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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
CURSO DE MESTRADO
Dissertação:
ESTUDO DAS NECESSIDADES FISIOTERAPÊUTICAS DE IDOSOS USUÁRIOS DO AMBULATÓRIO E DA
INTERNAÇÃO DO SERVIÇO DE GERIATRIA DO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS
MARA REGINA KNORST
Porto Alegre, janeiro de 2003
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
CURSO DE MESTRADO
MARA REGINA KNORST
ESTUDO DAS NECESSIDADES FISIOTERAPÊUTICAS DE IDOSOS USUÁRIOS DO AMBULATÓRIO E DA
INTERNAÇÃO DO SERVIÇO DE GERIATRIA DO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS
Dissertação apresentada como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Mestre em Gerontologia
Biomédica
Orientador: Ângelo José Gonçalves Bós, MD, PhD
Janeiro, 2003
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Knorst, Mara Regina
Estudo das necessidades fisioterapêuticas de idosos usuários do ambulatório e da
internação do serviço de geriatria do hospital são lucas da PUCRS / Mara Regina Knorst;
orient. Ângelo José Gonçalves Bós. Porto Alegre: PUCRS, 2003
.........f.:il.tab.
Dissertação ( Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Instituto de Geriatria e Gerontologia. Curso de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica.
1.
SERVIÇO HOSPITALAR DE FISIOTERAPIA. 2. CENTRO DE REABILITAÇÃO. 3.
RECURSOS HUMANOS. 4. TÉCNICAS DE FISIOTERAPIA. 5. REABILITAÇÃO. 6.
ATIVIDADES COTIDIANAS. 7. MORBIDADE. 8. GERIATRIA. 9. GERONTOLOGIA.
10. PROMOÇÃO DA SAÚDE. 11. SAÚDE DO IDOSO. 12. IDOSO. 13.
ENVELHECIMENTO. I. Bós, Ângelo José Gonçalvez. II Título.
Dedicatórias
Aos meus alunos da fisioterapia que de uma maneira ou de outra,
estiveram comigo ajudando a vencer mais esse desafio, em especial as alunas
Giseli Messa e Solange Pereira por toda sua dedicação.
Aos meus familiares pelo carinho e dedicação permanente.
Aos meus filhos, Leonardo e Guilherme, com grande amor, que também
tenham a alegria da descoberta do saber.
Ao meu orientador Ângelo, pela sua dedicação, participação efetiva e
carinho dispensado.
Sumário
Resumo.................................................................................................................
Abstrat..................................................................................................................
1 Introdução.........................................................................................................
2 Referencial Teórico...........................................................................................
2.1 Problemática do Envelhecimento................................................................
2.2 Alterações Fisiológicas do Envelhecimento...............................................
2.3 Doenças e Incapacidades.............................................................................
2.3.1 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica......................................................
2.3.2 Insuficiência Cardíaca................................................................................
2.3.3 Pneumonia...................................................................................................
2.3.4 Acidente Vascular Encefálico....................................................................
2.3.5 Diabetes Mellitus.........................................................................................
2.3.6 Hipertensão Arterial Sistêmica..................................................................
2.3.7 Osteoporose e Fraturas de Fêmur............................................................
2.3.8 ParKinson....................................................................................................
2.4 Reabilitação....................................................................................................
2.4.1 Termoterapia...............................................................................................
2.4.1.1 Termoterapia por Adição........................................................................
2.4.1.2 Termoterapia por Subtração...................................................................
2.4.2 Hidroterapia.................................................................................................
2.4.3 Fototerapia..................................................................................................
2.4.4 Eletroterapia................................................................................................
2.4.5 Cinesioterapia Motora................................................................................
2.4.6 Cinesioterapia Respiratória.......................................................................
2.4.6.1 Higiêne Brônquica...................................................................................
2.4.6.2 Exercícios Respiratórios.........................................................................
2.4.6.3 Equipamentos Mecânicos.......................................................................
3. Objetivos...........................................................................................................
3.1 Objetivo Geral.................................................................................................
3.2 Objetivos Específicos....................................................................................
4 Material e Métodos.........................................................................................
4.1 Delineamento..................................................................................................
4.2 População e Amostra....................................................................................
4.3 Critérios de Inclusão.....................................................................................
4.4 Critérios de exclusão....................................................................................
4.5 Instrumentos de Coleta de dados................................................................
4.6 Análise dos Dados........................................................................................
4.7 Aspectos Éticos.............................................................................................
5 Resultados......................................................................................................
6 Discussão........................................................................................................
7 Conclusão.......................................................................................................
8 Bibliografia......................................................................................................
9 Anexos.............................................................................................................
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Número de hospitalizações por 1000 habitantes de cada faixa etária
no Brasil em 1998..................................................................................................
Figura 2. Número médio de dias de hospitalização por habitantes de cada faixa
etária......................................................................................................................
Figura 3. Custo médio pago por habitante de cada faixa etária...........................
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Distribuição das doenças mais presentes em idosos avaliados na
Internação Geriátrica do HSL................................................................................
Tabela 2. Distribuição das doenças mais prevalentes em idosos avaliados no
Ambulatório de Geriatria do HSL...........................................................................
Tabela 3. Procedimentos fisioterapêuticos mais freqüentemente indicados na
Internação Geriátrica do HSL................................................................................
Tabela 4. Equipamentos fisioterapêuticos mais freqüentemente indicados na
Internação Geriátrica.............................................................................................
Tabela 5. Material de consumo mais utilizados na Internação
Geriátrica...............................................................................................................
Tabela 6. Material reutilizável mais utilizado na Internação
Geriátrica...............................................................................................................
Tabela 7. Tempo médio de atendimento fisioterapêutico estimado na
Internação Geriátrica.............................................................................................
Tabela 8. Procedimentos fisioterapêuticos mais indicados no Ambulatório de
Geriatria do HSL....................................................................................................
Tabela 9. Equipamentos fisioterapêuticos mais freqüentemente indicados no
Ambulatório de Geriatria........................................................................................
Tabela 10. Material de consumo mais utilizado no Ambulatório de Geriatria do
HSL........................................................................................................................
Tabela 11. Material reutilizável mais utilizado no Ambulatório da
Geriatria.................................................................................................................
Tabela 12. Tempo médio de atendimento fisioterapêutico no Ambulatório do
Serviço de Geriatria..............................................................................................
RESUMO
Introdução: O número de idosos no mundo, vem crescendo, e continuará
aumentando como resultado da explosão de nascimentos e diminuição das
taxas de mortalidade. A reabilitação do idoso é a auto-suficiência e a
independência nas Atividades da Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais
da Vida Diária (AIVD), cuja manutenção representa um desafio aos
profissionais da saúde. Neste trabalho foram revisadas as implicações do
envelhecimento populacional no sistema de saúde brasileiro, as características
mórbidas da população geriátrica, os diversos procedimentos e instrumentos
fisioterapêuticos relacionados às morbidades estudadas, estudadas as
necessidades fisioterapêuticas e determinada a estrutura básica de um
atendimento especializado que proporcione treinamento graduado.
Objetivos: Conhecer as necessidades fisioterapêuticas dos idosos atendidos
pelo Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, avaliando o
nível de desempenho nas AVD e AIVD dos idosos atendidos no Serviço
Ambulatorial e de Internação Geriátrica durante o período de dezembro de
2000 a agosto de 2001, associando as patologias detectadas em avaliação
clínica com a perda da funcionalidade e a prevalência de incapacidades, para
definir a necessidade fisioterapêutica desta população estabelecendo
fundamentos para a estrutura básica de um serviço de tratamento
fisioterapêutico geriátrico intra-hospitalar para 32 pacientes ambulatórias e 16
pacientes internados, a ser possivelmente implantado no Serviço de Geriatria
do HSL.
Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico,
desenvolvida no período de junho de 2001 a fevereiro de 2002, junto ao
Serviço Ambulatorial e de Internação Geriátrica do Hospital o Lucas, com
pacientes com 60 anos ou mais, de ambos os sexos.
Os instrumentos de coleta de dados, foram desenvolvidos com base na ficha
de avaliação utilizada no Serviço de Geriatria do HSL, que consistiu na
aplicação de questionários. Os voluntários foram inquiridos sobre as AVD e
AIVD, hábitos de vida e motivos da consulta ou internação, foram também
avaliados quanto a funções de equilíbrio, flexibilidade articular, função
muscular, audição e visão. Dados sobre a presença de patologias, estado
mental, depressão, medicamentos foram coletados através da avaliação do
prontuário e comunicação com o médico assistente. Ao final do trabalho foram
observados quais os instrumentos, infra-estrutura e procedimentos necessários
para a reabilitação da população estudada. A partir destes dados foram
estimados os recursos fisioterapêuticos e infra-estrutura necessária para a
instalação de um futuro serviço de fisioterapia para atendimento de idosos em
ambos os Serviços de Internação e Ambulatório de Geriatria do Hospital São
Lucas da PUCRS.
Resultados: Foram avaliados 55 pacientes do Serviço Ambulatorial e 41
pacientes da Internação Geriátrica, totalizando 96 pacientes. As doenças mais
prevalentes entre os 41 idosos da Internação Geriátrica foram: HAS,
osteoporose, depressão, IC, DM e DPOC. As doenças mais prevalentes entre
idosos do ambulatório: HAS, IC, osteoporose, artrose de membros inferiores,
DM, DPOC e obesidade. Observou-se significância para perda de AVD e AIVD
para doenças como, AVE, demências, pneumonia, osteoartrose, gota e
escaras. Entre os técnicas mais indicadas temos a cinesiterapia motora e
respiratória e a massoterapia. Os equipamentos permanentes mais indicados
são os utilizados na cinesioterapia motora como bola, faixas elásticas, bastão,
na eletroterapia o uso do TENS e, na termoterapia, o uso do infravermelho. No
ambulatório constatamos a necessidade de recursos como tatame, cadeiras,
macas, escadas para maca. Será necessário material de consumo como
sabonete líquido, toalha papel, álcool e fiata crepe. Constatou-se pequena
diferença no tempo total da sessão com o tempo de trabalho do profissional
fisioterapeuta.
Discussão: Observamos a necessidade de acompanhamento fisioterapêutico
para todos os idosos. Constatamos entre os participantes maior incidência para
as doenças crônico-degenerativas, não sendo restritas a um único órgão ou
sistema. estudos demonstram que, o tratamento fisioterapêutico precoce, ainda
na fase de internação hospitalar, está relacionado a uma redução do número
de pacientes dependentes no final da internação, bem como no tempo da
internação. Idosos precisam de estímulo, caso contrário, eles muitos
permanecerão horas sentados, ou restritos ao leito, levando à perda da força
muscular, ficando muitas vezes com limitações articulares e, se ficarem
restritos ao leito, apresentarão deformidades. Entre as técnicas
fisioterapêuticas as mais indicadas foram as técnicas manuais, cinesioterapia
motora, respiratória e massoterapia, por apresentarem menores contra-
indicações. O TENS na eletroterapia e o infravermelho da termoterapia foram
os equipamentos mais indicadaos por apresentarem menores contra-
indicações devido a alteração de sensibilidade que os idosos apresentam. A
indicação de sabonete líquido, toalha papel e álcool, foram feitas para todos os
atendimentos uma vez da necessidade de assepsia. Para viabilizar os
atendimentos previstos neste estudo temos a necessidade de 16 alunos
divididos nos turnos da manhã e tarde supervisionados por dois professores
fisioterapeutas.
Conclusão: A reabilitação visa prevenir ou adiar a instalação de incapacidades
diminuindo, o comprometimento imposto por doenças incapacitantes.
Normalmente os pacientes idosos precisam de estímulo e orientação para a
manutenção de sua independência. É fundamental que formemos profissionais
que saibam discernir, os efeitos naturais do envelhecimento, das alterações
produzidas pelas inúmeras doenças que acometem o idoso. Hoje o serviço de
Geriatria apresenta treinamento para alunos da medicina e enfermagem, o
contando com a participação da fisioterapia que viria a somar no trabalho
multidisciplinar, que melhoraria as condições de saúde no momento da alta
hospitalar e a diminuição do tempo de internação.
Palavras Chave: Serviço Hospitalar de Fisioterapia, Centro de Reabilitação,
Recursos Humanos, cnicas de Fisioterapia, Reabilitação, Atividades
Cotidianas, Morbidade, Geriatria, Gerontologia, Promoção da Saúde, Saúde do
Idoso, Idoso, Envelhecimento.
Abstract
Keywords: Physical Therapy Departament Hospital, Rehabilitation Centers,
Human Resources, Physical Therapy Techniques, Rehabilitation, Activities of
Daily Living, Morbidity, Geriatrics, Gerontology, Health Promotion, Aging Health,
Elder, Aging.
1 INTRODUÇÃO
O número de idosos no mundo, vem crescendo, não somente em termos
absolutos mas também relativos, e continuará aumentando como resultado da
explosão de nascimentos do pós Segunda Guerra Mundial [1] e diminuição das
taxas de mortalidade. Para o ano de 2025, prevê-se que o Brasil será o sexto
país no mundo em população idosa, com 32 milhões de idosos [2]. Este fato é
evidente no Rio Grande do Sul, onde se verificam melhores condições sociais,
sanitárias, econômicas e culturais, motivo pela aumentada expectativa de vida
[3, 4].
O envelhecimento é um processo fisiológico benigno compatível com a
independência para as atividades físicas. Entretanto, à medida que o indivíduo
envelhece o organismo se defronta com várias modificações morfológicas e
funcionais, modificações estas caracterizadas por atrofias e diminuições da
eficiência funcional tornando-o mais vulnerável a doenças[5].
Existe uma imensa diversificação na capacidade do idoso. A freqüência
da doença crônica aumenta com a idade, com 80% dos idosos apresentando
pelo menos uma condição crônica, o que não significa que toda pessoa sofre
com doenças. Por outro lado, um grande mero de pessoas idosas que
apresentam algum tipo de limitação para realização das atividades de vida
diária e com o aumento da idade estas limitações tendem a aumentar.
A importância da reabilitação do idoso é a auto-suficiência e a
independência nas Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais
de Vida Diária (AIVD), cuja manutenção representa um desafio aos
profissionais da saúde[6]. A avaliação da funcionalidade deve começar pela
história médica pregressa e exame físico, listando-se problemas. Desta forma,
a descrição de incapacidade funcional relacionando-a com sua origem é
fundamental. O acesso a tais informações será útil para a programação de
importantes contribuições para melhorar a qualidade de vida do idoso e
prevenir ou retardar o processo de incapacidade.
Um plano de prevenção na área de saúde, reduziria as conseqüências
das diversas doenças, desde a morbidade até a mortalidade, diminuindo as
incapacidades, invalidez e dependência, melhorando a qualidade de vida da
pessoa idosa [7], devendo ocupar lugar de destaque principalmente em idosos
cujas doenças tenham proporcionado um diminuição de mobilidade e
independência.
É fundamental a atualização e treinamento específico dos futuros
profissionais fisioterapeutas (graduandos do curso de Fisioterapia), nas
peculiaridades anatômicas e funcionais do envelhecimento, sabendo discernir
os efeitos naturais das alterações produzidas pelas inúmeras afecções que
podem acometer o idoso[8], e proporcionar treinamento específico na forma de
abordagem e atendimento desta população.
O Hospital São Lucas conta desde 1975, com o Serviço de Geriatria,
composto pêlos atendimentos Ambulatorial e de Internação Geriátrica com 16
leitos, não contando com atendimento especializado na área de Fisioterapia.
Neste trabalho foram revisadas as implicações do envelhecimento
populacional no sistema de saúde brasileiro, as características mórbidas da
população geriátrica, os diversos procedimentos e instrumentos
fisioterapêuticos relacionados às morbidades estudadas. Buscou-se estudar as
necessidades fisioterapêuticas e determinar a estrutura básica de um
atendimento especializado que proporcione treinamento graduado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PROBLEMÁTICA DO ENVELHECIMENTO
De acordo com estatísticas da OMS, em 1992 havia no mundo 580
milhões de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, estima-se que, no
ano de 2005, esta população deverá ser de 1,2 bilhões. A maior preocupação
está na constatação de que 76,7% desse total estará localizado no terceiro
mundo, em países pobres, com poucos recursos para investimento nas áreas
de educação, saúde, saneamento e previdência[9].
O tema “envelhecimento” é de importância primordial para a realidade
brasileira. Principalmente a partir da década de 70, constata-se no país um
crescimento considerável do contingente populacional de indivíduos com mais
de 60 anos[3, 4]. Em 1950 o Brasil ocupava, com 2 milhões, o décimo sexto
lugar no número de idosos[9] com estimativa de em 2025 passar a ocupar o
sexto lugar no número de idosos[10]. Sendo que no ano de 2002 no Brasil,
temos uma população de idosos com 60 anos ou mais de 14.887.348[11].
Desde então, a expectativa de vida no mundo como um todo e no Brasil
particularmente vem aumentando, em conseqüência de uma combinação
complicada de fatores, entre eles, melhora das condições sócio-econômicas,
médicas e ambientais[12]. Assim, a média de vida prevista para o brasileiro
no ano 2025 sede 72 anos[13], em contraste ao início do século passado
quando a expectativa de vida ao nascimento era de 33,7 anos. Para brasileiros
nascidos no pós Segunda Guerra Mundial era de 39 anos[13].
O Rio Grande do Sul destaca-se como um dos estados mais longevos,
provavelmente pelas condições sociais, sanitárias, econômicas e culturais[3,
4]. Dados coletados nos mostram que em 1990 tínhamos a presença no RS
de 827.887 pessoas na faixa etária superior a 60 anos. Em 2002 encontramos
nesta mesma faixa etária 1.085.733 pessoas indicando, novamente, o forte
crescimento da população idosa [11].
Na fase pré-industrial, a maioria dos países do mundo vivia um momento
em que tanto a natalidade quanto a mortalidade eram altas. A partir do advento
da Revolução Industrial, no século XIX, começou a haver redução tanto da
natalidade como da mortalidade. Na etapa pós-industrial, acelerou-se o
controle de doenças infecciosas, com maior atenção à saúde em geral e,
principalmente, às doenças degenerativas e crônicas, típicas dos idosos[14].
Após a Segunda Guerra Mundial (1945-1960), ocorreu um fenômeno
denominado baby-boom, ou seja, uma explosão na taxa de natalidade,
especialmente nos países da Europa e nos Estados Unidos. Em 2025,
portanto, ocorrerá o que denominado "velho-boom": as pessoas que nasceram
no pós-guerra estarão na faixa que vai dos 65 aos 80 anos, o que, sem dúvida,
terá uma importante repercussão social[14].
A velhice não é definível por simples cronologia, mas pelas condições
físicas, funcionais, mentais e de saúde das pessoas analisadas, o que equivale
a afirmar que podem ser observadas diferentes idades biológicas e subjetivas
em indivíduos com a mesma idade cronológica[15].
Entretanto, não é suficiente saber que condições de se viver mais
tempo. É necessário também investigar as reais condições de existência do
idoso, aprofundando conhecimentos sobre as características biopsicossociais -
culturais e espirituais desse grupo etário, para assegurar se a população
envelhece com qualidade de vida[4].
Antigamente, nas famílias patriarcais, os anciões continuavam a viver no
núcleo familiar compreendido por várias gerações, eram respeitados e
assistidos pelos filhos e netos e colaboravam nos pequenos trabalhos
domésticos. Na sociedade atual, grande porcentagem da população idosa
encontra-se isolada, marginalizada do ponto de vista psicológico, econômico e
social[5].
necessidade de que, paralelamente às modificações demográficas
que estão sucedendo, haja também transformações sócio - econômicas
profundas, visando melhor qualidade de vida aos idosos e aqueles que estão
em processo de envelhecimento[2].
O aumento da expectativa de vida de uma população é, naturalmente
decorrente da melhoria das condições de vida e trabalho, do nível educacional
e do atendimento às necessidades de saúde dessa mesma população[15].
A expectativa de vida ao nascer é maior no sexo feminino, fazendo com
que 70% da população acima de 75 anos e 80% com mais de 85 anos seja
constituída por mulheres. Talvez esta expectativa aumentada nas mulheres se
explique pelo fato dos hormônios femininos exercerem ação protetora sobre
artérias, prevenindo ou minimizando o surgimento da insuficiência coronariana
na mulher pré-menopáusica[2].
os homens ficam mais expostos aos acidentes de trabalho, de
trânsito, homicídios e quedas. O etilismo e tabagismo são também mais
presentes neste sexo, levando muitas vezes à cirrose hepática, neoplasias e
doenças cardiovasculares principalmente em pessoas acima de 45 anos[2].
O crescimento da população idosa está relacionado ao aumento da
necessidade de recursos que serão despendidos na área da saúde. Isto ocorre
porque as doenças crônicas, a presença de pluriafecções e a
multimedicação[16], além de outros fatores, são mais comuns nas idades
mais avançadas[2].
Em relação às mulheres, devido à maior longevidade que os homens, o
problema da solidão agrava ainda mais sua existência, em conjunto com a
maior freqüência e convivência com as doenças crônicas[2].
Desse complexo processo social, econômico e psicológico, cresce
rapidamente o isolamento dos idosos. Muitos idosos moram sozinhos não
recebendo visitas e muitas vezes ficando isolados levando a doenças mentais
e aumento do número de suicídios em pessoas desse grupo etário[2].
Entre os fatores que influem no aumento crescente da população de
idosos, destacam-se dois principais: redução da natalidade e redução da
morbidade e da mortalidade[14].
O aumento acentuado do número de idosos, como no nosso país, trouxe
conseqüências dramáticas para a sociedade e, principalmente, para os
próprios idosos. a necessidade de se buscar as causas determinantes das
atuais condições de saúde e de vida dos idosos e de se conhecer as múltiplas
facetas que envolvem o processo de envelhecimento, para que o desafio seja
enfrentado por meio de planejamento adequado[17].
A repercussão econômica do aumento da população de idosos dá-se
principalmente pela grande quantidade de pessoas com menos condições de
auto-sustento, pelo aumento das despesas com saúde e pela queda da renda
devido à redução do número de indivíduos economicamente ativos[14]. As
principais conseqüências médicas do aumento do número de idosos são o
crescimento na demanda por serviços de saúde, mais gastos com medicação,
maior ocupação de leitos hospitalares e por maior período de tempo, pois o
idoso normalmente demora mais para se recuperar[14].
Nos gráficos abaixo podemos observar a incidência de hospitalizações
em idosos. O número de hospitalizações por 1.000 habitantes foi de 46 para o
grupo de 0 a 14 anos, 79 para 15 a 59 anos e de 165 para o grupo de 60 anos
ou mais (Figura 1). O tempo médio de permanência hospitalar de 5,1 dias para
o grupo de 0 a 14 anos, 5,1 dias para o grupo de 15-59 anos e 6,8 dias para as
pessoas com 60 anos ou mais (Figura 2). O custo médio pago por habitante foi
de R$238,67 para o grupo de 0-14 anos, R$233,87 para 15-59 anos e
R$334,73 para o grupo de 60 anos ou mais (Figura 3) [18].
0
-
14 anos 15
-
59 anos 60 ou +
46
165
79
0
-
14 anos 15
-
0
-
14 anos 15
-
59 anos 60 ou +
46
165
79
0
-
14 anos 15
-
Fonte: J.A. Silvestre, 1998, apud MS, 2002
Figura 1. Número de hospitalizações por 1000 habitantes de cada faixa etária
no Brasil em 1998.
Fonte: J.A. Silvestre, 1998, apud MS, 2002
Figura 2. Número médio de dias de hospitalização por habitantes de cada faixa
etária.
Fonte: J.A. Silvestre, 1998, apud MS, 2002
Figura 3. Custo médio pago por habitante de cada faixa etária
O aumento da população idosa deve despertar preocupação entre as
autoridades, pois se os idosos consomem mais recursos de saúde, utilizam
Dias
5,1 5,1
6,8
0-14 anos 15-59 anos 60 ou +
Dias
5,1 5,1
6,8
0-14 anos 15-59 anos 60 ou +
R$
238,67
334,73
0-14 anos 15-59 anos 60 ou +
233,87
R$
238,67
334,73
0-14 anos 15-59 anos 60 ou +
233,87
mais os serviços e consequentemente custam mais para o Estado. Investir em
prevenção, não somente a nível primário mas também secundário e terciário,
em centros qualificados aos idosos, aumentaria a autonomia e a qualidade de
vida a pessoa idosa, diminuindo a relação do custo ao sistema prestador de
serviço[19].
O profissional de saúde deve conhecer o perfil do idoso para traçar
políticas de saúde que venham ao encontro das reais necessidades desse
segmento populacional, com fins de planejar, efetivar e gerenciar a oferta de
serviços de saúde para o idoso[3].
Para o setor de saúde, o primeiro impacto que o envelhecimento
populacional traz é a mudança importante nas causas de morbimortalidade. As
doenças infectocontagiosas cedem lugar às doenças crônico-degenerativas
como causa-líder de mortalidade. Estas doenças crônicas, comuns das idades
mais avançadas, estão se tornando progressivamente mais prevalentes num
país como o nosso[15].
Doenças crônicas não se resolvem rapidamente. Para a maioria dessas,
no momento, não cura possível. Isto obriga seus portadores a procurarem
os serviços de saúde com grande freqüência, havendo necessidade
aumentada de recursos materiais e humanos, muitas vezes com tecnologia
complexa[15].
Um plano de prevenção na área de saúde, reduziria as conseqüências
das diversas doenças, desde a morbidade até a mortalidade, diminuindo as
incapacidades, invalidez e dependência, melhorando a qualidade de vida da
pessoa idosa [7].
2.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO:
O envelhecimento é um evento geneticamente programado, dentro do
desenvolvimento normal, desenvolvimento este que vai do nascimento até a
morte[20].
No decorrer da vida o organismo humano sofre alterações e mudanças
decorrentes do envelhecimento normal levando muitas vezes à diminuição das
reservas funcionais do organismo, sendo que a velocidade e a extensão desse
declínio variam de um indivíduo para outro, bem como entre os diversos
tecidos e funções. A perda de funções fisiológicas é inevitável na pessoa
durante o envelhecimento, independente dos seus hábitos de vida[20].
Em 1985, Kane e colaboradores generalizavam o envelhecimento com a
regra do um por cento, onde diziam que muitos sistemas e órgãos perdiam
suas funções, a grosso modo, ao redor de 1 por cento ao ano, tendo início em
torno de 30 anos de idade. Após, pesquisas referiam que mudanças nas
mesmas pessoas acompanhadas de forma longitudinal começariam após 70
anos e que seriam menos dramáticas[1].
O processo normal do envelhecimento é freqüentemente confundido
com as conseqüências da vida sedentária[20]. É fundamental a atualização
nas peculiaridades anatômicas e funcionais do envelhecimento, sabendo
discernir os efeitos naturais das alterações produzidas pelas inúmeras
afecções que podem acometer o idoso[8].
Cuidados devem ser tomados para que as alterações encontradas em
um idoso não sejam de forma errada atribuídas ao seu envelhecimento natural,
o que dificultaria a detecção de processos patológicos com possíveis
tratamentos e cura e que sinais e sintomas que são explicados pela
senescência sejam atribuídos a doenças, ou seja, o envelhecimento normal
sendo tratado como doença[8].
Confort caracterizou envelhecimento natural como "a progressiva
incapacidade de manutenção do equilíbrio homeostático em condições de
sobrecarga funcional". Isto destaca a importância relativa do fator
desestabilizador para cada faixa etária[8].
As primeiras alterações atribuídas ao envelhecimento são detectadas ao
fim da terceira década de vida. Geralmente discretas e progressivas estas
modificações não causam insuficiência absoluta do órgão, mesmo em
indivíduos muito longevos [].
Existem teorias que tentam explicar o envelhecimento ou o aumento de
doenças nas pessoas com mais idade, como a teoria do sistema imunológico e
dos radicais livres sendo que a primeira baseia-se em dois aspectos: que com
a idade, a capacidade do sistema imunológico produzir anticorpos do tipo
correto e em número adequado diminui e que o sistema imunológico em
processo de envelhecimento pode produzir incorretamente anticorpos contra
proteínas normais do organismo. Defensores desta teoria argumentam que
como resultado de um sistema imunológico menos eficiente temos uma
propensão maior em adquirir e manifestar doenças características da
velhice[21].
a segunda, é sustentada pela descoberta de que os radicais livres
além de formar os pigmentos da idade produzem ligações cruzadas em
algumas moléculas e podem danificar o DNA. Indícios mais mostram que os
radicais livres estão envolvidos nas mudanças associadas a idade são
experimentos realizados com outro grupo de substâncias químicas que inibem
a formação de radicais livres. Esses inibidores são chamados de antioxidantes
e impedem que o oxigênio se combine com moléculas suscetíveis de formar
radicais livres prejudiciais[21].
O processo de envelhecimento acompanha-se de diminuição funcional
dos diversos sistemas sensoriais do organismo, entre as diversas alterações
temos a diminuição da acuidade visual, onde em torno dos 40 - 50 anos de
idade temos a presbiopia caracterizada pela perda da elasticidade do cristalino
por desnaturação das proteínas, fazendo com que o cristalino perca sua
capacidade de acomodação, alterando o ponto focal do globo ocular para maior
distância, exigindo muitas vezes o uso de óculos[22], a diminuição da
discriminação espacial, a limitação do olhar para cima e a redução da
capacidade para seguir os objetos com o olhar.
A diminuição da audição pode ocorrer por diversas causas como:
produção de cera, alterações na condução do som por maior rigidez no sistema
de ossículos do ouvido médio, ou na percepção do som pelo ouvido interno por
deficiência no sistema de transmissão de som da cóclea[22], alterações a nível
dos aparelhos olfativo e gustativos[20].
Alterações degenerativas da pele determinam redução dos receptores
cutâneos ou exterorreceptores e os remanescentes têm menor sensibilidade.
Assim, os idosos têm menor percepção da temperatura ambiente e de suas
variações, além de apresentarem diminuição da sensibilidade táctil[23].
Os estímulos recebidos pelos receptores são transmitidos ao SNC por
vias nervosas aferentes e do SNC aos efetores eferentes, onde muitos estudos
tem demonstrado uma diminuição da velocidade de condução de ambas as
vias, pela liberação de neurotransmissores, tanto no sistema simpático como
no parassimpático[23].
Os neurônios do SNC comunicam-se através de sinapses, onde são
liberados neurotransmissores, que são responsáveis pela passagem de
estímulo de um neurônio a outro. No envelhecimento observa-se a diminuição
da liberação de neurotransmissores[23].
Mudanças importantes ocorrem na quantidade e estrutura de
terminações nervosas especializadas da cútis, sendo assim as pessoas idosas
são menos sensíveis à vibração, pressão tátil, a dor e temperaturas
cutâneas[20].
Durante o envelhecimento percebe-se perda de massa muscular que
segundo Booth[24] em torno dos 80 anos de idade, metade da massa muscular
total foi perdida o que acarreta em implicações funcionais, explicando-se a
atrofia muscular, observada nos processos de reabilitação. Explica-se este
processo por uma diminuição acentuada do número de Unidades
Motoras(UMS) excitáveis nos músculos a partir da sétima década de vida[20,
24].
Com a perda de células capazes de funcionar de forma normal, temos a
redução das capacidades de reserva do aparelho locomotor[20].
Percebe-se acentuada diminuição de tamanho nos músculos da coxa
quando comparados com músculos de pessoas mais jovens, enquanto que a
atrofia dos músculos dos membros superiores ocorre em menor
proporção[20].
Pesquisas realizadas revelaram que o número total de fibras musculares
diminui com o avançar dos anos, sendo que um indivíduo de 80 anos possui
em torno de 50% das fibras encontradas em adultos mais jovens. Observou-se
ainda perda de fibras musculares de contração rápida do tipo II, e aumento de
fibras lentas tipo I[25].
Fibras elásticas da derme formam feixes dispostos seguindo as linhas de
tensão, com o envelhecimento as fibras se alteram, a elastina fica porosa e
perdem a elasticidade, acentuando-se na pele exposta à luz, as glândulas
sebáceas e sudoríparas diminuem sua atividade podendo levar à pele seca e
áspera, ficando mais sensível às variações de temperatura e mais sujeita a
infecções[8].
O tecido conjuntivo está distribuído pelo corpo inteiro; os efeitos do
envelhecimento levam a perda da elasticidade do tecido conjuntivo sendo
responsável pelo aspecto rugoso da pele das pessoas de idade afetando
outras estruturas, desde os pulmões aos músculos e às articulações[20].
As alterações do tecido conjuntivo que são responsáveis pela rigidez
que as articulações apresentam à palpação, assim como a diminuição da sua
mobilidade, podem ser atribuídas às mudanças que ocorrem no colágeno e na
elastina, as quais fazem parte da estrutura dos seus tecidos. Em condições
normais, a disposição das fibras do colágeno em rede assegura o apoio
estrutural, que com o avançar dos anos, essas fibras se entrecruzam e fundem
excessivamente, reduzindo a capacidade de extensão. Observa-se também
perda de elastina que fornece estrutura de apoio aos tecidos vizinhos, e tem a
propriedade de voltar ao comprimento normal depois de ter sido
distendida[20].
A presença de tecido conjuntivo no interior dos músculos e tendões
desempenha o importante papel de manter a integridade estrutural dos elemen-
tos contráteis, ao mesmo tempo que transmite aos ossos a tensão produzida
por aqueles. A integridade estrutural dos músculos pode ser perturbada por
fatores como longos períodos de imobilização ou de falta de uso; a contração
que daí resulta é capaz de restringir de forma espetacular os movimentos e a
criação de torção. A cartilagem costuma perder espessura e ser menos bem
lubrificada, à medida que a produção de ácido hialurônico diminui nas últimas
décadas da vida. Além disto, esse tecido depende dos movimentos, visto que o
ciclo representado pelas forças de compressão e de relaxamento comprimem o
liquido sinovial e os nutrientes nele contidos, através da cavidade articular[20].
Dois aspectos são considerados no osso: o compacto e o esponjoso,
sendo que com o passar dos anos a espessura do componente compacto
diminui pela reabsorção interna óssea, enquanto que no aspecto esponjoso
perda de lâminas ósseas em relação ao jovem, formando-se cavidades
maiores entre as trabéculas ósseas[8].
Temos como controladores do metabolismo da matriz extracelular, os
osteócitos que diminuem em número e atividade com o envelhecimento, em
consequência a esse fator temos o desequilíbrio do metabolismo do cálcio
ocorrendo assim perda de cálcio na matriz[8].
Existem diferenças da perda óssea entre sexos. Na mulher não há perda
óssea significante antes da menopausa, após este período o processo é
mais intenso quando comparado com os homens[8, 23].
Entre vértebras temos os discos intervertebrais constituídos por um
núcleo pulposo(constituído por água, fibras colágenas finas e proteoglicanas) e
um anel fibroso que é uma fibrocartilagem (constituída por condrócitos e uma
matriz onde se encontram fibras colágenas)[8].
Durante o envelhecimento o núcleo pulposo perde água e proteoglicanas
e as fibras colágenas aumentam em número e espessura, enquanto que no
anel fibroso as fibras colágenas ficam mais delgadas, levando a uma
diminuição da espessura do disco acentuando-se as curvas da coluna,
especialmente a torácica, contribuindo para a cifose[23].
Os ossos do crânio são unidos por tecido fibroso, que com o
envelhecimento vai sendo substituído por osso, processo este que tem início
aos 30 anos de idade, desaparecendo em épocas diferentes em cada sutura.
Com o passar dos anos portanto o crânio apresenta um menor número de
ossos, diminuindo assim a resistência a fraturas[8].
Ocorre diminuição da estatura a partir dos 40 anos cerca de 1 cm por
década, que se deve em decorrência à diminuição dos arcos dos pés, aumento
das curvaturas da coluna e de um encurtamento da coluna vertebral devido a
alterações nos discos intervertebrais[8].
A quantidade total de água corporal declina (15-20%) com o aumento da
idade, reduzindo componentes intra e extracelulares, provocando maior
susceptibilidade a graves complicações consequentes a perdas líquidas e
maior dificuldade à rápida reposição do volume perdido[8, 23].
aumento de tecido adiposo, diminuição do teor de água do corpo em
decorrência da perda de água intracelular[8].
O débito cardíaco sofre progressiva redução com o envelhecimento. A
reserva funcional do aparelho cardiocirculatório do idoso, encontra-se bem
limitada quando comparada com jovens de 20 anos, esta limitações podem
chegar a 50%, alterações estas decorrentes de alterações estruturais do
miocárdio, reduzindo o volume sistólico máximo e levando ao declínio da
frequência cardíaca máxima[26].
Uma análise transversa e longitudinal realizada por Jackson em
1995[27] revela que a diminuição do VO2 máximo com a idade está
relacionado com o aumento da porcentagem da gordura corporal e a
diminuição da atividade física. O que pode levar a um círculo vicioso pois, a
capacidade de realização de atividades normais vai diminuindo gradativamente
com o passar dos anos levando a níveis cada vez menores da função
respiratória, ao que dificulta cada vez mais a realização de tarefas rotineiras,
afetando a independência do idoso e conseqüentemente a qualidade de
vida[28].
Quando o idoso encontra-se em estado de repouso ou de mínimos
esforços, as condições circulatórias estarão perfeitamente adequadas à
demanda[8].
Com o envelhecimento a aorta se dilata e seu diâmetro interno aumenta.
a aorta possui grande densidade de fibras elásticas na sua parede, em meio a
fibras musculares e colágenas em menor proporção, que com o
envelhecimento essas fibras diminuem em número enquanto o colágeno
aumenta. Ocorre também deposição de cálcio em toda a parede da aorta. As
carótidas e as coronárias se estreitam com o envelhecimento, sendo mais
intenso no homem do que na mulher[8, 26].
O peso do coração aumenta com a idade e um aumento da
espessura da parede do ventrículo esquerdo, as válvulas aórticas com o
envelhecimento se espessam, ficam opacas e os nódulos ficam proeminentes,
aumentando também o grau de esclerose[26].
Com relação aos pulmões observa-se uma discreta diminuição da
superfície total dos alvéolos com o passar dos anos, podendo ser observados
alvéolos dilatados em meio a outros normais, bem como fusão de alvéolos
formando cistos, em decorrência a ruptura dos septos interalveolares[8].
Observam-se alterações na mobilidade da caixa torácica na respiração
em decorrência de alterações como o desaparecimento de fibrocartilagens que
unem o manúbrio e o corpo do esterno, fazendo com que essas partes ósseas
se unam[8].
Variáveis que se referem à capacidade de expulsar o ar dos pulmões,
como capacidade vital e volume expiratório forçado, apresentam diminuição
linear com a idade[20].
Com a diminuição da elasticidade pulmonar, temos um menor
recolhimento expiratório, o que favorece incremento do volume residual. A
capacidade pulmonar total pouco se altera com o avançar da idade, sofrendo a
capacidade vital prejuízo do aumento do volume residual. Destes elementos
resultam alterações da relação ventilação-perfusão (V/Q)[8, 20].
2.3 DOENÇAS E INCAPACIDADES
O envelhecimento é um processo benigno compatível com a
independência para as atividades físicas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) podemos definir
saúde como estado de completo bem-estar físico, psíquico e social e não como
meramente a ausência de doença ou enfermidade.
A relação do estado de saúde e estado funcional no idoso é dividido em
quatro componentes distintos que se comprometem a medida que os pacientes
perdem o bem-estar, podendo ser divididos em: doença ou patologia,
deficiências, limitações funcionais e a incapacidade[29].
Doença pode ser definida como um estado patológico em
desenvolvimento que é delineado por um conjunto de sinais e sintomas
anormais reconhecidos tanto pelo paciente como pelo profissional. Enquanto
que deficiência pode ser entendida como alterações da estrutura ou das
funções anatômicas, fisiológicas ou psicológicas[29].
Um estudo realizado mostra que muitas vezes a fisioterapia é dirigida
para reverter ou minimizar deficiências, essas classificadas como efeitos
diretos de uma doença e confinadas a um único sistema, e a deficiência de
outros sistemas consideradas efeitos indiretos de um problema subjacente[30].
Entendemos como limitações funcionais o resultado de deficiências e
que consistiriam em uma inabilidade pessoal de desempenhar as tarefas ou
atividades usuais.
a incapacidade foi caracterizada por limitações funcionais a um grau
que elas não poderiam ser mais superadas, levando o indivíduo a dependência
para o desempenho de tarefas, bem como déficits no desempenho de
Atividade da Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária
(AIVD)[29].
um grande número de pessoas com mais de 60 anos que
apresentam algum tipo de limitação para realização das atividades da vida
diária e com o aumento da idade estas limitações tendem a aumentar.
Existe uma imensa diversificação na capacidade do idoso. A freqüência
da doença crônica aumenta com a idade, mais da metade dos homens com
mais de 80 anos de idade e 70 % das mulheres com idade semelhante têm
duas ou mais condições crônicas[31].
As limitações nas atividades funcionais aumentam com a idade. Idosos
com 65 e 74 anos são mais saudáveis e normalmente apresentam um melhor
estado do que aqueles com 75 anos ou mais, que apresentam várias doenças
crônicas e tem algumas limitações quanto a realização de atividades diárias
[31, 32].
Os pacientes mais incapacitados são aqueles com um maior número de
condições clínicas que complicam a compreensão do tratamento.
Em um estudo realizado por Guccione e col. foi descoberto que a
incapacidade em sete atividades funcionais estava mais associado a AVC,
fratura de quadril e depressão consideradas doenças de menor prevalência. Os
autores concluíram que as doenças de menor prevalência são as que mais
incapacitam quando comparadas com as de maior prevalência como a
osteoartrose do joelho ou a doença cardíaca[33].
Os processos incapacitantes levam o indivíduo ao leito, por período
variável, com todas as implicações negativas do repouso, como contraturas,
escaras, osteoporose, complicações respiratórias, intestinais, circulatórias entre
outras.
Dados do DATASUS, 2002 nos mostram que as doenças incapacitantes
que mais levaram idosos aos leitos hospitalares no RS entre julho de 2001 à
Fevereiro de 2002 foram:
- DPOC 23.357 casos
- Insuficiência Cardíaca 15.175 casos
- Pneumonia 8.701 casos
- Acidente Vascular cerebral 5. 074 casos
- Diabetes 3.741 casos
- Hipertensão Arterial Sistêmica 2.439 casos
- Fratura de Fêmur 1.140 casos
- Artrose 923 casos
- Artrite 715 casos
- Parkinson 80 casos
Sabe-se que no processo de envelhecimento normal, ocorre um
aumento de doenças, na sua maioria crônica-degenerativas, que se tornam
cada vez mais prevalentes em nosso país. Esse processo tem profundas
implicações para o sistema prestador de serviços de saúde, que a demanda
de idosos por 1assistência médica ambulatorial e hospitalar está aumentando
em grandes proporções.
As repercussões da velhice com a prevalência de doenças crônicas
degenerativas e incapacitantes, acarreta em um aumento na demanda por
cuidados aos pacientes crônicos, maior número de consultas, de exames
laboratoriais, de medicamentos e de internações[34].
As melhorias nas condições sociais de vida, quanto nos cuidados
médicos, resultam em um aumento da população idosa. Em virtude desse
crescimento as doenças agudas que tinham mais prevalência, passaram a ser
substituídas pelas doenças crônicas, alternando os seus padrões de morte,
pelas doenças que acometem a população em geral.
A sociedade brasileira está se deparando com um tipo de demanda por
serviços médicos e sociais similares ao dos países desenvolvidos, que
apresentam uma maior freqüência de doenças crônicas degenerativas. Está
ocorrendo uma mudança na incidência e prevalência das doenças na
população, com um perfil epidemiológico novo, que está precisando
estabelecer estratégias para uma efetiva prevenção e tratamento de doenças
crônicas degenerativas e suas complicações [35].
É importante ressaltar que a presença de afecções associadas em uma
mesma pessoa aumenta a probabilidade de incapacidades para uma ou mais
AVD na pessoa idosa de ambos os sexos. Segundo o National Health Interview
Survey de 1984, quando uma condição patológica está presente, 5% da
população idosa apresenta uma ou mais dificuldades em AVD, porém a medida
que ocorre o aumento de doenças associadas, atingindo 55% homens e 65%
mulheres, este percentual cresce espantosamente [36].
2.3.1 DPOC
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) se caracteriza por
obstrução crônica e irreversível ao fluxo aéreo, ocorrendo perda gradativa da
função pulmonar. A doença em seus estágios mais avançados tem caráter
limitante, dificultando a realização de atividade física. O exercício físico é
geralmente limitado pelos sintomas (dispnéia) e pelo descondicionamento físico
do paciente[37].
Duas doenças compõem a DPOC que são o enfisema e a bronquite
crônica. As definições oficiais da American Thoracic Society para podermos
defini-las são:
Bronquite Crônica: ndrome clínica caracterizada por tosse crônica com
expectoração mucosa ou mucopurulenta, com duração de pelo menos três
meses, durante dois anos consecutivos, não resultando de utra aparente como
tuberculose, bronquiectasia e outras.
Enfisema: alteração do pulmão caracterizada por um aumento anormal dos
espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhado por alterações
destrutivas das paredes alveolares[38].
Principais problemas na DPOC temos: dispnéia ao esforço ou em
repouso, acúmulo de secreção, uso aumentado da musculatura acessória,
cifose dorsal[39].
Objetivos fisioterapêuticos na DPOC:
- Remover as secreções pulmonares
- Reeducação respiratória
- Ensinar a técnica correta para tossir
- Manter a mobilidade do tórax e a boa postura
- Ensinar o paciente como adaptar o tratamento doméstico ao estilo de
vida[37, 40]
2.3.2 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome resultante da incapacidade
do miocárdio em suprir as demandas de oxigênio e metabólicas do
organismo[41].
As causa responsáveis pela IC em idosos são várias, entre estas as
mais comuns são a aterosclerose coronária, a hipertensão arterial sistêmica, as
miocardiopatias, a endocardite infecciosa e as valvulopatias.
Muitas vezes o sintoma mais importante de todos, a dispnéia, é referido
como uma sensação de fadiga ou de cansaço corporal.
O idoso, em geral, não caminha ou caminha muito pouco, não
apresentando, portanto, a típica dispnéia de esforço. Outras vezes o limiar de
sensibilidade está diminuído, e o ancião não se queixa de moléstia alguma,
habituando-se com o passar do tempo a pequenas variações de ritmo
respiratório[42].
Podemos então encontrar idosos portadores de graves cardiopatias sem
queixas até que repentinamente se descompensam, instalando-se um quadro
de edema pulmonar agudo e de tosse que geralmente aparece quando deitado,
em plena madrugada, e que melhoram ao sentar-se à beira da cama, que
podem ser atribuídas a uma série de causas, quando em grande número de
casos é a tradução clínica de uma IC.
Principais problemas na Insuficiência Cardíaca: aumento do trabalho
respiratório, dispnéia aos esforços, ortopnéia posicional e por exercícios[43].
Tanto objetivos como programas de reabilitação para pacientes com
insuficiência cardíaca são determinados de acordo com a fase a qual o
paciente se encontra, podendo ser classificadas em Fase I com o paciente
internado, II paciente em estado subagudo, e a fase III paciente estável a longo
prazo[44].
Objetivos fisioterapêuticos na Insuficiência Cardíaca:
- Incentivo a realização das atividades de cuidados pessoais (fase I)
- Deambulação (fase II)
- Aumentar a capacidade e resistência ao exercício (fase II)
- Ensinar o paciente como adaptar o tratamento doméstico ao estilo
de vida (fase III)
2.3.3 PNEUMONIAS
Pneumonia é o termo usado para definir a inflamação aguda do
parênquima pulmonar de qualquer natureza, seja bacteriana, virótica, fúngica,
ou de outra natureza.[45]
É bem conhecido o fato de que indivíduos idosos apresentam não
somente maior incidência de processos broncopneumônicos, mas também o
quadro assume maior gravidade, o que determina maior índice de mortalidade.
As pessoas idosas, mesmo aquelas consideradas normais têm
diminuição do tônus muscular, redução no poder da tosse que reduz a
capacidade de eliminar secreções brônquicas. Se forem fumantes, adiciona-se
ainda a depressão da atividade ciliar, o que agrava o acúmulo destas
secreções, facilitando, assim, o crescimento bacteriano[39].
Temos como principal problema na pneumonia o acúmulo de secreção.
Objetivando assim o trabalho fisioterapêutico com: higiene brônquica, obtenção
da re-expansão completa dos pulmões e aumentar a capacidade e resistência
ao exercício[40]
2.3.4 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)
Acidente vascular é uma lesão causada por uma ruptura ou oclusão de
uma artéria cerebral[46].
O AVE encontra-se entre as três causas mais comuns em idosos. Nos
EUA, o AVE afeta 500.000 pessoas, sendo que 150.000 morrem após o
evento, tornando a patologia a terceira causa de morte no país, com
diagnóstico mais freqüente nas clínicas de reabilitação. A incidência é de 30-
80% mais elevado no sexo masculino que feminino e, 50-130% maior em
negros. A doença tem relação direta com a idade que eleva-se nove vezes a
freqüência entre as idades de 55 a 85 anos[31].
Em um estudo de prevalência de AVE, para cada 100 pessoas que
sobrevivem ao AVE, 10 retornam ao trabalho sem deficiências, 40 ficam
limitados e necessitam de assistência e 10 precisam de ajuda
institucionalizada[47].
Assim, os principais problemas no AVE são: alteração de sensibilidade,
alteração de tônus, contraturas e deformidades, dor, restrição de movimentos,
complicações respiratórias.
Objetivos fisioterapêuticos no AVE:
- Analgesia
- Manter ou recuperar Amplitude de Movimento (ADM)
- Desenvolver a independência nas Atividades de Vida Diária (AVD)
- Melhorar a resistência cardiorrespiratória
2.3.5 DIABETES MELLITUS
É uma síndrome caracterizada por distúrbios metabólicos intermediários,
secundários à deficiência absoluta ou relativa na secreção ou na ação da
insulina e que se expressa principalmente por hiperglicemia[48].
A prevalência de diabete é de 7-10% em pessoas acima de 65 anos de
idade e aumenta com a idade[49], onde constata-se que a maioria dessas
pessoas tem diabete tipo II [48, 50].
Com o passar dos anos as pessoas sadias podem apresentar elevação
nos níveis glicêmicos, fato que se deve a fatores como: obesidade, diminuição
da atividade física, diminuição na captação de glicose e a um aumento na
produção hepática de glicose, podendo se somar ainda com o uso de drogas
hiperglicemiantes e outras doenças[48].
Principais problemas no Diabetes são: dor (neuropatia diabética),
alterações de sensibilidade, obesidade
Objetivos fisioterapêuticos no Diabetes:
- Analgesia
- Aumentar a capacidade e resistência ao exercício
- Manter ou aumentar a independência funcional nas AVD
2.3.6 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Segundo a Organização Mundial de saúde (OMS) hipertensão arterial é
a elevação persistente da pressão do sangue nas artérias.
A pressão arterial tende a se elevar com a idade, efeito esse mais
pronunciado sobre a pressão sistólica[51].
Para o tratamento há medidas gerais como a diminuição do sal, do
stress, fumo, sedentarismo, álcool, gorduras saturadas e da obesidade,
controle do DM e aumento da atividade física, além do controle
medicamentoso.
Problemas na Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) são o sedentarismo
e a obesidade
Objetivos fisioterapêuticos na HAS:
- Estimular a atividade física
- Manter ou aumentar a independência funcional nas AVD
2.3.7 OSTEOPOROSE E FRATURAS DE FÊMUR
Fratura é uma interrupção na continuidade do osso, podendo ser um
rompimento completo ou incompleto, que se classifica em fratura fechada,
quando não há comunicação entre a superfície externa do corpo e a fratura, e a
fratura aberta ou exposta que é uma comunicação entre a fratura e a pele [52].
Osteoporose é uma doença caracterizada por redução da massa óssea,
devido ao desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, que resulta em
osteopenia. A osteoporose se classifica em osteoporose localizada, que inclui
distúrbios como a distrofia e a imobilização, a inflamação, os tumores e a
necrose. A osteoporose generalizada é uma osteoporose pós- menopausa (tipo
I) na idade de 50 a 65 anos e, a osteoporose associada a idade (tipo II), acima
de 70 anos [53]
Nos locais onde o osso estiver completamente mineralizado, as medidas
do conteúdo mineral ósseo e da densidade mineral óssea fornecem uma
estimativa da massa óssea. Uma vez que a massa óssea é um dos principais
determinantes da resistência à compressão e à torção do tecido ósseo, as
fraturas ocorrerão mais facilmente, após perda significativa da massa óssea
[54].
O risco de fraturas osteoporóticas aumenta, progressivamente, com a
diminuição da densidade óssea, mas outros fatores, além da quantidade de
osso, também contribuem para o risco de fratura. Dentro dessas
considerações, é importante a distinção da estimativa do risco (fratura) do
diagnóstico da doença (osteoporose). Dependendo de fatores como a taxa de
perda de massa óssea, quedas e expectativa de vida, a doença pode ou não
dar origem a sintomas.
A vasta maioria das fraturas osteoporóticas ocorre na mulher idosa,
sendo que a incidência aumenta rapidamente com a idade. A maioria ocorre na
coluna vertebral, punho e fêmur proximal, mas muitas fraturas em outros locais
também estão associadas com baixa massa óssea e devem ser consideradas
osteoporóticas[55].
A incidência de fraturas nas mulheres é pelo menos 2 vezes maior que
nos homens. Isso se deve ao menor pico de massa óssea nas mulheres, à
perda acelerada de massa óssea a partir da menopausa e à maior
probabilidade de queda nas mulheres acima dos 70 anos de idade. As
mulheres também vivem significativamente mais que os homens, fazendo com
que a freqüência de fraturas osteoporóticas nas mulheres idosas seja 6 vezes
maior que nos homens idosos[55].
Tipicamente, as fraturas femurais são decorrentes de uma queda,
podendo no entanto, acontecer espontaneamente.
As fraturas do antebraço são comuns entre as mulheres a partir da meia-
idade, sendo causadas por queda sobre a mão. A incidência nas mulheres
aumenta rapidamente a partir dos primeiros 5 anos da menopausa, para
alcançar um pico entre os 60 e 70 anos. Esse tipo de fratura é muito menos
comum nos homens e são menos freqüentes do que as fraturas do quadril[54].
Principais problemas das fraturas de quadril são: dor, perda da
mobilidade, diminuição da amplitude de movimento, deformidade, atrofia por
desuso.
Objetivos da Fisioterapia nas fraturas:
- Analgesia
- Manter ou recuperar Amplitude de Movimento (ADM)
- Desenvolver a independência nas AVD
- Reforço muscular.
2.3.8 OSTEOARTROSE
A osteoartrose, osteoartrite, artrose ou doença articular, é uma doença
crônica, degenerativa e progressiva que afeta as articulações sinoviais, com
características de dor, diminuição da amplitude de movimento e deformidade
em estágios mais avançados, onde a cartilagem e o osso são afetados [56, 57].
A osteoartrose refere-se ao processo da articulação, ocorrendo
primeiramente alteração na cartilagem e, depois no osso subcondral na sua
densidade e espessamento[58].
Fisiologicamente a articulação normal apresenta uma superfície de
sustentação lisa, que permite realizar os movimentos sem ficção dos ossos
dentro da articulação evitando o estresse e a sobrecarga na articulação. A
osteoartrose ataca a cartilagem, o osso subcondral e ligamentos, ocasionando
desgaste e ruptura da cartilagem, com redução do espaço articular e formação
de osteófitos [59].
A osteoartrose não resulta de uma única causa, mas de várias, como a
obesidade, mau alinhamento de cirurgia e fratura na consolidação, instabilidade
articular, fatores genéticos, doenças metabólicas e inflamatórias, ou qualquer
doença articular que precede ao aparecimento do osteoartrose[60].
A osteoartrose/osteoartrite é uma doença que acomete o sexo feminino
em 60 % da população na faixa etária acima de 75 anos. No Brasil, seu índice
chega a 16 milhões de pessoas com osteoartrose, sendo ela responsável por
30-20% das consultas médicas em reumatologia[61].
Principais problemas na osteoartrose são: dor, edema, dificuldade de
locomoção, deformidade, atrofia por desuso[57].
Objetivos fisioterapêuticos na osteoartrose[62]:
- Analgesia
- Manter ou recuperar Amplitude de Movimento (ADM)
- Desenvolver a independência nas AVD
- Reforço muscular.
2.3.9 PARKINSON
Doença causada pela degeneração dos neurônios secretores de
dopamina localizados nos núcleos de base. A perda da influência
dopaminérgica inicia um desequilíbrio nos outros neurotransmissores e
aumento da acetilcolina[63].
Sintomas comuns apresentados são a lentidão da marcha acompanhada
de perturbações de equilíbrio com quedas ocasionais ou dificuldades de
manipulação de movimentos suaves tais como vestir-se ou barbear-se[64].
Os sintomas iniciais da moléstia podem incluir dificuldades com
movimentos específicos, tais como escrita, dificuldade em se virar na cama ou
se levantar de uma cadeira baixa; uma excessiva oleosidade na pele ou uma
inabilidade de levantar a voz ou tossir[65].
Problemas na Doença de Parkinson[65] são: alterações da marcha e
equilíbrio, perturbações de postura, rigidez, tremor, diminuição de amplitude de
movimento.
Objetivos fisioterapêuticos na Doença de Parkinson[66]:
- Manter ou aumentar a ADM;
- Diminuir a dor e a rigidez muscular para conseguir relaxamento;
- Manter uma boa postura e capacidade respiratória;
- Manter ou aumentar a independência funcional nas AVD;
- Treino de marcha e equilíbrio
2.4. REABILITAÇÃO
Reabilitação pode ser definida como processo para o máximo
desenvolvimento das capacidades física, psíquica, social, vocacional,
educacional de um indivíduo, independente de suas limitações[67]. A
reabilitação para a população idosa tem como objetivo final restaurar ou manter
o nível mais alto de funcionamento possível para o indivíduo[68]. Mesmo
prestando cuidados específicos na cura e reabilitação do doente, jamais
devemos relegar a segundo plano a prevenção[62].
O indicador de envelhecimento reside não no desempenho do nível de
descanso, mas em como o organismo a adaptar-se ao esforço. A capacidade
do indivíduo funcionar depende de uma série de características individuais e o
lugar no qual ele ou ela devem funcionar. O mesmo indivíduo pode funcionar
bem em um determinado lugar e ser dependente em outro[1].
A nova tarefa do reabilitador é estruturar um ambiente que facilite o
funcionamento do paciente com a máxima autonomia, pois o ambiente pode
produzir disfunções[68]. Outro fator que pode gerar dependência pode ser o
custo, pois pode ser muito mais fácil e barato fazer as coisas pelas pessoas
com limitações funcionais do que investir no esforço necessário a encorajá-las
a fazer por elas mesmas. Tais economias são de pouca duração, pois com o
tempo aumentará o nível de dependência e por fim a quantidade de cuidados
necessários[1].
Devemos ter o cuidado de não rotular idosos como dependentes por
acidentes ocasionais como por exemplo acidente ocasional urinário, pois pode
ser o primeiro passo em direção a casas de repouso[1]. Nos pacientes idosos,
a doença pode não ser o motivo da imobilização, mas sim o medo, por exemplo
idoso reabilitado de fratura de quadril, pode não desejar caminhar com medo
de cair e sofrer nova fratura[62].
Processo geriátrico 2 faces: Avaliação clínica e tratamento para
identificar problemas que podem ser remediados e avaliação cuidadosa,
competente e funcional para verificar como a autonomia do paciente pode ser
maximizada por ajuda humana, mecânica e manipulação ambiental[1].
Conscientização geral de que hábitos saudáveis de vida, incluindo
alimentação equilibrada, atividade física regular, abstenção do fumo e controle
do uso de bebidas alcoólicas são medidas importantes na prevenção da
doença se adotada em idade precoce. A duração de cada sessão de atividade
deve ser de 40 e 60 minutos, com uma freqüência de 3 a 5 sessões por
semana.
Pesquisas realizadas sobre sensibilidade dolorosa em mulheres jovens e
idosas, onde foi examinado o efeito da aplicação de gelo sobre o antebraço por
10 minutos, mostrou que enquanto as idosas referiam apenas desconforto
mínimo, o desconforto referido pelas mulheres mais jovens era
significativamente mais intenso. Diferenças foram observadas também em
relação a desconforto com comparados grupos de diferentes faixas etárias com
relação ao uso da estimulação elétrica[69].
A seguir discutiremos os recursos utilizáveis em fisioterapia
2.4.1 TERMOTERAPIA
Define-se como terapia por meio da temperatura, por efeitos do calor
(por adição) e d frio (por subtração) sobre os tecidos do corpo humano [70]. O
calor e o frio são os recursos terapêuticos físicos mais antigos, onde a água
quente e a fria são aplicadas ao corpo com fins curativos ao longo da história
[71]. Tanto o frio como o calor podem ser usados efetivamente no tratamento
de vários distúrbios e problemas como: lesões sculo esqueléticas, dor e
espasticidade [72].
A pele apresenta dois tipos de receptores os de calor e muitos mais de
frio que sinalizam as mudanças de temperatura [71].
Funções dos termorreceptores:
- Sinalizar a sensação de temperatura (para quente e frio)
- Contribuir para o controle da temperatura do corpo [71].
A sensação térmica é influenciada pelo tamanho da área estimulada e
pela freqüência de troca da estimulação[71].
A regulação térmica tem 2 ações:
- Fisiológica, controlada pelo hipotálamo, que é sensível à temperatura
do sangue envolvendo o controle metabólico, vasomotor e hídrico.
- Comportamental, controlado pelos centros superiores que dependem
de sensações de calor ou de frio que são interpretados como
isolamento térmico[71].
A fonte principal de calor é o metabolismo, que depende da massa de
tecido e a via de perda de calor é toda a pele, que depende da área de
superfície onde o tamanho do corpo tem efeito importante[71].
2.4.1.1 TERMOTERAPIA POR ADIÇÃO
Efeitos fisiológicos: vasodilatação, aumento da extensibilidade dos
tecidos moles, relaxamento muscular, analgesia e redução da rigidez
articular.[70]
Pode ser classificada pela profundidade corpórea atingida pelo
aquecimento, superficial quando atinge de 1 à 3 mm e profundo de 1 à 3
cm[70, 71].
Pode também ser classificada pela produção e transferência de calor
em:
- Condução: quando 2 objetos de temperaturas diferentes entram em
contato, o fluxo de calor é transferido do objeto mais quente para o
mais frio.
- Convecção: é a troca de calor a partir de um meio líquido ou ar em
movimento.
- Conversão: ocorre conversão de uma energia em calor, podendo ser
ondas sonoras, correntes elétricas de alta freqüência e radiação
eletromagnéticas[70].
A) CALOR SUPERFICIAL:
Provoca aumento do limiar de excitabilidade da terminação nervosa.
Promove relaxamento muscular por mecanismos reflexos[70].
Recursos mais utilizados:
Forno de Bier: equipamento cuja passagem de corrente elétrica através de
condutores que oferecem resistência produz calor, que aquece o ar e assim a
pele do paciente[70].
Aplicado com o paciente deitado com a área a tratar desnuda, fazer
aplicações no mínimo três vezes por semana, de 20 à 30 minutos por
aplicação. Principal indicação: algias musculares dorso-lombares[70].
Parafina: usa-se a parafina misturada com óleo mineral na proporção de 7:1
em temperaturas que variam de 51 à 54 ºC.
Pode ser utilizada pelas técnicas de mergulho ou pincelamento,
aplicadas diretamente sobre a pele. Aplicação de no mínimo três vezes
semanais, com duração de 20 à 30 minutos As principais indicações são:
algias de pequenas articulações, como pé e mão[70].
Compressas Quentes: Existem várias formas de compressas quentes e
úmidas. Pode-se usar um pedaço de gaze absorvente ou de embebido em
água fervente e depois torcido. Após cerca de 5 minutos a compressa já atingiu
a temperatura da pele e deve ser substituída. Usa-se em torno de 20 à 30
minutos. Sua principal indicação: reduzir dor muscular e retrações.
Bolsas Quentes (compressas hidrocollator): Bolsa com gel interior, flexível.
Aquecidas quando colocadas em um tanque especial com água aquecida a 70
- 80 ºC. As bolsas quentes devem ser embrulhadas em uma toalha antes de
serem aplicadas na parte a ser tratada. Tratamento realizado por 20 à 30
minutos, tendo como principais indicações: redução de dor muscular e
retrações [71].
B) CALOR PROFUNDO:
Entre os principais equipamentos temos o ultra-som, ondas curtas e o
microondas.
Ultra-som: vibração acústica, de frequência elevada, que oscila entre 0,8 e 1
megahertz, que se propaga através de ondas de compressão longitudinal e sua
intensidade terapêutica é da ordem de 0,5 a 4,0 watts/cm
2
.
- Indicações: contraturas articulares e fibrose de estruturas
periarticulares, processos reumáticos, processos reumáticos degenerativos ou
traumáticos, bursites, tendinites, edema linfático de longa duração, para drenar
abcessos maduros[70].
- Contra-indicações: aplicação no olho e útero gravídico, áreas com
deficiência sensitiva e ou circulatória, implantes de metil-metacrilato e
polietileno de alta densidade, neoplasias, áreas hemorrágicas, epífise de
crescimento dos ossos, calo ósseo em formação e tecidos em cicatrização.
Ondas Curtas: consiste na aplicação terapêutica de correntes alternadas de
alta frequência, de 10 a 100 milhões de oscilações por segundo que provocam
o aquecimento profundo, por conversão da energia eletromagnética em calor.
Frequências terapêuticas mais comumente utilizadas são: 13,66, 27,33 e 40,98
megahertz, com comprimentos de onda correspondentes de 22, 11 e 7,5
metros, respectivamente.
- Principais indicações: tendinites, bursites, inflamações articulares em
fase subaguda ou crônica, espasmos musculares, fibroses e aderência de
partes moles[70].
- Contra-indicações: processos inflamatórios agudos, processos
hemorrágicos, implantes metálicos, marcapasso cardíaco, alterações sensitivas
e/ou circulatórias e neoplasias[70].
Microondas: radiação eletromagnética, com freqüência terapêutica de 2,456 e
915 megahertz e cujo comprimento de onda está compreendido entre 1cm e
1m.
- Indicações: tendinites e tenossinovites, processos subagudos ou
crônicos, afecções articulares, artrite reumatóide, bursites, .
- Contra-indicações: implantes metálicos, aplicação sobre olhos e o útero
gravídico, alterações sensitivas e ou circulatórias, diásteses hemorrágicas,
processos agudos, neoplasias[70].
2.4.1.2 TERMOTERAPIA POR SUBTRAÇÃO
Utilização do gelo com fins de resfriamanto terapêutico.
Efeitos fisiológicos: vasoconstrição cutânea imediata, ocorrendo uma
vasodilatação reativa, que funciona como protetora dos efeitos nocivos do frio,
redução temporária da espasticidade e efeito analgésico[70-72].
O uso do gelo tem como principais indicações o uso em traumatismos
músculo-esqueléticos, dor miofascial, edemas e no controle de componentes
espásticos. Como contra-indicações temos: intolerância ao frio, aplicação em
áreas com comprometimento vascular arterial. Cuidado em pacientes com
hipoestesia, alterações cognitivas ou déficit de comunicação e em casos de
criopatias[70].
Principais técnicas:
Compressas frias: usa-se tolhas molhadas com água gelada. Pode ser utilizada
várias vezes ao dia com duração de 20 a 30 minutos.
Massagem com gelo: dá-se com aplicação direta do gelo sobre a pele, em
movimentos suaves, combinando o efeito terapêutico do gelo com o efeito da
massagem. Aplicado por 5 a10 minutos.
Bolsas de gelo: podem ser confeccionadas com uma toalha com cubos de gelo
ou compradas, as bolsas gel que vão ao congelador. O uso pode variar em
torno de 10 minutos, dependendo da sensibilidade do paciente[72].
2.4.2 HIDROTERAPIA
Define-se como a terapia pela água, sob a forma líquida, sólida ou gasosa.
Utilizada com fins terapêuticos, tem como propriedades físicas: alto calor
específico, amplo espectro de solubilidade, elevada condutibilidade,
flutuabilidade, viscosidade moderada e força hidrodinâmica.
Principais modalidades:
Turbilhão: Banho de imersão parcial no qual, por intermédio de um agitador,
bomba ou hélice, a água é misturada com ar e dirigida para o local a ser
tratado. Tem como efeitos relaxamento muscular, analgesia, antiinflamatório e
estimulação circulatória. O tempo de uso é de 20 minutos de 2 a 3 vezes por
semana[71].
Banho de contraste: Consiste em imersões alternadas em água quente e água
fria, objetivando provocar vasodilatação e vasoconstrição. Inicia-se com água
quente, durante 4 minutos, alternando com fria por i minuto, totalizando 20
minutos, 2 a 3 vezes por dia.
Tanque de Hubbard: Tanque em forma de violão, com turbinas de
hidromassagem, com jatos dirigidos pelo fisioterapeuta. A temperatura deve ser
de 32 a 37 ºC e duração de 20 à 30 minutos, 2 a 3 vezes por semana[70].
Piscina terapêutica: Utilizam-se recursos térmicos e mecânicos da água.
Temperatura entre 34 e 37 ºC .
2.4.3 FOTOTERAPIA
Consiste no emprego terapêutico das radiações compreendidas no
espectro eletromagnético do infravermelho, ultravioleta e laser.
Infravermelho: Emitido por qualquer substância com temperatura acima do zero
absoluto. Efeitos fisiológicos: analgesia, relaxamento, vasodilatação, sudorese,
aumento do fluxo sanguíneo. Os principais determinantes da intensidade do
aquecimento são a distância da lâmpada e o ângulo de distribuição, a distância
deve ser de aproximadamente 30 a 60 cm da área a ser tratada com tempo
médio de exposição de 20 a 30 minutos.[70, 71]
Ultravioleta. Denomina-se uma parte do espectro de energia radiante
constituída por radiações invisíveis, cujo comprimento de onda varia de 1800 a
3900 Aº. Indicações: bronzeamento, úlceras crônicas, afecções
dermatológicas. Contra-indicações: alergia ao ultravioleta, uso de substâncias
hipersensibilizantes, regiões de hiperqueratose, tuberculose, diabetes,
hipertireoidismo, insuficiência cardíaca grave[70].
Laser: Luz amplificada por emissão estimulada de radiação de ondas
eletromagnéticas[70].
Para uso terapêutico temos o laser de hélio-neônio e o laser de
arsenieto de gálio e alumínio:
- Lasers de hélio-neônio(He-Ne): consistem em um tubo longo que
contém gases naturais a baixa pressão, cercados por um disparador de flash,
emitem radiação na região visível vermelha com comprimento de onda de
632,8 nm[71].
- Lasers de arsenieto de gálio(As-Ga): são em geral de potência
relativamente baixa. o diods emissores de luz especializados, baseados na
junção p-n (p - positivo; n - negativo) de semicondutores[71]. Estes operam
com comprimento de onda entre 630 e 950 nm[73].
Principais áreas de uso da laserterapia: cicatrização dos tecidos,
controle da dor, tratamento de lesões de tecidos moles, como rupturas
musculares, hematomas e tendinite[71]. Contra-indicações: tecido neoplásico,
útero em gestação, hemorragia e tecidos infectados[71].
2.4.4 ELETROTERAPIA
É a forma de tratamento onde a eletricidade é aplicada diretamente ao
paciente, baseada na estimulação terapêutica por diversos tipos de correntes
elétricas[70].
Os principais objetivos são: ajudar a reeducação muscular, melhorar,
melhorar a nutrição do sculo e aumentar o retorno venoso, retardar o
processo de hipotrofia muscular, aliviar a espasticidade e diminuir a dor.
Estimulação Elétrica Funcional (FES): corrente que produz contrações
musculares com objetivos funcionais, estas contrações são obtidas a partir de
pulsos elétricos de pequena duração aplicados sob frequência controlada.
Frequências de pulsos elevadas acarretam fadiga muscular, e frequências
muito baixas não permitem que a contração muscular produza trabalho
funcional eficiente. Portanto as freqüências de pulsos mais utilizadas na técnica
FES se situam na faixa de 10 a 50 Hz e pulsos com duração entre 0,2 e 0,5
ms[70].
Estimulação Elétrica Transcutânea (TENS): São pulsos estimuladores de
nervos, pulsos estes de intensidade relativamente baixa usados para controlar
a dor. As durações dos pulsos podem ser de valor entre 10 µs e 400 µs. A
freqüência costuma variar entre 2 e 200 Hz[71].
Corrente Galvânica: Usada na reabilitação como iontoforese (aplicação de
medicação através da pele), que envolve a introdução de moléculas ou átomos
eletricamente carregados no tecido usando um campo elétrico. Indicada para
tratar múltiplas condições cutâneas, músculoesqueléticas e neurológicas.
Deve-se Ter cuidado na aplicação sobre nervos superficiais pois pode produzir
bloqueios prolongados, vertigens, náuseas e até mesmo paralisia facial[70].
Corrente Farádica: Indicada para fortalecimento muscular, diminuição de
edema. Estimulação elétrica geralmente conseguida com pulsos de 0,1 – 1 ms
com frequências entre 30 e 100 Hz. O local usual fica na parte inferior do terço
proximal do ventre muscular. Músculos localizados profundamente podem ser
estimulados onde seu ventre se torna superficial[71].
2.4.5 CINESIOTERAPIA MOTORA
Forma de tratamento que utiliza a atividade física ou movimentos para
favorecer o retorno da função músculo esquelética[70].
O uso da cinesioterapia objetiva manter ou melhorar a performance
muscular, promovendo o estado funcional do indivíduo[70].
Tipos de exercícios quanto à execução:
Passivo: Movimento realizado sem auxílio ou resistência voluntária do paciente.
Pode proporcionar relaxamento, melhorar propriocepção, o nus muscular e a
circulação local e prevenir contraturas.
Ativo Assistido: Movimento realizado pelo paciente auxiliado pelo
fisioterapeuta. Pode se usar recursos mecânicos onde o terapeuta auxilia o
uso, ex: roldana de teto, rolo de punho.
Ativo Livre: Movimento realizado voluntariamente pelo paciente, vencendo a
força da gravidade. Pode ser executado com uso de aparelhos sem o uso de
resistência. Ex: Roda de ombro, bicicleta estacionária.
Tanto os exercícios ativos assistidos como os ativos livres auxiliam na
redução muscular, correção postural e melhoram o tônus muscular.
Ativo Resistido: Realizado pelo paciente vencendo alguma resistência externa.
A resistência aplicada pode ser manual, com o uso de bolas e faixas elásticas
ou com equipamentos mecânicos como roda de ombro, bicicleta estacionaria
entre outros.
Promovem hipertrofia muscular, aumento da densidade óssea, aumento
da resistência de tendões e ligamentos, aumento da tolerância à fadiga[74].
2.4.6 CINESIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
2.4.6.1 HIGIENE BRÔNQUICA
Consiste na remoção de secreções da árvore traqueobrônquica. Entre
os processos de remoção de secreções temos a tosse, o transporte mucociliar,
atividade física a inspiração profunda e a drenagem postural[75].
Drenagem Postural: Consiste na mudança de posição do paciente utilizando-se
assim da gravidade para a drenagem das secreções dos segmentos
pulmonares.
Percussão Torácica: Técnica manual aplicada na parede torácica, realizada
através de batida alternada no tórax com as mãos em cunha, feito rapidamente
e vigorosamente conforme tolerabilidade do paciente produzindo força
mecânica que é transmitida as vias reas, com o objetivo de desprender o
muco acumulado[75].
Vibração e Tremor: Realizados no tórax durante a expiração. Na vibração
realiza-se em movimentos para cima e para baixo, mas fino e rápido, o
tremor é mais grosseiro e lento. As principais indicações para a drenagem
postural, vibração e percussão são secreções e atelectasias[70, 75].
Estímulo da Tosse: A tosse reflexa possui quatro fases, a da irritação,
inspiração, compressão e expulsão. Quando falamos em tosse voluntária não
tem necessidade da primeira fase, qualquer falha em alguma das outras fases
gerará acúmulo de secreção. A técnica apropriada de tosse requer que o
paciente inspire profundamente, feche a glote, enrijecendo os músculos
abdominais e tussa não mais que duas vezes. O principal objetivo é a
eliminação de secreções[75].
2.4.6.2 EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS
São administrados para melhorar a ventilação e oxigenação. Entre os
mais utilizados temos: respiração diafragmática, respiração lenta com lábios
franzidos, respiração segmentar, respiração de baixa frequência e inspiração
máxima sustentada.
Respiração Diafragmática: Esses exercícios aumentam a depressão do
diafragma durante a inspiração e a sua ascensão durante a expiração. Orienta-
se o paciente a protrair o abdome durante a inspiração. A ascensão
diafragmática é ajudada orientando-se o paciente a permitir que o abdome se
retraia gradualmente durante a expiração[76]. Objetivos: aliviar dispnéia,
aumentar a oxigenação, melhorar a ventilação e eliminar a atividade da
musculatura acessória.
Exercícios Respiratórios com Lábios Franzidos: Padrão usado
espontaneamente por pacientes portadores de DPOC. Para realizar a referida
técnica o paciente deve ser posicionado de forma confortável, explica-se ao
paciente que a contração abdominal não é desejada, orienta-se o paciente a
inspirar lentamente, após ele franzirá os lábios antes de expirar e após irá
soltar o ar através dos lábios franzidos[75]. Objetivos o: aliviar a dispnéia,
reduzir o trabalho da respiração, reduzir a incidência de complicação pulmonar
pós-operatória, melhorar a ventilação, melhorar a oxigenação, eliminar a
atividade muscular acessória, diminuir a freqüência respiratória, melhorar a
distribuição da ventilação, diminuir a terapia pós-operatória[76].
Respiração Segmentar: Conhecido também como respiração localizada, onde
se presume que o ar inspirado pode ser direcionado para a região
predeterminada. A técnica consiste em identificar a região afetada, colocar a
mão na parede torácica sobre o segmento que necessita tratamento, aplicar
pressão firme na região ao final da manobra expiratória do paciente, o paciente
inspirará profundamente pela boca tentando direcionar o ar inspirado para a o
local onde está a pressão da mão, reduzir a pressão da mão enquanto o
paciente inspira, após segurar a respiração por 2 ou 3 segundos ao término da
inspiração e após instruir o paciente a expirar[75]. Objetivos: aliviar a dispnéia,
aumentar a ventilação alveolar, aumentar a oxigenação, evitar o acúmulo de
secreção, diminuir o pânico e melhorar a mobilidade torácica..
Respiração de Baixa Freqüência: Várias pesquisas mostram que a Respiração
lenta e profunda melhora a ventilação e oxigenação alveolares[77]
Inspiração Máxima Sustentada: Exercícios respiratórios onde a inspiração
máxima é mantida por cerca de 3 segundos. Objetivos da respiração de baixa
frequência e inspiração máxima sustentada: aliviar a dispnéia, aumentar a
ventilação, aumentar a oxigenação e diminuir a frequência respiratória.
2.4.6.3 EQUIPAMENTOS MECÂNICOS
Threshold, Pflex e Inflex: Usados para treinar a musculatura inspiratória.
Flutter: Usado para mobilizar secreções, fluidifica o muco ajudando na sua
liberação.
Vibradores: Sua eficácia é semelhante a vibração manual, porém seu custo é
elevado[76].
2.4.7 MASSOTERAPIA
Manipulações realizadas com as mãos, que atuam nos sistemas
nervosos, muscular, vascular e sobre as articulações.
Tem como principais efeitos fisiológicos a sensação de prazer,
relaxamento mental e muscular, a sedação, aumento de retorno venoso,
mobilização de edemas e melhora em processos fibróticos.
Tipos de massagem mais usados: deslizamento superficial,
deslizamento profundo, amassamento e fricção[78].
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Conhecer as necessidades fisioterapêuticas dos idosos atendidos pelo
Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Avaliar o nível de desempenho nas AVD e IAVD dos idosos atendidos no
Serviço Ambulatorial e de Internação Geriátrica do HSL durante o período de
dezembro de 2000 a agosto de 2001.
2. Associar patologias detectadas em avaliação clínica com a perda da
funcionalidade.
3. Estudar a prevalência de incapacidades na população estudada
4. Definir a necessidade fisioterapêutica desta população
5. Estabelecer fundamentos para a estrutura básica de um serviço de
tratamento fisioterapêutico geriátrico para 32 pacientes ambulatórias e 16
pacientes internados, a ser possivelmente implantado no Serviço de Geriatria
do HSL.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 DELINEAMENTO
A presente pesquisa é um estudo transversal, descritivo e analítico. Foi
desenvolvida no período de junho de 2001 a fevereiro de 2002, junto ao
Serviço Ambulatorial e de Internação Geriátrica do Hospital São Lucas.
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população estudada constou de pacientes com 60 anos ou mais, de
ambos os sexos. Esta pesquisa foi realizada no Serviço Ambulatorial com
pacientes que retornaram após a primeira consulta enquanto da Internação
Geriátrica foram avaliados até 48 horas após a hospitalização.
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Para a inclusão foram considerados os seguintes fatores:
- Idosos de ambos sexos;
- Idade igual ou superior a 60 anos;
- Pacientes do Serviço Ambulatorial e Internação Geriátrica do HSL;
- Pacientes que concordaram em participar da pesquisa.
4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Para a exclusão foram considerados os seguintes fatores:
- Idade inferior a 60 anos;
- Não consentimento na participação da pesquisa.
4.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Os instrumentos de coleta de dados (anexos 1 e 2), foram desenvolvidos
com base na ficha de avaliação utilizada no Serviço de Geriatria do HSL.
A avaliação consistiu na aplicação dos questionários (anexos 1 e 2). Os
voluntários foram inquiridos sobre as AVD e AIVD, hábitos de vida e motivos da
consulta ou internação. Também foram avaliados quanto a funções de
equilíbrio, flexibilidade articular, função muscular, audição e visão. Dados sobre
a presença de patologias, estado mental, depressão, medicamentos foram
coletados através da avaliação do prontuário e comunicação com o médico
assistente.
Os questionários das AVD e AIVD estimaram as incapacidades que
foram melhor avaliadas pelos exames das funções de equilíbrio, flexibilidade
articular e função muscular.
As funções de equilíbrio foram avaliadas através do item equilíbrio e
prova de Romberg do questionário. Estes exames consistiram de dois testes.
No primeiro foi solicitado ao paciente levantar da cadeira, dar 10 passos, fazer
a volta, retornar e sentar novamente. Foi observado se o paciente apresentava
dificuldade em executar a tarefa. No segundo foi solicitado ao paciente
encostar o ombro e braço direito estendido na parede e ir inclinando o corpo
para frente, até que sentisse alguma perda de equilíbrio, observando a
distância de deslocamento. Deslocamento inferior a 15 cm foi considerado
alteração de equilíbrio. O terceiro teste consistiu em avaliar o equilíbrio do
paciente em com olhos fechados, no caso de alteração de equilíbrio
considera-se a prova de Romberg positiva. Através dos dois primeiros testes
foram observadas alterações de marcha, perda de amplitude de movimento,
coordenação motora e deformidades.
As avaliações da visão e da audição foram também importantes, pois
poderiam estar relacionadas com distúrbios de equilíbrio e para melhor
elaboração de tratamento fisioterapêutico. No primeiro teste o paciente foi
inquirido quanto à presença de alguma dificuldade com relação a atividades de
vida diária. Após perguntava-se se enxergava números grandes e pequenos,
(podendo usar óculos se necessário) e testavam-se os dois olhos ao mesmo
tempo e cada um em separado. Se enxergasse os números grandes e
pequenos considerava-se a visão normal, se enxergasse os grandes foi
moderada deficiência visual, mas se não enxergasse nenhum se considerava
importante deficiência visual. Em relação à audição foi realizado o teste do
sussurro: onde se ficava a dois passos atrás do paciente e falávamos uma
seqüência simples de números, enquanto ele cobria um ouvido de cada vez e
depois sem cobrir nenhum, e pedíamos para ele repetir as três vezes.
Dados como doenças atuais e doenças prévias foram coletados do
prontuário do paciente e proporcionaram subsídios com relação a possíveis
seqüelas de doenças anteriores e doenças atuais que pudessem estar
associadas.
Exames complementares e as medicações com seus possíveis efeitos
colaterais foram coletados do prontuário do paciente ou de contato com o
médico responsável pelo exame do mesmo.
Os resultados do mini-mental e da escala de depressão foram coletados
do prontuário do paciente e auxiliaram numa melhor avaliação das condições
físicas do idoso como também na elaboração do tratamento fisioterapêutico.
Os testes da função dos braços distal e proximal foram utilizados para
observar a amplitude de movimento e coordenação de membros superiores
bem como a preservação de força muscular. O primeiro teste consistiu em
pedir ao paciente para pegar uma caneta, com cada uma das mãos, e colocá-la
de volta na mesa observando a presença de dificuldades. No segundo teste
pedia-se ao paciente para tocar a parte posterior da cabeça com ambas as
mãos e, se o mesmo apresentasse dificuldades, realizavam-se testes
específicos de função muscular e examinavam-se cuidadosamente articulações
envolvidas. A amplitude de movimento, e a presença de deformidades foram
avaliadas através da inspeção e dos testes de equilíbrio e função de braços
distal e proximal. Os testes de força muscular (conforme anexo 2) foram
realizados se o paciente apresentasse resultado positivo para alterações em
algum dos outros testes realizados.
A observação da incontinência urinária foi importante, pois, nos indicou o
grau e o motivo da incontinência. O paciente foi inquirido se às vezes perdia
urina ou ficava molhado. No caso de resposta negativa não foi necessário ir
adiante no teste. Caso a resposta fosse positiva perguntava-se sobre a
presença de problemas para segurar a urina, se perde urina mesmo quando
tenta evitar ou quando tosse, ri ou ainda quando tem urgência. Perguntava-se,
ainda, a freqüência que estes episódios ocorriam, o horário, situação e
quantidade.
A coleta dos sinais vitais e a ausculta pulmonar foram realizadas pela
pesquisadora. Ao final da avaliação a pesquisadora elaborou um plano de
intervenção fisioterapêutica, baseado nas avaliações realizadas e na sua
experiência profissional. Após este plano, elaborado para cada paciente
avaliado, foram descritos os instrumentos e estrutura necessária à sua
execução.
Ao final do trabalho foram observados quais os instrumentos, infra-
estrutura e procedimentos necessários para a reabilitação da população
estudada. A partir destes dados foram estimados os recursos fisioterapêuticos
e infra-estrutura necessária para a instalação de um futuro serviço de
fisioterapia para atendimento de idosos em ambos os serviços de Internação e
Ambulatório de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS.
4.7 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados coletados foram avaliados através de estatística descritiva. As
AVD e AIVD foram utilizados para medir o grau de dependência do grupo
pesquisado. Pessoas com nível menor que seis são consideradas
dependentes.
Os dados foram analisados buscando associar as patologias mais
prevalentes com as incapacidades mais freqüentes na população estudada,
através da criação de tabelas de distribuição. A partir da avaliação
fisioterapêutica, se traçou um programa de reabilitação fisioterapêutica
adaptada as condições do grupo estudado. Baseado no programa calculou-se
o tempo de atendimento médio necessário a cada paciente, bem como as
técnicas e recursos necessários tanto para o Ambulatório de Geriatria quanto
da Internação Geriátrica. A partir destas médias estimou-se a necessidade de
atendimento fisioterapêutico para 32 atendimentos diários no Ambulatório de
Geriatria e 16 atendimentos na Internação Geriátrica. Todos os recursos
humanos e de equipamentos permanentes assim como de material de
consumo foi igualmente estimado para esta demanda.
4.8 ASPECTOS ÉTICOS
Os pacientes participantes desta pesquisa foram primeiramente
esclarecidos acerca dos objetivos do estudo e da metodologia utilizada. Os
procedimentos utilizados na metodologia não apresentaram nenhuma situação
de perigo, prejuízo ou desconforto aos indivíduos.
Os participantes do estudo assinaram de livre e espontânea vontade o
termo de consentimento informado (Anexo 3), onde ficou garantido o
anonimato bem como a desistência a qualquer momento sem trazer prejuízo
para os mesmos.
A autora da pesquisa informou aos participantes que os dados obtidos
seriam utilizados para fins científicos, e que poderiam ser divulgados para
profissionais das áreas envolvidas mantendo o anonimato do paciente.
5 RESULTADOS
O número total de idosos atendidos pelos dois serviços durante o
período da pesquisa foi de 343, sendo 212 do Serviço Ambulatorial e 131 da
Internação Geriátrica.
A amostra utilizada nesta pesquisa foi de 55 pacientes do Serviço
Ambulatorial e 41 pacientes da Internação Geriátrica, totalizando 96 pacientes.
Tabela 1. Distribuição das doenças mais presentes em idosos avaliados na
Internação Geriátrica do HSL, média e desvio padrão das doenças
relacionadas com as AVD e AIVD.
AVD AIVD
Doenças %
Número de
Pessoas
Média
D.P.
Média
D.P.
Hipertensão Arterial Sistêmica 68,3%
28 3,9 2,44
4,8 3,58
Osteoporose 29,3%
12 3,8 2,48
5,2 3,51
Depressão 17,1%
7 5,0 1,82
7,1 1,86
Insuficiência Cardíaca 17,1%
7 2,8 3,02
3,7 3,86
Diabete Mellitus 14,6%
6 4,5 2,25
6,1 3,06
Doença Pulmonar Obstrut. Crônica
14,6%
6 5,0 1,73
5,0 4,35
Osteoartrose Membros Inferiores 12,2%
5 4,6 2,60
6,2 3,49
Câncer 12,2%
5 5,0 1,41
2,8 3,56
Demência 12,2%
5 1,4 1,51
0,0 0,00
Artrite Reumatóide 9,8% 4 3,0 3,00
6,0 4,00
Acidente Vascular Encefálico 9,8% 4 2,0* 2,44
1,7 3,50
Fratura de Vértebras 9,8% 4 4,5 3,00
6,0 4,00
Alzheimer 7,3% 3 1,3* 2,30
0,3* 0,57
Fraturas Membros Inferiores 7,3% 3 2,0 3,46
2,7 4,62
Obesidade 7,3% 3 3,6 3,21
5,0 4,35
Asma 4,9% 2 4,0 3,46
8,0 0,00
Doença Arterial Coronariana 4,9% 2 3,0 4,24
3,5 4,94
Hipertireoidismo 4,9% 2 5,0 1,41
4,5 4,94
Incontinência Urinária 4,9% 2 2,5 3,53
4,0 5,65
Pneumonia 4,9% 2 1,5 2,12
0,0* 0,00
* p <0,05 para teste t de Student comparando as médias das AVD e AIVD entre
as pessoas com e sem a respectiva doença.
Na tabela 1 podem ser observadas as doenças mais prevalentes entre
os 41 idosos da Internação Geriátrica avaliados onde temos: HAS com 68%,
osteoporose 29,3%, depressão e IC 17,1%, DM e DPOC 14,6%, artrose de
membros inferiores, câncer e demência 12,2%, AVE e fraturas de vértebras
9,8%, Alzheimer, fratura de membros inferiores e obesidade 7,3%, asma,
doença arterial coronariana, hipertireoidismo, incontinência urinária e
pneumonia 4,9%.
Observamos ainda as médias e desvios padrões das atividades de vida
diária e atividades instrumentais de vida diária dos pacientes com a respectiva
patologia. Essas médias foram comparadas com os pacientes que o tinham
as patologias. O teste t de Student comparando ambas as médias mostrou-se
significativo na perda de AVD para demência, acidente vascular encefálico,
Alzheimer e na perda de AIVD para depressão, demência, acidente vascular
encefálico, Alzheimer e pneumonia.
A Tabela 2 mostra a distribuição em números absolutos e relativos das
amostras quanto às doenças mais prevalentes entre idosos do ambulatório:
HAS 64%, IC 22%, osteoporose 20%, artrose de membros inferiores com 16%,
DM 13%, DPOC e obesidade com 9%. Observam-se ainda, com 5% artrose de
membros superiores, demência, depressão, fraturas de membros inferiores,
gota, hiperplasia benigna de próstata, incontinência urinária e tendinite de
membros superiores. As doenças como Alzheimer, AVE, escara sacra, hérnia
de disco, incontinência fecal, tendinite de membros inferiores e tuberculose
aparecem com 4%.
As médias e desvio padrão das AVD e AIVD, foram calculadas para
cada patologia. Essas médias foram comparadas com os pacientes que não
tinham as patologias. O teste t de Student comparando ambas as médias
mostrou-se significativo na perda de AVD para artrose de membros superiores,
demência, gota, Alzheimer, escara sacra, e na perda de AIVD para demência,
gota, AVE, escara sacra.
Tabela 2. Distribuição das doenças mais prevalentes em idosos avaliados no
Ambulatório de Geriatria do HSL, média e desvio padrão das doenças
relacionadas com as AVD e AIVD.
AVD AIVD
Doenças %
Número de
Pessoas
Média
D.P.
Média
D.P.
Hipertensão Arterial Sistêmica 64% 35 5,2 1,76
6,1 2,5
Insuficiência Cardíaca 22% 12 5,7 0,86
6,6 2,6
Osteoporose 20% 11 6,0 0,77
6,3 2,3
Osteoartrose Membros inferiores 16% 9 5,8 0,33
7,2 1,6
Diabete Mellitus 13% 7 5,1 2,26
5,8 1,9
Doeça Pulmonar Obstrut. Crônica 9% 5 5,8 0,44
5,6 2,2
Obesidade 9% 5 4,8 2,68
5,4 3,1
Osteoartrose Membros Superiores 5% 3 6,0* 0,00
8,0 0,0
Demência 5% 3 3,6* 3,21
2,6* 2,3
Depressão 5% 3 5,3 1,15
5,6 2,0
Fraturas Membros Inferiores 5% 3 5,5 0,57
6,7 2,5
Gota 5% 3 2,0* 3,46
1,3* 2,3
Hiperplasia Benigna Próstata 5% 3 5,6 0,57
6,3 2,0
Incontinência Urinária 5% 3 5,3 1,15
5,3 2,3
Tendinite Membros Superiores 5% 3 5,2 1,76
5,3 4,6
Alzheimer 4% 2 6,0 0,00
4,5 0,7
Acidente Vascular Encefálico 4% 2 2,0* 2,82
2,0* 2,8
Escara Sacra 4% 2 0,0* 0,00
0,0* 0,0
Hérnia de Disco 4% 2 7,0 1,41
8,0 0,0
Incontinência Fecal 4% 2 2,5 3,53
1,5 2,1
Tendenite Membros Inferiores 4% 2 3,0 4,24
4,0 5,6
Tuberculose 4% 2 6,0 0,00
8,0 0,0
* p <0,05 para teste t de Student comparando as médias das AVD e AIVD entre
as pessoas com e sem a doença.
Tabela 3. Procedimentos fisioterapêuticos mais freqüentemente indicados na
Internação Geriátrica do HSL, tempo médio em minutos de cada procedimento
e estimativa para sua utilização nos dezesseis leitos.
Observadas Estimadas
Técnicas Utilizadas
Nº de
Indicaçõe
s
Média
de Uso
Média de
Indicações
*
Média
de
Uso**
Cinesioterapia Respiratória 19 13,1 7,41 97,0
Exercícios Resistidos Membros
Inferiores
19 12,1 7,41 89,6
Exercícios Ativos Membros Inferiores 16 10,5 6,24 65,5
Exercícios Ativos Membros
Superiores
13 10,9 4,96 54,0
Caminhada Orientada 11 10,9 4,29 46,7
Treino de Equilíbrio 9 6,7 3,36 22,5
Massagem Cervical 7 14,0 2,72 38,0
Membros Superiores 6 8,3 2,24 18,6
Exercícios
Passivos
Membros Inferiores 6 7,3 2,24 16,4
Membros Superiores
5 7,8 1,92 15,0
Exercícios
Ativos
Assistidos
Membros Inferiores
4 7,8 1,55 12,0
Exercícios Resistidos Membros
Superiores
4 8,8 1,55 13,6
Massagem Lombar 4 13,8 1,55 21,4
Treino de marcha 3 6,7 1,16 7,8
Massagem Membros Inferiores 1 15,0 0,38 5,7
Massagem Dorsal 1 5,0 0,38 1,9
Drenagem Linfática Membros
Inferiores
1 10,0 0,38 3,8
* Média de indicações foi calculado pela subtração do número de indicações da
amostra pelo número total de indivíduos observados na internação geriátrica
multiplicado pelo número de leitos.
** Tempo médio é a multiplicação do tempo médio observado pela média das
indicações.
Observam-se na tabela 3 os procedimentos a serem realizados pelo
profissional fisioterapeuta mais indicados para as 41 pessoas avaliadas na
Internação Geriátrica, bem como o tempo médio gasto para a realização dos
procedimentos. Pode-se observar também a média de indicações quando
estimados 16 leitos, hoje existentes na Internação Geriátrica do HSL, com o
tempo médio de uso de cada procedimento, diário indicado. Entre os
procedimentos mais indicados para os 16 leitos existentes na Internação
Geriátrica com o tempo diário estimado, temos a cinesioterapia respiratória
com 97,07 minutos, exercícios resistidos de membros inferiores 89,66
minutos, exercícios ativos de membros inferiores 65,52, exercícios ativos de
membros superiores 54,06 minutos, massagem cervical 38,08 minutos, treino
de equilíbrio 22,51 minutos e massagem lombar com 21,39 minutos nas
demais técnicas os tempos estimados são inferiores a 20 minutos.
Os equipamentos mais indicados para as 41 pessoas observadas na
Internação Geriátrica podem ser observados na tabela 4. Na mesma tabela
foram calculados os tempos indicados para a utilização de cada equipamento
pêlos pacientes estudados e a estimativa de uso em minutos para 16
atendimentos diários. Entre os equipamentos mais indicados temos: TENS com
130,75 minutos, infravermelho de pedestal 67,2, bola 30,1 minutos, nebulizador
28,8 minutos, caneleiras de ½ kg 25,37 minutos, infravermelho de mesa 23,2
minutos e faixa elástica vermelha 22,32 minutos.
Tabela 4. Equipamentos fisioterapêuticos mais freqüentemente indicados pela
avaliação das 41 pessoas observadas na Internação Geriátrica, tempo médio
em minutos de cada procedimento e estimativa para sua utilização nos
dezesseis leitos
Observadas Estimadas
Equipamentos Permanentes
Número de
Pessoas
Média de
Uso
Média de
Indicações*
Média de
Uso**
Bola 17 4,6 6,56 30,1
Cabo 15 2,0 5,76 11,5
TENS 15 22,7 5,76 130,7
Faixa Elástica vermelha 13 4,5 4,96 22,3
Caneleiras 1/2 Kg 11 6,1 4,16 25,4
Infra-Vermelho de pedestal 9 20,0 3,36 67,2
Nebulizador 5 15,0 1,92 28,8
Bastão 3 9,3 1,16 10,8
Halteres 1 Kg 3 6,7 1,16 7,8
Infra-Vermelho de mesa 3 20,0 1,16 23,2
Bolsa gel frio 2 17,5 0,76 13,3
Flutter 2 10,0 0,76 7,6
Laser AsGa 2 4,0 0,76 3,0
Halteres 1/2 Kg 1 5,0 0,38 1,9
Jogo de encaixe 1 10,0 0,38 3,8
Laser HeNe 1 6,0 0,38 2,3
Ondas curtas atérmico 1 40,0 0,38 15,2
Thera Band azul 1 15,0 0,38 5,7
* Média de indicações foi calculado pela subtração do número de indicações da
amostra pelo número total de indivíduos observados na internação geriátrica
multiplicado pelo número de leitos.
** Tempo médio é a multiplicação do tempo médio observado pela média das
indicações.
A necessidade diária de material de consumo está especificado na
tabela 5 onde observamos grande consumo de álcool (240 ml), e fita crepe
(230,4 cm). Sabonete líquido, indicado para desinfecção das mãos do
profissional, toalha de papel e álcool o utilizados para todos os pacientes
(atendimentos).
Tabela 5. Material de consumo mais utilizados pela avaliação das 41 pessoas
observadas na Internação Geriátrica, quantidade de uso do material e
estimativa para utilização nos 16 leitos.
Observadas Estimadas
Material de Consumo
Número de
Pessoas
Unidades
Número de
Pessoas
Unidades
Sabonete líquido (ml) 41 3,0 16 48
Toalha papel (unidade) 41 6,0 16 96
Álcool (ml) 41 15,0 16 240
Fita crepe (cm) 15 40,0 5,76 230,4
Creme de massagem (g) 13 3,2 4,96 15,87
Gel (g) 13 2,8 4,96 13,88
Solução fisiológica (ml) 5 4,6 1,92 8,83
Tabela 6. Material reutilizável mais utilizado pela avaliação das 41 pessoas
observadas na Internação Geriátrica, quantidade de uso do material e
estimativa para utilização nos 16 leitos.
Observadas Estimadas
Material Reutilizável
Número de
Pessoas
Número
de Peças
Número de
Pessoas
Número
de Peças
Eletrodo de borracha 14 4,0 5,44 21,76
Toalhas de rosto 8 2,8 3,04 8,51
Na tabela 6 temos a estimativa de material reutilizável. Observamos a
necessidade de 4 eletrodos de borracha por pessoa e 2,8 toalhas de rosto para
as 41 pessoas avaliadas. Quando estimamos os 16 leitos, temos a
necessidade diária de 22 eletrodos de borracha e 9 toalhas de rosto.
Constata-se na tabela 7 que o tempo médio de atendimento
fisioterapêutico foi de 40,7 minutos para cada paciente observado e o tempo
total da sessão de 47,4 minutos. Quando estimados 16 pacientes na Internação
Geriátrica, temos o tempo diário de atendimento fisioterapêutico de 651,2
minutos por dia e o tempo total das sessões realizadas em 758,4 minutos por
dia.
Tabela 7. Tempo médio de atendimento fisioterapêutico em minutos estimado
para 41 pessoas observadas na Internação Geriátrica e estimativa para 16
leitos.
Observadas Estimadas
Número de
Pessoas
Média de
Atendimento
Número de
Pessoas
Duração/dia
Tempo do Fisioterapeuta 41 40,7 16 650,88
Tempo Total de Atendimento
41 47,4 16 758,24
Observam-se na tabela 8 os procedimentos a serem realizados pelo
profissional fisioterapeuta mais indicados para as 55 pessoas avaliadas no
Ambulatório de Geriatria, bem como o tempo médio gasto para a realização
dos procedimentos. Pode-se observar também a média de indicações quando
estimados 32 atendimentos diários, com o tempo médio de uso de cada
procedimento indicado. Entre os procedimentos mais indicados para os 32
atendimentos no Ambulatório de Geriatria com o tempo diário estimado, temos
exercícios resistidos de membros inferiores 162,72 minutos, exercícios ativos
de membros inferiores 130,68, exercícios ativos de membros superiores 95,35,
caminhada orientada 75,29, cinesioterapia respiratória com 69,34 minutos,
treino de equilíbrio 53,39 minutos, treino de marcha 45,15 minutos, os demais
procedimentos com são inferiores a 30 minutos.
Tabela 8. Procedimentos fisioterapêuticos mais indicados pela avaliação das
55 pessoas observadas no Ambulatório de Geriatria do HSL, tempo médio em
minutos de cada procedimento e estimativa para sua utilização em 32
atendimentos diários.
Observadas Estimadas
Técnicas Utilizadas Indicações
Média de
Uso
Indicaçõe
s
Média de
Uso
Exercícios Resistidos Membros
Inferiores
24 11,3 14,4 162,7
Exercícios Ativos Membros Inferiores 22 9,9 13,2 130,7
Exercícios Ativos Membros Superiores 20 7,9 12,07 95,3
Treino de Equilíbrio 15 5,9 9,05 53,4
Caminhada Orientada 12 10,4 7,24 75,3
Treino de Marcha 11 6,8 6,64 45,1
Cinesioterapia Respiratória 10 11,5 6,03 69,3
Exercício
s Ativos Assistidos Membros
Superiores
6 7,8 3,62 28,2
Exercícios Passivos Membros
Inferiores
6 7,3 3,62 26,5
Exercícios Ativos Assistidos Membros
Inferiores
5 8,8 3,01 26,5
Exercícios Resistidos Membros
Superiores
5 9,4 3,01 28,3
Exercícios Passivos M
embros
Superiores
5 7,2 3,01 21,7
Massagem Lombar 5 9,0 3,01 27,1
Massagem Cervical 5 6,0 3,01 18,0
Massagem Dorsal 2 7,5 1,2 9,0
Drenagem Linfática Membros Inferiores
2 7,5 1,2 9,0
Drenagem Linfática Membros
Superiores
1 5,0 0,6 3,0
Os equipamentos mais indicados para as 55 pessoas observadas no
Ambulatório de Geriatria do HSL, podem ser observados na tabela 9. Na
mesma tabela foram calculados os tempos indicados para a utilização de cada
equipamento pelos pacientes estudados e a estimativa de uso em minutos para
32 atendimentos diários. Entre os equipamentos mais indicados temos: maca
504 minutos, escada para maca 491 minutos, tatame 309 minutos, cadeira 309
minutos, TENS 193 minutos, infravermelho de pedestal 136 minutos, bicicleta
estacionária 95 minutos, faixa elástica 81 minutos, bola 67 minutos, nebulizador
54 minutos, bastão 45 minutos, bolsa gel fria 39 minutos, esteira
computadorizada 36 minutos, cunha 35 minutos caneleiras ½ kg 33 minutos, os
demais equipamentos tem indicação inferior a 20 minutos de uso.
Tabela 9. Equipamentos fisioterapêuticos mais freqüentemente indicados no
Ambulatório de Geriatria, tempo médio em minutos de cada procedimento
estimado para sua utilização em 32 atendimentos diários.
Observadas Estimadas
Equipamentos Permanentes
Pessoas
Média de Uso
Indicações
Média de Uso
Tatame 28 18,3 16,90 309,3
Maca 25 33,4 15,09 504,0
Faixa Elástica Vermelha 25 5,4 15,09 81,5
Escada p/ maca 22 37,0 13,28 491,4
Bola 21 5,3 12,67 67,1
Cadeira 20 25,6 12,07 309,0
TENS / Cabo 15 21,3 9,05 192,7
Bastão 13 5,8 7,84 45,5
Infravermelho de pedestal 12 18,8 7,24 136,1
Bicicleta Estacionária 11 14,3 6,64 94,9
Caneleiras 1/2 Kg 9 6,1 5,43 33,1
Cunha 6 9,8 3,62 35,5
Halteres 1/2 Kg 6 4,8 3,62 17,4
Nebulizador 6 15,0 3,62 54,3
Bolsa gel frio 4 16,3 2,41 39,3
Jogo de encaixe 4 4,8 2,41 11,6
Laser AsGa 4 4,0 2,41 9,6
Ondas curtas atérmico 4 20,0 2,41 48,2
Esteira computadorizada 3 20,0 1,81 36,2
Flutter 3 6,7 1,81 10,9
Mesa 3 9,3 1,81 16,8
Quebra cabeça 3 4,7 1,81 8,5
Faixa Elástica Verde 3 5,0 1,81 9,0
Laser HeNe 2 4,0 0,07 0,3
Thera Band azul 2 5,0 0,07 0,3
Bolsa gel quente 1 15,0 0,6 9,0
Caneleira 1 Kg 1 10,0 0,6 6,0
Cones 1 5,0 0,6 3,0
Halteres 1 Kg 1 10,0 0,6 6,0
Ultra- som 1 5,0 0,6 3,0
Tabela 10. Material de consumo mais utilizado no Ambulatório de Geriatria do
HSL, quantidade de uso do material e estimativa para utilização em 32
atendimentos diários.
Observadas Estimadas
Material de consumo Pessoas
Unidades
Pessoas Unidades
Álcool (ml) 53 15,0 32 480
Sabonete Líquido (ml) 53 3,0 32 96
Toalha Papel (unidade) 53 5,8 32 185,6
Fita Crepe (cm) 16 40,0 9,66 372,4
Gel (g) 15 2,0 9,05 18,1
Creme de Massagem (g) 13 3,6 7,84 28,22
Solução Fisiológica (ml) 7 5,0 4,22 21,1
Líquido p/ Esterilizar (ml) 5 500,0 3,62 1810
A necessidade diária de material de consumo está especificado na
tabela 10, onde observamos grande consumo de álcool (480 ml), fita crepe
(372 cm) e toalha papel (186 unidades). Sabonete quido indicado para
desinfecção das mãos do profissional, toalha papel e álcool são utilizados para
todos os pacientes (atendimentos).
Tabela 11. Material reutilizável mais utilizado pela avaliação das 55 pessoas
observadas no Ambulatório da Geriatria, quantidade de uso de material e
estimativa para utilização para 32 atendimentos diários.
Observadas Estimadas
Material Reutilizável Pessoas Unidades Indicações Unidades
Fronha 42 2,1 1,62 3,40
Lençol 41 1,0 0,76 0,76
Travesseiro 39 2,1 1,51 3,17
Eletrodo de borracha 15 4,0 1,09 4,36
Toalhas de rosto 6 1,8 3,62 6,52
Na tabela 11 temos a estimativa de material reutilizável. Os pacientes
observados necessitariam de 4 eletrodos de borracha, 2,1 fronhas e
travesseiros, 2,0 toalhas de rosto, 1 lençol para as 55 pessoas avaliadas.
Quando estimados 32 atendimentos diários, temos a necessidade diária 4
eletrodos de borracha, 4 fronhas, 4 travesseiros, 1 lençol e 7 toalhas de rosto.
Tabela 12. Tempo médio de atendimento fisioterapêutico para 55 pessoas
observadas no Ambulatório do Serviço de Geriatria e estimativa para
atendimento de 32 pacientes diários.
Observadas Estimadas
Pessoas
Média de
Atendimento
Pessoas
Duração/dia
Tempo do Fisioterapeuta 53 32,0 32 987,2
Tempo total de atendimento
53 46,3 32 1427,2
Constata-se na tabela 12 que o tempo médio de atendimento pelo
profissional fisioterapeuta foi de 32 minutos para cada paciente observado e o
tempo da sessão de 46 minutos. Quando estimados 32 atendimentos, temos o
tempo de atendimento pelo profissional fisioterapeuta de 987 minutos diários e
o tempo total de atendimento de 1427 minutos diários.
6 DISCUSSÃO
Com o crescente aumento do envelhecimento populacional, as doenças
crônicas, deficiências e incapacidades mais presentes em idosos passam a
ocupar papel importante para os profissionais da saúde[79].
Estudos a nível nacional pelo SUS concluíram que o idoso consome
mais recursos que as pessoas mais jovens, não podendo ser traduzido como
maior benefício para os idosos. Entre os problemas mais importantes para a
terceira idade aparecem as dificuldades nas atividades de vida diária e o déficit
nutricional[80].
Hoje a reabilitação na terceira idade oferece muitos recursos a nível da
prevenção, tratamento do idoso[79]. A reabilitação visa a preservação da
função ao adiamento da instalação de incapacidades objetivando ainda
diminuir o comprometimento imposto por incapacidade promovendo uma
melhor adaptação do indivíduo, melhorando a qualidade de vida[62].
Entre as 96 pessoas avaliadas nesta pesquisa, observamos a
necessidade de acompanhamento fisioterapêutico para todos os idosos. Isto se
deve ao fato que a prevenção deva ter destaque importante, principalmente em
idosos com alguma patologia que, somada com as alterações do
envelhecimento, pode levar a uma diminuição significativa de suas
possibilidades de mobilização e independência.
Entre os participantes do estudo realizado constatamos maior incidência
para as doenças crônico-degenerativas, não sendo restritas a um único órgão
ou sistema. Em análise realizada por Lampert em 2002, com dados do
Conselho Estadual do Idoso de 1997, observou-se na cidade de Santa Maria
uma grande prevalência de doenças crônico-degenerativas em pessoas
pesquisadas em seus domicílios[81]. Pesquisas mostram as doenças crônico-
degenerativas entre elas doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão
arterial sistêmica como causas importantes de incapacidade no idoso[82]. Entre
os 408 idosos estudados em Santa Maria foi observado que pouco mais de um
terço da amostra necessita auxílio para realizar as AVD e um número menor
necessita auxílio para realizar AIVD[81].
No nosso estudo observamos que demências, entre elas a doença de
Alzheimer, foram significativas para perda de AVD e AIVD tanto para
Internação quanto para o Ambulatório. Demências são responsáveis por 50%
das admissões em asilos por causar incapacidade[83]. É importante levar em
consideração o estágio da doença, como alterações na memória, na
orientação, na percepção e nos conceitos, pois estas alterações são
responsáveis pelas dificuldades motoras dos pacientes. Pacientes dementados
precisam de estímulo, caso contrário, eles permanecerão horas sentados.
Esses pacientes não conseguem elaborar o ato de levantar, tampouco
conseguem saber a finalidade deste ato. A inatividade leva à perda da força
muscular, ficando muitas vezes com limitações articulares e, se os pacientes
dementados ficarem restritos ao leito, apresentarão deformidades.
Entre os participantes deste estudo que eram portadores de AVE,
também observamos perda significativa para AVD e AIVD. O AVE além de uma
alta taxa de mortalidade, é uma enfermidade que provoca uma alta taxa de
incapacidade. Estudo realizado com 213 idosos australianos com AVE,
observou uma mortalidade de 30% e uma freqüência de incapacidade em
28%[84]. Muitos estudos demonstram que, o tratamento fisioterapêutico
precoce, ainda na fase de internação hospitalar, está relacionado a uma
redução do número de pacientes dependentes no final da internação, bem
como no tempo da internação[62].
Verificou-se perda significativa para AIVD entre os idosos portadores de
osteoartrose. Doença esta caracterizada por dor à movimentação, rigidez
matinal, instabilidade articular, dor no repouso e limitação à movimentação
podendo levar a incapacidade[85].
Idosos geralmente apresentam gota na forma crônica, sendo mais
freqüente no sexo masculino. Acomete mais as articulações dos joelhos,
tornozelos e ombros, podendo levar a inflamação da membrana sinovial
(sinovite) levando a dor e diminuição de movimento, e muitas vezes a
limitações[86]. Dados também comprovados em nosso estudo, uma vez que se
encontrou perda significativa para AVD e AIVD entre os participantes da
pesquisa.
Observou-se perda de funcionalidade para AVD e AIVD entre os idosos
pesquisados que apresentavam escaras, que por si só, não causam
dependência, muitas vezes são conseqüência de outras doenças que acabam
restringindo os pacientes ao leito. Pacientes portadores de escaras são
aqueles que muitas vezes ficam sentados ou restritos ao leito por longos
períodos, sem alívio transitório da pressão, pois as mesmas ocorrem em
proeminências ósseas. Estudos mostram que 60% da população adulta
portadora de limitação funcional, conseqüente a processos crônicos, tem mais
de 65 anos[36]. DPOC e pneumonia são as doenças respiratórias mais
freqüentes entre os idosos levando a dispnéia e intolerância ao exercício,
deixando o paciente restrito, debilitado e, muitas vezes, incapacitado.
Pneumonia é a causa de morte mais comum nos pacientes idosos[62]. No
estudo realizado observamos perda significativa para AIVD entre os
participantes portadores de pneumonia da Internação Geriátrica.
Entre as cnicas fisioterapêuticas mais indicadas aos pacientes
observados temos a cinesioterapia motora, onde se incluem: exercícios ativos
passivos, resistidos e caminhada orientada. Esta última vislumbra pacientes
sem incapacidades, como os portadores de HAS e osteoporose, onde o
principal problema é o sedentarismo. Pois com o envelhecimento temos
atrofias, advindo assim a necessidade da realização de exercícios, de forma
regular e progressiva, que objetivam o retardo das atrofias e degenerações[62].
Entre as técnicas mais indicadas temos ainda a cinesioterapia respiratória,
responsável tanto pela prevenção de doenças como no tratamento das
mesmas. Com indicações em menor número vislumbramos a massagem,
objetivando, relaxamento muscular, aumento de retorno venoso, mobilização
de edemas e melhora em processos fibróticos[78].
Entre os idosos avaliados no estudo, constatou-se maior indicação para
os equipamentos utilizados na cinesioterapia motora como bola, faixas
elásticas, bastão, na eletroterapia o uso do TENS e, na termoterapia, o uso do
infravermelho. O uso do infravermelho está particularmente indicado no idoso
por ser calor superficial apresentando menores contra-indicações. O TENS e o
infravermelho são recursos utilizados para proporcionar analgesia, precedendo,
em muitos casos, a cinesioterapia motora. Pesquisa realizada sobre
sensibilidade dolorosa com uso de calor e gelo, em mulheres jovens e idosas,
constatou alteração de sensibilidade entre estas duas faixas etárias. Mostrou-
se que, enquanto as idosas referiam apenas desconforto mínimo, o desconforto
referido pelas mulheres mais jovens era significativamente mais intenso.
Diferenças foram observadas também em relação ao desconforto, quando
comparados grupos de diferentes faixas etárias com relação ao uso da
estimulação elétrica[69].
Algumas diferenças foram observadas no ambulatório quanto à
necessidade de equipamentos permanentes, onde se necessita de tatame,
macas, escadas para as mesmas e cadeiras para a viabilização dos
tratamentos, recursos estes desnecessários na Internação, visto que o
atendimento dar-se-á no leito do paciente. Ainda observamos, para o
ambulatório, a necessidade de equipamentos como bicicleta estacionária,
esteira computadorizada laser, ondas curtas e ultra-som por se tratar de
pacientes estáveis e com doenças crônicas.
Observamos no estudo a indicação para todos os pesquisados, material
de consumo, como sabonete líquido e toalha papel para a assepsia das os
entre os procedimentos realizados. O uso do álcool se para a higiene de
equipamentos utilizados. O gel é utilizado para no uso o TENS e do ultra-som
enquanto a fita crepe destina-se para uso somente no TENS.
Na presente pesquisa, observamos pequena diferença entre o tempo
total da sessão e o tempo de trabalho do profissional fisioterapeuta, em função
do uso de equipamentos, que em vários momentos não é necessária a
presença direta do profissional, sendo este habilitado ou em formação.
O presente estudo objetivou verificar a estrutura necessária para uma
possível implantação de um serviço fisioterapêutico geriátrico para 32
pacientes ambulatoriais e 16 pacientes de internação hospitalar. Para
contemplar 32 atendimentos diários ambulatoriais tem-se a necessidade de
área física de aproximadamente 33m
2
possibilitando 4 atendimentos por hora,
sendo necessário para isso três macas, escadas e um tatame. O atendimento
dos 16 pacientes hospitalares dar-se-á nos próprios leitos, o sendo
necessário, assim, espaço físico especial.
Sendo o Hospital São Lucas um hospital escola, tendo, portanto, a
necessidade de proporcionar a prática fisioterapêutica aos alunos do curso de
graduação no atendimento ambulatorial e hospitalar de pacientes idosos.
Estimamos que, para viabilizar os atendimentos ambulatoriais e de internação
seriam necessários 16 alunos divididos nos turnos manhã e tarde,
acompanhados por dois professores supervisores. Segundo o INEPE/MEC(
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) é considerado muito
bom na avaliação da qualidade do ensino a divisão de até 8 alunos por
professor em aulas práticas[87].
7 CONCLUSÃO
Vimos que a reabilitação tem papel importante na preservação da
função. Ela visa prevenir ou adiar a instalação de incapacidades diminuindo,
assim, o comprometimento imposto por enfermidades incapacitantes,
promovendo uma melhor adaptação do indivíduo.
A prevenção deve ter destaque importante, principalmente em idosos
com alguma patologia que, somada às alterações do envelhecimento, pode
levar a uma diminuição significativa de suas possibilidades de mobilização e
independência. Quase sempre os pacientes idosos precisam de estímulo e
orientação para a manutenção de sua independência. Caso contrário,
permanecerão horas sentados, perdendo força muscular, ficando muitas vezes
com limitações articulares ou, se ficarem restritos ao leito, apresentarão
deformidades.
A literatura científica é enfática ao mencionar a importância do
tratamento fisioterapêutico em hospitais. Isto se em função não somente da
redução do número de pacientes dependentes no final da internação, redução
no tempo da internação, melhora na qualidade de vida para os idosos e
redução de custos a hospitalares.
É fundamental, para uma instituição de ensino em saúde, a atualização
e treinamento específico dos futuros profissionais fisioterapeutas. A situação
atual do envelhecimento brasileiro exige um melhor aprendizado nas
peculiaridades anatômicas e funcionais do envelhecimento. Devemos formar
profissionais que saibam discernir os efeitos naturais das alterações produzidas
pelas inúmeras doenças que acometem o idoso e proporcionar treinamento
específico na forma de abordagem e atendimento desta população.
Em 2003 o Instituto de Geriatria completará 30 anos de estudo e cuidado
ao idoso. A Internação Geriátrica oferece treinamento para médicos e
enfermeiros, não disponibilizando este tipo de atividade para fisioterapeutas.
Seria necessária uma estrutura pequena para a viabilização de atendimento
fisioterapêutico para os idosos do Ambulatório e Internação Geriátrica, que
traria benefícios para os idosos atendidos pelo Serviço de Geriatria,
oportunizando o trabalho de equipe multidisciplinar.
Vê-se assim a importância na continuidade da pesquisa confirmando os
benefícios para os pacientes como: a melhoria nas condições de saúde no
momento da alta hospitalar, diminuição do tempo de internação. Torna-se
importante a avaliação realizada por alunos da fisioterapia, para verificar a
importância da prática fisioterapêutica à idosos e o interesse pelo estudo do
envelhecimento.
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