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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA DA UFPB-UFBA
DOUTORADO EM ESTOMATOLOGIA
AVALIAÇÃO DA AÇÃO DA QUITOSANA EM ORABASE NA REPARAÇÃO
TECIDUAL QUANDO ASSOCIADA OU NÃO AO LASER
VISÍVEL DE λ 660 NM
RICARDO A. S. GURGEL
João Pessoa
2008
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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA DA UFPB-UFBA
DOUTORADO EM ESTOMATOLOGIA
AVALIAÇÃO DA AÇÃO DA QUITOSANA EM ORABASE NA REPARAÇÃO
TECIDUAL QUANDO ASSOCIADA OU NÃO AO LASER
VISÍVEL DE λ 660 NM
RICARDO ALEXANDRE SOARES GURGEL
Orientadores: Profª. Drª. Tânia Lemos Coelho Rodrigues
Prof. Dr. Francisco de Assis Limeira Júnior
João Pessoa
2008
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Odontologia da Universidade Federal da Paraíba,
área de concentração em Estomatologia, para
obtenção do título de Doutor.
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3
DATA DA DEFESA: 12 de DEZEMBRO de 2008
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Profª. Drª.Tânia Lemos Coelho Rodrigues
Orientadora
_______________________________________
Prof. Dr. Riedel Frota
Examinador Externo
_______________________________________
Prof. Dr. José Rodrigues Laureno Filho
Examinador Externo
_______________________________________
Profª. Drª. Claudia Roberta Leite Vieira de Figueiredo
Examinadora Interna
_________________________________________
Prof. Dr. Fabiano Gonzaga Rodrigues
Examinador Interno
_________________________________________
Prof. Dr. José Ivo Queiroz do Amaral
Suplente
_________________________________________
Prof. Dr. Francisco de Assis Limeira Júnior
Suplente
4
Dedico este trabalho a memória de meu Pai Garibaldi
Gurgel, por estar sempre preocupado com minha educação
e apoiando meu crescimento na vida acadêmica e
profissional.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente a Deus por me proporcionar tantas vitórias, por
me dar forças para superar obsculos e discernimento nas horas difíceis.
A minha Mãe, Salet, pela preocupação com minha formão profissional
e pelos conselhos pertinentes.
Ao meu Irmão, Garibaldi Jr. e minha Cunhada, Idê, meus orientadores
desde a infância, sempre me guiaram pelo melhor caminho.
Ao meu sogro, Gil Braz e minha sogra, Iara meus fiéis torcedores, me
adotaram como filho e vibram a cada conquista.
A minha esposa, Giliara Carol, devo fazer um agradecimento especial
por ter sido minha companheira em todos os momentos, devo confessar que a
idéia para este trabalho partiu dela, mas isto ficaentre nós, espero que meu
amor por você possa compensar tudo que fez por mim.
Ao meu filho, Demétrio, a inocência e a doçura da infância que
transbordam de você, me revigoram todos os dias.
A minha cunhada Ysa, pela dedicação durante todo período
experimental, cumprindo com louvor todas as tarefas que foram delegadas no
laboratório.
Ao amigo Álvaro, companheiro de caminhada desde a especialização,
compartilhando momentos de incerteza, dificuldades e conquistas.
Aos amigos e colegas de Doutorado Allan, Denise, Karina, Luis,
Marcos e Monique.
A amiga Andréa Queiroga, por nos ajudar durante o período
experimental e pelas dicas diante as dificuldades técnicas da pesquisa.
6
Aos meus orientadores Profª.Drª. Tânia e Prof. Dr. Limeira amigos e
colegas de profissão, externo aqui minha gratidão pelo estimulo à pesquisa e a
docência.
Aos Coordenadores da s-Graduão, Prof. Dr. Ricardo Duarte, Prof.
Dr. Lino e Prof. Dr. Fabiano pela ajuda nas horas de dificuldade.
A Prof. Dr. Claudia Roberta, pela compreensão e dedicação em realizar
as análises histogicas, sempre nos ajudando a melhorar o nosso trabalho.
Ao Prof. Dr Emanuel, por permitir o processamento histotécnico no
Laboratório de Patologia Bucal da FOP-UPE.
Ao Prof. Dr. Frederico, do Laboratório de Microscopia do CCS, pela sua
dedicação em nos ajudar a fotografar as lâminas.
A Drª Célia da Farmácia de manipulação Dilecta, por ter colaborado com
a confeão dos fármacos utilizados durante a pesquisa.
A Armando, Catarina e Silvana, pela paciência e colaboração para
confeccionar nossas lâminas.
A Crispim responsável pelo Biotério do LTF, e todos os funcionários
envolvidos com os cuidados dos animais destinados a pesquisa.
A Fátima, ACD dedicada, ajudou no preparo do instrumental cirúrgico
para os experimentos.
Aos estagiários do LEA, Suênnya, Thiago, Carol, Lariane e em
especial o amigo Adelmo, pela contribuição durante o período experimental.
Enfim, agradeço a todos que colaboraram direta ou indiretamente com o
desenvolvimento deste trabalho, a todos vocês meu carinho e minha
admiração.
7
Se não morre o homem que escreve um livro ou planta
uma árvore, com mais razão não morre o educador,
que semeia a vida e escreve na alma”.
Bertold Brecht
8
RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido como objetivo de avaliar
macroscópicamente e morfológicamente os efeitos da quitosana em orabase
associada ou não ao laser de 660 nm, na reparação tecidual. Neste estudo
experimental foram utilizados 75 ratos, machos, da linhagem Wistar, divididos
aleatoriamente em 5 grupos: G1 (controle), G2 (orabase), G3 (orabase de
quitosana 2%), G4 (laser) e G5 (laser + quitosana em orabase à 2%). Foram
confeccionados feridas no dorso dos animais medindo em torno de 5 mm.
Foram obedecidos os periodos de observação e sacrifício com 3, 7 e 14 dias e
os resultaodos foram submetidos a análise estatística. A partir dos resultados
pode se concluir que: no período inicial da cicatrização, o uso da quitosana em
orabase associado Laserterapia promoveu, macroscopicamente, maior
contração da ferida e melhores padrões de cicatrização; O grupo tratado com
quitosana apresentou resultados semelhantes, ao grupo tratado com
Laserterapia, sobre o controle da inflamação, formação de crosta e
angiogênese, além de promover maior precocidade na reepitelização. O
tratamento com quitosana em orabase apresentou graus de colagenização
semelhantes à Laserterapia.
Descritores: Quitosana, Quitina, Laser, Reparo Tecidual.
9
ABSTRACT
The present work was developed as objective to evaluate macrocospically and
morphologically the effect of the chitosan in orabase, associated or not to the
660 nm laser in the tissue repair. In this experimental study were used 75 rats,
male, of the Wistar strain, randomly divided into 5 groups: G1 (control), G2
(orabase), G3 (orabase of chitosan 2%), G4 (laser) and G5 (laser + orabase of
chitosan 2%). They had been confectioned wounded in the back of the animals
measuring around 5 mm and had been obeyed to the periods of observation
and sacrifice with 3, 7 and 14. The results were subjected to statistical analysis.
From the results can be concluded that in the initial period of healing, the use of
chitosan in orabase associated laser promoted, macroscopically, greater
contraction of the wound and better standards of healing. The group treated
with chitosan showed similar results, as the group treated with Laser, about the
control of inflammation, formation of crust and angiogenesis, in addition to
promoting greater early in reepithelialization. Treatment with chitosan in
orabase showed levels of collagen similar to the laser.
Key Words: Chitosan, Quitin, Laser, tissue repair.
10
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1- Estrutura da Quitina e da Quitosana. 31
Fig. 2 – Acondicionamento dos Animais. 51
Fig. 3 – Acondicionamento dos Fármacos. 53
Fig. 4 – Mensuração da Massa Corporal dos Animais. 54
Fig. 5 – Aplicação dos Fármacos nas Feridas. 55
Fig. 6 – Contenção dos Animais. 55
Fig. 7 – Material para Aplicação dos Fármacos Sobre as Feridas. 56
Fig. 8 - Irradiação do Laser. 57
Fig. 9 – Remoção do espécime. 58
Fig. 10 Aferição do Diâmetro da Ferida com Paquímetro. 60
Fig. 11 Presença de halo hiperêmico e fundo sangrante (G1A). 65
Fig. 12 Aspecto da borda necrótica (G1A). 66
Fig.13 – Aspecto da ausência de borda necrótica (G3A) 67
Fig. 14 Presença da crosta (G4A) 67
Fig. 15 Ausência da crosta (G5C). 68
Fig. 16 Presença de crosta intensa, com 03 dias, em HE
(Escala de referência 100 µm).
72
Fig. 17 Presença de crosta intensa, com 03 dias, em HE
(Maior aumento, escala de referência 100 µm).
72
Fig. 18 Ausência de crosta, com 07 dias, em HE
(Escala de referência 100 µm).
73
Fig. 19 Presença intensa de células inflamatórias, na crosta, 03 dias,
em HE (Escala de referência 100 µm).
75
Fig. 20 Presença intensa de angiogênese, 03 dias, em HE
(Escala de referência 100 µm).
76
Fig. 21 Presença intensa de tecido de granulação, 03 dias, em HE
(Escala de referência 100 µm).
79
11
Fig. 22 Colagenização discreta, em TM, Grupo Controle com 03 dias
(Escala de referência 100 µm)
81
Fig. 23 Colagenização discreta, em TM, Grupo Controle com 07 dias
(Escala de referência 100 µm)
82
Fig. 24 Colagenização moderada, em TM, Grupo Controle com 14
dias (Escala de referência 100 µm)
82
Fig. 25 Colagenização discreta, em TM, Grupo Orabase com 03 dias
(Escala de referência 100 µm)
82
Fig. 26 Colagenização moderada, em TM, Grupo Orabase 07 dias
(Escala de referência 100 µm)
83
Fig. 27 Colagenização moderada, em TM, Grupo Orabase com 14
dias (Escala de referência 100 µm)
83
Fig. 28 Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Quitosana
com 03 dias (Escala de referência 100 µm)
83
Fig. 29 Colagenização moderada/intensa, em TM, Grupo Quitosana
com 07dias (Escala de referência 100 µm)
84
Fig. 30 Colagenização intensa, em TM, Grupo Quitosana com 14 dias
(Escala de referência 100 µm).
84
Fig. 31 Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Laser com
03 dias (Escala de referência 100 µm)
84
Fig. 32 Colagenização intensa, em TM, Grupo Laser com 07 dias
(Escala de referência 100 µm).
85
Fig. 33 Colagenização intensa, em TM, Grupo Laser com 14 dias
(Escala de referência 100 µm).
85
Fig. 34 Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Quitosana
e Laser com 03 dias (Escala de referência 100 µm).
85
Fig. 35 Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Quitosana
e Laser com 14 dias (Escala de referência 100 µm).
86
Fig. 36 Colagenização intensa, em TM, Grupo Quitosana e Laser
com 14 dias (Escala de referência 100 µm).
86
Fig. 37 Reepitelizão da Ferida, em HE, com 14 dias
(Escala de referência 100 µm).
87
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Avaliação da infecção segundo o grupo por período. 63
Tabela 2 – Avaliação do halo hiperêmico segundo o grupo por período. 64
Tabela 3 – Avaliação da borda necrótica segundo o grupo por período. 66
Tabela 4 – Avaliação da crosta segundo o grupo por período. 68
Tabela 5 – Avaliação do fundo sangrante segundo o grupo por período. 69
Tabela 6 – Avaliação da contração da ferida segundo o grupo por
p
eodo.
70
Tabela 7 – Avaliação da crosta segundo o grupo por período. 72
Tabela 8 – Avaliação da inflamação segundo o grupo por período. 74
Tabela 9 – Avaliação da angiogênese segundo o grupo por período. 76
Tabela 10 – Avaliação da angiogênese segundo o período por grupo. 77
Tabela 11 – Avaliação do tecido de granulação segundo o grupo por
período.
79
Tabela 12 – Avaliação do colagenizão segundo o grupo por período. 81
Tabela 13 – Avaliação da reepitelização segundo o período por grupo. 87
Tabela 14 – Avaliação da reepitelização segundo o grupo por período 88
13
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1Médias do percentual de contração de ferida segundo o tempo
de avaliação e o grupo.
70
14
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Divisão da amostra de acordo com os grupos. 51
Quadro 2 – Padronizão da Laserterapia nos subgrupos. 57
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ATP: Adenosina Trifosfato.
C3: Convertase.
Fig: Figura.
IL: Interleucina.
HE: Hematoxilina e Eosina.
LASER: Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (luz por
emissão estimulada de radiação).
LD 50: Dose letal, capaz de matar 50% dos animais testados.
LEA: Laboratório de Experimentação Animal.
LILT: Low Intensity Laser Therapy (Terapia a Laser de Baixa Intensidade).
LSD: Least significance diferences (Mínimo de Diferença Significante)
LTF: Laboratório de Tecnologia Farmacêutica.
MIP-1: Proteína Inflamatória do Macrófago.
PAF: Fator Ativador de Plaquetas.
PMN: Polimorfonucleares.
PVC: Poli Cloreto de Vinila.
SC: Sistema Complemento.
SPSS: Statistical Package for the Social Sciences (Pacote Estatítico para as
Ciências Sociais).
UFPB: Universidade Federal da Paraíba.
TM: Tricrômico de Masson.
TNF: Fator de Necrose Tumoral.
TGF: Fator de Crescimento Transformador
16
LISTA DE SÍMBOLOS
I: algarismo romano (um).
III: algarismo romano (três).
%: percentual.
: letra grega “alfa”.
: letra grega “beta”.
γ: letra grega “gama”.
λ: comprimento de onda.
cc: centímetro cúbico.
J: Joule.
J/cm
2
:Joule por centímetro quadrado.
J/m
2
: Joule por metro quadrado.
mm: milímetros.
µm: micra
nm: nanômetro.
pH: potencial de Hidrogênio.
s: unidade de tempo (segundo)
: marca registrada
W: Watts.
W/cm
2:
Watts por centímetro quadrado.
17
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 20
2 REVISÃO DA LITERATURA 24
2.1 Histórico 24
2.2 Reparação Tecidual 26
2.3 Quitosana e Suas Propriedades 31
2.4 Laser e Suas Propriedades 39
3 Proposição 48
3.1 Objetivo Geral 48
3.2 Objetivos Específicos 48
4 MATERIAIS ETODOS 50
4.1 Caracterização da Amostra.
50
4.2 Acondicionamento dos Animais 50
4.3 Divisão dos Grupos de Estudo 50
4.4 Identificação das Gaiolas e dos Animais 52
4.5 Obtenção da Orabase e da Quitosana 52
4.6 Anestesia 53
4.7 Tricotomia e Produção da Ferida Cutânea 54
4.8 Aplicação dos Fármacos nas Feridas 55
4.9 Irradiação da Luz Laser 56
4.10 Ciclo de Sacrifício dos Animais 57
18
4.11 Obtenção e Processamento Histotécnico dos Espécimes 58
4.12 Avaliação Macroscópica das Feridas 59
4.13 Avaliação Microscópicas das Feridas 60
4.14 Plano de Análise Estatística 61
4.15 Considerações Éticas 61
5 RESULTADOS 63
5.1 Avaliação Macroscópica 63
5.2 Avaliação Morfológica 71
6 DISCUSSÃO 90
7 CONCLUSÃO 103
REFERÊNCIAS 105
APÊNDICE 117
ANEXOS 119
19
INTRODUÇÃO
20
1. INTRODUÇÃO
1
Úlceras ou ulcerações são lesões fundamentais caracterizadas pela
perda da camada do tecido epitelial, o que torna o tecido conjuntivo subjacente
desprotegido e vulnerável às agressões do meio externo. Histologicamente
observa-se a ausência do tecido epitelial e o tecido conjuntivo exibe um intenso
infiltrado inflamatório que pode variar de agudo a crônico de acordo com o tipo
de célula encontrada (DRIESSEN, et al., 2003). Estas, segundo Silva, et al.
(2000) podem ser classificadas como agudas, recorrentes ou crônicas.
Existem vários fatores desencadeantes citados na literatura que
explicam a causa das úlceras: aspectos hereditários, psicossomáticos,
infecciosos, hormonais (menstruação, gravidez ou período pós-menopausa),
traumatismos, estresse, alergia alimentar, deficiências nutricionais (ferro,
vitamina B12 e ácido fólico), alterações hematológicas, e em casos de ex-
fumantes, pois com a suspensão do tabaco a mucosa apresenta-se mais
delgada e sensível, aumentando a freqüência de úlcera aftosa recorrente. A
hipótese que mais prevalece é da teoria do complexo auto-imune sendo a mais
significativa e aceita hoje. Contudo, por o ter uma uniformidade dos seus
efeitos na população, a etiologia ainda é desconhecida (BORDINI, et al., 2001).
1
Trabalho elaborado de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR
6023:2002 Referências; NBR 6024:2003 Numeração; NBR 6027:2003 Sumário; NBR: 6028:2003
Resumos; NBR 6032:1989 Abreviações; NBR 10520: 2002 Informação e Documentação - Apresentações
de citações e NBR 14724:2002 informações e documentação - Trabalhos acadêmicos.
21
Pacientes portadores de úlceras bucais sejam elas agudas ou crônicas,
de origem traumática ou sistêmica, apresentam quadro clínico doloroso, que
muitas vezes dificulta a ppria alimentação e, por vezes, a higienizão bucal.
Quando tecidos moles são escoriados e o tecido conjuntivo é exposto,
ocorre a formão de úlceras, tanto em pele quanto em mucosas, seguindo
uma seqüência específica de processos com o objetivo de reparar o tecido
lesionado (ALEMDAROGLU, et al., 2006).
No processo de reparação tecidual, a regeneração e a cicatrização
devem ser consideradas como eventos distintos, que agem em conjunto a fim
de restaurar a estrutura anatômica e a função da região afetada. Este
fenômeno envolve vários fatores e o desequilíbrio ou a ausência de compostos
(mediadores químicos, elementos figurados do sangue, matriz extracelular e
lulas parenquimatosas), principalmente os envolvidos na formação do
colágeno, compromete o resultado final da reparação (BLANES, 2004).
As tentativas do homem de intervir no processo de cicatrização de
feridas remontam desde a antiguidade. A quitosana vem sendo utilizada como
método alternativo para aceleração da reparação tecidual desde 1957. Devido
as suas propriedades biológicas, eficácia no tratamento de lesões ulceradas e
por ser economicamente viável, a quitosana vem conquistando cada vez mais
espaço na indústria farmacêutica, sendo utilizada das mais diferentes formas
(UENO, et al., 2001).
22
No mesmo sentido, o Laser vem despontando como uma importante
ferramenta de trabalho. A Laserterapia tem demonstrado em vários estudos
sua eficiência na cicatrização de úlceras cutâneas e mucosas, agindo na
síntese protéica do colágeno, auxiliando na remodelão e na diminuição da
sensação dolorosa das feridas (BOURGUIGNON-FILHO; et al., 2005).
Apesar de todas as vantagens encontradas no uso da quitosana e do
Laser, ambos são uma realidade ainda pouco conhecida pelos profissionais da
odontologia. Não existindo relatos ou experimentos da quitosana em orabase
ou de sua ação conjunta com a Laserterapia.
Buscamos através deste trabalho, verificar a presença de efeitos
precoces da ão da quitosana na forma de orabase e da Laserterapia de
baixa potência sobre os processos reparativos em lesões cutâneas produzidas
em ratos.
23
REVISÃO DE LITERATURA
24
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 HISTÓRICO
séculos o homem vem evoluindo no tratamento das feridas. Na pré-
hisria, rios agentes como extratos de plantas, água, neve, gelo, frutas e
lama eram aplicados sobre as feridas (ANDRADE,et al., 1999).
Na Mesopotâmia, elas eram lavadas com água ou leite, e o curativo era
realizado com mel ou resina. de carneiro, folhas e cascas de árvore eram
utilizadas para sua cobertura. Os egípcios perceberam que uma ferida fechada
cicatrizava mais rápido do que aberta, por isso, utilizavam tiras de pano para
manter unidas as margens da lesão. Hipócrates sugeria que as feridas
contusas fossem tratadas com calor e pomadas para promover a supuração,
remover material necrótico e reduzir a inflamação (BLANES, 2004).
No início da era cristã, Celsus preconizava o fechamento primário das
feridas recentes e desbridamento das contaminadas para posteriormente
poderem ser suturadas. Além disso, classificou os diferentes tipos de lesões de
pele e deu detalhes do tratamento de cada uma delas. A introdução das armas
de fogo nas guerras européias, no século XIV, levou ao surgimento de um novo
tipo de ferida de cura mais difícil, e Ambroise Paré, na Renascença reformulou
seu tratamento. O avanço da química trouxe a descoberta de compostos de
cloro e iodo, que foram utilizados para limpeza do material e da pele nos
séculos XVIII e XIX. Nos últimos anos, muito já foi descoberto sobre a fisiologia
25
do reparo tecidual e formão das cicatrizes, apesar disto, muitas pesquisas
continuam sendo realizadas em busca de novos fármacos, e da compreensão
de suas interações com os fenômenos moleculares na reparação tecidual
(BLANES, 2004).
A descoberta da quitina ocorreu em 1811, pelo francês Henri Braconnot,
inicialmente isolada em cogumelos e sendo denominada fungina. Em 1823,
Odier isolou um resíduo insolúvel de insetos, chamando-o de quitina, sendo
este nome derivado da palavra grega Chiton”, que significa carapaça ou capa
protetora. Em 1843, Payen verificou a presença de nitrogênio na composição
da quitina. Posteriormente, em 1859, a quitosana foi descoberta por Rouget,
através da ebulição de uma solução de hidróxido de potássio com quitina,
sendo a quitina a precursora da quitosana (SHAHID; ARACHCHI; JEVON,
1999).
o Laser, amplificação da luz por emissão estimulada de radiação,
originou-se da abreviação de Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation, cuja teoria é do físico Albert Einstein, que em seu artigo “Zur
Quantum Theories der Strahlung”, de 1917, exs os princípios sicos da
emissão estimulada (fenômeno Laser), sendo este classificado como de “alta
potência” (cirúrgico) e em “baixa potência” (terapêutico) (ORTIZ, 2001).
26
2.2 A REPARAÇÃO TECIDUAL
Ao longo dos anos, muito se tem pesquisado sobre o processo de
reparação das feridas, objetivando esclarecimentos sobre o processo de reparo
normal, bem como fatores que alteram este processo, sejam eles locais ou
sistêmicos (BLANES, 2004).
Danos tissulares de qualquer natureza, seja sica química ou biológica,
desencadeiam de imediato uma rie de eventos que de forma simplificada se
traduzem como rubor, tumor, calor e dor. Estes sinais resultam da ativação de
lulas nervosas, estromais, vasculares e circulatórias por estímulos físicos ou
por sinalização química feita por estruturas das células rompidas (porções da
membrana celular e organelas), fragmentos dos elementos inertes dos tecidos
(colágenos, elastinas, fibronectinas, e outros), proteínas séricas que
extravasam dos vasos rompidos e por ão de mediadores inflamatórios pré-
formados ou neo-sintetizados como, por exemplo, o (PAF) fator ativador de
plaquetas (BALBINO; PEREIRA L; CURI, 2005).
A reparação tecidual é um processo complexo e envolve vários
mecanismos, como: coagulação, inflamão, síntese e deposição de matriz,
angiogênese, epitelização, contração e remodelação (ALEMDAROGLU, et al.,
2006).
No processo de reparação, a regeneração e a cicatrizão de feridas
devem ser consideradas como eventos distintos. Na regeneração, a reposição
27
tecidual é realizada por meio de células do mesmo tipo das células perdidas no
momento da lesão, sendo assim, se houver pouca alteração no estroma, a
regeneração será completa. Na cicatrização, entretanto, o tecido lesado é
substituído por um tecido conjuntivo próprio que é a cicatriz (GUYTON, 1998).
A cicatrização compreende rias fases complexas interdependentes e
simultâneas. Na análise morfológica, identificam-se três fases consecutivas
onde ocorre um dinamismo com sobreposição entre elas. Estas fases podem
ser divididas didaticamente em três estágios importantes: inflamação,
proliferação e remodelação (ROBBINS, et al., 2005).
A coagulação sanguínea acontece imediatamente após o surgimento da
ferida, dependendo da atividade plaquetária e da cascata de coagulação.
Ocorre a liberação de substâncias vasoativas, proteínas adesivas, proteases e
fatores de crescimento, contribuindo para a fase seguinte. A formão do
coagulo além de coaptar as bordas da ferida, oferece matriz provisória em que
os fibroblastos, os queratinócitos e lulas endoteliais possam migrar e atuar
na ferida. A fase inflamatória depende de inúmeros mediadores químicos e das
lulas inflamatórias como leucitos, polimorfonucleares, macrófagos e
linfócitos. Essa fase varia de 3 a 5 dias, permanecendo os polimorfonucleares e
os macrófagos por 3 a 10 dias, fagocitando bactérias, removendo materiais
estranhos e facilitando a formação do tecido de granulação (BLANES, 2004).
A fase inflamatória se inicia imediatamente após a lesão, ocorrendo
vasoconstrição por 5 a 10 minutos. Essa vasoconstrição reflexa propicia o
28
fechamento dos vasos e favorece a hemostasia. Posteriormente, as células
endoteliais retraem-se e perdem suas conexões, aumentando a
permeabilidade, permitindo a passagem de elementos sanguíneos para a ferida
como plasma, eritrócitos e leucócitos, através do fenômeno de diapedese. A
vasodilatação com extravasamento para o exterior dos vasos forma um
exsudato causando calor, rubor e dor. Sua intensidade correlaciona-se com o
tipo e grau de agressão. Juntamente com todas essas alterações, que
correspondem a resposta vascular, existe uma resposta celular. São
importantes nesta fase os neutrófilos, responsáveis pela eliminação das
bactérias e tecidos desvitalizados e os monócitos que se transformam em
macrófagos e auxiliam na fagocitose. Após o trauma, o liberados mediadores
celulares que estimulam a elaboração de substâncias, promovendo o processo
inflamatório tais como: histamina, serotonina, bradicinina, prostaglandinas,
tromboxanos, linfocinas e interleucinas (GUYTON, 1998; STEENKAMP, et al.,
2004; PARK e BARBUL, 2004).
A fase proliferativa ou fibroplástica é responsável pelo fechamento da
ferida. Ocorre a reparação do tecido conjuntivo e do epitélio, formando o tecido
de granulação, que é composto por fibroblastos, que surgem por volta do
segundo e terceiro dia após o trauma, e vasos sanguíneos neoformados. O
fibrinogênio do exsudato inflamatório transforma-se em fibrina, forma uma rede,
onde os fibroblastos depositam-se e passam a multiplicar-se e a secretar os
componentes protéicos do tecido cicatricial. Concomitante a esta fibroplasia
ocorre intensa proliferação vascular. O tecido formado por fibroblastos,
substâncias e vasos denomina-se tecido de granulação, tem aspecto granuloso
29
e avermelhado. O miofibroblasto é uma lula que esta presente no tecido de
granulação e confere a capacidade contrátil, facilitando a epitelização
(RESENDE; PEREIRA; CASTRO, 2005).
A atividade mitótica do fibroblasto praticamente desaparece em torno do
15° dia, passando a secretar as proteínas presentes no tecido de granulação,
produzindo componentes da substância fundamental e colágeno. A substância
fundamental é composta por água, eletrólitos e glicosaminoglicanos, têm
aspecto semelhante a um gel e está distribuído entre as fibras do tecido
conjuntivo. A formação do epitélio é outro fenômeno que acontece na fase de
fibroplasia. A epitelização faz-se pelo aumento de tamanho e da migração de
lulas da camada basal da epiderme por sobre a área de reparação do tecido
conjuntivo subjacente (CARVALHO, et al., 2003).
A fase de maturação é caracterizada por eventos importantes:
deposição, agrupamento e remodelação do colágeno e regressão endotelial
(CARVALHO, et al., 2003).
A remodelação do colágeno inicia-se na formação do tecido de
granulação e persiste por meses após a reepitelização. As colagenases e
outras proteínas produzidas por macrófagos e lulas epidérmicas dão direção
correta às fibras colágenas difusas. Há diminuição de todos os elementos
celulares, inclusive fibroblastos. A regressão endotelial ocorre através da
diminuição progressiva dos vasos neoformados. A cicatriz torna-se menos
30
espessa passando de uma coloração rosada para esbranquiçada (GUYTON,
1998).
Alguns fatores inibem o processo de cicatrização, tais como infecção,
desnutrição, hipóxia tecidual, envelhecimento, radiação ionizante e
medicamentos, como quimioterápicos e glicocorticóides (WITTE;
BARBUL,1997).
31
2.3 A QUITOSANA E SUAS PROPRIEDADES
A quitosana é um polissacarídeo composto por unidades de ß (14)
glucosamina (2-amino-2-deoxi-D-glucose) e da N-acetil-D-glucosamina (2-
acetamino-2deoxi-D-glucose), que é obtida a partir da desacetilização da
quitina (UENO, et al., 1999). Este é o segundo polissacarídeo mais abundante
na natureza depois da celulose, sendo o principal componente do exoesqueleto
de crustáceos e insetos (SENEL e McCLURE, 2004; FREIER, et al., 2005),
podendo tamm estar naturalmente presente na parede celular de alguns
fungos, como aqueles pertencentes aos gêneros Mucor e Zygomicetes
(KAFETZOULOS; MARTINOV; BOURIOTIS, 1993).
Fig. 1- Estrutura da Quitina e da Quitosana (HÉLIO, et al., 2006)
A quitina pode ser encontrada de três formas: α, β e γ, que diferem no
arranjo de suas cadeias. A α encontrada principalmente em crustáceos insetos
e fungos, apresenta um arranjo alternado de cadeias paralelas e antiparalelas.
A ocorrência da forma β é menos comum, sendo encontrada exclusivamente
em organismos marinhos como lulas e algas microscópicas e possui um
arranjo em cadeias paralelas. A forma γ ainda não foi completamente
32
caracterizada, mas sugeriu-se um arranjo de duas cadeias paralelas e
antiparalelas. A forma α é mais estável que as outras duas β e γ, mas estas
últimas podem ser convertidas à forma α através de tratamentos adequados
(SIGINI, 1998).
A quitosana é insolúvel em água ou em soluções com pH neutro e
alcalino, mas pode ser solúvel em ácidos inorgânicos e orgânicos como: ácido
glutâmico, hidroclorídrico, lático e ácido acético (SENEL; McCLURE, 2004).
A história da quitina e seus derivados utilizados como aceleradores da
reparação tecidual teve início com os estudos de Pruden, et al. (1957), que
verificaram que a cartilagem de tubarão acelerava a reparação tecidual e
sugeriram que a glucosamina, que é um dos compostos da cartilagem, era
responsável por este fenômeno. Posteriormente foi identificado a N-acetil-D-
glucosamina, que é um derivado da glucosamina, seria o acelerador da
reparação. Já com o uso tópico da quitosana foi percebido que este
polissacarídeo acelerava a reparação tecidual devido ao aumento da
granulação. Em grandes ferimentos o processo de formão do novo tecido é
denominado granulação, que precede a epitelização (UENO, et al., 2001).
O estudo e o emprego da quitina e quitosana e as pesquisas por novas
aplicações têm aumentado exponencialmente em diversas áreas, como na
agricultura e indústria de alimentos, mas, especialmente, na indústria
farmacêutica, no desenvolvimento de cosméticos e biomateriais, tais como
33
géis, filmes, membranas poliméricas (SILVA, et al., 2006) e colutórios (SANO,
et al., 2003).
Uma grande variedade de propriedades físico-químicas e biológicas está
associadas à quitosana: biocompatível, biodegradável, bioadesivo, não tóxico,
não carcinogênico (JAYAKUMARA, et al., 2005), ação aceleradora do reparo
tecidual, até mesmo em regiões previamente irradiadas com Raio-X (UENO, et
al., 2007), ão antimicrobiana contra Staphylococcus aureus (OKAMOTO, et
al., 2002), Streptococcus mutans, Streptococcus salivaries (SHIMOJOH;
FUKUSHIMA; KURITAS, 1996), Candida (KOIDE, 1998; AKSUNGUR, et al.,
2004), Porphyromonas gingivalis (IKINCI, et al., 2002), ação hemostática,
analgésica, osteoindutora, imuno-moduladora (HÉLIO, et al., 2006), anti-úlcera
(ITO; BAN; ISHIHARA, 2000), entre outras características; sendo bastante
utilizada como auxiliar na reparação de grandes feridas (DENG, et al., 2007).
Alemdaroglu, et al. (2006) comprovaram a eficácia do gel de quitosana
contendo fator de crescimento epidérmico, na reparação de lesões provocadas
por cauterização em pele de ratos. De acordo com os autores, o padrão de
epitelização foi melhor e mais rápido no grupo em que o gel de quitosana foi
utilizado.
O colutório de quitosana a 0,5% possui eficácia na redução da formação
de placa e promove a diminuição significativa das colônias de Streptococos
mutans após 14 dias de uso (SANO, et al., 2003).
34
Estudos em ratos, comparando o desempenho da quitosana de
diferentes pesos moleculares em úlceras gástricas, comprovaram que as
fórmulas com baixo peso molecular apresentaram maior potencial tanto na
proteção da mucosa como na promoção do reparo. O aumento do muco
gástrico promovido pela quitosana pode, em parte, estar relacionado com o seu
efeito anti-úlcera (ITO; BAN; ISHIARA, 1999).
A quitosana na forma de gel atua como um protetor ideal em ferimentos
extensos, devido as suas propriedades de biocompatibilidade,
biodegradabilidade, hemostasia, anti-infecciosa e a mais importante de todas a,
aceleração da reparação tecidual (ISHIHARA, et al., 2002).
O gel de quitosana possui propriedades adesivas e antimicrobianas
contra a Porphyromonas gingivalis, podendo também servir como veículo para
administração de drogas antimicrobianas como a clorexidina na terapia
periodontal (IKINCI, et al., 2002).
A propriedade imunomoduladora da quitosana é devida à sua
capacidade de ativar quase que exclusivamente o macrófago e explica não
somente seu papel na aceleração da cicatrização de lesões, mas também a
biodegradabilidade desse polímero no organismo (UENO, et al., 2001).
Quando a quitosana é aplicada no organismo é biodegradada por
enzimas (quitanase e quitosanase) e conseentemente é transformada em
oligômeros e monômeros. Estudos prévios verificaram que não apenas a
35
quitosana, mas também seus oligômeros e monômeros influenciam a migração
de fibroblastos e células endoteliais, influenciando a reparação tecidual in vivo.
Entretanto, as relações entre as propriedades químicas da quitosana e a
reparação tecidual permanecem não esclarecidas (MINAGAWA, et al., 2007).
Em estudos realizados em es, Okamoto (1995) verificou que
aplicações tópicas de quitosana aceleravam a reepitelização e a regeneração
neurovascular, assim como promoviam o aumento da migração de células
polimorfonucleares.
Na fase inicial de reparação da ferida, o infiltrado de leucócitos
polimorfonucleares (PMN) remove os agentes estranhos na área da ferida. A
quitosana acelera a infiltração PMN, conseqüentemente acelerando o reparo.
Estudos recentes demonstram que os PMN respondem produzindo citocinas
em adição a sua função fagocitária. Citocinas derivadas de PMN realizam um
importante papel de iniciação e controle da resposta inflamatória (UENO, et al,
1999).
Segundo Ueno, et al (1999) a quitosana atua na reparação tecidual
acelerando o infiltrado de células PMN no local da injúria, aumentando a
densidade da fibrina e ativando a migração de fibroblastos para a área lesada,
estimulando a proliferação de macrófagos, fibroblastos e a produção de
colágeno tipo III.
36
Além de acelerar a infiltração de polimorfonucleares para área da ferida,
que por sua vez secretam mediadores como fator de necrose tumoral (TNF),
interleucinas (IL) 1, IL 8, IL 12, proteína inflamatória do macrófago (MIP- e
MIP-1β) como adição a fagocitose. A quitosana acelera a produção de
osteopondina pelos PMN, uma fosfoproteína glicosilada, que desempenha
importante função durante o processo de granulação da reação inflamatória,
ligando vários tipos de células (UENO, et al., 2001).
A quitosana influencia a ativação do sistema complemento (SC), essa
ativação pode ser determinada pelo aumento da concentração de C3 no
plasma, isto faz com que os PMN tenham a sua função melhorada direta e
indiretamente pela quitosana, tanto devido a mediação química para produção
de PMN como pelo aumento da ação fagocitária destas células. Os macrófagos
apresentam receptores que reconhecem as unidades ß (14) glucosamina e
da N-acetil-D-glucosamina da quitosana, sendo assim estimulados para
migrarem para o local da ferida. A quitosana promove ainda estimulação para
os macrófagos produzirem citocinas e fatores de crescimento que influenciam
na reparação tecidual. Com o aumento da granulação durante as fases
primárias do reparo tecidual devido a ação da quitosana, ocorre também maior
proliferação de fibroblastos e síntese de matriz extracelular pela ação direta
dos fatores de crescimento (UENO, et al., 2007).
Em pesquisas experimentais com animais, verificou-se que a quitosana
influencia todos os estágios da reparação tecidual. A atividade hemostática da
quitosana pode ser percebida nas fases iniciais da reparação. Ela interage e
37
regula a migração de neutrófilos e a ativação dos macrófagos no processo de
reparo, assim como a fibroplasia e reepitelização. Durante as fases de
inflamação, a quitosana acelera a infiltração de células inflamatórias, como os
neutrófilos, além de promover a remoção de corpos estranhos.
Simultaneamente, inicia-se a fibroplasia. Geralmente em feridas grandes
abertas, verifica-se a formação de cicatrizes hipertróficas, assim como
desequilíbrio entre a formão de colágeno tipo I e III. Com o uso da quitosana
não se percebe estes fenômenos (HOWLING, et al., 2001).
A segurança do uso da quitosana foi de demonstrada em experimentos
realizados em ratos e cães, onde foram testados aditivos em alimentos e outros
materiais cosméticos a base de quitosana. No teste de toxicidade de dose letal
(LD 50) foi verificado efeito tóxico em dose acima de 1,5g/kg administrada por
via oral, 10g/kg pela via subcutânea e 5,2g/kg pela via peritoneal, em ratos.
Entretanto, um efeito característico foi verificado em cães: várias
concentrações de quitosana (10 200/kg) foram administradas pela via
subcutânea. Anorexia e mortalidade foram observadas com o uso de doses
acima de 50mg/kg e 150mg/kg, respectivamente. Após necropsia foi observada
pneumonia em todos os animais que foram a óbito, além de leucocitose e
demais discrasias. Foi confirmado o quadro de pneumonia letal nos cães, com
o uso da quitosana (UENO; et al, 2001).
De acordo com Shigehiro Hirano (1990), a toxicidade da quitosana é
menor do que a glicose (açúcar comum) ou sacarose. A dose letal de glicose
em mamíferos é da ordem de 8 a 12 gramas, por quilograma de peso corporal,
38
enquanto que a Quitosana é 18 gramas, o apresentando qualquer sinal de
toxicidade ou mortalidade. Esta propriedade é especialmente interessante para
o emprego da quitosana em fármacos a serem aplicados em feridas abertas e
em úlceras.
39
2.4 LASER E SUAS PROPRIEDADES
O Laser é produzido a partir de elétrons ou moléculas que sofrem salto
quântico quando previamente estimulados, passando de baixo para alto estado
de energia. Neste processo, ocorre a emissão de ondas na mesma freqüência,
comprimento e direção, originando o feixe de Laser que possui mais potência
que outras radiações ópticas não modificadas ou estimuladas (ORTIZ, et al.,
2001).
Quando um fóton ou partícula energética de luz é direcionado a um
átomo, ele pode ser absorvido, refletido ou transmitido. Se a partícula é
transmitida ou refletida não mudança da energia luminosa. Entretanto, se o
fóton é absorvido, a energia elétrica no orbital é aumentada. Ocorre mudança
na posição de um ou mais elétrons, partindo de uma órbita interna para uma
mais periférica. No momento em que o elétron se encontra num estado de
energia mais alto, diz-se que ele está excitado. Este estado permanece por um
período muito curto (cerca de 10
-8
s), ao retornar a sua órbita original elimina
sua energia na forma de fóton de luz, exatamente com as mesmas
características do fóton incidente. Essa emissão estimulada de radiação, em
pouco tempo, ganha proporções relevantes na ativação atômica, produzindo
uma constante emissão de Laser (LOW; REED, 2001).
Para produzir o feixe luminoso, as fontes de luz Laser dependem de
alguns componentes essenciais. Um deles é a fonte de energia que permita o
bombeamento do meio ativo para o estímulo inicial da excitação atômica,
40
possibilitando a seqüência na produção da emissão estimulada da radiação.
Esta energia pode ser entregue de vários modos: energia elétrica, luminosa ou
por outro Laser. O meio ativo é constituído por materiais sólidos, gasosos,
líquidos e semi-sólidos, que podem produzir a radiação Laser (GENOVESE,
2000). Outro componente fundamental da produção de radiação é a cavidade
ou câmara ressonante óptica, que é constituída por um tubo reto contendo um
meio ativo. Em cada extremidade do tubo existem espelhos, sendo um deles
totalmente refletivo e outro uma saída de luz semi-refletiva. Quando elétrons
o estimulados por uma fonte de energia externa numa rápida taxa, os fótons
resultantes são alinhados na câmara refletora. Quando eles alcançam o
espelho semi-transparente, são refletidos de volta ao espelho refletor. O
constante retorno e a forte reflexão entre os espelhos promovem a ampliação
da luz. Com a continuidade do processo, mais e mais fótons são estimulados
até que a câmara não pode mais conter o nível energético e libera a emissão
da luz Laser (CORAZZA, 2005).
O Laser possui características que a diferem dos diferentes tipos de
fontes de luz. Toda luz, em geral, pode interagir com a matéria sendo refletida,
refratada ou absorvida (CORAZZA, 2005). O Laser é uma luz amplificada
produzida por radiação eletromagnética que se manifesta como luz
monocromática; enquanto a luz branca (policromática) emitida pelas lâmpadas
comuns, apresenta ondas no mesmo comprimento e nas mesmas fases
ondularias, e, portanto, somam energia (ROCHA, 2004).
41
As propriedades que diferem o Laser das fontes luminosas
incandescentes e fluorescentes são a monocromacidade, coerência, colimão
e a polarização (ORTIZ, et al., 2001).
A monocromacidade indica que cada meio gerador de Laser
corresponde a um comprimento de onda, essa propriedade é considerada o
atributo mais importante da luz Laser, determina quais biomoléculas
absorverão a radiação incidente, portanto, a interação fotobiológica e os efeitos
terapêuticos da Laserterapia. A colimão refere-se ao paralelismo do feixe,
mantendo um pequeno diâmetro de saída por uma distância relativamente
grande, também denominada unidirecionalidade. Genovese (2000) afirma que
a luz colimada permite concentrar a energia em um único ponto focal, mantida
a potência óptica mesmo em distâncias consideráveis. A coerência refere-se à
sincronicidade das ondas de luz, que pode ser temporal ou espacial, quando os
fótons estão ajustados em um plano espacial paralelo entre si. A polaridade
ocorre quando as ondas de luz estão todas orientadas em um só plano, assim
vibrando em seus campos elétricos em uma só direção, podendo ser linear ou
circular (ORTIZ, et al., 2001).
A densidade de potência ou irradiância é a potência de saída da luz,
medida em watts por centímetro quadrado (W/cm
2
), por área irradiada, a
fluência ou densidade de energia ou dose é a energia total transmitida por um
feixe de Laser, por unidade de área, é medida em Joule por metro quadrado
(J/m
2
) ou Joule por centímetro quadrado (J/cm
2
) (ORTIZ, et al, 2001). A
diferença entre os vários tipos de Lasers é dada pelo comprimento de onda.
42
Quanto menor o comprimento de onda, maior suaão e poder de penetração.
Os Lasers podem ser contínuos ou pulsáteis. Sua potência é expressa em
watts (W), variando de deciwatts a megawatts e a energia medida em joules
por centímetro quadrado (J/cm2), sendo igual à potência multiplicada pelo
tempo de aplicação (DALLAN; OLIVEIRA, 2000).
O Laser terapêutico de baixa intensidade (LILT) ganhou aplicabilidade
clínica após os estudos realizados por Mester e colaboradores no inicio dos
anos 70. Foi verificada a efetividade da cicatrizão das feridas mediante
análise histológicas, imunológicas e testes funcionais. Os resultados
demonstraram melhora na síntese do colágeno, indução da neovascularização
e melhora da síntese de enzimas em toda área irradiada (SIMUNOVIC, et al,
2000; VINCK, et al, 2003).
Tecnologias luminosas de baixa intensidade e monocromáticas exercem
elevada ação biomoduladora sobre as lulas irradiadas. As interações da luz
com o tecido vivo dependem da penetração, absorção e espalhamento da luz
no tecido (CORAZZA, 2005).
A profundidade de penetração no tecido é relacionada ao comprimento
de onda da radiação, sendo 0,5 a 2,0 mm para a luz vermelha e de 2,0 a 4,0
mm para infravermelho (LOW; REED, 2001).
A energia do Laser é absorvida apenas por uma fina camada de tecido
adjacente além do ponto atingido pela radiação, sendo por esta razão a
43
recomendação atual para a aplicação de Lasers de baixo poder de penetração,
com comprimentos de onda entre 640 a 940nm, é que esta aplicação seja
realizada de modo pontual à lesão (PARIZOTTO; BARANAUSKAS, 1998).
A absorção da radiação equivale à energia transportada pelo fóton,
sendo esta absorção específica para comprimento de onda o que determina
qual o tipo de tecido irá preferencialmente absorver a radiação incidente e a
profundidade de penetração desta energia (ROCHA, 2004).
O espalhamento é a mudança de direção da propagação da luz,
enquanto esta transita nos tecidos, devendo-se a variabilidade dos índices
refrarios dos componentes do tecido, com relação à água. O espalhamento
provocará o aumento do diâmetro do feixe, durante sua passagem no tecido
irradiado, ocorrendo rápida perda da coerência (CORAZZA, 2005).
Os efeitos fisiológicos do Laser podem ser divididos em: efeitos
primários, efeitos secundários e efeitos terapêuticos (COLLS, 1984). Os efeitos
primários por sua vez podem ser divididos em bioquímico, bioelétrico e
bioenergético (ROCHA, 2004):
Efeito Bioquímico: o Laser pode provocar a liberação de substâncias
pré-formadas como a histamina, serotonina e bradicinina, bem como modificar
reações enzimáticas normais, tanto acelerando como retardando essas
reações.
44
Efeito Bioelétrico: a radiação Laser proporciona aumento na produção de
ATP, o que promoveria um aumento na eficiência da bomba sódio-potássio,
com isso a diferença de potencial elétrico existente entre o interior e o exterior
da célula é mantida com melhores resultados.
Efeito Bioenergético: defende-se que o aporte energético da radiação
Laser tem capacidade de normalizar o contingente energético que coexiste
com o contingente físico dos indivíduos.
Dentre os efeitos secundários ou indiretos da irradiação Laser verifica-se
o estímulo à microcirculação, a histamina liberada faz com que os esncteres
pré-capilares paralisem-se, como conseqüência ocorre o aumento do fluxo
sangüíneo. Estímulo ao trofismo celular, com o estímulo à produção do ATP, a
atividade mitótica é tamm aumentada, o que proporciona em escala tissular,
aumento na velocidade de cicatrização e melhor trofismo dos tecidos. Os
efeitos terapêuticos do Laser estão relacionados com a ão analgésica,
antiinflamatória, antiedematoso e cicatrizante (AMORIM, 2001). Em nível local
a Laserterapia de baixa intensidade provoca a redução da inflamação e
reabsorção dos exsudatos, favorecendo a eliminação de substâncias alógenas,
através do estímulo a microcirculação, que por sua vez garante o aporte de
nutrientes e células de defesa para região lesada e permite a drenagem do
plasma, que forma o edema (COOLS, 1984).
Ocorre também diminuição da sensação dolorosa, pois o Laser mantém
o potencial da membrana dificultando a sua despolarização; normaliza e
45
mantém o equilíbrio da energia no local da lesão, com o aumento da
permeabilidade das vênulas e dilatação das arteolas, corrigindo os veis de
histamina e bradicinina, além de atuar direta e indiretamente na liberação de
beta endorfinas. A interferência na síntese de prostaglandinas, provocada pelo
Laser, faz decrescer a alterações proporcionadas pela inflamão (VEÇOSO,
1993).
O efeito de maior destaque na Laserterapia é sua ação cicatrizante, pois
o Laser eleva a produção do ATP, promovendo o aumento da atividade mitótica
e aumento da ntese de proteína por intermédio da mitocôndria. O estimulo a
microcirculação e a formação de novos vasos, à partir de vasos pré-exixtentes,
associado ao aumento da atividade mitótica aceleram a cicatrizão dos
tecidos (COOLS, 1984).
Baseando-se em estudos prévios, Kitchen e Partridge (1991) relataram
efeitos danosos, provocados por crescentes aplicações do Laser de Baixa
Potência, sem o devido da dosimetria necessária para determinado tecido a ser
irradiado. Assim afirmaram que a densidade média de energia de ou acima,
pode resultar em um processo inibidor ou danoso, sendo mais seguro a
inibição da dose. Baxter (1998), afirmou que a dose não deve ser mais de 1J
por ponto, ou aproximadamente 10 J/cm
2
, entretanto a dose comumente
recomendada no leito da ferida é de 4J/cm
2
.
Em Odontologia, o emprego terautico dos Lasers de baixa potência é
conhecido pela sigla LILT (“Low Intensity Laser Therapyou Terapia a Laser
46
em baixa Intensidade). Dentre esses, os mais conhecidos e estudados no
momento são os de diodo (GaAlAs ou GaAs), com comprimento de onda
variando de 660 a 909 nm e os de Hélio-Neônio (HeNe), com comprimento de
onda de 632 nm (LENHARO, et al, 2006).
47
PROPOSIÇÃO
48
3. PROPOSIÇÃO
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar macroscopicamente e morfologicamente, a ão da quitosana
2
em orabase na cicatrização tecidual in vivo, quando associada ou não ao Laser
de 660 nm.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3.2.1 Comparar macroscopicamente a cicatrização tecidual entre os grupos, de
acordo com os períodos observacionais.
3.2.2 Comparar microscopicamente a cicatrizão tecidual entre os grupos do
estudo.
3.2.3 Avaliar microscopicamente, através do Tricrômico de Masson, a
colagenizão em cada grupo.
2
Ingredient C
49
MATERIAIS E MÉTODOS
50
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A amostra foi composta por 75 ratos albinos, da linhagem Wistar,
adultos, machos, pesando em torno de 350g, procedentes do biotério do
Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF) da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB).
4.2 ACONDICIONAMENTO DOS ANIMAIS
Os animais foram mantidos no Laboratório de Experimentação Animal
(LEA) do Centro de Ciências da Saúde, em gaiolas individuais, em fotoperíodos
de 12 horas, temperatura e umidade controladas (Fig. 2). Os animais
receberam água e ração sólida peletizada
3
, com alto teor de proteína (20 a
27%) ad libitum.
4.3 DIVISÃO DOS GRUPOS DE ESTUDO
Os animais foram aleatoriamente divididos em cinco grupos distintos
(GRUPOS 1, 2, 3, 4 e 5), sendo cada um destes, composto por 15 animais, que
por sua vez foram divididos em três subgrupos (A, B e C), contendo cinco
animais cada, obedecendo os períodos observacionais de três, sete e quatorze
dias, respectivamente. Os animais do grupo 1 foram o controle; no grupo 2 foi
utilizado a orabase sem quitosana; no grupo 3 orabase com quitosana à 2%; no
3
Labina
®
- Purina Nutrimentos
51
grupo 4 foi realizada a laserterapia de baixa potência e no grupo 5 a
associação da orabase de quitosana à 2% com a Laserterapia (Quadro 1).
Fig. 2 – Acondicionamento dos Animais.
GRUPOS DESCRIÇÃO QUANTIDADE
GRUPO 1 (G1) CONTROLE 15 ANIMAIS
GRUPO 2 (G2) ORABASE 15 ANIMAIS
GRUPO 3 (G3) QUITOSANA 2% 15 ANIMAIS
GRUPO 4 (G4) LILT 15 ANIMAIS
GRUPO 5 (G5)
QUITOSANA 2 % e LILT
15 ANIMAIS
Quadro 1 – Divisão dos amostra de acordo com os grupos.
O tamanho da amostra configurada esta baseada na literatura científica
correlata, na qual se pode constatar um mero de animais compatível com a
necessidade de resultados confiáveis, do ponto de vista de significância
estatística, bem como com o respeito às questões bioéticas. Além disso,
estudos anteriores realizados e publicados pelo grupo de pesquisa, corroboram
o tamanho da amostra previsto neste estudo (LIMEIRA JÚNIOR, 2003;
LIMEIRA JÚNIOR, et al, 2004, QUEIROGA, 2007).
52
Cada procedimento foi realizado por um único operador, seguindo
rigorosamente a mesma metodologia. Cada animal foi identificado de acordo
com o grupo, no qual foi incluído.
4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS GAIOLAS E DOS ANIMAIS
Cada gaiola foi identificada com etiquetas (Apêndice), onde constavam:
data de nascimento, cirurgia, sacrifício, massa corporal, nome do experimento
e responsáveis pela pesquisa. Os animais foram identificados com marcações
na cauda, de forma circular, realizados com caneta piloto de ponta romba, cada
anel pintado correspondeu a ummero específico.
4.5 OBTENÇÃO DA ORABASE E DA QUITOSANA
Todos os fármacos necessários para este estudo foram obtidos com o
auxílio da Farmácia Dilecta
®4
,ou seja, a orabase pura e a associação da
orabase com a quitosana à 2%, evitando-se assim o viés de veículo.
Os produtos foram acondicionados em bisnagas plásticas estéreis
apropriadas, rotulados e conservados em temperatura ambiente e ao abrigo do
sol até o início do trabalho experimental (Fig. 3).
A opção pela Orabase deveu-se ao fato de padronizar o vculo e por
ser de uso consagrado em odontologia. Muito embora a Orabase não seja de
uso dermatológico, como foi testada em todos os grupos como veículo,
4
Dilecta
®
Farmácia de Manipulação (João Pessoa – PB).
53
credencia ao fármaco testado o resultado obtido, que se evitou o viés de
veículo. A escolha da concentração baseou-se na literatura correlata
(ALEMDAROGLU, 2006) que comprova a sua eficácia da quitosana a 2% na
cicatrização dos tecidos.
Fig. 3 – Acondicionamento dos Fármacos.
4.6 ANESTESIA
Os animais inicialmente foram pesados e posteriormente devolvidos à
gaiola de origem (Fig. 4). Conhecido o peso dos animais, eles foram
anestesiados conforme preconizado em 2003 por Massone, através da
mistura de cloridrato de ketamina
5
a 5% e cloridrato de xilazina
6
a 2%,
diluídas na proporção de 1:1. A partir desta solução, calculou-se a dose
individual de cada animal obedecendo a proporção de 0,2 ml da referida
mistura para cada 100g de peso animal, injetadas profundamente na
musculatura das patas traseiras. Após um período de latência médio de sete
5
Vetanarcol
®
- König
6
Kensol
®
, König
54
minutos, foi observada a prostração completa de cada animal, a confirmar
pela diurese espontânea comumente apresentada e abolição total de
reflexos palpebrais.
Fig. 4 – Mensuração da Massa Corporal dos Animais
4.7 TRICOTOMIA E PRODUÇÃO DA FERIDA CUTÂNEA
Os animais foram mantidos em decúbito dorsal, em seguida realizada a
tricotomia manual do dorso, seguindo-se a anti-sepsia do campo operario
com Clorexidina
7
a 2% e, posteriormente, a excisão cirúrgica de um fragmento
de pele, em sua extensão total, medindo em torno de 5 mm, com o auxilio de
um punch
8
, padronizando desta forma a ferida e tomando-se o cuidado para
que todas as camadas fossem removidas, restando apenas a musculatura
subjacente.
7
Gluconato aquoso de clorexidina 2% - Manipulação Dilecta
®
.
8
Bisturi circular – ABC
®
55
4.8 APLICAÇÃO DOS FÁRMACOS NAS FERIDAS
Para aplicação dos fármacos (Fig. 5) os animais foram contidos com o
auxílio de um dispositivo artesanal (Fig. 6), que consistia em tubo de plástico,
no qual foi confeccionado uma abertura onde os animais eram delicadamente
inseridos, permanecendo em seu interior durante todo o procedimento, sendo
também confeccionado na extremidade orifício para permitir a respiração dos
mesmos. A orabase de quitosana foi utilizada diariamente, obedecendo sempre
o mesmo horário. Foi padronizada a quantidade do fármaco com o auxílio de
seringas de insulina (0,1cc) e com o auxilio de espátulas estéreis os fármacos
eram aplicados, cobrindo toda a extensão da ferida com margem ultrapassando
as bordas em 5 mm (Fig. 7). As aplicações seguiram até a véspera do último
dia de sacrifício dos grupos.
Fig. 5 – Aplicação dos Fármacos nas Feridas.
Fig. 6 – Contenção dos Animais.
56
Fig. 7 – Material para Aplicação dos Fármacos Sobre as Feridas.
4.9 IRRADIAÇÃO DA LUZ LASER
Para os procedimentos de Laserterapia (Fig. 8), foi utilizado um diodo
Laser
9
GaAlInP com comprimento de onda de 660 nm e potência de 40 mW.
Os animais foram irradiados imediatamente após o procedimento cirúrgico e o
protocolo de irradiação seguia os respectivos períodos de observação de cada
subgrupo. A dose de irradiação foi aplicada em dois pontos padronizados de
cada lado da ferida cirúrgica, sendo para cada ponto aplicada uma energia de
2J (25J/cm
2
). O número de sessões e a quantidade de energia aplicada
variaram de acordo com cada subgrupo (Quadro 2).
9
Twin Laser (MM Optics
®
) – diodo de Gálio, Aluminio, Índio e Fósforo.
57
Fig. 8- Irradiação do Laser.
Subgrupo
G4A
G5A
G4B
G5B
G4C
G5C
Sessões 2 sessões
3 sessões
7sessões
Energia 8J 12J 28J
Quadro 2 – Padronização da Laserterapia nos subgrupos.
4.10 CICLO DE SACRIFÍCIO DOS ANIMAIS
Os animais em cada grupo eram divididos em três subgrupos (contendo
cinco animais cada), de acordo com a cronologia de sacrifício sendo
obedecidos os períodos de 3, 7 e 14 dias de pós-operatório. Os animais foram
sacrificados com dose letal dos anestésicos utilizados anteriormente.
58
4.11 OBTENÇÃO E PROCESSAMENTO HISTOTÉCNICO DOS ESPÉCIMES
Imediatamente após o sacrifício dos animais as feridas cicatriciais foram
removidas por excisão cirúrgica com margem de segurança de 10 mm em toda
sua extensão (Fig. 9), com o auxílio de lamina de bisturi
10
15, montada em
cabo
11
3 pinça de Adisson
12
e tesoura de Metzenbaum
13
. As peças foram
fixadas em formol tamponado a 4% por 24 horas.
Todo processamento histotécnico foi realizado no Laboratório de
Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia de Pernambuco. As peças foram
incluídas em blocos de parafina e submetidas a cortes transversais de 4 µm.
Cada lâmina foi corada com hematoxilina e eosina (HE) e com Tricrômico de
Masson (TM).
Fig. 9 – Remoção do espécime.
10
Laminas SurgiBlade
®
Sunshine Int’l
11
Cabo de Bisturi - Quinelato
®
- Schobell Industrial Ltda.
12
Pinça para manipulação de tecido (12 cm) - Quinelato
®
- Schobell Industrial Ltda.
13
Tesoura romba para dissecção (15 cm) - Quinelato
®
- Schobell Industrial Ltda.
59
4.12 AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DAS FERIDAS
Esta avaliação foi realizada em todos os animais no dia do sacrifício dos
animais em cada subgrupo por 2 avaliadores independentes, previamente
calibrados. Foram avaliados quanto a ausência (0) ou a presença (1) as
seguintes características: infecção; halo hiperêmico em torno da ferida;
formação de crosta; borda necrótica e fundo sangrante da ferida.
A contração foi avaliado mediante cálculo da área da ferida, pela
aferição dos diâmetros maior e menor, com auxílio de um paquímetro digital
14
(Fig. 10), foi utilizada a equação matemática proposta por Prata, et al. (1988):
A = . R. r
Onde "A" representa a área, "R" o raio maior e "r" o raio menor da ferida.
O cálculo do percentual de contração foi expresso através da equação
matemática sugerida por Ramsey et al. (1995), onde Wo representa a área
inicial da ferida, Wi área da ferida:
% de contração = 100. [(Wo –Wi)/Wo]
Os dados foram registrados em tabelas confeccionadas para cada
período de análise.
14
Paquímetro Digital 500-144B - Mitutoyo
®
.
60
Fig. 10 – Aferição do Diâmetro da Ferida com Paquímetro.
4.13 AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DAS FERIDAS
As lâminas foram observadas através de microscopia de luz, por dois
examinadores devidamente calibrados. Foram observados na análise em HE
os seguintes critérios: formão de crostas, inflamação, angiogênese, tecido de
granulação e reepitelização. Todas essas características forma graduadas em:
ausente (0), discreta (1), moderada (2) e intensa (3), de acordo com o seu
aspecto histológico. Na análise com Tricrômico de Masson foi evidenciada a
colagenizão, sendo esta graduada em: ausente (0), leve (1), entre leve e
moderado (2), moderado (3), entre moderado e intenso (4) e intenso (5). Os
dados foram registrados em tabelas confeccionadas para cada período de
análise.
61
4.14 PLANO DE ANÁLISE ESTATÍSCA
Para análise dos dados foram obtidas distribuições absolutas e
percentuais (Técnicas de estatística descritiva) e foi utilizado o teste Exato de
Fisher desde que as condições para utilização do teste Qui-quadrado não
foram verificadas e o teste F (ANOVA) com comparações pareadas de LSD
(Least significance diferences), desde que as comparações pelo teste de Tukey
não mostraram coerência com os resultados do teste F (ANOVA).
O vel de significância utilizado na decisão dos testes estatísticos foi de
5,0%. Os dados foram digitados na planilha Excel e o “software” estatístico
utilizado para a obtenção dos cálculos estatísticos foi o SPSS (Statistical
Package for the Social Sciences) na versão 13.
4.15 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Este projeto pauta-se pelos preceitos éticos, conforme as Normas do
Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA): quando estes são
utilizados em pesquisas, objetiva-se adequar os animais ao menor desconforto,
angústia ou dor. Considerando que os animais submetidos a tais estudos são
indefesos e não podem escapar aos procedimentos, foram respeitadas as
normas para prática didático-científica da vivisseção de animais de acordo com
a Lei Federal nº 6638 de maio de 1979. Esta pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa em Animais conforme parecer em anexo.
62
RESULTADOS
63
5. RESULTADOS
5.1 AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA
A análise macroscópica foi baseada de acordo com a presença ou ausência das
determinadas características clínicas das feridas. Foi verificado durante os períodos
observacionais que todos os animais avaliados nos períodos observacionais apresentaram
ausência de infecção e por este motivo os resultados dos testes comparativos não são
apresentados (Tabela 1).
Tabela 1 – Avaliação da infecção segundo o grupo por período.
Infecção
Tempo de
Grupo
(1)
Presente Ausente TOTAL Valor de p
Avaliação
n
%
n
%
n
%
3 dias
1
-
- 5 100,0 5 100,0 **
2
-
- 5 100,0 5 100,0
3
-
- 5 100,0 5 100,0
4
-
- 5 100,0 5 100,0
5
-
- 5 100,0 5 100,0
Grupo Total
-
-
25
100,0
25
100,0
7 dias
1
-
- 5 100,0 5 100,0 **
2
-
- 5 100,0 5 100,0
3
-
- 5 100,0 5 100,0
4
-
- 5 100,0 5 100,0
5
-
- 5 100,0 5 100,0
Grupo Total
-
-
25
100,0
25
100,0
14 dias
1
-
- 5 100,0 5 100,0 **
2
-
- 5 100,0 5 100,0
3
-
- 5 100,0 5 100,0
4
-
- 5 100,0 5 100,0
5
-
- 5 100,0 5 100,0
Grupo Total
-
-
25
100,0
25
100,0
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
64
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
Na Tabela 2 analisa-se a ocorrência de halo hiperêmico (Fig. 11) por grupo e tempo de
avaliação. Desta tabela destaca-se que: na avaliação com 03 dias, no grupo 1, 40% dos
animais apresentaram halo hiperêmico; em todos os animais do grupo 2 o halo hiperêmico
estava presente; no grupo 3, 60% dos animais apresentaram hiperemia ao redor da ferida; no
grupo 4 houve ausência de hiperemia em 100% dos animais e no grupo 5, em 20% dos
animais houve hiperemia. Existe diferença significante entre os grupos em relação ao halo
hiperêmico (p = 0,018).
Na avaliação com 7 dias, com exceção do grupo 5, que apresentou 100% dos animais
com halo hiperêmico, em todos os demais animais avaliados verificou-se a ausência halo
hiperêmico e comprova-se diferença estatisticamente significante (p < 0,001).
Na avaliação com 14 dias nenhum animal apresentava halo hiperêmico e por este
motivo não se apresenta teste estatístico comparativo.
Tabela 2 – Avaliação do halo hiperêmico segundo o grupo por período
Halo hiperêmico
Tempo de
Grupo
(1)
Presente Ausente TOTAL Valor de p
Avaliação
n
%
n
%
n
%
3 dias
1
2 40,0 3 60,0 5
100,0 p
(2)
= 0,018*
2
5 100,0 - - 5
100,0
3
3 60,0 2 40,0 5
100,0
4
- - 5 100,0 5
100,0
5
1 20,0 4 80,0 5
100,0
Grupo Total
11
44
14
56
25
100,0
7 dias
1
- - 5 100,0 5
100,0 p
(2)
< 0,001*
2
- - 5 100,0 5
100,0
3
- - 5 100,0 5
100,0
4
- - 5 100,0 5
100,0
5
5 100,0 - - 5
100,0
Grupo Total
5
20
,0
20
80
,0
25
100,0
65
14 dias
1
- - 5 100,0 5
100,0 **
2
- - 5 100,0 5
100,0
3
- - 5 100,0 5
100,0
4
- - 5 100,0 5
100,0
5
- - 5 100,0 5
100,0
Grupo Total
-
-
100
100
,0
25
100,0
(*): Associação significante a 5,0%.
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
Através do teste Exato de Fisher.
Fig. 11 – Presença de halo hiperêmico e fundo sangrante (G1A).
Na Tabela 3 referente ao estudo de borda necrótica destaca-se que: na avaliação com
03 dias (Fig.12 e 13) a maioria (76,0%) dos animais apresentava borda necrótica e entre os
grupos as freqüências variaram de 2 (grupo 5) a 5 casos (grupos 3 e 4) e não se comprova
diferença significante entre os grupos (p > 0,05).
Na avaliação com 7 dias observa-se que: no grupo 1, 100% dos animais apresentavam
borda necrótica, enquanto que no grupo 5 apresentavam ausência borda necrótica. Nos outros
três grupos a freqüência variou de 2 a 3 casos com presença de borda necróticas e comprova-
se diferença significante entre os grupos.
Na avaliação com 14 dias nenhum animal apresentava borda necrótica, por este motivo
não se apresenta teste estatístico comparativo.
66
Tabela 3 – Avaliação da borda nectica segundo o grupo por período.
Borda necrótica
Tempo de
Grupo
(1)
Presente Ausente TOTAL Valor de p
Avaliação
N
%
N
%
N
%
3 dias
1
4 80 1 20 5
100,0 p
(2)
= 0,202
2
3 60 2 40 5
100,0
3
5 100 - - 5
100,0
4
5 100 - - 5
100,0
5
2 40 3 60 5
100,0
Grupo Total
19
76
,0
6
24
,0
25
100,0
7 dias
1
5 100 - - 5
100,0 p
(2)
= 0,026*
2
3 60 2 40 5
100,0
3
2 40 3 60 5
100,0
4
2 40 3 60 5
100,0
5
- - 5 100 5
100,0
Grupo Total
12
48
,0
13
52
,0
25
100,0
14 dias
1
- - 5 100,0 5
100,0 **
2
- - 5 100,0 5
100,0
3
- - 5 100,0 5
100,0
4
- - 5 100,0 5
100,0
5
- - 5 100,0 5
100,0
Grupo Total
-
-
25
100
,0
25
100,0
(*): Associação significante a 5,0%.
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
67
Fig. 12 Aspecto da borda necrótica (G1A).
Fig.13 – Aspecto da ausência de borda necrótica (G3A)
Quanto a avaliação da crosta nas feridas, com 3 dias, todos os animais do experimento
apresentavam crosta (Fig. 14). Na avaliação com 7 dias nos grupos 1 e 3 nenhum animal
apresentava crosta, enquanto que, 100% dos animais dos grupos 2 e 5 apresentavam crosta;
no grupo 4, 60% dos animais apresentavam crosta, diferenças estas que se revelam
signficantes entre os grupos. Na avaliação com 14 dias todos os animais havia ausência de
crosta (Fig. 15) e por este motivo não se apresenta teste estatístico comparativo.
68
Fig. 14 – Presea da crosta (G4A)
Fig. 15Ausência da crosta (G5C).
Tabela 4 – Avaliação da crosta segundo o grupo por período.
Crosta
Tempo de
Grupo
(1)
Presente Ausente TOTAL Valor de p
Avaliação
n
%
N
%
n
%
3 dias
1
5 100 - - 5
100,0 **
2
5 100 - - 5
100,0
3
5 100 - - 5
100,0
4
5 100 - - 5
100,0
5
5 100 - - 5
100,0
Grupo Total
25
100
-
-
25
100,0
7 dias
1
- - 5 100 5
100,0 p
(2)
< 0,001*
69
2
5 100 - - 5
100,0
3
- - 5 100 5
100,0
4
3 60 2 40 5
100,0
5
5 100 - - 5
100,0
Grupo Total
13
52
12
48
25
100,0
14 dias
1
- - 5 100 5
100,0 **
2
- - 5 100 5
100,0
3
- - 5 100 5
100,0
4
- - 5 100 5
100,0
5
- - 5 100 5
100,0
Grupo Total
-
-
25
100
25
100,0
(*): Associação significante a 5,0%.
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
A ausência de fundo sangrante nas feridas foi verificada em todos os grupos em todos
os períodos de observação, com exceção de um animal (20%) do grupo 1 (Fig. 11) que,
apresentava fundo da ferida sangrante na avaliação com 3 dias (Tabela 5).
Tabela 5 – Avaliação do fundo sangrante segundo o grupo por período.
Fundo sangrante
Tempo de
Grupo
(1)
Presente Ausente TOTAL Valor de p
Avaliação
n
%
N
%
n
%
3 dias
1
1 20,0 4 80,0 5
100,0 p
(2)
= 1,000
2
- - 5 100 5
100,0
3
- - 5 100 5
100,0
4
- - 5 100 5
100,0
5
- - 5 100 5
100,0
Grupo Total
1
4,0
24
96,0
25
100,0
7 dias
1
- - 5 100 5
100,0 **
70
2
- - 5 100 5
100,0
3
- - 5 100 5
100,0
4
- - 5 100 5
100,0
5
- - 5 100 5
100,0
Grupo Total
-
-
25
100
25
100,0
14 dias
1
- - 5 100 5
100,0 **
2
- - 5 100 5
100,0
3
- - 5 100 5
100,0
4
- - 5 100 5
100,0
5
- - 5 100 5
100,0
Grupo Total
-
-
25
100
25
100,0
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
A média e o desvio padrão do percentual da contração da ferida segundo os grupos em
cada uma das avaliações, pode ser verificada na Tabela 6; nesta é possível destacar que: no
período de 03 dias os grupos 3 e 5 apresentaram maior média de contração, em comparação
aos demais grupos. Através do testes de comparações pareadas, comprova-se diferença
significante entre cada um dos grupos. Em cada um dos grupos a média aumentou com o
tempo de avaliação; em todos os grupos a média foi igual ao valor máximo de 100,0% na
avaliação com 14 dias. Diferenças significantes foram registradas entre os tempos de avaliação
para cada um dos grupos e se comprova diferenças significantes entre cada um dos tempos de
avaliação.
Tabela 6 – Avaliação da contração da ferida segundo o grupo por período.
Grupo
Tempo de
1 2 3 4 5 Valor de p
Avaliação Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
3 dias
32,24 7,77
(A, a)
34,88 19,64
(A, a)
51,94 9,14
(B, a)
32,98 8,56
(A, a)
50,26 10,74
(B, a)
p
(2)
= 0,030*
71
7 dias
70,92 6,20
(b)
79,58 2,91
(b)
79,34 4,13
(b)
79,20 9,51
(b)
81,24 5,86
(b)
P
(2)
=0,106
14 dias
100,00 0,00
(c)
100,00 0,00
(c)
100,00 0,00
(c)
100,00 0,00
(c)
100,00 0,00
(c)
**
Valor de p p
(3)
< 0,001* p
(3)
< 0,001* p
(3)
< 0,001* p
(3)
< 0,001* p
(3)
< 0,001*
(*): Diferença significante a 5,0%.
(**): Não foi determinado devido à ocorrência de resultados iguais em todos os grupos.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste F(ANOVA).
Obs.: Se todas as letras maiúsculas entre parênteses são distintas comprova-se diferença significante entre os
grupos correspondentes através das comparações pareadas de LSD.
Obs.: Se todas as letras minúsculas entre parênteses são distintas comprova-se diferença significante entre os
tempos de avaliação correspondentes através das comparações pareadas de Tamhane’s T2.
No gráfico 1 pode ser percebido o aumento da contração em todos os grupos com os
tempos de avaliação, sendo mais acentuado nos grupos 3 e 5, no terceiro dia, com diferença
estatística comprovada (p = 0,030). No sétimo dia o a diferença entre os grupos não foi
significativa, seguindo uma tendência de equilíbrio até o décimo quarto dia.
0
20
40
60
80
100
120
3 dias 7 dias 14 dias
dia
Gr 1
Gr 2
Gr 3
Gr 4
Gr 5
Gráfico 1 Médias do percentual de contração de ferida segundo o tempo de avaliação e o
grupo.
5.2 AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA
Na avaliação morfológica, as lâminas foram coradas em HE e em TM, para
evidenciação da colagenização. Os critérios analisados em HE foram: formação de crostas,
inflamação, angiogênese, tecido de granulação e reepitelização. Todas essas características
forma graduadas em: ausente (0), discreta (1), moderada (2) e intensa (3), de acordo com o
seu aspecto histológico. Na análise com TM, foi evidenciada a colagenização, sendo esta
72
graduada em: ausente (0), leve (1), entre leve e moderado (2), moderado (3), entre moderado e
intenso (4) e intenso (5).
Na Tabela 7 analise-se a formação da crosta de acordo com o período. Com 03 dias de
observão, 100% dos espécimes nos grupos 1 e 3 apresentaram crosta intensa (Fig. 16 e 17);
no grupo 2 foi verificada a presença intensa de crosta em 60% dos espécimes e em 40%,
presença moderada de crosta; nos grupos 4 e 5, em 80% dos espécimes houve presença de
crosta intensa, e nos demais a crosta apresentava-se moderada em ambos os grupos.
Na avaliação com 07 dias, 100% dos espécimes dos grupos 1 e 3 a crosta estava
ausente (Fig. 18); no grupo 2, 100% foram classificados com crosta no grau leve; no grupo 4,
40% apresentaram ausência, 20% com crosta no grau leve e 40% com grau moderado; no
grupo 5, 75% dos espécimes com grau leve e 25% no grau intenso de crosta. Sendo a
diferença significante ao nível de 5,0% apenas para este período de avaliação (p < 0,05).
Na avaliação com 14 dias com excão de um espécime do grupo 2, que apresentou
grau leve de crosta, todos os demais analisados apresentavam ausência de crosta.
Tabela 7 – Avaliação da crosta segundo o grupo por período.
Crosta
Tempo de Grupo
(1)
Ausente Leve Moderado Intenso TOTAL Valor de p
Avaliação n % n % n % n % n %
3 dias
1
- - - - - - 5 100,0 5 100,0 p
(2)
= 0,753
2
- - - - 2 40,0 3 60,0 5 100,0
3
- - - - - - 5 100,0 5 100,0
4
- - - - 1 20,0 4 80,0 5 100,0
5
- - - - 1 20,0 4 80,0 5 100,0
Grupo Total
-
-
-
-
4
16,0
21
84,0
25
100,0
7 dias
1
4 100,0 - - - - - - 4 100,0 p
(2)
< 0,001*
73
2
- - 4 100,0 - - - - 4 100,0
3
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
4
2 40,0 1 20,0 2 40,0 - - 5 100,0
5
- - 3 75,0 - - 1 25,0 4 100,0
Grupo Total 11 50,0 8 36,4 2 9,1 1 4,5 22 100,0
14 dias
1
5 100,0 - - - - - - 5 100,0 p
(2)
= 1,000
2
4 80,0 1 20,0 - - - - 5 100,0
3
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
4
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
5
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
Grupo Total 24 96,0 1 4,0 - - - - 25 100,0
(*): Associação significante a 5,0%
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3 Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
Fig. 16 Presença de crosta intensa, com 03
dias, em HE (Escala de referência 100 µm).
Fig. 17 Presença de crosta intensa, com 03
dias, em HE (Maior aumento, escala de
referência 100 µm).
Fig. 18 – Ausência de crosta, com 07 dias, em HE (Escala de referência
100 µm).
74
Na avaliação da inflamação (Tabela 8) destaca-se que: com 03 dias 80% dos animais
do grupo 1 apresentaram inflamação intensa (Fig. 19) e 20% inflamação moderada; no grupo 2,
100% apresentaram grau intenso de inflamação; no grupo 3 em 20% dos espécimes houve
ausência de inflamação, 20% com grau leve e 60% com inflamação intensa; no grupo 4, 80%
apresentaram grau leve e 20% inflamação moderada; no grupo 5, 40% com grau moderado e
60% com grau intenso de inflamação. Foi verificada diferença significante entre os grupos na
referida avaliação (p < 0,05).
Com 07 dias no grupo 1 verificou-se que 25% dos espécimes apresentavam grau leve
de inflamação e os demais (75%) inflamação intensa, no grupo 2 todos apresentaram
inflamação no grau intenso; o grupo 3 verificou-se que 20% apresentava inflamação leve e
80% inflamação intensa; no grupo 4, 40% apresentaram grau leve e 60% grau intenso de
inflamação; no grupo 5, 75% com inflamação leve e 25% inflamação moderado, entretanto ao
nível de 5,0% não se comprova diferença significante entre os grupos.
Na avaliação com 14 dias no grupo 1 a inflamação estava ausente em 40 % dos
animais e 60% apresentaram inflamação leve; no grupo 2, 20% apresentaram inflamação leve,
20% moderada e 60% inflamação intensa, no grupo 3, 60% grau leve de inflamação e 40%
com inflamação moderada; no grupo 4, 60% com grau leve, 20% com moderado e 20% com
inflamação intensa e no grupo 5, 40% dos espécimes apresentaram grau leve e 60% com
inflamação moderada. Entretanto, não se comprova diferença significante entre os grupos na
avaliação com 14 dias (p >0,05).
Tabela 8 – Avaliação da inflamação segundo o grupo por período.
Inflamação
Tempo de Grupo
(1)
Ausente Leve Moderado Intenso TOTAL Valor de p
Avaliação n % n % n % n % n %
3 dias
1
- - - - 1 20,0 4 80,0 5 100,0 p
(2)
= 0,004*
75
2
- - - - - - 5 100,0 5 100,0
3
1 20,0 1 20,0 - - 3 60,0 5 100,0
4
- - 4 80,0 1 20,0 - - 5 100,0
5
- - - - 2 40,0 3 60,0 5 100,0
Grupo Total 1 4,0 5 20,0 4 16,0 15 60,0 25 100,0
7 dias
1
- - 1 25,0 - - 3 75,0 4 100,0 p
(2)
= 0,087
2
- - - - - - 4 100,0 4 100,0
3
- - 1 20,0 - - 4 80,0 5 100,0
4
- - 2 40,0 - - 3 60,0 5 100,0
5
- - 3 75,0 1 25,0 - - 4 100,0
Grupo Total - - 7 31,8 1 4,5 14 63,6 22 100,0
14 dias
1
2 40,0 3 60,0 - - - - 5 100,0 p
(2)
= 0,117
2
- - 1 20,0 1 20,0 3 60,0 5 100,0
3
- - 3 60,0 2 40,0 - - 5 100,0
4
- - 3 60,0 1 20,0 1 20,0 5 100,0
5
- - 2 40,0 3 60,0 - - 5 100,0
Grupo Total
2
8,0
12
48,0
7
28,0
4
16,0
25
100,0
(*): Associação significante a 5,0%
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
No estudo do grau de angiogênese na avaliação com 03 dias todos os animais dos
grupos 1 e 4 apresentaram grau intenso (Fig. 20); no grupo 2, 20% com grau leve, 20 % com
grau moderado e 60% com grau intenso de angiogênese; no grupo 3, 40% com grau leve, 20%
Fig. 19 – Presença intensa de células inflamatórias, na crosta, 03 dias, em HE (Escala de
referência 100 µm).
76
com moderado e 40% com angiogênese intensa; no grupo 5, 40% com grau moderado e 60%
com angiogênese intensa. Não existindo significância estatística para este período (Tabela 9).
Na avaliação com 07 dias 100% dos espécimes do grupo 1 apresentaram grau leve de
angiogênese, enquanto 100% do grupo 2 apresentaram intensa; no grupo 3, 20%
apresentaram grau moderado e 80% angiogênese intensa; no grupo 4, 20% com grau leve,
20% moderado e 60% intensa; no grupo 5, 75% com grau leve e 25% com angiogênese
moderada (p = 0,002).
Com 14 dias: no grupo 1, 20% com ausência de angiogênese e 80% com grau leve; no
grupo 2, 20% com grau leve, 20% moderada e 60% intensa; no grupo 3, 40% com grau leve,
40% moderado e 20% intensa; no grupo 4, 60% com grau leve e 40% intensa e no grupo 5,
100% grau moderado de angiogênese (p = 0,004).
Tabela 9 – Avaliação da angiogênese segundo o grupo por período.
Angiogênese
Tempo de Grupo
(1)
Ausente Leve Moderado Intenso TOTAL Valor de p
Avaliação n % n % n % n % n %
3 dias
1
- - - - - - 5 100,0 5 100,0 p
(2)
= 0,196
2
- - 1 20,0 1 20,0 3 60,0 5 100,0
3
- - 2 40,0 1 20,0 2 40,0 5 100,0
4
- - - - - - 5 100,0 5 100,0
5
- - - - 2 40,0 3 60,0 5 100,0
Grupo Total - - 3 12,0 4 16,0 18 72,0 25 100,0
- -
7 dias
1
- - 4 100,0 - - - - 4 100,0 p
(2)
= 0,002*
2
- - - - - - 4 100,0 4 100,0
3
- - - - 1 20,0 4 80,0 5 100,0
4
- - 1 20,0 1 20,0 3 60,0 5 100,0
5
- - 3 75,0 1 25,0 - - 4 100,0
Grupo Total - - 8 36,4 3 13,6 11 50,0 22 100,0
14 dias
1
1 20,0 4 80,0 - - - - 5 100,0 p
(2)
= 0,004*
77
2
- - 1 20,0 1 20,0 3 60,0 5 100,0
3
- - 2 40,0 2 40,0 1 20,0 5 100,0
4
- - 3 60,0 - - 2 40,0 5 100,0
5
- - - - 5 100,0 - - 5 100,0
Grupo Total 1 4,0 10 40,0 8 32,0 6 24,0 25 100,0
(*): Associação significante a 5,0%
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
Avaliando-se a angiogênese segundo o período, percebe-se que houve diferença
significativa nos três períodos nos grupos 1 e 5. No grupo 1, a angiogênese diminuiu
gradativamente, no grupo 5, houve diminuição do terceiro para o sétimo dia e aumento do
timo para o décimo quarto dia (Tabela 10).
Tabela 10 – Avaliação da angiogênese segundo o período por grupo.
Angiogênese
Grupo
(1)
Período
Ausente Leve Moderado Intenso TOTAL Valor de p
n % n % n % n % n %
1
3 dias
- - - - - - 5 100,0 5 100,0 p
(2)
= 0,001*
7 dias
- - 4 100,0 - - - - 4 100,0
14 dias
1 20,0 4 80,0 - - - - 5 100,0
Grupo Total 1 7,1 8 57,1 - - 5 35,7 14 100,0
2
3 dias
- - 1 20,0 1 20,0 3 60,0 5 100,0 p
(2)
= 1,000
Fig. 20 – Presença intensa de angiogênese, 03 dias, em HE (Escala de referência 100
µm).
78
7 dias
- - - - - - 4 100,0 4 100,0
14 dias
- - 1 20,0 1 20,0 3 60,0 5 100,0
Grupo Total - - 2 14,3 2 14,3 10 71,4 14 100,0
3
3 dias
- - 2 40,0 1 20,0 2 40,0 5 100,0 p
(2)
= 0,560
7 dias
- - - - 1 20,0 4 80,0 5 100,0
14 dias
- - 2 40,0 2 40,0 1 20,0 5 100,0
Grupo Total - - 4 26,7 4 26,7 7 46,7 15 100,0
4
3 dias
- - - - - - 5 100,0 5 100,0 p
(2)
= 0,131
7 dias
- - 1 20,0 1 20,0 3 60,0 5 100,0
14 dias
- - 3 60,0 - - 2 40,0 5 100,0
Grupo Total - - 4 26,7 1 6,7 10 66,7 15 100,0
5
3 dias
- - - - 2 40,0 3 60,0 5 100,0 p
(2)
= 0,008*
7 dias
- - 3 75,0 1 25,0 - - 4 100,0
14 dias
- - - - 5 100,0 - - 5 100,0
Grupo Total - - 3 21,4 8 57,1 3 21,4 14 100,0
(*): Associação significante a 5,0%.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
Com relação à presença de tecido de granulação verifica-se que: na avaliação com 3
dias com exceção de dois espécimes do grupo 1 e um espécime do grupo 2 que apresentavam
granulação no grau intenso os demais animais não apresentavam tecido de granulação. Mas
sem significância estatística (Tabela 11).
Na avaliação com 07 dias observou-se que: no grupo 1, 50% apresentaram tecido de
granulação no grau leve e 50% com grau intenso; no grupo 2, 25% apresentaram ausência de
granulação, 50% grau leve e 25% grau intenso de tecido de granulação; no grupo 3, 20% com
grau moderado e 80% granulação intensa; no grupo 4, 40% apresentaram grau leve e 60% no
grau intenso de granulação e no grupo 5, 50% com grau leve, 25% moderado e 25%
79
granulação intensa. Para as avaliações com 3 e 7 dias não se comprova diferença significante
para nenhum dos grupos (p > 0,05).
Com 14 dias, todos os espécimes apresentavam tecido de granulação; no grupo 1
todos os espécimes apresentaram granulação no grau leve; no grupo 2, 20% apresentaram
grau leve e 80% grau intenso; no grupo 3, 60% dos espécimes com grau leve e 40% com
moderado; no grupo 4, 60% com grau leve e 40% com intenso de granulação e no grupo 5,
40% grau moderado e 60% com grau intenso. Comprova-se diferença significante entre os
grupos (p < 0,05).
Tabela 11 – Avaliação do tecido de granulação segundo o grupo por período.
Granulação
Tempo de Grupo
(1)
Ausente Leve Moderado Intenso TOTAL Valor de p
Avaliação n % N % n % n % n %
3 dias
1
3 60,0 - - - - 2 40,0 5 100,0 P
(2)
= 0,457
2
4 80,0 - - - - 1 20,0 5 100,0
3
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
4
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
5
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
Grupo Total 22 88,0 - - - - 3 12,0 25 100,0
7 dias
1
- - 2 50,0 - - 2 50,0 4 100,0 P
(2)
= 0,458
2
1 25,0 2 50,0 - - 1 25,0 4 100,0
3
- - - - 1 20,0 4 80,0 5 100,0
4
- - 2 40,0 - - 3 60,0 5 100,0
5
- - 2 50,0 1 25,0 1 25,0 4 100,0
Grupo Total 1 4,5 8 36,4 2 9,1 11 50,0 22 100,0
14 dias
1
- - 5 100,0 - - - - 5 100,0 P
(2)
= 0,004*
80
2
- - 1 20,0 - - 4 80,0 5 100,0
3
- - 3 60,0 2 40,0 - - 5 100,0
4
- - 3 60,0 - - 2 40,0 5 100,0
5
- - - - 2 40,0 3 60,0 5 100,0
Grupo Total - - 12 48,0 4 16,0 9 36,0 25 100,0
(*): Associação significante a 5,0%.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3: Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
A Tabela 12 demonstra a avaliação da colagenização (Fig. 22 à 36) através de
coloração especial em Tricrômico de Masson. Com 03 dias a maioria (79,2%) dos espécimes
apresentava colagenização discreta e os 20,8% restantes apresentaram colagenização entre
discreta e moderada, sendo que entre os grupos as freqüências com colagenização discreta,
variaram de 3 a 5 espécimes, em cada grupo, sem comprovação de diferença significante.
Na avaliação com 07 dias, no grupo 1, 100% dos espécimes apresentaram
colagenização discreta; no grupo 2, 80% com colagenização discreta e 20% com
colagenização moderada; no grupo 3, 60% com colagenização discreta, 20% moderada e 20%
entre moderada e intensa; no grupo 4, 60% entre discreta e moderada, 20% moderada e 20%
com colagenização intensa; no grupo 5, 50% com grau discreto de colagenização e 50 com
grau moderado. As diferenças se revelam significantes entre os grupos.
Fig. 21 – Presença intensa de tecido de granulação, 03 dias, em HE (Escala de
referência 100 µm).
81
Com 14 dias, no grupo 1, 100% apresentavam colagenização moderada; no grupo 2,
40% com grau moderada e 60% com grau entre moderado e intenso de colagenização; nos
grupos 3 e 4, 20% com colagenização entre moderada e intensa e 80% com colagenização
intensa; no grupo 5, 20% com colagenização discreta, 20% com colagenização moderada, 20%
entre moderada e intensa e 40% com colagenização intensa. Comprova-se diferença
significante entre os grupos em relação aos resultados da questão.
Tabela 12 – Avaliação do colagenização segundo o grupo por período.
Colagenização
Tempo de Grupo
(1)
Discreta
Discreta/
Moderada
Moderada
Moderada/
Intensa
Intensa TOTAL Valor de p
Avaliação n % n % n % n % n % n %
3 dias
1
4 100,0
- - - - - - - - 4 100,0 p
(2)
= 0,471
2
5 100,0
- - - - - - - - 5 100,0
3
4 80,0 1 20,0 - - - - - - 5 100,0
4
3 60,0 2 40,0 - - - - - - 5 100,0
5
3 60,0 2 40,0 - - - - - - 5 100,0
Grupo Total 19 79,2 5 20,8 - - - - - - 24 100,0
7 dias
1
4
100,0
- - - - - - - -
4
100,0 p
(2)
= 0,029*
2
4 80,0
- -
1 20,0
- - - -
5
100,0
3
3 60,0
- -
1 20,0 1 20,0
- -
5
100,0
4
- -
3
60,0
1
20,0
- -
1
20,0
5
100,0
5
2 50,0
- -
2 50,0
- - - -
4
100,0
Grupo Total
13
56,5
3
13,0
5
21,7
1
4,3
1
4,3
23
100,0
14 dias
1
- - - -
4
100,0
- - - -
4
100,0 p
(2)
= 0,005*
82
2
- - - -
2 40,0 3 60,0
- -
5
100,0
3
- - - - - -
1 20,0 4 80,0 5
100,0
4
- - - - - -
1
20,0
4
80,0
5
100,0
5
1 20,0
- -
1 20,0 1 20,0 2 40,0 5
100,0
Grupo Total 1 4,2 - - 7 29,2 6 25,0 10 41,7 24 100,0
(*): Associação significante a 5,0%.
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3 Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
(2): Através do teste Exato de Fisher.
Fig. 22 – Colagenização discreta, em TM, Grupo Controle com 03 dias
(Escala de refencia 100 µm)
Fig. 23 – Colagenização discreta, em TM, Grupo Controle com 07 dias
(Escala de refencia 100 µm)
83
Fig. 24 – Colagenização moderada, em TM, Grupo Controle com 14 dias
(Escala de refencia 100 µm)
Fig. 25 – Colagenização discreta, em TM, Grupo Orabase com 03 dias
(Escala de refencia 100 µm)
Fig. 26 – Colagenização moderada, em TM, Grupo Orabse 07 dias
(Escala de refencia 100 µm)
84
Fig. 27 – Colagenização moderada, em TM, Grupo Orabase com 14 dias (Escala de
referência 100 µm)
Fig. 28 – Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Quitosana com 03 dias (Escala de
referência 100 µm)
Fig. 29 – Colagenização moderada/intensa, em TM, Grupo Quitosana com 07dias (Escala de
referência 100 µm)
85
Fig. 30 – Colagenização intensa, em TM, Grupo Quitosana com
14 dias (Escala de referência 100 µm).
Fig. 31 – Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Laser com 03 dias (Escala de
referência 100 µm)
Fig. 32 – Colagenização intensa, em TM, Grupo Laser com 07 dias
(Escala de refencia 100 µm)
86
Fig. 33 – Colagenização intensa, em TM, Grupo Laser com 14 dias
(Escala de referência 100 µm).
Fig. 34 – Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Quitosana e Laser com 03 dias
(Escala de referência 100 µm).
Fig. 35 – Colagenização discreta /moderada, em TM, Grupo Quitosana e Laser com 7 dias
(Escala de referência 100 µm).
87
Fig. 36 – Colagenização intensa, em TM, Grupo Quitosana e Laser com 14 dias (Escala de
referência 100 µm).
No estudo da reepitelização destaca-se que: houve um aumento gradativo desta de
acordo com o tempo, em cada grupo, sendo a diferença, entre os períodos observacionais, de
forma significativa (Tabela 13 e Fig. 37).
Tabela 13 – Avaliação da reepitelização segundo o período por grupo.
Reepitelização
Grupo
(1)
Período
Ausente Leve Moderado Intenso TOTAL Valor de p
n
%
N
%
n
%
n
%
n
%
1
3 dias
5 100,0 - - - - - - 5 100,0 p
(2)
= 0,002*
7 dias
4 100,0 - - - - - - 4 100,0
14 dias
- - 4 80,0 1 20,0 - - 5 100,0
Grupo Total 9 64,3 4 28,6 1 7,1 - - 14 100,0
2
3 dias
5 100,0 - - - - - - 5 100,0 p
(2)
= 0,001*
7 dias
4 100,0 - - - - - - 4 100,0
14 dias
- - 3 60,0 2 40,0 - - 5 100,0
Grupo Total 9 64,3 3 21,4 2 14,3 - - 14 100,0
3
3 dias
5 100,0 - - - - 5 100,0 p
(2)
= 0,006*
7 dias
4 80,0 - - - - 1 20,0 5 100,0
14 dias
- - - - 3 60,0 2 40,0 5 100,0
Grupo Total
9
60,0
3
20,0
3
20,0
15
100,0
88
4
3 dias
5 100,0 - - - - - - 5 100,0 p
(2)
= 0,001*
7 dias
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
14 dias
- - 1 20,0 4 80,0 - - 5 100,0
Grupo Total 10 66,7 1 6,7 4 26,7 - - 15 100,0
5
3 dias
5 100,0 - - - - - - 5 100,0 p
(2)
= 0,001*
7 dias
4 100,0 - - - - - - 4 100,0
14 dias
- - 2 40,0 3 60,0 - - 5 100,0
Grupo Total 9 64,3 2 14,3 3 21,4 - - 14 100,0
(*): Associação significante a 5,0%.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3 Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
( (2): Através do teste Exato de Fisher.
Fig. 37 – Reepitelização da Ferida, em HE, com 14 dias
(Escala de referência 100 µm).
Na avaliação baseada no período, com 03 dias, em 100% dos espécimes, em todos os
grupos, não houve reepitelização. Na avaliação com 07 dias com exceção de um animal do
grupo 3 com reepitelização no grau intenso, todos os demais apresentavam ausência desta
característica (Tabela 14).
Com 14 dias todos os animais apresentavam reepitelização, sendo no grupo 1, 80%
reepitelização leve e 20% moderado; no grupo 2, 60% com reepitelização leve e 40%
moderado; no grupo 3, 60% moderado e 40% com reepitelização intensa; no grupo 4, 20%
apresentaram reepitelização com grau leve e 80% moderado; no grupo 5, 40% apresentaram
89
grau leve e 60% moderado. Para as avaliações que foram possíveis ser aplicado o teste
estatístico comparativo não foi comprovado diferença significante entre os grupos em nenhuma
delas. (p > 0,05).
Tabela 14 – Avaliação da reepitelização segundo o grupo por período
Reepitelização
Tempo de Grupo
(1)
Ausente Leve Moderado Intenso TOTAL Valor de p
Avaliação
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
3 dias
1
5 100,0 - - - - - - 5 100,0 **
2
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
3
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
4
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
5
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
Grupo Total 25 100,0 - - - - - - 25 100,0
7 dias
1
4 100,0 - - - - - - 4 100,0 p
(2)
= 1,000
2
4 100,0 - - - - - - 4 100,0
3
4 80,0 - - - - 1 20,0 5 100,0
4
5 100,0 - - - - - - 5 100,0
5
4 100,0 - - - - - - 4 100,0
Grupo Total
21
95,5
-
-
-
-
1
4,5
22
100,0
14 dias
1
- - 4 80,0 1 20,0 - - 5 100,0 p
(2)
= 0,110
2
- - 3 60,0 2 40,0 - - 5 100,0
3
- - - - 3 60,0 2 40,0 5 100,0
4
- - 1 20,0 4 80,0 - - 5 100,0
5
- - 2 40,0 3 60,0 - - 5 100,0
Grupo Total - - 10 40,0 13 52,0 2 8,0 25 100,0
(**): Não foi possível determinar devido à ausência de uma das categorias.
(1): Grupo 1: Controle; Grupo 2: Orabase; Grupo 3 Quitosana em Orabase; Grupo 4: Laser 660 Nm; Grupo 5:
Quitosana em Orabase + Laser 660 Nm.
( (2): Através do teste Exato de Fisher.
90
DISCUSSÃO
91
6. DISCUSSÃO
A cicatrização de uma maneira geral é assunto relevante para a comunidade científica.
O tema continua sendo alvo de novos estudos visto que, apesar do atual avanço da ciência, é
ainda grande o número de complicações decorrentes de problemas inerentes a esse fenômeno
biológico.
A cicatrização por segunda intenção, sem o uso de suturas e com maior quantidade de
tecido de granulação, tem sido descrita com diferentes fases e características: inicia com a
hemorragia e formação de coágulo e crosta, continua-se com a limpeza da ferida, decorrente
da exsudação fibrinosa formadora de crosta por ressecamento e contendo leucócitos ativos
para eliminação de microrganismos e corpos estranhos. Ocorre então a formação do tecido de
granulação composto por fibroblastos, neovascularização e miofibroblastos, sendo estes
últimos responsáveis pela retração da ferida. Apoiando-se no tecido de granulão e a partir de
diversos pontos, a epitelização da lesão e deposição colágena no tecido formador da
cicatriz (ANDRADE, 1999; SWAIM e HENDERSON, 1997).
Paralelamente a isto é importante ressaltar que os aspectos locais como a localização
das lees e a proteção que as crostas exercem, devendo-se evitar qualquer fator que
prolongue o processo inflamatório (ANDRADE, 1999).
A melhoria das opções terapêuticas para rias lesões da cavidade oral deve ser uma
constante preocupação da Odontologia moderna, objetivando promover uma melhor reparação
tecidual da área lesada em combinação com a minimização da sintomatologia dos processos
inflamatórios agudos, com o mínimo de agressão e efeitos colaterais ao paciente
(MARTORELLI, 2006).
O uso de determinados rmacos, mesmo de uso tópico, podem favorecer ou
atrapalhar o processo de cicatrização e migração epitelial. Assim, é importante conhecer a
92
ação dos medicamentos e suas interações no processo de cura das feridas para escolha
acertada do tratamento (FAZIO; ZIETLLI e GOLSLEN, 2000).
As dificuldades de tratamento e as complicações das feridas, como nos casos do
diabetes, têm estimulado a ciência na busca de métodos alternativos e seguros, que auxiliem
ou até mesmo acelerem os estágios da reparação tecidual, promovendo a precocidade na cura
das feridas.
Seguindo este pensamento, encontra-se em ênfase a utilização de produtos naturais,
como a quitosana, e o desenvolvimento da biomodulação tecidual através da Lasertarapia.
Ambos pelas suas propriedades estão sendo amplamente utilizados, não apenas para o
tratamento de feridas, mas nas mais variadas áreas da terapêutica e da cosmética.
Todos esses fatos anteriormente discutidos motivaram o desenvolvimento da presente
pesquisa.
Com relação a metodologia do presente estudo, nossa escolha pela execução de
feridas em pele e não em mucosa, baseia-se no fato da necessidade de aplicação diária dos
rmacos e da Laserterapia, o que obrigaria a aplicação de sedação cotidiana durante o
período experimental. Tal fato inviabilizaria o andamento da pesquisa pelo aumento do custo e
comprometimento da saúde dos animais. A aplicação diária na mucosa bucal implicaria
trabalhar com animais de maior porte, onde a metodologia necesria ao desenvolvimento
desta pesquisa, obrigaria a reduzir o número de amostras, podendo interferir na confiabilidade
dos resultados. Além disso, a inflamação e cicatrização da pele ou da mucosa, qualquer que
seja a etiologia de sua origem, ou seja, química, (LIMA et al., 2004) eletro-térmica (PAULO et
al., 1998) ou térmica, (MEIRELES, 2005), sugerem seguir um processo bem semelhante de
reparo, sendo métodos válidos neste tipo de experimento.
93
A escolha pela utilização de ratos da linhagem Wistar, foi definida por ter sido
padronizada anteriormente em estudos recentes e mostrou-se eficiente, visto que todos os
animais sobreviveram até o fim do experimento e não apresentaram complicações pós-
operatórias. O sexo dos animais foi definido propositalmente, devido a variabilidade do ciclo
hormonal das fêmeas, assim optamos por ratos machos (BRITO FILHO, et al, 2006).
Os estudos como ratos são amplamente utilizados para testar novas terapêuticas, as
vantagens de sua utilização superam as inadequações dos resultados com aplicações diretas
nos seres humanos (SHIELDS; O’KANE, 1994). As conclusões extraídas desses estudos o
devem ser totalmente direcionadas aos seres humanos, mas sim, utilizadas como guias para
novos estudos (WALKER, et al, 2000).
A escolha do método anessico, sacrifício e seus agentes foram
baseados na Resolução 714, De 20 de Junho de 2002, do Conselho
Federal De Medicina Veterinária, sendo escolhida uma técnica compatível
com os fins desejados e seguro para quem o executa, causando o mínimo
de estresse no animal, no operador e no observador.
A confecção das feridas no dorso do animal seguiu os parâmetros utilizados pelos
estudos de MARTORELLI (2006). Entretanto não seguimos a técnica de eletrocauterização,
por acreditarmos que ocorram variações na profundidade da lesão, devido a impossibilidade de
padronização da pressão da mão do operador, durante a confecção das feridas através desta
técnica. Com o auxilio de um “punch”, medindo 05 mm de diâmetro, realizamos a confecção
das feridas, removendo a derme em sua extensão total, padronizando desta forma todos os
experimentos, obtendo assim feridas cicatrizadas por segunda intenção.
A determinação da dose terapêutica tanto da quitosana como do laser foi baseado na
literatura pesquisada. Entretanto encontramos diferentes protocolos para ambas as formas de
tratamento. A enorme variação quanto aos parâmetros utilizados em processos de cicatrização,
94
tem dificultado uma interpretação adequada de seus efeitos, bem como a diversidade de
modelos usados. Isso porque a escolha dos parâmetros para a definição dos protocolos para a
utilização tanto da quitosana como do laser é realizada segundo a experiência dos autores,
uma vez que não existem parâmetros universalmente aceitos (PINHEIRO e GERBI, 2006).
Sendo assim, na composição da orabase de quitosana tomamos como base os
estudos de Alemdaroglu (2006), onde se comprova a eficácia na cicatrização do gel de
quitosana a 2%. A incorporação da quitosana nesta porcentagem permitiu a confecção de uma
orabase com características de fluidez e adesividade, aparentemente, semelhantes às
encontradas em outros tipos de orabase comercializadas atualmente.
Com relação à Laserterapia muitos pesquisadores que utilizam protocolos e unidades
de laser similares têm relatado resultados conflitantes. Acredita-se que não há um determinado
parâmetro que, por si , produza os efeitos biomoduladores, mas a conjugação de diferentes
parâmetros e suas variações de acordo com o modelo experimental (PINHEIRO e GERBI,
2006). Mesmo com todas as divergências entre os autores, optamos por seguir o que
preconiza Baxter (1998), utilização do laser vermelho (660 Nm) e energia de 4J, para
cicatrização tecidual.
A avaliação macroscópica empregada, embora de caráter subjetivo, é de fundamental
importância no acompanhamento do processo de cura. Na prática corrente, é o meio disponível
mais usual, que em humanos, não se justificaria retirada de tecidos cirurgicamente, tão
somente para acompanhamento da evolução de uma ferida no controle de eficácia dos
tratamentos.
Na avaliação microscópica, a análise da colagenização, através de técnicas
histológicas mais específicas, como o Tricrômico de Masson, apresenta-se como uma
ferramenta fidedigna, na avaliação da cicatrização tecidual; sua aplicabilidade fica mais do que
clara, que o novo tecido é formado basicamente por uma matriz de colágeno (O’ LEARY; et
al, 2002). Com coloração de rotina em HE, sua diferenciação é muito difícil, as estruturas
apresentam aspectos de forma e coloração muito semelhantes, o que pode confundir o
95
examinador, por este motivo discordamos de Brito Filho (2006), no que se refere a eficiência na
quantificação e identificação das alterações celulares cicatriciais, com o uso do HE. Com a
utilização da Técnica do Tricrômico de Masson, em nossa pesquisa, todas as estruturas em
que continham fibras colágenas ficaram evidenciadas em azul, o que permitiu a fácil
diferenciação do colágeno.
A ausência de infecção, comprova que todos os cuidados necessários com relação a
anti-sepsia dos animais e a assepsia das gaiolas e dos instrumentos utilizados, foram
rigorosamente obedecidas em todos os períodos do experimento, sendo o resultado padrão
para todos os grupos do estudo.
A hiperemia ao redor da ferida é um fenômeno vascular, da inflamação no reparo
tecidual, tendo inicio alguns minutos após a ação do agente flogístico, intervalo em que se
processa a liberação de mediadores químicos, principalmente a histamina. Este característica
sofre modulações tanto pela intensidade do agente agressor como pela respostas dos tecidos
lesados (GUYTON, 1998). Nos resultados obtidos no estudo a hiperemia foi visualizada
durante o terceiro dia de observão, principalmente no grupo 2 (100% dos animais) e 3 (60%).
Já no grupo 4, em todos os animais, assim como 80% dos animais do grupo 5, nesse período,
não apresentaram hiperemia peri-lesional. O que corrobora com os estudos de Cools, (1984)
Veçoso (1993) e Medrado (2003), no que se refere à ação esperada da fotobiomodulação no
controle da hiperemia resultante da reação inflamatória. O aparecimento de hiperemia em
todos os animais do grupo 5 no sétimo dia, pode ser um sinal de uma reação não benéfica,
resultante da associação das terapias com quitosana e laser.
A crosta formada logo nas fases iniciais da cicatrização é composta primariamente por
concentração de fibrina, agregação plaquetária, embebidas em células sanguíneas (MARTIN,
1997). Este processo protege a ferida contra a ampla perda de eletrólitos e fluidos e contra a
contaminação por agentes nocivos (MONACO e LAWRENCE, 2003). A presença da crosta
pode ser observada tanto macroscopicamente como microscopicamente.
96
Macroscopicamente a presença da crosta foi comum para todos os grupos no terceiro
dia, assim como sua ausência no décimo quarto dia. A sua ausência clinica com sete dias de
observão, pode ser interpretada como um aspecto de melhor reparação da superfície
epitelial (RIBEIRO, et al, 2003) sendo bem evidenciada em todos os animas do grupo 1 e 3 e
em 40% dos animais do grupo 4. Microscopicamente sua intensidade no período inicial pode
ser um diferencial da reparação, sendo os dados das análises micro e macroscópicos
coincidentes nos períodos de três dias iniciais, quando se observa crosta com grau intenso nos
grupos 1 e 3, e uma perda precoce com sete dias, também nos mesmos grupos.
A presença de bordas necróticas foi significante apenas no período de sete dias. No
grupo 1, todos os animais apresentaram bordas necróticas, neste período. O grupo 5
apresentou o melhor resultado, sendo percebida a ausência das bordas necróticas, seguido do
grupos 3 e 4 com resultados idênticos (60% com ausência de bordas necróticas). De acordo
com o aspecto clínico das feridas, com bordas mais regulares, evidencia-se, nesses últimos
grupos, um padrão macroscópico de cicatrização melhorado (OLIVEIRA, 1992; RAMSEY,
1995; BLANES, 2004).
O aspecto sangrante no fundo das feridas pode ser considerado como um fator
negativo, um eventual retardo no processo de coagulação, na fase inicial da cicatrização
(BAXTER, 1994; RAMSEY, 1995; MONACO e LAWRENCE, 2003; MARTORELLI, 2006).
Durante o experimento, apenas um animal no grupo 1, apresentou esta característica, apesar
de não ser estatisticamente significativo.
A contração da ferida é mediada por citocinas e em particular pelo Fator de
Crescimento Transformador (TGF). Através da contração, o tamanho da ferida diminui
substancialmente, isto é primariamente causado pelos fibroblastos encontrados no tecido de
granulação e muitos deles se diferenciam em um fenótipo, que são referidos como
miofibroblastos (O’ LEARY, 2002). A ocorrência da contração da ferida mais lenta no grupo
97
controle, deve ser considera, isto comprova macroscopicamente a ação aceleradora da
quitosana (HOWLING, et al., 2001; SENEL e McCLURE, 2004; ALEMDAROGLU, et al., 2006;
DENG, et al.,2007; MUZARELLI, 2008) e da fotobiomodulação no processo cicatricial,
principalmente nos períodos iniciais, possivelmente pela estimulão dos miofibroblastos
(RESENDE; PEREIRA; CASTRO, 2005).
Após todo traumatismo tecidual desencadeia-se uma resposta inflamaria, que
possibilita o início da cicatrização. Porém uma resposta inflamatória muito exacerbada acaba
sendo nociva à cicatrização, pois compromete a microcirculação e a proliferação de
fibroblastos (MAZZINI, 1999). Durante a avaliação morfológica do nosso estudo, foi verificado
menor grau de inflamação, no primeiro período observacional, no grupo 4, isto esta de acordo
com Cools, (1984) Veçoso (1993), Ortiz (2001), Medrado (2003), Marcon e Sanfelice (2005), já
que o laser atua na reação inflamatória nos primeiros dias da reparação. Da mesma forma no
grupo 3 foi observada um bom controle inflamatório, pela ação da quitosana em orabase à 2%,
o que corrobora com os estudos de Howling, et al. (2001);Ishihara, et al. (2002); Ueno, et al.
(1999, 2001, 2007) e Muzzarelli (2008), nos quais todos eles são unânimes em relação a
melhora no desempenho dos PMN, principalmente macfagos, acelerando desta forma a
cicatrização. A associação das duas formas de tratamento (Laserterapia e Quitosana)
apresentou um resultado mais modesto em comparação com os grupos anteriores, mas
percebe-se que um controle mais acentuado da inflamação comparando-se com o grupo 1
(controle). No grupo 2, foi verificado que o uso apenas da orabase provocou o maior nível de
reação inflamatória. Possivelmente algum dos componentes da orabase desencadeou tal
reação. Com sete dias houve um aumento da inflamação em todos os grupos, com exceção do
grupo 5, no qual ocorreu diminuição da resposta inflamatória, mas sem correlação estatística
significante. A tendência de diminuição da inflamação continuou no período de observação
seguinte, o que corresponde a transição esperada das fases do reparo (GUYTON, 1998;
BLANES, 2004).
Através da neovascularização ou angiogênese, ocorre o aporte de células,
mediadores químicos e nutrição sanguínea para o local lesado. Em todos os grupos da
98
nossa pesquisa, a maioria dos espécimes apresentou grau de angiogênese entre moderado
e intenso no terceiro dia, com exceção do grupo 3, que apresentou menor grau de
angiogênese (40% leve). no timo dia os grupos 1, 4 e 5 apresentaram diminuição da
angiogênese, mesmo assim, com persistência de graus mais intensos de angiogênese no
grupo 4, característico da fotobiomodulação (BAXTER, 1994; GENOVESE, 2000; ORTIZ et
al., 2001; MEDRADO, et al., 2003; ROCHA, 2004; CORAZZA, 2005; BOURGUIGNON-
FILHO, et al., 2005). Nos grupos 2 e 3 houve uma tendência de aumento da angiogênese
no mesmo período, demonstrando que a orabase e a quitosana estimularam a angiogênese
de forma mais considerável nesse período de observação. Com 14 dias, todos os grupos
seguem um padrão de diminuição, mas ainda foi observada angiogênese intensa e
moderada nos grupos 2, 3 e 5, podendo ser interpretado como um efeito mantenedor da
neovascularização nas feridas protegidas pelos fármacos (RAMSEY, et al, 1995).
A formação do tecido de granulação, de acordo com Guyton (1998) e Blanes (2004),
percebe-se a partir do segundo ou terceiro dias, após o trauma. Na maioria dos espécimes
estudados o foi observada a formação do tecido de granulação com 03 dias. Com sete dias
de observação, já foi posvel verificar a formação do tecido de granulação em todos os
grupos, mais intensamente nos grupos 3 e 4, mas ainda sem diferença significativa entre os
grupos. com quatorze dias a maioria dos espécimes, dos grupos dos grupos 1, 3 e 4,
apresentaram significativa queda no nível de tecido de granulação, enquanto que os grupos 2 e
5 apresentaram tecido de granulação aumentado no mesmo período. O tecido de granulação é
importantíssimo para reparação tecidual, mas a sua presença em intensidades variadas, em
períodos intermediários ou tardios foi comum de acordo com nossos resultados, não sendo um
parâmetro auxiliar para avaliação do grau de cicatrização, pois podem ser encontradas feridas
em graus avançados de colagenização ou reepitelização, com diferentes intensidades de
tecido de granulação.
Na avaliação da formação do colágeno, pode ser verificado que houve maior
colagenização nos grupos 4 e 5, no terceiro dia, mas ainda de forma não significativa
99
estatisticamente. Na continuação das observações no sétimo dia, os grupos 3, 4 e 5
apresentaram maiores níveis de colagenização, principalmente no grupo 4. No último peodo
observacional os grupos 3 e 4 apresentam resultados equivalentes, e o grupo 5 com resultados
mais modestos que os grupos anteriores. Isto sugere que a terapêutica com quitosana e o
laser, isoladamente, podem atuar de maneira favorável no processo de cicatrização tecidual
(DENG, et al.,2007; MUZARELLI, 2008; MEDRADO, et al., 2003; ROCHA, 2004; CORAZZA,
2005; BOURGUIGNON-FILHO, et al., 2005). Mas a associação das terapêuticas não causou o
efeito esperado, potencialização da cicatrização tecidual, não estando claro ainda o mecanismo
desta interação.
No estudo da reepitelização tecidual, nos dois primeiros períodos observacionais os
espécimes apresentaram características semelhantes. Já em uma observação mais tardia,
houve reepitelização mais evidente nos grupos 3 e 4, seguido pelo grupo 5, o que comprova
novamente que a associação da quitosana com a Laserterapia não apresenta potencialização
na cicatrização, não justificando desta forma o seu uso em conjunto, para tratamento desse
tipo de ferida.
De acordo com a literatura pesquisada e com os resultados desta pesquisa podemos
afirmar que, o uso da Quitosana e da Laserterapia são formas de tratamento de feridas
cutâneas, consagradas clínica e cientificamente. Na área Odontológica, a orabase apresenta-
se como um bom veículo farmacológico, sendo possível, de acordo com nosso estudo, a
associação com a quitosana, podendo ser utilizada como uma alternativa de tratamento, de
baixo custo e satisfatório, para úlceras e estomatites.
100
CONCLUSÃO
101
7. CONCLUSÃO
Nas condições experimentais utilizadas, de acordo com os resultados obtidos durante este
trabalho, podemos concluir que:
No período inicial da cicatrização, o uso da quitosana em orabase associado à
Laserterapia promoveu, macroscopicamente, maior contração da ferida e melhores
padrões de cicatrização, quando comparado aos outros grupos.
O grupo tratado com quitosana apresentou resultados semelhantes, ao grupo tratado
com Laserterapia, sobre o controle da inflamação, formação de crosta e angiogênese.
Com o uso da quitosana em orabase a 2%, foi observada maior precocidade na
reepitelização.
Com o Tricrômico de Masson, foi possível evidenciar que houve maior colagenização
entre os grupos 3 e 4 de forma equivalente.
A associação das terapias com Laser e Quitosana, apresentou melhores resultados em
comparação com o grupo controle, mas sem causar potencialização da cicatrização,
comparando-se com as duas formas de tratamento utilizadas isoladamente.
102
REFERÊNCIAS
103
8. REFERÊNCIAS
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in vivo studies. J of Cont Rel, n. 98, p. 269– 279, 2004.
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111
APÊNDICE
112
ANDICE – FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DAS GAIOLAS
PESQUISA:
AVALIAÇÃO DA ORABASE DE QUITOSANA ASSOCIADA OU
NÃO AO LASER VISÍVEL DE λ 660 NM NA REPARAÇÃO
TECIDUAL
RESPONSÁVEIS PELA PESQUISA:
Orientadores – Tânia Lemos Coelho Rodrigues/ Francisco Limeira Júnior
Doutorando – Ricardo A. S. Gurgel
GRUPO:
Animais Nascimento
Massa
corporal
Sacríficio
01
02
03
04
05
ÓBITOS:
113
ANEXOS
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