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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ENGENHARIA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
AVALIAÇÃO DA MANOBRA FISIOTERAPÊUTICA
DE VIBRAÇÃO TORÁCICA
GUARATINGUETÁ
2007
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2
MAURA BERTOLETTI
AVALIAÇÃO DA MANOBRA FISIOTERAPÊUTICA
DE VIBRAÇÃO TORÁCICA
Tese apresentada à Faculdade de
Engenharia do Campus de
Guaratinguetá, Universidade Estadual
Paulista, para a obtenção do título de
Mestrado na área de Projetos.
ORIENTADOR
PROF. DR. JOSÉ GERALDO TRANI BRANDÃO
GUARATINGUETÁ
2007
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3
DADOS CURRICULARES
MAURA BERTOLETTI
NASCIMENTO - 09/02/1975
FILIAÇÃO – Roberto Bertoletti
Elhas Mattocheck Bertoletti
25/12/1996 – Curso de Graduação em Fisioterapia
Universidade Bandeirante de São Paulo
08/12/1998 –
Curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia Respiratória
Universidade Cidade de São Paulo
21/11/1999 – Curso de Formação em Acupuntura
Instituto Brasileiro de Acupuntura e Homeopatia
Associação Brasileira de Acupuntura
4
Dedico este trabalho aos meus pais:
Roberto (em memória) e Elhas, que são os
meus mestres da vida e do amor. Ao
Gabriel, que é a razão do meu viver e
amar.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meu orientador, Prof. Dr. José Geraldo Trani Brandão, pela
colaboração inestimável, não só por esse trabalho, como também por transmitir a mim
seus conhecimentos e a sua amizade.
Ao técnico Walter Luiz Medeiros Tupinambá, pela imensa ajuda,
dedicação, amizade e paciência.
Ao Tiago Bertoletti Canella, sem ele nada seria possível.
Ao Prof. Luiz Fernando Costa Nascimento, pelo carinho e ajuda sempre que
necessário.
Ao Umberto Martins Pires o meu muito obrigado pelo seu apoio e
dedicação.
A todos os fisioterapeutas que colaboraram com este trabalho.
E principalmente a Deus!
6
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.
Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche”
Arnaldo Jabor
7
BERTOLETTI, M.
Avaliação da Manobra Fisioterapêutica de Vibração Torácica.
2007. 75f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) Faculdade de
Engenharia do Camus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista,
Guaratinguetá, 2007.
RESUMO
A vibração torácica é uma técnica de fisioterapia respiratória utilizada para
higienização brônquica, que facilita a remoção da secreção, evitando sua retenção e
danos na função pulmonar, como na troca gasosa. Existe um grande número de
pacientes com problemas respiratórios que se beneficiam desta técnica. O propósito
deste trabalho é justamente analisar e mensurar a freqüência de oscilação da técnica de
vibração torácica, realizada por diversos fisioterapeutas, que atuam em fisioterapia
respiratória ou em outra área da fisioterapia, para que, por meio desses estudos possam
verificar qual a freqüência da técnica de vibração torácica predominante, e se a
freqüência obtida está próxima da freqüência da literatura técnica, uma vez que
existem poucos trabalhos científicos em questão. A freqüência de vibração é medida
em hertz (Hz).
PALAVRAS - CHAVE : Vibração Torácica, Pulmão, Fisioterapia Respiratória e
Freqüência.
8
BERTOLETTI, M.
Evalution of the physiotherapy maneuver of chest vibration
.
2007. 75F. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) Faculdade de
Engenharia do campus de Guaratinguetá, Universidade estadual paulista,
Guaratinguetá, 2007.
ABSTRACT
The chest vibration is a technique of respiratory physiotherapy used in order to
promote a bronquial cleaning, to facilitate the sputum removal of the secretion, preventing its
retention and damages in the pulmonary function as in the gaseous exchange. A great number
of patients with respiratory problems exists that are benefit of this technique. The intention of
this work is exactly to analyze and to measure the frequency of oscillation of the technique of
chest vibration, carried through by diverse physiotherapists, who act with in respiratory
physiotherapy and that they act in another area of the physiotherapy, so that through these
studies can verify which the frequency of the technique of predominant chest vibration
between them, and if the gotten frequency is next to the frequency of literature, technique
exists few scientific works in question. The vibration frequency is measured in hertz (Hz).
KEY - WORDS : Chest vibration, lung, respiratory physiotherapy and Frequency.
9
LISTA DE FIGURAS PÁG.
FIGURA 1 Sistema Respiratório ...............................................................................26
FIGURA 2 Árvore Brônquica ...................................................................................27
FIGURA 3 Laringe, Traquéia e Árvore Brônquica ..................................................29
FIGURA 4 Posicionamento dos Órgãos Respiratórios ............................................ 29
FIGURA 5 Pulmão .................................................................................................. 31
FIGURA 6 – Equipamento Spider 8 e Amplificador para Acelerômetro ................... 49
FIGURA 7 – Acelerômetro KB35 com adaptador de couro e fivela .......................... 49
FIGURA 8 – Fixação do Acelerômetro na mão direita do fisioterapeuta ................... 51
FIGURA 9 – Orientação para o profissional fisioterapeuta para os testes .................. 51
FIGURA 10 – Realização dos testes de Vibração Torácica ....................................... 52
FIGURA 11 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 6
(atua em fisioterapia respiratória e é do sexo feminino)
e sujeito I .............................................................................................. 55
FIGURA 12 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 6
(atua em fisioterapia respiratória e é do sexo feminino)
e sujeito II ............................................................................................55
FIGURA 13 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 6
(atua em fisioterapia respiratória e é do sexo feminino)
e sujeito III ............................................................................................55
FIGURA 14 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 15
(atua em outra área da fisioterapia e é do sexo feminino)
e sujeito I ............................................................................................. 56
FIGURA 15 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 15
(atua em outra área da fisioterapia e é do sexo feminino)
e sujeito II ............................................................................................ 56
FIGURA 16 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 15
(atua em outra área da fisioterapia e é do sexo feminino)
e sujeito III .......................................................................................... 56
10
FIGURA 17 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 2
(atua em fisioterapia respiratória e é do sexo masculino)
e sujeito I .............................................................................................. 57
FIGURA 18 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 2
(atua em fisioterapia respiratória e é do sexo masculino)
e sujeito II ............................................................................................57
FIGURA 19 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 2
(atua em fisioterapia respiratória e é do sexo masculino)
e sujeito III ............................................................................................57
FIGURA 20 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 11
(atua em outra área da fisioterapia e é do sexo masculino)
e sujeito I ............................................................................................. 58
FIGURA 21 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 11
(atua em outra área da fisioterapia e é do sexo masculino)
e sujeito II ............................................................................................ 58
FIGURA 22 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 11
(atua em outra área da fisioterapia e é do sexo masculino)
e sujeito III .......................................................................................... 58
11
LISTA DE TABELAS PÁG.
TABELA 1 – Classificação dos adultos de acordo com o IMC....................................36
TABELA 2 – Média das freqüências de Vibração Torácica obtidas
entre os fisioterapeutas voluntários e sujeitos I a III...............................59
TABELA 3 – Valores médios, desvios padrão (dp), mínimo e máximo,
das freqüências de oscilação, em hertz, da técnica de
vibração, realizada entre profissionais de fisioterapia
do sexo feminino e masculino, com os respectivos p............................60
TABELA 4 – Valores médios, desvios padrão (dp), mínimo e máximo,
das freqüências de oscilação, em hertz, da técnica de
vibração, realizada entre profissionais de fisioterapia com
relação aos três tipos de tórax distintos dos sujeitos I, II
e III com os respectivos p.......................................................................61
TABELA 5– Valores médios, desvios padrão (dp), mínimo e máximo,
das freqüências de oscilação, em hertz, da técnica de
vibração, realizada entre fisioterapeutas que atuam com
fisioterapia respiratória e fisioterapeutas que atuam em
outras áreas de fisioterapia, com os respectivos p...................................61
TABELA 6 – Tabela 6 – Valores médios, desvios padrão (dp), mínimo e
máximo, das freqüências de oscilação, em hertz, da técnica
de vibração, realizada entre fisioterapeutas que atuam com
fisioterapia respiratória e fisioterapeutas que atuam em
outras áreas de fisioterapia, com relação aos três tipos de
tórax distintos dos sujeitos I, II e III, com os respectivos p...................62
12
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................. 15
LISTA DE SÍMBOLOS .............................................................................................. 16
CAPÍTULO 1
1 INTRODÃO ................................................................................................... 17
1.1 – FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ....................................................................17
1.1.1 Técnica de Vibração Torácica ......................................................................
18
1.2 – OBJETIVO ......................................................................................................... 23
1.3 – ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO...................................................................23
CAPÍTULO 2
2 - MÉTODO .............................................................................................................. 25
2.1 ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................ 25
2.1.1 Traquéia ......................................................................................................... 25
2.1.2 Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos .............................................................. 27
2.1.3 Pulmão .............................................................................................................30
2.1.4 Músculos ..........................................................................................................32
2.2 MECANISMO DA RESPIRAÇÃO ....................................................................33
2.2.1 Inspiração ........................................................................................................33
2.2.2 Expiração .........................................................................................................34
2.2.3 Ventilação Alveolar ........................................................................................
34
2.2.4 Atividade Mucociliar ..................................................................................... 35
2.3 OBESIDADE ......................................................................................................35
2.3.1 Índice de Massa Corpórea .............................................................................36
2.3.2 – Risco relativo de problemas de saúde associados à obesidade....................
37
2.3.3 Doenças pulmonares associados a obesidade ...............................................37
13
2.4 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA ....................................... 38
2.4.1 Fisiopatologia ................................................................................................. 39
2.4.2 Sinais e sintomas clínicos ..............................................................................39
2.4.3 Tabagismo e DPOC ........................................................................................40
CAPÍTULO 3
3 VIBRAÇÃO ..........................................................................................................42
3.1- UNIDADES DE MEDIÇÃO ................................................................................42
3.2 ACELERÔMETRO PIEZOELÉTRICO .............................................................43
3.2.1 Configurações práticas de Acelerômetro......................................................44
3.2.2 Tipos de Acelerômetro ...................................................................................44
3.2.3 – Faixa de freqüência e montagem do Acelerômetro .....................................45
3.2.4 Pré-Amplificador de Acelerômetro ...............................................................46
CAPÍTULO 4
4 - PROCEDIMENTO .................................................................................................48
4.1 Procedimento experimental ..............................................................................49
CAPÍTULO 5
5 RESULTADOS ................................................................................................... 54
CAPÍTULO 6
6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES....................................................................... 64
CAPÍTULO 7
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 69
14
ANEXOS
.................................................................................................................... 73
ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO............ 73
ANEXO B - CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA ............. 74
ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO DO FISIOTERAPEUTA .............. 75
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANOVA – Analysis of Variance
C – Celsius
CEP – Comitê de Ética
cm – Centímetro
CO
2
Gás Carbono
dp – Desvios Padrão
DP – Drenagem Postural
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
F - Feminino
Hz – Hertz
IMC – Índice de Massa Corpórea
kgf – Quilograma Força
M – Masculino
ml – Mililitros
p Nível de Significância
UNESP – Universidade Estadual Paulista
UNITAU – Universidade de Taubaté
VR – Volume Residual
16
LISTA DE SÍMBOLOS
% - Porcentagem
α - Alfa
< - Menor
17
CAPÍTULO 1
1 – INTRODUÇÃO
O fisioterapeuta assume na atualidade uma posição da maior importância
clínica, frente ao aparecimento de complicações pulmonares que estão relacionadas à
obstrução brônquica. Fatores como tabagismo contribuem diretamente para o aumento
da incidência de diversos tipos de enfermidades respiratórias.
São diversas as técnicas de fisioterapia respiratória utilizadas, neste
trabalho, foi analisada a vibração manual torácica e sua freqüência de oscilação,
realizada por diversos fisioterapeutas, em diversos tipos de tórax, como do sujeito
portador de DPOC; o tórax do sujeito sem comprometimento pulmonar aparente,
(normal) e do sujeito obeso.
1.1 - FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
Um dos princípios básicos da fisioterapia respiratória é a facilitação do
clearance mucociliar; as manobras de desobstrução brônquica fazem parte de uma
série de procedimentos que visam este objetivo. O conhecimento da fisiopatologia da
ausculta pulmonar é importante para selecionar os pacientes que apresentam ruídos
adventícios por retenção de secreções e daqueles provocados por perda de tração
elástica do parênquima pulmonar. Ambos serão beneficiados com essas manobras.
(Azeredo, 1996). A fisioterapia do tórax não é uma entidade por si própria, mas sim
uma variedade de técnicas as quais podem ser usadas individualmente ou em várias
combinações, dependendo das condições do paciente que esta sendo tratado. (Gallon,
1991).
Uma das atuações da fisioterapia respiratória é no tratamento de sujeitos
portadores de patologias com produção aumentada de secreção, para facilitar a
18
remoção da mesma, evitando sua retenção e prejuízo da função pulmonar. As
secreções aumentam a resistência ao fluxo aéreo, dificultam as trocas gasosas e tornam
excessivo o trabalho dos músculos respiratórios. (Azeredo, 1996). A retenção de
secreções pode interferir na ventilação e difusão de oxigênio e dióxido de carbono. Se
as técnicas de remoção adequadas forem aplicadas, podem otimizar as capacidades de
ventilação e conseqüentemente as trocas gasosas. (Sullivan; Schmitz, 2004).
1.1.1 – Técnica de Vibração Torácica
A vibração é uma das técnicas utilizadas pelo fisioterapeuta para acelerar o
desprendimento e movimento das secreções e tampões mucosos nas vias aéreas
condutoras. (Irwin; Tecklin, 2003). Constitui uma pressão intermitente que se executa
sobre a parede do tórax durante a expiração, através de contrações isométricas
repetidas do ombro e membro superior. A freqüência com que a técnica é realizada
gira em torno de 12 a 16 Hz. (Pavia, 1990). São relatadas freqüências de 12 a 20 Hz
para vibração manual. (Irwin; Tecklin, 2003). O sujeito pode ser orientado no sentido
de fazer uma inspiração profunda, mantê-la por alguns segundos e iniciar a vibração
neste período, prosseguindo durante todo o tempo expiratório. O vibrador mecânico
também pode ser utilizado em movimentos rotatórios. (Azeredo, 1996). Cinco a sete
tentativas de vibração bastam para acelerar a remoção de secreções por meio do
sistema de transporte mucociliar e evitar uma possível hiperventilação. (Sullivan;
Schmitz, 2004). A vibração manual é mais efetiva quando alternada em cada um dos
hemitórax, sendo o decúbito eletivo o lateral. (Azeredo; Polycarpo; Queiroz, 2000).
A vibração consiste em um movimento fino e de oscilação rápida, da parede
torácica, com os dedos e a palma da mão em contato com está, sendo a maioria da
força vibratória exercida através dos dedos. Essa pressão leve na parede do tórax
durante a expiração aumentará o nível de fluxo expiratório, o que pode auxiliar na
19
depuração mucociliar. (Ellis; Alison, 1997). Trabalhos adicionais necessitam ser
realizados quanto à freqüência da vibração. (Pryor; Webber, 2002).
Os autores Rossman et al, (1981), estudaram a efetividade de alguns dos
componentes da fisioterapia do tórax na remoção das secreções do pulmão de 6
indivíduos com fibrose cística, os quais foram monitorados durante 40 minutos após
inalação, tosse espontânea, drenagem postural (DP), DP mais percussão mecânica,
manobras combinadas (DP, respiração profunda com vibração e percussão) e tosse
rigorosa dirigida. Entretanto, não observaram diferenças significativas entre essas
técnicas. Concluíram que sessões de tosse podem ser tão efetivas como as terapias
administradas de fisioterapia na remoção de secreções pulmonares. As sessões
freqüentes de tosse espontânea direcionadas são potencialmente mais úteis.
Estudos sobre técnicas de fisioterapia do tórax incluem percussão, DP,
vibração e aumento de manobras de tosse, e foram realizados por Kirilloff et al,
(1985). Em geral, o objetivo destas intervenções são melhorar a limpeza mucociliar,
aumentar o volume de catarro expectorado e melhorar
20
drenagem postural, não evidenciando que as cnicas de fisioterapia do tórax
aumentam a limpeza traqueobronquial.
Sutton (1988), afirma que a fisioterapia do tórax deve ser realizada em
pacientes com catarro, e deve-se incorporar a técnica de expiração forçada com DP e
uso de agentes adrenérgicos inaláveis. Relata que a percussão e vibração tem como
finalidade soltar as secreções respiratórias, aplicando-se uma freqüência variável e
amplitude à parede do tórax. Não se sabe se esta força é transmitida para as vias aéreas
ou se o processo tenta estabelecer vibrações que são aumentadas pela ressonância
natural do pulmão. Não obstante, Murray, apud Sutton, resume a posição presente,
expondo que “Quando a doença não é caracterizada por excesso de secreções
respiratórias, então a fisioterapia do tórax não possui parte nesta administração”.
Aqueles pacientes que não possuem secreções em excesso (superior a 30 gramas por
dia), provavelmente não obtêm benefícios da fisioterapia do tórax.
Segundo Pavia (1990), a revisão de dados mostra que a fisioterapia
respiratória é efetiva na limpeza de secreções dos pulmões de pacientes com secreções
excessivas superiores a 30 ml. Maxell e Redmond, apud Pavia, reportaram a nenhuma
diferença entre percussão manual e mecânica em criança com fibrose cística. Estudos
realizados por Sutton, apud Pavia, usando a técnica de radioaerossol, demonstrou que
a adição da vibração ou percussão e drenagem postural não melhoraram
adicionalmente a limpeza.
Cristiano e Schwartzstein (1997), observaram que a vibração dos músculos
inspiratórios da parede do tórax durante a inspiração (em fase) reduz a falta de ar
associada com hipercapnia e carga resistida em pacientes normais e em pacientes com
DPOC em repouso. Usaram dois protocolos: um com hipercapnia de estado fixo, e
outro exercício com ergômetro de extremidade baixa. Seus resultados demonstraram
que a vibração em fase da parede do tórax reduziu significativamente o desconforto
respiratório associado a hipercapnia de estado fixo em sujeitos com DPOC. Durante
exercícios com ergômetro de extremidade inferior, entretanto, a vibração da parede do
21
tórax em fase, quando comparada às condições de controle, não reduziu
significativamente o desconforto respiratório.
Segundo Edo et al, (1998), a estimulação vibratória aplicada à parede do
tórax durante inspiração reduz a intensidade de falta de ar, enquanto que o mesmo
estímulo durante a expiração não tem efeito ou pode aumentar a falta de ar (durante
resposta ventilatória de hipercapnia). Dois vibradores foram colocados bilateralmente
no segundo ou terceiro espaço intercostal, com uma faixa de borracha, e outros dois
vibradores similares foram colocados do sétimo para o nono espaço intercostal. A
freqüência de vibração aplicada foi de 100 Hz. Os resultados mostram que, com cargas
resistidas, a vibração em fase diminui significativamente a falta de ar, enquanto a
pressão de oclusão bucal e a ventilação permaneceram inalteradas em um determinado
nível de CO
2
.
Nos estudos realizados por Binks et al, (2001), dois estímulos vibratórios
foram independentemente aplicados a quatro posições da parede torácica. Durante a
inspiração sustentada, o vibrador foi segurado sobre cada local enquanto a pessoa abria
e fechava a faringe. A pressão das vias aéreas foi medida na boca, e mostrou que
oscilações de pressões ocorreram na mesma freqüência das do vibrador. Estes dados
demonstraram que a vibração sobre a parede do rax causa também a vibração do
pulmão, e pode excitar potencialmente os receptores intrapulmonares. Foram usados
dois vibradores de 105 e 120 Hz. Diferenças individuais em cada localização do
vibrador produziram a maior oscilação, o que ocorreu talvez devido a diferenças
morfológicas, tais como: gordura subcutânea e distribuição muscular. Até agora não
tem havido evidência direta demonstrando que esta maneira de vibração da parede do
tórax alcance as vias aéreas. O mecanismo fisiológico atrás do efeito de vibração está
na atividade aferente da parede do tórax.
Foram estudados pacientes com queixa de falta de ar e portadores de
DPOC, por Fujie et al, (2002). Dois vibradores foram colocados bilateralmente no
segundo ou terceiro espaço intercostal na região paraesternal, e outros dois vibradores
22
foram colocados similarmente no sétimo e nono espaços intercostais, anterior a linha
axilar média. Os vibradores foram fixados utilizando um colete, e presos por tiras de
velcro. Os dois pares foram sincronizados de acordo com a fase respiratória, utilizando
um sinal de medidor de fluxo, e a vibração (100 Hz). As vibrações superiores foram
ativadas para atuar durante a inspiração e as vibrações inferiores, na expiração. Seus
resultados demonstraram que a vibração da parede do tórax na fase inspiratória reduziu
a dispnéia durante o exercício com carga constante apenas sobre limiar anaeróbico, em
pacientes com DPOC. A vibração da parede do tórax em fase foi mais efetiva em
pacientes com DPOC severo, e teve pouco benefício para aqueles pacientes com
DPOC menos severo.
Os mesmos autores Salisbury et al, (2003), dividiram os pacientes em dois
grupos: o primeiro grupo formado por oito adultos, segurando a inspiração e medindo
o desconforto respiratório. A vibração foi aplicada separadamente em quatro partes do
tórax, usando-se duas amplitudes; o segundo grupo, nove adultos mecanicamente
ventilados, com a vibração entre o 2
o
e o 3
o
espaços intercostais, freqüência entre 105
e 120 Hz. Eles observaram que a vibração sobre a parede do tórax fez com que o
pulmão vibrasse também, como indicado por oscilações de pressões das vias aéreas
superiores na freqüência da vibração. Concluíram que a vibração mecânica na parede
do tórax não alivia a falta de ar.
23
1.2 – OBJETIVO
O objetivo deste estudo é detectar e analisar a freqüência de oscilação da
técnica de vibração torácica, realizada por diversos fisioterapeutas, em três tipos de
tórax: um tórax de um sujeito portador de doença pulmonar obstrutiva crônica e
tabagista; de um sujeito obeso, não tabagista e não portador de DPOC; e de um sujeito
não fumante, não portador de DPOC e não obeso.
Comparações dos resultados da freqüência de vibração torácica obtida com
a freqüência de vibração existentes na bibliografia serão feitas.
1.3 - ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Este trabalho é composto por cinco Capítulos, cuja sinopse é descrita a
seguir.
Capítulo 1 – Introdução
A parte introdutória foi responsável pelo objetivo e proposta do estudo,
além das citações de artigos encontrados sobre a fisioterapia respiratória, enfatizando a
técnica de vibração torácica e fisioterapia respiratória.
Capítulo 2 – Método
Este capítulo consiste na descrição detalhada sobre as partes relacionadas
neste trabalho, tais como anatomia e fisiologia pulmonar e patologias em estudo como
DPOC e obesidade.
24
Capítulo 3 – Vibração
Neste capítulo é relatado a parte informativa sobre a vibração,
acelerômetros piezoelétricos que são utilizados para as medições da técnica de
vibração torácica.
Capítulo 4 – Procedimento
O Capítulo 4 consiste na parte prática do trabalho. São relatadas as partes
experimentais, desde a seleção de fisioterapeutas e pacientes até as aquisições dos
dados propriamente ditos.
Capítulo 5 – Resultados
Reúne os resultados obtidos ao término dos testes realizados na parte
prática do trabalho, juntamente com os seus gráficos e freqüências predominantes de
vibração torácica.
Capítulo 6 – Discussões e Conclusões
Comenta esses resultados obtidos, chegando a uma conclusão final.
25
CAPÍTULO 2
2 – MÉTODO
2.1 - ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
2.1.1 – Traquéia
À laringe segue-se a traquéia, estrutura cilindróide constituída por uma série
de anéis cartilagíneos incompletos, em forma de C, sobrepostos e ligados entre si pelos
ligamentos anulares. A parede posterior, desprovida de cartilagem, constitui a parede
membranácea da traquéia, que apresenta musculatura lisa, o músculo traqueal. Tal
como ocorre em outros órgãos do sistema respiratório, as cartilagens da traquéia
proporcionam-lhe rigidez suficiente para impedi-la de entrar em colapso, e ao mesmo
tempo, unidas por tecido elástico, fica assegurada a mobilidade e flexibilidade da
estrutura que se desloca durante a respiração e com os movimentos da laringe.
(Dângelo; Fattini, 2002).
A traquéia é um tubo de aproximadamente 2,5 cm de diâmetro e 11 cm de
comprimento. Estende-se desde a laringe até o nível da sexta vértebra torácica, onde
ela se divide em brônquios principais direito e esquerdo. (Spence,1991). A traquéia é
revestida por uma membrana mucosa de epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado
que contém numerosas glândulas mucosas, como os cílios se movem para cima, eles
tendem a carregar partículas estranhas e excessiva secreção mucosa para fora, desde
os pulmões até a faringe, onde eles são deglutidos. (Spence,1991). A figura a seguir
nos mostra o Sistema respiratório, os pulmões estão fixados em expiração e rodados
lateralmente, para uma melhor visualização dos órgãos correspondentes, a hemicabeça
esquerda está rodada lateralmente.
26
Figura 1 – Sistema Respiratório. (Rohen et al, 2002).
01- Seio esfenoidal 17- Seio frontal
02- Óstio faríngeo da tuba auditiva 18- Concha nasal superior
03- Medula espinal 19- Concha nasal média
04- Dente de áxis 20- Concha nasal inferior
05- Parte oral da faringe (istmo da fauce) 21- Palato duro
06- Cartilagem epiglótica 22- Palato mole com úvula palatina
07- Adito da faringe 23- Língua
08- Esôfago 24- Prega vocal
09- Lobo superior do pulmão direito 25- Laringe
10- Veia ázigo 26- Traquéia
11- Ramo da artéria pulmonar 27- Lobo superior do pulmão esquerdo
12- Brônquio principal direito 28- Artéria pulmonar esquerda
13- Bifurcação da traquéia 29- Brônquio principal esquerdo
14- Tributárias das veias pulmonares direitas 30- Veias pulmonares esquerdas
15- Lobo médio do pulmão direito 31- lobo inferior do pulmão esquerdo
16- Lobo médio do pulmão direito
27
2.1.2 – Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos
Quando a traquéia passa atrás do arco da aorta, ela se divide em dois ramos
curtos: os brônquios principais direito e esquerdo. (Spence, 1991). O brônquio
principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo que o esquerdo. Como
resultado, os objetos estranhos nas vias aéreas têm mais probabilidade de penetrar e se
alojar no brônquio principal direito que no esquerdo. (Tortora, 1997). Cada brônquio
principal (ou primário), divide-se em ramos ainda menores, os brônquios lobares (ou
secundários), um para cada lobo do pulmão. Estes brônquios, por sua vez, dividem-se
em muitos brônquios segmentares (ou terciário), que continuam se dividindo até
formar os finíssimos bronquíolos. Estes dividem-se muitas vezes, formando os
bronquíolos terminais, cada um dos quais origem a diversos bronquíolos
respiratórios. Estes subdividem-se em vários ductos alveolares que terminam em
diminutos sacos de paredes finas, os alvéolos pulmonares. Freqüentemente diversos
alvéolos abrem-se numa câmara comum chamada saco alveolar. (Spence, 1991).
Vê-se assim, que cada brônquio principal origem no pulmão a uma série
de ramificações conhecidas, em conjunto, como árvore brônquica. (Dângelo; Fattini,
2002). A quantidade de sacos alveolares e o sistema de tubos brônquios através dos
quais o ar passa para atingir os alvéolos aos pulmões a sua textura
esponjosa.(Spence, 1991).
Em seguida, representado pela figura 2, encontramos a Árvore bronquial
(vista anterior), seu tecido pulmonar retirado, tendo a mostra os segmentos
broncopulmonares. E as figuras 3 e 4, exemplifica a forma da Laringe, traquéia e
árvore brônquica em seu conjunto, juntamente com posicionamento dos órgãos
respiratórios dentro do corpo humano.
28
Figura 2 – Árvore Brônquica. (Rohen et al, 2002).
1 a 10 – Segmentos broncopulmonares
12 – Brônquio principal direito
13 – Bifurcação da traquéia
26 – Traquéia
29 – Brônquio principal esquerdo
29
Figura 3 – Laringe, traquéia e árvore brônquica. Figura 4 – Posicionamento dos órgãos respiratórios
(Rohen et al, 2002). (Rohen et al, 2002).
01- Cavidade nasal 14- Brônquio principal esquerdo
02- Faringe 15- Brônquios segmentares broncopulmonares
03- Laringe (cartilagem tireóidea) 16- Lobo inferior do pulmão esquerdo
04-Traquéia 17- Arco nasal
05- Lobo superior do pulmão direito 18- Osso hióide
06- Lobo superior do pulmão direito 19- Brônquio lobar superior direito
07- Brônquio principal direito 20- Brônquio lobar médio direito
08- Fissura horizontal (pulmão direito) 21- Brônquio lobar inferior direito
09- Lobo médio do pulmão direito 22- Brônquio lobar superior esquerdo
10- Fissuras oblíquas dos pulmões 23- Brônquio lobar inferior esquerdo
11- Lobo inferior do pulmão direito 24- Brônquios segmentares
12- Clavícula 25- Ramos de artérias pulmonares
13- Lobo superior do pulmão esquerdo 26- Ramos de veias pulmonares
30
2.1.3 - Pulmão
Os pulmões, direito e esquerdo, órgãos principais da respiração, estão
contidos na cavidade torácica e entre eles uma região mediana denominada
mediastino, ocupada pelo coração, os grandes vasos e alguns dos seus ramos
proximais, o esôfago, parte da traquéia e brônquios principais, além de nervos e
linfáticos. (Dângelo; e Fattini, 2002). Cada pulmão é envolvido por um saco de
paredes duplas chamado pleura. Ambas as camadas da pleura são formadas por
membrana serosa. A porção da pleura que adere firmemente aos pulmões é a pleura
visceral (ou pulmonar), a porção que reveste as paredes da cavidade torácica é a pleura
parietal. (Spence, 1991).
Cada pulmão é dividido em lobos superior e inferior por uma fissura
oblíqua. O pulmão direito é ainda dividido por uma fissura horizontal que delimita um
lobo médio. Assim, o pulmão direito tem três lobos, enquanto o esquerdo tem dois.
(Spence, 1991). Os pulmões estendem-se do diafragma até um pouco acima das
clavículas e estão justapostos às costelas. A porção inferior larga do pulmão é a base.
A porção superior estreita do pulmão é a ápice. O hilo é uma área na face medial
através da qual os brônquios, os vasos pulmonares, os vasos linfáticos e os nervos
entram e saem do pulmão. (Tortora, 1997). A figura 5 ilustra o Pulmão direito e
esquerdo em sua vista lateral.
31
Figura 5 – Pulmão. (Rohen et al, 2002).
1 – Ápice do pulmão
2 – Lobo superior do pulmão direito
3 – Fissura horizontal do pulmão direito
4 – Fissura oblíqua do pulmão direito
5 – Lobo médio do pulmão direito
6 – Lobo inferior do pulmão direito
7 – Margem inferior
8 – Lobo superior do pulmão esquerdo
9 – Face costal com impressões das costelas
10 – Fissura oblíqua do pulmão esquerdo
11 – Lobo inferior do pulmão esquerdo
32
2.1.4 – Músculos
Os músculos utilizados na inspiração incluem o diafragma, os músculos
intercostais externos, os esternocleidomastóideos e os escalenos. Os músculos
utilizados na expiração incluem os intercostais internos e os abdominais. (Silverthorn,
2003).
O diafragma é o principal músculo responsável pela respiração calma.
(Spence, 1991). O diafragma é classicamente descrito como um músculo delgado e
achatado, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Ele tem a forma de
uma cúpula côncava na parte de baixo, esta cúpula é mais alta à direita do que à
esquerda, e na fase da inspiração eleva-se até a altura do quinto arco costal, à direita, e
do sexto arco, à esquerda. (Campignion, 1996).
O diafragma é perfurado por um certo número de aberturas que permitem a
passagem de estruturas entre o tórax e o abdome. As maiores aberturas são para a
aorta, a veia cava e o esôfago. Sua origem: no processo xifóide; face interna das seis
33
Os músculos esternocleidomastóideo e os escalenos (anterior, médio e
posterior), são músculos acessórios da inspiração, o esternocleidomastóideo eleva o
esterno, já os escalenos elevam e fixam as costelas superiores. (John; e Frank, 2004).
Os músculos abdominais (Reto do abdome, oblíquo externo do abdome,
oblíquo interno do abdome e transverso do abdome), participam da expiração ativa,
eles abaixam as costelas inferiores, comprimem o conteúdo abdominal, deslocando
para cima o diafragma. (John; e Frank, 2004).
2.2 - MECANISMOS DA RESPIRAÇÃO
A ventilação pulmonar (respiração) é o processo pelo qual os gases são
trocados entre a atmosfera e os alvéolos do pulmão. O ar flui entre a atmosfera e os
pulmões porque existe uma diferença de pressão entre eles. Nós inspiramos quando a
pressão dentro dos pulmões é menor que a pressão do ar na atmosfera. Nós expiramos
quando a pressão dentro dos pulmões é maior que a pressão na atmosfera. A ventilação
pulmonar envolve duas fases: a inspiração e a expiração. (Tortora, 1997).
2.2.1 - Inspiração
Se refere aos movimentos do ar em direção aos pulmões. O diafragma se
contrai, se achata, abaixando sua cúpula, esta ação aumenta a dimensão longitudinal da
cavidade torácica.(Spence, 1991). Os músculos intercostais externos e os escalenos se
contraem e empurram as costelas para cima e para fora. O movimento das costelas
durante a inspiração tem sido relacionado com uma bomba de ar (as costelas se
movimentam para cima e em direção á coluna vertebral) e a um movimento de alça de
balde (as costelas movem-se para fora em direção lateral). A combinação destes dois
34
movimentos faz com que a caixa torácica mova-se em todas as direções. Como o
volume da caixa torácica aumenta, a pressão diminui e o ar flui para dentro dos
pulmões. (Silverthorn, 2003).
2.2.2 – Expiração
Se refere aos movimentos do ar para fora dos pulmões. Quando os
músculos envolvidos na inspiração se relaxam, a retração elástica dos pulmões, a
parede torácica e as estruturas abdominais retornam as costelas e o diafragma à sua
posição de descanso. (Spence, 1991). A expiração normal, ao contrário da inspiração,
é um processo passivo pois não contrações musculares envolvidas. Estes
movimentos diminuem o tamanho da cavidade torácica. (Tortora, 1997).
2.2.3 – Ventilação Alveolar
A finalidade última da ventilação é continuamente renovar o ar nas áreas de
trocas do pulmão, nas quais o ar se encontra próximo do sangue capilar. Essas áreas
são os alvéolos, os sacos alveolares, os ductos alveolares e os bronquíolos
respiratórios. A intensidade de renovação do ar nessas áreas é chamada de ventilação
alveolar. Parte do ar que uma pessoa respira jamais alcança as áreas onde ocorrem as
trocas gasosas, preenchendo apenas as vias aéreas onde não ocorrem trocas, como o
nariz, a faringe e a traquéia. Esse ar é chamado de ar do espaço morto, pois não é útil
para o processo de trocas gasosas. (Guyton; Hall, 1997).
O oxigênio que se movimenta a partir da atmosfera para a superfície de
troca nos alvéolos é somente o primeiro passo da respiração externa. O próximo
deverá ser a troca normal de gás por meio da interface alvéolo-capilar. Finalmente, o
fluxo de sangue (perfusão) que passa no alvéolo deve ser adequado para pegar o
oxigênio disponível. A associação da ventilação dentro de grupos de alvéolos com o
35
fluxo sangüíneo que passa por estes alvéolos é um processo de duas etapas que
envolve a regulação local tanto do fluxo de ar quanto do fluxo sangüíneo. (Silverthorn,
2003).
2.2.4 - Atividade Mucociliar
A atividade mucociliar exerce papel protetor ao longo de todo o percurso
das vias respiratórias, começando pela cavidade nasal até a última ramificação
brônquica. Essa é contemporaneamente relacionada à produção de muco e ao seu
transporte mediante o batimento ciliar. Para o desempenho da atividade mucociliar, ao
longo das vias respiratórias altas e baixas, concor
36
2.3.1 - IMC – Índice de Massa Corpórea
O IMC é um índice simples que relaciona peso e estatura, comumente utilizado
para classificar abaixo do peso, sobrepeso e obesidade. Ele é definido como o peso em
quilograma força dividido pelo quadrado da estatura em metros (peso em kgf/(altura)²em
metros). Conforme mostra a Tabela I a seguir. (Organização Mundial da Saúde, 2004).
TABELA I - CLASSIFICAÇÃO DOS ADULTOS DE ACORDO COM O IMC *
_________________________________________________________________________
CLASSIFICAÇÃO IMC RISCO DE CO-MORBIDADES
Abaixo do peso Menor 18,50 Baixo
Variação normal 18,50 – 24,99 Médio
Sobrepeso: Maior/igual 25,00
Pré obeso 25,00 – 29,99 Aumentado
Obeso classe I 30,00 – 34,99 Moderado
Obeso classe II 35,00 – 39,99 Grave
Obeso classe III Maior/igual 40,00 Muito grave
* Fonte – (Organização Mundial da Saúde, 2004).
O IMC fornece a medida mais útil, embora grosseira, de obesidade em
relação à população. Os indivíduos obesos com excesso de gordura nos depósitos
intra-abdominais estão em risco particular de conseqüências adversas de saúde da
obesidade. Portanto, a medida da circunferência abdominal fornece um método
simples e prático para identificar pacientes acima do peso com maior risco de
enfermidade associada à obesidade em função da distribuição de gordura abdominal.
37
Os métodos adicionais disponíveis para a caracterização mais detalhada do
estado obeso incluem métodos de medida de composição corpórea (pesagem debaixo
da água), determinação da distribuição anatômica corpórea (imagem de ressonância
magnética), medida de ingestão de energia (registro dietético prospectivo) e gasto de
energia (água duplamente marcada). Entretanto os custos de tais técnicas e as
dificuldades práticas envolvidas na sua aplicação limitam sua utilidade para pesquisa.
(Organização Mundial de Saúde, 2004).
2.3.2- Risco relativo de problemas de saúde associados à obesidade
Os problemas de saúde não fatais, porém debilitantes, associados a
obesidade incluem dificuldades respiratórias, problemas músculoesqueléticos crônicos,
problemas de pele e infertilidade. Os problemas crônicos de saúde de maior ameaça à
vida associados a obesidade são problemas cardiovasculares, inclusive hipertensão,
acidente vascular cerebral e doença da artéria coronária; diabetes melitus; alguns tipos
de câncer, como os hormonalmente relacionados e colicistopatias. (Organização
Mundial de Saúde, 2004).
2.3.3 - Doenças pulmonares associados a obesidade
A obesidade prejudica a função e a estrutura respiratória, tendo prejuízos
fisiológicos e fisiopatológicos. O esforço para respirar com a obesidade,
principalmente como resultado da inflexão extrema da caixa torácica, conseqüente ao
acúmulo de tecido ao redor das costelas, no abdome e diafragma. A hipoxemia é
parcialmente porque o baixo volume de relaxamento faz com que a ventilação ocorra
em volumes abaixo do volume de fechamento (exacerbada quando se deita por causa
da redução de capacidade residual). A apnéia do sono ocorre em mais de 10% dos
homens e mulheres com IMC de 30 ou maior; 65 a 75% dos indivíduos com apnéia
38
obstrutiva do sono são obesos, provavelmente como resultado do estreitamento da via
aérea quando se deita. (Organização Mundial de Saúde, 2004).
2.4 - DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA DPOC
A DPOC compreende um grupo de doenças pulmonares caracterizadas por
limitação crônica ao fluxo expiratório, irreversíveis (parcial ou totalmente), e
lentamente progressivas durante meses a anos de observação. (Silva, 2001). Os
componentes pulmonares que compreendem a DPOC são bronquite crônica e enfisema
(Sullivan; Schmitz, 2004). Fatores relacionados a genética é a deficiência hereditária
da antiprotease alfa 1- antitripsina é a mais conhecida e aceita. Está associada ao
desenvolvimento de DPOC em jovens e não fumantes. (Aidé; Cardoso, 2001).
A bronquite crônica é definida como tosse crônica e expectoração que
persiste por pelo menos um período de 3 meses durante dois anos consecutivos, no
mínimo. Define-se enfisema como o aumento anormal do tamanho da unidade
respiratória distal, acompanhado por alterações destrutivas das paredes alveolares, sem
uma fibrose evidente. O termo DPOC é empregado no contexto clínico para descrever
a combinação desse distúrbios. (Sullivan; Schmitz, 2004).
2.4.1 - Fisiopatologia
A inflamação crônica causada pela irritação decorrente da inalação da
fumaça do cigarro é o principal agente causal no desenvolvimento da DPOC. A
fisiopatologia da DPOC se caracteriza por uma série de comprometimentos que
contribuem para o processo geral da doença. A inflamação crônica por inalação de
poluentes faz com que as glândulas e as células caliciformes que estão nas paredes
brônquicas se hipertrofiem. São produzidas secreções em excesso que obstruem total
39
ou parcialmente a via aérea. A obstrução parcial de uma via aérea pelo muco, ou seja,
a obstrução apenas durante a expiração, é responsável pela hiperinflação (aumento
anormal da quantidade de ar dentro do tecido pulmonar) observada nesses pacientes. A
obstrução completa das vias aéreas causa a atelectasia por absorção. (Sullivan;
Schmitz, 2004).
A destruição do tecido pulmonar causa a perda das propriedades elásticas
normais de retração dos pulmões. Durante a expiração, algumas vias aéreas cedem,
devido a falta de apoio por parte do parênquima elástico circundante. A queda
prematura da pressão interna e
40
DPOC pode revelar sibilos ou diminuição dos ruídos respiratórios precocemente.
Posteriormente, os sinais de hiperinsuflação podem ser evidentes, isto é, aumento do
diâmetro ântero-posterior (algumas vezes denominado tórax em tonel), achatamento
do diafragma e indentação da parede torácica ao nível do diafragma na inspiração
(chamada sinal de Hoover). Outros sinais tardios da DPOC, podem incluir o uso dos
músculos respiratórios acessórios, edema decorrente do Cor Pulmonale, alterações do
estado mental causadas pela hipóxia ou pela hipercapnia (especialmente nas
exacerbações agudas da doença crônica grave). (Stoller; Scanlan; Wilkins, 2000).
2.4.3 – Tabagismo e DPOC
O fumo é um fator que contribui para doenças cardíacas, enfisema e
bronquite crônica, além de outras doenças pulmonares. Apenas um cigarro aumenta a
freqüência cardíaca, aumenta a pressão sangüínea, incrementa o fluxo de sangue e o ar
nos pulmões, e causa uma queda na temperatura da pele dos dedos dos pés e das mãos.
(Spence, 1991). A fumaça do cigarro paralisa os cílios que capturam resíduos e
empurram o muco para fora das vias aéreas. Sem a
41
O tabagismo gera enfisema por dois caminhos: pelo mecanismo obstrutivo
e pelo desequilíbrio dos sistemas enzimáticos. Produzindo a bronquite, surgem a
deficiência do transporte mucociliar e o estreitamento da luz brônquica, situações essas
que produzem a limitação do fluxo aéreo expiratório, resultando no alargamento dos
espaços aéreos distais com destruição de suas paredes, isto é o enfisema. No
desequilíbrio dos sistemas de proteases e antiproteases, o cigarro entra com
importantíssimo papel. A elastina é destruída pela ação proteolítica da elastase. Em
resumo, o cigarro destrói o pulmão pela tríade aumento da elastase inativação dos
inibidores da elastase – bloqueio da neoformação da elastina. (Tarantino, 1997).
42
CAPÍTULO 3
3 - VIBRAÇÃO
Um corpo vibra quando descreve um movimento oscilatório em relação a
um referencial. O número de vezes que um ciclo do movimento se completa no
período de 1 segundo é chamado de Freqüência, sendo medido em hertz (Hz). Os
sinais de vibração consistem geralmente de inúmeras freqüências, simultaneamente,
não podendo determinar quantos componentes de vibração e onde eles ocorrem.
Tais componentes podem ser revelados comparando-se a amplitude da vibração à sua
freqüência. A análise da Freqüência é uma técnica que pode ser considerada como
base para o diagnóstico da medição da vibração. O gráfico que mostra o nível de
vibração em função da freqüência é chamado de Espectrograma de freqüência.
A amplitude de vibração pode ser quantificada de diversas maneiras: a
relação entre os níveis pico-a-pico, o nível máximo, o nível médio e o nível médio
quadrático de uma onda senoidal. O valor de pico-a-pico é muito útil porque indica o
deslocamento máximo da onda e indicam o nível máximo que ocorreu; o valor
médio retificado, leva em conta a cronologia da onda, mas é considerado de interesse
prático limitado; o valor da amplitude que está diretamente ligado à energia contida na
onda, indicando o poder destrutivo da vibração.
3.1 – UNIDADES DE MEDIÇÃO
Os parâmetros de Vibração são constituídos por três unidades de medição:
aceleração, velocidade e deslocamento. Ao detectar a aceleração de um movimento
vibratório, podemos converter o sinal de aceleração em velocidade e deslocamento. A
maioria dos medidores de vibração modernos é equipada para medir os três
parâmetros.
43
Quando se mede uma faixa de vibração simples, de freqüência ampla, é
importante escolher o parâmetro, se o sinal apresentar elementos de muitas
freqüências. A medição do deslocamento será mais importante para componentes de
baixa freqüência e, por outro lado, as medições dos níveis de aceleração serão mais
importantes no caso de componentes de alta freqüência.
Quando se faz uma análise de freqüência de faixa estreita a escolha do
parâmetro se refletirá na maneira em que a curva se inclina. Isso nos leva a uma
consideração de ordem prática, que pode influir na escolha do parâmetro. É vantajoso
escolher o parâmetro que nos forneça o aspecto de freqüência mais constante. Por essa
razão, o parâmetro da velocidade ou aceleração é selecionado para fins de análise de
freqüência.
3.2 – ACELERÔMETRO PIEZOELÉTRICO
O transdutor que é usado quase que universalmente para medir vibração é o
Acelerômetro Piezoelétrico. Esse aparelho apresenta características gerais superiores
às de qualquer outro tipo de transdutor de vibração. Possui faixas de freqüência muito
amplas, com boa linearidade em todas as faixas. É relativamente robusto e de
confiança, de modo que suas características se mantém estáveis por muito tempo. O
acelerômetro piezoelétrico é auto-gerador, de modo que não necessita de uma fonte de
energia externa. Não tem peças móveis, que se desgastem e, finalmente, sua saída
proporcional à aceleração pode ser integrada de modo a fornecer sinais proporcionais à
velocidade e ao deslocamento.
O segredo de um acelerômetro piezoelétrico é uma pastilha de material
piezoelétrico, geralmente um pedaço de cerâmica artificialmente polarizada, que
apresenta o efeito piezoelétrico típico. Quando submetido à pressão mecânica, quer
por tensão, compressão ou cisalhamento, gera uma carga elétrica nas faces, a qual é
proporcional à força aplicada.
44
3.2.1 – Configurações práticas de Acelerômetro
Na configuração prática de um acelerômetro, o elemento piezoelétrico é
disposto de tal forma que, quando o conjunto sofre vibração a massa aplica uma força
ao elemento piezoelétrico, a qual é proporcional à aceleração vibratória. Esse
fenômeno pode ser explicado pela Segunda Lei de Newton: onde a força é diretamente
proporcional a velocidade, cuja constate de proporcionalidade é a massa do sistema.
Duas configurações são comumente usadas: o tipo Compressão, em que a
massa exerce uma força compressiva sobre o elemento piezoelétrico, no sentido do
cristal; e o tipo Cisalhamento, em que a massa exerce uma força de corte sobre o
elemento piezoelétrico, no sentido transversal ao cristal.
Utilizou-se na parte experimental um acelerômetro para trabalhar a
compressão, com a excitação na direção de sua maior sensibilidade.
3.2.2 – Tipos de Acelerômetro
Os acelerômetros de pequeno porte, destinados a medições de alto nível ou
de freqüências elevadas, bem como para aplicação em estruturas delicadas; outros
tipos especiais são destinados a medição simultânea em três planos perpendiculares
entre si, altas temperaturas, níveis muito baixo de vibração, choques de alto nível,
calibração de outros acelerômetros por comparação, e para monitorização de máquinas
industrias.
- Tipos de uso múltiplo (massa: 1 a 50 gramas / faixa de freqüência: 0 a 12000Hz).
- Tipos miniatura (massa: 0,4 a 2 gramas / faixa de freqüência: 1 a 25000Hz).
- Para medições Triaxiais.
- Para controle permanente em máquina industrial.
45
- Para uso em temperatura muito elevada.
- Para medições de vibração em edifícios e outras estruturas.
- Para fins de calibração e outros usos.
- Para medições de choque muito fortes.
O acelerômetro utilizado nas medições foi o do tipo de uso múltiplo, devido a
faixa de freqüência que ocorre a vibração que se deseja medir, a vibração torácica se
apresenta abaixo de 20 Hz.
3.2.3 – Faixa de freqüência e montagem do Acelerômetro
Para escolha da faixa de freqüência de um acelerômetro, deve-se ter certeza,
de que a faixa de freqüência do aparelho realmente abrange a faixa que interessa. A
faixa de freqüência na qual o acelerômetro fornece a saída real é limitada no lado de
baixa freqüência por dois fatores: o primeiro é o limite inferior de corte de freqüência
do amplificador que o segue. O outro fator é o efeito das oscilações da temperatura
ambiente as quais o acelerômetro é sensível. O limite superior é determinado pela
freqüência de ressonância do sistema que se deseja medir a vibração.
O acelerômetro deve ser montado de modo que a direção ou sentido de
medição coincida com o seu eixo principal de sensibilidade. Os acelerômetros também
são ligeiramente sensíveis às vibrações no sentido transversal, porém isso
normalmente pode ser deixado de lado visto que a sensibilidade transversal geralmente
é menor que 1% da sensibilidade principal.
O método de montagem do acelerômetro no ponto a ser medido constitui
um dos fatores mais delicados para se obter resultados exatos na prática. Uma
colocação mal feita resulta numa diminuição da freqüência útil do acelerômetro. O
ideal é fazer a montagem com um pino rosqueado, ou parafuso, preso a uma superfície
plana e lisa. Uma fina camada de graxa aplicada a superfície de montagem antes de
46
fixar o acelerômetro normalmente ajuda a aumentar a firmeza da montagem. O furo
rosqueado na peça da máquina deve ter a profundidade adequada para o parafuso não
atingir a base do acelerômetro.
Uma alternativa muito usada no método de montagem é a utilização de
uma leve camada de abelha para grudar o acelerômetro no lugar, porém, a cera da
abelha amolece em temperaturas elevadas, com isso o método fica condicionado a uma
temperatura máxima de cerca de 40°C no ponto da medição.
Os ensaios feito com acelerômetro fixado com a mão, é muito usado para
um trabalho em que se queira ter uma inspeção rápida, mas podem ocorrer erros
graves de medição, por causa da pouca estabilidade. Não se pode obter resultados que
possam ser repetidos. No nosso estudo é de vital importância a obtenção da freqüência
de vibração, não importando a sua amplitude. Uma análise de freqüência foi realizada
para cada medição e ficou constatado a repetibilidade das medições.
A fixação do acelerômetro, nas medições foi através de parafuso em uma
placa de alumínio e esta placa presa com uma correia de couro e fivela para prendê-lo
bem firme junto à região dorsal da mão do profissional fisioterapeuta.
3.2.4 – Pré-Amplificador de Acelerômetro
A tensão direta de saída de um acelerômetro piezoelétrico mesmo através
de cargas de impedância relativamente elevadas, pode reduzir bastante a sensibilidade
do acelerômetro, além de limitar sua resposta de freqüência. Para minimizar tais
efeitos, o sinal de saída do acelerômetro é transferido a um pré-amplificador, o qual o
converte numa impedância bem menor, adequada a ligação com a impedância da saída
relativamente baixa do instrumento de medição e análise.
47
Junto com o pré-amplificador para o acelerômetro, foi utilizado nas
medições um filtro passa-baixo com um corte definido para a freqüência de 20 Hz.
48
CAPÍTULO 4
4 - PROCEDIMENTO
Para a realização da parte prática deste estudo foram selecionados três
sujeitos distintos, denominados I, II e III. Estes sujeitos são do sexo masculino e
apresentam faixa etária entre 20 e 50 anos. O sujeito I foi incluso por apresentar
DPOC, tabagismo e não obeso, dentro da classificação do DPOC ele é portador de
bronquite crônica, e tem 20 anos de idade. O sujeito II é obeso, não tabagista e não
portador de DPOC; tem 48 anos de idade, e é classificado segundo a tabela do IMC
como obeso classe I (moderado). O sujeito III tem como exclusão o tabagismo, a
obesidade e a DPOC, tem 37 anos de idade. Para a realização deste estudo, os sujeitos
49
4.1 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
A aquisição de dados foi realizada no laboratório do Departamento de
Mecânica da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá. Foram utilizados: uma maca
padrão, medindo 86 cm de altura, onde foi desprezado o tipo de resistência sofrido
pelo acolchoado da maca; um computador; um software Catman 3.1, release 3; um
filtro da marca Robotron, modelo 01014; um amplificador para acelerômetro, marca
Robotron, modelo 00028, com filtro passa-baixo de frequência definida de corte em
20 Hz; um equipamento modelo Spider 8, marca HBM, conforme ilustrado na
figura 6; e um acelerômetro KB 35 (piezoelétrico), com adaptador de couro e fivela
para prendê-lo junto à região dorsal da mão do profissional fisioterapeuta,
representado na figura 7.
Figura 6 - Equipamento Spider 8 e Amplificador para Acelerômetro.
50
Figura 7 - Acelerômetro KB 35 com adaptador de couro e fivela
Os transdutores piezoelétricos utilizam-se de cristais de estrutura
assimétrica, como o quartzo (Helfrick; Cooper, 1994). A vantagem de usar este tipo de
sensor é a forma compacta e leve que é facilmente manuseada e fixa na maior parte do
segmento corporal. Muitas aplicações em biomecânica necessitam que o acelerômetro
atue na faixa inferior a 20 Hz.
Todos os fisioterapeutas enumerados de 1 a 18 realizaram a técnica de
vibração torácica três sujeitos I, II e III, a qual é utilizada durante a expiração do
sujeito. O sujeito foi orientado a fazer uma inspiração profunda, mantê-la por alguns
segundos, e expirar através do freno labial prolongado. Neste período, o fisioterapeuta
inicia a vibração, prosseguindo durante todo o tempo expiratório, o qual foi
previamente orientado para 5 segundos.
O acelerômetro foi fixado na região dorsal da mão direita do fisioterapeuta,
como mostra a figura 8 a seguir, vibrando o tórax do sujeito sempre no mesmo local,
previamente estabelecido: entre a 9
a
e 11
a
costelas, região basal do pulmão, por ser a
região de maior expansibilidade pulmonar, na posição látero-anterior do tórax. Os
dados foram coletados pelo acelerômetro e transferidos ao computador, para o
tratamento e análise de dados.
51
Figura 8 - Fixação do Acelerômetro na mão direita do fisioterapeuta.
A fixação do adaptador de couro na mão do fisioterapeuta foi ajustada
previamente na mão direita do profissional, a fim de ficar bem fixo. Foram realizadas
3 amostras de vibração torácica, denominadas a, b e c, paras cada fisioterapeuta, em
cada sujeito I, II e III. Destas amostras, foi obtida a média, denominada freqüência
fundamental.
Todos os profissionais de fisioterapia foram orientados previamente sobre a
importância do trabalho, os tipos de tórax, o posicionamento das mãos, a técnica de
vibração torácica, e sobre a técnica a ser realizada durante todo o tempo expiratório.
Conforme mostra a figura 9.
Figura 9 – Orientação ao profissional fisioterapeuta para os testes.
52
Após todas as dúvidas esclarecidas, iniciou-se a parte prática do trabalho:
tanto o sujeito como o fisioterapeuta foram posicionados para o teste, com o
fisioterapeuta na posição ortostática, do lado esquerdo da maca, e suas mãos foram
posicionadas na região látero-anterior do tórax do sujeito, na região basal do pulmão,
orientado anteriormente, esperando o comando de voz para iniciar a vibração
torácica. O sujeito estava deitado sobre a maca, com os membros inferiores em
extensão, e os membros superiores, com os cotovelos levemente fletidos, para não
interferir no posicionamento das mãos do fisioterapeuta.
Através de um comando de voz, também com orientação prévia, foi
solicitado ao sujeito uma inspiração profunda e sua sustentação. Logo em seguida, o
sujeito iniciou a expiração com freno labial, e simultaneamente o fisioterapeuta
iniciou a técnica de vibração torácica, durante toda a fase expiratória do sujeito,
estipulada em cinco segundos, como observamos na figura 10. Ao término deste
tempo, o teste foi finalizado.
.
Figura 10 - Realização dos testes de vibração torácica.
53
Após todos os fisioterapeutas terem realizados os testes a, b e c em cada
sujeito, calculada a média fundamental, iniciou-se a análise desses resultados por
meio da comparação do valor das médias das freqüências de oscilação da técnica de
vibração torácica obtidas pelos fisioterapeutas do sexo masculino e feminino, e pelos
fisioterapeutas que atuam com fisioterapia respiratória e pelos fisioterapeutas que
atuam em outra área da fisioterapia.
As médias das freqüências foram comparadas usando o teste t de Student.
Quando comparado o valor médio da freqüência dos pacientes, utilizamos o teste de
Anova. O teste t de Student foi usado para comparação entre os valores das médias
obtidas neste estudo com os propostos por Pávia; Irwin e Tecklin, de freqüências 12,
16 e 20 Hz. O nível de significância utilizado foi de α = 5% ou p < 0,05%.
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Taubaté, protocolo CEP/UNITAU nº 311/05.
54
CAPÍTULO 5
5 - RESULTADOS
Após a realização da técnica de vibração torácica em cada um dos três
sujeitos, os testes foram encerrados, iniciando-se o processo de análise das amostras de
dados obtidos, através do software de aquisição de dados Catman 3.1. Cada
fisioterapeuta obteve três gráficos a, b e c para cada sujeito I, II e III. Mediante esses
resultados dos três gráficos da freqüência de oscilação da técnica de vibração torácica
em cada sujeito, esta foi somada e dividida por três, obtendo assim a média, a qual é
chamada de freqüência fundamental.
Para a análise desses resultados, foi utilizada a comparação do valor das
médias das freqüências de oscilação da técnica de vibração torácica obtidas pelos
fisioterapeutas do sexo masculino e feminino, pelos fisioterapeutas que atuam com
fisioterapia respiratória e pelos que atuam em outra área da fisioterapia, e foram
comparadas usando o teste t de Student. Quando comparado o valor médio da
freqüência dos sujeitos, foi utilizado o teste de Anova. O teste t de Student foi usado
para comparação entre os valores das médias obtidas neste estudo com os propostos
por Pávia; Irwin e Tecklin, de freqüências 12, 16 e 20 Hz. O nível de significância
utilizado foi de α = 5% ou p < 0,05%.
As figuras de número 11 a 22 mostram os gráficos da freqüência versus
amplitude, que caracterizam as freqüências predominantes de vibração torácica para as
respectivas medições. Foi colocada três figuras, dos três tipos de tórax respectivos,
para cada sexo masculino e feminino do profissional fisioterapeuta e, se atua em
fisioterapia respiratória ou em outra área da fisioterapia, como forma de ilustração.
55
Figura 11 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 6 (atua em
fisioterapia respiratória e é do sexo feminino) e sujeito I.
Figura 12 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 6 (atua em
fisioterapia respiratória e é do sexo feminino) e sujeito II.
Figura 13 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 6 (atua em
fisioterapia respiratória e é do sexo feminino) e sujeito III.
10,25 Hz
10,25 Hz
9,95Hz
Amplitude
Freqüência
Freqüência
Freqüência
Amplitude
Amplitude
56
Figura 14 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 15 (atua em outra
área da fisioterapia e é do sexo feminino) e sujeito I.
Figura 15 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 15 (atua em outra
área da fisioterapia e é do sexo feminino) e sujeito II.
Figura 16 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 15 (atua em outra
área da fisioterapia e é do sexo feminino) e sujeito III.
10, 81Hz
12,51 Hz
11,85Hz
Freqüência
Amplitude
Amplitude
Freqüência
Freqüência
Amplitude
57
Figura 17 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 2 (atua em
fisioterapia respiratória e é do sexo masculino) e sujeito I.
Figura 18 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 2 (atua em
fisioterapia respiratória e é do sexo masculino) e sujeito II.
Figura 19 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 2 (atua em
fisioterapia respiratória e é do sexo masculino) e sujeito III.
10,25 Hz
9,661Hz
9,95Hz
Freqüência
Amplitude
Amplitude
Freqüência
Freqüência
Amplitude
58
Figura 20 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 11 (atua em outra
área da fisioterapia e é do sexo masculino) e sujeito I.
Figura 21 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 11 (atua em outra
área da fisioterapia e é do sexo masculino) e sujeito II.
Figura 22 – Gráfico de freqüência versus amplitude do fisioterapeuta 11 (atua em outra
área da fisioterapia e é do sexo masculino) e sujeito III.
Freqüência (Hz)
11,42Hz
11,13Hz
11,71
Hz
Amplitude
F
reqüência (Hz)
Amplitude
Amplitude
Freqüência
59
Os gráficos foram analisados e seus valores dispostos na Tabela 2. A tabela
apresenta dados dos fisioterapeutas voluntários de 1 a 18 e os profissionais
fisioterapeutas que atuam em fisioterapia respiratória, denominados pelo sim e os que
atuam em outra área da fisioterapia, denominados pelo não, sexo dos profissionais
(M masculino e F feminino) e valores médios das freqüências de vibração torácica
realizadas pelos fisioterapeutas nos três sujeitos I, II e III, medidos em hertz.
Tabela 2 Média das freqüências de Vibração Torácica obtidas entre os
fisioterapeutas voluntários e sujeitos I a III.
Fisioterapeutas
Voluntários
Fisioterapia
Respiratória
Sexo Freqüência
Sujeito I
Freqüência
Sujeito II
Freqüência
Sujeito III
1 SIM F 9,37 9,11 8,78
2 SIM M 10,25 9,95 9,66
3 SIM F 9,37 8,78 9,08
4 O M 11,50 8,20 8,20
5 O F 7,32 7,25 6,41
6 SIM F 10,25 10,25 9,95
7 SIM M 14,35 14,40 14,35
8 O M 10,54 9,95 9,37
9 SIM F 10,70 9,37 11,13
10 SIM F 10,83 9,66 10,25
11 NÃO M 11,71 11,42 11,13
12 SIM F 13,28 13,08 13,47
13 NÃO M 9,81 10,15 9,56
14 SIM F 11,06 9,37 10,18
15 NÃO F 12,49 10,79 11,85
16 NÃO F 11,81 9,08 12,13
17 NÃO M 9,66 9,41 10,05
18 NÃO F 11,14 11,72 11,59
60
De posse dos dados, o valor das médias das freqüências de oscilação da
técnica de vibração torácica obtidas pelos fisioterapeutas do sexo masculino e
feminino, e pelos fisioterapeutas que atuam em fisioterapia respiratória e os
fisioterapeutas que atuam em outra área da fisioterapia, foram comparadas e analisadas
conforme Tabelas 3, 4, 5 e 6.
Tabela 3 Valores médios, desvios-padrão (dp), mínimo e máximo, das freqüências
de oscilação, em hertz, da técnica de vibração, realizada entre profissionais de
fisioterapia do sexo masculino e feminino, com os respectivos p.
Masculino Feminino
Média (dp) [min;max] Média (dp) [min;max] p*
Sujeito I
a
11,12 (1,62) [9,66; 14,35] 10,71 (1,63) [7,32; 13,28] 0,61
Sujeito II
b
10,51 (1,96) [8,21;14,41] 9,86 (1,56) [7,25; 13,08] 0,45
Sujeito III
c
10,33 (1,97) [8,21; 14,35] 10,44 (1,92) [6,41; 13,47] 0,91
a
Sujeito com DPOC e tabagista;
b
sujeito obeso, não DPOC e não tabagista;
c
sujeito não obeso, não DPOC e
não tabagista.
* p < 0,05% (nível de significância), resultados obtidos através do teste t de Student.
Pode ser observada a falta de significância estatística entre os valores dos
sujeitos segundo os fisioterapeutas do sexo masculino e feminino.
61
Tabela 4 Valores médios, desvios-padrão (dp), mínimo e máximo, das freqüências
de oscilação, em hertz, da técnica de vibração, realizada entre profissionais de
fisioterapia, com relação aos três tipos de tórax distintos dos sujeitos I, II e III com os
respectivos p.
Masculino Feminino
Média (dp) [min;max] Média (dp) [min;max]
Sujeito I
a
11,12 (1,62) [9,66; 14,35] 10,71 (1,63) [7,32; 13,28]
Sujeito II
b
10,51 (1,96) [8,21;14,41] 9,86 (1,56) [7,25; 13,08]
Sujeito III
c
10,33 (1,97) [8,21; 14,35] 10,44 (1,92) [6,41; 13,47]
P* 0,71 0,51
a
Sujeito com DPOC e tabagista;
b
sujeito obeso, não DPOC e não tabagista;
c
sujeito não obeso, não DPOC e não
tabagista.
* p < 0,05% (nível de significância), resultados obtidos através do teste de Anova.
Conforme resultado, observou-se a falta de significância estatística entre os
valores dos sujeitos, segundo os três tipos de tórax dos sujeitos I, II e III
Tabela 5 - Valores médios, desvios-padrão (dp), mínimo e máximo, das freqüências de
oscilação, em hertz, da técnica de vibração, realizada entre fisioterapeutas que atuam
em fisioterapia respiratória e fisioterapeutas que atuam em outras áreas de fisioterapia,
com os respectivos p.
Fisioterapia Respiratória Outra Área da fisioterapia
Média (dp) [min;max] Média (dp) [min;max]
Sujeito I
a
11,05 (1,69) [9,37; 14,35] 10,66 (1,56) [7,32; 12,51]
Sujeito II
b
10,44 (1,94) [8,78; 14,41] 9,77 (1,46) [7,25; 11,72]
Sujeito III
c
10,76 (1,92) [8,78; 14,35] 10,03 (1,89) [6,41; 12,13]
P* 0,78 0,51
a
Sujeito com DPOC e tabagista;
b
sujeito obeso, não DPOC e não tabagista;
c
sujeito não obeso, não DPOC e não
tabagista.
* p < 0,05% (nível de significância), resultados obtidos através do teste t de Student.
62
Através destes dados pode-se observar a falta de significância entre os
valores obtidos dos fisioterapeutas que atuam em fisioterapia respiratória e dos
fisioterapeutas que atuam em outras áreas de fisioterapia.
Tabela 6 Valores médios, desvios-padrão (dp), mínimo e máximo, das freqüências
de oscilação, em hertz, da técnica de vibração, realizada entre fisioterapeutas que
atuam em fisioterapia respiratória e fisioterapeutas que atuam em outras áreas de
fisioterapia, com relação aos três tipos de tórax distintos dos sujeitos I, II e III, com os
respectivos p.
Fisioterapia Respiratória Outra Área da Fisioterapia
Média (dp) [min;max] Média (dp) [min;max] p*
Sujeito I
a
11,05 (1,69) [9,37; 14,35] 10,66 (1,56) [7,32; 12,51] 0,62
Sujeito II
b
10,44 (1,94) [8,78; 14,41] 9,77 (1,46) [7,25; 11,72] 0,42
Sujeito III
c
10,76 (1,92) [8,78; 14,35] 10,03 (1,89) [6,41; 12,13] 0,42
a
Sujeito com DPOC e tabagista;
b
sujeito obeso, não DPOC e não tabagista;
c
sujeito não obeso, não DPOC e não
tabagista.
* p < 0,05% (nível de significância), resultados obtidos através do teste de Anova.
A falta de significância estatística foi também observada entre os valores
obtidos dos fisioterapeutas que atuam com fisioterapia respiratória e dos
fisioterapeutas que atuam em outras áreas de fisioterapia, com relação aos três tipos de
tórax dos sujeitos I, II e III.
Quando comparados os valores médios das freqüências de oscilação da
técnica de vibração torácica realizada entre profissionais que atuam em fisioterapia
respiratória e os profissionais que atuam em outras áreas da fisioterapia, com os
valores obtidos da literatura de 12 a 16 Hz (Pávia, 1990) e 12 a 20 Hz (Irwin; Teclin,
2003), podemos concluir que, para os fisioterapeutas que atuam em fisioterapia
63
respiratória, não houve diferença estatística, nos pacientes I e III, em relação às médias
obtidas e à freqüência de 12 Hz recomendada pela literatura. os fisioterapeutas que
atuam em outra área de fisioterapia, não conseguiram atingir essa freqüência
estipulada. Quando comparados com os valores da literatura de 16 e 20 Hz, houve
diferença significativa entre as médias obtidas pelos fisioterapeutas que atuam em
fisioterapia respiratória e os fisioterapeutas que atuam em outra área da fisioterapia.
Quanto à comparação dos valores médios das freqüências de oscilação da
técnica de vibração torácica realizada entre fisioterapeutas do sexo masculino e
fisioterapeutas do sexo feminino, segundo os valores obtidos da literatura de 12, 16 e
20 Hz, pode-se concluir que, para os fisioterapeutas do sexo masculino, as freqüências
utilizadas não tiveram diferença quanto a significância estatística, com relação as
médias obtidas e a freqüência de 12 Hz recomendada pela literatura. As fisioterapeutas
do sexo feminino não conseguiram atingir essa freqüência estipulada. Quando
comparada a freqüência estipulada pela literatura de 16 e 20 Hz, com os valores
médios das freqüências de oscilação da técnica de vibração torácica entre esses
profissionais, tanto os fisioterapeutas do sexo masculino como as fisioterapeutas do
sexo feminino tiveram diferença estatística, pois o nível de significância foi de <
0,5%.
64
CAPÍTULO 6
6 - DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
Conforme os resultados obtidos, observa-se a falta de significância
estatística entre os valores da técnica de vibração torácica realizada pelo profissional
fisioterapeuta do sexo masculino e pelo fisioterapeuta do sexo feminino, talvez porque
a técnica de vibração não requer força e sim uma contração isométrica da musculatura
dos membros superiores (braço, antebraço e mão), ocasionando a vibração da parede
torácica do sujeito. Como a técnica de vibração necessita unicamente da musculatura
dos membros superiores do fisioterapeuta, e como a grande maioria das pessoas do
sexo masculino, apresenta maior massa muscular em relação ao sexo feminino, isto
pode explicar o motivo pelo qual o profissional fisioterapeuta do sexo masculino
consegue uma freqüência de oscilação um pouco acima da que a profissional do sexo
feminino.
A análise dos resultados mostra que, quando se compara a técnica de
vibração torácica entre fisioterapeutas do sexo masculino e fisioterapeutas do sexo
feminino, com relação aos três tipos de tórax dos sujeitos I, II e III, também se
observou a falta de significância estatística entre esses valores, apesar do rax do
sujeito I ser um tórax mais rígido, com aumento do diâmetro antero-lateral pela
hiperinsuflação, também conhecido com tórax em tonel, devido a retração elástica ser
diminuída nesse sujeito. Por esse motivo, torna-se um tipo de tórax mais difícil de se
trabalhar, e pode ser que não tenha dado diferença significativa desse tipo de tórax
para os demais, devido ao sujeito I, ser portador de bronquite crônica e jovem, além de
ser tabagista, não dando tempo para a formação dessas características do tórax
supracitadas. O ideal para a pesquisa seria um indivíduo com DPOC avançado, porém,
esse sujeito normalmente é oxigenio-dependente e se cansa facilmente, ao mínimo
esforço, tornando-se inviável sua locomoção para o local de pesquisa, (o Laboratório
do Departamento de Mecânica da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá), o que
levaria, quem sabe, a novos resultados.
65
O sujeito II (obeso, não portador de DPOC e não tabagista), apresenta um
excesso de gordura no tecido adiposo, tal acúmulo anormal de gordura corpórea
também dificulta a técnica de vibração torácica, principalmente em casos de obesidade
mórbida, na qual todas as circunferências estão aumentadas pela gordura, porém, pode
ser que não tenha dado diferença significativa quando comparado aos outros sujeitos,
porque o sujeito em estudo está classificado em obeso classe I (moderado), não
sofrendo tanto acúmulo de gordura corpórea. O ideal para esta pesquisa seria um obeso
classe III (muito grave), mas, normalmente, esses sujeitos apresentam imensa
dificuldade de locomoção e facilmente fadigam ao mínimo esforços, ficando
improvável a realização dos testes na Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, no
Laboratório do Departamento de Mecânica, podendo levar a novos resultados.
Quando se compara os resultados dos profissionais fisioterapeutas que
atuam em fisioterapia respiratória com os dos fisioterapeutas que atuam em outra área
da fisioterapia, pode-se observar a falta de significância entre os valores médios de
freqüência de vibração torácica. Essa técnica é de conhecimento de todos, pois é a
mais freqüentemente utilizada como exercício dentro da fisioterapia respiratória; na
ocasião, foi relembrada e sanada as dúvidas com relação à técnica, antes da realização
dos testes de vibração torácica, porém, pode-se notar que os profissionais atuantes na
fisioterapia respiratória apresentaram resultados de valores médios de freqüência de
vibração torácica sempre maiores do que aqueles que atuam em outra área da
fisioterapia, com relação aos três tipos de sujeitos I, II e III. Tanto nos valores mínimos
como nos máximos, pode ser que, devido aos fisioterapeutas que atuam em fisioterapia
respiratória estejam habituados e familiarizados com a técnica, pois a realizam
diariamente, várias vezes ao dia, tornando-se rotineira a realização das contrações
isométricas em membros superiores, enquanto os fisioterapeutas que atuam em outras
áreas da fisioterapia apresentam maior dificuldade, apesar de utilizar a técnica.
Devido à escassez de artigos e pesquisas sobre a freqüência ideal de
oscilação realizada pela técnica de vibração torácica, com grande dificuldade
conseguiu-se encontrar um artigo de via, 1990, que relata que a freqüência com que
66
a técnica é realizada, a qual gira em torno de 12 a 16 Hz. Esse artigo foi encontrado em
67
comparando as médias da técnica de vibração realizada pelos
fisioterapeutas que atuam em fisioterapia respiratória e a dos que atuam em outra área
de fisioterapia, nos três tipos de tórax dos sujeitos I, II e III, com a freqüência de
vibração de 12 Hz, pode-se observar que, para o sujeito I (tabagista e DPOC) e sujeito
III (não obeso, não tabagista e não DPOC), os profissionais que atuam em fisioterapia
respiratória o tiveram diferença estatística significativa com a freqüência de 12 Hz,
porém, com o sujeito II (obeso, não tabagista e não DPOC), houve diferença
estatística. Os fisioterapeutas que atuam em outra área da fisioterapia não conseguiram
atingir essa freqüência recomendada de 12 Hz, o que pode ter ocorrido porque os que
atuam em fisioterapia respiratória estão mais habituados à técnica e, com isso,
conseguiram uma média de freqüências elevada, com relação ao fisioterapeuta que
atua em outra área da fisioterapia. em relação ao sujeito II, provavelmente não foi
atingida a freqüência de 12 Hz pelos fisioterapeutas que atuam em fisioterapia
respiratória devido ao sujeito obeso ter aumento dos diâmetros corporais, com maior
camada de gordura do tecido adiposo, e ter sido usado sempre um padrão dos testes, a
maca medindo 86 cm, e cada fisioterapeuta apresenta uma estatura, o que pode ter
dificultado a técnica de vibração torácica, principalmente aqueles com estaturas
menores, devido à posição dos membros superiores ser essencial para a realização da
técnica. Pode ser que, se os testes forem aplicados de forma diferente, com adaptação
para um melhor posicionamento para cada fisioterapeuta, os resultados possam ser
melhores.
Comparando as mesmas médias realizadas pelos fisioterapeutas que atuam
em fisioterapia respiratória e os fisioterapeutas que atuam em outra área da
fisioterapia, com a freqüência de vibração de 16 e 20 Hz, os dados mostram que todos
os fisioterapeutas tiveram as médias de freqüência menor do que 0,01%, ou seja,
inferior à recomendada de 16 e 20 Hz, talvez pela pequena amostragem, como
citado anteriormente.
68
Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que a freqüência de
oscilação utilizada na técnica de vibração torácica por fisioterapeutas ficou em uma
escala de 9 a 12 Hz, não tendo diferença significativa entre profissionais do sexo
masculino ou feminino e entre fisioterapeutas que atuam em fisioterapia respiratória e
fisioterapeutas que atuam em outra área da fisioterapia, nos três tipos de tórax dos
sujeitos I, II e III.
69
CAPÍTULO 7
7 - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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Mechanical Chest – Wall Vibration does not Relieve air Hunger IN: Respiratory
Physiology & Neurobiology, 134 (2003), 177 – 190.
SPENCE, A. P.; Capítulo 7 Sistema muscular IN: Anatomia Humana Básica, 2
a
edição, Editora Manole Ltda,SP, 1991, 209 –214.
SPENCE, A. P.; Capítulo 19 – Sistema Respiratório IN: Anatomia Humana Básica, 2
a
edição, Editora Manole Ltda, SP, 1991, 521 – 532.
STOLLER, J. K.; SCANLAN, C. L.; WILKINS, R. L.; Capítulo 20 – Doenças
Pulmonares Obstrutivas: DPOC, Asma e Doenças Relacionadas IN: Fundamentos da
Terapia Respiratória de Egan, 7
a
edição, Editora Manole Ltda, SP, 2000, 457 –466.
SULLIVAN, S. B. O; SCHMITZ, T. J.; Capítulo 15 Disfunção Pulmonar Crônica
IN: Fisioterapia Avaliação e Tratamento, 4
a
edição, Editora Manole Ltda, SP. 2004,
446 – 461.
SUTTON, P. P.; VIDREIRO, M. T. L.; PAVIA, D.; NEWMAN, S. P.; CLAY, M. M.;
WEBBER, B.; PARKER, R. A.; CLARKE, S. W.; Assesmente of Percussion,
Vibradora – shaking and Breathing Exercises in Chest Physiotherapy IN: Eur. J.
Respir. Dis.,66 (1985), 147 – 152.
SUTTON, P. P.; Chest Physiotherapy : Time for Reappraisal IN: Br. J. Dis. Chest,
(1988), 82, 127.
TARANTINO, A. B.; Capítulo 10 O Pulmão como Órgão de Defesa IN: Doenças
Pulmonares, 4
a
edição, Editora Guanabara Koogan S.A, RJ, 1997, 179 – 198.
TORTORA, G. J.; Capítulo 18 - Sistema Respiratório IN: Corpo Humano Fundamento
de Anatomia e Fisiologia, 4
a
edição, Editora Artmed, SP, 1997, 411 – 420.
73
ANEXOS
ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
______________________________________________, RG:______________,
CPF: ____________, idade: _______ sujeito de pesquisa, após a leitura e explicação
de uma CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA ( ANEXO B)
Pelo presente instrumento, que atende às exigências legais, o (a) senhor (a) , ciente
dos procedimentos aos quais será submetido, não restando quaisquer dúvidas a
respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO de concordância voluntária em participar da pesquisa proposta.
Fica claro que o sujeito de pesquisa ou seu representante legal pode, a qualquer
momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de
participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todos os dados coletados
tornam-se informações para pesquisa, podendo esses dados serem fonte de divulgação
científica.
Esse termo foi impresso e assinado em 2(duas) vias, ficando uma via com o sujeito da
pesquisa e outra com o pesquisador.
Guaratinguetá,_____ de ____________ de 2007
_____________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
74
ANEXO B - CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA
A presente pesquisa tem pôr objetivo analisar e mensurar a freqüência de vibração
torácica, que consiste em uma técnica de fisioterapia respiratória, realizada como uma
manobra de desobstrução brônquica, onde o fisioterapeuta realiza uma pressão
intermitente sobre a parede do tórax durante a expiração do sujeito, através de
contrações isométricas repetidas do ombro e membros superiores. O sujeito é
orientado no sentido de fazer uma inspiração profunda, mantê-la por alguns segundos
e o fisioterapeuta inicia a vibração neste período, prosseguindo durante toda o tempo
expiratório. A coleta de dados para o presente estudo se feita através da
monitorização de sujeitos com sensores (acelerômetros) como captador de sinal. Será
garantido sigilo absoluto sobre o nome do sujeito submetido a pesquisa, bem como dos
seus dados pessoais. O sujeito da pesquisa tem o direito de pedir mais esclarecimentos
durante o decorrer da pesquisa. A divulgação da pesquisa te finalidade científica,
esperando contribuir para um maior conhecimento do tema estudado. Aos sujeitos
participantes da pesquisa cabe o direito de desistir do estudo a qualquer momento, sem
prejuízo algum.
Os dados coletados serão utilizados na dissertação de mestrado da pesquisadora
Maura Bertoletti, aluna pertencente a UNESP Universidade Estadual Paulista,
Campus de Guaratinguetá.
____________________________ _________________________________
Maura Bertoletti Prof. Dr. José Geraldo Trani Brandão
(pesquisadora) (Orientador)
75
ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO DO FISIOTERAPEUTA
______________________________________________, RG:______________,
CPF: ____________, idade: _______, Crefito _________ sujeito de pesquisa, após a
leitura e explicação de uma CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA
PESQUISA ( ANEXO B) Pelo presente instrumento, que atende às exigências
legais, o (a) senhor (a) , ciente da técnica de vibração torácica ao qual irá realizar, não
restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância voluntária em
participar da pesquisa proposta.
Fica claro que o sujeito de pesquisa ou seu representante legal pode, a qualquer
momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de
participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todos os dados coletados
tornam-se informações para pesquisa, podendo esses dados serem fonte de divulgação
científica.
Esse termo foi impresso e assinado em 2(duas) vias, ficando uma via com o sujeito da
pesquisa e outra com o pesquisador.
Área de Atuação: ( ) Fisioterapia Respiratória
( ) Outra área da Fisioterapia
Guaratinguetá,_____ de ____________ de 2007
_____________________________
Assinatura do fisioterapeuta da pesquisa
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