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FLORENCE GAILLARD
ETUDE DE TRADUCTION ET RETRADUCTION DE LA
CARTOMANCIENNE DE MACHADO DE ASSIS
FLORIANÓPOLIS
MAIO DE 2006
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM ESTUDOS
DA TRADUÇÃO
ETUDE DE TRADUCTION ET RETRADUCTION DE LA
CARTOMANCIENNE DE MACHADO DE ASSIS
Dissertação apresentada ao curso de Pós
-
Graduação em Estudos da Tradução da
Universidade Federal de Santa Catarina, como
parte dos requisitos para a obt
enção do titulo de
Mestre
F
lorence
G
aillard
Orientadora: Prof
a
Dr
a
Marie
-
Hélène Torres
FLORIANÓPOLIS
MAIO DE 2006
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iii
Ao David, com amor.
iv
AGRADECIMENTOS
À Professora Doutora Marie
-
Helene Torres
, minha
orientadora.
Aos professores da Pós
-
Graudação em Estudos da
Tradução do Centro de Comunicação e Expresão, da
Universidade Federal de Santa Catarina.
A todos os meus amigos.
Em especial, ao Brasil que me deu essa oportunidade
em meus conhecimentos.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para
que fosse possível alcançar meus objetivos.
v
Il n’y a pas de plus éminent service à rendre à
la littérature, que de transporter d’une langue
à l’autre les chefs d’oeuvre de l’
esprit humain.
Madame de Staël, 1821.
De l’esprit des traductions
1
1
Extrait des
Œuvres complètes de Madame de Staël
. Tome 17 ème. Paris
: Treuttel et Würtz, 1821.
vi
RESUME
Il est proposé dans la présente dissertation une réflexion sur la traduction littéraire à partir
de la traduction du célèbre conte de Machado de Assis (1839
-
1908)
La Cartomanc
ienne
1
en français, par une traductrice professionnelle
: Maryvonne Lapouge
2
. Cette étude est
effectuée à partir des treize tendances déformantes décrites par Antoine Berman (1942
-
1991) dans son ouvrage
:
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
3
. Elle prend
comme principales hypothèses de départ
: qu’aucune traduction n’est totalement parfaite et
qu’il est toujours possible de l’améliorer, que le fait de réfléchir sur l’acte de traduire
permet d’en perfectionner la pratique et que les treize ten
dances déformantes décrites par
Antoine Berman sont un premier pas vers un système plus élaboré d’analyse de traduction.
Fort de ces observations et réflexions, il est ensuite proposé une nouvelle traduction
du conte mis en analyse, accompagnée de commenta
ires sur les prises de positions
traductrices lorsque cela s’avère nécessaire. Il est, pour terminer, proposé en guise de
conclusion mais aussi d’éventuelle introduction à de futurs travaux, d’une part une
réflexion sur les treize tendances déformantes d’A
ntoine Berman et d’autre part, une
réflexion sur la traduction analysée et la retraduction.
Le travail proposé est articulé autour de trois parties
: la première partie présente le
support théorique et la stratégie adoptée, la seconde présente l’analyse de
la traduction
française de
La Cartomancienne
par Maryvonne Lapouge à partir des treize tendances
déformantes d’Antoine Berman, et la troisième propose la retraduction commentée du
conte.
1
A Cartomante
. Première publication
: São Paulo: Gazeta de Noticias, 28 nov.18
84.
2
La Montre en or. Paris:
Editions Métaillé, 1987.
3
BERMAN, Antoine.
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
.
Paris: Editions du Seuil, 1999.
vii
RESUMO
Na presente dissertação, propõe
-
se uma reflexão acerca d
a tradução literária a partir da
tradução para o francês do célebre conto de Machado de Assis (1839
-
1908)
A
Cartomante
1
por uma tradutora profissional: Maryvonne Lapouge
2
. Esse estudo foi
realizado com base nas treze tendências deformadoras descritas por
Antoine Berman
(1942
-
1991) em seu livro intitulado
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
3
(
A
tradução e a letra ou o albergue do longínquo
). Tem como principais hipóteses iniciais as
seguintes: que nenhuma tradução é completamente perfeita e
que é sempre possível
melhorá
-
la; que a reflexão sobre o ato de traduzir permite aperfeiçoar sua prática e que as
treze tendências deformadoras descritas por Berman são um primeiro passo para um
sistema mais elaborado de análise de tradução.
Levando em c
onta essas observações e reflexões, propõe
-
se, em seguida, uma nova
tradução do conto analisado, acompanhada de comentários acerca das decisões tomadas ao
longo da tradução, quando isso se mostrar necessário. Finalmente, propõe
-
se, à guisa de
conclusão, ma
s também de eventual introdução para futuros trabalhos, por um lado, uma
reflexão sobre as treze tendências deformadoras de Berman e, por outro, uma reflexão
acerca da tradução analisada e da retradução.
O trabalho proposto está articulado em três partes:
a primeira parte apresenta a
fundamentação teórica e a estratégia adotada, a segunda apresenta a análise da tradução
francesa de
A
Cartomante
por Maryvonne Lapouge, com base nas treze tendências
deformadoras de Antoine Berman e a terceira propõe a retradu
ção comentada do conto.
1
A Cartomante.
Gazeta de Notícias
, São Paulo, 28 nov. 1884 (primeira publicação).
2
La Montre en
or
. Paris: Editions Métaillé, 1987.
3
BERMAN, Antoine.
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
. Paris: Editions du Seuil, 1999.
viii
TABLE DES MATIERES
1 INTRODUCTION ..................................................................................................
2 TRADUCTOLOGIE APPLIQUEE ...................................................................
.....
2.1
De la Traduction .............................................................................................
2.1.1 De l’histoire du mot “Traduction” ...............................................................
2.1.2 De la théorie de
la traduction ......................................................................
2.2 De la Bermannienne de la Traduction ............................................................
2.2.1 De la traduction ethmocentrique ..................
................................................
2.2.2 De la traduction hypertextwelle ...................................................................
2.2.3 De la notion d’éthique du traducteur ..............................................
.............
2.2.4 Ou’est
-
ce que “la Lettre” .............................................................................
2.2.5 Des treize tendances déformantes ................................................................
2.2.6 C
ritiques de la position Bermanienne ..........................................................
2.3 De L’Analyse de Traduction ...........................................................................
2.4 Définition de Notre Stratégie ........
..................................................................
2.4.1 Stratégie de critique de traduction ...............................................................
2.4.2 Stratégie de retraduction .......................................
.......................................
1
11
11
11
12
15
16
17
17
17
18
20
21
23
23
24
3 ANALYSE DE TRADUCTION ...........................................................................
3.1 De L’Oeuvre et de sa Traduction .......................
.............................................
3.1.1 A propos de l’auteur: Machado de Assis .....................................................
3.1.2 Les grandes tendances du style Machadien ..................................................
3.1.3 Présentation du conte: la Cartomancienne ....................................................
3.1.4 Présentation de la traduction .........................................................................
3.1.5 “A la recherche de la traduc
trice” .................................................................
3.2 Traduiction de la Cartomancienne et les Treize Tendances Déformantes .......
3.2.1 Tendance 1: Rationalisation ..........................................................
................
3.2.2 Tendance 2: Clarification ..............................................................................
3.2.3 Tendance 3: Allongement ............................................................................
3.2.
4 Tendance 4: Ennoblissement et vulgarisation .............................................
3.2.5 Tendance 5: Appauvrissement qualitatif .....................................................
3.2.6 Tendance 6: Appauvrissement quantitatif .....
..............................................
3.2.7 Tendance 7: Homogénéisation ....................................................................
3.2.8 Tendance 8: Destruction des rythmes ....................................................
......
3.2.9 Tendance 9: Destruction des réseaus: signifiants sous
-
jacents ....................
3.2.10 Tendance 10: Destruction des systématismes ..............................................
3.2.11 Tendance 11: Destruction (ou l’exoptisati
on) des réseaux langagiers
vernaculaires ................................................................................................
3.2.12 Tendance 12: Destruction des locutions et idiostismes ...............................
3
.2.13 Tendance 13: Effacement des superpositions de langues ............................
3.2.14 Conclusion et réflexions ..............................................................................
26
26
26
28
28
29
30
32
32
41
45
49
53
60
60
61
64
65
67
68
69
69
4 RE
-
TRADCUCTION COMMENTÉE ...................................................................
61
5 CONCLUSION .......................................................................................................
105
ix
6
BIBLIO
GRAPHIE ............
....................
....................
....................
....................
......
6.1 Bibliographie de L’Auteur ...............................................................................
6.1.1 En langue originale ...
....................................................................................
6.1.2 Traductions existantes ...................................................................................
6.2 Bibliographie Sur L’Auteur .................
............................................................
6.3 Bibliographie Generale ....................................................................................
6.4 Autres ..............................................................
.................................................
6.4.1 Dictionnaires et grammaires .........................................................................
6.4.2 Théses et Dissertations de Master ................................................
.................
6.4.3 Bibliographie virtuelle ..................................................................................
6.4.4 Editeurs ....................................................................................................
.....
6.4.5 Outils de recherche .......................................................................................
6.4.6 Logiciels .......................................................................................................
6.
4.7 Assistance des traducteurs français ..............................................................
108
108
108
108
109
110
111
111
112
112
112
113
113
113
ANNEXE
: LA CARTOMANCIENNE: TEXTE ORIGINAL ET LES DEUX
TRADUCTIONS ..........................
..............................................................................
114
1
1 INTRODUCTION
Notre travail de recherche a pour objectif la critique
1
de la traduction réalisée par
Maryvonne Lapouge en 1985 et la retraduction commentée d’un conte d
e Machado de
Assis
:
La Cartomancienne
. Nous prenons comme critères de référence dans notre analyse
les treize tendances déformantes définies par Antoine Berman dans son ouvrage
:
La
traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
2
.
Aussi loin que l’on
remonte dans l’histoire de la traduction, on retrouve
l’opposition entre texte original et texte traduit
; langue source, langue cible; littéralisme,
traduction libre
; traduction de la forme, traduction du sens. En 46 avant J.C. Cicéron dans
Libellus de o
ptimo genere oratorum
prend position et affirme qu’il ne faut pas traduire mot
à mot
: “
verbum pro verbo
”. Beaucoup plus tard, en 1530, Luther, comme Cicéron puis
Saint Jérôme, dénonce la traduction mot à mot
: “
Je ne me suis pas détaché trop librement
des
lettres, mais j’ai pris grand soin avec mes aides de veiller, dans l’examen d’un
passage, à rester aussi près que possible de ces lettres sans m’en éloigner trop
librement”
3
.
Cette divergence de positionnement par rapport à la stratégie de traduction est
probablement aussi ancienne que la traduction, que l’on fait remonter à l’ancienne Egypte,
mais qui à notre sens, est aussi ancienne que l’histoire de l’humanité, car il a toujours fallu
des interprètes pour permettre aux différents peuples de communiquer.
De nos jours, bien
que cette opposition existe toujours, les sourciers sont nettement plus nombreux que les
ciblistes. Henri Meschonnic. “
La traduction n’est pas définie comme transport du texte de
départ dans la littérature d’arrivée ou inversement trans
port du lecteur d’arrivée dans le
texte de départ (double mouvement, qui repose sur le dualisme du sens et de la forme, qui
caractérise empiriquement la plupart des traductions), mais comme travail dans la langue,
déconcentrement
” (Henri Meschonnic, 1973,
p.313
-
314). Notons que cette vision rejoint
celle de Goethe pour qui la traduction purement sourcière ou littérale revient à une
traduction calque et la traduction cibliste revient à pratiquer l’annexion de l’œuvre
originale.
1
Au sens bermanien du terme, c’est
-
à
-
dire ne faisant pas de la critique de traduction une analyse purement
négativ
e visant à pointer les manquements d’une traduction mais une pratique positive qui entre à part
entière dans le processus de développement de la traduction et de la retraduction.
2
BERMAN, Antoine.
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
. Paris:
Editions du Seuil, 1999.
3
OUSTINOFF, Michael.
La traduction
. Paris: PUF, 2003, p. 37
-
38.
2
Notre propos n’est pas ici d’
entrer dans la polémique relative à l’opposition dualiste
entre partisans de la forme et partisans du sens, ciblistes et sourciers. Nous nous rangeons
d’emblée du côté des sourciers et proposons dans la présente étude l’analyse critique d’une
traduction de
type ethnocentrique dans laquelle nous retrouverons les classiques tendances
des traductions françaises: ennoblissement, rationalisation, clarification…
“Les
traducteurs français ont tendance à accommoder l’auteur étranger à leur propre goût
”,
nous dit A
nthony Pym (1997, p.33) et c’est bien de cela dont nous serons témoins dans la
présente analyse de traduction.
L’analyse de traduction, et par voie de faits la retraduction, viennent directement
s’inscrire dans la recherche actuelle en faveur de l’évoluti
on de la traductologie. Il existe à
ce jour deux grands courants de théoriciens, les partisans du modèle idéal fondé sur la
critique des traductions et sur leur analyse qualitative, et ceux du modèle scientifique fondé
sur la systématisation des phénomènes
existants. Walter Benjamin est le grand représentant
du premier courant auquel se sont ralliés, entre autres, Henri Meschonnic et Antoine
Berman. Nous nous inspirons largement de ce denier dans la présente étude, tout en
choisissant la vision bermanienne
comme fil conducteur de notre travail, tant d’un point de
vue théorique, tel que présenté dans ses ouvrages:
L’épreuve de l’étranger
4
et La
traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
5
,
que d’un point de vue pratique, c’est
-
à
-
dire relatif à la formula
tion de notre projet de traduction, suivant l’exemple de critique de
traduction qu’il propose dans son ouvrage
Pour une critique des traductions
: John
Donne
6
. “Nous pouvons rendre hommage à Antoine Berman parce qu’il a su dire, en
fonction de ses propres
définitions de départ, comment il fallait traduire
”, remarque
Anthony Pym (1997, p.11).
Marcher sur les pas de Antoine Berman n’exclut donc pas, ce serait même plutôt
l’inverse, d’inclure dans notre projet la vision d’autres théoriciens et théoriciennes d
e la
traduction, contemporains ou non. Un des grands phares de Berman est Walter Benjamin.
Les auteurs allemands, en particulier Schleiermacher
que Berman a traduit
7
est
4
BERMAN, Antoine.
L’épreuve de l’étranger
. Culture et traduction dans l
Allemagne romantique
. Paris:
Gallimard, 1984.
5
BERMAN, Antoine.
La traduction et la lettre ou
l’auberge du lointain
. Paris: Editions du Seuil, 1999.
6
BERMAN, Antoine.
Pour une critique des traductions
: John Donne. Paris: Gallimard, 1995.
7
BERMAN, Antoine.
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
. Paris: Editions du Seuil, 1999.
3
considéré par Anthony Pym comme un “
penseur clé dans l’éthique de Berman”
8
. Son
c
ontemporain et compatriote Meschonnic a également inspiré Antoine Berman. Il
reconnaît la justesse des critiques de traduction et l’art poétique du traduire de ce dernier:
Ce qui compte pour lui (Meschonnic), c’est dénoncer, et dénoncer précisément. (…) Ce
tte
dénonciation s’accompagne de re
-
traductions ponctuelles montrant, le plus souvent de
manière convaincante, comment les traducteurs “
auraient
” pu sans difficulté respecter
telle forme de signifiance de l’original
(…)
” nous dit Antoine Berman. (1995,
p.46
-
47). Il
reprend également certains des ses concepts, entre autre celui de la “
traduction
-
introduction
”. Selon Clara Foz
:
L’autre paradigme auquel s’articule le discours de la
retraduction est celui de la traduction
-
introduction introduit par Mesc
honnic et repris par
Berman (…)”
(Clara Foz, Cadernos de tradução XI, 2003, p.39)
.
En passant par
Chateaubriand à travers qui il fait l’expérience de la “
traduction littérale
” qui fera l’objet
d’un chapitre entier
:
Chateaubriand, traducteur de Milton
, d
ans son ouvrage
La
traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
. Ou encore Schlegel qu’il reconnaît comme
étant “
le père de la critique moderne
9
. Berman inclut ainsi dans son travail les
différentes Ecoles de traduction, certaines pour en pointer le
s aspects avec lesquels il est en
désaccord telle que l’école française, et d’autres pour s’en inspirer comme l’Ecole
allemande.
Les hypothèses de départ de notre travail, que nous allons présenter dans un instant,
sont directement issues de la vision Berm
anienne et donc contiennent par répercussion les
différentes théories dont Antoine Berman s’est inspiré, en particulier celle de Walter
Benjamin dont Berman faisait une référence.
Mon analyse des traductions, étant et se voulant une critique, se fonde égal
ement
sur Walter Benjamin, car c’est chez lui que l’on trouve le concept le plus élevé et le plus
radical de la critique littéraire.
Non seulement Benjamin est indépassable, mais il est
encore en avant de nous
(Berman
,
1995, p.15).
Notre étude est ar
ticulée autour de trois parties
:
La première est une présentation du support théorique de notre démarche suivie de
la présentation de la stratégie adoptée dans la suite de notre travail. Elle est intitulée
:
Traductologie appliquée
.
8
PYM,
Anthony.
Pour une éthique du traducteur.
Aras: Artois Presses Université, 1997, p.19.
9
BERMAN, Antoine.
Pour une critique des traductions
: John Donne,
p.38.
4
Dans la seconde parti
e
:
Analyse de traduction
, après une brève contextualisation de
l’œuvre mise en analyse, et en mettant en pratique les grandes lignes théoriques et la
stratégie personnelle proposée dans la première partie, nous nous livrons à une analyse de
la traduction
de Maryvonne Lapouge du conte de Machado de Assis
:
La cartomancienne
à
partir des treize tendances déformantes de Antoine Berman
: rationalisation, clarification,
allongement, ennoblissement, vulgarisation, appauvrissement qualitatif, appauvrissement
quan
titatif, homogénéisation, destruction des rythmes, destruction des réseaux signifiants
sous
-
jacents, destruction des systématismes, destruction (ou exotisation) des réseaux
langagiers vernaculaires, destruction des locutions et idiotismes, effacement des
s
uperpositions de langues
10
. Cette analyse nous conduira certes à révéler la présence ou
non de chacune des treize tendances déformantes dans la traduction de Maryvonne
Lapouge et à apporter une réflexion sur le sujet, mais également à réfléchir sur les trei
ze
tendances proposées par Berman. Nous introduirons en particulier la notion de tendances
primaires et de tendances secondaires, faisant ainsi la distinction entre les tendances
sources
” et les tendances “
résultantes
”.
Dans la troisième partie,
Re
-
t
raduction commentée
, fort des réflexions et
conclusions résultant de la seconde partie, et des fondements théoriques présentés dans la
première, nous proposons une retraduction de
La Cartomancienne
, accompagnée de
commentaires justifiant nos choix lorsque
cela s’avère nécessaire.
Nous terminerons notre étude par une conclusion sur le travail d’analyse de
traduction et de retraduction proposés et par une réflexion sur les treize tendances
déformantes de Antoine Berman.
En tant que française vivant dans un pa
ys non francophone depuis près de cinq ans,
la pratique de la traduction fait partie de mon quotidien. Je veux dire par là qu’elle n’est
pas à l’extérieur de moi comme un objet d’analyse et d’observation, mais en moi comme
une activité instinctive. Etat de
faits qui constitue à la fois un avantage et un inconvénient.
Avantage, car il fait appel à un mode de fonctionnement instinctif directement lié à
l’instinct de survie
-
car il est vital de pouvoir se faire comprendre de ses contemporains
-
qui en facilit
e la pratique. Néanmoins, le fait de vivre la traduction comme une impulsion
de l’instinct fait également figure d’inconvénient puisqu’à titre d’automatisme, elle ne fait
pas appel à un processus conscient d’analyse. L’acte de traduire est donc ici instinc
tif et
10
BERMAN, Antoine.
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
, p.53.
5
inconscient ou plutôt non conscient
11
. Pour reprendre le langage Freudien, on pourrait
parler de pusion traductrice.
Le fait de prendre conscience de ce mode de fonctionnement “
primitif
12
engendra
le besoin d’en connaître davantage sur la traductio
n, et de rendre cette impulsion
inconsciente et bien imparfaite, car afférente à une base de données limitée, consciente et
ouverte à une plus large base de données. De la traduction régie par l’instinct, je suis donc
passée à une traduction consciente ou
en tout cas, tendant à le devenir. Non pas en tant que
processus intérieur de manifestation du langage, mais en tant qu’activité relationnelle
humaine qui a ses exigences, ses lois et doit se comporter d’une certaine manière dans
certaines circonstances et
s’adapter au contexte, tout en conservant toujours un certain
code, son propre code interne, l’éthique du traducteur de Antony Pym.
C’est à partir de la vision Bermanienne, du concept de “
traduction à la Lettre
” que
j’ai construit ce code interne de tra
duction. Pour Berman, l’étranger reste un étranger et il
est invité à pénétrer dans notre culture à travers la traduction sans perdre ses
caractéristiques propres. Il réprouve la traduction qu’il qualifie “
d’ethnocentrique
” et qui
consiste à faire diamét
ralement l’inverse, à naturaliser le texte source et “
à tout ramener à
sa propre culture
(1999
, p.29).
Il dénonce également les points critiques de la traduction
hypertextuelle qui consiste en transformation formelle de l’original.
Le pas suivant, qui
allait me mener au présent travail, fut de percevoir que le choix
de stratégie de traduction est en réalité une prise de position non seulement théorique, mais
bel et bien idéologique comme l’ont largement fait remarquer les romantiques Allemands.
Le trad
ucteur révèle à travers ses traductions, de manière inconsciente ou non, son regard
sur l’étranger et par extension sur l’autre qui, en fin de compte, lui révèle sa propre image.
Antony Pym relève cet engagement politico
-
culturel par rapport à la traductio
n chez
Schleiermacher. “
Le double mouvement inscrit dans ces deux méthodes
le lecteur se
déplaçant vers l’auteur ou l’auteur se déplaçant vers le lecteur
devient plus qu’une
métaphore dès lors que l’on considère la façon dont l’une ou l’autre reflète
une stratégie
allemande ou française. Au
-
delà des partis pris nationaux, la préférence pour l’une ou
l’autre relève aussi d’une différence historique entre les deux pays. Le centralisme
11
Mon parcours m’a co
nduite à l’étude et l’analyse des modes de fonctionnement du mental humain, du
subconscient et des différents instincts. Diplôme d’Etudes Supérieures de Sophrologie et Bioanalyse de la
Faculté Européenne de Sophrologie et Bioanalyse de Paris.
12
Puisque basé
sur l’instinct.
6
français a pour effet la création de lieux culturels (…)
”.
(1997, p.3
4).
Selon ce dernier,
Le but de Schleiermacher était clairement de faire de la langue allemande une sorte de
plate
-
forme de la littérature mondiale susceptible d’attirer les intellectuels étrangers
comme avait pu le faire la France.
(…)
”.
Pour Schleierm
acher “
Une nécessité interne,
dans laquelle s’exprime assez clairement un destin propre de notre peuple, nous a poussé
à la traduction en masse.
(Cité par Antoine Berman, 1984, p.27) Antony Pym note
:
Pourtant, l’exclusion est bien le but de Schleierm
acher. Sa méthode est la suivante
: la
première règle établit un mouvement vers l’intérieur de la culture réceptrice (faire que
l’auteur se déplace vers le lecteur)
; la deuxième établit un mouvement vers l’extérieur
(faire que le lecteur se déplace vers l
’auteur) (…) Schleiermacher dit explicitement (…) il
faut adhérer à une seule langue et à un seul pays.
(1997, p.34)
sous entendu l’allemand
et l’Allemagne.
Ainsi, bien plus qu’une question purement théorique, j’ai perçu que le choix d’une
stratégie de t
raduction est avant tout une prise de position idéologique qui engendre
d’importantes répercussions sur le peuple récepteur et par répercution, sur le peuple
émetteur. En effet, un peuple ne voit d’une nation distante que ce qu’on veut bien lui en
montrer,
et c’est à travers cette vision que sa relation à l’étranger, et à un peuple en
particulier se forge
; ce qui conditionne les relations d’entente ou de conflit, de peuples
dominants et de peuples dominés…
Ce qui m’a poussée à choisir le sujet abordé fut d
onc avant tout d’ordre
idéologique. En lisant la traduction de Maryvonne Lapouge, qui est d’ailleurs tout à fait
conforme à la pratique traductrice française dénoncée par Berman, Meschonnic et bien
d’autres, je n’ai pas retrouvé Machado de Assis. L’ironie
était devenue tiède, polie
;
l’interaction avec le lecteur silencieuse, on était passé de l’oralité qui raproche à un ton
littéraire qui créé la distance… Mais le plus préocupant au regard du génie de l’auteur, fut
de constater que derrière une stratégie o
ù le traducteur privilégie la forme aux dépends du
sens, la dimension essentielle de l’œuvre, “
le tissu
” pour reprendre l’expression de
Antoine Berman s’en trouve altéré. Schleiermacher remarque
: “
(…) le traducteur doit se
donner pour but de fournir à
son lecteur une image et un plaisir semblables à ceux que la
lecture de l’œuvre dans la langue d’origine procure à l’homme cultivé.
13
. Prise de
position qui est issue d’une réaction à la théorie ayant cours à l’époque chez les
13
Friedrich Schleiermacher. Editions du Seuil 1999, p 57.
7
romantiques allemands suivan
t laquelle la traduction consisterait à produire un texte tel que
l’auteur l’aurait écrit s’il avait été allemand.
Pourquoi avoir choisi
La Cartomancienne
? Il m’a semblé particulièrement
intéressant d’analyser un des contes les plus populaires de Machad
o de Assis bien qu’il
appartienne à la première période de l’œuvre Machadienne
14
. Par ailleurs, le scénario et
son contenu philosophique
philosophie dont l’auteur nous fait savoir dès le début du
conte qu’elle n’est pas l’apanage des érudits
véhiculé à
travers une histoire simple mais
brutale de crime passionnel, permettent de révéler l’effet que peut produire un manque de
transparence dans le traduire. C’est volontairement que Machado de Assis, bien
qu’écrivant dans un portugais soigné, heurte parfois l
es standards académiques, en
particulier en ce qui concerne sa ponctuation, reflet de productions littéraires qui elles
aussi, à les regarder en profondeur, heurtent les “
standards académiques
” sous couvert
d’histoires romanesques.
Selon Florent Kohler,
la réception de Schopenhauer par Machado s’inscrit (…)
dans une dynamique, un parcours personnel qui devait le mener, comme Marcel Proust, à
élaborer intrinsèquement à l’œuvre à la fois une métaphysique de l’existence et une
esthétique
”.
15
Nos hypothès
es de départ sont les suivantes
:
-
Toute œuvre de traduction est une étape vers une nouvelle traduction et le
révélateur potentiel des manquements en matière de traduction de tout traducteur qui la
considère. Toute traduction est donc, pour le traducteur,
un instrument de perfectionnement
de sa propre pratique et de la pratique traductrice au sens large.
14
La vie littéraire de Machado de Assis a été divisée en deux grandes périodes, la seconde débute dans les
années 1880, et plus particulièrement 1878, date de publication du roman
Le
ila
qui marque ce tournant. Il
se détache alors du courant romantique et crée son propre chemin à tendance plus réaliste. C’est à partir de
cette époque qu’il va écrire ses plus grandes œuvres. D’après Florent Kohler, traducteur de Machado de
Assis en fran
çais, “
Son revirement littéraire au début des années 1880, provient, cela ne fait guère de
doute, d’une lecture de Schopenhauer
.
” (
La Théorie du médaillon
et autres contes de Machado de Assis
,
Editions Métaillé
: Préface du traducteur).
15
Préface de
La Th
éorie du Médaillon
de Machado de Assis par Florent Kohler, Traducteur, Editions
Métaillé, 2002, p.8.
8
-
Aucune traduction n’est parfaite
; elle mérite donc une analyse ou critique qui
débouche, si cela s’avère opportun, sur une retraduction.
-
Si les te
ndances déformantes d’Antoine Berman sont établies en tant que critères
objectifs et universels
16
en matière d’analyse de traduction littéraire, leur mise en pratique
permettra une analyse de traduction parlante et représentative.
-
Nul n’est sensé détenir
la vérité absolue donc toute théorie peut toujours être
remise en question.
-
Tout énoncé théorique peut se voir élargi ou repensé par des chercheurs qui les
expérimentent d’un point de vue pratique. Par voie de faits, il est possible d’élargir et de
str
ucturer les treize tendances de Berman en les confrontant de façon systématique à la
pratique.
Le travail proposé, d’analyse de la traduction de Maryvonne Lapouge de
La
Cartomancienne
de Machado de Assis et de retraduction, a pu être réalisée grâce à la
méthodologie qui suit.
Nous nous sommes tout d’abord livrée à la lecture attentive du conte a analyser et à
traduire
:
A Cartomante
, puis
du conte traduit
:
La Cartomancienne
, ce qui nous à permis
de mettre en évidence les tendances déformantes qui apparai
ssent dans la traduction dès la
première lecture.
Nous avons ensuite procédé à la contextualisation du travail de recherche. Cela nous
a conduite à étudier l’auteur, en particulier sa vie et de son œuvre, à étudier les différentes
traductions de Machado de
Assis en français. A faire des recherches sur la traductrice
: sur
Internet, auprès de ses éditeurs, dans la Thèse de Marie
-
Hélène Torres
17
et à faire des
recherches sur les difficultés rencontrées par les traducteurs qui traduisent du portugais du
Brésil
vers le français.
16
Etant entendu comme valable indépendamment du temps et du lieu à n’importe quelle œuvre à caractère
littéraire.
17
Variations sur l’étranger dans les lettre
s
: cent ans de traductions françaises des lettres brésiliennes.
Ed.
Artois Presses Université, 2004.
9
Vint ensuite le moment de se procurer le matériel de recherche. Cela a consisté à
lire un nombre important de livres sur la traduction et la critique de traduction visant à
définir notre stratégie et à choisir les dictionnaires et autres
outils indispensables à l’acte de
traduire.
Une fois ce travail préliminaire réalisé, nous sommes passée à la collecte des
données. Nous avons commencé par la collecte de données d’ordre théorique. Nous avons,
durant la lecture des ouvrages traitant de l’
histoire, de la théorie, de la critique et de la
pratique de la traduction, annoté le texte
: souligné les passages qui allaient nous être utiles
et annoté dans la marge certains passages. Nous sommes ensuite passée à la collecte des
données d’ordre pratiq
ue qui a consisté en la mise en oeuvre de la traduction, de la critique
de traduction et de la retraduction comme suit
:
-
Mise en œuvre de la traduction
Nous avons débuté le travail de traduction pour que l’acte de traduire se concrétise,
que nous puissio
ns voir vivre les théories que nous étudions et nous assurer que notre
choix de stratégie était adapté à notre vision de la traduction et au travail à réaliser. Il y a
donc eu à la fois mise à l’épreuve des théories et définition d’une stratégie.
Tout en
faisant notre traduction dans Word 10 à partir d’un fichier contenant le
texte original en italique, nous avons annoté sur un papier les difficultés que nous
rencontrions pendant la traduction. Lorsque nous hésitions sur certains choix de traduction,
nous
mettions les deux ou trois options possibles dans mon fichier Word.
De là est née une première ébauche de traduction.
-
Mise en œuvre de la critique de traduction
Ce n’est qu’ensuite que nous nous sommes adonnée à la critique de traduction car
n
ous ne voulions pas, dans un premier temps, être influencée dans notre traduction par
celle de Maryvonne Lapouge. Nous avons souhaité réaliser notre propre traduction en
prenant en compte les manquements remarqués dans la traduction analysée, sans toutefoi
s
nous être livrée à une analyse détaillée de cette dernière, qui nous aurait conduite à la
mémoriser. C’est seulement dans un second temps, que nous avons comparé notre
traduction à celle de Maryvonne Lapouge.
Après avoir étudié attentivement les treize t
endances déformantes de Berman, nous
avons lu la traduction en la confrontant au texte original à partir d’une présentation en
tableau. Nous l’avons étudiée minutieusement ligne par ligne, et avons noté dans la marge
10
le numéro des tendances déformantes rep
érées et avons souligné et annoté dans le texte les
passages correspondants. Ceci nous a servi de base pour l’étape suivante qui consista à
structurer toutes les informations collectées, de les classer, les comprendre et les
interpréter, et d’en tirer des
conclusions.
-
Mise en œuvre de la retraduction
La traduction ayant déjà été réalisée, la présente étape a consisté à la reprendre,
l’intégrer dans le texte et la commenter paragraphe par paragraphe. Certes, l’utilisation des
tendances déformantes pourrai
t être envisagée d’un point de vue global et rapide, mais cela
ne nous aurait pas permis, comme nous le proposons dans la présente étude, d’avoir une
vision aussi fine des tendances déformantes et d’en proposer une extension.
Notre commentaire de traductio
n a généré une autocritique qui est venue alimenter
notre vision des tendances déformantes et affiner notre pratique générale de traduction et
notre conclusion sur la traduction de Maryvonne Lapouge et sur notre retraduction de
La
Cartomancienne.
Une fois
ce travail terminé, nous avons procédé à la mise en ordre des données
collectées et à la rédaction du présent document.
Vint ensuite le moment de la réflexion qui nous conduisit à envisager les
perspectives de travail futur, celui que nous nous destinons,
et celui qui pourrait faire
l’objet d’autres travaux.
11
2 TRADUCTOLOGIE APP
LIQUEE
Une théorie de la traduction des textes est nécessaire, non comme activité spéculative, mais
comme pratique théorique, pour la connaissance historique du processus social
de
textualisation, comme une translinguistique. Toute unité, fait sa signification dans l’unité
plus grande qui l’inclut
: une théorie de la traduction des textes est incluse dans la
poétique, qui est la théorie de la valeur et de la signification des text
es. (Meschonnic Henri,
1973, p.305
-
306)
2.1 D
e la
T
raduction
2.1.1 De l’histoire du mot “Traduction”
Avant de présenter la vision de la traduction de quelques grands théoriciens, ce qui nous
permettra de mieux situer notre travail et le choix de stratég
ie, voyons l’étymologie de
ce terme. “
Le mot traduction provient du verbe “
traduire
”, dont l’origine est le verbe
latin “
traducere
: “
faire passer
”. Le sens le plus courant est
: “
faire passer un
texte d’une langue à une autre
”. Dans d’autres lan
gues telles que l’anglais (translate)
et l’allemand (übersetzen), c’est à la notion de déplacement que renvoie l’étymologie.
On trouve des emplois de ce sens premier dans la Bible de Wyclif ou encore avec la
valeur dérivée de changement d’état dans les Can
terbury Tales de Chaucer. Le verbe
traduire apparaît pour la première fois en français en 1539, et le nom traduction en
1540. On remarquera que l’expression nominale est réservée exclusivement à
l’acception la plus courante et peut exprimer soit l’activité
de traduction, soit le produit
fini.
1
C’est à tort que l’on associe le début de l’histoire de la traduction à l’époque de la
traduction de la Bible
; elle est en réalité beaucoup plus ancienne. “
L’activité de traduction
est très ancienne. Les inscripti
ons en deux langues qui figurent sur les tombes des princes
d’Éléphantine en Égypte datent du IIIe
millénaire avant J.
-
C. Ils en constituent le premier
témoignage écrit. Mais ces princes avaient le statut officiel de “
chefs
-
interprètes
”. C’est
1
ENCYCLOPEDIE
Universalis CD
-
Universalis 9. Jacqueline Guillemin
: Traduction.
12
en effet e
n tant qu’activité orale d’interprétation, et plus particulièrement dans les
relations politiques et économiques, que se manifeste à l’origine la traduction.
2
2.1.2 De la théorie de la traduction
2.1.2.1 Tour d’horizon
En 1540, Etienne Dolet, qui e
st l’auteur de la première Charte sur la traduction intitulée
:
La manière de bien traduire d’une langue en autre
propose une approche de théorisation et
de normalisation du traduire. “
La manière de bien traduire d’une langue en autre requiert
principalem
ent cinq choses
”, déclare
-
t
-
il
: “
En premier lieu, il faut que le traducteur
entende parfaitement le sens et matière de l’auteur qu’il traduit, (…) La seconde chose qui
est requise en traduction, c’est que le traducteur ait parfaite connaissance de la la
ngue de
l’auteur qu’il traduit et soit pareillement excellent en la langue en laquelle il se met à
traduire. (…) Le tiers point est qu’en traduisant il ne faut pas asservir jusques à là que
l’on rende mot pour mot. (…) La quatrième règle (…) est plus à obs
erver en langue non
réduite en art qu’en autre. (…) la cinquième règle (…) est de si grande vertu, que sans elle
toute composition est lourde et malplaisante. (…) l’observation des nombres oratoires
c’est à savoir, une liaison et assemblement des dictons a
vec telle douceur, que non
seulement l’âme s’en contente, mais aussi les oreilles et sont toutes ravies, et ne se fâchent
jamais d’une telle harmonie de langage.
3
Pour ce qui est du courant français actuel de traductologie, André Meschonnic
remarque que
La théorie de la traduction des textes se situe dans le travail, fondamental
pour l’épistémologie, sur les rapports entre pratique empirique et pratique théorique,
écriture et idéologie, science et idéologie.
(1973, p.307). Quant à Antoine Berman, il
d
éclare que
: “
La traduction est sujet et objet d’un savoir propre
” (1999, p.16) et
précise
que : “
L’ambition de la traductologie, si elle n’est pas d’échafauder une théorie
générale de la traduction est malgré tout de méditer sur la totalité des formes
existantes de
la traduction
.
” (1999, p.20). Selon ce dernier,
Toutes les théories de la traduction
élaborées à l’époque romantique et classique en Allemagne constituent le sol des
principaux courants de la traduction moderne occidentale (…)
(1984, p.2
79)
.
2
ENCYCLOPEDIE
Universalis CD
-
Universalis 9. Jacqueline Guillemin
: Traduc
tion.
3
Clàssicos da teoria da tradução
, volume 2, p. 14 à 18. Editions Núcleo de tradução UFSC, 2004.
13
Pour Goethe (1813), “
Il existe deux maximes de traduction
: l’une exige que
l’auteur d’une nation étrangère soit conduit vers nous de sorte que nous puissions le
considérer comme nôtre
; l’autre en revanche nous demande que nous allions vers
l’étrang
er afin de nous retrouver dans sa situation, son langage, ses particularités (…)
4
Et “
il existe trois sortes de traductions. La première nous permet de connaître le pays
étranger suivant notre esprit
; (…) Une seconde époque lui succède
: on s’y efforce
certes
de se transposer dans la situation du pays étranger, mais uniquement pour s’approprier
l’esprit étranger et le présenter selon notre esprit propre. (…) la période suprême et
ultime. C’est la période où l’on cherche à rendre la traduction identique
à l’original de
sorte que, la traduction ne vaut pas à la place de l’original, mais en son lieu.
Prise de
position que reprend
Friedrich Schleiermacher.
Plus proche de nous dans le temps, Walter Benjamin remarque
: “
La traduction ne
se voit pas, comme l
’œuvre littéraire, plongée pour ainsi dire dans l’intérieur du massif
forestier de la langue, mais en dehors de celui
-
ci, face à lui, et sans y pénétrer, elle appelle
l’original en cet unique lieu où, à chaque fois l’écho dans sa propre langue peut rendre
la
résonance d’une œuvre de la langue étrangère
”. (Walter Benjamin, Cité par Antoine
Berman, 1999, p.11).
2.1.2.2 Ethique du traducteur
: quelques points de vue
A l’adresse du terme “
éthique
”, l’encyclopédie Universalis propose la définition
suivante
: “
qui concerne la morale et ses principes.
5
.
La notion d’éthique qui revêt donc un sens différent, suivant la prise de position
idéologique et nous pourrions aller jusqu’à dire morale, de chacun. Ainsi pour Friedrich
Schleiermacher “
(…) le traducteur
est obligé, comme tout un chacun, d’avoir le même
souci de pureté et de perfection de la langue, de poursuivre la même agilité et la même
naturalité du style qui honorent l’auteur dans sa langue d’origine.
(1999
, p.71).
Luther, quant à lui,
affirme
: “
Ah, traduire n’est pas un art pour tout un chacun
comme le pensent les saints insensés
; il faut, pour cela, un cœur vraiment pieux, fidèle,
4
Cité par Antoine Berman er Christian. Berner dans
leur traduction
Des dufférentes méthodes du traduire
.
Dossier, Editions du Seuil, 1999, p. 140.
5
CD
-
Uni
versalis 9.
14
zélé, prudent, chrétien, savant, expérimenté, exercé. C’est pourquoi, je tiens qu’aucun faux
chrétien ni aucun esp
rit sectaire ne peuvent traduire fidèlement.
6
Antoine Berman remarque
: “
L’acte éthique consiste à reconnaître et à recevoir
l’autre en tant qu’Autre. (…) Cette nature de l’acte éthique est implicitement contenue
dans les sagesses grecque et hébraïque,
pour lesquels, sous la figure de l’Etranger (par
exemple du supliant), l’homme rencontre Dieu ou le Divin
.
” (1999, p.74
-
75).
Antony Pym pose pour sa part la question fondamentale
: “
Doit
-
on traduire
?
(1997, p.11).
Ce dernier recense cinq principes de
base relatifs à l’éthique du traducteur
:
-
Premier principe
: Le traducteur est responsable de son produit dès qu’il accepte
de le produire. (…).
-
Deuxième principe
: Le traducteur est responsable dans la mesure où il est
professionnel. (…).
-
Troisi
ème principe
: Les processus traductifs ne doivent pas être réduits à
l’opposition entre deux cultures.
-
Quatrième principe
: Il ne faut pas que la dépense de ressources suscitée par la
traduction dépasse la valeur des bénéfices de la relation intercultur
elle correspondante.
-
Cinquième principe
: le traducteur, dans la mesure où il est plus qu’un simple
Hérault, est responsable pour que son travail contribue à établir la coopération
interculturelle stable et à long terme.
” (1997, p.136
-
137).
La première
question qui se pose au traducteur en matière d’éthique est donc
: “
faut
-
il traduire
?
” Et vient juste après
: comment traduire
?. Cette seconde question nous
renvoie à la prise de position stratégique du traducteur Charles Fontaine dont les
traductions
datent du XVI ème siècle. Il propose dans son introduction au Premier Livre
des
Remèdes d’amour d’Ovide
sa vision de l’éthique du traducteur que voici
:
“(…) Trois choses que doit observer un qui veult bien traduire
: la première, c’est
qu’il retienne et r
ende les termes et dictions de l’auteur, autant près qu’il est possible
: ce
que l’on peult appeler la robbe.
Le second, qu’il rende aussi le sens partout entier (car il fault être tant curieux des
termes que de laisser le sens ou le rendre obscur) ce que
l’on peult appeler le corps.
6
LUTHER
.
Œuvres
, tome VI. Tradução de Jean Bosc, Labor et Fides, Genève, 1965, p. 198.
15
La tierce, c’est qu’il rende et exprime aussi naïvement la naturelle grâce, vertu,
énergie, la douceur, élégance, dignité, force et vivacité de son auteur qu’il veult traduire
(…) ce que l’on peut appeler l’âme de l’oraison.”
7
De la prise de position du traducteur va découler sa stratégie de traduction. Voyons
à présent plus en détails la vision Bermanienne sur le sujet, qui a servi de support à notre
travail de critique et de retraduction.
2.2 V
ision Bermanienne de la Traduc
tion
De nos jours, on distingue deux grands courants de traduction, “
le modèle idéal fondé sur
la critique des traductions et sur un jugement qualitatif, et le modèle scientifique fondé sur
la systématisation de phénomènes observables
8
. Antoine Berman
appartient au premier
courant représenté par Walter Benjamin dont le texte
:
La tâche du traducteur
9
a largement
influencé le courant traducteur actuel. Walter Benjamin déclare :
Mais s’il existe, d’une
autre façon, un langage de la vérité, où les ultime
s secrets vers lesquels s’efforce toute
pensée sont conservés sans effort et silencieusement, cette langue de la vérité est le
véritable langage. Et ce langage, dont le pressentiment et la description constituent la
seule perfection que puisse espérer le p
hilosophe, est justement caché de façon intensive
dans les traductions, (…) La traduction, avec les germes qu’elle porte en elle d’un tel
langage se situe à mi
-
chemin de la création littéraire et de la théorie.
(1971, p.
270)
10
.
Position que l’on retrouv
e chez Antoine Berman.
Dans son premier livre,
L’Epreuve de l’Etranger
, Antoine Berman s’insurge contre
la négation systématique de l’étrangeté de l’œuvre étrangère et revendique la nécessité
d’une éthique de la traduction. Berman va, dans
Pour une critiqu
e des traduction
: John
Donne,
proposer deux types de critères au
-
delà de la dimension subjective pour évaluer
une traduction
: éthiques et poétiques.
Il s’oppose fermement aux théories traditionnelles qui font de l’acte de traduire
une restitution embel
lissante du texte
” (1999
:
13). Il parle de traduction littérale qui
n’est pas, comme on pourrait le croire, une traduction mot à mot mais ce que Berman
7
Cité par BERMAN, Antoine. Op.cit., 1999, p.77.
8
ENCYCLOPEDIE
Universalis CD
-
Universalis 9. Jacqueline Guillemin
: Traduction, p 5.
9
BENJAMIN, Walter.
La
tâche du traducteur
. Tradução de Maurice de Grandillac. Paris
: Denoël, 1971.
10
Passage cité par BERMAN, Antoine.
La traduction et la lettre,
p. 18.
16
appelle une “
traduction à la Lettre
”. Selon ce dernier
: “
Poser que le but de la traduction
est la
captation du sens, c’est détacher celui
-
ci de sa lettre, de son corps mortel, de sa
gangue terrestre. C’est saisir l’universel et, laisser le particulier. La fidélité au sens
s’oppose
comme chez le croyant et le philosophe
à la fidélité à la lettre. Ou
i, la fidélité
au sens est obligatoirement une infidélité à la lettre.
” (1999, p.34).
D’un point de vue théorique, il se défendra de définir une théorie et parlera de
traductologie pour décrire justement l’impossibilité de définir une théorie de la traduc
tion
puisque “
l’espace de traduction est babélien
(1999, p.
20).
Il définit trois grandes lignes de traduction
: ethnocentrique, hypertextuelle et
platonicienne. Selon lui
: “
La traduction est caractérisée par trois traits. Culturellement
parlant, elle
est ethnocentrique. Littérairement parlant, elle est hypertextuelle. Et
philosophiquement parlant, elle est platonicienne.
” (1999, p.26). Il précise que
:
A la
traduction ethnocentrique s’oppose la traduction éthique, à la traduction hypertextuelle, la
traduction poétique, à la traduction platonicienne ou platonisante, la traduction
pesante
” (1995, p.27).
Les traductions ethnocentriques et hypertextuelles sont selon Antoine Berman les
deux formes
que la majorité des traducteurs, des auteurs, des
éditeurs, des critiques,
etc., considèrent comme les formes normales et normatives de la traduction.
”.
(1995,
p.
29)
2.2.1 De la traduction ethnocentrique
Elle est clairement et longuement définie par Antoine Berman. Il déclare
:
Ethnocentrique signi
fiera ici
: qui ramène tout à sa propre culture, à ses normes et
valeurs, et considère ce qui est situé en dehors de celle
-
ci
l’Etranger
comme négatif ou
tout juste bon à être annexé, adapté, pour accroître la richesse de cette culture
.
(1999
:
29).
La traduction est ici réalisée de manière à ce que l’on ne sente pas qu’il s’agit
d’une traduction. Dans ce cas, précise Antoine Berman, “
toute trace de la langue
d’origine doit avoir disparue, ou être délimitée, la traduction doit être écrite dans une
la
ngue normative, elle ne doit pas heurter par des “
étrangetés
” lexicales ou syntaxiques.
(…) Si l’auteur a employé des mots simples, le traducteur doit aussi recourir à des mots
très courants
(1999, p.35).
Il y a annexion de l’œuvre en lui appliquant les
normes au sens
large de la société d’accueil.
Lawrence Venuti va également dans ce sens et declare: “
The
17
ethnocentric violence performed by domesticating translation (…) on a double fidelity, to
the source
-
language text as well as to the target
-
language
culture, and especially to its
valorization of transparente discourse.
(1995, p.68).
2.2.2 De la traduction hypertextuelle
Antoine Berman qualifie d’hypertextuel
tout texte s’engendrant par imitation, parodie,
postiche, adaptation, plagiat ou tout
autre espèce de transformation formelle, à partir d’un
autre texte déjà existant
”.
(1999, p.29). Et il précise
:
L’hypertextualité est seconde,
jamais un texte traduit n’aura la positivité d’un original, ce qui revient à dire (…) que son
hypertextualité
est toujours de “
seconde main
” imitation médiocre et besogneuse, vile
copie, etc… Traduire n’est pas créer
(1999, p.63).
2.2.3 De la notion d’éthique du traducteur
Pour Antoine Berman “
L’éthique de la traduction consiste sur le plan théorique à
gager, à affirmer et à défendre la pure visée de la traduction en tant que telle. Elle
consiste à définir ce qu’est la fidélité
” (1984, p.17). Et il précise “
Traduire c’est bien sûr
écrire, et transmettre. Mais cette écriture et cette transmission ne pre
nnent leur vrai sens
qu’à partir de la visée éthique qui les régit.
” (1984, p.17). A propos de cette éthique basée
sur la fidélité, il précise que “
La visée éthique du traduire, justement parce qu’elle se
propose d’accueillir l’Etranger dans sa corporéit
é charnelle, ne peut que s’attacher à la
lettre de l’œuvre. Si la forme de la visée est la fidélité, il faut dire qu’il n’y a de fidélité
dans tous les domaines
qu’à la lettre
(1999, p.77)
.
2.2.4 Qu’est
-
ce que “la lettre”
L’expression “
traduction
à la lettre
” est à la base du système de traduction Bermanien.
Voyons donc comment ce dernier définit ce concept. “
La lettre
, nous dit
-
il, “
ce sont
toutes les dimensions auxquelles s’attaque le système de déformation
”. Il précise que “
Ce
système, à
son tour, définit une certaine figure traditionnelle du traduire
et que “
Toute
18
théorie de la traduction est la théorisation de la destruction de la lettre au profit du sens
(1999, p.67).
2.2.5 Des treize tendances déformantes
Antoine Berman a rép
ertorié en treize tendances, les principales formes d’altération d’un
texte par la traduction. Leur fin “
est la destruction, non moins systématique, de la lettre
des originaux, au seul profit du “
sens
” et de la belle “
forme
”. Si l’on pose que l’essenc
e
de la prose est simultanément le rejet de cette “
belle forme
”. (1999, p.52).
Voyons plus en détails chacune de ces tendances.
De
la
rationalisation
Cette première tendance déformante porte sur
les structures syntaxiques de
l’original et sur sa ponct
uation
11
. Berman attire ici particulièrement notre attention sur
:
les redites, prolifération en cascades des relatives et des participes, incises, phrases
longues, phrases sans verbe…
De
la
clarification
En relation directe avec la rationalisation mais
il est ici davantage question du
niveau de “
clarté
” sensible des mots, ou de leur sens.
12
. Il précise que “
certes la
clarification est inhérente à la traduction, dans la mesure où tout acte de traduire est
expliquant
” mais il ajoute qu’il s’agit là
de son sens négatif
: “
l’explication vise à rendre
clair ce qui ne l’est pas et ne veut pas l’être dans l’original
13
.
De
l’allongement
Il entend ici par allongement les rajouts qui n’ajoutent rien et qui ne font
qu’accroître la masse brute du texte,
sans du tout augmenter sa parlance ou sa
signifiance
14
. Il précise que toute traduction a tendance à être plus longue que l’original
et qu’il s’agit d’une conséquence des deux premières tendances.
11
BERMAN
, Antoine. Op.cit., 1999
, p.53.
12
Idem, p.54.
13
Idem, p.55.
14
Idem, p.
56.
19
De
l’ennoblissement
et
la
vulgarisation
Il s’agit ici de
rendre “
la traduction
plus belle
” que l’original. (…) La
théorisation embellissante consiste à produire des phrases “
élégantes
” en utilisant pour
ainsi dire l’original comme matière première.
15
.
De
l’appauvrissement
qualitatif
Il est question du “
remplacement des termes, expressions, tournures, etc., de
l’original par des termes, expressions, tournures, n’ayant ni leur richesse sonore, ni leur
richesse signifiante ou
mieux
iconique
16
.
De
l’appauvrissement
quantitatif
Il s’agit “
d’une “
dép
erdition lexicale
” (1999
: 59)
qui, selon Berman
porte
atteinte au tissu lexical de l’œuvre (…) Cette déperdition peut fort bien coexister avec un
accroissement de la quantité ou de la masse brute du texte, avec l’allongement.
17
.
De
l’homogénéisation.
Elle consiste à unifier sur tous les plans le tissu de l’original (…) C’est
assurément la résultante de toutes les tendances précédentes
18
, explique Antoine
Berman.
De
la
destruction
des
rythmes
Il s’agit de la modification de la rythmique textuelle.
Selon Antoine Berman, “
la
déformation peut affecter considérablement la rythmique de la phrase, par exemple en
s’attaquant à la ponctuation.
19
.
De
la
destruction
des
réseaux
signifiants
sous
-
jacents.
Selon Berman “
Tout œuvre comporte un texte “
sous
-
ja
cent
”, où certains
signifiants clefs se répondent et s’enchaînent (…) C’est le sous texte, qui constitue l’une
des faces de la rythmique et de la signifiance de l’œuvre.
20
.
15
Idem, p.
57.
16
Idem, p.
58
.
17
Idem, p.
60.
18
Idem, ibidem.
19
Idem, p.
61.
20
Idem, ibidem..
20
De
la
destruction
des
systématismes.
Cette notion va au
-
delà de la précédente et
s’étend au type de phrases, de
constructions utilisées. L’emploi des temps est une des systématiques
; le recours à tel ou
tel type de subordonnée (…) Rationalisation, clarification et allongement détruisent ce
système.
21
.
De
la
destruction
ou
l’exotis
ation
des
réseaux
langagiers
vernaculaires.
Selon Berman, “
toute grande prose entretient des rapports étroits avec les langues
vernaculaires (…) L’effacement des vernaculaires est une grave atteinte à la textualité des
œuvres en prose (...)
22
.
De
la
destr
uction
des
locutions
et
idiostismes.
Selon Berman les images, locutions, proverbes etc… qui relèvent en partie du
vernaculaire trouvent généralement une correspondance dans d’autres langues. Il déclare
que “
Jouer de l’équivalence est attenter à la parlanc
e de l’œuvre.
23
.
De
l’effacement
des
superpositions
de
langues.
Antoine Berman précise à ce sujet qu’il s’agit “
peut
-
être du problème le plus aigu
que pose la traduction de la prose, car toute prose se caractérise par des superpositions de
langues plus
ou moins déclarées.
24
.
2.2.6 Critiques de la position Bermanienne
Anthony Pym, bien que rendant hommage à Antoine Berman, “
Berman a pourtant bien su
poser la question que tout traducteur se pose un jour ou l’autre
: comment faut
-
il
traduire
?
25
, n’e
n a pas moins condamné sa position académique et ce qu’il nomme un
certain dédain pour la profession. Selon ce dernier
: “
Nous devons rendre un véritable
hommage à Antoine Berman parce qu’il a su dire, en fonction de ses propres définitions de
départ, com
ment il fallait traduire. Mais nous devons regretter qu’il n’ait pas su
21
Idem, p.63.
22
Idem, p.64.
23
Idem, p.
65.
24
Idem, p.
66.
25
PYM, Anthony.
Op.cit., 1997, p.10.
21
convaincre une profession qui ne méritait certainement pas les guillemets du dédain
(1997, p.
11)
. Et il poursuit
: “
l’éthique de Berman était en elle
-
même trop académique,
trop int
ellectuelle, trop abstraite.
”. (1997, p.9).
Nous trouvons cette critique non fondée. Elle est probablement de la part d’Antony
Pym, la résultante d’une méconnaissance de la vie professionnelle de Antoine Berman et
de son oeuvre. En effet, comme il nous le
prouve par ses différentes traductions, dont la
plus connue et celle de Frederich Schleiermacher
Des différentes méthodes du traduire
26
,
et par son écrit éminemment pratique
:
Pour une critique des traductions
: John Donne
27
,
Antoine Berman s’est au contrai
re toujours efforcé de rester en contact avec l’acte de
traduire. N’oublions pas que “
(…) pendant
quelques années, il a essayé de faire de la
traduction un métier, traduisant des milliers de pages de l’allemand, de l’espagnol, de
l’anglais
(…)
” (Isabelle
Berman : 2001)
28
. Loin d’être abstrait, nous le trouvons bien
concret et fort réaliste par rapport à un métier qu’il connaît parfaitement et qu’il aimait au
point de lui dédier les derniers mois de sa vie.
Rien dans l’œuvre de Berman ne permet non plus d’
affirmer le mépris de la
profession de traducteur que dénonce Pym, au contraire,, il a toujours fait en sorte que le
statut du traducteur s’améliore, qu’il soit mieux reconnu, mieux rémunéré. C’est à notre
avis avec raison qu’il pointe du doigt les aberrat
ions auxquelles certains se livrent en
matière de traduction. Berman critique et il critique tout, à commencer par sa propre
position passée, il est donc clair qu’il critique les agissements de certains membres de la
profession mais cela non par dédain pou
r cette dernière mais au contraire pour lui
permettre de se remettre en question et d’améliorer sa pratique. Nous ne voulons pas dire
par là que Berman est raison en tous points et qu’il détienne la vérité absolue, certes non
;
mais que les affirmations de
Pym le concernant se sont pas fondées.
2.3 D
e
L’A
nalyse de
T
raduction
Lorsque nous abordons le domaine de l’analyse de traduction, nous entrons
directement dans le domaine Bermanien de la traduction, puisque c’est par la critique et à
26
SCHLEIRMACHER, Frederich.
Des différentes méthodes du traduire.
Tradução de Antoine Berman,
Mauvezin. P
aris: Seuil, 1985.
27
BERMAN, Antoine.
Pour une critique des traductions
: John Donne. Paris: Gallimard, 1995.
28
Isabelle Berm
an,
L’attachement à une oeuvre
Revue TTR
Volume 14, numéro 2, 2e semestre 2001.
Antoine Berman aujourd'hui
. Publication internet
:
h
ttp://www.erudit.org/revue/ttr/2001/
v14/n2/000565ar.html
22
travers cette de
rnière, que l’activité traductrice va, d’après ce dernier, pouvoir évoluer.
Ainsi, pour Antoine Berman, la critique de traduction n’est pas du tout négative
L’expression même de critique de traduction risque d’induire en erreur. Car elle semble
signifier
seulement l’évaluation négative d’une traduction.
29
. Il entend la critique au sens
où celui qu’il qualifie de “
père fondateur
”, Friedrich Schlegel, l’a décrite. Schlegel
déclare qu’il “
réserve le mot de “
critique
” à l’analyse des œuvres de “
qualité
”, et
emploie celui de “
caractéristiques
” pour l’étude et l’évaluation des œuvres médiocres ou
mauvaises.
30
Pour Antoine Berman, l’analyse de traduction est fondamentale au
développement du traduire et au traduire à la Lettre. Et il regrette que
Cett
e tendance à
vouloir “
juger
” une traduction, et à ne vouloir faire que cela, renvoie fondamentalement
à deux traits fondamentaux de tout texte traduit, l’un étant que ce texte “
second
” et censé
correspondre au texte “
premier
”, est censé être véridiqu
e, vrai, l’autre étant ce que je
propose d’appeler la défectivité, néologisme qui cherche à rassembler toutes les formes
possibles de défauts, de défaillance, d’erreur dont est affecté toute traduction.
(1995,
p.
41).
Non seulement la critique de traducti
on s’est peu développée, mais, quand elle
l’a fait, ça a été, surtout, dans une direction essentiellement négative
: celle du
repérage, souvent obsessionnel, des “
défauts
” des traductions, même réussies.
La critique positive est restée jusqu’à il y a peu
, très rare
surtout à l’état pur
sans éléments négatifs
(
BERMAN
, 1995, p.41).
Antoine Berman voit deux grands types de critiques de traduction, avec et sans
forme. Il définit le terme “
forme
” comme étant relatif à “
une structure discursive sui
generi
s, adaptée à son objet. Mais aussi comme faisant référence à une entité qui se
réfléchit elle
-
même, thématise sa spécificité et, ainsi, produit sa méthodologie
.
” (1995,
p.
41).
Il recense deux types d’analyses de traduction sans forme
:
-
Celles “
qui se
contentent de comparer directement l’original à sa traduction ou
de comparer les traductions entre elles, pour, inévitablement, rencontrer et établir des
écarts, des “
changements
”. (…) Elles débouchent sur un “
constat de différences
” qui
n’est (presque
) jamais porté au crédit du traducteur (…)
.
Il n’y a pas de réflexion sur le
concept de traduction (…)
(1995, p.
44).
29
BERMAN, Antoine. Op.cit., 1995, p.38.
30
Idem, ibidem.
23
-
Et, “
des analyses fouillées, érudites, des systèmes de transformation présidant à
certaines traductions, généralement de haut niveau
”. (1995, p.
44). Il site à titre
d’exemple de ce type de critique, les analyses poussées faites en Allemagne de certaines
traductions de Hölderlin. Il site également les analyses faites en France par Robert Aulotte
sur le
Plutarque
d’Amyot et celle de Rog
er Zuber sur les traductions de Perrot
d’Ablancourt. Dans ces cas, il y a une contextualisation de l’œuvre originale et une analyse
qui prend en compte le contexte historique et les traductions faites à la même époque.
Selon lui, dans ces deux types d’anal
yses “
il y a abscence de forme et de méthodologie
propres
31
. En ce qui concerne les analyses avec forme, il nous renvoie aux analyses faites
par les théoriciens de la traduction
: Meschonnic, Toury, Brisset.
2.4 D
efinition de
N
otre
S
trategie
2.4.1 Str
atégie de critique de traduction
Comme nous l’avons annoncé, nous avons adopté une stratégie visant la fidélité au texte
source. Nous nous sommes attachée davantage au sens ou à l’esprit du texte, qu’à la forme,
en faisant toutefois notre possible pour pr
éserver cette dernière et en particulier le rythme.
Notre pratique de la traduction ne se limite pas en un exercice purement linguistique, qui
consiste en la transformation de mots en termes équivalents dans la langue d’arrivée car
une langue, en effet,
à l’instar de la tour de Babel, n’est pas faite uniquement de mots
:
chacune renferme une “
vision
” du monde propre, conception élaborée par Wilhem von
Humboldt.
” (Michael Oustinoff, 2003, p.16). Nous traitons le texte original comme une
Œuvre à part ent
ière avec un sens
premier et sous
-
jacent
son rythme, son style, son
ambiance, le tout orchestré par l’esprit de l’auteur, dont nous nous efforçons de traduire la
pensée avec transparence.
Au niveau de la forme de notre étude critique, nous suivrons le
modèle de critique
de traduction proposé par Antoine Berman dans son ouvrage
Pour une critique des
traductions: John Donne
que nous rappelons ici
:
Travail
préliminaire
:
-
Lectures de la traduction.
31
Idem, p.
45.
24
-
Lecture du texte original.
-
A la découverte du trad
ucteur
: traducteur et “
position traductrive
”, projet de
traduction et “
horizon traductif
”.
L’analyse
de
traduction
:
-
Analyse comparative de la traduction et de l’original.
-
Définition de la forme langagière et scripturaire de la confrontation.
-
Définitions des paramètres analysés.
La
critique
productive
Qui consiste en la réalisation de la rédaction du texte de critique ou compte rendu
d’analyse.
Cette stratégie de traduction, conforme à la vision Bermanienne, consiste à se poser
en observateur
de la traduction, qui tente de vivre cette dernière comme une expérience
qu’il intègre à son propre contenu, et dont il tire des conclusions visant à améliorer sa
pratique, et non en juge à la recherche systématique d’erreurs.
2.4.2 Stratégie de retradu
ction
Le projet définit la manière dont, d’une part, le traducteur va accomplir la
translation littéraire, d’autre part, assumer la traduction même, choisir un mode
de traduction, une “
manière de traduire
” (
BERMAN
, 1995, p.
76)
En réaction à la stratég
ie consistant à la production de traductions qualifiées de “
Belles infidèles
”, Chateaubriand, dont Berman fait l’apologie de la prose, tenta en 1836 de
produire une traduction littérale. Il s’agit de sa célèbre traduction de
Paradise Lost
de
Milton. Il d
éclare
: “
c’est une traduction littérale dans toute la force du terme que j’ai
entreprise, une traduction qu’un enfant ou un poète pourront suivre sur le texte, ligne par
ligne, mot à mot, comme un dictionnaire ouvert sous les yeux
.
32
Sans adopter une
po
sition aussi radicale, nous tenterons toutefois de coller le plus possible au texte original,
pratiquant ce qu’Antoine Berman nomme “
la traduction à la Lettre
”.
32
Cité par BERMAN, Antoine. Châteaubriand traducteur de Milton dans
La traduction et la Lettre ou
l’auberge du lointain
, p. 103.
25
Chez Antoine Berman, la retraduction fait suite à la critique de traduction.
Il voit
égalemen
t dans l’acte de retraduction une prise de position critique
: “
Lorsque la
traduction est re
-
traduction, elle est implicitement ou non “
critique
” des traductions
précédentes, et cela en deux sens
: elle les révèle
”, au sens photographique, comme ce
qu’
elles sont (les traductions d’une certaine époque, d’un certain état de la littérature, de
la langue, de la culture etc.), mais son existence peut aussi attester que ces traductions
étaient soit déficientes, soit caduques
: on a, de nouveau, la dualité d’u
n acte critique.
(1999, p.
40).
Nous allons à présent passer à la pratique et analyser la traduction de Maryvonne
Lapouge du conte
:
La cartomancienne
de Machado de Assis.
26
3 ANALYSE DE TRADUC
TION
3.1 D
e L’Oeuvre et de sa Traduction
3.1.1 A propos
de l’auteur: Machado de Assis
Celui que l’on appelle parfois “
maître
”, compte tenu de sa maîtrise remarquable de la
langue portugaise est né dans l’Etat de Rio de Janeiro, sur le Domaine de Livramento
33
en
1839, dans des conditions modestes. Né dans une
famille pauvre, il est métis, épileptique,
bègue et il se retrouve très jeune orphelin de mère. Il n’a bien entendu pas accès à la
scolarité. Il va apprendre seul à lire et à écrire, et étudier le français plus ou moins seul.
A 16 ans, il entra à l’Imprim
erie Nationale comme typographe. C’est également à
cette époque (12/01/1855), que sont publiés ses premiers vers
:
Ela
34
, dans la revue
Marmote Flumineuse
, de Francisco de Paula Brito.
Avant de devenir fonctionnaire public et un homme de lettre reconnu, il
exercera
divers métiers. Au cours de son existence il sera journaliste, poète, romancier mais aussi,
activité beaucoup moins connue, traducteur.
Il éprouva tout au long de son existence une vive passion pour la littérature
étrangère, en particulier françai
se, langue qu’il lisait et écrivait. Il considérait la littérature
étrangère comme une source d’enrichissement du patrimoine culturel de sa propre nation.
Il traduira au cours de sa carrière l’américain Edgar Poe, l’italien Dante, en passant par
l’anglais
Shakespeare, les français Dumas, Victor Hugo...
En 1861 son premier écrit
:
Queda que as mulheres têm para os tolos
35
est publié.
En 1864, publication de son premier livre de poésie:
Crisálidas
36
.
En 1872, publication de son premier roman
:
Resurreição
37
.
A
trente et un ans, il se marie avec la sœur du poète portugais Xavier de Morais,
son ami.
33
B
OSI, Alfredo.
Machado de Assis, antologia de estudos
. São Paulo: Atica, 1982.
34
OBRAS
completas
, 31v. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Inc, 1957.
35
MACHADO DE ASSIS
, Joaquim.
Obra completa
, ed Afrânio Coutinho, 3 vol. Rio de Janeiro: Aguilar,
1959.
36
MACHADO DE
ASSIS
, Joaquim
. Obra completa
, ed Afrânio Coutinho, 3v. Rio de Janeiro: Aguilar, 1959.
37
MACHADO DE ASSIS
, Joaquim.
Obra completa
, ed Afrânio Coutinho, 3v. Rio de Janeiro: Aguilar, 1959.
27
C’est également l’époque à laquelle il entame une carrière bureaucratique au
Journal Officiel puis au Secrétariat du Ministère de l’Agriculture.
A partir de 1878, date
à laquelle le roman
Laia
38
est publié, sa création littéraire
prend une nouvelle teinte. Il se détache du courant romantique et crée son propre chemin à
tendance plus réaliste qui lui permettra d’exprimer pleinement son génie. C’est en effet à
partir de ce
tte époque qu’il va écrire ses plus grandes œuvres.
-
Les contes
:
L’Aliéniste
(
O Alienista
1881),
Le Miroir
(
O Espelho
, 1882),
L’Eglise
du Diable
A Igreja do Diabo
, (1883),
Dona Benedita
(1887)
39
.
Dans ses contes, il n’est ni
romantique ni naturaliste et d
éveloppe une technique différente de celle utilisée dans ses
romans. Une histoire pleine de rebondissement se construit autour d’une situation, d’un
personnage ou d’un thème à partir d’un style bien personnel sur lequel nous reviendrons.
-
Ces trois princi
paux romans sont :
Le philosophe et le chien
40
(
Quincas Borba
41
,
1891),
Dom Casmurro
42
et le célèbre roman
:
Mémoires posthumes de Bras Cubas
43
(Memórias posutmas de Brás
-
Cubas)
44
publié par la
Revue brésilienne
à partir de 1880
qu’il dictera à sa femme à cause
de problèmes de santé qui iront en s’aggravant.
Il annonça
qu’Esau et Jacob
45
serait son dernier roman mais il se trompait car il
trouva encore la force et l’inspiration pour écrire le
Mémorial de Aires
46
, publié en 1908.
Machado de Assis exerça une influen
ce considérable sur la formation de la littérature
Brésilienne dont il est encore à ce jour considéré comme le représentant.
En 1897, il fonda l’Académie Brésilienne des lettres.
En 1873, il publia un article qui suscita d’importantes réactions dans le mon
de
littéraire intitulé “
Instinto de Nacionalidade
”. Il s’agit d’un essai qui donne ses contours
définitifs à la question nationale, reconnaissant à la littérature un instinct de nationalité
(Weber, 199, p.129). C’est
-
à
-
dire “
Le désir général de créer un
e littérature plus
38
MACHADO DE ASSIS
, Joaquim.
Obra completa
, ed Afrânio Coutinho, 3v. R
io de Janeiro: Aguilar, 1959.
39
MACHADO DE ASSIS
, Joaquim.
Contos/Uma antologia
. 2 v. São Paulo, 2001.
40
MACHADO DE ASSIS, Joaquim.
Ce que les hommes appellent amour. Mémorial de Aires
. Tradução de
Jean
-
Paul Bruyas.
Paris: Métaillé, 1995.
41
MACHADO DE ASSIS
, Joaquim.
Quincas Borba
, 2v. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1969.
42
MACHADO DE ASSIS, Joaquim..
Dom Casmurro
. Tradução de Francis de Miomandre. Paris: Live de
Poche n° 3268, 1997.
43
MACHADO DE ASSIS, Joaquim.
Dom Casmurro
. Tradução de Francis
de Miomandre. Paris: Albin
Michel, 1989.
44
OBRAS
Completas
, 31 vols. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Inc, 1957.
45
MACHADO DE ASSIS
, Joaquim.
Obras Completas
, ed Afrânio Coutinho, 3v. Rio de Janeiro: Aguilar,
1959. Tradução de Françoise Duprat. Paris: Métaillé,
1985.
46
M
ACHADO DE ASSIS
, Joaquim
. Obras Completas
, ed Afrânio Coutinho, 3 vol.
Rio de Janeiro: Aguilar,
1959.
28
indépendante
” (1873, p.131). “
Un certain sentiment intime qui font de lui un homme de
son temps et de son pays
” (1873, p.137).
3.1.2 Les grandes tendances du style Machadien
Voici selon Marie
-
Hélène Torres
47
les grandes caractéristiq
ues du style Machadien
:
-
Il interpelle constamment le lecteur.
-
Il utilise des phrases courtes.
-
Ses descriptions sont extrêmement précises.
-
Il utilise les répétitions.
-
Il fait preuve d’un humour sarcastique.
-
Contrairement à la majorité de ses co
ntemporains, il ne décrit pas la nature ni les
paysages tropicaux bien qu’ils restent présents dans ses œuvres.
-
Il porte son intérêt sur ses contemporains et les regarde vivre. Ce qui donne à ses
œuvres un caractère international.
-
Il a souvent un trian
gle amoureux dans ses oeuvres.
-
Le dialogue est intensif et corrosif.
-
Il utilise la métaphore qu’il fait parfois rebondir. Dans
Mémoires posthumes de
Bras Cubas
, il compare les yeux d’une jeune fille à des papillons. La métaphore est
consommée, mais que
lque page plus tard, elle va rebondir
: un papillon entre dans la pièce.
Nous rajouterons à ces caractéristiques : dialogues peu nombreux et ironie qui est la
principale caractiristique des écrits Machadien.
3.1.2 Présentation du conte:
La Cartomancienn
e
La Cartomancienne
fut publiée pour la première fois dans la
Gazeta de Noticias
de São
Paulo en 1884. R. Magalhães Júnior fit en 1950 une compilation des contes pour l’éditeur
Civilização Brasileira. Il en résulta huit volumes de contes et chroniques. L’
œuvre
originale présentée dans le présent travail est extraite du recueil de contes réalisé par John
Gledson sous le titre:
Contos/uma antologia Machado de Assis
publié en 1999 par l’édition
Companhia Das Lettras de São Paulo et réimprimée en 2001. Il s’ag
it du recueil le plus
29
complet que nous ayons trouvé. D’après John Gledson
48
Machado de Assis a écrit entre
1858 et 1907, un an avant sa mort, environ 200 contes.
La Cartomancienne
est la tragique histoire d’une relation amicale entre deux
hommes, Camilo et
Vilela, qui se termine par un double meurtre passionnel de la part de
Vilela. Camilo, jeune ingénu, va succomber au charme de la ravissante et extravagante Rita
qui aboutira à une passion réciproque à laquelle les deux amants refuseront de renoncer, y
comp
ris après réception d’une mystérieuse lettre anonyme alléguant que leur relation est
connue de toute la ville. L’histoire passe par la visite successive de Rita et Vilela chez une
cartomancienne, qui jouera un rôle clé dans le dénouement de l’histoire, et
permet à
Machado de Assis, d’un point de vue philosophique, d’aborder la relation entre l’homme et
l’univers invisible qui l’entoure et le contient. Les croyances et les peurs profondes, la
religion, le monde occulte… seront abordés en quelques phrases inn
ocentes qui s’adressent
aux couches les plus profondes de notre être
: nos croyances et notre rapport à ces
dernières.
A cartomante, uma visiâo da honra masculina em ação, assustadoramente
realista, sempre foi um de seus contos mais populares (...)
", not
e John Gledson (2002,
p.49).
Le scénario est banal mais on voit dès les premières lignes se dessiner en arrière
plan la dimension philosophique de l’œuvre
: “
Hamlet observa a Horácio que há mais
coisas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era
a mesma explicação que dava
a bela Rita ao moço Camilo (…)
” Machado de Assis ne donne pas de leçons de
philosophie et encore moins de morale
; il raconte simplement une histoire et c’est au
lecteur de faire la démarche de lire entre les lignes pour y déc
ouvrir le sens profond de
l’œuvre.
3.1.4 Présentation de la traduction
La traduction de Maryvonne Lapouge a été éditée en 1987 à Paris par les éditions Métailié
sous le titre
:
La Montre en Or.
Elle fait partie d’un recueil de douze contes :
La Montre e
n
or, Des bras, Le miroir, Une étrange coïncidence, Une dame, La cartomancienne, Un
homme célèbre, Celle que l’on désire, Le mobile secret, La messe de minuit, L’anecdote du
47
Variations
sur l’étranger dans les lettres: cent ans de traductions françaises des lettres brésiliennes
.
Artois
Presses Université, 2004.
48
MACHA
DO DE ASSIS, Joaquim.
Contos/Uma antologia
. 2v. São Paulo, 2002, p.15.
30
cabriolet
. La traduction est assumée sur la pointe des pieds dans la mesure où le
nom de la
traductrice apparaît sur la couverture en caractères italiques de petite taille mais elle est
absente du paratextuel. La traduction des contes est introduite par une préface qui est
-
aussi incroyable que cela paraisse
une critique négative de
Machado de Assis. Elle est
extraite d’une des conférences données par Antonio Cândido de Melo e Souza dans les
Universités de Floride en 1968 qui fut publié en 1970
49
.Voici quelques extraits qui
permettent de se donner une idée de l’état d’esprit dans leque
l le lecteur va aborder la
traduction de Maryvonne Lapouge des 12 contes de Machado de Assis
:
(…) les critiques qui ont étudié Machado de Assis n’ont jamais cessé
d’inventorier et de souligner les causes éventuelles de tourment social et
individuel
: la
couleur sombre de sa peau, son origine humble, sa carrière
difficile, ses humiliations, sa maladie nerveuse. Mais en réalité ses souffrances
ne paraissent pas avoir dépassé celles de tous les hommes. (…) Au contraire, il
faudrait plutôt signaler la normali
té extérieure et la relative facilité de sa vie
publique. (MELO E SOUZA, 1987, p.
8)
Très conventionnel, très attaché au formalisme, il était capable, de ce point de vue,
d’être aussi ridicule et même aussi mesquin que n’importe quel président d’Académie.
(…)
Il agit avec un singulier mélange de conformisme social et de sentiment de clique (…)
(1987, p.9)
On peut dire qu’il flattait le public moyen, y compris les critiques, en donnant à
tous, pour un prix modique, l’impression qu’ils étaient intelligents.
(1987, p.12)
Tel est le ton de la préface
!
3.1.5
“A la recherche de la traductrice
Nous avons repris ici l’expression utilisée par Antoine Berman (1995, p.73). La majeure
partie des informations obtenues sont issues de la Thèse de Marie
-
Hélène Torr
es
:
Variations sur l’étranger dans les lettres
: cent ans de traductions françaises dans les
lettres brésiliennes
. (Editions Artois Presses Université, 2004).
Avant de partir à la “
recherche du traducteur
” qui est d’ailleurs ici une traductrice,
pour r
eprendre l’expression de Antoine Berman, nous allons présenter dans les lignes qui
suivent les visions de Antoine Berman et Anthony Pym à ce sujet.
49
SCHWARZ, Roberto.
Ao vencedor as batatas forma literária e processo social nos inícios do romance
brasileiro
. São Paulo: Duas Cidades, 1977.
31
Pour comprendre la logique du texte traduit, nous sommes renvoyés au travail
traductif lui
-
même et, par delà
, au traducteur (
BERMAN
, 1995,
p.73).
A la question “
Qui est le traducteur
?
” (1995, p.73) Berman va répondre
contrairement à Anthony Pym que “
la vie du traducteur ne nous concerne pas, et a
fortiori ses états d’âme
” (1995
:
73). Il prend en considérat
ion uniquement les données qui
se rapportent au domaine qui touche directement ou indirectement à l’acte de traduction. Il
considère donc le traducteur comme un “
instrument de traduction
” et non comme un être
humain avec l’intégralité de son bagage.
Comm
ent Berman part
-
il à la recherche du traducteur
:
Il importe de savoir s’il
est français ou étranger, s’il n’est “
que
” traducteur ou s’il exerce une autre profession
significative, comme celle d’enseignant (cas d’une très importante portion de traducte
urs
littéraires en France)
; nous voulons savoir s’il est aussi auteur et a produit des œuvres
;
de quelle(s) langue(s) il traduit, quel(s) rapport(s) il entretient avec elle(s)
; s’il est
bilingue, et de quelle sorte
; quels genres d’œuvres il traduit usu
ellement, et quelles autres
œuvres il a traduites
; s’il est polytraducteur (cas le plus fréquent) ou monotraducteur
;
nous voulons savoir quels sont, donc, ses domaines langagiers et littéraires
; nous voulons
savoir s’il a fait œuvre de traduction au sen
s indiqué plus haut et quelles sont ses
traductions centrales
; s’il a écrit des articles , études, thèses, ouvrages sur les œuvres
qu’il a traduites
; et enfin, s’il a écrit sur sa pratique de traducteur, sur les principes qui la
guident, sur ses traducti
ons et la traduction en général.
(1975
, p.73
-
74).
Maryvonne Lapouge
-
Pettorelli est une traductrice professionnelle française qui a
largement contribué à la divulgation d’ouvrages brésiliens en français. En effet, elle a
traduit neuf romans du portugais
au français
:
-
1975,
Avalovara
, de Salles Gomes
-
1986,
P… comme Polydore
, de Salles Gomes.
-
1989,
Le fléau et la pierre
, de Osman da Costa Lins.
-
1991,
L’heure nu
, de L. F. Telles.
-
1995,
Aimer, verbe intransitif
, de M. de Andrade.
-
1996,
Rue de la
miséricorde
, de A. de Caminha.
-
1998,
Les ivrognes et les somnambules
, de W. Campos de
Carvallho.
Conformément à la vision Bermanienne, nous allons à présent faire plus ample
connaissance avec la traductrice, à travers l’analyse de sa traduction.
32
3.2 T
ra
duction de
la Cartomancienne
et les Treize Tendances Deformantes
Nous présentons dans les lignes qui suivent les résultats de notre analyse de traduction
basée sur l’observation de la manifestation des treize tendances déformantes dans la
traduction de
La
Cartomancienne
de Maryvonne Lapouge. L’analyse psychologique du
traducteur et le pourquoi
tout à fait subjectif
de ses choix stratégiques n’entrent pas
dans le cadre du présent travail. Nous nous limitons à observer les résultats de l’acte de
traduire
, à en peser les conséquences et à en tirer des conclusions dans le but de faire
avancer la pratique traductrice et de tenter de produire une nouvelle traduction plus
fidèle
50
. Notre objectif n’est donc pas ici une critique à caractère de jugement, mais
d’u
tiliser la traduction produite comme moteur à l’évolution globale de l’acte de traduire.
Nous proposons ci
-
dessous un certains nombre d’exemples relatifs aux différentes
tendances présentes dans le texte pour, d’une part prouver que la tendance signifiée e
st
présente à diverses reprises dans le texte, et d’autre part pour en montrer les différentes
facettes. Chaque exemple fait l’objet d’un commentaire et d’une proposition de
retraduction. Nous verrons ainsi apparaître au fil de notre étude les points criti
ques de la
traduction de Maryvonne Lapouge et le bien
-
fondé de l’utilisation des treize tendances
déformantes de Antoine Berman en matière de critique de traduction. Cela nous conduira à
effectuer certains commentaires sur les tendances déformantes et à en
proposer une
extension.
3.2.1 Tendance 1: Rationalisation
3.2.1.1 Rappel
Cette première tendance “
déforme l’original en inversant sa tendance de base et en
effectuant une linéarisation des arborescences syntaxiques
51
. Elle porte sur
les
50
Nous utilisons ce terme tout en ayant pa
rfaitement conscience du caractère subjectif de ce dernier comme
nous le fait remarquer Chavy (1984, p.119) “
Tout traducteur prétend être fidèle, mais fidèle à quoi
? Le
mot, chez la plupart, a une valeur purement subjective et n’exprime que la satisfactio
n d’avoir atteint le
but qu’ils s’étaient fixé.
”.
Nous entendons le terme “
fidèle
” comme se référant dans le contexte de la traduction à la notion de
production d’une reproduction la plus approchante possible d’un texte original dans une autre langue.
51
BERMAN
, Antoine. Op.cit., 1999, p.54.
33
structures
syntaxiques de l’original et sur sa ponctuation
52
. Antoine Berman attire ici
particulièrement notre attention sur
: les redites, prolifération en cascades des relatives et
des participes, incises, phrases longues, phrases sans verbe etc…
Voici selon Ber
man les grands points de cette tendance
:
-
modification de la structure syntaxique,
-
ponctuation,
-
passage d’une forme à une autre
: forme active à forme passive, le concret
devient abstrait, l’informel devient formel, l’ordonné devient désordonné, le verbe
d
evient substantif…
3.2.1.2 Présence dans le corpus
La tendance à la rationalisation est, comme nous allons le voir, extrêmement présente dans
la traduction de Maryvonne Lapouge. Dans la grande majorité des cas recensés, elle
engendre deux, voire trois a
utres tendances déformantes
: l’allongement, la destruction des
systématismes et dans bien des cas, la destruction des rythmes.
Modification
de
la
structure
syntaxique
Cas n°1
11
(…) enquanto Camilo
era um ingênuo na
vida
moral e prática.
Quant à
Camil
o, tant pour la vie morale que
dans la vie pratique,
c'était un parfait ingénu
.
Structure syntaxique
: changement non indispensable de la structure de la phrase
:
era um ingênuo na vida
” dans l’original est rejeté en fin de phrase dans la traduction.
Ce
changement de structure allonge la phrase, alourdit le style et porte atteinte à la rythmique
du texte.
Nous proposons la traduction suivante: “
(…) tandis que Camilo était un ingénu
tant dans la vie morale que pratique
”.
52
Idem, p.
53.
34
Cas n°2
13
Liam os mesmos l
ivros, iam juntos a
teatros
e passeios
.
Ils lisaient les mêmes livres, allaient
ensemble en
promenade ou au théâtre
.
Structure syntaxique
: inversion de mots. “
teatros e passeios
” dans l’original
devient “
promenade ou au théâtre
” dans la traduction.
Notons également que le “
e
” se
transforme dans la traduction en “
ou
”. Il y a donc également modification du sens,
tendance qui se rattache à l’appauvrissement qualitatif (de la signifiance).
Nous proposons la traduction suivante
: “
Ils lisaient les m
êmes livres, allaient
ensemble au théâtre et en promenade.
”.
Cas n°3
33
Passas
custam dinheiro
, disse ele afinal,
tirando a carteira.
-
Ces raisins, dit
-
il au bout d'un moment
sortant son portefeuille,
coûtent de l'argent.
Voici un dernier exemple d
e modification de la structure de la phrase, la locution
custam dinhero
” (en français “
coûtent de l’argent
”) a été déplacée en fin de phrase. Ce
renvoi du verbe et de son complément en fin de phrase, outre le phénomène de
rationalisation et d’allongem
ent significatif de la phrase, porte atteinte au style direct de
Machado de Assis. La phrase est plus longue, le style plus lent et plus pesant. Le dialogue
perd son rythme, ce qui crée une distance entre le lecteur et le scénario
; il s’en trouve
moins ca
ptivé, moins impliqué. Notons que l’interpellation du lecteur est justement une des
caractéristiques majeures du style Machadien et que le type de tournure choisi n’est pas
exigé par les normes académiques de la langue d’arrivée.
Notre proposition de tradu
ction est la suivante
: “
Les raisins secs coûtent de
l’argent, dit
-
il enfin, sortant son portefeuille.
Modification
de
la
ponctuation:
Cas n°1
3
Não diga isso,
Camilo. Se
você soubesse
como eu tenho andado, por sua causa.
-
Ne dis pas cela,
Camilo,
si
tu savais
combien j'ai dû
marcher à cause
de toi.
Ponctuation et rythme
: le point dans l’original devient une virgule dans la
traduction. De deux phrases, la traductrice n’en fait plus qu’une. Il y a donc non seulement
rationalisation mais égalemen
t destruction des rythmes et destruction des systématismes.
35
Notons que ces trois tendances sont intimement liées. Le fond du discours n’est pas
modifié, mais le rythme énergique tombe pour faire place à un rythme plus lent qui,
contrairement à celui de l’o
riginal, berce le lecteur.
Il y a également dans cette phrase un contresens lexical sur lequel nous reviendrons
dans la tendance déformante qui le concerne
: l’appauvrissement qualitatif.
Voici notre proposition de traduction
: “
Ne dis pas ça, Camilo. Si
tu savais par
quoi je suis passée, à cause de toi.
”.
Cas n°2
3
Você
sabe; já
lhe disse.
Je te l'ai déjà
dit et tu
le sais.
Ponctuation et rythme
: le point virgule dans l’original disparaît et est remplacé par
et
” dans la traduction, ne formant plu
s qu’une seule phrase. On note ici également une
inversion de la structure de la phrase “
Você sabe
” est rejeté en fin phrase dans la
traduction. Ces deux altérations entraînent une modification du discours et de la relation de
communication entre les per
sonnages. Dans l’orginal nous avons “
Você sabe
” sous
entendu car je te l’ai déjà dit, alors que dans la traduction nous avons
et
” ce qui ne
signifie pas la même chose.
Voici notre proposition de traduction
: “
Tu sais
; je te l’ai déjà dit.
”.
Cas n°
3
3
Não ria de mim,
não ria...
Ne ris pas, je te prie,
ne ris pas de moi.
Ponctuation
: les trois points dans l’original sont remplacés par un point dans la
traduction. Dans la traduction, la phrase est fermée par un point et par l’ajout d’un
complémen
t “
moi
” alors que dans le texte original elle est ouverte, libre à chacun
d’imaginer la signification des trois points. Là encore, il y a réduction de la portée du texte
original, le “
não ri…
” peut très bien être entendu comme étant relatif non seuleme
nt au
fait de rire de la personne mais aussi de la situation et de son contenu.
Voici notre proposition de traduction
: “
Ne ris pas de moi, ne ris pas…
Cas n°4
19
Camilo
divergia; aparecer
depois de tantos
meses era confirmar a suspeita ou denúncia.
Le jeune homme n'était pas
d'accord
:
réapparaître
ainsi après tant de mois ne ferait
que confirmer ses soupçons ou d'éventuelles
délations.
36
Voici un nouvel exemple de modification de la ponctuation
: le point virgule dans
l’original devient deux
-
points
dans la traduction. Ceci traduit une autre tendance
déformante qui se retrouve dans la phrase
: la clarification. Les deux points impliquent une
relation de cause à effet entre les deux parties de la phrase. Cette tendance explicative se
confirme par le “
ne ferait que confirmer
” pour “
era confirmar
”.
Notons au passage qu’il y a dans cette phrase, comme souvent dans la traduction de
Maryvonne Lapouge, ajout d’un adjectif
: “
éventuelles
”.
Remarquons que dans l’extrait proposé, le texte original est non
seulement sujet à
transformation au niveau de la ponctuation, mais également à la destruction des
systématismes, à l’allongement et à la clarification. Cette observation nous invite à déduire
que la modification de la ponctuation n’est jamais innocente et
isolée, mais qu’elle traduit
une tendance qui s’attaque au corps du texte. Il pourrait donc être intéressant dans les
analyses de traduction d’observer la fluctuation de la ponctuation et d’en faire un
révélateur des faiblesses d’une traduction. Nous allo
ns nous y essayer à travers les
quelques exemples suivants.
Voici notre proposition de traduction
: “
Camilo n’était pas d’accord
; apparaître
après tant de mois c’était confirmer les soupçons ou la dénonciation.
Cas n°5
21
(...) era natural
uma denúnci
a anônima
, até
da própria pessoa que o ameaçara antes; (...)
(…) rien de plus naturel
-
et sans doute
l'auteur n'était
-
il autre que la personne qui
l'avait tout d'abord menacé
-
qu'une
dénonciation anonyme
.
Modification de la ponctuation
: la virgule es
t remplacée par des tirets. Nous avons
ici également une volonté de clarification évidente, car le corps du texte lui
-
même est
modifié dans ce sens
:
era natural
devient “
rien de plus naturel
”, “
até da propria
pessoa que o ameaçara antes
” devient “
et sans doute l’auteur n’était
-
il autre que la
personne qui l’avait tout d’abord menacé
”. Nous devons toutefois noter que la traduction
littérale n’est pas ici possible à cause de l’expression “
até da propria pessoa
”. Il va donc
falloir modifier légère
ment la phrase, ce qui n’impose pas de tomber dans la tendance
explicative, d’allonger et d’alourdir le texte.
A l’issue de cet exemple, nous constatons qu’une fois encore, l’altération de la
ponctuation fait figure de pointe d’iceberg.
37
Voici notre proposi
tion de traduction
: “
(…)
c’était naturellement une
dénonciation anonyme, sans doute issue de la personne qui l’avait menacée
précédemment
(…) “.
Cas n° 6
37
recordou os termos da carta de
Vilela e
reconheceu
que eram íntimos e familiares.
repensant aux
termes du billet de
Vilela, i
l
reconnut que le ton en était intime et familier.
Modification de la ponctuation
: “
e
” dans l’original se transforme en une virgule
dans la traduction. L’altération de la ponctuation va ici également de paire avec une
ten
dance à la clarification. Ceci est confirmé par la transformation de “
que eram
” en “
il
reconnut que le ton en était
“, “
le ton
” est une création éclaircissante de la traductrice qui
rétrécit le propos. En effet, éclaircir ce que l’auteur n’a volontai
rement pas précisé revient
à amoindrir son propos, il se limite à ce que la traductrice pense être juste. Lorsqu’il s’agit
d’une traduction journalistique par exemple, cette tendance peut se justifier, mais dans un
texte littéraire qui contient un double s
ens, cela est déjà plus délicat.
Nous proposons la traduction suivante
: “
il se souvint des termes de la lettre de
Vilela et reconnut qu’ils étaient intimes et familiers.
”.
Modification
actif
-
passif:
Cas n° 1
1
Hamlet
observa
a Horácio (...)
Hamle
t
fait
à Horacio
cette observation(…)
Passage du verbe à son substantif
: le verbe “
observa
” est traduit par son substantif
observation
”. Ce qui induit également un allongement. Il y a ici une volonté d’améliorer
le style de l’auteur, de produire un
e phrase plus élégante. Tendance que l’on retrouve dans
l’ensemble de la traduction. D’un style direct et pétillant, on passe à un style littéraire
parfois précieux beaucoup plus lent qui alourdit le récit. Nous constatons ici aussi que la
rationalisation
est révélatrice d’une tendance qui altère directement le fond de l’œuvre.
Nous allons observer d’autres exemples de ce type de déformation pour découvrir si cette
tendance se confirme au fil de notre analyse.
Voici notre proposition de traduction
: “
Hamle
t fait observer à Horacio
”.
38
Cas n° 2
21
(...)
podia achar algum recado
de Rita, que
lhe explicasse tudo.
(…)
un billet de Rita pouvait s'y trouver
, qui
expliquerait tout.
Modification de la structure syntaxique
: le complément d’objet direct devient s
ujet.
La phrase passe de la forme active à la forme passive alors que la traduction littérale est ici
tout à fait acceptable dans la langue d’arrivée. Nous retrouvons ici la tendance qui tend à
transformer le style direct et fluide de l’œuvre original en u
n style plus lourd et passif.
La tendance que nous soupçonnions de l’association de la rationalisation à une
autre tendance qui change directement le sens du texte se confirme dans cet exemple.
Voici notre proposition de traduction
: “
il pouvait s’y trouv
er quelque message de
Rita, qui lui expliquerait tout
.
”.
Cas n°3
21
Não achou nada
, nem ninguém.
Rien ne l'attendait
, ni personne.
Modification de la structure syntaxique
: là encore, le complément d’objet direct
devient sujet. La phrase passe à la fo
rme passive. Ceci est d’autant plus ennuyeux que la
traduction mot à mot est ici aussi possible, ce qui nous informe sur la nature de cette
transformation. Il s’agit en réalité d’ennoblissement et d’une tendance qui en découle, la
destruction des systémati
smes. Ce type de transformation n’altère pas le sens premier du
texte mais en modifie le rythme et l’ambiance générale.
Voici notre proposition de traduction
: “
Il ne trouva rien, ni personne
.
”.
Cas n°4
25
Camilo achou
-
se diante de
um longo véu
opaco
...
Un long voile opaque
descendit sur ses
yeux...
Passage de la forme active à la forme passive
: le complément d’objet direct devient
sujet dans la traduction. On retrouve également la destruction des systématismes,
l’appauvrissement qualitatif (
signifia
nce
) et la tendance à la clarification qui se trouve à la
racine de toutes les tendances citées. Le fait que la traductrice ait transformé “
achou
-
se
diante de um longo véu opaque
” par “
Un long voile opaque descendit sur ses yeux
”,
ajoutant la notion de
descendit sur ses yeux
” qui n’existe pas dans l’original, vient
illustrer le fait que la tendance sous
-
jacente à la rationalisation est bien la clarification.
39
Cette observation implique les mêmes répercussions que dans les cas déjà cités
:
ralentissemen
t du rythme, du déroulement du scénario et de l’ambiance générale.
Voici notre proposition de traduction
: “
Camilo se trouva face à un long voile
opaque…
”.
Cas n°5
38
Às vezes
queria rir
, e ria de si mesmo, algo
vexado; (...)
Par moments,
une envie de
rire le prenait
; et
il riait de lui
-
même, un peu vexé malgré tout
;
(…)
Il s’agit d’un nouvel exemple de passage de la forme active à la forme passive avec
destruction des systématismes et allongement, le tout étant la résultante d’une tentative
d’ennob
lissement qui se retrouve tout au long de la traduction. Nous disons tentative
d’ennoblissement, car les formes choisies bien que parfois agréables, ne sont pas toujours
heureuses, et apportent tantôt de la préciosité, tantôt de la lourdeur au texte, comme
c’est le
cas ici.
Voici notre proposition de traduction
:
Parfois il avait envie de rire, et il riait de
lui
-
même, quelque peu honteux
; (…)
”.
3.2.1.3 Observations
Comme nous pouvons le constater à travers les exemples ci
-
dessus, la tendance à la
ra
tionalisation est extrêmement marquée dans l’ensemble du texte. En particulier en ce qui
concerne la modification de la ponctuation et le passage des phrases de la forme active à
passive, ce qui ne va pas sans en changer le rythme, alourdir le style et dan
s bien des cas
engendrer un allongement.
L’observation de nombreux exemples dans la traduction de Maryvonne Lapouge
nous permet d’arriver, sinon à la conclusion, en tout cas à l’observation que la
rationalisation est toujours la résultante d’une tendance d
éformante qui porte atteinte au
tissu même de l’œuvre, soit par tendance à la clarification ou à la l’ennoblissement, soit par
appauvrissement qualitatif.
A l’issue des précédentes observations, notre première conclusion pourrait être
qu’une traduction pèc
he soit par excès soit par défaut. Dans le cas de l’excès, le traducteur
éprouve le besoin de clarifier le texte de l’auteur, de l’ennoblir, ou il serait plus juste de
40
dire, d’apporter les modifications qui pour le traducteur font figure de clarification o
u
d’ennoblissement
; ce qui reste dans bien des cas purement subjectif. Le second cas de
figure, qui consiste à “
pécher par défaut
”, le traducteur, par manque de temps, de
connaissance des langues de départ et d’arrivée, de finesse d’analyse, d’étude du
sujet…
produit une traduction dans laquelle on va retrouver les tendances du type
: vulgarisation,
appauvrissement qualitatif, appauvrissement quantitatif.
A ce niveau de notre étude, nous voyons déjà poindre la nécessité d’effectuer une
classification au
sein même des tendances Bermaniennes en ce que nous pourrions nommer
les tendances “
sources
” ou tendances “
primaires
: clarification, ennoblissement et
vulgarisation et des tendances “
résultantes
” ou “
secondaires
”.
Nous proposons la définition sui
vante de ces tendances
:
-
Les tendances “
primaires
” ou “
sources
” sont les grandes tendances d’une
traduction
: ennoblissement ou vulgarisation, clarification.
-
Les tendances “
secondaires
” ou “
résultantes
” sont soit celles qui découlent des
précé
dentes
: de l’ennoblissement peut découler l’allongement, la rationalisation, la
destruction des systématismes
; soit celles qui se retrouvent de manière isolée dans le texte,
par exemple la destruction isolée des réseaux langagiers.
41
3.2.2 Tendance 2 : C
larification
3.2.2.1 Rappel
En relation directe avec la rationalisation, la clarification fait référence au “
niveau de
clarté
” sensible des mots, ou leur sens.
53
.
Berman nous dit que “
certes la clarification est inhérente à la traduction, dans la
mesure où tout acte de traduire est expliquant
” mais il précise qu’il s’agit là de son sens
négatif
: “
l’explication vise à rendre clair ce qui ne l’est pas et ne veut pas l’être dans
l’original
”.
54
Voici les grands points de cette tendance sur lesquels
Berman attire notre attention
:
-
explication,
-
définition de l’indéfini,
-
passer de la polysémie à la monosémie.
Notons avons de commencer notre description que l’allongement est généralement
la résultante de l’une des deux tendances précédentes. On ne
sera donc pas surpris de voir
deux, voire trois tendances conjointes se manifester dans les cas proposés qui pourraient
donc tout aussi bien avoir été cités dans d’autres rubriques.
3.2.2.2 Présence dans le corpus
Explication
Cas n° 1
5
(…)
não passava
ninguém
nessa ocasião
.
(…) il ne passait personne
quand je suis
entrée dans la maison.
Explication
: la traductrice éclaircit
ou pense éclaircir
le moment et le lieu de
l’action. Notons à ce propos que donner une explication limite l’imagination du
lecteur. La
traductrice impose sa vision du scénario. “
Nessa ocasião
” englobe tout le scénario alors
que “
quand je suis entrée dans la maison
le limite à ce moment et cette action.
53
Idem, p.55.
54
Idem, ibidem..
42
Voici la traduction que nous proposons
: “
il n’y avait personne à c
e moment là.
Cas n° 2
13
Agora a ação da pessoa, os olhos teimosos
de Rita, que procuravam muita vez os dele,
que os consultavam antes de o fazer ao
marido, as mãos frias, as atitudes insólitas.
Maintenant s'agissant des personnes, les yeux
insistants
de Rita, qui cherchaient souvent les
siens, qui les consultaient avant d'en faire
autant envers son mari, ses mains froides, ses
comportements insolites,
aidèrent
à
la chose
.
Ajout de la locution “
aidèrent à la chose
” visant à rendre la phrase plus cl
aire. Le
passage présenté étant atteint d’une tendance que nous avons qualifiée de “
primaire
”, il en
découle des tendances “
secondaires
”, à savoir, la destruction des systématismes et
l’allongement.
Voici notre proposition de traduction
: “
Maintenant
passons aux personnes, les
yeux obstinés de Rita, qui recherchaient souvent les siens, qui les consultaient avant de
faire de même avec son mari, ses mains froides, ses attitudes insolites.
”.
Cas n°3
19
Nenhuma apareceu;
Il n'arriva aucune lettre.
Ajo
ut du nom “
lettre
” pour resituer le contexte. L’ajout de noms, d’adjectifs…
visant à clarifier ou à enrichir le scénario est, comme nous l’avons déjà signalé,
extrêmement fréquent dans la traduction de Maryvonne Lapouge.
Voici notre proposition de traduc
tion
: “
Il n’en arriva aucune
(…)
”.
Cas n°4
13
Como daí chegaram ao amor,
não o soube
ele nunca
.
Comment, de là
,
ils en arrivèrent à
l'amour,
Camilo ne parvint jamais à
le débrouiller
.
Voici un nouvel exemple de clarification qui est accompagné d’enn
oblissement
:
Camilo est mentionné dans la traduction alors qu’il ne l’est pas dans l’original
; il y a
précision sur le sujet de l’action. Notons également dans ce même extrait, un changement
de registre de langage en passant du verbe “
savoir
” à “
parve
nir à le débrouiller
”. Il
s’agit d’ennoblissement.
Voici notre proposition de traduction
: “
Comment de la en arrivèrent
-
ils à l’amour,
il ne le sut jamais.
”.
43
Cas n° 5
22
A comoção crescia
de minuto a minuto.
Son trouble, dû à la commotion, augmentait
de minute en
minute.
Voici une autre facette de la tendance à la clarification. Il y a ici interprétation
explicite de la cause du trouble
: “
dû à la commotion
”.
Voici notre proposition de traduction
: “
Le trouble augmentait de minute en
minute.
”.
C
as n° 6
35
Olhe a escada,
é escura
; ponha o chapéu...
Attention dans l'escalier,
on n'y voit pas
beaucoup
; mettez votre chapeau.
Voici un dernier exemple de clarification par ajout d’explication qui se présente
sous une autre facette. Là où l’original
dit qu’il fait sombre, la traduction indique “
qu’on
n’y voit pas beaucoup
”. Nous sommes ici dans le paragraphe 35, nous pouvons donc
affirmer aux vues des exemples proposés, que cette tendance, qui consiste en l’ajout
d’explications, se retrouve dans l’e
nsemble du texte.
Voici notre proposition de traduction
: “
Faites attention dans l’escalier, il est
sombre
; mettez votre chapeau…
”.
Définition
de
l’indéfini
Cas n° 1
9
(...) abandonou a magistratura e veio
abrir
banca de advogado
.
(…) il abandonna l
a jurisprudence pour
ouvrir à Rio de Janeiro un cabinet d'avocat
.
Il y a ici ajout d’un complément
: “
Rio de Janeiro
” qui indique le lieu de l’action. Il
s’agit donc également d’un éclaircissement.
Voici notre proposition de traduction
: “
il abandonna
la magistrature et vint ouvrir
une étude d’avocat
.
”.
Cas n° 2
20
(...) preciso falar
-
te sem demora
repetia
ele com os olhos
no papel
(…) il faut que je te parle au plus vite,
répétait
-
il, les yeux sur
le bristol
.
44
La locution “
no papel
” devient “
le bristol
”, renseignant le lecteur sur le type de
papier utilisé.
Voici notre proposition de traduction
: “
il faut que je te parle sans attendre
se
répétait
-
il avec les yeux sur le papier.
”.
Cette tendance se retrouve dans l’ensemble du texte mais n
ous n’avons pas jugé
bon d’en donner de nombreux exemples car les autres cas sont dans le même ordre d’idée
que ceux que nous venons de proposer.
3.2.2.3 Observations
La tendance à la clarification se retrouve comme nous pouvons le noter dans l’ensemble
du
corpus. Elle se manifeste sous la forme d’explications ou d’ajout de mots visant à
permettre au lecteur de se resituer dans le contexte. Le problème majeur réside dans le fait
qu’il en résulte un rajout d’informations que l’auteur n’a pas jugé bon d’inc
lure à son texte
et un alourdissement marquant du style.
45
3.2.3 Tendance 3: Allongement
3.2.3.1 Rappel
Antoine Berman entend ici par “
allongement
” tout ajout qui ne fait “
qu’accroître la
masse brute du texte, sans du tout augmenter sa parlance ou sa
signifiance
1
. Il précise
que toute traduction a tendance à être plus longue que l’original et qu’il s’agit d’une
conséquence des deux premières tendances.
Voici les grands points de cette tendance sur lesquels Berman attire notre attention
:
-
issue des
deux tendances précédentes,
-
ajout de texte qui n’apporte rien ni au niveau de la parlance ni au niveau de la
signifiance.
3.2.3.2 Présence dans le corpus
Issue
des
deux
tendances
précédentes
Cas n° 1
11
Realmente, era graciosa e viva nos gestos,
ol
hos cálidos,
boca fina e interrogativa.
Réellement, elle avait les manières vives et
gracieuses, l'oeil chaud,
et la bouche, qu'elle
avait fine, un pli interrogateur.
Il y a ici allongement et rationalisation
: d’un nom suivi de deux épithètes, la
tradu
ctrice en fait une subordonnée enrichie d’un verbe et d’une locution nominale.
Voici notre proposition de traduction
: “
Elle était réellement gracieuse et ses
gestes vifs, ses yeux chaleureux, sa bouche fine et interrogative.”.
Cas n° 2
11
(...) enquanto
Camilo era um ingênuo na
vida moral e prática.
Quant
à
Camilo, tant pour la vie morale que
dans la vie pratique, c'était un parfait ingénu.
1
Idem, p.56.
46
Nous avons ici allongement et rationalisation. L’original compte dix mots, et la
traduction dix
-
sept mais la sig
nifiance n’en est pas augmentée. La structure syntaxique a
été changée
; il y a donc également rationalisation. La tendance déformante source est ici
l’ennoblissement.
Voici notre proposition de traduction
: “
tandis que Camilo était un ingénu tant
dans la
vie morale que pratique.
”.
Cas n° 3
38
(...) por que não adivinharia o resto?
(...) pourquoi douter que, s'agissant du reste,
elle n'ait pas également deviné juste
?
Il y a ici un allongement considérable de la phrase dans un but de clarification qu
i
en réalité, limite la portée du message. En apportant une explication, la traductrice ôte la
possibilité au lecteur de se questionner et de faire appel à son imagination et à sa
compréhension propre, ce que nous pouvons regretter car comme nous l’avons n
oté tout au
long du conte, la tendance de Machado de Assis est justement de ne rien affirmer
directement mais de laisser le lecteur tirer ses propres conclusions.
Voici notre proposition de traduction
: “
pourquoi n’aurait
-
elle pas deviné le
reste
?
”.
Aj
out
de
texte
qui
n’apporte
rien
Cas n° 1
6
A prova é que ela agora estava tranqüila e
satisfeita.
La preuve, c'est qu'elle était maintenant
tout à
fait
tranquille et satisfaite.
Il y a eu ici ajout de la locution adverbiale “
tout à fait
” qui n’appor
te rien à la
traduction.
Voici notre proposition de traduction
: “
La preuve en est qu’elle était à présent
paisible et satisfaite.
”.
Cas n° 2
19
(...) e pode ser até que lhe ouvisse a
confidência de
algum negócio particular
.
(...); peut
-
être Vilela lui
ferait
-
il confidence
de
quelque affaire ou préoccupation
particulière
.
47
Il y a dans la traduction ajout de la notion de préoccupation “
ou préoccupation
qui ne présente aucun intérêt particulier.
Voici notre proposition de traduction
: “
et peut être i
rait
-
il jusqu’à lui faire
confidence de quelque affaire particulière.
”.
Cas n° 3
22
Não relia o bilhete
, mas as palavras
estavam decoradas, diante dos olhos, fixas;
(...)
Il n'avait guère besoin de relire
le billet ; il en
connaissait chacun des termes
par coeur, ils
se détachaient, fixes, sous ses yeux ; (...)
Dans la première partie de la phrase, il y a ajout de la locution “
guère besoin
” qui
n’apporte rien et crée un allongement.
Voici notre proposition de traduction
:
Il ne relut pas le billet,
mais il en
connaissait les termes par cœur, ils étaient en face de ses yeux, fixes
”.
Cas n° 4
9
(...) até que a mãe
lhe arranjou
um emprego
público.
(…) jusqu'au jour où sa mère
réussit à lui
faire attribuer
un emploi dans
l'administration.
Voici un
autre cas d’allongement
: deux mots dans l’original deviennent cinq mots
dans la traduction, sans que la parlance en soit augmentée. “
Lhe
-
arranjou
” aurait pu être
traduit par “
lui trouva
”. La tendance “
primaire
” sous
-
jacente à cet allongement est soi
t la
volonté d’embellir le texte soit la difficulté à traduire le verbe
arranjar
”.
Voici notre proposition de traduction
: “
jusqu’à ce que sa mère lui trouve un
emploi de fonctionnaire.
”.
3.2.3.3 Observations
A l’issue des exemples ci
-
dessus, nous
notons que la tendance à l’allongement est
extrêmement marquée dans la traduction de Maryvonne Lapouge. Voici quelques chiffres à
ce sujet.
Dans l’original
Dans la traduction
de ML
Ajout
Nombre de mots
3
044
3
834
790
Nombre de
caractères
14
796
18
3
77
3581
48
Nous notons que de 3044 mots dans l’original, la traduction en propose 3834 soit
790 mots en plus qui représentent une augmentation de 26 %, soit plus d’un quart de
l’œuvre originale. Nous pouvons donc affirmer, chiffres à l’appui, que la traduc
tion de
Maryvonne Lapouge souffre nettement d’allongement. Notre étude prouve que cette
tendance est la résultante de trois causes citées par ordre d’importance quantitative dans le
texte: la clarification, l’ennoblissement et la difficulté à traduire.
N
ous parvenons à partir de notre traduction aux chiffres suivants
:
Dans l’original
Dans la traduction
De FG
Ajout
Nombre de mots
3
044
3 623
579
Nombre de
caractères
14
796
17 238
2 442
Nous constatons que de 3
044 mots dans l’original, nous somme
s passés à 3
623
dans notre traduction, ce qui représente une augmentation de 579 mots, soit un peu plus de
18 %. Cela nous conduit à noter d’une part que l’allongement est, d’un point de vue
purement grammatical, inévitable lorsqu’on passe du portugais au
français. En effet, les
pronoms personnels n’apparaissent généralement pas en portugais alors qu’en français ils
apparaissent quasiment toujours. Compte tenu du nombre de verbes et de pronoms qui les
accompagnent dans un texte, il est clair que cet ajout
à lui seul n’est pas négligeable. De
même les pronoms possessifs, qui n’apparaissent pas systématiquement en portugais, sont
toujours mentionnés en français. D’autre part, nous constatons comme bon nombre de nos
aînés, que l’allongement est inhérent à l’ac
te de traduire mais qu’il doit rester le plus
modeste possible.
Lors de notre analyse des chiffres, il est important de conserver ces données à
l’esprit tout en sachant qu’à eux seuls, ils ne justifient pas un allongement de 25 % soit
plus d’un quart du te
xte lors du passage d’une langue latine vers une autre langue latine.
49
3.2.4 Tendance 4: Ennoblissement et vulgarisation
3.2.4.1 Rappel
Il s’agit ici de rendre la traduction “
plus belle
” que l’original. (…) La rhétorisation
embellissante consiste à pro
duire des phrases “
élégantes
” en utilisant pour ainsi dire
l’original comme matière première.
1
Voici les grands points de cette tendance sur lesquels Antoine Berman attire notre
attention
:
-
production de phrases élégantes,
-
utilisation de l’original
comme matière première,
-
pratique de la réécriture,
-
élimination des lourdeurs.
3.4.4.2 Présence dans le corpus
La tendance à l’ennoblissement affecte la totalité du tissu de l’œuvre. On la retrouve dans
l’ensemble du texte, comme nous allons le voir
ci
-
dessous.
Production
de
phrases
élégantes
Voici quelques exemples de production de phrases élégantes réparties dans l’ensemble de
la traduction.
Cas n° 1
3
Não ria de mim, não ria...
Ne ris pas,
je te prie
, ne ris pas de moi.
Production de tournur
e élégante
: ajout de “
je te prie
” qui donne une note de
préciosité au texte. Cette tendance n’est pas vraiment bienvenue car le ton général de
l’œuvre de Machado de Assis, qui est ironique, direct et rapide, est aux antipodes de ce
type de style et du p
ositionnement philosophique qu’il représente.
1
Idem, p.57.
50
Dans le cas présent, l’ajout de “
je te prie
” transforme l’ambiance du discours entre
les personnages
: on passe d’un style oral et fluide à un style plus précieux qui modifie
l’ambiance du dialogue. Machado d
e Assis voudrait au contraire susciter une réaction chez
lecteur. Il suggère cet effet par ses trois petits points.
Nous proposons la traduction suivante
: “
Ne ris pas de moi, ne ris pas
Cas n° 2
9
(…) Camilo entrou no funcionalismo, contra
a vontade
do pai, que
queria
-
lo médico;
(...)
(…) Camilo était entré dans la fonction
publique, contre la volonté de son père qui
eut souhaité
le voir médecin ; (…)
Là encore, on observe un changement de registre de langage
; le ton se fait précieux
par l’emp
loi du passé antérieur au lieu de l’imparfait et il y a recours à un verbe plus choisi
dans la traduction. Ainsi, “
queria
” devient “
eut souhaité
”.
Nous proposons la traduction suivante
: “
Camilo entra dans la fonction publique
contre la volonté de son
père, qui voulait qu’il soit médecin
”.
Utiliser
l’original
comme
matière
première
Cas n° 1
12
Pouco depois morreu a mãe de Camilo, e
nesse desastre, que o foi, os dois
mostraram
-
se grandes amigos dele
.
Peu de temps après la mère de Camilo
mourut et l
e couple
à
l'occasion de ce
désastre
révéla des trésors d'amitié
.
Nous avons ici une nouvelle facette de l’ennoblissement qui se répète à plusieurs
reprises et consiste à utiliser l’original comme matière première.
Nous proposons la traduction suivante
:
Peu après la mère de Camilo mourut, et
dans l’épreuve que cela fut, ils se montrèrent tous deux de grands amis pour lui
.
”.
Cas n° 2
23
Dir
-
se
-
ia a morada do indiferente Destino.
On aurait cru la demeure du Destin,
indifférent
aux aléas du monde
.
En
noblissement et clarification
: ajout embellissant et explicatif de la locution
nominale “
aux aléas du monde
” en fin de phrase.
51
Voici notre proposition de retraduction
: “
On aurait dit la demeure de l’indifférent
Destin
.
”.
Pratiquer
la
réécriture
Cas
n° 1
33
Pergunte ao seu coração, respondeu ela.
-
Que ton coeur te le dise, répondit
-
elle.
Nous avons ici un exemple de réécriture de la phrase dans une forme plus élégante.
Cette tendance se retrouve dans l’ensemble du texte et engendre, comme nous
l’avons vu,
d’autres tendances déformantes
: la rationalisation, l’allongement, la destruction des
systématismes et parfois l’appauvrissement qualitatif. Dans le cas présent, la modification
de style engendre une modification de la relation entre les perso
nnages et des sentiments
que ces derniers inspirent au lecteur.
Voici notre proposition de traduction
: “
Demande à ton coeur, répondit
-
elle
.
”.
Cas n° 2
9
Vilela
seguiu
a carreira de magistrado.
Vilela
avait embrassé
la carrière de magistrat
; (…)
Vo
ici un autre cas d’ennoblissement par changement de registre de langage entre
l’original et la traduction. “
Seguiu
” au passé simple devient “
avait embrassé
” au plus
-
que
-
parfait, qui est plus précieux. Ce type de modification est extrêmement fréquent da
ns
le texte.
Voici notre proposition de traduction
: “
Vilela fit une carrière de magistrat
.
”.
3.2.4.3 Observations
La tendance à l’ennoblissement est extrêmement trompeuse quant à notre jugement sur la
qualité d’une traduction, car elle produit un tex
te bien écrit qui peut laisser penser que la
traduction est fidèle au texte original car l’écrit est séduisant. Ce qui, comme nous venons
de le voir à travers les exemples proposés, est loin d’être le cas. Cette tendance est présente
dans l’ensemble de la
traduction. Elle représente une “
déformation primaire
” dans la
52
mesure où elle produit d’autres déformations
: allongement, destruction des rythmes,
destruction des systématismes… et également car elle s’en prend directement au tissu de
l’œuvre dans son i
ntégralité. Il ne s’agit généralement pas d’une tendance isolée mais
d’une tendance récurrente propre à un traducteur donné à un moment de sa pratique.
Notons que tendance à la clarification et à l’ennoblissement sont souvent liées. La
traductrice ajoute u
ne explication et affine au passage la tournure de la phrase.
La tendance à l’ennoblissement, bien que produisant un beau texte, est à notre sens
mal venue pour plusieurs raisons. La première est que le lecteur a le droit de connaître
l’œuvre originale tel
le qu’elle est
2
, et non à travers le filtre de la vision
tout à fait
subjective
de ce qu’un traducteur pense être de la belle prose. Deuxièmement, car le fait
d’accepter le principe d’ennoblissement se produit aux dépends du sens et nous fait
retourner
à l’époque des “
belles infidèles
3
. Et troisièmement, point le plus gênant à notre
sens, si les textes traduits sont réécrits tous suivant les même normes
tout à fait
subjectives car en relation avec une époque, une mode, la vision personnelle du
trad
ucteur…
-
ils perdent ainsi toutes leur originalité et leur richesse. Cette prise de
position ne va pas sans alimenter l’éternelle opposition entre sourciers
4
et ciblistes.
2
C’est
-
à
-
dire sans que le traducteur se livre à une correction stylistique du texte original.
3
Au XVII ème et XVIII ème siècle, un mouvement s’op
posant aux pratiques traductrices qui eurent lieu
jusqu’à la Renaissance
: la production d’une œuvre la plus fidèle possible à l’œuvre originale
:
La Bible
des
Romains,
Vulgate
de Saint Jérôme,
La Bible
de Luther…, prône qu’une traduction ne peut être bell
e qu’en
étant infidèle à l’original. D’où le qualificatif pour ces traductions de h“
Belles infidèles
”.
4
Privilégient la langue et la culture source. Il y a un effort de métissage. Voici comment René Ladmiral
définit cette notion dans son article “Sourciers
et ciblistes
” paru dans la
Revue d’esthétique
n° 12 p.33
-
24.
53
3.2.5 Tendance 5 : Appauvrissement qualitatif
3.2.5.1 Rappel
Il est
question du “
remplacement des termes, expressions, tournures, etc..., de l’original
par des termes, expressions, tournures, n’ayant ni leur richesse sonore, ni leur richesse
signifiante ou
mieux
iconique
5
.
Voici les grands points de cette tendance
sur lesquels Berman attire notre attention
:
-
appauvrissement de la richesse sonore,
-
appauvrissement de la richesse signifiante,
Qui s’appliquent aux termes, expressions et tournures.
Comme nous allons le voir dans un instant, cette tendance est extrême
ment large.
Elle contient aussi bien les erreurs lexicales que les contresens ou encore de regrettables
modifications mal venues de la structure du texte qui portent atteinte à sa signifiance. Nous
aurions aimé pouvoir voir apparaître à part, les erreurs g
raves, pour ne pas dire
rédhibitoires, telles que les erreurs lexicales comme “
cartão
” en portugais traduit par
carton
” en français ou les contresens comme
como eu tenho andado para você
traduit par “
combien j’ai dû marcher à cause de toi.
”… qui
n’ont pas du tout la même
valeur significative qu’une déperdition de sens à cause, par exemple, de la modification de
la structure de la phrase.
3.2.5.2 Présence dans le corpus
Appauvrissement
de
la
richesse
sonore
Le texte source étant en prose, la r
ichesse sonore n’appartient pas à ces caractéristiques
premières.
Appauvrissement
de
la
richesse
signifiante
Les
ciblistes
” entendent respecter le signifié (ou, plus exactement, le sens et la “valeur
”) d’une parole
qui doit advenir dans la langue cible
”.
Lamiral, 1986, p.33.
5
BERMAN
, Antoine,
Op.cit., 1999, p.58.
54
Dans la mesure où cette rubrique contient une importante variété de cas de déformations du
texte, nous l’avons divisée en quatre sous rubriques
:
erreurs lexicales, contresens,
omission de termes ou de parties de texte et modification interprétative. Nous pouvons
d’ores et déjà noter que les trois premières sous
-
rubriques portent beaucoup plus préjudice
à l’œuvre originale que la dernière. Nous pou
rrions dire que les trois premières sont des
erreurs rédhibitoires
” pour en souligner la gravité alors que le dernier entre de plein droit
dans le registre des tendances déformantes.
Erreurs lexicales
Cas n° 1
13
(...) e de Rita
apenas um cartão
com u
m
vulgar cumprimento a lápis, (...)
(…) et de Rita
un simple carton
avec de
vulgaires félicitations au crayon, (…)
Il y a ici appauvrissement qualitatif par déviation de la signifiance. Le terme
cartão
” est traduit par “
carton
” au lieu de “
carte
”.
Voici notre proposition de traduction
: “
et de Rita seulement une carte avec un
simple mot au crayon (…
)
”.
Cas n° 2
24
(...) do fundo das camadas morais
emergiam alguns
fantasmas
de outro tempo,
as velhas crenças
, as superstições antigas.
Des couche
s enfouies de son intimité
émergeaient des
fantasmes
d'un autre temps,
les croyances oubliées
, les superstitions de
jadis.
Voici un second cas d’erreur lexicale
: “
fantasmas
” est traduit par “
fantasmes
” au
lieu de “
fantômes
”, ce qui entraîne une pe
rte de la signifiance. Notons que dans cette
même phrase, “
as velhas crenças
” est traduit par “
les croyances oubliées
”.
Notre proposition de traduction est la suivante
: “
des profondeurs de ses couches
morales émergeaient quelques fantômes d’un autre
temps, les veilles croyances, les
anciennes superstitions
.
”.
Cas n° 3
32
E de pé, com o dedo indicador,
tocou
-
lhe
na testa
.
Et, debout,
elle lui tata le crâne
avec son
index.
55
Voici un autre type d’erreur lexicale moins grave que le précédent, mais qui
dévie
également le sens de l’œuvre originale. Il y a ici perte de signifiance par l’usage de la
locution “
lui tata le crâne
” pour traduire
tocou
-
lhe na testa
”. Toute la magie de la
scène se perd et on ne comprend pas très bien
dans la traduction
-
pourquoi la
cartomancienne “
tâte le crâne
” de Camilo.
Notre proposition de traduction est la suivante
: “
Et debout, avec l’index, elle lui
toucha le front.
”.
Cas n° 4
38
(...) mas a mulher, as cartas, as palavras
secas
e afirmativas, a exortação: (...
)
(…) mais les cartes, la femme et ses dires,
économes
, affirmatifs, l'exhortation
: (…)
Voici en fin de texte un nouvel exemple d’erreur lexicale. Il y a perte de signifiance
par l’usage du terme “
économes
” pour traduire “
secas
”.
Notre proposition
de traduction est la suivante : “
(…)
mais la femme, les cartes, les
paroles sèches et affirmatives, l’encouragement
: (…)
”.
Comme nous le montrent les exemples ci
-
dessus, la traduction souffre de quelques
erreurs lexicales sérieuses. Heureusement, elles
sont en petit nombre.
Contresens
Cas n° 1
3
Se você soubesse
como eu tenho andado
,
por sua causa.
si tu savais
combien j'ai dû marcher
à
cause
de toi
.
Voici dès le début du texte, un cas d’appauvrissement qualitatif de la signifiance,
qui est relatif
à un contresens. Le verbe “
andar
” fréquemment utilisé dans sa forme
figurée en portugais pour se référer à un état d’être à un moment donné
: “
andar
cansado
”,
andar preocupado
”…
est ici traduit par le sens premier ou propre du verbe
:
marcher. Cela
crée une incohérence dans la traduction qui laisse le lecteur perplexe et le
conduit à prendre une certaine distance par rapport au texte. Cela est d’autant plus
ennuyeux que les contes de Machado de Assis révèlent toute leur richesse lorsqu’ils sont
perçu
s au second degré.
Voici notre proposition de traduction
: “
Si tu savais par quoi je suis passée, à
cause de toi.
”.
56
Omission de mots ou de parties de texte
40
Apeou
-
se, empurrou
a porta de ferro
do
jardim e entrou.
Il sauta à terre, poussa
la porte du
jardin
et
entra.
Omission de mots
: la traduction ne rend pas l’idée d’une porte métallique (a porta
de ferro).
Voici notre proposition de traduction
: “
Il descendit, poussa la porte de fer du
jardin et entra.
”.
Modification interprétative
Cas n° 1
5
Camilo riu outra vez
:
Tu crês deveras nessas coisas? perguntou
-
lhe.
-
Tu crois à ces choses, vraiment
? demanda
Camilo,
et son rire le reprit
.
Voici un premier exemple de “
Modification interprétative
”. Nous avons ici un cas
d’appauvrissement quali
tatif de la signifiance par changement du déroulement
chronologique de la scène. Dans l’original, Camilo rit avant de poser la question, tandis
que dans la traduction, il rit après.
Voici notre proposition de traduction
Camilo rit de nouveau
:
-
Tu croi
s vraiment à ces choses? Lui demanda
-
t
-
il
.
”.
Cas n° 2
8
(...) Camilo, não só o estava, mas via
-
a
estremecer e
arriscar
-
se por ele
, (...)
(…) cette conviction, non seulement Camilo
l'avait, mais il la voyait trembler,
prendre des
risques à cause de lui
,
(…)
Voici un autre type d’appauvrissement qualitatif de la signifiance par modification
interprétative. Dans l’original, Rita prend des risques “
pour
” Camilo
; dans la traduction,
elle en prend “
à cause
” de lui, ce qui modifie les caractérisques psyc
hologies des deux
personnages et la nature de leur relation. Notons que la notion qui consiste à faire quelque
chose
pour
quelqu’un est, d’un point de vue philosophique, aux antipodes de celle qui
consiste à faire quelque chose
à cause d’autrui
.
Voici notr
e proposition de traduction
: “
Camilo, non seulement l’était, mais la
voyait trembler et prendre des risques pour lui. (…)
”.
57
Cas n° 3
9
Vilela
, Camilo e Rita, três nomes, uma
aventura
e nenhuma explicação das origens
.
Villela
, Camilo et Rita, trois noms
, une
aventure,
mais dont nous n'avons encore rien
dit
.
Dans cet exemple d’appauvrissement qualitatif de la signifiance, l’original indique
une absence d’explication sur les origines des personnages, tandis que la traduction se
contente de souligner que
rien n’a été encore dit à leur sujet. Il s’agit ici manifestement de
clarification. Comme nous le verrons à travers un autre exemple, ce que le traducteur pense
être de la clarification, conduit fréquemment à une déperdition de la signifiance du texte
orig
inal. Cela pour deux raisons. Premièrement car le traducteur apporte des explications
qui sont relatives à sa capacité à comprendre le texte et à retransmettre le fruit de sa
pensée, ce qui est on ne peut plus subjectif. Et d’autre part, car éclaircir ce q
ui ne l’a
volontairement pas été par l’auteur dans l’original, ferme le scénario. Le lecteur n’a plus à
réfléchir, à imaginer… il devient le spectateur passif d’un scénario qui se déroule devant
lui, sans l’impliquer. Il s’opère un changement de position p
ar rapport à un Machado de
Assis qui implique le lecteur, l’interpelle même.
Voici notre proposition de traduction
: “
Vilela, Camilo et Rita, trois noms, une
aventure et aucune explication sur les origines.
”.
Cas n° 4
19
(...) mas daí a algum tempo Vile
la começou
a mostrar
-
se sombrio,
falando pouco
, como
desconfiado.
Mais à quelque temps de là, Vilela
commença à se montrer sombre,
taciturne
,
comme s'il se méfiait.
Nous avons ici un nouvel exemple d’appauvrissement qualitatif de la signifiance
:
le fai
t de “
parler peu
” n’est pas synonyme de
taciturne
”. Il y a ici interprétation libre
du texte et déviation de sa signifiance.
Voici notre proposition de traduction
: “
mais au bout de quelque temps Vilela
commença à se montrer morose, parlant peu, comm
e méfiant.
”.
Cas n° 5
19
Rita deu
-
se pressa em dizê
-
lo ao outro, e
sobre isso deliberaram
.
Rita s'empressa de rapporter la chose à
Camilo, et tous les deux
délibérèrent de la
conduite à adopter
.
58
Voici un nouvel exemple d’appauvrissement qualitatif iss
u d’une tendance comme
nous l’avons vu très marquée dans l’ensemble du texte, la clarification. L’original indique
que les personnages “
délibèrent
” sur ce qui s’est passé, tandis que dans la traduction, ils
délibèrent de la conduite à adopter
”. Ce nou
vel exemple vient confirmer l’hypothèse que
nous avions formulée, à savoir que la tendance à la clarification est généralement
accompagnée d’un appauvrissement qualitatif manifesté au niveau de la signifiance.
Voici notre proposition de traduction
: “
Rita
s’empressa de le dire à Camilo et ils
s’entretinrent sur le sujet.
”.
Cas n° 6
23
Camilo, em si mesmo,
estimou
o obstáculo,
e esperou.
Camilo à part lui
se réjouit
de l'obstacle, et
attendit.
Nous avons ici une nouvelle facette étudiée. Il y a perte d
e la signifiance du verbe
estimou
” qui est traduit par “
se réjouit
”. On hésite ici entre une erreur lexicale et une
interprétation libre du texte, car ces deux sources de déformation sont présentes dans la
traduction et sont ici plausibles.
Voici notr
e proposition de traduction
: “
Camilo, en lui
-
même, évalua l’obstacle, et
attendit
.
”.
Cas n° 7
24
(...) ele respondeu que não,
que esperasse
.
(…) il répondit que non,
il préférait attendre
.
Contresens
: dans l’original, Camilo demande au cocher de l’
attendre. Dans la
traduction, il préfère lui
-
même attendre.
Voici notre proposition de traduction
: “
il répondit que non, qu’il attende.
”.
Cas n° 8
26
(…) as fontes latejavam
-
lhe; (…)
(…) au plus enfoui de lui tout frémissait,
(…)
Il y a appauvrissem
ent de la signifiance
: dans l’original, l’auteur parle “
de tempes
qui battent
” qui devient dans la traduction “
au plus enfoui de lui tout frémissait
”.
L’image n’est pas rendue et le lecteur imagine autre chose. La perte de la signifiance est ici
issue
du fait que la traductrice utilise le texte comme matière première, une des facettes de
l’ennoblissement.
59
Voici notre proposition de traduction
: “
ses tempes palpitaient
;
(…)
”.
3.2.5.3 Observations
Au terme de notre étude, nous pouvons noter trois p
oints marquants. Le premier, relatif à la
traduction étudiée, nous conduit à constater que l’appauvrissement qualitatif est
suffisamment présent dans la traduction pour porter atteinte à la subtilité du texte et
parfois, donner aux propos de l’auteur, un c
aractère excentrique par erreur lexicale ou par
contresens. De cette première réflexion, découle le second
: constat selon lequel
contrairement à ce que l’on pourrait imaginer de prime abord, les tendances à la
clarification et à l’ennoblissement ne peuven
t avoir lieu sans une déperdition de la
signifiance
appauvrissement qualitatif
qui nous met face à la dualité forme, fond.
Le troisième point que nous aimerions souligner est relatif à la définition de la
tendance par Antoine Berman. Cette tendance est
, à notre, trop large. En effet, nous
retrouvons dans la même rubrique des erreurs graves comme
: erreur lexicale,
contresens…, et des erreurs fréquemment acceptées comme la perte de la signifiance du
texte en faveur de la forme.
60
3.2.6 Tendance 6 : Appau
vrissement quantitatif
3.2.6.1 Rappel
Il s’agit “
d’une déperdition lexicale
”.
Selon Antoine Berman cela porte atteinte
au tissu
lexical de l’œuvre (…) Cette déperdition peut fort bien coexister avec un accroissement de
la quantité ou de la masse brut
e du texte, avec l’allongement.
1
.
Ce dernier attire ici notre attention sur le type de déperdition lexicale suivant
: le
traducteur va par exemple utiliser toujours le même terme pour traduire le terme “
visage
”,
alors que dans l’original il y en avait
plusieurs.
3.2.6.2 Présence dans le corpus
Cette tendance n’apparaît à aucun moment dans la traduction de Maryvonne Lapouge dans
laquelle il y a au contraire plutôt tendance à l’enrichissement lexical.
3.2.7 Tendance 7: Homogénéisation
3.2.7.1 Rappe
l
Selon Antoine Berman
, “
Elle consiste à unifier sur tous les plans le tissu de l’original (…)
C’est assurément la résultante de toutes les tendances précédentes
2
.
3.2.7.2 Présence dans le corpus
Nous pouvons reprendre ici tous les exemples cités pr
écédemment de clarification et
d’ennoblissement car ils créent tous une homogénéisation du tissu du texte original.
1
Idem, p.60.
2
Idem, ibidem.
61
L’homogénéisation se retrouve dans l’ensemble de la traduction. On aplatit le texte, il
devient littéraire et homogène.
Nous n’avons pas jug
é d’un grand intérêt de redonner ici les exemples déjà étudiés
dans les rubriques précédentes.
3.2.8 Tendance 8: Destruction des rythmes
3.2.8.1 Rappel
Il s’agit de la modification de la rythmique textuelle. Selon Berman, “
la déformation peut
affecter
considérablement la rythmique de la phrase, par exemple en s’attaquant à la
ponctuation
3
3.2.8.2 Présence dans le corpus
Voyons ci
-
dessous quelques exemples de destruction des rythmes par modification de la
ponctuation. Les destructions de rythmes du
es à la modification de la structure de la phrase
ne sont par répertoriées ici mais dans la rationalisation.
Cas n° 1
24
A agitação dele era grande,
extraordinária,
e do fundo
das camadas morais emergiam
alguns fantasmas de outro tempo, as velhas
crenças,
as superstições antigas.
Son agitation était extrême,
extraordinaire.
Des couches
enfouies de son intimité
émergeaient des fantasmes d'un autre temps,
les croyances oubliées, les superstitions de
jadis.
La virgule et le “
e
” de liaison sont remplacés
par un point. Le rythme s’en trouve
donc modifié. Notons que le présent extrait souffre dans son ensemble d’une importante
transformation. Les voici
: de “
grande
” l’agitation devient
extrême
”, “
das camadas
morais emergiam
” si l’on traduit mot à mot
des couches morales émergeait
” devient
des couches de son intimité
”, les vieilles croyances, “
as velhas crenças
” deviennent
les croyances oubliées
” et les fantômes, “
fantasmas
”, deviennent des “
fantasmes
”.
3
Idem, p.61.
62
A l’issue de cette analyse, nous co
nfirmons notre hypothèse émise précédemment
selon laquelle la transformation de la ponctuation révèle souvent une altération plus
importante qui s’attaque directement à la parlance du texte.
Notre proposition de traduction est la suivante
: “
Son agitation
était grande,
extrême, et des profondeurs de ses couches morales émergeaient quelques fantômes d’un
autre temps, les veilles croyances, les anciennes superstitions.
.
Cas n° 2
26
Em cima, havia uma salinha, mal alumiada
por uma
janela, que dava
para o t
elhado dos
fundos.
Tout en haut, il y avait une petite pièce, mal
éclairée par une
fenêtre donnant
par derrière
sur les toits.
Il y a ici modification de la ponctuation par suppression d’une virgule, ce qui
entraîne un changement de rythme. Notons égale
ment que l’imparfait “
dava
” devient le
participe présent “
donnant
”, tendance que nous avons déjà notée dans la rubrique
ennoblissement.
Notre proposition de traduction est la suivante
: “
En haut, il y avait une petite salle,
mal éclairée par une fenêt
re, qui donnait sur le toit depuis le fond
.
”.
Cas n° 3
29
Camilo tinha os olhos nela,
curioso e
ansioso
.
Camilo suivait chacun de ses gestes,
anxieux,
impatient
.
Il y a ici suppression d’un agent de liaison
: “
e
” est remplacé par une virgule, ce
qui
change le rythme. Notons au passage que “
curioso
” est rejeté en fin de phrase et
devient “
i
mpatient
”.
Notre proposition de traduction est la suivante
: “
Camilo avait les yeux fixés sur
elle, curieux et anxieux.
”.
Cas n° 4
30
A cartomante acabou, r
ecolheu
as cartas e
fechou
-
as
na gaveta.
Quand elle en eut terminé, la cartomancienne
ramassa
les cartes, les replaça
dans le tiroir.
Voici un autre exemple de suppression d’un agent de liaison
: “
e
” est remplacé par
une virgule ce qui entraîne la des
truction du rythme original. Cette tendance se retrouve
tout au long du texte.
63
Notre proposition de traduction est la suivante
: “
La cartomancienne termina,
ramassa les cartes et les remit dans le tiroir.
”.
Cas n° 5
37
Advertiu também que eram urgentes,
e que
fizera mal em demorar
-
se tanto; (...)
La lettre était urgente, et il n'avait déjà
,
il se
le reprocha
,
que trop tardé, (…)
Voici un dernier exemple de destruction du rythme par modification de la
ponctuation. Il y a ici ajout de virgules et le ryt
hme s’en trouve affecté, ralenti alors que le
rythme devrait ici être à l’urgence, comme c’est le cas dans le texte original où le texte se
déroule au rythme de l’histoire et de ses rebondissements.
Notre proposition de traduction est la suivante
: “
Il no
ta aussi qu’ils étaient
empreints d’urgence, et qu’il avait eu tort de tarder autant (…)
”.
3.2.8.3. Observations
La destruction du rythme ne fait pas partie des tendances que nous avons définies comme
tendances primaires
”, elle est généralement la ré
sultante d’une autre tendance qui altère
le tissu même de l’œuvre
: la clarification, l’ennoblissement…
Cette tendance déformante se retrouve dans l’ensemble du texte et si elle apparaît
assez régulièrement, elle n’est toutefois pas une des tendances les p
lus marquantes de la
traduction de Maryvonne Lapouge. La modification du rythme est ici davantage due à la
modification du style et à la réécriture de certaines phrases, dans une forme qui semble
plus choisie à la traductrice.
64
3.2.9 Tendance 9: Destructi
on des réseaux signifiants sous
-
jacents
3.2.9.1 Rappel
Selon Berman “
Tout œuvre comporte un texte “
sous
-
jacent
”, où certains signifiants clefs
se répondent et s’enchaînent (…) C’est le sous texte, qui constitue l’une des faces de la
rythmique et de la
signifiance de l’œuvre.
4
Il précise qu’il s’agit de la non reproduction de mots ayant un lien et placés
éloignés les un des autres.
3.2.9.2 Présence dans le corpus
Nous n’avons repéré aucun réseau signifiant sous
-
jacent dans l’œuvre originale. Il n’y a
donc rien d’étonnant à ce que cette tendance n’apparaisse pas dans la traduction.
4
Idem, ibidem..
65
3.2.10 Tendance 10 : Destruction des systématismes
3.2.10.1 Rappel
Cette notion va au
-
delà de la précédente et “
s’étend au type de phrases, de constructions
utilisées. L
’emploi des temps est l’une de ces systématiques
; le recours à tel ou tel type de
subordonnée (…) Rationalisation, clarification et allongement détruisent ce système
5
.
Voici les grands points de cette tendance sur lesquels Berman attire notre attention
:
-
destruction du type de phrase,
-
de la construction,
-
modification du temps des verbes,
-
recours à des subordonnées.
3.2.10.2 Présence dans le corpus
Cette tendance est la résultante des tendances 1, 2 et 3 : la rationalisation, la clarification
et
l’allongement, précise Antoine Berman. Tous les exemples que nous avons donnés dans
ces tendances sont donc également des cas de destruction des systématismes. Cette
tendance est extrêmement ambiguë, car à part la modification de l’emploi des temps, ell
e
représente une des facettes de la rationalisation qui consiste en la modification des
structures syntaxiques. Dans la mesure où l’élément essentiel qui la fait se distinguer de
cette dernière est l’usage des temps, nous proposons ci
-
dessous deux exemples
de ce type
de déformation.
Cas n° 1
4
Camilo pegou
-
lhe nas mãos, e olhou para
ela sério e
fixo. Jurou
que lhe queria muito,
que os seus sustos pareciam de criança; (...)
Camilo lui prit les mains, et la regarda,
sérieux,
intense, protestant
qu'il la ch
érissait,
que ses frayeurs étaient celles d'un enfant
;
(…)
Nous avons dans cet exemple un double cas de destruction des systématismes. Le
premier est relatif à la construction des phrases
: deux phrases dans l’original deviennent
une seule phrase dans l
a traduction par la création d’une subordonnée. Et le second se
5
Idem, p.63.
66
retrouve au niveau de l’emploi des temps
: le verbe au passé simple “
jurou
” devient le
participe présent “
protestant
”.
Voici notre proposition de traduction
: “
Camilo lui prit les mains,
et la regarda
fixement d’un air grave. Il lui jura qu’elle était tout pour lui, que ses peurs ressemblaient à
celles d’un enfant;
(…)
”.
Cas n° 2
(...)
e ele não formulava
a incredulidade; (...)
(…)
lui n'eut pas même formulé
son
incrédulité
; (…)
Voic
i un nouvel exemple de modification du temps. Il y a passage de l’imparfait au
passé antérieur. Cela change du même coup le registre de langage qui devient plus choisi.
Nous retrouvons donc ici comme tendance source, l’ennoblissement qui se confirme par
lui n’eut pas même
” qui confère un ton précieux au texte.
Voici notre proposition de traduction
: “
et il n’exprimait pas son incrédulité
(…)
”.
3.2.10 Observations
La destruction des systématismes est fréquente dans le texte et la modification des tem
ps
au service de l’ennoblissement est une des grandes tendances de la traduction de
Maryvonne Lapouge. Il en résulte une modification de la structure des phrases, des termes
qui y sont inclus, de la ponctuation et comme nous venons de le voir, une modifica
tion des
temps.
67
3.2.11 Tendance 11: Destruction (ou l’exotisation) des réseaux langagiers
vernaculaires
3.2.11.1 Rappel
Selon Berman, “
toute grande prose entretient des rapports étroits avec les langues
vernaculaires (…) L’effacement des
vernaculaires est une grave atteinte à la textualité des
œuvres en prose (...)
1
Voici les grands points de cette tendance sur lesquels Berman attire notre attention
:
-
isolement de ce qui ne l’est pas dans le texte,
-
ajout de vernaculaires,
-
retrait de
vernaculaires.
3.2.11.2 Présence dans le corpus
Cette tendance est quasi
-
inexistante dans la traduction. Nous ne l’avons notée qu’une seule
fois.
39
Ao passar pela
Glória
, (...)
En passant en haut de
Gloria
, (…)
Isolement par l’usage de l’italique
du mot “
Gloria
”, qui ne l’est pas dans le texte
original.
3.2.11.3 Observations
La traductrice a conservé les noms brésiliens des personnages ainsi que les noms portugais
des rues, tout en les intégrant adroitement dans la traduction sans les isoler,
sauf dans
l’exemple cité du reste du texte. La traduction de Maryvonne Lapouge ne souffre donc pas
de la tendance qui consiste en la destruction ou exotisation des réseaux langagiers.
1
Idem, p.63
-
64.
68
3.2.12 Tendance 12 : Destruction des locutions et idiostismes
3.2.12.
1 Rappel
Selon Berman les images, locutions, proverbes etc… qui relèvent en partie du vernaculaire
trouvent généralement une correspondance dans d’autres langues. Il nous dit que “
Jouer
de l’équivalence est attenter à la parlance de l’œuvre
”.
2
C’est p
récisément ce qu’a fait Maryvonne Lapouge. Voici un exemple de traduction
littérale
avec réorganisation de la phrase
-
d’une expression brésilienne “
viu a ponta da
orelha de um drama
” littéralement “
vit la pointe de l’oreille d’un drame
”.
21 Imagi
nariamente, viu a ponta da orelha de
um drama, (...)
L'oreille d'un drame pointa dans son
imagination
: (…)
C’est exactement la stratégie que nous propose Antoine Berman. Il s’agit de laisser
au lecteur la charge de retrouver lui
-
même l’expression équ
ivalente dans sa langue.
2
Idem, p.65.
69
3.2.13 Tendance 13 : Effacement des superpositions de langues
3.2.13.1. Rappel
Antoine Berman nous dit à ce sujet qu’il s’agit “
peut
-
être du problème le plus aigü que
pose la traduction de la prose, car toute prose se caractéri
se par des superpositions de
langues plus ou moins déclarées
1
.
3.2.13.2 Présence dans le corpus
Les superpositions de langues sont inexistantes dans le texte source et le sont également
dans la traduction.
3.2.14 Conclusion et réflexions
Notre anal
yse de la traduction de Maryvonne Lapouge de
La Cartomancienne,
en prenant
comme point de référence les treize tendances déformantes proposées par Berman, a révélé
les points suivants
:
-
La tendance la plus marquée dans cette traduction est la rationalisa
tion. On
retrouve en effet de nombreux exemples où la structure syntaxique de la phrase est
modifiée, où la ponctuation est transformée et où l’on passe de la forme active à la forme
passive, souvent par le biais du complément d’objet qui devient sujet. Ce
la engendre une
tendance générale à l’allongement.
-
La seconde tendance la plus marquée est l’ennoblissement. On retrouve souvent
dans la traduction des formes plus riches et usant d’un vocabulaire plus précieux que dans
l’original, avec ajout fréquent d
’adjectifs, d’adverbes et de subordonnées
; passage de
l’imparfait au plus
-
que
-
parfait. Cette tendance engendre aussi un allongement du texte.
1
Idem, p.66.
70
-
La destruction des systématismes est également très marquée. Il y a régulièrement
reconstruction de la phrase,
recours à différentes subordonnées et changement de temps.
Cette tendance est directement liée à l’ennoblissement.
-
Il y a fréquemment appauvrissement qualitatif. A plusieurs reprises, la signifiance
de certains termes ou expressions se trouvent altérée
ou appauvrie, allant même jusqu’au
contresens et à l’erreur lexicale
De toutes les tendances précédentes résulte un allongement considérable de la
matière brute du texte
: 26% d’augmentation.
Le processus d’analyse de traduction conduit celui qui s’y liv
re à entrer dans une
véritable intimité avec l’auteur du texte analysé ou traduit, et bien entendu, avec le texte
lui
-
même. Cette relation nous a permis de découvrir, sinon le sens profond des contes de
Machado de Assis, tout au moins l’une de leurs facett
es, à savoir que l’histoire
en
particulier en ce qui concerne les contes
-
est chez Machado de Assis un prétexte à la
divulgation d’une leçon de philosophie. Il ne se veut pas moralisateur, il n’affirme rien
mais conduit le lecteur à tirer ses propres co
nclusions. Jean de Lafontaine utilise des
animaux pour faire passer son message mais il énonce clairement la philosophie que
véhicule la fable. Machado de Assis utilise des personnages bien humains, mais livre le
message philosophique entre les lignes
; il
utilise le quotidien comme révélateur. Dans un
tel contexte, il nous semble primordial que la traduction ne se contente pas de traduire un
fait divers, mais la philosophie qui est au
-
delà de l’histoire.
71
4 RE
-
TRADUCTION COMMENTEE
4.1 Paragraphe 1
4.1.
1 Proposition de traduction
1 Hamlet observa a Horácio que há mais
coisas no céu e na terra do que sonha a nossa
filosofia. Era a mesma explicação que dava a
bela Rita ao (2)
moço
Camilo, numa sexta
-
feira de novembro de 1869, quando (3)
este
ria dela, por
ter ido na véspera consultar uma
cartomante; a diferença é que o fazia por
outras palavras.
Hamlet fait observer à Horacio (1) qu’
il
y a
plus de choses dans le ciel et sur la terre que
n’en rêve notre philosophie. C’était la même
explication que donnait
la belle Rita au (2)
jeune
Camilo, un vendredi de novembre
1869, alors que (3)
celui
-
ci
riait d’elle, pour
avoir été la veille consulter une
cartomancienne
; la différence est qu’elle le
faisait en d’autres termes.
4.1.2 Commentaires
Dans la mesure où
la traduction va d’une langue latine
le portugais
-
vers une autre
langue latine
le français
la traduction littérale est souvent possible, sans que le style du
texte d’arrivée n’ait à en souffrir. Nous avons avec ce premier paragraphe, un exemple d
e
cette possibilité. Nous n’avons rencontré que deux cas qui auraient pu donner lieu à
interprétation de la part du traducteur
: “
moço
” et “
Este
”.
(1)
Ajout dans la traduction de pronoms personnels
:
Les pronoms personnels n’apparaissent généralement
pas dans la langue portugaise
alors qu’en français, ils font figure de sujet et accompagnent le verbe.
Nous avons dès la première phrase un exemple de ce type d’ajout
: “
que hà mais
devient en français “
qu’il y a plus
”. Il ne s’agit pas ici d’une inte
rprétation personnelle
mais d’une obligation par rapport à la langue d’arrivée. Il y a donc un allongement
inévitable du texte original pour répondre aux standards non pas stylistiques, mais
grammaticaux
auxquels nul traducteur ne peut échapper
de la l
angue d’arrivée.
(2)
Moço
: “
jeune, jeune homme, garçon
”.
(Dicionario de Português
-
Francês.
Porto Editora, 1999)
72
Nous avons traduit “
moço
” par “
jeune
” et il s’agit de la traduction proposée par
le dictionnaire, elle pourrait donc paraître évidente.
Pourtant “
moço
” fait partie des termes
difficilement traduisibles en français. Ce terme, pour s’adapter à la langue d’arrivée, peut
être traduit de différentes manières suivant le contexte. Ici, dans la mesure où il précède le
nom du jeune homme en quest
ion, la traduction reste évidente.
(3)
Este
: “
ce, cet
”.
Nous avons ici hésité entre traduire par “
celui
-
ci
” qui se rapproche le plus de la
traduction littérale et “
ce dernier
” qui nous paraissait plus adapté aux standards
stylistiques de la langue
d’arrivée. Nous avons penché pour “
celui
-
ci
” pour trois raisons
:
la première est que nous nous sommes fait une règle de traduire mot à mot aussi souvent
que cela était possible, la seconde est que “
ce dernier
” existe en portugais et que l’auteur
a vol
ontairement choisi “
este
” et non “
este ultimo
”, et la troisième est que l’utilisation
de l’adjectif démonstratif “
celui
-
ci
” est ici parfaitement correcte en français. Donc si nous
le transformions, nous tomberions dans une stratégie ethnocentrique et
plus
particulièrement dans la tendance déformante consistant en l’ennoblissement du texte
original.
4.2 Paragraphe 2
4.2.1 Proposition de traduction
2
Ria, ria. Os homens são assim; não
acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que
ela adivinhou o mot
ivo da consulta, antes
mesmo que eu lhe dissesse (3)
o que era
.
Apenas começou a (4)
botar
as cartas, disse
-
me: “ A senhora (5)
gosta de uma pessoa.
.. ”
Confessei que sim, e então ela continuou (5)
a
botar as cartas
, combinou
-
as, e no fim
declarou
-
me que e
u tinha medo de que você
me esquecesse, mas que não era verdade...
-
Ris, ris (1)
donc
. Les hommes sont ainsi; ils
ne croient en rien. Eh bien sache que j’y suis
allée, et qu’elle a deviné l’objet de (2)
ma
consultation, avant même je le lui dise (3)
de
q
uoi il s’agissait
. A peine a
-
t
-
elle commencé
à (4)
poser
les cartes, qu’elle m’a dit (5)
Vous aimez
quelqu’un
” J’ai reconnu
que oui et alors elle a continué à poser les
cartes, à les arranger, et finalement elle m’a
déclaré que j’avais peur que tu m’o
ublies,
mais que ce n’était pas vrai …
4.2.2 Commentaires
Voici un nouvel exemple de la possibilité de traduction mot à mot que nous offre la
traduction entre ces deux langues d’origine latine. Restant dans une optique de traduction à
73
la Lettre, nous n
ous sommes parfois éloignée de gré
contraintes stylistiques
-
ou de force
contraintes grammaticales
-
de la traduction littérale.
(1)
Ajout de la conjonction “
donc
Nous avons ajouté la conjonction “
donc
” pour ajuster la phrase aux standards
styli
stiques français, choix qui reste tout à fait subjectif. Et cela est d’autant plus vrai, que
Ris, ris.
” reste sinon du bon français, en tout cas du français acceptable. A travers ce
type de choix, nous pratiquons la traduction à la Lettre, nous prenons
position, tentant de
préserver tout d’abord le sens, et autant que faire se peut, la forme du texte original, tout en
le rendant non seulement acceptable, mais conforme aux usages stylistiques et contraintes
grammaticales de la langue d’arrivée.
(2)
Ajout
du possessif “
ma
Dans le langage parlé
portugais du Brésil
les adjectifs possessifs sont
généralement supprimés. On ne dit pas “
Vou lavar minhas mães
” (littéralement
: je vais
laver mes mains) mais “
Vou lavar mães
” (je vais laver mains). Cette
pratique tend à
s’étendre à l’écrit alors qu’en français, l’emploi de l’adjectif possessif est indispensable.
Au regard de ces données linguistiques, nous avons traduit “
o motivo da consulta
par “
le motif de ma consultation
” qui dans ce cadre n’est p
as un ennoblissement, mais
une adaptation nécessaire pour passer correctement
-
d’un point de vue linguistique et
grammatical
-
d’une langue à l’autre.
(3) “
O que era
” traduit par “
de quoi il s’agissait
Il serait ici possible de traduire mot à mot “
o que era
” par “
ce que c’était
” mais
cela abaisserait le niveau stylistique de l’œuvre. Nous sommes ici encore au coeur de la
traduction à la Lettre, qui est une traduction intelligente qui requiert de prendre position
lorsque cela s’avère nécessaire, p
our permettre une transmission la plus fidèle possible à
l’œuvre originale, dans un même registre linguistique que le texte source. En choisissant
ce que c’était
” nous tombons dans un registre d’expression presque enfantin, qui sort du
présent conte. La
forme plus adaptée ici en français et qui est synonyme de la précédente
nous a apparu être
: “
de quoi il s’agissait
”.
74
(4) “
botar as cartas
” traduit par “
poser les cartes
botar as cartas
” serait mot à mot “
mettre les cartes
”, ce qui est une
forme
existante en français mais qui demande à être suivie d’un complément
: mettre les cartes
sur la table,
par exemple. Ce qui dans le cas d’une traduction ne nous paraît pas un choix
judicieux car il implique l’ajout d’une information qui n’existe pas d
ans l’original, nous
entraînant ainsi dans la tendance déformante dite de “
clarification
”. Il nous a donc semblé
plus judicieux d’utiliser le verbe “
poser
”, car d’une part il ne nécessite pas de
complément
; et d’autre part, car il correspond au vocabu
laire employé en français pour
qualifier le type de situation décrite, à savoir l’acte d’une cartomancienne lorsqu’elle met
les cartes sur le tapis ou la table.
(5)
gosta duma pessoa
” traduit par “
aime quelqu’un
gosta duma pessoa
” donnerait litté
ralement en français “
aime une personne
” ce
qui est une forme possible en français mais demande un complément d’information, il aime
une personne
adorable
par exemple. Le choix de la traduction littérale ne se justifie pas ici,
car il requérrait l’ajout
d’un adjectif, au minimum. Le pronom indéfini
quelqu’un
nous
parait ici beaucoup plus approprié. Il reste en accord avec le sens et la forme du texte
source.
4.3 Paragraphe 3
4.3.1 Proposition de traduction
3
Errou! interrompeu Camilo, (1)
rindo
.
o diga (2)
isso
, Camilo. Se você
soubesse (3)
como eu tenho andado, por sua
causa
. Você sabe; já lhe disse. Não ria de
mim, não ria...
-
Elle s’est trompée! Interrompit Camilo
(2)
en riant
.
-
Ne dis pas (2)
ça,
Camilo. Si tu savais
(3)
par quoi je suis p
assée
, à cause de toi.
Tu sais
; je te l’ai déjà dit. Ne ris pas de
moi, ne ris pas…
4.3.2 Commentaires
(1) “
Rindo
” se traduit en français par “
en riant
Cette traduction ne pose aucune difficulté, cependant nous tenons à faire remarquer
que dans c
e cas, un seul mot en portugais, “
rindo
”, se traduit obligatoirement par deux
75
mots en français, “
en riant
”, ce qui signifie qu’il y a un allongement inévitable de la
phrase, compte tenu des contraintes grammaticales de la langue d’arrivée.
(2)
Isso
” traduit par “
ça
D’un point de vue purement grammatical, “
isso
” devrait être traduit par le pronom
démonstratif “
cela
”. Néanmoins, dans la mesure où nous nous trouvons ici dans une
situation de dialogue entre deux amants et que le style de l’auteur
est direct et oral, il nous
a semblé plus judicieux d’utiliser la forme orale “
ça
”, pronom démonstratif admis par
l’académie française en tant que pronom familier diminutif de “
cela
”. Avec l’usage de
cela
”, le registre de langage s’en trouve changé
et l’oralité se perd au bénéfice d’un style
plus littéraire qui va induire de la distance entre les personnages, et entre les personnages et
le lecteur. Ce qui n’est pas du tout en accord avec le style direct et percutant de Machado
de Assis.
(3)
Como
eu tenho andado
” traduit par “
par quoi je suis passée
Nous avons déjà étudié le cas particulier de l’expression brésilienne “
ter andado
qui est afférente à un état de l’être “
andar preocupado
” et non pas forcément à un état du
corps
: le fait de m
archer, qui est le sens premier du verbe. Notons que le verbe marcher
(andar) peut également être utilisé en français au sens figuré
: je te fais marcher (en
portugais estou brincando).
Il nous a semblé que l’expression française
: “
par quoi je suis passé
e
”, était ici la
plus adaptée au contexte et donc au sens, et également correspondait au registre de la
langue
préservation de la forme
du texte source.
4.4 Paragraphe 4
4.4.1 Proposition de traduction
4 Camilo pegou
-
lhe nas mãos, e (1)
olhou
para
ela sério e fixo
. Jurou que (2)
lhe queria
muito
, que os seus sustos pareciam de
criança; em todo o caso, quando tivesse
algum receio, a melhor cartomante era (3)
ele
mesmo
. Depois, repreendeu
-
a; disse
-
lhe que
era imprudente (4)
andar por essas casas
.
Vile
la podia sabê
-
lo, e depois...
Camilo lui prit les mains, et (1)
la regarda
fixement d’un air grave
. Il lui jura (2)
qu’elle
était tout pour lui
, que ses peurs ressemblaient
à celles d’un enfant; et que dans tous les cas,
quand elle avait quelque crainte,
la meilleure
cartomancienne c’était (3)
lui
. Ensuite, il la
réprimanda
; lui dit qu’il était imprudent (4)
de se rendre dans ce type de maisons
. Vilela
pouvait le savoir, et ensuite…
76
4.4.2 Commentaires
(1)
“olhou para ela sério e fixo” traduit par “
la
regarda fixement d’un air grave
La traduction mot à mot en français grammaticalement correcte de “
olhou para ela
sério e fixo
” serait
: “
il la regarda sérieux et fixe
”. La phrase, bien que grammaticalement
acceptable, est incorrecte au regard de la
forme. En français, on peut avoir le regard fixe,
regarder fixement, mais regarder fixe est maladroit. Le dictionnaire Bordas des pièges et
difficultés de la langue française de Jean Girodet (1987) nous dit à propos du verbe fixer
:
Il n’est pas recomman
dé d’utiliser ce mot au sens de “
regarder fixement
: Il fixait son
interlocuteur avec un air arrogant. Ecrire plutôt
: regarder fixement, fixer ses yeux ou sa
vue, son regard sur
.
Nous avons choisi de traduire “
olhou para ela sério e fixo
” par “
la
regarda
fixement d’un air grave
”. Cette option nous permet de respecter le sens du texte source et,
autant que possible, sa forme, tout en restant en conformité avec les standards académiques
de la langue d’arrivée. Nous avons préféré “
rendre
” à “
aller
” car d’un point de vue
stylistique, il est d’un registre plus élevé qui correspond mieux au niveau d’expression
dans le texte source sans en modifier le sens.
(2) “
lhe queria muito
traduit par:
qu’elle était tout pour lui
,
Nous sommes avec “queri
a muito
en présence d’une expression qui donnerait
mot à mot en français
: “
lui voudrait (ou lui souhaiterait) beaucoup
”, ce qui ne veut rien
dire sans l’ajout d’un complément. Il est donc ici nécessaire de trouver une expression
équivalente
c’est
-
à
-
dire qui rende pleinement le sens
en s’éloignant le moins possible
de la forme originale. Nous avons choisi l’expression “
qu’elle était tout pour lui
” qui nous
parait en conformité avec le sens et la forme.
(3)
ele mesmo
” traduit par “
lui
Dans
le contexte, la forme “
lui
-
même
” (même ayant position d’adjectif), bien
qu’existante en français, est ici incorrecte d’un point de vue stylistique
: il y a redondance.
La traduction n’a pas ici été sujette à interprétation mais à passage vers une forme e
n
conformité avec les standards stylistiques de la langue d’arrivée. Nous avons donc traduit
ele mesmo
” par “
lui
”.
77
(4)
andar por essas casas
” Traduit par “
d’aller dans ce type de maisons
Voici un nouvel exemple de l’usage de “
andar
” au sens
figuré. La confusion avec
la forme première du verbe “
marcher
” est ici d’autant plus trompeuse qu’elle est plausible
dans le scénario et qu’elle permet une traduction presque mot à mot
: marcher en direction
de ces maisons (“
por
” devient “
en direction
de
”).
4.5 Paragraphe 5
4.5.1 Proposition de traduction
5
Qual saber! (1)
tive muita cautela
, ao
entrar na casa.
Onde é a casa?
Aqui perto, na
Rua da (2)
Guarda Velha
;
não passava ninguém nessa ocasião.
Descansa;
eu não sou maluca.
Camilo riu outra vez:
Tu crês deveras nessas coisas? perguntou
-
lhe.
-
Savoir quoi! (1)
J’ai fait très attention
en
entrant dans la maison.
-
Où est la maison
?
-
Près d’ici, dans la rue de la (2)
Guarda
Velha
; il n’y avait personne
à ce moment là.
Sois tranquille, je ne suis pas folle.
Camilo rit de nouveau:
-
Tu crois vraiment à ces choses ? lui
demanda
-
t
-
il.
4.5.2 Commentaires
(1) “
tive muita cautela
” traduit par “
fait très attention
Tive muita cautela
” se traduirait m
ot à mot en français par “
j’ai pris beaucoup de
précautions
”, phrase grammaticalement correcte. Cependant, l’expression “
prendre des
précautions
” fait en français référence à une action physique alors que “
faire attention
fait davantage référence à
un état de la conscience. “
Faire attention de ne pas être vu
signifie se méfier de ne pas être vu, être attentif mentalement et, par extension,
physiquement au fait de pouvoir se faire repérer. “
Prendre des précautions pour ne pas être
vu
” signifie qu
e l’on va agir pour ne pas être vu
: marcher sur la pointe des pieds, longer
les murs, gardé la tête baissée. Les deux expressions sont certes proches
; néanmoins la
plus appropriée dans le présent contexte nous a semblé
: “
faire attention
”. Nous avons
d
onc traduit
: “
tive muita cautela ao entrar na casa
” par “
j’ai fait très attention en entrant
dans la maison
”. Tout en sachant que “
j’ai pris beaucoup de précautions
” aurait aussi été
acceptable.
78
(2)
Traitement des noms propres
: Guarda Velha non
traduit
Dans le cadre de la traduction à la Lettre, les noms propres sont laissés en langue
étrangère. Nous n’avons donc ni traduit ni adapté au pays cible les noms propres
: ainsi, “
a
rua Guarda Velha
” reste “
la rue Guarda Velha
”.
4.6 Paragraphe 6
4
.6.1 Proposition de traduction
6 Foi então que ela, sem saber que traduzia
Hamlet em (1)
vulgar
, disse
-
lhe que havia
muita coisa misteriosa e verdadeira neste
mundo. Se ele não acreditava, paciência; mas
(2)
o certo
é que a cartomante adivinhara
tudo. Que
mais? A prova é que ela agora
estava tranqüila e satisfeita.
Ce fut alors que, sans savoir qu’elle traduisait
Hamlet en langage (1)
commun
, elle lui dit
qu’il y avait bien de choses mystérieuses et
vraies dans ce monde. S’il n’y croyait pas,
tant pis
; m
ais (2)
le fait est
que la
cartomancienne avait tout deviné. Quoi de
plus
? La preuve en est qu’elle était à présent
tranquille et satisfaite.
4.6.2 Commentaire
s
(1)
vulgar
” traduit par “
commun
La traduction la plus évidente serait de traduire “
vu
lgar
” en portugais par
vulgaire
” en français, mais l’expérience prouve que le traducteur doit se méfier des
traductions “
faciles
”. Le terme “
vulgaire
”, qui à l’origine qualifiait le commun
et c’est
d’ailleurs la définition qu’en donne le dictionn
aire Larousse de 1990 (Editions France
Loisirs)
a pris ce siècle une connotation plus négative, comme se rapportant au grossier.
Dans la mesure où le sens péjoratif du terme a à ce jour tendance à dominer sur le sens
premier, il nous a semblé plus indiqu
é, pour éviter tout mal entendu, d’utiliser le terme
commun
”. Nous avons donc traduit “
Foi então que ela, sem saber que traduzia Hamlet
em vulgar...
” par “
Ce fut alors que, sans savoir qu’elle traduisit Hamlet en langage
commun…
”.
(2) “
o certo é
traduit par “
le fait est
Mas o certo é
” se traduirait littéralement par
: “
mais le vrai est
”, forme
incorrecte en français. Il s’agit donc de trouver une équivalence qui respecte le sens et se
rapproche le plus possible de la forme originale. “
Le
fait est
” nous a semblé tout à fait
79
approprié au contexte. Nous avons donc traduit
: “
mas o certo é que a cartomante
adivinhara tudo
” par “
mais le fait est que la cartomancienne avait tout deviné
”.
4.7 Paragraphe 7
4.7.1 Proposition de traduction
7 Cuido que ele ia falar, mas reprimiu
-
se. Não
queria arrancar
-
lhe as ilusões. Também ele,
em criança, e ainda depois, foi supersticioso,
(1)
teve um arsenal inteiro de crendices,
que a
mãe lhe incutiu e que aos vinte anos
desapareceram. No dia em que deix
ou cair
toda essa vegetação parasita, e ficou só o
tronco da religião, ele, como tivesse recebido
da mãe ambos os ensinos, envolveu
-
os na
mesma dúvida, e logo depois em uma só
negação total. Camilo não acreditava em
nada. Por quê? Não poderia dizê
-
lo, não
possuía (2)
um só
argumento; limitava
-
se a
negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda
afirmar, e ele não formulava a incredulidade;
diante do mistério, contentou
-
se em levantar
os ombros, e foi andando.
Elle crut qu’il allait parler, mais il se retint.
Il
ne voulait pas lui ôter ses illusions. Lui aussi,
enfant, et encore après, était superstitieux, (1)
il avait tout un arsenal de croyances,
que sa
mère lui avait inculquées et qui à vingt ans
avaient disparues. Le jour où il laissa tomber
toute cette vég
étation parasite, et qu’il resta
uniquement le tronc de la religion, comme il
avait reçu de sa mère les deux enseignements,
il les enveloppa du même doute, et peu de
temps après dans une seule négation totale.
Camilo ne croyait en rien. Pourquoi
? Il
n’aur
ait pu le dire, il n’avait pas (2)
le
moindre
argument; il se limitait à tout nier. Et
je m’exprime mal, parce que nier est encore
affirmer, et il n’exprimait pas son incrédulité
;
face au mystère, il se contentait de hausser les
épaules, et poursuivait so
n chemin.
4.7.2 Commentaires
La traduction de ce passage n’a pas été aisée compte tenu de la longueur, de la structure et
de la richesse de sens des phrases. Nous avons opté pour la traduction littérale aussi
souvent que les deux langues le permettaien
t.
(1)
teve um arsenal inteiro de crendices
” traduit par: “
il avait tout un arsenal de
croyances
”.
En français, il aurait été maladroit de traduire “
arsenal inteiro
” par “
arsenal
entier
” aussi avons
-
nous rendu cette idée par “
tout un arsenal
”.
(2) “
Um so
” traduit par “
le moindre
”.
La traduction littérale de “
um so
” serait “
un seul
” et elle serait tout à fait
acceptable. Néanmoins, la traduction par “
le moindre
” nous a semblé ici plus adaptée au
contexte, au sens et au style.
80
4.8 Para
graphe 8
4.8.1 Proposition de traduction
8 Separaram
-
se contentes, ele ainda mais que
ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo,
não só o estava, mas via
-
a estremecer e
arriscar
-
se por ele, correr às cartomantes, e,
(1)
por mais que a repreendesse
, não
podia
deixar de sentir
-
se lisonjeado. A casa do
encontro era na antiga Rua dos
Barbonos
,
onde morava uma (2)
comprovinciana
de
Rita. Esta desceu pela Rua das
Mangueiras
,
na direção de Botafogo
, onde residia; Camilo
desceu pela da (3)
Guarda Velha
, (4)
olhando
de passagem para a casa
da cartomante.
Ils se séparèrent satisfaits, lui encore plus
qu’elle. Rita était sûre d’être aimée
; Camilo,
non seulement l’était, mais la voyait trembler
et pren
dre des risques pour lui, courir les
cartomanciennes, et (1)
il avait beau la
réprimander
, il ne pouvait s’empêcher de se
sentir flatté. Le lieu de leur rencontre se
trouvait dans l’ancienne rue des Barbonos, où
habitait une (2)
payse
de Rita. Celle
-
ci
des
cendit par la rue des Mangueiras en
direction de Botafogo, où elle résidait
;
Camilo descendit par celle de la (3)
Guarda
Velha
, (4)
regardant au passage la maison
de
la cartomancienne.
4.8.2 Commentaires
(1) “
comprovinciana
” traduit par : “
payse
”.
Nous nous sommes inspiré de la traduction de Maryvonne Lapouge concernant le
terme “
comprovincia
” traduit par “
payse
” qui, bien que peu utilisé dans le langage
commun, nous a semblé acceptable dans un texte littéraire du XIX ème siècle.
(2)
Guarda Velh
a
” traduit par : “
Guarda Velha
”.
Comme nous l’avons mentionné dans notre définition de stratégie sourcière, nous
ne traduisons pas les noms propres. Nous avons donc reproduit le nom de la rue en
portugais dans le texte.
(3) “
olhando de passagem para a
casa
traduit par : “
regardant au passage la
maison
”.
Nous n’avons pas traduit “
para
” par une expression équivalente en français
: en
direction de, par exemple, car d’une part l’utilisation de “
para
” est grammaticalement
obligatoire ici en portugai
s, et d’autre part car cela irait en opposition avec le style de
Machado de Assis qui est concis et nuirait à la reproduction du rythme de l’œuvre
originale.
81
4.9 Paragraphe 9
4.9.1 Proposition de traduction
9 Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma
aven
tura e nenhuma (1)
explicação das
origens
. Vamos a ela. Os dois primeiros eram
amigos de infância. Vilela seguiu a carreira
de magistrado. Camilo entrou no
funcionalismo, contra a vontade do pai, que
queria vê
-
lo médico; mas o pai morreu, e
Camilo preferiu
não ser nada, até que a mãe
lhe (2)
arranjou
um emprego público. No
princípio de 1869, voltou Vilela da província,
onde casara com uma dama formosa e (3)
tonta
; abandonou a magistratura e veio abrir
banca de advogado. Camilo (1’)
arranjou
-
lhe
casa para os
lados de Botafogo, e foi a bordo
recebê
-
lo.
Vilela, Camilo et Rita, trois noms, une
aventure et aucune (1)
explication sur les
origines
. Voyons ce qu’il en est. Les deux
premiers étaient des amis d’enfance. Vilela fit
une carrière de magistrat. Camilo en
tra dans
la fonction publique, contre la volonté de son
père, qui voulait qu’il soit médecin
; mais le
père mourut, et Camilo préféra n’être plus
rien, jusqu’à ce que sa mère lui (2)
trouve
un
emploi de fonctionnaire. Début 1869, Vilela
revint de sa provin
ce, où il s’était marié avec
une femme belle et (3)
un peu folle
; il
abandonna la magistrature et vint ouvrir une
étude d’avocat. Camilo (1’)
lui trouva
une
maison près de Botafogo, et vint l’accueillir à
son arrivée.
4.9.2 Commentaires
(1) “
explicaç
ão das origens
traduit par
: “
explication sur les origines
”.
Il n’y a pas eu ici réellement de choix en ce qui concerne la prise de position
stratégique car il s’agit d’une contrainte de la langue d’arrivée. En français on s’explique
sur
” et non “
d
e
”.
(2) et (2’)
arranjou
traduit par
: “
trouve
Toute langue est née et évolue dans un contexte déterminée dont elle est largement
emprunte. Certains termes sont relatifs à ce contexte et aux caractéristiques du peuple, du
pays… et il est difficile de
les reproduire car ils sont relatifs à une culture et n’ont pas
nécessairement d’équivalents parmi d’autres peuples, d’autres langues. “
Arranjar
” est un
des termes typiquement brésilien qui correspond à quelque chose de bien précis dans la
culture brésil
ienne et est une des caractéristiques du peuple. Le Brésilien “
da um jeito
”,
arranje
”… Ce terme dans son contenu global est donc extrêmement difficile à traduire,
et le fait de le traduire par une tentative d’explication nuirait notablement au rythme
de la
traduction. Nous avons donc opté pour la traduction par “
trouver
” qui nous a semblée être
le terme le plus approchant en français.
Le verbe “
arrumar
” apparaît deux fois dans le présent paragraphe
: (2) et (2’).
82
(3)
tonta
traduit par
: “
un peu f
olle
Nous avons choisi de traduire dans ce contexte “
tonta
” par “
un peu folle
” et non
par “
folle
” pour coller au sens du texte original. Placé dans cette phrase, le terme “
folle
serait lourd de sens et paraîtrait faire référence à une pathologie
mentale. Ce qui n’est
toutefois pas toujours le cas en français, langue dans laquelle le terme “
folle
” peu aussi
être utilisé à la légère, en particulier dans le langage parlé. Dans le paragraphe 5, par
exemple, nous avons traduit “
tonta
” par “
folle
”.
4.10 Paragraphe 10
4.10.1 Proposition de traduction
10
É o senhor? exclamou Rita,
estendendo
-
lhe a mão. Não imagina (1)
como
meu marido é seu amigo
; falava sempre do
senhor.
Camilo e Vilela olharam
-
se com ternura.
Eram amigos deveras.
-
Alors c’
est vous? s’exclama Rita, en lui
tendant la main. Vous n’imaginez pas (1)
à
quel point mon mari vous a en amitié
; il ne
cessait de parler de vous.
Camilo et Vilela se regardèrent avec
tendresse. C’étaient de vrais amis.
4.10.2 Commentaires
(1) “
como
meu marido é seu amigo
traduit par
: “
à quel point mon mari vous a
en amitié
La traduction littérale de cette phrase
: “
comme mon mari est son ami
” n’a pas de
sens en français. Pour transmettre le sens et respectert les usages de la langue d’arrivée
nous avons dû ajouter “
à quel point
” en début de phrase et remplacé “
est son ami
” par
vous en a amitié
”. Cette prise de position n’est nullement la résultante d’un désir
d’anoblissement de l’original mais de se soumettre aux usages de langue d’arri
vée.
4.11 Paragraphe 11
4.11.1 Proposition de traduction
11 Depois, (1)
Camilo confessou de si para si
que a mulher do Vilela não desmentia as
cartas do marido. Realmente, era graciosa e
viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e
interrogativa. Era um
pouco mais velha que
Ensuite, (1)
Camilo reconnut
que la femme de
Vilela ne démentait pas les lettres de son
mari. Elle était réellement gracieuse et
ses
gestes vifs, ses yeux ardents, sa bouche fine et
interrogative. Elle était un peu plus âgée
83
ambos: contava trinta anos, Vilela vinte e
nove e Camilo vinte e seis. Entretanto, o porte
grave de Vilela fazia
-
o parecer mais velho
que a mulher, enquanto Camilo era um
ingênuo na vida moral e prática. Faltava
-
lhe
tanto a ação do tem
po, como os óculos de
cristal, que a natureza põe no berço de alguns
para (2)
adiantar os anos
. Nem experiência,
nem intuição.
qu’eux
: elle avait trente ans, Vilela vingt
neuf et Camilo vingt six. Néanmoins, l’allure
grave de Vilela le faisait paraître plus âgé que
sa femme, tandis qu
e Camilo était un ingénu
tant dans la vie morale que pratique. Il lui
manquait autant le poids des années que les
lunettes de cristal, que la nature met dans le
berceau de certains pour (2)
hâter l'action du
temps
. Ni expérience, ni intuition.
4.11.2 C
ommentaires
(1) “
Camilo confessou de si para si
traduit par
: “
Camilo reconnut
”.
Nous avons ici choisi de ne pas traduire mot à mot
: “
Camilo confessa de lui pour
lui
” ou par une expression approchante “
Camilo confessa à lui
-
même
” mais par un ter
me
qui résume le sens, dans la mesure où la traduction littérale n’est pas possible
: “
Camilo
reconnut
”.
(2) “
adiantar os anos
traduit par
: “
hâter l'action du temps
”.
Littéralement la traduction serait
: avancer les années. Dans la mesure où cette
expression n’a pas de sens dans le présent contexte, nous avons tenté de trouver une
expression qui reproduise le sens, reste dans le même registre de langage et ne rompe pas
le rythme. Nous avons ainsi opté pour “
hâter l’action du temps
”.
4.12 Parag
raphe 12
4.12.1 Proposition de traduction
12 Uniram
-
se os três. (1)
Convivência trouxe
intimidade
. Pouco depois morreu a mãe de
Camilo, e nesse desastre, que o foi, os dois
mostraram
-
se grandes amigos dele. Vilela
cuidou do enterro, dos sufrágios e do
in
ventário; Rita tratou especialmente do
coração, e ninguém o faria melhor.
Les trois s’unirent. (1)
La proximité engendra
l’intimité
. Peu après la mère de Camilo
mourut, et dans l’épreuve que cela fut, ils se
montrèrent tous deux de grands amis pour lui.
V
ilela se chargea de l’enterrement, des
funérailles et des formalités administratives
;
Rita prit plus particulièrement soin de son
cœur, et personne n’aurait pu mieux faire.
84
4.12.2. Commentaires
(1) “
Convivência trouxe intimidade”
traduit par
: “
La pro
ximité engendra
l’intimité
”.
Le terme français “
proximité
”, bien que ne reproduisant pas totalement le sens de
convivencia
”, nous a semblé ici le plus adapté, pour rendre le sens sans tomber dans une
explication du terme qui alongerait le texte, appo
rterait peu de chose et nuirait à la fluidité.
4.13 Paragraphe 13
4.13.1 Proposition de traduction
13 Como daí chegaram ao amor, não o soube
ele nunca. A verdade é que gostava de passar
as horas ao lado dela; era a sua enfermeira
moral, quase uma irmã,
mas principalmente
era mulher e bonita. Odor di femmina: eis o
que ele aspirava nela, e em volta dela, para
incorporá
-
lo em si próprio. Liam os mesmos
livros, iam juntos a teatros e passeios. Camilo
(1)
ensinou
-
lhe as damas
e o xadrez e
jogavam às noites;
ela mal
ele, para lhe
ser agradável, pouco menos mal. (2)
Até aí as
coisas
. Agora a ação da pessoa, os olhos
teimosos de Rita, que procuravam muita vez
os dele, que os consultavam antes de o fazer
ao marido, as mãos frias, as atitudes insólitas.
Um di
a, fazendo ele anos, recebeu de Vilela
uma rica bengala de presente, e de Rita
apenas um cartão com um (3’)
vulgar
cumprimento a lápis, e foi então que ele pôde
ler no próprio coração; não conseguia
arrancar os olhos do bilhetinho. (3)
Palavras
vulgares
; m
as há vulgaridades sublimes, ou,
pelo menos, deleitosas. A velha caleça de
praça, em que pela primeira vez passeaste
com a mulher amada, fechadinhos ambos,
vale o carro de Apolo. Assim é o homem,
assim são as coisas que o cercam.
Comment de la en arrivère
nt
-
ils à l’amour, il
ne le sut jamais. La vérité est qu’il aimait
passer des heures à ses côtés
; elle était son
infirmière morale, presque une soeur, mais
surtout elle était femme et belle. L’odeur
di
femmina
: c’est cela qu’il respirait en elle, et
autou
r d’elle, pour la faire pénétrer en lui. Ils
lisaient les mêmes livres, allaient ensemble au
théâtre et en promenade. Camilo (1)
lui apprit
à jouer aux dames
et aux échecs et ils jouaient
le soir
;
-
elle mal
lui, pour lui être agréable,
un peu moins mal
. (2)
Voilà pour ce qui est
des faits
. Maintenant passons aux personnes,
les yeux obstinés de Rita, qui recherchaient
souvent les siens, qui les consultaient avant
de faire de même avec son mari, ses mains
froides, ses attitudes insolites. Un jour, pour
so
n anniversaire, il reçut de Vilela une
superbe canne en câdeau et de Rita seulement
une carte avec un (3’)
simple
mot au crayon,
et ce fut alors qu’il put lire dans son propre
cœur
; il ne parvenait pas à détacher les yeux
du petit billet. (3)
Des mots ban
als
; mais il
est des banalités sublimes, ou pour le moins,
délectables. La vieille calèche de place, dans
laquelle pour la première fois on se promène
avec la femme aimée, serrés l’un contre
l’autre, vaut le char d’Apollon. Ainsi est
l’homme, ainsi sont l
es choses qui
l’entourent.
85
4.13.2 Commentaires
(1) “
ensinou
-
lhe as damas
traduit par
: “
lui apprit à jouer aux dames
”.
En français on apprend pas “
les
” dames mais on apprend “
à jouer aux dames
”. Il
n’y a pas ici de choix de traduction mais ada
ptation aux standards stylistiques de la langue
d’arrivée.
(2) “
Até aí as coisas
traduit par
: “
Voilà pour ce qui est des faits
L’expression portugaise n’est pas traduisible littéralement en français. Il nous a
donc fallu trouver une forme le plus a
pprochante possible en français. Notre priorité étant
toujours la transmission du sens, tout en tentant de respecter la mélodie de l’œuvre.
(3)
Palavras vulgares
traduit par
: “
Des mots banals
”.
Le terme vulgar revient régulièrement dans les textes de M
achado de Assis pour
faire référence au commun, au banal, au simple. Suivant le contexte, il demande à être
traduit par des adjectifs différents. Quelques lignes plus haut (3’), nous avons traduit
banal
” par “
simple
” mais ici nous devions trouver un a
djectif qui respecte le sens et se
conforme à la structure du texte qui reprend l’adjectif dans la seconde partie de la phrase,
tout en restant dans du français académique et qui reproduise le sens. D’où notre choix de
banal
” qui, dans le second membre
de la phrase, devient “
banalités
”.
4.14 Paragraphe 14
4.14.1 Proposition de traduction
14 Camilo quis sinceramente fugir, mas já
não pôde. Rita, como uma serpente, foi
-
se
acercando dele, envolveu
-
o todo, fez
-
lhe
estalar os ossos num espasmo, e pingou
-
lhe o
veneno na boca. Ele ficou atordoado e
subjugado. Vexame, sustos, remorsos,
desejos, tudo sentiu de mistura; mas a batalha
foi curta e a vitória delirante. Adeus,
escrúpulos! Não tardou que o sapato se
acomodasse ao pé, e aí foram ambos estrada
fora,
braços dados, pisando folgadamente por
cima de ervas e pedregulhos, sem padecer
nada mais que (1)
algumas saudades
, quando
Camilo voulut sincèrement s’enfuir, mais
il
ne le pouvait déjà plus. Rita, comme un
serpent, s’enroula autour de lui, l’enveloppa
entièrement, lui fit craquer les os dans un
spasme, et lui déversa son venin dans la
bouche. Il resta abasourdi et subjugué. Honte,
peurs, remords, désirs, il ressenti
t tout à la
fois, mais la bataille fut courte et la victoire
délirante. Adieu scrupules
! La chaussure ne
tarda pas à se faire au pied et les voilà tous
deux partis en chemin, bras dessus, bras
dessous, marchant allégrement par
-
dessus
herbes et cailloux sa
ns ressentir rien de plus
86
estavam ausentes um do outro. A confiança e
estima de Vilela continuavam a ser as
mesmas.
que quelques (1)
accès de nostalgie
lorsqu’ils
étaient éloignés l’un de l’autre. La confiance
et l’estime de Vilela restaient égales.
4.14.2 Commentaires
(1) “
algumas saudades
traduit par
: “
accès de nostalgie
”.
Voici de
nouveau un terme typiquement brésilien
: “
saudade
”, qui ne trouve
-
comme “
arrumar
” que nous avons déjà mentionné
-
pas sa totale correspondance en
français. Ainsi, suivant le contexte, nous sommes contrainte, pour reproduire le sens,
d’utiliser des te
rmes différents. Le classique “
sento saudade de você
” se traduira par
exemple en français par “
tu me manques
”.
4.15 Paragraphe 15
4.15.1 Proposition de traduction
15
Um dia, porém, recebeu Camilo uma carta
anônima, que lhe chamava imoral e pérfido,
e
dizia que a aventura era sabida de todos.
Camilo teve medo, e, para desviar as
suspeitas, começou a rarear as visitas à casa
de Vilela. Este notou
-
lhe as ausências.
Camilo respondeu que o motivo era uma
paixão frívola de rapaz. Candura gerou
astúcia. As
ausências prolongaram
-
se, e as
visitas cessaram inteiramente. Pode ser que
entrasse também nisso um pouco de amor
-
próprio, uma intenção de diminuir os
obséquios do marido para tornar menos dura
a aleivosia do ato.
Un jour, pourtant, Camilo reçut une lett
re
anonyme qui le traitait d’immoral et de
perfide, et disait que son aventure était
connue de tous. Camilo eut peur, et, pour
écarter les soupçons, il commença à espacer
ses visites à la maison de Vilela. Celui
-
ci lui
fit remarquer ses absences. Camilo ré
pondit
que le motif en était une passion frivole de
jeune homme. L’innocence engendra l’astuce.
Les absences se prolongèrent, et les visites
cessèrent complètement. Peut
-
être y avait
-
il
aussi en cela un peu d’amour propre, une
intention de diminuer les fav
eurs du mari
pour rendre moins dure la perfidie de l’acte.
4.15.2 Commentaires
Nous n’avons rencontré aucune difficulté particulière dans la traduction de ce paragraphe.
87
4.16 Paragraphe 16
4.16.1 Proposition de traduction
16 Foi por esse tempo que R
ita, desconfiada e
medrosa, correu à cartomante para consultá
-
la
sobre a verdadeira causa do procedimento de
Camilo. Vimos que a cartomante restituiu
-
lhe
a confiança e que o rapaz repreendeu
-
a por ter
feito o que fez. Correram ainda algumas
semanas. Camilo
recebeu mais duas ou três
cartas anônimas tão apaixonadas, que não
podiam ser advertência da virtude, (1)
mas
despeito de
algum pretendente; tal foi a
opinião de Rita, que, por outras palavras mal
compostas, formulou este pensamento:
a
virtude é preguiç
osa e avara, não gasta tempo
nem papel; só o interesse é ativo e pródigo.
Ce fut à cette époque que Rita, méfiante et
apeurée, se rendit chez la cartomancienne
pour la consulter sur la véritable cause du
comportement de Camilo. Nous avons vu que
la cartom
ancienne lui redonna confiance et
que le jeune homme la réprimanda pour avoir
fait ce qu’elle avait fait. Quelques semaines
passèrent encore. Camilo reçut deux ou trois
autres lettres anonymes tellement
enflammées, qu’elles ne pouvaient pas être un
avertis
sement en faveur de la vertu, (1)
mais
issues du dépit
de quelque prétendant
; telle
fut l’opinion de Rita, qui, en termes
maladroits, formula cette pensée
:
-
la vertu
est paresseuse et avare, elle ne perd pas de
temps ni de papier
; seul l’intérêt est ac
tif et
prodigue.
4.16.2 Commentaires
(1) “
mas despeito de
traduit par
: “
mais issues du dépit
”.
Nous avons dû ajouter la locution composée : “
issu de
” pour rendre la phase
conforme aux caractéristiques stylistiques académiques de la langue franç
aise. Il n’y a
donc pas eu prise de position stratégique mais adaptation à la langue d’arrivée.
4.17 Paragraphe 17
4.17.1 Proposition de traduction
17 (1)
Nem por isso Camilo ficou mais
sossegado
; temia que o anônimo fosse ter
com Vilela, e a catástrofe
viria então sem
remédio. Rita concordou que era possível.
(1) Camilo n’en demeura pas plus tranquille
pour autant
; il redoutait que l’auteur
anonyme aille voir Vilela, et la catastrophe
deviendrait alors irrémédiable. Rita convint
que cela était possibl
e.
4.17.2 Commentaires
(1) “
Nem por isso Camilo ficou mais sossegado
traduit par
: “
Camilo n’en
demeura pas plus tranquille pour autant
”.
88
Le premier membre de la phrase ne pouvant être traduit directement, nous avons dû
trouver une forme équivalent
e en français qui nous a conduit à un inévitable allongement et
à une restructuration de la phrase.
4.18 Parágrafo 18
4.18.1 Proposition de traduction
18
Bem, disse ela; eu levo os sobrescritos
para comparar a letra com as das cartas que lá
aparecerem
; se alguma for igual, guardo
-
a e
rasgo
-
a...
-
Bien, dit
-
elle
; j’emporte les enveloppes
pour comparer l’écriture avec celles des
lettres qui arriveront là
-
bas
; s’il y en a une
semblable, je la garde et je la déchire…
4.18.2 Commentaires
Nous n’avons
rencontré aucune difficulté particulière dans la traduction de ce paragraphe.
4.19. Paragraphe 19
4.19.1 Proposition de traduction
19 Nenhuma apareceu; mas daí a algum
tempo Vilela começou a mostrar
-
se sombrio,
falando pouco, como desconfiado. Rita deu
-
se (1)
pressa em dizê
-
lo ao outro
, e (2)
sobre
isso deliberaram
. A opinião dela é que
Camilo devia tornar à casa deles, tatear o
marido, e pode ser até que lhe ouvisse a
confidência de algum negócio particular.
Camilo divergia; aparecer depois de tantos
me
ses era confirmar a suspeita ou denúncia.
Mais valia acautelarem
-
se, (3)
sacrificando
-
se
por algumas semanas. Combinaram os meios
de se corresponderem, em caso de
necessidade, e separaram
-
se com lágrimas.
Il n’en arriva aucune
; mais au bout de
quelque te
mps Vilela commença à se montrer
morose, parlant peu, comme méfiant. Rita (1)
s’empressa de le dire à Camilo
et (2)
ils
s’entretinrent sur le sujet
. Selon elle Camilo
devait retourner chez eux, sonder le mari, et
peut être irait
-
il jusqu’à lui faire confid
ence
de quelque affaire particulière. Camilo n’était
pas d’accord
; apparaître après tant de mois
c’était confirmer les soupçons ou la
dénonciation. Mieux valait être prudents, (3)
faire des sacrifices
pendant quelques
semaines. Ils se mirent d’accord sur
les
moyens de correspondre, en cas de nécessité
et se séparèrent en larmes.
4.19.2 Commentaires
(1) “
pressa em dizê
-
lo ao outro
” traduit par
: “
s’empressa de le dire à Camilo
”.
La traduction en français demande pour être stylistiquement correcte
c
onforme
aux standards académiques
l’ajout d’un complément
: s’empressa de le dire à l’autre
89
personne, ou de remplacer le pronom indfinit par le sujet auquel il se rapporte, dans notre
cas
: Camilo. C’est cette seconde forme qui est adaptée au présent con
texte, donc que nous
avons adoptée.
(2) “
sobre isso deliberaram
” traduit par
: “
ils s’entretinrent sur le sujet
”.
Nous sommes dans un cas similaire au cas (1), pour produire une phrase correcte en
français, nous devons ajouter un complément. D’où l’aj
out dans la traduction du
complément
: Camilo.
(3) “
sacrificando
-
se
traduit par
: “
faire des sacrifices
.
Traduire directement par “
se sacrifier
” serait improre à reproduire le sens de
l’original. L’idée exprimer en portugais par “
sacrificando
-
se
” peut être rendu ici par
l’expression “
faire des sacrifices
”. Se sacrifier est une forme parfaitement correcte en
français mais elle ne traduit pas l’idée originale.
4.20 Paragraphe 20
4.20.1 Proposition de traduction
20 No dia seguinte, estando na
repartição,
recebeu Camilo este bilhete de Vilela: “
Vem
já, já, à nossa casa, preciso falar
-
te sem
demora.
” Era mais de meio
-
dia. Camilo saiu
logo; na rua, advertiu que teria sido mais
natural chamá
-
lo ao escritório; por que em
casa? Tudo indicava matéri
a especial, e a
letra, fosse realidade ou ilusão, afigurou
-
se
-
lhe trêmula. Ele combinou todas essas coisas
com a notícia da véspera.
Vem já, já, à nossa casa; preciso falar
-
te
sem demora,
repetia ele com os olhos no
papel.
Le lendemain, au bureau, Cam
ilo reçut ce mot
de Vilela: “
Viens tout de suite à la maison, je
dois te parler sans attendre
”. Il était plus de
midi. Camilo sortit sans tarder
; dans la rue, il
pensa qu’il aurait été plus naturel de le faire
venir au bureau
; pourquoi à la maison
? To
ut
indiquait qu’il s’agissait d’un sujet particulier,
et l’écriture, fût
-
ce réalité ou illusion, lui
parût tremblée. Il associa toutes ces choses
avec la nouvelle de la veille.
-
Viens tout de suite à la maison, il faut que je
te parle sans attendre,
se
répétait
-
il avec les
yeux sur le papier.
4.20.2 Commentaires
Nous n’avons rencontré aucune difficulté particulière dans la traduction de ce paragraphe.
90
4.21 Paragraphe 21
4.21.1 Proposition de traduction
21 (1)
Imaginariamente, (2) viu a ponta da
orelha de um drama
, Rita subjugada e
lacrimosa, Vilela indignado, pegando da pena
e escrevendo o bilhete, certo de que ele
acudiria, e esperando
-
o para matá
-
lo. Camilo
estremeceu, tinha medo: depois sorriu
amarelo, e em todo caso repugnava
-
lhe a
idéia de r
ecuar, e foi andando. De caminho,
lembrou
-
se de ir a casa; podia achar algum
recado de Rita, que lhe explicasse tudo. Não
achou nada, nem ninguém. Voltou à rua, e a
idéia de estarem descobertos parecia
-
lhe cada
vez mais verossímil; era natural uma
denúncia
anônima, até da própria pessoa que
o ameaçara antes; podia ser que Vilela
conhecesse agora tudo. A mesma suspensão
das suas visitas, sem motivo aparente, apenas
com um pretexto fútil viria confirmar o resto.
(1) Il vit (2) poindre dans son imagination
l’
oreille d’un drame
, Rita subjuguée et en
pleurs, Vilela indigné, prenant une plume et
écrivant le billet, certain qu’il accourrait, et
l’attendant pour le tuer. Camilo frémit, il avait
peur
: puis il rit jaune, et dans tous les cas
l’idée de reculer lui ré
pugnait, et il continua à
marcher. En chemin, il pensa à passer chez
lui
; il pouvait y trouver quelque message de
Rita, qui lui expliquerait tout. Il ne trouva rien
ni personne. Il repartit, et l’idée d’avoir été
découverts lui paraissait de plus en plus
vraisemblable
; c’était naturellement une
dénonciation anonyme, sans doute de la
même personne qui l’avait menacée
précédemment
; il se pouvait que Vilela
connaisse à présent toute la vérité. De même
l’interruption de ses visites, sans motif
apparent, seul
ement avec un prétexte futile
viendrait confirmer le reste.
4.21.2 Commentaires
(1) “
Imaginariamente, viu a ponta da orelha de um drama
” traduit par
: “
Il vit
poindre dans son imagination l’oreille d’un drame
”.
Imaginairement
” n’ayant pas de term
e équivalent direct en français, il a été
nécessaire de le remplacer par une expression équivalente
; nous avons choisi
: “
dans son
imagination
”.
(2) “
viu a ponta da orelha de um drama
” traduit par
: “
poindre dans son
imagination l’oreille d’un drame
”.
Nous avons utiliser le verbe “
poindre
” pour signifier la pointe, car la traduction
mot à mot avec l’inévitable remplacement de “
imaginariamente
” donnerait
: Il vit en
imagination la pointe de l’oreille d’un drame. Ce qui donne une phrase lourde qui
ne
reproduit pas le rythme de l’original. Le fait d’alléger la seconde partie de la phrase permet
91
de “
rattraper
” l’allongement initial sans altérer le sens et de conserver le rythme de la
phrase.
4.22 Paragraphe 22
4.22.1 Proposition de traduction
2
2 Camilo (1)
ia andando inquieto
e nervoso.
Não relia o bilhete, mas as palavras estavam
decoradas, diante dos olhos, fixas; ou então
o que era ainda pior
eram
-
lhe
murmuradas ao ouvido, com a própria voz de
Vilela. “ Vem já, já, à nossa casa; precisa
f
alar
-
te sem demora.” Ditas assim, pela voz
do outro, tinham um tom de mistério e
ameaça. Vem, já, já, para quê? Era perto de
uma hora da tarde. A comoção crescia de
minuto a minuto. Tanto imaginou o que se
iria passar, que chegou a crê
-
lo e vê
-
lo.
Positiva
mente, tinha medo. (2)
Entrou a
cogitar
em ir armado, considerando que, se
nada houvesse, nada perdia, e a precaução era
útil. Logo depois rejeitava a idéia, vexado de
si mesmo, e seguia, picando o passo, na
direção do Largo da Carioca, para entrar num
(3)
tílburi.
Chegou, entrou e mandou seguir a
trote largo.
“ Quanto antes, melhor, pensou ele; não
posso estar assim...”
Camilo (1)
allait inquiet et nerveux
. Il ne
relisait pas le billet, mais les mots étaient
suspendus, en face de ses yeux, fixes, ou alors
ce qui était encore pire
ils lui étaient
murmurés à l’oreille par la propre voix de
Vilela. “
Viens tout de suite à la maison
; je
dois te parler sans attendre.
”. Dites ainsi, par
la voix de l’autre, elles avaient un ton de
mystère et de menace. Vien
s tout de suite,
pourquoi faire
? Il était environ une heure de
l’après
-
midi. Le trouble augmentait de minute
en minute. Il imaginait tellement ce qui allait
se passer, qu’il finit par y croire et le voir. Il
avait vraiment peur. (2)
Il envisagea
d’y aller
armé, pensant que si rien ne se passait, il ne
perdrait rien, et la précaution était conseillée.
Peu de temps après il rejetait l’idée, honteux
de lui
-
même, et poursuivait, pressant le pas,
en direction du Largo da Carioca, pour
prendre un (3)
tilbury
. Il
arriva, entra et lui
demanda d’aller au trot.
-
Plus vite arrivé, mieux ce sera, pensa
-
t
-
il
; je
ne peux pas rester comme ça…
4.22.2 Commentaires
(1) “
ia andando inquieto”
traduit par
: “
allait inquiet et nerveux
”.
Dans bien des cas le verbe “
anda
r
” précède, comme nous l’avons déjà mentionné
un état
: “
andar doente
”, “
andar préocupado
”… et ne se traduit pas par marcher mais par
l’auxiliaire “
être
: être malade, être préoccupé… Dans le présent cas nous avons choisi
de le traduire par “
allai
t
” pour reproduire l’idée que Camilo se rend effectivement
quelque part.
(2) “
Entrou a cogitar
traduit par
: “
Il envisagea
”.
92
Voici une autre expression bien brésilienne que nous avons traduite par le verbe
envisager qui nous a semblé reproduire plein
ement le sens de l’original, penser n’aurait pas
reproduit le “
entrou
”.
(3) “
tílburi
” traduit par
: “
Tilbury
Nous avons respecté la prise de position de l’auteur et avons reproduit le terme en
anglais dans le texte sans italique. Nous avons reprodui
t son orthographe anglaise puisque
c’est ainsi qu’il apparaît dans le dictionnaire français.
4.23 Paragraphe 23
4.23.1 Proposition de traduction
23 Mas o mesmo trote do cavalo veio
agravar
-
lhe a comoção. O tempo voava, e ele
não tardaria a entestar co
m o perigo. Quase
no fim da Rua da Guarda Velha, o tílburi teve
de parar; a rua estava atravancada com uma
carroça, que caíra. (1)
Camilo, em si mesmo,
estimou o obstáculo
, e esperou. No fim de
cinco minutos, reparou que ao lado, à
esquerda, (2)
ao pé do t
ílburi
, ficava a casa da
cartomante, a quem Rita consultara uma vez,
e nunca ele desejou tanto crer na lição das
cartas. Olhou, viu as janelas fechadas, quando
todas as outras estavam abertas e pejadas de
curiosos do incidente da rua.
Dir
-
se
-
ia a
morada do
indiferente Destino.
Mais même le trot du cheval vint aggraver
son trouble. Le temps s’envolait, et il ne
tarderait pas à affronter le danger. Presque au
bout de la rue de la Guarda Velha, le tilbury
dût s’arrêter
; la rue était bouchée par une
charrette
, qui s’était renversée. (1)
Camilo, en
lui
-
même, évalua l’obstacle
, et attendit. Au
bout de cinq minutes, il remarqua qu’à côté, à
gauche, (2)
à deux pas du tilbury
, se trouvait
la maison de la cartomancienne, celle que
Rita avait une fois consultée, et j
amais il ne
désira autant croire au message des cartes. Il
regarda, vit les fenêtres fermées, alors que
toutes les autres étaient ouvertes et pleines de
curieux de l’accident de la rue. On aurait dit
la demeure indifférente du Destin.
4.23.2 Commentaire
s
(1) “
Camilo, em si mesmo, estimou o obstáculo
traduit par
: “
Camilo, en lui
-
même, évalua l’obstacle
”.
On retrouve très souvent ces “en lui
-
même
” dans les productions littéraires de
Machado de Assis
: il pensa en lui
-
même, il observa en lui
-
même… q
ui frisent le
pléonasme. Néanmoins, cette insistance sur les mécanismes psychiques
internes
des
personnages est une constance du style Machadien, nous ne pouvons donc pas ne pas la
reproduire dans la traduction. Nous avons opté à cet égard pour .la str
atégie suivante
: aussi
93
souvent que la phrase d’arrivée ne donne pas une désagréable impression de pléonasme.
On traduit.
4.24 Paragraphe 24
4.24.1 Proposition de traduction
24 Camilo reclinou
-
se no tílburi, para não ver
nada. A agitação dele era grande
,
extraordinária, e (1)
do fundo das camadas
morais
emergiam alguns fantasmas de outro
tempo, as velhas crenças, as superstições
antigas. O cocheiro propôs
-
lhe voltar à
primeira travessa, e ir por outro caminho; ele
respondeu que não, que esperasse. E
incl
inava
-
se para fitar a casa... Depois fez um
gesto incrédulo: era a idéia de ouvir a
cartomante, que lhe passava ao longe, muito
longe, com vastas asas cinzentas;
desapareceu, reapareceu, e tornou a esvair
-
se
no cérebro; mas daí a pouco moveu outra vez
as a
sas, mais perto, fazendo uns giros
concêntricos... Na rua, gritavam os homens,
safando a carroça:
Anda! agora! empurra! vá! vá!
Camilo s’adossa dans le tilbury, pour ne rien
voir. Son agitation était grande, extrême, et
(1)
des profondeurs de ses couche
s morales
émergeaient quelques fantômes d’un autre
temps, les veilles croyances, les anciennes
superstitions. Le cocher lui proposa de
tourner à la première rue transversale, et
d’aller par un autre chemin
; il répondit que
non, qu’il attende. Et il s’incl
ina pour
observer la maison… Il fit ensuite une moue
sceptique
: c’était l’idée d’aller écouter la
cartomancienne, qui passait au loin, très loin,
avec de grandes ailles argentées, elle disparut,
réapparut, et finit par se dissiper dans le
cerveau
; mais d
’ici peu elle agita de nouveau
ses ailles, plus près, faisant des cercles
concentriques… Dans la rue les hommes
criaient, dégageant la carriole
:
-
Allons
-
y maintenant
! On pousse
! Aller
!
Aller
!
4.24.2 Commentaires
(1) “
do fundo das camadas morais
” traduit par
: “
des profondeurs de ses couches
morales
”.
Pour rendre cette première partie de phrase plus conforme aux standards
stylistiques de la langue française, nous avons traduit “
fundo
” par “
profondeur
”.
Traduire par “
fond
” abaisserait le r
egistre lexical par rapport à l’original.
4.25 Paragraphe 25
4.25.1 Proposition de traduction
25 Daí a pouco estaria removido o obstáculo.
Camilo fechava os olhos, pensava em outras
coisas; mas a voz do marido sussurrava
-
lhe às
D’ici peu l’obstacle serait enlevé. Camilo
fermait les yeux, p
ensait à autre chose, mais
la voix du mari lui susurrait à l’oreille les
94
orelhas as palavras da c
arta: “ Vem, já, já ...“
E ele via as contorções do drama e tremia. A
casa olhava para ele. (1)
As pernas
queriam
descer e entrar... Camilo achou
-
se diante de
um longo véu opaco... pensou rapidamente
(2)
no inexplicável
de tantas coisas. A voz da
mãe repet
ia
-
lhe uma porção de casos
extraordinários; e a mesma frase do príncipe
de Dinamarca reboava
-
lhe dentro: “ Hà mais
coisas no céu e na terra do que sonha a
filosofia...
“ Que perdia ele, se...?
mots de la lettre
: “
Viens tout de suite…
”. Et
il voyait les scènes du drame et trembla. La
maison le regardait. (1)
Ses jambes
voulaient
descendre et entrer… Camilo se trouva face
à
un long voile opaque… Il pensa rapidement
(2)
au caractère inexplicable
de tant de
choses. La voix de sa mère lui répétait une
quantité de faits extraordinaires, et la même
phrase du prince du Danemark résonnait en
lui “
il y a plus de choses dans le ci
el et sur la
terre que n’en rêve notre philosophie
”. Que
perdrait
-
il, si…
?
4.25.2 Commentaires
(1) “
As pernas
traduit par
: “
Ses jambes
”.
Il est commun en portugais du Brésil de ne pas utiliser de pronom possessif la ou le
français l’exigerait. C
’est ici le cas.
(2) “
no inexplicável
traduit par
: “
au caractère inexplicable
”.
En français l’adjectif inexplicable demande pour produire une phrase correcte dans
le présent contexte l’ajout d’un complément, caractère nous a semblé être le plus
appr
oprié.
4.26 Paragraphe 26
4.26.1 Proposition de traduction
26 Deu por si na calçada, ao pé da porta;
disse ao cocheiro que esperasse, (1)
e rápido
enfiou pelo corredor
, e subiu a escada. A luz
era pouca, os degraus comidos dos pés, o
corrimão pegajoso;
mas ele não viu nem
sentiu nada. Trepou e bateu. (2)
Não
aparecendo ninguém, teve idéia de descer
;
mas era tarde, a curiosidade fustigava
-
lhe o
sangue, as fontes latejavam
-
lhe; ele tornou a
bater uma, duas, três pancadas. Veio uma
mulher; era a cartomante
. Camilo disse que ia
consultá
-
la, ela fê
-
lo entrar. Dali subiram ao
sótão, por uma escada ainda pior que a
primeira e mais escura. Em cima, havia uma
salinha, mal alumiada por uma janela, que
Il se trouva dans la rue, devant la porte
; il dit
au cocher qu’il l’attende, (1)
et il franchit
rapidement le couloir
, et monta l’escalier. Il y
avait peu de lumière, les marches usée
s par
les pas, la rampe poisseuse
; mais il ne vit ni
ne sentit rien. Il monta et frappa. (2)
Comme
personne ne venait
, il pensa redescendre
;
mais il était trop tard, la curiosité lui rongeait
le sang, ses tempes battaient
; il recommença
à frapper un, de
ux, trois coups. Une femme
vint
; c’était la cartomancienne. Camilo lui dit
qu’il venait la consulter, elle le fit entrer. De
là il montèrent dans les combles, par un
escalier encore pire que le premier et plus
obscur. En haut, il y avait une petite salle,
mal
95
dava para o telhado dos fundos. Velhos
trastes, paredes sombria
s, um ar de pobreza,
que antes aumentava do que destruía o
prestígio.
éclairée par une fenêtre, qui donnait sur le toit
depuis le fond. Des vieux objets, des murs
sombres, un air de pauvreté, qui augmentait
plus qu’il n’en détruisait l’attrait.
4.26.2 Commentaires
(1) “
e rápido enfiou pelo corredor
traduit par
:
et il franchit rapidement le
couloir
”.
L’adjectif vient généralement après le verbe en français. Le placé avant dans la
présente nous aurait conduit à en transformer le rythme car il aurait été suivi d’une virgule.
Nous avons donc légèrement transformé
la structure de la phrase sans en modifier le sens
ni le rythme.
(2) “
Não aparecendo ninguém
traduit par
: “
Comme personne ne venait
”.
Il est ici indispensable à la production d’une phrase intelligible en français d’ajouter
la conjonction de subordin
ation
: “
comme
”.
4.27 Paragraphe 27
4.27.1 Proposition de traduction
27 A cartomante fê
-
lo sentar diante da mesa,
e sentou
-
se do lado oposto, com as costas
para a janela, de maneira que a pouca luz de
fora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu
uma
gaveta e tirou um baralho de cartas
compridas e enxovalhadas. Enquanto as
baralhava, rapidamente, olhava para ele, não
de rosto, mas (1)
por baixo dos olhos
. Era
uma mulher de quarenta anos, italiana,
morena e magra, com grandes olhos sonsos e
agudos.
Vol
tou três cartas sobre a mesa, e
disse
-
lhe:
La cartomancienne le fit asseoir face à la
table, et elle s’assit du côté opposé, dos à la
fenêtre, de sorte que le peu de lumière
extérieure donnait directement sur le visage
de Camilo. Elle ouvrit un tiroir et
en retira un
jeu de cartes longues et sales. Tandis qu’elle
les battaient, rapidement, elle le regardait, pas
de face, mais (1)
par
-
dessous
. C’était une
femme d’une quarantaine d’années, italienne,
brune et maigre, avec de grands yeux
malicieux et .perçant
s. Elle retourna trois
cartes sur la table, et lui dit
:
4.27.2 Commentaires
96
(1) “
por baixo dos olhos
traduit par :
par
-
dessous
”.
En français l’ajout du complément “
olhos
” est inutile, on regarde par
-
dessous et
non par
-
dessous des yeux, puisque
nécessairement lorsque l’on regarde c’est avec les yeux.
4.28 Paragraphe 28
4.28.1 Proposition de traduction
28
Vejamos primeiro o que é que o traz
aqui. O senhor tem um grande susto...
Camilo, maravilhado, fez um gesto
afirmativo.
E quer saber,
continuou ela, se lhe
acontecerá alguma coisa ou não...
A mim e a ela, explicou vivamente ele.
-
Voyons d’abord ce qui vous amène ici.
Vous avez une grande peur...
Camilo, émerveillé, fit un geste affirmatif.
-
Et vous voulez savoir, continua
-
t
-
elle, s
i il
va vous arriver quelque chose ou non.
-
A moi et à elle, précisa
-
t
-
il vivement.
4.28.2 Commentaires
Nous n’avons pas rencontré de difficultés particulières dans la traduction du paragraphe
28.
4.29 Paragraphe 29
4.29.1 Proposition de traductio
n
29 A cartomante não sorriu; disse
-
lhe só que
esperasse. Rápido pegou outra vez das cartas
e baralhou
-
as, com os longos dedos finos, de
unhas descuradas; (1)
baralhou
-
as bem,
transpôs os maços, uma, duas, três vezes
;
depois começou a estendê
-
las. Camilo t
inha
os olhos nela, curioso e ansioso.
La cartomancienne ne sourit pas
; elle lui dit
seulement qu’il attende. Rapidement elle prit
de nouveau les cartes et les battit, avec ses
longs doigts fins, aux ongles négligés
; (1)
elle les battit bien, mélangea l
es tas, une,
deux, trois fois
, ensuite elle commença à les
poser. Camilo avait les yeux fixés sur elle,
curieux et anxieux.
4.29.2 Commentaires
(1) “
baralhou
-
as bem, transpôs os maços, uma, duas, três vezes
” traduit par
: “
elle les battit bien, méla
ngea les tas, une, deux, trois fois
.
97
Dans la mesure où les pronoms personnels ne sont généralement pas mentionnés en
portugais, il serait tentant de systématiquement les rajouter dans les traductions en français
mais ce serait une erreur. En français, il
est admis et commun, lorsque deux verbes se
suivent et se rapportent au même sujet dans une phrase,
-
sans être séparés par un point
virgule
-
de ne pas répéter le sujet pour produire une phrase fluide et harmonieuse. C’est ce
que nous avons fait ici
: no
ua avons ajouté le pronom personnel “
elle
” devant “
les battit
bien
” et avons enchaîné en ne répétant pas le pronom personnel. Cela nous a permis de
produire une phrase stylistiquement harmonieuse et de conserver le rythme fluide et rapide
de l’original
.
4.30 Paragraphe 30
4.30.1 Proposition de traduction
30
As cartas dizem
-
me...
Camilo inclinou
-
se para beber uma a uma (1)
as palavras
. Então ela declarou
-
lhe que não
tivesse medo de nada. Nada aconteceria nem
a um nem a outro; ele, o terceiro, igno
rava
tudo. Não obstante, era indispensável muita
cautela; ferviam invejas e despeitos. Falou
-
lhe do amor que os ligava, da beleza de Rita...
Camilo estava deslumbrado. A cartomante
acabou, recolheu as cartas e fechou
-
as na
gaveta.
-
Les cartes me disent..
.
Camilo s’inclina pour boire (1)
ses paroles
unes à unes. Elle lui déclara alors qu’il n’avait
rien à craindre. Rien n’allait arriver ni à l’un
ni à l’autre, lui, le troisième, ignorait tout.
Cependant, une grande prudence était
nécessaire
; envies et dép
its bouillonnaient
autour d’eux. Elle lui parla de l’amour qui les
unissaient, de la beauté de Rita… Camilo
était fasciné. La cartomancienne termina,
ramassa les cartes et les remit dans le tiroir.
4.1.30.2 Commentaires
(1) “
as palavras
” traduit par
: “
ses paroles
”.
Nous avons ici un nouvel exemple du cas relatif à l’ulisation plus rare des pronoms
possessifs en portugais qu’en français, que nous avons déjà mentionnée. Notons que la
traduction doit être pesée car
: laver les mains, existe également
en français et est tout à fait
correcte grammaticalement et stylistiquement. En matière d’ajout de pronom, il est donc
nécessaire d’être extrêmement attentif au sens du texte et à l’ambiance général du passage
concerné et de juger au cas par cas.
98
4.31 Par
agraphe 31
4.31.1 Proposition de traduction
31
(1)
A senhora restituiu
-
me a paz ao
espírito
, disse ele estendendo a mão por cima
da mesa e apertando a da cartomante.
Esta levantou
-
se, rindo.
Vá, disse ela; vá, (2)
ragazzo
innamorato
...
-
(1)
Vous m’a
vez rendu la paix de l’esprit
,
dit
-
il en tendant la main par dessus la table et
en serrant celle de la cartomancienne.
Celle
-
ci se leva, riant.
Va, lui dit
-
elle, va (2
)
ragazzo innamorato
4.31.2 Commentaires
(1) “
A senhora
restituiu
-
me a paz ao espír
ito
traduit par
: “
Vous m’avez rendu la
paix de l’esprit
”.
(2)
ragazzo innamorato
Cette expression est laissée en italien dans la traduction comme c’est le cas dans
l’original.
4.32 Paragraphe 32
4.32.1 Proposition de traduction
32 E de pé, co
m o dedo indicador, tocou
-
lhe
na testa. Camilo estremeceu, como se fosse a
mão da própria sibila, e levantou
-
se também.
A cartomante foi à cômoda, sobre a qual
estava um prato com (1)
passas
, tirou um
cacho destas, começou a despencá
-
las e
comê
-
las, mostra
ndo duas fileiras de dentes
que desmentiam as unhas. Nessa mesma ação
comum, a mulher tinha um ar particular.
Camilo, ansioso por sair, não sabia como
pagasse; ignorava o preço.
Et debout, avec l’index, elle lui toucha le
front. Camilo frémit, comme si c’
était la main
de la propre Sibylle, et se leva aussi. La
cartomancienne alla à la commode, sur
laquelle se trouvait un plat de (1)
raisins secs
,
elle en prit quelques uns, commença à les
égrainer et à les manger, montrant deux
rangées de dents qui juraient
avec les ongles.
Dans cet acte banal, la femme avait un air
singulier. Camilo, pressé de partir, ne savait
pas comment payer
; il ignorait le prix.
4.32.2 Commentaires
(1)
passas
traduit par “
raisins secs
99
Le terme “
passas
” qui dans son sens
premier signifie fruits secs à un statut un peu
particulier, dans la mesure où il signifie également raisins secs. Il est en effet rare de
rencontrer uva passas pour nommer les raisins secs. Notre traduction de “
passas
” par
raisins secs
” et non par “
fruit secs
” est confirmé par la description qui suit, relative à
leur consommation.
4.33 Paragraphe 33 à 36
4.33.1 Proposition de traduction
33
Passas custam dinheiro, disse ele afinal,
tirando a carteira. Quantas quer mandar
buscar?
Pergunte ao
seu coração, respondeu ela.
-
Les raisins secs coûtent de l’argent, dit
-
il
enfin, sortant son portefeuille. Combien
voulez
-
vous en envoyer chercher?
-
Demande à ton coeur, répondit
-
elle.
34 Camilo tirou uma nota de dez mil
-
réis, e
deu
-
lha. Os olhos da
cartomante fuzilaram. O
preço usual era dois mil
-
réis.
Camilo sortit un billet de dix mille reis, et lui
donna. Les yeux de la cartomancienne
pétillèrent. Le prix habituel était deux mille
reis.
35
Vejo bem que o senhor gosta muito
dela... E faz bem; e
la gosta muito do senhor.
Vá, vá, tranqüilo. Olhe a escada, é escura;
ponha o chapéu...
Je vois que vous l’aimez beaucoup... Et vous
faites bien
; elle vous aime beaucoup. Allez,
allez, tranquille. Faites attention dans
l’escalier, il est sombre, mettez v
otre
chapeau…
36 A cartomante tinha já guardado a nota na
algibeira, e descia com ele, falando, com um
leve sotaque. Camilo despediu
-
se dela
embaixo, e desceu a escada que levava à rua,
enquanto a cartomante, alegre com a paga,
tornava acima, cantarolando
uma barcarola.
Camilo achou o tílburi esperando; a rua
estava livre. Entrou e seguiu a trote largo.
La cartomancienne avait déjà rangé le billet
dans sa poche, et descendit avec lui, parlant,
avec un léger accent. Camilo prit congé d’elle
en bas, et desc
endit l’escalier qui menait à
l’extérieur, tandis que la cartomancienne,
satisfaite de son gain, retournait en haut,
fredonnant une barcarolle. Camilo trouva le
tilbury qui attendait
; la rue était déserte. Il
monta et poursuivit son chemin au trot.
4.33
.2 Commentaires
Nous n’avons rencontré aucune difficulté particulière ou qui n’est été abordé
précédemment, dans les paragraphes ci
-
dessus.
100
4.34 Paragraphe 37
4.34.1 Proposition de traduction
37 Tudo lhe parecia agora melhor, as outras
coisas traziam
outro aspecto, o céu estava
límpido e as caras joviais. Chegou a rir dos
seus receios, que chamou pueris; recordou os
termos da carta de Vilela e reconheceu que
eram íntimos e familiares. Onde é que ele lhe
descobrira a ameaça? Advertiu também que
(1)
eram
urgentes
, e que fizera mal em
demorar
-
se tanto; podia ser algum negócio
grave e gravíssimo.
Tout lui paraissait à présent pour le mieux,
d’autres événements révélaient un autre
aspect des choses, le ciel était limpide et les
visages joyeux. Il en vint à
rire de ses
craintes, qu’il qualifia de puériles
; il se
souvint des termes de la lettre de Vilela et
reconnut qu’ils étaient intimes et familiers.
Ou donc y avait
-
il déceler une menace
? Il
nota aussi qu’ils étaient (1)
emprunts
d’urgence
, et qu’il avait
eu tort de tarder
autant
; il pouvait s’agir de quelque affaire
grave voire très grave.
4.34.2 Commentaies
(1) “
eram urgentes
traduit par
: “
empreints d’urgence
Il n’y a pas eu ici réellement de choix de traduction mais adaptation aux standards
s
tylistiques de la langue d’arrivée avec l’ajout dans la traduction de l’adjectif
:
emprunts
”.
4.35 Paragraphe 38
4.35.1 Proposition de traduction
38
Vamos, vamos depressa, repetia ele ao
cocheiro.
(1) E
consigo
, para explicar a demora ao
amigo, (2)
engenhou qualquer coisa
; parece
que formou também o plano de aproveitar o
incidente para tornar à antiga assiduidade...
De volta com os planos, reboavam
-
lhe na
alma as palavras da cartomante. Em verdade,
ela adivinhara o objeto da consulta, o estado
dele,
a existência de um terceiro; por que não
adivinharia o resto? O presente que se ignora
vale o futuro. Era assim, lentas e contínuas,
que (3)
as velhas crenças
do rapaz iam
tornando ao de cima, e o mistério empolgava
-
o com as unhas de ferro. Às vezes queri
a rir, e
ria de si mesmo, algo vexado; mas a mulher,
as cartas, as palavras secas e afirmativas, a
exortação:
Vá, vá, ragazzo innamorato; e
Allons, allons vite, répétait
-
il au cocher.
Et en lui
-
même, pour expliquer le retard à son
ami, (2)
il échafauda quelques plans
; il
semble qu’il envisagea aussi de tirer parti de
l’incident pour reprendre l’assiduité
d’a
ntan… De retour à ses projets, les paroles
de la cartomancienne résonnaient dans son
âme. En vérité, elle avait deviné l’objet de sa
consultation, son état, l’existence d’un
troisième personnage, pourquoi n’aurait
-
elle
pas deviné le reste
? Le présent que
l’on ne
connaît pas équivaut au futur. C’était ainsi,
lentes et persistantes que (3)
les anciennes
croyances
du jeune homme allaient reprendre
le dessus, et le mystère l’étreignait de ses
ongles de fer. Parfois il avait envie de rire, et
il riait de lui
-
me, quelque peu honteux
:
mais la femme, les cartes, les paroles sèches
101
no fim, ao longe, a barcarola da despedida,
lenta e graciosa, tais eram os elementos
recentes, que formavam, com o
s antigos, uma
fé nova e vivaz.
et affirmatives, l’encouragement
:
-
Va, va, ragazzo innamorato
; et à la fin, au
loin, la barcarolle de l’au revoir, lente et
gracieuse, tels étaient les éléments récents,
qui formaie
nt, avec les anciens, une foi
nouvelle et vivace.
4.35.2 Commentaires
(1)
Remarque
Nous souhaitons uniquement souligner une caractéristique des productions
littéraires de Machado de Assis que nous avons mentionné ci
-
avant, à savoir la présence
fréquent
e de “
en soi
-
même
”. Ce qui
bien que ce ne soit pas le cas ici
-
est parfois gênant
pour le traducteur.
(2) “
engenhou qualquer coisa
” traduit par
: “
il échafauda quelques plans
.
La traduction littérale n’étant pas ici possible, il nous a été néces
saire de trouver
une expression équivalente en français. Nous avons choisi
: échafauder quelques plans.
(3) “
as velhas crenças
traduit par
: “
les anciennes croyances
”.
La traduction mot à mot serait “
des vieilles croyances
”. Ce n’est pas très éléga
nt
mais reste du français correcte. Néanmoins, dans la mesure où nous avons juste après “
du
jeune homme
” comme complément, l’emploi de “
vieille
” créerait une relation stylistique
d’opposition entre “
le jeune homme
” et “
ses vieilles croyances
” qui n
’existe pas dans
l’original.
4.36 Paragraphe 39
4.36.1 Proposition de traduction
39 A verdade é que o coração ia alegre e
impaciente pensando nas horas felizes de
outrora e nas que haviam de vir. Ao passar
pela Glória, Camilo olhou para o mar,
estendeu
os olhos para fora, até onde a água e
o céu dão (1)
um abraço
infinito, e teve assim
uma sensação do futuro, longo, longo,
interminável.
La vérité est que le coeur était heureux et
impatient, pensant aux heures heureuses
d’autrefois et à celles qui devaie
nt venir. En
passant par Gloria, Camilo regarda en
direction de la mer, il dirigea son regard vers
le lointain jusqu’au point où l’eau et le ciel se
donnent (1)
une étreinte
infinie, et il eut ainsi
la sensation d’un futur, long, long,
interminable.
102
4.36.
2. Commentaires
(1) “
um abraço
traduit par
: “
une étreinte
.
Le terme portugais “
abraço
”, dans son sens global, n’a pas d’équivalent en
français. Il est donc nécessaire, suivant le contexte, pour reproduire le sens de l’original, de
le traduire par
différentes termes
: baiser, étreinte… sans pour autant tomber dans
l’enrichissement lexical. Nous l’avons ici traduit par “
étreinte
” pour tenter de reproduire
la figure poétique.
4.37 Paragraphe 40 et 41
4.37.1 Proposition de traduction
40 Daí a p
ouco chegou à casa de Vilela.
Apeou
-
se, empurrou a porta de ferro do
jardim e entrou. A casa estava silenciosa.
Subiu os seis degraus de pedra, e mal teve
tempo de bater, a porta abriu
-
se, e
apareceu
-
lhe Vilela.
Desculpa, não pude vir mais cedo; que
há?
Peu après il arriva à la maison de Vilela.
Il descendit, poussa la porte de fer du
jardin et entra. La maison était
silencieuse. Il monta les six marches de
pierre, et il n’eut pas le temps de frapper,
la porte s’ouvrit, et Vilela lui apparut.
-
Excuse
-
mo
i, je n’ai pas pu venir plus
tôt
; que se passe
-
t
-
il
?
41 Vilela não lhe respondeu; tinha as
feições decompostas; fez
-
lhe sinal, e
foram para uma saleta interior. Entrando,
Camilo não pôde sufocar um grito de
terror:
ao fundo, sobre o canapé,
estava Rit
a, morta e ensangüentada.
Vilela pegou
-
o pela gola, e, com dois
tiros de revólver estirou
-
o morto no chão.
Vilela ne lui répondit pas
; il avait la mine
décomposée
; il lui fit signe, et ils allèrent
en direction d’une petite pièce intérieure.
En entrant,
Camilo ne put retenir un cri de
terreur
:
-
au fond, sur le canapé gisait
Rita, morte et ensanglantée. Vilela le
saisit par le collet, et, de deux coups de
revolver, l’étendit mort sur le sol.
4.37.2 Commentaires
Nous n’avons rencontré aucune difficul
té particulière ou qui n’est déjà été mentionnée
dans la traduction du paragraphe ci
-
dessus.
103
4.38 Pour conclure
Dans la mesure où les intellectuels Brésiliens ont fait de Machado de Assis le représentant
de la littérature brésilienne classique et que le
personnage reste tant dans ses écrits que
dans sa vie, dans une certaine mesure énigmatique et ironique, la traduction de ses textes
ne doit pas, et ne peut pas être chose facile. Les descriptions psychologiques des
personnages sont riches et profondes, l
’histoire va vite, pas de temps morts, le rythme est
soutenu et on sent que chaque mot est pesé.
John Gledson remarque : “
A rapidez da
narrativa, seu tom coloquial e ironicamente intimo, seus momentos de dialogo
cuidadosamente calculados, são as marcas du
m escritor que controla perfeitamente o
ritmo da narrativa (...) Cheio de momentos assim, muito bem tramados, em que o tom
fingidamente desprendido do narrador, pontuando com seus personagens para melhor
satirizá
-
los consegue dar à prosa um ritmo combinou,
levando a um clímax (ou
anticlímax) cuidadosamente calculado (...)
” (2002/V1 : 40). Il nous a donc fallu faire
preuve à la fois de finesse et de précision dans notre traduction, tout en tentant de rester le
plus transparente possible. L’étude des tendanc
es déformantes d’Antoine Berman, ainsi
que l’analyse critique de la traduction d’une compatriote
: Maryvonne Lapouge
c'est
-
à
-
dire dont l’intellect est modelé des mêmes standards nationaux
nous à largement aidé
dans notre traduction.
Les principaux poi
nts critiques rencontrés furent
:
-
Les pronoms personnels ne sont généralement pas stipulés en portugais, en
français dans la grande majorité des cas, ils le sont. Il faut donc ajouter un sujet approprié à
la majorité des verbes.
-
Les pronoms possessifs
ne sont pas toujours présents en portugais, en français.
-
La conjugaison des verbes nous a demandé une attention permanente, d’une part
pour ne pas commettre d’erreur de temps, et d’autre part car ils constituent d’importants
agents de transmission de l
’ironie Machadienne.
-
La traduction de certaines expressions comme “
tenho andado
”, “
lhe queria
muito
”, “
como meu marido é seu amigo
”… a une demandé une certaine vigilance pour
ne pas tomber dans le contre
-
sens ou dans une création littéraire person
nelle.
104
-
Certains termes typiquement brésiliens comme
: arranjar, saudade,
abraço
… ont
également demandé une attention soutenue pour parvenir à rendre le sens sans alourdir le
texte et en conserver le rythme.
-
Les adaptions lexicales. La facilité conduir
ait à traduire un terme par son
équivalent en français
: “
vulgar
” par “
vulgaire
”, “
fixo
” par “
fixe
”… ce qui est loin
d’être toujours le cas. Nous avons opté, pour ne pas tomber dans ce type d’écueil, d’une
part par la consultation systématique de d
ictionnaires en langue originale en plus des
habituels dictionnaires bilingues et d’autre part pour de nombreuses lectures du texte
original pour tenter de s’imprimer de la pensée de l’auteur.
-
Les adaptations aux standards stylistiques de la langue franç
aise comme
:
ensinou
-
lhe as damas
” nous ont parfois conduit à produire des phrases légèrement
différentes de l’original, dans les exemples cité
: “
lui apprit à jouer aux dames
”.
105
5 CONCLUSION
Nous avons, à travers le présent travail, mis en pratique
une méthode d’analyse de
traduction
: celle
-
la même que nous propose Antoine Berman à travers ses différents écrits,
d’un point de vue que nous pourrions presque qualifier de systématique. Ayant vu
fonctionner ce mode critique, nous sommes en mesure d’ava
ncer qu’il présente un intérêt
certain en tant qu’outil de critique de traduction et objet de réflexion. Il peut également
intéresser l’étudiant qui est en train de modeler son esprit à la traduction car il révèle les
écueils dans lesquels la grande majori
té d’entre nous tombons. L’utilisation des tendances
déformantes pour analyser une traduction présente l’immense avantage d’en révéler les
points faibles mais aussi les points forts, car l’observateur peut noter les efforts de stratégie
du traducteur pour
ne pas tomber dans les tendances déformantes. Nous rendons donc
largement hommage à Antoine Berman pour ce premier essai de systématisation des
erreurs que le traducteur devrait éviter. Toutefois, dans la mesure où cet essai est une des
premières pierres d
u grand édifice de la théorisation de la critique de traduction, il
demande a être élargi, affiné, voir repensé sur certains points. Nos réflexions à ce sujet sont
les suivantes
:
-
Le cadre des tendances déformantes demande, pour certaines d’entre elles,
à être
subdivisé. C’est le cas de la rationalisation qui regroupe des erreurs qui déforment
l’original dans sa structure. Ainsi, elle contient aussi bien la modification de la structure
syntaxique d’une phrase, que la modification de sa ponctuation.
-
L
es tendances déformantes, en tant qu’objet d’analyse de traduction, demandent à
être redéfinies car certaines d’entre elles se recoupent. C’est le cas de la rationalisation et
de la destruction des rythmes
; de l’ennoblissement et de la clarification.
-
Il serait utile de définir un degré de “
gravité
” des erreurs
: un ajout de virgule par
exemple, ne porte pas gravement atteinte au tissu de l’œuvre originale, une erreur lexicale
si.
Nous proposons trois types d’erreurs rédhibitoires
:
-
les contresens
: en relation directe avec l’intelligence du texte.
-
les erreurs lexicales
: il y a erreur sur le sens d’un mot.
106
-
Omissions ou suppressions
: de mots, de phrases ou de passages entiers.
Nul n’est à l’abri de ce type d’erreur mais il nous semble capital q
ue le traducteur
prenne conscience de la gravité de ce type de méprise et tente si possible de s’en tenir
écarté.
L’utilisation des tendances déformantes en tant qu’outil d’analyse, nous a permis de
noter que
:
-
la traduction de
La Cartomancienne
par Mar
yvonne Lapouge souffre
principalement
: d’ennoblissement, de clarification et par répercution d’allongement. Nous
avons également rencontré d’autres tendances comme
: la clarification, la destruction des
rythmes, l’homogénéisation. La traductrice fait preu
ve dans l’ensemble d’une bonne
connaissance des langues de départ et d’arrivée, et de bon sens littéraire. Nous regrettons
toutefois la tendance marquée à l’ennoblissement qui déforme le texte, l’allonge, en
modifie l’ambiance et le rythme.
-
elle constit
ue un excellent garde
-
fou pour préserver le traducteur de ses propres
tendances. Le danger est, et nous sommes personnellement passée par ce stade, de devenir
extrémiste et sous prétexte de ne pas tomber dans ces tendances déformantes, de le faire au
détri
ment du texte d’arrivée.
Il serait à notre avis intéressant dans de prochains travaux, de tenter de développer
le concept de critique de traduction et d’en faire un instrument pédagogique et un point de
rencontre entre les traducteurs. La difficulté majeu
re serait, à notre avis, de définir des
règles critiques et les paramètres de référence, sans pour autant donné naissance à un
système rigide qui ôterait toute créativité au traducteur.
Quant à notre expérience de traduction, elle nous a conduit à trois a
cquis
fondamentaux
:
-
une meilleure connaissance de Machado de Asssis et de son œuvre que nous
avons dû étudier avant d’entreprendre notre traduction.
-
une amélioration de notre pratique personnelle grâce à la réflexion critique sur
notre propre traducti
on qu’une traduction commentée aussi détaillée impose,
-
et enfin un affinement de notre vision en matière de théorie de la traduction.
107
Nous espérons que le présent travail pourra être une source sinon d’inspiration, en
tout cas de réflexion pour nos collè
gues traducteurs qui peut
-
être leur inspirera de
nouveaux travaux.
108
6. BIBLIOGRAPHIE
La bibliographie présentée regroupe les livres sités dans le texte et ceux que nous avons
consultés et qui nous été utiles pour réaliser notre travail.
6.1. B
ibliograph
ie de
L’A
uteur
6.1.1
En langue originale
Œuvres complètes
MACHADO DE ASSIS, Joaquim.
Obra completa,
ed. Afrânio Coutinho, 3v. Rio de
Janeiro: Aguilar, 1959.
_______.
Obras completas
, 31v. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Inc., 1957.
Editions critiques
MACHADO DE
ASSIS, Joaquim.
Memórias posutmas de Brás
-
Cubas.
Rio de Janeiro:
Instituto Nacional do Livro, 1969.
_______.
Quincas Borba
, 2v. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1969.
_______.
Dom Casmuro
. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1969.
____
___.
Esaú e Jacó
. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1977.
_______.
Memorial de Aires
. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1977.
6.1.2 Traductions existantes
MACHADO DE ASSIS, Joaquim.
Dom Casmurro
.
Tradução de Francis de Miomandre.
Par
is: Stock, 1936.
_______.
Mémoires d’outre tombe de Brás Cubas
.
Traduçaõ de R. Chadebec de Lavalade.
Rio de Janeiro: Atlântica, Coll.
Les Maîtres des littératures Américaines. 1944.
_______.
Mémoires d’outre tombe de Brás Cubas
.
Tradução de R. Chadebec de
Lavalade.
Paris: Emile
-
Paul Frères, 1948.
_______.
Quincas Borba.
Trad. Alain de Acevedo. Paris: Nagel, Coll. Unesco d’Oeuvres
Représentatives, 1955.
109
_______.
Don Casmurro
. Tradução de Francis de Miomandre. Paris: Albin Michel, 1956.
_______.
Don Casmurro
.
Tradução de Anne
-
Marie Quint. Paris: Métaillié, 1983.
_______.
Esaü et Jacob
. Tradução de Françoise Duprat. Paris: Métaillé, 1985.
_______.
Dom Casmurro
. Tradução de Francis de Miomandre.
Paris: Albin Michel, 1989.
_______.
Mémoires posthumes de Bras Cuba
.
Tradução de R. Chadebec de Lavalade.
Paris: Métaillé, 1989.
_______.
Quincas Borba
. Tradução de Jean
-
Paul Bruyas. Paris: Métaillé, 1990.
_______.
Ce que les hommes appellent amour. Mémorial de Aires
. Tradução de Jean
-
Paul
Bruyas. Paris: Métaillé, 1995.
_
______.
Dom Casmurro
. Tradução de Francis de Miomandre. Paris: Live de Poche n°
3268, 1997.
_______.
Le philosophe et le chien
. Tradução de Jean
-
Paul Bruyas. Paris: Métaillé, 1995.
_______.
La Théorie du Médaillon et autres contes.
Tradução de Florent Kohl
er. Paris,
Métaillé, 2002.
6.2 B
ibliographie
S
ur
L’A
uteur
BOSI, Alfredo.
Machado de Assis
.
São Paulo: Atica, 1982.
_______.
O enigma do olhar
. São Paulo: Ática, 1999.
FERREIRA, Eliane.
Para traduizir o século XIX: Machado de Assis
. São Paulo: Anna
Blum
e, 2004.
_______.
Machado de Assis sob as luzes da ribalta
. São Paulo: Cone Sul, 1998.
GLEDSON, John.
The deceptive realism of Machado de Assis
. Liverpool: Francis Cacins,
1984.
_______.
Machado de Assis impostura e realismo.
Tradução de Fernando Py
.
São P
aulo:
Companhia das Letras, 1991.
_______.
Machado
de Assis
: história e ficção. Tradução de Sônia Coutinho. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1986 (Coleção Literatura e Teoria Literária, v. 56).
_______.
Machado
de Assis Contos / uma antologia.
2v. São Paulo, 2
001.
PEREIRA, Astrogildo.
Machado de Assis
. Belo Horizonte: Itatiaia / EDUSP, 1988.
SCHWARZ, Roberto.
Ao vencedor as batatas forma literária e processo social nos inícios
do romance brasileiro.
São Paulo: Duas Cidades, 1977.
110
_______.
Um mestre na periferia
do capitalismo
: Machado de Assis. São Paulo: Duas
Cidades, 1990.
6.3 B
ibliographie
G
enerale
BENJAMIN, Walter.
A tarefa do tradutor
. Tradução de João Cezar de Castro Rocha,
Cadernos do Mestrado
Literatura.
2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994.
_______.
L
a tâche du traducteur
. Tradução de Maurice de Grandillac. Paris: Denoël, 1971.
BERMAN, Antoine.
L’épreuve de l’étranger
. Culture et traduction dans l
Allemagne
romantique
. Paris: Gallimard, 1984.
_______.
La retraduction comme espace de la traduction
,
Pali
mpsestes n° 4
. Paris:
Publication de la Sorbonne Nouvelle.
_______.
Pour une critique des traductions: John Donne
. Paris: Gallimard, 1995.
_______.
La traduction et la lettre ou l’auberge du lointain
. Paris: Editions du Seuil, 1999.
BERMAN,
Isabelle
.
L’at
tachement à une
œuvre.
Paris:
Revue TTR
v 14, n
.
2, 2. sem,
2001.
Antoine Berman aujourd'hui
.
BRISSET, Annie. A
Sociocritique of Translation
: Theatre and Alterity in Quebec, 1968
-
1988.
Toronto: Toronto University Press, 1947.
DELISLE, Jean.
Les traducteur
s dans l’histoire
. Ottawa: Les Presses de l’Université
d’Ottawa, 1995.
DOULET, Etienne.
La manière de bien traduire d’une langue en autre
.
Clàssicos da teoria
da tradução
, v. 2, Editions Núcleo de Tradução UFSC, 2004, p.14
-
18.
FONTAINE, Charles. Tradução
de des
Remèdes d’amour d’Ovide
. 1555. Cité
in
Paul
Horguelin, Anthologie de la manière de traduire. Montréal: Editions Linguatech, 1981,
p.62.
FOZ,
Clara.
(Re)Traductions, (R)Présentation(s)
: Première et dernière sortie du Quijote en
français. Les Cadernos
de tradução XI. Florianópolis: PGET/UFSC, 2003, p.39
-
57.
HORGUELIN, Paul
Anthologie de la manière de traduire
. Montréal: Editions Linguatech,
1981.
KOHLER, Florent.
La théorie du médaillon
. Préface et traduction de contes de Machado
de Assis. Paris
: Edit
ions Métailié, 2002.
LUTHER.
Œuvres
, tome VI. Tradução de Jean Bosc, Labor et Fides, Genève, 1965.
MESCHONNIC, Henri
. Pour la Poétique I.
Paris: Gallimard, 1970.
111
_______.
Pour la Poétique II. Epistémologie de l’Ecriture
Poétique de la Traduction,
Paris:
Gallimard, 1973.
_______.
Poésie sans réponse.
Paris: Gallimard, 1978.
_______.
Poétique du traduire
. Paris: Verbier, 1999.
MILTON, John et TORRES, Marie
-
Hélène.
Cadernos de tradução n. 3.
Florianópolis.
PGET/UFSC, 2001
.
_______.
Cadernos de traduão n. 11
.
Florianópolis: PGET/UFSC, 2003.
NUCLEO DE TRADUÇÃO
. Clássicos da teoria da tradução.
v.1. Florianópolis: UFSC,
2001.
_______.
Clássicos da teoria da tradução.
v. 2.
Florianópolis: UFSC, 2004.
OUSTINOFF, Michael.
La traduction
.
Paris: PUF, 2003.
PYM
,
Ant
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. Method in Translation History.
Manchester: St Jérome, 1998.
_______.
Pour une éthique du traducteur.
Aras: Artois Presses Université, 1997.
SCHLEIRMACHER, Frederich.
Des différentes méthodes du traduire.
Tradução de
Antoine Berman, Mauvezin. Paris:
Seuil, 1985.
STAËL, Germaine
.
De l'esprit des traductions
”, dans Oeuvres complètes
. Paris: Treuttel
et Wurtz, tome XVII, 1821.
TORRES, Marie
-
Hélène et MILTON, John.
Cadernos de tradução n. 3.
Florianópolis:
PGET/UFSC, 2001
.
_______.
Cadernos de traduão
n. 11.
Florianópolis: PGET/UFSC, 2003.
TORRES,
Marie
-
Hélène
. Variations sur l’étranger dans les lettres
: cent ans de
traductions françaises des lettres brésiliennes.
Arras: Artois Presses Université, 2004
.
TOURY, Gideon.
In Search of a Theory of Transla
tion
.
Tel Aviv: Porter Insolite, 1980.
VENUTI, Lawrence
.
A invisibilidade do tradutor.
São Paulo: PUC, 1995.
_______.
The translation studies reader
. Londres et New York: London Routledge, 2000.
_______.
Escândalos da tradução.
São Paulo: EDUSC, 2002.
6.
4 Autres
6.4.1 Dictionnaires et grammaires
Dictionnaire Français
-
portugais.
Paris: Larousse, 2001.
112
Dictionnaire Français
-
portugais.
Paris: Porto, 1999.
Dictionnaire Portugais
-
français.
Paris: Porto, 1999.
Dictionnaire Français.
Paris:
Robert, 2001.
Dictio
nnaire Français.
Paris: Larousse, 2002.
Dictionnaire Portugais
. Paris: Aurélio, 2004.
Dictionnaire des synonymes
. Paris: Larousse 2003.
Dictionnaire Houaiss verbos
.
São Paulo: Objetiva, 2004.
Grammaire française
.
Pairs: Librio, 2003.
Piéges et difficultés
de la langue française
. Paris: Bordas 1981.
Savoir conjuguer tous les verbes en français
.
Paris: Bordas 2002.
Dicionario de Lingüistica e Gramàtica
. Mattoso Camara Jr. Petrópolis: Vozes, 1984.
6.4.2 Théses
FERREIRA, Eliane.
Para traduzir o século XIX
: M
achado de Assis.
TORRES
,
Marie
-
Hélène
. Variations sur l’étranger dans les lettres
: cent ans de
traductions françaises des lettres brésiliennes
. Leuven
: KUL, 2001.
6.4.3 Bibliographie virtuelle
Biblioteca Nacional
www.b
n.br
.
Biblioteca da UFSC
www.bu.ufsc.br
.
Centre National du livre www.centrenationaldulivre.fr
Unesco www.unesco.org
Virtual Books on line http://virtualbooks.terra.com.br
6.4.4 Editeurs
FNAC:
www.fnac.com.br
Metailié Paris:
www.metailie.info.com.fr
UFSC:
www.edufsc.com.br
USP:
www.edusp.com.br
113
6.4.5 Outils de recherche
Google Brésil:
www.google.com.br
Google France:
www.google.fr
6.4.6 Logiciels
Windows XP Professionnel
Word 10.0
Aurelio version 3.0
Omni Page
Pro 9.0
Acrobat Writer 5.0
6.4.7 Assistance des traducteurs français
Société Française des Traducteurs
(SFT):
www.sft.fr
Association des Traducteurs de Langue Française (ATLF):
www.
atlf.org
114
114
ANNEXE
LA CARTOMANCIENNE
: TEXTE ORIGINAL
ET LES DEUX TRADUCTI
ONS
A CARTOMANTE
Machado de Assis
São Paulo, 1873
LA
CARTOMANCIENNE
Traduction de Maryvonne
Lapouge
Paris, 1987
LA
CARTOMANCIENNE
Traduction de
Florence Gaillard
Florianópolis
, 2005
1 Hamlet observa a Horácio
que há mais coisas no céu e
na terra do que sonha a nossa
filosofia. Era a mesma
explicação que dava a bela
Rita ao moço Camilo, numa
sexta
-
feira de novembro de
1869, quando este ria dela,
por ter ido na véspera
consulta
r uma cartomante; a
diferença é que o fazia por
outras palavras.
Hamlet fait
à
Horacio cette
observation qu'il y a dans le ciel
et sur terre infiniment plus de
choses que n'en peut rêver notre
philosophie. C'est ce même
raisonnement que tenait la belle
R
ita au jeune Camilo, un
vendredi de novembre 1869,
tandis que celui
-
ci se moquait
parce qu'elle était allée la veille
consulter une cartomancienne ;
la différence est qu'elle le faisait
dans un autre langage.
Hamlet fait observer à Horacio
qu’il y a plus
de choses dans le
ciel et sur la terre que n’en rêve
notre philosophie. C’était la
même explication que donnait la
belle Rita au jeune Camilo, un
vendredi de novembre 1869,
alors que celui
-
ci riait d’elle,
pour avoir été la veille consulter
une cartomancie
nne
; la
différence est qu’elle le faisait
en d’autres termes.
2
Ria, ria. Os homens são
assim; não acreditam em
nada. Pois saiba que fui, e
que ela adivinhou o motivo
da consulta, antes mesmo
que eu lhe dissesse o que era.
Apenas começou a botar as
ca
rtas, disse
-
me: “ A senhora
gosta de uma pessoa... ”
Confessei que sim, e então
ela continuou a botar as
cartas, combinou
-
as, e no
fim declarou
-
me que eu
tinha medo de que você me
esquecesse, mas que não era
verdade...
-
Ris, allez ris
! C'est bien d'un
h
omme, vous ne croyez
à
rien !
Sache, oui, que j'y suis allée, et
qu'elle a deviné la raison de la
consultation avant même que je
lui dise ce qui m'amenait. A
peine avait
-
elle commencé à
battre les cartes, “ Vous aimez
quelqu'un... “ m'a
-
t
-
elle dit. J'ai
av
oué que oui, et elle a continué
alors à
battre les cartes, elle a
disposé le jeu devant elle, et à la
fin elle m'a déclaré que je
craignais que tu m'oublies, mais
que je me trompais.
-
Ris, ris donc. Les hommes sont
ainsi; ils ne croient en rien. Eh
bien
sache que j’y suis allée, et
qu’elle a deviné l’objet de ma
consultation, avant même que je
lui dise de quoi il s’agissait. A
peine a
-
t
-
elle commencé à poser
les cartes, qu’elle m’a dit “
Vous
aimez quelqu’un…
” J’ai
reconnu que oui et alors elle a
contin
ué à poser les cartes, à les
arranger, et finalement elle m’a
déclaré que j’avais peur que tu
m’oublies, mais que ce n’était
pas vrai…
3
Errou! interrompeu
Camilo, rindo.
Não diga isso, Camilo.
-
Elle s'est trompée, l'interrompit
Camilo, en riant.
-
Ne dis pas cela, Camilo, si tu
-
Elle s’est trompée! Interrompit
Camilo en riant.
-
Ne dis pas ça, Camilo. Si tu
115
115
Se você soubesse como eu
tenho andado, por sua causa.
Vo
cê sabe; já lhe disse. Não
ria de mim, não ria...
savais combien j'ai dû marcher
à
cause de toi. Je te l'ai dit déjà dit
et tu le sais. Ne ris pas, je te prie,
ne ris
pas de moi.
savais par quoi je suis passée, à
cause de toi. Tu sais
; je te l’ai
déjà dit. Ne ris pas de moi, ne ris
pas…
4 Camilo pegou
-
lhe nas
mãos, e olhou para ela sér
io
e fixo. Jurou que lhe queria
muito, que os seus sustos
pareciam de criança; em
todo o caso, quando tivesse
algum receio, a melhor
cartomante era ele mesmo.
Depois, repreendeu
-
a; disse
-
lhe que era imprudente andar
por essas casas.
Vilela podia
sabê
-
lo, e
depois...
Camilo lui prit les mains, et la
regarda, sérieux, intense,
protestant qu'il la chérissait, que
ses frayeurs étaient celles d'un
enfant
; si de telles craintes la
reprenaient, la meilleure
cartomancienne en tout cas,
c'était encore lui. Puis il
la
sermonna, lui représenta quelle
imprudence c’était d'aller dans
ce genre de maison. Si Vilela
venait à l'apprendre... La suite...
Camilo lui prit les mains, et la
regarda fixement d’un air grave.
Il lui jura qu’elle était tout pour
lui, que ses peurs
ressemblaient
à celles d’un enfant; et que dans
tous les cas, quand elle avait
quelque crainte, la meilleure
cartomancienne c’était lui.
Ensuite, il la réprimanda
; lui dit
qu’il était imprudent de se
rendre dans ce type de maisons.
Vilela pouvait le savoi
r, et
ensuite…
5
Qual saber! tive muita
cautela, ao entrar na casa.
Onde é a casa?
Aqui perto, na
Rua da
Guarda Velha
; não passava
ninguém nessa ocasião.
Descansa; eu não sou
maluca.
Camilo riu outra vez:
Tu cr
ês deveras nessas
coisas? perguntou
-
lhe.
-
Venait à apprendre quoi
? J'ai
fait très attention en arrivant
devant la maison.
-
Où se trouve
-
t
-
elle
?
-
Tout près d'ici, dans la rue da
Guarda Velha. Il ne passait
personne quand je suis entrée
dans la maison.
Rassure
-
toi, je
ne suis pas folle.
-
Tu crois à ces choses,
vraiment
? demanda Camilo, et
son rire le reprit.
-
Savoir quoi! J’ai fait très
attention en entrant dans la
maison.
-
Où est la maison
?
-
Près d’ici, dans la rue de la
Guarda Velha; il n’y ava
it
personne à ce moment là. Sois
tranquille
; je ne suis pas folle.
Camilo rit de nouveau:
-
Tu crois vraiment à ces choses
? lui demanda
-
t
-
il.
6 Foi então que ela, sem
saber que traduzia Hamlet
em vulgar, disse
-
lhe que
havia muita coisa misteriosa
e ver
dadeira neste mundo. Se
ele não acreditava,
paciência; mas o certo é que
a cartomante adivinhara
tudo. Que mais? A prova é
que ela agora estava
tranqüila e satisfeita.
Ce fut alors que, sans savoir
qu’elle traduisit Hamlet en
langage commun, elle lui dit
qu’il y avait bien de choses
mystérieuses et vraies dans ce
monde. S’il n’y croyait pas, tant
pis
; mais le fait est que la
cartomancienne avait tout
deviné. Quoi de plus
? La preuve
en est qu’elle était à présent
tranquille et satisfaite.
Ce fut alors qu
e, sans le savoir,
elle traduisait Hamlet en langage
commun, lui disant qu’il y avait
beaucoup de choses
mystérieuses et vraies dans ce
monde. S’il n’y croyait pas, tant
pis
; mais le fait est que la
cartomancienne avait tout
deviné. Quoi de plus
? La preu
ve
en est qu’elle était à présent
paisible et satisfaite.
7 Cuido que ele ia falar, mas
reprimiu
-
se. Não queria
arrancar
-
lhe as ilusões.
Também ele, em criança, e
ainda depois, foi
supersticioso, teve um
arsenal inteiro de crendices,
que a mãe lhe incuti
u e que
aos vinte anos
Elle crut qu'il allait ajouter
quelque chose, mais il se retint.
Il ne voulait pas lui arracher ses
illusions. Lui aussi, enfant, et
plus tard encore, avait été
superstitieux et victime de tout
un arsenal de croyances, que sa
mère lui avait inculquées et
qui
avaient disparu vers sa
Elle crut qu’il allait parler, mais
il se retint. Il ne voulait pas lui
ôter ses illusions. Lui aussi,
enfant, et encore après, était
superstitieux, il avait tout un
arsenal de croyances, que sa
mère lui avait inculquées et qui
vers vingt ans avaient disparues.
Le jour où il laissa tomber toute
116
116
desapareceram. No dia em
que deixou cair toda essa
vegetação parasita, e ficou só
o tronco da religião, ele,
como tivesse recebido da
mãe ambos os ensinos,
envolveu
-
os na mesma
dúvida, e logo depois em
uma só negação total.
Camilo nã
o acreditava em
nada. Por quê? Não poderia
dizê
-
lo, não possuía um só
argumento; limitava
-
se a
negar tudo. E digo mal,
porque negar é ainda
afirmar, e ele não formulava
a incredulidade; diante do
mistério, contentou
-
se em
levantar os ombros, e foi
andando.
vingtième année. Le jour où il
laissa choir toute cette
végétation parasite, et qu'il
n'était plus resté que le tronc de
la religion, comme il avait reçu
de sa mère les deux
enseignements, il les enveloppa
dans le même soupçon,
et
bientôt dans la même et totale
négation. Camilo ne croyait à
rien. Pourquoi
? Il n'aurait su le
dire, il n'avait aucun .argument
;
il se contentait de tout nier. Et je
m'exprime mal, car nier c'est
encore affirmer, lui n'eut pas
même formulé son incréd
ulité
;
face au mystère, il se contentait
de hausser les épaules, et passait
son chemin.
cette végétation parasite, et qu’il
resta uniquement le tronc de la
religion, comme il avait reçu de
sa mère les deux enseigne
ments,
il les enveloppa du même doute,
et peu de temps après dans une
seule négation totale. Camilo ne
croyait en rien. Pourquoi
? Il
n’aurait pu le dire, il n’avait pas
le moindre argument; il se
limitait à tout nier. Et je
m’exprime mal, parce que nier
e
st encore affirmer, et il
n’exprimait pas son incrédulité
;
face au mystère, il se contentait
de hausser les épaules, et
poursuivait son chemin.
8 Separaram
-
se contentes,
ele ainda mais que ela. Rita
estava certa de ser amada;
Camilo, não só o estava, ma
s
via
-
a estremecer e arriscar
-
se
por ele, correr às
cartomantes, e, por mais que
a repreendesse, não podia
deixar de sentir
-
se
lisonjeado. A casa do
encontro era na antiga Rua
dos
Barbonos
, onde morava
uma comprovinciana de
Rita. Esta desceu pela Rua
das
Mangueiras
, na direção
de Botafogo, onde residia;
Camilo desceu pela da
Guarda Velha, olhando de
passagem para a casa da
cartomante.
Ils se séparèrent ravis, lui encore
plus qu'elle. Rita avai
t la
conviction d'être aimée
; cette
conviction, non seulement
Camilo l'avait, mais il la voyait
trembler, prendre des risques à
cause de lui, courir chez les
cartomanciennes
; et il avait
beau la sermonner, il ne pouvait
s'empêcher de se sentir flatté. La
maison de leur rendez
-
vous était
située dans l'ancienne rue dos
Barbonos, où demeurait une
payse de Rita. Celle
-
ci prit par la
rue das Mangueiras pour
descendre en direction de
Botafogo, où elle habitait
;
Camilo descendit par la rue da
Guarda Velha en le
vant les yeux
au passage pour voir la maison
de la cartomancienne.
Ils se séparèrent satisfaits, lui
encore plus qu’elle. Rita était
sûre d’être aimée
; Camilo, non
seulement l’était, mais la voyait
trembler et prendre des risques
pour lui, courir les
car
tomanciennes, et il avait beau
la réprimander, il ne pouvait
s’empêcher de se sentir flatté. Le
lieu de leur rencontre se trouvait
dans l’ancienne rue des
Barbonos, où habitait une payse
de Rita. Celle
-
ci descendit par la
rue des Mangueiras en direction
de
Botafogo, où elle résidait
;
Camilo descendit par celle de la
Guarda Velha, regardant au
passage la maison de la
cartomancienne.
9 Vilela, Camilo e Rita, três
nomes, uma aventura e
nenhuma explicação das
origens. Vamos a ela. Os
dois primeiros eram amig
os
de infância. Vilela seguiu a
carreira de magistrado.
Camilo entrou no
funcionalismo, contra a
vontade do pai, que queria
-
lo médico; mas o pai
morreu, e Camilo preferiu
Villela
, Camilo et Rita, trois
noms, une aventure,
mais dont
nous n'avons encore rien dit.
Reprenons par le
commencement. Les deux
premiers étaient amis d'enfance.
Vilela avait embrassé la carrière
de magistrat
; Camilo était entré
dans la fonction publique, contre
la volonté de son père qui eut
souhaité
le voir médecin
; mais
le père était mort, et Camilo
Vilela, Camilo et Rita, trois
noms, une aventure et aucun
e
explication sur les origines.
Voyons ce qu’il en est. Les deux
premiers étaient des amis
d’enfance. Vilela fit une carrière
de magistrat. Camilo entra dans
la fonction publique, contre la
volonté de son père, qui voulait
qu’il soit médecin
; mais le père
mourut, et Camilo préféra n’être
plus rien, jusqu’à ce que sa mère
117
117
não ser nada, até que a mãe
lhe arranjou um emprego
público. No princípio de
1869,
voltou Vilela da
província, onde casara com
uma dama formosa e tonta;
abandonou a magistratura e
veio abrir banca de
advogado. Camilo arranjou
-
lhe casa para os lados de
Botafogo, e foi a bordo
recebê
-
lo.
avait préféré n'être rien, jusqu'au
jour où sa mère réussit à lui faire
attribuer un emploi dans
l'administration. Dans les débuts
de 1869, Vilela revint de sa
province, où il avait épousé une
femme ravi
ssante et un peu
folle
; il abandonna la
jurisprudence pour ouvrir à Rio
de Janeiro un cabinet d'avocat.
Camilo trouva pour lui une
maison du côté de Botafogo, où
il fut l’accueillir à son arrivée.
lui trouve un emploi de
fonctionnaire. Début 1869,
Vilela revint de sa province, où
il s’était marié avec une femme
belle et un peu folle
; il
abandonna la magistrature et
vint ouvrir une
étude d’avocat.
Camilo lui trouva une maison
près de Botafogo, et vint
l’accueillir à son arrivée.
10
É o senhor? exclamou
Rita, estendendo
-
lhe a mão.
Não imagina como meu
marido é seu amigo; falava
sempre do senhor.
Camilo e Vilela olharam
-
se
com ter
nura.
Eram amigos
deveras.
-
Alors, c'est vous
? l’interrogea
Rita en lui tendant la
main. Vous
n'imaginez pas quel ami vous
avez en mon mari
; il ne cessait
de me parler de vous.
Camilo et Vilela se dévisagèrent
avec tendresse. C'était deux vrais
amis.
-
Alors c’est vous? s’exclama
Rita, en lui tendant la main.
Vous n’imaginez pas à quel
point mon mari vous a en
amitié
; il ne cessait de parler de
vous.
Camilo et Vilela se regardèrent
avec tendresse. C’étaient de
vrais amis.
11 Depois, Camilo
confessou
de si para si que a
mulher do Vilela não
desmentia as cartas do
marido. Realmente, era
graciosa e viva nos gestos,
olhos cálidos, boca fina e
interrogativa. Era um pouco
mais velha que ambos:
contava trinta anos, Vilela
vinte e nove e Camilo vinte e
seis.
Entretanto, o porte
grave de Vilela fazia
-
o
parecer mais velho que a
mulher, enquanto Camilo era
um ingênuo na vida moral e
prática. Faltava
-
lhe tanto a
ação do tempo, como os
óculos de cristal, que a
natureza põe no berço de
alguns para adiantar os anos.
Nem experiência, nem
intuição.
Par la suite, Camilo dut s'avouer
que la femme de Vilela ne
démentait pas les missives de
son époux. Réellement, elle
avait les manières vives et
gracieuses, l'oeil chaud, et la
bouche, qu'elle avait fine, un pli
interrogat
eur. Elle était
légèrement plus âgée, trente ans,
que les deux amis
; Vilela en
avait vingt
-
neuf et Camilo vingt
-
six. L'allure grave, toutefois, de
Vilela le faisait paraître plus âgé
que sa femme. Quant
à
Camilo,
tant pour la vie morale que dans
la vie pr
atique, c'était un parfait
ingénu. Le poids des années lui
faisait défaut, et il lui manquait
tout autant ces lunettes de cristal
que la nature, parfois prévenante
pose dès le berceau, pour
suppléer à l'action du temps. Pas
un gramme d'expérience, pas la
m
oindre intuition.
Ensuite, Camilo reconnut que la
femme de Vilela ne démentait
pas les lettres de son mari. Elle
était réellement gracieuse et ses
gestes vifs, ses yeux ardents, sa
bouche fine et interrogative. Elle
était un peu plus âgée qu’eux
:
elle av
ait trente ans, Vilela vingt
neuf et Camilo vingt six.
Néanmoins, l’allure grave de
Vilela le faisait paraître plus âgé
que sa femme, tandis que
Camilo était un ingénu tant dans
la vie morale que pratique. Il lui
manquait autant le poids des
années que les
lunettes de
cristal, que la nature met dans le
berceau de certains pour hâter
l'action du temps. Ni expérience,
ni intuition.
12 Uniram
-
se os três.
Convivência trouxe
intimidade. Pouco depois
morreu a mãe de Camilo, e
nesse desastre, que o foi, os
dois
mostraram
-
se grandes
Ils devinrent tous les trois
inséparables. La convivialité
entraîna l'intimité. Peu de temps
après
la mère de Camilo mourut
et le couple
à
l'occasion de ce
désastre révéla des trésors
Les trois s’
unirent. La proximité
engendra l’intimité. Peu après la
mère de Camilo mourut, et dans
l’épreuve que cela fut, ils se
montrèrent tous deux de grands
amis pour lui. Vilela se chargea
118
118
amigos dele. Vilela cuidou
do enterro, dos sufrágios e
do inventário; Rita tratou
especialmente do coração, e
ninguém o faria melhor.
d'amitié. Vilela se chargea de la
sépulture, des funérailles et de la
succession
; Rita se préoccupa
plus spécialement du coeur, et
nul n'eut su mieux faire.
de l’enterrement, des funérailles
et de la succession
; Rita prit
plus par
ticulièrement soin de son
cœur, et personne n’aurait pu
mieux faire.
13 Como daí chegaram ao
amor, não o soube ele nunca.
A verdade é que gostava de
passar as horas ao lado dela;
era a sua enfermeira moral,
quase uma irmã, mas
principalmente era mulher e
bonita. Odor
di femmina:
eis
o que ele aspirava nela, e em
volta dela, para incorporá
-
lo
em si próprio. Liam os
mesmos livros, iam juntos a
teatros e passeios. Camilo
ensinou
-
lhe as damas e o
xadrez e jogavam às noites;
ela mal
ele, para lhe
ser agrad
ável, pouco menos
mal. Até aí as coisas. Agora
a ação da pessoa, os olhos
teimosos de Rita, que
procuravam muita vez os
dele, que os consultavam
antes de o fazer ao marido,
as mãos frias, as atitudes
insólitas. Um dia, fazendo
ele anos, recebeu de Vilela
u
ma rica bengala de
presente, e de Rita apenas
um cartão com um vulgar
cumprimento a lápis, e foi
então que ele pôde ler no
próprio coração; não
conseguia arrancar os olhos
do bilhetinho. Palavras
vulgares; mas há
vulgaridades sublimes, ou,
pelo menos, dele
itosas. A
velha caleça de praça, em
que pela primeira vez
passeaste com a mulher
amada, fechadinhos ambos,
vale o carro de Apolo. Assim
é o homem, assim são as
coisas que o cercam.
Comment, de là
,
ils en arrivèrent
à
l'amour, Camilo ne parvint
jamais à
le
débrouiller. La vérité
est qu'il adorait passer les heures
en sa compagnie
; elle était son
infirmière, presque une soeur,
sur le plan moral, mais surtout
elle était femme et ravissante.
Odor di femina
: voici ce dont
à
son contact et en sa compagnie il
s
e grisait. Ils lisaient les mêmes
livres, allaient ensemble en
promenade ou au théâtre.
Camilo lui apprit
à
jouer aux
échecs et aux dames,
à
quoi ils
employaient leurs soirées,
jouant, elle mal, et lui, pour lui
être agréable, un peu moins mal.
Ceci pour c
e qu'il en est des
occupations. Maintenant
s'agissant des personnes, les
yeux insistants de Rita, qui
cherchaient souvent les siens,
qui les consultaient avant d'en
faire autant envers son mari, ses
mains froides, ses
comportements insolites,
aidèrent
à
la
chose. Un jour,
à
l'occasion de son anniversaire, il
reçut de Vilela en cadeau une
canne somptueuse, et de Rita un
simple carton avec de vulgaires
félicitations au crayon, et c'est
alors qu'il put lire dans son
propre coeur. Il ne parvenait
à
détacher les
yeux du petit billet.
Quelques simples mots,
vulgaire
; mais il est des
vulgarités sublimes ou, tout au
moins, délectables. La vieille
calèche de place où vous vous
êtes pour la première fois
promené avec la femme aimée,
à
l'abri tous les deux des regards
indiscrets, vaut le char
d'Apollon. Tel est l'homme,
telles sont les choses qui
l'entourent.
Comment de la en arrivèrent
-
ils
à l’amour, il ne le sut jamais. La
vérité est qu’il aimait passer des
heures à ses côtés
; elle était son
infirmière morale, pres
que une
soeur, mais surtout elle était
femme et belle. L’odeur
di
femmina
: c’est cela qu’il
respirait en elle, et autour d’elle,
pour la faire pénétrer en lui. Ils
lisaient les mêmes livres, allaient
ensemble au théâtre et en
promenade. Camilo lui apprit
à
jouer aux dames et aux échecs et
ils jouaient le soir
;
-
elle mal
lui, pour lui être agréable, un
peu moins mal. Voilà pour ce
qui est des faits. Maintenant
passons aux personnes, les yeux
obstinés de Rita, qui
recherchaient souvent les siens,
qui les
consultaient avant de
faire de même avec son mari, ses
mains froides, ses attitudes
insolites. Un jour, pour son
anniversaire, il reçut de Vilela
une superbe canne en câdeau et
de Rita seulement une carte avec
un simple mot au crayon, et ce
fut alors qu’i
l put lire dans son
propre cœur
; il ne parvenait pas
à détacher les yeux du petit
billet. Des mots banals
; mais il
est des banalités sublimes, ou
pour le moins, délectables. La
vieille calèche de place, dans
laquelle pour la première fois on
se promène a
vec la femme
aimée, serrés l’un contre l’autre,
vaut le char d’Apollon. Ainsi est
l’homme, ainsi sont les choses
qui l’entourent.
119
119
14 Camilo quis sinceramente
fugir, mas já não pôde. Rita,
como uma serpente, foi
-
se
acercando dele, envolveu
-
o
todo, fez
-
lhe
estalar os ossos
num espasmo, e pingou
-
lhe o
veneno na boca. Ele ficou
atordoado e subjugado.
Vexame, sustos, remorsos,
desejos, tudo sentiu de
mistura; mas a batalha foi
curta e a vitória delirante.
Adeus, escrúpulos! Não
tardou que o sapato se
acomodass
e ao pé, e aí
foram ambos estrada fora,
braços dados, pisando
folgadamente por cima de
ervas e pedregulhos, sem
padecer nada mais que
algumas saudades, quando
estavam ausentes um do
outro. A confiança e estima
de Vilela continuavam a ser
as mesmas.
Camilo
tenta sincèrement de
fuir, mais déjà il ne le pouvait
plus. Rita, tel un serpent, se lova
autour de lui, l'enveloppa sans
retour, elle lui fit craquer les os
dans un spasme et lui distilla son
venin dans la bouche. Il en
demeura ahuri, subjugué.
Hontes, c
raintes, remords,
désirs, tout cela il l'éprouva,
dans la confusion. Mais la
bataille fut brève, et la victoire
un délire. Adieu scrupules
! La
chaussure ne fut pas longue
à
se
faire au pied. Et nos deux
tourtereaux prirent la route, bras
dessus bras desso
us, foulant
allégrement les herbes et les
cailloux, sans éprouver mieux
que des accès de vague à l'âme
lorsqu'ils étaient absents l'un de
l'autre. La confiance et l'estime
de Vilela se maintenaient,
pareilles
à
elles
-
mêmes.
Camilo voulut sincèrement
s’enf
uir, mais il ne le pouvait
déjà plus. Rita, comme un
serpent, s’enroula autour de lui,
l’enveloppa entièrement, lui fit
craquer les os dans un spasme, et
lui déversa son venin dans la
bouche. Il resta abasourdi et
subjugué. Honte, peurs, remords,
désirs, i
l ressentit tout à la fois
;
mais la bataille fut courte et la
victoire délirante. Adieu
scrupules
! La chaussure ne
tarda pas à se faire au pied et les
voilà tous deux partis en chemin,
se donnant le bras, marchant
allégrement par
-
dessus herbes et
caillou
x sans ressentir rien de
plus que quelques accès de
nostalgie lorsqu’ils étaient
éloignés l’un de l’autre. La
confiance et l’estime de Vilela
restaient égales.
15 Um dia, porém, recebeu
Camilo uma carta anônima,
que lhe chamava imoral e
pérfido, e dizia
que a
aventura era sabida de todos.
Camilo teve medo, e, para
desviar as suspeitas,
começou a rarear as visitas à
casa de Vilela. Este notou
-
lhe as ausências. Camilo
respondeu que o motivo era
uma paixão frívola de rapaz.
Candura gerou astúcia. As
ausênci
as prolongaram
-
se, e
as visitas cessaram
inteiramente. Pode ser que
entrasse também nisso um
pouco de amor
-
próprio, uma
intenção de diminuir os
obséquios do marido para
tornar menos dura a
aleivosia do ato.
Un jour, pourtant, Camilo reçut
une lettre anony
me qui le traitait
d'homme perfide et immoral, et
précisait que la ville entière était
au courant de l'idylle. Camilo
prit peur et pour écarter les
soupçons commença
à
espacer
ses visites au domicile de Vilela.
Celui
-
ci lui ayant signalé ce
manque soudain
d'assiduité, il
invoqua un fol et frivole
engouement de jeune homme.
L'innocence engendra la ruse.
Les absences se prolongèrent, et
les visites cessèrent totalement.
Y aida peut
-
être l’arrière
-
pensée
d'échapper ainsi aux bontés du
mari, et le souci de rend
re la
traîtrise moins violente.
Un jour, pourtant, Camilo reçut
une lettre anonyme qui le traitait
d’immoral et de perfide, et disait
que son aventure était connue de
tous. Camilo eut peur, et, pour
écarter les soupçons, il
commença à espacer ses visites
à
la maison de Vilela. Celui
-
ci lui
fit remarquer ses absences.
Camilo répondit que le motif en
était une passion frivole de jeune
homme. L’innocence engendra
l’astuce. Les absences se
prolongèrent, et les visites
cessèrent complètement. Peut
-
être y avait
-
il aussi en cela un
peu d’amour propre, une
intention de diminuer les faveurs
du mari pour rendre moins dure
la perfidie de l’acte.
16 Foi por esse tempo que
Rita, desconfiada e medrosa,
correu à cartomante para
consultá
-
la sobre a
verdadeira causa do
pr
ocedimento de Camilo.
C'est vers cette époque
que Rita,
méfiante et préoccupée, courut
chez la cartomancienne pour
entendre le véritable motif de
l'attitude de Camilo. Nous avons
vu que la cartomancienne lui
Ce fut à cette époque que Rita,
méfiante et apeurée, se rendit
chez la cartomancienne pour la
consulter sur la v
éritable cause
du comportement de Camilo.
Nous avons vu que la
120
120
Vimos que a cartomante
restituiu
-
lhe a confiança e
que o rapaz repreendeu
-
a por
ter feito o que fez. Correram
ainda algumas semanas.
Camilo recebeu mais duas
ou três cartas anônimas tão
apaixonadas, que não
podiam ser advertência da
v
irtude, mas despeito de
algum pretendente; tal foi a
opinião de Rita, que, por
outras palavras mal
compostas, formulou este
pensamento:
a virtude é
preguiçosa e avara, não gasta
tempo nem papel; só o
interesse é ativo e pródigo.
rendit confiance, et que le jeune
homme la gourmanda pour avoir
fait ce qu'elle avait fait.
Qu
elques semaines passèrent.
Camilo reçut encore deux ou
trois lettres anonymes, si
passionnelles qu'elles ne
pouvaient qu'être dictées non par
la vertu, mais par le dépit de
quelque prétendant
; tel fut le
sentiment de Rita, laquelle, en
termes maladroits,
proféra cet
adage
:
-
La vertu est paresseuse
et avare, elle ne dépenserait ni
papier ni temps
; l'intérêt seul
rend entreprenant et prodigue.
cartomancienne lui redonna
confiance et que le jeune homme
la réprimanda pour avoir fait ce
qu’elle avait fait. Quelques
semaines passèrent encore.
Camilo reçut deux ou trois
autres lettres ano
nymes
tellement enflammées, qu’elles
ne pouvaient pas être un
avertissement en faveur de la
vertu, mais issues du dépit de
quelque prétendant
; telle fut
l’opinion de Rita, qui, en termes
maladroits, formula cette
pensée
:
-
la vertu est paresseuse
et avar
e, elle ne perd pas de
temps ni de papier
; seul l’intérêt
est actif et prodigue.
17 Nem por isso Camilo
ficou mais sossegado; temia
que o anônimo fosse ter com
Vilela, e a catástrofe viria
então sem remédio.
Rita
concordou que era possível.
Mais Camilo
ne se rasséréna pas
pour autant
; il s'effrayait à l'idée
que l'auteur anonyme puisse
aller droit à Vilela, et la
catastrophe serait alors sans
remède. Rita fut elle aussi d'avis
que la chose pouvait se produire.
Camilo n’en demeura pas plus
tranquille p
our autant
; il
redoutait que l’auteur anonyme
aille voir Vilela, et la
catastrophe deviendrait alors
irrémédiable. Rita convint que
cela était possible.
18
Bem, disse ela; eu levo
os sobrescritos para
comparar a letra com as das
cartas que lá aparecer
em; se
alguma for igual, guardo
-
a e
rasgo
-
a...
-
Bon, dit
-
elle
; j'emporte les
enveloppes pour comparer les
écritures au cas où il arriverait
des lettres à la maison
; si j’en
remarque une semblable, je la
mets de côté et je la déchire...
-
Bien, dit
-
ell
e
; j’emporte les
enveloppes pour comparer
l’écriture avec celles des lettres
qui arriveront là
-
bas
; s’il y en a
une semblable, je la garde et je
la déchire…
19 Nenhuma apareceu; mas
daí a algum tempo Vilela
começou a mostrar
-
se
sombrio, falando pouco,
como desconfiado. Rita deu
-
se pressa em dizê
-
lo ao
outro, e sobre isso
deliberaram. A opinião dela
é que Camilo devia tornar à
casa deles, tatear o marido, e
pode ser até que lhe ouvisse
a confidência de algum
negócio particular. Camilo
divergia; aparecer
depois de
tantos meses era confirmar a
suspeita ou denúncia. Mais
valia acautelarem
-
se,
sacrificando
-
se por algumas
semanas. Combinaram os
meios de se corresponderem,
em caso de necessidade, e
Il n'arriva aucune lettre. Mais à
q
uelque temps de là, Vilela
commença à se montrer sombre,
taciturne, comme s'il se méfiait.
Rita s'empressa de rapporter la
chose à Camilo, et tous les deux
délibérèrent de la conduite à
adopter. Rita était d'avis que
Camilo reprenne ses visites, et
sonde l
e mari
; peut
-
être Vilela
lui ferait
-
il confidence de
quelque affaire ou préoccupation
particulière. Le jeune homme
n'était pas d'accord
: réapparaître
ainsi après tant de mois ne ferait
que confirmer ses soupçons ou
d'éventuelles délations. Mieux
valait s
e montrer prudent et faire
certains sacrifices pendant
quelques semaines. Ils
combinèrent comment, en cas de
Il n’en arriva aucune
; mais au
bout de quelque temps Vilela
commença à se montrer mo
rose,
parlant peu, comme méfiant.
Rita s’empressa de le dire à
Camilo et ils s’entretinrent sur le
sujet. Selon elle Camilo devait
retourner chez eux, sonder le
mari, et peut être irait
-
il jusqu’à
lui faire confidence de quelque
affaire particulière. Camil
o
n’était pas d’accord
; apparaître
après tant de mois c’était
confirmer les soupçons ou la
dénonciation. Mieux valait être
prudents, faire des sacrifices
pendant quelques semaines. Ils
se mirent d’accord sur les
moyens de correspondre, en cas
de nécessité
et se séparèrent en
larmes.
121
121
separaram
-
se com lágrimas.
nécessité, pouvoir correspondre,
et se séparèrent en larmes.
20 No dia seguinte, estando
na repartição, recebeu
Camilo este bilhete de
Vilela: “
Vem já, já, à nossa
casa, preciso falar
-
te sem
demora.
” Era mais de meio
-
dia. Camilo saiu logo; na
rua, advertiu que teria sido
mais natural
chamá
-
lo ao
escritório; por que em casa?
Tudo indicava matéria
especial, e a letra, fosse
realidade ou ilusão,
afigurou
-
se
-
lhe trêmula. Ele
combinou todas essas coisas
com a notícia da véspera.
Vem já, já, à nossa casa;
preciso falar
-
te sem demora,
re
petia ele com os olhos
no papel.
Le lendemain, au bureau, ce
billet de Vilela arriva pour
Camilo
: “
Viens, viens tout de
suite à la maison
; il faut que je
te parle au plus vite
”. Il était
plus de midi, Camilo sortit sur
-
le
-
champ
; dans la rue, il se fi
t la
remarque qu'il eut été plus
naturel de la part de Vilela de lui
demander de passer à son
cabinet
; pourquoi à la maison
?
Voila qui laissait supposer un
événement sortant de l'ordinaire
et, illusion ou réalité, l’écriture
sur le billet lui parut tremb
lée. Il
associa la chose aux nouvelles
de la veille.
-
Viens, viens tout de suite à la
maison
; il faut que je te parle au
plus vite, répétait
-
il, les yeux sur
le bristol.
Le lendemain, au bureau,
Camilo reçut ce mot de Vilela:
Viens tout de suite à la
maison,
je dois te parler sans attendre
”.
Il était plus de midi. Camilo
sortit sans tarder
; dans la rue, il
pensa qu’il aurait été plus
naturel de le faire venir au
bureau
; pourquoi à la maison
?
Tout indiquait qu’il s’agissait
d’un sujet particulier, e
t
l’écriture, fût
-
ce réalité ou
illusion, lui parût tremblée. Il
associa toutes ces choses avec la
nouvelle de la veille.
-
Viens tout de suite à la maison,
il faut que je te parle sans
attendre,
se répétait
-
il avec les
yeux sur le papier.
21 Imaginar
iamente, viu a
ponta da orelha de um
drama, Rita subjugada e
lacrimosa, Vilela indignado,
pegando da pena e
escrevendo o bilhete, certo
de que ele acudiria, e
esperando
-
o para matá
-
lo.
Camilo estremeceu, tinha
medo: depois sorriu amarelo,
e em todo caso re
pugnava
-
lhe a idéia de recuar, e foi
andando. De caminho,
lembrou
-
se de ir a casa;
podia achar algum recado de
Rita, que lhe explicasse tudo.
Não achou nada, nem
ninguém. Voltou à rua, e a
idéia de estarem descobertos
parecia
-
lhe cada vez mais
verossímil;
era natural uma
denúncia anônima, até da
própria pessoa que o
ameaçara antes; podia ser
que Vilela conhecesse agora
tudo. A mesma suspensão
das suas visitas, sem motivo
aparente, apenas com um
pretexto fútil viria confirmar
o resto.
L'oreille d'un drame p
ointa dans
son imagination
: Rita subjuguée
et pleurant, Vilela indigné,
prenant la plume et rédigeant le
billet, persuadé qu'il accourrait,
et l'attendant pour le tuer.
Camilo trembla, il avait peur
;
puis il rit jaune, reculer lui
répugnait et il décida
de
poursuivre. Sur le chemin, il lui
vint à l'idée de passer d'abord
chez lui; un billet de Rita
pouvait s'y trouver, qui
expliquerait tout. Rien ne
l'attendait, ni personne. Une fois
dehors, de nouveau il lui parut
plus que vraisemblable qu'ils
aient été
découverts, Rita et lui
:
rien de plus naturel
-
et sans
doute l'auteur n'était
-
il autre que
la personne qui l'avait tout
d'abord menacé
-
qu'une
dénonciation anonyme. Vilela, à
la même heure, était
probablement au courant de tout.
Et l'interruption de ses
propres
visites, sans raison évidente et
sur un
prétexte parfaitement
futile, ne pouvait qu'avoir
confirmé le reste.
Il vit poindre l’oreille d’un
drame dans son imagination,
Rita subjuguée et pleurant,
Vilela indigné, prenant une
plume et écrivant le b
illet,
certain qu’il accourrait, et
l’attendant pour le tuer. Camilo
frémit, il avait peur
: puis il rit
jaune, et dans tous les cas l’idée
de reculer lui répugnait, et il
continua à marcher. En chemin,
il pensa à passer chez lui
; il
pouvait y trouver que
lque
message de Rita, qui lui
expliquerait tout. Il ne trouva
rien ni personne. Il repartit, et
l’idée d’avoir été découverts lui
paraissait de plus en plus
vraisemblable
; c’était
naturellement une dénonciation
anonyme, probablement issue de
la personne q
ui l’avait menacée
précédemment
; il se pouvait que
Vilela connaisse à présent toute
la vérité. De même l’interruption
de ses visites, sans motif
apparent, seulement avec un
prétexte futile viendrait
confirmer le reste.
122
122
22 Camilo ia andando
inquieto e ne
rvoso. Não relia
o bilhete, mas as palavras
estavam decoradas, diante
dos olhos, fixas; ou então
o que era ainda pior
eram
-
lhe murmuradas ao
ouvido, com a própria voz de
Vilela. “ Vem já, já, à nossa
casa; precisa falar
-
te sem
demora.” Ditas assim, pel
a
voz do outro, tinham um tom
de mistério e ameaça. Vem,
já, já, para quê? Era perto de
uma hora da tarde. A
comoção crescia de minuto a
minuto. Tanto imaginou o
que se iria passar, que
chegou a crê
-
lo e vê
-
lo.
Positivamente, tinha medo.
Entrou a cogitar e
m ir
armado, considerando que,
se nada houvesse, nada
perdia, e a precaução era útil.
Logo depois rejeitava a
idéia, vexado de si mesmo, e
seguia, picando o passo, na
direção do Largo da Carioca,
para entrar num tílburi.
Chegou, entrou e mandou
seguir a tr
ote largo.
“ Quanto antes, melhor,
pensou ele; não posso estar
assim...”
Camilo se hâtait, inquiet,
nerveux. Il n'avait guère besoin
de relire le billet
; il en
connaissait chacun des termes
par coeur, ils se détachaient,
fixes, sous ses yeux
; ou bien
-
e
t
c'était encore pire
-
il les
entendait, murmurés à son
oreille, par la voix même de
Vilela
: “ Viens, viens tout de
suite à la maison
; il faut que je
te parle au plus vite. “ Prononcée
de la sorte, par la voix de l'autre,
la phrase revêtait un air de
me
nace et de mystère. Viens,
viens, pourquoi
? Il allait être
une heure de l'après
-
midi. Son
trouble, dû à la commotion,
augmentait de minute en
minute.
Son imagination lui représenta
tant et si bien ce qui allait se
passer qu'il finit par le croire et
le vo
ir. Il se surprit à songer qu'il
serait plus prudent de se
présenter armé
; il n'avait de
toute façon rien à perdre, si rien
ne se produisait, et la précaution
n'était pas inutile. La seconde
d'après, dégoûté de lui
-
même, il
repoussa cette idée et, pressan
t
le pas, continua vers le Largo da
Carioca pour monter dans un
tilbury. Une fois arrivé, il en
choisit un, demanda au cocher
de l'emmener bon train.
-
Plus vite arrivé, mieux ce sera,
se dit il. Je ne peux pas rester
dans cet état.
Camilo allait inquiet
et nerveux.
Il ne relut pas le billet, mais il en
connaissait les termes par cœur,
ils étaient en face de ses yeux
;
fixes
; ou alors
ce qui était
encore pire
ils lui étaient
murmurés à l’oreille par la
propre voix de Vilela. “
Viens
tout de suite à la
maison
; je dois
te parler sans attendre.
”. Dites
ainsi, par la voix de l’autre, elles
avaient un ton de mystère et de
menace. Viens tout de suite,
pourquoi faire
? Il était environ
une heure de l’après
-
midi. Le
trouble augmentait de minute en
minute. Il
imaginait tellement ce
qui allait se passer, qu’il finit par
y croire et le voir. Il avait
vraiment peur. Il envisagea d’y
aller armé, pensant que si rien ne
se passait, il ne perdrait rien, et
la précaution était conseillée.
Peu de temps après il rejetai
t
l’idée, honteux de lui
-
même, et
poursuivait, pressant le pas, en
direction du Largo da Carioca,
pour prendre un tilbury. Il arriva,
entra et lui demanda d’aller au
trot.
-
Plus vite arrivé, mieux ce sera,
pensa
-
t
-
il
: je ne peux pas rester
comme ça…
23
Mas o mesmo trote do
cavalo veio agravar
-
lhe a
comoção. O tempo voava, e
ele não tardaria a entestar
com o perigo. Quase no fim
da Rua da Guarda Velha, o
tílburi teve de parar; a rua
estava atravancada com uma
carroça, que caíra. Camilo,
em si mesmo, esti
mou o
obstáculo, e esperou. No fim
de cinco minutos, reparou
que ao lado, à esquerda, ao
pé do tílburi, ficava a casa da
Mais même le trot du cheval
aggrava encore son agitation. Le
temps volait et il allait devoir
sous peu affronter le danger.
Presque au bo
ut de la rue da
Guarda Velha, le tilbury fut
obligé de s'arrêter
; la rue était
bouchée par une carriole qui
s'était renversée. Camilo à part
lui se réjouit de l'obstacle, et
attendit. Cinq bonnes minutes
s'écoulèrent avant qu'il ne se
rende compte que la
maison sur
sa gauche, au pied du tilbury,
Mais même le trot du cheval vint
aggraver son trouble. Le temps
s’envolait, et il ne t
arderait pas à
affronter le danger. Presque au
bout de la rue de la Guarda
Velha, le tilbury dût s’arrêter
; la
rue était bouchée par une
charrette, qui s’était renversée.
Camilo, en lui
-
même, évalua
l’obstacle, et attendit. Au bout
de cinq minutes, il rem
arqua
qu’à côté, à gauche, à deux pas
du tilbury, se trouvait la maison
de la cartomancienne, celle que
123
123
cartomante, a quem Rita
consultara uma vez, e nunca
ele desejou tanto crer na
lição das cartas. Olhou, viu
as janelas fechadas, quando
todas as outras estavam
abertas e pejadas de curiosos
do incidente da rua.
Dir
-
se
-
ia
a morada do indiferente
Destino.
était celle de la cartomancienne,
chez laquelle Rita était allée
consulter une fois, et jamais de
sa vie il n'eut une aussi forte
envie de croire à la leçon des
cartes. Il regarda, vit les
persiennes fermées, alors
que
des gens se pressaient à toutes
les autres fenêtres, curieux de
l'incident survenu dans la rue.
On aurait cru la demeure du
Destin, indifférent aux aléas du
monde.
Rita avait une fois consultée, et
jamais il ne désira autant croire
au message des cartes. Il
regarda, vit les fenêtres fermées,
alors que toutes les au
tres étaient
ouvertes et pleines de curieux de
l’accident de la rue. On aurait dit
la demeure de l’indifférent
destin.
24 Camilo reclinou
-
se no
tílburi, para não ver nada. A
agitação dele era grande,
extraordinária, e do fundo
das camadas morais
emergiam
alguns fantasmas
de outro tempo, as velhas
crenças, as superstições
antigas. O cocheiro propôs
-
lhe voltar à primeira
travessa, e ir por outro
caminho; ele respondeu que
não, que esperasse. E
inclinava
-
se para fitar a
casa... Depois fez um gesto
incrédulo:
era a idéia de
ouvir a cartomante, que lhe
passava ao longe, muito
longe, com vastas asas
cinzentas; desapareceu,
reapareceu, e tornou a
esvair
-
se no cérebro; mas daí
a pouco moveu outra vez as
asas, mais perto, fazendo uns
giros concêntricos... Na rua,
g
ritavam os homens, safando
a carroça:
Anda! agora! empurra!
vá! vá!
Camilo se renversa à l'intérieur
du tilbury pour ne plus rien voir.
Son agitation était extrême,
extraordinaire. Des couches
enfouies de son intimité
émergeaient des fantasmes d'un
autr
e temps, les croyances
oubliées, les superstitions de
jadis. Le cocher lui proposa de
tourner dans la prochaine rue
transversale, et de continuer par
un autre chemin
; il répondit que
non, il préférait attendre. Et il se
pencha pour mieux observer la
maiso
n... Puis il ébaucha une
moue sceptique
: lointaine, très
lointaine, la pensée d'aller lui
aussi consulter la
cartomancienne lui traversa
l'esprit dans un long battement
d'ailes
; elle disparut, réapparut,
et puis s’évanouit dans son
cerveau
; mais très vi
te, de
nouveau les ailes s'agitèrent en
cercles concentriques. Dans la
rue, les hommes criaient en
redressant la carriole
:
-
Allons
-
y, poussez
! Oh hisse
!
Oh hisse
! ...
Camilo s’adossa dans le tilbury,
pour ne rien voir. Son agitation
était grande, ext
rême, et des
profondeurs de ses couches
morales émergeaient quelques
fantômes d’un autre temps, les
veilles croyances, les anciennes
superstitions. Le cocher lui
proposa de tourner à la première
rue transversale, et d’aller par un
autre chemin
; il répondi
t que
non, qu’il attende. Et il s’inclina
pour observer la maison… Il fit
ensuite une moue sceptique
:
c’était l’idée d’aller écouter la
cartomancienne, qui passait au
loin, très loin, avec de grandes
ailles argentées
; elle disparut,
réapparut, et finit p
ar se dissiper
dans le cerveau
; mais d’ici peu
elle agita de nouveau ses ailles,
plus près, faisant des cercles
concentriques… Dans la rue les
hommes criaient, dégageant la
carriole
:
-
Allons
-
y maintenant
! On
pousse
! Aller
! Aller
!
25 Daí a pouco es
taria
removido o obstáculo.
Camilo fechava os olhos,
pensava em outras coisas;
mas a voz do marido
sussurrava
-
lhe às orelhas as
palavras da carta: “ Vem, já,
já ...“ E ele via as contorções
do drama e tremia. A casa
olhava para ele. As pernas
queriam desce
r e entrar...
L'obstacle n'allait plus tarder à
être enlevé. Camilo fermait les
yeux, s'efforçant de penser à
autre chose
; mais la voix du
mari continuait, susurrant à ses
oreilles la phrase du peti
t billet
:
“ Viens, viens tout de suite… “
Et il voyait les convulsions du
drame et tremblait. La maison le
regardait. Ses jambes voulaient
descendre et entrer... Un long
D’ici peu l’
obstacle serait
enlevé. Camilo fermait les yeux,
il pensait à autre chose
; mais la
voix du mari lui susurrait aux
oreilles les mots de la lettre
:
Viens tout de suite…
”. Et il
voyait les scènes du drame et
trembla. La maison le regardait.
Ses jambes vo
ulaient descendre
et entrer… Camilo se trouva
face à un long voile opaque… Il
124
124
Camilo achou
-
se diante de
um longo véu opaco...
pensou rapidamente no
inexplicável de tantas coisas.
A voz da mãe repetia
-
lhe
uma porção de casos
extraordinários; e a mesma
frase do príncipe de
Dinamarca reboava
-
lhe
dentro: “ Hà mais coisas n
o
céu e na terra do que sonha a
filosofia...
“ Que perdia ele,
se...?
voile opaque descendit sur ses
yeux... L'inexplicable de toute
chose l'étreignit dans
un éclair.
La voix de sa mère lui répétait
quantité de choses
extraordinaires, et la phrase du
prince de Danemark résonnait,
insistante, au fond de lui
: “ Il y
a plus de choses dans le ciel et
sur terre... “ Et si..., qu'avait
-
il à
perdre
?
pensa rapidement au caractère
inexplicable de tant de choses.
La voix de sa mère lui répétait
une quantité de faits
extraordinaires, et la même
phrase du prince du Danemark
réso
nnait en lui
: “
il y a plus de
choses dans le ciel et sur la terre
que n’en rêve notre
philosophie
”. Que perdrait
-
il,
si…
?
26 Deu por si na calçada, ao
pé da porta; disse ao
cocheiro que esperasse, e
rápido enfiou pelo corredor,
e subiu a escada. A lu
z era
pouca, os degraus comidos
dos pés, o corrimão
pegajoso; mas ele não viu
nem sentiu nada. Trepou e
bateu. Não aparecendo
ninguém, teve idéia de
descer; mas era tarde, a
curiosidade fustigava
-
lhe o
sangue, as fontes latejavam
-
lhe; ele tornou a bater um
a,
duas, três pancadas. Veio
uma mulher; era a
cartomante. Camilo disse
que ia consultá
-
la, ela fê
-
lo
entrar. Dali subiram ao
sótão, por uma escada ainda
pior que a primeira e mais
escura. Em cima, havia uma
salinha, mal alumiada por
uma janela, que dava p
ara o
telhado dos fundos. Velhos
trastes, paredes sombrias, um
ar de pobreza, que antes
aumentava do que destruía o
prestígio.
Il se retrouva dans la rue, devant
la porte de la maison. Il dit au
cocher de l'attendre, enfila le
couloir, et monta l'escalie
r. La
lumière était rare, les marches
rongées par les pas, la rampe
poisseuse, mais il ne sentit, ne
vit rien. Il bondit jusqu'à l'étage
et frappa. Comme personne ne
venait, il pensa redescendre
;
mais il était trop tard
; la
curiosité le fustigeait, au pl
us
enfoui de lui tout frémissait
; de
nouveau il frappa, un, deux, trois
coups. Une femme apparut
:
c'était la cartomancienne. Elle le
fit entrer, le précéda, par un
escalier encore plus obscur, plus
délabré que le précédent,
jusqu'au grenier. Tout en haut
, il
y avait une petite pièce, mal
éclairée par une fenêtre donnant
par derrière sur les toits. Des
murs sombres, de vieux
meubles, un air de pauvreté
ajoutaient plus qu'ils
n'enlevaient à une atmosphère de
conjonction.
Il se trouva dans la rue, devant l
a
porte
; il dit au cocher qu’il
l’attende, et il franchit
rapidement le couloir et monta
l’escalier. Il y avait peu de
lumière, les marches usées par
les pas, la rampe poisseuse
;
mais il ne vit ni ne sentit rien. Il
monta et frappa. Comme
personne ne ven
ait, il pensa
redescendre, mais il était trop
tard, la curiosité lui rongeait le
sang, ses tempes battaient
: il
recommença à frapper un, deux,
trois coups. Une femme vint
;
c’était la cartomancienne.
Camilo lui dit qu’il venait la
consulter, elle le fit e
ntrer. De là
il montèrent dans les combles,
par un escalier encore pire que le
premier et plus obscur. En haut,
il y avait une petite salle, mal
éclairée par une fenêtre, qui
donnait sur le toit depuis le fond.
Des vieux objets, des murs
sombres, un air de
pauvreté, qui
augmentait plus qu’il n’en
détruisait l’attrait.
27 A cartomante fê
-
lo sentar
diante da mesa, e sentou
-
se
do lado oposto, com as
costas para a janela, de
maneira que a pouca luz de
fora batia em cheio no rosto
de Camilo. Abriu uma
gaveta e
tirou um baralho de
cartas compridas e
La cartomancienne le fit asseoir
devant la table et elle s'installa
du côté opposé, le dos à la
fenêtre, de manière que le peu de
lumière venant du dehors donne
en plein sur le visage de Camilo.
Elle ouvrit un tiroir, en tira
un
jeu de cartes, de grande taille et
très sales. Tandis qu'elle les
La cartomancienne le fit asseoir
face à la table, et elle s’assit du
côté opposé, dos à la fenêtre, de
sorte que le peu de lumière
extérieure directement
directement sur le visage de
C
amilo. Elle ouvrit un tiroir et
en retira un jeu de cartes longues
et sales. Tandis qu’elle les
125
125
enxovalhadas. Enquanto as
baralhava, rapidamente,
olhava para ele, não de rosto,
mas por baixo dos olhos. Era
uma mulher de quarenta
anos, italiana, morena e
magra, com grandes olhos
sonsos e agudos.
Voltou três
cart
as sobre a mesa, e disse
-
lhe:
battait, à toute vitesse, elle
l'observait, non pas franchement,
mais par en dessous. C'était une
femme dans la quarantaine,
brune et maigre, d'origine
italienne, avec de grands yeux
per
çants et retors. Elle retourna
trois cartes sur la table, et lui
dit
:
battaient, rapidement, elle le
regardait, pas de face, mais par
-
dessous. C’était une femme
d’une quarantaine d’années,
italienne, brune et maigre, avec
de grand
s yeux malicieux et
perçants. Elle retourna trois
cartes sur la table, et lui dit
:
28
Vejamos primeiro o
que é que o traz aqui. O
senhor tem um grande
susto...
Camilo, maravilhado, fez um
gesto afirmativo.
E quer saber, continuou
ela, se lhe acont
ecerá alguma
coisa ou não...
A mim e a ela, explicou
vivamente ele.
-
Voyons d'abord ce qui vous
amène. Vous êtes en proie à une
inquiétude affreuse.
Camilo, émerveillé, fit signe que
oui.
-
Et vous voudriez savoir,
poursuivit la femme, s'il va ou
non
vous arriver quelque chose...
-
Nous arriver, à elle et à moi.
-
Voyons d’abord ce qui vous
amène ici. Vous avez une grande
peur...
Camilo, émerveillé, fit un geste
affirmatif.
-
Et vous voulez savoir,
continua
-
t
-
elle, si il va vous
arriver quelque chose
ou non.
-
A moi et à elle, précisa
-
t
-
il
vivement.
29 A cartomante não sorriu;
disse
-
lhe só que esperasse.
Rápido pegou outra vez das
cartas e baralhou
-
as, com os
longos dedos finos, de unhas
descuradas; baralhou
-
as
bem, transpôs os maços,
uma, duas, três
vezes; depois
começou a estendê
-
las.
Camilo tinha os olhos nela,
curioso e ansioso.
La cartomancienne ne sourit pas.
Elle lui dit seulement d'attendre.
Reprenant les cartes, elle se mit
à les battre de ses longs doigts
fins, aux ongles négligés
; elle
le
s battit consciencieusement,
divisa le jeu, le reconstitua, une,
deux, trois fois, puis elle
commença à l'étaler sur la table.
Camilo suivait chacun de ses
gestes, anxieux, impatient.
La cartomancienne ne sourit
pas
; elle lui dit seulement qu’il
attende.
Rapidement elle prit de
nouveau les cartes et les battit,
avec ses longs doigts fins, aux
ongles négligés
; elle les battit
bien, mélangea les tas, une,
deux, trois fois
; ensuite elle
commença à les poser. Camilo
avait les yeux pausés sur elle,
curieux e
t anxieux.
30
As cartas dizem
-
me...
Camilo inclinou
-
se para
beber uma a uma as
palavras. Então ela declarou
-
lhe que não tivesse medo de
nada. Nada aconteceria nem
a um nem a outro; ele, o
terceiro, ignorava tudo. Não
obstante, era indispensável
muita
cautela; ferviam
invejas e despeitos. Falou
-
lhe do amor que os ligava, da
beleza de Rita... Camilo
estava deslumbrado. A
cartomante acabou, recolheu
as cartas e fechou
-
as na
gaveta.
-
Les cartes me disent...
Camilo s'inclina pour boire ses
paroles l'une a
près l'autre. Elle
lui déclara alors qu'il n'avait
aucunement à avoir peur. Il ne
leur arriverait rien ni à l'un ni à
l'autre
; le troisième ignorait
tout. Toutefois une prudence
accrue s'imposait
; l'envie et le
dépit bouillonnaient autour
d'eux. Elle lui
parla de l'amour
qui les unissait, de la beauté de
Rita... Camilo était fasciné.
Quand elle en eut terminé, la
cartomancienne ramassa les
cartes, les replaça dans le tiroir.
-
Les cartes me disent...
Camilo s’inclina pour boire ses
paroles unes à unes. E
lle lui
déclara alors qu’il n’avait rien à
craindre. Rien n’allait arriver ni
à l’un ni à l’autre
; lui, le
troisième, ignorait tout.
Cependant, une grande prudence
était nécessaire
; envies et dépits
bouillonnaient autour d’eux. Elle
lui parla de l’amour
qui les
unissaient, de la beauté de
Rita… Camilo était fasciné. La
cartomancienne termina,
ramassa les cartes et les remit
dans le tiroir.
31
A senhora restituiu
-
me
-
Vous m'avez rendu la paix de
-
Vous m’avez rendu la paix de
126
126
a paz ao espírito, disse ele
estendendo a mão por cima
da mesa e apertando a da
cartoma
nte.
Esta levantou
-
se, rindo.
Vá, disse ela; vá,
ragazzo
innamorato
...
l'esprit, dit Camilo en tendant la
main par dessus la table et en
serrant celle de la
cartomancienne.
Cette dernière se leva et, riant
:
-
Va, va, lui
dit
-
elle, ragazzo
innamorato.
l’esprit, dit
-
il en tendant la main
par dessus la table et en serrant
celle de la cartomancienne.
Celle
-
ci se leva, riant.
Va, lui dit
-
elle
; va
ragazzo
innamorato
32 E de pé, com o dedo
indi
cador, tocou
-
lhe na testa.
Camilo estremeceu, como se
fosse a mão da própria sibila,
e levantou
-
se também. A
cartomante foi à cômoda,
sobre a qual estava um prato
com passas, tirou um cacho
destas, começou a despencá
-
las e comê
-
las, mostrando
duas fileiras
de dentes que
desmentiam as unhas. Nessa
mesma ação comum, a
mulher tinha um ar
particular. Camilo, ansioso
por sair, não sabia como
pagasse; ignorava o preço.
Et, debout, elle lui tata le crâne
avec son index. Camilo frémit
comme touché par la main de l
a
sybille elle
-
même, et se leva
également. La cartomancienne
alla à la commode, sur laquelle
se trouvait une assiette contenant
des raisins secs, elle en prit une
grappe, se mit à détacher les
grains et à les manger, en
montrant deux rangées de dents
dont
la blancheur jurait avec les
ongles. Jusque dans cette
occupation des plus communes,
la cartomancienne avait un air
particulier
: Camilo, impatient
maintenant de s'en aller, ne
savait comment la rétribuer
; il
ignorait le tarif.
Et debout, avec l’index, e
lle lui
toucha le front. Camilo frémit,
comme si c’était la main de la
propre Sibylle, et se leva aussi.
La cartomancienne alla à la
commode, sur laquelle se
trouvait un plat de raisins secs,
elle en prit quelques uns,
commença à les égrainer et à les
mang
er, montrant deux rangées
de dents qui juraient avec les
ongles. Dans cet acte banal, la
femme avait un air singulier.
Camilo, pressé de partir, ne
savait pas comment payer
; il
ignorait le prix.
33
Passas custam
dinheiro, disse ele afinal,
tirando a
carteira. Quantas
quer mandar buscar?
Pergunte ao seu coração,
respondeu ela.
-
Ces raisins, dit
-
il au bout d'un
moment en sortant son
portefeuille, coûtent de l'argent.
Combien voulez
-
vous
1
en
envoyer chercher
?
-
Que ton coeur te le dise,
répondit
-
e
lle.
-
Les raisins secs coûtent de
l’argent, dit
-
il enfin, sortant son
portefeuille. Combien voulez
-
vous en envoyer chercher?
-
Demande à ton coeur,
répondit
-
elle.
34 Camilo tirou uma nota de
dez mil
-
réis, e deu
-
lha. Os
olhos da cartomante
fuzilaram.
O
preço usual era
dois mil
-
réis.
Camilo sortit un billet de dix
mille reis et les lui donna. Les
yeux de la cartomancienne
étincelèrent. Le tarif habituel
était de deux mille reis.
Camilo sortit un billet de dix
mille reis, et lui donna. Les yeux
de la car
tomancienne pétillèrent.
Le prix habituel était deux mille
reis.
35
Vejo bem que o
senhor gosta muito dela... E
faz bem; ela gosta muito do
senhor. Vá, vá, tranqüilo.
Olhe a escada, é escura;
ponha o chapéu...
-
Je vois combien vous l'aimez...
Et vous
faites bien
; elle vous
aime beaucoup. Allez, allez
tranquille. Attention dans
l'escalier, on n'y voit pas
beaucoup
; mettez votre
chapeau.
Je vois que vous l’aimez
beaucoup... Et vous faites bien
;
elle vous aime beaucoup. Allez,
allez, tranquille. Fait
es attention
dans l’escalier, il est sombre
;
mettez votre chapeau…
36 A cartomante tinha já
guardado a nota na algibeira,
e descia com ele, falando,
com um leve sotaque.
La cartomancienne avait déjà
glissé le billet dans son sac, et
elle descendait avec lui, en
parlant
avec un léger accent. Sur
La cartomancienne avait déjà
rangé le billet dans sa poche, et
descendit avec lui, parlant, avec
un léger accent. Camilo prit
127
127
Camilo despediu
-
se dela
embaixo, e desceu a escada
que levava à rua, enquanto a
car
tomante, alegre com a
paga, tornava acima,
cantarolando uma barcarola.
Camilo achou o tílburi
esperando; a rua estava livre.
Entrou e seguiu a trote largo.
le palier, Camilo prit congé et
descendit l'escalier qui menait à
la rue, tandis que la
cartomancienne, ravie de
l'argent, remontait en
chantonnant une barcarolle.
Camilo trouva le tilbury qui
attendait
; la rue était dégagée. Il
monta et l'attelage reprit le trot.
congé d’elle en bas, et descendit
l’escalier qui menait à
l’extérieur, tandis que la
cartoma
ncienne, satisfaite de son
gain, retournait en haut,
fredonnant une barcarolle.
Camilo trouva le tilbury qui
attendait
; la rue était déserte. Il
monta et poursuivit son chemin
au trot.
37 Tudo lhe parecia agora
melhor, as outras coisas
traziam outro asp
ecto, o céu
estava límpido e as caras
joviais. Chegou a rir dos
seus receios, que chamou
pueris; recordou os termos
da carta de Vilela e
reconheceu que eram íntimos
e familiares. Onde é que ele
lhe descobrira a ameaça?
Advertiu também que eram
urgentes, e
que fizera mal
em demorar
-
se tanto; podia
ser algum negócio grave e
gravíssimo.
Camilo était soulagé, les choses
lui apparaissaient sous un tout
autre jour, le ciel était limpide,
les visages réjouis. Bientôt il rit
de ses angoisses, qu'il traita de
puéri
les
; repensant aux termes
du billet de Vilela, il reconnut
que le ton en était intime et
familier. Où donc pouvait
-
il
avoir ressenti une menace
? La
lettre était urgente, et il n'avait
déjà, il se le reprocha, que trop
tardé. Peut
-
être s’agissait
-
il
d’une
affaire grave, très grave.
Tout lui paraissait à présent pour
le mieux, d’autres événements
révélaient un autre aspect des
choses, le ciel était limpide et les
visages joyeux. Il en vint à rire
de ses craintes, qu’il qualifia de
puériles
; il se souvint
des
termes de la lettre de Vilela et
reconnut qu’ils étaient intimes et
familiers. Ou donc y avait
-
il
déceler une menace
? Il nota
aussi qu’ils étaient empreints
d’urgence, et qu’il avait eu tort
de tarder autant
; il pouvait
s’agir de quelque affaire gra
ve
voire très grave.
38
Vamos, vamos
depressa, repetia ele ao
cocheiro.
E consigo, para explicar a
demora ao amigo, engenhou
qualquer coisa; parece que
formou também o plano de
aproveitar o incidente para
tornar à antiga assiduidade...
De volta com os
planos,
reboavam
-
lhe na alma as
palavras da cartomante. Em
verdade, ela adivinhara o
objeto da consulta, o estado
dele, a existência de um
terceiro; por que não
adivinharia o resto? O
presente que se ignora vale o
futuro. Era assim, lentas e
contínuas, que
as velhas
crenças do rapaz iam
tornando ao de cima, e o
mistério empolgava
-
o com
as unhas de ferro. Às vezes
queria rir, e ria de si mesmo,
algo vexado; mas a mulher,
as cartas, as palavras secas e
-
Plus vite, plus vite, répétait
-
il
au cocher, cependant qu’il
s'ingéniait à inventer quelque
explication po
uvant justifier son
retard aux yeux de son ami
; il
semble même qu'il formât le
plan de mettre à profit l'incident
pour revenir à l'assiduité
d'autrefois... Pêle
-
mêle avec ce
programme, les paroles
prononcées par la
cartomancienne résonnaient
dans son âme.
Elle avait
vraiment deviné l'objet de sa
consultation, ainsi que son état,
et jusqu'à l'existence d'une
troisième personne
-
pourquoi
douter que, s'agissant du reste,
elle n'ait pas également deviné
juste
? Le présent, lorsqu'on n'en
connaît rien, est par
eil à l'avenir.
Ainsi, lentes et insistantes, les
vieilles croyances du jeune
homme remontaient à la surface,
et le mystère, l'empoignait de ses
ongles de fer. Par moments, une
envie de rire le prenait
; et il riait
Allons, allons vite, répétait
-
il
au
cocher.
Et en lui
-
même, pour expliquer
le retard à son ami, il échafauda
quelques plans
; il semble qu’il
envisagea aussi de tirer parti de
l’incident pour reprendre
l’assiduité d’antan… De retour à
ses projets, les paroles de la
cartomancienne résonnaient
dans son âme. En vérité, elle
avait deviné l’objet de sa
consultation, son état,
l’existence d’un troisième
personnage, pourquoi n’aurait
-
elle pas deviné le reste
? Le
présent que l’on ne connaît pas
équivaut au futur. C’était ainsi,
lentes et persistante
s que les
anciennes croyances du jeune
homme allaient reprendre le
dessus, et le mystère l’étreignait
de ses ongles de fer. Parfois il
avait envie de rire, et il riait de
lui
-
même, quelque peu honteux
:
mais la femme, les cartes, les
paroles sèches et affi
rmatives,
128
128
afirmativas, a exortação:
Vá, vá
, ragazzo innamorato
;
e
no fim, ao longe, a
barcarola da despedida, lenta
e graciosa, tais eram os
elementos recentes, que
formavam, com os antigos,
uma fé nova e vivaz.
de lui
-
même, un peu vexé
malgré tout
; m
ais les cartes, la
femme et ses dires, économes,
affirmatifs, l'exhortation
: “ Va,
va, ragazzo innamorato “, tels
étaient les événements récents
;
et, associés aux anciens, ils
l'animaient d'une foi neuve et
vivace.
l’encouragement
:
-
Va, va,
ragazzo innamorato
;
et à la fin, au loin, la barcarolle
de l’au revoir, lente et gracieuse,
tels étaient les éléments récents,
qui formaient, avec les anciens,
une foi nouvelle et vivace.
39 A verdade é que o
coraçã
o ia alegre e
impaciente pensando nas
horas felizes de outrora e nas
que haviam de vir. Ao passar
pela Glória, Camilo olhou
para o mar, estendeu os
olhos para fora, até onde a
água e o céu dão um abraço
infinito, e teve assim uma
sensação do futuro, longo,
longo, interminável.
La vérité est que son coeur
battait impatient et joyeux, à la
pensée des jours heureux de
naguère et de ceux qui allaient
venir. En passant en haut de
Gloria
, Camilo regarda du côté
du large, et, portant les yeux
jusque sur la fronti
ère où le ciel
et la mer s'enlacent dans une
étreinte sans fin, il eut le
pressentiment d'un long, très
long, d'un interminable futur.
La vérité est que le coeur était
heureux et impatient, pensant
aux heures heureuses d’autrefois
et à celles qui devaient
venir. En
passant par Gloria, Camilo
regarda en direction de la mer, il
dirigea son regard vers le
lointain jusqu’au point où l’eau
et le ciel se donnent une étreinte
infinie, et il eut ainsi la sensation
d’un futur, long, long,
interminable.
40 Daí a p
ouco chegou à
casa de Vilela. Apeou
-
se,
empurrou a porta de ferro do
jardim e entrou. A casa
estava silenciosa. Subiu os
seis degraus de pedra, e mal
teve tempo de bater, a porta
abriu
-
se, e apareceu
-
lhe
Vilela.
Desculpa, não pude vir
mais cedo; que há?
Peu après il arrivait à la maison
de Vilela. Il sauta à terre, poussa
la porte du jardin et entra. La
maison était silencieuse. Il
grimpa les six marches de
pierre
; il eut à peine le temps de
frapper que la porte s'ouvrit et
que Vilela apparut sur le seu
il.
Excuse
-
moi, je n'ai pas pu
venir plus tôt. Que se passe
-
t
-
il
?
Peu après il arriva à la maison de
Vilela. Il descendit, poussa la
porte de fer du jardin et entra. La
maison était silencieuse. Il
monta les six marches de pierre,
et il n’eut pas le te
mps de
frapper, la porte s’ouvrit, et
Vilela lui apparut.
-
Excuse
-
moi, je n’ai pas pu
venir plus tôt
; que se passe
-
t
-
il
?
41 Vilela não lhe respondeu;
tinha as feições
decompostas; fez
-
lhe sinal, e
foram para uma saleta
interior. Entrando, Camilo
não p
ôde sufocar um grito de
terror:
ao fundo, sobre o
canapé, estava Rita, morta e
ensangüentada. Vilela
pegou
-
o pela gola, e, com
dois tiros de revólver
estirou
-
o morto no chão.
Vilela ne répondit pas
; il avait
le visage décomposé. Précédant
Camilo, il l'
entraîna vers une
petite pièce à l'intérieur. En
entrant, Camilo ne put retenir un
cri de terreur
: tout au fond, sur
un canapé, Rita gisait, morte et
ensanglantée. Vilela le saisit au
collet, et de deux coups de
revolver l'étendit mort, sur le sol.
Vilel
a ne lui répondit pas
; il
avait la mine décomposée
; il lui
fit signe, et ils allèrent en
direction d’une petite pièce
intérieure. En entrant, Camilo ne
pu retenir un cri de terreur
: au
fond sur le canapé, gisait Rita,
morte et ensanglantée. Vilela le
sa
isit par le collet, et, de deux
coups de revolver, l’étendit mort
sur le sol.
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