Resumo
Gomes, EPSG. Avaliação anatômica de artérias coronárias pela ressonância
magnética, ultra-som intravascular e anatomia patológica “in vitro” [tese].
São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2008. 107 p.
INTRODUÇÃO: A avaliação da morfologia das artérias coronárias é objeto de
interesse dentro do desenvolvimento de uma melhor qualidade de imagem que
possibilite um diagnóstico fidedigno das lesões coronárias. Para isso, estudos com
ressonância magnética (RM) e ultra-som intravascular coronário (UIV) tem se
desenvolvido na tentativa de mensurar e caracterizar melhor a doença coronária “in
vivo”. OBJETIVO: Determinar a capacidade da ressonância magnética em detectar
alterações na luz e na parede das artérias coronárias com aterosclerose, tendo
como padrões o ultra-som intracoronário e a anatomia patológica.MÉTODOS:
Estudamos 13 corações de pacientes, falecidos por infarto do miocárdio. Os
corações foram fixados com solução de formol a 10% sob perfusão com pressão
constante de 80 mmHg. Em seguida as artérias coronárias interventricular anterior,
direita e circunflexa esquerda foram dissecadas, preservando-se a adventícia e
parte da aorta. As seguintes medidas foram feitas: área total do vaso (ATV), área
da luz (AL), maior (MaDV) e menor (MeDV) diâmetro do vaso, diâmetro mínimo
(DminL) e máximo (DmaxL) da luz do vaso e espessura mínima (EminP) e máxima
(EMaxP) da parede pelos seguintes métodos: UIV, RM e anatomia patológica (AP).
Foram analisadas 38 artérias, correspondendo a 355 segmentos arteriais.
Utilizamos em média os 3 primeiros centímetros de cada artéria, e em cada
centímetro foram avaliados 3 segmentos: proximal, médio e distal. As medidas
obtidas nos 3 métodos foram comparadas através do teste de correlação de
Pearson e método de Bland Altman Plot. As comparações entre os 3 métodos,
pelas suas respectivas médias e desvios padrão, foram realizadas pela análise de
variância para medidas repetidas.RESULTADOS: As médias das variáveis na
RM,UIV e AP foram respectivamente: ATV 15,46 ± 4,83, 13,86 ± 5,20 e 11,87 ±
4,57; MaDV 4,75 ± 0,84, 4,40 ± 0,87 e 4,18 ± 0,87; MeDV 4,23 ± 0,73, 3,75 ± 0,72 e
3,48 ± 0,70; AL 5,59 ± 2,93, 6,86 ± 3,18 e 5,57 ± 2,46; DmiL 2,54 ± 0,64, 2,55 ±
0,57 e 2,32 ± 0,52; DmaxL 3,07 ± 0,65, 3,34 ± 0,76 e 3,04 ± 0,83; EminP 0,76 ±
0,25, 0,38 ± 0,18 e 0,34 ± 0,17; EmaxP 1,11 ± 0,39, 0,88 ± 0,37 e 0,90 ± 0,48. As
correlações com maior significância foram: 1. APxRM: ATV e AL (r=0,767 e
r=0,805); 2. RMxUIV ATV e AL (r=0,836 e r=0,770); 3. APxUIV ATV e MeDV (r=0,89
e r=0,692). As variáveis que tiveram melhor correlação foram a ATV, MaDV, MeDV
e AL nos 3 métodos. A EminP e EmaxP tiveram fraca correlação. As médias das
variáveis DminL e DmáxL nos 3 métodos foram muito próximas. Na variável ATV
notamos que a média superestimou a medida do vaso. CONCLUSÃO: A RM
correlacionou-se com o UIV para a maioria das medidas, em especial: ATV, MaDV,
MeDV, AL e DmaxL. As medidas nesses 2 métodos se correlacionaram em menor
intensidade com a AP, sendo nesta sempre com valores menores. Assim, a RM
pode vir a ser método fidedigno para o diagnóstico e prognóstico na doença
aterosclerótica coronariana, na dependência do desenvolvimento tecnológico
permitindo maior rapidez na aquisição de imagens.
Descritores: 1.Vasos coronários/lesões 2.Aterosclerose 3.Imagem por ressonância
magnética 4.Ultra-sonografia 5.Histologia 6.Estudo comparativo
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