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Várias espécies de Synadenium são conhecidas, mundialmente, pelo seu uso
como antiinflamatório, anti-cancerígeno e analgésico. Jager et al. (1996) demonstrou
que algumas espécies do gênero Synadenium são potentes inibidores da síntese de
PGs, como por exemplo, a espécie Synadenium cupulare, o que justifica o uso
destas plantas como anti-inflamatório. No centro-oeste, o látex do Synadenium
umbellatum tem sido utilizado popularmente para o tratamento de várias
enfermidades, tais como, alergia, câncer, doença de Chagas, diabetes, gripe,
hemorragias internas, impotência sexual, lepra, obesidade, úlcera nervosa, cólicas
menstruais e dores no corpo (ORTÊNCIO, 1997; HOEHNE, 1946).
A S. umbellatum (popularmente chamado de “cola-nota”, “avelós”,
“milagrosa”, “cancerola”, “leitosa-do-amazonas”) contém látex de cor leitosa com pH
± 5,0, obtido das folhas ou do caule. O látex é empiricamente utilizado na forma de
solução aquosa, como segue: “Colocar 18 gotas do látex em 1 (um) litro de água e
guardar na geladeira. Tomar pela manhã, à tarde e à noite um cálice de licor ou uma
xicarazinha de café. Ou substituir a água pela solução bebendo várias vezes ao dia.
Usar sempre para cura e prevenção” (ORTÊNCIO, 1997).
Revisando a literatura, foram encontrados estudos a cerca da composição do
látex (UZABAKILIHO et al., 1987; MRINALINI et al., 2002) e das atividades
antiinflamatórias de espécies do gênero Synadenium (JÄGER et al., 1996) e da
família Euphorbiaceae, como Emblica officinalis, Mallotus spodocarpus e Phyllantus
sp. (KUPCHAN et al., 1976; SCHRODER et al., 1980; HUBERT et al., 1982; ABO et
al., 1988; XIA, et al., 1997 INTAHPHUAK et al., 2004; PERIANAYAGAM et al.,
2004).
Há, inclusive, relatos de toxicidade dérmica da Synadenium grantii Hoof,
sinonímia da S. umbellatum, cujo látex contem ésteres diterpenos (BAGAVATHI et
al., 1988). Devido a planta ser de uso ornamental, ela pode ocasionar intoxicação
em crianças (SPOERKE et al., 1985). No entanto, estudos acerca das propriedades
toxicológicas sistêmicas do Synadenium umbellatum Pax não foram encontrados.
Além do mais, dentro da família Euphorbiaceae há muitas plantas com
elevada toxicidade. Em levantamento do Centro de Informação Toxicológica de
Goiás (CIT-GO), citado por Cunha (2003), constatou-se que, dentre as 18 espécies
botânicas relatadas como responsáveis por ocorrências de intoxicações por plantas
tóxicas no Estado, cinco delas (28%) pertenciam à família Euphorbiaceae, sendo