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capacidade de lealdade às marcas, com bom perfil financeiro e em franco crescimento (OLEK,
1995; FUGATE, 1993; GALVÃO, 2003). Mas Fugate (1993), concluiu, em sua pesquisa, que o
segmento de gays e lésbicas não era viável exatamente pela dificuldade em satisfazer critérios de
segmentação, como identificação, acessibilidade e informações de tamanho.
Dessa forma, sem as informações sobre o real tamanho desse mercado e de como é
distribuído, fica prejudicada a confiança por parte das empresas nos resultados que investimentos
direcionados para esse segmento possam gerar. Kopavnick (2004) diz que as informações obtidas
em pesquisas são baseadas em estimativas, e são bastante heterogêneas. Plummer (1974)
corrobora com a informação quando diz que, apesar do conhecimento dos dados de perfil de
consumo, faltam profundidade e riqueza nos estudos demográficos e psicográficos.
Por isso, as pesquisas para descrever as características da população (variáveis
demográficas) podem fornecer informações sobre “quem” compra e, pesquisas para descrever as
características de estilo de vida e personalidade do consumidor (variáveis psicográficas) podem
fornecer informações sobre “por que” compram (SOLOMON, 2002).
Contudo, no que diz respeito ao consumidor gay, se os dados sobre “quem” compra são
imprecisos, os relativos a “porque” compram são mais homogêneos. Suas conclusões são de que,
em geral, esses consumidores são mais jovens, sem filhos, conscientes da própria imagem,
estruturados profissional e financeiramente, exigentes, educados, afluentes, interessados na forma
e no estilo e com desejo de gastar dinheiro (ENGEL et al. 1995; ANTUNES, 2004; GALVÃO,
2003; FUGATE, 1993). Nunan (2003) e Galvão (2003) citam que os homossexuais, a partir do
estudo Gay and Lesbian Market Study, realizado em 1997, ficaram conhecidos como DINKS
(double income, no kids), ou seja, casais sem filhos, elegantes, cultos, vaidosos, que podem gastar
parte considerável da sua renda em artigos de luxo e supérfluos. Eles são a “elite” gay. Os
homossexuais gays são consumidores especiais, já que possuem alto nível de escolaridade (57%
têm nível superior), ganham cerca de 15% mais que a média dos trabalhadores em geral e gastam
cerca de 30% mais que os heterossexuais na aquisição de: carros, viagens, programas culturais,
jantares em restaurantes, bons vinhos e roupas de grife (ANTUNES, 2004; PENALOZA, 1996;
GALVÃO, 2003, CUNHA, 2006).
Dados sobre o perfil dos leitores do site Mix Brasil comprovam os resultados dessas
pesquisas quando mostram que cerca de 57% de seu público cursou nível superior, 86% têm
celular, 62% possuem DVD, 76% já fizeram compras on-line, 80% viajaram pelo Brasil no