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É de suma importância considerar essas habilidades enquanto indicadores do alfabetismo
funcional. A segunda edição do INAF 2002, que foi uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto
Paulo Montenegro com objetivo de avaliar as habilidades matemáticas, propôs tarefas que medem
habilidades de leitura e interpretação de números, gráficos, tabelas, assim como operações simples
de aritmética, proporções, porcentagem, medidas de tempo, comprimento, área e massa. Essas
tarefas foram propostas oralmente pelo entrevistador que também utilizou artefatos conhecidos
pela população, tais como: jornais, calendários, moedas, instrumentos de medidas, etc. O
entrevistado (população) dava a resposta oralmente ou através de lápis, papel, calculadora. Além
disso, o entrevistado responderia a uma série de questões relacionadas a aspectos sociais, familiar,
prática de leitura e de cálculo. Chegou-se à conclusão de que apenas 3% da população entre 15 e
64 anos são considerados analfabetos matemáticos
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, Foram também considerados os níveis de
alfabetismo matemático 1, 2 e 3 atingindo os índices de 32%, 44% e 21% respectivamente.
O sujeito do nível 1 detém a leitura dos números contextualizando preços, horários,
número de telefone. O sujeito do nível 2 além de ler bem os números naturais, compara os
decimais e “passa” troco. O do nível 3 consegue desenvolver uma estratégia na resolução de
problemas, cálculos usando noções de proporcionalidade e leitura de gráficos. Nessa pesquisa (2º
INAF, 2002), ficou constatado que a escolarização interfere no alfabetismo matemático: 80% dos
entrevistados até a 3ª série primária não conseguem transpor o 1º nível de alfabetismo matemático
descrito. Entre os que concluíram da 4ª a 7ª série do fundamental, é evidente o número daqueles
que permanecem no 1º nível (38%). No caso de quem tem o ensino fundamental completo, o
resultado é outro, 80% chega aos níveis 2 e 3 de alfabetismo matemático. Ficou também
comprovado que a classe econômica e gênero também influenciaram o desempenho dos alunos na
pesquisa. Comparando-se as pessoas que têm a mesma escolaridade, as que estão em uma classe
econômica mais elevada, têm uma tendência a serem mais bem colocadas no teste.Tal diferença
pode ter uma ligação com a qualidade da escolarização do entrevistado e de seus pais, assim como
o seu acesso a bens culturais e materiais. Quanto à questão de gênero, segundo a pesquisa, os
homens têm uma média de acerto ligeiramente superior ao das mulheres de mesma escolaridade.
A pesquisa desenvolvida pelo 2º INAF (2002) apresenta profundas desigualdades face às
oportunidades, tanto de adquirir como de utilizar as habilidades matemáticas funcionais. Essas
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Pessoas que não conseguem ler o preço de um produto ou anotar um número de telefone.