Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Mariana Lerner Attia
AVALIAÇÃO DA COR, SUPERFÍCIE E COMPOSIÇÃO DO
ESMALTE DENTAL BOVINO APÓS TRATAMENTO COM
DIFERENTES GÉIS E DENTIFRÍCIOS CLAREADORES POR
MEIO DE FOTORREFLECTÂNCIA, RUGOSIDADE
SUPERFICIAL E µEDX
Taubaté – SP
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Mariana Lerner Attia
AVALIAÇÃO DA COR, SUPERFÍCIE E COMPOSIÇÃO DO
ESMALTE DENTAL BOVINO APÓS TRATAMENTO COM
DIFERENTES GÉIS E DENTIFRÍCIOS CLAREADORES POR
MEIO DE FOTORREFLECTÂNCIA, RUGOSIDADE
SUPERFICIAL E µEDX
Dissertação apresentada para obtenção do
Título de Mestre pelo Programa de s-
graduação do Departamento de Odontologia
da Universidade de Taubaté.
Área de concentração: Dentística
Orientadora: Profa. Dra. Priscila Christiane
Suzy Liporoni
Tauba– SP
2008
ads:
MARIANA LERNER ATTIA
Data: ___________________
Resultado: _______________
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Priscila Christiane Suzy Liporoni Universidade de Taubaté
Assinatura___________________________
Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego Universidade de Taubaté
Assinatura __________________________
Prof. Dr. Flávio Henrique Baggio Aguiar FOP- Unicamp
Assinatura __________________________
Dedico este trabalho
Aos meus pais, Claudio e Silvia, por sempre incentivarem e
apoiarem minhas decisões. Vocês são muito importantes pra
mim!
Ao meu namorado, José Carlos, por estar ao meu lado, sempre
disposto a me ajudar com muito carinho e companheirismo.
Ao André e ao Fernando, meus irmãos queridos.
Ao meu aLéo, in memorian, um exemplo de pessoa.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Priscila Christiane Suzy Liporoni, que me privilegiou com a
oportunidade de participar de suas pesquisas mostrando competência e profundo
conhecimento científico. Com serenidade e determinação me ensinou a enfrentar
dificuldades e acreditar que os muros não são intransponíveis. Obrigada por ter se
mostrado além de minha orientadora uma grande amiga.
À Universidade de Taubaté.
À CAPES pela bolsa de estudo.
À Coordenadora geral da pós- graduação, Profa. Dra. Ana Christina Claro.
À amiga Mara por estar sempre por perto, disposta a me socorrer nos momentos
mais complicados.
Aos professores Marcos Augusto do Rego, Sandra Habitante e Vanessa
Cavalli por participarem da banca examinadora da minha qualificação.
À funcionária Adriana Pellogia da Universidade de Taubaté
À Shirley Pereira, representante da Oral B, pela doação das escovas dentais
utilizadas neste trabalho.
À Profa. Dra. Ana Maria do Espírito Santo, responsável pelo Laboratório de
Espectroscopia Vibracional Biomédica da Universidade do Vale do Paraíba, pela
constante ajuda durante as leituras do µEDX.
Ao Prof. Dr. Lourenço Correr Sobrinho que permitiu a utilização do
Laboratório de Materiais Dentários da FOP- Unicamp para realizão do ensaio de
escovação simulada.
Ao Domingos Hasmann Neto, técnico do Laboratório de Metrologia do
Departamento de Materiais e Tecnologia da UNESP/ Guaratnguetá.
Ao Prof. Dr. Egberto Munin e ao Leandro Procópio Alves do Laboratório
de Biofotônica e Óptica Não Linear da Universidade do vale do Paraíba.
“O êxito não se obtém por combustão espontânea.
É preciso acender o fogo de si mesmo”.
Reggie Leach
Attia ML. Avalião da cor, composição e superfície do esmalte dental bovino apos
tratamento com diferentes is e dentifrícios clareadores por meio de
fotorreflectância, rugosidade superficial e µEDX. [Dissertação de Mestrado].
Taubaté: Universidade de Taubaté, Departamento de Odontologia, 2008. 81p.
RESUMO
Objetivos: Avaliar quantitativamente a alteração de cor do elemento dental,
rugosidade superficial e composição do esmalte após clareamento in vitro, utilizando
dois agentes clareadores (Pexido de Hidrogênio 6,0%, e Peróxido de Carbamida
10%). Método: Foram utilizados noventa fragmentos dentais bovinos, distribuídos
aleatoriamente em nove grupos (n=10) de acordo com o tratamento: Peróxido de
Hidrogênio 6,0% (FGM), Peróxido de carbamida 10% (Discus) e dentifrícios: Pasta
manipulada, Colgate Total 12 e Crest Multicare Whitenning. As cnicas de
clareamento dental foram realizadas de acordo com as instruções recomendadas
por cada fabricante. Todos os grupos foram submetidos à trinta mil ciclos de
escovação simulada. A diluição dos dentifrícios foi em água destilada na proporção
de 1:3. Os espécimes foram armazenados individualmente em 4mL de saliva
artificial, em recipientes fechados durante o experimento. Para todos os grupos foi
realizada uma leitura inicial, intermediária e final de fotorreflectância, rugosidade
superficial e Espectroscopia por dispersão de raios X. Os dados resultantes foram
tabulados e submetidos à Análise de Variância, ao Teste de Tukey e ao teste de
Dunnett em nível de 5%. Resultados: Os resultados mostraram diferença
significativa para todas as análises: fotorreflectância, rugosidade, µEDX.
Conclusão: Concluiu-se que todos os agentes clareadores foram efetivos. Houve
aumento da rugosidade superficial após clareamento e escovação. Após o
clareamento, independente do gel utilizado, houve perda de tecido mineral, lcio e
fosfato.
Palavras-chave: Peróxido de carbamida 10%; Peróxido de hidrogênio 6,0%;
Escovação simulada; Dentifrício clareador; Espectroscopia.
Attia ML. Color, composition and superficial roughness evaluation of bovine enamel
after treatment with different gel and whitening dentifrice using reflectance, superficial
roughness and µEDX [Dissertação de Mestrado]. Taubaté: Universidade de
Taubaté, Departamento de Odontologia, 2008. 81p.
ABSTRACT
Aim: to investigated quantitatively the color alteration, superficial roughness and
composition of the bovine enamel after dental bleaching with carbamide peroxide
10% and hydrogen peroxide 6%. Methods: It was used 90 fragments of bovine teeth
that were randomized divided in 9 groups (n=10) dependents on the bleaching
treatments (n=10): Hydrogen peroxide 6,0% (FGM), Carbamide peroxide 10%
(Discus) and dentifrice: Dentifricio byofórmula, Colgate Total 12 e Crest Multicare
Whitenning. Bleaching treatments were made following the manufactory’s
instructions of each product. All groups were submitted to thirty thousands cycles of
simulate brushing. The dentifrice’s dilutions were made in distillated water in the
proportion of 1:3. The specimens were individually located in 4 mL of artificial saliva
in closed recipients during all experiments. It was made an initial, intermediary and
final measurement of the reflectance, superficial roughness and dispersive
spectroscopy of X–ray (µEDX). Dada were statistically analyzed by Variance
analysis, Tukey´s test and Dunnett (5%) Results: The results showed significant
differences for all analysis, reflectance, roughness, µEDX. Conclusion: It was
concluded that all bleaching agents were effective. It was observed highest values
for superficial roughness after bleaching and brushing. After bleaching treatments, in
spite of the bleaching agents used, there were observed a loss of mineral tissue,
calcium and phosphate.
Keywords: Carbamide peroxide 10%; Hydrogen peroxide 6%; Simulate
toothbrushing; Whitening toothpaste; Spectroscopy.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Delineamento experimental 36
Figura 2 - Divisão dos grupos 37
Figura 3 - Dente bovino cortado em cubos 38
Figura 4 - Vista geral do sistema para medidas de reflectância 40
Figura 5 - Rugosímetro SURFTEST 301 (Mitutoyo) para realizão das
medidas da rugosidade superficial 41
Figura 6 - Espectrômetro de fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva
(µEDX 1300, shimadzu Japão) e detalhe do interior do
equipamento 42
Figura 7 - Máquina de escovação simulada – Equilabor 44
Figura 8 - Balança de Precisão Digital (A&D Company Limited Japan),
agitador Magnético com aquecimento (NT-103 - Nova Técnica) e
a Solução de Slurry 45
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Média da rugosidade superficial dos grupos experimentais no
período inicial e final 48
Tabela 2 - Média da rugosidade superficial nos grupos submetidos ao
clareamento, nos três períodos avaliados 49
Tabela 3 - Média da reflectância dos grupos experimentais no período inicial e
final 50
Tabela 4 - Média da reflectância nos grupos submetidos ao clareamento, nos
três períodos avaliados 51
Tabela 5 - Média da proporção de Ca/P dos grupos experimentais no período
inicial e final 52
Tabela 6 - Média da proporção de Ca/P nos grupos submetidos ao clareamento,
nos três períodos avaliados 53
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
2 REVISÃO DA LITERATURA 15
3 PROPOSIÇÃO 35
4 MÉTODO 36
4.1Delineamento experimental (CEEA No 0041/07) 36
4.2Preparo dos blocos 37
4.3Ensaio de fotorreflectância 39
4.4 Ensaio de rugosidade superficial 40
4.5Ensaio de µEDX 41
4.6 Protocolo de clareamento dental 42
4.6.1Peróxido de hidrogênio 6% 42
4.6.2.Peróxido de carbamida 10% 43
4.7Análises pós-clareamento 43
4.8Escovação simulada 43
4.9Análises finais 45
4.10Análise estatística 46
5 RESULTADOS 47
5.1Rugosidade superficial 47
5.2Fotorreflectância (Avaliação de cor) 49
5.3µEDX 51
6 DISCUSSÃO 54
7 CONCLUSÃO 58
REFERÊNCIAS 59
APÊNDICES 64
ANEXOS 80
13
1 INTRODUÇÃO
A estética está cada vez mais em evidência e grande parte disso deve-se à
divulgação da mídia que determina um certo padrão de beleza, como, um sorriso
harmônico com dentes alinhados e brancos (Goo et al., 2004). Essa grande
valorização da estética vem impulsionando o desenvolvimento de materiais
odontológicos e técnicas que proporcionam procedimentos menos invasivos, porém,
mais seguros, eficazes e de curto tempo clínico (Faroni-Romano et al., 2007).
O clareamento dental pode ser indicado para tratamento de alterações de cor
dos dentes, nas técnicas caseira, de consultório e clareamento interno (Tezel et al.,
2007). O clareamento dental caseiro foi descrito por Haywood & Heymann (1989) e
vem ganhando cada vez mais o interesse dos pacientes por ser um tratamento
simples e bastante efetivo. Essa cnica é realizada em dentes vitais, com a
utilização de peróxido de carbamida ou de hidrogênio em concentrações mais
baixas. Por isso, torna-se um procedimento seguro, de baixo custo e que apresenta
alto índice de sucesso (Haywood & Heymann, 1989). Além de causar menor
sensibilidade dental e irritação gengival, promove um clareamento mais efetivo e de
maior durabilidade quando comparado ao clareamento de consultório.
Apesar das diferentes técnicas e dos variados produtos que têm sido
utilizados, o mecanismo de ação dos agentes clareadores é o mesmo. Consiste
numa reação de oxidação, com liberação de radicais livres, onde as moléculas
orgânicas e inorgânicas responsáveis pela alteração de cor da dentina e do esmalte,
respectivamente, são quebradas e convertidas em CO
2
e água, sendo liberadas
juntamente com o oxigênio (Feinman et al., 1991; Joiner, 2007). Quando não ocorre
mais diferença na intensidade do clareamento, o ponto de saturação foi atingido, ou
Introdução______________________________________________________
14
seja, o clareamento máximo foi conseguido, e a partir dessa etapa, a técnica de
clareamento deve ser finalizada evitando-se assim prejuízos da estrutura dental.
Outro procedimento utilizado pelos pacientes para a obtenção de um sorriso
mais branco é a escovação dental com o uso de dentifrícios clareadores. Nos
últimos dez anos, os dentifrícios tornaram-se mais específicos sendo classificados
como terapêuticos e cosméticos (Claydon et al., 2004; Amaral et al., 2006). Os
primeiros reduzem a placa bacteriana, a sensibilidade dentiria, o aparecimento de
lculo e cárie dental. E os dentifrícios cosméticos, têm como característica muito
importante a capacidade de remover manchas da superfície dental, contribuindo com
seu branqueamento (Amaral et al., 2006).
Alguns pacientes utilizam géis e dentifrícios clareadores simultaneamente,
com o intuito de acelerar o processo do clareamento dental. Porém, os dentifrícios
clareadores contêm em sua formulação uma quantidade elevada de abrasivos, de
variados tamanhos e formas para auxiliar na remoção de manchas extrínsecas.
Entretanto, ainda não se sabe qual a conseqüência do uso simultâneo dos abrasivos
presentes nas pastas branqueadoras com os géis clareadores na superfície dental.
Em vista disso, a necessidade de se verificar possíveis efeitos deletérios no
esmalte dental com uso concomitante dos dois produtos para avaliação não da
perda mineral e rugosidade de superfície, como também da efetividade das técnicas
clareadoras.
15
2 REVISÃO DA LITERATURA
Feinman et al. (1991) realizaram uma revisão sobre a mudança de cor,
eficácia e segurança do peróxido de hidrogênio em várias concentrações em
contado com tecidos moles e duros da cavidade bucal. A química envolvida e os
produtos finais do clareamento também foram examinados. Os autores ressaltaram
que os agentes clareadores não devem ser ácidos, devem permanecer em contato
com os dentes por períodos curtos e possuir baixas concentrações para atingir os
resultados desejáveis. Os autores relataram que as concentrações ideais do
peróxido de carbamida são entre 10 e 15%, que representa 3,6 e 5,4% do peróxido
de hidrogênio, respectivamente. Segundo os autores, a Food and drugs
administration não recomenda concentrações entre 6 a 30% do peróxido de
hidrogênio por serem são consideradas altas e poderem causar reações adversas
aos tecidos dentais.
Haywood & Heyman (1989) apresentaram uma técnica revolucionária para
clareamento de dentes com vitalidade pulpar representada pela aplicação do
peróxido de carbamida 10% em moldeira plástica, durante a noite. Pela manhã, o
agente era removido seguido da escovação dos dentes. Durante cinco semanas de
tratamento, com aplicações por um período de sete a oito horas, os dentes
apresentavam modificões em sua cor inicial quando comparados com a escala
Vita. Essa técnica apresentou uma alternativa viável e a partir desta data, passou a
ser indicado como uma alternativa eficaz no tratamento quanto a disfunções de cor.
Oltu & Gurgan (2000) examinaram os efeitos de diferentes concentrações de
peróxido de carbamida (10, 16 e 35%) na estrutura do esmalte dental. Foram
utilizados quarenta fragmentos de esmalte preparados a partir de terceiro molares
Revisão da Literatura______________________________________________
16
humanos divididos em quatro grupos. Os espécimes do primeiro e do segundo
grupo foram submetidos ao peróxido de carbamida (PC) 10 e 16%, respectivamente,
por oito horas diárias durante seis semanas. O PC 35% foi aplicado no terceiro
grupo por trinta minutos diariamente durante quatro dias seguindo às
recomendações do fabricante. O quarto grupo serviu de controle e foi mantido em
saliva artificial durante toda fase experimental. Assim que os tratamentos
terminaram, todos os espécimes foram examinados pela espectroscopia por
infravermelho e pela análise de difração de raios-X. Os resultados mostraram que o
PC 10 e 16% não afetaram a estrutura do esmalte dental. Os autores concluíram
que o uso de baixa concentração de PC é recomendado para se evitar alterações do
esmalte dental.
Potocknick et al. (2000) avaliaram a ão do peróxido de carbamida 10% na
camada sub-superficial do esmalte humano. Foram estudados: o conteúdo mineral,
a microdureza e a microestrutura de uma maneira em que o grupo controle e os
grupos testes estivessem localizados no mesmo dente. Seis dentes foram
seccionados longitudinalmente e a dureza Vickers foi medida. A microestrutura do
esmalte foi analisada utilizando-se microscópio eletrônico de varredura. O esmalte
foi submetido à micro análises químicas de lcio e fosfato. Os resultados
mostraram que o peróxido de carbamida 10% não alterou significativamente a
microdureza do esmalte. A análise de microscopia eletrônica de varredura mostrou
alterações locais na microestrutura do esmalte similares às caries iniciais. A micro
análise mostrou diminuição na concentração de Ca e P. Os autores observaram
também uma quantidade de Ca e P no gel clareador após seu uso. Concluiu-se que
o peróxido de carbamida 10% causou mudanças químicas e locais na micro
estrutura do esmalte que não são clinicamente significativas.
Revisão da Literatura_____________________________________________
17
Karpinia et al. (2002) compararam a efetividade de dois sistemas clareadores
em um estudo clínico. Sessenta e nove voluntários adultos utilizaram tiras de
peróxido de hidrogênio 6,5% ou moldeiras contendo peróxido de carbamida e
peróxido de hidrogênio. O tempo total de contado com a tira de PH 6,5% foi 21 horas
e 28 horas para o tratamento com peróxido de carbamida 10%. A resposta ao
clareamento foi medida através do sistema CIElab comparando-se imagens digitais
dos dentes anteriores inferiores. Os dois tratamentos resultaram em significativo
melhoramento da coloração e foram bem tolerados pelos pacientes em relação a
sensibilidade dental e irritação gengival.
Turkun et al. (2002) avaliaram o efeito de duas marcas comerciais de
peróxido de carbamida 10% (Colgate Platinum e Starbite) na morfologia superficial
do esmalte dental. Foram utilizados 24 pacientes divididos em dois grupos. Foram
obtidas réplicas dos moldes com resina epóxica dos incisivos superiores direito dos
pacientes antes, imediatamente após e três meses após o clareamento dental, para
serem avaliados por microscopia eletrônica de varredura. Imediatemente após o
clareamento a porosidade superficial do esmalte aumentou. Após três meses do
tratamento a superfície do esmalte estava similar à dos grupos não tratados. Os
autores concluíram que os agentes clareadores promovem alteração morfologica do
esmalte dental que podem ser revertidas após três meses do término do tratamento.
Gutiérrez-Salazar & Reyes-Gasca (2003) mediram a microdureza Vickers e a
composição química do dente humano utilizando a espectroscopia dispersiva por
raio-X (EDS). Os autores concluíram que a diferença na microdureza entre o esmalte
e a dentina está relacionada à porcentagem de elementos orgânicos e inorgânicos
presentes nessas estruturas. A análise química através do EDS indicou que a
Revisão da Literatura_____________________________________________
18
relação entre o Ca e o P é maior no esmalte do que na dentina. A diferença entre a
microdureza vickers do esmalte e da dentina ocorre devido ao grau de mineralização
presente nessas áreas.
Menezes et al. (2003) avaliaram a ocorrência de alterações superficiais do
esmalte submetido ao clareamento dental caseiro durante dez dias com peróxido de
carbamida 10% e escovação com três tipos de dentifrícios. Foram utilizadas coroas
de incisivos bovinos divididas em três grupos (n=10) : A- Sorriso branqueador, B-
Sorriso e C- close up com micropartículas. Os fragmentos foram subdivididos em
dois grupos onde: A1, B1, C1 receberam tratamento clareador e A2, B2, C2
receberam apenas escovação. Entre as escovões os grupos foram imersos em
saliva artificial. As superfícies de esmalte foram medidas em rugosímetro antes e
após os tratamentos. Os autores concluíram que os dentifrícios mais abrasivos
podem levar a uma perda superficial maior do esmalte quando submetido ao
tratamento branqueador.
Wosrchech et al. (2003) avaliaram em diferentes tempos a rugosidade
superficial do esmalte dental humano clareado com peróxido de carbamida 35% e
submetido à diferentes tratamentos superficiais de escovaçõa G1- não escovado;
G2- escovado com dentifrício fluoretado abrasivo; G3- escovado com dentifrício não
fluoretado abrasivo; G4 escovado sem dentifrício. Sessenta fragmentos de molares
humanos foram obtidos e polidos com lixas e pastas abrasivas. Um perfilômetro foi
utilizado para determinar os valores da rugosidade média (Ra) iniciais e a cada
intervalo de uma semana após o inicio do tratamento clareador. O clareamento foi
realizado durante uma hora semanalmente para o PC 35% e durante seis horas
diárias para o PC 10%. Os tratamentos clareadores foram feitos durante quatro
semanas, associados aos procedimentos de escovação, os quais eram executados,
Revisão da Literatura_____________________________________________
19
diariamente, durante três minutos. No restante do tempo, os espécimes eram
armazenados em recipientes individuais com saliva artificial. A análise de variância e
o teste Tukey revelaram diferença na rugosidade superficial em função do tempo. Os
grupos 2 e 3 demonstraram aumento nos valores da rugosidade; os grupos um e
quatro não mostraram diferença significativa. O clareamento com peróxido de
carbamida 35% o alterou a rugosidade superficial do esmalte humano, mas
quando associado a escovação com dentifrício abrasivo, houve aumento significativo
da rugosidade superficial.
Claydon et al. (2004) compararam a efetividade de dentifrício experimental
com dentifrício clareado e grupo controle (água) na inibição de manchas extrínsecas
promovidas por repetidos colutórios com clorexidine e chá. Foram selecionados 23
pacientes. Durante uma semana antes do estudo os pacientes receberam uma
profilaxia para remão de todas as manchas, biofilme e raspagem para remão de
lculo dental. Os pacientes receberam colutórios e foram examinados para garantir
que estavam sem manchas nos dentes. Foram orientados a fazerem bochechos
duas vezes ao dia com solução de dentifrícios ou água. Durante quatro dias os
pacientes utilizaram bochechos com clorexidina 0,2%, seguido imediatamente por
um bochecho com uma solução morna de chá preto. Durante o experimento, os
voluntários omitiram qualquer forma de higiene bucal. No final desse período, o nível
de mancha dos dentes e do dorso da língua foram medidos, foi realizada uma
profilaxia nos pacientes e a segunda e terceira etapas do estudo foram realizadas.
Neste estudo os autores observaram que o dentifrício experimental mostrou uma
significativa redução de manchas acumuladas nos dentes comparando-se à solução
placebo e ao dentifrício comercialmente disponível.
Revisão da Literatura_____________________________________________
20
Goo et al. (2004) investigaram o efeito do gel de PC 10% na coloração do
esmalte dental humano e na perda mineral. As amostras foram clareadas
diariamente por seis horas e armazenadas durante 18 horas em água destilada por
duas semanas. A mudança de cor foi calculada através do sistema CIE lab e o
conteúdo mineral foi medido pela espectrometria FT-Raman. A superfície do esmalte
clareado apresentou uma aparente mudança de cor. Houve declínio não significativo
na quantidade de Ca/P, comparado ao grupo controle.
Ishikawa-Nagai et al. (2004) compararam a mudança de cor do elemento
dental após uso do peróxido de carbamida 10% a partir da análise
espectrofotométrica. Duas marcas comerciais do gel foram utilizadas (Opalescense
10% PF e Nite White Excel). Pacientes com os dentes inferiores sem restaurações
ou rie dental e que não tivessem realizado tratamento clareador anteriormente
foram incluídos nesse trabalho. A cor dos incisivos centrais e dos caninos foi medida
com o uso de um espectrofotômetro antes de qualquer tratamento e após o 14
o
dia
de clareamento. Foi calculada a diferença de coloração com o sistema CIE lab (ΔE)
mostrando que os dois géis foram eficazes, não havendo diferença entre os dois
produtos.
Pinto et al. (2004) avaliaram a rugosidade, microdureza e morfologia
superficial do esmalte dental humano tratado com seis agentes clareadores. As
amostras de esmalte dental humano foram obtidas de terceiros molares e
aleatoriamente distribuídas em sete grupos (n=11): controle, Whiteness Perfect-
peróxido de carbamida 10% (PC 10%), Colgate Platinum- PC 10%, Day White 2Z-
peróxido de hidrogênio a 7,5% (PH 7,5%), Whiteness Super - PC 37%, Opalescence
Quick- PC 35% e Whiteness HP- PH 35%. Os agentes clareadores foram aplicados
de acordo com as instruções dos fabricantes. O grupo controle permaneceu sem
Revisão da Literatura_____________________________________________
21
tratamento e ficou armazenado em saliva artificial. O teste de microdureza Knoop foi
realizado e a rugosidade superficial foi verificada através de um rugosímetro.
Observações morfológicas foram realizadas com a microscopia eletrônica de
varredura (MEV). Os resultados foram analisados com ANOVA e teste Tukey com
variância de 5% e revelaram uma redução significativa dos valores de microdureza e
aumento significativo da rugosidade superficial após o clareamento. Alterações na
morfologia do esmalte após o clareamento foram observadas através da MEV. Os
autores concluíram que os agentes clareadores podem alterar a microdureza,
rugosidade e morfologia superficial do esmalte dental.
Turssi et al. (2004) investigaram o efeito de dois dentifrícios (regular e
clareador) no esmalte e na dentina. Foram selecionados 14 voluntários que
utilizaram uma moldeira contendo três fragmentos de esmalte e três de dentina de
cada lado. No primeiro dia, ocorreu a formação de uma película adquirida. Nos
próximos três dias, duas vezes ao dia, um lado de cada moldeira foi imerso em
bebida ácida enquanto o outro lado permaneceu sem exposição. Os escimes
foram então escovados. Após três dias, novos fragmentos de esmalte e dentina
foram colocados nas moldeiras e os participantes iniciaram o segundo período
utilizando o dentifrício alternativo. Os espécimes tratados com a bebida ácida
demonstraram mais desgaste do que os grupos não tratados. O dentifrício clareador
não aumentou significativamente o desgaste do esmalte desmineralizado
comparando-se com o dentifrício regular. A escovação com o dentifrício clareador
levou a um significativo desgaste do esmalte sadio e na dentina (sadia e
desmineralizada) comparando-se ao dentifrício regular. Os resultados sugerem que
dentifrícios clareadores não aumentam o desgaste do esmalte desmineralizado com
bebida ácida, mas que pode causar maiores danos na dentina do que os dentifrícios
Revisão da Literatura_____________________________________________
22
regulares.
Wiegand et al. (2004) avaliaram o efeito de diferentes agentes clareadores na
superfície do esmalte e dentifrícios abrasivos. Os autores utilizaram 96 espécimes
que foram divididas em oito grupos (n=12): A: whitestrips, B: Rapid White, C:
Opalescence 10%, D: Opalescence PF 15%, E: Opalescence Extra, F: Opalescence
Quick, G: Opalescence Extra Boost. Os grupos foram clareados de acordo com as
instruções dos fabricantes. Antes e após cada tratamento individual, as amostras
foram escovadas quarenta vezes em uma máquina de escovação automática
contendo uma solução de saliva artificial e dentifrício fluoretado. O grupo controle foi
escovado, mas não foi clareado. Depois de cada ciclo as amostras eram
armazenadas em saliva artificial durante 24 horas. Após vinte ciclos foi determinada
uma alteração na lisura do esmalte através de um perfilômetro onde se observou
que os grupos A, C e D mostraram uma diferença significativa comparando-se com o
grupo controle. Análises estatísticas demonstraram o haver diferença significativa
na perda de esmalte entre os grupos E, F e G e entre o grupo controle. Os autores
provaram que a abrasão resultante da escovação em dentes clareados pode
aumentar dependendo do agente clareador utilizado e sua forma de aplicação.
Cesar et al. (2005) avaliaram os efeitos do peróxido de carbamida 35 e 38%
no esmalte humano, ativados com diferentes fontes de luz. Foram utilizados vinte
terceiros molares cortados em cubos, resultando em 75 fragmentos. Os espécimes
foram divididos em cinco grupos e submetidos ao tratamento clareador. Foram
realizadas análises da dureza Vickers e da fotorreflectância. Comparando-se os dois
agentes clareadores, os autores observaram que o peróxido de carbamida 35% foi
mais efetivo no processo de clareamento e que não houve diferença significativa na
dureza vickers entre os dois produtos independente da fonte de luz utilizada.
Revisão da Literatura_____________________________________________
23
Giniger et al. (2005) investigaram a existência de significâncias clinicas à
longo prazo quando o ACP (fosfato de cálcio amorfo) é adicionado ao gel clareador
peróxido de carbamida (PC) 16%. Esse estudo demonstrou que o produto utilizado
manteve o clareamento atingido por mais tempo quando comparado ao grupo
controle (peróxido de carbamida 16%) e que não houve diferenças estatísticas em
relação à sensibilidade dentinária e agressão ao tecido gengival causadas pelos dois
géis utilizados. Os autores concluíram então que o PC 16% contendo fosfato de
lcio amorfo é clinicamente efetivo e seguro.
Oliveira et al. (2005) avaliaram a superfície do esmalte dental humano
submetido ao peróxido de carbamida (CP) 10% contendo cálcio ou flúor. Os
esmaltes foram polidos e divididos em sete grupos: G1- Sem clareamento; G2- CP
10%; G3- CP (10%) + cálcio 0,05%; G4- CP 10%+ cálcio 0,1%; G5- CP 10% + cálcio
0,2%, G6- CP 10%+ flúor 0,2%; G7- CP 10% + flúor 0,5%. A superfície dos esmaltes
foi clareada diariamente por seis horas durante 14 dias e armazenadas em saliva
artificial. A microdureza superficial foi avaliada antes, após sete dias, imediatamente
após o término do tratamento e uma semana após o clareamento. Comparando-se
com a leitura inicial e com o grupo que não recebeu tratamento, os autores
verificaram que todos os tratamentos reduziram a microdureza do esmalte
significativamente durante o tratamento (timo dia), imediatamente após o
clareamento (14
o
dia) e uma semana após o tratamento. Concluiu-se que mesmo
com a adição de lcio e fosfato, todos os tratamentos clareadores afetaram a
superfície do esmalte dental.
Walsh et al. (2005) avaliaram a remoção de manchas utilizando dentifrícios
dentais. Sessenta e três indivíduos foram divididos em três grupos de acordo com o
dentifrício utilizado: A- dentifrício padrão (controle), B-dentifrício clareador/removedor
Revisão da Literatura_____________________________________________
24
de manchas, C-dentifrício clareador/removedor de manchas/ clareador e polidor
dental/ enxaguatório removedor de manchas. As manchas extrínsecas foram
localizadas por um examinador calibrado e treinado, utilizando o índice de manchas
Murray sob constante iluminação. A coloração foi calculada com o auxilio de um
colorímetro. Na quarta semana de tratamento os grupos B e C apresentaram menor
manchamento que o grupo A e esses valores se mantiveram. Ambos dentifrícios B e
C reduziram significativamente o manchamento dental e proporcionaram um
clareamento dental após seis semanas de tratamento.
Amaral et al. (2006) avaliaram o efeito de cinco dentifrícios na superfície de
dois materiais restauradores. A rugosidade superficial (Ra) foi avaliada através da
utilização de um perfilômetro. As amostras de Esthet-X e de Vitremer foram
submetidas a 7.500 ciclos de escovação com os diferentes dentifrícios: Crest
Regular (Controle), Crest Extra Whitening, Dental Care A &H, Rembrandt Extra
Whitening (peróxido de carbamida + alumina) e um dentifrício experimental (peróxido
de hidrogênio e carbonato de lcio). Os dados foram analisados e os autores
concluíram que os dentifrícios que contém peróxido de carbamida ou peróxido de
hidrogênio combinado com alumina + sílica e carbonato de lcio, respectivamente
produziram uma menor mudança na Ra quando comparados com o grupo controle e
com os dentifrícios que possuem bicarbonato (grupos 2 e 3).
Arnold & Gaengler (2006) investigaram a distribuição de Ca, P e C da pré-
dentina, dentina e esmalte de dentes decíduos e permanentes utilizando o EDX. No
dente em desenvolvimento o Ca e o P aumentam rapidamente da parte externa até
a dentina mineralizada. Nos prismas do esmalte em desenvolvimento o Ca e P
aumentam linearmente da superfície até a junção esmalte-dentina. No dente
permanente apenas uma pequena camada de pré- dentina foi encontrada. O Ca e P
Revisão da Literatura_____________________________________________
25
contidos no esmalte e na dentina que circunda a polpa de dentes permanentes
foram encontrado em maior quantidade do que nos dentes em desenvolvimento. A
proporção Ca/P diferiu entre a pré-dentina e dentina, mas no esmalte jovem e
mineralizado esta proporção se mostrou a mesma. A diferença na distribuição de Ca
e P refletiu diferentes padrões de mineralização da matriz do esmalte e da dentina
humana.
Arnold et al. (2006) investigaram o efeito de quatro dentifrícios com diferentes
tipos de flúor na remineralizão do esmalte dental. Foram utilizados noventa pré-
molares humanos. Foi feita uma janela de 3x3 mm no esmalte para aplicação de
uma solução desmineralizadora com pH 4,8% durante cinqüenta dias. Os dentes
foram divididos em seis grupos e a outra metade da janela foi coberta com verniz e
utilizada como controle positivo. Os dentes foram imersos em diferentes soluções
slurry durante 48 horas. Dez dentes de cada grupo foram utilizados para a
determinação do flúor contido na camada superficial do esmalte e a solubilidade
ácida do esmalte foi expressa pelo fosfato solúvel. Seis dentes de cada grupo
receberam cortes seriais e foram investigados com o microscópio de luz polarizada
(PLM) e pela análise quantitativa de energia dispersiva por Rx (EDX). Os resultados
do PLM mostraram um aumento na remineralização do corpo- da- lesão através da
solução Elmex anticárie, Elmex sensitive e Colgate GRF, mas não para o grupo da
solução Blend-a-med. O EDX não mostrou diferença estatística nos componentes C,
P e F entre os grupos. Houve uma diferença significativa de Ca na camada
superficial do esmalte entre a janela experimental e a janela controle do grupo Elmex
anticáries. Não houve diferença na proporção Ca/P para nenhum grupo e nenhuma
janela.
Revisão da Literatura_____________________________________________
26
Joiner & Bebington (2006) avaliaram a eficácia de dois dentifrícios na
remoção de manchas extrínsecas e seus efeitos no desgaste da dentina e do
esmalte dental. Um dentifrício clareador contendo carbonato de cálcio e perlite como
abrasivos foi utilizado. Este dentifrício demonstrou ser eficaz na remoção de
manchas extrínsecas (in vitro e in vivo), possuir maior efetividade que dentifrício não
clareador contendo sílica utilizado como grupo controle. Os dentifrícios foram usados
durante duas semanas, duas vezes ao dia em 152 voluntários num estudo duplo
cego. O autor observou tamm que o aumento no clareamento dental não mostrou
veis significantes de desgaste do esmalte e dentina.
Moraes et al. (2006) examinaram o efeito do peróxido de carbamida 10 e 35%
na rugosidade superficial do esmalte dentário, porcelana feldispática, compósitos
microhíbridos e microparticulados. Amostras cilíndricas padronizadas foram
preparadas com os materiais restauradores e os fragmentos dentais foram obtidos
das superfícies linguais e vestibulares de molares humanos. Os espécimes foram
divididos em três grupos (n=10) de acordo com o tratamento realizado: água
destilada (controle) e peróxido de carbamida (PC) 10 e 35%. O PC 10% foi aplicado
por três horas diárias durante 21 dias e o PC 35% durante trinta minutos
semanalmente durante 21 dias. A medida da rugosidade superficial foi realizada
após 24 horas, sete, 14, 21 dias de tratamento. Os dados foram avaliados utilizando
ANOVA e o teste Tukey (significância de 5%). As amostras do grupo controle não
sofreram alterações durante todo o período de teste. Para o PC 10% apenas o grupo
da porcelana apresentou uma superfície rugosa após o 21º dia de tratamento. Com
o uso do PC 35% a rugosidade aumentou significativamente durante a primeira e
segunda semana de tratamento para o esmalte e após a terceira semana para a
Revisão da Literatura_____________________________________________
27
porcelana e compósito micro híbrido. Os compósitos microparticulados não
mostraram alterações na rugosidade superficial.
White et al. (2006) examinaram in vitro os efeitos de tiras de peróxido de
hidrogênio na microdureza superficial, morfologia do esmalte, ultra-estrutura e
composição química do esmalte e da dentina. Molares humanos sadios foram
preparados para receberem o tratamento clareador. Uma metodologia de
tratamentos cíclicos foi empregada com alternadas exposições à saliva humana e
tratamentos clareadores. As tiras utilizadas foram Crest Whitestrips (peróxido de
hidrogênio 6,0 e 6,5%). O grupo controle não recebeu tratamento. As tiras de
peróxido de hidrogênio foram utilizadas duas vezes mais que a quantidade
recomendada pelo fabricante (28 horas de clareamento). Medidas da coloração da
superfície dental foram obtidas antes e após o clareamento para se certificar da ação
do tratamento. A ação do clareamento sobre as propriedades físicas foi verificada
através da medida da microdureza. Efeitos ultra-estruturais foram avaliados pela
microscopia de varredura a laser superficial e sub-superficial e pela microscopia
eletrônica de varredura. Ainda, os efeitos do clareamento na composição micro-
química do dente foram estudados em diferentes regiões do elemento dental através
da espectroscopia FT-Raman. O clareamento dental com tiras de peróxido de
hidrogênio não produz alterações histomorfológicas da superfície/ sub-superfície,
microdureza e ultra-estrutura dos dentes. Além do mais, segundo os autores, pela
primeira vez, os resultados desse estudo confirmaram a segurança dessa técnica de
clareamento na composição micro química medida pela espectroscopia FT-Raman.
Wosrchech et al. (2006) avaliaram a rugosidade do esmalte humano tratado
com peróxido de carbamida 10% em diferentes tempos e submetidos à escovação
simulada com diferentes tipos de dentifrícios. Foram utilizados sessenta fragmentos
Revisão da Literatura_____________________________________________
28
de esmalte humano sadio, divididos aleatoriamente em quatro grupos (n=15): G1.
Não escovado; G2. escovado com dentifrício fluoretado; G3. escovado com
dentifrício abrasivo não fluoretado; G4. escovado sem dentifrício. Após a obtenção,
os fragmentos de molares foram polidos com lixa e pastas abrasivas. Um
perfilômetro foi utilizado na superfície de cada espécime para obtenção da
rugosidade superficial inicial em cada tempo experimental. O clareamento foi
realizado durante seis horas diárias. Após esse tratamento, cada fragmento recebeu
escovação e foi armazenado em saliva artificial. Foram observadas diferenças
significativas nos valores da rugosidade nos esmaltes clareados e tratados com
diferentes métodos de escovação. Os grupos 1 e 4 não apresentaram diferença
significativa na rugosidade, G2 e G3 aumentaram significativamente os valores da
rugosidade superficial. Este estudo mostrou que o peróxido de carbamida 10% não
altera a rugosidade superficial, mas a escovação com diferentes tipos de dentifrícios
aumentou significativamente a rugosidade superficial do esmalte dentário.
Al-Salehi et al. (2007) investigaram o efeito da concentração peróxido de
hidrogênio (PH) na perda mineral e na microdureza de dentes bovinos. Eles
utilizaram 25 dentes bovinos intactos que foram armazenados em água destilada.
Cinco dentes foram seccionados e quatro amostras foram obtidas para esmalte e
dentina. As amostras foram divididas em quatro grupos e imersas em PH 0, 3, 10 ou
30% durante 24 horas numa temperatura de 37ºC e em seguida foram realizadas
análises de liberação de íons. Os 21 dentes restantes foram incluídos em resina e a
parte de cima dos espécimes foi polida para exposição do esmalte e dentina para
realização da microdureza. Esses espécimes foram aleatoriamente divididos em três
grupos e os valores da microdureza vickers foram gravados na superfície do esmalte
e da dentina antes e as o clareamento. A diferença na liberação de íons após o
Revisão da Literatura_____________________________________________
29
tratamento entre o grupo controle e os demais grupos foi estatisticamente
significativa. A liberação de íons cálcio e potássio aumentou com o aumento da
concentração do peróxido de hidrogênio. Uma significativa redução da dureza
Vickers tamm foi observada após o clareamento.
Bistey et al. (2007) determinaram alteração do esmalte após clareamento com
peróxido de hidrogênio utilizando a espectroscopia infra vermelho. A
espectroscopia é capaz de mostrar alterações no esmalte humano após clareamento
com peróxido e essa alteração é proporcional à concentração do peróxido utilizado.
Neste estudo foi testado o peróxido de hidrogênio nas concentrações de 10, 20 e
30% com diferentes tempos de tratamentos. Foram utilizadas trinta amostras
incluídas em resina para a realização da espectroscopia. Comparando-se os
esmaltes tratados e os não tratados os autores observaram que as mudanças
estruturais do esmalte humano foram proporcionais ao tempo de clareamento e à
concentração do gel. De acordo com esses resultados é recomendado que se use
concentrações baixa da de gel e um curto período para a realização do clareamento
dental.
Braun et al. (2007) verificaram a hipótese de que a eficiência do clareamento
de dentes vitais depende da concentração do peróxido de carbamida (PC). Para
isso, utilizaram a superfície vestibular dos dentes de trinta pacientes que foram
clareados com PC 10, 17 ou 0% (controle) durante uma semana. A cor dos dentes
foi determinada por um método visual (LCH color space) e por um
espectrofotômetro. Diferenças na luminosidade foram medidas para verificação do
processo de clareamento. Após duas semanas de tratamento, a coloração do dentes
foi verificada novamente para avaliação da estabilidade da coloração adquirida. A
primeira modificação na coloração foi observada no terceiro dia de tratamento para o
Revisão da Literatura_____________________________________________
30
grupo do PC 17% e após sete dias para o grupo PC 10%. Após uma semana de
clareamento, os valores do brilho e do croma foram significativamente diferentes
quando comparados com o grupo controle, mas o houve variação entre os grupos
clareados. Esse estudo indicou que agentes clareadores com uma maior
concentração do gel podem ter um efeito mais rápido, mas que com o tempo, os
mesmos resultados podem ser obtidos com uma concentração mais baixa do
produto. Após os tratamentos uma regressão dos resultados obtidos é esperada.
Caballero et al. (2007) analisaram o efeito de dois produtos clareadores na
superfície do esmalte dental humano. Os géis de peróxido de carbamida 10% e
peróxido de hidrogênio 3,5% foram utilizados em vinte pacientes em moldeiras para
dentes anteriores. plicas da superfície dental antes e após os tratamentos foram
obtidas e foram observadas em microscópio eletrônico de varredura. As imagens
obtidas mostraram que o houve mudança na estrutura do esmalte dental. Os
autores concluíram que os tratamentos realizados não afetaram a supercie do
esmalte humano e nenhuma mudança pós- operatória foi observada.
Campos et al. (2007) determinaram in vitro a eficácia de três agentes
clareadores para branqueamento de dentes decíduos manchados artificialmente.
Os dentes foram manchados e divididos em três grupos (n=15) e então submetidos
ao tratamento clareador com peróxido de hidrogênio 35%, peróxido de carbamida
35% e peróxido de carbamida + perborato de sódio. O grupo controle (n=5) não foi
clareado. Mudanças de cor foram avaliadas com o uso da análise de
fotorreflectância e possíveis alterações na superfície do esmalte foram avaliadas
através da microdureza Vickers. Os resultados confirmaram a ação clareadora dos
três agentes testados. Não houve diferença significativa da microdureza
Revisão da Literatura_____________________________________________
31
comparando-se os grupos submetidos aos três agentes clareadores e ao grupo
controle.
Joiner (2007) investigou, através de uma revisão de literatura, os efeitos de
produtos e soluções a base de peróxido nas propriedades do esmalte e da dentina.
O autor concluiu que esses produtos e soluções não têm efeito deletério significativo
na morfologia superficial e química, microdureza superficial e subsuperficial do
esmalte e da dentina. Além disso, estudos in vitro indicam que eles não têm efeitos
clínicos deletérios significativamente relevantes na perda subseqüente de esmalte e
dentina causados por desafios ácidos, abrasão de dentifrício ou formação de lesão
de cárie. O autor concluiu que os estudos que apresentaram algum desses efeitos,
em geral, tiveram alguma limitação no método de estudo in vitro, ou utilizaram algum
produto em particular com pH baixo que poderiam explicar as mudanças observadas
no esmalte ou na dentina.
Tezel et al. (2007) compararam a perda de cálcio do esmalte dental tratado
com Peróxido de Hidrogênio (PH) a 38 e 35% e Peróxido de Carbamida (PC) a 10%.
Para isso, os autores utilizaram dez pré molares que foram seccionados vestíbulo
lingual e longitudinalmente para obterem quatro amostras de cada dente. Então, os
escimes foram divididos aleatoriamente em quatro grupos para receberem os
seguintes tratamentos: 1. PH 38%, 2. PH 35% ativado por luz, 3. PC 10%, 4. Grupo
Contole (sem agente). As amostras foram tratadas com uma solução
desmineralizante (pH= 4) durante 16 dias. A solução foi trocada no quatro, oitavo,
12
0
e 16
0
dia. A concentração de cálcio foi medida por um espectrofotômetro de
absorção atômica. No final do 16
o
dia os íons cálcio liberados por mm
2
foram
calculados cumulativamente. Ocorreu uma diferença na desmineralização entre os
grupos: controle e PH 35% ativado por luz e entre os grupos: controle e PH 38%.
Revisão da Literatura_____________________________________________
32
Não ouve diferea significativa entre os grupos: Controle e PC 10%. Os autores
concluíram que os PH 38 e 35% podem causar maior perda de cálcio do esmalte
dental comparando-se ao PC 10%.
Faraoni-Romano et al. (2007) avaliaram a microdureza e rugosidade do
esmalte e dentina de dentes bovinos clareados com peróxido de carbamida (PC).
Foram utilizados 52 blocos de esmalte e dentina (raiz) de 6x3x2 mm, divididos
aleatoriamente em três grupos (n=13), armazenados separadamente e clareados
com os seguintes agentes: PC 10%, PC 15% e PC 22%. O grupo controle recebeu
apenas saliva artificial. Os agentes foram aplicados diariamente durante duas horas,
seguido de imersão em saliva artificial por duas horas durante 21 dias. A
microdureza knoop e a rugosidade superficial foram medidas inicialmente no tecido
sadio e na fase pós-clareamento. No esmalte, a microdureza avaliada após o
clareamento com PC 10 e 15% foram similares e significativamente menores da
observada no grupo controle. Os espécimes clareados com PC 22% não foram
diferentes dos outros grupos testados, concluindo-se que, para o esmalte, a
diferença não está relacionada com a concentração dos géis utilizados. Para a
dentina (raiz) mudanças na microdureza não foram percebidas. O teste ANOVA não
mostrou diferença significativa entre os tratamentos no que diz respeito à rugosidade
superficial.
Gotz et al. (2007) examinaram os efeitos do tratamento clareador com
elevadas concentrações de peróxido de hidrogênio (PH) na integridade da superfície
e sub-superfície do elemento dental. Para isso, foram utilizados molares humanos
sadios que foram polidos proporcionando superfície uniforme para receber o
clareamento. Foi realizado tratamento cíclico, incluindo exposição à saliva humana e
ao tratamento clareador em condições de temperatura e duração de controlados. O
Revisão da Literatura_____________________________________________
33
clareamento foi realizado com tiras contendo gel de PH nas concentrações de 13 e
16%. Um grupo não clareado foi utilizado como controle. O tratamento incluiu 28
horas de exposição in vitro ao gel clareador. A cor do dente foi medida antes e após
o clareamento. Efeitos do tratamento na estrutura física da superfície dental foram
medidos através da microdureza do esmalte. Efeitos ultra-estruturais foram
avaliados pelas técnicas da microscopia de varredura por laser confocal superficial e
sub-superficial. os efeitos do clareamento na composição micro-química do
esmalte foram estudados pela espectroscopia FT-Raman e microscopia confocal.
Avaliação da cor confirmou significativo clareamento dental. As medidas da
microdureza superficial e microscopia eletrônica de varredura não revelaram efeitos
deletérios na superfície do esmalte. A avaliação micromorfológica através da
microscopia de varredura por laser confocal mostrou que o uso do PH é seguro tanto
na superfície quanto na sub superfície do esmalte, junção amelo-dentinária e na
ultra estrutura da dentina. A análise espectroscópica Raman demonstrou efeitos não
óbvios do tratamento clareador na composição micro-química do esmalte e da
dentina. Efeitos significativos do clareamento foram vistos na redução da referência
da medida de luminescência do espectro Raman obtidos do esmalte e da dentina.
Os autores concluíram que as tiras de PH o produziram mudanças histológicas na
superfície e sub-superfície, na microdureza superficial e na composição micro-
química do elemento dental.
Leandro et al. (2008) avaliaram a microdureza do esmalte submetido ao
peróxido de carbamida 10% e à diferentes métodos de remineralização com fluoreto
de sódio. Foram utilizados terceiros molares inclusos para obtenção de 75 blocos
dentais divididos em cinco grupos (n=15): G1- controle (sem tratamento), G2-
peróxido de carbamida 10%, G3- peróxido de carbamida + flúor fosfato acidulado,
Revisão da Literatura_____________________________________________
34
G4- peróxido de carbamida + NaF 0,2% e G5- peróxido de carbamida + Naf 0,05%.
Os autores concluíram que houve diferença na microdureza no grupo tratado apenas
com peróxido de carbamida e que terapias com NaF são recomendadas durante os
tratamentos clareadores.
35
3 PROPOSIÇÃO
Os objetivos deste trabalho foram:
1. Quantificar a alteração de cor do esmalte dental bovino após clareamento externo
com peróxido de hidronio a 6,0% e Peróxido de Carbamida 10% submetidos à
escovação simulada com dois dentifrícios clareadores e um dentifrício placebo.
2. Avaliar a rugosidade superficial do esmalte dental bovino, antes e após os
tratamentos clareadores e escovação simulada.
3. Avaliar a composição mineral do esmalte dental bovino antes e após o
clareamento e escovação simulada utilizando Espectroscopia por dispersão de raios
X.
36
4 TODO
4.1 Delineamento experimental (CEEA No 0041/07)
O delineamento experimental deste trabalho encontra-se descrito na Figura 1.
Unidade
experimental
Blocos de esmalte obtidos de incisivos bovinos
1) Tratamento clareador a. Peróxido de carbamida 10%
b.Peróxido de hidrogênio 6%
2) Escovação simulada a. Dentifrício Byofórmula
b. Colgate Total 12
c. Crest Multicare whitening
Fatores em estudo
3) Tempo a. Inicial
b. Pós-clareamento
c. Final
Variável resposta
1) Rugosidade inicial, pós-clareamento e final
2) Fotoreflectância inicial, pós-clareamento e final
3) Espectroscopia de dispersão de raio-X (µEDX) inicial,
pós-clareamento e final
Figura 1- Delineamento experimental
Foram utilizados dois agentes clareadores: peróxido de hidrogênio 6% (FGM),
peróxido de carbamida 10% (Discus), três dentifrícios: Colgate Total 12, Crest
MultiCare Whitening e Dentifrício Byofórmula (manipulado). As amostras foram
dividas em nove grupos (n=10), de acordo com a Figura 2.
Método__________________________________________________________
37
GRUPOS (n=10) AGENTE CLAREADOR DENTIFRÍCIO
Grupo 1 Peróxido de carbamida 10% (Discus ) Colgate total 12
Grupo 2 Peróxido de carbamida 10% (Discus ) Crest MultiCare Whitening
Grupo 3 Peróxido de carbamida 10% (Discus) Dentifrício Byofórmula
Grupo 4 Peróxido de Hidrógeno 6,0%(FGM) Colgate total 12
Grupo 5 Peróxido de Hidrógeno 6,0%(FGM) Crest MultiCare Whitening
Grupo 6 Peróxido de Hidrógeno 6,0%(FGM) Dentifrício Byofórmula
Grupo 7 Sem agente clareador Colgate total 12
Grupo 8 Sem agente clareador Crest MultiCare Whitening
Grupo 9 Sem agente clareador Dentifrício Byofórmula
Figura 2 - Divisão dos grupos
4.2 Preparo dos blocos
Foram utilizados 45 dentes incisivos bovinos, provenientes do mesmo lote de
animais, para maior segurança quanto ao tipo de alimentação recebida pelos
mesmos e ao grau de calcificação de seus dentes. Após exodontia, os dentes foram
armazenados em solução de timol 0,1% (Byofórmula Imp Exp) por 24 horas a
temperatura ambiente, para desinfecção (Goo et al., 2004). Posteriormente, foram
submetidos à raspagem manual com cureta periodontal (Macall 13/14 (Hu-Friedy
Mfg.Co. Chicago, USA), para remão de debris orgânicos e receberam profilaxia
com jatos de bicarbonato de sódio e água com auxilio de escova de Robinson em
baixa rotação. Os espécimes foram examinados, sob lupa com aumento de 4X,
quanto à presença de linhas de fratura e trincas, que eventualmente poderiam
influenciar os resultados do estudo. Dentes que apresentaram alguma dessas
Método________________________________________________________
38
características, foram automaticamente rejeitados. Em seguida, os dentes foram
armazenados em saliva artificial, em estufa, até o momento de sua utilizão.
Após a seleção, foram obtidos blocos cúbicos com 4 x 4 x 3mm, a partir da
superfície vestibular dos dentes. Para isso, foi utilizada uma cortadeira de precisão
(LABCUT 1010, Extec Corp) que separou a coroa da raiz dos incisivos. Em seguida,
1mm das faces proximais, incisais e cervicais foram descartadas e somente a
superfície central e plana da coroa foi dividida em aproximadamente quatro
fragmentos (Figura 3).
As faces proximais e a região lingual do cubo foram desgastadas com lixa de
carbeto de silício #600 e óxido de alumínio #1200, em politriz (DP10 - Panambra)
sob refrigeração com água, obtendo-se assim fragmentos dentais com dimensões de
4x4 mm de comprimento e largura e 3mm de espessura, medidos com paquímetro
digital (Digimess, Brasil Hobby). Os blocos foram armazenados então em saliva
artificial, em estufa a 37
o
C durante todo o experimento, exceto enquanto foram
clareados e escovados.
Figura 3 - Dente bovino cortado em cubos
Método________________________________________________________
39
4.3 Ensaio de fotorreflectância
As amostras de todos os grupos foram posicionadas em um aparelho de
fotorreflectância (Figura 4) para realização da leitura inicial, obtendo-se assim os
grupos controle. Foi utilizado um sistema de análise, composto por um
espectrômetro, uma esfera integradora de teflon™, uma mpada halógena (ROI-
Ram Optical Instrumentaion modelo 150 illuminator) como fonte de luz branca,
duas fibras ópticas e um computador. A luz halógena foi acoplada a uma fibra óptica
de 600µm de diâmetro (Fiberguide G fiber 600/660T) incidindo sobre cada amostra
dentro da esfera integradora a uma distância de 3mm. A potência da luz branca
medida na extremidade da fibra será de 4mW. A radiação espalhada pela amostra
foi captada por uma fibra óptica de 600µm de diâmetro acoplada a um
espectrômetro (Oriel Instruments mod 77702), e transferida deste para o
computador para visualização dos gráficos.
Antes da captura do espectro, o sistema foi calibrado quanto ao comprimento
de onda, irradiando-se sobre a esfera integradora o feixe de laser de Hélio-neônio
vermelho (632,8nm), amarelo (594nm) e a lâmpada de mercúrio do ambiente (435,8
nm e 546,1nm). Para minimizar erros provenientes de eventuais instabilidades
instrumentais, o sinal de background, bem como o sinal de referência proveniente da
amostra branco padrão (Teflon™), foram captados antes das medidas e a cada dez
minutos durante as leituras. Os Sinais foram analisados no programa Microcal Origin
6.0™, observando-se o formato da curva espectral e a área sob a curva.
Método________________________________________________________
40
Figura 4 - Vista geral do sistema para medidas de reflectância
4.4 Ensaio de rugosidade superficial
A superfície de cada amostra foi avaliada com o auxílio de um rugosímetro
SURFTEST. 301 (Mitutoyo), do Laboratório de Materiais e Tecnologia da Faculdade
de Engenharia de Guaratinguetá – UNESP (Figura 5). O aparelho foi posicionado de
tal maneira que a ponta de diamante percorresse toda a superfície dos espécimes.
Em cada operação de leitura considerada, a rugosidade representou a média
aritmética entre os picos e vales registrados. Em seguida, o computador do
rugosímetro calculou, a partir dessa curva, os parâmetros de rugosidade referentes a
essa medição. Entre os parâmetros de rugosidade, o mais utilizado é a rugosidade
média (Ra) geralmente medida em m”. Foram realizadas três leituras em cada
corpo-de-prova que passaram pelo centro do fragmento, formando três linhas que se
cruzaram em diferentes direções. A partir dessas leituras, foram obtidos o Ra médio
e seu desvio padrão correspondente a cada amostra. Nas áreas onde foi encontrada
alguma irregularidade nítida, nova leitura foi realizada.
Para os grupos de 1 a 6, foram realizadas três leituras da rugosidade
Método________________________________________________________
41
superficial, uma leitura inicial realizada antes dos tratamentos, uma intermediária
após o clareamento dental e uma final após a escovação simulada. Os grupos 7, 8 e
9 receberam duas leituras, uma inicial e uma final após a escovação simulada.
Figura 5 Rugosímetro SURFTEST 301 (Mitutoyo) para realização das medidas da
rugosidade superficial
4.5 Ensaio de µEDX
A análise por Fluoresncia de Raios-X (FRX) é um método semiquantitativo
baseado na medida da intensidade dos raios-X característicos emitidos pelos
elementos que constituem a amostra quando devidamente excitada.
As leituras inicial, pós-clareamento e final de cada amostra foram realizadas
em todos os grupos, utilizando o Espectrômetro de Fluorescência de Raios-X por
Energia Dispersiva (EDX-1300, Shimadzu, Japão) do Laboratório de
Espectroscopia Vibracional Biomédica do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento
Método________________________________________________________
42
(IP&D) da Universidade do Vale do Paraíba. (Figura 6). Foi realizada análise dos
componentes minerais, cálcio (Ca) e fósforo (P) das amostras.
Para a leitura, as amostras foram posicionadas seqüencialmente na ordem de
cada grupo sobre uma placa de vidro, que foi colocada na base do equipamento que
realiza movimentação mecânica em três eixos (x, y e z). A varredura foi realizada a
cada 200µm, totalizando três pontos pré determinados por superfície com um tempo
de leitura de cem segundos por ponto.
Figura 6 - Espectrômetro de fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva EDX – 1300,
shimadzu Japão) e detalhe do interior do equipamento
4.6 Protocolo de clareamento dental
4.6.1 Peróxido de hidrogênio 6%
O gel foi aplicado duas vezes ao dia (12 em 12 horas) numa camada de
Método________________________________________________________
43
aproximadamente 1mm através de uma seringa de insulina BD-Ultra-Fine II. O
agente permaneceu na amostra durante uma hora a cada aplicação. Em seguida, o
gel foi removido e as amostras lavadas em água corrente e armazenadas em saliva
artificial. Os mesmos passos anteriores foram repetidos até completarem 15 dias de
tratamento.
4.6.2 Peróxido de carbamida 10%
O gel foi aplicado diariamente nos fragmentos dentais numa camada de
aproximadamente 1mm através de uma seringa de insulina BD-Ultra-Fine II. O
agente permaneceu na amostra por um período de seis horas diárias. Em seguida, o
gel foi removido e as amostras lavadas em água corrente e imersas em saliva
artificial por 18 horas. Os mesmos passos anteriores foram repetidos até
completarem trinta dias de clareamento.
4.7 Análises pós-clareamento
As análises intermediárias da fotorreflectancia, da rugosidade superficial e do
µEDX foram realizadas seguindo os mesmos padrões anteriormente descritos.
4.8 Escovação simulada
A escovação foi realizada nos grupos 1- 6 após o clareamento dental e nos
grupos 7, 8 e 9 que não receberam tratamento com gel clareador. Para isso, foi
utilizada uma máquina de escovação com capacidade para oito corpos-de-prova -
Método________________________________________________________
44
Equilabor, do Laboratório de Materiais Dentários da Universidade de Piracicaba.
Essa máquina possui um sistema propulsor apropriado, que permitiu para cada
escova dental nela fixada, um curso linear de 20mm de extensão, com velocidade
constante de 4,5 ciclos por segundo (ida e volta). O mero de ciclos foi registrado
por um dispositivo (Figura 7).
Figura 7 - Máquina de escovação simulada – Equilabor
Para a escovação foi utilizada escova Oral B indicador interdental tamanho
médio, consistência macia e pontas arredondadas. A ponta ativa da escova (cabeça)
foi seccionada do cabo e fixada no dispositivo do porta escova da máquina, de modo
a ficar com o longo eixo das cerdas perpendicular à supercie do corpo-de-prova. Os
fragmentos dentais foram posicionados em placas de acrílico e o conjunto fixado no
fundo do recipiente metálico de escovação da máquina.
Em seguida, foi preparada a solução Slurry, composta por 50g do dentifrício
utilizado em cada grupo e 150ml de água destilada (Worschech et al., 2006), obtidos
através de uma balança de precisão (Figura 8). As partes foram incorporadas com o
auxílio de um agitador magnético com aquecimento (Figura 8), ambos do Laboratório
de Dentística Restauradora da Universidade de Piracicaba (FOP).
Método________________________________________________________
45
A solução Slurry foi colocada em seringas descartáveis (10mL) e injetada
dentro das cerdas das escovas dentais. As amostras foram escovadas em
movimentos lineares, totalizando trinta mil ciclos para cada corpo-de-prova, por um
período de duas horas e meia. O percurso de escovação sobre os corpos-de- prova
foi de 20mm sob carga estática axial de 200g, colocada sobre o suporte do
dispositivo do porta escova, simulando a força empregada durante os procedimentos
de higiene oral. As escovas e os dentifrícios foram substituídos a cada troca de
corpo-de-prova, ou seja, após duas horas e meia de escovação contínua. Após
completar os ciclos de escovação, as amostras foram removidas da máquina e
lavadas em água corrente, permanecendo em saliva artificial em temperatura
ambiente.
Figura 8 - Balança de Precisão Digital (A&D Company Limited Japan), agitador Magnético
com aquecimento (NT-103 - Nova Técnica) e a Solução de Slurry
4.9 Análises finais
As análises finais da fotorreflectância, da rugosidade superficial e do µEDX
foram realizadas em todos os grupos, seguindo os mesmos padrões anteriormente
descritos.
Método________________________________________________________
46
4.10 Análise estatística
Os dados obtidos após os tratamentos realizados foram submetidos à análise
estatística através do teste ANOVA, Tukey e Dunnett com significância de 5%.
47
5 RESULTADOS
Inicialmente, foi realizada a análise exploratória dos dados no programa
estatístico SAS 9.1 para determinar a adequação dos valores de rugosidade
superficial, reflectância e µEDX aos parâmetros da Análise de Variância (Anexo 1).
Os dados da rugosidade superficial (Apêndice B, C e D) foram transformados em
logaritmo base10 para realização da análise estatística Em todas as variáveis de
resposta, foi aplicada Análise de Variância (ANOVA) com Medidas Repetidas no
Tempo. Verificada significância estatística, utilizou-se o teste de Tukey para
comparações múltiplas entre as médias.
Nos grupos clareados (1 a 6), um tratamento adicional foi analisado pela
ANOVA / teste de Dunnett: o momento após o clareamento.
As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se os programas
estatísticos SAS versão 9.1, com nível de significância (α) fixado em 5%.
5.1 Rugosidade superficial
A análise estastica avaliou o efeito dos fatores grupo e “tempo”
separadamente, e a interação entre eles. Os resultados da Análise de Variância
apontaram significância estatística para a interação entre os dois fatores (p=0,
0006). A interação significativa (“grupox “tempo”) foi desdobrada utilizando-se o
teste de Tukey para indicar as diferenças encontradas (Tabela 1).
A rugosidade do período inicial nos grupos 3, 6, 8 e 9 foi significativamente
menor que no período final. No grupo 7, o inverso aconteceu. Nos demais grupos (1,
2, 4 e 5), os valores dos dois períodos foram semelhantes entre si. No período
Resultados______________________________________________________
48
inicial, todos os nove grupos apresentaram valores semelhantes de
rugosidade. No período final, os maiores valores de rugosidade foram observados
nos grupos 1, 3, 5, 6 e 9; os quais foram estatisticamente diferentes dos grupos 4 e
7. O grupo 2 apresentou valor intermediário, semelhante aos demais grupos. O
grupo 8 também apresentou valor intermediário, semelhante aos grupos 1, 3, 4, 5, 6
e 9 porém, diferente do grupo 7.
Tabela 1 - Média (desvio-padrão) da rugosidade superficial dos grupos experimentais no
período inicial e final ٭
Tempo Grupo
Inicial Final
1 PC 10%, Colgate total 12 5.1 (1.4) Aa 5.8 (1.3) Aa
2 PC 10%, Crest multicare whitening 4.4 (0.5) AA 5.0 (1.2) ABCa
3 PC 10%, Dentifrício Byoformula 4.7 (1.1) Ab 5.7 (1.6) Aa
4 PH 6%, Colgate total 12 3.7 (1.1) AA 3.9 (1.4) BCa
5 PH 6%, Crest multicare whitening 5.2 (1.6) Aa 6.0 (1.2) Aa
6 PH 6%, Dentifrício Byoformula 4.8 (1.5) Ab 5.9 (1.5) AA
7 Não Clareado, Colgate total 12 4.6 (1.3) AA 3.7 (1.3) Cb
8 Não Clareado, Crest multicare
whitening
4.5 (1.1) Ab 5.6 (1.2) Aba
9 Não Clareado, Dentifrício Byoformula 4.4 (0.8) Ab 6.1 (1.1) AA
٭ Médias seguidas de letras distintas representam significância estatística (Anova com Medidas Repetidas
no Tempo / Tukey, alfa=5%). Maiúsculas comparam grupos e minúsculas comparam tempos
Posteriormente, o teste de Dunnett foi aplicado com o objetivo de comparar o
período após clareamento aos demais períodos, nos grupos 1 ao 6 (Tabela 2). A
leitura da rugosidade demonstrou que as unidades dos grupos 1 e 2 apresentavam
valores significativamente mais baixos no período após clareamento,
estatisticamente diferentes dos demais períodos. Nos grupos 3, 5 e 6, os valores
Resultados____________________________________________________
49
obtidos no período final encontravam-se significativamente mais altos que os do
tempo dois (Pós clareamento).
Tabela 2 - Média (desvio-padrão) da rugosidade superficial nos grupos submetidos ao
clareamento, nos três períodos avaliados ٭
Tempo Grupo
Inicial Pós Clareamento Final
1 PC 10%, Colgate total 12 5.1 (1.4)* 3.7 (0.8) 5.8 (1.3)*
2 PC 10%, Crest multicare
whitening
4.4 (0.5)* 3.5 (1.2) 5.0 (1.2)*
3 PC 10%, Dentifrício Byoformula 4.7 (1.1) 3.7 (1.4) 5.7 (1.6)*
4 PH 6%, Colgate total 12 3.7 (1.1) 3.5 (1.1) 3.9 (1.4)
5 PH 6%, Crest multicare
whitening
5.2 (1.6) 4.6 (1.5) 6.0 (1.2)*
6 PH 6%, Dentifrício Byoformula 4.8 (1.5) 4.3 (1.0) 5.9 (1.5)*
٭Asteriscos representam médias significativamente diferentes das obtidas no tempo 2 / após clareamento
(Anova/Dunnett, alfa=5%)
5.2 Fotorreflectância (Avaliação de cor)
Após a obtenção das leituras foram calculadas as médias para realizão da
analise estatística (Apêndice A). Os valores obtidos na análise de reflectância estão
apresentados nas Tabelas 3 e 4. O aumento no valor de reflectância indica o
clareamento das unidades experimentais. A Análise de Variância avaliou o efeito dos
fatoresgrupoe “tempo” separadamente, e a interação entre eles. Os resultados da
análise estastica também apontaram significância estatística para a interação entre
os dois fatores (p<0,0001). A interação significativa (“grupo” x “tempo”) foi
desdobrada utilizando-se o teste de Tukey para indicar as diferenças encontradas
(Tabela 3).
Resultados____________________________________________________
50
Nos nove grupos experimentais, o valor de reflectância no período final foi
significativamente maior que no período inicial. No período inicial, o grupo 3
apresentou valor semelhante apenas ao do grupo 2, e estatisticamente inferior ao
dos demais grupos. No período final, os grupos 2 e 3 apresentaram valores mais
altos, significativamente diferentes dos grupos 5, 7, 8 e 9.
Tabela 3 - Média (desvio-padrão) da reflectância dos grupos experimentais no período inicial
e final ٭
Tempo Grupo
Inicial Final
1 PC 10%, Colgate total 12 18321.6 (326.2) ABb 20027.2 (709.5) ABCa
2 PC 10%, Crest multicare whitening 17673.3 (556.2) BCb 20310.5 (345.0) Aba
3 PC 10%, Dentifrício Byoformula 17304.7 (461.7) Cb 20494.5 (393.0) AA
4 PH 6%, Colgate total 12 18059.9 (642.6) ABb 19941.5 (357.6) ABCa
5 PH 6%, Crest multicare whitening 18355.1 (432.3) ABb 19651.8 (460.5) BCDa
6 PH 6%, Dentifrício Byoformula 18127.7 (429.3) ABb 19918.0 (385.0) ABCa
7 Não Clareado, Colgate total 12 18258.9 (415.8) ABB 18807.2 (698.9) Ea
8 Não Clareado, Crest multicare
whitening
18189.9 (487.9) ABb 19031.9 (726.8) DEa
9 Não Clareado, Dentifrício Byoformula 18521.4 (508.2) Ab 19393.4 (482.0) CDEa
٭Médias seguidas de letras distintas representam significância estatística (Anova com Medidas Repetidas no
Tempo / Tukey, alfa=5%). Maiúsculas comparam grupos e minúsculas comparam tempos
A Tabela 4 apresenta as comparações entre os valores obtidos no período 2
(após o clareamento) e os demais períodos (teste de Dunnett). Em todos os seis
grupos avaliados, os valores encontrados no período inicial apresentavam-se
significativamente mais baixos que no período após o clareamento. Não foram
observadas diferenças entre os períodos dois e final.
Resultados____________________________________________________
51
Tabela 4 - Média (desvio-padrão) da reflectância nos grupos submetidos ao clareamento,
nos três períodos avaliados ٭
Tempo Grupo
Inicial Após Clareamento Final
1 PC 10%, Colgate total 12 18321.6 (326.2)* 20230.3 (452.6) 20027.2 (709.5)
2 PC 10%, Crest multicare
whitening
17673.3 (556.2)* 20169.7 (538.3) 20310.5 (345.0)
3 PC 10%, Dentifrício
Byoformula
17304.7 (461.7)* 20368.1 (619.3) 20494.5 (393.0)
4 PH 6%, Colgate total 12 18059.9 (642.6)* 19870.4 (522.4) 19941.5 (357.6)
5 PH 6%, Crest multicare
whitening
18355.1 (432.3)* 19592.8 (556.6) 19651.8 (460.5)
6 PH 6%, Dentifrício
Byoformula
18127.7 (429.3)* 19793.9 (286.6) 19918.0 (385.0)
٭Asteríscos representam médias significativamente diferentes das obtidas no tempo 2/após clareamento
(Anova/Dunnett, alfa = 5%
5.3 µEDX
Após as leituras da concentração de cálcio e fosfato, foram calculadas as
médias aritméticas dos valores da proporção Ca/P que foram utilizadas para Análise
estatística (Apêndice E, F, G, H, I, J, K, L). Os valores obtidos na análise em µEDX
estão apresentados nas Tabelas 5 e 6. A proporção Ca/P foi considerada na análise
estatística. Valores acima de dois indicam perda mineral do tecido dental. A Análise
de Variância avaliou o efeito dos fatores “grupo” e “tempo” separadamente, e a
interação entre eles. A interação entre os dois fatores não foi significativa (p=0,23);
portanto, os fatores principais foram analisados separadamente. Não foram
observadas diferenças significativas entre os níveis do fator “grupo” (p=0,18), porém,
foram detectadas diferenças entre os tempos (p<0,0001), e as maiores médias da
proporção Ca/P foram observadas no tempo final (Tabela 5).
Resultados____________________________________________________
52
Tabela 5 - Média (desvio-padrão) da proporção de Ca/P dos grupos experimentais no
período inicial e final ٭
Tempo Grupo
Inicial Final
Tukey
1 PC 10%, Colgate total 12 2.0 (0.1) 3.7 (0.9) a
2
PC 10%, Crest multicare whitening
1.9 (0.2) 3.0 (0.4) a
3 PC 10%, Dentifrício Byoformula 2.0 (0.2) 3.5 (1.0) a
4 PH 6%, Colgate total 12 2.0 (0.1) 3.0 (0.6) a
5
PH 6%, Crest multicare whitening
2.2 (0.3) 3.5 (0.4) a
6 PH 6%, Dentifrício Byoformula 1.9 (0.2) 3.3 (1.1) a
7 Não Clareado, Colgate total 12 1.9 (0.1) 3.2 (0.7) a
8
Não Clareado, Crest multicare
whitening
2.0 (0.9) 2.9 (0.7) a
9 Não Clareado, Dentifrício Byoformula 2.0 (0.1) 3.2 (0.7) a
Tukey B A
٭Letras distintas representam signifincia estística (Anova com medidas repetidas no tempo/Tukey, alfa= 5%).
Maiúsculas comparam grupo e minúsculas comparam tempo
A Tabela 6 apresenta as comparações entre os valores da proporção de Ca/P
obtidos no período dois (após o clareamento) e os demais períodos (teste de
Dunnett). Em todos os seis grupos avaliados, os valores encontrados no período
inicial apresentavam-se significativamente mais baixos que no período após o
clareamento. No grupo 2, o valor da proporção Ca/P no período pós clareamento foi
também significativamente mais alta que no período pós ecovão.
Resultados____________________________________________________
53
Tabela 6 - Média (desvio-padrão) da proporção de Ca/P nos grupos submetidos ao
clareamento, nos três períodos avaliados ٭
Tempo Grupo
Inicial Após
Clareamento
Final
1 PC 10%, Colgate total 12 2.0 (0.1)* 3.6 (1.0) 3.7 (0.9)
2 PC 10%, Crest multicare whitening
1.9 (0.2)* 3.7 (0.7) 3.0 (0.4)*
3 PC 10%, Dentifrício Byoformula 2.0 (0.2)* 3.5 (1.4) 3.5 (1.0)
4 PH 6%, Colgate total 12 2.0 (0.1)* 2.7 (0.4) 3.0 (0.6)
5 PH 6%, Crest multicare whitening 2.2 (0.3)* 3.7 (0.9) 3.5 (0.4)
6 PH 6%, Dentifrício Byoformula 1.9 (0.2)* 3.0 (0.9) 3.3 (1.1)
٭Asteriscos representam médias significativamente diferentes das obtidas no tempo 2/ após clareamento (Anova/
Dunnett, alfa=5%)
54
6 DISCUSSÃO
Muitos estudos hoje avaliam os efeitos do clareamento na estrutura dental,
como morfologia superficial, microdureza, perda de lcio e fosfato e resistência
adesiva (Oltu & Gürgan, 2000; Turkun et al., 2002; Pinto et al., 2004; Tezel et al.,
2007; Al-Salehi et al., 2007; Bistey et al., 2007; Buchala & Attin, 2007; Fu et al.,
2007; Gotz et al., 2007; Joiner, 2007). As alterações minerais podem ser
intensificadas pelos procedimentos de escovação principalmente com uso de
dentifrícios abrasivos (Menezes et al., 2003; Worschech et al., 2003; Pinto et al.,
2004; Turssi et al., 2004, Wiegand et al., 2004; Amaral et al., 2006; Worschech et al.,
2006 ).
O propósito desse estudo foi avaliar a perda mineral (cálcio e fosfato),
alterações de superfície e efetividade de diferentes agentes clareadores, usando
análise de fluorescência (EDX), rugosidade superficial e fotorreflectância. Nesse
estudo foram utilizados dentes bovinos, pois muitos autores afirmam que
histologicamente, existe grande semelhaa, quando comparados a dentes
humanos e, não existem grandes distorções inerentes aos resultados das pesquisas
(Spyrides et al., 1999; Kwon et al., 2002; Attin et al., 2003; Park et al., 2004). Foram
usados dois géis para as técnicas de clareamento dental, peróxido de hidrogênio 6%
White Class e peróxido de carbamida 10% Nite White ACP e três dentifrícios para
realização da escovação simulada, Crest Multicare Whitening, Colgate Total 12,
dentifrício abrasivo manipulado (Byofórmula). As amostras permaneceram em saliva
artificial durante todo o experimento, pois ela é um agente remineralizante. Foram
realizadas as leituras iniciais de todos os grupos (baseline) no µEDX e em seguida
foi realizado o clareamento dental e as leituras intermediárias (s-clareamento). Os
Discussão________________________________________________________
55
resultados demonstraram haver diferea estatística significativa da perda mineral
lcio e fosfato, após o clareamento, sendo que não houve diferença entre os
agentes utilizados. Nosso estudo corrobora com os trabalhos de Rotstein (1996),
Crews et al. (1997), Gutiérrez-Salazar & Reyes-Gasga (2003), Goo et al. (2004),
Kawamoto & Tsujimoto (2004), Bistey et al. (2007) e Duschner et al. (2006) que
avaliaram diferentes agentes clareadores em esmalte dental e observaram a perda
de cálcio/fósforo após análise de EDX e FT-Raman. Por outro lado alguns estudos
que também avaliam a composição micro-química do esmalte, demonstram não
haver perda mineral após clareamento dental (Park et al., 2004; Gotz et al., 2007),
isso pode ter ocorrido devido a diferenças de metodologia, visto que esses últimos
trabalhos utilizam outros meios de armazenamento das amostras, tempo e diferentes
concentrações de aplicação dos agentes clareadores. Após os procedimentos de
clareamento dental foram realizados trinta mil ciclos de escovação simulada com
três dentifrícios: Colgate Total 12 - convencional de dia abrasividade (sílica e
dióxido de titânio), Crest Whitening Multicare - dentifrício clareador (carbonato de
dio, bicarbonato de sódio e sílica) e um manipulado – alta abrasividade (carbonato
de lcio). Os resultados das leituras de EDX não demostraram perda mineral
após a escovação simulada, independende do tipo de dentifrício e abrasivo utilizado.
Isso se deve provavelmente a presença de flúor nos dentifrícios e ao
armazenamento em saliva artificial, pois ambos promovem maior mineralização dos
tecidos dentais duros. (Arnold et al., 2006).
Quando comparados todos os grupos, a rugosidade superficial dos grupos 3,
6, 8, e 9 apresentaram um aumento de rugosidade superficial significativa após
escovação, comparados ao tempo inicial. Somente o grupo 7 apresentou menor
rugosidade superficial, o que provavelmente ocorreu porque esse grupo não sofreu
Discussão________________________________________________________
56
ão de agentes clareadores e o dentifrício usado foi o de média abrasividade. Isso
es de acordo com outros trabalhos na literatura, encontrou que dentifrícios
isoladamente não alteram a rugosidade superficial do esmalte (Turssi et al., 2004),
mas quando associados a tratamentos clareadores podem promover aumento de
rugosidade superficial (Worschech et al., 2003, 2006). Outro fator relevante a
considerar é tipo e quantidade de abrasivo, além do pH do dentifrício. Dentifrícios
com sílica, bicarbonato, bicarbonato + pirofosfato de cálcio são mais abrasivos que o
carbonato de cálcio e sílica+alumina (Amaral et al., 2006). Em controvérsia alguns
estudos demonstram um aumento de rugosidade superficial em esmalte após
clareamento e escovação simulada. Outros trabalhos relatam que dentifrícios
clareadores podem produzir uma maior rugosidade superficial após clareamentos
dental, devido a uma maior quantidade e tipo de abrasivo contido nelas (Menezes et
al., 2003). Nesse estudo o dentifrício Colgate Total 12 apresenta sílica hidratada e
dióxido de titânio como abrasivos, a crest WhiteningMulticare contém associação de
sílica, pirofosfato e bicarbonato e carbonato de sódio, o que poderia produzir um
aumento de rugosidade superficial maior. O dentifrício manipulado contém carbonato
de cálcio (40%) e dióxido de titânio, além de possuir pH=6,0, o que tamm poderia
promover uma maior rugosidade e alterações na superfície do esmalte.
Novos métodos vêm sendo usados para avaliação quantitativa do
clareamento dental, como sistema de fotorreflectância (know, 2002; César et al.,
2005; Campos et al., 2007; Alves et al., 2007). Esse sistema mede a luz refletida
pela estrutura dental, as a incidência de uma luz halógena. Quanto mais claro é o
objeto maior a reflexão dessa luz; e a captação da luz refletida é feita e medida
através de um espectrômetro, e então calculada as áreas de reflectância. Nossos
resultados demonstraram que todos os agentes utilizados foram efetivos em
Discussão________________________________________________________
57
promover o clareamento dental, sendo que nos tempos finais os grupos clareados
com peróxido de carbamida 10% associados ao dentifrício clareador e ao
manipulado produziram um clareamento maior e estatisticamente diferente dos
demais grupos, demonstrando que a associação de dentifrícios pode aumentar o
clareamento dental. Os menores valores de reflectância foram obtidos pelos grupos
não clareados e apenas escovados, sendo a menor média do grupo escovado com
Colgate Total 12. Quando se comparou apenas grupos clareados e escovados,
todos os grupos apresentaram diferenças estatísticas após o clareamento e não
houve diferença após a escovação para nenhum grupo estudado.
Estudos in situ são importantes para complementar e reafirmar os resultados
desse estudo, como relatados em trabalhos anteriores. Mas esse estudo contribui
significativamente para avaliação de procedimentos e indicação de produtos e forma
correta de utilização para que não haja nenhum prejuízo a estrutura dental sadia
durante e após tratamentos estéticos
58
7 CONCLUSÃO
Baseado na metodologia empregada, pode- se concluir que:
1. Todos os agentes clareadores estudados foram capazes de efetivamente
promover o clareamento dental;
2. Todos os grupos apresentaram perda mineral, Ca/P, após clareamento
dental associado à escovação simulada;
3. A maioria dos grupos apresentou aumento de rugosidade superficial após
clareamento e escovação simulada;
4. Os dentifrícios clareador e manipulado promoveram maior rugosidade
superficial após o clareamento dental.
59
REFERÊNCIAS
1
1. Goo D, Kwon TY, Nam SH, Kim
KH, Kim
KH, Kim YJ, et al. The efficiency of 10%
carbamide peroxide gel on dental enamel. Dent Mater 2004; 23(4):522-527.
2. Faraoni-Romano JJ, Tursi CP, Serra MC. Concentration-dependent effect of
bleaching agent on microhardness and roughness of enamel and dentin. Am J
Dent 2007;17:31-34.
3. Tezel H, Ertas OS, Ozata F, Dalgar H. Effect of bleaching agents on calcium loss
from the enamel surface. Quintessence Int 2007; 38:339-347.
4. Haywood VB, Heymann HO. Nightguard vital bleaching. Quintessence Int 1989;
20(3):173-176.
5. Feinman RA, Madray G, Yarborough D. Chemical. Optical, and physiologic
mechanisms of bleaching produtcts. Pract Periodontics Aesthet Dent 1991;3
(2):32-37.
6. Joiner A. Review of the effects of peroxide on enamel and dentine properties. J
Dent 2007; 35:889-896.
7. Claydon NCA, Moran J, Bosma ML, Shirodaria S, Addy M, Newcombe R. Inical
study to compare the effectiveness of a test whitening toothpaste with commercial
whitening toothpaste at inhibiting dental stain. J Clin Periodontol 2004; 31:1088-
1091.
8. Amaral CM, Rodrigues JA, Erhardt MCG, Araujo MWB, Marchi GM, Heymann HO
et al. Effect of whitening dentifrices on teh superficial roughness of esthetic
restorative materials. J Esthet Dent 2006; 18(2):102-109.
9. Oltu U, Gurgan S. Effect of three concentrations of carbamide peroxide on the
structure of enamel. J Oral Rehabil 2000; 27:332-340.
10. Potonicnik I, Kosec L, Gaspersic D. Effect of 10% carbamide peroxide bleaching
gel on enamel microhardness, microstructure, and mineral content. J Endod
2000; 26(4): 203-206.
1
Referências elaboradas de acordo com o modelo Vancouver
60
11. Karpinia KA, Magnusson I, Sagel PA, Zhou X, Gerlach RW. Vital bleaching with
two at-home professional systems. Am J Dent 2002; 15:13A-18A.
12. Turkun M, Sergigan F, Pehlivan Y, Aktener Bo. Effects of 10% carbamide
peroxide on the enamel surface morphology: a scanning electron microscopy
study. J Esthet Dent 2002;14:238-244.
13. Gutiérrez-Salazar MP, Reyes-Gasca J. Microhardness and Chemicals
composition of human tooth. Mater Res 2003; 6(3):367-373.
14. Menezes MM, Firoozmand LM, Huhtala MFR. Evaluation of the superficial
enamel wear brushed with dentifrices and submitted to bleaching agents. Cienc
Odontol Bras 2003; 6(1):44-50.
15. Worschech CC, Rodrigues JA, Martins LRM, Ambrosano GMB. In vitro evaluation
of human dental enamel surface roughness bleached with 35% carbamida
peroxide and submitted to abrasive dentifrice brushing. Pesqui Odontol Bras
2003; 17(4):342-348.
16. Ishikawa- Nagai S, Terui T, Ishibashi K, Weber HP, Fergunson M. Comparison of
effectiveness on two 10% carbamide peroxide tooth-bleaching systems using
spectrophotometric measurements. J. Est Restor Dent 2004; 16(6):368-375.
17. Pinto CF, Oliveira R, Cavalli V, Giannini M. Peroxide bleaching agent effects on
enamel surface microhardness, roughness and morphology. Braz Oral Res 2004;
18 (4): 306-311.
18. Turssi CP, Faraoni JJ, Rodrigues AL, Serra MC. An in situ investigation into the
abrasion of eroded dental hard tissues by a whitening dentifrice. Caries Res
2004; 38:473-477.
19. Wiegand A, Otto YA, Attin T. In vitro evaluation of toothbrushing abrasion of
different bleached bovine enamel. Am J Dent 2004; 17(5):412-416.
20. Cesar ICR, Redígolo ML, Liporoni PCS, Munin E. Analysis by photoreflectance
spectroscopy and Vickers hardness of conventional and laser-assisted tooth
bleaching. Am J Dent 2005; 18(4):219-222.
61
21. Giniger M, MacDonalds J, spaid M, Felix H. A 180-Day clinical investigation of the
thooth whitening efficacy of a bleaching gel with added amorphous calcium
phosphate. J Clin Dent 2005; 16: 11-16.
22. Oliveira R, Paes Leme AF, Giannini M. Effect of a carbamide peroxide gel
containing calcium or fluoride on human enamel surface microhardness. J Braz
Dent 2005; 16(2):103-106.
23. Walsh TF, Rawlinsom A, Wildgoose D, Marlow I, Haywood J, Ward JM. Clinical
evaluation of the stain removing ability of a whitening dentifrice and stain
controlling system. J Dent 2005; 33: 413-418.
24. Arnold WH, Gaengler P. Quantitative analysis of the calcium and phosphorus
content of developing ad permanent human teeth. Ann Anat 2006; 32(3) 183-
190.
25. Arnold WH, Dorow A, Langenhorst S, Gintner Z, Banoczy J, Gaengler P. Effect of
fluoride toothpastes on enamel demineralization. BMC Oral Health 2006; 15:6-8.
26. Joiner A, Bebington UK. Review of the extrinsic stain removal and
enamel/dentine abrasion by a calcium carbonate and perlite containing whitening
toothpaste. J Int Dent 2006; 56(4):175-180.
27. Moraes RR, Marimon JLM, Schneider LFJ, Sobrinho LC, Camacho GB, Bueno
M, et al. Carbamide peroxide bleaching agents: effects on surface roughness of
enamel, composite and porcelain. Clin oral Invest 2006; 10:23-28.
28. White DJ, Kozak BS, Zoladz JR. Effects of hydrogen peroxide bleaching strips on
tooth surface color, surface microhardness, surface and subsurface ultra
structure, and microchemical (raman spectroscopic) composition. J Clin Dent
2006; 17:72-78.
29. Worschech CC, Rodrigues JA, Martins LRM, Ambrosano GMB. Brushing effect of
abrasive dentifrices during at-home bleaching with 10% carbamide peroxide on
enamel surface roughness. J Contemp Dent Pract 2006; 7(1): 25-34.
30. Al-salehi SK, Wood DJ, Hatton PV. The effect of 24 hours non-stop hydrogen
peroxide concentration on bovine enamel and dentine mineral content and
microhardness. J Dent 2007; 35:845-850.
62
31. Bistey T, Nagy IP, Simó A, Hegedus C. In vitro FT-IR study of the effects of
hydrogen peroxide on superficial tooth enamel. J Dent 2007; 35:325-330.
32. Braun A, Jepsen S, Krause F. Spectrophotometric and visual evaluation of vital
tooth bleaching employing different carbamida peroxide concentrations. Dent
Mater 2007; 23:165-169.
33. Caballero AB, Navarro LF, Lorenzo JA. In Vitro evaluation of the effects of 10%
carbamide peroxide and 3, 5% hydrogen peroxide on the enamel surface. Med
Oral Patol Oral Cir Bucal 2007; 12:404-407.
34. Campos SFF, César ICR, Munin E, Liporoni PCS, Rego MA. Analysis of
photoreflectance and microhardness of the enamel in primary teeth submitedd to
different bleaching agents. J Clin Pediatr Dent 2007; 32(1):9-12.
35. Gotz H, Duschner H, White DJ, Klukowska MA. Effects of elevated hydrogen
peroxide strips bleaching on surface and subsurface enamel including
subsurface histomorphology, micro-chemical composition and fluorescence
changes. J Dent 2007; 35:457-466.
36. Leandro GALL, Attia ML, Cavalli V, Rego MA, Liporoni PCS. Effects of 10%
carbamide peroxide treatment and sodium fluoride therapies on human enamel
surface microhardness. Gen Dent 2008; 56(3): 274-277.
37. Buchalla W, Attin T. External bleaching therapy with activation by heat, light or
laser--A systematic review. Dent Mater 2007; 23(5):586-596.
38. Fu B, Hoth-Hannig W, Hannig M. Effects of dental bleaching on micro- and nano-
morphological alterations of the enamel surface. Am J Dent 2007; 20(1):35-40.
39. Spyrides GM. A influência dos agentes clareadores na adesão dentinária. J Brás
de Clin e Estet Odontol 1999; 18(3): 25-31.
40. Kwon YH, Huo MS, Kim KH, Kim SK, Kim YJ. Effects of hydrogen peroxide on
the light reflectance and morphology of bovine enamel. J Oral Rehabil 2002;
29(5):473-477.
41. Attin T, Manolakis A, Buchalla W, Hannig C. Influence of tea on intrinsic color of
previously bleached enamel. J Oral Rehabil 2003; 30(5):488-494.
63
42. Park HJ, Kwon TY, Nam SH, Kim HJ, Kim KH, Kim YJ. Changes in bovine
enamel after treatment with 30% hydrogen peroxide bleaching agent. J Dent
Mater 2004; 23(4):517-521.
43. Rotsein I, Dankner E, Goldman A, Stabholz A, Zalkind M. .Histochemical
analysis of dental hard tissue following bleaching. J Endod 1996; 22(1):23-26.
44. Crews KM, Duncan D, Lentz D, Gordy FM, Tolbert B. Effect of bleaching agents
on chemical composition of enamel. JADA 1997; 53:20-21.
45. Gutiérrez-Salazar MP, Reyes-Gasga J. Microhardness and chemical
composition of a tooth. J Mater Res 2003; 6(3):367-373.
46. Kawamoto K, Tsujimoto Y. Effects of the hydroxyl radical and hydrogen peroxide
on tooth bleaching. J Endod 2004; 30(1):45-50.
47. Duschner H, Götz H, White DJ, Kozak KM, Zoladz JR. Effects of hydrogen
peroxide bleaching strips on tooth surface color, surface microhardness, surface
and subsurface ultrastructure, and microchemical (Raman spectroscopic)
composition. J Clin Dent 2006; 17(3): 72-78.
48. Alves Gl, Barbosa Sl, Liporoni PCS, Valera, MC, Araujo MAM. Análise
comparativa do grau de clareamento dos géis Póla Office, Opalescence Extra e
Whitness HP através de fotorreflectância. Revista Odonto 2007; 30:9-15
64
APÊNDICES
APÊNDICE A - Leituras iniciais, intermediárias e finais da fotorreflectância
65
APÊNDICE B - Leituras iniciais da rugosidade superficial
66
APÊNDICE C - Leituras intermediárias da rugosidade superficial
67
APÊNDICE D - Leituras finais da rugosidade superficial
68
APÊNDICE E - Leituras iniciais do µEDX (G1, G2, G3)
69
APÊNDICE F- Leituras iniciais do µEDX (G4, G5, G6)
70
APÊNDICE G - Leituras iniciais do µEDX (G7, G8, G9)
71
APÊNDICE H - Leituras intermediárias do µEDX (G1, G2, G3)
72
APÊNDICE I - Leituras intermediárias do µEDX (G4, G5, G6)
73
APÊNDICE J - Leituras finais do µEDX (G1, G2, G3)
74
APÊNDICE K - Leituras finais do µEDX (G4, G5, G6)
75
APÊNDICE L - Leituras finais do µEDX (G7, G8, G9)
76
APÊNDICE M - Gráfico fotorreflectância G1, G2, G3
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G1
Leitura Inter G1
Leitura Final G1
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G2
Leitura Inter G2
Leitura Final G2
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G3
Leitura Inter G3
Leitura Final G3
77
APÊNDICE N - Gráfico fotorreflectância G4, G5, G6
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G4
Leitura Inter G4
Leitura Final G4
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G5
Leitura Inter G5
Leitura Final G5
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G6
Leitura Inter G6
Leitura Final G6
78
APÊNDICE O - Gráfico fotorreflectância G7, G8,G9
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G7
Leitura Final G7
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G8
Leitura Final G8
450 500 550 600 650
0
20
40
60
80
100
Reflectância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Leitura Inicial G9
Leitura Final G9
79
APÊNDICE P - Gráfico µEDX
Azul - leitura inicial; Verde - leitura intermediária; Vermelho - leitura final
80
ANEXOS
ANEXO A- Comprovante de entrega do protocolo de pesquisa
81
ANEXO B - Declaração Frigorífico Mantiqueira
82
Autorizo a reprodução e divulgação total ou
parcial desta obra, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo
e pesquisa, desde que citada a fonte.
Mariana Lerner Attia
_____________________
Taubaté, Setembro de 2008
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo