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Com esses novos equipamentos, a vida útil de Angra 1 se prolongará e a usina estará
apta a gerar mais energia para o Brasil por mais tempo. Angra 2, cuja construção e
operação ocorreu conjuntamente à transferência de tecnologia para o país, levou
também o Brasil a um desenvolvimento tecnológico próprio, que resultou no domínio
sobre, praticamente, todas as etapas da fabricação do combustível nuclear. Angra 2
opera também com um reator PWR [1].
2.1.2- Reatores de Fissão Nuclear
A reação de fissão nuclear é provocada quando um núcleo atômico, após
absorver um nêutron (partícula nuclear sem carga elétrica), divide-se em dois ou mais
fragmentos, com liberação de energia. Se esse fenômeno ocorrer descontroladamente
dará origem à explosão atômica. Quando realizado no interior de um reator, contudo,
pode ser controlado para fornecer energia térmica em grande quantidade para acionar
geradores de energia elétrica. O elemento químico mais comumente é empregado o
isótopo 235 do urânio. Os núcleos dos átomos de urânio de ocorrência natural
apresentam-se em dois tipos ou isótopos: O isótopo 238, encontrado em 99,3% dos
minérios de urânio e o isótopo 235, que ocorre em apenas 0,7% dos casos. Este último é
o combustível mais usual dos reatores. De modo geral, o nêutron tem uma probabilidade
muito maior de interagir com um núcleo de
235
U quando sua velocidade é mais baixa.
Por essa razão, os reatores empregam um moderador, para atenuar a velocidade dos
nêutrons emitidos pela fissão do átomo
235
U. Tal atenuação ocorre porque os nêutrons
perdem sua energia de movimento, cedendo-a aos núcleos moderadores, à medida que
se chocam com esses. A transferência de energia cinética é tanto mais efetiva quanto
mais leve forem os núcleos moderadores. O melhor moderador é a água "pesada"
(contendo átomos de deutério, um isótopo de hidrogênio, em vez de hidrogênio natural),
seguida pela grafite pura (cuja massa atômica é aproximadamente igual a doze vezes a
do nêutron). A água comum também pode ser usada como moderador, mas nesse caso, é
necessário que o urânio utilizado contenha no mínimo 3,2% de isótopos 235 [1].
O vaso de pressão do reator, que é a parte mais importante, geralmente tem
forma cilíndrica. Ele contém um moderador, no qual estão imersas as varetas, de 1 cm
de diâmetro e cerca de 6 m de comprimento na maioria das configurações. As barras de
controle servem para regular a potência do reator. Quando elas são inseridas entre as