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desde seu curso proximal ao longo da caixa torácica inferior até a porção inferior do
músculo peitoral maior (DURALDE, 2000).
Porém, apesar de poucas descrições, variações anatômicas relacionadas ao
nervo torácico longo são encontradas. Tubbs e outros observaram a união de C5,
C6 e C7 ao nível de 2ª costela, posterior à artéria axilar em 61% dos cadáveres
analisados (TUBBS et al., 2006). Esta união também foi encontrada em nível de 1ª
costela, posterior ao tronco médio do plexo braquial em 33% dos casos. Em menor
freqüência, foi observada a formação do torácico longo apenas com a raiz de C5,
seguindo diretamente para o músculo serrátil anterior (BALLESTEROS; RAMIREZ,
2007).
Por se tratar de um nervo longo, cerca de 24 centímetros, e seu trajeto ser
superficial, o nervo torácico longo se torna susceptível a lesões. Na literatura, há
relatos de sua lesão após infecção viral, vacinação, exposição a toxinas, trauma,
cirurgia, posicionamento durante a anestesia, inflamação, radiculopatias, pós-
radiação, exposição ao frio, choque elétrico, mielopatias, massagem profunda na
fossa supra-clavicular, síndrome amiotrófica e prática de esportes (FOO, 1983;
EBRAHEIN, 1998; NATH et al., 2007; SAHIN et al., 2007). A lesão intra-operatória
do nervo torácico longo não é incomum. Procedimentos cirúrgicos incluindo
ressecção de 1º costela, cirurgias pulmonares e toracotomias transaxilares podem
causar injúria do nervo (CORNISH; GREENFIELD, 1997; NAYAK et al., 2005). Em
estudo realizado com 197 pacientes com debilidade do músculo serrátil anterior, foi
observado que em 25 pacientes a debilidade foi decorrente de lesão intra-operatória,
sendo 17 por procedimento invasivo ao longo do trajeto do nervo torácico anterior,
incluindo a ressecção da 7ª costela, 2 por escalenotomia, 2 por tratamento cirúrgico
de pneumotórax, 02 por anestesia no plexo infraclavicular e 4 por mastectomia com
LA (WIATER; FLATOW, 1999; LANGER et al., 2007).
4.4 LESÃO DO NERVO TORÁCICO LONGO NO CÂNCER DE MAMA
Após a LA no tratamento do câncer de mama, a prevalência de escápula alada
tem variado de 1,5 % a 12,6% (FOO, 1983; SIEGEL, 1990; PACI, 1996; BIZZARRI,
2001; SAHIN, 2007) e a incidência de 0 a 30% (FOO, 1983; DEPALMA, 2005). Em
um estudo seccional realizado no Rio de Janeiro, foi observada prevalência de 6,3%
em mulheres com 7 a 287 meses transcorridos após a LA. As limitações de