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FERNANDO PIMONT PÔSSAS
AVALIAÇÃO DA DEGRADABILIDADE RUMINAL IN SITU DAS SILAGENS
DE MILHO (Zea Mays, L.) COM DIFERENTES GRAUS DE VITREOSIDADE E
COM PERFIL DE AMINOÁCIDOS MODIFICADO
Dissertação apresentada à Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais, como
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre
em Zootecnia.
Área de Concentração: Nutrição Animal
Orientadora: Profa. Ana Luiza da Costa C. Borges
Belo Horizonte - Minas Gerais
Escola de Veterinária - UFMG
2007
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2
P856a Pôssas, Fernando Pimont, 1981-
Avaliação da degradabilidade ruminal in situ das silagens de milho (Zea Mays, L.) com
diferentes graus de vitreosidade e com perfil de aminoácidos modificados / Fernando Pimont
Pôssas. – 2007.
41 p. : il.
Orientadora: Ana Luiza da Costa C. Borges
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerias, Escola de Veterinária
Inclui bibliografia
1. Milho – Silagem – Teses. 2. Silagem – Qualidade – Teses. 3. Nutrição Animal – Teses.
4. Digestibilidade – Teses. I. Borges, Ana Luiza da Costa Cruz. II. Universidade Federal de
Minas Gerais. Escola de Veterinária. III. Título.
CDD – 633.2
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais, meu irmão, a Fan, aos meus familiares,
amigos e professores que sempre estiveram ao meu lado.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me dar saúde para realizar mais um sonho;
Meus pais, exemplo de vitória, por me proporcionarem condições para mais uma
conquista. Meu muito obrigado! Ao Bado pela amizade, conselhos e apoio
incondicional;
A Fan, pelo carinho, amor, companheirismo, compreensão e apoio durante toda essa
jornada;
Ao Professor Lúcio pela amizade, pelos anos de trabalho juntos, sempre ensinando e
disposto ajudar e pelo exemplo de profissional;
À Professora Ana Luiza por ter aceitado participar deste trabalho e pela grande
contribuição para a dissertação;
Aos pesquisadores da Embrapa Gado Leite Luciano Patto Novaes, Jailton Carneiro e
Fernando César por todo trabalho realizado, pelo apoio durante todas as etapas e por
estarem sempre prontos a ensinar e ajudar;
Aos professores Iran Borges e Norberto pelo exemplo de profissionalismo e
competência;
Às minhas avós Dona Célia e Dona Zilda pelo carinho, Tio Flavinho e Tio César pelo
apoio, e a todos os tios, tias e primos que sempre me ajudaram e torceram por mim;
Aos amigos Gustavo (Tim), Sérgio (Tião), Igor (Toddy) e Marcelo (Tchelo) pela
amizade, conselhos e apoio nos momentos difíceis;
Aos amigos Robertinho Guima, Bizil, Diogo, Cristiano, Robertinho Camargos, Luiz
Gustavo, Daniel Pires e Fá pelo exemplo e ensinamentos.
À equipe da Embrapa Milho e Sorgo, dos laboratórios de nutrição animal da Embrapa e
Gado de Leite e da Escola de Veterinária da UFMG pela grande ajuda, em especial ao
Toninho e Carlos;
Aos demais amigos de graduação e pós-graduação que sempre me apoiaram e me
ajudaram quando precisei;
Aos membros do colegiado de pós-graduação pela disponibilidade e esclarecimentos,
em especial a Nilda; Aos amigos da copiadora Cleiton e Vagner pela paciência; A
Capes pela bolsa de estudos concedida;
Agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram ou torceram por mim!
8
9
SUMÁRIO
RESUMO...............................................................................................................................................11
ABSTRACT...........................................................................................................................................12
I - INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................13
II - REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................................13
2.1. ASPECTOS DA CULTURA DO MILHO...................................................................................13
2.2. INFLUÊNCIA DA GENÉTICA SOBRE A QUALIDADE DA SILAGEM .............................13
2.2.1. Alto teor de óleo ..........................................................................................................................15
2.2.2. Perfil de aminoácidos modificado..............................................................................................15
2.2.3. Qualidade da fibra ......................................................................................................................16
2.2.4. Mercado brasileiro......................................................................................................................16
2.3. INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO GRÃO NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL .........................17
2.3.1. Composição química do grão de milho.......................................................................................17
2.3.2. Textura do grão de milho...........................................................................................................17
2.3.3. Efeito da vitreosidade sobre a degradabilidade do amido.......................................................18
2.3.4. Fatores que interferem na vitreosidade do grão de milho.......................................................19
2.4. QUALIDADE DA SILAGEM.......................................................................................................20
2.4.1. Momento de colheita e teor de matéria seca da planta............................................................20
2.4.2. Fração protéica............................................................................................................................21
2.4.3. pH.................................................................................................................................................21
2.4.4. Carboidratos................................................................................................................................22
2.4.5. Digestibilidade.............................................................................................................................23
2.5. TÉCNICA DE DIGESTIBILIDADE IN SITU............................................................................23
3 – MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................................25
3.1. CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES...............................................................................25
3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.......................................................................................26
3.3. ANÁLISES LABORATORIAIS...................................................................................................27
3.4. DELINEAMENTO ESTATÍSTICO ............................................................................................27
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................................27
4.1. MATERIAL ORIGINAL..............................................................................................................27
4.2. DEGRADABILIDADE DA MATÉRIA SECA ...........................................................................28
4.3. DEGRADABILIDADE DA PROTEÍNA BRUTA ......................................................................30
4.4. DEGRADABILIDADE DO AMIDO............................................................................................31
4.5. DEGRADABILIDADE DA FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO........................................32
4.6. DEGRADABILIDADE DA FIBRA EM DETERGENTE ÁCIDO ...........................................33
4.7. DEGRADABILIDADE DA HEMICELULOSE .........................................................................34
5 - CONCLUSÕES................................................................................................................................34
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................35
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Análise de variância.............................................................................................................. 27
Tabela 2 - Composição química (% da MS) das silagens das quatro cultivares de milho...................... 28
Tabela 3 - Desaparecimento ruminal (%) da matéria seca das quatro silagens de milho........................ 29
Tabela 4 - Parâmetros de degradação ruminal in situ da matéria seca das silagens das quatro
cultivares de milho.................................................................................................................
29
Tabela 5 - Desaparecimento ruminal (%) da proteína bruta das quatro silagens de milho..................... 30
Tabela 6 - Parâmetros de degradação ruminal in situ da proteína bruta das silagens das quatro
cultivares de milho.................................................................................................................
31
Tabela 7 - Desaparecimento ruminal (%) do amido das quatro silagens de milho................................. 31
Tabela 8 - Parâmetros de degradação ruminal in situ do amido das silagens das quatro cultivares de
milho.......................................................................................................................................
32
Tabela 9 - Desaparecimento ruminal (%) da fibra em detergente neutro das quatro silagens de milho. 32
Tabela 10 - Parâmetros de degradação ruminal in situ da fibra em detergente neutro das silagens das
quatro cultivares de milho......................................................................................................
33
Tabela 11 - Desaparecimento ruminal (%) da fibra em detergente ácido das quatro silagens de milho... 33
Tabela 12 - Parâmetros de degradação ruminal in situ da fibra em detergente ácido das silagens das
quatro cultivares de milho......................................................................................................
34
Tabela 13 - Desaparecimento ruminal (%) da hemicelulose das quatro silagens de milho...................... 34
Tabela 14 - Parâmetros de degradação ruminal in situ da hemicelulose das silagens das quatro
cultivares de milho.................................................................................................................
34
11
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi avaliar a degradabilidade ruminal in situ das silagens de milho com diferentes
graus de vitreosidade e com perfil de aminoácidos modificado. O experimento foi conduzido no campo
experimental da Embrapa Milho e Sorgo, localizada no município de Sete Lagoas (MG). As análises foram
conduzidas nos laboratórios de nutrição animal da Escola de Veterinária da UFMG e da Embrapa Gado de
Leite. Foram avaliadas as degradabilidades ruminais in situ da matéria seca (MS), proteína bruta (PB),
amido, fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e hemicelulose de quatro
cultivares de milho: QPM129 (grãos duros e com perfil de aminoácidos modificado), BRS3060 (grãos
semi-duros), AG1051 (grãos dentados) e SHS4040 (grãos duros), colhidas 120 dias após o plantio. O
delineamento utilizado foi quadrado latino 4x4. Para a incubação ruminal foram utilizados sacos de
náilon, que foram retirados nos tempos 0, 6, 24 e 96 horas após incubação ruminal. Os teores de MS, PB,
amido, FDN, FDA, hemicelulose, celulose e lignina foram de 47,3, 48,1, 47,6, 46,1%; 8,20, 8,51, 7,10 e
7,66%; 35,49, 44,30, 38,14 e 35,69%; 52,41, 44,12, 44,57 e 56,55%; 26,23, 22,63, 23,33 e 25,36%; 26,17,
21,49, 21,24 e 31,18%; 19,53, 16,74, 18,34 e 17,11% e 4,09, 3,32, 3,75 e 3,87% para as silagens QPM
129, AG 1051, BRS 3060 e SHS 4040, respectivamente. No tempo de incubação de seis horas, houve
diferença estatística (p<0,05) no desaparecimento ruminal da MS, sendo que as cultivares AG 1051 e
SHS 4040 apresentaram maior desaparecimento ruminal. Nos tempos de incubação de 24 e 96 horas não
houve diferença estatística (p<0,05) entre os tratamentos. A cultivar AG 1051 apresentou o maior
potencial máximo de degradação (A) da MS (77,88%), maior fração solúvel (S) (36,52%), maior
degradabilidade efetiva (DE), menor taxa constante de degradação (c) (3,1%/h) e a cultivar SHS 4040
apresentou o maior valor de “c” (4,7%/h). A cultivar AG 1051 não apresentou diferença estatística
(p<0,05) entre os tempos de incubação de seis e 24 horas e apresentou maior desaparecimento ruminal da
PB (p<0,05) para o tempo de incubação de seis horas. A cultivar AG 1051 apresentou maior valor de “S”
e maior DE da PB. A cultivar SHS 4040 apresentou a menor DE da PB. A cultivar AG 1051 não
apresentou diferença estatística (p<0,05) no desaparecimento ruminal do amido entre os tempos de
incubação. As demais cultivares apresentaram diferença estatística (p<0,05) no desaparecimento ruminal
do amido entre o tempo de seis horas e os tempos de 24 e 96 horas. As cultivares AG 1051 e SHS 4040
apresentaram maior desaparecimento ruminal do amido (p<0,05) para o tempo de incubação de seis
horas. A cultivar AG 1051 apresentou a maior fração “A”, maior fração solúvel “S”, maior taxa constante
de degradação (c) e maior degradabilidade efetiva (DE) do amido. A cultivar SHS4040 apresentou a
menor “S” e a menor DE do amido. A cultivar SHS 4040 apresentou maior desaparecimento ruminal da
FDN (p<0,05) no tempo de incubação de seis horas. Para todas cultivares houve aumento significativo
(p<0,05) no desaparecimento ruminal da FDN com o aumento do tempo de seis até 96 horas de incubação
ruminal. A cultivar AG 1051 apresentou maior “A” (72,95%) e menor taxa de degradação c (1,3%/h). A
cultivar SHS 4040 apresentou maior DE para FDN. Não houve diferença estatística (p<0,05) entre as
cultivares nos tempos de incubação analisados para o desaparecimento ruminal da FDA. Houve diferença
estatística (p<0,05) entre os tempos de incubação analisados para todas cultivares. A cultivar SHS 4040
apresentou a maior “A” (73,0%), maior “S” (7,96%), maior fração potencialmente degradável (b) e maior
DE para a FDA. A cultivar BRS 3060 apresentou menor valor de “b” e de “A” para FDA. A cultivar SHS
4040 apresentou o maior valor de desaparecimento ruminal da hemicelulose para o tempo de incubação
de seis horas. A SHS 4040 apresentou maior taxa de degradação “c” (2,6%/h), maior “S” e maior DE para
a hemicelulose. A AG 1051 apresentou menor “c”, maior “A” e maior “b”. Todas as silagens avaliadas
apresentam boa degradabilidade ruminal sendo consideradas silagens de boa qualidade.
Palavras-Chave: aminoácido, bovino, degradabilidade efetiva, ruminante.
12
ABSTRACT
The aim of this work was to evaluate the ruminal in situ degradability of corn silage with differents
vitreousness and modified aminoacids profile. The experiment was carried out at Embrapa Milho e Sorgo
(Sete Lagoas, MG,Brazil) and the chemical analyses at Escola de Veterinária da Universidade Federal de
Minas Gerais (Belo Horizonte,MG, Brazil) and at Embrapa gado de Leite (Juiz de Fora, MG, Brazil). The
experiment evaluated the ruminal in situ degradability of dry matter (DM), crude protein (CP), starch,
neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF) e hemicellulose of four genotypes of corn
silages: QPM-129 (flint corn with modified aminoacids profile), BRS-3060 (semi-flint), AG-1051 (dent
corn) and SHS-4040 (flint corn, showing higher vitreousness), harvested 120 days after sowing. The
experimental design was the 4x4 Latin Square. As for ruminal incubation was utilized nailon bags, that
were withdrawed after six, 24 and 96 hours of ruminal incubation. The levels of DM, CP, satrch, NDF,
ADF, hemicellulose, celulose and lignin analyzed in silages were: 47,3, 48,1, 47,6 and 46,1%; 8,20, 8,51,
7,10 and 7,66%; 35,49, 44,30, 38,14 and 35,69%; 52,41, 44,12, 44,57 and 56,55%; 26,23, 22,63, 23,33
and 25,36%; 26,17, 21,49, 21,24 and 31,18%; 19,53, 16,74, 18,34 and 17,11% and 4,09, 3,32, 3,75 and
3,87% to QPM 129, AG 1051, BRS 3060 and SHS 4040 hybrids silages, respectively. Within the six
hours of incubation time, there were no statistical differences (p<0,05) in the ruminal desappearance of
DM, while only AG 1051 hybrid e SHS 4040 showed the highes ruminal desappearance. Within the 24
and 96 hours of incubation time, there were no statistical differences (p<0,05) among treataments. The
AG 1051 genotype showed the highest degradation potencial maximum (A) of DM (77,88%), the highest
soluvel fraction (S) (36,52%), the highest effective degradability (ED), the lowest degradation constant
rate (c) (3,1%/h) and the SHS 4040 genotype showed the highest “c” (4,7%/h). The genotype AG 1051
didn’t showed statistical difference (p<0,05) among the incubation time of six and 24 hours and showed
the highest ruminal desappearance of CP (p<0,05) to the incubation time of six hours. The AG 1051
genotype showed the highest value of “S” and the highest ED of CP. The SHS 4040 genotype showed
the lowest ED of CP. The AG 1051 didn’t showed statistical difference (p<0,05) in the starch ruminal
desappearence among the incubation time. The others genotypes showed statistical difference (p<0,05) in
the starch desappearance ruminal among the time of six hours and the times of 24 and 96 hours. The AG
0151 and SHS 4040 genotypes showed the highest starch desappearance ruminal (p<0,05) to the
incubation time of six hours. The AG 1051 showed the highest starch soluvel fraction “S”, the highest
“A”, the highest “c” and highest ED of starch. The SHS 4040 showed the lowest starch “S” and the
lowest EF of starch. The SHS 4040 showed the highest NDF ruminal desappearance (p<0,05) in the
incubation time of six hours. As for all genotypes there were meaningful increase (p<0,05) in the NDF
ruminal desappearance with the incrase of time of six to 96 hours of ruminal incubation. The AG 1051
genotype showed the highest “A” (72,95%) and the lowest degradation constant rate “c” (1,3%/h). The
SHS 4040 showed the highest NDF ED. There were no statistical difference (p<0,05) among the
genotypes in incubations time analyzed to the ADF ruminal desappearance. There were statistical
difference (p<0,05) among the incubations time analyzed to all genotypes. The SHS 4040 genotype
showed the highest “A” (73,0%), the highest “S” (7,96%), the highest potential degradable fraction (b)
and highest ADF ED. The BRS 3060 genotype showed the lowest ADF value of “b” and of “A”. The
SHS 4040 genotype showed the highest value of hemicellulose ruminal desappearance (p<0,05) for the
incubation time of six hours. The SHS 4040 showed the highest hemicellulose value of “c” (2,6%/h), the
highest “S” and highest EF. The AG 1051 showed the lowest hemicellulose value of “c”, the highest “A”
and highest “b”. All silages evalueted showed good ruminal degradability, being suggested its utilization
as silage.
Keywords: aminoacid, bovine, effective degradability, ruminant.
.
13
1. INTRODUÇÃO
A competitividade crescente do agronegócio
brasileiro exige uma melhoria na eficiência
produtiva dos sistemas de produção, para dessa
forma assegurar a sustentabilidade dos mesmos.
Para aumentar esta eficiência tem-se trabalhado na
utilização de animais de alto potencial produtivo,
requerendo assim o uso de dietas bem balanceadas,
à base de concentrados e volumosos de alto valor
nutritivo. Apesar da forrageira ter menor
participação nos custos de produção do que os
concentrados, a utilização de forrageira de boa
qualidade pode ter um impacto significativo sobre o
custo da dieta, através da menor utilização de
concentrados.
No Brasil prevalece uma marcante estacionalidade
na produção de forragem, característica esta que faz
com que os sistemas de produção dependam do
planejamento para utilização da forragem produzida
durante a estação chuvosa de forma conservada no
período seco.
A ensilagem tem sido o método preferido para a
conservação de forragens por parte dos produtores
devido a alguns fatores como ser menos dependente
das variações climáticas, mais rápida e menos
dependente de maquinário especializado que o
método de fenação (McDonald et al, 1991). Assim,
a prática de ensilagem é uma alternativa de alimento
em quantidade e qualidade para o período de
entressafra.
Dentre as espécies utilizadas para a produção de
silagem, o milho se destaca. O milho proporciona
forragem de boa qualidade nutritiva sem restrições
para os ruminantes, além de possuir elevado
potencial produtivo de matéria seca por área, baixos
custos de produção, facilidade de colheita e de
ensilagem e apresentar grande número de cultivares
adaptadas a diferentes situações.
Além das características como produtividade,
digestibilidade e percentual de espigas, a textura do
grão (vitreosidade) é outro fator que passa a ser
observado na escolha de um genótipo para ser
utilizado na alimentação de ruminantes, uma vez
que características relacionadas ao endosperma do
grão do milho afetam a degradabilidade do amido
no rúmen. Logo, dependendo do genótipo, o milho
poderá oferecer em maior ou menor velocidade
energia para a síntese de proteína bacteriana no
rúmen.
Para otimizar a síntese de proteína bacteriana é
necessário formular dietas considerando as frações
de carboidratos e nitrogênio dos alimentos, bem
como suas taxas de degradação. Assim, a partir do
conhecimento destas características consegue-se
formular dietas que diminuam as perdas decorrentes
dos processos fermentativos, e conseqüentemente
maximizem a produção animal. Assim, o estudo in
situ com sacos de náilon possibilita a determinação
da degradabilidade de alimentos e seus diversos
componentes nutricionais de forma simples e de
baixo custo.
Este estudo teve como objetivo avaliar a
degradabilidade ruminal in situ das silagens de
milho (Zea mays, L.) com diferentes graus de
vitreosidade e com perfil de aminoácidos
modificado.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. ASPECTOS DA CULTURA DE MILHO
O milho ocupa o segundo lugar mundial de
produção entre os cereais. No Brasil, estima-se uma
área plantada de 9,4 milhões de hectares em 2006,
sendo que espera-se uma produção de 34 milhões de
toneladas (IBGE, 2006).
Os grãos do milho são a parte mais importante por
serem na maioria das vezes a fração a ser colhida
para uso na alimentação. Mesmo no caso de colheita
para silagem os grãos representam até 50% da
matéria seca e são a fração mais digestível, podendo
representar 63% da matéria seca digestível colhida
(Weaver et al., 1978).
O milho apresenta uma dispersão mundial, sendo
utilizado para alimentação animal (parte aérea e
grãos) e para alimentação humana (grãos). Sua
distribuição geográfica é bastante ampla, variando
entre 58º (latitude norte) e 40º (latitude sul). Quanto
à demanda pluviométrica, o milho se desenvolve
bem em regiões com precipitações médias
superiores a 600 mm, sendo críticos o período de
germinação/emergência e o período compreendido
pelos 15 dias que antecedem e que sucedem o
florescimento da cultura, abrangendo o período de
enchimento dos grãos. O milho possui uma
tolerância térmica de 19º a 40º C para
estabelecimento, mas a cultura assume como ótima
a faixa compreendida entre 25º a 30º C, onde há
condições ideais para o seu desenvolvimento, e
geralmente apresenta menores taxas de crescimento
em temperaturas superiores a 30º C. Quanto às
condições de solo, o milho responde positivamente à
diminuição da acidez do solo com melhor utilização
dos nutrientes; e, não suporta encharcamentos
(Fancelli, 1986).
14
O milho caracteriza-se por ser uma fonte barata de
energia digestível, pois apresenta grande quantidade
de grãos. Além disso, por conseguir manter a sua
qualidade durante o período de colheita, o milho
dispensa o uso de aditivos ou pré-secagem para a
ensilagem. No Brasil, a escolha da cultivar de milho
para silagem era baseada no porte alto e no alto
potencial de produção de massa. Porém,
levantamentos realizados em regiões de São Paulo e
Minas Gerais mostraram que, além de baixas
produtividades, as silagens produzidas apresentavam
qualidade aquém da desejada, principalmente
devido à pequena percentagem de grãos presentes na
massa (Pizarro, 1978).
Atualmente, devido ao maior desenvolvimento dos
sistemas de produção, à maior competitividade do
agronegócio, à margem de lucro restrita na produção
animal e a diferenças climáticas, vários fatores
devem ser observados para a escolha da cultivar
adequada. No que se refere à quantidade de grãos
devem-se utilizar materiais que possuam de 40 a
50% de grãos na matéria seca do material ensilado
(Nussio, 1991; Costa, 2000).
A quantidade de temperatura necessária do plantio
até o florescimento masculino determina o ciclo das
cultivares, sendo que essa quantidade é definida
como unidades de calor. As cultivares de milho
podem ser classificadas em ciclo tardio, levando até
150 dias para maturação fisiológica, exigindo 1000
a 1100 unidades de calor do plantio à floração; ciclo
precoce, com 120 dias, exigindo 850 a 900 unidades
de calor, ou superprecoces, com ciclos de 105 a 110
dias exigindo em torno de 800 unidades de calor.
Desse modo, em situações com baixa temperatura a
cultivar alonga o ciclo (Resende, 1991).
Do plantio até a colheita, o milho atravessa estádios
característicos na planta. Segundo Resende (1991),
onze estádios podem ser separados conforme
características relacionadas com a maturação, sendo:
estádio 0 – Período que vai da semeadura à
emergência, dura de 5 a 7 dias; estádio 1 – Vai da
emergência até a abertura da quarta folha, com
duração de duas a três semanas; estádio 2 –
Desenvolvimento de 5 a 8 folhas e aparecimento da
espiga; estádio 3 – Plantas atingem 12 folhas;
estádio 4 – Plantas atingem 16 folhas; estádio 5 –
Fase crítica para o desenvolvimento, pois as plantas
estão sensíveis e as condições desfavoráveis; estádio
6 – Formação de grãos leitosos na espiga e intensa
translocação de nutrientes solúveis para o grão;
estádio 7 – Deposição de amido no grão; estádio 8 –
grãos no estádio farináceo duro; estádio 9 –
Maturação fisiológica da semente; estádio 10 – Os
grãos apresentam aspecto vítreo, e ocorre
senescência das folhas no colmo.
O manejo da cultura do milho é um dos aspectos
mais importantes no processo produtivo da cultura.
Dentre eles, a época de semeadura, espaçamento
entre linhas, densidade, profundidade de semeadura,
associados às variáveis adubação, irrigação, controle
de plantas daninhas, pragas e doenças, mais as
condições climáticas, respondem por mais de 50%
do potencial produtivo de uma lavoura de milho.
Cada parâmetro citado pode atuar nos diversos
estádios de desenvolvimento da planta (Pereira
Filho e Cruz, 2001).
O espaçamento entre linhas definido afeta a
produtividade e a qualidade da planta. Quando se
pensa em diminuir o espaçamento entre linhas e ou
aumentar a densidade de plantas por área, a escolha
do híbrido deve ser criteriosa. Geralmente, os
híbridos ou as cultivares de porte alto e ciclo longo
produzem bastante massa e quase sempre não
proporcionam um bom arranjo das plantas dentro da
lavoura. Os híbridos de menor porte, mais precoces,
desenvolvem pouca massa vegetal, com menor
quantidade de auto-sombreamento, o que
proporciona uma maior penetração da luz solar.
Essas plantas permitem cultivo em menores
espaçamentos e maiores densidades (Mundstock,
1978). O número de sementes utilizado na
semeadura é determinado pela população final
desejada.
A densidade de plantio tem efeito na produção de
matéria seca e na qualidade da forragem (Costa,
2000). Mudanças na densidade das plantas levam a
mudanças na morfologia das plantas, o que pode
acarretar em alteração do seu valor nutritivo
(Cuomo et al. 1998). A densidade recomendada por
estes autores é de 58000 plantas/ha, pois até essa
densidade houve aumento na massa de forragem
sem que houvesse queda na digestibilidade.
Almeida Filho (1996), avaliando 19 cultivares de
milho, verificou rendimentos variando de 9,62 a
14,37 t/ha de matéria seca. Segundo Pereira Filho e
Cruz (2001), trabalho realizado na Embrapa em
1997, com várias cultivares, em cinco locais,
mostrou variação de 7,8 a 19,4 t/ha
, entre os locais
estudados. Costa (2000), em um experimento
realizado na Embrapa Milho e Sorgo, localizada em
Sete Lagoas (MG), avaliou doze cultivares de milho
e verificou produção de matéria seca variando de
10,11 a 14,78 t /ha.
Ensilar o milho no estádio de maturidade adequado
é importante para reduzir perdas, promover uma
fermentação eficiente, aumentar o consumo e a
digestibilidade, resultando em maior retorno
econômico da produção e utilização da silagem. A
15
estimativa do teor de matéria seca da planta, pela
observação de suas características anatômicas e
físicas, é feita principalmente com base na
consistência dos grãos. O método de estimativa do
teor de matéria seca, baseado na posição da linha de
leite no grão tem sido usado em vários países, com
algumas restrições referentes a variações dos teores
de matéria seca para uma mesma posição da linha de
“leite”, devido ao comportamento do clima ao longo
do ciclo da planta, fertilidade do solo e tipo de
cultivar. Para as condições do Brasil e em outros
países, o estádio de grão farináceo à metade duro
tem sido indicado como o mais recomendável para a
ensilagem do milho. Acompanhar o
desenvolvimento do milho, visualmente, até o
estádio do grão farináceo e a partir de então, pelas
determinações da matéria seca em laboratório,
permite obter maior precisão do momento mais
apropriado para a ensilagem do milho (Ferreira,
2001b).
A interação das plantas com o ambiente no qual
serão inseridas é um fator determinante para a
escolha da cultivar a ser utilizada na propriedade.
(Costa, 2000). O valor nutritivo da silagem de milho
depende da cultivar, maturidade, estabilidade da
cultura, condições de crescimento da planta e
relação entre espiga e resíduos do milho
(Flachowsky et al., 1993). Portanto, é de grande
importância o cumprimento das recomendações
adequadas de plantio e produção de silagem para
cada genótipo.
2.2. INFLUÊNCIA DA GENÉTICA SOBRE A
QUALIDADE DA SILAGEM
Historicamente têm-se buscado características como
produtividade, tolerância a pragas e doenças, tempo
de maturidade e tolerância à estiagem, esquecendo-
se do aspecto qualitativo da produção. Todavia,
determinados aspectos qualitativos dos grãos estão
obrigatoriamente ligados à produtividade (Botelho,
2003), fazendo com que haja necessidade de rever
algumas características relacionadas ao valor
nutricional das cultivares normalmente utilizados na
alimentação animal.
Híbridos e cultivares de milho são lançados no
mercado todos os anos. Estes podem ter sido
selecionados quanto a características agronômicas
(produtividade de matéria seca, resistência a pragas
e doenças, etc.) ou quanto a composições químicas
diferentes (maiores teores de proteína bruta na
forragem, maiores teores de óleo nos grãos, menores
teores de lignina e perfil de aminoácidos
modificado). Espera-se que estes novos materiais
propiciem a produção de silagens de alta qualidade
nutritiva para os ruminantes e que possam trazer
benefícios para a produtividade dos animais
(Antunes, 2001).
Além dos fatores citados anteriormente, a pesquisa
para o desenvolvimento de cultivares de milho para
silagem visa a melhoria da parte vegetativa (planta
inteira menos a espiga), associada a altas produções
de grãos e de matéria seca por hectare, e a
resistência à pragas e doenças, entre outras
características (Hunt et al., 1993).
Nos últimos anos, com o advento da engenharia
genética, as companhias multiplicadoras de
sementes estão alterando seus programas para
aumentar o valor nutricional do milho. Os novos
híbridos de milho são referidos como “especiais” ou
de “valor adicional” ou “nutricionalmente
melhores”, que proporcionam características úteis
para a produção animal. O milho está deixando de
ser uma “commodity” comercializada em grandes
lotes, para se tornar um ingrediente especializado
(De Lima, 2001).
Com o desenvolvimento das modernas técnicas de
identificação e manipulação genética, os genes
responsáveis pela expressão dos fenótipos de
interesse econômico puderam ser introduzidos em
outras plantas, com melhores potenciais para
aquelas características deficientes nas plantas
originais, proporcionando o surgimento de híbridos
de alta qualidade produtiva e nutricional.
2.2.1. Alto teor de óleo
O óleo está localizado principalmente no gérmen do
grão (78,0%), e cerca de 90% deste é constituído por
triacilgliceróis insaturados (Michalet-Doreau e
Doreau, 1999).
O conteúdo de óleo nos grãos de milho tem sido
mais comumente observado na nutrição de
monogástricos, entretanto pode ser uma
característica importante para vacas em lactação sob
altas exigências de energia (Michalet-Doreau e
Doreau, 1999).
Os genótipos geneticamente modificados para alto
teor de óleo possuem maiores teores de óleo e de
proteína bruta nos grãos em relação aos genótipos
comuns (Elliott et al., 1993). Atwell et al. (1988),
avaliando grãos de milho com alto teor de óleo e
comuns encontraram teores de extrato etéreo de 9,07
e 5,12% e de proteína bruta de 11,1 e 8,6%,
respectivamente. Porém, este aumento no conteúdo
de óleo foi compensado por uma redução no
conteúdo de amido (Dudley e Lambert, 1992). A
estimativa é que para cada unidade percentual de
16
aumento no óleo há redução de 1,25 unidade
percentual no amido (Drackley, 1997).
O óleo suprido pelos grãos de alto óleo parece estar
encapsulado dentro do embrião e é liberado
lentamente no rúmen. Por isso, não têm sido
relatados efeitos negativos do fornecimento de
grandes quantidades de grãos de alto óleo sobre a
fermentação ruminal (Drackley, 1997).
2.2.2. Perfil de aminoácidos modificado
Embora seja uma das culturas alimentícias mais
importantes do mundo, o milho possui valor
nutricional limitado para humanos e outros animais
monogástricos, por ser deficiente em aminoácidos
essenciais, especialmente lisina (Nelson, 1969).
Mertz et al. (1964) demonstraram que a mutação
opaco-2 praticamente dobrava o conteúdo de lisina
no endosperma do milho.
O alto teor de lisina á conseguido através da indução
de alta atividade de enzimas que participam na
biossíntese da lisina, e da redução na atividade das
enzimas envolvidas no catabolismo da lisina. Com
isso, consegue-se diminuir a fração “zeína” da
proteína, que apresenta baixa qualidade (Mertz et
al., 1964). Porém, algumas características
indesejáveis são introduzidas com o opaco-2, como
endosperma mole, maior susceptibilidade a
patógenos, e menores rendimentos (Zarcadas et al.,
1995).
A identificação de genes modificadores capazes de
superar os efeitos negativos da mutação opaco-2
levou ao desenvolvimento de genótipos opaco-2
modificados, designados Quality Protein Maize ou
simplesmente QPM (Villegas et al., 1992). Grãos
QPM apresentam vitreosidade de genótipos
normais, enquanto mantêm o elevado conteúdo de
lisina e triptofano dos mutantes opaco-2.
Segundo Duarte et al. (2004), um programa de
melhoramento de milho QPM apresenta-se como
um processo complexo porque requer a manipulação
simultânea de três sistemas genéticos: o gene opaco-
2, os genes modificadores do endosperma e os genes
que controlam o conteúdo de lisina.
2.2.3. Qualidade da fibra
Além do conteúdo de grãos, alguns fatores
influenciam o valor nutricional da silagem de milho,
como: a capacidade de ingestão, a composição
química e a digestibilidade dos nutrientes. A
digestibilidade dos ingredientes da dieta é
dependente da concentração e da digestibilidade dos
componentes individuais dos quais são compostos.
Assim como para outras forrageiras, a lignina é o
maior limitante da digestibilidade da parede celular.
A lignina age como uma barreira física que limita a
penetração de enzimas na parede celular, e também
limita o acesso de enzimas nos componentes da
parede celular. Variações no conteúdo de lignina
podem explicar, parcialmente, diferenças na
digestibilidade da parede celular entre genótipos de
milho (Cone e Engels, 1993).
Os melhoristas de plantas desenvolveram
geneticamente mutantes de milho com a introdução
dos genes bm (“Brown Midrib” ou genes de
Nervura Marrom) no genoma do milho. Plantas que
possuem nervura central de lâmina foliar marrom
são geneticamente alteradas, e, apresentam menores
teores de lignina, sendo que esta tem sua estrutura
modificada com menores teores de ácido cumárico e
maior acúmulo de grupos aldeídos. Isso faz com que
as hastes dessas plantas sejam mais digestíveis
(Mahanna, 1997). Segundo Nussio (1991), as
plantas com nervura marrom possuem até 40%
menos lignina que suas contrapartes normais.
Híbridos com nervura marrom têm sido usados
como modelos para estudos sobre a relação entre a
lignificação em uma mão, e a digestibilidade e
ingestão voluntária em outra. Entre os quatro genes
de nervura marrom (bm1, bm2, bm3 e bm4)
descritos no milho, o gene bm3 se destaca, causando
uma importante redução no conteúdo de lignina,
sendo também o mais eficiente em aumentar a
digestibilidade do milho (Lechtenberg et al., 1972).
Com a redução dos teores de lignina da forragem,
conseguida através do gene bm, pode-se conseguir
uma maior ingestão de matéria seca com os
genótipos mutantes, já que estes materiais
apresentam maior digestibilidade da fibra em
detergente neutro (Oba, 1996). Dessa forma, o
genótipo mutante pode ser utilizado em situações
em que o animal, por motivos fisiológicos, não tem
capacidade plena de ingestão de matéria seca (Allen
e Oba, 1997).
Segundo Oba e Allen (1999), híbridos de milho com
nervura marrom apresentam maior digestibilidade in
vitro da matéria seca. Bal et al. (2000), trabalhando
com híbridos bm3 e normais, observaram maiores
degradabilidades da matéria seca e da FDN no
rúmen para os bm3. Contudo, existe um limite para
esta redução do teor de lignina e dos componentes
da parede celular nos híbridos de milho, de forma
que características agronômicas como as resistências
ao acamamento e às doenças não sejam
intensificadas nos genótipos de baixa lignina
(Buxton et al., 1996).
17
Além de híbridos de nervura marrom, híbridos de
milho “folhosos” são também comercializados no
mercado como híbridos específicos para a produção
de silagem da planta inteira. Estes são
caracterizados pelo maior número de folhas acima
da linha da espiga e pelos teores de umidade mais
elevados nos grãos e na planta inteira em relação aos
híbridos comuns no estádio de maturidade (Bal et
al., 2000).
2.2.4. Mercado brasileiro
Segundo Cruz e Pereira Filho (2006), para a safra de
2005/2006, estarão disponíveis para comercialização
cerca de 237 cultivares de milho, sendo nove de
milhos especiais (seis cultivares de milho de pipoca,
uma de milho doce, uma de milho ceroso e uma para
utilização de canjica). Cerca de 29 novas cultivares
foram lançadas, substituindo 22 que deixaram de ser
comercializadas, demonstrando assim a dinâmica
dos programas de melhoramento e a importância do
uso de semente no aumento da produtividade.
Existem no mercado variedades e híbridos. Uma
variedade de milho é um conjunto de plantas com
características comuns, sendo um material
geneticamente estável e que, por essa razão, com
devidos cuidados em sua multiplicação, pode ser
reutilizada sem nenhuma perda de seu potencial
produtivo (Cruz et al., 2002). Como nos anos
anteriores, verifica-se um crescente aumento no
número de híbridos simples (obtido pelo cruzamento
de duas linhagens endogâmicas), de modificados
(neste caso, é utilizado como progenitor feminino
um híbrido entre duas progênies afins da mesma
linhagem e, como progenitor masculino, uma outra
linhagem) ou não, que representam hoje 40% das
opções de mercado. Os híbridos simples e triplos
(obtidos pelo cruzamento de um híbrido simples
com uma terceira linhagem), modificados ou não,
representam hoje cerca de 63,5% das opções para os
produtores, mostrando uma tendência na agricultura
brasileira e uma maior necessidade de se aprimorar
os sistemas de produção utilizados, para melhor
explorar o potencial genético dessas sementes. Com
relação ao ciclo, as cultivares classificadas como
precoces representam 64,55% das opções de
mercado (Cruz e Pereira Filho, 2006).
Com relação à textura do grão, verifica-se uma
predominância de grãos semiduros (48,10%) e duros
(32,91%) no mercado. Materiais dentados são
minoria (5,4%) e não são bem aceitos pela indústria.
Grão dentado é uma característica desejada e
freqüente em matérias para produção de milho verde
e de silagem (Cruz e Pereira Filho, 2006).
2.3. INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO GRÃO
SOBRE A ALIMENTAÇÃO ANIMAL
2.3.1. Composição química do grão de milho
O grão de milho é composto por endosperma,
embrião e pericarpo. A camada externa ou pericarpo
é derivada da parede do ovário, e representa
aproximadamente 5% do peso do grão, sendo pobre
em amido e proteína e rica em fibra (87%). O
embrião ou germe representa 11% do peso do grão.
O germe é rico em lipídeos (33%) e proteína (20%)
e pobre em amido. O endosperma, que representa
mais de 80% do grão, contém um nível elevado de
amido (87%), aproximadamente 8% de proteína e
um conteúdo de óleo relativamente baixo
(Fornasieri Filho, 1992).
As proteínas do endosperma do milho podem ser
separadas em quatro frações maiores, de acordo com
a solubilidade. As proteínas solúveis em água são
chamadas albuminas, enquanto as proteínas
extraídas com soluções salinas são referidas como
globulinas. Subseqüente extração com álcool produz
as prolaminas, e o restante, que permanece insolúvel
e pode ser extraído em soluções aquosas ácidas e
alcalinas, são as glutelinas. As quatro frações
protéicas albuminas, globulinas, zeínas e glutelinas
constituem aproximadamente 3, 3, 60 e 34%,
respectivamente, do total das proteínas do
endosperma (Coelho, 1997).
A camada mais externa do endosperma é chamada
de aleurona, e em seguida vem o endosperma
periférico (camada subaleurona). Mais internamente
encontra-se o endosperma vítreo seguido do
endosperma farináceo que é o mais interno
(Kotarski et al., 1991). Considerando-se a
importância do endosperma sobre o valor
econômico e nutricional da planta de milho, é
comum classificar a planta em função das
características desse componente do grão. No
endosperma do milho, geralmente a região vítrea e a
região farinácea possuem micro estruturas
diferentes. A proporção de endosperma vítreo e
farináceo é o principal fator de definição da textura
do grão (Shull et al., 1990).
2.3.2. Textura do grão de milho
Os grãos de milho são classificados quanto à
textura em: amiláceo ou farináceo (“floury”);
dentado (“dent”); duro ou cristalino (“flint”); pipoca
(“pop corn”); doce (“sweet”) e ceroso (“waxy”). O
grão do tipo farináceo é constituído por amido muito
mole e poroso, de densidade baixa e geralmente com
aspecto opaco, que é uma característica de caráter
monogênico controlada por um destes genes: fl1, fl2
(“floury endosperm”), O
2
e O
7
(“opaque
endosperm”). Esses genes promovem aumento no
18
teor de lisina na proteína do milho. O aumento de
lisina no milho contendo esses genes deve-se à
redução de fração protéica solúvel em álcool
(zeína), que pertence ao grupo de prolaminas, e o
conseqüente aumento nas frações albumina,
globulina e gluteína (Fornasieri Filho, 1992). Nos
grãos de milho tipo dentado ou mole ("dent"), os
grãos de amido estão densamente arranjados nas
laterais dos grãos, formando um cilindro aberto que
envolve parcialmente o embrião. Na parte central, os
grãos de amido são menos densamente dispostos e
farináceos. O grão é caracterizado pela depressão ou
"dente" na sua parte superior, resultado da rápida
secagem e contração do amido mole. Nos grãos de
tipo duro ou cristalino ("flint"), os grãos apresentam
reduzida proporção de endosperma amiláceo em seu
interior, notando-se que a parte dura ou cristalina é a
predominante e envolve por completo o amido
amilácio. A textura dura é devida ao denso arranjo
dos grãos de amido com proteína. Existem ainda os
grãos semiduros e os semidentados, que apresentam
características intermediárias (Cruz et al., 2006).
As bases bioquímicas, fisiológicas e estruturais da
textura do endosperma dos grãos de milho e sorgo
ainda não são bem compreendidas. No entanto, a
composição protéica do grão e o arranjo
ultraestrutural da matriz protéica nos endospermas
vítreo e farináceo são os principais fatores
determinantes (Chandrashekar e Mazhar, 1999).
A composição e distribuição das frações protéicas
nos grãos estão envolvidas diretamente na textura do
endosperma. Dentro das células, os grânulos de
amido estão embebidos em uma matriz protéica. A
densidade dessa matriz varia com a localização da
célula no grão. No endosperma farináceo, o qual é
opaco e de textura macia, a matriz protéica é
descontínua e possue poucos corpos protéicos, e os
grânulos de amido são esféricos, largos, pouco
agregados e rodeados por espaços de ar (Robutti et
al., 1974; Pratt et al., 1995), enquanto que a região
vítrea é densa e bem desenvolvida (Wolf et al.,
1952). Os corpos protéicos são constituídos
principalmente por prolaminas enquanto que a
matriz é constituída principalmente por glutelinas
(Seckinger e Wolf, 1973). A matriz protéica parece
ser um fator limitante para a digestão enzimática do
amido nos cereais (Kotarski et al., 1991) e também
responsáveis pelas diferenças na degradabilidade do
amido nos grãos (Mc Allister et al., 1993).
Alguns estudos têm mostrado forte relação entre a
concentração de prolaminas com a textura do
endosperma nos grãos (Cagampang e Kirleis, 1984).
Os endospermas vítreo e farináceo possuem
distribuição diferente das proteínas específicas: a
proporção de zeínas:proteínas solúveis em solução
salina é maior no endosperma vítreo do que no
endosperma farináceo (Dombrink-kurtzman e Bietz,
1993). Segundo Chandrashekar e Mazhar (1999), a
γ-zeína apresenta elevada capacidade de formação
de pontes de enxofre entre moléculas, contribuindo
para a rigidez do endosperma vítreo. A variação na
degradabilidade ruminal do amido entre milhos
dentados e duros pode estar relacionada com a
distribuição das proteínas nos grãos.
Segundo Wolf et al. (1952), as células do
endosperma farináceo são maiores e têm parede
mais grossa que as células do endosperma córneo. A
forma e o tamanho dos grânulos de amido também
variam com sua localização no endosperma. As
células do endosperma farináceo são desorganizadas
e possuem grânulos grandes com superfícies lisas,
indicando a ausência de pressão na região. Os
grânulos são menores e bem compactados nas
células do endosperma córneo (Robutti et al., 1974).
2.3.3. Efeito da vitreosidade sobre a
degradabilidade do grão
A matriz protéica do endosperma duro é constituída
por proteína e carboidratos diferentes do amido,
sendo relativamente resistentes à água e a enzimas
hidrolíticas. A interação com a proteína pode reduzir
a susceptibilidade do amido à hidrólise enzimática,
tanto em sua forma original como processado. Na
porção farinácea, os grânulos de amido estão mais
acessíveis ao ataque enzimático, porque no
endosperma vítreo, a proteína é capaz de limitar a
ação de amilase e o grânulo de amido pode estar
completamente embebido na matriz protéica
(Kotarski et al., 1991).
Os resultados de vários trabalhos confirmam que a
degradabilidade do amido de milho tipo dentado é
maior que a do tipo vítreo. Phillipeau et al. (1999),
estudando a relação entre a degradação ruminal do
amido e características físicas do grão de milho de
14 variedades de milho de diferentes vitreosidades
(oito dentados e seis duros), encontraram
degradabilidade efetiva média do amido de 61,9 e
46,2% nos tipos dentados e duros, respectivamente.
Avaliando dois tipos de milho diferindo na textura
do endosperma do grão (um duro e um dentado),
colhidos, respectivamente, em quatro e cinco
estádios de maturidade, entre 22 e 78 dias após o
florescimento, Philippeau e Michalet-Dureau (1997)
encontraram uma degradabilidade efetiva de 61,3 e
40,1% para o milho dentado e duro,
respectivamente, no estádio de maturidade. O milho
dentado teve uma menor vitreosidade que o milho
duro, com 48,1 e 72,3%, respectivamente.
19
Philippeau et al. (2000) estudaram a influência da
distribuição das proteínas do endosperma do milho
na degradabilidade ruminal do amido usando 14
cultivares de milho diferindo na textura do
endosperma (oito dentados e seis duros). A
degradabilidade ruminal do amido foi
negativamente relacionada à quantidade de zeínas
(α,β,γ) (P<0,05) e positivamente à quantidade de
glutelinas verdadeiras (P<0,05). Os autores
concluíram que (α,β,γ) zeínas localizadas nos corpos
protéicos podem limitar a acessibilidade dos
grânulos de amido para os microorganismos
ruminais.
Cantarelli (2003), avaliando a composição química,
a vitreosidade e os valores nutricionais de diferentes
híbridos de milho através de um ensaio de
metabolismo em suínos, encontrou maior
coeficiente de digestibilidade da matéria seca,
coeficiente de digestibilidade da proteína bruta e
energia digestível para o híbrido dentado em relação
aos híbridos duros, concluindo que o milho dentado
apresenta menor vitreosidade e por isso, melhor
valor nutricional quando comparado aos híbridos
semidentado e duro, mostrando que a vitreosidade
pode ser um bom parâmetro para selecionar híbridos
de milho comum.
Philippeau e Michalet-Doreau (1998), estudando a
influência do genótipo e da ensilagem do grão de
milho na taxa e extensão da degradação ruminal do
amido de duas cultivares de milho de diferentes
texturas do endosperma (um duro e um dentado),
encontraram no material não ensilado uma maior
degradabilidade ruminal do amido para o dentado
que para o duro, sendo 72,3 e 61,6%
respectivamente. O processo de ensilagem
aumentou a degradabilidade ruminal do amido em
média 5,8%. A ensilagem induz à solubilização
parcial das proteínas dos grãos, aumentando assim a
acessibilidade dos microorganismos aos grânulos de
amido (McAllister et al., 1993).
2.3.4. Fatores que interferem na vitreosidade do
grão de milho
Corrêa et al. (2002) avaliaram a textura de grãos de
14 híbridos norte-americanos colhidos nos estádios
de maturação de metade da linha do leite (ML),
linha negra (LN) e 21 dias após a linha negra
(maduro, MD) (essa camada preta ocorre
progressivamente da ponta da espiga para a base que
nada mais é do que a obstrução dos vasos,
rompendo-se o elo de ligação da planta mãe e o
fruto, passando o mesmo a apresentar vida
independente. Dessa forma, a camada preta significa
sinal de maturidade fisiológica, onde a linha do
amido já avançou até a espiga e a camada preta já
foi formada.) comparados a cinco híbridos
brasileiros colhidos no estádio MD. O endosperma
vítreo como porcentagem do endosperma total
(vitreosidade) e densidade (g/cm
3
) dos grãos foram
avaliadas em todas as amostras. Nos híbridos norte-
americanos a vitreosidade aumentou linearmente
com o avançar da idade da planta (P<0,001), de 42,8
para 48,2% no estádio de maturidade MD. A
correlação entre vitreosidade e a densidade dos
grãos foi 0,87. A vitreosidade média dos cinco
híbridos brasileiros foi 73,1% e a densidade foi
1,292 g/cm
3
, maior que a dos 14 híbridos norte-
americanos no estádio MD, 48,2% e 1,201 g/cm
3
(P<0,001), respectivamente. Estes autores
concluíram que com o avanço da maturidade nos
híbridos dentados, a vitreosidade e a densidade dos
grãos aumentaram e a degradabilidade do amido
diminuiu, e também, a densidade é um
procedimento mais simples de se medir que a
vitreosidade, e parece ser um bom fator para
predizer a vitreosidade e a degradabilidade do
amido.
Estudando oito híbridos dentados e seis duros,
Philippeau et al. (1999) avaliaram características
físicas dos grãos de milho. A vitreosidade média
encontrada foi de 51,4 e 71,8% para dentado e duro,
respectivamente. A densidade aparente foi menor
(P<0,01) para híbridos dentados do que para duros,
1,29 e 1,36 g/cm
3
, respectivamente, e houve alta
correlação com a vitreosidade do grão (r
2
=0,71). A
grande diferença encontrada entre a densidade dos
híbridos dentados e duros pode ser explicada não
apenas pelas diferenças na composição bioquímica,
mas também pela diferença da quantidade de
espaços de ar dentro do endosperma e
conseqüentemente pela proporção de endosperma
córneo e farináceo, já que o endosperma córneo é
muito denso e o endosperma farináceo possui
muitos espaços de ar (Watson, 1987).
Pereira et al. (2004) avaliaram os efeitos da textura e
do estádio de maturidade sobre a degradabilidade
ruminal dos grãos de milho. Dois híbridos dentados
e dois duros foram colhidos nos estádios inicial da
linha do leite, metade da linha do leite e linha preta.
A proporção do endosperma vítreo dos híbridos
dentados foi 44,3% e a dos duros foi 67%. Ocorreu
aumento linear na vitreosidade com o avançar da
maturidade. O aumento da vitreosidade por dia de
maturação foi maior nos híbridos duros. Com isso,
os autores concluíram que a utilização de híbridos
dentados, comparativamente a híbridos duros, pode
resultar em menor queda relativa na digestão
ruminal do amido em situações de colheita tardia
dos grãos.
20
Estudando características químicas de 18 amostras
de grãos de milho com características físicas
diferentes, Mestres e Mantencio (1996) avaliaram a
classe e o conteúdo de proteína do endosperma do
grão de milho e as relacionaram com propriedades
físicas dos grãos. A vitreosidade teve alta relação
com a proporção (%) de duas frações de γ-zeínas,
onde a friabilidade aumentou quando o conteúdo de
α-zeína diminuiu, e quando o conteúdo das frações
de proteínas solúveis em solução salina aumentou.
2.4. QUALIDADE DA SILAGEM DE MILHO
Segundo McDonald et al. (1991), a ensilagem
consiste em um método de se preservar a forragem a
partir da fermentação natural sob condições
anaeróbicas. Além disso, a ensilagem tem como
objetivo impedir a atividade dos microrganismos
indesejáveis. A forma de inibir o crescimento de
microrganismos indesejáveis é através de um rápido
abaixamento de pH da silagem a partir da
fermentação do material. Os microrganismos
responsáveis pela diminuição do pH são as bactérias
láticas presentes na forragem, as quais irão
fermentar açúcar a ácido lático. Uma outra maneira
de se controlar o crescimento de microrganismos
indesejáveis é através da redução do teor de
umidade da forragem com a pré-secagem do
material.
O milho é o cereal mais utilizado para a produção de
silagem por possuir algumas características
desejáveis, como adequados níveis de matéria seca,
baixa capacidade tampão e adequados níveis de
carboidratos solúveis. Durante o estádio vegetativo
da planta de milho, os açúcares solúveis são os
carboidratos mais importantes, mas após a
fertilização estes reduzem e as concentrações de
amido aumentam à medida que ocorre o desenvolver
dos grãos (McDonald et al., 1991). Dessa forma, o
milho não necessita de aditivos ou pré-secagem para
a produção de uma boa silagem.
Vários pesquisadores definem uma planta ideal para
ensilagem como aquela que apresenta alta
percentagem de grãos (Nussio, 1992; Santos, 1995;
e Ximenes, 1991), fibra de boa digestibilidade e alta
produção de massa. Além disso, é importante que a
cultivar escolhida tenha características agronômicas
favoráveis (Cruz e Pereira Filho, 2001) e seja
adaptada à região.
Para a obtenção de uma silagem de boa qualidade é
importante o controle de quatro variáveis biológicas
principais: a respiração excessiva da planta, a
proteólise, a atividade clostridiana e a atividade de
microrganismos aeróbios. Para isso é necessário que
se faça a colheita do milho no momento ideal, além
de uma rápida vedação e enchimento do silo. Com
isso consegue-se um rápido abaixamento do pH e
inibição da atividade clostridiana, e
conseqüentemente, produção de silagem de boa
qualidade (Muck, 1988).
2.4.1. Momento de colheita e teor de matéria seca
da planta
Existe uma faixa de percentagem de matéria seca
que é ideal para a conservação da silagem, bem
como para o consumo dos animais e para produção
da silagem. Segundo Pionner (1993), para o milho
este teor fica entre 28 e 35% de matéria seca.
Segundo Silveira (1975), o teor de matéria seca
funciona como um regulador do crescimento
bacteriano, devendo estar entre 30 e 35%. Para
outros autores, o teor de matéria seca recomendado
está na faixa de 30 a 40% (Wiersma et al., 1993;
Bryant et al., 1965; Mc Cullough, 1970).
Nussio (1991) sugere que para o milho o momento
ideal de colheita é quando as plantas apresentam de
33 a 37% de matéria seca, o que deve ocorrer
quando os grãos estiverem no estádio de farináceo –
duro. Existem algumas vantagens em se cortar a
planta neste estádio como aumento na produção de
matéria seca por área mesmo havendo uma redução
na produção de matéria verde, redução nas perdas
no armazenamento através da redução na produção
de efluentes e aumento no consumo da silagem.
Segundo Ferreira (2001b), o milho apresenta a
produção máxima de matéria seca antes do acúmulo
máximo de matéria seca nos grãos. Dessa forma, a
máxima produção de matéria seca ocorre no estádio
em que os grãos estão próximos a semi-duros.
Assim, o estádio ideal para ensilagem do milho deve
ser após o farináceo, quando o teor de matéria seca
está na faixa de 30 a 35%.
Plantas colhidas com teores de matéria seca
inferiores a 25% propiciam a proliferação e
desenvolvimento de bactérias produtoras de ácido
butírico, perdas de valor nutritivo por lixiviação e
degradação de proteínas (Evangelista, 1986). Além
dessas características, apresentam menor produção
por hectare e redução no consumo de matéria seca
(Ferreira, 2001b), bem como alto teor de nitrogênio
amoniacal em relação ao nitrogênio total (N-
NH
3
/NT) e baixo teor de grãos (Costa, 2000).
Já plantas colhidas com elevados teores de matéria
seca (valores acima de 35 a 40%) apresentam maior
perda na colheita, dificuldade na compactação do
material no silo, aquecimento excessivo da massa
ensilada e menor taxa de fermentação (Ferreira,
2001b). Ocorrem ainda excessivas perdas por
21
quebras de caule no campo, perdas de folhas e
queda de espigas. A dificuldade na compactação irá
permitir a atividade de microrganismos aeróbios,
levando ao aquecimento e oxidação de nutrientes
(Xiccato et al., 1994).
Os teores de matéria seca da planta podem ser
determinados por métodos laboratoriais ou a campo.
Os métodos de laboratório envolvem a utilização de
balanças de precisão e estufas com temperatura
controlada (Shaver, 1997). Outros métodos também
são utilizados como o forno de microondas e outro
método conhecido nos Estados Unidos como
“koster”, que é um kit com balança e aquecedor
elétrico. Os métodos de campo são baseados no
conhecimento do ciclo da planta e suas
características físicas, incluindo as dos grãos.
Assim, pode-se correlacionar o aspecto físico da
planta e dos grãos com teor de matéria seca nos
diferentes estádios de maturação (Ferreira, 2001b).
2.4.2. Fração protéica
Durante o processo de fermentação da silagem, a
percentagem de proteína bruta não varia muito,
porém o método utilizado para a dosagem de
proteína bruta não leva em consideração as
alterações na fração nitrogenada. Dessa forma, os
resultados das análises serão conclusivos apenas
quando acompanhados de dados que avaliem a
constituição da fração protéica (Van Soest, 1994).
A degradação da fração protéica se deve à ação das
enzimas proteolíticas da própria planta, que irão
degradar a proteína verdadeira em aminoácidos e
peptídeos, e também à ação de microrganismos
anaeróbicos, que irão degradar aminoácidos até
amônia, gás carbônico, ácidos graxos de cadeia
curta, e outras aminas (Ohshima e McDonald,
1978).
O conteúdo de amônia nas silagens é expresso como
percentagem de nitrogênio amoniacal (N-NH
3
) em
relação ao nitrogênio total (NT). O teor de N-
NH
3
/NT, juntamente com o pH da silagem, podem
dar uma idéia de como ocorreu o processo de
fermentação. O teor de N-NH
3
/NT inferior a 10%,
indica que não houve degradação excessiva de
aminoácidos, mas quando este valor é superior,
significa que a quebra foi excessiva (Bernardino,
1996). Segundo Van Soest (1994), estes valores são
importantes, pois silagens contendo altos níveis de
N-NH
3
/NT podem levar a menor consumo pelos
animais e menor eficiência de síntese de proteína
microbiana.
A ação das proteases das plantas são influenciadas
por dois fatores principais: a temperatura e o
conteúdo de matéria seca da forragem, sendo que a
temperatura está correlacionada positivamente e o
teor de matéria seca negativamente com a atividade
proteolítica. Estes dois fatores irão influenciar a taxa
de fermentação no silo e a queda do pH, onde as
forragens que possuem maiores temperaturas e
menores teores de matéria seca sofrem maior
proteólise. Para que estes problemas sejam
minimizados, é necessário que as condições de
anaerobiose sejam promovidas o mais rapidamente
possível, para que haja o estímulo para o
crescimento de bactérias produtoras de ácido lático,
e com isso uma queda rápida do pH da silagem,
reduzindo a atividade das enzimas proteolíticas
(Muck, 1988). Segundo Heron et al. (1989), a
melhor maneira de se controlar estas proteinases é
através de uma rápida queda do pH do silo, sendo
que em pH igual a 4,0 não há atividade enzimática
presente.
Os principais microrganismos que prejudicam a
qualidade da silagem são os clostrídios. Estes
podem contaminar a silagem a partir de esporos
derivados de partículas de solo. O crescimento
clostridiano é estimulado pelo baixo conteúdo de
matéria seca, pela alta capacidade tampão da
forragem e pelo fechamento inadequado do silo.
Silagens que possuem grande desenvolvimento de
clostrídios são caracterizadas por apresentarem alto
pH e altos conteúdos de amônia (maior que 20% do
nitrogênio total) e ácido butírico, o que irá acarretar
uma silagem de baixo consumo e baixa utilização de
nitrogênio pelos animais (Berchielli et al., 2006)).
2.4.3. pH
A queda rápida do pH é de fundamental importância
para uma boa preservação da qualidade da silagem,
pois esta acarretará numa redução na extensão da
proteólise e também na inibição do crescimento de
bactérias anaeróbicas indesejáveis (clostrídios) na
silagem. A rápida queda do pH ocorre a partir da
promoção das condições de anaerobiose, do
fornecimento de quantidade adequada de substratos
rapidamente fermentáveis e também é dependente
da capacidade tamponante da forrageira (Antunes,
2001).
As bactérias láticas são altamente tolerantes a
acidez, sendo que seu crescimento ocorre numa
variação de pH de 4,0 a 6,8 e temperatura de
crescimento variando de 5 a 50ºC, sendo que para a
maior parte das cepas a temperatura ideal de
crescimento está em torno de 30ºC. As bactérias
láticas, estando em condições de anaerobiose,
podem fermentar um grande número de substratos
(hexoses e pentoses) por várias rotas metabólicas
(Zhang et al., 2000).
22
A partir do momento em que a produção de ácido
lático proveniente da fermentação supera a
capacidade tampão da forragem, ocorre a queda do
pH (McDonald et al., 1991). Isto ocorre juntamente
com o consumo dos carboidratos rapidamente
fermentáveis e da hemicelulose. Além do valor do
pH final da silagem estabilizada, é de fundamental
importância o valor da taxa de queda do pH para
que ocorram as inibições do crescimento dos
microrganismos indesejáveis e também das enzimas
proteolíticas da forragem (Costa, 2000).
O pH da silagem estabilizada é determinado pelas
condições do processo fermentativo, como o
consumo de carboidratos solúveis, o
desenvolvimento de bactérias láticas e o
abaixamento do pH. Uma silagem para ser
considerada de boa qualidade deve possuir um pH
na silagem estabilizada inferior a 4,2. No caso de
demora de abaixamento de pH irão ocorrer perdas
na silagem devido à fermentação butírica. Assim, a
variação do pH da silagem durante o decorrer do
processo de fermentação é um critério que deve ser
avaliado juntamente com o pH da silagem
estabilizada (Paiva, 1976; Costa, 2000).
2.4.4. Carboidratos
No processo de ensilagem, a base da preservação do
material é a produção de ácidos orgânicos oriundos
da fermentação dos açúcares solúveis. Assim, o
conteúdo de açúcares solúveis da planta deve ser o
suficiente para promover a fermentação e a
produção de ácidos suficientes para a conservação
da planta (Ferreira, 2001a). Os principais fatores que
irão influenciar o conteúdo de carboidratos solúveis
são a espécie, o estádio de crescimento, a cultivar, a
intensidade luminosa e a temperatura (Pettersson e
Lindgren, 1990).
Segundo Ferreira (2001a), os teores mínimos de
carboidratos solúveis adequados para que haja uma
adequada fermentação para obtenção de uma
silagem de boa qualidade, variam de 6 a 12% da
matéria seca. Zago (1991) concluiu que os teores de
açúcares solúveis suficientes para um adequado
processo fermentativo devem ser ao redor de 6 a 8%
na matéria seca.
Dois fatores estão relacionados à eficiência de
produção da acidez necessária: um é a respiração da
planta e fermentação aeróbia, e o outro fator é o
poder tampão da forragem ensilada. Portanto, tão
importante quanto o teor de carboidratos solúveis na
planta é o manejo correto do processo de ensilagem,
para que, dessa forma, os carboidratos solúveis
sejam usados na produção de ácidos orgânicos
(Ferreira, 2001a).
No milho, os principais carboidratos solúveis são
sacarose (60 a 75% dos carboidratos solúveis),
frutose e glicose (Mc Allan e Phipps, 1977). Esses
carboidratos são rapidamente fermentados, sendo
que os seus teores remanescentes nas silagens são
baixos, mesmo quando os teores originais são altos
(Antunes, 2001). Dessa forma, plantas com grande
participação de grãos são desejáveis, pois a
participação do amido como fonte de carboidratos
para a fermentação é pequena, garantindo maior
disponibilidade de energia na silagem para a
alimentação animal (Bernardino, 1996). O amido, a
pectina e a hemicelulose podem permanecer intactos
em um processo de fermentação estável onde se
destacam as bactérias produtoras de ácido lático,
mas podem ser fermentados por outros
microrganismos indesejáveis (Van Soest, 1994).
Rocha Júnior (1999) encontrou que carboidratos
solúveis na silagem de sorgo foram quase
completamente consumidos nos sete primeiros dias
de ensilagem. Já Maia (2001) concluiu que
carboidratos solúveis foram completamente
consumidos em cinco dias. Antunes (2001)
observou que a partir do quinto dia não houve
diferença nos teores de carboidratos das silagens dos
híbridos avaliados.
Os principais ácidos orgânicos encontrados nas
silagens são os ácidos lático, acético, butírico,
isobutírico, propiônico, valérico, isovalérico,
succínico e fórmico, sendo os três primeiros os mais
importantes. O ácido lático é produzido por
bactérias láticas homo e heterofermentativas, já o
acético é produzido por enterobactérias, bactérias
láticas e em menor proporção por clostrídios. O
butírico é produzido principalmente pelos
clostrídios. O ácido lático é o principal ácido
responsável pela queda do pH, por apresentar uma
maior constante de dissociação (Harrison e
Blauwiekel, 1994).
Os carboidratos estruturais também fornecem
substrato energético para a fermentação, porém em
menor grau. O principal carboidrato estrutural
consumido é a hemicelulose. Maia (2001) encontrou
uma redução média de 25% nos teores de
hemicelulose na silagem de milho no 56º dia de
fermentação. Antunes (2001) observou uma redução
de 25,5% aos 56 dias de fermentação. A redução dos
teores de hemicelulose ocorreu quando os teores de
carboidratos solúveis das silagens já tinham
praticamente se esgotado para todos os genótipos,
mostrando que a hemicelulose serviu como fonte de
energia alternativa para que os microrganismos
produzissem os ácidos da fermentação, explicando a
queda do pH com o avanço da fermentação, mesmo
23
após o consumo completo dos carboidratos solúveis
(Antunes, 2001).
2.4.5. Digestibilidade
Além da composição bromatológica da planta, é
importante o conhecimento da digestibilidade, pois
esta irá expressar a porção da matéria seca da planta
que será digestível para o animal (Ferreira, 2001b).
A digestibilidade é a forma mais completa de se
avaliar a qualidade de uma silagem, sendo que esta
tem sido determinada por métodos in situ ou in
vitro, já que envolve tanto a parte vegetativa quanto
o conteúdo dos grãos.
Segundo Hunt et al. (1993), algumas evidências
sugerem que um aumento no valor nutritivo das
silagens de milho pode ser conseguido através da
seleção de plantas com maior digestibilidade.
Na silagem, a digestibilidade é influenciada por
fatores diversos, tanto referentes à planta como
fatores ligados ao processo de produção da silagem,
como o momento da colheita e mudanças ocorridas
durante o processo de fermentação (McDonald et
al., 1991).
Os processos de conservação de forragem causam
alterações acentuadas na composição química da
forragem e, dependendo da intensidade dessas
alterações, pode haver redução no valor nutritivo e
na qualidade da forragem conservada. Porém,
quando o processo de ensilagem ocorre de forma
apropriada, os valores de digestibilidade das
silagens e das plantas verdes são muito próximos
(Berchielli et al., 2006).
Um dos principais fatores que levam à redução da
digestibilidade do material ensilado é o
superaquecimento. Este ocorre devido ao consumo
do oxigênio retido no silo através da respiração de
células da planta e microrganismos indesejáveis,
produzindo calor. O excesso de oxigênio dentro do
silo pode ser causado devido a uma demora no
enchimento dos silos, uma compactação inadequada
ou por falhas na vedação do silo. O
superaquecimento pode resultar em reação de
Maillard, onde açúcares livres formam polímeros,
que serão medidos como fibra e como nitrogênio
insolúvel em detergente ácido, reduzindo assim a
digestibilidade do nitrogênio e da fibra (Wilkinson,
1983; McDonald et al,. 1991, Van Soest, 1994).
O teor de fibra em detergente neutro (FDN) pode
alterar a degradabilidade, sendo que quanto menor
for o teor de FDN, maior será a degradabilidade da
forragem. Com a maturação da planta, irá ocorrer
aumento dos teores de lignina, e conseqüentemente,
redução na digestibilidade dos componentes da
parede celular (Cone, 1993). Além disso, com o
avanço da maturidade da planta, vão ocorrer
maiores perdas em relação à folha, aumento da
relação colmo/ folha, aumentando os teores de FDN
e de fibra em detergente ácido (FDA), além da
translocação de nutrientes para os grãos (Tolera,
1998).
No caso da silagem de milho, a redução na
digestibilidade devido ao avanço da maturidade da
planta é restrita, pois a redução da qualidade da
folha e da haste é compensada pelo aumento na
proporção de grãos (McDonald et al., 1991).
Alguns trabalhos (Coors, 1996; Oliveira et al., 1997)
mostram não haver correlação entre a percentagem
de grãos e a digestibilidade da porção volumosa
(haste e folhas) da silagem de milho. Estes trabalhos
mostram que o aumento na porcentagem de grãos na
matéria seca total diminui a digestibilidade das
outras partes da planta, não havendo relação com a
digestibilidade da silagem. Isto significa que a
percentagem de grão também é importante, mas que
a digestibilidade da porção volumosa deve ser
avaliada se se pretende determinar a qualidade do
material (Silva et al., 1999).
Vários fatores podem afetar a digestibilidade da
silagem como, por exemplo, o tamanho de
partículas. Além disso, Sanches (1985) acrescenta
outros fatores importantes como a composição da
dieta, o efeito associativo e apresentação física dos
alimentos, a temperatura ambiente, o consumo de
água e a taxa de fermentação ruminal. A
conservação das silagens também pode afetar a
digestibilidade, de forma que silagens mal
preservadas, com fermentação butírica ou acética, o
teor de fibra bruta e lignina podem aumentar,
resultando em menor digestibilidade e consumo da
silagem (McDonal et al., 1991).
2.5. TÉCNICA DE DEGRADABILIDADE IN
SITU
Esta metodologia de pesquisa foi desenvolvida
inicialmente por Quin et al. (1938) usando sacos de
náilon suspensos no rúmen com material a ser
estudado. Posteriormente, Meherez e Orskov (1977)
retomaram e divulgaram o método, propondo um
modelo exponencial de desaparecimento em
diferentes tempos.
Segundo Meherez e Orskov (1977), esta técnica é
utilizada para mensurar o desaparecimento dos
constituintes do alimento a partir de sacos contendo
a dieta a ser testada, após a incubação no rúmen por
vários períodos de tempo. Outro fator que estimulou
24
o uso de sacos de náilon em estudos de
digestibilidade, foi a necessidade de uma técnica
rápida para se mensurarem as proporções dos
constituintes dos alimentos que eram susceptíveis a
fermentação ruminal. Além disso, a taxa de
degradação dos carboidratos é um importante fator
relacionado com a capacidade de consumo
voluntário dos ruminantes (Balch e Campling, 1962)
e a degradação da proteína no rúmen influencia a
suplementação protéica para os animais e a
disponibilidade de nitrogênio no rúmen para os
microrganismos (Meherez e Orskov, 1977).
Existem dois tipos de interesse no que diz respeito à
avaliação da digestibilidade de uma forragem, sendo
o primeiro a necessidade de se comparar diferentes
forrageiras, considerando que a mais digestível irá
apresentar maior retorno produtivo dos animais, e o
segundo a formulação de modelos mecanísticos que
expressem o fenômeno considerando os fatores
inerentes ao alimento oferecido (Sampaio, 1997).
Segundo Huntigton e Givens (1995), existem vários
trabalhos que mostram existir alto coeficiente de
correlação entre a técnica in situ e in vivo. Porém, a
técnica in situ tem sido preferida por ser menos
trabalhosa, de menor custo e requerer menor
quantidade de alimento necessária.
A suspensão dos sacos dentro do rúmen permite o
contato do alimento estudado com o verdadeiro
ambiente ruminal (temperatura, pH, substrato
tampão, enzimas), porém o alimento não está sujeito
à experiência ruminal completa, como mastigação,
ruminação e passagem (Nocek, 1988). Existem
várias condições experimentais que efetivamente
influenciam na avaliação da digestibilidade in situ
(Sampaio, 1997). Dentre estas podem-se destacar os
efeitos do tamanho das partículas, dos poros do
tecido dos sacos, o posicionamento do material no
rúmen, quantidade de alimento nos sacos, lavagem
prévia à incubação, hora de incubação, freqüência
de alimentação, espécie animal, etc (Huntington e
Givens, 1995). Condições insatisfatórias para o
desenvolvimento da microbiota ruminal podem
alterar o modelo proposto (Barbosa, 1996). Segundo
Nocek (1988), a dieta é o maior fator que determina
a quantidade e tipos de microrganismos e portanto a
taxa e extensão da digestão dos nutrientes da dieta.
A porosidade apropriada é aquela que permite um
ajuste entre limitar o influxo de conteúdo ruminal e
permitir o influxo da microbiota ruminal para
degradar o alimento a ser testado, porém não deve
permitir a saída de partículas do alimento (Nocek,
1988). O tamanho adequado dos poros é difícil de se
determinar, e depende do tamanho da partícula da
amostra e da natureza do alimento a ser estudado. A
perda de partículas não degradadas superestima a
degradabilidade, além disso, o aumento da
porosidade favorece o influxo de partículas finas da
digesta subestimando a degradabilidade do material
(Huntington e Givens, 1995). Nocek (1988) sugere
que o tamanho ideal dos poros deve estar entre 40 e
60 µm.
Vazant et al. (1998) sugerem que existe uma
interação entre a moagem da amostra e a porosidade
dos sacos. Para volumosos, Nocek (1988)
recomenda a moagem das amostras a 5mm para que
haja maior uniformidade da amostra. Vazant et al.
(1998) recomenda que a moagem das amostras seja
feita passando por peneiras entre 1,5 e 3,0 mm para
concentrados e 1,5 a 5,0 mm para volumosos.
A quantidade de amostra incubada deve ser aquela
que irá oferecer quantidades suficientes de resíduos
para que sejam realizadas as análises químicas, e
também, de tal modo que não fiquem muito repletos
atrasando o ataque bacteriano (Nocek, 1988).
Huntington e Givens (1995) sugerem a relação de
16 mg/cm
2
, deste que as amostras não contenham
alto teor de umidade. Já Nocek (1988) e Vazant et
al. (1998) sugerem que o limite na relação entre
quantidade de amostra e área superficial é de 10 a
20 mg/cm
2
para a maioria dos volumosos e
concentrados. Quando a quantidade de amostras
aumenta muito em relação a superfície do saco,
ocorre uma compactação dos alimentos restringindo
a chegada de fluido ruminal e seu contato com as
partículas do alimento, reduzindo assim a taxa de
digestão (Nocek, 1988).
Outro fator que pode afetar a degradabilidade in situ
dos alimentos é o posicionamento dos sacos
incubados. Huntigton e Givens (1995) citam que a
restrição dos movimentos dos sacos no rúmen pode
subestimar o desaparecimento do material.
A dieta é o principal fator que determina os tipos e a
quantidade de microrganismos no rúmen, e
conseqüentemente, a taxa de digestão e extensão da
digestão dos nutrientes (Nocek, 1988). A dieta deve
oferecer as exigências de nitrogênio e energia da
microbiota ruminal. Além disso, deve ser composta
de fibras longas que executem a ação abrasiva sobre
os sacos incubados (Nocek, 1988; Huntington e
Grivens, 1995).
A espécie animal a ser utilizada também influencia
os resultados experimentais. Têm sido utilizadas
vários animais como vacas, novilhas, ovelhas,
cabras e cavalos. Além disso, dentro da própria
espécie ocorrem variações segundo o estado
fisiológico dos animais e também variações quanto
ao sexo. Estudos têm mostrado diferenças
25
relacionadas à idade, gestação e estágio de lactação
(Nocek, 1988).
A seqüência de incubação também pode influenciar
as taxas de digestão. Segundo Vazant et al. (1998) a
incubação de sacos em diferentes horários
submeteria-os a diferentes condições de ambiente
ruminal, alterando os valores de degradação.
As partículas do alimento a ser testado estão em
contato íntimo com a microflora ruminal, o que se
torna uma fonte de contaminação potencial e uma
fonte de variação na digestibilidade dos nutrientes
do alimento, especialmente do nitrogênio (Nocek,
1988). Segundo Huntington e Grivens (1995), este
fator é afetado principalmente pela forma em que é
realizada a lavagem dos sacos após sua retirada do
rúmen.
Os tempos de incubação a serem determinados são
dependentes da taxa de degradação esperada para o
material a ser incubado, sendo que os intervalos
devem estar entre 5 e 96 horas, com pelo menos 3
pontos entre eles (Sampaio, 1997).
Segundo Mertens (1993), o modelo matemático
deve representar os conceitos biológicos para os
processos descritivos. Sampaio (1997) sugere que os
modelos não lineares com menor número de
parâmetros devem ser preferidos. Sampaio (1988),
comparando modelos que descrevem a degradação
ruminal, observou que o modelo proposto por
Orskov e McDonald (1979) foi o modelo mais
eficiente.
O modelo de Orskov e McDonald (1979) é o mais
utilizado para descrever a degradação potencial
(DP) do alimento, onde:
DP = a + b * [1-exp
(-ct)
]
Em que,
a é a fração imediatamente solúvel se não houvesse
o lag time;
b é a fração potencialmente degradável sob ação da
microbiota, se não houvesse o lag time;
c é a taxa constante de degradação do material
potencialmente degradável por ação da microbiota
(b);
t é o tempo de incubação no rúmen;
Como a taxa de passagem afeta a degradação no
rúmen, Orskov e McDonald (1979) desenvolveram
um modelo dinâmico incluindo a taxa de passagem
(k), determinando assim a degradabilidade efetiva
(DE):
DE = S + [(b*c)/(c+k)], onde:
S é a percentagem solúvel em água do material
obtido pela lavagem dos sacos;
k é a taxa fracional de passagem;
b e c são os mesmos parâmetros da equação
anterior.
McDonald (1981) sugere a existência do tempo de
colonização das partículas no rúmen, onde a
estimativa do tempo de colonização (lag) é
calculada da seguinte forma:
lag = 1/c In (b’/a’ + b’ – S)
Sendo a, b, c e S os mesmos parâmetros citados
anteriormente, e a’ e b’ constantes da equação de
degradabilidade potencial (Orskov, 1997).
3. MATERIAL E MÉTODOS
As cultivares estudadas foram cultivadas e colhidas
no campo experimental da Embrapa Milho e Sorgo,
localizada no município de Sete Lagoas, na região
metalúrgica de Minas Gerais. A Embrapa Milho e
Sorgo situa-se nas coordenadas 19º 28’ de latitude
sul e 44º 15’ de longitude oeste de Greenwich, com
altitude de 732 metros. O plantio ocorreu durante a
segunda quinzena de outubro até a primeira
quinzena de novembro. Para a semeadura do milho,
foi utilizado um espaçamento entre linhas de 80cm,
colocando-se de 5 a 7 sementes por metro linear,
sendo que a densidade utilizada foi de
aproximadamente 50000 plantas por hectare. A
adubação foi realizada após análise de solo, sendo
utilizado 300 kg por hectare de 4 – 30 – 16 + zinco
(N-P-K, sendo nitrogênio, fósforo e potássio,
respectivamente), e também uma adubação de
cobertura com sulfato de amônio 30 dias após o
plantio. A colheita foi realizada com
aproximadamente 110 a 120 dias após o plantio e o
material foi ensilado em silos tipo trincheira, onde
foi bem compactado, e aberto para o fornecimento
aos animais de 25 a 30 dias após vedação do silo.
As análises laboratoriais foram conduzidas nos
laboratórios de nutrição animal da Escola de
Veterinária da UFMG e da Embrapa Gado de Leite.
3.1. CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES
As cultivares avaliadas apresentavam como
característica principal a diferença de textura dos
grãos.
BRS 3060: É uma cultivar de ciclo semi-precoce,
utilizada para produção de silagens de grãos. A
textura dos grãos é do tipo semi-dentado, possui
porte médio e uma população de plantas
recomendada de 50000 plantas/ha. Além disso,
26
apresenta caracterizações especiais como alta
produtividade, e é eficiente na utilização do fósforo.
SHS 4040: É um híbrido duplo, de ciclo precoce. O
plantio pode ser realizado cedo, normal, tardio ou de
safrinha. É utilizado para a produção de grãos e para
silagem. Seus grãos são de cor laranja e de textura
dura. A densidade de plantas ideal é de 50000 a
55000 plantas/ha, são plantas altamente resistentes
ao acamamento, onde a altura da espiga pode chegar
até 1,30 m e a planta inteira até 2,40m.
AG 1051: Híbrido duplo, de ciclo semi-precoce e
pode ser plantado cedo, normal, tardio ou safrinha.
Seu uso é para silagem, produção de grãos e para
milho verde. Possui os grãos de cor amarela e
textura dentada. A densidade ideal de plantas é de
40000 a 50000 plantas/ha, são plantas altamente
resistentes ao acamamento, e a altura da espiga de
até 1,60 m e da planta inteira de 2,60 m.
QPM 129: A cultivar apresenta grãos semi-duros e
perfil de aminoácidos modificados. É um híbrido
triplo e de ciclo normal.
3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para a avaliação da degradabilidade ruminal in situ,
o estudo foi realizado em quadrado latino 4x4, onde
foram utilizadas quatro novilhas mestiças (holandês
x zebu) fistuladas no rúmen, com peso aproximado
de 400 kg. Os animais foram alimentados duas
vezes ao dia, sendo o arraçoamento realizado às
7h30min e às 16h30min horas. Os animais foram
alimentados com dieta composta de 70% de silagem
de milho, respectiva ao tratamento experimental, e
30% de concentrado (base na matéria seca). A água
era fornecida à vontade. As cânulas ruminais eram
inspecionadas diariamente, e quando necessária era
feita a limpeza de feridas e a aplicação de repelentes
para evitar a instalação de miíases.
O experimento foi realizado em quatro fases,
iniciando em 30 de agosto de 2003 e terminando em
22 de novembro do mesmo ano, sendo que em cada
fase um animal recebia um tratamento, de forma que
ao final do experimento todos animais receberam
todos os tratamentos. Quando um animal mudava de
tratamento, era feito um período de adaptação de 14
dias para adaptação da microflora ruminal. Esta
adaptação era feita de forma que o animal recebia a
silagem correspondente a que seria incubada no
rúmen na fase seguinte.
Para a incubação ruminal, foram usados sacos de
náilon com 46 µm de abertura dos poros, com cerca
de 20 mg de amostra por cm
2
(Nocek, 1988). Os
sacos foram secos em estufa a 65ºC por 24 horas e
pesados. Posteriormente, cheios com 5g de amostra
previamente moída a 5 mm. Em seguida, os sacos
eram fechados com borracha elástica, presos a um
aro de metal que era preso a uma presilha que
mantinha seis aros, ou seja, seis sacos. As presilhas
eram presas a uma corrente de ferro que continha
um cilindro de ferro na ponta servindo de âncora.
Antes da incubação, que era realizada às 8h, todos
os sacos eram mergulhados em um balde contendo
água a temperatura ambiente por 30 minutos.
Aqueles sacos referentes ao tempo zero, os quais
foram utilizados para o cálculo da estimativa da
fração solúvel mais as partículas com tamanho
reduzido que atravessaram os poros dos sacos de
náilon, foram retirados do balde e congelados em
freezer a -10ºC. Os demais foram colocados no
rúmen e retirados à 6, 24 e 96 horas após incubação,
sendo então congelados. Foram colocados 2 sacos
por período de incubação, dando um total de 6 sacos
por animal.
Após chegada no laboratório, os sacos foram
descongelados, lavados manualmente em água
corrente à temperatura ambiente até que esta se
mostrasse límpida. Após a lavagem, os sacos eram
secos em estufa de ventilação forçada a 55ºC por 72
horas, pesados, e o material de um mesmo animal,
tratamento e período de incubação foram
transformados em um “pool” homogêneo, para
posterior moagem a 1mm e análise quanto aos
teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB),
amido, fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido (FDA), hemicelulose, celulose e
lignina.
A determinação da degradabilidade da MS, PB,
amido, FDN, FDA, hemicelulose, celulose e lignina
foi feita utilizando-se o modelo proposto por Orskov
e McDonald (1979), utilizando-se os procedimentos
de Marquardt com auxílio do programa SAEG 9.0,
onde:
DP = a + b * [1-exp
(-ct)
], t > lag
Onde,
a é a fração imediatamente solúvel se não houvesse
o lag time;
b é a fração potencialmente degradável sob ação da
microbiota, se não houvesse o lag time;
c é a taxa constante de degradação do material
potencialmente degradável por ação da microbiota
(b);
t é o tempo de incubação no rúmen;
As degradabilidades efetivas (DE) foram calculadas
segundo o modelo proposto por Orskov e McDonald
(1979), onde:
DE = S + [(b*c)/(c+k)], onde:
27
S é a percentagem solúvel em água do material
obtido pela lavagem dos sacos;
K é a taxa fracional de passagem, sendo aqui
considerada de 0,02 e 0,05;
b e c são os mesmos parâmetros da equação
anterior.
O tempo de colonização das partículas no rúmen
(lag) foi calculado pela equação proposta por
McDonald (1981), onde:
Lag = (1/c)*ln(b/a’ + b’ – a)
a, b e c são os mesmos parâmetros das equações
anteriores.
Já o potencial máximo de degradação (A) foi
determinado por a’ + b’.
3.3. ANÁLISES LABORATORIAIS
As amostras de cada silagem foram coletadas, pré-
secadas em estufas de ventilação forçada (55ºC por
72 horas) e moídas a 1 mm. Assim, juntamente com
as amostras dos resíduos de incubação ruminal,
todas as amostras foram submetidas às análises de
MS, PB, amido, FDN, FDA, hemicelulose, celulose
e lignina.
Os teores de MS foram determinados em estufa a
105ºC (AOAC, 1980), os de PB por reflectância no
infravermelho próximo (NIRS) em aparelho NIR
VIS Bhuler com transformada de Fourier, a
determinação do amido no aparelho Biochemistry
Analyser Model 2700 Select (YSI Inc, Yellow
Springs, Ohio, EUA), FDN, FDA, hemicelulose,
celulose e lignina pelo método seqüencial de Van
Soest et al. (1991), sendo que as análises de FDN e
FDA foram realizadas no aparelho Analisador de
fibra Ankom 220 (Ankom Technology, Macedon,
NY, EUA).
3.4. DELINEAMENTO ESTATÍSTICO
Tabela 1. Análise de variância.
Fontes de variação (FV) Graus de liberdade (GL)
Total (Parcelas) 15
Período 3
Novilhas 3
Tratamentos 3
Erro (a) 6
Total (Sub-parcelas) 63
Parcelas 15
Tratamentos x Tempo 6
Tempo 2
Erro (b) 40
O delineamento estatístico utilizado foi em
quadrado latino 4x4, para a comparação das médias
entre os tratamentos foi utilizado o teste SNK
(Student Newman Keuls) ao nível de 5% de
probabilidade (p<0,05), utilizando-se o esquema de
análise de variância descrito na Tabela 1:
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. MATERIAL ORIGINAL
Na Tabela 2 está representada a composição
química das silagens de milho utilizadas para a
incubação ruminal.
Os teores de matéria seca variaram de 46,1 a 48,1%,
com uma média de 47,27%. Valadares Filho et al.
(2006) encontraram, em um universo de 329
observações, uma média de 30,92% de matéria seca
(MS) para silagem de milho. Já Costa (2000),
avaliando as silagens de milho de 12 cultivares na
safra 97 98, encontrou uma variação nos teores de
MS de 35,07 a 44,92%, próximos aos encontrados
no presente estudo. Neiva et al. (1998), obtiveram
silagens de milho consideradas de boa qualidade
tanto com 35% quanto com 45% de MS. Segundo
Nussio (1991), o ponto ideal para ensilagem está
entre 33 e 37% de MS, já Pizarro e Andrade (1978)
citam que o momento ideal está entre 30 e 38% de
MS. Johnson et al. (1999) obtiveram silagens de boa
qualidade com os teores de MS variando de 38 a
44%. Segundo Nussio e Monzano (1999), a variação
nos teores de MS pode ser explicada pelo rápido
aumento de 0,5% por dia, após o estádio de grãos
leitosos. Como os materiais utilizados neste estudo
foram colhidos em um curto intervalo de tempo,
houve pouca variação no teor de MS das silagens.
Os altos teores de MS encontrados nas silagens
avaliadas no presente estudo podem ser explicados
pelo estádio de maturidade das plantas no momento
do corte. Além dos altos teores de MS, as silagens
avaliadas também apresentaram altos teores de
amido. Segundo Phipps e Weller (1979), o avanço
da maturidade da forragem do milho está
relacionado com o aumento dos teores de MS da
silagem e também com o aumento da relação
espiga:haste à partir da translocação de nutrientes
para os grãos, aumentando assim os teores de
amido.
Os valores de proteína bruta (PB) variaram de 7,10 a
8,51%. Valadares Filho et al. (2006) encontraram
valores médios de 7,26% de PB para silagens de
milho. Maia (2001) encontrou valores de PB
variando de 6,83 a 8,30%. Antunes (2001)
encontrou valores de PB variando de 7,82 a 8,76%
para silagens de milho, com uma média de 8,20%.
Fontaneli et al. (2002), com o objetivo de
desenvolver curvas de calibração para a silagem de
milho, avaliaram os teores de PB de 246 amostras
28
com o método de reflectância no infravermelho
próximo (NIRS), e encontraram valores de PB
variando de 5,43 a 10,52%, com uma média de
7,86%, sendo estes valores próximos aos
encontrados no presente estudo. Assim, Fontaneli et
al. (2002) concluíram que o método NIRS pode ser
utilizado na predição dos valores de PB de silagens
de milho com elevada acurácia. Todos os
tratamentos apresentaram teores de PB acima de
7%, sendo que para Church (1993) este seria o
limite mínimo de PB necessária para o
desenvolvimento adequado das bactérias ruminais.
Tabela 2. Composição química (% da MS) das
silagens das quatro cultivares de milho
Composição
(% da MS)
QPM
129
AG
1051
BRS
3060
SHS
4040
MS 47,3 48,1 47,6 46,1
PB 8,20 8,51 7,10 7,66
AMIDO 35,49 44,30 38,14 35,69
FDN 52,41 44,12 44,57 56,55
FDA 26,23 22,63 23,33 25,36
HCEL 26,17 21,49 21,24 31,18
CEL 19,53 16,74 18,34 17,11
LIG 4,09 3,32 3,75 3,87
MS – Matéria seca; PB – proteína bruta; FDN – fibra em
detergente neutro; FDA – fibra em detergente ácido; HCEL –
hemicelulose; CEL – celulose; LIG - lignina.
Os teores de amido variaram de 35,49 a 44,30%,
com uma média de 38,40%, sendo que a cultivar AG
1051 (grão tipo dentado) se destacou entre os
demais, apresentando um valor de 44,30%. Estes
valores encontrados foram superiores aos citados
por Valadares Filho et al. (2006), que em um
universo de 11 observações encontraram uma média
de 25,63% de amido nas silagens de milho. Andrae
et al. (2001), avaliando duas cultivares de silagens
de milho em estágios de maturidade diferentes com
diferentes tamanhos de partículas, encontraram uma
variação de 27,37 a 41,66%, sendo que os maiores
valores encontrados foram para o estágio mais
avançado de maturidade. Os valores encontrados no
experimento de Andrae et al. (2001) foram
próximos aos valores encontrados no presente
estudo.
Para a fibra em detergente neutro (FDN), foi
encontrado um valor médio de 49,41%, sendo a
variação encontrada de 44,12 a 56,55%, onde os
maiores valores encontrados neste experimento são
semelhantes aos valores encontrados por Costa
(2000), que encontrou uma variação de 48,23 a
55,40% de FDN nas 12 cultivares estudadas. Freitas
(2002) avaliando 5 cultivares de milho para
ensilagem, encontrou uma variação nos teores de
FDN de 51,07 a 56,18%. Valadares Filho et al.
(2006) encontraram valores médios de 55,41% de
FDN para silagens de milho. Já Nussio (1992),
trabalhando com 8 cultivares de milho, verificou
que a percentagem de FDN do material ensilado
variou de 37,05 a 47,36%. A determinação da
composição da fração fibrosa é muito importante
para a caracterização da qualidade da silagem.
Segundo Van Soest (1994), os teores de FDN estão
correlacionados com consumo e digestibilidade, de
forma que as silagens com menores teores de FDN
apresentam maior consumo e aproveitamento, sendo
a cultivar AG 1051 a que apresentou menores teores
de FDN.
Quanto aos teores de fibra em detergente ácido
(FDA), estes variaram de 22,63 a 26,23%, com uma
média de 24,38%. Maia (2001) encontrou valores
superiores para os teores de FDA, variando de 28,88
a 31,81%, assim como Costa (2000), que encontrou
uma variação de 26,32 a 33,95%. Porém, os valores
encontrados no presente estudo foram semelhantes
aos encontrados por Johnson et al. (1999), que
obtiveram uma média de 25,3%, e aos de Hunt et al.
(1993), com 28,2% . A silagem do AG 1051
apresentou o menor teor de FDA (22,63%). Segundo
Cruz e Pereira Filho (2001), a FDA está relacionada
com a digestibilidade da silagem, já que contém a
maior proporção de lignina, sendo esta a fração
indigestível da fibra. Assim, a FDA pode ser um
indicador do valor energético da silagem, ou seja,
quanto menor a FDA, maior o valor energético
(Cruz e Pereira Filho, 2001).
Segundo Valadares Filho et al. (2006), o teor médio
de hemicelulose é de 23,71% para silagem de milho.
No presente estudo, a variação de hemicelulose foi
de 21,24 a 31,18%, com uma média de 25,02%,
valores próximos aos encontrados por Antunes
(2001), de 23,85%. Porém, estes resultados são
superiores aos encontrados por Johnson et al (1999)
com 18,5% e Bal et al. (1997) com 16,6%. A
cultivar SHS 4040 foi a que apresentou maiores
teores de hemicelulose (31,18%).
Os teores de celulose variaram de 16,74 a 19,53%,
valores estes inferiores aos citados por Valadares
Filho et al. (2006), que encontraram uma média de
24,94% de celulose para silagem de milho em 78
observações. Já os valores de lignina (3,32 a 4,09%)
foram próximos aos valores encontrados por
Valadares filho et al. (2006) de 4,97%.
4.2. DEGRADABILIDADE DA MATÉRIA
SECA
Os resultados obtidos para o desaparecimento
ruminal da matéria seca (MS) das quatro silagens de
milho estão apresentados na tabela 3. Foi observado
um comportamento semelhante para todas as
silagens, sendo que todas apresentaram um menor
29
desaparecimento ruminal com 6 horas de incubação
e um maior desaparecimento com 96 horas.
Tabela 3. Desaparecimento ruminal (%) da matéria
seca das quatro silagens de milho
Tempo (h)
Silagem 6 24 96
AG 1051 48,08cA 57,92bA 76,19aA
QPM 129 36,50cB 54,23bA 70,52aA
BRS 3060 44,58cA 59,82bA 73,63aA
SHS 4040 42,5cAB 56,94bA 72,29aA
Letras minúsculas diferentes nas linhas e maiúsculas diferentes
nas colunas representam diferença estatística significativa
(p<0,05; SNK).
Os valores de desaparecimento encontrados para os
tempos de incubação de 24 horas variaram de 54,23
a 59,82%, sendo próximos aos encontrados por Bal
et al. (2000), que encontraram valores de 57,9 e
53% de desaparecimento para silagens de milho
colhidas no estágio de maturidade de 1/4 e 2/3 da
linha do leite do grão, respectivamente. Os valores
de desaparecimento para 96 horas variaram de 70,52
a 76,19%, valores estes próximos aos encontrados
por Andrae et al. (2001), que encontraram valores
de 78,39 e 73,18% para as duas silagens de milho
estudadas colhidas na ½ da linha do leite e sem
processamento (redução no tamanho de partícula).
Para o tempo de incubação de 6 horas houve
diferença estatística entre os tratamentos (p<0,05).
As cultivares AG 1051 (grãos tipo dentado), BRS
3060 (grãos semi-duros) e SHS 4040 se desatacaram
com um maior desaparecimento da MS. A cultivar
QPM 129 (grãos semi-duros) apresentou menor
desaparecimento da MS para o tempo de incubação
de 6 horas, não apresentando diferença estatística
(p<0,05) da silagem SHS 4040. Para os tempos de
desaparecimento de 24 e de 96 horas não houve
diferença estatística entre as silagens (p<0,05).
Na tabela 4 estão os parâmetros de degradação
ruminal da matéria seca das quatro silagens de
milho estudadas. Dentre as cultivares estudadas, a
cultivar AG 1051 apresentou o maior potencial
máximo de degradação (A) da MS (77,88%) e a
cultivar QPM 129 apresentou a menor fração A da
MS (71,56%). Entretanto, para a taxa de degradação
(c) da fração potencialmente degradável (b), a
cultivar AG 1051 apresentou a menor taxa (3,1%/h)
e SHS 4040 apresentou o maior valor de c (4,7%/h).
Isso pode ser explicado pelo fato da cultivar de grão
dentado ter alta degradabilidade e solubilidade das
frações dos grãos, apresentando maior
desaparecimento ruminal no tempo de incubação de
seis horas, e uma fração b composta principalmente
pela fração fibrosa, apresentando menor taxa de
degradação c. Os valores de c variaram de 3,1 a
4,7%/h, sendo estes valores superiores aos
encontrados por Martins et al. (1999), que
encontraram um valor c de 1,1%/h para silagem de
milho, e também foram superiores aos encontrados
por Bertipaglia et al. (1998), que encontraram
valores de 2,5%/h para silagem de milho granífero e
2,33%/h para silagem de milho forrageiro.
Entretanto, Itavo et al. (2000) encontraram valores
de c de 3,7%/h, sendo próximos aos do presente
estudo. Já Philippeau e Michalet-Doreau (1998)
encontraram valores de c superiores aos do presente
estudo, sendo 8,7%/h para silagens de milho de
grãos dentados e 5,84%/h para silagens de milho de
grãos duros.
Tabela 4. Parâmetros de degradação ruminal in situ
da matéria seca das silagens das quatro cultivares de
milho
Parâmetros QPM
129
AG
1051
BRS
3060
SHS
4040
A (%) 71,56 77,88 73,95 72,27
c (%/h) 3,9 3,1 4,5 4,7
S (%) 27,28 36,52 33,52 27,71
b (%) 44,29 39,55 40,06 43,11
lag 0,01 -1,44 -0,20 -0,70
DE 0,02/h 56,55 62,37 61,62 59,40
DE 0,05/h 46,68 53,47 52,87 50,05
A – Potencial máximo de degradação; c – taxa de degradação da
fração b; S – fração solúvel em água; b – fração potencialmente
degradável; lag – tempo de colonização; DE – degradabilidade
efetiva.
A cultivar AG 1051 apresentou maior fração solúvel
(S) com 36,52%, enquanto as cultivares QPM 129 e
SHS 4040 apresentaram os menores valores de S,
sendo 27,28 e 27,71% respectivamente. Os valores
de S encontrados no presente estudo variaram de
27,28 a 36,52%, sendo estes valores próximos aos
encontrados em outros experimentos. Philippeau e
Michalet-Doreau (1998), avaliando a influência da
preparação, do genótipo e do método de
conservação do grão de milho sobre a degradação
do amido no rúmen, encontraram um valor de 35% e
32,9% para a fração solúvel da silagem de milho de
grãos dentados e duros, respectivamente. Bertipaglia
et al. (1998) encontraram valores para a fração
solúvel de 31,19% e 17,40% para as silagens de
milho granífero e forrageiro, respectivamente. O
maior valor encontrado para S na cultivar de grão
dentado em relação à cultivar de grão duro deve ter
ocorrido devido à maior acessibilidade dos
microrganismos ruminais ao amido dos grãos
(McAllister et al., 1993). A fração potencialmente
degradável (b) variou de 39,55% a 44,29%, sendo
estes valores semelhantes aos encontrados por
Bertipaglia et al. (1998), que foram de 42,33% e
45,52% para silagem de milho granífero e forrageiro
respectivamente. Porém, estes valores foram
inferiores aos encontrados por Martins et al. (1999)
que foi de 54,8% para silagem de milho, e também
aos encontrados por Philippeau e Michalet-Doreau
(1998), que foram de 64% para silagem de milho de
30
grãos dentados e de 67,1% para silagem de milho de
grãos duros.
Os valores negativos encontrados para a lag não têm
valor biológico, não sendo possível apresentar uma
explicação plausível para a obtenção destes
resultados.
A degradabilidade efetiva (DE) foi maior para a
cultivar AG 1051 independentemente da taxa de
passagem considerada (0,02 0,05/h) e menor para a
cultivar QPM 129. As DE encontradas foram
próximas às encontradas por Martins et al. (1999),
que obtiveram DE de 63,2% para a taxa de
passagem de 0,02/h e 54,8% para a taxa de 0,05/h.
Já Pereira et al. (1997) encontraram um valor de
45,1% para a DE da MS, sendo este valor inferior
aos encontrados no presente estudo. A cultivar AG
1051 apresentou maior DE devido ao fato de ter
apresentado alta S, já que apresentou baixa c. A
cultivar QPM 129 apresentou menor DE, menor A,
menor S e menor c quando comparada com a
cultivar de mesma textura de grãos (BRS 3060).
Contudo, a QPM 129 apresenta teores mais elevados
de lisina e de triptofano, dessa forma, são
necessários mais estudos para verificar se essa
menor DE acarretará prejuízo ao desempenho
animal. Côrrea (2001), avaliando a DE da MS,
observou que grãos de milho que possuíam maior
vitreosidade apresentam menor DE no rúmen.
4.3. DEGRADABILIDADE DA PROTEÍNA
BRUTA
Na tabela 5 estão os valores de desaparecimento
ruminal (%) da proteína bruta (PB) das quatro
silagens de milho. Apenas a cultivar AG 1051 não
obteve um aumento estatisticamente significativo
(p<0,05) do desaparecimento ruminal com o passar
do tempo de incubação. Para a cultivar AG 1051
não foi observada diferença estatística no
desaparecimento entre os tempos de incubação de 6
e 24 horas. Isso pode ter ocorrido porque grãos
dentados apresentam maior degradabilidade devido
à maior facilidade de acesso dos microrganismos
ruminais. Além disso, no tempo de incubação de 6
horas foi observada diferença estatística (p<0,05)
entre os tratamentos, onde a cultivar AG 1051
apresentou maior desaparecimento ruminal
(50,33%) que as demais cultivares, sendo que as
outras silagens não apresentaram diferença
estatística entre si. Já para os tempos de incubação
de 24 e 96 horas não houve diferença estatística
(p<0,05) entre os tratamentos.
No tempo de incubação de 6 horas, houve uma
variação de 34,46 a 50,33%, sendo estes valores
semelhantes ao encontrado por Sousa et al. (2006),
que encontraram um valor de 47,4% para silagem de
milho moída a 5mm. Para o tempo de incubação de
24 horas, foi verificada uma variação de 48,04% a
58,15%, sendo estes valores inferiores ao
encontrado por Sousa et al. (2006) para a silagem de
milho moída a 5mm, que encontraram 62,9%. Já
para o tempo de incubação de 96 horas, a variação
foi de 65,11 a 73,49%, sendo estes valores
semelhantes ao encontrado por Sousa et al. (2006)
que obtiveram um valor de 70,6% para silagem de
milho moída a 5mm.
Tabela 5. Desaparecimento ruminal (%) da proteína
bruta das quatro silagens de milho
Tempo (h)
Silagem 6 24 96
AG 1051 50,33bA 58,15bA 73,49aA
QPM 129 35,5cB 49,35bA 66,26aA
BRS 3060 35,05cB 52,50bA 65,11aA
SHS 4040 34,46cB 48,04bA 67,70aA
Letras minúsculas diferentes nas linhas e maiúsculas diferentes
nas colunas representam diferença estatística significativa
(p<0,05; SNK).
Na tabela 6 estão os parâmetros de degradação
ruminal in situ da PB das quatro silagens de milho.
O potencial máximo de degradação (A) variou de
65,20 a 75,18%. Os valores obtidos para a fração A
foram próximos aos encontrados por Bertipaglia et
al. (1998) que obtiveram um potencial máximo de
degradação da PB para silagem de milho granífero e
forrageiro de 69,70 e 60,04%, respectivamente. A
cultivar AG 1051 se destacou com maior A
(75,18%) e também maior fração solúvel (41,21%)
que as demais, já que também apresentou maior
desaparecimento ruminal no tempo de incubação de
seis horas que as demais silagens. Isto pode ser
explicado pelo fato da cultivar apresentar textura de
grão dentado, desta forma irá ocorrer maior
acessibilidade dos microrganismos ruminais aos
grãos, obtendo assim uma degradabilidade maior e
mais rápida.
A fração S variou de 22,19 a 41,21%, sendo inferior
aos valores encontrados por Martins et al. (1999),
onde a fração solúvel foi de 61,5% para a silagem de
milho, e também por Rossi JR et al. (1997), que
encontraram 62,6%. Segundo Martins et al. (1999)
este alto valor encontrado provavelmente seja
atribuído à ocorrência de hidrólise das frações de
proteína durante o processo de ensilagem, causando
aumento na fração do nitrogênio não protéico
proveniente da proteína verdadeira. Já Bertipaglia et
al. (1998) encontraram valores de S próximos aos do
presente estudo, sendo 31,19 e 17,40% para as
silagens de milho granífero e forrageiro
respectivamente. A taxa de degradação da fração b
(c) variou de 2,9 a 5,2%/h, sendo a cultivar BRS
3060 a que apresentou maior c. Bertipaglia et al.
31
(1998) encontraram valores de c de 2,5 e 2,33%/h
para as silagens de milho granífero e forrageiro
respectivamente. Martins et al. (1999) encontraram
um valor de c mais elevado, sendo 7,2%/h. Já Itavo
et al. (2000), encontraram uma taxa c de 5,5%/h.
Os valores de b variaram de 32,52 a 44,76%, sendo
estes valores próximos aos encontrados por
Bertipaglia et al. (1998) de 42,33 e 45,52%, assim
como Itavo et al. (2000) que encontraram um valor
de b de 40,8 para silagem de milho. Já Martins et al.
(1999) encontraram valores inferiores para b
(22,6%), possivelmente devido ao fato de ter
ocorrido hidrólise das frações protéicas durante o
processo de fermentação da silagem. A cultivar AG
1051 apresentou maior DE da PB para as duas taxas
de passagem analisadas, sendo também a cultivar
que apresentou maior A e maior S. A cultivar SHS
4040 apresentou menor DE da PB para as duas taxas
de passagem. Já as cultivares de mesma textura de
grãos (BRS 3060 e QPM 129) apresentaram valores
de DE próximos, sendo a cultivar BRS 3060 um
pouco superior. A DE considerando a taxa de
passagem de 0,05%/h variou de 42,30 a 54,60%,
sendo estes valores inferiores aos valores
encontrados por Martins et al. (1999) de 70,4% e
por Rossi JR et al. (1997) de 79,9%. Considerando a
taxa de passagem de 0,02/h, a variação da DE foi de
52,37 a 61,91%, sendo estes valores inferiores ao
valor encontrado por Martins et al. (1999) para a
silagem de milho de 73,2%.
Os valores negativos encontrados para a lag não têm
valor biológico, não sendo possível apresentar uma
explicação plausível para a obtenção destes
resultados.
Tabela 6. Parâmetros de degradação ruminal in situ
da proteína bruta das silagens das quatro cultivares
de milho
Parâmetros QPM
129
AG
1051
BRS
3060
SHS
4040
A (%) 67,47 75,18 65,20 69,59
c (%/h) 3,5 2,9 5,2 3,2
S (%) 25,60 41,21 22,19 23,76
b (%) 41,13 32,52 42,52 44,76
lag -0,51 -1,50 -0,22 -0,74
DE 0,02/h 52,51 61,91 53,39 52,37
DE 0,05/h 43,28 54,60 44,36 42,30
A – Potencial máximo de degradação; c – taxa de degradação da
fração b; S – fração solúvel em água; b – fração potencialmente
degradável; lag – tempo de colonização; DE – degradabilidade
efetiva.
4.4. DEGRADABILIDADE DO AMIDO
Na tabela 7 estão os dados de desaparecimento
ruminal (%) do amido das quatro silagens de milho
estudadas. Não foi encontrada diferença estatística
(p<0,05) entre os tempos de incubação de 24 e 96
horas nos tratamentos. Para o tempo de incubação
de 6 horas, apenas a silagem do AG 1051 não
diferiu estatisticamente (p<0,05) dos demais tempos
de incubação analisados, fato que pode ser atribuído
à maior solubilidade do amido dos grãos dentados
em relação aos outros. Além disso, a silagem do AG
1051, juntamente com a do SHS 4040, apresentou
maior desaparecimento do amido no tempo de 6
horas, sendo que a do SHS 4040 não diferiu
estatisticamente (p<0,05) das demais silagens. Para
o tempo de 24 horas houve uma variação no
desaparecimento ruminal de 90,93 a 93,46%, sendo
estes valores maiores do que os encontrados por
Andrae et al. (2001), que obtiveram valores de 84,82
e 83,81% para as duas silagens estudadas colhidas
no estágio de maturidade da 1/2 da linha do leite,
porém foram próximos aos encontrados por Bal et
al. (2000), que encontraram valores de 93,8 a 95,6%
para a silagem de milho colhida em diferentes
estágios de maturidade. Para o tempo de 96 horas,
Andrae et al. (2001) encontraram valores de 99,46 a
98,54% de desaparecimento, valores estes próximos
aos encontrados no presente experimento, onde a
variação foi de 93,59 a 97,02%.
Tabela 7. Desaparecimento ruminal (%) do amido
das quatro silagens de milho
Tempo (h)
Silagem 6 24 96
AG 1051 88,88aA 93,46aA 97,01aA
QPM 129 80,27bB 91,10aA 93,59aA
BRS 3060 75,99bB 91,82aA 95,06aA
SHS 4040 79,95bAB 90,93aA 94,63aA
Letras minúsculas diferentes nas linhas e maiúsculas diferentes
nas colunas representam diferença estatística significativa
(p<0,05; SNK).
Na tabela 8 estão os parâmetros de degradação
ruminal in situ do amido de quatro silagens de
milho. A cultivar de grãos tipo dentado (AG 1051)
apresentou maior potencial máximo de degradação
(A) (94,70%), maior c (25,7%/h), maior S (67,70%)
e maior DE para as duas taxas de passagem (92,71 e
90,21% para as taxas de passagem de 0,02 e 0,05/h,
respectivamente). Os grânulos de amido no
endosperma vítreo estão embebidos em uma matriz
protéica contínua que contém corpos protéicos.
Estes compostos não amiláceos limitam a
acessibilidade dos microrganismos ruminais ao
amido (McAllistaer et al., 1993). Dessa forma, a
maior degradabilidade do amido em cultivares de
milho de grãos dentados é causada pela maior
proporção de fração solúvel (S), maior taxa
constante de degradação da fração b (c), ou ambos
(Philippeau e Michalet-Doreau, 1997; Verbic et al.,
1995). A diferença entre a degradação ruminal do
amido pode estar relacionada às diferentes
proporções de endosperma vítreo nos grãos, como
mostrado em outros estudos (Philippeau e MIchalet-
32
Doreau, 1997). Phillipeau et al. (1999), estudando a
relação entre a degradação ruminal do amido e
características físicas do grão de milho, observaram
que a degradabilidade do amido do milho tipo
dentado é maior que a do tipo vítreo.
O potencial máximo de degradação variou de 92,62
a 94,70%, sendo estes valores próximos aos
encontrados por Andrae et al. (2001) de 93,31 e
95,42% para dois híbridos de milho estudados. O
valor de c variou de 12,7%/h a 25%/h, sendo maior
para a cultivar AG 1051 e menor para BRS 3060.
Estes valores foram maiores do que os encontrados
por Philippeau e Michalet-Doreau (1998) que
encontraram 10,2%/h para silagem de milho de
grãos dentados. Os valores de S variaram de 43,20 a
67,70%, sendo o menor valor encontrado para a
cultivar de grãos duros (SHS 4040), já que neste
tipo de grãos predomina o endosperma vítreo, onde
há menor acesso dos microrganismos ruminais ao
amido devido à ação da matriz protéica que envolve
os grânulos de amido. Os valores de S encontrados
no presente estudo foram superiores aos encontrados
por Philippeau e Michalet-Doreau (1998) para a
silagem de milho de grãos dentados (37,0%) e duros
(31,1%), entretanto, foram próximos aos valores
encontrados para a silagem de grãos duros (55,8%)
quando os grãos foram submetidos à moagem.
Tabela 8. Parâmetros de degradação ruminal in situ
do amido das silagens das quatro cultivares de milho
Parâmetros QPM
129
AG
1051
BRS
3060
SHS
4040
A (%) 92,62 94,70 94,50 92,95
c (%/h) 18,5 25,7 12,7 22,1
S (%) 54,45 67,70 53,97 43,20
b (%) 38,13 27,59 40,42 49,73
lag -0,01 0,08 -0,02 0,00
DE 0,02/h 88,90 92,71 89,00 88,82
DE 0,05/h 84,51 90,21 83,08 83,77
A – Potencial máximo de degradação; c – taxa de degradação da
fração b; S – fração solúvel em água; b – fração potencialmente
degradável; lag – tempo de colonização; DE – degradabilidade
efetiva.
Para a fração b, os valores variaram de 27,59 a
49,73%, sendo estes valores inferiores aos
encontrados por Philippeau e Michalet-Doreau
(1998), que encontraram 62,6 a 68,6% para silagens
de grãos dentados e duros, respectivamente. Porém,
quando os grãos foram submetidos à moagem, estes
valores reduziram para 22,4% e 44,2% para as
silagens de grãos dentados e duros, respectivamente.
Os valores baixos e negativos encontrados para a lag
não têm valor biológico, sendo então atribuídos
como um possível erro da técnica utilizada neste
experimento. Quanto à DE, a cultivar AG 1051 se
destacou entre as demais independentemente da taxa
de passagem considerada, e a cultivar SHS 4040 foi
inferior (88,82%) para a taxa de passagem de 0,02/h,
enquanto para a taxa de passagem de 0,05/h a
cultivar BRS 3060 apresentou menor valor
(83,08%). A DE para a taxa de passagem de 0,05/h
foi semelhante à encontrada por Philippeau e
Michalet-Doreau (1998) para as silagens de milho
de grão dentados (91,1%) e grãos duros (82,0%),
quando os grãos foram submetidos à moagem.
4.5. DEGRADABILIDADE DA FIBRA EM
DETERGENTE NEUTRO
Os dados de desaparecimento ruminal (%) da fibra
em detergente neutro (FDN) das quatro silagens de
milho estão apresentados na tabela 9. Em todas as
silagens houve um aumento significativo (p<0,05)
no desaparecimento da FDN com o aumento de 6
até 96 horas de incubação ruminal. Para o tempo de
incubação de 6 horas, a cultivar SHS 4040
apresentou um desaparecimento significativamente
(p<0,05) maior que as demais cultivares. Já para os
tempos de incubação de 24 e 96 horas, não houve
diferença estatística (p<0,05) entre os tratamentos.
Tabela 9. Desaparecimento ruminal (%) da fibra em
detergente neutro das quatro silagens de milho
Tempo (h)
Silagem 6 24 96
AG 1051 9,87cB 21,30bA 56,53aA
QPM 129 3,47cB 26,42bA 55,96aA
BRS 3060 5,20cB 22,43bA 49,29aA
SHS 4040 21,41cA 34,55bA 60,89aA
Letras minúsculas diferentes nas linhas e maiúsculas diferentes
nas colunas representam diferença estatística significativa
(p<0,05; SNK).
No tempo de incubação de 6 horas, houve uma
variação no desaparecimento da FDN de 3,47 a
21,41%, onde a cultivar SHS 4040 apresentou maior
valor. Para o tempo de incubação de 24 horas, Bal et
al. (2000) encontraram valores de 20,9 e 24,9% de
desaparecimento da FDN para silagens de milho
colhidas no estágio de maturidade de dentado inicial
e 1/4 da linha do leite, respectivamente. Andrae et
al. (2001), encontraram valores de desaparecimento
da FDN em 24 horas de 17,90 e 22,60%, e para 96
horas de 49,22 e 62,46% de desaparecimento para as
duas silagens estudadas, respectivamente, que foram
colhidas no estágio de maturidade de 1/2 da linha do
leite. Todos estes resultados apresentados são
condizentes com os resultados obtidos no presente
estudo, onde a variação para 24 horas foi de 21,30 a
34,55% e para 96 horas de 44,29 a 60,89%.
Os parâmetros de degradação ruminal in situ da
FDN das quatro silagens avaliadas estão dispostos
na tabela 10. O potencial máximo de degradação
variou de 55,76 a 72,95%, sendo o valor inferior
para a silagem BRS 3060 e maior para AG 1051.
Estes valores foram superiores aos encontrados por
33
Bertipaglia et al. (1998), que encontraram um
potencial máximo de 33,37 e 32,37% para as
silagens de milho granífero e forrageiro,
respectivamente. Andrae et al. (2001) também
encontraram valores de degradabilidade inferior aos
valores do presente estudo, sendo de 36,42 e 35,90%
para os dois híbridos analisados. A taxa de
degradação c variou de 1,3 a 2,1%/h, valores estes
próximos aos encontrados por Bertipaglia et al.
(1998), onde a taxa foi de 2,43 e 2,5%/h para as
duas silagens de milho avaliadas. Porém estes
valores foram inferiores ao encontrado por Itavo et
al. (2000) para a silagem de milho (3,9%/h). Uma
razão para a menor taxa de degradação c para a
FDN da cultivar AG 1051 pode estar relacionada a
problemas de ambiente ruminal presente nos sacos
de nylon. Como a cultivar AG 1051 apresenta maior
disponibilidade de amido, maior quantidade de
grãos e também maior quantidade de amido nos
grãos poderá ocorrer uma redução mais rápida e
acentuada do pH ruminal, reduzindo assim a flora
bacteriana celulolítica, com conseqüente queda da
taxa de degradação da FDN.
Tabela 10. Parâmetros de degradação ruminal in situ
da fibra em detergente neutro das silagens das
quatro cultivares de milho
Parâmetros QPM
129
AG
1051
BRS
3060
SHS
4040
A (%) 65,41 72,95 55,76 71,02
c (%/h) 2,0 1,3 2,1 1,7
S (%) 1,34 5,70 0,62 15,19
b (%) 65,41 66,00 55,76 55,59
lag 1,03 -1,44 0,53 -0,25
DE 0,02/h 32,71 32,95 28,56 40,97
DE 0,05/h 18,69 20,57 16,49 29,53
A – Potencial máximo de degradação; c – taxa de degradação da
fração b; S – fração solúvel em água; b – fração potencialmente
degradável; lag – tempo de colonização; DE – degradabilidade
efetiva.
A fração S encontrada variou de 0,62 a 15,19%,
sendo o maior valor encontrado para a silagem SHS
4040. O valor de S encontrado por Bertipaglia et al.
(1998) foi de 0% para as duas silagens analisadas. A
existência de uma fração solúvel S para a FDN é
discutível, já que o componente da parede celular
que poderia ser rapidamente degradável no rúmen é
a pectina, a qual é solúvel em detergente neutro.
Dessa forma, a fração S encontrada no presente
estudo para FDN deve corresponder à perda de
partículas pelos poros dos sacos de nylon de
incubação, apesar de ter havido padronização do
tamanho de partículas a serem incubadas e também
padronização do tamanho dos poros dos sacos de
nylon. Os valores de b encontrados foram
semelhantes aos encontrados em outros estudos.
Bertipaglia et al. (1998) encontraram 57,84 e
62,11% para as silagens de milho forrageiro e
granífero, respectivamente, e Itavo et al. (2000)
encontraram 68,3% para a fração b da silagem de
milho. No presente estudo, os valores de b variaram
de 55,59 a 66%. Os valores negativos encontrados
para a lag não têm valor biológico, não sendo
possível apresentar uma explicação plausível para a
obtenção destes resultados.
Quanto à DE, a cultivar SHS 4040 apresentou o
maior valor para as duas taxas de passagem. Uma
explicação possível seria a questão de
microambiente ruminal, já que a cultivar apresenta
grãos duros, tendo assim menor degradabilidade do
amido, com menor redução nos valores de pH
ruminal. Além disso, esta cultivar pode ter tido esta
alta DE devido ao fato de ter sido encontrado um
alto valor de S para esta cultivar. Por ter apresentado
maior DE da FDN, a cultivar SHS 4040 poderá
apresentar um maior consumo. A cultivar que
apresentou menor DE foi a BRS 3060.
4.6. DEGRADABILIDADE DA FIBRA EM
DETERGENTE ÁCIDO
Os dados de desaparecimento ruminal (%) da fibra
em detergente ácido (FDA) estão na tabela 11. Não
houve diferença estatística (p<0,05) entre os
tratamentos nos tempos de incubação analisados.
Entre os tempos de incubação, foi observada
diferença estatística (p<0,05) entre todos os tempos
para todos os tratamentos, ou seja, o tempo de 6
horas apresentou o menor desaparecimento com o
aumento significativo (p<0,05) crescente até o
tempo de 96 horas. Os resultados de
desaparecimento encontrados neste experimento
para os tempos de 24 (15,74 a 25,89%) e 96 horas
(49,13 a 53,97%) foram semelhantes aos
encontrados por Andrae et al. (2001), onde para 24
horas de incubação encontraram um
desaparecimento de 15,24 e 17,15% e para 96 horas
de 46,85 e 57,59% para as duas silagens estudadas
colhidas no estádio de maturidade da metade da
linha do leite.
Tabela 11. Desaparecimento ruminal (%) da fibra
em detergente ácido das quatro silagens de milho
Tempo (h)
Silagem 6 24 96
AG 1051 3,18cA 15,74bA 53,97aA
QPM 129 2,55cA 25,89bA 53,78aA
BRS 3060 8,33cA 25,44bA 49,13aA
SHS 4040 11,07cA 22,12bA 53,05aA
Letras minúsculas diferentes nas linhas e maiúsculas diferentes
nas colunas representam diferença estatística significativa
(p<0,05; SNK).
Dentre os parâmetros de degradação ruminal
avaliados (tabela 12), a cultivar SHS 4040
apresentou o maior A (73,00%), maior S (7,96%),
maior b (66,00%) (juntamente com AG 1051) e
34
maior DE (31,75 e 19,77% para as taxas de
passagem de 0,02 e 0,05/h, respectivamente). Isso
pode ter ocorrido devido aos fatores relacionados
com ambiente ruminal, onde para a silagem de grãos
duros irá ocorrer menor redução do pH ruminal
favorecendo a degradabilidade das frações fibrosas.
A cultivar BRS 3060 apresentou menor fração b
(49,42%) e conseqüentemente menor A (54,62%). A
cultivar AG 1051 apresentou menor DE para as duas
taxas de passagem, possivelmente por ser a cultivar
de maior degradabilidade do amido, ocasionando em
maior redução do pH ruminal. Os valores de S
variaram de 1,23 a 7,96%, sendo que da mesma
forma que para a FDN, a ocorrência da fração S para
a FDA parece não ser um fato provável. As taxas de
degradação “c” variaram de 1,4 a 2,0%/h, sendo que
as cultivares QPM 129 e BRS 3060 apresentaram o
maior valor de c (2,0%/h). Estes valores de “c”
foram inferiores aos encontrados por Andrae et al.
(2001), de 3,23 e 4,63%/h para as duas silagens
estudadas colhidas no estádio de maturidade da
metade da linha do leite. Os baixos valores
encontrados para a lag não têm valor biológico, não
sendo possível apresentar uma explicação plausível
para a obtenção destes resultados.
Tabela 12. Parâmetros de degradação ruminal in situ
da fibra em detergente ácido das silagens das quatro
cultivares de milho
Parâmetros QPM
129
AG
1051
BRS
3060
SHS
4040
A (%) 61,82 67,44 54,62 73,00
c (%/h) 2,0 1,4 2,0 1,2
S (%) 1,23 3,86 6,86 7,96
b (%) 61,82 66,00 49,42 66,00
lag 1,00 2,67 1,71 1,22
DE 0,02/h 30,91 28,62 29,91 31,75
DE 0,05/h 17,66 15,88 19,32 19,77
A – Potencial máximo de degradação; c – taxa de degradação da
fração b; S – fração solúvel em água; b – fração potencialmente
degradável; lag – tempo de colonização; DE – degradabilidade
efetiva.
4.7. DEGRADABILIDADE DA
HEMICELULOSE
Foi observada diferença estatística significativa
(p<0,05) entre os tratamentos nos tempos de
incubação de 6 e 24 horas, onde a cultivar SHS 4040
apresentou maior desaparecimento ruminal da
hemicelulose (tabela 13). Para o tempo de 96 horas,
não houve diferença estatística (p<0,05) entre os
tratamentos. Entre os tempos de incubação, foi
observada diferença estatística (p<0,05) entre todos
os tempos para todos os tratamentos, ou seja, o
tempo de seis horas apresentou o menor
desaparecimento com o aumento significativo
(p<0,05) crescente até o tempo de 96 horas.
A silagem SHS 4040 apresentou maior taxa de
degradação c (2,6%/h), maior S (36,89%) e maior
DE (59,63 e 50,83% para as taxas de passagem de
0,02 e 0,05/h, respectivamente). A silagem AG 1051
apresentou a menor taxa de degradação c (1,2%/h),
porém apresentou maior A, já que apresentou maior
b. A silagem BRS 3060 apresentou menor DE para
as duas taxas de passagem, sendo 42,59 e 31,71%
para as taxas de passagem de 0,02 e 0,05/h,
respectivamente. Os valores negativos encontrados
para a lag não têm valor biológico, não sendo
possível apresentar uma explicação plausível para a
obtenção destes resultados.
Tabela 13. Desaparecimento ruminal (%) da
hemicelulose das quatro silagens de milho
Tempo (H)
Silagem 6 24 96
AG 1051 27,99cB 39,54bB 67,83aA
QPM 129 27,04cB 44,10bB 67,98aA
BRS 3060 23,64cB 37,15bB 61,15aA
SHS 4040 43,90cA 55,76bA 73,84aA
Letras minúsculas diferentes nas linhas e maiúsculas diferentes
nas colunas representam diferença estatística significativa
(p<0,05; SNK).
Tabela 14. Parâmetros de degradação ruminal in situ
da hemicelulose das silagens das quatro cultivares
de milho
Parâmetros QPM
129
AG
1051
BRS
3060
SHS
4040
A (%) 75,64 86,35 64,34 76,78
c (%/h) 2,0 1,2 2,5 2,6
S (%) 24,84 22,59 14,56 36,89
b (%) 52,50 63,47 48,94 39,45
lag 1,65 -0,38 -0,68 -0,43
DE 0,02/h 49,39 46,68 42,59 59,63
DE 0,05/h 38,14 35,16 31,71 50,83
A – Potencial máximo de degradação; c – taxa de degradação da
fração b; S – fração solúvel em água; b – fração potencialmente
degradável; lag – tempo de colonização; DE – degradabilidade
efetiva.
No entanto, a variação da degradabilidade ruminal
da hemicelulose entre as cultivares ocorre devido à
variação da composição dos polímeros que compõe
a hemicelulose. Resíduos de xilose são menos
digestíveis que os de arabinose na parede celular,
sendo a relação xilose:arabinose negativamente
correlacionada com a degradabilidade (Moore e
Hatfield, 1994).
5. CONCLUSÃO
A cultivar de grão dentado (AG 1051) apresentou
maior degradabilidade da matéria seca e do amido.
Já a cultivar de grãos duros (SHS 4040) apresentou
maior degradabilidade das frações fibrosas. Porém,
todas as silagens avaliadas apresentaram boa
degradabilidade, sendo consideradas silagens de boa
qualidade.
35
6. REFERÊNCIAS
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