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Isso reforça a necessidade do conhecimento a
respeito do comportamento de cada opção
forrageira nas diversas condições de manejo
e estádio de maturação. Pires et al. (2006)
avaliaram a qualidade e o valor nutricional
das silagens de dois híbridos de sorgo de
duplo propósito (AG 2006 e BR700) e um
forrageiro (BR601) com a colheita das
plantas em oito estádios de maturação dos
grãos. Esses autores relataram aumentos nos
teores de MS (de 20,78% para 41,89%) e
lignina (de 3,74% para 4,53%), e reduções
nas frações fibrosas (FDN- de 64,98% para
50,52% e FDA- de 37,38% para 29,25%) e
proteína (de 8,52% para 6,38%) com o
avanço do estádio de maturação. Já a
DIVMS mostrou comportamento variável,
com redução nos teores (de 57,31% para
52,53%) para o híbrido forrageiro. Tanto às
perdas de matéria seca (1,21% a 1,74%)
quanto os valores de pH (3,54 a 3,85) e de
nitrogênio amoniacal (5,96% a 7,79%)
caracterizaram as silagens produzidas como
de boa qualidade. De modo semelhante,
Araújo et al. (2007) avaliaram três híbridos
de sorgo de porte médio (BR700, BR701 e
Massa-3) em cinco épocas de corte da planta,
com os grãos variando entre os estádios de
grãos leitosos a grãos duros. Esses autores
observaram aumentos (p<0,05) nos teores
médios de MS (29,86% para 47,13%), mas
não nos teores de PB (6,44% a 6,97%), FDN
(59,11% a 61,48%), FDA (34,48% a
38,67%), Lignina (4,78% a 6,02%) e DIVMS
(47,24% a 52,19%) com a maturidade da
planta. Os valores de pH (3,75 a 3,89),
nitrogênio amoniacal (5,44% a 7,12% N
total), e os ácidos orgânicos, acético (1,06%
a 1,38% na MS), butírico (0,15% a 0,6% na
MS) não alteraram com o aumento da idade
de corte da planta, contudo os teores de ácido
lático reduziram com a maturidade da planta
(de 13,44% para 7,11%). De modo geral, os
resultados sugerem que houve adequada
fermentação em todas as épocas de corte.
Molina et al. (2002) avaliaram as silagens de
seis híbridos de sorgo, graníferos (AG2006 e
BR601), de duplo propósito (BR700 e
BR701) e forrageiros (BR303 e BR304), em
três estádios de maturação dos grãos (leitoso,
pastoso e farináceo). Os valores de MS
variaram tanto quanto ao tipo de sorgo,
variando de 25,1% a 42,1%MS, com os
maiores valores para os híbridos forrageiros,
quanto à idade de corte, com os valores
aumentando com a maturidade da planta,
mostrando valores médios de 27,3% a
39,7%. Já os valores de PB (6,5%), FDN
(47,03%), FDA (28,5%), Lignina (4,4%) e
pH (3,8), nitrogênio amoniacal (10,1% N
total), ácidos orgânicos, lático (8,1%),
acético (1,4%) e butírico (0,1%) não
variaram quanto à idade de corte ou tipo de
híbrido de sorgo. Assim, as silagens obtidas
em todos os tratamentos foram consideradas
de boa qualidade. Os dados da literatura
sugerem a possibilidade de produção de
silagens de bom padrão de fermentação e boa
qualidade nutricional com sorgos de porte
baixo, médio e alto, devido à ampla
variedade de híbridos disponíveis desde que
respeite as peculiaridades de cada material
quanto ao momento ideal de corte.
Produção animal
Restle et al. (2002) avaliaram a manipulação
da altura de corte (14 ou 45 cm) do sorgo
AG-2006 sobre o valor nutricional das
silagens e o consumo e desempenho de
novilhos superprecoces. A elevação da
altura de corte reduziu os teores de MS
(38,47% x 34,38%), FDN (52,24% x
42,57%) e FDA (28,44% x 25,48%), porém e
elevou os teores de DIVMO (53,59% x
63,67%), energia digestível (ED) (2,32 x
2,78 Mcal/kg de MS) e energia
metabolizável (EM) (1,90 x 2,28 Mcal/kg de
MS). Segundo os autores a elevação na
proporção de panícula (33,1% x 41,0%) e
folhas (23,5% x 28,2%), seguida da redução
de colmo (43,4% x 30,8%) na silagem com o
corte mais alto justificam as alterações no
valor nutricional das silagens. Contudo, os
consumos de MS por unidade de tamanho
metabólico (UTM) (109,8 e 108,3 g
MS/kg
0,75
) não foram alterados pelas alturas
de corte da planta, isso porque o maior teor
de MS da silagem produzida com menor