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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FRATURA DE PRÓTESES FIXAS
PROVISÓRIAS IMPLANTO-SUPORTADAS VARIANDO O
COMPRIMENTO DO CANTILEVER E O TIPO DE FIBRA: FIBRAS DE
VIDRO E FIBRAS DE POLI(ARAMIDA)
PAOLA DEL ROSARIO COLÁN GUZMÁN
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia
de Bauru da Universidade de São Paulo, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em
Odontologia – Área de Reabilitação Oral.
Bauru
2007
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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FRATURA DE PRÓTESES FIXAS
PROVISÓRIAS IMPLANTO-SUPORTADAS VARIANDO O
COMPRIMENTO DO CANTILEVER E O TIPO DE FIBRA: FIBRAS DE
VIDRO E FIBRAS DE POLI(ARAMIDA)
PAOLA DEL ROSARIO COLÁN GUZMÁN
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia
de Bauru da Universidade de São Paulo, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em
Odontologia – Área de Reabilitação Oral.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Martins Ferreira
Bauru
2007
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Colán Guzmán, Paola del Rosario
C67a Avaliação da resistência à fratura de próteses fixas
provisórias implanto-suportadas variando o comprimento do
cantilever e o tipo de fibra: fibras de vidro e fibras de
poli(aramida) / Paola del Rosario Colán Guzmán. -- Bauru,
2007.
146 p. : il. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) -- Faculdade de Odontologia de
Bauru. Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Martins Ferreira
Autorizo, exclusivamente pra fins acadêmicos e científicos, a
reprodução total ou parcial desta tese, por processo fotocopiadores
e/ou meios eletrônicos.
Assinatura do autor:
Data:
PAOLA DEL ROSARIO COLÁN GUZMÁN
Nascimento 31 de agosto de 1977
Tacna - Perú
Filiação Lucio Alberto Colán Gonzales
Haydeé Leontina Guzmán de Colán
1995 – 2000 Curso de Odontologia
Faculdade de Odontologia.
Universidade Católica de Santa Maria - Perú.
2002 – 2004 Curso de Especialização em Prótese Dentária
Faculdade de Odontologia de Bauru
Universidade de São Paulo - Brasil
2004 – 2005 Professora da Faculdade de Odontologia
Universidade Católica de Santa Maria - Perú
2005 – 2007 Curso de Pós-Graduação em Reabilitação Oral no
nível de Mestrado
Faculdade de Odontologia de Bauru
Universidade de São Paulo - Brasil
Associações Colégio Odontológico del Perú
SBPqO – Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica
APCD – Associação Paulista de Cirurgiões
Dentistas
Dedicatória
À Deus, minha fonte de existência, por estar sempre ao meu lado,
guiando cada passo no meu caminho, obrigada por todas as coisas que
fazes por mim, por fazer de meus dias um eterno aprendizagem.
Sem ti nada sou, mas com você tudo é possível.
À Virgem Maria, minha mãe do céu que nunca me deixa sozinha.
A meus pais Lucio e Haydeé, não existem palavras que o coração
possa expressar todo o amor e admiração que tenho por vocês. Vocês
são minha inspiração, meu exemplo de vida e o tesouro mais valioso
que tenho. Obrigada por todo seu apoio incondicional, por acreditar
sempre em mim, por me incentivar a correr detrás dos meus sonhos,
por compartilhar comigo cada triunfo e cada fracasso. Obrigada
também por todos os seus ensinamentos e por fazer de mim uma
pessoa digna. Todo este tempo longe de vocês, serviu para valorizar a
minha linda família, para valorizar todos os seus esforços inesgotáveis
e todas as suas preocupações por mim. Todas as minhas conquistas
não teriam sentido sem vocês do meu lado.
De coração, muito obrigada por tudo. Amo muito vocês.
A minha irmã Karina, por compartilhar comigo cada sonho, por
fazer suas as minhas preocupações, por torcer e rezar por mim sempre,
você é minha melhor amiga, tenha certeza disso. Mesmo ficando
fisicamente longe por muito tempo, sempre você ficou comigo no meu
coração e nos meus pensamentos. Obrigada por teu carinho sincero,
por as palavras de conforto cada vez que eu preciso e por estar sempre
presente na minha vida.
Amo você irmãzinha.
A meu grande amor, meu melhor amigo e colega de mestrado
Fernando Freitas, por ser essa pessoa especial que entrou na minha
vida para ser parte dela. Por me motivar e ajudar a crescer como
pessoa e profissionalmente e pela sua colaboração na realização deste
trabalho. Obrigada por teu amor, carinho, respeito, apoio
incondicional, cumplicidade, por me ajudar a levantar e segurar
minha mão nos momentos de fraqueza. Compartilhamos tantas coisas
que na minha memória e no meu coração serão inesquecíveis,
agradeço a Deus por ter colocado você no meu caminho.
Obrigada por fazer minha vida muito mais feliz, mais completa.
Te amo coração.
Agradecimentos Especiais
Ao Sr. César Antunes de Freitas, Sra. Deolinda Furtado de Freitas,
Márcia e Vitor, pessoas sinceras, exemplos de dignidade, que sempre
me trataram como parte da família e me fizeram sentir como se
estivesse em casa. Muito obrigada por ter me acolhido todo este tempo
e nunca ter me deixado sozinha, por seu carinho, pelo apoio, pela
preocupação. Vocês são a minha família Brasileira, meu carinho, meu
respeito e meu profundo agradecimento são eternos.
Vocês têm e terão sempre um lugar especial no meu coração.
Agradecimento Especial
Ao Prof. Dr. Paulo Martins Ferreira, pela sua valiosa
orientação, ensinamentos e estímulo constante para a
realização e culminação deste trabalho. Agradeço sua
amizade, sua confiança depositada em mim e sua
disponibilidade em todos os momentos que precisei.
Muito obrigada.
“As escolhas que você fez o trouxeram
para onde você está hoje. Mas as escolhas que você vai
fazer a partir de agora, podem levá-lo para qualquer
lugar onde você quiser ir. Embora você possa sentir-se
preso e sem forças, essa não é a verdadeira situação. Você
pode escolher superar os obstáculos. Você pode escolher
seguir seu sonho.”
Anônimo
Agradecimentos
À Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo,
representada pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Pegoraro, que tornou possível a
concretização do meu sonho profissional.
Aos Membros da Banca examinadora,
Pela disponibilidade e presteza em avaliar a minha tese, partilhando comigo suas
experiências e contribuindo ainda mais para a finalização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Luiz Fernando Pegoraro, homem de grande mérito no âmbito
profissional e pessoal, pela condução de seus ensinamentos e orientações.
A todos os professores do Departamento de Prótese, Milton Carlos Gonçalves
Salvador, José Henrique Rubo, Carlos dos Reis Pereira de Araújo,
Vinícius Carvalho Porto, Wellington Cardoso Bonachela, Lucimar
Falavinha Vieira, Renato Freitas, Accácio Lins do Valle, Gerson
Bonfante, Paulo Conti, por todos os ensinamentos essenciais para a minha
formação profissional.
Ao Prof. Dr. César Freitas, pelo carinho e amizade sincera, pela transmissão de
conhecimentos e conselhos na vida acadêmica e pessoal. Obrigada de coração pela
sua disponibilidade em me ajudar sempre que precisei. Suas lições estarão sempre
comigo. Minha profunda gratidão.
Ao Departamento de Materiais Dentários, lugar aconchegante e com boa
vibração, onde foi possível a realização da parte laboratorial deste trabalho, muito
obrigada aos professores, funcionários e alunos que conformam este digno
departamento por me receber sempre com um sorriso, por me permitir usar as
instalações e aparelhos sempre que precisei. Muito obrigada.
Ao Prof. Dr. José Roberto Pereira Lauris, pela orientação na confecção da
análisis estatística deste trabalho.
Aos meus colegas de mestrado, Luciana, Adrianinha, Rafael, Gabi, Thiago,
Valeria, Daniel B, Dudu, Flora, Daniel, Buda, Ana Paula e Romão, pelo
convívio e amizade.
Aos meus colegas de Doutorado, em especial à Katita e Paty, pela amizade
sincera.
Aos meus colegas veteranos de Mestrado, em especial à Tânia, Lívia e Mikaela,
pela bonita amizade que construímos.
Aos colegas e amigos do Departamento de Materiais Dentários, em especial à
Márcia e Breno, pessoas de alto astral, amigos sinceros dentro e fora da
faculdade, obrigada pelo carinho e amizade sincera.
A todos os colegas de outras áreas, pela alegria de compartilharmos os bons e
difíceis momentos do curso.
A meus amigos brasileiros: José Sergio, Aldry, Raquel, Lili, Henrique e
Miguelito, pessoas especiais que Deus colocou no meu caminho, muito obrigada
pela amizade, pelo carinho e por compartir momentos inesquecíveis.
A todos os meus pacientes, meu afeto e sincera gratidão.
Aos funcionários do Departamento de Prótese, em especial: Claudia, Reivanildo
e Walquiria pela atenção e carinho a mim dispensados em todos os momentos.
Aos funcionários do Departamento de Materiais Dentários, pela gentileza
com que sempre me acolheram, em especial ao Alcides quem me ajudo de
maneira prestativa sempre que precisei. Muito obrigada.
Aos funcionários da Biblioteca pela solicitude e profissionalismo.
Aos funcionários da Pós Graduação da FOB pela atenção e sempre
disponibilidade, em particular a Giane, Letícia, Meg, Eduardo e Hebi.
A CNPq, pelo apoio financeiro essencial para a concretização dessa etapa da
minha vida.
A todos os funcionários da Faculdade de Odontologia de Bauru, que com
gentileza atendem às nossas solicitações.
Às empresas comerciais “Ângelus” e “Neodent”, pela disponibilidade, por
atenderem prontamente meus pedidos e por me facilitar os seus produtos
odontológicos para a confecção deste trabalho. Seu apoio foi fundamental para a
concretização deste trabalho. Muito obrigada.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
deste trabalho.
Muito obrigada.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 23
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 29
3. PROPOSIÇÃO ..................................................................................................... 69
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 73
5 RESULTADOS ...................................................................................................... 97
6 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 103
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 117
ANEXOS ................................................................................................................. 121
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 133
ABSTRACT ............................................................................................................ 145
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Vista oclusal da matriz em aço para a confecção dos espécimes .......... 75
Figura 2 - Vista lateral (vestibular) da matriz em aço, parafusos e chave para fixação
dos análogos ............................................................................................................ 75
Figura 3 - Vista lateral (lingual) da matriz em aço ................................................... 75
Figura 4 - Vista vestibular do enceramento para obtenção da matriz de silicone ... 77
Figura 5 - Vista oclusal do enceramento ................................................................. 77
Figura 6 - Vista interior da parte superior e inferior da matriz de silicone ............... 77
Figura 7 - Vista lateral de matrizes de silicone antes de ser acopladas .................. 77
Figura 8 - Parte superior da matriz de silicone ........................................................ 77
Figura 9 - Parte inferior da matriz de silicone que será articulada com a matriz de
aço ............................................................................................................................ 77
Figura 10 - Articulação da matriz de silicone sobre a matriz de aço ....................... 78
Figura 11 - Análogo, componente protético para confecção do provisório, e parafuso
Neodent
®
.................................................................................................................. 78
Figura 12 - Detalhe da fibra de poli(aramida) Kevlar® Du Pont® .......................... 80
Figura 13 - Detalhe da fibra de vidro Fibrante® Ângelus® - Odontológika Ind. Ltda. . 80
Figura 14 - Vista oclusal do posicionamento das fibras do grupo Kevlar ................ 85
Figura 15 - Vista oclusal do posicionamento das fibras do grupo Fibrante ............. 85
Figura 16 - Vista frontal mostrando o posicionamento das fibras sobre as matrizes
de silicone e metálica ............................................................................................... 85
Figura 17 - Injeção da resina na base da matriz de silicone e sobre as fibras
previamente posicionadas ........................................................................................ 85
Figura 18 - Injeção da resina através do orifício na parte superior da matriz de
silicone até o seu extravasamento ........................................................................... 85
Figura 19 - Extravasamento da resina pelos orifícios superiores da matriz de silicone .. 85
Figura 20 - Disposição das matrizes após a completa inserção da resina, com a
apreensão de suas partes através de uma placa de vidro e um frasco contendo 500g
de chumbo ................................................................................................................ 86
Figura 21 - Vista oclusal do espécime, após a polimerização da resina, simulando
prótese parcial fixa provisória com um cantilever de 21 mm de comprimento ......... 86
Figura 22 - Vista frontal do espécime após a remoção das matrizes utilizadas para a
sua confecção .......................................................................................................... 86
Figura 23 - Vista frontal do espécime após o acabamento com a remoção dos
excessos de resina ................................................................................................... 87
Figura 24 - Vista oclusal do espécime após o acabamento .................................... 87
Figura 25 - Mensuração do espécime após o acabamento: altura do conector ...... 87
Figura 26 - Paquímetro digital padronizando a altura do conector .......................... 87
Figura 27 - Mensuração do espécime após o acabamento: largura do conector .... 87
Figura 28 - Paquímetro digital padronizando a largura do conector ........................ 87
Figura 29 - Vista frontal do espécime colocado na matriz de aço, pronto para ser
submetido ao teste de resistência à fratura .............................................................. 88
Figura 30 - Vista oclusal do espécime colocado na matriz de aço .......................... 88
Figura 31 - Balança com precisão de 0,001 g (Sauter
®
, model K1200, Switzerland)
utilizada para a mensuração da resina ..................................................................... 88
Figura 32 - Balança modelo 2662 fabricada por Sartorius-Werke AG (Göttingen,
Alemanha), com capacidade máxima de 200g e acuidade de 0,0001g utilizada para
a mensuração das fibras .......................................................................................... 88
Figura 33 - Fixação dos provisórios aos seus respectivos análogos. Os parafusos de
fixação receberam torque de 32 N/cm ..................................................................... 91
Figura 34 - Torque de 32 N/cm realizado com torquímetro Neodent
®
- Brasil ........ 91
Figura 35 - Máquina universal de ensaios Kratos
®
(Kratos - Dinamômetros Ltda. São
Paulo – SP), utilizada para os ensaios de resistência à fratura ............................... 91
Figura 36 - Espécime fixado sobre a matriz de teste, com a esfera posicionada a 1,0
mm da extremidade distal da crista marginal do cantilever, para exercer a carga
durante o ensaio de resistência à fratura ................................................................. 91
Figura 37 - Vista frontal mostrando a fratura na região do conector mesial, quando a
carga foi exercida (cantilever 7 mm) ........................................................................ 91
Figura 38 - Vista oclusal mostrando a fratura na região do conector mesial, quando a
carga foi exercida (cantilever 7 mm) ........................................................................ 91
Figura 39 - Detalhe da fratura do tipo Parcial apresentada pelos espécimes do grupo
Fibrante .................................................................................................................... 93
Figura 40 - Detalhe da fratura do tipo Parcial apresentada pelos espécimes do grupo
Kevlar ....................................................................................................................... 93
Figura 41 - Detalhe da fratura do tipo Total Separada apresentada pelos espécimes
do grupo controle (sem reforço) ............................................................................... 93
Figura 42 - Médias dos valores de resistência à fratura (Kgf) dos grupos estudados ..... 98
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Descrição do material de reforço utilizado e divisão dos grupos ............ 79
Tabela 2 - Divisão dos grupos em função dos parâmetros avaliados: comprimento do
cantilever e reforço utilizado ..................................................................................... 80
Tabela 3 - Valores das médias e desvio padrão da resistência à fratura dos grupos
................................................................................................................................... 97
Tabela 4 - Análise de variância (ANOVA) dos resultados da resistência à fratura dos
espécimes ................................................................................................................ 99
Tabela 5 - Comparações individuais obtidas através do Teste de Tukey, com nível de
significância de 0.05 ................................................................................................. 99
Tabela 6 - Ocorrência, em porcentagem, do modo de fratura apresentado pelos
grupos ..................................................................................................................... 100
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
% Por cento
Diâmetro
AgPd Prata- paládio
ASTM Associação Americana para Teste de Materiais
Bis-GMA Resina bis glicol metacrilato
cm Centímetro
CoCr Cobalto-cromo
g gramas
HEMA 2- hidroxietil metacrilato
Kgf Quilograma força
ml mililitro
mm Milímetro
mm/min Milímetro por minuto
MMA Monômero metilmetacrilato
N Newton
N/cm Newton centímetro
Número
O
C Graus Celsius
p Nível de significância
Pd Cu Paládio-cobre
PEMA Poli(etilmetacrilato)
PMMA Poli(metilmetacrilato)
UCLA University of California, Los Angeles
RESUMO
RESUMO
No tratamento reabilitador oral as restaurações provisórias
são de suma importância. A resistência e a longevidade dos materiais utilizados em
sua execução são críticas, principalmente em tratamentos prolongados e em espaços
desdentados extensos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência e o modo de
fratura de espécimes que simularam uma prótese fixa de três elementos variando o
comprimento do cantilever (7, 14 e 21mm), confeccionadas em resina acrílica
poli(metilmetacrilato) (PMMA) autopolimerizável, com e sem reforço em seu interior,
construídos sobre componentes para implantes. Os reforços utilizados foram: fibras de
vidro (Fibrante® - Ângelus®, Londrina, PR, Brasil) e fibras de poli(aramida) (Kevlar® -
Du Pont®, USA). Os grupos foram constituídos de 10 espécimes cada, incluindo um
grupo controle, sem reforço. Os espécimes foram submetidos à carga compressiva
até a fratura. A análise dos resultados (ANOVA, p < 0,05), para o teste de resistência,
mostrou não haver diferença estatística entre os grupos com respeito ao tipo de
reforço, sendo que houve diferença estatística significante no que respeita ao
comprimento do cantilever. Quando o comprimento do cantilever foi de 7mm todos os
grupos apresentaram os valores médios de resistência a fratura, em N,
significativamente maiores que os apresentados pelos grupos com 14 e 21mm de
comprimento. Em relação ao modo de fratura os grupos reforçados apresentaram
fraturas mais favoráveis ao reparo, tendo sido do tipo Parcial.
Palavras-chave: Resinas acrílicas. Restauração Dentária Temporária. Estresse mecânico.
1 INTRODUÇÃO
Introdução 23
1 INTRODUÇÃO
Em qualquer procedimento reabilitador as restaurações
provisórias assumem importância relevante, pois servem como orientação para o
tratamento definitivo. Nesta fase de coroas provisórias são avaliados os problemas
fonéticos; os aspectos funcionais: função, parafunção, deglutição, mastigação,
retenção de alimentos e higienização; os aspectos estéticos: posição dos dentes,
cor, brilho, textura, gengiva, harmonia facial, linha do sorriso, apoio de lábio;
funcionando como protótipo ao redor do qual os tecidos moles podem ser avaliados
e condicionados. As restaurações provisórias devem apresentar: (1) polimento
adequado e adaptação precisa, evitando o acúmulo de placa bacteriana; (2)
desenho adequado para resistir aos esforços mastigatórios sem desgaste ou fratura
evitando a necessidade de consertos ou confecção de outro provisório; (3)
possibilidade de reembasamento, quando na necessidade de reparos e ajustes; (4)
baixo custo e (5) estética aceitável
3
.
Quando o tratamento reabilitador e realizado a través de
implantes osseointegrados, a utilização de restaurações provisórias se faz
necessária por dois motivos principais: a necessidade de um direcionamento
estético da gengiva e a exposição progressiva de implantes à carga funcional
12
.
Em áreas onde a qualidade óssea é questionável e há suspeitas quanto à
longevidade do implante, os provisórios podem servir para “testar” a
osseointegração antes da realização da prótese definitiva. As próteses provisórias
Introdução 24
sobre implantes servem ainda para auxiliar na escolha do pilar ideal (para os
sistemas de duas fases); e para avaliar a remodelação óssea e os tecidos peri-
implantares durante o período final da osseointegração
12, 44
.
Problemas relacionados à disponibilidade de tecido ósseo
para a colocação de implantes osseointegrados, situação econômica ou próprios
conceitos do paciente têm tornado necessário o uso de próteses com extensões em
cantilever.
Em quaisquer estruturas sujeitas as cargas funcionais,
podem ocorrer situações que produzirão sobrecargas e complicações subseqüentes.
O tratamento com implantes osseointegrados implica em uma estrutura baseada em
tecido biológico (osso) e componentes mecânicos (implante e restauração protética).
Sobrecarga neste sistema biomecânico pode ser definida como uma condição onde
forças de mastigação exercem uma torção repetida em parte da estrutura, levando à
perda óssea marginal e/ou falha dos componentes.
O êxito clínico dos implantes é amplamente determinado,
pela maneira como o estresse mecânico é transferido do implante, ao tecido ósseo
circundante, sem gerar forças de grande magnitude, o que poderia colocar em risco
a longevidade do implante e da prótese.
Em próteses implanto-suportadas, as forcas oclusais
concentram-se nas extensões em cantilever e, com isso, há uma maior incidência de
fratura da infra-estrutura, na união entre o implante mais distal e a extremidade
livre
57
.
Introdução 2
5
Os materiais utilizados na confecção das próteses
provisórias devem fornecer uma boa adaptação marginal e conforto; promover
resistência ao deslocamento durante a função; exibirem boa estabilidade
dimensional; não ser poroso; apresentar-se esteticamente aceitável em relação à
escolha de cor; facilidade de manipulação e de reparo; ser relativamente barato; ser
biocompatível. Alguns desses requisitos, assim como a resistência à fratura e rigidez
suficientes para cumprirem a sua função com conforto, são extremadamente
importantes, e muitas vezes ditam o sucesso do tratamento
10
.
A resina poli(metilmetacrilato) (PMMA) tem sido geralmente
eleita para a confecção das restaurações provisórias. Quando estas são exigidas por
um longo tempo e se estendem por vários dentes, com longos vãos, a resistência e
a estabilidade das próteses realizadas com este material, entretanto, se tornam
críticas em função do processo de fadiga que são submetidas através do ciclo
mastigatório ou uma eventual parafunção
26, 27, 38, 58
.
Estas resinas PMMA, por tanto apresentam baixa resistência
à fratura sob a influência de cargas oclusais. Em razão disso, diversos autores
propõem a inclusão de reforços nesses polímeros, tais como fios de aço
11, 20, 34, 54
,
fibras de carbono
14, 27, 47, 54, 60
, fibras de poli(aramida)
1, 6, 23, 34, 47, 54
, fibras de
poli(etileno)
1, 13, 38, 43, 51
, fibras de vidro
1, 23, 24, 25, 32, 47, 52, 53, 54
, fibras de sílica
56
, fibras
de alumínio
17
, bandas ortodônticas
20
e fibras de nylon
23
com a finalidade de
melhorar suas propriedades mecânicas , dentre elas, a resistência flexional e o
módulo de elasticidade, traduzidos pela resistência á fratura e rigidez,
respectivamente
19
.
Introdução 2
6
A capacidade desses reforços baseados em fibras de vidro e
de poli(aramida) (Kevlar
®
) de melhorar as propriedades mecânicas da resina parece
depender, principalmente, da orientação e do arranjo das fibras e da união destas
com a resina. Pesquisas têm sido realizadas para se determinar as variáveis que
comprometem ou influenciam positivamente as propriedades mecânicas das
próteses provisórias reforçadas por essas fibras, com o propósito principal de se
desenvolver tanto materiais quanto técnicas que permitam uma maior longevidade
dessas restaurações.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Revisão de Literatura 29
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância da prótese provisória no tratamento reabilitador implanto-
suportado
Qualquer tipo de tratamento protético exige a confecção de
restaurações provisórias, as quais facilitam a confecção da prótese definitiva e,
conseqüentemente levam-na ao êxito
58
. Durante o uso das próteses provisórias, os
contornos, textura, tipo de conexão e desenho oclusal podem ser modificados, até
se alcançar um estágio de qualidade capaz de satisfazer plenamente as exigências
biomecânicas e estéticas. A prótese provisória deve, portanto, antever o resultado
final, sendo protótipo da prótese definitiva
26
. É conhecido que as restaurações
provisórias apresentam ou trazem algumas desvantagens, principalmente se
permanecerem por um longo período na boca. Podem ocorrer fraturas que se
tornam mais freqüentes à medida que sua permanência na boca é prolongada
33
.
Portanto, dada a sua importância, é imperativo elaborar próteses temporárias com a
mesma diligência com que se trabalham as próteses definitivas dando-lhes as
mesmas características de qualidade
46, 10
.
Assim como no tratamento reabilitador sobre pilares dentais,
o sucesso das restaurações implanto-suportadas é resultado da disciplina e da
Revisão de Literatura 3
0
compreensão na abordagem do diagnóstico e plano de tratamento, da precisão
cirúrgica, dos procedimentos restauradores, bem como da sua contínua
manutenção. O uso prudente e adequado da etapa de transição em que são
utilizadas as próteses provisórias é um fator importante para se atingir o sucesso
clínico e boa aceitação do tratamento protético com implantes pelo paciente
15
. Com
isso, a prótese provisória serve de referencial no planejamento e confecção da
prótese definitiva
31,
As próteses provisórias sobre implantes osseointegrados
ajudam no diagnostico e permitem que a restauração protética seja avaliada no que
se refere ao desenho e contorno. Elas também permitem uma adaptação do
paciente à condição dentada, possibilitando a graduação da força aplicada sobre os
implantes. Segundo Binon
8
, em 1990, o tempo requerido por uma prótese provisória
sobre implantes pode ser comparado ao de uma prótese provisória sobre dentes
naturais. Dependendo da complexidade do caso, é possível confeccionar uma
restauração provisória direta ou indireta, sendo que o ideal é compô-las com
cilindros temporários metálicos (componentes metálicos para provisórios), provendo
resistência adequada por meio de reforços metálicos, de fibras de vidro ou de
polímeros orgânicos
15
.
Revisão de Literatura 31
2.2 Utilização de reforços nas resinas acrílicas para a confecção das próteses
provisórias
Segundo Burns, Beck, Nelson, em 2003
10
, muitas dessas
resinas acrílicas utilizadas para a confecção de restaurações provisórias são
mecanicamente frágeis e pouco resistentes à fratura. A propagação de trincas que
culmina com a fratura desse material é decorrência de sua inadequada resistência
transversa e incapacidade de suportar fadiga por período de tempo mais
prolongado.
Grant; Greener
17
foram autores de um dos primeiros relatos
da utilização de algum tipo de reforço em resinas acrílicas baseadas em PMMA no
universo Odontológico. Realizaram, em 1967, um estudo avaliando a resistência
flexional de resinas acrílicas PMMA auto e termopolimerizáveis quando reforçadas
com fibras à base de alumínio denominadas “sapphire whiskers”. Os autores
submeteram espécimes em forma de barra ao teste de carga de três pontos.
Evidenciaram em seus resultados um aumento considerável da resistência flexional
das resinas acrílicas que continham uma pequena concentração dessas fibras. Os
autores relataram ainda a importância do uso de silano para as propriedades
mecânicas dos compostos reforçados. Descreveram que a aplicação de silano sobre
o reforço aumenta sua atividade superficial deste, permitindo uma melhor
transferência das tensões da matriz de PMMA para as fibras.
Revisão de Literatura 32
Em 1984, Carroll; Von Fraunhofer
11
estudaram o efeito do
uso de fios metálicos de diversos diâmetros, unidirecionais ou trançados, com e sem
dobras circulares em suas extremidades, sobre a resistência flexional de espécimes
em resina acrílica PMMA autopolimerizável. Os fios mediam 0,41; 0,64; 0,91; e 1,30
mm de diâmetro. Foram confeccionados espécimes em forma de barra por meio da
técnica da saturação e os diversos fios foram posicionados no seu terço inferior. De
acordo com os autores, essa localização dos fios permite uma maior resistência do
espécime às forças de tração. Após a realização de um teste de carga de três
pontos para a verificação da resistência flexional das amostras, constatou-se o
aumento significativo na resistência da resina quando esta foi reforçada com fios de
diâmetros a partir de 0,41 mm, com dobra na extremidade. O maior valor médio de
resistência foi encontrado com a utilização do fio de maior diâmetro. Nenhuma
vantagem foi observada na confecção de dobras nas extremidades dos fios.
Observou-se, por fim, que o uso dos fios trançados aumentou a resistência, tendo
sido, entretanto, um aumento clinicamente questionável.
Em 1990, Berrong, Weed, Young
6
, relataram que as resinas
PMMA tem sido aplicadas com sucesso em varias áreas da Odontologia. São
materiais de fácil manipulação, porém, com algumas propriedades mecânicas
limitadas. Sustentaram que as áreas críticas de próteses realizadas com essas
resinas, como as regiões de pouca espessura devem ser reforçadas prevenindo
fraturas. Os autores elaboraram um estudo para avaliar o efeito de diversas
concentrações, em peso, de fibras à base de poli(aramida) na resistência ao impacto
de espécimes confeccionados em resina acrílica PMMA termo-polimerizável.
Revisão de Literatura 33
Nos espécimes com fibras nas concentrações de 1% e 2%
as fraturas foram em “galho verde” mantendo os dois fragmentos unidos. Todas as
amostras reforçadas foram significantemente mais resistentes que o grupo controle
não reforçado, sendo que, quanto maior concentração da fibra, maior foi a
resistência ao impacto. Segundo os autores, tal material composto de fibras
sintéticas de poli(aramida), tem sido indicado para restaurações dentárias onde a
resistência é essencial. Essas fibras têm maiores valores de módulo de elasticidade
e resistência à tração que o aço, e por isso tem sido empregadas na fabricação de
vestimentas à prova de bala, pneus automotivos, mastros de embarcações e partes
de aeronaves.
Henry; Bishop; Purt
21
, em 1990, destacaram que os
materiais indicados para a confecção de próteses provisórias estão sempre sujeitos
à fadiga e à fratura, particularmente em regiões com espessuras menores e sob
efeito de maiores cargas oclusais. Os autores citaram que o método usual de se
reforçar essas próteses com fios e malhas metálicas normalmente resulta em
sobrecontorno da restauração, dificultando a sua utilização. Ao contrário, defendem
o uso de fibras baseadas em polímeros de alto peso molecular como fator de
redução do risco de fraturas e falhas das restaurações em resina, principalmente
quando utilizadas por longos períodos. Os autores executaram testes de resistência
à tração e de resistência flexional em alguns materiais utilizados para confecção de
próteses provisórias, incluindo uma resina PMMA autopolimerizável, contendo fibras
de poli(etileno). Em ambos os ensaios, testou-se o tratamento dessas fibras com
silano. A inclusão de fibras de poli(etileno) silanizadas do tipo longa e unidirecional
Revisão de Literatura 34
resultou em espécimes mais resistentes à tração e à flexão. O uso de fibras não
silanizadas, porém, diminuiu essas propriedades. Os autores afirmaram que a
silanização provoca uma adesão química entre as fibras e a matriz resinosa
reduzindo o micro-deslizamento entre elas e, portanto, minimiza a propagação de
micro-trincas que, futuramente, podem acarretar numa fratura de todo o conjunto.
Dixon, Breeding
13
, em 1992, ressaltaram o uso crescente de
vários tipos de reforço de resinas baseadas em PMMA. Relataram, contudo, que as
fibras de carbono e as de poli(aramida), apesar de sua eficiência comprovada sobre
as propriedades mecânicas da resina PMMA, não podem ser usadas em áreas
estéticas, a primeira por sua coloração negra e a segunda por sua coloração
amarelada. Os autores investigaram a resistência flexional de três resinas acrílicas
utilizadas para a confecção de bases de próteses totais quando reforçadas com
fibras de poli(etileno). Utilizaram uma resina de alta resistência ao impacto, uma
resina termo-ativada de polimerização rápida e uma resina foto-polimerizável.
Encontraram em seus resultados que a incorporação das fibras de poli(etileno)
aumento significativamente a resistência flexional somente da resina
fotopolimerizável.
Vallittu, Lassila
54
, em 1992, declararam que a resina PMMA
é freqüentemente reforçada com diferentes tipos de fios metálicos e com fibras de
carbono. O uso das fibras de carbono, entretanto, é limitado esteticamente pela sua
coloração negra. Relataram que por essa razão deve-se utilizar reforços que
forneçam uma estética mais apropriada, como as fibras de vidro e as de
poli(aramida).
Revisão de Literatura 3
5
Os autores usaram fios metálicos semicirculares, fios
metálicos achatados e trançados, fios metálicos cilíndricos de 1,0 mm de diâmetro e
uma malha metálica, todos esses, lisos ou jateados com óxido de alumínio, além
disso, utilizaram fibras de vidro contínuas e trançadas, fibras trançadas de carbono e
fibras trançadas de poli(aramida), com e sem tratamento superficial com silano.
Testaram a eficiência de todos esses reforços na resistência flexional de uma resina
PMMA através de um teste de carga de três pontos.
Observaram que todos os fios metálicos aumentaram
significativamente a resistência à flexão dos espécimes, porém, não houve diferencia
estatística entre os lisos e os jateados. A malha metálica, contrariamente, não
apresentou boas propriedades mecânicas. Com relação às fibras, todas elas
reforçaram os espécimes em resina com exceção das fibras de vidro não silanizadas
que, ao contrário, diminuíram levemente sua resistência à flexão. As fibras
posicionadas de maneira perpendicular ou diagonal à carga não resultaram em
diferença nesta resistência. Por fim, concluíam que nenhuma das fibras estudadas
teve um efeito tão favorável na resistência à flexão quanto os fios metálicos.
Vallittu
47
, em 1993, argumentou que a resistência à flexão
das próteses provisórias reforçadas com fibras depende da adesão entre a matriz da
resina acrílica e a fibra utilizada, e que essa adesão poderia ser melhorada por meio
de tratamento dessas fibras com compostos de silano. O autor pesquisou o efeito do
uso de duas fórmulas de silano, A174 e AP133, na adesão entre diferentes tipos de
fibras e uma resina à base de PMMA. Realizou-se o teste de resistência flexional em
espécimes em forma de barra, reforçados por fibras de vidro, carbono e
Revisão de Literatura 3
6
poli(aramida), todas unidirecionais. Evidenciou-se que somente o composto A174
aumentou significativamente a adesão entre a resina e as fibras de vidro e
poli(aramida), porém nenhum dos tipos de silano causou efeito relevante na união
entre as fibras de carbono e a resina.
Powell et al.
34
, em 1994, relataram que as próteses
provisórias devem ter, entre outras características, resistência mecânica aos
esforços mastigatórios, já que em algumas circunstâncias são utilizadas por alguns
meses durante o tratamento protético reabilitador. Elaboraram um estudo utilizando
próteses fixas provisórias em PMMA reforçadas com fio de aço de 0,9 mm de
diâmetro, fibras de poli(aramida) (Kevlar) além de um grupo sem reforço. Avaliaram
a rigidez inicial, a carga no momento da fratura inicial e a unidade de tenacidade,
esta última descrita pelos autores como a energia armazenada pela viga da prótese
após ter sofrido uma deflexão de 1,0 mm. Observou-se que as próteses provisórias
com reforços em configuração de “V” - acompanhando a inclinação da própria
prótese e, com isso, mantendo-se o mais inferiormente possível - exibiram maior
rigidez. O grupo reforçado com o fio 0,9 apresentou rigidez significativamente maior.
Não houve diferença estatística entre os valores da carga gerada na primeira fratura.
Os autores justificaram os resultados baseando-se na “Lei de flexão das vigas“.
Segundo os autores, a referida lei declara que quando uma viga está sob ação de
uma carga compressiva no centro e eqüidistante entre dois pontos de suporte, a
força aplicada induz tensão de compressão na região superior e tensão de tração na
região inferior. Os reforços utilizados nas resinas odontológicas são mais eficientes
quando posicionados fora do eixo neutro no interior da prótese, o mais inferiormente
Revisão de Literatura 3
7
possível em relação ao centro. Freqüentemente a fratura tem início no lado de
tração, por isso, os espécimes cujos reforços foram posicionados na região mais
inferior apresentaram maior resistência à fratura do que aqueles cujos reforços
situavam-se mais próximos à superfície oclusal.
Vallittu; Lassila; Lappalainen
55
, em 1994, citam que as fibras
para reforço deveriam ser utilizadas com o propósito de aumentar a resistência
flexional e a rigidez dos materiais poliméricos. Os autores defendem que uma ótima
adesão entre as fibras e a matriz do polímero é essencial para o aumento da
resistência mecânica. Essa adesão, por sua vez, pode ser conseguida e aumentada
pelo uso de um composto de silano. A fim de se compreender o efeito da quantidade
de fibras sobre a resistência dos polímeros utilizados em Odontologia, os autores
estudaram a resistência flexional de espécimes confeccionados em resina acrílica
PMMA termo-polimerizável reforçados com fibras de vidro, fibras de poli(aramida) e
fibras de carbono, todas unidirecionais. As fibras foram inseridas no centro do
espécime, no sentido vertical, utilizando três concentrações em peso, a depender do
tipo de reforço. Os autores observaram em seus resultados, que a incorporação de
qualquer uma dessas fibras na resina acrílica aumentou estatisticamente sua
resistência à flexão, sendo que esse aumento foi diretamente proporcional à
concentração das mesmas. Não foram encontradas diferenças significativas entre os
tipos de reforços. Evidenciou-se, porém, a presença de bolhas na interface fibra-
resina onde se localizou a fratura. Os autores atribuíram a presença dessas bolhas à
contração de polimerização do monômero metilmetacrilato no qual as fibras foram
Revisão de Literatura 3
8
imersas antes de sua incorporação à massa da resina acrílica, que é de cerca de
20% contra 8% do polímero PMMA.
Vallittu
48
, ainda em 1994, dando continuidade ao trabalho
anterior, pesquisou a influência da imersão prévia das fibras em monômero sobre a
resistência flexional do espécime em resina acrílica. O autor questionou,
inicialmente, se a diferencia de contração de polimerização entre a resina mais
fluida, em contato direto com as fibras, e a resina que compõe o restante do
provisório provocaria uma redução da resistência flexional do espécime. As fibras
foram silanizadas e tratadas, antes da confecção do corpo de prova, de duas
maneiras: imersão no monômero ou numa mistura polímero/monômero. Concluiu-se
que, diminuindo a contração de polimerização da resina que fica em contato com as
fibras, aumenta-se a resistência à flexão do corpo de prova. Essa contração pode
ser amenizada pela imersão das fibras numa mistura de polímero/monômero,
variando-se a proporção em peso (de 3:8 a 10:8), antes da polimerização do
espécime. Por fim, observou-se que a imersão em uma mistura polímero/monômero
fornece uma camada mais espessa de resina na superfície da fibra de vidro do que a
imersão em monômero apenas.
Vallittu
49
, em 1995, elaborou um estudo para estabelecer a
relação entre o tempo de polimerização e a resistência flexional de espécimes em
resina acrílica PMMA termo-polimerizável reforçadas com fibras de vidro
unidirecionais e silanizadas. Comparou-se a resistência flexional após processos de
polimerização de 45 minutos, 2, 6 e 12 horas, a 80º C e após processos de 6 e 12
horas, com imersão dos espécimes em água fervente durante os 30 minutos finais.
Revisão de Literatura 39
Averiguaram-se também as causas e efeitos dos espaços vazios internos nos corpos
de prova reforçados. Dentro do mesmo grupo, com e sem reforço, a resistência não
variou significativamente em relação ao tempo de polimerização. Também não
houve relação entre a presença de bolhas de ar entre as fibras e a resistência
flexional, fortalecendo a hipótese, de que a resistência flexional é influenciada
principalmente pelo contato entre a superfície das fibras e a matriz resinosa, e não
pelo contato entre as fibras.
Hazelton et al.
20
, em 1995, refere que a resina acrílica
PMMA tem sido o material de escolha para a realização de próteses provisórias.
Vários materiais e técnicas de reforço têm sido sugeridos. Os autores acrescentam
que reforços realizados através de estruturas metálicas fundidas implicam em maior
custo e tempo de confecção. Investigaram o efeito de algumas variáveis
experimentais sobre o desempenho de próteses provisórias em PMMA
autopolimerizável, com distância inter-pilares de 23,0 mm: 1) prótese reforçada com
fio ortodôntico 0,8 mm de diâmetro e 2) prótese reforçada com uma fita metálica
para confecção de bandas ortodônticas. Avaliou-se a carga quando foi perdido o
selamento marginal do cimento nos pilares mesial e distal, além de registrarem a
rigidez e a carga no momento da fratura destas próteses. Observou-se que as
próteses reforçadas com as matrizes metálicas foram estatisticamente mais rígidas e
necessitaram de maior carga para perder o selamento marginal nos pilares.
Nenhuma diferença significativa foi notada na resistência à fratura entre as próteses
com e sem reforço, entretanto, os autores relataram que os reforços mantiveram as
Revisão de Literatura 4
0
duas peças fraturadas contíguas. Clinicamente, isso reduziria o risco de perda,
ingestão ou aspiração da prótese provisória.
Segundo Samadzadeh et al.
38
, em 1997, os materiais
restauradores provisórios geralmente exibem baixa resistência à fratura,
especialmente em casos de próteses com vãos extensos, de longa duração,
localizadas em áreas de maior estresse mastigatório ou em pacientes que
apresentam bruxismo. Porém, com a utilização de fibras de diversas composições e
desenhos, tem-se aumentado a resistência desses materiais. Os autores avaliaram o
efeito do uso de uma fibra trançada à base de poli(etileno) tratada com plasma sobre
a resistência à fratura de corpos de prova simulando próteses provisórias com vãos
de 22 mm. Os corpos de prova foram confeccionados em PMMA autopolimerizável e
em um material restaurador provisório de polimerização dual à base de Bis-GMA. Os
tipos de fratura foram analisados e classificados da seguinte forma: (a) parcial,
quando a região de conexão da prótese permaneceu intacta e uma porção vestibular
ou lingual do pôntico fraturou, separando-se da prótese; (b) não separada, quando
houve fratura de um ou ambos os conectores, porém, o conjunto permaneceu unido
pela fibra que não se fraturou e (c) catastrófica, quando o pôntico sofreu uma fratura
dividindo-o em várias partes que se separaram da prótese. Ao final, verificou-se que
o reforço de poli(etileno) aumentou significantemente a resistência à fratura das
próteses confeccionadas no material Bis-GMA. No grupo confeccionado com resina
acrílica PMMA autopolimerizável, o reforço não conferiu aumento estatisticamente
significativo dessa resistência. Todavia, os autores enfatizam que, em ambos os
Revisão de Literatura 41
grupos reforçados, o modo de fratura foi mais favorável, ou seja, do tipo parcial ou
não separada.
Vallittu
50
, ainda em 1997, apresentou resultados preliminares
de um estudo clínico que avaliou a utilizão de fibras de vidro unidirecionais e
silanizadas no reparo das bases de doze próteses totais e dez próteses parciais
removíveis. A avaliação foi feita após 13 meses de uso, em média. Muitas das
próteses utilizadas nesse estudo já tinham história de fratura recorrente de sua base
em PMMA. Houve recorrência da mesma fratura somente em duas próteses. Em
outras seis, as fraturas ocorreram em novas posições. Com base nesses resultados
o autor suporta o uso dessas fibras no reparo de próteses removíveis, totais ou
parciais, observando cuidadosamente as áreas de maior tensão, nas quais elas
devem ser inseridas. O autor finaliza relatando que, apesar dos resultados serem
promissores, há necessidade de uma avaliação mais longa.
Vallittu
51
, em 1997, estudou a influência da inclusão de fibras
trançadas de poli(etileno) de alto peso molecular, tratadas com gás de plasma, sobre
a resistência flexional de espécimes em resina acrílica PMMA autopolimerizável. As
fibras, em uma ou duas camadas, foram inseridas no terço inferior dos corpos e o
ensaio realizado foi um teste compressivo de carga de três pontos. Os resultados
evidenciaram uma melhora, embora modesta, na resistência flexional dos
espécimes. Baseado na análise microscópica eletrônica de varredura dos espécimes
fraturados, o autor atribuiu o pequeno aumento na resistência dos espécimes à falta
de união adequada entre a matriz resinosa e a fibra.
Revisão de Literatura 42
Miettinen; Vallittu
29
, em 1997, relataram que a resina acrílica
PMMA tem sido utilizada como matriz polimérica para compostos reforçados com
fibras. O uso dessa resina, entretanto, apresenta alguns problemas, já que uma das
dificuldades encontradas é a inadequada impregnação das fibras pela matriz de
PMMA. A efetiva impregnação das fibras permitiria um contato mais íntimo com a
matriz aumentando a resistência do composto. Um dos mecanismos para melhorar a
adesão entre as fibras e o PMMA é a aplicação de uma solução fluida de PMMA-
MMA sobre a fibra ou sua imersão em monômero MMA. Essas duas técnicas,
porém, aumentam a quantidade de monômero residual e a sua conseqüente
liberação do composto resina-fibra. Com a proposta de estudar esse problema, os
autores realizaram uma pesquisa para determinar a liberação de monômero MMA
residual em água, por espécimes em resinas acrílicas PMMA auto e
termopolimerizáveis, com e sem a adição de reforço à base de fibras de vidro.
Utilizou-se barras com fibras de vidro contínuas, unidirecionais e silanizadas,
umedecidas com cerca de 10 gotas de monômero antes de sua incorporação à
resina. As amostras em resina termo-ativada foram imersas em água fervente por 45
minutos, enquanto os espécimes em resina autopolimerizável foram polimerizados
sob pressão e temperatura de 45º C, durante 10, 30 e 60 minutos. O ciclo de
polimerização foi determinante no conteúdo de monômero residual liberado. Um
menor tempo de polimerização resultou em uma maior liberação desse monômero.
Nos espécimes reforçados obtidos com a resina ativada quimicamente, a quantidade
de monômero residual foi semelhante àqueles sem reforço, entretanto a liberação de
monômero nas amostras termo-ativadas, com e sem reforço, foi significantemente
menor que as autopolimerizáveis.
Revisão de Literatura 43
De acordo com Vallittu
52
, em 1998, a utilização de fibras
como reforço dos polímeros odontológicos tem fornecido melhores resultados
mecânicos do que os fios metálicos. Determinou-se resistência à fratura de corpos
de prova semelhantes a próteses provisórias de três unidades com vãos de 10,0
mm, sendo dois pilares e um pôntico, quando reforçados apenas com fibras de vidro
unidirecionais ou associadas à forma trançada. Utilizou-se uma mistura de pó da
resina PMMA e líquido do monômero n-butilmetacrilato, e as fibras foram distribuídas
de três formas: uma, duas ou três fibras unidirecionais. Foram também
confeccionados espécimes contendo três fibras unidirecionais e uma trançada. A
vantagem das fibras empregadas nesse estudo seria a sua pré-impregnação com
um monômero que possibilita maior adesão à matriz polimérica. Os corpos de prova
foram submetidos a um teste compressivo de carga de três pontos. Observou-se que
a adição das fibras aumentou significativamente a resistência à fratura das próteses,
embora, segundo o autor, o posicionamento das fibras não tenha sido o ideal, ou
seja, não foram inseridas na sua parte inferior onde se concentraram as tensões de
tração. Por fim, o uso da fibra trançada próxima aos pilares aumentou a resistência
dos retentores.
Em 1998, Stipho
42
mencionou os diversos tipos de fibras
utilizados com a finalidade de melhorar as propriedades mecânicas das resinas à
base de PMMA utilizadas em próteses provisórias. Segundo o autor, as fibras de
poli(aramida) e carbono são reforços eficazes, porém não fornecem uma boa
estética, assim como os fios e malhas metálicas, que normalmente exigem um
sobrecontorno em regiões menos espessas da prótese. As fibras de poli(etileno),
Revisão de Literatura 44
apesar de fornecerem características estéticas ao composto reforçado, não são
práticas, exigindo cuidados na sua manipulação. Por outro lado, defendeu que as
fibras de vidro apresentam maior potencial como reforço das restaurações
provisórias. O autor procurou estudar o efeito de diversas concentrações de fibras de
vidro na forma de pequenos feixes, nas propriedades mecânicas de uma resina
autopolimerizável à base de PMMA. Avaliou-se a resistência flexional, a deformação
e o módulo de elasticidade dos espécimes em resina, variando a concentração em
peso (1%, 2%, 5%, 10% e 15%) das fibras na sua mistura. Encontrou-se um
aumento significativo na resistência flexional dos grupos reforçados com as
concentrações de 1% e 2% de fibras, ao passo que, maiores concentrações
provocaram diminuição dessa resistência. Além disso, a deformação no momento da
fratura foi estatisticamente maior no grupo com a concentração de 1%. O autor
finalizou ratificando que altas concentrações de fibras de vidro incorporadas à
mistura da resina resultam na perda de homogeneidade e aumento da porosidade,
provocando a redução de sua resistência.
Vallittu; Ruyter; Ekstrand
56
, em 1998, determinaram as
propriedades flexionais de dois polímeros à base de PMMA, um auto e outro
termopolimerizável, quando reforçados com fibras de vidro contínuas ou com fibras
de sílica, em função do tempo de armazenamento em água. Espécimes em forma de
barra foram submetidos a um teste de carga de três pontos para avaliação do limite
da resistência flexional à fratura, após a imersão em água destilada, durante 2, 4,
12, 24 e 48 semanas. Em seus resultados, observou-se que o armazenamento em
água diminuiu significativamente a resistência flexional dos espécimes sem reforço,
Revisão de Literatura 4
5
evidenciando o efeito plastificante resultado da interação das moléculas de água
com a estrutura do polímero. A resistência flexional também decresceu nos
espécimes reforçados, tanto com as fibras de vidro quanto com as de sílica, tendo
que os reforçados com fibras de sílica sofreram maior redução de resistência.
Verificou-se ainda que a adesão entre as fibras e a matriz da resina diminuiu com a
imersão em água, porém os espécimes reforçados com fibras de vidro sofreram
menor redução na adesão. Os autores explicaram que as regiões das fibras que não
sofreram uma boa impregnação pela resina causaram porosidades que,
provavelmente, aumentaram a absorção de água levando à diminuição da
resistência flexional, sendo que as fibras de sílica apresentaram-se menos
impregnadas pela resina do que as fibras de vidro.
Vallittu
53
, em 1999, relatou que a resistência flexional dos
polímeros à base de PMMA usados em próteses provisórias pode ser ligeiramente
aumentada pelo uso de reforços metálicos, entretanto, a influência desses reforços
sobre a resistência à fadiga é questionável. As fibras de vidro, por sua vez, podem
oferecer tanto características estéticas quanto melhores propriedades mecânicas,
incluindo aumento da resistência à fadiga. Um dos requisitos para a eficiência
dessas fibras é que elas mantenham uma ótima união com a matriz do polímero
PMMA. A boa impregnação das fibras, portanto, concorre pelo aumento dessa
adesão. Motivado por essa afirmativa, o autor pesquisou a resistência à flexão de
polímeros à base de PMMA auto e termopolimerizáveis utilizados para a confecção
de bases de próteses totais e fixas provisórias, quando reforçados com um sistema
de fibras de vidro unidirecionais e trançadas, pré-impregnadas com um polímero
Revisão de Literatura 4
6
poroso. A impregnação presente na superfície das fibras facilita o molhamento pela
mistura polímero/monômero. Esse molhamento leva à plastificação, por dissolução,
da camada de polímero poroso. Após a obtenção dos espécimes, segundo as
normas ISO, realizou-se o teste de carga de três pontos. Observou que ambos os
reforços aumentaram significativamente a resistência flexional dos polímeros
estudados. A resistência encontrada com as fibras unidirecionais foi maior que a
oferecida pelas fibras trançadas. A análise microscópica eletrônica, por fim,
evidenciou que ambas as fibras foram bem impregnadas pela matriz do polímero
utilizado.
Uzun; Hersek; Tinçer
45
, em 1999, compararam o efeito de
cinco tipos de reforços sobre a resistência flexional de espécimes confeccionados
com uma resina à base de PMMA termopolimerizável. Os corpos de prova foram
reforçados com fibras entrelaçadas à base de vidro, de carbono, de poli(aramida)
(delgada e espessa) e de poli(etileno). Nenhuma das fibras melhorou
estatisticamente essa propriedade em relação ao grupo controle.
Nohrström; Vallittu; Yli-Urpo
32
, em 2000, defenderam que a
qualidade das próteses parciais fixas provisórias depende de uma boa integridade
marginal, adequada rigidez e resistência suficiente para resistir às cargas
mastigatórias. A rigidez e a resistência são resultados do tipo de polímero e do
possível tipo de reforço utilizado. Os autores concordaram que os polímeros mais
utilizados são baseados em PMMA ou em uma variação do mesmo. No que diz
respeito aos reforços, explicaram que as fibras de poli(etileno) apresentam a
desvantagem de não permitir uma boa adesão entre a matriz polimérica e sua
Revisão de Literatura 4
7
superfície. As fibras de vidro, ao contrário, por possibilitarem a sua silanização
apresentam uma boa adesão com a matriz de PMMA, aumentando seu potencial de
reforço desses materiais. Os autores, sustentados por essas informações,
estudaram a influência da posição e do número de fibras de vidro com arranjos
unidirecionais ou entrelaçados, na resistência à fratura de próteses provisórias
confeccionadas com uma mistura do polímero PEMA e o monômero n-
butilmetacrilato. Avaliou-se, além disso, a influência da distância entre os pilares
sobre a resistência e o posicionamento das fibras: na superfície oclusal dos preparos
dos pilares, na superfície inferior do pôntico e em ambas as posições. Foram
confeccionadas próteses com vãos de 10,0, 17,0 e 19,5 mm. Os autores concluíram
que a utilização de fibras posicionadas na parte inferior do pôntico, associadas a um
primeiro reforço localizado próximo à superfície oclusal dos pilares, aumentou a
resistência à fratura dos corpos de prova. A eficiência dos reforços foi mais evidente
quando se utilizaram próteses com vãos mais extensos.
Lastumäki, Lassila, Vallittu
28
, em 2001, defenderam que é
necessário se reforçar os polímeros utilizados na Odontologia, em função de suas
propriedades mecânicas inadequadas, tais como a resistência à flexão e a rigidez.
Avaliaram as propriedades mecânicas de uma resina à base de poli(amida)
reforçada com fibras de vidro, indicada para a confecção de próteses parciais fixas
em resina, quando armazenada por 3 meses em água ou ambiente seco. Utilizaram
espécimes retangulares em forma de barra que foram submetidos a um teste de
carga de três pontos para registro da resistência flexional e do módulo de
elasticidade. Observaram que o armazenamento em água diminuiu
Revisão de Literatura 4
8
significativamente ambas as propriedades estudadas. A absorção de água, segundo
os autores, pela resina poli(amida) pode resultar em uma hidrólise de sua cadeia
polimérica, aumentando a degradação da superfície das fibras, e promovendo um
efeito plastificante da matriz da resina.
Segundo Bae et al
1
, em 2001, a maneira como as fibras
participam do aumento da resistência à fratura de uma resina é dependente da
composição dessa fibra, de sua orientação, concentração em peso, e de sua adesão
com a matriz resinosa. O efeito de diversos reforços, com diferentes composições e
desenhos, com e sem pré-impregnação de sua superfície, na resistência flexional e
no módulo de elasticidade de uma resina composta, foi objeto de seu estudo.
Utilizaram uma fibra de poli(etileno), uma fibra de poli(aramida) ou Kevlar e três
fibras de vidro. Do total, apenas duas fibras foram pré-impregnadas com uma matriz
Bis-GMA. Os reforços foram posicionados no terço inferior dos espécimes em forma
de barra, que após 24 horas de sua confecção e imersos em água destilada, foram
submetidos a um teste de carga de três pontos. Em seus resultados, observaram
que em relação ao módulo de elasticidade, ou seja, a sua rigidez, uma das fibras de
vidro pré-impregnadas e as fibras de poli(aramida) geraram valores maiores que as
demais. O uso da fibra de poli(etileno), por sua vez, mostrou uma diminuição dessa
propriedade quando comparado ao grupo controle, sem reforço. No que diz respeito
à resistência flexional, as fibras de poli(aramida) resultaram nas maiores médias,
seguidas das fibras de vidro. Os autores discutem que quando uma resina reforçada
com fibras é utilizada na confecção de uma prótese parcial fixa em regiões de maior
estresse mastigatório, deve ser recomendado um material com alta resistência à
Revisão de Literatura 49
flexão e alto módulo de elasticidade. As fibras de poli(aramida) e as fibras de vidro
parecem ser materiais recomendados para esse fim. Os resultados, entretanto,
obtidos através de um teste estático têm uma aplicabilidade limitada à área clinica
em função do modo como a força é aplicada. Por fim, sugerem mais estudos,
incluindo os testes de fadiga.
John, Gangadahar, Shah
23
, em 2001, realizaram um estudo
para determinar se a resistência flexional de uma resina PMMA autopolimerizável
para base de dentadura poderia ser melhorada por meio do reforço com três tipos de
fibras. Foram preparados dez espécimes de dimensões similares para cada um dos
quatro grupos experimentais: (controle) resina acrílica convencional; grupo de resina
acrílica reforçada com fibras de vidro; grupo de resina acrílica reforçada com
poli(aramida) e grupo de resina acrílica reforçada com fibras de nylon. O teste de
resistência flexional foi realizado através de um teste de carga de três pontos. O
grupo reforçado com fibras de vidro apresentou valores significativamente maiores
de resistência flexional, seguido pelos grupos reforçados com poli(aramida), com
nylon e pelo grupo sem reforço (controle), não havendo diferença entre os dois
últimos grupos. Os autores concluíram que o reforço da resina para base de
dentadura com fibras de vidro, poli(aramida) ou nylon aumenta a sua resistência
flexional. O tipo de fibra mais indicado depende do tipo de prótese a ser
confeccionada. As fibras de vidro e poli(aramida) parecem ser adequadas para uso
em próteses totais e extensões distais de próteses parciais removíveis. O reforço
com fibra de vidro também parece prevenir fraturas em próteses fixas provisórias
devido ao aumento da resistência na área dos conectores.
Revisão de Literatura 5
0
Bastos, Ferreira
2
, em 2003, estudaram o efeito de diversos
reforços sobre a resistência flexional e o tipo de fratura de uma resina PMMA
autopolimerizável indicada para a confecção de próteses provisórias, por meio de
um teste de carga de três pontos estabelecido pela norma ISO nº. 10477. A análise
estatística mostrou que os grupos reforçados com fio metálico de Ø 0,7 mm, fibra de
vidro trançada impregnada e fibra de poli(etileno) tratada superficialmente com
plasma aumentaram significativamente a resistência flexional. Os grupos reforçados
com fibra de vidro unidirecional e com fio de amarrilho metálico trançado não
influenciaram essa propriedade. As fraturas dos espécimes reforçados foram
consideradas mais favoráveis ocorrendo de forma predominante os tipos Ausente e
Parcial.
Keyf, Uzun e Mutlu
24
, em 2003, avaliaram a resistência
transversal de uma resina PMMA autopolimerizável reforçada com fibra de vidro
submetida a dois tipos de tratamento superficiais. Foram empregados dois tipos
diferentes de agentes de modificação química para criar uma superfície mais
hidrofílica nas fibras de vidro: o HEMA e o ar atmosférico. Os espécimes foram
armazenados em água destilada à temperatura ambiente e testados 24 horas depois
de sua confecção por meio de um teste de carga de três pontos. Encontraram
diferenças estatisticamente significativas entre os grupo quanto à resistência
flexional. O grupo reforçado com fibras de vidro tratadas com HEMA obteve valores
significativamente maiores que grupo sem reforço. Os autores concluíram que o
tratamento da fibra pode aumentar sua energia de superfície por meio da
modificação química dessa superfície. O tratamento de superfície é um gás
Revisão de Literatura 51
parcialmente ionizado que contém íons, elétrons e outras espécies neutrais com
muitos níveis de energia. Quando energizados por um campo elétrico, radicais livres,
íons e átomos são formados e podem interagir com as superfícies sólidas que sejam
colocadas no plasma. Isso resulta em modificações da química da superfície do
sólido, nesse caso, da fibra de vidro. O aumento da energia de superfície é
responsável pela maior reatividade química e compatibilidade com outros materiais.
Assim, os tratamentos com monômero HEMA e ar atmosférico aumentaram a
resistência flexional de espécimes em resina PMMA. As fibras sem tratamento agem
como corpos incluídos na resina acrílica e, ao invés de lhe conferir resistência,
enfraquecem-na, por quebrarem sua homogeneidade.
Kim, Watts
25
, em 2004, examinaram o efeito da inclusão de
uma fibra de vidro e do armazenamento em água sobre a tenacidade à fratura
de
resinas para restaurações provisórias. Os autores empregaram quatro resinas: três
baseadas em polímeros de dimetacrilato e uma à base de monometacrilato. Foram
utilizados espécimes em forma de barra com entalhes na sua parte inferior. Os
valores de tenacidade à fratura do grupo reforçado foram significativamente
superiores aos do grupo controle (não reforçado). Da mesma forma que no grupo
não reforçado, o armazenamento em água ocasionou uma pequena e gradual
redução na resistência à tenacidade dos grupos reforçados, porém sem
significância. Os autores concluíram que a tenacidade à fratura das resinas
utilizadas em seu estudo aumentou significativamente quando as mesmas foram
reforçadas com fibras de vidro unidirecionais. O desempenho desses materiais
Revisão de Literatura 52
reforçados mostrou-se satisfatório mesmo após o armazenamento em água por até
dois meses.
Hamza et al.
18
, 2004, consideram que as fraturas nas
restaurações provisórias, especialmente nas próteses parciais fixas de vãos longos
ou submetidos a maiores cargas oclusais são um importante problema clínico. Os
autores têm sugerido diferentes técnicas para reforçar as restaurações provisórias,
entretanto, o efeito dessas técnicas ainda não está claro. Assim, realizou-se um
estudo cujo objetivo foi determinar a tenacidade à fratura e a resistência flexional de
três tipos de resinas (PMMA, PEMA e Bis-GMA) para restaurações provisórias,
reforçadas com diferentes fibras comercialmente disponíveis: duas fibras de vidro
silanizadas e pré-impregnadas na forma unidirecional e trançada; três fibras de
poli(etileno) tratadas com plasma e, por fim, uma fibra de poli(etileno) silanizada e
tratada com plasma. Para o teste de tenacidade à fratura, foram fabricadas barras de
acordo com as Especificações da Associação Americana para Testes de Materiais
(ASTM). Para o teste de resistência flexional, foram fabricados espécimes
retangulares de acordo com a norma ISO 10477. Como resultado, os autores
verificaram que, quanto à tenacidade à fratura, exceto os grupos reforçados com a
fibra de vidro trançada e uma das fibras de polietileno tratadas com plasma, não
houve diferenças significativas entre os grupos com e sem reforço. Quanto à
resistência flexional, a resina PMMA reforçada resultou em valores
significativamente maiores do que a resina PMMA sem reforço, exceto para o grupo
reforçado com a fibra de vidro trançada. Quanto à resina de PEMA, dentre os
espécimes reforçados, somente um dos grupos reforçados com fibra de poli(etileno)
Revisão de Literatura 53
tratada com plasma não apresentou diferença significativamente maior que o grupo
controle. A resistência flexional dos espécimes reforçados de PEMA foi
significativamente maior que a dos não reforçados, exceto para os grupos com
reforço de fibra de vidro trançada e uma das fibras de poli(etileno). A tenacidade à
fratura dos espécimes de resina Bis-GMA reforçados foi significativamente maior que
a dos não reforçados, exceto para o grupo reforçado com fibra de vidro trançada e
com uma das fibras de poli(etileno) tratadas com plasma. Com relação à resistência
flexional, os grupos que não apresentaram diferença estatística foram aqueles que
utilizaram uma fibra de vidro trançada e duas das fibras de poli(etileno) tratadas
somente com plasma. Em sua discussão, os autores ressaltam que as fibras usadas
nesse estudo apresentavam diferentes formas e tratamentos de superfície e
concluem que o uso das fibras de reforço tratadas superficialmente é um método
efetivo de aumentar a tenacidade à fratura e a resistência flexional das restaurações
provisórias de resina.
Narva et al.
30
, em 2005, estudaram a resistência flexional de
uma resina PMMA autopolimerizável indicada para a confecção de bases de prótese
totais, quando associada a diferentes tipos de fibras. Foram confeccionados
espécimes em forma de barra adicionando-lhes fibras de poli(etileno) sem
tratamento superficial; fibras de vidro impregnadas com um polímero poroso; fibras
de vidro impregnadas com um monômero foto-polimerizável e fibras de vidro com
um sistema de resina foto-polimerizável. As fibras foram orientadas
longitudinalmente no interior dos corpos de prova, sendo que, em um grupo, elas
foram inseridas na região submetida às tensões de compressão e no outro, na
Revisão de Literatura 54
região das tensões de tração. Os resultados mostraram que o tipo e a localização da
fibra para reforço influenciaram estatisticamente a resistência flexional. As fibras
impregnadas obtiveram melhores resultados, significantes em relação ao grupo
associado com as fibras sem impregnação e ao grupo sem reforço.
2.3 Utilização clínica dos diversos tipos de reforços nas próteses implanto-
suportadas confeccionadas em resinas odontológicas
Björk, Ekstrand e Ruyter
9
, em 1986, alertaram para o alto
custo exigido na confecção de próteses implanto-suportadas com infra-estruturas
fundidas em ouro. Os autores propuseram o uso de fibras de carbono/grafite
associadas às resinas PMMA para a fabricação dessas próteses. Argumentava-se
que essas fibras apresentavam, além de baixo custo, propriedades mecânicas e
biocompatibilidade adequadas. Baseados nessas afirmações estudou-se o
comportamento clínico de próteses sobre implantes compostas por PMMA reforçado
por fibra de carbono/grafite. Onze pacientes (três homens e oito mulheres)
participaram do estudo, todos desdentados totais, exceto por uma mulher que
possuía uma prótese de 12 unidades na arcada superior. Oito pacientes receberam
cinco implantes de titânio e três receberam seis implantes de titânio, todos na
mandíbula. Foi realizado o ajuste oclusal e, após uma semana, a primeira consulta
de controle. As consultas de controle subseqüentes foram realizadas 1, 3, 7, 12 e 24
Revisão de Literatura 5
5
meses após a instalação das próteses. Os dados coletados relacionavam-se à
avaliação subjetiva do tratamento por meio de critérios clínicos relacionados à
mobilidade do implante, saúde gengival e estado da prótese. Foram realizadas
radiografias periapicais e panorâmicas antes do tratamento e após 12 meses de
avaliação. A avaliação clínica revelou as seguintes informações: todas as próteses
apresentaram oclusão e estabilidade satisfatórias. Nenhuma complicação técnica foi
registrada. Não houve acúmulo excessivo de placa sobre as próteses. A maioria dos
pacientes estava satisfeita com o tratamento, com exceção de três pacientes que
acharam a prótese muito volumosa. Nestes pacientes, o ajuste do tamanho das
próteses levou a uma maior satisfação na consulta de retorno, após 14 dias. Os
exames radiográficos não mostraram qualquer radioluscência entre o tecido ósseo e
os implantes. Os tecidos gengivais marginais estavam saudáveis, exceto por uma
leve inflamação e sangramento à sondagem encontrados em dois intermediários em
dois pacientes, relacionados à higiene inadequada em conseqüência do formato
desfavorável dos pônticos. Os autores concluíram que próteses reforçadas com
fibras de carbono/grafite podem ser uma alternativa às infra-estruturas fundidas
convencionais nas reabilitações protéticas realizadas na mandíbula.
Ainda em 1986, Ruyter, Ekstrand e Björk
37
, utilizaram
sistemas de resina PMMA reforçada com fibras de carbono/grafite (FCG) na
confecção de próteses fixas implanto-suportadas e comparam suas propriedades de
contração de polimerização e resistência flexural com resinas auto e
termopolimerizáveis sem reforço. Avaliou-se o efeito da adição de diferentes
concentrações (em peso) das fibras de carbono/grafite sobre essas propriedades.
Revisão de Literatura 5
6
Foram estudados ainda a influência da temperatura de polimerização e o tempo de
armazenamento em água sobre a estabilidade dimensional. Os grupos sem reforço
exibiram pouca contração linear de polimerização, provavelmente devido à retenção
dos espécimes na mufla durante a polimerização. Essa contração foi ainda menor
nos espécimes reforçados. Durante a armazenagem em água, houve uma expansão
linear mínima dos espécimes não reforçados, enquanto os espécimes reforçados
não apresentaram qualquer expansão linear longitudinal, provavelmente devido à
retenção longitudinal das dimensões do espécime pelas fibras presentes. Quando
testados secos, houve um aumento significativo das propriedades flexionais dos
espécimes à medida que se aumentava o conteúdo de fibra. Com o armazenamento
em água, as propriedades flexionais de todos os grupos diminuíram, provavelmente
em decorrência da absorção de água pela matriz polimérica e pelo efeito
plastificante da água. A água absorvida também pode ter interagido com a superfície
das fibras, levando a uma menor união entre as fibras e a matriz. Embora os
espécimes reforçados tenham tido suas propriedades mecânicas reduzidas com o
armazenamento em água, elas ainda eram superiores às propriedades dos materiais
não reforçados. Não houve diferença nas propriedades flexionais entre os materiais
auto e termopolimerizáveis contendo 20% (em peso) de reforço. Assim, os autores
concluíram que as próteses implanto-suportadas reforçadas com fibras de
carbono/grafite podem ser uma alternativa às infra-estruturas fundidas
convencionais.
Binon, Sullivan
8
, em 1990, descreveram uma técnica direta e
outra indireta para a confecção de coroas provisórias em próteses parciais fixas
Revisão de Literatura 5
7
implanto-suportadas, utilizando fibras com a finalidade de reforço. Na técnica direta
os modelos de gesso são montados no articulador. Realiza-se um enceramento de
diagnóstico e sua transferência para um novo modelo. Esse modelo é duplicado e
uma matriz de dois cm de espessura é prensada a vácuo sobre o enceramento. Os
intermediários provisórios são conectados aos implantes, intra-oralmente, pelos
parafusos de ouro. A matriz é testada em posição e, sobre o sítio cirúrgico é
colocado um lençol de borracha. Coloca-se silicona na abertura oclusal dos cilindros.
A matriz é preenchida com resina autopolimerizável e assentada. A silicona é
removida e os parafusos soltos após a presa inicial da resina. A prótese provisória é
finalizada com as aberturas oclusais sendo preenchidas com nylon. Pela técnica
indireta, os componentes de moldagem são colocados e os modelos obtidos. Os
cilindros são colocados nos modelos, o enceramento é realizado, levado à mufla e
prensado com a resina desejada. Os autores observam que, na presença de
cantiléveres ou vãos longos, há necessidade da inclusão de fibras de poli(aramida)
Kevlar
®
. Nessas condições, o comprimento da fibra deve ser duas vezes o da
prótese fixa, ficando a mesma embebida na resina, em forma de oito na região do
pôntico.
Bergenda, Ekstrand, Ruyter
5
, em 1995, realizaram uma
avaliação clínica longitudinal (32 a 56 meses) em pacientes tratados com implantes
do tipo Brånemark e próteses feitas em PMMA associadas a uma fibra de
carbono/grafite. Foram instaladas 27 dessas próteses em 25 pacientes, sobre 119
implantes. Após a instalação da prótese, três implantes localizados na maxila foram
perdidos. Após um tempo médio em função de 44 meses, 19 próteses (70%) ainda
Revisão de Literatura 5
8
permaneciam in sito. Dentre as 19 próteses, cinco próteses fraturaram, das quais
três foram trocadas e duas puderam ser reparadas. As fraturas foram percebidas
precocemente após a carga e localizavam-se nos conectores mais distais,
estendendo-se à interface dos intermediários. Os autores concluíram que as
próteses em PMMA associadas às fibras de carbono/grafite podem ser uma
alternativa reabilitadora que apresenta alta precisão, baixo custo e bons resultados
estéticos. As propriedades mecânicas após períodos superiores aos três anos, não
são satisfatórias, porém o método apresenta condições promissoras de
desenvolvimento.
Behr et al.
4
, também em 2001, investigaram a resistência à
fratura e a adaptação marginal de próteses confeccionadas em compósito e
reforçadas por fibras de vidro, cimentadas ou parafusadas sobre implantes. O
primeiro grupo consistiu de próteses reforçadas cimentadas com cimento resinoso
sobre intermediários cônicos de titânio e o segundo grupo foi composto por próteses
parafusadas. Após a ciclagem termo-mecânica simulando cinco anos de uso, todos
os espécimes foram submetidos à carga até que fraturassem. Analisou-se a
adaptação marginal por meio de microscopia de varredura. As próteses de quatro
elementos cimentadas apresentaram resistência à fratura semelhante às próteses
parafusadas. Da mesma forma a análise da adaptação marginal mostrou resultados
similares para as próteses cimentadas e parafusadas. A adesão entre o material de
cobertura (compósito) e o cimento resinoso deteriorou-se de forma significativa após
a ciclagem termo-mecânica. Os autores concluíram que as próteses implanto-
Revisão de Literatura 59
suportadas feitas com compósito reforçado por fibra de vidro, cimentadas ou
parafusadas, podem se tornar uma alternativa às reconstruções metálicas.
Freilich et al.
16
, em 2002, explicam que o uso da tecnologia
de compósitos reforçados por fibras para a criação de prótese sobre implantes livres
de metal pode solucionar muito dos problemas associados à infra-estrutura metálica,
tais como corrosão, toxicidade, complexidade de fabricação, alto custo e limitações
estéticas. Os autores discutem que as pesquisas clínicas e laboratoriais evidenciam
que esses materiais apresentam excelentes propriedades mecânicas e capacidade
de unir-se quimicamente a outros materiais resinosos de cobertura usados na
fabricação de próteses sobre implantes. Salientam ainda a necessidade de uma
efetiva penetração e molhamento das fibras pela resina para que se obtenha um
excelente desempenho mecânico. Assim, os autores propõem um sistema de
fabricação de próteses sobre implantes parafusadas. Após o enceramento sobre os
componentes provisórios, este é incluído e eliminado (técnica da cera perdida),
deixando uma matriz para a injeção da resina de poli(metilmetacrilato) (PMMA) que
ocupará o espaço da cera. A prótese é então, polimerizada, acabada e polida.
2.4 Cantilever em próteses implanto-suportadas
Skalak
41
, em 1983, num trabalho pioneiro na avaliação dos
aspectos biomecânicos das próteses fixas implanto-suportadas analisou e discutiu a
transmissão de tensão do sistema prótese e implantes osseointegrados ao tecido
Revisão de Literatura 6
0
ósseo. Dentre as conclusões do autor destaca-se a dependência direta do número,
arranjo, resistência dos implantes e forma de resistência da própria restauração
protética na distribuição de cargas verticais e oblíquas a que está sujeita uma
prótese fixa implanto-suportada. Segundo o autor, uma prótese com estrutura mais
rígida possibilitaria a distribuição de tensões a diversos implantes mais efetivamente.
Como o implante apresenta uma justaposição ao tecido ósseo a transmissão de
tensões geradas por forças estáticas ou dinâmicas seria integral. Por outro lado, é
importante a utilização de materiais resilientes, como a resina acrílica dos dentes
artificiais, para que absorvam e distribuam de forma efetiva as cargas oclusais.
Próteses com extensão em cantilever aumentam a carga no primeiro implante
próximo a estes, de forma que cantilever moderados podem ser aceitos se os
implantes forem suficientemente fortes.
Rangert; Jemt e Jorneus
35
, em 1989, afirmaram que o
desenho das próteses e a posição dos implantes têm uma influência significativa
sobre a tensão no tecido ósseo e nos próprios implantes. Os autores discutiram os
parâmetros biomecânicos que determinam carga sobre os implantes, sugerindo os
seguintes princípios clínicos a serem seguidos:
a) existem dois tipos principais de forças atuando sobre o implante e que
devem ser consideradas: força axial e momento de torção. A força axial é
mais favorável à medida que distribui tensão mais uniformemente,
enquanto que o momento de torção promove tensão sobre o implante, bem
como no tecido ósseo;
Revisão de Literatura 61
b) próteses totais fixas mandibulares, as quais são sustentadas por implantes
posicionados na região anterior e possuem cantilevers na região posterior,
apresentam similaridades com uma alavanca Classe I. Os implantes mais
posteriores em cada lado da prótese representam o fulcro da alavanca.
Assim, os implantes imediatamente anteriores ao último irão receber uma
força de tração proporcional ao braço de alavanca. Já os implantes mais
posteriores serão submetidos a forças de compressão, que são a soma da
força oclusal mais a força de tensão compensadora;
c) se mais de dois implantes dividem entre si a carga advinda do cantilever, a
análise é mais complexa. Entretanto, o parâmetro crucial continua sendo o
comprimento do cantilever em relação à distância entre os implantes mais
anterior e mais posterior. Para uma dada distância, a margem de
segurança aumentará com o aumento do número de implantes colocados;
d) momentos de torção são também induzidos por forças transversais. Nesta
situação, o braço de alavanca será formado pela distância entre o contato
oclusal e a união do intermediário com o implante, uma vez que a junção
entre o parafuso de ouro e o parafuso do intermediário forma um conjunto
único quando parafusados juntos;
e) o parafuso de ouro é o ponto mais fraco do sistema e fraturas devem
ocorrer no mesmo, pois é facilmente reposto. A causa mais comum de
fratura do parafuso de ouro é, provavelmente, seu afrouxamento. Se o
parafuso fratura apesar de estar bem apertado, isso pode indicar
imprecisão da infra-estrutura. Se o parafuso estiver bem apertado e a infra-
Revisão de Literatura 62
estrutura bem adaptada e mesmo assim a fratura ocorrer, provavelmente
está havendo sobrecarga no sistema. Neste caso, deve-se reavaliar a
extensão do cantilever, o esquema oclusal e a posição dos implantes.
Para Bidez e Misch
7
, em 1992, a magnitude de força que é
deletéria aos tecidos biológicos é desconhecida. Entretanto, uma regra simples é
minimizar as forças de torção a que estão submetidos os implantes e a interface
óssea sempre que possível. Isto porque os implantes estão sujeitos a um complexo
sistema tri-dimensional de forças e momentos in vivo que afetam sua longevidade.
As tensões geradas são influenciadas pelo tamanho das mesas oclusais,
comprimento de cantilever, sistema de retenção e tipo de oclusão, entre outros
fatores, e devem ser consideradas no plano de tratamento.
Shackleton et al
40
, em 1992, propuseram-se a verificar a
natureza dos problemas protéticos e sua incidência, após a instalação de próteses
fixas implanto-suportadas em um grupo de 25 pacientes, que foram tratados com
próteses total fixa mandibular do Sistema Branemark. Os registros destes pacientes
foram analisados em retrospectiva para coletar informações sobre tratamentos
adicionais, num período de acompanhamento de 10 a 70 meses. Fratura de
componentes protéticos individuais ou da própria prótese representaram 34,2% dos
problemas relatados. Outras complicações incluíram o afrouxamento dos parafusos
de ouro ou do intermediário (25,5%), problemas dos tecidos moles (9,6%), queixas
em relação à fonética (8,2%) e queixas estéticas (6,8%). Uma análise da sobrevida
demonstrou resultados significativamente melhores para as próteses com cantilever
de 15mm ou menos, comparadas com extensões mais longas que 15mm. Os
Revisão de Literatura 63
autores concluíram que os resultados sugerem que mais de 50% dos problemas
protéticos estão relacionados aos fatores de estresse que atuam sobre a prótese. E
que o comprimento do cantilever deveria ser limitados à 15mm, para minimizar a
ocorrência de problemas mecânicos.
Como o comprimento da extremidade livre pode apresentar
um efeito direto na perda óssea marginal, White; Caputo e Anderkvist
59
, em 1994,
propuseram-se a investigar a transmissão de forças para a mandíbula. Um modelo,
representando uma mandíbula humana edêntula foi confeccionado em resina
fotoelástica. Cinco implantes do sistema Brånemark™, com 13mm de comprimento,
foram colocados entre os forames mentonianos, sendo que os implantes do lado
esquerdo foram dispostos ligeiramente mais próximos entre si que os do lado direito.
Num plano sagital, os implantes do lado direito estavam perpendiculares ao plano
oclusal e os do lado esquerdo, inclinados 5º para distal. Uma infra-estrutura foi
fundida em liga de PdCu e revestida com resina acrílica. Apresentava uma extensão
máxima de 30mm para posterior e 15mm para anterior a partir dos implantes distais
e pontos de aplicação de carga a cada 5mm. Uma força de 89N foi exercida, nos
locais pré-determinados até 30mm. Uma força de 134N foi exercida nos pontos
localizados na região anterior. Independente da extensão do cantilever, os autores
observaram que a maior tensão concentrou-se na crista alveolar adjacente à
superfície distal do implante terminal, no lado de aplicação da carga. Uma pequena
quantidade de tensão também foi verificada na região apical destes implantes.
Quando a carga foi aplicada na região anterior, a maior concentração de tensão
localizou-se no implante mais próximo do ponto de aplicação da força. As pequenas
variações na angulação dos implantes apresentaram efeitos distintos na magnitude
Revisão de Literatura 64
da tensão. O implante terminal esquerdo, levemente inclinado para distal, exibiu
maior concentração de tensão, que o implante terminal direito, posicionado mais
verticalmente.
Van Zyl et al
57
, em 1995, através de uma análise
tridimensional de elemento finito, verificaram a distribuição de tensões no tecido
ósseo circundante aos implantes, os quais suportavam uma prótese total fixa com
extremidade livre bilateral. Uma força estática vertical de 100 N era aplicado ao
longo de toda a extensão do cantilever, a partir de 7mm do implante terminal, até
25mm, em pontos localizados a cada 2mm. Os resultados deste estudo
demonstraram que as tensões distribuídas nas áreas mesial e distal dos implantes
foram consideravelmente inferiores às tensões transmitidas às porções vestibular e
lingual. Os autores concluíram que extensões em cantilever superiores a 15mm
podem propiciar uma maior produção de tensão na cortical lingual e, em menor grau,
na cortical vestibular, o que poderia colocar em risco a integridades dos implantes.
Sertgöz e Güvener
39
, em 1996, investigaram a distribuição
de tensão na interface implante/tecido ósseo através de uma análise tri-dimensional
de elemento finito, onde foram utilizados três diferentes comprimentos de cantilever
e implantes. Foram criados modelos de simulação de uma prótese fixa implanto-
suportada por seis implantes, embutidos em um modelo de osso mandibular (cortical
e medular) e com cantilever posterior bilateral. Um total de nove modelos de
simulação apresentavam três diferentes comprimentos de cantilever (7mm, 14mm e
28mm) e três comprimentos de implantes (7mm, 15mm e 20mm). Uma força de 75N
era aplicada, em direção perpendicular, na porção central e na região
correspondente ao elemento mais posterior da extremidade livre. Uma força
Revisão de Literatura 6
5
horizontal de 25N era aplicada na superfície vestibular do elemento mais posterior
do cantilever. As análises revelaram que as tensões máximas concentram-se na
interface tecido ósseo/implante mais distal, localizada no lado de aplicação da carga.
A tensão de tração máxima foi observada nas regiões mesial e distal tecido ósseo,
quando uma carga vertical era aplicada, e nas regiões vestibular e lingual, sobre
carga horizontal. O aumento do comprimento do cantilever resultou na elevação dos
valores de tensão na interface implante/tecido ósseo. No entanto, o comprimento do
implante não teve efeito significativo na distribuição da tensão nesta interface.
Seguindo na mesma linha de pesquisa, Jacques
22
em 2000,
realizou um trabalho cujo objetivo foi verificar a deformação em componentes de
prótese fixa implanto-suportada, através de extensômetros, em função de duas ligas
metálicas. Foram confeccionados corpos de prova simulando infra-estruturas de
prótese fixa mandibular, em liga de AgPd e CoCr que foram posicionadas sobre um
modelo mestre de alumínio. Uma carga estática vertical de 100N foi aplicada na
extremidade livre, a uma distância de 10, 15 e 20 mm para distal do centro do
intermediário terminal. Os resultados encontrados mostraram que em extensões
grandes de cantilever, a liga de CoCr apresentou um padrão de distribuição de
forças semelhante a liga de AgPd com cantilever curto. Independente do local de
aplicação da força e do tipo de liga utilizado na confecção das infra-estruturas, o
intermediário mais próximo do ponto de aplicação da força foi o que registrou maior
deformação específica. O emprego de uma liga mais rígida na confecção de infra-
estruturas de prótese fixa implanto-suportadas permite braços em cantilever mais
extensos.
Revisão de Literatura 6
6
Rubo
36
, em 2004, realizou um estudo onde analisou as
tensões em prótese sobre implantes, pelo método de elemento finito, utilizando um
estudo paramétrico de sete variáveis clinicas: módulo de elasticidade do osso
medular, comprimentos dos intermediários e implantes, comprimento do cantilever,
numero e arranjo dos implantes, grau de curvatura da mandíbula e liga da infra-
estrutura (AgPd ou CoCr). Uma carga vertical de 100N foi usada para simular a força
oclusal. Foram usados comprimentos de cantilever de 10mm, 15mm e 20mm. Dentre
os resultados o autor destacou que a cada incremento de 5mm no comprimento do
cantilever, a tensão aumenta aproximadamente 30 a 37% no osso cortical ao redor
dos implantes. O mesmo efeito foi observado nos intermediários. O aumento da
tensão na infra-estrutura não foi proporcional ao aumento do braço do cantilever.
3 PROPOSIÇÃO
Proposição
69
3 PROPOSIÇÃO
Considerados os aspectos observados na literatura consultada, este estudo
laboratorial tem como finalidade:
a) Avaliar a resistência à fratura de próteses fixas provisórias
implanto-suportadas confeccionadas em resina acrílica
autopolimerizável variando:
a.1) o comprimento do cantilever,
a.2) o tipo de fibra de reforço (fibras de vidro Fibrante
®
-
Ângelus
®
, Londrina, PR, Brasil e fibras de poli(aramida)
Kevlar
®
- Du Pont
®
, USA).
b) Analisar e classificar o modo de fratura apresentados pelos
espécimes dos diferentes grupos.
4 MATERIAL E MÉTODOS
Material e Métodos 73
4 MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho, foram confeccionados espécimes simulando
próteses parciais fixas provisórias sobre implantes de três elementos (canino,
primeiro pré-molar e segundo pré-molar), com extensões de cantilever para distal de
7,14 e 21 mm de comprimento, utilizando o material e o método descritos a seguir.
4.1 Obtenção da matriz metálica para confecção e ensaio dos espécimes
Com o auxílio do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI), foi fabricada uma matriz metálica em aço temperado que
pudesse ser utilizada na confecção dos corpos de prova e no ensaio de resistência à
fratura, servindo de base para fixação dos espécimes.
A matriz apresentou dimensões de 55 mm de comprimento,
30 mm de largura e 15 mm de altura, contendo três orifícios (4 mm de diâmetro e 15
mm de comprimento) perpendiculares à base para inserção dos análogos do
implante com hexágono externo. A distância entre os centros dos orifícios foi de 7,0
mm. Lateralmente, a matriz apresentou três orifícios (dois no lado vestibular e um no
lado lingual) nos quais foram inseridos parafusos com 4,0 mm de diâmetro, paralelos
à base, para auxiliar na fixação dos análogos (Figuras 1, 2 e 3). Para permitir a
Material e Métodos 74
deformação do corpo de prova na extremidade do cantilever, onde será aplicada a
carga, foi feito um alivio na parte superior da matriz, correspondente à extremidade
livre. Posteriormente, as próteses provisórias confeccionadas sobre os análogos,
durante o ensaio mecânico, foram fixadas nesta matriz metálica.
Material e Métodos 7
5
Figura 2 - Vista lateral (vestibular) da
matriz em aço, parafusos e chave para
fixação dos análogos
Figura 3 - Vista lateral (lingual) da matriz
em aço
Figura 1 - Vista oclusal da matriz em aço
para a confecção dos espécimes
Material e Métodos 7
6
4.2 Obtenção da matriz de silicone para a confecção das próteses provisórias
Com o objetivo de padronizar a forma e as dimensões das
próteses provisórias, foi feita uma matriz em poli(vinilsiloxano) de uso laboratorial
(Poly Pour, GC Lab Technologics Inc, Alsip, IL, USA) que pudesse ser utilizada
diretamente sobre os componentes metálicos do tipo UCLA, posicionados e
parafusados sobre os análogos já fixados à matriz metálica. Para a confecção dessa
matriz de silicone, foi encerada sobre os pilares do tipo UCLA uma prótese parcial
fixa de três elementos, dando-lhe formas coronárias e oclusais de canino (primeiro
pilar), primeiro pré-molar (segundo pilar) e segundo pré-molar (terceiro pilar), além
da extensão distal do cantilever (simulando um pré-molar com largura mesio distal
de 7,0 mm e um molar com largura mesio distal de 14 mm, fazendo um comprimento
total do cantilever de 21 mm). (Figuras 4 e 5). Essa matriz de silicone apresentou
duas partes, uma base e uma caixa superior, para facilitar a inserção das fibras no
terço superior nas áreas de conexão e extremo livre, além de orifícios localizados
superiormente para injeção e extravasamento da resina acrílica (Figuras 6 a 10).
Material e Métodos 7
7
Figura 4 - Vista vestibular do
enceramento para obtenção da matriz
de silicone
Figura 5 - Vista oclusal do enceramento
Figura 6 - Vista interior da parte
superior e inferior da matriz de
silicone
Figura 7 - Vista lateral de matrizes de
silicone antes de ser acopladas
Figura 9 - Parte inferior da matriz de
silicone que será articulada com a
matriz de aço
Figura 8 - Parte superior da matriz de
silicone
Material e Métodos 7
8
4.3 Confecção dos espécimes
Sobre os análogos dos implantes (Análogo 4.1, sem anti-
rotacional, de Titânio, Cód: 101.004, Lote: 658536, Neodent
®
, Implante
osteointegrável, JJGC Indústria e Comércio de Matérias Dentários LTDA., Indústria
Brasileira) fixados na matriz metálica, foram parafusados (Parafuso Sextavado 4.1 e
4.3 Titânio, Cód.: 116.002, Lote: 700570, Neodent
®
) os componentes do tipo UCLA
para confecção dos provisórios, (UCLA titânio 4.1, Cód: 118.030, Lote: 659637,
Neodent
®
) este procedimento foi realizado para todos os espécimes, com e sem
reforço (Figura 11).
Figura 11 - Análogo, componente protético
para confecção do provisório, e parafuso
Neodent
®
Figura 10 - Articulação da matriz de
silicone sobre a matriz de aço
Material e Métodos 79
Todas as próteses provisórias foram preparadas utilizando a
resina Dencor® (Artigos Odontológicos Clássico LTDA, São Paulo – SP), cor nº. 66.
A resina Dencor
®
é uma resina acrílica PMMA autopolimerizável indicada, segundo
os fabricantes, para a execução de restaurações, coroas e facetas, e empregada
rotineiramente na confecção direta e indireta de próteses provisórias.
O presente estudo foi constituído por nove grupos de dez
espécimes cada um. Para cada comprimento de cantilever, 7, 14 e 21 mm, foram
realizados três grupos: um grupo controle, sem a adição de fibras, um grupo
reforçado com as fibras de vidro (Fibrante
®
) e outro com fibras de poli(aramida)
(Kevlar
®
). As identificações e características dos reforços utilizados assim como a
divisão dos grupos encontram-se especificados na Tabela 1 e 2. As figuras 12 e 13
apresentam os reforços utilizados nos respectivos grupos.
Tabela 1 - Descrição do material de reforço utilizado e divisão dos grupos
Grupos Nome/Fabricante Composição Medidas Referência
Controle
Sem reforço - - -
Fibrante
Fibrante
®
Ângelus
®
- Odonto-
lógika Ind. Ltda –
Londrina, PR –
Brasil
Fibras de vidro
unidirecionais
impregnadas com
glicoldimetacrilato
Um feixe de fibras
com 500 mm de
extensão
Nº ref.: 490
Nº lote: 2174
Kevlar
Kevlar
®
49 –- Du
Pont
®
, Wilmington,
DE, USA
Fibras unidirecionais de
poli(aramida) sem
impregnação
Malha medindo
1,0 x 10
6
mm
2
Nº 29
Material e Métodos 8
0
Tabela 2 - Divisão dos grupos em função dos parâmetros avaliados: comprimento do
cantilever e reforço utilizado
CANTILEVER REFORÇO UTILIZADO
N (nº. de
espécimes)
Controle - ausência de reforço 10
Fibrante – Fibras de vidro 10
7 mm
Kevlar – Fibras de Poli(aramida) 10
Controle - ausência de reforço 10
Fibrante – Fibras de vidro 10
14 mm
Kevlar – Fibras de Poli(aramida) 10
Controle - ausência de reforço 10
Fibrante – Fibras de vidro 10
GRUPOS
21 mm
Kevlar – Fibras de Poli(aramida) 10
Figura 12 - Detalhe da fibra de
poli(aramida) Kevlar® Du Pont®
Figura 13 - Detalhe da fibra de vidro
Fibrante® Ângelus® - Odontológika Ind.
Ltda
Material e Métodos 81
4.4 Confecção dos espécimes sem reforço (Grupo CONTROLE)
Para confecção dos corpos de prova sem reforço (grupo
Controle), o polímero (pó) da resina foi pesado em uma balança com precisão de
0,001 g (Sauter
®
, modelo K1200, Switzerland), enquanto o monômero (líquido) foi
aspirado e medido com uma pipeta (Pyrobras
®
) 7079, com capacidade de 5 ml,
graduada em intervalos de 0,1 ml. (Figura 31)
Na mistura, foram utilizados 4,0 g de polímero e 2,7 ml de
monômero, equivalente à proporção em volume de 3:1, indicada pelo fabricante,
sendo que a mistura não foi utilizada em sua totalidade na confecção do corpo de
prova, havendo sobras. O líquido (monômero) foi vertido em um pote Dappen e
sobre ele foi dispensado o pó (polímero). O pó e o líquido foram misturados
lentamente por aproximadamente cinco segundos, com o auxílio de uma espátula
nº7. Esperou-se a saturação do conjunto, durante cerca de 40 segundos, enquanto o
mesmo permanecia no interior do pote Dappen coberto com uma placa de vidro
medindo 5 cm de largura por 5 cm de comprimento.
A resina foi colocada em uma seringa plástica de 10 ml e foi
injetada no interior da matriz de silicone. Esta se encontrava posicionada sobre a
matriz metálica e envolvia os componentes protéticos tipo UCLA. A resina foi
injetada por um dos orifícios até que extravasasse pelo outro. Previamente a este
procedimento, uma pequena porção de material de moldagem a base de poliéter
(3M ESPE Impregum
TM
Soft) foi colocado no interior do componente protético
Material e Métodos 82
provisório, selando-o desta maneira e evitando o contato direto do parafuso com a
resina (Figura 14 e 15).
O excesso de resina extravasado pelos orifícios superiores
da matriz foi removido com uma lâmina de bisturi nº 11. A manipulação e a inserção
da resina foram realizadas em laboratório com temperatura e umidade relativa do ar
controladas, em 22º C e 45 %, respectivamente.
As partes da matriz foram acopladas com ajuda de uma
pequena placa de vidro colocada sobre a matriz de silicone. Sobre este conjunto foi
colocado um frasco de plástico contendo no seu interior chumbo (500 g) para que as
mesmas mantivessem o máximo de contato possível. As partes da matriz possuíam
marcas coincidentes para auxiliar na verificação visual da obtenção do ajuste entre
as mesmas (Figura 20).
O conjunto formado pelas matrizes, contendo em seu interior
a resina ainda plástica, junto com a placa de vidro e o chumbo colocado no interior
do frasco plástico, foi imerso em água, em um recipiente plástico, e levado ao interior
de uma estufa por dez minutos (Fanem, mod. 315 – SE, SP, Brasil) a 37º C. Após a
polimerização inicial, aproximadamente 10 minutos, o espécime foi removido
cuidadosamente da matriz de silicone e imediatamente desparafusado. Em seguida,
foi armazenado novamente em água, a 37ºC + 0,1, por 15 dias. Posteriormente, os
espécimes foram medidos e recortados nas medidas estabelecidas para as
extensões do cantilever (7,14,21 mm). O acabamento foi dado um dia antes do
ensaio com brocas multilaminadas de carbide de tungstênio (Código H79 E.
Material e Métodos 83
104.050, Komet-Brasseler, Germany) e um disco de silicone abrasivo (Código
9627.900.220, Komet-Brasseler, Germany).
Após o acabamento, as áreas de conexão foram novamente
medidas com o auxílio de um paquímetro digital Starrett 727 (Código 727 – 6/150,
Starrett Ind. e Com. Ltda, São Paulo, Brasil) confirmando suas medidas em altura e
largura, de 5,5 +
0,1 e 5,0 + 0,1 mm, respectivamente, em ambos os conectores
mesial e distal (Figuras 25 a 28). Após o acabamento, os espécimes permaneceram
armazenados em água, a 37ºC, até o momento do ensaio mecânico.
4.5 Confecção dos espécimes com reforço
Os espécimes reforçados foram confeccionados de forma
similar aos sem reforço, com a resina tendo sido igualmente proporcionada e
misturada.
As fibras Fibrante
®
e Kevlar
®
foram dispostas em longos
feixes para possibilitar a padronização da quantidade de fibras. Os feixes, de
aproximadamente 50 mm de comprimento, foram desfiados até que apresentassem
peso de 0,053 g, 0,066 g e 0,08 g cada um, para as próteses com distancia de
cantilever de 7, 14 e 21 mm respectivamente. As fibras Fibrante
®
são
comercializadas apresentando dimensões de 50 mm de comprimento, por isso,
utilizou-se essa extensão. As fibras foram pesadas em uma balança modelo 2662
Material e Métodos 84
fabricada por Sartorius - Werke AG (Göttingen, Alemanha), com capacidade máxima
de 200g e acuidade de 0,0001g (Figura 32).
As porções de fibras, que seriam utilizadas como reforços
dos espécimes, foram imersas no monômero MMA da resina Dencor
®
, durante cinco
minutos. Após a remoção do excesso de monômero com lenços de papel, as fibras
foram proporcionadas equitativamente em duas partes e fixadas aos componentes
protéticos, posicionados sobre os análogos fixados à matriz metálica, por meio de
um adesivo à base de cianocrilato (SuperBonder, Loctite-Henkel Ltda., São Paulo,
Brasil). As fibras foram dispostas de forma que as mesmas circundassem a 2,0 mm
abaixo da superfície oclusal dos componentes e na região do conector do cantilever.
As mesmas foram cruzadas (formando um “x”) entre os conectores e estendidas no
interior do cantilever, de forma que ficassem totalmente imersas na resina acrílica
(Figura 14 a 16).
A inserção da resina nos grupos com reforço foi realizada
em duas fases: 1) a resina foi aplicada com o auxílio de uma seringa no interior da
matriz de silicone e sobre o reforço, prevenindo, assim, a incorporação de bolhas de
ar. 2) em seguida, a parte superior da matriz de silicone foi posicionada e o restante
da resina foi injetado através de um dos orifícios até que ocorresse o seu
extravasamento pelos outros orifícios. Após esse procedimento, realizou-se a
mesma seqüência de acoplagem das matrizes, polimerização a 37ºC em estufa,
armazenamento em água, a 37ºC + 0,1, por 15 dias. Posteriormente, a medição,
recorte e acabamento dos espécimes, para a obtenção do comprimento do
cantilever já estabelecido (7,14,21 mm), antes do ensaio mecânico ( Figura 17 a 30).
Material e Métodos 85
Figura 16 - Vista frontal mostrando o
posicionamento das fibras sobre as
matrizes de silicone e metálica
Figura 14 - Vista oclusal do posicionamento
das fibras do grupo Kevlar
Figura 15 - Vista oclusal do
posicionamento das fibras do grupo
Fibrante
Figura 17 - Injeção da resina na base da
matriz de silicone e sobre as fibras
previamente posicionadas
Figura 18 - Injeção da resina através do
orifício na parte superior da matriz de
silicone até o seu extravasamento
Figura 19 - Extravasamento da resina pelos
orifícios superiores da matriz de silicone
Material e Métodos 86
Figura 20 - Disposição das matrizes após a
completa inserção da resina, com a apreensão
de suas partes através de uma placa de vidro
e um frasco contendo 500g de chumbo
Figura 21 - Vista oclusal do espécime, após
a polimerização da resina, simulando
prótese parcial fixa provisória com um
cantilever de 21 mm de comprimento
Figura 22 - Vista frontal do espécime
após a remoção das matrizes utilizadas
para a sua confecção
Material e Métodos 87
Figura 24 - Vista oclusal do espécime após
o acabamento
Figura 25 - Mensuração do espécime
após o acabamento: altura do conector
Figura 23 - Vista frontal do espécime após
o acabamento com a remoção dos
excessos de resina
Figura 26 - Paquímetro digital
padronizando a altura do conector
Figura 27 - Mensuração do espécime
após o acabamento: largura do conector
Figura 28 - Paquímetro digital
padronizando a largura do conector
Material e Métodos 88
Figura 29 - Vista frontal do espécime
colocado na matriz de aço, pronto para
ser submetido ao teste de resistência à
fratura
Figura 30 - Vista oclusal do espécime
colocado na matriz de aço
Figura 31 - Balança com precisão de
0,001 g (Sauter
®
, model K1200,
Switzerland) utilizada para a mensuração
da resina
Figura 32 - Balança modelo 2662
fabricada por Sartorius-Werke AG
(Göttingen, Alemanha), com capacidade
máxima de 200g e acuidade de 0,0001g
utilizada para a mensuração das fibras
Material e Métodos 89
4.6 Ensaio mecânico
Os espécimes, simulando próteses provisórias com
cantilever distal de 7, 14 e 21 mm, foram fixados sobre a matriz metálica por meio
dos mesmos análogos e parafusos de titânio utilizados em sua confecção. Dessa
maneira, nenhum dos análogos e parafusos de titânio foram reutilizados, somando-
se três análogos e três parafusos de titânio para cada corpo de prova. Para a fixação
dos provisórios aos seus respectivos análogos, a cada parafuso foi dado o torque de
32 N/cm, utilizando-se um torquímetro manual de marca comercial Neodent
®
- Brasil.
(Figura 33 e 34).
O ensaio mecânico para registro da resistência à fratura foi
realizado em uma máquina universal de ensaios Kratos
®
(Kratos - Dinamômetros
Ltda. São Paulo – SP). A máquina de ensaio esta ilustrada na figura 35.
Após a fixação do espécime à matriz metálica, uma ponta
metálica, com Ø 8,0 mm em aço temperado, foi posicionada e ajustada sobre um
ponto localizado a 1,0 mm da extremidade distal da crista marginal do cantilever,
determinado previamente no enceramento. O teste foi executado com o auxílio de
uma célula de carga de 500 kgf, sendo que a máquina foi configurada para exercer
uma pré-carga inicial de 0,060 kgf. A força foi aplicada pelo cabeçote a uma
velocidade constante de 1,0 mm/min. Os espécimes foram submetidos à carga
compressiva até a fratura. O valor de carga máximo, em kgf, obtido em cada
Material e Métodos 90
espécime, foi registrado e impresso juntamente com o seu respectivo gráfico, por
meio do programa de computador próprio da Kratos
®
(Figura 36 a 38).
Material e Métodos 91
Figura 36 - Espécime fixado sobre a
matriz de teste, com a esfera
posicionada a 1,0 mm da
extremidade distal da crista marginal
do cantilever, para exercer a carga
durante o ensaio de resistência à
fratura
Figura 37 - Vista frontal mostrando a
fratura na região do conector mesial,
quando a carga foi exercida
(cantilever 7 mm)
Figura 38 - Vista oclusal mostrando a
fratura na região do conector mesial,
quando a carga foi exercida (cantilever
7 mm)
Figura 35 - Máquina universal de
ensaios Kratos
®
(Kratos -
Dinamômetros Ltda. São Paulo – SP),
utilizada para os ensaios de
resistência à fratura
Figura 33 - Fixação dos provisórios
aos seus respectivos análogos. Os
parafusos de fixação receberam
torque de 32 N/cm
Figura 34 - Torque de 32 N/cm
realizado com torquímetro Neodent
®
-
Brasil
Material e Métodos 92
4.7 Cálculo da resistência à fratura
O valor de resistência à fratura, em kgf, obtido em cada
espécime foi multiplicado pelo valor aproximado da força da gravidade, ou seja
9,807, para se obter o resultado em Newton (N).
4.8 Classificação das fraturas
Após o ensaio, cada corpo de prova foi avaliado com auxílio
de uma lupa com aumento de quatro vezes (Bio-Art Equip. Odont. Ltda. São Carlos,
SP - Brasil), para a classificação das fraturas. Realizou-se a seguinte classificação
dos espécimes, de acordo com o modo de fratura (Figuras 39 a 41):
a) Fratura Parcial, aquela que se estendeu à interface reforço-resina, ou às
suas proximidades;
b) Fratura Total Não Separada, aquela que se propagou para além do
reforço e dividiu o espécime em duas metades, mantidas unidas pelo
reforço não fraturado; e
c) Fratura Total Separada, aquela que fraturou completamente o espécime,
separando-o em duas metades, sendo que nas amostras reforçadas o
material utilizado como reforço também sofreu fratura.
Material e Métodos 93
Figura 39 - Detalhe da fratura do tipo
Parcial apresentada pelos espécimes
do grupo Fibrante
Figura 40 - Detalhe da fratura do tipo
Parcial apresentada pelos espécimes
do grupo Kevlar
Figura 41 - Detalhe da fratura do tipo
Total Separada apresentada pelos
espécimes do grupo controle (sem
reforço)
Material e Métodos 94
4.9 Análise estatística
Todos os dados gerados a partir do ensaio mecânico de
resistência a fratura, foram submetidos ao teste de Barlett, com significância de 5%,
para constatar a homogeneidade da amostra. Para verificar a normalidade dos
dados, utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov, com significância de 5%. Uma
vez constatadas a homogeneidade e a normalidade dos dados, realizou-se o teste
paramétrico de Análise de Variância (ANOVA), com significância de 5%, para
verificação da existência de diferença estatística entre os grupos, quanto aos
parâmetros avaliados. Após o teste ANOVA, realizou-se o Teste de Tukey para
identificar quais grupos apresentaram médias significantemente diferentes entre si.
A análise das fraturas dos espécimes foi apresentada em
valores percentuais representativos da ocorrência de cada tipo de fratura em cada
grupo.
5 RESULTADOS
Resultados 9
7
5 RESULTADOS
Os valores individuais de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes de todos os grupos, reforçados ou não, estão
exibidas no anexo.
As médias da resistência à fratura e o desvio padrão de
cada grupo se encontram na Tabela 3. A figura 42 ilustra os resultados das
diferenças entre as médias dos valores de resistência à fratura dos diferentes
grupos.
Tabela 3 - Valores das médias e desvio padrão da resistência à fratura dos grupos
Grupo Média Desvio padrão
nº. de
espécimes
Controle 7 mm 28,07 5,47 10
Controle 14 mm 8,27 1,83 10
Controle 21 mm 6,39 0,96 10
Fibra Kevlar 7 mm 31,89 3,03 10
Fibra Kevlar 14 mm 9,18 2,02 10
Fibra Kevlar 21 mm 5,16 0,73 10
Fibra Fibrante 7 mm 30,90 4,45 10
Fibra Fibrante 14 mm 9,31 2,51 10
Fibra Fibrante 21 mm 6,86 1,80 10
Resultados 9
8
Figura 42 - Médias dos valores de resistência à fratura (Kgf) dos grupos estudados
Para verificar se os dados passavam pelos critérios de
homocedasticidade (homogeneidade de variâncias) e de distribuição normal, antes
de se realizar o teste paramétrico de Análise de Variância (ANOVA), foi aplicado o
teste de Bartlett, para verificar a homogeneidade de variâncias entre os grupos, e o
teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar se os dados possuíam distribuição
normal. O teste de Kolmogorov-Smirnov não mostrou diferença significante da
distribuição normal enquanto teste de Bartlett demonstrou haver diferença
estatisticamente significante entre as variâncias dos grupos (p<0,001). Para corrigir
as diferenças entre as variâncias, os dados foram transformados pela função raiz
cúbica e confirmado pelo teste de Bartlett não havendo então diferença significativa
entre as variâncias (p=0,106). Após a transformação foi então executado o teste de
ANOVA cujo resultado está ilustrado na tabela 4.
0
5
10
15
20
25
30
35
Controle Kevlar Fibrante
Grupos
Kgf
7mm
14mm
21mm
Resultados 99
Tabela 4 - Análise de variância (ANOVA) dos resultados da resistência à fratura dos
espécimes
Df MS Df MS
Efeito Efeito Erro Erro F P Interpretação
Tipo de
reforço
2 0,03805 81 0,022659 1,679467 0,192901
Não
significante
Comprimento
cantilever
2 14,07065 81 0,022659 620,9702 0
Significante
Interação
4 0,052225 81 0,022659 2,30482 0,065293
Não
significante
Df= grau de liberdade; MS= Quadrado médio; F= distribuição estatística de análisis de
variância; P= probabilidade.
O teste de ANOVA mostrou haver diferença estatisticamente
significante somente devido ao comprimento do cantilever. Para as comparações
individuais foi feito o teste de Tukey, com significância de 0,05 (5%), os resultados
estão exibidos na tabela 5.
Tabela 5 - Comparações individuais obtidas através do Teste de Tukey, com nível
de significância de 0.05
Comparação p
7mm x 14 mm <0,001*
7mm x 21 mm <0,001*
14mm x 21mm <0,001*
* diferença estatisticamente significante (p<0,05)
Resultados 10
Os resultados dos tipos de fraturas apresentados pelos
espécimes, após o ensaio de resistência à fratura, estão mostrados na tabela 6.
Tabela 6 - Ocorrência, em porcentagem, do modo de fratura apresentado pelos
grupos
Tipo
Grupo Controle
(n=30)
Grupo Kevlar
(n=30)
Grupo Fibrante
(n=30)
Parcial
0% 100% 100%
Total não separada
0% 0% 0%
Total separada
100% 0% 0%
Teste do qui-quadrado p<0,001 significante
6 DISCUSSÃO
Discussão 103
6 DISCUSSÃO
De acordo com Burns e colaboradores (2003)
10
, o ajuste e a
perfeição na confecção, instalação e manutenção das próteses provisórias são
contestados por alguns profissionais que se opõem ao seu refinamento pela
natureza provisória dessas restaurações e, especialmente pelo tempo requerido
para produzir uma restauração provisória ótima. A exclusão ou negligência em
relação à construção das próteses provisórias, porém pode ser a diferença entre o
sucesso e a falha do tratamento.
Quando o tratamento reabilitador é realizado através de
implantes osseointegrados, a utilização de restaurações provisórias se faz
necessária pela necessidade de um direcionamento estético da gengiva e a
exposição progressiva de implantes à carga funcional
12
. Os provisórios podem servir
para comprovar a osseointegração antes da realização da prótese definitiva.
Um dos materiais empregados, rotineiramente, para a
confecção das próteses provisórias é a resina acrílica poli(metilmetacrilato) (PMMA),
autopolimerizável. Esta resina apresenta características que sustentam a
popularidade de seu uso, tais como: translucidez; facilidade de ajustes,
reembasamentos, reparos, manipulação; e baixo custo relativo.
Diversos autores defendem que os polímeros à base de
PMMA utilizados para a confecção de próteses provisórias apresentam resistência à
fratura diminuída sob a influência de cargas oclusais. Muitos deles propõem a
Discussão 104
inclusão de reforços nesses polímeros, tais como os fios de aço
11, 20, 34, 54
; fibras de
carbono
13, 53
; fibras de poli(aramida)
1, 6, 23, 34, 47, 54
; fibras de poli(etileno)
1, 13, 38, 43, 51
;
fibras de vidro
1, 4, 23, 24, 25, 32, 45, 47, 52, 53, 54, 56
; fibras de sílica
56
; fibras de alumínio
17
;
bandas ortodônticas
20
, e fibras de nylon
23
com a finalidade de aumentar a sua
resistência mecânica.
O presente estudo utilizou corpos de prova em forma de
próteses provisórias, semelhantes à realidade clínica, apresentando conectores de
área transversal aproximada de 27,5 mm
2
(5,5 mm de altura x 5,0 mm largura).
Foram confeccionados espécimes de três diferentes comprimentos do cantilever (7,
14 e 21mm).
Neste trabalho utilizamos uma resina PMMA
autopolimerizável, indicada para confecção direta e indireta de próteses provisórias,
denominada comercialmente Dencor® (Artigos Odontológicos Clássico LTDA, São
Paulo – SP). O material de reforço utilizado neste estudo, fibras de vidro e fibras de
poli(aramida), já foi descrito por outros pesquisadores
1, 2, 4, 6, 8, 18, 23, 24, 25, 28, 29, 30, 32, 34,
42, 45, 47, 48, 49, 50, 52, 53, 54, 55, 56
, mas ainda não foram avaliados quando utilizados em
próteses provisórias sobre implantes com extensões em cantilever.
Muitos detalhes da composição da fibra de vidro impregnada
com glicoldimetacrilato (Fibrante
®
) como, a concentração de sílica, a composição da
matriz resinosa que envolve a sílica e o tipo de silano utilizado na superfície das
fibras, não são disponibilizadas pelos fabricantes e, provavelmente, são segredos
industriais. Esse fato dificulta a comparação dos resultados deste trabalho com os
demais existentes na literatura.
Discussão 10
As fibras de poli(aramida), ao contrário das fibras de vidro
que são compostas basicamente de óxido de sílica, têm por base um polímero
orgânico, denominado comercialmente de Kevlar
®
(DuPont
®
). Essas fibras são
originadas quimicamente da família dos nylons e apresentam aplicações industriais
diversas: na construção de embarcações, como polímero estrutural, por possuírem
uma alta resistência mecânica com uma densidade muito baixa; na indústria
aeronáutica por sua alta tenacidade à fadiga, alta resistência ao fogo e rigidez
estrutural; na indústria bélica por sua alta resistência à tração, alta resistência
química, alta resistência ao corte, propriedades requeridas à fabricação de
laminados à prova de bala. Essas características apresentadas pelas fibras Kevlar
®
,
associadas à alta resistência à tração e alto módulo de elasticidade (rigidez)
tornaram-na um material bem visto em Odontologia, como possível reforço das
resinas odontológicas.
Os resultados obtidos, por meio da análise estatística,
mostraram os seguintes valores para a resistência à fratura: para o grupo não
reforçado as médias foram 275,27N; 81,14N; 62,71N correspondentes aos
comprimentos de 7, 14 e 21mm respectivamente; para o grupo reforçado com
fibra Kevlar
®
as médias foram 312,69N; 89,97N; 50,64N correspondentes aos
comprimentos de 7,14 e 21mm; para o grupo reforçado com fibra Fibrante
®
, nos
comprimentos antes mencionados, as médias foram 302,98N; 91,25N; 67,29N,
respectivamente.
As fibras de vidro têm sido associadas ao aumento da
resistência à fratura de espécimes de resina PMMA. Alguns autores como Bastos;
Discussão 10
Ferreira
2
, Hamza et al.
18
,
John; Gangadahar e Shah
23
, Keyf, Uzun e Mutlu
24
, Kim e
Watts
25
, Vallittu
49
, Miettinen, Vallittu
29
, Narva et al.
30
,
Vallittu
47
, Vallittu
48
, Vallittu
49
,
Vallittu
53
, Vallittu; Lassila; Lappalainen
55
, Stipho
42
, encontraram em seus trabalhos
um aumento significativo da resistência flexional em relação a espécimes em resina
PMMA não reforçados. Resultados, da mesma forma discrepantes, foram
encontrados sobre o efeito das fibras de poli(aramida) (Kevlar
®
) sobre as
propriedades mecânicas de resinas PMMA. Vallittu
47
, Vallittu; Lassila; Lappalainen
55
,
John; Gangadahar; Shah
23
relataram um aumento relevante da resistência flexional
de espécimes em PMMA reforçados com fibras de poli(aramida).
Ao contrário destes trabalhos que apresentaram resultados
favoráveis quando utilizaram fibras de vidro e fibras de poli(aramida) com o intuito de
aumentar a resistência à fratura, nosso trabalho evidenciou que em relação ao tipo
de reforço utilizado, não houve diferença estatisticamente significante entre os
espécimes reforçados e os não reforçados, apresentando-se valores semelhantes
entre si. Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Uzun; Hersek;
Tinçer (1999)
45
; Hazelton (1995)
20
e Samadzadeh (1997)
38
.
Algumas variáveis relacionadas ao material e métodos
desses estudos podem justificar as diferenças entre os seus resultados. Por
exemplo, diversos autores defendem que quanto maior a união entre as fibras de
vidro e a resina, maior a resistência flexional dos espécimes
14, 45, 47, 54, 55
. O silano
tem sido descrito como o material que promove essa união efetiva entre o PMMA e
a fibra de vidro
47, 50, 54, 55, 56
. Justificando a sua importância, há pelo menos um
estudo que compara dois compostos de silano aplicados sobre uma fibra de vidro e
Discussão 10
o seu efeito sobre a resistência flexional de uma resina PMMA
47
. Assim, para alguns
autores, fibras de vidro não silanizadas parecem não exercer qualquer influência na
resistência de polímeros de PMMA
21, 47, 54
.
A forma como as fibras de vidro ou de poli(aramida) são
tratadas imediatamente antes de sua inclusão no interior do espécime de PMMA é,
igualmente, uma variável relevante. A imersão dessas fibras em monômero MMA é
vista, por alguns autores, como causa da presença de bolhas de ar na interface
fibra-resina, decorrentes da maior contração de polimerização do monômero MMA
(21%) em relação ao polímero PMMA (7%). Associa-se essa diferença na contração
de polimerização a um menor aumento da resistência flexional e, por isso, propõe-se
a adição de uma mistura fluida de PMMA-MMA, preferencialmente, à imersão da
fibra em monômero MMA
55
.
Outros estudos mostram, entretanto, que o aumento da
quantidade de monômero líquido MMA ao redor das fibras, antes de sua
incorporação à mistura final da resina PMMA, parece contribuir para o melhor
molhamento das fibras e menor incorporação de bolhas de ar
49,56
. Vallittu (1998)
56
,
além disso, observou que o uso de uma mistura fluida de PMMA-MMA não resulta
em uma impregnação ótima das fibras pela resina PMMA. Escolhemos, por isso,
imergir ambos os reforços utilizados em nosso trabalho, em monômero MMA, pois
vários estudos relatam que esse método melhora a união entre reforços de qualquer
natureza e a resina
13, 38, 49, 50, 51, 60
.
A localização das fibras no interior do espécime é de suma
importância. Um corpo de prova em forma de prótese provisória sobre implante com
extensão em cantilever, sendo submetido a um teste compressivo de resistência à
Discussão 10
fratura, no extremo distal do cantilever, sofre deformação de tração na superfície
oclusal das áreas dos conectores. Seguindo esta teoria, neste trabalho, a melhor
localização para se inserir as fibras seria o mais superiormente possível nas áreas
de conexão, na região onde se desenvolvem as forças de tração
32, 34, 51, 52
.
A carga máxima suportada, suportada em N, diz respeito à
resistência à fratura do espécime. Quando o comprimento do cantilever foi de 7 mm
todos os grupos, reforçados ou não, apresentaram valores médios de resistência à
fratura significativamente maiores que os demonstrados pelos grupos com 14 e 21
mm de comprimento. Analisando cada grupo em separado, quando se aumentou o
comprimento do cantilever, diminuiu-se de forma significante o valor médio da carga
máxima suportada.
Muitas sugestões têm sido feitas na literatura em relação ao
comprimento do cantilever, mas em geral os vários autores concordam que, de
acordo com a qualidade óssea, considera-se aceitável entre 10 a 20mm de
extensão
35,39,57,36
. Isto corresponde aproximadamente à distância mésio-distal de um
pré-molar e um molar. Talvez um dos achados mais convincentes deste e de outros
estudos
39,59
é o fato de que o aumento do cantilever tem um efeito marcante sobre a
concentração de tensões e a resistência a fratura. Quanto mais longo o cantilever,
maior tensão é observada. Desde o ponto de vista clínico, existem outros fatores
como: a força oclusal a ser exercida, a dentição oposta, natural ou restaurada, bem
como o biotipo do paciente e sinais de parafunção; que devem ser considerados e
que influenciam no comprimento do cantilever
35
.
As próteses parciais fixas incluindo aquelas simuladas no
presente estudo apresentam os conectores, ou seja, as regiões que unem os
Discussão 109
retentores ao pôntico ou que unem pônticos entre si, como as áreas mais finas
dessa estrutura representando o elo frágil desse sistema. Durante um ensaio de
resistência à fratura, uma tensão compressiva é gerada sobre a região do pôntico
onde esta sendo aplicada a força. Esta região, entretanto, é pouco afetada, em
decorrência da presença de uma combinação favorável entre as “propriedades do
material” e a “área de distribuição de força”. Entendemos como “propriedades do
material” a capacidade, neste caso, da resina acrílica PMMA autopolimerizável
responder mecanicamente de maneira propícia às tensões de compressão não se
fraturando como um material friável, nem se deformando como um material
borrachóide. Associada a esta característica, temos a “área de distribuição de força”
que corresponde no presente trabalho à área de contato entre a superfície oclusal e
esfera de aço de Ø 8,0 mm que esta imprimindo a força. Esta área de contato foi
conseguida pelo ajuste do provisório à referida esfera ainda no enceramento,
auxiliando na melhor distribuição das forças durante o ensaio.
As regiões dos conectores apresentam-se como elo frágil
mecânico do sistema em função de suas dimensões reduzidas em ambos os
sentidos vestíbulo-lingual e cérvico-oclusal quando comparados como o restante da
prótese. Estas regiões são mais delgadas, pois de maneira importante
correspondem às áreas de alívios importantes e relacionam-se com o alojamento
adequado da papila gengival interdental e ameias vestibular e lingual.
A manutenção da saúde dos tecidos gengivais que
margeiam os pilares protéticos, incluindo a papila gengival, além da fibromucosa
localizada adjacente aos pônticos é de suma importância para a conservação dos
tecidos de suporte e perpetuação de qualquer tratamento reabilitador como próteses
Discussão 11
parciais fixas. Qualquer reação inflamatória desses tecidos pode gerar situações
clínicas inconvenientes imensuráveis e irreversíveis ao sistema biológico relacionado
à prótese: quadros clínicos de hiperplasia gengival, evolução da doença pelo
acumulo de placa microbiana, reabsorção da crista óssea, perda de inserção,
desconforto, dor, sangramento, e nos casos de próteses sobre implantes, pode gerar
perimplantite que pode causar a perda do próprio implante. A manutenção do
equilíbrio desse sistema é fornecida em parte pela preservação dos tecidos
periodontais de suporte e proteção, através de superfícies polidas da restauração e
do seu desenho que permita um fácil acesso à higienização pelo paciente, e pelo
adequado arranjo oclusal que permita uma tolerância às forças tanto pelo material
envolvido na confecção de prótese quanto pelo periodonto de suporte
10
. Desta
maneira, qualquer um destes fatores mecânicos ou biológicos não deve ser
negligenciado.
A capacidade dos reforços estudados em conter a
propagação da trinca é que vai ditar o modo de fratura de espécime em resina. A
trinca, uma vez gerada, ao se propagar no interior do espécime em sentido diagonal
no pôntico e encontrar o reforço em uma direção perpendicular, pode levar a uma
falha na interface adesiva entre as fibras e a resina que pode ser estabilizada
(Fratura Parcial) ou continuar até a fratura total do provisório, porém, sem fraturar o
reforço que permanecendo íntegro mantêm as duas partes fraturadas da resina
unidas (Fratura Total Não Separada). Se a adesão entre as fibras e a resina,
entretanto, for maior que a resistência coesiva da fibra, isto pode levar a fratura
completa da fibra (Fratura Total Separada). Esta resistência à propagação de fratura
Discussão 111
pode ser atribuída a uma real união química ou a retenção mecânica da fibra à
resina, ou ainda, a ambos.
17, 21
Em relação ao modo de fratura todos os espécimes do
Grupo Controle, nos três comprimentos de cantilever avaliados, exibiram uma fratura
de 100% do tipo Total Separada, com separação completa dos provisórios em duas
partes, evidenciando a incapacidade da resina PMMA, de dissipar as tensões
induzidas sobre ela quando submetida à uma carga que tende a flexioná-la
2
.
Os grupos Kevlar e Fibrante, por sua vez, sofreram uma
ocorrência de 100% de fraturas de tipo Parcial, nos três comprimentos de cantilever
estudados, mostrando a eficiência do reforço em conter a propagação de trinca,
evitando uma fratura com completa separação do provisório.
Estes resultados estão de acordo com o estudo de
Samadzadeh (1997)
38
, em que, submetendo próteses parciais fixas confeccionadas
com PMMA reforçadas com uma fibra de poli(etileno) à uma carga axial não
observou fraturas totais com separação da prótese em dois segmentos, ao contrario,
as conexões permaneceram intactas e somente uma porção do pôntico foi perdida
em função da falha coesiva do PMMA.
Resultados similares ao nosso trabalho foram os descritos
por Hazelton et al. (1995)
20
, por sua vez, descreveram que não encontraram
nenhuma diferença significativa na resistência à fratura entre as próteses com e sem
reforço, entretanto, os autores relataram que os reforços mantiveram as duas peças
fraturadas contíguas. Da mesma maneira Bastos, Ferreira
2
, em 2003, encontraram
Discussão 112
que as fraturas dos espécimes reforçados foram consideradas mais favoráveis,
ocorrendo de forma predominante os tipos Ausente e Parcial.
Em condições clínicas, a ausência de fratura ou fratura
parcial faz parte, certamente, de um comportamento ideal esperado, reduzindo o
risco de perda, ingestão ou aspiração da prótese provisória, já as fraturas do tipo
total separada acarretam em um maior tempo clinico na confecção de novas
restaurações
6, 20, 38, 52
.
Em nenhum dos grupos observou-se qualquer outra forma
de falha, como exemplo, fratura na interface resina-componente protético, fratura na
margem dos provisórios ou fratura dos parafusos protéticos.
A indicação de se utilizarem fibras com a intenção de
reforçar as próteses fixas implanto-suportadas é defendida por diversos autores
5,8,37
.
Os autores advogam que os benefícios do uso das próteses finais reforçadas com
fibras de diversas naturezas vão além de uma relação custo-benefício mais
favorável, em comparação às infra-estruturas metálicas fundidas, principalmente em
ouro
5, 8, 9, 37
. Discutem que as próteses reforçadas com fibras exibem também
adequada rigidez e resistência mecânica
4,5,8,9,37
. Entretanto, são raros os trabalhos
que propõem o reforço de próteses provisórias. Binon
8
alerta que, em próteses
provisórias com espaços protéticos longos ou que apresentem cantilever, é prudente
realizar o reforço da mesma. O autor sugere o uso de uma fibra de poli(aramida)
para este fim.
Compreende-se, por fim, que resistência à fratura adequada
é apenas um dos requisitos das próteses provisórias implanto-suportadas, que
Discussão 113
devem nortear a escolha de um material ou técnica. A pesar das limitações dos
testes laboratoriais quanto à reprodução de situações clínicas, os mesmos são úteis
e necessários para a comparação de materiais e técnicas em situações
controladas
19
.
Diante de nossos resultados, tanto a fibra Kevlar como
Fibrante podem ser utilizadas como reforços em próteses provisórias sobre
implantes com o intuito de evitar a situação mais desfavorável do tipo de fratura. A
fibra de vidro Fibrante, por sua vez, apresenta algumas vantagens como a
translucidez e a sua disponibilidade comercial no mercado nacional.
Por fim, constata-se que a utilização de ambas as fibras,
somados a toda demonstração do seu beneficio por diversos autores torna a técnica
da confecção de próteses provisória reforçadas com fibras um método simples e
prático orientado ao sucesso clinico.
7 CONCLUSÕES
Conclusões
11
7 CONCLUSÕES
Segundo o método empregado e com base nos resultados
obtidos nas condições laboratoriais deste estudo, pode-se concluir que:
a) Sobre a resistência a fratura:
a.1) Quando o comprimento do cantilever foi de 7 mm todos os
grupos apresentaram valores médios de resistência à fratura
significativamente maiores que os demonstrados pelos grupos com 14
e 21 mm de comprimento.
Analisando cada grupo em separado, quando se aumentou o
comprimento do cantilever, diminuiu-se de forma significante o valor
médio da carga máxima suportada.
a.2) Em relação ao tipo de reforço utilizado, os resultados exibiram
que não houve diferença estatisticamente significante entre os
espécimes reforçados e os não reforçados, apresentando-se valores
semelhantes entre si.
b) Em relação ao modo de fratura:
Todos os espécimes do grupo controle, com os diferentes
comprimentos do cantilever avaliados, exibiram 100% de fraturas do
tipo Total Separada. Os grupos Fibrante e Kevlar, por sua vez sofreram
uma ocorrência de 100% de fraturas do tipo parcial.
ANEXOS
Anexos
121
ANEXO 1 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Controle - 7 mm de comprimento do
cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N)
Modo de fratura
1 30,500 299,11 Total separada
2 32,000 313,82 Total separada
3 22,000 215,75 Total separada
4 22,500 220,65 Total separada
5 26,750 262,33 Total separada
6 32,450 318,23 Total separada
7 21,750 213,30 Total separada
8 37,500 367,76 Total separada
9 23,750 232,91 Total separada
10 31,500 308,92 Total separada
Média
28,07 275,27
Anexos
122
ANEXO 2 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Controle - 14 mm de comprimento do
cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N)
Modo de fratura
1 6,350 62,27 Total separada
2 8,450 82,86 Total separada
3 8,700 85,32 Total separada
4 7,150 70,12 Total separada
5 8,750 85,81 Total separada
6 10,100 99,05 Total separada
7 10,300 101,01 Total separada
8 6,850 67,17 Total separada
9 10,800 105,91 Total separada
10 5,300 51,97 Total separada
Média
8,27 81,14
Anexos
123
ANEXO 3 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Controle - 21 mm de comprimento do
cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N) Modo de fratura
1 8,250 80,90 Total separada
2 5,850 57,37 Total separada
3 5,200 50,99 Total separada
4 5,550 54,42 Total separada
5 5,500 53,93 Total separada
6 6,500 63,74 Total separada
7 6,600 64,72 Total separada
8 6,550 64,23 Total separada
9 7,650 75,02 Total separada
10 6,300 61,78 Total separada
Média
6,39 62,71
Anexos
124
ANEXO 4 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Kevlar
®
- 7 mm de comprimento do
cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N) Modo de fratura
1 28,400 278,51 Parcial
2 33,300 326,57 Parcial
3 36,050 353,54 Parcial
4 30,150 295,68 Parcial
5 28,600 280,48 Parcial
6 35,200 345,20 Parcial
7 33,950 332,94 Parcial
8 27,400 268,71 Parcial
9 33,150 325,10 Parcial
10 32,650 320,19 Parcial
Média
31,89 312,69
Anexos
12
ANEXO 5 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Kevlar
®
- 14 mm de comprimento do
cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N) Modo de fratura
1 13,250 129,94 Parcial
2 6,250 61,29 Parcial
3 9,200 90,22 Parcial
4 10,500 102,97 Parcial
5 9,300 91,20 Parcial
6 10,400 101,99 Parcial
7 8,600 84,34 Parcial
8 6,450 63,25 Parcial
9 8,450 82,86 Parcial
10 9,350 91,69 Parcial
Média
9,18 89,97
Anexos
12
ANEXO 6 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Kevlar
®
- 21 mm de comprimento do
cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N) Modo de fratura
1 4,050 39,71 Parcial
2 4,550 44,62 Parcial
3 4,850 47,56 Parcial
4 5,600 54,91 Parcial
5 5,350 52,46 Parcial
6 6,300 61,78 Parcial
7 4,600 45,11 Parcial
8 6,250 61,29 Parcial
9 5,150 50,50 Parcial
10 4,950 48,54 Parcial
Média
5,16 50,64
Anexos
12
ANEXO 7 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Fibrante
®
- 7 mm de comprimento do
cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N) Modo de fratura
1 31,700 310,88 Parcial
2 35,700 350,10 Parcial
3 32,550 319,21 Parcial
4 25,200 247,13 Parcial
5 36,150 354,52 Parcial
6 33,750 330,98 Parcial
7 31,800 311,86 Parcial
8 32,400 317,74 Parcial
9 22,900 224,58 Parcial
10 26,800 262,82 Parcial
Média
30,90 302,98
Anexos
12
Anexo 8 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Fibrante
®
- 14 mm de comprimento
do cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N) Modo de fratura
1 7,600 74,53 Parcial
2 10,650 104,44 Parcial
3 9,175 89,97 Parcial
4 13,975 137,05 Parcial
5 8,575 84,09 Parcial
6 12,325 120,87 Parcial
7 9,425 92,43 Parcial
8 7,875 77,23 Parcial
9 5,125 50,26 Parcial
10 8,325 81,64 Parcial
Média
9,31 91,25
Anexos
129
ANEXO 9 - Quadro demonstrativo dos valores de resistência à fratura (em Kgf e em
N) e modo de fratura dos espécimes do Grupo Fibrante
®
- 21 mm de comprimento
do cantilever
Espécimes Carga (Kgf) Carga (N) Modo de fratura
1 9,650 94,63 Parcial
2 7,500 73,55 Parcial
3 7,525 73,79 Parcial
4 7,650 75,02 Parcial
5 3,725 36,53 Parcial
6 6,975 68,40 Parcial
7 7,550 74,04 Parcial
8 4,500 44,13 Parcial
9 8,200 80,41 Parcial
10 5,350 52,46 Parcial
Média
6,86 67,29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas
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ABSTRACT
Abstract 14
5
ABSTRACT
Evaluation of the resistance to the fracture of temporary fixed prostheses
implant-supported varying the extension of the cantilever and the fiber type:
glass fibers and poliaramid fibers.
In the oral rehabilitator treatment, the provisory restorations
have extremely importance. The resistance and durability of materials used in the
execution are critical, especially in extended treatments and in vast toothless
spaces. The goal of this work was to demonstrate the resistance and the types of
fracture of specimens that simulate a fixed prosthesis of three elements changing
the extension of cantilever (7, 14 e 21mm), made of acrylic resin
polymethylmethacrylate (PMMA) autopolymer, with and without reinforcement in its
interior, built over implant components. The reinforcements used were: fiberglass
(Fibrante® - Angelus®, Londrina, PR, Brazil) and poliaramid fiber (Kevlar® - Du
Pont®, USA). The groups have 10 specimens each, including a group of control,
without reinforcement. The specimens were submitted to a compressor charge until
its fracture. The analysis of results (ANOVA, p < 0,05) for the test of resistance,
showed that there is no statistic difference between the groups regarding the type of
reinforcement; however, there is a significant statistic difference regarding the
cantilever extension. When the extension of cantilever was 7mm, all groups showed
medium values of resistance to fractures, in N, significant more than the showed by
the groups with 14 and 21mm of extension. In relation with the types of fracture, the
Abstract 14
reinforcement groups show fractures more favorable to be repaired, even when they
were partially fractured.
Keywords: Acrylic resins. Temporary dental restoration. Mechanical stress.
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