línguas que, exasperado pela incapacidade de seus alunos em aprender,
ou de si mesmo em ensinar, abandona o ouvir, o falar, o escrever e se
concentra na leitura (GATENBY
1
, 1972 apud LEFFA, 1988, p.216).
Há uma interdependência tão íntima dos quatros aspectos instrumentais do
ensino dos idiomas, ouvir, falar, ler e escrever que nenhum deles poderá
ser atingido isoladamente, sem que se dê justo relevo aos demais.
Treinados exclusivamente para a leitura, os escolares americanos
terminaram por não aprender nem mesmo a ler. Não se altera
impunemente a ordem natural das coisas (CHAGAS
2
, 1957 apud LEFFA,
1988, p.217).
Ainda segundo Leffa (1988) o lingüista britânico Henry Sweet foi um dos que
reconheceu os limites da abordagem direta, que embora oferecesse novidades nos
procedimentos de ensino, não dispunha de uma base metodológica. Ele defendia o
desenvolvimento de princípios metodológicos, que pudessem servir de base para as
técnicas do ensino de língua estrangeira.
Nas décadas de 20 e 30, a Lingüística sistematizou os princípios propostos
pelo movimento da reforma e a partir disso, mais tarde, nasceram as abordagens de
ensino de Língua Estrangeira Situacional, na Grã-Bretanha, e de Audiolingual, nos
EUA, as quais veremos mais adiante.
Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, eles
decidem preparar soldados para se comunicar com nativos dos países com os quais
estão em conflito, e essa necessidade os levou a desenvolver uma abordagem que
ficou conhecida como Método do Exército.
Devido à urgência em função da guerra, houve a necessidade de que
universidades, psicólogos e lingüistas de grande prestígio fossem convocados a
desenvolver técnicas adequadas para atingir tais objetivos. O exército criou um
programa de treinamento lingüístico e realizou convênios com universidades. Um
dos expoentes que também desenvolveu programas de treinamento como parte de
pesquisa lingüística na universidade foi o lingüista Bloomfield.
1
GATENBY, E.V. Conditions for success in language learning. In ALLEN, Harold B. & CAMPBELL,
Russel N.(Orgs.) Teaching English as a second language: a book of readings. Bombay, Tata
McGraw-Hill, 1972. p.43-48
2
CHAGAS, R.Valnir. Didática especial de línguas modernas. São Paulo, Companhia Editora
Nacional, 1957.