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continuação
Crenças sobre o código musical em Braille
Idéias centrais Expressões-chave Categoria
A entrevistada relata
dificuldades intrínsecas ao
código musical em Braille,
ressaltando a importância da
experiência prática, no intuito de
saná-las.
Devido a grande quantidade de sinais e regras utilizadas na
Musicografia Braille, a leitura e a escrita musical se torna
algo mais complexo, exigindo cuidado do aluno ou professor
que utiliza esse sistema. São comuns a troca de sinais e
também ocorrem confusões com o sistema alfabético.
Entretanto, tais problemas foram solucionados rapidamente
por mim, tão logo comecei a familiarizar-me com a
aplicação da Musicografia de maneira mais freqüente.
2c
O aprendizado da Musicografia
Braille requer um conhecimento
prévio de teoria, devido à
linearidade da escrita e à
demanda por maior abstração.
E outra observação que eu gostaria de fazer é que para
aprender Braille, Musicografia Braille, você tem que tá
muito mais fundamentado, saber muito mais de teoria
musical do que quem enxerga, porque o Braille é mais
abstrato, pelo código em si, pela maneira com que as coisas
são dispostas. No Braille tem que saber muito mais de
música do que quem enxerga.
2c
Muitas vezes, a entrevistada se
sente irritada em relação à
Musicografia Braille, mas
reconhece que, até o momento,
esse é o código oficializado.
E às vezes assim, até é super engraçado que eu tenho umas
raivas assim do Braille, às vezes me dá umas crises assim e
eu falo: “- Pô! Deviam inventar coisa melhor”.Mas até hoje
não inventaram, né? Então é o que temos para o momento e
acho que é a melhor, é o melhor método que se tem (...)
2c
Embora não se recorde com
precisão, a entrevistada
considera que aprender
Musicografia Braille quando
pequena deve ter sido uma
experiência boa.
A eu não lembro mais como é que foi, nossa eu acredito que
[aprender Musicografia] tenha sido uma experiência boa, eu
comecei realmente a saber como é que eu leio eu lembro que
eu sabia como que eu lia a partitura e tocava junto.Eu
cheguei [saber ler as notas] mas eu não lembro mais tá!
2c
A importância da Musicografia
Braille está na independência
que ela assegura aos alunos.
A princípio a importância [da Musicografia] , está na
independência do próprio músico, do próprio estudante, que
ele vai encontrar eu acho que o papel do professor, pelo
menos eu penso assim, é você ir até certo ponto, depois a
pessoa criar uma independência que é assim que é a vida da
gente, a gente vai até um certo ponto depois ele tem que
caminhar com as próprias pernas.
2c
O entrevistado relata
dificuldades relativas ao
mecanismo da leitura musical
em Braille.
[Minha dificuldade durante o aprendizado da Música em
Braille foi]Ter de ler com a mão esquerda o que a direita irá
tocar e vice-versa, para depois tocar com as duas
simultaneamente.
2c
O entrevistado demonstra
desconhecer os mecanismos da
Musicografia Braille, e pensa
que a correspondência entre ela
e a notação em tinta é
automática.
Então agora eu não sei a dificuldade que eu vou encontrar,
quando eu começar a passar a música pra ele em Braille. É
lógico que ele vai olhar lá e vai dizer por exemplo, olha eu
estou vendo um sinal assim, assim, ai eu vou saber
corresponder, porque ai eu vou ter a mesma música em tinta
do lado.
2c
continua