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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Avaliação da Atividade Antinociceptiva e Antiinflamatória do
Óleo Essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth.
LUCIANA SILVA BRAVIM
UFPA
Belém – PA
2008
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LUCIANA SILVA BRAVIM
Avaliação da Atividade Antinociceptiva e Antiinflamatória do Óleo
Essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Ciências Farmacêuticas da
Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal do Pará como requisito para a
obtenção do Título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Pergentino José da Cunha Sousa
Co-Orientador: Prof. Dr. José Guilherme Soares Maia
UFPA
Belém – PA
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará
BRAVIM, Luciana Silva
Avaliação da Atividade Antinociceptiva e Antiinflamatória do Óleo Essencial de Hyptis
crenata (Pohl) ex Benth/ Luciana Silva Bravim – Belém, 2008, 69 p.
Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Instituto
de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Pará.
Área de concentração: Fármacos e Medicamentos.
Linha de Pesquisa: Avaliação Biológica de Produtos Naturais e Sintéticos.
Orientador: Sousa, Pergentino José da Cunha.
Descritores: 1. Hyptis crenata. 2. Óleo essencial. 3. Antinociceptiva. 4. Antiinflamatória
UFPA/ICS/PPGCF/2008
Autor: Luciana Silva Bravim
Título: Avaliação da Atividade Antinociceptiva e Antiinflamatória do Óleo Essencial de
Hyptis crenata (Pohl) ex Benth.
Área de concentração: : Fármacos e Medicamentos
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Faculdade
de Farmácia da Universidade Federal do Pará como requisito para a obtenção do Título de
Mestre.
APROVADO EM: 07/11/2008.
Banca examinadora:
_______________________________________
Prof. Dr. Pergentino José da Cunha Sousa - ICS/UFPA
_______________________________________
Prof. Dr. José Carlos Tavares Carvalho – CCB/UNIFAP
_______________________________________
Maria Elena Crespo Lopez – ICB/UFPA
À minha mãe, irmã e ao
meu noivo, pela conquista deste
título.
AGRADECIMENTOS
Agradeço esta conquista a Deus por iluminar o caminho que escolhi a seguir.
Em especial aos meus pais pela oportunidade e pelo esforço dedicado a mim.
A minha irmã pelo apoio e carinho.
Ao meu noivo pelo amor, resignação e companheirismo.
A minha avó, in memoriam, pelo carinho que nunca vou esquecer.
Ao meu orientador professor Pergentino José da Cunha Sousa, pela sua dedicação em mais
uma orientação direcionada a mim.
Ao professor José Guilherme Soares Maia, por ter me fornecido o material botânico e
disponibilizado seu laboratório para a extração do óleo essencial.
À Joyce Kelly, por ter me auxiliado na extração do óleo essencial.
Aos funcionários e colegas do Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas -
UFPA.
Aos professores José Carlos Tavares Carvalho, Maria Elena Crespo Lopez por aceitarem a
participar da banca examinadora e ao professor José Luiz Vieira, por ter participado da minha
qualificação, o que contribui muito para aprimorar este trabalho.
Aos meus novos amigos Anderson Bentes, Alessandra Cardoso, Kariane Mendes, Maxwell
pelo apoio dado por todo este tempo.
Aos colegas Bruno e Hugo Favacho que também me auxiliaram para a realização deste
trabalho.
Ao Instituto Evandro Chagas e ao Biotério Central do Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal do Pará pela concessão dos animais.
A todos vocês meu muito abrigada!
.
Contribua, com sua parcela, para tornar mais belo
este mundo. Um pequenino gesto, uma ação
insignificante, podem melhorar muito o ambiente em
que nos encontramos, elevar o entusiasmo de quem
está desanimado, reanimar aquele que esta
desiludido. Um simples aperto de mão confiante faz
renascer, por vezes, a coragem de quem estava por
fraquejar. Então, contribua com algo seu, para tornar
mais belo este Mundo”.
Autor desconhecido
RESUMO
Hyptis crenata (Pohl) ex Benth. é uma planta herbácea, medicinal e aromática, pertencente à
família lamiaceae, conhecida popularmente como salva-do-marajó, malva-do-marajó e
hortelã-bravo. Distribui-se no estuário do Rio Amazonas, Pantanal e no estado de Minas-
Gerais. Seu óleo essencial é caracterizado pela presença de monoterpenos e sesquiterpenos. É
utilizada popularmente como sudorífico, tônico, estimulante, bem como para tratar inflamação
de olhos e garganta, constipação e artrite. Baseado nessas informações, decidiu-se avaliar a
atividade antinociceptiva e antiinflamatória do óleo essencial desta espécie (OEHc) através
dos seguintes testes: teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético, placa
quente, formalina, dermatite induzida pelo óleo de croton, edemas induzidos por dextrana e
carragenina e peritonite induzida por carragenina. Para a análise estatística utilizou-se
ANOVA seguida de um método de múltiplas comparações (Teste de Student-Newman-Keuls
ou teste "t" de Student). O óleo foi extraído por hidrodestilação, obtendo um rendimento de
0,6%. É composto predominantemente por monoterpenos (94,5%). A dose letal media DL
50
foi de 5000 mg/kg. Nas contorções abdominais induzidas por ácido acético o óleo (250, 350 e
500 mg/kg) reduziu de forma significante de maneira dose-dependente estas contorções em
22,56%, 60,76% e 75,53%, respectivamente, cujo coeficiente de correlação linear foi de r =
0,9341 e DE
50
= 364,22 mg/kg. No teste da placa quente, o óleo não foi capaz de aumentar o
tempo de latência de maneira significante. No teste da formalina, o OEHc produziu uma
inibição da fase em 26,49% e da fase em 43,39%. Além disso, a naloxona reverteu o
efeito do OEHc neste teste. Na dermatite induzida pelo óleo de croton, o OEHc reduziu o
edema de maneira significante em 44,26%. No edema induzido por dextrana, o óleo foi capaz
de impedir o desenvolvimento do edema na dose de 364,22 mg/kg de maneira significante em
relação ao grupo controle. Porém, no edema induzido por carragenina esta inibição não foi
observada. Na peritonite induzida por carragenina, o OEHc reduziu o número de leucócitos e
o de neutrófilos em 47,55% e 66,47%, respectivamente. A partir dos resultados obtidos,
sugere-se que o OEHc apresenta atividade antinociceptiva provavelmente através da ação
direta sobre as fibras nociceptivas, além de sugerir que os receptores opióides possam estar
envolvidos neste processo; e atividade antiinflamatória provavelmente de origem periférica.
Pode-se sugerir, também, que os possíveis componentes responsáveis por essas ações sejam
os compostos monoterpênicos presentes no OEHc.
Palavras-chave: Hyptis crenata; óleo essencial; antinociceptiva; antiinflamatória.
ABSTRACT
Hyptis crenata (Pohl) ex Benth. is a herbaceous aromatic and medicinal plant, belongs to
Lamiaceae, popularly known as salva-do-marajó, malva-do-marajó and hortelã-bravo. This
plant is distributed since the mouth of Amazonas River, Marajó Island, Pantanal, and
extending up to the states of Minas Gerais. Its essential oil is characterized by presence of
monoterpenes and sesquiterpenes. The leaf tea is used as sudorific, tonic, stimulant, as well as
to treat the eyes and throat inflammation, constipation and arthritis. Based in these
information, we decided to evaluate the antinociceptive and anti-inflammatory activity of the
oil (HcEO) of Hyptis crenata in mouse throught the following tests: abdominal constriction,
hot plate, formalin, croton oil-induced ear edema, rat paw edema induced by dextran and
carrageenan, carrageenan-induced peritonitis. The statistical method used in this study was
ANOVA followed by multiple comparison (Student-Newman-Keuls test or Student “t” test).
The essential oil was extracted by hydrodistillation, yield was 0,6% and their main
components were monoterpenes (94,5%). The lethal dose (DL
50
) was 5000 mg/kg. In the
abdominal constriction test, at doses of 250, 350 and 500 mg/kg, the HcEO inhibited the
abdominal constrictions in 22,56%, 60,76% and 75,53%, respectively, in a dose-dependent
manner when compared to the control group. The DE
50
calculated was 364,22 mg/kg with a
correlation coefficient of 0,9341. The oil not changed significantly the time of latency in the
hot plate test. HcEO (364,22 mg/kg) caused an inhibition of the phase I in 26,42% and an
inhibition of the phase II in 43,86% of the formalin test. Naloxone, an antagonist of opioid
receptor, reverted the analgesic effect of EOHc. HcEO reduced croton oil-induced ear edema
in 44,26%. In rat paw edema induced by dextran, HcEO produced inhibition at the dose of
364,22 mg/kg, but the rat paw edema induced by carrageenan this inhibition was not
observed. In carrageenan-induced peritonitis, HcEo significantly decreased the leucocyte and
neutrophil migration in 47,55% e 66,47%, respectively. Based on the results we are
suggesting that the essential oil of H. crenata has an antinociceptive activity.It is probably
as consequence of direct action on the nociceptive fiber, as well as the opioid system is
involved in this effect. Further, our results suggest that anti-inflammatory activity of HcEO is
probably of peripheral origin. It can be suggested, too, that the possible components
responsible for these actions are the compounds monoterpenes presents in HcEO.
Key-words: Hyptis crenata; essential oil; antinociceptive; antiinflammatory.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Folhas de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth............................................................ 19
Figura 2. Determinação da DL
50
em camundongos do efeito da administração do OEHc
(1000, 20000 e 5000 mg/kg v. o.).........................................................................................
40
Figura 3. Efeito do OEHc (250, 350, 500 mg/kg v.o.) e da indometacina (5 mg/kg v.o.)
sobre o estímulo nociceptivo induzido por ácido acético 0,6% em
camundongos.........................................................................................................................
41
Figura 4. Determinação da DE
50
em camundongos através da regressão linear do efeito
da administração v.o. do OEHc (250, 350 e 500 mg/kg) sobre as contorções induzidas
por ácido acético 0,6% i.p. ...................................................................................................
42
Figura 5. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da morfina (10 mg/kg s.c.) sobre o
estímulo nociceptivo térmico (55± 0,1°C) induzido em camundongos................................
43
Figura 6. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da morfina (4 mg/kg s.c.) sobre o teste
da formalina na primeira fase................................................................................................
44
Figura 7. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da morfina (4 mg/kg s.c.) sobre o teste
da formalina na segunda fase................................................................................................
44
Figura 8. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da dexametasona (5 mg/kg v.o.) sobre a
dermatite induzida pelo óleo de croton em camundongos....................................................
45
Figura 9. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg, v.o.) e ciproeptadina (5 mg/kg, v.o. ) sobre o
edema induzido por dextrana (1000µg/pata) em ratos..........................................................
46
Figura 10. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg, v.o.) e indometacina (5 mg/kg, v.o. ) sobre o
edema induzido por carragenina (1000µg/pata) em ratos.....................................................
47
Figura 11. Efeito de administração OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e dexametasona (1 mg/kg
i.p.) na inflamação aguda induzida por carragenina, medida pela concentração de
leucócitos no fluido peritoneal (peritonite)...........................................................................
48
Figura 12. Efeito de administração de OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e dexametasona (1
mg/kg, i.p.) na inflamação aguda induzida por carragenina, medida pela concentração de
neutrófilos no fluido peritoneal (peritonite)..........................................................................
48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Composição química do óleo essencial de H. crenata e quantidade relativa de
cada constituinte...................................................................................................................
39
Tabela 2. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido por ácido acético 0,6%
em camundongos..................................................................................................................
69
Tabela 3. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido na placa quente em
camundongos.........................................................................................................................
69
Tabela 4. Efeito do OEHc sobre o teste da formalina em camundongos............................. 70
Tabela 5. Efeito do OEHc sobre a dermatite induzida pelo óleo de croton em
camundongos.........................................................................................................................
70
Tabela 6. Efeito do OEHc sobre o edema induzido por dextrana........................................ 71
Tabela 7. Efeito do OEHc sobre o edema induzido por carragenina................................... 71
Tabela 8. Efeito do OEHc sobre na migração de leucócitos induzidas por carragenina......
72
Tabela 9. Efeito do OEHc sobre na migração de neutrófilos induzidas por carragenina.... 72
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AINES Antinflamatórios não-esteróidais
AMPc Adenosina monofosfato cíclica
CGEM Cromatografia de gás acoplada à espectrometria de massas
CGL Cromatografia gás- líquido
COX Ciclooxigenase
EM Espectrometria de massa
FDA Food and Drug Administration
5-HT 5- hidroxitriptamina
IASP Associação Internacional para o Estudo da Dor
IL Interleucina
I.P. Intraperitoneal
IT Índice terapêutico
IR Índice de retenção
LT Leucotrieno
Min Minutos
MPEG Museu Paraense Emílio Goeldi
NGF Fator de crescimento nervoso
NO Óxido nítrico
NOS Óxido nítrico sintetase
OEHc Óleo essencial de Hyptis crenata
PAF Fator ativador de plaquetas
PBS Solução salina tamponada
PG Prostaglandina
PGI
2
Prostaciclina
PK Proteína cinases
S Segundos
SNC Sistema nervoso central
TNF-α Fator de necrose tumoral- α
TX Tromboxano
S.C. Subcutânea
V. O. Via oral
V/V Volume/volume
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 15
1.1. Óleos essenciais............................................................................................................ 15
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................
17
2.1. A Família Laminaceae.................................................................................................. 17
2.2. O gênero Hyptis.............................................................................................................
17
2.3. A Espécie Hyptis crenata.............................................................................................. 17
2.4. O Processo inflamatório................................................................................................ 19
2.5. Dor.................................................................................................................................
25
3 – OBJETIVOS.................................................................................................................. 29
3.1. Gerais............................................................................................................................ 29
3.2. Específicos.................................................................................................................... 29
4
– MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................................
30
4.1. Material botânico e coleta............................................................................................. 30
4.2. Identificação do material botânico................................................................................ 30
4.3. Obtenção do óleo essencial e identificação dos constituintes químicos....................... 30
4.4. Drogas, reagentes e soluções.........................................................................................
31
4.5. Materiais usados............................................................................................................ 31
4.6. Animais de Experimentação..........................................................................................
32
4.7. Experimentos in vivo..................................................................................................... 33
4.7.1. Avaliação de toxicidade aguda (DL
50
)....................................................................... 33
4.7.2. Estudo da atividade antinociceptiva........................................................................... 33
4.7.2.1. Teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético............................... 33
4.7.2.2. Determinação da dose efetiva mediana (DE
50
)....................................................... 33
4.7.2.3. Determinação do índice terapêutico (IT)................................................................ 34
4.7.2.4. Teste da placa quente.............................................................................................. 34
4.7.2.5. Teste da formalina................................................................................................... 34
4.7.3. Estudo da atividade antiinflamatória.......................................................................... 35
4.7.3.1. Dermatite induzida pelo óleo de Croton................................................................. 35
3.7.3.2. Edema de pata induzido por dextrana..................................................................... 35
4.7.3.3. Edema de pata induzido por carragenina................................................................ 35
4.7.3.4. Peritonite induzida por carragenina em ratos.......................................................... 36
4.8. Análise Estatística......................................................................................................... 36
5. RESULTADOS............................................................................................................... 38
5.1. Obtenção do óleo essencial e identificação dos constituintes químicos....................... 38
5.2. Toxicidade aguda (DL
50
)...............................................................................................
40
5.3. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido por ácido acético...................
41
5.4. Determinação da dose efetiva mediana (DE
50
)............................................................. 41
5.5. Determinação do índice terapêutico (IT)...................................................................... 42
5.6. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido na placa quente..................... 42
5.7. Efeito do OEHc sobre o teste da formalina................................................................... 43
5.8. Efeito do OEHc sobre a dermatite induzida pelo óleo de croton................................. 45
5.9. Edema de pata induzido por dextrana.......................................................................... 45
5.10. Edema de pata induzido por carragenina.................................................................... 46
5.11. Peritonite em ratos induzida por carragenina.............................................................. 47
6 – DISCUSSÃO..................................................................................................................
49
7 – CONCLUSÃO............................................................................................................... 53
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 54
1. INTRODUÇÃO
1.1. Óleos essenciais
Os óleos essenciais, extraídos pela primeira vez na Idade Média pelos árabes, são
compostos voláteis, naturais, complexos caracterizados por um forte odor e produzidos por
plantas aromáticas como metabólitos secundários (SILVA et al., 2003; OLIVEIRA et al.,
2006; BAKKALI et al., 2008). Podem ser sintetizados por todos os órgãos das plantas, quer
seja, seus botões, flores, folhas, caules, galhos, sementes, frutos, raízes e madeira ou casca.
São armazenados nas células secretoras, cavidades, canais, tricomonas glandulares ou células
epidérmicas (BAKKALI et al., 2008).
O interesse do homem pelos óleos essenciais baseia-se na possibilidade da obtenção dos
compostos aromáticos, os quais fazem parte diariamente das nossas vidas. Muitos destes
compostos são obtidos sinteticamente, por razões econômicas ou por dificuldade para
obtenção das plantas produtoras, bem como pelo interesse para obtenção de componentes
aromáticos. Contudo, a busca pelo naturalismo tem feito crescer a demanda pelos produtos
obtidos diretamente das plantas. Além do mais, há dificuldades para que os aromas dos
compostos sintéticos se aproximem da perfeição dos aromas naturais (VITTI; BRITO, 2003).
Os óleos essenciais, ou alguns dos seus componentes, são utilizados nos perfumes ou
produtos de maquiagem, nos produtos sanitários, odontológicos, agrícolas, alimentícios,
aditivos e como medicamentos naturais. Além disso, são utilizados nas massagens em
misturas com óleos vegetais ou em banhos, mas com maior frequência na aromoterapia.
Alguns apresentam propriedades medicinais para disfunções sistêmicas (HAJHASHEMI et
al., 2003).
Têm sido largamente empregados pelas suas propriedades
já observadas na natureza, ou seja, antibacteriana, inseticida e antifúngica. Além disso,
possuem várias propriedades biológicas (SOUSA et al., 2007), tais como antinociceptiva
(MENEZES et al., 2007; BATISTA et al., 2008), antiinflamatória (PASSOS et al., 2007,
MONTEIRO et al., 2007), antioxidante (MORAIS et al., 2006, DORDEVIC et al., 2007),
antimocrobiana (LIMA et al., 2006, FERRONATTO et al. 2007) nematicida e larvicida
(ALBUQUERQUE et al., 2007).
Estas ações são, provavelmente, à grande diversidade de seus constituintes químicos,
caracterizados por estudos anteriores, que demonstram que alguns monoterpenos como o α,β-
epóxi-carvona, presente em diversos óleos essenciais, apresenta ação central, (SOUSA, D. P.
et al., 2007), o mentol, utilizado em dermatologia, possui ação antiséptica e analgésica
(PATEL et al., 2007), o linalol, que apresenta uma atividade antiinflamatória (PEANA et al.,
2002), α-pineno, que possui atividade antiinflamatória e antimicrobiana (ORHAN et al., 2006,
CERQUEIRA et al., 2007), 1-8 cineol, que apresenta atividade repelente de insetos (GILLIJ,
et al., 2008) e β-pineno, que possui ação antioxidante (WANG et al., 2007).
Desta forma, como o óleo essencial da Hyptis crenata é rico em monoterpenos e
sesquiterpenos (SCRAMIN et al., 2000; ZOGHBI et al. 2002), bem como, as plantas
medicinais aromáticas das quais eles são extraídos são utilizadas na medicina popular, na
forma de chás e infusatos, como antiinflamatório e antinociceptivo (SOUSA et al., 2003,
SOUSA et al, 2004), entre outras indicações , decidiu-se avaliar se o óleo essencial de Hyptis
crenata (OEHc) apresenta atividade antinociceptiva e antiinflamatória.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. A Família Lamiaceae
A família Lamiaceae, compreende cerca de 250 gêneros e 6970 espécies (JUDD et al.,
1999), distribuídas em todo o mundo, sendo o maior centro de dispersão a região do
Mediterrâneo (PORTE; GODOY, 2001).
É relativamente bem estudada do ponto de vista químico. Com respeito ao metabolismo
especial, apresenta uma grande variedade de classes de micromoléculas, existindo
representantes da via do acetato, da via do ácido chiquímico e provenientes de biossíntese
mista (MENEZES, 1994).
Essa família tem grande importância econômica por ser fonte de óleos essenciais
aromáticos, voláteis e de plantas ornamentais. Muitas espécies são utilizadas como
condimentos importantes em culinária, sendo apreciadas pelo aroma ou pelo sabor que
conferem aos alimentos (MENEZES, 1994).
2.2. O gênero Hyptis
Segundo Bordignon (1990) este gênero é composto por cerca de 350 espécies
exclusivamente neotropicais, distribuídas desde o sul dos Estados Unidos e Caribe até a
Argentina, excluindo-se somente o extremo sul. Algumas espécies invasoras são bem
estabelecidas na Ásia, África e norte da Austrália. O centro da diversidade do gênero se
encontra nos campos cerrados do Brasil Central, mais especificamente nos estados de Minas
Gerais, Bahia e Goiás .
É composto por ervas, subarbustos, arbustos ou raramente árvores pequenas. Os caules
geralmente são quadrangulares, as folhas opostas, simples ou mais raramente partidas,
pecioladas ou sésseis ou curtamente pedunculadas, contendo substâncias aromáticas.
(BORDIGNON, 1990)
Com base nas classes químicas encontradas nas espécies de Hyptis estudadas, pode-se
observar que estas seguem o mesmo padrão da família Lamiaceae, ou seja, predominância de
metabólitos da via do acetato-mevalonato, mas com algumas substâncias de origem
biossintética mista e da via do ácido chiquímico (FALCÃO, 2003).
A importância farmacológica desse gênero é tão grande, que muitos grupos de pesquisa
testaram separadamente as atividades dos extratos e dos óleos essenciais (FALCÃO;
MENEZES, 2003), caracterizada pela presença de substâncias com potencial farmacológico
interessante, principalmente atividades anti-microbiana, antifúngica, citotóxica, anti-
inflamatória, anti-HIV e inseticida (FALCÃO e MENEZES, 2003; OLIVEIRA et al., 2004).
Suas espécies aromáticas são frequentemente usadas no tratamento de infecções
gastrintestinais, cãibras (MORAIS et al., 2005), antinociceptiva (SILVA et al, 2006,
SANTOS et al., 2007; ARRIGONI-BLANK et al., 2008). Possuem também ação larvicida
(COSTA et al., 2005; REBELO, 2006) e antidepressiva (BUENO et al., 2006).
2. 3. A Espécie Hyptis crenata
descrita por Corrêa (1984), Hyptis crenata (Pohl) ex Benth. é uma planta aromática e
medicinal, pertencente à família das labiadas, herbácea, com folhas pecioladas, crenadas e
pubescentes, flores dispostas em capítulos pedunculados. Segundo Berg (1993), é uma erva
ereta com haste suculenta e pilosa, folhas oposto-decussadas, coráceas, sésseis, elípticas,
ovadas ou elíptico oblongas com 2-4cm de comprimento e 1,2-2cm de largura, ápice agudo ou
arredondado, base arredondada ou codiforme, margem serreada, possui inflorescências
axilares, capituliformes, multifloras com brácteas lanceoladas ou acuminadas, flores com
cálice tubuloso e apresenta núculas oblongo-ovóides com cerca de 1cm de comprimento.
Encontra-se distribuída em estuário do rio Amazonas, arquipélago do Marajó, estados do Pará
e Amapá e Minas Gerais. É encontrada também no Pantanal (CORRÊA, 1984; POTT; POTT,
1997).
É conhecida popularmente como salva-do-marajó, hortelã-brava, salsa-do- marajó,
malva-do-marajó (CORRÊA, 1984; HASHIMOTO, 1996) e hortelã-do-campo (BERG, 1993,
BERTOLD et al., 2004).
Foi registrado por Kobayashi et al., (2001, a), que o extrato apresentou atividade no
tratamento de doenças de pele enrugada causadas por detergentes, entre outros, por um
mecanismo de inibição da serina protease. Previniu também a degradação da elastina, lâmina
e membrana basal dérmica, por um mecanismo de inibição da gelatinase (KOBAYASHI et
al., 2001 b).
O chá de suas folhas é usado popularmente como sudorífico, tônico, estimulante, para
tratar inflamação dos olhos e garganta, constipação e artrite (BERG, 1993). Além do chá, suas
folhas são utilizadas como repelente de insetos quando friccionadas sobre a pele (POTT;
POTT, 1997). O néctar de suas flores é utilizado para a produção de mel (BERTOLDI et al.,
2004). Seu óleo e extrato apresentam atividade antioxidante e citotóxica (REBELO, 2006).
Estudos sobre a composição química de seu óleo essencial demonstraram a riqueza de
monoterpenos e sesquiterpenos (SCRAMIN et al., 2000; ZOGHBI et al. 2002).
Figura 1: Folhas de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth.
Fonte: MAIA et al., 2001
2.4. O Processo inflamatório
Os estudos da atividade inflamatória se iniciaram com Cornelius Celsus no século I d.
C., a partir da enumeração dos quatro sinais cardinais da inflamação: rubor, calor, tumor e
dor. Posteriormente, um quinto sinal clínico foi acrescentado por Virchow, a perda da função
(EDWARDS et al., 1981). A inflamação pode ser definida como uma resposta inespecífica
com efeito benéfico para o indivíduo à lesão dos tecidos (BARBOSA-FILHO et al., 2006).
O processo inflamatório envolve uma série de eventos que podem ser desencadeados
por numerosos estímulos de natureza química, física ou biológica (ZHOU et al., 2007).
É amplamente definida como uma reação inespecífica protetora à lesão de tecidos
vascularizados. As características clássicas deste fenômeno estão relacionadas ao aumento do
fluxo sanguíneo capilar (calor e rubor) e da permeabilidade vascular, à infiltração de células
em tecido (tumor) e à liberação de substâncias no local da inflamação (dor) (LARSEN e
HOLT, 2000), resultando, assim, nos quatro sinais característicos da inflamação. Pode
ocorrer, em alguns casos, a perda da função da área lesionada (ROCHA et al, 2007).
Em geral, este processo é auto-limitante e conduz ao retorno dos tecidos e órgãos para
um estado normal tanto estrutural quanto funcionalmente (LARSEN; HOLT, 2000).
Na reação inflamatória existem eventos vasculares que levam à formação de edema e
aqueles que acarretam a migração de leucócitos. Estes eventos são desencadeados por
diferentes mediadores que se originam do plasma ou células locais, podendo ser ampliados ou
modificados por mediadores liberados das células inflamatórias que migraram para o local da
inflamação (PAUL, 1998).
Os eventos vasculares consistem em dilatação inicial das pequenas arteríolas, resultando
no aumento do fluxo sanguíneo, seguido de redução e, a seguir, estase do sangue e aumento
da permeabilidade das vênulas pós-capilares, com exsudação de líquido. A vasodilatação é
produzida por diversos mediadores, entre eles, prostaglandinas (PG) E
2
e PGI
2
(prostaciclina),
aminas vasoativas, como a histamina (BARBOSA-FILHO et al., 2006).
Segundo Sayers (2002) os principais componentes para o desenvolvimento da
inflamação são:
- vasodilatação;
- aumento da permeabilidade vascular;
- ativação e adesão celular;
- coagulação
Nos eventos celulares, os leucócitos ativados migram para o tecido, onde atuam contra
os agentes nocivos. Eles são os principais protagonistas na defesa do organismo. Essa é uma
resposta benéfica “normal” que é essencial para a sobrevivência, além de reparar e curar o
tecido. A adesão de leucócitos à parede do endotélio dá-se através de moléculas de adesão:
selectinas L, P e E, e subsequente migração dos neutrófilos para o interior dos tecidos
(SAYERS, 2002). A migração e ativação dos neutrófilos durante a inflamação é o resultado
de vários eventos, envolvendo a liberação de diversos mediadores (GOMES et al., 2008).
Entre eles, podem-se citar, os mediadores do sistema do complemento, que é constituído
por nove componentes principais, C1 a C9. A ativação da cascata pode ser desencadeada por
três vias: pela via a via clássica, que utiliza uma proteína plasmática C1 para detectar
anticorpos; a via alternativa, que envolve o reconhecimento direto de certas estruturas da
superfície microbiana e a via da lectina, desencadeada por uma proteína, a lectina de ligação à
manose (MBL). A proteína central do complemento, C3, é clivada à C3b, que atua como uma
opsonina, ligando-se aos microorganismos, promovendo a fagocitose dos mesmos. Um outro
fragmento, C3a, estimula a inflamação, agindo como um quimioatraente para neutrófilos.
Outro peptídio é o C5a, que estimula a entrada dos neutrófilos no local da infecção, bem
como é um componente vascular da inflamação aguda (RAMAGLIA et al., 2008).
Os efetores da resposta inflamatória são citocinas como o fator de necrose tumoral α
(TNF-α) e várias interleucinas (ILs) (SAYERS, 2002). As citocinas são peptídios estimulados
antigenicamente que atuam na própria célula produtora, em células próximas ou distantes. São
produzidas por uma variedade de células envolvidas na resposta inflamatória, incluindo
macrófagos, neutrófilos de células endoteliais, os quais têm uma variedade de efeitos,
incluindo expressão da molécula de adesão, quimiotaxia e ativação de outras vias
inflamatórias (coagulação, complemento, cininas e fibrinólise). Esta resposta local é
firmemente controlada pela produção de interleucinas antiinflamatórias (IL-10) e antagonista
endógeno (SAYERS, 2002). O TNF- α tem sido chamado de “citocina sentinela”, uma vez
que inicia a defesa no local da lesão, ativando outras citocinas e fatores tróficos.
Ele pode ser
liberado por diversas lulas, inclusive as de Schwann, e exercer seus efeitos através da
interação com o receptor do TNF-α tipo I (sTNRF1), que tem sua expressão aumentada após a
lesão neuronal (KRAYCHETE et al., 2006, TRACEY et al., 2008).
Diversas estratégias terapêuticas capazes de inibir a produção de TNF- α foram, com
sucesso, usadas no tratamento clínico para o gerenciamento de doenças inflamatórias
crônicas, particularmente artrite reumatóide (PASSOS et al., 2007).
Também fazem parte do processo inflamatório as aminas vasoativas serotonina (5-
hidroxitriptamina ou 5-HT) e histamina.
A serotonina é sintetizada a partir do triptofano numa reação mediada por triptofano
sintetase. Cerca de 90% desta amina são produzidos nas células enterocromafins intestinais
(WOUTERS et al., 2007).
É encontrada também em plaquetas humanas, mastócitos de ratos, mas não de humanos,
e no sistema nervoso central. A 5-HT possui multiplicidade de ações biológicas em função da
variedade de receptores farmacológicos, atuando como neurotransmissor. Suas ações são
traduzidas pela larga família de receptores serotoninérgicos divididos em sete classes (5-HT
1
-
5HT
7
) (WOUTERS et al., 2007). A 5-HT tem sido reconhecida como um mediador endógeno
da resposta inflamatória nos tecidos periféricos. O edema induzido por formalina aumenta
quando houver co-administração de 5-HT (DOAK; SAWYNOK, 1997).
A indução de hiperalgesia por carragenina sugere que os subtipos de receptores 5-HT
1A
e 5-HT
1B
pareçam ter efeito facilitador no mecanismo nociceptivo na espinha dorsal de ratos
(ZHANG et al., 2001). Estes dados reforçam o aumento da participação de 5-HT
1A
na
resposta nociceptiva (PARADA et al., 2001).
A histamina foi o primeiro mediador com função biológica identificado no início do
século XX, e seus receptores têm sido alvos de drogas por mais de sessenta anos. É um
mediador armazenado em mastócitos, juntamente com 5-HT, é uma amina formada a partir da
histidina por ação da histidina descarboxilase e encontrada em vários tecidos, destacando-se
os pulmões, pele e trato gastrintestinal. Suas ações fisiológicas resultam de ação em quatro
receptores farmacológicos denominados H
1,
H
2
, H
3
(MAINTZ; NOVACK, 2007) e H
4
(RABER, 2007).
Os efeitos da histamina nos processos fisiológicos e patológicos, bem como novas
funções desta ainda estão sendo elucidados. Ela é melhor caracterizada nos processos
inflamatórios, secreção gástrica e como um neurotransmissor. Durante a inflamação, a
histamina é liberada pelos mastócitos e basófilos. Tem ação sobre a célula muscular lisa e
células endoteliais, provocando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Na pele,
acarreta uma resposta tripla: vermelhidão local pela vasodilatação, tumor devido ao aumento
da permeabilidade vascular e dilatação, associada à vasodilatação indireta via estimulação por
reflexos axonais (THURMOND et al., 2008). . No sistema gastrintestinal, a histamina é
essencial para a secreção ácida (TAHIRO et al., 2001).
Existem quatro classes de antagonistas da histamina: os antagonistas dos receptores H
1
,
H
2
, H
3
e H
4
. Os receptores H
1
são expressos por múltiplos tipos de células, incluindo células
endoteliais e do músculo liso, provocando vasodilatação e broncoconstrição. Os antagonista
dos receptores H
1
, como a difenidramina (1ª geração) e loratadina (2ª geração) têm sido
usados por muitos anos para o tratamento da resposta alérgica inflamatória. Além disso,
receptores H
1
intercedem diversos efeitos da histamina no sistema nervoso central, como o
ciclo sono-vigília, através da primeira geração de anti-histamínicos de receptores H
1
, os quais
têm efeito sedativo devido a passagem pela barreira hematoencefálica. A redução da atividade
locomotora, funções cognitivas e sensação de dor são observadas em camundongos
deficientes de receptores H
1
(INOUE et al., 1996).
A histamina é também encontrada nas células parietais da mucosa gástrica, atuando
sobre receptores H
2
. Os antagonistas dos receptores H
2
de histamina (anti-ulcerosos) inibem
as ações da histamina em todos os receptores H
2
, os quais são representados por cimetidina e
ranitidina, nizatidina e famotidina (LEFRANC et al., 2006; THURMOND et al., 2008).
A histamina é encontrada no cérebro em menor quantidade do que em outros tecidos,
como a pele e os pulmões. Sua liberação endógena no cérebro é regulada pelos receptores H
3
.
No sistema nervoso central (SNC) os receptores H
3
são frequentemente expressos como auto-
receptores pré-sinápticos (RABER, 2007). São encontrados primeiramente no sistema
nervoso, atuando na neurotransmissão central e periférica. Apesar dos agonistas de receptores
H
3
não serem utilizados na clínica, como a tioperamida, são utilizados em estudos em
pesquisa (THURMOND et al, 2008).
Os receptores H
4
não são frequentemente expressos como os outros receptores
histaminérgicos. Eles são encontrados nas células hematopoiéticas periféricas como
eosinófilos, neutrófilos e células T CD
4
+
, sugerindo uma importante função no sistema imune
(RABER, 2007).
A bradicinina, um outro mediador do processo inflamatório, é um peptídio vasoativo
que provoca vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, resultando sua ação
vasodilatadora, em parte, pela produção de PGI
2
e pela liberação de óxido nítrico (NO). Trata-
se de um potente produtor de dor, ação que é potencializada pelas prostaglandinas
(LOUREIRO-SILVA et al, 1999; LEEB-LUNDBERG et al., 2005).
Esses metabólito estão envolvidos em numerosas patologias, particularmente nas
doenças inflamatórias, sendo e
Os produtos do metabolismo do ácido araquidônico também estão envolvidos no
desencadeamento da inflamação. O ácido araquidônico é um ácido graxo poliinsaturado,
contendo 20 átomos de carbono (ácido 5,8,11,14-eicosatetraenóico), derivado da dieta ou da
conversão do ácido graxo essencial (ácido linoléico). Não é encontrado livre nas células, mas
sim na forma esterificada nos fosfolipídios da membrana, sendo liberado destes, através das
fosfolipases celulares, por exemplo, fosfolipase A
2
, que é liberada por estímulos mecânicos,
físicos e químicos, ou por outros mediadores. Os metabólitos do ácido araquidônico, os
eicosanóides, são sintetizados por duas classes principais de enzimas, as ciclooxigenases
(prostaglandinas e tromboxanos) e as lipoxigenases (leucotrienos e lipoxinas) (YEDGAR et
al., 2007; HIKIJI et al., 2008). Esses metabólito estão envolvidos em numerosas patologias,
particularmente nas doenças inflamatórias, sendo eles alvos para a descoberta de novas drogas
antiinflamatórias (YEDGAR et al., 2007).
Atualmente, são conhecidas três isoformas de ciclooxogenases (COXs): COX-1, COX-2
e COX-3. A COX-1, constitutivamente expressada, ou seja, está presente nas células em
condições fisiológicas, principalmente nos vasos sanguíneos, plaquetas, estômago e rins,
acredita-se ser responsável em manter as condições hemostáticas, é amplamente encontrada
na maioria das células e tecidos de mamíferos, tais como mucosa gástrica. A COX-2, por
outro lado, é geralmente ausente na maioria dos tecidos normais, mas pode ser facilmente
induzida por inúmeros estímulos como TNF- α e células inflamatórias. É responsável pela
produção de níveis elevados de prostanóides durante a inflamação. A COX-3 é uma variação
da COX-1(pois é derivada do mesmo gene dessa isoforma). Encontra-se distribuída
principalmente no córtex cerebral, medula espinhal e coração, sendo mais sensível ao
paracetamol do que a COX-1 e COX-2. Postulou-se que a inibição da COX-3 poderia
representar o mecanismo central primário pelo qual as drogas analgésicas e antipiréticas como
os antiinflamatórios não-esteroidais (AINES) desenvolveriam suas atividades de redução da
dor e da febre (CARVALHO et al., 2004; WANG et al., 2007; HIKIJI et al., 2008).
Em 1971, um trabalho pioneiro realizado por Vane e colaboradores identificou a
inibição da síntese de prostaglandinas como mecanismo de ação do ácido acetilsalicílico
(aspirina) e a relacionou às drogas antiinflamatórias não esteroidais (AINES). Esta inibição
ocorre através do bloqueio de duas ciclooxigenases, COX-1 e COX-2
(ZEILHOFER, 2007).
Estas enzimas convertem o ácido araquidônico, através da ativação da fosfolipase A
2
,
em PGH
2
, que em seguida é convertida em diferentes prostaglandinas ativas (PGD
2
, PGE
2
,
PGF
2α
, PCI
2
) e tromboxano A
2
(TXA
2
), coletivamente chamados de prostanóides (DUFFY, et
al., 2005; ZEILHOFER, 2007).
Apesar dos AINES serem frequentemente prescritos, eles podem acarretar efeitos
adversos, resultantes da inibição da atividade da prostaglandina E
2
sintetase, incluindo
perfuração e hemorragia do trato gastrintestinal (SCHOLICH; GEISSLINGER, 2006).
Os AINES bloqueiam ambas as enzimas e induzem o aparecimento de graves efeitos
adversos como sangramento gastrintestinal, alterações renais e nos mecanismos de hemostase.
Tais ações, que parecem ser decorrentes da inibição da COX-1, levaram à busca de inibidores
mais seletivos, o que resultou no surgimento de drogas mais específicas para COX-2
(SCHOLICH; GEISSLINGER, 2006), como, por exemplo, rofecoxib e celecoxib, que foram
os primeiros inibidores específicas para a COX-2 aprovados pelo Food and Drug
Administration (FDA) para tratamento de artrite reumatóide, osteoartrite e alívio da dor aguda
(CAPONE et al, 2003).
Contudo, estes inibidores seletivos de COX-2 inibem a PGI
2
que possui efeitos
protetores sobre o sistema vascular, o que pode explicar a maior incidência de ataques
cardíacos e acidente vascular cerebral entre aqueles que utilizam estes fármacos (SCHOLICH;
GEISSLINGER, 2006). Além disso, estudos clínicos têm sugerido que esses inibidores
poderiam causar outros efeitos colaterais tais como lesões gastrintestinais e hipersensibilidade
(ARAICO et al., 2007).
O TXA
2
é um potente agente de agregação plaquetária e vasoconstritor. É altamente
instável, rapidamente é convertido à sua forma mais estável, TXB
2
(HIKIJI et al., 2008).
Os leucotrienos (LTs), por sua vez, constituem uma família de substâncias
farmacologicamente ativas e potentes derivadas do ácido araquidônico por ação de 5-
lipooxigenases. São enzimas solúveis citosólicas, encontradas preferencialmente nos pulmões,
plaquetas, células endoteliais, monócitos, mastócitos, eosinófilos e linfócitos B
(MONTUSCHI et al., 2007).
Entre os leucotrienos, pode-se citar o LTB
4
,
um potente agente quimiotático para
leucóciotos polimorfonucleares, eosinófilos e monócitos. Em concentrações elevadas,
estimula a agregação de leucócitos polimorfonucleares e promove a degranulação e a geração
de superóxido. Promove a adesão de neutrófilos às células endoteliais, estimulando também, a
síntese de citocinas pró-inflamatórias em monócitos e linfócitos (GOMES et al., 2008).
As lipoxinas, que foram recentemente adicionadas à família dos produtos bioativos
gerados a partir do ácido araquidônico, contrastam com a maioria dos outros mediadores
lipídicos, que são essencialmente pró-inflamatórios tais como leucotrienos, fator ativador de
plaquetas (PAF) e prostanóides. Estão envolvidas na inibição do recrutamento leucocitário e
dos componentes celulares da inflamação. Elas inibem a quimiotaxia dos neutrófilos e sua
adesão ao endotélio (FIERRO e SERHAN, 2001).
O óxido nítrico, outro mediador do processo inflamatório, é sintetizado a partir da L-
arginina e do oxigênio molecular pela enzima óxido nítrico sintetase (NOS) (LUNDBERG et
al., 2008). É um potente vasodilatador, devido sua ação no músculo liso vascular, inibe a
adesão dos monócitos na superfície da célula endotelial e a agregação plaquetária e controla a
proliferação das células musculares lisas (ZOCCALI, 2007).
O fator ativador de plaquetas é um lipídio biologicamente ativo, que pode produzir
efeitos em concentrações extremamente baixas (inferiores a 10
-10
mol/L). Foi descrito como o
primeiro elemento capaz de ativar e agregar as plaquetas. Tem a capacidade de produzir
muitos dos fenômenos da inflamação. Possui potentes efeitos biológicos, como constrição das
vias respiratórias, hipotensão, e aumento da permeabilidade vascular. Quando aplicado
localmente, produz vasodilatação, eritema, aumento da permeabilidade vascular e formação
de pápulas. A administração em doses mais altas provoca hiperalgesia. É quimioatraente para
neutrófilos e monócitos. Pode ativar a fosfolipase A
2
, com produção de eicosanóides. (HIKIJ
et al., 2008).
2.5. Dor
De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), o problema é
definido como uma experiência sensorial ou emocional desagradável, associada a uma lesão
real ou potencial dos tecidos (PIETROVSKI, 2004).
Porém, evidências de que esta associação pode não ocorrer, como na cefaléia e na
dor pélvica crônica, onde parece ocorrer sem lesão tissular detectável pelos métodos
diagnósticos disponíveis na prática clínica atual, favorecendo a hipótese de que podem haver
alterações neurofuncionais restritas ao âmbito biomolecular, cuja interação é pouco conhecida
entre neuromediadores, neurotransmissores e transdutores de sinais, em uma rede de bilhões
de sinapses, dificultando a compreensão da etiologia da dor (ROCHA et al., 2007).
Por outro lado, o trauma e a estimulação do sistema nervoso periférico ou central
também podem alterar as respostas imunes. Como consequência, observa-se a ativação de
peptídios e receptores, com posterior tradução do sinal para o meio intracelular. Neste
contexto, o avanço no conhecimento da neuroanatomia das vias de condução, da
neurofarmacologia e da fisiopatologia da dor facilita o desenvolvimento de pesquisas visando
novas modalidades de tratamento. Assim, a analgesia efetiva para as ndromes dolorosas
ainda é um grande desa
fio
(ROCHA et al., 2007).
um sistema específico de dor, o qual transfere informações sobre a lesão tecidual
para o local de percepção: o cérebro. A energia nociceptiva é traduzida por sinais
eletrofisiológicos que são transmitidos por aparatos perceptivos. Esta plasticidade é mediada
por diversos mecanismos, incluindo sensibilização periférica/primária e central/secundária. É
formada por um conjunto de mediadores químicos que atuam perifericamente e na espinha,
comparáveis à complexidade dos neurotransmissores no cérebro (FARQUHAR-SMITH,
2007).
O estímulo doloroso é propagado através das fibras aferentes primárias C ou Aδ onde
encontram-se os nociceptores, os quais são ativados por diversos neuromediadores
inflamatórios quando liberados por macrófagos, mastócitos, células endoteliais ou nervos
traumatizados, facilitando a transmissão dolorosa e as alterações inflamatórias periféricas e,
consequentemente, o quadro de hiperalgesia, sendo chamados de algiogênicos. Dentre estes,
se destacam a acetilcolina, a histamina, bradicinina, o leucotrieno, a substância P, o PAF, os
radicais ácidos, os íons potássio, as prostaglandinas, os tromboxanos, as interleucinas e o fator
de crescimento nervoso (NGF) (KRAYCHETE et al., 2006; MA; QUIRION, 2008).
A bradicinina, assim como o íon potássio, é responsável por provocar intensa dilatação
arteriolar e aumentar a permeabilidade capilar, contribuindo para a propagação da reação
inflamatória. A bradicinina e a PGE
2
causam alterações nos receptores vanilóides específicos
(TRPV1) acoplados aos canais iônicos ligante-dependentes, via ativação de adenosina
monofosfato cíclica (AMPc), e das proteínas cinases (PKs) A e C, reduzindo o tempo pós-
hiperpolarização da membrana neural, causando redução do limiar para disparo da fibra
nervosa (ROCHA et al., 2007;
STAROWICZ et al., 2007).
Histamina, prostaglandinas e leucotrienos provocam inflamação e sensibilização das
terminações nervosas, surgindo o edema e a dor. Assim, ocorre maior expressão de moléculas
de adesão e infiltração de macrófagos e células T no local, causando aumento das citocinas
pró-inflamatórias (TNF, IL-1, IL-6 e IL-8) no disco intervertebral (KRAYCHETE et al.,
2006).
O NGF aumenta a excitabilidade elétrica dos neurônios aferentes nociceptivos e
também promove a formação de contatos sinápticos. Estimulam, também a produção de PGE
2
nos mastócitos (CAMPBELL; MEYER, 2006; MA; QUIRION, 2008).
A substância P age na periferia, promovendo uma inflamação por seus efeitos sobre os
vasos sanguíneos (vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular) e células do sistema
imune (atração das células do sistema imune para o local da lesão e desgranulação de
mastócitos com liberação de diversos neuromediadores) (DRESSLER et al., 2005; ROCHA et
al. 2007). A inibição da transmissão da substância P e a emissão periférica podem aumentar o
arsenal terapêutico no controle da dor (ONETTA, 2005).
Um outro transmissor importante na dor é o glutamato, provável neurotransmissor das
fibras do tipo Aδ. É um dos transmissores excitatórios mais amplamente utilizados no SNC
dos mamíferos, no corno dorsal da medula espinhal, tendo período de ação de apenas alguns
milissegundos. Esta neurotransmissão é controlada por interneurônios inibitórios gabaérgicos
e glicinérgicos (CAROBREZ, 2003; SCHMIDTKO et al., 2008).
As terminações nervosas das fibras nociceptivas Aδ e C são capazes de traduzir um
estímulo agressivo de natureza térmica, química ou mecânica, em estímulo elétrico que será
transmitido até o sistema nervoso central e interpretado no córtex cerebral como dor. As fibras
Aδ são mielinizadas, em função da presença da bainha de mielina e transmitem o estímulo
doloroso de forma rápida. As fibras C não o mielinizadas e possuem a capacidade de
transmitir estímulos dolorosos em diferentes velocidades, são responsáveis pela transmissão
lenta da dor (LEE et al., 2005). Ambas são classificadas em subtipos Aδ1, Aδ2, C1 e C2
(ROCHA et al., 2007).
A dor pode ser distinguida em três formas: dor nociceptiva, resultante da ativação de
neurônios nociceptivos primários, os quais têm função fisiológica importante como à proteção
da lesão tecidual. A dor de origem inflamatória: originada de todas as formas de inflamação, e
a dor neuropática: que provém de uma lesão de nervos periféricos e centrais e de neurônios. A
dor neuropática é acompanhada por dor espontânea intensa e dor provocada por leve estímulo.
A dor inflamatória e a neuropática podem exceder a duração da causa primária da dor. Elas
podem se tornar síndromes de dor crônica (ZEILHOFER, 2007).
Pode-se inferir, então, que a dor crônica é um estado de constante facilitação da
condução nervosa, quando estímulos, que outrora inócuos, podem ser interpretados como dor
(alodinia) ou quando a resposta ao estímulo doloroso não é proporcional à intensidade da
agressão (hiperalgesia) (KRAYCHETE, 2006).
3 – OBJETIVOS
3.1. Gerais:
Determinar a toxicidade aguda, a dose efetiva mediana, o índice terapêutico e os efeitos
antiinflamatório e antinociceptivo do óleo essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth.
3.2. Específicos:
- Determinar a toxicidade aguda, através da dose letal média (DL
50
), em camundongos, do
óleo essencial de Hyptis crenata OEHc;
- Determinar a dose efetiva mediana (DE
50
) do OEHc;
- Determinar o índice terapêutico (IT) do OEHc;
- Avaliar a atividade antinociceptiva, em camundongos, do OEHc;
- Estudar o efeito do OEHc sobre a dermatite induzida pelo óleo de croton em camundongos;
- Avaliar a atividade antiedematogênica, em ratos, do OEHc;
- Determinar a atividade antiinflamatória do OEHc na peritonite induzida por carragenina.
4
– MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Material botânico e coleta
A planta utilizada para estudo, identificada como Hyptis crenata (Pohl) ex Benth., de
porte herbáceo, é pertencente à família lamiaceae, vulgarmente chamada de salva-do-marajó.
Três amostras foram coletadas: a primeira na localidade Deus-me-ajude, a segunda no
Rio Câmara e a terceira em São Pedro, Município de Salvaterra/ PA, que fica a
aproximadamente 80 km de Belém.
4.2. Identificação do material botânico
Um exemplar foi encaminhado para a Coordenação de Botânica do Museu Paraense
Emílio Goeldi (MPEG/PA) para a preparação das exsicatas, registro e incorporação no
herbário. A identificação botânica da espécie foi feita pela Drª. Lea Carreira, recebendo o
número MG174699.
4.3. Obtenção do óleo essencial e identificação dos constituintes químicos
A extração do óleo essencial, a partir da planta seca e pulverizada, foi feita no
Laboratório de Engenharia de Produtos Naturais (LEPRON), da Universidade Federal do Pará
(UFPA), por hidrodestilação (MAIA et al., 2001). O material foi pesado (100 g) e submetido
à hidrodestilação, usando-se aparelho de vidro tipo Clevenger, durante três horas. Neste
processo, ele foi colocado em um balão de fundo redondo, imerso em água destilada. A água
foi posta em ebulição por aquecimento direto do balão em mantas aquecedoras, permitindo o
arraste dos compostos voláteis pelo vapor de água. A mistura do vapor foi conduzida para um
condensador refrigerado (por um meio de um banho termostático), para condensação dos
líquidos e recolhimento das fases no Clevenger. Em seguida, foi retirado o óleo essencial pelo
processo de decantação, com o uso de centrífuga. O óleo foi removido para frascos de vidro
(cor âmbar), com pipetas Pasteur e armazenado em refrigerador à temperatura 5ºC. O
rendimento foi calculado com base na quantidade da droga vegetal em gramas e o volume
resultante do óleo.
O óleo essencial foi analisado no LEPRON por cromatografia gás-líquido (CGL) e
cromatografia de gás acoplada à espectrometria de massas (CG-EM). Foram usados um
cromatógrafo de gás HP 5980, com ionização de chamas, e um cromatógrafo de gás acoplado
à espectrometria de massas Finingan Incos XL, equipados com coluna capilar de sílica do tipo
DB-5 (30 m x 0,25 mm d.i., espessura do filme 0,25µm), gás de arrraste hidrogênio e hélio,
respectivamente; temperatura do injetor a 220°C; tipo de injeção, spitless, 2 µL de uma
solução de 1 mg da amostra para 1 mL de n-hexano (1:1000); temperatura programada para
60-240°C, com gradiente de 3°C/min (MORAIS et al., 1972; MAIA et al., 2000, 2001;
ZOGHBI et al., 2002).
4.4. Drogas, reagentes e soluções
Os experimentos realizados utilizaram as seguintes drogas e soluções:
Solução fisiológica de Cloreto de sódio 0,9% (Laboratório Tayuyna Ltda, SP);
Formaldeído P. A. (VETEC Química Fina Ltda, RJ);
Ácido acético P. A. (VETEC Química Fina Ltda, RJ);
Acetona P. A. (VETEC Química Fina Ltda, RJ);
Hidrocloridrato de ciproeptadina (Sigma Chemical CO, St Louis, MO, USA);
Carragenina (Sigma Chemical CO, St Louis, MO, USA);
Dextrana (Sigma Chemical CO, St Louis, MO, USA)
Morfina (Dimorf
®
Cristália, SP);
Xilasina (Rompun
®
Bayer, SP);
Ketamina (Vetanarcol
®
, König, Argentina);
Indometacina (Sigma Chemical CO, St Louis, MO, USA);
Dexametasona (Azium
®
,
Schering-Plough Veterinary, RJ);
Tween 80 (Merck, RJ);
Solução de Turk;
Corante pancrômico de Rosenfeld;
Solução salina tamponada com fosfato (PBS).
4.5. Materiais usados
Seringa de Insulina Ultrafine (Becton Dickinson – Indústrias Cirúrgicas Ltda, PR);
Punch de biópsia 6 mm de diâmetro (Kolplast Ltda, SP);
Beckers;
Pinças cirúrgicas;
Ponteiras;
Balança semi-analítica (Denver Instrument Company XP-3000);
Balança analítica (Bioprecisa FA2104N);
Placa quente (Fanem Ltda);
Centrífuga clínica (Sigma Laborzentrifugen);
Microscópio eletrônico Olympus CX 40;
Paquímetro digital Mytutoyo;
Câmara de Neubauer
Micropipetas;
Cânula orogástrica.
4.6. Animais de experimentação
Foram utilizados camundongos machos (Mus musculus) Swiss albinos adultos, pesando
entre 20 e 25g e ratos (Ratus norvegicus) machos, pesando entre 150-180 g, provenientes do
Instituto Evandro Chagas (Belém/PA) e do Biotério Central do Instituto de Ciências
Biológicas (ICB) da UFPA. Esses animais foram alojados no Biotério Setorial da Faculdade
de Farmácia da Universidade Federal do Pará, mantidos em gaiolas, sob condições
controladas de temperatura (25ºC) e ciclo de claro/escuro de 12 horas, a fase clara iniciando-
se às 6h e terminando às 18h, com livre acesso a água e ração ad libitum.
Para a realização de cada teste, a ração era retirada 12 horas antes, mantendo-se a água
ad libitum durante todo o período. As condições ambientais, onde foram realizados os
experimentos, eram mantidas as mais confortáveis possíveis, evitando-se variação de
temperatura e luminosidade.
Todos os experimentos foram complementados por grupos controle, nos quais os
animais foram submetidos exatamente aos mesmos procedimentos que os grupos tratados.
As soluções de OEHc foram preparadas por adição de tween 80 1% v/v em água
destilada, seguida de agitação manual. Foram administradas por via oral (v.o.), através de
cânula orogástrica, em volume de 0,1mL/10 g (para camundongos) e 0,1mL/100 g (para os
ratos) de peso de cada animal. Aos grupos controle foram administradas soluções de água
destilada com tween 80.
O manuseio e uso dos animais estão de acordo com as normas institucionais (Parecer
MED010/2008).
4.7. Experimentos in vivo
4.7.1. Avaliação de toxicidade aguda (DL
50
)
Para se determinar a DL
50,
foram utilizados camundongos (Mus musculus) Swiss
albinos machos divididos em grupos de 10 animais, pesando entre 20 e 25 g.
Os animais receberam, através de cânula orogástrica, 1000, 2000 e 5000 mg/kg (n =
10/grupo) de solução de OEHc. Em seguida, os animais foram observados por um período de
4 horas (h) para avaliação de possíveis alterações comportamentais.
Descrito por Malone e Robichaud (1962), este teste é realizado para observação dos
parâmetros comportamentais como: atenção, alerta, analgesia, atividade motora espontânea,
locomoção, falta de apetite, apatia, resposta ao tato, secreção nasal, piloereção, estereotipia,
agressividade, ataxia, sudorese, micção, diarréia e convulsão.
Após este período, os animais foram tratados com ração e água ad libitum e observados
por um período adicional de 24, 48 e 72 h. Os casos de morte foram anotados para cada grupo
e expresso em percentual do número total de animais tratados.
4.7.2. Estudo da atividade antinociceptiva
4.7.2.1. Teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético
Descrito por Koster et al., (1959) este experimento consiste em induzir contorções por
administração intraperitoneal (i.p.) de 0,1mL/10 g de peso (de camundongos) de ácido acético
0,6% v/v . As contorções dos animais foram caracterizadas por contração e rotação do
abdômen, seguida pela extensão de uma ou ambas as patas traseiras. Os animais foram
colocados sob funis de vidro de aproximadamente 22 cm de diâmetro. As contorções eram
contadas por um período de 20 minutos (min) após 10 min da aplicação de ácido acético.
Foram utilizadas doses de 250 (n = 9), 350 (n = 10) e 500 mg/kg (n = 10) de OEHc,
v.o., para o grupo tratado uma hora antes de se iniciar o teste. A droga padrão neste teste foi a
Indometacina (5mg/kg) v.o., administrada uma hora antes do início do teste (n = 14).
4.7.2.2. Determinação da dose efetiva mediana (DE
50
)
A determinação da DE
50
teve como base o teste das contorções induzidas pelo ácido
acético em camundongos. Neste ensaio, os animais receberam, por via oral, OEHc uma hora
antes da aplicação do estímulo. As doses utilizadas foram: 250, 350 e 500 mg/kg. A DE
50
foi
determinada através da plotagem direta das doses utilizadas e as respectivas percentagens de
inibição.
4.7.2.3. Determinação do índice terapêutico (IT)
O cálculo do índice terapêutico (IT) foi baseado nos valores da DL
50
e da DE
50
,
através da equação: IT=DL
50
/DE
50
(RAUBER et al., 2006). Para calcular este índice foram
utilizados os valores da DL
50
(5000 mg/kg) e da DE
50
(364,22 mg/kg).
4.7.2.4. Teste da placa quente
A metodologia utilizada foi a descrita por (MACDONALD et al., 1946). Neste teste, os
camundongos foram colocados sobre uma placa de alumínio aquecida à temperatura fixa (50±
0,1°C) e observados em relação ao tempo em que levavam para manifestar uma resposta ao
estímulo térmico. Esta resposta, medida em segundos (s), correspondia ao ato de lamber as
patas ou saltar (latência). Antes de se iniciar o teste (24 horas antes), os animais foram
submetidos ao estímulo, sendo selecionados os que levaram até 20 s para manifestá-lo.
Foi utilizada a dose de 364,22 mg/kg (dose esta correspondente à DE
50
) (n = 09) de
OEHc v.o. para o grupo tratado uma hora antes de se iniciar o teste. A droga padrão,
administrada meia hora antes de se iniciar o teste, foi a morfina 10 mg/kg por via subcutânea
(s.c.) (n = 10).
4.7.2.5. Teste da formalina
Este teste seguiu o modelo descrito por Hunskaar e Hole (1987). Consiste em
administrar 20µL de formalina (formaldeído 1% em solução fisiológica 0,9%) no coxim
plantar posterior direito dos camundongos. Os animais foram colocados individualmente sob
funis de vidro com diâmetro de aproximadamente 22 cm após a administração da formalina,
onde era observada a manifestação do estímulo pelo gesto de lamber, morder ou agitar
vigorosamente a pata injetada. Estes gestos foram observados durante 30 min, sendo que a
primeira fase foi nos cinco primeiros minutos e a segunda, do 15º ao 30º min.
Uma hora antes de se iniciar o teste, foi administrado 364,22 mg/kg de OEHc v.o. para
o grupo tratado (n = 09). A droga padrão, administrada meia hora antes de se iniciar o teste,
foi a morfina (4 mg/kg s.c.) (n = 10).
Com o objetivo de se verificar uma possível participação do sistema opióide na
atividade antinociceptiva do OEHc, foi realizada a co-administração do óleo (364,22 mg/kg),
uma hora antes da formalina, e do antagonista opióide naloxona (1mg/kg), 45 minutos antes
da formalina (n = 10).
Para avaliar a ação do óleo com a morfina, foram administrados OEHc (364,22 mg/kg
v.o.) uma hora antes da formalina e morfina (4mg/kg s.c.) meia hora antes (n = 11).
4.7.3. Estudo da atividade antiinflamatória
4.7.3.1. Dermatite induzida pelo óleo de Croton
Utilizou-se o método descrito por Tubaro et al. (1985). Neste teste, a dermatite foi
induzida por 20 µL de uma solução de óleo de croton em acetona na superfície da orelha
direita dos camundongos e, na orelha esquerda, 20 µL de acetona. Após seis horas, os animais
foram sacrificados por deslocamento cervical. Em seguida, foram retirados fragmentos de 6
mm de diâmetro de cada orelha, utilizando-se um punch de biópsia e pesados os fragmentos
em balança analítica. Os resultados foram obtidos pela diferença de peso da orelha direita
(estimulada) e orelha esquerda (controle) expressa em miligramas (mg).
Foi utilizada a dose de 364,22 mg/kg de OEHc v.o. para o grupo tratado (n = 07) uma
hora antes de se iniciar o teste. A droga padrão, administrada também uma hora antes, foi a
dexametasona (10 mg/kg v.o.) (n= 08).
3.7.3.2. Edema de pata induzido por dextrana
Segundo WINTER et al., (1962) o edema de pata baseia-se na variação do volume das
patas traseiras dos ratos (Rattus novergicus) Wistar, após a aplicação de algum estímulo
inflamatório. Os animais foram separados em grupos de cinco, e uma hora antes da aplicação
do agente inflamatório (0,1mL de dextrana 1%) foram tratados, por via oral, com 364,22
mg/Kg de OEHc ou ciproheptadina (5 mg/Kg) (n = 5), em volume final de 0,1 mL/100 g de
peso do animal. Na região intraplantar da pata direita foi administrado dextrana e igual
volume de solução salina na pata esquerda. Adaptada por ESTEVES et al., (2005), o
desenvolvimento do edema foi avaliado, em milímetros, com auxílio de paquímetro digital
Mitutoyo, medido imediatamente após a administração de dextrana e solução salina, em
intervalos de 30 minutos, durante duas horas.
4.7.3.3. Edema de pata induzido por carragenina
Descrita por WINTER et al., (1962) os animais, ratos (Rattus novergicus) Wistar,
foram separados em grupos de cinco e, uma hora antes da aplicação do agentes inflamatório
(0,1mL de carragenina 1%), foram tratados, por via oral, com 364,22 mg/kg (n = 08) de
OEHc e indometacina (10 mg/Kg) (n = 05), em volume final de 0,1 mL/100 g de peso do
animal. Na região intraplantar da pata direita, foram administrados carragenina e igual volume
de solução salina na pata esquerda. As medições das patas foram feitas segundo a técnica
descrita por ESTEVES et al., (2005) o desenvolvimento do edema foi avaliado, em
milímetros, com auxílio de paquímetro digital Mitutoyo, medido imediatamente após a
administração de carragenina e solução salina, em intervalos de uma hora, durante cinco
horas.
4.7.3.4. Peritonite induzida por carragenina em ratos
Neste teste, utilizou-se a metodologia descrita por Souza e Ferreira (1985), na qual uma
solução de carragenina em salina estéril (300 µg/mL), foi injetada na cavidade peritoneal dos
ratos. A migração celular foi avaliada quatro horas após a aplicação do estímulo. Para isto,
foram aplicados 10 mL de PBS na cavidade peritoneal após ter sacrificado os animais. Em
seguida, realizaram-se as contagens total e diferencial de leucócitos contidos na mesma. Para
realização da contagem total, 20 µL do lavado peritoneal foram diluídos em 380 µL da
solução de Turk. Esta contagem foi realizada em câmara de Neubauer. Para a contagem
diferencial, centrifugou-se o lavado paritoneal a 100 rpm por 10 minutos. O sobrenadante foi
resuspenso em 0,4 mL em uma solução de albumina a 3% em PBS p/v. O esfregaço celular
foi feito em lâmina própria, corando-se as células com o corante pancrômico de Rosenfeld e
contadas em microscópio óptico, utilizando-se objetiva de imersão em óleo. Foram contadas
100 células em cada lâmina, diferenciando-as em: neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e
linfócitos. O número de células diferenciadas foi calculado pelo percentual encontrado em
relação ao número total de células. Os resultados obtidos na contagem diferencial foram
expressos como número de neutrófilos por mL do lavado peritoneal.
Os resultados são expressos como média ± E.P.M. (erro padrão da média) do número de
células x 10
6
/mL de fluido peritoneal.
Foi utilizada a dose de 364,22 mg/kg (n = 06) de OEHc v.o. para o grupo tratado uma
hora antes de se iniciar o teste, assim como a droga padrão dexametasona 1 mg/kg (n = 06)
i.p.
4.8. Análise estatística
Os resultados foram apresentados como média ± E.P.M. (erro padrão da média), onde n
representa o número de animais. Os resultados que apresentaram probabilidade de ocorrência
da hipótese de nulidade menor que 5% (P<0,05) foram considerados estatisticamente
significantes. Para comparação das médias foram utilizados ANOVA (Análise de variância
one-way) seguida de um método de múltiplas comparações (Teste de Student-Newman-Keuls
ou teste "t" de Student). A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa estatístico
Sigma Stat
®
.
5 – RESULTADOS
5.1. Obtenção do óleo essencial e identificação dos constituintes químicos
O óleo essencial, extraído por hidrodestilação, apresentou rendimento de 0,6%.
Foram identificados cerca de 99,9% da composição química do óleo essencial, com
predominância de monoterpenos 94,5%, sendo encontrados em maior concentração 1,8
cineol (34%), α-pineno (26%) e β-pineno (11,4%).
A quantidade relativa de cada constituinte com seus respectivos índices de retenção (IR)
estão mostrados na tabela 1, Anexo.
Tabela 1. Composição química do óleo essencial de H. crenata e quantidade relativa de cada
constituinte.
Constituintes IR Quantidade relativa %
α-pineno 0939 26,1
β-pineno 0979 11,4
α-felandreno 1003 0,2
1,8 –cineol 1031 34
α-terpineno 1017 0,2
p-cimeno 1025 0,5
Limoneno 1029 0,5
γ-terpineno 1060 1,5
Hidrato de trans-sabineno 1098 0,1
Terpinoleno 1177 0,6
Linalol 1097 0,4
Exo-fenchol 1122 0,2
Endo-fenchol 1117 0,2
Cânfora 1146 10
Hidrato de canfeno 1150 -
Tabela 1. Composição química do óleo essencial de H. crenata e quantidade relativa de cada
constituinte. (Continuação)
Isoborneol 1162 0,1
Borneol 1169 4,8
4-terpineol 1177 0,9
α-terpineol 1189 2,3
Metil-timol 1235 0,4
Timol 1290 0,1
Acetato de isobornila 1286 -
Carvacrol 1299 0,1
α-longipineno 1353 0,5
Isoledeno 1376 -
α-copaeno 1377 -
β-cariofileno 1499 0,7
Aromadendreno 1441 0,1
Seicheleno 1447 0,1
Alo-aromadendreno 1460 0,8
Cis-eudesma-6,11-dieno 1490 0,1
Deidro-aromadendreno 1463 0,2
γ-himachaleno 1486 0,1
Viridifloreno 1497 0,3
β-himacheleno 1505 0,2
Espatulenol 1578 0,1
Óxido de cariofileno 1583 0,1
Globulol 1585 0,2
Veridiflorol 1593 1,4
Tabela 1. Composição química do óleo essencial de H. crenata e quantidade relativa de cada
constituinte. (Continuação)
β-eudesmol 1651 0,1
10-epi-y-eudesmol 1624 0,4
Quantidade relativa de cada constituinte do óleo essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth.
com seus respectivos índices de retenção (IR).
5.2. Toxicidade aguda (DL
50
)
Nos camundongos, as mudanças comportamentais observadas foram: quietação e
dificuldade de locomoção.
Não houve morte dos animais na dose de 1000 mg/kg, porém nas doses de 2000 e 5000
mg/kg a percentagem de morte foi de 20% e de 50% respectivamente, desta forma, fica
determinado o valor da DL
50
que é 5000 mg/kg (Figura 2).
Figura 2. Determinação da DL
50
em camundongos do efeito da administração do OEHc
(1000, 20000 e 5000 mg/kg v.o.). Ordenadas: Percentagem de morte. Abscissas: Doses
utilizadas em mg/kg.
r – coeficiente de correlação.
Dose (mg/kg)
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Percentagem de morte
0
10
20
30
40
50
60
r = 0,9862
y = 763,1579x + 81,5789
5.3. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido por ácido acético
A administração oral de OEHc nas doses de 250, 350 e 500mg/kg uma hora antes da
aplicação i.p. de ácido acético 0,6% reduziu significativamente o número de contorções
abdominais, de forma dose-dependente, quando comparadas ao grupo controle em 22,56%,
60,76% e 75,53%, respectivamente. A indometacina, droga que inibe a síntese de
prostaglandinas, reduziu em 75,26% o número de contorções em relação ao grupo controle
(Figura 3; Anexo).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Controle
OEHc 250 mg/kg
OEHc 350 mg/kg
OEHc 500 mg/kg
Indometacina 5 mg/kg
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
OEHc
Nº de contorções
Figura 3. Efeito do OEHc (250, 350, 500 mg/kg v.o.) e da indometacina (5 mg/kg v.o.) sobre
o estímulo nociceptivo induzido por ácido acético 0,6% em camundongos. Cada coluna
representa média ± E.P.M. (erro padrão da média). *** P< 0,001 quando comparado ao grupo
controle; ANOVA; Teste Student Newman-Keuls.
5.4. Determinação da dose efetiva mediana (DE
50
)
O OEHc, nas doses de 250, 350 e 500 mg/kg reduziu em 22,57 %, 54,32 % e 75,52 %,
respectivamente, as contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, quando comparadas
ao grupo controle. A DE
50
encontrada foi de 364,22 mg/kg e o coeficiente de correlação igual
a 0,9341 (Figura 4).
Figura 4. Determinação da DE
50
em camundongos através da regressão linear do efeito da
administração do OEHc (250, 350 e 500 mg/kg v.o.) sobre as contorções induzidas por ácido
acético 0,6% i.p. r
– coeficiente de correlação.
5.5. Determinação do índice terapêutico (IT)
O índice terapêutico, calculado através da equação: IT= 5000/364,22 apresentou um
valor de 13,73.
5.6. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido na placa quente
O tratamento com OEHc v.o. uma hora antes da estimulação térmica, não foi capaz de
aumentar o tempo de resposta (latência) ao estímulo térmico quando comparado ao grupo
controle. Porém, a morfina, um analgésico opióide, aumentou significativamente o tempo de
latência em relação ao grupo controle nos tempos 30, 60, 90 e 120 min (Figura 5; Anexo).
Doses (mg/kg)
200
250 300
350 400 450 500 550
Percentagem de inibição
10
20
30
40
50
60
70
80
90
y = – 21,4563x + 0,2029
r
= 0,9341
0 20 40 60 80 100 120 140
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Controle
OEHc 364,22 mg/kg
Morfina 10 mg/kg
*
Tempo (min.)
Latência (s)
***
***
**
Figura 5. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da morfina (10 mg/kg s.c.) sobre o estímulo
nociceptivo térmico (55± 0,1°C) induzido em camundongos.
Cada ponto representa média ± E.P.M. (erro padrão da média) de dez animais. * P< 0,05, **
P< 0,01 e *** P< 0,001 quando comparado ao grupo controle; ANOVA, teste "t" de Student.
5.7. Efeito do OEHc sobre o teste da formalina
Neste teste, a dose de 364,22 mg/kg de OEHc foi capaz de reduzir significativamente o
tempo de lambida, em relação ao grupo controle, na primeira fase em 26,49% (Figura 6,
Anexo) e na segunda fase em 43,39% ( Figura 7, Anexo). A morfina foi capaz de reduzir
significativamente o tempo de lambida nas duas fases 81,85% (1ª fase) e 94,25% (2ª fase).
Porém, o OEHc não teve efeito aditivo quando administrado junto à morfina.
0
15
30
45
60
75
Controle
OEHc 364,22 mg/kg
Morfina 4 mg/kg
Naloxona 1 mg/kg
OEHc + Naloxona
Morfina + Naloxona
OEHc
Morfina + OEHc
b
OEHc + Nal. OEHc + Morf.
***
**
Tempo de Lambida (s)
Figura 6. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da morfina (4 mg/kg s.c.) sobre o teste da
formalina na primeira fase.
Cada grupo representa média ± E.P.M. (erro padrão da média). ** P < 0,01, *** P < 0,001
quando comparado ao grupo controle; b (P < 0,001) quando comparado ao agonista mais
antagonista versus agonista sozinho; ANOVA, Teste Student Newman-Keuls.
0
50
100
150
200
250
Controle
OEHc 364,22 mg/kg
Morfina 4 mg/kg
Naloxona 1 mg/kg
OEHc + Naloxana
Morfina + Naloxona
*
Morfina + OEHc
*
OEHc
OEHc + Naloxona
OEHc + Morf.
a
b
***
Tempo de Lambida (s)
Figura 7. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da morfina (4 mg/kg s.c.) sobre o teste da
formalina na segunda fase.
Cada grupo representa média ± E.P.M. (erro padrão da média). ** P < 0,01 e *** P < 0,001
quando comparado ao grupo controle, a e b (P < 0,001) quando comparado ao agonista mais
antagonista versus agonista sozinho; ANOVA, Teste Student Newman-Keuls.
5.8. Efeito do OEHc sobre a dermatite induzida pelo óleo de croton
A administração oral de 364,22 mg/kg de OEHc foi capaz de inibir significativamente
a dermatite induzida pelo óleo de croton em 44,26% em relação ao grupo controle. A
dexametasona inibiu em 92,85% (Figura 8, Anexo).
0
1
2
3
4
5
6
7
Controle
OEHc 364,22 mg/kg
Dexametasona 5 mg/kg
___
***
OEHc
***
Edema mg
Figura 8. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e da dexametasona (5 mg/kg v.o.) sobre a
dermatite induzida pelo óleo de croton em camundongos.
Cada grupo representa média ± E.P.M. (erro padrão da média). *** P < 0,001 quando
comparado ao grupo controle; ANOVA, Teste Student Newman-Keuls.
5.9. Edema de pata induzido por dextrana
A administração de OEHc (364,22 mg/kg v.o.) reduziu o edema induzido por dextrana
1% em 62,04% , 75,59%, 76,44%, 74,55% nos tempos de 30, 60, 90 e 120 minutos,
respectivamente, quando comparada ao grupo controle. A ciproeptadina foi capaz de reduzir o
edema em 77,96%, 87,46%, 93,6%, 94,55% nos tempos de 30, 60, 90 e 120 minutos,
respectivamente (Figura 9; Anexo).
0 30 60 90 120 150
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
Controle
Ciproeptadina 5 mg/kg
OEHc 364,22 mg/kg
**
**
***
***
***
***
***
Tempo (min.)
Edema (mm)
***
Figura 9. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg, v.o.) e ciproeptadina (5 mg/kg, v.o. ) sobre o
edema induzido por dextrana (1000µg/pata) em ratos .
Cada grupo representa média ± E.P.M. (erro padrão da média). ** P < 0,01, *** P < 0,001
quando comparado ao grupo controle; ANOVA, teste "t" de Student.
5.10. Edema de pata induzido por carragenina
A administração de OEHc (364,22 mg/kg v.o.) não foi capaz de reduzir o edema
induzido por carragenina 1%. Já a indometacina (10 mg/kg, v.o.) foi capaz de reduzir o edema
em 52,66%, 67,27%, 61,49%, 64,51%, 65,86% nos tempos de 1, 2, 3, 4 e 5 horas,
respectivamente, quando comparada ao grupo controle (Figura 10, Anexo).
0 1 2 3 4 5 6
0
1
2
3
4
5
6
Controle
OEHc 364,22 mg/kg
Indometacina 10 mg/kg
*
Tempo (h)
Edema (mm)
**
***
***
***
Figura 10. Efeito do OEHc (364,22 mg/kg, v.o.) e indometacina (5 mg/kg, v.o. ) sobre o
edema induzido por carragenina (1000µg/pata) em ratos .
Cada grupo representa média ± E.P.M. (erro padrão da média). * P < 0,05 , ** P < 0,01 *** P
< 0,001 quando comparado ao grupo controle; ANOVA, teste "t" de Student.
5.11. Peritonite em ratos induzida por carragenina
Neste teste, a concentração de leucócitos após 4 horas aumentou para 7,97x10
6
células/mL, definido como 100% de migração de leucócitos. a concentração de neutrófilos
após 4 horas da administração da carragenina aumentou para 6,88x10
6
celulas/mL, também
definido como 100% de migração de neutrófilos. Quando os animais foram tratados com
OEHc (364,22 mg/kg, v.o.) ou dexametasona (1 mg/kg, i.p.) houve uma diminuição
significativa do número total de leucócitos em 47,55% e 63,24%, respectivamente (Figura 11,
Anexo) e do número de neutrófilos em 66,47% e 91%, respectivamente (Figura 12, Anexo)
demonstrando inibição das células envolvidas no processo inflamatório induzido por
carragenina.
0
2
4
6
8
Carragenina 300 µg/ mL
OEHc 364,22 mg/kg
Dexametasona 1 mg/kg
OEHc
***
***
de neutrófilos x
10
6
/mL
Figura 11. Efeito de administração OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e dexametasona (1 mg/kg i.p.)
na inflamação aguda induzida por carragenina, medida pela concentração de leucócitos no
fluido peritoneal (peritonite).
Cada grupo representa média ± E.P.M. (erro padrão da média), de 6 animais. ** P < 0,01 e
*** P < 0,001 quando comparado ao controle; (ANOVA, Teste de Student Newman Kuels).
0
2
4
6
8
Carragenina 300 µg/ mL
OEHc 364,22 mg/kg
Dexametasona 1 mg/kg
OEHc
***
***
de neutrófilos x
10
6
/mL
Figura 12. Efeito de administração de OEHc (364,22 mg/kg v.o.) e dexametasona (1 mg/kg,
i.p.) na inflamação aguda induzida por carragenina, medida pela concentração de neutrófilos
no fluido peritoneal (peritonite).
Cada grupo representa média ± E.P.M. (erro padrão da média), de 6 animais. *** p < 0,001
quando comparado ao controle; ANOVA, Teste Student Newman Kuels.
6 – DISCUSSÃO
Hyptis crenata (Pohl) ex Benth. é uma planta rasteira encontrada na foz do rio
amazonas, no arquipélago do Marajó, nos estados do Pará e Amapá (MAIA et al., 2001). O
chá de suas folhas é popularmente usado como antiinflamatório (BERG, 1993).
Foi demonstrado por REBELO (2006) que o extrato dessa planta possui um alto poder
antioxidante e citotóxico, reforçando a importância dos produtos naturais como fonte de
novos fármacos.
A análise do OEHc através de CGL e CG-EM mostrou que um predomínio de
monoterpenos (94,5%) em relação aos outros constituintes. Este resultado corrobora com os
resultados obtidos por Scramin et al., (2000), demonstrando que o perfil cromatográfico deste
óleo é semelhante ao encontrado na literatura. Sabe-se que compostos monoterpênicos estão
envolvidos com a atividade antiinflamatória (Silva et al., 2003; Heras et al., 2003; Santos et
al., 2004) e antinociceptiva (SILVA et al., 2006; SOUSA et al., 2007).
As doses utilizadas para a realização dos testes foram bem inferiores em relação à
DL
50
. Além disso, o OEHc apresentou um alto índice terapêutico, ou seja, 13,73. De acordo
com Yacubian (2007), uma droga é considerada como de índice ou faixa terapêutica estreita
quando a relação entre a concentração tóxica mais baixa, na qual comumente ocorre
toxicidade clínica, e a concentração que provê efeito terapêutico é = 2. Desta forma, os altos
valores da DL
50
e do índice terapêutico demonstram que as doses utilizadas para os testes
foram seguras e não tóxicas para os animais.
Atualmente, o uso clínico de novas substâncias com atividade analgésica utilizadas
principalmente para o tratamento de vários tipos de dor (tanto de origem neurogênica quanto
inflamatória), vem aumentando significativamente. Vários modelos de nocicepção em animais
de laboratórios podem ser utilizados para verificar atividade analgésica de extratos e
compostos. No entanto, esses modelos possuem características próprias, que devem ser
consideradas, tais como simplicidade, reprodutibilidade e validade dos resultados obtidos e
principalmente, a possibilidade de serem correlacionados com estudos clínicos
(DICKENSON; BESSON, 1997; PIETROVSKI, 2004).
No presente estudo, para a avaliação da atividade antinociceptiva, foram utilizados
modelos de estudo baseados em estímulo nociceptivo químico, como a formalina e o ácido
acético, e estímulo térmico (placa quente).
A resposta das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético é amplamente
utilizada para identificar possível participação na atividade antinociceptiva periférica dos
compostos (GUZZO et al., 2008). O ácido acético age liberando mediadores endógenos que
estimulam os neurônios nociceptivos. Em camundongos provoca, em vel peritoneal, um
aumento nos níveis de PGE
2
e PGF
2α
, serotonina, histamina (DERAEDT et al., 1980),
liberação de bradicinina e citocinas, como, TNF-α e IL-8 (RIBEIRO et al., 2000).
Neste teste, o OEHc foi capaz de reduzir significativamente essas contorções em todas
as doses utilizadas, demonstrando um efeito dose-dependente, com uma DE
50
de 364,22
mg/kg e inibição de 75,53 % na dose de 500 mg/kg. Este resultado demonstra um efeito
antinociceptivo periférico, interferindo com a fase aguda do processo inflamatório.
Embora as contorções abdominais induzidas pelo ácido acético representem um modelo
de nocicepção periférica, o qual consiste em estímulos de alta intensidade e a resposta
nociceptiva de curta duração, este não é um modelo específico, uma vez que diferentes classes
de substâncias também inibem as contorções como: hipotensores, depressores e estimulantes
do sistema nervoso, anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos
(BRAGGIO et al., 2002).
Portanto, a interpretação da redução da dor através do estímulo pelo ácido acético, deve ser
conduzida de forma cautelosa e levando-se em consideração os resultados de outros testes.
O teste da placa quente caracteriza-se por apresentar uma resposta rápida ao estímulo
nocivo, mediada pela ativação dos nociceptores (fibras C e Aδ), conduzindo o impulso ao
corno dorsal da medula espinhal e posteriormente aos centros corticais, sendo que a resposta é
proporcional à frequência e classe de fibras responsáveis pela mensagem (DICKENSON;
BESSON, 1997). Neste teste, o OEHc não foi capaz de aumentar significativamente o tempo
em que os animais permaneciam sobre a placa aquecida, não demonstrando, assim, atividade
analgésica central.
Para confirmar a atividade analgésica do OEHc, foi realizado o teste da formalina, que é
mais específico e muito utilizado para o estudo de nocicepção. Este teste representa um
modelo de estudo de dor moderada e tônica (HUNSKAAR et al., 1985). Apresenta duas fases
distintas, as quais refletem dois tipos diferentes de dor. A primeira fase (dor neurogênica) tem
sido atribuída ao efeito direto e imediato do agente flogístico sobre fibras aferentes
nociceptivas (CHICHORRO et al., 2004; SILVA et al., 2006), enquanto a segunda fase
representa um tipo de dor inflamatória (HUNSKAAR e HOLE, 1987), caracterizada pelo
surgimento de um processo inflamatório local, onde são produzidos mediadores da
inflamação.
Fármacos antiinflamatórios, esteroidais e não-esteroidais, reduzem a resposta dos
animais apenas na segunda fase do teste da formalina, exceto o ácido acetilsalicílico e o
paracetamol, os quais são eficazes em ambas as fases (HUNSKAAR; HOLE, 1987).
Neste teste, o OEHc foi capaz de reduzir a dor durante as duas fases do processo álgico.
Na primeira fase, o OEHc inibiu em 26,49% o tempo de lambida, sendo mais pronunciada na
segunda fase, 43,39%. A ação do OEHc durante o desenvolvimento da dor neurogênica,
sugere uma ação direta sobre as fibras aferentes nociceptivas, que pode reduzir o limiar de
estimulação dos neurônios do corno dorsal (RODOLPH & PETERS, 1997), através do
antagonismo a canais iônicos para ácidos; a receptores vanilóides e/ou de glutamato
localizados nas fibras aferentes (SMIDERLE et al., 2008).
A inibição do processo álgico durante a fase inflamatória sugere a existência de
substâncias no óleo que possam de atuar sobre as terminações nervosas periféricas, através da
inibição de ciclooxigenases (ASONGALEM et al., 2004; NOGUEIRA, 2004).
Adicionalmente, o efeito analgésico do OEHc parece ser decorrente de mecanismos que
dependem da ativação do sistema opióide, uma vez que a naloxona, um antagonista opióide,
foi capaz de reverter o efeito do OEHc na segunda fase.
A possível atividade antiinflamatória paralela à ação analgésica do OEHc foi testada
através dos modelos da dermatite induzida pelo óleo de croton em camundongos, edema de
pata desenvolvido por dextrana e carragenina e peritonite induzida por carragenina, em ratos.
A dermatite induzida pelo óleo de croton, em orelhas de camundongo, representa um
modelo muito útil para estudar a atividade antiinflamatória de drogas esteroidais e não-
esteroidais (TUBARO et al., 1985; GOMIG et al., 2008). A aplicação local deste óleo envolve
a ativação da fosfolipase A
2
e, consequentemente, biossíntese de prostaglandinas e
leucotrienos (MELO et al., 2006). Também induz uma resposta inflamatória significativa,
caracterizada por edema, infiltração de neutrófilos e aumento da permeabilidade vascular. A
maioria das atividades do óleo de croton parece estar envolvida com metabólitos do ácido
araquidônico (ZHANG et al., 2007).
Os resultados demonstram que o OEHc foi capaz de inibir o desenvolvimento do edema
de orelha na dose de 364,22 mg/kg, podendo sugerir que este óleo atue sobre a fosfolipase A
2
e consequentemente, impedindo a liberação dos metabólitos do ácido araquidônico assim
como a formação do edema, infiltração e proliferação celular (OTUKI et al., 2005).
A dextrana, utilizada no teste do edema de pata em ratos, é um polissacarídeo que
provoca liberação de histamina e serotonina dos mastócitos durante a formação do edema
(CARVALHO et al. 1999; ANDRADE et al., 2007), interagindo com seus respectivos
receptores (H
1
, H
2
e 5HT
2
) que residem no endotélio dos micro-vasos.
O OEHc reduziu de forma significante em todos os tempos o edema provocado pela
dextrana, sugerindo que este óleo possua uma atividade sobre os eventos vasculares da
inflamação possivelmente pela supressão na liberação de histamina e serotonina pelos
mastócitos e/ou pela ação sobre os receptores histaminérgicos (ROOME et al., 2008).
O edema induzido por carragenina é comumente utilizado como modelo de inflamação
aguda (GUPTA et al., 2003), que provoca um edema em três fases (DI ROSA et al., 1971),
rico em proteínas e neutrófilos (GUPTA et al., 2003; ZHANG et al., 2007). A primeira hora é
caracterizada pelo aumento da permeabilidade vascular, mediada pela histamina e serotonina.
Na segunda hora, este aumento é mediado por cininas. O pico máximo do edema ocorre na
terceira hora após a injeção de carragenina, que é caracterizado pela ação de prostaglandinas
sobre a permeabilidade vascular (DI ROSA e WILLOUGHBY, 1971).
Apesar do OEHc não ter tido um efeito inibitório sobre o edema induzido por
carragenina, foi demonstrado que este óleo possa ter atividade sobre a liberação de histamina
e serotonina, efeito observado no teste do edema induzido por dextrana. Talvez houvesse a
necessidade de utilizar doses maiores para observar um efeito inibitório.
O método da peritonite induzida por carragenina permite avaliar a evolução da migração
leucocitária para a cavidade peritoneal. A peritonite avalia a migração leucocitária, por meio
da contagem de leucócitos (x 10
3
/mm
3
) presentes no exsudato liberado na cavidade peritoneal,
após a administração de carragenina, 4 horas antes da contagem das células. A infiltração de
leucócitos no local da inflamação agrava a reação inflamatória produzindo quantidades
excessivas de enzimas proteolíticas, espécies reativas de oxigênio, eicosanóides e citocinas,
causando danos ao tecido (ROOME et al., 2008).
Os resultados obtidos sugerem que o OEHc inibe a migração de leucócitos e neutrófilos
na cavidade peritoneal provavelmente através da diminuição da vasodilatação dos capilares
presentes na membrana peritoneal e da abertura de grandes poros causada por células e
mediadores inflamatórios como neutrófilos e prostaglandina E
2
(PAULINO et al. 2008).
Este estudo sugere que o óleo essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex. Benth. apresenta
efeito antinociceptivo, o qual pôde ser detectado em modelos de estudo baseados em estímulo
nociceptivo químico, como a formalina e o ácido acético, mas não em modelos com estímulo
térmico (placa quente). Indicam, também, uma atividade antiinflamatória demonstrada nos
testes da dermatite induzida pelo óleo de croton, edema de pata induzido por dextrana e
peritonite induzida pela carragenina. Estas atividades provalvelmente estão relacionadas à
presença de compostos monoterpênicos, que representam como o 94,5% deste óleo.
7 – CONCLUSÃO
O presente trabalho demonstra que o óleo essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth.,
além da boa margem de segurança, apresenta um efeito antinociceptivo e antiinflamatório
provavelmente devido à:
- redução do número de contorções induzidas por ácido acético;
- atenuação da resposta da fase (neurogênica) e da fase (inflamatória) no teste da
formalina, além da reversão do efeito do OEHc causada pela naloxona;
- inibição do desenvolvimento do edema de orelha, em camundongos, induzido pelo
óleo de croton;
- inibição do edema de pata induzido pela dextrana;
- inibição da peritonite induzido pela carragenina.
Desta forma, estes resultados sugerem que as atividades antinociceptiva e
antiinflamatória do óleo essencial de Hyptis crenata possam ser consequência de uma inibição
da liberação de histamina, serotonina ou por agir sobre seus receptores; pela inibição da
fosfolipase A
2
e/ou ciclooxogenases e pela atuação sobre as fibras aferentes nociceptivas e
receptores opióides. Estas prováveis ações podem ser devido aos compostos monoterpênicos
presentes neste óleo (94,5%), porém outros estudos são necessários para confirmar esta
hipótese.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 2. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido por ácido acético 0,6% em
camundongos.
Grupo Dose (mg/kg) Nº de contorções % de inibição
Controle - 67,00±4,86 -
OEHc 250 51,89±4,96 22,56***
OEHc 350 30,60±2,44 60,76***
OEHc 500 16,40±1,64 75,53***
Indometacina 5 16,57±2,70 75,26***
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) do número de contorções
observadas durante vinte minutos após dez minutos da injeção de ácido acético 0,6%.*** P<
0,001; ANOVA; Teste Student Newman-Keuls.
Tabela 3. Efeito do OEHc sobre o estímulo nociceptivo induzido na placa quente em
camundongos.
Grupo Dose
(mg/kg)
0
30
Tempo (min)
60
90
120
Controle
--- 7,60±0,80
7,60±0,94 9,30±0,94 7,50±0,48 7,80±0,63
OEHc 364,22
5,67±0,85
7,55±0,80 8,11±1,01 9,78±1,43 8,67±0,96
Morfina 10 9,10±0,59
34,03±3,40***
24,93±3,22***
19,21±3,36**
15,51±3,42*
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) do tempo expresso em
segundos nos períodos 0, 30, 60, 90 e 120 minutos em que os animais foram submetidos ao
estímulo térmico. * P< 0,05, ** P< 0,01 e *** P<0,001; ANOVA; teste "t" de Student.
Tabela 4. Efeito do OEHc sobre o teste da formalina em camundongos.
Grupo Dose mg/kg Nº de
Lambidas
% de inibição
(1ª fase)
Nº de
Lambidas
% de inibição
(2ª fase)
Controle - 67,20±2,65 - 163,50±15,02
-
OEHc 364,22 49,44±2,22 26,49** 92,56±10,96 43,39**
Morfina 4 12,20±3,96 81,85*** 4,40±2,87 94,25***
Naloxona 1 61,70±3,65 - 154,33±17,98
-
OEHc x Naloxona 364,22 x 1 44,63±5,33 27,66 168,75±28,30
-
Morfina x Naloxona 4 x 1 42,46±6,6 - 103,67±20,43
-
OEHc x Morfina 364,22 x 4 13,90±2,96 - - -
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) do tempo de latência
observado nos cinco primeiros minutos e nos quinze últimos minutos após a injeção
intraplantar de formalina. ** P< 0,01 e *** P<0,001; ANOVA; Teste Student Newman-
Keuls.
Tabela 5. Efeito do OEHc sobre a dermatite induzida pelo óleo de croton em camundongos.
Grupo Dose (mg/kg)
Peso das orelhas
(mg)
% de inibição
Controle - 6,71±0,90 -
OEHc 364,22 3,74±0,61 44,26***
Dexametasona 10 0,48±0,14 92,85***
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) da diferença de peso entre as
orelhas esquerda e direira. ***P< 0,001; ANOVA; Teste Student Newman-Keuls.
Tabela 6. Efeito do OEHc sobre o edema induzido por dextrana.
Grupo Dose Tempo (min)
0 30 60 90 120
Controle - 0 2,45±0,21 2,95±0,32
2,97±0,24
2,20±0,31
OEHc 364,22 0 0,93±0,35** 0,72±0,33***
0,70±0,38***
0,56±0,35**
Ciproeptadina
5 0 0,54±0,11***
037±0,04***
0,19±0,05***
0,12±0,05***
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) da diferença do volume do
edema nas patas dos ratos. **P< 0,01 e ***P< 0,001; ANOVA; teste "t" de Student.
Tabela 7. Efeito do OEHc sobre o edema induzido por carragenina.
Grupo Dose Tempo (h)
indometacina
0
1 2 3 4 5
Controle - 0
1,48±0,36 3,30±0,35 4,57±0,47 4,10±0,44 3,51±0,33
OEHc 364,22
0
2,08±0,23 2,86±0,30 3,39±0,35 3,40±0,38 2,87±0,39
Indometacina
10 0
0,89±0,23*
1,08±0,37
**
1,71±0,3
1
***
1,48±0,27
***
1,27±0,28
***
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) da diferença do volume do
edema nas patas dos ratos. *P< 0,05, **P< 0,01 e ***P< 0,001; ANOVA; teste "t" de
Student.
Tabela 8. Efeito do OEHc sobre na migração de leucócitos induzidas por carragenina.
Grupo Dose (mg/kg)
Número de neutrófilos x
10
6
% de inibição
Controle - 7,97±1,25 -
OEHc 364,22 4,18±0,74 47,55**
Dexametasona 1 2,93± 0,49 63,24***
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) da concentração de leucócitos
no fluido peritoneal dos ratos. ** P< 0,01 e *** P<0,001; ANOVA; Teste Student Newman-
Keuls.
Tabela 9. Efeito do OEHc sobre na migração de neutrófilos induzidas por carragenina.
Grupo Dose (mg/kg) Número de neutrófilos x 10
6
% de inibição
Controle - 6,89±0,61 -
OEHc 364,22 2,31±0,46 66,47***
Dexametasona 1 0,62± 0,34 91***
Os valores representam média ± E.P.M. (erro padrão da média) da concentração de
neutrófilos no fluido peritoneal dos ratos.*** P<0,001; ANOVA; Teste Student Newman-
Keuls.
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