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UNESP
Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá
Guaratinguetá
2010
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CRISTINA SAYURI FUKUGAUCHI
METODOLOGIA PARA CARACTERIZAÇÃO METALOGRÁFICA
DE UM AÇO TRIP POR MICROSCOPIA ÓPTICA
Dissertação apresentada à Faculdade de
Engenharia do Campus de Guaratinguetá,
Universidade Estadual Paulista, para a
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Mecânica na área de Materiais.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo dos Santos Pereira
Guaratinguetá
2010
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F961m
Fukugauchi, Cristina Sayuri
Metodologia para caracterização metalográfica de um aço
TRIP por microscopia óptica / Cristina Sayuri Fukugauchi .
Guaratinguetá : [s.n.], 2010
122 f. : il.
Bibliografia: f. 109-122
Dissertação (mestrado) Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2010
Orientador: Prof. Dr. Marcelo dos Santos Pereira
1. Metalografia I. Título
CDU 620.18
DADOS CURRICULARES
CRISTINA SAYURI FUKUGAUCHI
NASCIMENTO
07.02.1979 OSASCO / SP
FILIAÇÃO
Jorge Fukugauchi
Helena Saito Hirayama Fukugauchi
1994/1998
Curso Técnico em Metalurgia
Escola SENAI “Nadir Dias de Figueiredo”
1999/2007
Curso de Graduação
Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá
- Universidade Estadual Paulista
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Jorge e Helena pelo constante apoio, motivação,
incentivo e, principalmente, por nunca deixarem de acreditar em
mim, mesmo quando nem eu acreditei...
AGRADECIMENTOS
Houve diversos obstáculos a serem superados durante a realização deste trabalho,
profissional e, sobretudo pessoais. Mas, a conclusão desta Dissertação é a prova de que
as decisões certas foram tomadas e os melhores caminhos foram escolhidos. A todas as
pessoas que contribuíram para essa conquista, agradeço.
A meus pais que se sacrificaram e tornaram esse sonho possível.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcelo dos Santos Pereira, pela extrema paciência,
constante apoio, incentivo, dedicação e orientação, sem a qual, a elaboração deste
trabalho teria sido mais longa e muito mais árdua.
Aos professores membros da banca examinadora, Dr. Tomaz Manabu Hashimoto
e Dr. Rosinei Batista Ribeiro, pela imensa colaboração para a melhoria deste trabalho.
Aos funcionários do Departamento de Materiais e Tecnologia, Humberto Lopes
Rodrigues, Célio José de Souza, Wilson Roberto Monteiro, José Manuel Bernardes,
Manuel Francisco dos Santos Filho e Domingos Hasmann Neto, pelo apoio, paciência
e colaboração.
Ao Departamento de Química FEG/UNESP pelo auxílio e fornecimento dos
reagentes para ensaios metalográficos, em especial à Conceição Aparecida Matsumoto
Dutra.
Aos alunos da graduação Diego Lopes Rodrigues e Antonio dos Reis de Faria
Neto pela amizade e colaboração na Metalografia.
Às funcionárias da biblioteca, Ana Maria Ramos Antunes e Rosana Maria Pereira
Maciel pelo fornecimento dos artigos técnicos solicitados.
E, por fim, mas não menos importante: agradeço aos meus amigos Luiz Pinheiro
(pelos conselhos, incentivo e confiança), Marcelo Sampaio Martins, Rafaella dos
Santos Baptista Gonçalves, Raysom Jerônimo Ribeiro Pereira (pela colaboração em
traduções, busca de textos e, principalmente, por me ouvir reclamar em todos os
momentos difíceis) e Sandro Lombardo (pelo apoio, confiança e paciência).
Este trabalho contou com apoio da CAPES.
“Grandes realizações não são feitas por impulso,
mas por uma soma de pequenas realizações”
Vincent Van Gogh
FUKUGAUCHI, C. S. Metodologia para caracterização metalográfica de aço
TRIP por microscopia óptica. 2010. 122 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica) Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2010.
RESUMO
Dentre os materiais desenvolvidos para atender às diversas exigências do setor
produtivo industrial, especialmente a indústria automobilística, destaca-se o aço
multifásico, com uma gama de aplicações que são exploradas pela utilização desses
aços com efeito TRIP (Plasticidade Induzida por Transformação). Quanto ao aspecto
microestrutural, estes aços consistem de uma matriz ferrítica contínua com dispersão
de segunda fase de outros constituintes, como a bainita, a martensita e a austenita
retida. Os significativos efeitos da microestrutura, nas propriedades dos materiais,
fazem da investigação microestrutural uma importante ferramenta para entendimento e
aperfeiçoamento de suas propriedades. Neste contexto, a proposta deste trabalho foi
desenvolver um procedimento metalográfico adequado para caracterização
microestrutural de um aço TRIP, via microscopia óptica. Para tanto, foram avaliados
os principais parâmetros utilizados na preparação metalográfica (modo de ataque,
modo de secagem, tempo de exposição, pré-ataque, concentração dos reagentes). Foi
utilizado o reagente de LePera, com variações de concentração e proporção de seus
componentes. Através dos diferentes procedimentos metalográficos concluiu-se que
dentre os métodos de ataque analisados (esfregamento e imersão), o ataque por
imersão apresentou melhor nitidez e contraste quando comparada às amostras atacadas
por esfregamento. Quanto ao modo de secagem, o processo que se mostrou mais
eficiente foi o modo de secagem natural. As amostras atacadas com o reagente de
LePera sem prévio pré-ataque apresentaram bons resultados.
PALAVRAS-CHAVE: Caracterização microestrutural. Metalografia colorida. Aço
TRIP.
FUKUGAUCHI, C. S. Methodology for metallographic characterization of
multiphase steel by optical microscopy. 2010. 122 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá,
Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2010.
ABSTRACT
Amongst the materials developed to attend the diverse requirements of the industrial
sector, especially the automobile industry, the multiphase steel is distinguished, with a
variety of applications that are explored by the use of these steel with TRIP
(Transformation Induced Plasticity) effect. Regarding the microstructural aspect, these
steel consist of a continuous ferritic matrix with a second phase dispersion of others
constituents, such as the bainite, the martensite and the retained austenite. The
significant effects of the microstructure, in the properties of the materials, make the
microstructural inquiry a necessity for the understanding and the improving of its
properties. In this context, the proposal of this study was to develop an adequate
metallographic procedure for microstructural characterization of TRIP steel, using the
optical microscopy. The main parameters used in the metallographic preparation had
been evaluated (etching and drying mode, time of exposition, pre etching, and
concentration of the reagents). It was used the reagent of LePera, with variations of
concentration and proportion of its components. Through different metallographic
procedures one concluded that among the methods of attack were examined, the
etching for immersion had got the best results. As for dry mode, the process more
efficient was the method of natural drying. Samples etched with LePera`s reagent
without pre etching presented good results.
KEYWORDS: Microstructural characterization. Color tint etching. TRIP steel.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1 -
Relação entre limite de resistência e alongamento total dos vários
tipos de aços avançados de alta resistência (GORNI, 2008) .............
25
FIGURA 2.1 -
Relação entre o consumo de combustível e o peso do automóvel
(SENUMA, 2001) ..............................................................................
27
FIGURA 2.2 -
Evolução dos diversos tipos de aços com características adequadas
a aplicações específicas (MARRA, 2008) .........................................
29
FIGURA 2.3 -
Aspectos metalúrgicos e mecânicos dos aços indicados pelos
Projetos ULSAB e ULSAB-AVC (Worldsteel, 2009) ......................
29
FIGURA 2.4 -
Imagem obtida por Microscopia Eletrônica de Varredura mostrando
uma típica microestrutura de um aço multifásico assistido pelo
efeito TRIP, onde A: austenita retida, B: bainita e F: ferrita
(FURNÉMONT et al, 2002) ..............................................................
30
FIGURA 2.5 -
Esquema representando o processamento termomecânico dos aços
TRIP (ANNIBAL, 2005) ...................................................................
32
FIGURA 2.6 -
Esquema de recozimento intercrítico aplicável a aços TRIP
laminados a frio proposto por Bleck, 2002 (KANTOVISCKI, 2005)
33
FIGURA 2.7 -
Efeitos dos principais elementos de liga no processamento de aços
TRIP (BLECK, 2002) ........................................................................
37
FIGURA 2.8 -
Modelo de ataque de fases seletivo para aços multifásicos
(ANGELI; FÜREDER; KNEISSL, 2006) .........................................
45
FIGURA 2.9 -
Primeiro esquema de laminação. Recozimento em dois estágios.
(SANTOS; VIEIRA; VIANA, 2006) .................................................
47
FIGURA 2.10 -
Segundo esquema de laminação. (SANTOS; VIEIRA; VIANA,
2006) ..................................................................................................
47
FIGURA 2.11 -
Micrografias ópticas das amostras (a) recozida em dois estágios (b)
laminada. Ataque: Nital 3%. Aumento de 500x. (SANTOS;
VIEIRA; VIANA, 2006) ....................................................................
47
FIGURA 2.12 -
Representação esquemática das condições de laminação a quente
realizadas (SOLIMAN; PALKOWSKI, 2008) ...............................
48
FIGURA 2.13 -
Refino dos grãos da estrutura do aço 1como resultado da aplicação
de diferentes etapas de laminação: (a) condição R; (b) condição RP
e (c) condição P (SOLIMAN; PALKOWSKI, 2008) ........................
48
FIGURA 2.14 -
Refino dos grãos da estrutura do aço 2 como resultado da aplicação
de diferentes etapas de laminação: (a) condição R; (b) condição RP
e (c) condição P (SOLIMAN; PALKOWSKI, 2008) .......................
49
FIGURA 2.15 -
Microscopia óptica da microestrutura de um aço TRIP800 laminado
a quente, onde: F-ferrita, B-bainita, M-martensita e Ar-austenita
retida (ADEN-ALI et al, 2009) ..........................................................
49
FIGURA 2.16 -
Microscopia óptica da microestrutura de um aço TRIP600 atacado
com (a) Nital 2% e (b) reagente Marshall (OLIVER; JONES;
FOURLARIS, 2007) ..........................................................................
51
FIGURA 2.17 -
Microscopia óptica de um aço TRIP 800. Ataque: reagente
Marshall (OLIVER; JONES; FOURLARIS, 2007) ..........................
51
FIGURA 2.18 -
Modelo de ataque catódico e anódico em um aço multifásico
envolvendo depósitos de reagente (ANGELI; REDER;
KNEISSL, 2006) ................................................................................
52
FIGURA 2.19 -
Representação esquemática do sistema de interferência formado
entre ar-filme-metal (BEHARA; SPHIGLER, 1977) ........................
53
FIGURA 2.20 -
Microscopia óptica de aços (a) e (b) após ataque colorido, onde F -
ferrita (azul esverdeado); B - bainita (marrom) e MA - martensita/
austenita retida (branco) (GIRAULT et al, 1998) ..............................
56
FIGURA 2.21 -
Microscopia óptica dos aços (c) e (d) onde a matriz ferrítica
apresenta tonalidade marrom clara (GIRAULT et al, 1998) .............
56
FIGURA 2.22 -
Esquema do tratamento de “quenching e partitioning” aplicado no
material (SANTOFIMIA et al, 2008) ................................................
57
FIGURA 2.23 -
Microscopia óptica de uma amostra “direct quench” atacada com o
reagente LePera (SANTOFIMIA et al, 2008) ..................................
58
FIGURA 2.24 -
Microscopia óptica de uma amostra “particionada” a 175°C durante
100s. Ataque: reagente LePera (SANTOFIMIA et al, 2008) ...........
58
FIGURA 3.1 -
Serra de fita vertical ROMARFRA ................................................
61
FIGURA 3.2 -
Nomenclatura das localizações de áreas mostradas em
fotomicrografias (ASTM E3-01, 2007) .............................................
61
FIGURA 3.3 -
Embutidora PANPRESS 30 PANAMBRA ....................................
62
FIGURA 3.4 -
Marcação de amostra utilizando gravador vibrador ..........................
63
FIGURA 3.5 -
Lixadeira manual com área de lixamento em forma de 4 pistas ........
64
FIGURA 3.6 -
Estereomicroscópio STEMI 2000 ZEISS .......................................
64
FIGURA 3.7 -
Politriz AP10 PANAMBRA ...........................................................
65
FIGURA 3.8 -
Modos de secagem das amostras: (a) secador próximo à superfície
da amostra; (b) secador a uma distância de 40 cm da amostra e (c)
secagem natural ..................................................................................
68
FIGURA 4.1 -
Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador
próximo à amostra): a) região na qual houve incidência de ar
forçado, b) região circunvizinha à (a). Aumento 1000x. (Condições:
ataque por imersão, reagente LePera, t=25s) .....................................
75
FIGURA 4.2 -
Fotomicrografia de uma amostra seca com ar frio forçado (secador
próximo à amostra). Aumento 1000x. (Condições: amostra pré-
atacada com Nital 2% por t=2s e atacada por imersão, reagente
LePera, t=25s) ....................................................................................
76
FIGURA 4.3 -
Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador
distante da amostra). Aumento 1000x. (Condições: ataque por
imersão, reagente LePera, t=25s) ................................................
77
FIGURA 4.4 -
Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador
distante da amostra). Aumento 1000x. (Condições: pré-ataque com
Nital 2%, por t=2s. ataque por imersão, reagente LePera, t=30s) .....
78
FIGURA 4.5 -
Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador
distante da amostra). Aumento 1000x. (Condições: ataque por
imersão, reagente LePera, t=30s) .......................................................
79
FIGURA 4.6 -
Amostra seca com ar frio forçado (secador distante da amostra).
Aumento 50x. (Condições: ataque por imersão, reagente LePera,
t=30s) .................................................................................................
80
FIGURA 4.7 -
Amostra seca ao ar. Aumento 50x. (Condições: ataque por
imersão, reagente LePera, t=30s) ......................................................
80
FIGURA 4.8 -
Regiões distintas de uma amostra seca ao ar. Aumento 1000x.
(Condições: ataque por imersão, reagente LePera, t=30s) .................
81
FIGURA 4.9 -
Regiões distintas de uma amostra atacada por esfregamento: a)
região próxima à extremidade b) região central c) região junto à
baquelite. Aumento 1000x. (Condições: reagente LePera
modificado III
,
t=15s, secagem natural) .....................................................................
84
FIGURA 4.10 -
Regiões distintas de uma amostra atacada por esfregamento.
Aumento 1000x. (Condições: LePera, t=25s, secagem natural) .......
85
FIGURA 4.11 -
Regiões distintas de uma amostra atacada por imersão. Aumento
1000x. (Condições: LePera, t=25s, secagem natural) .......................
87
FIGURA 4.12 -
Regiões distintas de uma amostra sem pré-ataque. Aumento 1000x.
(Condições: ataque por imersão, reagente LePera
modificadoIII
, t=25s,
secagem natural) ................................................................................
89
FIGURA 4.13 -
Amostras com p-ataque de Nital 2%: a) t=2s b) t=5s. Aumento
1000x. (Condições: ataque por imersão com reagente
LePera
modificadoIII
, t=25s, secagem natural) .........................................
90
FIGURA 4.14 -
Amostra com pré-ataque de Nital 2% por t=2s. Aumento 1000x.
(Condições: ataque por imersão com reagente LePera
modificadoIII
,
t=15s, secagem natural) .....................................................................
91
FIGURA 4.15 -
Regiões distintas de uma amostra sem pré-ataque. Aumento 1000x.
(Condições: ataque por imersão, reagente LePera, t=15s, secagem
natural) ...............................................................................................
92
FIGURA 4.16 -
Regiões distintas de uma amostra com pré-ataque de Nital 2%,
t=2s. Aumento 1000x. (Condições: ataque por imersão com
reagente LePera, t=15s, secagem natural) .........................................
93
FIGURA 4.17 -
Regiões distintas de uma amostra com pré-ataque de Nital 2%,
t=5s. Aumento 1000x. (Condições: ataque por imersão com
reagente LePera, t=15s, secagem natural) .........................................
94
FIGURA 4.18 -
Amostra atacada por imersão com LePera
por t=10s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
95
FIGURA 4.19-
Amostra atacada por imersão com LePera
por t=15s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
96
FIGURA 4.20 -
Amostra atacada por imersão com LePera
por t=25 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
96
FIGURA 4.21 -
Amostra atacada por imersão com LePera
por t=30 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
97
FIGURA 4.22 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=3 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
98
FIGURA 4.23 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=5 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
98
FIGURA 4.24 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=7 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
99
FIGURA 4.25-
atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=10 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
99
FIGURA 4.26 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=5 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
100
FIGURA 4.27 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=10 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
100
FIGURA 4.28 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=15 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
101
FIGURA 4.29-
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=25 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
101
FIGURA 4.30 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=10 s e
seca naturalmente. Aumento 1000x ...................................................
102
FIGURA 4.31 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=15 s e
seca naturalmente. Aumento 1000x ...................................................
102
FIGURA 4.32 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=25 s e
seca naturalmente. Aumento 1000x ...................................................
103
FIGURA 4.33 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=30 s e
seca naturalmente. Aumento 1000x ...................................................
103
FIGURA 4.34 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=5 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
104
FIGURA 4.35 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=7 s e seca
naturalmente. Aumento 1000x ...........................................................
104
FIGURA 4.36-
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=10 s e
seca naturalmente. Aumento 1000x ...................................................
105
FIGURA 4.37 -
Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=15 s e
seca naturalmente. Aumento 1000x ...................................................
105
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1 -
Composições químicas de aços de baixa liga assistidos pelo efeito
TRIP, % em peso (BLECK , 2002) ....................................................
32
TABELA 2.2 -
Composições químicas (% em peso) do material estudado
(SANTOFIMIA et al, 2008) ............................................................
57
TABELA 3-1 -
Composição Química do Aço TRIP 800 (Renault do Brasil, 2009)
59
TABELA 3.2 -
Propriedades Mecânicas do Aço TRIP 800 (Renault do Brasil,
2009) ................................................................................................
60
TABELA 3.3 -
Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do
método de ataque .............................................................................
67
TABELA 3.4 -
Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do
modo de secagem .............................................................................
68
TABELA 3.5 -
Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do
emprego ou não do pré-ataque .........................................................
69
TABELA 3.6 -
Reagentes utilizados ........................................................................
70
TABELA 3.7 -
Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do
modo de secagem .............................................................................
72
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1.1 -
Designação e classificação dos aços convencionais e avançados
de alta resistência (Worldsteel, 2010) ............................................
24
QUADRO 2.1 -
Diferenças de potencial calculadas para componentes
microestruturais (ANGELI; FÜREDER; KNEISSL, 2006) ..........
44
QUADRO 2.2 -
Composição química do aço estudado (SANTOS; VIEIRA;
VIANA, 2006) ...............................................................................
46
QUADRO 2.3 -
Composição química dos aços analisados (% em peso)
(SOLIMAN; PALKOWSKI, 2008) ...............................................
48
QUADRO 2.4 -
Composição química dos aços analisados (% em peso)
(OLIVER; JONES; FOURLARIS, 2006) .....................................
50
QUADRO 2.5 -
Composições químicas (% em peso) dos aços estudados
(GIRAULT et al, 1998) .................................................................
55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AHSS
-
Aços Avançados de Alta Resistência (Advanced High Strength Steel)
AR/Ar
-
Austenita Retida
ASM
-
American Society for Metals
ASTM
-
American Society for Testing and Materials
B
-
Bainita
BH
-
Aços Endurecíveis após pintura (Bake-Hardenable)
CMn
-
Aços Carbono- Manganês (Carbon-Manganese)
CP
-
Aços de Fase Complexa (Complex Phase)
DIC
-
Contraste de Interferência Diferencial
DP
-
Aços Bifásicos (Dual-Phase)
F
-
Ferrita
HSLA
-
Alta resistência e baixa liga (High Strength Low Alloy)
HSS
-
Aços Convencionais de Alta Resistência (High Strength Steels)
IF
-
Aços com Interstícios livres (Interstitial-free)
IS
-
Aços Isotrópicos (Isotropic)
M
-
Martensita
MA
-
Martensita/Austenita Retida
Mart
-
Aços Martensíticos (Martensite)
Mild
-
Aços Doces (Mild)
MnB
-
Aços Endurecíveis por Manganês e Boro (Hardenable Manganese
Boro)
SF
-
Aços Bainíticos (Stretch Flangeable)
TRIP
-
Transformation Induced Plasticity
ULSAB
-
Ultra Light Steel Auto Body
ULSAB-AVC
-
Ultralight Steel Auto Body - Advanced Vehicle Concepts
ULSAC
-
Ultra Light Steel Auto Closures
ULSAS
-
Ultra Light Steel Auto Suspension
Worldsteel
-
World Steel Association
LISTA DE SÍMBOLOS
A
C1
- Temperatura de início da transformação de fase durante o aquecimento.
°C
A
C3
- Temperatura final da transformão de fase durante o aquecimento.
°C
M
s
- Temperatura de início da transformação martensítica.
°C
T
- Temperatura da deformação
°C
ε
- Grau de deformação
%
έ
- Taxa de deformação
s
-1
b
- Ferrita baitica
r
-
Austenita Retida

- Ferrita.

- Austenita.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................
23
1.1
Motivação..................................................................................................
26
1.2
Objetivo ....................................................................................................
26
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..............................................................
27
2.1
Aços destinados à indústria automobilística ............................................
27
2.1.1
Histórico ...................................................................................................
27
2.1.2
Aços TRIP ................................................................................................
30
2.1.2.1
Processamento ..........................................................................................
32
2.1.2.2
Aspectos microestruturais ........................................................................
35
2.1.2.3
Aspectos mecânicos .................................................................................
35
2.1.2.3
Influência dos elementos de liga ..............................................................
37
2.2
Caracterização microestrutural .................................................................
39
2.2.1
Ataques químicos .....................................................................................
41
2.2.1.1
Ataques químicos corrosivos ....................................................................
42
2.2.1.2
Ataques químicos tint etching ..................................................................
52
3
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL E METODOLOGIA ...........
59
3.1
Material ....................................................................................................
59
3.2
Preparação das amostras metalográficas ..................................................
60
3.2.1
Seccionamento ..........................................................................................
61
3.2.2
Embutimento ............................................................................................
62
3.2.3
Identificação das amostras ........................................................................
63
3.2.4
Lixamento .................................................................................................
63
3.2.5
Polimento ..................................................................................................
65
3.3
Ataques químicos .....................................................................................
66
3.3.1
Modo de ataque ........................................................................................
67
3.3.2
Modo de secagem .....................................................................................
67
3.3.3
Pré-ataque .................................................................................................
68
3.3.3.1
Reagente ...................................................................................................
69
3.3.4
Reagentes Ataque químico ....................................................................
69
3.3.4.1
Concentração dos reagentes .....................................................................
69
3.3.4.2
Proporção dos reagentes ...........................................................................
70
3.3.4.3
Tempo de ataque ......................................................................................
71
3.3.5
Temperatura e umidade relativa ...............................................................
72
3.4
Obtenção das imagens metalográficas ......................................................
73
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................
74
4.1
Modo de secagem .....................................................................................
74
4.2
Modo de ataque químico...........................................................................
82
4.3
Pré-ataque .................................................................................................
88
4.4
Reagentes / Tempo de ataque ...................................................................
95
4.4.1
LePera (Metabissulfito de sódio 1%+Picral 4% - Proporção 1:1) ...........
95
4.4.2
LePera
modificadoI
(Metabissulfito de sódio 1% +Picral 4% - Proporção
1:2) ............................................................................................................
97
4.4.3
LePera
modificadoII
(Metabissulfito de sódio 1% +Picral 4% -Proporção
2:1).............................................................................................................
100
4.4.4
LePera
modificadoIII
(Metabissulfito de sódio 1% + Picral 2% - Proporção
1:1) ............................................................................................................
101
4.4.5
LePera
modificadoIV
(Metabissulfito de sódio 2% + Picral 4% - Proporção
1:1).............................................................................................................
104
4.5
Temperatura e umidade relativa ...............................................................
106
5
CONCLUSÕES.......................................................................................
107
6
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................
109
23
1 INTRODUÇÃO
O aço é um dos principais materiais com fins estruturais utilizados na indústria
automobilística, devido à sua boa conformabilidade, versatilidade de propriedades
mecânicas e relativo baixo custo. No entanto, o volume de aço empregado nos
automóveis tem diminuído ao longo das últimas décadas, em parte devido à
concorrência de materiais como alumínio e magnésio, e em parte devido a melhorias
na resistência e na conformabilidade dos aços destinados à indústria automobilística,
com conseqüente redução de peso (YUE et al, 2005; CAZES; RONIN, 2002;
BABBIT, 2006; RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ et al, 2010).
O principal objetivo do setor automobilístico, nos últimos anos, tem sido a
redução do peso dos veículos de modo a diminuir o consumo de combustível e a
emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. A segurança e a resistência ao
impacto também são requisitos que fazem parte do novo conceito de veículo a ser
desenvolvido nos próximos anos (LIU et al, 2009; ANDRADE et al, 2002; WANG;
CHEN; LU, 2005; CABALLERO et al, 2009; DINI et al, 2009; HU; ZHU; MENG,
2010).
De acordo como o World Steel Association Worldsteel (2010) e Zuidema et al
(2001), estes objetivos estão sendo atingidos com uma combinação de uma filosofia
inovadora e processamento de materiais avançados, em grande parte, resultados dos
projetos Ultra Light Steel Auto Body (ULSAB), Ultra Light Steel Auto Closures
(ULSAC), Ultra Light Steel Auto Suspension (ULSAS) e o Ultralight Steel Auto
Body - Advanced Vehicle Concepts (ULSAB-AVC).
Dentre esses materiais, os aços convencionais de alta resistência (High Strength
Steels - HSS) têm apresentado características para atender a essas demandas do setor,
e consequentemente, foram os materiais que apresentaram o maior crescimento na
fabricação de estruturas de veículos na década de 90. Além disso, a evolução
tecnológica na indústria siderúrgica tem produzido novos tipos de materiais que
proporcionam uma notável combinação de conformabilidade, resistência, ductilidade,
durabilidade, taxa de deformação e encruamento. Esses materiais fazem parte de uma
nova série de aços avançados de alta resistência (Advanced High Strength Steel -
24
AHSS) que continuarão a atender a essas demandas da indústria automotiva (SHAW;
ZUIDEMA, 2001; FLAXA; SHAW, 2002; NASSER et al, 2010; UTHAISANGSUK;
PRAHL; BLECK, 2009).
Quadro 1.1- Designação e classificação dos aços convencionais e avançados de alta resistência (Worldsteel,
2010)
Designação
Aços convencionais
de alta resistência
(HSS)
Classificação
Designação
Aços avançados de
alta resistência
(AHSS):
Classificação
Mild
Doces (Mild)
DP
Bifásicos (Dual-Phase)
IF
Interstícios livres
(Interstitial-free)
SF
Bainíticos (Stretch Flangeable)
BH
Endurecíveis após pintura
(Bake-Hardenable)
TRIP
Plasticidade Induzida por
Transformação (TRIP)
CMn
Carbono- Manganês
(Carbon-Manganese)
CP
Fase Complexa (Complex Phase)
HSLA
Alta resistência e baixa liga
(High Strength Low Alloy)
Mart
Martensíticos (Martensite)
IS
Isotrópicos (Isotropic)
MnB
Endurecíveis por Manganês e Boro
(Hardenable Manganese Boro)
A principal diferença entre os aços convencionais de alta resistência e os aços
avançados de alta resistência, citados no Quadro 1.1, encontram-se em suas
microestruturas. Os aços da série AHSS possuem microestruturas multifásicas,
contendo ferrita e diferentes porções de martensita, bainita e/ou austenita retida em
quantidades suficientes para produzir propriedades mecânicas únicas. Os aços da série
HSS, como os aços IF, têm resistência e alongamento mais baixos, como pode ser
observado na Figura 1.1, devido principalmente às suas microestruturas ferríticas
(GAJDA; LIS, 2008; Worldsteel, 2010; KUZIAK; KAWALLA; WAENGLER, 2008;
ANGELI; FÜREDER; KNEISSL, 2006; NASSER et al, 2010).
25
Dentre esses novos materiais destaca-se o aço multifásico, com uma atraente
gama de aplicações que são exploradas pela utilização desses aços com efeito TRIP
(Transformation Induced Plasticity) (ZHANG et al 2006; HUO et al, 2006; WANG
et al, 2006). A microestrutura destes aços consiste de ferrita, bainita e austenita retida.
Quando a energia de ativação necessária é induzida durante a deformação do material,
a austenita retida, que é metaestável a temperatura ambiente, se transforma em
martensita, aumentando significantemente sua resistência mecânica (SPEER, 2005;
PEREIRA, 2004; OLIVER; JONES; FOURLARIS, 2007; SRIVASTAVA et al, 2007;
PERRARD; SCOTT, 2007; HILDITCH et al, 2009)
Como o comportamento macroscópico dos materiais é fortemente dependente da
microestrutura (tamanho de grão, frações volumétricas das diferentes fases,
distribuição geométrica das fases, etc) torna-se importante a caracterização do material
(SOULAMI; CHOI; LIU; SUN; KHALEEL, 2009). Entretanto, o desenvolvimento das
correlações entre as propriedades mecânicas e microestrutura nos aços TRIP é uma
tarefa complicada, que a complexidade das interações microestruturais dos aços
TRIP impediram, até o momento, o desenvolvimento de correlações quantitativas
consagradas entre propriedades mecânicas e microestruturas (GORNI, 2008).
Figura 1.1 - Relação entre limite de resistência e alongamento total dos vários tipos de aços avançados de alta
resistência (GORNI, 2008)
26
1.1 Motivação
Uma das principais dificuldades na caracterização dos aços multifásicos é a
identificação das fases presentes. A metalografia convencional dos os realizada com
reagentes de ataque comuns, tais como: Nital, Picral e o reagente de Vilella,
geralmente revelam a microestrutura com um contraste em branco e preto, e às vezes a
distinção entre alguns microconstituintes pode-se tornar difícil e confusa (RAY;
DHUA, 1996). A conclusão consensual dos profissionais que utilizam a técnica de
ataque químico, é que não é possível caracterizar os constituintes de microestruturas
complexas somente com um reagente, por não existir um tempo comum de ataque que
revele todas as fases (HASHIMOTO et al, 2006). A fim de melhor revelar as fases e
conseguir maior precisão na identificação destas, os metalógrafos utilizam métodos
para obtenção de metalografias coloridas, que proporcionam maiores informações
sobre a microestrutura das amostras (BEHARA; SPHIGLER, 1977; BANDOH;
MATSUMARA; SAKUMA, 1988).
Entretanto, alguns parâmetros (como o modo de ataque, modo de secagem,
tempo de exposição da amostra ao reagente, pré-ataque e concentração dos reagentes)
afetam significantemente os resultados destes ataques, o que torna necessária a análise
dos efeitos dos mesmos na caracterização metalográfica do material em estudo.
1.2 Objetivo
Neste contexto, a proposta deste trabalho foi desenvolver um procedimento
metalográfico adequado para caracterização microestrutural de um aço multifásico
(TRIP), utilizando microscopia óptica. Para tanto, foram realizadas as verificações das
normas ASTM E 3-10 (2007) Standard Guide for Preparation of Metallographic
Specimens - e ASTM E 407-07 (2007) Standard Practice for Microetching
Metals and Alloys - e seus efeitos, através da avaliação dos principais parâmetros
utilizados na preparação metalográfica tais como: modo de ataque, modo de secagem,
tempo de exposição, pré-ataque e concentração dos reagentes. Foi utilizado o reagente
de LePera, com variações de concentração e proporção dos componentes.
27
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Aços destinados à indústria automobilística
De acordo com Bleck (1996), para a indústria automobilística, cinco fatores são
relevantes para a busca de novos materiais: produção (plasticidade, características
relacionadas à pintura e união de partes), características físicas e qualidade
(resistência, durabilidade, precisão dimensional, segurança), estilo e otimização de
espaço, custos (produção, operacional, manutenção) e impacto ambiental (consumo de
energia, reciclagem).
A necessidade da indústria automobilística pela constante melhoria nessas áreas
forçou as usinas siderúrgicas a evoluir tecnologicamente para produzir materiais
baratos e com alta estampabilidade.
2.1.1 Histórico
Segundo Marra (2008), com a ocorrência das duas grandes crises do petróleo, em
1973 e 1979, a ordem geral, na década seguinte, foi a redução do peso dos veículos
através da diminuição do seu tamanho e do uso de materiais mais leves, como
plásticos e alumínio. De acordo com Xiaodong (2010), a cada 10% de redução de peso
de um automóvel, o consumo de combustível é de 3% a 7% menor, como pode ser
observado na Figura 2.1.
Figura 2.1 Relação entre o consumo de combustível e o peso do automóvel (SENUMA, 2001)
Peso do veículo (kg)
Km/L
28
Desse modo, as usinas siderúrgicas tiveram de reagir, buscando novos meios para
produzir aços mais resistentes que permitissem a fabricação de componentes com os
mesmos níveis de resistência mecânica, mas com menor quantidade de material. Nesta
época iniciou-se também uma maior aplicação de plásticos e fibras na carroceria e
estrutura dos carros.
Ao final da cada de 70, um grande marco foi o surgimento da tecnologia de
recozimento contínuo, tipo CAL (Continuous annealing line - CAL), na NKK (atual
JFE), que possibilitou o desenvolvimento de aços laminados a frio de alta resistência
mecânica, para substituir os tradicionais aços carbono-manganês, visando a economia
de combustível, através de redução de peso. Outro fato relevante, a partir da década de
80, foi a expansão e migração dos grandes fabricantes de carros pelo mundo e o
aumento da importância da questão ambiental (MARRA, 2008; JITSUKAWA;
HOSOYA, 2003).
Ao longo dos anos 80, a indústria automobilística focou sua atenção na melhoria
do nível de segurança dos automóveis enquanto prosseguia na busca da redução de
peso dos mesmos. Surgiram vários novos tipos de aços, como os aços refosforados,
tanto laminados a quente (aplicados em chassis e rodas) quanto laminados a frio (para
carroceria e peças de reforço/segurança) e os aços de alta resistência e microligados
(TIMOKHINA; HODGSON; PERELOMA, 2003).
A crise do petróleo foi minimizada em meados de 1985, mas a indústria
automobilística continuou demandando avanços nos materiais. A resposta da
siderurgia mundial a essa situação foi o desenvolvimento contínuo de novos tipos de
aços com características cada vez mais adequadas a aplicações específicas (GORNI,
2008).
De acordo com a Wordsteel (2009), no início da década de 90, o grande marco
foi a formação de um consórcio de 35 grandes siderúrgicas mundiais, visando o
estabelecimento do projeto ULSAB, sob a liderança da Porsche Engineering, conforme
ilustrado na Figura 2.2.
29
Nas suas várias fases, de 1994 a 2004, os projetos indicaram a aplicação de
novos aços de média à alta resistência em painéis dos carros, como os aços com
interstícios livres (Interstitial-Free IF) e aços isotrópicos (Isotropic IS), além dos
aços avançados de alta resistência: aços bifásicos (Dual Phase DP), aços de fase
complexa (Complex Phase CP), aços multifásicos assistidos pelo efeito TRIP, aços
martensíticos (Martensitic MART) ou ao boro, Figura 2.3.
Figura 2.3 - Aspectos metalúrgicos e mecânicos dos aços indicados pelos Projetos ULSAB e ULSAB-AVC (Worldsteel,
2009)
Figura 2.2- Evolução dos diversos tipos de aços com características adequadas a aplicações específicas
(MARRA, 2008)
30
2.1.2 Aços TRIP
O princípio do efeito TRIP (TRansformation Induced Plasticity) foi estudado
primeiramente para aços ligados ao Ni e Cr por Zackay et al
1
(1967 apud NIGRI,
2008, p.23). Para esses autores, o aumento de resistência e ductilidade de um aço
inoxidável austenítico poderia ser obtido a partir de uma deformação plástica, na qual
a austenita retida se transformaria em martensita.
De acordo com Bleck (2002), nos últimos anos, o termo “aços assistidos pelo
efeito TRIP” está sendo utilizado para designar os aços multifásicos que consistem em
uma matriz de ferrita poligonal, bainita, martensita e uma significante quantidade de
austenita retida, Figura 2.4. A fração volumétrica, a distribuição e as propriedades de
cada fase são controladas pela composição química e histórico do processamento
termomecânico da liga, e determina as propriedades finais do aço.
1
ZACKAY, V. F.; PARKER, E. R.; FAHR, D.; BUSCH, R. The Enhancement of Ductility in High-Strength
Steel," Transactions of the ASM, v.60, p. 252-259, 1967, apud
NIGRI, E. Estudo exploratório da soldagem por fricção e mistura mecânica de um aço TRIP 800. cap. 2,
f.20-41. Dissertaçao (Mestrado em Ciência dos Materiais e Metalurgia) Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
Figura 2.4: Imagem obtida por Microscopia Eletrônica de Varredura mostrando uma típica microestrutura de um aço
multifásico assistido pelo efeito TRIP, onde A: austenita retida, B: bainita e F: ferrita (FURNÉMONT et al, 2002)
31
Portanto, atualmente, é necessário distinguir entre dois diferentes tipos de aços
TRIP: os aços TRIP de alta liga, conhecidos como TRIP-H ou aços TRIP (como o
AISI 304, AISI 301 e os aços com altos teores de manganês) e os aços TRIP de baixa
liga, conhecidos como TRIP-L ou aços assistidos pelo efeito TRIP (como o TRIP 600,
TRIP 800 e TRIP 1000).
Os aços TRIP-H contém grande quantidade de elementos de liga como Cr, Ni
e/ou Mn que estabilizam a austenita, o que os torna caros, não sendo assim,
amplamente empregados na indústria automobilística. Por outro lado, os aços TRIP-L
contém pequenas quantidades de elementos estabilizadores de austenita, que
promovem a transformação de fase. O menor custo dos aços TRIP-L tem tornado esses
materiais de grande interesse para a indústria automotiva (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ
et al, 2010; CREUZIGER; FOECKE, 2010).
O efeito TRIP, como um mecanismo particular de deformação, constitui um dos
aspectos chave do processamento destes materiais. Esta transformação constitui um
mecanismo de endurecimento por deformação que evita a ocorrência de deformações
localizadas, aumentando o alongamento uniforme e a taxa de encruamento (MAŠEK et
al, 2009; FERRER, 2003; JHA; MISHRA, 1999; ROS-YÁÑEZ; HOUBAERT;
MERTENS, 2001; TIMOKHINA; HODGSON; PERELOMA, 2004).
Os aços multifásicos assistidos pelo efeito TRIP constituem uma nova série de
aços que apresentam excelentes propriedades mecânicas. Estes materiais foram
desenvolvidos com o objetivo de melhorar a combinação resistência e ductilidade, a
fim de responder às novas exigências impostas por aplicações, especialmente na
indústria automobilística, ou seja, a melhoria da resistência ao choque e redução de
peso (CREUZIGER; FOECKE, 2010; WANG et al, 2010; DOBRZANSKI;
GRAJCAR; BOREK, 2009; JIANG et al, 2008; MUKHERJEE; SINGH; MOHANTY,
2008; WANG et al, 2004; FURNÉMONT et al, 2002; CORNETTE et al, 2001).
Diversas composições químicas desses aços multifásicos foram desenvolvidas
nos últimos anos, com a finalidade de ajustar sua microestrutura e obter as
propriedades mecânicas desejadas, conforme mostra a Tabela 2.1.
32
Tabela 2.1 - Composições químicas de aços de baixa liga assistidos pelo efeito TRIP, % em peso (BLECK , 2002)
Grau
C
Mn
Si
Al
P
Nb
V
Mn-Si
0,20
1,50
1,50
-
-
-
-
Mn-Al
0,20
1,50
0,10
1,80
-
-
-
Mn-P
0,15
2,00
-
-
0,03
-
-
Mn-Si-Al
0,30
1,50
0,30
1,20
-
-
-
Mn-Si-P
0,15
1,50
0,60
-
0,01
-
-
Mn-Si-Nb
0,20
1,50
1,50
-
-
0,04
-
Mn-Si-V
0,15
1,50
0,60
-
-
-
0,06
2.1.2.1 Processamento
Os aços assistidos pelo efeito TRIP são produzidos industrialmente por duas
rotas principais: laminados a quente e/ou laminados a frio e recozidos
(KANTOVISCKI, 2005; SPEER; MATLOCK, 2002).
De acordo com Bleck (2002), no desenvolvimento de aços TRIP multifásicos
laminados a quente, a microestrutura e as propriedades mecânicas destes materiais
podem ser adequadas durante a laminação, em que os parâmetros, como o grau de
deformação (ε), a taxa de deformação (έ) e a temperatura da deformação (T) são
controladas, como pode ser observado na Figura 2.5.
Figura 2.5- Esquema representando o processamento termomecânico dos aços TRIP (ANNIBAL, 2005)
33
Nesta rota de processamento, uma tira laminada a quente é totalmente
austenitizada e forma tanto bainita quanto ferrita enquanto sofre um resfriamento
controlado (COELHO, 2008).
Uma baixa taxa de resfriamento é aplicada, uma vez que a formação da ferrita é
atrasada devido ao efeito dos elementos de liga e das concentrações mais altas de
carbono. Nestes materiais é necessário um controle na velocidade de resfriamento na
mesa de acabamento do laminador de modo a se obter entre 50 e 60% de ferrita pró-
eutetóide. Por outro lado, é necessário que o bobinamento seja realizado na faixa de
temperaturas da formação de bainita (ao redor de 400 a 500°C), para se obter entre 25
e 40% de bainita, entremeada de 5 a 15% de austenita retida (BLECK, 2002).
De acordo com Kantoviscki (2005), quando se trata de laminação a frio é
necessário que o estado de partida do aço TRIP apresente alta ductilidade, em virtude
da presença de uma microestrutura constituída por ferrita e perlita. Essa microestrutura
origina-se da aplicação de uma temperatura de bobinamento muito alta, ao redor de
700°C. Após a laminação a frio, o material é então submetido a um tratamento térmico
(reaquecido no forno de recozimento/linha de zincagem contínua) até uma temperatura
intercrítica. De acordo com Srivastava et al (2007) e De Cooman (2004), este
tratamento intercrítico é composto por duas etapas, sendo a primeira um recozimento
intercrítico na faixa de temperaturas entre 780 e 880 °C, seguido de um resfriamento
rápido até atingir a faixa de temperatura entre 350 e 500 °C, onde a maior parte da
austenita é transformada em bainita, seguido de um resfriamento ao ar. A Figura 2.6
apresenta um esquema do recozimento intercrítico aplicável a aços TRIP laminados a
frio.
Figura 2.6 - Esquema de recozimento intercrítico aplicável a aços TRIP laminados a frio proposto por Bleck,
2002 (KANTOVISCKI, 2005)
34
O objetivo desses processamentos é estabilizar a austenita, aumentando a sua
concentração de carbono. O enriquecimento de carbono ocorre devido à separação de
fases durante o recozimento intercrítico e à supressão da formação de carboneto
durante a transformação bainítica (GORNI, 2008). A estabilidade da austenita retida
depende do conteúdo de carbono na estrutura austenítica (estabilidade química), do
tamanho e distribuição de austenita residual bem como a morfologia da fase
circunvizinha (estabilidade mecânica). A distribuição de carbono na austenita residual
não é homogênea, o que leva à transformação da austenita retida de baixo teor de
carbono em martensita na fase inicial da deformação (DIMATTEO et al, 2006).
De acordo com Jacques (2004) e Dimatteo et al (2006), a austenita retida
presente entre os grãos de ferrita poligonal tem um menor teor de carbono do que entre
os grãos de ferrita bainítica ou ripas, devido à ausência de enriquecimento de carbono
durante a reação bainítica. Estas ilhas de austenita retida tendem a se transformar em
martensita sob uma pequena tensão. A austenita retida localizada em uma interface
ferrita poligonal / bainita pode ter uma distribuição de carbono variando dentro do
cristal, devido à sua localização entre ferrita poligonal de um lado e bainita do
outro. Como conseqüência, uma parte do cristal de austenita retida, em estreita
proximidade com a ferrita poligonal, com um menor teor de carbono, é transformada
em martensita em tensões menores do que as áreas nas proximidades de bainita, com
elevado teor de carbono. Também foi observado que o comportamento superior no
alongamento é obtido quando a austenita retida está presente na microestrutura na
forma de filmes finos entre as ripas de ferrita bainítica, ao invés de forma de blocos
entre os grãos de ferrita bainítica.
De acordo com recentes estudos, grãos de austenita retida maiores do que 1m
são instáveis, e não contribuem significativamente com a ductilidade do material. Por
outro lado, as ilhas de austenita retida, que são menores do que submicron tem uma
baixa tendência para transformar em martensita, e, portanto, também não contribuem
para a ductilidade (TIMOKHINA; HODGSON; PERELOMA, 2004; DIMATTEO et
al, 2006).
Ainda de acordo com Timokhina, Hodgson e Pereloma (2004), a austenita retida
apenas com teor de carbono ideal (> 0,5-0,6% e <1,8%) pode proporcionar o efeito
35
TRIP e aumentar o alongamento. A presença de outras fases nos arredores de austenita
retida também pode afetar a transformação induzida por deformação. Martensita, por
exemplo, pode propagar-se diretamente a tensão para a austenita retida durante a
deformação, que pode então facilmente se transformar em martensita em uma fase
inicial de deformação que diminui o efeito TRIP.
2.1.2.2 Aspectos Microestruturais
A microestrutura após o recozimento intercrítico apresenta uma porcentagem
aproximadamente igual de ferrita e austenita, mas ao contrário da microestrutura dos
aços TRIP laminados a quente, parte da ferrita estava na microestrutura antes do
recozimento sendo que, outra parte se formou durante o resfriamento a partir da
temperatura intercrítica (KANTOVISCKI, 2005).
De um modo geral, as frações volumétricas dos diferentes produtos de
transformação, obtidas por meio do recozimento intercrítico (após a laminação a frio)
são análogas às obtidas nos aços multifásicos laminados a quente (FERRER, 2003).
De acordo com Gorni (2008) e Jacques et al (1997), ao final destas duas rotas
tem-se uma microestrutura multifásica, geralmente constituída de 50 a 60% de ferrita
poligonal, 25 a 40% de bainita e 5 a 15% de austenita retida.
2.1.2.3 Aspectos Mecânicos
O controle da transformação de austenita retida metaestável em martensita
durante a deformação plástica é um dos aspectos mais importantes para definir o
comportamento mecânico dos aços multifásicos de baixa liga assistidos pelo efeito
TRIP. Em geral isso requer que a deformação seja realizada acima da temperatura de
início da transformação martensítica, mas abaixo de uma temperatura que caracteriza a
instabilidade mecânica da fase austenítica (FERRER, 2003).
Os estudos desenvolvidos atualmente concluem que o aumento da fração
volumétrica de uma segunda ou terceira fase (austenita e/ou martensita) resulta em um
aumento de resistência mecânica e também em um aumento do endurecimento por
36
deformação (MAZZONI-LEDUC; PARDOEN; MASSART, 2010; KANTOVISCKI,
2005).
Para os aços TRIP com potencial de aplicabilidade automotiva, a fração
volumétrica de austenita retida está na faixa de 5% a 20% (KONIECZNY, 2003). É
interessante notar que frações de austenita retida superiores a 20% degradam a
conformabilidade a frio dos aços TRIP (GORNI, 2008).
Os aços TRIP também apresentam uma notável taxa de encruamento permitindo
que estes materiais absorvam mais energia em testes de Impacto (Crash Test) quando
comparados com aços de Alta Resistência e Baixa Liga convencionais.
Porém, a deformação provocada pela transformação da austenita retida em
martensita não explica totalmente os altos valores de alongamento uniforme obtidos
nos aços TRIP, os quais oscilam entre 15 e 30%. Nos aços de baixo carbono com
efeito TRIP essa transformação promove deformação por tração de apenas 2%, devido
às frações muito baixas de austenita retida presentes na microestrutura. A maior
contribuição para a ductilidade desse material é o maior coeficiente de encruamento,
devido à formação progressiva de martensita dura ao longo de toda a deformação
(GORNI, 2008).
As discordâncias criadas pela transformação martensítica na ferrita também
possuem papel importante na definição da ductilidade dos aços TRIP, pois também
contribuem para o encruamento. Se, por acaso, a transformação ocorrer inteiramente
logo no início da deformação a frio, o material não apresentará alta ductilidade. É
necessário que a austenita se mantenha estável até serem atingidos altos graus de
deformação a frio, que essa fase retarda o processo de estricção que ocorre sob
solicitações de tração por meio de sua transformação em martensita nos pontos do
material onde ocorrem concentrações de tensão. Ou seja, é importante retardar a
transformação da austenita retida até os estágios finais da deformação, quando ocorre
acúmulo significativo de danos no aço (GORNI, 2008).
A adição de Si e o enriquecimento adequado de C da austenita retida são vitais
para assegurar um nível adequado de estabilidade na austenita retida e garantir a alta
ductilidade desse material. A presença de martensita de alto C não-revenida (e,
portanto, frágil) num material com alta ductilidade, como é o caso dos aços TRIP,
37
parece ser uma contradição. Isso pode ser explicado pelo pequeno tamanho de grão da
austenita retida, o qual torna difícil a transferência de carga desde a matriz da
microestrutura multifásica até a martensita frágil que se forma durante a deformação a
frio. Portanto, o refino da microestrutura dos aços TRIP é duplamente importante,
garantindo simultaneamente a estabilidade da austenita retida e a imunidade à
fragilidade que poderia ser induzida pela presença de martensita não-revenida
(GORNI, 2008).
2.1.2.4 A Influência dos Elementos de Liga
A larga adição de caros elementos de liga, acompanhado por um processo
produtivo complexo, tornavam economicamente difícil o emprego destes processos na
linha de produção de chapas automotivas (CREUZIGER; FOECKE, 2010; ZHUANG;
DI, 2008). Entretanto, o desenvolvimento de aços TRIP, durante a última década,
levou a uma redução significativa de elementos de liga, além de tornar esses aços
economicamente mais acessíveis (DIMATTEO et al, 2006).
Os elementos de liga desempenham um importante papel na estabilidade
termodinâmica e na cinética das transformações de fase. Eles promovem ou retardam
estas transformações, como mostra a Figura 2.7, atuando sobre seus pontos críticos de
início e fim (JIMENEZ-MELERO et al, 2009; FERRER, 2003).
Figura 2.7 - Efeitos dos principais elementos de liga no processamento de aços TRIP (BLECK, 2002)
38
De acordo com Dimatteo et al (2006) e Ferrer (2003), o principal elemento de
liga destes materiais é o carbono, que determina a quantidade de austenita intercrítica e
acarreta a retenção de austenita nos aços TRIP. Entretanto, outras exigências tais como
a soldabilidade limitam o teor de carbono a valores em torno de 0,25 %.
Segundo Sherif et al (2004) e Jang; Kim; Bhadeshia (2010), o silício
desempenha um papel importante na estabilização da austenita retida, pois previne e
retarda a precipitação de carbonetos durante a formação da bainita. Além de promover
a formação de ferrita pró-eutetóide durante o resfriamento. Por outro lado, teores de
até 1,5% de Si retardam ligeiramente a reação perlítica. Entretanto, de acordo com
Bleck (2002); Speer; Matlock (2002) e Bhadeshia; Edmont (1979), o Si é também um
elemento que pode ser oxidado durante o recozimento, comprometendo a qualidade
superficial de produtos planos laminados a quente e a qualidade do revestimento do
aço laminado a frio.
Devido a este fato, o alumínio tem sido utilizado para substituir o silício em
aços TRIP (DIMATTEO et al, 2006). O alumínio é, também, formador de ferrita e,
apesar de não ser solúvel na cementita, apresenta um efeito mais fraco na supressão da
formação de carbonetos, quando comparado com o Si. Devido ao baixo potencial de
endurecimento por solução sólida, o alumínio sempre é usado em combinação com
conteúdos mais altos de carbono ou em combinação com fósforo. Como
desvantagem do uso do alumínio, pode-se mencionar o aumento acentuado da
temperatura Ms (GIRAULT et al., 2001).
O fósforo é usado quando a adição de alumínio e silício tem que ser limitada.
Baixas concentrações de fósforo (menores que 0,1%) são suficientes para retardar a
cinética de precipitação de carbonetos de ferro e conferir um aumento na resistência do
material. Os efeitos benéficos do fósforo podem somente ser consumados junto ao
silício ou ao alumínio. Entretanto, se a adição deste elemento exceder certa
quantidade, pode ocorrer sua segregação para os contornos de grão e deteriorar a
ductilidade do material (BLECK, 2002).
Segundo Dimatteo et al (2006), as propriedades do material podem ser
melhoradas pela adição de nióbio ou titânio como elementos de liga. O efeito de
redução de tamanho de grãos, a supressão da formação indesejada de perlita e atraso
39
da produção isotérmica da bainita na região da temperatura real são os principais
efeitos, através dos quais maiores quantidade de austenita residual pode ser formada.
O manganês é usado para aumentar a temperabilidade e resistência desses aços,
pois retarda a formação da perlita e aumenta a resistência do material por
endurecimento de solução sólida (FERRER, 2003). Também, deve ser levado em
consideração o efeito inibidor do Mn na formação da ferrita durante o resfriamento,
uma vez que este minimiza um possível enriquecimento de carbono desta fase
(BLECK, 2002).
2.2 Caracterização Microestrutural
De acordo com Azevedo e Campos (2007), a materialografia, como o uso de
aspectos visuais do metal para o controle de suas propriedades, surgiu no Oriente por
volta de 800 d.C.
A partir do século XVI, surgiram na Europa os primeiros livros que abordam os
aspectos práticos da metalurgia extrativa, fato importante para o rápido
desenvolvimento da metalografia no início do século XX (PADILHA, 2000).
Outro grande marco para o desenvolvimento da metalografia foi a descoberta
da microscopia óptica. Em 1665, Hook publicou a primeira imagem fractográfica
obtida por microscopia de uma rocha sedimentar e estratificada (AZEVEDO;
CAMPOS, 2007).
De acordo com a American Society for Metals - ASM (2004) e Robinson
(2006), ao século XIX, a microestrutura das ligas era praticamente desconhecida.
Em 1863/64, Henry Clifton Sorby adaptou o microscópio óptico para trabalhar com a
luz refletida na pesquisa da microestrutura de um meteorito de ferro, usando o ataque
com ácido nítrico na superfície polida. Em 1895, eram descobertos os raios X.
Entretanto, a difração de raios X, que possibilitou a determinação da estrutura
cristalina dos materiais, somente foi descoberta em 1911/12.
A tecnologia moderna depende fortemente do uso de materiais de
engenharia. Sua estrutura e propriedades são determinadas por muitos recursos, que se
estende desde as distâncias atômicas medidas em nanômetros, para os produtos finais,
40
medidos em centímetros ou até metros. Essa escala de tamanho, que abrange várias
ordens de grandeza, começa com a estrutura cristalina e inclui as configurações nano,
micro e macro escala de todos os que contribuem para o amplo espectro de
propriedades (PETZOW, 2001).
Os efeitos da microestrutura sobre as propriedades físicas e mecânicas dos aços
fazem do exame metalográfico uma necessidade para compreender e evidenciar as
propriedades do material analisado (GIRAULT et al, 1998; ROS-YÁÑEZ;
HOUBAERT; MERTENS, 2001; SMALLMAN; BISHOP, 1999).
A maioria das investigações metalográficas em estudos de correlação estrutura-
propriedade envolvem a determinação quantitativa de frações volumétricas das fases
presentes no material, tamanho de grão, morfologia e distribuição de fases. A precisão
de tais medidas é fortemente regulada pela nitidez e delimitação das fases da
microestrutura (RAY; DHUA, 1996).
De posse da microscopia óptica, difração de raios X, microscopia eletrônica de
varredura, microscopia eletrônica de transmissão, microssonda eletrônica e numerosas
técnicas indiretas, como a dilatometria e a análise térmica, os metalurgistas puderam
caracterizar as transformações de fase e as microestruturas delas decorrentes. A
correlação das microestruturas dos materiais com as suas propriedades foi uma
conseqüência natural (PADILHA, 2000; KRAUSS, 2005; BRAMFITT;
BENSCOTER, 2006).
A microscopia óptica é a ferramenta comumente utilizada na investigação
metalográfica das estruturas em ampliações que variam de 50 a 2000 vezes. Para
ampliações maiores, esta análise pode ser auxiliada pela microscopia eletrônica
(BRAMFITT; LAWRENCE, 2004).
Entretanto, microscopia óptica não substitui a microscopia eletrônica quando se
deseja obter informações sobre detalhes microestruturais ou sobre a composição
química dos constituintes. Porém, em muitos casos, ao se empregar a microscopia
óptica com a utilização de iluminação em campo claro é possível a observação de
certas características e detalhes microestruturais em amostra simplesmente polida, sem
que sua superfície tenha sido submetida a tratamentos ou processos químicos, desde
que as estruturas constituintes do material examinado apresentem diferenças de
41
reflexibilidade da luz após polimento (BRAMFITT; LAWRENCE, 2004; ABDALLA
et al, 2008).
A microscopia óptica geralmente envolve cnicas de ataques químicos para a
identificação ou segregação dos constituintes dos materiais. Girault et al (1998);
Pereira et al (2002); De, Speer e Matlock (2003); Timokhina, Hodgson e Pereloma
(2004); Silva, Lopes e Santos (2006), Anazawa et al (2006); Oliveira, Andrade e Cota
(2007), têm relatado métodos metalográficos, para revelar diferentes estruturas nos
aços multiconstituídos.
2.2.1 Ataques químicos
Para revelar determinadas características microestruturais, numerosos métodos
de ataque foram desenvolvidos, entre os quais, o ataque químico é certamente o mais
fácil e mais amplamente utilizado. Esta cnica utiliza um processo de corrosão
controlada conduzida pelas diferenças de potencial eletroquímico entre as áreas de
superfícies com heterogeneidades químicas ou físicas. O ataque induz a dissolução
seletiva ou a coloração preferencial das fases presentes (GIRAULT et al, 1998).
A quantificação das fases é feita por metalografia quantitativa por técnicas
manuais como contagem de pontos e intercepto linear ou por técnicas de análise de
imagens que operam com a classificação de diferenças entre vários tons de cinza.
Neste caso, é fundamental a obtenção de imagens com contraste suficiente através de
ataque químico apropriado (HASHIMOTO et al, 2006).
De acordo com Bramfitt e Lawrence (2004) os processos químicos para a
identificação ou segregação dos constituintes dos aços podem ser divididos em dois
grupos: os ataques químicos corrosivos e os ataques químicos denominados tint
etching.
A metalografia convencional de aços envolvendo ataques químicos corrosivos
com reagentes comuns como Nital, Picral e Vilella geralmente revela a microestrutura
com um contraste em branco e preto. Apesar de muitos constituintes microestruturais
normalmente serem revelados em imagens possuindo adequado contraste, a
identificação de fases com tons de cinza pode ser difícil e enganoso. É neste aspecto
42
que a discriminação de cores na microestrutura apresenta possibilidades de revelar
mais informações relevantes e confiáveis, pois o olho humano pode discriminar uma
vasta gama de cores mais facilmente do que alguns tons de cinza. Além disso, a
aplicação de ataques coloridos pode evitar ambigüidades de interpretação sobre as
fases da matriz, constituintes de segunda fase, além da orientação e delimitação de
grãos (RAY; DHUA, 1996).
O uso da metalografia tem uma longa história com micrografias coloridas
publicados nos últimos oitenta anos. A cor pode ser produzida usando métodos
ópticos, iluminação em campo escuro, iluminação em luz polarizada e
contraste de interferência diferencial (DIC). As microestruturas de metais com
estruturas cúbicas não-cristalinas podem ser examinadas sem ataque, utilizando luz
polarizada, mas cores nem sempre são observadas. alguns ataques químicos
padronizados que produzem imagens em escala de cinza no campo claro, mas quando
visto com tonalidade de luz polarizada e sensível, produzem imagens coloridas. Mas,
a principal forma de produção de micrografias colorida é o uso de ataques coloridos
(VANDER VOORT, 2004; GIRAULT et al 1998).
2.2.1.1 Ataques químicos corrosivos
Ataque químico é basicamente um processo de corrosão controlada resultante
da ação eletrolítica entre áreas superficiais de potencias eletroquímicos diferentes
(BRAMFITT; BENSCOTER, 2006; VANDER VOORT, 1999).
Quando uma superfície polida (sem revestimento) está em contato com uma
solução eletrolítica (por exemplo, ácido nítrico ou pícrico) torna-se possível os íons
metálicos passarem diretamente para a solução. Este processo é conhecido como
dissolução ativa ou "ataque" do material. O grau de ataque é dependente da
composição química das fases individuais da microestrutura e a taxa de dissolução, a
qual esses metais são submetidos, e é regida pela estrutura cristalina da superfície. Este
fenômeno pode ser explicado pela orientação cristalográfica dos cristalitos. A erosão
em escala microscópica de metal também depende dos defeitos cristalinos como
43
contornos de grão, precipitados, discordâncias e similares (ANGELI; FÜREDER;
KNEISSL, 2006).
Sabe-se da eletroquímica que os elementos de liga de um aço baixa liga
influenciam a erosão relativa à superfície do material e, portanto, à velocidade de
erosão. Em termos de ataque microscópico, isto significa que existem diferenças na
comportamento da dissolução e, conseqüentemente, as características de erosão irão
depender da composição química dos componentes da microestrutura. A propensão de
metais para entrar em solução depende da sua posição dentro da série eletroquímica e,
portanto, de suas diferenças de potencial. Isso também é válido para as fases de
diferentes composições químicas que também possuem essas diferenças (ANGELI;
FÜREDER; KNEISSL, 2006; VANDER VOORT, 1999).
Dessa forma, a microestrutura é revelada pela dissolução seletiva da estrutura,
iniciada na superfície. Diferenças na taxa de ataque revelam a microestrutura. Além de
dissolução seletiva, corrosão ou coloração preferencial de fases ou constituintes ocorre
com determinados reagentes. Durante o ataque, a fase mais eletropositva anódica é
atacada enquanto a fase catódica eletronegativa não é consideravelmente atacada
(BRAMFITT; BENSCOTER, 2006; VANDER VOORT, 1999).
Os aços multifásicos têm uma microestrutura complexa formada por ferrita,
martensita, bainita e austenita retida. Todos esses constituintes o essenciais para
desenvolver a formação das propriedades dos aços TRIP. Portanto, a identificação
precisa das fases é necessária para caracterizar os efeitos importantes da composição
química e do processamento destes materiais (DE; SPEER; MATLOCK, 2003).
De acordo com Angeli; Füreder e Kneissl (2006), para caracterizar esses
materiais é necessário identificar as diferenças de potencial das fases presentes, ou
seja, avaliar as diferenças de potencial entre ferrita, bainita e martensita / austenita
residual em relação ao potencial padrão eletroquímico. Para tanto, foram calculados os
potenciais de cada um dos componentes microestruturais, conforme relacionados no
Quadro 2.1. Esta avaliação foi realizada linearmente, combinando o potencial padrão e
composições químicas. As hipóteses adotadas (de 0,40% em massa de carbono
e 1,00% em massa de carbono na martensita (M) / residual austenita (AR) e 0,20% em
44
massa de carbono para ferrita bainítica) são baseadas com referência em estudos
publicados por Bhadeshia e Edmont (1979).
A avaliação concluiu que, fases que são ricas em carbono são mais inertes. Esta
consideração negligencia quaisquer possíveis diferenças químicas entre os elementos
de ligas dos aços em dependência das fases. Assim, de uma forma qualitativa, os
resultados no que diz respeito à intensidade da erosão dos componentes
microestruturais são: ferrita ferrita bainítica martensita /austenita residual
carbonetos/cementita (ANGELI; FÜREDER; KNEISSL, 2006).
Quadro 2.1 - Diferenças de potencial calculadas para componentes microestruturais (ANGELI; FÜREDER;
KNEISSL, 2006)
Componente
microestrutural
Ferrita
(0,02%C)
Bainita
(0,2%C)
* Martensita/
Austenita Retida
(0,4%C)
* Martensita/
Austenita Retida
(1,0%C)
Cementita
(6,67%C)
Diferença de potencial
0
+1,6 mV
+3,5 mV
+8,9 mV
+75,3 mV
anódicos catódicos
* a mesma composição foi pressuposta para martensita e austenita residual
De acordo com Angeli; Füreder; Kneissl (2006), no entanto, qualquer corrosão
localizada não pode ser atribuída somente às composições químicas locais diferentes.
Isso é resultado também dos efeitos físicos ou como conseqüência de uma mistura de
influências químicas e físicas. Assim, os contornos de grãos, contornos de sub grãos,
contornos de fases, precipitados, discordâncias, etc, são defeitos da configuração da
rede cristalina e, portanto, permitem uma mais fácil da erosão causada pelo ataque do
que regiões sem defeitos dentro dos grãos devido à ligação mais fraca dos átomos. A
martensita distingue-se de austenita residual, porque tem defeitos de reticulado
intensos (sub-contornos de grão, tensões internas, etc) e, portanto, deve ser
ligeiramente menos inerte do que a austenita (embora o conteúdo de carbono seja o
mesmo).
Com base nos fundamentos apresentados e considerações feitas sobre o
comportamento do ataque apresentado por diferentes fases em aços multifásicos, é
possível conceber o modelo indicado na Figura 2.8 para a erosão seletiva por corrosão,
onde a ordem da corrosão é do menor para o maior.
45
Austenita: baixa a nenhuma erosão, o que permite uma topografia bastante
suave;
Martensita: baixa erosão, muito semelhante ao da austenita; o ataque é também
uma função do conteúdo de carbono na martensita;
Martensita revenida: comportamento entre martensita e bainita
Bainita: erosão como da ferrita, relativamente intensa
Ferrita: erosão mais intensa, maior dependência da orientação de grãos,
estrutura de contornos de grãos bem visíveis.
Figura 2.8 - Modelo de ataque de fases seletivo para aços multifásicos (ANGELI; FÜREDER; KNEISSL, 2006)
De acordo com Vander Voort (1999) os ataques químicos usualmente possuem
três componentes principais: um agente corrosivo (como ácido hidroclorídrico,
sulfúrico, fosfórico ou acético), um modificador (como álcool ou glicerina) e um
oxidante (como peróxido de hidrogênio).
De acordo com Souza (2008) os ataques corrosivos tipicamente utilizados em
aços carbono e aços liga são baseados em três famílias de reagentes químicos:
soluções que usam como base o ácido nítrico (Nital), soluções à base de ácido pícrico
(Picral) e soluções oxidantes (reagente Marshall).
O Nital é considerado um dos mais antigos reagentes aplicados em aços, sendo
utilizado para revelar os contornos de grãos da ferrita e constituintes. Entretanto,
conforme a composição do material ou constituição microestrutural, este reagente
responde de maneira distinta em cada grão atacado, dependendo das diferentes
orientações cristalográficas da estrutura. Isto implica que nem sempre todos os
contornos de grãos de ferrita são delineados, podendo levar a erros em medições e
contagens. Nestes casos, o reagente de Marshall substitui satisfatoriamente o Nital
46
para medição do tamanho de grãos de ferrita, especialmente para análise de imagens,
atacando todos os contornos de grão da ferrita (VANDER VOORT, 1999; SAMUELS,
2003; BRAMFITT; LAWRENCE, 2004).
De acordo com Bramfitt e Lawrence (2004) a solução à base de ácido nítrico
mais utilizada é o Nital 2% (2mL de ácido nítrico concentrado e 98mL de álcool
etílico).
O Nital também pode ser usado para realçar características da bainita e
martensita através de escurecimento dessas microestruturas. Porém, dependendo dos
parâmetros de tratamentos térmicos ao qual o aço tenha sido submetido, a presença de
microestruturas mais complexas, contendo outras fases além da ferrita e martensita,
torna difícil a observação dessas estruturas em microscópio óptico, após ataque com
Nital (BRAMFITT; LAWRENCE, 2004).
De acordo com Girault etl al (1998) para os os multifásicos que são
geralmente compostos por mais de duas fases (formando uma microestrutura refinada),
a aplicação do reagente Nital não é adequada porque dificulta a diferenciação entre
ferrita e austenita retida, assim como entre martensita e bainita. Neste tipo de ataque a
tonalidade cinza clara identifica a presença de ferrita e da austenita retida, e quanto à
cor cinza escura caracteriza a martensita e a bainita.
Santos; Vieira e Viana (2006) utilizaram um ataque de Nital 3% para delinear a
estrutura obtida após diferentes tratamentos termomecânicos em um aço multifásico C-
Mn, cuja composição química encontra-se no Quadro 2.2. O objetivo deste estudo foi
investigar a variação da fração volumétrica e distribuição das fases presentes na
microestrutura.
Quadro 2.2 Composição química do aço estudado (SANTOS; VIEIRA; VIANA, 2006)
Elemento
C
Mn
Si
P
S
Al
Cr
Ni
Nb
N
(p/p)%
0,20
1,5
1,5
0,020
0,006
0,026
0,020
0,006
0,029
0,0039
Foram estudadas as influências de tratamentos de recozimento intercrítico e do
tempo de transformação bainítica nas frações volumétricas dos microconstituintes,
para isso, dois esquemas de laminação controlada foram simulados em um laminador
47
duo reversível: o primeiro consistia no recozimento de dois estágios e o segundo
esquema teve por objetivo produzir aços multifásicos laminados a quente, conforme
mostram as Figuras 2.9 e 2.10.
Os resultados de microscopia óptica mostraram que as estruturas
multiconstituídas obtidas correspondem às microestruturas típicas de aços multifásicos
e podem ser observadas na Figura 2.11, em que se acredita que foram processadas
microestruturas constituídas por ferrita, bainita e o microconstituinte MA
(martensita/austenita). Porém o ataque com Nital 3% e o aumento de 500x não
permitiram distinguir os microconstituintes bainita e MA.
Soliman e Palkowski (2008) submeteram dois aços TRIP ao Mo-Nb com teores
de alumínio entre 0,23 e 0,65, cujas composições químicas estão descritas no Quadro
Figura 2.11: Micrografias ópticas das amostras (a) recozida em dois estágios (b) laminada. Ataque: Nital 3%.
Aumento de 500x. (SANTOS; VIEIRA; VIANA, 2006)
Figura 2.9 Primeiro esquema de laminação.
Recozimento em dois estágios. (SANTOS;
VIEIRA; VIANA, 2006)
Figura 2.10 Segundo esquema de laminação.
(SANTOS; VIEIRA; VIANA, 2006)
ar
48
2.3, a diversas condições de laminação a quente, Figura 2.12, visando obter diferentes
morfologias de ferrita.
Quadro 2.3 Composição química dos aços analisados (% em peso) (SOLIMAN; PALKOWSKI, 2008)
Liga
C
Si
Mn
Al
Mo
Nb
P
S
N
Aço 1
0,278
0,852
1,48
0,228
0,401
0,041
0,037
0,020
0,006
Aço 2
0,254
0,869
1,37
0,643
0,383
0,040
0,030
0,021
0,008
Nas Figuras 2.13 e 2.14 é possível observar a microestruturas obtidas após as
etapas de laminação a quente. O reagente utilizado foi o Nital. A ferrita acicular é o
constituinte predominante, enquanto a ferrita poligonal também está presente.
Figura 2.13: Refino dos grãos da estrutura do aço 1como resultado da aplicação de diferentes etapas de laminação:
(a) condição R; (b) condição RP e (c) condição P (SOLIMAN; PALKOWSKI, 2008)
Figura 2.12 Representação esquemática das condições de laminação a quente realizadas (SOLIMAN;
PALKOWSKI, 2008)
49
Aden-Ali et al (2009) realizaram um estudo com o objetivo de verificar a
degradação da resistência a fadiga de um aço TRIP800 ao silício após o processo de
galvanização a quente. O material, laminado a quente, continha (% em peso) cerca de
2% de Si, 1,5% de Mn e 0,25% de C.
A fim de caracterizar o material, os pesquisadores utilizaram o reagente Nital
5%, antes de submeter o aço ao processo de galvanização. Na imagem obtida por
microscopia óptica, Figura 2.14, a matriz ferrítica aparece em tom claro, as ilhas de
bainita m tonalidade cinza, a martensita possui tonalidade mais escura e a austenita
retida aparecem como pequenas áreas claras nos contornos de grãos da ferrita.
Figura 2.14: Refino dos grãos da estrutura do aço 2 como resultado da aplicação de diferentes etapas de laminação: (a)
condição R; (b) condição RP e (c) condição P (SOLIMAN; PALKOWSKI, 2008)
Figura 2.15 Microscopia óptica da microestrutura de um aço TRIP800 laminado a quente: F-ferrita, B-
bainita, M-martensita e Ar-austenita retida (ADEN-ALI et al, 2009)
50
O Nital também pode desempenhar a função de pré-ataque, sendo utilizado
antes da realização de ataques coloridos como o LePera e Beraha, a fim de revelar os
contornos de grãos das fases presentes na microestrutura da amostra (BRAMFIT,
LAWRENCE, 2004; VANDER VOORT, 1999).
O reagente Marshall consiste na mistura de duas soluções, na proporção de 1:1:
a primeira, composta de 5mL de ácido sulfúrico e 8g de ácido oxálico, diluídos em 100
mL de água e, a segunda, uma solução de peróxido de hidrogênio (30%). Este reagente
revela contornos de grão da ferrita, porém, com mais precisão e contraste que o Nital
(ASTM E 407, 2007). Também pode revelar carbonetos como a cementita
(BRAMFITT, LAWRENCE, 2004).
Oliver; Jones e Fourlaris (2007) examinaram as microestruturas de quatro aços
comerciais, entre os quais, os aços TRIP 600 e TRIP 800, que foram submetidos a
ensaios de tensão dinâmicos - a baixa taxa de tensão (0,001s
-1
) e a elevadas taxas de
deformação (200s
-1
). O Quadro 2.4 lista as composições químicas dos materiais
utilizados.
Quadro 2.4 Composição química dos aços analisados (% em peso) (OLIVER; JONES; FOURLARIS, 2007)
Aços
C
Si
Mn
Al
P
Nb
Ni
Cr
Ti
TRIP600
0,083
1,350
1,460
0.139
0,009
0,001
0,018
0,025
0,015
TRIP800
0,181
1,670
1,330
0,131
0,008
0,001
0,021
0,026
0,014
O estudo microestrutural dos aços TRIP 600 e TRIP 800 indicaram que o
reagente Nital 2% não revelou de modo satisfatório os contornos de grãos de ferrita.
Portanto, foi adotado o reagente Marshall. O tempo de exposição dos materiais ao
reagente foi de 1s.
Na Figura 2.16 é possível observar que os contornos de grãos da ferrita são
revelados parcialmente quando o material é atacado com o reagente Nital 2%.
51
Na Figura 2.17 observa-se a microestrutura do aço TRIP800 atacada com o
reagente Marshall.
As soluções a base de ácido pícrico são mais versáteis. A formulação mais
comum é conhecida como Picral, numa mistura de 4g de ácido pícrico e 96mL de
álcool etílico. O Picral é tipicamente usado em aços ao carbono e aços liga para atacar
a perlita, mas também pode revelar a bainita, martensita temperada, cementita e outros
carbonetos (BRAMFIT, LAWRENCE, 2004).
Figura 2.16 Microscopia óptica da microestrutura de um aço TRIP600 atacado com (a) Nital 2% e (b) reagente
Marshall (OLIVER; JONES; FOURLARIS, 2007)
Figura 2.17: Microscopia óptica de um aço
TRIP 800. Ataque: reagente Marshall
(OLIVER; JONES; FOURLARIS, 2007)
52
2.2.1.2 Ataques químicos tint etching
Os aços assistidos pelo efeito TRIP são geralmente compostos de quatro
microconstituintes (ferrita, bainita, martensita e austenita retida) formando uma
microestrutura muito fina, que torna a sua observação difícil. Em função da
necessidade de isolarem-se as diferentes fases estão sendo pesquisados outros ataques
químicos para revelação da estrutura multifásica, os chamados tint etch (GIRAULT et
al, 1998).
De acordo com a ASTM E 407 (2007) tint etch é um ataque por imersão que
produz um contraste colorido, freqüentemente, seletivo para um constituinte particular
da microestrutura, devido a um filme ou película fina de óxido, sulfeto, molibdato,
cromato ou selênio elementar em uma superfície polida que revela a estrutura devido a
variações dos efeitos de interferência da luz como função da espessura do filme.
De acordo com Angeli; Füreder; Kneissl (2006) e Vander Voort (2004) as
soluções reativas quimicamente, quando em contato com superfícies metálicas,
causam uma erosão a qual é retardada pela polarização. Se a solução reativa é
escolhida de forma que o produto da reação causada não seja da superfície metálica,
torna-se possível formar depósito estável, Figura 2.18. Se este sistema químico é
aplicado a dimensões microscópicas torna-se possível o contraste de diferentes
componentes microestruturais por seus depósitos e a interferência de cores assim
produzida, ou pelos reflexos diferentes.
Figura 2.18 - Modelo de ataque catódico e anódico em um aço multifásico envolvendo depósitos de reagente
(ANGELI; FÜREDER; KNEISSL, 2006)
53
De acordo com Vander Voort (2004), diferentes versões de tint etch são
referenciadas na prática. Os ataques coloridos mais comuns são aqueles que depositam
um filme de interferência de sulfeto na amostra, como ilustrado na Figura 2.19.
Dentre estes ataques químicos, a utilização do metabissulfito de sódio destaca a
austenita retida em tonalidade branca e a ferrita numa tonalidade que varia do marrom
ao azul esverdeado. Esta técnica é composta de um pré ataque, com Nital 5%, que tem
como objetivo um início de revelação dos contornos de grão e, especialmente,
escurecer levemente a bainita e a martensita; e um ataque químico com solução de
10% de metabissulfito de sódio.
Klemm e Beraha desenvolveram os mais utilizados ataques coloridos baseados
em sulfeto utilizando tiossulfato de sódio, metabissulfito de sódio e metabissulfito de
potássio para atacar uma variedade de ligas metálicas. Esses ataques podem ser usados
para colorir ferrita e martensita em ferros fundidos, aço ao carbono e aços baixa liga
(VANDER VOORT, 2004).
Beraha também desenvolveu ataques baseados: em ácido sulfâmico (aplicável
ao ferro fundido, aços de baixo carbono, aços ligados, aços ferramenta e aços
inoxidáveis martensíticos), sulfeto de cádmio ou sulfeto de chumbo (para aços e ligas à
base de cobre), íons de molibdato com ácido nítrico (que colorem a cementita em
aços), além de desenvolver ataques coloridos que depositam selênio elementar na
superfície de aços, ligas de níquel e cobre (VANDER VOORT, 2004).
Figura 2.19 - Representação esquemática do sistema de interferência formado entre ar-filme-metal (BEHARA;
SPHIGLER, 1977)
54
Klemm sugere que uma solução saturada de tiossulfato de sódio e
metabissulfito de sódio deve ser usada. Soluções deste tipo irão colorir as regiões
anódica da microestrutura, pois eles formam um depósito (ANGELI; FÜREDER;
KNEISSL, 2006).
uma série de outros ataques coloridos que foram desenvolvidos por uma
variedade de metalógrafos. Lichtenegger e Bloch (1975), por exemplo, desenvolveram
um reagente incomum que colore a austenita em os inoxidáveis duplex, em vez de
ferrita. Vários outros ataques foram desenvolvidos para caracterizar ligas de alumínio
e titânio. Em todos os casos, é mais fácil desenvolver ataques coloridos que apresente
bons resultados com as ligas fundidas do que com ligas forjadas (VANDER VOORT,
2004).
LePera (1980) relatou uma solução modificada contendo metabissulfito de
sódio e ácido pícrico. A redução de uma solução de molibdato em áreas catódicas
microscópicas produz um depósito de um filme complexo de molibdato na qual a cor
depende do poder redutor da fração microestrutural catódica e da espessura do filme.
No ataque com o reagente LePera verifica-se a presença de três diferentes colorações
(que representam a matriz ferrítica, bainita e a martensita / austenita retida). Nesta
técnica realiza-se um pré ataque com Nital 2% que tem a finalidade de delinear os
contornos de grãos da estrutura multifásica e possibilitar que o ataque posterior, com o
reagente LePera, realce os microconstituintes presentes com maior contraste.
De acordo com Girault et al (1998), essa técnica de ataque colorido tem a
vantagem de ser fácil de usar. Variações no tempo de ataque permitir controle da
reação e alta taxa de sucesso. O único inconveniente deste método é a impossibilidade
de distinguir austenita retida da martensita, pois ambas aparecem brancas.
O efeito da coloração do ataque formando depósitos é essencialmente
dependente da espessura do filme formado. Em conformidade com esta espessura, os
seguintes espectros de cores são esperados: amarelo (cerca de 45 nm), vermelho (cerca
de 55nm), violeta (cerca de 60 nm), azul (cerca de 70nm) até marrom (maior do que 70
nm) (ANGELI; FÜREDER; KNEISSL, 2006).
Ataques coloridos são altamente sensíveis a tensões residuais em amostras com
alta heterogeneidade química. Além disso, a espessura do filme formado na superfície
55
da amostra é função da orientação cristalográfica de sua microestrutura. Portanto,
pode-se detectar qualquer orientação cristalográfica preferencial pela quantidade atual
de gama de cores. Se uma grande variedade de cores está presente em um padrão
aleatório, a orientação cristalina é aleatória. Se uma pequena gama de cores está
presente nos grãos, uma orientação preferencial está presente (VANDER VOORT,
2004).
Girault et al (1998) relataram um estudo em diferentes aços cujas composições
são apresentadas no Quadro 2.5. O propósito do trabalho foi mostrar como a técnica de
ataque colorido utilizando o reagente LePera pode ser aplicada e adaptada para revelar
as diferentes composições de aços assistidos pelo efeito TRIP.
Quadro 2.5: Composições químicas (% em peso) dos aços estudados (GIRAULT et al, 1998)
Aço
C
Si
Mn
P
S
Sol. Al
N
a
0,11
1,50
1,53
0,008
0,006
0,043
0,0035
b
0,27
1,40
1,40
0,010
0,008
0,039
0,0080
c
0,12
0,78
1,51
0,010
0,006
0,039
0,0035
d
0,18
0,39
1,30
0,020
0,010
0,029
0,0070
Os materiais deste estudo foram laminados a quente e a frio em espessuras entre
0,8 e 1,0 milímetros de acordo com rotas de processamento clássicas para obter típicas
microestruturas multifásicas.
Os ataques foram realizados com uma mistura de duas soluções pré-preparadas:
30 ± 2mL de metabissulfito de sódio 1% e 30 ± 2mL de ácido pícrico 4%. As amostras
foram então imersas na mistura com o auxilio de pinça e mantidas ali entre 10 e 20 s,
sendo permanentemente agitadas durante esse tempo. Após o ataque as amostras foram
lavadas com álcool etílico e secas com ar frio forçado.
As duas micrografias ilustradas na Figura 2.20 ilustram as microestruturas
dos aços (a) e (b) em que a ferrita aparece como azul esverdeada, a bainita possui tom
marrom, austenita retida e martensita são brancas.
56
Em alguns casos, o aspecto das superfícies atacadas pode ser bastante sensível
em relação à quantidade das duas soluções que foram misturadas. Se todas aparecem
em tons de azul, isto significa que a mistura requer uma proporção ligeiramente maior
de ácido pícrico (dentro dos intervalos especificados no procedimento). Se, pelo
contrário, todos os grãos apresentam uma cor marrom, uma pequena adição de
metabissulfito de sódio é necessária.
A comparação das micrografias das Figuras 2.20 e 2.21 ilustram como a
composição química do aço afeta a intensidade das cores. Um aço de alta liga (b),
Figura 2.20, exibe tonalidades mais contrastadas. A quantidade de carbono e silício
Figura 2.21 - Microscopia óptica dos aços (c) e (d) em que a matriz ferrítica apresenta tonalidade marrom clara
(GIRAULT et al, 1998)
Figura 2-20 - Microscopia óptica de aços (a) e (b) após ataque colorido, onde F - ferrita (azul esverdeado); B -
bainita (marrom) e MA - martensita/austenita retida (branco) (GIRAULT et al, 1998)
57
tem uma influência substancial sobre a cor da matriz ferrítica. Praticamente, a
diferenciação de cor, entre ferrita e bainita é mais fácil quando o teor de silício é
superior a 1% em peso. Esta condição é cumprida na maioria dos aços assistidos pelo
efeito TRIP.
Santofimia et al (2008) submeteram um aço baixo carbono, Tabela 2.2, a um
novo tratamento térmico, conhecido como “quenching e partitioning”, Figura 2.22,
que visa a obtenção de uma microestrutura multifásica com melhores propriedades
mecânicas quando comparadas às obtidas com os processos tradicionais.
Tabela 2.2: Composições químicas (% em peso) do material estudado (SANTOFIMIA et al, 2008)
C
Mn
Si
Al
P
0,19
1,61
0,35
1,10
0,09
As microestruturas resultantes de duas das condições deste tratamento foram
analisadas por microscopia óptica. O reagente LePera foi utilizado para a
caracterização do material.
A análise das amostras mostrou que as microestruturas das mesmas são
formadas por ferrita, martensita e austenita retida. Nas Figuras 2.23 e 2.24 é possível
observar a ferrita em tom mais escuro, enquanto a martensita e a austenita retida
aparecem em tom claro. A bainita não pode ser distinguida nestas imagens.
Figura 2.22 Esquema do tratamento de “quenching e partitioning”aplicado no material (SANTOFIMIA et al, 2008)
58
A técnica de caracterização microestrutural utilizando ataques químicos
corrosivos, apesar de serem amplamente empregados e de fácil manuseio, permite
apenas diferenciar a fase ferrítica (fase mais anódica do material) das demais fases,
como relatado neste capítulo. Essa limitação torna necessário o emprego de outras
técnicas, como o tint etching, para distinguir as demais fases presentes no material.
O tint etching é uma técnica mais eficiente para a caracterização de materiais
multifásicos, apesar de também possuir algumas limitações, como é o caso do reagente
de LePera, com o qual não é possível distinguir a fase martensítica da austenita retida,
como descrito no trabalho de Santofimia et al (2008). A variação das colorações
apresentadas pelos materiais submetidos a essa prática, também, não foi elucidada.
Além disso, alguns parâmetros (tais como modo de ataque, modo de secagem, tempo
de exposição, pré-ataque e concentração dos reagentes) afetam significantemente os
resultados destes ataques, o que torna necessária a análise dos efeitos dos mesmos na
caracterização metalográfica do material em estudo.
Figura 2.23 Microscopia óptica de uma amostra “direct quench” atacada com o reagente LePera
(SANTOFIMIA et al, 2008)
Figura 2.24 Microscopia óptica de uma amostra “particionada”a 175°C durante 100s. Ataque: reagente
LePera (SANTOFIMIA et al, 2008)
59
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL E METODOLOGIA
3.1 Material
O material utilizado neste trabalho foi fornecido ao Departamento de Materiais e
Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho“ UNESP,
sendo classificado como um aço de baixo carbono e baixa liga, com estrutura
multiconstituída, classificada como TRIP 800. Suas principais aplicações estão
destinadas à indústria automobilística. A composição química está representada pelas
porcentagens dos elementos de liga (% em peso) na Tabela 3.1.
Tabela 3.1 - Composição Química do Aço TRIP 800 (Renault do Brasil, 2009)
Elemento de
Liga
% em
Peso
Carbono (C)
0,205
Silício (Si)
0,87
Manganês (Mn)
0,28
Fósforo (P)
0,027
Enxofre (S)
0,003
Cromo (Cr)
0,015
Níquel (Ni)
<0,001
Molibdênio (Mo)
0
Alumínio (Al)
0,04
Cobre (Cu)
0
Titânio (Ti)
<0,001
Vanádio (V)
<0,001
Nióbio (Nb)
<0,001
Estanho (Sn)
0
Boro (B)
0
Na Tabela 3.2 encontram-se listadas as propriedades mecânicas deste material
(valores obtidos na direção transversal, a 45° e no sentido de laminação).
60
Tabela 3.2 - Propriedades Mecânicas do Aço TRIP 800 (Renault do Brasil, 2009)
Bobina
Limite de
Ruptura
LR (N/mm
2
)
Limite de
Escoamento
LE N/mm
2
)
Alongamento (%)
Lo=80 mm
Espessura <3 mm
r
n
TRIP 800 01 T
855,0
538,1
23,4
1,00
0,18
TRIP 800 02 T
850,1
539,0
23,5
1,08
0,19
TRIP 800 01 L
854,2
548,2
23,1
1,09
0,19
TRIP 800 02 L
851,0
544,3
24,5
1,08
0,19
TRIP 800 01 45°
849,4
539,0
19,1
1,01
0,19
TRIP 800 02 45°
850,4
543,3
19,9
1,04
0,19
3.2 Preparação das amostras metalográficas
A técnica de ensaio micrográfico pode ser dividida nas seguintes fases: escolha
e localização da seção a ser analisada; obtenção de uma superfície plana e polida na
seção selecionada; ataque da superfície por um reagente químico adequado; exame ao
microscópio para a observação e obtenção de fotografias (COLPAERT, 2008). Cada
uma dessas etapas pode ser realizada utilizando diferentes métodos e podem variar de
acordo com as propriedades específicas do material. Deve-se realizar cada uma das
fases de preparação com grande cuidado, pois cada etapa pode afetar os estágios
posteriores (PETZOW, 2001).
A preparação de amostras metalográficas para a realização de ataques coloridos
requer mais cuidados do que a preparação de amostras para ataques com reagentes
convencionais, pois o filme depositado na superfície da amostra no ataque colorido é
sensível aos danos que não foram removidos pela preparação metalográfica
(VANDER VOORT, 2004), uma vez que a microestrutura real pode ser parcialmente
ou totalmente obscurecida por técnicas ou procedimentos mal realizados (VANDER
VOORT, 1999).
Neste trabalho, as técnicas utilizadas para a preparação metalográfica seguiram
os processos normatizados pela ASTM E 3-10 (2007) de seccionamento, embutimento,
lixamento, polimento e foram realizados no Laboratório de Metalografia do
DMT/FEG/UNESP.
61
3.2.1 Seccionamento
As amostras para análise metalográfica foram extraídas de chapas de aço TRIP
800, laminadas a frio, com espessura de 1,4 mm.
As amostras foram cortadas com auxílio de uma máquina de corte por serra de
fita vertical, modelo RMF 400-S, fabricada pela ROMARFRA, do Laboratório de
Usinagem do DMT/FEG/UNESP, Figura 3.1.
Figura 3.1 - Serra de fita vertical - ROMARFRA (DMT/FEG/UNESP)
Foram extraídas amostras da seção longitudinal paralela à direção de laminação,
item (D) da Figura 3.2.
Figura 3.2 - Nomenclatura das localizações de áreas mostradas em fotomicrografias (ASTM E3-01, 2007)
A operação de seccionamento por serramento com serra de fita não gera calor
suficiente para alterar a microestrutura do material. Entretanto, durante a operação de
A- Superfície de laminação
B- Direção de laminação
C- Borda de laminação
D- Seção longitudinal paralela a direção de laminação
E- Seção longitudinal perpendicular a direção de laminação
F- Seção transversal
62
corte, houve o cuidado para que não ocorresse excessivo aquecimento do material,
controlando a velocidade de corte e avanço durante o seccionamento.
3.2.2 Embutimento
Após o seccionamento, as amostras foram submetidas a embutimento a quente.
Esta etapa foi realizada para facilitar o manuseio, evitar a danificação da lixa e/ou do
pano de polimento e abaulamento da superfície, que acarretam dificuldades ao se
observar às amostras (BRANDON; KAPLAN, 1999).
O embutimento foi realizado no equipamento PANPRESS 30 PANAMBRA
TÉCNICA IMP. EXP. LTDA, do Laboratório de Metalografia do DMT/FEG/UNESP,
Figura 3.3. Foi utilizada resina fenólica (baquelite) para embutimento de amostras
metalográficas, fornecida pela AROTEC Indústria e Comércio. O tempo médio do
processo completo de embutimento por amostra foi de trinta minutos, desde o seu
posicionamento no equipamento até a retirada da amostra já embutida.
O uso de vaselina sólida ou de grampos de fixação de aço inoxidável, da
STRUERS, fez-se necessário para o correto posicionamento das amostras no
equipamento.
Figura 3.3 - Embutidora PANPRESS 30 PANAMBRA (DMT/FEG/UNESP)
63
3.2.3 Identificação das amostras
Devido ao número de amostras foi necessária a clara identificação das mesmas,
utilizando um gravador vibrador com ponta de aço temperado, Figura 3.4. As amostras
foram identificadas quanto à seção das quais foram obtidas, seguidas de uma
numeração seqüencial.
Figura 3.4 - Marcação de amostra utilizando gravador vibrador (DMT/FEG/UNESP)
3.2.4 Lixamento
Esse processo tem como objetivo a remoção de riscos e deformações
provenientes do seccionamento do material e a realização de uma superfície plana cuja
profundidade de deformação seja suficientemente fina, de tal forma que permita seu
desaparecimento após a posterior etapa de polimento.
A técnica consiste no lixamento da amostra, sucessivamente, com lixas de
granulometria cada vez menor, mudando-se de direção (90°) em cada lixa
subseqüente, até desaparecerem os traços da lixa anterior (PETZOW, 2001).
Neste estudo, para o processo de lixamento foram utilizadas lixas d’água com
diferentes granulometrias: #100, 220, 320, 400, 600, 1000 e 1200 mesh,
sucessivamente.
Esse procedimento foi realizado em uma lixadeira manual para metalografia
STRUERS, no DMT/FEG/UNESP. A Figura 3.5 mostra uma foto do equipamento
existente no laboratório.
64
Figura 3.5 - Lixadeira manual com área de lixamento em forma de 4 pistas (DMT/FEG/UNESP)
Nesta etapa, a cada interrupção do lixamento para análise da superfície, foi
realizada a limpeza das amostras em água corrente e álcool etílico.
Finalmente, as amostras foram secas rapidamente através de ar frio forçado
fornecido por um secador.
A avaliação qualitativa da superfície lixada foi controlada por meio de um
estereomicroscópio STEMI 2000 ZEISS, Figura 3.6, com ampliação de 50x.
Figura 3.6 - Estereomicroscópio STEMI 2000 ZEISS (DMT/FEG/UNESP)
Para se obter um lixamento eficaz é necessário o uso adequado da técnica de
lixamento (pressão de trabalho e velocidade de lixamento), pois caso contrário podem
surgir deformações na superfície da amostra, que podem dar uma imagem falseada
(sombras) e, consequentemente, não representativa da microestrutura da amostra.
65
3.2.5 Polimento
A finalidade desta etapa do processo mecânico é obter uma superfície plana, sem
riscos e com alta refletividade. A existência de riscos atrapalha o exame da superfície
da amostra.
Quando o polimento remove os riscos no material sem remover também a parte
encruada subjacente, a superfície pode atingir um acabamento aparentemente
satisfatório (com brilho especular e sem arranhões visíveis), com aparência bem
polida. Porém, quando se ataca esta amostra, o resultado do ataque não é uniforme,
pois o reagente corrói preferencialmente as regiões mais encruadas da superfície,
resultando em micrografias que apresentam heterogeneidades artificiais (COLPAERT,
2008).
De acordo com a ASTM E 407 (2007) um polimento de extrema qualidade é
requisito para a realização de ataque colorido, pois o mesmo poderá revelar defeitos
decorrentes do processo de polimento, mesmo que esses não sejam visíveis com
iluminação de campo claro.
Antes de se realizar o polimento, a superfície da amostra foi limpa, de modo a
deixá-la isenta de traços abrasivos, solventes, poeiras e outros. A operação de limpeza
foi realizada por lavagem com água e álcool etílico, este último foi utilizado para que a
secagem fosse acelerada.
O polimento manual foi realizado na POLITRIZ AP10 PANAMBRA, Figura 3.7,
em rotação de 150 rpm. Segundo Ray e Dhua (1996) pressão moderada e a baixa
velocidade de polimento (120 150 rpm) são recomendadas para prevenir imagens
falseadas (sombras) e abaulamento nas superfícies das amostras.
Figura 3.7 - Politriz AP10 PANAMBRA (DMT/FEG/UNESP)
66
Foi utilizado pano para polimento OP-NAP, fabricação STRUERS, e a mistura
de água destilada e suspensão de sílica coloidal para materiais ferrosos, OP-U
Suspension (0,25m), fabricação STRUERS. Para melhoria do processo e melhor
deslizamento das amostras à superfície do pano de polimento, ou seja, para reduzir o
atrito entre a superfície da amostra e o pano, utilizou-se água destilada, que foi
borrifada, intercalando-se com as adições de OP-U. Procurou-se evitar polimentos
demorados com fricção e pressão excessiva sobre a amostra, bem como, girar a
amostra sobre o disco da politriz de modo que não haja direção preferencial nessa
operação.
A avaliação qualitativa da superfície polida também foi controlada com auxílio
do microscópio óptico de bancada STEMI 2000 - ZEISS, objetivando-se uma
superfície plana e com ausência de riscos. Nesta etapa, a limpeza das amostras foi feita
com água destilada e secagem com ar frio forçado.
3.3 Ataques químicos
De acordo com Vander Voort (1999) e Petzow (2001), a superfície do metal
polido corretamente reflete a luz de forma homogênea e não permite distinguir os
microconstituintes de sua estrutura. A microestrutura é revelada somente por meio da
aplicação de um ataque apropriado. Para se obter uma condição de contraste bem
delineada após o ataque químico, algumas medidas devem ser adotadas: o polimento
da superfície deve ter sido eficaz, a amostra a ser atacada deve ter sido limpa, o
reagente deve ter sido selecionado, preparado e as condições de ataque devem ser
cuidadosamente controladas.
Para atingir os objetivos deste projeto foram realizadas variações dos parâmetros
relacionados aos ataques químicos com a finalidade de se analisar o efeito dos mesmos
na caracterização metalográfica do material em estudo.
Foram analisados os seguintes parâmetros: pré-ataque (realização ou não de pré-
ataque com Nital 2%), modo de ataque (imersão ou esfregamento), proporções dos
reagentes (variações nas proporções da solução aquosa de metabissulfito de sódio e
picral), concentração dos reagentes (solução aquosa de metabissulfito de sódio 1% e
67
2% e picral 2% e 4%), tempo de ataque (10, 15, 25 e 30s) e modo de secagem (forçada
ou natural).
3.3.1 Modo de ataque
diversos métodos para realização do ataque químico: imersão, gotejamento,
lavagem, esfregamento e alternativo por imersão. Para este trabalho, foram
selecionados dois modos de ataque, imersão e esfregamento, para comparação dos
resultados obtidos, quando da utilização desses dois métodos.
No ataque por esfregamento, a solução de ataque, embebida em um chumaço de
algodão, foi esfregada lentamente e de forma mais uniforme possível. No ataque por
imersão, a amostra foi mergulhada na solução com a face voltada para baixo, tendo-se
o cuidado de não encostar a superfície da amostra no recipiente.
Após os ataques, as amostras foram mergulhadas vagarosamente em um
recipiente com água por aproximadamente 30s ao invés de serem lavadas em água
corrente, devido à natureza frágil do filme depositado sobre a superfície da amostra
(PARISH, 2003; BRAMFITT; BENSCOTER, 2006), sendo secas de modo forçado ou
naturalmente.
Na Tabela 3.3 estão listados os ataques realizados e utilizados para a discussão
sobre a influência do método de ataque neste estudo.
Tabela 3.3- Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do método de ataque
Material
Pré-
ataque
Ataque -
Reagente
Tempo de
Ataque
Modo de
Ataque
Secagem
Data do
ataque
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIII
15s.
Esfregamento
Natural
26/10/2009
TRIP
Não
Le Pera
25s.
Esfregamento
Natural
9/9/2009
TRIP
Não
Le Pera
25s.
Imersão
Natural
8/9/2009
3.3.2 Modo de secagem
Neste trabalho, as amostras foram secas de três formas distintas: por ar frio
forçado utilizando-se um secador próximo à superfície da amostra (cerca de 10 cm),
68
por ar frio forçado, mantendo o secador a uma distância de 40 cm da mesma e
naturalmente. Os modos de secagem utilizados neste trabalho estão ilustrados na
Figura 3.8.
Figura 3.8 Modos de secagem das amostras: (a) secador próximo à superfície da amostra; (b) secador a uma
distância de 40 cm da amostra e (c) secagem natural
Quando adotada a secagem natural, a amostra retirada do recipiente com água, na
qual foi mergulhada após o ataque químico, foi deixada ao ar na posição vertical até
que secasse completamente.
Na Tabela 3.4 estão relacionados os ataques realizados e utilizados para a
discussão sobre a influência do modo de secagem.
Tabela 3.4 -Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do modo de secagem.
Material
Reagente -
Pré-ataque
Tempo -
Pré-ataque
Ataque
Tempo de
Ataque
Modo de
Ataque
Secagem
Data do
ataque
TRIP
Não
Não
Le Pera
25s.
Imersão
Forçada (secador a ~10cm)
11/9/2009
TRIP
Nital 2%
2s.
Le Pera
25s.
Imersão
Forçada (secador a ~10cm)
16/10/2009
TRIP
Não
Não
Le Pera
25s.
Imersão
Forçada (secador a ~40cm)
9/9/2009
TRIP
Nital 2%
2s.
Le Pera
30s.
Imersão
Forçada (secador a ~40cm)
16/10/2009
TRIP
Não
Não
Le Pera
30s.
Imersão
Forçada (secador a ~40cm)
20/10/2009
TRIP
Não
Não
Le Pera
30s.
Imersão
Natural
20/10/2009
3.3.3 Pré-ataque
Nesta etapa do processo foi analisada a influência da realização ou não do pré-
ataque na identificação das fases presentes no material estudado.
(a) (b) (c)
69
Para a realização do pré-ataque foram pré-estabelecidos tempos de exposição
do reagente na superfície da amostra de 2s e 5s. O modo de aplicação deste ataque foi
a imersão. Para a interrupção do ataque químico utilizou-se água corrente e álcool
etílico, seguidos com a secagem da amostra com ar frio forçado.
Na Tabela 3.5 estão relacionados os ataques realizados e utilizados para a
discussão sobre a influência da realização ou não do pré-ataque com o reagente Nital
2%.
Tabela 3.5 -Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do emprego ou não do pré-ataque.
Material
Reagente -
Pré-ataque
Tempo -
Pré-ataque
Ataque
Tempo de
Ataque
Modo de
Ataque
Secagem
Data do
ataque
TRIP
Não
Não
Le Pera
modificadoIII
25s.
Imersão
Natural
3/9/2009
TRIP
Nital 2%
2s.
Le Pera
modificadoIII
25s.
Imersão
Natural
30/10/2009
TRIP
Nital 2%
5s.
Le Pera
modificadoIII
25s.
Imersão
Natural
3/11/2009
TRIP
Nital 2%
2s.
Le Pera
modificadoIII
15s.
Imersão
Natural
27/10/2009
TRIP
Não
Não
Le Pera
15s.
Imersão
Natural
9/9/2009
TRIP
Nital 2%
2s.
Le Pera
15s.
Imersão
Natural
28/9/2009
TRIP
Nital 2%
5s.
Le Pera
15s.
Imersão
Natural
29/9/2009
3.3.3.1 Reagente
O reagente de Nital, quando empregado, desempenhou a função de um pré-
ataque nas superfícies das amostras, para posterior ataque das mesmas com o reagente
LePera. A concentração utilizada foi a de 2% (2 mL de ácido nítrico concentrado 65%
e 98 mL de álcool etílico 95%).
3.3.4 Reagentes ataque químico
LePera (1980) propôs o emprego de um reagente obtido pela mistura de duas
soluções pré-preparadas (metabissulfito de sódio 1% e ácido pícrico 4%), na proporção
de 1:1 (10ml de metabissulfito de sódio 1% e 10ml de picral 4%) para evidenciar a
bainita e a martensita presentes na microestrutura de um aço com baixo teor de
carbono. Entretanto, alguns pesquisadores como Dimatteo et al (2006) e Kubilay
(2008) sugeriram variações deste reagente.
70
Portanto, o reagente químico utilizado neste trabalho foi o LePera, com variações
em sua composição (tanto na proporção como na concentração de suas soluções pré-
preparadas).
3.3.4.1 Concentração dos reagentes
Neste estudo, o reagente LePera foi utilizado conforme concentração proposto
pelo próprio pesquisador (LePera, 1980). Entretanto, variações nas concentrações das
soluções pré-preparadas de ácido pícrico e metabissulfito de sódio também foram
estudadas. Foram realizados ataques químicos com um reagente composto por
metabissulfito de sódio 2% e picral 4%, bem como, com outro reagente composto por
metabissulfito de sódio 1% e picral 2%.
3.3.4.2 Proporção dos reagentes
Foram realizados estudos com reagentes contendo proporções diferentes das
soluções pré-preparadas, 1:1 (10mL de metabissulfito de sódio 1% e 10mL de picral
4%); 1:2 (5mL de metabissulfito de sódio 1% e 10mL de picral 4%); 2:1 (10mL de
metabissulfito de sódio 1% e 5mL de picral 4%); 1:1 (10mL de metabissulfito de sódio
2% e 10mL de picral 4%) e 1:1 (10mL de metabissulfito de sódio 1% e 10 mL de
picral 2%).
Na Tabela 3.6 encontram-se relacionados os reagentes utilizados neste estudo.
Tabela 3.6- Reagentes utilizados
Reagente
Solução
Le Pera e
variações
Soluções pré-
preparadas:
(a) 1mL de Metabissulfito de Sódio (Na
2
S
2
O
5
) + 99mL de água Destilada
(b) 2mL de Metabissulfito de Sódio (Na
2
S
2
O
5
) + 98mL de água Destilada
(c) 2mL de Ácido Pícrico (C
6
H
2
(NO
2
)OH) + 98mL de álcool etílico
(CH
3
CH
2
OH).
(d) 4mL de Ácido Pícrico (C
6
H
2
(NO
2
)OH) + 96mL de álcool etílico
(CH
3
CH
2
OH).
LePera
Solução 1 (a):1(d)
LePera
modificado I
Solução 1(a):2 (d)
LePera
modificado II
Solução 2 (a):1(d)
LePera
modificado III
Solução 1 (a):1(c)
LePera
modificado IV
Solução 1 (b):1(d)
71
Conforme Angeli, Füreder e Kneissl (2006), LePera (1980) e Bramfitt; Benscoter
(2006) as soluções pré-preparadas do reagente LePera e suas variações devem ser
misturadas apenas no momento em que se realizará o ataque. Além disso, as soluções
pré-preparadas foram utilizadas, no máximo, em 4 dias após suas preparações.
De acordo com a ASTM E 407 (2007) precauções devem ser adotadas na
manipulação de reagentes. Entre esses cuidados encontram-se: utilizar equipamentos
de proteção adequados (óculos, luvas, avental, etc); realizar a manipulação dos
reagentes e os ataques químicos em capela apropriada, com exaustor e evitar o contato
direto com os reagentes.
3.3.4.3 Tempo de ataque
O tempo de ataque é, usualmente, determinado empiricamente. O controle do
mesmo é importante na obtenção de uma imagem exata e nítida, que permita a
visualização de detalhes da microestrutura do material (VANDER VOORT, 1999).
De acordo com Girault et al. (1998), o tempo de ataque varia entre 10 e 20s,
dependendo da composição química dos aços TRIP analisados. Este intervalo de
tempo está relacionado com a utilização do reagente, conforme proposto por LePera.
Entretanto, como neste trabalho, parâmetros como proporção e concentração das
soluções pré-preparadas foram variados, conforme descrito na seção 3.3.4.2, decidiu-
se pela ampliação do intervalo de tempo de ataque a ser analisado. Foram
preestabelecidos quatro tempos de ataque: 10s, 15s, 25s e 30s. No entanto, para três
condições propostas - ataques com modificação na proporção das soluções pré-
preparadas (LePera
modificado I
e LePera
modificado II
) e ataques com LePera com variação de
concentração de uma de suas soluções pré-preparadas (LePera
modificado IV
) - foram
realizados também ataques com tempos de 3, 5 e 7s, pois os tempos preestabelecidos
anteriormente não apresentaram resultados satisfatórios, super atacando as amostras.
Para o estudo das variações da concentração das soluções p-preparadas que
compõem o reagente LePera, bem como, das variações de proporções das mesmas,
optou-se por analisar esses parâmetros conjuntamente com o tempo de ataque. Na
72
Tabela 3.7 encontram-se os ataques realizados e utilizados para a discussão destes
parâmetros.
Tabela 3.7 -Experimentos realizados e utilizados para análise da influência do modo de secagem.
Material
Pré-
ataque
Ataque
Tempo
de
Ataque
Modo
de
Ataque
Secagem
Data do
ataque
TRIP
Não
Le Pera
10s.
Imersão
Natural
10/9/2009
TRIP
Não
Le Pera
15s.
Imersão
Natural
9/9/2009
TRIP
Não
Le Pera
25s.
Imersão
Natural
8/9/2009
TRIP
Não
Le Pera
30s.
Imersão
Natural
20/10/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoII
5s
Imersão
Natural
10/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoII
10s
Imersão
Natural
10/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoII
15s
Imersão
Natural
10/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoII
25s
Imersão
Natural
11/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoI
3s
Imersão
Natural
6/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoI
5s
Imersão
Natural
6/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoI
7s
Imersão
Natural
6/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoI
10s
Imersão
Natural
3/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIV
5s
Imersão
Natural
12/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIV
7s
Imersão
Natural
12/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIV
10s
Imersão
Natural
12/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIV
15s
Imersão
Natural
12/11/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIII
10s.
Imersão
Natural
21/10/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIII
15s.
Imersão
Natural
4/9/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIII
25s.
Imersão
Natural
3/9/2009
TRIP
Não
Le Pera
modificadoIII
30s.
Imersão
Natural
21/9/2009
3.3.5 Temperatura e umidade relativa
O Laboratório de Metalografia do Departamento de Materiais e Tecnologia não
possui equipamentos para controle de temperatura e umidade relativa do seu ambiente.
Entretanto, a cada ataque, os dados relativos a essas variáveis foram registrados, a fim
de verificar, a influência ou não dos mesmos no resultado final do ensaio
metalográfico.
73
3.4 Obtenção das imagens metalográficas
Após cada ataque químico foram fotografados 10 campos da amostra atacada,
utilizando-se uma ampliação de 1000x. Porém, em algumas situações, tornou-se
conveniente a obtenção de imagens com utilização de ampliações menores, de 500x e
50x, para obter-se uma visão mais ampla da microestrutura do material e do filme de
reagente que se formou na superfície da amostra atacada, a fim de se verificar suas
características. As imagens foram capturadas de forma aleatória ao longo de toda a
superfície da amostras e armazenadas em formato TIFF.
A obtenção das imagens metalográficas foi realizada no Laboratório de Análise
de Imagens de Materiais (LAIMAT) do Departamento de Materiais e Tecnologia -
FEG/UNESP. As imagens foram fotografadas em campo claro, utilizando um
microscópio óptico NIKON MODELO EPIPHOT 200, acoplado a um PC e a uma
câmera digital AXIO CAM 1CC3 ZEISS, usando-se o software AXIO VISIO
ZEISS.
74
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As técnicas de preparação metalográfica, especialmente relacionadas ao
lixamento e polimento das amostras, mostraram-se eficientes, visto que as
fotomicrografias obtidas não apresentaram distorções provenientes desses processos.
Os resultados obtidos, quando variados os parâmetros preestabelecidos relativos
aos ataques químicos (temperatura e umidade relativa do ar no momento de realização
do ataque, pré-ataque, concentração e proporção dos reagentes químicos utilizados,
tempo de ataque, modo como a amostra foi atacada e seca), serão discutidos sob um
ponto de vista qualitativo neste capítulo.
4.1 Modo de secagem
Neste trabalho foi realizada a secagem das amostras atacadas de três maneiras
distintas: com ar frio forçado próximo à superfície da amostra (cerca de 10 cm), com
ar frio forçado a uma distância de cerca de 40 cm da amostra e naturalmente, ou seja,
após a amostra ser atacada e lavada, a mesma permaneceu à temperatura ambiente, na
posição vertical, sem que ar forçado tocasse a superfície da amostra.
Inicialmente, uma amostra atacada por imersão com o reagente LePera por 25s
foi seca através de ar frio forçado com o secador próximo à amostra. Notou-se que o
filme formado pelo reagente na superfície da mesma não apresentava aspecto uniforme
após esse procedimento.
Na Figura 4.1a é possível notar que, há uma região na superfície da amostra, em
que o reagente apenas delineou os contornos dos microconstituintes presentes no
material, enquanto que em outra região, ocorreu o acúmulo do reagente de forma
heterogênea. Isso aconteceu, possivelmente, devido à proximidade da superfície da
amostra com o secador, onde o ar frio forçado, que incidiu diretamente sobre essa
região da amostra, deslocou o filme de reagente formado para a região periférica. Na
Figura 4.1b é possível observar nitidamente essa região. O ar forçado ocasionou uma
má distribuição do reagente ao invés de formar um filme homogêneo.
75
A fim de se comprovar os resultados obtidos com o emprego de ar frio forçado
com o secador próximo à amostra, uma amostra pré-atacada com Nital 2% por 2 s, foi
submetida a um ataque com o reagente LePera por 25 s e seca nas mesmas condições
que a amostra anteriormente analisada. O resultado pode ser observado na Figura 4.2.
(a)
(b)
Figura 4.1 - Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador próximo à amostra):
a) região na qual houve incidência de ar forçado b) região circunvizinha à (a). Aumento 1000x.
(Condições: ataque por imersão, reagente LePera, t=25s)
Acúmulo de
reagente
Acúmulo
de reagente
Sentido de
incidência do
ar forçado
Acúmulo
de reagente
76
A amostra também apresentou áreas que não foram suficientemente atacadas, o
que impossibilitou a identificação das fases constituintes do material, além de regiões
com acúmulo de reagente.
Nas amostras secas com ar frio forçado a cerca de 10 cm de sua superfície,
nota-se que o filme de reagente formado não foi suficiente para delinear as fases
presentes no material, tão pouco, permitiu o surgimento de tons que caracterizam os
microconstituintes existentes, como pode ser observado nas fotomicrografias 4.1 e 4.2,
onde apenas tons de azul são vistos.
Como essa condição de secagem não apresentou resultados satisfatórios,
resultando em fotomicrografias nas quais não foi possível distinguir nenhum
microconstituinte do material, optou-se por modificar esse procedimento.
Uma amostra sem pré-ataque foi, então, atacada por imersão com o reagente
LePera por 25 s e submetida à secagem com ar frio forçado, sendo, o secador mantido
a uma distância de aproximadamente 40 cm da amostra. Como pode ser observado na
Figura 4.3, a amostra não apresentou regiões com visível acúmulo de reagente.
C
Figura 4.2 Fotomicrografia de uma amostra seca com ar frio forçado (secador próximo à amostra). Aumento
1000x. (Condições: amostra pré-atacada com Nital 2% por t=2s e atacada por imersão, reagente LePera, t=25s)
Acúmulo
de reagente
Acúmulo de
reagente
77
Entretanto, nas fotomicrografias pode-se observar que diferentes graus de
contraste em uma mesma amostra, evidenciado pela diferença de coloração
apresentada pelas Figuras 4.3a e 4.3b, resultado da não homogeneidade do filme de
reagente formado na superfície do material atacado. Isso ocorreu devido ao uso de ar
forçado que, mesmo distante da superfície da amostra, provocou o arraste do reagente
para regiões adjacentes.
Na Figura 4.4 é ilustrada uma amostra pré-atacada com Nital 2% por 2 s, e
posteriormente, atacada por imersão com o reagente LePera por trinta segundos. O
modo de secagem empregado foi similar à da amostra anterior. Através da comparação
das duas regiões apresentadas, também pode-se observar que áreas em que a
(a)
(b)
Figura 4.3 - Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador distante da amostra). Aumento
1000x. (Condições: ataque por imersão, reagente LePera, t=25s)
Região mais
atacada
Região
menos
atacada
Região super
atacada
78
superfície apresenta diferentes graus de intensidade do ataque químico, resultado da
heterogeneidade do filme de reagente sobre o material causado pela secagem com ar
frio forçado.
Neste caso, também, a fotomicrografia não nos permite realizar a identificação
dos microconstituintes presentes na amostra, o que a torna ineficaz na caracterização
do material. É visualizado nas fotomicrografias o aparecimento de tonalidades claras e
escuras, aparentemente com início de diferenciação das fases presentes, porém com
elevada imprecisão.
(a)
(b)
Figura 4.4 - Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador distante da amostra). Aumento
1000x. (Condições: pré-ataque com Nital 2%, por t=2s. ataque por imersão, reagente LePera, t=30s)
Região com
distribuição
heterogênea
de reagente
79
Na Figura 4.5 é possível observar uma amostra atacada por imersão com o
reagente LePera por trinta segundos e seca com ar frio forçado. Observa-se que, da
mesma forma que a analisada anteriormente, essa amostra não apresenta
homogeneidade em toda a superfície atacada.
Comprova-se pela observação das Figuras 4.1 a 4.5 que na secagem por ar frio
forçado, com o secador próximo ou a uma distância de 40 cm da amostra, não a
formação de um filme de reagente homogêneo em toda a superfície atacada. Essa
constatação contraria Girault et al. (1998), que sugerem que a secagem da amostra
após o ataque químico deva ser realizada com ar frio forçado, como descrito no
Capítulo 2.
(a)
(b)
Figura 4.5 - Regiões distintas de uma amostra seca com ar frio forçado (secador distante da amostra). Aumento
1000x. (Condições: ataque por imersão, reagente LePera, t=30s)
Heterogeneidade
do filme de
reagente na
superfície atacada
80
Uma fotomicrografia da mesma amostra, apresentada na Figura 4.5, com um
aumento de 50x é observada na Figura 4.6. É possível notar a heterogeneidade do
filme formado, comprovado pela diferença de coloração em toda sua superfície. Além
disso, evidências de diversos pontos de oxidação (pontos pretos) e manchas
provenientes de secagem (pontos claros).
O terceiro modo de secagem avaliado neste trabalho foi o modo natural. Uma
amostra submetida a um ataque nas mesmas condições das amostras apresentadas
anteriormente (ataque por imersão utilizando LePera por 30s) foi seca naturalmente.
Na Figura 4.7 é possível verificar que a superfície da amostra possui um aspecto mais
homogêneo, com coloração distinta apenas na região da amostra em que ocorreu
acúmulo de água durante sua secagem, possivelmente pela posição em que foi mantido
durante a secagem, o que permitiu a oxidação.
Áreas
com graus
de ataque
diferentes
Figura 4.6 - Amostra seca com ar frio
forçado (secador distante da amostra).
Aumento 50x. (Condições: ataque por
imersão, reagente LePera, t=30s)
Mancha proveniente
de secagem
Ponto de
oxidação
Figura 4.7: Amostra seca ao ar.
Aumento 50x. (Condições: ataque por
imersão, reagente LePera, t=30s)
Mancha
proveniente
do acúmulo de
água durante a
secagem
81
Neste trabalho, comprovou-se pela observação da Figura 4.8, que a maior
homogeneidade do filme formado é obtida em amostras que foram secas naturalmente.
Em regiões distintas de um mesmo corpo de prova, as colorações, bem como a nitidez
e contraste das imagens são semelhantes, apresentando graus similares de ataque da
amostra.
Finalmente, em concordância com LePera (1980), pode-se afirmar que com o
modo de secagem natural é possível a visualização das fases presentes. Surgindo os
grãos ferríticos em tonalidade azul claro, bainita em tons marrom escuro e constituinte
MA (martensita/austenita retida) em coloração clara.
(a)
(b)
Figura 4.8 - Regiões distintas de uma amostra seca ao ar. Aumento 1000x. (Condições: ataque por imersão,
reagente LePera, t=30s)
Diferentes
regiões de
uma amostra,
com grau de
ataque
semelhante
82
Esta constatação está em acordo com Bramfitt; Benscoter (2006) e Vander
Voort (1999), que sugerem que a secagem das amostras atacadas com o reagente
LePera deve ser realizada com ar parado aquecido, de forma que o mesmo nunca toque
o filme do reagente formado na superfície da amostra.
4.2 Modo de ataque químico
De acordo com Vander Voort (2004), a coloração da microestrutura após o
ataque químico colorido é uma conseqüência da interferência causada na luz refletida
pela amostra e pelo filme do reagente na superfície da amostra, sendo que o filme
formado sobre as fases pode variar sua espessura em função da orientação
cristalográfica enquanto cresce, deixando os gos com colorações variadas (BEHARA
& SPHIGLER, 1977).
De acordo com LePera (1980), para a obtenção de melhores resultados, a
amostra deve ser imediatamente imersa no reagente após a mistura das soluções pré-
preparadas. Analogamente, a norma ASTM E 407 (2007) e Vander Voort (1999)
afirmam que ataques coloridos são quase sempre realizados a temperatura ambiente
com imersão da amostra, nunca por esfregamento, promovendo o ataque da superfície
da amostra.
Com base nestes trabalhos, o ataque das amostras foi realizado de duas formas
distintas: por esfregamento e por imersão, a fim de verificar a veracidade destas
afirmações.
Inicialmente, realizaram-se ataques por esfregamento, em que, a solução de
ataque, embebida em um chumaço de algodão, foi esfregada lentamente e de forma
mais uniforme possível sobre as superfícies das amostras.
Dentre as amostras atacadas por esfregamento, foram selecionadas duas
amostras para serem analisadas neste estudo, pois apresentam os principais problemas
encontrados ao se realizar os ataques desse modo: a primeira amostra foi atacada por
esfregamento por 15 s, com o reagente LePera
modificado III
, a segunda foi atacada por
esfregamento por 25 s com o reagente LePera, sendo que ambas foram secas
naturalmente.
83
Na Figura 4.9a é possível observar a primeira amostra atacada por esfregamento,
na qual sobre a superfície do material não houve a formação do filme de reagente de
forma homogênea, indicado pela diferença de coloração. Na Figura 4.9b nota-se que a
região central foi a mais atacada, apresentando evidências de super ataque e maior
contraste na imagem. As bordas da amostra, região próxima à baquelite, representada
na Figura 4.9c, foi a que apresentou resultados mais heterogêneos.
Essa heterogeneidade, possivelmente, foi causada pela o uniformidade do
esfregamento do reagente na superfície atacada ou pela falta de reagente no algodão
que foi utilizado para o ataque.
Na Figura 4.10 é possível observar a amostra atacada por esfregamento com o
reagente LePera por 25 s. O filme formado neste caso, apesar de ter sido homogêneo
em toda a superfície da amostra, foi suficiente para delinear algumas fases
presentes. O ataque, neste caso, não apresentou tonalidades contrastadas, o que
dificulta a visualização das fases presentes em sua microestrutura.
Os resultados apresentados por esse modo de ataque não foram similares em
todas as amostras atacadas. Em algumas amostras, o filme formado foi heterogêneo,
não apresentando nitidez e contraste satisfatórios em todos os campos analisados.
Uma possível explicação para este fato é que a cada vez que o algodão embebido
em reagente é passado sobre uma determinada região da amostra, a camada de filme
formada anteriormente sobre a superfície é afetada ou forma-se outra. Dessa forma, a
espessura do filme sobre a toda a superfície da amostra não será a mesma, ou seja,
apresentará heterogeneidade.
84
(a)
(b)
(c)
Figura 4.9 - Regiões distintas de uma amostra atacada por esfregamento: a) região próxima à extremidade b)
região central c) região junto à baquelite. Aumento 1000x. (Condições: reagente LePera
modificado III
, t=15s,
secagem natural)
Efeito
de
borda
Diferentes
graus de
ataque em
regiões de
uma mesma
amostra
85
(a)
(b)
(c)
Figura 4.10 - Regiões distintas de uma amostra atacada por esfregamento. Aumento 1000x. (Condições: LePera,
t=25s, secagem natural)
Diferentes
graus de
ataque em
regiões
distintas de
uma mesma
amostra
86
No ataque por imersão, a amostra foi mergulhada no reagente LePera por 25 s
com a face voltada para baixo, tendo-se o cuidado de não encostar a superfície da
amostra no recipiente, e seca naturalmente.
A amostra atacada por esse método, Figura 4.11, apresentou melhor nitidez e
tonalidades mais contrastadas quando comparada à amostra atacada por esfregamento.
É possível visualizar a existência de coloração de diferentes tons nesta amostra (tons
de azul, tons de marrom e tons claros), evidenciando as fases presentes. Observa-se,
portanto, que a homogeneidade do filme formado foi satisfatória.
De acordo com Bramfitt; Benscoter (2006) e a obra The Science Behind
Materials Preparation (2004) se o ataque químico realizado forma um filme, como em
ataques coloridos, o modo de ataque por imersão é mais indicado ao invés do ataque
por esfregamento, pois o ataque por esfregamento impedirá a formação do filme de
maneira adequada sobre a superfície atacada. E, de fato, através dos casos analisados
comprova-se essa afirmação.
87
(a)
(b)
(c)
Figura 4.11: Regiões distintas de uma amostra atacada por imersão. Aumento 1000x. (Condições: LePera, t=25s,
secagem natural)
88
4.3 Pré-ataque
O ataque químico com LePera, em muitos casos, não delineia os contornos de
grãos das fases presentes na microestrutura analisada, dificultando a medição da fração
volumétrica das fases presentes. Este problema, em geral, é solucionado com um pré-
ataque de Nital a 2%, que evidencia os contornos de grão de ferrita e produz maior
contraste da bainita e martensita (LEPERA, 1980).
Neste trabalho foram realizados ataques com os reagentes LePera e
LePera
modificadoIII
em amostras com e sem pré-ataque a fim de verificar a influência do
pré-ataque na caracterização do material estudado. O pré-ataque, quando adotado, foi
realizado com o reagente Nital 2% com tempo de 2 s ou 5 s.
Ao se analisar uma amostra, sem pré-ataque, atacada por imersão com o reagente
LePera
modificadoIII
por 25 s e seca naturalmente, notou-se que os contornos das fases
presentes se apresentam delineados, além das fotomicrografias terem nitidez e
contraste satisfatórios, sendo possível distinguir as fases presentes da microestrutura
analisada: tons de azul ferrita, tons claros austenita retida e martensita e tons de
marrom bainita, como pode ser observado na Figura 4.12.
89
Nas Figuras 4.13a e 4.13b, pode-se observar amostras pré-atacadas com Nital 2%
por 2 s e por 5 s, respectivamente, sendo em seguida, atacadas com o reagente
LePera
modificadoIII
por 25 s e secas naturalmente
(a)
(b)
Figura 4.12 - Regiões distintas de uma amostra sem pré-ataque. Aumento 1000x. (Condições: ataque por
imersão, reagente LePera
modificadoIII
, t=25s, secagem natural)
90
No primeiro caso, a amostra foi super atacada, o que impossibilitou a distinção
das fases presentes na microestrutura do material, pois a coloração e contraste da
fotomicrografia obtida não foram satisfatórios. Na amostra pré-atacada por 5 s com
Nital 2% observou-se que a amostra também foi super atacada, não sendo possível
nem distinguir contornos das fases presentes.
(a)
(b)
Figura 4.13 - Amostras com pré-ataque de Nital 2%: a) t=2s b) t=5s. Aumento 1000x. (Condições: ataque por
imersão com reagente LePera
modificadoIII
, t=25s, secagem natural)
91
A fim de verificar se, com o emprego do pré-ataque, o tempo de ataque com o
reagente LePera
modificadoIII
deveria ser inferior, realizou-se um ataque em uma amostra
previamente pré-atacada com Nital 2% por 2 s e posterior ataque com o reagente
LePera
modificadoIII
por 15 s. Através da análise da Figura 4.14 observam-se melhores
resultados após submeter a amostra a um pré-ataque e diminuir o tempo de exposição
da mesma ao reagente do ataque colorido. Os contornos de grãos foram delineados e a
nitidez das fotomicrografias está adequada. Entretanto, o contraste apresentado não foi
satisfatório, sendo necessário aumentar o tempo de ataque da amostra, de modo que
seja superior a 15 s e inferior a 25 s.
Outra amostra, sem pré-ataque, atacada por imersão com o reagente LePera por
15 s e seca naturalmente foi analisada. Através da Figura 4.15 é possível observar que
os contornos de grãos foram delineados e as fases presentes são facilmente
distinguidas devido ao contraste e à nitidez das fotomicrografias: tons de azul ferrita,
tons claros austenita retida e martensita e tons de marrom bainita.
Figura 4.14 - Amostra com pré-ataque de Nital 2% por t=2s. Aumento 1000x. Condições: ataque por imersão
com reagente LePera
modificadoIII
, t=15s, secagem natural)
92
Em seguida, uma amostra foi pré-atacada com Nital 2% por 2 s, sendo em
seguida, atacada por imersão com o reagente LePera
por 15 s e seca naturalmente.
Nota-se, ao se observar a Figura 4.16, que os grãos não foram delineados e o contraste
das fases presentes não permitiram distingui-las, possivelmente, devido a o
aderência do filme de reagente na superfície da amostra, devido a erosão gerada na
superfície da amostra pelo reagente Nital.
Figura 4.15 - Regiões distintas de uma amostra sem pré-ataque. Aumento 1000x. (Condições: ataque por
imersão, reagente LePera, t=15s, secagem natural)
93
Realizou-se então, um pré-ataque por imersão por 5 s em outra amostra, sendo
em seguida, atacada com o reagente LePera por 15 s e seca naturalmente. Na Figura
4.17 pode-se observar que os contornos de grãos foram delineados, além de a
fotomicrografia apresentar boa nitidez e contraste.
(a)
(b)
Figura 4.16 - Regiões distintas de uma amostra com pré-ataque de Nital 2%, t=2s. Aumento 1000x. (Condições:
ataque por imersão com reagente LePera, t=15s, secagem natural)
94
As amostras atacadas com o reagente LePera ou LePera
modificado III
sem prévio pré-
ataque apresentaram bons resultados, com os contornos de grãos bem delineados, além
de contraste e nitidez nas imagens obtidas por microscopia óptica. Por outro lado, as
amostras que foram pré-atacadas com Nital 2% mostraram melhores resultados com
tempos de ataque com o reagente LePera ou LePera
modificado III
inferiores às amostras
que não foram pré-atacadas. O tempo de pré-ataque que apresentou melhor resultado
nas amostras estudadas foi o de 5 s.
Figura 4.17 - Regiões distintas de uma amostra com pré-ataque de Nital 2%, t=5s. Aumento 1000x.
(Condições: ataque por imersão com reagente LePera, t=15s, secagem natural)
95
4.4 Reagentes/Tempos de ataque
Conforme foi descrito na Tabela 3.6 do Capítulo 3, neste trabalho foram
realizados ataques com variações de proporção e concentração das soluções pré-
preparadas do reagente LePera.
Além dessas modificações, o tempo de ataque empregado também foi variado, a
fim de verificar qual seria o mais adequado tempo de exposição e a revelação total dos
aspectos microestruturais (sem falhas/descontinuidades) do material à solução
utilizada.
4.4.1 LePera (Metabissulfito de sódio 1% + Picral 4% - Proporção 1:1)
Nesta etapa do estudo, o reagente utilizado para realizar os ataques foi preparado
conforme sugerido por LePera (1980), ou seja, uma solução de Metabissulfito de sódio
1% e Picral 4%, na proporção de 1:1.
Nas Figuras 4.18 e 4.19, observa-se amostras atacadas por imersão com o
reagente LePera por 10 s e 15 s, respectivamente.
Na amostra atacada por 10 s é possível visualizar apenas tons de azul, não
apresentando contraste suficiente para a identificação de fases presentes no material,
tão pouco, os contornos dos grãos podem ser identificados.
Figura 4.18 - Amostra atacada por imersão com LePera
por t=10s e seca naturalmente. Aumento 1000x
96
Por outro lado, pode-se constatar que o material exposto ao reagente por 15 s,
Figura 4.19, apresenta coloração que permite obter contraste e nitidez suficientes para
se realizar a identificação de seus microconstituintes.
Ao se aumentar o tempo de exposição do material ao reagente, os resultados
obtidos podem observado nas Figuras 4.20 e 4.21.
Na amostra atacada por imersão com o reagente LePera por 25s, o filme de
reagente formado na superfície da amostra permite a visualização de tons claros e
Figura 4.20 - Amostra atacada por imersão com LePera
por t=25 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Manchas
.
Figura 4.19 - Amostra atacada por imersão com LePera
por t=15s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Bainita
Austenita
retida/
Martensita
Ferrita
97
escuros. Entretanto, a amostra apresentou regiões com grande quantidade de manchas,
como pode ser observado na Figura 4.20.
Na amostra atacada por 30 s, a identificação de contornos de grãos e/ou fases
não foi possível.
4.4.2 LePera
modificado I
(Metabissulfito de sódio 1% + Picral 4% - Proporção 1:2)
A fim de verificar os resultados de ataques realizados com variações do reagente
LePera, a quantidade de Picral 4% presente na solução convencional foi dobrada.
Entretanto, os resultados, em sua maioria, não foram satisfatórios, pois as amostras
atacadas com o reagente LePera
modificado I
apresentaram distorções da microestrutura,
corrosão localizada, além de falta de contraste e nitidez das fotomicrografias obtidas, o
que impossibilitou a distinção das fases presentes no material,
como pode ser
constatado nas Figuras 4.22 a 4.25.
Na Figura 4.22, onde se observa uma amostra atacada por imersão com o
reagente LePera
modificado I
por 3 s, nota-se que não há nitidez e contraste suficientes para
caracterizar o material.
Figura 4.21 - Amostra atacada por imersão com LePera
por t=30 s e seca naturalmente. Aumento 1000x
Amostra
super atacada
(“queimada”)
98
Ao aumentarmos o tempo de ataque para 5 s, é possível distinguir os contornos
das fases presentes no material. Tanto a nitidez quanto o contraste da imagem
apresentaram melhora em relação à amostra analisada anteriormente. Entretanto, não é
possível distinguir as frações de cada microconstituinte, pois a fase bainítica (que
tende a ser marrom), confunde-se com regiões onde houve um ataque excessivo do
material, resultando em escurecimento dessas áreas.
Figura 4.23 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=5 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Figura 4.22 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=3 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Amostra
apresentando
distorções da
microestrutura
99
Nas Figuras 4.24 e 4.25 não é possível distinguir nenhuma fase presente no
material com segurança. Nestes casos, ficou evidente, que o tempo de exposição da
amostra ao reagente foi excessivo.
Na Figura 4.24 pode-se observar a presença de pites, causada por corrosão
localizada.
Não se pode afirmar com convicção, qual seria o tempo ideal de exposição da
amostra ao reagente, nesta proporção, pois o tempo de ataque, provavelmente, seria
inferior a 5 s, o que torna difícil o controle do mesmo.
Figura 4.24 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=7 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Figura 4.25 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado I
por t=10 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Corrosão
localizada
100
4.4.3 LePera
modificado II
(Metabissulfito de sódio 1% + Picral 4% - Proporção 2:1)
A variação do volume da solução pré-preparada de Metabissulfito de sódio 1%
no reagente LePera não apresentou bons resultados.
Como pode ser observado nas Figuras 4.26 a 4.29, não houve a formação de
filme de reagente nas superfícies das amostras. Em nenhuma das amostras atacadas foi
possível identificar contornos de grãos ou fases presentes no material.
Na Figura 4.27, a existência de uma avaria microestrutural é evidenciada. É
possível observar “ghosts” na superfície da amostra atacada.
Figura 4.26 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=5 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Figura 4.27 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=10 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
101
4.4.4 LePera
modificado III
(Metabissulfito de sódio 1% + Picral 2% - Proporção 1:1)
Para a realização de alguns ataques, variou-se a concentração da solução pré-
preparada de Picral, de 4% para 2%.
Os resultados obtidos com ataques por imersão por 10s e 15 s não foram
satisfatórios, pois as amostras apresentaram avarias de ataque, bem como
impossibilidade de distinção das fases presentes no material, como pode ser
evidenciado pelas Figuras 4.30 e 4.31, respectivamente.
Figura 4.28 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=15 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Figura 4.29 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado II
por t=25 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
102
Na Figura 4.30 é possível observar avarias de ataque, os chamados “artefatos” ou
falsa microestrutura.
Portanto, para estas condições de ataque, o foi possível a caracterização das
amostras analisadas. Aparentemente, os tempos de ataques utilizados não implicaram
na formação de um filme de reagente que resultasse em uma imagem com contraste e
nitidez adequados.
Entretanto, ao atacar uma amostra com o reagente LePera
modificado III
por 25 s, e
secá-la naturalmente, obteve-se um ótimo resultado. Na Figura 4.32 é possível
verificar o resultado deste ataque. Os contornos, bem como as fases presentes no
Figura 4.30 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=10 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Figura 4.31 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=15 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Artefatos
103
material são facilmente identificáveis. O filme de reagente formado na superfície da
amostra foi homogêneo, o que possibilitou contraste e nitidez à fotomicrografia.
A fotomicrografia apresentada na Figura 4.33 é de uma amostra atacada por
imersão por 30 s e seca naturalmente. Observa-se que o tempo de ataque, nesse caso,
foi excessivo. Não é possível caracterizar o material pela imagem obtida.
Figura 4.32 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=25 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Figura 4.33 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado III
por t=30 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
104
4.4.5 LePera
modificado IV
(Metabissulfito de sódio 2% + Picral 4% - Proporção 1:1)
Para a realização de alguns ataques, variou-se a concentração da solução pré-
preparada de Metabissulfito de sódio, de 1% para 2%.
Os resultados obtidos com ataques por imersão por 5s, 7 s, 10 s, 15 s não foram
satisfatórios, como pode ser evidenciado pelas Figuras 4.34 e 4.37, respectivamente.
Figura 4.34 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=5 s e seca naturalmente. Aumento 1000x.
Figura 4.35 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=7 s e seca naturalmente. Aumento 1000x
105
Os resultados obtidos com ataques por imersão não foram satisfatórios. As
amostras atacadas por 5s e 7s não apresentaram os contornos de grão delineados,
além de que, o contraste entre as tonalidades obtidas na superfície da amostra não
permitiu a distinção das fases presentes.
As fotomicrografias das amostras atacadas por 10s e 15s, por outro lado,
apresentaram coloração que sugere que foram super atacadas.
Figura 4.36 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=10 s e seca naturalmente. Aumento 1000x
Figura 4.37 - Amostra atacada por imersão com LePera
modificado IV
por t=15 s e seca naturalmente. Aumento 1000x
106
4.5 Temperatura e umidade relativa
A temperatura e a umidade relativa do ar foram dois fatores que influenciaram
nos resultados dos ataques realizados, apesar de serem variáveis que não foram
passíveis de serem controladas, apenas monitoradas.
No decorrer da realização da parte experimental deste trabalho, se observou que
esses dois fatores eram importantes, principalmente, quando as amostras depois de
atacadas eram secas naturalmente.
Nesses casos, notou-se que em dias nas quais a temperatura estava elevada
(acima de 26°C) e a umidade relativa do ar baixa (abaixo de 40%), as amostras secas
naturalmente apresentaram melhores resultados, não apresentando manchas e pontos
de oxidação provenientes da secagem e/ou acúmulo de reagente em algumas áreas da
amostra.
Ao contrário, nos dias em que a umidade relativa era elevada, a secagem natural
da amostra era comprometida. Em geral, as amostras apresentaram muitos pontos de
oxidação e manchas, além de o filme formado na superfície da amostra não apresentar
aspecto uniforme.
107
5 CONCLUSÕES
Considerando desenvolver um procedimento metalográfico adequado para
caracterização microestrutural de um aço multifásico (TRIP), utilizando microscopia
óptica, através da avaliação dos principais parâmetros utilizados na preparação
metalográfica, concluiu-se que:
a) Dentre os três modos de secagem analisados (secagem com ar frio forçado
uma distância de 10 cm da amostra, secagem com ar frio forçado a 40 cm da amostra e
secagem natural), o processo que se mostrou mais eficiente foi o modo de secagem
natural, que apresentou maior homogeneidade do filme de reagente formado sobre a
superfície das amostras atacadas.
b) O ataque por imersão apresentou melhor nitidez e contraste quando comparada
às amostras atacadas por esfregamento. O filme de reagente formado sobre a superfície
da amostra é homogêneo, o que possibilita a caracterização do material analisado.
c) As amostras atacadas com o reagente LePera ou LePera
modificado III
sem prévio
pré-ataque apresentaram bons resultados, com os contornos de grãos bem delineados,
além de contraste e nitidez nas imagens obtidas por microscopia óptica. Por outro lado,
as amostras que foram pré-atacadas com Nital 2% mostraram bons resultados com
tempos de ataque inferiores quando comparados às amostras que não foram pré-
atacadas.
d) Dentre os ataques realizados com variações de proporção e concentração das
soluções pré-preparadas do reagente LePera, concluiu-se que os melhores resultados
foram os obtidos com os ataques com os reagentes LePera (Metabissulfito de sódio 1%
+ Picral 4% - Proporção 1:1) e LePera
modificado III
(Metabissulfito de sódio 1% + Picral
2% - Proporção 1:1), por 15s e 25s, respectivamente. As amostras que foram atacadas
com os reagentes LePera
modificado II
e LePera
modificado IV
não apresentaram contraste e tons
que permitissem a identificação das fases presentes no material, além disso, problemas
como distorções da microestrutura, presença de “ghosts” e corrosão localizada foram
identificados quando realizados ataques utilizandoesses reagentes.
Dentre as conclusões deste trabalho, provavelmente os itens (a) e (b) podem ser
aplicados a todos os aços submetidos a tint etching.
108
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Ampliar a gama de materiais estudados, tornando possível a elaboração de
metodologias para caracterização microestrutural, por microscopia óptica, que possa
ser aplicável a diversos aços avançados
Diversificar os ataques químicos realizados, por exemplo, Beraha, Klemm,
solução aquosa de metabissulfito sódio, além de outras técnicas de caracterização,
visando determinar as frações volumétricas das fases presentes por análise de imagens
em microscópio óptico
Utilizar outros recursos para a caracterização microestrutural, como MEV,
microscópio de força atômica,...
109
7 REFERÊNCIAS
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