9
com a resistência às condições ácidas e às altas temperaturas, o que contribui para a
sobrevivência das células sob condições extremas (CHANG e CANG, 2004;
TERRANO et al., 2005). Outra característica importante desse microrganismo é que
a MK-7 é a principal menaquinona envolvida na cadeia transportadora de elétrons,
porém, a presença de MK-6 também já foi descrita (DEINHARD et al., 1987a). A
parede celular contém o ácido meso-diaminopimélico como principal diaminoácido.
Os resultados da análise de similaridade do rDNA 16S na estirpe DSM 3922
(=ATCC 4380) indicaram relação filogenética próxima com A. acidocaldarius e o
conteúdo G + C entre 51,6 e 53,3 mol% (determinado pelo método da desnaturação
térmica) (DARLAND e BROCK, 1971; YAMAZAKI,et al., 1996). Em relação às
características bioquímicas, destaca-se a não produção de indol e dihidroxiacetona e
a reação de Voges-Proskauer negativa ou variável. Também foi observado que A.
acidoterrestris não cresce na presença de 5% de NaCl (CHANG e KANG, 2004).
Os esporos do A. acidoterrestris apresentam alta resistência a meios ácidos e
temperaturas de pasteurização comumente aplicados durante o processamento de
sucos de frutas e vegetais, sucos concentrados e purês, chá, xarope de açúcar e
produtos com baixo pH (MURRAY, 2007). Trabalhos anteriores indicaram que A.
acidoterrestris é capaz de crescer em valores de pH que variam de 2,2 a 6,0 (CERNY
et al., 1984, DEINHARD et al., 1987a, YAMAZAKI, 1996, TERRANO et al., 2005)
com faixa ótima entre 3,5 a 5,0 (PINHATTI et al., 1997).
A extrema resistência aos tratamentos térmicos por endosporos bacterianos é de
grande interesse para a conservação de alimentos. Os esporos são metabolicamente
dormentes e resistentes a condições ambientais extremas de calor, frio, dessecação,
escassez de nutrientes, radiação e exposição a agentes químicos tóxicos (SETLOW,
2003). A resistência térmica de esporos bacterianos depende da espécie, do meio e da
temperatura na qual o esporo foi produzido. Esta resistência ao calor tem sido
associada com a desidratação do núcleo do esporo, a mineralização das camadas que
formam a parede do esporo e a adaptação térmica (SPINELLI, 2006).
O ácido dipicolínico (DPA), que não é encontrado na célula vegetativa, foi
associado com a elevada resistência térmica dos esporos bacterianos, especialmente
na forma do complexo cálcio-dipicolinato. Por outro lado, a liberação de DPA e de
cálcio durante a germinação dos esporos coincide com a perda da resistência térmica
(SPINELLI, 2006). Além disso, pequenas proteínas ácidos solúveis (SASP) do tipo