tipos de movimentos? Vejamos o que diz sobre o andar e o correr a fisiologia
. Para a
maioria dos leitores esta descrição será algo completamente novo.
sobre o direito. Imaginemos agora que este homem levanta seu calcanhar, ao
mesmo tempo em que inclina o corpo à frente
. Nesta situação, a
perpendicular baixada desde seu centro de gravidade estará fora, logicamente,
da superfície básica de apoio e o homem deverá cair também para frente.
Porém, enquanto esta queda tem início, a perna esquerda, que está no ar,
rapidamente apoia-se no chão em frente à perpendicular do centro de
gravidade, de forma que a queda ocorra dentro dos limites da superfície
compreendida entre as linhas que unem, entre si, os pontos de apoio de ambos
os pés. Desta maneira se restabelece o equilíbrio e o homem termina de dar
um passo. O calcanhar pode ficar nesta posição, embora seja bastante
incômoda. Porém se quer seguir em frente, incline mais seu corpo adiante, em
movimento perpendicular ao seu centro de gravidade, para além dos limites da
superfície de apoio e, no momento em que sentir o perigo de cair, volte a lançar
adiante a perna correspondente, ou seja, à direita, dando assim um novo
passo, etc. Por conseguinte, o andar não é mais que uma sucessão de quedas
adiante, evitadas no tempo em que se desloca a perna deixada para trás
voltando a apoiar-se nela. Examinemos mais a cerca este processo.
Suponhamos que se tenha dado o primeiro passo. Neste momento, o pé direito
ainda permanece em contato com o chão e o esquerdo acaba de pousar-se
nele. Porém se o passo não tiver sido demasiadamente curto, o calcanhar
direito deve permanecer levantado, já que este levantamento do calcanhar é
que obriga o corpo a inclinar-se adiante e perder o equilíbrio. Ao dar o passo, o
primeiro que toca o chão é o calcanhar do pé esquerdo. Mais tarde, quando
toda a planta deste pé se assentar no solo, o pé direito se eleva e cai
completamente no ar. Ao mesmo tempo, a perna esquerda, que estava
ligeiramente flexionada na altura do joelho, se endireita ao contrair o músculo
anterior da coxa (quadríceps crural), e momentaneamente toma a posição
vertical. Isto permite a perna direita, que está meio flexionada, deslocar-se
adiante sem tocar o solo, e, seguindo o movimento do corpo, pousar seu
calcanhar no preciso momento em que começa o passo seguinte. Com isto,
começa uma nova série de idênticos movimentos com a perna esquerda, a
qual, neste momento, se apóia no solo somente com os dedos e pouco depois
tem que elevar-se e cair suspensa no ar. O correr se distingue do andar, em
que a perna apoiada no solo, mediante uma contração instantânea de seus
músculos, se estende com energia e lança todo corpo adiante, de forma que
este último cai durante um momento totalmente separado do chão. Depois
volta a cair sobre a outra perna, a qual, enquanto o corpo se encontra no ar,
avançou rapidamente para frente. Ou seja, a corrida consta de uma série de
N, 1971, p. 30 seq.).
A energia empregada pelo homem ao caminhar sobre um percurso horizontal não é igual a
zero, como alguns pensam, já que o centro de gravidade do corpo move-se vários
centímetros cada vez que este dá um passo. Calcula-se que o trabalho realizado ao
caminhar-se a pé por um percurso horizontal é igual à cerca de quinze décimos da parte
(Tradução nossa).
Nas Figuras II.17 e II.18 a seguir, procura-se retratar as representações gráficas criadas
por Perelman.
, esclarece PERELMAN
(1971, p. 30).
“Neste momento, o pé de apoio, ao desprender-se da superfície em que se apóia, exerce sobre ela uma compressão
complementar de cerca de 20 kg (sic). Do onde se deduz que, as pessoas ao andar, pressionam mais sobre o solo que aquelas
, conclui PERELMAN (1971, p. 30).