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CLÁUDIO OLIVEIRA RIBEIRO
Africana (OUA). Estas instituições marcaram a trajetória dos Estados
africanos e delinearam as formas através das quais podemos considerar
e avaliar a evolução tanto dos acordos quanto das organizações
regionais que vêm sendo promovidos no continente. Desse modo,
servem de guia para avaliação os meios de consecução de projetos
intergovernamentais no continente africano.
No caso da primeira, é importante frisar seu contexto. Além
das motivações políticas internas, a luta pelo processo de descolonização
foi fortemente apoiada pela realização de fóruns internacionais para
tratar da temática. Em janeiro de 1949, realiza-se, em Nova Delhi,
uma conferência para debater conflitos entre Holanda e Indonésia.
Contando com a participação de representantes da Etiópia e do Egito,
nesta reunião, além da recomendação da adoção de medidas coletivas
contra os Países Baixos, é decidido estabelecer a coordenação da ação
dos países afro-asiáticos na ONU, criando um bloco composto por:
Afeganistão, Arábia Saudita, Birmânia, Egito, Índia, Indonésia, Iraque,
Irã, Líbano, Paquistão, Síria, Yemen, Etiópia e Libéria.
Entre abril de 1954 e abril de 1955, são realizados mais dois
encontros internacionais para debater assuntos relativos ao processo
de descolonização. O primeiro, em Colombo, contando com a
presença da Birmânia, Ceilão, Índia, Indonésia e Paquistão. Ao final,
os países participantes publicaram um comunicado conjunto, frisando,
entre outros aspectos, o desejo de convocar uma conferência de nações
afro-asiáticas. Em dezembro desse mesmo ano, os países patrocinadores
reuniram-se em Bogor, Indonésia, e decidem promover a Conferência
de Bandung.
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A Conferência de Bandung tornou-se um marco para o
processo de descolonização. Por iniciativa da Birmânia, Ceilão, Índia,
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A Conferência contou com a participação dos seguintes países: Afeganistão, Birmânia,
Camboja, Ceilão, China, Egito, Etiópia, Costa do Ouro, Índia, Indonésia, Irã, Iraque,
Japão, Jordânia, Laos, Líbano, Libéria, Líbia, Nepal, Paquistão, Filipinas, Arábia Saudita,
Sudão, Síria, Tailândia, Turquia, Vietnam do Sul e Yemen.