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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Avaliação da Degradação do Meio Físico por Áreas de Empréstimo
Usando Geoindicadores e Sistema de Informações Geográficas
- Área Urbana de Ilha Solteira (SP) -
SUEILA PEREIRA DA CRUZ
ILHA SOLTEIRA, NOVEMBRO DE 2008
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Avaliação da Degradação do Meio Físico por Áreas de Empréstimo
Usando Geoindicadores e Sistema de Informações Geográficas
- Área Urbana de Ilha Solteira (SP) -
SUEILA PEREIRA DA CRUZ
Orientador: Prof. Dr. José Augusto de Lollo
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil -
Recursos Hídricos e Tecnologias
Ambientais, Unesp, Faculdade de
Engenharia, Campus de Ilha Solteira.
ILHA SOLTEIRA, NOVEMBRO DE 2008
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“Aos meus amores,
meu pai Francisco Severo e minha mãe Neurides Pereira”
AGRADECIMENTOS
Quero iniciar esse agradecimento escrevendo um versículo bíblico...
“Conheça o amor de Deus que excede todo o entendimento”
(Efésios 3: 19)
Bíblia Sagrada
Obrigada Deus por me conceder chegar até aqui...
Gostaria de fazer meus agradecimentos em duas etapas, na primeira...
Agradeço em especial ao meu orientador Professor Doutor José Augusto de Lollo, um mestre, um
amigo... Obrigada pela primeira oportunidade em 2002, quando eu ainda era uma aluna da
Graduação em Engenharia Civil... Obrigada por me ensinar a trilhar os caminhos da pesquisa
científica. Obrigada por sua compreensão e apoio em todos os momentos!!
Quero agradecer à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por ter
acreditado nesse projeto e concedido bolsa de mestrado e auxílio à pesquisa, sem dúvida, esse apoio
financeiro foi primordial para o desenvolvimento desse trabalho.
Meu agradecimento aos professores do Departamento de Engenharia Civil da Unesp de Ilha Solteira,
pela contribuição na minha formação ao longo da graduação e do mestrado, em especial aos
professores Jair Camacho e Maurício Augusto Leite por suas valiosas sugestões no Exame Geral de
Qualificação.
Agradeço aos colaboradores nos levantamentos de campo e ensaios de laboratório:
Elson Júnior, bolsista de treinamento técnico da Fapesp;
Adilson Bahia, estagiário do laboratório de Engenharia Civil da Unesp.
Mário Roberto Correa Ferreira e Gilson Correa, técnicos do laboratório de Engenharia Civil da Unesp,
Lílian Campos e Gabriele Silva, alunas do curso de Engenharia Civil.
Em especial quero agradecer Aline Botini Tavares, minha grande amiga, que também trabalhou
nesse projeto e que o fruto será uma outra dissertação de mestrado, obrigada por seu
companheirismo e solidariedade durante todas as fases desse nosso trabalho.
Na segunda etapa do agradecimento...
Quero agradecer as pessoas que estão por tras do meu ser... Pois eu não poderia finalizar algo tão
importante sem expressar esses sentimentos...
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que me proporcionou a vida e conviver com pessoas tão
especiais, sem Deus nada é possível... É Ele que governa tudo e eu não tenho nenhuma vida
disso, por isso, obrigada Deus!!! Obrigada por me permitir iniciar um mestrado e muito obrigada por
me permitir concluí-lo.
Foi o Senhor Deus que me ensinou que antes de tudo temos que conhecê-lo, porque assim
seremos completos e realizados! Só assim seremos realmente felizes!!! Aprender o seu amor é maior
e melhor do que tudo nessa vida!
Foi esse nosso Deus que me concedeu nascer em um lar o especial, e nesse lar receber os
primeiros cuidados, receber amor e os princípios de uma boa educação, nos longínquos tempos da
região São José...
E é nesse momento tão importante que gostaria de agradecer minha família...
O Sr. Francisco Severo da Cruz, meu pai, com quem aprendi que podemos transformar suor em
ouro’, antes mesmo de Bernardinho lançar seu livro “Transformando Suor em Ouro”, poucos
meses eu tive a oportunidade de ler esse livro, e foi impossível não me emocionar, com as
semelhanças de propósito, pois meu pai, na sua simplicidade, e a seu modo sempre me disse que
temos que trabalhar e dar o melhor de nós para atingirmos nossos objetivos!!!!
“Pai, obrigada por me amar incondicionalmente. Eu também amo muito o senhor”
Agradeço também minha mãe, Sra. Neurides Pereira da Cruz, uma mulher de fibra, companheira de
todos os momentos.
“Mãe, obrigada por nunca deixar que as minhas ‘asas’ caíssem e eu parasse de voar.
E eu não poderia deixar de falar de minha querida irmã Stael Pereira da Cruz Godoy, a base de
nossa família, simplesmente um ‘anjo’ que Deus colocou em nosso lar para nos abençoar e nos
proteger... Sou feliz porque tenho o privilégio de dizer minha irmã!!!
“Minha irmã, obrigada por me compreender, por ter me ensinado tantas coisas da vida, obrigada por
seus conselhos, enfim, obrigada por ser tão bondosa comigo
E aqui também quero agradecer meu cunhado e amigo Josivaldo da Silva Godoy por suas sábias
palavras sempre!!!!.
Agradeço aos meus tios Wilson Franco e Eunice Pereira pela receptividade em férias e feriados,
quando eu sempre passo para visitá-los em Jataí - GO...
Aos meus amigos Edni Marques e Ray Marques pela atenção, confiança, e a preciosa amizade!!!
A minha grande amiga Maria Lidiane Marques, a mais presente... Desde os tempos de Jataí, desde
os tempos de Escola Técnica Federal, do curso técnico em Edificações que tanta saudade nos
deixou, e onde esse sonho começou... Obrigada por estar sempre por perto, em todos os momentos.
Agradeço também aos meus amigos de Ilha Solteira, alguns desde os tempos da graduação e outros
que vieram depois... Ana Paula Fugii, mela Macedo, Eliane Leonora, Netúlio Fioratti, Marcelo
Botini, Elter Botini, Pedro Hortoloni, Luis Filipe, Leandro Santos, Everton José, Camilo Mizumoto,
Liane, Gilberto Júnior, Fernanda Borges, e reforçando Maria Lidiane Marques e Aline Botini Tavares.
Obrigada pela amizade de todos vocês!!!!
Em especial ao meu amigo Sandro Oliveira Lopes que sempre cuidou da minha saúde e bem estar
em Ilha Solteira.
Aos meus grandes amigos de Jataí, que estão espalhados por esse nosso país, Tatiane Assis, Rafael
Alves, Cláudio Gabriel e Gisely Assis. Obrigada pela grande amizade mesmo a distância...
E para finalizar gostaria de agradecer aos meus colegas da SEI Consultoria & Projetos, onde trabalho
atualmente, em especial aos engenheiros Gerson Campera e Eduardo Navarro por terem acreditado
na minha competência e concedido essa oportunidade.
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RESUMO
A necessidade de crescimento econômico tem fomentado diversas atividades
que provocam exploração em grande escala dos recursos naturais, resultando degradações
ambientais. O uso do solo como matéria-prima em obras de engenharia faz com que áreas
sejam exploradas intensivamente e degradadas, muitas vezes sem um projeto de
recuperação após o encerramento das atividades exploratórias. O trabalho aqui apresentado
fará uso da técnica de geoindicadores para avaliação de impactos ambientais e a
implementação da análise será feita em ambiente computacional apoiando-se em Sistema
de Informação Geográfica SIG. A proposta é inovadora tanto no mecanismo de
levantamento dos dados como no processo de análise. A análise de degradação ambiental
será feita em antigas áreas de empréstimo de solo do município de Ilha Solteira (SP),
situadas na área urbana e de expansão urbana do município com base numa lista de
geoindicadores propostos especificamente para esta finalidade. No tratamento das
informações lançar-se-á mão de sistema de informação geográfica, Spring, o qual fará a
interface entre os dados espaciais (áreas de empréstimo) e não espaciais (avaliação dos
geoindicadores para cada área de empréstimo analisada). De posse dos resultados foi
possível a geração de informações objetivas e de fácil acesso quanto ao nível de
degradação das áreas analisadas para propostas de recuperação e planejamento ambiental.
PALAVRAS-CHAVE: Área de Empréstimo, Degradação de Solo, Geoindicadores e Sistema
de Informações Geográficas.
ABSTRACT
Human communities growth and its necessities implies in several classes of
activities exploring natural resources in large scale, causing environmental degradations.
Use of the soil as raw material in engineering works demands intensive exploration resulting
degradation. Its situation became more problematic when exploration activities do not involve
projects to restore area environment. This work intends to develop a method for
environmental impacts evaluation based on geoindicators technique and supported by
Geographic Information System (GIS). The main innovations in this propose are surveying
method and analysis process. The analysis of environmental degradation will be made in old
soil loan areas of the district of Ilha Solteira (SP), located in the urban and urban expansion
areas of Ilha Solteira district based on a geoindicators list proposed specifically for this
purpose. In order to treat the collected data and information, will be used geographic
information system Geomedia 5.2. This GIS perform the interface among the spatial (soil
loan areas) and non spatial data (evaluation of the geoindicators for each soil loan area
analyzed). With the results to go permitting easy access to objective information and
degradation levels definition which can result in support decision for areas recovery and
environmental planning.
KEY WORDS: Soil Loan Areas, Soil Degradation, Geoindicators, Geographic Information
System.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Modelo Pressão – Estado – Resposta.................................................................................................... 26
Figura 2: Esquema estrutural para avaliação ambiental ........................................................................................ 29
Figura 3: Localização do município de Ilha Solteira............................................................................................... 47
Figura 4: Geologia da Bacia do Rio Paraná........................................................................................................... 48
Figura 5: Unidades geológicas presentes na área urbana de Ilha Solteira e seu entorno..................................... 49
Figura 6: Horizontes dos perfis das áreas de empréstimo em estudo ................................................................... 88
LISTA DE FOTOS
Foto 1: Imagem IKONOS da Área de Empréstimo 1 – área da Fapic.................................................................... 55
Foto 2: Vista geral da Área de Empréstimo 1 – área da Fapic .............................................................................. 56
Foto 3: (a) Testemunho da Área de Empréstimo 1, e (b) Detalhe do perfil de solo no testemunho exposto......... 56
Foto 4: Imagem IKONOS da Área de Empréstimo 2 – área do Ginásio de Esportes ............................................ 57
Foto 5: Vista geral da Área de Empréstimo 2 – Ginásio de Esportes .................................................................... 58
Foto 6: Testemunho da Área de Empréstimo 2 ..................................................................................................... 58
Foto 7: Estrada existente no interior da área de empréstimo ................................................................................ 59
Foto 8: Imagem IKONOS da Área de Empréstimo 3 – área Novo Horizonte......................................................... 59
Foto 9: Vista geral da Área de Empréstimo 3 – Novo Horizonte............................................................................ 60
Foto 10: Testemunho da Área de Empréstimo 3 ................................................................................................... 60
Foto 11: Aterro sendo executado na Área de Empréstimo 3 ................................................................................. 61
Foto 12: Detalhe do aterro sendo construído – interface entre talude de corte e talude de aterro ........................ 61
Foto 13: Área de Empréstimo 3 sendo usada para despejo de lixo e entulho ....................................................... 62
Foto 14: (a) Horizonte A – Fora da área de empréstimo, e (b) Horizonte A – Dentro da área de empréstimo ...... 90
Foto 15: (a) Horizonte B – camadas superiores, e (b) Horizonte B – camadas inferiores ..................................... 90
Foto 16: (a) Horizonte C – camada superior, e (b) Horizonte C – camada inferior................................................ 91
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Distribuição granulométrica da amostra ensaiada fora da Área de Empréstimo 1 (Fapic) no primeiro
metro do perfil .............................................................................................................................................. 84
Gráfico 2: Distribuição granulométrica da amostra ensaiada dentro da Área de Empréstimo 2 (Ginásio) no
primeiro metro do perfil ................................................................................................................................ 84
Gráfico 3: Distribuição granulométrica da amostra ensaiada dentro da Área de Empréstimo 3 (Novo Horizonte) no
primeiro metro do perfil ................................................................................................................................ 85
Gráfico 4: Distribuição granulométrica da amostra ensaiada dentro da Área de Empréstimo 3 (Novo Horizonte) no
segundo metro do perfil................................................................................................................................ 85
Gráfico 5: Distribuição granulométrica da amostra ensaiada fora da Área de Empréstimo 3 (Novo Horizonte) no
primeiro metro do perfil ................................................................................................................................ 86
LISTA DE MAPAS
Mapa 1: Distribuição das formas de relevo na área urbana e de expansão urbana de Ilha Solteira ..................... 50
Mapa 2: Localização das áreas de empréstimo..................................................................................................... 54
Mapa 3: Representação proporcional da degradação por áreas de empréstimo e por componente avaliado .... 108
Mapa 4: Representação proporcional da degradação para o componente solo.................................................. 109
Mapa 5: Representação proporcional da degradação para o componente rocha/cascalho ................................ 110
Mapa 6: Representação proporcional da degradação para vegetação................................................................ 111
Mapa 7: Representação proporcional da degradação para recursos hídricos..................................................... 112
Mapa 8: Representação proporcional da degradação para o componente relevo............................................... 113
Mapa 9: Representação proporcional da degradação – uso e ocupação do solo ............................................... 113
Mapa 10: Representação proporcional da degradação – geometria da cava...................................................... 114
Mapa 11: Nível de degradação das áreas de empréstimo estudadas ................................................................. 116
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Principais tipos de degradação do solo por processos naturais no Brasil ............................................ 20
Quadro 2: Principais tipos de degradação do solo por interferências humanas no Brasil ..................................... 21
Quadro 3: Impactos mais comuns em atividades de mineração............................................................................ 22
Quadro 4: Impactos mais comuns em áreas de empréstimo de solo .................................................................... 23
Quadro 5: Resumo do padrão dos geoindicadores da lista de checagem............................................................. 28
Quadro 6: Lista de geoindicadores básicos proposta por Berger .......................................................................... 30
Quadro 7: Relevância dos geoindicadores para assuntos abordados na Agenda 21............................................ 32
Quadro 8: Geoindicadores propostos por Coltrinari............................................................................................... 33
Quadro 9: Influência das forças naturais e das tensões humanas nos geoindicadores......................................... 35
Quadro 10: Geoindicadores para rios e vales de rios em locais de clima tropical úmido ...................................... 36
Quadro 11: Geoindicadores para avaliação de áreas urbanas tropicais................................................................ 41
Quadro 12: Proposta de geoindicadores para rápidas mudanças no ambiente urbano ........................................ 42
Quadro 13: Descrição dos elementos de terreno com respectivo perfil de alteração de solo................................ 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Relação da identificação das amostras com as áreas em estudo ......................................................... 82
Tabela 2: Massa especifica dos sólidos das amostras ensaiadas......................................................................... 83
Tabela 3: Resultados das análises granulométricas.............................................................................................. 83
Tabela 4: Resultados dos ensaios de limites de consistência ............................................................................... 87
Tabela 5: Profundidade do vel de água (NA) nas áreas de empréstimo............................................................. 89
Tabela 6: Ponderação dos geoindicadores............................................................................................................ 98
Tabela 7: Valores de ponderação referentes ao componente do meio físico solo............................................... 101
Tabela 8: Valores de ponderação referentes ao componente do meio físico rocha/cascalho ............................. 102
Tabela 9: Valores de ponderação referentes ao componente do meio físico vegetação..................................... 102
Tabela 10: Valores de ponderação referentes ao componente do meio físico recursos hídricos ........................ 102
Tabela 11: Valores de ponderação referentes ao componente do meio físico relevo.......................................... 102
Tabela 12: Valores de ponderação referentes ao uso e ocupação...................................................................... 103
Tabela 13: Valores de ponderação referentes aos processos geodinâmicos...................................................... 103
Tabela 14: Valores de ponderação referentes à geometria da cava.................................................................... 103
Tabela 15: Ponderação final dos geoindicadores ................................................................................................ 103
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
APP – Área de Preservação Permanente
CAD - Computer Aided Design
CINDIRU - Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento da Irrigação na Região de Urubupungá
CESP - Companhia Energética de São Paulo
EIA - Estudo de Impacto Ambiental
HI - Solos Hidromórficos
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPTU - Imposto Territorial Urbano
IUGS - International Union of Geological Scienses
GPS - Global Positioning System
LE - Latossolo Vermelho Escuro
LR - Latossolo Roxo
MNT - Modelos Numéricos de Terreno
OGEOENVIRONMENT - Comissão de Ciências Geológicas para Planejamento Ambiental
OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development
OMS – Organização Mundial de Saúde
PL - Podzólico - Lins
PM - Podzólico - Marília
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental
SIG - Sistema de Informação Geográfica
SPT – Standard Penetration Test
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................................................. 4
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 15
CAPÍTULO 2 - OBJETIVO ..................................................................................................................................... 17
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOBRÁFICA .......................................................................................................... 18
3.1 DEGRADAÇÃO DO SOLO ......................................................................................................................... 18
3.1.1 Introdução ........................................................................................................................................... 18
3.1.2 Degradação Causada por Mineração.................................................................................................. 21
3.1.3 Degradação Causada por Empréstimo de Solo .................................................................................. 22
3.1.4 Recuperação de Áreas Degradadas ................................................................................................... 24
3.2 GEOINDICADORES ................................................................................................................................... 25
3.2.1 Introdução ................................................................................................................................................ 25
3.2.2 Princípios dos Geoindicadores................................................................................................................. 27
3.2.3 Utilidade dos Geoindicadores.............................................................................................................. 34
3.2.4 Aplicações para os Geoindicadores.................................................................................................... 36
3.2.4.1 Aplicações no Mundo .................................................................................................................. 36
3.2.4.2 Aplicações no Brasil .................................................................................................................... 43
3.2.4.3 Consideração sobre os Exemplos Apresentados ........................................................................ 46
3.3 ÁREA EM ESTUDO .................................................................................................................................... 47
3.3.1 Características Gerais......................................................................................................................... 47
3.3.2 Áreas de Empréstimo de Solo............................................................................................................. 54
3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS........................................................................................ 62
3.4.1 Introdução ................................................................................................................................................ 62
3.4.2 Princípios do Spring (Sistema para Processamento de Informações Georreferenciadas)....................... 64
CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA ........................................................................................................................... 67
4.1 METODOLOGIA PROPOSTA..................................................................................................................... 67
4.1.1 Levantamentos Bibliográficos e de Campo.............................................................................................. 68
4.1.2 Proposição de Geoindicadores ................................................................................................................ 69
4.1.3 Avaliação dos Geoindicadores Propostos................................................................................................ 69
4.1.5 Registro e Tratamento das Informações .................................................................................................. 69
4.1.6 Proposta Metodológica............................................................................................................................. 70
4.2 METODOLOGIA UTILIZADA PARA IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA................................................. 70
4.2.1 Caracterização Geotécnica...................................................................................................................... 70
4.2.1.1 Ensaios de Caracterização.......................................................................................................... 71
4.2.1.2 Massa Específica dos Sólidos ..................................................................................................... 71
4.2.1.3 Granulometria.............................................................................................................................. 71
4.2.1.4 Limites de Consistência............................................................................................................... 72
4.2.2 Sondagens ............................................................................................................................................... 73
4.2.2.1 Sondagem SPT “Standard Penetration Test ............................................................................... 73
4.2.2.2 Sondagem a Trado...................................................................................................................... 73
4.2.2.3 Sondagem Elétrica Vertical ......................................................................................................... 74
4.2.3 Microscopia Eletrônica ............................................................................................................................. 75
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................................. 77
5.1 METODOLOGIA PROPOSTA – GEOINDICADORES................................................................................ 77
5.1.1 Solo ..................................................................................................................................................... 78
5.1.2 Rocha/Cascalho....................................................................................................................................... 78
5.1.3 Relevo...................................................................................................................................................... 79
5.1.4 Vegetação................................................................................................................................................ 80
5.1.5 Recursos Hídricos.................................................................................................................................... 80
5.1.6 Acessos, Uso e Ocupação....................................................................................................................... 81
5.1.7 Processos Geodinâmicos.................................................................................................................... 81
5.1.8 Geometria Final da Cava..................................................................................................................... 81
5.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO ............................................................................................................ 82
5.2.3 Ensaio de Granulometria..................................................................................................................... 82
5.2.3 Limites de Consistência....................................................................................................................... 86
5.3 SONDAGENS ............................................................................................................................................. 87
5.4 MICROSCOPIA ELETRÔNICA E ENSAIOS DE ENERGIA DISPERSIVA ................................................. 89
5.5 PONDERAÇÃO DOS GEOINDICADORES ................................................................................................ 91
5.5.1 Solo ..................................................................................................................................................... 92
5.5.2 Rocha/Cascalho .................................................................................................................................. 93
5.5.3 Vegetação ........................................................................................................................................... 94
5.5.4 Recursos Hídricos ............................................................................................................................... 94
5.5.5 Relevo ................................................................................................................................................. 95
5.5.6 Acessos, Uso e Ocupação .................................................................................................................. 96
5.5.7 Processos Geodinâmicos.................................................................................................................... 96
5.5.8 Geometria Final da Cava..................................................................................................................... 97
5.7 DISCUSSÃO DOS GEOINDICADORES PROPOSTOS........................................................................... 104
5.7.1 Solo ................................................................................................................................................... 104
5.7.2 Rocha/Cascalho ................................................................................................................................ 104
5.7.3 Vegetação ......................................................................................................................................... 105
5.7.4 Recursos Hídricos ............................................................................................................................. 105
5.7.5 Relevo ............................................................................................................................................... 105
5.7.6 Acessos, Uso e ocupação ................................................................................................................. 106
5.7.7 Processos Geodinâmicos.................................................................................................................. 106
5.7.8 Geometria da cava ............................................................................................................................ 107
5.8 MAPAS DE SÍMBOLOS PROPORCIONAIS............................................................................................. 107
5.9 AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DAS ÁREAS EM ESTUDO.................................................................. 115
5.10 SISTEMATIZAÇÃO DA PROPOSTA ...................................................................................................... 117
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 118
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................................... 120
ANEXO A – RELATÓRIO DE SONDAGENS SPT............................................................................................... 126
ANEXO B – RELATÓRIO SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL ......................................................................... 136
CAPÍTULO 1 – INTROCUÇÃO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
A implantação de projetos que dependam de terraplenagem para sua
construção carece sempre de solo como matéria-prima. O solo necessário a essas
operações geralmente é obtido de empréstimos próximos ao local da obra e com as
características técnicas de interesse.
Os processos para obtenção do solo estão sempre associados a escavações
ou desmontes, gerando degradação ambiental e fazendo com que, em contraposição aos
benefícios da implantação do empreendimento, sejam gerados impactos ambientais
negativos.
Dentre os processos comuns de degradação ambiental, destacam-se os
relacionados à degradação física do solo: erosão, compactação, redução do horizonte não
saturado e remoção da camada agricultável do solo.
Os danos causados ao meio ambiente pela exploração de recursos minerais
compreendem matéria conhecida do meio técnico, mas a proposição de alternativas
geralmente se concentra nas áreas rurais, exceção para exploração de areia em grandes
metrópoles.
No município de Ilha Solteira, em função da construção da Usina Hidrelétrica
de Ilha Solteira e de obras auxiliares, diversas parcelas do terreno foram utilizadas como
área de empréstimo, algumas delas situadas em locais que atualmente fazem parte da área
CAPÍTULO 1 – INTROCUÇÃO
urbana ou de expansão urbana. Esse fato representa danos que tornam mais complicado o
aproveitamento futuro dessas áreas para finalidades mais nobres como o uso residencial.
Com o intuito de propor e testar procedimentos de análise dos impactos
gerados em áreas de empréstimo é apresentado o presente trabalho, que pretende utilizar a
técnica de geoindicadores para avaliar tais impactos e implementar a análise em ambiente
computacional apoiando-se em sistema de informações geográficas.
Além disso, é prevista uma classificação das áreas avaliadas em relação ao
nível de degradação, de forma a permitir a proposição de alternativas de uso, constituindo-
se em benefício direto para o município de Ilha Solteira.
Do ponto de vista metodológico, a técnica pode vir a ser útil tanto em
situações similares (mineração) como em outras situações nas quais se faça necessária a
avaliação de impactos ao meio físico, decorrentes do uso de recursos naturais.
CAPÍTULO 2 – OBJETIVO
CAPÍTULO 2 - OBJETIVO
Os objetivos desse trabalho são:
1) Utilizar geoindicadores como mecanismo de identificação e descrição
das condições ambientais de parcelas do terreno anteriormente
exploradas como áreas de empréstimo de solos;
2) Utilizar sistema de informações geográficas como mecanismo de
armazenamento e tratamento das informações levantadas, facilitando
a execução das etapas seguintes da proposta;
3) Caracterizar a condição de estado das áreas estudadas, de forma a
permitir sua classificação em termos da intensidade dos impactos
sofridos;
4) Definir, a partir do processo de hierarquização citado no item anterior,
diferentes alternativas de uso e ocupação para as áreas estudadas;
5) Propor, com base nos resultados obtidos nas etapas anteriores, uma
sistemática para levantamento, avaliação e classificação dos impactos
decorrentes do uso de parcelas do terreno em áreas urbanas e de
expansão urbana como áreas de empréstimo.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOBRÁFICA
3.1 DEGRADAÇÃO DO SOLO
3.1.1 Introdução
“Solo, compreende a pedosfera, está posicionado na interface da litosfera
com a biosfera, atmosfera, e hidrosfera. É constituído de minerais e matéria orgânica,
incluindo organismos vivos. A formação do solo é a combinação dos efeitos sicos,
químicos, biológicos, e de processos antropogênicos, resultando na formação dos
horizontes do solo” (WIKIPEDIA, 2007).
Os solos ocorrem na paisagem compondo unidades ou compartimentos
delimitáveis por meio da distinção de características morfológicas (cor, textura, estrutura,
consistência, cerosidade, nódulos e concreções) dos horizontes pedológicos, observáveis
no campo, e características físicas e químicas, determinadas por meio de ensaios de
laboratório e in situ. A espessura dos horizontes, e a transição vertical e lateral entre estes
são igualmente importantes, e utilizados na caracterização, classificação e mapeamento do
solo (SALOMÃO & ANTUNES, 1999).
De acordo com Brasil (1986), meio ambiente é “o conjunto de condições, leis,
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a
vida em todas as suas formas”.
O meio ambiente é composto pelos meios físico, biológico e sócio-econômico,
sendo os componentes do meio físico, segundo Brasil (1986
, p. 3),
“o subsolo, as águas, o ar
e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os
corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas e as correntes atmosféricas”.
Nesta visão, o solo é parte integrante do meio físico.
A degradação de uma determinada área é verificada quando ocorrem
impactos ambientais negativos, tais como: alterações das suas propriedades físicas
(estrutura ou grau de compacidade e a perda de matéria devido à erosão), e a alteração de
características químicas, devido a processos como a salinização, lixiviação, deposição ácida
e a introdução de poluentes.
Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas
e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam:
A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
As atividades sociais e econômicas;
A biota;
As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
A qualidade dos recursos ambientais.
(BRASIL, 1986, p. 1)
Degradação da qualidade ambiental é alteração adversa das características
do meio ambiente” (BRASIL, 1981, p. 2).
Segundo Brasil (1989, p. 1) degradação é o conjunto de processos
resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de
suas propriedades, tais como, qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais”.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (1989, p. 16) define
degradação de solo como a “alteração adversa das características do solo em relação aos
seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos em planejamento quanto os
potenciais”.
Para Barrow (1991, p. 1) “degradação do solo pode ser definida como a perda
de sua utilidade ou potencial de utilidade, ou ainda, a redução, perda ou mudanças nas
características ou organismos do solo que não podem ser restauradas”.
Para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA (1990) a degradação do solo ocorre quando a vegetação nativa e a
fauna são destruídas, removidas ou expulsas; a camada fértil do solo for perdida, removida
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
ou enterrada; e a qualidade e regime de vazão do sistema drico forem alterados, vindo a
inviabilizar a área.
Bitar et al. (1993) afirmam que a degradação solo causa uma diminuição de
seus componentes formadores, perda de elementos físicos, químicos e/ou biológicos,
podendo restringir sua capacidade produtiva, alteração adversa das características do solo
em relação aos seus vários usos possíveis, tanto os estabelecidos em planejamento quanto
os potenciais.
Conforme Barrow (1991) a degradação do solo implica na redução de seu
nível, por exemplo, degradação e/ou perda do solo, ou uma mudança na composição da
fauna e/ou flora, ou ainda, uma diminuição na qualidade das formas orgânicas que o
compõem.
O autor apresenta as principais causas da degradação do solo como sendo
riscos naturais devidos a condições próprias do solo e condições climáticas e tectônicas,
remoção da cobertura vegetal do solo, ocupação de áreas impróprias ou sem os cuidados
técnicos apropriados, uso intensivo ou incorreto dos recursos naturais.
Noffs, Galli & Gonçalves (2000) descrevem como principais conseqüências da
degradação o empobrecimento dos solos, assoreamento dos rios, assoreamento de
reservatórios e açudes e sedimentação em depressões e várzeas.
Segundo Zuquette, Pejon e Collares (2003) diferentes tipos de degradação do
solo ocorrem fruto de processos naturais e interferências humanas. O Quadro 1
(degradação decorrente de processos naturais) e o
Quadro
2
(degradação devida a interferências humanas) sintetizam tais
mudanças na visão dos autores.

Processos Naturais
Solo/Rocha Geomorfologia Água Vegetação
Diminuição da
biodiversidade
Mudanças na
morfometria
Mudanças na
morfometria
Diminuição da
biodiversidade
Cimentação Mudanças nos canais Mudanças nos canais Infestação
Desertificação
Mudanças na
densidade dos canais
Mudanças na
densidade dos canais
Mudanças na
biomassa
!""#$%"&'
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
!()*
Interferência Humana
Agricultura Urbana Indústria Mineração
Poluição da água e do
solo
Poluição do ar, solo e
água
Poluição do ar, solo
e água
Poluição do ar, solo e
água
Compactação do solo Compactação do solo Chuva ácida Taxa de erosão do solo
Taxa de erosão do solo
Taxa de erosão do
solo
Retirada da
cobertura vegetal
Mudanças no
escoamento
Formação de crostas
Mudanças no
escoamento
Mudanças no
escoamento
Retirada da cobertura
vegetal
Salinização da água
Retirada da cobertura
vegetal
Inundações Carga de sedimento
Lixiviamento Carga de sedimento
Mudanças na
densidade do canal
Decréscimo biomassa,
carbono, biodiversidade
Mudanças na
densidade do canal
Mudanças
geomorfológicas
Desertificação Morfometria do canal Movimentos de massa
Assoreamento
Movimentos de
massa
Mudanças no relevo
Retirada da cobertura
vegetal
Inundação
Mudanças no relevo
Assoreamento
!""#$%"&'
Para Barrow (1991) na avaliação da degradação deve ser avaliado o grau do
dano e se tal degradação é passível de controle ou reversão. Pode ser caracterizada por
estudos desenvolvidos em diferentes escalas, a escala depende da extensão alcançada,
condições biológicas afetadas e materiais geológicos, intensidades e uso do solo.
3.1.2 Degradação Causada por Mineração
A degradação de uma área por mineração é inerente ao processo minerário e
sua intensidade depende do volume, tipo, e rejeitos produzidos, sendo que a recuperação
da área deve integrar o processo. Geralmente essas áreas degradadas estão localizadas no
entorno de áreas urbanas e obras de engenharia, e aleatoriamente na zona rural.
Os impactos decorrentes de tais atividades podem ser variados e atingir
diferentes componentes do meio ambiente, sendo geralmente apresentados segundo a
classe de componente do meio afetada.
No caso dos impactos ambientais em áreas de mineração, a literatura técnica
costuma apresentar uma divisão dos impactos em físicos, químicos e na biota, sendo os
impactos físicos subdivididos naqueles ocasionados por dragagem ou por desmonte. O
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Quadro 3 apresenta os impactos mais comuns encontrados na literatura segundo Ambiente
Brasil (2005), Farias (2005) e Teixeira (1992).
#+****,*
Físicos
Dragagem Desmonte
Químicos na Biota
Instabilidade de
encostas
Supressão de vegetação Alteração no pH
Destruição da
fauna e da flora
Alterações dos cursos
d’água
Descaracterização do
relevo
Salinidade das águas
Destruição de
áreas de
preservação
Destruição dos fundos
dos rios
Erosão
Contaminação dos
recursos hídricos
Assoreamento de rios Escorregamentos
Perda das camadas
férteis dos solos
Formação das cavas
Assoreamento de rios
Vibrações
Fonte: Ambiente Brasil (2005), Farias (2005) e Teixeira (1992)
Conforme Ambiente Brasil (2005) a extração de seixos, rocha e solo são
atividades consideradas altamente impactantes ao meio ambiente. Essa exploração
tradicionalmente provoca intensa degradação, uma vez que sempre é acompanhada de
remoção da camada vegetal, do solo e das rochas.
A atividade mineral não pode deixar de existir uma vez que seus produtos são
de grande importância para a sociedade. O grande desafio é produzir bens minerais sem
degradar o meio ambiente e para isso, é preciso haver uma conscientização do
empreendedor para o mínimo de agressão e o melhor aproveitamento dos recursos.
3.1.3 Degradação Causada por Empréstimo de Solo
Áreas de empréstimo são locais onde se promovem retiradas substanciais de
substratos para diferentes fins. Constituem áreas degradadas, pois não apresentam
capacidade de resiliência e são passivos ambientais de importância desconhecida para a
sociedade, uma vez que não se tem contabilizado o dinamismo dos processos erosivos.
O Quadro 4 apresenta a listagem dos principais impactos ocasionados em
áreas de empréstimo de solo, obtida dos trabalhos de Christófaro & Nunes (1999),
Kesselring & Kesselring (1999) e Pereira et al. (1999), sendo tais impactos classificados
quanto ao meio físico, químico, biótico, e antrópico.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
%+****-*.*
Físicos Químicos Biótico Antrópico
Descaracterização do
relevo
Perda das camadas
férteis do solo
Desmatamento Impacto visual
Compactação Mudanças na textura Alterações na flora
Alterações na forma de
uso dos solos
Processos erosivos Salinidade nas águas
Alterações na fauna
aquática e terrestre
Menor produtividade
dos ecossistemas
Assoreamento do rio Mudanças no pH Perda de patrimônio
Remoção da cobertura
superficial do solo
Presença de máquinas
expõe população e
operários da obra
durante a execução
das atividades.
Retenção de água
)/0&&&'11&&&'$ &&&'
Corrêa & Leite (1998), considerando estudo feito no Parque Nacional de
Brasília, mostram que a intensidade dos impactos ambientais em áreas de empréstimo está
relacionada principalmente à profundidade da escavação.
Segundo os autores numa análise comparativa entre áreas onde houve
apenas a supressão da vegetação e áreas onde houve escavação, o resultado é o seguinte,
em áreas onde escavação, a vegetação apresenta-se de forma esparsa, e em áreas
onde houve apenas desmatamento o estrato herbáceo é mais denso.
Em relação à infiltração de água, quanto mais profunda a escavação menor
essa infiltração, esse fato se deve aos solos mais profundos terem uma maior compacidade;
sendo que em alguns casos pode existir um aumento de infiltração em relação às áreas de
vegetação nativa, devido camadas de solos depositadas no local, proveniente de erosões
(CORRÊA & LEITE, 1998).
Ainda conforme os autores, a umidade em áreas vegetadas apresenta valores
similares e mais altos do que em áreas escavadas. Mesmo com disponibilidade de água, o
material exposto nesses locais não a armazena, provavelmente pela falta de matéria
orgânica para estruturá-lo, uma vez que a estrutura é determinante na capacidade de um
solo armazenar água.
O aumento da densidade global afeta a disponibilidade de água, o que explica
o comportamento da menor capacidade de retenção de água nos locais onde acontecem
escavações e que implicam no mau desempenho da re-vegetação.
A concentração de matéria orgânica é menor em áreas escavadas quando
comparadas com áreas vegetadas ou apenas desmatadas, isso em função da pobreza de
vegetação existente, conseqüentemente a não produção de matéria orgânica.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para Corrêa & Leite (1998) a erosão é o principal problema em áreas que
foram mineradas e abandonadas, pois devastam parte do ecossistema. A perda de
partículas acarreta aumento da compactação e diminuição da capacidade de
armazenamento de água nos solos e substratos. Além disso, tal fato diminui as chances de
re-vegetação natural, pois toda perda de partículas é acompanhada da perda de nutrientes.
A erosão ainda afeta o meio físico, não apenas pela remoção da camada de
solo, mas porque carreia materiais que irão se sedimentar nos corpos d’água gerando
assoreamento. Outro impacto importante em áreas rurais e suburbanas é a perda de solo
com potencial agropecuário, exigindo muitas vezes investimentos vultosos para sua
correção (CORRÊA & LEITE, 1998).
ENGEVIX (2005) destaca que a construção de barragens causa impactos
devidos a escavações, movimentos de terra e transporte de solos para a obra, que poderão
provocar o aparecimento de processos erosivos ou intensificação daqueles existentes.
A literatura técnica indica certo consenso em relação aos componentes do
meio sico afetados pela operação de áreas de empréstimo, no entanto não indica os
mecanismos de levantamento de tais condições no empreendimento, e raramente faz
referências a métodos de avaliação de degradação ou propõe usos para áreas de
empréstimo.
O presente trabalho pretende sanar essa deficiência usando a técnica de
geoindicadores como mecanismo de levantamento de dados, e conseqüentemente análise
das áreas quanto ao nível de degradação, e em função disso propor formas de uso e/ou
aproveitamento das áreas.
3.1.4 Recuperação de Áreas Degradadas
Segundo Brasil (1989), a recuperação deve ter por objetivo o retorno do
sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o
uso do solo, visando à obtenção da estabilidade do meio ambiente.
Bitar et al. (1993) destacam que o conceito de recuperação de uma área está
diretamente relacionado com o uso de indicadores quantificáveis que permitam traduzir o
grau de degradação. No contexto geológico, os mecanismos de degradação do solo
coincidem com alterações na dinâmica dos processos do meio físico e, assim, um indicador
deve fornecer, por meio de um ou mais parâmetros, medida da magnitude dessa
degradação.
Atualmente a legislação federal exige que os empreendimentos que se
destinam à exploração de recursos minerais devem apresentar Estudo de Impacto
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ambiental EIA, Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, e plano de recuperação de área
degradada (BRASIL, 1989).
A partir do Decreto 97.632 em 1989, os estados e os municípios passaram
a incorporar essas normas às suas legislações, por meio de resoluções, lei do plano diretor,
lei de uso e ocupação do solo dentre outras.
As propostas de recuperação de áreas degradadas por exploração de
recursos naturais para regiões urbanas são as mais variadas, por exemplo, disposição de
resíduos, indústria, lazer, loteamento, sistema viário, educação e hotelaria (BITAR, 1997).
3.2 GEOINDICADORES
3.2.1 Introdução
A Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, das
Nações Unidas, (Rio-92), conduziu a um consenso geral a respeito do chamado
desenvolvimento sustentável, conceito que passou a ser amplamente utilizado
mundialmente.
Com isso houve o crescimento entre as nações do interesse em verificar seu
desempenho ambiental, bem como em implementar políticas ambientais voltadas ao
desenvolvimento sustentável.
No entanto, o conhecimento do estado do ambiente (informação nem sempre
disponível) é fundamental para o perfeito planejamento das políticas ambientais, bem como
da avaliação de sua eficácia. O desenvolvimento de indicadores ambientais veio suprir o
meio técnico-científico de parâmetros capazes de fornecer as informações de estado
necessárias.
Um marco no conceito de indicadores ambientais foi denominado de Pressão
Estado Resposta, elaborado pela Organisation for Economic Co-operation and
Development OECD, e considerado como o mais simples e suficientemente geral que
serve como alicerce para a construção de qualquer Sistema de Indicadores Ambientais,
como ilustrado na Figura 1.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
234 !""#'
5356
Segundo OECD (2003, p. 5), “indicadores são parâmetros, ou valores
calculados a partir de informações, dando indicações sobre ou descrevendo o estado de um
fenômeno, ou de uma área geográfica”.
Para Neimanis & Kerr (1996, p. 369) indicadores “são parâmetros que
fornecem informações e direções das condições de um fenômeno e tem significado
estendido além de associações com as propriedades da estatística”, e indicadores
ambientais “são parâmetros que representam ou resumem aspectos do estado do ambiente,
e a relação entre as atividades humanas e os recursos naturais”.
Segundo Giraldo (1999) citado por Rufino (2002) existem diversos tipos de
indicadores de estado do ambiente, apresentados a seguir:
Indicadores Físico-Químicos: são utilizados para avaliar as condições
físico-químicas da água podendo ser utilizadas para algumas medições do
solo e do ar.
Indicadores Hídricos: esses indicadores são variáveis abióticas que
indicam um processo ou estado do ecossistema aquático, caracterizando-o
através de variáveis físico-químicas e suas variações no espaço e no tempo.
Indicadores Climáticos: indicam variações das condições atmosféricas
no que diz respeito à composição e presença de determinadas substâncias
contaminantes, além de incluir variáveis do tipo meteorológicas.
Bioindicadores: tratam de variáveis biológicas, ecológicas, espécies,
ou populações que ao darem respostas às mudanças de um gradiente físico-
químico, mostram um grau de tolerância, ou então, entra em condições de
resistência, stress ou morte.
Indicadores Bacteriológicos: indicam a presença ou a ausência de
microorganismos patogênicos.
Indicadores Edafológicos: indicam as condições ambientais dos solos.
Pressão
Atividades
humanas
Estado
Estado do
meio ambiente
e dos recursos
naturais
Resposta
Agentes
econômicos e
ambientais
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Indicadores Paisagísticos: indicam o aspecto estético e cultural de um
determinado local.
Indicadores Sociais: indica o nível de desenvolvimento de uma
determinada região.
Indicadores Geológicos e Geomorfológicos (Geoindicadores): são
definidos como magnitudes e tendências dos processos geológicos e
fenômenos que acontecem num intervalo de tempo de um século, ou menos,
na superfície terrestre, sujeitos a variações de importância para compreender
as rápidas mudanças ambientais.
Os indicadores ambientais devem ser definidos por meio da sua efetividade
em termos de validade científica, dados avaliados, extensão geográfica, responsabilidade
nas mudanças ambientais, representatividade, entendimento por não especialistas e
relevância.
3.2.2 Princípios dos Geoindicadores
A International Union of Geological Scienses – IUGS criou, em 1992, na
Comissão de Ciências Geológicas para Planejamento Ambiental, um grupo de pesquisa
para desenvolver indicadores geológicos, esse grupo foi presidido por Antony R. Berger, e a
partir desse trabalho veio a introdução do conceito de geoindicadores, resultando no
Geoindicators: Assessing Rapid Environmental Changes in Earth Systems1.
O resultado dessa comissão foi uma lista de checagem com 27
geoindicadores, cujo formato padrão encontra-se disponível na internet no endereço
eletrônico http://www.lgt.lt/geoin/topic.php?tid=checklist. Esse formato possibilita saber
onde, quando e como cada parâmetro pode ser medido, sua significação para avaliação
ambiental, a causa e outras informações adicionais, o Quadro 5 apresenta um resumo do
padrão de apresentação de tais geoindicadores.
1
BERGER, A. R.; IAMS W. J. Geoindicators: Assessing rapid environmental changes in earth systems.
Rotterdam: Balkema, 1996. 466p.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
76*)*
Nome Do geoindicador
Descrição breve
Relação com processos e fenômenos geológicos
Significado Porque deve ser monitorado
Causa natural ou humana
Diferença entre causas humanas e causas naturais
Ambiente onde é aplicável Contexto geral da paisagem
Tipos de locais para monitoramento
Localizações específicas para monitoramento
Escala espacial
Qual a extensão de área deve ser monitorada
Método de medida Técnicas de campo e laboratório
Freqüência de medida Quão freqüente deve ser o monitoramento
Limitações de dados Dificuldades em obter e usar os dados
Aplicações para o passado e futuro
Estudos de ambientes antigos e potencial de predição
Limiar possível
Que mudança significativa pode ocorrer no ambiente
Referências fundamentais
Manuais práticos e publicações fundamentais
Outras fontes de informação Programas e organizações
Assuntos relacionados
Relativo a outros processos geológicos e ambientais
Avaliação global
Importância ao monitoramento ambiental e sustentabilidade
 &&8$#9'
Desde 1999, as atividades do grupo de trabalho se transformaram na
“Iniciativa Geoindicadores”, que vinculada a IUGS vem realizando esforços na divulgação do
termo no meio científico, porém, o assunto ainda é pouco difundido e conhecido.
Para Berger (1996, p. 5 e 6) “geoindicadores são medidas de magnitude,
freqüência, taxa e tendência de processos geológicos e fenômenos que ocorrem na
superfície terrestre ou próximo a esta, e que representam mudanças significativas no
ambiente no período de 100 anos ou menos”.
Ainda conforme o autor, os geoindicadores descrevem eventos catastróficos
ou graduais, colaboram na determinação do que está acontecendo no ambiente, fornecendo
indicativos do que a administração pode fazer para combater esses processos.
Nesta visão, cabe aos geoindicadores o papel de descrever e caracterizar as
relações entre as tensões provocadas pelas atividades humanas e as respostas de tais
interferências nos componentes do meio físico (solo/rocha, água) e do meio biológico,
completando a lacuna de informações necessárias, sendo que a Figura 2 ilustra essa
estrutura.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
 &&:$!'
!3*,*;
O Quadro 6 apresenta a lista de checagem com 27 geoindicadores,
abrangendo os mais diferentes ambientes. Essa lista tem o propósito de facilitar o
monitoramento dos processos geológicos importantes na sustentabilidade ambiental.
Responsabilidade:
Humana
Natural
Tensão:
Humana
Natural
Avaliação Ambiental
GEOINDICADORES
Condição do Ambiente
Paisagem/ecossistema
Solo/rocha
Água
Biota
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
:<;-
Geoindicadores Mudanças ambientais
Química do coral e padrão do
crescimento
Temperatura da água de superfície e salinidade
Crostas e fissuras em superfície desértica Aridez
Formação e reativação de dunas
Velocidade e direção dos ventos, umidade, aridez e
disponibilidade de sedimentos
Magnitude, duração e freqüência de
tempestade de areia
Transporte de areia, aridez e uso do solo
Atividade de solo congelado Clima, hidrologia e movimentação de taludes
Flutuações de geleiras Precipitação, insolação e fluxo de derretimento
Qualidade da água subterrânea
Uso do solo, contaminação, alteração de rocha e
solo, radioatividade e precipitação de ácidos
Química da água subterrânea na zona
não saturada
Alteração de solos e rochas, clima e uso do solo
Nível da água subterrânea Clima, impermeabilização e recarga
Atividade cárstica
Química e fluxo da água subterrânea, clima,
cobertura vegetal e processos fluviais
Níveis e salinidades de lagos
Clima, uso do solo, vazão e circulação da água
subterrânea
Nível relativo do mar
Oscilações na linha de costa, clima, extração de
fluidos, sedimentação e compactação
Seqüência e composição de sedimentos Clima, uso do solo, erosão e deposição
Sismicidade Tensões naturais ou induzidas
Linha da costa
Erosão costeira, transporte e deposição de
sedimentos, uso do solo, nível do mar e clima
Deslizamento de encostas
Estabilidade de taludes, movimentos de massa e uso
do solo
Erosão de solos e sedimentos Clima, tempestade de água, vento e uso do solo
Qualidade do solo
Processos químicos, biológicos e físicos no solo e
uso do solo
Fluxo de corrente Clima, precipitação, bacia de drenagem e uso do solo
Morfologia de canal
Carga de sedimento, velocidade de fluxo, clima, uso
do solo e subsidência
Armazenamento e carga de fluxo de
sedimento
Transporte de sedimento, taxa de fluxo, bacia de
drenagem e uso do solo
Regime de temperatura do subsolo Clima, fluxo de calor, uso do solo e cobertura vegetal
Deslocamentos crustais
Soerguimento e subsidência, falhamentos e extração
de fluídos
Qualidade de água de superfície
Clima, uso do solo, interações água-solo-rocha e
velocidade de fluxo
Atividade vulcânica
Movimento de magma próximo à superfície, liberação
de gases magmáticos e fluxos de calor
Extensão, estrutura e hidrologia de terras
úmidas
Uso do solo, clima, produtividade biológica e vazão
de fluxo
Erosão eólica Clima, uso do solo e cobertura vegetal
 &&8$#&'
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Berger (1997), um problema de listas de checagem como esta, é
dar a entender que cada compartimento é separado e que pouca interação entre eles.
Embora a ênfase dada pelos geoindicadores às mudanças abióticas, os sistemas biológico e
geológico interagem intimamente no tempo e no espaço. Além disso, esses sistemas
freqüentemente são bastante afetados por influências humanas. Não obstante estes
aspectos, a lista de checagem otimiza o início das pesquisas, na busca de uma melhor
compreensão das mudanças ambientais que estão ocorrendo.
Para o autor a maior parcela dos geoindicadores tem um alcance local (até 10
km), outra parcela representa efeitos regionais (de 10 a 100 km), enquanto alguns, como os
relativos ao nível do mar e atividades vulcânicas têm dimensões continentais e globais.
Os geoindicadores apresentam indícios de mudanças ambientais para vários
dos assuntos identificados na Agenda 21, resultado da Conferência Mundial para o Meio
Ambiente e Desenvolvimento. O Quadro 7 relaciona os geoindicadores da lista de
checagem e sua influência nos diversos assuntos tratados na Agenda 21.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
86,=;>!
Geoindicadores
HH
USW
ND
FW
CZ
LR
Ds
MD
Ag
For
Bidv
vvv
A/C
E
ME
R
Química do coral e padrão do
crescimento
Crostas e fissuras em superfície
desértica
Formação e reativação de dunas
Magnitude, duração e freqüência de
tempestade de areia
Atividade de solo congelado
Flutuações de geleiras
Qualidade da água subterrânea
Química da água subterrânea na zona
não saturada
Nível da água subterrânea
Atividade cárstica
Níveis e salinidades de lagos
Nível relativo do mar
Seqüência e composição de
sedimentos
Sismicidade
Linha da costa
Deslizamento de encostas
Erosão de solos e sedimentos
Qualidade do solo
Fluxo de corrente
Morfologia de canal
Armazenamento e carga de fluxo de
sedimento
Regime de temperatura de
subsuperfície
Deslocamentos crustais
Qualidade de água de superfície
Atividade vulcânica
Extensão, estrutura e hidrologia de
áreas alagadas
Erosão eólica
Obs. 1: HH = Saúde Humana (Cap. 6); USW = Ambiente Urbano (Cap. 7); ND = Desastres Naturais
(Cap. 7); FW = Água Doce (Cap. 18); CZ = Áreas Costeiras (Cap. 17); LR = Solo (Cap. 10); Ds =
Desertificação (Cap. 12); MD = Formação de Montanhas (Cap. 13); Ag = Agricultura (Cap. 14); For
= Destruição de Florestas (Cap. 11); Bidv = Biodiversidade (Cap. 15); A/C = Atmosfera/Clima (Cap.
9); E = Ecossistemas; ME = Exploração de Minas/Petróleo/Gas; R = Reservatórios/Irrigação.
Obs. 2: Maior relevância; potencial relevância e relevância imediata limitada a área
 &&8$%'
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Coltrinari (1996) apresenta um resumo de geoindicadores, Quadro 8,
apropriados para os trópicos úmidos, que devem ser monitorados em escala espacial e
temporal, variando de acordo com seu tamanho, extensão, alcance, duração e
periodicidade.
9?
Geoindicadores
Expansão da exposição da superfície do solo
Variações na carga de sedimentos nos rios
Erosão nas nascentes dos rios
Coluvião e aluvião
Mudanças na morfometria e na morfologia da encosta
Taxa de falhas nas encostas e sinais de falhas potenciais
Mudanças no fluxo do canal
Descarga de fluxo e aumento do sedimento
Mudanças quantitativas e qualitativas na vegetação
Taxa de perda da cobertura vegetal
&&:$%'
Conforme a autora, tanto os processos naturais como antropogênicos
induzem mudanças nos geoindicadores, por exemplo, distribuições de chuva, ciclo de
vegetação, e ciclo anual de retirada da cobertura vegetal por queimadas.
As fontes de dados para tais geoindicadores podem ser: (1) Geometria e tipo
de solo nas ravinas; (2) Instrumentação de processos climáticos e geomorfológicos; (3)
Levantamento e amostragem de solo e sedimento; (4) Perfil da encosta e análise de mapas;
(5) Monitoramentos meteorológicos em áreas com remoção da cobertura vegetal;
(6) Levantamentos de campo da vegetação (COLTRINARI, 1996).
A autora acrescenta ainda que, para completar a análise dos dados de campo
e avaliar mudanças em escalas regionais / continentais ao longo de anos ou décadas, pode
se lançar mão do uso de imagens de satélite; fotografias aéreas; análise multitemporal;
comparação entre mapas atuais e passados de vegetação, topografia, geologia,
geomorfologia e solo; dados meteorológicos e hidrológicos; testes físicos e químicos; e
estudos micromorfológicos de solos e depósitos superficiais.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.2.3 Utilidade dos Geoindicadores
Os geoindicadores baseiam-se em conceitos e procedimentos padrões
podendo ser usados para evidenciar mudanças nos mais diferenciados ambientes, por
exemplo, fluvial, costeiro, desértico, montanhoso e glacial, têm o objetivo de auxiliar no início
das pesquisas e em muitos casos necessita da integração de vários ao mesmo tempo
(BERGER, 1997).
O autor ainda acrescenta que o conceito de geoindicadores reúne
ferramentas normativas em geomorfologia, hidrologia, geoquímica, geofísica,
sedimentologia, e outras áreas, em um formato útil aos profissionais ambientais e
administradores; destacando a importância de processos geológicos rápidos e determinando
a condição de paisagens e ecossistemas, avaliando impactos ambientais, monitorando
ecossistemas e inspecionando o desenvolvimento de atividades como mineração,
silvicultura, e construção.
Alguns desses geoindicadores são complexos e de obtenção dispendiosa,
outros são relativamente simples e fáceis para aplicar; podem ser utilizados como
indicativos de soluções para investigações paleoambientais, dessa forma provêem uma
importante linha de referência para o entendimento das tensões induzidas pelo homem ou
ocasionadas naturalmente.
Os geoindicadores têm sido designados pela IUGS como uma ferramenta
para descrever a situação do ambiente e para monitoramentos ecológicos de longa duração
(BERGER, 1997).
Para o autor, reconhecer a realidade da mudança ambiental natural e a
distinção desta das ações antrópicas é tarefa muito difícil, principalmente depois da sua
ocorrência. O Quadro 9 é uma tentativa de mostrar a importância relativa das forças
naturais, em contraste com as tensões induzidas pelo homem, nas causas das mudanças
que determinado geoindicador representa.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
&+(@)*
Geoindicadores
Forças
naturais
Tensões
humanas
Química do coral e padrão do crescimento
Crostas e fissuras em superfície desértica
Formação e reativação de dunas
Magnitude, duração e freqüência de tempestade de areia
Atividade de solo congelado
Flutuações de geleiras
Qualidade da água subterrânea
Química da água subterrânea na zona não saturada
Nível da água subterrânea
Atividade cárstica
Níveis e salinidades de lagos
Nível relativo do mar
Seqüência e composição de sedimentos
Sismicidade
Linha da costa
Deslizamento de encostas
Erosão de solos e sedimentos
Qualidade do solo
Fluxo de corrente
Morfologia de canal
Armazenamento e carga de fluxo de sedimento
Regime de temperatura de subsuperfície
Deslocamentos crustais
Qualidade de água de superfície
Atividade vulcânica
Extensão, estrutura e hidrologia de terras úmidas
Erosão eólica
Obs.: forte influência, pode influenciar, e pouca influência
 &&8$%"'
Os geoindicadores devem responder a quatro questões básicas: “o que está
acontecendo no ambiente? (condições e tendências), por que está acontecendo? (causas),
por que é importante? (efeitos ecológicos, econômicos e na sde), e o que se pode fazer
acerca disso? (planejamento e nas políticas)” (BERGER, 1997, p. 36).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.2.4 Aplicações para os Geoindicadores
3.2.4.1 Aplicações no Mundo
Osterkamp (2002) define geoindicadores para monitoramento de rio e vale de
rio nos trópicos úmidos, considerando três subdivisões do ambiente fluvial. Em áreas planas
usa geoindicadores relacionados ao escoamento superficial, movimento de solo e rupturas
de talude, e densidade de drenagem; para baixadas ou vales propõe o uso de taxas de
testemunho de sedimento; e para grandes fluxos, propõe geoindicadores como descargas
de água, sedimento, e sólidos dissolvidos.
Para o autor, as principais características desses ambientes são: ocorrência
de tempestades, ausência de ciclos de gelo-degelo e relação com processos de
intemperismo físico, intenso intemperismo bioquímico, movimentos de massa e baixa
variabilidade nas características da água e dos rios. Com base nessas características a lista
de geoindicadores para o monitoramento de rios e vales de rios em locais de clima tropical
úmido é apresentada no Quadro 10.
"?,**A*
Geoindicadores
Taxa e mudança de taxas na provisão de água e sedimento
Relação chuva-escoamento
Movimento de solos e rupturas em taludes
Rastejo de solo
Deslizamento de solo
Densidade de drenagem
Mudança no armazenamento de sedimentos
Morfologia fluxo-canal
Tipos de depósitos sedimentares
Chumbo 210
Césio 137
Pólen
Fluxo de água e produtos do intemperismo nos canais
Corrente de fluxo
Relação estágio evolutivo - descarga
Duração de fluxo e freqüência de inundação
Descarga de sedimentos e avaliação da granulometria do sedimento
Sólidos dissolvidos
2B*!""!$8!:'
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para Tavares, Cruz & Lollo (2007) ao tratar do ambiente fluvial e,
corretamente, priorizar a dinâmica do modelado do vale na definição de geoindicadores,
Osterkamp não distingue técnicas para diferenciação entre processos naturais e induzidos
pela ação humana, o que seria possível avaliando as interações do vale e do canal com as
atividades em seu entorno.
Giedtraitiene et al. (2002) apresentaram os resultados de um programa que
monitora a qualidade da água subterrânea na fronteira entre a Polônia e a Lituânia, uma
região agrícola com uso extensivo de fertilizantes, destacando que a análise da composição
química da água é um geoindicador para monitoramento de água subterrânea eficiente na
avaliação de impactos ambientais.
Também na Lituânia, Klimas & Gregorauskas (2002) vêem a qualidade da
água subterrânea como um valioso geoindicador de condição ambiental. Além disso, os
autores consideraram como importantes geoindicadores, as mudanças em níveis de água
subterrânea e as interações água-rocha (resultando em carstificação e subsidência).
Outro trabalho para monitoramento de ambientes de água subterrânea é o de
Edmunds (1996), no qual o autor considera que as mudanças ambientais vêm sendo
ocasionadas, principalmente por disposição de esgoto incorreta, contaminação do solo,
mudanças no uso do solo, reflorestamento, aridez e desertificação, salinização,
urbanização, abandono de minas e acidificação.
Os geoindicadores propostos para monitoramento de tal ambiente, segundo
Edmunds (1996), estão relacionados aos fatores anteriormente citados, e são: (1) Mudanças
piezométricas, (2) Dissolução mineral, (3) Reações de redução e oxidação, (4) Salinidade,
(5) Tempo de residência, (6) Presença de radioatividade ambiental, (7) Presença de
insumos agrícolas, (8) Poluição industrial e urbana, (9) Taxas de recargas, (10) Atenuação
ácida, e (11) Impactos de atividade de mineração.
Para Tavares, Cruz & Lollo (2007), Edmunds considera os efeitos dos aportes
de matéria e energia no aqüífero (especialmente aqueles relacionados à qualidade da água)
dando pouca importância à interação entre o sistema fluvial e o aqüífero os quais trocam
água a todo o momento.
Bush et al. (1999) apresentam três áreas de estudo na Carolina do Norte
(EUA) em que os geoindicadores foram utilizados para avaliação de riscos litorâneos e
mitigação dos impactos gerados. A proposta contempla uma lista preliminar abrangendo
grande quantidade de geoindicadores, muitos dos quais passíveis de avaliação apenas em
campo, sendo a mesma uma lista de checagem e elaborada com o objetivo de conter todas
as possibilidades identificadas pelos autores para o ambiente litorâneo e, a partir disso são
selecionados os geoindicadores considerados apropriados para o estudo em questão.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os geoindicadores selecionados para o estudo das áreas na Carolina do
Norte, foram: (1) Porte da vegetação, (2) Mudanças na linha de praia, (3) Largura da praia,
(4) Declividade e espessura dos depósitos de praia, (5) Zona de espraiamento, (6) Foz de
rio, (7) Geometria das dunas, (8) Geometria da escarpa, (9) Forma da costa, (10)
Vegetação, (11) Drenagem, (12) Planície de lavagem, (13) Platôs em mar aberto, (15)
Outras feições, e (16) Taxa geral de risco. Além disso, os autores propõem um conjunto de
medidas mitigadoras consideradas úteis para os problemas identificados na área.
Nesje (1996) em seu trabalho sobre geoindicadores para áreas glaciais
observa que esses locais respondem rapidamente às alterações ocorridas em seu ambiente
climático pelo aumento ou diminuição do volume de gelo.
O autor descreve ainda geoindicadores para monitoramento de geleiras
utilizando diferentes parâmetros glaciais: (1) Balanço específico, (2) Balanço específico
cumulativo, (3) Relação de acúmulo de área, (4) Equilíbrio da linha de altitude, e
(5) Alterações no comprimento.
Romanovskii et al. (1996) analisaram processos periglaciais na Rússia,
existentes em terrenos de permafrost” (camada do solo que permanece congelada quando
em temperaturas abaixo de C). Para tais áreas concluiu os seguintes geoindicadores:
(1) Regime de temperatura no ponto mais alto, (2) Distribuição de congelamento sazonal e
descongelamento sazonal, (3) Processos catastróficos de encostas, (4) Formação de blocos
de gelo, (5) Erosão termal e dissolução de calcário em ambiente periglacial, e (6) Camada
ativa.
Segundo o autor os geoindicadores “permafrost” manifestam-se em formas
superficiais que podem ser observadas, descritas e monitoradas. A localização e aparência
dessas formas, sua superfície morfológica, a composição e textura dos depósitos que as
compreendem fornecem informações gerais sobre o clima, ambiente, evolução, atividade e
intensidade dos processos criogênicos.
Outro geoindicador de reposta às mudanças ambientais, estudado por Canuti
et al. (2004) são os deslizamentos de solo, bastante importante em regiões montanhosas, e
foi avaliado em um trabalho desenvolvido para a Itália.
Os autores discutem a importância dos fatores uso do solo, clima e vegetação
na freqüência de deslizamentos de solos em diferentes escalas de tempo utilizando técnicas
de sensoriamento remoto.
Ainda conforme Canuti et al. (2004) os deslizamentos de solos bastante
freqüentes na Itália são de grande importância nas análises porque os depósitos
decorrentes dos processos podem ser facilmente identificados.
A análise temporal dos processos, tendo como base as mudanças no uso do
solo para movimentos de massa em áreas com altas declividades, resgatam a importância
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
da avaliação do fator tempo nos processos, tanto os naturais como, especialmente, aqueles
decorrentes da ação humana (TAVARES, CRUZ & LOLLO, 2007).
Para ambientes áridos, Lancaster (1996) diz que as mudanças nas formas
desérticas resultam da combinação de eventos como chuva, vento, temperatura e
gravidade. Mudanças na magnitude desses eventos influenciam nos movimentos de massa,
e na descarga e deposição de sedimentos, contribuindo para modificações na paisagem,
que em alguns casos ocorrem rapidamente e podem ser indicadores sensíveis de mudanças
ambientais.
Para monitoramento de tais áreas o autor apresenta em seu trabalho os
seguintes geoindicadores: (1) Encostas - magnitude e freqüência de movimentos de massa,
(2) Feições fluviais - canais de erosão ou deposição, (3) Feições planas (playas) - tipo de
superfície e freqüência de inundação, e (4) Feições eólicas - freqüência e magnitude de
tempestades de areia e vegetação em dunas.
Vance & Wolfe (1996) discutem geoindicadores para recursos hídricos em
regiões áridas do Canadá, sendo de grande importância o monitoramento de lagos e dunas
nessas regiões. Para monitoramento dos lagos foram adotados os geoindicadores nível e
composição química da água; e para o monitoramento das dunas geoindicadores
relacionados à taxa de migração de areia, atividade regional das dunas e morfologia da
duna.
O crescimento da população urbana em muitos países tem causado diversas
mudanças ambientais na hidrologia, geomorfologia, clima, vegetação, e qualidade do ar e da
água. Tais mudanças podem ser representadas por geoindicadores, que embora não
tenham sido desenvolvidos para o ambiente urbano podem ser de grande utilidade em tais
áreas.
Segundo Gupta (2002), em cidades situadas em regiões de clima tropical e
subtropical os problemas se agravam pela combinação dos seguintes fatores: (1) O
crescimento urbano se com rápida expansão das áreas construídas, sem a implantação
das obras de controle; (2) Muitas cidades estão localizadas em áreas de risco, seja de
enchentes, de terremotos ou de movimentos de massa; e (3) Os altos índices de
precipitação pluviométrica aumentam os riscos existentes.
Os geoindicadores podem ser usados para representar as mudanças na
qualidade do ambiente geológico urbano, e para tomar as devidas decisões administrativas,
especialmente no que diz respeito à áreas de risco (GUPTA, 2002).
Mediante essa problemática o autor desenvolveu uma lista de
geoindicadores, apresentada no Quadro 11, para avaliação de áreas urbanas tropicais,
sendo essa lista selecionada de acordo com a efetividade na avaliação de impactos
ambientais e o tipo de dados requeridos para o seu uso.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para McCall (1996) o ambiente urbano não pode ser ignorado na definição de
geoindicadores, pois devido a grande concentração de pessoas em tais ambientes, o
mesmo é alvo da maior parte da poluição ambiental antropogênica, e os processos
envolvidos não estão restritos apenas à área urbana, mas se estendem ao ambiente
externo.
Em seu trabalho o autor apresenta ainda uma proposta de geoindicadores
para monitoramento ambiental de áreas urbanas, descrevendo o problema, o processo que
deve ser avaliado, o indicador e a ferramenta utilizada para tal avaliação, veja Quadro 12.
O autor considera ainda que o uso de geoindicadores para avaliação de
mudanças ambientais em áreas urbanas deve ser feito com cuidado, uma vez que por
definição, geoindicadores são designados primeiramente para medir mudanças no ambiente
geológico, sendo assim a completa e correta avaliação das mudanças que englobem o
ambiente urbano e a interação entre ambientes, considerando os efeitos da atividade
humana, incluiria tratar os diferentes ambientes como sistemas abertos, que trocam matéria
e energia com os sistemas vizinhos.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
?,-;
Nome Significado Causa Medida
Escala
espacial
Escala
temporal
Precisão Aplicação Limiar
Inundação
Condições
drenagem
Natural/
humana
Intensidade,
magnitude,
freqüência
km seg. - anos cm
Prevenção de
riscos
Margem do
canal
Água
subterrânea
Diminuição Humana
Diminuição,
transferência,
recarga
km dias - anos cm
Provisão de
água,
subsidência
Região
determinada
Encostas Estabilidade
Natural/
humana
Magnitude,
comprimento.
m
semanas -
anos
grau
Mitigação de
riscos,
planejamento
Região
determinada
Canal de rio
Mudanças
hidrológicas
Humana Largura seção km casual ou ano cm
Controle de
inundação
Uso do solo
local
Clima
Mudanças
hidrológicas
Humana
Temperatura,
precipitação,
evapotranspiração
km min. - anos mm Planejamento
Região
determinada
Uso do solo
Mudanças
ambientais
Humana
Mapas, fotos e
imagens de
satélite
m
2
anos m
2
Avaliação
ambiental
Região
determinada
Qualidade ar Saúde Humana
Análise de
amostras
Variável horas - anos µg m
-3
Administração
ambiental
OMS ou
nações
Disposição
de esgoto
Poluição da
água
Humana
Análise de
amostras
pontos diário variável
Qualidade da
água
OMS e nações
Áreas baixas
do relevo
Possível
inundação
Natural/
humana
Delimitação da
área
km sazonal cm
Riscos, saúde,
subsidência
Região
determinada
Perturbações
sísmicas
Risco
Natural/
humana
Dados de campo m
casual cm
Mitigação de
riscos
Região
determinada
Atividade
vulcânica
Risco Natural Dados de campo km casual não aplicável
Mitigação de
risco
Região
determinada
Acúmulo
areia/dunas
Risco e
poluição
Natural/
humana
Dados de campo m
2
dias m
Potencial de
poluição
Uso do solo
local
Obs.: OMS – Organização Mundial de Saúde
? !""!$8#&'
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
!-**;;
Problema Processo Indicador Ferramenta
I) Sismicidade Atividade sísmica
Sismógrafo, pesquisas
históricas
Instabilização
II) Vulcanismo
Malha de instrumentos,
pesquisas históricas
I) Intrusão marina
Mudanças no nível
do mar
Medição
II) Excesso de precipitação Chuva Medição
III) Transbordamento de rio
Mudança no nível
do rio
Medição
Inundação
IV) Ruptura de reservatórios e
represas
Pequenos abalos Sismógrafo
Tsunamis
Inundação em costas
causadas por terremotos
distantes e erupções
submarinas
Abalos registrados
na área costeira
Sismógrafo
Deslizamentos
de solo
Colapso gravitacional
Movimentos de
formações
rochosas
superficiais
Medida de estabilidade
de encosta, mapeamento,
monitoramento por meio
do uso de pontos de
referência e recordes
históricos.
Subsidência
Colapso gravitacional ou
abatimento
Movimento vertical
de solo superficial
Nivelar instrumentos em
pontos de referência
Contaminação
e poluição
Poluição da água subterrânea
e superficial, solo e ar
Excesso de
substâncias
prejudiciais
Monitoramento regular,
amostragem s e análises
I) Interrupção de
bombeamento de aqüíferos
na área urbana
Elevação do
nível da água
II) Irrigação (interações água-
esgoto/fossa séptica, danos
em fundações, inundação de
construções subterrâneas)
Mudanças no nível
da água (positivo)
e aparente
poluição perto da
superfície, danos e
inundação das
estruturas de
proteção
Medição do nível da
água, análise químicas e
microbiológicas da água e
controle no retorno da
irrigação
Rebaixamento
no nível da
água
Subsidência difusa (extração
de fluidos)
Mudanças no nível
da água (negativa)
redução do nível
do solo
Medição do vel da água
e medição do nível do
solo usando pontos de
referência
I) Exploração dos recursos de
água
II) Diminuição de prédios e
materiais de construção
III) Danos em termos de
perda de solo agricultável
(menor suprimento de
alimentos)
IV) Diminuição dos recursos
energéticos
Diminuição dos
recursos
V) Diminuição da cobertura
vegetal
Queda no vel da
água
Indicadores de nível da
água e intervalos
regulares de
monitoramento
&&:$#8'
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.2.4.2 Aplicações no Brasil
No Brasil existem estudos desenvolvidos utilizando geoindicadores como
ferramenta de avaliação de condições ambientais.
Zuquette, Pejon & Collares (2004) avaliaram a degradação do solo em áreas
de drenagem no ambiente costeiro da região metropolitana de Fortaleza (CE), sendo as
principais causas de tal degradação, a agricultura, a urbanização, a destruição de florestas e
a mineração.
Os autores desenvolveram essa avaliação em duas etapas, uma de
caracterização dos componentes ambientais por meio de trabalho de campo e laboratório, e
a outra foi o estudo detalhado das áreas degradadas com uso de sensoriamento remoto.
Os geoindicadores definidos foram: (1) Posição da margem da praia, (2)
Erosão (solo e sedimento), (3) Mudanças no relevo, (4) Mudanças no canal, (5) Qualidade
da água superficial, (6) Assoreamento, (7) Mudanças em dunas, (8) Rupturas em taludes,
(9) Mudanças na geometria do canal, (10) Mudanças na vegetação, (11) Qualidade da água
subterrânea, (12) Freqüência de fontes poluidoras, (13) Intensidade e freqüência de
inundações, (14) Danos em construções e na infra-estrutura urbana, (15) Rebaixamento do
nível de água subterrânea, (16) Alteração na direção da vazão da água subterrânea, (17)
Alteração na direção da vazão da água superficial, (18) Destruição de matéria orgânica, e
(19) Intrusão de água salina em aqüíferos rasos (ZUQUETTE, PEJON & COLLARES, 2004).
A escolha de tais geoindicadores para o estudo, segundo os autores, foi
devido ao baixo custo dos ensaios de laboratório e trabalhos de campo associados, sendo
todos os dados relacionados com hidrologia, geomorfologia, clima e componentes
geológicos, bem como vegetação, qualidade de água, e padrão de uso do solo.
Os autores analisaram os geoindicadores em termos de presença, freqüência
e intensidade nas bacias de drenagem delimitadas na área. Em termos de presença, as
classes foram definidas pela quantidade de geoindicadores da lista verificados na área; a
freqüência foi considerada como o número de áreas onde foi detectado o geoindicador; e a
intensidade foi a combinação entre volume e extensão de cada área onde o geoindicador foi
detectado. Finalmente, as áreas de drenagem foram classificadas com nível de degradação
baixa, intermediaria, ou alta; considerando as classes presença, freqüência, e intensidade.
Zuquette, Pejon & Collares (2004) finalizam afirmando que os problemas de
degradação do solo na região têm afetado a vida das pessoas e demandado grandes
investimentos em programas de reabilitação de áreas degradadas.
Um trabalho bastante diferenciado com o uso de geoindicadores foi
desenvolvido para o reparcelamento do solo na gestão ambiental urbana, sendo escolhida
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
uma área de estudo situada em ambiente costeiro, o nordeste da Ilha de Santa Catarina, em
Florianópolis (SC).
Segundo Rego Neto (2003) a escolha da área foi devido à importância do
aqüífero local, e foram considerados os geoindicadores nível da água subterrânea e
qualidade da água subterrânea.
Por se tratar de região costeira o autor propõe ainda o geoindicador nível
relativo do mar e, na região das praias, onde foi observada a movimentação de dunas sobre
áreas ocupadas e a ação da abrasão marinha, os geoindicadores formação e reativação de
dunas, e posição da linha de costa.
O autor destaca que o conceito de geoindicadores é recente e está em fase
de maturação de suas reais potencialidades, sendo de fundamental importância na gestão
ambiental urbana de áreas frágeis e/ou de forte dinâmica ambiental, por permitir uma melhor
aproximação dos cenários ambientais futuros.
Rego Neto (2003) ressalta ainda que a integração do conceito de
geoindicadores com as técnicas de re-parcelamento do solo pode ser a chave para resolver
muitos problemas de gestão ambiental urbana, não em cidades de nosso país, como em
outras regiões.
O assoreamento foi estudado e proposto como geoindicador ambiental por
Campagnoli (2002), reconhecendo a importância do assoreamento como processo de
deposição sedimentar acelerada, que ocorre em corpos d’água de diversas naturezas, tais
como córregos, rios, lagos, estuários e ambientes de praias. Sua ocorrência denota um
desequilíbrio entre a produção de sedimentos de uma bacia e a capacidade transportadora
de sua rede de drenagem.
Estudando o assoreamento em vários reservatórios, o autor propõe
geoindicadores específicos para a caracterização das condições de assoreamento em
função das dimensões do reservatório e das informações disponíveis.
O trabalho mostra ainda uma preocupação em definir geoindicadores e
métodos de obtenção dos mesmos compatíveis com a escala de trabalho, considerando os
níveis de abordagem: regional (escalas 1:100.000 e 1:250.000), local (1:10.000 e 1:25.000),
de semi-detalhe (1:5.000), e detalhada (1:2.500).
Os geoindicadores variam ligeiramente em função da abordagem, mas
podem ser assim sintetizados: (1) Área erodida, (2) Volumes de assoreamento, (3) Taxas de
sedimentação, (4) Espessura dos depósitos, (5) Índices de contaminação, e (6) Poluição de
sedimentos e águas.
O destaque dado a variável escala de trabalho fornece uma grande
contribuição ao estudo dos geoindicadores, destacando a importância da escala no
processo (TAVARES, CRUZ & LOLLO, 2007).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Outro trabalho desenvolvido por brasileiros foi o de Santo e Sánchez, o qual
avaliou indicadores de impactos ambientais usando SIG e fotografias aéreas. Os
indicadores nesse trabalho foram determinados para avaliação dos impactos causados por
exploração de minas de areia em planícies de inundação do Rio Paraíba do Sul.
Foram avaliados os seguintes geoindicadores: (1) Área total de mineração;
(2) Áreas de solo agricultável convertida em área de mineração, com ênfase em áreas com
exposição do nível freático; (3) Áreas de remoção da cobertura vegetal; (4) Modificações na
morfologia do rio; (5) Crescimento de vegetação em áreas recuperadas; e (6) Mineração em
áreas de proteção ambiental (SANTO & SÁNCHEZ, 2002).
Santo & Sánchez (2002) finalizam esse estudo salientando que os
geoindicadores são aplicáveis na gestão ambiental, no planejamento do uso do solo, na
avaliação de impactos ambientais e na avaliação da degradação do solo.
A partir de tantas aplicações para o uso de geoindicadores nos mais
diferentes ambientes, a proposta em questão tem o objetivo de levantar uma lista de
geoindicadores que venha representar o estado ambiental das áreas definidas para o
estudo, avaliar a degradação dessas áreas, e de posse disso propor formas de uso e
prioridades de intervenções para as mesmas.
A aplicação da proposta dar-se-á em ambiente urbano, em áreas onde foi
explorado solo (áreas de empréstimo) para obras de engenharia, sendo avaliada a
degradação do solo nesses locais.
Essas áreas de empréstimo foram escolhidas para o estudo por estarem
situadas na área urbana ou contígua ao limite da área urbana de Ilha Solteira,
representando áreas de ocupação potencial futuro, sendo que a proposição de usos para
tais áreas levará em conta essa localização, ou seja, serão estudadas propostas que visem
dar alguma utilização benéfica para a população urbana.
Outro aspecto interessante a se destacar é o fato que tais áreas foram
exploradas em décadas passadas, numa época em que a legislação vigente não exigia
projeto de recuperação de áreas degradadas por empréstimo de solo, por esta razão as
áreas não foram submetidas a projetos de recuperação nem têm projetos previstos para tal
finalidade.
Sendo assim, o presente trabalho é de fundamental importância para gerar o
conhecimento que virá a ser necessário quando da discussão ou proposição de usos futuros
para as áreas.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.2.4.3 Consideração sobre os Exemplos Apresentados
Segundo Tavares, Cruz & Lollo (2007) a primeira observação relevante
acerca das aplicações avaliadas diz respeito à estreita relação entre os geoindicadores
propostos e a dinâmica dos ambientes considerados.
Também é digna de nota a preocupação dos autores em selecionar
indicadores de processos de média e larga escala, tanto espacial como temporal, e que
representam os processos ou produtos mais significativos para a degradação do meio
naquele ambiente ou ramo de atividade humana, com especial ênfase para aqueles ligados
a movimentos de massa e degradação química dos recursos naturais, (TAVARES, CRUZ &
LOLLO, 2007).
Quanto às formas de obtenção dos geoindicadores os autores destacam a
preferência por técnicas que envolvem menores custos, especialmente aquelas baseadas
em levantamentos de campo.
Tal situação é modificada quando os geoindicadores escolhidos para medir
níveis de degradação física envolvem remoção ou deposição de materiais (com
necessidade de trabalhos de campo extensivo, envolvendo maiores custos), ou níveis de
degradação química (com medidas em laboratório de concentrações de materiais ou
substâncias).
Com relação à reprodutibilidade das técnicas em ambientes com condições
similares, Tavares, Cruz & Lollo (2007) colocam que a relativa flexibilidade dos
geoindicadores propostos facilita tal iniciativa, já que os indicadores escolhidos se referem à
situações passíveis de ocorrência em quaisquer áreas com tais condições, havendo a
necessidade de séria reflexão apenas em relação às técnicas de obtenção das informações.
Ainda conforme os autores, uma observação importante a se fazer com
relação aos trabalhos existentes na literatura é que às vezes os autores na intenção de
descrever de forma precisa o estado do ambiente estudado lançam mão de indicadores de
natureza diversa (bioindicadores, por exemplo) como instrumentos complementares para
descrever o meio geológico.
Tavares, Cruz & Lollo (2007) complementam dizendo que nas situações em
que estejam envolvidos processos de degradação química dos recursos naturais, e avaliada
a importância local do recurso em relação a outras carências da comunidade, parece mais
razoável o investimento em monitoramento com análises freqüentes e atitudes de
recuperação do recurso.
No que diz respeito à degradação física (especialmente do solo), no entanto,
a continuidade dos levantamentos é por si só, muitas vezes inócua e dispendiosa sem que
medidas de controle e mitigação não sejam aplicadas ou, dependendo do caso, medidas
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
compensatórias que permitam a convivência da comunidade com o processo, (TAVARES,
CRUZ & LOLLO, 2007).
Mesmo de posse de tantas formas de aplicação para os geoindicadores,
muito ainda pode que ser feito para explorar suas potencialidades, considerando que cada
estudo de caso tem suas particularidades. Mesmo quando se trata do mesmo tipo de
ambiente, deve haver um cuidado em verificar se essas particularidades indicam a
necessidade de definição de geoindicadores específicos.
3.3 ÁREA EM ESTUDO
3.3.1 Características Gerais
O município de Ilha Solteira está situado na região Noroeste do estado de
São Paulo, entre os meridianos 51º00’ e 51º30’ W e os paralelos 20º15’ e 20º45’ S, a
Figura
3
apresenta uma ilustração esquemática da localização de Ilha Solteira.
#<C*D+)E
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com a Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT (1981) o
embasamento geológico da região é representado principalmente por rochas sedimentares
do Grupo Bauru, Formação Santo Anastácio, que ocorre em áreas que acompanham as
cotas mais baixas dos vales dos rios afluentes do Paraná, e é constituída por arenitos de
granulação de fina a média.
Nos fundos de vale mais aprofundados observam-se afloramentos de
basaltos da Formação Serra Geral, a qual apresenta ainda arenitos intercalados aos
derrames (IPT, 1981). A Figura 4 apresenta a geologia da Bacia do
Rio Paraná, e a Figura 5 destaca as unidades geológicas presentes na área urbana de Ilha
Solteira e seu entorno.
 &9'))6) !""%'
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CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
+F&9'
7G/-;+)E$
Ainda conforme autor, a geologia condicionou o relevo regional; as rochas
básicas, mais resistentes à intemperização, funcionaram como nível de base, regulando a
progressão da erosão. Os arenitos da Série Bauru formaram vastos chapadões constituídos
de colinas com topos achatados e arredondados, modelando uma topografia de declives
suaves e pendentes longas, que vai se tornando menos movimentada e monótona, até se
formarem as planícies dos rios Paraná, Tietê e São José dos Dourados, com feições
características de campos de várzeas. A permeabilidade do arenito Bauru condicionou um
sistema de drenagem esparso, favorecendo a suavidade do relevo.
As altitudes regionais são bastante modestas, variando grosseiramente de
280 a 380 m, e o relevo que se assenta sobre as estruturas areníticas, varia de plano a
ondulado. Os vales têm vertentes amplas, de gradientes suaves e, somente em áreas
bastante restritas a topografia toma formas fortemente onduladas (IPT, 1981).
Lollo (1998) usando formas de relevo identificou dois sistemas de terreno
(denominados A e B) no município, sendo o Sistema A composto por colinas médias
onduladas, encostas convexas, e vales pequenos e profundos com encostas convexas; e o
Sistema B composto por vales amplos e médios, pouco profundo, com encostas retilíneas a
côncavas.
Ksb
Jksg
JKsg
-
Formação Serra Geral
Ksb - Grupo Bauru
Ilha Solteira
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para o Sistema A o autor propôs a divisão em duas unidades de terreno (A.1 -
colinas e A.2 - vales) e para o Sistema B, três unidades de terreno (B.1 - vales amplos, B.2 -
colinas médias a amplas e B.3 - vales médios). Na caracterização geotécnica da área
urbana e de expansão urbana não se verificou a ocorrência da Unidade B.2.
Para as áreas urbana e de expansão urbana este levantamento foi detalhado
pelo autor até o nível elemento de terreno, sendo três deles pertencentes à unidade A.1
(elementos A.1.1, A.1.2 e A.1.3), dois pertencentes a unidade A.2 (elementos A.2.1 e A.2.2),
três pertencentes à unidade B.1 (B.1.1, B.1.2 e B.1.3), e dois pertencentes à unidade B.3
(elementos de terreno B.3.1 e B.3.2).
A distribuição das formas de relevo na área urbana e de expansão urbana
são apresentada no Mapa 1, e a descrição dos elementos de terreno com o tipo de perfil de
alteração de solo associado a cada um deles no Quadro 13.
<&&9'
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CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
#4**,
Elemento
Descrição Perfil de solo
A.1.1 Porção superior das encostas, formas convexas
pouco íngremes
Espessuras de até 7 m
A.1.2 Porção inferior das encostas, formas retilíneas a
côncavas, bastante íngremes
Espessura entre 2 e 5 m
A.1.3 Fundo dos vales, forma retilínea Espessura < 2 m
A.2.1 Metade superior e topo das colinas, formas
convexas e topo relativamente aplainado
Espessura > 20 m
A.2.2 Porção inferior das colinas, formas convexas Espessura raramente superior a 10
m
B.1.1 Planícies aluviais recentes e depósitos aluviais
em canais abandonados
Espessura 5 m
B.1.2 Terraços aluviais em porções superiores de
encostas (perfil convexo)
Espessura 10 m
B.1.3 Vales amplos com encostas côncavas, bastante
dissecados
Espessura < 2 m
B.3.1 Metade inferior das encostas, formas côncavas
íngremes tendendo a retilíneas
Espessura de 5 a 6 m
B.3.2 Metade superior das encostas, formas convexas
tendendo a côncavas pouco íngremes
Espessura 10 m
<&&9'
Do ponto de vista pedológico, os tipos de solos encontrados no município
são: Solos hidromórficos (HI), Latossolo Roxo (LR), Latossolo Vermelho Escuro (LE),
Podzólico - Lins (PL) e Podzólico - Marília (PM), (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL PARA O
DESENVOLVIMENTO DA IRRIGAÇÃO NA REGIÃO DE URUBUPUNGÁ - CINDIRU, 1995).
Os solos hidromórficos ocorrem nas várzeas, a maior parte ocupando
terrenos com declividade entre 0% e 2%, apresentam como principais características uma
fertilidade natural, média ou alta, presença constante de água e possibilidade de
inundações, grande parte da área com esse tipo de solo foi inundada pela Represa de Ilha
Solteira (CINDIRU, 1995).
Ainda conforme o autor, o latossolo roxo é de fertilidade natural alta, fraca
propensão aos processos erosivos, pouco permeável e profundo, ocorrendo sobre os
basaltos, os quais apresentam pequenas exposições junto aos fundos de vale mais
aprofundados e são encontrados em áreas com declividade entre 2% e 5%, grande parte da
área com esse tipo de solo também foi inundada pela Represa de Ilha Solteira.
O tipo de solo predominante no município é o latossolo vermelho-escuro
(369,84 Km²). Ocorre sobre rochas areníticas, apresentando como características principais:
baixa fertilidade natural, forte propensão à erosão e alta permeabilidade, sendo encontrado
principalmente em áreas de declividade entre 2% e 5% (CINDIRU, 1995).
Conforme CINDIRU (1995) as rochas areníticas do Grupo Bauru originaram
também os solos podzolizados de Lins e Marília que possuem boa fertilidade, porém altos
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
riscos de erosão. Constituem solos com alto potencial agrícola, porém requerem uso e
manejo que garantam a sua conservação, impedindo a degradação pela erosão ou
empobrecimento.
A vegetação natural é composta pelas formações de floresta tropical
latifoliada semi-decídua ou mata seca; aparecem também as formações cerrado e cerradão,
e grande parte dessa cobertura original foi eliminada durante a ocupação da área
(CINDIRU, 1995).
Atualmente os córregos encontram-se praticamente desprovidos de mata
ciliar, e a cobertura principal do solo é representada pelos campos antrópicos (pastagens) e
agricultura.
Quanto à hidrografia, o município de Ilha Solteira está situado entre os rios
Paraná e Tietê; tendo o Rio São José dos Dourados ao centro do município, e o Rio Tietê ao
sul, ambos desaguando no Rio Paraná (PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHA SOLTEIRA,
2007).
O aqüífero ao qual a área de estudo se insere é o Aqüífero Bauru-Caiuá, tal
aqüífero é poroso, livre a semiconfinado, e ocorre recobrindo o sistema aqüífero Serra Geral
(BORGHETTI, BORGHETTI & ROSA FILHO, 2004).
Conforme CINDIRU (1995) o clima da região, classificado de acordo com o
Sistema Internacional de Köppen é Aw (tropical úmido, com estação chuvosa no verão e
seca no inverno).
O mês mais quente é o de janeiro, com temperatura média de 24 a 25
o
C e
média máxima de 30
- 32
o
C. O mês mais frio é julho com temperaturas médias de 18 a 20
o
C
e médias mínimas de 11 a 14
o
C (CINDIRU, 1995).
Segundo Prefeitura Municipal de Ilha Solteira (2007), para o ano de 2005, a
temperatura média anual foi de 24,9°C, com temperatura mínima de 14,6°C (julho) e
máxima de 33,5°C (fevereiro).
Ainda segundo CINDIRU (1995), a precipitação pluviométrica varia entre 1100
e 1300 mm, caracterizada por marcante contraste entre fortes chuvas de verão e fracas no
inverno, sendo a estação seca entre os meses de maio e setembro/outubro.
Conforme Prefeitura Municipal de Ilha Solteira (2007), para o ano do 2005 a
precipitação foi de 1065 mm, com mês mais chuvoso em dezembro (300 mm), e mês mais
seco em agosto (3,8 mm).
A ocupação da região foi iniciada no final da década de 60, com o início das
obras do Complexo Hidrelétrico Urubupungá, englobando as represas de Jupiá, e de Ilha
Solteira, no rio Paraná; a represa de Três Irmãos no rio Tietê; e o canal de Pereira Barreto, o
que acarretou em processos de degradação ambiental.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com o início dessas obras houve um afluxo de mão-de-obra para a região
durante a fase de construção, e foram empreendidas várias melhorias na infra-estrutura da
região, tais como construção de rodovias pavimentadas e instalação de núcleos urbanos.
O núcleo urbano de Ilha Solteira foi construído com a finalidade de abrigar a
mão-de-obra da construção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, e desde sua concepção
original foi planejado de forma a tornar-se uma cidade em razão de sua dimensão e
associado ao fato da região próxima à Ilha Solteira apresentar uma rede urbana
desfavorável, com cidades muito distantes entre si. Além disso, o custo de implantação de
um acampamento-cidade, não era significativamente maior do que o da implantação de um
acampamento provisório (COMPANHIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO - CESP, 1988).
Ainda conforme o autor o início da construção do núcleo urbano foi em 1967,
estando o acampamento-cidade pronto em 1970. Seu planejamento físico procurou otimizar
a oferta de serviços à população, resultando numa estrutura urbana compacta, com altos
valores de densidade populacional.
Conforme Prefeitura Municipal de Ilha Solteira (2007), a cidade foi construída
em um período que se preconizava a especialização das zonas de uso. Havia uma
“radicalidade” na separação dos usos de tal forma que o uso habitacional, ficasse
preservado dos impactos dos empreendimentos de qualquer natureza pela proximidade com
as moradias.
A cidade foi planejada para ter quatro zonas de especialidade, a residencial,
localizada nos passeios; a de comércio e serviços, ao longo da avenida Brasil e entre as
alamedas Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso e Goiás; a industrial, ao longo da rodovia; e a
zona especial de proteção ambiental e produção agro-ecológica do cinturão verde
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHA SOLTEIRA, 2007).
Com a elevação de Ilha Solteira à categoria de município em 1991, a
prefeitura municipal instalada preocupou-se em ampliar estas fronteiras da área urbana
criando novos projetos habitacionais na forma de loteamentos. Esses loteamentos tiveram
como principais finalidades a construção de habitações para população de baixa renda
(Jardim Aeroporto e Jardim Novo Horizonte) e explorar o potencial turístico do entorno do
lago do reservatório da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (Recanto das Águas).
Recentemente novos projetos de parcelamento do solo se encontram em fase
de implantação na área de expansão urbana do município, os Bairros Nova Ilha e Ilha Bela,
e outros dois projetos de parcelamento do solo encontram-se em fase de licenciamento
ambiental.
Durante todo esse processo a população variou de mais de 30.000 habitantes
em 1970 a 18.500 habitantes em 1980, sendo que atualmente a população de Ilha Solteira,
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2007) é de 23.996
habitantes.
A distribuição da ocupação urbana ainda é verificada conforme a implantação
inicial, com exceção da área comercial que se expandiu ao longo das demais alamedas e
avenidas principais dos bairros instalados posteriormente.
Segundo Prefeitura Municipal de Ilha Solteira (2007), o município abrange
uma área total de 659,37 km
2
, sendo o perímetro urbano atual de 24,24 km. O uso
predominante do solo é a pastagem, com algumas inserções de culturas temporárias, e
grande perspectiva para o crescimento do cultivo da cana-de-açúcar, inclusive vindo a
ocupar áreas atualmente destinadas a pastagens, devido à usinas sucroalcooleira
instaladas na região e projetos em andamento para futuras instalações.
Os setores econômicos de maior destaque no município são os de energia
elétrica, turismo, pecuária e agricultura, com tendência recente para o cultivo da cana-de-
açúcar (PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHA SOLTEIRA, 2007).
3.3.2 Áreas de Empréstimo de Solo
As áreas de empréstimo de solo que serão avaliadas estão localizadas na
área urbana do município de Ilha Solteira ou em áreas contíguas à área urbana, e são
apresentadas no Mapa 2.
Área de Empréstimo 1
Área Urbana
Hidrografia
Rodovia
LEGENDA:
*+
Fapic
Área de Empréstimo 2
Ginásio de Esportes
Área de Empréstimo 3
Novo Horizonte
Reservatório de Ilha Solteria
!<C-*.*
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Essas áreas que antes foram de domínio da CESP, hoje são da Prefeitura
Municipal de Ilha Solteira, sendo que uma delas, a Área de Empréstimo 2 foi objeto de um
contrato de comodato entre a Prefeitura Municipal de Ilha Solteira e produtor rural, que
atualmente utiliza a área (PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHA SOLTEIRA, 2007).
A exploração do solo de tais áreas foi por meio de escavação mecânica e
ocorreu no final da década de 60, início da década de 70, para obras auxiliares à construção
da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, por exemplo, aterros para pavimentação.
Nessa época a legislação vigente não exigia projeto de recuperação de áreas
degradadas por exploração dos recursos naturais, portanto, as áreas não foram submetidas
a projetos de recuperação e atualmente não existem projetos previstos para tal finalidade.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHA SOLTEIRA, 2007). Sendo assim, o presente trabalho
será de grande importância como fonte de informação quando da discussão ou proposição
de usos futuros para tais áreas.
Atualmente na Área de Empréstimo 1, Mapa 2, funcionam as instalações da
Feira Agropecuária Industrial e Comercial de Ilha Solteira - FAPIC, Fotos 1 a 4, sendo a
única área que possui algum uso conveniente para o município.
?3)!""8'
+**+1202EI3*.*5-
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
!JI3*.*5-
(a) (b)
# 'F*)I3*.* ;'4)*)H
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Área de Empréstimo 2, próxima ao Ginásio de Esportes de Ilha Solteira,
encontra-se degradada, sendo utilizada por meio de contrato de comodato, para criação de
gado, porém sem nenhum trabalho de recuperação, como o uso de insumos e plantio de
pastagem. A localização dessa área é apresentada no Mapa 2 e fotos dessas áreas seguem
abaixo, seqüência de Fotos 4 a 7.
?3)!""8'
%+**+1202EI3*.*!5-?-3
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
7JI3*.*!5?-3
:F*)I3*.*!
.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
83H-*.*
.
Na Área de Empréstimo 3, situada próximo ao Bairro Novo Horizonte, Mapa
2, em sua maior parte não existe quaisquer uso e a mesma se encontra degradada, exceto
numa parcela, onde está sendo construída uma igreja, ver seqüência de Fotos 8 a 13.
?3)!""8'
9+**+1202EI3*.*#5-0,KC
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
&JI3*.*#50,KC
"F*)I3*.*#
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
>HI3*.*#
!4)D5
Nessa área pode ser observado o despejo de lixo e entulho, mostrado na
Foto 13, sendo que no passado se observou volumes maiores de lixo e entulho lançados
na área, isso foi verificado quando da tentativa de execução de sondagem SPT na área.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
#I3*.*#H)

3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS
3.4.1 Introdução
Geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de tecnologias
voltadas à coleta e tratamento de informações espaciais para um objetivo específico. Denota
a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o
tratamento de informação geográfica e que vem influenciando de maneira crescente as
áreas de cartografia, análise de recursos naturais, transportes, comunicações, energia e
planejamento urbano e regional (CÂMARA & DAVIS, 2007).
As técnicas de geoprocessamento são: cartografia digital, Computer Aided
Design (CAD), Sistema de Posicionamento Global (GPS), Sistema de Informação
Geográfica (SIG), Análise Espacial (Geoestatística) e Fotogrametria Digital.
Os tipos de dados em geoprocessamento conforme Câmara &
Monteiro (2007), são:
Dados temáticos: descrevem a distribuição espacial de uma grandeza
geográfica expressa de forma qualitativa, como os mapas de pedologia, por
exemplo.
Dados cadastrais: cada um de seus elementos é um objeto geográfico
que possui atributos (armazenados em um banco de dados) e pode estar
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
associado a várias representações gráficas, por exemplo, os lotes de uma
cidade possuem atributos (dono, localização, imposto territorial urbano
IPTU).
Redes: denotam as informações associadas a serviços de utilidade
pública (água, luz e telefone), redes de drenagem (bacias hidrográficas), e
rodovias. No caso de redes, cada objeto geográfico (cabo telefônico,
transformador de rede elétrica, tubulação de água) possui uma localização
geográfica exata e está sempre associado a atributos descritivos presentes
no banco de dados.
As informações gráficas de redes são armazenadas em coordenadas
vetoriais, com topologia arco-nó: os atributos de arcos incluem o sentido de fluxo e os
atributos dos nós sua impedância (custo de percorrimento). A topologia de redes constitui
um grafo, que armazena informações sobre recursos que fluem entre localizações
geográficas distintas.
Modelos numéricos de terreno (MNT): são utilizados para denotar a
representação quantitativa de uma grandeza que varia continuamente no
espaço. Comumente associados à altimetria, também podem ser utilizados
para modelar unidades geológicas.
Um MNT pode ser definido como um modelo matemático que reproduz uma
superfície real a partir de algoritmos e de um conjunto de pontos (x, y), em um referencial
qualquer, com atributos denotados de z, que descrevem a variação contínua da superfície.
Imagens: obtidas por satélites, fotografias aéreas ou "scanners"
aerotransportados, as imagens representam formas de captura indireta de
informação espacial.
As imagens são armazenadas como matrizes, e cada elemento de imagem
(denominado "pixel") tem um valor proporcional à energia eletromagnética refletida ou
emitida pela área da superfície terrestre correspondente.
As principais características de uma imagem de satélite são: o mero e a
largura de bandas do espectro eletromagnético imageadas (resolução espectral), a menor
área da superfície terrestre observada instantaneamente por cada sensor (resolução
espacial), o nível de quantização registrado pelo sistema sensor (resolução radiométrica), e
o intervalo entre duas passagens do satélite pelo mesmo ponto (resolução temporal).
Conforme Câmara & Davis (2007) as ferramentas computacionais para o
geoprocessamento, chamadas de sistema de informação geográfica, permitem realizar
análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados
georreferenciados tornando ainda possível automatizar a produção de documentos
cartográficos.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Sistemas de Informação Geográfica são sistemas que realizam o tratamento
computacional de dados geográficos e recuperam informações não apenas com base em
suas características alfanuméricas, mas também por meio de sua localização espacial;
oferecem ao administrador uma visão inédita de seu ambiente de trabalho, onde todas as
informações disponíveis sobre um determinado assunto estão ao seu alcance, relacionadas
entre si com base no que lhes é fundamentalmente comum a localização geográfica
(CÂMARA & QUEIROZ, 2007)
Ainda conforme os autores, sistemas de informação geográfica são
compostos de hardware, software, bancos de dados; e pessoal envolvido na operação,
manutenção e administração do próprio sistema. Existem para tornar possível e facilitar um
número de funções ou atividades que podem ser chamadas componentes do núcleo central
do SIG: aquisição e armazenamento de dados, estruturação de dados, manipulação e
análise de dados, geração de informação e, finalmente, gerenciamento do SIG.
3.4.2 Princípios do Spring (Sistema para Processamento de Informações
Georreferenciadas)
Segundo Spring (1996) o produto Spring é um banco de dados geográfico de
geração, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com as
seguintes características:
Opera como um banco de dados geográfico sem fronteiras e suporta
grande volume de dados (sem limitações de escala, projeção e fuso),
mantendo a identidade dos objetos geográficos ao longo de todo banco;
Administra tanto dados vetoriais como dados matriciais (“raster”), e
realiza a integração de dados de Sensoriamento Remoto num SIG;
Promove um ambiente de trabalho amigável e poderoso, através da
combinação de menus e janelas com uma linguagem espacial facilmente
programável pelo usuário (LEGAL - Linguagem Espaço-Geográfica baseada
em Álgebra);
Consegue escalonabilidade completa, isto é, capacidade de operar
com toda sua funcionalidade em ambientes que variem desde micro-
computadores a estações de trabalho de alto desempenho.
Para alcançar esses objetivos, o Spring é baseado num modelo de dados
orientado a objetos, do qual são derivadas sua interface de menus e a linguagem espacial.
Algoritmos inovadores, como os utilizados para indexação espacial, segmentação de
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
imagens e geração de grades triangulares, garantem o desempenho adequado para as mais
variadas aplicações, (SPRING, 1996).
A motivação básica para o desenvolvimento do Spring baseia-se em duas
premissas: integração de dados e facilidade de uso.
No primeiro caso, constatamos que a complexidade dos problemas
ambientais do Brasil requer uma forte capacidade de integração de dados entre imagens de
satélite, mapas temáticos e cadastrais, e modelos numéricos de terreno.
Ainda conforme Spring (1996) muitos dos sistemas disponíveis no mercado
nacional apresentam alta complexidade de uso e demandam tempo de aprendizado muito
longo. Os objetivos do sistema Spring são:
Integrar as tecnologias de Sensoriamento Remoto e Sistemas de
Informações Geográficas;
Utilizar modelo de dados orientado a objetos, que melhor reflete a
metodologia de trabalho de estudos ambientais e cadastrais;
Fornecer ao usuário um ambiente interativo para visualizar, manipular
e editar imagens e dados geográficos.
Conforme Spring (1996), o software Spring está estruturado em três módulos,
"Impima", "Scarta" e "Spring", com o objetivo de facilitar seu uso, compartimentando as
funções.
O módulo "Impima" é utilizado somente para se obter uma imagem no
formato GRIB, através da leitura de imagens em dispositivos como CD-ROM, CCT
(Computer Compatible Tapes), "streamer" (60 ou 150 megabytes) e DAT (Digital Audio Tape
- 4 ou 8mm) adquiridas a partir dos sensores TM/LANDSAT-5, HRV/SPOT e AVHRR/NOAA,
ou imagens nos formatos TIFF, RAW e SITIM.
No módulo "Spring", estão disponíveis as funções relacionadas à criação,
manipulação de consulta ao banco de dados, funções de entrada de dados, processamento
digital de imagens, modelagem numérica de terreno e análise geográfica de dados. É o
módulo principal de entrada, manipulação e transformação de dados geográficos.
As funções da janela principal, na barra de menus, do Spring estão divididas
em: Arquivo, Editar, Exibir, Imagem, Temático, MNT, Cadastral, Rede, Objetos, Executar,
Ferramentas e Ajuda. Para cada opção há um menu associado com operações específicas:
“Arquivo”: relacionam-se todas as atividades referentes a manipulação
de banco de dados, projetos e esquema conceitual de um banco, a
importação e exportação de dados de outros formatos e softwares, além do
registro de novas imagens que farão parte de um projeto.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
“Editar”: proporciona ao usuário definir os planos de informações de
um projeto específico. Toda a conversão interna de dados entre projetos, isto
é, a troca de dados entre planos de informações é realizada no item Mosaico.
“Exibir”: permite o usuário exibir ou não o painel de controle, no qual
só são apresentadas as categorias, nas quais existe pelo menos um plano de
informação associado, isto é, somente os dados do projeto ativo.
“Imagem”: apresenta funções exclusivas de processamento de
imagens, como realce de contraste, filtragem, operações aritméticas,
principais componentes, modelo de mistura, classificação, segmentação,
restauração TM, leitura de pixel, eliminação de euído e estatística de
imagens.
“Temático”: encontram-se as funções de cálculo de área, tabulação
cruzada, mapa de distâncias, análise de lineamentos, medidas, conversões
varredura-vetor e vetor-varredura.
“MNT (Numérico)”: permite funções para modelagem numérica do
terreno, tais como geração de grade regular e triangular, fatiamento, geração
de imagem, geração de isolinhas, cálculo de declividade, perfil, volume e
visualização 3D.
“Cadastral” e “Redes”: encontram-se operações de edição, mosaico e
mapa de distâncias.
“Objetos”: encontra-se a manipulação de objetos e consulta.
“Ferramentas”: encontram-se operações de calibrar mesa, operações
métricas e configurar ambiente.
O módulo "Scarta" apresenta funções para que um mapa gerado no módulo
principal Spring possa ser apresentado na forma final como um documento cartográfico,
nesse módulo é possível editar uma carta e gerar um arquivo para impressão.
O usuário tem a opção de editar textos, símbolos, legendas, linhas, quadros e
grades em coordenadas planas ou geográficas. Permite tamm a exibição de mapas em
várias escalas, no formato varredura ou vetor.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA
A metodologia desse trabalho está sendo elaborada, portanto teremos dois
grandes itens nesse capítulo, um para descrever como foi elaborada essa metodologia e
outro para descrever metodologias de ensaios de campo e laboratório que foram utilizados.
4.1 METODOLOGIA PROPOSTA
Com o objetivo de avaliar, de forma ágil e eficaz, os impactos causados pelo
aproveitamento do solo em áreas de empréstimo, alguns cuidados básicos foram tomados:
Os componentes do ambiente a serem avaliados precisam ser
definidos de forma completa para que o processo possa ser entendido como
um todo;
O processo de análise deve ser confiável e rápido de forma a permitir
previsões de impactos, quando a área de empréstimo ainda não foi
implantada, e avaliações de impactos existentes e medidas para que a
intensidade da degradação não se agrave, caso em que a área de
empréstimo já esteja implantada;
Os resultados finais da análise devem permitir a classificação das
áreas para tomada de decisão quanto a novas intervenções e usos futuros.
Visando atender tais pressupostos, o presente projeto fez uso de
geoindicadores como mecanismo de levantamento e registro das informações ambientais
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
das áreas estudadas, o uso de SIG para armazenamento e tratamento das informações, e o
estabelecimento de um sistema de classificação das áreas de forma a prever intervenções
futuras.
Para atender às necessidades descritas, foram desenvolvidas as etapas de
revisão bibliográfica, levantamentos de dados bibliográficos e de campo, ambientação e
treinamento com SIG, registro e tratamento das informações em SIG com classificação das
áreas, e elaboração de proposta metodológica.
Os princípios básicos que nortearam a elaboração da lista de geoindicadores
foram agilidade e baixo custo na obtenção das informações.
No caso dos levantamentos de campo, trabalhos que exijam medidas
detalhadas ou levantamentos extensos podem significar muito tempo. Assim, os indicadores
adotados permitiram a definição de propriedades descritoras do ambiente por observação
direta.
Com relação aos trabalhos de escritório a mesma situação se aplica, ou seja,
o uso de técnicas de interpretação ou análise de informações anteriores que não envolva
procedimentos expeditos deve ser evitado.
Quanto ao critério custo de obtenção da informação, deve ser tomado alguns
cuidados, por exemplo, o uso de geoindicadores que dependam de ensaios de laboratório
ou ensaios de campo sofisticados deve ser evitado, pois tais ensaios geralmente significam
custos adicionais além de maior tempo para obtenção dos resultados.
Portanto, isso não deve significar ter como pressuposto a não realização de
ensaios, mas lançar mão dos mesmos quando não houver alternativa para definir o
geoindicador de interesse.
Além disso, devem ser privilegiados testes de campo expeditos na etapa de
levantamento de dados e lançar mão de ensaios específicos quando se estiver discutindo
alternativas de aproveitamento da área.
4.1.1 Levantamentos Bibliográficos e de Campo
Essa fase compreendeu a busca de informações que permitissem a descrição
dos geoindicadores que vão representar o estado das áreas estudadas.
Os levantamentos bibliográficos correspondem à busca de informações
acerca das condições pretéritas e atuais das áreas estudadas.
Os levantamentos de campo compreenderam na confirmação e o refinamento
das informações bibliográficas nos locais identificados, e permitiram a localização das áreas
e o conhecimento das condições naturais reinantes.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
4.1.2 Proposição de Geoindicadores
A escolha dos geoindicadores para representação do estado das áreas de
empréstimo foi feita tendo como base os principais impactos ambientais encontrados em
áreas de empréstimo, tendo em vista os impactos que afetam diretamente o solo, remoção
da camada agricultável, mudanças na declividade do terreno e erosão; e também, impactos
indiretos, na vegetação e nos recursos hídricos.
Também foram propostos geoindicadores que expressam um maior dano ao
ambiente, por exemplo, espessura de solo removida, exposição do substrato rochoso e área
total da cava (dimensão).
Outros aspectos que foram levados em consideração são os relacionados à
aptidão das áreas para aproveitamentos futuros do ponto de vista de obras de engenharia,
por exemplo, textura e estrutura da camada superficial do solo e avaliação das condições de
aterros (quando existir).
A definição desses geoindicadores se deu de forma orientada para o tipo de
ambiente a ser analisado, o clima do local, possibilidades de eventos catastróficos, focando
principalmente os impactos mais significantes nas áreas a serem estudadas.
4.1.3 Avaliação dos Geoindicadores Propostos
Para avaliação dos geoindicadores foram criadas categorias dentro de cada
geoindicador descrito, e a cada uma dessas categorias foi associado um peso que
representa maior ou menor indicativo de degradação.
Essas categorias foram criadas tendo em vista as possibilidades de
ocorrência de um determinado geoindicador, identificadas a partir de visitas nas áreas, e
ensaios de caracterização dos solos.
O nível de degradação final de cada área foi calculado como o somatório dos
pesos associados a cada categoria, sendo que os valores maiores e menores representam
um nível de degradação maior e menor, respectivamente.
4.1.5 Registro e Tratamento das Informações
Essa fase compreendeu na seleção e refinamento das informações obtidas
anteriormente, seu georreferenciamento, e armazenamento numa base de dados compatível
com o Spring.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
A base de dados foi produzida no sistema Access e contém as informações
espaciais (coordenadas que permitem a representação cartográfica de cada área) e não
espaciais (descrição das condições ambientais segundo os geoindicadores) a cada parcela
do terreno analisada.
O tratamento das informações não espaciais permitiu a hierarquização das
áreas, e o tratamento espacial das informações georreferenciadas permitiu a geração de
documentos interpretativos contendo os resultados da classificação das áreas e propostas
de uso.
4.1.6 Proposta Metodológica
A execução das etapas anteriores e a validação do processo de análise
permitiram a elaboração de uma proposta metodológica para avaliação de impactos em
áreas urbanas sujeitas à extração de recursos naturais.
Essa proposta contém a descrição das bases conceituais, procedimentos de
levantamento e análise de dados, mecanismos de tomada de decisão para propostas de
intervenção e uma ordenação das atividades a serem desenvolvidas.
4.2 METODOLOGIA UTILIZADA PARA IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA
A seguir será apresentada de forma sucinta uma descrição das metodologias
que foram utilizadas para a realização dos ensaios de campo e laboratório.
4.2.1 Caracterização Geotécnica
Para o conhecimento do perfil do solo foram desenvolvidos os ensaios de
caracterização do solo e a sondagem SPT (“Standard Penetration Test”). As sondagens
geofísicas permitiram a confirmação dos perfis do solo das áreas de empréstimo, tanto
internamente como externamente à área estudada.
Os solos foram caracterizados quanto à sua textura e estrutura por meio de
microscopia eletrônica de varredura e quanto à sua composição semi-quantitativa por meio
de ensaios de energia dispersiva. Tais caracterizações foram realizadas em amostras
coletadas em sondagens a trado.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
4.2.1.1 Ensaios de Caracterização
Os ensaios de caracterização física dos solos foram realizados no Laboratório
de Mecânica dos Solos da UNESP de Ilha Solteira de acordo com as normas da ABNT.
Foram realizados ensaios de massa específica dos sólidos, granulometria, limite de liquidez
(LL) e limite de plasticidade (LP).
Esses ensaios foram feitos em amostras coletadas a cada metro, na porção
interna às áreas de empréstimo, em todo o perfil onde foi feita a sondagem a percussão
(SPT). Com os dados obtidos foi possível classificar o solo de acordo com os sistemas
usuais em Mecânica dos Solos.
4.2.1.2 Massa Específica dos Sólidos
A densidade relativa dos grãos foi determinada utilizando o material que
passou na peneira #40, cuja abertura de malha é de 0,425 mm (classificação USBS),
segundo a NBR 6508/1984.
Utilizou-se cerca de 100 g desse material, seco em estufa a 105°C, onde foi
colocado 25 g em quatro picnômetros de 250 mL. Posteriormente procedeu-se a extração
do ar contido entre as partículas utilizando uma bomba de vácuo. Esse procedimento é feito
até que não haja mais extração de bolhas, o que ocorre em aproximadamente 15 minutos. O
valor de s foi obtido através da média aritmética dos resultados obtidos.
4.2.1.3 Granulometria
Para a determinação da granulometria do solo, peneirou-se cerca de 1,5 Kg
do material na peneira # 40 (0,42 5mm), seguindo a norma NBR-7181/1984, da ABNT.
O material que não passou na peneira foi lavado, para a retirada dos grãos
menores que 0,425 mm, e posteriormente levado à estufa a 105°C para se fazer o
peneiramento grosso.
A sedimentação foi feita com 50 g do material que passou na peneira #40,
sendo este misturado a 125 mL de uma solução de hexametafosfato de sódio. O material
permaneceu imerso na solução por 24 horas.
Depois de realizada a sedimentação, o material restante deve ser lavado na
peneira #200 e levado à estufa para a realização do peneiramento fino.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
4.2.1.4 Limites de Consistência
Os limites de consistência, limite de liquidez e limite de plasticidade, foram
determinados utilizando-se o material passante na peneira #40, seguindo a norma NBR-
6459/1984 e a NBR 7180/1984 respectivamente.
A determinação do limite de liquidez foi feita colocando-se uma quantidade
pré-determinada de solo em uma placa de vidro esmerilhada e homogeneizando-o
adequadamente até se formar uma pasta uniforme com consistência tal que sejam
necessários cerca de 10 golpes no aparelho de Casagrande para fechar a ranhura.
Transferiu-se para a concha do aparelho de Casagrande parte da mistura e
moldou-se de modo a obter uma camada com uma espessura da ordem de 10 mm na
região central e em seguida abriu-se uma ranhura nessa mesma região por meio de um
cinzel.
O aparelho gira a uma razão de duas voltas por segundo e a concha cai de
uma altura de 10 mm contra a base do aparelho. Com isso anotou-se o mero de golpes
necessários para que as bordas inferiores da ranhura se unam ao longo de
aproximadamente 13 mm e foi determinada a umidade da amostra, repetiu-se esse
procedimento cinco vezes para cada amostra ensaiada.
Em seguida foi construída uma curva pelos pontos obtidos, e o teor de
umidade correspondente a 25 golpes é o limite de liquidez do solo.
O limite de plasticidade foi obtido colocando-se uma quantidade pré-
determinada de solo em uma placa de vidro esmerilhada, homogeneizando bem o solo.
Toma-se uma amostra que deve ser rolada sobre uma placa de vidro com
pressão suficiente da palma da mão para lhe dar forma cilíndrica. O procedimento é
interrompido quando o solo em forma de cilindro dar indícios de fragmentação ao atingir as
dimensões determinadas pelo gabarito de comparação (3,0 mm de diâmetro e comprimento
da ordem de 100 mm).
Em seguida as pontas do cilindro foram cortadas e transferiu-se para uma
cápsula de alumínio para a determinação do teor de umidade.
O limite de plasticidade é a umidade média de uma seqüência de três
repetições do procedimento descrito acima, para cada amostra ensaiada.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
4.2.2 Sondagens
4.2.2.1 Sondagem SPT “Standard Penetration Test
A sondagem SPT foi desenvolvida pela empresa Oeste Engenharia de
Araçatuba SP, segundo a norma da ABNT, NBR 6484/2001. O procedimento foi iniciado
com o emprego de cavadeira manual até a profundidade de 1 m, em seguida instalou-se o
primeiro segmento do tubo de revestimento dotado de sapata cortante.
Nas operações subseqüentes de perfuração, intercaladas as operações de
amostragem foi utilizado trado helicoidal até se atingir o nível d’água freático. Quando o
avanço de perfuração com emprego de trado helicoidal era inferior a 50 cm após 10 minutos
de operação, ou nos casos de solos aderentes ao trado, passou-se ao método de
perfuração por circulação de água, tamm denominado por lavagem.
A operação de perfuração por circulação de água, quando necessária, foi feita
utilizando-se o trépano de lavagem como ferramenta de escavação e a remoção do material
escavado por meio de circulação de água realizada por bomba motorizada. Essa operação
consistiu na elevação da composição das hastes de lavagem em cerca de 0,30 m do fundo
do furo, e sua queda foi acompanhada de movimento de rotação imprimido manualmente
pelo operador.
Durante a operação de perfuração foram anotadas as profundidades de
transição de camadas de solos, por exame táctil-visual, e das mudanças de coloração dos
materiais trazidos pelo trado helicoidal ou pela água de lavagem.
Essa sondagem, além de permitir a obtenção de amostras, possibilita estimar
os parâmetros geomecânicos através do número de golpes para cravação do amostrador
(Nspt).
A partir desses furos de sondagem, foram coletadas amostras de solo para os
ensaios de caracterização de laboratório sempre que era encontrada mudança de material.
4.2.2.2 Sondagem a Trado
A realização das sondagens a trado foi conforme a norma da ABNT, NBR
8223/1992, por equipe do Laboratório de Mecânica dos Solos da UNESP de Ilha Solteira,
juntamente com os integrantes do projeto de pesquisa ao qual esse trabalho se insere.
A sondagem a trado é um método de investigação de solos que utiliza como
instrumento o trado: um tipo de amostrador de solo constituído por lâminas cortantes, que
podem ser espiraladas (trado helicoidal ou espiral) ou convexas (trado concha ou
cavadeira). Tem por finalidade a coleta de amostras deformadas, determinação de
profundidade do nível d'água e identificação dos horizontes do terreno.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
Essas sondagens foram feitas com o trado concha até quando o avanço do
trado era inferior a 5,0 cm em 10 minutos de operação contínua de perfuração.
Com essas amostras da sondagem a trado foram feitas pastilhas
compactadas com o proctor normal (PN) de aproximadamente 0,8 cm de altura, cuja
finalidade era a realização do ensaio de microscopia eletrônica.
4.2.2.3 Sondagem Elétrica Vertical
Os levantamentos geofísicos (Sondagens Elétricas Verticais SEV) foram
realizadas empresa SIGEO - Soluções Integradas em Getecnologias, situada em
São Paulo – SP.
A sondagem geofísica tem como objetivo a caracterização geológica,
geotécnica e hidrogeológica do local. São utilizados principalmente os métodos de
eletrorresistividade, eletromagnético indutivo, eletromagnético domínio do tempo, potencial
espontâneo, polarização induzida, radar de penetração no solo e sísmica. No trabalho em
questão foi utilizado o método de eletrorresistividade.
Dentre as diversas metodologias existentes na geofísica não se pode
estabelecer relações de superioridade, pois a eficácia destas metodologias depende da área
a ser aplicado o método sobre o problema proposto.
A eletrorresistividade é um método geoelétrico baseado na determinação da
resistividade elétrica dos materiais, tendo sido utilizado nos mais variados campos de
aplicação das geociências.
O método da eletrorresistividade baseia-se no estudo do potencial elétrico
tanto dos campos elétricos naturais, existentes na crosta terrestre, como dos campos
artificialmente provocados. A partir de medições do potencial elétrico na superfície pode-se
determinar, no subsolo, a existência de corpos minerais e reconhecer estruturas geológicas
(TELFORD ET AL., 1990, citado por SIGEO SOLUÇÕES INTEGRADAS EM
GEOTECNOLOGIAS, 2008).
Alguns minerais podem atuar como uma bateria e criar seu próprio campo
elétrico, constituindo um método especial chamado de Potencial Espontâneo.
O mais freqüente é enviar energia ao terreno, criando assim, campos
artificiais cuja deformação permite deduzir características geológicas ou minerais do
subsolo.
Para tal, utiliza-se corrente contínua ou corrente alternada, sendo esta última
a mais usada. As freqüências utilizadas em prospecção são, preferencialmente, as mais
baixas possíveis devido ao fato de que a profundidade de penetração diminui à medida que
se aumenta a freqüência.
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
Na prospecção elétrica utilizam-se, em geral, três propriedades fundamentais:
Resistividade: define a quantidade de corrente elétrica que atravessa
uma camada quando aplicado uma diferença de potencial;
Constante dielétrica: define a capacidade de armazenamento de
cargas elétricas nos materiais, geradas pela introdução de corrente alternada
de alta freqüência no subsolo;
Atividade eletroquímica da rocha: responsável pelo aparecimento de
correntes elétricas naturais geradas sem qualquer influência dos campos
elétricos artificiais.
Qualitativamente, resistividade é uma medida de dificuldade que um
determinado material impõe à passagem de uma dada corrente elétrica ou, o inverso, a
condutividade é a facilidade com que a corrente elétrica passa através de um certo material.
A resistividade elétrica das rochas e minerais é uma propriedade que
depende de vários fatores, por exemplo, a resistividade elétrica das rochas cristalinas
(pouco porosas) é normalmente alta. No entanto, se esta rocha estiver muito fraturada, a
água que circula através das fraturas contendo sais minerais dissolvidos diminuirá bastante
a resistividade da rocha.
Além da presença de água em fraturas e poros das rochas, a presença de
minerais condutivos faz baixar o valor da resistividade. No entanto, esta mudança se faz
notar quando a quantidade de minerais condutivos excede 10% do volume da rocha
(FERNANDES, 1984, citado por SIGEO SOLUÇÕES INTEGRADAS EM
GEOTECNOLOGIAS, 2008).
A aplicação de métodos geosicos permite levantar características tais como:
(1) Profundidade do substrato rochoso; (2) Presença de descontinuidades; (3) Variações
texturais do solo (em alguns casos); (4) Profundidade do nível d’água; (5) Fluxo das águas
subsuperficiais; (6) Presença e distribuição espacial de resíduos; (7) Contaminação de solos
e (8) Contaminação de águas subsuperficiais e formato da pluma.
4.2.3 Microscopia Eletrônica
Os ensaios de microscopia eletrônica foram realizados no Laboratório de
Microscopia do Instituo de Física e Química da USP, Campus de São Carlos.
Esses ensaios são importantes no estudo de materiais, sempre que se torna
necessário analisar a sua microestrutura. Essa análise microestrutural é muito importante,
pois permite:
Entender as correlações microestrutura - defeitos - propriedades;
CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
Predizer as propriedades do material quando estas correlações são
estabelecidas.
Uma das técnicas utilizadas para esse tipo de análise é a Microscopia
Eletrônica de Varredura. Na microscopia eletrônica de varredura os sinais de maior
interesse para a formação da imagem são os elétrons secundários e os retroespalhados. A
medida que o feixe de elétrons primários vai varrendo a amostra esses sinais vão sofrendo
modificações de acordo com as variações da superfície.
Os elétrons secundários fornecem imagem de topografia da superfície da
amostra e são os responsáveis pela obtenção das imagens de alta resolução, os
retroespalhados fornecem imagem característica de variação de composição.
O Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) é um instrumento usado
rotineiramente para a análise microestrutural de materiais sólidos. Apesar da complexidade
dos mecanismos para a obtenção da imagem, o resultado é uma imagem de muito fácil
interpretação.
No presente trabalho foi utilizada a microscopia eletrônica para analise de
amostras de solo das áreas de empréstimo estudadas, com o intuito de obter a textura e a
estrutura desse solo.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 METODOLOGIA PROPOSTA – GEOINDICADORES
A definição dos geoindicadores foi relacionada aos seguintes componentes:
(1) Solo, (2) Substrato Rochoso, (3) Relevo, (4) Vegetação, (5) Recursos Hídricos, (6)
Acessos e Uso e Ocupação, (7) Processos Geodinâmicos, e (8) Geometria Final da Cava.
Os geoindicadores relacionados a acessos e uso e ocupação podem não ser
vistos como tal, tendo em mente a definição do termo, porém o seu efeito na área o é, por
isso os mesmos foram propostos para o levantamento, com objetivo principal de avaliar se a
utilização da área após a exploração tem contribuído para minorar ou não os impactos
ambientais.
De posse desses geoindicadores levantados é possível a avaliação do estado
das áreas, permitindo a avaliação da degradação, a tomada de decisão em relação às áreas
prioritárias para intervenções, e as possibilidades de aproveitamentos futuros.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.1.1 Solo
Espessura dos horizontes do solo:
Fornece indicativos da espessura do perfil que foi escavada. A avaliação é
feita a partir da observação de taludes naturais e de corte prioritariamente, considerando
tanto as parcelas internas a cava, quanto as áreas vizinhas, de forma a se obter
informações que permitam análises comparativas. Caso a observação de campo não seja
suficiente pode-se lançar mão de métodos de perfuração, como trados. Esse geoindicador
orienta quanto a propostas de uso do solo, tendo em vista a possibilidade de reposição da
vegetação, por exemplo.
Textura e estrutura do solo:
Define as principais características do solo. Sua avaliação pode ser feita no
campo usando identificação visual e táctil do solo, e por meio de ensaios de laboratório, tais
como, ensaios de caracterização e microscopia eletrônica. A partir desse geoindicador
verifica-se a possibilidade de recuperação da área e a vocação das camadas de solo na
superfície para aproveitamentos futuros.
Camada agricultável:
Informa a existência, e qual a espessura da camada agricultável, determina
também os macro-nutrientes e a matéria orgânica presente no solo. A avaliação é por meio
de observações de campo seguidas de ensaios de laboratório. Identifica áreas com
potencial para tentativas de reposição da cobertura vegetal e a necessidade de aplicação de
insumos de origem natural ou artificial para tal finalidade.
Aterro:
Define as condições da camada de solo de re-aterro, quando houver, sobre
as superfícies escavadas. A avaliação é por meio de levantamentos baseados em
observações de campo e, secundariamente, em perfurações ou escavações como poços,
trincheiras e sondagens a trado. Permite verificar a vocação das camadas de solo na
superfície para aproveitamentos futuros e a possibilidade de processos de recuperação.
5.1.2 Rocha/Cascalho
Horizonte impenetrável exposto:
Verifica se o substrato está ou não exposto, ou se existe cascalho na área.
Tal avaliação é feita por meio de observações de campo. É importante, pois a remoção
(natural ou mecânica) de todo o perfil de solo acima do substrato rochoso coloca a área
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
numa situação muito difícil de recuperação da cobertura vegetal, sendo isso um fator
determinante na definição do uso futuro da área.
Grau de intemperismo:
Define o grau de alteração e o grau de intemperismo da rocha exposta. A
avaliação é por meio de observações de campo. Bastante útil na definição de propostas de
recuperação da área.
5.1.3 Relevo
Declividade dos terrenos no fundo da cava:
Verifica se houve mudança na declividade do terreno em função da
implantação da jazida. A avaliação é por meio de levantamentos de campo de forma
exclusivamente visual ou, levantamentos topográficos e comparação com mapas
topográficos mais antigos. Em caso de necessidade pode-se lançar mão de produtos de
sensores remotos, devidamente ortorretificados, para tal levantamento. Influencia
significativamente os processos de dinâmica superficial e, conseqüentemente a evolução do
modelado local e os fluxos de água na área. A relação entre escoamento superficial e
infiltração pode ser fortemente controlada por tal atributo do terreno sendo fator
determinante em propostas de intervenção.
Alterações paisagísticas:
Apresenta alterações ocorridas na paisagem (expressão visual do relevo). A
avaliação é por meio da observação da área escavada e comparação visual com o entorno,
informações de antigos moradores da região, e produtos de sensores remotos antigos
comparados com atuais. Importante para a tomada de decisão acerca de intervenção a ser
feita na área. Além das alterações decorrentes naturalmente das escavações, tais
mudanças precisam ser avaliadas do ponto de vista da eliminação de paisagens naturais
com interesse de preservação. É importante que se destaque ainda que, em alguns casos, a
própria explotação das jazidas é responsável pela produção de formas interessantes do
ponto de vista paisagístico, especialmente quando expõem quedas d´água.
Posição na bacia:
Localiza a área na bacia hidrográfica que se insere. Avaliação por meio de
levantamentos de campo, mapas anteriores e técnicas de sensoriamento remoto. A posição
relativa da área na bacia de drenagem tem um papel fundamental nos processos dinâmicos
e evolução do relevo local. A relação entre a dinâmica da cava e a dinâmica da bacia pode
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
ser o fator determinante no tipo de intervenção para controle e recuperação de processos
(intervenções não estruturais vs. estruturais, por exemplo).
5.1.4 Vegetação
Cobertura vegetal:
Descreve a vegetação existente na área, e quando possível, deve ser
levantado o tipo de cobertura vegetal antes da exploração. A avaliação é por meio de
observações de campo em que devem ser levantadas informações como a ocorrência de
cobertura vegetal nas diferentes parcelas da área e, caso tal cobertura exista, suas
características. O levantamento da cobertura vegetal antes da exploração da área pode ser
feito por meio de comparações com a cobertura vegetal das áreas vizinhas e por meio de
produtos de sensores remotos de diferentes épocas. Importante para escolha da proposta
de recuperação, inclusive verifica se é possível reposição da vegetação.
5.1.5 Recursos Hídricos
Nível freático:
Corresponde à profundidade do nível freático na área. A avaliação é por meio
de consulta a informações anteriores, poços ou sondagens previamente executadas na
área, levantamentos geofísicos, ou perfurações no campo. O conhecimento de sua
profundidade em parcelas da área analisada em comparação com áreas vizinhas é
indicativo da profundidade de escavação na área. Indica a vulnerabilidade do manancial
subsuperficial aos processos naturais ou humanos instalados na área.
Mananciais superficiais na área:
Verificação da existência de corpos d´água e nascentes na área, bem como
em suas imediações; e análise da qualidade da água desses mananciais. Tal avaliação é
por meio de levantamentos de campo devendo-se ter o cuidado de observar a ocorrência de
leitos secos (perenes ou não), e por meio de ensaios de laboratório para análise da
qualidade da água. Tal indicador estabelece a relação da exploração da jazida do solo com
a qualidade da água de superfície.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.1.6 Acessos, Uso e Ocupação
Uso e ocupação do solo:
Descreve o uso e a ocupação da área anterior a exploração (quando
possível) e atualmente. Avaliação por meio de levantamentos de campo, consultas a
pessoas e órgãos públicos, e produtos de sensores remotos. Importante para definir se o
uso do solo na área tem contribuído para minorar os processos de degradação ou tem sido
mais um fator negativo. A dinâmica entre uso e ocupação e reflexos no meio pode ter papel
determinante na seleção de prioridades de ação ou, em alguns casos, facilitar intervenções
para recuperação ou remediação da área.
Vias de acesso:
Descreve a existência de vias de acesso à área. Avaliação por meio de
levantamentos de campo, consulta a mapas anteriores e produtos de sensoriamento remoto.
A disponibilidade de vias de acesso à área e sua relação com a geometria da cava e de
seus taludes pode significar maior potencial de ocorrência de processos geodinâmicos.
5.1.7 Processos Geodinâmicos
Erosão – processos ativos:
Identifica feições erosivas na área. Avaliação por meio de observações de
campo, e técnicas de sensoriamento remoto, dependendo das dimensões da área.
Importante, pois é um indicador de estado atual e uma pista para predição de cenários
futuros (se associada a outros fatores como alterações em relevo e solos). Contribui
também na definição do grau de degradação e avaliações do potencial de recuperação da
área.
Assoreamento:
Identificação de redução da largura ou profundidade de canais de drenagem
por deposição de sedimentos. Avaliação por meio de trabalhos de campo e, em alguns
casos, via produtos de sensores remotos. Importante na definição do grau de degradação
dos recursos hídricos superficiais e avaliações do potencial de recuperação das áreas.
5.1.8 Geometria Final da Cava
Dimensão da área:
Define a dimensão da área analisada. Avaliação por meio de levantamentos
em mapas e cartas pré-existentes ou em levantamentos topográficos de campo. Importante
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
quando se pretende fazer uma análise comparativa entre áreas para definição de
prioridades. Não deve ser considerada separadamente, mas é um forte indicativo de maior
degradação, visto significar um dano mais extenso ao meio.
Taludes da cava:
Define dimensões e inclinação dos taludes da área. Avaliação por meio de
observações de campo, de mapas anteriores ou de levantamentos topográficos. Importante,
pois suas dimensões, tanto em termos de extensão como inclinação são fundamentais na
avaliação do potencial de desenvolvimento de processos de dinâmica externa ou
importância relativa em sua instalação.
5.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
Com as amostras de solo obtidas das sondagens SPT “Standard Penetration
Test” foram realizados os ensaios de caracterização dos solos contemplando massa
específica dos sólidos, limites de consistência e distribuição granulométrica.
Essas informações contribuíram na definição dos geoindicadores relativos ao
componente solo, e na avaliação desses geoindicadores no momento da definição da
ponderação.
As amostras foram identificadas de acordo com a área em estudo e o número
da camada de solo identificada no perfil. Segue abaixo a relação dessa identificação com a
área de empréstimo em estudo, Tabela 1.
F;6**-*
Amostra Área em Estudo
SP 1 – F Área de Empréstimo 1 - Fapic
SP 2 – D Área de Empréstimo 2 - Ginásio
SP 3 – D Área de Empréstimo 3 - Novo Horizonte
SP 3 – F Área de Empréstimo 3 - Novo Horizonte
Notas: F = Amostragem fora da área de empréstimo e D = Amostragem dentro da área de
empréstimo.
5.2.3 Ensaio de Granulometria
Para os cálculos das análises granulométricas foi necessária a determinação
das massas específicas dos sólidos de cada uma das amostras, esses resultados seguem
apresentados na Tabela 2.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
F;!/*
Amostra
ρ
ρρ
ρ
s
(g/cm³)
SP 1 – 1 – F 2,64
SP 1 – 2 – F 2,66
SP 2 – 1 – D 2,63
SP 3 – 1 – D 2,65
SP 3 – 2 – D 2,69
SP 3 – 1 – F 2,63
Os resultados das análises granulométricas são apresentados na Tabela 03 e
as curvas granulométricas correspondentes aos tipos de solo identificados seguem logo
abaixo, Gráficos 1 a 5.
F;#6-*.
Amostra Pedregulho (%) Areia (%) Silte (%) Argila (%)
SP 1 – 1 – F 0,0 69,4 6,2 24,3
SP 2 – 1 – D 0,0 71,6 5,0 23,4
SP 3 – 1 – D 0,0 54,0 15,0 31,0
SP 3 – 2 – D 0,0 63,5 10,5 26,0
SP 3 – 1 – F 0,0 59,0 4,7 36,3
Nota: Em algumas amostras não existe granulometria conjunta por se tratarem de camadas de
seixos.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
CURVA GRANULOMÉTRICA SP 1-1-F
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos Grãos (mm)
Percentagem que Passa (%)
Sedimentação Peneiramento Fino Peneiramento Grosso
?-4;*.*I3*.* '*
*
CURVA GRANULOMÉTRICA SP 2-1-D
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos Grãos (mm)
Percentagem que Passa (%)
Sedimentação Peneiramento Fino Peneiramento Grosso
?-!4;*.*I3*.*! ?-'
**
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
CURVA GRANULOMÉTRICA SP 3-1-D
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos Grãos (mm)
Percentagem que Passa (%)
Sedimentação Peneiramento Fino Peneiramento Grosso
?-#4;*.*I3*.*# 0,KC'
**
CURVA GRANULOMÉTRICA SP 3-2-D
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos Grãos (mm)
Percentagem que Passa (%)
Sedimentação Peneiramento Fino Peneiramento Grosso
?-%4;*.*I3*.*# 0,KC'
*
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
CURVA GRANULOMÉTRICA SP 3-1-F
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos Grãos (mm)
Percentagem que Passa (%)
Sedimentação Peneiramento Fino Peneiramento Grosso
?-74;*.*I3*.*# 0,KC'
**
De acordo com a granulometria temos a mesma textura para os solos
existentes dentro e fora das áreas de empréstimo e nas diversas profundidades em que
foram analisadas as amostras.
Os resultados obtidos dos ensaios de granulometria são textura média a
“grosseira”, em alguns casos mais de 70% de areia, e em outros 45 a 55% de areia.
5.2.3 Limites de Consistência
Foram realizados seis ensaios para determinação dos limites de consistência
das amostras de solo, Tabela 4.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
F;%6*(
Amostra LL (%) LP (%) IP (%)
SP 1 – 1 – F
19,9 15,8 4,1
SP 1 – 2 – F
23,9 15,4 8,5
SP 2 – 1 – D
22,8 15,1 7,7
SP 3 – 1 – D
25,0 18,2 6,8
SP 3 – 2 – D
25,5 17,2 8,3
SP 3 – 1 – F
24,2 17,4 6,8
Nota: LL – limite de liquidez e LP – limite de plasticidade
5.3 SONDAGENS
As sondagens foram feitas com o intuito de definir os diferentes perfis de
alteração de solo presentes nas áreas, e caracterizar as conseqüências da escavação da
área em tais perfis.
Foram feitas inicialmente sondagens SPT, também chamadas de sondagens
de simples reconhecimento, que foram utilizadas ainda como forma de acesso a amostras
para realização de ensaios de laboratório para caracterização dos solos. O relatório das
sondagens SPT está apresentado em anexo, Anexo A.
Durante essa execução de sondagens SPT, a ocorrência de camadas de
cascalho em alguns perfis fez com que tais sondagens não fornecessem as informações
necessárias, razão pela qual foram posteriormente realizadas sondagens elétrica vertical
para completar essas informações.
A partir das sondagens SPT temos que o solo predominante nas áreas é
areia argilosa, com número de golpes (N) obtido na sondagem iniciando em 2, e crescendo
com a profundidade, isso foi observado nas camadas superiores, que devido a presença
de cascalho há uma certa profundidade impedia a continuidade dessas sondagens.
A sondagem elétrica vertical nos permitiu, juntamente com os ensaios de
microscopia eletrônica e energia dispersiva, definir os horizontes do perfil de cada uma das
áreas de empréstimo estudadas, dentro e fora dessas áreas, Figura 6. O relatório na íntegra
das sondagens elétrica vertical está apresentado em anexo, Anexo B.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
Fapic Ginásio Novo Horizonte
Legenda:
Espessura Removida
Horizonte A
Horizonte B
Horizonte C
Horizonte Impenetrável
:KC-*.**
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
Por meio da sondagem elétrica vertical foi possível a obtenção da
profundidade do lençol freático de cada uma das áreas, sendo que essa profundidade é um
dos geoindicadores levantados para a avaliação da degradação. As profundidades obtidas
para cada uma das áreas analisadas seguem apresentadas na Tabela 5.
F;7D,- 0>'-*.*
Amostra Profundidade do NA (m)
SP 1 – F 25,9
SP 1 – D 9,8
SP 2 – F 18,7
SP 2 – D n.e.
SP 3 – F 18,0
SP 3 – F 9,0
Notas: n.e. = não encontrado
5.4 MICROSCOPIA ELETRÔNICA E ENSAIOS DE ENERGIA DISPERSIVA
Para a realização dos ensaios de microscopia eletrônica e energia dispersiva
foram coletadas amostras deformadas e confeccionadas pastilhas cilíndricas no mini-
proctor, sendo a espessura dessas pastilhas de 8 mm.
O objetivo principal desses ensaios foi definir adequadamente os horizontes
dos perfis de alteração dos solos, que seguem descritos nas Fotos 14, 15 e 16.
É importante ressaltar que devido a proximidade das áreas uma da outra, as
mesmas se encontram numa mesma região, possuem resultados muito semelhantes,
portanto será apresentada apenas uma seqüência de resultados de microscopia eletrônica,
por horizontes do solo, identificados na sondagem elétrica vertical.
No Horizonte A, temos textura francamente arenosa (mais de 70% areia) e
estrutura porosa solta Foto 14a, fora da área de empréstimo; e estrutura compactada, dentro
da área de empréstimo, Foto 14b.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
(a) (b)
% 'KC>5-*.* ;'KC>54-*.*
No Horizonte B, temos textura arenosa (55 a 70% areia, 20 a 30% argila) em
todo o perfil. A estrutura é porosa solta (camadas superiores, geralmente os primeiros 2 a 3
m do intervalo), Foto 15a, e estrutura porosa solta a medianamente compacta (camadas
inferiores), Foto 15b.
(a) (b)
7 'KC5* ;'KC5*
O Horizonte C apresentou textura média (45 a 55% areia, 35 a 45% argila)
em todo o perfil. A estrutura é medianamente compacta nos níveis superiores, Foto 16a, e
estrutura medianamente compacta a compacta nos níveis inferiores, Foto 16b.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
(a) (b)
: 'KC5* ;'KC5*$
De acordo com a análise química do solo, fora da área, existe algum potencial
agricultável e dentro da área não existe potencial agricultável, a não ser com o uso de
insumos.
O Aproveitamento agropastoril se torna limitado dentro das áreas de
empréstimo, principalmente devido ao alto índice de acidez do solo (comum nos solos da
região).
5.5 PONDERAÇÃO DOS GEOINDICADORES
A partir do levantamento dos geoindicadores apropriados para a avaliação
das áreas em estudo e de posse dos resultados dos ensaios realizados, foi feita a
ponderação de cada geoindicador por área em estudo, obtendo por meio de um somatório,
a ponderação final dos geoindicadores para a avaliação da degradação de cada área em
SIG.
A ponderação foi feita com os valores 0, 1, 2 e 3, sendo que a pior situação
foi representada pela maior ponderação (maior valor numérico). De posse dessas
ponderações foi alimentado um banco de dados do Access, e esse banco foi vinculado ao
Spring para análise dos dados.
O procedimento de ponderação de cada um dos geoindicadores levantados é
apresentado a seguir e na Tabela 6. sendo que logo a seguir temos a ponderação final
obtida por meio do somatório, Tabelas 7 a 13.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.5.1 Solo
Espessura dos horizontes do solo:
A avaliação foi feita em termos de espessura removida, para os horizontes B
e C e não utilizando o volume do solo retirado porque a obtenção dos parâmetros para
cálculo desse volume seria muito complicada e nosso trabalho propõe praticidade na
utilização do método.
No caso do horizonte A foi avaliada a espessura existente atualmente no
interior da área, pois esse fato representa a “resposta” da área quanto à recuperação.
Camada Agricultável do Solo:
Os limites das ponderações foram definidos a partir de observações em
campo. A ponderação 0 foi utilizada para áreas que possuem outra destinação que não a
agricultável, e portanto não teria sentido se falar em potencial agricultável, esse fato ocorre
na área da Fapic.
A ponderação 1 foi utilizada quando se notou uma capacidade de
recuperação da vegetação e seu crescimento em períodos de chuva, por exemplo, área do
Novo Horizonte, e 3 foi utilizada quando foi observada remoção de solo intensa, chegando a
atingir camadas de cascalho.
Textura e Estrutura do Solo:
Os resultados referentes à textura e estrutura do solo foram obtidos por meio
dos ensaios de microscopia eletrônica e ensaios de granulometria.
A avaliação foi feita da seguinte forma, nas áreas em que as condições
estruturais da camada de solo exposta comprometiam seu aproveitamento, tanto do ponto
de vista da engenharia, como agropastoril foi adotada a ponderação 3.
Em áreas onde a ocorrência das camadas de cascalho a certa profundidade
poderia comprometer parcialmente o aproveitamento das mesmas, foi adotada a
ponderação 1.
Aterro:
Essa avaliação foi feita nas áreas de empréstimo onde foram encontradas
parcelas com reaterro, e os mesmos foram avaliados quanto a condição (adequados ou
não) e quanto as espessuras. Em áreas onde esse geoindicador não existia a ponderação
foi nula.
De acordo com nossos levantamentos foram encontrados aterros em duas
dessas áreas, Fapic e Novo Horizonte. Na Fapic esse aterro foi feito de forma inadequada,
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
solo misturado com entulho. Enquanto no Novo Horizonte o mesmo foi feito com o objetivo
de se implantar uma obra de engenharia, porém sem remoção da cobertura vegetal
existente, e isso já implica em uma linha potencial de ruptura.
A existência desses aterros não contribui para a melhoria da área, porém os
mesmos foram construídos em parcelas da área e permitiram a destinação das mesmas
para alguma finalidade, portanto nas duas áreas onde existem parcelas aterradas a
ponderação foi o valor 1.
5.5.2 Rocha/Cascalho
Horizonte Impenetrável Exposto:
A coluna de horizonte impenetrável exposto aborda se existe na área, rocha
ou cascalho exposto, portanto, a não existência de horizonte impenetrável exposto, ou seja,
a presença de solo, implicou em ponderação nula.
O cascalho foi ponderado com o valor 1, que representa uma situação um
pouco desfavorável, já que nessas áreas se torna mais difícil a recomposição da vegetação,
ou a destinação para algum fim agropastoril.
Esse fato não foi ponderado como o pior, visto que nesses locais é possível
encontrar abaixo da camada de cascalho solo novamente. Se isso ocorrer, é possível que
se retire o cascalho e por meio de insumos agrícolas obter alguma melhora nas
características desse solo.
A presença de rocha recebeu ponderação 3 por ser uma situação muito
desfavorável, tornando a área muitas vezes inaproveitável, nessas áreas não é possível
recuperação da vegetação, e tampouco o uso da área para fins agropastoris.
Grau de intemperismo:
Nessa coluna foi avaliada a intensidade do intemperismo, no caso de sua
existência na área. Para tal análise deveria ser observado em campo alguns aspectos das
rochas tais como: cor, brilho, grau de fraturamento, e tamanho das fraturas, e a partir dessas
informações seria feita a ponderação.
Esse geoindicador não ocorre nas áreas em estudo, o mesmo se encontra
aqui apresentado para efeito de exemplificação, portanto a ponderação foi nula nas três
áreas estudadas.
Caso esse geoindicador fosse avaliado, as ponderações seriam em função do
grau de intemperismo, assim seria possível definir, por exemplo, uma categoria com pouco
grau de intemperismo observando-se nela a presença da composição rochosa saprolito,
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
pois esse tipo de rocha possui auto-recuperação alta porque é rica em minerais, necessários
ao desenvolvimento de vegetação.
Se fosse observado no local de estudo um alto grau de intemperismo, a
ponderação adotada deveria ser 3, pois se a rocha estiver muito intemperizada haverá
menor disponibilidade de macronutrientes para a recuperação da vegetação.
5.5.3 Vegetação
Cobertura vegetal:
A ponderação foi feita avaliando-se cada tipo de vegetação existente e
atribuindo-se um valor a ela de modo que tal valor representasse melhor ou pior situação.
Essa melhor ou pior situação foi avaliada de acordo com a porcentagem de cada tipo de
vegetação existente em cada área, sendo que por meio de imagens Spot do Google Earth
(2008) foi feita essa observação.
A ponderação de cada tipo de vegetação foi definida da seguinte forma: solo
exposto = 3, vegetação rasteira = 2, e vegetação arbustiva, vegetação Arbórea e área com
condições especiais, com sistema de drenagem e revegetação, ponderação = 1.
Finalmente foram determinadas as parcelas de cada tipo de vegetação
encontrada em cada área e ponderou-se em termos de porcentagem.
5.5.4 Recursos Hídricos
Mananciais Superficiais na Área:
Foi avaliada nesse geoindicador a presença ou não de mananciais
superficiais na área, de modo que para a ausência atribui-se o valor 0, para a existência e
no caso dele estar conservado a ponderação adotada é 1, e 3 no caso de estar degradado.
Nível Freático:
Nesse geoindicador foi avaliada a profundidade do nível freático de modo que
quanto menos profundo mais desfavorável, pois maior será a facilidade de contaminação
caso exista alguma atividade na área que provoque contaminação.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.5.5 Relevo
Declividade dos Terrenos no Fundo da Cava:
A caracterização da declividade dos terrenos no fundo da cava teve por
objetivo verificar o quanto cada escavação modificou a declividade dos terrenos locais, não
considerando seu valor, mas verificando-se a diferença entre ela e a declividade nas
áreas de entorno. A divisão das classes para a ponderação foi baseada no trabalho de
Zuquete (1987).
Alterações Paisagísticas:
A ponderação neste caso foi determinada por meio da verificação da
presença ou não de alterações paisagísticas na área, por exemplo, se a alteração no relevo
ocasionou mudanças do ponto de vista paisagístico, e se essas mudanças foram positivas
ou negativas.
Para as áreas que não houve alteração paisagística a ponderação adotada foi
nula. Se houvesse alteração positiva (-1), se foi muito positiva (-3), esse sinal negativo é
para que ocorra uma minimização no valor final da ponderação, que seria uma mudança
positiva. Na situação em que houve alteração, mas a mesma foi negativa, a ponderação
seria 1 se foi pouco negativa e 3 se foi muito negativa.
As áreas do Ginásio e Novo Horizonte a ponderação com relação às
alterações paisagísticas foi 3 porque existia mata no entorno da área e isso prova que houve
uma alteração paisagística consideravelmente grande nessas áreas quando exploradas,
pois as mesmas tiveram sua vegetação nativa retirada.
A da Fapic foi ponderada como 1, pois no seu entorno não existia vegetação
nativa quando da exploração, portanto o dano foi de menor impacto quanto a alterações
paisagísticas.
Posição na Bacia:
A ponderação referente à posição na bacia foi elaborada por meio da
avaliação da posição da área ao longo da encosta, no alto da encosta, meio da encosta e
vale.
Não se adotou ponderação nula em nenhum caso, pois o fato da área de
empréstimo existir seja em qualquer lugar é algo negativo. A ponderação 1 foi adotada
para a posição no alto da encosta. A ponderação para posição da área no vale do rio é
maior porque se ela se localizar no vale do rio poderá facilmente causar dano ao curso
d’água, assoreando-o por meio de seus sedimentos, por exemplo.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
Relacionado ao relevo, foi considerado também a distância do manancial.
Essas distâncias foram obtidas por meio da ferramenta distância existente no AutoCAD,
medida no mapa elaborado para apresentação da localização das áreas.
Para a definição das ponderações em função da distância foi considerada a
Área de Preservação Permanente (APP). Quando a área de empréstimo se localiza fora da
APP a ponderação atribuída é 0, se estiver parcialmente na APP ponderação 1 e dentro da
APP ponderação 3.
A delimitação da área de preservação permanente APP é definida conforme a
Resolução CONAMA, 303, de 20 de março de 2002., que leva em consideração o porte e
o tipo de manancial, por exemplo, rios, lagos e reservatórios.
5.5.6 Acessos, Uso e Ocupação
Uso e Ocupação do Solo:
Nesse caso foi avaliado se o tipo de uso em cada área contribuiu para sua
melhoria ou não.
As possibilidades de uso são urbano, pecuário e agrícola. Para se definir o
que é melhor nos três casos, tomou-se como base o fato da forma como o uso está sendo
feito e também implicações que esse uso estendo na área, ou seja, não adianta a área
estar em uso, mas estar em mau uso. É importante ressaltar que muitas vezes é melhor
uma área que não tenha nenhum uso do que um uso que a degrade ainda mais.
A área Novo Horizonte apresentou ponderação 1 pelo fato de estar muito
próxima a área urbana e, portanto possui indícios de ocupação, veja ponderação na Tabela
6.
Vias de Acesso:
Esse geoindicador foi avaliada conforme o seguinte, não existe vias de
acesso, existe e está conservada, existe e não está conservada. Para cada um desses
parâmetros foi atribuído um valor, conforme o grau de degradação que ele representa,
Tabela 6.
5.5.7 Processos Geodinâmicos
Erosão – Processos ativos:
Foi avaliado nesse geoindicador cada tipo de erosão (sulco, ravina e
voçoroca) quanto a existência e quanto a atividade da mesma.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
Assoreamento:
Esse geoindicador foi abordado no trabalho, mesmo que em nosso caso não
ocorra em nenhuma das áreas.
De grande complexidade em sua avaliação, tal geoindicador deve ser
estudado com cautela no caso de existir, pois o assoreamento pode ter outras causas. Se
houver assoreamento os sedimentos da área de empréstimo e os sedimentos que estão
causando o assoreamento devem ser analisados para se verificar se são ou não
provenientes da área de empréstimo.
5.5.8 Geometria Final da Cava
Taludes da Cava:
O geoindicador taludes da cava foi ponderada somente considerando os
cantos da cava porque o interior já foi abordado no item Declividade dos Terrenos no Fundo
da Cava.
Após a avaliação desse geoindicador temos respostas referentes à
estabilidade dos taludes. Esse geoindicador funciona como uma “medida” do potencial de
ocorrência de ruptura desses taludes.
É importante observar que os limites das classes foram estabelecidos em
função das características das áreas analisadas, e foi considerado o talude mais íngreme de
cada área.
Vale ressaltar que em Ilha Solteira os taludes geralmente rompem como uma
casca e os taludes de 90° raramente se rompem para o tipo de solo de Ilha Solteira.
Os valores limites a seguir apresentados na Tabela 6 se referem à região de
estudo Ilha Solteira. Para outras áreas deve ser avaliado o valor a ser atribuído para tais
limites.
Na composição da valoração são consideradas a inclinação e a altura dos
taludes e depois se faz com os dois valores obtidos, uma média aritmética, obtendo-se
assim as ponderações encontradas na matriz.
Tamanho da Área
Esse geoindicador avalia a intensidade dos impactos, quanto maior a área,
maior o dano ao meio, as classes seguem apresentadas na Tabela 6.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
F;:
PONDERAÇÃO DOS GEOINDICADORES
Espessura do Horizonte A (ESPHA) dentro da área Ponderação
31 ESPHA < 50 cm 1
ESPHA 30 cm 3
Espessura Removida do Horizonte B (ESPHB) Ponderação
ESPHB < 50% 1
50% ESPHB < 90% 2
ESPHB 90% 3
Espessura Removida do Horizonte C (ESPHC) Ponderação
< 50% 1
50% ESPHB < 90% 2
ESPHB 90% 3
Camada Agricultável (POTAG) Ponderação
Área possui destinação diferente de agricultura 0
É notável capacidade de recuperação da vegetação e seu crescimento. 1
Remoção de solo intensa chegando a atingir o cascalho 3
Textura e Estrutura do Solo (TEXTS) (ESTRS) Ponderação
Ocorrência das camadas de cascalho a certa profundidade pode
comprometer parcialmente o aproveitamento
1
Composição da camada de solo exposta compromete seu aproveitamento
(cascalho)
3
Aterro (ATERR) Ponderação
Não existe 0
SOLO
Foram feitos em parcelas da área e não são espessos 1
Horizonte impenetrável exposto (HIMPE) Ponderação
Não existe (presença de solo) 0
Cascalho 1
Rocha 3
Grau de intemperismo (GINTE) Ponderação
Não existe 0
Pouco intemperismo 1
ROCHA/CASACALHO
Muito intemperismo 3
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
PONDERAÇÃO DOS GEOINDICADORES
Cobertura Vegetal (COVEG) Ponderação
Vegetação arbustiva e vegetação arbórea ou área com condições
especiais, com sistema de drenagem e revegetação
1
Vegetação rasteira 2
VEGETAÇÃO
Solo exposto 3
Mananciais Superficiais na Área (MASUP) Ponderação
Não existe 0
Existe conservado 2
Existe não conservado 3
Nível Freático (NIFRE) Ponderação
NIFRE > 10 m 0
5 m < NIFRE 10 m 1
RECURSOS HÍDRICOS
NIFRE 5 m 3
Declividade dos Terrenos na Cava (DECLT)
Ponderação
DECLT < 5% 0
5% DECLT < 10% 1
10% DECLT 3
Alterações Paisagísticas (ALTPA) Ponderação
Não houve 0
Houve (positiva) -X
Houve (negativa) +X
Posição na Bacia (POBAC) Ponderação
Alto da encosta 1
Meio da encosta 2
Vale do rio 3
Distância Manancial (DIMAN) Ponderação
Fora da APP 0
Parcialmente na APP 1
RELEVO
Dentro da APP 3
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
PONDERAÇÃO DOS GEOINDICADORES
Uso e ocupação do solo (USEOC) Ponderação
Com projeto de drenagem 1
Urbano
Sem projeto de drenagem 3
Plantio e conservação 0
Extensiva 1
Pecuário
Intensiva 3
Hortifruti 1
Fruticultura 2
Agricultura
Culturas anuais 3
Recuperação da área 0
Sem uso algum 1
Área em exploração 3
Vias de acesso (VIASA) Ponderação
Não existe 0
Existe conservada 1
ACESSOS, USO E OCUPAÇÃO
Existe não conservada 3
Erosão (EROSA) Ponderação
Não existe/não ativo 0
Sulco 1
Ravina 2
Voçoroca 3
Assoreamento (ASSOR) Ponderação
Não existe 0
Canal pouco assoreado (20%) 1
Canal muito assoreado (até 70%) 2
PROCESSOS GEODINÂMICOS
Canal totalmente assoreado 3
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
PONDERAÇÃO DOS GEOINDICADORES
Taludes da cava (TALCA) Ponderação
H 2m 1
2 m < H 6 m 2
Altura (H)
H > 6m 3
30° 1
30° < 45 º 2
Inclinação ()
> 45° 3
Tamanho da área (TAREA) Ponderação
TAREA 100.000 1
100.000 m² < TAREA 200.000m² 2
GEOMETRIA FINAL DA CAVA
TAREA > 200.000 m² 3
A ponderação associada a cada geoindicador avaliado foi somada, obtendo-
se uma ponderação para cada um dos itens avaliados, Tabelas 7 a 1.
F;8J**D
Sol4o
Áreas
ESPHA ESPHB ESPHC POTAG TEXTS ESTRS ATERR SSOLO*
Fapic
(0,5 m)
1
(90%)
3
(0 m)
0
0 1 1 1 7
Ginásio
(0,5 m)
1
(25%)
1
(0 m)
0
1 1 1 0 5
Novo Horizonte
(0,3 m)
3
(40%)
1
(0 m)
0
1 1 3 1 10
O valor entre parênteses é o obtido no levantamento das informações
(*) SSOLO: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes ao componente do meio fisico solo.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
F;9J**D)L)
Rocha/Cascalho
Áreas
HIMPE GINTE *SROCH
Fapic 0 0 0
Ginásio 1 0 1
Novo Horizonte 0 0 0
(*) SROCH: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes ao componente do meio fisico
rocha/cascalho.
F;&J**D,
Vegetação
Áreas
COVEG *SVEGE
Fapic 1 1
Ginásio 2 2
Novo Horizonte 2 2
(*) SVEGE: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes ao componente do meio físico
vegetação.
F;"J**D)D
Recursos Hídricos
Áreas
MASUP NIFRE *SHIDR
Fapic 0
(19,8 m)
0
0
Ginásio 0
(n.e.)
0
0
Novo Horizonte 0
(9,1 m)
1
1
O valor entre parênteses é o obtido no levantamento das informações
n.e. = não encontrado
(*) SHIDR: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes ao componente do meio fisico recursos
hídricos.
F;J**D,
Relevo
Áreas
DECLT ALTPA POBAC DIMAN *SRELE
Fapic 0 1 1
(2726 m)
0
2
Ginásio 0 3 1
(997 m)
0
4
Novo Horizonte 0 3 1
(428 m)
0
4
O valor entre parênteses foi obtido no levantamento das informações
(*) SRELE: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes ao componente do meio fisico relevo.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
F;!J
Acessos, Uso e Ocupação
Áreas
USEOC VIASA *SOCUP
Fapic 1 1 2
Ginásio 1 1 2
Novo Horizonte 1 1 2
(*) SOCUP: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes ao uso e ocupação.
F;#J=*
Processos Geodinâmicos
Áreas
EROSA ASSOR *SGEOD
Fapic 0 0 0
Ginásio 0 0 0
Novo Horizonte 0 0 0
(*) SGEOD: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes aos processos geodinâmicos.
F;%JM*,
Geometria da Cava
Áreas
TALCA TAREA SGEOM
Fapic 3
(102493 m)
2
5
Ginásio 3
(52133 m)
1
4
Novo Horizonte 2
(32234 m)
1
3
O valor entre parênteses foi obtido no levantamento das informações
(*) SGEOD: Somatório da ponderação para os geoindicadores referentes à geometria da cava.
A Tabela 15 apresenta o somatório final de todas as ponderações associadas
a cada um dos geoindicadores avaliados. Essa ponderação representa o nível de
degradação de cada uma das áreas de estudo.
F;7
Áreas *STOTAL
Fapic 17
Ginásio 18
Novo Horizonte 22
(*) STOTAL: Somatório final da ponderação dos geoindicadores.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.7 DISCUSSÃO DOS GEOINDICADORES PROPOSTOS
Nessa discussão faremos uma avaliação da eficácia dos geoindicadores
propostos para a avaliação das áreas de empréstimo.
5.7.1 Solo
Os geoindicadores propostos para o componente solo mostraram-se
adequados à caracterização do estado da degradação nas áreas e sua valoração expressou
bem as diferenças entre as áreas de empréstimo avaliadas. Em alguns casos houve
necessidade de se lançar mão de técnicas de maior custo, como sondagens e ensaios de
laboratório, para confirmação das interpretações oriundas das observações de campo.
No entanto, os resultados obtidos nestes casos confirmaram as
interpretações de campo, mostrando que um levantamento de campo cuidadoso em taludes
de corte da cava e em áreas vizinhas é suficiente para definir as características do solo na
área.
Naturalmente, tal tarefa será facilitada em áreas com relevo mais íngreme,
onde as maiores declividades favorecerão as observações de campo, ou em áreas de
várzeas e fundos de vale (com desmonte hidráulico) onde a exposição do perfil será mais
evidente.
O uso de alternativas de prospecção de maior custo (especialmente
sondagens mecânicas e geofísicas e ensaios de microscopia eletrônica) se fez necessário
no presente trabalho, visto se tratar de uma proposta metodológica que precisava de
confirmação das interpretações.
5.7.2 Rocha/Cascalho
A definição do horizonte impenetrável exposto (seja ele rocha alterada ou
cascalho, como no caso presente) e o grau de intemperismo do substrato são informações
de fácil obtenção quando a escavação se estendeu até tais profundidades, e têm grande
importância na avaliação do potencial das áreas para uso futuro, pois influi decisivamente no
suporte à cobertura vegetal.
No caso presente, sua definição foi fundamental que possibilita não o
conhecimento do estado da área, mas uma avaliação do potencial de explotação que a área
apresenta sem grande ampliação dos danos, caso se julgue mesmo necessária sua
explotação em defesa de outra área ainda não escavada.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.7.3 Vegetação
A avaliação da cobertura vegetal atual foi tarefa de execução simples no
campo, porém a definição dos percentuais das áreas ocupados por cada tipo de cobertura
vegetal (quando havia mais de um tipo) foi um pouco mais difícil e foi possível graças à
existência de imagens aéreas com alta resolução espacial.
Na definição da vegetação que ocupava anteriormente a área ou da
distribuição espacial dos tipos de cobertura vegetal existentes em áreas de empréstimo com
dimensões muito grandes a inexistência de produtos de sensores remotos com resolução
espacial maiores que 20 m acarretaria a realização de trabalhos de campo mais detalhados,
com a realização de levantamentos de áreas no campo utilizando-se ferramentas de
topografia.
5.7.4 Recursos Hídricos
O reconhecimento dos mananciais próximos à área ou internos à ela, é tarefa
bastante fácil e pode ser efetuada em trabalhos de escritórios com consultas a mapas ou
produtos de sensores remotos, mas requer uma visita ao campo para que se possa
confirmar a perenidade dos mesmos e suas condições atuais.
Tais observações permitirão ainda a verificação da existência de processos
de assoreamento, ou mesmo outros que possam comprometer a qualidade dos recursos
hídricos superficiais em função da existência da área de empréstimo.
A determinação da profundidade do nível freático, no entanto, pode requerer
o uso de técnicas mais caras e sofisticadas (como sondagens de simples reconhecimento
ou geofísicas) quando as informações anteriores (poços, por exemplo) consultadas não
permitirem tal determinação.
Como se trata de geoindicador fundamental para avaliação da qualidade dos
mananciais subsuperficiais, tal informação pode ser obtida por perfurações com menores
custos, como sondagens a trado ou escavação de poços manuais.
5.7.5 Relevo
Assim como o solo, o relevo é um dos componentes geralmente mais
alterados em áreas de empréstimo, sendo as mudanças na declividade dos terrenos a
intervenção mais comum nesses casos. A obtenção de tais mudanças na declividade é
geralmente um procedimento de baixo custo, mas que pode ser demorado em função do
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
processo adotado. Levantamentos expeditos de campo, com técnicas de topografia podem
acelerar tal processo, especialmente quando se lança mão de técnicas de
geoprocessamento.
As alterações paisagísticas dependem apenas de trabalhos de campo para
sua observação e podem ser um instrumento bastante interessante, não para definição
da intensidade de explotação da área, como de alternativas de remediação.
O geoindicador posição na bacia” pode ser de grande utilidade para
previsões de dinâmica superficial dos terrenos, mas pode perfeitamente ser substituído por
outros cujo entendimento pelos usuários da metodologia seja mais natural; como landform,
ou unidade de terreno, por exemplo.
5.7.6 Acessos, Uso e ocupação
A caracterização de uso o ocupação do solo é tarefa de execução fácil dada a
diversidade de alternativas para sua obtenção, tais como trabalhos de campo, consulta a
informações anteriores como mapas, técnicas de sensoriamento remoto, e mesmo consultas
à autoridades do poder público e mesmo moradores vizinhos. Além disso, é informação de
alta relevância para a destinação futura da área considerando-se seu uso passado, atual,
previsto e os usos nas imediações, que refletem os interesses imediatos da população
vizinha.
Com base no conhecimento de que as vias de acesso a áreas de empréstimo
são geralmente fontes de impactos ambientais, uma vez que são executadas sem projeto ou
técnicas construtivas adequadas já que são caminhos provisórios, este geoindicador foi
incluído no presente trabalho.
Nas áreas estudadas tal situação não se confirmou por se tratarem de áreas
muito próximas à área urbana e que se valeram de vias existentes, as quais haviam sido
executadas de forma apropriada.
5.7.7 Processos Geodinâmicos
Nas áreas avaliadas no presente trabalho tais processos não tiveram
manifestação significativa, em particular em virtude das baixas declividades e da distância a
corpos de água. No entanto, a literatura mostra que estes são os danos ambientais mais
comuns em áreas de empréstimo e imediações, especialmente quando a explotação se
por desmonte hidráulico, indicando que tal avaliação não pode ser desconsiderada.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
Vale dizer também que dadas as condições locais não foram previstos neste
trabalho geoindicadores para avaliar impactos devidos à movimentos gravitacionais de
massa ou identificação de áreas com potencial de ocorrência de tais processos, mas que
em outros locais, onde processos desta natureza sejam comuns, devem ser previstos
geoindicadores para avaliar tal questão.
5.7.8 Geometria da cava
A avaliação das condições geométricas da cava, especialmente em termos
dos taludes de escavação, é fundamental não para avaliar a degradação existente como
para definição do potencial de ocorrência de processos danosos (em particular, movimentos
gravitacionais de massa).
Nas áreas de empréstimo aqui avaliadas tal geoindicador não teve papel
relevante na diferenciação entre as áreas, mas a identificação das condições dos taludes é
condição fundamental em projetos de recuperação / remediação.
Quanto a dimensão da área, vale dizer que tem sentido a adoção de tal
geoindicador nas condições em que se pretenda avaliações comparativas (caso deste
trabalho, por exemplo). Em situações em que se pretenda avaliar uma área específica tal
geoindicador só seria útil na avaliação para estudos de novas destinações para a área.
5.8 MAPAS DE SÍMBOLOS PROPORCIONAIS
Uma das formas clássicas de representação espacial de informações de
diferentes pontos quando se pretende efetuar comparações entre resultados são os mapas
de símbolos proporcionais.
No presente trabalhos eles foram utilizados como alternativa de comparação
e representação espacial dos diferentes valores de degradação obtidos para as áreas de
empréstimo estudadas, tanto no total como por componente, como se observa a seguir.
A primeira representação de símbolos proporcionais que se apresenta ilustra
a participação relativa da degradação mensurada para cada componente avaliado em
termos da degradação total, Mapa 3.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
Solo
Rocha/Cascalho
Vegetação
Recursos Hídricos
Relevo
Uso e Ocupação do Solo
Geometria da Cava
LEGENDA:
#6-*.**,
Os diferentes tamanhos dos círculos são proporcionais a degradação em
cada uma das áreas.
A área da Fapic apresenta menor ponderação (17), pois apesar de ser uma
área extensa, onde o perfil explorado foi cerca de 9 m, o que implica numa valoração
desfavorável quanto ao componente geometria e solo, essa área não gerou impactos no
componente recursos hídricos e rocha. No componente relevo a área teve ponderação
intermediária, e nos demais ponderação idêntica a das outras áreas.
A área próxima ao Ginásio de Esportes apresentou uma ponderação
intermediária (18) em relação as outras duas áreas, visto que suas ponderações por
componente não foram maior que a das outras áreas em nenhum momento, em um único
caso se igualou a área próxima ao Novo Horizonte, no quesito relevo.
Para a área próxima ao Novo horizonte, a ponderação final foi 22, indicando
uma maior degradação nessa área apesar dessa degradação medida ter sido bastante
significativa no componente solo, essa área também é a única que teve impactos em
recursos hídricos, que o nível superficial na área encontra-se mais próximo do fundo da
cava.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
O Mapa 3 ilustra também que determinados componentes tiveram
participação mais importante na medida da degradação obtida, em particular os
componentes: solo (cor marrom), geometria da cava (cor mangenta), relevo (cor amarela),
devido tal disparidade de importância relativa dos componentes no processo, cada um deles
será discutido na seqüência.
O componente solo, Mapa 4, foi sem dúvida o mais importante no processo
de definição da degradação. O resultado não poderia ser diferente visto que o trabalho trata
exatamente de degradação do solo. No entanto tal componente teve papel mais relevante
na área de empréstimo do Novo Horizonte, e a camada com potencial agricultável é menor.
%6*
O componente rocha/cascalho, Mapa 5, foi pouco importante na avaliação da
degradação nas áreas, tendo se manifestado apenas na área próxima ao Ginásio de
Esporte, onde a escavação prosseguiu até expor a camada de cascalho na base do perfil.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
76*)L)
A valoração dos geoindicadores do componente Vegetação, Mapa 6,
mostrou-se praticamente igual paras as áreas de empréstimo analisadas, exceção feita
apenas à área da Fapic, na qual houve recomposição da cobertura vegetal visto ter sido
dada nova destinação à área (recinto de exposições).
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
:6,
O Mapa 7 apresenta a valoração dos geoindicadores para recursos hídricos
que também foram pouco importantes no processo de avaliação da degradação, resultando
valor apenas para a área próxima ao Novo Horizonte. Tal fato se justifica porque as áreas
estudadas se situavam todas à distâncias significativas de mananciais superficiais e em
áreas onde a profundidade do nível freático era sempre superior à 14 m, havendo pouca
possibilidade de perda de qualidade dos recursos hídricos subsuperficiais por escavação.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
86)D
As alterações identificadas no componente relevo, Mapa 8, foram de grande
importância na valoração final da degradação nas áreas, em função das escavações
efetuadas.
Na área designada por Fapic, a importância relativa das alterações no relevo
foi menos importante, pois essas alterações foram compensadas por atividades posteriores
de terraplenagem que recuperaram a área do ponto de vista paisagístico, nessa área
existem obras de drenagem, e isso reduz os impactos negativos da escavação. Para as
demais áreas as alterações paisagísticas foram as intervenções mais significativa no relevo.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
96*,
As alterações em ocupação e uso do solo, Mapa 9, foram constatadas iguais
para as três áreas estudadas, sem grande importância na avaliação final.
&65
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
Como não foram constatados processos erosivos ou de assoreamento nas
áreas avaliadas, não houve valoração para os geoindicadores propostos para processos
geodinâmicos. No entanto, é fundamental que se destaque que se trata de uma
peculiaridade das áreas estudadas, especialmente em função do predonio de baixas
declividades no relevo local e da grande distância das áreas de empréstimo aos cursos
d´água.
As características definidas no tópico geometria da cava mostraram-se
bastantes significativas no processo de avaliação da degradação, Mapa 10, especialmente
no que diz respeito à inclinação dos taludes que foi importante para todas as áreas.
"65*,
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.9 AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DAS ÁREAS EM ESTUDO
Diante de todas essas análises apresentadas temos que as áreas de
empréstimo Fapic e Gisio de Esportes estão com praticamente o mesmo nível de
degradação, visto que suas ponderações finais foram 17 e 18 respectivamente.
Tal situação se deve ao fato que estas áreas foram, após o encerramento de
sua explotação, ocupadas para finalidades diferentes da remoção de solo, ocupações estas
que acabaram resultando em ligeira redução da degradação ambiental.
No caso da área Fapic, o uso atual é de recinto de exposições e realização de
eventos, destinação que significou recomposição de parte do volume escavado,
revegetação da área e execução de obras de drenagem o que acabou resultando em
menores valores de degradação para em componentes como solo, vegetação, relevo, e
ocupação e uso.
Para a área Ginásio de Esportes, o poder público fez um contrato de
comodato com um cidadão local interessado em desenvolver atividades pecuárias em
pequena escala, que no local as glebas rurais são pequenas. O cidadão em questão,
interessado em melhorar as condições da área para seu uso, tem cuidado da área com a
plantação de gramíneas e rotação de seu uso como pastagem com áreas vizinhas de sua
propriedade.
Além disso, o cidadão em questão cercou a área e restringiu o acesso a
mesma, o que tem colaborado tamm para o estado da mesma. Tais atitudes resultaram
em menor degradação no tempo atual, registrada principalmente em termos dos baixos
valores obtidos para os componentes solo e ocupação e uso do solo.
A área situada adjacente ao Novo Horizonte teve a maior ponderação final
(22), ou seja, é a área mais degradada, o que é condizente, pois seu componente solo teve
alta ponderação e recursos hídricos, que nas demais áreas não tem nenhuma influência
pois não contribuem, nessa área ele aparece.
Outra forma possível de apresentação dos resultados da valoração da
degradação em termos dos geoindicadores usados é a distribuição das áreas de
empréstimo em classes em função da degradação total estabelecida. Em tais circunstâncias
o usual é a divisão dos objetos em classes em termos relativos de resultado obtido.
De forma a classificar as áreas em nível de degradação foi feita uma análise
por passo igual, utilizando uma ferramenta do Spring. Para essa avaliação foram definidas
três classes de acordo com a degradação total mensurada. A escolha de Três classes foi
devido essa divisão se bastante comum no meio científico para casos dessa, “alta”, “média”,
e “baixa” degradação.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
A definição das classes no agrupamento por passo igual gera “n” classes
contendo o mesmo intervalo de variação dos valores em cada grupo. O intervalo é definido a
partir da relação Intervalo = (Valor Máximo Valor Mínimo) / mero de Classes. Para o
presente caso isso resultou em três intervalos para degradação assim distribuídos:
(Degradação Baixa) 17-28; (Degradação Média) 19-20; (Degradação Alta) 21-22. A
classificação resultante de tal processo segue apresentada, Mapa 11.
Degradação Média
Degradação Baixa
LEGENDA:
Degradação Alta

:
0D,-*.*
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSO
5.10 SISTEMATIZAÇÃO DA PROPOSTA
A execução dos trabalhos conforme a proposta aqui apresentada pressupõe o
desenvolvimento das etapas a seguir:
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÃO
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÃO
Diante de todas as análises feitas para avaliação da degradação, podem ser
extraídas as seguintes conclusões quanto ao uso das áreas e prioridades de intervenção.
Do ponto de vista pecuário as áreas Ginásio de Esportes e Novo Horizonte
necessitam de investimentos com insumos para que venham a ser aproveitadas, e desde
que se escolha um tipo de pastagem adequada para solos com menor potencial agricultável.
Nesse caso, a pecuária extensiva com rotação de pastagem seria a mais indicada, pois
implica em menor desgaste à área, sendo que seria apropriado que houvesse um
monitoramento do local para que tal uso se de forma a não intensificar o processo de
degradação.
Para o uso na agricultura as áreas do Ginásio de Esportes e Novo Horizonte
não são adequadas, pois requereriam investimentos muito altos com insumo na
regeneração de seu potencial agricultável, sem garantias de êxito, poderiam ser feitos testes
em pequenas parcelas para verificar a viabilidade.
Em relação ao aproveitamento para obras de engenharia tanto na área do
Ginásio de Esportes, como na área do Novo Horizonte é possível obras de pequeno porte,
pois de acordo com as sondagens SPT, temos número de golpe (N), que é um bom indício
da capacidade de carga do solo, da ordem de 9 nas profundidades de 2 m e 3 m para
Ginásio e Novo Horizonte respectivamente.
Na área do Novo Horizonte existe uma parcela sendo ocupada para a
construção de uma igreja, complementando o local, uma das possibilidades de uso seria
uma praça que atenderia a população do referido bairro e completaria o espaço no entorno
da igreja.
Para a área do Ginásio, nesse momento ela está sendo utilizada com a
finalidade pastoril, que poderia ser melhorado com algum investimento na formação de uma
pastagem na área. Como essa área encontra-se anexa a área urbana de Ilha Solteira, num
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÃO
futuro ela poderá vir a ser usada para a instalação de algum equipamento urbano que possa
atender a população.
É importante ressaltar que a ocupação “definitiva” dessas áreas deve ser feita
de forma cuidadosa, pois o uso inadequado causa muitas vezes maiores impactos que o
não uso.
Na área da Fapic existe ocupação, não justifica aqui falar de outra
possibilidade que não a que existe atualmente, apesar de ter sido projetada com aterros que
utilizam lixo e entulho (aterros sem controle técnico), o fato de existir um bom projeto
urbanístico no local, com ruas pavimentadas, projeto de drenagem, e instalações para os
eventos que ali se realizam, têm feito com que uma área que poderia ser hoje um passivo
ambiental tem uma destinação adequada para o município.
Em termos de prioridade de intervenções, o fato de na área próxima ao Bairro
Novo Horizonte já se encontrar em construção uma igreja, essa área deve ser a primeira a
ter uma destinação e em segundo a área do Ginásio, que com a expansão da área urbana
de lha Solteira pode vir a ter uma vocação especial. Sendo que essa vocação muitas vezes
depende dos anseios da sociedade e do poder público, sendo principalmente adequada aos
interesses humanos, e capaz de preservar os recursos naturais
O uso de geoindicadores tem como propósito principal a agilidade e o baixo
custo. O critério agilidade é fundamental para atender requisitos essenciais, e tornar a
técnica atraente para seu uso em trabalhos de avaliação de áreas. Sendo assim, os
procedimentos de levantamento das informações devem ser simples, de forma a tornar
eficaz seu levantamento em breves levantamentos de campo ou análises de escritório.
As formas de obtenção de informações devem se basear na simples
observação de campo, pois tais procedimentos significam trabalhos de campo mais rápidos,
portanto, maior agilidade.
A consideração dos aspectos agilidade (e sua decorrente simplicidade de
uso) e baixo custo de obtenção se refletem no potencial de uso dos geoindicadores para
monitoramento de áreas degradas facilitando a discussão, a qualquer momento, acerca das
prioridades de intervenção.
Obviamente, nas situações nas quais os critérios citados anteriormente não
permitam a definição do geoindicador com a precisão julgada apropriada a única alternativa
é lançar mão de procedimentos mais caros ou demorados tendo-se o cuidado de escolher,
entre estes, aquele que apresente menor custo e tempo de execução.
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lhe são atribuídas pelo artigo 18 do mesmo decreto, e considerando a necessidade de se
estabelecerem as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais
para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos
da Política Nacional do Meio Ambiente, resolve. Disponível em:
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6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto 99.274, de 6 de junho de
1990, e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4.771, de 15 de setembro e 1965, 9.433, de
8 de janeiro de 1997, e o seu Regimento Interno, e... Considerando que as Áreas de
Preservação Permanente e outros espaços territoriais especialmente protegidos, como
instrumentos de relevante interesse ambiental, integram o desenvolvimento sustentável,
objetivo das presentes e futuras gerações, resolve. Disponível em:
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ANEXO A – RELATÓRIO DE SONDAGENS SPT
PROJETO: AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DO MEIO FÍSICO POR
ÁREAS DE EMPRÉSTIMO EM ILHA SOLTEIRA (SP) USANDO
GEOINDICADORES E SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS
Local: ILHA SOLTEIRA /SP
Código do Empreendimento: R078/06
Assunto: RELATÓRIO DE SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIEMENTO
COM SPT
Data: 18/12/2006
INTERESSADO
Código
José Augusto de Lollo
R078/06
PROJETO
Avaliação da Degradação do Meio Físico por Áreas de Empréstimo em Ilha Solteira (SP) Usando
Geoindicadores e Sistema de Informações Geográficas
PESQUISA
Avaliação de Degradação Ambiental
Data
Relatório de sondagens à percussão
18/12/06
MEMORIAL DESCRITIVO
1 INTRODUÇÃO
As sondagens foram executadas pelo processo à percussão, de acordo com a NBR 6484/01
Solo - Sondagens de Simples Reconhecimento com SPT (Standard Penetration Test) -
Método de Ensaio, cuja finalidade, para a aplicação em Engenharia Civil, são:
a) Determinação dos tipos de solo;
b) Posição do nível d’água;
c) Índices de resistência à penetração(N).
O método consiste na cravação de amostrador padrão sendo medidas as resistências
oferecidas pelo terreno à sua cravação do amostrador, a cada metro, resultando na
determinação do tipo de solo e do índice de resistência, bem como do nível d’água do lençol
freático.
Os resultados obtidos das medidas (SPT) expressos em número de golpes de um peso de
65 kg (caindo de uma altura de 75 cm) necessários à cravação dos 45 cm do amostrador
encontram-se indicados nos perfis anexos a este relatório, bem como as demais
especificações, conforme as normas técnicas.
2 PROCEDIMENTOS
2.1 Execução das sondagens
2.1.1 Inicialmente foi feita, para cada perfuração, a limpeza de uma área para permitir o
desenvolvimento de todas as operações sem obstáculos;
2.1.2 As sondagens foram iniciadas utilizando-se trado cavadeira manual até a profundidade
1 m, e nas operações subseqüentes da perfuração, intercaladas às de ensaio de
amostragem, foi utilizado trado helicoildal;
2.1.3 Quando o avanço da perfuração, com o emprego do trado helicoidal foi inferior a 50
mm após 10 min de operação, passou-se ao método de perfuração com circulação de água,
denominado lavagem (furo SP6, Ginásio de Esportes);
2.1.4 A operação de perfuração por circulação d’água foi realizada utilizando-se o trépano
de lavagem como ferramenta de escavação. O material é removido por meio da circulação
de água realizada por bomba motorizada, através da composição da perfuração;
2.1.5 Durante a lavagem foi utilizado tubo de revestimento para a realização dos ensaios
subseqüentes, alternadamente com a operação de perfuração, circulação de água
(lavagem);
2.1.6 A sondagem a percussão foi dada por terminada quando ocorreu a condição de
impenetrabilidade do solo, ou quando solicitada pelo contratante;
2.1.7 O nível d’água do lençol freático não foi detectado nos furos executados, até as
profundidades investigadas.
3 CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO
O equipamento padrão utilizado nas perfurações, compõe-se dos seguintes elementos: torre
com roldana, tubos de revestimento (d= 64 mm), trado concha ou cavadeira, trado helicoidal,
trépano de lavagem, amostrador padrão tipo Terzaghi & Peck, cabeças de batente, martelo
padronizado para a cravação do amostrador, baldinho, medidor de nível d’água, trena,
recipientes para armazenamento das amostras, bomba d’água, caixa d’água e ferramentas
gerais necessárias para a operação da aparelhagem.
4 ENSAIOS DE PENETRAÇÃO
O ensaio de penetração consiste na cravação do barrilete amostrador no solo através de
quedas sucessivas do martelo. A cada metro, a partir do primeiro metro de profundidade, foi
registrado o número de golpes necessários para a penetração dos 45 cm do amostrador
padrão SPT, através da queda de um peso de 65 kg, caindo de uma altura de 75 cm.
As dimensões e detalhes construtivos do penetrômetro estão rigorosamente de acordo com
as normas da ABNT.
5 AMOSTRAGEM
5.1 As amostragem são representativas dos materiais atravessados.
5.2 As amostras obtidas das sondagens a percussão foram dos seguintes tipos:
5.2.1 Amostras do barrilete amostrador SPT, constituídas pela parte inferior do material
obtido no amostrador;
5.2.2 Amostra do trado, constituídas por material obtido durante a perfuração e coletadas na
parte inferior da broca do trado.
5.2.3 As amostras de cada metro de profundidade, foram cuidadosamente acondicionadas e
enviadas para a empresa para a classificação tátil-visual.
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados finais de cada sondagem seguem apresentados em forma de perfis
individuais de sondagem.
DATA DE INÍCIO - 9/12/06
COORD. N - 7739891
INTER - CONSIS-
PRETA - NCIA
N. A.
GEOLÓ-
ÇÃO OU
GEOLÓ COMPA-
( m )
GICA
CIDADE
S
E
D
I
ME
N
T
O
S
A
L
U
V
I
O
N
A
R
E
S
PENETRAÇÃO -SPT
NO. DE GOLPES/30CM DE
RESISTÊNCIA A
NUMERO
PROF. PERFIL
CLASSIFICAÇÃO DA CAMADA
40 30 20 10
GOLPES
( m ) GICO
Local: Ilha Solteira - SP
TÉRMINO - 9/12/06
E - 463260
Interessado: José Augusto de Lollo
SONDAGEM A PERCUSSÃO
SP5 - FAPIC
Projeto: Pesquisa
COTA - 347
SECO
1 2 2
15 15 15
FOFA
2 2 2
15 15 15
1 2 3
POUCO
15 16 15
COMPACTA
1 2 3
15 15 17
FOFA
2 1 3
18 12 17
MED.
5 7 6
6,45
COMPACTA
15 15 15
Início (m) Fim (m)
0,00 1,00
1,00 6,00
Resp. Técnico:: Data:
18/12/2006
ZEIDE NOGUEIRA FURTADO CREA: 600 653 251
PERFIL GEOLÓGICO E GEOTÉCNICO INDIVIDUAL DE RECONHECIMENTO DO SUB-SOLO
Relatório nº: Desenhista: Escala: Folha:
078/06 ACF 1:100 1/4
3 Lavagem Estágio 3 (cm) :
2 T. Espiral
Prof. de início (m) :
Estágio 2 (cm) :
N. A: SECO
1 9/12/2006 SECO T. Cavadeira Estágio 1 (cm) :
Leitura Data
N. A.( m )
Método Lavagem por tempo - 10min. OBS :
13
LIMITE DE SONDAGEM:-6,45M
4
5
5
S
E
D
I
ME
N
T
O
S
A
L
U
V
I
O
N
A
R
E
S
AREIA FINA E MÉDIA
4
POUCO ARGILOSA
VERMELHA
4
1
2
3
4
5
6
0
Rua Regente Feijó,415 - Araçatuba- SP - CEP: 16010540
Fone/Fax:18-36236540 - e-mail: oeste@oesteengenharia.com.br
www.oesteengenharia.com.br
DATA DE INÍCIO - 09/12/06
COORD. N - 7741828
INTER - CONSIS-
PRETA - NCIA
N. A.
GEOLÓ-
ÇÃO OU
GEOLÓ COMPA-
( m )
GICA
CIDADE
S
E
D
I
ME
N
T
O
S
A
L
U
V
I
O
N
A
R
E
S
PENETRAÇÃO -SPT
NO. DE GOLPES/30CM DE
RESISTÊNCIA A
NUMERO
PROF. PERFIL
CLASSIFICAÇÃO DA CAMADA
40 30 20 10
GOLPES
( m ) GICO
Local: Ilha Solteira - SP
TÉRMINO - 09/12/06
E - 463658
Interessado: José Augusto de Lollo
SONDAGEM A PERCUSSÃO
SP6 - Ginásio
Projeto: Pesquisa
COTA - 349
SECO
2 1 2
18 12 15
FOFA
2 4 5
15 15 15
5 6 7
15 15 15
6 6 8
15 14 15
MED.
5 6 9
COMPACTA
15 15 15
5 6 7
18 12 15
6 7 9
15 15 15
8,00
6 8 12
15 15 15
COMPACTA
20 9 12 14
8,90
15 15 15
Início (m) Fim (m)
0,00 1,00
1,00 3,00
3,00 8,00
Resp. Técnico : Data:
18/12/2006
ZEIDE NOGUEIRA FURTADO CREA: 600 653 251
PERFIL GEOLÓGICO E GEOTÉCNICO INDIVIDUAL DE RECONHECIMENTO DO SUB-SOLO
Relatório nº: Desenhista: Escala: Folha:
078/06 ACF 1:100 2/4
3 Lavagem Estágio 3 (cm :
2 T. Espiral
Prof. de início (m):
Estágio 2 (cm):
N. A: SECO
1 9/12/2006 SECO T. Cavadeira Estágio 1 (cm): Revestimento(m): 4,00
Leitura Data
N. A.( m )
Método Lavagem por tempo - 10min. OBS:
VERMELHA
LIMITE DE SONDAGEM: -8,90M
20
AREIA MÉDIA E GROSSA
16
13
15
15
AREIA FINA E MÉDIA
13
POUCO ARGILOSA
VERMELHA
S
E
D
I
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T
O
S
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3
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2
3
4
5
6
7
0
Rua Regente Feijó,415 - Araçatuba- SP - CEP: 16010540
Fone/Fax:18-36236540 - e-mail: oeste@oesteengenharia.com.br
www.oesteengenharia.com.br
8
9
DATA DE INÍCIO -10/12/06
COORD. N - 7742932
INTER - CONSIS-
PRETA - NCIA
N. A.
GEOLÓ-
ÇÃO OU
GEOLÓ COMPA-
( m )
GICA
CIDADE
S
E
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I
ME
N
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V
I
O
N
A
R
E
S
PENETRAÇÃO -SPT
NO. DE GOLPES/30CM DE
RESISTÊNCIA A
NUMERO
PROF. PERFIL
CLASSIFICAÇÃO DA CAMADA
40 30 20 10
GOLPES
( m ) GICO
Local: Ilha Solteira - SP
TÉRMINO - 10/12/06
E - 464947
Interessado: José Augusto de Lollo
SONDAGEM A PERCUSSÃO
SP8 - NOVO HORIZONTE
Projeto: Pesquisa
COTA - 348
POUCO
SECO
2 3 3
COMPACTA
17 15 15
2 1 2
FOFA
20 10 15
2 4 5
MED.
15 15 15
COMPACTA
3 7 8
4,45
15 15 15
Início (m) Fim (m)
0,00 1,00
1,00 4,00
Resp. Técnico: Data:
18/12/2006
ZEIDE NOGUEIRA FURTADO CREA: 600 653 251
PERFIL GEOLÓGICO E GEOTÉCNICO INDIVIDUAL DE RECONHECIMENTO DO SUB-SOLO
Relatório nº : Desenhista: Escala: Folha:
078/06 ACF 1:100 3/4
3 Lavagem Estágio 3 (cm) :
2 T. Espiral
Prof. de início (m) :
Estágio 2 (cm) :
N. A: SECO
1 10/12/2006 SECO T. Cavadeira Estágio 1 (cm) :
Leitura Data
N. A.( m )
Método Lavagem por tempo - 10min. OBS :
15
LIMITE DE SONDAGEM :-4,45M
9
S
E
D
I
ME
N
T
O
S
A
L
U
V
I
O
N
A
R
E
S
AREIA FINA E MÉDIA
6
POUCO ARGILOSA
VERMELHA
3
1
2
3
4
0
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DATA DE INÍCIO - 11/12/06
COORD. N -7742906
INTER - CONSIS-
PRETA - NCIA
N. A.
GEOLÓ-
ÇÃO OU
GEOLÓ COMPA-
( m )
GICA
CIDADE
S
E
D
I
ME
N
T
O
S
A
L
U
V
I
O
N
A
R
E
S
PENETRAÇÃO -SPT
NO. DE GOLPES/30CM DE
RESISTÊNCIA A
NUMERO
PROF. PERFIL
CLASSIFICAÇÃO DA CAMADA
40 30 20 10
GOLPES
( m ) GICO
Local: Ilha Solteira - SP
TÉRMINO - 11/12/06
E - 465006
Interessado: José Augusto de Lollo
SONDAGEM A PERCUSSÃO
SP9 - NOVO HORIZONTE
Projeto: Pesquisa
COTA - 358
POUCO
SECO
1 3 4
COMPACTA
15 15 15
MUITO
5 25 30
2,45
COMPACTO
17 13 15
Início (m) Fim (m)
0,00 1,00
Resp. Técnico : Data :
18/12/2006
ZEIDE NOGUEIRA FURTADO CREA: 600 653 251
PERFIL GEOLÓGICO E GEOTÉCNICO INDIVIDUAL DE RECONHECIMENTO DO SUB-SOLO
Relatório nº : Desenhista : Escala : Folha :
078/06 ACF 1 : 100 4/4
3 Lavagem Estágio 3 (cm) :
2 T. Espiral
Prof. de início (m) :
Estágio 2 (cm) :
N. A: SECO
1 11/12/2006 SECO T. Cavadeira Estágio 1 (cm) :
Leitura Data / Hora
N. A.( m )
Método Lavagem por tempo - 10min. OBS:
LIMITE DE SONDAGEM: -2,45M
S
E
D
I
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N
T
O
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U
V
I
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A
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E
S
AREIA FINA E MÉDIA ARGILOSA
7
VERMELHA
PEDREGULHOS MÉDIOS E GRANDES
55
VARIEGADOS
1
2
0
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ANEXO B – RELATÓRIO SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL
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CEP –05565-060, Fone (11) 3783-6192.
Resumo
Realizou-se nos dias 7 e 8 de janeiro de 2008, por solicitação do senhor José
Augusto de Lollo campanha de estudo geofísico através da caracterização geoelétrica dos
materiais geológicos em subsuperfície, que tiveram como objetivo a determinação do perfil
litológico das áreas de interesse.
Para alcançar este objetivo foi utilizada a metodologia geofísica da
eletrorresistividade, com a técnica da sondagem elétrica vertical, empregando o arranjo
Schlumberger.
1. Introdução Teórica
Segundo ORELLANA (1972) a prospecção geofísica é um ramo da física aplicada
que estuda a localização de delimitação de estruturas em subsuperfície, devido ao contraste
de alguma de suas propriedades físicas com relação ao meio circundante, por intermédio de
observações realizadas na superfície da terra.
Dentre as diversas metodologias existentes na geofísica não se pode estabelecer
relações de superioridade, pois a eficácia destas metodologias depende da área a ser
aplicado o método sobre o problema proposto.
1.1. A Eletrorresistividade
A eletrorresistividade é um método geoelétrico baseado na determinação da
resistividade elétrica dos materiais, tendo sido utilizado nos mais variados campos de
aplicação das geociências.
O método da eletrorresistividade baseia-se no estudo do potencial elétrico tanto
dos campos elétricos naturais, existentes na crosta terrestre, como dos campos
artificialmente provocados. A partir de medições do potencial elétrico na superfície pode-se
determinar, no subsolo, a existência de corpos minerais e reconhecer estruturas geológicas
(Telford et al., 1990).
Alguns minerais podem atuar como uma bateria e criar seu próprio campo elétrico,
constituindo um método especial chamado de Potencial Espontâneo.
O mais freqüente é enviar energia ao terreno, criando assim, campos artificiais
cuja deformação permite deduzir características geológicas ou minerais do subsolo.
Para tal, utiliza-se corrente contínua ou corrente alternada, sendo esta última a
mais usada. As freqüências utilizadas em prospecção são, preferencialmente, as mais
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baixas possíveis devido ao fato de que a profundidade de penetração diminui à medida que
se aumenta a freqüência.
Suas principais aplicações encontram-se nos mapeamentos geológicos,
mineração, prospecção de água subterrânea, engenharia civil e meio ambiente.
Do ponto de vista econômico, a principal vantagem do método elétrico é o seu
baixo custo.
Na prospecção elétrica utilizam-se, em geral, três propriedades fundamentais:
a) Resistividade: define a quantidade de corrente elétrica que atravessa uma
camada quando aplicado uma diferença de potencial;
b) Constante dielétrica: define a capacidade de armazenamento de cargas
elétricas nos materiais, geradas pela introdução de corrente alternada de alta
freqüência no subsolo; e.
c) Atividade eletroquímica da rocha: responsável pelo aparecimento de correntes
elétricas naturais geradas sem qualquer influência dos campos elétricos
artificiais.
Qualitativamente, resistividade é uma medida de dificuldade que um determinado
material impõe à passagem de uma dada corrente elétrica ou, o inverso, a condutividade é a
facilidade com que a corrente elétrica passa através de certo material.
A resistividade é designada por (ρ), dada em Ohm. m e a condutividade (σ), dada
em S/m, sendo a relação entre elas ρ = 1/σ.
Numericamente, a resistividade é igual à resistência (em ohm) medida entre os
lados opostos de um cubo do material que se desejar medir.
A resistividade elétrica das rochas e minerais é uma propriedade que depende de
vários fatores.
Por exemplo, a resistividade elétrica das rochas cristalinas (pouco porosas) é
normalmente alta.
No entanto, se esta rocha estiver muito fraturada, a água que circula através das
fraturas contendo sais minerais dissolvidos diminuirá bastante a resistividade da rocha.
Além da presença de água em fraturas e poros das rochas, a presença de
minerais condutivos faz baixar o valor da resistividade. No entanto, esta mudança se faz
notar quando a quantidade de minerais condutivos excede 10% do volume da rocha
(Fernandes, 1984). A tabela 1 mostra algumas resistividades médias de algumas rochas.
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Tabela 1 - Resistividades médias de algumas rochas (Fernandes, 1984).
ROCHA OU SOLO Resistividade (ohm.m)
Granito de 3x10
2
a > 10³
Diabásio de 20 a 2x10
4
Sienito de 10
2
a 10
5
Folhelho de 10 a 10
4
Calcário de 50 a 5x10
5
Areia de 1 a 5x10
3
Silte de 20 a 1,5x10
3
Argila de 5 a 1,5x10
3
Ao introduzir uma corrente elétrica (I) através dos eletrodos A e B, e entre os
eletrodos M e N medir a diferença de potencial criada (V), resulta que as medidas
pertinentes serão utilizadas para o cálculo da resistividade aparente pela fórmula:
ρa = K. V / I (ohm.m)
sendo K um fator geométrico que depende do espaçamento entre os quatro eletrodos,
calculado da seguinte maneira:
.G.X
2k
π
=
,
onde G é dado por,
+
+
+
=
2
1
1
21
1
nnn
G
e n é o nível de investigação.
Quando se realiza uma prospecção através da injeção de corrente no solo, têm-se os
seguintes problemas:
a) as dimensões do material através do qual passa a corrente varia com a geometria
do arranjo usado para injetar a corrente e,
b) o meio não é homogêneo pois engloba o solo, a rocha subjacente, a influência do
nível freático e de outras rochas intercaladas (como no caso de um pacote de
rochas estratificadas).
Num meio heterogêneo, os valores de área e comprimento não podem ser
definidos a priori porque dependem da geometria do arranjo dos eletrodos no terreno e são,
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portanto, substituídos na fórmula da resistividade por uma constante k, que será diferente
para cada arranjo.
A resistividade medida desta forma não será mais a resistividade de uma rocha ou
de uma camada e sim uma resistividade média do pacote de rochas (incluindo o solo) e, por
isto, denomina-se resistividade aparente, que é uma expressão da resistividade que o meio
teria se fosse homogêneo e não guarda nenhuma relação quantitativa absoluta com o valor
da resistividade verdadeira. Ela reflete apenas as propriedades médias do meio pelo qual a
corrente passou.
A resistividade aparente depende do tipo de arranjo usado na investigação; da
natureza do solo e do subsolo atravessado pela corrente primária (corrente injetada no
terreno); e da situação do corpo rochoso (pouco, muito ou não fraturado).
1.2. Técnicas de Aquisição de Dados
No método da eletrorresistividade existem várias técnicas de levantamentos de
campo, divididas basicamente em sondagem elétrica e caminhamento elétrico, dentro das
quais existe uma grande variedade de configurações possíveis de eletrodos que confere ao
método grande versatilidade.
Os dispositivos para medidas de resistividade consistem de um sistema de quatro
eletrodos, sendo dois deles usados para enviar uma corrente elétrica (I) ao solo (eletrodos A
e B), e os outros dois (eletrodos M e N) usados para medir a diferença de potencial (V)
entre eles.
Arranjo Schlumberger
No arranjo Schlumberger, empregado principalmente em Sondagens Elétricas
Verticais (SEV’s), os quatro eletrodos são dispostos em linha, sendo que os eletrodos de
potencial (MN) são colocados entre os de corrente (AB) e distribuídos simetricamente em
relação a um ponto central, sendo que à distância MN deve ser menor que a distância AB/2
(Figura 3).
A corrente elétrica é injetada no solo através do contato direto feito por eletrodos
metálicos ou porosos. A resposta é medida na forma de diferença de potencial (voltagem),
observada também através de contato direto com o solo. Tendo-se os valores da corrente e
do potencial registrado, é possível estimar a resistividade dos materiais do local investigado.
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Figura 3 - Arranjo Eletródico Schlumberger (Telford et al, 1990)
Para terrenos homogêneos e isotrópicos e considerando uma disposição de
eletrodos simétricos, a resistividade aparente do meio pode ser obtida através da expressão:
I
V
k.
=
ρ
(1.2)
O fator geométrico k do arranjo para uma disposição de eletrodos simétrica pode ser
obtido através da equação (1.3).
+
=
BN
1
BM
1
AN
1
AM
1
2
k
π
(1.3)
2. Geologia
A geologia local é composta pelas rochas sedimentares do Grupo Bauru, constituído
por arenitos de granulação de fina a média, com pouca matriz e maciços cor vermelho
escuro.
E pela Formação Serra Geral constituída por rochas intrusivas associadas ao
vulcanismo Serra Geral. Ocorrem sob a forma de diques e sills, e são caracterizadas por
diabásios de afinidade toleítica, que afloram preferencialmente na parte norte da Província
Magmática do Paraná, especialmente na porção oriental do Estado de São Paulo.
3. Trabalhos Executados
No local de estudo foram executadas 10 SEV’s, distribuídas em 5 áreas distintas
como mostra a tabela a seguir.
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Tabela 2 – Denominação das SEV’s realizadas
Área 1 Ginásio SEV 1A e 1B
Área 2 MotoCross SEV 2A e 2B
Área 3 Novo Horizonte SEV 3Ae 3B
Área 4 Rotatória SEV 4Ae 4B
Área 5 FAPIC SEV 5Ae 5B
As SEV’s denominadas A foram realizadas dentro das áreas de empréstimo de solo
e as denominadas B estão situadas fora das áreas de empréstimo. A abertura máxima de
AB/2 empregada para as SEV’s foi de 80 metros.
O levantamento geofísico foi realizado utilizando-se um resistivímetro da marca
Tectrol. Foram utilizados eletrodos de aço inoxidável com 12,5 mm de diâmetro e 50 cm de
comprimento.
A conexão entre os eletrodos e o equipamento foi realizada por 4 carretéis com 250
metros de fio cada, com isolação de 1000 V.
4. Processamento e Modelo Geológico
A partir dos dados obtidos foi plotada a curva de resistividade elétrica versus a
distância AB/2 entre os eletrodos, para as 10 SEV’s realizadas. Após a coleta dos dados em
campo, os mesmos foram processadas com o auxílio do software Ipi.win, o que possibilitou
a visualização e a determinação do modelo de camadas para os pontos de estudo.
As curvas em preto mostram os dados obtidos em campo, e em vermelho o modelo
de resistividade elétrica interpretada (Anexo 1).
Abaixo são mostrados os modelos geológicos obtidos na interpretação das SEV’s.
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MODELO INTERPRETADO SEV 1A
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 204 1.82 0 1.72 Solo superficial
2 3189 2.44 1.72 4.16 sedimentos
arenosos e/ou
cascalho
3 314 3.71 4.16 7.87 sedimentos
arenosos com
argila
4 173 - 7.87 - sedimentos
arenosos com
argila
N.A. não atingido
MODELO INTERPRETADO SEV 1B
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 4435 2.26 0 2.26 Solo superficial
2 6980 1.85 2.26 4.11 sedimentos
arenosos
3 2769 14.6 4.11 18.71 sedimentos
arenosos
4 78 - 18.71 - sedimentos
arenosos
saturados
N.A. 18.7 metros
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MODELO INTERPRETADO SEV 2A
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 564 0.66 0 – 0.66 Solo superficial
2 1694 1.15 0.66 – 1.81 sedimentos
arenosos e/ou
cascalho
3 250 5.61 1.81 – 7.42 sedimentos
arenosos
4 20.3 29.1 7.42 – 36.52 sedimentos
arenosos
saturados
5 141 - 36.52 - basalto ou
sedimentos
grosseiros
N.A. 7.4 metros
MODELO INTERPRETADO SEV 2B
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 539 0.65 0 – 0.65 Solo superficial
2 2136 6.33 0.65 – 6.98 sedimentos
arenosos
3 262 9.54 6.98 – 16.52 sedimentos
arenosos com
argila
4 13.1 - 16.52 - sedimentos
arenosos
saturados
N.A. 16.5 metros
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MODELO INTERPRETADO SEV 3A
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 77.7 2.62 0 – 2.62 Solo superficial
2 228 2.69 2.62 – 5.31 sedimentos
arenosos com
argila
3 345 3.82 5.31 – 9.13 sedimentos
arenosos com
argila
4 48.6 4.98 9.13 – 14.11 sedimentos
arenosos
saturados
5 795 - 14.11- basalto ou
sedimentos
grosseiros
N.A. 9.13 metros
MODELO INTERPRETADO SEV 3B
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 84.2 0.79 0 – 0.79 Solo superficial
2 382 5.99 0.79 – 6.78 sedimentos
arenosos com
argila
3 902 4.06 6.78 – 10.84 sedimentos
arenosos
4 4485 7.1 10.84 -17.94 sedimentos
arenosos
5 23.1 - 17.94- sedimentos
arenosos
saturados
N.A. 17.94 metros
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MODELO INTERPRETADO SEV 4A
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 97 0.85 0 – 0.85 Solo superficial
2 2759 1.63 0.85 – 2.48 sedimentos
arenosos
3 38.5 9.51 2.48 – 11.99 sedimentos
arenosos com
argila
4 19.8 13.6 11.99 – 25.59 sedimentos
arenosos com
argila saturados
5 580 - 25.59- basalto ou
sedimentos
grosseiros
N.A. 11.99 metros
MODELO INTERPRETADO SEV 4B
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 74.1 1.3 0 – 1.3 Solo superficial
2 568 1.22 1.3 – 2.52 sedimentos
arenosos com
argila
3 15.5 16.7 2.52 – 19.22 sedimentos
arenosos com
argila
4 8.59 10.1 19.22 – 29.32 sedimentos
arenosos com
argila saturados
5 529 - 29.32 - basalto ou
sedimentos
grosseiros
N.A. 19.22 metros
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MODELO INTERPRETADO SEV 5A
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 661 0.58 0 – 0.58 Solo superficial
2 1286 1.83 0.58 – 2.41 sedimentos
arenosos
3 311 17.4 2.41 – 19.81 sedimentos
arenosos com
argila
4 29.3 - 19.81 - sedimentos
arenosos com
argila saturados
N.A. 19.81 metros
MODELO INTERPRETADO SEV 5B
Camada Resistividade
(Ohm.m)
Espessura (m) Profundidade
(m)
Interpretação
1 155 0.62 0 – 0.62 Solo superficial
2 9664 6.54 0.62 – 7.16 sedimentos
arenosos e/ou
cascalho
3 2586 2.84 7.16 – 10 sedimentos
arenosos
4 6299 15.9 10 – 25.9 sedimentos
arenosos
saturados
5 133 - 25.9 - sedimentos
arenosos com
argila saturados
N.A. 25.9 metros
5. Considerações Finais
Os resultados obtidos pelas SEV’s permitiram estabelecer o modelo geológico para
os 10 pontos investigados.
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ANEXO 1
MODELO DAS SONDAGENS ELÉTRICAS VERTICAIS (FIGURAS 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12, 13)
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Figura 4 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 1A.
Figura 5 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 1B.
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Figura 6 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 2A
Figura 7 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 2B.
Figura 8 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 3A.
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Figura 9 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 3B.
Figura 10 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 4A.
Figura 11 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 4B.
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Figura 12 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 5A.
Figura 13 – Curva de campo e modelo ajustado para SEV 5B.
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