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FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA TRICORDIANA DE EDUCAÇÃO
Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n. º16.719/74 e Parecer CEE/MG n. º99/93
UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES
Decreto Estadual n. º 40.229, de 29/12/1998
Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE DE CIMENTOS
ODONTOLÓGICOS EM SUBCUTÂNEO DE RATOS.
Três Corações
2008
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2
HERCILIA MARBURG TEIXEIRA
AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE DE CIMENTOS
ODONTOLÓGICOS EM SUBCUTÂNEOS DE RATOS.
Dissertação Monográfica apresentada à
Universidade Vale do Rio Verde de Três
Corações/MG UNINCOR como parte das
exigências do Programa de Mestrado em Clínica
Odontológica, área de concentração: Odontologia
Restauradora, para obtenção do título de Mestre.
Orientador:
Prof. Dr. Marcos Ribeiro Moysés
Co-orientador:
Prof. Dr. Sérgio Candido Dias
Três Corações
2008
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3
Aos meus pais pelo apoio irrestrito em todos os momentos de minha vida.
Às minha irmãs e ao meu sobrinho Pietro pelo carinho e companheirismo, sabendo sempre
compreender os momentos de ausência em função desta jornada.
Aos meus verdadeiros AMIGOS.
DEDICO.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus pela benção de poder viver todos os dias da minha vida. Obrigada, oh Pai, pela força
interior e pelo sustento em todos os momentos e por me dar uma família maravilhosa.
Ao Mestre dos Mestres Jesus Cristo pelo exemplo de tudo de perfeito que existe na nossa
querida Terra e por ser guia e modelo nas nossas vidas.
Aos meus pais, Elisabeth e Dário, pelo apoio e incentivo em todas as etapas da minha vida,
por serem exemplo vivo de bondade, retidão e perseverança. Nunca terei palavras para
agradecê-los e demonstrar o quanto é imenso o meu amor por vocês.
Ás minhas belíssimas e queridíssimas irmãs Adriana e Raquel, por tudo que representam na
minha vida, principalmente pela amizade e pelo amor que tenho por vocês.
Ao meu estimado sobrinho Pietro, o qual, apenas com sua presença alegra os meus dias. A
madrinha te ama muito!!!!!!!!
Á minha tia Hilda, desencarnada, pelos exemplos de sabedoria, paciência e abnegação.
Onde estiver, saiba que sempre te amarei.
Á minha estimada avó Erotides pelos ensinamentos e pelas comidas maravilhosas.
Aos meus familiares e amigos pelo apoio e incentivo para vencer mais esta etapa.
À amiga Helena pela dedicação e carinho com meus bichinhos.
À amiga Luci pela atenção e dedicação constante.
Aos meus cunhados palhaços Cristiano e Fernando pelo apoio e pelas conversas
descontraídas sempre importantes.
À amiga Simone pelos momentos de ausência neste período da minha vida.
5
Aos amigos do Centro Espírita Bezerra de Menezes por serem a base da minha jornada.
Ao Professor Doutor Marcos Ribeiro Moysés pela amizade, orientação e incentivo constante
durante o desenvolvimento deste trabalho. Obrigada por ser um exemplo de dedicação à vida
acadêmica.
Aos Professores Doutores Sérgio Candido Dias e José Carlos Rabelo Ribeiro pela amizade,
transmissão de conhecimentos e convivência acadêmica.
Ao Professor Doutor João Gustavo Rabelo Ribeiro pela amizade, incentivo e discussões
proveitosas.
Aos amigos de mestrado, principalmente a minha amiga-irmã inseparável, Claudine Pereira
de Assis, pelo apoio incondicional no dia-a-dia das tarefas e pelo carinho nas horas em que
mais precisei para a realização deste estudo. Meus eternos agradecimentos! Seremos amigas
para sempre!
À minha família estepe: meus pais estepe Sebastião e Maria Augusta, meus filhos estepe
João Vítor e Pedro Henrique. Os meus sinceros agradecimentos pelos momentos especiais
que passamos juntos e pelos muitos que hão de vir.
Aos demais Professores do Mestrado, em especial, aos Professores Luciano José Pereira e
Andréia Candido dos Reis, pela amizade e pelos exemplos de força e companheirismo
durante esta jornada.
Aos amigos Fernanda, André, Marco Aurélio, Alexandro Nicolluzzi (meu irmãozinho) pela
amizade e incentivo no início desta jornada e serem exemplo de dedicação. Obrigada pelos
ensinamentos e conhecimentos transmitidos.
Aos amigos do Biotério, principalmente a amiga Cida, pela confiança no trabalho e pelo
apoio em todos os momentos do experimento.
Ao professor Doutor Alessandro A.C. Pereira pelo suporte laboratorial e pela paciência.
6
Aproveito do espaço de agradecimento para demonstrar minha gratidão também pelas
cobaias utilizadas neste trabalho, pois sem estas, as pesquisas ainda não seriam capazes de
avançar a favor do desenvolvimento científico. Com as mesmas, aprendi e sofri, por isso,
mesmo que considerado inócuo, aqui fica registrado meu agradecimento. Espero o dia em
que não mais precisaremos nos utilizar destes seres rumo à evolução.
7
“A palavra cria a idéia.
A idéia engendra a ação.
A ação inspira novas idéias.
Idéias novas provocam comentários.
Comentários se repetem.
As idéias se propagam.
E, assim, novas ações se viabilizam.”
Irmão José
Psicografado por Carlos Antônio Baccelli.
8
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.......................................................................................... 10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS E SÍMBOLOS......................................... 12
RESUMO........................................................................................................................ 14
ABSTRACT.................................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 19
3 PROPOSIÇÃO............................................................................................................ 38
4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................ 39
4.1 MATERIAL.............................................................................................................. 39
4.1.1 ANIMAIS............................................................................................................... 41
4.1.2 CIMENTOS........................................................................................................... 41
4.1.2.1 KETAC CEM EASY MIX................................................................................ 41
4.1.2.2 RELY X ARC..................................................................................................... 42
4.1.2.3 RELY X UNICEM............................................................................................. 42
4.1.2.4 FOSFATO DE ZINCO...................................................................................... 43
4.1.2.5 CIMENTOS-TESTE EXPERIMENTAIS...................................................... 44
4.1.3 TUBOS DE POLIETILENO............................................................................... 44
4.1.4 ANESTESIA DOS ANIMAIS.............................................................................. 44
4.1.5 GRUPOS EXPERIMENTAIS............................................................................. 45
4.2 MÉTODO................................................................................................................. 45
4.2.1 SACRIFÍCIO DOS ANIMAIS............................................................................ 46
4.2.2 PROCESSAMENTO LABORATORIAL.......................................................... 51
9
5. RESULTADOS.......................................................................................................... 53
6. DISCUSSÃO.............................................................................................................. 64
7. CONCLUSÃO........................................................................................................... 71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 72
ANEXO I (COMITÊ)....................................................................................................
ANEXO II (QUADROS)...............................................................................................
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Página
FIGURA 1
Cimento Ketac Cem Easy Mix.
47
FIGURA 2
Cimento Rely X ARC.
47
FIGURA 3
Unidade Fotopolimerizadora Optilight 600 e Radiômetro Gnatus.
47
FIGURA 4
Cimento Rely X UNICEM. 47
FIGURA 5
Cimento Fosfato de Zinco – SSWhite. 48
FIGURA 6
Cimento CEP. 48
FIGURA 7
Cimento CEPA. 48
FIGURA 8
Cimento CEPAC. 48
FIGURA 9
Tubos de Polietileno.
49
FIGURA 10
Mesa Clínica. 49
FIGURA 11
Incisão dorsal após tricotomia. 50
FIGURA 12
Inserção tubo de polietileno. 50
FIGURA 13
Excisão do tubo de polietileno.
50
FIGURA 14
Peça Excisada. 50
FIGURA 15
Corte Microscópico - Grupo Controle. 57
FIGURA 16
Corte Microscópico 7 dias – Grupo Rely X ARC. 57
FIGURA 17
Corte Microscópico 30 dias – Grupo cimento CEP. 58
11
FIGURA 18
Corte Microscópico 90 dias – Grupo cimento Ketac Cem Easy Mix.
58
FIGURA 19
Corte Microscópico 90 dias. 59
QUADRO 1
Cimentos odontológicos. 40
QUADRO 2
Distribuição dos grupos, períodos experimentais e número de amostras.
45
QUADRO 3
Período de 7 dias. 52
QUADRO 4
Período de 30 dias.
53
QUADRO 5
Período de 90 dias. 54
TABELA 1
Controle, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de
significância (p).
60
TABELA 2
RELY X ARC
, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de
significância (p).
60
TABELA 3
Fosfato de zinco, eventos histológicos, períodos de avaliaç
ão e nível de
significância (p).
60
TABELA 4
Ketac Cem Easy Mix
de significância (p).
61
TABELA 5
RELY X Unicem, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de
significância (p).
61
TABELA 6
CEPA, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de
significância (p).
61
TABELA 7
CEP, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância
(p).
62
TABELA 8
CEPAC, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de
significância (p).
62
TABELA 9
Período de 7 dias, eventos histológicos, cimentos e nível de significância
(p).
62
TABELA 10
Período de 30 dias, eventos histológicos, cimentos e nível de
significância (p).
63
TABELA 11
Período de 90 dias, eventos histológicos, cimentos e nível de
significância (p).
63
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS E SÍMBOLOS
ANSI
American National Standards Institute
Bis-GMA
Bisfenol A Glicidil Metacrilato
° C
Graus centígrados
Ca (OH) ²
Hidróxido de Cálcio
CEP
Cimento Epóxi-polimercaptana
CEPA
Cimento Epóxi-polimercaptana com alumina
CEPAC
Cimento Epóxi-polimercaptana com carbono
CO²
Dióxido de Carbono
cm
Centímetros
cm²
Centímetros quadrados
DMEM
Dulbecco’s modified Eagle’s Medium
Et al.
Colaboradores
g
Gramas
H/E
Hematoxilina e eosina
HEMA
2-hidroxietilmetacrilato
h
Horas
IM
Intramuscular
ISO
International Organization for Standardization
MDPC-23
Células da linha Odontoblástica
Min
Minutos
mg/kg
Micrograma por quilograma
ml
Mililitros
mm
Milímetros
MTT
Teste colorimétrico do metiltetrazolium
mW/cm
2
Miliwatt por centímetro quadrado
13
µm
Micrômetros
Número
S
Segundos
TEGDMA
Trietil enoglicol dimetacrilato
%
Porcentagem
ZOE
Óxido de zinco e eugenol
14
RESUMO
TEIXEIRA, Hercilia Marburg. Avaliação da biocompatibilidade de cimentos
odontológicos. 2008. 81p. (Dissertação Mestrado em Clínica Odontológica). Universidade
Vale do Rio Verde – UNINCOR – Três Corações – MG
Com o objetivo de estudar a biocompatibilidade de cimentos odontológicos, sete
desses materiais, Ketac Cem Easy Mix (3M ESPE), Rely X ARC (3M ESPE), Rely X
UNICEM (3M ESPE), fosfato de zinco e três cimentos-teste e um grupo controle (vazio)
foram manipulados e introduzidos em 144 tubos de polietileno. Foram utilizados 72 ratos
(Rattus novergicus), divididos em 3 períodos experimentais de 24 animais cada. Cada animal
recebeu dois tubos de polietileno, preenchidos com materiais recém-espatulados e o grupo
controle, obedecendo a uma ordem pré-estabelecida. Decorridos os períodos de 7, 30 e 90
dias, os animais foram sacrificados e as biópsias foram processadas para avaliações
histológicas quanto aos fenômenos inflamatórios e de cura. Os valores obtidos pela análise
microscópica foram anotados em uma tabela própria e foram submetidos à análise estatística
Kruskal-Wallis complementada pelo teste Mann-Whitney, considerando o nível de
significância de 5%. Estatisticamente pôde-se constatar que o edema mostrou diferença entre
o grupo controle e os cimentos Rely X ARC, fosfato de zinco, Ketac Cem Easy Mix e Rely X
UNICEM. Nos eventos vasodilatação e hiperemia, apesar de não apresentar diferença
estatística (P = 0,15), os cimentos Rely X ARC e fosfato de zinco apresentaram diferenças
subjetivas quando comparados aos demais cimentos. O evento histológico infiltrado
inflamatório, no período de 30 dias, apresentou diferença estatística significativa entre o
grupo controle e o cimento de fosfato de zinco. no período de 90 dias os cimentos Rely X
ARC e fosfato de zinco apesar de não apresentarem diferenças estatísticas (P = 0,14)
demonstraram pequenas diferenças subjetivas quanto à cápsula fibrosa em relação aos demais
grupos. Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos parece lícito concluir
que todos os cimentos foram biocompatíveis, apesar dos cimentos de fosfato de zinco e Rely
X ARC apresentarem uma maior agressividade, notada especialmente na análise microscópica
subjetiva; os cimentos experimentais apresentaram comportamento biológico semelhante ao
grupo controle o que os credencia a terem pesquisas complementares para posteriormente ser
avaliado o seu desempenho clínico em longo prazo.
Palavras-chave: Biocompatibilidade; Cimentos Odontológicos
Comitê Orientador: Dr. Marcos Ribeiro Moysés – UNINCOR (Orientador)
15
ABSTRACT
TEIXEIRA, Hercilia Marburg.
Evaluation of biocompatibility of dental cements. 2008.
81p. (Dissertation – Master’s degree Oral Clinic). Vale do Rio Verde University – UNINCOR
– Três Corações – MG
A study of biocompatibility of seven dental cements, Ketac Cem Easy Mix (3M
ESPE), Rely X ARC (3M ESPE), Rely X Unicem(3M ESPE), zinc phosphate and three
experimental cements and a control group (empty) were manipulated and then introduced into
144 polyethylene tubes. Seventy-two rats (Rattus novergicus) had been used, divided in three
experimental groups using twenty-four animals for each period. Each animal received two
filled polyethylene tubes implants with the recently prepared materials or the control group at
both sides, it was used for that a particular order. After 7, 30 and 90 days, the animals were
killed and the specimens were prepared for microscopic analysis. The values gotten for
microscopic analysis had been submitted to the statistical analysis of Kruskal-Wallis statistics
and then complemented by the Mann-Whitney test, considering the level of 5% of
significance. It could be evidenced that edema showed difference between the control group
and the cements Rely X ARC, zinc phosphate, Ketac Cem Easy Mix and Rely X UNICEM. In
the events for congested and dilated blood vessels the Rely X ARC and zinc phosphate had
presented subjective differences when compared o the others cements, although had no
statistics difference (P = 0,15). In the period of thirty days, the inflammatory response
presented significant statistic difference between control group and zinc phosphate. In the
period of ninety days, the cements Rely x ARC and zinc phosphate had no statistic differences
(P = 0,14) but, they demonstrated small subjective difference related to fibrous capsule when
they were compared to the others cement groups. Based upon the results obtained in the
present investigation, it was concluded that all the cements tested in this assessment may be
considered as biocompatible, despite zinc phosphate and Rely X ARC that demonstrated toxic
effects noticed in the subjective analysis; the experimental cements seems to have similar
biological behavior when compared to the control group, so they have to be submitted to
others investigations in order to evaluate its clinical performance into a long time period.
Keywords: Biocompatibility; Dental cements
Guidance Committee: Dr. Marcos Ribeiro Moysés – UNINCOR (Major Professor)
16
1 INTRODUÇÃO
O tratamento odontológico curativo quase sempre resulta na necessidade de se efetuar
restaurações de dentes. Pode também ocorrer a necessidade de colocação de aparelhos
ortodônticos fixados na arcada dentária. Utiliza-se para cada caso, um determinado tipo de
cimento. Simplificando, podemos definir o cimento como uma substância que une duas
superfícies (CAMPOS et al., 1999). Na odontologia, os cimentos podem ser utilizados para
restaurações permanentes ou temporárias, como bases para isolamento térmico sobre
restaurações metálicas, para capeamento e forramento pulpar, para construção de núcleos,
como agentes para cimentação de restaurações indiretas, de aparelhos ortodônticos ou pinos
intra-radiculares. Os cimentos dentários são frequentemente utilizados, tanto para selar a
fenda existente entre o dente e a coroa correspondente, como também para aumentar sua
fixação ao dente preparado. (CAMPOS et al., 1999).
Existem vários tipos de cimentos na odontologia, dentre eles podemos citar o fosfato
de zinco, cimento de silicato, ionômero de vidro, ionômero de vidro modificado por resina,
cimento de policarboxilato, cimento à base de óxido de zinco e eugenol e cimentos resinosos.
O cimento de fosfato de zinco é o mais antigo e popular cimento odontológico. Sua
formulação permanece semelhante àquela introduzida mais de um século
(GODOROVSKY, ZIDAN, 1992). Ainda hoje, o cimento de fosfato de zinco é o mais
utilizado para as cimentações de coroas por apresentar baixo custo, facilidade de trabalho e
boas propriedades mecânicas, entretanto, White et al. (1992) alertam que é um cimento crítico
quanto à solubilização em meio bucal, sendo contra-indicado em restaurações estéticas
indiretas. o cimento de ionômero de vidro vem sendo utilizado com muita freqüência em
cimentações de peças protéticas, principalmente em coroas totais, em metalocerâmica, coroas
em porcelana pura reforçadas (DIJKEN, HOGLUND-ABERG, OLOFSSON, 1998;
GATEAU, SABEK, DAILEY, 2001). A resistência adesiva desse material é
comprovadamente adequada, evitando uma possível recorrência de cárie na região da margem
do preparo, além de liberar flúor e ser biocompatível (HOGLUND, DIJKEN, OLOFSSON,
1992). Porém, o maior problema deste material está relacionado com o seu tempo de presa,
pois, verifica-se que a última fase do processo é muito lenta, durando mais de 24 horas
(NAVARRO, PASCOTTO, 1998). Considerando que este cimento não fica totalmente
endurecido nas primeiras 24 horas após sua aplicação, o seu uso se torna crítico, visto ser
susceptível a alteração higroscópica do meio (VIEIRA et al., 2006). Esse tipo de cimento
demonstra assim, um alto potencial de solubilidade com suas propriedades mecânicas não
17
alcançando um padrão satisfatório (MOUNT, 1998; MEJARE, MJOR, 1990). Os cimentos
resinosos possuem alta resistência à fratura, maior resistência ao desgaste e baixa
solubilidade. O inconveniente deste tipo de cimento está relacionado à sensibilidade pós-
operatória. Segundo Haller e Hoffman (1991) isto ocorre devido à excessiva pressão na
adaptação que gera uma pressão hidráulica no dente, podendo ocorrer reações pulpares e
conseqüentemente sensibilidade pós-operatória. Devem ser citados também problemas como
a contração de polimerização dos cimentos, a irritação à polpa, a dificuldade de remoção de
excesso nas margens e as fraturas dos dentes ou mesmo das restaurações, gerando fendas
marginais e, por conseguinte a infiltração.
Deve-se observar que, ao se realizar um preparo de coroa total, aproximadamente 1
a 2 milhões de túbulos dentinários (30.000 a 40.000 túbulos de dentina por mm²) são
expostos, quando então os riscos de danos à polpa, antes e após o preparo, irão depender de
vários fatores, tais como: calor gerado pelo atrito da broca, quantidade de dentina
remanescente, permeabilidade dentinária, procedimentos utilizados na construção da coroa
provisória, qualidade do cimento temporário, cimentação final e grau de infiltração marginal
(PASHLEY, 1996). De acordo com Al-Dawood (1993) existem duas razões para a ocorrência
de inflamação pulpar após o procedimento restaurador: a toxicidade presente na composição
do cimento e uma possível infecção bacteriana. É relevante considerar que os materiais
sintéticos, utilizados na odontologia, podem causar várias respostas inflamatórias (MUSSEL
et al., 2003). Para se avaliar amplamente a biocompatibilidade e a citotoxidade de um
determinado material, indicando sua possível segurança de aplicação clínica em determinados
procedimentos operatórios, uma série de testes preliminares in vitro são necessários (COSTA,
HEBLING, HANKS, 2003b, KLEINSASSER et al., 2004). Os experimentos de
citotoxicidade são os testes iniciais apropriados para avaliar os efeitos citotóxicos, em cultura
de células, causados pelos materiais ou seus extratos (CAO et al., 2005). O implante desses
materiais no tecido conjuntivo de ratos pode ser considerado um teste adequado, que resulta
na melhor avaliação das suas propriedades quando utilizados na odontologia. Este teste-
padrão é prático, sendo utilizado para avaliação biológica de materiais dentários e seus
componentes e este é recomendado antes de se aplicar os testes de uso (COSTA et al., 2000).
Percebendo-se uma real necessidade de maiores pesquisas no ramo da odontologia
restauradora, com o propósito de auxiliar no desenvolvimento de novos materiais, os quais
venham facilitar a obtenção de melhores resultados nos futuros procedimentos de cimentação
de próteses, este trabalho tem como objetivo a avaliação da biocompatibilidade de cimentos
18
odontológicos experimentais, comparando-os aos cimentos atualmente utilizados na
Odontologia.
19
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O primeiro a introduzir os tubos de polietileno em pesquisas de implantação
subcutânea foi Torneck (1966). Ele avaliou a reação do tecido conjuntivo subcutâneo de
ratos, frente à implantação de tubos de polietileno, relacionando a reação do tecido com o
diâmetro e o comprimento dos tubos. Antes da implantação, os tubos foram desinfectados em
solução de iodo, lavados em solução salina, secos com gazes estéreis e armazenados em
recipientes também estéreis, até o seu uso. Em um grupo o tubos foram mantidos com as duas
extremidades abertas e no outro uma das extremidades foi fechada termicamente. Após 60
dias de implantação, os animais foram sacrificados, os implantes e tecidos adjacentes foram
conduzidos ao processamento histológico. Os resultados mostraram a formação de uma
cápsula fibrosa que envolvia os implantes, rica em fibroblastos e fibras colágenas. Segundo o
autor, a ausência de inflamação no tecido conjuntivo capsular, indica a aceitabilidade do
material, coroando esse resultado como um dos objetivos do teste. O diâmetro e o
comprimento dos tubos parecem influenciar no reparo, pois geram um ambiente favorável
para o reparo. Quanto mais comprido ou mais estreito for o tubo, mais dificilmente ocorre a
invaginação do tecido conjuntivo para seu interior. Nos tubos em que uma das extremidades
foi selada, os procedimentos iniciais de invaginação ocorreram primeiramente nos de pequeno
diâmetro, indicando que alguns fatores influenciam no crescimento do tecido conjuntivo e
são diferentes em cada sistema. O autor concluiu que os resultados obtidos neste estudo
indicaram que os canais radiculares, não obturados, porém completamente limpos e
desinfectados, propiciam a cura dos tecidos periapicais.
Wilson e Kent, em 197l, apresentaram um trabalho com resultados iniciais sobre um
novo cimento translúcido, obtido através da reação entre íons de vidro lixiviáveis e uma
solução aquosa de ácido poliacrílico “cimento de ionômero de vidro”, sendo consideradas
suas aplicações em procedimentos restauradores na odontologia, bem como seu mecanismo
de geleificação.
Olsson, Sliwkowski e Langeland (1981) desenvolveram um método, visando a
padronização necessária à avaliação da biocompatibilidade de materiais endodônticos
utilizados para obturação. Neste trabalho foi avaliado o método de implante subcutâneo em
ratos, utilizando-se para tal, tubos de teflon. Os autores relataram que este tipo de implante é
um método adequado para se testar a biocompatibilidade dos cimentos Kerr sealer, AH-26 e
Kloroperka NØ. No presente estudo os autores utilizaram 143 ratos, nos seguintes períodos de
20
avaliação: 14, 30, 90 e 180 dias. Como resultado, ficou demonstrado que os cimentos citados
são irritantes e reabsorvíveis.
Stanley, no ano de 1992, realizou uma revisão de literatura enfatizando as respostas
pulpares, bem como os efeitos dos materiais utilizados para restaurações livres de mercúrio e
como proceder para mantê-los em níveis aceitáveis de biocompatibilidade, apesar da ausência
de qualquer reação, sistêmica ou local, relacionada com as resinas compostas e ionômeros de
vidro.
Golin, Tavares e Cunha (1992) implantaram três marcas comerciais de ionômero de
vidro utilizados para cimentação para estudarem as reações histopatológicas do tecido
conjuntivo subcutâneo de ratos, nos tempos de 7, 15, 30 e 60 dias. Corpos de prova de teflon
foram utilizados como controle. Aos 7 dias, o “HY BOND” e o “GC FUJI” mostraram um
comportamento semelhante ao controle, produzindo reações discretas e moderadas, enquanto
que o “CERAM CHEM” provocou intensa reação inflamatória, com formação de abscessos.
Ao final da experiência comprovaram que as reações remanescentes variaram para todos os
materiais, de discretas a não-significativas, notando que e os implantes estavam rodeados por
cápsulas fibrosas, isso revela a plena aceitação do tecido hospedeiro. Os materiais que foram
utilizados neste estudo foram classificados na ordem crescente de potencial irritativo, como:
”HY BOND”, “CG FUJI” e “CERAM CHEM”.
Al-Dawood e Wennberg (1993) estudaram vários trabalhos na literatura mundial,
discorrendo sobre a biocompatibilidade dos adesivos dentinários, concluindo que, embora
esses materiais apresentem uma importante contribuição para a odontologia restauradora
moderna, sua utilização pode causar um efeito irritativo sobre o tecido pulpar, sendo que tal
irritação pode ser provocada pela presença de bactérias na interface dente-restauração, ou
ainda por uma combinação entre estes dois fatores. Os autores recomendaram que fosse
realizada a proteção pulpar, com pequenas quantidades de material nas regiões mais
profundas da cavidade.
Costa et al. (1994) estudaram o potencial irritativo de um cimento à base de antibiótico
quando em contato direto com o tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, comparando-o com o
cimento de óxido de zinco e eugenol (ZOE Grupo de Controle). Para isso, foram
implantados no tecido subcutâneo dorsal de 25 ratos tubos de polietileno preenchidos com os
materiais em teste. Decorridos os períodos de 3, 7, 15, 30 e 60 dias foram realizadas as
biópsias dos implantes, cujos cortes histológicos revelaram a presença de reação inflamatória,
com predomínio de células mononucleares, sempre menos intensa em relação ao cimento de
antibióticos, sendo que essa reação decresceu com o decorrer dos períodos, chegando aos 60
21
dias a formar uma cápsula fibrosa densa que apresentava continuidade com aquela formada
junto à superfície lateral do tubo. Concluiram, através da análise subjetiva dos cortes
histológicos, que o cimento de antibióticos foi menos irritativo ao tecido conjuntivo do que o
cimento de ZOE.
Com o objetivo de estudar a biocompatibilidade do adesivo dentinário All Bond 2
(Grupo experimental) e o Óxido de Zinco e Eugenol (Grupo ZOE controle), Costa et al.
(1996) os implantaram no tecido conjuntivo dorsal de 20 ratos. Decorridos os períodos de 7,
15, 30 e 60 dias, foram realizadas as biópsias. Após processamento laboratorial de rotina, os
cortes histológicos de 6mm de espessura foram corados com H/E. Como resultado, aos 7 dias,
o All Bond 2 promoveu intensa reação inflamatória com predomínio de células
mononucleares, moderada necrose de contato e degradação de fibras colágenas, sendo que o
cone capsular formado na área principal de análise foi amplo. Com o decorrer dos períodos,
houve tendência à regressão do quadro inicial, mas a presença intensa de macrófagos e células
gigantes ocorreu em alguns casos, até o último período de análise. No grupo controle, os
achados histopatológicos foram menos intensos nos períodos iniciais de avaliação, sendo que
aos 30 e 60 dias, o tecido junto à abertura tubular, área principal de análise, havia passado
pelo processo de reparação tecidual. Assim, o adesivo dentinário All Bond 2 foi, de maneira
geral, mais irritativo do que o ZOE.
Jacob et al., em 1995, descreveram a construção do primeiro mapeamento genético
completo do rato de laboratório. Testando-se 1171 de pedaços de sequenciamentos simples
dos polimorfismos (SSLPs), os autores identificaram 432 marcas, as quais demostram
polimorfismos entre as espécies de ratos SHR (Ratos hipertensos) e BN (Ratos marrons) , e as
mapeando em um cruzamento (SHR X BN) F
2
. Como 99,5% dos marcadores se igualaram em
apenas um dos grupos, considerado para o estudo um 21-largo, o mapeamento parece cobrir a
maioria do genoma do rato. A avaliação do mapa pode facilitar o scaneamento de todo o
genoma em termos qualitativo e quantitativo, sendo relevante para a fisiologia e patobiologia
da espécie.
Gerzina e Hume (1996) examinaram a difusão de monômeros provenientes de
adesivos dentinários, combinados com resinas compostas, em dentina de dentes humanos.
Após a realização de cavidades oclusais, que mantiveram uma distância da câmara pulpar de
aproximadamente 2mm (dentina remanescente), estas foram seladas simplesmente com resina
composta (Occlusin ou Z100), ou em associação com sistemas adesivos (Visar-seal ou
Scotchbond MP), sendo que, para todos os casos, a dentina foi condicionada antes das
restaurações com ácido fosfórico a 37% ou ácido maléico a 10%. Os dentes foram acoplados
22
a um recipiente de polietileno com 1ml de capacidade, simulando a câmara pulpar. Amostras
de líquidos contidos nesta câmara pulpar foram colhidas em vários intervalos de 1 ou mais
dias. Os autores observaram que, embora os quatro materiais resinosos apresentassem
variação em sua composição, apenas os diluentes HEMA e TEGDMA puderam ser detectados
nos fluídos analisados, significando que outros componentes, como Bis-GMA, não são
liberados em meio aquoso, mas, quando isto ocorreu, as quantidades eram muito pequenas e
não puderam ser detectadas pelo método utilizado. Também observaram que a utilização de
sistemas adesivos, associados às resinas compostas, contribuiram para que as quantidades de
monômeros fossem detectadas. Concluíram também que, os sistemas adesivos testados
intensificaram a difusão dos monômeros provenientes das resinas compostas para o espaço
pulpar, e não preveniram esta passagem. Conseqüentemente, demonstraram que a zona de
interdifusão (camada híbrida) foi permeável aos compostos resinosos, permitindo que estes
alcançassem o espaço pulpar.
Gomes, Ribeiro e Nogueira (1996) estudaram a biocompatibilidade de dois adesivos
dentinários (Scotchbond Multi-Purpose-3M e Optibond Multi-Use Ligth cure Kerr). A
avaliação foi realizada por meio de implantes em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os
implantes foram realizados utilizando-se tubos de polietileno preenchidos com os respectivos
adesivos e inseridos em lojas cirúrgicas preparadas no dorso dos animais, os quais foram
sacrificados nos períodos de observação de 14, 30, 60 e 84 dias. Os tecidos circunjacentes aos
implantes foram removidos, incluídos em parafina e corados com hematoxilina e eosina para
análise em microscopia óptica. Os resultados mostraram infiltrado inflamatório, variando de
moderado a discreto, nos períodos iniciais de observação (14 e 30 dias), e reparação na área
nos períodos posteriores (60 e 84 dias), permitindo concluir que os dois adesivos dentinários,
quando em contato com o tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, são biologicamente
aceitáveis.
Costa, Gonzaga e Teixeira (1997a) utilizaram tubos de polietileno preenchidos com a
resina adesiva Prime & Bond 2.0 (PB 2.0) e com Dycal, que foram implantados em lojas
cirúrgicas preparadas na região dorsal de 15 ratos. Após os períodos de 15, 30 e 60 dias, os
animais foram sacrificados, cortes histológicos dos espécimes obtidos e corados com
hematoxilina e eosina. Aos 15 dias, para o grupo PB2.0, havia intensa reação inflamatória,
necrose de contato e amplo cone capsular junto à abertura tubular. Com o decorrer dos
períodos, notou-se regressão dos eventos histológicos. Entretanto, aos 60 dias, havia ainda
ampla cápsula, macrófagos e células gigantes em contato com o material implantado, não
23
ocorrendo completa reparação tecidual na área. A resina adesiva PB 2.0 foi mais irritativa que
o Dycal, considerando as condições experimentais, em todos os períodos de observação.
Costa, Hebling e Teixeira (1997b) estudaram a biocompatibilidade de adesivos
dentinários All Bond 2 (Bisco) e Scotchbond MP (3M), que foram implantados no tecido
conjuntivo dorsal de 20 ratos. Decorridos os períodos de 7, 15, 30 e 60 dias, biópsias foram
realizadas, sendo que, após tramitação laboratorial de rotina, os cortes histológicos de 6mm de
espessura foram corados com H/E. Como resultado, aos 7 dias, os materiais promoveram
intensa reação inflamatória com predomínio de células mononucleares, moderada necrose de
contato e degradação de fibras colágenas, sendo que, o cone capsular formado na área
principal de análise foi amplo. Com o decorrer dos períodos, houve uma tendência à regressão
do quadro inicial, mas a presença intensa de macrófagos e células gigantes ocorreu em alguns
casos até o último período de análise. Estes achados foram semelhantes para ambos os
materiais, e permitiram concluir que os dois adesivos dentinários neste teste foram
severamente irritativos, no período inicial, ao tecido conjuntivo subcutâneo do rato, e que essa
ação regrediu com o decorrer dos períodos, possibilitando a conclusão de que os dois
materiais possuem biocompatibilidade aceitável dentro das condições e metodologia
utilizadas no presente trabalho de pesquisa.
Costa et al. (1997c) relataram que os compômeros ou ionopósitos são materiais
restauradores híbridos, derivados dos cimentos de ionômero de vidro convencionais, com
pequenas adições de resina composta fotoativa, exibindo propriedades intermediárias aos dois
materiais, com algumas características superiores aos cimentos ionoméricos. O objetivo do
trabalho foi avaliar de forma comparativa, a biocompatibilidade do compômero Variglass
VLC e do cimento de hidróxido de cálcio – Dycal. Para isto ambos os materiais foram
implantados no tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, onde permaneceram pelos períodos de
7, 15, 30 e 60 dias. O grupo do Variglass VLC apresentou células inflamatórias aos 7 dias,
sendo que a área reacional atingiu amplitude média de 3,822mm², decrescendo com o
decorrer do período para 0,506mm². Já o grupo de controle (Dycal) apresentou, aos 7 dias,
amplitude média de 1,118mm². Houve regressão do quadro reacional com o decorrer dos
períodos, sendo que aos 60 dias a amplitude média era de 0,347mm². Concluiu-se então que o
Variglass VLC foi mais irritativo que o Dycal, porém ambos os materiais apresentaram
biocompatibilidade aceitável.
Akimoto et al. (1998) avaliaram a resposta pulpar em polpas de macacos, expostas e
não-expostas, para o tratamento com Clearfil Liner Bond 2 e com o sistema Clearfil AP-X.
Foram utilizadas cavidades de Classes I e V, em polpas expostas e não-expostas, as quais
24
foram observadas em 7 ou 8, 27, e 97 dias. No resultado observado, não houve diferenças na
inflamação pulpar entre os espécimes do Clearfil Liner Bond 2, do sistema Clearfil AP-X, e
do hidróxido de cálcio como controle nas cavidades Classes V e I nos vários períodos de
tempo. Concluiu-se que o Clearfil Liner Bond 2 e o sistema Clearfil AP-X, não são tóxicos
tanto em tecidos pulpares expostos, bem como em não-expostos, quando aplicados de acordo
com as orientações dos fabricantes.
Santos e Barbosa (1998) estudaram o efeito de materiais restauradores colocados de
duas formas, uma em contato direto com a polpa dental, e a outra distanciando a 1 mm dela.
Para obtenção de resultados seguros, esse procedimento foi realizado em polpas inflamadas,
onde se realizou a indução de cárie, bem como em polpas sadias. Utilizou-se para tanto,
adesivos dentinários One Step, Scotchbond Multi-Uso e o Ácido poliacrílico. A
biocompatibilidade desses materiais na estrutura pulpar foi demonstrada por meio de análise
histológica. Nesse estudo foi constatado que a agressão pulpar é uma evidência histológica
independente da presença ou ausência de bactérias, seja em contato ou não com a polpa.
Verificou-se também que todos os materiais possuem potencial irritativo à polpa. Em ordem
crescente, os graus de agressividade obtidos, podem ser assim dispostos: One Step, ácido
poliacrílico e Scotchbond Multi-Uso Plus. Conclui-se, por conseguinte, que o uso de tais
produtos pode levar a problemas clínicos, sendo um deles, a perda da vitalidade pulpar.
Costa et al. (1999) avaliaram a biocompatibilidade de um sistema adesivo e de um
componente resinoso, quando implantados no interior do tecido conjuntivo de ratos. Quarenta
esponjas não-polimerizadas, embebidas em ambos os materiais (Scotchbond MP SBMP/3M
Grupo A, e 2-hidroxietilmetacrilato (HEMA) Grupo B) diluídos a 50% em água destilada,
foram implantadas no tecido conjuntivo dorsal de 20 ratos. Após 7, 15, 30 e 60 dias da
implantação, os animais foram sacrificados, os locais de implante foram excisados e imersos
por 24 horas em fixador Kamovisky’s. As amostras foram processadas por meio de técnicas
histológicas de rotina, sendo coradas com H/E. A evolução histológica mostrou que ambos os
materiais promoveram, aos 7 dias, intensa resposta inflamatória com predominância de
neutrófilos e macrófagos. A intensa reação conjuntiva foi refeita por associação da
proliferação de fibroblastos, com macrófagos e células gigantes de corpos estranhos. A reação
inflamatória adjacente persistiu moderada, os fragmentos de material espalhado foram
maiores para o HEMA do que para o SBMP. Ambos os materiais experimentais não
apresentaram biocompatibilidade aceitável com tecido conjuntivo de ratos, apesar de deixar
evidente a cicatrização do tecido conjuntivo.
25
Hebling, Costa e Giro (1999) avaliaram a resposta do complexo dentina-polpa, para
aplicação de adesivo dentinário em cavidades profundas feitas em dentes humanos. Cavidades
profundas Classe V foram preparadas na superfície vestibular de 46 pré-molares. A dentina
remanescente da parede axial, recebeu 10% de ácido fosfórico, acrescido de adesivo
dentinário (grupo DA), ou foi protegida com hidróxido de cálcio (grupo CH), antes do ácido e
da aplicação do adesivo dentinário. Metade dos dentes que receberam a aplicação de ácido
diretamente sobre a parede axial, foram previamente contaminados por procedimentos com
placa dental, coletada do dente do próprio paciente (grupo DAC). A placa foi colocada na
dentina por 5min., e após este período, a cavidade foi lavada. Todos os dentes foram
restaurados com resina composta fotopolimerizada. Os dentes foram extraídos após 7, 30 e 60
dias, e preparados de acordo com as técnicas histológicas normais. Cortes seriados foram
corados com H/E, Masson’s Trichrome e com a técnica Brown e Brenn teno como objetivo a
demonstração de bactérias. Os resultados, após avaliação histopatológica, mostraram que nos
grupos DA e DAC, a resposta inflamatória foi mais evidente que no grupo CH. Constatou-se
também que a intensidade da reação pulpar aumentou, com a diminuição da espessura da
dentina remanescente. Não foram encontradas diferenças estatísticas, nas respostas
inflamatórias entre os grupos DA e DAC. Os autores concluíram então que o sistema adesivo,
quando aplicado em dentina de cavidades profundas, mostrou uma biocompatibilidade
aceitável; a resposta do complexo dentina-polpa, demonstrou que depende da espessura da
dentina remanescente.
Cortés, García e Bernabé (2000) sugeriram a utilização de adesivos dentinários em
cavidades com pequena espessura dentinária, bem como em exposições pulpares pequenas. O
objetivo desse estudo foi avaliar a resposta pulpar à aplicação de dois adesivos dentinários,
Syntac e Prime & Bond NT, em exposições pulpares de dentes de ratos. Foram utilizados
ratos da raça Sprague Dawley, do sexo masculino, com peso de 150 a 200g. Os primeiros
molares superiores, tanto o esquerdo como o direito, foram empregados em cada caso,
perfazendo um total de doze dentes. A duração da pesquisa foi de 45 dias. Cada parte foi
avaliada, utilizando-se para tanto, um microscópio óptico, com o objetivo de determinar a
resposta pulpar aos dois adesivos. Em ambos os grupos, a persistência de inflamação crônica
foi associada à ausência de pontes dentinárias nos espécimes afetados. Também puderam ser
observadas áreas de necrose e ausência de regularidade da camada odontoblástica.
Costa et al. (2000) avaliaram a biocompatibilidade de dois sistemas adesivos e um
cimento de hidróxido de cálcio. Cinqüenta e cinco tubos de polietileno foram preenchidos
com estes materiais dentários, os quais foram autopolimerizados ou fotopolimerizados de
26
acordo com as instruções dos fabricantes (Grupo 1 Clearfill liner Bond 2 (Kuraray); Grupo
2 Single Bond (3M); e Grupo 3 Cimento de hidróxido de cálcio (Dycal Dentsply)). Os
materiais foram implantados no tecido conjuntivo dorsal dos ratos, os quais foram
sacrificados aos 7, 30 e 60 dias após o procedimento de implante. Os locais dos implantes
foram excisados, imersos em fixador e processados utilizando-se técnicas histológicas de
rotina. Cortes de 6mm de espessura foram corados com hematoxilina e eosina, e avaliados sob
luz microscópica. Aos 7 dias, os dois sistemas adesivos apresentavam reação inflamatória
moderado-intensa, que diminuiu com o tempo. Cápsulas fibrosas ao redor dos tubos foram
observadas aos 30 dias. Metade dos espécimes nos grupos 1 e 2 mostraram uma pequena
formação de cápsula fibrosa, contendo macrófagos capilares, linfócitos, fibroblastos e fibras
colágenas. Aos 60 dias, foi observada a cicatrização do tecido conjuntivo, embora vários
espécimes exibissem uma reação inflamatória persistente, mediada por macrófagos e células
gigantes. Concluindo: todos os materiais experimentais foram satisfatoriamente isolados do
tecido conjuntivo dos ratos. Contudo, os adesivos provocaram uma persistente reação
inflamatória local. Conseqüentemente, esses materiais não podem ser considerados como
biocompatíveis. O Dycal permitiu completa cicatrização aos 30 dias, com uma fina cápsula
fibrosa, foi menos irritativo do que as resinas adesivas e foi melhor tolerado pelo tecido
conjuntivo. Considerando-se todos os dados acima, conclui-se que os adesivos dentinários não
podem ser considerados biocompatíveis.
Segundo Iványi et al. (2000), não há dados disponíveis sobre o efeito vascular agudo
direto, dos adesivos dentinários na polpa dentária. Este estudo pesquisou os efeitos dos
componentes de um adesivo dentinário no diâmetro vascular pulpar. Três grupos de 10 ratos
da raça Sprague-Dawley do sexo masculino (pesando 330 ± 51 g), foram utilizados para esta
pesquisa. O primeiro incisivo inferior dos ratos foi preparado para um estudo in vivo em
microscópio. Foram devidamente registradas as mudanças no diâmetro do vaso antes dos
procedimentos, bem como aos 5, 15, 30 e 60 minutos depois da aplicação na dentina de
agentes adesivos (com/sem condicionante ácido), ou de controle de solução salina, de acordo
com a recomendação do fabricante. Nos ratos de controle, o diâmetro do vaso se elevou
levemente (2.96 ± 4.08 %) durante todo o experimento. Todavia, na presença de adesivos
dentinários, foi registrado um aumento de 12.58 ± 7.1 % sem condicionante ácido, e de 13.11
± 8.6 % com condicionante ácido, assim como o aumento do diâmetro vascular. Ocorreram
diferenças significativas (p < 0.05) entre o grupo de controle e aqueles tratados com
componentes de adesivos dentinários. Os resultados indicaram que os adesivos dentinários,
aplicados em uma camada fina de dentina, exercem um efeito vasodilatador agudo na polpa
27
dentária. A significância clínica desta alteração vascular na polpa dentária requer mais
estudos.
Faraco Júnior e Holland (2000), com a expectativa de contribuir com o campo do
tratamento conservador da polpa dentária, avaliaram por meio de microscopia óptica, os
efeitos de um sistema adesivo no tecido pulpar de dentes de cães. Para isso, foram utilizados
15 dentes de cães, com idade de 8 meses. Após o preparo de cavidades na região cervical da
face vestibular e a exposição pulpar, as polpas foram capeadas com o sistema adesivo Single
Bond. As cavidades foram restauradas com resina composta. Os animais foram sacrificados
após 60 dias do término dos procedimentos clínicos, e os dentes foram processados em
laboratório para a obtenção de cortes histológicos, os quais foram corados pela hematoxilina e
eosina, e pela cnica de Brown e Brenn, para análise histomorfológica. Os resultados
demonstraram que as polpas dentárias capeadas com sistema adesivo, exibiram-se inflamadas
ou necrosadas e não evidenciaram nenhuma reparação aliada à formação de ponte dentinária.
Segundo Onur et al. (2000), vários adesivos dentinários de frasco único foram
desenvolvidos nos últimos anos. Estes adesivos têm a propriedade de se aderir quimicamente
à dentina, sem necessidade de um revestimento para protegê-la. No caso de capeamento
pulpar direto, um importante fator para o sucesso é o controle da hemorragia, mas, sabe-se
pouco sobre o efeito desses novos agentes adesivos em relação ao sangramento pulpar. O
objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de um novo adesivo de frasco único, na contração do
músculo liso uterino e artérias carótidas de ratos. A eficácia do agente adesivo foi comparada
com aquela da epinefrina (grupo de controle), e, as forças de contração induzidas foram
registradas, utilizando-se um transdutor de deslocamento de força. A análise estatística dos
dados revelou que este novo material adesivo produziu, no músculo liso, contrações de
concentração dependente equivalentes à epinefrina, sugerindo que agentes adesivos de frasco
único podem atuar como candidatos ao controle hemorrágico, sem o uso de um agente
adicional em procedimentos de capeamento pulpar direto.
Woolsey, O´Mahony e Hansen (2000) fizeram uma revisão de literatura dos produtos
desenvolvidos para agentes cimentantes de dentina (cinco gerações de agentes), cimentos
resinosos e cimentos dentais de ionômero de vidro com resina. Eles relatam que a escolha
segura de um produto deve ser embasada em pesquisas confiáveis in vitro e in vivo.
Bijella, Bijella e Silva (2001) avaliaram in vitro a microinfiltração marginal em
restaurações classe II realizadas com Vitremer, utilizando-se nessas restaurações as resinas
compostas Ariston pHc e P-60. Tal avaliação tinha o propósito de verificar a influência da
ciclagem térmica para estes materiais, bem como a análise de dois métodos de penetração do
28
corante. Para tanto, foram utilizados 60 pré-molares, divididos em três grupos, cujas
cavidades proximais apresentavam parede cervical 1mm abaixo da junção cemento-esmalte.
Metade de cada grupo sofreu processo de termociclagem, enquanto a outra metade
permaneceu em água deionizada a 37°C. Os espécimes foram imersos em solução de fucsina
básica a 0,5% por 24 horas a 37°C. Para análise da microinfiltração, os dentes foram
seccionados no sentido mésio-distal e a análise realizada através do software Imagetools. Os
autores verificaram então, que, todos os grupos apresentaram microinfiltração marginal, sendo
menores para o Vitremer, seguidos pela resina composta P-60 e por último pela resina Ariston
pHc. Não houve diferença estatisticamente significante tanto no uso, como o não uso da
termociclagem. O método através da máxima infiltração demonstrou ser o melhor para
detectar a extensão da microinfiltração.
Demarco et al. (2001) utilizaram vinte terceiros molares de humanos programados
para extração. O preparo da cavidade para a exposição pulpar foi conseguido com broca
carbide. O controle hemorrágico foi realizado com uma solução salina. Em 16 dentes foram
realizados o capeamento pulpar, utilizando-se dois adesivos dentinários. Já as cavidades
foram restauradas com resina composta. No Grupo controle (n = 4) as polpas foram capeadas
com Ca (OH)
2
e as cavidades foram restauradas com resina composta. Os dentes foram
extraídos depois de 30 e 90 dias seguintes ao tratamento, e preparados para exame histológico
e identificação de bactérias. os materiais foram aplicados em placas de Petri (In vitro). Foram
observadas respostas inflamatórias leves e formação de ponte dentinária depois de 90 dias, em
50% dos espécimes tratados com Liner Bond 2. As polpas tratadas com Scotchbond Multi-
Purpose apresentaram resposta inflamatória de leve a severa, não sendo detectada nenhuma
formação de tecido mineralizado. Nenhum espécime de bactéria foi descoberto. A
citotoxicidade in vitro foi igual entre os dois adesivos dentinários, e ambos apresentaram
efeitos de citotoxicidade estatisticamente maiores (P < 0.002), do que o hidróxido de cálcio.
Concluiu-se então, que o hidróxido de cálcio produziu a reparação pulpar em todos os dentes,
e apresentou efeitos de citotoxicidade menores do que ambos os sistemas adesivos.
Entretanto, a reparação pulpar foi também observada com o Liner Bond 2.
Nogueira Júnior (2001) avaliou a biocompatibilidade de quatro agentes na cimentação
de peças protéticas, através de implantes em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Foram
avaliados um cimento de fosfato de zinco (Lee Smith - Vigodent), um cimento de ionômero
de vidro (Ketac-Cem - ESPE) e dois cimentos resinosos (Panavia Ex 21 - Kuraray Co.;
Enforce - Dentsply). Após a manipulação dos cimentos, os implantes foram realizados,
utilizando-se tubos de polietileno preenchidos com os agentes cimentantes e inseridos em
29
lojas cirúrgicas devidamente preparadas no dorso dos animais. As cobaias foram sacrificadas
após cada período de observação de 14, 30, 60 e 84 dias. Os tecidos circunjacentes aos
implantes foram removidos, incluídos em parafina e corados com hematoxilina e eosina para
análise em microscopia óptica. Os resultados mostraram que todos os agentes de cimentação
causaram uma resposta tecidual nos períodos avaliados; tendo o cimento de fosfato de zinco
apresentando um menor grau de reação tecidual nos períodos de 14, 30 e 60 dias. O autor
concluiu que, quando em contato com o tecido conjuntivo de ratos, o cimento de ionômero de
vidro apresentou as piores características de biocompatibilidade.
Prakki e Carvalho (2001) realizaram uma revisão de literatura sobre os cimentos
resinosos dual, descrevendo sua composição, reação química, propriedades e considerações
clínicas, como: indicação do material, reações pulpares, tempo de trabalho e influência dos
cimentos provisórios sobre a resistência adesiva dos cimentos resinosos. Eles relatam que este
tipo de cimento associa a fotoativação e a polimerização química, o que propocia uma
completa polimerização, mesmo sob restaurações opacas e espessas, onde a luz não é capaz
de alcançar. Este cimento apresenta, também, propriedades físicas e mecânicas, tais como
força de união, resistência ao desgaste e resistência à compressão superiores aos demais
materiais de cimentação. Porém, esse cimento deve ser utilizado com crucial controle de
umidade, sua fotopolimerização deve ser adequada, sendo que, não podemos olvidar a
existência de problemas relacionados com à contração de polimerização. Apesar desses
fatores, os autores consideraram que os cimentos resinosos da categoria dual vêm
demonstrando desempenho extremamente promissor.
Costa, Teixeira e Nascimento (2002) estudaram a resposta pulpar em dentes humanos,
de um adesivo dentinário (com e sem condicionamento ácido) aplicado em cavidades
dentinárias profundas. Foram preparadas 18 cavidades Classe V, as quais foram divididas em
3 grupos: 1) Grupo de condicionamento ácido total + 2 camadas SB + Z100, 2) Grupo de
condicionamento ácido do esmalte + 2 camadas SB +Z 100, e 3) Grupo de cavidades com
hidróxido de cálcio + condicionamento ácido esmalte + 2 camadas SB + Z100. Como Grupo
de controle foram utilizados dois dentes intactos. Após 30 dias os dentes foram extraídos,
processados e corados com H/E, utilizando-se as técnicas de Masson´s Trichrome, de Brown e
de Brenn. Os resultados apresentados no Grupo1 foram de moderada resposta inflamatória,
tecido pulpar desorganizado e dentina reacionária; no Grupo 2 de discreta resposta
inflamatória e no Grupo 3 de características histológicas normais, quando comparados ao
Grupo de controle intacto. A avaliação radiográfica mostrou lesões periapicais em alguns
dentes. Foram detectadas a presenças de bactérias, indicando que não houve resposta pulpar
30
intensa. Vale-se afirmar, que os pacientes não relataram nenhum sintoma durante o
experimento. Concluiu-se, então, que o Single Bond (com condicionamento ácido) em
dentinas profundas, resultou em uma maior resposta inflamatória, podendo ser descrita como
intensa, se comparada com as dentinas não condicionadas.
Santiago et al., em 2002, avaliaram microscopicamente a polpa dentária humana de
dentes pré-molares, preparados para coroas metalocerâmicas, cimentadas com diferentes
agentes cimentantes, também foi obtida a medição da espessura de dentina remanescente dos
dentes preparados. Foram selecionados 25 pré-molares gidos (superiores e inferiores), de
pacientes entre doze a quinze anos, os quais foram divididos em três grupos distintos: G1:
cinco dentes não receberam nenhum tipo de preparo e serviram como grupo controle positivo;
G2 e G3: os dentes foram preparados para coroas metalocerâmicas e cimentadas com cimento
à base de hidróxido de Cálcio (Life) e com cimento resinoso Panavia Ex 21, respectivamente.
Após a cimentação das coroas, os dentes permaneceram em função na boca por períodos de 7
e 45 dias, sendo que, após cada período, esses dentes foram extraídos para análise
microscópica da polpa e presença de bactérias nos túbulos dentinários. A espessura de dentina
remanescente, medida em seis regiões do dente preparado apresentou variação de 1,53 a
1,58mm. A análise microscópica não mostrou reação inflamatória na polpa, bem como, não
foram encontradas bactérias nos túbulos dentinários. O autor concluiu então,que o cimento
resinoso avaliado mostrou ser tão compatível quanto o cimento de hidróxido de Cálcio, não
devendo ser uma preocupação clínica em relação à reação pulpar.
Mussel avaliou, em 2003, a biocompatibilidade de materiais indicados como
protetores pulpares no tecido subcutâneo de ratos ao longo do tempo. Foram realizados
implantes padronizados de hidróxido de cálcio (HC), cimento de ionômero de vidro (CIV) e
adesivo dentinário fotoativado (ADF), os quais foram individualmente colocados
cirurgicamente no dorso de ratos Wistar, permanecendo ali incubados por períodos de 15 e 30
dias. Procurando se obter resultados confiáveis, foram utilizados 8 grupos, compostos de 5
ratos cada um, incluindo o grupo Sham (falso), no qual não ocorreram implantes. Após a
experimentação os animais foram sacrificados. Então, o material implantado no dorso desses
animais foi retirado, e levado a estudo em um microscópio de luz com estereologia e
imunohistoquímica para a-actina de músculo liso (ACML, detecção de miofibroblastos). As
pastilhas e a superfície das cápsulas fibrosas foram analisadas quanto a textura, em
microscopia eletrônica de varredura (MEV) com microanálise. O autor relatou que houve
notadas diferenças na fibrose e no número de mastócitos na região peri-implante, de acordo
com o tipo de implante removido, sendo que, não foram detectados miofibroblastos
31
expressando ACML. O menor valor de densidade volumétrica de fibrose intersticial (Vv[f])
ocorreu no grupo implantado com HC, e, maior no grupo com ADF (diferença significativa
em relação ao grupo S, nos dois tempos experimentais, p<0,05). Entretanto, aos 30 dias,
houve acréscimo de 30 de Vv[f] no grupo com ADF, determinando, neste período, diferença
significativa em relação ao grupo com HC. Quanto a densidade numérica de mastócitos por
área (NA [mastócito]) o menor valor ocorreu no grupo com HC, não notando-se, entre as
diferenças entre as dos oito grupos, incluindo o falso. Porém se notou uma diferença para o
grupo com ADF (este com o maior valor de NA [mastócito] nos dois tempos experimentais).
O grupo com CIV apresentou para Vv[f] e NA [mastócito], durante toda a experimentação,
resultados intermediários em relação aos grupos com HC e com ADF. Houve fibrose discreta
e restrita a área cirúrgica com poucos mastócitos juntos aos vasos no grupo falso. Houve
correlação positiva para Vv[f] e NA [mastócito], no grupo com ADF. Ao MEV viu-se
interação, no grupo com HC, entre o material da pastilha e sua cápsula fibrótica, mas não nos
grupos com ADF e com CIV. Os materiais estudados induziram a formação de fibrose e
migração de mastócitos de modo diferenciado. Os resultados sugerem o HC como o material
que apresentou maior biocompatibilidade dentre os testados neste trabalho.
Costa et al. (2003a) avaliaram os efeitos citotóxicos de cinco tipos de cimentos de
ionômero de vidro em célula odontoblástica (MDPC-23). Os grupos foram divididos em G1:
Vitrebond, G2: Vitremer,G3: Fuji II LC, G4: Fuji IX GP, G5: Ketac-Molar, G6: Z-100
(controle positivo). Os autores concluíram que, apesar de todos os materiais testados serem
citotóxicos às células MDPC-23, os ionômeros de vidro convencionais o menos citotóxicos
do que os ionômeros de vidro com adição de resina.
Nagem-Filho et al. (2003) estudaram e compararam as alterações vasculares no tecido
conjuntivo subcutâneo de ratos, induzidas por adesivos dentinários, àquelas induzidas por
solução salina (controle negativo) e Furacin (controle positivo), durante a fase exsudativa do
processo inflamatório. Foram injetados 20mg/kg de Azul-de-evans intravenosamente na veia
dos pênis dos ratos; sendo que, 0,1ml de cada substância testada, foi inoculada no tecido
subcutâneo. Depois de 3 horas os animais foram sacrificados, e suas peles foram excisadas e
perfuradas com uma lâmina padrão de 2,5cm de diâmetro. Os espécimes foram imersos
imediatamente em 8ml de formamido, e levados para uma caldeira dupla por 72 horas a 37ºC,
para a remoção do corante. O líquido contendo o corante desprendido foi filtrado, analisado
no espectrofotômetro (620 mm), e classificado de acordo com os critérios estabelecidos por
Nagem-Filho e Pereira (1976). Após a análise estatística, o potencial irritativo das substâncias
foi classificado do seguinte modo: Furacin (grave) > Single Bond e Bond 1 (moderado sem
32
diferenças significativas entre os adesivos dentinários testados) > solução salina (não-
significativa em relação ao grau de irritação).
Vajrabhaya, Pasasuk e Harnirattisai (2003) avaliaram a citotoxicidade de quatro
adesivos dentinários: Syntac Single Component, Prime & Bond 2.1, Single Bond e One Up
Bond F. Os materiais-teste foram aplicados em discos de dentina dos modelos de barreira de
dentina, do mesmo modo que se realizam os procedimentos clínicos, de acordo com as
recomendações de cada fabricante. A viabilidade celular de L929, após a exposição com os
agentes adesivos, foi determinada através do teste MTT. Os resultados revelaram que a
sobrevivência das células, dos três primeiros agentes adesivos, foi de 60%, enquanto que, no
One Up Bond F, foi de impressionantes 93 %. Este estudo mostrou que um sistema adesivo,
que utiliza condicionamento com ácido fosfórico, é mais citotóxico que um sistema adesivo
auto-condicionante.
Rodrigues Sosa (2004) em seu trabalho avaliou a reação histopatológica em feridas no
dorso de ratos, irradiados com laser de CO
2
ou de Er: YAG. Foram confeccionadas duas
feridas no dorso de 30 ratos com um punch de 3mm de diâmetro. Os animais foram divididos
em três grupos de 10: no Grupo 1 as feridas foram irradiadas com o laser de CO
2
λ 10,6 µm,
(1,5 W-50 Hz); no Grupo 2 as feridas foram irradiadas com o laser de ER:YAG, λ 2,94 µm
(300 mJ 10 Hz), tempo de irradiação de 23 segundos em ambos os grupos; e no Grupo 3 as
feridas foram forradas com MTA. Os animais foram sacrificados em períodos de 1 e 7 dias e
as peças foram analisadas microscopicamente. A autora concluiu que o tecido conjuntivo
reagiu de forma mais favorável à irradiação laser de Er:yag do que à irradiação do laser de
CO
2
, independentemente do tempo pós-operatório.
A eficiência de adesão, tanto ao esmalte quanto à dentina, do cimento auto-adesivo
Rely X
TM
UNICEM, bem como sua interação com a dentina, através de microscópio
eletrônico, foram avaliadas por De Munck et al. (2004). Eles utilizaram o teste padrão para
avaliar a força de adesão (µTBS). Neste teste foi avaliado o cimento Rely X UNICEM
(esmalte e dentina), com ou sem o uso prévio do condicionamento ácido, e, este foi
comparado ao cimento Panavia-F (grupo controle), após estocagem em água por 24 horas. A
interface dos cimentos foram examinados através do scanner field-emissor (Fe- SEM) e pelo
microscópio eletrônico (TEM). O cimento Rely X
UNICEM demonstrou menor valor de
adesão quando aderido ao esmalte. Quanto à dentina, não houve diferença entre os dois
cimentos. O uso do condicionamento ácido aumentou a adesão ao esmalte no mesmo nível
que o do grupo controle, porém, foi prejudicial na adesão à dentina. A avaliação morfológica
demonstrou que houve apenas uma integração superficial com o esmalte e a dentina com o
33
cimento testado e que uma necessidade de se pressionar o cimento durante a sua aplicação
para garantir sua adaptação à cavidade.
A biocompatibilidade dos cimentos ProRoot MTA®, MTA branco® contendo dois
tipos de radiopacificadores e o cimento de Portland branco com óxido de bismuto através da
resposta do tecido subcutâneo dos ratos, foi avaliado, em 2005, por Bortoluzzi. Os cimentos
foram inseridos em tubos de polietileno e colocados em 36 ratos (Rattus novergicus),
divididos em 12 ratos para cada período experimental. Cada animal recebeu quatro implantes
de tubos de polietileno, preenchidos pelos materiais recém-espatulados de um lado, e do
outro, guta-percha (controle). Após 15, 30 e 60 dias os animais foram sacrificados e os
espécimes foram preparados para análise microscópica. Os resultados mostraram inflamação
crônica granulomatosa induzida pelos materiais, com intensidade moderada a discreta, bem
como, organização e espessamento de uma cápsula fibrosa com o passar do tempo. Os
cimentos induziram respostas teciduais semelhantes, mesmo com radiopacificadores
diferentes na composição.
Em 2006, Aranha et al. avaliaram a citotoxidade de ionômeros de base, modificados por
resina, submetidos a diferentes tipos de cura e aplicados sobre células de linhagem
odontoblástica MDPC-23. Foram preparados 40 corpos-de-prova para cada material (Fuji
Lining LC e Vitrebond), sendo fotopolimerizados considerando os 30s (que é o tempo
recomendado pelo fabricante), diminuindo-se o tempo em 15s e aumentando-se o tempo em
45s ou colocados em um campo escuro (Zero segundo). Filtros de papéis com L de PBS ou
HEMA foram utilizados como controle negativo e positivo, respectivamente. Os corpos-de-
prova foram aplicados sobre células de linhagem odontoblástica MDPC-23 (30.000
células/cm2) e incubadas por 72 horas a em estufa a 37ºC com 5% de CO
2
e 95% de ar. A
citotoxicidade foi avaliada pelo teste de metabolismo MTT assay e pela microscopia
eletrônica de varredura. O cimento de ionômero Fuji foi menos citotóxico do que o Vitrebond,
em todas as condições experimentais (p<0,05). Porém, a citotoxicidade do Fuji Lining LC,
não aumentou significantemente na ausência de fotopolimerização, enquanto que, isto não foi
observado no Vitrebond. O tempo de fotopolimerização não influenciou na citotoxicidade dos
dois materiais de forramento, quando aplicados às células odontoblásticas MDPC-23. A
fotoativação do cimento Fuji Lining LC é um importante fator para reduzir-se a sua
citotoxicidade, bem como para se evitar o efeito tóxico às células da polpa.
As reações inflamatórias no tecido conjuntivo subcutâneo de ratos dos cimentos Sealer
26 e óxido de zinco e eugenol, protegidos ou não com dois diferentes tipos de própolis, foram
avaliadas por Moraes no ano de 2006. A autora utilizou 39 ratos, inserindo três tubos de
34
polietileno com os respectivos materiais em cada rato. 54 tubos foram preenchidos com
cimento consistente de óxido de zinco e eugenol. Desses 54 tubos, 36 sofreram aplicação de
própolis em suas extremidades, recobrindo a área do cimento. Em 18 tubos foi aplicada a
própolis BRP1 e nos restantes a própolis MAR. Os demais tubos não sofreram tratamento nas
extremidades. Outros 54 tubos foram preenchidos pelo Sealer 26, sendo subdivididos da
mesma forma que o primeiro grupo. Os períodos experimentais foram de 7, 30 e 60 dias, com
30 animais em cada período, sendo 12 com 3 tubos com os materiais experimentais e um que
foi usado como controle, a que recebeu 4 tubos, 2 com guta-percha e 2 vazios. A análise dos
eventos microscópicos revelou que a aplicação da própolis recobrindo os cimentos não alterou
o comportamento dos mesmos, a própolis tipo MAR mostrou resultados mais favoráveis do
que a BPR1, porém sem diferença estatística significante entre elas. O óxido de zinco e
eugenol apresentou melhor comportamento biológico do que o Sealer 26. Os cimentos
enquanto permaneceram nos tubos, apresentaram um comportamento melhor do que quando
extravasados.
Ribeiro, Marques e Salvadori (2006) examinaram o potencial de genotoxicidade e
citotoxicidade de três tipos de ionômero de vidro (Ketac Cem, Ketac Molar e Vitrebond) pelo
gel de células simples (comet) e pelo teste de exclusão de azul de trypan, respectivamente. Os
materiais foram expostos às células ovarianas de hamsters chineses (CHO) por uma hora a
37°C. Os resultados demonstraram que o do Ketac Molar desenvolveu genotoxicidade
apenas na máxima concentração avaliada (100microg/mL). O quido do Vitrebond, em uma
porcentagem de diluição de 0,1, causou um crescimento na injúria ao DNA. Houve diferença
(P<0,05) na citotoxicidade provocada por todos os pós de cimentos de ionômero de vidro
testados, na concentração de 1,000 microg/mL. A respeito dos líquidos avaliados, o maior
efeito tóxico em células viáveis foi produzido em 10%, começando pela diluição de 0.5% no
cimento de ionômero de vidro Vitrebond. Os autores, então concluíram que alguns
componentes do cimento de ionômero de vidro demonstraram efeitos de genotoxicidade e
citotoxicidade.
Souza et al., em 2006, avaliaram os efeitos do ionômero de vidro modificado por
resina, aplicado em células de cultura ou implantados em tecido subcutâneo de ratos. Na
primeira avaliação trinta amostras de ionômero de vidro modificado por resina Rely X Luting
Cement (RL), Vitremer (VM), Vitrebond (VB) foram colocados em cultura (DMEM) e
incubados por 24, 48 e 72 horas. Os extratos de cada amostra foram aplicados nas células
MDPC-23. Uma DMEM pura foi utilizada como grupo controle. Os autores constataram que,
em geral, os extratos obtidos em 24 horas foram menos citotóxicos que em 48 e 72 horas de
35
incubação. O efeito citotóxico do VM e RL não demonstrou diferença estatística (P<0.05) no
período de 24 horas. O VB foi o cimento que demonstrou ter maior efeito citotóxico. Na
segunda avaliação, 54 tubos de polietileno preenchidos com os materiais experimentais foram
implantados no tecido subcutâneo dorsal de ratos. Os animais foram sacrificados em 7, 30 e
90 dias e as biópsias foram processadas para avaliação histológica. Os autores verificaram que
todos os cimentos de ionômero de vidro, modificados por resina, demonstraram uma reação
inflamatória de moderada a intensa em sete dias, a qual diminuía ao passar do tempo. Porém,
a cicatrização do conjuntivo ocorreu, para a maioria das amostras, em 90 dias. Após estas
constatações, concluíram que o cimento de ionômero de vidro, quando em contato direto com
o tecido conjuntivo, pode causar uma resposta inflamatória visível, sendo que, os efeitos
tóxicos deste tipo de material, dependem da quantidade de componentes liberados no meio.
Moysés et al., em 2006a, estudaram a biocompatibilidade de sistemas adesivos. Neste
trabalho foram utilizados 36 ratos machos (Rattus norvegicus, Holtzman), divididos
aleatoriamente em quatro grupos experimentais (controle: água destilada, Excite, Suprafill e
Magic Bond DE) os quais receberam dois implantes cada no tecido conjuntivo subcutâneo na
região dorsal. Esponjas artificiais, contendo o material adesivo, foram depositadas nas
cavidades e estes foram polimerizados antes da sutura. Realizou-se biópsia excisional em 3
animais por grupo após 7, 15 e 30 dias e os tecidos foram analisados por microscopia óptica.
Aos sete dias, os grupos Excite, Suprafill e Magic Bond DE, apresentaram intenso infiltrado
inflamatório mono e polimorfonuclear, sem diferenças entre os grupos; enquanto o grupo
controle, revelou moderado infiltrado inflamatório mononuclear. Aos 15 dias, ocorreu
diminuição da intensidade dos fenômenos inflamatórios nos três grupos experimentais,
notando-se, no grupo Excite, uma inflamação de intensidade moderada comparativamente aos
Suprafill, e Magic Bond DE com mais intensidade que o grupo Controle. Aos 30 dias o grupo
Excite revelou discreto infiltrado inflamatório mononuclear, discretas alterações vasculares e
formação de granulomas com células gigantes multinucleadas e fibrosamento, assemelhando-
se ao grupo Controle, enquanto os grupos Suprafill e Magic Bond DE mostraram moderado a
intenso infiltrado inflamatório mononuclear, com focos de neutrófilos e de intensa
vascularização; algumas células gigantes multinucleadas sem formação de granulomas. Entre
os adesivos analisados, nas condições do presente estudo, os autores concluíram que o Excite
obteve melhor biocompatibilidade.
Moysés et al. (2006b) estudaram a compatibilidade biológica de sistemas adesivos,
quando implantados no tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, pela reação tecidual provocada
pelos mesmos. Foram utilizados 18 ratos para realização dos implantes na região dorsal. Após
36
a realização da anestesia por inalação de éter etílico, os autores realizaram tricotomia da
região dorsal e duas incisões de aproximadamente 8 mm de comprimento. O tecido
subcutâneo foi divulsionado lateralmente para a implantação de esponjas saturadas com os
adesivos dentinários: Single Bond, Clearfil SE Bond e Prime & Bond NT e água destilada
(grupo controle). As esponjas saturadas com os adesivos dentinários foram fotopolimerizadas
após sua inserção nas lojas cirúrgicas e estas, posteriormente, suturadas. Realizou-se biópsia
excisional após 7, 15 e 30 dias. Os resultados mostraram que em relação ao grupo controle, o
material Single Bond apresentou maior semelhança quanto aos parâmetros utilizados no
trabalho, seguindo-se o Clearfil SE Bond e o Prime & Bond NT, este com maior diferença em
relação ao grupo controle, sendo de menor biocompatibilidade.
Coimbra et al. (2006) avaliaram a citotoxicidade dos extratos do cimento de ionômero
de vidro convencional (Ketac Fil Plus) e de um cimento de ionômero de vidro, modificado
por resina (FujiII LC-GC), aplicados sobre as células de linhagem odontoblástica MDPC-23.
Os corpos-de-prova foram manipulados com dimensões padronizadas, imersos em 1,1ml de
meio de cultura (DMEM) e incubados por 24horas em estufa a 37ºC com 5% de CO
2
. Os
extratos obtidos foram filtrados, tiveram o Ph ajustado para 7,4 e foram incubados por 24
horas em contato direto com as células MPDC-23. DMEM puro foi utilizado como controle
negativo. O metabolismo celular foi determinado pelo teste do MTT e os valores numéricos
obtidos foram submetidos à análise estatística. A morfologia das células, em contato com os
extratos dos materiais experimentais ou controle (DMEM), foi avaliada em microscopia
eletrônica de varredura (MEV). Os resultados obtidos pelo teste do MTT não mostraram
diferença estatística significante entre os dois materiais e o grupo controle. Na análise em
MEV, tanto para os cimentos de ionômero de vidro como para o grupo controle, foi observado
um grande número de células com morfologia ligeiramente alongada e com múltiplos
prolongamentos citoplasmáticos. Os autores concluíram então, que os materiais ionoméricos
avaliados apresentam baixo efeito citotóxico para as células de linhagem odontoblástica
MDPC-23.
Teixeira, em 2006, avaliou a biocompatibilidade, em tecido conjuntivo de 30 ratos, de
três sistemas adesivos e um cimento de hidróxido de cálcio. Foram utilizados 60 tubos de
polietileno divididos em quatro grupos: Prime & Bond NT; Bond I; Optibond Solo e grupo
controle. Após 15,30 e 60 dias, os implantes foram avaliados microscopicamente. Os autores
concluíram que o cimento de hidróxido de cálcio permitiu uma completa cicatrização e foi
considerado com maior biocompatibilidade do que os sistemas adesivos.
37
no ano de 2007, Machado et al. verificaram a biocompatibilidade de três adesivos
dentários (Single Bond, Clearfil SE Bond e Prime & Bond NT). Foram utilizados 36 ratos,
recebendo cada um dois implantes de adesivos, os quais foram colocados em esponjas. Foi
utilizado como grupo controle, esponjas com água. Cada rato recebeu dois implantes com o
mesmo adesivo. Cada grupo era formado por 9 animais, sendo inseridos dois implantes em
cada, resultando assim em 18 amostras para cada grupo. A cada 7, 15 e 30 dias, 3 animais de
cada grupo foram sacrificados. Os tecidos removidos foram analisados microscopicamente.
Os resultados demonstraram uma grande similaridade entre o grupo controle, seguidos pelo
Single Bond, Clearfil SE Bond e Prime & Bond NT. O adesivo Prime & Bond NT foi o que
pareceu ter pior biocompatibilidade, quando comparado aos outros dois materiais.
38
3 PROPOSIÇÃO
Avaliar a biocompatibilidade em microscopia óptica e por meio de implantes
subcutâneos em ratos, de cimentos odontológicos e cimentos odontológicos experimentais.
39
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 Material
-72 Ratos (Rattus norvegicus, Holtzman) machos, pesando de 200 a 300 gramas;
-Ketamina® injetável - uso veterinário - Quetamina 10% (50mg/kg de peso do animal)
(AGENER - São Paulo, SP, BR);
-Calmium® injetável - uso veterinário - Xilazina a 2% (10mg/kg de peso do animal)
(AGENER - São Paulo, SP, BR);
-Seringas com agulha de insulina 1ml/cc U-100 13 X 0.38 (27,5 G1/2’’) (INJEX
Ourinhos, SP, BR);
-Lâminas de barbear (GILLETTE DO BRASIL, Rio de Janeiro, RJ, BR);
-Álcool 95%;
-Álcool 70%;
-Iodo 5%
-Éter 5%;
-Lâmina de bisturi nº15 (LAMEDID, Barueri, SP, BR) ;
-Cabo de bisturi (DUFLEX, SSWHITE, Rio de Janeiro, RJ, BR);
-Tesoura de ponta romba (QUINELATO, Rio Claro, SP, BR);
-Fio de sutura montado 4-0 (JOHNSON & JOHNSON, Sorocaba, SP, BR);
-Aparelho de autoclave (CRISTOFOLI, Curitiba, PR, BR);
-Aparelho fotopolimerizador (Optilight 600) (GNATUS, Serrana, SP, BR);
-Radiômetro (GNATUS, Serrana, SP, BR);
-Pinças curvas (DUFLEX, SSWHITE, Rio de Janeiro, RJ, BR);
-Seringas Centrix (DFL, Rio de Janeiro, RJ, BR);
-Formol a 10%;
-Parafina;
-Hematoxilina e eosina;
-Microscópio de luz – Nikon ALPHAPHOT – 2YS2;
-144 tubos de polietileno (Teotho S/A Ind. e Com., Jundiaí, São Paulo, SP);
-Potes dappen;
-Cimentos odontológicos (Quadro 1)
O Quadro 1 apresenta as especificações dos cimentos utilizados no estudo:
40
QUADRO 1 Cimentos odontológicos
Cimentos Fabricante Lote Composição
Ketac Cem
Easy Mix
3M ESPE, St. Paul,
MN, USA
56908
Pó: vidro de fluorsilicato de vidro, copolímeros
de ácido carbônico (poliacrílico e maleico) e
pigmentos.
Líquido: solução de ácido tartárico.
Rely X ARC
3M ESPE, St. Paul,
MN, USA
FTGN
Bisfenol-A-glicídico-metacrilato (BisGMA),
trietileno glicol dimetacrilato (TEGDMA),
aminas terciárias, peróxido de benzoila e
partículas de carga: Zirconia/sílica (67,5%).
Rely X
UNICEM
3M ESPE, St. Paul,
MN, USA
233505
Pó: pó de vidro, iniciador, sílica, substituto de
pirimidina, hidróxido de cálcio, componente de
peróxido e pigmento. Líquido: éster fosfórico
metacrilato, dimetacrilato, acetato,
estabilizador e iniciador.
Fosfato de
Zinco
SSWhite , RJ, BR
Líquido:
03105
Pó:
03110
Pó: óxido de zinco, óxido de magnésio, corante
GI 77288, CI 77268, CI 77491.
Líquido: ácido fosfórico, hidróxido de
alumínio, óxido de zinco e água destilada.
Cimento
Epóxi-
polimercaptana
Indeterminado
Resina epóxi e polimercaptanas isento de
solventes (CEP).
Cimento
Epóxi-
polimercaptana
com alumina
Indeterminado
Resina carregada com alumina pulverizada
(CEPA).
Cimento
Epóxi-
polimercaptana
com carbono
Indeterminado
Resina carregada com alumina pulverizada com
fibra de carbono (CEPAC).
41
4.1.1 Animais
Foram utilizados 72 ratos machos da linhagem Wistar (Rattus Novergicus), com peso
entre 200 a 300 gramas, provenientes do Biotério da Universidade do Vale do Rio Verde de
Três Corações - UNINCOR, mantidos em gaiolas plásticas coletivas, higienizadas, colocadas
em ambiente arejado e iluminado naturalmente, recebendo água ad libitum e alimentação
constituída de ração comercial balanceada. Este trabalho está de acordo com os princípios
ético adotados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e foi submetido
à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa na Universidade Vale do Rio Verde
UNINCOR/Três Corações – MG.
4.1.2 Cimentos
Foram utilizados sete cimentos, sendo três da mesma marca comercial: Ketac Cem
Easy Mix, Rely X ARC e Rely X UNICEM (3M ESPE, St. Paul, MN, USA). Um cimento de
fosfato de zinco (SSWhite , RJ, BR) e três cimentos-teste.
4.1.2.1 Ketac Cem Easy Mix (
3M ESPE, St. Paul, MN, USA
)
O Ketac Cem Easy Mix é um cimento de ionômero de vidro convencional (Figura
1).
Apresentação:
- 1 frasco com 15g de pó
- 1 frasco de líquido de 5ml
- 1 colher dosadora
Composição do pó:
- Vidro de fluorsilicato de vidro, copolímeros de ácido carbônico (poliacrílico e maleico) e
pigmentos.
Composição do líquido:
- Solução de ácido tartárico.
42
Proporção:
A proporção utilizada nos experimentos foi a recomendada pelo fabricante: uma
parte do pó para uma gota do líquido. A mistura foi obtida utilizando-se um bloco de
espatulação, aglutinando-se o pó e o líquido com o auxílio de espátula plástica, em seguida foi
levada ao interior do tubo de polietileno utilizando-se a seringa centrix.
4.1.2.2 Rely X ARC (3M ESPE, St. Paul, MN, USA)
O Rely X ARC é um cimento resinoso de cura dual (Figura 2).
Apresentação:
- Pasta A
- Pasta B
Composição das pastas:
Bisfenol-A-glicídico-metacrilato (BisGMA), trietileno glicol dimetacrilato
(TEGDMA), aminas terciárias, peróxido de benzoíla e partículas de carga: zircônia/sílica
(67,5%).
Proporção:
Apresentação em formato de “clicker”, o qual permite a dosagem correta e foi
manipulado apertando-se o “clicker”, aglutinando-se as pastas com espátula plástica inserindo
o cimento no tubo de polietileno com seringa centrix e fotopolimerizando cada parte por 40
segundos (Figura 3).
4.1.2.3 Rely X UNICEM (3M ESPE, St. Paul, MN, USA)
O Rely X UNICEM é um cimento de ionômero de vidro modificado por resina
(Figura 4).
Apresentação:
- 10 cápsulas (A2 Universal)
- Pistola do sistema
- Máquina RotoMix™ (máquina própria do sistema, a qual é adquirida separadamente.
43
Composição do pó:
- de vidro, iniciador, sílica, substituto de pirimidina, hidróxido de cálcio, componente de
peróxido e pigmento.
Composição do líquido:
- Éster fosfórico metacrilato, dimetacrilato, acetato, estabilizador e iniciador.
Proporção:
O cimento requer uma pré-mistura com o auxílio de uma pistola pressionada de 2 a 4
segundos, então o material foi misturado em uma máquina própria do sistema (3M ESPE
RotoMix™) e manipulado por 15 segundos e inserido com o auxílio da seringa centrix ao
tubo de polietileno.
4.1.2.4
Fosfato de zinco (
SSWhite, RJ, BR) (Figura 5)
Apresentação:
- Frasco com 28g de pó
- Frasco com 10ml de líquido
Composição do pó:
- Óxido de zinco, óxido de magnésio, corante GI 77288, CI 77268, CI 77491.
Composição do líquido:
- Ácido fosfórico, hidróxido de alumínio, óxido de zinco e água destilada.
Proporção:
A manipulação do cimento foi realizada com o auxilio da espátula 24 (Duflex
SSWhite Artigos dentários Ltda., RJ, BR) sobre uma placa de vidro durante um minuto e 30
segundos. O pó foi dividido em seis porções, de
1
/
2,
1
/
3,
1
/
4
,
1
/
8
,
1
/
16
e duas de
1
/
32
. O cimento foi
levado à parte interna dos tubos de polietileno com o uso da seringa centrix.
44
4.1.2.5 Cimentos-teste experimentais:
Apresentação:
Os três cimentos-teste são líquido X líquido e são divididos em: CEP, CEPA e CEPAC.
Composição:
-
Cimento epóxi-polimercaptana composto por base e catalisador
(CEP) (Figura 6);
-
Cimento epóxi-polimercaptana composto por base
com 5% de alumina e catalisador com
acréscimo de 5% alumina (CEPA) (Figura 7);
-
Cimento epóxi-polimercaptana composto por base
com carbono e catalisador acrescido de 5% de
carbono (CEPAC) (Figura 8).
Proporção:
Os cimentos
foram manipulados aglutinando-se quantidades iguais de cada mistura por trinta
segundos em bloco de espatulação com espátula plástica. Em seguida, foram levados ao
interior dos tubos de polietileno.
4.1.3 Tubos de Polietileno
Foram utilizados 144 tubos de polietileno com 10 mm de comprimento e 1,5 mm de
diâmetro (Figura 9), sendo desinfectados em álcool 70%, onde foram mantidos por 120
minutos. Antes de serem preenchidos com os cimentos, os tubos foram lavados copiosamente
em água destilada e, em seguida, autoclavados.
4.1.4 Anestesia dos Animais
Os animais foram anestesiados com a associação de cloridrato de ketamina
(Ketamina® injetável - uso veterinário – AGENER - São Paulo, SP, BR) que é um anestésico,
na dose de 50mg/kg com xilazina a 2% (Calmium® injetável - uso veterinário - AGENER-
São Paulo, SP, BR) que é um relaxante muscular, analgésico e sedativo, na dose 10mg/kg
injetado IM (intramuscular) na face posterior da coxa, com o auxílio de seringas com agulha
de insulina 1ml/cc U-100 – 13 X 0.38 (27,5 G1/2’’) (INJEX – Ourinhos, SP, BR).
45
4.1.5 Grupos Experimentais
Os 72 ratos foram distribuídos em 8 grupos de 9 animais e com 3 para cada período
experimental, de 7, 30 e 90 dias (Quadro 2). Cada animal recebeu dois implantes, sendo que
cada cimento foi inserido em cores diferentes de tubos de polietileno com a finalidade de
evitar erros.
QUADRO 2 Distribuição dos grupos, períodos experimentais e número de amostras
Controle
Ketac
Cem
Easy
Mix
Rely X
ARC
Rely X
UNICE
M
Fosfato
de zinco
Cimento
CEP
Cimento
CEPA
Cimento
CEPAC
7 dias
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
30 dias
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
90 dias
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
3
animais
6
amostras
4.2 MÉTODO
Após a pesagem e anestesia dos animais foi realizada a tricotomia na região dorsal dos
mesmos, com a utilização de lâminas de barbear e máquina para eliminação de pelos.
Posteriormente foi realizada anti-sepsia com iodo a 5% em álcool 95% e éter 5% em álcool
46
70%. Os procedimentos foram realizados em ambiente asséptico e com todos os materiais
cirúrgicos autoclavados (Figura 10).
Os cimentos foram manipulados e introduzidos no interior dos tubos de polietileno
com o auxílio de uma seringa centrix (DFL, Rio de Janeiro, RJ, BR).
Na linha média do animal, eqüidistante da inserção da cauda e da cabeça, foi realizada
uma incisão de aproximadamente 8 mm de comprimento utilizando-se lâmina de bisturi nº 15
adaptada a um cabo de bisturi. Com o auxílio de uma tesoura de ponta romba, o tecido
subcutâneo foi divulsionado lateralmente, formando duas lojas cirúrgicas com
aproximadamente 18 mm de profundidade. Em seguida, cada tubo de polietileno, preenchido
com um dos cimentos, foi inserido até atingir toda a profundidade da loja. Cuidado extremo
foi tomado para não perfurar ou dilacerar os tecidos. Assim obteve-se duas lojas cirúrgicas,
uma de cada lado da incisão. Tomou-se o cuidado de realizar os implantes não paralelos à
linha de incisão, no sentido de evitar a sua expulsão ou mobilidade (Figuras 11 e 12).
Cada rato recebeu dois corpos-de-prova, um do lado direito e um do lado esquerdo,
obedecendo a uma ordem previamente estabelecida e anotada numa ficha própria. Em
seguida, as margens da incisão foram suturadas com fio de sutura montado 4-0 (JOHNSON &
JOHNSON, Sorocaba, SP, BR).
Depois da implantação e sutura, os animais foram colocados em gaiolas previamente
demarcadas e acompanhados até que se recuperassem da anestesia e posteriormente foram
observados diariamente para verificação do comportamento com finalidade de evitar
ocorrências que pudessem comprometer o experimento durante todos os períodos de
observação (7, 30 e 90 dias).
4.2.1 Sacrifício dos Animais e Remoção dos Tecidos
Decorridos os períodos experimentais, os animais foram novamente anestesiados, e
depilados em sua região dorsal, procedendo a limpeza da área com gazes úmidas com solução
de iodo a 5% em álcool 95% e éter 5% em álcool 70%. A seguir, os animais foram
sacrificados utilizando para tanto o método de asfixia por éter. A seguir, procedeu-se a
localização dos corpos-de-prova através de palpação, sendo a área de implante dissecada,
abrangendo suficiente tecido normal adjacente (Figuras 13 e 14). As amostras contendo os
tubos e tecidos adjacentes foram fixados em solução de formol a 10% tamponado, e
acondicionados em frascos unitários, com devida identificação do cimento, bem como do
período de observação e da data de sacrifício.
47
FIGURA 1 Cimento Ketac Cem Easy Mix
FIGURA 2 Cimento Rely X ARC
FIGURA 3 Unidade fotopolimerizadora
Optilight 600 e radiômetro Gnatus
FIGURA 4 Cimento Rely X UNICEM
48
FIGURA 5 Cimento Fosfato de zinco –
SSWhite
FIGURA 6
Cimento CEP
FIGURA 7 Cimento CEPA
FIGURA 8 Cimento CEPAC
49
FIGURA 9 Tubos de polietileno
FIGURA 10
Mesa clínica
50
FIGURA 11 Incisão dorsal após tricotomia
FIGURA 12 Inserção do tubo de polietileno
FIGURA 13 Excisão do tubo de
polietileno
FIGURA 14 Peça excisada
51
4.2.2 Processamento Laboratorial
As peças foram imersas em formol 10% por 48 horas. Em seguida, foram processadas
para inclusão em parafina. Os blocos de parafina foram orientados paralelamente ao longo eixo
axial dos tubos. Secções seriadas de 6 micrômetros foram, então, obtidas transversalmente dos
tubos em cada uma de suas extremidades e coradas com hematoxilina e eosina (H/E). Os cortes
foram devidamente analisados no microscópio óptico.
As reações celulares e teciduais, a presença e a espessura da psula fibrosa adjacente ao
material implantado, a presença de infiltrado inflamatório, de células gigantes multinucleadas
inflamatórias, as alterações vasculares e a formação de tecido de granulação foram descritas.
Alguns dos eventos microscópicos relatados foram graduados, subjetivamente em:
1) A cápsula fibrosa em:
(1) fina
(2) espessa
2) O tecido de granulação em:
(1) jovem
(2) maduro
3) A fibrose em:
(1) organizado
(2) desorganizado
De acordo com a intensidade e o tipo de leucócitos presentes próximos aos materiais
examinados, indicou-se a graduação do infiltrado inflamatório:
1) Infiltrado inflamatório mononuclear em:
52
(1) leve
(2) moderado
(3) intenso
Vasodilatação e hiperemia em:
(1) leve
(2) moderado
(3) intenso
E o Edema:
(1) leve
(2) moderado
(3) intenso
De acordo com Souza et al.(2006), os materiais experimentais foram considerados como
biocompatíveis se a intensidade da reação inflamatória do tecido conjuntivo diminuir com o
tempo. Conseqüentemente, após a avaliação microscópica dos espécimes por um período de 90
dias, os materiais em estudo foram considerados:
(1) Biocompatível, quando a amostra, apresentar uma fina camada de cápsula fibrosa ao
redor do tubo, ausência de reação inflamatória, inexistência de macrófagos, bem
como, de células gigantes multinucleadas inflamatórias.
(2) Não-biocompatível quando ocorrer uma persistente reação inflamatória, reação esta,
diretamente relacionada a macrófagos e lulas gigantes e, o desenvolvimento de uma
espessa cápsula fibrosa.
Os valores obtidos pela análise microscópica foram anotados em uma tabela
própria e foram submetidos à análise estatística Kruskal-Wallis complementada
pelo teste Mann-Whitney, considerando o nível de significância de 5%.
53
5 RESULTADOS
Os resultados serão apresentados por meio da descrição microscópica conjunta das lâminas
analisadas para cada grupo e para cada período experimental. A seguir os fenômenos serão
ilustrados por meio de fotomicrografias, permitindo uma melhor compreensão e comparação dos
fenômenos relatados.
As tabelas a seguir demostram os fenômenos analisados, considerando:
Cápsula com espessura: 1 = fina e 2 = espessa;
Tecido de granulação: 1 = jovem e 2 = maduro;
Fibrose com fibras colágenas: 1 = organizadas e 2 = desorganizadas;
Infiltrado inflamatório mononuclear (MN): 1= leve, 2 = moderado e 3 = intenso;
Vasos sanguíneos dilatados e hiperêmicos: 1= leve, 2 = moderado e 3 = intenso;
Edema: 1= leve, 2 = moderado e 3 = intenso.
54
QUADRO 3 Período de 7 dias
7 dias
GRUPOS
Controle
(n = 6)
Rely
X
(n =
6)
Fosfato de
zinco
(n = 6)
Ketac
Cem
(n =
6)
UNICEM
(n = 6)
Cimento
CEPA
(n = 6)
Cimento
CEP
(n = 6)
Cimento
CEPAC
(n = 6)
CÁPSULA FIBROSA
Fina 6 6 6 6 6 6 6 6
Espessa 0 0 0 0 0 0 0 0
TECIDO DE GRANULAÇÃO
Jovem 6 6 6 6 6 6 6 6
Maduro 0 0 0 0 0 0 0 0
FIBROSE
Organizada 6 6 6 6 6 6 6 6
Desorganizada 0 0 0 0 0 0 0 0
INFILTRADO INFLAMATÓRIO/MN
Leve 0 0 0 0 0 0 0 0
Moderado 4 2 2 4 4 2 2 5
Intenso 2 4 4 2 2 4 4 1
VASODILATAÇÃO E HIPEREMIA
Leve 4 0 0 2 2 3 3 3
Moderado 2 6 6 4 4 3 3 3
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
EDEMA
Leve 4 0 0 0 0 2 2 2
Moderado 2 6 6 6 6 4 4 4
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
55
QUADRO 4 Período de 30 dias
30 dias
GRUPOS
Controle
(n = 6)
Rely
X
(n =
6)
Fosfato
de
zinco
(n = 6)
Ketac
Cem
(n =
6)
UNICEM
(n = 6)
Cimento
CEPA
(n = 6)
Cimento
CEP
(n = 6)
Cimento
CEPAC
(n = 6)
CÁPSULA FIBROSA
Fina 4 2 2 4 4 2 2 2
Espessa 2 4 4 2 2 4 4 4
TECIDO DE GRANULAÇÃO
Jovem 0 2 4 2 3 2 2 2
Maduro 6 4 2 4 3 4 4 4
FIBROSE
Organizada 2 4 4 2 2 2 2 1
Desorganizada 4 2 2 4 4 4 4 5
INFILTRADO INFLAMATÓRIO/MN
Leve 6 2 0 2 2 4 4 3
Moderado 0 4 6 4 4 2 2 3
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
VASODILATAÇÃO E HIPEREMIA
Leve 6 6 5 5 5 4 4 4
Moderado 0 0 1 1 1 2 2 2
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
EDEMA
Leve 6 4 2 4 4 4 4 4
Moderado 0 2 4 2 2 2 2 2
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
56
QUADRO 5 Período de 90 dias
90 dias
GRUPOS
Controle
(n = 6)
Rely X
(n = 6)
Fosfato
de
zinco
(n = 6)
Ketac
(n =
6)
UNICEM
(n = 6)
Cimento
CEPA
(n = 6)
Cimento
CEP
(n = 6)
Cimento
CEPAC
(n = 6)
CÁPSULA FIBROSA
Fina 4 1 1 2 2 0 0 1
Espessa 2 5 5 4 4 6 6 5
TECIDO DE GRANULAÇÃO
Jovem 0 0 0 0 1 0 0 0
Maduro 6 6 6 6 5 6 6 6
FIBROSE
Organizada 4 4 3 4 3 4 4 3
Desorganizada 2 2 3 2 3 2 2 3
INFILTRADO INFLAMATÓRIO/MN
Leve 6 6 6 6 6 6 6 6
Moderado 0 0 0 0 0 0 0 0
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
VASODILATAÇÃO E HIPEREMIA
Leve 6 6 6 6 6 6 6 6
Moderado 0 0 0 0 0 0 0 0
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
EDEMA
Leve 6 6 6 6 6 6 6 6
Moderado 0 0 0 0 0 0 0 0
Intenso 0 0 0 0 0 0 0 0
57
FIGURA 15 Nota-se, no corte microscópico corado com H/E, a área (A) referente ao tubo de
polietileno inserido no subcutâneo dos animais e cortado transversalmente na macroscopia após 30
dias. Em redor dessa área nota-se a região (R) onde ocorreram os fenômenos inflamatórios e de cura
que foram analisados neste trabalho. Grupo controle. Objetiva de 2,5x.
FIGURA 16 Nota-se, no corte microscópico corado com HE, a região em redor da área (A)
referente ao tubo de polietileno após 7 dias. Destaca-se o tecido de granulação jovem, celularizado,
com vasos sanguíneos dilatados e hiperêmicos (VS), infiltrado inflamatório MN (ii), e áreas de
edema (E). Cimento Rely X ARC. Objetiva de 20x.
A
R
A
VS
ii
E
58
FIGURA 17 Nota-se, no corte microscópico corado com HE, a região em redor da área (A)
referente ao tubo de polietileno após 30 dias com formação de inicial de cápsula fibrosa espessa com
alguns vasos sangüíneos calibrosos (VS), discreta celularidade, discreto infiltrado inflamatório MN e
formação desorganizada de fibras colágenas (FC). Cimento CEP. Objetiva de 20x.
FIGURA 18 Nota-se, no corte microscópico corado com HE, a região em redor da área (A)
referente ao tubo de polietileno após 90 dias com formação inicial de cápsula fibrosa espessa com
poucos vasos sanguíneos (VS), discreta celularidade, discreto infiltrado inflamatório e formação
organizada de fibras colágenas (FC). Cimento Ketac Cem Easy Mix. Objetiva de 20x.
A
VS
FC
A
VS
FC
59
FIGURA 19 Nota-se, no corte microscópico corado com HE, a região em redor da área (A)
referente ao tubo de polietileno com formação de cápsula fibrosa (CF) fina e organizada, com
poucos vasos sangüíneos, moderada celularidade e com discreto infiltrado inflamatório MN após 90
dias. Grupo controle. Objetiva de 20x.
CF
A
60
TABELA 1 Controle, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância (p).
CONTROLE
7 dias 30 dias 90 dias p
Cápsula fibrosa
A A A = 0,297
Tecido de granulação
A B B < 0,001
Fibrose
A AB B = 0,033
Infiltrado inflamatório/MN
A B B < 0,01
Vasodilatação e hiperemia
A A A = 0,119
Edema
A A A = 0,119
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 2 RELY X ARC, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância (p).
RELY X ARC
7 dias 30 dias 90 dias p
Cápsula fibrosa
A AB BC = 0,012
Tecido de granulação
A AB BC = 0,003
Fibrose
A A A = 0,297
Infiltrado inflamatório/MN
A B BC = 0,001
Vasodilatação e hiperemia
A B B < 0,001
Edema
A AB B = 0,003
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 3 Fosfato de zinco, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância
(p).
Fosfato de zinco
7 dias 30 dias 90 dias p
Cápsula fibrosa
A AB B = 0,012
Tecido de granulação
A AB B = 0,003
Fibrose
A A A = 0,160
Infiltrado inflamatório/MN
A AB C < 0,001
Vasodilatação e hiperemia
A B BC = 0,001
Edema
A AB B = 0,003
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
61
TABELA 4 Ketac Cem Easy Mix, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de
significância (p).
Ketac Cem Easy Mix
7 dias 30 dias 90 dias p
Cápsula fibrosa
A A A = 0,059
Tecido de granulação
A AB B = 0,003
Fibrose
A A A = 0,059
Infiltrado inflamatório/MN
A AB B < 0,003
Vasodilatação e hiperemia
A AB B = 0,033
Edema
A AB B = 0,003
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 5 RELY X UNICEM, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância
(p).
RELY X UNICEM
7 dias 30 dias 90 dias p
Cápsula fibrosa
A A A = 0,059
Tecido de granulação
A AB B = 0,003
Fibrose
A A A = 0,059
Infiltrado inflamatório/MN
A AB B < 0,003
Vasodilatação e hiperemia
A AB B = 0,033
Edema
A AB B = 0,003
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 6 CEPA, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância (p).
CEPA
7 dias 30 dias 90 dias p
Cápsula fibrosa
A AB B = 0,003
Tecido de granulação
A AB B = 0,003
Fibrose
A A A = 0,059
Infiltrado inflamatório/MN
A B B < 0,003
Vasodilatação e hiperemia
A AB B = 0,033
Edema
A AB B = 0,003
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
62
TABELA 7 CEP, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância (p).
CEP
7 dias 30 dias 90 dias P
Cápsula fibrosa
A AB B = 0,003
Tecido de granulação
A AB B = 0,003
Fibrose
A A A = 0,059
Infiltrado inflamatório/MN
A B B = 0,001
Vasodilatação e hiperemia
A A A = 0,160
Edema
A A A = 0,059
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 8 CEPAC, eventos histológicos, períodos de avaliação e nível de significância (p).
CEPAC
7 dias 30 dias 90 dias P
Cápsula fibrosa
A AB B = 0,012
Tecido de granulação
A AB B = 0,003
Fibrose
A AB B = 0,028
Infiltrado inflamatório/MN
A AB B = 0,007
Vasodilatação e hiperemia
A A A = 0,160
Edema
A A A = 0,059
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 9 Período de 7 dias, eventos histológicos, cimentos e nível de significância (p).
7 DIAS
Con-
trole
Rely X
ARC
Fosfato
zinco
Ketac
cem
Rely
X
UNI
CEM
CEP
A
CEP CEP
AC
P
Cápsula fibrosa
A A A A A A A A =1,00
Tecido de
granulação
A A A A A A A A =1,00
Fibrose
A A A A A A A A =1,00
Infiltrado
inflamatório/MN
A A A A A A A A =0,417
Vasodilatação e
hiperemia
A A A A A A A A =0,156
Edema
A B B B B AB AB AB =0,032
63
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 10 Período de 30 dias, eventos histológicos, cimentos e nível de significância (p).
30 DIAS
Con-
trole
Rely
X
ARC
Fosfato
zinco
Ketac
cem
Rely
X
UNI
CEM
CEP
A
CEP CEP
AC
p
Cápsula fibrosa
A A A A A A A A =0,668
Tecido de
granulação
A A A A A A A A =0,813
Fibrose
A A A A A A A A =0,614
Infiltrado
inflamatório/MN
A A B A A A A A =0,049
Vasodilatação e
hiperemia
A A A A A A A A =0,633
Edema
A A A A A A A A =0,554
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
TABELA 11 Período de 90 dias, eventos histológicos, cimentos e nível de significância (p).
90 DIAS
Con-
trole
Rely
X
ARC
Fosfato
zinco
Ketac
cem
Rely
X
UNI
CEM
CEPA
CEP
CEPAC
p
Cápsula fibrosa
A A A A A A A A =0,140
Tecido de
granulação
A A A A A A A A =0,429
Fibrose
A A A A A A A A =0,977
Infiltrado
inflamatório/MN
A A B A A A A A =1,00
Vasodilatação e
hiperemia
A A A A A A A A =1,00
Edema
A A A A A A A A =1,00
Médias na mesma linha seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si. Kruskal-
Wallis e Mann-Whitney 5%
64
6 DISCUSSÃO
A evolução da odontologia estética está relacionada não apenas à busca incessante dos
cirurgiões-dentistas pela excelência de seus procedimentos clínicos, mas também à pressão
exercida pelo mercado odontológico e pelos próprios pacientes, os quais se tornam a cada dia
mais exigentes. Essa evolução da odontologia estética pode ser claramente comprovada por meio
das modernas e diferentes técnicas de confecção e tipos de porcelana, bem como pela introdução
de novos materiais à base de resina, dentre os quais se enquadram os cimentos resinosos.
Todavia, alguns passos clínicos básicos recomendados durante determinado procedimento
restaurador são abandonados ou esquecidos, em detrimento de excelentes resultados estéticos
associados à redução do tempo de trabalho clínico. Da mesma maneira que evolui a tecnologia
para a busca do sorriso perfeito, também aumentam, assustadoramente, os traumas e danos ao
complexo dentino-pulpar, os quais são caracterizados desde uma simples sensibilidade dentinária
até situações mais graves, como lesão e degeneração do tecido pulpar (COSTA, 2006a).
Os cimentos odontológicos devem apresentar, além da biocompatibilidade, propriedades
físico-químicas como dulo de elasticidade semelhante à dentina, adesão química e/ou
micromecânica à dentina, atividade antibacteriana, resistência mecânica às forças oclusais,
copolimerização com o material restaurador à base de resina e baixa solubilidade (COSTA,
2006a).
De acordo com as categorias nas quais os materiais dentários são classificados, diferentes
protocolos de pesquisa devem ser desenvolvidos, a fim de avaliar e determinar os
comportamentos biológicos, e suas possíveis indicações para uso clínico. Para um cimento
odontológico obter sucesso clinicamente, todo o sistema deve ser biocompatível. Por isto, devem
ser recomendados testes para avaliar a biocompatibilidade. Estes testes avaliam de maneira
preliminar um determinado material dentário, caracterizando seu perfil de toxicidade em um
sistema biológico específico. Materiais odontológicos implantados no conjuntivo subcutâneo
dorsal de ratos devem apresentar resposta tecidual muito semelhante àquela observada quando o
mesmo material é aplicado em polpas de dentes humanos mecanicamente expostas (COSTA,
2001).
Vários trabalhos avaliaram a biocompatibilidade de materiais odontológicos em animais
de laboratório e em seres humanos (GOLIN, TAVARES, CUNHA, 1992; COSTA et al., 1994;
COSTA et al., 1997a, 1997b, 1997c; GOMES; RIBEIRO, NOGUEIRA, 1996; SANTOS,
BARBOSA, 1998; AKIMOTO et al., 1998; HEBLING, COSTA, GIRO, 1999; CORTÉS,
GARCÍA, BARNABÉ, 2000; IVÁNYI et al., 2000; MEDEIROS, HOLLAND, 2000; ONUR,
65
2000; DEMARCO et al., 2001; COSTA, TEIXEIRA, NASCIMENTO, 2002; SANTIAGO, 2002;
MUNSSEL et al., 2003; NAGEM-FILHO, 2003; COSTA, HEBLING, RANDALL, 2006,
MOYSÉS et al., 2006; MOYSÉS et al., 2006; MACHADO et al., 2007). Entretanto, existem
divergências nos resultados encontrados quanto à biocompatibilidade. Vale ressaltar que na
maioria das vezes não se podem comparar os resultados, entre os trabalhos, devido a diferenças
metodológicas.
Torneck (1966) foi o primeiro pesquisador a introduzir os tubos de polietileno em
pesquisas de implantação subcutânea. Desde então, o teste de implantação de tubos contendo
materiais odontológicos em tecido subcutâneo de ratos se tornou clássico, e encontra-se uma
enorme gama destes trabalhos na literatura (OLSSON, SLIWKOWSKI, LANGELAND, 1981;
GOLIN, TAVARES, CUNHA, 1992; COSTA et al., 1994; GOMES, RIBEIRO, NOGUEIRA,
1996; COSTA et al., 1996; COSTA; HEBLING, TEIXEIRA, 1997b; COSTA, GONZAGA,
TEIXEIRA, 1997a; COSTA et al., 1997c; COSTA et al., 1999; COSTA et al., 2000; TEIXEIRA
et al., 2006; NOGUEIRA JÚNIOR, 2001; MUSSEL, 2003; NAGEM-FILHO, 2003;
BORTOLUZZI, 2005; MORAES, 2006; SOUZA et al, 2006).
Segundo a ADA (1982) e a ISO (1997) a implantação de medicamentos em tecido
subcutâneo de animais é classificada como teste secundário, necessitando, o material, passar
antes por testes primários como, por exemplo, citotoxicidade, testes em cultura de células, etc e
vários trabalhos são encontrados na literatura (COSTA et al., 2003a; VAJRABHAYA,
PASASUK, HARNIRATTISAI, 2003; ARANHA et al., 2006; COIMBRA et al., 2006;
RIBEIRO, MARQUES, SALVADORI, 2006). Todavia, os testes de citotoxicidade apresentam
limitações que não permitem correlacionar os resultados, diretamente, com situações clínicas
(COSTA, 2001).
Em 2001, Costa elegeu o teste de implantação de materiais em tecido conjuntivo
subcutâneo como a metodologia de nível dois, adequada para avaliar a biocompatibilidade em
ratos, descrevendo as seguintes vantagens que este oferece: 1) uso de limitada área para a
manutenção dos animais; 2) facilidade de limpeza e higienização da área reservada à manutenção
dos animais no pós-operatório; 3) metodologia de execução relativamente simples, possibilitando
o trabalho em vários animais em curto período de tempo; 4) como esta metodologia não envolve
tecido calcificado, não necessidade de descalcificação dos espécimes, o que acelera o
processamento laboratorial; 5) a metodologia oferece a possibilidade de comparar a resposta
tecidual num mesmo animal, para diversos materiais experimentais implantados, inclusive os
66
materiais usados como controle; 6) o custo para o desenvolvimento da metodologia de
implantação é relativamente baixo.
O modelo animal experimental utilizado neste estudo foi o rato de laboratório Rattus
Novergicus. Segundo Jacob et al. (1995) o rato de laboratório Rattus Novergicus é um dos
animais experimentais mais comumente utilizados, sendo o modelo que melhor representa o
funcionamento do sistema mamífero. O rato serve como modelo para a análise de um grande
número de importantes especialidades biomédicas, tais como as doenças cardiovasculares,
desordens metabólicas, neurológicas, estudos neurocomportamentais, transplante de órgãos,
doenças auto-imunes, susceptibilidade ao câncer e doenças renais. Ele oferece um modelo único,
com grandes vantagens para simular as doenças humanas, assim, possibilitando o
desenvolvimento de novos agentes terapêuticos, como também o estudo das respostas aos agentes
do meio ambiente. O tamanho do rato de laboratório, em contraste com os outros animais
experimentais normalmente empregados, faz dele o modelo ideal para seguras experimentações
fisiológicas.
A reprodução do rato em laboratório permite a eliminação de fatores individuais, como a
deficiência imune, ou de portarem alguma doença, além de facilitar a obtenção do número de
amostras necessárias. O rato, por ter um metabolismo mais acelerado, permite a obtenção de
resultados num curto período de tempo (RODRIGUES SOSA, 2004). Para o presente estudo
foram selecionados ratos machos (200 a 300 gramas), sendo padronizados quanto à saúde, idade
e peso (COSTA, 2001). Os animais tiveram a mesma origem, o Biotério da Universidade Vale do
Rio Verde/UNINCOR- MG.
Os cimentos do presente trabalho foram implantados imediatamente após sua
manipulação, de acordo com a indicação dos fabricantes. Os cimentos experimentais também
seguiram um protocolo durante sua preparação. O implante quando é inserido após seu preparo,
reflete as condições clínicas normais. No curso dos anos, muitas experiências foram realizadas
para avaliar os componentes químicos, a resistência adesiva, a solubilidade e a infiltração dos
agentes cimentantes (PRAKKI, CARVALHO, 2001), mas poucas foram para avaliar suas
propriedades biológicas, as quais são importantes para o sucesso de um procedimento
restaurador.
O processo inflamatório refere-se à reação do tecido vivo vascularizado a uma agressão
que cause morte e necrose celular, sendo imprescindível para o estabelecimento da cura. O
processo inicia-se com a liberação de mediadores químicos que estimulam receptores existentes
nas células endoteliais da microcirculação e nos leucócitos, causando vasodilatação, aumento da
67
permeabilidade vascular, exsudação de plasma, de macromoléculas sanguíneas e de leucócitos
para o interstício. Este início refere-se à denominada inflamação aguda e tem variação no tempo
de duração e na intensidade dos sinais e sintomas. Com a persistência e aumento da agressividade
do agente agressor, a tendência é a fase aguda se prolongar e ser bastante sintomática, sendo esta,
importante para alertar o indivíduo da anormalidade. Assim, quando as características da fase
aguda inexistem ou são brandas significam que o agressor tem baixa virulência ou que o mesmo
foi eliminado ou controlado pela inflamação. No período de 7 dias deste trabalho não foram
notadas alterações relevantes no processo inflamatório quanto a sua fase aguda, estando ausentes
os leucócitos polimorfonucleares e havendo moderado edema e alterações vasculares,
notadamente a vasodilatação e a hiperemia, além de um moderado a intenso infiltrado
inflamatório com leucócitos mononucleares. As alterações notadas parecem se referir mais ao
trauma cirúrgico do que à presença dos materiais experimentais, apesar de o edema nos grupos
cimentos Rely X ARC, fosfato de zinco, Ketac Cem Easy Mix e Rely X UNICEM ter sido mais
acentuado que no grupo controle. O mesmo foi observado quanto à vasodilatação e a hiperemia,
em que os grupos Rely X ARC e fosfato de zinco apresentaram maior intensidade em relação aos
demais grupos. Estatisticamente pôde-se constatar que o edema mostrou diferença entre o grupo
controle e os cimentos Rely X ARC, fosfato de zinco, Ketac Cem Easy Mix e Rely X UNICEM,
coincidindo com a interpretação subjetiva do examinador. Nos eventos vasodilatação e
hiperemia, apesar de não apresentarem diferença estatística (P = 0,15), os cimentos Rely X ARC
e fosfato de zinco apresentaram diferenças subjetivas quando comparados aos demais cimentos.
O processo de cura pode ocorrer por regeneração ou por reparação; no primeiro ocorre a
completa restituição dos tecidos destruídos sem alterações estruturais e funcionais. Na reparação
ou cicatrização ocorre a formação de um tecido de granulação seguido por um tecido conjuntivo
neoformado e alterações estruturais e funcionais, muitas vezes imperceptíveis ou de pequeno
comprometimento. No presente trabalho, no período de 7 dias, predominou um tecido de
granulação jovem, bastante vascularizado e celularizado, com macrófagos e fibrócitos
envolvendo a ferida cirúrgica e o material implantado, constituindo uma cápsula
predominantemente fina e com discretas fibras colágenas pequenas e dispostas
desorganizadamente.
No período de 30 dias, os principais fenômenos inflamatórios, tais como vasodilatação,
hiperemia, edema e infiltrado inflamatório mostraram-se predominantemente discretos, algumas
vezes moderados, sugerindo uma baixa agressividade dos materiais implantados no subcutâneo
dos animais dentro do tubo de polietileno. Esses materiais demonstraram, assim, não possuir
68
características de incompatibilidade biológica, pela análise microscópica realizada neste estudo,
apesar de ser notada discreta diferença quanto ao infiltrado inflamatório entre os grupos controle
e o cimento de fosfato de zinco, confirmado estatisticamente. Neste período e no subseqüente, de
90 dias, se destaca o fibrosamento em redor do material implantado, pois o mesmo não poderia
ser fagocitado devido ao seu tamanho e por não liberar micropartículas, justificando a ausência de
células gigantes multinucleadas inflamatórias e o fibrosamento, na tentativa de isolar o agressor.
Aos 90 dias o processo inflamatório foi bastante discreto e a cápsula foi tipicamente espessa, com
discreta diferença na espessura para os grupos Rely X ARC e fosfato de zinco. Na análise
microscópica subjetiva dos períodos de 30 e 90 dias não foi constatada diferença significativa ou
relevante entre os diversos materiais e entre estes e o grupo controle. Na análise estatística, o
evento histológico infiltrado inflamatório, no período de 30 dias, apresentou diferença estatística
significativa entre o grupo controle e o cimento de fosfato de zinco. no período de 90 dias os
cimentos experimentais, Rely X ARC e fosfato de zinco apesar de não apresentarem diferenças
estatísticas (P = 0,14) demonstraram pequenas diferenças subjetivas quanto à cápsula fibrosa em
relação aos demais grupos.
Quando foram analisados comparativamente os períodos 7, 30 e 90 dias, através da
análise estatística, ficou caracterizado uma diferença, sendo os cimentos Rely X ARC e fosfato
de zinco os que apresentaram as maiores diferenças. Esta constatação sugere que, ao final de um
período longo, de 90 dias, todos os materiais se equivaleram ou não comprometeram severamente
os tecidos envolvidos. Porém aos 7 dias houve maior agressividade dos cimentos Rely X ARC e
fosfato de zinco o que poderá ser comprometido se os tecidos envolvidos apresentarem alguma
alteração local, como por exemplo, menor celularidade e vascularização, comuns em polpas
dentárias envelhecidas. Portanto, esta observação é importante na escolha do material, ou seja,
deve-se optar pelo que cause menor agressão, proporcionando melhor resposta do tecido, mesmo
que suas condições ideais estejam comprometidas.
No presente trabalho foram utilizados sete tipos de cimentos sendo o fosfato de zinco,
introduzido no ano de 1878, o mais antigo e popular e, ainda hoje, é o mais utilizado na
cimentação de coroas, visto que apresenta baixo custo, facilidade de trabalho e boas propriedades
mecânicas, porém é um cimento crítico quanto à solubilização em meio bucal (CAMPOS , 1999).
Outro tipo de cimento utilizado foi o de ionômero de vidro convencional e o modificado por
resina composta. As primeiras experiências com ionômeros de vidro convencionais (WILSON,
KENT, 1971) mostraram que são menos irritantes que os cimentos de silicato para a polpa dental,
por apresentarem o ácido poliacrílico. Este é menos ácido que o ácido fosfórico do silicato e
69
também porque suas grandes moléculas possuem menor tendência em espalharem-se pelos tubos
dentinários. O estudo de Stanley (1992) relata que a resposta do tecido conjuntivo pulpar a este
material foi considerada suave, e, portanto, menos irritante do que aos cimentos de fosfato de
zinco e resinas compostas. Entretanto, no presente trabalho, não foi encontrado diferença
estatística entre os cimentos Ketac Cem Easy Mix, fosfato de zinco e Rely X ARC para os
eventos histológicos nos períodos de 7, 30 e 90 dias. Todavia, quando comparados com o grupo
controle, o grupo fosfato de zinco apresentou diferença estatística para o evento histológico
infiltrado inflamatório no período de 30 dias. no período de 7 dias os três cimentos (Ketac
Cem Easy Mix, fosfato de zinco e Rely X ARC) apresentaram diferenças estatísticas em relação
ao controle para o evento edema.
Ionômeros de vidro modificados por resina além de possuírem propriedades adesivas,
apresentam também liberação de flúor, biocompatibilidade, sinérese e absorção de água reduzida,
controle de tempo de trabalho devido aos componentes fotoquímicos, sendo considerados um dos
melhores materiais para a diminuição da microinfiltração (BIJELLA, BIJELLA, SILVA, 2001).
Costa et al. (1997c), avaliaram a biocompatibilidade de um compômero e revelaram que este
possui biocompatibilidade aceitável. Dados que corroboram com o trabalho recente de Souza et
al. (2006) que avaliaram a citotoxicidade e a biocompatibilidade de ionômeros de vidro
modificados por resina e concluíram a biocompatibilidade destes.
O Rely X UNICEM contém um novo metacrilato modificado por ácido fosfórico
multifuncional na sua composição, que permite um auto-condicionamento da estrutura dental,
sem a necessidade de um passo isolado de condicionamento ácido, tanto do dente quanto da
restauração e segundo De Munk et al. (2004) pode ser utilizado em cavidades profundas. Um
novo sistema iniciador permite um alto grau de conversão de polímero, conferindo
biocompatibilidade e baixa solubilidade (COSTA, HEBLING, RANDALL, 2006). Como
relatado pelo fabricante (Rely X UNICEM 3M ESPE), durante a reação de presa, que
estabelece a adesão química a hidroxiapatita, o pH do material eleva-se a um nível neutro. Pode-
se dizer que três características do Rely X UNICEM podem prevenir a hidrólise e a liberação de
componentes para se difundir através dos bulos dentinários: 1) reação química com a estrutura
dental, 2) baixa solubilidade, 3) mecanismo auto-neutralizante durante a reação de presa
(COSTA, HEBLING, RANDALL, 2006b).
Os resultados histológicos do cimento resinoso Rely X ARC podem ter ficado
mascarados, pois clinicamente antes do contato com a dentina e/ou esmalte utiliza-se o
condicionamento com ácido fosfórico, com uma concentração entre 32% e 37%, e adesivo
70
dentinário. Fica claro que o adesivo dentinário é o material que ficará em contato com a dentina.
Componentes resinosos dos adesivos dentinários são citotóxicos em culturas de células
(GEURTSEN et al., 1999) e quando em contato com superfície úmida, tal como a dentina, os
monômeros livres e não fotoativados podem ser liberados e difundir-se através dos túbulos
dentinários e alcançar o tecido pulpar (GERZINA, HUME, 1996) podendo causar inflamação
pulpar crônica e reabsorção dentária interna (COSTA et al., 2000). Tal comportamento dos
adesivos dentinários pôde ser constatado nos trabalhos de Moysés et al. (2006a), Moysés et al.
(2006b) e Machado et al. (2007) que na análise microscópica de implantes subcutâneos revelou
cavidade virtual preenchida parcialmente por corpos estranhos e infiltrado inflamatório, além de
edema e vasos sanguíneos e em redor da cavidade o processo inflamatório revelou-se ora agudo e
intenso, ora crônico com células gigantes multinucleadas, havendo variação entre os tipos de
adesivos testados e quanto ao grupo controle, como notado no período de sete dias em que a
inflamação mostrou-se moderada e crônica, no grupo controle, e aguda e intensa nos demais
sistemas adesivos avaliados, revelando a maior agressividade. Após 15 dias notou-se organização
de granulomas com células gigantes multinucleadas no grupo controle e nos adesivos observou-
se infiltrado inflamatório mais intenso, com focos de neutrófilos no interior e na margem da
cavidade, chamando a atenção para a permanência da agressividade dos adesivos. Aos 30 dias, o
grupo controle apresentou granulomas bem organizados juntos aos corpos de prova, enquanto os
adesivos testados mantiveram um processo inflamatório mais intenso.
Com relação aos cimentos experimentais usados neste trabalho de-se constatar pela
análise histológica um comportamento semelhante ao grupo controle, demonstrando ser
biocompatível. Entretanto, necessita ser avaliado em tecido pulpar e posteriormente, suas
características físico-químicas e mecânicas e só assim ser avaliado seu desempenho em situações
clínicas em longo prazo.
71
7 CONCLUSÃO
Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos parece lícito concluir
que:
1) Todos os cimentos foram biocompatíveis, apesar dos cimentos de fosfato de
zinco e Rely X ARC apresentarem uma maior agressividade notada
especialmente na análise microscópica subjetiva.
2) Os cimentos experimentais apresentaram comportamento biológico semelhante
ao grupo controle o que os credencia a terem pesquisas complementares para
posteriormente ser avaliado o seu desempenho clínico em longo prazo.
72
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ANEXO 2
Quadros com os escores dos eventos histológicos dos materiais avaliados nos períodos de 7, 30 e
90 dias.
CONTROLE 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 1
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
RELY X ARC 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 2 2
1 1 1 2 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
FOSFATO DE ZINCO 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 2 2
1 1 1 2 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
KETAC CEM EASY MIX 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 1 2
1 1 1 2 1 2
1 1 1 2 2 2
1 1 1 2 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
78
RELY X UNICEM 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
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CIMENTO CEPA 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 1
1 1 1 3 1 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
CIMENTO CEP 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 1
1 1 1 3 1 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
1 1 1 3 2 2
CIMENTO CEPAC 7 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 2
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1 1 1 2 2 2
1 1 1 3 2 2
CONTROLE 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 2 1 1 1 1
1 2 1 1 1 1
1 2 2 1 1 1
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2 2 2 1 1 1
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79
RELY X ARC 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1
2 2 1 2 1 1
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2 2 2 2 1 2
FOSFATO DE ZINCO 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 2 1 1
1 1 1 2 1 1
2 1 1 2 1 2
2 1 1 2 1 2
2 2 2 2 1 2
2 2 2 2 2 2
KETAC CEM EASY MIX 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1
1 2 2 2 1 1
1 2 2 2 1 1
2 2 2 2 1 2
2 2 2 2 2 2
RELY X UNICEM 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1
1 1 2 2 1 1
1 2 2 2 1 1
2 2 2 2 1 2
2 2 2 2 2 2
CIMENTO CEPA 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1
2 2 2 1 1 1
2 2 2 1 1 1
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2 2 2 2 2 2
80
CIMENTO CEP 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1
2 2 2 1 1 1
2 2 2 1 1 1
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CIMENTO CEPAC 30 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 1 1 1
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2 2 2 1 1 1
2 2 2 3 1 1
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CONTROLE 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 2 1 1 1 1
1 2 1 1 1 1
1 2 1 1 1 1
1 2 1 1 1 1
2 2 2 1 1 1
2 2 2 1 1 1
RELY X ARC 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 2 1 1 1 1
2 2 1 1 1 1
2 2 1 1 1 1
2 2 1 1 1 1
2 2 2 1 1 1
2 2 2 1 1 1
FOSFATO DE ZINCO 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 2 1 1 1 1
2 2 1 1 1 1
2 2 1 1 1 1
2 2 2 1 1 1
2 2 2 1 1 1
2 2 2 1 1 1
81
KETAC CEM EASY MIX 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 2 1 1 1 1
1 2 1 1 1 1
2 2 1 1 1 1
2 2 1 1 1 1
2 2 2 1 1 1
2 2 2 1 1 1
RELY X UNICEM 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
1 1 1 1 1 1
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2 2 2 1 1 1
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CIMENTO CEPA 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
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2 2 1 1 1 1
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2 2 2 1 1 1
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CIMENTO CEP 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
2 2 1 1 1 1
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CIMENTO CEPAC 90 dias
CAPSULA TEC. GRAN. FIBROSE MN
VASO
EDEMA
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