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Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
LUCIANA AUGUSTO
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA ADESIVA DOS CIMENTOS DE
IONÔMEROS DE VIDRO NA DENTINA DE DENTES DECÍDUOS
IRRADIADA COM LASER DE Er:YAG”
ARARAS
2005
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Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
LUCIANA AUGUSTO
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA ADESIVA DOS CIMENTOS DE
IONÔMEROS DE VIDRO NA DENTINA DE DENTES DECÍDUOS
IRRADIADA COM LASER DE Er:YAG”
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Hermínio Ometto UNIARARAS,
para obtenção do título de Mestre em
Odontologia.
Área de concentração: Odontopediatria.
Orientador: Profº. Dr. Sérgio Luiz Pinheiro
ARARAS/SP
2005
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca “DUSE RÜEGGER OMETTO”
- UNIARARAS -
A923a
Augusto, Luciana
Avaliação da resistência adesiva dos cimentos de
ionômeros de vidro na dentina de dentes decíduos irradiada
com Laser de Er:Yag. / Luciana Augusto. -- Araras, SP :
[s.n.], 2005.
61f. : il. ; 30cm.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Pinheiro.
Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Hermínio
Ometto, Curso de Odontologia.
1. Lasers. 2. Cimentos de ionômeros de vidro. 3. Dente
decíduo. 4. Odontopediatria. I. Pinheiro, Sérgio Luiz. II.
Centro Universitário Hermínio Ometto, Curso de
Odontologia. III. Título.
UNIARARAS
CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO OMETTO
Luciana Augusto
FOLHA DE APROVAÇÃO
A dissertação intitulada: “Avaliação da resistência adesiva dos cimentos de
ionômeros de vidro na dentina de dentes decíduos irradiada com laser de
Er:YAG”, apresentada a UNIARARAS - Centro Universitário Hermínio Ometto,
para obtenção do grau de Mestre em Odontologia, área de concentração em
Odontopediatria em 16 de dezembro de 2005, à Comissão Examinadora abaixo
nominada, foi aprovada após liberação pelo orientador.
______________________________________________________
Profº. Dr. Sérgio Luiz Pinheiro - Orientador
Disciplina de Odontopediatria do Centro Universitário Hermínio Ometto
______________________________________________________
Profº. Dr. Ricardo de Oliveira Bozzo
Coordenador do curso de Odontologia do Centro Universitário Hermínio Ometto
______________________________________________________
Profº. Dr. José Carlos Pettorossi Imparato
Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de
São Paulo
DEDICARIA
Dedico este trabalho aos meus pais Ilídio (in
memorian) e Meire, pelo amor com que me deram o
presente da vida e por terem sido meus primeiros
mestres e modelo, sempre presentes, orientando e
iluminando o meu caminho.
Às minhas irmãs e melhores amigas, pelo apoio
irrestrito, amor, amizade e enorme
companheirismo.
AGRADECIMENTOS
À Reitora, Profa. Dra. Miriam de Magalhães Oliveira Levada, a minha
admiração.
Ao Prof. Dr. Marcelo Augusto Marreto Esquissatto, Pró-Reitor de Pós-
Graduação e Pesquisa, pelo seu apoio.
Ao Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Bozzo, Coordenador do Curso de
Odontologia, pelo incentivo aos que se dedicam ao aprimoramento dos
conhecimentos técnicos e científicos.
Ao Prof. Dr. José Carlos P. Imparato, por despertar em mim o interesse
pela Odontopediatria, através da admiração e respeito apresentados por ele
quando da minha fase acadêmica.
Ao Prof. Dr. Sérgio Luiz Pinheiro, pela orientação e dedicação a mim
dispensada durante a realização deste trabalho.
Ao Prof. Ricardo Navarro, pela ajuda e orientação no tocante ao laser de
Er:YAG e na viabilização do uso nesta pesquisa do LELO-FOUSP.
Aos professores, do Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário
Hermínio Ometto – UNIARARAS.
Aos amigos do Curso de Mestrado em Odontopediatria, pela nossa
convivência e pela demonstração de amizade.
Ao amigo Fellipe D’Ottaviano Silvestre, pela colaboração nas fotografias
que ilustram esta dissertação.
A equipe de funcionários do Centro Universitário Hermínio Ometto –
UNIARARAS, pela atenção que sempre me dispensaram.
Ao Banco de Dentes Humanos da FOUSP, em especial à Prof
a
Alessandra
C. Nassif por doar os dentes para esta pesquisa.
Ao Laboratório de Dentística da FOUSP por viabilizar os testes de tração.
A todos aqueles que amo – familiares, amigos e colegas - a quem
renunciei a companhia em função de mais uma etapa de minha formação,
meu agradecimento e alegria por compartilharem comigo desse sonho que
acabo de concretizar.
Finalmente e acima de tudo, agradeço a Deus, pelas bênçãos recebidas e
pela presença tão constante em toda a minha vida.
“O segredo de progredir é começar. O
segredo de começar é dividir as tarefas árduas e
complicadas em tarefas pequenas e fáceis de
executar, e depois começar pela primeira”.
Mark Twain
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar a resistência adesiva à tração de
dois cimentos de ionômero de vidro convencionais (Fuji IX G.C. Corp.; Ketac
Molar Easymix 3M / ESPE) na dentina de dentes decíduos irradiada com laser
de Er:YAG com 60 mJ de energia e 2 Hz de pulso. Para este estudo foram
utilizados 40 caninos decíduos provenientes do Banco de Dentes Humanos da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Os dentes decíduos
foram seccionados no sentido mésio-distal, com disco de aço de dupla face,
incluídos em resina acrílica quimicamente ativada e posteriormente desgastadas
com lixas de carboneto de silicio de granulação 240, 400 e 600, refrigeradas com
água, adaptadas na máquina politriz Ecomet 3 (Buchler). Os dentes foram
divididos em 8 grupos: grupo 1 Ketac Molar Easymix puro; grupo 2 –Ácido
poliacrílico + Ketac Molar Easymix; grupo 3 Laser + Ketac Molar Easymix; grupo
4 - Laser + ácido poliacrílico + Ketac Molar Easymix; grupo 5 Fuji IX puro; grupo
6 Ácido poliacrílico + Fuji IX; grupo 7 Laser + Fuji IX; grupo 8 Laser + ácido
poliacrílico + Fuji IX. Nos grupos do Ketac Molar Easymix, o ácido poliacrílico
usado para o condicionmento da dentina foi o seu próprio líquido; já nos grupos do
Fuji IX foi usado o GC Dentin Conditioner™. Os corpos de prova foram
armazenados a 37°C por 24 horas e submetidos ao teste de resistência adesiva à
tração. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de ANOVA e ao teste
t. Conclui-se que o laser de Er:YAG influenciou negativamente a resistência
adesiva do Ketac Molar Easymix (p= 0,0088). O laser de Er:YAG diminuiu
numericamente a resistência adesiva do Fuji IX, porém sem diferença
estatisticamente significante (p= 00078). A utilização do ácido poliacrílico
previamente aos cimentos ionoméricos ou associados ao laser não apresentou
alteração na resistência adesiva de ambos cimentos ionoméricos com ausência de
diferenças estatisticamente significantes.
Unitermos: Laser de Er:YAG, cimento de ionômero de vidro, dentes decíduos,
ácido poliacrílico.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate and compare the tensile bond strength of two
glass ionomer cements (Fuji IX G.C. Corp.; Ketac Molar Easymix 3M / ESPE),
to dentin of primary teeth irradiated with Er:YAG laser energy - 60 mJ / 2 Hz. In
this study 40 extracted human canine teeth from Banco de Dentes Humanos da
Faculdade de Odontologia da Universidade de o Paulo. The teeth were
sectioneted with a water-cooled diamond, the crowns were individually embedded
in polyester resine using PVC cilinders and after polimirization, specimens were
ground under water cooling in a polishing machine ( Politriz, Struers A/S) with
#600-grit SiC paper to produce a standerdized smear layer. The teeth were divided
in 8 groups: group 1 Ketac Molar Easymix; group 2 polyacrylic acid + Ketac
Molar Easymix; group 3 laser + Ketac Molar Easymix; group 4 laser +
polyacrylic acid + Ketac Molar Easymix; group 5 Fuji IX; group 6 polyacrylic
acid + Fuji IX; group 7 – laser + Fuji IX; group 8 laser + polyacrylic acid + Fuji IX.
The specimens were stored in 37°C for 24 hours and tested to tensile bond
strength. The results were submetted to ANOVA and t. test. In conclusion, laser
influenced negativelly the tensile bond strength glass ionomer cements and
polyacrylic acid previous treatment of ionomeric cements and laser didn’t
increased the union’s resistence of none glass ionomer cements.
Key Words: primary teeth, glass ionomer cements, ER:YAG laser, polyacrylic acid.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 – Médias Aritméticas...................................................................40
Gráfico 2 – Tipos de Fraturas......................................................................44
Figura 1 – Equipamento de Laser de Er:YAG.............................................32
Figura 2 – Irradiação de Laser de Er:YAG...................................................33
Figura 3 – Matriz de tefflon para confecção do corpo de prova..................37
Figura 4 –Corpo de Prova para realização de teste de tração....................37
Figura 5 – Mini-Instro modelo 4442.............................................................38
Figura 6 – Fratura Adesiva..........................................................................42
Figura 7 – Fratura Coesiva..........................................................................42
Figura 8 – Fratura Mista...............................................................................43
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 – Valores do Teste de Tração (MPa).......................................39
Tabela 5.2 – Médias aritméticas e desvios padrão dos grupos amostrais 40
Tabela 5.3 – Teste t....................................................................................41
Tabela 5.4 – Tipos de Fraturas...................................................................42
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
LASER –Ligth Amplification by Stimulated Emission of Radiation
Er:YAG – Érbio: Ítrio-Alumínio-Granada
Nd:YAG – Neodímio: Ítrio-Alumínio-Granada
CO
2
–Dióxido de Carbono
µm – micrômetro
nm – nanômetro
mm – milímetro
cm – centímetro
J – Joule (Unidade de Energia)
mJ – milijoule
J/cm
2
– Joule/centímetro quadrado
WWatt (Unidade de potência)
mW – miliwatt
Hz – Hertz
°C – grau Celsius
% - Porcentagem
CIV – Cimento de ionômero de vidro
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura
LELO – Laboratório Experimental de Laser em Odontologia
FOUSP – Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................13
2. OBJETIVO........................................................................................................15
3. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................16
4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................31
5. RESULTADOS..................................................................................................39
6. DISCUSSÃO.....................................................................................................45
7. CONCLUSÕES.................................................................................................53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................54
ANEXO..................................................................................................................61
1. INTRODUÇÃO
O cimento de ionômero de vidro ocupa hoje um lugar de destaque na
odontologia contemporânea. Desde o seu lançamento no mercado, no início da
década de 70, este material passou por inúmeras modificações que resultam em
formulações adequadas para diversos procedimentos clínicos, principalmente, nas
áreas de Dentística, Odontopediatria, Ortodontia e Prótese (CARVALHO,1995,
p.42).
Algumas das características do cimento de ionômero de vidro, é aderir à
estrutura dental, quimicamente, possibilitando o seu uso em preparos
minimamente invasivos.
A utilização do laser na clínica odontopediátrica se apresenta também como
mais uma alternativa ao tratamento da doença rie, tornando os procedimentos
mais conservadores, rápidos e precisos (TARTAIX et al. 2001).
O princípio da emissão estimulada de radiação, a partir da interação entre
luz e matéria, descrita por Einstein, em 1917, foi a base teórica para o
desenvolvimento do laser. O laser de Érbio-ítrio-alumínio-granada (Er:YAG) foi
utilizado pela primeira vez na Odontologia por Hibst et al., em 1988, devido ao seu
comprimento de onda coincidir com o pico máximo de absorção da água, surgindo
como um sistema promissor na ablação dos tecidos duros dentais durante o
tratamento da doença cárie e a realização do preparo cavitário, não causando
injúria térmica à polpa e à estrutura dental remanescente (KELLER, HIBST, 1995).
Fried et al. (1996, p. 74) relataram que a ablação é iniciada a uma
temperatura de aproximadamente 300°C, bem abaixo da temperatura para
carbonizar a hidroxiapatita que é de 1200°C.
A ablação pelo laser de Er:YAG promove no esmalte microporosidades e,
na dentina, ausência da camada de esfregaço, com abertura dos túbulos
dentinários, criando um padrão morfológico microrretentivo que sugere a
possibilidade da realização de procedimentos restauradores adesivos (BISPO,
2000).
O laser de Er:YAG (2.94 nm) apresenta grande absorção pela água e
hidroxiapatita, sendo efetivo na remoção de tecidos duros através da ablação,
podendo ser utilizado para o condicionamento do tecido dental (esmalte e
dentina), remoção de tecido cariado e preparos cavitários conservadores,
indicados para realizar restaurações adesivas (GUTKNECHT, APEL, 2004).
A dentina em dentes permanentes e decíduos tem morfologia, composição
e estrutura histológica similares. A microestrutura da dentina de dentes decíduos,
comparada com a dos dentes permanentes tem diferenças significativas, na
localização e ocorrência dos microtúbulos. Entretanto, a área da dentina adesiva é
significantemente reduzida, avaliando as diferenças relatadas na força adesiva.
Tais diferenças podem ser importantes fatores na sensibilidade dentinária,
susceptibilidade a trauma e progressão de lesões de cárie (SUMIKAWA et al.
1999).
ainda muitas dúvidas sobre as alterações morfológicas da estrutura
dental causadas pela ação da luz laser, impulsionando-nos a pesquisar os efeitos
do laser Er:YAG sobre a estrutura dentinária e sua relação na adesão com o
cimento de ionômero de vidro convencional, na dentina de dentes decíduos.
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a resistência adesiva dos cimentos
de ionômero de vidro convencionais na dentina de dentes decíduos irradiada com
laser de Er:YAG.
3. REVISÃO DE LITERATURA
A adesão à dentina torna-se dificultada por ser um tecido com
características heterogêneas, sendo constituído, em peso, por, aproximadamente,
70% de hidroxiapatita, 18% de material orgânico (principalmente colágeno) e 12%
de água (PASHLEY,1992, p.229 ); os cristais de hidroxiapatita estão dispostos
irregularmente em uma matriz orgânica constituída de fibras colágenas; é um
tecido vivo no qual todo estímulo sobre ele executado reflete diretamente sobre a
polpa. Além disso, a presença dos túbulos dentinários, que contêm em seu interior
prolongamentos odontoblásticos e fluído dentinário, atravessam a sua estrutura a
partir da polpa até a junção amelo-dentinária promovendo umidade intrínseca e
alta permeabilidade (GARBEROGLIO, BRÄNNSTRÖM, 1976, p. 358). Dois tipos
de dentina são observados: a peritubular, altamente mineralizada, e a intertubular,
bem menos mineralizada (PASHLEY, CARVALHO, 1997, p. 369). Quando
realizamos um preparo cavitário deposita-se sobre toda a superfície dental uma
camada amorfa, com uma espessura variável entre 1 e 2 µm, denominada "smear
layer" ou esfregaço dentinário, constituída de debris do corte do esmalte e dentina,
resíduos orgânicos, contaminada com saliva, células sangüíneas e bactérias; não
podendo ser removida através de meios mecânicos, mas apenas, por meios
químicos (PASHLEY, 1992, p. 240).
Takemori (1993) avaliou os fatores que poderiam alterar a força de adesão
dos sistemas adesivos à dentina. Neste estudo foram examinadas cinco variáveis:
a espessura dos espécimes, a profundidade do substrato dentinário, o
embutimento ou não dos espécimes em resina epóxica, o tempo de estocagem e
a velocidade das mensurações. Os tempos de estocagem foram de 10 minutos, 3,
6, 12 e 24 horas. As velocidades dos testes foram 0.5, 1.0, 3.0, 5.0 mm/min e as
espessuras dos espécimes foram de 1, 3, 5 e 10 mm. O único fator a apresentar
diferença significante foi a espessura dos espécimes, em que aqueles com 1 mm
tiveram resistência adesiva menor que os espécimes com 10 mm. Os outros
fatores avaliados não apresentaram, dentro de seus grupos, diferenças
estatísticas significantes.
Atualmente, existem várias opções para confecção dos preparos cavitários:
instrumentos rotatórios, laser, jato de óxido de alumínio e sistemas químicos
mecânicos de remoção das lesões de cárie (PORTO et al. 2001).
Os lasers de alta potência emitem um feixe de luz num comprimento de
onda correspondente a uma grande absorção, podendo apresentar efeito térmico
elevado. Os lasers de alta potência utilizados na odontologia são: o dióxido de
carbono, Er:YAG, Ho:YAG, Nd:YAG e o argônio.
Para a confecção de preparos cavitários, o laser Er:YAG tem sido o mais
indicado, pois o seu comprimento de onda (2,94 nm) é altamente absorvido pela
hidroxiapatita e pela água, componentes do esmalte e dentina (MYAKI, 1998).
Em 1989, Hibst e Keller iniciaram a realização de estudos experimentais
com o laser de Er:YAG aplicado em tecidos duros. Nesse estudo, os autores
avaliaram o grau de ablação e a eficiência deste tipo de irradiação no esmalte e
dentina de dentes humanos. A duração de pulso utilizada foi de 250 ms e as
energias variaram de 30 a 360 mJ. O diâmetro e a profundidade das lesões
obtidas foram medidos, assim como a temperatura gerada durante a aplicação da
irradiação. Frente à análise dos resultados obtidos, os autores concluíram que o
laser de Er:YAG é efetivamente absorvido em tecidos duros pela água e por
componentes inorgânicos, gerando pouco calor.
Avaliando, em um estudo in vitro, a mudança de temperatura na câmara
pulpar de dentes humanos durante o preparo com laser de Er:YAG, Hoke et al. em
1990, observaram um aumento médio de temperatura da ordem de 2,2°C quando
foi utilizada refrigeração a água durante o procedimento e que o uso de um fino
jato de água aumenta a eficiência da ablação do laser de Er:YAG. A análise sob
microscópio eletrônico de varredura mostrou túbulos dentinários intactos a uma
distância de aproximadamente 10 mm da superfície dentinária irradiada.
As alterações do esmalte e dentina irradiados com laser de Er:YAG foram
analisadas por Li et al. (1992 ) que observaram valores de 7,2 J/cm² a 5 Hz de
taxa de repetição e 18,6 J/cm² a 2 Hz como limiares de densidade de energia para
ablação do esmalte. No caso da dentina, os limiares foram 0,7 J/cm² de densidade
de energia com 5 Hz de taxa de repetição e 1,2 J/cm² com 2 Hz. O aspecto
microrretentivo, observado em microscopia eletrônica de varredura (MEV) indicou
ser benéfico para procedimentos adesivos.
Vickers et al. (1992) realizaram estudo para determinar os efeitos da
ablação promovida pelo laser de Er:YAG, modo pulsado, no esmalte e na dentina
de dentes humanos extraídos estocados em solução salina ou em formalina 10%.
A luz laser foi focalizada perpendicularmente aos espécimes, obtendo irradiação
em ponto de 0,6 mm de diâmetro. A energia radiante variou de 0,01 a 0,63 J/p em
sequências de pulsos de 10, 20, 30, 40, e 50 pulsos. A profundidade de cada
cratera formada foi medida e relacionada com a energia radiante total. A análise
em microscopia eletrônica de varredura (MEV) mostrou que os dentes estocados
em solução salina mostraram linhas desorganizadas e fissuras no esmalte nos
menores níveis de energia radiante. A estocagem em formalina mostrou menor
eficiência de ablação no esmalte e na dentina.
Três variações associadas a testes de adesão foram avaliadas por Fowler
et al. (1992) como: o tipo de teste tração ou cisalhamento; o tipo de aparelho
utilizado para a realização dos testes; e o substrato dentário dente humano ou
bovino. Os dentes foram preparados em suas superfícies vestibulares com
profundidades padronizadas. Um grupo recebeu procedimento adesivo e
restauração e outro, restauração com cimento de ionômero de vidro. Após a
restauração, os espécimes foram submetidos aos testes de resistência adesiva.
Não se detectou diferenças estatisticamente significantes entre os testes de tração
e cisalhamento. O que se pôde observar foram diferenças quanto ao modo de
fratura no esmalte e na dentina. Na dentina, após o teste de tração, foi observado
maior número de falhas adesivas. Com relação aos dentes utilizados, não foram
detectadas diferenças quanto à utilização de dentes humanos ou bovinos.
Gimble et al., realizaram, em 1994, estudo clínico a fim de determinar a
eficácia do laser de Er:YAG em tecidos duros, em comparação aos tratamentos
convencionais. Foram feitos tratamentos de fissuras, remoção de lesões de cárie,
aplicação do laser e preparo cavitário. O laser foi aplicado por 43 segundos a 118
mJ, para a remoção da cárie o nível de energia considerado mais efetivo foi de 50
mJ, energia esta menor que a necessária para a promoção de ablação do esmalte
e da dentina. As análises em MEV mostraram uma superfície dentária rugosa e
com túbulos abertos. Além da análise microscópica, realizou-se teste de tração
para amostras que sofreram procedimento adesivo após condicionamento
dentinário somente com laser e laser associado à aplicação posterior de solução
ácida. Os resultados mostraram força de 12 MPa para amostras atacadas
somente com laser e 31 MPa para aquelas atacadas com laser e ácido. Os dados
histológicos, em relação aos estudos rmicos da polpa, indicaram que não houve
danos devido ao tratamento com o laser.
O mecanismo de formação de cavidade pela irradiação como laser de
Er:YAG foi descrito por Altshuler et al. (1995). Segundo os autores, reduzindo-se a
duração do pulso do laser de Er:YAG de 280 para 140 ms, a eficiência da
remoção do esmalte aumenta 60% e da dentina aumenta 80%. A presença do
spray em pulsos de água aumenta 70% da efetividade de ablação do esmalte e
10% da dentina. No caso de spray de água contínuo, o aumento no esmalte é de
50% e na dentina há redução de 10% da efetividade de ablação.
Visuri et al. (1995) realizaram teste de cisalhamento da resina composta em
superfícies dentinárias irradiadas com laser de Er:YAG (350 mJ / 6 Hz) e com
broca carbide de alta rotação. Os valores obtidos com o laser foram superiores e,
em microscopia eletrônica de varredura, foram observados túbulos dentinários
abertos. Os autores sugeriram a eliminação do condicionamento ácido da dentina
para adesão de resinas compostas.
Moritz et al. (1996) estudaram a eficácia de diversos métodos de
condicionamento de esmalte na resistência adesiva do sistema Scotchbond Multi-
Purpose, através do teste de tração. Os 280 dentes humanos receberam
tratamento com laser de CO
2
, laser de Nd:YAG, laser de Er:YAG e microabrasão.
O laser de Er:YAG foi utilizado nas energias de 60, 180 e 250 mJ, com as
respectivas freqüências de 4, 2 e 2 Hz. Os lasers de Nd:YAG e Er:YAG tiveram
valores muito próximo aos obtidos com condicionamento ácido. Os autores
ressaltaram que estes métodos alternativos teriam validade na medida em que
fossem utilizados para a realização de preparo cavitário, eliminando, assim,
passos clínicos, uma vez que o condicionamento ocorreria simultaneamente.
Cozean et al. (1997) realizaram um levantamento clínico sobre a efetividade
do laser de Er:YAG para remoção de tecido cariado e preparos cavitários em
dentina e esmalte. Este estudo foi divulgado em dois grupos, sendo o primeiro
composto por dentes com indicação para exodontia que foram irradiados com o
laser de Er:YAG e, após a extração, foram analisados histologicamente. No
segundo grupo, os dentes irradiados foram acompanhados quanto à vitalidade
pulpar. Em ambos os grupos, foram realizados preparos convencionais como
controle. Os autores concluíram que não houve diferença significante na histologia
pulpar entre os dentes irradiados e os controles, e que o laser de Er:YAG é efetivo
para a remoção de tecido cariado e preparos cavitários de esmalte e dentina.
Matsumoto et al. (1998) estudaram a superfície dentinária irradiada com
laser de Er:YAG (250 mJ) com refrigeração com água e, através da MEV,
verificaram que os túbulos dentinários depois da irradiação mostraram-se abertos;
quando esta não é refrigerada algumas áreas dos túbulos dentinários estavam
fundidas e cristalizadas. Várias microparticulas produzidas pela ablação foram
observadas, as partículas de água existente na dentina podem acelerar tal ação.
Os autores verificaram que não houve diferença estatística na distribuição do
cálcio e fósforo entre as superfícies dentinárias irradiadas ou não irradiadas com
laser de Er:YAG.
Moriya et al. (1998) fizeram um trabalho sobre a aplicação clínica do laser
de Er:YAG para restaurações em crianças. Foram utilizadas 19 crianças (22
dentes) com idades entre 2 e 12 anos. O laser foi irradiado com 200 a 300 mJ
para esmalte e 100 a 200 mJ para dentina, as cavidades preparadas com laser
foram restauradas com resina composta sem condicionamento de ácido fosfórico.
Nenhum dente mostrou complicação de efeitos térmicos na polpa, descoloração
ou fissuras durante o período de observação, que foi de dois anos. A irradiação
com laser na superfície do esmalte, produziu um efeito similar ao condicionamento
ácido, chamado de “laser etching”. Na conclusão deste estudo, os autores
sugerem que o laser de Er:YAG seja uma alternativa proveitosa no método de
preparo cavitário para restaurações de resina composta, em crianças.
Saraceni (1998) estudou a resistência à tração de um sistema adesivo em
superfícies dentinárias tratadas com microabrasão por óxido de alumínio e
irradiação com laser de Er:YAG. Concluiu que o procedimento adesivo realizado
de forma convencional e a irradiação com o laser de Er:YAG, associada ao
condicionamento com ácido fosfórico, foram os tratamentos dentinários que
apresentaram melhores resultados; a microabrasão por óxido de alumínio,
aplicada em substituição ao condicionamento ácido ou associada a ele, foi o
procedimento que mostrou pior resultado; sendo o condicionamento ácido ainda
uma etapa que não pode ser abolida do protocolo adesivo, uma vez que a não
realização do mesmo, aplicada de forma isolada ou associada, leva a uma
diminuição da resistência adesiva.
Bispo (2001) avaliou a resistência à tração de uma resina composta,
aderida ao esmalte, que recebeu irradiação laser, laser mais ácido fosfórico a 35%
e apenas ácido fosfórico. O esmalte condicionado foi observado em MEV, com
diversos parâmetros, testando-se o modo focado e desfocado com várias
densidades de energia. A associação laser + ácido fosfórico mostrou valores de
resistência à tração, superiores à aplicação exclusiva do laser na maioria dos
parâmetros utilizados.
Blay (2001) analisou a redução bacteriana após remoção de tecido cariado
em dentina com laser de Er:YAG comparando os resultados com aqueles obtidos
com o uso de ponta montada em alta rotação. Os resultados obtidos mostraram
ser o laser de Er:YAG eficaz e efetivo na eliminação de bactérias remanescentes
em preparo cavitário comparado aos métodos convencionais onde se detectou um
crescimento de 20% das amostras de dentina.
Moreira (2001) avaliou a resistência à força de cisalhamento de
restaurações em cimento de ionômero de vidro sobre a dentina humana
condicionada com laser de Nd:YAG (100 mJ / 15 Hz). Os resultados
demonstraram que a resistência ao cisalhamento das restaurações de cimento de
ionômero de vidro à dentina tratada com laser de Nd:YAG, e em seguida, com
ácido poliacrílico foi estatisticamente semelhante àquelas onde a dentina recebeu
apenas o condicionamento com ácido poliacrílico; e que as restaurações
confeccionadas sobre a dentina tratada apenas com laser tiveram uma resistência
significativamente menor.
Navarro (2001) verificou a influência de irradiação do esmalte e dentina com
laser de Er:YAG, com diferentes parâmetros de energia, na resistência adesiva de
um sistema adesivo autocondicionante e verificou, por meio da microscopia
eletrônica de varredura (MEV), as superfícies de esmalte e dentina irradiadas com
laser de Er:YAG e tratadas com sistema adesivo autocondicionante. De acordo
com as observações, pode concluir que o laser de Er:YAG é capaz de influenciar
na resistência adesiva do sistema autocondicionante à superfície do esmalte e
dentina, sendo maior a sua efetividade quando foi utilizada a menor densidade de
energia do laser. O laser de Er:YAG, através da ablação do esmalte e dentina,
altera a morfologia das superfícies irradiadas, criando um padrão microrretentivo.
Francischone et al. (2001), em um estudo in vitro, concluíram que o
tratamento da superfície dentinária com laser de Er:YAG apresenta valores de
adesão inferiores aos obtidos com condicionamento ácido, e que o
condicionamento com ácido fosfórico, realizado após o tratamento com laser,
aumenta significantemente os valores de adesão, principalmente utilizado na
potência de 60 mJ.
Giusti et al. (2002) analisaram, in vitro, a morfologia, o diâmetro, a
profundidade e o volume das cavidades preparadas com laser Er:YAG em dentes
decíduos. O laser Er:YAG foi usado com uma energia de 200 mJ e 300 mJ
pulsátil, com frequência de 10 Hz e aplicados por 10 segundos. A morfologia, o
diâmetro e a profundidade das cavidades foram medidas através da MEV usando
um programa cefalométrico modificado e o volume foi calculado combinando todos
os parâmetros. A MEV mostrou que as cavidades produzidas foram arredondadas
ou ovais. O diâmetro não foi afetado pelo nível de energia do laser, mas o
aumento da energia aumentou a profundidade e o volume das cavidades.
Gonçalves et al. (2002) verificaram em um estudo in vitro a força de união
na interface dentina / resina composta condicionadas com laser de Er:YAG. Foram
utilizados 42 molares e divididos em 6 grupos; as resinas usadas foram: Alert
(Jeneric / Penton); Prodigy (Kerr Co.); Z100 (3M – ESPE), com os adesivos
correspondentes Bond 1; Optibond Solo e Single Bond respectivamente. Nos
grupos experimentais o laser de Er:YAG foi irradiado por 15 segundos, a 140 mJ e
4 Hz com 90° em relação à superfície. Em todos os grupos foi feito
condicionamento ácido com ácido fosfórico a 37%, por 15 segundos. Os
resultados foram GI C (ácido + Alert) 8,03 MPa (p< 0,10); GI E (laser + ácido +
Alert ) 18,89 MPa; GII C (ácido + Prodigy) 19,88 MPa; GII E (laser + ácido +
Prodigy) 12,57 MPa (p< 0,05); GIII C (ácido + Z100) 19,58 MPa; GIII E (laser +
ácido + Z100) 14,11 MPa. Os autores concluíram que o tratamento prévio com
laser de Er:YAG só melhorou a resistência adesiva do sistema restaurador Alert.
Meda (2002) estudou a resistência adesiva à tração de dois cimentos de
ionômeros de vidro (Vitremer e Ketac Fil Plus, ambos da 3M ESPE) na dentina
de dentes irradiados com laser de Er:YAG com diferentes energias, e analisados
pela MEV. Foi utilizado 80 terceiros molares, estes foram divididos em 8 grupos:
grupo 1 - Laser de Er:YAG 150 mJ / 7 Hz + Vitremer; grupo 2 Laser de Er:YAG
200 mJ / 7 Hz + Vitremer; grupo 3 Laser de Er:YAG 250 mJ / 7 Hz + Vitremer;
grupo 4 Laser de Er:YAG 150 mJ / 7 Hz + Ketac Fil Plus; grupo 5 Laser de
Er:YAG 200 mJ / 7 Hz + Ketac Fil Plus; grupo 6 Laser de Er:YAG 250 mJ / 7 Hz
+ Ketac Fil Plus; grupo 7 Preparo convencional em alta rotação + Vitremer;
grupo 8 preparo convencional em alta rotação + Ketac Fil Plus. Foi concluído
que o Vitremer obteve os melhores resultados de força de união, nos grupos
utilizando o laser de Er:YAG com energia de 150 e 200 mJ e no grupo controle.
Matsumoto et al. (2003) analisaram as mudanças morfológicas na dentina
irradiada com laser de Er:YAG. Utilizaram 25 dentes que foram preparados e
irradiados com laser de Er:YAG a 200 mJ, 20 dentes foram irradiados com
refrigeração com água e 5 dentes sem refrigeração. Cinco dentes refrigerados e
os cinco que foram irradiados sem refrigeração foram observados pela MEV. Os
autores observaram que as superfícies irradiadas com o laser e refrigeradas
apresentaram-se irregulares, sem smear layer, os túbulos dentinários expostos; e
na irradiação sem refrigeração, produziu uma estrutura amorfa fundida, e a
dentina com fendas. Os autores concluíram que a alteração morfológica
ocasionada pelo laser de Er:YAG com refrigeração são favoráveis.
Corona et al. (2003) em um estudo, in vitro, verificaram a resistência à
tração dos cimentos de ionômero de vidro à dentina irradiada com laser Er:YAG.
Trinta dentes foram cortados no sentido mésio-distal, obtendo sessenta metades e
estas foram divididas em três grupos de vinte dentes. Os grupos foram
subdivididos em dois subgrupos de acordo com o material usado: Vitremer (3M) e
ProTec CEM (Vivadent) 1) Laser Er:YAG (80 mJ/ 2 Hz), 2) Laser Er:YAG +
condicionamento ácido por 15 segundos, ou primer,3) Grupo controle: material
restaurador + primer ou condicionamento ácido. O primer foi aplicado nos dentes
restaurados com Vitremer por 30 segundos na dentina umidecida e
fotopolimerizado por 20 segundos. Com o ProTec CEM foi usado o
condicionamento ácido por 15 segundos. Depois de 24 horas acondicionados em
água, o teste de tração foi realizado. Houve diferenças significativas entre os
diversos tipos de tratamento de dentina. O Vitremer independentemente do
tratamento de dentina recebido teve uma resistência adesiva maior do que o
ProTec CEM. Entretanto, quando o laser foi aplicado a adesão melhorou
significantemente, inclusive no ProTec CEM. Os autores concluíram que o laser
Er:YAG influenciou na adesão dos cimentos de ionômero de vidro, principalmente
no Vitremer, e a aplicação do primer ou condicionamento depois da irradiação com
laser Er:YAG, promoveu uma melhor adesão entre os cimentos testados e o
substrato dental.
Marques et al. (2004) avaliaram a resistência à tração de diferentes
sistemas adesivos à dentina de dentes decíduos com alta rotação ou laser de
Er:YAG (2,94 nm). Foram usados trinta e oito dentes caninos decíduos e estes
divididos em cinco grupos: G1: ponta diamantada em alta rotação + ácido fosfórico
à 35% + Single Bond; G2: ponta diamantada em alta rotação + sistema
autocondicionante One Up Bond F; G3: laser Er:YAG (4 Hz, 80 mJ, 25,72 J/cm²) +
ácido fosfórico 35% + Single Bond; G4: laser + Single Bond; G5: laser+ sistema
autocondicionante One Up Bond F. Os corpos de prova foram confeccionados em
resina composta Z 100 ( 3M, ESPE). Após os testes de tração, o laser + ácido
fosfórico + Single Bond; laser + Single Bond ou laser + One Up Bond F promoveu
aumento nos valores de adesão em comparação aos grupos com alta rotação.
Manhães et al. (2005) estudaram como o preparo da superfície dentinária e
a técnica de aplicação do primer pode influenciar a resistência adesiva do sistema
autocondicionante. Foram utilizados 21 molares (12 para o teste de tração e 9
para análise morfológica). Os 12 molares para o teste de adesão tiveram a sua
dentina exposta e foram divididos em 6 grupos: G1- broca diamantada + sistema
autocondicionante Clearfil SE Bond (SE) na forma ativa (fricciona-se o primer
sobre a dentina por 20 segundos); G2- broca diamantada + primer na forma
passiva (passa na dentina sem fricção); G3- laser de Er:YAG (350 mJ no esmalte
e 250 mJ na dentina com 4 Hz de freqüência) + primer ativo; G4- laser de Er:YAG
+ primer passivo; G5- disco de lixa (granulação 600) + primer ativo e G6- disco de
lixa + primer passivo. Depois dos procedimentos adesivos foi utilizada a resina
composta Z250. O teste de adesão foi realizado na Instron 0,5 mm/min. Os nove
molares usados para a análise morfológica foram divididos em dois para repetir o
procedimento e verificar a exatidão dos resultados e estes foram: 1- broca
diamantada (BD); 2- laser de Er:YAG (ER); 3- disco de lixa de granulação 600 por
1 minuto (SP); 4- DB + primer ativo; 5- DB + primer passivo; 6- ER + primer ativo;
7- ER + primer passivo; 8- SP + primer ativo e 9- SP + primer passivo. Os
resultados do teste de tração foram G1- 9.60 MPa; G2- 8.90 MPa; G3- 4.05 MPa;
G4- 4.21 MPa; G5- 8.50 MPa; G6- 12.05 MPa. Os autores concluíram que tanto o
laser como a broca diamantada, são capazes de criar smear layers diferentes,
porém a resistência adesiva destas o similares; o disco de lixa não alterou a
resistência adesiva e esta é altamente recomendada em estudos in vitro, por
realizar um preparo padronizado da superfície dentinária sendo a forma ativa de
aplicação do primer o método mais recomendado, não importando o instrumento
utilizado no preparo da dentina, o que está associado com a dissolução parcial da
smear layer e o aumento da infiltração na dentina subjacente e,
conseqüentemente, uma boa hibridização.
O desenvolvimento de materiais adesivos e estéticos, como o cimento de
ionômero de vidro, possibilita técnicas restauradoras conservadoras, contribuindo
para a preservação das estruturas dentárias, conservação da integridade pulpar,
resistência e estética das restaurações.
O cimento de ionômero de vidro apresenta, como propriedades positivas,
adesão às estruturas dentais e liberação de fluoretos, podendo ser usado em
várias situações clínicas, inclusive como base para restaurações de resina
composta (técnica do sanduíche). Por causa da resistência à tração relativamente
baixa do cimento, o fracasso da união normalmente ocorrerá no cimento ao invés
de na interface entre o cimento e o dente, de forma que quanto mais forte o
cimento, melhor a adesão. Isso, entretanto, pressupõe que a interface esteja limpa
de resíduos, tais como: saliva, películas, placa, sangue e outros contaminantes.
Na situação clínica isso pode ser obtido pelo condicionamento da superfície da
cavidade com uma rápida aplicação de ácido poliacrílico a 10%. Este é um ácido
relativamente fraco que dissolverá a camada de gordura em 10-15 segundos,
embora se deixado por mais 20 segundos, parece começar a desmineralizar a
dentina e o esmalte remanescentes e abrir túbulos dentinários.
Estudos afirmam que o cimento de ionômero de vidro também funciona
como um reservatório de flúor, captando o flúor do meio bucal (CREANOR et
al.,1994). Quando ocorrem as mudanças térmicas, enquanto o dente se contrai ou
dilata, o material o faz 3 ou mais vezes a menos ou a mais que a estrutura
dentária, tendendo o material a sair da cavidade ou a se desprender das paredes
cavitárias criando uma fenda para que os fluidos e microorganismos penetrem em
direção à polpa e, conseqüentemente, provocando a reincidência de cárie. Com os
cimentos de ionômero de vidro isto não ocorre, pois seu coeficiente de expansão
térmica é muito semelhante ao do dente.
Para Mauro et al. (1993) determinaram a resistência de união do cimento de
ionômero de vidro Chelon Fil à dentina quando esta foi submetida a vários
tratamentos superficiais com ácido poliacrílico a 12,5%. A aplicação de forma
ativa, por 15 segundos, foi a que apresentou maiores valores de resistência de
união.
Tam et al. (1995) estudaram a força de resistência da interface
dente/material de três cimentos de ionômero de vidro, Chem Fil ( Dentsply),
Vitremer (3M- ESPE), Fuji II LC (G. C. America). Todos os corpos de prova
fraturados foram observados com 2,5 vezes de aumento para examinar o tipo de
fratura ocorrida. Os autores puderam observar que a falha na adesão ocorreu na
interface dente/material.
Hosoya, Garcia-Godoy (1998) avaliaram o mecanismo de adesão de dois
cimentos de ionômero de vidro convencionais, tanto em esmalte como em dentina.
Os corpos de prova foram levados ao MEV para observação da interface
dente/material restaurador. Em nenhum deles foi observada a formação de
camada híbrida nem foi observada a formação de “gaps”, porém o cimento de
ionômero de vidro estava em íntimo contato, tanto com o esmalte quanto com a
dentina.
Mathias (1998) realizou um estudo para verificar a resistência adesiva de
quatro materiais empregados na Odontopediatria, resina composta Z100 (3M
ESPE), compômero (Dyract Dentsply), cimento de ionômero de vidro modificado
por resina (Vitremer 3M ESPE) e cimento de ionômero de vidro convencional
(Shofu II – G.C. Corp.). Foram utilizados 20 molares decíduos e os materiais foram
aderidos à dentina. A resina e o compômero apresentaram fraturas
predominantemente adesivas, enquanto os cimentos de ionômero de vidro,
fraturas coesivas.
Tanumiharja et al. (2000) estudaram o efeito na força de adesão de quatro
tipos de condicionadores (Ketac Condicioner - ESPE; Dentin Conditioner G.C.
Corp.; Cavity Conditioner - G.C. Corp.; e um tipo experimental K-930 G.C.
Corp.), em dois tipos de cimento de ionômero de vidro modificados por resina
(Photac Fil ESPE e Fuji II LC G.C. Corp.) e um cimento de ionômero de vidro
convencional ( Fuji IX GP G.C. Corp.). O teste realizado foi o de microtração. As
superfícies após o teste de adesão foram observadas ao MEV com aumento de 60
vezes, para observar o modo de fratura. Para o material Fuji IX GP, não houve
diferenças significantes entre a média da força de adesão dos corpos não
condicionados (7,5 MPa); condicionados com Dentin Conditioner (8,5 MPa);
condicionados com Cavity Conditioner (10,8 MPa) e condicionados com K-930
(8,4 MPa). Nas observações ao MEV, 80% das fraturas foram do tipo coesiva no
material restaurador.
Thean et al. (2000) realizaram teste de adesão em dois cimentos de
ionômero de vidro (Fuji IX GP e Fuji II LC G.C. Corp.) e em dentes decíduos e
permanentes. A máquina de ensaios foi utilizada para o teste de cisalhamento.
Posteriormente à fratura, os autores utilizaram o estereomicroscópio e MEV para
observar o modo de fratura. Não houve diferença estatisticamente significante,
quando a variável foi o tipo de dente (permanente X decíduo). Os autores
observaram que todos os corpos de prova tiveram fraturas coesivas, o que foi
confirmado pela MEV, pois havia a presença de cimento de ionômero de vidro na
superfície dentinária.
Yip et al. (2001) estudaram o mecanismo de adesão dos materiais
ionoméricos contemporâneos: Fuji IX GP (G.C.Corp.); Chem Flex (Dentsply) e
Ketac Molar Aplicap (ESPE). O método utilizado para o estudo foi o teste de
microtração associado à análise em microscópio eletrônico de varredura e
transmissão. Utilizaram três molares para cada material, e depois foram divididos
em cerca de 20 palitos. O modo de fratura predominante foi misto ou adesivo. Os
autores acreditam que a força adesiva do CIV à dentina pode ser bem maior do
que a demonstrada, suportando a hipótese de que os testes adesivos não
reproduzem a verdadeira força de adesão do material à dentina.
Raggio (2001) avaliou a microinfiltração, liberação de fluoreto e resistência
à tração dos seguintes materiais: Fuji IX (G.C. Corp.); Vidrion N (S.S. White);
Chem Flex (Dentsply); Ketac Molar ART (3M ESPE) e Vidrion R (S.S. White).
Para o teste de microinfiltração, foram utilizados 50 caninos decíduos, para o teste
de liberação de fluoreto, foram realizados três corpos de prova para cada material
e para o teste de tração, 25 molares decíduos foram selecionados e seccionados
no sentido mésio-distal. Os materiais apresentaram comportamentos semelhantes
quanto ao grau de microinfiltração, com exceção do Ketac Molar na parede
cervical, o qual demonstrou maior grau de microinfiltração, sendo estatisticamente
diferente dos demais (p< 0,05). Quanto à liberação de flúor, o Vidrion R
demonstrou a maior liberação ao longo do tempo, também apresentando diferença
estatística (p< 0,05). Em relação à resistência adesiva, os materiais demonstraram
valores semelhantes, exceto para o Vidrion N, que demonstrou os piores valores
(p< 0,05). O modo de fratura predominante foi coesivo do material restaurador,
sugerindo baixa resistência mecânica dos materiais ionoméricos estudados.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Protocolo 16/05).
Para este estudo foram utilizados 40 caninos decíduos provenientes do
Banco de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo acondicionados em soro fisiológico, até o início da pesquisa.
4.1 Laser de Er:YAG
Foi utilizado o equipamento de laser de Er:YAG pertencente ao laboratório
experimental de Laser em Odontologia- LELO-FOUSP (Projeto FAPESP-
97/10823-0), modelo KaVo KEY Laser (KaVo Co-Biberach- Alemanha), emitindo
comprimento de onda de 2.94 µm, localizado no espectro eletromagnético na
região do infravermelho dio, não visível, utilizando um laser de diodo com
comprimento de onda de 635 nm (vermelho) que funciona como feixe-guia (Figura
1). O Érbio é um elemento químico metálico da família das terras raras, que
funciona como dopante em uma matriz composta dos elementos ítrio-alumínio-
granada (YAG), formando um cristal, que sob estímulo de uma lâmpada ‘flash”
dentro de um ressonador, ocorre a emissão do feixe laser. Este é conduzido
através de uma fibra-óptica, incidindo em um espelho localizado na peça de mão
2051 (KaVo Co- Biberach- Alemanha) semelhante a uma caneta de alta rotação,
ocorrendo a emissão do feixe sobre o tecido alvo. O aparelho laser de Er:YAG
utilizado apresenta energia pulso variável entre 60 e 500 mJ, taxa de repetição
variando entre 1 e 15 Hz, duração de pulso variável entre 250 e 500 us e diâmetro
de feixe na região de focalização de 0.63 mm, irradiando no modo não contato,
sendo o foco ideal estabelecido entre as distâncias de 12 e 15 mm da lente de
saída ao tecido que será irradiado. Possui um sistema de refrigeração através de
um “spray” de ar / água, cuja regulação do fluxo pode ser feita através de uma
válvula localizada na porção posterior do contra-ângulo.
Figura 1 – Equipamento de Laser Er:YAG
4.2 Preparação dos corpos de prova
Quarenta dentes decíduos foram seccionados no sentido mésio-distal com
disco de aço de dupla face refrigerados com água em baixa rotação. As faces
vestibulares e linguais foram fixadas com cera utilidade (Herpo Dentsply), na base
da matriz plástica desmontável Sample-Kwick (Buchler) de 1,5 cm de altura e 3,0
cm de diâmetro, previamente isolada com vaselina sólida (Laboratório Mesquita),
incluídas em resina acrílica quimicamente ativada Sample-Kwick (Buchler) e
posteriormente desgastadas com lixas de carboneto de silicio de granulação 240,
400 e 600 MASCH (Buchler), refrigeradas com água, adaptadas na máquina
politriz Ecomet 3 (Buchler). Os objetivos da utilização das lixas são: planificar a
superfície, desgastar o esmalte até a exposição da dentina mais superficial:
produção e padronização da “smear layer” (Saraceni, 1998; Bispo, 2000; Navarro,
2001).
O tratamento das superfícies da dentina com o laser de Er:YAG foi
realizado imediatamente após o preparo das superfícies com lixa de carboneto de
silício de granulação 600 MASH, por 1 minuto, simulando as condições “in vivo”
(Figura 2). As normas de segurança foram seguidas durante as irradiações com o
laser, com a utilização de óculos de proteção para o comprimento de onda,
refrigeração a água, sugador de alta potência, trava de segurança (sistema
interlocking).
Figura. 2 – Irradiação do Laser de Er:YAG
Os corpos de prova foram divididos, aleatoriamente, em 8 grupos:
Grupo 1: (Ketac Molar Easymix)
Foi confeccionado o corpo de prova com cimento de ionômero de vidro
convencional Ketac Molar Easymix (3M, ESPE, St Paul, EUA). A dosagem do
ionômero é 1 porção do (1colher tracejada) para 1 fração do líquido (1gota), o
foi aglutinado ao líquido no máximo em 2 porções, espatulando várias vezes a
pasta até obter-se uma consistência homogênea. O produto foi aplicado na
dentina com o auxílio da seringa Centrix®. Após a presa, foi aplicado esmalte de
unha incolor.
Grupo 2: (Cond. ác. poliacrílico +Ketac Molar Easymix)
Foi realizado o condicionamento ácido da dentina com líquido do próprio
cimento (ácido poliacrílico a 25%) por 20 segundos e seca com bolinha de
algodão, foi confeccionado o corpo de prova com o cimento de ionômero de vidro
convencional Ketac Molar Easymix (3M, ESPE, St Paul, EUA). A dosagem do
ionômero é 1 porção do (1colher tracejada) para 1 fração do líquido (1gota), o
foi aglutinado ao líquido no máximo em 2 porções, espatulando várias vezes a
pasta até obter-se uma consistência homogênea. O produto foi aplicado na
dentina com o auxílio da seringa Centrix®. Após a presa, foi aplicado esmalte de
unha incolor.
Grupo 3: (Laser + Ketac Molar Easymix)
Foi realizada a irradiação da superfície dentinária com laser Er:YAG,
focalizado a 12 mm da superfície dentária com 60 mJ de energia, taxa de
repetição de 2Hz por pulso e foi confeccionado o corpo de prova com cimento de
ionômero de vidro convencional Ketac Molar Easymix (3M,ESPE, St Paul, EUA). A
dosagem do ionômero é 1 porção do (1colher tracejada) para 1 fração do
líquido (1gota), o foi aglutinado ao líquido no máximo em 2 porções,
espatulando várias vezes a pasta até obter-se uma consistência homogênea. O
produto foi aplicado na dentina com o auxílio da seringa Centrix®. Após a presa,
foi aplicado esmalte de unha incolor.
Grupo 4: (Laser + cond. ác. poliacrílico +Ketac Molar Easymix)
Foi realizada a irradiação da superfície dentinária com laser Er:YAG,
focalizado a 12 mm da superfície dentária com 60 mJ de energia, taxa de
repetição de 2Hz por pulso. Após a irradiação, foi realizado o condicionamento
ácido da dentina com líquido do próprio cimento (ácido poliacrílico a 25%) por 20
segundos e seca com bolinha de algodão, foi confeccionado o corpo de prova com
o cimento de ionômero de vidro convencional Ketac Molar Easymix (3M, ESPE, St
Paul, EUA). A dosagem do ionômero é 1 porção do (1colher tracejada) para 1
fração do quido (1gota), o pó foi aglutinado ao líquido no máximo em 2 porções,
espatulando várias vezes a pasta até obter-se uma consistência homogênea. O
produto foi aplicado na dentina com o auxílio da seringa Centrix®. Após a presa,
foi aplicado esmalte de unha incolor.
Grupo 5: (Fuji IX )
Foi confeccionado o corpo de prova com cimento de ionômero de vidro
convencional Fuji IX (GC Corporation, Tóquio, Japão). O material foi então
misturado respeitando a proporção de 1 medida de colher de para 1 gota de
líquido. O produto foi aplicado na dentina com o auxílio de uma seringa Centrix®.
Após tomada a presa, foi aplicado esmalte de unha incolor.
Grupo 6: (Cond.ácido poliacrílico + Fuji IX)
Foi realizado o condicionamento ácido da dentina com ácido poliacrílico
10% (GC Dentin Conditioner™) por 20 segundos, seca com bolinha de algodão e
foi confeccionado o corpo de prova com cimento de ionômero de vidro
convencional Fuji IX (GC Corporation, Tóquio, Japão). O material foi então
misturado respeitando a proporção de 1 medida de colher de para 1 gota de
líquido. O produto foi aplicado na dentina com o auxílio de uma seringa Centrix®.
Após tomada a presa, foi aplicado esmalte de unha incolor.
Grupo 7: (Laser+ Fuji IX)
Foi realizada a irradiação da superfície dentinária com laser Er:YAG,
focalizado a 12 mm da superfície dentária com 60 mJ de energia, taxa de
repetição de 2 Hz por pulso, e foi confeccionado o corpo de prova com cimento de
ionômero de vidro convencional Fuji IX (GC Corporation, Tóquio, Japão). O
material foi então misturado respeitando a proporção de 1 medida de colher de
para 1 gota de líquido. O produto foi aplicado na dentina com o auxílio de uma
seringa Centrix®. Após tomada a presa, foi aplicado esmalte de unha incolor.
Grupo 8: (Laser + cond. ácido poliacrílico + Fuji IX)
Foi realizada a irradiação da superfície dentinária com laser Er:YAG,
focalizado a 12 mm da superfície dentária com 60 mJ de energia, taxa de
repetição de 2 Hz por pulso.
Após a irradiação a dentina foi condicionada com ácido poliacrílico (GC
Dentin Conditioner™) por 20 segundos e seca com bolinha de algodão e foi
confeccionado o corpo de prova com o cimento de ionômero de vidro convencional
Fuji IX (GC Corporation, Tóquio, Japão). O material foi então misturado
respeitando a proporção de 1 medida de colher de para 1 gota de líquido. O
produto foi aplicado na dentina com o auxílio de uma seringa Centrix®. Após
tomada a presa, foi aplicado esmalte de unha incolor.
Vale ressaltar que, em todos os grupos de trabalho os biomateriais foram
utilizados segundo as instruções do fabricante.
Os corpos de prova, em todos os grupos, foram confeccionados por meio
de um dispositivo metálico e com auxílio de uma matriz de politetraflúoretileno
constituída de duas partes que, unidas, formam uma cavidade em forma de cone-
truncado invertido, com a base menor posicionada em contato com a superfície da
dentina, onde foi inserido o cimento de ionômero de vidro com seringa Centrix®
para a confecção do corpo de prova (Figuras 3 e 4).
Figura. 3 – Matriz de tefflon para confecção de corpo de prova
Figura. 4 – Corpo de prova
Após o armazenamento de 24 horas, os corpos de prova foram
posicionados na máquina de ensaio universal Mini-Instron modelo 4442 (Instron)
para realização do teste de resistência adesiva à tração (Barakat e Powers,1986;
Navarro,2001), com velocidade constante de 0.5mm/min, célula de carga de 500N,
utilizando um dispositivo metálico apropriado de apreensão dos corpos de prova,
desenvolvido pelo Houston Biomaterials Research Center- Dental
Branch,Houston, Universidade do Texas, EUA, como descrito por Barakat e
Powres (1986), (Figura 5).
Figura 5 – Mini-Instron Modelo 4442
Os resultados de resistência adesiva, obtidos originalmente em Newton (N),
foram convertidos em Megapascal (Mpa) multiplicando-os pelo fator de conversão
0,1386, obtido a partir da operação matemática:
MPa = valor em N X 0,0987
0,706 cm²
Os corpos de prova foram submetidos ao teste estatístico de Anova e ao
teste t.
5. RESULTADOS
Os valores do teste de tração dos 8 grupos estão expressos na tabela
abaixo:
Tabela 5.1 – Valores do Teste de Tração (MPa)
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7 Grupo 8
5,08 1,95 1,77 2,66 1,98 -------- 2,19 1,20
4,42 5,13 1,76 1,74 ------ 4,98 2,20 1,19
5,11 3,19 1,76 4,97 2,98 2,45 2,21 3,58
2,55 5,04 1,76 1,27 2,73 3,71 4,90 1,71
0,84 4,57 3,19 3,05 3,66 2,60 1,45 1,71
1,71 3,05 0,71 1,35 1,35 3,65 1,41 2,64
5,28 1,93 3,81 3,85 3,85 1,59 2,15 1,53
2,49 2,30 1,06 2,12 2,12 1,97 1,23 1,71
5,51 4,16 1,58 3,32 3,32 1,18 0,90 ------
4,69 3,59 4,80 4,05 4,05 1,46 3,31 2,65
Grupo 1: Ketac Molar Easymix Puro
Grupo 2: Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 3: Laser + ketac Molar Easymix
Grupo 4: Laser + Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 5: Fuji IX Puro
Grupo 6: Ácido Poliacrílico + Fuji IX
Grupo 7: Laser + Fuji IX
Grupo 8: Laser + Ácido Poliacírlico + Fuji IX
Os resultados foram submetidos aos testes de homogeneidade e
normalidade no programa bioestatístico 2.0 e pode-se observar que a amostra é
normal e homogênea. Por este motivo, foi selecionado o teste paramétrico Anova
e as comparações entre os grupos submetidos ao teste t (Tabela 5.2, tabela 5.3 e
gráfico 1).
Tabela 5.2 - Médias aritméticas e desvios padrão dos grupos amostrais
G 1 G 2 G 3 G 4 G 5 G 6 G 7 G 8
MA
3,76(1,70)
3,52 (1,28) 2,22 (1,29) 2,83 (1,23) 2,89 (0,92) 2,62(1,26) 2,19 (1,17) 1,99 (0,79)
Grupo 1: Ketac Molar Easymix Puro
Grupo 2: Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 3: Laser + ketac Molar Easymix
Grupo 4: Laser + Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 5: Fuji IX Puro
Grupo 6: Ácido Poliacrílico + Fuji IX
Grupo 7: Laser + Fuji IX
Grupo 8: Laser + Ácido Poliacírlico + Fuji IX
Gráfico 1: Médias Aritméticas
3,76
3,52
2,22
2,83
2,89
2,62
2,19
1,99
0 1 2 3 4
MPa
G1
G2
G3
G4
G5
G6
G7
G8
Tabela 5.3 – Teste t
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8
----- P=0,6799 P=0,0088*
P=0,1090 P=0,1300 P=0,0555 P=0,0078*
P=0,0036*
G2
----- ----- P=0,0301*
P=0,2472 P=0,2850 P=0,1391 P=0,0272*
P=0,0135*
G3
----- ----- ----- P=0,2811 P=0,2422 P=0,4974 P=0,9653 P=0,6982
G4
----- ----- ----- ----- P=0,9231 P=0,7133 P=0,2652 P=0,1545
G5
----- ----- ----- ----- ----- P=0,6436 P=0,2254 P=0,1280
G6
----- ----- ----- ----- ----- ----- P=0,4711 P=0,3001
G7
----- ----- ----- ----- ----- ----- ----- P=0,7288
* Diferenças estatisticamente significantes (p<0,05)
Grupo 1: Ketac Molar Easymix Puro
Grupo 2: Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 3: Laser + ketac Molar Easymix
Grupo 4: Laser + Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 5: Fuji IX Puro
Grupo 6: Ácido Poliacrílico + Fuji IX
Grupo 7: Laser + Fuji IX
Grupo 8: Laser + Ácido Poliacírlico + Fuji IX
Tabela 5. 4 – Tipos de fratura
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7 Grupo 8
A A A A A * C A
A A A A * A A A
A C A C C A A A
A M A A A A A A
A M A A A A A A
A A A M A C A A
A A C A C M A A
M A A A A M A A
A M A A C A A *
M A M A C A A M
A – fratura adesiva: não há material aderido à superfície dentinária
C – fratura coesiva: permanência do material no corpo de prova
M – fratura mista: união do dois tipos anteriores
Grupo 1: Ketac Molar Easymix Puro
Grupo 2: Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 3: Laser + ketac Molar Easymix
Grupo 4: Laser + Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 5: Fuji IX Puro
Grupo 6: Ácido Poliacrílico + Fuji IX
Grupo 7: Laser + Fuji IX
Grupo 8: Laser + Ácido Poliacírlico + Fuji IX
Figura. 6 – Fratura adesiva
GRÁFICO 2: TIPOS DE FRATURA
A - fratura adesiva
C - fratura coesiva
M - fratura mista
Grupo 1: Ketac Molar Easymix Puro
Grupo 2: Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 3: Laser + ketac Molar Easymix
Grupo 4: Laser + Ácido Poliacrílico + Ketac Molar Easymix
Grupo 5: Fuji IX Puro
Grupo 6: Ácido Poliacrílico + Fuji IX
Grupo 7: Laser + Fuji IX
Grupo 8: Laser + Ácido Poliacírlico + Fuji IX
O laser de Er:YAG influenciou negativamente a resistência adesiva do
Ketac Molar Easymix (p= 0,0088). O laser de Er:YAG diminuiu numericamente a
resistência adesiva do Fuji IX porém sem diferença estatisticamente significante
(p= 0,0078). A utilização do ácido poliacrílico previamente os cimentos
ionoméricos ou associados ao laser não apresentou alteração na resistência
adesiva de ambos cimentos ionoméricos com ausência de diferenças
estatísticamente significantes.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
% tipos de fratura
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8
M
C
A
6. DISCUSSÃO
Neste experimento, a resistência adesiva foi avaliada pelo de teste
de tração, suportado pelos estudos de Fowler et al. (1992), Takemori (1993),
Pashley et al. (1997), Saraceni (1998), Mathias (1998), Meda (2002) que mostram
a credibilidade deste tipo de teste para a avaliação de resistência adesiva. A
velocidade de tração utilizada foi de 0,5mm / min, embasada no trabalho de
Takemori (1993) que afirmou que a velocidade de tração o interfere nos
resultados de resistência adesiva.
Causton, Johnson (1979) estudaram as diferenças dos substratos aos
testes de adesão e concluíram que os dentes devem ser utilizados, no máximo,
após 20 minutos de sua extração. No entanto, Mitchem e Gronas (1986) não
encontraram diferenças nos valores de resistência adesiva, em dentes usados
para teste de cisalhamento, armazenados até dois anos e afirmaram que o meio
de armazenamento não exerceu influência neste período. Segundo Silva (1998)
não diferenças significativas no teste de tração realizado com dentes humanos
recém-extraídos, secos e posteriormente reidratados ou dentes bovinos. Na
presente pesquisa, foram utilizados os dentes decíduos do Banco de Dentes
Humanos da Disciplina de Odontopediatria da FOUSP.
Para a realização de testes de resistência adesiva em dentina in vitro
considera-se importante a padronização da camada de esfregaço produzida
artificialmente sobre a dentina. Matos et al. (1997), Rinaudo et al. (1997),
Saraceni, (1998), Navarro (2001), Bispo (2001) utilizam o preparo da superfície
dentinária, previamente à realização de qualquer teste de resistência adesiva, com
a aplicação de lixa de papel de diferentes granulações. Baseado nos estudos
referidos acima, neste estudo realizou-se o preparo da superfície dentinária com
lixa de granulação 240, 400 e 600.
Öilo, Um (1992) preconizaram o tempo de armazenamento de 24 horas, em
água, antes do teste de tração, para permitir a redução do stress criado durante a
contração de polimerização das resinas compostas e a maturação dos cimentos
de ionômeros de vidro, com melhora das suas propriedades sicas. Foi
empregado o tempo de espera de 24 horas, com os corpos de prova armazenados
em meio aquoso, a 37°C, neste presente trabalho.
Como a adesão dentinária pode ser afetada por fatores como localização
da dentina, se superfície lisa ou oclusal (ABOUSH, JENKINS, 1984), série dental,
se anterior ou posterior (ELKIS, McCOURT, 1993), foi padronizado na presente
pesquisa a utilização de caninos decíduos e superfícies lisas (vestibulares,
linguais ou palatinas).
Öilo e Austrheim (1993) demonstraram que tanto o teste de tração, como o
de cisalhamento são compatíveis quanto aos valores obtidos e são
representativos para determinar a qualidade dos materiais avaliados. Porém, Al-
Salehi e Burke (1997) relataram que 80% dos estudos empregam testes de
cisalhamento e que este tipo de teste não permite uma distribuição uniforme das
forças na interface adesiva, podendo afetar os resultados.
Para Mathias (1998), Thean et al. (2000), Tanumiharja (2000), Raggio
(2001) o modo de fratura predominante nos trabalhos de resistência adesiva é o
coesivo. Isso pode indicar que a resistência mecânica do material é menor que a
força adesiva. Entretanto, Fowler (1992); Tam et al. (1995) e Yip et al. (2001)
encontraram a maior parte das fraturas no modo adesivo, corroborando nossos
resultados. No presente trabalho, foram observadas algumas fraturas coesivas e
mistas, que provavelmente, podem ser atribuídas ao fato de o cimento de
ionômero de vidro sofrer alteração pela variação de temperatura, umidade e
espatulação, já que devido ao grande número de corpos de provas não foi
possível a realização de todos em um mesmo dia, para não se perder a
padronização.
Wilson, Kent (1972) apresentaram o cimento de ionômero de vidro, que se
tornaram populares, com o uso especial em Odontopediatria, sendo cada vez mais
indicado no tratamento restaurador infantil. A sua formulação foi alterada ao longo
desses anos, visando à melhoria de suas propriedades biomecânicas e seu
comportamento clínico.
O cimento de ionômero de vidro tem como vantagens: adesão às estruturas
dentárias e liberação de flúor, biocompatibilidade, expansão térmica linear
semelhante ao dente e estética (PEREIRA, 1998; FRENCKEN, HOLMGREN
1999). Algumas desvantagens dos cimentos de ionômeros de vidro convencionais
são: longo tempo de presa, técnicas de manipulação e inserção críticas, menores
valores de resistência adesiva à estrututra dental, baixa resistência mecânica e ao
desgaste, quando comparados às resinas compostas e o processo de sinérese e
embebição (SERRA,CURY 1992; SERRA et al. 1994; NAVARRO, PASCOTTO
1998; VAN AMEROGEN 1996; FRENCKEN, HOLGREN 2001; RAGGIO 2001).
Após o término da restauração, o cimento de ionômero de vidro deve ser
recoberto por algum agente protetor, pois durante as primeiras 24 horas ocorre a
reação de presa do material, essa proteção pode ser feita pelo verniz do próprio
fabricante do material, esmalte de unha, verniz copal ou adesivos
fotopolimerizáveis (DOMINGUES 2000, RAGGIO 2004). Em nosso trabalho, essa
proteção foi feita com esmalte de unha incolor.
Recentemente, foi lançado no comércio uma nova modalidade de material,
o Ketac™ Molar Easy Mix que, segundo o fabricante (3M ESPE), é do tipo anidro.
A diminuição da quantidade de ácido, no líquido, faz com que o ângulo de contato
seja reduzido, aumentando a capacidade de molhamento (penetração do líquido),
facilitando ainda mais a manipulação de um material que era indicado para
prática do ART, devido às suas propriedades mecânicas e tempo de presa
reduzido.
Quanto à técnica de inserção do material, alguns autores acreditam que a
seringa injetora (Centrix®) influencia positivamente a inserção do material na
cavidade, facilitando a aplicação do material no local correto, minimizando a
introdução de bolhas de ar (NAVARRO, PASCOTTO 1998; RAGGIO 2004). No
presente trabalho usou-se este tipo de seringa.
O mecanismo de adesão dos cimentos de ionômeros de vidro dá-se por
meio de ligações iônicas com radicais cálcio. Os ácidos fortes como ácido cítrico
ou fosfórico, além de remover a smear layer, que é rica em radicais de cálcio,
capazes de formar uma ponte de união entre o cimento e as paredes dentinárias,
atuam como agentes descalcificantes do esmalte e dentina, diminuindo a
quantidade de cálcio disponível para uma adesão adequada (MEDA, 2002 ).
Para Liberman (1990), o desenvolvimento de um método de pré-tratamento
superficial que melhore a adesão do cimento de ionômero de vidro irá diretamente
melhorar a qualidade do material e ampliar sua utilização clínica.
Hosoya e Garcia-Godoy (1998) verificaram através da MEV que os
cimentos de ionômeros de vidro convencionais não têm formação de gaps e
camada híbrida.
Dekon et al. (1994) afirmaram que a solução de ácido poliacrílico, assim
como os ácidos tânico e bórico, são pouco agressivos e removem apenas a smear
layer superficial e oferece maior quantidade de íons cálcio e fosfato, importantes
para a adesão dos cimentos de ionômero de vidro. Estas observações estão de
acordo com Anusavice (1996) e Berry III et al. (1987).
Mauro et al. (1993), Mount (1994) e Tanumiharja (2000) demonstraram, in
vitro, que os cimentos de ionômeros de vidro têm sua força de adesão aumentada
após tratamento da superfície com condicionadores dentinários. No trabalho de
Mauro et al. (1993) verificou-se que a aplicação do ácido poliacrílico a 12,5% na
forma ativa (aplica-se o ácido poliacrílico esfregando na dentina por 20 segundos,
depois lava-se com água) apresentou melhora na resistência adesiva do cimento
de ionômero de vidro. No presente trabalho, a aplicação do ácido poliacrílico
ocorreu na forma passiva, e este o foi lavado, gerando uma resistência adesiva
menor (3,52 MPa e 2,62 MPa para o Ketac Molar Easymix e Fuji IX,
respectivamente) que a resistência adesiva dos mesmos, sem o tratamento prévio
da dentina (3,76 MPa para o Ketac Molar Easymix e 2,19 MPa para o Fuji IX).
Outro tratamento que vem sendo testado para o preparo da superfície
dentinária, previamente aos procedimentos adesivos, é a aplicação do laser.
O laser de Er:YAG possui a capacidade de remoção de dentina e esmalte
por ablação, sem causar aumento da temperatura pulpar ( HIBST, KELLER, 1989;
LI et al., 1992; COZEAN et al., 1997; FRANCISCONE, 2001). Hibst, Keller (1989)
relataram que o uso do laser de Er:YAG associado a refrigeração de spray de
água é uma alternativa adequada para a remoção segura e efetiva dos tecidos
dentários duros, mesmo perto da polpa.
No presente estudo, o laser de Er:YAG foi utilizado com parâmetros de
energia de condicionamento, promovendo alterações morfológicas superficiais no
esmalte e dentina, sem que ocorresse a sua cavitação. A taxa de repetição de
pulso de 2 Hz foi utilizada em todas as amostras, pois, com as menores taxas, o
padrão de ablação do tecido duro é mais homogêneo. Além disso, é um parâmetro
de segurança para utilização na prática clínica, prevenindo injúrias térmicas e
sensibilidade dolorosa (KELLLER, HIBST, 1995). No processo de ablação, a taxa
de repetição de pulsos é o parâmetro mais importante para a determinação do
acúmulo de calor no tecido irradiado (HIBST, KELLER, 1992a; HIBST, KELLER,
1992b), pois, quanto maior a potência e o tempo de exposição, e menor a
espessura do tecido irradiado, maior a elevação da temperatura (PAGHDIWALA et
al., 1993).
A irradiação das amostras foi realizada com o laser de Er:YAG, sob
refrigeração com "spray" de ar/água, com velocidade da saída da água de 24
ml/min (VISURI et al., 1995; BISPO, 2000). A refrigeração com "spray" de água,
durante a irradiação com o laser de Er:YAG, reduz o aumento da temperatura, a
ocorrência de alterações térmicas, como trincas, carbonização ou fusão, o risco de
danos térmicos pulpares e torna a ablação mais efetiva (HIBST, KELLER, 1992a;
PAGHDIWALA et al., 1993; KELLER, HIBST, 1995; VISURI et al., 1996;
MATSUMOTO, 1998).
Paghdewala et al. (1991), Wigdor et al. (1995) e Cozean et al. (1997)
concordam ao relatar que o laser de Er:YAG é absorvido pela água e
hidroxiapatita, o que explica a sua eficiência ao cortar esmalte e dentina. Pelas
características do preparo cavitário obtido com o laser, tendo como um dos efeitos
sobre as superfícies dentárias, a impossibiliddade de realização de detalhes que
promovam retenção e resistência, o material restaurador deve ser um material
adesivo.
É consenso entre pesquisadores que a superfície dental cortada ou
abrasionada fica recoberta por uma camada de detritos denominada smear layer.
Esta camada é mais evidente na dentina devido a sua composição, e atua como
proteção contra a penetração de bactérias para o interior da polpa. Por outro lado,
funciona como barreira impedindo o íntimo contato do material restaurador com o
substrato dental. Segundo Pelagali et al.(1997), Kohara et al. (2000) e Matsumoto
et al. (2003) isto não ocorre quando o laser de Er:YAG é utilizado, uma vez que
não há a formação de smear layer, e os túbulos dentinários estão abertos.
A maioria dos trabalhos com laser de Er:YAG são feitos em dentina de
dentes permanentes como os de Matsumoto et al. (1998) que usou o laser com
uma energia de 250 mJ / 8 Hz; Cozean et al. (1997) 80 mJ / 5 Hz; Arimoto et al.
(1998) 200 mJ / 2 Hz e 60 mJ / 1 Hz; Corona et al. (2003) 80 mJ / 2 Hz;
Matsumoto et al. (2003) 200 mJ / 2 Hz. Esses autores usaram diferentes energias,
mas em todas as MEV puderam verificar que os túbulos dentinários estavam
abertos, e não houve produção de smear layer. Já Gimble et al. (1994) encontrou
essas características em dentina de dentes decíduos, utilizando o laser de Er:YAG
com uma energia de 50 mJ / 2 Hz.
Moriya et al. (1998); Gonçalves et al. (2002); Matsumoto et al.(2003); Giusti
et al. (2003) utilizaram o laser de Er:YAG com uma energia maior entre 140 e 300
mJ, já no nosso trabalho, foi utilizado o laser com 60 mJ de energia, isto porque
com 80 mJ a dentina estava sendo carbonizada, respaldando em Gimble et al.
(1994) que utilizaram energia de 50 mJ em dentina de dentes decíduos,enquanto
Arimoto et al (1998), Francchiscone et al (2001); Corona et al (2003) e Marques et
al (2004) fizeram estudos com energias menores entre 60 e 100 mJ.
Moreira (2001), em sua pesquisa, verificou que na dentina irradiada com
laser de Nd:YAG (este tem a mesma aplicação do laser de Er:YAG), no teste de
cisalhamento, o uso do laser previamente ao cimento de ionômero de vidro, não
melhorou a resistência adesiva do material, obtendo resultado semelhante ao
condicionamento dentinário com ácido poliacrílico. Em nosso trabalho, tivemos
resultados semelhantes, o ácido poliacrílico e o laser não apresentam diferença
estatística significante quanto à resistência adesiva.
Alguns autores como Saraceni (1998), Bispo (2000) afirmaram que o laser é
efetivo, mas o condicionamento ácido não deve ser substituído, pois a sua não
utilização diminui a resistência adesiva do material restaurador, corroborando os
nossos resultados em que o uso do laser influenciou negativamente a resistência
adesiva dos cimentos de ionômeros de vidro.
De acordo com as vantagens oferecidas pelo laser de Er:YAG, vários
estudos como os de Li et al. (1992); Gimble et al. (1994); Saraceni, (1998); Bispo
(2000); Blay (2001); Navarro (2001); Meda (2002); Corona et al. (2003); Marques
et al. (2004); Manhães et al. (2005); Wanderley et al. (2005) vêm sendo realizados
com o intuito de avaliar sua ação na realização de preparo cavitário, remoção de
lesões de cárie e condicionamento dentinário. Para este intuito, são necessárias
variações das energias aplicadas sobre a dentina e a análise da alteração
estrutural causada nesta superfície através de microscopia eletrônica de varredura
e testes de resistência adesiva.
Futuros trabalhos deveriam ser realizados, uma vez que a presente
pesquisa mostrou que o laser não foi efetivo no aumento da resistência dos
cimentos de ionômero de vidro na dentina de dentes decíduos.
7. CONCLUSÕES
1.O laser de Er:YAG influenciou negativamente a resistência adesiva dos
cimentos de ionômero de vidro.
2. A utilização do ácido poliacrílico previamente aos cimentos de ionômero
de vidro ou associados ao laser não apresentou alteração na resistência
adesiva.
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