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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
NÍVEIS MESTRADO E DOUTORADO
MÁRCIA VARGAS TOLEDO
FUNGITOXICIDADE CONTRA Alternaria solani, CONTROLE DA PINTA PRETA E
EFEITO SOBRE O CRESCIMENTO DO TOMATEIRO (Lycopersicum esculentum
Mill) POR MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PR
2009
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1
MÁRCIA VARGAS TOLEDO
FUNGITOXICIDADE CONTRA Alternaria solani, CONTROLE DA PINTA PRETA E
EFEITO SOBRE O CRESCIMENTO DO TOMATEIRO (Lycopersicum esculentum
Mill) POR MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
Dissertação apresentada a Universidade Estadual
do Oeste do Paraná, como parte das exigências
do Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
para obtenção dotulo de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. José Renato Stangarlin
MARECHAL CÂNDIDO RONDON-PR
2009
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2
A MINHA MÃE
“A todos os que sofrem.
Para todos os que não fazem sofrer e para os que cuidam
do sofrimento dos outros.
Para os criminosos da humanidade, nas suas múltiplas e
hediondas versões, para que entendam a efemeridade da
sua ambição.”
José Maria Alves
DEDICO
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, criador de tudo.
A Ieza, minha mãe, amiga e companheira de todas as horas e meu irmão
And, pelo apoio e compreensão que, com certeza, sem eles eu não teria chegado a
aqui.
Ao meu orientador Professor Dr. José Renato Stangarlin, pelo apoio e grandes
ensinamentos transmitidos.
Ao Professor Dr. Carlos Moacir Bonato e Dr. Alexandre Mendoa por me
iniciarem no estudo da Homeopatia e pelo exemplo de dedicação e perseverança;
A Professora. Dr
a
. Vanda Pietrowski por me incentivar a enfrentar este desafio.
Ao Professor Dr. Odair Jo Kuhn e Msc Gilmar Franzener pela ajuda e
orientações no desenvolvimento de diversas metodologias.
A EMATER, Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural
pela oportunidade de executar este trabalho.
A toda equipe do CAPA, Centro de Apoio do Pequeno Agricultor, pela troca de
idéias, incentivo e companheirismo que muito contribuíram para o desenvolvimento
deste trabalho.
Aos companheiros do Grupo de Estudos em Agroecologia do Instituto
EMATER, pela amizade e estímulo.
Aos colegas de s-graduação em especial Luciana Yurkiv, Cristiane Cláudia
Meinerz, Tatiane Martinazzo Portz e Mauricele Baldo pela amizade e colaboração direta
no desenvolvimento do trabalho.
A Luciana Cleci Oliveira, Simone Grisa e Suelyn Cristina Lopes Anschau,
amigas, companheiras de trabalho, pela ajuda, ombro e apoio em vários momentos.
A todos os professores e funcionários da UNIOESTE que colaboraram de
forma direta ou indireta no desenvolvimento deste trabalho.
Aos agricultores familiares, pela perseverança, apesar das adversidades, e
desta forma serem os grandes motivadores da nossa labuta.
Aos agricultores ecologistas, pela busca constante de um mundo melhor para
todos.
Ao Sr. Darci Detmar Tomm, agricultor familiar, ecologista e homeopata, pela
troca de informações, pelo seu trabalho e dedicação.
4
A todos que de alguma forma estiveram presentes e contribuíram para a
realização desta obra.
5
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................7
RESUMO...................................................................................................................10
ABSTRACT ...............................................................................................................11
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................14
2.1 A CULTURA DO TOMATE..................................................................................14
2.2 A DOENÇA PINTA-PRETA.................................................................................16
2.3 AGRICULTURAS DE BASES ECOLÓGICAS.....................................................17
2.4 A HOMEOPATIA .................................................................................................20
2.5 CONCEITOS E DEFINIÇÕES EM HOMEOPATIA..............................................23
2.6 HOMEOPATIA NOS VEGETAIS.........................................................................26
2.7 TRABALHOS EM HOMEOPATIA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ ...............31
2.8 INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA .............................................................................31
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................34
4 CAPÍTULO I - ATIVIDADE FUNGITÓXICA DE MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS SOBRE Alternaria solani.............................................................41
RESUMO...................................................................................................................41
ABSTRACT ...............................................................................................................42
4.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................43
4.2 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................44
4.2.1 Obtenção do isolado de A. solani.....................................................................44
4.2.2 Escolha dos tratamentos..................................................................................45
4.2.3 Preparação dos medicamentos homeopáticos e tratamentos..........................45
4.2.4 Bioensaios in vitro para determinação de atividade antifúngica .......................47
4.2.4.1 Teste de inibição do crescimento micelial .....................................................47
4.2.4.2 Teste de inibição da esporulação..................................................................47
4.2.4.3 Teste de inibição da germinação de esporos ................................................47
4.2.5 Análise dos Resultados....................................................................................48
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................49
4.3.1 Inibição do crescimento micelial.......................................................................49
4.3.2 Inibição da esporulação....................................................................................54
6
4.3.3 Inibição da germinação de esporos..................................................................59
4.4 CONCLUSÃO......................................................................................................64
4.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................65
5 CAPÍTULO II - CONTROLE DA PINTA PRETA E EFEITO SOBRE VARIÁVEIS DE
CRESCIMENTO EM TOMATEIRO POR MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS ......68
RESUMO...................................................................................................................68
ABSTRACT ...............................................................................................................69
5.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................70
5.2 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................72
5.2.1 Escolha dos tratamentos..................................................................................72
5.2.2 Preparo dos tratamentos..................................................................................72
5.2.3 Obtenção de esporos de A. solani ...................................................................73
5.2.4 Ensaio para avaliação da indução de resistência e variáveis de crescimento .73
5.2.4.1 Avaliação da severidade da doença..............................................................74
5.2.4.2 Avaliação de variáveis de crescimento..........................................................75
5.2.5 Análise de resultados .......................................................................................75
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................76
5.3.1 Avaliação da severidade da doença.................................................................76
5.3.2 Avaliação de variáveis de crescimento.............................................................81
5.3.2.1 Volume e massa seca de raiz .......................................................................81
5.3.2.2 Massa fresca e seca da parte aérea .............................................................85
5.4 CONCLUSÃO......................................................................................................88
5.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................89
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................93
7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 4.1 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Isoterapico de A.
solani (B) e Isoterapico de cinza (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, no
crescimento micelial de A. solani, comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e
água destilada. Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV% = 2,8...............................................51
FIGURA 4.2 Efeito dos medicamentos homeopáticos Sulphur (A), Silicea terra (B),
Staphysagria (C), Phosphorus (D), Ferrum sulphuricum (E) e Kali iodatum (F), nas
dinamizações 6, 12, 30 e 100CH, no crescimento micelial de A. solani, comparadas
com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada. Barras representam ± desvio
padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV%=
3,76..............................................................................................................................53
FIGURA 4.3 Efeito de Agua destilada (A) e Soluçao hidroalcoolica (B), nas
dinamizações homeopáticas 6, 12, 30, 60 e 100CH, no crescimento micelial de A.
solani, comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada não
dinamizadas. Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre
si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV%= 2,56.......................................................54
FIGURA 4.4 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Isoterapico de A.
solani (B) e Isoterapico de cinza (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na
esporulação de A. solani, comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água
destilada. Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si
pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV% = 8,47. Dados transformados em
(X+1,0)^0,5..................................................................................................................56
FIGURA 4.5 Efeito dos medicamentos homeopáticos Sulphur (A), Silicea terra (B),
Staphysagria (C), Phosphorus (D), Ferrum sulphuricum (E) e Kali iodatum (F), nas
dinamizações 6, 12, 30 e 100CH, na esporulação de A. solani, comparadas com
solução hidroalcóolica a 30% e água destilada. Barras representam ± desvio padrão.
Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV% =
10,36%. Dados transformados em (X+1,0)^0,5...........................................................58
FIGURA 4.6 Efeito de Agua destilada (A) e Soluçao hidroalcoolica (B), nas
dinamizações homeopáticas 6, 12, 30, 60 e 100CH, na esporulação de A. solani,
comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada não dinamizadas.
Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste
de Scott-Knott (p<0,05). CV% =7,78. Dados transformados em (X+1,0)^0,5.............59
FIGURA 4.7 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Isoterapico de A.
solani (B) e Isoterapico de cinza (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na
germinação de esporos de A. solani, comparadas com solução hidroalcóolica a 30%
e água destilada. Barras representam ±desvio padrão. Mesmas letras não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV%= 3,93..............................................61
8
FIGURA 4.8 Efeito dos medicamentos homeopáticos Sulphur (A), Silicea terra (B),
Staphysagria (C), Phosphorus (D), Ferrum sulphuricum (E) e Kali iodatum (F), nas
dinamizações 6, 12, 30 e 100CH, na germinação de esporos de A. solani,
comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada. Barras representam
±desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05). CV% = 4,37. ................................................................................................62
FIGURA 4.9 Efeito de Agua destilada (A) e Soluçao hidroalcoolica (B), nas
dinamizações homeopáticas 6, 12, 30, 60 e 100 CH, na esporulação de A. solani,
comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada não dinamizadas.
Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste
de Scott-Knott (p<0,05). CV% = 3,45..........................................................................63
FIGURA 5.1 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e
Ferrum sulphuricum (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na severidade de pinta
preta, em plantas de tomateiro variedade Débora Plus, 7 dias após a inoculação de
A. solani, 6ª folha tratada e inoculada ( ); 7ª. folha apenas inoculada ( ),
comparadas com solução hidroalcóolica a 10% e água destilada. Todas as plantas
foram tratadas com os medicamentos 3 dias antes da inoculação. Mesmas letras o
diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Letras
minúsculas entre tratamentos e maiúsculas entre folhas. CV% = 27,62. Dados
transformados em (X+ 1,0)^0,5...................................................................................80
FIGURA 5.2 Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) pinta preta, de
plantas de tomateiro variedade Débora Plus tratadas com medicamentos
homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e Ferrum sulphuricum (C), 7, 10, 14 e 16 dias
após inoculação, nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, comparadas com solução
hidroalcóolica a 10% e água destilada. As plantas foram tratadas com os
medicamentos 3 dias antes da inoculação. Mesmas letras não diferem
estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV % = 18,02.
Dados transformados em (X+1,0)^0,5.........................................................................81
FIGURA 5.3 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e
Ferrum sulphuricum (C), nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, no volume de raiz de
plantas de tomateiro variedade Débora Plus aos 38 dias após transplante,
comparadas com solução hidroalcoólica a 10% e água destilada. As plantas foram
inoculadas com A. solani e receberam tratamento com os medicamentos a cada 72
horas após o aparecimento dos sintomas da doença. Mesmas letras não diferem
estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV% = 17,68......84
FIGURA 5.4 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e
Ferrum sulphuricum (C), nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na massa seca de
raízes de plantas de tomateiro variedade Débora Plus aos 38 dias após transplante,
comparadas com solução hidroalcoólica a 10% e água destilada. As plantas foram
inoculadas com A. solani e receberam tratamento com os medicamentos a cada 72
horas após o aparecimento dos sintomas da doença. Mesmas letras não diferem
estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV% = 16,58......85
9
FIGURA 5.5 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e
Ferrum sulphuricum (C), nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na massa fresca ( )
e seca ( ) da parte aérea de plantas de tomateiro variedade Débora Plus aos 38
dias após transplante, nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, comparadas com solução
hidroalcóolica a 10% e água destilada. As plantas foram inoculadas com A. solani e
receberam tratamento com os medicamentos a cada 72 horas após o aparecimento
dos sintomas da doença Mesmas letras o diferem estatisticamente pelo teste de
Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV% = 13,13 e 9,77 respectivamente.................88
10
RESUMO
O tomate (Lycopersicon esculentum Mill) é a segunda hortaliça mais consumida no
Brasil. A doença pinta preta, causada pelo fungo Alternaria solani é uma das mais
importantes. O tratamento normalmente é feito com fungicidas o que ocasiona a
produção de frutos contaminados por resíduos de agrotóxicos. O uso da homeopatia
tem sido uma prática relevante no controle de doenças, e uma alternativa para
reduzir esses contaminantes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação dos
medicamentos homeopáticos Propolis, Isoterapico de A. solani e Isoterapico de cinza,
nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, e Sulphur, Silicea terra, Staphysagria,
Phosphorus, Ferrum sulphuricum e Kali iodatum nas dinamizações 6, 12, 30 e
100CH, na atividade fungitóxica sobre A. solani, no controle da doença pinta preta, e
no crescimento das plantas de tomate. Foi realizado ensaio in vitro visando investigar
a atividade antimicrobiana dos tratamentos no crescimento micelial, esporulação e
germinação de esporos de A. solani. Os resultados indicaram que Sulphur em 100CH
e Staphysagria em 100CH reduziram o crescimento micelial comparando com os
controles água destilada e solução hidroalcoólica. Na inibição da esporulação,
Propolis em 6, 30 e 60CH e Ferrum sulphuricum em 6 e 30CH diferiram dos
controles. Isoterapico de A. solani em 6CH, Isoterapico de cinza em 6CH e Ferrum
sulphuricum em 6 e 30CH reduziram a germinação de esporos de A. solani. Os
dados indicaram também que a água destilada, quando dinamizada em 60 e 100CH,
reduziu o crescimento micelial. Na segunda fase, foi realizado ensaio em casa de
vegetação com ambiente controlado com os medicamentos Propolis, Sulphur e
Ferrum sulphuricum. O trabalho foi realizado em vasos e, aos 19 dias após o
transplante das mudas, as
s
folhas foram tratadas e 72 horas após, as
s
e
s
folhas foram inoculadas com A. solani. Foram feitas avaliações da severidade com 7,
10, 14 e 16 dias após a inoculação e com os dados calculada a área abaixo da curva
de progresso da doença (AACPD). Ao término foram avaliadas variáveis de
crescimento. Sulphur em 12 e 30 CH, Ferrum sulphuricum em 6, 12 e 30CH e
Propolis em todas as dinamizações reduziram a AACPD da pinta preta, Sulphur em
60CH e solução hidroalcóolica 10% apresentaram efeito sistêmico na indução de
resistência. Propolis em 30 e 60CH incrementaram o volume de raiz, Ferrum
sulphuricum em 60CH, Sulphur em 60CH e Propolis em 30CH incrementaram a
massa seca da raiz, enquanto que Propolis em 30 e 60CH, Ferrum sulphuricum em 6,
12, 30 e 60CH e Sulphur em todas as dinamizações incrementaram a massa da parte
aérea. Os resultados indicam que os medicamentos homeopáticos testados têm
potencial para controle de pinta preta no tomateiro, por ação direta no patógeno e no
hospedeiro.
Palavras chaves: homeopatia, Alternaria solani, pinta preta, tomate, indução de
resistência, controle alternativo
11
ABSTRACT
FUNGITOXICITY AGAINST Alternaria solani, CONTROL OF EARLY
BLIGHT AND EFFECT ON THE GROWTH OF TOMATO (Lycopersicum
esculentum Mill) PLANTS BY HOMEOPATHIC DRUGS
The tomato (Lycopersicon esculentum Mill) is the second most consumed vegetable
in Brazil. The early blight disease, caused by the fungus Alternaria solani is one of
the most important disease of this culture. The control is usually done with
fungicides that can cause the production of fruits contaminated with pesticide. The
use of homeopathy has been a practice for disease control, and an alternative to
reduce these chemical drugs. The objective of this study was to evaluate the
fungitoxic activity against A. solani, the disease control of early blight and the effect
on plant growth of tomato.of homeopathic drugs Propolis, Isotherapic of A. solani
and Isotherapic of ash in at dinamizations 6, 12, 30 and 60CH, and Sulphur, Silicea
terra, Staphysagria, Phosphorus, Ferrum sulphuricum and Kali iodatum at
dinamizations 6, 12, 30 and 100CH. In vitro assays was investigate the antimicrobial
activity of the treatments on mycelial growth, sporulation and germination of spores
of A. solani. The results indicated that Sulphur 100CH and Staphysagria 100CH
reduced the mycelial growth compared with the control treatment wint distilled water
and water-etanol solution. Propolis, 6, 30 and 60CH and Ferrum sulphuricum 6 and
30CH inhibited the sporulation, Isotherapic of A. solani in 6CH, Isotherapic of ash at
6CH, and Ferrum sulphuricum 6 and 30CH reduced the spores germination of A.
solani. The data also indicated that the distilled water at 60 and 100CH reduced the
mycelial growth. In the second phase, anassay was conducted in a greenhouse with
Propolis, Sulphur and Ferrum sulphuricum. The work was carried out in pots, and at
19 days after transplanting of seedlings, the 6 ths. leaves were treated and 72 hours
after the treatment, the 6ths. and 7ths. leaves were inoculated with A. solani. The
severity were evaluated 7, 10, 14 and 16 days after inoculation and was calculated
the area under the disease progress curve (AUDPC). Sulphur, 12 and 30 CH,
Ferrum sulphuricum at 6, 12 and 30CH and Propolis in all dinamizations reduced
the AUDPC of early blight. Sulphur 60CH and water-etanol solution 10% had
systemic effect in the induction of resistance. Propolis at 30 and 60CH increased the
amount of root, Ferrum sulphuricum 60CH and Sulphur in 30CH increased the root
dry weight, while Propolis on 30 and 60CH, Ferrum sulphuricum in 6, 12, 30 and
60CH and Sulphur in all dinamizations increased the mass of the shoot. The results
indicate that the homeopathic drugs tested have potential for control of early blight
in the tomato, by direct actions on the pathogen and host.
Keywords: Homeopathy, Alternaria solani, early blight, tomato, induction of
resistance, alternative control.
12
1 INTRODUÇÃO
O modelo agrícola hoje praticado está calçado em bases bastante
contestadas, tanto pelo setor agrário, como pela população em geral. Com a
utilização de adubos químicos, inseticidas e fungicidas, os sistemas agrícolas
puderam simplificar-se consideravelmente em comparação com os sistemas antigos.
Porém, o pacote monocultura, adubos químicos, inseticidas e herbicidas veio
acompanhado do crescimento de novos problemas sanitários (KHATHOUNIAN,
2001).
Estamos diante do desafio de como produzir alimentos saudáveis, com menor
impacto possível ao meio ambiente, de maneira econômica e socialmente
sustentável. Os meios convencionais adotados para controlar pragas e doenças
consistem na maior parte das vezes no emprego de inseticidas, acaricidas e
fungicidas que, por outro lado, são responsáveis por agressões ao ambiente. A
pesquisa vem empenhando esforços visando o desenvolvimento de sistemas de
produção que adotem "tecnologias limpas", envolvendo manejos que proporcionem,
essencialmente, a recuperação do equilíbrio no ambiente agrícola e a melhoria da
qualidade dos produtos (ROLIM, 2006).
O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) é a segunda hortaliça mais
consumida no Brasil. Segundo EMBRAPA (2006), o consumo gira em torno de 5 kg
ano
-1
, superado apenas pela batata que é de 5,27kg. Em termos de área são
cultivados aproximadamente 56 mil hectares com uma produção em torno de
3.356.456,00 toneladas. Seu cultivo está sujeito a grande número de pragas e
doenças em todas as fases do ciclo de produção, desde a sementeira até a
comercialização. Assim, o manejo fitossanitário se apresenta como importante
aspecto de investigação.
A homeopatia, ciência desenvolvida por Hahnemann a mais de 200 anos,
constitui tecnologia com grande potencial de atender a essas exigências. Por utilizar
substâncias ultra diluídas, é de baixo custo e apresenta impacto ambiental
irrelevante. Porém, poucos são os estudos na área de fitossanidade, principalmente
no que se refere a sua forma de atuação.
13
O objetivo deste trabalho foi encontrar métodos alternativos através da
utilização de medicamentos homeopáticos visando ao controle da pinta preta,
doença limitante na produção do tomateiro.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A CULTURA DO TOMATE
O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.), família Solanaceae, é uma das
hortaliças mais consumidas no Brasil (EMBRAPA, 2006). Segundo Rebelo et al.
(2004), o Brasil é o nono produtor mundial de tomate e o primeiro na América Latina.
O tomateiro é uma das culturas onde maior utilização de agrotóxicos e adubos
químicos no processo de produção, que pode ser reduzido pela adequação de
ambiente mais propício a esta planta e menos favorável às doenças e pragas que
podem prejudicá-las (REBELO et al., 1997). Apesar destas possibilidades, a
produção orgânica de tomates ainda é muito pequena no Brasil e o poucos os
conhecimentos para esta técnica (REBELO et al., 2004).
O tomateiro é originário da Costa Oeste da América do Sul, onde as
temperaturas são moderadas (médias de 15 a 19 ºC) e as precipitações não são
muito intensas. Floresce e frutifica em condições climáticas bem variáveis. A planta
pode desenvolver-se em clima do tipo tropical de altitude, subtropical e temperado,
permitindo seu cultivo em diversas regiões do mundo (SILVA; GIORDANO, 2000;
FILGUEIRA, 2003).
A planta possui caule flexível, incapaz de suportar o peso dos frutos e manter
a posição vertical. A forma natural lembra uma moita com abundante ramificação
lateral, sendo profundamente modificada pela poda. Embora seja uma planta
perene, o cultivo é anual, sendo que, da semeadura até a produção de novas
sementes, o ciclo varia de quatro a sete meses, incluindo um a três meses de
colheita. As flores formam cachos e são hermafroditas, o que dificulta a fecundação
cruzada (FONTES; SILVA, 2002).
De acordo com Alvarenga (2004) o fruto fresco apresenta baixo poder
calórico, baixo acúmulo de matéria seca e altos índices de cálcio e vitamina C.
Quanto à quantidade de lidos solúveis, estes se acumulam no final da fase de
maturação sendo constituído por cerca de 70% de açúcares. Quanto ao teor de
elementos minerais, o potássio é encontrado em maior quantidade, que por sua vez,
tem influência na qualidade do fruto.
15
O excesso de chuva tem efeito negativo na cultura, pois favorece a
proliferação de fungos e bactérias, que reduzem a parte aérea e, por conseqüência,
diminuem a produção (SOUZA; RESENDE, 2003). Os cultivos em ambiente
protegido vêm mostrando destacável crescimento, reduzem o efeito das chuvas e
possibilitam a produção de frutos de melhor aparência, com cotações de preços
mais elevados para os produtores.
A espécie é suscetível a grande número de pragas e doenças, o que pode
exigir cuidados extras para o cultivo orgânico, em comparação com outras culturas
mais resistentes (SOUZA; RESENDE, 2003) e desta forma levando muitos
agricultores optarem pelo cultivo convencional. Conforme citado por Balbi-Peña
(2005), de acordo com os resultados do Laboratório de Análise de Resíduos de
Pesticidas do Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, o tomate encontra-se entre as hortaliças com maior nível de
resíduos de produtos fitossanitários.
Segundo dados apresentados pela ANVISA (2008), através do Programa de
Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), 18,27% das 104
amostras de tomate analisadas havia presença de resíduos de agrotóxicos acima do
LMR (limite máximo de resíduo permitido), como fentoato e permetrina, como
também de resíduos de agrotóxicos não autorizados para esta cultura, como
aldicarbe, aletrina, clorpirifós, clorpirifós metílico, metamidofós, ciproconazol e
folpete. O relatório destaca a detecção de resíduos de aldicarbe, um ingrediente
ativo que, além de não ser autorizado para o tomate, tem sua venda restrita a
apenas três Estados da Federação (Bahia, Minas Gerais e São Paulo), e para
produtores cadastrados no programa de venda da única empresa fabricante do
produto formulado a base deste ingrediente ativo. O aldicarbe é o inseticida mais
tóxico conhecido para mamíferos do ponto de vista agudo e é utilizado
clandestinamente como raticida nos principais centros urbanos do país (ANVISA,
2008).
Outro produto encontrado, o metamidofós é autorizado apenas para a cultura
de tomate industrial (plantio rasteiro), que permite aplicação por via área, trator ou
pivô central, evitando assim a possibilidade de intoxicação do trabalhador rural
(ANVISA, 2008).
Os resultados do PARA mostram que, além da utilização de agrotóxicos não
autorizados e com restrições quanto ao modo de aplicação, os mesmos continuam
16
sendo utilizados no campo, pondo em risco a trabalhadores e consumidores. O
programa recomenda entre outras práticas, a adoção de ões de Produção
Integrada, através da divulgação dos benefícios de sua utilização, como a agricultura
sustentável que profissionaliza o setor, através da adoção de tecnologia e
capacitação, acarretando entre vários benefícios, a redução da utilização de
agrotóxicos nos alimentos e produtos derivados. Outra prática recomendada é o
incentivo e aumento da abrangência de atuação dos projetos de Orgânicos para
ampliar a oferta de produtos que não utilizam agrotóxicos.
2.2 A DOENÇA PINTA-PRETA
A pinta-preta caracteriza-se por ser uma das mais importantes e freqüentes
doenças da cultura do tomateiro nas condições brasileiras de cultivo. A doença
apresenta alto potencial destrutivo, incidindo sobre folhas, hastes, pecíolos e frutos
do tomateiro, ocasionando elevados prejuízos econômicos (KUROZAWA; PAVAN,
2005). Segundo os mesmos autores, a pinta-preta ocorre em todas as regiões onde
o tomateiro é cultivado. Sua maior incidência é constatada em condições de alta
umidade e temperaturas entre 25 e 30 ºC, porém a doença pode ocorrer também em
clima semi-árido, onde o
orvalho está presente. O fungo Alternaria solani, agente
causal da doença, sobrevive em restos culturais e infecta outras hortaliças, como a
batata (Solanum tuberosum L.), a berinjela (Solanum melongena) e plantas
espontâneas como a maria-pretinha (Solanum americanum Mill). A doença é
transmitida pelo solo e também por sementes infectadas (LOPES; SANTOS, 1994 e
KUROZAWA; PAVAN, 2005).
Segundo Gabor e Wiebe (1997) a infecção e a produção de esporos ocorrem
durante períodos quentes (24-29 ºC) e tempo úmido e chuvoso. Os esporos o
disseminados pelo vento e pela chuva. A doença pode espalhar-se rapidamente
quando as condições favoráveis são mantidas.
Os sintomas podem ocorrer na forma de manchas nas folhas, talo ou fruto.
Em geral, elas aparecem, primeiramente, nas folhas mais velhas como áreas
necróticas irregulares marrom-escuras. As lesões se expandem com a progressão
da doença e, finalmente, desenvolvem anéis concêntricos escuros que lhes dão a
17
aparência de alvo de tiro”. Uma área clorótica forma-se em volta das lesões foliares
e sendo estas em grande número, a folha toda amarelece e seca rapidamente,
podendo acarretar em desfolhamento completo da planta (LOPES; SANTOS, 1994 e
GABOR; WIEBE, 1997 e KUROZAWA; PAVAN, 2005).
As lesões podem surgir no caule e pecíolo como áreas alongadas,
deprimidas e marrom-escuras. O desenvolvimento destas ao nível do solo pode
resultar em podridão que, freqüentemente circunda o caule (GABOR; WIEBE, 1997).
Os frutos infectados, principalmente quando maduros, desenvolvem podridão
escura, coriáceas e deprimidas a partir da região peduncular (LOPES; SANTOS,
1994 e GABOR; WIEBE, 1997 e KUROZAWA; PAVAN, 2005).
Segundo Kurozawa e Pavan (2005) para seu controle são recomendadas
várias medidas adotadas conjuntamente, como escolha da época de plantio,
utilização de sementes e mudas sadias, plantio de cultivares menos suscetíveis e
adubação equilibrada. O controle químico deve ser realizado preventivamente pelo
uso de pulverizações de fungicidas protetores, entretanto, esta prática tem baixa
eficiência durante as estações úmidas e chuvosas, quando a doença é mais severa
(LOPES; SANTOS, 1994 e KUROZAWA; PAVAN, 2005).
.
2.3 AGRICULTURAS DE BASES ECOLÓGICAS
A modernização da agricultura, ocorrido principalmente a partir dos anos 50,
desvalorizou os processos naturais e biológicos e priorizou a automecânica, os
adubos minerais e agrotóxicos. Este pacote tecnológico elevou sobremaneira a
produtividade das culturas, porém gerou incontáveis problemas ambientais, como o
declínio de produtividade pela degradação do solo, erosão e perda da matéria
orgânica; degradação dos recursos naturais, pela poluição através dos agrotóxicos e
fertilizantes, com efeitos maléficos em plantas, animais, rios e solo; contaminação de
alimentos e trabalhadores rurais, aumento da resistência de pragas, doenças e
plantas invasoras; compactação, erosão, desertificação e salinização dos solos;
utilização de insumos sintéticos, de alta demanda de energia, proporcionando
reduzido balanço energético e ainda a perda de autonomia do produtor rural,
tornando-o dependente da indústria, o que provocou uma grande diminuição da
renda do agricultor ao longo dos anos (SOUZA; RESENDE, 2003).
18
Segundo Arenales (1999), estima-se que cerca de três milhões de toneladas
de agroquímicos são despejados no planeta anualmente, o que poderá contribuir
para o desequilíbrio ambiental.
Na contramão desse sistema não sustentável surgiram as agriculturas de
bases ecológicas. Várias são as correntes, dentre elas, a agricultura orgânica,
biodinâmica, biológica, natural, a permacultura e a agroecologia (KHAUTOUNIAN,
2001). De acordo com estudo da Federação Internacional dos Movimentos
Orgânicos da Agricultura, em 2005, mais de 26 milhões de hectares estavam sob
produção orgânica no mundo, com aumento de mais de dois milhões de hectares em
relação ao ano anterior. O mercado de produtos orgânicos alcançou U$S 25 bilhões
em sua maior parte sendo introduzidos no mercado da Europa e América do Norte
(WILLER, 2006).
Segundo Paschoal (1994)
1
, citado por Souza e Resende (2003), os métodos
alternativos de agricultura são métodos modernos, desenvolvidos em sofisticado e
complexo sistema de técnicas agronômicas, cujo objetivo principal não é a
exploração econômica imediatista e inconseqüente, mas sim, a exploração
econômica por longo prazo, mantendo o agroecossistema estável e auto-
sustentável. Leis e princípios ecológicos e de conservação de recursos naturais o
parte integrante destes métodos. As questões sociais são prioritárias, procurando
preservar métodos agrícolas tradicionais apropriados ou aperfeiçoá-los.
Ainda segundo o mesmo autor, a agricultura orgânica pode ser definida como
sendo um método de agricultura que visa o estabelecimento de sistemas agrícolas
ecologicamente equilibrados, estáveis, economicamente produtivos em grande,
média e pequena escala, de elevada eficiência quanto à utilização dos recursos
naturais de produção e socialmente bem estruturados, que resultem em alimentos
saudáveis, de elevado valor nutritivo e livre de resíduos tóxicos, produzidos em total
harmonia com a natureza e com as reais necessidades da humanidade.
____________________________
1
PASCHOAL, A.D. Produção orgânica de alimentos: agricultura sustentável para os
séculos XX e XXI. 1ª Ed. Piracicaba –SP, 1994, 191p.
19
Os princípios filosóficos que norteiam a produção agropecuária no sistema
agroecológico têm como propósitos, principalmente, a proteção e preservação
ambiental, a oferta de alimentos de melhor qualidade e uma relação socialmente
justa entre as pessoas envolvidas no processo produtivo (PRIMAVESI, 1994). O
enfoque agroecológico corresponde a uma orientação cujas pretensões e
contribuições o além de aspectos meramente tecnológicos ou agronômicos da
produção agropecuária, incorporando dimensões mais amplas e complexas que
incluem tanto variáveis econômicas, sociais e ecológicas, como variáveis culturais,
políticas e éticas (CAPORAL; COSTABEBER, 2002).
Caporal e Costabeber (2002) destacam ainda que a agroecologia é um
modelo com enfoque científico, destinado a apoiar a transição dos atuais modelos
de desenvolvimento rural e de agricultura convencional, para estilos de
desenvolvimento rural. Para tanto, esse sistema propõe diferentes correntes
filosóficas que partilham dos mesmos objetivos e princípios gerais de produção
sustentável, reciclagem de recursos naturais, integração de processos e cultivos
diversificados.
Conforme citado por Assis et al. (2007) as agriculturas de bases ecológicas
hoje são praticadas em cerca de 100 países, totalizando mais de 35 milhões de
hectares cultivados, sendo que 46,3% desta área está na Oceania (Austrália), 20,8%
na América Latina, 6,7% na América do Norte, 22,6% na Europa, 2,6% na Ásia e
1,0% na África. Ao todo são cerca de 500.000 propriedades e destas acredita-se que
30 a 40% sejam cultivadas com olerícolas. O crescimento mundial anual é de 10 a
20%, enquanto que na Europa é de 20 a 30%.
No Brasil a agricultura orgânica vem se destacando nos Estados do Rio
Grande do Sul (4.500 produtores), do Paraná (4.122 produtores), Maranhão (2.120
produtores), Santa Catarina (2.000 produtores), São Paulo (1.000 produtores) e
outros Estados (5.258 produtores). As principais culturas são soja, hortaliças, plantas
medicinais, café, açúcar, frutas, feijão, arroz, cacau, milho, óleos, mate e suco
concentrado, totalizando 841.000 hectares de área cultivada (ASSIS et al. ,2007).
A renda bruta gerada pela produção orgânica brasileira ultrapassou a 250
milhões de dólares no ano de 2003, sendo que as exportações foram de 150
milhões de dólares (HAMERSCHMIDT et al., 2005).
Segundo Assis et al. (2007), no Paraná, na safra de 2004/05 foi gerada uma
renda bruta de cerca de U$S 42,5 milhões, com 11.530 hectares e 4.331
20
agricultores. No tocante a olericultura, são aproximadamente 1.231 hectares, 1.208
agricultores e uma produção de 14.633 toneladas de produtos orgânicos
comercializados, uma quantidade expressiva e em expansão, considerando que na
safra de 2001/2002 eram em torno de 520 agricultores.
Nesse sistema o emprego de variedades resistentes e de adubos orgânicos
associados à aplicação de fitoprotetores como entomopatógenos, extratos de
plantas, caldas fertiprotetoras ou fitoestimulantes e biofertilizantes têm sido as
principais medidas de contenção de pragas e doenças (DAROLT, 2002).
2.4 A HOMEOPATIA
A Instrução Normativa nº 64, de 18 de dezembro de 2008, publicada no Diário
Oficial da União, legalizou o uso da homeopatia na agricultura orgânica, sendo
recomendado tanto para o controle de doenças e pragas como para o reequilíbrio
fisiológico das plantas (BRASIL, 2009).
A homeopatia é uma palavra de origem grega que quer dizer “doença
semelhante” (homoios = semelhante, pathos= sofrimento, doença). É uma ciência
que pode ser aplicada a todos os seres vivos, sejam seres humanos, animais,
vegetais e microrganismos
(PUSTIGLIONE, 2004). Desde que exista força vital, ou
seja, capacidade do organismo em reagir, os medicamentos homeopáticos
interferem na saúde dos mesmos (ROSSI, 2005).
Segundo Bonato (2004), a ciência homeopática criada pelo médico alemão
Cristiano Frederico Samuel Hahnemann mais de 200 anos, tem sido aplicada
com resultados muito positivos em humanos, porém o uso em animais tem sido
desenvolvido mais recentemente com resultados animadores. Hahnemann afirmava
que “se as leis da natureza que proclamo são verdadeiras, então podem ser
aplicadas a todos os seres vivos”. Este é o maior aval dado pelo próprio idealizador
da homeopatia para a utilização da ciência homeopática em qualquer organismo
vivo, inclusive em vegetais.
Segundo Bonato (2003) a homeopatia é ecologicamente correta, pois é
essencialmente energia potencializada não-molecular, e de ação sistêmica, não
deixando resíduos no ambiente. Os medicamentos homeopáticos não-moleculares
21
atuam na autorregulação do organismo, que também é imaterial, equacionando,
dando o suporte para a retomada da homeostase.
O vitalismo homeopático, conceituado por Hahnemann de maneira mais
completa no Organon da arte de curar" (PUSTIGLIONE, 2004), começou a ser
traçado quando o médico alemão manifestou seu descontentamento perante a
medicina praticada por seus contemporâneos. Segundo ele, esta era um conjunto de
teorias que, na prática, não obtinham a cura definitiva pretendida. Além disso,
causava-lhe aborrecimento os efeitos colaterais advindos de medicamentos tóxicos
muito utilizados na cura de moléstias nos humanos, como o arsênico e o mercúrio
(SIGOLO, 1999).
Segundo Sigolo (1999), Benez (2004), Mendonça (2004), Hahnemann , em
1790, ao analisar as propriedades da quina, despertou o interessa pelo uso da
substância, observando que o abuso da mesma acarretava sintomas semelhantes
aos quais combatia. Fazendo uma série de experiências em si mesmo, constatou
que a quina produzia a mesma febre que pretendia aniquilar, quando ministrada em
indivíduos sãos. Realizou outras experiências com mercúrio e arsênico, substâncias
tóxicas que exigiram diluição e sucussão. Assim, o criador da medicina homeopática
descobriu que as substâncias perdiam seu efeito tóxico quando diluídas, mas
continuavam capazes de provocar os sintomas das doenças as quais pretendiam
curar.
Hahnemann deixou quatro princípios fundamentais, que são seguidos até
hoje: a cura pelo semelhante, experimentação em seres sadios, doses mínimas e
infinitesimais e medicamento único (BRUCKNER, 1903; BENEZ, 2004;
MENDONÇA, 2004; PUSTIGLIONE, 2004).
Hipócrates (460 a.C.), considerado pai da medicina, naturalista por natureza,
empregava a lei dos semelhantes (Similia similibus curantur - Semelhante cura
semelhante). Esta lei é uma aplicação natural da Lei de causa e efeito, comprovada
e testada por grandes personalidades médicas da época como Paracelso, Sthal e
Trosseau (BONATO, 2007b).
Segundo Benez (2004), Mendonça (2004) e Goswami (2006) o primeiro e o
segundo princípios dizem que uma substância medicinal quando administrada num
ser saudável, produzirá certa confluência de sintomas, e por semelhança, essa
atuará como remédio quando utilizado para a cura dos sintomas de um ser
22
adoecido, se administrado numa forma homeopática potencializada, altamente
diluída.
O terceiro princípio, sobre as doses mínimas refere-se a tentativa de reduzir a
toxidade de algumas substâncias. Goswami (2006) chamou de “menos é mais”,
quanto mais se dilui a substância, mais potente é o efeito. Segundo o mesmo autor,
este é o princípio mais questionado, pois em diluições seqüenciais altas, depois de
doze vezes mais precisamente, pelo método hahnemaniano (1:100, seguido de
sucussões), é extremamente improvável, em termos matemáticos, que uma
molécula do medicamento esteja presente, pois ultrapassa o Número de Avogadro,
que pela Lei da química, afirma que um mol de uma determinada substância contém
na ordem de 10
24
moléculas da substância.
O quarto princípio se refere à recomendação de se administrar um único
medicamento, a individualização do ser e desta forma utilizar o que se chama de
Simillimun. Como descreve Benez (2004), Simillimun é aquele que engloba toda a
sintomatologia da enfermidade e do paciente, em todos os seus aspectos.
Hahnemann no segundo parágrafo do Organon (PUSTIGLIONE, 2004), obra
básica e referência obrigatória para interessados em Homeopatia disse:
“O mais elevado ideal de uma cura é a rápida, suave e permanente
restauração da saúde ou a remoção e o aniquilamento da doença em
toda sua extensão, no mais curto, mais seguro e no mais inofensivo
modo, baseado em princípios facilmente compreensíveis”.
Segundo Kent (2002), três distintos pontos envolvidos neste parágrafo;
restabelecer a saúde e o remover sintomas, se a remoção dos sintomas não é
seguida pela restauração da saúde, não pode ser chamada de cura. O segundo
ponto diz que a cura deve ser pronta ou rápida, deve ser suave e deve ser contínua
ou permanente. O autor ainda ressalta “sempre que drogas violentas são
empregadas, não nada suave na ação ou na reação que deve se seguir”. Na
época em que Hahnemann escreveu o Organon, os medicamentos não eram
suaves, eram utilizados nos humanos sangrias e sudoríficos. A medicina tem
mudado um pouco, mas nenhuma mudança foi baseada em princípios e os
medicamentos são cada vez mais poderosos que os usados antigamente. E a
doença, em sua natureza, em sua essência, ainda está ali, causando a destruição
interna do homem, suas manifestações mudaram e foi adicionada a ela a doença
medicamentosa, fruto das drogas do modernismo.
23
O terceiro ponto é sobre os princípios, isto significa lei, princípios fixos. A
homeopatia que se ensina em qualquer lugar é instruída através dos seus
ensinamentos básicos, sejam eles para serem aplicados em pessoas, animais ou
vegetais.
A homeopatia para uso em humanos está bastante esclarecida, porém para o
uso em vegetais merece muitas experimentações e elucidações. Nas matérias
médicas homeopáticas de Boericke (2003) e Kent (2003), entre outras, estão
compilados os sintomas para as prescrições, porém, não existe publicação
semelhante para a homeopatia em modelos vegetais.
Rossi (2005), em sua tese, afirma que a natureza especial do medicamento
homeopático atesta que o organismo vivo possui unidades sutis dificilmente
alcançáveis pelo conhecimento científico moderno. A veracidade dos efeitos dos
medicamentos é verificada diariamente na prática clínica, demonstrando ser o
organismo vivo, o único a constatar-lhe a ação, dita dinâmica. A atuação em
animais, vegetais e solo comprovam que não se trata de uma ação por indução de
efeitos psicológicos.
Ainda segundo Rossi (2005), a homeopatia aplicada a plantas permite o
controle de pragas e doenças causadas por vírus, fungos e bactérias, além de
incrementar a produção de biomassa. Esta característica torna a homeopatia uma
opção ecológica para uso no campo, totalmente de acordo com os princípios
agroecológicos.
2.5 CONCEITOS E DEFINIÇÕES EM HOMEOPATIA
Medicamento homeopático é toda apresentação farmacêutica destinada a ser
ministrada segundo o princípio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica,
obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas
(FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 1997).
A sucussão consiste na agitação vigorosa e ritmada contra anteparo semi-
rígido de fármacos sólidos e líquidos, solúveis e dissolvidos em insumo inerte
adequado e a dinamização é resultante do processo de diluições seguidas de
sucussões e/ou triturações sucessivas de fármaco, em insumo inerte, com a
finalidade de desenvolvimento do poder medicamentoso. (FARMACOPÉIA
24
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 1997). Ainda segundo a Farmacopéia, insumo inerte
é a substância complementar de qualquer natureza, desprovida de propriedades
farmacológicas ou terapêuticas e utilizada como veículo ou excipiente. No caso de
medicamentos na forma líquida, normalmente utiliza-se água destilada, bi-destilada,
deionizada e etanol em diversas diluições e o insumo ativo, é a droga ou fármaco
que se constitue no ponto de partida para a preparação de medicamento.
Os medicamentos usados em homeopatia têm origem nos três reinos da
natureza, nos produtos químico-farmacéuticos, substâncias e/ou materiais
biológicos, patológicos ou não. A dinamização ou a quantidade de vezes que o
medicamento foi diluído e succusionado é indicado por um número, enquanto a letra
(ou letras) indica a forma de preparo (ROSSI, 2005).
Segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira (1997), existem três métodos
básicos de preparo dos medicamentos homeopáticos, o método Hahnemanniano, o
Korsakoviano e o Fluxo Contínuo. O Hahnemaniano parte da forma farmacêutica
básica (tintura-mãe) e procede-se com as dinamizações segundo escalas decimal,
centesimal e cinquenta milesinal, sendo a proporção de 1:10, 1:100 e 1:50.000
respectivamente e com 100 sucussões feitas pelo processo manual ou mecânico.
Recebem a terminologia de “DH”, “CH”, ou “LM”, por exemplo a 6CH significa a
sexta diluição centesimal hanemaniana.
O método Korsakoviano, a partir do medicamento em 30CH, em etanol, o
líquido é colocado em frasco ocupando 2/3 da capacidade utilizado na preparação,
quando este então é descartado e faz-se novo preenchimento do frasco com o
insumo inerte e sucussionado por 100 vezes obtendo-se assim o 31K pelo método
Korsakoviano. O Fluxo Contínuo parte do medicamento em 30CH também, mas
utiliza uma câmara de dinamização única que funciona pelo processo de diluição e
turbilhonamento, sendo as rotações correspondentes as sucussões. Os
medicamentos recebem a terminologia “FC” (FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA
BRASILEIRA, 1997).
Para designação dos medicamentos homeopáticos são utilizados nomes
científicos, de acordo com as regras dos códigos internacionais de nomenclatura
botânica, zoológica, biológica, química e farmacéutica, além de nomes
homeopáticos consagrados pelo uso e os existentes em farmacopéias, códices,
matérias médicas e obras científicas reconhecidas pela homeopatia
(FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 1997).
25
Uma forma de tratar com homeopatia é a recomendação pela isopatia, ou
seja, utilização de isoterápicos ou bioterápicos, ou ainda conhecidos por nosódios,
neste caso utiliza-se como fonte o próprio agente causador da doença ou de
intoxicação (BONATO, 2004). No caso de tratamento de vegetais, a recomendação
tem se dado por analogia a matéria médica humana ou pelo uso da isopatia
(ANDRADE, 2004a; BONATO, 2004).
Abaixo estão descritos alguns sintomas extraídos de matérias médicas
homeopáticas e do que são feitos alguns medicamentos.
Sulphur de origem mineral feito a partir da flor do elemento enxofre.
Medicamento que aparentemente indica ter semelhança com todas as
doenças sendo recomendado para todos os tipos de erupções e tecidos
enfraquecidos (KENT, 2003 e BOERICKE, 2003).
Silicea terra - de origem mineral, feito a partir do óxido de sílica (ALLEN, 1995).
É recomendado para erupções úmidas, cicatriza antigas fístulas e por analogia
são sintomas semelhantes aos desenvolvidos pela doença pinta preta (KENT,
2003).
Staphysagria - erva da família das Ranuláceas, é conhecida como erva de
piolho (ALLEN,1995). É recomendado para tecidos dilacerados e eczemas no
corpo (BOERICKE, 2003).
Phosphorus medicamento é feito a partir do elemento fósforo (P)
(Allen,1995) e é indicado para excrescências fúngicas (KENT, 2003).
Ferrum sulphuricum feito a partir do ferro e do enxofre e devido a esta
mistura é recomendado para sintomas destes medicamentos (Ferrum e
Sulphur). O Ferrum é recomendado para fraqueza, aspecto clorótico,
hipersensibilidade e o Sulphur como descrito acima é recomendado para
doenças (BOERICKE, 2003).
Kali iodatum feito a partir do iodeto de potássio. Todos os sais de potássio
são recomendados para ulcerações. Kali iodatum é um antipsórico e
antisifilítico, isto é, recomendado para doenças crônicas com estados de
sintomas na pele e de degeneração dos tecidos (BOERICKE, 2003) e por
analogia seriam sintomas semelhantes aos causados pela pinta preta.
26
2.6 HOMEOPATIA NOS VEGETAIS
São recentes os trabalhos com agrohomeopatia. Embora o pioneirismo tenha
ocorrido em 1923 com Kolisko e Kolisko (1978) estimulado pelas idéias de Rudolf
Steiner, apenas a partir do final da década de 60 se tem notícias de experimentos
nesta área. O primeiro trabalho que se encontra é o de Nitien et al. (1969) na
França, que demonstraram a ação de preparados homeopáticos de sulfato de cobre
(Cuprum sulphuricum) na dinamização 15CH sobre a desintoxicação de plantas de
ervilha previamente intoxicadas com este sal em doses ponderais.
Na Índia, Khanna e Chandra (1976) obtiveram resultados significativos no
controle de podridão pré e pós-colheita em tomate, causada por Fusarium roseum,
pela aplicação dos preparados homeopáticos de Kali iodatum na 149C e Thuya
occidentalis na 87C. Estes autores avaliaram a qualidade,
a palatabilidade dos frutos
tratados e a economicidade do tratamento, concluindo haver viabilidade prática e
econômica no tratamento homeopático, além da ação profilática e curativa. Em
1989, tiveram resultados significativos no controle de podridão pós-colheita de
manga, goiaba e tomate pela aplicação de vários produtos homeopáticos em pré e
pós-colheita dos frutos (KHANA; CHANDRA, 1989). Em 1992, os mesmos autores
observaram supressão na respiração dos fungos Alternaria alternata, Colletotrichum
gloeosporioides, Fusarium roseum, Gloeosporium psidii com diversas soluções
homeopáticas. Foi verificado ainda correlação entre a inibição da germinação dos
esporos dos fungos com a taxa de respiração dos mesmos (KHANA; CHANDRA,
1992).
O controle de microrganismos responsáveis por várias contaminações em
produtos armazenados foi estudado por Sinha e Singh (1983), na Índia, que
utilizando de vários produtos homeopáticos verificaram o Sulphur (200C) inibiu em
100% o crescimento do fungo (Aspergillus parasiticus), responsável por várias
contaminações em produtos armazenados e a produção da toxina aflatoxina (toxina
que causa danos hepáticos em animais e humanos). A Silicea terra e a Dulcamara
reduziram o crescimento do fungo em 50% e a produção de toxina em mais de 90%.
O Phosphorus teve pouco efeito na inibição do crescimento do fungo (menos de
10%), mas reduziu em quase 30% a produção de aflatoxina .
Verma et al. (1989) visando o controle do vírus do mosaico do tabaco (VMT),
avaliaram a aplicação dos medicamentos homepáticos Lachesis e Chimaphila em
27
200C, antes e depois da incubação do vírus, e verificaram redução de 50% no
conteúdo de vírus nos discos de folhas.
Saxena et al. (1987), observaram a inibição de 22 gêneros de fungos
associados a sementes de quiabo tratadas com Thuya ocidentalis, Nitric acidum e
Sulphur na dinamização 200CH.
Vários são os resultados com o uso da homepatia. Betti et.al. (2007),
amparados numa revisão realizada por Scofield (1984)
2
, dividem os trabalhos em
três grupos: modelos de germinação e crescimento, fitopatológicos e ensaios de
campo. Vários trabalhos internacionais foram dispostos conforme esta divisão e
classificados com relação a efeitos positivos e negativos, observando-se que na
maioria dos trabalhos os efeitos foram promissores. Bonato (2007a) cita que a
mesma pesquisadora, Lucietta Betii, e seus colaboradores, apresentaram
trabalhos no G.I.R.I. (Groupe International de Recherche sur l’Infinitésimal), na
Bélgica em 1997 e 2003. Dentre as pesquisas feitas foram estudados a germinação
e o desenvolvimento de cotilédones de sementes de Triticum durum (trigo) “in vitro”;
estudo da geminação de pólen de monocotiledôneas e crescimento do tubo polínico;
e respostas à hipersensibilidade de discos de folha de fumo ao vírus do mosaico
(VMP). Foram observados incremento na germinação de sementes de trigo
previamente estressadas com As
2
O
3
e tratadas com as soluções homeopáticas de
Arsenicum album (As
2
O
3
) nas dinamizações de 40D, 42D e 45D. na dinamização
35D, a germinação foi inibida.
No Brasil os trabalhos são mais recentes, Brunini e Arenales (1993) relataram
algumas experiências sobre a utilização de Staphysagria em hortaliças e plantas
ornamentais. A aplicação de Staphysagria aumentou a resistência das plantas aos
pulgões e melhorou as condições gerais das plantas.
Os primeiros resultados científicos dos efeitos dos medicamentos
homeopáticos foram obtidos em rabanete, beterraba e cenoura (Castro e Casali,
2001) com a aplicação de Phosphorus em dinamizações centesimais contendo ou
não fertilizante orgânico, onde se obteve o incremento da massa seca das raízes,
proporcionalmente ao aumento nas dinamizações nos dois tratamentos.
__________________________
2
SCOFIELD, A.M. Homeopathy and its potential role in agriculture, a critical review.
Biological Agriculture & Horticulture. 2: 1-50p. 1984.
28
A primeira dissertação em homeopatia na agricultura, em nível de pós-
graduação, foi defendida pela Engenheira Agrônoma Fernanda Maria Coutinho
Andrade, em 1999, sob orientação do Prof. Dr. Vicente Wagner Dias Casali, do
departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa (ANDRADE, 2000),
quando então estudou o efeito de preparados homeopáticos no crescimento e
produção de cumarina em chambá (Justicia pectoralis). Neste trabalho percebeu-se
que os produtos homeopáticos alteram o metabolismo primário, secundário e o
campo eletromagnético da planta medicinal (Andrade e Casali, 2001). O teor de
cumarina aumentou em aproximadamente 77% quando se aplicou extrato da própria
planta, o Phosphorus, a Arnica montana, o Sulphur e o Acido humico. Castro (2002)
demonstrou que Phosphorus, tanto na escala decimal como centesimal, exerce
efeito sobre o rabanete.
Paralelamente tiveram início as pesquisas na Universidade Estadual de
Maringá- Paraná. Entre os trabalhos desenvolvidos estão: o efeito de preparados
homeopáticos (Sulphur, Phosphorus, Mercurius solubilis, Natrum muriaticum,
Argentum nitricum e Auxina) no crescimento inicial de plântulas de rabanete e milho;
o efeito do medicamento Sulphur na respiração em ápices radiculares de milho
(dados não publicados), no metabolismo das plantas (MORETTI et al., 2002;
ROCHA et al., 2002; ROCHA et al.; 2003; SILVA et al., 2006a; SILVA et al., 2006b;
RIGON, 2007) e também no controle do mosquito transmissor da dengue (Aedes
aegypti) (CAVALCA, 2007).
Nos últimos anos se verificou um aumento nas pesquisas no controle de
doenças e estudo de processos metabólicos. Segundo Espinoza (2001), os
preparados homeopáticos incidem nos processos biológicos das plantas sem gerar
toxicidade. Rolim et al. (2000) demonstraram redução de oídio de tomateiro por Kali
iodatum 100CH, em casa de vegetação e aumento no número de folíolos por
bioterápico do patógeno Oidium lycopersici. Em mudas de macieira, duas
pulverizações de Staphysagria 100CH em intervalos de 12 dias reduziram a
incidência de oídio, causado por Podosphaera leucotricha (Rolim et al., 2001). Rolim
et al. (2005), concluiram que Kali iodatum 30CH e solução hidroalcóolica a 30% o
eficientes em reduzir a incidência de podridão mole pós-colheita em frutos de
tomate.
29
Almeida et al. (2002) verificaram a ação desintoxicante do medicamento
homeopático Cuprum em 30CH, determinando os níveis de cobre durante o
crescimento de manjericão intoxicado com altas dosagens de sulfato de cobre.
Bonato e Silva (2003), em experimento com Sulphur em várias dinamizações
aplicadas na cultura de rabanete, mostraram a melhora das condições gerais das
plantas em praticamente todas as variáveis estudadas, quando comparada com o
controle. Os resultados sugerem que o Sulphur pode ser uma alternativa quando
utilizado para aumentar a produtividade e para melhorar a aparência dos produtos
agrícolas.
Andrade (2004a) e Andrade (2004b) observaram respostas do solo, pela
alteração do ritmo da respiração, quando aplicados medicamentos homeopáticos,
demonstrando que estes interferem diretamente na vida microbiana do solo e,
conseqüentemente na sanidade das plantas.
Os medicamentos homeopáticos podem interferir também na fotossíntese.
Silva et al. (2006b), em trabalho com Apis mellifica, Carbo vegetalis, Champhora,
Aconitum, Opium e Sulphur, em diferentes tempos de exposição em Sphagneticola
trilobata, verificaram que Apis mellifica incrementou a assimilação de CO
2
.
Bonato et al. (2006 e 2007) verificando o efeito de Lachesis em 6, 12, 24, e
30CH e isoterápico de vírus SCMV (Vírus) em 3, 6, 12 e 30CH em plantas de
sorgo. Observaram melhora das condições gerais da planta em quase todas as
variáveis analisadas e a dinamização 30CH tanto de Lachesis como de Virus foram
as que apresentaram melhores resultados.
Luis e Moreno (2007) estudaram o efeito de medicamentos homeopáticos a
base de Calcarea, na dinamização 30CH, no crescimento vegetativo de cebolinha
(Allium fistolosum) e verificaram que a Calcarea fluorica 30CH incrementou em
aproximadamente 45% a produção de peso fresco em relação à testemunha,
Calcarea fosforica em 15,23% e Calcarea iodatum em 11,23%. Por outro lado, foi
verificado decréscimo no peso seco de 19,23% no tratamento com Calcarea
carbonica. Os autores ressaltam que os resultados obtidos demonstram uma
resposta diferencial entre os medicamentos testados.
Rossi et al. (2007a), em ensaio na cultura do tomate visando induzir a
resistência contra mancha bacteriana, demonstraram a diminuição na severidade da
doença com uso de bioterápicos de Xanthomonas campestris nas potências 6CH e
24CH, quando aplicados na água de irrigação. Rossi et al. (2007b), verificando o
30
efeito dos medicamentos homeopáticos de Carbo vegetabilis, Pulsatila nigricans,
Apis mellifica, Mercurius solubilis, Antimonium tartaricum, Natrium phosporicum,
Silicea terra e Arnica montana, na potência 30CH, sobre a qualidade química de
frutos de morangos, observaram pH mais ácido quando tratados com Antimonium
tartaricum e Mercuris solubilis , porém não apresentaram diferenças com relação aos
sólidos solúveis totais, acidez titulável e ratio.
Rossi et al. (2007c) verificaram um efeito negativo de preparados
homeopáticos sobre a produção de tubérculos de batata, cultivar Aracy , sendo que
o tratamento com Heliantus 12CH apresentou menor produtividade comparada com
a testemunha água, porém não diferiu do álcool 30%.
Vasconcelos et al. (2004) estudaram o efeito de Phosphorus em plantas de
trigo com ou sem adubação orgânica e verificaram que o medicamento nas
dinamizações 6, 30 e 200CH reduziram os valores de massa seca e fresca. Os
melhores resultados obtidos foram correspondentes às dinamizações 12CH e
1000CH.
Os medicamentos homeopáticos podem ainda modificar o metabolismo das
plantas, especialmente aumentando o teor de metabólicos secundários. Fonseca et
al. (2006) observaram efeito significativo no aumento e redução no teor de tanino em
folhas e raízes da planta medicinal couve-cravinho (Porophyllum ruderale) com a
aplicação única de Sulphur, Natrum muriaticum, Kalium phosphoricum , Calcarea
carbonica, Silicea terra e Magnesium carbonicum, na dinamização 4CH. Foram
observados os maiores incrementos com Calcarea carbonica e Kalium
phosphoricum.
Concluiu-se que a homeopatia nas plantas de couve-cravinho pode
reduzir o teor de tanino, diminuir a adstringência e aumentar a palatabilidade das
folhas. Por outro lado, o uso de preparados homeopáticos que incrementam o teor
de compostos fármaco-ativos, inclusive o tanino, interessa à fitoterapia.
Bonato et al. (2009) verificaram que Sulphur e Arsenicum album nas
dinamizações 6, 12, 24 e 30CH aplicados semanalmente durante 98 dias afetaram o
crescimento e o teor de óleo essencial de menta (Mentha arvensis L.). Com o uso
dos dois medicamentos, houve incremento da altura das plantas, biomassa seca e
fresca, além do teor de óleo essencial.
Apesar das dificuldades na adaptação do modelo homeopático à
racionalidade científica moderna, poucos estudos de qualidade metodológica
satisfatória buscam fundamentar os pressupostos homeopáticos. Para que se possa
31
atingir um grau de evidência desejável, com um incremento na produção científica
homeopática, novos ensaios são necessários, exigindo da academia uma postura
imparcial, isenta de preconceitos, permitindo que pesquisadores homeopatas
imbuídos do espírito científico tenham oportunidades para desenvolver seus projetos
(TEIXEIRA, 2004).
2.7 TRABALHOS EM HOMEOPATIA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ
No período 2004 à 2006, vários profissionais da região oeste do Paraná,
participaram de um curso de extensão em homeopatia animal e vegetal promovido
pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com o Instituto Biocentrus
de Erechim-RS. A partir desta capacitação começou-se a estruturação de um
laboratório de manipulação de preparados homeopáticos e a realização de
experimentos na intenção de validar essa ciência como ferramenta auxiliar para o
desenvolvimento da agroecologia na região.
No ano de 2006, o CAPA (Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor) foi
contemplado com recursos do governo federal através do CNPq (Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) que possibilitou equipar um mini-
laboratório, a capacitação de 200 agricultores com cursos básicos de homeopatia
popular, a elaboração de 1000 cartilhas de homeopatia popular em parceria com a
UEM (Universidade Estadual de Maringá) e a realização de um Seminário Regional
sobre o tema. Este projeto vem despertando o interesse de vários profissionais e
agricultores para o uso da homeopatia em vegetais e animais e, desta forma,
colaborando para a consolidação de agriculturas de bases ecológicas.
2.8 INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA
Vários fatores podem afetar o crescimento e desenvolvimento das plantas.
Estas podem estar submetidas a estresses, caracterizados por condições externas
que adversamente afetam o crescimento, o desenvolvimento e/ou a produtividade.
32
Estes fatores podem ser bióticos, pela ação de algum organismo, ou abióticos,
devido ao excesso ou deficiência no ambiente físico ou químico (BONATO, 2007b).
Ainda segundo Bonato (2007b), a resistência ao estresse depende da
espécie, do genótipo e da idade de desenvolvimento das plantas. Em geral, o
estresse dispara uma ampla resposta nas plantas, que vai desde a alteração da
expressão gênica e do metabolismo celular até a alteração da taxa de crescimento e
da produtividade. As respostas das plantas ao estresse dependem da duração, da
severidade, do número de exposições e da combinação dos fatores estressantes,
bem como do tipo de órgão e tecido, idade de desenvolvimento e genótipo.
As plantas possuem mecanismos que, dependendo da virulência do
patógeno, podem evitar ou diminuir os danos causados pelos fitopatógenos, este
mecanismo se chama “indução de resistência”. Os mecanismos de defesa das
plantas contra patógenos existem em multiplicidade e são extremamente eficientes
(ROMEIRO, 1999).
Segundo Pascholati e Leite (1995), a resistência de um hospedeiro pode ser
definida como a capacidade da planta em atrasar ou evitar a entrada e/ou
subseqüente atividade de um patógeno em seus tecidos.
Os mecanismos de
resistência são divididos em duas categorias: pré-formados (presentes na planta
antes do contato com o patógeno) e pós-formados (produzidos ou ativados em
resposta à presença do patógeno) e ainda podem ser estruturais e bioquímicos.
Segundo os mesmos autores podem ser citados como exemplos de pré-
formados estruturais: as cutículas, tricomas, estômatos, fibras e vasos condutores;
bioquímicos: fenóis, alcalóides, lactonas insaturadas, glicosídeos fenólicos e
cianogênicos e inibidores protéicos. E como pós-formados estruturais: as papilas,
halos, lignificação, camadas de cortiça e tiloses; bioquímicos: fitoalexinas e proteínas
relacionadas à patogênese.
A expressão “indução de resistência” tanto pode ser utilizada para designar
uma proteção local, isto é, a indução de uma resistência apenas nos tecidos em que
foi realizado o tratamento com o agente indutor, como pode indicar uma resistência
sistêmica, que se manifesta a distância do local onde foi aplicado o agente indutor
(MORAES, 1992). A indução da resistência envolve a ativação de mecanismos de
defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes
bióticos ou abióticos (COHEN, 1996).
33
Segundo Bonato (2007b), a resistência basal das plantas pode ser
aumentada pela ligação com o patógeno, com um indutor químico ou estresse. Essa
resistência, denominada Resistência Sistêmica Induzida (ISR) ou Resistência
Sistêmica Adquirida (SAR), pode ser expressa localmente ou de maneira sistêmica
em tecidos não afetados das plantas. O termo SAR foi inicialmente proposto pela
resposta induzida após a necrose local causada pela infecção dependente do
composto fenólico ácido salicílico (SA). Mais tarde, observou-se que as respostas
poderiam ser induzidas por agentes não-patogênicos. A forma de resistência
independente do AS é denominada ISR para distinguir da SAR. Assim, ISR é
proposto como um termo genérico e SAR utilizado nas respostas sistêmicas
induzidas por patógenos mediadas por SA.
A proteção conferida pelo tratamento estende-se na planta contra infecções
subseqüentes por diferentes patógenos (KUC, 1995). Além disso, a indução de
resistência mostra-se como uma estratégia potencial para o controle fitossanitário
(LYON et al., 1995). A resistência induzida tem sido verificada em diversas plantas,
incluindo dicotiledôneas e monocotiledôneas (SCHNEIDER et al., 1996).
A proteção induzida é dependente do intervalo de tempo entre o tratamento
com o indutor e a subsequente inoculação do patógeno (tratamento desafiador)
(PASCHOLATI; LEITE, 1995). Essa dependência indica que mudanças específicas
no metabolismo da planta, envolvendo a síntese e/ou acúmulo de substâncias, são
importantes no fenômeno da resistência induzida.
Segundo Bonato (2007a), na compreensão homeopática, um distúrbio
causado na planta, tanto por fatores bióticos como abióticos, primeiramente agiria na
auto-regulação (sistêmica) da mesma. Desta forma, cada vez que a planta é
submetida a um determinado estresse (biótico ou abiótico), está a rigor com sua
auto-regulação desequilibrada, e conseqüentemente, fora de sua homeostase
natural. Conforme o autor, o princípio dos semelhantes parece ser aplicável, uma
vez que os princípios fundamentais em que Hahnemann se orientou para
estabelecer as bases da homeopatia parecem valer para todos os seres vivos, como
descrito no item 2.4.
Os medicamentos homeopáticos podem atuar como indutores abióticos de
resistência induzida na planta, e podem também atuar na desintoxicação e
estimulação da resistência sistêmica induzida (BAUMGARTNER, 2000).
34
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41
4 CAPÍTULO I - ATIVIDADE FUNGITÓXICA DE MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS SOBRE Alternaria solani
RESUMO
A doença pinta preta, causada pelo fungo Alternaria solani é uma das mais
importantes da cultura do tomate (Lycopersicon esculentum Mill). O controle
normalmente é feito com fungicidas, o que resulta em produtos contaminados por
resíduos de agrotóxicos. A aplicação de medicamentos homeopáticos é uma prática
que nos últimos anos tem merecido destaque na pesquisa para controle de doenças.
O objetivo deste trabalho foi verificar a atividade fungitóxica in vitro contra A. solani
por medicamentos homeopáticos de Propolis, Isoterapico de A. solani, Isoterapico de
cinza, nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, e de Sulphur, Silicea terra, Staphysagria,
Phosphorus, Ferrum sulphuricum e Kali iodatum, nas dinamizações 6, 12, 30 e
100CH, comparadas com as testemunhas água destilada e solução hidroalcóolica a
30%, também dinamizadas em 6, 12, 30, 60 e 100CH. Foram avaliados o
crescimento micelial, a esporulação e a germinação de conídios de A. solani. Os
resultados indicaram que na variável crescimento micelial, apenas Sulphur em
100CH e Staphysagria em 100CH apresentaram efeito supressor comparando com
ambos os controles. Para a esporulação, Propolis em 6, 30 e 60CH e Ferrum
sulphuricum em 6 e 30CH causaram inibição e diferiram de ambos os controles.
Isoterapico de A. solani em 6CH, Isoterapico de cinza em 6CH e Ferrum sulphuricum
em 6 e 30CH reduziram a germinação de esporos do patógeno. Os dados mostraram
também que a água destilada quando dinamizada em 60 e 100CH inibiu apenas o
crescimento micelial quando comparada aos controles. Estes resultados indicam o
potencial de alguns medicamentos homeopáticos para ensaios visando ao controle
da pinta preta do tomateiro.
Palavras chaves: homeopatia, controle alternativo, pinta preta, Lycopersicum
esculentum Mill.
42
ABSTRACT
FUNGITOXIC ACTIVITY OF HOMEOPATHIC DRUGS AGAINST
Alternaria solani
The early blight
disease, caused by the fungus Alternaria solani is one of the most
important culture of tomato (Lycopersicon esculentum Mill). The control is usually
done with fungicides, which results in production of fruts contaminated by residues
of pesticides. The use of homeopathic drugs is a practice that in recent years has
been highlighted in research for disease control. The objective of this study was to
evaluated the in vitro fungitoxic activity against A. solani by homeopathic drugs:
Propolis, Isotherapic of A. solani, Isotherapic of ash at dinamizations 6, 12, 30 and
60CH, and Sulphur, Silicea terra, Staphysagria, Phosphorus, Ferrum sulphuricum
and Kali iodatum in dinamizations 6, 12, 30 and 100CH, compared with controls
treatments water-etanol solution and distilled water in 6, 12, 30, 60 and 100CH.
Were evaluated the mycelial growth, sporulation and germination of the conidia of A.
solani. The results indicated that only Sulphur 100CH and Staphysagria 100CH
inhibited the mycelial growth. Propolis 6, 30 and 60CH and Ferrum sulphuricum 6
and 30CH caused inhibition of sporulation. Isotherapic of A. solani at 6CH,
Isotherapic of ash at 6CH and Ferrum sulphuricum at 6 and 30CH reduced the
spores germination of the pathogen. The data also showed that the distilled water
driven at 60 and 100CH inhibited the mycelial growth. These results indicate the
potential of some homeopathic drugs for control of the early blight of tomato.
Keywords: Homeopathy, alternative control,
early blight, Lycopersicon esculentum
Mill
43
4.1 INTRODUÇÃO
O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) está sujeito à grande número de
pragas e doenças em todas as fases de ciclo de produção, desde a sementeira até a
comercialização. Assim, o manejo fitossanitário se apresenta como um importante
aspecto de investigação (FILGUEIRA, 2003).
A pinta-preta caracteriza-se por ser uma das mais importantes e freqüentes
doenças da cultura do tomateiro nas condições brasileiras de cultivo. Apresenta alto
potencial destrutivo, incidindo sobre folhas, hastes, pecíolos e frutos do tomateiro,
ocasionando elevados prejuízos econômicos (KUROZAWA; PAVAN, 2005). O fungo
Alternaria solani (Ellis e Martim) L. R. Jones e Gront, agente causal dessa doença,
sobrevive em restos culturais e infecta outras hortaliças, como a batata, a berinjela e
a maria-pretinha. A doença é transmitida também por sementes (VALE et al., 2000).
O pequeno mero de cultivares com resistência genética a essa doença,
associado ao alto custo de suas sementes, determinam medidas de controle
basicamente com produtos químicos para as variedades tradicionalmente cultivadas,
que são suscetíveis ao patógeno (KUROZAWA; PAVAN, 2005). Conforme o
Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, 18% das amostras
de tomate analisadas estavam insatisfatórias, tanto pela presença de resíduos de
defensivos acima do limite máximo permitido, quanto pela presença de resíduos de
produtos não autorizados para esta cultura (ANVISA, 2008).
Diante destes fatos, torna-se necessário o desenvolvimento de novas
estratégias para o manejo de doenças do tomateiro, com a utilização de defensivos
naturais (STANGARLIN et al., 1999), a exemplo dos extratos e óleos essenciais de
plantas medicinais (FIORI et al., 2000; BONALDO et al., 2004; SCHWAN-ESTRADA
et al., 2005; ITAKO et al., 2008; STANGARLIN et al., 2008), extratos fúngicos
(PEITER-BENINCA et al., 2008) e medicamentos homeopáticos (ASSIS et al., 2006;
BONATO et al. 2007b).
A homeopatia, ciência desenvolvida por Hahnemann a mais de 200 anos,
constitui uma opção com grande potencial no controle de doenças, pois pode atuar
no hospedeiro, no patógeno e no ambiente. É uma alternativa de baixo custo, de fácil
utilização pelos agricultores e por utilizar substâncias ultradiluídas, apresentam
impacto ambiental irrelevante (BONATO, 2007a).
44
Poucos trabalhos o encontrados verificando o efeito de medicamentos
homeopáticos diretamente no patógeno. Khana e Chandra (1992) observaram
inibição da germinação de esporos de Alternaria alternata, Colletotrichum
gloeosporioides, Fusarium roseum e Gloeosporium psidii por diversos medicamentos.
Sinha e Singh (1993) verificaram que Sulphur (C200) inibiu em 100% o crescimento
de Aspergillus parasiticus, enquanto que Silicea terra e Dulcamara causaram inibição
de 50%. Saxena et al. (1987), trabalhando com Thuya ocidentalis, Nitric acidum e
Sulphur, em dinamização 200CH, constataram a inibição do crescimento de 22
gêneros de fungos.
Este trabalho teve como objetivo analisar o efeito fungitóxico in vitro de alguns
medicamentos homeopáticos no crescimento micelial, esporulação e germinação de
esporos de Alternaria solani, com vistas a desenvolver métodos alternativos de
controle da pinta preta do tomateiro.
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram realizados no Laboratório de Fitopatologia da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Marechal Cândido Rondon
.
O trabalho compreendeu duas fases, sendo a primeira ensaio para determinação da
atividade fungitóxica in vitro dos medicamentos homeopáticos sobre o crescimento
micelial e a esporulação de Alternaria solani, e o segundo ensaio para verificação da
ação dos medicamentos na germinação de esporos desse fungo.
4.2.1 Obtenção do isolado de A. solani
Foi utilizado o isolado 1707 da EMBRAPA – Hortaliças (CNBH). Este foi
recuperado através de repicagem para placas de Petri contendo cerca de 20 mL de
meio BDA (batata dextrose ágar), seguido de nova repicagem para meio V8-ágar
45
(PULZ, 2007). O isolado foi incubado a 25 ºC e fotoperíodo de 12 h (BALBI-PEÑA et
al., 2006).
4.2.2 Escolha dos tratamentos
A escolha dos medicamentos foi feita segundo potencial descrito em revisão
bibliográfica, pertinente com o controle de doenças e por analogia a matéria médica
humana. Ainda se utilizou da isopatia, que conforme descrito por Bonato (2007c),
utiliza-se o próprio agente causal da doença para o preparo do medicamento.
Os tratamentos foram separados em três grupos de estudo, um de
preparados homeopáticos Propolis, Isoterapicos de A. solani e Isoterapico de cinza
de folhas de tomate com lesões de pinta preta, outro com os medicamentos Sulphur,
Silicea terra, Staphysagria, Phosphorus, Ferrum sulphuricum e Kali iodatum e um
terceiro com a água destilada e a solução hidroalcóolica dinamizados. Esta
separação visou não misturar preparados com medicamentos que passaram pelo
processo clássico de experimentação homeopática segundo indicado por
(PUSTIGLIONE, 2004).
A escolha da própolis, apesar de não serem encontrados trabalhos nos quais
foi esta substância foi homeopatizada, se deu pelas características citadas na
literatura, a tintura mãe é recomendada para controle de fungos. Segundo Longhini
et al. (2007), a própolis é uma resina coletada pelas abelhas Apis mellifera L. e tem
ação antifúngica. (BIANCHINI; BEDENDO ,1998).
4.2.3 Preparação dos medicamentos homeopáticos e tratamentos
Os medicamentos homeopáticos Sulphur, Silicea terra, Staphysagria,
Phosphorus, Ferrum sulphuricum e Kali iodatum foram adquiridos em farmácia
homeopática na dinamização 6CH e manipulados em 12, 30 e 100CH no laboratório
do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA - Núcleo de Marechal Cândido
Rondon), conforme Farmacopéia Homeopática Brasileira (1997), diluindo 1:100 (1
46
parte do medicamento para 99 partes de álcool P.A. 30%) e succusionando 100
vezes.
Para o Isoterapico de cinzas de folhas de tomate infectadas com A. solani, as
folhas foram secas em estufa a 60
0
C, até peso constante e então incineradas para
obtenção das cinzas. Procedeu-se utilizando uma parte da matéria prima e quatro
partes de etanol P.A. 70%, em vidro âmbar esterilizado e deixado 15 dias em local
escuro com agitações diárias (BONATO, 2007c). Decorrido o tempo necessário, o
material foi filtrado, resultando na tintura-mãe. A seguir foi diluído 1:100 (1 parte da
tintura mãe e 99 partes de etanol P.A. 70%) e sucussionado 100 vezes, obtendo-se
a dinamização 1CH e, assim sucessivamente, até obterem-se as dinamizações 6,
12, 30 e 60CH.
O medicamento Propolis, foi preparado com 20 g de massa de própolis em
100 mL de etanol P.A. 70%, deixados por 20 dias para maceração. Após foi filtrado e
feitas as dinamizações (diluições e succusões) até obterem-se as dinamizações 6,
12, 30 e 60CH
.
Para o Isoterapico de estruturas do fungo A. solani, uma parte de hifas e
esporos foi adicionada a quatro partes de etanol P.A. 70%, em vidro âmbar
esterilizado e deixado 15 dias em local escuro com agitações diárias. Em seguida o
material foi filtrado e feitas as diluições e sucussões como nas demais soluções.
Água destilada e solução hidroalcóolica 30% também foram dinamizados em
6, 12, 30, 60 e 100CH conforme normas da Farmacopéia Homeopática (1997)
obedecendo a proporção de 1:100, utilizando água destilada e solução
hidroalcóolica 30% como diluentes, respectivamente.
Como controles foram utilizados água destilada e solução hidroalcóolica
(etanol) em 30%, por serem os diluentes nas preparações dos medicamentos
homeopáticos. Todos os preparados a partir de 6CH foram feitos com etanol P.A.
30% e mantidos no escuro em vidro âmbar.
47
4.2.4 Bioensaios in vitro para determinação de atividade antifúngica
4.2.4.1 Teste de inibição do crescimento micelial
Os tratamentos nas devidas dinamizações foram incorporados em meio de
cultura V8 a temperatura máxima de 45 ºC, na concentração de 0,005% (BONATO,
2007c; CUPERTINO, 2004), e então vertidos em placas de Petri. Um disco de 7 mm
de diâmetro contendo micélio de A. solani foi repicado para o centro das placas e a
seguir foram vedadas com filme plástico e mantidas a 25 ºC e no escuro. Os
controles também foram diluídos a 0,005%, obtendo-se a graduação alcóolica de
0,0015% na aplicação (BONATO; SILVA, 2003).
A eficiência da atividade fungistática foi avaliada conforme metodologia
descrita por Stangarlin et al. (1999), pelas medições diárias do diâmetro das colônias
(média de duas medidas diametralmente opostas), iniciando 24 h após a instalação
do experimento até o momento em que as colônias fúngicas atigiram ¾ da superfície
do meio de cultura , o que ocorreu com 144 horas.
4.2.4.2 Teste de inibição da esporulação
Ao término do teste de inibição do crescimento micelial foi avaliada a
esporulação de cada uma destas colônias. Para isto, foi preparada uma suspensão
pela da adição de 10 mL de água destilada na placa, raspagem da colônia e filtragem
em gaze, sendo determinado o número de esporos por mL com auxílio de câmara de
Neubauer em microscópio ótico (BALBI - PENÃ et al., 2006).
4.2.4.3 Teste de inibição da germinação de esporos
Às placas de Petri contendo meio V8-ágar e A. solani, foi adicionado 10 mL de
água estéril e então realizada a raspagem da colônia com espátula inoxidável
48
esterelizada com 7 dias de idade. Após uma hora de secagem em câmara de fluxo,
as placas foram vedadas com filme plástico e então dispostas sob fotoperíodo de 12
h escuro e 12 h luz NUV, conforme medotologia adaptada de Pulz (2007), e
temperatura ambiente com variação de 22 - 28
0
C, até esporulação, que ocorreu 11
dias após a raspagem da colônia.
Uma alíquota de 40 µL da suspensão de esporos com 2 x 10
4
conídios/mL de
A. solani e outra de 40 µL de cada tratamento corrigidas para se manter os valores
indicados em 4.2.1, foram colocadas juntas em lâmina de microscopia revestida por
uma camada delgada de ágar-água (1%). Essas placas foram incubadas em câmara
úmida no escuro a 25 ºC e a porcentagem de germinação determinada no momento
da taxa máxima de germinação de esporos (± 16 h), estabelecido na curva de
germinação de esporos do patógeno (BALBI - PENÃ et al., 2006).
4.2.5 Análise dos Resultados
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em 3
fatoriais, sendo o grupo dos preparados homeopáticos fatorial 5 x 5 (Propolis,
Isoterapico de A. solani, Isoterapico de cinza, Água destilada e Solução hidroalcóolica
nas dinamizações 0, 6, 12, 30 e 60CH), grupo dos medicamentos fatorial 8 x 5
(Sulphur, Silicea terra, Staphysagria, Phosphorus, Ferrum sulphuricum, Kali iodatum,
Água destilada e Solução hidroalcóolica nas dinamizações 0, 6, 12, 30, 100CH) e o
grupo da água destilada e solução hidroalcóolica fatorial 2 x 6, em 0, 6, 12, 30, 60,
100CH, com quatro repetições, sendo cada placa de Petri e lâmina considerada uma
parcela.
Os dados foram analisados por grupo, sendo o grupo dos preparados
homeopáticos, o dos medicamentos e o dos controles água destilada e solução
hidroalcóolica a 30%, considerando a solução hidroalcóolica como sendo o OCH de
cada tratamento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANAVA)
e as médias discriminadas pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando o
programa SISVAR, versão 5.1(Build72).
49
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.3.1 Inibição do crescimento micelial
A Figura 4.1 apresenta os resultados obtidos na inibição do crescimento
micelial de A. solani na presença dos preparados homeopáticos de Propolis,
Isoterapico de estruturas do fungo e Isoterapico de cinza de folhas de tomate com
lesões de pinta preta, comparadas com água destilada e solução hidroalcóolica a
30%. Os dados indicam que Propolis (A) em 12 e 60CH não diferiram do controle
água destilada. Em 6 e 30CH não apresentaram diferença estatística do controle
solução hidroalcóolica, mas foram 5,77 e 8,19% menores que a água destilada.
Com o Isoterapico de estruturas do fungo (B), a dinamização 6CH foi igual a
água destilada e as demais dinamizações (12, 30 e 60CH) não diferenciaram da
solução hidroalcóolica, mas minimizaram o crescimento micelial em 4,78 % (12CH) e
3,62% (30 e 60CH) quando comparados com o controle água destilada.
Com o Isoterapico de cinza de folhas de tomate com lesões do fungo (C), as
dinamizações 12 e 30CH diferiram da água destilada e da solução hidroalcóolica,
porém com valores intermediários entre estes e, desta forma. As dinamizações 6 e
60CH foram iguais estatisticamente à solução hidroalcóolica, mas reduziram o
crescimento micelial em 6,26% e 4,78% comparando com o controle água destilada.
Os resultados mostraram que, apesar de os preparados homeopáticos
estudados apresentarem valores estatísticamente menores que o controle água
destilada, nenhum apresentou média do diâmetro da colônia menor que o controle
solução hidroalcóolica e desta forma, verifica-se uma ação tóxica sobre o fungo mais
de maneira conjunta, isto é, medicamento e etanol atuando em conjunto no que se
refere à inibição do crescimento micelial de A. solani.
Na Figura 4.2 são apresentados os dados referentes a inibição do
crescimento micelial de A. solani sob influência dos medicamentos Sulphur, Silicea
terra, Staphysagria, Phosphorus, Ferrum sulphuricum e Kali iodatum comparados
com água destilada e solução hidroalcóolica a 30%. Os dados demonstram que
Sulphur (A) em 100CH e Staphysagria (C) em 100CH apresentaram os menores
valores e inibiram o crescimento dos micélios em 16,97 e 12,87% respectivamente
50
comparando com os controles. Em contrapartida, as dinamizações 6, 12 e 30CH
foram menores e diferentes estatisticamente da água destilada, porém iguais à
solução hidroalcóolica.
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tratamentos
Figura 4.1 Efeito de medicamentos homeopáticos Propolis (A), Isoterapico (B) e
Isoterapico de cinza (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, no crescimento micelial
de A. solani, comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada. Barras
representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-
Knott (p<0,05). CV%=2,8.
51
Os demais medicamentos, Silicea terra (B), Phosphorus (D), Ferrum
sulphuricum (E) e Kali iodatum (F) tiveram comportamento semelhante,
apresentando em todas as dinamizações valores inferiores ao controle água
destilada, mas iguais estatisticamente à solução hidroalcóolica.
Na Figura 4.3 estão os resultados do diâmetro médio das colônias de A.
solani na presença de água destilada e solução hidroalcoólica dinamizados em 6,
12, 30, 60 e 100CH, comparados com água destilada e solução hidroalcóolica 30%
não dinamizados.
A Agua destilada nas dinamizações 60 e 100CH inibiram 12,36% e 11,04% o
crescimento micelial do fungo, diferindo dos controles, e as dinamizações 6CH
(8,67%) e 30CH (6,91%) foram menores que a água destilada não dinamizada, mas
foram estatisticamente iguais à solução hidroalcóolica (Figura 4.3A). Devido a estas
diferenças, se considerou o grupo dos controles como um subgrupo, ou seja, como
tratamento também, uma vez que houve efeito da dinamização. Os dados sugerem
que a água, quando dinamizada, se comporta como um medicamento homeopático,
conferindo propriedades específicas ainda não elucidadas pela ciência.
Com a Soluçao hidroalcoolica, as dinamizações 60 e 100CH foram iguais ao
controle solução hidroalcóolica para inibição do crescimento micelial, e diferentes da
água destilada. Em 6, 12 e 30CH foram superiores e diferentes da solução
hidroalcóolica mas inferiores à água destilada. Solução hidroalcóolica inibiu 7,58% o
crescimento micelial, mostrando que o álcool teve efeito fungitóxico.
Sinha e Singh (1983) estudaram o efeito fitotóxico de vários medicamentos
homeopáticos sobre Aspergillus parasiticus, responsável por contaminações em
produtos armazenados e a produção da toxina aflatoxina. Neste estudo, verificaram
que Sulphur em 200CH inibiu em 100% o crescimento do fungo e Silicea terra e
Dulcamara reduziram o crescimento do fungo em 50% e a produção de toxina em
mais de 90%. O Phosphorus teve pouco efeito na inibição do crescimento do fungo
(menos de 10%), mas reduziu em quase 30% a produção de aflatoxina
Doenças causadas por fungos necrotróficos e hemibiotróficos tem seu
desenvolvimento em grande parte baseado no crescimento do tamanho das lesões,
com a produção de enzimas e toxinas que provocam a morte de células do
hospedeiro. O patógeno coloniza extensões grandes do tecido da planta antes de
iniciar a reprodução. (AMORIM, 1995).
52
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Figura 4.2 Efeito dos medicamentos homeopáticos Sulphur (A), Silicea terra (B),
Staphysagria (C), Phosphorus (D), Ferrum Sulphuricum (E) e Kali iodatum (F), nas
dinamizações 6, 12, 30 e 100CH, no crescimento micelial de A. solani, comparadas
com solução hidroalcoólica a 30% e água destilada. Barras representam ± desvio
padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV%=
3,76.
53
Para o desenvolvimento de uma doença são necessárias condições do
ambiente, do hospedeiro e o do patógeno. Como citado por Bergamin (1995a), o
conceito de epidemiologia mais completo é o estudo de populações de patógenos
em populações de hospedeiros e da doença resultante desta interação, sob a
influência do ambiente e a interferência humana”. Bergamin (1995b) enfatiza que a
epidemiologia é uma ciência das populações, de um lado a população de hospedeiro
e do outro, a do patógeno e da junção destas a população de lesões. O ambiente vai
interferir nas três populações e o homem no manejo dessas. Ainda segundo o
mesmo autor, a epidemia vai acontecer quando a remoção do tecido infeccioso for
menor que novas infecções surgirem, se desenvolvendo, tornando-se infecciosas e
possibilitando o aparecimento de novas lesões.
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Figura 4.3 Efeito Agua destilada (A) e Soluçao hidroalcoolica (A), nas dinamizações
homeopáticas 6, 12, 30, 60 e 100CH, no crescimento micelial de A. solani,
comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada não dinamizadas.
Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste
de Scott-Knott (p<0,05). CV%= 2,56.
54
Neste trabalho verificou-se que Sulphur em 100CH, Staphysagria em 100CH,
Água destilada em 60 e 100CH reduziram o crescimento micelial de A. solani, desta
forma mostram que tem potencial na redução da lesão e desenvolvimento da doença
pinta preta.
4.3.2 Inibição da esporulação
Na figura 4.4 estão os resultados da inibição de esporulação de A. solani
pelos medicamentos homeopáticos de Propolis (A), Isoterapico de A. solani (B) e
Isoterapico de cinza (C). Propolis nas dinamizações 6, 30 e 60CH tiveram efeito
supressor na esporulação (65,54%, 58,47% e 52,10% respectivamente), enquanto
que 12CH se comportou igual ao controle solução hidroalcóolica 30%, porém
19,98% menor que a água destilada.
Com o Isoterapico (B), as dinamizações 12, 30 e 60CH, não diferiram
estatisticamente da solução hidroalcóolica, porém inibiram a esporulação em 32,90%
e 52,52% quando comparada a água destilada e em 6CH não teve efeito.
Todas as dinamizações do Isoterapico de cinza (C) não diferiram do controle
solução hidroalcóolica, mas sim da água destilada. Em 6CH inibiu a esporulação em
56,90%, em 30CH em 46%, 6CH em 30,19% e 60CH em 29,18%.
Os resultados demonstraram que os isoterápicos não tiveram efeito sobre a
esporulação quando comparados com o controle solução hidroalcóolica, mas foram
eficientes quando se considera o controle água destilada. Isto também foi verificado
na inibição do crescimento micelial, indicando que pode haver uma soma de fatores
na mistura do etanol, água e o medicamento propriamente dito. Propolis em 6, 30 e
60CH foi eficiente na inibição da esporulação, pois teve efeito supressor quando
comparado com os dois controles e se apresentaram como uma homeopatia com
potencial para controle de doenças em plantas pelo efeito na reprodução do
patógeno.
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Figura 4.4 Efeito de medicamentos homeopáticos de Propolis (A), Isoterapico (B) e
Isoterapico de cinza (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na esporulação de A.
solani, comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada. Barras
representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-
Knott (p<0,05). CV% = 8,47. Dados transformados em (X+1,0)^0,5.
Na figura 4.5 estão os resultados da inibição de esporulação de A. solani pelos
medicamentos homeopáticos Sulphur, Silicea terra, Staphysagria, Phosphorus ,
Ferrum sulphuricum e Kali iodatum , nas dinamizações 6, 12, 30 e 100CH.
56
A esporulação de A. solani foi inibida por Ferrum sulphuricum (E) em 45,01%
na dinamização 6CH e na 30CH em 30,22% comparando com os controles. Em 12 e
100CH foram iguais a solução hidroalcóolica, porém menores 36,36% e 21,86%
respectivamente do que a água destilada. Quando compara-se a dinamização 6CH
com água destilada observa-se uma inibição de 63,08% e na 30CH, de 53,09%.
Estes dados confirmam os resultados obtidos com os isoterápicos e na supressão do
crescimento micelial, conferindo um resultado maior com a presença do etanol em
conjunto com o medicamento.
Os demais medicamentos, Sulphur (A), Silicea terra (B), Staphysagria (C),
Phosporus (D) e Kali iodatum (F) apresentaram resultados estatisticamente
diferentes da água destilada, porém iguais a solução hidroalcóolica 30%.
Staphysagria em 6CH foi o medicamento que apresentou a maior supressão na
esporulação, de 63,07% comparando com a água destilada. Kali iodatum (F) em
6CH aumentou a esporulação quando comparada com o controle solução
hidroalcóolica, mas foi estatisticamente igual à água destilada (Figura 4.5).
Na figura 4.6 estão os resultados da inibição de esporulação de A. solani pelos
efeitos da Agua destilada e da Solução hidroalcoolica dinamizados em 6, 12, 30, 60 e
100CH comparadas com as soluções sem dinamizar.
O número de esporos encontrados na presença de Agua destilada nas
dinamizações 6 e 12CH foram 56,57% e 36,14% menores do que a água destilada
sem dinamizar, mas iguais a solução hidroalcóolica 30%. As dinamizações 30 e
60CH foram diferentes e maiores do que a solução hidroalcóolica e em 100CH foi
26,15% maior do que a água destilada (Figura 4.6A).
Os resultados sugerem que a água, quando dinamizada, se comporta como
um medicamento homeopático, fato que ocorreu também no crescimento micelial,
ora com efeito supressor, ora promotor (100CH).
O número de esporos com Soluçao hidroalcoolica 30% nas dinamizações 12,
30, 60 e 100CH foram 30,08%, 51,56% e 30,19% menores do que a água destilada
e em 6CH igual a esta. Os dados mostram que houve efeito do álcool na
esporulação de A. solani (Figura 4.6B).
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Figura 4.5 Efeito de medicamentos homeopáticos Sulphur (A), Silicea terra (B),
Staphysagria (C), Phosphorus (D), Ferrum sulphuricum (E) e Kali iodatum (F), nas
dinamizações 6, 12, 30 e 100CH, na esporulação de A. solani, comparadas com
solução hidroalcóolica a 30% e água destilada. Barras representam ± desvio padrão.
Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV% =
10,36%. Dados transformados (X+1,0)^0,5.
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Figura 4.6 Efeito de Agua destilada (A) e Soluçao hidroalcoolica (B), nas
dinamizações homeopáticas 6, 12, 30, 60 e 100CH, na esporulação de A. solani,
comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada não dinamizadas.
Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste
de Scott-Knott (p<0,05). CV% =7,78. Dados transformados em (X+1,0)^0,5.
Estruturas propagativas do patógeno, produzidas na reprodução, são
disseminadas e alcançarão novo sítio de infecção onde irão infectar, colonizar e se
reproduzir. Se o ambiente for favorável e houver tecido hospedeiro disponível, vários
ciclos infecciosos serão produzidos sucessivamente (AMORIM, 1995).
Neste trabalho verificou-se que vários medicamentos homeopáticos têm efeito
na reprodução de A. solani, inibindo a produção de inóculo, e desta forma agindo
diretamente no seu ciclo infeccioso, reduzindo a taxa de progresso da doença.
59
4.3.3 Inibição da germinação de esporos
A Figura 4.7 apresenta o efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A),
Isoterapico de A. solani (B) e Isoterapico de cinza(C) nas dinamizações 6, 12, 30 e
60CH comparadas com os controles água destilada e solução hidroalcóolica 30% na
germinação de esporos de A. solani. Propolis nas dinamizações testadas não
diferiram estatisticamente dos controles.
Os Isoterapicos (B) e (C) em 6CH reduziram 8,09 % e 6,69% respectivamente
a germinação de esporos de A. solani, porém as demais dinamizações foram
estatisticamente iguais aos controles.
Os medicamentos homeopáticos Sulphur, Silicea terra, Staphysagria,
Phosphorus e Kali iodatum, em todas as dinamizações estudadas, não tiveram efeito
na inibição da germinação de esporos de A. solani, apesar de várias dinamizações
apresentarem médias menores que os controles, principalmente Sulphur em 12 e
30CH (Figura 4.8).
Ferrum sulphuricum, em 12 e 30CH, suprimiram a germinação de esporos de
A. solani em 4,6% e 3,10% comparados com o controle água destilada e 5,49% e
4% com solução hidroalcóolica. Em 6 e 100CH foram estatisticamente iguais aos
controles água destilada e solução hidroalcóolica 30%.
Para germinação de esporos de A. solani, não houve diferença estatística
tanto nas diferentes dinamizações de Agua destilada quanto na presença de
Soluçao hidroalcoolica, quando comparadas entre si e com os controles (Figura 4.9).
O processo de germinação de esporo é uma das etapas básicas do processo
infeccioso e tem ligação direta com as relações patógeno-hospedeiro. O ciclo dessa
relação segundo Amorim (1995), é constituído de cinco subprocessos básicos:
sobrevivência, disseminação, infecção, colonização e reprodução. A infecção tem
início com os fenômenos ligados a pré-penetração, adesão e germinação de
esporos e apresenta-se como um processo crítico, pois funciona como uma marco
inicial da patogênese. Os dados deste ensaio mostraram que Ferrum sulphuricum
pode ser um medicamento potencial para o controle de pinta preta, atuando na
redução da germinação dos esporos e, consequentemente reduzindo o risco de
penetração do patógeno na planta.
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Figura 4.7 Efeito de medicamentos homeopáticos de Propolis (A), Isoterapico de A.
solani (B) e Isoterapico de cinza (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na
germinação de esporos de A. solani, comparadas com solução hidroalcóolica a 30%
e água destilada. Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). CV%= 3,93.
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Figura 4.8 Efeito dos medicamentos homeopáticos Sulphur (A), Silicea terrea (B),
Staphysagria (C), Phosphorus (D), Ferrum sulphuricum (E) e Kali iodatum (F), nas
dinamizações 6, 12, 30 e 100CH, na germinação de esporos de A. solani,
comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada. Barras representam
± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05). CV% = 4,37.
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Figura 4.9 Efeito Agua destilada (A) e Soluçao hidroalcoolica (B), nas dinamizações
homeopáticas 6, 12, 30, 60 e 100CH, na germinação de esporos de A. solani,
comparadas com solução hidroalcóolica a 30% e água destilada não dinamizadas.
Barras representam ± desvio padrão. Mesmas letras não diferem entre si pelo teste
de Scott-Knott (p<0,05). CV% = 3,45.
Khanna e Chandra (1992) observaram supressão na respiração dos fungos
Alternaria alternata, Colletotrichum gloeosporioides, Fusarium roseum, Gloeosporium
psidii com diversas soluções homeopáticas. Os autores verificaram uma correlação
entre a inibição da germinação dos esporos dos fungos com a taxa de respiração
dos mesmos.
Neste trabalho observou-se um efeito maior dos medicamentos homeopáticos
analisados sobre a esporulação de A. solani, este fato é importante com relação a
forma de aplicação, pois quando se verifica o efeito no patógeno, os resultados
serão mais significativos na reprodução e desta forma interferindo no progressão da
doença e menos de forma curativa. Neste sentido é importante aliar práticas
alternativas no controle de fitodoenças objetivando somar os efeitos.
63
Apesar do coeficiente de variação dos ensaios ter sido baixo, observa-se um
desvio padrão alto nos resultados, o que demonstra que os dados não se
comportaram de forma homogênea. Este fato nos leva a refletir que outros fatores
podem interferir quando na utilização e pesquisas com soluções ultradiluídas, pois o
controle das condições ambientais é grande em bioensaios laboratoriais.
O álcool tem efeito nos preparados homeopáticos, pois foi significativamente
diferente da água destilada nas variáveis crescimento micelial e esporulação,
demonstrando a importância de ser utilizado no preparo dos medicamentos
homeopáticos. Observaram-se também diferenças maiores quando comparados os
medicamentos com o controle água destilada do que com a solução hidroalcóolica,
indicando uma soma de efeitos quando da mistura do etanol com o medicamento.
Diversos medicamentos homeopáticos tiveram efeito negativo, ou igual ao
controle álcool. Bonato (2007a) cita que algumas dinamizações incrementam os
valores das variáveis mensuradas enquanto que outras demonstram efeito
supressor.
Os resultados obtidos nos ensaios foram dispostos em gráficos por variável e
grupo de estudo, ou seja, preparados homeopáticos, medicamentos homeopáticos e
controles para cada variável. Devido ao comportamento cíclico ou sinusoidal nas
dinamizações, apesar da tentativa, o foi possível ajustar equações para as
variáveis estudadas.
Kolisko e Kolisko (1978) foram os primeiros a estudarem a resposta das
plantas às dinamizações progressivas e sucessivas de várias soluções ultradiluídas.
Estes autores verificaram que ao tratarem as plantas com dinamizações crescentes
de preparados ultradiluídos e sucussionados, obtiveram padrões em curvas,
similares as ondas eletromagnéticas. As respostas em forma de ondas
apresentavam vários picos de máximo e de mínimo. Assim, as respostas poderiam
ser maiores ou menores do que o controle até mesmo não ter efeito. Tais
comportamentos cíclicos podem ser o reflexo da dinâmica interna da substância da
qual se está dinamizando e de sua similitude com o organismo vegetal estudado.
Segundo Bonato (2007a), a planta poderia ser um modelo do biorritmo
dinâmico da substância a ser utilizada e cita que em praticamente todos os trabalhos
publicados observa-se este comportamento. O autor ressalta que os trabalhos na
área comprovam os resultados obtidos por Kolisko e Kolisko (1978), que
dependendo do medicamento homeopático e da planta estudada as respostas na
64
forma de ondas, podem ser horizontal, ascendente ou descendente, mas sempre em
forma de ondas. Estas respostas ainda são uma incógnita para os pesquisadores.
Silva (2006) em sua tese, verificou o efeito de ultradiluições de Appis mellifica
na fotossíntese líquida em Sphagneticola trilobata (L.) Pruski e ajustou equações
lineares, quadráticas e cúbicas, porém, trabalhou com dinamizações de 1 a 12CH,
diferente do objeto deste trabalho, que priorizou dinamizações mais espaçadas (6,
12, 30, 60 e 100CH) e, desta forma, considerou-se inapropriado a extrapolação dos
dados caso fossem ajustadas equações.
4.4 CONCLUSÃO
Medicamentos homeopáticos apresentam ação fungitóxica contra A. solani, o
que é dependente da natureza do medicamento e da dinamização utilizada, como
Propolis para o crescimento micelial, Isoterápicos do patógeno e de folhas com
sintomas para germinação de esporos, Ferrum sulphuricum para esporulação e
germinação de esporos e Sulphur e Staphysagria para crescimento micelial.
65
4.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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68
5 CAPÍTULO II - CONTROLE DA PINTA PRETA E EFEITO SOBRE
VARIÁVEIS DE CRESCIMENTO EM TOMATEIRO POR MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS
RESUMO
O tomate (Lycopersicon esculentum Mill) é uma hortaliça que está sujeita a um
grande número de pragas e doenças, como a pinta preta causada pelo fungo
Alternaria solani. A homeopatia vem se mostrando como uma alternativa de controle
de doenças, atuando diretamente no patógeno ou no hospedeiro, podendo conferir
desta forma, maiores produções ou ativar genes responsáveis pela resistência às
doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação dos medicamentos
homeopáticos Propolis, Sulphur e Ferrum sulphuricum nas dinamizações 6, 12, 30 e
60CH no controle da pinta preta e o efeito em variáveis de crescimento, usando como
testemunhas solução hidroalcóolica a 10% e água destilada. O trabalho foi
desenvolvido em vasos, em casa de vegetação climatizada, aos 19 dias após o
transplante das mudas, a 6 ª folha de cada planta foi tratada e 72 horas após, a e
folhas foram inoculadas com A. solani. A partir do aparecimento dos sintomas nas
plantas controle, foram feitas avaliações da severidade com 7, 10, 14 e 16 dias após
a inoculação, e com os dados foi calculada a área abaixo da curva de progresso da
doença (AACPD). Ao término da avaliação da severidade, foram medidos também
volume e massa seca do sistema radicular e massa das matérias fresca e seca da
parte aérea. Sulphur em 12 e 30 CH, Ferrum sulphuricum em 6, 12 e 30CH e Propolis
em todas as dinamizações reduziram a AACPD. Sulphur em 60CH e solução
hidroalcoólica 10% apresentaram efeito sistêmico na indução de resistência. Nas
variáveis de crescimento, Propolis em 30 e 60CH incrementaram o volume de raiz e a
massa da parte aérea e em 30CH, a massa seca da raiz. Sulphur em todas as
dinamizações influenciaram a massa da parte aérea e em 60CH o peso do sistema
radicular, o que também ocorreu com Ferrum sulphuricum, na mesma dinamização.
Esses resultados indicam que os medicamentos homeopáticos têm potencial para
controle da pinta preta do tomateiro.
Palavras chaves: homeopatia, Alternaria solani, pinta preta, tomate, indução de
resistência
69
ABSTRACT
CONTROL OF EARLY BLIGHT AND EFFECT ON THE GROWTH OF
TOMATO PLANTS BY HOMEOPATHIC DRUGS
The tomato (Lycopersicon esculentum Mill) is a vegetable that is subject to many
pests and diseases, such as early blight caused by the fungus Alternaria solani. The
homeopathy has been shown as an alternative for disease control, acting directly on
the pathogen or on the host, activating the genes responsible for plant resistance.
The objective of this study was to evaluate the action of homeopathic drugs
Propolis, Sulphur and Ferrum sulphuricum at dinamizations 6, 12, 30 and 60CH in
the control of early blight and the effect on the tomato growth, using as control
treatment water-etanol solution and distilled water. In a greenhouse, 19 days after
transplanting of seedlings, the 6
th
leaves of each plant was treated and 72 hours
after the treatment the 6
th
and 7
th
leaves were inoculated with A. solani. The severity
was evaluated at 7, 10, 14 and 16 days after inoculation, and was calculated the
area under the disease progress curve (AUDPC). At the end of this assay were also
measured the fresh and dry mass of roots and shoots. Sulphur 12 and 30 CH,
Ferrum sulphuricum 6, 12 and 30CH and Propolis in all dinamizations reduced the
AUDPC. Sulphur 60CH and water-etanol solution had systemic effect in the
induction of resistance. Propolis 30 and 60CH increased the volume and mass of
root and shoot. Sulphur in all dinamizations increased the mass of the shoot and at
60CH increased the weight of the root, which also occurred with Ferrum
sulphuricum. These results indicate that homeopathic drugs have the potential to
control the early blight of tomato.
Keywords: Homeopathy, Alternaria solani, early blight, tomato, induction of
resistance.
70
5.1 INTRODUÇÃO
O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) é uma hortaliça que está sujeito à
grande número de pragas e doenças em todas as fases de ciclo de produção, desde
a sementeira até a comercialização, o que implica no uso elevado de agrotóxicos
(EMBRAPA, 2006).
A pinta-preta é uma das mais importantes e freqüentes doenças da cultura do
tomateiro nas condições brasileiras de cultivo. A doença apresenta alto potencial
destrutivo, incidindo sobre folhas, hastes, pecíolos e frutos, ocasionando elevados
prejuízos econômicos (KUROZAWA; PAVAN, 2005). O fungo Alternaria solani (Ellis
& Matim) L.R. Jones & Gront, agente causal da doença, sobrevive em restos
culturais, infecta outras hortaliças e pode ser transmitido por sementes ( VALE et al.,
2000).
O pequeno número de cultivares com resistência genética a essa doença,
associado ao alto custo de suas sementes, determinam medidas de controle
basicamente com produtos químicos para as variedades tradicionalmente cultivadas,
que são suscetíveis ao patógeno (KUROZAWA; PAVAN, 2005). Conforme o
Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, 18% das amostras
de tomate analisadas estavam insatisfatórias, tanto pela presença de resíduos de
defensivos acima do limite máximo permitido, quanto pela presença de resíduos de
produtos não autorizados para esta cultura (ANVISA, 2008).
A busca por alternativas de produzir alimentos saudáveis, sem resíduos de
agroquímicos, com menor impacto possível ao meio ambiente, de maneira
econômica e socialmente sustentável tem sido uma busca de vários agricultores,
porém ainda existem vários problemas técnicos na produção, o que tem dificultado a
expansão da área e de culturas específicas, como é o caso do tomate. Assim, o
manejo fitossanitário se apresenta como um importante aspecto de investigação,
principalmente no que se refere a métodos alternativos de controle (STANGARLIN et
al., 1999).
Vários compostos naturais têm sido utilizados no controle de doenças
vegetais, como os extratos e óleos essenciais de plantas medicinais (FIORI et al.,
2000; BONALDO et al., 2004; SCHWAN-ESTRADA et al., 2005; ITAKO et al., 2008;
STANGARLIN et al., 2008), extratos fúngicos (PEITER-BENINCA et al., 2008) e
71
medicamentos homeopáticos (ASSIS et al., 2006; BONATO et. al., 2006; BONATO
et al. 2007b).
A homeopatia utiliza substâncias dinamizadas (diluídas e sucussionadas) e
vem se mostrando como uma tecnologia com grande potencial de atender às
exigências de uma agricultura mais sustentável (BONATO, 2007a). Além disso, é de
baixo custo e apresenta impacto ambiental irrelevante, porém, poucos são os
estudos na área de sanidade vegetal com aplicação prática na cultura do tomate.
Na Índia, Khanna e Chandra (1976) obtiveram resultados significativos no
controle de podridão pré e pós-colheita em tomate, causada por Fusarium roseum,
pela aplicação dos preparados homeopáticos de Kali iodatum na 149C e Thuya
occidentalis na 87C. Estes autores avaliaram a qualidade,
a palatabilidade dos frutos
tratados e a economicidade do tratamento, concluindo haver viabilidade prática e
econômica no tratamento homeopático, além da ação profilática e curativa. Em
1989, tiveram resultados significativos no controle de podridão pós-colheita de
manga, goiaba e tomate pela aplicação de vários produtos homeopáticos em pré e
pós colheita dos frutos (KHANA; CHANDRA, 1989).
Rolim et al. (2000) demonstraram redução de oídio de tomateiro por Kali
iodatum 100 CH, em casa de vegetação e aumento no número de folíolos por
bioterápico do patógeno Oidium lycopersici. Em mudas de macieira, duas
pulverizações de Staphysagria 100CH em intervalos de 12 dias reduziram a
incidência de oídio, causado por Podosphaera leucotricha (Rolim et al., 2001). Rolim
et al. (2005), concluíram que Kali iodatum 30CH e solução hidroalcóolica a 30% são
eficientes em reduzir a incidência de podridão mole pós-colheita em frutos de
tomate.
Rossi et al. (2007), em ensaio na cultura do tomate visando induzir a
resistência contra mancha bacteriana, demonstraram a diminuição na severidade da
doença no uso de bioterápicos de Xanthomonas campestris nas potências 6 CH e
24 CH, quando aplicados na água de irrigação.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos medicamentos homeopáticos
Propolis, Sulphur e Ferrum sulphuricum no controle da doença pinta preta na cultura
do tomate e a influência no crescimento das plantas, visando encontrar métodos
alternativos para o controle de fitodoenças, de maneira a contribuir para a
consolidação das agriculturas de bases ecológicas.
72
5.2 MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido em casa de vegetação climatizada, pertencente à
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Marechal Cândido Rondon
,
com latitude de 24º 33’ S e longitude de 54º 04’ W e altitude de 420 metros.
5.2.1 Escolha dos tratamentos
A escolha dos tratamentos foi baseada em resultados preliminares obtidos no
ensaio in vitro que visou verificar ação fungitóxica de medicamentos homeopáticos
sobre A. solani (ver Capítulo I). Para a escolha foi considerado o melhor dentre os
preparados homeopáticos, no caso o Propolis e dois dentre os medicamentos,
Sulphur e Ferrum sulphuricum. Trabalhou-se com as dinamizações 6, 12, 30 e 60CH
e, como controles, solução hidroalcóolica a 10% e água destilada.
5.2.2 Preparo dos tratamentos
Os medicamentos homeopáticos Sulphur e Ferrum sulphuricum foram
adquiridos em farmácia homeopática na dinamização 6CH e manipulados até as
dinamizações 12, 30 e 60CH no laboratório do Centro de Apoio ao Pequeno
Agricultor (CAPA - Núcleo de Marechal Cândido Rondon), conforme Farmacopéia
Homeopática Brasileira (1997), diluindo 1:100 (1 parte do medicamento para 99
partes de etanol P.A. 30%) e sucussionado 100 vezes.
O preparado de Propolis, a partir do extrato etanólico de própolis, preparado
com 20 g de massa de própolis em 100 mL de etanol P.A. 70%, em vidro âmbar
esterilizados e deixados por 20 dias para maceração com agitações diárias
(BONATO, 2007c). Decorrido o tempo necessário, o material foi filtrado, resultando
na tintura-mãe, que foi diluída 1:100 (1 parte da tintura mãe e 99 partes de etanol
P.A. 70%) e sucussionado 100 vezes, obtendo-se a dinamização 1CH e, assim
sucessivamente, até obterem-se as dinamizações 6, 12, 30 e 60CH. Todos os
73
preparados a partir de 6CH foram feitos com álcool P.A. 30% e guardados no escuro
em vidro âmbar.
5.2.3 Obtenção de esporos de A. solani
Foi utilizado o isolado 1707 de Alternaria solani da EMBRAPA- Hortaliças
(CNBH). Este foi recuperado através de repiques em placas de Petri contendo cerca
de 20 mL de meio BDA (batata dextrose ágar), seguido de nova repicagem em meio
V8-ágar, preparado com 200 mL de suco V8 (Campbel Soup Company), 15 g de
ágar e 3 g de carbonato de cálcio para 1000 mL de água (PULZ, 2007). O isolado foi
incubado a 25 ºC e fotoperíodo de 12 h (BALBI-PEÑA, 2005).
As placas de Petri contendo meio V8-ágar e A. solani foram adicionados 10
mL de água estéril e realizada a raspagem da colônia com espátula inoxidável
esterilizada, quando a colônia ocupava ¾ da placa,. A seguir, a água foi descartada
e as placas deixadas em torno de 1 h em câmara de fluxo para secagem e, então,
vedadas com filme plástico. Estas foram dispostas em regime de fotoperíodo de 12 h
escuro e 12 h luz NUV, conforme metodologia adaptada de Pulz (2007), e
temperatura ambiente variando 22 -28
0
C, até esporulação, o que ocorreu 11 dias
após a raspagem da colônia. Após esse período adicionou-se novamente 10 mL por
placa para obtenção da suspensão de conídios.
5.2.4 Ensaio para avaliação da indução de resistência e variáveis de crescimento
Este ensaio teve o objetivo de determinar a indução de resistência na planta
através da avaliação da severidade da doença. Mudas de tomate cv. Déborah Plus
foram produzidas em bandejas de polietileno contendo composto de folhas, e aos 28
dias foram transplantadas para vasos com capacidade de 4 L contendo 200 g de
composto orgânico e terra corrigida conforme recomendação para
a cultura de
tomate (SOUZA; RESENDE, 2003). As plantas foram mantidas em casa de
vegetação climatizada, com temperatura média de 26 ºC. Foi fornecida irrigação por
aspersão conforme a necessidade da cultura, com sete irrigações diárias em média
com microaspersor automático. As plantas de tomateiro foram conduzidas em haste
74
única e, aos 30 dias após o transplante, foi pulverizado biofertilizante super-magro
(ASSIS et al., 2007) a 4%. Não foi utilizado nenhum tipo de fertilizante solúvel ou
agrotóxico durante o experimento.
Os medicamentos homeopáticos foram pulverizados na folha aos 19 dias
após transplantio, na concentração de 0,005 %, conforme Bonato (2007b) em
solução hidroalcóolica 10%, até o ponto de escorrimento. Após 72 h da aplicação do
tratamento homeopático e dos controles, a folha tratada e a folha (não tratada)
foram inoculadas com o patógeno, através da pulverização de suspensão de
esporos de A. solani com 1 x 10
4
conídios/mL, segundo procedimentos utilizados por
Franzener et al. (2003) e Balbi-Peña et al. (2006), para se observar a ocorrência de
proteção local e/ou sistêmica, respectivamente. Para garantir o sucesso da
inoculação, as plantas foram irrigadas imediatamente antes da pulverização do
inóculo, seguindo-se 12 h sem molhamento. Este procedimento foi realizado no
período 19 – 20 h.
5.2.4.1 Avaliação da severidade da doença
Após o aparecimento dos sintomas da doença pinta preta nas plantas
controle, o que ocorreu aos 7 dias após a inoculação do patógeno, foi avaliada a
severidade da doença através da porcentagem de área foliar lesionada nas e
folhas, com auxílio de escala diagramática. A partir deste ponto foram realizadas
pulverizações com os tratamentos a cada 72 h, mas na planta inteira, e avaliada a
severidade com 7, 10, 14 e 16 dias
após a inoculação. Com as avaliações de
severidade, foram calculadas a curva de progresso da doença e a área abaixo da
curva de progresso da doença (BALBI - PEÑA et al., 2006).
O experimento foi conduzido segundo metodologia de duplo-cego, ou seja, os
experimentadores e o aplicador conheciam apenas os códigos dos medicamentos
que estavam sendo aplicados.
75
5.2.4.2 Avaliação de variáveis de crescimento
Para avaliação das variáveis de crescimento foram utilizados a matéria fresca
e seca da parte aérea e o volume e a matéria seca do sistema radicular, conforme
metodologias descritas abaixo:
Matéria fresca (MFPA) e seca (MSPA) da parte aérea: as plantas de tomate
foram coletadas no 38º dia após o transplante, após a última avaliação da
severidade, e tiveram sua parte aérea destacadas com auxílio de uma tesoura e
imediatamente pesadas em balança analítica. Em seguida foram acondicionadas em
sacos de papel e levadas a estufa de circulação de ar forçado a 60 °C até peso
constante. Após foram pesadas em balança analítica.
Volume (VL) e matéria seca do sistema radicular (MSSR): as raízes das
plantas de tomate foram lavadas com auxílio de peneira até retirada do solo e a
seguir estipulado o volume com auxílio de proveta. Após esta determinação o
sistema radicular foi acondicionado em sacos de papel e levado a estufa a 60 °C até
peso constante e então pesado em balança analítica.
5.2.5 Análise de resultados
O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso, com um vaso contendo
uma planta para cada parcela e cinco blocos. Na severidade foi trabalhado em
esquema fatorial 14 x 2, sendo tratamentos e folhas (6ª e 7ª folha). Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância (ANAVA) e as médias discriminadas pelo
teste Scott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando o programa SISVAR, versão 5.1
(Build72).
76
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.3.1 Avaliação da severidade da doença
Na Figura 5.1 estão dispostos os resultados da avaliação da severidade da
doença pinta preta em plantas de tomateiro tratadas com soluções homeopáticas,
sendo a folha tratada e após 3 dias inoculada com A. solani ,e a folha apenas
inoculada. Com Propolis verificou-se que não houve diferença estatística entre os
tratamentos com relação a diminuição da severidade da doença. Com exceção do
tratamento com solução hidroalcóolica 10% que foi 67,86% menor na folha que o
controle água destilada, não ocorreu diferença estatística com relação à severidade
entre as folhas, apesar de em todos os tratamentos as médias serem menores de 33
a 59% na 7ª folha.
Com o Sulphur, não ocorreu diferença entre as dinamizações na folha,
tratada e inoculada, mas em 60CH a severidade da doença na folha foi 83,33%
menor estatisticamente que na 6ª, demonstrando que ocorreu uma indução de
resistência sistêmica. As outras dinamizações apresentaram médias menores 36% a
77,7% entre as folhas, porém não se mostraram estatisticamente diferentes.
No tratamento a base de Ferrum sulphuricum, a exceção da solução
hidroalcoólica, não ocorreu diferença entre os tratamentos na 6ª e na 7ª folha,
sugerindo que o medicamento não foi capaz de induzir mecanismos latentes de
resistência na planta, apesar das dinamizações 12 e 60CH apresentarem severidade
da doença 57,14% e 34,78% menores.
Houve diferença estatística entre as folhas no controle solução hidroalcóolica,
mostrando a ação do etanol, o que ocorreu também no ensaio in vitro na avaliação
do crescimento micelial e esporulação de A. solani (capítulo I). Este fato reforça a
importância de se trabalhar sempre com soluções hidroalcóolicas no preparo dos
medicamentos homeopáticos, principalmente no que se refere a controle de
fitopatógenos.
É importante ressaltar que, apesar de o haver diferenças estatísticas entre
os tratamentos nas folhas tratadas e inoculadas, os medicamentos homeopáticos
apresentaram médias das severidades da doença maiores que o controle água, com
77
exceção de Ferrum sulphuricum em 6CH que foi 14,29% menor que o controle água.
Segundo Pascholati e Leite (1995), a proteção induzida é dependente do intervalo
de tempo entre o tratamento inicial e a subsequente inoculação do patógeno, isto
indica que mudanças específicas no metabolismo da planta, envolvendo a síntese
e/ou acúmulo de rias substâncias são importantes no fenômeno da resistência
induzida. A explicação poderia justificar os resultados obtidos e mostra a
necessidade de maiores estudos principalmente no que se refere aos fatores de
resistência bioquímicos pós-formados.
Não se encontra na literatura trabalhos nesta área com estes medicamentos.
Rolim et al. (2005) demonstraram que Staphysagria 30CH aplicada em tomateiro, em
casa de vegetação, reduziu a severidade da pinta-preta, assim como Phosphorus
30CH e os Isoterápicos de A.solani em 30 e 60CH, indicando a utilização da
homeopatia como técnica viável no cultivo de tomate para tratamento fitossanitário.
Carneiro et al. (2007), avaliando o efeito de bioterápicos feitos a partir de A. solani,
verificaram que as dinamizações 26, 27 e 28CH tiveram efeito na redução da
severidade da doença pinta preta em plantas de tomate cultivadas em casa de
vegetação.
Nos resultados da área abaixo da curva de progresso da doença (Figura 5.2),
observou-se que a maioria dos medicamentos teve efeito sobre o controle da
doença. Propolis em todas as dinamizações foram menores e estatisticamente
diferentes que os controles água destilada e solução hidroalcóolica 10%. Em 6CH foi
25,23%, em 12CH, 32,21%, 30CH, 28,00% e 60CH, 28,90% menor que o controle
água destilada.
Sulphur em 12 e 30CH foram menores 34,97% e 16,79% que o controle água
destilada e estatisticamente diferentes dos controles. Ferrum sulphuricum 6, 12 e
30CH se comportaram menores que o controle água destilada 24,77%, 23,69% e
48,91% respectivamente, e estatisticamente diferentes dos controles.
Os dados indicam que estes medicamentos têm potencial para o controle da
doença pinta preta, porém com apenas uma aplicação não ocorreram efeitos
significativos. Este fato é importante considerar, pois a partir do momento que
efetou-se mais aplicações, no caso três, os resultados foram de maior controle da
doença, indicando que as homeopatias reduziram a severidade da doença com o
tempo. Este fato é importante ressaltar, pois na prática de campo, talvez a aplicação
78
dos medicamentos homeopáticos deva ser preventiva, de forma a induzir os
mecanismos latentes de resistência, além de se avaliar a freqüência de aplicação.
Na última avaliação da severidade, os controles apresentavam 100% de
severidade da doença na folha tratada e inoculada (6ª folha) e nas plantas que foram
feitas os tratamentos, a severidade variou de 72 a 100% na folha tratada e
inoculada. Na folha apenas inoculada a severidade foi de 26 a 80%, indicando certa
indução de resistência sistêmica. Observaram-se neste ponto que as plantas
tratadas com homeopatia estavam com estado geral menos clorótico, enquanto as
plantas testemunhas estavam com as lesões maiores e a planta inteira com um
aspecto bastante pálido. Sugerem-se maiores estudos, principalmente no que se
refere às mudanças bioquímicas que possam estar ocorrendo na planta.
Rossi et al. (2007) na cultura do tomate, visando induzir a resistência contra
mancha bacteriana, demonstraram a diminuição na severidade da doença com o uso
de bioterápicos de Xanthomonas campestris nas potências 6 e 24CH, quando
aplicados na água de irrigação, o que sugere um efeito sistêmico dos medicamentos
homeopáticos.
Diniz et al. (2006) observaram o efeito de bioterápico de tecido de tomate com
sintomas de requeima, na dinamização 30CH comparando com vários produtos
alternativos, na cultura de tomate em condições de campo. Os resultados da solução
homeopática não diferiram das testemunhas nas variáveis severidade na metade da
epidemia, severidade final, área abaixo da curva de progresso da doença e taxa de
progresso da doença. Os autores recomendam que para o manejo de doenças em
sistemas alternativos de produção, se faz necessário integrar práticas, para
potencializar os efeitos individualizados.
79
Sol. hidroal.10%
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Severidade (%)
0
1
2
3
4
5
6
aB
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
A
aA
aA
Sol. hidroal.10%
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Severidade (%)
0
1
2
3
4
5
6
aB
aA
aA
aA
aA
aB
aA
aA
aA
aA
B
aA
aA
Figura 5.1 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e Ferrum
sulphuricum (C) nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na severidade de pinta preta,
em plantas de tomateiro variedade Débora Plus, 7 dias após a inoculação de A.
solani; 6ª folha tratada e inoculada ( ); 7ª folha apenas inoculada ( ), comparadas
com solução hidroalcóolica a 10% e água destilada. Todas as plantas foram tratadas
com os medicamentos homeopáticos 3 dias antes da inoculação. Mesmas letras não
diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Letras
minúsculas entre tratamentos e maiúsculas entre folhas. CV%= 27,62, dados
transformados em (X+ 1,0)^0,5.
Sol. hidroal.10%
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Severidade (%)
0
1
2
3
4
5
6
aB
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
C
aA
aA
80
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
AACPD
0
100
200
300
400
500
600
700
Sol. hidroal.10%
a
a
b
b
b
b
A
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
AACPD
0
100
200
300
400
500
600
700
Sol. hidroal.10%
a
a
a
b
b
a
B
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
AACPD
0
100
200
300
400
500
600
700
Sol. hidroal.10%
a
a
b
b
b
a
C
tratamentos
Figura 5.2 Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) pinta preta, de
plantas de tomateiro variedade Débora Plus tratadas com medicamentos
homeopáticos Própolis(A), Sulphur (B) e Ferrum sulphuricum (C), 7, 10, 14 e 16 dias
após a inoculação, nas dinamizações 6, 12, 30 e 60 CH, comparadas com solução
hidroalcóolica a 10 % e água destilada. Mesmas letras não diferem estatisticamente
pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV %= 18,02. Dados transformados
em (X+1,0)^0,5.
81
5.3.2 Avaliação de variáveis de crescimento
5.3.2.1 Volume e massa seca de raiz
Na Figura 5.3 estão dispostos os dados referentes ao efeito dos tratamentos
no volume de raízes de plantas de tomate. Com Propolis verificou-se que as
dinamizações 30 e 60CH foram diferentes e 38,89% e 33,33% maiores do que o
controle água destilada, porém iguais a solução hidroalcoólica 10%. Com o
medicamento Sulphur, todas as dinamizações foram diferentes e maiores do que a
água destilada, variando de 16,67% (30CH) a 44,44% (60CH) porém iguais a
solução hidroalcoólica. Com Ferrum sulphuricum, 6 e 60CH foram diferentes e
16,67% e 50,00% maiores que a água destilada, mas iguais a solução
hidroalcoólica.
Apesar de não haver diferença estatística da solução hidroalcóolica em
alguns casos e em outros da água destilada, os tratamentos com medicamentos
homeopáticos apresentaram valores maiores que a água destilada, a exceção de
Propolis em 6CH e 12CH e Ferrum sulphuricum em 12CH e 30 CH, mostrando uma
tendência dos medicamentos interferirem no crescimento de raízes. Na avaliação
visual, foi verificado o maior número de radicelas, porém este dado não foi
mensurado, porém pode explicar o maior volume do sistema radicular.
Quando comparados todos os tratamentos entre si, verifica-se que Ferrum
sulphuricum em 60CH apresentou o maior valor, com volume de raiz 50% maior que
o controle água destilada. Visualmente esse tratamento apresentava maior volume e
mais radicelas.
Na variável massa seca de raiz, Propolis em 30CH foi estatisticamente
diferente dos controles e maior 38,38% que o controle água destilada, as demais
dinamizações foram iguais a água destilada e solução hidroalcóolica 10% (Figura
5.4A). Sulphur em 60CH foi diferente estatisticamente que as testemunhas e maior
59,13% do que o controle água destilada. Em 6, 12 e 30CH apresentaram valores
iguais estatisticamente aos controles, porém sempre com médias maiores que o
controle água destilada (Figura 5.4B).
82
Para o medicamento Ferrum sulphuricum verificou-se diferença na
dinamização 60CH (Figura 5.4C), com média 65,21% maior que o controle água
destilada. No geral, os maiores valores encontrados foram nas dinamizações altas,
demonstrando uma tendência nas soluções estudadas. Ferrum sulphuricum
apresentou o maior valor, o mesmo se deu no volume de raiz.
Marques et al. ( 2008) verificaram cinco diluições (3, 6, 12, 24 e 30CH) de
citronela (Cymbopogon winterianus) no crescimento e germinação de Sida
rhombifolia e verificaram que todas as diluições estimularam o crescimento das
raízes, dinamizações de 3, 6 e 12CH estimularam o crescimento da parte aérea e a
de 24CH inibiu. Na variável germinação, 6, 12 e 30CH aumentaram a porcentagem
de germinação de sementes quando comparado com o controle água.
Os resultados deste trabalho confirmam que medicamentos homeopáticos
interferem no crescimento e volume de raízes. Plantas com maior volume radicular
são mais resistentes a doenças, suportam maior período de estiagem, além de
possuírem uma maior área de absorção de nutrientes e água.
83
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Vol. raiz (mL)
0
10
20
30
40
50
Sol. hidroal.10%
a
b
b
b
a
a
A
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Vol. raiz (mL)
0
10
20
30
40
50
Sol. hidroal.10%
a
b
a
a
a
a
B
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Vol. raiz (mL)
0
10
20
30
40
50
Sol. hidroal.10%
a
b
a
b
b
a
C
tratamentos
Figura 5.3 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e Ferrum
sulphuricum (C), nas dinamizações 6, 12, 30 e 60 CH, no volume de raiz de plantas
de tomateiro variedade Débora Plus aos 38 dias após transplante, comparadas com
solução hidroalcóolica a 10% e água destilada. As plantas foram inoculadas com A.
solani e receberam tratamento com os medicamentos a cada 72h. Mesmas letras não
diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV%=
17,68.
84
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Massa seca raiz (g)
0
1
2
3
Sol. hidroal.10%
b
b
b
b
a
b
A
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Massa seca raiz (g)
0
1
2
3
Sol. hidroal.10%
b
b
b
b
b
a
B
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Massa seca raiz (g)
0
1
2
3
Sol. hidroal.10%
b
b
b
b
b
a
C
tratamentos
Figura 5.4 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis(A), Sulphur (B) e Ferrum
sulphuricum (C), nas dinamizações 6, 12, 30 e 60 CH, na massa seca de raízes de
plantas de tomateiro variedade Débora Plus aos 38 dias após transplante,
comparadas com solução hidroalcóolica a 10% e água destilada. As plantas foram
inoculadas com A. solani e receberam tratamento com os medicamentos a cada 72h.
Mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade. CV% = 16,58.
85
5.3.2.2 Massa fresca e seca da parte aérea
A Figura 5.5 apresenta a massa seca e fresca de plantas de tomate aos 38
dias após o transplante, tratadas com medicamentos homeopáticos Propolis, Sulphur
e Ferrum sulphuricum nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH. Os resultados indicam
que Propolis em 30 e 60CH tiveram efeito positivo na massa fresca e seca. Em 30CH
foi 35,00% maior que o controle água destilada para massa fresca e 18,23% que a
massa seca. Em 60CH foi 23,48% maior para massa fresca e 14,37% para massa
seca. As demais dinamizações não foram diferentes dos controles solução
hidroalcóolica e água destilada.
Sulphur em todas as dinamizações foram superiores e diferiram
estatisticamente dos controles, tanto na massa seca quanta na massa fresca.
Quando comparadas com o controle água destilada, a massa seca da parte área nas
dinamizações 6, 12, 30 e 60 CH foram maiores 25,72%, 22,87%, 36,79% e 25,72%
respectivamente. Para massa seca foram 14,63%, 12,58%, 20,03% e 16,82%
maiores que o controle água destilada.
Com Ferrum sulphuricum, as dinamizações 6 e 30CH foram 30,10% e 26,
64% maiores e diferentes estatisticamente do controle água destilada na variável
massa fresca e todas as dinamizações foram maiores 18,61%, 6,84%, 15,92%, 13,
74% (6, 12, 30 e 60CH) na massa seca comparando com o controle água destilada.
Não houve diferença estatística entre os controle solução hidroalcóolica e
água destilada, indicando que o alcóol não teve efeito no crescimento das plantas de
tomate.
Os dados verificados com Sulphur confirmam o trabalho de Bonato e Silva
(2003), onde os autores observaram incremento na massa da matéria fresca e seca
de rabanete, massa do sistema radicular, comprimento médio das plantas,
comprimento da maior folha e o diâmetro da raiz com várias dinamizações de
Sulphur, indicando que o medicamento pode ser uma alternativa quando utilizado
para aumentar a produtividade e para melhorar a aparência dos produtos agrícolas
comerciais, com redução substancial no uso de insumos agrícolas.
Bonato et al. (2009) verificaram que Sulphur e Arsenicum album nas
dinamizações 6, 12, 24 e 30CH incrementaram a altura da planta, biomassa seca e
fresca e o crescimento de menta (Mentha arvensis L.).
86
Grisa et al.(2007a) avaliaram o efeito de Arnica montana em 6, 12 e 30CH
em alface e obtiveram efeito positivo sobre a matéria seca nas dinamização 6 e 12
CH e em 6CH na matéria fresca, comparando com controles água destilada e
solução hidroalcóolica. Os mesmo autores, Grisa et al. (2007b), verificaram
incremento na matéria fresca e seca de beterraba com Staphysagria em 6 e 12 CH.
Luis e Moreno (2007) também obtiveram efeitos positivos no peso fresco com
o uso de medicamentos homeopáticos. Estudaram o efeito de medicamentos à base
de Calcarea, na dinamização 30CH, no crescimento vegetativo de cebolinha (Allium
fistolosum) e verificaram que a Calcarea fluorica 30CH incrementou em
aproximadamente 45% o peso fresco em relação à testemunha, Calcarea fosfórica
em 15,23% e Calcarea iodatum em 11,23%.
Os resultados do trabalho indicam que os medicamentos homeopáticos
estudados atuam no crescimento das plantas de tomate, podendo conferir uma
maior resistência as doenças, aumento da produtividade da cultura e melhor
qualidade de frutos, pela maior área fotossintética. É importante ressaltar que o
estudo se deu em vasos, o que é um impedimento para o total desenvolvimento das
plantas. Experimentos em condições de campo no futuro deverão ser avaliados,
inclusive levando-se em conta o custo metabólico da indução de resistência.
87
Sol. hidroal.10%
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Massa (g)
0
50
100
150
B
B
B
B
A
A
b
b
b
a
A
b
a
Sol. hidroal.10%
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Massa (g)
0
50
100
150
B
B
A
A
A
A
b
b
a
a
B
a
a
Sol. hidroal.10%
Água destilada 6CH 12 CH 30CH 60CH
Massa (g)
0
50
100
150
B
B
A
A
A
A
b
b
b
a
C
a
b
tratamentos
Figura 5.5 Efeito dos medicamentos homeopáticos Propolis (A), Sulphur (B) e Ferrum
sulphuricum (C), nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, na massa fresca ( ) e seca
( ) da parte aérea de plantas de tomateiro variedade bora Plus aos 38 dias após
transplante, nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH, comparadas com solução
hidroalcóolica a 10% e água destilada. As plantas foram inoculadas com A. solani e
receberam tratamento com os medicamentos a cada 72h. Mesmas letras não diferem
estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV% = 13,13 e
9,77 respectivamente.
88
5.4 CONCLUSÃO
Os medicamentos homeopáticos se mostraram como alternativa para o
controle da doença pinta preta no tomate. Propolis em todas as dinamizações
estudadas foi efetivo em reduzir o progresso da doença. Em 30 e 60CH
influenciaram o volume de raiz, na massa seca e fresca da parte rea e em 30CH
na massa seca do sistema radicular.
Sulphur em 12 e 30CH influenciaram a redução da doença sendo que na
dinamização 60CH induziu a resistência sistêmica. O medicamento influenciou o
incremento da parte área em todas as dinamizações e em 60CH a massa do sistema
radicular.
O medicamento Ferrum sulphuricum em 6, 12 e 30CH tiveram efeito na
redução da doença. Em 60 CH teve efeito na massa seca de raiz, em 6 e 30 CH
influenciou a massa fresca da parte aérea e em 6, 12, 30 e 60CH a massa seca.
Os resultados observados indicam que os medicamentos homeopáticos
Propolis, Sulphur e Ferrum sulphuricum atuam de forma sistêmica pela ão direta
no crescimento da planta.
89
5.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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93
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados deste trabalho mostraram que soluções dinamizadas
(ultradiluídas e sucussionadas) atuam no controle de doenças em vegetais, sendo
diretamente no patógeno, ou mesmo no hospedeiro, de forma local, ou ainda
sistêmica.
Várias foram os medicamentos homeopáticos com resultado dentro dos
objetivos propostos, mas três se sobressaíram, o Propolis, o Sulphur e o Ferrum
sulphuricum, o que não descarta a atuação dos demais, que a pesquisa se deu de
forma seqüencial e por condições práticas o trabalho não foi conduzido com todos
os medicamentos até o final.
A homeopatia, para uso no homem, está bastante esclarecida, porém para o
uso em vegetais merece muitas elucidações. A prescrição de medicamentos
homeopáticos para humanos e animais se faz pela totalização de sintomas,
buscando encontrar o Simillimum, fazendo uso dos princípios da homeopatia,
principalmente no que se refere à lei dos semelhantes.
Mas como podemos entender isto quando se pensa em curar fitomoléstias?
Talvez um profissional na área de ciências agrárias, se perguntando em que consiste
a cura, sua mente giraria em torno do controle da doença, de quanto custaria, quais
os prejuízos. O presente trabalho mostrou que muito ainda se tem a estudar no que
se refere à cura, inclusive de quem é o doente, qual a causa da doença.
A escolha do medicamento foi realizada muito por analogia a matéria médica
humana, até por não existir uma “matéria médica” vegetal, mas levou-se em conta o
patógeno. Talvez a melhor opção fosse a planta, o solo, e entender quem é o doente
neste processo todo e, desta forma, voltar à seleção para medicamentos que atuem
no metabolismo, buscando uma auto-regulação do indivíduo.
Recomenda-se estudos voltados para três pontos básicos no que se refere a
homeopatia em modelos vegetais: a escolha do medicamento, a dinamização e a
freqüência de aplicação. Para a escolha do medicamento acredita-se que devam ser
direcionados para estudos patogenésicos, buscando elucidar os princípios deixados
pelo idealizador da homeopatia. Com relação à escolha da dinamização, um fato que
é importante considerar em estudos futuros, é com relação a um maior número de
dinamizações de cada medicamento a ser observado. No caso deste trabalho foram
escolhidas quatro potências e acredito agora ser pouco para tirar qualquer conclusão
94
no que se refere ao comportamento dos dados, apesar de os resultados sugerirem as
potências ditas médias e altas (acima de 30CH) para o controle de fitopatógenos.
Para a freqüência de aplicação, é importante no que se refere ao controle de
doenças, verificar o período para ocorrer a ativação de mecanismos de resistência
latentes. Na indução de resistência este item recebe papel fundamental, uma vez que
é necessário um tempo entre o agente indutor e as mudanças no metabolismo da
planta para esta proteção se mostrar eficiente. Neste ponto estudos bioquímicos e
histológicos vem colaborar para esclarecer tais questionamentos.
Acredita-se que os resultados deste trabalho venham contribuir com a ciência
da Homeopatia e para a consolidação das agriculturas de bases ecológicas,
objetivando a redução do uso de insumos agrícolas, a produção de alimentos limpos
e de forma sustentável.
“De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos apenas começando,
A certeza de que é preciso continuar,
E a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar.
Façamos da interrupção um caminho novo,
Da queda um passo de dança,
Do medo uma escada,
Do sonho uma pon
te
Da procura um
encontro.
E assim terá valido a pena existir
.
Fernando Sabino
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