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UNIVERSIDADE DE TAUBA
Marcelo Leite Vanderlei
IMPLANTAÇÃO DE CONTROLE BASEADO NO
SISTEMA DE EXECUÇÃO DA MANUFATURA
(MES): ANÁLISE EM EMPRESA DE USINAGEM
NO SETOR AERONÁUTICO
TAUBA SP
2009
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2
UNIVERSIDADE DE TAUBA
Marcelo Leite Vanderlei
IMPLANTAÇÃO DE CONTROLE BASEADO NO
SISTEMA DE EXECUÇÃO DA MANUFATURA
(MES): ANÁLISE EM EMPRESA DE USINAGEM
NO SETOR AERONÁUTICO
TAUBA SP
2009
Dissertação apresentada para a
obtenção do título de Mestre em
Engenharia Mecânica, do programa de
Mestrado Profissional de Engenharia
Mecânica do Departamento de
Engenharia Mecânica da Universidade
de Taubaté.
Área de concentração: Produção
Orientador: Prof. Dr. Eng. Jorge Muniz Jr.
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MARCELO LEITE VANDERLEI
IMPLANTAÇÃO DE CONTROLE BASEADO NO SISTEMA DE EXECUÇÃO DA
MANUFATURA (MES): ANÁLISE EM EMPRESA DE USINAGEM NO SETOR
AERONÁUTICO
Data: ________________________
Resultado: ____________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Eng. Jorge Muniz Junior Universidade de Tauba
Assinatura______________________________
Prof. Dr. Eng. Gilberto W. Arenas Miranda Universidade de Taubaté
Assinatura______________________________
Prof. Dr. Eng. Fernando A. S. Marins FEG/UNESP Guaratinguetá
Assinatura______________________________
Dissertação apresentada para a
obtenção do título de Mestre em
Engenharia Mecânica, do programa de
Mestrado Profissional de Engenharia
Mecânica do Departamento de
Engenharia Mecânica da Universidade
de Taubaté.
Área de concentração: Produção
4
Dedico este trabalho:
A Deus;
Ao Brasil;
Aos educadores, estudantes e
trabalhadores;
A meus pais Hermes Leite Vanderlei
(falecido) e Maria Avelina Vanderlei
(migrantes nordestinos),
A minha esposa Diodete;
Aos meus filhos Matheus e Pedro.
5
Agradecimentos
A Deus pelas nçãos despejadas sobre mim durante todo o mestrado.
Ao Prof. Dr. Jorge Muniz Junior pelo suporte, apoio e motivação que dispensou ao
longo do curso e da minha carreira profissional.
Aos Professores que ministraram as disciplinas cursadas dentro do programa de
Mestrado e à equipe da secretaria de pós-graduação da Unitau que sempre foram
muito prestativos e atenciosos.
À minha esposa Diodete e aos meus filhos Matheus e Pedro, que me inspiraram de
forma a contribuir para um mundo melhor.
Aos colegas de mestrado das turmas T16 e T17 da Universidade de Taubaté, pelo
companheirismo e amizade e aos amigos do campo profissional e acadêmico: José
Manoel Souza das Neves, Eduardo Batista de Macedo, Fabio Cruz, Flavio Henrique
Campos, Jean Hamilton Menecucci, Paolo dos Santos Campos, Leonardo Alves
Correa, Wladimir Rodrigues e Silva, Carlos Eduardo Santos, Ângelo dos Reis
Magalhães e Marcos Bueno de Oliveira.
Ao Brasil que tanto amo e que permitiu a um operário metalúrgico, alcance de mais
um degrau de superação dentro do sistema trabalhista e educacional, apesar de
todos os reveses.
6
Você nunca sabe que resultados virão da sua ação.
Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.
Mahatma Gandhi
7
RESUMO
O Sistema de Execução da Manufatura (MES Manufacturing Execution System) é
uma ferramenta aplicada no chão-de-fábrica que permite visualizar e monitorar
processos em tempo real, fornecendo informações que levam a uma melhor
eficiência operacional. Este trabalho apresenta uma pesquisa exploratória, realizada
em uma empresa de usinagem e montagem de médio porte, tendo o objetivo
analisar a implantação do MES para auxiliar a tomada de decisão referente à gestão
de equipamentos e recursos produtivos. O trabalho também compara dois sistemas
de controle de produção: o MES com o sistema realizado de forma manual (planilhas
eletrônicas) utilizado antes da implantação. As informações que serviram de base
para a análise da implantação foram coletadas por meio de questionário de
avaliação e validadas por um grupo de discussão. Entre os resultados alcançados,
identificaram-se: i) as vantagens do MES em relação ao sistema manual, ii) a
eficácia da implantação, iii) melhoria dos resultados operacionais, iv) pontos
positivos e negativos da implantação e aplicação.
Palavras-chave: Sistema de Execução da Manufatura, Tomada de Decisão, Chão-
de-Fábrica.
8
ABSTRACT
The MES (Manufacturing Execution System) is a tool used in shop-floor that allows
you to view and monitor processes in real time, providing information that leads to
better operational efficiency. This paper presents an exploratory research, conducted
in a medium size company of machining and assembly, with objective to analyze the
implementation of MES to assist in decision making concerning the management of
equipment and production resources. The study also compares two systems of
production control; the MES with the system carried out manual (spreadsheet) used
prior to implementation. The information basis for the analysis of the implementation
were collected through questionnaire evaluation, validated by a discussion group.
Among the results, it was identified: i) the benefits of MES in the manual system, ii)
the effectiveness of implementation, iii) improving operating results, iv) positive and
negative effects of deployment and application.
Keywords: Manufacturing Execution System, Decision Making, Shop-Floor.
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Matriz GUT. . ............................................................................................. 58
Tabela 2: Representatividade dos pesquisados por função. ..................................... 93
Tabela 3: Representatividade dos pesquisados por setor. ........................................ 93
Tabela 4: Metas por setor........................................................................................ 100
Tabela 5: Recursos produtivos. ............................................................................... 102
Tabela 6: Motivos de parada. .................................................................................. 103
Tabela 7: Motivos de refugo e retrabalho. ............................................................... 104
Tabela 8: Indicadores de desempenho da usinagem. . ........................................... 112
Tabela 9: Resultado de utilização da usinagem. . ................................................... 113
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Classificação de perdas. ......................................................................... 55
Quadro 2: Plano de ação 5W2H. . ............................................................................. 58
Quadro 3: Evolução do pensamento estratégico. ..................................................... 61
Quadro 4: Diferença entre eficiência e eficácia. . ...................................................... 68
Quadro 5: Estruturação do questionário. ................................................................... 92
Quadro 6: Comparação do controle de produção Manual x MES. .......................... 127
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Modelo de negócios de uma empresa industrial. ...................................... 24
Figura 2: Cenário inicial: vazio separando a gestão da produção do chão-de-fábrica.
.................................................................................................................................. 30
Figura 3: Composição dos tempos do indicador OEE. ............................................. 35
Figura 4: Ferramentas de melhoria do processo. ..................................................... 45
Figura 5: Percepção japonesa das funções no trabalho. ......................................... 46
Figura 6: Percepção ocidental das funções no trabalho. .......................................... 46
Figura 7: Gerência apoiando o gemba. .................................................................... 49
Figura 8: Fatores de competitividade. ...................................................................... 52
Figura 9: Diagrama de causa e efeito. ..................................................................... 57
Figura 10: Gráfico Pareto. ........................................................................................ 59
Figura 11: Ciclo PDCA. ............................................................................................ 60
Figura 12: Ciclo SDCA. . ........................................................................................... 60
Figura 13: Modelo sistêmico do processo da gestão estratégica. ............................ 63
Figura 14: Triângulo de Robert Anthony. . ................................................................ 66
Figura 15: Relação dos fatores alavancadores da organização. .............................. 77
Figura 16: Interação multidisciplinar do conhecimento. ............................................. 81
Figura 17: Matriz disciplinar do conhecimento. ........................................................ 82
Figura 18: Métodos e técnicas de pesquisa. . ........................................................... 85
Figura 19: Modelo utilizado na construção da pesquisa. ........................................... 86
Figura 20: Classificação da pesquisa. ....................................................................... 86
Figura 21: Fluxograma do processo produtivo. ......................................................... 95
11
Figura 22: Fases do projeto....................................................................................... 98
Figura 23: Arquitetura do MES. ............................................................................... 101
Figura 24: Sinótico dos equipamentos no Monitoramento da Produção. . .............. 105
Figura 25: Gráfico de disponibilidade da usinagem. . .............................................. 111
Figura 26: Consolidação das perguntas fechadas. ................................................. 120
Figura 27: Contribuição do MES com a qualidade. ................................................. 121
Figura 28: Contribuição do MES com a produtividade. ........................................... 121
Figura 29: Contribuição do MES com o desempenho. ............................................ 122
Figura 30: Contribuição do MES com o custo. ........................................................ 122
Figura 31: Contribuição do MES com a pontualidade. ............................................ 123
Figura 32: Contribuição do MES com o desenvolvimento dos processos. .............. 124
Figura 33: Contribuição do MES com a capacitação técnica dos envolvidos. ......... 124
Figura 34: Contribuição do MES com o relacionamento com os clientes. ............... 125
Figura 35: Contribuição do MES com o resultado global da empresa. .................... 126
12
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1: Cálculo do OEE ......................................................................................35
Equação 2: Cálculo de Disponibilidade .....................................................................36
Equação 3: Cálculo de Velocidade ...........................................................................36
Equação 4: Cálculo de Desempenho ........................................................................36
Equação 5: Cálculo de Qualidade .............................................................................36
Equação 6: Cálculo de Produtividade .......................................................................40
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
5W2H Why, Where, When, Who, What, How, How much;
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas;
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes;
CNC Controle Numérico Computadorizado;
ERP Entreprise Resources Planning;
JIT Just In Time;
MES Manufacturing Execution System;
MTP Manutenção Produtiva Total;
NBR Norma Brasileira;
OEE Overall Equipment Effectiveness;
PDCA Plan, Do, Check, Act;
SDCA Standard, Do, Check, Act;
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunity, Threats;
TI Tecnologia da Informação;
TPM Total Productive Maintenance;
TQC Total Quality Control;
ZD Zero Defect.
14
SUMÁRIO
Resumo ......................................................................................................................7
Abstract ......................................................................................................................8
Lista de tabelas ..........................................................................................................9
Lista de quadros ........................................................................................................9
Lista de figuras ........................................................................................................10
Lista de abreviaturas e siglas ................................................................................12
1. Introdução……………….…………………………………......……....………….......16
1.1. Objetivos……………......………...……………………………….……...……….......18
1.2. Justificativa…………......………………....................……………...….…........18
1.3. Delimitação………….……......………………….....................................……….....19
1.4. Tipo de pesquisa….………….....………………………….................……......20
1.5. Estrutura …………………………......…………....................….........................20
2. Revisão Bibliográfica ………………………….......…………....................22
2.1. Sistema de Execução da Manufatura .................................................................23
2.1.1. Porque usar o MES ........................................................................................28
2.2. Manutenção Produtiva Total................................................................................32
2.3. Eficiência Global dos Equipamentos ..................................................................34
2.4. Produtividade ......................................................................................................40
2.5. Melhoria contínua ...............................................................................................44
2.6. Método de solução de problema .........................................................................51
2.6.1. Identificando os desperdícios .........................................................................52
2.6.2. Ferramentas da qualidade ..............................................................................55
2.7. Estratégia empresarial ........................................................................................61
2.7.1. Conhecimento e estratégia empresarial .........................................................65
2.7.2. Dificuldades na administração estratégica .....................................................71
2.7.3. A empresa que aprende..................................................................................73
2.7.4. Ciência da administração e o administrador ...................................................78
2.7.5. Controle de custos ..........................................................................................79
3. Método de pesquisa ...........................................................................................81
3.1. Classificação da pesquisa ..................................................................................85
3.2. Método aplicado na pesquisa .............................................................................85
3.3. Método de elaboração do questionário ...............................................................88
4. Caso estudado: implantação do MES ..............................................................95
4.1. Indicadores .........................................................................................................99
4.2. Parametrização do MES ...................................................................................101
4.3. Visibilidade ........................................................................................................105
4.4. Influência do MES no controle de qualidade.....................................................107
4.5. Resultados operacionais ...................................................................................111
5. Alise dos resultados ....................................................................................114
5.1. Questionário aberto ..........................................................................................114
5.2. Questionário fechado .......................................................................................120
6. Conclusões .......................................................................................................128
6.1. Verificação dos objetivos ..................................................................................128
6.2. Futura direção de pesquisa ..............................................................................129
Referências ............................................................................................................131
15
Andice 1 Detalhamento da classificação de método de pesquisa ............136
Andice 2 Pesquisa de avaliação de resultados modelo ..........................140
Andice 3 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 1 ................142
Andice 4 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 2 ................145
Andice 5 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 3 ................147
Andice 6 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 4 ................149
Andice 7 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 5 ................152
Andice 8 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 6 ................154
Andice 9 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 7 ................156
Andice 10 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 8 ..............158
Andice 11 - Pesquisa de avaliação de resultados pesquisado 9 ..............160
Anexo 1 Avaliação do artigo no XV SIMPEP 2008 ..........................................162
Anexo 2 - Detalhamento do gerenciamento do projeto MES ...........................163
16
1. INTRODUÇÃO
A economia mundial está ligada ao desenvolvimento industrial. Por sua vez,
a pujança da indústria permite de modo mais direto e abrangente a distribuição de
riquezas por meio da geração de emprego e renda à população, fortalecendo a
economia como um todo. O desenvolvimento econômico, num cenário de ampla
globalização e liberalismo, gera novos problemas e novas demandas às empresas
(WAGNER et al., 2008).
Atualmente as empresas têm uma necessidade de acessar informações
rápidas e precisas para tomada de decisões. O tempo de várias atividades tem
diminuído motivado pelos envolvidos: clientes, concorrentes, funcionários, governo
entre outros. Decidir rapidamente se torna fundamental para reduzir custos, atender
a demanda, resolver problemas e aumentar a rentabilidade dos negócios. Dentro
dessa dinâmica, a função gerencial é responsável pelo resultado do processo, que é
definido pela norma ISO 9001:2008 como sendo atividades que usam recursos e
que transformam entradas em saídas (CARDOSO, G; CARDOSO, A; CHAVES,
2005). Para dar sustentação, ao negócio, as empresas passaram a utilizar cada vez
mais de sistemas informatizados para melhorar os resultados.
A utilização de sistemas informatizados aumentou a quantidade de dados
gerados aumentou, bem como seu tratamento para geração de informação. Com a
introdução da Tecnologia da Informação, em razão da maior capacidade de
processar, torna possível expandir o conhecimento da empresa (VALLE, 1996).
Porém, muitos fatores contribuem para o o aproveitamento de informações:
comunicação deficiente, qualificação profissional insuficiente, sistemas
17
informatizados mal implantados, dimensionamento errado de recursos, falta ou
excesso de controles, entre outros (VALLE, 1996).
A realidade mostra-se muitas vezes confusa e geralmente, as empresas não
sabem aproveitar esse conjunto de informações para fortalecerem os negócios.
Normalmente, ocorre que a pressão por melhorar os resultados é feita sem um
entendimento dos processos, sem analisar as causas, ocasionando um clima
organizacional desfavorável, desentendimentos, demissões e contratações em
excesso, perdas materiais, clientes insatisfeitos e baixo retorno dos ativos.
Murback, Paiva e Carvalho (2006), afirmam que qualquer estratégia adotada
por uma empresa deve ser desenvolvida incluindo uma estrutura de controle. Ansoff
e McDonnell (1993, apud MURBACK; PAIVA; CARVALHO, 2006) levantam ainda a
necessidade da mensuração de desempenho da execução auxiliando em quatro
ações distintas: corrigir o desempenho, mudança de metas, reexame da estratégia e
reprogramar operações.
Atualmente, muitas empresas consideram a importância do acompanhamento
do desempenho da manufatura em suas estratégias competitivas. Assim sendo, a
importância deste trabalho é evidenciar que por meio da utilização de ferramentas
da Tecnologia da Informação, mais especificamente, o Sistema de Execução da
Manufatura, pode-se melhorar a produtividade da empresa, baseado em
informações das operações, para a tomada de decisão do gestor da produção.
18
1.1 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo principal analisar a implantação do Sistema
de Execução da Manufatura (MES) para auxiliar o gerenciamento dos
equipamentos, destacando os benefícios, facilidades e dificuldades. O trabalho
também apresenta os seguintes objetivos específicos:
Comparar dois sistemas de apontamento e controle de produção: o
MES com o sistema realizado de forma manual (planilhas eletrônicas),
que antecedeu sua implantação, descrevendo as vantagens e
desvantagens.
Avaliar a contribuição do MES com os fatores de sucesso da empresa:
qualidade, produtividade, desempenho operacional, custos,
pontualidade, desenvolvimento de processos, capacitação técnica dos
envolvidos, relacionamento com o cliente e resultados gerais da
empresa.
1.2 JUSTIFICATIVA
Esse trabalho pretende contribuir para a compreensão dos ganhos que
podem ser obtido com a utilização do MES, combinado com o indicador OEE.
Destaca a importância da visualização do desempenho operacional, com fácil
acesso pelo gerente de produção, para que em um tempo curto, possa eliminar suas
fontes de desperdício, no nível do chão-de-fábrica. Embora ferramentas de
Tecnologia da Informação sejam muito difundidas e utilizadas no ambiente fabril, em
19
muitas empresas, ainda os controles dos processos são feitos de forma manual,
dificultando o entendimento dos processos.
Em indústria de produção contínua, tais como: química, petroquímica,
alimentícia, siderurgia e mineração, o monitoramento em tempo real é pensado
desde o projeto da planta (SALATIEL et al., 2008). Neste tipo de indústria, a cultura
do monitoramento dos processos produtivos em tempo real é tradicional, porque
requer que o tempo de detecção e correção de não-conformidade seja realizado em
poucos minutos. O mais usual, no entanto, é a supervisão da produção monitorar as
operações à distância. Nos processos automatizados de usinagem com máquinas
CNC (Controle Numérico Computadorizado - Computer Numeric Control), o controle
do processo é superficial e nos processos manuais (montagem e ajustagem) esse
controle é mais difícil, devido à complexidade de se medir.
Conforme a opinião de um dos avaliadores do XV SIMPEP 2008 (Anexo 1),
referente ao artigo que originou esse trabalho, [...] ponto positivo é de ser uma
aplicação de chão-de-fábrica, área que vem sendo negligenciada pela engenharia
de produção.
1.3 DELIMITAÇÃO
O caso estudado foi delimitado a uma empresa de usinagem e montagem de
peças e subconjuntos estruturais de aeronaves. A empresa estudada é de porte
médio, conforme BNDS (2008), situada na região do Vale do Paraíba, na cidade de
Taubaté, SP. O período que compreende o estudo inicia em 2007, com a
implantação do MES, coleta de dados do sistema proveniente da produção e análise
de desempenho. No período de 2008 a 2009, foi realizada uma pesquisa de
20
avaliação da implantação do MES e de sua aplicação, com usuários do sistema.
Termina com a validação dos resultados com os pesquisados, análise, validação e
publicação do estudo.
1.4 TIPO DE PESQUISA
Utilizando a classificação de Diehl e Tatin (2004), esta pesquisa pode ser
caracterizada como: segundo as bases lógicas da investigação: fenomenológico;
segundo a abordagem do problema: qualitativa; segundo o objetivo geral:
exploratório e descritivo; segundo o propósito: de avaliação dos resultados e
proposição de planos; segundo o procedimento técnico: bibliográfico, documental e
ex-post-facto. A elaboração da dissertação seguiu os padrões da norma ANBT NBR
6023:2002, que fixa a ordem dos elementos das referências e estabelece
convenções para a apresentação da informação originada do documento e/ou outras
fontes de informação e a norma ABNT NBR 10520:2002 que especifica as
características exigíveis para apresentação de citações em documentos.
1.5 ESTRUTURA
Este trabalho está estruturado em seis partes principais, que são: introdução,
revisão bibliográfica, procedimento metodológico, caso estudado, resultados e
conclusões. Neste capítulo, se apresenta o contexto do assunto, justificativa,
objetivos, o tipo de pesquisa e a estrutura da dissertação.
21
O capítulo 2 apresenta-se os fundamentos teóricos em que se baseiam o
estudo.
O capítulo 3 descreve o procedimento metodológico do caso estudado, a
classificação da pesquisa, o método aplicado na pesquisa e a elaboração do
questionário de avaliação.
O capítulo 4 descreve com detalhes o caso estudado: a empresa, as fases da
implantação, indicadores, participação das pessoas, a arquitetura do sistema, o fluxo
de informações, a influência do MES no controle da qualidade e os resultados
operacionais coletados (de maio a agosto de 2007) da produção.
No capítulo 5, estão os resultados obtidos na pesquisa de campo referente a
implantação e aplicação do MES, ocorrido nos meses de novembro e dezembro de
2008, a análise pelo autor dos resultados consolidados em janeiro de 2009 e o
encontro final com os entrevistados em março de 2009, onde foram mostrados os
resultados da pesquisa e realizado um fechamento e validação do projeto.
O capítulo 6 consiste nas conclusões e propostas de continuidade de
pesquisa de alguns pontos que necessitam uma exploração mais objetiva.
22
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os fundamentos teóricos os quais serviram de base para esse trabalho, se
relacionam com os conceitos:
MES Manufacturing Execution System ou Sistema de Execução da
Manufatura, o qual tem uma contribuição da área de Tecnologia da Informação (TI),
que é uma ferramenta de tomada de decisão, baseada em dados obtidos em tempo
real de pontos chaves do processo. Será relacionado o MES com o Sistema de
Gestão Empresarial (ERP Enterprise Resources Planning) que tem como principal
objetivo a integração de todos os dados e informações advindos do setor financeiro,
recursos humanos, qualidade, logística, produção, produto, vendas, entre outros
(KLETTI, 2007; KUCGANT, 2008).
TPM Total Productive Maintenance, ou Manutenção Produtiva Total, que
busca a quebra zero/falha zero das máquinas e equipamentos (NAKAJIMA, 1989).
Ainda o mesmo autor afirma que uma máquina sempre disponível e em perfeitas
condições de uso propicia elevados rendimentos operacionais, diminuição dos
custos e redução dos estoques.
OEE Overall Equipment Effectiveness, que significa Eficiência Global dos
Equipamentos é o indicador de desempenho dos recursos produtivos (NAKAJIMA,
1988, apud HANSEN, 2006). O OEE começou a ser reconhecido como um
importante método para a medição do desempenho de uma instalação industrial no
final dos anos 80 e início dos anos 90. Passou a ter maior valor como agente de
mudança, para unir a manutenção, as operações e a engenharia com vista à
obtenção de níveis superiores de desempenho em uma instalação industrial
(HANSEN, 2006).
23
Produtividade, melhoria contínua (kaizen), método de solução de problema e
administração estratégica, serão abordados complementarmente.
2.1 SISTEMA DE EXECUÇÃO DA MANUFATURA
Para tratar as informações geradas e processadas nesses processos, utiliza-
se de vários meios da Tecnologia da Informação (TI), que pode ser entendida como
os meios utilizados pelas empresas produtivas para alavancar e potencializar o
processo de criação e desenvolvimento de capacitação tecnológica (VALLE, 1996).
É frequente o argumento que TI é um importante fator de aumento da produtividade
e redução de custos. O Sistema de Execução da Manufatura, conhecido como MES
- Manufacturing Execution System - é uma ferramenta proveniente da TI (BESSEN,
2002; KAGAN, 1994; KOTHA, SWAMIDASS, 2000 apud LORENTE; RODRIGUES;
DEWHURST, 2004).
Atualmente, esforços para o entendimento de que as práticas de TI melhoram
o desempenho empresarial estão sendo realizadas (DAVENPORT; MARCHAND;
DICKSON, 2004 apud MARTINS et al., 2008). Segundo Martins (2008), os gestores
esperam que a TI melhore o desempenho por meio de quatro maneiras:
1. Melhorar a eficiência das operações;
2. Melhorar as comunicações, apoiando o funcionamento dos processos;
3. Facilitar as tomadas de decisões, por meio de disponibilização de
informações;
4. Apoiar a inovação no desenvolvimento de novos produtos e serviços.
24
A norma ABNT NBR ISO 9001:2000 no item 0.2 cita “que para uma
organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que identificar e gerir numerosas
atividades interligadas”. A norma ABNT NBR 15100:2002 (sistema de qualidade
aeroespacial) enfatiza no item 0.2; c; obtenção de resultados de desempenho e
eficácia de processo e no item d; melhoria continua de processos baseada em
medições objetivas. Ambas as normas (a empresa estudada possuía as duas
certificações) incentivam a adoção de práticas de mensuração que podem ser
facilitadas pelo uso do MES.
Em uma empresa industrial, o modelo de negócios é baseado em três veis:
planejamento, execução e controle (Figura 1). No nível de planejamento, é onde se
realiza o sequenciamento das ordens de produção. O nível de execução deve
receber as ordens de produção, enviar informações sobre o andamento dos
trabalhos. Na execução, os procedimentos são feitos manualmente, utilizando-se de
papéis, formulários e planilhas eletrônicas, muitas vezes sujeitas a falhas. O nível de
controle recebe as informações sobre as ordens de produção e coordena as
atividades (SHIRASUNA, 2008; PADRÃO JR; ALVES FILHO; LANNA, 2002).
Planejamento Execão Controle
Figura 1: Modelo de negócios de uma empresa industrial. Fonte: adaptado de SHIRASUNA (2008)
25
O MES foi criado para ser aplicado para monitorar a execução dos processos
no chão-de-fábrica em tempo real, integrando o planejamento com o controle
gerencial (SHIRASUNA, 2008; KUCGANT 2008; VINHAIS, 1998; SEIXAS FILHO,
2007). Um sistema de coleta de dados e informações ajuda na tomada de decisão
(BRAH; LIM, 2006) A coleta de dados pode ser automática ou manual. De acordo
com as informações fornecidas do momento e do histórico, permite ao gestor tomar
medidas corretivas para reduzir e/ou eliminar problemas nas células de produção,
aumentando o valor agregado das operações. Para obter a funcionalidade, é
necessário implantar sistemas de aquisição de dados, conhecido por PIMS - Plant
Information Management Systems - que recuperam os dados do processo em fontes
distintas, os armazenam em um banco de dados único. Então disponibilizam por
meio de diversas ferramentas, como o MES (CARVALHO et al., 2005). O MES
trabalha relacionado a diversas atividades da produção, tais como: ordens de
produção, fluxo de materiais, qualidade, matéria- prima, padrões de operação,
operador, manutenção, entre outros. Funciona integrado com o ERP da empresa
trabalhando de maneira complementar. O termo MES, geralmente não é usual no
ambiente industrial. Pode ser definido, de acordo com a Wonderware (2008) como:
“um provedor inteligente de controle de processo, por meio de um sistema eletrônico
desenhado para executar instruções de controle das operações de manufatura”.
Outra definição diz:
“MES, sigla para Manufacturing Execution System, é o termo usado
para designar um conjunto integrado de funções focadas nas
atividades de produção, que estabelecem uma ligação direta entre o
planejamento, e sua execução. Esses sistemas geram informações
precisas e em tempo real que promovem a otimização de todas as
etapas da produção, desde a emissão de uma ordem até o
embarque dos produtos acabados”. PPI-Multitask (2008).
26
De acordo com a organização MESA (www.mesa.org apud KLETTI, 2007;
SALATIEL, 2008; VINHAIS, 1998), o MES compreende doze funcionalidades:
planejamento detalhado, gerenciamento de recursos, registro e visibilidade dos
recursos, gerenciamento de documentos, gerenciamento de materiais, análise de
desempenho, gerenciamento de mão-de-obra direta, gerenciamento de manutenção,
gerenciamento do processo, gerenciamento da qualidade, coleta de dados e
registros e por fim, rastreabilidade e genealogia do produto. Seixas Filho
(2007),afirma que quem define as funcionalidades do MES deve ser alguém que
compreende muito bem os processos do nível de produção.
Consideram-se potenciais benefícios com a aplicação do MES (KLETTI, 2007;
PADRÃO JR; ALVES FILHO; LANNA, 2002): melhoria dos prazos de entrega,
redução do tempo de produção, redução de inventário em processo, melhora do
desempenho dos recursos, informação em tempo real sobre as ordens de produção,
melhora da qualidade das decisões, redução de custo, elimina e ou reduz controles
em papel, melhora da utilização dos recursos, melhora da qualidade, entre outros.
Empresas que utilizam o MES apontaram que houve um aumento de 70% de
produtividade e a lucratividade aumentou de 86% para 350% em um período de três
anos, conforme Shirasuna (2008).
Para o MES funcionar é necessário criar uma convergência entre a
automação industrial e TI da organização e pode ser absorvida pela indústria para o
aumento da produtividade e redução de custos, conforme (MACNAB 2008;
VINHAIS, 2009). O fator decisivo é proporcionar a visibilidade das operações para a
tomada de decisão. É comum em empresas que não utilizam o MES, processar as
informações manualmente a cada MES. Dessa forma, se perde a agilidade e se tem
apenas a visão do passado (SILVA JR, 2008; SOUZA, 2008; PADRÃO JR; ALVES
27
FILHO; LANNA, 2002; BARTHOLOMEW, 2005). Ainda Bartholomew (2004) afirma
que para que as empresas continuem crescendo, é necessário um sistema de
informação em tempo real, devido a enorme volatilidade do mercado.
Segundo Silva Jr (2008), obtinham as informações do chão-de-fábrica, por
meio de relatórios mensais manualmente. Quando a informação estava disponível,
era apenas uma visão contábil porque não se podia tomar nenhuma providência.
Portanto, torna-se necessário um sistema de coleta de informações, a fim de
entender as deficiências. Informação, visibilidade de processo, qualidade dos dados
e controle não são mais opcionais tornam-se vitais (LATTARO, 2008). Neste
ponto, Nakajima (1989), cita:
Infelizmente, em muitas empresas o registro destes dados são
precários e não parecem ser confiáveis. Alguns dirigentes encaram o
tempo consumido com registros como plenamente dispensável ou
mesmo inúteis. Assim, torna-se difícil detectar as diversas formas de
perdas. (NAKAJIMA, 1989, p. 24).
O mesmo autor reforça que,
...o levantamento e o diagnóstico da situação das máquinas são
fundamentais para possibilitar uma avaliação correta. Tudo isso
deverá ser enfocado e conduzido dentro de uma sistemática simples
e eficiente. (NAKAJIMA, 1989, p. 24).
O benefício da utilização de um MES é de primeiro momento, a facilidade de
obter dados do chão-de-fábrica e tomar decisão mais rapidamente, para diminuir
perdas. O desafio maior, porém, é analisar os dados e perceber se algum recurso
produtivo está fornecendo dados coerentes. É muito comum devido falhas de
treinamento, ou mesmo falta de comprometimento, os dados informados
apresentarem algum tipo de problema que pode levar a uma decisão equivocada.
Esses casos são mais comuns quando as obtenções dos dados o são
automatizadas, ou seja, são obtidos manualmente. Mas em processos não
28
contínuos, a colaboração da equipe torna-se fundamental. Lobato (2002), afirma que
a TI tem grande impacto tanto sobre a estratégia de liderança em custo, quanto na
estratégia de diferenciação. Ainda, o mesmo autor reforça que o seu impacto se
sobre os custos das atividades da cadeia de valores. Segundo Imai (1996), os
problemas devem se tornar visíveis. Se não for possível detectar uma anomalia,
ninguém poderá mudar o processo. Deste modo, o primeiro princípio da gerência
visual é identificar os problemas e em segundo lugar, é ajudar os operários e
supervisores a manter o contato direto com a realidade da operação.
2.1.1 PORQUE USAR O MES
O ERP foi projetado para gestão de alto nível, e por isso se mantiveram
distantes do mundo real do chão-de-fábrica (BARTHOLOMEW, 2006). Como o ERP
não controla o chão-de-fábrica, a produção tem de controlar as etapas de
manufatura e gerar indicadores de desempenho de diversas maneiras. Por a gestão
de produção determinar as atividades relacionadas ao planejamento empresarial,
manufatura, controle e programação da produção, engenharia, suprimentos,
logística, melhoria da produtividade, tecnologias e equipamentos, qualidade, meio
ambiente (NEVES; SANTOS, 2008), torna-se necessário um maior controle do
processo de produção das empresas (SOUZA et al., 2008; SHIRASUNA, 2008;
KUCGANT 2008; VINHAIS, 1998).
Obter ferramentas que facilitem ao gestor da produção tomar decisão é
importante para o resultado global da empresa. Por esse motivo, também é
abordado alguns pontos sobre integração do MES com ERP, administração
industrial, conhecimento e estratégia. Geralmente, o ERP não possui aplicativo
29
referente ao controle de chão-de-fábrica e os dados obtidos são genéricos e de
difícil acesso. Isso acontece porque o ERP é projetado com foco financeiro (pedidos,
compras, recebimentos, pagamentos, estoque, custo), em detrimento a outros
processos gerenciais (qualidade, produção, manutenção, segurança).
Ainda Oliveira (2008), aponta outras dificuldades, tais como: ordens de
produção sendo encaminhados por papeis, inventários com diferenças, ordens de
manutenção abertas após horas de linha parada, pouco controle sobre horas
trabalhadas, entre outros. As empresas que implantaram o ERP em seus negócios,
começam a se dar conta que as possibilidades de ganho se tornam mais raras e que
as possibilidades mais claras se encontram na linha de produção (EGREJA, 2008).
Vários trabalhos têm tratado da implantação de ERP enfocando suas
vantagens, dificuldades, sucessos, impactos nas pessoas e no negócio, possível
aumento da competitividade (AL-MASHARI; AL-MUDIMIGH, 2003; BENDOLY;
SCHOENHERR, 2005, CERRI, 2004 apud NEVES; SANTOS, 2008). Porém,
conforme afirma Neves e Santos (2008), tem-se observado uma lacuna que
distancia os sistemas ERP e as tecnologias utilizadas no chão-de-fábrica, referente
à troca de informações.
Esse vazio é evidenciado pela falta de conhecimento do que acontece nos
processos em tempo real. Por isso, a necessidade da integração do chão-de-fábrica,
de forma simples, instantânea e confiável, com o sistema ERP é fundamental à
melhoria dos processos produtivos (FERNANDES, 2006 apud NEVES; SANTOS,
2008; SALATIEL, 2008). A Figura 2, apresenta o cenário mais usual nas empresas,
em relação a integração do ERP com o chão-de-fábrica.
30
Chão-de-fábrica
quinas
Interfaces
Sensores
CLP
Prodão
Quantidade
Peso
Metragem
Temperatura
ERP
Cadastros
Listagems
Relatórios
Internet
PCP
Apontamento
Especificação
Decisão
Lacuna
Falta de
integração
Figura 2: Cenário inicial: vazio separando a gestão da produção do chão-de-fábrica. Fonte: NEVES;
SANTOS (2008, p. 59).
Conforme Neves e Santos (2008), a integração do chão-de-fábrica com o
ERP passa a ser de grande importância, objetivando ganhar qualidade da
informação gerada e compartilhada de forma eficiente e rápida. Ainda Neves e
Santos (2008) afirmam que desta forma, a gestão da produção ganha confiabilidade,
com redução de erro e rapidez da geração da informação para demais áreas.
A lacuna mostrada na Figura 3 é preenchida com a ferramenta MES que atua
entre o nível operacional e empresarial (SHIRASUNA, 2008; VINHAIS, 1998). O
MES é projetado para integrar os dados da operação com o ERP (KATZ, 2007) e
garante um gerenciamento mais eficiente, possibilitando a tomada de decisão com
base em informações mais confiáveis (NEVES; SANTOS, 2008; PADRÃO JR;
ALVES FILHO; LANNA, 2002; VINHAIS, 1998). Neves e Santos (2008) listam alguns
benefícios;
a) Consolida o planejamento e o mapeamento para a execução de todas
as etapas de produção;
b) Conecta o processamento de pedidos com os controles dos sistemas
da produção;
31
c) Otimiza os processos de produção;
d) Democratiza a informação;
e) Integra as informações da produção e permite visualizar a fábrica como
um todo e em tempo real.
A integração do chão-de-fábrica com o Sistema de Gestão Empresarial (ERP)
passa a ser crucial e visa permitir que os diversos sistemas e processos operem de
forma paralela e convergente, nos diversos níveis hierárquicos da organização
(NEVES; SANTOS, 2008; PADRÃO JR; ALVES FILHO; LANNA, 2002; VINHAIS,
1998; CARVALHO, 2005). Sem a integração, é impossível considerar que se está
obtendo o máximo de desempenho, pois sempre haverá retrabalho e desperdício de
tempo, além de grande probabilidade de erro por falha humana. (GAIDZINSKI, 2003
apud NEVES; SANTOS, 2008).
Para que implantado de modo consistente, deve seguir as orientações
concebidas dentro das normas ISA 95 que tem como premissa a integração entre os
sistemas corporativos e os de manufatura (SEIXAS FILHO, 2007). Novas formas de
coleta de informação em tempo real estão em fase de avaliação (VAZ, 2008).
Sistemas como o MES permitem a análise contínua da condição dos equipamentos
e disponibiliza informação do produto em todos os pontos do processo, no tempo
certo e no lugar certo, sendo a chave para a produtividade (VAZ, 2008; SOUZA,
2008; SALATIEL, 2008; PADRÃO JR; ALVES FILHO; LANNA, 2002).
32
2.2 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
Logo após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos da América
resolveram apoiar técnica e financeiramente o Japão, [...]. Neste novo
cenário [...], os japoneses passaram a buscar métodos de eliminação de
desperdícios e melhoria [...] da qualidade e da produtividade. Os
empresários japoneses [...] apoiados por professores norte-americanos,
como Edward Deming e Joseph Juran, iniciaram uma forte mobilização
nacional para a conscientização do povo para a importância da qualidade
como um fator de sobrevivência [...]. A busca de aprimoramento das
atividades empresariais e a melhoria dos processos de industrialização
estabeleceram o ponto de partida para a popularização de conceitos e
técnicas relacionados à manutenção e programas de qualidade e
produtividade. Dessa forma, [...] o termo “Manutenção Produtiva Total” foi
utilizado pela primeira vez no final dos anos 60 [...] por um fornecedor [...] da
Toyota. (CARRIJO; LIMA, 2008, p. 1).
Antes da década de 50, o Japão atuava somente com manutenção corretiva.
No período do pós-guerra, o Japão adotou técnicas de manutenção preventiva, que
evoluiu para o TPM na cada de 70 (NAKAJIMA, 1989). A Manutenção Produtiva
Total (MPT) originada do termo em inglês TPM Total Productive Maintenance é
definida como:
...a reformulação da postura, tanto dos homens como das máquinas.
Em outras palavras, a sua abrangência é por toda a organização, ou
seja, trata-se da reformulação para uma nova empresa. Essas
palavras são motivadas para eliminação sistemática das perdas e
falhas. (NAKAJIMA 1989, p. 45).
O objetivo principal é perda/falha zero. Ainda citando o mesmo autor “a
eliminação das seis grandes perdas significa a incorporação das melhorias nas
máquinas, o que refletirá positivamente sobre o homem, que é o verdadeiro
responsável pela reformulação da empresa”. O TPM é um conceito que deve ser
liderado pela alta administração e conduzido com firmeza, pois é antes de tudo, um
estimulador de mudança comportamental e cultural. O programa TPM tem doze
etapas para sua implantação e dividida em quatro grandes fases: preparação,
33
introdução, implantação e consolidação. O indicador OEE é originado da filosofia
TPM. As etapas são indicadas a seguir:
1. Decisão da adoção pela alta administração anúncio oficial;
2. Campanha para introdução e esclarecimentos iniciais;
3. Estruturação do órgão encarregado da implantação;
4. Definições da política básica e metas a serem alcançadas;
5. Elaboração do plano-diretor de implantação;
6. Definir atividades relativas a fase preparatória;
7. Incorporação de melhorias individualizadas sobre as máquinas e
equipamentos;
8. Estruturação da manutenção autônoma;
9. Estruturação do setor de manutenção e condução da manutenção
planejada;
10. Educação e treinamento para melhoria das habilidades do pessoal da
produção e manutenção;
11. Estrutura para gestão dos equipamentos na fase inicial de funcionamento;
12. Consolidação do TPM e incremento do seu nível.
De acordo com Nakajima (1989), um programa TPM bem sucedido terá
influência na vontade de realização e resultana capacitação do homem, ou seja,
do uso da capacidade mental. Trata-se da cristalização da educação, seguida de
treinamento. A educação do homem, que deve ser condizente com os objetivos que
ele busca, resultará na sua satisfação. Propiciar o ambiente para realização significa
preparar o ânimo, os documentos necessários, enfim, oferecer todas as condições
34
físicas e materiais para a operacionalização. Um incentivo verbal não permite a
consolidação dos grupos. As ações devem ser concretas. Carrijo e Lima (2008),
afirmam que o TPM é um programa ou mesmo uma filosofia que vem se
disseminando entre as empresas brasileiras desde a década de 1990 e tem se
mostrado um poderoso método na busca de patamares de excelência e
competitividade.
2.3 EFICIÊNCIA GLOBAL DOS EQUIPAMENTOS
A Eficiência Global dos Equipamentos vem do termo em inglês Overall
Equipment Effectiveness - OEE, originado do conceito TPM Total Productive
Maintenance (Manutenção Produtiva Total), que visa maximizar o rendimento
operacional do equipamento, ou célula de produção, onde são considerados os
índices de disponibilidade, desempenho e qualidade (HANSEN, 2006). Nakajima
(1989) ressalta a importância, onde cita que:
Para o cálculo do rendimento operacional global deve-se incorporar
tanto o índice do tempo operacional, como o do desempenho
operacional e o dos produtos aprovados. Esta produtória integra a
produtividade e a qualidade, ou seja, conjumina as contribuições
para a incorporação do valor adicionado ao produto. (NAKAJIMA,
1989, p. 24).
Segundo Seixas Filho (2008), o OEE é um indicador simples de medir e
retorno rápido. Hansen (2006), explica que o cálculo do OEE é o produto da
disponibilidade (tempo real de operação versus tempo programado de operação)
multiplicado pela taxa de velocidade (taxa de velocidade real versus taxa de
velocidade teórica) multiplicada pela taxa de qualidade (produtos bons versus total
35
de produtos fabricados). O mesmo autor reforça que o resultado pode ser expresso
como uma percentagem da efetividade que está diretamente correlacionada com a
real produção do chão-de-fábrica e pode ser conciliada 100%. Entender o conceito
de correlação mútua é a chave para se ter uma medida simples que tenha
credibilidade junto à produção, manutenção, engenharia, gerência e áreas
financeiras. Como desempenho desejável, Nakajima (1989) recomenda o OEE de
85%, onde, considera que os índices a serem atingidos devem ser: disponibilidade
superior a 90%, desempenho operacional superior a 95% e qualidade superior a
99%. O cálculo do OEE é dado pela Equação 1.
OEE = Disponibilidade x Desempenho x Qualidade (Equação 1)
Ou seja,
OEE = 90% x 95% x 99% = 85%
Para Hansen (2006), o OEE deve ser primeiramente aplicado nos gargalos
que afetam o ganho ou em qualquer outra área crucial e dispendiosa da linha de
manufatura. A Figura 3 mostra a composição dos tempos que são utilizados no
OEE.
(F) TEMPO EFETIVO DE PRODUÇÃO
PERDA POR QUEDA
DE VELOCIDADE
PERDA POR DEFEITOS
(D) TEMPO EFETIVO DE FUNCIONAMENTO
(E) TEMPO EFETIVO DE PRODUÇÃO
PERDA POR PARADA
PROGRAMADA
TEMPO TOTAL DISPONÍVEL DE UM EQUIPAMENTO
(A) TEMPO DE FUNCIONAMENTO PROGRAMADO
(C) TEMPO PADRÃO DE FUNCIONAMENTO
PERDA POR PARADA
NÃO PROGRAMADA
(B) TEMPO DE FUNCIONAMENTO REAL
OEE = (B/A) X (D/C) X (F/E)
Figura 3: Composição dos tempos do indicador OEE. Fonte: Adaptado de Nakajima (1989, p. 25)
De acordo com Nakajima (1989), devem-se identificar as seis perdas
relacionadas aos indicadores de disponibilidade, desempenho e qualidade, que são:
36
quebra, demora na troca de ferramentas e regulagem, operação em vazio (espera),
redução da velocidade em relação ao padrão, defeitos de produção, perdas por
queda de rendimento. A Equação 2 se refere ao cálculo da disponibilidade.
Disponibilidade =
Tempo Disponível Tempo de Paradas
Tempo Disponível
No índice velocidade operacional, deve-se considerar a diferença entre a
velocidade teórica e a real. Na velocidade teórica, é considerado o tempo previsto de
acordo com o projeto de engenharia. O ciclo efetivo é o tempo levado para produzir
dividido pelo número de peças produzidas e é dado pela Equação 3.
Velocidade =
Ciclo teórico
(Equação 3)
Ciclo efetivo
Para Nakajima (1989), a diferença entre o desempenho teórico e o real deve-
se às perdas relacionadas às pequenas paradas e à queda de desempenho da
máquina em relação ao que foi projetada. O índice de desempenho mostra a
velocidade em que a operação está sendo realizada e é dado pela Equação 4.
Desempenho =
Quantidade produzida x Ciclo efetivo
(Equação 4)
Tempo efetivo de funcionamento
O índice de qualidade calcula a eficácia da operação, ou seja, se as peças
produzidas estão dentro das especificações de qualidade, calculado pela Equação 5.
Qualidade =
Peças produzidas (peças refugadas +
retrabalhadas)
(Equação 5)
Peças produzidas
(Equação 2)
37
Conforme Santos e Santos (2007), a análise do OEE permite envolver todas
as áreas da empresa por meio de um indicador, auxiliando a liderança na
administração de recursos de suas áreas de negócio. Como referência pode-se
comparar o desempenho de OEE de determinados processos ou áreas, com o
resumo a seguir.
Menor ou igual a 65%. Inaceitável. Dinheiro escondido é jogado fora.
De 65% a 75%. Aceitável somente se houver tendência de melhoria.
De 75% a 85%. Muito bom, no entanto, mantenha o ritmo de melhoria.
O nível de Classe mundial é superior a 85% para processos em lotes e 95%
para processos discretos e contínuos. Indústrias de fluxo contínuo devem ter valores
superiores a 95% (HANSEN, 2006). Fundamental para o cálculo do OEE é a
classificação de informações que devem ser coletadas por meio de formulários ou
sistemas informatizados, cujo propósito é coletar tais dados de maneira organizada
e metódica. Dessa forma é garantido a veracidade dos índices de desempenho. A
base de dados torna-se o ponto-chave para um programa de incremento de
melhoria. Ao mesmo tempo, as informações não devem ser detalhadas a ponto de
serem entendidas por poucos. A simplicidade deve imperar nas classificações, para
que todos possam entender e contribuir. A seguir, descrevem-se as classificações e
definições-chave do OEE:
Utilização do ativo. Tempo total do calendário, no qual o equipamento está
operando.
Parada não programada (DT Downtime). Todos os eventos que
ocasionam parada não programada.
38
Parada programada I. Tempo de parada devido a fatores internos da
manufatura. Manutenção preventiva, setup, reuniões de produção, que
foram previamente agendadas, dentro da competência da manufatura.
Fator interno da manufatura.
Parada programada II. Tempo de parada devido fatores externos à
manufatura. Assembléia de funcionários e sindicato, eventos de recursos
humanos, reuniões convocadas pela alta administração, palestras
referente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
(SIPAT), reuniões da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), entre outros. A manufatura não tem competência para decidir, pois
tem de cumprir a diretriz.
Tempo de ciclo ideal ou taxa teórica. É o tempo padrão calculado e
definido pela engenharia de processos.
Tempo fora de turno. São os tempos relativos a refeições, turnos inativos,
dias de semana em que não há atividade.
Eficiência Global dos Equipamentos. Indica a eficácia do processo, fazer
bons produtos na velocidade considerada, com o máximo de
aproveitamento do tempo disponível.
Tempo operacional. É o tempo de carga no qual o sistema está realmente
produzindo.
Taxa de qualidade. É a quantidade de produtos bons dividida pela
quantidade de produtos fabricados.
Quantidade de produtos bons. Produtos que estão dentro das
especificações. Não pode ser considerado nesse momento produtos que
estão sob análise de conformidade. Dependerá da aprovação, que então,
39
poderá entrar na conta de produtos conformes. Caso contrário, se
contabilizado em refugo.
Perda de velocidade. É a redução da operação em relação ao tempo
teórico.
Tempo total. É a consideração de cada minuto do tempo. Também
chamado de tempo-calendário.
Desperdício. É a taxa de desperdício ou perdas no processo total. Pode
incluir refugo, perda de velocidade, redução da utilização do equipamento
devido a paradas.
As definições-chave são importantes para a parametrização do sistema de
controle e monitoramento da produção. Mas, ter claro as definições não é suficiente
para obter um entendimento dos desperdícios para eliminá-los.
É necessário combinar com os dados coletados para obter informações para
a tomada de decisão. Para Hansen (2006), uma boa coleta de dados é um requisito-
chave para uma estratégia bem sucedida para o cálculo do OEE. O sucesso de
qualquer fábrica é fortemente influenciado pela veracidade das informações
coletadas e analisadas. Segundo o mesmo autor, a estratégia do OEE deve ser
implantada nos gargalos da fábrica, bem como em outras áreas-chave que são
críticas ou dispendiosas na operação. Isso significa que até para controlar, deve-se
priorizar o que é atividade vital da atividade trivial, de modo a potencializar ou
alavancar os resultados nos lugares certos. Deve-se concentrar-se naquilo que é
possível e viável: tornar virtuais processos, ou parte deles, para dinamizar o projeto,
a produção e a entrega de produtos físicos (OLIVEIRA, 2008) e assim, tomar
decisões que visam o melhor para a empresa.
40
2.4 PRODUTIVIDADE
A competição, a necessidade de conquistar novos mercados e
atender demandas [...], [...] melhores margens, a melhoria da
qualidade e da produtividade tem levado as empresas a investirem
em processos que melhorem a gestão da produção. (NEVES;
SANTOS, 2008, p. 56).
O termo produtividade foi utilizado pela primeira vez pelo economista francês
Quesnay, em 1766, e, em 1883, o economista Littre, também francês, definiu o
termo com o sentido de capacidade de produzir, (MARTINS e LAUGENI, 1999 apud
ALTELINO, 2003). De acordo com Megginson, Mosley e Pietri (1998 apud
ALTELINO, 2003), “produtividade é a quantidade de bens ou serviços produzidos
por um empregado em determinado período de tempo, levando-se em consideração
a qualidade”. Pode-se simplificar a produtividade como sendo um índice obtido pela
relação entre o que foi produzido e o total dos recursos gastos nesta produção.
Assim sendo, pode-se ter a seguinte relação (Equação 6):
Produtividade =
Produção
(Equação 6)
Custo
A produtividade melhora quando menos input (entrada) produz o mesmo
output (saída), ou quando o output (saída) aumenta com o mesmo input (entrada).
Input (entrada) refere-se a itens como recursos humanos, utilidade e material.
Output (saída) refere-se a itens como produtos, serviços, resultados e valor
agregado (IMAI 1996 p. 50). Segundo Hansen (2006), as fábricas se esforçam para
serem eficazes com baixo custo. A necessidade de mudanças nas organizações não
deixa de existir (MONTANARI; PILATTI; SCANDELARI, 2006). As empresas de
41
classe mundial compartilham de duas características. o dirigidas para resultados
e lideradas sinergicamente por equipes de liderança multifuncionais. Um sistema de
medição correto e a gestão com parâmetros-chave contribuem para aumentar a
produtividade tanto na área como na planta (HANSEN, 2006; MONTANARI;
PILATTI; SCANDELARI, 2006).
Em paralelo ao monitoramento da produção, os projetos de melhoria, focam
as perdas dos processos com o objetivo de reduzir e/ou eliminar as ineficiências das
operações. Para manter a operação em nível de classe mundial, é importante
sustentar o equilíbrio entre a produção e a capacidade de produção, tanto para
viabilidade de curto prazo como de longo prazo. Planejamento e organização são
também habilidades importantes, utilizadas para aperfeiçoar o fluxo de material,
pessoas, caixa e gerenciar as ordens de trabalho (HANSEN, 2006).
Para Altelino (2003) a empresa deve evidenciar como estão sendo
gerenciados seus recursos e, para tanto, sua produtividade pode ser expressa de
várias maneiras, dependendo de quem a esteja definindo. O mesmo autor afirma ser
necessário que administradores tenham noções e saibam definir a palavra
produtividade, ou seja, a produtividade refere-se ao maior ou menor aproveitamento
dos recursos nesse processo de produção onde insumos são combinados para
fornecer uma saída. Desta maneira, um crescimento da produtividade implica em um
melhor aproveitamento dos recursos empregados (máquinas, energia, insumos,
recursos financeiros, matéria-prima). Conforme citação de Altelino (2003),
Analisando cada um dos elementos desta relação, verifica-se toda a
eficácia do gerenciamento adotado na empresa. O numerador reflete
as consequências de um planejamento, quantidades, qualidade do
produto, da programação da produção, dos estoques, da relação
com o mercado fornecedor, da manutenção dos equipamentos, etc.
O denominador reflete os resultados da forma como todos os
recursos foram consumidos, podendo-se incluir também neste
42
denominador os valores correspondentes aos recursos humanos,
percebendo-se assim a influência do desempenho dos recursos
humanos sobre a produtividade. (ALTELINO, 2003, p. 20).
Assim, diminuem-se os custos e, consequentemente, a empresa poderá
oferecer ao mercado produtos com preço menor, aumentar a rentabilidade ou a
combinação dos dois elementos, melhorando assim sua condição de
competitividade. Sendo assim, gestores, em qualquer nível da organização, devem
ter como prioridade o aumento da produtividade, disseminando tais conhecimentos
por toda a fábrica, pois é por meio da produtividade que se obtêm condições para a
redução dos preços, aumento dos lucros e segurança no trabalho. Para a obtenção
de aumento da produtividade, requerem-se mudanças na tecnologia, na qualidade e
na forma de organização de trabalho, ou em todas em conjunto.
[...] pode-se dizer que de nada valeria o aumento da produtividade se
a melhoria da qualidade não acompanhasse tal resultado, pois, com
certeza uma melhor qualidade refletirá num aumento de
produtividade. (MEGGINSON, MOSLEY e PIETRI, 1998, p. 534 apud
ALTELINO, 2003, p. 19).
Mas o que diferem as fábricas consideradas de Classe Mundial das demais?
Nas fábricas de Classe Mundial, de acordo com Hansen (2006), todas as áreas têm
uma relação ganha-ganha com as áreas interdependentes. Consideram como certo
que as decisões são tomadas corretamente na primeira vez. Elas equilibram a
produção e a capacidade da produção de forma apropriada.
Tem o controle da visão global e conscientizam todos a trabalhar em direção
a um alto nível de excelência e a manter essa posição. O limite operacional: eles
sabem onde estão e para onde estão indo. Neste ponto, Waurzyniak (2006) destaca
que com sistemas de TI que integram as operações com a visualização das
estações de trabalho pode-se em tempo real ver exatamente o que está
43
acontecendo tempo decorrido, parada, perdas, ganhos, velocidade tudo sobre a
produtividade”.
A princípio parece ser complexo melhorar os indicadores de produtividade,
mas na maioria das vezes, as soluções passam por análises dos processos,
observações em campo, pesquisa junto aos operadores e trabalhadores do chão-de-
fábrica, onde se evidenciam oportunidades simples.
Mudanças de layout, alterações de métodos e processos, melhoria da
ergonomia, são alguns fatores que ajudam muito a aumentar a produtividade.
Hansen (2006), afirma que a maioria dessas melhorias provém de projetos sem a
realização de investimentos. Mudanças básicas frequentemente reduzem gargalos.
A melhoria do desempenho por meio do OEE envolve várias etapas:
Calcular o valor do OEE do desempenho atual do gargalo.
Ser disciplinado e honesto com os dados e resultados.
Comprometer-se com uma agenda pró-ativa.
Definir metas e um plano de ação e dividir com os trabalhadores.
Treinar todos os membros da comunidade sobre as medições do OEE.
Gerar recursos (tempo, dinheiro, pessoas e treinamento) para fazer as
mudanças acontecerem, introduzindo novas técnicas e procedimentos.
Utilizar as medidas do OEE em todos os níveis da planta.
As fábricas são o coração de qualquer empresa. Permanecer no negócio
exige a construção e a manutenção de fábricas eficazes (HANSEN, 2006).
44
2.5 MELHORIA CONTÍNUA
A concorrência global tem reforçado o papel da qualidade no mundo dos
negócios (BRAH; LIM, 2006). Há uma forte necessidade de reforçar os conceitos e
aplicações da qualidade de forma consistente e confiável, nos produtos, processo e
pessoas. De acordo com Lorent, Rodriguez e Dewhurst (2004), empresas de
produtos e serviços procuram melhorar continuamente o desempenho nos negócios
aplicando vários meios para aumentar a qualidade, reduzir custos e aumentar a
produtividade. A qualidade gerencial está ligada aos conceitos de eficácia e
eficiência, onde o primeiro é realizar atividades conforme o planejado e o segundo,
incorporar a melhoria contínua (CARDOSO; CARDOSO; CHAVES, 2005).
Por isso, a qualidade é vista e aplicada de forma mais abrangente e requer
algumas vezes, conceitos que valorizam a busca por melhoria contínua nos
processos. Liker (2005, apud BATISTA; MUNIZ; BATISTA JR, 2008) aborda que a
consistência no desempenho da Toyota é resultado de sua excelência operacional,
em parte, baseada nos métodos de melhoria da qualidade e
ferramentas que o grupo tornou famosos nas indústrias: kaizen, nivelamento de
produção entre outros. Neste trabalho, será destacada a ferramenta originada do
Sistema Toyota de Produção, conhecido por Kaizen.
Kaizen é uma palavra japonesa que significa melhoria contínua. Essa palavra,
segundo Imai (1996), implica melhoria que envolve todos gerentes e trabalhadores
e envolve relativamente poucas despesas. A filosofia Kaizen assume que seu
estilo de vida, seja a vida profissional, social ou doméstica (familiar), deve ser o foco
dos esforços de melhoria contínua. Essa filosofia é muito forte na cultura japonesa, o
que muitas vezes, não é percebida, mas que levou a indústria deste país a ser uma
45
das mais fortes do mundo. Uma característica das melhorias advindas da filosofia
Kaizen, é de que as melhorias são incrementais, pequenas e contínuas, resultando
em aumento do desempenho, com impactos significativos (BESSANT et al., 1994
apud GONZALES; MARTINS, 2006; IMAI, 1996). Muitas técnicas surgiram devido a
essa filosofia, ante as quais se podem citar: TQC Total Quality Control - Controle
da Qualidade Total; JIT Just In Time - No Tempo Certo; ZD Zero Defect Zero
Defeito, Kaizen Blitz (WOMACK; JONES; ROSS, 1990 apud Bateman, 2003) entre
outros. Segundo Imai (1996), os conceitos mais importantes do Kaizen são: i) Kaizen
e gerência; ii) processo versus resultado; iii) seguir o ciclo PDCA/SDCA; iv)
qualidade em primeiro lugar; v) utilizar dados; vi) o próximo processo é o cliente.
Portanto a filosofia Kaizen estimula a atitude mental positiva, decisões
baseadas em dados e fatos, trabalho em equipe e foco no cliente. No contexto do
Kaizen, a gerência desempenha duas principais funções: manutenção e melhoria. A
manutenção se refere aos esforços direcionados à sustentação dos padrões
tecnológicos, operacionais e gerenciais atuais, seguindo os procedimentos
operacionais padrão (SOP Standard Operating System) (IMAI, 1996). A Figura 4
ilustra as ferramentas de melhoria do processo.
Ferramentas de melhoria do processo
Análise dos 7
desperdícios
O método para
identificar e
eliminar
desperdícios dos
processos.
Gestão Visual
Dispor gráficos e
informações de
acesso rápido e
consistente para
compartilhar
padrões e
desempenho.
Operação
padrão
todo para
desenvolver de
maneira
padronizada o
procedimento
operacional.
5S Organização do local de trabalho
todo para organizar e padronizar o local de trabalho para
a segurança e eficiência da operação. 5S é a base para as
outras ferramentas.
Figura 4: Ferramentas de melhoria do processo. Fonte: adaptado de Bateman (2003, p. 1)
46
Na função de melhoria, o foco é da inovação ou mudança radical, para o
alcance dos resultados esperados. Geralmente, nesse caso, tem um aporte
financeiro, visto tratar-se de aquisições de máquinas, equipamentos e instalações
industriais, com aumento considerável de capacidade industrial. A Figura 5 permite-
se visualizar as funções de manutenção e melhoria de acordo com a percepção
japonesa.
Figura 5: Percepção japonesa das funções no trabalho. Fonte: IMAI (1996, p. 11)
A Figura 6 ilustra a abordagem nas funções de manutenção e melhoria, sob
uma percepção ocidental.
Figura 6: Percepção ocidental das funções no trabalho. Fonte: IMAI (1996, p. 11)
É certo que a filosofia Kaizen contribui muito com a competitividade da
empresa junto ao mercado, visto ser uma forma muito agregadora de valores, que
direcionam os esforços para a identificação e eliminação sistemática de perdas. Mas
47
não basta apenas a filosofia para transformar a empresa. Tem de combinar técnicas,
conceito e comportamentos proativos para convergir os esforços, na busca da
excelência operacional. Também vale destacar que o Kaizen não é a correção de
um processo e sim a melhoria do processo. Se um determinado processo não está
estável, ou está abaixo do desempenho esperado, o trabalho deve ser orientado
para restabelecer o padrão. Por outro lado, uma operação estável, não atende mais
os requisitos, tanto mercadológico (demanda maior que a capacidade de produção),
quanto o custo elevado, perdas em uma taxa que não é mais aceitável, então, o
projeto para elevar o padrão é caracterizado por ser um Kaizen, ou uma melhoria de
um estado que passou a ser melhor que a situação anterior.
A filosofia Kaizen reforça muito o conceito da qualidade em primeiro lugar
sempre. De acordo com Imai (1996), das maiores metas: qualidade, custo e entrega,
a qualidade deve vir sempre em primeiro lugar. Por mais atraente que sejam o preço
e o prazo de entrega, oferecidos aos clientes, de nada adiantarão se o produto ou
serviço não forem de qualidade. Conforme citação do mesmo autor;
A prática do credo “qualidade em primeiro lugar” exige o
comprometimento da gerência, pois os gerentes muitas vezes
têm a tentação de fazer do cumprimento dos prazos de entrega
e corte de custos a maior prioridade. Ao fazê-lo, eles se
arriscam a sacrificar não só a qualidade, mas também a vida
da empresa. (IMAI, 1996, p. 14).
Outro conceito marcante de sustentação da filosofia Kaizen, se refere à
utilização de dados. Como se trata de um processo de melhoria contínua, a
necessidade de analisar dados de desempenho é rotineira. Identificar uma restrição
é o primeiro passo, mas sem dados, não o que fazer. Muitas decisões
importantes são tomadas baseadas na percepção, sentimentos e palpites uma
48
abordagem pouco científica ou objetiva. Segundo Imai (1996), a coleta de dados
sobre uma situação recorrente ajuda a entender onde se está no momento; isso
serve como ponto de partida para a melhoria. Entender o processo como um todo e
identificar seus clientes internos e externos é fundamental para garantir a qualidade
em toda a cadeia de eventos.
O conceito Kaizen prega que o próximo processo é o cliente. Isso significa
que todo o trabalho é uma série de processos e cada processo tem um fornecedor e
um cliente (IMAI, 1996). Para o mesmo autor, a maioria das pessoas que trabalham
em uma organização lida com clientes internos e externos. Esse fato deve levar a
um compromisso de nunca passar adiante peças defeituosas ou informações
incorretas. Também para contribuir com o fortalecimento da filosofia Kaizen, dentro
de uma organização, recomenda-se a implantação de um plano de sugestões o qual
os funcionários podem colaborar com ideias sobre como eliminar as perdas.
Segundo Gonzalez e Martins, (2006), o Kaizen gera uma nova forma de pensar,
voltada para o processo, e um sistema administrativo que apóia e reconhece os
esforços para o melhoramento.
Na abordagem japonesa do plano de sugestões, Imai (1996), enfatiza os
benefícios da participação positiva do funcionário no sentido de aumentar os
benefícios. Essa abordagem contrasta com a cultura do ocidente, onde o foco é
sobre os benefícios econômicos e incentivos financeiros, quando se introduz
sistemas de sugestão. Jager et al., (2004, apud GONZALEZ E MARTINS, 2006),
definiram quatro pilares necessários para garantir a prática da melhoria contínua:
entendimento, competências, habilidades e comprometimento.
O entendimento por todos os envolvidos, do “por quê” a melhoria é importante
para contribuir com a atividade. As competências das pessoas para aplicar técnicas
49
de solução de problemas é um passo complementar, combinada com suas
habilidades específicas. E finalmente, as pessoas precisam estar motivadas
internamente, de modo a participar e resolver os problemas melhorando os
processos (GONZALEZ; MARTINS, 2006). Quando se vai ao local onde acontecem
as coisas, na visão japonesa, se está fazendo o gemba, que significa “verdadeiro
lugar” – onde a ação acontece. Segundo Imai (1996), em todos os negócios, existem
três atividades principais diretamente relacionadas com a geração de lucros:
desenvolvimento, produção e venda. Sem essas atividades, a empresa não existe.
Portanto, em um sentido mais amplo, o gemba significa os locais onde
ocorrem essas atividades principais. Usualmente, no contexto industrial, o gemba
significa o lugar onde são fabricados os produtos. Consequentemente, quando algo
está errado, deve-se ir ao gemba. No momento em que a gerência se concentra no
gemba ou nos locais de produção, são descobertas oportunidades de tornar a
empresa mais bem sucedida e lucrativa Imai (1996). Fundamental então é o papel
do gerente no gemba como um facilitador e provedor de apoio. A Figura 7 ilustra o
papel do gerente em um contexto gemba.
.
Figura 7: Gerência apoiando o gemba. Fonte: IMAI (1996, p. 20)
Então o gerente-gemba preza por estar presente onde as coisas acontecem
de fato, sentindo-se totalmente integrado e a vontade, quando circula no chão-de-
50
fábrica. Mas o que acontece na maioria dos casos é que gerentes, supervisores,
engenheiros e técnicos, se mantêm em grande distância das linhas de produção
(IMAI, 1996). Segundo Valle (1996), a estratégia empresarial de investir em TI deve
ser acompanhada por transformações na política de recursos humanos, de modo a
ser formada por pessoas capazes de tomar decisões, assumir responsabilidades,
com espírito criativo e inovador.
Lobato (2002), afirma que em um mercado competitivo, as empresas devem
adotar procedimentos orientativos para a qualidade. Uma base dessa orientação se
refere as 14 regras de Deming, como seguem:
1. Criar constância de propósito visando o aprimoramento;
2. Adotar nova filosofia: “o bastante bom” não é “bom o bastante”;
3. Eliminar a dependência de inspeções em massa; incorporar qualidade;
4. Acabar com a prática de realizar negócios baseados em preço;
5. Identificar problemas; trabalhar o sistema continuamente;
6. Instituir métodos modernos de treinamento;
7. Instituir métodos modernos de supervisão;
8. Eliminar o medo;
9. Destruir as barreiras interdepartamentais;
10. Não exigir maior produtividade sem fornecer meios;
11. Eliminar padrões de trabalho que prescrevam metas quantitativas;
12. Remover barreiras à auto-estima na mão-de-obra;
13. Instituir programa vigoroso de treinamento e “retreinamento”;
14. Criar uma estrutura administrativa para impulsionar as 13 regras acima;
51
2.6 TODO DE SOLUÇÃO DE PROBLEMA
Juran (1991, apud SOUZA, 2003) define que qualidade é a adequação ao
uso. Souza (2003) afirma que o padrão, o atendimento à finalidade a que o produto
se propõe mediante suas especificações. Portanto, um dos grandes desafios da
gestão de produção aliado à gestão da qualidade é identificar as causas de uma não
conformidade no sistema produtivo e garantir a sua eliminação para atender as
especificações. De acordo com Aguiar (2006), a sobrevivência das empresas
depende da sua capacidade de atender às necessidades dos clientes. Para isso,
devem ser capazes de promover mudanças rápidas, pois essas também ocorrem no
mundo globalizado.
Diante da estrutura global de negócios, a integração das operações do chão-
de-fábrica com os sistemas de gerenciamento tornou-se decisivo para a
competitividade das organizações (GAMBOA, 2008). Muitos pesquisadores sobre
qualidade focam a importância dos clientes internos e externos (SARAPH et al.,
1989 apud BRAH; LIM, 2006; LORENT, RODRIGUEZ, DEWHURST, 2004)
desenvolveram oito fatores para o gerenciamento da qualidade, que são: liderança,
dados de qualidade e relatórios, treinamento, relacionamento inter-pessoal,
gerenciamento de processos, produto ou serviço, gerenciamento de fornecedores e
departamento da qualidade (BRAH; LIM, 2006). Aguiar (2006) afirma que para se
atingir metas, são necessários: liderança, conhecimento técnico e conhecimento
gerencial. A Figura 8 ilustra esse modelo.
52
Figura 8: Fatores de competitividade. Fonte: Adaptado de Aguiar (2006, p. 20)
Conforme Brocka e Brocka (1994, apud SOUZA, 2003), a Qualidade Total
combina técnicas fundamentais de administração, esforços de melhorias existentes
e cnicas especiais para aperfeiçoar continuamente todos os processos. Wagner et
al. (2008) afirmam que as organizações devem oferecer, cada vez mais, produtos ou
serviços de qualidade, para manterem os clientes atuais e para conquistar novos.
Para isso, Wagner et al. (2008), ressaltam que é fundamental no processo da
qualidade a necessidade de seus conceitos e práticas estarem presentes no escopo
das empresas. Os mesmos autores dizem que a necessidade dos gestores se
conscientizarem da importância da qualidade no mercado acirrado, de maneira a
conduzirem seu processo decisório (estratégico, tático e operacional) em prol da
concretização da qualidade.
2.6.1 IDENTIFICANDO OS DESPERDÍCIOS
Shingo (1996, apud NAZARENO, 2003) sustenta que a teoria do Sistema
Toyota de Produção (STP) baseia-se na identificação e eliminação das perdas
(desperdícios) nos sistemas produtivos. Dessa forma, uma redução de custos
desnecessários. Segundo Campos (1996, apud FERREIRA, 2004), o desperdício é
todo e qualquer recurso que se gasta na execução de um produto ou serviço além
53
do necessário, que aumenta os custos, sem trazer benefícios ao cliente. Os
desperdícios foram classificados por (WOMACK, JONES, 1996; HINES, TAYLOR,
2000 apud NAZARENO, 2003; OHNO, 19-- apud IMAI, 1996) como:
1. Superprodução: produzir excessivamente, ou antes, do tempo,
resultando em fluxo pobre de peças e informações ou excesso de
inventário;
2. Espera: longos períodos de ociosidade de pessoas, peças e
informação, resultando em um fluxo pobre, bem como em ciclo longo
de produção.
3. Transporte excessivo: movimento excessivo de pessoas, informação
ou materiais, resultando em dispêndio desnecessário de capital, tempo
e energia;
4. Processos inadequados: utilização do jogo errado de ferramentas,
máquinas ou procedimentos, geralmente quando uma abordagem mais
simples poderia ser mais efetiva;
5. Inventário desnecessário: armazenagem excessiva e falta de
informação ou produtos, resultando em custos excessivos e baixo
desempenho do serviço prestado ao cliente;
6. Movimentação desnecessária: desorganização do local de trabalho,
resultando em baixo desempenho dos aspectos ergonômicos e perda
de materiais e peças;
7. Produtos defeituosos: problemas nas cartas de processo, qualidade
baixa dos produtos, atrasos, e gasto de energia desnecessário.
54
Segundo Marshall (2003), o conceito de análise de valor é o conjunto de
técnicas aplicado a produtos acabados, engenharia de valor quando empregado em
novos projetos e gerenciamento de valor quando conduzido em atividades
administrativas. Para o mesmo autor, o conceito de análise de valor visa reduzir
custos, elevar os níveis de qualidade e o grau de satisfação do cliente, aumento do
market-share (participação do mercado) e melhoria dos resultados operacionais.
Nazareno (2003), considera que as atividades industriais devem ser
categorizadas, de modo a poderem aumentar o valor agregado, eliminando
processos desnecessários. Os tipos de atividade são:
Agregam valor: são atividades que, aos olhos do cliente, agregam valor
ao produto ou serviço. O cliente paga por esta atividade;
Desnecessárias: são atividades que, sob o ponto de vista do cliente,
não agregam valor ao produto ou serviço e são desnecessárias. Essas
atividades são claramente um desperdício do processo e devem ser
eliminadas a curto e médio prazo;
Necessárias mas que não agregam valor: são atividades que, sob o
ponto de vista do cliente, não agregam valor ao produto ou serviço,
mas que são necessárias. o difíceis de serem eliminadas em curto
prazo e dependem de uma mudança estratégica para serem
eliminadas, pois impactam na satisfação do cliente.
O Quadro 1 mostra com mais detalhes as perdas de uma organização. Serve
como uma referência, mas pode variar de empresa para empresa, dependendo
sempre da natureza do negócio.
55
Quadro 1: Classificação de perdas. Fonte: IMAI (1996, p. 85)
Categoria de perdas
Natureza das perdas
Como eliminá-las
Item semi-acabado
Itens em estoque imediatamente
desnecessários.
Agilizar o estoque.
Refugos
Produção de itens com defeito.
Reduzir refugos.
Instalações
Máquinas ociosas; paralizações;
tempo de preparação excessivo.
Aumentar índice de utilização da
capacidade.
Despesas
Excesso de investimento para o
resultado necessário.
Conter despesas.
Mão-de-obra indireta
Excesso de pessoal devido ao sistema
ineficaz de mão-de-obra indireta.
Atribuir tarefas com eficiência.
Projeto
Fabricação de produtos com mais
funções do que o necessário.
Reduzir custos.
Talento
Emprego de pessoas para tarefas que
podem ser mecanizadas ou atribuídas
a pessoal menos qualificado.
Instituir medidas de economia ou
maximização de mão-de-obra.
Movimentação
Não cumprimento de um padrão de
trabalho.
Melhorar os padrões de trabalho.
Fabricação de um novo
item
Início lento na estabilização da
produção de um novo item.
Mudança para uma linha de
produção total mais rapidamente.
2.6.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Segundo Araújo (2006) as ferramentas da qualidade são instrumentos que
possibilitam evidenciar os problemas, explicitar suas causas e efeitos, estabelecer
prioridades das melhorias a serem adotadas e gerenciá-las. A literatura a respeito do
Sistema Toyota de Produção (OHNO, 1997; SHINGO, 1996; LIKER, 2005 apud
BATISTA; MUNIZ; BATISTA JR, 2008) vem associada a uma série de ferramentas:
método para solução de problemas, instrução de trabalho, 5S, troca-rápida, poka-
yoke, kanban, heijunka, entre outros.
Pavnascar et al. (2003 apud BATISTA; MUNIZ; BATISTA JR, 2008) declaram
que existem mais de 100 ferramentas de Manufatura Enxuta disponíveis e indicam
não haver nenhuma maneira sistemática de associar um problema de uma
organização a uma ferramenta específica para eliminar esse problema. Em seguida,
56
serão descritos algumas destas ferramentas. Neste capítulo, serão descritos as
ferramentas que foram aplicadas no caso estudado.
Círculos de Controle de Qualidade (CCQ): o grupos de discussão
visando melhorias, formados por colaboradores geralmente de uma mesma área,
com o objetivo de resolver problemas, identificando suas causas e sugerindo
soluções viáveis (ARAÚJO, 2006). O mesmo autor afirma que normalmente estes
grupos utilizam técnicas de resolução de problemas a exemplo do brainstorming,
Diagrama de Ishikawa e Gráfico de Pareto.
Brainstorming: (tempestade de ideias) é um processo de grupo em que os
indivíduos emitem ideias de forma livre, sem críticas (MARSHALL JR et al., 2003).
Aguiar (2006) afirma que o brainstorming costuma ser utilizado como a primeira
etapa para facilitar a coleta de dados verbais ou a geração de ideias para ajudar a
solucionar um problema. Essa técnica promove um debate entre os membros da
equipe a fim de exporem suas ideias sem barreiras psicológicas (ARAÚJO, 2006).
Para Araújo (2006), esse tipo de ambiente ajuda os membros da equipe a:
Expressar suas ideias;
Utilizar as experiências individuais e coletivas para desenvolver ideias;
Obter um volume maior de ideias do que se produziria individualmente;
Gerar uma variedade de ideias diferentes.
Diagrama de Causa e Efeito: é uma ferramenta empregada para dispor o
relacionamento entre as causas e o efeito indesejado de interesse, sendo que sua
representação gráfica organiza várias classificações de causas possíveis que podem
57
impactar em um determinado efeito (AGUIAR, 2006; HANSEN, 2006). As “espinhas”
do diagrama podem ser classificadas em seis grupos de causas: máquina (posto de
trabalho), material (matéria-prima ou informação), método (procedimento), medição
(indicadores), meio ambiente (ruído, vibração, arranjo físico, calor, odor) e mão-de-
obra (elemento humano) (IMAI, 1996). A Figura 9 ilustra o diagrama.
Figura 9: Diagrama de causa e efeito. Fonte: IMAI (1996, p. 112)
Matriz GUT: é a representação de problemas, ou riscos potenciais por meio
de quantificações que buscam estabelecer prioridades para abordá-los, visando
minimizar os impactos (MARSHALL et al., 2003). É em geral utilizada na priorização
e na análise de riscos, sob os aspectos de gravidade (G), urgência (U) e tendência
(T). Usualmente, atribui-se um número de 1 (menos intensidade) a 5 (maior
intensidade) a cada aspecto, multiplicando-se os valores (MARSHALL et al., 2003).
Esses critérios podem variar de acordo com o sistema a ser aplicado (AGUIAR,
2006). A Tabela 1 apresenta um modelo da matriz GUT.
58
Tabela 1: Matriz GUT. Fonte: MARSHALL et al. (2003, p. 98).
5W2H: o objetivo dessa ferramenta é de estabelecer um cronograma de
planejamento da execução e/ou de monitoramento de trabalhos, atividades e
projetos AGUIAR (2006). O 5W2H (Quadro 2) representa as iniciais das palavras:
What (o que), When (quando), Where (onde), Why (porque), Who (quem), How
(como) e How much (quanto custa) (MARSHALL et al., 2003).
Quadro 2: Plano de ação 5W2H. Fonte: MARSHALL et al. (2003, p. 99).
59
Gráfico Pareto: o princípio de Pareto se baseia no estudo desenvolvido por
Vilfredo Pareto, economista italiano do culo XIX, sobre desigualdade na
distribuição de riquezas, cuja conclusão era de que 20% da população detinha 80%
da riqueza, enquanto o restante da população detinha 20% (MARSHALL et al.,
2003). De acordo com Hansen (2006), é um gráfico de barras (Figura 10) que
mostra a frequência dos dados, por classificação, em ordem decrescente de
frequências, mostrando uma linha gráfica correspondente ao percentual acumulado
de cada classificação.
PARETO DE CAUSAS
46,8%
23,4%
11,7%
2,3%
2,1%
2,1%
2,1%
1,9%
1,9%
1,2%
1,2%
1,2%
0,7%
0,7%
0,7%
47%
70%
82%
84%
86%
89%
91%
93%
94%
96%
97%
98%
99%
99%
100%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Causa 1
Causa 2
Causa 3
Causa 4
Causa 5
Causa 6
Causa 7
Causa 8
Causa 9
Causa 10
Causa 11
Causa 12
Causa 13
Causa 14
Causa 15
Figura 10: Gráfico Pareto. Fonte: adaptado de MARSHALL et al. (2003, p. 96)
Ciclo de Deming ou ciclo PDCA: é uma ferramenta para o desenvolvimento
de planos de ação. É também conhecida por ciclo de Deming, por ter sido criado por
H. Edwards Deming. A sigla PDCA significa: Plan, Do, Check, Action,
respectivamente planejar, executar, checar, agir (SOUZA, 2003). Foi criado para
servir de base no processo de melhoria contínua (LIKER, 2005, apud SILVA et al.,
2008). Para Imai (1996), o ciclo PDCA age continuamente. A Figura 11 representa o
ciclo.
60
Figura 11: Ciclo PDCA. Fonte: IMAI (1996, p. 12)
Ciclo SDCA: é o método de Standard, Do, Check, Action, que significa
respectivamente padronizar, executar, checar, agir, de controle de processos ou
sistemas, apresentado na Figura 12. É utilizado para estabilizar sistemas
operacionais que apresentam irregularidades e desvios com comportamento
inconstante (IMAI, 1996). O mesmo autor afirma que, depois de estabelecer e
seguir um padrão, estabilizando-se o ciclo atual, é que se pode passar ao ciclo
PDCA.
Figura 12: Ciclo SDCA. Fonte: IMAI (1996, p. 13).
Benchmarking: é uma ferramenta de pesquisa de campo, onde se tem um
interesse de comparar determinado processo com outros, cujo objetivo é avaliar o
desempenho. As referências podem ser outras empresas (concorrentes ou não),
setores, por meio de visitas em campo, visando estudar e comparar o processo atual
a fim de obter uma percepção de resultados. São os padrões ou métodos mais
eficientes que podem ser aplicados quando a tarefa é executada. O padrão pode
61
variar dependendo se o contexto é local, fábrica específica, toda a empresa ou a
indústria Hansen (2006).
2.7 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
Ghemawat (2000 apud LOBATO et al., 2003) cita que “estratégia é um termo
criado pelos antigos gregos, para os quais significava um magistrado ou
comandante-chefe-militar”. O conceito de estratégia, a princípio utilizado por
organizações militares, foi posteriormente apropriado pelo ambiente de negócios.
As sucessivas escolas do pensamento estratégico serão apresentadas no
Quadro 3, com base no modelo desenvolvido por Gluck, Kaufmann e Walleck (1980,
apud LOBATO et al., 2003). Assim cada escola engloba e complementa a anterior,
de forma a corrigir os aspectos que possam limitar ou distorcer o conjunto, o qual,
uma dessas é a administração estratégica.
Quadro 3: Evolução do pensamento estratégico. Fonte: Gluck; Kaufmann; Walleck (1980 apud
LOBATO et al., 2003, p. 16)
62
A seguir, será descrito de forma resumida, as fases da evolução do
pensamento estratégico.
Planejamento financeiro: inicia na década de 50, com foco em controle
financeiro. A alta administração aprovava um orçamento para controlar o
desempenho dos negócios. Buscava a eficiência nos processos. Uma das
características era a ênfase na administração por objetivos (APO), conceito
desenvolvido por Peter Drucker. Contudo, esse tipo de planejamento gerava uma
única preocupação: cumprir o orçamento. Dessa forma, inibia a capacidade
empreendedora da organização.
Planejamento em longo prazo: inicia na década de 60, baseia-se na
premissa de que o futuro seria estimado a partir da projeção de indicadores
passados e atuais, que poderiam melhorar a longo prazo. Baseia-se na suposição
de que é possível prever o futuro especulando sobre uma variedade de projeções e
curvas de experiência (LOBATO et al., 2003).
Planejamento estratégico: surgiu na década de 70, onde a estratégia
passou a ser desenvolvida por um processo deliberado de pensamento estratégico,
no qual a técnica mais clássica era a análise SWOT - Strengths, Weaknesses,
Opportinity e Threats respectivamente: forças, fraquezas, oportunidades e
ameaças. A técnica foi desenvolvida em Harvard, relacionada à avaliação do
ambiente interno da empresa, mediante a análise de suas forças e fraquezas, e do
ambiente externo, e suas oportunidades e ameaças. O foco era nas decisões
63
empresariais, nas quais se enfatizava a importância tanto da eficiência, quanto da
eficácia da organização (LOBATO et al., 2003).
Administração estratégica: a partir dos anos 80, a administração estratégica
surgiu com o propósito de fortalecer a implantação das estratégias. Para Ansoff
(1981, apud LOBATO et al., 2003), baseia-se na necessidade de levar os gestores a
adotarem diretrizes visando garantir o sucesso da empresa em seu ambiente futuro.
Essa conduta leva a identificar e interpretar os sinais de mudanças, analisando o
macro-ambiente, incluindo considerações econômicas, políticas e sociais e
sugerindo cenários e projeções específicos para a consecução da missão
empresarial (LOBATO, 2002).
Gestão estratégica: surgiu a partir dos anos 90, com as mudanças em ritmo
cada vez mais acelerado. Além de planejar estrategicamente, era preciso organizar,
dirigir, coordenar e controlar. Sua implementação proporcionou uma visão mais
integrada e menos centralizada das funções administrativas (LOBATO et al., 2003).
A Figura 13 ilustra o modelo.
Figura 13: Modelo sistêmico do processo da gestão estratégica. Fonte: Lobato et al. (2003, p. 26)
64
As novas exigências relativas ao mercado global; produtos customizados,
baixo custo, entregas cada vez mais rápidas, combinado com o rápido progresso da
informação e comércio eletrônico, estão atualmente direcionando as inovações
empresariais (JIANG et al., 2007). Muitas empresas em todo o mundo estão
encontrando grandes desafios, devido à competição global, rápido avanço
tecnológico e profundas mudanças nas relações trabalhistas (LEVERING, 2000). A
evolução tecnológica está cada vez mais rápida e o setor de TI está cada vez mais
provendo mecanismos que fornecem medições de produtividade de modo mais
rápido e acurado, melhorando a comunicação, facilitando a implantação de
ferramentas, sistemas e aplicações com esse fim (LORENT, RODRIGUEZ e
DEWHURST, 2004). Para ganhar uma vantagem competitiva, as empresas devem
acompanhar constantemente e melhorar sua tecnologia. A habilidade de responder
rápida e efetivamente, com o foco no cliente, se tornou uma característica de
competitividade para muitas indústrias (NEVES e SANTOS, 2008).
As mudanças ambientais internas e externas afetam fatores que são críticos
para uma organização. Segundo LOBATO (2002), cada empresa deveria identificar
regularmente, quais áreas são os fatores que contribuem para o seu sucesso,
reavaliando as metas e os objetivos durante os períodos de mudança, de acordo
com as informações no momento. Os desafios para gerenciar o dia-a-dia são uma
mescla de tarefas triviais e vitais, mas que de certo modo, são difíceis de identificar,
se o gerente não estiver atento. Pode correr o risco de se perder em inúmeras
atividades sem importância, mas devido a urgências, não despende a devida
atenção ao que realmente leva a corporação ao sucesso. Para Drucker (2002), o
executivo necessita de uma abordagem sistemática ao trabalho, considerando três
65
dimensões econômicas: a empresa precisa ser tornada eficaz; seu potencial precisa
ser identificado e realizado e por último, a empresa precisa ser transformada para
algo diferente, para um futuro diferente.
O mesmo autor afirma que os resultados não dependem de alguém de dentro
da empresa, mas de alguém de fora o cliente, as autoridades. É sempre algo de
fora que decide se os esforços de uma empresa se transformam em resultados
econômicos ou em desperdício e refugo.
Lobato (2002) ressalta que em um mercado competitivo, existem algumas
áreas em que as empresas devem caminhar “com precisão” para conseguirem
prosperar. São fatores críticos de sucesso que se relacionam com as metas e
objetivos atuais, que muda rapidamente, na medida em que surgem novas variáveis
ambientais. Também é necessário estabelecer uma relação clara entre resolver
problemas e alavancar oportunidades. Para Drucker (2002), os resultados são
obtidos pela exploração de oportunidades, não pela solução dos problemas. O que
se pode esperar obter pela solução de um problema é a restauração da
normalidade. Os resultados devem vir da exploração de oportunidades. Recursos
precisam ser alocados a oportunidades e não a problemas (DRUCKER, 2002),
2.7.1 CONHECIMENTO E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
O mundo está migrando para uma sociedade do conhecimento, devido a
automação dos processos de trabalho (DRUCKER, 1995, apud NEVES; SANTOS,
2008). Segundo Drucker (2002), conhecimento é a empresa tanto quanto o cliente.
Bens físicos ou serviços são somente o veículos para a troca do poder de compra do
cliente por conhecimento da empresa. A empresa é uma organização humana, que
66
depende da qualidade do seu pessoal. Um dia o trabalho poderá ser feito por
máquinas, de forma plenamente automatizada. Mas o conhecimento é um recurso
especificamente humano. Então o resultado é a consequência desse conhecimento
coletivo de acordo com sua relação com o mercado. Ressaltado por Drucker (2002),
para que a empresa tenha sucesso, o conhecimento precisa, antes de mais nada,
ter significado para o cliente em termos de satisfação e valor.
Para transformar conhecimento em resultado, torna-se necessário elaborar a
maneira de captar as oportunidades de acordo com as competências e para isso,
surge a necessidade de realizar o planejamento estratégico empresarial, que nada
mais é de que simplesmente formalizar as ações de maneira lógica. De acordo com
Lobato (2002), a expressão “estratégia” passou a ser colocada em evidência dentro
do vocabulário executivo. Procurou-se criar um foco estratégico nas decisões
empresariais. Por meio da representação da figura do Triângulo de Robert
Anthony”, a organização é dividida em três subsistemas hierárquicos: estratégico,
tático e operacional. Associados a essa representação, pode-se visualizar na Figura
14 e identificar quatro elementos-chave para o entendimento do foco estratégico.
Figura 14: Triângulo de Robert Anthony. Fonte: LOBATO (2002).
No gráfico de Decisões não estruturadas & Estruturadas, no nível estratégico
as decisões são mais complexas e não estruturadas devido ao fato de que os
67
executivos se baseiam em informações com alto grau de incerteza. As fontes dessas
informações não os jornais, revistas, bolsa de valores, gráficos de tendência, o qual
o futuro se apresenta de maneira subjetiva. É o estado da arte em administração.
Uma vez validado um cenário do futuro, a decisão é tomada e desce ao nível tático,
que processa a decisão estratégica e formula planos de ação para transformá-la em
resultados operacionais. Neste estágio, a competência maior é do planejamento.
Uma vez o planejamento validado, desce ao nível operacional, onde se realiza ou
executa a diretriz da alta administração.
A informação referente ao desempenho operacional retorna a todo o
momento ao nível tático e estratégico, de maneira que todos possam acompanhar o
desenvolvimento empresarial. No nível operacional, a informação tem como
característica principal ser mais conhecida, pois são repetitivas, rotineiras e
encontradas em documentação de fácil acesso.
O uso da TI passa a ter papel fundamental nas organizações, possibilitando
melhor percepção das mudanças, maior flexibilidade e agilidade nas operações
(FERREIRA; ALVES, 2005 apud NEVES; SANTOS, 2008). Lobato (2002) afirma que
por meio da TI, tem-se a transformação dos dados encontrados em grande volume
no nível operacional, para informações, fundamentais no processo de decisão do
nível estratégico da organização.
O conjunto de dados representa o conceito de informações que reduz a
incerteza e aumenta o conhecimento sobre a realidade. O gráfico referente Eficácia
x Eficiência, segundo Lobato (2002), para o nível estratégico, tem o foco na
conquista da eficácia, que é uma medida de atingimento dos resultados. A eficiência
é o foco ligado ao desempenho operacional, resultado da utilização dos recursos
disponíveis do processo. O Quadro 4 mostra a diferença entre eficiência e eficácia.
68
Quadro 4: Diferença entre eficiência e eficácia. Fonte: LOBATO (2002, p.56).
EFICIÊNCIA
EFICÁCIA
FAZER CORRETAMENTE AS COISAS
FAZER AS COISAS CORRETAS
Soluciona problemas
Antecipa-se aos problemas
Economiza recursos
Otimiza utilização dos recursos
Cumpre obrigações
Obtém resultados
Diminui custos
Aumenta receita
Ganhador
Vencedor
No nível operacional, a característica básica, de acordo com LOBATO (2002),
é o foco no ambiente interno, com preocupações em curto prazo, visando a
sobrevivência da organização. As principais missões do nível operacional é a análise
de recursos e competências de forma sistemática e metódica, bem como a
ampliação do conhecimento dos recursos da organização e de suas respectivas
competências. Também se refere à alocação dos recursos e de sua busca por
otimização dos insumos, sejam materiais, de tempo, humanos, por meio da alocação
eficiente e seletiva. Drucker (2002) reforça que a melhor maneira para cuidar do
conhecimento da sua empresa é examinar as coisas que ela tem feito bem e o que
ela aparentemente faz mal. Então nada mais correto que implantar controle onde
necessário é tirar o máximo proveito das informações para direcionar esforços de
alavancagem da competitividade. Os fundamentos do conhecimento empresarial, de
acordo com Drucker (2002), são:
Uma definição válida do conhecimento específico de uma empresa
parece enganosamente simples;
É preciso prática para fazer bem uma análise de conhecimento;
69
Poucas perguntas são tão importantes quanto a resposta a esta
pergunta. O conhecimento é uma mercadoria perecível. Precisa ser
reafirmado, reaprendido e re-praticado o tempo todo;
Todo o conhecimento acaba se tornando o conhecimento errado, pois
se torna obsoleto. Sempre fazer as perguntas: Do que mais
precisamos? Ou precisamos de algo diferente?
A necessidade de se trabalhar com o conhecimento corporativo é para gerar
direcionamento futuro, a fim de colocar a empresa no rumo certo. Reafirmar
constantemente o negócio principal, de tal maneira a conduzir para o sucesso. Onde
estamos e para onde vamos? Ter essas respostas é crucial. Ainda o mesmo autor
afirma que para tornar uma empresa eficaz, deve-se utilizar de três abordagens bem
comprovadas:
Formar um modelo de “empresa ideal”, a qual produziria resultados
máximos a partir dos mercados e conhecimentos disponíveis;
Maximizar oportunidades concentrando os recursos disponíveis nas
possibilidades mais atraentes;
Maximizar recursos para criação de oportunidades e descobertas;
Complementando as abordagens, alguns fatores são essenciais para
promover o sucesso:
As vulnerabilidades e restrições são, em geral, bem conhecidas ou
facilmente determinadas;
70
Qualquer mudança básica proposta para superar a vulnerabilidade
parece, para as pessoas que estão dentro da indústria, praticamente
impossível. Muitas vezes, porém, ela já está em funcionamento quando
todos ainda estão proclamando sua atividade;
Sempre que uma restrição ou fraqueza deste tipo puder ser mudada,
os resultados econômicos provavelmente serão substanciais;
A superação de uma dessas restrições quase sempre requer inovação
sistemática, isto é, análise para definir a nova capacidade ou o novo
conhecimento e trabalho sistemático em seu desenvolvimento.
Tem um ponto que também deve ser considerado nos grupos empresariais,
principalmente nas multinacionais ou familiares, que geralmente tem uma unidade
fabril, mas que é pequena quando comparada ao grupo, perdendo em
representatividade. O porte da empresa pode estar errado, em desequilíbrio com o
mercado que atende ou com as necessidades de gerenciamento.
Para Drucker (2002), o porte econômico para uma empresa varia com a
indústria, com a maturidade da tecnologia (em novas tecnologias, o pequeno porte
pode ser econômico e ao mesmo tempo vantajoso), com o mercado e sua estrutura
e assim por diante. Mas a empresa de porte errado paga um preço elevado. Ela
paga todos os custos de porte maior, mas recebe somente os benefícios do porte
menor e às vezes nem mesmo isso.
Resumindo, agregar o máximo valor nos recursos disponíveis para capitalizar
as oportunidades do mercado e promover resultados positivos. Mas nem sempre
basta, pois, se uma empresa está com porte errado, está trabalhando em situação
marginal, por melhor que sejam seus produtos. O dinheiro que deveria ser investido
71
em crescimento é necessário para sustentar o ônus extra de gerência, pesquisa,
esforços de vendas, etc. Mas ao menos que a empresa cresça, ela não será capaz
de gerar o dinheiro de que necessita. A única solução é saltar e isso significa, de
acordo com vender a empresa, adquirir outra do mesmo segmento, ou uma fusão
para se tornar uma empresa do porte correto (DRUCKER, 2002).
2.7.2 DIFICULDADES NA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Conforme Lobato (2002), a capacidade estratégica é dificultada, no Brasil,
pela pressão exercida em direção ao imediatismo por resultados. Para Lobato
(2002), a cultura da improvisação e do “jeitinho”, o brasileiro não aprendeu a
planejar, descumprindo constantemente metas e prazos estabelecidos. Também não
costuma aferir os erros contidos entre o planejado e efetivamente realizado, não se
aplicando na análise de causa / efeito, capaz de retroalimentar o processo para
novas decisões. Lobato (2002) acrescenta:
O individualismo do brasileiro, que geralmente traz para si tudo e
nada para os outros, talvez responda pela pouca aplicação ou
interesse dos empresários para que seja institucionalizada, na
empresa, a indispensável memória técnica. Obviamente sem uma
memória técnica atualizada, com informações de credibilidade
aceitável, não é possível fazer-se planejamento estratégico. (JONES,
apud LOBATO, 2002, p. 130).
Segundo o mesmo autor, uma empresa em que os colaboradores se
comportam de maneira individualista é semelhante a um batalhão de mercenários, a
cata de soldos e a mercê de atitudes egoístas. Há com toda a certeza, uma situação
de extrema falta de trabalho de equipe, pois os valores são inexoravelmente
passados a todos, dificultando sobremaneira os relacionamentos e resultados
72
empresariais. Os paradigmas definem uma forma de ver o mundo e de como ele
deve ser estudado (BURREL, 1999 apud PITASSI; LEITÃO, 2002). Assim, mudar
um paradigma envolve mudar os pressupostos do conhecimento que o determina e
também as crenças, os valores e a ideologia a ele associados (LEITÃO e ROSSI,
2002 apud PITASSI; LEITÃO, 2002).
Existe um fator que gera resultados negativos às corporações, o qual leva os
recursos disponíveis da empresa a uma direção oposta ao que o mercado deseja.
Por exemplo, é a defesa da continuidade de um determinado produto, ou serviço,
que apesar de gerar resultados catastróficos, são mantidos devido a um desejo
gerencial que mantém a fidelidade, independente das consequências (DRUCKER,
2002). Essa é uma categoria chamada de investimentos no ego gerencial. Quanto
mais o produto deixa de corresponder às expectativas, mais a gerência se apega a
ele e mais recursos-chave são injetados. O risco de levar a corporação a um colapso
é alto, pois esse tipo de decisão e fidelidade tende ser dominado por emoções e não
pela razão.
Existem vários estudos que exploram as diferenças de liderança, atitudes,
entre outros, mas esse trabalho ressalta as quatro facetas gerenciais, de acordo
com LOBATO (2002), que são: pioneiro, artista, juiz e implementador-guerreiro. O
maior risco, porém, é o assentimento de uma cultura hipócrita que puxe o tapete dos
colaboradores mais ousados, que acreditem realmente ser possível implantar novos
valores, mas que são desmentidos na prática ao longo do processo. A atuação do
gerente será o reflexo das condições existentes na empresa, que pode ser
estimulante ou não, de um comportamento inovador e criativo de cada um. As
características das facetas gerenciais são:
73
Gerente pioneiro: caracteriza-se pela criatividade e inovação. Tem a
capacidade de expor ideias, pensamentos, experimentar, testar, sem se limitar a
barreiras materiais e psicológicas. É capaz de contagiar a equipe, com os mesmos
interesses que possui com entusiasmo.
Gerente artista: é contemporâneo, admirado pela alta administração por
encarnar as virtudes inovadoras. Prefere trabalho de campo e requer autonomia
para expandir as ideias. Tem como competência principal, elaborar o planejamento
estratégico, visto a capacidade de obter informações de diversos ambientes internos
e externos, possuindo uma visão ampla do negócio.
Gerente juiz: é o maior amigo da produtividade e o maior inimigo do
desperdício. Controlador de eficiências é ideal para os setores de controladoria.
Valoriza o resultado muito mais que o esforço, visto que sua motivação é advinda de
informações e indicadores de desempenho.
Gerente implementador-guerreiro: é o profissional executor, de visão de
curto prazo, sua competência é a realização sob prazos e especificações. Tem muita
resistência a pressão, situação na qual obtém seu melhor desempenho. Agrega as
equipes com facilidade, congregando todas as diferentes competências sobre um
único objetivo.
2.7.3 A EMPRESA QUE APRENDE
Em todos os níveis, não dúvida de que o fator humano é o aspecto mais
importante para o sucesso do negócio. Uma mão-de-obra altamente bem treinada e
74
flexível é de valor inestimável para auxiliar a fábrica a ser bem sucedida Hansen
(2006). O aspecto qualidade da aprendizagem contínua é importante devido às
pessoas aprenderem com os erros (dos seus e dos outros) e não repeti-los.Todos
podem contribuir para a fábrica ser bem sucedida pela aprendizagem e pelo
entendimento das causas dos problemas e ativamente, aplicar o conhecimento nas
tarefas futuras para evitar a ocorrência de erros similares (HANSEN, 2006). É o
chamado ciclo virtuoso, onde eventos indesejados se transformam em resultados
bons. A aprendizagem contínua se aplica às habilidades físicas e mentais, sendo um
valoroso ativo tanto dentro quanto fora das organizações. A motivação é outro
elemento-chave. Colaboradores motivados não somente concluem seu trabalho,
mas também são pró-ativos: eles têm a iniciativa de fazer as coisas acontecerem
(HANSEN, 2006). A motivação acontece quando cada um reconhece que pode
mudar a direção e assumir o controle da situação. Também é mais percebido no dia-
a-dia e praticado de maneira natural. O ambiente favorável para o aprendizado
contínuo, colaboração, pró-atividade, são sustentados por algumas regras básicas,
que de acordo com Hansen (2006), são descritas a seguir:
Torne-se um agente de mudança rápida;
Se entregue totalmente ao trabalho;
Apresse-se;
Aceite a ambiguidade e a incerteza;
Comporte-se como se estivesse trabalhando para você mesmo;
Estude;
Assuma responsabilidade por resultados;
Agregue valor;
Veja-se como um centro de serviços;
75
Gerencie sua própria disposição;
Pratique o kaizen (a implacável procura por um método melhor);
Seja uma referência;
Modifique suas expectativas.
Outro aspecto importante para a formação de equipes de alto desempenho é
a diversidade. A diversidade tem como característica principal de somar as
diferenças, ou seja, formar, por meio de uma somatória de pontos de vista
diferentes, baseados em experiências, qualificações, habilidades, erros e acertos, de
todos, na melhor decisão possível. Hansen (2006), lista os pontos principais são:
Não interessa quem você é, “você realmente está no comando”, a
escolha é sua, entre seguir em frente ou não;
“Linguagem organizacional é comunicação total, cercada de
comportamentos verbais ou não verbais. Aprenda a ler o ambiente de
suas organizações;
O desempenho (trabalho duro) é o ingresso para o jogo;
Ser voluntário; assumir responsabilidades; tornar-se ativo; participar;
estar disponível; desenvolver novas habilidades; experimentar
situações diferentes.
A forma com que as pessoas trabalham e interagem influenciará
profundamente os resultados e também a satisfação pessoal e profissional de todos
os envolvidos. Para que os projetos de melhoria contínua obtenham sucesso, todos,
indiferentemente de suas funções e posições, devem se comunicar, se entender e
76
interagir com espírito de colaboração. Com isso, metade dos problemas estará, de
certo modo, resolvido, pois o primeiro passo para eliminar as perdas é o trabalho em
equipe. Para Hansen (2006), trabalhadores valorizados na fábrica são participativos,
trabalham com sinergia e são proativos. O valor de seu trabalho é o produto de suas
habilidades, quão bem cada um interage com os outros e que ações o tomadas.
Logo:
Habilidade x Interação x Ação = Valor do Trabalho
Basear os treinamentos nesses conceitos reforça a sinergia entre todos e
facilitará o processo de analisar e eliminar as perdas, reforçando a competitividade
da empresa. Esse elemento de sinergia é destacado a seguir.
Esse fato é observado pelo uso crescente dos planos de sugestões e
pela busca do envolvimento dos funcionários na solução dos
problemas. Procura-se, portanto, redução de desperdício e ganhos
no processo produtivo, promovendo aprendizado e conhecimento
pelo envolvimento das pessoas, principalmente das diretamente
envolvidas no processo produtivo, de modo que elas tenham mais
controle sobre o mesmo. (MUNIZ JR, 2007, p. 43).
A busca pela participação das pessoas tem de ser incansável, pois existem
barreiras culturais criadas ao longo dos anos, que dificultam as condições de diálogo
e comunicação (sindicatos, chefias, educação, opressão, economia), entre outros
fatores. Uma vez vencidas as barreiras culturais, o uso de ferramentas de gestão
contribui para o aproveitamento dos talentos. A Figura 15 ilustra os fatores de
alavancagem de resultados de uma organização, a fim de estarem relacionados com
as pessoas e processos.
77
1. OBJETIVOS 3. COMUNICAÇÃO
1.1 Origem Interna 3.1 Interna
1.2 Origem Externa 3.1.1 Relacionamento Pessoal
3.1.2 Processo de Tomada de Decisão
2. ESTRUTURA 3.2 Externa
2.1 Papel e Responsabilidade 3.2.1 Apoio de outras Áreas
2.1.1 Supervisor 3.2.2 Outros Grupos
2.1.2 Coordenador
2.1.3 Operador 4. TREINAMENTO
2.2 RECURSO
2.2.1 Material 5. INCENTIVO
2.2.2 Temporal 5.1 Remuneração
5.2 Reconhecimento e Recompensa
6. CARACTERÍSTICA PESSOAL
Figura 15: Relação dos fatores alavancadores da organização. Fonte: MUNIZ JR. (2007, p. 44)
Conforme Muniz Jr. (2007), os objetivos devem ser quantificados em metas
que se querem atingir; a estrutura consiste na organização formal das pessoas, dos
recursos materiais e do tempo, necessários às atividades e responsabilidades; a
comunicação envolve o processo pelo qual ideias e sentimentos são transmitidos de
pessoa para pessoa, de pessoa para grupo, ou de grupo para grupo; o treinamento
é a busca da habilidade em atividades de produção, por meio de simulação de
situações semelhantes, propiciando aos membros o uso de ferramentas e técnicas
que os auxiliem na melhoria de seu trabalho; o incentivo está relacionado ao
estímulo, para que determinada ação aconteça e a caracterização pessoal está
relacionada à aptidão.
Considerando um projeto que envolve as pessoas e tecnologia, Pitassi e
Leitão (2002) dizem que cabe a TI, ao disponibilizar mais informação sobre o
ambiente, tem o poder de melhorar a qualidade da decisão gerencial aplicada no
processo de mudança organizacional e acelerá-la. Alguns fatores são fundamentais
para fortalecer a organização e torna-se necessário abordar o tema.
78
Muniz Jr (2007) salienta o papel dos supervisores e operários como chave
para a melhoria contínua e para o processo de inovação na fábrica, e enfatiza a
importância do trabalho em grupo e do incremento das responsabilidades desses
grupos. Ao papel dos supervisores, tais autores destacam a importância de
transformar objetivos globais em objetivos específicos dos grupos de trabalho, como
elemento de motivação para a força de trabalho. Pode-se levantar a hipótese de que
exista entre os funcionários uma demanda reprimida de utilização de computadores
e a operação dos terminais alavanca a aceitação do projeto (PADRÃO JR; ALVES
FILHO; LANNA, 2002), no caso, a implantação de um sistema MES.
2.7.4 CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO E O ADMINISTRADOR
A administração é uma ciência importante para o desenvolvimento
sustentável da sociedade, por meio da condução eficiente e eficaz das
organizações, sejam elas privadas ou públicas. Tem como propósito, de acordo com
Diehl e Tatim (2004), promover o estudo e a condução de suas atividades,
interpretando seus objetivos e transformando-os em ação organizacional por meio
do planejamento, organização, direção e controle dos recursos realizados em todas
as áreas. O administrador deve ter a capacidade estratégica e gerencial de pensar e
repensar o contexto geral de negócios. Renovação contínua de suas competências
para estruturar uma cultura elevada de confiança, ética e honestidade. Alavancar
com autonomia equipes estruturadas sob ótica de um aprendizado constante,
compartilhando e disseminando conhecimento por toda a organização.
O administrador contemporâneo deve possuir lida formação técnico-
profissional aliada a uma indispensável formação humanística, para desenvolver o
79
capital intelectual e financeiro da empresa. Comunicação com autonomia e eficácia
no contexto geral, deve ser utilizada constantemente. É fundamental ao
administrador que acompanhe sempre as inovações técnicas e mercadológicas.
Conforme Diehl e Tatim (2004), encarar as exigências da globalização é essencial
numa sociedade organizacional, e o dinamismo do mundo atual exige um
administrador moderno, capaz de adaptar a atividade empresarial às tendências.
O executivo passa a reunir várias qualidades novas, tais como a de ser
empreendedor, polivalente, educador, facilitador, inovador, apaixonado pelo cliente,
competitivo, negociador, participativo e de ter visão estratégica (LOBATO, 2002).
Torna-se necessário avaliar as competências a todo o momento, se mantendo
atendo aos acontecimentos. Obter dados, processá-los para transformar em
informações que por sua vez, serão a base para a tomada de decisão não será fácil,
pois nem tudo pode ser transformado em números. Mas o que pode ser medido
deve ser automatizado, aproveitando todos os recursos disponíveis da
informatização.
2.7.5 CONTROLE DE CUSTOS
Controlar custos é fundamental para qualquer organização, seja lucrativa ou
não, pois a existência desta, dependerá dos resultados financeiros positivos os quais
são obtidos pela relação de despesas e receitas. Receitas maiores que os gastos,
analisados em uma perspectiva de tempo, é o objetivo universal no mundo
capitalista. Apesar dos indicadores de produção representar o que a empresa está
realizando financeiramente, poucas indústrias tiveram sucesso em estabelecer
conexão entre o chão-de-fábrica e custos (KATZ, 2006). Então o controle dos gastos
80
e receitas deve ser muito preciso. Mas a realidade é outra, pois controlar custos não
é simples. Drucker (2002) cita vários pré-requisitos para um controle de custos
eficaz, que são destacados a seguir;
A concentração deve se centralizar no controle dos custos onde elas ocorrem.
Os custos são um fenômeno social, com cerca de 90% deles incorridos em
cerca de 10% das atividades;
Custos diferentes precisam ser tratados de formas diferentes;
A única maneira verdadeiramente eficaz para cortar custos é eliminar por
inteiro uma atividade. É inútil tentar fazer por menos dinheiro aquilo que não
deveria ser feito;
O controle efetivo de custos requer que toda a empresa seja examinada
assim como todas as áreas de resultados de uma empresa precisam ser
examinadas para se obter compreensão. Caso contrário, os custos serão
reduzidos em um lugar simplesmente empurrando-os para outro lugar;
O sistema de custos precisa ser analisado em toda a atividade econômica.
Um terço do custo do produto está dentro da empresa. Dois terços estão fora
da empresa (matéria-prima, frete, etc). Ter uma visão interna dos processos
não é suficiente para a eficácia dos custos;
Para Drucker (2002), resultados econômicos são os resultados da
diferenciação. A fonte desta diferenciação, e com ela da sobrevivência e do
crescimento, é um conhecimento específico e distinto, possuído por um grupo de
pessoas na empresa.
81
3. MÉTODO DE PESQUISA
Neste capítulo é descrito o método da pesquisa e sua classificação. Torna-se
necessário discorrer sobre fundamentos teóricos de metodologia científica e técnicas
de pesquisas. Segundo Selltz et al. (1975 apud MIGUEL, 2007), uma pesquisa pode
ter os seguintes macroobjetivos: familiarizar com um fenômeno ou conseguir uma
nova compreensão; apresentar informações sobre uma dada situação, grupo ou
entidade; verificar a frequência com que algo ocorre ou como se liga a outros
fenômenos; verificar uma hipótese de relação causal entre variáveis.
Diehl e Tatim (2004), afirmam que as ciências sociais aplicadas constituem
uma área do conhecimento e de atuação profissional multivalente, conjugando o
domínio de várias disciplinas. A engenharia de produção se insere nesse contexto.
Neste trabalho, a interação dos conhecimentos se refere às seguintes áreas:
estratégia empresarial, gestão da produção, qualidade e tecnologia da informação. A
Figura 16 representa a interação multidisciplinar do conhecimento.
Estragia
Empresarial
Qualidade
Gestão da
Produção
Tecnologia
da
Informação
Figura 16: Interação multidisciplinar do conhecimento.
82
Para Rusen (1987 apud DIEHL; TATIM, 2004), uma pesquisa para ter
plausibilidade científica, deve contemplar cinco elementos que são: o interesse pelo
conhecimento, as perspectivas teóricas sobre o objeto, o método e as técnicas de
pesquisa, as formas de representação do conhecimento (narrativas textuais) e as
funções didáticas do conhecimento produzido. Essa relação do conhecimento é
chamada de matriz disciplinar do conhecimento (Figura 17).
Figura 17: Matriz disciplinar do conhecimento. Fonte: DIEHL; TATIM (2004, p. 34)
Esta pesquisa está alinhada aos cinco elementos da matriz disciplinar do
conhecimento e as relações entre o mundo acadêmico e o cotidiano. O interesse
pelo conhecimento (1º elemento) se deu pela necessidade específica em identificar
restrições operacionais que estavam impedindo o bom desempenho na organização
pesquisada. Na época, como gerente de produção, havia dificuldades em obter
dados referentes a desempenho das operações fabris, controles inexistentes ou
insuficientes. Na usinagem e montagem, faltavam controles sicos e sobravam
83
perguntas e suposições sobre quais eram os principais problemas, qual seu
tamanho e suas causas e por fim, como priorizar as ações.
Decidiu-se por implantar um sistema de controle da Manufatura que
permitisse obter informações para tomada de decisão com o objetivo de eliminar
perdas. Levantaram-se ferramentas que proporcionasse uma visibilidade das
operações, como uma forma mais adequada de controle. Esperava-se, no entanto,
certa resistência, visto que iria ocorrer algumas mudanças na maneira de relatar as
informações da produção. Conforme Montanari et al. (2006), todos resistimos às
mudanças. Este é um fenômeno humano provocado pela busca de controle e
previsibilidade em nossa vida.
Dentre opções estudadas (controle manual pelos operadores, desenvolver um
programa específico no ERP utilizado, criar uma função de apontador de produção),
o MES foi definido como a ferramenta a ser utilizada, baseada nos fatores:
conhecimento do sistema pela Gerência de Produção/Qualidade e Gerência de TI;
preparado para interface com o ERP utilizado; facilidade de coleta e visibilidade das
operações; custo menor que customizar o ERP para a função de controle da
produção. Os fatores crítico de sucesso foram identificados como: implantação com
eficácia, qualificação dos envolvidos, estrutura de TI e melhoria dos indicadores. A
problemática referente ao elemento é a dificuldade de implantação do sistema de
controle de produção. Segundo Giunchetti (2004); Shirasuna (2008), as principais
dificuldades de implantação, são:
Falta de material com informações sobre o MES;
Desconhecimento do MES por parte da liderança e gerência, que é algo
ainda relativamente recente no mercado;
84
Desconhecimento de grande parte dos próprios auto-intitulados
fornecedores de MES, que confundem responsabilidades de supervisórios
e sistemas corporativos com as funcionalidades que deve ter um MES.
Em relação às perspectivas sobre o objeto de estudo (2º elemento),
fundamentou-se nas teorias sobre o MES, TPM, OEE, Kaizen, Ferramentas
relacionadas à resolução de problemas e estratégia empresarial. A metodologia (3º
elemento) foi operacionalizada e classificada nesta pesquisa, conforme o método
apresentado na seção 3.1 (classificação da pesquisa). Em relação a formas de
apresentação do conhecimento (elemento), esta pesquisa será apresentada na
forma de uma dissertação, que é a forma de exposição. Propõe-se se aprofundar no
assunto de maneira lógica, com raciocínio, clareza, coerência e objetividade.
Referente às funções didático-sociais, pedagógicas e técnicas (5º elemento),
esta pesquisa descreve a implantação de um projeto MES o qual tem como objetivo,
com seu reconhecimento, contribuir para o meio acadêmico e cotidiano, no âmbito
profissional. No campo acadêmico, espera-se que este trabalho ajude a docentes e
discentes a entender as dificuldades que se tem em utilizar as teorias na prática a
fim de disseminar o conhecimento para evitar repetição dos erros. No cotidiano
(profissional), espera-se proporcionar subsídios e orientações a gestores de
empresas e pesquisadores que procuram uma referência sobre projetos de
implantação de sistemas MES de tal forma que possa ajudar a evitar perdas,
frustrações, desemprego e decisões injustas baseadas em suposições e falta de
informações. Dessa forma, a empresa poderá torna-se mais competitiva mantendo
suas operações em pleno funcionamento para o bem estar do mercado e da
sociedade.
85
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Esse trabalho adotou a classificação de Diehl e Tatim (2004), para a
caracterização do método, conforme ilustra a figura 18.
Os métodos podem ser classificados, segundo cinco propósitos: bases
lógicas de investigação, abordagem do problema, objetivo geral, propósito e
procedimento técnico.
Bases lógicas da investigação
Dedutivo
Indutivo
Hipotético-dedutivo
Dialético
Fenomenológico
Abordagem do problema
Qualitativo
Quantitativo
Objetivo geral
(tipo de pesquisa)
Exploratório
Descritivo
Propósito
(tipo de pesquisa)
Aplicada
Avaliação de resultados
Avaliação formativa
Proposição de planos
Diagnóstico
Procedimento técnico da pesquisa
Bibliográfica
Documental
Ex-post-facto
Levantamento
Estudo de caso
Pesquisa-ação
Pesquisa participante
Figura 18: Métodos e técnicas de pesquisa. Fonte: Diehl e Tatim (2004, p. 63).
As explicações detalhadas sobre a classificação de Diehl e Tatim (2004),
estão descritas no Apêndice 1.
3.2 MÉTODO APLICADO NA PESQUISA
Nesta seção, apresenta-se uma descrição detalhada do método aplicado na
pesquisa. Esta pesquisa é composta por três fases distintas de ações: análise da
86
implantação, delineamento da pesquisa e aplicação da pesquisa em forma de
questionário, conforme ilustrado na figura 19.
APLICAÇÃO DA PESQUISADELINEAMENTO DA PESQUISA
ANÁLISE DOS DADOS
CLASSIFICAÇÃO DA
PESQUISA
VALIDAÇÃO COM GRUPO
DE DISCUSSÃO
ENVIO DO QUESTIONÁRIO
ELABORAÇÃO DE
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
ANALISE DA IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO DO MES
REVISÃO TEÓRICA
DOCUMENTOS
TABULAÇÃO
Figura 19: Modelo utilizado na construção da pesquisa.
A classificação do método de pesquisa é mostrada na Figura 20, tomando-se
como base de orientação, os cinco propósitos relacionados por Diehl e Tatim (2004),
citado na seção 3.1.
Bases lógicas da investigação
Fenomenológico
Abordagem do problema
Qualitativo
Objetivo geral
Exploratória
Descritivo
Propósito
Avaliação de resultados
Avaliação formativa
Proposição de planos
Procedimento técnico
Ex-post-facto
Figura 20: Classificação da pesquisa.
Base lógica de investigação: se caracteriza por ser fenomenológico por ser
um estudo de observação dos acontecimentos da implantação do Sistema de
87
Execução da Manufatura em tempo real (MES), relacionando com os fatores de
visibilidade das operações, influências sobre as pessoas e percepção sobre o valor
agregado ao negócio, alterando o ambiente técnico e social.
Abordagem do problema: este trabalho se refere à falta de controle no
processo industrial. Se caracteriza por ser pesquisa qualitativa onde os resultados
se baseiam na análise das respostas do questionário de avaliação e dos
comentários do Grupo de Discussão. Na seção 3.3 é descrito o método de
elaboração do questionário de avaliação.
Objetivo geral: se caracteriza por ser exploratório, por tentar tornar mais
conhecido as dificuldades de implantação e aplicação do sistema de execução da
manufatura (MES) combinado com o indicador OEE. Também se caracteriza por ser
descritivo, apresentando técnicas de coleta de informações sistematicamente
(questionário, MES), bem como a apresentação do estudo por meio de uma
dissertação de mestrado.
Propósito: se caracteriza por contemplar três tipos de pesquisa: i) avaliação
de resultados, por apresentar uma série de resultados qualitativos entre uma
situação anterior e posterior à implantação do MES; ii) avaliação formativa, por se
tratar de uma pesquisa que visa contribuir com o aperfeiçoamento de sistemas de
controle em produção discreta; iii) propósito de planos, que tem como um dos
principais objetivos dessa pesquisa solucionar, ou, propor novas opções de controle
de desempenho, visando melhorar a padronização dos indicadores, dados e
informações, para a tomada de decisão.
88
Procedimento técnico: se caracteriza por ser ex-post-facto, por se tratar de
um estudo realizado depois dos fatos, neste caso, os resultados da implantação e
aplicação do MES na empresa estudada.
3.3 MÉTODO DE ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Para a fundamentação teórica da abordagem do problema quanto às análises
qualitativa e quantitativa, torna se necessária aprofundar-se na questão do processo
da coleta de dados por meio dos questionários. A coleta de dados é um processo
importante para garantir que a análise dos resultados seja o mais preciso possível e
que a interpretação seja plausível. Segundo Diehl e Tatim (2004), existem diversas
ferramentas de coleta de dados que podem ser empregadas, sendo que devem ser
escolhidas e aplicadas pelo pesquisador, conforme o contexto. As informações
podem ser obtidas por meio de pessoas consideradas fontes primárias, que os
dados foram colhidos e registrados pelo próprio pesquisador. As principais formas
de coleta foram: observação, questionário e entrevista.
No presente trabalho, foi utilizada a cnica de questionário, onde são
requeridas algumas considerações para a elaboração do mesmo. Segundo Hill e Hill
(1998), o questionário deve conter de dez a doze temas, onde cada um, seja
composta por uma ou duas perguntas. As perguntas podem ser abertas, fechadas
ou múltipla escolha. Perguntas abertas permitem ao informante responder
livremente. As perguntas fechadas, o informante escolhe uma resposta entre duas
opções; sim ou não. Nas perguntas de múltipla escolha, são fechadas, mas com
89
várias opções de respostas (HILL e HILL, 1998). Ainda os mesmos autores afirmam
que a pesquisa deve ter um objetivo principal e um ou mais objetivos espeficos. O
objetivo principal tem como finalidade testar a hipótese geral da pesquisa. Os
objetivos específicos servem para testar hipóteses mais específicas. Este trabalho
tem como objetivo principal, analisar a implantação de um Sistema de Execução da
Manufatura (MES). Os objetivos específicos são: comparar o sistema de controle
manual com o MES; avaliar seu uso relacionando com os fatores de sucesso da
empresa: qualidade, produtividade, desempenho operacional, custos, pontualidade,
desenvolvimento de processos, capacitação cnica dos envolvidos, relacionamento
com o cliente e resultados gerais da empresa. O questionário foi estruturado da
seguinte forma:
TEMA: título do questionário, objetivo e identificação do pesquisador.
PRIMEIRA PARTE: consistiu na coleta de dados sobre a pessoa pesquisada,
com uma pergunta de duas partes, do tipo aberta.
SEGUNDA PARTE: consistiu na coleta de informações antes do MES, de
forma a obter percepções do sistema de controle manual que era utilizado antes do
MES. Foi composta de quatro perguntas abertas (perguntas 1 a 4). Esta parte do
questionário se relaciona com o objetivo específico de comparar os dois sistemas de
controle.
TERCEIRA PARTE: consistiu na coleta de informações sobre a implantação
do projeto MES, composta de sete perguntas abertas (perguntas 5 a 11). Esta parte
do questionário se relaciona com o objetivo principal desta dissertação, que é coletar
informações para avaliar a eficácia da implantação do MES.
QUARTA PARTE: consistiu em uma tabela de nove perguntas do tipo
fechada de múltipla escolha, com notas de percepção. Esta parte do questionário se
90
relaciona com os objetivos específicos desta dissertação, que é relacionar o uso do
MES com os fatores de sucesso da organização: qualidade, produtividade,
desempenho operacional, custos, pontualidade, desenvolvimento de processos,
capacitação técnica dos envolvidos, relacionamento com o cliente e resultados
gerais. A definição e escolha dos fatores de sucesso foram determinados em função
dos indicadores principais da empresa, os quais eram a base do programa de
participação dos resultados, rentabilidade, fidelidade do cliente e clima
organizacional.
Na sequência, serão descritas as perguntas de acordo com seu objetivo,
orientado para levantar respostas relacionadas aos objetivos dessa dissertação.
Pergunta 1: “Como era o apontamento de produção antes do MES?”
O objetivo da pergunta é levantar situação sobre o sistema de controle de
produção que antecedeu o MES.
Pergunta 2: “Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e
montagem?”
O objetivo dessa pergunta era extrair dos pesquisados o conhecimento
acerca dos indicadores de desempenho de maneira tácita.
Pergunta 3: Em sua opinião, os equipamentos de produção eram
utilizados adequadamente?”
O objetivo dessa pergunta era extrair dos pesquisados o sentimento de valor
agregado dos recursos disponíveis.
Pergunta 4: “As perdas de produção e montagem eram identificadas e
tratadas de maneira a eliminar a(s) causa(s) raíz(es)? Por favor, explique.”
91
Essa pergunta foi elaborada para entender se os problemas eram tratados em
suas causas, obtendo informações sobre a consistência e eficácia das ações e como
os recursos eram utilizados.
Pergunta 5: “Em sua opinião, o sistema de monitoramento foi implantado
de maneira adequada? Por favor, explique.”
O objetivo desta pergunta foi obter uma resposta relacionada à implantação.
Pergunta 6: “Qual sua opinião sobre a medição da produção para
identificar as perdas, antes e depois do MES?”
O objetivo desta pergunta foi obter do pesquisado as facilidades e
dificuldades de mensurar e priorizar os problemas.
Pergunta 7: “O sistema é simples de operar e útil para a empresa?”
O objetivo desta pergunta foi extrair dos pesquisados, duas características
importantes de um sistema MES, que são: simplicidade e utilidade.
Pergunta 8: “Quais os benefícios que o sistema proporcionou na
empresa?”
O objetivo desta pergunta foi captar os benefícios gerais com o uso da
ferramenta.
Pergunta 9: “Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?”
O objetivo desta pergunta foi entender se o pesquisado sentiu que a
ferramenta MES era um projeto coletivo o qual beneficiaria todas as partes
interessadas (empresa, funcionários, clientes, etc).
Pergunta 10: “Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?”
O objetivo dessa pergunta foi entender se o pesquisado disseminaria o
conhecimento a outras empresas, por acreditar na ferramenta.
92
Pergunta 11: “O que faria de diferente para melhorar os benefícios do
sistema?”
O objetivo dessa pergunta foi obter novas formas de agregar valor à
ferramenta, visando melhorar seu uso.
O Quadro 5 ilustra a estrutura do questionário com os objetivos da
dissertação.
Quadro 5: Estruturação do questionário.
QUESTIONÁRIO
PROPÓSITO
OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO
1º Parte: pergunta aberta
Informações sobre o pesquisado.
Classificar os pesquisados.
2º parte: perguntas abertas
Coletar informações sobre o
sistema de controle de produção
manual.
Específico: comparar o controle de
produção manual com o MES.
3º parte: perguntas abertas
Coletar informações sobre a
implantação do MES.
Principal: avaliar a eficácia da
implantação do MES.
4º parte: perguntas fechadas
Coletar dados relacionando
desempenho com o uso do MES.
Específico: avaliar o MES com os
fatores de sucesso da empresa.
Foram enviados 30 questionários em novembro de 2008 por correio
eletrônico, a um grupo de pessoas que participaram da implantação do MES, sobre
o tema da pesquisa: “Com o sistema de monitoramento de produção em tempo real,
ficou mais simples e claro onde estão os problemas que afetam o desempenho da
organização” (Apêndice 2). Destes, nove questionários foram respondidos
(Apêndices 3 a 11), representando 30% do total.
As pessoas que responderam ao questionário representaram a maioria das
áreas envolvidas do projeto e também da empresa, mas ficou abaixo das
expectativas quanto ao fato de apenas um operador de quina ter respondido,
uma vez que um dos fatores críticos de sucesso era baseado na colaboração dos
operadores de chão-de-fábrica, que apontavam no MES manualmente.
93
Na Tabela 2, podem-se observar as funções que foram representadas na
devolução do questionário.
Tabela 2: Representatividade dos pesquisados por função.
Função Frequência
Operador Máquina 1
Coordenador Produção 3
Analísta PCP 1
Supervisor Logística 1
Engenheiro Vendas 1
Gerente Vendas 1
Gerente TI 1
Total 9
A representatividade dos pesquisados por setor que responderam a pesquisa
está representada na Tabela 3. Nota-se que o setor da produção foi melhor
representada formado por três coordenadores de produção e um operador de
máquina, seguido por logística (um supervisor e um analista de PCP) e comercial
(um gerente de vendas e um engenheiro de vendas) e ao final, TI (gerente).
Tabela 3: Representatividade dos pesquisados por setor.
Setor Frequência
Comercial 2
Logística 2
Produção 4
TI 1
Total 9
Para a análise dos resultados, utilizou-se a técnica Análise e Interpretação
dos Resultados formulada por Tatim e Diehl (2004) que consiste em construir teorias
a partir do significado e das explicações que os entrevistados atribuem aos eventos
94
pesquisados. Em linhas gerais, tanto na pesquisa qualitativa, quanto na quantitativa,
o processo de organização dos dados pode ser resumido nas seguintes etapas: i)
Seleção: consiste na verificação detalhada dos dados coletados, a fim de detectar
erros, evitando informações confusas e incompletas. ii) Classificação: consiste na
ordenação dos dados, de acordo com determinado critério, os quais orientam sua
divisão de classes ou categorias. iii) Codificação: no caso do uso do método
quantitativo, consiste na atribuição de símbolos (letras ou números), a fim de
transformar os dados em elementos quantificáveis para posterior tratamento
estatístico; iv) Representação: apresentação dos dados de forma que se facilite o
processo de inter-relação entre eles e sua relação com a hipótese ou pergunta da
pesquisa.
Ainda Tatin e Diehl (2004), afirmam que, uma vez sistematizados os dados e
submetidos às diferentes formas de tratamento, cabe ao pesquisador proceder à sua
interpretação, buscando expressar o significado do material investigado e analisado
em relação aos objetivos estabelecidos na pesquisa, para então elaborar as
recomendações e as generalizações permitidas.
Na análise dos resultados em relação aos objetivos específicos e principal,
foram considerados os comentários de um Grupo de Discussão, formado por
pessoas que responderam ao questionário e que também, participaram do projeto
de implantação do MES. Este encontro foi realizado em março de 2009, onde foi
apresentado os resultados da pesquisa e deste encontro surgiu novos dados sobre a
implantação e aplicação do MES.
95
4. CASO ESTUDADO: IMPLANTAÇÃO DO MES
O período que compreende o estudo inicia em 2007, com a implantação e
aplicação do MES. Em 2008, foi realizada uma pesquisa de avaliação do MES com
usuários do sistema. Termina em 2009, com a análise, validação dos resultados com
os pesquisados e publicação do estudo. A empresa estudada é de porte médio, de
acordo com a classificação do BNDES (2008), com faturamento anual de oito
milhões de dólares, de capital misto nacional-alemã. Situada na região do Vale do
Paraíba, na cidade de Taubaté, SP. Sua produção é de pequenos lotes sob
encomenda, onde possui 12 centros de usinagem CNC de 3 e 5 eixos, 10 bancadas
de ajustagem e 12 bancadas de montagem. O negócio principal da organização é de
fornecer prestação de serviços em usinagem e montagem, o qual o cliente fornece a
matéria-prima e recebe o produto acabado. O processo produtivo é ilustrado na
Figura 21.
Recebimento de MP do cliente
Logística
Inspeção da MP do cliente
Controle da Qualidade
Programação da Produção
PCP
Envio da Matéria-Prima
Recebimento do Produto Acabado
Cliente
Corte
Usinagem/Montagem
Ajustagem
Produção
Inspão Final 100%
Controle da Qualidade
Embalagem/Expedição
Logística
Figura 21: Fluxograma do processo produtivo.
96
Em 2006 a empresa se encontrava em situação difícil devido à insatisfação de
clientes e acionistas decorrente a atrasos e perdas. Não dispunham de sistemas de
controle de produção e indicadores de desempenho, o acompanhamento das ordens
de produção não era realizado sistematicamente, não havendo visibilidade da
produção. Em algumas máquinas, o apontamento era realizado em formulários de
papel e posteriormente, os dados transferidos em planilhas eletrônicas, sem uma
formatação padronizada.
Nesse contexto, a tomada de decisão era imprecisa e aleatória, pois a
sequência da execução das ordens de produção era realizada pelos operadores,
sendo que frequentemente, não representava o interesse do cliente e da empresa.
Neste trabalho, o sistema de apontamento de produção que antecedeu o MES será
chamado de sistema manual, caracterizado, por utilizar-se de planilhas eletrônicas,
descontinuado, não padronizado, impreciso, sem interface com ERP, flexível,
personalizado e baixo custo operacional.
No final de 2006, aprovou-se um projeto para um controle efetivo nos
processos produtivos, que permitisse a visibilidade das operações em tempo real,
mensurar a utilização dos ativos, identificar a rentabilidade dos serviços, mostrar
tempos de paradas e perdas do processo, prover rastreabilidade das ordens de
produção e indicador de desempenho. Dessa forma, seria possível maximizar o
retorno dos investimentos e aumentar a competitividade. Dentre opções estudadas
(controle manual pelos operadores, desenvolver um programa específico no ERP
utilizado, criar uma função de apontador de produção), o MES foi definido como a
ferramenta a ser utilizada, baseada nos fatores: conhecimento do sistema pela
Gerência de Produção/Qualidade e Gerência de TI; preparado para interface com o
ERP utilizado; facilidade de coleta e visibilidade das operações; custo menor que
97
customizar o ERP para a função de controle da produção. Nesse mesmo período, as
Gerências de Produção-Qualidade e Tecnologia da Informação, se agruparam para
implantar o Sistema de Execução da Manufatura, visando melhorar o controle das
operações fabris.
Em janeiro de 2007, formou-se um comitê técnico, composto por dez
pessoas: operadores de máquina, montadores, ajustadores, técnicos da qualidade,
analistas de informática, programadores de produção e processos. Também o
sistema foi parametrizado junto ao ERP e ao gerenciamento da Manufatura (turnos,
máquinas, horários, pessoas, etc.).
Em abril de 2007, o grupo multi-funcional foi treinado e qualificado para
operacionalizar o sistema e fornecer apoio técnico aos operadores envolvidos. A
partir de maio de 2007 o sistema começou a rodar, ou seja, os apontamentos
passaram a ser coletados por meio do MES.
Nos meses de junho, julho e agosto de 2007, foram coletados os dados das
máquinas e postos de trabalho e analisadas as informações e relatórios fornecidos
pelo sistema.
Nesse período, foram definidas as metas de desempenho (Tabela 4). Em
setembro de 2007, foram analisados dados coletado das máquinas e elaborados
relatórios, definidos indicadores e análise crítica do projeto. A Figura 22 ilustra as
fases de implantação.
98
Figura 22: Fases do projeto.
A empresa onde foi implantado este projeto tem um corpo gerencial,
profissionais provenientes dos setores: aeronáutico, autopeças e energia. Com isso,
a implantação levou mais tempo, devido a diferentes formas de tratar os problemas
(em função das experiências anteriores). Após um período de dificuldades,
ocorreram trocas de experiência, por meio de diversos trabalhos em equipe, que
levaram ao entrosamento do grupo. É certo dizer que em determinadas fases, teve-
se que redesenhar alguns processos a fim de garantir sua funcionalidade,
entendimento e eficiência das equipes de análise de problemas.
O projeto foi controlado por meio de um documento que contemplava todos os
aspectos técnicos e corporativos. O acompanhamento do projeto de implantação
consistiu em cinco etapas distintas: estratégia; execução; planejamento; atividades e
conclusão. O detalhamento da implantação está registrado no Anexo 1.
Junho a
Agosto 2007
Controle em
tempo real
Indicadores
Setembro 2007
Análise crítica
da implantação
Maio 2007
Início do
apontamento no
MES
Abril 2007
Treinamento
operacional
Janeiro a
Março 2007
Criação Comitê
Técnico
Parametrização
MES
Final 2006
Aprovação do
projeto
Gerências
Produção & TI
99
4.1 INDICADORES
O trabalho de melhoria passa pela definição e entendimento dos indicadores
de produtividade pelos operadores e supervisores de produção. Neste projeto a
produtividade foi medida conforme modelo de composição de tempos do OEE.
No projeto da empresa, o indicador adotado para avaliar o desempenho da
produção refletiu na gestão da manufatura, ou seja, a eficiência dos recursos
geridos. A disponibilidade é a medida que relaciona o tempo de produção do
equipamento contra o tempo de parada e/ou desvio da função. Neste indicador,
mede-se a utilização do equipamento durante o período de trabalho. Como
exemplos de improdutividade foram considerados: manutenção corretiva, preventiva,
setup, construção de ferramentas e dispositivos, entre outros.
O desempenho relaciona o tempo padrão contra o real da operação. Neste
indicador, mede-se a velocidade da operação. Como exemplos de ineficiência, foram
considerados: falha de programa CNC, máquina com problemas, ferramenta
desgastada, operador em treinamento, retrabalho, entre outros.
A qualidade é o indicador da relação do total de peças produzidas contra as
peças conforme. Neste indicador, mede-se a conformidade do processo. Como
exemplo da não qualidade, foram considerados: refugo com taxas acima do
estabelecido no processo, retrabalho e quebra de ferramenta. O OEE é o produto do
fator da produtividade, eficiência e qualidade. Na Tabela 4, são mostradas as metas
estabelecidas por setor.
100
Tabela 4: Metas por setor.
META
DISPONIBILIDADE
DESEMPENHO
QUALIDADE
OEE
USINAGEM
85%
90%
99,3%
76,0%
MONTAGEM
90%
100%
99,3%
89,4%
AJUSTAGEM
90%
100%
100%
90,0%
PRODUÇÃO
88%
97%
100%
85%
A meta do OEE foi maior para a montagem e ajustagem, porque eram
processos manuais e por isso, seu desempenho dependia mais da habilidade e
destreza. Na usinagem, onde a tecnologia tem mais influência, a meta do OEE foi
menor, porque havia fatores a serem considerados para o atingimento dos objetivos:
máquina, programa CNC, ferramenta, operador e dispositivo de fixação. Dessa
forma, com uma meta realizável, promoveu nos operadores, uma consciência de
que era possível melhorar o desempenho.
Um dos fatores críticos para o sucesso do MES foi considerar desde o início
da implantação, a participação efetiva dos funcionários, principalmente da produção,
para garantir a veracidade das informações inseridas. Foram realizados diversos
eventos que antecederam a implantação do software, com o objetivo de sensibilizar
as pessoas sobre a importância de seu entendimento sobre o monitoramento para
identificar as perdas durante os processos produtivos. O enfoque do corpo diretivo
foi de criar e manter um ambiente de trabalho e um clima organizacional que
levassem a excelência operacional, à plena participação, ao crescimento pessoal e
da organização. No total, foram investidas 350 horas em treinamento para todos os
envolvidos no projeto, com o intuito de garantir o ximo entendimento e
101
colaboração. Os treinamentos focaram os seguintes temas: OEE, TPM, Kaizen e
ferramentas da qualidade (Seção 2.6.2).
4.2 PARAMETRIZAÇÃO DO MES
A parametrização do sistema foi pensada de tal forma a adequar a situação
existente dos processos, bem como para estar preparado para futuras incorporações
de modo a garantir a integridade dos dados de todos os setores. Seguindo a
estrutura de processo da planta, o sistema também permitiu a criação da arquitetura
organizacional de gestão da manufatura. A Figura 23 ilustra o modelo da arquitetura
cadastrada no sistema.
BRICA
AERO
USINAGEM
MÁQ. 1
MÁQ. 2
MÁQ. N
MONTAGEM
MONTADOR
1
MONTADOR
2
MONTADOR
N
AJUSTAGEM
AJUSTADOR
1
AJUSTADOR
2
AJUSTADOR
N
PETRO
USINAGEM
MÁQ. 1
MÁQ. 2
MÁQ. N
PLANTA INDUSTRIAL
ÁREA
SETOR
RECURSO
Figura 23: Arquitetura do MES.
102
O nome da unidade de negócios ou planta industrial foi cadastrado em
primeiro nível. A seguir foram inseridas as unidades de negócios, no caso, “Aero”
para usinagem aeronáutica e “Petro” para o setor de petróleo. O setor representa os
processos industriais voltados a uma determinada área de negócios. Na base da
estrutura, o sistema entende recursos como máquina ou homem, dependendo do
processo. Na usinagem, foram inseridos os centros de usinagem e na montagem e
ajustagem, o número da bancada (Tabela 5).
Tabela 5: Recursos produtivos.
DIGO CENTRO DE TRABALHO TURNO SETOR UNIDADE
Exporta para
o ERP (S/N)
M01 WOTAN M2 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M02 WOTAN V1L 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M03 WOTAN V2L 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M04 WOTAN V1L 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M05 WOTANV2L 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M06 WOTAN M2
3 USINAGEM [H/PÇ] S
M07 MAZAK NEXUS 510C 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M08 DECKEL MAHO 60 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M09 DECKEL MAHO 100
3 USINAGEM [H/PÇ] S
M10 MAZAK VORTEX 815 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M11 MAZAK VORTEX 1400 3 USINAGEM [H/PÇ] S
M12 MAZAK INTEGREX 1060
3 USINAGEM [H/PÇ] S
FC01 PINACLE FRESA CONVENCIONAL 2 USINAGEM [H/PÇ] S
PR01 PRENSA EXCENTRICA 1 1 USINAGEM [H/PÇ] S
PR02 PRENSA VIRADEIRA 1 1 USINAGEM [H/PÇ] S
G01 GUILHOTINA 1 USINAGEM [H/PÇ] S
SC01 SERRA CIRCULAR 2 USINAGEM [H/PÇ] S
BA01 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA02 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA03 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA04 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA05 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA06 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA07 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA08 BANCADA AJUSTAGEM 2 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA09 BANCADA AJUSTAGEM 1 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BA10 BANCADA AJUSTAGEM 1 AJUSTAGEM [H/PÇ] S
BM01 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BM02 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BM03 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BM04 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BM05 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BM06 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BM07 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BM08 BANCADA MONTAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BS01 BANCADA SELAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
BS02 BANCADA SELAGEM 1 MONTAGEM [H/PÇ] S
103
Em seguida, foram definidos e cadastrados no MES, os dados relativos ao
funcionamento da empresa, que foram: os recursos (produtivos), turnos vigentes,
tipos de paradas (Tabela 6), motivo de refugo e retrabalho (Tabela 7). Os códigos
dos produtos, lista de materiais, roteiros de fabricação e tempo padrão de fabricação
não seriam necessários serem cadastrados, porque essas informações seriam
coletadas automaticamente do ERP pelo MES.
Tabela 6: Motivos de parada.
GRUPO PROCESSO CÓDIGO DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO
1 Produção 01001 Reunião PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
1 Produção 01002 Fabricação de Ferramental PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
1 Produção 01003 Falta de Dispositivo PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
2 Comercial Diretoria 02001 Falta Material do Cliente PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
2 Comercial Diretoria 02002 Falta de Serviço PP1 - PRODUÇÃO SEM INFLUÊNCIA
3 Processo 03001 Fabricação de Ferramental PP1 - PRODUÇÃO SEM INFLUÊNCIA
3 Processo 03002 Problema Processo PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
3 Processo 03003 Falta de Folha de Operações PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
4 Logística 04001 Falta de Ferramenta PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
4 Logística 04002 Falta de Cadastro NF PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
5 Manutenção 05002 Limpeza de Máquina PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
5 Manutenção 05003 Manutenção Corretiva PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
5 Manutenção 05004 Manutenção Preventiva PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
6 PCP 06001 Falta de Ordem de Produção PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
6 PCP 06002 Falta de Programa CNC PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
7 SGQ 07001 Treinamento PP1 - PRODUÇÃO SEM INFLUÊNCIA
7 SGQ 07002 Auditoria PP1 - PRODUÇÃO SEM INFLUÊNCIA
8 Qualidade 08001 Aguardando Inspeção PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
8 Qualidade 08002 Comunicado Geral PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
8 Qualidade 08003 Falta de Instrumento de medição PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
9 RH 09001 Comunicado Geral PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
9 RH 09002 Treinamento PP2 - PRODUÇÃO TEM INFLUÊNCIA
9 RH 09003 Assembléia PP1 - PRODUÇÃO SEM INFLUÊNCIA
10 TI 01001 Comunicado Geral PP1 - PRODUÇÃO SEM INFLUÊNCIA
10 TI 01002 Falta de Programa CNC PP1 - PRODUÇÃO SEM INFLUÊNCIA
10 TI 01003 Problema no PC PNP - PARADA NÃO PROGRAMADA
104
Tabela 7: Motivos de refugo e retrabalho.
CÓDIGO GRUPO CÓDIGO DESCRIÇÃO
A DIMENSIONAL A01 ALTURA ABA FORA ESPECIFICADO
A DIMENSIONAL A05 Chanfro fora do espec.
A DIMENSIONAL A06 Comprim. Fora do espec.
B FURO B02 Furo cai no raio
B FURO
B08 Furos desalinhados
B FURO B09 Diâmetro do furo fora da tolerância
C APARÊNCIA/ACABAMENTO C01 Afundamento / deform. / amassada
C APARÊNCIA/ACABAMENTO C20 Marcas de ferramentas
C APARÊNCIA/ACABAMENTO C31 Tipo de acabamento errado
D ESTRUTURAL D02 Entrada anormal de ferramenta
D ESTRUTURAL D07 Trinca
E CONFIGURAÇÃO E06 Pas trocadas
E CONFIGURAÇÃO E09 Pa faltando detalhe ou incompl.
E CONFIGURAÇÃO E16 Documentação incompleta
F IDENTIFICAÇÃO F01 Identificão danificada
F IDENTIFICAÇÃO F02 Identificão errada
H MATERIAL H07 Dimensão de corte fora do espec.
H MATERIAL H10 Material errado
H MATERIAL
H21 Dobra
K MONTAGEM K01 Desalinhamento
K MONTAGEM K03 Folga
K MONTAGEM K11 Pa conf. desenho, porémo monta
L TRATAMENTO TERMICO E SUPERFICIAL L20 Tratamento superficial inadequado
L TRATAMENTO TERMICO E SUPERFICIAL L25 Proteção anti-corrosão soltando
M ROSCAS M13 FALTA DE ROSCA
N SELAGEM N10 TIPO ERRADO DE SELAGEM
P PRENDEDORES E REBITES P02 Acabamento superficial ruim
P PRENDEDORES E REBITES P03 Dimensão prended./rebites fora do espec.
P PRENDEDORES E REBITES P12 Tipo de prendedor errado
Para a manutenção e gerenciamento do MES, foi necessário o cadastramento
de usuários do sistema, classificados de acordo com sua responsabilidade no
acesso e alteração de parâmetros. Por exemplo, para o administrador do sistema, o
acesso ao programa era amplo, para o coordenador de produção, acesso para
edição de dados apontados, adição e/ou exclusão de recursos (pessoas ou
máquinas), a apontamento de paradas, entre outros. Para o operador, as funções de
apontamento de produção eram suficientes para a coleta de dados e consulta de
informações.
105
4.3 VISIBILIDADE
A partir da utilização do MES que começou em 14 de maio de 2007, o sistema
disponibilizou os dados permitindo que o acompanhamento e decisões fossem
executados de maneira integrada. O fluxo de informação foi originado dos dados
coletados durante as atividades produtivas e compartilhada a todo o momento a
operadores, supervisão e gerência. Neste período, o objetivo principal era voltado
para o treinamento operacional de todos os envolvidos. Assim sendo, os dados
referentes ao desempenho, não foram considerados, pois era necessário que todos
se familiarizassem com a nova forma de apontamento da produção. Para
acompanhar as dificuldades e resolver os problemas e dúvidas que surgiram, o
gerente da produção trabalhou durante duas primeiras semanas no posto de
apontamento, permitindo prestar melhor assistência aos usuários.
A Figura 24 mostra um sinótico da situação dos recursos em 28 de maio de
2007.
Figura 24: Sinótico dos equipamentos no Monitoramento da Produção. Fonte: MES.
106
O sinótico permitiu a visualização completa dos recursos e a situação do
momento e do histórico. A partir de então, tomava-se decisões que melhoraram a
utilização dos recursos, ficando mais fácil, pois não se perdia tempo em coletar as
informações, pois já estavam disponíveis. Antes da utilização do MES, o tempo entre
a coleta das informações e uma análise chegava a ser superior a 48 horas. Em
outros casos, muitas informações se perdiam.
O MES também proporcionou dados relevantes e interessantes que
motivaram as equipes a melhorar seus resultados, pois se tornou muito simples
verificar o desempenho por meio de relatórios. Os postos de apontamento
transformaram-se em locais de acompanhamento, devido a curiosidade dos
funcionários em relação ao seu desempenho. Persistência, senso de propósito e
comprometimento são qualidades ou traços essenciais dessa nova perspectiva
(REIS, 2003).
Segundo Correa e Miranda (2008), os quais elaboraram um trabalho de
conclusão de curso de engenharia de produção, onde um dos elaboradores fizera
parte da equipe que participou desta implantação, afirmaram que:
O projeto em questão colabora muito com o desenvolvimento
profissional dos funcionários, pois é necessário conhecer
tecnicamente os materiais e os processos nos quais eles estão
envolvidos, aplicar técnicas estatísticas, desenvolver o lado
observador, participar das atividades, exporem suas opiniões. Este
projeto é bom para a empresa, pois ganha-se em produtividade,
aumento de competitividade, qualidade dos serviços e dos produtos,
redução de custos, aumenta o trabalho em equipe e encoraja os
funcionários. E para os funcionários vale o prazer de participar e
expor suas opiniões sobre os processos que estão ocorrendo na
empresa, a criatividade é encorajada por todos, o valor humano é
reconhecido, a relação entre as pessoas melhora e a barreira entre
departamentos são eliminados pois todos tem que trabalhar juntos.
(CORREA; MIRANDA, 2008, p. 7).
107
4.4 INFLUÊNCIA DO MES NO CONTROLE DE QUALIDADE
O MES influenciou o sistema de gestão do controle de qualidade na
organização, devido a proporcionar uma visão global dos processos e permitir
identificar e eliminar as perdas. No período que antecedeu a implantação do MES, a
empresa não dispunha de base de dados própria, sendo que as informações sobre
problemas de qualidade eram fornecidas pelo principal cliente (empresa fabricante
de aeronaves brasileira).
Foi realizada uma análise crítica da gestão do controle de qualidade, que
serviu para detectar algumas falhas, tais como: a não contemplação de outros
clientes da empresa nos indicadores de qualidade; dependência do cliente de
informar sobre os problemas, foco em ações corretivas, fragmentação das
informações, registros com erros, falta de sistemática de análise das causas e
seguimentos das ações, entre outros.
Decidiu-se que seria necessário revisar os registros da não qualidade e criou-
se um banco de dados único, o qual conteria todas as informações necessárias e
padronizadas da empresa, sobre tudo que fosse relacionado a não-qualidade.
A base de dados foi revisada, considerando todos os clientes, produtos e
problemas a partir de então. O próximo passo foi de elaborar relatórios gerenciais de
qualidade, aplicando o Gráfico de Pareto (HANSEN, 2006), detectou-se que 80%
das causas de refugo se concentravam em erros operacionais e de processo. Uma
vez feito o diagnóstico da situação atual, foi elaborado um plano de ação setorial
referente problemas existentes na organização determinando-se as prioridades,
visando implantar ações para a solução dos mesmos.
108
No caso da organização, foi criado um grupo chamado de Grupo de Análise
de Produtos Não Conforme, que visava à verificação das causas de refugos de
produtos e relacionava seus defeitos a problemas, ações de contenção, correção e
prevenção. Esse grupo foi baseado nos Círculos de Controle da Qualidade,
mencionado na Seção 2.6.2. De posse das informações, houve uma tratativa de
comunicação eficiente onde todos puderam contribuir, participando de reuniões
técnicas, projetos de melhoria contínua (Kaizen), atividades ligadas à produtividade,
eficiência e qualidade.
A dinâmica empregada possibilitou as equipes do Controle da Qualidade e do
Comitê Diretivo atuarem de forma integrada no projeto de melhoria da qualidade
total e que cada gestor de área fosse o responsável pelas ações de seus respectivos
departamentos e processos. Foram ainda estabelecidos os seguintes indicadores de
desempenho com o foco na qualidade;
Refugo interno usinagem;
Refugo interno montagem;
Refugo interno chapa;
Refugo de fornecedores;
Quebra de ferramentas;
Causas de Não conformidade;
Número de Produto Não Conforme.
O Grupo de Análise de Produtos Não Conforme passou a se reunir três vezes
por semana, para analisar as causas de refugo ocorrido durante a semana. Esse
grupo técnico era composto por membros da equipe da produção, controle da
109
qualidade, processos e manutenção. Foram utilizadas as seguintes ferramentas da
qualidade: Diagrama de Ishikawa, SDCA, Gráfico de Pareto, PDCA e 5W2H (Seção
2.6.2).
O início das análises de problemas é originado a partir de um fluxo de
informações e ações que estabelecem as relações das ações para a solução do
problema. O fluxo foi definido como:
Abertura de relatório de não conformidade do produto: devem-se
preencher todos os campos necessários para facilitar a análise.
Algumas informações o obrigatórias para o preenchimento do
relatório: código do produto, operador, turno, não-conformidade, causa
provável, quantidade. Outras informações que se julgarem importantes
poderiam ser acrescidas;
Convocação de reunião de análise e solução de problemas envolvendo
departamentos da produção, qualidade e processo. Em alguns casos,
a manutenção é convidada a participar;
Elaboração da análise da Causa e Efeito;
Determinação da(s) causa(s) provável(is) passando pelos elementos:
máquina, método, material, medição, meio ambiente e por último, mão-
de-obra. O fator mão-de-obra foi deliberadamente deixado por último
para direcionar a análise pelos outros elementos do processo;
Levantamento de evidências objetivas das falhas para eleger ou
eliminar causas identificadas na análise;
Definição do plano de ação para eliminação da causa raiz, onde consta
atividade, responsável, prazo e desenvolvimento;
Reuniões de acompanhamento das ações;
110
Definição para verificação da eficácia das ações;
Verificação da eficácia;
Validação da eficácia ou rodar novamente o ciclo PDCA para revisar
ações.
Dessa forma, procurava-se fechar o ciclo da falha, onde a eficácia seria a
medida do sucesso das ações. Acreditou-se que as ferramentas empregadas,
equipe motivada e qualificada, apoio da alta administração, esforços integrados e
visão compartilhada dos objetivos estratégicos, aumentaram a produtividade por
meio da diminuição das perdas em refugo e retrabalho.
A aplicação cotidiana do Diagrama de Causa e Efeito se tornou uma
ferramenta poderosa para melhorar a capacidade das equipes e identificar causas
de não conformidades. Essa habilidade de análise empregando método científico
melhorou a percepção das pessoas quanto a atos e processos falhos, possibilitando
agregar valor de conhecimento em produtos que se encontraram na fase de
desenvolvimento, propiciando processos mais seguros. Buscou-se garantir a eficácia
da implantação pela combinação da aplicação de ferramentas da qualidade aliado
com um banco de dados simples das causas identificadas e um plano de ação
ligado às ações corretivas e preventivas com intenso gerenciamento de seguimento
das ações.
A análise da causa, o desdobramento do Diagrama de Causa e Efeito com
um plano de ação, melhorou a capacidade de planejamento e execução da equipe,
dando mais agilidade na implantação de ações mais consistentes e eficazes.
Também levou a melhoria do trabalho de equipe e inter-equipes, como contribuição
para um melhor clima organizacional e profissional.
111
4.5 RESULTADOS OPERACIONAIS
Foram analisados os dados coletados no MES referentes ao período de
01/06/07 a 31/07/07 no setor de usinagem de peças para aeronaves. Na Figura 25,
pode-se verificar a evolução da disponibilidade do setor, onde aumentou de 60%
para 65%. Foram 5 pontos percentuais positivos em 60 dias de monitoramento.
Figura 25: Gráfico de disponibilidade da usinagem. Fonte: MES.
Na Tabela 8, mostra-se um resumo dos indicadores deste mesmo período e
setor. A qualidade do setor aumentou de 98% em junho, para 100% em julho de
2007, sendo considerado muito satisfatório. A utilização dos equipamentos deste
mesmo setor aumentou de 75% em junho de 2007, para 83% em julho do mesmo
ano. A eficiência aumentou de 21% para 30%, demonstrando que os tempos
padrões estabelecidos nos roteiros estavam mal estimados. O sistema mostrou que
112
todos os tempos padrões necessitaram revisões para refletir a realidade da
produção. O indicador de OEE aumentou de 12% para 20%, baixo devido o
indicador de desempenho, mas mostrou uma melhora, devido principalmente ao
aumento da disponibilidade dos equipamentos.
Tabela 8: Indicadores de desempenho da usinagem. Fonte: MES.
USINAGEM - A jun/07 jul/07
QUALIDADE 98% 100%
UTILIZAÇÃO 75% 84%
EFICIÊNCIA 21% 30%
OEE 12% 20%
Em termos de melhoria da utilização dos equipamentos na usinagem, a
Tabela 9 mostra os resultados coletados no período de junho a agosto de 2007.
Pode-se verificar que a utilização dos equipamentos aumentou de 59% em
junho de 2007, para 68% em agosto do mesmo ano. Com menos horas disponíveis,
o aproveitamento do tempo dos equipamentos elevou em 9 pontos percentuais, o
que é uma melhora significativa de ter sido alcançado, considerando o espaço de
tempo e a complexidade da operação. A diferença de turnos a menos, significou que
a empresa teria 2400 horas disponíveis, o qual permitiu a criação de uma célula de
produção direcionada a novos negócios, no caso, o setor petrolífero.
Essa disponibilidade era importante ser atingida, devido fazer parte da
estratégia da empresa de diversificar a carteira de clientes para diminuir a
dependência de um cliente que representava 95% do faturamento.
113
Tabela 9: Resultado de utilização da usinagem. Fonte: MES.
DISPON.
[H]
TRAB.
[H]
UTILIZAÇÃO
DISPON.
[H]
TRAB.
[H]
UTILIZAÇÃO
DISPON.
[H]
TRAB.
[H]
UTILIZAÇÃO
M01 - WOTAN M2 558 374 67% 435 360 83% 320 256 80%
M02 - WOTAN V1L 542 374 69% 415 283 68% 308 250 81%
M03 - WOTAN V2L 490 196 40% 443 267 60% 364 303 83%
M04 - WOTAN V1L 480 325 68% 418 380 91% 309 211 68%
M05 - WOTAN V2L 476 384 81% 395 302 76% 371 336 91%
M06 - WOTAN M2 466 323 69% 406 311 77% 280 200 71%
M07 - MAZAK VCN 510 494 353 71% 440 293 67% 281 139 49%
M08 - DMG DMU60T 438 230 53% 423 216 51% 314 224 71%
M09 - DMG DMU100P 631 460 73% 531 403 76% 296 52 18%
M10 - MAZAK VORTEX 815 539 376 70% 435 283 65% 399 342 86%
M11 - MAZAK VORTEX 1400 549 371 68% 510 434 85% 432 327 76%
M12 - MAZAK INTEGREX 407 93 23% 313 13 4% 266 77 29%
M13 - DMG DMC165 460 3 1% 202 1 0% 225 137 61%
FRESA CONVENCIONAL 192 113 59% 196 108 55% 157 74 47%
TOTAL 6722 3975 59% 5562 3654 66% 4322 2928 68%
jun/07
jul/07
ago/07
RECURSO
A quantidade de horas trabalhadas do setor reduziu em 26,34%. Esse número
demonstra que ao apontar as horas reais trabalhadas, constatou-se que a usinagem
gastava menos horas para se produzir a mesma quantidade de peças em um
mesmo período. Impactou em redução de horas extras e aumento da produtividade.
Esse resultado demonstrou que em pouco tempo, sob uma nova forma de
controle, a utilização dos equipamentos melhorou significativamente.
114
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Nesse capítulo, apresentam-se os resultados da pesquisa de campo,
levantados por meio de questionários. Para a análise, utilizou-se a cnica Análise e
Interpretação dos Resultados (Seção 3.3). Inicialmente foi realizada a análise das
respostas referente às perguntas abertas (qualitativo) relacionadas à avaliação da
implantação do MES e comparação com o sistema manual (planilha eletrônica).
Na sequência são discutidas as respostas consolidadas das perguntas
fechadas, relacionadas aos fatores de sucesso da empresa. No final do capítulo, são
relacionados os objetivos da dissertação com os resultados da pesquisa e
comentários do Grudo de Discussão.
5.1 QUESTIONÁRIO ABERTO
Na pesquisa qualitativa, é feita a analise das respostas e considerações, com
o foco em dois objetivos: comparar os métodos de controle de produção: manual x
MES; avaliar a implantação do MES na organização, sob o ponto de vista dos
pesquisados. Duas fontes de dados foram utilizadas: questionários (Apêndices 3 a
11) e considerações da apresentação dos resultados ao Grupo de Discussão.
A seguir, serão apresentadas as respostas, referente o período que
antecedeu a implantação do MES, onde era utilizado o sistema de controle manual.
Essas perguntas estão relacionadas com um dos objetivos principais desta
dissertação, que compara o sistema de apontamento de produção manual com o
MES.
115
Pergunta 1: “Como era o apontamento de produção antes do MES?”
As respostas variaram, sendo que parte dos entrevistados respondeu que não
havia sistema de apontamento, outra parte respondeu que os dados eram
apontados em planilhas eletrônicas. Ainda outros responderam que os
apontamentos eram realizados no sistema de informações gerenciais. Conclui-se
que o sistema que antecedeu o MES era pouco conhecido e incompleto.
Durante a reunião com o Grupo de Discussão, levantou-se que não havia um
sistema de coleta de dados. O desempenho era baseado na percepção de cada um.
Era difícil operacionalizar o apontamento. A forma de apontamento variava de
operador a operador, não havia disciplina para preencher os dados, existiram várias
tentativas de sistematizar a coleta de dados, mas fracassaram. Conclui-se que não
havia um padrão de apontamento e que o sistema de controle era impreciso.
Pergunta 2: “Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e
montagem?”
A análise das respostas leva a entender que de maneira predominante, todos
tinham a percepção de que o desempenho era baixo, desconhecido e de difícil
medição. O Grupo de Discussão comentou que o desempenho era desconhecido,
sem parâmetros, sem padrão. Conclui-se que os padrões de desempenho eram
imprecisos e em alguns casos, inexistentes.
Pergunta 3: “Em sua opinião, os equipamentos de produção eram
utilizados adequadamente?”
Dos nove questionários respondidos, oito responderam categoricamente que
os equipamentos não eram usados adequadamente. Citaram perdas de tempo
116
devido falta de planejamento, horas perdidas com setup, etc. O Grupo de Discussão
acrescentou que antes do MES, não se sabia onde atuar nos problemas, a mão-de-
obra e equipamentos eram subutilizados, perdia-se muito tempo em atividades que
não agregavam valor. Por exemplo: o operador de máquinas retirava o cavaco e
levava para a caçamba de sucata, buscavam matéria-prima, montavam as
ferramentas, entre outras, sendo que essas atividades eram consideradas normais
serem feitas pelo operador de máquina. Conclui-se que a utilização dos recursos
produtivos era baixa, devido a excesso de paradas e falta de gestão sobre paradas.
Pergunta 4: “As perdas de produção e montagem eram identificadas e
tratadas de maneira a eliminar a(s) causa(s) raíz(es)? Por favor, explique.”
Analisado as respostas dos pesquisados, percebe-se que a sistemática de
solução de problemas não era direcionada às causas, pois não havia informação
com qualidade para embasar a análise. O Grupo de Discussão comentou que antes
do MES, o controle de qualidade não analisava as causas de refugo, tendo o foco
apenas na reposição da peça. Em relação a retrabalho, havia ações para reduzir ou
eliminar as causas. A responsabilidade de responder aos relatórios de não-
conformidade do cliente era de um coordenador de produção, não conseguia
analisar as causas, porque era feita individualmente. Conclui-se que os problemas
voltavam a ocorrer, tornando o processo instável e ineficaz.
Pergunta 5: “Em sua opinião, o sistema de monitoramento foi implantado
de maneira adequada? Por favor, explique.”
Dos nove pesquisados, cinco afirmaram que o projeto foi bem implantado e
consideraram o processo bem desenvolvido. As respostas dos outros quatro
117
pesquisados, levam a percepção de que o projeto de implantação teve algumas
falhas, passando por falta de uma visita em uma empresa que se utilizava o MES,
desconhecimento da ferramenta por quase a totalidade dos envolvidos, a
complexidade da ferramenta, que requer rigor na operação, entre outros. Essas
observações servirão como referência para evitar que essas falhas possam ocorrer
em outros projetos similares. O Grupo de Discussão explicou que em relação ao
benchmarking, seria mais interessante que se realizasse depois de se familiarizar
com o MES. Dessa forma, o benchmarking seria mais útil, pois haveria massa crítica
de conhecimento do sistema e de sua aplicação. Ressaltaram que a auto-estima das
pessoas aumentou, pois muitos passaram a ter contato com o computador, ao
apontar os dados. Conclui-se que a implantação foi eficaz, mas que a falta de uma
visita em uma empresa que estaria utilizando o MES, antes da implantação,
dificultou o entendimento prévio do sistema.
Pergunta 6: Qual sua opinião sobre a medição da produção para
identificar as perdas, antes e depois do MES?”
Evidenciou-se que antes do MES, não havia uma mensuração do problema e
nem direcionamento. Com o MES, a visibilidade das perdas foi facilitada, bem como
sua mensuração, permitindo priorizar os esforços de acordo com a importância. O
Grupo de Discussão comentou que antes do MES, não conseguiam ver o que
ocorria na produção. Havia muitos problemas e várias frentes de trabalho,
dispersando os esforços. Como não sabiam priorizar, escolhiam um problema e
tentavam resolver, mas sem direção. Depois do MES, priorizar os problemas ficou
fácil, pois o sistema mostrava, por meio dos relatórios e indicadores. Conclui-se que
118
o MES forneceu uma visibilidade e direcionamento que tornou a gestão mais eficaz
e eficiente.
Pergunta 7: “O sistema é simples de operar e útil para a empresa?”
As respostas dos pesquisados convergiram nestes aspectos, pois todos
reconheceram que o sistema era simples de operar e de grande utilidade,
sustentado por treinamentos de qualificação do MES. Para o Grupo de Discussão, o
MES é uma ferramenta simples, poderosa e útil por causa da visibilidade que
proporciona aos gestores. Também é considerada muito importante para a empresa,
por ser valorizado pelos clientes. O MES deixou de ser utilizado em setembro de
2007 e foi retomado a partir de maio de 2008, por determinação da diretoria. Como o
treinamento dos usuários-chave havia sido bem realizado, a retomada foi tranquila.
Conclui-se que o MES é uma ferramenta que facilita a gestão da produção, por ser
simples, útil e reconhecida pela direção, usuários e clientes.
Pergunta 8: “Quais os benefícios que o sistema proporcionou na
empresa?”
Evidenciou-se por meio do questionário e do Grupo de Discussão, que os
benefícios foram: agilidade, monitoramento em tempo real, identificação da causa-
raiz, indicadores, redução de desperdício, visibilidade, rápida intervenção dos
responsáveis nos problemas, estratificação das paradas, histórico, integração,
informações, dados estatísticos, facilidade para tomada de decisão, controle total da
produtividade, melhoria da pontualidade, melhoria da eficiência, fortalecimento do
espírito de equipe, melhor planejamento de rias, entre outros. Conclui-se que o
sistema impactou positivamente na empresa.
119
Pergunta 9: “Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?”
A análise das respostas e explanação do Grupo de Discussão levou a
conclusão de que o MES beneficiou a empresa, funcionários e clientes. A empresa
por causa do aumento da satisfação dos clientes e redução de custos. Os
funcionários devido aos novos conhecimentos adquiridos (OEE, MES, ferramentas
da qualidade, estratégia). Os clientes decorrente do cumprimento dos prazos e
acompanhamento dos pedidos.
Pergunta 10: “Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?”
O resultado das respostas o evidenciou que o MES obteve aprovação total e
que recomendariam o sistema para outras empresas. Conclui-se que a
confiabilidade do MES junto aos usuários é alta.
Pergunta 11: “O que faria de diferente para melhorar os benefícios do
sistema?”
A análise das respostas leva a considerar que a ferramenta MES deve ter
suas informações mais divulgadas no chão-de-fábrica, promover treinamento e
capacitação contínua, intensificar a conscientização do objetivo principal de
identificar perdas e estender a mesma a outros processos da empresa que não
sejam somente produtivos. O Grupo de Discussão comentou que cada empresa tem
sua especificidade e que cada projeto de implantação tem de ser muito bem
estudado para o entendimento de todos. Recomendariam que o MES fosse
manuseado por um especialista, com dedicação exclusiva, de modo a manter o
sistema íntegro.
120
5.2 QUESTIONÁRIO FECHADO
Na pesquisa quantitativa, a Figura 26 mostra os dados consolidados da parte
do questionário fechado, onde se avalia a contribuição do MES na organização, sob
o ponto de vista dos pesquisados (Apêndices 3 a 11).
O MES contribuiu para a melhoria da(o)...
Muito
Pior
Pior Indiferente Melhor
Muito
melhor
Qualidade?
0% 0% 33% 56% 11%
Produtividade?
0% 0% 0% 56% 44%
Desempenho?
0% 0% 0% 56% 44%
Custo?
0% 0% 22% 56% 22%
Pontualidade?
0% 0% 0% 44% 56%
Desenvolvimento dos processos de engenharia de manufatura?
0% 11% 33% 44% 11%
Capacitação técnica dos envolvidos?
0% 0% 33% 56% 11%
Relacionamento com os clientes?
0% 0% 11% 67% 22%
Resultado global da empresa?
0% 0% 0% 89% 11%
Figura 26: Consolidação das perguntas fechadas.
Com a consolidação dos dados da pesquisa e combinado com os
comentários do Grupo de Discussão, fica evidenciado que os fatores de sucesso da
empresa melhoraram significativamente com o uso do MES. Acrescenta-se à
melhoria desses fatores: o envolvimento gerencial para priorizar e decidir e controlar
as ações, utilização das ferramentas da qualidade, histórico de dados, auxílio na
orientação dos esforços, entre outros. Em seguida, serão descritos as análises de
cada fator de sucesso.
Qualidade: 56% dos pesquisados responderam que o MES contribuiu com a
melhoria da qualidade e 11% responderam que a qualidade melhorou muito. Isso
significa que 67% dos entrevistados sentiram que a qualidade dos produtos teve
uma melhora com o uso do MES. A Figura 27 mostra o resultado.
121
11%
56%
33%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 27: Contribuição do MES com a qualidade.
Produtividade: a pesquisa apontou que o MES contribuiu de maneira
significativa, obtendo a avaliação de 56% “melhor” e 44% “muito melhor”. A
percepção dos pesquisados está alinhado com os indicadores de produtividade das
máquinas. A Figura 28 mostra o resultado.
44%
56%
0%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 28: Contribuição do MES com a produtividade.
Desempenho: de acordo com a pesquisa, o MES contribuiu de maneira
significativa para a melhoria do desempenho, sendo que segundo a avaliação, 56%
122
responderam que o desempenho ficou melhor e 44% muito melhor. A Figura 29
mostra o resultado.
44%
56%
0%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 29: Contribuição do MES com o desempenho.
Custo: segundo a avaliação dos pesquisados, o MES contribuiu de maneira
significativa para a melhoria dos custos, obtendo uma pontuação de 78% somando
as avaliações de “melhor” e „muito melhor‟. A Figura 30 mostra o resultado.
22%
56%
22%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 30: Contribuição do MES com o custo.
Pontualidade: de acordo com a pesquisa, o MES contribuiu para a melhoria
da pontualidade, que indica a percepção dos pesquisados sobre o prazo de entrega.
123
Esses prazos representam a diminuição sistemática e gradativa dos atrasos entre
um processo de produção e outro, reduzindo o tempo total de processamento do
produto, desde o pedido até a entrega. O Grupo de Discussão acrescentou que
também melhorou a disciplina dos operadores. A Figura 31 mostra o resultado.
56%
44%
0%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 31: Contribuição do MES com a pontualidade.
Desenvolvimento dos processos de engenharia de manufatura: a
pesquisa demonstrou que 44% dos pesquisados avaliaram que os processos
melhoraram e 11% responderam que melhorou muito com o uso do MES. Essa
competência muito importante porque é a base da competitividade do negócio.
Nessa área, o roteiro de fabricação, custo, tempos, métodos, tecnologia aplicada,
são desenvolvidos. A eficiência e eficácia da produção têm uma dependência forte,
pois um processo muito bem desenvolvido resulta em sucesso em toda a operação.
O Grupo de Discussão afirmou que houve e ainda persistia uma forte resistência por
parte da engenharia em melhorar os roteiros de produção, utilizando-se da base de
dados do MES. Conclui-se que a engenharia de processos não aplicou o MES para
desenvolvimento de processos. A Figura 32 mostra o resultado.
124
11%
44%
33%
11%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 32: Contribuição do MES com o desenvolvimento dos processos.
Capacitação técnica dos envolvidos: evidenciou-se que o MES contribuiu
para a melhoria da capacitação cnica das pessoas. Devido ao maior rigor dos
controles, procedimentos, padronização e entendimento dos indicadores, objetivos,
falhas, causas, acesso a informações, sinergia e treinamentos, as pessoas dos
diversos setores, principalmente os da produção, adquiriram mais conhecimento e
consciência do negócio e dos processos. Conclui-se que o MES estimula o
crescimento da capacitação técnica dos envolvidos. A Figura 33 mostra o resultado.
11%
56%
33%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 33: Contribuição do MES com a capacitação técnica dos envolvidos.
125
Relacionamento com os clientes: fator que foi bem avaliado, de acordo com
os pesquisados se refere ao relacionamento com o cliente, pois somados os
quesitos “melhor” e “muito melhor”, chega-se a um índice de 89% de evolução. Isso
significou menor tensão no relacionamento entre os clientes e a área comercial, em
parte, explicado pela redução dos atrasos, que permitiu que os prazos de entregas
fossem cumpridos. O Grupo de Discussão afirmou que os clientes aprovaram o MES
devido à melhoria da pontualidade e acompanhamento dos serviços. Também
influenciou novos clientes, devido à segurança que o sistema passa, em relação a
cumprimento dos prazos. Conclui-se que houve uma melhora da satisfação dos
clientes. A Figura 34 mostra o resultado.
22%
67%
11%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 34: Contribuição do MES com o relacionamento com os clientes.
Resultado global da empresa: na avaliação dos pesquisados, o MES
contribuiu de maneira significativa para a melhoria do resultado global da empresa.
Nos resultados gerais, considera-se os efeitos positivos relacionados à diminuição
de retrabalho, visibilidade dos acontecimentos, facilidade de obter dados, melhoria
dos prazos de entrega, redução de tempo de processo, indicadores justos e
objetivos, a participação de todas as pessoas, a sinergia entre departamentos, entre
126
outros fatores. Permitiram uma evolução positiva nos resultados financeiros e
técnicos da empresa. O Grupo de Discussão acrescentou que atualmente todos tem
visibilidade, o resultado é imediato, melhor concentração dos esforços, a análise o
desempenho passou a ser simples, atuar nas causas ficou mais objetivo. Afirmaram
também que o apoio da alta administração foi importante para o projeto e que houve
muita quebra de paradigmas. Conclui-se que a aplicação do MES elevou a empresa
a operar em uma situação mais favorável. A Figura 35 mostra o resultado.
11%
89%
0%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 35: Contribuição do MES com o resultado global da empresa.
Com base nas respostas dos questionários e dos comentários do Grupo de
Discussão, foram relacionados dados que levam a comparar os sistemas de
apontamento de produção: manual (antes) com o MES. Esta comparação é um dos
objetivos específicos desta dissertação.
O Quadro 6 mostra a comparação dos dois sistemas.
127
Quadro 6: Comparação do controle de produção Manual x MES.
CONTROLE
VANTAGENS
DESVANTAGENS
MANUAL
Baixo custo de investimento;
Baixo custo de operação;
Apontamento em planilha
eletrônica;
Apontamento em cadernos;
Formulário em papel;
Personalizado;
Monitoramento por meio de
observações no local referente a
um determinado momento;
Apontamento manual descontínuo;
Sem interface com ERP;
Sem controle em vários processos;
Sem conceitos de produtividade;
Sem visibilidade;
Não considerava tempo padrão;
Difícil medir melhoria;
Não controlava paradas;
Não havia rastreabilidade;
Não identifica e mensura perdas;
Não fornece dados para análise;
Difícil priorização dos esforços;
Causas raízes não eram identificadas;
Sem histórico;
Difícil estabelecimento de metas;
Controle e informação obsoletam;
Sem controle em tempo real,
dificultando análise e decisão;
Foco em refugo;
MES
Identifica paradas, perdas,
processos;
Permite priorizar problemas;
Simples;
Eficaz;
Melhora a produtividade;
Redução do ciclo da operação;
Redução de paradas;
Redução de retrabalhos;
Beneficia o cliente, empresa e
envolvidos;
Visibilidade em tempo real;
Facilidade no resgate do histórico;
Tomada de decisão assertiva;
Informações claras e objetivas;
Aumenta a capacitação;
Fácil estabelecimento de metas;
Melhora a sinergia;
Útil;
Aumenta a rentabilidade;
Permite excelente nível de
detalhamento;
Padronização das operações;
Melhora a pontualidade;
Melhora a disciplina;
Fornece base para
desenvolvimento de novos
processos;
Permite entendimento da dinâmica
da produção.
Alto custo de investimento;
Médio custo de operação;
Requer conhecimentos específicos para
parametrizar (industrial, TI);
Requer interface com ERP;
Requer investimentos em TI;
Requer treinamentos em capacitação
(OEE, indicadores, ferramentas da
qualidade, finanças);
Requer procedimento operacional
padrão;
Requer aumento da conscientização;
Requer apoio da alta administração;
Requer auditoria;
Requer direcionamento estratégico,
tático e operacional;
128
6. CONCLUSÕES
Neste capítulo, apresentam-se as conclusões acerca da obtenção dos
objetivos específicos e do objetivo principal, considerado como um material de apoio
para implantação e utilização do MES e avaliação de desempenho utilizando o OEE,
na área de gestão da produção e trabalhos acadêmicos.
6.1 VERIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS
Nesta seção, apresenta-se uma verificação dos objetivos descritos na Seção
1.1, relacionando os resultados levantados na Seção 5.1 e 5.2. Diante da
concordância do Grupo de Discussão de que os resultados da pesquisa refletem a
realidade, evidenciou-se que os objetivos do trabalho foram alcançados.
O objetivo principal de analisar a implantação do Sistema de Execução da
Manufatura (MES) para auxiliar a tomada de decisão referente gestão de
equipamentos e desempenho empresarial, destacando os benefícios, facilidades e
dificuldades são atendidos pela análise de conteúdo das respostas com a validação
do Grupo de Discussão (Seção 5.1).
O objetivo específico de comparar o uso da ferramenta MES no chão de
fábrica para visualizar processos, por meio da coleta de dados e disponibilidade das
informações em tempo real, com um sistema de apontamento realizado com
planilhas eletrônicas, de forma manual, que antecedeu sua implantação,
descrevendo as vantagens e desvantagens dos dois sistemas, é atendido pela
análise de conteúdo das respostas conforme consolidado no Quadro 6 (p. 125), com
a validação do Grupo de Discussão (Seção 5.2).
129
O objetivo específico de avaliar o uso do MES com os fatores de sucesso da
empresa: qualidade, produtividade, desempenho operacional, custos, pontualidade,
desenvolvimento de processos, capacitação cnica dos envolvidos, relacionamento
com o cliente e resultados gerais da empresa, é atendido pela análise de conteúdo
das respostas conforme consolidado na Figura 26 (p. 121), com a validação do
Grupo de Discussão (Seção 5.2). Fica evidenciado que o uso do MES aumentou o
desempenho operacional dos fatores de sucesso.
No campo acadêmico, conclui-se que a implantação do MES deve ser mais
discutida e enriquecida com elaboração de artigos e material teórico sobre o tema,
visto ainda ser um assunto pouco divulgado. Esse trabalho serve como um material
de apoio para pesquisadores, estudantes e interessados no tema.
6.2 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS
Na Figura 26 (seção 5.2, p. 121) que mostra a consolidação das perguntas
fechadas do questionário de avaliação referente os fatores de sucesso da empresa,
chama a atenção para o fato de que o MES não contribuiu e até mesmo piorou, de
acordo com as notas atribuídas pelos pesquisados. No caso da qualidade e
capacitação técnica dos envolvidos, 1/3 dos entrevistados avaliou que a contribuição
do MES foi indiferente e no fator custo, 1/5 dos entrevistados também avaliaram da
mesma forma. No desenvolvimento dos processos de engenharia de manufatura,
44% responderam que piorou ou não teve influência com a utilização do MES contra
55% que avaliaram positivamente. Finalmente relacionado com a satisfação do
cliente, 11% responderam que não houve mudança. Portanto, para futuros trabalhos
130
de pesquisa, sugere-se que se direcione nestes pontos, para esclarecer os motivos
que impedem o pleno benefício que o sistema pode atender.
Outras sugestões para futuras pesquisas seriam: estudar a aplicação do MES
em empresas diferentes entre si, de tal forma que se possa avaliar as diversas
formas de aplicação, benefícios, desenvolvimentos, padronização de procedimentos
(norma ISA S95), ganhos e perdas, indicadores, relação com o homem no trabalho,
os impactos causados pela utilização de tecnologia da informação em processos
manuais, onde o trabalhador não é tão familiarizado com computadores, segurança
dos dados, sinergia entre departamentos (TI, produção, administração), custo x
retorno do investimento, entre outros.
131
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136
APÊNDICE 1
Descrição detalhada da classificação de métodos de pesquisa, segundo Diehl
e Tatim (2004).
SEGUNDO BASES LÓGICAS DE INVESTIGAÇÃO
Método dedutivo: pressupõe que a razão pode levar ao conhecimento
verdadeiro. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, da
análise geral para o particular, chega-se a uma conclusão.
Método indutivo: empírico, considera que o conhecimento é fundamentado na
experiência, sem levar em conta princípios preestabelecidos.
Método hipotético-dedutivo: quando os conhecimentos disponíveis sobre um
determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o
problema. São propostas conjecturas ou hipóteses e destas são formuladas
deduções que são testadas para validar as hipóteses.
Método dialético: as contradições transcendem, dando origem a novas
contradições, que passam a requerer solução. É empregado em pesquisa
qualitativa.
Método fenomenológico: descrição direta da experiência tal como ela é. A
realidade, construída socialmente é entendida como o compreendido. É empregada
em pesquisa qualitativa.
137
SEGUNDO A ABORDAGEM DO PROBLEMA
Pesquisa quantitativa: utiliza-se a quantificação, tanto na coleta quanto no
tratamento das informações, com o objetivo de garantir resultados e evitar distorções
de análise e de interpretação, possibilitando uma margem de segurança maior
quanto às interferências.
Pesquisa qualitativa: utiliza-se para descrever a complexidade de
determinado problema e a interação de certas variáveis, compreender e classificar
os processos dinâmicos vividos por grupos, contribuir no processo de mudança de
dado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das
particularidades do comportamento dos indivíduos.
SEGUNDO O OBJETIVO GERAL
Pesquisa exploratória: proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Pesquisa descritiva: descrição das características de determinada população
ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Utiliza-se observação
sistemática.
SEGUNDO O PROPÓSITO
Pesquisa aplicada: a base é uma preocupação teórica. Raramente utilizada
em ambiente profissional.
138
Avaliação de resultados: envolve uma comparação entre uma situação atual e
anterior, ou vice-versa. Pode se dar no momento em que se introduz um sistema
novo de trabalho no setor A, mas se mantém o sistema tradicional no setor B, de
uma mesma organização.
Avaliação formativa: tem como propósito melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou
processos. Parte de um diagnóstico, formulando sugestões para sua reformulação.
Proposição de planos: visam solucionar problemas organizacionais. Alguns
buscam burocratizar e controlar, outros flexibilizar. Dependerá muito do contexto de
cada modelo.
Pesquisa-diagnóstico: diagnosticar uma situação organizacional. Não envolve
custos elevados, mas encontra dificuldades frente a desconfiança dos entrevistados.
SEGUNDO O PROCEDIMENTO TÉCNICO
Pesquisa bibliográfica: parte de um material elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Um dos pontos fortes está no fato de
que os documentos são uma fonte rica e estável de dados.
Pesquisa documental: similar à bibliográfica, porém o que diferencia, é de que
na documental, a fonte de dados não recebeu tratamento analítico.
Pesquisa ex-post-facto: trata-se de um experimento que se realiza depois dos
fatos. Tem como principal característica de que o pesquisador o tem controle
sobre as variáveis.
Pesquisa de levantamento: utiliza-se questionário direto das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer.
139
Estudo de caso: estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de
maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Pode ser visto como
técnica psicoterápica, método didático ou de pesquisa. Um complemento da
definição é que o estudo de caso é um estudo de natureza empírica que investiga
um determinado fenômeno, geralmente contemporâneo, dentro de um contexto real
de vida, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto em que ele se insere
não são claramente definidas (MIGUEL, 2007, p. 219). A principal tendência em
todos os tipos de estudo de caso, é que estes tentam esclarecer o motivo pelo qual
uma decisão ou um conjunto de decisões foram tomadas, como foram
implementadas e com quais resultados alcançados YIN (2001 apud MIGUEL, 2007,
p 219).
Suas vantagens são: estímulos a novas descobertas, ênfase na totalidade e
simplicidade dos procedimentos. Como limitações, pode-se citar em relação a
dificuldade de generalização dos resultados obtidos. Por essa razão, cabe ressaltar
que, embora se processe de forma simples, pode exigir do pesquisador, elevado
nível de capacitação, que o requerido em outros tipos de delineamento.
Pesquisa ação: é definida como um tipo de pesquisa com base empírica que
é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução
de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes estão envolvidos de
maneira cooperativa ou participativa.
Pesquisa participante: caracteriza-se pela interação entre os pesquisadores e
os membros das situações investigadas. Mostra-se muito comprometida com a
minimização da relação entre dirigentes e dirigidos e por essa razão tem-se voltado
notadamente, para a investigação junto a grupos desfavorecidos (índios, operários,
camponeses, etc).
140
APÊNDICE 2
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS - MODELO
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa
pesquisada?
2. Apontamento de produção Sistema
Manual
Como era o apontamento de produção
antes do MES?
Qual é sua percepção sobre o desempenho
da produção e montagem?
Em sua opinião, os equipamentos de
produção eram utilizados adequadamente?
As perdas de produção e montagem eram
identificadas e tratadas de maneira a
eliminar as causas raízes? Por favor,
explique.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de
monitoramento MES foi implantado de
maneira adequada? Por favor, explique.
Qual sua opinião sobre a medição da
produção para identificar as perdas, antes e
depois do MES?
O sistema é simples de operar e útil para a
empresa?
Quais os benefícios que o sistema
proporcionou na empresa?
Na sua percepção, quem se beneficiou com
o sistema?
Recomendaria o uso do sistema em outras
corporações?
O que faria diferente para melhorar os
benefícios do sistema?
141
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
142
APÊNDICE 3
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data
24/11/08
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 1
Coordenador de produção
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do MES?
Quando existia era manual contendo tempo padrão (nem sempre de acordo) tempo real,
tempo de máquina parada, quantidade prevista e quantidade produzida, não funcionava pois
não se analisava os dados obtidos.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
Minha percepção é que éramos muito ineficientes, pois não sabíamos o potencial de
produção e de montagem que existia em nossa empresa.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
Não, mudávamos muito de serviço sem um planejamento adequado, com isso perdíamos
tempo de set up, passávamos boa parte to tempo trocando dispositivos.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
Algumas eram identificadas, e até se tentava tomar ações mas não eram eficazes, não se tinha
noção do tamanho do buraco nem onde ele estava de verdade, por isso os planos de ações não
eram levado por muito tempo.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de monitoramento MES foi implantado de maneira adequada?
Por favor, explique.
Só falhou em apenas um detalhe, antes de implantarmos em nossa empresa deveríamos visitar
outras na qual o MES já existia afim de se familiarizar com a ferramenta antes mesmo dos
treinamentos.
143
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
MES?
Na empresa que trabalho se identificava as perdas superficialmente, e nem sempre eram as
maiores, hoje com o MES não só identificamos as maiores perdas como também podemos
dividi-las por prioridade, sabemos quase que exatamente o tamanho de sua fatia e assim
atacamos o problemas do maior para o menor.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
A operação do sistema é bem simples na parte de coleta de dados, e muito útil para empresa,
sua customização nem tanto!
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
Redução de desperdício, pelo fato de várias pessoas estarem visualizando o status da
produção quando uma máquina para por qualquer motivo, logo os responsáveis aparecem
para tentarem resolver, pois o tempo de máquina parada está sendo computado na conta de
cada um EX: processo, manutenção, informática, almoxarifado etc.
Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?
Não teve só um beneficiário, todos ganharam colaboradores da produção do setor
administrativo e gerência em geral, quanto menor o desperdício maior o lucro e maiores os
benefícios.
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
Sim, claro!
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
Melhoraria os serviços de suporte técnico, depois de instalado o sistema, não há muito
interesse da empresa que desenvolveu o produto em sua manutenção não fazem
acompanhamento e quando você precisa de um serviço o valor é muito elevado. Com isso a
empresa acaba trabalhando com o sistema com vários problemas diminuindo a credibilidade
no produto.
144
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
X
145
APÊNDICE 4
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data 27/11/08
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 2, Gerente Comercial
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do MES?
Não havia sistema de apontamento
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
Na media do segmento aeroespacial brasileiro, abaixo da media internacional
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
Sim, com espaço para melhorias.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
Como não havia sistema de apontamento, perdas de ritmo não eram comumente percebidas e
tratadas. Apenas não conformidades (peças “mortas”) eram consideradas desvios.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de monitoramento MES foi implantado de maneira adequada?
Por favor, explique.
O software foi implementado corretamente. Entretanto, como trata-se de uma ferramenta que
necessita de constante treinamento, houve uma interrupção nessa cultura com o termino da
gestão (Gerência de Produção) que implementou o sistema originalmente.
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
MES?
Somente com utilização de uma ferramenta como o MES torna-se possível a coleta de dados
em tempo real para entender a dinâmica de produção em uma fábrica
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
Simples de operar uma vez que os operadores, supervisores e multiplicadores estejam
engajados
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
Coleta de dados em tempo real permitindo tomada de decisões com acuracidade
Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?
Julgaria que trata-se de uma ferramenta gerencial para o middle management das áreas de
Produção, Engenharia, PCP e Comercial
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
146
Sim
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
Dedicaria um recurso exclusivo para manutenção e tratamento dos dados
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
x
147
APÊNDICE 5
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data 14-12-08
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 3 - Assistente de Vendas
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do MES?
- O apontamento era feito por meio de códigos de barra no sitema microsiga.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
- O desempenho no sistema manual deixava bastante a desejar, pois não tínhamos todas as
interfaces necessárias para um monitoramento de produção.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
- Não, pois não tínhamos o real controle da produção.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar
as causas raízes? Por favor, explique.
- Não, as perdas de produção não eram detectadas em tempo real, o que dificultava bastante
sua analise e eliminação da causa raiz.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de monitoramento MES foi implantado de maneira
adequada? Por favor, explique.
- Acredito que chegamos bem próximo de uma boa implantação. Mas como experiência
devemos priorizar maior treinamento dos envolvidos e melhor analise dos tempos inseridos
no sistema.
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois
do MES?
- Com a implantação do MES conseguimos um monitoramento em tempo real da nossa
produção e por consequência uma analise da eficiência de cada maquina, o que não
conseguíamos antes num sistema manual.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
- Sim, a interface do sistema é simples e de uma utilidade fundamental para controle de
produção.
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
- MES proporcionou um acompanhamento constante da produção, uma analise de eficiência
por maquina e um melhor atendimento nos prazos dos nossos clientes.
Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?
Sem duvida a empresa e nossos clientes.
148
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
Sim, pois o MES é uma forte ferramenta para controle de produção.
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
O mais importante para eficiência do sistema é treinamento, conscientização dos envolvidos e
uma analise minuciosa dos dados inseridos no sistema.
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
x
149
APÊNDICE 6
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 4 _ Operador de Maquinas CNC
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do MES?
Utilizava-se de uma planilha no Excel- onde anotava - se a hora inicial da ordem de
produção e anotava depois a hora do término.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
Se partir do ponto de vista do sistema manual que era utilizado, podia notar que havia muita
falha, e o sistema era obsoleto, e por conta disso dificultava a rastreabilidade e a
identificação de peças críticas, bem como não havia uma comparação precisa de hora gasta
na produção.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
Nem sempre, não havia um compromisso em fazer a monitoria nas peças, já que o sistema
não era utilizado para fazer uma analise precisa.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
Havia uma identificação e maneiras de eliminar a causa raiz sim, mas não pelo sistema de
monitoramento, o que se utilizava muitas vezes era da comunicação verbal do operador, que
muitas vezes falhava, já que não havia no momento da perda uma notificação imediata, o que
ocorria era uma ação corretiva às vezes dias depois do ocorrido.Em questão de perdas
relacionadas ao tempo de máquinas paradas também era deficiente, já que muitas vezes a
comunicação com a manutenção era deficiente uma vez que não havia uma ferramenta que
apontava rapidamente se havia alguma máquina parada.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de monitoramento MES foi implantado de maneira adequada?
Por favor, explique.
O MES, quando foi implantado, causou muitas reformas na empresa, foi necessário
treinamentos para colaboradores e gestores, e mesmo assim houve muitas resistências para
que o sistema desse certo, suas múltiplas ferramentas são minuciosas e abrangem muito a
150
produção, o que pode ter gerado algumas confusões no começo na implantação, e por se
tratar também de uma ferramenta que ninguém conhecia, até então.
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
MES?
O PC factory como afirmei acima é muito minucioso, sendo que uma empresa pode optar por
usar ou não todas essas ferramentas da qual o sistema oferece, mas antes disso a
identificação fica a depender de pessoas, o que acarreta muitos erros, sendo que um sistema
como já é de esperar nos tempos atuais , facilita muito para quem a utiliza.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
Com o treinamento ideal fica fácil, na empresa onde eu atuava com o MES, colaboradores
com níveis de instrução baixo e sem conhecimento em informática, aprenderam a usar o
sistema, mas houve treinamentos, e responsáveis para sanar as dúvidas.
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
Agilidade na descoberta de falhas em equipamentos, monitoramento da produção, e tempo de
preparo, set up, usinagem, montagem, ajustagem, de cada peça, bem como a identificação
mais rápida da causa raiz de uma perda material ou de tempo. Sendo que há também dados
quantitativos, para se mensurar e auxiliar na montagem de relatórios mensais.
Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?
A instituição como todo já que o sistema gera gráficos do que precisar ver sobre a produção,
uma maior visualização do que esta ocorrendo na produção e também os colaboradores que
por não fazer uso de ferramentas obsoletas como Excel ou folhas avulsas, sentiam- se mais
seguros em seus relatar seus dados. Bem como o cliente que ao ver uma empresa com essa
ferramenta, sente-se seguro em receber os seus produtos, com qualidade e agilidade.
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
Sim, pois o MES se adapta a necessidade de cada empresa.
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
A falha não esta no sistema e sim nas pessoas envolvidas, portanto treinamento e capacitação
são necessários para que o sistema funcione.
151
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
x
152
APÊNDICE 7
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data 12/11/08
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
R:Pesquisado 5, sou coordenador de produção.
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do MES?
R:Era um apontamento pelo Micro siga.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
R:Na produção e na montagem o desempenho não estão com muitas melhorias,ou seja, temos
um desempenho ainda atrasado.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
R:Não, pois não sabíamos o quanto estava a nossa produtividade e quando coletamos dados
do MES percebemos que a perda dos equipamentos era grande.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
R:Nem sempre conseguíamos eliminar as causas raízes mas sempre tratamos as perdas com
muita atenção e o objetivo era relamente eliminar as causas raízes.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de monitoramento MES foi implantado de maneira adequada?
Por favor, explique.
R:O projeto foi adequado corretamente, tivemos 6 palestras e debates a respeito do sistema
onde motivou muito a continuidade do projeto.
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
PC-Factor?
R: o sistema nos ajudou a ver onde estávamos tendo as grandes perdas e não nos
preocuparmos com perdas insignificantes.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
R:Não, temos muita dificuldade em agendamentos e apontamentos de peças com tempos
altos( Ex: 4hrs /pç).
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
R:Com a analise de perdas nós tivemos um trabalho de melhoria e com isto fortaleceu o
espírito de equipe.
Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?
153
R:A empresa.
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
R:Depende do ramo em que a empresa atua.Em industrias que não fazem serviços repetitivos
é meio complicado o sistema.
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
R: Sugeria um melhor acompanhamento dos funcionários da PPI multitask.
Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
X
154
APÊNDICE 8
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 6 Programador de Produção
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do MES?
Era um apontamento eletrônico, onde as informações imputadas no sistema não eram
utilizadas e não serviam para nenhum tipo de análise, servia apenas como consulta de
operação executada ou não.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
A produção e montagem eram administradas por meio de observação em loco ou seja, para
saber o que estava acontecendo, só indo no chão de fábrica para obter a informação em tempo
real e como os tempos de usinagem e montagem da maioria das peças eram curtos, isso
deveria ocorrer diversas vezes ao dia, em toda a planta.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
Não, os equipamentos eram subutilizados, diminuindo e muito a capacidade produtiva e a
produtividade da empresa.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
Eram identificadas pelo PCP que sabia quais eram os tempos padrões e quando havia uma
distorção, solicitava uma verificação no que estava ocorrendo para o coordenador do setor. As
causas eram apenas hipóteses, não objetivas e com muitas distorções nas informações que
eram passadas a administração de fábrica.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de monitoramento MES foi implantado de maneira adequada?
Por favor, explique.
Sim. O principal aconteceu e com qualidade: treinamento. Os operadores, gestores, principais
envolvidos, foram treinados em todas as etapas de instalação do MES, os equipamentos
necessários para utilização correta do software como computadores e leitores de códigos de
barra, foram adquiridos e instalados em todas as maquinas, o que facilitou o acesso ao sistema
pelos operadores.
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
MES?
155
Antes do MES esse tipo de medição não ocorria. Depois de 8 semanas de sistema “rodando”
já eram obtidas informação reais de quais eram as principais perdas na produção e em quais
maquinas ocorriam.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
O sistema é de simples operações, menu de fácil acesso, sem treinamento mesmo, com um
pouco de pratica, novos usuários já operavam com bastante facilidade. Para empresa que
realmente queira tomar ações para resolver seus problemas de eficiência, produtividade,
utilização, o sistema é fantástico, pois oferece os dados sem manipulação e em tempo real.
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
Informação em tempo real, histórico de ocorrências em sistema, integração com ERP da
empresa, geração de relatórios e gráficos de qualquer tipo de informação da produção.
Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?
Setor de planejamento (PPCP), a própria produção e o setor de qualidade.
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
Sim. O sistema é aplicável a qualquer indústria de produção.
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
Instalaria na produção um monitor para que a produção verificasse a todo tempo seu
desempenho de maneira geral e também equipamento por equipamento.
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
X
156
APÊNDICE 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data 24 de novembro de 2008
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 7 Supervisor de Logística.
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do MES?
Em cadernos.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
Performance bem aquém daquilo que era possível.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
Não. Na minha opinião eram sub-utilizados.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
Não. Como não havia um controle efetivo, as causas raízes dificilmente eram identificadas.
3. Projeto MES
Em sua percepção, o sistema de monitoramento MES foi implantado de maneira adequada?
Por favor, explique.
Sim. Foram realizadas todas as etapas que deveriam antecipar a implantação, desde o
planejamento prévio até o treinamento junto aos envolvidos, incluindo testes que
antecederam a migração para ambiente oficial.
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
MES?
Acredito não ser possível realizar comparações, tamanha à diferença entre ambas, no
sistema manual, tinha-se uma percepção muito subjetiva das paradas, já após a implantação
do MES, qualquer tipo de perda era identificado imediatamente, permitindo a correção e a
prevenção em tempo real.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
O sistema é extremamente simples, especialmente para os usuários de chão de fábrica, acho
inclusive este um dos pontos fortes do sistema, simples, porém poderoso para a empresa,
devido ao nível de detalhamento dos controles e todas as análises que ele possibilitava.
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
Dados estatíscos reais, fácil visualização de capacidade instalada, facilidade na tomada de
decisão, controle total da produtividade do parque fabril.
Na sua percepção, quem se beneficiou com o sistema?
Todos os usuários, mas principalmente o Staf da empresa.
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
157
Certamente, acho que o sistema pode contribuir com o desenvolvimento de organizações em
praticamente todos os ramos de atividade.
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
Estenderia a todos os processos da organização (diretos e indiretos).
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
X
158
APÊNDICE 10
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data: 12/03/09
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 8 Coordenador de Produção.
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do PC-Factory?
O apontamento era executado manualmente, sendo a baixa da operação uma simples
assinatura do operador, sem controle e nenhum calculo de produtividade, depois, no ano de
2005 começamos a utilizar o apontamento por meio de sistema computadorizado, porém
ainda sem nenhum controle e calculo de produtividade.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
Era uma produção ineficaz, pois não tínhamos uma ferramenta adequada para monitorar
um bom andamento da produção, sendo nosso único objetivo atender os prazos estipulados
por nosso cliente.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
Não, pois não se sabia o tempo das operações e setup, sendo difícil visualizar possíveis
falhas e problemas, sem nenhum controle baseado em tempos padrões, não se podia
identificar uma melhora em algum recurso/equipamento disponível.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
Não. Na ocasião a produção era executada somente de maneira a atender nossos clientes,
sendo baseada conforme data solicitada por eles, não existia nenhum tipo de planejamento
para melhorar o fluxo das peças. Sem os devidos monitoramentos de tempos padrões,
tempos de setup ou qualquer outro tipo de paradas, com certeza perdia-se muito tempo
durante a produção das peças e como não tínhamos uma maneira de controlar as paradas,
não identificávamos os problemas e não eliminávamos os mesmos em sua causa raiz, não
melhorando nunca nossa produtividade.
3. Projeto PC-Factory
Em sua percepção, o sistema de monitoramento PC-Factory foi implantado de maneira
adequada? Por favor, explique.
Sim, pois antes da implantação, foram realizados vários treinamentos onde tivemos não
somente a parte teórica, mas foram feitos treinamentos de maneira a vivenciar e entender
as necessidades para uma melhor utilização do sistema de monitoramento PC-Factory.
159
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
PC-Factory?
Antes do PC-Factory nosso trabalho era executado às escuras, depois do PC-Factory
começamos a identificar nossas maiores paradas, perdas, tempo de setup e assim
conseguimos trabalhar para redução e solução dos mesmos.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
Sim, o sistema é simples de se operar, e muito eficaz.
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
Os benefícios conquistados por meio do sistema foram:
Melhor produtividade / redução de tempos padrões / redução de tempos de setup / redução
de retrabalhos.
Na sua percepção, quem se beneficiou do sistema?
A empresa e seus clientes.
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
Sim.
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
O sistema em geral é muito bom, sendo assim somente Faria visitas semestrais nas
empresas para certificar que o mesmo está sendo utilizado de maneira correta ou até
mesmo ajudar em alguma questão.
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
X
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
X
160
APÊNDICE 11
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Essa pesquisa será usada como base no capítulo de resultados na minha dissertação de
mestrado sobre MES-OEE. Muito obrigado pela ajuda
Marcelo Leite Vanderlei [email protected]
Tema da pesquisa (hipótese)
COM O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM TEMPO REAL, FICOU
MAIS SIMPLES E CLARO SABER ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS QUE AFETAM O
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
Data 18/4/09
1. Informações do pesquisado
Qual seu nome e função na empresa pesquisada?
Pesquisado 9 Gerente de TI
2. Apontamento de produção Sistema Manual
Como era o apontamento de produção antes do PC-Factory?
Não havia apontamento, ou em alguns casos manualmente, com uma planilha para controle
do PCP.
Qual é sua percepção sobre o desempenho da produção e montagem?
Antes do PC-Factory, totalmente sem controle, e a produção era programada em razão do
conhecimento individual de alguns componentes da equipe.
Em sua opinião, os equipamentos de produção eram utilizados adequadamente?
Não, conforme acima, os equipamentos, tal qual o desempenho, eram programados e
organizados conforme conhecimento individual e feeling de algumas pessoas.
As perdas de produção e montagem eram identificadas e tratadas de maneira a eliminar as
causas raízes? Por favor, explique.
Não. Até se sabia que havia falhas e erros mas, não havia rastreabilidade, como medir a
produção eficazmente, nem tão pouco identificar falhas (motivos).
3. Projeto PC-Factory
Em sua percepção, o sistema de monitoramento PC-Factory foi implantado de maneira
adequada? Por favor, explique.
Sim, a forma com que foi implementado o sistema foi muito boa. Do conceito cultural, do
ponto de vista administrativo (pessoas), até tecnicamente, foi muito bem organizado.
Qual sua opinião sobre a medição da produção para identificar as perdas, antes e depois do
PC-Factory?
Antes do PC-Factory sabia-se que havia perda, falhas, porém, não havia métodos
profissionais para se medir. Sabia-se que havia oportunidades de melhoria, mas por puro
feeling e conhecimento de que algo poderia mudar, porém, com a entrada do sistema,
normatizou-se a forma de apontamento de produção, consequentemente, tudo começou a ser
apontado, e descobriu-se (se é que se podemos destacar dessa maneira), que fazíamos bem
menos e porque fazíamos menos do que se podia fazer.
O sistema é simples de operar e útil para a empresa?
Sim, com certeza. O Sistema é bastante simples, tanto é que com os treinamentos que foram
programados, todos os operadores se sentiram capazes de utilizá-lo. Quanto a utilidade para a
empresa, sim, foi muito útil, e a partir daí pode-se tomar uma série de decisões importantes,
como o investimento de mais máquinas, ou não, mão-de-obra, etc..
161
Quais os benefícios que o sistema proporcionou na empresa?
No meu ponto de vista, o maior benefício para a empresa foi o de proporcionar a visão do que
realmente acontece em termos de demanda, capacidade fabril e transparência. O que era
programado, era feito, se não era feito, tinha-se a resposta clara e objetiva.
Na sua percepção, quem se beneficiou do sistema?
A empresa como um todo se beneficiou do sistema : O PCP que podia preparar uma boa carga
máquina, a produção, que tinha uma visão clara do que se tinha pra fazer, a gerência dos
departamentos diversos que podia olhar o que realmente estava acontecendo, e os palpites, os
“acho aquilo” diminuíram bastante...ficou muito mais profissional, esse foi o melhor
benefício.
Recomendaria o uso do sistema em outras corporações?
Sim, com certeza ! o sistema é muito bom e conforme exposto acima, ajuda a operação como
um todo.
O que faria diferente para melhorar os benefícios do sistema?
Em termos práticos nada. Organizacionalmente para a entrada de um sistema com essa
envergadura, é necessário que a organização queira que as coisas aconteçam. O top-down
precisa ser sério e capaz de enfrentar que o que foi concebido inicialmente estava errado (se
for o caso), pois o sistema indica fidedignamente o que acontece no chão-de-fábrica.
4. Resultados
Atributo
Muito
Pior
Pior
Indiferente
Melhor
Muito
melhor
O sistema contribuiu para a
melhoria da qualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da produtividade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desempenho?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos custos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da pontualidade?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do desenvolvimento dos
processos de engenharia de
manufatura?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria da capacitação técnica
dos envolvidos?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria do relacionamento com
os clientes?
x
O sistema contribuiu para a
melhoria dos resultados gerais da
empresa?
x
162
ANEXO 1
Evento:
2008 - XV SIMPEP
Artigo:
574 - IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA MES PARA MONITORAMENTO DE PRODUÇÃO EM
TEMPO REAL NO SETOR AERONÁUTICO UM ESTUDO DE CASO
Comentários
Avaliador 1:
... PONTO POSITIVO É SER UMA APLICAÇÃO DE CHÃO DE FÁBRICA, ÁREA QUE VEM
SENDO NEGLIGENCIADA PELA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Avaliador 2:
...
163
ANEXO 2
PROJETO
Nome
PrOL Produtividade On Line
Objetivo
Implementar Sistema de Monitoramento de Produção em Tempo Real, por meio
de coleta de dados do MES.
Departamento
Produção
Patrocinador (es)
Xxx e Yyy
Gerente
Zzz
Líder
Marcelo Leite Vanderlei
POSICIONAMENTO ATUAL
Data de início real
Posição em
12 de janeiro de 2007
30 de julho de 2007
Taubaté São Paulo
2006/2007
164
Índice
1. Estratégia
2. Execução
3. Planejamento
4. Atividades
5. Conclusão
1. Estratégia
1.1. Descrição do Problema
Não sistemas de controle de produção para medir performance
operacional (produtividade x eficiência x qualidade), dificultando a tomada de
decisão para eliminação de ineficiências da manufatura.
Inexistência ou a não ocorrência de dados para subsídio do custo
operacional.
(novembro/2006).
1.2. Definição
Foi definido a necessidade de implementação de um sistema que medisse a
performance operacional baseado no OEE (Overal Effectiveness of
Equipment). (novembro/2006).
Projeto voltado à implantação de sistema de apontamento de produção e
gestão do desempenho por meio de conjunto de software e hardware de
coleta de dados diretamente no chão-de-fábrica com análise estatística e on-
line de indicadores de desempenho e integração com o Microsiga”, sistema
ERP utilizado pela Empresa X.
Para tanto a Empresa X buscou no mercado uma solução e contratou a
Fornecedor Y para implantar os softwares MES e Preactor APS, para atender
a solução delineada.
As organizações executoras são:
Cliente: Empresa X referenciada neste documento como EMPRESA X.
Contato principal: Marcelo Leite Vanderlei
Fornecedor: Fornecedor Y Sistemas e Automação Ltda.
O projeto teve como início oficial, a primeira reunião de organização do
projeto em 20/12/2006.
1.3. Objetivos
Foi definido que serão medidos : produtividade, eficiência e qualidade por
meio do sistema a ser implementado, em tempo real. (até então não havia
165
nenhuma consolidação e/ou parametrização para medição ou análise de
dados).
(novembro/2006).
1.3.1. Objetivos de Resultados
1.3.1.1. Obtenção do OEE para aumentar a produtividade, eficiência e
qualidade da produção;
1.3.1.2. Obter do MES os tempos reais de produção e comparar com os
tempos padrões no Microsiga, permitindo por meio da obtenção
deste resultado, o ajuste manual no Microsiga e a obtenção do
custo real de produção;
1.3.1.3. Identificar as causas de ineficiência do processo por meio dos
relatórios disponíveis do MES e com base nestas informações gerar
projetos KAIZEN na produção;
1.3.1.4. Mudança comportamental em busca de desempenho excelente.
1.3.1.5. Obtenção das horas produtivas e improdutivas na ordem de
produção, por meio dos apontamentos do chão-de-fábrica para
alimentar módulo de custo do Microsiga;
1.3.1.6. Implantar sistema de auto-apontamento por meio do uso do
MES.
1.3.2. Objetivos Operacionais
1.3.2.1. Possibilitar o acompanhamento on-line das Ordens de Produção
no chão-de-fábrica por meio das telas do Módulo View Web do MES
1.3.2.2. Obter indicadores de desempenho da produção e estratificações
de perdas por paradas e refugos.
1.3.2.3. Disponibilizar a visualização e controle da produtividade e
utilização dos equipamentos por meio do uso do módulo View Web;
1.3.2.4. Automação do processo de apontamento;
1.3.2.5. Desenvolver interface com o Sistema Microsiga para exportar
automaticamente as horas e quantidade produzida de todas as
ordens de produção apontadas no chão-de-fábrica;
1.3.2.6. Implantar metodologia PMMA para capacitar e motivar as
pessoas para promover ganhos significativos de produtividade.
1.4. Análise
Os dados sobre produtividade e eficiência do sistema de gerenciamento de
produção da empresa eram qualitativos, pois não havia sistema que provesse
dados quantitativos. Foi feito análise dos dados até então existentes o que foi
comprovado a necessidade de implementação do sistema especialista.
(novembro/2006).
1.5. Solução sugerida
Baseado em análise de mercado, conhecimento proveniente de experiência
do gestor da área, e de comum acordo de que qualquer aplicação interna teria
que ser customizada, a partir do problema acima exposto, foi sugerido o
166
software MES. Em dezembro/2006 foi identificado que tal software havia
sido definido como solução para outra planta do grupo.
(dezembro/2006).
1.6. Tempo de realização
Foi definido tecnicamente que, se aprovado, a solução estaria implementada
em seis meses a partir da colocação do pedido com o fornecedor do software.
(dezembro/2006).
1.7. Custo / benefício
Custo : R$ 57.000 (cinquenta e sete mil reais)
Benefício : Por meio da possibilidade de coleta dos dados estatísticos do
processo operacional, possibilitará a visão do que ocorre no ambiente fabril e
assim poder transformar as perdas em ganhos. Exemplos de ganhos
quantitativos poderão ser mensurados a partir de tempos de paradas, falta de
op´s, e outros tantos eventos parametrizáveis pelo sistema.
1.8. Autorização
A autorização para investimento e próximos passos com relação a
implantação do projeto foi feita em Dezembro/2006, por meio do Board na
Alemanha.
1.9. Pedido do Projeto
O Pedido do projeto foi colocado com o fornecedor específico em 29 de
dezembro de 2006.
2. Execução
Confidencial
3. Planejamento
3.1. Legenda
LEGENDA
Status Etapa
Status dos Produtos
em branco não iniciada/dentro do
cronograma
em andamento iniciada e está dentro do
cronograma
atraso algum produto não está finalizado e
0% - Não iniciado
25% - Já iniciado
50% - Metade ou mais realizado
75% - Pronto faltando apenas validar ou
167
em atraso
OK concluída (todos produtos entregues).
realiza a entrega final
100% - Validado / Entregue
3.2. Cronograma
Item
Status
Etapa
Etapa
Produtos
Prazo
Previsto
Status
1
OK
Organização do
Projeto
Planejamento Organizacional
10/01/07
100%
Plano Sumário do Projeto
10/01/07
100%
Cronograma Preliminar
01/02/07
100%
2
OK
Reunião de
Abertura
Agenda da Reunião
16/01/07
100%
Realização da Reunião
16/01/07
100%
3
OK
Especificação
Dimensionamento Servidor
01/02/07
100%
Sumário Executivo
24/01/07
100%
Especificação Técnica/Funcional
09/02/07
50%
Especificação Integração
24/01/07
100%
Especificação Hardware
01/02/07
100%
4
OK
Programação do
Projeto
Cronograma Definitivo
24/04/07
100%
Check List de Implantação
24/04/07
100%
5
OK
Desenvolvimento
DTS abertos
Não há
0
6
OK
Preparação
Relatório de auditoria de instalação
Não Há
0
7
OK
Testes Integrados
Casos de teste aprovados
Não há
0
8
Ok
Treinamento
File Manager
12/03/07
100%
Gestor Técnico
12/03/07
100%
Usuário Final
14/05/07
100%
Coleta de Dados
14/05/07
100%
Treinamento de View Web
08/05/07
100%
9
Ok
Implantação
Planos de contingência
Não Há
100%
Autorização para start-up
21/05/07
100%
10
Atrasado
PMMA
Treinamentos PMMA- Fase 1 (1
sessão de 4 h.)
14/05/07
Treinamento PMMA - Fase 2 (4
sessões de 2 horas)
16/05/07
Treinamento PMMA - Fase 3 (3 sessões
de até 4 horas)
23/05/07
11
Ok
Oper. Assistida
Relatório Oper. Assistida
21/05/07
100%
12
Atrasado
Auditoria
Relatório de Auditoria
25/05/07
13
Atrasado
Documentação
P. Ação p/ solução de problemas
08/05/07
Documentação Atualizada
09/05/07
14
Atrasado
Encerramento
Termo de encerramento
30/05/07
168
4. Atividades
4.1. Especificações gerenciais
4.1.1. Restrições
4.1.1.1. Os produtos a serem utilizados como base de solução é pacote
de software MES, portanto sua customização não está prevista
neste projeto, devendo o grupo de trabalho utilizar todas as
funcionalidades padrões dos produtos em questão.
4.1.1.2. A base de referência de escopo do produto e do projeto deve ser
seguida;
4.1.1.3. As restrições de licenciamento de software devem ser seguidas;
4.1.1.4. Os consultores para ter acesso as dependências da EMPRESA
X deverão passar por processo de Integração com duração de 2
horas sendo definida data e hora para este evento antes do início
das atividades do projeto;
4.1.1.5. A Fornecedor Y deve assinar termo de confidencialidade pelo
fato da utilização dos recursos de informa‟tica da empresa antes do
início do projeto.
4.1.1.6. O módulo de importação (Microsiga -> MES) e exportação (MES
-> Microsiga) deverá ser utilizado o padrão do Fornecedor Y.
4.1.2. Premissas
4.1.2.1. A responsabilidade do gerenciamento do projeto será
compartilhada entre o CLIENTE e o Fornecedor Y;
4
4
.
.
1
1
.
.
2
2
.
.
2
2
.
.
O CLIENTE deverá prover espaço físico para a equipe do
projeto, com a infra-estrutura necessária, qual seja: uma estação de
trabalho por membro da equipe e adequadas para suportar o uso
dos softwares pertinentes ao projeto, acesso à Internet e conexão
em rede com os sistemas envolvidos e impressoras, entre outras
necessidades;
4.1.2.3. A equipe estimada a utilizar a infra-estrutura é de 2 profissionais
podendo haver a necessidade de ampliar a equipe a fim de reduzir
prazos de entrega;
4.1.2.4. A Fornecedor Y poderá substituir seus profissionais no projeto a
qualquer momento por força maior;
4.1.2.5. Os produtos a serem utilizados como base de solução são
pacotes de software e, portanto, sua customização além do
explicitamente previsto no escopo desta proposta, pode demandar
custo adicional ao projeto e impactar no cronograma;
4.1.2.6. As ampliações de escopo serão consideradas como esforços
adicionais;
4.1.2.7. Interrupções, extensões ou qualquer outro evento que impacte
no prazo estimado das atividades dos consultores, devido a
problemas que não sejam de responsabilidade do Fornecedor Y,
serão faturados separadamente aos valores deste projeto, de
acordo com as taxas horárias descritas na proposta comercial;
4.1.2.8. À Fornecedor Y caberá a responsabilidade na organização das
tarefas, na alocação de recursos para sua execução e na definição e
acompanhamento de prazos;
169
4.1.2.9. Caberá o CLIENTE a instalação e suporte dos softwares
básicos, sistemas operacionais, software de comunicação de dados,
rede e conexão de impressoras;
4.1.2.10. Caberá o CLIENTE o suporte e help-desk interno após a entrada
em produção e saída das equipes de profissionais e gerência
Fornecedor Y;
4.1.2.11. O CLIENTE terá a responsabilidade sobre a estratégia e o
gerenciamento da comunicação no projeto e do envolvimento do
quadro organizacional nas atividades programadas;
4.1.2.12. Decisões estratégicas sobre o projeto devem ser tomadas pelo
CLIENTE com antecedência de 3 (três) dias úteis antes de
respectivos eventos, visando evitar prejuízos para os envolvidos;
4
4
.
.
1
1
.
.
2
2
.
.
1
1
3
3
.
.
O CLIENTE disponibilizará todas as informações necessárias ao
desenvolvimento dos trabalhos, visando atingir os objetivos citados
anteriormente, por meio da equipe envolvida, incluindo
colaboradores das várias áreas da empresa. A confidencialidade e
sigilosidade das informações serão garantidas de forma bilateral;
4.1.2.14. Os serviços serão realizados prioritariamente nas instalações do
CLIENTE. O preço apresentado não cobre as despesas de viagem,
estadia e alimentação pertinentes;
4.1.2.15. As despesas de viagem, estadia e alimentação serão pagas
diretamente pelo cliente, ou reembolsadas o Fornecedor Y por meio
do faturamento das despesas acrescidas de 14,25% devido a
impostos;
4.1.2.16. Para a fase de Operação Assistida estão inclusos os esforços
descritos nos serviços de implantação. Horas adicionais poderão ser
solicitadas pelo cliente, sendo cobradas à parte conforme descrito
nas condições de fornecimento e de acordo com relatórios
preenchidos pelo consultor do Fornecedor Y e assinados pelo
responsável do CLIENTE.
4.1.3. Resultados Principais Mínimos Exigidos
4.1.3.1. Base de Referência de Escopo;
4.1.3.2. Plano Sumário do Projeto;
4.1.3.3. Planejamento Organizacional do Projeto;
4.1.3.4. Cronograma Preliminar;
4.1.3.5. Especificação Funcional MES;
4.1.3.6. Dimensionamento de Ambiente;
4.1.3.7. Especificação de Configuração de Ambiente;
4.1.3.8. Cronograma Definitivo do Projeto;
4.1.3.9. “Check-List” de aquisições;
4.1.3.10. “Check-List” de implantação;
4.1.3.11. Casos de Teste para Validação do Sistema;
4.1.3.12. Relatório de Auditoria da Instalação;
4.1.3.13. Listas de Presença de Treinamento;
4.1.3.14. Relatório de Avaliação de Treinamento;
4.1.3.15. Autorização para “Start-up”;
4.1.3.16. Termo de Encerramento do Projeto.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo