF0.
Figura 1- cadeia produtiva do biodiesel
Fonte: autores (2009)
1.1 O agronegócio brasileiro
A história econômica brasileira tem fortes raízes junto ao agronegócio, uma das mais
importantes fontes geradoras de riqueza.
Insumos: sementes, fertilizantes,
adubos
Produção da matéria-prima
Produção do óleo
Produção de biodiesel
Venda leilão inverso
Distribuição ANP
Consumidor
49
O Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade.
Setor chave para a inclusão do Brasil no cenário mundial (MAPA, 2009).
O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além de elevada tecnologia utilizada
no campo, dados estes que fazem do agronegócio brasileiro um setor moderno, eficiente e
competitivo no cenário internacional (RODRIGUES, 2006).
Batalha (2001) conceitua agribusiness como a soma das operações de produção e
distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do
armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir
deles e diz que a competitividade do agronegócio brasileiro somente poderá ser construída em bases
sustentáveis, resultantes de um comportamento complementar entre os agentes econômicos de uma
cadeia e os poderes governamentais.
Agronegócio refere-se a empresas que produzem insumos agrícolas, propriedades rurais,
empresas de processamento e distribuição (CALLADO, 2006). A partir da década de 60, o produtor
rural passou a ser um especialista, envolvido quase que exclusivamente com o cultivo e criação de
animais. Desta forma, as funções de armazenar, processar e distribuir produtos agropecuários, bem
como as de suprir insumos e fatores de produção, foram transferidas para organizações produtivas e
de serviços (VILARINHO, 2006).
A agroindústria é elemento estratégico para o desenvolvimento da agricultura e, as
características diferenciais da formação dos sistemas agrários estão principalmente associadas a
fatores históricos de ocupação e a modalidades de valorização das terras (FRANTZ; SILVA NETO,
2005). Para a eficiência do sistema, as propriedades rurais devem ser mais competitivas (BARDAJÍ;
IRÁIZOZ; RAPÚN, 2009). Canto Neto (2007) cita a importância do agronegócio brasileiro, que
coloca o país entre as nações mais competitivas do mundo na produção de commodities
agroindustriais, resultado da combinação de diversos fatores, principalmente, investimentos em
tecnologia e pesquisa.
Segundo Chiadamrong e Kautummachai (2008) o ambiente competitivo atual requer foco no
cliente e percepção holística da cadeia de suprimentos. Para Dooley, Carter e Carter (2008) o
ambiente requer a inovação. Hendrickson et al. (2008) propõem um sistema agrícola integrado
dinâmico. O aspecto dinâmico desse conceito é a filosofia de gestão que requer a tomada de decisão
no tempo mais oportuno com a melhor disponibilidade de informações.
O agronegócio está no foco de debates amplos com a sociedade, pois envolve questões
ambientais, fundiárias e sociais (Garcia; Castelo, 2007). Deve buscar o equilíbrio entre estratégias
coletivas (ambientais e sociais) e estratégias econômicas (ALKON, 2008). Pereira (2007) diz que o
agronegócio é uma área importante da economia nacional e está relacionada à produção de flores,
alimentos, fibras e biomassa de fim energético. Para Gasques et al. (2004) este gera riqueza que
50
vem a favorecer a economia nacional. Tem influência significativa em pequenas e médias cidades,
sendo na maioria das vezes, a base econômica das mesmas.
Conceitos de qualidade foram também incorporados ao agronegócio, sendo que os processos
produtivos estão sujeitos a sazonalidade da natureza (ZYLBERSZTAJN, 2005).
Para a eficiência do sistema, as propriedades rurais devem ser mais competitivas
(HENDRICKSON et al. 2008). O agronegócio gera riqueza, favorecendo a economia nacional
(CANTO NETO, 2007).
Considerando-se a agroindústria do biodiesel, foco desta pesquisa, Paulinelli (2009) destaca
que o Brasil está perdendo um grande espaço, pois detém o maior potencial de produção de matéria-
prima, sendo fundamental a pesquisa, a ser fomentada pelo Centro Nacional de Pesquisa em
Agroenergia. Coordenar toda a cadeia produtiva é uma forma de aumentar a eficiência e eficácia na
entrega do produto final (MOURA; MARTINS; MOLLENKOPF, 2009).
1.2 Modelagem de processos
Modelagem de processos refere-se ao levantamento e diagramação do processo como ele é
executado. É uma atividade relevante na implantação e aprimoramento de um processo
organizacional.
Processo é um conjunto de elementos que serve de guia para o início e término de um
trabalho (CRUZ, 2005). A abordagem por processos fez com que as empresas passassem a ser
vistas como um conjunto de atividades articuladas (CAMPOS, 1996; MARANHÃO; MACIEIRA,
2004). Muitos erros de projeto e a falta de adequação ao processo produtivo são detectados somente
no produto final, devido à falta de um ambiente que permita a troca e o fluxo de informações
(PRESTON; HAYWARD, 1999; DARROCH; AKRIDGE; BOEHLJE, 2002; LAUDON;
LAUDON, 2004; STAIR; REYNOLDS, 2006; BARDHAN; GUPTA; TALLON, 2008; JEONG;
CHO; PHILLIPS, 2008). São fundamentais estratégias integradas para o melhor rendimento dos
processos (PALADINI, 2000). As pressões da competitividade obrigam as organizações a
reavaliarem suas estratégias de negócio.
1.3 IDEF – Ferramenta integrada para modelagem de funções
IDEF (Integration Definition) é uma técnica de modelagem de processos para um
desenvolvimento seguro e sustentado, que de forma gráfica descreve todo o ciclo de vida de
desenvolvimento de um sistema. É uma orientação através de padrões e critérios de análise (MELO,
2006).
51
IDEF (Integration DEFinition) é baseada na cnica de Análise e Projetos Estruturados
SADT (Structured Analysis and Design Techinique), que é uma abordagem gráfica para a descrição
de um sistema, introduzida por Douglas T. Ross na década de 70. O Quadro 1 mostra os métodos
IDEF.
Métodos IDEF
IDEF0 Function Modeling
IDEF1 Information Modeling
IDEF1X Data Modeling
IDEF2 Simulation Model Design
IDEF3 Process Description Capture
IDEF4 Object-Oriented Design
IDEF5 Ontology Description Capture
IDEF6 Design Rationale Capture
IDEF7 Information System Auditing
IDEF8 Using Interface Modeling
IDEF9 Scenario-Driven IS Design
IDEF10 Implementation Architecture Modeling
IDEF11 Information Artifact Modeling
IDEF12 Organization Modeling
IDEF13 Three Schema Mapping Design
IDEF14 Network Design
Quadro 1 – Os 16 métodos IDEF
Fonte: MICHEL; COSTA (2002)
No estudo e compreensão de sistemas particulares devem ser utilizadas técnicas de
modelagem particulares (SNOWDON, 2006).
IDEF0 (Integration Definition for Function Modeling) IDEFzero, uma das mais populares
técnicas de modelagem de processos de negócio, é utilizada para modelar decisões, ações e
atividades de uma organização (COLOQUHOUN; BAINES; CROSSLEY, 1993; IDEF0, 1993;
TSIRONIS; ANASTASIOU; MOUSTAKIS, 2009).
Um modelo IDEF0 é composto por uma série hierárquica de diagramas, descrevendo
funções e suas interfaces no contexto de um sistema (XEXEO, 2004; RYAN; HEAVEY, 2006;
DOOMUN; JANGUM, 2008; LIU; SUN; MAHDAVIAN, 2008).
Outras aplicações do IDEF têm sido relatadas: na documentação de um modelo funcional e
de informação em um projeto de sistema inteligente de manutenção (SIMEÓN, 2008); em um
52
modelo de gestão e produção para as indústrias cerâmicas (SOARES; BROCHADO; PITHON,
2007); para projetar e documentar o modelo funcional e de dados de uma unidade de gerenciamento
de uma célula flexível de manufatura (TEIXEIRA, 2006); como ferramenta de modelagem de um
ambiente colaborativo para o apoio ao desenvolvimento de moldes para injeção de plásticos
(TONOLLI JÚNIOR, 2003).
O objetivo fundamental é a formação de espaços reais e virtuais que estimulem e permitam a
troca de informações, visando aprimorar os processos envolvidos no sistema produtivo.
1.4 Biodiesel
Uma das principais vertentes da agroenergia é o biodiesel, proposta de solução energética,
ambiental e social, devendo-se considerar sua viabilidade global. O biodiesel é um biocombustível,
denominação genérica para combustíveis e aditivos provenientes de fontes renováveis de energia
(HOLANDA, 2006). Observa-se um grande investimento por parte do setor público e privado nesta
fonte de energia. O primeiro biodiesel produzido no mundo foi o do pesquisador belga G.
Chavanne, em 1937 (KNOTHE et al., 2006). No Brasil o lançamento do Programa Nacional de
Produção e uso do biodiesel ocorreu em 06 de dezembro de 2004. Desde o início do programa a
produção cresceu em escala exponencial e o número de investidores se multiplicou.
A bionergia representa uma direção oportuna e eficiente para colaborar na solução dos
desafios para produção de energia (IEA, 2004). O Brasil destaca-se na produção de combustíveis a
partir da biomassa (GOLDEMBERG et al., 2004). O uso do biodiesel no Brasil evitou a importação
de 1,1 bilhões de litros de diesel de petróleo (ANP, 2009).
O biodiesel é obtido através do craqueamento, esterificação ou transesterificação (mais
utilizada atualmente). A transesterificação é a reação química de óleos ou gorduras, de origem
animal ou vegetal, com um álcool na presença de um catalisador (ZHANG et al., 2003; GERPEN,
2005; CERBIO, 2006; SANTOS, 2007; LIU; WANG; YAN, 2009).
O biodiesel pode tornar-se importante fonte de renda no campo, para pequenos produtores,
porém, atualmente, cerca de 80% da produção tem como matéria-prima o óleo de soja, proveniente,
na maioria, de grandes propriedades rurais.
A matéria-prima utilizada será sempre a mais barata, disponível e com a qualidade
necessária, havendo uma flutuação de preços que não atendem o ritmo de organização de uma
cadeia produtiva agrícola, por isso, destaca-se a importância de mecanismos tangíveis para
coordenar as diferentes culturas (ROSSETTO, 2009). Nesse sentido, são importantes medidas
governamentais, como o Selo Combustível Social, que se propõem a diversificar as fontes de
matéria - prima e a incentivar a agricultura e compra de equipamentos por pequenos agricultores.
53
Os agrocombustíveis são uma aposta do governo brasileiro e empresários no pós-crise
(GOMES et al., 2009). Para Gazzoni (2009) inovações tecnológicas são fundamentais para a
viabilidade na substituição de combustíveis fósseis em longo prazo.
A partir de de janeiro de 2010, estabeleceu-se em 5% o percentual mínimo obrigatório de adição
de biodiesel ao diesel, no Brasil. O maior aproveitamento do biodiesel na matriz energética
brasileira tem enorme importância econômica e estratégica para o país (UBRABIO, 2009). O Brasil
tem sido apontado como o futuro líder na produção de biodiesel.
Para que se obtenha a vantagem de utilização do biodiesel, sua qualidade deve ser garantida.
Para isso, é necessário o controle de qualidade em toda a cadeia produtiva. O primeiro passo para a
configuração da cadeia produtiva é a definição dos agentes (PIRES, 2004), sendo necessária a
eficiente e rápida articulação interinstitucional de todos os atores envolvidos na cadeia produtiva
(ARRUDA; NOBRE JÚNIOR; MENDES, 2004). Deve-se produzir o mínimo de rejeitos com
eficiente consumo de energia e matéria-prima, com recuperação e aproveitamento dos subprodutos
(SOLDI, 2006; CARMO et al., 2008; MME, 2008). A cadeia produtiva do biodiesel exige mão-de-
obra qualificada.
O biodiesel tem um custo maior do que o diesel de petróleo nas bombas, porém as
características de desempenho energético são consideradas semelhantes e a emissão de poluentes
provenientes de sua combustão é menor (EPE, 2007; BARROS; WUST; MEIER, 2008).
Para ser bem sucedido o setor do biodiesel deve adotar uma gestão sistêmica, flexível e de
alto nível. O objetivo comum dos atores envolvidos na cadeia produtiva do biodiesel é o
crescimento sustentável do mesmo.
2. Metodologia
O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa aplicada, pois analisou problemas
práticos, empregando parte do conhecimento científico somado ao novo conhecimento para planejar
linhas de ação com algum valor para determinado grupo social (MARCONI; LAKATOS, 2008).
Com característica predominantemente exploratória, pois envolveu levantamento bibliográfico e
entrevistas com pessoas diretamente envolvidas na atividade (GIL, 2002). Quanto à forma de
abordagem, utilizou-se a pesquisa qualitativa. Conforme descrito no fluxograma da estrutura
metodológica da pesquisa (Figura 2).
54
Figura 2 – Fluxograma da estrutura metodológica da pesquisa
Fonte: Autores (2009)
3. Resultados e discussões
Através da pesquisa identificaram-se os principais atores envolvidos no processo produtivo
do biodiesel e a técnica de modelagem IDEF0 possibilitou a visualização do papel de cada ator. O
primeiro processo modelado foi à produção de biodiesel, que ocorre através da transesterificação
(Figura 3). A modelagem IDEF0 permite identificar as entradas, sua transformação e as saídas de
um sistema. As principais entradas foram identificadas no nível superior (diagrama A0) que provém
à descrição mais geral da atividade:
- Óleo ou gordura: a matéria-prima mais utilizada na cadeia produtiva brasileira é o óleo de
soja, sendo utilizado em 80% da produção.
- Catalisador: ácido ou básico (KOH ou NaOH).
- Álcool: o álcool utilizado pode ser o metanol ou etanol. O etanol tem diversas vantagens
em relação ao metanol, seu concorrente na produção nacional de biodiesel. É mais limpo, renovável
e produzido no Brasil, mas, quase não é utilizado pelas indústrias. Um dos fatores é que,
inicialmente, a tecnologia das usinas era importada e feita para uso de metanol.
Fase 1 - PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Principais temas relacionados à cadeia produtiva do
biodiesel
Fase 2 - COLETA DE DADOS SECUNDÁRIOS
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biodiesel
(ANP), Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), Portal Biodiesel,
BiodieselBR e outras publicações especializadas
Fase 3 - VISITA A EMPRESAS PILOTO
Processo produtivo - 02 (duas) empresas piloto junto a
instituições de ensino superior, localizadas nos
municí
pios de Pelotas, RS e Santa Cruz do Sul, RS
Fase 4 - QUESTIONÁRIO – EMPRESAS
PRODUTORAS DE BIODIESEL
Passo Fundo / RS – 124, 2 milhões de litros
Rosário do Sul / RS – 129,6 milhões de litros
Veranópolis / RS – 237,6 milhões de litros
Cachoeira do Sul / RS
144,9 milhões de litros
Fase 5 - QUESTIONÁRIO – ESPECIALISTAS NA
CADEIA PRODUTIVA
02 especialistas, colunistas da principal revista que
aborda o tema biodiesel no Brasil
Fase 6 - MODELAGEM DAS INFORMAÇÕES
Técnica IDEF0 – Modelo descritivo da cadeia produtiva
do biodiesel no RS
Fase 7 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Descrição no item 3
55
Figura 3- Diagrama IDEF0 – produção de biodiesel
Fonte: Autores (2009)
A transesterificação, processo mais utilizado pelas indústrias, tem como principais produtos
finais ou saídas do sistema, identificadas na (Figura 3), diagrama A0, o biodiesel e a glicerina
destilada. Muitas empresas destinam a glicerina à cooperativas que produzem sabão, sabonetes e
sachês.
O diagrama A0 é seguido por uma rie de diagramas filho, representados por A1, A2 e A3,
nos quais são descritos maiores detalhes sobre cada tarefa. As entradas de cada diagrama são as
informações necessárias para que seja executada a função representada no centro de cada caixa,
tendo sempre a saída biodiesel, definida no diagrama de nível superior. O item controle identificado
(Figura 3) é a empresa produtora, que faz a opção pela matéria-prima, catalisador e álcool,
considerando a qualidade, produtividade e rentabilidade.
Outro item modelado foi a entrega de matéria-prima, (Figura 4). Principais entradas
identificadas: tipo de matéria-prima; quantidade matéria-prima; prazo de entrega matéria-prima.
As saídas identificadas, resultantes de todas as entradas são: custo total e entrega da matéria-
prima. O item controle identificado é o Selo Combustível Social, componente de identificação
Produzir
Biodiesel
A0
Óleo ou gordura
Biodiesel
Catalisador
Álcool
A1
Biodiesel
Óleo ou gordura
Catalisador
Álcool
I1
I2
I3
Identificar
catalisador
A2
O1
Identificar
álcool
A3
Biodiesel
Biodiesel
O1
O1
Glicerina destilada
Identificar
matéria-
prima
A1
Empresa produtora
56
concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário aos produtores de biodiesel que promovem
a inclusão social e o desenvolvimento regional, por meio de geração de emprego e renda para os
agricultores familiares, enquadrados nos critérios do PRONAF (Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar). Este selo promove inclusão e busca o desenvolvimento do
pequeno agricultor, além de dar subsídios para que a produção de biodiesel não tenha a taxação de
alguns impostos. Porém, para a garantia da qualidade da matéria-prima é necessário o envolvimento
da empresa produtora de biodiesel, tanto na assistência e capacitação técnica, quanto no
fornecimento de insumos para o plantio (sementes, fertilizantes, defensivos).
Figura 4 – Diagrama IDEF0 (nível superior) – matéria-prima
Fonte: Autores (2009)
A comercialização do biodiesel no Brasil ocorre através de leilão, item modelado (Figura 5).
Principais entradas identificadas:
- Volume biodiesel: 80% desse volume é comercializado em um primeiro leilão.
- Selo Combustível Social: o primeiro leilão é aberto apenas para empresas que detenham o
Selo Combustível Social.
- Pregão aberto: os 20% restantes são leiloados em pregão aberto, a qualquer produtor
autorizado.
- Preço máximo de referência: todos os leilões partem de um preço máximo de referência.
Durante a primeira rodada de negociações, cada usina faz duas ofertas para cada lote de biodiesel
que, juntos, podem somar até 80% de seu volume total autorizado todas as ofertas são anônimas.
As unidades poderão ter dois preços para o biodiesel vendido, diminuindo as chances de terem
uma oferta classificada (mudança para o 15º leilão, 3º trimestre de 2009). Serão considerados
aprovados para a segunda rodada os lotes de menor valor até o limite de 30% acima do volume alvo
definido pela ANP (por exemplo, se o volume alvo for de 100 m
3
, passam para a segunda etapa
lotes somando até 130 m
3
). As empresas aprovadas para a segunda rodada têm a chance de fazer
lances mais competitivos por seus lotes classificados na primeira rodada.
Entregar
matéria-prima
A0
Tipo de matéria-prima
Custo total
Entrega da matéria-prima
Quantidade de matéria-prima
Prazo de entrega matéria-prima
Selo
Combustível Social
57
A saída identificada (Figura 5) leilão inverso, é resultante de todas as entradas,
considerando-se que serão arrematados os lotes de menor valor até o limite do volume alvo, com o
fim dessa rodada ficam definidos os vencedores do leilão. As usinas vencedoras transportam o
combustível até as refinarias da Petrobrás, onde é feita a mistura ao diesel.
O item controle é identificado como ANP (Figura 5), a qual faz a gestão dos leilões,
definindo o dimensionamento do volume necessário de biodiesel para cada leilão. O preço máximo
de referência também é definido pela ANP.
Figura 5 – Diagrama IDEF0(nível superior) – leilão
Fonte: Autores (2009)
As empresas produtoras de biodiesel entrevistadas responderam que algumas vezes fazem
compra direta de matéria-prima e outras através de cooperativas, devido à questão social, porém,
neste caso, a qualidade pode ficar comprometida, pois, ainda falta adequação dos fornecedores ao
novo segmento e existem conflitos de interesses. Essa situação acarreta dificuldades em agregar
valor para exportação, o ideal seria um único fornecedor. a necessidade de melhor estruturação
da cadeia produtiva. Além disso, a demanda no mercado interno é totalmente baseada nas vendas
através dos leilões públicos. Poucas empresas estão autorizadas a exportar e a oferta ainda é muito
superior a demanda.
4. Considerações Finais
O diagrama IDEF0 por sua característica simples e visual possibilitou a compreensão da
função de cada ator da cadeia produtiva do biodiesel e a identificação de seus elementos relevantes,
permitindo sugestões de melhoria na comunicação entre as partes envolvidas. Diante da realidade
apresentada na pesquisa, identificou-se a transição para o livre mercado como uma forma de
redução nos custos de produção e transporte para as empresas produtoras. E o incentivo a
exportação, a fim de amenizar o excesso de capacidade produtiva, não correspondente à demanda.
A logística para o transporte do combustível até as refinarias da Petrobrás, onde é feita a mistura ao
Participar
leilão
A0
Volume biodiesel
Leilão inverso
Selo combustível social
Pregão aberto
Preço máximo de referência
ANP
58
diesel, também deve ser aprimorada. Os leilões foram criados como forma de garantir a
comercialização do biodiesel produzido, porém, com o amadurecimento do mercado os mesmos
devem ser repensados.
Além disso, a necessidade de investimento em uma matéria-prima viável à expansão do
Programa Nacional de Biodiesel, bem como, a utilização total dos subprodutos gerados pelo
processo produtivo. Uma alternativa de matéria-prima é o óleo de cozinha, sendo viável através de
um programa governamental de conscientização e responsabilização de consumidores, produtores,
distribuidores e gestores.
Para a agilidade e precisão exigidas na atualidade, a partir do IDEF, pode-se implantar um
sistema informatizado que integre toda a cadeia produtiva. Para isso, sugere-se além do IDEF0, a
utilização do IDEF3, que descreve os processos e suas inter-relações de forma mais detalhada.
É fundamental a comunicação eficiente nas empresas e entre as empresas, ou seja, obter as
informações necessárias, no tempo certo e de forma objetiva e organizada.
Abstract
This work presents the technique of modeling IDEF0 (Integration Definition for Function
Modeling) in an approach directed towards the understanding of the productive chain of biodiesel
and identification of aspects to be improved. With this intention, pilot companies at institutions of
higher education were visited, questionnaires were applied to the producing companies of biodiesel
and the specialists in the productive chain, being then used the modeling technique IDEF0. The
objective of the research was to develop a descriptive general model of the national productive
chain of biodiesel. Through this, there was an understanding of the productive system, being able to
identify issues related to the raw material and the relation offer-demand, as critical points to be
improved.
Key Words: biodiesel, energy matrix, IDEF.
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62
Dados dos autores:
Nome completo: Josele Nara Delazeri de Oliveira
Filiação institucional: Universidade Federal de Santa Maria UFSM/ Faculdade Antonio
Meneghetti - FaculdadeAM
Departamento: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção PPGEP/ Curso de
Administração
Função ou cargo ocupado: Aluna de Mestrado/ Coordenadora do Curso de Administração
Endereço completo para correspondência (bairro, cidade, estado, país e CEP): R. Irmão Donato,
281, apt 202, Bairro Nossa Senhora de Lourdes, Santa Maria, Rio Grande do Sul, CEP 97050300
Telefones para contato: (55) 32219172 e (55) 84190027
Nome completo: Leandro Cantorski da Rosa
Filiação institucional: Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Departamento: Engenharia de Produção e Sistemas
Função ou cargo ocupado: Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Endereço completo para correspondência (bairro, cidade, estado, país e CEP): Departamento de
Engenharia de Produção e Sistemas, Centro de Tecnologia, UFSM, campus Camobi, Bairro
Camobi, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, CEP 97105900
Telefones para contato: (55) 32208442
5 ARTIGO CIENTÍFICO 3
5.1
Process modeling technique IDEF: a collaborative environment proposal in the
production of biodiesel
Artigo concluído e apresentado na MES 2009 International Conference on Manufacturing
and Engineering Systems at National Formosa University, Taiwan.
17 a 19 de dezembro de 2009.
(Configurado conforme as normas do evento).
64
Process modeling technique IDEF: a collaborative environment proposal in
the production of biodiesel
J.N.D. Oliveira
1
, R. Radharamanan
2
, L.C. Rosa
1
1
Department Engineering and Production of Systems, Federal University of Santa Maria, Santa Maria, RS,
97105900, Brazil
2
School of Engineering, Mercer University, Macon, 31207, USA
joseleadm@gmail.com,
Abstract
This paper presents the process modeling technique
Integration Definition for Function (IDEF) inserted
into an approach focused on understanding the
processes of a biodiesel producing company in the
state of Mato Grosso, Brazil and the inter-relations
with different agents of the production chain. To do
so, pilot enterprises from higher education
institutions were visited with the objective of
accompanying in loco the production process and a
questionnaire was applied to the biodiesel
producing company on which this work was
developed. From the responses obtained in the
questionnaire was applied to IDEF0 modeling
technique, identifying the main internal and
external activities, their inputs, outputs, controls
and mechanisms. The objective was to develop a
proposal for a collaborative environment in the
production of biodiesel. The relationship with
suppliers was identified, having as a control item
the Social Fuel Seal, the critical point to be
improved. We suggest the establishment of
regional cooperatives, with the involvement of the
government and producing companies, for
guidance regarding documentation, qualification of
family farmers and appropriate use of unproductive
land. Effective communication within companies
and between companies is fundamentally important
to obtain the necessary information at the right time
and in an objective and organized manner.
Keywords: biodiesel, energy matrix, IDEF,
collaborative environment, processes.
Introduction
Companies are currently inserted in a market where
change is constant and competitiveness increases,
so having a systemic business-oriented the systemic
vision of the(internal and external) environment
becomes basic.
The productive chain and its different actors must
work in continuous communication, to best identify
the necessities and best attend to them, with lesser
cost, wastefulness and greater agility.
All the organizational resources must pursue the
same objectives, be understood and managed
according to a vision of processes, in which there is
the necessity to identify, to know and to take care
of the requirements of the costumer processes.
Moreover, with the flexibility and agility of the
organizations currently demanded, the gradual
computerization of the internal and external
systems of communication becomes basic.
Faced this reality, this research was done with the
objective of developing a general descriptive
model, having as base the IDEFO modeling
technique and to propose a collaborative
environment among the different actors of the
biodiesel productive chain in a producing company
located in the state of the Mato Grosso, Brazil, that
acts in the biodiesel market since 2007, with 61
employees and capacity of production of 12 million
liters month. For this, pilot companies have been
visited, in superior education institutions, with the
objective of getting to know in loco the productive
process, then, a questionnaire was applied to the
one responsible for the production of biodiesel in
the referred organization. From the gathered
information the IDEFO modeling technique was
used.
65
Management by process
Productive activities must be managed with
adjusted integration and focus in the results, as a
“system of production”, which refers to a set of
interrelated activities and operations involved in the
production of goods or services [1]. Any activity in
a company involves a transformation of inputs in
outputs, which take care of its internal and external
customers’ needs. [2].
Management by processes is a concept with focus
in the optimization of organization´s results,
through the improvement of the business processes.
A process is a set of elements that serves as a guide
for the beginning and ending of a work [3]. It is a
set of preset activities that, executed in a
determined sequence, will lead to a result that
assures the attendance of the necessities of the
customers and other interested people [4]. It
represents a particular trajectory in a system [5].
The approach by processes makes the companies
be seen as a set of articulated activities [6]. Many
errors of project and the lack of adequacy to the
productive process are only detected in the final
product, due to the lack of an environment that
allows the exchange and the flow of information
[7]. Integrated strategies are fundamental for
optimum income of processes [8].
An integrated system involves components,
technologies, abilities and knowledge of the diverse
organizations involved [9].
The pressures of competitiveness compel the
organizations to reevaluate its business strategies
[10].
Management by process is primordial, for
effectiveness, efficiency and improvement of the
organizational activities.
IDEF – Integrated tool for modeling of
functions
IDEF (Integration DEFinition) is a modeling
technique of processes for safe and supported
development, which describes in a graphical form
the entire cycle of life of development of a system.
IDEF0 comes from Integration Definition
Language for Function Modeling, created in the
70s for the American Air Force.
The IDEF technique was developed to describe,
specify and shape manufacture systems in a
graphical form [11].
It is an orientation through standards and criteria of
analysis [12]. In the study and comprehension of
particular systems particular modeling techniques
should be used [13].
IDEF0, one of the most popular modeling
techniques of business processes, is used to shape
an organization´s decisions, actions and activities
[14] [15] [16].
An IDEF0 model is composed by a hierarchic
series of diagrams, describing functions and its
interfaces in the context of a system [17] [18]. It
describes a complete system, with the required
detail level [19]. The modeling assists in the
reduction of conflicts, prioritizing some plans of
change implementation [20].
The current challenge is to develop an environment
that contemplates the different collaborative forms
of management, planning and commercial
agreements among companies [21] [22].
A Collaborative environment has as an objective
the formation of real and virtual spaces that
stimulate and allow the exchange of information,
aiming to improve the involved processes in the
productive system. The information is gathered in
real time and has the possibility to interact directly
with whoever is generating the information.
Biodiesel
Considering the ecological issue, alternative
sources of energy gain constantly a bigger space.
One of the main sources of agro energy is
biodiesel, a proposal of energy, environment and
social solution, and its global viability should be
considered. The development of biodiesel reduces
the dependence on the importation of oil
derived
fuel [23], being able in the long run to mean the
energy independence of the country [24]. In Brazil
the launching of the National Program of
Production and use of biodiesel occurred in
12/06/2004.
Bioenergy represents an opportune and efficient
direction to collaborate in the solution of energy
production challenges [25]. The investment in bio
fuel will create a net of transports, increase the
income of the agricultural worker and services, and
can lead to scale economies that benefit other
agricultural and non agricultural activities in the
rural sector [26]. Brazil is distinguished in the
production of fuel from the biomass [27].
Biodiesel is obtained through transesterification
(more used currently). Transesterification is the
66
chemical reaction of oil or fats, from animal or
vegetal origin, with an alcohol in the presence of a
catalyser [28] [29] [30]. The properties of biodiesel
depend on the vegetal oil used in the
transesterification process [31].
The raw material used will always be the cheapest,
available and with the necessary quality, occurring
a fluctuation of prices that do not attend the rhythm
of organization of an agricultural productive chain
[32], therefore, importance of tangible mechanisms
is distinguished to co-ordinate the different
cultures [33]. In this sense, there are important
governmental measures that diversify the raw
material, stimulate agriculture and purchase of
equipment for small agriculturists. The vocation of
each region and each area must be considered [34].
Cites the Social Stamp that promotes inclusion and
seeks the development of the small agriculturist.
Agro fuel is an investment of the Brazilian
government and entrepreneurs in the after-crisis
[35].
From of July of 2009, was established a
mandatory 4% biodiesel addition in Brazil. The
biggest exploitation of biodiesel in the Brazilian
energy matrix has enormous economic and
strategic importance for the country [36].
So that the biodiesel use advantage may be
obtained its quality must be guaranteed. For this,
quality control is necessary in the entire productive
chain [37]. The first step for the configuration of
the productive chain is the definition of the agents
[38], is necessary the efficient and fast inter-
institutional articulation of all the actors involved
in the productive chain [39]. Minimum waste must
be produced with efficient consumption of energy
and raw material [40].
Biodiesel has a bigger cost than petroleum diesel at
the pumps [41], however the characteristics of
energy performance are considered similar [42].
To be successful in the biodiesel sector one must
adopt a systemic management, flexible and of high
level. The common objective of the involved actors
in the productive chain of biodiesel is its
sustainable growth.
Methodology
For the development of this work an applied
research was carried through, that analyzes
practical problems, uses part of the scientific
knowledge added to new knowledge to plan action
lines that have some value for a determined social
group [43]. As to its form of approach, qualitative
research was used, that [44] involves a dynamic
relation between the real world and the subject.
The research has a predominantly exploratory
characteristic, because it involves bibliographical
research and interviews with people directly
involved in the activity [44]. It is distinguished the
use of the IDEF model for the better visualization
and understanding of the inputs, controls, outputs
and mechanisms of each function.
Initially the bibliographical research on the main
subjects related to the work was carried through.
Secondary data used in the research was extracted
from diverse sources: National agency of the Oil,
Gas Natural and Biodiesel (ANP), Ministry of
Agriculture, Cattle and Supplying (MAP), Ministry
of Agro development (MDA), BiodieselBR and
other publications specialized in the subject.
Afterwards, the primaries data obtained from visits
to the pilot companies and interviews with
managers of the biodiesel producing company of
biodiesel located in the state of the Mato Grosso,
Brazil.
With the gathered information, through the IDEF
technique, the collaborative environment to be used
by this company in the relationship with other
actors involved in the productive chain of biodiesel
was shaped.
Discussion of results
Through the research the main involved actors in
the productive process of biodiesel were identified
and the company characterized. The technique of
IDEF0 modeling allowed the visualization of the
role of each internal and external actor, basically
consisting of inputs, controls, outputs and
mechanisms, called ICOMs. The first process
modeled was the production of biodiesel (Figure 1),
that occurs through the transesterification. So that
this process may occur in the company, the
following internal actors are involved: commercial
assistants, agricultural technician, a responsible for
team operations, administrative and management
employees. Agricultural producers supply
oleaginous, being 590 pertaining to familiar
agriculture, the oleaginous are transformed into oil
by the producing company, considering that part of
the oil, reagents and the used alcohol is acquired
directly from wholesalers, identified as entries in
the process of biodiesel production. Who
articulates and monitors the control of information
in the process of acquisition of oleaginous in the
familiar agriculture is the MDA - Ministry of
67
Agrarian Development, identified as a control in
diagram A0.
The most often used raw material in the Brazilian
productive chain is the soybean oil, being used in
80% of the production. The catalyser can be an acid
or a base and the used alcohol can be the methanol
or ethanol. The transesterification has as output
biodiesel and glycerin. The question of quality is
basic for the company, mainly, because Petrobras,
identified as a control item in (Figure 1), is very
demanding in this requirement. With this purpose
the company has a laboratory of analysis for
verification of each product that arrives and leaves
the company, identified by the item mechanism
laboratory of analysis in diagram A0 (Figure 1).
Figure 1- IDEF0 diagram (superior level)
biodiesel production
In the productive chain of biodiesel the process of
product sale, as shown on (Figure 2) is related
directly to the auctions output item identified as
inverse auction - and to the Social Fuel Stamp -
identified as entree in the function auction
participation. This stamp is a component of
identification granted by the Ministry of Agro
Development to the producers of biodiesel that
promote social inclusion and the regional
development, by means of job and income
generation for the familiar agriculturists that fit in
the criteria of the Pronaf (National Program of
Reinforcement of Familiar Agriculture).
The company has that to acquire 10%, in Reais
(Brazilian currency), of the total value of the
production of products from familiar agriculture
that if fit in and possess DAP - Declaration of
Aptitude from Pronaf. The stamp seeks to promote
inclusion and development of the small
agriculturist. However, to guarantee of the quality
of the raw material it is necessary the involvement
of the biodiesel producing company, in means of
assistance and qualification technique, as well as in
the supply of inhumes for the plantation (seeds,
fertilizers, defensives). The company, in which the
research was carried out, is one of the few Brazilian
companies authorized to export.
Figure 2 – IDEF0 diagram (superior level) –
auction
The auctions of biodiesel (Figure 2), are managed
by the National Agency of the Oil, Natural Gas and
Bio fuel (ANP) and by Petrobras, identified as
control item in the process participate in auction.
The ANP estimates necessary volume of biodiesel
so that the legal requirement is fulfilled. 80% of
this volume will be commercialized in a first
auction, opened only for companies who withhold
the Social Fuel Stamp. The remaining 20% will be
auctioned in open proclamation to any authorized
producer. The auctions of biodiesel happen in the
modality of inverse auction, that is, wins who
offers the lesser cost. During the first round of
negotiations, each plant makes two offers for each
lot of biodiesel that, together, can add up to 80% of
its authorized total volume - all the offers are
anonymous. The units may only have two prices
for the biodiesel sold, diminishing the possibilities
to have an offer classified.
Will be considered approved for the second round
the lots of lesser value (up to the limit of 30%
above of the target volume defined by the ANP).
The companies approved for the second round have
the possibility to make more competitive bids for
its lots classified in the first round. The lots of
lesser value up to the limit of the target volume will
be bought at the auction; with the end of this round
the winners of the auction will be defined. The
winning firms transport the fuel to the refineries
from Petrobras, where the mixture to diesel is
made.
The biodiesel producing company interviewed
answered that it makes direct purchase of the raw
material from familiar agriculture producers, due to
the social issue, however, in this in case, the quality
may be jeopardized, for it still lacks the suppliers’
to adapt to the new segment. This situation causes
difficulties in adding value for exportation. The
ideal would be an only supplier. There is a
necessity of better restructuration of the productive
chain.
To
Produce
Biodiesel
A0
Oil
Biodiesel
Catalyser
Alcohol Glycerin
Petrobrás/
MDA
Laboratory of
Analysis
A0
To
Participate
Auction
A0
Biodiesel Volume
Inverse Auction
Social Stamp
Open Divulgation
Maximum Price
ANP/Petrobrás
68
Moreover, the demand in the domestic market is
totally is based on the sales through the public
auctions, few companies are authorized to export
and the offer is still much superior to the demand.
Conclusions
The IDEF0 diagram by its simple and visual
characteristic made possible the understanding of
the function of each internal and external actor in
the productive chain of biodiesel and the
identification of its relevant elements, allowing
suggestions of improvement in the communication
among the involved parts.
Faced with the reality identified in the research the
transition for the free market would be a form of
reducing production and transport costs for the
producing companies. These aspects would
diminish the excess of productive capacity, not
corresponding to the demand. The auctions were
created as a way to guarantee the
commercialization of the biodiesel produced,
however, with a more mature market this should be
though over.
Moreover, there is the need for investment in raw
material viable to the expansion of the National
Program of Biodiesel, as well as, the total use of
by-products generated from the productive process.
The relation with suppliers was identified, having
as a controlled item the Social Fuel Stamp, the
critical point to be improved. It is suggested
implantation of regional cooperatives, with
governmental involvement and of the producing
companies, for orientation as to the documentation,
qualification of the familiar producers and adequate
unproductive land use.
For the demanded agility and precision in the
present time, through the IDEF, a computerized
system that integrates all the productive chain may
be implemented, it is suggested along with the
IDEF0, the use of the IDEF3, that describes the
processes and it’s Inter-relations in a more detailed
form.
Efficient communication in the companies and
among the companies is fundamental, that is, to get
the necessary information, in proper time in an
orderly and objective fashion.
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6 Conclusões
O objetivo desta dissertação foi desenvolver um modelo geral descritivo, tendo como
base a técnica de modelagem IDEF0 e propor um ambiente colaborativo entre os diferentes
atores da cadeia produtiva do biodiesel. Considerando-se a aplicação prática no portal de
gestão do conhecimento, a utilização da modelagem IDEF0 permitiu a visualização e
compreensão do funcionamento do portal pelos colaboradores da instituição de ensino
superior, bem como pela empresa que está desenvolvendo o sistema, pois envolve atividades
organizadas e sucessivas em níveis distintos.
O diagrama IDEF0 por sua característica simples e visual possibilitou a compreensão da
função de cada ator da cadeia produtiva do biodiesel e a identificação de seus elementos
relevantes, permitindo sugestões de melhoria na comunicação entre as partes envolvidas.
Diante da realidade apresentada na pesquisa, identificou-se a transição para o livre mercado
como uma forma de redução nos custos de produção e transporte para as empresas produtoras.
E o incentivo a exportação, a fim de amenizar o excesso de capacidade produtiva, não
correspondente à demanda. A logística para o transporte do combustível até as refinarias da
Petrobrás, onde é feita a mistura ao diesel, também deve ser aprimorada. Os leilões foram
criados como forma de garantir a comercialização do biodiesel produzido, porém, com o
amadurecimento do mercado os mesmos deveriam ser repensados.
Além disso, a necessidade de investimento em uma matéria-prima viável à expansão
do Programa Nacional de Biodiesel, bem como a utilização total dos subprodutos gerados
pelo processo produtivo. Uma alternativa de matéria-prima é o óleo de cozinha, sendo viável
através de um programa governamental de conscientização e responsabilização de
consumidores, produtores, distribuidores e gestores.
Identificou-se a relação com fornecedores, tendo como item controle o Selo
Combustível Social, o ponto crítico a ser aprimorado. O poder blico intervém no formato
organizacional e nos incentivos referentes à cadeia produtiva do biodiesel, a partir dos quais
se constitui um determinado mercado, mas não o faz a partir de uma injeção própria de
recursos.
71
Sugere-se a implantação de cooperativas regionais, com envolvimento governamental e
das empresas produtoras, para orientação quanto à documentação, qualificação dos produtores
familiares e utilização adequada de terras improdutivas. Para participar no mercado atual de
produção do biodiesel as empresas, inevitavelmente, têm que inserir o movimento sindical no
seu sistema de gestão.
Para a agilidade e precisão exigidas na atualidade, a partir do IDEF, pode-se implantar
um sistema informatizado que integre toda a cadeia produtiva. Para isso, sugere-se além do
IDEF0, a utilização do IDEF3, que descreve os processos e suas inter-relações de forma mais
detalhada.
É fundamental a comunicação eficiente nas empresas e entre as empresas, ou seja,
obter as informações necessárias, no tempo certo e de forma objetiva e organizada.
Considerando-se a destacada participação governamental na implantação da matriz
energética do biodiesel no Brasil. Sugere-se que seja realizado um estudo sobre a influência
da descoberta da camada pré-sal na sustentabilidade do Programa Nacional de Produção e
Uso do Biodiesel.
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