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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIULCEROGÊNICA E TÓXICA DOS
EXTRATOS METANÓLICO E CLOROFÓRMICO DAS FOLHAS DE Serjania erecta
Radlk (SAPINDACEAE)
ANA PAULA CORRÊA CASTELLO BRANCO NAPPI ARRUDA
Dissertação apresentada ao
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIULCEROGÊNICA E TÓXICA DOS
EXTRATOS METANÓLICO E CLOROFÓRMICO DAS FOLHAS DE Serjania erecta
Radlk (SAPINDACEAE)
ANA PAULA CORRÊA CASTELLO BRANCO NAPPI ARRUDA
ORIENTADORA: PROFA. DRA. CLÉLIA AKIKO HIRUMA-LIMA
Dis(D)Tj8.17566 0 Td06 0 Td(M)Tj10.72 TL( )’19.56 TLmA
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO – CAMPUS DE BOTUCATU – UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Arruda, Ana Paula Correa Castello Branco Nappi.
Avaliação da atividade antiulcerogênica e tóxica dos extratos metanólicos e
clorofórmicos das folhas de Serjania erecta (Sapindaceae) / Ana Paula Correa Castello
Branco Nappi Arruda. – Botucatu: [s.n.], 2008.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências,
Botucatu, 2008.
Orientadora: Clélia Akiko Hiruma-Lima
Assunto CAPES: 21400000
1. Plantas medicinais - Uso terapêutico 2. Úlceras - Tratamento
CDD 616.343
Palavras-chave: Antiulcerogênico; Cerrado; Farmacologia; Fitoquímica; Serjania
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado primeiramente a Deus que me permitiu chegar até aqui,
trilhar e conhecer um pouco sobre o caminho da Ciência e, principalmente, sobre os caminhos
da vida.
Também é dedicado aos meus pais que me deram a vida, sem eles eu simplesmente
não estaria aqui e também não teria chegado aaqui. Não existem palavras que definam
tamanha e especial gratidão, nem o amor que sinto por vocês....
E ao meu namorido Lucas, que me acompanha a mais de oito anos, sendo meu
companheiro, professor, editor, tradutor, compartilhando momentos de aventura, diversão,
medo, amor... momentos tão especiais, importantes e imprescindíveis na minha vida, mas
também ainda não inventaram palavras que possam traduzir fielmente o que quero dizer, mas
já dá uma noçãozinha...
AGRADECIMENTOS
À Professora Lúcia Rocha que me apresentou à professora Clélia, e por todos os
auxílios sobre as nomenclaturas endócrinas...
À Professora Clélia que me aceitou como orientada sem mesmo me conhecer, que tiro
no escuro em professora??? Mas você pode ter certeza que eu me entreguei á este projeto de
corpo e alma e exigindo sempre muito de mim, além de todas as incertezas e dificuldades de
uma marinheira de primeira viagem....
Á todo o pessoal do Laboratório, que sempre que disponível me ajudavam nos
experimentos, galera, com a ajuda de vocês as coisas se tornaram fáceis.... e aqui eu preciso
citar uma pessoa em especial que me ajudou na grande maioria de meus experimentos e que
se fez presente com ajuda fundamental, a Catharine Ferrazoli, VALEU Potira...
Aos Técnicos do departamento, Seu Júnior do biotério sempre me ajudando com a
lavagem das caixas dos animais, Dona Ângela ajudando a limpar as louças restantes dos
experimentos...
Ao pessoal da Seção da Pós, meu muito obrigada pelas facilidades e pelas
explicações...
i
RESUMO
A planta Serjania erecta Radlk (SAPINDACEAE) é uma espécie endêmica da região
de cerrado e apresenta como indicação popular a utilização de suas folhas para o tratamento
de úlcera. A partir destas informações etnofarmacológicas os extratos metanólico e
clorofórmico de suas folhas foram avaliados quanto a sua ão gastroprotetora e tóxica. Os
dois extratos não apresentaram atividade tóxica no modelo de toxicidade aguda e em triagem
hipocrática em modelos de animais in vivo e ambos apresentaram atividade gastroprotetora
em modelo de indução de úlcera gástrica por etanol absoluto. O extrato clorofórmico (apolar)
apresentou maior atividade gastroprotetora do que o extrato metanólico o que instigou a
caracterização do mecanismo de ão deste extrato vegetal. A caracterização do mecanismo
de ação foi realizada através de ensaios biológicos com o objetivo de se avaliar a ação
antisecretória (ligadura de piloro) e o envolvimento de grupamentos sulfidrílicos, de óxido
nítrico e das terminações nervosas sensíveis à capsaicina na gastroproteção. Foi constatado
que este extrato não apresenta atividade anti-secretória e sua ação gastroprotetora ocorre por
envolvimento dos grupamentos sulfidrílicos, via ativação de óxido nítrico e também das
terminações nervosas sensíveis à capsaicina. A caracterização fitoquímica do extrato
metanólico aponta para a presença de saponinas, taninos, flavonóides e terpenos. o extrato
clorofórmico de S. erecta possui saponinas, poliisoprenóides, triterpenos que podem estar
envolvidos na ação gastroprotetora do extrato. Estes resultados mostram o potencial efeito
antiulcerôgenico do extrato apolar das folhas de S. erecta frente aos agentes ulcerogênicos
mais comuns ao homem, porém, ainda são necessários outros estudos para definir a classe
fitoquímica predominante que podem estar diretamente relacionado ao efeito gastroprotetor
deste extrato.
Palavras chaves: Cerrado; gastroproteção; planta medicinal, Sapindaceae; Serjania erecta.
ii
ABSTRACT
Serjania erecta Radlk (SAPINDACEAE) plant is an endemic species originally found
in the Brazilian savanna region with a popular use indicated to ulcer treatment. The known
ethnopharmacological data about this plant has directed this work to an evaluation of the
methanolic and chloroformic extracts made out of its leaves considering their gastroprotective
and toxic actions. Both extracts have showed no toxic activity in the acute toxicity model and
the hippocratic screening, both conducted for in vivo animal models. These extracts have also
showed a gastroprotective activity in the absolute ethanol model for gastric ulcer induction.
Since the chloroformic extract (apolar) has presented a higher gastroprotective action when
compared to the methanolic extract, its mechanism of action characterization was deeply
studied. This mechanism of action characterization was conducted with biological tests
aiming to evaluate the antisecretory effect (pylorus ligature) and the involvement of
sulfhydryl groups, nitric oxide and capsaicin sensory on din
iii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................1
1.1 Revisão bibliográfica do gênero Serjania .....................................................................3
1.2 A espécie estudada: Serjania erecta..............................................................................8
1.3 A doença estudada: Úlcera Gástrica..............................................................................9
2. OBJETIVOS....................................................................................................................16
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................17
ARTIGO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIULCEROGÊNICA E TÓXICA DOS
EXTRATOS METANÓLICO E CLOROFÓRMICO DAS FOLHAS DE Serjania erecta
Radlk (SAPINDACEAE).....................................................................................................24
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................25
2. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................25
2.1 Espécie estudada........................................................................................................25
2.1.1 Coleta...................................................................................................................25
2.1.2 Preparação dos extratos metanólico e clorofórmico ..............................................26
2.2 Animais......................................................................................................................26
2.3 Avaliação da atividade farmacológica........................................................................27
2.3.1 Estudo de Toxicidade Aguda e “screening” hipocrático........................................27
2.3.2 Lesões Ulcerosas..................................................................................................27
2.3.3 Indução de úlcera por Etanol absoluto..................................................................28
2.4 Caracterização da açãoantiulcerogênica do extrato clorofórmico................................28
2.4.1 Úlceras induzidas pela Ligadura de piloro e avaliação dos parâmetros do suco
gástrico.........................................................................................................................28
2.4.2 Determinação do papel dos grupamentos sulfidrílicos na gastroproteção ..............29
2.4.3 Determinação do papel do Óxido Nítrico (NO) na gastroproteção.........................29
2.4.4 Determinação do papel das terminações nervosas sensíveis à Capsaicina na
gastroproteção...............................................................................................................30
2.5 Análise Estatística......................................................................................................30
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................30
3.1 Toxicidade Aguda e “screening” hipocrático..............................................................30
iv
3.2 Indução de úlcera por Etanol absoluto........................................................................35
3.3 Indução de úlcera por Ligadura de Piloro...................................................................42
3.4 Determinação do papel dos grupamentos sulfidrílicos na gastroproteção....................44
3.5 Determinação do papel do óxido nítrico (NO) na gastroproteção................................46
3.6 Determinação do papel dos neurônios sensoriais sensíveis à capsaicina na
gastroproteção..................................................................................................................49
3.7 Determinação do papel da fitoquímica dos extratos na gastroproteção........................51
4. CONCLUSÃO.................................................................................................................53
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................54
ANEXO...............................................................................................................................61
1
1. INTRODUÇÃO
milhares de anos, o homem vem utilizando as plantas no tratamento de diversas
doenças. Existem relatos a respeito da utilização de plantas com finalidades terapêuticas que
datam do ano 3.000 a.C. como menciona a obra “Pen Ts'ao” do chinês Shen Nung (Ko, 1999;
Tyler, 1996). No ano 78 d.C., o botânico grego Pedanios Dioscorides descreveu cerca de 600
plantas medicinais, além de produtos minerais e animais, no tratado “De Materia Medica”. Este
tratado permaneceu como fonte de referência por mais de catorze séculos (Robbers et al., 1996;
Tyler, 1996). Foi através da observação e da experimentação pelos povos primitivos que as
propriedades terapêuticas de determinadas plantas foram sendo descobertas e propagadas de
geração em geração, integrando este conhecimento à cultura popular (Turolla & Nascimento,
2006).
A transmissão do conhecimento sobre a utilização das plantas entre as gerações tem
sido historicamente uma função essencial da cultura (Berkes et al., 2000). O conhecimento
etnobotânico local se mostra bastante importante para a saúde e para a alimentação,
particularmente em um meio rural
com poucos recursos, porém a transição cultural e
econômica associada à globalização tem se tornado uma ameaça para este tipo de
conhecimento (McDade et al., 2007).
A fitoterapia é uma forma popular de tratamento da saúde com a utilização de plantas
medicinais, e, por esta razão, mesmo existindo algumas diferenças entre este tratamento e o
tratamento farmacológico convencional, ela necessita ser testada cientificamente na sua
eficácia e nos seus possíveis efeitos tóxicos. Além disso, as pessoas possuem a crença de que
os tratamentos naturais são seguros e não apresentam riscos colaterais à saúde, o que é mais
um motivo para se intensificar as pesquisas nesta área (Firenzuoli & Gori, 2007).
O Brasil detém a maior diversidade biológica do mundo, e esta diversidade desperta
os interesses de comunidades científicas internacionais para o estudo, conservação e
utilização racional dos recursos. Um exemplo disto é o bioma cerrado que contém mais de
6.000 plantas vasculares (Mendonça et al., 1998) muitas delas com valor alimentício e
medicinal (Almeida et al., 1998). Os componentes das plantas representam uma fonte rica em
produtos químicos bioativos, que no setor farmacológico, fornecem material para a produção
de analgésicos, tranqüilizantes, diuréticos, laxativos, antibióticos, dentre outros. A
diversidade da flora do cerrado brasileiro, o segundo mais importante bioma do país, tem sido
2
pobremente estudada na validação da eficácia e de efeitos terapêuticos de extratos ou
compostos isolados (Espindola et al., 2004; Napolitano et al., 2005; Mesquita et al., 2005a).
De acordo com Ribeiro & Walter (1998), o Cerrado ocupa 23% do território nacional
(dois milhões de km
2
), e se localiza basicamente no planalto central, além de ser considerado
um complexo vegetacional de grande heterogeneidade fitofisionômica. Para Proença et al.,
(2000), o Cerrado é o mais brasileiro dos biomas sul-americanos, pois, excetuando-se algumas
pequenas áreas na Bolívia e no Paraguai, ele está totalmente inserido no território nacional.
Segundo Gottlieb & Borin (1994), embora haja possivelmente mais espécies vegetais
(diversidade específica) em áreas amostrais de mesmo tamanho na Floresta Amazônica que
nas de Cerrado, a diversidade taxonômica neste último é certamente muito maior. Esta
diversidade é relativa aos táxons mais elevados (gênero, família e ordem), mostrando a
importância do Cerrado para pesquisas com plantas medicinais. Isto porque, quanto maior a
diversidade taxonômica em níveis superiores, maior é o distanciamento filogenético entre as
espécies e maior é a diferença e diversidade química entre elas. Portanto, estima-se que a
gama e o potencial de compostos bioativos produzidos pelas espécies do Cerrado sejam
maiores que as da Floresta Amazônica.
Ao se considerar a perspectiva de obtenção de novos fármacos, dois aspectos
distinguem os produtos de origem natural dos sintéticos: a diversidade molecular e a função
biológica. A diversidade molecular dos produtos naturais é muito superior àquela derivada
dos processos de síntese, que ainda é limitada. Além disso, os produtos naturais muitas vezes
exibem propriedades adicionais às antimicrobianas a eles associadas (Nisbet & Moore, 1997).
Também se pode observar atualmente que os produtos naturais são responsáveis, direta ou
indiretamente, por cerca de 40% de todos os rmacos disponíveis na terapêutica moderna, e
considerando os rmacos antibióticos e antitumorais, essa porcentagem aumenta para
aproximadamente 70% (Yunes & Calixto, 2001).
Como pode ser observado, os dados mencionados são de grande importância e
justificam a continuidade e o crescimento de pesquisas científicas com plantas medicinais,
tanto para a identificação de espécies e sua etnofarmacologia, bem como para a validação dos
efeitos terapêuticos e da toxicidade destas espécies.
3
1.1 Revisão bibliográfica do gênero Serjania
O gênero Serjania pertence à família Sapindaceae e a maioria de suas espécies é
encontrada no bioma cerrado. Segundo Napolitano et al. (2005), a rica flora do cerrado
brasileiro tem sido pouco estudada para a validação da eficácia de seus efeitos terapêuticos.
Extratos brutos, tanto quanto flavonóides isolados de plantas pertencentes à família
Sapindaceae, tem sido investigados por suas propriedades antiinflamatórias e anti-virais.
A família Sapindaceae é uma rica fonte de isoprenóides e polifenóis (Hegnauer, 1973)
e saponinas (Voutquenne et al., 2002), triterpenos (Chávez & Delgado, 1994), diterpenos
(Ortega et al., 2001), flavonóides (Mahmoud et al., 2001), lecitinas (Freire et al., 2002) e
hidrogéis (Gorin et al., 2006). As sementes das plantas desta família são caracterizadas
predominantemente por sua abundância em óleos, algumas das quais apresentam intensa
atividade inseticida e são ricas em cianolipídeos (Sptizer, 1996).
A etimologia da palavra Sapindaceae, segundo Rennó (1963) e Jussieu (1789); gênero
Sapindus, Lineu; sapindus é o encontro de sapo, sabão e indus, da Índia; como o fruto de
algumas espécies indianas que têm substâncias detergentes, daí lhes veio o nome “sapo indus”
ou “sapindus”, sabão-da-Índia; Dicotiledôneas.
A família Sapindaceae é uma das vinte famílias botânicas pertencentes à ordem
Sapindales, algumas com grande ocorrência no Brasil e na região amazônica. Esta ordem
reúne inúmeras plantas de grande valor medicinal e econômico. Na família Sapindaceae
destacam-se os gêneros: Paullinia, Cupania e Serjania, muitas das quais usadas para a pesca
por serem consideradas narcóticas para os peixes. Apresentam também, significativos efeitos
farmacológicos, especialmente sobre o Sistema Nervoso Central (Di Stasi & Hiruma-Lima,
2002).
Várias espécies do gênero Serjania apresentam em seu nome popular a palavra Timbó.
Timbó é o nome genérico utilizado por nativos brasileiros para designação de plantas tropicais
venenosas utilizadas em pescaria. A mais potente destas plantas são pertencentes à família
Leguminosae: Derris urucu (Killi & Smith) Macbr. = timbó-macaquinho; Tephrosia toxicaria
Pers. = timbó-de-caiena; Tephrosia nitens Benth = timbó-caá, da qual a rotenona foi isolada
como substância ativa (Krukoff & Smith, 1937; Corbett, 1940; Haller et al., 1942). Outras
plantas utilizadas como ictiotóxicas não contêm rotenona, são menos tóxicas e são chamadas
de “timbós-falsos” (Teixeira et al., 1984).
4
O gênero Serjania apresenta 226 espécies (Van der Ham & Tomlik, 1994), sendo que
apenas algumas apresentam indicação popular e pouquíssimas foram estudadas sob o ponto de
vista farmacológico. Abaixo estão listadas algumas das espécies que apresentam indicação
popular:
1) Serjania acuminata Radlk – Segundo Corrêa (1924), esta é uma das espécies mais
procuradas para tinguijar. É conhecida popularmente por Timbó de peixe ou Timbó legítimo.
2) Serjania caracasana (Jacq.) Willd. De acordo com Pott & Pott (1994), esta planta é
apícola,néctar; é tóxica para peixes e contém 3 saponinas (serjanosídeos). Segundo Corrêa
(1924), esta planta é conhecida por Timbó do Campo em Goiás e é reputada como muito
venenosa e bastante aproveitada para tinguijar peixe.
3) Serjania curassavica Radlk. Segundo Corrêa (1924), esta espécie é largamente
disseminada pelo Brasil e em grande parte da África tropical, é considerada a mais nociva
deste gênero. O que confirma esta indicação é que antigamente os escravos africanos extraíam
da semente, da casca e de suas raízes, uma substância terrivelmente venenosa, que
administrada traiçoeiramente aos inimigos e aos senhores escravagistas, aos poucos e
continuadamente, minava o organismo levando à morte. É conhecida popularmente por
Curucú-apé.
4) Serjania cuspidata Camb. Segundo Corrêa (1924), esta espécie é considerada venenosa,
porém este efeito apenas se verifica sobre animais de sangue frio, devido à presença do
alcalóide ictiotina, razão pela qual é empregado para tinguijar. As folhas frescas apresentam
óleo essencial. É conhecida popularmente por Guarumina; Cipó-Timbó; Timbó-cabeludo;
Timbó de peixe.
5) Serjania fuscifolia Radlk. Segundo Cointe (1947), é popularmente conhecida por Ci
Timbó e Timbó. É acre, narcótica e venenosa ictiotóxico contém timbóina. Segundo Corrêa
(1924), é também uma das espécies mais procuradas para tinguijar e é conhecida como Mata-
peixe em São Paulo.
6) Serjania lethalis A. St. Hil. Segundo Corrêa (1924), é uma bela planta ornamental,
narcótica como as outras do gênero, porém geralmente reputada como ainda mais venenosa.
Conhecida popularmente por Mata-fome.
7) Serjania nodosa Radlk. Segundo Corrêa (1924), as sementes são suspeitas de serem
venenosas e o suco da planta era utilizado pelos aborígines da Guiana Francesa para
5
envenenarem a ponta de suas flechas, além disso, seus ramos servem para tinguijar. É
conhecida popularmente por Cururú; Arary; Cipó cruapé branco.
8) Serjania noxia St. Hil. Segundo Corrêa (1924), é uma das espécies mais acusadas como
causa de envenenamento e também uma das mais procuradas pela abelha Poliste lecheguana,
que com seu néctar produz um mel absolutamente nocivo.
9) Serjania paucidentata DC. Segundo Corrêa (1924), o suco desta planta é considerado
narcótico e existe suspeita da planta ser tóxica. Conhecida popularmente por Icunã; Timbó.
10) Serjania piscatoria Radlk Segundo Corrêa (1924), é uma das espécies mais utilizadas
para tinguijar, conhecida popularmente por Tingui.
11) Serjania triquetra Radlk – Segundo Martinez (1959) esta espécie é encontrada nas
regiões central e sul do México. Na medicina popular as folhas e o caule são utilizadas na
forma de infusão como diurético.
Segundo Corrêa (1924), com raríssimas e importantes exceções, estas espécies são
acres e até certo ponto narcóticas, sempre com a suspeita de serem venenosas, porém ainda
faltam comprovações científicas de que realmente a sejam. Sobre os animais de sangue
quente, principalmente os caprinos, seus criadores são unânimes em afirmar que estes animais
ingerem as folhas destas Sapindáceas sem que disso advenha algum tipo de incômodo, assim,
parece que nada justifica a indicação que se faz destas plantas. Esta imunidade, entretanto,
não abrange os animais de sangue frio, principalmente os peixes, pois todas essas
Sapindáceas, conforme sua distribuição geográfica, foram desde a época pré-colombiana
utilizadas pelos aborígines para envenenar as flechas utilizadas para a pesca e caça, assim
como para a guerra, por certo, os resultados positivos adquiridos na pesca os levaram a crer
neste mesmo efeito também para os animais de sangue quente.
A ação narcótica, atordoadora, tinguijante, é incontestável, todavia a morte dos peixes
sobrevém quando eles ficam tempo excessivo na água “envenenada”, seja por falta de sua
renovação, ou porque a renovação é muito lenta. Existem, incontestavelmente, algumas
espécies cujo suco é mais energético como a S. noxia (que foi considerada venenosa para
gado) e a S. lethalis, as quais produzem alteração nas brânquias dos peixes, matando-os por
asfixia, como ficou demonstrado graças aos estudos do fisiologista Claude Bernard. Estas
mesmas espécies (S. noxia e S. lethalis) são muito procuradas pela abelha Poliste lecheguana,
servindo à produção de um mel conhecido no sul do Brasil por “lecheguana” cujos efeitos
perniciosos são bastante perigosos e foi pessoalmente experimentado pelo botânico A. de
Saint-Hilaire (Corrêa, 1924).
6
Sobre os efeitos farmacológicos publicados sobre o gênero Serjania, a espécie mais
estudada até hoje foi a Serjania lethalis. Segundo Mesquita et al. (2005b), os extratos
etanólico e hexano da casca da raiz de S. lethalis, foram testados em sua atividade
antiprotozoário in vitro contra Leishmania donovani e Trypanosoma cruzi. O seu extrato
etanólico se apresentou ativo, inibindo em 50% o crescimento do parasita L. donovani na dose
de 5,2 µg/ml (IC
50
), não apresentando atividade contra T. cruzi.
A respeito desta mesma planta, Napolitano et al. (2005), baseado em seu uso
tradicional, testou os extratos etanólicos das folhas; do cerne do caule; da casca do caule e da
casca da raiz na produção de NO (óxido nítrico) de macrófagos murinos J774 ativados com
LPS/IFN- e sua citotoxicidade. Os extratos etanólicos do caule (tanto da casca quanto do
cerne) na dose de 50 µg/mL inibiram significativamente a produção de NO pelos macrófagos
J774. Já os extratos etanólicos das folhas e da raiz foram inativos nesta mesma dose. Apenas o
extrato da casca da raiz mostrou um valor de IC
50
significativamente baixo, o que representa
um efeito citotóxico ótimo para as células J774.
No estudo realizado por De Lima et al. (2006), foram testados extratos de plantas para
avaliação antibacteriana contra Escherichia coli e contra Staphylococcus aureus. No teste
com Staphylococcus aureus foram utilizadas: uma cepa susceptível (ATCC 25923) e duas
cepas resistentes (NorA e MsrA). Foram testados extratos de Serjania lethalis, que segundo o
próprio autor, apresenta como indicação popular o uso tópico para tratamento de dores e para
pesca, como ictiotóxica. Nenhum destes extratos apresentou atividade contra Escherichia
coli, mas apresentaram atividade contra a cepa susceptível (ATCC 25923) e sobre as cepas
resistente (NorA e MsrA) de S. aureus.
Segundo outro estudo realizado com S. lethalis, foram avaliados alguns de seus
extratos para validação de efeito larvicida contra a larva de Aedes aegypti (no terceiro
estágio). Os extratos testados foram: etanólico e hexano (das folhas; do cerne do caule; da
casca do caule e da casca da raiz). O valor de LC
50
observado para o extrato etanólico da
casca do caule foi de 404.16 µg/mL, porém o extrato etanólico da casca da raiz se apresentou
mais ativo, atingindo o valor de 285.76 µg/mL, isto significa que nestas doses ocorreu uma
mortalidade superior a 65%. O componente que apresenta atividade larvicida ainda não é
conhecido (Rodrigues et al., 2006).
Em outros testes, foi verificado que a atividade tóxica para peixes dos extratos brutos
de Serjania caracasana se encontra na fração de saponinas (Aragão & Valle, 1973; Cordeiro
& Valle, 1975). Teixeira et al., (1984) afirmaram que nesta fração, os serjanosídeos A e B,
7
são predominantes. Foi testada também a ação farmacológica dos serjanosídeos, que neste
caso foram isolados do caule da planta Serjania lethalis. Este princípio foi investigado em
peixes, comparando suas ões com a rotenona e com outras saponinas. A atividade
ictiotóxica dos serjanosídeos se apresentou: 2.5 vezes maior do que o do extrato etanólico
bruto do caule; aproximadamente 10 vezes menor do que a atividade da rotenona; de 10 a 50
vezes melhor do que a atividade de outras saponinas.
A espécie medicinal Serjania triquetra Radlk. pode ser encontrada na parte central e
meridional do México, e a medicina popular utiliza a infusão das folhas e do caule por seu
efeito diurético. Esta planta foi estudada e caracterizaram as saponinas presentes em suas
partes aéreas, que foram: estigmasterol, ácido oleanólico, ácido morólico e hederagenina.
Também foi encontrada a estrutura de um novo derivativo triterpenóide, 11-hidroperóxido-
diacetil hederagenina, que foi considerada como a chave intermediária na biosíntese de vários
triterpenos (Chávez & Delgado, 1994).
Em outro trabalho, foi investigado o efeito antifúngico e moluscicida da espécie
Serjania salzmanniana (extrato metanólico do do caule), mais conhecida como “Cipó-
Cururu”. Desde a descoberta de que as saponinas apresentam potentes princípios
moluscicidas, várias saponinas e extratos de plantas de várias espécies da família
Sapindaceae, têm sido testadas para validação deste efeito. Nesta investigação, foram
descobertas e isoladas duas novas saponinas: a salzmannianosídeo A e o salzmannianosídeo
B, e mais duas saponinas já conhecidas, a pulsatilla saponina D e o ácido oleanólico. Estas
quatro saponinas apresentaram efeito moluscicida (10 ppm), causando mortalidade de 70 a
100% da Biomphalaria alexandrina, o vetor de Schistosoma mansoni no Vale do rio Nilo.
Estas saponinas também apresentaram atividade antifúngica contra Cryptococcus neoformans
e Candida albicans em uma concentração inibitória mínima de 8 e 16 µg/mL,
respectivamente (Ekabo et al., 1996).
Por último, em estudo recente realizado por David et al., (2007) foram avaliadas
espécies medicinais quanto aos seus efeitos antioxidantes e citotóxicos, dentre elas estava a
Serjania glabrata (extrato metanólico). No teste para atividade citotóxica, este extrato se
mostrou inativo. No teste para atividade antioxidante, apresentou resultado significativo na
dose 57.1 mg/mL. Concluiu-se que esta espécie apresenta atividade antioxidante, porém ela
não é comparável aos antioxidantes existentes no mercado.
Em vista do que foi apresentado nesta revisão bibliográfica do gênero Serjania, é
possível constatar que existem ainda muito poucos estudos farmacológicos sobre plantas
8
medicinais, e em especial, deste gênero. Além disso, também faltam estudos que caracterizem
seus compostos bioativos. A respeito da espécie estudada aqui, a Serjania erecta, a situação
infelizmente é a mesma e não foram encontrados dados publicados sobre sua ação
farmacológica ou tóxica e tampouco sua composição fitoquímica.
1.2 A espécie estudada: Serjania erecta
Considerando seus dados botânicos, esta espécie é um arbusto ereto, caule arqueado-
deflexo, que chega a até dois metros de altura. Apresenta-se raríssimas vezes como trepador,
sempre ramoso e glabro (Corrêa, 1924). Têm folhas compostas, com folíolos largo-ovais.
Inflorescência apical com flores de cor branca, sua floração se de outubro a agosto. Seu
fruto varia de cordado a arredondado e a frutificação se dá em março (Silva, 1998).
Sobre seus nomes populares e sua indicação popular, Silva (1998) afirma que seu
nome popular é Retrato-de-Teiú. Este nome refere-se à semelhança da folha com o lagarto
Teiú que ocorre na região do Cerrado. O chá da folha macerada é usado como regulador
menstrual e além disso, também é extremamente utilizado para lavar ferimento, auxiliando na
cicatrização. Segundo Corrêa (1924), esta planta passa por venenosa, ao menos atordoa os
peixes e é conhecida popularmente por Cipó de timbó; Timbó bravo; Tururi; Turari. De
acordo com Pott & Pott (1994), esta planta é conhecida por cipó-cinco-folhas e apresenta
como indicação popular a utilização de suas folhas contra úlcera e a raiz contra pressão alta.
O perfil fitoquímico dos extratos metanólico e clorofórmico das folhas foram
realizados pelo Departamento de Química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS) pela Doutora Roberta G. Coelho. No extrato metanólico foram encontrados:
terpenos, saponinas, flavonóides e taninos. No extrato clorofórmico foram encontrados:
esteróides, esteróides glicosilados, triterpenos, saponinas, poliisoprenóides e ácidos graxos de
cadeia longa.
9
Figura 1. A Espécie Serjania erecta (Pott & Pott, 1994).
1.3 A doença estudada: Úlcera Gástrica
O estômago dos vertebrados desempenha uma variedade de funções incluindo o de
servir como reservatório de comida, expor a comida ingerida ao ácido (secretado pelas células
parietais) e à pepsina (secretada pelas células principais), e prover uma barreira que previne
que microrganismos penetrem nos intestinos. Além disso, o estômago é extremamente rico
em células produtoras de peptídeos: células tipo enterocromafin (ECL) da histamina; células
D (somatostatina); células tipo A (grelina e obestatina); células D1/P (produtos
desconhecidos); células EC (serotonina) e células G (gastrina). As diversas funções
fisiológicas do estômago dependem da integridade da mucosa gástrica (Chen et al., 2006).
O estômago dos mamíferos na sua função de órgão digestivo é invariavelmente
exposto à enzima proteolítica pepsina e ao ácido clorídrico que apresentam força suficiente
para destruí-lo. Ele resiste à autodigestão pela presença de agentes protetores como a “barreira
mucosa gástrica” que é normalmente resistente aos íons H
+
auma concentração 10
5
vezes
mais alta do que no plasma e também apresenta uma camada altamente resistente de células
mucosas e uma das mais bem organizadas populações de células epiteliais com junções
bastante próximas entre elas (Satyanarayana, 2006).
De uma forma geral, a úlcera, decorre de um desequilíbrio entre os mecanismos de
defesa e os fatores de agressão da mucosa gastroduodenal (Bittencourt et al., 2006). No
estômago, a principal barreira de proteção é constituída pela confluência entre as células
epiteliais e a secreção contínua de muco-íon bicarbonato (HCO
3
-
). Essa camada, cuja espessura
é de aproximadamente 200-300 µm, confere proteção eficiente (Konturek et al., 2005). Foi
10
demonstrado que o muco que reveste as células da superfície do epitélio contém fosfolipídios
bipolares que, devido à elevada polaridade, previnem a retrodifusão de ácidos, como o ácido
clorídrico (HCl), da luz do estômago para o interior da mucosa. Entretanto, compostos
orgânicos o-ionizados, como sais biliares ou ácido acetilsalicílico, que têm pKa
relativamente baixo, podem alcançar rapidamente, por difusão não-iônica, as células da
superfície da mucosa e se acumularem no interior dessas células, onde são dissociados e
provocam lesão celular (Teorell, 1940).
A úlcera é uma lesão profunda da mucosa, onde tanto os componentes dos tecidos
epitelial e conjuntivo, incluindo miofibroblastos subepiteliais, células do músculo liso, vasos e
nervos, podem ser destruídos (Milani & Calabrò, 2001). As úlceras do trato digestório podem
se apresentar de três formas: úlcera péptica, que é a úlcera que se apresenta tanto no estômago
como no duodeno, úlcera duodenal, que se apresenta apenas no duodeno e a úlcera gástrica
que se apresenta apenas no estômago.
Foi atribuído a Hipócrates, em 460 a.C., o relato de um caso cujo diagnóstico foi
posteriormente confirmado como sendo úlcera péptica (UP). No século XVIII, os clínicos
dificilmente deixavam de descrever o quadro clínico da UP perfurada, quase invariavelmente
fatal naquela época. Compêndios de medicina legal, como o de Albertus, em 1725, menciona a
úlcera perfurada como causa rara de morte, devendo ser diferenciada de envenenamentos
(Bittencourt et al., 2006).
Do início do século XX até aproximadamente 1955, a incidência e a prevalência da
úlcera aumentaram nos Estados Unidos, porém após 1955, sua incidência e prevalência vêm
diminuindo. Apesar deste declínio, a úlcera péptica ainda é um grande problema que resulta em
custos diretos de aproximadamente 4 bilhões de dólares por ano somente nos Estados Unidos.
Cerca de meio milhão de novos casos e de quatro milhões de recorrências são diagnosticadas
anualmente no mundo. Dados históricos sugerem que a prevalência da úlcera péptica, em
indivíduos com sintomas, seja de 1 em 10. Entretanto, baseado em estudo endoscópico
prospectivo, se verificou que cerca de 50% do total de pacientes ulcerosos eram
assintomáticos, o que leva a concluir que sua prevalência seja de fato maior. Portanto, a úlcera
péptica deve ser considerada doença comum e de grande importância devido ao alto custo
direto (relacionado como diagnóstico e tratamento) e indireto pelo absenteísmo e alteração da
qualidade de vida que ocasiona. Além disso, os índices de mortalidade não se reduziram
significativamente e continuam sendo maiores na úlcera gástrica do que na duodenal (Mincis,
2002).
11
A úlcera péptica é uma dentre várias causas de dispepsia. Acomete cerca de 10 a 15%
da população em algum momento da vida e 1 a 2% no período de um ano. A úlcera era
considerada crônica e incurável, dada sua evolução em ciclos recorrentes. Foram nos últimos
30 anos que houve revolucionários avanços no diagnóstico, patogênese e tratamento da UP
(Chehter & Rodrigues, 2002).
A UP tem ligeiro predomínio no sexo masculino. A úlcera duodenal (UD) prepondera
em adultos com menos de 45 anos e as úlceras gástricas (UG), após os 55 anos. Pais ou irmãos
de portadores de UD apresentam 3 vezes mais úlcera que a população com as mesmas
características. A maior mortalidade da UG é reflexo de seu predomínio entre idosos,
indivíduos de baixo poder aquisitivo, desnutridos ou portadores de doenças associadas, e, a
morte decorre da maior freqüência de sangramentos graves. A UG predomina no Japão, países
escandinavos e andinos, e em certas regiões da Índia, enquanto que a prevalência da UD
suplanta em 4 ou 5 vezes a da UG nas demais regiões do globo (Chehter & Rodrigues, 2002).
Admite-se que até 45% das hemorragias digestivas altas são causadas por úlceras
pépticas (Spirt, 1998). Foram descritos vários fatores de risco para esta complicação, como a
administração de drogas antiinflamatórias não-esteroidal, anticoagulantes orais,
corticosteróides, bem como a presença de Helicobacter pylori e idade avançada (Gabriel et al.,
1991; Allison et al., 1992; Laine et al., 1992).
A úlcera é, tempos, reconhecida como um fenômeno não específico que pode ser
um ponto final comum de muitos caminhos diferentes, como por exemplo, entre fatores
genéticos e ambientais (Lam & Sircus, 1975; Rotter & Rimoin, 1977; Spiro, 1987; Chang et
al., 1993; McColl et al., 1993; Lam, 1994; Spiro, 1998). Em vista disto, serão citadas a seguir
a etiopatogenia mais conhecida das úlceras pépticas:
1) Fatores psicológicos: Várias condições físicas e psicológicas, ocasionadas
principalmente por estresse, estão relacionadas a causas de úlcera gástrica em modelos
humanos e animais (Pacheco et al., 2006). Se os fatores envolvidos na etiopatologia da úlcera
são múltiplos, algumas pessoas podem ser mais vulneráveis que outras ao estresse, então,
fatores psicossociais podem ser importantes em apenas um subgrupo de pacientes ulcerosos
(Levenstein, 2000). Dados mostram ainda que situações como a “baixa” condição sócio
econômica (National Health Interview Survey: United States, 1986) e uma jornada dura de
trabalho (Sonnenberg & Sonnenberg, 1986; Sonnenberg, 1988) também são contribuintes
para o desenvolvimento da úlcera péptica.
12
No passado, a úlcera era considerada como sendo influenciada consideravelmente por
fatores psicossomáticos, na qual se acreditava que os pacientes produziam a UP
por ansiedade
e por características e comportamentos neuróticos e histéricos (Noyes et al., 1978; Tennant et
al., 1986). Dados clínicos anteriores e amostras baseadas na comunidade (Davidson et al.,
1991) têm mostrado que a UP ocorre mais freqüentemente do que o esperado entre indivíduos
com ansiedade e desordens depressivas (Rogers et al., 1994) e existem evidências de uma
associação entre ansiedade
e aumento das taxas de problemas na parte inferior do trato
gastrointestinal (Lydiard et al., 1994),
apesar dos mecanismos destas associações
permanecerem desconhecidos.
2) Drogas antiinflamatórias não-esteroidais (DAINES): são a maior causa de
morbidade e mortalidade entre os usuários. Dados epidemiológicos sugerem que elas
aumentam o risco de complicações ulcerosas e morte entre três e dez vezes (Wang et al.,
2007). DAINES são um dos tipos mais freqüentes de drogas amplamente utilizadas (Villegas
et al., 2004), e a aspirina® é um exemplo deles. Estudos indicam que úlceras gástricas ou
duodenais estão presentes em 10 a 25% dos pacientes que utilizam DAINES por longos
períodos (Tibble et al., 2001). Além disso, a continuidade na utilização de DAINES
freqüentemente resulta na recorrência da úlcera gástrica (Hull et al., 1997).
Apesar do fato de que mais de 30% dos pacientes que ingerem DAINES desenvolvem
sintomas gastrointestinais, a maioria apresenta apenas lesões gastrointestinais mínimas ou
nenhuma lesão em avaliação endoscópica. Mais de 5% de pacientes sem sintomas terá
endoscopicamente provado a úlcera gástrica ou duodenal com um significante risco de
hemorragia gastrointestinal ou perfuração (Elsanullah et al., 1998).
Vários fatores de risco têm sido identificados como potenciais variáveis na patogênese
da sintomatologia gastrointestinal relacionada com DAINES. No caso das doenças
reumáticas, pode ser incluída a idade, o sexo, histórico prévio de doença ulcerosa péptica, uso
de esteróides e efeitos colaterais prévios atribuídos ao uso de DAINES, em adição aos fatores
ambientais como fumo e excessiva ingestão de álcool (Fries et al., 1989).
maior prevalência de úlcera péptica, principalmente gástrica, em pacientes que
usam regularmente AAS (ácido acetilsalicílico) e outros DAINES, três ou mais dias por
semana, durante dois ou mais meses. Eles atuam principalmente inibindo a síntese de
prostaglandinas endógenas (protetoras da mucosa gástrica), especialmente as PGE
1
, PGE
2
e
PGI
2
(Mincis, 2002).
13
3) Cigarro: Resultados de vários estudos mostram a evidente associação positiva
entre o hábito de fumar e a incidência, índice de mortalidade, complicações, recidivas e
cicatrização mais lenta da úlcera. Existe a correlação direta entre o número de cigarros
consumidos por dia (e também no ano) e a incidência de úlcera; associação entre fumo e o
aumento do risco para desenvolver úlcera duodenal e gástrica. Admite-se atualmente que
possa haver interação entre fumo e Helicobacter pylori em relação à patogenia da úlcera. O
hábito de fumar poderia aumentar a susceptibilidade à infecção pelo H. pylori. O fumo pode
diminuir os fatores defensivos da mucosa ou tornar o meio mais favorável à infecção por este
agente (Mincis, 2002).
Os fumantes com ou sem úlcera apresentam maiores níveis séricos de pepsinogênio I
que os não fumantes, eventualmente por causa da infecção por H. pylori. O fumo retarda
significativamente o esvaziamento gástrico de líquidos e sólidos. A prostaglandina, da mucosa
gástrica e duodenal, se apresenta diminuída em fumantes, especialmente em idosos. O fumo
reduz a secreção de bicarbonato, diminui o fluxo sangüíneo da mucosa e aumenta o refluxo
duodenogástrico (Mincis, 2002).
4) Helicobacter pylori: A H. pylori é uma bactéria Gram negativa, de forma espiralada
ou cocóide e polar (4 a 6 flagelos embainhados com um bulbo terminal membranoso, que lhe
proporcionam mobilidade, capacitando-a a penetrar rapidamente no muco gástrico). O homem
é o único hospedeiro natural desta bactéria e ela pode ser adquirida por via oral. A infecção
aguda tem período de incubação de 4 a 7 dias, após os quais surge a gastrite neutrofílica
(aguda) subclínica com duração de 7 a 10 dias (Chehter & Rodrigues, 2002).
A H. pylori é um patógeno primário, as enzimas e citotoxinas por ele secretados
possibilitam a penetração no muco, a resistência ao meio ácido, a diminuição das defesas da
mucosa e a agressão ao epitélio, com conseqüente inflamação e lesão. Ela secreta várias
enzimas e moléculas que o importantes fatores de manutenção e virulência: urease (a forma
mais ativa das enzimas produzidas por bactérias, vital para a sobrevivência no meio ácido),
catalase (diminui a eficácia da peroxidação lipídica e protéica dos neutrófilos), mucinase
(degrada o muco), fosfolipase A
2
(diminui a hidrofobicidade do muco), N-metil-histamina
(potente secretagogo), hemaglutininas (importante na fixação às células epiteliais) e
lipoproteínas (inibem a ligação da laminina na matriz extracelular, rompendo a mucosa). A H.
pylori também atua por mecanismo indireto, induzindo a liberação de interleucinas (IL) 8 e 1,
14
e fator de necrose tumoral (TNF) pelo epitélio e por células inflamatórias. Esses mediadores
desencadeiam inflamação, liberação de enzimas proteolíticas e de radicais livres, que
determinam a lesão tecidual, além de estimularem as células G e inibirem as células D,
levando a uma maior produção de ácido (Chehter & Rodrigues, 2002).
Cerca de 90% das úlceras duodenais e 70% das gástricas estão associadas à infecção
pelo H. pylori, porém, este como fator único, não pode naturalmente ser o agente etiológico
da úlcera. necessidade de condições apropriadas para sua ação ulcerogênica, pois a grande
maioria dos portadores de H. pylori não apresenta lesão (Mincis, 2002).
A infecção por H. pylori está presente em, aproximadamente, metade da população
mundial (Cover & Blaser, 1996). A descoberta da bactéria, descrita em 1983 (Marshall &
Warren, 1983), estabeleceu sua associação com inflamação gástrica. Estudos subseqüentes
reconheceram a infecção por H. pylori como o principal fator causal de gastrite crônica e
como fator associado de risco para úlcera péptica, câncer gástrico e linfoma do tecido linfóide
associado à mucosa gástrica (Go, 2002).
Apesar da indução histológica de gastrite em indivíduos infectados pela colonização
gástrica com H. pylori, apenas a minoria desenvolve qualquer sinal clínico aparente desta
colonização. É estimado
que pacientes positivos para H. pylori apresentam de 10 a 20% de
risco
de desenvolver úlcera e de 1 a 2% de risco de desenvolver câncer gástrico distal
(Kuipers et al., 1995; Kuipers, 1999; Ernst & Gold, 2000). O risco de desenvolver
estas
desordens na presença da infecção por H. pylori depende
de uma variedade de fatores, que são
relativos à bactéria, ao hospedeiro, e aos fatores ambientais que na maioria das vezes está
relacionado ao tipo e severidade da gastrite (Kusters et al., 2006).
5) Fator genético: Em vários trabalhos verificou-se que o fator genético pode
predispor ao desenvolvimento da úlcera. Algumas das conclusões obtidas, segundo Minci
(2002) foram:
a) Maior incidência em gêmeos univitelinos (concordância de 50%) e em familiares de
pacientes com úlcera gástrica e duodenal (3 vezes maior que a da população geral), não
havendo maior incidência da úlcera duodenal em famílias cujos membros têm úlcera gástrica
e vice-versa;
b) Maior incidência de marcadores subclínicos da úlcera duodenal relacionados com
os seguintes fatores genéticos: tipo sanguíneo O, ausência de fator ABH salivar, antígenos de
histocompatibilidade B
5
, B
12
e B
w35
, e pepsinogênio do tipo I.
15
Entretanto, os índices mais elevados de úlcera em parentes de primeiro grau, poderiam
ser secundários à infecção pelo H. pylori nesses grupos e não devido a fatores genéticos.
Embora algumas pesquisas tenham sido realizadas neste sentido, existe a necessidade de
estudos mais amplos para se avaliar o papel do fator genético na patogenia da úlcera (Mincis,
2002).
6) Álcool (etanol): É uma substância tóxica e comumente utilizada com a finalidade
de produzir dano à mucosa gástrica em pesquisa com animais. Entretanto, nesses modelos o
álcool é freqüentemente administrado como álcool absoluto (etanol puro). Dessa forma ele é
lipossolúvel, atravessa facilmente a mucosa e ocasiona um dano agudo bastante evidente.
Estes resultados o podem ser extrapolados para o que ocorre no homem, que geralmente,
não ingere etanol puro. Por outro lado, sabe-se que o etanol em baixas concentrações (5%)
estimula, embora discretamente, a secreção ácida do estômago (e em altas concentrações pode
inibí-la). Em estudos epidemiológicos, concluiu-se que o consumo moderado de álcool
favoreceria a cicatrização da úlcera (estes estudos não consideraram o fator H. pylori)
(Mincis, 2002).
7) Idiopática: Existe um pequeno subgrupo de ulcerosos em que nenhum fator
etiológico associado é detectado, sendo essas úlceras denominadas idiopáticas. Publicações
feitas nos Estados Unidos mencionam que mais de 20% das úlceras estudadas nos últimos anos
são de causa desconhecida (Mincis, 2002). A incidência de UP idiopática é alta em crianças e
em adultos jovens, o que pode causar uma prorrogação no tempo de duração da úlcera
(Arakawa et al., 2004).
8) Corticosteróides: Existem controvérsias quanto à participação dos corticosteróides
no desenvolvimento da úlcera. De acordo com Mincis (2002), uma revisão de 42 trabalhos
possibilitou a conclusão de que a úlcera pode ocorrer em pacientes que utilizam
corticosteróides diariamente, durante mais de um s, bem como naqueles que utilizam dose
total equivalente a 1g de prednisona e nos pacientes que tiveram úlcera. em outros
estudos, não houve associação entre o uso desses medicamentos e formação de úlcera ou seu
sangramento. Os pacientes que utilizam corticosteróides e também DAINES apresentam maior
risco para o desenvolvimento da úlcera do que os pacientes em tratamento apenas com
DAINES. O mecanismo mais provável do eventual efeito ulcerogênico dos corticosteróides é
16
pela sua participação na reação em cascata das prostaglandinas, inibindo a liberação do ácido
araquidônico.
9) Outros fatores: Outras causas consideradas nos casos de úlcera péptica151 0 Td(p)Tj5.65082 0 Td(é)Tj5.04967 0 T9.1(é)Tj5.04967 0 Td(p)Tj5.65073.72714 0 Td(c)Tj5.049678 -12.96 Td( )T9.5672714 0 Td(a)Tj5.049670 Td(r)Tj3.60691 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(s)Tj4.32829ç0 Td(c)Tj5.1699 ép
re
17
3. Caracterizar os mecanismos de ação da atividade antiulcerogênica do extrato mais
eficiente.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PROENÇA, C.; OLI(–)Tj5.53059 0 Td5.65082 0 Td(d)Tj5.65082 0 Td(u)Tj22 0 Td(.)Tj/R12 11.28 Tf2.7653 0 Td(,9 0 Td( )Tj2.88553 0 Td(–)Tj5.53059 Tj6.01151 0 Td(s)Tj4.32829 0 Td6 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td( )Tj4.92941 0 Td(e)Tj5(C)Tj7.5745 0 Td(A)Tj8.17566 0 Td(I)Tj3.72714 0 Td(68 0 Td(D)Tj8.17566 d( )Tj3.12599 0 3 0 Td(L)Tj6.7328082 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(745 0 Td(O)p)Tj5.53059 0 Td(5.04967 0 Td( )Tj3.005Tj4.92944 0 Td(d)Tj5.53059 0 Td4622 0 Td( )Tj8.41612 0 Td(A)Tj8.17566 (l)Tj3.24622 0 Td(a)Tj5.530594.92944 0 TdF5197 0 Td(t)Tj3.72714 0 Td( )Tj/R15 11.28 Tf3.12599r5082 0 Td(e)Tj5.0576 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td( )Tj3.00576 0 Td(m)Tj8.77681 0 Td( )Tj4.92944 0 Td(i)Tj3.24622 0 Td(t)Tj3.0 Td(,)Tj2.88553 88553 0 Td( )Tj2.65082 0 Td(l)Tj3.15 11.28 Tf3.12599 0 Td(R)Tj8.0554392944 0 Td(i)Tj3.12 11.28 Tf6.2519765082 0 Td(n)Tj6.25197 0 Td( )Tj6.01151 0 Td(e)Tj5.0576 0 Td(a)Tj5.r5082 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(d)Tj6.25197 0 Td(r)Tj5.12 11.28 Tf6.2519765082(R)Tj7.5745 3 -12.96 Td( )TjET Q0.157 0.145 0.13 -12.96 Td( 7566 0 Td0(r)Tj3.72714 0'6.25197 0 Td(O)Tj8.17566 0 Td(T3 -12.96 Td( 05543 0 Td(,)Tj3.65082 0 Td(r)Tj3.48668 0 Td(B)Tj7.j3.00576 0 Td(S)Tj6.13174 0 Td(.)Tj3.745 0 Td(I)Tj3.704967 0 Td( )Tj2.88553 0 Td(–)Tj5.24622 0 Td(c)Tj4.í2714 0 Td( )Tj/R1699 0 Td(d)Tj5.65082 0 Td(o)Tj5.6a5082 0 Td(e)Tj5.65082 0 Td(0)Tj5.65082 0 Td(5)Tj5.53059 0 Td(.)Tj2.88553 0 Td( )Tj-207.277 -13.08 Td( 02714 0'6.25197 0 Td(O3333 0 8 T 05.84 442.56 Tm(P)Tj6.25197 0 Td(R)Tj7.5745 0 Td(O)Tj8.175920 T 429.Tj6.8j6.1386E)T5312 0 Td(E)Tj6.9(B)Tj7.5R335 Td(,)Tj2.88553 0 Td(,)Tj2.88553 0 Td( )Tj8.8553 0 Td( )Tj5.6Ój6.01151 0 Td(s)Tj4.32829 0 Td6 0 Td( 0 Td(s)Tj4.00576 0 Td(;)Tj3.12599 0 Td( )Tj6. 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Td(7)Tj5.65082 0 Td(-)Tj3.72714 0 Td(4)Tj5.65082 0 Td(1)Tj5.65082 0 Td(8)Tj5.45082 0 Td(8)Tj5.65082 0 Td(9)Tj5.65082 0 Td(1)Tj5.65082 0 Td(8)Tj5.65082 0 Td(.)Tj2.88553 0Td(0)Tj5.65082 0 Td(6)Tj5.53059 0 Td(.)Tj2.88553 0 Td( )Tj-115.421 -12.96 Td( )Tj(P)'6.25197 0 Td(O)Tj8.17566 0 Td(T)23 0 T5312 0 Td(T)Tj6.9R335 Td(,)Tj2.85.53059 0 Td5.650885312 0 Td(T)Tj6.01151 0 Td(L)Tj6.0921 0 Td(V)Tj8.32829 0 Td(.)Tj2.88553 0 Td(;)Tj3.12599 0 Td(D)Tj8.17566 0 Td(O)Tj8.3.72 0 Td(S)Tj6.1612 0 Td(A)Tj8.17566 (l)Tj3.2462217566 0 Td(L)Tj6.85312 0 Td(D)Tj8.12599 0 Td( )Tj6.7566 0 Td(,)Tj2.817566 0 Td(L)Tj6.05543 0 Td(.)Tj2.0576 0 Td( )Tj4.824622 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(e)Tj5.K566 0 Td(G)Tj8.17566 0 Td(A)Tj8.05543 0 Td(R)Tj7.5745 0 Td(e)Tj5.12599 0 Td( )Tj6.714 0 Td(E)Tj6.85312 0 Td(R)Tj7.532829 0 Td(.)Tj2.60691 0 Td(J)Tj4.714 0 Td(E)Tj6.8512599 0 Td( )Tj6.24622 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(e)Tj5.48668 0 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24
O artigo a seguir será submetido ao Journal of Ethnopharmacology
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIULCEROGÊNICA E TÓXICA DOS
EXTRATOS METANÓLICO E CLOROFÓRMICO DAS FOLHAS DE Serjania erecta
Radlk (SAPINDACEAE)
Ana Paula Nappi Arruda
a
; Catharine Ferrazoli
a
; Roberta Gomes Coelho
b
; Neli Kika
Honda
b
; Clélia Akiko Hiruma-Lima
a
.
a
Departamento de fisiologia, Instituto de biociências, CP 510, CEP 18618-000, UNESP – São Paulo State University, Botucatu, SP, Brazil
b
Departamento de química, Centro de ciências exata e tecnologia, CP 549, CEP 79070-900, UFMS – Mato Grosso do Sul Federal University, Campo
Grande, MS, Brazil
RESUMO
A planta Serjania erecta Radlk (SAPINDACEAE) é uma espécie presente na região
de cerrado e apresenta como indicação popular a utilização de suas folhas para o tratamento
de úlcera. A partir destas informações etnofarmacológicas, os extratos mets
r
25
1. INTRODUÇÃO
O gênero Serjania pertence à família Sapindaceae e a maioria de suas espécies é
encontrada no bioma Cerrado. Segundo Napolitano et al. (2005), a rica flora do Cerrado
brasileiro tem sido pobremente estudada para a validação da eficácia e efeitos terapêuticos de
extratos brutos ou componentes isolados obtidos de uma ampla gama de famílias botânicas.
Extratos brutos, tanto quanto flavonóides isolados de plantas pertencentes à família
Sapindaceae, tem sido investigados por suas atividades antiinflamatória e anti-viral.
Sobre os nomes populares e a indicação popular da espécie Serjania erecta Radlk,
Silva (1998) afirma que seu nome popular é Retrato-de-Teiú. Este nome refere-se à
semelhança da folha com o lagarto Teiú que ocorre na região do Cerrado. O chá da folha
macerada é usado como regulador menstrual e, além disso, também é extremamente utilizado
para lavar ferimento, auxiliando na cicatrização. Segundo Corrêa (1924), esta planta passa por
venenosa, ao menos atordoa os peixes e é conhecida popularmente por Cipó de timbó; Tim
bravo; Tururi; Turari. De acordo com Pott & Pott (1994), esta planta é conhecida por cipó-
cinco-folhas e apresenta como indicação popular a utilização de suas folhas contra úlcera e a
raiz contra pressão alta.
Os objetivos do trabalho foram: avaliar as atividades gastroprotetoras dos extratos
metanólico e clorofórmico das folhas de Serjania erecta (Se); avaliar a segurança dos extratos
através do ensaio de toxicidade aguda e screening hipocrático e caracterizar os prováveis
mecanismos de ação envolvidos na atividade antiulcerogênica do extrato mais efetivo.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Espécie estudada
2.1.1 Coleta
As folhas de Serjania erecta foram coletadas na região sul de Cáceres, estado do Mato
Grosso, na Fazenda São Lizito, S16 grau 33' 00.7 - W 58 grau 06' 08.9'', a 110 metros de
altura.
26
Os coletores e identificadores da planta foram Arnildo Pott e Vali Pott, da Embrapa
Gado de Corte de Campo Grande MS. A exsicata foi depositada no próprio herbário da
Embrapa Gado de Corte com o número da coleta: HMS 8355.
2.1.2 Preparação dos extratos metanólico e clorofórmico
As folhas de Serjania erecta (180g) foram coletadas e secas à temperatura ambiente.
Em seguida, as folhas foram trituradas em liquidificador NKS
®
. O pó resultante foi submetido
à maceração em clorofórmio (CHCl
3
) por 48 horas recipiente hermeticamente fechado e
filtrado em papel de filtro. O extrato obtido foi concentrado em rotaevaporador, sob pressão
reduzida, fornecendo o extrato clorofórmico de S. erecta (SeCHCl
3
). Esse procedimento foi
realizado três vezes obtendo-se ao final cerca de 10 gramas de extrato clorofórmico. A torta
resultante da extração com CHCl
3
foi submetida à maceração com solvente polar metanol
(MeOH) da mesma maneira descrita anteriormente, originando o extrato metanólico de S.
erecta (SeMeOH) com cerca de 14 gramas. O rendimento final do extrato SeCHCl
3
foi de
5,55 % e o do extrato SeMeOH foi de 7,78 %.
2.2 Animais
Foram utilizados camundongos Swiss machos e fêmeas (30 35g) e ratos Wistar
albinos machos (150 250g) para os experimentos. Eles foram provenientes do Biotério
Central da UNESP de Botucatu, aclimatados às condições do biotério setorial por pelo menos
sete dias antes da experimentação, sob temperatura de (23 ± 2°C) e ciclo claro-escuro de 12
horas controlados. Os animais foram alimentados com ração Guabi
®
e água ad libitum. Os
experimentos obedeceram aos protocolos experimentais que foram submetidos e aprovados
pelo Comissão de Ética na Experimentação Animal, do Instituto de Biociências da UNESP
Botucatu. O número de animais por grupo experimental variou de 5 a 11 animais por grupo.
27
2.3 Avaliação da atividade farmacológica
2.3.1 Estudo de Toxicidade Aguda e “screening” hipocrático
Este estudo foi realizado com o intuito de avaliar possíveis efeitos tóxicos agudos dos
extratos metanólico e clorofórmico de Serjania erecta Radlk. Estes efeitos tóxicos poderiam
se apresentar na forma de alterações de comportamento dos animais, na redução do peso
corporal, na morte de animais ou na forma de modificações macroscópicas de órgãos vitais
como fígado, rins, coração, baço e pulmão.
Foram testados grupos de camundongos (machos e meas), com peso corporal entre
20 e 30 gramas, divididos aleatoriamente para os respectivos grupos de tratamento: Salina ou
Tween 80 à 8% (controle) e extratos metanólico e clorofórmico de Serjania erecta na dose
única de 5000 mg/kg. Os tratamentos foram realizados por via oral (v.o.) e os parâmetros
comportamentais observados foram descritos por Malone & Robichaud (1962) e Brito (1994)
(anexo 1). Os parâmetros foram analisados aos 30, 60, 120, 180 e 240 minutos após a
administração dos extratos. Os parâmetros de toxicidade aguda foram monitorados através do
registro do número de mortes de animais por grupo. Como parâmetro adicional de toxicidade,
o peso dos animais foi monitorado durante 14 dias após o início do experimento e ao final
deste período todos os animais foram mortos para análise dos órgãos vitais. Estes foram
devidamente pesados, no intuito de se avaliar possíveis alterações morfológicas detectadas
macroscopicamente. Outro parâmetro analisado foi o peso relativo dos órgãos, obtidos da
razão entre o peso do órgão e peso total do animal transformado em Arcoseno, para
adequação estatística.
2.3.2 Lesões Ulcerosas
Para avaliar a atividade antiulcerogênica dos extratos, foram realizados experimentos
de indução de úlcera gástrica com base em fatores etiológicos da doença no homem como, por
exemplo, acúmulo de suco strico e a ingestão de álcool etílico. Cada modelo experimental
apresenta os seus respectivos grupos controle positivo (cimetidina, capsaicina ou
carbenoxolona) e negativo (salina ou tween 80 à 8%) dependendo da especificidade de cada
modelo. Os animais, antes de cada tratamento, foram mantidos em gaiola especial, para evitar
coprofagia, sem maravalha e com água ad libitum.
28
Nestes modelos, em seguida à morte dos animais, os estômagos foram retirados e
abertos pela curvatura maior. Após este procedimento, eles foram prensados entre placas de
vidro transparente e escaneados para medição das áreas ulceradas com a utilização do
programa AvSoft Bio View – Espectra.
2.3.3 Indução de úlcera por Etanol absoluto
Este método foi baseado no modelo descrito por Morimoto et al., (1991). Foram
utilizados ratos Wistar machos que foram divididos aleatoriamente em grupos para seus
respectivos tratamentos (salina ou tween 80 à 8%, carbenoxolona 100 mg/kg e extratos
metanólico e clorofórmico nas doses de 15,6; 31,2; 62,5; 125, 250 e 500 mg/kg). Cada
tratamento foi administrado por via oral em dose volume de 10 mL/Kg. Decorridos 60
minutos, 1mL do agente lesivo (etanol 99,5%) foi aplicado em todos os animais. Transcorrido
mais 1 hora deste tratamento. O pH do suco gástrico foi determinado por fitas de pH (Merck
,
Alemanha) e em seguida os estômagos foram abertos ao longo da maior curvatura, prensados
entre placas de vidro transparente e escaneados para posterior medição das áreas ulceradas
com a utilização do programa AvSoft Bio View Espectra. A seguir a este modelo foi dado
sequência a caracterização dos mecanismos de ação do extrato clorofórmico, pois este se
apresentou mais eficiente quando comparado ao extrato metanólico.
2.4 Caracterização da açãoantiulcerogênica do extrato clorofórmico
2.4.1 Úlceras induzidas pela Ligadura de piloro e avaliação dos parâmetros do suco
gástrico
Baseado no modelo descrito por Shay et al.(1945), onde os parâmetros do suco
gástrico foram avaliados sob o efeito do extrato clorofórmico administrado por via oral ou via
intraduodenal com o objetivo de avaliar o efeito local ou sistêmico do extrato. Após 24 horas
de jejum os ratos, sob anestesia, sofreram uma incisão longitudinal logo abaixo da apófise
xifóide para a ligadura do piloro. A administração do extrato clorofórmico de S. erecta (250
mg/kg), cimetidina 100 mg/kg (controle positivo) ou tween 80 à 8% (controle negativo), foi
realizada logo após a ligadura, por via intraduodenal ou 30 minutos antes nos tratamentos por
via oral. A dose do extrato (250 mg/kg) foi utilizada com base nos resultados obtidos nos
29
experimentos anteriores, por ser considerada a mais efetiva em termos de gastroproteção.
Após esse processo as incisões foram suturadas, e após 4 horas os ratos foram mortos por
deslocamento cervical e a incisão reaberta. Em seguida foi realizada uma ligadura da cárdia
(para preservação do conteúdo gástrico) antes da retirada do estômago. O conteúdo estomacal
foi coletado e, em seguida, determinado o volume do suco strico, o pH e a concentração de
íons hidrogênio na secreção gástrica através de titulação com NaOH 0,01N em bureta digital
modelo EM -burete, através da fenolftaleína como indicador. A concentração total de ácido
foi expressa em mEq/ml/4h e o pH determinado por fitas de pH (Merck®, Alemanha).
2.4.2 Determinação do papel dos grupamentos sulfidrílicos na gastroproteção
Baseado no método de Matsuda et al. (1999b), ratos Wistar machos permaneceram em
jejum por 24 horas. Os animais foram separados em 6 grupos, onde 3 grupos foram pré-
tratados com uma injeção intraperitoneal de NEM (N-ethilmaleimida), enquanto os 3 restantes
receberam salina pela mesma via. Decorridos 30 minutos, cada grupo experimental recebeu
(v.o.) seu tratamento correspondente (tween 80 à 8%, carbenoxolona 100 mg/kg e extrato
clorofórmico de S. erecta 250 mg/kg). Depois de 60 minutos, os animais receberam um
volume fixo de 1mL de etanol absoluto 99,5% (v.o) sendo mortos após 1 hora deste último
tratamento. Os estômagos foram retirados e abertos pela grande curvatura, para então suas
áreas de lesões serem medidas, como descrito anteriormente.
2.4.3 Determinação do papel do Óxido Nítrico (NO) na gastroproteção
Baseado no todo descrito por Arrieta et al. (2003), ratos Wistar machos em jejum
por 24 horas foram divididos em 6 grupos, onde 3 receberam injeção intraperitoneal de L-
NAME (N-nitro-L-arginina metil éster), enquanto os outros 3 grupos receberam salina pela
mesma via. Após 30 minutos, os grupos receberam administração oral dos respectivos
tratamentos (tween 80 a 8%, carbenoxolona 100 mg/kg e extrato clorofórmico de S. erecta
250 mg/kg). Após 60 minutos, os animais foram tratados pela via oral com 1mL de etanol
absoluto 99,5%. Os animais foram mortos após 1 hora, e os estômagos foram retirados e
abertos pela grande curvatura, para então suas áreas de lesões serem medidas, como descrito
anteriormente.
30
2.4.4 Determinação do papel das terminações nervosas sensíveis à Capsaicina na
gastroproteção
Baseado no método de Pongpiriyadacha et al. (2003), ratos Wistar machos
permaneceram em jejum por 24 horas. Os animais foram separados em 6 grupos, onde 3
grupos foram pré-tratados com uma injeção intraperitoneal de R.R. (Ruthenium Red),
enquanto os 3 restantes receberam salina pela mesma via. Decorridos 30 minutos, cada grupo
experimental recebeu (v.o.) seu tratamento correspondente (tween 80 a 8%, capsaicina 4
mg/kg e extrato clorofórmico de S. erecta 250 mg/kg). Depois de 60 minutos, os animais
receberam um volume fixo de 1mL de etanol absoluto 99,5% (v.o), sendo mortos após 1 hora
deste último tratamento. Os estômagos foram retirados e abertos pela grande curvatura, para
então suas áreas de lesões serem medidas, como descrito anteriormente.
2.5 Análise Estatística
Os resultados foram expressos na forma de média ± erro padrão da média. Os valores
obtidos foram submetidos à análise de variância de uma via (ANOVA) seguida do teste de
Dunnett ou Tukey-Kramer quando o número de grupos era maior que 2. No caso da análise
entre 2 grupos, o teste utilizou a tratativa de T de Student não pareado (unpaired t test). A
significância mínima considerada foi de p < 0,05. As análises estatísticas foram realizadas
utilizando-se o software GraphPad InStat® versão 3.00.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Toxicidade Aguda e “screening” hipocrático
Esta foi uma avaliação estimativa e preliminar das possíveis propriedades tóxicas dos
extratos testados, fornecendo informações acerca dos riscos para a saúde resultante de uma
exposição de curta duração. Durante o ensaio, os efeitos da dose de 5g/kg foram observados
nos camundongos meas e machos para verificação da taxa de mortalidade e comparando-os
com seus grupos controle. Além disso, o período de observação é suficientemente longo para
avaliar completamente o caráter reversível ou irreversível dos efeitos observados (Brito,
31
1994). Este teste foi realizado com os dois extratos de S. erecta, o metanólico e o
clorofórmico.
Sobre o extrato metanólico, este não provocou alterações nos parâmetros
comportamentais analisados (dados não apresentados) quando comparados aos animais do
grupo controle que receberam somente o veículo (tabela em anexo). O monitoramento diário
do peso dos animais também não indicou variação significativa em relação ao grupo controle.
Durante o período de observação também não ocorreram mortes de animais (Figuras 1 e 2).
Após a realização da avaliação com T de Student, verificou-se a não existência de
diferença significativa (p > 0,05) entre os grupos tratados com o extrato e os tratados com o
controle negativo, tanto para os machos como para as fêmeas (Tabela 1).
Figura 1 - Evolução do peso corporal (g) de camundongos machos tratados com dose
única de 5000 mg/kg do extrato metanólico de S. erecta (SeMeOH).
38
40
42
44
46
48
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
peso (g)
tempo (dias)
Modelo de Toxicidade Aguda
Veículo SeMeOH
Variação da média dos pesos (g) dos animais monitorados durante 14 dias. Os pontos
representam as médias dos grupos para cada dia de observação.
32
Tabela 1 Efeito da administração aguda (5000 mg/Kg) do extrato metanólico de S.
erecta (SeMeOH) sobre o peso dos órgãos de camundongos machos e fêmeas.
Sexo Tratamento
(dose)
Fígado Coração Pulmões Rins Baço
Veículo
(10 ml/kg)
13.19 ± 0.22 3.92 ± 0.11 4.89 ± 0.22 6.36 ± 0.11 3.72 ± 0.15
SeMeOH
(5g/kg)
13.80 ± 0.21 3.65 ± 0.05 5.10 ± 0.15 6.20 ± 0.11 3.91 ± 0.06
Veículo
(10 ml/kg)
13.36 ± 0.19 3.74 ± 0.14 4.78 ± 0.08 5.76 ± 0.06 4.01 ± 0.13
SeMeOH
(5g/kg)
13.19 ± 0.30 3.80 ± 0.10 4.85 ± 0.22 5.65 ± 0.15 4.22 ± 0.17
Dados da razão do peso dos órgãos dividido pelo peso corpóreo e transformado em arcoseno,
valores expressos em média (arcoseno) ± erro padrão da média.
Figura 2 - Evolução do peso corporal (g) de camundongos fêmeas tratadas com dose
única de 5000 mg/kg do extrato metanólico de S. erecta (SeMeOH).
30
34
38
42
46
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
peso (g)
tempo (dias)
Modelo de Toxicidade Aguda
Veículo SeMeOH
Variação da média dos pesos (g) dos animais monitorados durante 14 dias. Os pontos
representam as médias dos grupos para cada dia de observação.
33
Sobre o extrato clorofórmico, a administração da dose de 5000 mg/kg também o
provocou alterações nos parâmetros comportamentais analisados (dados não apresentados)
quando comparados aos animais do grupo controle que receberam somente veículo (tabela em
anexo). O monitoramento diário do peso dos animais não indicou variação significativa em
relação ao grupo controle. Durante o período de observação não ocorreram mortes de animais
submetidos ao tratamento (Figuras 3 e 4).
Com relação aos outros parâmetros analisados (o peso relativo dos órgãos), também
foram verificados a não existência de diferença significativa (p > 0,05) entre os grupos
tratados com o extrato e os tratados com o veículo, tanto para os machos como para as fêmeas
(Tabela 2).
Figura 3 - Evolução do peso corporal (g) de camundongos machos tratados com dose
única de 5000 mg/kg do extrato clorofórmico de S. erecta (SeCHCl
3
).
24
28
32
36
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
peso (g)
tempo (dias)
Modelo de Toxicidade Aguda
Veículo SeCHCl3
Variação da média dos pesos (g) dos animais monitorados durante 14 dias. Os pontos
representam as médias dos grupos para cada dia de observação.
34
Tabela 2 Efeito da administração aguda (5000 mg/Kg) do extrato clorofórmico de S.
erecta (SeCHCl
3
) sobre o peso dos órgãos de camundongos machos e fêmeas.
Sexo Tratamento
(dose)
Fígado Coração Pulmões Rins Baço
Veículo
(10 ml/kg)
14.88 ± 0.44 3.75 ± 0.10 5.35 ± 0.34 6.13 ± 0.17 4.22 ± 0.14
SeCHCl
3
(5g/kg)
14.84 ± 0.23 3.95 ± 0.05 5.11 ± 0.14 6.30 ± 0.17 4.37 ± 0.14
Veículo
(10 ml/kg)
13.11 ± 0.14 3.98 ± 0.10 4.71 ± 0.07
5.83 ± 0.07 4.02 ± 0.17
SeCHCl
3
(5g/kg)
14.27 ± 0.75 4.07 ± 0.06 4.81 ± 0.17 5.82 ± 0.14 4.19 ± 0.24
Dados da razão do peso dos órgãos dividido pelo peso corpóreo e transformado em arcoseno,
valores expressos em média (arcoseno) ± erro padrão da média.
Figura 4 - Evolução do peso corporal (g) de camundongos fêmeas tratadas com dose
única de 5000 mg/kg do extrato clorofórmico de S. erecta (SeCHCl
3
).
Modelo de Toxicidade
22,00
26,00
30,00
34,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
tempo (dias)
peso (gramas)
Controle fêmeas Tratamento fêmeas
Variação da média dos pesos (g) dos animais monitorados durante 14 dias. Os pontos
representam as médias dos grupos para cada dia de observação.
35
Segundo Brito (1994), a extrapolação dos resultados de estudos de efeitos tóxicos para
seres humanos, no caso produzido por administração aguda de uma substância em roedores, é
internacionalmente aceita, embora não seja considerada como valor absoluto e tampouco
dispense a realização de ensaios de tolerância entre seres humanos.
De acordo com Brito (1996), uma dose de 1g/kg de um determinado extrato têm uma
correspondência relativa com substâncias isoladas na faixa de 100 mg/kg, como é o caso, por
exemplo, da cimetidina. A partir desta afirmação, pode-se concluir que em 5 g/kg haveria um
aumento de 5 vezes da concentração dos compostos presentes nos extratos, porém não se pode
dizer, que eles não causem efeitos tóxicos em concentrações ainda mais altas.
As substâncias que o denominadas como sendo extremamente tóxicas são aquelas
que em doses de microgramas podem produzir mortes. Outras substâncias químicas podem se
apresentar relativamente inofensivas em doses de muitas gramas. A partir do fato de que uma
grande variedade de concentração de várias substâncias químicas pode estar envolvida com a
produção de sinais de intoxicação, foram criadas categorias de toxicidade baseadas na
quantidade de agentes químicos necessários para produzir algum tipo de dano a algum
organismo vivo. A exemplo desta categorização, podemos observar os dados seguintes
(Loomis & Hayes, 1996): extremamente tóxico – (1 mg/kg ou menos); altamente tóxico – (1 a
50 mg/kg); moderadamente tóxico (50 a 500 mg/kg); levemente tóxico (0,5 a 5 mg/kg);
praticamente não tóxico – (5 a 15 mg/kg); relativamente inofensivo – (mais de 15 mg/kg).
Os extratos metanólico e clorofórmico de Serjania erecta não apresentaram efeito
tóxico agudo aparente após a administração de 5g/kg nos camundongos em ambos sexos. Para
a continuidade dos estudos farmacológicos, foram avaliados tanto fêmeas como machos neste
ensaio com o intuito de analisar qualquer tipo de toxicidade relacionada à questão hormonal.
Além do fato de nenhum efeito tóxico agudo ter sido observado através dos parâmetros
analisados neste trabalho, conforme os dados acima descritos foi possível afirmar que os
extratos metanólico e clorofórmico das folhas de S. erecta são praticamente não tóxicos.
3.2 Indução de úlcera por Etanol absoluto
Este é o modelo de indução de úlcera mais lesivo utilizado atualmente, portanto, ele
apresenta dois papéis bastante importantes: primeiro, ele indica a ação gastroprotetora dos
extratos frente a um agente extremamente lesivo, e, segundo, serve de triagem para verificação
da dose mais eficiente dos extratos.
36
Sobre o extrato metanólico de S. erecta, foi possível constatar que houve uma
significativa atividade gastroprotetora (p < 0,01) nas três doses utilizadas, 125 mg/kg (52 %);
250 mg/kg (81 %) e 500 mg/kg (87%) em comparação com o grupo de animais tratados com o
veículo (Figura 5). Na avaliação da ação do extrato polar nestas doses todos os tratamentos
acidificaram significativamente o suco gástrico (Tabela 3). Também em comparação com os
animais tratados somente com o veículo. Com relação às doses menores avaliadas de S. erecta,
apenas a dose de 62,5 mg/kg apresentou significativa gastroproteção de 59% (Figura 6). Nestas
doses, não ocorreram alterações significativas no pH (Tabela 4).
Figura 5 – Ação do extrato metanólico (doses maiores) de S. erecta (SeMeOH) no modelo
de indução de úlcera por Etanol absoluto em ratos.
0
100
200
300
Veículo Carbenoxolona SeMeOH
(125 mg)
SeMeOH
(250 mg)
SeMeOH
(500 mg)
Lesões (mm
2
)
Tratamentos (v.o.)
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett ** p < 0,01. Os números percentuais indicam a
porcentagem de proteção em relação ao grupo salina.
**
94%
**
52%
**
81%
**
87%
37
Tabela 3 Ação do extrato metanólico no pH do suco gástrico de ratos submetidos ao
modelo Etanol absoluto.
TRATAMENTOS pH
Veículo
5,14 ± 0,59
Carbenoxolona
3,42 ± 0,20*
Se 125 mg/kg
3,42 ± 0,29*
Se 250 mg/kg
3,57 ± 0,42*
Se 500 mg/kg
3,57 ± 0,36*
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett, F
(4,30)
= 3,39, * para p < 0,05 para valores de pH em
teste Dunnet.
Figura 6 – Ação do extrato metanólico (doses menores) de S. erecta (SeMeOH) no
modelo de indução de úlcera por Etanol absoluto em ratos.
0
100
200
300
400
500
Veículo Carbenoxolona SeMeOH
(15,6 mg)
SeMeOH
(31,2 mg)
SeMeOH
(62,5 mg)
Lesões (mm
2
)
Tratamentos (v.o.)
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett ** p < 0,01. Os números percentuais indicam a
porcentagem de proteção em relação ao grupo salina.
**
98%
17%
34%
**
59%
38
Tabela 4 Ação do extrato metanólico no pH do suco gástrico de ratos submetidos ao
modelo Etanol absoluto.
TRATAMENTOS pH
Veículo
6,60 ± 0,24
Carbenoxolona
4,00 ± 0,70*
Se 15,6 mg/kg
6,00 ± 0,54
Se 31,2 mg/kg
6,20 ± 0,37
Se 62,5 mg/kg
6,20 ± 0,80
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett, F
(4,24)
= 3,23, * para p < 0,05 para valores de pH em
teste Dunnet.
O extrato clorofórmico de Serjania erecta também apresentou significativa ão
gastroprotetora (p < 0,01) nas três doses utilizadas, 125 mg/kg (63%); 250 mg/kg (87%) e 500
mg/kg (99%) em comparação com os animais tratados com o veículo. Além de que as duas
doses maiores mostraram efeito gastroprotetor superior ao controle positivo (carbenoxolona)
(Figura 7). Na avaliação da ação do extrato nestas doses sobre o pH (Tabela 5), as doses de 250
e 500 mg/kg acidificaram significativamente o conteúdo gástrico dos animais em relação ao
controle negativo. Doses menores do extrato clorofórmico de S. erecta também exercem
gastroproteção. A dose de 62,5 mg/kg apresentou significativa gastroproteção de 70% (Figura
8). Além disso, as doses de 31,2 e 15,6 mg/kg apresentaram atividade gastroprotetora mediana,
porém sem relevância estatística. Nestas doses, não ocorreram alterações nos valores de pH
(Tabela 6).
39
Figura 7 – Ação do extrato clorofórmico de S. erecta (SeCHCl
3
) no modelo de indução de
úlcera por Etanol absoluto em ratos.
0
100
200
300
400
Vculo Carbenoxolona SeCHCl3
(125 mg)
SeCHCl3
(250 mg)
SeCHCl3
(500 mg)
Lesões (mm
2
)
Tratamentos (v.o.)
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett ** p < 0,01. Os números percentuais indicam a
porcentagem de proteção em relação ao grupo tween.
Tabela 5 Ação do extrato clorofórmico no pH do suco gástrico de ratos submetidos ao
modelo Etanol absoluto.
TRATAMENTOS pH
Veículo
5,87 ± 0,78
Carbenoxolona
4,00 ± 0,69
Se 125 mg/kg
4,00 ± 0,37
Se 250 mg/kg
3,50 ± 0,37*
Se 500 mg/kg
3,44 ± 0,55*
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett, F
(4,35)
= 3,00; * para p < 0,05 para valores de pH em
teste Dunnet.
**
85%
**
63%
**
87%
**
99%
40
Figura 8 Ação do extrato clorofórmico (doses menores) de S. erecta (SeCHCl
3
) no modelo
de indução de úlcera por Etanol absoluto em ratos.
0
100
200
300
400
500
Veículo Carbenoxolona SeCHCl3
(15,6 mg)
SeCHCl3
(31,2 mg)
SeCHCl3
(62,5 mg)
Lesões (mm
2
)
Tratamentos (v.o.)
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett * p < 0,05 e ** p < 0,01. Os números percentuais
indicam a porcentagem de proteção em relação ao grupo tween.
Tabela 6 Ação do extrato clorofórmico no pH do suco gástrico de ratos submetidos ao
modelo Etanol absoluto.
TRATAMENTOS pH
Veículo
5,40 ± 0,81
Carbenoxolona
3,85 ± 0,26
Se 15,6 mg/kg
4,00 ± 0,63
Se 31,2 mg/kg
3,71 ± 0,42
Se 62,5 mg/kg
3,57 ± 0,71
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Dunnett, F
(4,27)
= 1,38; p > 0,05 para valores de pH em teste
Dunnet.
O dano tecidual à mucosa gastrointestinal induzida pela toxicidade aguda e crônica do
etanol pode estar associado com a geração de espécies reativas tóxicas que produzem um
**
80%
49%
50%
*
70%
41
desbalanço no processo celular oxidante / antioxidante. O tratamento agudo com etanol sobre a
mucosa strica induz estresse oxidativo, dano no DNA, aumento na atividade xantina oxidase
e nos níveis de malondialdeído e diminuição do conteúdo total de GSH (glutationa reduzida)
nas células da mucosa gástrica (Marotta et al., 1999). Antioxidantes intracelulares como a
glutationa e alfa-tocoferol protegem a mucosa gástrica do estresse oxidativo induzido pelo
etanol. Quando o sistema de defesa antioxidante é insuficiente, radicais livres se acumulam
causando lesão na membrana da célula, dano oxidativo e morte celular se a injúria persistir
(Repetto & Llesuy, 2002).
Outra hipótese proposta para explicar o dano oxidativo induzido por etanol à mucosa
gástrica é a vasoconstrição nas veias e artérias da mucosa gástrica, produzindo congestão,
inflamação e lesão tecidual. As lesões provocadas pelo etanol dependem da dose administrada
e podem ser prevenidas pela prostaglandina tipo E
2
, que inibe a motilidade gástrica e aumenta
a secreção de muco (Araki et al., 2000). O muco strico protege o epitélio do estômago de
espécies reativas de oxigênio in vitro (Yoshikawa et al., 1989). Se o muco gástrico é
diminuído, a mucosa fica mais suscetível ao dano oxidativo (Giordano et al., 1990).
Os resultados dos extratos das folhas de S. erecta anteriormente descritos
apresentaram efeito antiulcerogênico que pode estar relacionado à atividade citoprotetora e
antioxidante, em vista dos extratos terem apresentado redução significativa da indução de
úlcera por etanol.
Durante este ensaio biológico, o pH da solução dos extratos foi determinada e pode-se
constatar que o pH era o mesmo, apresentou-se próximo de dois, ou seja, uma solução
fortemente ácida. De acordo com Samuelson & Hinkle, (2003), a secreção ácida gástrica é
firmemente regulada pelos efeitos estimulatórios da gastrina, histamina e acetilcolina,
e pelas
ações inibitórias da somatostatina (SST), que agem nos seus respectivos receptores das células
parietais. Quando o pH gástrico se torna muito baixo, ocorre um aumento na secreção de SST
para inibir o apenas a produção de ácido pelas células parietais, mas também, a secreção de
gastrina pelas células G (Berne & Levy, 2000), prevenindo contra a hipergastrinemia que é
um dos efeitos colaterais de muitos rmacos antisecretórios. Além disso, é sabido que o
estômago pode se defender de lesões causadas por uma variedade de agentes fortemente
irritantes (ácidos e bases fortes, etc.) e agentes nocivos devido à ativação de algumas linhas de
defesa, dentre elas pode-se dizer que as mais importantes são: secreção de muco e
bicarbonato; hidrofobicidade da mucosa, microcirculação gástrica; a geração de
42
prostaglandinas pela mucosa; aumento de componentes sulfidrílicos na mucosa e a secreção
de neuropeptídios vasoativos dos nervos sensoriais aferentes (Brzozowski et al., 2005).
Frente a estas afirmações pode-se dizer que além dos extratos apresentarem
componentes bioativos gastroprotetores, o pH dos extratos também favorece o efeito
antiulcerogênico pela estimulação das linhas de defesa da mucosa gástrica.
Também é interessante ressaltar os resultados excelentes de ambos os extratos em
mostrar significativa gastroproteção com o extrato bruto na dose de 62,5 mg/kg, pois isto o
costuma ser observado com extratos de planta e sim com frações ou substâncias isoladas.
Na avaliação dos resultados da porcentagem de gastroproteção dos extratos, foi
constatado que o extrato clorofórmico se mostrou superior ao metanólico de S. erecta. Com o
intuito de evidenciar os mecanismos de ação envolvidos na gastroproteção deste extrato, foi
realizado o teste estatístico de Tukey entre as doses com as porcentagens de gastroproteção
mais altas do extrato clorofórmico e foi constatado que não havia diferença significativa entre
as doses de 250 mg/kg e a de 500 mg/kg. A partir desta constatação optou-se pela avaliação
dos mecanismos antiulcerogênicos com a dose de 250 mg/kg.
3.3 Indução de úlcera por Ligadura de Piloro
Este modelo permite estudar o efeito do extrato na secreção gástrica e em alguns
eventos envolvidos na gastroproteção. Neste método, o conteúdo gástrico acumulado durante
quatro horas é avaliado nos itens: volume secretado; pH e acidez total. Os valores da acidez
total, expressos em mEq [H
+
] /mL / 4h, não correspondem sempre ao pH, pois as proteínas
presentes na secreção podem tamponar parte da acidez (Souccar & Lapa, 1998). As diferenças
nas formas de administração do extrato (via oral ou intraduodenal) foram desenvolvidas para
a avaliação da atividade antisecretória do extrato por ação local (via oral) ou sistêmica (via
intraduodenal).
De acordo com os resultados descritos na tabela abaixo (tabela 7), pode-se observar
que SeCHCl
3
(250 mg/kg) alterou de maneira significativa apenas a concentração de H
+
no
ensaio com administração via oral, ou seja, o extrato apresentou um efeito local apenas na
concentração de H
+
, aumentando esta concentração em relação ao grupo controle negativo.
Este dado confirma o resultado do ensaio anterior que evidenciou o efeito do extrato
clorofórmico em manter o pH do suco gástrico reduzido.
43
No caso do controle positivo (cimetidina), verificou-se um efeito inibitório da secreção
ácida pela observação conjunta do aumento significativo de pH somado à diminuição da
concentração de H+, pela via oral. Pela via sistêmica também ocorreu a inibição da secreção
ácida que pode ser observada pelo aumento significativo no pH e pela diminuição do volume
gástrico. Estes resultados confirmam a efetividade do modelo experimental e descarta a ação
antisecretória do extrato clorofórmico de S. erecta tanto o administrado oralmente quanto o
sistemicamente.
Tabela 7 Efeito da administração oral ou intraduodenal do extrato clorofórmico de
Serjania erecta (SeCHCl
3
) sobre o pH, volume gástrico e concentração de H
+
no modelo
de ligadura de piloro em ratos.
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de uma
via seguida do teste de Dunnett. * p < 0,05 e ** p < 0,01
Sabe-se que a ligadura de piloro causa uma hipersecreção gástrica, mas as razões ainda
não estão completamente esclarecidas (Andreo et al., 2006). De acordo com Brodie (1966),
esta cirurgia causa expansão do estômago, aumentando a pressão nos receptores sensitivos da
mucosa antral que ativam o reflexo vagal, aumentando a secreção gástrica. Além disso, após a
ligadura de piloro ocorre uma migração de neutrófilos na mucosa sugerindo que estas células
podem estar envolvidas nas lesões da mucosa gástrica, possivelmente pela liberação de
radicais livres que causam a peroxidação lipídica e danos à membrana celular (Rastogi et al.,
Via Tratamentos [H
+
]
(mEq/ mL/ 4h)
pH
(unidade)
Volume conteúdo
gástrico (mL)
Veículo
1,55 ± 0,06 2,12 ± 0,12 4,46 ± 0,43
Cimetidina
(100 mg/kg)
1,22 ± 0,12*
2,75 ± 0,25*
3,31 ± 0,49
Oral
SeCHCl
3
(250 mg/kg)
1,94 ± 0,08*
2,00 ± 0,00
5,97 ± 0,70
Veículo
1,98 ± 0,08 2,00 ± 0,00
4,99 ± 0,80
Cimetidina
(100 mg/kg)
2,29 ± 0,27 5,80 ± 0,54**
2,27 ± 0,23 *
Duodenal
SeCHCl
3
(250 mg/kg)
2,26 ± 0,16 2,25 ± 0,70
4,91 ± 0,79
44
1998). Segundo Saíram et al., (2002) este tipo de indução de úlcera ocorre devido à
autodigestão da mucosa gástrica e pelo rompimento da barreira mucosa gástrica.
3.4 Determinação do papel dos grupamentos sulfidrílicos na gastroproteção
O fármaco NEM apresenta a propriedade de quelar as pontes de dissulfeto que são
responsáveis pela manutenção da conformação da barreira mucosa strica. Sendo assim, o
pré-tratamento com NEM provocou aumento significativo das lesões gástricas em
comparação aos grupos pré-tratados com salina (Figura 9). É possível verificar essa
diferenciação em termos estatísticos pelas flechas horizontais localizadas na parte superior do
gráfico que comparam os pré-tratamentos entre NEM e salina. O tratamento com SeCHCl
3
(250 mg/kg) apresentou uma proteção significativa (p < 0,01) ao promover 75% de redução
das lesões gástricas no pré-tratamento com salina (i.p.) em comparação com o controle
negativo. Nos grupos pré-tratados com NEM, a SeCHCl
3
(250 mg/kg) apresentou uma
gastroproteção de 10% em comparação com o controle negativo. Como pode ser observado, a
depleção dos grupamentos sulfidrílicos reduziu de forma significativa (p < 0,05) o efeito
gastroprotetor pelo tratamento com SeCHCl
3.
Figura 9 - Efeito do extrato clorofórmico de S. erecta (SeCHCl
3
) frente ao depletor de
grupamentos sulfidrílicos endógenos (NEM) em modelo de úlcera induzida por Etanol
em ratos.
0
100
200
300
400
500
600
700
Veículo Carbenoxolona SeCHCl3
(250 mg)
Veículo Carbenoxolona SeCHCl3
(250 mg)
Lesões (mm
2
)
Tratamentos (v.o.)
PRÉ-TRATAMENTO SALINA PRÉ-TRATAMENTO NEM
**
92%
**
75%
*
40%
10%
*
*
*
45
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Tukey. *p < 0,05; **p < 0,01. Os números percentuais indicam a
porcentagem de proteção em relação ao respectivo grupo controle negativo (v.o.).
No modelo de indução de úlcera por etanol, o dano provocado à mucosa está associado
com um significativo decréscimo nos níveis de compostos sulfidrílicos (SH) da mucosa, como
por exemplo, o da glutationa reduzida (GSH) e o pré-tratamento com bloqueadores de SH
reverte a gastroproteção dos compostos sulfidrílicos (Szabo et al., 1981; Szabo & Brown,
1987).
Em adição à proteção da mucosa que é dependente de prostaglandina (Robert, 1979;
Robert, 1984) evidências crescentes indicam que a sulfidrila endógena (SH) apresenta um
papel importante na manutenção da integridade gastroduodenal e na proteção contra lesões
induzidas quimicamente nas células, tecidos e órgãos (Boyd et al., 1981; Szabo et al., 1981;
Hoppenkamps et al., 1984). A concentração relativamente alta de sulfidrila não protéica (N-
PSH) é encontrada principalmente na forma de glutationa reduzida (GSH) além de cisteína
(CSH), coenzima A e outros tióis na mucosa gástrica, também indicam sua possível
implicação na gastroproteção (Miller et al., 1985).
Eventos bioquímicos diferentes como, por exemplo, geração de radicais livres de
oxigênio, peroxidação lipídica, o enfraquecimento do metabolismo da prostaglandina ou
lesões endoteliais têm sido implicadas na patogênese das lesões agudas da mucosa induzidas
quimicamente ou nos danos das células epiteliais (Robert, 1979; Mozsik et al., 1983; Szabo,
1984; Vincze et al., 1989; Szabo, 1991; Hiraishi et al., 1999). Peróxidos lipídicos e os radicais
peróxidos da mucosa gástrica podem ser detoxificados pela GSH peroxidase através da
formação da glutationa oxidada (GSSG) a partir da glutationa reduzida (GSH). Outros estudos
revelaram que a diminuição de GSH e o aumento de GSSG na mucosa gástrica, por
conseguinte o aumento do estresse oxidativo, pode ser um dos primeiros mecanismos de dano
na mucosa (Nagy et al., 2007).
Várias pesquisas encontraram uma significativa diminuição de glutationa reduzida na
mucosa gástrica seguida a agentes químicos como DAINES e acrilonitrila (Szabo, 1981;
Strubelt & Hoppenkamps, 1983; Ghanayem et al., 1985; Miller et al., 1985; Stubelt, 1987;
Szabo et al., 1989). A depleção aguda de GSH durante a lesão da mucosa gástrica pode ser
devido a: (1) direta oxidação de GSH para GSSG; (2) formação de uma associação de
46
disulfetos com proteína de grupos SH ou cisteína; (3) conjugação não enzimática com GSH
(Murphy & Kehrer, 1989).
O tratamento dos animais com SeCHCl
3
(250 mg/kg) promoveu 75% (p < 0,01) e 10%
(p > 0,05) de proteção frente à lesão induzida por etanol, respectivamente para os pré-
tratamentos com salina e NEM. O pré-tratamento com NEM promoveu reduções drásticas na
gastroproteção, tanto do extrato como do controle positivo efetuado pela carbenoxolona. Estes
resultados indicam, portanto, a participação significativa de grupamentos sulfidrílicos na
proteção promovida por SeCHCl
3
(250 mg/kg) no modelo lesão gástrica induzida por etanol.
3.5 Determinação do papel do óxido nítrico (NO) na gastroproteção
Neste modelo, o fármaco L-NAME (inibidor de NO) foi capaz de aumentar a média de
lesões gástricas de todos os grupos (veículo, carbenoxolona e SeCHCl
3
), em relação aos
grupos pré-tratados com salina. É possível verificar essa diferenciação em termos estatísticos
pelas flechas horizontais localizadas na parte superior do gráfico que comparam os pré-
tratamentos entre salina e L-NAME (Figura 10). O tratamento com SeCHCl
3
(250 mg/kg)
apresentou uma proteção significativa (p < 0,01) ao promover 75% de redução das lesões no
pré-tratamento com salina (i.p.) em comparação com o controle negativo (veículo). Nos
grupos dos animais pré-tratados com L-NAME, o tratamento oral com SeCHCl
3
(250 mg/kg)
não promoveu gastroproteção na mucosa gástrica dos animais em comparação com os animais
tratados com o veículo. Como pode ser observado, o inibidor de NO reduziu de forma
significativa o efeito gastroprotetor pelo tratamento com SeCHCl
3
(250 mg/kg).
47
Figura 10 - Efeito do extrato de SeCHCl
3
(250 mg/kg) frente ao inibidor de NO endógeno
(L-NAME) em modelo de úlcera induzida por Etanol em ratos.
0
100
200
300
400
500
600
700
Veículo Carbenoxolona SeCHCl3
(250 mg)
Vculo Carbenoxolona SeCHCl3
(250 mg)
Lesões (mm
2
)
Tratamentos (v.o.)
PRÉ-TRATAMENTO SALINA PRÉ-TRATAMENTO L-NAME
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Tukey. *p < 0,05; **p < 0,01. Os números percentuais indicam a
porcentagem de proteção em relação ao respectivo grupo controle negativo (v.o.).
O óxido nítrico (NO) exerce várias ações em comum com as prostaglandinas no trato
gastrintestinal (TGI). Eles podem modular a atividade das células imunológicas da mucosa,
dos mastócitos, bem como modular as interações dos leucócitos com o endotélio
e a
permeabilidade do epitélio intestinal (Wallace & Ma, 2001). O NO inibe
o recrutamento de
neutrófilos para os locais de inflamação e reduz a infiltração destes para a mucosa do trato
gastrintestinal e inibidores da síntese de NO intensificam o recrutamento de leucócitos (Kubes
& McCafferty, 2000). A propriedade anti-adesiva de NO pode ser seqüenciada desta forma:
inibição da produção de importantes moléculas pró-inflamatórias, alteração direta da
habilidade dos neutrófilos de aderir e inibição da expressão
de várias moléculas de adesão
(Kubes & McCafferty, 2000). Interessantemente, o bloqueio da síntese de NO resulta em
significativas mudanças na função da barreira epitelial intestinal (Kanwar et al., 1994; Kubes,
1992), que poderiam ser inibidas pelos mastócitos estabilizadores ou por receptores
**
*
**
**
92%
**
75%
*
58%
11%
48
antagonistas da histamina
e fator de ativação plaquetária (PAF), sendo que estes dois podem
ser secretados pelos mastócitos.
A importância do NO na defesa da mucosa do TGI é bem estabelecida
(Wallace &
Miller, 2000). Estudos com inibidores seletivos das formas constitutivas de
NOS, nNOS e
eNOS, têm ajudado a delinear os papéis
do NO em vários processos no TGI. As
ações de NO
sobrepuseram-se consideravelmente aos da prostaglandinas por: modular a atividade das
células imunes da mucosa (mastócitos e macrófagos), reduzir as interações adesivas dos
leucócitos com o endotélio, modular a circulação sanguínea da mucosa, reduzir a
permeabilidade
epitelial e estimular a secreção de muco e de bicarbonato
(Wallace, 1996). O
NO tem provado ser o primeiro neurotransmissor não-adrenérgico e não colinérgico
no TGI
(Sanders & Ward, 1992). Não surpreendentemente, portanto,
a inibição de eNOS e / ou nNOS
resulta em distúrbios da circulação sanguínea, da motilidade e da secreção do TGI. O óxido
nítrico também contribui para a defesa da
mucosa através de sua propriedade citotóxica, uma
defesa primária contra as bactérias e parasitas que são ingeridos (Marcinkiewicz et al., 2000).
A supressão da síntese de NO no estômago causa à mucosa uma maior
susceptibilidade às lesões (Whittle et al., 1990), ao passo que a administração de NO
pode
proteger o estômago de lesões (Macnaughton et al., 1989). De fato, alguns estudos
conduziram ao desenvolvimento de uma série de drogas antiinflamatórias secretoras de NO,
com uma ótima redução da toxicidade do TGI em comparação às drogas de mesma origem
(Wallace et al., 1994a; Wallace et al., 1994b; Elliott et al., 1995; Wallace et al., 1995). Outro
fato relevante é que existem vários trabalhos indicando que as ações protetoras dos neurônios
sensitivos da mucosa gástrica são mediados via o aumento da produção de NO (Tepperman &
Whittle, 1992; Lambrecht et al., 1993).
O tratamento dos animais com SeCHCl
3
(250 mg/kg), promoveu 75% (p < 0,01) e
11% (p > 0,05) de proteção frente a lesão induzida por etanol, respectivamente para os pré-
tratamentos com salina e L-NAME. O pré-tratamento com L-NAME promoveu reduções
drásticas na gastroproteção, tanto do extrato como do controle positivo efetuado pela
carbenoxolona. Estes resultados indicam, portanto, que também existe a efetiva proteção (p <
0,01) do óxido nítrico promovida por SeCHCl
3
(250 mg/kg) no modelo lesão gástrica induzida
por etanol.
49
3.6 Determinação do papel dos neurônios sensoriais sensíveis à capsaicina na
gastroproteção
Neste modelo, o fármaco Rutênio vermelho (antagonista da capsaicina) foi capaz de
aumentar a dia de lesões gástricas de todos os grupos (veículo, capsaicina e SeCHCl
3
), em
relação aos grupos pré-tratados com salina. É possível verificar essa diferenciação em termos
estatísticos pelas flechas horizontais localizadas na parte superior do gráfico que comparam os
pré-tratamentos entre salina e Rutênio vermelho (R.v.) (Figura 11). O tratamento com
SeCHCl
3
(250 mg/kg) apresentou uma proteção significativa (p < 0,01) ao promover 66% de
redução das lesões no pré-tratamento com salina (i.p.) em comparação com o controle
negativo (veículo). Nos grupos pré-tratados com R.v., a SeCHCl
3
(250 mg/kg) apresentou
gastroproteção de 39% em comparação com o controle negativo. Como pode ser observado, o
antagonista da capsaicina reduziu de forma significativa (p < 0,001) o efeito gastroprotetor
pelo tratamento com SeCHCl
3
(250 mg/kg).
Figura 11 - Efeito do extrato de SeCHCl
3
(250 mg/kg) frente ao antagonista da
capsaicina (Rutênio vermelho) em modelo de úlcera induzida por Etanol em ratos.
0
100
200
300
400
500
600
Veículo Capsaicina SeCHCl3
(250 mg)
Veículo Capsaicina SeCHCl3
(250 mg)
Lesões (mm
2
)
Tratamentos (v.o.)
PRÉ-TRATAMENTO SALINA PRÉ-TRATAMENTO R.v.
Valores expressos em média ± erro padrão. Análise estatística entre os grupos: ANOVA de
uma via seguida do teste de Tukey. *p < 0,05; **p < 0,01 e ***p< 0,001. Os números
**
*
***
***
98%
**
66%
***
77%
39%
50
percentuais indicam a porcentagem de proteção em relação ao respectivo grupo controle
negativo (v.o.).
Uma noção prevalente na população da Índia e talvez de outros países é a de que o
consumo em excesso de pimenta vermelha comumente conhecida por chillicausa úlcera
gástrica pela ação irritante e pela provável ação secretora de ácido. A pimenta vermelha ou
“capsaicina” seu princípio ativo, tem sido vista como um dos fatores etiológicos de desordens
nos países onde são consumidas (Limlomwongse et al., 1979). Estudos detalhados têm
revelado os efeitos protetores da capsaicina em inibir a estimulação da secreção ácida,
promover a secreção alcalina e de muco e, principalmente, a retirada de ácido do estômago
pela estimulação da circulação sanguínea da mucosa gástrica que é o processo crucial da
defesa, reparação e proteção contra lesões induzidas por agentes nocivos (Satyanarayana,
2006).
Recentemente, descobriu-se que as fibras nervosas extrínsecas aferentes da mucosa
gástrica apresentam um importante papel na resistência da própria mucosa frente a lesões.
Estas fibras extrínsecas aferentes que suprem o estômago surgem de duas fontes distintas: os
neurônios sensórios espinhais que apresentam seus corpos celulares no gânglio da raiz dorsal
e alcançam o estômago via os nervos esplênico e mesentérico, e as fibras aferentes dos nervos
vagos que se originam dos corpos celulares dos gânglios nodoso e jugular. As fibras nervosas
aferentes são particularmente abundantes ao redor da irrigação arterial e arteriolar da mucosa
gástrica. Os neurônios espinhais aferentes contém peptídeos bioativos, incluindo o peptídeo
relacionado geneticamente à calcitonina (CGRP), as taquicininas, substância P (SP) e a
neuroquinina A (NK). Os neurônios aferentes extrínsecos são não mielinizados ou finamente
mielinizados e são ativados seletivamente pela capsaicina. Além disso, a capsaicina em baixas
doses estimula a atividade das fibras nervosas aferentes, em altas doses, causa degeneração
dos nervos aferentes em ratos neonatais ou disfunções de longa duração em ratos adultos
(Peskar, 2001).
Estas fibras nervosas aferentes são estimuladas através do receptor vanilóide 1 (VR1)
por meio de três agonistas conhecidos que são: a capsaicina, a resiniferatoxina e a piperina.
Suas funções são de proteger a mucosa strica contra as úlceras gástricas em paralelo com
suas potentes estimulações sensoriais (Szallasi et al., 1996; Szolcsányi & Barthó, 2001).
Os receptores vanilóides da mucosa gastrointestinal estão envolvidos na regulação da
motilidade gástrica, secreção ácida, aumento na circulação sanguínea gástrica através da ação
51
do peptídeo relacionado geneticamente a calcitonina, estimulação da secreção de bicarbonato
e muco ou manutenção da integridade da mucosa na presença de substâncias nocivas
(Pongpiriyadacha et al., 2003).
O tratamento dos animais com SeCHCl
3
(250 mg/kg), promoveu 66% (p < 0,01) e
39% (p > 0,05) de proteção frente à lesão induzida por etanol, respectivamente para os pré-
tratamentos com salina e R.v. O pré-tratamento com R.v. promoveu reduções drásticas na
gastroproteção, tanto do extrato como do controle positivo efetuado pela capsaicina. Estes
resultados indicam, portanto, a participação significativa (p < 0,001) do extrato na
gastroproteção através da interação com as terminações nervosas sensíveis à capsaicina via
VR 1.
3.7 Determinação do papel da fitoquímica dos extratos na gastroproteção
Foi realizada a determinação do perfil fitoquímico dos extratos metanólico e
clorofórmico. No extrato metanólico foram encontrados: terpenos, saponinas, flavonóides e
taninos, sendo que os compostos majoritários são os flavonóides e taninos. No extrato
clorofórmico foram encontrados: esteróides, glicosídeos esteróides, triterpenos, saponinas,
poliisoprenóides e ácidos graxos de cadeia longa, sendo que os compostos majoritários o os
poliisoprenóides. Os dois extratos apresentaram um constituinte em comum, as saponinas.
As saponinas são glicosídeos de esteróides ou de terpenos policíclicos, sua estrutura
determina a propriedade de redução da tensão superficial da água e suas ações detergentes e
emulsificantes. Apesar de existir uma dificuldade na elucidação estrutural destes compostos,
eles m sido de grande interesse farmacêutico, seja como adjuvante em formulações, como
componente ativo em dr Td(i)Tj3.12599 0 j5.65082 0 T82 0 Td(c)Tj5.04967 .1699 0 Td( )Tj3.72714 0 Td(e)Tj6.(o)Tj5.65082 0 Td( )Tj3.24622 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(v)Tj5.53059 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(i)Tj5.65082 0 Td(m)Tj8.77681 0 Td( )Tj4.08783 0 Td(o)Tj5.04967 0 Td(l)Tj3.12599 0 Td-427.298 -19.56 Td(c)Tj5.1699 0 Td(o)Tj5.65082 0 Td(m)Tj3.72714 0 Td( )Tj3.72714 0 Td(u)Tj5.12599 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(t)Tj3.00576 0 Td(á)Tj5.04967 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(o)Tj5.65082 0 Td(p)Tj5.65082 0 Td( )Tj3.72714 0 Td(u)Tj5.65082 0 Td(m)Tj5.65082 0 Td(r)Tj35.1699 0 Td( )Tj7.81496 0 Td(p)Tj5.53059 0 Td( )Tj3.72714 0 Td(n)Tj5.1699 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(q)Tj5.65082 0 Td(m)Tj8.89704 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(p)Tj5.65082 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(m)Tj8.04967 0 Td( )Tj3.48668 0 Td(d)Tj5.04967 0 Td(ç)Tj5.1699 0 Td(õ)Tj5.65082 0 Td(o)Tj5.44852 0 Td( )Tj4.32829 0 Td(t)Tj3.00576 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(ó)Tj5.65082 0 Td(i)Tj3.24622 0 Td(d)Tj5.53059 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(a)Tj28 Tf0.998085 0 0 1S Tf-19.2 Td( )Tj(n)Tj5.65082 0 Td( )Tj3.72714 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(ç)Tj5.04967 0 Td(õ)Tj5.65082 0 Td(e)Tj6.853152 0 Td( )Tj3.60691 0 Td(d)Tj5.65082 0 Td(s)Tj6.853152 0 Td(u)Tj5.65082 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(l)T5.04967 0 Td(o)Tj6.853152 0 Td(0)Tj5.65082 0 Td-427.298 -19.56 Td-427.298 -19.56 Td-427.298 -19.56 Td(0)Tj5..04967 0 Td(c)Tj5.04967 0 Td(o)Tj6.7.5382 0 Td(.)Tj2.88553 0 Td(m)Tj8.89704 0 Td( )Tj3.60691 0 Td(á)Tj5.04967 0 Td( )Tj3.72714 0 Td(u)Tj5.12599 0 Td( )Tj6.01151 0 Td(o)Tj5.00576 0 Td( )Tj4.56875 0 Td(u)Tj5.12599 0 Td(s)Tj4.44852 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(p)Tj5.65082 0 Td(o)Tj5.65082 0 Td(n)Tj5.72714 0 Td( Td(i)Tj3.12599 0 j5.65082 0 T82 0 Td(6.7.5382 0 Td(c)Tj5.04967 0 Td(o)Tj5.65082 0 Td( )Tj4.0878 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td(s)Tj4.44852 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(t)Tj3.12599 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(a)Tj6.853152 0 Td(á)Tj5.04967 0 Td( )Tj3.04967 0 Td(o)Tj6.853152 0 Td(s)Tj4.44852 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(d)Tj5.65082 0 Td(e)Tj5.04967 0 Td( )Tj4.32829 0 Td(i)Tj3.12599 0 Td(n)Tj5.44852 0 Td( )Tj6853152 0 Td( )Tjj5.04967 0 Td( )Tj4.68898 0 Td(e)Tj5.65082 0 Td(v)Tj5.53059 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(t)Tj6853152 0 Td(o)Tj5.65082 0 Td(n)Tj5.65082 0 Td(g)Tj5.65082 0 Td(a)Tj5.04967 0 Td(s)Tj4.32829 0 Td(t)Tj3.247599 0 Td(s)Tj4.44852 0 Td(o)Tj5.65082 0 Td(p)Tj5.65082 0 Td(r)Tj3.53059 0 Td(a)Tj4.92944 0 Td( )Tj3.89704 0 Td(a)Tj4.92944 0 Td(j)Tj3.24622 0 Td(r)Tj3.72714 0 Td(a)Tj28 Tf0..32829 0 TdY )Tj3 0 Td( )Tj(m)Tj8.77681 0 Td(p)Tj5.65082 0 Tdhp)Tj5.65082 0 Td(o)Tj5.65082 0 Tdkpa aes, 220es esrear
52
têm grande importância, pois são responsáveis pela adstringência de muitos frutos e outros
produtos vegetais (Simões et al., 1999). Plantas ricas em taninos são empregadas na medicina
tradicional como remédios para o tratamento de diversas moléstias, como: diarréia,
reumatismo, feridas, problemas estomacais (azia, náusea, gastrite e úlcera gástrica),
problemas renais e processos inflamatórios em geral (Haslam, 1996). Os taninos ajudam no
processo de cura de feridas, queimaduras e inflamações através da formação de uma camada
protetora (complexo tanino-proteína e/ou polissacarídeo) sobre a pele ou mucosa danificada.
Debaixo dessa camada, ocorre o processo natural de cura. Provavelmente, um processo
similar ocorre nos casos de úlcera gástrica, em que uma camada de tanino-proteína
complexados protege a mucosa do estômago (Haslam, 1989).
os flavonóides, constituem uma importante classe de polifenóis que está presente
com relativa abundância entre os metabólitos secundários de vegetais (Simões et al., 1999).
Extratos de polifenóis que contém flavonóides foram testados em modelo de indução de
úlcera com ácido acético e descobriu-se que eles potencializam a cicatrização das úlceras
crônicas (gástrica e duodenal) e sua ação se provavelmente através do aumento dos níveis
de prostaglandinas da mucosa (Konturek et al., 1986; Konturek et al., 1987). Atividade
antioxidante também foi observada em extratos contendo flavonóides (Larson, 1998; Ohshima
et al., 1998; Gonzalez & Di Stasi, 2002).
A respeito dos poliisoprenóides encontrados no extrato clorofórmico, uma nova
função celular tem-lhe sido atribuída recentemente, a proteção das membranas celulares
contra a peroxidação (Swiezewska & Danikiewicz, 2005). De acordo com esta sugestão, o
poliisoprenóide pode constituir uma proteção contra as espécies reativas de oxigênio (ROS)
produzidas pela luz UV ou por agentes químicos (Korohoda et al., 1980).
Sobre os terpenos do extrato metanólico e os triterpenos do extrato clorofórmico, a
classe dos terpenóides, que inclui os triterpenos, também apresenta importância significativa
na busca por novos compostos com atividade antiulcerogênica (Astudillo et al., 2002;
Rodríguez et al., 2003). Uma revisão sobre fármacos antiulcerogênicos oriundos de plantas
mostrou que os triterpenos são componentes com atividade antiulcerogênica em potencial, em
função de sua habilidade de fortificar os fatores defensivos como a estimulação ou
manutenção da síntese de prostaglandinas em altos veis. (Lewis & Hanson, 1991). Além
disso, também foi descrita a atividade antioxidante para alguns triterpenos (Andrikopoulos et
al., 2003).
53
Confirmando os dados descritos acima, segundo Lewis & Hanson (1991), as
saponinas, os taninos, os triterpenóides, e os flavonóides são referenciados como
componentes antiulcerogênicos que, neste caso em conjunto com os poliisoprenóides, podem
ser os responsáveis pela ação antiulcerogênica de Serjania erecta.
4. CONCLUSÃO
Os resultados apresentados neste trabalho corroboram a indicação popular para a
utilização das folhas de Serjania erecta Radlk (SAPINDACEAE) no tratamento da úlcera
gástrica, pois ambos os extratos (polar e apolar) apresentaram atividade gastroprotetora frente
ao indutor mais lesivo de úlcera gástrica (etanol absoluto) e não apresentaram atividade tóxica
no modelo de toxicidade aguda e screening hipocrático. A atividade gastroprotetora de ambos
os extratos, clorofórmico e metanólico, se mostrou altamente eficaz mesmo para pequenas
doses, como a de 70 mg/kg, resultado este raramente observado em extratos brutos.
Para o extrato clorofórmico, os resultados apresentados demonstram que seu
mecanismo de ação se através dos grupamentos sulfidrílicos, do óxido nítrico e da
estimulação das terminações nervosas sensíveis à capsaicina. Os componentes do extrato que
provavelmente estão envolvidos com a ação gastroprotetora são: as saponinas e os triterpenos.
Adicionalmente, o extrato clorofórmico não apresentou atividade anti-secretória.
Para o extrato metanólico, por sua vez, os componentes que provavelmente estão
relacionados com a atividade gastroprotetora são: as saponinas, os taninos, os flavonóides e os
terpenos.
Em vista dos resultados apresentados neste trabalho, recomenda-se, fortemente, a
continuidade dos estudos com os extratos da planta Serjania erecta voltados para a atividade
gastroprotetora. A frente de trabalho proposta é a elaboração de ensaios que permitam avaliar
quais os componentes fitoquímicos dos extratos polar e apolar que estão envolvidos na
atividade antiulcerogênica. Para tanto, as substâncias deverão ser testadas isoladamente e em
conjunto para determinação dos resultados mais significativos para esta atividade.
A continuidade dos estudos com a espécie Serjania erecta permitirá avaliações
adicionais que poderão levá-la a se tornar matéria-prima de medicamentos disponíveis no
mercado nas formas de fitofármacos ou fitoterápicos.
54
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Chem. Org. Naturst., v. 78, p. 47-149, 1999.
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V.P. Biological activity of some naturally occurring resins, gums and pigments against in
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ANEXO
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