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Avançando um pouco mais na análise do problema das dro-
gas entre os estudantes, os dados mostram que o percentual de
estudantes que declarou estar usando ou ter usado drogas injetá-
veis (Tabela 41) varia do mínimo de 1% em Cuiabá, Fortaleza,
Recife, Maceió, Salvador e São Paulo, e o máximo de 4% em
Porto Alegre, e de 3% no Distrito Federal e Rio de Janeiro. Cabe
chamar a atenção para o fato desses dados referirem-se estrita-
mente ao procedimento de aplicação e não descrevem as subs-
tâncias usadas, que tanto podem ser lícitas quanto ilícitas
34
. Por
outro lado, esses percentuais aparentem ser baixos, são muito
significativos, já que entre todos os tipos de drogas consumidas,
as injetáveis são aquelas cujo consumo apresenta mais dificulda-
des operacionais e, talvez por isso, atingem a menor parcela da
população no Brasil
35
.
34
Tais como esteróides, anfetaminas, tranqüilizantes, ansiolíticos, cocaína e heroína.
35
Em 1997, o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
(CEBRID) realizou o quarto levantamento, de uma série iniciada em 1987,
abrangendo o mesmo público-alvo (estudantes de primeiro e segundo graus
da rede estadual de ensino) e os mesmos locais dos outros três estudos
epidemiológicos (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Por-
to Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). Comparando os
resultados desses levantamentos (1987, 1989, 1993 e 1997) quanto à ten-
dência ao uso freqüente de drogas em geral (uso de drogas seis ou mais vezes
nos trinta dias que antecederam à pesquisa), observou-se, entre outras
coisas, tendência de aumento estatisticamente significativo do uso freqüente
de drogas em Belém (de 1%, em 1987, para 3,6% em 1997), Fortaleza (de
1,4%, em 1987, para 3,7% em 1997) e Porto Alegre (de 3,2%, em 1987, para
5,2% em 1997). O contrário, ou seja, diminuição da tendência do uso fre-
qüente pode ser percebido em Recife (de 3,4%, em 1987, para 2,9% em
1997), Rio de Janeiro (de 2,6%, em 1987, para 2,4% em 1997) e São Paulo
(de 2,8%, em 1987, para 2,4% em 1997). A comparação dos quatro levanta-
mentos mostra também que houve tendência de aumento do uso freqüente de
maconha, ansiolíticos, anfetamínicos e cocaína, no conjunto das dez capi-
tais. Os levantamentos disponibilizados pelo Cebrid focalizam os tipos de
substâncias utilizadas e a freqüência do seu uso, mas não discriminam os
procedimentos de uso (ingestão, aspiração, inalação, injeção, aplicação em
mucosas, etc.). (IV Levantamento sobre o Uso de Drogas entre Estudantes
de 1
o
e2
o
Graus em 10 capitais Brasileiras –1997 – José Carlos Galduróz,
Ana Regina Noto, E. A. Carlini). Cf. www.cebrid.nom.br