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LUZIA SAKAGUTI UMETSUBO
AVALIAÇÃO DA MICRODUREZA DE QUATRO CIMENTOS
RESINOSOS DUAIS FOTOPOLIMERIZADOS ATRAVÉS DA
INTERPOSIÇÃO DE DIFERENTES MATERIAIS: estudo in
vitro.
Tese apresentada à Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos,
Universidade Estadual Paulista, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
Doutora, pelo Programa de Pós-Graduação
em ODONTOLOGIA RESTAURADORA,
Especialidade em Dentística.
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LUZIA SAKAGUTI UMETSUBO
AVALIAÇÃO DA MICRODUREZA DE QUATRO CIMENTOS
RESINOSOS DUAIS FOTOPOLIMERIZADOS ATRAVÉS DA
INTERPOSIÇÃO DE DIFERENTES MATERIAIS: estudo in
vitro.
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos
para a obtenção do título de Doutora, pelo Programa de Pós-
Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA, Especialidade
em Dentística.
Orientador: Prof. Adj. Sérgio Eduardo de Paiva Gonçalves
São José dos Campos
2007
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Apresentação gráfica e normalização de acordo com:
Bellini AB. Manual para elaboração de monografias: estrutura do
trabalho científico. São José dos Campos: FOSJC/UNESP; 2006.
Umetsubo, Luzia Sakaguti.
Avaliação da microdureza de quatro cimentos resinosos duais,
fotopolimerizados através da interposição de diferentes materiais :
estudo in vitro / Luzia Sakaguti Umetsubo; orientador Sérgio Eduardo
de Paiva Gonçalves._ São José dos Campos, 2007. 164p.; IL.
Tese (Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de
Concentração em Odontologia Restauradora)-Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista;
2007.
1. Cimentos dentários – 2. Dureza – 3. Cimentação.
AUTORIZAÇÃO
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.
São José dos campos, 16/07/2007.
Assinatura:
FOLHA DE APROVAÇÃO
Umetsubo LS. Avaliação da microdureza de quatro cimentos
resinosos duais, fotopolimerizados através da interposição de
diferentes materiais: estudo in vitro. [Tese]. São José dos Campos:
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, UNESP; 2007.
São José dos Campos, 16 de julho de 2007.
Banca examinadora
1)Prof. Adj. Sérgio Eduardo de Paiva Gonçalves
Titulação: Livre Docente
Julgamento: ________________________Assinatura
2)Prof. Dr. Ricardo Amore
Titulação: Doutor
Julgamento: ________________________Assinatura
3)Profa. Dra. Andréa Anido Anido
Titulação: Doutora
Julgamento: ________________________Assinatura .
4)Prof. Dr. Eduardo Shigueyuki Uemura
Titulação: Doutor
Julgamento: ________________________Assinatura
5)Profa. Dra. Alessandra Bühler Borges
Titulação: Doutora
Julgamento: ________________________Assinatura
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo Akira,
Pelo companheirismo, paciência e compreensão. Muito
obrigada pelo seu amor, apoio e ajuda constante. Sem isso este
trabalho não seria realizado.
Aos meus filhos Otavio e César, que são o meu
estímulo e minha recompensa.
Vocês representam para mim, a completa felicidade.
Obrigada por existirem.
Aos meus pais Jinzo Sakaguti e Tsutae Sakaguti,
Seus exemplos de perseverança, honestidade e
dedicação foram fundamentais na minha formação e serão guardados
na minha mente e no meu coração por toda a minha vida. Muito
Obrigada.
Aos meus irmãos: Noboru, Itaru, Massaru, Issamu,
Yutaka, Takeshi, Fussako, Yasushi, Satoshi e cunhadas que com
carinho, exemplos e trabalho participaram de meu crescimento e
minha formação, a minha eterna gratidão.
Aos meus sobrinhos que me trouxeram tantas alegrias,
Muito obrigada.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao Prof. Adj. Sérgio Eduardo de Paiva Gonçalves
exemplo de seriedade, dedicação e amor ao ensino da Odontologia.
Pela amizade construída, sua orientação, respeito e
carinho.
Muito obrigada.
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia de São José dos Campos,
pela excelência do Curso de Graduação, por tudo que foi oferecido
para o meu crescimento pessoal e profissional e pela oportunidade de
estudar no Curso de Pós Graduação.
Muito Obrigada.
Aos professores da disciplina Prótese Parcial
Removível:
Dr. Marcos Yasunori Maekawa, Dr. Carlos Augusto
Pavanelli, Dr. Eduardo Shigueyuki Uemura e Dr. Lafayette Nogueira
Junior, pelo constante estímulo, apoio, convívio, amizade e por
motivar e permitir o crescimento dos que os têm como exemplos.
Muito obrigada.
Ao Prof. Adj. Clóvis Pagani e à Profª Adj. Márcia
Carneiro Valera, pelos ensinamentos transmitidos, sua dedicação e
carinho.
À Profª Tit. Maria Amélia Máximo de Araújo, por ter
possibilitado a minha realização. Pelos seus exemplos, sua amizade e
carinho.
Muito Obrigada.
À Profª Drª Regina Célia Santos Pinto Silva, minha
orientadora do curso de mestrado e minha amiga, pelos seus
ensinamentos e dedicação.
À Profª Drª Rebeca Di Nicoló pela sua atenção e
amizade cultivada.
Aos Professores do Departamento de Odontologia
Restauradora Dr. José Roberto Rodrigues, Dr. João Candido de
Carvalho, Drª Maria Filomena R L Huhtala, Dr. César R Pucci, Drª
Alessandra Bülher Borges, Dr. Carlos Rocha Gomes Torres, Drª
Karen Cristina Yui, pela amizade e contribuição na minha formação.
Ao CD Otávio Shoiti Umetsubo, pelo auxílio
incansável durante a fase laboratorial.
Ao César Hidemitsu Umetsubo, pelo auxílio na
interpretação da análise estatística.
Ao Akira Umetsubo, pelo trabalho com as imagens
deste trabalho.
Aos meus sogros Sr Teruo Umetsubo e Sra Suzui
Umetsubo, pelo convívio e colaboração.
Aos meus amigos especiais Julio Tadashi Murakami,
Luciana Keiko Shintome e Marcos Paulo Nagayassu, pelo
companheirismo, nossa união e amizade.
Aos colegas André Luiz Cervantes Jorge, Ângela
Bolanho, Gustavo de Luca Alves pelo convívio e pelas experiências
compartilhadas.
Aos amigos e colegas de trabalho, Andréa, Nilza,
Cristina, João Maurício e Ary, pela amizade, colaboração e
companheirismo.
Ao TPD Edson Miyahira e seu laboratório comercial,
pela gentileza na confecção das barreiras utilizadas.
À bibliotecária Ângela de Brito Bellini, pelas
orientações, revisão bibliográfica e normalização deste trabalho.
Ao Prof. Ivan Balducci, pela realização das análises
estatísticas deste trabalho.
Às secretárias do Departamento de Odontologia
Restauradora, Josiane, Michele, Nair e Rosangela por estarem sempre
dispostas a ajudar.
Às secretárias do Programa de Pós Graduação, Herena,
Rose, Cidinha e Lilian pela colaboração durante o curso.
Muito Obrigada.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.........................................................................16
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.........................................18
LISTA DE QUADROS.......................................................................19
LISTA DE TABELAS........................................................................20
RESUMO............................................................................................21
1 INTRODUÇÃO........................................................................22
2 REVISÃO DA LITERATURA................................................27
2.1 Estudos que aplicaram testes de microdureza..........................27
2.2 Estudos que aplicaram outros métodos e estudos
relacionados..............................................................................59
3 PROPOSIÇÃO .........................................................................87
4 MATERIAL E MÉTODO........................................................88
4.1 Delineamento experimental......................................................88
4.2 Matriz........................................................................................94
4.3 Obtenção dos corpos-de-prova.................................................96
4.4 Teste de Microdureza ...............................................................99
4.5 Análise estatística...................................................................102
4.6 Delineamento estatístico.........................................................102
4.7 Análise de dados.....................................................................103
5 RESULTADOS......................................................................105
5.1 Análise estatística...................................................................105
5.2 Análise de Variança e Teste de Tukey (imediata)..................119
5.3 Análise de Variança e Teste de Tukey (24h) .........................121
5.4 Análise de Variança e Teste de Tukey (7 dias)......................123
15
6
DISCUSSÃO..........................................................................125
6.1 Do material e método .............................................................125
6.2 Dos resultados: .......................................................................131
7 CONCLUSÃO........................................................................146
8 REFERÊNCIAS .....................................................................147
APÊNDICES.....................................................................................156
ABSTRACT........................................................................................164
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Esquema do delineamento experimental ( G1, G2,
G3) .................................................................................89
Figura 2 - Esquema do delineamento experimental ( G4, G5,
G6 ) .................................................................................90
Figura 3 - Barreiras para interposição, seqüência da esquerda
para a direita: Resina composta, Cesead; Inceram
alumina/AllCeram; IPS Empress; Inceram
zirconia/AllCeram; fragmento dental.............................93
Figura 4 - Composição da matriz: a) bloco de resina acrílica; b)
matriz de teflon; c) trilho metálico; d) teflon sobre o
bloco de resina acrílica; e) montagem da matriz; f)
matriz pronta para a inserção do cimento.......................95
Figura 5 - Obtenção dos corpos-de-prova: a) inserção do
cimento na matriz; b) dispositivos para delimitação
da área a ser fotopolimerizada; c) sobreposição da
barreira; d) fotopolimerização do corpo-de-prova; e)
matriz com corpos-de-prova; f) corpos-de-prova em
bloco de acrílico.............................................................97
Figura 6 - Microdurômetro (Microhardness Tester FM 700) .........99
Figura 7 - Representação gráfica de um endentador Vickers........101
Figura 8 - Gráfico da microdureza (HV) dos cimentos com
barreiras - Avaliação imediata - 1ª leitura....................107
17
Figura 9 -
Gráfico da microdureza (HV) dos cimentos com
barreiras – Após 24h - 2ª leitura...................................109
Figura 10 - Gráfico da microdureza (HV) dos cimentos com
barreiras – Avaliação após 7 dias - 3ª leitura................111
Figura 11 - Gráfico das médias das microdurezas (HV) dos
cimentos em função dos tempos de avaliação
(imediata, 24h e 7 dias) para barreira utilizada (Sem
Barreira, Frag. Dental, Cesead e Empress)...................115
Figura 12 - Gráfico das médias das microdurezas (HV) dos
cimentos em função de cada barreira utilizada nos
tempos de avaliação imediata, 24h e 7 dias..................117
18
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANOVA Análise de variância
Bis-GMA Bisfenol glicidil dimetacrilato
UDMA Uretano dimetacrilato
TEGDMA Trietil glicidil dimetacrilato
cm Centímetros
cm
2
Centímetro quadrado
mm Milímetro
μm
Micrometro.
ºC Grau Celsius
Kgf Quilograma força
g Grama
gf Grama força
RC Resina composta
pH Potencial hidrogeniônico
N Newton
MPa Mega Pascal
mW/cm
2
Miliwatt por centímetro quadrado
HV Vickers Hardness
KHN Knoop Hardness Number
ISO International Organization for Standardization.
LED Light emitting diode
19
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 -
Materiais utilizados.........................................................91
Quadro 2 - Combinação cimento / barreira utilizada.......................92
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Médias de microdureza (HV) dos Cimentos obtidos
na avaliação imediata - 1ª leitura..................................106
Tabela 2 - Valores médios de microdureza (HV) dos cimentos
obtidos na avliação após 24h - 2ª leitura. .....................109
Tabela 3 - Valores médios de microdureza (HV) dos cimentos
obtidos na avaliação após 7 dias - 3ª leitura ................111
Tabela 4 - Resultados ANOVA (medidas repetidas) para os três
fatores em estudo..........................................................114
Tabela 5 - ANOVA para avaliação imediata.................................119
Tabela 6 - Teste de comparação múltipla de Tukey para
avaliação imediata.........................................................119
Tabela 7 - ANOVA para avaliação após 24 horas.........................121
Tabela 8 - Comparação múltipla de Tukey para avaliação após
24 horas.........................................................................121
Tabela 9 - ANOVA para avaliação após 7 dias.............................123
Tabela 10 - Comparação múltipla de Tukey para avaliação após
7 dias.............................................................................123
Umetsubo LS. Avaliação da microdureza de quatro cimentos
resinosos duais, fotopolimerizados através da interposição de
diferentes materiais : estudo in vitro. [Tese]. Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista;
2007.
RESUMO
Este estudo avaliou por testes de microdureza o grau de polimerização de quatro
cimentos resinosos duais: Bistite II, Enforce, RelyX ARC e Variolink II,
fotopolimerizados através da interposição de barreiras confeccionadas com
materiais utilizados em retaurações estéticas indiretas. Foram confeccionados 72
espécimes para cada marca de cimento, divididos em 6 grupos, segundo o tipo de
barreira utilizada na interposição, durante a sua fotopolimerização: G1: sem
barreira; G2: Resina composta Cesead; G3: Inceram alumina/Allceram; G4: IPS
Empress; G5: Inceram zirconia/Allceram; G6: fragmento dental. A
fotopolimerização foi realizada com luz halógena Optilux 401 (Demetron) com
650 mW/cm
2
de potência e os ensaios foram realizados em três períodos:
imediata, 24h e 7dias, em um Microhardness Tester FM 700, sob cargas de 50gf
durante 15s, cujos valores de microdureza foram obtidos em HV. As médias dos
valores em HV foram submetidos à ANOVA e teste de Tukey. As condições de
G3 e G5 resultaram em polimerização deficiente do cimento, que não permitiram
a realização dos ensaios. O cimento Bistite teve a maior dureza no grupo controle
e o menor com a interposição de resina composta. O RelyX ARC teve os valores
de microdureza mais estáveis nas condições analisadas em todos os períodos de
avaliação. O Enforce e o Variolink foram intermediários e semelhantes entre si. A
interposição de materiais durante a fotopolimerização de cimentos resinosos
duais, interfere na microdureza dos mesmos. Quando da utilização de alumina ou
zirconia, outro modo de polimerização ou tipo de cimento deve ser utilizado.
PALAVRAS CHAVE: cimentos dentários, dureza, cimentação.
1 INTRODUÇÃO
As restaurações estéticas indiretas têm sido defendidas
por solucionar algumas deficiências relacionadas com as restaurações
diretas de resina composta, tais como: como o excessivo desgaste do
material, deficiência de contatos proximais, contração de
polimerização, microinfiltração e sensibilidade pós-operatória.
Com o desenvolvimento das técnicas adesivas para as
restaurações estéticas indiretas, foram introduzidos no mercado os
cimentos resinosos. Esses cimentos, em associação com os materiais
restauradores estéticos indiretos, como a resina e a porcelana com
diferentes opacidades e cores, objetivam reproduzir melhor a
translucidez e a cor do dente, além de mascarar a presença de pinos
metálicos e/ou escurecimento dental, proporcionando um resultado
estético mais favorável.
Os agentes cimentantes resinosos podem ser
classificados quanto ao modo de polimerização em:
autopolimerizáveis ou quimicamente ativados; fotopolimerizáveis ou
fotoativados e de polimerização dual. Os quimicamente ativados têm
um tempo de trabalho reduzido, mas sua polimerização não sofre
influência da espessura da restauração indireta. Os fotoativados têm as
características de trabalho ideais, mas requerem adequada quantidade
23
de energia de luz para polimerizar
2
. A emissão de luz de baixa
intensidade pela fonte polimerizadora, ou a emissão de luz com
comprimento de ondas fora do espectro do fotoiniciador presente no
cimento, resulta na polimerização inadequada do cimento resinoso ou
da resina composta
26
Os cimentos resinosos duais foram
desenvolvidos com o intuito de combinar as propriedades desejáveis
da polimerização química com a fotopolimerização, para assegurar
suficiente tempo de trabalho e uma adequada polimerização ou grau
de conversão na camada mais profunda do cimento9
18 22
.
Os cimentos resinosos geralmente são materiais
híbridos, compostos por uma fase orgânica à base de monômeros
como BIS-GMA (bisfenol glicidil dimetacrilato), UEDMA (uretano
dimetacrilato) e TEGDMA (trietil glicidil dimetacrilato) e uma fase
inorgânica, composta por partículas unidas à matriz resinosa por meio
de grupos silanos e substâncias fotossensíveis iniciadoras de
polimerização (canforoquinona). Nos cimentos resinosos duais está
presente também o componente da ativação química (peróxido de
amina), responsável por oferecer melhores características de
polimerização e de trabalho
9
.
Idealmente, o material restaurador ou o cimento
resinoso deveria ter completa conversão de seus monômeros em
polímeros durante a reação de polimerização. Entretanto, todos os
monômeros de dimetacrilato apresentam considerável quantidade de
24
monômero residual no produto final, com grau de conversão de 55% a
75% sob condição de irradiação convencional
24
.
A inadequada polimerização do cimento resinoso
compromete as propriedades físicas do material, interferindo na
resistência, dureza, absorção de água e estabilidade de cor. Além
disso, para que um cimento tenha boas propriedades mecânicas e
capacidade de adesão, é necessário um alto grau de polimerização
24
Os monômeros residuais, por sua vez, possuem alta citotoxicidade e
podem desenvolver reações biológicas adversas nos tecidos,
principalmente na polpa, além de aumentar o potencial de infiltração
marginal e desenvolvimento de cárie secundária, como conseqüencia
do endurecimento insuficiente do cimento e falha na adesão ao dente
21
21 e 22
.
Estudos têm demonstrado que fatores como a cor e
espessura da restauração ou estrutura dental, tipo de material
empregado na confecção da restauração pelas quais a luz do
polimerizador atravessa e o tempo de exposição à luz, influenciam na
quantidade de luz que alcança a camada de cimento resinoso, o que
pode interferir no grau de conversão e conseqüentemente nas
propriedades mecânicas do cimento
2 e 13
. Na diminuição ou ausência
de exposição à luz, ocorre uma redução no grau de polimerização do
cimento resinoso dual, que não alcança o endurecimento suficiente
unicamente pela polimerização química
19
.
25
O grau de polimerização dos materiais resinosos tem
sido estudado por meio de diferentes técnicas. O microscópio óptico
pode ser utilizado para detectar mudança na translucência na resina
composta polimerizada, como meio de avaliação da profundidade de
polimerização. Outro método utilizado é a avaliação por meio de
testes de microdureza realizados em profundidades específicas
15
. Um
outro método indireto avalia a fragmentação da resina não
polimerizada, da porção polimerizada, o que possibilita a mensuração
da profundidade de polimerização. A espectroscopia é um método de
avaliação direta que determina o grau de conversão de ligações duplas
para ligações simples de carbono cujo valor é expresso em
porcentagem
15 45
. Muitos autores utilizam o teste de dureza Knoop,
para avaliar o grau de polimerização de materiais resinosos2
6 8 9 11 35 37
58 e 65
.
Ao observar a demanda da estética, especialmente de
restaurações indiretas surgem muitos questionamentos. A luz que
atravessa as diferentes barreiras, atinge o cimento com a mesma
intensidade? Será esta intensidade suficiente para induzir o cimento a
um alto grau de conversão? Os diferentes cimentos requerem
intensidades de luz semelhantes para oferecerem o grau satisfatório de
conversão? Os materiais hoje disponíveis para a confecção de
restaurações indiretas podem ser utilizados com qualquer cimento ou
os cimentos resinosos são mais efetivos para qualquer material para
confecção de restaurações indiretas?
26
As respostas a esses questionamentos aliadas à
importância da efetividade da cimentação para a longevidade do
tratamento restaurador e manutenção dos dentes remanescentes e a
diversidade de recursos técnicos associada à vasta quantidade de
materiais existentes, motivaram-nos a pesquisar alguns dos cimentos
resinosos duais disponíveis no mercado, fotopolimerizados através de
materiais utilizados na confecção de restaurações estéticas indiretas e
do próprio dente. Para tanto, elegemos o teste de microdureza para
avaliar o grau de polimerização dos cimentos.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Para facilitar a leitura e compreensão, este capítulo foi
dividido em duas partes, que agruparam os estudos segundo os
métodos aplicados:
Estudos que aplicaram testes de microdureza na
avaliação dos cimentos resinosos;
Estudos que aplicaram outros métodos na
avaliação de cimentos resinosos e estudos
relacionados.
2.1 Estudos que aplicaram testes de microdureza
Em um estudo realizado em 1982, Asmussen
3
investigou os fatores que afetam a dureza das resinas. Além disso,
mediu e relacionou a resistência à compressão de resinas compostas
com o sistema catalizador dos polímeros. Foi verificado que para uma
dada composição de monômero, o número de dureza Wallace
aumentou com o aumento do conteúdo de peróxido, mas não foi
afetado pela alteração no conteúdo de amina. A dureza foi relacionada
com a quantidade de ligações duplas remanescentes no polímero. Os
28
polímeros à base de Bis-GMA não mostraram nenhuma variação na
dureza quando o monômero original variou quanto à diluição em
bifuncional ou trifuncional. Os polímeros fotopolimerizados foram
relativamente duros se comparados aos polimerizados quimicamente
num tempo de polimerização adequado. A resistência à compressão
foi relacionada com a quantidade de ligações duplas de carbono
remanescentes na composição do polímero.
Chan e Boyer
13
, 1985, realizaram um estudo para
determinar a capacidade da luz de penetrar através da espessura da
dentina e polimerizar a resina composta foto ativada. Foram utilizados
vinte molares íntegros, extraídos, seccionados em fatias de 1, 1,5, 2 e
2,5mm de espessura. Foram obtidos cinco discos de cada espessura.
Uma resina composta foto ativada, SILUX U (3M), foi utilizada. A
resina foi inserida em um molde de Plexiglass (Rohm & Hass) e
polimerizada através de um disco de dentina, utilizando-se fonte de
luz visível (Command Sybron / Kerr Corp.) com tempos de exposição
de 20, 40, 60 e 120s. Dez espécimes foram confeccionados utilizando-
se cada espessura de dentina e cada tempo de exposição. Os discos de
dentina foram utilizados de maneira rotacional, sendo que os cinco
discos de cada espessura foram utilizados em cada grupo de teste. A
mensuração da dureza das superfícies superior e inferior da resina
foram realizadas em um Barcol Hardness Tester (Barer-Colman Co.).
Os resultados apresentaram diferença significante na dureza para cada
fator: espessura, tempo de exposição e localização da superfície
avaliada. Verificou-se que a dureza foi inversamente proporcional à
29
espessura de dentina e diretamente proporcional ao tempo de
exposição. A superfície superior da resina apresentou maior dureza
que a inferior.
Blackman et al.
6
,
1990, realizaram um estudo para
determinar a influência da espessura da cerâmica na polimerização de
dois tipos de cimentos resinosos. Para esse estudo, foram
confeccionados espécimes de cerâmica na cor A3, e espessuras de 0,5,
1, 2, 3, e 4mm com cerâmica Feldspática VMK68 (Vita) e cerâmica
de vidro fundida, DICOR (Denstply). Foram utilizados dois tipos de
cimento resinoso: um fotopolimerizável, Porcelite (Kerr) e um de
polimerização dual, a DICOR (Dentsply). As amostras de cimento
resinoso de 0,5mm de espessura por 6 mm de diâmetro foram
fotopolimerizadas em um molde através da interposição das
porcelanas. O tempo de exposição variou de 30s a 120s, com
intervalos de 30s. O grau de polimerização foi determinado pelos
valores de microdureza Knoop. Quando da interposição de uma
cerâmica de espessura fina, de até 2mm, os cimentos polimerizaram
com o tempo de exposição recomendado. Com cerâmicas espessas, os
dois tipos de cimento polimerizaram melhor sob a cerâmica de vidro,
mas nenhum alcançou a máxima polimerização através de cerâmica.
Warren
69
, 1990, realizou um estudo para medir a
polimerização de amostras de resina composta, Heliosit (Vivadent),
fotoativadas por 40s e 60s através de discos de porcelana, Vitadur N
(Vita) na cor A2, cujas espessuras eram de 1, 2, e 3mm. Após a
30
fotoativação, cada espécime foi submetido ao teste em
microdurômetro Vickers para comparar o grau de polimerização. A
resina composta polimerizada sem a interposição de porcelana foi
utilizada para estabelecer o grupo controle. Os resultados mostraram
que o aumento da espessura do disco de porcelana resultou em uma
diminuição na microdureza da resina composta. O aumento do tempo
de exposição de 40s para 60s, produziu significante elevação nos
valores de microdureza. O aumento da microdureza foi mais evidente
quando se utilizaram discos de porcelana de 1 a 2mm de espessura e
quando não foi utilizada interposição de disco de porcelana.
Em 1991, Antoniadi et al.
1
avaliaram por meio de
ensaios, o efeito do tempo decorrido após a polimerização e da
absorção de água na microdureza superficial de resinas compostas.
Além disso, determinaram a microdureza após a remoção de uma
camada de 250μm de resina. Oito marcas comerciais de resina
composta foram avaliadas. Dentre essas resinas, quatro eram foto
ativadas: Heliosit (Vivadent), Silux (3M Co), Heliomolar (Vivadent) e
P-30 (3M Co), as demais eram quimicamente ativadas: Isopast
(Vivadent), Silar (3M Co), Isomolar (Vivadent) e P10 (3M Co).
Foram preparados dez espécimes para cada resina composta. Um
grupo de 40 espécimes, sendo cinco para cada resina, foi mantido seco
a 37
o
C antes de ser testado. O grupo restante de 40 espécimes foi
submerso em água destilada a 37
o
C antes de ser testado. Os testes de
dureza superficial dos espécimes foram realizados após 10min, 24h,
duas semanas, quatro semanas, três meses e 12 meses em um
31
microdurômetro Kentron. Após a realização de todas as medições, os
espécimes de 12 meses foram submetidos a um desgaste para a
remoção de uma camada superficial de 250μm e novamente avaliados.
Os valores de microdureza foram analisados por ANOVA e teste de
Scheffé para comparação múltipla entre as médias em um nível de
significância de p=0,05. Verificou-se nesse estudo, que a dureza
aumentou para todas os espécimes, independentemente da forma de
armazenamento, até quatro semanas. Os espécimes apresentaram o
maior valor na avaliação de quatro semanas, seguido de estabilização
e diminuição dos valores. Esses resultados mostraram a polimerização
contínua da resina composta, após o endurecimento inicial tanto para
os de polimerização química quanto para os de polimerização foto
ativada. As superfícies dos espécimes mantidos em água apresentaram
menor dureza ao serem comparadas com as dos que foram mantidos
secos. Todas as resinas apresentaram dureza substancialmente maior
após desgaste superficial.
Breeding et al.
9
, 1991, realizaram um estudo no qual
examinaram variáveis relacionadas com o uso de restaurações
indiretas de resina composta. Esse estudo determinou o efeito de
diferentes tempos de exposição na polimerização de três resinas
compostas utilizadas como cimento: Heliosit (Vivadent), Visio-Fil
(Espe-premier Sales Corp) e Dual (Vivadent) fotoativados através de
espessuras de 1, 2 e 3mm e diferentes cores (A1 e A4) de resinas
compostas pré-processadas: Isosit (Ivoclar) e Visio Genn (Espe-
Premier Sales Corp). A dureza Knoop da superfície do cimento
32
resinoso foi medida após a polimerização e em algumas amostras
foram repetidas após 24h para avaliar a continuidade da
polimerização. Os resultados mostraram que não se pode prever o
alcance da polimerização dos cimentos resinosos através da
restauração com espessura superior a 2mm, com tempo de exposição à
luz de 90s ou menos. A combinação de polimerização química e foto
ativação do cimento dual resultaram em maior dureza.
Linden et al.
35
, em 1991, pesquisaram os efeitos da
opacidade da porcelana, do catalisador químico e do tempo de
exposição à luz, na polimerização de cimento resinoso foto ativado. O
cimento resinoso foi inserido em molde de Plexiglass, de 5mm de
diâmetro e 0,75mm de altura e polimerizado através do disco de
porcelana. Para esse estudo, foram confeccionados discos de
porcelana de 0,70mm de espessura com três diferentes opacidades:
Ceramco II C, uma porcelana opaca, mistura de 75% de Ceramco II C
com 25% de Ceramco Translúcido, e 50% de Ceramco II C e 50%
Ceramco Translúcido. Os tempos de exposição à luz foram de 30, 60,
90 e 120s. Os cimentos resinosos avaliados foram: o Porcelite (Kerr),
uma resina híbrida foto ativada; o Porcelite com catalisador (Dual); o
Heliolink (Vivodent) que é uma resina de micro partículas fotoativada
e Heliolink com catalisador (Dual). As combinações de opacidade da
porcelana, tipo de resina e tempo de exposição, determinaram 48
grupos experimentais com três espécimes cada. Os valores de micro
dureza superficial de cada espécime foram obtidos 30min e 24h após a
exposição. O teste de microdureza (KHN) foi aplicado para comparar
33
o grau de polimerização de cada material em diferentes tempos de
exposição. A opacidade da porcelana não interferiu na dureza do
cimento. Entretanto, os resultados mostraram que o catalizador
químico e o tempo de exposição prolongado podem ser essenciais no
endurecimento do cimento.
Em estudo realizado por Cardash et al.
11
, em 1993, um
cimento resinoso fotopolimerizável, Mirage (Chamaleon Dental
Products) e um cimento dual, Mirage (Chamaleon Dental Products)
foram polimerizados sob discos de porcelana de diferentes cores para
examinar o efeito da cor da porcelana na dureza superficial do
cimento. Os discos de porcelana de 10mm de diâmetro e 2mm de
espessura, foram confeccionados com porcelana Vita (Vita Co.) nas
cores A1, A4, B1, B4, C1, C4, D2 e D4 correspondentes à escala Vita
Lumin. As medidas de microdureza knoop foram realizadas com
tempo de exposição de 48, 72 e 120s. Os valores mais altos de micro
dureza foram obtidos com cimento resinoso dual. A resina
fotopolimerizada através de discos de porcelana de diferentes cores
necessitou maior tempo de exposição à luz para atingir o grau de
dureza alcançado pelo cimento resinoso dual. Os autores concluíram
que em relação à microdureza, o cimento resinoso dual é superior e
indicado para cimentação de porcelanas com espessura igual ou
superior a 2mm.
Em 1994, Uctasli et al.
64
avaliaram a influência da
espessura e da opacidade da porcelana na polimerização destes
34
cimentos resinosos sendo dois duais: um de micropartículas, o
Cimento Dual Radiopaco (Vivadent), outro híbrido, Porcelite Dual
Cem (Kerr) e um último foto ativado híbrido, Porcelite Light Cure
(Kerr). Foram realizados testes de microdureza, cujos valores foram
determinados nas superfícies superiores e inferiores das amostras de
cimento resinoso de 1mm de espessura. As amostras foram
polimerizadas utilizando-se irradiação por 40s, através de discos de
porcelana de 0,5, 1 e 2mm de espessura e de opacidade esmalte,
dentina e uma mistura de 50% esmalte e 50% dentina. Os resultados
mostraram que o aumento de espessura e opacidade da porcelana
causou uma diminuição estatisticamente significativa na microdureza
do cimento resinoso. O efeito da atenuação foi menor no cimento de
micropartículas do que no híbrido. O cimento fotopolimerizado
apresentou melhor desempenho que o de ativação dual.
Darr e Jacobsen
14
, 1995, avaliaram a eficiência e o
grau de conversão de agentes cimentantes poliméricos quando
polimerizados sob duas condições: com fonte de luz visível e com
ausência de luz, na dependência exclusivamente da reação química.
Os cimentos utilizados foram Porcelite (Kerr), Duo (Coltene), Dual
(Ivoclar-Vivodent), Universal Zement (Ivoclar-Vivodent), Kulzer
(Heraeus-Kulzer) e o teste de dureza foi aplicado para avaliação da
conversão dos monômeros. Foi verificado um rápido aumento da
dureza imediatamente após a polimerização com luz seguido de
aumento constante da dureza nas 24h que se seguiram. As amostras
polimerizadas apenas quimicamente também apresentaram um
35
aumento constante na dureza nas 24h subseqüentes, mas a dureza foi
deficiente no teste inicial até 30min. Os valores de dureza foram
utilizados para se obter valores previsíveis de resistência flexural. A
polimerização dual foi mais eficiente que a polimerização somente
química. Os resultados sugeriram que a formulação dos materiais de
polimerização dual representa um equilíbrio entre o alto nível de
conversão em todos os aspectos da restauração e instabilidade da cor
devido à degradação da amina. Clinicamente podem ocorrer áreas com
polimerização deficiente em locais mais profundos.
El-Bradawy e El-Mowafy
16
, 1995, avaliaram o grau de
conversão dos cimentos resinosos alcançado pela polimerização
química e pela polimerização dual através da interposição de barreira
e o efeito da espessura dessas barreiras no grau de conversão dos
cimentos. Foram preparados 8 discos de 6mm x 2,5mm de cada um
dos 7 cimentos comercialmente disponíveis, sendo que a metade dos
espécimes foi polimerizada quimicamente e a outra metade dualmente.
As medidas de dureza Knoop foram realizadas e registradas após 1h,
1dia e 1 semana. Paralelamente 24 espécimes com as mesmas medidas
foram preparados com cada cimento. Destes, 12 espécimes foram
polimerizados dualmente através de barreiras confeccionadas em
resina composta variando-se a espessura dos mesmos de 1mm a 6mm.
Os demais foram polimerizados utilizando-se barreiras confeccionadas
em porcelana com as mesmas medidas das de resina. A análise de
variância revelou redução significante na dureza das amostras
polimerizadas quimicamente em relação às polimerizadas dualmente.
36
Foi encontrada diferença significante nas amostras polimerizadas
dualmente através de espaçadores de resina ou porcelana de 2mm a
3mm de espessura ou mais, comparado à polimerização dual sem
barreira. Os autores concluíram que a polimerização unicamente dual
não foi suficiente para conseguir o máximo de dureza nos cimentos
avaliados. A dureza do cimento foi significativamente menor quando a
espessura da barreira foi de 2 a 3mm ou mais.
Milleding et al.
38
, 1998, avaliaram as alterações na
microdureza e na rugosidade superficial de um cimento resinoso dual
após armazenamento em água por diferentes períodos de tempo.
Sessenta espécimes foram divididos em quatro grupos constituídos de
cimento de alta viscosidade e de baixa viscosidade armazenados a
seco ou em água por 1 a 60 dias. Os testes de microdureza e de
rugosidade superficial foram realizados após 1, 6 e 7 dias de
armazenamento. A avaliação da microdureza foi realizada com ponta
de diamante Vickers (ERNEST LEITZ) aplicada com uma carga de
300g por 10s. O teste de rugosidade foi realizado em um perfilômetro
Top Scan 30 (Heidelberg Instruments). Embora as interações tenham
dificultado a interpretação dos resultados, as amostras armazenadas
em água apresentaram microdureza significativamente inferior às
mantidas secas, em todos os intervalos de tempo. Os espécimes de alta
viscosidade apresentaram valores de dureza significativamente
superiores comparados aos espécimes de baixa viscosidade. Os
espécimes mantidos em água, apresentaram após 60 dias, aumento na
microdureza em todos os grupos, exceto nos de baixa viscosidade.
37
Esse aumento na microdureza foi atribuído ao efeito do processo
químico de polimerização. Embora seja difícil a avaliação do ponto de
vista clínico, a avaliação por meio de perfilômetro revelou significante
aumento da rugosidade com armazenamento em água em função do
tempo, o que foi causado provavelmente pela deterioração da
superfície da matriz da resina. Os autores concluíram que altos valores
de microdureza parecem ser importantes para a longevidade do agente
cimentante interfacial.
Em 1999, El-Mowafy et al.
19
investigaram o grau de
dureza conseguido por meio de polimerização apenas química e por
polimerização dual de oito marcas de cimentos resinosos. Avaliaram
ainda o efeito da espessura do inlay de cerâmica na dureza desses
cimentos. Foram confeccionados discos de 6mm de diâmetro e 2,5mm
de espessura com oito cimentos: Adherence (Confi-Dental Products),
Choice (Bisco Inc), Duolink (Bisco Inc), Enforce (Dentsply/Caulk),
Lute-it (Jeneric/Pentron Inc), Nexus (Kerr USA), Resinomer (Bisco
Inc), (e Variolink Vivadent). Foram preparados oito espécimes de
cada material, sendo que em metade a polimerização foi química e na
outra, dual. Os testes de dureza Knoop foram realizados em um Tukon
300 (Acco Industries Inc) após 1h, 1 dia e 1 semana. Paralelamente,
foram confeccionados 12 espécimes com cada cimento e com as
mesmas medidas, polimerizadas dualmente variando-se a espessura do
espaçador de 1 a 6mm. Os testes de microdureza foram realizados
com os mesmos intervalos de tempo. Os valores obtidos foram
submetidos a ANOVA que demonstrou diferença significante na
38
dureza do cimento polimerizado quimicamente em relação ao de
polimerização dual (P<0,0001), para todos os cimentos. Foi ainda
encontrada diferença significante na dureza dos espécimes
polimerizados dualmente através de inlay de 2 a 3mm ou mais,
comparado com os polimerizados sem inlay. Os autores concluíram
que, em muitos dos cimentos avaliados, a polimerização unicamente
química não conseguiu uma dureza suficiente e que a dureza diminuiu
significativamente, quando a espessura do inlay foi de 2 a 3mm ou
mais.
McLean e Fasbinder
37
, 1999, avaliaram a efetividade
de quatro marcas de fontes de luz na polimerização de cimento
resinoso através de diferentes espessuras de cerâmica. As fontes de luz
de alta potência utilizadas foram: a) AccuCure 3000 (Laser Méd) por
10, 20, 30 e 40s; b) Plasma Arc Curing (PAC) Light (Am Dent Tech)
por 10, 15 e 20s; c) Kreativ kuring Light (Kreative Inc) por 10, 20, 30
e 40s; d) Apollo 95E (Dent/Méd Diagnostics) por 3, 6 e 9s; e e) Elipar
HighLight Unit (Espe) por 40 e 60s, utilizado com uma referência de
fonte de luz convencional. Os discos circulares de resina composta
Tetric Ceram – Ivoclar foram polimerizados através de barreiras de
cerâmica Vitamark de 1, 2, 3, 4 e 5mm de espessura. Foram
confeccionados seis discos de resina para cada espessura, fonte de luz
e tempo de exposição. A dureza superficial (KHN) foi medida com
Tukon Hardness Tester e usada como grau de polimerização. As
diferenças na dureza superficial da resina polimerizada em cada fonte
de luz e tempo de exposição foram determinadas por Anova e teste
39
Tukey. A fonte de luz e o respectivo tempo de exposição mais
eficientes na polimerização através de cerâmica de 2mm de espessura
foram: AccuCure 3000 a 30s; Kreative Kure Light a 20s; PAC Light a
15s, Apollo 95 E a 6s e Elipar HighLight a 40s. Os autores
verificaram que todas as fontes de alta potência foram capazes de
polimerizar a resina composta através de cerâmica de 2mm de
espessura em tempo inferior à que foi necessária pela utilização de
fonte de luz convencional.
El-Mowafy e Rubo
18
, 2000, avaliaram o efeito da
espessura do inlay/onlay na dureza de oito cimentos resinosos duais.
Os autores utilizaram anéis de metal e obtiveram 14 discos de 6mm de
diâmetro e 2,5mm de espessura confeccionados com cada cimento
dual: Adherence (Confi. Dental Products Co), Choice (Bisco Inc.),
Enforce (Dentsply/ Caulk), Lute-it (Jeneric/Pentron Inc.), Nexus (Kerr
USA), Resinomer (Bisco Inc.) e Variolink (Vivadent). Dois espécimes
de cada material foram diretamente fotopolimerizados e os demais
foram fotopolimerizados através da interposição de barreiras
confeccionadas com resina composta cujas espessuras variaram de
1mm a 6mm. Dois espécimes foram fotopolimerizados através de cada
barreira. Essas barreiras foram confeccionadas de resina composta
Herculite XRV (Laboratory Inlay Kit, Kerr CO.). Duas barreiras de
1mm foram feitas de resina correspondente a esmalte na cor A2 e
quatro barreiras de 1mm foram feitas de resina correspondente a
dentina, na cor A2. Para simular condições clínicas, quando foram
utilizadas mais que duas barreiras entre a luz do fotopolimerizador e o
40
cimento resinoso, as duas barreiras colocadas mais superficialmente
eram da cor de esmalte. Os espécimes foram mantidos a 37ºC e as
medidas de microdureza foram realizadas após 1h, um dia e 1 semana.
As médias dos valores de microdureza (KHN) e os valores dos
desvios padrões foram calculados para cada material e os dados foram
analisados estatisticamente. A fotopolimerização através de
interposição de barreira de resina composta resultou sempre na
diminuição dos valores de dureza Knoop. A análise de variância
revelou diferenças significantes nas médias dos valores de dureza de
espécimes de resina dual polimerizados através de barreiras de 2mm a
3mm ou mais de espessura, comparados com os polimerizados sem
barreiras (p<0,0001). Para os cimentos Adherence, Duolink, Lute-it e
Variolink, os valores de dureza reduziram de 50% ou mais quando a
espessura da barreira utilizada foi de 4mm ou mais, mesmo quando as
medidas foram feitas uma semana após a polimerização dual. O
cimento Enforce apresentou os maiores valores de dureza mesmo
quando foram polimerizados através de barreiras de 6mm de
espessura. Os autores afirmaram que os baixos valores de dureza
apresentados por alguns cimentos, indicam um fraco mecanismo de
polimerização química. Este fator pode comprometer a qualidade do
cimento em áreas de cavidade que não são acessíveis à luz do
fotopolimerizador. Os autores concluíram que os clínicos devem ser
cuidadosos quando da seleção de um material e na opção por um
cimento resinoso dual na cimentação de um inlay/onlay de resina
composta.
41
Hofmann et al.
26
, 2001, pesquisaram a eficiência da
ativação química de cimentos resinosos duais, comparado com a foto
ativação e polimerização dual. A polimerização foi realizada: a)
misturando base e catalisador sem subseqüente irradiação
(polimerização química); b) misturando-se base e catalisador com
irradiação direta (polimerização dual); c) irradiação através de
cerâmica de vidro reforçada por leucita, IPS Empress (Ivoclar) de
2,5mm de espessura (polimerização dual através de porcelana); d)
usando apenas a pasta base com irradiação direta (foto polimerização);
e) irradiação através de porcelana (foto polimerização através da
porcelana). Espécimes de quatro resinas compostas duais micro
híbridas: Variolink II (Vivadent), Cerec Vita (Coltene), Sono Cem
(ESPE), Nexus (Kerr) e uma resina composta microhíbrida de
polimerização química, Panavia 21 (Kuraray), foram preparados e
testados após 24 horas por testes de avaliação de resistência flexural,
módulo de elasticidade e de dureza superficial (Vickers). Para todos
os materiais e parâmetros, a polimerização dual produziu valores
maiores que a fotopolimerização mesmo quando a irradiação foi
realizada através de porcelana. Em seguida a polimerização química
sem foto ativação a resistência flexural foi de 68,9 – 85,9%, o módulo
de elasticidade foi de 59,2 – 94,5% e a dureza Vickers foi de 86,1 –
101,4% dos valores correspondentes obtidos pela polimerização dual
com irradiação direta. A fotopolimerização através da porcelana
comparada à irradiação direta reduziu os valores para a maioria dos
parâmetros e materiais. Em contraste, a polimerização dual, manteve a
resistência flexural para todos, o módulo de elasticidade para três e
42
dureza para um dos materiais. As propriedades mecânicas do cimento
resinoso autopolimerizado alcançaram os níveis dos cimentos duais.
Quance et al.
52
, 2001, estudaram o efeito da variação
da temperatura de armazenamento de 18ºC e 37ºC pós exposição e da
intensidade de luz de 200mW/cm² e 500 mW/cm² na microdureza de
sete resinas compostas foto ativadas. Os valores de dureza foram
determinados nas superfícies superiores e inferiores dos espécimes de
2mm de espessura. Esses espécimes foram confeccionados com resina
composta de sete marcas comerciais: Herculite XRV e Prodigy (Kerr),
Z100 e Silux Plus (3M), TPH (Dentsply), Pertac Hybrid (Espe) e
Charisma (Kulzer), fotopolimerizados com luz Prismetics Mk II
(Dentsply) e mantidos secos por 24h após a polimerização. Os valores
de dureza variaram com o produto, a superfície avaliada, a
temperatura de armazenamento e intensidade de luz utilizada na foto
polimerização. Em nenhum espécime a dureza na superfície inferior
foi igual à da superfície superior. A combinação de 500mW/cm² de
intensidade e armazenamento a 37ºC produziu os melhores resultados
de dureza na superfície inferior. Os autores concluíram que a
composição do material teve influência significante na dureza
superficial. Somente uma resina (TPH) produziu média dos valores de
dureza na superfície inferior maior que 80% da média máxima da
dureza da superfície superior obtida para o produto correspondente a
500mW/cm² de intensidade e 37ºC de temperatura de armazenamento
quando submetidos a todos os testes. Independentemente das ótimas
condições de armazenagem após a polimerização, 200mW/cm² de
43
intensidade de luz durante 40s não produziu aceitável dureza na
superfície inferior do incremento de 2mm, na maioria dos produtos
testados.
Rasetto et al.
53
, 2001,
avaliaram a eficiência de três
diferentes fontes de luz para polimerizar uma resina através de três
tipos de materiais cerâmicos para facetas. As três diferentes fontes de
luz avaliadas foram uma halógena convencional, o Optilux (Demetron
Res Inc), uma de arco de plasma; Apollo 95E (Dental Medical Diagn
Systems Inc) e uma halógena de alta intensidade, Kreativ 2000
(Kreativ Inc). As fontes de luz foram utilizadas para polimerizar um
cimento resinoso, Variolink II (Ivoclar North Am Inc) através de
discos confeccionados de material para faceta. Os discos com igual
diâmetro e espessura de cerâmica feldspática Cerâmico II (Ceramco
Inc) cerâmica prensada, IPS Empress (Ivoclar North Am Inc), e
cerâmica alumizada, Vitadur Alpha (Vident Inc) foram utilizados
como uma interface entre a ponta da luz do fotopolimerizador e o
cimento resinoso fotopolimerizável. A combinação cimento
resinoso/faceta foi exposta a quatro diferentes tempos de
polimerização de 5, 10, 15 e 20s para as fontes de luz de alta
intensidade Apolo 95E e Kreativ 2000 e 20, 40, 60 e 80s para luz
halógena convencional, Optilux. O teste de dureza superficial, Knoop
(Tukon Tester – American Chain & Cable Co.) foi realizado para
determinar o grau de polimerização da resina através dos materiais
cerâmicos com cada uma das fontes de luz. Os dados foram analisados
por ANOVA e teste de Scheffe (p<0,05). Os dados indicaram que os
44
valores de dureza do Variolink II variaram com a fonte de luz, o
material do disco interposto e o tempo de aplicação. O Kreativ 2000
apresentou diferença estatísticamente significante (p<0,05) entre todos
os tempos de polimerização. O uso desta fonte de luz necessitou um
tempo de aplicação maior que 20s para alcançar o máximo de dureza
do cimento resinoso. Para as amostras polimerizadas com Apollo 95E,
houve diferença estatisticamente significante (p<0,05) na dureza
superficial dentre as amostras polimerizadas em todos os tempos de
aplicação, exceto para os de 15s e 20s de aplicação. As amostras
polimerizadas com luz halógena convencional mostraram diferença
estatisticamente significante (p<0,05) na dureza entre os tempos de
aplicação de 60s e 80s. Os autores concluíram que fontes de luz de
alta intensidade conseguem adequada polimerização dos cimentos
resinosos através de facetas de porcelana, com menor tempo de
aplicação que a luz halógena convencional. Entretanto, verificou-se
neste estudo que um tempo mínimo de aplicação de 15s com
utilização do Kreativ 2000 e 10s com Apollo 95E deve ser utilizado
para polimerizar o cimento resinoso Variolink II, independentemente
da composição da faceta. A luz halógena convencional necessitou um
tempo de polimerização maior que 60s.
Em 2002, Arikawa et al.
2
avaliaram os efeitos da
atenuação da luz pelo esmalte nas propriedades mecânicas da resina
composta fotopolimerizada, usando filtros experimentais. Os filtros
foram designados para simular as características da transmissão da luz
de esmalte de dente humano de 0,5, 1,0 e 1,5mm de espessura. Os
45
valores de dureza Knoop (KHN) e de módulo de elasticidade no teste
transverso para doze cores de três resinas compostas
fotopolimerizáveis foram examinadas. Estas resinas foram
fotopolimerizadas aplicando-se irradiação direta com a fonte de luz ou
irradiação indireta através de um dos filtros. As atenuações de luz
pelos filtros de 0,5, 1,0 e 1,5mm foram de 45%, 67% e 81%
respectivamente, utilizando-se luz com comprimento de onda situado
entre 430nm e 550nm. Para todos os materiais a dureza e o módulo de
elasticidade dos espécimes irradiados através de filtros foram
significativamente inferiores que os irradiados diretamente. Os autores
sugeriram que o efeito de atenuação da luz reduz as propriedades
mecânicas da resina fotopolimerizável, podendo com isso
comprometer a longevidade clínica da restauração.
Em estudo de Braga et al.
8
, 2002, a resistência
flexural, o módulo flexural e a dureza de quatro cimentos resinosos
foram avaliados. Os materiais testados foram o Enforce (Dentsply) e
Variolink II (Vivadent), fotopolimerizáveis, autopolimerizáveis e de
polimerização dual; e RelyX ARC (3M Espe) autopolimerizável e de
polimerização dual; C & B (Bisco Inc) autopolimerizável. Espécimes
de secção retangular de 10mm de comprimento, 2mm de largura e
1mm de altura foram confeccionados com auxílio de uma matriz de
aço. O cimento manipulado foi inserido na matriz e polimerizado de
acordo com o seu respectivo grupo. Nos grupos experimentais para os
quais a fotoativação foi indicada, foi colocada uma barreira de 2mm
de espessura, confeccionada em resina composta Z250 (3M Espe) na
46
cor A3 entre o cimento resinoso e a ponta do fotopolimerizador. A
fotoativação foi realizada na superfície superior do espécime, com a
luz halógena de 550mW/cm
2
aplicada por 60s. Os corpos-de-prova
obtidos foram mantidos a 37ºC por 24h. Após esse período foram
fraturados por meio do teste de viga de três pontos. As cargas de pré-
falha, que correspondem ao deslocamento específico da máquina de
teste foram utilizadas para o cálculo do módulo flexural. A dureza
Knoop (KNH) foi medida nos fragmentos obtidos após o teste
flexural. O cimento RelyX ARC dual apresentou maior resistência
flexural que os outros grupos. O Relyx ARC e o Variolink II
dependeram da fotoativação para alcançar maiores valores de dureza.
No cimento Enforce, os valores de dureza foram similares para o
modo dual e de autopolimerização. Não foi encontrada correlação
entre resistência flexural e dureza. Não foi encontrada diferença
estatística no módulo flexural dentre os diferentes grupos. Com isso,
os autores concluíram que outros fatores além do grau de
polimerização, como conteúdo de carga, tipo de monômero, afetam a
resistência flexural das resinas compostas.
Barghi e McAlister
5
, 2003, estudaram o efeito da
espessura e da cor da cerâmica na microdureza do cimento resinoso
polimerizado por luz halógena e por luz emitida por diodo (LED).
Para isso foram confeccionados espécimes de porcelana Ceramco II
(Dentsply) de forma quadrada, com 11mm x 11mm e espessuras de
1mm e 2mm. Duas cores de porcelana foram avaliadas: A1 e C4. Uma
matriz metálica com cavidade de 0,5mm de profundidade e 6mm de
47
diâmetro foi utilizada. O cimento resinoso Choice (Bisco Inc) na cor
A1 foi inserido na matriz metálica e polimerizada sob o espécime de
porcelana por 30 ou 60s com LED, Ultra-Lume (Ultradent), ou luz
halógena, Optilux 501 (Kerr Co). O grau de polimerização do cimento
resinoso foi determinado por meio de ensaio de microdureza. O grupo
contrôle foi um cimento resinoso de 0,5mm de espessura polimerizado
sob uma tira de poliéster. Não foi registrada diferença significante
entre a dureza superficial da resina do grupo contrôle e da
polimerizada por LED por 30 ou 60 segundos. O menor valor de
dureza registrado foi o do grupo de porcelana cor C4, de 2mm
polimerizado por 30s e 60s com luz halógena. Nesse estudo, embora a
comparação da dureza superficial tenha apresentado resultados
semelhantes para os dois tipos de luz, o LED foi mais efetivo que a
luz halógena.
Um estudo realizado por Foxton et al.
23
, 2003, avaliou
os efeitos do tempo de exposição e da direção da luz do
fotopolimerizador na resistência de união entre uma resina dual e uma
cerâmica. Nesse estudo, blocos de cerâmica feldspática Vita Celay
Blancks (Vita), foram cortados em fatias de 1mm, 2mm e 3mm de
espessura. Após a silanização com Tokuzo Ceramic Primer
(Tokuyama), as fatias foram unidas utilizando-se cimento resinoso
dual Bistite II (Tokuyama) e submetidas a um dos quatro métodos de
polimerização: sem luz (controle), fotopolimerização por 20s em uma
direção, fotopolimerização por 120s em uma direção e
fotopolimerização por 20s em cada uma das seis direções. Após 24h
48
de armazenamento em água a 37ºC, foram realizados testes de
microtração para avaliar a resistência de união e de dureza Knoop. Os
dados foram analisados pela ANOVA sob dois fatores e teste de
Fisher a um nível de confiança de 95%. Os modos de falha dos
espécimes foram determinados por meio de microscópio de varredura.
A dureza Knoop do grupo controle foi significativamente inferior aos
dos grupos dos espécimes que foram fotopolimerizados (P<0,05). Não
houve diferença na resistência de união e micro dureza quando fatias
de 1mm e de 2mm de cerâmica foram foto polimerizados por 120s de
uma direção ou 20s de cada direção (P<0,05). Entretanto quando a
espessura de cerâmica aumentou de 2mm para 3mm, houve
significante redução na resistência de união quando a
fotopolimerização foi realizada em uma direção, mas isso não ocorreu
quando a luz foi aplicada por 20s em cada uma das seis direções
(P<0,05).
Lynch et al.
36
, 2003,
compararam a microdureza
superficial da resina composta polimerizada pela exposição
convencional e gradual usando uma fonte de luz halógena.
Adicionalmente, foi avaliado o efeito do aumento da distância entre a
luz ativadora e o espécime, utilizando-se a exposição convencional.
Os discos de resina composta para restauração TPH Spectrum
(Dentsply), na cor C3 foram confeccionados em moldes de 2mm de
profundidade e 8 mm de diâmetro, e polimerizado com luz halógena,
XL3000 (3M) com intensidade de 630 mW/cm
2
com exposição
gradual. A exposição convencional foi usada como controle. A
49
medida de microdureza foi registrada no final de cada passo e 1h após
a exposição inicial usando um microdurômetro MHV (Mitutoyo).
Foram determinados quatro grupos experimentais e um controle, com
15 espécimes cada. Outros espécimes foram expostos à luz, com
variação pré-determinada da distância. A polimerização pelo método
gradual produziu um significante aumento na média de microdureza
no final de cada passo e o valor máximo de média foi inferior ao
controle. O efeito do aumento da distância resultou em significante
redução na média de dureza. Os autores concluíram que os métodos
modificados de exposição à luz, resultaram em significante redução
na microdureza superficial da resina composta, em comparação à
exposição convencional.
Uhl et al
65
, 2003, investigaram a dureza e a
profundidade de polimerização de quatro resinas compostas quando
polimerizadas por 3 diferentes fontes de luz: luz halógena, Trilight
(3M Espe) e duas luzes tipo LED: um comercial, Freelight (3M Espe)
e outro protótipo feito pela Universidade de Bristol, o LED 63. A
fonte de luz halógena foi utilizada no modo soft start e no modo
padrão. As resinas compostas utilizadas foram: Z100 (3M Espe), TPH
Spectrum (Dentsply DeTrey), Definite (Degussa), e Solitaire 2
(Heraus Kulzer), das quais duas (Definite, Solitaire 2) contém
coiniciadores além do fotoiniciador padrão canforoquinona. A
profundidade de polimerização obtida com o Trilight no modo padrão
foi estatisticamente maior (p<0,05) que os obtidos com LED
comercial para todos materiais e tempo de polimerização. O protótipo
50
LED 63 conseguiu uma profundidade de polimerização
significativamente maior que a fonte de luz LED comercial Freelight,
para todos os materiais e tempos de radiação. Não houve diferença
estatistica na dureza Knoop da superfície das amostras de 2mm de
espessura entre o LED 63 ou Trilight (modo padrão) para a resina
Z100 para todos os tempos e para Spectrum para 20s e 40s de
polimerização. As resinas compostas contendo co-iniciadores
mostraram valores de dureza significativamente inferiores no topo e
na base das amostras, quando foi utilizado o LED, ao invés de
halógena. O experimento mostrou que a profundidade de
polimerização não tem relação com a fonte de luz utilizada, e a dureza
Knoop depende do tipo de fonte de luz aplicada na fotoativação das
resinas compostas que contém outros fotoiniciadores além da
canforoquinona.
Kumbuloglu et al.
33
, 2004, avaliaram a microdureza
superficial e resistência à flexão e à compressão de cinco cimentos e
compararam o grau de polimerização na forma dual ou
autopolimerizável de quatro cimentos resinosos. Os materiais testados
foram: Panavia F (Kuraray); RelyX ARC (3M/ESPE), Variolink II
(Ivoclar Vivadent) e RelyX Unicem Applicap (3M/ESPE) e um
cimento de policarboxilato de zinco, Durelon (3M/ESPE). Além disso,
os cimentos resinosos foram analisados quanto ao grau de
polimerização nas técnicas dual e autopolimerizável, utilizando-se um
espectroscópio infravermelho. A maior resistência à flexão foi
observada com o Variolink II (90MPa) enquanto que a menor foi
51
observada com o Durelon (28MPa). RelyX Unicem mostrou os
maiores valores de microdureza superficial (44HV), enquanto que o
Variolink II mostrou os menores (32HV). A maior resistência à
compressão foi observada com o RelyX Unicem (145MPa), e a menor
foi observada com o Durelon (41MPa). Quanto ao grau de conversão,
todos demonstraram diferenças quanto à forma dual ou
autopolimerizável, o RelyX Arc mostrou os maiores valores de
conversão (81% e 61%), enquanto que o RelyX Unicem mostrou os
menores (56% e 26%). Os autores concluíram que os cimentos
resinosos de características químicas semelhantes possuem
propriedades mecânicas diferentes; e que o método de polimerização
influencia no grau de conversão dos monômeros.
Neppelenbroek e Cruz
41
, 2004,
avaliaram por meio de
ensaios de dureza a influência da interposição de Artglass e Solidex
no grau de polimerização de cimento resinoso dual, imediatamente e
24h após a fotoativação. Os corpos-de-prova do cimento resinoso dual
Variolink (Vivadent) de 2mm de espessura e 4mm de diâmetro, foram
polimerizados através da interposição de discos de resina composta
indireta. Os discos, medindo 2mm de espessura, foram
confeccionados em Artglass (Hercullis Kulzer) e Solidex (Shofu
Dental Co. USA) na cor A2. O disco interposto caracterizou os grupos
experimentais e a não interposição foi designado grupo controle. O
tempo de exposição à luz foi fixado em 40s, em fotopolimerizador
modelo 2500 (3M – ESPE) com intensidade de luz de 452 mW/cm
2
.
Os testes de dureza Vickers foram realizados imediatamente após a
52
fotopolimerização e 24h após, em durômetro (Wolpert Germany). Os
dados obtidos foram submetidos a ANOVA e teste de Tukey em nível
de 5% para todas as variáveis estudadas. Com base nos resultados, os
autores concluíram que os valores de dureza reduziram
significativamente (p<0,05) com a interposição de 2mm de material,
independentemente da resina composta utilizada. Independente do
material interposto, os valores após 24h foram estatisticamente
superiores, em torno de 60%, aos observados imediatamente após a
fotoativação. Os autores alertaram para a ação limitada do ativador
químico de polimerização dos cimentos duais e sugeriram para as
cimentações, uma criteriosa fotoativação.
Santos Jr et al
56
, 2004, realizaram um estudo sôbre o
endurecimento de quatro cimentos resinosos duais fotopolimerizados
por meio de diferentes fontes de luz. Além disso, avaliaram o
endurecimento de resina composta para restauração para evidenciar a
eficácia de uma fonte de luz de LED. Foram preparados espécimes em
forma de discos de quatro cimentos resinosos duais: Variolink II
(Ivoclar-Vivadent), Calibra (Dentsply-Caulk), Nexus 2 (Kerr) e Rely
X Arc (3M-Espe). Para realizar a polimerização desses discos, foram
utilizadas duas fontes de luz halógena: Visilux 2 (3M-Espe) com
550mW/cm
2
e Optilux 501 (Kerr) com 1360mW/cm
2
e uma fonte de
LED Elipar Freelight (3M-Espe) com 320W/cm
2
de intensidade. Os
espécimes foram polimerizados com a utilização de fonte de luz ou
por reação dual por 10, 30 ou 60s com uma das três fontes de luz
aplicada na superfície superior e foram submetidos ao teste após 24h.
53
Espécimes adicionais foram autopolimerizados e testados aos 15s,
30s, 60min e 24h. O teste consistiu na medida da dureza Knoop
(KHN) para cada espécime. Seis valores KHN foram obtidos na
superfície superior de vários cimentos em cada grupo de teste. Além
disso, foram obtidos discos de resina composta Herculite XRV (Kerr)
de 2,5mm de espessura. Esses discos foram fotopolimerizados pelo
mesmo método aplicado para os discos de cimento duais e as medidas
de KHN foram obtidas da superfície superior e inferior. As médias das
medidas de KHN foram determinadas e os dados foram analisados
com ANOVA. As fontes de alta intensidade resultaram em valores
KHN mais elevados para todos os materiais para os três tempos
utilizados. Para os cimentos, a fonte de LED resultou em valores de
dureza similares aos obtidos pela fonte de luz halógena QTH, para
ambos os cimentos e tempos de aplicação. Entretanto, tanto a fonte de
LED quanto a luz halógena convencional, resultaram em maiores
valores de dureza nas superfícies inferiores dos espécimes de
Herculite XRV nos três tempos de aplicação. Para todos os cimentos
com exceção do Nexus 2, a autopolimerização resultou em valores de
dureza significativamente inferiores a que a polimerização dual. Os
autores concluíram que as aplicações de fontes de luz de alta
intensidade com maior tempo de aplicação resultaram em maiores
valores de dureza. A fonte de luz de LED foi relacionada com
menores valores de dureza para as superfícies inferiores de resina
composta para restauração.
54
Em 2005, Ozturk et al.
45
avaliaram o grau de conversão
e a dureza superficial Vickers do cimento resinoso dual Variolink II
(Vivadent) sob uma restauração cerâmica simulada de 5mm de
diâmetro e 2mm de espessura, utilizando três fontes de fotoativação:
um aparelho halógeno Hilux 550 (Express Dental Products) por 40s;
um aparelho halógeno de alta intensidade Optilux 501 (Kerr) aplicado
em modo convencional e intensidade progressiva de luz por 10s e 20s
respectivamente; um diodo emissor de luz LED, Elipar Free Light)
(3M Espe) por 20s e 40s. A microdureza superficial foi avaliada pela
aplicação de uma carga de 200N por 15s e o grau de conversão foi
obtido por picos de absorbância utilizando o modo de reflexão difusa
de um espectroscópio infravermelho. O grau de conversão e a
microdureza superficial obtidos com o aparelho halógeno de alta
intensidade Optilux 501 (20s) foram significativamente superiores aos
demais.
Shimura et al.
57
, 2005, avaliaram a influência do
método de polimerização e condição de armazenamento na
microdureza de dois cimentos resinosos duais: Panavia F 2,0 (PF) e
Nexus 2 (Nx). Os espécimes foram ou fotopolimerizados por 20s
usando um aparelho de luz visível de marca Candelux (J Morita) ou
quimicamente polimerizados em ambiente sem luz por 15min. Após
24h de armazenamento em câmara seca ou em água destilada, os
espécimes foram seccionados e polidos. A microdureza da matriz
orgânica do cimento foi medida usando uma máquina de teste por
nanoedentação (ENT-1100 Elionix Tokyo, Japão). Os dados (n=6)
55
foram analisados estatisticamente com teste T, Anova Two-Way
(p<0,05) e teste de Tukey (α 0,05). Os autores verificaram que os
fatores método de polimerização e condição de armazenamento
tiveram efeito significante na microdureza. A fotopolimerização
apresentou maiores valores de microdureza do que a polimerização
química enquanto o armazenamento em água destilada resultou em
maior microdureza que o armazenamento em ambiente seco. Os
autores concluíram que os cimentos resinosos duais podem atingir alto
grau de polimerização quando fotopolimerizados. Além disso, a
microdureza dos cimentos resinosos avaliados não diminuiu quando
os mesmos foram mantidos em água.
Sigemori et al
58
, 2005, avaliaram a profundidade de
polimerização de um cimento de ionômero de vidro resino modificado
(Rely X – 3M Espe), e dois cimentos resinosos (Rely X Arc – 3M
Espe e Enforce – Dentsply). Foram preparados 24 espécimes em
molde de teflon, com os três cimentos e com n=8. Após a confecção,
os espécimes foram armazenados a 37ºC em ambiente sem luz, por
24h, antes de serem submetidos ao teste de microdureza. As medidas
de dureza Knoop foram avaliadas em três diferentes profundidades:
superficial, média e profunda. Os resultados (KHN) foram analisados
estatisticamente por ANOVA e teste de Tukey a 0,05 que mostrou que
os cimentos resinosos apresentaram maiores valores de dureza Knoop
no terço superficial. No terço médio, foram observadas diferenças
significantes dentre os cimentos avaliados. Entretanto, no terço
profundo o Rely X mostrou os maiores valores. Os valores de dureza
56
Knoop dos agentes cimentantes resinosos diminuíram com o aumento
da profundidade.
Jung et al.
30
, 2006, avaliaram por meio de microdureza
Vickers (VHN) e profundidade de polimerização, a influência de
diferentes fontes de luz e modos de exposição na polimerização
cimento resinoso dual através de discos de cerâmica de diferentes
espessuras. Para isso, 360 espécimes de cerâmica Empress (Ivoclar
Vivadent) de cor 300, 4mm de diâmetro e 1mm ou 2mm de espessura
foram preparados, inseridos dentro de um molde de aço. Após esse
procedimento, o cimento resinoso dual Variolink II (Ivoclar Vivadent)
com e sem catalisador foi inserido no molde. As fontes de luz
utilizadas foram: uma luz halógena convencional (Elipar Trilight –
3M Espe) por 40s; uma halógena alta potência (Astradis 10 – Ivoclar
Vivadent) por 20s; um arco de plasma (Aurys – Degré K) por 10s ou
20s, um LED (Elipar Freelight – 3M Espe) por 40s; ou LED de alta
potência (Elipar Freelight II – 3M Espe) por 20s; LED (Lux-Omar –
Akeda) por 40s e LED (e-Light – GC) por 12s ou 40s. A profundidade
de polimerização foi avaliada e o VHN foi determinado a 0,5 e 1mm
de distância do disco de cerâmica. As medianas e 25º e 75º percentis
foram determinadas para cada grupo (n=10), e a análise estatística foi
realizada utilizando-se Mann Witney-U-Test (p 0,05). Os resultados
mostraram que o aumento da espessura dos discos de cerâmica
promoveu diminuição na profundidade de polimerização e dureza com
todas as fontes de luz. Com disco de 2mm de espessura, utilizando-se
57
o Lux-Omar e Light-12s, ou Aurys 10 ou 20s, é recomendada a
utilização de polimerização química.
Soares et al
60
, 2006, avaliaram a microdureza de um
cimento resinoso dual sob influência da espessura e cor da cerâmica
feldspática. Para esse estudo, foram selecionados noventa e nove
incisivos bovinos, cujas raízes foram removidas e as coroas foram
embutidas em resina de poliestireno e divididos aleatoriamente em
19grupos, com n=5. Na superfície vestibular dessas coroas, foram
realizados preparos cavitários padronizados de 4,0mm de diâmetro e
1mm de profundidade. Restaurações de cerâmica (Noritake EX3)
foram manufaturadas com 4mm de diâmetro e 1, 2 e 4mm de
espessura nas cores A1, A2, A3, A3,5 e A4. O cimento resinoso dual
(Rely X ARC) foi inserido dentro do preparo cavitário. Uma tira
matriz de Mylar foi posicionada sobre o cimento. A fotoativação do
cimento foi realizada por 40s, seguindo o protocolo: controle – sem
interposição da restauração de cerâmica, à distância de 0,0; 1,0; 2,0 e
4,0mm. Os demais grupos tiveram a restauração de cerâmica
posicionada entre o cimento resinoso e a fonte de luz polimerizadora.
O teste de dureza Vickers da superfície do cimento foi realizado, pela
aplicação de carga de 50g por 30s, com cinco endentacões em cada
amostra. Os resultados foram comparados pela ANOVA a 2 fatores
(5x3) e teste de Tukey (α=0,05). Os autores concluíram que a
polimerização química do cimento dual não foi suficiente para
compensar a atenuação de luz promovida pela interposição de
cerâmica nas cores A 3,5 e A4 com 4mm de espessura. Os autores
58
concluíram ainda que a espessura teve maior influência na
microdureza do cimento do que a cor da restauração de cerâmica.
Yoshida e Atsuta
71
, 2006,
avaliaram a microdureza de
uma fina camada de três cimentos resinosos duais (Linkmax, Clapearl
e Variolink II) e três cimentos fotopolimerizáveis (Clapearl LC, a
pasta base do Linkmax e do Variolink II), irradiados com ou sem a
interposição de uma placa de cerâmica de 2mm de espessura. Para
isso, uma tira adesiva de polietileno com uma perfuração circular foi
posicionada na superfície da placa de cerâmica para manter a
espessura de cimento de aproximadamente 50μm. A pasta de cimento
foi depositada sobre a superfície de cerâmica, dentro do círculo. A
placa de cerâmica com a pasta de cimento resinoso foi colocada sobre
uma lâmina de vidro, e esta sobre um bloco cerâmico, para obter uma
superfície plana. O cimento resinoso foi polimerizado utilizando-se
uma fonte de luz visível. A dureza superficial foi registrada em
intervalos de tempo até cinco dias, começando do final do período da
fotoativação. A dureza aumentou continuamente após a fotoativação e
atingiu o máximo após 1 ou 2 dias. Em todos os casos o aumento na
dureza foi relativamente rápido após os primeiros 30min e continuou
mais lentamente após esse período. O cimento resinoso dual para cada
material teve valores de dureza significativamente superiores que os
fotoativados com ou sem a interposição de cerâmica em todo os
tempos pós-irradiação. Os cimentos resinosos polimerizados através
de cerâmica, para cada material, mostraram valores de dureza
significativamente inferiores, quando comparados aos polimerizados
sem a interposição de cerâmica, em todos os tempos pós-irradiação.
59
2.2 Estudos que aplicaram outros métodos e estudos
relacionados
DeWald e Ferracane
15
, 1987, avaliaram e compararam,
in vitro quatro métodos (dureza, infravermelho, microscópico e
fragmentado) para determinar a profundidade de polimerização de três
tipos de resinas compostas: de macropartículas, Aurafill (Johnson &
Johnson); de partículas finas, Prismafill (L. D. Caulk Co); e uma de
micropartículas, Prisma Microfine (L.D. Caulk Co.). Foram utilizados
moldes cilíndricos de alumínio de 5mm de diâmetro e profundidades
de 1, 2, 3, 4 e 5mm para confeccionar espécimes de alturas variadas
para cada resina. Os valores de dureza foram comparados em várias
profundidades pela ANOVA e teste de Scheffé (p= 0,05). Os
resultados foram comparados com os do infravermelho, pela análise
de regressão (p=0,05). O grau de conversão para cada resina
especificamente foi associado com a profundidade de polimerização
determinado pelo teste de dureza, pelo método microscópico e ainda
pela técnica fragmentada. Os autores verificaram que os métodos
microscópico e fragmentado são correlacionados, mas ambos
sobreestimam a profundidade de polimerização quando comparado
com o teste de dureza e os valores de grau de conversão. Embora a
dureza Knoop tenha se relacionado bem com o grau de conversão, o
grau de conversão foi reduzido mais drasticamente com o aumento da
60
profundidade e foi o método mais sensível para avaliação do grau de
polimerização de resinas compostas fotopolimerizadas.
Harashima et al.
24
, 1991,
avaliaram o grau de
conversão em cimentos resinos duais, por meio de espectrofotômetro
de transformação infravermelha de Fourier (FTIR). Foram utilizados
cinco cimentos resinosos duais: Adhesive cement (Kulzer GmbH),
Clearfil CR inlay cement (Kuraray Co Ltd), Dual cement (Vivadent
AG), Duo cement (Coltène AG), Resin inlay cement-2 (Tokuyama
Soda Co. Ltda.) e Panavia EX (Kuraray Co. Ltda.). O filme de
cimento resinoso com espessura aproximada de 50µm foi irradiado
através de disco de resina composta para inlay (Clearfil CR inlay –
Kuraray Co. Ltda.) com espessuras que variaram de 1.16mm a
5.42mm, por 40s. Os cimentos resinosos duais apresentaram grau de
conversão de 59,3% a 75% após autopolimerização e 66,6% a 81,4%
após fotopolimerização. O grau de conversão diminuiu com o
aumento da espessura do disco de resina composta interposto. Esse
baixo grau de conversão não aumentou satisfatoriamente após
subseqüente polimerização química. Repetindo-se a fotoativação do
cimento com baixo grau de conversão ocorreu um no aumento do grau
de conversão, tornando-o mais uniforme.
Hasegawa et al.
25
, 1991, conduziram um estudo cujo
objetivo foi determinar a extensão do endurecimento de três
cimentos resinosos duais sob inlays de resina composta e verificar a
efetividade das cunhas reflexivas na polimerização de cimentos
61
resinosos na margem proximal. O tempo de exposição ideal para
endurecer os cimentos foi determinado pela exposição direta do
cimento à luz polimerizadora. Inlays de resina composta foram
cimentados em molares extraídos com três tipos de cimento: Dual
(Vivadent), cimento foto ativado Dicor (Dentsply) e Duo cimento
(Coltene). Em metade dos espécimes a polimerização foi realizada
utilizando-se cunhas reflexivas. Em nenhum dos cimentos foi
observada completa polimerização nas 24h iniciais quando foi
utilizado o tempo de exposição recomendado pelos fabricantes. Os
autores afirmaram que os componentes de polimerização química não
foram efetivos quando a luz do fotopolimerizador foi atenuada pelo
dente ou pela restauração e que a luz transmitida pela cunha reflexiva
teve pouco efeito na polimerização do cimento.
O’Keefe et al.
42
, 1991,
avaliaram a espectro-
transmitância de facetas laminadas de porcelana de diferentes
espessuras (0,50, 0,75 e 1mm) e três diferentes opacidades (25%, 75%
e 100%) confeccionadas com cerâmica para faceta da Ceramco II
(Ceramco Inc., Johnson & Johnson). As medidas de espectro-
transmitância foram registradas em intervalos de 10nm, entre 430nm e
600nm, por meio de um espectro-radiômetro (Pritchard
Spectroradiometer – Chatsworth, Calif). Os autores concluíram que a
espessura da porcelana foi determinante na quantidade de transmissão
da luz, enquanto a opacidade teve pouca interferência.
62
Em 1993, Rueggeberg e Caughman
55
pesquisaram o
grau de conversão dos monômeros de quatro marcas comerciais de
cimentos resinosos duais Ultra-Bond (Den-Mat Corp), Mirage FLC
(Chamaleon Dental), Porcelite (Sybron-Kerr), Heliolink (Vivadent).
Os produtos foram submetidos a diferentes condições de
polimerização: sem exposição à luz, exposição à luz por 60s através
de matriz de Mylar, exposição à luz por 20s através da interposição de
resina composta Heliomolar (Vivadent) de 1,5 mm de espessura e luz
por 60s através de interposição de resina composta de 1,5mm de
espessura. Os espectros infravermelhos dos espécimes foram
registrados e especificados para cada tratamento aos 2, 5, 10, 30, e 60
min após a mistura e após 24h. O grau de conversão foi determinado
pelo espectro infravermelho. Os resultados mostraram uma grande
variação no potencial de polimerização dentre as diferentes marcas.
Independente da marca, a polimerização química foi sempre inferior
do que quando os espécimes foram submetidos à qualquer tipo de
ativação por luz. Para a maioria das resinas testadas a conversão
10min após a mistura foi equivalente à verificada 24h após. Apesar do
que afirmam os fabricantes, os autores não encontraram evidências de
substancial polimerização induzida quimicamente nos cimentos
resinosos duais, após o término da exposição à luz.
Em 1994, Myers et al.
40
investigaram o efeito da
composição, cor e espessura da restauração na transmissão de luz de
materiais selecionados dentre os utilizados comumente na confecção
de facetas, inlays e coroas. Além disso, foi avaliada a relação entre a
63
luz transmitida e a extensão de polimerização de um cimento resinoso
fotoativado em diferentes tempos de exposição à luz. Para isso, foram
confeccionados discos de cerâmica Colorlogic (CERAMCO Inc.) e
Dicor (Dentsply Int.) e de resina composta Herculite XRV (Kerr Mfg
Co.) e Concept (Willians Dental Co.), nas cores A1 e A4, com
espessuras de 0,5 a 3mm com intervalos de 0,5mm. A fonte de luz
utilizada foi a halógena convencional (Modelo 401, Demetron
Research Corp.) por 20, 40 e 60s. A transmissão de luz através das
diferentes espessuras de cada material foi medida com auxílio de um
radiômetro (modelo 100 – Demetron Research Corp.). O efeito da
variação na intensidade de luz transmitida foi avaliado pela
determinação do grau de polimerização do cimento dual Porcelite
translúcido (Kerr Mfg Co.) em um espectrômetro de transformação
infravermelha de Fourier. A espessura e a cor dos materiais
restauradores tiveram a maior influência na transmissão de luz. Para
restaurações simuladas na espessura de 1,5mm ou mais, a cerâmica
Dicor permitiu a maior passagem de luz do que os outros materiais,
independentemente da cor. Os resultados permitiram a conclusão de
que a espessura da restauração e sua cor tiveram maior influência na
transmissão da luz do que o material utilizado. A cerâmica fundida
Dicor permitiu maior transmissão de luz, o que possibilitou a
polimerização do cimento resinoso com restaurações mais espessas do
que com outros materiais. Os autores sugeriram ainda que para
restaurações com espessura maior que 1mm, seja utilizado um
cimento resinoso dual ou de polimerização química para proporcionar
melhores propriedades do cimento.
64
Van Meerbeek et al.
67
, 1994, compararam 13 cimentos
resinosos duais, quanto à espessura, consistência e tempo de trabalho
utilizando as especificações da American National Standard,
American Dental Association (ANS / ADA) para cimento de fosfato
de zinco e resina para restaurações diretas. O efeito da temperatura e
da reação de polimerização na espessura da película também foi
avaliado para alguns produtos representativos. Todas as propriedades
relacionadas clinicamente variaram amplamente dentre os produtos
avaliados. Uma grande correlação linear foi encontrada entre
espessura de película e consistência do cimento resinoso dual. O
resfriamento do material aumentou a consistência resultando em maior
espessura de película, enquanto o aquecimento reduziu a espessura de
película, devido à diminuição da consistência. Entretanto, produtos
com menor tempo de trabalho à temperatura ambiente, mostraram
uma espessura de película aumentada após o aquecimento,
provavelmente causada pela polimerização por aceleração química.
Nenhuma correlação foi encontrada entre a espessura de película e
máximo tamanho de partícula ou entre consistência e conteúdo de
carga. A análise em microscópio eletrônico de varredura, de amostras
de espessura de película polimerizada revelou que partículas de carga
maiores haviam sido esmagadas sob a compressão da carga durante a
medida da espessura de película. A falha da correlação entre
consistência e conteúdo de carga pode ser explicado pela
determinação multifatorial da consistência. Os autores concluíram que
a grande diversidade dos cimentos resinosos disponíveis deixa claras
65
as especificações com respeito à adequada composição do cimento
resinoso a ser utilizado. Portanto, métodos mais adequados para se
testar a espessura de película de cimentos resinosos são também
necessários.
Isidor e Brondum
28
, 1995, avaliaram clinicamente
Inlays de porcelana. Foram colocados 25 inlays em dentes posteriores,
por dois dentistas de uma clínica privada. O tempo decorrido desde a
cimentação até a avaliação foi de 20 a 57 meses com uma média de 44
meses. Foram realizados preparos MOD para inlay em 13 pré-molares
e 12 molares. A maioria dos preparos não incluiu recobrimento de
cúspide. Os inlays foram confeccionados em um mesmo laboratório
dental de acordo com recomendações do fabricante, submetidos ao
condicionamento ácido e silanização antes da cimentação. A
cimentação incluiu o condicionamento ácido do esmalte cavo
superficial, e dentina com sistema de adesão dentinária. Os inlays
foram cimentados, com cimento resinoso. Os primeiros 10 inlays de
porcelana foram cimentados com cimento resinoso fotopolimerizável
e os 11 remanescentes com cimento resinoso de polimerização dual.
Doze das 25 restaurações falharam e foram recolocados durante o
período de observação. Dez dessas falhas ocorreram devido à fratura
do inlay, uma foi causada por cárie secundária e a outra foi atribuída a
uma desadaptação marginal entre o inlay e estrutura dental adjacente.
Os autores verificaram maior ocorrência de falhas nos inlays
cimentados com cimento foto polimerizado (p=0,05) do que nos
cimentados com cimento resinoso dual. Além disso, mais falhas foram
66
observadas dentre os inlays colocados em molares que nos pré-
molares (p=0,07).
Peutzfeldt
47
, 2005, avaliou in vitro o desgaste oclusal,
a quantidade de ligações duplas de carbono remanescentes e o
conteúdo volumétrico de carga de oito cimentos resinosos duais. Além
disso, foi avaliado o efeito da fotopolimerização no desgaste e na
quantidade de ligações duplas de carbono remanescentes. O conteúdo
de carga variou entre 31% e 66% do volume. O desgaste in vitro
variou entre 30μm e 65μm e a quantidade de ligações duplas
remanescentes variou entre 19% e 38% quando o cimento resinoso foi
polimerizado quimicamente e fotopolimerizado. Quando a
fotopolimerização foi dispensada, o desgaste variou entre 36μm e
74μm e a quantidade de ligações duplas entre 25% e 56%. Um
cimento resinoso não endureceu totalmente quando não foi
polimerizado por luz. A fotopolimerização melhorou a resistência ao
desgaste das três resinas para acima de 44% e reduziu além de 36% a
quantidade de ligações duplas de carbono. A análise de regressão
tridimensional encontrou diminuição no desgaste com diminuição de
ligações duplas remanescentes e aumento ao conteúdo volumétrico de
carga. A correlação negativa foi demonstrada entre resistência
compressiva e desgaste.
A perda da forma anatômica devido ao desgaste tem
sido citada como um fator limitante da utilização clínica da resina
composta em dentes posteriores. As propriedades físicas e
67
possivelmente a resistência ao desgaste da resina composta são
influenciadas pelo seu grau de polimerização. O objetivo do estudo de
Ferracane et al.
21
em 1997 foi variar o grau de conversão da resina
composta para testar a hipótese de que a resistência ao desgaste e
falhas marginais poderiam ser melhoradas na polimerização. A resina
composta híbrida fotopolimerizável contendo 50% de Bis-GMA e
50% de TegGMA e 62% de volume de estrôncio de vidro (1-2μm)
com micropartículas de sílica foi formulada (Bisco). A resina foi
inserida em duas cavidades cilíndricas de 2,5mm de diâmetro em
dentes de Cr-Co que foram recolocados nos lugares de primeiro e
segundo molares em próteses totais inferiores de 50 pacientes
edêntulos. As resinas foram fotopolimerizadas por diferentes períodos
(9, 12, 20, 40s e 40s + 10min a 120ºC) e depois polidas. Os resultados
foram comparados com a resina Heliomolar de micropartícula. O grau
de conversão foi medido pelo FTIR e ficou entre 55% por 9s de
polimerização e 67% para 40s de fotopolimerização seguida de
aplicação de calor. Foram realizados moldes e os modelos obtidos
foram avaliados após seis meses, 1 ano e 2 anos. Os modelos de gesso
foram avaliados independentemente por três observadores para
determinar a porcentagem de margens apresentando falhas. Réplicas
de resina epóxica foram medidas com profilômetros para avaliar o
desgaste. O desgaste de resina composta híbrida após 2 anos variou de
mais que 144μm com 9s de fotopolimerização e menos que 3 com 40s
de fotopolimerização seguida de calor. O Heliomolar apresentou um
desgaste de 11 a 16μm após dois anos. Verificou-se uma grande
correlação negativa (r2=0,91) entre o grau de polimerização e desgaste
68
das resinas compostas hibridas. As falhas foram desprezíveis para as
resinas híbridas e reduzidas de 40% para 15% das margens pelo
tratamento térmico. Os autores concluíram que a resistência ao
desgaste de uma resina composta pode ser melhorada pelo aumento do
seu grau de conversão.
Prinsloo et al.
51
, 1997, realizaram um estudo in vitro
para determinar o grau de polimerização de um cimento resinoso dual
com 82% de carga, após a sua polimerização através de diferentes
espessuras de porcelana Cerec Vita Mark II: 0,5, 1, 1,5, 2, 2,5, 3, 4, 5
e 6mm. Cada camada de cimento 3M Opal Cement foi polimerizada
através do disco de porcelana, utilizando-se um XL3000 por 60s. A
espectrofotometria infravermelha e o microespectroscópio foram
utilizados para determinar o grau de polimerização do cimento em
diferentes intervalos de tempo, após a espatulação e a
fotopolimerização. Os resultados indicaram que espessuras de
cerâmica Cerec superiores a 3mm afetaram o grau de polimerização
do cimento resinoso, mesmo 24h após a mistura do cimento.
Vogel e Salz
68
, 1997, compararam a profundidade de
polimerização de uma resina composta de micropartículas, Heliomolar
(HM)e uma resina composta híbrida, Tetric (T). Para isso foram
obtidas barreiras com fatias de 0,2 a 0,8mm de esmalte e dentina, de
molares hígidos de humanos. A transmissão de luz foi medida em
função da espessura das barreiras. A profundidade de polimerização
foi medida de acordo com ISO 4049. Os moldes de 6mm de altura e
4mm de diâmetro foram preenchidos com Tetric da cor 210, 510 e
69
Heliomolar 140, 510 e polimerizados através das barreiras utilizando
diferentes intensidades de luz (100-1000mW/cm
2
). O resultado obtido
no gráfico da transmissão de luz em função da espessura da barreira
de dentina e esmalte não foi linear. Com o aumento da espessura das
fatias, a transmissão de luz diminuiu gradativamente e entre a mais
fina e a condição de não interposição, essa diminuição foi acentuada.
O mesmo efeito foi verificado em relação à profundidade de
polimerização que diminuiu com o aumento da espessura. A
profundidade de polimerização foi maior com esmalte do que com
dentina. Com Tetric foi obtida maior profundidade de polimerização
do que com Heliomolar. A influência da cor da resina e da intensidade
da luz foi maior com Heliomolar. Os dados foram analisados por
ANOVA e teste de Duncan com nível de significância com p=0,05.
Os resultados mostraram a grande influência da espessura de dentina e
esmalte na profundidade de polimerização. A profundidade de
polimerização foi influenciada também pelo tipo, cor da resina
composta e intensidade da luz. Segundo os autores, a polimerização
através de fragmento dental foi independente da cor ou tipo de resina
composta e obtida apenas com luz de alta intensidade de potência.
Braga et al.
7
, 1999, realizaram um estudo para avaliar
a resistência ao cisalhamento da união dentina/porcelana de espécimes
cimentados com cimentos resinosos duais. Foram utilizados sessenta
molares e pré-molares extraídos de humanos, não restaurados,
divididos aleatoriamente em 12 grupos. Os cimentos resinosos duais
avaliados foram Porcelite (Sybron Kerr) e o Dual (Vivadent). Um
cimento quimicamente ativado, C & B (Bisco Inc.) foi utilizado com
70
objetivo de comparação. Peças de cerâmica Ceramco II na cor A 3,5
(Ceramco Inc.), com 3mm de altura foram condicionadas com ácido
hidrofluorídrico (Sybron Kerr), silanizados com Herculite porcelain
repair bonding system (Sybron Kerr) e cimentados à superfície plana
de dentina com cada um dos cimentos utilizados, associados ao
sistema adesivo Optibond (Sybron Kerr). A fotoativação foi realizada
utilizando-se um Optilux 400 (Demetron Res Corp.) a 450 mW/cm².
Após a fotopolimerização, os espécimes foram armazenados em água
a 37°C. Os testes de cisalhamento foram realizados após 10, 30,
90min e sete dias (máximo valor referido). Para cada grupo (intervalo
de tempo) foram confeccionados cinco espécimes. Ambos cimentos
duais apresentaram resistência ao cisalhamento estatisticamente
semelhante nos mesmos intervalos de tempo. O cimento
quimicamente ativado apresentou valor de resistência estatisticamente
inferior aos cimentos duais. Os resultados após sete dias foram
superiores aos observados aos 90 minutos, para os três cimentos
testados. Os autores concluíram ainda que embora os cimentos duais
tenham alcançado altos valores de resistência ao cisalhamento mais
rapidamente que os quimicamente ativados, os esforços devem ser
evitados antes de 90min após a cimentação porque a resistência ao
cisalhamento nesse período é muito inferior ao máximo.
Eliades et al.
17
, 2000, avaliaram o grau de
polimerização de quatro marcas comerciais de adesivos resinosos
disponíveis no mercado: a) um fotopolimerizável (Transbond XL -
3M/Unitec); b) um de polimerização química, em uma pasta sem
71
mistura (Unite -3M/Unitec); c) um de polimerização química, em 2
pastas (Concise – 3M/Unitec); d) um de polimerização dual
(DuoCement – Coltene). Os adesivos fotopolimerizáveis e de
polimerização dual foram fotopolimerizados por meio de uma fonte de
luz Elipar Visio II (Espe) de 630mW/cm
2
de intensidade de luz a
468nm. Quarenta brackets de aço inox foram divididos em 4 grupos
de 10 cada, e as bases desses brackets foram cobertas por um volume
padronizado de adesivo. Em seguida, estes foram pressionados
firmemente sobre uma superfície de 75% de reflectância e coberto
com filme de celulose para facilitar a remoção do sistema e
recobrimento do material. O adesivo fotopolimerizável e o de
polimerização dual foram fotopolimerizados da borda incisal e
cervical do bracket, por 10 segundos cada. Enquanto isso, outro grupo
de brackets cerâmicos foi usado para estudar a diferença na
interferência entre o transparente e o opaco no grau de conversão. A
espectroscopia de transformação infravermelha de Fourier foi utilizada
para avaliar o grau de conversão dos adesivos com α de 0,05 e n=10.
O adesivo de polimerização dual apresentou maior grau de conversão,
seguido pelo fotopolimerizável combinado com bracket cerâmico e o
de polimerização química sem mistura. A combinação do bracket
metálico com o adesivo fotopolimerizável resultou em grau de
conversão comparável com o de polimerização química.
Örtengren et al.
43
, 2000,
realizaram um estudo para
avaliar a sorpção de água e determinar a influência da água na
propriedade flexural de um cimento resinoso de diferentes
72
viscosidades. Um cimento resinoso dual, Variolink II (Vivadent) de
duas diferentes viscosidades foram testadas de acordo com o padrão
ISO para materiais dentários. As amostras testadas para sorpção de
água foram armazenadas em água destilada por sete ou 60 dias. As
amostras testadas para propriedade flexural foram divididas em dois
grupos e armazenadas úmidas ou secas por um, sete ou 60 dias. Após
o armazenamento o teste flexural foi realizado em equipamento de
viga de três pontos. Foi registrado um significante aumento na sorpção
de água para ambas as viscosidades, quando o tempo aumentou, mas
não foi encontrada diferença significante entre as duas viscosidades.
Resistência e módulo significativamente inferiores foram encontrados
para espécimes que foram armazenados úmidos por 60 dias em
comparação aos que foram armazenados secos. Foi verificada ainda
significante mudança da deflexão na fratura. Não houve diferença nas
propriedades flexurais entre as duas viscosidades. Os autores
concluíram que a água tem um importante efeito nas propriedades
flexurais do cimento resinoso após 60 dias de armazenamento.
Verificaram também que não houve diferença significante na sorpção
de água e nas propriedades flexurais entre os dois tipos de
viscosidades dos cimentos resinosos estudados.
Price et al.
50
, 2000,
determinaram a quantidade de
energia de luz transmitida através de varias densidades de resina
composta polimerizada e dentina humana quando duas diferentes
intensidades de luz foram utilizadas. O máximo de energia de luz
(mW/cm
2
) transmitida através de discos de 0,46 a 5,85mm de
73
espessura de 7 resinas compostas e dentina humana foi medido
quando aplicada fonte de luz Standard ou turbo. Os discos de resina
composta foram confeccionados de três resinas compostas híbridas
convencionais: Z100, 3M Espe; Pertac II Aplitip, Espe; Prodigy
Unidose, Kerr; e 4 resinas compostas de alta viscosidade: Surefil,
Densply/Caulk; Prodigy Condensable, Kerr; Filtek P60, 3M Dental; e
Alert, Jeneric Pentron. Os efeitos das fontes de luz, da espessura, e do
tipo de espécime na transmissão da energia de luz foram
determinados. A média da energia de luz medida na superfície dos
espécimes foi de 682,1mW/cm2 com a fonte de luz Standard e 1014,4
mW/cm2 com o Turbo. Para todos os espécimes o aumento de
espessura causou uma diminuição exponencial na energia de luz
transmitida. A análise de covariância mostrou que o espécime,
espessura e fonte de luz tiveram efeito significante. A maior energia
de luz (±42%) foi transmitida através dos espécimes quando a fonte de
luz turba foi utilizada. Os autores concluíram que houve uma
diminuição exponencial na energia de luz transmitida através das sete
resinas compostas, dentina e com aumento na espessura dos
espécimes.
Caughman et al.
12
, 2001, avaliaram por meio de
espectrofotometria, o grau de conversão dos monômeros em seis
diferentes marcas comerciais de cimentos resinosos duais: Calibra
(Dentsply), Choice (Bisco), Insure (Cosmedent), Lute-It
(Jeneric/Pentron), Nexus (Kerr), Variolink II (Ivoclar-Vivadent).
Esses materiais foram avaliados sob cinco condições experimentais:
74
cimento dual, catalisador e base, polimerizado sem luz sob a tira de
poliéster; dual polimerizado com luz através de interposição de
porcelana de 3mm de espessura; dual polimerizado com luz através de
tira de poliéster; pasta base polimerizada com luz pela interposição de
porcelana de 3mm de espessura e pasta base polimerizada com luz
através da tira de poliéster. Para cada cimento a condição dual-
poliéster produziu o maior valor de conversão dentre todas as demais
e foi considerado o controle para cada produto. Para todos os cimentos
avaliados, a condição dual-3mm apresentou conversão inferior a 97%
do controle e equivalente ao controle com exceção do Lute-It. Na
condição dual sem luz a conversão foi menor que a do controle, mas
pelo menos 86% em relação ao controle para todos os produtos,
exceto para o Variolink II (62% do controle). Para todos os cimentos
na condição dual-sem luz, a conversão foi pelo menos igual à de tira
de poliéster com luz, exceto para Choice e Variolink II. Somente o
Varilink II não apresentou aumento nos valores de conversão na
condição dual-poliéster em relação ao poliéster com luz. Para a
maioria dos outros produtos (Calibra, Insure e Lute-It) os valores de
conversão para luz-3mm foram significativamente inferiores que
poliéster com luz. Os valores de conversão para Nexus, Choice e
Variolink II foram equivalentes quando foram comparadas as
condições poliéster com luz e sem luz (3mm). Os autores concluíram
que a seleção de um cimento resinoso dual deve ser baseada na área e
na forma de utilização, porque nem todos os materiais polimerizam-se
adequadamente em todas as situações clínicas. Além disso, afirmaram
75
que dentre os cimentos avaliados, nenhum pode ser indicado para
todas as situações.
Jung et al.
29
, 2001, avaliaram a eficiência de três
diferentes métodos de polimerização através de restaurações de
cerâmica, pela determinação da profundidade de polimerização e
dureza universal de um cimento resinoso. Para isso, foram preparados
36 espécimes de cerâmica Empress II (Ivoclar) na cor 300, com 4mm
de diâmetro e 2mm de espessura. Todos os espécimes foram
condicionados com ácido hidrofluorídrico a 10% (IPS - Empress
Ceramic Etching gel – Ivoclar) por 60s, lavados por 60s com água,
secos e silanizados por 60s com Monobond (Vivadent). Em seguida
estes espécimes foram inseridos em matriz de aço de 4mm de
diâmetro por 6mm de altura, com a superfície condicionada voltada
para cima. As matrizes foram preenchidas com cimento resinoso
Variolink II (Vivadent) com e sem catalisador. Após o preenchimento
a superfície do cimento foi coberta com tira de polietileno, e sobre
essa matriz foi colocada uma placa de metal. O molde foi colocado
com a porção de cerâmica voltada para cima e permitiu a
polimerização do cimento resinoso através da cerâmica. A
polimerização de seis espécimes de cada grupo foi realizada
aplicando-se um dos três métodos: 40s utilizando polimerização
convencional a 800 mW/cm
2
em um Elipar Trilight (3M-ESPE), 40s
utilizando polimerização soft start com um aumento exponencial de
100 para 800 mW/cm
2
em um Elipar Trilight (3M-ESPE) e 10s
utilizando um sistema de arco de plasma (PAC) a 1700 mW/cm
2
76
(American Dental Technologies). A profundidade de polimerização
foi avaliada de acordo com o ISO 4049. Adicionalmente, a dureza foi
determinada a 0,5mm e 1mm da cerâmica, utilizando uma máquina de
testes universal (ZWICK 14040). A polimerização sem catalisador
utilizando a polimerização convencional e a soft start, produziu maior
dureza em ambas as camadas comparadas às polimerizadas com arco
de plasma. O uso de catalisador produziu maior dureza e profundidade
de polimerização com todos os métodos de irradiação utilizados. A
profundidade de polimerização foi sempre maior utilizando
polimerização convencional e polimerização com soft start,
comparando a utilização do arco de plasma.
Lee e Um
34
. 2001, verificaram a reação cinética de
cinco marcas comerciais de cimentos resinosos duais: Bistite
(Tokuyama); Dual (Vivadent); Scotchbond (3M C.); Duolink (Bisco);
Duo Cement (Coltene), quando polimerizados através de várias
espessuras de inlays de porcelana por ativação química ou foto
ativação. O efeito do disco de porcelana no grau de polimerização de
um cimento resinoso dual durante a exposição à luz foi avaliado por
meio de análise térmica, análise termogravimétrica e calorimetria por
escaneamento diferencial. A porcentagem de carga inorgânica, o calor
de polimerização, a máxima porcentagem de produção de calor e o
pico da transmissão do calor foi medida quando a reação de
polimerização ocorreu por reação química ou por exposição à luz
através da espessura de porcelana de 1, 2 e 4mm. Em discos de
porcelana com 4mm de espessura, o tempo de exposição variou de 40
77
a 60s, para avaliar o efeito do tempo de exposição na reação de
polimerização. A polimerização por exposição à luz foi 5 a 20 vezes
mais rápido que a polimerização química. Os cimentos resinosos de
polimerização dual foram muito diferentes na sua sensibilidade à luz e
ativação química. O pico do tempo para transmissão de calor
aumentou de 1,51, 1,87 e 3,24 vezes quando a foto polimerização era
realizada através de discos de porcelana de 1, 2 e 4mm de espessura,
respectivamente. O tempo de exposição recomendado pelos
fabricantes não foi suficiente para compensar a atenuação da luz pelo
disco de porcelana de 4mm de espessura.
Piwowarczyk e Lauer
48
, 2003, analisaram o efeito do
armazenamento em água na resistência flexural e compressiva de 12
agentes cimentantes de diferentes classes de materiais. Além disso, foi
analisada a influência do método de polimerização nas propriedades
mecânicas do material. Os materiais avaliados foram: a) dois cimentos
de fosfato de zinco: Harvard (Richter&Hoffmann) e Flecks (Mizzy
Inc); b) dois cimentos de ionômero de vidro convencionais: Fuji I (GC
Corp) e Ketac Cem (3M Espe); c) três cimentos de ionômero de vidro
resina modificados: Fuji Plus (GC Corp), Fuji Cem (GC Corp) e
RelyX Luting (3M Espe); d) quatro cimentos resinosos duais
convencionais: Panavia F (Kuraray), Variolink II (Ivoclar Vivadent) e
Compolute (3M Espe); e um cimento resinoso autopolimerizável
universal, RelyX Unicem (3M Espe). As amostras foram preparadas e
testadas de acordo com as especificações ISO. Os espécimes para o
teste de resistência flexural e resistência compressiva foram
78
submetidos à carga a uma velocidade constante de 1mm por min até a
fratura em uma máquina ZWICK 1435 (Ulm Germany). As
propriedades mecânicas foram medidas após o armazenamento dos
materiais em água destilada à temperatura de 37ºC ± 1ºC por 24h e
150 dias após a espatulação. Os valores de resistência foram
submetidos a ANOVA e os valores médios à comparação múltipla de
Duncan. Os autores verificaram que os cimentos resinosos tiveram
valores de resistência compressiva mais elevados, seguidos pelo
cimento resinoso autopolimerizável universal. Esses materiais foram
estatisticamente mais resistentes que o cimento de ionômero de vidro
resino modificado, o cimento de ionômero de vidro e o cimento de
fosfato de zinco.
Tanoue et al.
62
, 2003, avaliaram a influência da
exposição à luz visível na absorção de água, solubilidade e
estabilidade de cor de cimentos resinosos de polimerização dual.
Foram utilizados oito cimentos resinosos duais: 2 bond 2 (Heraeus
Kulzer), Bistite II (Tokuyama), G Cera Cosmotech II (GC Corp), Lute
It (Jeneric Pentron), Panavia Fluorocement (Kuraray) e Variolink II
(Vivadent) foram preparados discos seguindo dois métodos: a) os
espécimes de cimento resinoso dual exposto à fonte de luz visível de
um fotopolimerizador TransluxCL (Vita Zahnfabrik) e b) espécimes
autopolimerizados (quimicamente). Cinco espécimes foram
produzidos para cada material e método de polimerização. A absorção
de água e solubilidade foi determinada de acordo com métodos de
teste padronizados e os dados foram comparados usando análise de
79
variância (ANOVA) e contrastes. No aspecto da estabilidade de cor os
valores de diferença de cor entre 24h e outros períodos de imersão (1,
2, 3, 4, 8, 12, 16, 20 e 24 semanas) foram calculados e analisados
pelas medidas repetidas pela ANOVA. Os espécimes polimerizados
dualmente apresentaram valores de solubilidade significativamente
menores que os quimicamente polimerizados exceto para o material
Lute It. O material dualmente polimerizado Lindmax apresentou o
menor valor de solubilidade (0,51±0,01µg/mm3) e menor valor de
diferença de cor após 24 semanas (2,64±0,39). Os autores concluíram
que os cimentos resinosos duais devem ser expostos a luz após o
assentamento das restaurações a fim de reduzir a absorção de água e
melhorar a estabilidade de côr.
Kanno et al.
31
, 2004, realizaram um estudo para medir
a resistência de adesão de um cimento resinoso dual em diferentes
regiões da dentina de canal radicular empregando três métodos de
polimerização. Foram utilizados 36 dentes bovinos extraídos. Cada
raiz foi seccionada verticalmente em metades, as paredes de dentina
pulpar foram polidas e aplainadas. Foram utilizados dois cimentos
duais: Bistite II (Tokuyama Dental Co) e Panavia F (Kuraray Medical
Inc) e divididos em três grupos segundo método de polimerização:
com luz multidirecional, com luz em uma direção e sem luz. Os
espécimes unidos foram seccionados perpendicularmente ao longo
eixo da raiz em fatias de aproximadamente 0,7mm de espessura,
dentro dos dois terços da raiz a partir do limite coroa/raiz, e
preparados para teste de adesão por microtração. A dureza Knoop dos
80
cimentos também foi avaliada. Em cada método para os dois cimentos
resinosos duais não houve diferença significante entre os valores de
resistência à microtração entre a região de terço coronário e médio da
raiz. O efeito do método de polimerização na resistência de união e
dureza Knoop foi dependente do material.
Osyesil et al.
44
, 2004, avaliaram o grau de eficiência na
polimerização de um cimento resinoso sob uma simulação de
restauração de cerâmica, utilizando três fontes de luz. Para isso foram
utilizadas luz halógena convencional Hilux 550 (Firt Medica), luz de
arco de plasma PAC System (American Dental Technologies) e luz
halógena de alta intensidade Optilux 501 (Kerr) para polimerizar o
cimento Varilink II (Ivoclar Vivadent) com e sem catalizador. Um
bloco de cerâmica prensada Empress II (Ivoclar Vivadent) medindo
5mm de diâmetro e 2mm de espessura foi colocado entre a ponta do
fotopolimerizador e o cimento resinoso. O conjunto cimento/cerâmica
foi submetido a dois diferentes protocolos de tempo de polimerização
para cada fonte de luz: 20 ou 40s para luz halógena convencional, 3 ou
6s para luz de arco de plasma e 10 ou 20s para luz halógena de alta
intensidade. O espesctroscópio de Fourier (PerkinElmer, Wellesley)
foi utilizado para determinar o grau de fotopolimerização através da
cerâmica imediatamente após a polimerização e 24h após. O grau de
conversão foi calculado como uma porcentagem da resina
polimerizada nas condições experimentais em relação à maximamente
polimerizada. Os dados foram analisados pela ANOVA a quatro
fatores (p=0,05) e pelo teste t (α=0,05) independente para detectar
81
diferenças entre os grupos. Os autores verificaram uma variação nos
valores de grau de conversão com a fonte utilizada (p<0,05), o método
de polimerização (p<0,05), o momento da avaliação (p<0,01), e
exposição a cada fonte de luz (p<0,01). Observou-se também
significante interação entre fonte de luz e tipo de polimerização
(p=,00), fonte de luz e momento da avaliação (p=0,007), tipo de
polimerização e momento da avaliação (p=0,004). Os valores de grau
de conversão foram significativamente mais elevados em cimento dual
após 24h (p<0,01), mas não houve diferença em espécimes
fotopolimerizados, após 24h (p<0,01). Os valores mais baixos
(p<0,05) foram encontrados quando o cimento de polimerização dual
foi fotopolimerizado pela luz halógena convencional e a avaliada
imediatamente (31,7 ± 7,76). Os valores de grau de conversão foram
significativamente maiores (p<0,05) com a polimerização dual pela
luz halógena de alta intensidade e após 24h (65,06 ± 8,14). Os autores
concluíram que o grau de conversão mais elevado do cimento resinoso
foi conseguido utilizando-se luz halógena de alta intensidade. A luz de
arco de plasma atingiu uma polimerização similar à obtida com a luz
halógena convencional, porém em tempo menor.
Rasetto et al.
54
, 2004, mediram a transmissão de luz de
diferentes materiais cerâmicos para facetas. As intensidades de luz de
três diferentes fontes: luz halógena convencional, 3M Unitek; arco de
plasma, Apollo 95E (Dental Medical Diagnostic Systems Inc.) e
halógena de alta intensidade, Kreativ 200 (Kreativ Inc) foram medidas
por um radiômetro Cure Lite (EFOS Inc), cujos valores foram de
82
660mW/cm², 1050mW/cm² e 2475mW/cm², respectivamente. As
intensidades de luz em mW/cm² dessas fontes foram medidas também
através de copings de Procera (Nobel Biocare) de 0,25mm, 0,4mm, e
0,6mm de espessura e discos de 1mm de porcelana feldspática
Ceramco II (Dentsply Ceramco), porcelana aluminizada Vitadur
Alpha (Vident Inc), e cerâmica fundida prensada IPS Empress
(Ivoclar). Foram confeccionados dois discos de cada material que
foram comparadas quanto à transmissão de luz com a da porcelana
aluminizada Procera, com aplicação de porcelana de revestimento
Allceram, na espessura recomendada para aplicação clínica. Os
valores das intensidades de luz foram submetidas à ANOVA e teste de
Scheffé com α=0,05. A média dos valores e (± desvio padrão) de
transmissão de luz em mW/cm
2
através de copings Procera com
espessuras de 0,25mm, 0,40mm e 0,60mm respectivamente foram:
para o arco de plasma (1083±117 843±59 e 593±132); para a luz
halógena de alta intensidade (425±41 345±74 e 256±72); para a luz
halógena convencional (270±132 230±48 e 180±113). Somente as
fontes de luz de arco de plasma e a halógena de alta intensidade
emitiram luz com energia suficiente para produzir polimerização de
cimento resinoso através de copings Procera (p=0,045). Os autores
concluíram que a intensidade de luz transmitida através das facetas de
cerâmica foi influenciada pelas fontes de luz, tipo e espessura de
cerâmica. Além disso, acrescentaram que a luz halógena convencional
pode ser insuficiente para produzir adequada polimerização do
cimento através de facetas espessas ou coroas cerâmicas.
83
Um estudo de Tashiro et al.
63
, 2004, estudaram a
influência da intensidade de luz, do tempo de exposição e espessura da
restauração indireta de resina composta na resistência adesiva de um
cimento resinoso dual imediatamente após a cimentação aplicando a
técnica resin coating. Foram confeccionados 340 blocos de resina
composta Filtek Z250 (3M), preparados como superfície adesiva.
Além disso, foram preparados discos de resina composta para
restauração indireta, Estenia (Kuraray) em quatro espessuras (1, 2, 3 e
4mm). Uma resina composta de baixa viscosidade Filtek-Flow (3M)
foi aplicada sobre as superfícies dos blocos de resina composta e estes
foram imersos em água por 24h. Após a imersão, um cimento resinoso
dual, Rely X Arc (3M) foi aplicado à superfície adesiva e o disco de
resina para restauração indireta foi colocado sobre ela. A
fotopolimerização do cimento através dos discos de resina composta
de diferentes espessuras foi realizada com fonte de luz halógena
convencional, XL300 (3M) por 40s, e alta intensidade, Credi 8000
(3M) por 10, 20 e 40s. Os espécimes foram armazenados em água a
37ºC por 10min ou 20h e a resistência adesiva foi medida numa
máquina de teste AG500B (Shimadzu). Para a resina composta de
1mm, não houve diferença na resistência adesiva entre 10min e 24h
após a cimentação com os quatro métodos de polimerização. Para a
espessura 3mm ou 4mm, a resistência adesiva 24h após a cimentação
foi significativamente superior que 10min após a cimentação com luz
halógena convencional (40s) e com alta intensidade por 10 e 20s, mas
não houve diferença significante com luz de alta intensidade aplicada
84
por 40s. Os autores concluíram que a resistência adesiva do cimento
resinoso dual imediatamente após a cimentação poderia ser
intensamente influenciada pelo tempo de irradiação, pois afeta
diretamente a intensidade da luz que penetra pela restauração indireta
de resina composta.
Usumez et al.
66
, 2004, avaliaram a eficiência de duas
fontes de luz para polimerizar um cimento resinoso dual através de
faceta laminada de porcelana. Para isso foram utilizados vinte
incisivos centrais hígidos extraídos de humanos. Os dentes foram
seccionados 2mm abaixo da junção amelo cementária e a parte
coronária foi embutida em resina acrílica autopolimerizável pela face
palatina do dente mantendo-se livre a face vestibular. Foi realizado
preparo para faceta em cada um dos dentes e a faceta foi
confeccionada em porcelana IPS Empress II (Ivoclar). Cada faceta foi
cimentada ao dente correspondente com cimento Variolink II
(Vivadent). Os dentes foram divididos em dois grupos de 10. Em um
grupo cada combinação cimento resinoso/faceta foi submetida à
polimerização com fonte de luz halógena convencional, Hilux 350
(Express Dental Products), e outro foi polimerizado com fonte de luz
de arco de plasma (Power PAC, ADT). Após a polimerização cada
dente foi seccionado e preparado em forma de dois palitos, cujas
medidas foram 1,2 x 1,2 x 5mm. Os palitos foram submetidos aos
testes de microtração e os valores de fratura foram registrados.
Diferenças estatisticamente significantes foram encontradas entre a
resistência de união das facetas submetidas à fonte de luz
85
convencional e as polimerizadas com arco de plasma (p < 0,001). Os
autores verificaram que as amostras polimerizadas com luz halógena
convencional mostraram melhor resistência de união e concluíram que
a eficiência de polimerização da luz de arco de plasma através da
cerâmica foi inferior à da luz convencional para o tempo de exposição
empregado nesse estudo.
Piwowarczyk et al.
49
, 2005, estudaram a resistência de
adesão ao cisalhamento de 11 cimentos de diferentes classes de
materiais à superfície de cerâmica de Zircônia, manufaturada e pré-
tratada (Lava: 97% ZrOz, estabilizada com 3% Y203).
Adicionalmente, foi testada a influência do método de polimerização
na resistência da adesão ao cisalhamento. Os cimentos avaliados
foram: a) um cimento de fosfato de Zn (Flecks); dois cimentos de
ionômero de vidro convencionais (Fuji I, Ketac Cem); c) três cimentos
de ionomero de vidro resina-modificados (Fuji Plus, Fuji Cem, Rely X
Luting), d) quatro cimentos resinosos duais convencionais (Rely X
Arc, Panavia F, Variolink II, Compolute); um cimento resinoso dual,
autoadesivo (Rely X Unicem). A superfície de cerâmica foi jateada
com alumina de granulação de 100μm ou coberta com sílica. Após
procedimento de adesão, um grupo foi testado após 30min (tempo 1);
outro grupo foi armazenado em água destilada a 37
o
C por 14 dias e
subseqüentemente termociclado 1000 vezes (tempo 2). A análise
estatística foi realizada por modelo de ANOVA multifatorial com
interações. Para a comparação múltipla foi utilizado o teste de Tukey.
Após o jateamento, foi obtido o maior valor de resistência ao
86
cisalhamento para o cimento resinoso autoadesivo com 9,7MPa
(Tempo 1) e 12,7MPa (Tempo 2) respectivamente. Quando se utilizou
o sistema Rocatec, o maior valor foi obtido no Variolink II com
15MPa (tempo 1) e no cimento resinoso autoadesivo com 19,9MPa
(tempo 2).
Papazoglou et al.
46
, 2006, estudaram a influência do
modo de polimerização do cimento (Dual vs Fotopolimerizável). O
grau de fotopolimerização de um cimento resinoso (Calibra – Caulk
Dentsply) através de cerâmica ou resina composta foi avaliado por
análise de espectroscopia infravermelha. Uma camada de 0,5mm de
cimento foi fotopolimerizada por 40s através de 2mm de espessura de
cerâmica Empress II (Ivoclar) e Vitadur Alpha (Vident) e resina
composta processada laboratorialmente, Sinfony (3M Espe). O
sistema dual polimerizou melhor que o fotopolimerizável. A
fotopolimerização de cimento resinoso através de materiais
translucentes reduziu a eficácia de polimerização para os dois modos:
a resina composta induziu um efeito mais negativo que as duas
cerâmicas testadas. Os autores concluíram que o modo de
polimerização e a fotopolimerização de cimento resinoso dual através
de materiais restauradores estéticos influem na quantidade de ligações
duplas de carbono remanescentes.
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar por meio de
ensaios de microdureza, grau de polimerização de quatro marcas
comerciais de cimentos resinosos duais fotopolimerizados através da
interposição de quatro diferentes barreiras utilizadas na confecção de
restaurações estéticas indiretas e de um fragmento dental,
considerando-se como controle a não utilização de barreira, em três
períodos de avaliação.
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 Delineamento experimental
Neste estudo, foram utilizadas quatro marcas
comerciais de cimentos resinos duais: Enforce (Dentsply), Bistite II
(Tokuyama Dental Corp), Rely X ARC (3M ESPE), Variolink II
(Ivoclar Vivadent). Os corpos-de-prova, num total de 288, foram
obtidos com cada cimento sob diferentes condições experimentais. No
grupo G1 designado como controle, nenhuma barreira foi utilizada.
Do G2 ao G6, o cimento foi fotopolimerizado através da interposição
das respectivas barreiras: Resina composta Cesead, InCeram
alumina/Allceram, IPS Empress, InCeram zircônia/Allceram e
fragmento dental (dentina/esmalte). Os corpos-de-prova obtidos foram
submetidos ao teste de microdureza em três períodos de avaliação, e
os valores médios de microdureza (HV) foram analisados
estatisticamente. O delineamento experimental está representado
esquematicamente nas figuras 1 e 2.
89
Figura 1 - Esquema do delineamento experimental ( G1, G2, G3)
G1 (n=12)
Sem barreira-controle
G2 (n=12)
RC Cesead (kuraray)
G3 (n=12)
Inceram Alumina
(Vita) + revestimento
All Ceram (Degussa)
Fotopolimerização por 40s
1
a
leitura – imediata
Saliva artificial 37
o
C
2
a
leitura – 24h
3
a
leitura – 7 dias
Saliva artificial 37
o
C
90
Figura 2 - Esquema do delineamento experimental ( G4, G5, G6 )
G5 (n=12)
Inceram Zirconia (Vita)
+ AllCeram (Degussa)
G6 (n=12)
Fragmento de dente
(esmalte e dentina)
G4 (n=12)
Cerâmica fundida IPS
Empress (Ivoclar)
Fotopolimerização por 40s
1
a
leitura – imediata
Saliva artificial 37
o
C
2
a
leitura – 24h
3
a
leitura – 7 dias
Saliva artificial 37
o
C
91
Quadro 1 - Materiais utilizados
MATERIAL PRODUTO FABRICANTE
Cimento resinoso
dual
Enforce Dentsply
Cimento resinoso
dual
Bistite II
Tokuyama Dental
Corp.
Cimento resinoso
dual
RelyX ARC 3M ESPE
Cimento resinoso
dual
Variolink II Ivoclar Vivadent
Resina composta Cesead Kuraray Dental
Cerâmica Inceram alumina Vita
Cerâmica de
revestimento
AllCeram Degussa Dental
Cerâmica IPS Empress Ivoclar Vivadent
Cerâmica
Inceram Zirconia
Vita
Fonte de luz halógena
convencional
Optilux 401
Demetron Corp.
92
Quadro 2 - Combinação cimento / barreira utilizada
As barreiras para a interposição entre o cimento
resinoso e a fonte de luz utilizada na fotopolimerização dos corpos-de-
prova, foram confeccionadas em laboratório comercial, cujo
processamento simulou o da confecção de uma restauração indireta.
Essas barreiras, de forma quadrangular, medindo 7mm x 7mm e 2 mm
de espessura, foram feitas na cor A3, sendo uma de cada material: a)
resina composta indireta, Cesead (Kuraray Dental); b) cerâmica
Inceram Alumina (Vita) com revestimento AllCeram (Degussa
Dental); c) cerâmica de vidro IPS Empress (Ivoclar Vivadent); d)
cerâmica Inceram Zircônia (Vita) com revestimento AllCeram
(Degussa Dental); e) fragmento dental (esmalte e dentina) na mesma
espessura, obtido por meio de desgaste da porção coronária vestibular
de um terceiro molar inferior hígido, extraído por indicação
ortodôntica. (Figura 3).
93
Figura 3 - Barreiras para interposição, seqüência da esquerda para a direita:
Resina composta, Cesead; Inceram alumina/AllCeram; IPS
Empress; Inceram zirconia/AllCeram; fragmento dental.
94
4.2 Matriz
Os corpos-de-prova foram obtidos empregando-se uma
matriz idealizada e confeccionada especialmente para este trabalho. A
matriz foi composta de três partes: um bloco de resina acrílica (Figura
4a), uma parte intermediária bipartida de teflon (Figura 4b), que pode
ser considerada a matriz propriamente dita, e um trilho metálico de
alumínio (Figura 4c) pelo qual foram mantidas as outras duas partes
da matriz, durante a confecção dos corpos-de-prova. O bloco de resina
acrílica foi confeccionado na cor preta de forma retangular cujas
medidas foram de 30mm de comprimento, 15mm de largura e 10mm
de espessura. Cada bloco teve na linha média do longo eixo da sua
maior superfície, quatro cavidades circulares de 3mm diâmetro por
2mm de profundidade e eqüidistantes. A matriz de teflon com 2mm de
espessura, bipartida foi feita para cobrir o bloco de resina acrílica
pelas superfícies laterais maiores. A junção das duas partes de teflon
formou cavidades circulares de 3mm de diâmetro por 2mm de
profundidade, coincidentes com as do bloco de resina, formando uma
só cavidade, onde foi inserido e polimerizado o cimento resinoso dual
(Figura 4d). Foram confeccionados 72 blocos de resina, totalizando-se
288 corpos de prova. O trilho metálico teve a função de manter em
posição as partes de teflon sobre o bloco de resina acrílica durante a
inserção e fotopolimerização do cimento resinoso dual (Figura 4e e
4f).
95
a
b
c
d
e
f
Figura 4 - Composição da matriz: a) bloco de resina acrílica; b) matriz de
teflon; c) trilho metálico; d) teflon sobre o bloco de resina
acrílica; e) montagem da matriz; f) matriz pronta para a inserção
do cimento.
96
4.3 Obtenção dos corpos-de-prova
Todos os materiais foram proporcionados e
manipulados de acordo com as recomendações de seus fabricantes. O
cimento espatulado foi inserido na cavidade da matriz por meio de
uma espátula de inserção e fotopolimerizado em dois incrementos: o
primeiro na porção correspondente à cavidade do bloco de acrílico,
objetivou a retenção do disco de cimento neste e o segundo
incremento inserido na espessura da matriz de teflon, teve a sua
superfície submetida aos ensaios de microdureza (Figura 5a). A
fotopolimerização do primeiro incremento foi realizada sem barreira.
Após a inserção do segundo incremento do cimento,
foi posicionada sobre o mesmo, uma tira de poliéster (3M), que foi
mantida sob pressão com auxílio de uma lamínula para microscopia
(GlassTécnica), durante a fotopolimerização. A barreira utilizada foi
então posicionada sobre a lamínula e o cimento foi fotopolimerizado
através dessa barreira.
Os corpos-de-prova foram submetidos à
fotopolimerização em aparelho de luz halógena convencional Optilux
401 (Demetron) com intensidade de 650 mW/cm
2
por 40s e em
contato. Durante a fotopolimerização de um disco os demais foram
protegidos da irradiação pela luz, por um dispositivo de papel cartão
na cor preta (Figuras 5b, 5c e 5d).
97
a
b
c
d
e
f
Figura 5 - Obtenção dos corpos-de-prova: a) inserção do cimento na
matriz; b) dispositivos para delimitação da área a ser
fotopolimerizada; c) sobreposição da barreira; d)
fotopolimerização do corpo-de-prova; e) matriz com corpos-de-
prova; f) corpos-de-prova em bloco de acrílico.
98
Após a polimerização, os blocos de acrílico com os
discos de cimento resinoso (corpos-de-prova) foram removidos da
matriz, identificados e submetidos ao primeiro ensaio de microdureza,
ou ensaio imediato.
99
4.4 Teste de Microdureza
Para a avaliação da microdureza, em cada corpo-de-
prova foram traçadas duas diagonais, com o auxílio de uma lâmina de
bisturi nº 11, dividindo a superfície em quatro quadrantes. A seguir
foram submetidos aos ensaios em um microdurômetro, Microhardness
Tester FM – 700 (Future-Tech Corp. Tókio, Japan) (Figura 6)
equipado com diamante Vickers.
Figura 6 - Microdurômetro (Microhardness Tester FM 700)
100
O teste de dureza Vickers aplicado, obedece à Norma
Brasileira: NBR-6672.
O princípio do método aplicado no ensaio de
microdureza consiste na aplicação de uma carga pré-estabelecida pela
qual força-se um penetrador de forma e dimensões conhecidas sobre a
superfície do material a testar.
No ensaio de dureza Vickers, o penetrador é uma
pirâmide de diamante de base quadrada com um ângulo de 136
º entre
as faces opostas. A forma de impressão é a de um losango regular,
cujas diagonais são medidas com precisão milesimal, por um
microscópio acoplado à máquina (Figura 7).
O valor da dureza (carga/área da superfície piramidal)
é dado em HV ou em Kgf/mm
2
ou N/mm
2
. Neste trabalho, foi
aplicada uma carga de 50gf por 15s e os valores foram convertidos e
fornecidos em HV pelo próprio aparelho.
Em cada corpo-de-prova foram realizadas quatro
leituras, uma em cada quadrante, com o objetivo de compensar a
variabilidade das medidas. A média desses valores foi utilizada para a
análise estatística.
101
Realizada a leitura imediata, os corpos-de-prova foram
armazenados em saliva artificial na ausência de luz, em estufa
bacteriológica a 37ºC até a realização dos testes de microdureza
superficiais subseqüentes, que foram realizados aplicando-se o mesmo
método, após 24 horas (2ª leitura) e 7 dias (3ª leitura).
Figura 7 - Representação gráfica de um endentador Vickers
102
4.5 Análise estatística
Neste estudo avaliou-se a microdureza superficial de
quatro marcas comerciais de cimento resinoso dual. Em cada condição
experimental utilizou-se da interposição de um tipo de barreira
durante a fotoativação do cimento. A condição de não utilização de
barreira foi designada grupo controle. As interposições de barreiras
mistas confeccionadas em Inceram alumina/Allceram e Inceram
zircônia/Allceram resultaram em corpos-de-prova que na sua maioria
não permitiram as leituras nas endentações do microdurômetro porque
não ofereceram dureza suficiente. Assim, esses grupos não foram
analisados estatisticamente embora os corpos-de-prova tenham sido
confeccionados, submetidos aos diferentes tempos de armazenamento
e à avaliação em microdurômetro como os dos demais grupos.
4.6 Delineamento estatístico
Com o objetivo de analisar as influências das barreiras
e dos tempos na resistência à endentação no cimento resinoso foi
delineado um experimento que segue um esquema fatorial (4x4x3),
totalizando 48 condições experimentais sob 12 repetições.
Neste estudo, cuja unidade experimental é o bloco
cilíndrico de cimento resinoso, três variáveis independentes (ou
103
experimentais) são consideradas: cimento resinoso, barreira e o tempo.
O primeiro fator relativo à marca comercial de cimento resinoso
apresenta quatro tipos de categoria ou níveis que são os diferentes
materiais utilizados: Bistite II, Enforce, Rely X ARC e Variolink II. O
segundo fator relativo à barreira apresenta quatro níveis: sem barreira,
Cesead, Empress e fragmento dental. O terceiro fator relativo ao
tempo apresenta três níveis: imediato, 24h e 7 dias.
A variável dependente (ou resposta) foi a resistência à
penetração, medida operacionalmente por meio do teste microdureza
superficial (HV).
O valor de microdureza considerado na análise
estatística foi o valor médio das quatro leituras em cada corpo-de-
prova.
As condições experimentais foram estabelecidas pelos
fatores cimento, barreira e tempo.
4.7 Análise de dados
Obteve-se 576 dados que foram submetidos à análise
estatística por meio dos programas computacionais: STATISTIX for
Windows (Analytical Software, Inc., versão 8.0, 2003), MINITAB
104
(Minitab, version 14.12, 2004) e STATISTICA (StatSoft, version 5.5,
2000).
A estatística descritiva consistiu no cálculo de
médias e desvio padrão.
A estatística inferencial consistiu nos testes:
análise de variância de medidas repetidas (a
variável tempo como fator repetido) e teste de
comparação múltipla de Tukey.
O estudo do efeito interação foi conduzido por
meio do gráfico de médias.
O nível de significância escolhido foi o valor
convencional de 5%.
5 RESULTADOS
5.1 Análise estatística
Neste item os dados obtidos nos ensaios de
microdureza foram apresentados em três partes.
Imediata
Após 24 horas
Após 7 dias
Na estatística descritiva, os dados obtidos e a estatística
descritiva segundo as condições experimentais, foram apresentados
em tabelas (Tabelas 1, 2 e 3) .
Na representação gráfica, foram consideradas em cada
tempo de avaliação, as relações entre o cimento e a condição barreira
utilizada.
os dados encontram-se no Apêndice
106
O estudo do relacionamento entre os cimentos
resinosos e as barreiras utilizadas com inferência estatística, foi
apresentado separadamente para os períodos de avaliação: imediata,
24 horas e 7 dias.
Os Gráficos de colunas (média±desvio padrão) dos
valores de microdureza (HV), foram obtidos segundo as condições
experimentais estabelecidas pelas variáveis: cimento e barreiras.
Tabela 1 - Médias de microdureza (HV) dos Cimentos obtidos na avaliação
imediata - 1ª leitura
Cimentos resinosos duais
Barreiras
Bistite II Enforce
RelyX
ARC
Variolink
II
Linha
(média±dp)
Sem 69,91±3,59 44,23±2,23 42,19±3,31 41,73±3,07 48,73±12,81
Frag.
Dental
51,73±7,52 31,65±3,04 39,03±2,67 35,52±2,69 40,27±8,88
Cesead 28,47±10,68 29,60±3,79 39,20±3,29 30,54±2,83 31,95±7,27
Empress 35,33±8,39 35,33±5,69 37,68±3,49 30,33±5,44 34,67±6,42
Coluna
(média±dp)
46,36±17,92 35,20±6,80 39,53±3,52 34,53±5,90 38,90±11,15
107
Figura 8 - Gráfico da microdureza (HV) dos cimentos com barreiras -
Avaliação imediata - 1ª leitura
Na avaliação imediata, o cimento Bistite II apresentou
maiores médias de microdureza nas condições Sem Barreira (69,91
HV) e com Fragmento Dental (51,73 HV), e a maior média total
(46,36 HV). Porém, teve os maiores desvios padrões em todas as
condições de barreiras. Pode-se destacar ainda seu comportamento
instável nas variadas condições experimentais às quais foi submetida,
apresentando desvio padrão de 17,92.
Já os cimentos Enforce e Variolink apresentaram os
menores valores médios, respectivamente 35,20 HV e 34,53 HV. Seus
desvios padrões são medianos, destacando-se o desvio padrão do
cimento Enforce no caso Sem Barreira (2,23) e do Variolink no caso
Cesead (2,83).
108
O cimento RelyX ARC teve o menor desvio padrão
geral (3,52); ou seja, teve comportamento mais estável. Além disso, o
cimento RelyX ARC teve as maiores médias nas condições Cesead
(39,20 HV) e Empress (37,68 HV) e segunda maior em Fragmento
Dental (39,03 HV).
Na avaliação imediata, a interposição de resina
composta Cesead foi o fator que mais influenciou na redução da
microdureza, onde a média da microdureza do Controle (Sem
Barreira) diminuiu de 48,73 HV para 31,95 HV, apresentado pela
média da interposição da RC Cesead.
109
Tabela 2 - Valores médios de microdureza (HV) dos cimentos obtidos na
avliação após 24h - 2ª leitura.
Cimentos resinosos duais
Barreiras
Bistite II Enforce
RelyX
ARC
Variolink
II
Linha
(média±dp)
Sem 73,89±2,85 49,68±3,19 39,35±4,85 43,60±5,13 51,40±14,13
Frag.
Dental
54,73±7,39 38,64±5,45 38,42±1,91 35,69±3,36 42,10±9,17
Cesead 36,07±8,50 29,13±7,08 36,90±2,62 33,00±2,01 33,78±6,38
Empress 40,46±5,41 30,30±4,78 36,83±4,18 35,63±3,12 35,80±5,67
Coluna
(média±dp)
51,29±16,15 36,94±9,77 37,88±3,63 36,98±5,31 40,77±11,62
Figura 9 - Gráfico da microdureza (HV) dos cimentos com barreiras –
Após 24h - 2ª leitura.
110
Na avaliação após 24h (2ª leitura), o cimento Bistite II
teve a maior média total (51,29 HV), as maiores médias nas condições
Sem Barreira (73,89 HV), Fragmento Dental (54,73 HV) e Empress
(40,46 HV) e a segunda maior média da condição Cesead (36,07 HV).
Bistite II também teve o maior desvio padrão total (16,15) e maiores
desvios padrões nas condições Fragmento Dental (7,39), Cesead
(8,50) e Empress (5,41). Apesar dos seus altos índices de desvio
padrão, Bistite II apresentou o menor desvio padrão na condição Sem
Barreira.
Os demais cimentos obtiveram médias totais
semelhantes. O cimento Enforce apresentou média total de 36,94 HV
e as menores médias com interposição de Cesead (29,13 HV) e
Empress (30,30 HV). A média total do cimento Variolink foi de 36,98
HV. Este cimento também apresentou a menor média da condição
Fragmento Dental (35,69 HV) e os menores desvios padrões dos casos
Cesead (2,01) e Empress (3,12).
O cimento RelyX ARC teve maior média de
microdureza da condição Cesead (36,90 HV), próximo ao valor de HV
do cimento Bistite II da mesma condição), menor desvio padrão total
(3,63) e menor desvio padrão da condição Fragmento Dental (1,91).
A resina Cesead reduziu a média de microdureza da
condição sem barreira de 51,40 HV para 33,78 HV e sendo assim a
barreira mais influente na redução da microdureza no período de 24h.
111
Tabela 3 - Valores médios de microdureza (HV) dos cimentos obtidos na
avaliação após 7 dias - 3ª leitura .
Cimentos resinosos duais
Barreiras
Bistite II Enforce
RelyX
ARC
Variolink
II
Linha
(média±dp)
Sem 64,72±4,10 49,53±3,47 37,95±4,44 42,54±3,11 48,23±11,22
Frag.
Dental
49,14±6,51 39,58±3,41 36,11±2,31 35,03±2,39 40,42±6,87
Cesead 32,15±6,79 28,48±4,99 37,50±2,69 28,50±2,62 31,66±5,82
Empress 37,53±8,92 34,84±2,65 34,95±2,17 33,68±3,21 35,25±5,08
Coluna
(média±dp)
45,88±14,23 38,11±8,56 36,63±3,17 34,94±5,78 38,89±9,81
Figura 10 - Gráfico da microdureza (HV) dos cimentos com barreiras –
Avaliação após 7 dias - 3ª leitura.
Na avaliação após sete dias, Bistite II teve a maior
média total (45,88 HV) e as maiores médias totais das condições Sem
112
Barreira (64,72 HV), Fragmento Dental (49,14) e Empress (37,53
HV). Este cimento também apresentou o maior desvio padrão médio
total (14,23) e os maiores desvios padrões médios das situações
condicionais Fragmento Dental (6,51), Cesead (6,79) e Empress
(8,92).
No mesmo tempo de avaliação, o cimento RelyX ARC
teve maior média de microdureza da condição Cesead (37,50 HV) e
menor da condição Sem Barreira (37,95). RelyX ARC teve o menor
desvio padrão total, com 3,17 e menores desvios padrões das
condições Fragmento Dental (2,31 HV), resina Cesead (2,69 HV) e
Empress (2,17 HV).
O cimento Variolink apresentou a menor média total de
microdureza (34,94 HV), as menores médias nas condições Fragmento
Dental (35,03 HV) e Empress (33,68 HV) e a segunda menor média
da condição Cesead (28,50 HV). Quanto ao desvio padrão, Variolink
teve o menor valor na condição Sem Barreira (3,11).
O cimento Enforce teve o menor valor médio de
microdureza com barreira Cesead (28,48 HV).
Neste tempo de avaliação, a resina Cesead foi a
barreira que mais reduziu a média de microdureza, de 48,23 HV da
condição Sem Barreira para 31,66 HV.
113
A seguir, as médias dos valores de microdureza foram
submetidos ao teste estatístico da análise de variância (ANOVA de
medidas repetidas), para que fossem avaliadas as variáveis: cimento
resinoso, barreira e tempo de armazenamento.
114
Tabela 4 - Resultados ANOVA (medidas repetidas) para os três fatores em
estudo
Fonte de variação gl SQ QM F p
Cimentos (A) 3 13759,5 4586,51 156,21 0,0001*
Barreiras (B) 3 24296,9 8098,98 275,84 0,0001*
A x B 9 15578,8 1730,97 58,95 0,0001*
Resíduo I 176 5167,5 29,36
Tempo (T) 2 449,5 224,76 11,39 0,0001*
Cimentos x Tempo 6 983,5 163,91 8,31 0,0001*
Barreiras x Tempo 6 86,4 14,40 0,73 0,6260
A x B x Tempo 18 1124,7 62,49 3,17 0,0001*
Resíduo II 352 6946,5 19,73
Total 575 6946,5 19,73
*p<0,05
115
Figura 11 - Gráfico das médias das microdurezas (HV) dos cimentos em
função dos tempos de avaliação (imediata, 24h e 7 dias) para
barreira utilizada (Sem Barreira, Frag. Dental, Cesead e
Empress).
Analisando a condição Sem Barreiras da figura 11,
verifica-se que as maiores médias das durezas são do cimento Bistite
II, seguido do cimento Enforce. RelyX ARC demonstrou-se superior
ao cimento Variolink numa análise momentânea (imediata), porém
após 24h e 7 dias, os seus valores decresceram e tornaram-se
inferiores aos de Variolink.
Na condição da barreira Fragmento Dental, Bistite II
manteve as médias de valores de microdureza superiores aos demais
cimentos. Neste caso, diferente do modelo Controle (Sem Barreira), o
fato das médias de RelyX ARC diminuirem ao longo dos 7 dias não
faz com que suas médias sejam inferiores aos do cimento Variolink
116
em nenhum dos 3 momentos de avaliação. Outro fato é que nesse
caso, as médias do cimento Enforce aumentaram ao longo do tempo,
iniciando com as menores médias na leitura imediata, apresentando
média semelhante ao cimento RelyX ARC no de 24h e na avaliação
dos 7 dias sua média foi inferior apenas à do Bistite II.
No subgráfico referente à barreira de resina Cesead, as
maiores médias foram do cimento RelyX ARC e as menores do
Enforce.
No último subgráfico, da condição Empress, na leitura
imediata, RelyX ARC teve a melhor média de dureza, porém, nos
períodos 24h e 7 dias, as médias do cimento Bistite II superaram os
demais.
A influência das barreiras utilizadas faz com que os
valores de dureza dos cimentos aproximem da faixa de valores 30-40,
excetuando Bistite na condição de barreira Fragmento Dental.
As médias do cimento Bistite II alcançaram seus
maiores valores na avaliação de 24h e decresceram na avaliação de 7
dias.
Os cimentos Enforce e Variolink em nenhum momento
de avaliação apresentaram as maiores médias de microdureza.
117
O RelyX ARC, obteve diminuição nas médias dos
valores de dureza da avaliação imediata para a de 7 dias em todas as
condições de barreiras.
Figura 12 - Gráfico das médias das microdurezas (HV) dos cimentos em
função de cada barreira utilizada nos tempos de avaliação
imediata, 24h e 7 dias.
Considerando o gráfico da figura 12, o cimento Bistite
II, que teve os maiores desvios padrões (17,92 - imediata, 16,15 - 24h
e 14,23 aos 7 dias), apresenta o maior distanciamento dos pontos nas
diferentes condições experimentais.
Por outro lado, o cimento RelyX ARC, que apresentou
os menores desvios padrões (3,52 - imediata, 3,63 - 24h e 3,17 aos 7
118
dias), apresentou a maior concentração dos pontos nas suas médias de
dureza (39,53 HV - imediata, 37,88 HV - 24h e 36,63 HV aos 7 dias),
ou seja, maior estabilidade às variadas condições experimentais.
Em três momentos de avaliação (imediata, 24h, 7 dias),
com quatro cimentos estudados (Bistite II, Enforce, RelyX ARC e
Variolink) sob quatro condições de barreiras, há 48 (3x4x4) pontos de
médias nos 3 gráficos que compõem a figura 12.
A condição Sem Barreira apresentou as doze maiores
médias de dureza.
A condição Fragmento Dental apresentou nove das
doze segundas maiores médias de dureza (9/12=75%).
A condição Empress apresentou sete das doze terceiras
maiores médias de dureza (7/12=58,3%).
A condição Cesead apresentou oito das doze menores
médias de dureza (8/12=6,66%).
119
5.2 Análise de Variança e Teste de Tukey (imediata)
Tabela 5 - ANOVA para avaliação imediata
Source DF SS MS F P
Cimentos 3 4263.7 1421.23 55.37 0.0001
Barreiras 3 8601.8 2867.27 111.72 0.0001
Cimentos*Barreiras 9 6373.2 708.13 27.59 0.0001
Error 176 4517.2 25.67
Total 191 23755.9
Tabela 6 - Teste de comparação múltipla de Tukey para avaliação imediata
Cimentos Barreiras Mean Homogeneous Groups
Bistite II Sem 69.908 A
Bistite II Dente 51.733 B
Bistite II Cesead 28.467 F
Bistite II Empress 35.333 D E F
Enforce Sem 44.225 C
Enforce Dente 31.650 E F
Enforce Cesead 29.600 F
Enforce Empress 35.333 D E F
Rely X ARC Sem 42.192 C D
Rely X ARC Dente 39.033 C D
Rely X ARC Cesead 39.200 C D
Rely X ARC Empress 37.675 C D E
Variolink Sem 41.733 C D
Variolink Dente 35.517 D E F
Variolink Cesead 30.542 F
Variolink Empress 30.325 F
120
Segundo a tabela 6 da comparação de Tukey na
avaliação imediata, para o cimento Bistite, a utilização de barreiras
interferiu significativamente na sua microdureza. A interposição de
fragmento dental interferiu na microdureza desse cimento com
diferença significante entre as demais condições. Verificou-se
semelhança nas condições de utilização de barreiras Cesead e
Empress.
No cimento Enforce, a utilização de barreiras teve
influência significante na microdureza do cimento, comparado ao
controle. Entretanto não houve diferença entre as barreiras utilizadas.
A microdureza do cimento RelyX ARC não teve
diferença com nenhuma das barreiras utilizadas, mesmo comparada à
condição de controle.
O cimento Variolink II apresentou diferença entre a
condição controle e a utilização de barreiras, mas não houve diferença
entre as barreiras.
121
5.3 Análise de Variança e Teste de Tukey (24h)
Tabela 7 - ANOVA para avaliação após 24 horas
Source DF SS MS F P
Cimentos 3 7106.0 2368.66 99.64 0.0001
Barreiras 3 9252.9 3084.29 129.74 0.0001
Cimentos*Barreiras 9 5264.2 584.91 24.60 0.0001
Error 176 4184.1 23.77
Total 191 25807.1
Tabela 8 - Comparação múltipla de Tukey para avaliação após 24 horas
Cimentos Barreiras Mean Homogeneous Groups
Bistite II Sem 73.892 A
Bistite II Dente 54.733 B
Bistite II Cesead 36.067 E F G
Bistite II Empress 44.58 D E
Enforce Sem 49.683 B C
Enforce Dente 38.642 D E F
Enforce Cesead 29.133 H
Enforce Empress 30.300 G H
Rely X ARC Sem 39.350 D E F
Rely X ARC Dente 38.417 D E F
Rely X ARC Cesead 36.900 D E F G
Rely X ARC Empress 36.833 D E F G
Variolink Sem 43.600 C D
Variolink Dente 35.692 E F G H
Variolink Cesead 33.000 F G H
Variolink Empress 35.625 E F G H
122
Na avaliação após 24h, para o cimento Bistite, a
utilização de barreiras interferiu significativamente na sua
microdureza. A interposição de fragmento dental interferiu na
microdureza desse cimento com diferença significante entre as demais
condições. Verificou-se semelhança nas condições de utilização de
barreiras Cesead e Empress.
No cimento Enforce, a utilização de barreiras teve
influência com diferença significante na microdureza do cimento,
comparado ao controle. As interposições de barreiras de resina Cesead
e Empress tiveram resultados semelhantes entre si. A interposição de
fragmento dental teve diferença na microdureza comparado ao
controle, mas essa diferença foi inferior às demais barreiras.
A microdureza do cimento RelyX ARC não teve
diferença com nenhuma das barreiras utilizadas, mesmo comparada à
da condição de controle.
O cimento Variolink II apresentou diferença entre a
condição controle e a utilização de barreiras, mas não houve diferença
entre as barreiras.
123
5.4 Análise de Variança e Teste de Tukey (7 dias)
Tabela 9 - ANOVA para avaliação após 7 dias
Source DF SS MS F P
Cimentos 3 3373.3 1124.44 57.99 0.0001
Barreiras 3 7807.8 2602.60 134.22 0.0001
Cimentos*Barreiras 9 3787.0 420.78 21.70 0.0001
Error 176 3412.7 19.39
Total 191 18380.8
Tabela 10 - Comparação múltipla de Tukey para avaliação após 7 dias
Cimentos Barreiras Mean Homogeneous Groups
Bistite II Sem 64.717 A
Bistite II Dente 49.142 B
Bistite II Cesead 32.150 E F
Bistite II Empress 37.525 C D E
Enforce Sem 49.533 B
Enforce Dente 39.575 C D
Enforce Cesead 28.483 F
Enforce Empress 34.842 D E
Rely X ARC Sem 37.950 C D E
Rely X ARC Dente 36.108 D E
Rely X ARC Cesead 37.500 C D E
Rely X ARC Empress 34.950 D E
Variolink Sem 42.542 C
Variolink Dente 35.025 D E
Variolink Cesead 28.500 F
Variolink Empress 33.675 D E F
124
Para a avaliação após 7 dias, o cimento Bistite teve
diferença na microdureza quando polimerizado através de barreiras.
As barreiras resina Cesead e Empress foram semelhantes entre si. A
utilização de fragmento dental teve influência, mas os valores foram
maiores.
Para o cimento Enforce, a condição de utilização de
barreiras apresentou diferença em relação à de controle e a resina
composta Cesead foi a que teve maior diferença na redução dos
valores de microdureza. O fragmento dental e a cerâmica Empress
foram semelhantes entre si.
A microdureza do cimento RelyX ARC não teve
diferença com nenhuma da barreira, mesmo comparada à da condição
de controle.
O Variolink II teve comportamento semelhante ao do
Enforce. A condição de utilização de barreiras apresentou diferença
em relação à de controle e a RC Cesead foi a que apresentou diferença
nos valores de microdureza. O fragmento dental e a cerâmica Empress
foram semelhantes entre si.
125
6 DISCUSSÃO
6.1 Do material e método
A utilização de restaurações estéticas indiretas na
Odontologia, tem sido defendida como um meio para superar muitas
das deficiências associadas às restaurações diretas de resina composta
como: o desgaste excessivo, contatos proximais deficientes, contração
de polimerização, sensibilidade pós-operatória e outras
20
. Essas
restaurações são unidas ao dente com cimento resinoso
fotopolimerizável ou cimento resinoso dual. A adequada
polimerização do cimento resinoso tem importância fundamental no
sucesso clínico da restauração. Uma polimerização inadequada pode
ocasionar a diminuição das propriedades mecânicas e falhas como o
deslocamento ou a fratura da restauração
64
, o aumento da
citotoxicidade do cimento, falhas marginais como microinfiltração,
cáries e degradação da restauração no meio bucal
21
.
Neste estudo, cimentos resinosos duais de quatro
marcas comerciais (Bistite II, Enforce, RelyX ARC e Variolink II)
foram fotopolimerizados através de diferentes materiais ou barreiras e
avaliados por meio de ensaios de microdureza. Os valores de dureza
da matriz resinosa polimerizada refletem o grau de conversão da
126
resina. Quanto maior a dureza, maior é o grau de conversão. As
propriedades mecânicas do polímero dependem da densidade de
ligações cruzadas e da qualidade da cadeia formada
21
. Portanto, os
valores de dureza têm sido utilizados como indicadores do grau de
polimerização.
Estudos pesquisaram o desempenho de novas
tecnologias para polimerização por meio da avaliação de propriedades
físicas, mecânicas e grau de conversão de resinas compostas
26 e 65
.
Para medidas dos valores de conversão, o método direto como a
espectroscopia com infravermelho3
32
é a técnica mais sensível, mas é
dispendiosa além de consumir muito tempo. Um outro método
indireto considerado de difícil realização é o teste de dureza
universal
29
em que a dureza é medida sob carga e requer um
equipamento especial para uso na máquina de teste universal. A
mensuração da dureza utilizando métodos Vickers, Knoop ou
Rockwell é considerada viável e de fácil realização para avaliar o grau
de conversão de materiais resinosos
31 32
Asmussen
3
demonstrou uma boa correlação entre
dureza e grau de conversão pela espectroscopia com infravermelho.
Ainda segundo Asmussen
3
, a composição do monômero está
relacionado com o comportamento do material. O monômero UDMA
é mais flexível que o monômero de Bis-GMA. A baixa viscosidade do
monômero facilita a migração dos radicais livres o que acelera e
127
aumenta a densidade das ligações cruzadas, elevando o grau de
conversão e a dureza da resina.
Neste estudo, cada cimento resinoso foi fotoativado
através da interposição de barreiras confeccionadas em materiais
normalmente utilizados na clínica, para a confecção de restaurações
estéticas indiretas: resina composta Cesead, cerâmicas mistas InCeram
alumina/Allceram e InCeram zircônia/Allceram, cerâmica Empress, e
um fragmento dental (dentina/esmalte). As barreiras foram
manufaturadas em laboratório comercial seguindo as recomendações
dos fabricantes e simulando a confecção de uma restauração indireta.
A restauração indireta de resina composta é popular e bastante
utilizada principalmente devido ao seu baixo custo. Os materiais
cerâmicos por sua vez são vastamente utilizados por exigência
estética, sendo que cada tipo de cerâmica tem a sua indicação. Quanto
ao fragmento dental (dentina/esmalte), frequentemente a luz do
fotopolimerizador precisa atravessar uma parede de esmalte, dentina
ou ambas para alcançar o cimento resinoso a ser polimerizado. Além
dos materiais descritos, foi avaliada também a condição de não
interposição de barreira, designada controle. Nessa condição, sem
barreira, podem ser considerados os valores de microdureza no grau
máximo de polimerização de cada cimento avaliado. Um valor
absoluto de dureza não pode ser relacionado com o grau de conversão
de monômeros para diferentes materiais resinosos
21
, porque cada
material tem a composição específica e as suas propriedades físicas e
químicas. Os valores de microdureza da condição controle, foram
comparados aos obtidos sob a atenuação da luz pelas barreiras.
128
Chan e Boyer
13
pesquisaram sobre o endurecimento de
um grupo de cimentos resinosos fotopolimerizados através de
porcelana e verificaram que a espessura e a cor da porcelana
interferiram na dureza do cimento.
No presente estudo, todas as barreiras para interposição
foram confeccionadas na cor A3, sendo que o fragmento dental
também foi selecionado na cor próxima à das demais barreiras.
Entretanto, diferentes materiais atuam distintamente na atenuação da
intensidade de luz. A fotoativação foi realizada através de diferentes
barreiras de 2mm de espessura para aproximar as condições do
experimento às encontradas na prática clínica. Além disso, essa é uma
espessura recomendada para restaurações de cerâmica em dentes
posteriores, assim como para incrementos de resina composta.
Blackman et al.
6
, em 1990, afirmaram que com a interposição de
cerâmica de até 2mm de espessura, os cimentos polimerizam com o
tempo de exposição recomendado.
O’Keefe et al.
42
demonstraram que há maior
influência da espessura do material restaurador na transmissão da luz
do que a cor e opacidade da restauração. Também, segundo Price et
al.
50
à medida que aumenta a espessura da restauração, há uma
redução em exponencial da luz transmitida, e pode ser insuficiente
para polimerizar o cimento resinoso dual adequadamente quando o
material restaurador é mais espesso que 2,5mm.
129
Soares et al.
60
verificaram que restaurações com 1 a
2mm de espessura, não influenciaram na dureza do cimento,
independentemente da cor.
No presente estudo, para a fotopolimerização do
cimento, foi utilizada fonte de luz halógena convencional Optilux 401
(Demetron) de 650 mW/cm
2
de intensidade por 40s. O tempo de 40s
de fotoativação com luz halógena convencional é o recomendado
pelos fabricantes. Além disso, a fonte de luz halógena convencional é
utilizada pela maioria dos cirurgiões dentistas. A luz halógena
convencional com intensidade de potência de pelo menos 400
mW/cm
2
e tempo de exposição de 40s tem sido considerada adequada
para polimerização de resinas compostas segundo Rueggberg et al.
55
.
Para McLean e Fasbinder
37
, em 1999, todas as fontes
de alta potência foram capazes de polimerizar a resina composta
através de cerâmica de 2mm de espessura em tempo inferior ao que
foi necessário pela utilização de luz convencional.
Santos Jr et al.
56
, em 2004, observaram que a aplicação
de fontes de luz de alta intensidade por um tempo maior resultou em
valores de dureza mais elevados. A fonte de LED, foi relacionada com
menores valores de dureza para as superfícies inferiores da resina
composta. Porém, é importante salientar que o LED tinha a menor
intensidade de potência dentre as três fontes utilizadas (320 mW/cm
2
).
130
Ozturk et al.45 , 2005, também concluíram que aparelhos de luz
halógena de alta intensidade como o Optilux 501(Kerr) aplicado por
20s, resultaram em grau de conversão e microdureza superficial
significativamente superiores que os demais.
Os discos de cimento resinoso ou corpos-de-prova
deste estudo foram polimerizados com auxílio de uma matriz de teflon
diretamente em blocos de acrílico, a fim de padronizar e facilitar o
manuseio durante os ensaios no microdurômetro.
O valor da dureza (carga/área da superfície piramidal
do endentador) é dado em HV ou em Kgf/mm
2
ou N/mm
2
. Neste
trabalho, foi aplicada uma carga de 50gf por 15s e os valores foram
convertidos e fornecidos em HV pelo próprio aparelho.
Os ensaios de microdureza foram realizados em três
períodos de avaliação. A primeira leitura, ou leitura imediata foi
realizada para avaliar o grau de polimerização do cimento resinoso
dual, logo após a fotopolimerização. Essa leitura foi importante para a
avaliação da luz na polimerização. O período pós-cimentação é de
grande importância porque nessa fase a restauração pode ser
submetida a esforços durante a remoção de excessos de cimento pelo
próprio profissional ou pelo paciente que estará com a nova
restauração cimentada e em função na boca. Entre uma avaliação e
outra, os corpos de prova foram armazenados em saliva artificial a
37ºC para simular as condições do meio bucal, como fizeram
131
Antoniadi et al.
1
, na avaliação da microdureza de resina composta. A
segunda leitura foi realizada após 24h e a terceira após 7 dias. Estes
dois períodos de avaliação tiveram o objetivo de observar o
comportamento dos cimentos resinosos duais quanto à polimerização
química continuada. Em algumas situações clínicas às quais os
cimentos duais são indicados, um eficiente fator químico de
polimerização é esperado e necessário, como em regiões profundas de
preparos cavitários como nas paredes gengivais de caixas proximais,
que dependem muito dos componentes químicos de polimerização do
cimento resinoso
19
.
6.2 Dos resultados:
Neste estudo, os corpos-de-prova foram
confeccionados com quatro cimentos resinosos duais que foram
fotopolimerizados sob as seis condições experimentais estabelecidas
para cada cimento. No G1) Controle - sem barreira, e os demais com
interposição de barreiras de 2mm de espessura como estarão descritos
a seguir: G2) Resina composta Cesead, G3) InCeram
alumina/AllCeram, G4) Empress, G5) InCeram zirconia/AllCeram,
G6) Fragmento dental esmalte/dentina. Após a obtenção dos corpos-
de-prova, os mesmos foram submetidos à leitura imediata em
microdurômetro, às mesmas condições de armazenamento, leitura
após 24h, armazenamento e leitura após 7 dias. Entretanto, quando da
realização dos ensaios de microdureza, verificou-se que os corpos-de-
132
prova obtidos pela interposição de InCeram alumina/AllCeram e
InCeram zircônia/AllCeram, não apresentaram dureza superficial
suficiente e portanto não permitiram as endentações. Isto foi
verificado já na leitura imediata, mas os corpos-de-prova foram
armazenados e submetidos às demais leituras como os de outros
grupos, para pesquisar se a polimerização química subseqüente
poderia oferecer efetividade na polimerização. Nestas duas condições
experimentais não foi possível realizar a leitura em nenhum período
de avaliação. Portanto, os resultados destes grupos não foram
submetidos à análise estatística.
Rasetto et al.
54
verificaram que a luz halógena de alta
intensidade de potência com 1050 a 1060 mW/cm² polimerizou o
cimento resinoso através de 0,25m a 0,40mm de espessura de copping
de Procera mas foi incapaz de polimerizar através de 0,60mm. A
utilização de fonte de arco de plasma com intensidade de potëncia de
1300 a 1700mW/cm² transmitiu luz suficiente para ativar a
canforoquinona. Entretanto, a luz halógena convencional foi incapaz
de polimerizar o cimento resinoso através de copping de Procera,
mesmo o de pequena espessura.
Jung
29
verificou que maior profundidade de
polimerização através de coppings de Procera foi obtida com a luz
halógena convencional e com sistema soft start do que com luz de
arco de plasma.
133
Em estudo de Usumez et al.
66
a resistência ao
cisalhamento foi superior em cimento fotopolimerizado com fonte de
luz halógena convencional do que o polimerizado com luz de arco de
plasma.
Neste estudo, a opacidade das cerâmicas mistas
InCeram alumina/Allceram e InCeram zirconia/Allceram, resultaram
na polimerização deficiente dos cimentos avaliados após fotoativação
através destas barreiras.
No estudo de Cardash et al.
11
, os cimentos resinosos
fotopolimerizável e de polimerização dual: Mirage (Chamaleon Dental
Products) polimerizado através de discos de porcelana de 2mm de
espessura, nas cores A1, A4, B1, B4, C1, C4, D2, D4, por 48, 72 e
120s, foram avaliados por meio de testes de microdureza Knoop
(KHN). O cimento resinoso fotopolimerizado através de cerâmica
mais escuras nas cores A4 e C4, não apresentaram dureza suficiente
para ser medido. Um tempo de exposição prolongado, aumentou a
microdureza do cimento fotopolimerizado, mas, não alterou a
microdureza do cimento dual. O cimento dual alcançou os máximos
valores de KHN com 48s.
A polimerização inadequada dos cimentos avaliados
neste estudo, quando fotopolimerizados através de barreiras
confeccionadas em In Ceram Alumina e In Ceram zircônia, sugere a
necessidade de optar por um método de polimerização mais eficiente,
134
ou outro tipo de cimento quando da indicação desses materiais
restauradores, embora os fabricantes destas cerâmicas recomendem a
cimentação adesiva para a fixação de inlays e coroas parciais
confeccionados com esses materiais. Entretanto é importante salientar
que a fotopolimerização dos cimentos resinosos não foi realizada com
aplicação da luz na linha de cimento ou com utilização de gel
“oxiguard” com finalidade de inibir a interferência do oxigênio na
reação de polimerização. Este procedimento não foi realizado
objetivando a padronização do método.
Ao escolher por outro método de cimentação diferente
da adesiva, os benefícios da adesão aliados ao tratamento superficial
da cerâmica devem ser considerados.
Burke
10
pesquisou in vitro, o efeito dos procedimentos
adesivos aplicados na dentina e do tratamento superficial em cerâmica
na resistência à fratura de coroas totalmente cerâmicas. Os resultados
foram comparados com a resistência à fratura de coroas cimentadas
com cimentos não adesivos e indicaram que a resistência à fratura foi
significativamente superior quando o cimento resinoso foi utilizado
com sistema adesivo em dentina aliado ao tratamento superficial da
cerâmica.
Darr e Jacobsen
14
, afirmaram que os cimentos
resinosos não são polimerizados adequadamente pela polimerização
dual ou pela polimerização química nos estágios iniciais da
135
cimentação da restauração. O fato do material não ter permitido os
testes nos 30min iniciais, pela insuficiente dureza sugere a
possibilidade do deslocamento da restauração durante os
procedimentos de acabamento se estes forem realizados
imediatamente após a cimentação. Segundo os autores, é provável que
a fotopolimerização do cimento junto ao esmalte condicionado seja
responsável pela estabilização da restauração enquanto a
polimerização ocorre nas áreas mais profundas. Entretanto, as
restaurações podem ser vulneráveis nas primeiras 24h .
Para proporcionar uma polimerização adequada onde a
fotopolimerização é atenuada pelo ar, dente e restauração, a
concentração de amina terciária poderia ser aumentada pelos
fabricantes. Entretanto, isso resultaria no efeito indesejável da
instabilidade de cor do cimento
35
, com comprometimento da
finalidade estética. A formulação dual representa o equilíbrio entre o
alto grau de polimerização e e instabilidade de cor pela degradação de
amina
14
.
O cimento resinoso aplicado na restauração estética é
usado não somente na cimentação, mas também no ajuste da cor. A
estabilidade da cor desse agente cimentante resinoso é um fator
importante na manutenção da estética da restauração indireta. A
exposição do cimento resinoso dual à luz visível aumenta o grau de
conversão do cimento resinoso
55
e o aumento do grau de conversão
136
induz à estabilidade de cor. Logo, precisamos de uma boa
polimerização não somente para fixação da peça protética, mas
também para estabilidade de cor, em concordância com o trabalho de
Koishi et al.
32
que pesquisaram a influência da exposição do cimento
resinoso dual à luz visível do fotopolimerizador na estabilidade de cor
e concluíram que a fotopolimerização é necessária para a estabilidade
de cor de cimentos resinosos duais.
Cardash et al.
10
concluíram que em relação à
microdureza, os cimentos de polimerização dual são superiores aos
fotopolimerizáveis e são indicados para cimentação de porcelanas com
espessuras iguais ou superiores a 2mm.
Por outro lado, em estudo de Uctasli et al.
64
, os
cimentos fotopolimerizáveis apresentaram melhor desempenho que os
de ativação dual.
Segundo Darr e Jacobsen
14
El-Bradawy & El-
Mowafy
16
; El-Mowafy et al.
19
, a polimerização dual foi mais eficiente
do que a polimerização química.
Na leitura imediata, o cimento Bistite II apresentou
maiores médias de microdureza nas condições Sem Barreira (69,91
HV) e com Fragmento Dental (51,73 HV), e a maior média total
(46,36 HV) (Tabela 1). Entretanto, destacou-se pelo seu
137
comportamento instável nas variadas condições experimentais às
quais foi submetida, apresentando desvio padrão de 17,92. O elevado
valor de dureza deste cimento na condição sem barreira pode estar
relacionado ao conteúdo de fotoiniciador e amina e sugere um alto
valor absoluto de dureza do material. Este cimento parece ser mais
bem indicado no modo fotoativado. Cimentos resinosos fotoativáveis
são utilizados para facetas anteriores de porcelana que tem menor
espessura. A espessura de 1mm corresponde à média das espessuras
de facetas de porcelana. As restaurações cerâmicas em dentes
posteriores requerem o uso de cimento resinoso dual
5
.
Jung et al.
30
verificaram que o aumento da espessura
de cerâmica de 1mm para 2mm teve efeito negativo na profundidade
de polimerização e microdureza Vickers do cimento resinoso com
todas as fontes de luz utilizadas na pesquisa (halógena convencional,
halógena de alta intensidade de potência, LED, LED de alta potência e
luz de arco de plasma). O uso do catalisador químico foi
recomendado, ao invés da fotopolimerização unicamente porque
produziu maior dureza e profundidade de polimerização com todas as
fontes utilizadas.
Neste estudo, quando a polimerização foi realizada
através de RC Cesead, a média dos valores de dureza do cimento
Bistite caiu para 28,47 HV (Tabela 1). Este resultado pode sugerir um
fraco mecanismo de polimerização química neste cimento como
verificaram El-Mowafy & Rubo
18
, em 2000.
138
Apesar das maiores médias de microdureza do cimento
Bistite na avaliação imediata sob as condições Sem Barreira e
Fragmento Dental (Tabela 1), este resultado pode não estar
relacionado somente com o grau de polimerização, pois se verificou
uma redução da microdureza na avaliação após armazenamento por 7
dias (Tabela 3). É possível que essa redução esteja relacionada ao seu
baixo grau de polimerização.
Lee e Um
34
avaliaram a reação cinética de
polimerização de cinco marcas comerciais de cimentos resinosos duais
(Bistite, Dual Cement, Scotchbond, Duolink e Duo) após a
interposição de várias espessuras de cerâmica (1, 2 e 4mm) e
observaram que quando foi utilizada a interposição de espessura de
4mm, o tempo de 40s que é o recomendado pelos fabricantes não foi
suficiente para conduzir a polimerização como ocorreu com
espessuras menores. Os autores verificaram que a polimerização pela
reação química adicional, teve pequena extensão; concordando com os
achados de Myers et al.
40
, que para maximizar a polimerização de um
cimento através de overlay, as restaurações devem ser fotoativadas por
pelo menos 60s e que a cimentação de restaurações com espessura
superior a 1mm, deve ser realizada com um cimento de polimerização
dual ou de polimerização química.
Na leitura imediata, os cimentos Enforce e Variolink
apresentaram as médias dos valores muito próximos; respectivamente
139
35,20 HV e 34,53 HV (Tabela 1). As médias dos valores de HV foram
semelhantes para os dois cimentos na condição sem barreira, cujos
valores foram de 44,2 HV para o Enforce e 41,7 HV para o Variolink.
Esses valores aumentaram após 24h para 49,6 HV e 43,6 HV
respectivamente e não sofreram alteração significante após 7 dias de
armazenamento (Tabela 3). A interposição de barreiras reduziu os
valores de HV em relação aos da condição sem barreiras, mas essa
diminuição não foi significante e não houve diferença entre as
barreiras utilizadas. Verificou-se ainda que os dois cimentos
apresentaram valores de microdureza semelhantes com a interposição
de barreiras, em todos os tempos de avaliação.
Dentre os cimentos avaliados por El-Mowafy et al.
19
, o
Enforce apresentou os maiores valores de dureza dos espécimes
polimerizados quimicamente e quando fotopolimerizado através de
cerâmica de 6mm de espessura. Idealmente, os cimentos resinosos de
polimerização dual deveriam ser capazes de obter um grau de
polimerização química não muito inferior ao da polimerização dual.
Com isso, a adequada polimerização através de restaurações em áreas
de difícil alcance para a fonte de luz seria assegurada. O grau de
polimerização está relacionado à formulação do material. Quando uma
quantidade insuficiente de elemento de polimerização química é
incorporada ao material, a dureza máxima do cimento não pode ser
alcançada. O endurecimento insuficiente do cimento pode ocasionar
sensibilidade pós-operatória pela remoção do cimento não
polimerizado, infiltração marginal e cárie.
140
Sigemori et al.
58
, observaram que os fabricantes
mantêm o ativador químico em uma proporção limitada para aumentar
o tempo de trabalho no cimento.
O cimento RelyX ARC apresentou na leitura imediata,
as maiores médias nas condições Cesead (39,20 HV) e Empress
(37,68 HV) e segunda maior em Fragmento Dental (39,03 HV)
(Tabela 1). Além disso, teve o menor desvio padrão geral (3,52). Seu
desempenho foi mais estável. A atenuação da luz pelas barreiras teve
o menor efeito na microdureza do RelyX ARC, sugerindo a presença
de um forte fator químico de polimerização neste cimento. Os
diferentes períodos de avaliação não influenciaram na microdureza
deste cimento. Estas observações vão de encontro com as de Mota et
al.
39
que avaliaram as microfalhas em inlays cerâmicos cimentados
com diferentes cimentos resinosos com interfaces marginais em
esmalte, dentina e cemento. As falhas em esmalte foram
estatisticamente menores que em dentina e cemento. Em esmalte, o
cimento RelyX ARC teve o completo selamento da interface e seu
desempenho foi melhor que o do grupo contrôle cujos dentes foram
restaurados com resina composta. Apesar disso, o RelyX ARC não
teve diferença significante comparado ao Enforce com 70% das
restaurações livres de falhas e restaurações de resina composta P60
com 50%.
141
A RC Cesead foi o fator que mais influenciou na
redução da microdureza nos quatro cimentos avaliados e em todos os
tempos de avaliação. Na leitura imediata (Tabela 1), a média dos
valores HV da condição sem barreira, 48,73 HV foi reduzida para
31,95 na condição Cesead. Tal condição também foi observada em
outros estudos.
Neppelenbroek & Cruz
41
verificaram uma redução
(45%) na dureza do cimento resinoso imediatamente após a
fotopolimerização através de resinas compostas Artglass e Solidex de
2mm de espessura sendo que os valores foram estatisticamente
superiores (60%) após 24h. Esses resultados se aproximam aos do
presente estudo, quanto à redução da microdureza na leitura imediata,
em todos os cimentos, com exceção do RelyX ARC, mas após 24h
esses valores não elevaram.
No estudo realizado por Hofmann et al.
26
, a
interposição de resina composta de 1mm de espessura, reduziu a
intensidade de luz de 70%. A intensidade de luz foi inversamente
proporcional à espessura do espaçador e a total obstrução foi
verificada com 4mm de espessura.
Prinsloo et al.
51
e Braga et al.
8
também observaram
que a intensidade da luz que alcança o cimento é drasticamente
reduzida quando a luz é transmitida através de restauração de resina
composta ou de porcelana. Segundo eles, a intensidade de 600
142
mW/cm
2
pode ser reduzida para 120 mW/cm
2
quando a luz é
transmitida através de uma barreira de porcelana de 2mm de
espessura.
El- Bradawi e El-Mowafi
16
afirmaram ainda que as
resinas compostas transmitem menos a luz que os materiais cerâmicos
da mesma cor.
Segundo Papazoglou et al.
46
a interposição de resina
ou cerâmica aumentou a quantidade de ligações duplas de carbono
para todos os modos de 16% para 44%. A resina composta (Sinfony,
3M/ESPE), induziu efeitos mais negativos comparados aos dois
materiais cerâmicos testados (Empress II, Ivoclar, Vitadur Alpha,
Vident).
As ligações duplas de carbono, indicam o grau de
polimerização ou de conversão dos monômeros nos materiais
resinosos. Portanto, o grau de conversão de materiais resinosos é o
grau em que ligações duplas de carbono (C = C) são convertidas em
ligações simples de carbono (C – C). Para as resinas de polimerização
química, o grau de conversão é influenciado pela composição do
monômero e pela concentração de catalizadores de polimerização
dentro de vários sistemas. Nas resinas fotopolimerizáveis,
normalmente o agente de redução é empregado em adição à
canforoquinona (diquetona), para aumentar a cinética da
polimerização. É conhecido que a diquetona absorve a energia de
143
radiação e é transferida a um estado de excitação. Em um estado de
excitação apropriado, essa diquetona combina com o agente de
redução para formar um estado complexo de excitação (exciplex) que
rompe para liberar os radicais livres
3
.
As condições de barreiras de Fragmento dental e
cerâmica Empress deste estudo, reduziram as médias de valores HV
conforme tabelas 1, 2 e 3, em relação à condição sem barreira, mas
não houve diferença significante entre os cimentos estudados e os
períodos de avaliação. Estes resultados vão de encontro com os
obtidos por Rueggeberg e Caughman
55
que observaram que a
polimerização induzida pela ativação química após a fotoativação não
foi significativa nos cimentos resinosos duais avaliados. Esses autores
demonstraram por meio de conversão de monômero, que o grau de
polimerização observado 10min após a fotoativação não foram
significativamente diferentes dos observados após 24h.
Hasegawa et al.
25
estudaram o endurecimento de três
cimentos resinosos duais sob inlays de resina composta e verificaram
que a polimerização química não promoveu o máximo endurecimento
dos cimentos quando a luz foi atenuada pelo dente e material de
restauração. Segundo os autores, os cimentos duais devem ser tratados
como cimentos fotoativáveis; portanto, o tempo de exposição deve ser
aumentado para compensar a espessura e a opacidade do dente e da
restauração.
144
Neste estudo, os períodos de avaliação de 24h e de 7
dias não tiveram influência nos valores de microdureza (Tabelas 2 e
3). O efeito do armazenamento em saliva artificial não foi avaliado
neste estudo. Esse procedimento foi realizado com o objetivo de
simular as condições bucais. O prognóstico para as restaurações
protéticas está relacionado diretamente com a manutenção da linha de
cimento e agente de união e ambos interagem com a água e a
umidade
38
.
Por outro lado, Shimura et al.
57
verificaram que os
valores de microdureza dos cimentos avaliados não reduziram após o
armazenamento em água.
Nosso estudo pode constatar pela revisão teórica da
literatura pertinente e pela execução prática de nossa metodologia, que
a polimerização de cimentos resinosos duais é influenciada por vários
fatores como cor, opacidade e tipo de material utilizado na confecção
da restauração indireta, o cimento utilizado, a espessura da
restauração, fonte de luz utilizada e tempo de aplicação da luz na
fotoativação, e outros. Devemos ficar atentos às publicações
científicas, pois muito do que o fabricante preconiza não há
fundamentação, como o observado em nosso estudo com relação às
barreiras Inceram alumina/AllCeram e Inceram zircônia/AllCeram,
que impediram a polimerização de todos os cimentos, com uma
fotoativação padrão encontrada nos consultórios brasileiros. Portanto,
a indicação de restauração estética indireta e o procedimento da sua
145
cimentação devem ser realizados com muito cuidado e critério, pois
são fatores fundamentais no sucesso clínico.
Este estudo sugere ainda que mais pesquisas devam ser
realizadas, variando-se a intensidade, duração e local da fotoativação,
bem como outros períodos de armazenamento em função da
confiabilidade longitudinal da cimentação de restaurações indiretas.
146
7 CONCLUSÃO
Diante da metodologia aplicada podemos concluir que:
O Bistite II apresentou maior valor médio de microdureza
quando fotoativado sem barreira, e o menor quando fotoativado
através de resina composta Cesead.
A interposição de resina composta Cesead foi a condição que
teve a maior influência na microdureza do cimento resinoso
dual.
O cimento RelyX ARC foi o cimento que teve um
comportamento mais estável frente à interposição de barreiras.
O cimento resinoso dual não polimeriza adequadamente quando
fotoativado através de cerâmica com alumina ou com zirconia.
Os resultados observados nos diferentes períodos de avaliação,
sugerem a ação limitada do ativador químico de polimerização
dos cimentos duais e a importância da criteriosa fotoativação
durante a cimentação.
147
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156
APÊNDICES
Apêndice A - Dados referentes ao cimento Bistite II
A seguir os valores de microdureza obtidos em cada
período de avaliação e barreiras para o cimento Bistite II
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
70,6 32,1 21,3 23,6
2
67,8 51,3 54,7 24,2
3
71,2 60,4 39,5 39,6
4 64,6 50,7 33,3 26,2
5 68,1 55,3 24,2 23,8
6
70,5 58,0 25,3 37,6
7
66,7 48,2 20,3 46,2
8 68,4 50,3 20,1 40,3
9 69,4 47,3 32,2 37,1
10 69,9 51,6 32,5 41,5
11
79,0 58,1 19,9 42,8
12
72,7 57,5 18,3 41,1
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Bistite II
Médias de 4 leituras para testes com leitura imediata as polimerização
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
70.7 55.6 41.0 36.2
2
68.3 58.6 38.8 42.0
3 75.5 57.2 31.8 31.9
4
70.6 37.1 29.8 33.3
5
74.7 48.6 30.3 41.6
6 76.3 46.1 38.0 43.6
7
78.0 59.0 31.8 48.7
8
72.8 63.4 23.0 46.5
9 73.9 59.7 57.1 37.9
10
76.7 54.3 40.9 35.4
11
73.8 60.7 37.6 45.2
12
75.4 56.5 32.7 43.2
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Bistite II
Médias de 4 leituras para testes com 24h após polimerização
157
Continuação do Apêndice A
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
64.4 34.7 26.4 46.4
2
66.1 52.6 51.3 45.1
3
66.9 56.2 29.3 49.8
4
66.2 45.1 30.6 42.1
5
66.2 54.6 31.5 39.5
6
69.9 49.3 25.3 42.8
7
68.8 40.4 26.9 35.2
8
57.6 48.7 32.7 24.8
9
56.1 49.4 31.1 36.1
10
63.7 48.7 30.5 40.2
11
64.0 53.5 36.0 23.4
12
66.7 56.5 34.2 24.9
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Bistite II
Médias de 4 leituras para testes com 7 dias após polimerização
158
Apêndice B - Dados referentes ao cimento Enforce
A seguir os valores de microdureza obtidos em cada
período de avaliação e barreiras para o cimento Enforce
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
42,2 29,6 29,0 15,4 36,0 13,1
2
43,9 26,3 26,9 15,4 26,2 15,4
3
46,4 33,8 24,2 14,4 31,3 13,8
4 46,1 29,4 27,3 19,4 36,8 14,1
5 43,7 28,3 26,7 20,2 45,6 19,4
6
46,4 33,1 31,4 20,0 35,9 15,3
7
43,6 35,3 34,3 17,8 35,5 14,9
8 44,4 33,5 23,7 18,0 37,0 12,8
9 41,9 28,7 33,3 20,1 26,5 16,4
10 41,0 32,2 32,3 21,2 43,3 12,1
11
48,5 35,1 34,2 19,8 36,4 12,7
12
42,6 34,5 31,9 19,7 33,5 16,2
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Enforce
Médias de 4 leituras para testes com leitura imediata as polimerização
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
44.4 35.8 31.7 16.2 32.2 18.7
2 46.6 35.4 22.2 13.7 29.6 11.8
3
44.6 41.4 34.6 15.0 33.7 14.1
4
0.0 32.9 24.1 19.2 29.5 19.6
5 49.2 33.9 19.2 19.6 24.0 13.4
6
50.1 46.9 17.8 18.0 22.9 18.3
7 51.1 41.8 24.0 19.9 22.3 25.3
8
50.5 41.3 35.0 18.1 32.4 13.5
9
50.6 32.5 36.7 19.1 36.8 18.0
10 52.5 46.3 35.4 21.1 34.0 18.1
11
55.5 43.3 35.3 17.0 33.6 24.4
12
51.5 32.2 33.6 20.0 32.6 14.9
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Enforce
Médias de 4 leituras para testes com 24h após polimerização
159
Continuação do Apêndice B
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
43.8 43.1 33.5 24.2 32.6 26.5
2
45.9 33.3 24.5 18.9 28.3 16.7
3 44.5 36.5 27.4 18.9 36.3 14.6
4
48.7 39.1 26.6 26.6 35.2 20.1
5
50.2 40.0 22.1 17.4 36.7 13.4
6 53.3 43.2 18.8 19.5 35.9 17.5
7
51.1 42.6 27.0 16.4 38.1 21.7
8
51.0 40.2 31.0 17.2 32.2 17.4
9 54.6 40.6 34.3 18.8 35.7 15.8
10
53.3 33.6 30.3 17.0 36.8 13.6
11
49.7 40.9 31.6 22.8 35.4 15.1
12
48.3 41.8 34.7 16.7 34.9 15.6
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Enforce
Médias de 4 leituras para testes com 7 dias após polimerização
160
Apêndice C - Dados referentes ao cimento RelyX ARC
A seguir os valores de microdureza obtidos em cada
período de avaliação e barreiras para o cimento RelyX ARC
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
36,6 44,8 38,1 6,5 35,2 11,3
2
34,5 45,4 34,1 5,7 39,6 8,7
3
38,5 42,4 41,8 14,1 41,3 15,0
4 42,0 37,4 36,7 13,2 43,6 14,9
5 35,8 43,4 41,7 12,6 41,1 13,8
6
38,7 42,2 42,4 12,7 37,9 12,5
7
38,1 39,8 44,2 11,2 38,5
8 37,5 49,3 33,5 10,7 31,0
9 42,2 39,1 37,8 9,8 38,2
10 42,0 40,9 40,4 8,5 34,4
11
40,6 38,8 39,2 35,5
12
41,9 42,8 40,5 35,8
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - RelyX ARC
Médias de 4 leituras para testes com leitura imediata as polimerização
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
40.1 36.2 36.0 17.0 33.6 10.8
2
37.3 36.8 37.0 11.5 37.2 10.2
3 38.5 32.8 37.8 11.7 32.8 12.0
4
39.0 36.2 37.6 11.4 30.0 8.3
5
33.0 38.7 36.9 11.5 33.8 9.2
6 37.9 36.7 35.7 13.9 36.2 18.4
7
38.5 34.2 43.3 20.2 38.7 23.1
8
39.3 44.6 37.5 15.5 36.0 20.1
9 39.8 39.5 35.7 13.3 38.8 20.7
10
39.1 47.5 38.7 11.0 46.2 8.0
11
38.4 42.4 32.9 10.8 40.0
12
40.1 46.6 33.7 13.4 38.7
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - RelyX ARC
Médias de 4 leituras para testes com 24h após polimerização
161
Continuação do Apêndice C
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
34.0 36.0 35.5 12.7 33.3
2
36.9 30.2 39.4 9.6 36.2 12.0
3 38.5 34.5 36.7 13.7 34.5 22.7
4
35.4 32.7 34.9 10.7 35.2 14.5
5
37.7 46.0 38.8 10.5 30.2 12.7
6 38.2 36.2 44.0 10.5 35.7 11.9
7
34.8 37.1 35.0 17.7 14.2
8
30.9 38.8 36.3 12.1 36.7 16.2
9 37.6 40.3 36.0 44.6 33.3 11.6
10
38.4 43.3 37.2 12.2 38.9 10.9
11
36.8 39.5 35.9 11.8 34.1 12.2
12
34.1 40.8 40.3 11.7 36.3
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - RelyX ARC
Médias de 4 leituras para testes com 7 dias após polimerização
162
Apêndice D - Dados referentes ao cimento Variolink II
Valores de microdureza obtidos em cada período de
avaliação e barreiras para o cimento Variolink II
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
41,8 28,9 26,0 20,8 22,4 20,6
2
42,7 36,0 29,3 14,9 27,2 22,8
3
41,2 33,3 29,8 17,5 25,2
4 43,3 36,0 27,5 21,6 19,7 25,1
5 38,1 35,8 30,9 21,8 33,4 21,0
6
42,3 35,5 36,3 17,3 32,4 14,2
7
43,3 39,4 33,0 24,7 35,5
8 43,8 34,6 31,0 20,6 31,0 10,9
9 48,6 38,5 29,7 22,7 35,9 19,4
10 38,4 36,3 29,1 16,7 35,7
11
37,5 34,4 34,2 24,4 33,7
12
39,8 37,5 29,7 27,1 31,8
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Variolink II
Médias de 4 leituras para testes com leitura imediata as polimerização
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
54,2 30,9 31,3 13,9 34,3 12,6
2
44,3 37,7 34,7 22,3 31,6 13,7
3
43,6 35,0 33,5 18,4 30,5 11,2
4 37,7 35,2 33,3 14,1 34,9
5 44,3 35,7 32,1 12,6 34,8
6
43,2 33,7 35,8 20,0 34,6 10,2
7
45,2 32,0 35,1 16,4 38,1 9,7
8 51,1 32,9 30,0 15,7 35,5 12,7
9 38,3 33,9 34,9 17,1 34,6
10 36,4 40,6 32,4 18,8 40,0 15,0
11
42,3 39,8 33,4 15,9 41,2
12
42,6 40,9 29,5 17,8 37,4 11,1
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Variolink II
Médias de 4 leituras para testes com 24h as polimerização
163
Continuação do Apêndice D
Leitura Controle (HV) Dente (HV) Cesead (HV)
In Ceram
Alumina (HV)
Empress (HV)
In Ceram
Zirconia (HV)
1
40.4 36.4 30.0 16.5 33.3 12.6
2
42.6 32.8 32.5 12.9 35.2 13.7
3 44.2 31.7 27.2 11.9 34.0 11.2
4
44.5 34.2 24.9 17.6 35.8
5
44.0 33.3 26.9 17.4 30.8
6 46.0 34.9 30.8 12.5 29.1 10.2
7
45.5 39.7 32.4 11.1 30.5 9.7
8
45.8 35.3 24.9 13.7 29.2 12.7
9 38.2 34.8 26.6 14.8 33.3
10
37.3 35.1 27.9 15.8 37.8 15.0
11
38.7 39.0 30.0 18.4 37.3
12
43.3 33.1 27.9 12.3 37.8 11.1
Dados de microdureza (HV) obtidos no experimento - Variolink II
Médias de 4 leituras para testes com 7 dias após polimerização
164
Umetsubo LS. Microhardness evaluation of four resinous cements,
lightcured through different materials: an in vitro study. [Tese].
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade
Estadual Paulista; 2007.
ABSTRACT
This study evaluated by microhardness tests the curing degree of four dual cured
cements: Bistite II, Enforce, RelyX ARC and Variolink II, lightcured through the
interference of barriers made with materials used in indirect aesthetic
restorations. 72 specimens were made for each cement that was divided into 6
groups, according to the barrier type used in the interference, during the light
activation G1: without barrier; G2: Cesead, a composed resin; G3: Inceram
alumina/Allceram; G4: IPS Empress; G5: Inceram zirconia/Allceram; G6: dental
fragment. The lightcuring was accomplished with a conventional halogen unit,
Optilux 401 (Demetron) with 650 mW/cm2 and the measurements were
accomplished in three periods: immediate, 24hours and 7days, in a
Microhardness Tester FM 700, under loads of 50gf during 15seconds.
Microhardness values were obtained in HV. The averages of the HV values were
submitted to ANOVA and Tukey test. The G3 and G5 groups resulted in deficient
polymerization of the cement, that they didn't allow the accomplishment of the
rehearsals. The Bistite cement had the largest hardness in the control group and
the smallest with the interference of Cesead. RelyX ARC had the stableer values of
microhardness in the analyzed conditions in all of the evaluation periods. Enforce
and Variolink were intermediate and similar amongst them. The interference of
barriers during the lightcuring of dual resinous cements interferes in the
microhardness of the same ones. When a restoration of alumina or zirconia is
used, other polymerization way or cement type should be used.
KEY WORDS: dental cements, hardness, cementation.
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