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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
MESTRADO EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS
CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAIS
HENRIQUE VOLTOLINI DE AZAMBUJA
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE UM CAMPO MAGNÉTICO PERMANENTE
SEPULTADO EM ÁREA DE ENXERTO ÓSSEO ALÓGENO
E DENTO-ALVEOLAR-
ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS
PORTO ALEGRE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
MESTRADO EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS
CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAIS
HENRIQUE VOLTOLINI DE AZAMBUJA
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE UM CAMPO MAGNÉTICO PERMANENTE
SEPULTADO EM ÁREA DE ENXERTO ÓSSEO ALÓGENO
E DENTO-ALVEOLAR -
ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS
Dissertação apresentada como parte dos requisitos
obrigatórios para a obtenção do título de Mestre em
Clínicas Odontológicas pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Ênfase: Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Faciais.
Profa. Dra. DEISE PONZONI
Orientadora
Profa. Dra. EDELA PURICELLI
Co-orientadora
PORTO ALEGRE
2007
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
A991a Azambuja, Henrique Voltolini de
Avaliação da aplicação de um campo magnético permanente
sepultado em área de enxerto ósseo alógeno e dento-alveolar:
estudo experimental em ratos / Henrique Voltolini de Azambuja. -
2007.
87 f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Faculdade de Odontologia. Programa de Pós-Graduação em
Odontologia – Clínica Odontológica (Cirurgia e Traumatologia Buco-
Maxilo-Faciais ), Porto Alegre, 2007.
Orientadora: “Profa. Dra. Deise Ponzoni”.
Co-Orientadora: “Profa. Dra. Edela Puricelli”.
1. Cirurgia Buco-Maxilo-Facial 2. Traumatologia buco-maxilo-facial
3. Campo magnético estático 4. Cicatrização alveolar 5. Enxerto
ósseo alógeno liofilizado I. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Faculdade de Odontologia II. Título.
CDU 616.31-089
Bibliotecária: Eloisa Futuro Pfitscher CRB 10/598
À Profa. Dra. Edela Puricelli
por me oportunizar a realização deste sonho,
por acreditar na minha capacidade,
pelos exemplos de ética, respeito, competência e profissionalismo,
pelo lado humano,
por ensinar a amar e lutar pelo crescimento de nossa classe .
Muito Obrigado!
À senhora dedico este trabalho.
À Profa. Dra Deise Ponzoni,
pela incansável e competente orientação deste trabalho,
pela paciência, amizade e fundamental apoio
e incentivo durante todas as fases deste trabalho,
Muito obrigado pela orientação!
Aos meus pais, Paulo e Waleska,
pela dedicação de suas vidas em prol dos filhos,
pelos maravilhosos exemplos de vida,
e profissionais que sempre tive dentro de casa,
pela educação, amor, carinho e
por sempre me incentivarem, na realização de meus sonhos.
Aos meus irmãos Letícia e Fernando,
pelo carinho,união, apoio, amizade e companheirismo.
À minha Vó Yedda,
pelo carinho e incentivo de sempre.
Aos meus avós Raul, Zefinha e Paulo,
por terem me deixado excelentes exemplos de vida
e lembranças maravilhosas.
Aos meus tios, tias, primos e primas,
pelo espírito de família e apoio.
Aos meus amigos,
pelo incentivo e apoio.
.
Ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
na pessoa do Prof. Dr. Manoel Sant’Ana Filho
e Prof. Dr. Pantelis Varvaki Rados.
Ao Prof. João Batista,
pelo auxílio na confecção e interpretação da parte histológica do trabalho,
pela amizade, pelo Gremismo, pelo ótimo relacionamento e pelos ensinamentos.
Aos Prof. João Julio e Marcel
pela amizade, conhecimento e coleguismo
no decorrer de toda esta caminhada.
Aos colegas e amigos Carlos, Baraldi, Gustavo,
pela confiança e incentivo dados em todas
as etapas deste trabalho
e na vida profissional.
Aos colegas e amigos Mauro e Dada,
pela união, incentivo e apoio.
Aos amigos Tati e Nardier
pela orientação e incentivo.
Ao Instituto Puricelli e Associados e seus funcionários,
pelos ensinamentos e dedicação oferecidos.
À Isabel Pucci,
pelo carinho,
por me apoiar, incentivar e acreditar
no meu crescimento profissional.
À colega Jéssica,
pelo apoio.
À amiga e colega Vica,
pela amizade, disponibilidade, paciência, incentivo
e ajuda indispensável para realização desse trabalho.
Aos colegas ex-alunos do Programa de Capacitação em CTBMF da FO-UFRGS,
Marcos, Tiago, Deon e Klippel, pela amizade
e disponibilidade em colaborar com este trabalho.
Aos meus colegas de mestrado,
pela amizade e convívio durante os anos de curso.
Ao Prof. Carlos Eduardo Galia,
Coordenador Técnico do Banco de Tecidos do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),
pela disponibilidade e orientação.
À Srta. Tielle Müler de Mello,
pela gentil colaboração.
Ao Prof. Luis Gustavo,
pela disponibilidade e pelos ensinamentos
na área de magnetismo.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação,
pelo empenho em passar seus conhecimentos e elevar o nome desta Instituição.
Aos meus professores da UPF pela minha formação. Especialmente a
Profa. Waleska, por ser mais do que mestre,
mostrando-me valores profissionais e
humanos, que servem de exemplo e
pelo constante incentivo na busca pela excelência.
Aos pacientes,
pela confiança depositada.
Às Enfermeiras e Auxiliares de Enfermagem do Bloco Cirúrgico,
CME, SAC, Unidades de Internação e Emergência
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
pela dedicação prestada a nós e aos nossos pacientes.
Aos funcionários do Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
por toda a colaboração.
À Dona Vera, Dona Marli, Seu Lopes,
Eduardo e Eliane, pela disponibilidade, carinho e amizade.
Aos funcionários do Biotério da UFRGS,
em especial à Dona Geni, Seu Carmona, Paula e Márcio,
pela disponibilidade e cuidados aos animais deste experimento.
Ao Fábio pelo auxílio prestado na elaboração gráfica do trabalho.
A todos, meus mais sinceros agradecimentos.
RESUMO
Proposição: O presente trabalho propõe o estudo histológico descritivo da
aplicação de um campo magnético sepultado, estático e permanente em área de
enxerto ósseo alógeno liofilizado e dento-alveolar associada a defeito cirúrgico em
mandíbulas de ratos. Metodologia: estudo experimental in vivo, randomizado.
Amostra foi composta por 21 ratos, da espécie Rattus novergicus albinus, linhagem
Wistar, machos, divididos em três grupos, correspondendo aos tempos
experimentais de sete, 21 e 45 dias. Foram realizadas ostectomias associadas a
odontossecções, na face lateral externa do corpo mandibular e no ramo ascendente,
atingindo transversalmente a raiz do incisivo inferior e os ápices dos molares. Este
defeito cirúrgico permitiu a adaptação de dispositivos metálicos magnetizados (grupo
teste) e não magnetizados (grupo controle) associados às regiões apicais dos
molares e ao coto distal do incisivo inferior, local este onde realizou-se enxertia
óssea alógena liofilizada. A intensidade média do campo magnético sepultado e
permanente foi de 250 gauss. Resultados: observou-se no grupo teste e controle,
nos diferentes tempos experimentais a gradativa integração do enxerto ósseo
alógeno liofilizado, a manutenção da vitalidade pulpar dos molares e coto proximal
do incisivo inferior, além da contínua erupção do incisivo inferior do rato. Nos grupos
teste, principalmente aos 45 dias, constatou-se uma diferenciada e exuberante
neoformação óssea centrípeta em direção aos dispositivos metálicos imantados.
Conclusão: o campo magnético sepultado in vivo foi capaz de favorecer o processo
de cicatrização óssea no defeito cirúrgico criado.
Palavras-chave: Cirurgia Buco-Maxilo-Facial; Campo magnético estático;
Cicatrização alveolar; Enxerto ósseo alógeno liofilizado.
ABSTRACT
Purpose: The present study provides a descriptive histological analysis of the use of
a buried, static and permanent magnetic field in lyophilized bone allografts in a
dentoalveolar area associated with surgical defects in rat mandibles. Method: a
randomized in vivo experimental study was carried out with 21 male Wistar rats
(Rattus norvegicus albinus), which were split into three groups, corresponding to 7,
21 and 45 experimental days. Ostectomies associated with odontotomies were
performed on the outer lateral face of the mandibular body and in the ascending
branch, cross-sectionally to the root of the lower incisor and to the molar apices. This
surgical defect allowed for the use of magnetized (test group) and non-magnetized
(control group) metal devices associated with molar apices and with the distal stump
of the lower incisor, where the lyophilized bone allograft was performed. The intensity
of the buried and permanent magnetic field amounted to 250 gauss. Results: In the
test and control groups, there was gradual integration of the lyophilized bone
allograft, maintenance of pulp vitality of the molars and of the proximal stump of the
lower incisor, in addition to continuous eruption of the lower incisor. In the test
groups, especially at 45 days, there was distinct and pronounced centripetal new
bone formation in a direction toward the magnetized metal devices. Conclusion: the
in vivo buried magnetic field favored bone healing at the site of the surgical defect.
Keywords: Oral and maxillofacial surgery; Static magnetic field; Alveolar wound
healing; Lyophilized bone allograft.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:
Representação gráfica da vista lateral da hemimandíbula
direita de rato. Segmento proximal (P). Segmento distal (D).
Observa-se esquematicamente o defeito dento-alveolar
resultante de ostectomias e odontossecções. Dispositivos
metálicos posicionados em regiões apicais de molares e coto
incisal proximal. Partículas de enxerto ósseo alógeno liofilizado
adjacentes ao dispositivo metálico no coto incisal distal.
....................................................................................................
43
Figura 2:
Imagem trans-cirúrgica, região submandibular direita do rato.
Segmento proximal (P). Segmento distal (D). Defeito dento-
alveolar, em forma de ‘L’, resultante de ostectomias e
odontosecções............................................................................
44
Figura 3:
Imagem trans-cirúrgica, região submandibular direita do rato.
Segmento proximal (P). Segmento distal (D). Dispositivos
metálicos posicionados e enxerto ósseo alógeno liofilizado
compactado na proximidade do dispositivo metálico distal.
....................................................................................................
44
Figura 4:
Radiografia de perfil, grupo controle aos sete dias. É possível
observar as partículas de enxerto ósseo alógeno liofilizado
compactadas contra o dispositivo metálico associado à região
do coto distal do incisivo inferior direito. Observa-se a
estabilidade dos dispositivos metálicos e o defeito cirúrgico
criado...........................................................................................
48
Figura 5:
Radiografia de perfil, grupo teste aos sete dias. É possível
observar as partículas de enxerto ósseo alógeno liofilizado
compactadas contra o dispositivo metálico imantado associado
à região do coto distal do incisivo inferior direito. Observa-se a
estabilidade dos dispositivos metálicos imantados e o defeito
cirúrgico criado............................................................................
49
Figura 6: Radiografia de perfil, grupo controle aos 45 dias. Segmento
dentário proximal mantém sua configuração anatômica
curvilínea e o crescimento. Observa-se a presença dos
dispositivos metálicos. Discreta extrusão do coto distal do
incisivo inferior direito..................................................................
49
Figura 7: Radiografia de perfil, grupo teste aos 45 dias. Segmento
dentário proximal mantém sua configuração anatômica
curvilínea e o crescimento. Observa-se a estabilidade dos
dispositivos metálicos imantados. Grande extrusão do coto
distal do incisivo inferior direito...................................................
49
Figura 8: Raiz do 1º molar (M), osso alveolar (O), defeito cirúrgico
experimental (DC). Grupo controle aos sete dias. HE. Aumento
original 64x..................................................................................
51
Figura 9:
Raiz do 1º molar (M), osso alveolar (O), tecido de granulação
em área de defeito cirúrgico experimental (DC). Grupo controle
aos sete dias. HE. Aumento original 64x....................................
51
Figura 10: Raiz do 1º molar (M), tecido pulpar (P). Observa-se a
deposição de dentina secundária e a presença de
odontoblastos adjacentes à cavidade pulpar (seta). Grupo
controle aos sete dias. HE. Aumento original
160x.............................................................................................
52
Figura 11: Fragmentos do enxerto ósseo alógeno liofilizado (EO)
associados à área incisiva, coto distal. Enxerto levemente
basófilo. Observa-se presença de hemorragia e infiltrado
inflamatório. Grupo controle aos sete dias. HE. Aumento
original 160x..................................
52
Figura 12: Raízes do 1º molar (M), defeito cirúrgico experimental (DC),
tecido de granulação (TG), hemorragia (H), neoformação
óssea (seta) em direção centrípeta em direção à área ocupada
pelo magneto. Grupo teste aos sete dias. HE. Aumento original
64x...............................................................................................
53
Figura 13:
Raiz do incisivo (I), coto distal, osso alveolar (O), defeito
cirúrgico experimental (DC). Presença de neoformação óssea
centrípeta (seta) e tecido de granulação (TG). Grupo teste aos
sete dias. HE. Aumento original
64x...............................................................................................
54
Figura 14: Fragmentos do enxerto ósseo alógeno liofilizado (EO),
associados à área incisiva, coto distal. Observa-se a presença
de osteoblastos (seta) associados à matriz óssea jovem.
Grupo teste aos sete dias. HE. Aumento original
64x...............................................................................................
54
Figura 15: Raiz do molar (M), tecido fibroso (TF), defeito cirúrgico
experimental (DC), estrutura pulpar (P). Discreta neoformação
óssea (seta). Presença de tecido fibroso e coágulo. Grupo
controle aos 21 dias. HE. Aumento original 64x.........................
55
Figura 16:
Raiz do incisivo (I), coto distal, tecido conjuntivo fibroso (TF),
fragmentos do enxerto ósseo alógeno liofilizado (EO) e defeito
cirúrgico experimental (DC). Grupo controle aos 21 dias. HE.
Aumento original 64x...................................................................
56
Figura 17:
Área de neoformação óssea centrípeta (seta) associada às
raízes dos molares (seta), tecido conjuntivo fibroso (TF)
circundando o magneto, defeito cirúrgico experimental (DC).
Grupo teste aos 21 dias. HE. Aumento original 64x...................
56
Figura 18: Área de neoformação óssea centrípeta (seta) associada às
raízes dos molares, tecido conjuntivo fibroso (TF) circundando
o magneto, defeito cirúrgico (DF). Grupo experimento aos 21
dias. HE. Aumento original 64x...................................................
57
Figura 19:
Raiz do incisivo (I), coto distal, tecido fibroso (TF), vasos
sangüíneos (seta) invadindo a área do enxerto ósseo alógeno
liofilizado (EO). Grupo teste aos 21 dias. HE. Aumento original
64x..................................................................................
58
Figura 20:
Estrutura pulpar (P) do coto proximal do incisivo inferior.
Presença de dentina terciária (DT). Grupo teste aos 21 dias.
HE. Aumento original 64x............................................................
58
Figura 21: Estrutura pulpar. Detalhe, presença de dentina terciária (DT).
Grupo teste aos 21 dias. HE. Aumento original 160x
...............
59
Figura 22:
Área de neoformação óssea (O) associada ao dispositivo
metálico na região de molares (M). Tecido conjuntivo. (TC).
Defeito cirúrgico experimental (DC). Grupo controle aos 45
dias. HE. Aumento original 64x...................................................
60
Figura 23: Área de neoformação óssea (O) associada ao dispositivo
metálico em área de enxerto ósseo alógeno liofilizado.
Cápsula fibrosa (CF). Região incisivo, coto distal. Grupo teste
aos 45 dias. HE. Aumento original 64x.......................................
61
Figura 24:
Área de exuberante neoformação óssea (O) associada ao
dispositivo metálico em sentido centrípeto, região de molares.
Presença de cápsula fibrosa (CF). Grupo teste aos 45 dias.
HE. Aumento original 64x............................................................
62
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA)
AlNiCo – alumínio, níquel, cobalto
Atm - atmosfera
BMP - bone morphogenetic protein (proteína morfogenética óssea)
et al – et alli (e colaboradores)
F - flúor
FDA - Food and Drug Administration
g - grama(s)
G - gauss
GC - grupo controle
GT - grupo teste
HA - hidroxiapatita
HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre
HE - hematoxilina e eosina
HIV - Human Immunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência Humana)
Kv - quilovolts
mA - miliampéres
NdFeB – neodímio, ferro, boro
μm - micrometro(s)
rpm - rotações por minuto
SmCo – samário, cobalto
Zn - zinco
SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................9
ABSTRACT.........................................................................................................10
LISTA DE FIGURAS...........................................................................................12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..............................................................15
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................17
2 REVISAO DE LITERATURA...................................................................18
2.1 TECIDO ÓSSEO.............................................................................18
2.1.1 REPARO ÓSSEO ALVEOLAR..............................................20
2.2 TECIDOS DENTÁRIOS...................................................................22
2.3 ENXERTOS ÓSSEOS.....................................................................24
2.3.1 ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO..........................................25
2.3.2 ENXERTO ÓSSEO XENÓGENO..........................................26
2.3.3 ENXERTO ÓSSEO ALÓGENO.............................................26
2.3.3.1 ENXERTO ÓSSEO ALÓGENO LIOFILIZADO.........28
2.4 MAGNETISMO E REPARO ÓSSEO................................................29
2.5 MODELO ANIMAL............................................................................33
2.5.1 ERUPÇÃO E CRESCIMENTO DENTÁRIO..........................35
3 OBJETIVOS..............................................................................................38
3.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................38
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................38
4 METODOLOGIA........................................................................................39
4.1 PARADIGMA ...................................................................................39
4.2 MODELO DO ESTUDO ....................................................................39
4.3 LOCAL ..........................................................................................39
4.4 AMOSTRA.....................................................................................40
4.5 MATERIAL......................................................................................40
4.6 DELINEAMENTO CIRURGICO EXPERIMENTAL..........................41
4.7 MÉTODO RADIOGRÁFICO...........................................................45
4.8 MÉTODO HISTOLÓGICO...............................................................46
5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ...............................................................47
6 RESULTADOS......................................................................................48
7 DISCUSSÃO.........................................................................................63
8 CONCLUSÃO........................................................................................69
REFERÊNCIAS..........................................................................................70
ANEXOS...............................................................................................,.....82
17
1 INTRODUÇÃO
A constante busca por soluções que possam oferecer os melhores resultados
clínico-cirúrgicos aos pacientes está presente na prática diária da Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais. Dentro deste contexto, faz-se necessário o
desenvolvimento de pesquisas, fundamentais para o aparecimento e consolidação
científica das condutas terapêuticas.
Dessa maneira, os enxertos ósseos já consagrados são amplamente utilizados
no tratamento de várias afecções do esqueleto, no preenchimento de cavidades ou
como suporte estrutural nas falhas ósseas segmentares, nas reconstruções buco-
maxilo-faciais, no tratamento de defeitos ósseos após cirurgias de tumores benignos e
cistos, entre outros (GASDAG et al, 1995; PURICELLI; BARALDI; CARDOSO, 2004;
GALIA et al, 2005; MOZELLA et al, 2005; PURICELLI; BARALDI; PARIS, 2005).
Contribuindo com os diferentes tratamentos, as pesquisas avançam na
investigação dos efeitos biológicos dos campos magnéticos. O campo magnético
permanente e sepultado apresenta-se como um importante auxiliar na aceleração do
reparo e neoformação óssea, além de favorecer o processo de integração de enxertos
ósseos (ULBRICH, 2003; DUTRA, 2005; PURICELLI et al, 2006).
O presente trabalho propõe o estudo histológico da aplicação de um campo
magnético sepultado, estático e permanente em área de enxerto ósseo alógeno
liofilizado e dento-alveolar associada a defeito cirúrgico em mandíbulas de ratos.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 TECIDO ÓSSEO
O osso é um tecido conjuntivo mineralizado cuja função está relacionada com a
constituição do esqueleto, sustentação e fixação dos músculos, suporte para as partes
moles e proteção de órgãos vitais. Aloja a medula óssea e funciona como depósito de
íons cálcio, fosfato e outros (ROSS; REITH; ROMRELL, 1993; JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2004; MARKS; HERMEY, 1996).
O tecido ósseo pode ser descrito, segundo a microestrutura, em quatro
componentes: células, matrizes orgânica e inorgânica e fatores sinalizadores solúveis
(fatores de crescimento) (HOLLINGER; BUCK; BRUDER, 1999).
Os osteoblastos, osteócitos e as células osteoprogenitoras derivam de células-
tronco do mesênquima ou ectomesênquima, sendo encontradas na medula óssea e em
uma região de células proliferativas adjacente à camada osteoblástica no periósteo. Os
osteoblastos são responsáveis pela síntese e secreção da camada inicial não
mineralizada da matriz orgânica, denominada osteóide (BURKITT et al, 1994;
WHITSON, 2001). Quando em atividade de síntese são cubóides, com citoplasma
basófilo. O contrário ocorre quando estão em pouca atividade, onde apresentam-se
achatados e a basofilia do citoplasma diminui (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).
Os osteoclastos, por sua vez, são derivados do sistema mononuclear/fagocitário-
sistema hematopoiético. Histologicamente apresentam citoplasma granuloso,
fracamente basófilo e acidófilo, em células jovens e maduras respectivamente. Sua
superfície ativa está voltada para a matriz óssea com vilosidades, circundados por um
citoplasma pobre em organelas. Os osteoclastos estão presentes nos processos
fisiológicos e patológicos de reabsorção (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
O tecido ósseo é constituído por uma matriz orgânica colagênica (colágeno Tipo
I), contém aproximadamente 60% de material inorgânico, 25% de material orgânico e
15% de água. A matriz orgânica que compõe o material extracelular é formada por
19
proteínas associadas, glicoproteínas e polissacarídeos (BERKOVITZ; HOLLAND;
MOXHAM, 2004).
A fase inorgânica é composta por hidroxiapatita carbonatada (HA) –
Ca
10
(PO
4
)
6
(OH)
2
, na forma de cristais de comprimentos variáveis distribuídos entre as
fibrilas colágenas tanto no interior quanto na superfície da matriz (MARKS;
HERMEY,1996; BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004). Ainda, de acordo com
Kessel (2001) compõem esta matriz, fosfato de cálcio não cristalino, íons citrato,
bicarbonato, fluoreto, magnésio, potássio e sódio em menores quantidades.
Os fatores de crescimento também compõem a microestrutura do tecido ósseo.
São compostos por polipeptídeos de diversas famílias. Para exercerem sua função, as
células devem expressar receptores em sua superfície. Quando reconhecidos,
interagem tanto com os componentes presentes na membrana quanto com os ligados
no citoplasma (TEN CATE, 2001a).
Os fatores de crescimento elaborados pelos osteoblastos são fundamentais no
desenvolvimento das células ósseas. Estes fatores auxiliam na regulação do
metabolismo celular. Osteoblastos secretam vários membros da superfamília das
proteínas morfogenéticas ósseas (BMP), incluindo BMP2, BMP7 e o fator de
transformação de crescimento beta (TGF- β) em adição ao fator de crescimento
insulina-dependente (IGF-I e IGF-II), fator de crescimento derivado das plaquetas
(PDGF- AA) e fator fibroblástico de crescimento beta (FGF- β) (TEN CATE, 2001a).
Os componentes da microestrutura, quando unidos, formam a macroestrutura
óssea, composta de osso cortical e osso esponjoso (HOLLINGER; BUCK; BRUDER,
1999; BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
O tecido ósseo localizado na maxila e mandíbula, que constitui com o ligamento
periodontal e o cemento, o sistema de ancoragem dentária, é denominado tecido ósseo
alveolar (ARANA; KATCHBURIAN, 2004). Ele apresenta espessura que varia entre 0,1
e 0,4mm (ARANA; KATCHBURIAN, 2004). Limita-se entre os ápices radiculares e os
processos alveolares do corpo da mandíbula e da maxila. Funciona como tecido
mineralizado de suporte, oferece inserção aos músculos, promove arcabouço para a
medula óssea e atua como reservatório para íons, especialmente o cálcio. Além disso,
possui plasticidade, permitindo remodelamento conforme as demandas funcionais. Seu
20
desenvolvimento e manutenção estão diretamente relacionados à presença dentária,
para preservação de sua massa óssea (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
Internamente, uma fina camada de osso compacto reveste o alvéolo dentário e
fornece inserção às fibras do ligamento periodontal. Externamente, sobre as superfícies
vestibular e lingual/palatina, há presença de camadas de osso compacto formando a
lâmina alveolar externa e interna. Entre elas, existem quantidades variáveis de osso
esponjoso dependendo de sua localização (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
O tecido ósseo é revestido por um tecido conjuntivo denso e fibroso denominado
periósteo. Quando localizado internamente, é chamado endósteo. Este é mais celular e
vascular, garantindo a nutrição do periósteo. As fibras de Sharpey (fibras colágenas do
tecido ósseo) unem firmemente o periósteo ao tecido ósseo. As células do periósteo
diferenciam-se facilmente em osteoblastos e têm papel importante no crescimento e
reparo ósseo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).
2.1.1 REPARO ÓSSEO ALVEOLAR
As lesões no tecido ósseo podem ser causadas por eventos locais ou sistêmicos
(PETERSON et al., 2004).
O tecido ósseo, após injúria, ativa um processo de cicatrização, que envolve uma
cascata de eventos, desde o reparo até a remodelação, descrita no modelo clássico de
fratura (MASTERS, 1988; BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
O remodelamento é reconhecido como um processo cíclico, pelo qual o osso
deve manter um equilíbrio dinâmico entre reabsorção e neoformação (MASTERS, 1988;
BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
Segundo Carvalho e Okamoto (1987), após uma exodontia, o alvéolo dentário é
preenchido por sangue. O sangue coagulado isola a ferida óssea do ambiente da
cavidade bucal (HUPP, 1996). A cicatrização alveolar ocorre em dois grandes estágios,
inicialmente reparo e posteriormente remodelação. O reparo é caracterizado pela
presença de um osso imaturo, rapidamente formado por osteoblastos em atividade e
21
fibras colágenas entrelaçadas orientadas aleatoriamente. As propriedades
biomecânicas do osso imaturo são pobres se comparadas ao osso maduro, devido ao
menor grau de mineralização e organização (RASMUSSON, 1998).
No segundo estágio da cicatrização óssea, inicia-se o processo de remodelação,
o osso imaturo será substituído por um osso organizado e lamelar (RASMUSSON,
1998). Durante esse processo, há uma íntima relação entre deposição e reabsorção. A
superfície óssea alveolar, onde está acontecendo a formação óssea, apresenta
numerosos nódulos calcificados no interior e em torno das fibras colágenas. Na área de
reabsorção, há presença de lacunas denominadas lacunas de Howship (BERKOVITZ;
HOLLAND; MOXHAM, 2004).
No osso alveolar imediatamente após a exodontia, evidenciam-se
radiograficamente os limites do alvéolo por um tecido radiopaco contínuo que
caracteriza a presença da lâmina dura. Em média, após 63 dias, podem ser observadas
áreas radiopacas nas proximidades da lâmina dura em formação centrípeta (TEN
CATE, 2001a).
Carvalho e Okamoto (1987) consideram completa a reparação do alvéolo
quando este encontra-se totalmente preenchido por tecido ósseo neoformado e a crista
alveolar remodelada. Isto ocorre por volta dos 21 dias pós exodontia em ratos e 48 dias
em cães.
No homem esse processo de reparo pode ser acompanhado radiograficamente.
São utilizados métodos histométricos e radiográficos. Entretanto, exames radiográficos
de rotina podem apenas detectar mudanças na densidade mineral óssea entre 30-40%
(JEFFCOAT, 1992), já que sua sensibilidade é limitada (ELSUBEIHI; HEERSCHE,
2004).
O processo de cicatrização em ratos é basicamente similar ao humano, em
relação à seqüência de eventos, porém, ocorre mais rapidamente (AMLER; JOHNSON;
SALMAN, 1960; BOYNE, 1966; AMLER, 1969).
Muitos estudos são realizados para avaliação da cicatrização óssea alveolar em
animais. Entretanto, na maioria deles, a avaliação quantitativa do reparo alveolar em
ratos torna-se restrita a alguns dentes e a períodos que não excedem 60 dias pós
exodontia (GUGLIELMOTTI ; CABRINI , 1985; BODNER et al, 1993).
22
2.2 TECIDOS DENTÁRIOS
Os dentes são compostos por três tecidos mineralizados: esmalte, dentina e
cemento. No interior dessas estruturas encontra-se a polpa dental. O suporte das
estruturas dentárias é feito pelo periodonto (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
O esmalte dentário, em condições fisiológicas, recobre a parte do dente que
está exposta ao meio bucal. É o tecido mais mineralizado e, portanto, mais duro do
corpo humano. Cerca de 86% é constituído por material inorgânico, 12% de água e em
torno de 2% é formado pela matriz orgânica (FEJERSKOV; THILSTRUP, 1990).
A composição da dentina é estimada em cerca de 70% de material inorgânico,
18% de material orgânico e 12% de água. A porção inorgânica constitui-se,
principalmente, de cristais de hidroxiapatita. Outros sais inorgânicos, tais como
carbonatos, fosfato de cálcio, diferentes da hidroxiapatita e sulfatos, estão presentes.
Ainda, registram-se elementos como F, Cu, Zn, Fe e outros. A porção orgânica
consiste, principalmente, de colágeno, que representa 17% do tecido e 93% de todo
material orgânico. Frações de lipídios, glicosaminoglicanas e compostos não
identificados de proteína constituem, cada um, cerca de 0,2% (MJÖR, 1990). A dentina
e a polpa constituem a maior parte do dente (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM,
2004).
A polpa é um tecido conjuntivo frouxo e especializado. É considerada de
natureza imatura e indiferenciada. Suas entidades estruturais básicas são: células de
tecido conjuntivo, fibras e substância fundamental amorfa (MJÖR, 1990).
As células mais características da polpa dentária são os odontoblastos, que
formam uma camada de revestimento em sua periferia. Outras células encontradas no
tecido pulpar são células ectomesenquimais indiferenciadas, macrógafos e linfócitos T.
Entretanto, as células mais numerosas são os fibroblastos, cuja função é formar e
manter a matriz pulpar que consiste em colágeno e substância fundamental (ARANA;
KATCHBURIAN, 2004; TEN CATE, 2001b).
A substância fundamental é composta principalmente de glicosaminoglicanos,
glicoproteínas e água, sendo responsável pelo suporte das células e atuando como
23
meio de transporte de nutrientes (TEN CATE, 2001b). A polpa comunica-se com o
ligamento periodontal através dos forames apicais ou por eventuais canais laterais,
pelos quais passam os elementos vasculares e nervosos (SOARES; GOLDBERG,
2001).
Nervos contendo fibras sensitivas provenientes do nervo trigêmeo e ramos
simpáticos do gânglio cervical superior penetram através do forame apical e dos
forames acessórios como grossos feixes. Esses feixes, constituídos tanto por axônios
mielínicos como amielínicos, atravessam a polpa do canal radicular, chegando à
câmara pulpar. Nessa região, ramificam-se em direção à periferia pulpar, onde
constituem um plexo nervoso característico denominado plexo de Raschkow (ARANA;
KATCHBURIAN, 2004). A polpa é um tecido conjuntivo com resposta específica a
lesões cirúrgicas e traumáticas, assim como a agressões bacterianas. As diferentes
agressões que interferem com o suprimento neurovascular da polpa dão origem a
várias respostas de cicatrização e defesa que variam desde a formação localizada ou
generalizada de dentina secundária até uma inflamação pulpar, reabsorção interna e
necrose, com e sem infecção (ANDREASEN; ANDREASEN, 2001).
A característica geral da resposta de cicatrização da lesão pulpar é a substituição
do tecido danificado por um tecido pulpar recém-formado. Ocorre a invasão de
macrófagos, novos vasos e células progenitoras pulpares na zona traumatizada,
através da qual o tecido pulpar é gradualmente substituído por um novo tecido pulpar
(ANDREASEN; ANDREASEN, 2001).
O cemento é o tecido que recobre a dentina radicular e tem como principal
função a inserção das fibras do ligamento periodontal na raiz dentária (KATCHBURIAN;
ARANA, 1999). É um tecido conjuntivo especializado, estruturalmente semelhante ao
osso compacto, porém avascular. O conteúdo mineral é de aproximadamente 65% do
peso, a matriz orgânica constitui 23%, e os 12% restantes são de água. Como no osso
e na dentina, a porção mineral do cemento é constituída por cálcio e fosfato, presentes,
principalmente, sob a forma de hidroxiapatita (FURSETH, SELVIG; MJÖR, 1990).
Suas células, cementoblastos e cementócitos, são similares aos osteoblastos e
osteócitos. Por ser avascular, sua nutrição se dá por difusão através do ligamento
periodontal. O cemento normalmente não sofre remodelação, embora seja passível de
24
reabsorção e neoformação com uma intensidade muito menor que a do tecido ósseo
(ARANA; KATCHBURIAN, 2004).
O ligamento periodontal contém os precursores osteogênicos associados a
pequenos vasos sangüíneos (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004). Trata-se de
um tecido conjuntivo mole e especializado, situado entre o cemento e o osso alveolar.
Tem como função suportar o dente em seu alvéolo, permitir que ele resista às forças
mastigatórias e atuar como receptor sensorial (TEN CATE, 2001b).
2.3 ENXERTOS ÓSSEOS
Enxerto ósseo é o tecido ósseo transplantado de uma área doadora para uma
área receptora (PURICELLI, 2000).
A base cientifica do transplante ósseo foi estabelecida em meados do século
XIX, com as observações de Ollier (1867) sobre as propriedades osteogênicas do osso
e do periósteo.
Os enxertos ósseos podem ser utilizados nas diferentes estruturas anatômicas
na forma estrutural esponjosa, cortical ou córtico-esponjosa (PURICELLI; BARALDI;
CARDOSO, 2004).
A integração dos enxertos ósseos pode ser obtida através de três mecanismos: a
osteogênese, a osteoindução e a osteocondução (PROLO; RODRIGO, 1985,
GOLDBERG; STEVENSON, 1987, CAICOYA, 2004; PURICELLI; BARALDI; PARIS,
2005).
A osteogênese refere-se à capacidade de formar osso a partir da transformação
de células mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos ou condroblastos,
aumentando o crescimento ósseo ou mesmo formando osso onde não era esperado
(URIST, 1980).
A osteocondução é caracterizada por uma neoformação óssea por aposição.
Sobre o enxerto, os materiais osteocondutores formam um arcabouço para deposição e
25
proliferação celular da atividade osteoblástica (MASTERS, 1988; BEZERRA;
LENHARO, 2002).
Osteoindução é o processo de recrutamento de células progenitoras do leito
receptor até o enxerto ósseo, onde se diferenciam em osteoblastos (CYPHER;
GROSSMANN, 1996). Elementos estimuladores do enxerto, (proteínas morfogenéticas,
fatores derivados de plaquetas, fatores de crescimento de fibroblastos, etc), estimulam
o leito receptor a invadir a estrutura com elementos osteogênicos ativos. Esse processo
necessita de um estímulo indutor e um ambiente favorável para a osteogênese
(CAICOYA, 2004).
Os enxertos ósseos, a partir do doador, podem ser classificados em três tipos:
autógenos, alógenos ou xenógenos (MASTERS, 1988; MISCH; DIETSH, 1993;
MARTINEZ; WALKER, 1999; MOZELLA et al, 2005).
2.3.1 ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO
O enxerto ósseo retirado de um sítio para outro, num mesmo indivíduo, denomina-
se enxerto ósseo autógeno (STEVENSON, 1999; MOZELLA, et al, 2005 ).
Devido às propriedades de osteogenicidade, osteocondução e osteoindução este
enxerto representa o “padrão ouro” nas enxertias ósseas (PURICELLI; BARALDI;
PARIS, 2005). Apresenta excelente potencial de revascularização, além de ser o único
a fornecer ao leito receptor células com capacidade de neoformação óssea, fatores de
crescimento e um arcabouço ósseo imunologicamente idêntico ao do leito receptor.
(PROLO; RODRIGO, 1985; BLOCK, 1998). Entretanto, o aumento da morbidade
cirúrgica devido à necessidade de outro sítio cirúrgico e a limitação da quantidade de
material para reconstrução de grandes defeitos impulsionaram as pesquisas para
desenvolvimento de formulas alternativas de enxertia óssea (LAND et al, 2000).
26
2.3.2 ENXERTO ÓSSEO XENÓGENO
O enxerto ósseo proveniente de outra espécie denomina-se enxerto ósseo
xenógeno. Atualmente, o enxerto derivado de osso bovino é o mais utilizado. O osso
bovino orgânico (constituído principalmente de colágeno tipo I cerca de 95%, traços
de fatores de crescimento e BMPs) é, normalmente, desprovido de células, lipídios e
proteínas imunogênicas. O inorgânico (constituído de hidroxiapatita natural com
carbonato) é desprovido de proteínas e células, apresentando uma estrutura cristalina,
praticamente idêntica ao osso humano. Os produtos derivados do osso bovino
apresentam boa biocompatibilidade, com menor risco de antigenicidade ou zoonoses,
visto os processos de tratamento pelos quais passam (liofilização, desmineralização e
desproteinação) (HERCULIANI et al, 2000).
Por sua fácil obtenção e disponibilização em grandes quantidades, esta forma de
enxerto fornece boa estrutura de suporte, com propriedades de osteocondução em
tecidos com alto conteúdo de cálcio e fósforo, essenciais para a neoformação óssea
(DAMIEN; PARSONS, 1991; STEPHAN et al, 1999, OLIVEIRA et al, 1999). Os
resultados observados contribuem para que a utilização de osso bovino como enxerto
em seres humanos apresente-se cada vez mais freqüente (SALAMA, 1983, DONATI;
GAGLIARDI; CAPANNA, 1990; KÜBLER et al, 1993).
2.3.3 ENXERTO ÓSSEO ALÓGENO
O enxerto ósseo alógeno é proveniente de doador geneticamente distinto do
receptor, porém da mesma espécie, contendo propriedades osteoindutoras e
osteocondutoras, (MASTERS, 1988, MARTINEZ; WALKER, 1999; MOZELLA et al,
2005).
27
Da mesma forma que os enxertos ósseos xenógenos, os enxertos ósseos
alógenos necessitam de técnicas de preparo para sua obtenção (PAPPAS, 1968;
TOMFORD et al, 1983; HOBAR; BYRD, 1990).
Albee (1912) iniciou o armazenamento de enxertos ósseos em ambientes
refrigerados. Inclan (1942) e posteriormente Wilson (1947) publicaram estudos em que
descreveram o uso de osso preservado em cirurgia ortopédica. Friedlaender (1985)
observou a influência favorável do frio na preservação das qualidades osteogênicas do
enxerto. Hoje rotineiramente são processados e estocados em banco de ossos
(CALAPODOPULOS; VOLPON, 1994). Delloy et al (1991) afirmaram que os enxertos
não sofrem alterações em sua qualidade, podendo ser armazenados por tempo
indeterminado, desde que em adequadas condições, protegidos do ar e de
contaminações. Entende-se que o modo de armazenamento dos enxertos influencia a
osteoindução (DUARTE DA SILVA, 2000).
O sucesso do enxerto ósseo alógeno está relacionado à sua atividade
osteoindutora, já que o mesmo não possui células ósseas vivas para iniciar a
osteogênese, e na resposta imunológica causada pela histocompatibilidade enxerto-
hospedeiro (TOMFORD et al, 1983; BURCHARDT, 1987; FRIEDLAENDER, 1987,
GOLDBERG; STEVENSON, 1987; HOBAR; BYRD, 1990).
Estão disponíveis em grande escala e não apresentam as complicações
relacionadas com a área doadora, como ocorre com o enxerto autógeno. Além de
oportunizarem redução do tempo anestésico-cirúrgico, da perda sanguínea e da
morbidade cirúrgica (MOZELLA et al, 2005). Entretanto, apesar da inferioridade do
alógeno, quando comparado ao autógeno, no que se refere ao potencial osteogênico,
alguns autores demonstram boa integração do enxerto ósseo alógeno (PHILLIPS et al,
1997; VOLPON; COSTA, 2000).
28
2.3.3.1 ENXERTO ÓSSEO ALÓGENO LIOFILIZADO
O enxerto ósseo alógeno liofilizado surgiu como proposta no Banco Naval de
Tecidos na cidade de Bethesda, nos Estados Unidos, em 1951, para contribuir com o
tratamento ortopédico (ZASACKI, 1990).
O processo de liofilização consiste na remoção da umidade dos tecidos ósseos
congelados. O tecido ósseo é previamente desengordurado e a matriz proteica mineral
é mantida. Após, este processo, os enxertos são lacrados a vácuo e armazenados à
temperatura ambiente por um período de até cinco anos. Estes métodos diminuem a
antigenicidade e conseqüentemente reduzem riscos de transmissão de doenças,
provocam mínimas alterações bioquímicas, sem efeitos que limitem as propriedades
osteoindutivas. Apesar dessas vantagens, apresenta alto custo no processo de preparo
(BOYNE, 1968; URIST, 1976; RAAB et al, 1991; ZASACKI, 1991; MELLONIG;
PREWETT; MOYER, 1992; GASDAG et al, 1995; KAKIUCHI; ONO, 1998; GALIA et al,
2005).
Apesar de serem controversos, estudos demonstram que a liofilização altera a
força mecânica do enxerto, impedindo seu uso em locais do esqueleto ósseo que
necessitem de grande suporte (HOBAR; BYRD, 1990; GUO; XIA; LIN, 1991).
Macedo et al (1999) compararam a resistência à compressão in vitro dos
enxertos ósseos congelado, liofilizado e reidratado, de origem bovina. Não encontraram
diferenças estatisticamente significativas entre os grupos estudados. Observaram que o
enxerto ósseo bovino, congelado e posteriormente descongelado durante uma hora,
suporta as mesmas cargas compressivas e possuem a mesma razão de deformação
que o osso bovino liofilizado e reidratado. Verificaram também que o processo conjunto
de liofilização e reidratação do osso não altera as suas propriedades biomecânicas de
compressão.
Galia et al (2005) realizaram estudo em ratos onde avaliaram e compararam
histologicamente a osteointegração e a antigenicidade dos enxertos ósseos alógeno e
xenógeno conservados por meio de congelamento e liofilização. Concluíram não haver
diferença estatisticamente significativa na resposta inflamatória e na capacidade de
29
osteointegração entre os enxertos ósseos. Evidenciaram também, não haver diferença
significativa quanto à forma de preservação desses enxertos.
Leite (2005) avaliou em estudo experimental in vivo, radiográfica e
histologicamente, o comportamento do incisivo inferior de rato frente à realização de
uma solução de continuidade em sua porção radicular mediana quanto ao seu trajeto
de erupção e vitalidade pulpar; a capacidade do espaço alveolar como leito ósseo para
estudo de enxertias; o comportamento do enxerto ósseo liofilizado quanto à integração
e cicatrização em relação ao processo físico de compressão provocado por uma força
dinâmica resultante da erupção dentária. O autor concluiu que o incisivo inferior do rato
submetido à odontossecção em seu segmento dentário segue um processo de
crescimento e erupção; o tecido pulpar mantém sua vitalidade, reagindo na forma de
cicatrização dentinária compatível com o dente humano; o enxerto ósseo alógeno
liofilizado evoluiu favoravelmente no processo de incorporação a partir de um leito
receptor criado no alvéolo dentário. A dinâmica da erupção dentária pode criar força em
padrão fisiológico para testar a resistência e estabilidade do enxerto ósseo cicatrizado.
2.4 MAGNETISMO E REPARO ÓSSEO
As culturas de povos antigos como hebreus, árabes, hindus, egípcios e chineses,
já conheciam e aplicavam os fenômenos associados ao magnetismo. A pedra mineral
de magnetita era usada com variada finalidade terapêutica. Desde reumatismos,
espasmos musculares e prisão de ventre. Os chineses usavam as pedras magnéticas
juntamente com a acupuntura, na tentativa de aliviar dores e de restabelecer a saúde
de seus pacientes (GUIMARÃES, 2005).
O termo magnetismo deriva do nome “Magnésia”, cidade da antigüidade, então
localizada na Ásia Menor, hoje correspondente à Turquia. Nessa região existia um
minério chamado magnetita, conhecido como pedra magnética. Esta possuía a
propriedade de atrair à distância objetos ferrosos (GUIMARÃES, 2005).
30
A habilidade que os campos magnéticos possuem de atravessar um determinado
material denomina-se permeabilidade magnética. Essas substâncias podem ser
classificadas de acordo com esta característica em paramagnéticas, ferromagnéticas ou
diamagnéticas. Nos paramagnéticos, entre eles o titânio, a interação entre os dipolos
não é forte e encontram-se, normalmente, orientados ao acaso. Na presença de um
campo magnético externo, os dipolos se alinham parcialmente. Porém, em temperatura
ambiente, é muito pequena a fração de moléculas que permanecem alinhadas uma vez
que a agitação térmica tende a randomizar as orientações. Dessa maneira, apresenta
pouca capacidade de imantar-se quando exposto a um campo magnético externo.
(KITTEL, 1976; TIPPLER, 1995). Nos materiais ferromagnéticos, em virtude da forte
interação dos dipolos magnéticos vizinhos, há um elevado grau de alinhamento mesmo
quando o campo magnético externo for pequeno, o que provoca um reforço no campo
magnético da substância. Os materiais em que as moléculas não apresentam
momentos magnéticos permanentes denominam-se diamagnéticas. Isso se deve a
presença de um dipolo magnético induzido, que se opõe à direção do campo magnético
externo (TIPLER, 1995).
O campo magnético pode ser entendido como o movimento de cargas elétricas
(elétrons) ao redor de átomos de ferro que constituem o ímã. Os campos
eletromagnéticos, por corrente elétrica. Nos ímãs, uma bobina é enrolada em volta de
um núcleo de ferro e uma corrente é estabelecida; a intensidade do campo magnético é
determinada pela grandeza da carga (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 1994).
Os ímãs permanentes têm a propriedade de criar campos magnéticos constantes
e estáveis, sendo a mais antiga aplicação dos materiais magnéticos. Não precisam da
aplicação de corrente elétrica para produzirem um campo magnético. A exposição a
altas temperaturas e/ou a intensa compressão podem alterar o seu momento magnético
(CULLITY, 1972; HALLIDAY; RESNICK; WALKER,1994).
Podem ser classificados em isotrópicos e anisotrópicos. Os primeiros são
chamados de não orientados, suas propriedades magnéticas são aproximadamente as
mesmas em qualquer direção. Já os anisotrópicos, possuem suas moléculas pré-
orientadas aleatoriamente durante o processo de produção. São prensados em um
campo magnético onde adquirem a direção magnética preferencial antes da
31
sinterização final. Devido a essa orientação molecular, seu desempenho magnético é
muito superior em relação aos não orientados (CULLITY, 1972).
Comercialmente apresentam-se diferentes, quanto aos grupos de ligas utilizadas
em sua composição. São elas: NdFeB (neodímio, ferro, boro), SmCo (samário,
Cobalto), AlNiCo (alumínio, níquel, cobalto) , ferrite. Os magnetos de NdFeB,
apresentam alta intensidade de campo magnético, baixo custo, boa resistência e
temperatura crítica de 200
o
C (CAMPBELL, 1996).
Dividindo o ímã em duas partes, teremos sempre duas substâncias cada qual
com os pólos norte e sul. Este fenômeno da inseparabilidade dos pólos dos ímãs
denomina-se dipolo magnético fundamental (TIPLER, 1995). No interior do campo
magnético, as linhas têm orientação do pólo sul para o pólo norte, enquanto que
externamente saem do pólo norte e chegam ao pólo sul. Existe uma força de interação
entre os ímãs, onde sempre pólos iguais se repelem e diferentes se atraem (HALLIDAY;
RESNICK; WALKER, 1994).
O campo magnético é vetorial, está em todo o espaço ao redor do imã. Os
magnetos (ímãs) podem ser posicionados interna ou externamente ao organismo,
gerando, assim, campos magnéticos (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 1994).
Bruce, Howllet e Huckstep (1987) avaliaram a cicatrização em fraturas de rádio,
induzidas em coelhos, sob o efeito de um campo magnético com intensidade entre 220
e 260 gauss (G), produzido por magnetos de samário-cobalto, posicionados
externamente. Afirmam que são necessárias maiores intensidades de força para
fraturar os rádios expostos ao campo magnético, em relação ao lado controle. No
entanto, não foram encontradas diferenças histológicas entre os grupos.
Darendelier, Sinclair e Kusy (1995) estudaram os efeitos de campos magnéticos
produzidos por magnetos de samário-cobalto, e campos eletromagnéticos na
movimentação dentária de porcos em relação a grupos não magnetizados. Os grupos
estimulados por campos magnéticos evidenciaram maior quantidade de osso
neoformado e organização na área da movimentação ortodôntica.
Darendeliler, Darendeliler, Sinclair (1997) demonstraram em porcos, que campos
eletromagnéticos pulsado e magnético estático aceleram o reparo ósseo quando
32
comparados ao grupo controle. Os resultados histológicos demonstraram que no grupo
controle, o local osteotomizado apresentava apenas tecido conjuntivo, enquanto que
nos grupos submetidos ao campo magnético, já possuía nova formação óssea.
Turk (2001), em um estudo in vivo, investigou o efeito do campo magnético no
reparo de fraturas ósseas. Foram realizadas osteotomias em fêmures de coelhos, e
estes submetidos a um campo magnético externo de baixa intensidade. O grupo teste
apresentou aumento da densidade do calo ósseo comparado ao grupo controle,
mostrando um efeito positivo do campo magnético no reparo ósseo.
Tengku et al (2000) avaliaram o efeito de um campo magnético estático sobre a
movimentação ortodôntica, utilizando como modelo experimental ratos. O campo
aplicado (100-170 gauss) não favoreceu a movimentação dentária e não alterou a
aparência histológica do ligamento periodontal. No entanto, houve reabsorção radicular
significantemente maior, aumento da largura do ligamento periodontal e maior atividade
de células clásticas, em comparação ao o grupo controle.
Linovitz et al (2002) realizaram o primeiro ensaio clinico randomizado, duplo-
cego, controlado por placebo, para avaliar o efeito combinado de dois campos
magnéticos no reparo primário da fusão da coluna lombar. Concluíram que a utilização
deste tratamento coadjuvante acelera o processo de reparo e aumenta a fusão da
coluna lombar em humanos.
Ulbrich (2003) e Puricelli et al (2006), em estudo experimental em ratos,
utilizando campos magnéticos permanentes sepultados, evidenciaram estímulo e
aceleração no processo de cicatrização óssea. Nos períodos experimentais de 15 e 30
dias, a cicatrização mostrou-se acelerada em relação aos controles. Já aos 60 dias
houve marcada neoformação óssea no grupo teste, propondo um efeito de estimulação
magnética continuada durante todo o período experimental.
Dutra (2005) em estudo experimental em ratos, utilizando campos magnéticos
permanentes sepultados, observou que a liga de aço inoxidável imantada foi capaz de
favorecer o processo de integração do enxerto ósseo autógeno.
Singh, YashRoy e Hoque (2006) estudaram o efeito da estimulação de um
campo magnético estático no processo de mineralização do reparo ósseo em caprinos.
Uma fratura unilateral transversa foi cirurgicamente criada. Dois magnetos de 800
33
gauss aproximadamente foram fixados na linha de fratura em pólos opostos de modo a
estabelecer o campo magnético. Após 45 dias foram feitas tomadas radiográficas e os
resultados mostraram que a formação de matriz extra-celular e de sua micro-estrutura
foram estimuladas pela ação do campo magnético, observada pela rápida osteogênese
e regeneração do tecido ósseo. Padrões de difração radiográfica para os grupos
tratados e controle revelaram a presença e orientação de estruturas cristalinas. O
percentual de cristalinidade e tamanhos dos cristais foram maiores no grupo
experimental.
2.5 MODELO ANIMAL
Atividades de pesquisa que envolvam animais devem ter planejamento e serem
realizadas adequadamente seguindo aspectos eticamente corretos, metodológicos e de
biossegurança. Devem seguir critérios normativos mínimos, como a definição de
objetivos legítimos, imposição de limites à dor e ao sofrimento, garantir um tratamento
humanitário aos animais e passar pela aprovação de um comitê de ética independente
(RAYMUNDO; GOLDIM, 2006).
Nos estudos com animais, os ratos são os preferidos por serem criados em
grandes quantidades com menor custo, ao contrário dos cães e gatos (KIRK; LIM;
KHAN, 1989).
Os ratos utilizados em pesquisa devem ser mantidos em biotério, recebendo
manejo sanitário e alimentar compatíveis com sua finalidade (SILVA FILHO, 2006).
As técnicas de manuseio e cuidados dos animais de laboratório devem ser
corretas, a fim de evitar estresse dos mesmos. (RHODEN et al, 2006). Essas medidas
estão relacionadas ao ambiente físico, alojamento, temperatura, umidade, ventilação,
iluminação, ruídos, alimentação, água e cuidados de higiene recebidos nos biotérios, o
que poderia influenciar seus parâmetros fisiológicos e comportamentais, constituindo-se
um viés de aferição (HARKNESS; WAGNER, 1993; RHODEN et al, 2006).
34
Os ratos possuem metabolismo diferenciado quando comparados a outros
animais de laboratório. Apresentam temperatura corporal entre 35,9ºC e 37,5ºC,
freqüência cardíaca que oscila entre 250 e 450 batimentos por minuto e freqüência
respiratória variando entre 70 e 115 inspirações por minuto, como seus valores
fisiológicos normais (SILVA FILHO, 2006).
Os cuidados pré-operatórios e transoperatórios devem atender ao tipo de
procedimento a ser desenvolvido. Durante a técnica operatória devem ser seguidos os
critérios de biossegurança e propedêutica cirúrgica (SILVA FILHO, 2006)
Nos ratos, por serem dóceis e de fácil manipulação, a medicação pré-anestésica
sedativa é dispensável na maioria das situações, exceto para indução intravenosa.
Independente do protocolo anestésico adotado, o pesquisador deve estar atento em
alguns cuidados prévios e de monitorização do processo, para atingir a resposta
anestésica desejada e minimizar seus efeitos adversos (HARKNESS; WAGNER, 1993;
SILVA FILHO, 2006) Segundo Harkness e Wagner (1993), o peso corpóreo, percentual
de gordura, idade, sexo, linhagem, estado nutricional e de saúde, conteúdo
gastrointestinal, hora do dia e os ritmos respiratório e metabólico, podem interferir na
resposta anestésica.
Silva Filho (2006) salienta a necessidade de manutenção da temperatura
corporal, porque a elevada relação existente entre a superfície corporal e o peso
corpóreo faz com que os ratos percam calor de forma muito rápida. Os autores ainda
afirmam que os anestésicos injetáveis são potencialmente depressores da termo-
regulação, somado às manobras de preparo do animal que incluem tricotomia e uso de
líquidos na desinfecção de campo operatório, chega-se facilmente a hipotermia.
Em caso de opção de indução com agentes injetáveis, via intramuscular, a
combinação quetamina e xilazina, oferece bons resultados, com uma duração variando
entre 30 a 45 minutos de acordo com a dose (HARKNESS; WAGNER, 1993; SILVA
FILHO, 2006).
A manutenção ou administração de analgesia pós-operatória é essencial. O
paracetamol, por via oral, oferece uma boa analgesia pós-operatória (HARKNESS;
WAGNER, 1993). As anestesias regionais infiltrativas são alternativas eficientes para
redução do sangramento trans-operatório, além de garantirem analgesia nas primeiras
35
horas pós-operatórias (MARTINS 2001; KENNER, 2003; ULBRICH, 2003; CORSETTI,
2005; DUTRA, 2005; LEITE, 2005).
Após o término do procedimento cirúrgico, durante os cuidados pós-operatórios,
os ratos devem ser colocados em local aquecido e confortável, bem como prover
acesso à água e alimentação (SILVA FILHO, 2006).
Os ratos apresentam características anátomo-fisiológicas próprias, fundamentais
para determinação de algumas de suas peculiaridades. Possuem dois incisivos e seis
molares por arcada (I 1/1; C 0/0; M 3/3), potentes músculos mandibulares e sínfise
mandibular articulada (HARKNESS; WAGNER, 1993). Além disso, apresentam esmalte
apenas na superfície vestibular do dente, produzindo uma extremidade auto-cortante e
diretamente relacionada ao hábito de roer destes animais (POUGH; JANIS; HISER,
2003).
São classificados como heterodontes pela presença de grupos dentários
diferentes, cada um possuindo determinada característica adaptada a funções
específicas (SMITH, 1975). Quanto à forma, os doze molares são braquiodônticos
(coroa curta), situados ao fundo da cavidade bucal e utilizados para mastigação. Já os
incisivos são hipsodontes (coroa alongada), em forma de cinzel (HARKNESS;
WAGNER, 1993).
2.5.1 ERUPÇÃO E CRESCIMENTO DENTÁRIO
O processo de desenvolvimento dos dentes envolve sua formação e chegada na
cavidade bucal através da erupção. A taxa de erupção dentária representa um equilíbrio
entre a força eruptiva e a força resistente. Embora atualmente sejam restritos os
conhecimentos sobre a natureza, a fonte e a magnitude de forças, sabe-se que
alterações individuais das mesmas representam uma taxa de erupção. Dessa maneira,
nos modelos experimentais, torna-se difícil isolar os possíveis agentes responsáveis
pelo processo eruptivo (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
36
Nenhuma teoria é sustentada suficientemente por evidências experimentais. As
teorias eruptivas podem ser divididas em dois grupos principais. Uma visão sugere que
o dente seja empurrado como resultado de forças geradas sob e em torno do mesmo,
por crescimento de osso alveolar ou proliferação celular. Alternativamente, ganha força
a idéia de que o dente pode ser tracionado como resultado de tensão no tecido
conjuntivo do ligamento periodontal. Dessa maneira, acredita-se que o mecanismo
eruptivo é uma propriedade do ligamento periodontal, ou de seu precursor, o folículo
dentário. Trata-se provavelmente de um processo multifatorial pelo fato de que mais de
um agente possa contribuir para a força eruptiva global, envolvendo uma combinação
de atividade fibroblástica e pressões vasculares e/ou hidrostáticas Para os autores os
experimentos in vivo envolvendo transsecção ou ressecção radicular de incisivos de
crescimento contínuo, indicam que o ligamento periodontal é a fonte responsável pelas
forças eruptivas (BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
Os incisivos inferiores dos ratos apresentam crescimento e erupção contínuos ao
longo de sua existência (POUGH; JANIS; HISER, 2003). Portanto, todos seus estágios
de desenvolvimento estão presentes. Independentemente da idade do animal, as
estruturas são renovadas a cada 40 ou 50 dias (SCHOULER; MASSLER, 1949;
SHORE et al, 1992).
Harari, Hermolin e Harari (2005) afirmaram que a maturidade dos ratos não afeta
o potencial de erupção dentária. No entanto, esta função é determinada por forças de
oclusão, pelo ligamento periodontal, pela forma e tamanho do dente.
Leite (2005), em modelo proposto por Puricelli, após estudo experimental in vivo,
concluiu que o incisivo inferior do rato submetido à odontossecção, com brocas
cilíndricas e esféricas, segue um processo de crescimento e erupção contínuo.
Na literatura, são apresentados diversos métodos para quantificação e
comprovação do processo eruptivo continuado nos incisivos inferiores de ratos
(MELCHER; FURSETH, 1990; TAVERNE, 1991; LAW et al, 2003).
Melcher e Furseth (1990) sugeriram uma quantificação métrica. Para os autores,
o incisivo inferior do rato erupciona 2,8mm por semana, e aproximadamente o dobro
dessa média se for mantido fora de oclusão através de desgastes coronários repetidos.
37
Law et al (2003), em estudo experimental, investigaram a velocidade de erupção
de incisivos inferiores de ratos e sua possível relação com comprimento da coroa
clínica. Observaram que dentes submetidos a desgastes repetitivos apresentaram
maior velocidade de erupção, cerca de 1,0mm diário. Já os mantidos em oclusão
0,6mm aproximadamente.
38
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste estudo é descrever, através das análises histológicas, as
respostas teciduais, a partir da aplicação de um campo magnético sepultado, estático e
permanente em área de enxerto ósseo alógeno liofilizado e dento-alveolar associada a
defeito cirúrgico em mandíbulas de ratos.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos são descrever:
- o comportamento do incisivo inferior do rato frente à realização de uma solução de
continuidade em sua porção radicular mediana, quanto ao seu trajeto de erupção e
vitalidade pulpar;
- o comportamento dos molares inferiores do rato frente à realização de uma solução de
continuidade em sua porção apical;
- o comportamento do enxerto ósseo alógeno liofilizado quanto à integração e
cicatrização em relação ao processo físico de compressão por uma força dinâmica
resultante da erupção dentária.
39
4 METODOLOGIA
4.1 PARADIGMA
Este trabalho foi desenvolvido dentro do paradigma tradicional quantitativo
descritivo.
4.2 MODELO DO ESTUDO
Foi realizado um estudo experimental in vivo, controlado em modelo animal, com
amostra selecionada de forma randomizada.
4.3 LOCAL
As cirurgias foram realizadas no Laboratório de Cirurgia Experimental da
Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais, da Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
40
4.4 AMOSTRA
A amostra para o estudo foi composta por 21 ratos, da espécie Rattus novergicus
albinus, linhagem Wistar, machos, advindos do Biotério Central da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. No momento da cirurgia, os animais encontravam-se
com quatro meses de idade e peso médio de 400g. Foram sorteados sete ratos para
cada grupo, conferindo, desta forma, a aleatoriedade de cada uma das amostras. Cada
grupo foi submetido à intervenção cirúrgica, dentro da idade e peso previstos.
Durante todo o período do experimento, os animais foram mantidos nas
dependências do Biotério Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
acomodados em gaiolas de polietileno com tampas de aço inoxidável, regularmente
higienizadas. Sendo mantidos à temperatura ambiente de 23
o
C (±1°), sendo
alimentados com ração comercial e água ad libitum.
Os ratos foram subdivididos em três grupos, correspondendo aos tempos
experimentais de sete, 21 e 45 dias. Em cada grupo, cinco animais destinados para o
experimento e dois animais para o controle.
4.5 MATERIAL
O enxerto ósseo alógeno liofilizado de ratos, obtido a partir de fêmures, utilizado
neste estudo foi preparado junto ao Serviço de Ortopedia e Traumatologia do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Seguiu processo de liofilização
baseado no protocolo de Kakiuchi e Ono (1998). Para o experimento, foi utilizado na
forma particulada, obtida através da trituração manual. Foram utilizados ainda,
dispositivos metálicos não magnetizados de titânio
1
e magnetos
2
de NdFeB com
1
PROMM, Comércio de Implantes Cirúrgicos Ltda, Porto Alegre, RS, Brasil.
2
Importado por Xu Li Com Exp Imp Ltda.
41
campo magnético médio de 250G de potência. Os dispositivos apresentavam forma
discóide com 3mm de diâmetro e 1mm de espessura.
4.6 DELINEAMENTO CIRÚRGICO EXPERIMENTAL
O protocolo experimental realizado neste trabalho foi idealizado por Puricelli
(2003) dentro da linha de pesquisa, já iniciada a partir de Ulbrich (2003) e Leite (2005),
na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Durante todos os procedimentos cirúrgicos, foram mantidos os critérios de
biossegurança. Os profissionais devidamente paramentados com avental cirúrgico,
luvas cirúrgicas estéreis, propés, máscara, gorro e óculos de proteção. O instrumental
cirúrgico utilizado foi esterilizado em autoclave à 132
o
C com 1atm de pressão durante
4min.
Para a anestesia de cada animal, realizaram-se injeções intramusculares de
xilazina
1
e quetamina
2
, nas dosagens de 0,01ml/kg e de 0,1ml/kg, respectivamente.
Uma vez anestesiados, os animais foram submetidos à tricotomia manual na
região submandibular direita. Após, foram individualmente acomodados sobre um
colchão térmico, em uma mesa plana de trabalho de 30X30cm, em posição de
decúbito-lateral e cabeça sobrestendida. A antissepsia do campo operatório foi
realizada com solução aquosa de clorexedina a 2% e, após, o campo cirúrgico foi
isolado com campos estéreis.
A seguir, realizou-se anestesia terminal infiltrativa, na região submandibular
direita, com solução de mepivacaína
3
a 2% e adrenalina em concentração de
1:100.000. A dose anestésica não excedeu 0,3ml, que corresponde à dose máxima
para um animal de 400g.
1
Anasedan, Sespo. Indústria e Comércio Ltda. Jundiaí, SP.
2
Ketamina, Anger. União Química Farmacêutica Nacional S/A, São Paulo, SP.
3
DFL Indústria e Comércio Ltda., Rio de Janeiro, RJ, Brasil
42
Com bisturi tipo Bard-Parker
1
e lâmina número 15
2
, foi realizada incisão linear,
na pele, em região submandibular direita, com aproximadamente 15mm de
comprimento, seguida por divulsão dos planos musculares com uma tesoura de
Matzenbaum
3
até o periósteo. Este, após incisado, foi descolado junto ao bordo lateral
da mandíbula. O campo cirúrgico estendeu-se do bordo inferior da mandíbula até o
rebordo alveolar e no sentido próximo-distal do ramo mandibular até o limite ósseo-
cérvico-dental Os afastadores, mantidos pelo assistente, permitiram a retração dos
tecidos moles e conseqüentemente a exposição, a visibilidade e o acesso ao campo
cirúrgico.
Com a utilização de uma sonda periodontal milimetrada
4
, demarcou-se, com
lápis, os limites da ostectomia. Esta etapa permitiu a manutenção da reprodutibilidade
das mesmas, nos diferentes animais. Foi realizada uma ostectomia na face lateral
externa do corpo mandibular direito, com o auxílio de brocas esféricas e cilíndricas e
motor elétrico com 12.000rpm, sob irrigação constante com água destilada. A seguir,
realizou-se a odontossecção, atingindo transversalmente a raiz do incisivo inferior
direito. Os traços de odontossecção foram determinados a partir do limite ósseo-
cérvico-dental do alvéolo. O mais distal localizou-se a 3mm deste, e o mais proximal, a
10mm, conferindo, assim, 7mm de comprimento à cavidade alveolar. Após as
odontossecções limítrofes, para remoção atraumática do segmento radicular, foi
realizada uma odontossecção longitudinal no mesmo. As ostectomias radiculares e
odontossecções foram realizadas com brocas esféricas e cilíndricas, sob irrigação
constante de soro fisiológico.
Após a remoção dos fragmentos radiculares, a cavidade, em forma retangular,
apresenta as seguintes dimensões: altura 2mm, profundidade 2mm e comprimento
7mm. A seguir, com os mesmos padrões técnicos utilizados anteriormente, foi feita uma
1
Edlo Stainless. Indústria Gaúcha de Instrumentos Cirúrgicos Ltda, Canoas, RS, Brasil.
2
Lamedia Comercial e Serviços Ltda., Barueri, SP, Brasil.
3
Edlo Stainless. Indústria Gaúcha de Instrumentos Cirúrgicos Ltda, Canoas, RS, Brasil.
43
ostectomia e uma odontossecção, vertical na porção proximal da cavidade, com 4mm
de comprimento e mantendo os mesmos 2mm de altura e de profundidade.
Dessa maneira, atingiu-se os ápices do primeiro e segundo molares. Como
resultado, obteve-se uma cavidade óssea alveolar com forma aproximada de ‘L’. A
seguir foram adaptados dois magnetos, com força de atração, com auxílio de retenções
na cavidade cirúrgica. Para a retenção e a estabilidade dos magnetos, em cada limite
desta cavidade foram preparados sulcos de retenção nas dimensões correspondentes a
cada disco de magneto. Após testada a viabilidade do encaixe dos mesmos, estes
foram colados com éster de cianoacrilato
1
, um junto à porção distal da estrutura dental
remanescente, e o outro, justaposto aos ápices dos molares. Realizou-se irrigação da
ferida dento-óssea, com soro fisiológico para limpeza da cavidade e teste de retenção
dos magnetos. O enxerto ósseo liofilizado particulado foi compactado com o auxílio de
uma cureta
2
, ocupando os 2mm distais do total da cavidade alveolar cirurgicamente
obtida, ficando o mais justaposto possível ao segmento distal e ao magneto (Figuras 1,
2 e 3).
P
D
Figura 1: Representação gráfica da vista lateral da hemimandíbula direita de rato. Segmento proximal (P)
e distal (D). Observa-se o defeito dento-alveolar resultante de ostectomias e odontossecções.
Dispositivos metálicos (vermelho) em regiões apicais de molares e coto incisal proximal. Partículas de
enxerto ósseo alógeno liofilizado (verde) adjacentes ao dispositivo metálico no coto incisal distal.
1
Super Bonder. Henkel Ltda, São Paulo, Brasil.
2
Edlo Stainless. Indústria Gaúcha de Instrumentos Cirúrgicos Ltda, Canoas, RS, Brasil.
44
As suturas internas, do periósteo e dos músculos, foram realizadas a pontos
isolados, com fio reabsorvível de poliglactina
1
910, 5x0. Na pele, também a pontos
isolados, o fio utilizado foi o mononylon
2
5x0.
Os animais foram submetidos a desgaste do incisivo inferior direito, com a
utilização de brocas diamantadas, objetivando a desoclusão dentária.
A mesma técnica cirúrgica foi realizada no grupo controle, porém com a
colocação dos dispositivos metálicos não imantados
No pós-operatório imediato, foi administrado uma gota/kg/peso de paracetamol a
cada animal.
P
D
Figura 2: Imagem trans-cirúrgica, região submandibular direita do rato. Segmento proximal (P).
Segmento distal (D). Defeito dento-alveolar, em forma de ‘L’, resultante de ostectomias e odontosecções.
P
D
Figura 3: Imagem trans-cirúrgica, região submandibular direita do rato. Segmento proximal (P).
Segmento distal (D). Dispositivos metálicos posicionados e enxerto ósseo alógeno liofilizado compactado
na proximidade do dispositivo metálico distal.
1
Vicryl
®
.
Ethicon, Johnson & Johnson, São José dos Campos, SP, Brasil.
2
Etchicon, Johnson& Johnson, São José dos Campos, SP, Brasil.
45
Para a coleta das amostras, os animais correspondentes a cada grupo foram
mortos seguindo o cronograma de sete, 21 e 45 dias pós-operatórios. A morte,
seguindo orientação do comitê de bioética, foi realizada através de hipóxia por
deslocamento cervical. Segui-se a necropsia, com a remoção total da mandíbula de
cada animal. Tal manobra foi realizada com auxílio de cabo de bisturi n
o
3
1
, lâmina de
bisturi de aço descartável n
o
15
2
, pinça de Adson
3
com dentes, tesouras reta e curva de
Matzembaum
4
.
As peças operatórias, uma vez removidas, foram macroscopicamente
examinadas, com o objetivo de avaliar a integridade das mesmas. Seguiu-se a divisão
das mandíbulas, individualizando a hemimandíbula direita. Esta foi imediatamente
colocada em recipiente plástico, devidamente identificado, individualizado e numerado,
caracterizando os grupos teste e controle. Para evitar as alterações post mortem dos
tecidos, as peças foram conservadas em formalina tamponada a 10%.
4.7 MÉTODO RADIOGRÁFICO
Foram utilizadas as hemimandíbulas obtidas como peças operatórias.
Individualmente e de forma seqüencial foram radiografadas, no Setor de Radiologia da
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Utilizou-se
um aparelho de Raios-X Spectro 70x
5
, com um regime elétrico de 70kV e, e filmes
periapicais ultra-speed, de uso odontológico. Foram obtidas imagens radiográficas de
perfil de cada hemimandíbula. O posicionamento das peças para obtenção das
imagens radiográficas foi padronizada. O aparelho posicionado perpendicularmente
mantendo a distância foco-filme de 30cm e tempo de exposição de 0,3s. As radiografias
foram processadas automaticamente
6
.
1
Edlo Stainless. Indústria Gaúcha de Instrumentos Cirúrgicos Ltda, Canoas, RS, Brasil.
2
Lamedia Comercial e Serviços Ltda., Barueri, SP, Brasil.
3
Edlo Stainless. Indústria Gaúcha de Instrumentos Cirúrgicos Ltda, Canoas, RS, Brasil.
4
Edlo Stainless. Indústria Gaúcha de Instrumentos Cirúrgicos Ltda, Canoas, RS, Brasil.
5
Dabi Atlante S.A. Indústria Médica Odontológica, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
6
Processadora automática 9000
®
(DENT-X, Nova Iorque - EUA), com ciclo seco a seco de 4,5 min.
46
Os exames radiográficos foram realizados com a finalidade de visualizar a
integridade das estruturas anatômicas, o posicionamento dos dispositivos metálicos e
do enxerto ósseo alógeno liofilizado.
4.8 MÉTODO HISTOLÓGICO
O processamento do material para estudo histológico foi realizado em laboratório
de histopatologia bucal DHP – Diagnóstico em Patologia Bucal.
O material foi descalcificado em solução de ácido nítrico
1
a 5% (10ml),
aproximadamente durante oito dias. Foram realizados testes de textura e exame
macroscópico para comprovação da descalcificação da peça.
As peças receberam processamento histológico de rotina para inclusão em
parafina. Segui-se, a realização de cortes em micrótomo
2
, no sentido sagital ao corpo
mandibular, com espessura de 4μm, desde a base óssea incluindo os terços apicais
das raízes dentárias.
As lâminas foram coradas pela técnica de hematoxilina e eosina (HE), e fixadas
em bálsamo de Canadá e recobertas por lamínula.
Foram feitas descrição das lâminas em cada tempo experimental. A leitura foi
realizada em microscópio óptico
3
com aumento de 64 e 160 vezes. A análise do
material foi realizada no Setor de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais da
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob a
orientação de patologista bucal e das professoras orientadora e co-orientadora.
1
Nuclear, Casa do Químico, Porto Alegre, RS, Brasil.
2
Leica, Germany.
3
LllooA. Representante Lupe, São Paulo, SP, Brasil.
47
5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Este trabalho seguiu as normas de utilização de animais em projetos de
pesquisa, conforme Resolução Normativa 04/97, da Comissão de Pesquisa e Ética em
Saúde/GPPG/HCPA (Anexo I) e o Código Estadual de Proteção aos Animais Lei
Estadual Nº 11.915, 21 de maio de 2003, Rio Grande do Sul (Anexo II).
O projeto desta pesquisa foi submetido à aprovação pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(Anexo III).
48
6 RESULTADOS
A análise macroscópica objetivou a análise focal do incisivo inferior esquerdo do
rato quanto á sua manutenção. Condição esta, fundamental para a sua funcionalidade
como roedor. Em todos os animais foi observado o desgaste coronário e erupção linear
sem desvio.
Os exames radiográficos (Figuras 4, 5, 6, 7), realizados a partir das imagens de
perfil das hemimandíbulas direitas, em filmes periapicais, permitiram avaliar, a partir da
odontossecção, a presença do espaço alveolar, o comportamento do trajeto de erupção
do coto radicular proximal, a estabilidade do segmento radicular coronário distal, a
presença do enxerto ósseo alógeno e a estabilidade dos dispositivos metálicos
associados ao coto distal do incisivo e região apical de molares.
Figura 4: Radiografia de perfil, grupo controle aos sete dias. É possível observar as partículas de enxerto
ósseo alógeno liofilizado compactadas contra o dispositivo metálico associado à região do coto distal do
incisivo inferior direito. Observa-se a estabilidade dos dispositivos metálicos e o defeito cirúrgico criado.
49
Figura 5: Radiografia de perfil, grupo teste aos sete dias. É possível observar as partículas de enxerto
ósseo alógeno liofilizado compactadas contra o dispositivo metálico imantado associado à região do coto
distal do incisivo inferior direito. Observa-se a estabilidade dos dispositivos metálicos imantados e o
defeito cirúrgico criado.
Figura 6: Radiografia de perfil, grupo controle aos 45 dias. Segmento dentário proximal mantém sua
configuração anatômica curvilínea e o crescimento. Observa-se a presença dos dispositivos metálicos.
Discreta extrusão do coto distal do incisivo inferior direito.
Figura 7: Radiografia de perfil, grupo teste aos 45 dias. Segmento dentário proximal mantém sua
configuração anatômica curvilínea e o crescimento. Observa-se a estabilidade dos dispositivos metálicos
imantados. Grande extrusão do coto distal do incisivo inferior direito.
50
Para melhor entendimento da visualização dos resultados, realizou-se a
localização espacial da imagem histológica através da representação gráfica da
hemimandíbula direita.
No exame histológico observou-se a reação tecidual alveolar ostectomizada,
frente à presença ou não do enxerto, a possível influência dos campos magnéticos,
progressiva erupção do incisivo (coto proximal), assim como a discreta extrusão do
incisivo (coto distal). Foram observados o comportamento do tecido pulpar nas
estruturas radiculares do primeiro molar e incisivo inferiores.
Os resultados obtidos foram descritos histologicamente, respeitando os tempos
experimentais e controle de sete, 21 e 45 dias pós-operatórios. A descrição destes
segue a seqüência: grupo controle e grupo teste.
SETE DIAS
Grupo controle
Analise histológica
Pode-se observar a região apical dos molares. Identifica-se a solução de
continuidade dentária, onde se interpõe uma estrutura tecidual desorganizada,
compatível com restos teciduais e coágulo. A estrutura pulpar do primeiro molar, no
terço apical evidencia sinais de vitalidade. Presença de tecido de granulação e defeito
cirúrgico criado correspondente ao espaço anteriormente ocupado por disco não-
imantado, justaposto ao ápice radicular (Figuras 8, 9 e 10).
Verifica-se a presença, tanto do segmento incisal proximal quanto do distal,
ambos em seus trajetos alveolares. Identifica-se a área de solução de continuidade
preenchida por tecido conjuntivo fibroso exuberante, altamente vascularizado. O
enxerto ósseo alógeno liofilizado, em continuidade com o coto distal, apresenta-se
basófilo (Figura 11).
51
Em maior aumento, pode-se identificar a invasão vascular no enxerto ósseo
alógeno liofilizado, podendo representar a seqüência do processo de angiogênese na
osteoindução.
No coto radicular incisal proximal, repete-se o tecido pulpar ricamente celular e
com intensa proliferação vascular. Ao contrário, o coto distal reflete desorganização
tecidual.
M
O
DC
Figura 8: Raiz do 1º molar (M), osso alveolar (O), defeito
cirúrgico experimental (DC). Grupo controle aos sete dias. HE.
Aumento original 64x.
M
DC
O
Figura 9: Raiz do 1º molar (M), osso alveolar (O), tecido de
granulação em área de defeito cirúrgico experimental (DC).
Grupo controle aos sete dias. HE. Aumento original 64x.
52
P
M
Figura 10: Raiz do 1º molar (M), tecido pulpar (P). Observa-se a
deposição de dentina secundária e a presença de odontoblastos
adjacentes à cavidade pulpar (seta). Grupo controle aos sete dias.
HE. Aumento original 160x.
EO
Figura 11: Fragmentos do enxerto ósseo alógeno liofilizado (EO)
associados à área incisiva, coto distal. Enxerto levemente basófilo.
Observa-se presença de hemorragia e infiltrado inflamatório. Grupo
controle aos sete dias. HE. Aumento original 160x.
53
Grupo teste
Analise histológica
Observa-se, na região de primeiro molar inferior, neoformação óssea centrípeta
em direção à área ocupada pelo dispositivo metálico magnetizado. Presença de tecido
de granulação e área de hemorragia. As estruturas pulpares do primeiro molar inferior
apresentam sinais compatíveis com vitalidade pulpar (Figura 12).
A estrutura radicular do incisivo inferior mantém o trajeto alveolar. O coto incisal
proximal apresenta achados compatíveis com a vitalidade pulpar. O coto incisal distal
evidencia sinais de necrose tecidual. Neoformação óssea com aspecto centrípeto em
direção à área ocupada pelo dispositivo metálico magnetizado localizado na região do
coto incisal distal. Observam-se ainda, áreas de hemorragia e início da fibroplasia
(Figura 13).
Verifica-se a presença de fragmentos do enxerto ósseo alógeno liofilizado em
processo de integração associado ao dispositivo magnetizado, região de coto incisal
distal. Destaca-se a presença de osteoblastos na estrutura enxertada (Figura 14).
M
M
TG
H
M
DC
Figura 12: Raízes do 1º molar (M), defeito cirúrgico experimental (DC),
tecido de granulação (TG), hemorragia (H), neoformação óssea (seta)
em direção centrípeta em direção à área ocupada pelo magneto. Grupo
teste aos sete dias. HE. Aumento original 64x.
54
I
TG
O
DC
Figura 13: Raiz do incisivo (I), coto distal, osso alveolar (O), defeito
cirúrgico experimental (DC). Presença de neoformação óssea centrípeta
(seta) e tecido de granulação (TG). Grupo teste aos sete dias. HE.
Aumento original 64x.
EO
Figura 14: Fragmentos do enxerto ósseo alógeno liofilizado (EO),
associados à área incisiva, coto distal. Observa-se a presença de
osteoblastos (seta) associados à matriz óssea jovem. Grupo teste aos
sete dias. HE. Aumento original 64x.
55
21 DIAS
Grupo controle
Analise histológica
Defeito ósseo correspondente ao espaço anteriormente ocupado por dispositivo
não imantado, circunscrito por tecido fibroso e presença de discreta neoformação
óssea, ausência de sinais inflamatórios (Figura 15).
As estruturas radiculares de molares e coto incisal proximal apresentam sinais
compatíveis com vitalidade pulpar.
Nas diversas lâminas estudadas, repete-se a presença do segmento proximal,
em processo de erupção. As partículas ósseas liofilizadas enxertadas aparecem
parcialmente envolvidas por tecido inflamatório e apresentam no interior de suas
estruturas, numerosos vasos sangüíneos (Figura 16 e 17).
P
M
TF
DC
Figura 15: Raiz do molar (M), tecido fibroso (TF), defeito cirúrgico
experimental (DC), estrutura pulpar (P). Discreta neoformação
óssea (seta). Presença de tecido fibroso e coágulo. Grupo
controle aos 21 dias. HE. Aumento ori
g
inal 64x.
56
DC
EO
TF
I
Figura 16: Raiz do incisivo (I), coto distal, tecido conjuntivo fibroso
(TF), fragmentos do enxerto ósseo alógeno liofilizado (EO) e defeito
cirúrgico experimental (DC). Grupo controle aos 21 dias. HE. Aumento
original 64x.
EO
Figura 17: Área de enxerto ósseo alógeno liofilizado (EO) associado ao
dispositivo metálico não imantado, região incisiva, coto distal. Presença
de
osteoblastos (setas). Grupo controle aos 21 dias. HE. Aumento
original 160x.
57
Grupo teste
Analise histológica
Observa-se intensa fibroplasia associada à área defeito cirúrgico correspondente
ao espaço anteriormente ocupado por magneto em região de molares. Presença de
exuberante neoformação óssea seguindo em direção centrípeta ao dispositivo
magnetizado. Ausência de sinais inflamatórios (Figura 18). Associada á região ocupada
pelo enxerto ósseo liofilizado significativa fibroplasia. Enxerto ósseo alógeno liofilizado
em integração (Figura 19). Estruturas pulpares de molares e coto incisivo proximal
evidenciam sinais compatíveis com manutenção da vitalidade pulpar. O tecido pulpar
em coto incisivo proximal mantém um tampão inflamatório junto à área exposta, com
formação de dentina terciária (Figuras 20 e 21).
TF
DC
Figura 18: Área de neoformação óssea centrípeta (seta) associada
às raízes dos molares, tecido conjuntivo fibroso (TF) circundando o
magneto, defeito cirúrgico experimental (DC). Grupo teste aos 21
dias. HE. Aumento original 64x.
58
I
TF
EO
Figura 19: Raiz do incisivo (I), coto distal, tecido fibroso (TF), vasos
sangüíneos (seta) invadindo a área do enxerto ósseo alógeno liofilizado
(EO). Grupo teste aos 21 dias. HE. Aumento original 64x.
DT
P
Figura 20: Estrutura pulpar (P) do coto proximal do incisivo inferior.
Presença de dentina terciária (DT). Grupo teste aos 21 dias. HE.
Aumento original 64x.
59
DT
P
Figura 21: Estrutura pulpar. Detalhe, presença de dentina terciária (DT).
Grupo teste aos 21 dias. HE. Aumento original 160x.
60
45 DIAS
Grupo controle
Analise histológica
Na imagem do grupo controle aos 45 na região de molares evidencia-se discreta
formação de tecido ósseo contornando o espaço preenchido pelo dispositivo metálico
associado à fibroplasia. Os molares mantêm sinais compatíveis com vitalidade pulpar
(Figura 22).
No coto distal do incisivo inferior há sinais de necrose na estrutura pulpar. Este
apresenta-se extruído da estrutura alveolar. Observa-se formação óssea discreta
contornando os espaços antes ocupados pelos dispositivos metálicos não-imantado,
nas regiões apicais de molares e coto distal do incisivo.
M
M
O
TC
DC
Figura 22: Área de neoformação óssea (O) associada ao dispositivo
metálico na região de molares (M). Tecido conjuntivo. (TC). Defeito
cirúrgico experimental (DC). Grupo controle aos 45 dias. HE. Aumento
original 64x.
61
Grupo teste
Analise histológica
A imagem do grupo teste de 45 denota a presença de exuberante neoformação
óssea contornando os espaços antes ocupados pelos dispositivo metálicos imantados,
nas regiões apicais de molares e coto distal do incisivo (figura 23 e 24).
Há evidências de integração do enxerto ósseo alógeno liofilizado (figura 23).
CF
O
Figura 23: Área de neoformação óssea (O) associada ao
dispositivo metálico em área de enxerto ósseo alógeno liofilizado.
Cápsula fibrosa (CF). Região incisivo, coto distal. Grupo teste aos
45 dias. HE. Aumento original 64x
.
62
O
C
F
Figura 24: Área de exuberante neoformação óssea (O) associada ao
dispositivo metálico em sentido centrípeto, região de molares. Presença
de cápsula fibrosa (CF). Grupo teste aos 45 dias. HE. Aumento original
64x.
63
7 DISCUSSÃO
Diversos autores utilizam campos magnéticos estáticos para avaliar respostas
teciduais in vivo (BRUCE; HOWLLET; HUCKSTEP, 1987; DARENDELIER; SINCLAIR;
KUSY, 1995; DARENDELILER; DARENDELILER; SINCLAIR, 1997; TURK, 2001,
TENGKU et al, 2000; LINOVITZ et al, 2002; ULBRICH, 2003; DUTRA, 2005;
PURICELLI et al, 2006; SINGH; YASHROY; HOQUE, 2006). Entretanto, apenas a
partir do método desenvolvido por Puricelli (2003), os magnetos foram posicionados
internamente aos animais (ULBRICH, 2003; DUTRA, 2005; PURICELLI et al, 2006). O
presente trabalho seguiu este método utilizando campo magnético permanente, estático
e sepultado.
Optou-se, na pesquisa pela utilização de magnetos de NdFeB, por apresentarem
alta intensidade de campo magnético, baixo custo, boa resistência e temperatura crítica
de 200
o
C (CAMPBELL, 1996).
Por serem ímãs permanentes anisotrópicos, têm a propriedade de criar campos
magnéticos constantes e estáveis, com orientação molecular aleatória, garantindo a
intensidade do campo magnético em todos os tempos experimentais (CULLITY, 1972;
HALLIDAY; RESNICK; WALKER,1994).
A intensidade do campo magnético foi comprovada macroscopicamente durante
a necropsia dos animais, para obtenção das peças. Durante a remoção dos magnetos,
eles mantiveram as mesmas intensidades de atração e repulsão, apresentadas no
momento do experimento. Conseqüentemente, o campo magnético não foi alterado no
decorrer de todos os tempos da pesquisa (CULLITY, 1972; HALLIDAY; RESNICK;
WALKER, 1994).
Desde as observações de Ollier (1867), os enxertos ósseos vêm sendo
amplamente estudados para desenvolvimento de técnicas mais seguras, eficazes e
conservadoras. Nas últimas décadas, destacam-se pesquisas nas áreas de Cirurgia e
Traumatologia Buco-maxilo-faciais e Ortopedia, com a utilização de modelos
experimentais com enxertos ósseos autógenos, xenógenos e alógenos (URIST, 1976;
SALAMA, 1983; PROLO; RODRIGO, 1985; FRIEDLAENDER, 1987; GOLDBERG;
STEVENSON, 1987; MASTERS, 1988; HOBAR; BYRD, 1990; DONATI; GAGLIARDI;
64
CAPANNA, 1990; ZASACKI, 1991; KÜBLER et al, 1993; MISCH; DIETSH, 1993;
GASDAG et al, 1995; CYPHER; GROSSMANN, 1996; KAKIUCHI; ONO, 1998;
MARTINEZ; WALKER, 1999; OLIVEIRA et al, 1999; STEVENSON, 1999; HERCULIANI
et al, 2000; PURICELLI, 2000; BEZERRA; LENHARO, 2002; CAICOYA, 2004; GALIA et
al, 2005; PURICELLI; BARALDI; CARDOSO, 2004; LEITE, 2005; MOZELLA et al, 2005;
PURICELLI; BARALDI; PARIS, 2005).
O enxerto ósseo alógeno foi utilizado nesta pesquisa por estar disponível em
grande escala e não apresentar complicações relacionadas com a área doadora,
quando comparado aos enxertos autógenos. O procedimento cirúrgico foi mais
conservador, com redução do tempo anestésico-cirúrgico, da perda sanguínea e da
morbidade cirúrgica (LEITE, 2005; MOZELLA et al, 2005).
O enxerto ósseo alógeno liofilizado, proveniente de rato, foi obtido a partir do
processo de liofilização realizado pelo Serviço de Ortopedia e Traumatologia do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), baseado no protocolo de Kakiuchi e Ono
(1998). Após a liofilização, os enxertos foram acondicionados em plasteril (embalagem
dupla) e esterilizados individualmente em autoclave por quatro minutos, a 32
o
C. O
armazenamento dos mesmos pode ser realizado por um período de até um ano. A
conservação deve ser realizada em temperatura ambiente e com pouco manuseio. A
literatura apresenta diversidade, variando os protocolos de liofilização e
armazenamento de enxertos ósseos alógenos e xenógenos (KAKIUCHI; ONO, 1998;
DUARTE DA SILVA, 2000; GALIA et al, 2005).
Apesar da diversidade dos protocolos, é indiscutível que o processo de
liofilização do enxerto diminui a antigenicidade e conseqüentemente minimiza os riscos
de transmissão de doenças, sem alterar as propriedades osteoindutoras (BOYNE,
1968; URIST, 1976; RAAB et al, 1991; ZASACKI, 1991; MELLONIG; PREWETT;
MOYER, 1992; GASDAG et al, 1995; KAKIUCHI; ONO, 1998; GALIA et al, 2005,
MOZELLA et al, 2005).
O enxerto ósseo alógeno liofilizado humano pode ser cortical, esponjoso ou de
forma combinada (ROSS; REITH; ROMRELL, 1993; PURICELLI; BARALDI;
CARDOSO, 2004; PURICELLI; BARALDI; PARIS, 2005). O enxerto empregado na
65
pesquisa foi córtico-esponjoso obtido a partir de fêmures de rato de mesma espécie.
Após processamento, o mesmo foi utilizado na forma particulada por trituração manual.
O início do processo de integração do enxerto pôde ser observado já aos sete
dias pós-operatórios, nos grupos teste e controle. Verificou-se a presença de hematoma
circundando as partículas enxertadas e vasos sangüíneos invadindo a estrutura
esponjosa. Estes achados concordam com Friedlaender (1987) e Leite (2005), que
afirmam ser nesse momento o início da atividade de osteoindução do enxerto ósseo
alógeno liofilizado.
Caicoya (2004), Puricelli, Baraldi e Paris (2005) afirmaram que o enxerto ósseo
cortical, revasculariza-se mais lentamente que o esponjoso. Inicia-se neste, um
processo de reabsorção seguido de aposição, enquanto no osso esponjoso há um
processo de incorporação, onde a aposição se antecipa à reabsorção. Concordamos
com Puricelli, Baraldi e Paris (2005) e Leite (2005) que as partículas de enxerto cortical,
mesmo com o tempo, mantêm uma composição mista de osso necrótico e novo osso
vital. O enxerto ósseo esponjoso incorpora-se completamente ao receptor, como pôde
ser observado aos 45 dias.
Na avaliação dos segmentos dentários proximais e distais do incisivo e dos
molares inferiores, aos sete dias, verificou-se tanto no grupo controle quanto no teste,
alterações no tecido pulpar. Nos segmentos proximais dos incisivos e dos molares
inferiores não foram evidenciados sinais de necrose pulpar. No coto distal constatou-se
desorganização tecidual com presença de células inflamatórias e necrose. O processo
resulta da ruptura vascular e do compromisso nutricional da polpa, à semelhança do
que acontece em dentes humanos após lesão de continuidade na estrutura radicular
como já relatado por Andreasen e Andreasen (2001) e Leite (2005). No coto distal, além
do comprometimento pulpar há limitado suporte periodontal, o que de acordo com
Soares e Goldberg (2001) contribuiria para nutrição dos tecidos.
As regiões do coto proximal do incisivo e dos molares inferiores apresentaram
sinais compatíveis com vitalidade pulpar, no grupo teste e controle em todos os
períodos experimentais . Aos 21 dias, no grupo teste, observou-se no coto proximal do
incisivo inferior, a presença de sinais de cicatrização, com a formação de um tampão de
66
dentina terciária. Assim como relatado por Leite (2005), o tecido pulpar manteve sua
vitalidade, reagindo na forma de cicatrização dentinária, similar com o dente humano
(Andreasen e Andreasen (2001).
Ao longo do experimento, observou-se a permanência de uma contínua erupção
dos incisivos inferiores, característica inerente à fisiologia dos ratos de acordo com
Taverne (1991), Shore et al (1992), Pough, Janis e Hiser (2003) e Leite (2005).
Assim, mesmo submetido à odontossecção com brocas cilíndricas e esféricas, o
incisivo inferior em seu segmento dentário proximal, seguiu seu processo de
crescimento e erupção contínuo, em todos os grupos. Também observado por
Berkovitz, Holland e Moxham, (2004) e Leite (2005).
Observações macroscópicas e radiográficas revelaram que os cotos dentários
distais, tanto nos grupos teste quanto no controle, nos diferentes tempos experimentais,
extruíram e os enxertos mantidos em posição, contrariando os achados de Leite (2005)
que observou intrusão e deslocamento do enxerto ósseo.
Sugere-se que a estabilidade do posicionamento do enxerto ósseo alógeno
liofilizado esteja relacionado à presença do dispositivo metálico, servindo como
anteparo mecânico estável. O contínuo estímulo de mastigação associado ao tipo de
dieta dos animais pode ter sido responsável pela extrusão.
No grupo controle, nos diferentes períodos experimentais, observou-se a
presença do processo de cicatrização óssea fisiológico, com a gradual presença de
neoformação óssea. A atividade osteoblástica iniciou-se aos sete dias, evoluindo para
um osso mais maduro aos 45 dias pós-operatórios. (CARVALHO; OKAMOTO, 1987;
RASMUSSON, 1998; TEN CATE, 2001a; BERKOVITZ; HOLLAND; MOXHAM, 2004).
Nos grupo teste, aos 21 dias, verificou-se o inicio de neoformação óssea
centrípeta, nas regiões associadas aos dispositivos metálicos imantados. Aos 45 dias,
observou-se exuberante neoformação óssea nas mesmas regiões. Estes achados
corroboram para o fato de que o campo magnético pode favorecer o processo de
cicatrização óssea (BRUCE; HOWLLET; HUCKSTEP, 1987; DARENDELIER;
SINCLAIR; KUSY, 1995; DARENDELILER; DARENDELILER; SINCLAIR, 1997; TURK,
2001, TENGKU et al, 2000; LINOVITZ et al, 2002; ULBRICH, 2003; DUTRA, 2005;
PURICELLI et al, 2006; SINGH; YASHROY; HOQUE, 2006).
67
O modelo experimental animal utilizado na pesquisa baseou-se no protocolo
idealizado por Puricelli (2003) e executado na dissertação de Leite (2005).
Os ratos foram escolhidos por serem criados em grandes quantidades e com
menor custo (KIRK; LIM; KHAN, 1989). Além disso, seu processo de cicatrização é
similar ao humano em relação à seqüência de eventos, porém, mais rápido (AMLER;
JOHNSON; SALMAN, 1960; BOYNE, 1966; AMLER, 1969).
Esse estudo seguiu um planejamento metodológico, com aspectos eticamente
corretos, cuidados pré e trans-operatórios, propedêutica cirúrgica e biossegurança,
conforme Raymundo e Goldim (2006) e Silva Filho (2006).
Optou-se pela anestesia geral injetável associando quetamina e xilazina, por via
intramuscular Esses fármacos apresentam efeitos anestésicos de 30 a 45min, nas
doses utilizadas, período suficiente para execução do procedimento cirúrgico. A via
intramuscular foi eleita, em relação à endovenosa, pela dificuldade de acesso às
estruturas vasculares em ratos (HARKNESS; WAGNER, 1993; SILVA FILHO, 2006).
A associação de anestesias terminais infiltrativas na área cirúrgica contribuiu
para a redução do sangramento trans-operatório e garantiu analgesia nas primeiras
horas pós-operatórias (MARTINS, 2001; KENNER, 2003; ULBRICH, 2003; CORSETTI,
2005; DUTRA, 2005; LEITE, 2005).
A realização de uma ostectomia vertical em direção aos ápices dos molares
inferiores, modificando a cavidade cirúrgica experimental de Leite (2005), resultou
nessa pesquisa, em uma cavidade cirúrgica na forma de ‘L’. O defeito cirúrgico permitiu
a adaptação de dispositivos metálicos associados às regiões apicais dos molares e ao
coto distal do incisivo inferior. Estabeleceu-se um campo magnético constante, estático
e sepultado, em área de defeito dento-ósseo-alveolar, onde está presente o processo
contínuo e dinâmico de erupção dentária.
A manutenção da média de 250G de potência do campo magnético esteve
presente nos diferentes períodos experimentais, compatível com o tipo de liga utilizada
e com as características apresentadas pelos ímãs permanentes (CULLITY, 1972;
HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 1994).
As pesquisas de estimulação do tecido ósseo, especialmente em região dento-
alveolar, são promissoras. A busca de novas tecnologias, o aprimoramento dos
68
protocolos de execução e a avaliação dos resultados certamente permitirão, no futuro,
uma evolução significativa nas condutas terapêuticas.
69
8 CONCLUSÃO
Após a realização deste estudo foi possível concluir que:
A configuração do tecido ósseo associada aos dispositivos metálicos imantados, no
grupo teste, especialmente aos 45 dias pós-operatórios, pressupõe que a atividade e a
estimulação da cicatrização óssea foram influenciadas positivamente pela ação do
campo magnético permanente.
O tecido pulpar, do incisivo inferior (coto proximal) e dos molares manteve sinais
compatíveis com vitalidade reagindo na forma de reparação dentinária, nos grupos
teste e controle, nos diferentes tempos experimentais.
O incisivo inferior do rato submetido à odontossecção seguiu seu processo de
crescimento e erupção em seu segmento proximal, nos grupos teste e controle.
O enxerto ósseo alógeno liofilizado sofreu processo de integração a partir do leito
criado no alvéolo dentário, nos grupos teste e controle.
70
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Nov. 1991.
82
ANEXO I
Utilização de Animais em Projetos de Pesquisa
Comissão de Pesquisa e Ética em Saúde/GPPG/HCPA
Resolução Normativa 04/97
A Comissão de Pesquisa e Ética em Saúde, credenciada junto a Comissão Nacional
de Ética em Pesquisa (CONEP) do Ministério da Saúde como Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP), vinculada ao Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, com o objetivo de estabelecer normas para a utilização de
animais em projetos de pesquisa submetidos à apreciação desta Comissão, com
base nos princípios e normas internacionalmente aceitas, dispõe que:
a) a utilização de animais em pesquisas científicas deve ocorrer somente após ser
provada a sua relevância para o avanço do conhecimento científico, considerando-se
a impossibilidade de utilização de métodos alternativos como: modelos matemáticos;
simulações computadorizadas; sistemas biológicos “in vitro” ou outro método
adequado;
b) a espécie utilizada e o cálculo do tamanho da amostra devem ser adequados para
a obtenção de resultados válidos;
c) deve ser oferecido alojamento, transporte, alimentação e cuidados adequados à
espécie através de assistência qualificada;
d) procedimentos que possam causar dor ou angústia devem ser desenvolvidos com
sedação, analgesia ou anestesia, salvo quando forem os mesmos o objetivo da
pesquisa. Devem ser, igualmente, observados cuidados com assepsia e prevenção
de infecções, assim como cuidados para minimizar o desconforto e estresse dos
animais em estudo;
83
e) necessitando de imobilização física e/ou de privação alimentar ou hídrica, os
pesquisadores devem procurar manter estas condições pelo menor período de
tempo possível, evitando prolongar a angústia, desconforto e dor;
f) quando for necessário ao estudo, ou após o mesmo, se indicado, que os animais
devam ser sacrificados, este procedimento deve ser realizado de forma rápida,
indolor e irreversível;
g) as técnicas aceitas para o sacrifício de animais são as seguintes: hipóxia por
barbitúricos, anestésicos inalatórios, dióxido de carbono e monóxido de carbono
(engarrafado), metanesulfonato de tricaína, benzocaína e irradiação por microondas;
h) as técnicas aceitas, de forma condicional, são as seguintes: hipóxia por
deslocamento cervical, por nitrogênio ou argônio, decapitação, concussão cerebral e
dano medular;
i) não serão aceitas, salvo exceções extremamente justificadas, as seguintes
técnicas de sacrifício de animais: sangramento, descompressão, congelamento
rápido, embolismo gasoso, afogamento, atordoamento, uso isolado de estriquinina,
nicotina, sulfato de magnésio, cloreto de potássio, agentes curariformes, clorofórmio
e cianeto.
84
ANEXO II
Código Estadual de Proteção aos Animais
Lei Estadual Nº 11.915
21 de maio de 2003
Rio Grande do Sul
Art. 17 - VETADO
TÍTULO II
CAPÍTULO I
Dos Animais de Laboratório
Seção I
Da Vivissecção
Art. 18 - Considera-se vivissecção os experimentos realizados com animais vivos em
centros de pesquisas.
Art. 19 - Os centros de pesquisas deverão ser devidamente registrados no órgão
competente e supervisionados por profissionais de nível superior, nas áreas afins.
Art. 20 - É proibida a prática de vivissecção sem uso de anestésico, bem como a sua
realização em estabelecimentos escolares de ensino fundamental e médio.
Parágrafo único - Os relaxantes musculares parciais ou totais não serão considerados
anestésicos.
85
Art. 21 - Com relação ao experimento de vivissecção é proibido:
I - realizar experiências com fins comerciais, de propaganda armamentista e outros que
não sejam de cunho científico humanitário;
II - utilizar animal já submetido a outro experimento ou realizar experiência prolongada
com o mesmo animal.
Art. 22 - Nos locais onde está autorizada a vivissecção, deverá constituir-se uma
comissão de ética, composta por, no mínimo, 03 (três) membros, sendo:
I - um (01) representante da entidade autorizada;
II - um (01) veterinário ou responsável;
III - um (01) representante da sociedade protetora de animais.
Art. 23 - Compete à comissão de ética fiscalizar:
I- a habilitação e a capacidade do pessoal encarregado de prestar assistência aos
animais;
II - verificar se estão sendo adotados os procedimentos para prevenir dor e o sofrimento
do animal, tais como aplicação de anestésico ou analgésico;
III - denunciar ao órgão competente qualquer desobediência a esta Lei.
Art. 24 - Todos os centros de pesquisas deverão possuir os recursos humanos e
materiais necessários a fim de zelar pela saúde e bem-estar dos animais.
86
Seção II
Das Disposições Finais
Art. 25 - As penalidades e multas referentes às infrações definidas nesta Lei serão
estabelecidas pelo Poder Executivo, em espécie.
Art. 26 - O Poder Executivo definirá o órgão estadual encarregado de fiscalizar o
cumprimento das disposições desta Lei.
Art. 27 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 30 (trinta) dias da data
de sua publicação.
Art. 28 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 29 - Revogam-se as disposições em contrário.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 21 de maio de 2003.
87
ANEXO III
Aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal do rio Grande do Sul.
88
Livros Grátis
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