Download PDF
ads:
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
Leticia Ruhland Corrêa
AVALIAÇÃO CLÍNICA DE UM SENSOR DIGITAL INTRA-ORAL:
COMPARAÇÃO COM FILME RADIOGRÁFICO CONVENCIONAL
Florianópolis
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
Leticia Ruhland Corrêa
AVALIAÇÃO CLÍNICA DE UM SENSOR DIGITAL INTRA-ORAL:
COMPARAÇÃO COM FILME RADIOGRÁFICO CONVENCIONAL
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Odontologia da
Universidade Federal de Santa Catarina,
área de concentração em Radiologia
Odontológica, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Odontologia Área de Concentração
Radiologia.
Orientador: Prof. Dr. Murillo José Nunes
de Abreu Junior.
Florianópolis
2006
ads:
3
Catalogação na fonte por Onélia S. Guimarães CRB-14/071
Catalogação na fonte por: Vera Ingrid Hobold Sovernigo CRB-14/009
C824a Corrêa, Leticia Ruhland
Avaliação clínica de um sensor digital intra-oral: comparação
com filme radiográfico convencional / Leticia Ruhland Corrêa;
orientador Murillo José Nunes de Abreu Junior. Florianópolis,
2006.
80 f.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa
Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-
Graduação em Odontologia - Opção Radiologia.
Inclui bibliografia
1. Radiografia dentária digital. 2. Filme radiográfico. 3.
Radiologia. I. Abreu Júnior, Murillo José Nunes de. II.
Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-
Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU 616.314-
073.75
4
Leticia Ruhland Corrêa
AVALIAÇÃO CLÍNICA DE UM SENSOR DIGITAL INTRA-ORAL:
COMPARAÇÃO COM FILME RADIOGRÁFICO CONVENCIONAL
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de MESTRE EM
ODONTOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO RADIOLOGIA, e aprovada em sua
forma final pela banca examinadora composta pelos professores abaixo
relacionados e designada pela Coordenação do Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 14 de março de 2006.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Murillo José Nunes de Abreu Jr.
_____________________________________________
Prof. Dr. Mauro Guilherme de Barros Quirino Martins
_____________________________________________
Prof. Dra. Naira Maria Mascarenhas Baratieri
5
Dedicatória
___________________________________________________________________
6
Ao meu filho, Guilherme, por todo amor
que ele produz em mim.
Ao meu marido, Márcio, companheiro de
todas as horas, testemunha da minha
vida, pelo apoio e incentivo.
Aos meus pais, Irapuan e Léa, que me
deram a vida e as oportunidades para
seguir adiante.
7
Agradecimentos
___________________________________________________________________
8
Ao meu orientador, Professor Dr. Murillo José Nunes de Abreu Júnior, orientador
competente e dedicado, pelos conhecimentos transmitidos.
Aos pacientes que participaram deste trabalho, pela compreensão, que
possibilitaram a realização desta pesquisa.
Às minhas colegas de Mestrado, Michella e Scheila, pela amizade, pela juventude, e
por terem participado deste trabalho, dedicando seu tempo precioso.
Aos professores da Radiologia Dr. Márcio Corrêa, Dr. Murillo José Nunes de Abreu
Júnior, Profa. Inês Vilain, por terem dedicado tempo valioso na avaliação das
imagens deste trabalho.
Aos professores do programa de Pós-Graduação em Odontologia - área de
concentração Radiologia Dra. Liliane Janete Grando, Dr. Márcio Corrêa, Dr. Murillo
José Nunes de Abreu Júnior, pelo apoio e confiança.
À Professora Dra. Naira Maria Mascarenhas Baratieri, pelo incentivo.
Ao colega Daniel, brilhante em seus conhecimentos de informática aplicada à área
médica, que me socorreu nos momentos difíceis.
À empresa Trophy pelo sensor digital utilizado neste trabalho.
À Dra. Ann Wenzel, pela atenção ao responder meus e-mails e questionamentos e
pela confiança no empréstimo dos seus sensores digitais.
À Universidade Federal de Santa Catarina, pela oportunidade de crescimento
profissional.
Aos professores da Radiologia Dr. Márcio Corrêa, Dr. Murillo José Nunes de Abreu
Júnior, Profa. Inês Vilain e Prof. Edemir Costa, pelos ensinamentos.
Ao Sr. Vilmar, da Fabinject Dental, pelo empréstimo dos posicionadores para
sensores digitais.
Aos funcionários da Radiologia, Delmo, Ronaldo e Zulenir, pelo carinho.
Aos funcionários da Esterelização, pelo trabalho, pela compreensão e ajuda.
Aos funcionários da Triagem, pelo encaminhamento dos pacientes.
Aos funcionários da secretaria da Pós-Graduação Ana Maria Vieira Frandolozo e
Diego André Caron.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
9
Resumo
___________________________________________________________________
10
CORRÊA, Leticia Ruhland. Avaliação clínica de um sensor digital intra-oral:
comparação com filme radiográfico convencional. 2006. 84f. Dissertação
(Mestrado em Radiologia Odontológica) Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo comparar, através da realização de
exames radiográficos periapicais completos, um sensor digital e o filme radiográfico
convencional em quatro quesitos: número e tipos de erros observados nas imagens
radiográficas obtidas, qualidade geral das imagens, grau de conforto ou desconforto
experimentado pelos pacientes durante os exames e o tempo necessário para a
realização das aquisições radiográficas com os dois sistemas. Exames radiográficos
periapicais completos foram realizados por três radiologistas, em quarenta e cinco
pacientes, utilizando-se filme e sensor em quadrantes cruzados, perfazendo um total
de 360 radiografias convencionais e 450 digitais. O tempo de realização de cada
tomada radiográfica foi cronometrado. Os pacientes foram questionados, durante a
realização dos exames, quanto ao grau de conforto ou desconforto experimentado
nas diferentes regiões radiografadas. Um painel de 3 radiologistas analisou as
imagens quanto ao número e tipos de erros contidos nas imagens e quanto à
qualidade geral das mesmas. Um maior número de erros foi observado com o uso
do sensor digital quando comparado ao filme (p< 0,0001). A análise por regiões
dentais demonstrou haver diferença estatisticamente significativa nas regiões de 2°
molar superior, 1° molar superior, incisivos superiores, canino inferior e incisivos
inferiores (p< 0,05). Houve diferença estatisticamente significativa entre o sensor
digital e filme (p< 0,001) no quesito “qualidade geral” das imagens, sendo que um
maior número de imagens radiográficas de melhor qualidade foi obtido com o uso do
11
filme. Fazendo-se a individualização das regiões dentais, houve diferença
estatisticamente significativa na qualidade geral das radiografias nas regiões de 2°
molar superior, canino superior, incisivos superiores, 2° molar inferior, canino inferior
e incisivos inferiores. (p< 0,05). Houve diferença estatisticamente significativa entre o
sensor digital e o filme quanto ao grau de conforto ou desconforto com os dois
sistemas (p< 0,001), sendo que o sensor digital se mostrou mais desconfortável do
que o filme. Houve diferença estatisticamente significativa nas regiões 2° molar
superior, canino superior e incisivos superiores, onde o filme se mostrou mais
confortável que o sensor (p< 0,05). Em relação ao tempo necessário para a
realização das aquisições radiográficas, observou-se que não houve diferença entre
as modalidades (0,502). Os resultados permitiram concluir que: a) o uso de filme
radiográfico convencional resulta em um menor número de erros quando comparado
ao uso de um sensor digital na realização de exames radiográficos periapicais; b) o
uso de filme radiográfico convencional resulta em imagens radiográficas de melhor
qualidade geral quando comparado às imagens obtidas com o sensor digital na
realização de exames radiográficos periapicais; c) o filme radiográfico convencional
é menos desconfortável para o paciente que um sensor digital na realização de
exames radiográficos periapicais; e d) que o tempo necessário para a realização de
aquisições radiográficas periapicais com um sensor digital é semelhante ao
requerido pelo filme convencional.
Palavras-chave: radiografia, dental, digital, filme, paciente, erro, desconforto,
imagem radiográfica, qualidade, tempo.
12
Abstract
___________________________________________________________________
13
CORRÊA, Leticia Ruhland. Avaliação clínica de um sensor digital intra-oral:
comparação com filme radiográfico convencional. 2006. 84f. Dissertação
(Mestrado em Radiologia Odontológica) Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
ABSTRACT
The aim of the present study was to compare the clinical use of a digital sensor
and conventional film, through the realization of full mouth periapical examinations, in
four points: number and types of errors observed in the images, quality of the
images, degree of patient comfort or discomfort during the examinations and the
necessary time for taking the images with the two systems. Complete periapical
examinations were obtained of forty-five patients using a digital sensor and film using
a crossed split-mouth design, in a total of 360 conventional x-rays and 450 digital
images. The operating time to position and expose the receptor was registered. The
images were evaluated by a panel of three dental radiologists for the number and
types of errors. Each radiograph was also given an overall rating as excellent, good,
acceptable or unacceptable. A higher number of errors were observed with the use of
the digital sensor when compared with film (p< 0,0001). The digital sensor showed
more errors than film in the regions of upper second molar, upper first molar, upper
incisors, lower canine and lower incisors (p< 0,05). The film had images with more
quality in the regions of upper second molar, upper canine, upper incisors, second
lower molar, lower canine and lower incisors (p< 0,05) Patients felt film more
comfortable in the regions of upper second molar, upper canine and upper incisors.
Operating time was similar between digital sensor and film (p= 0,502). It can be
concluded that: a) the use of conventional film results in a lower number of errors and
b) the use of conventional film results in radiographic images of better quality when
14
compared with the use of a digital sensor in the accomplishment of periapical
examinations; c) film is more comfortable for the patient than a digital sensor in
periapical examinations; e d) the necessary time for the accomplishment of periapical
images with a digital sensor is similar to that required for film.
Keywords: radiography, dental, digital, film, patients, errors, discomfort, image
quality, time.
15
Sumário
___________________________________________________________________
16
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................. 08
ABSTRACT .............................................................................................. 12
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 18
2 OBJETIVOS .......................................................................................... 23
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................
23
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..............................................................
23
3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................ 25
4 PACIENTES, MATERIAIS E MÉTODOS .............................................. 30
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ......................................................
30
4.2 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ..............................................
30
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ..................................................
30
4.3.1 Critérios de Inclusão e Exclusão .....................................................
31
4.4 PROCEDIMENTOS ............................................................................
31
4.4.1 Aquisição de imagens.......................................................................
31
4.4.2 Exame radiográfico convencional.....................................................
33
4.4.2.1 Processamento radiográfico..........................................................
34
4.4.3 Exame radiográfico digital................................................................
34
4.4.4 Interpretação radiográfica.................................................................
35
4.4.5 Critérios de avaliação.......................................................................
37
4.4.6 Registro de dados.............................................................................
38
4.5 Métodos estatísticos............................................................................
39
17
5 RESULTADOS ...................................................................................... 42
5.1 NÚMERO E TIPOS DE ERROS .........................................................
42
5.2 QUALIDADE GERAL ..........................................................................
52
5.3 PERCEPÇÃO DE CONFORTO OU DESCONFORTO ......................
56
5.4 TEMPO DE REALIZAÇÃO DAS AQUISIÇÕES RADIOGRÁFICAS....
61
6 DISCUSSÃO ......................................................................................... 64
7 CONCLUSÕES ..................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 74
ANEXO ..................................................................................................... 77
APÊNDICES ............................................................................................. 79
18
Introdução
___________________________________________________________________
19
1 INTRODUÇÃO
A Radiologia médico-odontológica experimentou um desenvolvimento
extraordinário nas últimas décadas. Um dos avanços mais importantes foi a
introdução dos sistemas radiográficos digitais, que diferem dos sistemas
radiográficos convencionais por não utilizarem filmes.
Digitalizar significa transformar algo na linguagem eletrônica que é compreendida
pelo computador. Uma vez digitalizada a imagem, é possível armazená-la ou
transmití-la, e ainda manipular ou alterar eletronicamente a informação nela contida
(Emmott, L.F, 2005).
Existem dois tipos básicos de sistemas radiográficos digitais: os que utilizam
receptores de imagem na forma de placas de fósforo foto-estimulável, capturando a
imagem indiretamente, e os receptores de imagem ou sensores no estado sólido,
que capturam e digitalizam a imagem diretamente (Van der Stelt, 2000). As placas
de fósforo foto-estimulável, depois de expostas aos raios-X, são lidas por um
escaner a laser e a informação resultante desta leitura é transferida para um monitor
de computador sob a forma de imagem. Os sistemas no estado sólido, por sua vez,
utilizam um sensor composto por elementos eletro-eletrônicos e trabalham
conectados diretamente ao computador. Tais sistemas estão representados pela
tecnologia CCD (charge coupled-device: dispositivo com carga acoplada) e CMOS
(complementary metal-oxide semiconductor: semi-condutor metal-óxido
complementar). As diferenças entre os sistemas no estado sólido e as placas de
fósforo estão basicamente na velocidade de aquisição das imagens e na espessura
20
física dos receptores. Alguns poucos sistemas no estado sólido conectam-se ao
computador sem fio, via sinal de radio (Emmott, L.F, 2005).
Os sistemas de radiologia digital oferecem muitas vantagens:
? Obtenção imediata das imagens radiográficas, apesar de que apenas os
receptores no estado sólido permitem a visualização imediata das mesmas. A
rapidez é interessante na terapia endodôntica, cirurgia de implante, avaliação da
adaptação marginal de uma coroa ou restauração, colocação de pinos em dentes
tratados endodonticamente, na educação do paciente e em inúmeras outras
situações.
? Capacidade de ajustes e melhoramentos das imagens, permitindo alterações
de contraste e densidade, ampliação e colocação de cores e texturas nas imagens,
de modo a auxiliar no diagnóstico.
? Facilidade de armazenamento das imagens, permitindo o acesso às imagens
facilmente, além de economizar espaço por não necessitar de outro meio físico
senão o computador.
? Inexistência de processamento químico, não havendo necessidade de
instalações hidráulicas especiais em uma câmara escura e de soluções químicas de
processamento que são poluidoras do meio ambiente.
? A facilidade de comunicação com outros profissionais é uma das grandes
vantagens das imagens digitais por meio da transmissão rápida dos dados via
Internet.
? A diminuição da dose de radiação é a vantagem mais citada para o
crescimento dos sistemas digitais em comparação com os filmes convencionais. A
segurança no uso das radiações é uma questão importante em radiologia
21
odontológica. A quantidade de informação desejada deve ser obtida com a menor
quantidade de radiação possível (Christensen, 2004).
Como desvantagens dos sistemas digitais, podemos citar:
? O alto custo inicial dos equipamentos (Miles, 2000; Berkhout, 2002).
? Necessidade de aprender a utilizar a radiografia digital e o programa de
imagens.
? A presença do fio conectado ao sensor, embora não seja uma tarefa difícil, faz
com que o profissional precise esforçar-se inicialmente e necessite de um período de
aprendizado.
? Os sensores no estado sólido são mais espessos e volumosos do que o filme
intra-oral e do que as placas de fósforo foto-estimulável, o que pode causar maior
desconforto para o paciente durante a execução do exame radiográfico. Os
sensores no estado sólido têm espessuras que variam de 3mm a mais de 5mm. As
placas de fósforo são finas, porém não oferecem a vantagem da observação
imediata da imagem radiográfica.
? Os sensores no estado sólido são rígidos e por isso podem irritar os tecidos
intra-orais.
? Pode ocorrer a quebra do fio que conecta o sensor ao computador e este
necessitar de reparo ou substituição (Christensen, 2004).
Apesar dos inúmeros trabalhos existentes na literatura que comparam o uso dos
receptores de imagem digital com filmes convencionais em relação à qualidade de
imagem, tempo de exposição e outros aspectos, trabalhos clínicos com receptores
digitais que observaram o conforto ou o desconforto desta tecnologia sob o ponto de
vista do paciente são muito escassos ou inexistentes. Existe, portanto, a
necessidade de estudos mais direcionados para este aspecto. Da mesma forma,
22
pelo fato de tais receptores de imagem digital terem sido inseridos na prática clínica
da Radiologia apenas recentemente, também se observa a necessidade da
avaliação do número e tipos de erros realizados com os sistemas radiográficos
digitais, e do tempo necessário para a realização dos exames em relação ao sistema
radiográfico convencional com filmes.
23
Objetivos
___________________________________________________________________
24
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o uso clínico de um sensor intra-oral digital, comparando-o com o filme
radiográfico convencional.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Comparar o número e os tipos de erros observados em imagens radiográficas
periapicais obtidas com o uso de um sensor digital e de filme radiográfico
convencional.
b) Observar a qualidade geral das imagens radiográficas adquiridas com um
sensor digital e filme.
c) Avaliar a percepção de conforto ou desconforto do paciente durante o exame
radiográfico periapical utilizando-se um sensor digital e filme.
d) Comparar o tempo necessário para a realização de aquisições radiográficas
periapicais utilizando-se um sensor digital e filme.
25
Revisão da Literatura
___________________________________________________________________
26
3 REVISÃO DA LITERATURA
Poucos são os artigos publicados sobre o uso clínico de sensores digitais, assim
como fizeram Versteeg, Sanderink, Ginkel et al (1998), que estudaram a utilização
da radiografia periapical realizada com sensor digital e filme periapical em 50
pacientes, expondo 1 dente em cada paciente com ambos os sistemas. Três
tamanhos de receptores foram utilizados neste trabalho: filme periapical tamanho 1 e
2 e sensor digital tamanho 1. O estudo revelou certos problemas em se obter
imagens adequadas com o sensor digital, como por exemplo, o difícil
posicionamento na região de molares. Na maioria das vezes, houve corte do bordo
incisal dos dentes da região anterior. Vinte e oito por cento das imagens adquiridas
com o sensor digital e 6% das imagens adquiridas com o filme foram consideradas
inaceitáveis. Os autores concluíram que a radiografia periapical com sensor digital
leva o operador a realizar mais erros e mais repetições que com o filme
convencional.
Wenzel e Moystad (2001a) enviaram um questionário para os dentistas da
Noruega com o objetivo de saber quantos deles decidiram optar pelos sistemas
digitais. Quatorze por cento dos dentistas que responderam ao questionário
declararam que utilizavam sistemas digitais. Em seguida, Wenzel e Moystad (2001b)
avaliaram as características e opiniões dos dentistas da Noruega que utilizavam
sistemas digitais. Dois terços dos dentistas perceberam nos sistemas digitais uma
qualidade de imagem igual, ou melhor, que com filme convencional.
Sommers, Mauriello, Ludlow et al (2002) compararam o desempenho de
estudantes de Odontologia utilizando filme Ektaspeed Plus (Eastman Kodak,
Rochester, EUA) de tamanho 1 e 2 e sensor digital Schick (CDR Schick
27
Technologies Inc., Long Island City, EUA) de tamanho 1 e 2. Seus objetivos eram
comparar o número de erros de técnica, os tipos de erros, a freqüência de repetições
e a experiência de aprendizado utilizando ambos os sistemas. Vinte e oito alunos
realizaram dois levantamentos periapicais de dezoito filmes cada, um com filme
convencional e um com sensor digital em um manequim. Os alunos foram orientados
a realizar tantas radiografias quanto necessárias até que as mesmas estivessem
ideais, de acordo com as diretrizes da Universidade da Carolina do Norte (Chapel
Hill, NC, EUA). Um maior número de erros de técnica ocorreu utilizando-se o sensor
digital, sendo que o tipo de erro mais comum foi a angulação vertical incorreta
(53%). Com os filmes, o erro mais comum foi a angulação horizontal incorreta (66%).
Os alunos repetiram uma média de dez radiografias por série utilizando o sensor
digital e três radiografias por série, em média, utilizando o filme. Setenta e quatro por
cento dos estudantes relataram dificuldades em posicionar o sensor. Os autores
concluíram que o sensor CCD é uma boa ferramenta para técnicas de ensino, que o
sensor digital permite que o professor demonstre diferentes tipos de erros e
maneiras de corrigí-los sem ter que esperar a imagem ser processada. Mais
radiografias foram repetidas com o sensor digital, mas os alunos preferiram usar o
sistema digital devido à visualização imediata da imagem.
Berkhout, Sanderink e Van der Stelt (2003) enviaram um questionário para 473
dentistas holandeses que utilizavam sistemas radiográficos digitais e para 105
dentistas que utilizavam filmes radiográficos convencionais. As perguntas foram
sobre o número de radiografias periapicais realizadas no consultório. Compararam o
número de radiografias realizadas nos consultórios que possuíam radiologia digital e
nos consultórios que possuíam somente radiografia convencional e determinaram
razões para as diferenças nos números. Os dentistas que utilizavam sistemas de
28
fósforo relataram fazer 42,8 radiografias por semana em média, enquanto os
usuários dos sensores em estado sólido 48,4 radiografias por semana em média e
os usuários de filme convencional 32,5. Os autores observaram que os dentistas que
trabalhavam com radiologia digital faziam mais radiografias que os dentistas que só
trabalhavam com filmes. Os motivos citados pelos dentistas para se fazer mais
radiografias com os sistemas digitais foram: a necessidade de maior certeza sobre o
plano ou o andamento do tratamento e também melhor diagnóstico. Para 17% dos
dentistas que trabalhavam com os sistemas digitais, o fato de a radiografia digital
necessitar menos radiação que o filme convencional era um bom motivo para
realizar mais radiografias, sendo que 3% dos profissionais relataram que realizavam
mais radiografias para demonstrar o novo sistema para os pacientes. Os autores
citaram que os sistemas sólidos por serem menores, necessitavam de mais
radiografias para a obtenção da mesma informação diagnóstica que o filme,
portanto, embora a radiografia intra-bucal digital necessitasse de uma dose de
radiação aproximadamente 50% menor do que radiografias feitas com o filme
Ektaspeed, a redução efetiva da dose de radiação das radiografias convencionais
para digitais era provavelmente menor que 25% devido ao aumento no número de
radiografias realizadas com os sistemas digitais.
Bahrami, Hagstrom e Wenzel (2003) atenderam setenta e oito pacientes e
fizeram duas radiografias interproximais em cada lado da boca, com a intenção de
radiografar desde a superfície distal do canino até a superfície distal do molar mais
posterior. Foram utilizados dois sistemas digitais CCD, dois sistemas de fósforo e
filme radiográfico convencional no estudo. No caso deste último, um filme
radiográfico era posicionado no mesmo local do sensor de fósforo Digora (Soredex,
Helsinki, Finlândia), mas não era exposto, de modo a apenas permitir a avaliação de
29
desconforto do paciente. Os pacientes deram escores para a percepção de conforto
ou desconforto durante os exames. Os pacientes classificaram os receptores digitais
na seguinte ordem crescente de desconforto: DenOptix (fósforo), Planmeca (CCD),
Digora (fósforo) e Trophy (CCD). Não houve diferença estatisticamente significativa
entre o filme convencional e o sistema Denoptix (fósforo), que foram considerados
os mais confortáveis. Após uma sessão de calibração, três observadores
individualmente examinaram cada imagem. Quarenta por cento das imagens
apresentavam erros de posicionamento do sensor (erro de posicionamento vertical
do sensor causava perda da crista óssea alveolar e erro de posicionamento
horizontal causava perda da face mesial ou distal do dente) e 25% apresentavam
erros de posicionamento do cone (corte de cone). Os pesquisadores avaliaram os
erros de técnica e o desconforto do paciente e concluíram que é mais difícil
posicionar corretamente os sensores CCD do que os sistemas de placa de fósforo
no plano vertical, resultando em mais imagens com ausência da crista óssea
alveolar, uma vez que a altura da área ativa dos sensores CCD era 4-5mm menor
que a altura das placas de fósforo. Concluíram ainda que os sensores CCD exibem
menos freqüentemente as superfícies mais mesiais de um exame interproximal.
30
Pacientes, Materiais e Métodos
___________________________________________________________________
31
4 PACIENTES, MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 DELINEAMENTO
Estudo transversal, descritivo e comparativo sob o paradigma quantitativo
(APPOLINARIO, 2004; ESTRELA, 2001; FLETCHER et al., 1996).
4.2 APROVAÇÃO DO PROTOCOLO DE PESQUISA
O protocolo do presente trabalho foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (ANEXO A).
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A amostra foi constituída de 45 pacientes entre 19 e 72 anos de idade, sendo 21
do sexo masculino e 24 do sexo feminino, encaminhados ao Ambulatório de
Radiologia da Universidade Federal de Santa Catarina no período de 27 de
setembro a 01 de dezembro de 2005 para a realização de levantamento radiográfico
periapical completo.
32
4.3.1 Critérios de inclusão e exclusão
Para ser incluído na amostra, cada paciente deveria ter no mínimo 18 anos de
idade e ter sido encaminhado ao Ambulatório de Radiologia Odontológica da
Universidade Federal de Santa Catarina para a realização de levantamento
radiográfico periapical completo. Os 45 pacientes foram incluídos na amostra
consecutivamente.
Só foram incluídos na amostra aqueles indivíduos que, após esclarecidos sobre
os objetivos e procedimentos do estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (APÊNDICE A).
4.4 PROCEDIMENTOS
4.4.1 Aquisição das imagens
Três operadores, especialistas em Radiologia Odontológica, realizaram
levantamento radiográfico periapical completo em quinze pacientes cada um,
utilizando dois receptores de imagem, um sensor digital e filme convencional. Ao
todo, 45 pacientes foram atendidos, sendo que todos eles foram orientados sobre os
procedimentos a serem realizados, antes da execução dos mesmos.
Todas as imagens radiográficas foram obtidas segundo a técnica do paralelismo,
utilizando-se o aparelho de raios-X Spectro 70X Seletronic, de 70kVp e 8mA (Dabi
Atlante, Ribeirão Preto, Brasil) e posicionadores XCP (Rinn Corporation, Elgin, EUA),
tanto para o filme como para o sensor (Figura 1). No caso do sensor digital, os
posicionadores XCP são fornecidos pelo próprio fabricante do sensor.
33
Figura 1 posicionadores XCP (Rinn Corporation, Elgin, EUA).
Foi utilizado um rolete de algodão entre o dente e o mordente do posicionador
com o objetivo de minimizar o aparecimento de erros de corte de coroa nos dentes
anteriores, conforme foi observado em um estudo piloto.
O exame radiográfico foi sempre iniciado pelo quadrante I, seguido pelos
quadrantes II, III e IV. Cada paciente teve as suas imagens radiográficas adquiridas
com sensor digital e filme em quadrantes cruzados. Por exemplo, um paciente teve
os quadrantes I e III radiografados com filme e os quadrantes II e IV radiografados
com sensor digital, enquanto o paciente seguinte teve os quadrantes I e III
radiografados com o sensor digital e os quadrantes II e IV radiografados com o filme,
e assim sucessivamente.
As aquisições radiográficas foram cronometradas do instante em que o sensor
digital ou filme foram colocados no posicionador até a retirada do posicionador da
boca do paciente. A cada tomada radiográfica, os pacientes responderam sobre a
sua percepção de conforto ou desconforto para cada região. Imediatamente após
cada região ser radiografada era perguntado ao paciente: O que o Sr(a) sentiu ao
realizar esta radiografia? Achou normal, um pouco desconfortável, desconfortável ou
34
muito desconfortável?”. As informações sobre o conforto ou desconforto da técnica e
o tempo de execução da tomada radiográfica foram anotadas na ficha do paciente
(APÊNDICE B) imediatamente após a exposição.
As imagens digitais que falharam foram repetidas imediatamente. Entretanto,
somente a primeira imagem adquirida de cada região, tanto pelo sensor digital
quanto por filme, foi utilizada no presente trabalho.
4.4.2 Exame radiográfico convencional
Cada paciente foi submetido à realização de oito radiografias periapicais
convencionais das seguintes regiões:
a) Molares superiores.
b) P-molares superiores.
c) Canino superior.
d) Incisivos central e lateral superiores.
e) Molares inferiores.
f) P-molares inferiores.
g) Canino inferior.
h) Incisivos central e lateral inferiores.
Para as radiografias periapicais convencionais, utilizou-se filme duplo IP-22
Insight, do grupo F (Eastman Kodak Company, Rochester, EUA) de tamanho 2, que
em uma única exposição radiográfica permitiu a obtenção de duas radiografias
idênticas, sendo uma encaminhada para o prontuário do paciente e a outra utilizada
no presente trabalho.
35
O tempo de exposição, definido após um estudo piloto, foi de 0,40 segundos para
todas as regiões radiografadas com filme.
4.4.2.1 Processamento Radiográfico
Depois de expostos, os filmes radiográficos foram processados em uma
processadora automática da marca Revell (São Paulo, Brasil) por 5 minutos, a 28º C
de temperatura.
4.4.3 Exame radiográfico digital
Cada paciente foi submetido à realização de dez radiografias periapicais digitais
das seguintes regiões:
a) 2º molar superior (2MS)
b) 1º molar superior (1MS)
c) P-molares superiores (PMS)
d) Canino superior (CS)
e) Incisivos central e lateral superiores (IS)
f) 2º molar inferior (2MI)
g) 1º molar inferior (1MI)
h) P-molares inferiores (PMI)
i) Canino inferior (CI)
j) Incisivos central e lateral inferiores (II)
A diferença no número de imagens entre filme (oito) e sensor digital (dez) deu-se
em função do menor tamanho do sensor digital, que impossibilitou a exposição de
dois molares na mesma tomada radiográfica.
36
Para as radiografias digitais, utilizou-se o sistema radiográfico digital Kodak RVG
6000 (Kodak, Rochester, EUA). O sensor utilizado foi o de tamanho 1 (Figura 2),
com dimensão externa de 41 X 25 mm e área ativa medindo 30 X 20 mm.
O tempo de exposição, definido após um estudo piloto, foi de 0,30 segundos para
todas as regiões radiografadas com o sensor.
Figura 2 Filme tamanho 2 e sensor digital tamanho 1.
4.4.4 Interpretação Radiográfica
Todas as 810 imagens do estudo, 450 digitais e 360 convencionais, foram
analisadas por um painel de 3 observadores, especialistas em Radiologia
Odontológica, com aproximadamente 14 anos de experiência cada um. Os
observadores avaliaram cada imagem em relação à qualidade geral e aos tipos de
erros encontrados entre os listados. Havendo discordância entre os observadores
em relação à qualidade geral de uma determinada imagem, esta era definida pela
moda. Os tipos de erros encontrados por cada observador para uma determinada
37
imagem eram somados. Os escores referentes aos erros encontrados nas imagens
foram registrados da seguinte forma:
Código Erros
0 Sem erros
1 Corte do ápice
2 Corte da coroa (incisal, cúspide).
3 Corte da mesial do dente
4 Corte da distal do dente
5 Angulação horizontal
6 Receptor inclinado
7 Corte de diafragma (“corte de cone”)
8 Dupla exposição
9 Disparo interrompido / travamento / sem imagem formada
Para evitar que o trabalho se tornasse cansativo, as imagens foram divididas em
três sessões de 270, 150 digitais e 120 convencionais, para cada observador. A
ordem de exibição das imagens dos pacientes foi mesclada de maneira que, em
cada sessão de observação, os observadores avaliassem imagens realizadas pelos
três operadores. Da mesma forma, a cada sessão, a ordem das modalidades a
serem interpretadas também era modificada, de modo que, se na 1ª sessão, o
observador iniciasse avaliando a modalidade convencional, na 2ª sessão ele iniciava
com a modalidade digital.
A observação das radiografias foi realizada sempre na mesma sala, em ambiente
livre de ruídos, com iluminação de baixa intensidade, negatoscópio, máscara de
38
papel opaco para impedir a passagem de luz além dos limites da radiografia e lupa
com aumento de duas vezes (BARR e STEPHENS, 1980; FARMAN et al., 1995).
As imagens digitais foram analisadas através do programa de imagem dental
Trophy Windows 6, versão 6.04 (Trophy, Marne-la-Vallée, França) no modo “slide
show” e exibidas em monitor LCD de 15 com resolução de 1024 X 768 pixels e
escala de cores de 32 bits.
4.4.5 Critérios de avaliação
Na avaliação, foram utilizados os seguintes critérios:
a) Considerou-se corte de ápice quando este ou o espaço do ligamento
periodontal não estavam visíveis na imagem. Não foi considerado erro quando o
ápice estava muito próximo da margem da imagem radiográfica.
b) Se na região de pré-molares houvesse ocorrido um erro em apenas um dos
pré-molares, tal erro era considerado para efeito do escore a ser dado, não
importando que o outro pré-molar estivesse bem representado nesta mesma
imagem.
c) A sobreposição causada por -posição dental, que não permitia correção,
deveria ser considerada “sem erro”.
d) A sobreposição entre a face distal do canino e a face mesial do 1° pré-molar
superior, muito comum na utilização de posicionadores, deveria ter o erro de
sobreposição anotado, porém sem excluir a possibilidade de a imagem ser
considerada “boa” ou “excelente”.
e) Erros de densidade não foram avaliados no presente estudo, visto que as
imagens digitais foram alteradas em seu brilho e contraste com a utilização das
39
ferramentas de filtro anatômico do sistema Trophy: perio, endo ou junção amelo-
dentinária. Todas as imagens, tanto digitais como convencionais, foram
consideradas de densidade e contraste satisfatórios.
f) Erros de centralização não foram anotados em nenhuma das modalidades.
g) Os mesmos critérios foram adotados para avaliar tanto as imagens digitais
quanto as convencionais.
h) Estipulou-se que as imagens radiográficas com filme convencional da região
de molares superiores e inferiores seriam avaliadas duas vezes, uma para o 1°
molar, e outra para o 2° molar separadamente. O objetivo era obter, para cada
paciente, o mesmo número de avaliações (dez) com o filme e com o sensor digital.
4.4.6 Registro dos Dados
Para o registro dos dados, as regiões radiografadas foram divididas da seguinte
forma:
Região 1: 2º molar superior (2MS), dentes 17 ou 27,
Região 2: 1º molar superior (1MS), dentes 16 ou 26,
Região 3: pré-molares superiores (PMS), dentes 15 e 14 ou 24 e 25,
Região 4: canino superior (CS), dentes 13 ou 23,
Região 5: incisivos central e lateral superiores (IS), dentes 12 e 11 ou 21 e 22,
Região 6: 2º molar inferior (2MI), dentes 37 ou 47,
Região 7: 1º molar inferior (1MI), dentes 36 ou 46,
Região 8: pré-molares inferiores (PMI), dentes 35 e 34 ou 44 e 45,
Região 9: canino inferior (CI), dentes 33 ou 43, e
Região 10: incisivos central e lateral inferiores (II), dentes 32 e 31 ou 41 e 42.
40
Os escores referentes à qualidade geral das imagens foram registrados em ficha
padrão da seguinte forma:
Código Qualidade geral
0 Inaceitável ? deve ser repetida
1 Aceitável ? contém erro que não inviabiliza a utilização diagnóstica da imagem
2 Boa
3 Excelente
4.5 MÉTODOS ESTATÍSTICOS
Para análise dos erros, foi realizada uma comparação entre a modalidade Sensor
Digital e Filme através do teste qui-quadrado. Este teste estatístico possibilita o
estudo da associação entre duas ou mais variáveis que possuam nível de
mensuração nominal ou ordinal e nos ajuda a responder se as freqüências
observadas na amostra diferem daquelas esperadas na população (Apolinário,
2004). Na análise dos erros por região foi realizada a mesma análise anterior. O
nível de significância adotado foi de 5%, ou seja, sempre que o valor de p for menor
que 0,05, ele é significativo, revelando haver diferença entre sensor digital e filme.
Para a análise da Qualidade Geral, foi utilizado o teste de Wilcoxon, com nível de
significância de 5%. Este teste compara as modalidades de forma pareada, ou seja,
compara a região 1 do sensor digital com a região 1 do filme do mesmo paciente.
41
Esta análise foi realizada considerando todas as regiões e separadamente pra cada
região.
Para a análise do conforto ou desconforto, foi realizada a mesma análise anterior,
o teste de Wilcoxon, que compara as modalidades de forma pareada, com nível de
significância de 5%. Esta análise foi realizada considerando todas as regiões e
separadamente pra cada região.
Para análise do tempo de realização das aquisições radiográficas foi utilizada a
análise de variância, ANOVA, técnica estatística que tem por objetivo testar a
hipótese de que as médias amostrais são diferentes, mediante determinado nível de
significância (Appolinário, 2004).
42
Resultados
___________________________________________________________________
43
5 RESULTADOS
5.1 NÚMERO DE RADIOGRAFIAS COM PELO MENOS 1 ERRO E TIPOS DE ERROS
O resultado obtido da ocorrência de erros com o sensor digital e filme é
apresentado na Tabela 1 e representado na Figura 1. Foi observado um número
estatisticamente maior de erros quando utilizou-se o sensor digital, em relação ao
uso do filme convencional (p< 0,0001).
?
2
=5625; p< 0,0001
Tabela 1
Freqüências absolutas e relativas das ocorrências de radiografias com pelo menos 1 erro
com sensor digital e filme convencional.
Erros Totais
Modalidade
Com erro Sem erro
Total
Digital
365 (81,11%) 85 (18,89%)
450
Filme
290 (64,44%) 160 (35,56%)
450
Total
655 245
900
44
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Digital Filme
Com erros
Sem erros
Figura 1: Comparação do percentual de erros nas modalidades Digital e
Convencional.
Quando a análise discriminou a ocorrência de erros por regiões
(Tabela 2 e Figura 2), foi observada diferença estatisticamente significativa nas
regiões de 2MS, 1MS, IS, CI e II (p< 0,05). Nas demais regiões, não houve diferença
estatisticamente significativa.
45
Tabela 2
Comparação entre as modalidades Digital e Filme nas regiões radiografadas pelo teste
Qui-quadrado.
Região
Modalidade Sem erro Com erro Valor ?
2
Valor p
Digital 8,9% 91,1%
2MS
Filme 31,1% 68,9%
6,94 0,008
Digital 11,1% 88,9%
1MS
Filme 31,1% 68,9%
5,40 0,02
Digital 20,0% 80,0%
PMS
Filme 28,9% 71,1%
0,96 0,327
Digital 6,7% 93,3%
CS
Filme 17,8% 82,2%
2,59 0,108
Digital 15,6% 84,4%
IS
Filme 35,6% 64,4%
4,73 0,03
Digital 37,8% 62,2%
2MI
Filme 46,7% 53,3%
0,73 0,393
Digital 48,9% 51,1%
1MI
Filme 57,8% 42,2%
0,71 0,398
Digital 6,7% 93,3%
PMI
Filme 20,0% 80,0%
3,46 0,063
Digital 15,6% 84,4%
CI
Filme 42,2% 57,8%
7,79 0,005
Digital 17,8% 82,2%
II
Filme 44,4% 55,6%
7,47 0,006
46
Figura 2: Freqüência de imagens radiográficas com erros por região radiografada.
Na análise de todas as regiões, os métodos digital e convencional foram
comparados em relação à presença de erros, para cada tipo (Tabela 3 e Figura 3).
Houve diferença estatisticamente significativa nos erros de Corte do ápice, Corte da
coroa, Corte da mesial, Corte da distal e Angulação horizontal, sendo que em todos
eles ocorreu um maior número de erros quando o método digital foi utilizado (p<
0,05). Na tabela 3 e figura 3, o tipo de erro denominado “outros” significa o
agrupamento dos erros Corte de diafragma (Corte “de cone”), Dupla exposição e
Disparo interrompido ou não-aquisição da imagem. Isso foi feito devido ao pequeno
número de erros destas categorias no presente trabalho.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2MS
1MS
PMS
CS
IS
2MI
1MI
PMI
CI
II
Região
Digital
Filme
47
Tabela 3
Comparação entre as modalidades de acordo com o tipo de erro através do teste Qui-
quadrado.
Tipo de Erro
Modalidade
Corte do
ápice
Corte da
coroa
Corte da
mesial
Corte da
distal
Angulação
Horizontal
Receptor
inclinado
Outros
Digital 27,3% 23,6% 10,2% 13,3% 54,2% 22,9% 2,2%
Filme 20,9% 4,7% 4,0% 1,1% 40,0% 21,8% 0,7%
Valor ?
2
5,107 66,236 13,188 50,161 18,265 0,160 3,824
Valor p 0,024 <0,001 0,0003 <0,001 <0,001 0,689 0,051
Figura 3: Freqüência geral de cada tipo de erro.
Quando a análise discriminou cada região, foi observada diferença
estatisticamente significativa no erro de Corte do ápice nas regiões de PMS, CS, IS,
CI e II, no erro de Corte da coroa nas regiões de CS, IS, PMI, CI e II, no erro de
Corte da mesial na região de PMS, no erro de Corte da distal nas regiões de 2MS,
1MS, 2MI e 1MI, no erro de Angulação horizontal nas regiões de PMS, IS e PMI, no
erro de Receptor inclinado nas regiões 1MS, CS e PMI, e de Outros erros nas
regiões de 2MI e PMI (p< 0,05).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Corte do ápice
Corte da coroa
Corte da mesial
Corte da distal
Angulação
horizontal
Receptor inclinado
Outros
Digital
Filme
48
Tabela 4
Comparação entre as modalidades na Região de 2MS, de acordo com o tipo de erro,
através do Teste Qui-quadrado.
Tipo de Erro
Modalidade
Corte
do ápice
Corte
da coroa
Corte
da mesial
Corte
da distal
Angulação
horizontal
Receptor
Inclinado
Outros
Digital
44% 11% 2% 58% 51% 42% 0%
Filme
27% 2% 0% 7% 44% 33% 2%
Valor ?
2
3,103 2,857 1,011 26,914 0,401 0,756
1,011
Valor p 0,078 0,091 0,315 <0,0001
0,527 0,384 0,315
Tabela 5
Comparação entre as modalidades na Região de 1MS, de acordo com o tipo de erro,
através do teste Qui-quadrado.
Tipo de Erro
Modalidade
Corte
do ápice
Corte
da coroa
Corte
da mesial
Corte
da distal
Angulação
horizontal
Receptor
Inclinado
Outros
Digital 22% 7% 2% 9% 53% 53% 0%
Filme 22% 4% 0% 0% 51% 29% 2%
Valor ?
2
0,000 0,212 1,011 4,186 0,045 5,553 1,011
Valor p 1,000 0,645 0,315 0,041 0,833 0,018 0,315
49
Tabela 6
Comparação entre as modalidades na Região de PMS, de acordo com o tipo de erro,
através do teste Qui-quadrado.
Tipo de erro
Modalidade
Corte
do ápice
Corte
da coroa
Corte
da mesial
Corte
da distal
Angulação
horizontal
Receptor
Inclinado
Outros
Digital 17,8% 6,7% 24,4% 0,0% 64,4% 31,1% 0,0%
Filme 40,0% 2,2% 4,4% 0,0% 26,7% 37,8% 0,0%
Valor ?
2
5,409 1,047 7,283 12,947 0,443
Valor p 0,020 0,306 0,007 0,0003 0,506
Tabela 7
Comparação entre as modalidades na Região de CS, de acordo com o tipo de erro, através
do teste Qui-quadrado.
Tipo de erro
Modalidade
Corte
do
ápice
Corte da
coroa
Corte da
mesial
Corte da
distal
Angulação
horizontal
Receptor
inclinado
Outros
Digital 60,0% 26,7% 11,1% 0,0% 84,4% 6,7% 0,0%
Filme 28,9% 4,4% 6,7% 0,0% 66,7% 26,7% 2,2%
Valor ?
2
8,820 8,459 0,549 3,850 6,480 1,011
Valor p 0,003 0,004 0,459 0,050 0,011 0,315
50
Tabela 8
Comparação entre as modalidades na Região de IS, de acordo com o tipo de erro, através
do teste Qui-quadrado
Tipo de erro
Modalidade
Corte do
ápice
Corte da
coroa
Corte da
mesial
Corte da
distal
Angulação
horizontal
Receptor
inclinado
Outro
s
Digital 33,3% 24,4% 17,8% 4,4% 75,6% 8,9% 0,0%
Filme 4,4% 6,7% 6,7% 0,0% 51,1% 15,6% 0,0%
Valor ?
2
12,256 5,414 2,589 2,045 5,789 0,932
Valor p 0,0005 0,020 0,108 0,153 0,016 0,334
Tabela 9
Comparação entre as modalidades na Região 2MI, de acordo com o tipo de erro, através
do teste Qui-quadrado.
Modalidade
Corte
do ápice
Corte
da coroa
Corte
da mesial
Corte
da distal
Angulação
horizontal
Receptor
Inclinado
Outros
Digital 27% 18% 0% 33% 16% 7% 9%
Filme 22% 7% 0% 4% 20% 13% 0%
Valor ?2 0,241 2,589 12,256 0,304 1,111 4,186
Valor p 0,624 0,108 0,0001 0,581 0,292 0,041
51
Tabela 10
Comparação entre as modalidades na Região de 1MI, de acordo com o tipo de erro,
através do teste Qui-quadrado.
Tipo de erro
Modalidade
Corte do
ápice
Corte da
coroa
Corte da
mesial
Corte da
distal
Angulação
horizontal
Receptor
inclinado
Outros
Digital 9% 13% 4% 13% 20% 11% 2%
Filme 20% 4% 0% 0% 13% 9% 0%
Valor x2 2,248 2,195 2,045 6,429 0,720 0,123 1,011
Valor p 0,134 0,138 0,153 0,011 0,396 0,725 0,315
Tabela 11
Comparação entre as modalidades na Região de PMI, de acordo com o tipo de erro,
através do teste Qui-quadrado
Tipo de erro
Modalidade
Corte do
ápice
Corte da
coroa
Corte da
mesial
Corte
da distal
Angulação
horizontal
Receptor
inclinado
Outros
Digital 24,4% 37,8% 28,9% 6,7% 60,0% 44,4% 8,9%
Filme 42,2% 4,4% 17,8% 0,0% 37,8% 20,0% 0,0%
Valor x2 3,2 15,011 1,553 3,103 4,447 6,156 4,186
Valor p 0,074 0,000 0,213 0,078 0,035 0,013 0,041
52
Tabela 12
Comparação entre as modalidades na Região de CI de acordo com o tipo de erro,
através do teste Qui-quadrado (5%).
Tipo de erro
Modalidade
Corte do
ápice
Corte da
coroa
Corte da
mesial
Corte da
distal
Angulação
horizontal
Receptor
inclinado
Outros
Digital 26,7% 40,0% 4,4% 4,4% 57,8% 11,1% 0,0%
Filme 2,2% 6,7% 0,0% 0,0% 40,0% 22,2% 0,0%
Valor x2 10,879 13,975 2,045 2,045 2,846 2
Valor p 0,001 0,0002 0,153 0,153 0,092 0,157
Tabela 13
Comparação entre as modalidades na Região de II, de acordo com o tipo de erro, através
do teste Qui-quadrado
Tipo de erro
Modalidade
Corte do
ápice
Corte da
coroa
Corte da
mesial
Corte da
distal
Angulação
horizontal
Receptor
inclinado
Outros
Digital 8,9% 51,1% 6,7% 4,4% 60,0% 13,3% 2,2%
Filme 0,0% 4,4% 4,4% 0,0% 48,9% 11,1% 0,0%
Valor x2 4,186 24,425 0,212 2,045 1,120 0,104 1,011
Valor p 0,041 < 0,0001 0,645 0,153 0,290 0,748 0,315
53
5.2 QUALIDADE GERAL DAS RADIOGRAFIAS
Para a análise da qualidade geral das radiografias, os escores foram
dispostos da seguinte forma: 0 inaceitável, 1 aceitável, 2 boa e 3 excelente.
Portanto, o escore aumenta conforme melhora a qualidade geral da radiografia.
Nesta análise, foi realizada uma subtração entre os escores do filme e sensor, nesta
ordem. Logo, quanto mais ranks positivos significa que o método convencional
apresentou maior número de radiografias de melhor qualidade e quanto mais ranks
negativos significa que o método digital obteve maior número de radiografias de
melhor qualidade. Os resultados obtidos para a qualidade geral das radiografias são
apresentados nas Tabelas 14 e 15 e representados na Figura 4. Houve diferença
estatisticamente significativa entre o sensor digital e filme (p< 0,05), sendo que um
maior número de imagens radiográficas de melhor qualidade foi obtido com o uso do
filme convencional.
Tabela 14
Avaliação das imagens radiográficas obtidas com o sensor digital e filme quanto a sua
qualidade geral (todas as regiões)
Qualidade geral
Modalidade
Inaceitável Aceitável
Boa Excelente
Total
Digital 188 (41,77%) 36 94 132 450
Filme 85 (18,88%) 21 100 244 450
Total 273 57 194 376 900
54
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Inaceitável Aceitável Boa Excelente
Digital
Filme
Figura 4: Escores de qualidade geral nas modalidades Digital e Filme (todas as
regiões).
Tabela 15
Comparação entre as modalidades sensor digital e filme, pelo teste de Wilcoxon (5%),
quanto à qualidade geral das imagens radiográficas obtidas.
Região Filme - Digital N
Rank
médio
Somatório dos
ranks
Z p
Ranks
negativos
56 117,69 6591
Ranks
positivos
217 141,98 30810
Empates 177
Geral
Total de pares 450
-9,41
< 0,001
Fazendo-se a individualização das regiões, percebe-se que houve
diferença estatisticamente significativa na qualidade geral das radiografias nas
regiões de 2MS, CS, IS, 2MI, CI e II (p< 0,05), sempre com o filme convencional
resultando em imagens de melhor qualidade que o sensor digital. Nas demais
regiões, não houve diferença estatisticamente significativa na qualidade geral das
55
radiografias (Tabela 16). Foi utilizado o teste de Wilcoxon que compara as
modalidades de forma pareada, ou seja, compara a região do 2MS do filme com a
região do 2MS do digital do mesmo paciente, separadamente para cada região.
Tabela 16
Comparação entre as modalidades Sensor digital e filme, pelo teste de Wilcoxon (5%), de
forma pareada, quanto à qualidade geral das imagens radiográficas obtidas.
Região Filme - Digital N
Rank
médio
Somatório dos
ranks
Z P
Ranks
negativos
3 7,5 22,5
Ranks positivos 22 13,75 302,5
Empates 20
2MS
Total 45
-3,82
< 0,001
Ranks
negativos
13 19,23 250
Ranks positivos 22 17,27 380
Empates 10
1MS
Total 45
-1,1
0,273
Ranks
negativos
10 12,25 122,5
Ranks positivos 16 14,28 228,5
Empates 19
PMS
Total 45
-1,369
0,171
Ranks
negativos
2 11,75 23,5
Ranks positivos 25 14,18 354,5
Empates 18
CS
Total 45
-4,041
< 0,001
Continuação
56
Continuação: Comparação (Qualidade geral) das modalidades Filme e Digital, de forma
pareada, com o teste de Wilcoxon.
Região Filme - Digital N Rank médio
Somatório dos
ranks
Z P
Ranks negativos
2 7,25 14,5
Ranks positivos 26 15,06 391,5
Empates 17
IS
Total 45
-4,368
< 0,001
Ranks negativos
2 10,5 21
Ranks positivos 22 12,68 279
Empates 21
2MI
Total 45
-3,767
< 0,001
Ranks negativos
5 11,1 55,5
Ranks positivos 15 10,3 154,5
Empates 25
1MI
Total 45
-1,89
0,059
Ranks negativos
10 17,2 172
Ranks positivos 21 15,43 324
Empates 14
PMI
Total 45
-1,511
0,131
Ranks negativos
2 12,75 25,5
Ranks positivos 24 13,56 325,5
Empates 19
CI
Total 45
-3,866
< 0,001
Ranks negativos
7 10,64 74,5
Ranks positivos 24 17,56 421,5
Empates 14
II
Total 45
-3,464
0,001
57
5.3 PERCEPÇÃO DE CONFORTO OU DESCONFORTO
Para a análise do conforto ou desconforto experimentado pelo paciente
com o uso do sensor digital e filme, os escores foram dispostos da seguinte forma: 1
Normal, 2 Pouco Desconfortável, 3 Desconfortável e 4 Muito Desconfortável.
Portanto, o escore aumenta com o aumento do desconforto do paciente. Nessa
análise, foi realizada uma subtração entre os escores do filme e sensor, nesta
ordem. Portanto, quanto mais ranks positivos significa que o filme apresentou maior
desconforto e quanto mais ranks negativos significa que o sensor obteve maior
desconforto.
Os resultados obtidos quanto ao conforto ou desconforto com filme e
sensor são apresentados nas Tabelas 17 e 18 e representados na Figura 5. Houve
diferença estatisticamente significativa entre sensor e filme (p< 0,05), sendo que o
sensor se mostrou mais desconfortável do que o filme.
58
Tabela 17
Comparação entre o sensor digital e o filme quanto ao conforto ou desconforto percebido
pelos pacientes durante a realização dos exames radiográficos periapicais (todas as
regiões).
Conforto
Modalidade
Normal
Pouco
desconfortável
Desconfortável
Muito
desconfortável
Total
Digital 234 141 44 25 444
Filme 291 115 37 7 450
Total 525 256 81 32 894
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Normal Pouco desconfortável Desconfortável Muito desconfortável
Digital
Filme
Figura 5: Distribuição dos escores de Conforto nas modalidades Digital e Filme.
59
Tabela 18
Comparação entre o sensor digital e filme, com o teste de Wilcoxon (5%), quanto ao
conforto ou desconforto percebido pelos pacientes durante a realização dos exames
radiográficos periapicais
Região
Filme - Digital N
Rank
médio
Somatório dos
ranks
Z P
Ranks negativos
133
102,30 13606
Ranks positivos 67 96,93 6494
Empates 244
Geral
Total de pares 444
-4,57709
< 0,001
Houve diferença estatisticamente significativa nas regiões 2MS, CS e
IS, onde o filme se mostrou mais confortável que o sensor (p< 0,05). Nas demais
regiões, não houve diferença estatisticamente significativa entre o sensor e o filme
(Tabelas 20 e 21).
60
Tabela 19
Comparação entre o sensor digital e filme, com o teste de Wilcoxon (5%), de forma
pareada, quanto ao conforto ou desconforto percebido pelos pacientes durante a
realização dos exames radiográficos periapicais
Região
Filme - Digital N
Rank
médio
Somatório dos
ranks
Z P
Ranks negativos
18
15,06 271
Ranks positivos 9 11,89 107
Empates 18
2MS
Total 45
-2,04014 < 0,0001
Ranks negativos
17
15,88 270
Ranks positivos 11
12,36 136
Empates 17
1MS
Total 45
-1,58855 0,112
Ranks negativos
12
13,54 162,5
Ranks positivos 10
9,05 90,5
Empates 23
PMS
Total 45
-1,217 0,223
Ranks negativos
12
8,5 102
Ranks positivos 3 6 18
Empates 30
CS
Total 45
-2,500 0,012
Continuação
61
Continuação
Região
Filme - Digital N Rank médio Somatório dos ranks Z p
Ranks negativos 11
7,45 82
Ranks positivos 2 4,5 9
Empates 32
IS
Total 45
-2,623
0,009
Ranks negativos 15
9,27 139
Ranks positivos 4 12,75 51
Empates 23
2MI
Total 42
-1,883
0,06
Ranks negativos 16
11,25 180
Ranks positivos 6 12,17 73
Empates 21
1MI
Total 43
-1,825
0,068
Ranks negativos 11
9,41 103,5
Ranks positivos 9 11,83 106,5
Empates 24
PMI
Total 44
-,060 0,952
Ranks negativos 11
9 99
Ranks positivos 9 12,33 111
Empates 25
CI
Total 45
-,242 0,809
Ranks negativos 10
7 70
Ranks positivos 4 8,75 35
Empates 31
II
Total 45
-1,213
0,225
62
5.4 TEMPO DE REALIZAÇÃO DAS AQUISIÇÕES RADIOGRÁFICAS
O resultado obtido quanto ao tempo de realização das aquisições radiográficas
com o sensor digital e filme é apresentado na tabela 20. O tempo de processamento
radiográfico dos filmes não foi avaliado neste estudo. A análise de variância
(ANOVA) indicou não haver diferença estatisticamente significativa entre as
modalidades quanto ao tempo necessário para posicioná-los e expô-los (Tabela 21).
Tabela 20
Tempo de realização dos exames radiográfico nas modalidades sensor digital e filme.
Modalidade Região N Média (segundos)
Desvio Padrão
2MS 45 49,2 28,7
1 Molar Superior 45 62,6 33,7
Pré-molares Superiores 45 51,3 23,5
Canino Superior 45 45,6 21,4
Incisivos Superiores 45 57,5 26,1
2 Molar Inferior 42 52,5 47,7
1 Molar Inferior 43 51,4 18,5
Pré-molares Inferiores 44 54,6 27,2
Caninos Inferiores 45 37,4 14,1
Digital
Incisivos Inferiores 45 50,9 25,5
2 Molar Superior
1 Molar Superior
45 56,9 27,0
Pré-molares Superiores 45 54,5 19,1
Filme
Canino Superior 45 51,9 27,4
63
Incisivos Superiores 45 57,4 25,6
2 Molar Inferior
1 Molar Inferior
45 59,4 31,6
Pré-molares Inferiores 45 57,7 27,1
Caninos Inferiores 45 47,9 15,9
Incisivos Inferiores 45 51,0 22,0
Tabela. 21: Analise de variância com base no desfecho Tempo (5%).
Fonte de variação SQ Gl QM Valor F Valor p
Modalidade
0.006
1
0.003 0.745 0.502
64
Discussão
___________________________________________________________________
65
6 DISCUSSÃO
O presente trabalho comparou, por meio da realização de exames radiográficos
periapicais completos, um sensor digital e o filme radiográfico convencional quanto
ao número e tipos de erros observados nas imagens radiográficas obtidas, à
qualidade geral das imagens, ao grau de conforto ou desconforto experimentado
pelos pacientes durante os exames e ao tempo necessário para a realização das
aquisições radiográficas com os dois sistemas.
Erros
Foi extremamente alto o número de erros anotados pelo painel de observadores
nas imagens obtidas com as duas modalidades radiográficas, sendo de 81% com o
sensor digital e 64% com o filme. Tal fato deveu-se ao caráter extremamente
criterioso com que o referido painel avaliou as imagens, apontando falhas nas
mínimas imperfeições das imagens. Tal número de erros é superior ao encontrado
em um estudo similar realizado por Sommers et al (2002), onde 69% das imagens
com sensor digital CCD apresentavam erros de técnica em comparação aos 39% de
imagens com erros com filme. No estudo de Sommers et al, as imagens foram
realizadas em manequim e, apesar de as pesquisas in vitro serem de extrema
importância para o desenvolvimento científico, os seus resultados nem sempre
coincidem com a sua aplicação clínica. Versteeg et al (1998) ,observaram que 6%
dos filmes necessitavam ser repetidos em comparação com 28% do sensor digital.
Apesar do estudo de Versteeg et al (1998) ter sido realizado em pacientes, apenas 1
radiografia com sensor digital e 1 radiografia com filme foram realizadas em 50
pacientes, totalizando 100 imagens, enquanto que no presente estudo foram
realizadas 10 radiografias com sensor digital e 8 com filme em cada um dos 45
66
pacientes, totalizando 810 imagens. Desta forma, a divergência dos resultados de
Versteeg et al (1998) em relação ao presente estudo possivelmente se deu devido à
diferença no número das amostras e à maior probabilidade de ocorrência de erros
quando se radiografam as diferentes regiões da boca.
A distribuição desses erros pelas diferentes regiões da boca não ocorreu de
maneira uniforme. Ao contrário, dependendo da anatomia da região da boca, os
erros se apresentaram de natureza e graus diversos. Por exemplo, na região do
segundo molar superior, o posicionamento do conjunto sensor digital-posicionador
foi muito difícil. Em 58% das imagens digitais desta região, foi observado corte da
face distal da coroa, muitas vezes associado ao corte do ápice. Este resultado foi
semelhante ao obtido por Versteeg et al, em 1998, que revelou certos problemas na
obtenção de imagens adequadas com o sensor CCD e relatou que o posicionamento
horizontal na região do molar foi particularmente difícil (Versteeg et al 1998).
Na região de caninos superiores e inferiores, o maior número de erros
encontrados tanto na modalidade sensor digital como na modalidade filme foi
relacionado à angulação horizontal. Isso ocorreu devido a uma avaliação muito
criteriosa por parte dos observadores. Todas as vezes que houve sobreposição da
face distal do canino sobre a face mesial do pré-molar, foi considerado erro de
angulação horizontal. Acontece que isso ocorre freqüentemente com o uso de
posicionadores nesta região, mas não significa que a radiografia deve ser repetida,
pois a face distal do canino pode ser visualizada na radiografia de pré-molares.
Outro fator que pode ter contribuído para o alto número de erros de angulação
horizontal é que o mordente do posicionador é feito de plástico rígido. Algumas
vezes, em determinadas regiões da boca, a mordida do paciente não foi capaz de
manter o posicionador estável, fazendo o posicionador e o sensor girarem na boca.
67
Para minimizar este acontecimento, era colocado um rodete de algodão entre o
dente e o mordente do posicionador com o objetivo de estabilizar o conjunto na
boca. Por isso, o operador deve prestar atenção especial na angulação horizontal
correta (Versteeg et al 1998).
O segundo erro mais freqüente na região de caninos superiores foi o corte de
ápice. O sensor digital de tamanho 1, que foi usado na pesquisa, mede 41 x 25 mm
e tem uma área ativa de 30 x 20 mm, menor que o filme que mede 41 x 31mm. O
comprimento médio do canino superior é de 26,5 mm, mas pode chegar a 32 mm
(Black 1925). É difícil enquadrar o canino superior na área ativa do sensor de
tamanho 1 na primeira tentativa. Na maioria das vezes ocorreu corte de ápice na
primeira radiografia e este erro foi facilmente corrigido, pois repetir com um sensor é
mais fácil que com o filme convencional. O sensor pode ser mantido em posição
após a exposição e o posicionamento é facilmente ajustado (Versteeg et al 1998).
Na região de incisivos, assim como no estudo de Versteeg et al (1998), alguns
bordos incisais foram perdidos por causa do modelo do posicionador. Este problema
foi observado num estudo piloto prévio sendo que, para minimizá-lo no presente
estudo, os operadores utilizaram rodetes de algodão entre a incisal do dente e o
mordente do posicionador. Esta medida diminuiu a quantidade deste tipo de erro.
Por outro lado, ocorreram erros de corte de ápice em uma quantidade razoável de
imagens digitais nesta região (33%), novamente devido ao tamanho da área ativa do
sensor digital. O comprimento médio do incisivo central superior é de 22,5 mm, mas
pode ter um comprimento de até 27mm (Black 1925), o que também pode ter
causado dificuldade de enquadramento deste dente na área ativa do sensor.
Na região de molares inferiores, aconteceu um problema técnico com o sensor
digital, que foi a não-aquisição da imagem. Isto provavelmente foi devido à dobra do
68
fio que conecta o sensor ao computador, resultando em seis imagens digitais que
não foram obtidas e que foram consideradas como erros. Ao comprar um sistema
digital, deve-se estar preparado para os problemas técnicos. Em uma pesquisa feita
com dentistas da Noruega que utilizam sistemas digitais no consultório, 50%
relataram que tiveram problemas técnicos com o seu sistema (Wenzel 2001b). Os
problemas podem ser tanto da parte física do equipamento (“hardware”) como dos
programas de computador (“software”). Durante o presente trabalho, também
ocorreram problemas com a ferramenta que faz as cópias de segurança (“backups”)
dos dados e com algumas imagens digitais que apareceram invertidas na tela do
computador durante a utilização da opção “slide show”.
Qualidade geral das imagens
Em relação à qualidade geral das imagens radiográficas, o presente trabalho
obteve um maior número de radiografias inaceitáveis com o sensor digital,
semelhante ao estudo de Versteeg et al (1998). O presente trabalho encontrou uma
porcentagem de 41,77% de imagens digitais e 18,88% de imagens em filme que
foram consideradas inaceitáveis, enquanto no estudo de Versteeg et al (1998), os
valores foram de 28% e 6% respectivamente. Novamente, esta diferença esteja
relacionada com o tamanho da amostra deste estudo - 810 imagens - em
comparação ao estudo de Versteeg et al (1998) que obteve um total de 100
imagens. Além disso, mais uma vez o caráter altamente criterioso com o qual o
painel de observadores avaliou as imagens no presente trabalho deve ter
contribuído para a grande diferença entre os dois estudos. No estudo de Sommers
et al, a porcentagem de imagens inaceitáveis com o sensor digital foi de 10%,
enquanto com o filme foi de 6% (Sommers, 2002). Cabe relembrar que o estudo de
69
Sommers et al foi realizado em manequim, e é a este fato que a diferença pode ser
atribuída.
Conforto
No presente estudo, os pacientes foram questionados sobre a sua percepção de
conforto ou desconforto após a aquisição radiográfica de cada região. As
informações foram anotadas e observou-se que não houve diferença
estatisticamente significativa entre o sensor digital e filme, exceto nas seguintes
regiões: 2MS, CS e IS, onde os pacientes relataram uma percepção de maior
desconforto com o sensor digital. No estudo de Versteeg et al (1998), apesar de este
aspecto não ter sido avaliado formalmente, os técnicos que realizaram os exames
observaram que os pacientes sentiam-se mais confortáveis com o sensor. Apesar da
divergência com os resultados do presente trabalho, o relato de Versteeg et al
(1998) sobre o conforto ou desconforto dos pacientes foi apenas empírico, aliado ao
fato de que cada paciente foi submetido à apenas uma radiografia com sensor digital
e uma com filme. A diferença encontrada neste trabalho entre o filme e o sensor
digital em relação ao conforto ou desconforto percebidos pelo paciente está de
acordo com o estudo de Bahrami, Hagstrom e Wenzel (2003) onde os pacientes
classificaram o filme como modalidade mais confortável do que o sensor digital.
Tempo para a realização das aquisições radiográficas
O tempo para a realização de cada tomada radiográfica, que é o tempo de
posicionar e expor o sensor ou filme, foi anotado durante o presente estudo.
Observou-se que não houve diferença entre as modalidades sensor digital e filme.
No estudo de Versteeg et al (1998), mesmo que não avaliado formalmente, os
técnicos que realizaram os exames também acharam que o tempo de operação do
70
sensor digital era similar ao do filme. A diferença de tempo gasto entre o uso do
sensor digital e filme é o tempo de processamento deste último, a montagem das
radiografias em cartelas e a limpeza da processadora (Jesek, 2005).
Tempo de exposição
No presente trabalho, foi utilizado um tempo de exposição de 0,40 segundos para
o filme e 0,30 segundos para o sensor digital, tempos estes que foram definidos
após um estudo piloto. Para cada paciente, foi utilizado um tempo total de 3,2
segundos com o filme convencional e 3,0 segundos com o sensor digital. A redução
do tempo de exposição do sensor digital em comparação com o filme foi de 6%. A
diferença foi bem menor do que a observada no estudo de Versteeg et al (1998),
que foi de 50%. Entretanto, isto pode ser explicado pelo fato de o estudo de
Versteeg et al (1998) ter utilizado o filme Ektaspeed Plus, do grupo E, enquanto no
presente trabalho foi utilizado o filme Insight, que é um filme do grupo F e apresenta
uma sensibilidade maior (Geist, 2001). Este fato justifica a pequena diferença nos
tempos de exposição entre sensor digital e filme no presente trabalho. Isso fez com
que os tempos de exposição utilizados para o sensor digital e para o filme ficassem
mais próximos, pela diminuição do tempo de exposição necessário para sensibilizar
o filme. Outro motivo importante para o tempo de exposição total do sensor digital ter
sido próximo ao tempo do filme é o menor tamanho do sensor digital, necessitando
de um maior número de aquisições radiográficas para radiografar todos os dentes
(Berkhout et al, 2003).
71
Limitações do presente trabalho
Assim como no estudo de Versteeg et al (1998), o presente trabalho comparou
dois receptores de imagem de tamanhos diferentes. Apesar de a comparação entre
receptores de tamanhos diferentes ter provavelmente influenciado os resultados, o
sensor de tamanho 1 e o filme de tamanho 2 foram utilizados porque eles são os
mais utilizados na prática diária e também são os receptores que estavam
disponíveis para uso em nossa instituição. É provável que se o sensor digital
utilizado fosse de tamanho 2, haveria uma quantidade menor de erros de corte de
ápice e coroa, mas também possivelmente aumentaria o desconforto experimentado
pelos pacientes.
Existe muita informação disponível na literatura sobre sistemas radiográficos
digitais, mas muito pouco sobre a sua utilização na prática clínica, fato que desperta
certa curiosidade. Trabalhos adicionais devem ser feitos para melhor investigar estes
e outros aspectos dos sistemas radiográficos digitais em Radiologia Odontológica.
72
Conclusões
___________________________________________________________________
73
7 CONCLUSÕES
A partir dos resultados do presente estudo, foi possível estabelecer as seguintes
conclusões:
a) O uso de filme radiográfico convencional resulta em um menor número de
erros.
b) O uso de filme radiográfico convencional resulta em imagens radiográficas de
melhor qualidade geral quando comparado ao uso de um sensor digital na
realização de exames radiográficos periapicais.
c) O filme radiográfico convencional é menos desconfortável para o paciente que
um sensor digital na realização de exames radiográficos periapicais.
d) O tempo necessário para a realização de aquisições radiográficas periapicais
com um sensor digital é semelhante ao requerido pelo filme convencional.
74
Referências
___________________________________________________________________
75
REFERÊNCIAS
APOLINÁRIO, Fábio. Dicionário de Metodologia Científica. São Paulo: Editora
Atlas, 2004. 300 p.
BAHRAMI, G.; HAGSTROM, C.; WENZEL, A. Bitewing examination with four digital
receptors. Dentomaxillofac Radiol, Houndsmills, v.32, n.5, p.317-21,2003.
BARR, J.; STEPHENS, R. Dental Radiology, Philadelphia: W B Saunders, 1980.
BERKHOUT, W.E.; SANDERINK, G.C.; van der STELT, P.F. A comparison of digital
and film radiography in Dutch dental practices assessed by questionnaire.
Dentomaxillofac Radiol, Houndsmills, v.31, n.2, p.93-99, March, 2002.
BERKHOUT, W.E.; SANDERINK, G.C.; van der STELT, P.F. Does digital
radiography increase the number of intraoral radiographs? A questionnaire study of
Dutch dental practices. Dentomaxillofac Radiol, Houndsmills, v.32, n.2, p.124-7,
2003.
BLACK, G. V. Descriptive anatomy of human teeth. The Wilmington Dental
Manufacturing Co., Philadelphia, 1902.
CHRISTENSEN, G J. Why switch to digital radiography? J Am Dent Assoc,
Chicago, v. 135, n. 10, p.1437-1439, out. 2004.
EMMOTT, LF. The digital revolution, images and X-rays. N Y State Dent J, Albany,
v. 71, n. 1, p.40-43, jan. 2005.
ESTRELA, Carlos. Metodologia Científica: ensino e pesquisa em odontologia. São
Paulo: Artes Médicas, 2001. 483 p.
FARMAN, A. G.; NORTJÉ, C. J.; WOOD, R. E. Princípios de interpretación de lãs
imágenes radiográficas. In: GOAZ, P. W.; WHITE, S. C. Radiologia Oral: Princípios
e Interpretación, 3. ed. Saint Louis: Mosby, 1995, p. 293.
FLETCHER, Robert H; FLETCHER, Suzanne W; WAGNER, Edward H.
Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1996. 281 p.
GEIST, J R; BRAND, J W. Sensitometric comparison of speed group E and F dental
radiographic films. Dentomaxillofac Radiol, Houndsmills, v. 30, n. 3, p.147-152,
maio 2001.
JESSEK, WE et al. The decision and process of going digital in the dental office.
Dent Today, Montclair, v. 24, n. 2, p.76-79, fev. 2005.
76
MILES, D.A.; RAZZANO, M.R. The future of digital imaging in dentistry. Dent Clin
North Am, Philadelphia, v.44, n.2, p.427-38, 2000.
PASLER, A.; VISSER, H. Radiografias digitais. In: Radiologia Odontológica. 2ª Ed.
Artmed Editora, p. 129-156, Porto Alegre, 2001. (6)
SOMMERS, T M et al. Pre-clinical performance comparing Intraoral film and CCD-
based systems. Journal of Dental Hygiene, Chicago, v. 76, n. 1, p.26-33, winter
2002.
Van der STELT,P.F. Principles of digital imaging. Dent Clin North Am, Philadelphia,
v.44, n.2, p.237-48, 2000.
WENZEL, A; MOYSTAD, A. Decision criteria and characteristics of Norwegian
general dental practitioners selecting digital radiography. Dentomaxillofacial
Radiology, Houndsmills, v. 30, n. 4, p.197-202, july. 2001.
WENZEL, A; MOYSTAD, A. Experience of Nowegian general dental practitioners
with solid state and storage phosphor detectors. Dentomaxillofacial Radiology,
Houndsmills, v. 30, n. 4, p.203-208, july. 2001.
VERSTEEG, C H et al. An evaluation of periapical radiography with a charge-coupled
device. Dentomaxillofacial Radiology, Houndsmills, v. 27, n. 2, p.97-101, mar.
1998.
77
Anexo
___________________________________________________________________
78
ANEXO A - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
79
Apêndices
___________________________________________________________________
80
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA
DISCIPLINA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
CAMPUS UNIVERSITÁRIO - TRINDADE
CEP: 88040-900 - FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Título da pesquisa: Comparação clínica do filme radiográfico intra-oral e sistema de Radiologia
Digital CCD.
I. Justificativas, objetivos da pesquisa e procedimentos:
O objetivo desta pesquisa é avaliar e comparar os erros, tempo de execução e o desconforto do
paciente durante os exames periapicais completos, usando um sensor digital e filme. Será realizado o
exame radiográfico o qual o paciente utilizará em seu tratamento. Os dentes de uma hemiface serão
radiografados com filme enquanto os dentes da outra hemiface serão radiografados com o sensor
digital. Serão avaliados a sensação de desconforto sentida pelo paciente ao utilizar as duas técnicas,
quantidade e tipos de erros ocorridos em cada modalidade, e o tempo despendido para cada tipo de
exame. A hipótese a ser investigada é que as radiografias realizadas nas duas diferentes modalidades
sejam bem aceitas pelos pacientes, não apresentando muitas dificuldades de execução, e que os erros
que porventura acontecerem durante os exames, sejam similares nas duas modalidades; acentuando
ainda mais a principal vantagem dos sistemas digitais, que é a redução na dose de exposição para o
paciente.
81
II. Desconfortos ou riscos esperados:
O maior desconforto será encontrado durante a realização dos exames intra-orais, porque tanto o filme
quanto o sensor digital são posicionados dentro da cavidade bucal.
A exposição média às radiações de fontes naturais e artificiais é de cerca de 4 mSv por ano, ou 11 µSv
por dia (Pasler, 2001). Os riscos associados à dose de radiação para os exames, serão semelhantes à
radiação natural recebida diariamente correspondentes a dois dias.
III. Benefícios para o participante e a comunidade em geral:
Os participantes serão beneficiados com a execução das radiografias que serão em seguida utilizadas
em seus tratamentos odontológicos. A comunidade científica e a sociedade serão beneficiadas com
respostas ainda esperadas, como por exemplo: A radiografia digital vai contribuir para uma menor
dose de radiação para o paciente, ou a dose aumentará por serem realizadas mais exposições?
IV. Garantia de resposta a qualquer pergunta:
O Pesquisador Responsável pela pesquisa é o Dr. Murillo José Nunes de Abreu Jr e Pesquisadora
Principal é a Cirurgiã Dentista Letícia Ruhland Corrêa, especialista em Radiologia Odontológica.
Garantimos que toda e qualquer dúvida que você venha a ter sobre esta pesquisa, será respondida de
forma clara e honesta.
V. Liberdade de abandonar a pesquisa sem prejuízo para si:
Você poderá deixar de realizar os exames radiográficos, tanto no início como durante a realização dos
mesmos, e seu tratamento odontológico é completamente independente da decisão de participar ou não
desta pesquisa. Caso você decida desistir durante o exame radiográfico, as radiografias que já foram
82
realizadas serão de sua propriedade. No caso de desistência, o paciente deve comunicar a
pesquisadora diretamente no Ambulatório de Radiologia, ou pelo telefone 331-9630.
VI. Garantia de privacidade :
Eu, Letícia Ruhland Corrêa certifico que os dados serão arquivados nos computadores pessoais do
pesquisador responsável e do pesquisador principal. As informações pessoais e as obtidas através das
imagens dos exames radiográficos serão totalmente confidenciais e serão utilizadas somente com
finalidade científica.
Eu, ......................................................................................................................................... fui
informado dos objetivos deste estudo de maneira clara e detalhada. Recebi informações a respeito dos
procedimentos a serem realizados e esclareci as minhas dúvidas. A Cirurgiã Dentista Letícia Ruhland
Corrêa, especialista em Radiologia Odontológica certificou-me que todos os meus dados pessoais
serão confidenciais, e as imagens das radiografias serão utilizadas somente para finalidade científica.
Terei o direito de desistir de realizar os exames radiográficos, antes ou durante a realização dos
mesmos.
VII. Compromisso com informações atualizadas do estudo:
Caso você tenha perguntas sobre o estudo, entre em contato com Letícia Ruhland Corrêa pelos
telefones (48) 331-9630 ou (48) 9991-8993.
Florianópolis, ........, de ............................................... de 2005.
Nome do paciente: ...............................................................................................................
Assinatura do paciente:..........................................................................................................
83
APÊNDICE B - Ficha do paciente - A
Ficha de marcação durante o atendimento do paciente
Ficha individual de paciente
Data
Nome
N° prontuário
N° telefone
Filme Digital
Dentes 17
16
15 14
13
12 11
21 22
23
24 25
26
27
Conforto
Tempo operação
Tempo exposição
Digital Filme
Dentes 47
46
45 44
43
42 41
31 32
33
34 35
36
37
Conforto
Tempo operação
Tempo exposição
84
APÊNDICE B - Ficha do paciente - B
Ficha de marcação durante o atendimento do paciente
Ficha individual de paciente
Data
Nome
N° prontuário
N° telefone
Digital Filme
Dentes 17
16
15 14
13
12 11
21 22
23
24 25
26
27
Conforto
Tempo operação
Tempo exposição
Filme Digital
Dentes 47
46
45 44
43
42 41
31 32
33
34 35
36
37
Conforto
Tempo operação
Tempo exposição
85
APÊNDICE C - Ficha de erros e qualidade geral das radiografias
Modalidade da imagem:
OBSERVADOR:
Paciente:
Região
Região
Tipos de erro Erro Principal Qualidade Geral
17
1
16
2
14l15
3
13
4
Superiores
12l11
5
37
6
36
7
34l35
8
33
9
Inferiores
32l31
10
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo