Mudanças de hábitos de vida, com maior atividade física, reforço da
musculatura abdominal e pélvica, flexibilidade de horário para freqüentar sanitário
assim como adesão a dieta balanceada em fibra, são fatores subsidiários relevantes
na obtenção de um bom HI. Neste conjunto, as fibras dietéticas (FD) parecem
desempenhar papel central, confirmado ao longo de anos de uso, apresentando
bons resultados no tratamento da constipação, com ação particularmente efetiva na
reversão de quadros leves e moderados embora também, com efeito,
potencializador nos casos refratários (Coelho et al, 1982; Cummings et al, 1994;
Graham et al, 1982; Heaton, 1991; Cunha et al, 1992).
Seu mecanismo de ação deriva da formação de bolo fecal mais volumoso e
melhor hidratado, diminuição da consistência das fezes, aumento da flora bacteriana
colônica que, em conjunto, irão favorecer contrações harmoniosas e efetivas dos
diferentes segmentos intestinais com conseqüente aceleração do trânsito das fezes
(Kritchevsky, 1988; Lopez et al, 1997; Cummings, 1994; Wrick et al, 1983)
As fibras podem ser separadas em duas grandes categorias, solúveis (FS) e
insolúveis (FI), conforme a capacidade de dissolução em água (Coppinni, 2002;
Cavalcanti, 1997). Sua ação sobre o trato gastrintestinal (TGI) depende da estrutura
que apresenta e de características fisico-químicas. Nestas, estão incluídas a
viscosidade, área e tamanho das partículas insolúveis, facilidade e grau de
hidratação, cristalinidade, densidade e troca iônica (Kritchevsky, 1988; Heller et al,
1980; Waitzeberg, 2001; Broddribb e Grove, 1978). Ambas as categorias, por
mecanismos diferentes, exercem importante papel na formação das fezes, como por
exemplo, definição da consistência, volume e peso.
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